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Meio Ambiente

Brasil Seikyo

Notícias

O futuro agradece

Foram dias de alegria, de congraçamento e renovada união de forças. Com o tema “Casa da Vida, Tesouro da Humanidade”, o Instituto Soka Amazônia promoveu eventos comemorativos dos dez anos de atividades na sua sede em Manaus, AM. Localizado diante do icônico Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, o instituto representa a materialização do sonho do pacifista Dr. Daisaku Ikeda, que, ao reconhecer a Amazônia como tesouro da humanidade, criou ali um local modelo de cooperação e benevolência — virtudes humanas que fortalecem a consciência da interdependência do homem e meio ambiente. A programação, de 27 a 30 de julho último, envolveu parceiros estratégicos nessa jornada construída por muitas mãos. Momentos para agradecer, compartilhar experiências e lançar planos rumo ao futuro não tão distante. O ano 2030 se apresenta como meta para as consistentes propos­tas submetidas aos presentes, os quais, mais uma vez, foram convida­dos a integrar o esforço conjunto para fazer acontecer. No quadro desta página são expostos os eixos programáticos. Representantes de doadores, de instituições educacionais e empresariais do Brasil e de países como Japão e Estados Unidos criaram um ambiente de união em torno do ideal de “Seguir em frente protegendo nossa casa da vida, tesouro da humanidade, e a partir deste ‘encontro das águas’ de nossas convicções pela Amazônia, criar uma grande correnteza para a proteção de todo o planeta”, assim como nas palavras do presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento. O reitor da Universidade Soka da América (SUA), Prof. Dr. Edward M. Feasel, esteve no instituto em sua primeira visita a Manaus. Parte de uma entrevista feita com ele pode ser conferida no quadro. Acompanhe os destaques: O primeiro dia, 27, foi dedicado a receber cerca de cem doadores do instituto, os quais conheceram de perto as atividades e os projetos desenvolvidos pela instituição. A programação incluiu trilha ecológica, passeio de barco pelo encontro das águas e um momento cultural e gastronômico regional. Eles também visitaram o laboratório de sementes no instituto. No dia seguinte, 28 de julho, integrantes da BSGI da localidade participaram de encontro comemorativo, que teve início com uma trilha ecológica e uma parada para um abraço simbólico na sumaúma, árvore plantada às margens do rio Negro há trinta anos pelos membros da organização. Guiados por Jean Dinelly, coordenador de Educação Ambiental do instituto, seguiram pela trilha conhecendo as espécies de árvores existentes e a história do lugar. Passe para o lado e veja mais fotos Cidadania global No dia 29, foi a vez de reunir especialistas e pesquisadores na mesa-redonda internacional que teve como tema “Educação para o Desenvolvimento Sustentável e Cidadania Global”. No auditório Águas de Manaus e com transmissão ao vivo pelo YouTube, compu­seram a mesa de trabalhos, ao lado do Dr. Feasel, reitor da SUA, e de Luciano Nascimento, presiden­te do Instituto Soka Amazônia: Isaque dos Santos Sousa, pró-reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA); Denise Gutierrez, coor­denadora de Tecnologia Social do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Cristiane Cavalcante Lima, professora doutora do Instituto Federal do Amazonas (Ifam); e Expedita Maria de Oliveira, docente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A mediadora foi Tamy Kobashikawa, coordenadora de pesquisa do instituto. Num recorte específico para ODS 4.7, que aponta a necessidade de aumentar esforços na educa­ção para a cidadania global, os presentes se debruçaram e apresen­taram suas defesas e projetos em sintonia.  Luciano Nascimento destacou o trabalho de educação ambiental feito pelo Instituto Soka por meio da Academia Ambiental. “Embora o foco da instituição seja a proteção do meio ambiente e a biodiversidade da Amazônia, não se faz isso sem o ser humano e sem a educação”, disse. O reitor da Universidade Soka da América brindou os participantes com uma apresentação dos conceitos humanísticos que regem a grade curricular da sua instituição, criada pelas mãos do Dr. Daisaku Ikeda, assim como o Instituto Soka Amazônia. Durante o diálogo, outros participantes emitiram suas opiniões. Na manhã do dia 29, houve ainda visita de representantes do Instituto Soka Amazônia e do reitor da Universidade Soka da América, Edward M. Feasel, à Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No local, foram realizados diálogos e apresentações das duas universidades. A mesma iniciativa foi registrada no dia seguinte, 30, desta vez na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). No fechamento dos eventos comemorativos, dia 30, o Instituto Soka Amazônia recebeu setenta representantes de trinta empresas e instituições que fizeram e fazem parte das ações e projetos do instituto, especialmente na área de conservação ambiental, apoio a pesquisas científicas e educação ambiental. “O instituto é fruto da semen­te plantada por todos nós. Que nossa união seja uma grande correnteza em defesa da Amazônia!”, fortaleceu Luciano Nascimento. Dr. Feasel reforçou: “Nós compartilhamos de uma história si­milar, instituições fundadas por Dr. Daisaku Ikeda, que ele não conseguiu visitar. Trabalhamos para desenvolver valores globais e coexistência harmoniosa entre o ser humano e a natureza”. De olho em 2030, com os pés no presente, uma floresta de esperança se ergue no coração de todos os envolvidos, assim como dos que desejarem também espalhar sementes desse futuro almejado pela humanidade. “Tudo o que fizermos criará a possibilidade de sabedoria e solidariedade para as crianças construírem o futuro da humanidade”, pondera o presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Números da evolução Projetos e programas do Instituto Soka Amazônia De 7 mil mudas produzidas no ano de 2014 para uma capacidade produtiva anual de 20 mil mudas. Expansão da variedade de espécies no viveiro: de 57 para 75 espécies. Ampla repercussão dos Projetos Sementes da Vida e Memorial Vida. Mais de 18 mil estudantes da rede municipal de ensino foram envolvidos no Projeto Academia Ambiental. Participe O Instituto Soka Amazônia é uma organização sem fins lucrativos, mantida pela contribuição de doadores e parceiros. Para saber mais ou colaborar com o instituto, acesse aqui. União de forças: “Estou feliz que hoje o Instituto Soka Amazônia e a Universidade Soka solidificam nossa cooperação mútua”, diz Dr. Feasel, à esquerda da foto, ao lado de Luciano Nascimento Cidadãos globais de primeira categoria Entrevista com o reitor da Universidade Soka da América, Dr. Edward M. Feasel - Como é conhecer este local em meio à natureza? Dr. Feasel: Estou muito impres­sio­nado com tudo o que vi por aqui. A cidade, o espírito — e posso realmente sentir essa emoção porque o instituto está localizado no Amazonas —, a cultura, as pessoas, os valores que elas têm realmente refletem essa importância da sustentabilidade. E penso que isso está muito alinhado com o espírito da Universidade Soka da América. - Poderia falar um pouco sobre isso? Dr. Feasel: Sim. A missão da Universidade Soka da América que nos foi dada pelo nosso fundador, Daisaku Ikeda, é “Promover um fluxo constante de cidadãos globais comprometidos a viver uma vida de contribuição”. Em nosso currículo, temos um forte programa de educação básica no qual nossos estudantes podem desenvolver as habilidades de pensamento crítico e de comunicação, essenciais em qualquer carreira que eles busquem para se tornar capazes de contribuir para a sociedade. Uma forma na qual promovemos essa ação é criando uma comunidade internacional da universidade. Assim, 50% dos nossos estudantes vêm de fora dos Estados Unidos e somos afortunados por oferecer generosos auxílios financeiros para esse propósito. Além disso, um dos princípios centrais que o nosso fundador ofereceu à Universidade Soka da América é “Criar líderes para a coexistência criativa entre a natureza e a humanidade”. E isso realmente reflete as expectativas do nosso fundador de que os jovens assumirão essa responsabilidade. - A COP 30 será realizada no Brasil em 2025. Qual sua percepção sobre essa oportunidade? Dr. Feasel: Faz sentido que a COP 30 seja realizada na Amazônia, assim, o mundo poderá vir e aprender com o Brasil essa importância e o espírito de prioridade da sustentabilidade. E, claro, ter o foco nos jovens é fundamental. Com a COP 30, penso e espero que a juventude brasileira lidere o mundo, para realmente criar essa harmonia entre a humanidade e a natureza. “Pensamento global, ação local” São três os grandes eixos programáticos que guiarão as ações do Instituto Soka nesse vigoroso avanço, apresen­tados no evento: Sementes da Vida: A partir de agora, será um progra­ma que trabalhará os projetos e ações de preservação da biodiversidade amazônica, com enfoque em sementes e mudas florestais. Cidadão Global Amazônia: Terá como foco o incentivo a jovens pesquisadores e estudantes que tenham interesse em desenvolver projetos e estudos com base na RPPN Dr. Daisaku Ikeda e temas voltados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. Educação Ambiental Soka: Será inaugurada uma etapa das ações de Educação Ambiental do Instituto Soka Amazônia, ampliando seu alcance e possibilidades de criação de agentes multiplicadores. Para a viabilização gradativa e consistente dos Projetos 2030 do Instituto Soka Amazônia, está sendo constituído um fundo específico, visando estruturar com segurança e transparência as fontes e destinação dos recursos para os projetos. Os participantes dos eventos comemorativos inauguram essa primeira fase da iniciativa. Fotos: Brasil Seikyo

08/08/2024

Curtas

Ações pelo futuro do planeta

O Departamento Ambiental (Depam), que integra a Coordenadoria Cultural da BSGI, realizou um encontro, de forma híbrida, com o tema “Mudanças Climáticas: Consequências e Soluções” nas dependências do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, no dia 15 de junho. “A atividade objetivou abordar o conteúdo proposto, tendo em vista a recente tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul”, declara o responsável pelo Depam, Felipe Suzuki. O evento contou com quatro apresentações de diferentes profissionais e estudiosos da área ambiental (engenheiro florestal, bióloga, geógrafa e química). Assim, com as explicações dos especialistas, foi possível entender como as mudanças no clima têm influenciado os fenômenos naturais, agravando suas consequências. A partir dessa constatação, salientou-se a importância de medidas como a diminuição da utilização de combustíveis fósseis, consumo sustentável, atividades socioambientais e ações pela concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com base em conceitos como “revolução humana” e “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), postos em prática pelos membros da Soka Gakkai. Um diálogo proporcionou aos participantes compartilhar experiências em prol dos ODS e propostas de soluções como boas práticas que empreendem em sua residência e comunidade. O Depam foi oficializado em maio de 2018 e tem como missão formar agentes ambientais, cidadãos planetários com base no humanismo Soka. Participantes do encontro do Depam realizado de forma presencial e virtual (15 jun. 2024) Foto: Colaboração local

04/07/2024

Notícias

Ações urgentes

No dia 9 de novembro, o Instituto Soka Amazônia sediou a 8ª edição do Seminário Águas da Amazônia, reunindo especialistas de segmentos ligados à temática. Promovido em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e com apoio de outras instituições parceiras, o encontro não poderia acontecer em época mais vital pela série de eventos climáticos extremos que tem atingido a Amazônia, que sofre a maior seca dos últimos 122 anos. São graves as consequências para a biodiversidade e populações locais. “O momento requer que possamos refletir e partir para ações a fim de mudar o futuro da sociedade e construir um mundo melhor”, afirmou Luciano Nascimento, diretor do instituto. O desafio de garantir acesso a água potável e segura é um dos gargalos principais e foi alvo de estudos apresentados. Também se versou sobre o resgate da memória e identidade, levando os presentes a refletir sobre as várias formas de entender o local em que vivemos e até a nossa própria existência. O Instituto Soka realiza diversas atividades de educação ambiental, aproximando principalmente estudantes de escolas públicas, comunidades ribeirinhas e funcionários de empresas parceiras. Tudo para promover a consciência cidadã, dentro do grandioso esforço de garantir o planeta para as próximas gerações. A diretora de Tecnologia Social do Inpa, Dra. Denise Gutierrez, fortaleceu o trabalho conjunto com o Instituto Soka, “No entendimento que somos depositários de riquezas naturais importantes que são advindas da floresta amazônica e nós lutamos por ela”. Há muitos projetos em vista do Instituto Soka para 2024, que envolvem intercâmbios educacionais e disponibilização de estudos científicos, conforme sinalizou o coordenador de Educação Socioambiental do Instituto Soka Amazônia, Jean Dinelly Leão. Confira no site do instituto abaixo, onde pode ser acessada também a íntegra do seminário. Fique por dentro das novidades acessando o site do instituto, onde poderá ainda assistir a íntegra do seminário: https://institutosoka-amazonia.org.br/ No topo: Foto comemorativa do seminário realizado na sede do Instituto Soka Foto: Colaboração local

22/11/2023

Notícias

Pela vida no planeta

Com o pioneirismo que marca a atuação do Instituto Soka Amazônia desde a sua criação, é selado importante compromisso para fazer frente aos desafios ambientais e da preservação da biodiversidade da Amazônia, um tesouro inestimável para a humanidade. A data não poderia ser mais bem representada. Na comemora­ção do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, uma parceria inédita na Amazônia une, de forma ainda mais próxima, o Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra, principal declaração global para um futuro de plena coexistência. Esse foi o ápice da programação da Semana do Meio Ambiente do instituto, sob o tema “Consciên­cia e Ação: Reconectar à Vida, Cuidar do Planeta”. Foi promovida na sede do instituto, com diversificadas atividades de estímulo à reflexão e às ações práticas de cidadania. Ética do cuidado A afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional é a primeira assinalada na Amazônia, e abre caminhos para a realização de projetos e iniciativas que buscam fortalecer a consciência de interdependência e cuidado de todos os atores sociais para a proteção da vida, o planeta para as futuras gerações. A garantia de esforço conjunto foi destacada pelo diretor-presidente do instituto, Luciano Nascimento, relembrando que há mais de vinte anos essa relação colaborativa já existia, a começar pelas diversas referências à Carta da Terra feitas pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, o pacifista Dr. Daisaku Ikeda, em suas propostas de paz sugeridas à Organização das Nações Unidas (ONU). E a várias publicações e exposições nas quais o conjunto de princípios da declara­ção foi abordado, a exemplo da mostra atual Sementes da Esperança e Ação, apresentada recentemen­te em Manaus. “A Carta visa colaborar no sentido de construir uma sociedade global, justa e pacífica. Por compartilhar destes mesmos princípios, o instituto se afilia hoje com o compromisso de trabalhar por um futuro sustentável, e uma sociedade baseada no princípio de respeito máximo à dignidade da vida”, fortaleceu Luciano. A diretora executiva da Carta da Terra Internacional, Mirian Vilela, veio diretamente da Costa Rica para participar da cerimônia, acompanhada das consultoras Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa. Mirian manifestou sua alegria em conhecer de perto a Amazônia e as instalações do instituto, localizado às margens do encontro dos rios Negro e Solimões, e em fortalecer, uma vez mais, a contribuição com a SGI, os membros e as autoridades. Ela reforçou que, antes mesmo de a Carta da Terra ser lançada, a parceria com a Soka Gakkai já era realidade, iniciada no processo de consulta e redação. No lançamento, em 2000, promoveram um evento no qual universidades, governos locais e escolas foram convidados a fazer uso da Carta como referência ética. Depois vieram as exposições temáticas Sementes da Mudança, em Johanesburgo, Rio+10; e Sementes da Esperança: A Carta da Terra e o Potencial Humano. Nos dez anos da Carta, em 2010, nova exibição de Sementes da Esperança; e, em 2020, Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade. Todas essas iniciativas tiveram o propósito de educação, inspiração e novas concepções no sentido de conectar não apenas a mente, mas o coração das pessoas. “E mostrar que cada pessoa pode fazer uma grande diferença”, assinalou Mirian. O momento é de expansão, segundo Mirian. “E agora com o Instituto Soka, de fazer muitas coisas com essa visão comum que temos, de colaborar, assim como os di­ferentes rios que margeiam a sede do instituto, que se encontram e formam um rio maior”, ressaltou. “E é assim que sinto também com essa parceria de hoje, entre o instituto e a Carta da Terra.” São várias as possibilidades que se abrem com essa afiliação, por meio de programas e atividades que visam engajar e empoderar as pessoas para um novo sentido de interdependência global e uma responsabilidade compartilhada pelo bem-estar da família humana, da comunidade de vida e das gerações futuras. Os jovens, portanto, estão na ordem de prioridade dos projetos parceiros, objetivando criar espaços multiculturais para que, a partir da visão de mundo que os jovens têm atualmente, possa ser cultivada a ética do cuidado. Sensibilidade humana “O mundo precisa de mais harmonia, de mais sensibilidade”, reforçou Mirian, tecendo comentários sobre o aprendizado que absorveu do Dr Ikeda, que também é fotógrafo, por ter visualizado há trinta anos o que muitos não se davam conta. Erigiu o instituto nesse local emblemático, área que tinha sofrido perdas de árvores em sua cobertura de florestas. “Para isso, é preciso sensibilidade humana. E é o que vemos aqui hoje. Passadas três décadas, o resultado é a cobertura florestal já respondida. Sabemos que há muito ainda a ser feito, e agora com a colaboração de mais instituições”, disse. “Devemos trabalhar nossa capacidade de enxergar além do que realmente vemos.” Do Japão, uma comitiva liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, marcou presença no significativo momento, ocasião em que foi lida por ele mensagem do fundador do instituto, Dr. Daisaku Ikeda (veja íntegra abaixo). A solenidade contou ainda com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori; do cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, e demais autoridades locais. Luciano Nascimento, presidente do Instituto Soka, solicitou ao Sr. Harada que transmitisse ao Dr. Ikeda que esforços não serão poupados para esse pleno desenvolvimento almejado. Ao fazer uma analogia com a árvore sumaúma, nativa da Amazônia, considerada a “árvore da vida”, vital para a natureza, reforçou ser o Instituto Soka Amazônia essa semente de futuro plantada pelo presidente Ikeda. “As raízes dessa sumaúma do instituto estão se tornando essa grande fonte que nutre nossa vida de coragem esperança e se tornará o grande castelo de proteção da Amazônia.” No fechamento da cerimônia, foram entregues homenagens da Carta da Terra Internacional, pelas quais são expressos “gratidão” e “apreço” à SGI, por mais de duas décadas de colaboração; e ao presidente Daisaku Ikeda “por sua liderança por mais de seis décadas e significativas contribuições para um mundo mais sustentável e pacífico”. Para selar a significativa parceria, foi programado um plantio comemorativo. A espécie escolhida foi uma muda de chuva-de-ouro-amazônica, plantada pelo presidente Harada e por Mirian Vilela, ao lado de dois integrantes da comitiva da SGI, Sra. Yumiko Kasanuki, coordenadora das mulheres, e Sr. Shinji Shimizu, vice-presidente. A chuva-de-ouro da Amazônia é uma espécie largamente utilizada na arborização urbana. Mensagem do fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda O fato de realizar a cerimônia de afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional, que conduz a era rumo à construção de um mundo sustentável, neste significativo Dia Mundial do Meio Ambiente, representa um novo passo repleto de esperança. Externo meu profundo agradecimento por ter a honra em receber uma homenagem, nesta auspiciosa cerimônia, prestada pela Carta da Terra Internacional à SGI e a mim. Na realidade, amanhã, 6 de junho, é o dia em que celebramos os 152 anos de nascimento do nosso mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi. O Prof. Makiguchi, proeminente e singular geógrafo, que também admirava sinceramente as terras da Amazônia, era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele faleceu como mártir na prisão por sua crença na paz. Gostaria de dedicar a homenagem de hoje ao meu predecessor e receber respei­tosamente esta honraria junto com os amigos da Amazônia e de todos os recantos do Brasil, que diuturnamente lutam pelo bem da sociedade. Muito obrigado. Passaram-se 23 anos desde a instituição da Carta da Terra. Nesse ínterim, as questões enfrentadas pela humanidade se tornaram cada vez mais urgentes, e sinto profundamente que o significado da Carta da Terra é cada vez maior. No preâmbulo da Carta da Terra consta uma passagem inspiradora que diz: “O desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais”. Penso que “ser mais” significa demonstrar, de forma grandiosa, com espírito de compaixão e de coragem, os ideais de paz e de coexistência, e a sabedoria da criação de valor. Nos escritos budistas do Oriente consta: “Então, tanto a própria pessoa como as outras sentirão a alegria de possuir sabedoria e compaixão.1 O movimento impulsionado pelos ilustres senhores da Carta da Terra e o nosso movimento pela revolução humana fundamentado no budismo estão ligados em espiritualidade pelos princípios em comum. Nesse sentido também, deposito minha expectativa e tenho plena convicção de que ambas as instituições, juntas, abordando diversos temas e promoven­do a atividade educacional com foco na geração jovem, expandirão a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração. Espero que, sob a liderança da Carta da Terra Internacional, a começar pela nobre atuação da Dra. Vilela, a “educação ambiental”, que é o pilar do Instituto Soka Amazônia, se desenvolva ainda mais no seio da sociedade. Para concluir minha mensagem de congratulações, ao mesmo tempo que anseio que ambas as instituições, as quais firmaram a afiliação no dia de hoje, trabalhem juntas visando criar um futuro para superar as dificuldades enfrentadas pela humanidade, envio minhas sinceras orações para que todos os senhores e senhoras, portadores de grandioso coração, promovam a marcha conjunta da grande alegria. Daisaku Ikeda Fundador do Instituto Soka Amazônia Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 146. Portas e coração abertos A Semana do Meio Ambiente se desenvolveu de 3 a 7 de junho, abrindo as portas da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) para o público participar de programação que incluiu diversas atividades educativas de experimentação e práticas de proteção da natureza. Destaque também para o seminário ocorrido no dia 6, com painéis de especialistas do Instituto Soka Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e uma mesa-redonda com Mirian Vilela e consultoras da Carta da Terra Internacional. Momento da entrega de homenagem, feita por Mirian Vilela ao Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo Sr. Minoru Harada na cerimônia. Mirian Vilela profere palestra no encontro em Manaus Representantes participam de plantio comemorativo, tendo como muda escolhida a espécie chuva-de-ouro No topo: Termo de afiliação é mostrado ao público, ato que leva ao palco, da esq. para a dir., o cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, o presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, que segura a pasta junto com a diretora da Carta da Terra Internacional, seguida pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-11), desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva Assista Vídeo das solenidades em Manaus acessando o canal Brasil Seikyo TV pelo link: www.youtube.com/watch?v=8n7772kssDk Fotos: BS

22/06/2023

Especial

Abraço coletivo

REDAÇÃO “Myoho-renge-kyo é a natureza de buda que existe em todos os seres vivos.”1 Essa afirmação do buda Nichiren Daishonin (1222–1282) revela algo muito especial, frequentemente discutido dentro da Soka Gakkai: a dignidade da vida humana. Todos os seres humanos são essencialmente dignos, e compreender a importância da vida de cada um é essencial para o convívio harmonioso na sociedade. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), filósofo e humanista, sempre ressalta esse aspecto em suas reflexões. Em uma delas, exprime que “O budismo ensina o valor e a dignidade de todas as formas de vida. Por isso, proteger e prezar a vida deve constituir a filosofia fundamental dos praticantes budistas”.2 Voltando à frase de Daishonin, ele afirma que todos os seres vivos possuem o estado de buda. Na sociedade, mediante tantas situações que vivenciamos ou que tomamos conhecimento, é até comum que inicialmente sejamos levados a sentimentos como tristeza, desesperança ou mesmo a revolta. Porém, sob a luz dos ensinamentos budistas, aprendemos sobre a nobre missão de prezar a vida e, consequentemente, cada pessoa. Não podemos ignorar o fato de que agimos de acordo com a condição de vida que manifestamos e, por vezes, algumas pessoas cometem atos impensados. É nesse ponto que percebemos a importância do empreendimento chamado kosen-rufu, pelo qual cada indivíduo desperta para seu imenso potencial e compreende como é essencial empoderar também os demais acerca dessa mesma consciência. Atuar em prol desse ideal é uma das facetas de prezar a vida, na qual você não se prende somente ao seu desenvolvimento, mas se dedica a evidenciar o melhor no outro. Prezar a si e ao outro Colaborar para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade é um caminho no qual existem algumas etapas. Uma delas é a do desenvolvimento individual, ou do prezar a si mesmo. Nessa “fase”, aprendemos a importância de reconhecer nossas qualidades, potencialidades e nossos tesouros internos e valorizá-los. Quase paralelamente surge o autoaprimoramento e a compreensão de pontos que precisam ser melhorados. É no convívio com outras pessoas que polimos esses aspectos da nossa vida e assim podemos transformar nosso interior de maneira profunda. É por meio do autoconhecimento que despertamos também para a importância de prezar o outro. Não é fácil chegar até aqui. E, com o estudo do budismo, aprendemos que, com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, conseguimos transformar o coração. Baseando-se na frase de Nichiren Daishonin, o presidente Ikeda afirma: “Portanto, se você recitar Nam-myoho-renge-kyo, mesmo uma única vez, diz ele [Nichiren], ‘estará chamando e reunindo ao seu redor a natureza de buda de todos os seres vivos’3 e sua própria natureza de buda também será ‘ativada e evidenciada’”.4 Zelar pelo núcleo familiar Nos últimos meses, muito se falou sobre quanto as relações familiares foram impactadas pela pandemia. Entre aspectos positivos e negativos, tivemos muitas boas notícias a respeito de como as relações foram aprimoradas nesse período. Prezar a família está relacionado com aspectos como zelar pela saúde, estreitar as relações, dialogar, saber se o outro está bem, interessar-se de verdade por aquelas pessoas. Aumentaram as oportunidades de convívio, cresceram os momentos de dizer “eu te amo”. O presidente Ikeda declara: Como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, devemos cuidar dos nossos integrantes da família e estimá-los. É importante que realizemos nossa revolução humana e nos desenvolvamos de modo que possamos nos tornar fonte de luz transmitindo o brilho da esperança a todos. O caminho direto para a construção da harmonia familiar é cada qual se transformar num radiante sol dentro da família.5 Atenção ao bloco e à comunidade Uma maneira de exercitar o cuidado com as pessoas, além do nosso núcleo familiar, é o empenho nas organizações de base da BSGI. O companheirismo entre os membros do bloco e da comunidade forma uma sublime relação que deve ser permeada pelo respeito e conduzida pelo humanismo. Em essência, zelar pelos nossos companheiros de organização é algo que o presidente Ikeda sugere com certa frequência, conforme ele orienta: Vamos nos empenhar em prezar cada pessoa, e juntos dialogarmos e nos incentivarmos mutuamente desejando o desenvolvimento da nossa localidade e da sociedade conforme o desejo de Nichiren Daishonin”.6 Combater a violência Outra questão essencial quando se pensa em prezar a vida é o combate à injustiça e à violência, sendo a violência urbana um fenômeno recorrente nos tempos atuais. Conforme as cidades evoluem comercial e demograficamente, elas atraem para si tanto o bônus como o ônus, intrínsecos ao desenvolvimento. Temos cada vez mais acesso a notícias sobre injustiças sociais, violência doméstica, física, verbal e moral. Como reagir a isso tudo? Enquanto budistas, aprendemos a importância da oração e da ação, sem uso da violência, utilizando a sabedoria. O diálogo é fundamental em todas as esferas e em todos os momentos. Como diz o personagem Jiro Honda, da obra Jiro Monogatari, “Sem o combate à injustiça, não pode haver um mundo de amor, harmonia e criação. E, sem um mundo assim, não pode haver orgulho nem alegria na vida”.7 Nossas orações têm o poder de harmonizar qualquer situação e é por meio das nossas ações, sempre prezando pelo bem social, que elas tomam forma. Zelar pela saúde Dentro da ideia de “prezar a si”, podemos relacionar ações concretas (obviamente dentro da realidade de cada um), tais como desenvolver bons hábitos de higiene, ter maior cuidado com a alimentação, não descuidar da saúde mental, realizar atividades físicas etc. Cuidar da própria saúde é, também, uma maneira de prezar as pessoas com as quais convivemos. Sobre a relação entre saúde individual e desenvolvimento social, o Dr. Ikeda afirma: Só será possível alcançar um século de verdadeira felicidade, paz e saúde quando as pessoas do mundo inteiro evidenciarem o brilho da dignidade da vida, e todos puderem desfrutar juntos uma vida longa e realizada. Essa é a razão de existir do nosso movimento budista.8 Utilizando palavras do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, o Dr. Ikeda fala sobre o real significado de felicidade e destaca a importância da SGI nesse contexto: Makiguchi sensei afirmou: “O principal requisito para a felicidade é saúde. E o segredo da saúde é se manter ativo”. Essa era sua firme convicção. A SGI é um oásis espiritual. Empreender ações visando o kosen-rufu ao lado dos nossos companheiros da organização nutre nossa vida, infundindo em nosso ser a energia que eleva nossa saúde e energia vital, e constitui um manancial de felicidade.9 Cuidar do planeta Quando nos referimos a “prezar a vida”, um dos aspectos que normalmente está vinculado é o cuidado com o meio ambiente. O princípio budista de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), revela a necessidade de elevar nossa condição de vida, com a recitação do daimoku, para nos relacionar positivamente com o mundo.10 Dentro dessa lógica está contida também a necessidade de zelar pelo planeta. É muito comum encontrar registros da forma como o Dr. Daisaku Ikeda pensa as questões ambientais, e suas propostas de paz enviadas anualmente à Organização das Nações Unidas (ONU) são bons exemplos disso. A Proposta de Paz de 2016, por exemplo, traz reflexões e proposições sobre temas como altruísmo, importância do diálogo e abolição das armas nucleares como abordagens para a valorização da vida. Além disso, ele delega aos jovens o papel principal da transformação da sociedade: Mais que tudo, é a profundidade do compromisso que vive no coração da geração mais jovem que transformará o mundo onde armas nucleares ameaçam a vida e a dignidade das pessoas num mundo onde todas as pessoas vivam em paz e manifestem plenamente a sua dignidade inerente.11 Ação conjunta O que moverá a sociedade para o caminho de valorização da vida é a conscientização do respeito mútuo. Porém, até que se atinja a coletividade, é fundamental o aprimoramento individual. Na SGI, o ato de valorizar a vida perpassa questões que envolvem os indivíduos e também o mundo, baseando pensamentos, palavras e ações na Lei Mística de Nam-myoho-renge-kyo. Nesse sentido, valorizar a vida não é uma ação furtiva, mas uma missão, conforme orienta o Dr. Ikeda: Nada é tão vasto e poderoso como a vida dos bodisatvas da terra que recitam Nam-myoho-renge-kyo e ensinam outras pessoas a fazer o mesmo. Nosso movimento pelo kosen-rufu é um grande empreendimento — que abrange os céus, a terra e todos os seres vivos — para revelar a natureza de buda, o poder positivo inato das pessoas que foram devastadas pelo desespero e pelos infortúnios, divididas pela desconfiança e pelo conflito. Nossos nobres membros, enquanto desafiam a própria revolução humana e combatem corajosamente os muros do carma que os afrontam, também oram pela felicidade das pessoas e pela paz no local em que residem. Rompendo as barreiras que dividem corações e mentes, eles construíram uma rede global dedicada à realização do ideal de Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”.12 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 135, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 15, p. 284, 2019. 3. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 135, 2020. 4. Terceira Civilização, ed. 638, out. 2021. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.352, 31 dez. 2016. 6. Idem, ed. 2.166, 2 fev. 2013. 7. KOJIN, Shimomura. Jiro Monogatari. Tóquio: Kokudosha Co. Ltd., 1975. p. 374. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.356, 28 jan. 2017. 9. Ibidem. 10. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.443, 10 nov. 2018. 11. Terceira Civilização, ed. 573, maio 2016. 12. Idem, ed. 638, out. 2021. Prezar a vida diariamente Muito do que fazemos em nosso dia a dia configura “prezar a vida” tanto individual como coletivamente. Listamos aqui alguns pontos: Atenção com a alimentação Nos últimos meses, Brasil Seikyo trouxe em suas páginas algumas dicas da nutricionista Ana Paula Cony alertando para os cuidados com a alimentação e seus reflexos na saúde como um todo. Cuidar da saúde física é uma forma de prezar a vida. Abaixo, segue a lista dos textos e em qual edição de Brasil Seikyo encontrá-los: 2.546 – Voltando pro Eixo – alimentação após as festas de fim de ano. 2.551 – Comida de Verdade – alimentação em tempos de pandemia. 2.560 – Micro-organismos do Bem – cuidados com o intestino. 2.571 – O Melhor Combustível – relação entre cérebro e cuidados com o intestino. 2.576 – Pele Bem Cuidada – Relação entre a derme e a alimentação. 2.580 – Leve como uma Pluma – cuidados com a alimentação para ter um bom sono. Mente sã: a minha e a do próximo Colunista sobre psicologia no Brasil Seikyo? Essa novidade, assim como a nutricionista, foi um dos diferenciais do jornal neste ano. Rosa Carbone, psicoterapeuta, especialista em terapia cognitiva comportamental, vem colaborando com o periódico por meio de textos que nos faz perceber a importância de cuidar da nossa mente e de como apoiar aquelas pessoas mais próximas que atravessam alguma dificuldade de cunho psicológico. Junto com a prática budista, buscar cuidados com especialistas da saúde mental ou física constitui passos importantes para o desenvolvimento não só de si mesmo, mas também de núcleos ao redor, como família e amigos. Revisite aqui os textos de Rosa Carbone para BS: 2.548 / 2.549 – Cuidado em Dobro – cuidados com a mente em épocas de isolamento social. 2.559 – Solte o Verbo – somatização. 2.567 – Donos da Própria Mente – TEPT: transtornos de estresse pós-traumático. 2.576 – Mergulho em Si – diferença entre psicoterapia, psicanálise e terapia. Educação Dedicar-se a estudar é fator fundamental para o desenvolvimento individual e, consequentemente, para se abrir ao mundo, o que impulsiona o pensamento de prezar a vida. Educar-se, assim como colaborar na educação de outras pessoas, também é prezar a vida. Em uma mensagem enviada em 2004, para a Coorde­nadoria Educacional da BSGI, o Mestre enfatiza: A educação é o grande caminho que assegura a herança do humanismo do passado para o futuro. Espero que atuem como altivos pioneiros da educação humanística e avancem imponentemente pela estrada da unidade budismo-educação. Vamos construir prazerosamente o “século da educação” e o “século da Coordenadoria Educacional do Brasil”.1 Leitura e estudo Assim como a educação, a leitura tem um grandioso poder: o de abrir a mente das pessoas. Ferramenta essencial para o desenvolvimento humano, por ser uma das formas de adquirir conhecimento e autonomia de pensamento, a leitura também é um fator considerável para o ato de prezar a vida. Fazer uma leitura mais crítica de obras literárias para refletir de forma mais abrangente é importante. Ikeda sensei frequentemente indica a leitura de obras clássicas ou cita destacados autores da sociedade contemporânea. Para os que não gostam muito de ler, uma dica valiosa é a experimentação. Ler um pouco dos clássicos, ou de ficção, ou de biografias etc. até descobrir o gosto pela leitura. Os audiolivros também são alternativas que podem ajudar bastante. Zelar pelo ambiente Ações concretas visando ao desenvolvimento global são um dos pontos fortes da BSGI. Por exemplo, a Divisão dos Jovens (DJ) está engajada em popularizar as ações da agenda 2030, tendo como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pela Organização das Nações Unidas (ONU), assim como desenvolver ações que colaborem para o seu estabelecimento. Outro exemplo é o do Instituto Soka Amazônia (ISA) que, por diversas frentes, atua incessantemente com ações de replantio, estudos sobre as águas e eventos de conscientização que abrangem um público cada vez maior. Sobre essa amplitude e também sobre as ações de plantio, o ISA lançou, recentemente, em parceria com instituições, o aplicativo Tree Earth, que ajuda no acompanhamento do desenvolvimento de mudas que foram plantadas com apoio da instituição. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.735, 14 fev. 2004.

18/11/2021

Notícias

Divisão dos Universitários em ação

REDAÇÃO Desde que foi fundada, a Divisão dos Universitários (DUni) da BSGI vem assumindo a honrosa responsabilidade de expandir os ideais do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, não somente para os membros da organização, mas também para a sociedade. No dia 6 de novembro, os integrantes do grupo de estudos sobre a obra do Dr. Daisaku Ikeda do Núcleo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promoveram um encontro que abordou o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), parte da Agenda 2030. A mesa de trabalhos contou com a presença de Eliane Jocelaine, secretária de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, pelo município de Campinas (SP), a qual iniciou suas palavras refletindo sobre a paz, não como utopia, mas como algo a ser construído e que beneficie a coletividade. “A paz deve ser um elemento de motivação, para que nos reconheçamos interdependentes e possamos, a partir disso, construir hoje propostas mais integradas e inclusivas”, declara Jocelaine. Múltiplas possibilidades Inclusão é um tema que vem sendo cada vez mais discutido em diferentes esferas: da acessibilidade urbana a questões educacionais e profissionais. Cientes disso, os membros da DUni da RM Jabaquara (Sub. Congonhas, CNSP) decidiram levar o assunto para a atividade da divisão, já que é comum entre eles realizar esse tipo de diálogo informativo, explorando a temática no dia a dia. Nayara Ramos, responsável pela DUni da RM, afirma: “Sempre que apresentamos temas dessa importância aos jovens, mostramos não somente dados e fatos relacionados, mas também como pôr o tema em prática de acordo com a visão budista de prezar cada ser humano. A proposta é que cada um se coloque em posição de vanguarda e, com um pouco mais de conhecimento, mude o ambiente ao redor da melhor forma possível”. Nayara também revela que existe uma preocupação por parte da DUni em ampliar o rol de assuntos a ser discutidos nas atividades da divisão, porque é ali que eles terão a oportunidade de discuti-los da ótica dos direcionamentos do presidente Ikeda. Para ela, esse processo oportuniza uma transformação profunda em cada indivíduo: “Sabemos que é necessária uma grande mudança, porém ela acontece primeiro no coração de cada jovem, em cada família e em cada localidade até se refletir de forma grandiosa na sociedade como um todo”. Temas atuais são pauta constante nos encontros dos universitários da RM Jabaquara No topo: encontro do Polo Unicamp contou com presença de Eliane Jocelaine, secretária de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, pelo município de Campinas (SP)

11/11/2021

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Aplicativo a favor do verde

REDAÇÃO Em ação conjunta, Instituto Soka Amazônia (ISA), Fundação Rede Amazônica (Fram) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) promoveram um ciclo de diálogos, iniciado em maio e encerrado em grande estilo nos dias 20 e 21 de outubro. O 6º Seminário Águas da Amazônia foi transmitido via internet, mas também contou com participação presencial, seguindo todos os protocolos de segurança recomendados pelos ór­gãos de saúde. Entre os presentes estavam Marcya Lira, secretária executiva do Fram; Dra. Denise Gutierrez, coordenadora de tecnologia social do Inpa; e Akira Sato, presidente do ISA. Integrante da programação da 18a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema estabelecido para 2021 foi a “Transversalidade da Ciência, Tecnologias e Inovações para o Planeta”, o 6º Seminário Águas da Amazônia procurou discutir justamente os três aspectos centrais do tema à questão das águas amazonenses. Como especialistas, foram convidados Thiago Terada, CEO da Águas de Manaus, empresa responsável pelo abastecimento hídrico, coleta e tratamento de esgoto da capital; e o Dr. Sávio Ferreira, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Thiago Terada explanou sobre a busca de eficiência na gestão dos recursos hídricos na área urbanizada do município, assunto de grande interesse nacional. Já o Dr. Sávio discorreu sobre o efeito da expansão urbana da cidade de Manaus nos igarapés, e ressaltou alterações consideráveis nesses cursos d’água, comparando informações coletadas entre aqueles que ficam próximos às áreas urbanizadas e os que ficam mais distantes. Tree Earth Na ocasião, foi lançado também o aplicativo Tree Earth, parceria entre o ISA, VS Academy, Faculdades Idaam e Fram, cuja principal funcionalidade é, via geolo­calização, monitorar o plantio e o desenvolvimento de mudas plantadas ou apoiadas pelo ISA. Vicente Tino, CEO da VS Academy, idealizador do aplicativo, revela que o projeto foi desenvolvido a partir da necessidade do Instituto Soka Amazônia de apresentar à sociedade os resultados dos esforços empreendidos no plantio das mudas. Tino nos conta também que o projeto avançou tanto que ganhou outras funcionalidades, como calcular a emissão de gás carbônico do usuá­rio a partir dos seus hábitos. Veja no BS+ Notícia comple­ta sobre o lançamento do aplica­tivo Tree Earth em: https://app.brasilseikyo.com.br/conteudo/999559914/instituto-soka-amazonia-lanca-aplicativo

04/11/2021

Notícias

Proteger a vida

REDAÇÃO / COLABORAÇÃO LOCAL No dia 21 de setembro, o Instituto Soka Amazônia (ISA), em conjunto com a Fundação Rede Amazônica, realizou a conferência Consciên­cia Limpa XP: Caminhos e Oportunidades para uma Manaus mais Arborizada. O evento presencial, transmitido também pelas redes sociais, foi a segunda live organizada em setembro pelo Instituto Soka Amazônia; a primeira ocorreu no dia 14 com abordagens sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O segundo encontro contou com representantes de ambas as instituições, bem como da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Cientes da importância da bio­diversidade da Floresta Amazônica, fundamental para a sobrevivência de diversas espécies animais, os conferencistas destacaram aspectos como apoio ao Banco de Sementes e a prévia produção de mudas, etapas essenciais para obterem resultados concretos. Sobre as mudas, Jean Dinelly, representante do Instituto Soka Amazônia, sugere atenção ao tempo de preparação (sete a oito meses) e do olhar cuidadoso que se deve ter com elas, pois cada espécie requer trato específico. Seguindo o diálogo, levantou-se ainda a necessidade de as empresas desenvolverem uma profunda consciência ambiental para que ações como essas alcancem sucesso. Marcia Lyra, diretora da Fundação Rede Amazônica, esclareceu que a instituição não trabalha diretamente com plantio de mudas, daí a parceria de projetos com o Instituto Soka Amazônia, que realiza com maestria esse tipo de ação. Uma das falas mais impactantes do evento foi quando Jean Dinelly, ao ser perguntado sobre os desafios que enfrentam, citou o raciocínio do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, de que se trata de “um cenário de oportunidades para todos aqueles que desejam proteger a vida e a vida da floresta”, sendo o ISA o local propício para tal. Em continuidade às ações para este ano, a próxima live está programada para o dia 20 de outubro e o tema será 6o Seminário das Águas, 18a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Sobre o futuro, Akira Sato, diretor do Instituto Soka Amazônia, declara: “Junto com a Fundação Rede Amazônica, temos promovido debates sobre sustentabilidade, e agora nos parece oportuno envolver mais agentes nessas discussões e expandir o conceito de que pequenas ações somadas se transformam em grandes resultados. É o caso da arborização em Manaus, para a qual contribuímos de forma prática, seguindo o princípio que o fundador do ISA, Dr. Daisaku Ikeda, vem difundindo pelo mundo de que ‘seres humanos e meio ambiente exercem influência um sobre o outro’”.

30/09/2021

Especial

Um discurso pela era do soft power

REDAÇÃO Há trinta anos, em 26 setembro de 1991, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, expressava suas ideias no emblemático discurso que proferiu na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Com o tema “A Era do Soft Power e da Filosofia de Motivação Interior”, trouxe uma análise profunda e revolucionária sobre o comportamento humano no contexto social o qual se apresentava, pela ótica do humanismo budista. A palestra em Harvard significou, além disso, ampla perspectiva no mundo intelectual em defesa da paz e da dignidade da vida. Provocar a mudança O fim da década de 1980 e o início da década de 1990 representam um período de transições e de conflitos no mundo, como o término da guerra entre Irã e Iraque, em 1988, seguido da retirada da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) do Afeganistão, em 1989, após dez anos de invasão; isso culmina na dissolução da URSS posteriormente. Ainda em 1989, cai o Muro de Berlim, marcando o fim da Guerra Fria. No entanto, a década de 1990 se inicia com a Guerra do Golfo. A época é tomada por autoritarismo, intolerância, desvalorização da vida e interesse pelo poder. O cientista político estadunidense e teórico de relações internacionais, Joseph Nye atribui tais características ao que ele denomina “hard power”. No fim da década de 1990, Nye difundiu este como um dos conceitos utilizados pelos Estados em relação ao poder, mas também o “soft power”, que corresponde à persuasão em vez da força. O Dr. Ikeda se aprofundou no conceito de “soft power”, defendendo a crença da automotivação e dos contínuos esforços de cada pessoa para evidenciar seu potencial intrínseco, visando à criação de uma sociedade colaborativa e pacífica — atributos da cultura Soka. Isso significou um impulso na nova corrente de pensamento que surgia em meio a tantos desafios globais. Antes de proferir o discurso em Harvard, Daisaku Ikeda dialoga com o Dr. Neil L. Rudenstine, um homem simples que se formou na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e que na época se torna o 26º presidente de Harvard. O líder da SGI relembra: Perguntei-lhe diretamente: “Em uma época de intensas mudanças como a nossa, quais devem ser as prioridades máximas da educação universitária?” Sua resposta também foi direta: “Primeiro, os estudantes devem adquirir conhecimento básico em seu campo de estudo. Segundo, devem desenvolver uma profunda visão da vida. Se os estudantes possuí­rem uma sólida filosofia, eles serão capazes de realizar mudanças em seu ambiente flexivelmente e continuar a crescer”.1 Fundo de cena O presidente Ikeda descreve aquele setembro de 1991, ocasião da palestra, realizada na cidade de Boston: “À medida que atravessávamos o rio Charles, o Oceano Atlântico ia se destacando à direita. Uma agradável brisa outonal acariciava a superfície do rio. Nosso destino era a Universidade Harvard”.2 O Auditório Weiner da John F. Kennedy School of Government [Escola de Governo John F. Kennedy] foi o local destinado àquele evento. As cadeiras enfileiradas formam um semicírculo em torno do púlpito. Um painel anunciava o título em inglês da palestra “A Era do Soft Power e da Filosofia de Motivação Interior”. O Dr. Ikeda detalha: “Recordo-me de que o evento começou por volta das 18 horas. Além do corpo docente de Harvard, a audiência incluía professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da Universidade Tufts e da Universidade de Boston. (...) Quando terminei, houve uma breve pausa, e então o auditório irrompeu em aplausos. Senti uma profunda gratidão”.3 Após, o próprio Dr. Joseph Nye, diretor do Centro de Assuntos Internacionais de Harvard na ocasião, e o professor Ashton Carter, diretor do Centro de Assuntos Científicos e Internacionais da Escola de Governo John F. Kennedy, expressaram suas considerações. Como tudo começou O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, deu passos significativos para difundir o humanismo Soka no mundo acadêmico ao publicar uma edição revisada da obra de Tsunesaburo Makiguchi — Teoria do Valor (Kachi Ron) — e doar exemplares para 422 instituições acadêmicas em cinquenta países e territórios. Josei Toda dizia frequentemente que o princípio do respeito absoluto à dignidade da vida e o espírito de benevolência que constituem a filosofia budista sustentada pela Soka Gakkai deveriam ser inseridos nas instituições acadêmicas com o objetivo de levar a felicidade às pessoas. “Quando as universidades do mundo inteiro começarem a apreciar a filosofia budista, a estudar e a pesquisar sobre isso, surgirá certamente um novo movimento intelectual”.4 Com sua palestra, Ikeda sensei concretizava também o desejo de Josei Toda. No romance Nova Revolução Humana, ele descreve sobre o primeiro discurso que fez numa universidade fora do Japão, salientando seu anseio de chegar a Harvard. “Quando chegaram ao hotel, Shin’ichi [pseudônimo do presidente Ikeda na obra] disse aos líderes que o acompanhavam: ‘Gostaria de continuar proferindo palestras em universidades para divulgar amplamente o pensamento budista. Chegará o dia em que discursarei em distintas instituições como a Universidade Harvard’”.5 Anos depois, numa época improvável, Daisaku Ikeda discursa nessa universidade e também em vários centros universitários pelo mundo. “Esperava que meu discurso em Harvard, em particular, fosse um ponto de encontro do conhecimento ocidental e da sabedoria oriental, como também um diálogo brilhante tendo como enfoque um sério reexame dos princípios religiosos. Além disso, queria lançar uma nova luz sobre a história da perspectiva do ser humano”.6 Dois anos depois, em 24 de setembro de 1993, realiza o segundo discurso na instituição, intitulado “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21”. “Em ambos os discursos em Harvard, minha intenção não foi expor o budismo como um oriental que se dirige aos ocidentais que pouco conhecem sobre a sua filosofia. Ao contrário, com base em propósitos comuns com meus ouvintes, tentei examinar a questão de como o pensamento budista pode contribuir para o mundo no século 21”.7 Avanço ininterrupto A palestra em Harvard repercutiu amplamente nos Estados Unidos e em vários países, mas, principalmente, impulsionou o movimento pacífico promovido pela Soka Gakkai no campo da educação e da pesquisa com foco na criação de cidadãos globais. Em março de 1993, é inaugurado o Centro de Pesquisas para o Século XXI de Boston, com a meta de se tornar uma rede de cidadãos do mundo. No mesmo ano, é inaugurado o Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos, cuja missão é construir culturas de paz por meio do aprendizado e do diálogo. Além disso, vale salientar a ampliação do sistema educacional Soka com os ideais de formar líderes que atuem em prol da cultura, do humanismo e da paz, e para a coexistência criativa entre pessoa e ambiente. Os temas expostos na palestra sugerem um modelo social de coexistência criativa e pacífica que se inicia com a autorreforma do ser humano. Podem ser considerados respostas assertivas no contexto atual envolto nas crises políticas, humanitárias, ambientais e até diante da crise pandêmica e os desafios socioeconômicos que uma pandemia traz, mas também dos avanços que podem ser realizados. “Hoje, mais de dez anos após meu primeiro discurso, o soft power na informação, conforme demonstrado pela atual revolução de tecnologia de informação, está tendo um forte impacto nos sistemas sociais. Através de recursos como a internet, as pessoas do mundo inteiro estão simultaneamente conectadas. Por essa única razão, mais que nunca, as pessoas necessitam de uma força de motivação interior de autocontrole e consideração pelos demais”,8 conclui. O legado de Harvard Harvard foi fundada em 1636, 140 anos antes da independência dos Estados Unidos, sendo considerada um centro do intelecto no país. É a universidade mais antiga da América. Quando foi fundada, a matéria cálculo não era oferecida pela instituição, pois o cálculo ainda não tinha sido inventado. De suas célebres salas surgiram figuras proeminentes atuantes em todos os campos, entre as quais seis presidentes estadunidenses, mais de trinta ganhadores do Prêmio Nobel e trinta recebedores do Prêmio Pulitzer. A universidade se destaca por atender às exigências dos tempos e da sociedade de abrir as portas da educação para o mundo, sendo referida como “Nações Unidas privada” e um “conglomerado do saber”. Possui 79 bibliotecas, sendo o sistema bibliotecário mais antigo do país. Conta com um Departamento de Estudos de Sânscrito e de Hindi e um Centro de Estudos de Religiões Mundiais. Pontos citados na palestra 1. Substituição permanente do hard power: “Iniciei meu discurso destacando que a força motriz da história quase sempre dependeu do hard power do poder militar, do autoritarismo político e da riqueza, mas que em anos recentes a importância relativa desse poder havia diminuído gradativamente, dando lugar ao conhecimento, à informação, à cultura e às ideias — os instrumentos do soft power. (...) A espiritualidade de automotivação seria o meio para conseguir isso”. 2. Restauração da filosofia: “A filosofia teria crescente importância, e a consciência moral amplamente fundamentada e de valor universal se tornaria cada vez mais necessária. Defendi, portanto, uma restauração da filosofia que desencadeasse a energia inata do indivíduo”. 3. Japão e Estados Unidos: “Meu discurso teve como subtítulo ‘Para o Desenvolvimento de uma Nova Relação entre o Japão e os Estados Unidos’. (...) Discutindo sobre as relações do passado, salientei que a tendência do Japão moderno de oscilar entre os extremos da autoconfiança excessiva e a timidez devia-se à clara falta de autocontrole gerado interiormente”. 4. Contato entre culturas diferentes: “Argumentei ainda em meu discurso que, quando pessoas de diferentes culturas entram em contato, ambas as partes devem atuar a partir de uma espiritualidade voltada para o interior que fortaleça o autocontrole. Nesse sentido, defendi que o princípio budista de origem dependente, que sustenta que todos os seres e fenômenos existem ou ocorrem numa relação com outros seres ou fenômenos, tem grande importância como a chave para criar harmonia”. 5. Unicidade com o ambiente: “Também apresentei o conceito budista da unicidade do ser vivo e seu meio ambiente — a ideia de que o mundo subjetivo do indivíduo e o mundo objetivo do meio ambiente são dois aspectos integrantes da mesma entidade”. 6. Revitalização dos laços humanos: “Numa era de soft power, enfatizei que as pessoas procuram ansiosamente por uma filosofia que restaure e rejuvenesça laços humanos insubstituíveis como a amizade, a confiança e o amor”. Fonte: Terceira Civilização, ed. 397, set. 2001. LEIA O DISCURSO NA ÍNTEGRA no Brasil Seikyo, ed. 1.793, 30 abr. 2005, p. A5. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 397, set. 2001, p. 8. 2. Ibidem, p. 1 e 2. 3. Ibidem, p. 2. 4. IKEDA, Daisaku. Luz do Sol. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. In: Brasil Seikyo, ed. 2.079, 16 abr. 2011, p. A13. Parte 3. 5. Ibidem. 6. Terceira Civilização, ed. 397, set. 2001, p. 3. 7. Ibidem, p. 6. 8. Ibidem, p. 7.

16/09/2021

Notícias

BSGI integra Projeto Primavera Dourada

REDAÇÃO / COLABORAÇÃO LOCAL No dia 1o de setembro foi realizada a cerimônia de inauguração da grande cortina dourada de tsurus [ave japonesa, símbolo de saúde, boa sorte, felicidade, longevidade e fortuna] de papel instalada na entrada principal do Boulevard Shopping Londrina, PR. Essa ação faz parte do Projeto Primavera Dourada cujo objetivo é fomentar a esperança na população, em meio à pandemia; comemorar a chegada da primavera; e divulgar o Setembro Dourado, considerado pelos órgãos de saúde pública o mês da prevenção do câncer infantojuvenil. Além disso, a produção dos pássaros de papel é revertida em fundos pelo shopping para uma organização não governamental (ONG) da cidade. A BSGI da localidade integra a equipe de participantes convidados para a produção das dobraduras em conjunto com outras 23 organizações de origem japonesa presentes na região. E as entidades colaboradoras foram homenageadas com um tsuru de madeira pela participação. No total, foram confeccionados 32 mil tsurus dos quais mil foram produzidos por 25 membros da Divisão Feminina (DF) e da Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI durante o mês de agosto. “Ficou muito bonito! É emocionante de se ver e realmente nos transmite esperança!, cita a vice-responsável pela DF da Sub. Norte do Paraná, Marcia Matsu­naga Moriyama.

16/09/2021

Relato

Por um mundo melhor

Desde criança, acalentava o sonho de fazer algo que tornasse o mundo um lugar melhor para viver. Não sabia ao certo qual carreira escolher, mas meu mestre da vida, Daisaku Ikeda, sempre nos orienta a sonhar grande e foi por meio desse encorajamento que decidi ser cientista. Vencer sempre Pratico o Budismo de Nichiren Daishonin desde pequeno e não me vejo sem esta maravilhosa filosofia. Obtive diversos benefícios e a recitação do Nam-myoho-renge-kyo foi fundamental para a concretização de todos eles. Aos 14 anos, estava focado nos estudos e conquistei duas medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática. Aos 16, fui vitorioso ao conseguir meu primeiro emprego, enquanto ainda estava no ensino médio. Nessa época, decidi ser cientista, pois era apaixonado por matemática, física, química e biologia. Assim, aos 18 anos concretizava o objetivo de entrar na universidade para cursar química e, após vários desafios, realizei, aos 21 anos, um intercâmbio nos Estados Unidos. Retornei ao Brasil com uma certeza ainda maior sobre o meu sonho. Tornar-se cientista não é um caminho fácil e iniciei essa jornada em 2019, ingressando no mestrado em química analítica e inorgânica no Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Confesso que tive um pouco de receio, tamanho era o desafio, mas recitei daimoku para que tudo corresse da melhor forma possível. E foi o que aconteceu. Ao longo da minha pesquisa, meu orientador foi solícito, auxiliando-me com os experimentos e as discussões dos resultados. Meu projeto de pesquisa era difícil, e tive inúmeros problemas. Quando os experimentos finalmente estavam fluindo, teve início a pandemia do coronavírus e interrompi os trabalhos. Na época, havia me inscrito para uma bolsa de mestrado de valor maior, que me dava a oportunidade de realizar um estágio de pesquisa no exterior. No entanto, meu projeto foi recusado duas vezes. No terceiro pedido de reconsideração, já em 2020, fui aprovado, com início do programa em abril. A ideia era estagiar com um professor da Universidade de Helsinki, Finlândia. Contudo, diante do cenário atual, com novas burocracias para o visto, não pude viajar. Fiquei triste, mas foquei no mestrado e aproveitei o período de distanciamento social para escrever o texto do exame de qualificação. Também recitei muito daimoku. Então, preparando-me para a próxima etapa do meu sonho, o doutorado, juntei dinheiro o ano inteiro para pagar a inscrição do processo seletivo. Na universidade que escolhi, devido à pandemia, uma das provas necessárias para a seleção foi eliminada. Com isso, percebi que era a hora certa de aceitar esse desafio e ser vitorioso. Sem desistir Chegou 2021, as atividades presenciais do mestrado haviam sido retomadas, porém num ritmo mais lento. Eu já havia ultrapassado o tempo médio de um curso de mestrado, que geralmente dura dois anos. Para concluir meu projeto de pesquisa, precisaria me esforçar muito, trabalhando de manhã, tarde e noite, sábados e domingos. Em paralelo, recitava o máximo de daimoku determinado a vencer nessa etapa, aliás algo que continuo a fazer. Foi em meio a esses esforços que soube da aprovação no programa de doutorado nos Estados Unidos, com uma bolsa integral e que poderia começar em setembro de 2021. Fiquei muito feliz! Entretanto, para ingressar no curso, precisaria completar o mestrado cuja etapa final é a elaboração da dissertação. Nessa fase, tive apoio da família, que se empenhava comigo na prática da fé, dos meus amigos e companheiros da Gakkai, os quais sempre me ajudavam com incentivos cada vez que eu me sentia desmotivado. Apesar do cenário atual e das dificuldades que tinha pela frente, decidi que transformaria minha situação. Eu me dediquei muito, e seguirei me esforçando. No dia 1º de julho, entreguei minha dissertação e, no dia 10 de agosto, realizei a defesa, último passo para obter o título de mestre. Consegui! Agora, vivo as descobertas do doutorado — um dos maiores objetivos que conquistei. Não foi um processo barato, pois os valores para a inscrição, provas e visto eram em dólar. Mas, sem dúvida, o esforço foi recompensador. Além disso, receber a carta de admissão da universidade foi emocionante. Mesmo tendo de ficar longe fisicamente dos amigos, da minha família e dos companheiros da organização, meu coração estará do lado de cada um deles. Sigo confiante para dar mais um passo rumo ao grande sonho de me tornar cientista e contribuir para que o mundo se torne um lugar melhor. Ter um grande sonho não é fácil. Porém, acreditar no potencial que possuímos e que o Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina a despertar é o caminho para romper os próprios limites. Thiago com a família No topo: no laboratório do Instituto de Química de São Carlos, SP. As fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus Thiago Rubio, 26 anos. Estudante. Resp. pela DMJ do Distrito Rio Claro, Sub. Anhanguera, CLP, CGESP.

09/09/2021

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Instituto Soka Amazônia avança com plantios

REDAÇÃO Em 27 de agosto, o Instituto Soka Amazônia liderou um plantio de 120 mudas de árvores, entre elas espécies frutíferas e ameaçadas de extinção. O evento foi organizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Amazonas. A iniciativa fez parte das movimentações comemorativas do Dia Nacional do Voluntariado, celebrado em 28 de agosto, e, ainda pela manhã, os mais de quarenta voluntários do grupo de caminhada sustentável do Sesc já se preparavam para as atividades. A primeira árvore foi plantada na praça do Sesc em homenagem a um dos alunos da instituição, que, aos 83 anos, faleceu neste ano por complicações da Covid-19. A BSGI também participou do evento, ao lado de parceiros do Instituto Soka Amazônia, como a Fundação Rede Amazônica, validando tais ações com o selo “Consciência Limpa”. Vale lembrar que as mudas foram cultivadas e cedidas pelo instituto, que, no momento, realiza ações referentes a projetos como “Memorial Vida”, que planta uma árvore para cada vítima da Covid-19 no Brasil, e “Manaus, Te Quero Verde”, proposta que inclui os alunos da rede municipal de ensino no plantio de mudas nativas na capital amazonense.

02/09/2021

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Instituto Soka Amazônia divulga projeto ambiental

REDAÇÃO O Instituto Soka Amazônia participou do 1º Encontro Arborizando Manaus, idealizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), promovido na manhã de 14 de julho, no anfiteatro do Parque Municipal do Mindu, na capital amazonense, com a participação de representantes de diferentes instituições, obedecendo às medidas de segurança e de higiene com relação ao coronavírus. O objetivo do encontro, que assinalou o lançamento do novo Plano Diretor de Arborização Urbana de Manaus, foi divulgar, debater ações e compartilhar projetos, campanhas e diferentes iniciativas de arborização realizadas no município. Entre elas, o Instituto Soka Amazônia, em conjunto com as Ocas do Conhecimento Ambiental (iniciativa que leva ações de conscientização ambiental para alunos da rede municipal de ensino em Manaus), apresentou o projeto “Manaus, Te Quero Verde” — proposta que surge da parceria entre o Instituto Soka Amazônia e a Fundação Rede Amazônica, que atuam com a doação das mudas, com apoio da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A ideia é sensibilizar a comunidade escolar em relação à preservação ambiental e, para isso, cada aluno da rede municipal deve plantar dez mudas de árvores nativas que resultarão em um total de 3 milhões de novas árvores na capital amazonense. No topo: projeto de plantio é apresentado em evento municipal

05/08/2021

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Conservar a biodiversidade

REDAÇÃO O encontro do Departamento Ambiental (Depam) foi realizado em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, com o tema “Conservação da Biodiversidade e Criação de Valor em Tempos de Crise”. Participaram da atividade cerca de cinquenta pessoas. As ações dos agentes do Depam foram compartilhadas num vídeo, e a integrante do departamento Daisy Partal relatou sobre os projetos que idealizou, como educadora, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Também foram citados trechos da Proposta de Paz 2021, do presidente Ikeda, para ilustrar os propósitos do departamento, que visa melhorar a sociedade e o planeta por meio de ações ambientais. O diálogo foi realizado em formato de entrevista e, nessa conversa, foram trazidos temas expostos na proposta de paz, como a crise da Covid-19, exemplos de projetos na África e no Instituto Soka Amazônia, a revitalização do ambiente e a dignidade humana. O responsável pelo Departamento de Artistas (Depart), Ronaldo Robles, explicou sobre os aspectos da prática budista em meio ao contexto pandêmico; também citou a condição das pessoas em situação de refúgio, o aquecimento global e as epidemias como questões a serem repensadas com amplitude: “Precisamos pensar nas pessoas, na economia, no meio ambiente como uma teia, tal como Ikeda sensei sugere em sua Proposta de Paz. Com seu raciocínio, ele nos provoca a refletir sobre as ações que podemos realizar diante da nossa realidade. Esse é o primeiro passo para uma mudança positiva expressiva”.

10/06/2021

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Instituto Soka Amazônia comemora 27 anos

REDAÇÃO O Instituto Soka Amazônia celebrou 27 anos de fundação [comemorados em 25 de junho] com evento exibido para mais de quinhentas pessoas, pelo YouTube, em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Na abertura do evento, foi apresentado um vídeo documentário que retratou o bioma, a diversidade da Amazônia e sua preservação. O presidente do Instituto Soka Amazônia, Edson Akira Sato, explicou os propósitos do instituto nesse contexto, com base no pensamento do fundador: “O Dr. Daisaku Ikeda acredita na reforma do ser humano como ferramenta essencial para a criação de uma sociedade de coexistência harmoniosa entre indivíduo e meio ambiente. É com esse pensamento que desenvolvemos nossas ações”. Jean Dinelly, gestor da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, citou os termos de cooperação do instituto com universidades da região e a universidade Soka do Japão; os trabalhos desenvolvidos com instituições governamentais e não governamentais, na Secretaria de Ensino, na indústria, salientando a adesão ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele também expôs o mais recente projeto, “Manaus, te Quero Verde”, aderido pelo Instituto Soka Amazônia, no qual cada estudante da rede municipal de ensino plantará até dez mudas de árvores nativas até o fim de 2022. Assuntos como reflorestamento, plantio e pesquisas foram discutidos na sessão de perguntas e respostas. E o engenheiro ambiental do Instituto Soka Amazônia, Rodrigo Izumi, fez uma dinâmica explicação a respeito da coleta de sementes, realizadas em expedições pela mata, abordando os processos de beneficiamento, armazenamento e produção de mudas. A coordenadora de projetos educacionais, Tais Tokusato, apresentou os trabalhos no setor empresarial, entre os quais se destacam os plantios com a participação dos funcionários, e salientou a atuação do instituto em eventos na Costa Rica, nos Estados Unidos, Japão e, visando à Conferência das Partes (COP) neste ano, no Reino Unido. No setor da educação, falou sobre a Rede Pedagógica Ambiental — que oferece suporte aos professores, gestores e funcionários das escolas da região, compartilhando conceitos de educação ambiental, com base no humanismo Soka —, a Carta da Terra, as propostas de paz do Dr. Daisaku Ikeda e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, citou a Academia Ambiental, que leva esse conteúdo aos estudantes em sala de aula, agora em formato virtual, atendendo à quatro novas localidades. “Estamos vivendo um momento de significativo avanço e o mais importante é plantar a semente de uma nova consciência nas pessoas para gerarmos uma grande transformação no mundo”, finalizou.

10/06/2021

Terceira Civilização

Capa

Decida ser feliz!

A esperança é sempre um ponto de partida e um eterno reinício Uma foto feita há mais de trinta anos pela sonda Voyager 1, a uma distância de cerca de 6 bilhões de quilômetros da Terra, mostra nosso planeta como um ponto azul brilhante na vastidão do espaço.1 Carl Sagan (1934–1996), um dos cientistas da missão, fez dessa imagem uma âncora de reflexões e de questionamentos. Em Pálido Ponto Azul, um de seus livros mais emblemáticos, ele revela parte de suas provocações aos seres humanos, em especial sobre quem somos e do lugar que ocupamos neste vasto universo. Ele enfatiza: Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em meio a toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (...) Tem-se dito que a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina a humildade. Talvez não exista melhor comprovação da loucura das vaidades humanas do que essa distante imagem de nosso mundo minúsculo. Para mim, ela sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.2 A observação de Sagan não poderia ser mais evidente, no confronto das inconcebíveis cenas que o mundo ainda assiste vindas de diversas regiões, em que a dignidade da vida vem sendo reduzida. A morte de inocentes, a desesperança dos que vivem sem lar, para ficar ou para onde buscar. E isso sem falar dos efeitos de mudanças climáticas, que podem ser sentidos diariamente com o aumento de secas, alagamentos, aumento do nível do mar e outros fatos que apontam para um desequilíbrio ambiental. O ano passado foi exemplo crítico dessas consequências. Estudo divulgado em janeiro indica que 2023 foi um ano de máxima temperatura nunca visto desde 1850.3 Como sabemos, o ser humano é o causador e, ao mesmo tempo, a solução de tudo. Nessa concepção, compreender e atuar pela mudança tornam-se urgentes. Não buscar culpados, mas serem os protagonistas da transformação que anseiam no âmbito individual e coletivo. O budismo é um ensinamento milenar, que procura o equilíbrio das relações humanas a partir do empoderamento de cada pessoa. Esse processo de conversão de uma vida presa aos grilhões do carma para uma disposição renovada de dar o primeiro passo e avançar, fazendo a diferença na sociedade, é denominado “revolução humana”. No cerne desse universo de possibilidades de ser feliz e de inspirar os demais ao redor, encontramos duas assertivas. A primeira é que a verdadeira filosofia não está restrita ao bem-estar dos seus seguidores. Ela estende os braços às pessoas e à sociedade, independentemente de qualquer fator que as separe ou as diferencie. A segunda é compreender que, em essência, não há separação entre a sociedade (ou o ambiente) e o ser humano. Ou seja, a forma como pensamos e nossas ações cotidianas contribuem diretamente para a realidade que aí está. O budismo conceitua essa interdependência pelo princípio de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Sho vem de shoho, a entidade de vida independente; e vem de eho, o ambiente que sustenta essa vida. Uma vez que a vida humana influencia e depende de seu ambiente, os dois — esho — são inseparáveis — funi. Em termos simples, a teoria de esho-funi afirma que, embora sejam duas entidades separadas no mundo fenomenal, a vida e o ambiente são essencialmente um. Essa é a abordagem oferecida pelo presidente Ikeda no livro Escolha a Vida, fruto de diálogo mantido com o historiador britânico Arnold J. Toynbee na década de 1980, em que ambos reforçavam a necessidade de uma visão humanística como forma de combater a ação humana danosa. “Agora reconhecemos que a poluição é uma ameaça à sobrevivência da humanidade e que não pode ser curada sem a restrição da ganância”,4 alertava o historiador. Para o Dr. Daisaku Ikeda, “Somente vivendo em harmonia com o ambiente natural, numa relação de dar e receber, é possível ao ser humano desenvolver a própria vida com criatividade”.5 O Dr. Toynbee arremata: “Espero ver esho-funi adotado em todo o mundo como uma crença religiosa envolvendo uma obrigação moral”.6 Quando eu mudo... O conceito de esho-funi tem a ver com a maneira de enxergamos a vida cotidiana. Há os que buscam soluções fora de si, sendo tragados pelo ambiente externo. No ambiente profissional e social, às vezes queremos mudar o outro à mercê da própria visão. É como se a sombra quisesse comandar o movimento do corpo. No entanto, o budismo elucida a forma de não sermos influenciados pelo ambiente externo, mas de estarmos convictos da vitória a partir de uma resoluta determinação. Se está em cada um de nós a mudança, tanto no aspecto pessoal quanto global, isso nos torna protagonistas plenos e poderosos. Há um palácio interior de esperança, força e sabedoria a ser despertado. Ser protagonista da própria história requer, portanto, essa coragem de buscar esperança onde nem mesmo exista. Se observarmos o desenrolar da história mundial, fica claro que o despertar para a mudança, a despeito das circunstâncias serem favoráveis ou não, é o que cria as condições de vitória. A Soka Gakkai, que alcançará seu centenário em 2030, é fruto da visão de futuro e da ação destemida de dois educadores: Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Apesar de serem perseguidos e presos e, de Makiguchi perder a vida no cárcere, não abriram mão de suas crenças de que a dignidade da vida deveria ser respeitada. Ou seja, a esperança de que a construção de uma sociedade saudável passa necessariamente pela edificação de um forte eu residindo no coração das pessoas comuns. Fundamentados nos ensinamentos de Nichiren Daishonin, Makiguchi e Josei Toda selaram as bases da Soka Gakkai, propiciando aos seus membros construírem uma vida automotivada e expansiva. Isso porque todos aprendem a desafiar limites, a cavar esperança no solo árido do sofrimento e a triunfar sobre a paralisia e o medo. A filosofia humanística da Soka Gakkai iniciada por Makiguchi foi herdada por Josei Toda e abraçada por Daisaku Ikeda, que por mais de setenta anos se dedicou a sedimentar e a expandir a filosofia da esperança pelo mundo, até o seu falecimento em novembro de 2023, aos 95 anos. Uma existência de sabedoria extraordinária. Não importando as diferenças culturais, econômicas e sociais de cada região, os membros Soka experenciam o que Makiguchi sensei referia-se como uma “forma holística de viver”. O presidente Ikeda esclarece: “Ele [Makiguchi] queria dizer uma harmonia criada entre o indivíduo e o todo. Portanto, ele falava de uma situação em que cada pessoa, ao mesmo tempo em que evidencia seu pleno potencial, empenha-se em contribuir para a paz e a prosperidade de toda a sociedade”.7 Essa é a consciência de que somos todos um só. E assim como o cientista Carl Sagan vislumbrava “esta é a nossa casa”, Makiguchi sensei sinalizava há quase cem anos para não termos uma “visão míope do mundo”, que, segundo ele, se referia ao egoísmo de pensar unicamente no ganho pessoal. Essa é a maneira de ser de um budista Soka, o qual estabelece para si um modo de vida em que batalha pela superação de seus dramas, enxerga significado em tudo, extrai valor de cada momento e gera oportunidades de avanço ininterrupto para si e para o outro. Talvez seja por isso que muitos pensam que budista é alguém que parece ser feliz mesmo em meio à mais dura realidade. Porém, em essência, ele transforma sofrimento em felicidade absoluta, pois reconhece sua missão como “bodisatva da terra” — representação elucidativa dos que despertaram para a consciência de que é possível romper as amarras do carma. A capacidade de romper limites O modo budista de ser nos direciona a enxergar os problemas como oportunidades, pois ressignificamos o passado e deixamos de ser apáticos diante da vida. Basta analisar as batalhas diárias que muitas vezes travamos entre avançar e recuar; colocar a mão na massa ou procrastinar, mais uma vez, sonhos e objetivos. Nós crescemos quando nos forçamos a ultrapassar nossos limites, quando desafiamos a nós mesmos a ir além do que julgamos ser capazes. Desse modo, conseguimos romper nossa concha, tornamo-nos fortes, expandimos nossa condição de vida e realizamos nossa revolução humana. Esse é o caminho da prática budista.8 Essa é a tradução de uma vida automotivada e expansiva, que começa com o “levantar-se” com renovada disposição, esperança e vigor na busca pelos objetivos pessoais, ao mesmo tempo em que exercitamos a compaixão em encorajar os que sofrem, com o puro sentimento de trazê-los para a órbita da felicidade. Sim, a felicidade é o que todos almejam, e nem sempre se tem a ideia certa do que significa. O Dr. Daisaku Ikeda constantemente ressaltava sobre as formas de buscar a felicidade, em que muitos perseguem “palácios da felicidade” como fortuna, posição social, fama e popularidade. Ele enfatizava serem como as luzes de vaga-lumes, de uma beleza cintilante, mas que rapidamente se desvanecem. Ele contextualiza: Uma pessoa pode viver numa casa espetacular e rodeada de riquezas, mas se for gananciosa e possuir uma condição de vida baixa, não será feliz no real sentido; na verdade, habitará um palácio da miséria. Em contraste, se a pessoa tem um coração belo, generoso e uma elevada condição de vida, seja qual for sua circunstância atual, com certeza alcançará tanto a felicidade material quanto a espiritual. Isso está de acordo com o princípio budista de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), ou seja, nossa vida e o ambiente em que vivemos são unos, inseparáveis. Quando a pessoa abre o palácio da própria vida, isso conduzirá ao descortinar do “palácio da felicidade” na vida de outras pessoas e do “palácio da prosperidade” na sociedade. Há uma continuidade que se processa entre aquela que abre o palácio da própria vida e as demais que fazem o mesmo. Este é um princípio maravilhoso do budismo.9 Dessa perspectiva, uma vez descoberta a força do nosso “palácio interior”, podemos avançar com segurança, fundamentados na sabedoria budista, da qual nos apropriamos livremente, sem depender de nada que venha de fora. Como conquistar essa condição? O Mestre orienta: “Acessamos esse palácio da nossa vida ao abraçarmos a fé na Lei Mística e recitarmos Nam-myoho-renge-kyo. Em outras palavras, Daishonin ensina que somos capazes de fazer o “palácio de si mesmo” brilhar com insuperável radiância”.10 Trata-se de um empoderamento que gera efeito imediato nas relações humanas, no ambiente familiar e profissional. Assim como a sombra acompanha o corpo, nosso ambiente externo responde pela determinação de uma vida elevada, de propósito, que assumimos. Como cada indivíduo pode exercitar esse modelo de vida compartilhado? Alguns pontos se evidenciam como resultado do teor apresentado até aqui, associados a seguir com trechos de incentivos de Ikeda sensei. São tópicos de ação prática para expandirmos a vida. Supere-se! Vença as vozes internas do negativismo, transpondo os limites de capacidade e força na superação dos objetivos. Qualquer um, a despeito de idade ou gênero, pode evidenciar coragem. Podemos vencer nossa fraqueza interior com o rugido do leão do Nam-myoho-renge-kyo e tomar atitudes para superar as limitações que impusemos a nós mesmos e que nos fazem desistir ou nos contentar com menos do que merecemos.11 Surpreenda-se! No budismo, oramos para manifestar a força do universo que existe dentro da nossa vida. É uma oração de decisão profunda, de aprimorar a vida e transformar qualquer circunstância. A Lei Mística é o maior dos tesouros do universo, portanto, recitar Nam-myoho-renge-kyo [daimoku] significa acumular diariamente tesouros em nossa própria vida. Por outro lado, o daimoku também age para limpar as causas negativas do passado, assim como a água suja e turva é lavada pela água pura e límpida.12 Socialize-se! Semeie esperança! Nada mais forte que todos juntos! Ao sermos ombro e braço dos que sofrem, nossa vida se expande. O humanismo budista é a prática da empatia. Orar para a segurança das pessoas, para a paz no mundo e construir uma sociedade saudável para todas. A paz mundial não é utopia, pois ela começa com as ações de cada pessoa que desafia e vence a própria realidade com base na prática da fé e se torna referência positiva em seu meio. Parece pouco, mas os esforços de uma única pessoa são capazes de motivar inúmeras outras.13 Tudo se resume ao ser humano Há pouco, o calendário virou ano. Ainda estamos sob o efeito do forte calor resultante das mudanças climáticas que o próprio ser humano tem contribuído contra. Nas questões individuais, nossa lista de objetivos não pode ficar na gaveta, esquecida ou propositadamente deixada de lado pelo medo de não darmos conta de concretizá-los. Em meio a essa sensação de impotência, que frequentemente nos convida à desistência, abrimos clarão com os ensinamentos do buda Nichiren Daishonin, cada vez mais atuais. Daishonin nos faz enxergar o caráter de interdependência que liga a teia da vida. Homem e meio ambiente são inseparáveis, assim como a sombra e o corpo. Tudo se resume ao ser humano. Portanto, para fazer frente ao desafio de terem uma sociedade saudável, os membros da Soka Gakkai se exercitam para uma vida automotivada e expansiva — ou “uma forma holística de viver”, não dependendo de fatores externos, desafiando os limites. Ao verem sempre oportunidades diante das dificuldades, fortalecem a convicção de que a vitória só depende de cada indivíduo, dentro de um processo de reforma interna chamado “revolução humana”. O presidente Ikeda deixou gravada essa assertiva nas obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, esta última com trinta volumes, escritos ininterruptamente durante 25 anos. Ele sedimentou esse compromisso com a vida dizendo que “O tema central dos romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana é “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.14 Quando eu mudo, tudo muda. Eis a perfeita sintonia do que o budismo nos alimenta, de protagonizar uma jornada de vitórias. Por meio da recitação da Lei Mística, Nam-myoho-renge-kyo, os problemas perdem sua intensidade diante da magnitude e força que o nosso coração evidencia com a prática da fé. Em vista disso, irradiamos essa alegria para todos ao redor, fazendo-os despertar para seu precioso palácio interior. Então, sem perder de vista que podemos criar histórias revigorantes neste significativo ano, façamos deste mês um ponto primordial para o estabelecimento um modo de vida automotivado e expansivo, cientes de que nas pequenas atitudes se encontram a causa para a vitória. E apostar firme na lista de objetivos para 2024, sem medo. Esta é uma boa oportunidade para conhecer alguns exemplos de membros da Soka Gakkai que transformaram sua realidade exterior a partir da transformação interior. Assista ao relato em vídeo do casal Juraci e Josefa Santos, e inspire-se com a emocionante história de vida. No topo: Representantes de todo o Brasil participam da visitação às edificações da BSGI (Itapevi, SP, nov. 2023) Foto: BS Notas: 1. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51497794#:~:text=Em%20seu%20livro%20de%201994,Somos%20n%C3%B3s%22. Acesso em: 10 fev. 2024. 2. Disponível em: https://www.google.com.br/books/edition/P%C3%A1lido_ponto_azul/-mGiDwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&printsec=frontcover. Acesso em: 10 fev. 2024. 3. Disponível em: https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2024/01/09/confirmado-2023-foi-o-ano-mais-quente-da-historia-e-2024-pode-ser-pior.ghtml / Acesso em: 10 fev. 2024. 4. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Ikeda. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 54 . 5. Ibidem, p. 49. 6. Ibidem, p. 54. 7. Terceira Civilização, ed. 420, ago. 2003, p. 19. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 12. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 105. 9. Idem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 33-34. 10. Ibidem, p. 33. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. B4. 12. Idem, ed. 2.511, 11 abr. 2020, p. 4-5. 13. Idem, ed. 2.413, 31 mar. 2018, p. C2-C3. 14. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 17.

01/02/2024

Estudo

[64] A Profecia do Buda — jovens fênix, alcem voo para uma nova era!

Explanação “Aos meus jovens amigos, membros da Divisão dos Estudantes (DE) Herdeiro, que almejam herdar e herdarão o futuro! Vocês são as jovens fênix que realizarão o kosen-rufu. Seu crescimento, portanto, é a esperança da Soka Gakkai e o prenúncio de um radiante novo amanhecer para o Japão e para o mundo.” Esse é um trecho de um editorial intitulado Jovens Fênix, Alcem Voo para o Futuro! com o qual contribuí para a revista de estudos da Soka Gakkai, Daibyakurenge, em novembro de 1965. Acredito convictamente que os integrantes da Divisão dos Estudantes1 possuem a grandiosa missão de arcar com o desenvolvimento futuro da Soka Gakkai. Desejo que assumam a responsabilidade por assegurar a consolidação dos alicerces do kosen-rufu. É por essa razão que abri o caminho para eles e continuarei a fazer isso com todas as minhas forças enquanto viver. O prenúncio de um radiante novo amanhecer Hoje, 55 anos depois [explanação originalmente publicada em 2020], gostaria de declarar novamente a vocês — atuais membros da DE-Herdeiro (ensino médio), DE-Esperança (fundamental 2) e DE-Futuro (fundamental 1) — que seu crescimento representa o prenúncio de um radiante novo amanhecer para o mundo inteiro. Isso porque, nesta época em que a humanidade se vê às voltas com o desafio de uma pandemia global, a presença de vocês e seu sólido desenvolvimento inspiram uma nova esperança às pessoas de todos os lugares. Não cedam à derrota, avancem com total confiança! Com certeza, muitos de vocês se sentiram desapontados por não passarem o verão do modo como geralmente fazem devido às restrições impostas pela Covid-19. E sei que alguns estão lidando com situações difíceis todos os dias pelo fato de sua família enfrentar interrupções nos negócios ou no trabalho relacionadas à pandemia. Por isso, peço-lhes: “Jovens fênix, não cedam à derrota!”; “Com o peito estufado, avancem com total confiança!”; “É em momentos desafiadores como estes que se pode alçar voo bravamente em direção ao futuro!”. Ao mesmo tempo em que envio orações pelo seu sucesso nesse sentido, gostaria de estudar algumas passagens dos escritos de Nichiren Daishonin com vocês, meus preciosos jovens amigos que produzirão um futuro mais promissor. Vamos fazer isso como se estivéssemos desfrutando uma conversa descontraída à sombra das árvores. Trecho do escrito 1 A Profecia do Buda2 O sétimo volume do Sutra do Lótus afirma: “Após eu ter entrado em extinção, no último período de quinhentos anos,3 deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], e jamais permitir que ele deixe de existir” [LSOC, cap. 23, p. 330]. Por um lado, é para mim lamentável que mais de 2.220 anos já tenham se passado desde a morte do Buda. Que mau carma é este que me impediu de nascer na mesma época dele? Por que não pude testemunhar o advento das quatro categorias de veneráveis,4 nos Primeiros Dias da Lei, ou de Tiantai e Dengyo5 nos Médios Dias da Lei? Por outro lado, alegro-me com a boa sorte que me permitiu nascer no último período de quinhentos anos e ler estas palavras verdadeiras do sutra. (CEND, v. I, p. 417) A nobre missão daqueles que nasceram nos Últimos Dias da Lei Nesta edição, estudaremos o escrito de Nichiren Daishonin A Profecia do Buda, no qual ele discute a visão do Buda em relação ao futuro. Basicamente, a profecia do Buda é a concretização do kosen-rufu, a ampla propagação da Lei Mística; equivale ao desejo do Buda de trazer paz à humanidade e conduzir as pessoas à felicidade eterna. O budismo originou-se do desejo de aliviar o sofrimento humano no âmbito mais fundamental. Ensina que todos possuem a condição de vida supremamente nobre do estado de buda e podem superar os desafios máximos da vida: os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte.6 Indivíduos que despertaram para a dignidade da própria vida, assim como para a dignidade da vida dos outros, levantam-se para eliminar a miséria e o infortúnio do mundo. Kosen-rufu consiste no esforço para construir uma sólida rede de pessoas comuns empoderadas e dedicadas a promover um movimento em prol da felicidade e da paz. Shakyamuni7 expôs o Sutra do Lótus para elevar todas as pessoas à mesma condição de vida iluminada que ele havia alcançado. Ele também instruiu que, na era maléfica e impura posterior à sua morte, seus discípulos deveriam propagar o Sutra do Lótus e jamais permitir que deixasse de ser transmitido. Os bodisatvas da terra8 foram os discípulos incumbidos da nobre missão de cumprir fielmente esse desejo do Buda. Em exata conformidade com os ensinamentos do Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin surgiu nos Últimos Dias da Lei,9 era assolada pelo mais terrível sofrimento, e ensinou e propagou a grande Lei do Nam-myoho-renge-kyo, a essência do Sutra do Lótus. Suportando perseguições que representavam risco à própria vida, ele abriu o caminho para a iluminação da humanidade pelo futuro eterno. Essa é a razão pela qual nós o reverenciamos como Buda dos Últimos Dias da Lei. Budismo que constrói a era da vitória do povo Nos tempos atuais, os três primeiros presidentes da Soka Gakkai,10 ligados por profundos laços de mestre e discípulo, herdaram esse nobre espírito de Daishonin. Unidos a eles, nossos dedicados membros do mundo inteiro dão tudo de si, dia após dia, em prol da felicidade das pessoas e da paz e para edificar uma sociedade segura e protegida. Essa extraordinária linhagem de humanismo budista consagrada à construção da era da vitória do povo iniciou-se com Shakyamuni e o Sutra do Lótus na Índia e manteve sua continuidade com Nichiren Daishonin e a Soka Gakkai. Nesse sentido, ao estudarmos A Profecia do Buda, aprenderemos sobre a origem do espírito da Soka Gakkai, o qual está diretamente ligado a Daishonin. Estudei esse escrito com meu mestre, Josei Toda, e posteriormente com os membros da Divisão dos Jovens várias vezes ao longo dos anos. Sempre que o leio, fico profundamente emocionado com a infinita condição de vida de Daishonin e seu ardente desejo de aliviar o sofrimento das pessoas. Espero que todos vocês, meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes, também gravem esse espírito em seu coração. Espírito de Daishonin contido no título de A Profecia do Buda Daishonin escreveu A Profecia do Buda no quinto mês intercalado11 de 1273, enquanto residia em Ichinosawa durante o seu exílio na Ilha de Sado.12 O título em japonês, Kembutsu Mirai Ki, literalmente significa tornar realidade o que o Buda predisse e deixou como mensagem para o futuro. De um lado, a “profecia”, no título, refere-se à profecia de Shakyamuni, mas, do outro, a verdadeira intenção de Daishonin era revelar a própria profecia. Em primeiro lugar, qual a profecia de Shakyamuni? Não é outra senão a concretização da passagem do capítulo “Os Feitos Iniciais do Bodisatva Rei dos Remédios”, do Sutra do Lótus, citada no início desse escrito: “Após eu ter entrado em extinção, no último período de quinhentos anos, deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], e jamais permitir que ele deixe de existir” [LSOC, cap. 23, p. 330] (CEND, v. I, p. 417). Esta foi a instrução testamental do Buda para que o Sutra do Lótus fosse propagado no mundo inteiro nos Últimos Dias da Lei e para que jamais se permitisse que sua transmissão cessasse. Fazendo alusão a essa passagem, Daishonin, a princípio, afirma que “por um lado, é para mim lamentável” ter nascido nos Últimos Dias da Lei, depois da morte do Buda, pois significava que não poderia se encontrar diretamente com Shakyamuni, que pregou o Sutra do Lótus, ou com os outros grandes mestres que propagaram o ensinamento do Sutra do Lótus (cf. CEND, v. I, p. 417). Mudança de postura de se lamentar para a de se alegrar No entanto, Daishonin observa: “Por outro lado, alegro-me” referindo-se à imensa boa sorte de ter nascido nos Últimos Dias da Lei e testemunhar essas palavras da profecia do Buda sendo concretizadas (cf. Ibidem). À primeira vista, pode parecer que os Últimos Dias da Lei seja uma era deplorável. Daishonin, porém, tem uma opinião diferente. Ele os vê como uma era para se alegrar, na qual o ensinamento do Sutra do Lótus — Nam-myoho-renge-kyo — será propagado, obstáculos serão sobrepujados e o kosen-rufu será realizado. Essa grande mudança de postura de se lamentar para a de se alegrar é muito importante. Decorre da poderosa determinação de Daishonin de propagar resolutamente o ensinamento da Lei Mística [Nam-myoho-renge-kyo] em meio a implacáveis perseguições com o intuito de conduzir aqueles que estão sofrendo à felicidade genuína. Isso nos oferece uma profunda lição. Por exemplo, em vez de simplesmente lamentar quando nos encontramos num ambiente complicado ou em circunstâncias desafiadoras, se mudarmos nossa determinação (ichinen) e assumirmos uma atitude proativa, poderemos transformar a situação. Além disso, quando empreendemos ações não apenas para nós mesmos, mas também para a felicidade de outras pessoas e da melhoria da sociedade, brota dentro de nós a verdadeira alegria. Esse é o significado de desfrutar uma vida de revolução humana. O que torna os membros da Soka Gakkai tão fortes? O que os faz ser tão radiantes e alegres? É seu modo de vida de nobre dedicação ao incomparável objetivo de alcançar a paz mundial, que é em si o kosen-rufu, e não somente à busca da própria felicidade. Hoje, membros de cada país e região, apesar de eles próprios enfrentarem muitos desafios, estendem a mão para incentivar os amigos e companheiros. Algumas pessoas talvez almejem apenas que seus desejos pessoais se concretizem e, passivamente, esperem se tornar felizes. Mas elas podem mudar e se transformar em pessoas que se empenhem de forma alegre e corajosa pela felicidade e pelo bem-estar de outras, com o mesmo espírito do Buda. Esse é o sublime drama da revolução humana, da transformação interior, protagonizado por aqueles que despertam para sua missão como bodisatvas da terra. É o drama que pulsa com o nobre espírito de respeito pela dignidade da nossa vida, bem como pela dignidade da vida dos outros. Sejam sucessores que avançam corajosamente Nichiren Daishonin estava determinado a aliviar o sofrimento de todas as pessoas, sem exceção. Tamanha era a amplitude de sua compaixão. Esse espírito de ilimitada compaixão e tolerância constitui a essência do Budismo Nichiren. Contudo, por mais excelente que seja um ensinamento, sem sucessores para herdá-lo, ele não poderá ser transmitido a muitas pessoas. Em outro trecho de A Profecia do Buda, Daishonin escreve: “Mesmo quando (...) sacerdotes [budistas] partiram do Japão levando alguns sutras para a China, não houve ninguém dessa nação que pudesse abraçar esses escritos e ensiná-los aos demais. Era como se houvesse somente estátuas de pedra ou de madeira vestidas com mantos clericais e carregando uma tigela de mendicância” (CEND, v. I, p. 420). Vocês, meus jovens amigos da DE, são os sucessores, aqueles que “abraçarão e ensinarão” nossos ideais aos demais. Espero que levem adiante o nobre espírito da Soka Gakkai e prossigam avançando intrepidamente no século 21, comprometidos em cumprir a profecia dos dias atuais de concretização do kosen-rufu e de propagação mundial do Budismo Nichiren como religião para o bem do ser humano. Trecho do escrito 2 A Profecia do Buda A Lua surge no oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no leste e irradia seus raios para o oeste. O mesmo se aplica ao budismo. Nos Primeiros e nos Médios Dias da Lei, o budismo propagou-se do oeste para o leste, mas, nos Últimos Dias da Lei, percorrerá do leste para o oeste.13 (CEND, v. I, p. 420) Daishonin tornou realidade a profecia de Shakyamuni Em um trecho anterior a essa passagem, Daishonin enfatiza: “Se não fosse por Nichiren, as palavras do Buda se revelariam falsas” (CEND, v. I, p. 420), e “Em todo o Japão, quem exceto Nichiren pode ser chamado de devoto [praticante] do Sutra do Lótus?” (Ibidem). Com essas palavras, Daishonin declara que só ele tornou a profecia de Shakyamuni realidade. Assegura também que o grandioso ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo, o âmago do Sutra do Lótus, se propagará pelo mundo todo, concretizando a profecia que não pôde ser cumprida ao longo da história do Budismo de Shakyamuni. A propagação do Budismo de Shakyamuni é comparada aqui à Lua, e a do Budismo de Nichiren Daishonin, ao Sol. Daishonin escreve: “A Lua surge no oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no leste e irradia seus raios para o oeste” (CEND, v. I, p. 420). Talvez vocês estejam pensando: “Tanto a Lua como o Sol não nascem no leste e se põem no oeste?” Embora isso seja verdade, a afirmação de Daishonin reflete as ideias do seu tempo. Uma teoria diz que, como a lua parece se mover para o leste pouco a pouco a cada dia, a partir de onde ela surge no céu inicialmente, considerava-se que ela nascesse no oeste e iluminasse o leste. Outra teoria é que se trata de uma metáfora para o fato de a lua nova surgir baixa no lado oeste do céu logo após o pôr do sol e iluminar o leste antes de se esconder rapidamente. Do mesmo modo que a lua aparenta se mover do oeste para o leste, o Budismo de Shakyamuni se propagou do oeste, Índia, conhecida como a terra da lua, para o Japão, no leste. Esse acontecimento é chamado transmissão do budismo para o leste. E assim como o sol nasce no lado leste do céu e se move para o oeste, o grandioso ensinamento de Nichiren Daishonin, Nam-myoho-renge-kyo, se propagará a partir do Japão, país localizado no leste em direção a oeste. Em A Profecia do Buda, Daishonin apresenta a própria profecia: “Digo que o budismo infalivelmente se levantará e se propagará a partir do leste, das terras do Japão” (CEND, v. I, p. 421). Esse fato é denominado retorno do budismo para o oeste. Significa concretizar o kosen-rufu na Ásia e no mundo inteiro, conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à felicidade por meio dos ensinamentos universais do Budismo Nichiren. A Soka Gakkai concretiza o retorno do budismo para o oeste No verão de 1951, pouco depois da posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda publicou um artigo na revista Daibyakurenge, intitulado “História e Convicção da Soka Gakkai”, no qual cita a passagem anterior, referente ao retorno do budismo para o oeste, dizendo: “A Soka Gakkai demonstra fé absoluta nessas palavras e age para torná-las realidade”.14 E foi a Soka Gakkai que propagou os ensinamentos humanísticos de Nichiren Daishonin para o mundo e concretizou a profecia do Buda de retorno do budismo para o oeste. Dirigindo-se a um grupo de jovens [em 1957, antes da fundação da Divisão dos Estudantes], Toda sensei expressou: “No futuro, devemos construir um mundo pacífico, de cidadania global,15 livre de divisões nacionais ou étnicas — um mundo no qual todos possam experimentar a verdadeira felicidade. Espero que se lembrem do que eu disse aqui hoje e contribuam para alcançar esse sonho, um pouco que seja”. Com essa passagem sobre o retorno do budismo para o oeste de A Profecia do Buda gravada no coração e Toda sensei sempre em meu pensamento, plantei as sementes da Lei Mística e incentivei as pessoas em diversos países. Também falei aos membros da DE sobre a questão do retorno do budismo para o oeste. Na primeira convenção da DE-Herdeiro, realizada em agosto de 1968, com a participação de representantes de todo o Japão, mencionei essa passagem de A Profecia do Buda. Então, instei-os a tentar, em primeiro lugar, dominar um idioma estrangeiro. Estava convicto de que a proficiência em língua estrangeira seria essencial para cultivar líderes para assumir a responsabilidade pela nova era e cidadãos do mundo para edificar a paz na sociedade global. Os jovens presentes naquele dia hoje são atuantes em muitas áreas em vários países. Meu maior desejo é que todos vocês, jovens que estão vivendo nesta nova era global, tenham sonhos, esperanças e ideais ainda mais grandiosos; que façam do estudo prioridade máxima e aprendam tudo o que puderem; e que desenvolvam seu potencial, alçando voo livremente na sociedade e no mundo. Sejam pessoas de coragem, com uma vida profunda Na parte final de A Profecia do Buda, Daishonin menciona as palavras do grande mestre Dengyo: “Descartar o superficial e buscar o profundo é próprio de uma pessoa de coragem” (CEND, v. I, p. 422). Certa ocasião, também dediquei essa passagem, como um princípio norteador, aos membros do Grupo Jovens Fênix16 da Divisão dos Estudantes. Essas palavras nos exortam a rejeitar uma vida superficial, dominada pelas circunstâncias e preocupada somente em buscar prazer pessoal, e, em vez disso, a escolher uma vida nobre e profunda dedicada ao sublime ideal do kosen-rufu e da paz mundial. Essa é a conduta “própria de uma pessoa de coragem”. Além de ser praticante que permanece firme no caminho correto, a pessoa de coragem possui um caráter extraordinário. Seu coração é munido do espírito intrépido e desafiador de um leão de devotar a vida a cumprir o grande juramento pelo kosen-rufu. Rede solidária de pessoas comuns dedicada à construção de uma era de coexistência pacífica Neste momento em que a humanidade continua enfrentando desafios do contexto global, pessoas de todas as esferas expressam esperança e louvor à rede do bem da SGI em 192 países e territórios. O Dr. N. Radhakrishnan, notável ativista indiano dos direitos humanos, disse no passado que a SGI se tornou um maravilhoso movimento com mais de 10 milhões de ardorosos membros. Acrescentou também que ela envia ondas de paz para um mundo no qual muitos países ainda se encontram dilacerados por contendas e serve como excelente exemplo da força de pessoas que se unem por uma causa grandiosa e positiva.17 Hoje, mais que nunca, o mundo necessita intensamente de uma rede solidária de pessoas comuns dedicada à construção de uma era de coexistência pacífica. De fato, a palavra “Soka”, de Soka Gakkai, significa “criar valor”. Nosso desafio como pessoas que abraçam os ideais do humanismo Soka é conseguir empregar nossa sabedoria e criatividade para estabelecer laços de coração a coração entre os indivíduos, não importando quais sejam nossas circunstâncias ou a distância que possa nos separar, e criar novos valores da paz, da dignidade humana e da felicidade. Como jovens fênix de uma nova era, alcem voo repletos de alegria e de dinamismo, numa magnífica jornada pela concretização da paz mundial. Voo excelente e bailar alegre como bodisatvas da terra Gostaria agora de oferecer, mais uma vez, aos integrantes da Divisão dos Estudantes de todos os lugares as palavras com as quais encerrei meu editorial de 1965, Jovens Fênix, Alcem Voo para o Futuro!: “Meus jovens amigos, que vocês sempre mantenham a fé com a pureza de coração, levem avante o verdadeiro espírito da Soka Gakkai e voem e bailem livremente sobre o alicerce construído por seus predecessores com sinceros esforços. Vivam cada dia com alegria, confiantes de que, à medida que vocês crescerem esplendidamente e se levantarem juntos como um único corpo, chegará a época para a concretização do grande juramento pelo kosen-rufu. Oro pelo desenvolvimento de vocês de forma magnífica como jovens bodisatvas da terra que se empenham pelo bem da sociedade, da Lei Mística e de si próprios”. (Daibyakurenge, edição de agosto de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI No topo: Jovens do continente africano interagem com membros da Divisão dos Estudantes no Auditório Memorial Toda (Tóquio, Japão, set. 2023) Foto: Seikyo Press Notas: 1. A Divisão dos Estudantes (ensino médio) [DE-Herdeiro] foi estabelecida em 7 de junho de 1964; a Divisão dos Estudantes (ensino fundamental 2) [DE-Esperança], em 15 de janeiro de 1965; e a Divisão dos Estudantes (ensino fundamental 1) [DE-Futuro], em 23 de setembro de 1965. As três juntas compreendem a Divisão dos Estudantes. 2. A Profecia do Buda foi escrita no décimo primeiro dia do quinto mês intercalado de 1273, enquanto Nichiren Daishonin residia em Ichinosawa, na Ilha de Sado, onde ficou exilado. Não é endereçada a nenhuma pessoa em particular e pode ser considerada como uma mensagem para todos os discípulos de Daishonin. 3. Último período de quinhentos anos: Indica o último dos três períodos após a morte do buda Shakyamuni. Os primeiros mil anos após a morte dele correspondem aos Primeiros Dias da Lei, os mil anos seguintes, aos Médios Dias da Lei, e o último período de quinhentos anos, ao início dos Últimos Dias da Lei. 4. “Quatro categorias de veneráveis”: Mestres budistas em quem as outras pessoas podem confiar. Apesar de o termo “quatro categorias” referir-se aos quatro níveis de compreensão, a denominação “quatro categorias de veneráveis” é, com frequência, empregada como um termo genérico para esses mestres budistas, independentemente do nível de compreensão. 5. Tiantai (538–597), também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Propagou o Sutra do Lótus na China e estabeleceu a doutrina dos “três mil mundos num único momento da vida”. Dengyo (767–822), também conhecido como Saicho, foi o fundador da escola Tendai (Tiantai) no Japão. Ele viajou para a China, onde dominou os ensinamentos de Tiantai. 6. Nascimento, envelhecimento, doença e morte são os “quatro sofrimentos fundamentais”, dos quais nenhum de nós consegue escapar. Os ensinamentos do budismo foram expostos para habilitar as pessoas a ultrapassar esses sofrimentos. 7. Shakyamuni: Também conhecido como buda Gautama, é o fundador do budismo. 8. Bodisatvas da terra: A imensa multidão de bodisatvas que o buda Shakyamuni convoca para propagar o Sutra do Lótus na era maléfica após a sua morte e guiar eternamente todas as pessoas à felicidade. Eles emergem da terra no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, daí o referido título. Cada um deles é um grande bodisatva — de brilho dourado, magnífico e firme em seu propósito — acompanhado por um séquito de amigos e companheiros em número igual às areias de sessenta mil rios Ganges. 9. Os Últimos Dias da Lei indicam o período após a morte de Shakyamuni em que seus ensinamentos perderiam a eficácia e se fossilizariam, e o mundo seria atormentado por disputas e conflito. Nichiren Daishonin surgiu durante essa época e expôs o grandioso ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo para aliviar os sofrimentos das pessoas dos Últimos Dias da Lei por toda a eternidade. 10. Três primeiros presidentes da Soka Gakkai: Primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi; segundo, Josei Toda; e terceiro, Daisaku Ikeda. Eles também são conhecidos como os três presidentes fundadores da Soka Gakkai. 11. Mês intercalado: No período pré-moderno, o Japão, assim como a China, registrava datas com base no calendário lunar. O Dia de Ano-Novo no calendário lunar, considerado o início do primeiro mês e da primavera, variava de ano para ano, mas sempre incidia em alguma data entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro do calendário solar, ou gregoriano. Como os meses do calendário lunar eram mais curtos que os do solar, era necessário acrescentar um mês extra a certos intervalos, para que o ano lunar correspondesse com precisão às estações. Esse mês é conhecido como mês intercalado e ocorria regularmente cerca de uma vez a cada 33 meses. Nas traduções, esses meses são indicados pela palavra “intercalado”, como em “quinto mês intercalado”. 12. Exílio em Sado: Exílio de Daishonin na Ilha de Sado, na costa oeste do Japão, desde o décimo mês de 1271, após a Perseguição de Tatsunokuchi, ocorrida no décimo segundo dia do nono mês de 1271, até o terceiro mês de 1274. Nos dois anos e cinco meses em que Daishonin permaneceu em Sado, não tinha alimento e vestimentas suficientes e sua vida permaneceu sob constante ameaça dos seguidores do Nembutsu. Durante esse período sombrio, porém, ele redigiu várias importantes obras, dentre as quais Abertura dos Olhos e O Objeto de Devoção para Observar a Mente, e proporcionou incentivos aos seus seguidores. 13. Refere-se ao “retorno do budismo para o oeste”. 14. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu, [Obras Completas de Josei Toda]. v. 3, Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1983. p. 127. 15. O presidente Josei Toda enunciou pela primeira vez seu conceito de cidadania global num seminário de estudo da Divisão dos Jovens em 1952. Trata-se da ideia de que todas as pessoas do mundo fazem parte de uma família global e devem buscar a prosperidade mediante a cooperação mútua e a harmonia, em vez de se envolverem em conflitos e discriminação. 16. Grupo Jovens Fênix: Grupo de Aprimoramento para membros da Divisão dos Estudantes Herdeiro estabelecido em 1966. 17. Traduzido do japonês. RADHAKRISHNAN, N. Ganji Kingu Ikeda; Hiboryoku to Taiwa no Keifu [Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Daisaku Ikeda como Defensores da Não Violência]. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 2002. p. 127.

01/11/2023

Editorial

Reencontrar um velho amigo

É uma sensação muito boa rever alguém querido depois de muito tempo. De igual importância é a reflexão sobre quanto ambos se desenvolveram e mudaram ao longo do tempo — mas a amizade se mantém a mesma. Na editoria Reflexões sobre a Nova Revolução Humana deste mês, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, lembra-se do amigo com quem caminhou e dialogou na praia de Morigasaki, revela algumas conversas que eles tiveram, as dificuldades e tormentas que passaram na época de juventude e suas visões sobre a vida — muito semelhantes ao que a juventude está enfrentando atualmente. Ikeda sensei decide então escrever uma carta a esse amigo, depois de tantas décadas desde essa ocasião. Ler esse texto é também refletir quanto nosso mestre transformou sua vida: de um jovem com saúde precária, muitos questionamentos e poucas perspectivas, ele se tornou alguém com potencial de transformar não só a sua vida, mas a de milhares de pessoas, no Japão e posteriormente no mundo. Isso tudo a partir do encontro com o seu mestre, Josei Toda. Ikeda sensei ainda mostra para nós, seus discípulos, como fazer o mesmo, a partir da prática budista: O que é uma fé correta? É acreditar por toda a vida no Gohonzon, independentemente do que aconteça. E é importante também afirmar sobre a verdade do budismo com toda a convicção para as pessoas que estão em dúvida entre o certo e o errado e entre o bem e o mal. Para tanto, é necessário ter coragem. Peço aos senhores (...) que, sem serem levados pela vaidade ou pelas aparências, provoquem grandes ondas de diálogo sobre o budismo imbuídos de coragem. “O que ela [a vida] quer da gente é coragem” — são palavras do grande escritor brasileiro Guimarães Rosa.1 Em junho, comemoramos o aniversário natalício de Guimarães Rosa (1908-1967), de quem as obras apresentam especial relação dos personagens com o ambiente em que habitam. Ao mesmo tempo, neste mês também são celebrados o Dia Mundial do Meio Ambiente (5) e o Dia Nacional da Educação Ambiental (3), ambos citados na matéria de Capa cujo objetivo é mostrar como cultivar a esperança nos dias de hoje; Já a seção Na Prática traz a “receita” para entender e aplicar o conceito das “quatro virtudes” no dia a dia. Esta edição apresenta ainda a parte conclusiva do diálogo entre o Dr. Daisaku Ikeda e o Dr. Felix Unger na editoria Série, e o Estudo revela a luta dos veteranos da organização para construir a Soka Gakkai que temos hoje. Eles também, em sua época e com base no juramento de mestre e discípulo, se dedicaram a extrair o melhor de si, promoveram diversos encontros e criaram um futuro de esperança mesmo sem visualizá-lo naquele momento. Com a esperança de que essas e a demais matérias da edição lhe inspirem a promover reencontros significativos, a estreitar sua relação com o Mestre, a evidenciar o melhor de sua existência nesse processo e a cultivar um futuro melhor para todos, desejamos excelente leitura! Redação Notas: 1. ROSA, J. Guimarães. Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 102, 2021.

01/06/2022

Capa

A capacidade de alterar o rumo da história

Em maior ou menor escala, estamos cada vez mais em contato com as consequências do impacto que o ser humano vem causando ao meio ambiente ao longo dos séculos. Essa proximidade pode se dar de forma direta, vivenciando catástrofes ou fenômenos naturais extremos, ou indireta, pelo contato com notícias de tais ocorrências, pesquisas e resultados de perspectivas. Independentemente da forma, essa constante interação tem aumentado a conscientização sobre a importância da preservação ambiental, em especial entre os jovens — incluindo os brasileiros —,1 e diversas medidas, projetos e iniciativas vêm sendo desenvolvidos em muitos locais do mundo. Dentre eles, podemos identificar duas vertentes maiores: uma que prevê a atuação de grupos de pessoas, sejam cidadãs ou líderes, visando ao estabelecimento de medidas coletivas — como exemplo podemos citar a Cop26, encontro de representantes de 197 nações, realizado em novembro deste ano, em Glasgow (Escócia), dedicado a discutir medidas para limitar as mudanças climáticas atualmente em curso no planeta.2 Outra vertente se empenha em encontrar maneiras de empoderar cada indivíduo a gerar a mudança a partir de si, como o lowsumerism, ou baixo consumo. Esse movimento propõe minimizar danos causados ao meio ambiente com a diminuição do consumo e com a escolha consciente de fornecedores e marcas que tenham cadeias produtivas e formas de descarte sustentáveis.3 Ainda que cada uma dessas vertentes e medidas possua questões e limitações, um estudo recente indicou que, se um conjunto delas for posto em prática, podemos frear a atual degradação ambiental, e até revertê-la.4 Ou seja, ainda há esperança, porém ela deve ser endereçada e cultivada com urgência. Diante desse quadro, mesmo com possibilidades de melhoria, o agravamento progressivo da situação ambiental já começou a afetar a saúde mental de muitas pessoas, gerando a denominada “ansiedade climática”.5 Apesar de se tratar de um diagnóstico em estudo, atualmente se entende que essa “ansiedade climática” resulta do contato constante com concepções negativas relacionadas ao tema (de forma direta ou indireta) e do sentimento de incapacidade de mudar a situação, bem como do entendimento de que os demais esforços hoje realizados, individual e coletivamente, também são insuficientes para produzir mudanças efetivas. Nutrir outras emoções, como indignação, angústia e desesperança, contribui para o agravamento dos sintomas.6 Crises ambientais, pessoas sem esperança, sociedade imersa em dificuldades: podemos pensar que somos os únicos a viver em um contexto assim, mas, ao investigarmos a história humana, conseguimos encontrar contextos anteriores similares. A seguir, vamos destacar dois deles. Reconhecer a própria capacidade No Japão do século 13, as pessoas sofriam com desastres naturais e com epidemias. A sociedade, por sua vez, estava assolada por ideologias escapistas que cultivavam o egoísmo e levavam as pessoas a adotar sistemas de pensamento que consideravam os seres humanos como impotentes, além de acreditarem que um ambiente ideal existiria apenas após a morte.7 Na Proposta de Paz de 2020, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, explica como essa perspectiva influencia a interação entre a pessoa e seu entorno: Se as pessoas visualizarem o mundo como um lugar cheio de sofrimento, correrão o grande risco de interagir com ele de forma equivocada. Elas podem, por exemplo, buscar apenas a liberdade individual do sofrimento, incapazes e resignadas diante da dura realidade da sociedade ou cair em formas passivas de vida, à espera de que outra pessoa solucione seus problemas.8 Em meio a essa situação, Nichiren Daishonin se levantou para mostrar, com base no Sutra do Lótus, que o ideal de mundo buscado pelas pessoas não estava longe ou distante da realidade, mas que, por meio dos esforços de cada uma delas, o local em que elas se encontravam poderia ser transformado positivamente. Durante a sua existência, Daishonin se empenhou incansavelmente para mostrar a veracidade desse caminho. Porém, com o passar dos séculos, essa sabedoria dedicada ao povo acabou encerrada dentro de mosteiros e foi afastada do seu propósito original. Ela retornou ao povo somente no início do século 20, com a dedicação do professor Tsunesaburo Makiguchi e de seu discípulo, Josei Toda, na fundação da Soka Gakkai, organização leiga cujo objetivo primordial seria, e continua a ser, a revolução interior de cada pessoa — e, portanto, do seu ambiente. Isso se tornou ainda mais necessário no período pós-guerra do Japão (principalmente na primeira década após a derrota do país na guerra, em 1945), período em que a nação estava arrasada econômica, estrutural e moralmente. As pessoas se viam sem esperança, sem recursos e muitas vezes sem saúde para seguir em frente. Foi nesse contexto que, após sofrer na prisão e ter conhecimento do falecimento do seu mestre, Josei Toda assumiu para si a missão de expandir a Soka Gakkai. Fazendo de cada incentivo oferecido às pessoas a base dos seus esforços, Toda sensei lhes mostrava como poderiam alterar o rumo de sua vida daquele momento em diante, por meio da prática budista. Esse movimento, que ganhou ainda mais ímpeto com a atuação de seus discípulos, principalmente do jovem Daisaku Ikeda, trouxe também uma grande mudança para o Japão — percebida, inclusive, por pessoas de fora do país, assim como consta no relato do cidadão chinês Chu Qianxun: 9 Chu Qianxun nascera na China em 1923 e fora morar em Formosa aos 23 anos. Por ter estudado no Japão, na Universidade Waseda, no período da guerra, falava fluentemente o japonês. Em 1960, quando a empresa em que trabalhava enviou-o para o Japão com o propósito de conhecer o desenvolvimento do seu parque industrial, um amigo contou-lhe sobre a Soka Gakkai. Ele veio acompanhando a rápida recuperação do Japão após a guerra e acreditava que esse desenvolvimento devia-se à influência de uma religião que possibilitou a revitalização do povo japonês. Quando ouviu as explicações sobre a Gakkai e sobre o budismo de Nichiren Daishonin, ele teve a certeza de que seu pensamento estava correto. Ingressou imediatamente na Gakkai acreditando ser a força que poderia construir um novo mundo. Depois de retornar para Formosa, passou a assinar o jornal Seikyo Shimbun e a estudar o budismo para criar uma base mais sólida na prática da fé. Por outro lado, entrou em contato com a Sede Central da Soka Gakkai em Tóquio para obter o endereço dos associados residentes em Taipé e foi conhecê-los percorrendo a cidade de canto a canto. A consciência de Chu Qianxun sobre a importância de uma filosofia de vida elevada que embasasse a transformação de todo um país relaciona-se diretamente com o cerne do pensamento budista, conforme mostrado anteriormente. E ele não só ficou impressionado, mas decidiu agir para dar continuidade a esse processo em sua localidade. Dentro da Soka Gakkai e da SGI, são inúmeros os relatos de indivíduos que, assim como Chu Qianxun, se inspiraram e se capacitaram a alterar o rumo de sua história, bem como de sua localidade e até de seu país. Porém, o budismo não para por aí: o estudo dos ensinamentos nos habilita entender onde essa mudança se origina, como ela opera na vida de cada pessoa e de que maneira isso gera efeitos no ambiente ao redor. Saber como opera a mudança Tanto o buda Shakyamuni como Nichiren Daishonin mostravam, respectivamente, por meio de parábolas e ensinamentos, que cada pessoa é sim capaz de transformar o local em que habita. Essa possibilidade, conforme já indicado, é explicada pelo princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” (jap. esho-funi): Cada vida é única, e ao se manifestar neste mundo, a existência exclusiva que ela forma molda ao mesmo tempo um ambiente que seja compatível com ela. Para comprovar a veracidade desse princípio, basta observarmos o ambiente de uma pessoa em particular, pois seu meio revela de maneira clara todas as tendências e características de sua vida. Se tentarmos imaginar um ser humano sem um meio ambiente, estaremos falando de um ser mítico. Como a influência da vida se estende ao seu meio ambiente, este muda de modo automático de acordo com a condição de vida. Assim, um meio ambiente, que é o reflexo da vida interior de seus habitantes, sempre revelará a mesma característica daqueles que nele habitam.10 Ou seja, há uma relação de influência direta entre a pessoa e seu entorno. Portanto da mesma forma que o meio evidencia a condição de vida de seus habitantes, a alteração dessa condição pode ser iniciada por uma pessoa que nele resida: Na visão budista, a profunda unicidade da vida e do seu ambiente conduz, de forma natural, à ideia de que a energia vital de uma única pessoa pode influenciar a vida de outros seres vivos e até a vida fundamental da humanidade. Além disso, a mente de todos os seres humanos pode se tornar uma única mente, e exercer contínua influência, tanto física como espiritualmente, nos outros seres vivos e em todo o meio ambiente. (...) Uma vez que a influência da energia vital de uma única pessoa tem a capacidade de se expandir a ponto de alcançar até a essência de toda a humanidade, o futuro depende dessa concordância — de que a vida humana é um fenômeno de importância primordial em nosso mundo. O futuro faz parte do exemplo de vida de cada pessoa e de como ela expressa a energia vital cósmica.11 O Dr. Ikeda explica que esse destino está em nossas mãos: Somos livres para decidir qual caminho seguir, e o ser humano possui a capacidade inata para escolher o melhor. A questão é como desenvolver essa sabedoria que existe em nossa energia vital de forma que ela atue pela vida e criatividade no Universo. Mesmo que uma pessoa seja capaz de amar e de confiar, se sua força motivadora for débil, ela não conseguirá influenciar outras pessoas, muito menos a humanidade como um todo. Por outro lado, mesmo que possua uma forte energia motivadora, se a sua relação com os outros for guiada pela dúvida, pela suspeita e pelo antagonismo, ela poderá destruir a si própria e até a raça humana. Quando descobrirmos como empregar nossa energia vital pela criação e preservação da vida humana e do cosmos, quando compreendermos como viver em verdadeira harmonia com o Universo, o ensinamento da unicidade da vida e do seu ambiente se tornará a grandiosa filosofia prática capaz de salvar a humanidade.12 Assim como verificamos na impressão de Chu Qianxun sobre a reconstrução do Japão, a Soka Gakkai e a SGI existem justamente para esse propósito: o de ensinar e propagar formas elevadas e harmônicas de vida, a fim de construir um futuro de esperança. Na Proposta de Paz deste ano, o Dr. Ikeda reafirma esse objetivo: Soka significa “criação de valor” e personifica nosso compromisso, enquanto Soka Gakkai, de criar uma sociedade cujos princípios orientadores são a busca pela felicidade de si e dos outros ao possibilitar a máxima expressão da capacidade humana de gerar valor. Descrevendo o dinamismo da criação de valor, Tsunesaburo Makiguchi (1871–1944), primeiro presidente da Soka Gakkai, comparou-o a uma “flor de lótus em uma água lamacenta”, uma imagem encontrada no Sutra do Lótus.13 A flor de lótus desabrocha perfumada, imaculada pelas águas lamacentas das quais ela retira seu sustento. Isso ilustra que, por mais profundo que sejam o caos e a confusão da época, podemos nos recusar a permitir que isso nos oprima, permanecendo sempre fiéis a nós mesmos. O poder ilimitado da criação de valor, que é intrínseco à vida, possibilita que cada um de nós transforme nossas circunstâncias em um palco no qual podemos viver nossa missão única, transmitindo esperança e segurança para todos ao redor.14 O budismo ensina que tudo pode ser direcionado de forma positiva, até sentimentos aparentemente negativos como a indignação15 diante do atual cenário. A mudança reside em nossa disposição para aprender um novo olhar sobre nós mesmos e sobre o local que habitamos, capacitando-nos a agir de modo diferente e a empregar nossas habilidades, energia e ações em prol de uma revitalização interior e exterior profunda. Assim sendo, encontraremos e abriremos caminhos mais sustentáveis e de maior esperança a começar deste momento, tanto para nós como para todos com quem compartilhamos este mundo ao unir a sabedoria e a prática budistas aos métodos da sociedade que mais fizerem sentido para cada um de nós. A ativista ambiental Dra. Wangari Maathai afirmou: “O futuro não existe no futuro. Pelo contrário, ele nasce somente por meio de nossas ações no presente, e se desejamos realizar algo no futuro, devemos agir com esse propósito agora”.16 Por 91 anos, a Soka Gakkai, construída com os esforços de seus fundadores e dos membros da SGI ao redor do mundo, empenhou-se a empoderar cada pessoa a alterar seu destino e sua história, e consequentemente seu meio a partir do local e do momento onde se encontram. Que possamos, enquanto membros da BSGI, aplicar essa transformação em nosso cotidiano, dentro da nossa realidade específica, com base na prática e no estudo do budismo, bem como no incentivo de pessoa a pessoa de acordo com as orientações do Mestre! À semelhança de Chu Qianxun, confirmaremos essas mudanças com os próprios olhos e construiremos um círculo virtuoso de perpetuação de alterações positivas em nós e em nosso ambiente, de agora em diante, inspirando esperança e revitalização onde estivermos. Compreender, empoderar, fortalecer e agir Diante do atual cenário climático, muitas pessoas se sentem incapazes de alterar o rumo da história — gerando, inclusive, quadros de ansiedade especificamente relacionados a questões ambientais. Por outro lado, o budismo, filosofia milenar praticada e propagada pela Soka Gakkai e pelos Três Mestres (Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda), traz luz a essa questão, mostrando de que forma cada vida se relaciona ao seu entorno e como, ao alterarmos fundamentalmente nosso interior, também mudamos o exterior, assim como o Dr. Ikeda afirma: Quando nos dedicamos a entender com profundidade os ensinamentos budistas e de que forma a prática do budismo opera em nossa vida, passamos a nos empoderar e fortalecer também o sentido de agir positivamente em prol da criação de um futuro climático melhor a todos. Conforme a ativista ambiental Wangari Maathai afirmou: “Mesmo que pensemos que determinada ação individual seja muito pequena, imagine se ela for repetida milhões de vezes. Isso fará a diferença”.17 Em 91 anos de história, a Soka Gakkai e a SGI foram palco de inúmeros dramas de vitória e revitalização da vida e do ambiente. Agora é a vez de nos levantar e, inspirados por essas histórias reais, agir a fim de alterar o rumo da história atual, comprovando, até 2030, centenário da organização, que somos sim capazes de criar “um futuro climático melhor a todos”, transformando “nossas circunstâncias em um palco no qual podemos viver nossa missão única, transmitindo esperança e segurança para todos ao redor”. Notas: 1. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/cresce-preocupacao-com-meio-ambiente-entre-jovens-brasileiros-24651920. Acesso em: 30 set. 2021. 2. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/aquecimento-global/noticia/2021/08/09/cop26-quais-as-grandes-metas-da-onu-para-limitar-as-mudancas-climaticas.ghtml. Acesso em: 4 out. 2021. 3. Disponível em: https://www.meliuz.com.br/blog/futuro-do-consumo/. Acesso em: 4 out. 2021. 4. Disponível em: https://www.rethinkx.com/climate-implications. Acesso em: 4 out. 2021. 5. Disponível em: https://yaleclimateconnections.org/2020/02/how-climate-change-affects-mental-health/. Acesso em: 4 out. 2021. 6. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3918955. Acesso em: 4 out. 2021. 7. Cf. Terceira Civilização, ed. 621, maio 2020, p. 14-67. 8. Ibidem. 9. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, p. 185-186, 226, 2018. 10. IKEDA, Daisaku. Vida — Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. 2019. p. 217. 11. Ibidem, p. 57. 12. Ibidem, p. 58. 13. (Tradução de) MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi], v. 10, p. 22. 14. Terceira Civilização, ed. 633, maio 2021, p. 55-61. 15. Ibidem, p. 36. 16. Terceira Civilização, ed. 621, maio 2020, p. 14-67. 17. Terceira Civilização, ed. 621, maio 2020, p. 14-67.

01/11/2021

Na prática

Suas ações transformam o mundo!

Alicerce do movimento Soka A expressão “Pensar globalmente, agir localmente” foi cunhada pelo cientista francês e importante pensador das questões ambientais René Dubos (1901­–1982) e difundida pela futuróloga norte-americana Hazel Henderson, com quem o presidente Ikeda publicou em coautoria o livro Cidadania Planetária — Seus Valores, Crenças e Ações Podem Criar um Mundo Sustentável. O conceito tem se destacado há décadas, sobretudo nos temas relacionados ao meio ambiente, mas também nos campos acadêmicos, de inovação, desenvolvimento socioeconômico e dos direitos humanos. Ikeda sensei diz no livro que o alicerce do movimento em prol da paz, promovido pela SGI, está em sintonia com o pensamento de Dubos. “O Sr. Makiguchi [primeiro presidente da Soka Gakkai] ensinou a importância de compreender que cada ser humano é mais do que um cidadão de seu próprio país. Todos nós somos integrantes da região onde vivemos e, ao mesmo tempo, somos cidadãos de todo o mundo”.2 Em sua obra Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], Makiguchi sensei destacou que os indivíduos devem ter consciência em três níveis de cidadania. O primeiro é a consciência de nossas raízes e compromissos locais, baseados em nossa comunidade. O segundo é o senso de pertencermos a uma comunidade nacional. E o terceiro é compreender que todos nós somos cidadãos do mundo e que o mundo é o palco onde representamos o drama da nossa vida.3 Desse modo, entendemos que a humanidade e seu meio estão entrelaçados em um único corpo — assim como apresentado no conceito de “origem dependente” — e nada existe de maneira isolada. A partir dos ensinamentos budistas e dos incentivos do presidente Ikeda, os membros da SGI compreendem que seus esforços não são apenas para o progresso pessoal, mas principalmente para o bem-estar da sociedade. Sobre isso, Ikeda sensei ressalta: “Vocês estão dando um maravilhoso exemplo do que é ser um bom cidadão na comunidade, estão trabalhando pela felicidade das pessoas e se empenhando para contribuir por uma sociedade melhor e um futuro brilhante”.4 Para elucidar como esse tema ocorre na prática, destacamos algumas ações que a organização e seus membros promovem em prol da transformação da humanidade. Ação local — impacto global Os praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin da Soka Gakkai são estimulados a assumir a responsabilidade de criar um mundo melhor. Para tanto, recitam diariamente Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) e trechos do Sutra do Lótus (gongyo) para fortalecer a energia vital, e compartilham os ensinamentos do budismo com o sincero desejo de que outras pessoas consigam superar seus desafios. Além disso, participam das reuniões de palestra — atividade mensal dos membros da organização de um pequeno núcleo —, nas quais iniciantes e veteranos da prática budista trocam incentivos para que o potencial de cada um seja despertado, reverberando também para as pessoas ao seu redor. Em inúmeros países em que a SGI está presente, seus integrantes promovem movimentos que impactam de forma positiva a localidade e, em âmbito maior, a sociedade, fazendo valer o conceito tema desta matéria: “pensar globalmente, agir localmente”. Em paralelo a essas iniciativas locais, a SGI também promove diversas frentes de impacto social com base nos ensinamentos humanísticos do Budismo Nichiren, das quais veremos alguns exemplos a seguir. Educação que transforma As ações institucionais nas áreas da educação têm por objetivo desenvolver pessoas conscientes de seu papel social transformador. Por essa razão, o presidente Ikeda se empenhou para criar um pujante sistema educacional no Japão e em vários países — desde a educação infantil até a universidade —, assentado na educação humanística idealizada pelo professor e também fundador da Soka Gakkai Tsunesaburo Makiguchi. Além disso, organizações constituintes da SGI ao redor do mundo promovem iniciativas para o desenvolvimento educacional em sua respectiva localidade. Um grande exemplo são os jovens da SGI-Camboja. Eles estão ajudando a melhorar a alfabetização e proporcionando aos alunos das áreas rurais acesso às alegrias da leitura. Nessas áreas, poucas escolas públicas disponibilizam bibliotecas e os alunos muitas vezes não têm acesso a outros materiais de leitura além de livros didáticos. O projeto teve início em 2014, quando foram doados livros infantis em khmer, idioma oficial do país, para duas escolas do ensino fundamental. “Quando nós, jovens da SGI-Camboja, nos reunimos para discutir como contribuir com nossas comunidades locais, decidimos doar livros para escolas públicas e batizamos a iniciativa de ‘Luz do Aprendizado’”, diz Socheth Sok, coordenadora da Divisão dos Jovens do país.5 A Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI desenvolve em todo o Brasil inúmeros projetos na área educacional fundamentados na “teoria da criação de valor”6 de Makiguchi sensei. Uma das atividades é a Academia Magia da Leitura, cujo intuito é aperfeiçoar as habilidades de oralidade, leitura e escrita dos participantes, além de despertar neles o desejo de ampliar conhecimento por meio da análise textual de obras memoráveis da literatura brasileira e estrangeira, dos livros de autoria do presidente Ikeda e dos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Cultura em benefício das pessoas Em sua atuação pelo bem-estar da sociedade, a SGI também promove atividades e iniciativas culturais ensejando que seus membros evidenciem força capaz de transformar positivamente o meio em que vivem. Sobre a importância da cultura e da arte, o presidente Ikeda disse certa ocasião: A arte é uma arma poderosa na luta pela paz; é uma das expressões mais elevadas do triunfo humano. Os esforços daqueles que se dedicam a aperfeiçoar sua arte servem para edificar a paz e a cultura em benefício de toda a humanidade.7 Para tanto, várias instituições foram idealizadas por ele, como a Associação de Concertos Min-On, fundada em 1963, e o Museu de Arte Fuji de Tóquio, aberto em novembro de 1983, em Hachioji, ambos no Japão. Este último abriga um acervo de valor inestimável, com itens originários do Oriente e do Ocidente, incluindo quadros, esculturas, cerâmicas, porcelanas, armaduras e espadas medievais, medalhas e fotografias. Apresentações culturais, palestras e exposições são alguns dos eventos promovidos pela SGI com o intuito de desenvolver o potencial de cada integrante e aproximar o povo das variadas formas de arte. Já no Brasil, são inúmeros projetos promovidos pela Coordenadoria Cultural (CCult) da BSGI, dos artísticos aos inclusivos. Destacamos aqui o Núcleo de Inclusão em Libras (NIL) cujo objetivo é expandir o entendimento do Budismo de Nichiren Daishonin para os surdos por meio da Língua Brasileira de Sinais. Meio ambiente Depoimento de Jean Dinelly Leão, engenheiro ambiental no Instituto Soka Amazônia Sou engenheiro ambiental e trabalho no Instituto Soka Amazônia (ISA) desde 2016. Minha atuação se concentra na gestão da Reserva Particular Dr. Daisaku Ikeda, em todas as áreas que envolvem o relacionamento com parceiros institucionais e na atenção à legislação que ampara nossas atividades. No instituto, estamos empenhados em pôr em prática os conceitos filosóficos propostos por nosso fundador, Dr. Daisaku Ikeda, nos quais seres humanos e o meio ambiente são unos e, ao mesmo tempo, exercem influência um sobre o outro. Os principais projetos desenvolvidos pelo ISA são: Academia ambiental — aulas de educação ambiental promovidas pelo instituto para jovens da rede municipal de ensino sobre a importância da conservação das espécies, o manejo da biodiversidade e a interação com o meio ambiente. Conservação da natureza — conjunto de ações que permitem à comunidade local contribuir com a proteção da Amazônia a partir da coleta de sementes, da produção de mudas nativas em risco iminente de extinção e do plantio de mudas junto com a sociedade. Apoio à pesquisa — parcerias com as principais universidades locais e centros de pesquisa, disponibilizando as áreas da Reserva Particular Dr. Ikeda para obtenção de conhecimentos científicos. Os projetos desenvolvidos pelo Instituto Soka Amazônia têm beneficiado diversos setores da sociedade local, com destaque para a classe acadêmica, a indústria e, principalmente, as comunidades ribeirinhas. Em muitas oportunidades, os trabalhos realizados pela equipe do instituto provocam reflexão e, por vezes, mudança no comportamento dos moradores locais. Certa vez, ao visitarmos uma comunidade ribeirinha que vivia do extrativismo e do corte da madeira, mostramos que, para obter as sementes de determinadas árvores, era necessário pagar por elas. Um dos integrantes afirmou não imaginar que existia valor nas sementes, e que daquele momento em diante sua conduta seria a de preservar aquelas espécies. Temos muito a fazer pela Amazônia enquanto instituto. Creio que, nos próximos anos, mais avanços serão obtidos em parceria com a comunidade da região, levando ao mundo a certeza de que na Amazônia existem pessoas e instituições preocupadas com a integridade ecológica local e seu impacto global, traduzidas em ações socioambientais. Orgulho de pertencer à SGI Em todos os lugares, membros da Soka Gakkai Internacional dedicam-se incessantemente à autorreforma — com a prática contínua e diária de gongyo e daimoku, do estudo do budismo, da relação de companheirismo estabelecida com os integrantes da organização local e dos incentivos do presidente Ikeda, além da participação e do apoio a projetos específicos em diversos setores, do educacional ao ambiental. Com esses esforços constantes, a consciência de serem agentes transformadores se expande, e uma energia positiva e vibrante se instaura na vida deles, irradiando vivacidade para os membros da família, da comunidade e a sociedade. Ikeda sensei diz: Não temos artifícios secretos, nossos membros se encorajam mutuamente e aceitam os desafios impostos pela reforma individual de seu caráter. A vitória de cada pessoa sobre seu “eu menor” impulsiona o desenvolvimento social e, por fim, influencia a história da humanidade. Esse é o âmago do nosso movimento da revolução humana.8 Um dos grandes estudiosos do Budismo de Nichiren Daishonin Richard Hughes acompanha há décadas os trabalhos realizados pela Soka Gakkai e a SGI em prol da paz, da cultura e da educação. Ele ressaltou: O Budismo de Nichiren Daishonin é uma das linhas budistas mais tradicionais do Japão e, na Soka Gakkai, ele assumiu a forma de um dos movimentos mais vibrantes, modernos e dedicados que existe. (...) Estudiosos começaram a reconhecer a Soka Gakkai como uma força positiva no mundo e como um excelente modelo daquilo que é chamado de “budismo de engajamento social” e essa é uma contribuição que atrai o mundo contemporâneo.9 Assim como observado pelo Dr. Seager, as atividades da SGI são um movimento efetivo de pessoas engajadas não somente pela felicidade de si, mas também para a felicidade de toda a humanidade. Compreender que cada integrante da organização e das instituições Soka cooperam verdadeiramente para a construção de um mundo melhor enche o coração de orgulho e de alegria. Simples ações na vida cotidiana, firmadas no humanismo budista, têm potencial transformador incalculável. Então, lembre-se: por meio de suas ações no local em que está, você pode mudar o mundo! Notas: 1. Brasil Seikyo, 1.793, 30 abr. 2005, p. A5. 2. IKEDA, Daisaku; HENDERSON, Hazel. Cidadania Planetária — Seus Valores, Crenças e Ações Podem Criar um Mundo Sustentável. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 95. 3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.718, 4 out. 2003, p. A3. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.607, 9 jun. 2001, p. A3. 5. Disponível em: https://www.sokaglobal.org/in-society/initiatives/cambodia-light-of-learning.html. Acesso em: 6 ago. 2021. 6. Tsunesaburo Makiguchi desenvolveu os princípios da educação humanística baseado em sua “teoria da criação valor”, que abarca: “belo, benefício e bem”. 7. Brasil Seikyo, ed. 1.742, 3 abr. 2004, p. A3. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.361, 25 fev. 2017, p. B4. 9. Terceira Civilização, ed. 405, maio 2002, p. 2.

01/09/2021

RDez

Trending Topics

Dia da Amazônia

O Dia da Amazônia1 é comemorado no dia 5 de setembro. A data foi estabelecida para louvar a criação da Província do Amazonas, em 1850, e para conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e sua rica biodiversidade, considerada um dos tesouros naturais mais valiosos da humanidade. Para celebrar este dia, separamos dez curiosidades para você aprender e compartilhar: 1. Área No Brasil, o bioma amazônico compreende uma área de 4.196.943 de km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a área total da floresta é de 6.700.000 de km². 2. Nove países e nove estados Quase 50% da Amazônia está em solo brasileiro. O restante está distribuído nos seguintes países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, a região amazônica está presente nos estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. 3. Fauna A fauna da Amazônia é incrivelmente diversificada. Pesquisas sugerem que a região abriga cerca de 30 milhões de espécies animais.2 Ela é predominantemente formada por aves, roedores, répteis, insetos e anfíbios distribuídos da seguinte forma: Peixes: 1.800 espécies Aves: 1.300 espécies Répteis: 350 espécies Mamíferos: 311 espécies Anfíbios: 163 espécies 4. Animais Os animais mais comuns que podemos encontrar na Amazônia são: primatas, como guaribas, saguis, macacos-barrigudos e macacos-prego; aves, como araras, papagaios e tucanos; grandes predadores, como a onça; e outros mamíferos, como o tamanduá, o peixe-boi, o boto e o lobo-guará. Também são frequentes répteis, como a jararaca, o jacaré e a sucuri, além de anfíbios, como sapos, e peixes, como o pirarucu. Insetos, como besouros, também são comuns na região.3 5. Flora A Floresta Amazônica tem mais de 390 bilhões de árvores4 (ou 1/3 de toda a madeira tropical do mundo)5 e cerca de 2.500 espécies de árvores. Possui também 30 mil espécies de plantas.6 Muitas delas só encontradas lá! A diversidade de plantas na Amazônia é tão grande que cientistas estimam que, em um hectare (área do tamanho de um campo de futebol), pode haver mais de 750 tipos de árvores e até 1.500 espécies de plantas superiores.7 6. Plantas nativas Algumas das espécies que nasceram na Amazônia são: açaí, castanha do Pará, cumaru, guaraná, seringueira, andiroba, camu-camu, pupunha, tucumã e vitória-régia.8 7. Biodiversidade A região é o lar de aproximadamente 10% de todas as espécies de animais e plantas conhecidas no mundo!9 8. Hidrografia A Bacia Hidrográfica Amazônica é a maior do mundo10 e cobre cerca de 6 milhões de km². O rio Amazonas é o principal rio que forma a bacia e recebe água de mais de 1.100 afluentes.11 Ele é o rio com maior volume de água do planeta e, com 6.992 km de extensão, é também o mais longo.12 9. Povos indígenas A região amazônica é o lar de mais de 350 povos indígenas que falam cerca de 400 línguas.13 Essas comunidades vivem de forma integrada com a floresta e cada uma tem suas próprias tradições, rituais e modos de vida. 10. Floresta alagada Durante a estação das chuvas, grande parte da Amazônia se transforma em uma floresta alagada. Esse fenômeno, chamado de pulso de inundação, permite que a mata absorva muita água e crie um habitat especial para a vida aquática. Também afeta o ciclo de vida de muitas plantas e animais. Alerta! Até o momento, aproximadamente 729 mil km² do bioma amazônico foram desmatados, o que representa 17% do total. Desses, 300 mil km² foram desmatados nos últimos 20 anos. Instituto Soka Amazônia Em meio a essa riqueza natural, temos o Instituto Soka Amazônia (ISA), idealizado por Daisaku Ikeda há dez anos com o objetivo de proteger a Amazônia por meio da conscientização de cada indivíduo e, assim, proteger o futuro da humanidade. Chegou a nossa vez de olhar para o futuro! Vamos pesquisar e aprender a cuidar deste precioso tesouro que possuímos em nosso país. Para saber mais, acesse: https://institutosoka-amazonia.org.br/ Notas: 1. Data estabelecida pela Lei 11.621/2007. Acesso em: 24 jul. 2024. 2. https://www.embrapa.br/contando-ciencia/bioma-amazonia#:~:text=Para%20voc%C3%AA%20ter%20uma%20ideia,descobertas%20a%20fazer%20no%20futuro. Acesso em: 24 jul. 2024. 3. https://brasilescola.uol.com.br/brasil/floresta-amazonica.htm#:~:text=Estima%2Dse%20que%20existam%20400,os%20dias%20para%20a%20atmosfera. Acesso em: 24 jul. 2024. 4. https://brasilescola.uol.com.br/brasil/floresta-amazonica.htm#:~:text=Estima%2Dse%20que%20existam%20400,os%20dias%20para%20a%20atmosfera. Acesso em: 24 jul 2024. 5. https://antigo.mma.gov.br/biomas/amaz%C3%B4nia.html. Acesso em: 24 jul. 2024. 6. Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Acesso em: 24 jul. 2024. 7. https://greenpeace.org/brasil/blog/curiosidades-da-amazonia/. Acesso em: 24 jul. 2024. 8. https://revistacasaejardim.globo.com/paisagismo/noticia/2023/09/amazonia-10-plantas-nativas-da-maior-floresta-tropical-do-mundo.ghtml. Acesso em: 24 jul. 2024. 9. Conforme informações divulgadas em 2021 pelo Painel Científico para a Amazônia (PCA). Acesso em: 24 jul. 2024. 10. https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2023/09/5-de-setembro-dia-da-amazonia/#:~:text=Em%205%20de%20setembro%2C%20%C3%A9,II%2C%20no%20ano%20de%201850. Acesso em: 24 jul. 2024. 11. https://antigo.mma.gov.br/biomas/amaz%C3%B4nia.html. Acesso em: 24 jul. 2024. 12. https://brasilescola.uol.com.br/brasil/rio-amazonas.htm#:~:text=Ele%20se%20estende%20por%206992,hidrogr%C3%A1fica%20da%20Am%C3%A9rica%20do%20Sul. Acesso em: 24 jul. 2024. 13. https://www.greenpeace.org/brasil/blog/curiosidades-da-amazonia/. Acesso em: 24 jul. 2024.

02/09/2024

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Mês de setembro

Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de setembro: Do Mestre para você Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento Na última parte desta série, o Mestre nos ensina a superar os medos. Corredores da Justiça Descubra o que a lua e o aprofundamento da fé têm em comum. Faróis da Esperança Desperte o poder do leão dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Você sabe o que é cultura de paz? Leia aqui. DE-Esperança Veja como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no dia a dia. DE-Herdeiro Aprenda de quantas maneiras a solidariedade pode contribuir para a paz. Quentinhas O que Rolou Se liga no que as localidades organizaram pela DE. Trending Topics A primavera chegou! Saiba quais flores brasileiras desabrocham nesta época. Mural de Vitórias Pedro Henrique conta, em vídeo, como venceu no estudo, na prática esportiva e na criação de um livro. Matéria do mês Minhas ações pela paz Construa um futuro melhor a partir de agora com a RDez! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os cinco anos da conclusão da Nova Revolução Humana. ABC do Budismo Entenda o que existe em comum entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos deste mês!

30/08/2023

Matéria da Divisão da Esperança

O futuro está em nossas mãos!

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fazem parte da Agenda 2030, que tem como plano de ação global eliminar a pobreza e a fome, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que todas as pessoas possam desfrutar de paz e de prosperidade.1 Na Proposta de Paz de 2017, o presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, afirmou: [Na Agenda 2030], os jovens são identificados como “agentes fundamentais de mudança”, convicção que compartilho totalmente. Os jovens e seu vívido engajamento representam a solução para os desafios globais que enfrentamos; eles têm a chave para alcançar as metas da ONU para 2030. (Terceira Civilização, ed. 585, maio 2017, p. 16) Portanto, nós, membros da DE-Esperança, temos a missão de criar um mundo melhor por meio de atitudes positivas em nossa família, na escola, com os amigos, na organização e onde mais atuarmos. Devemos entrar em ação tendo em mente os ODS e o desejo de transmitir esperança e alegria às pessoas. Foto: Getty Images Começa comigo, começa agora Para fazer com que o mundo se torne um lugar melhor, devemos observar e analisar a realidade, planejar e, com muito daimoku, entrar em ação com criatividade e sabedoria. Para contribuirmos para a paz, selecionamos os ODS que podem ser colocados em prática a partir de hoje e no dia a dia: ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável Ter uma nutrição adequada traz benefícios para a saúde e para o desenvolvimento da população. Daí a importância de incentivar os produtores locais, reduzir o desperdício de comida, consumir frutas, legumes e hortaliças da estação e conversar sobre o assunto com outras pessoas. ODS 6 – Água potável e saneamento básico A água nutre nosso corpo enquanto o saneamento básico (serviços que envolvem abastecimento de água, esgoto sanitário, limpeza urbana e manuseio de resíduos sólidos e de águas pluviais) contribui para a qualidade de vida. Para que todas as pessoas tenham acesso a esses benefícios, a dica é evitar desperdício de água no banho e descartar o lixo corretamente. ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes Foi criado para promover uma sociedade mais pacífica e inclusiva e proporcionar acesso à justiça e à construção de instituições eficazes e responsáveis. Um dos meios para você contribuir com esse ODS é praticando a tolerância, o respeito e a empatia com todos ao seu redor. Saiba mais Aprenda sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável clicando aqui ou assistindo ao vídeo: Na sua rotina diária, que tal colocar em prática três ações que estejam alinhadas com os ODS 2, 6 e 16? Se precisar, peça ajuda para seus familiares e amigos. Nota:1. https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: ago. 2023.

30/08/2023

Matéria do mês

Eu faço a diferença!

A população do Brasil é de 216 milhões de pessoas,1 de acordo com o site Worldometer. Todos esses habitantes necessitam de recursos para sobreviver, como alimento, água, energia, vestuário, entre outros. No entanto, nas últimas décadas, essas necessidades vêm ganhando um espaço cada vez maior na vida dos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, o consumo das famílias brasileiras cresceu 4,3% em comparação com 2021,2 o que tem gerado sérias consequências, inclusive para o equilíbrio ecológico do planeta. Para entender melhor como os efeitos desse consumismo afetam o meio ambiente e como a conscientização de cada um pode fazer a diferença, continue rolando a página. 😉 Foto: Getty images Eu mudo, tudo muda Imagine uma frondosa macieira em que todos pegam uma maçã todos os dias, mas ninguém rega nem aduba a árvore. Após algum tempo, as frutas acabarão, assim como a macieira que não foi cuidada. O mesmo ocorre com o meio ambiente. Ao utilizarmos ou consumirmos algo exageradamente, sem pensarmos se é realmente necessário, podemos zerar os recursos naturais. Essa exploração excessiva resulta no desequilíbrio dos ecossistemas, levando à escassez de matérias-primas antes mesmo delas serem renovadas pelo ambiente. Segundo a Global Footprint Network e a World Wide Fund for Nature,3 em 2022, no mês de julho, a humanidade já tinha consumido tudo o que os ecossistemas produziriam para aquele ano! E a tendência é que este limite seja alcançado cada vez mais cedo devido à superexploração dos recursos. Para transformar esse ponto, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, orienta: [...] para efetuar melhorias em larga escala, cada cidadão deve se esforçar para empreender uma autorreforma, examinando com rigorosidade seu dia a dia, e a partir daí eliminar as atitudes que possam agravar a poluição. (Escolha a Vida, p. 80) Trazendo isso para o dia a dia, precisamos refletir se tudo o que consumimos é realmente necessário naquele momento. Por exemplo: “É importante comprar um determinado item agora?” ou “Preciso ficar todos esses minutos no banho com o chuveiro ligado?”. A partir dessas e de outras reflexões, podemos repensar e melhorar as nossas ações. No budismo, aprendemos que essa mudança também faz parte da revolução humana. Pensando agora em larga escala, se cada um de nós refletir sobre a sua postura e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo, ampliamos e multiplicamos esta ação local para algo maior. Dessa forma, pouco a pouco, estaremos colaborando positivamente com o mundo. Para contribuir ainda mais, veja outras dicas que a RDez separou para você: Presidente Ikeda colhe cerejas com os companheiros (Yamagata, Japão, jul. 1987). Foto: Seikyo press Basear-se em uma correta filosofia de vida Anteriormente, vimos que a transformação de cada cidadão contribui com o meio ambiente. No entanto, para examinar cada aspecto com exatidão, é importante se basear em uma correta filosofia de vida. A prática do budismo, que tem como base a dignidade da vida, faz com que nos preocupemos com o bem-estar dos outros e com o meio ambiente. E essa mesma prática nos faz repensar vários aspectos do nosso cotidiano como o que compramos, comemos, descartamos e nos movimentamos. O Mestre afirma: Devemos adotar a perspectiva de que a consciência da dignidade da vida deve ser o princípio fundamental sobre o qual assentam todas as nossas ações. Uma vez estabelecida essa premissa devemos tomar ações concretas. (Escolha a Vida, p. 82) Assim como sensei ensina, vamos aplicar ainda mais em nosso cotidiano a filosofia da dignidade da vida do Budismo de Nichiren Daishonin e fazer a diferença no local em que atuamos. *Dica RDez Quer saber mais sobre como reutilizar os objetos? Se liga no DIY Dez deste mês, que te ensina a reutilizar potes e transformá-los em porta-objetos superúteis. Além disso, você pode se inteirar mais sobre o assunto na entrevista feita com o coordenador do Instituto Soka Amazônia na matéria da DE-Esperança. Arnold J. Toynbee (1889–1975) afirmou: “[...] a atual ameaça à sobrevivência humana só pode ser removida por uma mudança revolucionária no coração de cada pessoa”.4 Se o coração das pessoas mudar, o modo como elas se comportam também mudará, o que acarretará mudanças significativas no ambiente social e natural. Só seria possível sanar o tumulto social [...] gerando mudança nos seres humanos — em outras palavras, a revolução humana. (Nova Revolução Humana, v. 18, p. 212) Foto no topo: Getty Images Notas:1. https://www.worldometers.info/world-population/brazil-population/. Acesso em: abr. 2023.2. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/03/consumo-das-familias-sobe-43-em-2022-com-reabertura-da-economia.shtml. Acesso em: abr. 2023.3. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2022/07/28/dia-da-sobrecarga-humanidade-vive-a-credito-de-recursos-naturais-a-partir-de-hoje.htm. Acesso em: abr. 2023.4. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Ikeda. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 82.

18/05/2023

Matéria da Divisão do Futuro

Reciclar é prezar o meio ambiente

Você já parou para contar quantas vidas há ao seu redor? E não estamos falando somente de pessoas mas também de flores, árvores, animais, insetos etc. No budismo, aprendemos com o Mestre que cada um tem o seu valor e que devemos demonstrar o máximo respeito pelo meio ambiente. Porém, atualmente, percebemos que a natureza não está sendo bem cuidada. Um exemplo é a quantidade de lixo que é descartado de modo inadequado. Uma forma de diminuir a produção de resíduos é com a reciclagem, ou seja, o reaproveitamento de materiais que seriam jogados fora. Um exemplo é quando você usa o papelão do rolo de papel higiênico para fazer um brinquedo, como um binóculo. Esse processo começa com a coleta seletiva, em que os materiais são separados em lixeiras com cores específicas: Azul: papel e papelão Vermelho: plástico Verde: vidro Amarelo: metal Marrom: resíduos orgânicos Há também lixeiras menos conhecidas, como: Laranja: pilhas e baterias Preto: madeira Roxo: lixo radioativo Branco: lixo hospitalar Cinza: resíduos não recicláveis Com o descarte correto dos materiais, contribuímos para que eles não sejam destinados a lixões ou aterros sanitários e contaminem o meio ambiente. Para saber mais como reaproveitar os materiais, veja o DIY Dez deste mês e aprenda a criar um porta-objetos com um pote de sorvete. E não esqueça de compartilhar o que aprendeu aqui com os familiares e os amigos. Desse modo, mais pessoas irão ajudar o meio ambiente. Presidente Ikeda dialoga com aluno da Escola de Educação Infantil Soka da Malásia (Malásia, dez. 2000). Foto: Seikyo Press Frase do sensei: “Preservamos o meio ambiente ao plantar árvores, mas é essencial plantar no coração das pessoas a filosofia budista de prezar o ambiente”.  (Nova Revolução Humana, v. 17, p. 304) *** Quiz 1. O que é reciclagem? a. Consumir os recursos naturais b. Reaproveitamento de materiais que seriam jogados fora c. Comprar objetos sem necessidade 2. Em qual lixeira deve ser descartado o plástico? a. Azul b. Verde c. Vermelho 3. Complete de acordo com o texto: “Com o descarte correto dos materiais... a. contribuímos para que eles não sejam destinados a lixões ou aterros sanitários b. não ajudamos o planeta c. Nenhuma das alternativas anteriores Respostas 1. B 2. C 3. A

18/05/2023

Matéria da Divisão da Esperança

Ações que contribuem para o futuro do planeta

Tecnicamente falando, o meio ambiente é a junção de elementos químicos e físicos presentes na natureza que possuem uma profunda relação com todos os seres vivos. Para aproveitarmos tudo o que o meio ambiente nos oferece sem que isso leve à sua degradação, temos que, a partir de hoje, cultivar boas atitudes e nos conscientizar sobre a importância da preservação. Para aprendermos mais sobre isso, conversamos com especialistas do Instituto Soka Amazônia: DE-Esperança: Como Sucessores Ikeda 2030, quais atitudes podemos adotar para preservar o meio ambiente? Instituto Soka Amazônia: Diante dos atuais problemas ambientais no mundo, talvez passe pela nossa cabeça que não podemos fazer nada para resolvê-los. No entanto, cada ação contribui para o bem da natureza. A primeira ação a fazer é nos enchermos de coragem e termos a certeza de que, "sim, eu posso contribuir para um mundo melhor". Outras atitudes que fazem a diferença no dia a dia são: reduzir e separar os resíduos; verificar qual é o real destino do resíduo depois da coleta; fazer uma composteira doméstica para transformar o que parecia lixo em nutrientes para as plantas e reduzir o consumo de energia. Essas ações só dependem de nós e podemos adotá-las agora mesmo. DE-Esperança: No Budismo Nichiren, aprendemos sobre o princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Como aplicá-lo visando o bem-estar de todos? Instituto Soka Amazônia: Esse é um dos princípios que rege nosso trabalho no Instituto Soka Amazônia. Antes de tudo, é importante compreender que nossas influências positivas e negativas moldam o ambiente. Então, cultivar um caráter íntegro fará com que esse local seja igualmente pleno e saudável. E, por mais difícil que seu ambiente possa parecer, saiba que você é a pessoa ideal para transformá-lo no melhor lugar de todos. Basta dar o primeiro passo, continuar agindo e não desistir! Imagem aérea do Instituto Soka Amazônia, em Manaus (AM). Foto: Pablo Caiña DE-Esperança: Sabemos que as mudanças climáticas estão alterando a vida das pessoas. Como Estudantes, qual seria o primeiro passo para contribuirmos positivamente com essas pessoas? Instituto Soka Amazônia: De acordo com o princípio esho-funi, todas as formas de vida são unas e fazem parte do nosso ambiente, e isso é verdadeiro em escala global. Portanto, todas as nossas ações influenciam o planeta e, consequentemente, todas as pessoas. Dependendo da intensidade da ação, a reação pode ser diferente em cada local. Uma frase que podemos colocar em prática é “pensar globalmente e agir localmente”.1 Essa frase foi o chamado universal para todos os povos se unirem e, juntos, reconstruirem um mundo melhor até 2030. Para isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS),2 com 169 metas que nós podemos colocar em prática. Como primeiro passo, dediquem-se nos estudos. Então, munidos de conhecimento, coloquem-no em prática para melhorar o planeta para todos. DE-Esperança: O consumo consciente impacta na construção de um meio ambiente melhor? Instituto Soka Amazônia: Pensando de maneira ecológica, na cadeia alimentar, os consumidores são organismos que se alimentam de outros organismos. Os consumidores primários são os herbívoros, que se alimentam de plantas. Aqueles que se alimentam dos herbívoros são os consumidores secundários (os carnívoros e os onívoros fazem parte desse grupo). E os que se alimentam dos consumidores secundários são os consumidores terciários (por exemplo, leões e tubarões). Existem também os decompositores, como os fungos e as bactérias, que degradam a matéria orgânica. Na natureza, esse fluxo de energia, sem nenhuma alteração, é completamente harmônico. No entanto, se, por exemplo, não houvesse mais as cutias,3 as sementes não seriam enterradas no solo, o que resultaria na redução de determinadas plantas e na superpopulação de outras. Sem as cutias, as onças não teriam o que comer nem como alimentar seus filhotes e poderiam se extinguir. A alteração, em qualquer nível, pode gerar um grande desastre. Então, consumir é uma grande responsabilidade e nós, como seres que possuem a habilidade de pensar, precisamos moldar nossa consciência para viver em harmonia com todas as formas de vida. Se isso implica em reduzir nosso tempo no banho, evitar materiais não sustentáveis e cuidar das nossas ações, então, é isso o que devemos fazer! *** Você sabia? As ações do Instituto Soka Amazônia se baseiam em três frentes que se complementam: educação ambiental, conservação da natureza e pesquisa científica. Para saber mais sobre o instituto, acesse aqui. DE-Esperança recomenda Um filme que tem tudo a ver com a preservação do meio ambiente é O Lorax: Em busca da trúfula perdida, da Universal Studios. A animação conta a história de Sneedville, uma cidade onde não havia natureza. Por essa razão, Ted pega a estrada e vai atrás de uma árvore de verdade para impressionar uma garota por quem está apaixonado. Nessa busca, ele conhece Lorax, um bicho que tem como missão evitar que a floresta seja destruída. Classificação: livre Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 1.718, 4 out. 2003, p. A3.2. Ibidem.3. Pequenos roedores que estocam sementes no solo.

18/05/2023

Matéria da Divisão dos Herdeiros

Preservação da vida

Você sabia que o dia 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente? A data tem como objetivo conscientizar e valorizar a preservação da natureza e teve origem em 1972, após uma conferência promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de tratar de assuntos ambientais que afetavam o planeta. Apesar da preocupação ser antiga, vemos nos noticiários que ainda há constantes desmatamentos das florestas, sujeiras nos rios e mares, lixo nas ruas e poluição do ar. Esses problemas têm gerado diversas consequências graves, como mudanças climáticas, perda do ciclo da água, desequilíbrio do ecossistema, poluição atmosférica, extinção de espécies da fauna e da flora e falta de recursos na natureza. Sobre isso, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: A destruição da natureza é a destruição da humanidade. A natureza é nosso lar. Toda a vida deste planeta, incluindo a vida humana, originou-se do ambiente natural. Não devemos nossa existência às máquinas nem à ciência. Somos produtos da natureza. A vida neste planeta não foi criada artificialmente. (Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 1, p. 253) Jamais devemos esquecer que somos parte da natureza e que precisamos preservá-la para o bem das futuras gerações. Mas como fazer isso? Foto: Getty images Ações diárias No budismo, há o termo esho-funi (inseparabilidade da vida e seu ambiente) que explica que, apesar do indivíduo e do mundo serem fenômenos independentes, eles são unos em sua existência fundamental. Por isso, a todo instante, influenciamos e somos influenciados pelo ambiente de forma positiva ou negativa. Seguem algumas dicas de ações diárias que ajudam na preservação e no cuidado com o meio ambiente: • Descartar o lixo de forma correta • Evitar ficar muito tempo no banho • Evitar o desperdício de alimentos • Utilizar sacolas ecológicas na hora das compras Nós, como cidadãos deste planeta, precisamos entrar em ação. O primeiro passo é, além da prática da fé diária, criar hábitos sustentáveis em casa, conscientizar os familiares e expandir essas ações para as pessoas que conhecemos. Assim, pouco a pouco, geraremos um pensamento ecológico saudável e sustentável na sociedade. Você conhece o Instituto Soka Amazônia? Embasado no humanismo Soka e em prol da sustentabilidade, o Instituto Soka Amazônia tem como objetivo contribuir para a proteção da integridade ecológica da Amazônia compartilhando a visão humanística do Dr. Daisaku Ikeda, fundador do instituto. São realizadas diversas ações, como reflorestamento, plantações, projetos de conscientização, campanhas etc. Para saber mais, clique aqui.

18/05/2023

DIY DEZ

Porta-objetos para organizar a mesa de estudo

Você já revirou a casa inteira e ainda não achou seu lápis favorito nem a tesoura? Bom, seus problemas acabaram, pois, neste mês, aprenderemos a transformar um pote de sorvete em um porta-objetos para manter tudo organizado. Vamos lá? Materiais Pote de sorvete limpo e seco (sem tampa) Tesoura sem ponta Cola branca Canetas permanentes, tinta, papel colorido e desenhos (esses itens variam de acordo com a decoração que você escolher) Criando composições Nesta opção, cole vários papéis coloridos ao redor do pote de sorvete. Você pode combinar páginas de histórias em quadrinhos, revistas ou jornais antigos. Após cobrir todo o pote, aplique a cola novamente sobre os papéis para impermeabilizá-los. Sinta-se fazendo arte Se escolher fazer arte, use a criatividade para decorar o pote de sorvete com vários desenhos. Pegue as canetas permanentes ou a tinta para desenhar figuras, emojis ou personagens de desenhos.

17/05/2023

Faróis da Esperança

Desfrutem um proveitoso outono!

Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei Outono é a estação em que os fazendeiros colhem as frutas, os vegetais, o arroz e outras plantações que eles cultivaram. Nichiren Daishonin escreveu: “Os seres humanos vivem graças ao alimento, por isso, consideram o alimento um bem valioso”. E acrescentou: “A vida é o tesouro mais raro” (CEND, v. II, p. 393). Dessa forma, ele expressa gratidão pela comida e ensina que nossa vida é preciosa e insubstituível. A vida de vocês é um tesouro de ilimitada esperança que transborda infinito potencial criativo. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é o “alimento” que possibilita esse tesouro brilhar ao máximo! Da mesma forma que nosso corpo fica cheio de energia quando nos alimentamos, recitar Nam-myoho-renge-kyo torna nosso coração feliz e forte. Espero que tenham um agradável e proveitoso outono em que possam se alimentar, dormir, aprender e brincar quanto quiserem! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de outubro de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro.

20/03/2023

O que rolou

Folia e aprendizado

Gincana musical A cada encontro, os Estudantes e os líderes do Distrito Itapetininga, CLP, procuram fazer algo diferente. Em um deles, teve serpentina, confete e uma oficina de confecção de máscaras. Eles também realizaram uma gincana musical em que, a cada fase, os participantes tinham que cumprir um desafio. A alegria rolou solta! Bloquinho sustentável Abrindo as atividades presenciais da localidade, os Estudantes, pais e líderes da RE Paraíba, CRE Leste, organizaram o Bloquinho DE Feliz. Com uma proposta sustentável, todos levaram e utilizaram materiais recicláveis para montar a fantasia e o abadá. Foi pura diversão! Ao final, brincaram e tiraram muitas fotos. Momento carnavalesco Em clima de Carnaval, os líderes do Distrito Biritiba Mirim, CSGP, rechearam a reunião da DE com muitos aprendizados. Para saber como foi, assista ao vídeo em que Tiemi Okamoto, responsável da DE-Futuro do distrito, conta sobre a atividade. *Dica RDez Que tal criar um momento sustentável na reunião da DE? Aproveite as matérias da RDez para dialogar com os amigos sobre sustentabilidade e reutilize materiais para criar objetos e brinquedos. Depois, compartilhe conosco como foi pelo e-mail rdez@brseikyo.com.br com seu nome e fotos do encontro. Fotos e vídeos: Colaboração local.

20/03/2023

Tesouro das Quatro Estações

Floresçam em total plenitude e liberdade exatamente como são!

O dia 11 de fevereiro é a data de nascimento do meu mestre, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. O ano de 2020 assinala o 120o aniversário dele [texto originalmente publicado em 2020].1 Toda sensei, que nasceu na fria Região Norte do Japão, sempre dizia aos meninos e às meninas: “Desenvolvam sua força no inverno!” Por mais frio que esteja, as flores, os animais e os insetos se preparam, pouco a pouco, para a primavera vindoura. Assim como eles, sigam em frente rumo aos seus objetivos de forma invencível mesmo diante do frio! *** A primavera é a estação das flores. As flores da ameixeira aparecem antes de todas as outras, enquanto o clima ainda está gelado. E então várias outras a seguem, até que, finalmente, as flores da cerejeira surgem para anunciar a chegada plena da primavera. Algumas flores desabrocham cedo, enquanto outras têm um tempo próprio. As flores nascem em diferentes cores e formas. O Budismo de Nichiren Daishonin ensina o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. Significa que, da mesma forma que cada uma dessas flores tem sua beleza própria, cada pessoa também é diferente. Nosso rosto, corpo, personalidade e gostos variam. É o que nos torna especiais. Por sermos todos diferentes, somos insubstituíveis e preciosos. Por vezes, talvez você desejasse ser como outra pessoa. Mas assim como as flores da cerejeira não podem se tornar flores da ameixeira, do pessegueiro ou do damasqueiro, elas são o que elas são e você é o que você é. O importante é que faça a grande flor do seu potencial desabrochar radiantemente de um jeito só seu. *** Já ouviram a música de Ludwig van Beethoven (1770–1827)? Ele nasceu na Alemanha há 250 anos e é um dos maiores compositores do mundo. Adoro a música de Beethoven. Sempre me sinto inspirado quando ouço as poderosas notas de abertura — tan-tan-tan-taaan — da Sinfonia no 5, também conhecida como Sinfonia do Destino, e a Sinfonia no 9, com o famoso trecho Ode à Alegria. Daisaku Ikeda toca piano para os membros (Fukushima, mar. 1977) Quando Beethoven era jovem, seu rigoroso pai o fazia praticar piano durante muitas horas por dia. Beethoven dava o melhor de si, apoiado pelo carinhoso incentivo da mãe, mas, quando ele estava com 16 anos, ela faleceu em decorrência de uma doença. Mais ou menos por volta dos 30 anos, Beethoven começou a perder a audição gradativamente. Como músico, a audição lhe era tão preciosa quanto a própria vida. Quão doloroso e frustrante deve ter sido para ele! Entretanto, uma luz constante ardia em seu coração. Era a luz da música : o som do piano que praticara por tantos anos, as melodias que amava e as vozes das pessoas cantando. Quanto mais Beethoven se empenhava para aprimorar sua arte, mais forte, intensa e ampla se tornava sua luz e seu talento desabrochava plenamente. Ele compôs mais de 300 peças ao longo de sua existência e hoje músicos do mundo todo tocam suas obras-primas. *** Vocês têm fé na Lei Mística, o que os torna invencíveis. Mesmo quando estiverem se sentindo desanimados ou enfrentando algum problema, se recitarem Nam-myoho-renge-kyo poderão fazer o sol raiar em seu coração. Assim como a luz do Sol nutre as flores, recitar Nam-myoho-renge-kyo pode ajudá-los a desenvolver continuamente suas melhores qualidades e seus pontos fortes. Cada um de vocês possui sua própria e especial flor, a flor da missão que é só sua. Espero que recitem Nam-myoho-renge-kyo com otimismo e caminhem em direção aos seus sonhos. A primavera, com todas as suas flores, logo chegará. Peço-lhes que cada um faça a sua flor desabrochar plena e livremente da forma como vocês são. Também desejo que se encorajem mutuamente e trabalhem juntos com seus amigos para criar um jardim florido, onde todos possam desabrochar com toda a beleza da diversidade! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Tesouro das Quatro Estações” da edição de fevereiro de 2020 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Nota:1. Este mês assinala o 123o aniversário natalício de Josei Toda.

01/02/2023

Trending Topics

Todo dia é o Dia da Água

Criado em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água é comemorado em 22 de março. A data foi originada pela importância desse recurso para a sobrevivência de todos os seres vivos. Ciente disso, a RDez foi atrás de dicas para que você e as pessoas do seu convívio consigam economizar água todos os dias nos diferentes cômodos da casa. Na cozinha ✅ Colocar na panela somente a quantidade de água necessária para o cozimento dos alimentos evita desperdício. ✅ Levar as panelas direto à mesa em vez de usar travessas é uma forma de diminuir a quantidade de louça para lavar. ✅ Para não gastar muita água na hora de limpar os pratos, uma estratégia é ensaboá-los com a torneira fechada e enxaguá-los todos de uma vez. ✅ Nos utensílios mais engordurados, ajuda soltar a sujeira se despejar sobre eles a água quente do cozimento de legumes ou do macarrão. ✅ Lavar frutas e legumes na pia com uma bacia embaixo da torneira permite aproveitar a água para outra finalidade, como molhar as plantas do quintal. No quintal ✅ Estabelecer um dia na semana para lavar roupa economiza água; melhor ainda se reutilizar a água da máquina ou do tanque para limpar o quintal e a calçada. ✅ Sempre que possível, procure varrer o quintal em vez de lavá-lo. ✅ Utilizar regador ou balde em vez de mangueira para molhar hortas e plantas economiza muitos litros de água. No banheiro ✅ Ao escovar os dentes, utilize um copo-d’água para fazer os bochechos em vez das mãos. ✅ No banho, procure diminuir o tempo da ducha e fechar o registro enquanto ensaboa o corpo. ✅ Não esqueça de verificar se a torneira está bem fechada. ✅ Vale a pena deixar um balde embaixo do chuveiro para aproveitar o primeiro jato frio e o pinga-pinga que fica depois do banho. Essa água pode ser aproveitada no vaso sanitário.

14/02/2022

Matéria de Capa

Tudo o que existe faz parte de um único universo

Os seres e seus ecossistemas estão ligados, e nós, humanos, também estamos nessa! Além disso, influenciamos e muito essa conexão invisível. Curioso? Chega mais! Como vimos, o ambiente tem seu equilíbrio natural e todas as coisas estão interligadas. Até nós, seres humanos, estamos! No Budismo Nichiren, isso é chamado de “origem dependente” (em japonês, engi): os seres e os fenômenos existem ou ocorrem pela relação com os demais. Indo mais a fundo, qualquer vida gerada na Terra — seja um ser microscópico, uma planta, um animal ou ser humano — também está relacionada com todo o universo. No romance Nova Revolução Humana, ao dialogar com uma Estudante, sensei explica que nós somos iguais ao universo: A forma redonda de nossa cabeça é como a esfera celestial, nosso cabelo equivale às incontáveis estrelas. Nossos olhos são o Sol e a Lua: quando estão abertos, é dia, e quando estão fechados, é noite. E nossas sobrancelhas são as estrelas da Ursa Maior. Quando inspiramos e expiramos pelo nariz, isso equivale ao vento que sopra pelos vales. As doze principais articulações de nosso corpo representam os doze meses e todas as outras pequenas articulações são os dias do ano. O sangue que corre por nossas veias representam os rios — as grandes artérias são como os grandes rios e os vasos capilares são os riachos. (Nova Revolução Humana, v. 14, p. 251) Dá para entender, então, que nada existe isoladamente ou está desconectado. Nós mesmos somos o próprio universo! Células positivas que compõem o universo No livro Vida: Um Enigma, uma Joia Preciosa, o presidente Ikeda também faz comparação do universo com o corpo humano, mas em relação às células cancerígenas. Ele alerta que o câncer é uma célula traiçoeira e egoísta que despreza as outras células e devora o corpo, e que, como seres humanos, não devemos nos tornar esse tipo de célula se espalhando pelo universo.¹ Para se tornar uma “célula” positiva, que coopera e transforma o universo, é necessário se sintonizar com ele. Isso é possível com a prática da fé. Ao recitar daimoku, sua vida se une ao universo e então você adquire sabedoria e determinação para agir de forma altruísta. Se o objetivo for contribuir para o meio ambiente, com certeza será um agente positivo da mudança. Conscientes desse ponto, vamos juntos nos conectar por meio da prática da fé e dialogar com cada amigo que encontrarmos, mostrando a importância de nossas ações em prol das demais pessoas e do meio ambiente. É desse modo que todos se movimentarão por um mundo melhor! Em busca de uma coexistência harmoniosa entre indivíduo e natureza² Fundado em 1991, em Manaus, o Instituto Soka Amazônia (antes Centro de Pesquisas e Estudos Ambientais do Amazonas — Cepeam) é uma iniciativa liderada pelo pacifista, filósofo, escritor e poeta Daisaku Ikeda com foco na criação de projetos de conscientização ambiental e para a proteção da região amazônica. Ele acredita que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis, continuamente exercendo influência direta entre si. As ações realizadas pelo Instituto Soka Amazônia têm base em três frentes: educação ambiental, banco de sementes naturais e pesquisa científica. Essas frentes estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Em meio à pandemia, o instituto promove atividades e palestras on-line com diálogos inter-religiosos, pondo em ação projetos, como o Memorial Vida e Biosequestro de Carbono, e dando continuidade a muitos outros que estavam ocorrendo. Para mais informações: https://institutosoka-amazonia.org.br/ NRH na vida “O caminho para a felicidade reside em estabelecer uma autonomia pessoal, não ficando mais à mercê de desejos egoístas ou de impulsos instintivos, cooperar com os outros e viver em harmonia com a natureza. Alcança-se uma vida assim quando se busca alinhar a vida com o princípio eterno que existe dentro de todos os seres humanos e, na realidade, permeia e une o universo inteiro. Este, de acordo com o budismo, é o caminho da revolução humana. Sem essa transformação interior, os problemas que se impõem à humanidade serão insolúveis.” (Nova Revolução Humana, v. 21, p. 212)

01/06/2021

Matéria de Capa

Nosso mundo — #GenerationRestoration

Tudo está interligado, desde um pequeno grão de pólen até as imensas florestas que cobrem a Terra. Para saber mais sobre isso, embarque nesta leitura com a RDez Celebrado pela primeira vez em 5 de junho de 1974, o Dia Mundial do Meio Ambiente evoluiu e, atualmente, se transformou numa plataforma global que impulsiona diversas ações envolvendo milhões de pessoas e instituições. Neste ano [2021], o tema da comemoração é “Restauração de Ecossistemas”; afinal, sustentam a vida na Terra. Mas qual é a relação entre o globo terrestre e os ecossistemas existentes? Para nos aprofundarmos no assunto, é preciso, primeiro, entender o que é um ecossistema. É um conjunto de comunidades — animais, plantas, fungos, micro‑organismos, entre outros — que vivem em determinado local e interagem entre si e com o ambiente à sua volta, constituindo um sistema equilibrado e autossuficiente. Eles existem em diferentes escalas no planeta; o maior é a própria biosfera, a qual corresponde a todos os locais em que existe vida. Outro exemplo são as florestas com sua grande biodiversidade. Porém, o ecossistema pode ocorrer em escala microscópica, como numa única planta: engloba vários organismos que interagem entre si permitindo sua sobrevivência. E o incrível é que, do menor ecossistema ao da imensa biosfera, todos estão interligados! Descubra mais a seguir. Conexão invisível, resultados visíveis Dando um zoom nos ecossistemas, percebe-se que eles estão conectados por detalhes tão pequenos que até passam despercebidos. Exemplo é a polinização, a transferência de pólen das flores. Imagine uma abelha voando pela floresta: para que se alimente e produza o mel, ela pousa de flor em flor coletando o pólen utilizando os pelos do corpo. Porém, no trajeto, deixa cair um pouco de pólen aqui e ali, fertilizando o solo por onde passa. Não somente a abelha, muito outros animais também são polinizadores e ajudam no transporte de nutrientes e de sementes de um local a outro. Através dessa rede invisível, toda a floresta se fortalece e prospera transbordante de vida. Há muitos processos invisíveis que contribuem para o funcionamento dos ecossistemas, e podem não aparentar, mas estão interligados e em equilíbrio total. Ação imediata A questão levantada no encontro de especialistas no assunto neste Dia Mundial do Meio Ambiente é que muitos ecossistemas estão se degradando, ou seja, perderam a capacidade natural de recuperação e estão entrando em colapso. Com isso, quase um milhão de espécies e de plantas correm risco de extinção, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).¹ Eis que chega nossa vez: a natureza é resiliente, mas, com a nossa ajuda, ela pode perdurar ainda mais! O primeiro passo é a nossa conscientização em relação ao meio ambiente. Quando entendemos a importância de preservá‑lo e ensinamos isso aos outros, muitos se envolvem e agem de forma sábia. Um segundo passo é entrar em ação utilizando, por exemplo, os Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar.² Ao reduzir o gasto de água, enquanto toma banho ou escova os dentes, e economizar energia, a pessoa estará agindo de modo consciente para ajudar a preservar o planeta. Reutilizar garrafa pet, caixa de leite e outros materiais oferece um novo propósito para um produto que seria jogado no lixo. Essa prática auxilia na redução da quantidade de matéria‑prima, energia e água necessárias para a fabricação de novos produtos. Por último, mas não menos importante, reciclar materiais permite que o produto seja reintegrado à cadeia de produção e consumo, não sendo necessário gastar com novas matérias-primas. Essas simples ações realizadas em grande escala causam enorme impacto no meio ambiente, auxiliando-o a restaurar o equilíbrio natural. Então, partiu ajudar nosso planeta Terra! Geração Restauração A temática “Restauração do Ecossistema” foi lançada, e a ação já está bombando no mundo todo. Na mídia social, o movimento #GenerationRestoration, criado pelas Nações Unidas, cresce a cada dia e muitas pessoas compartilham seus atos sustentáveis na rede. A restauração do ecossistema é uma tarefa monumental e cada ação conta. Palestras, projetos, movimentos e até artes de conscientização foram amplamente realizados! Exemplo de restauração no Brasil é o do fotógrafo Sebastião Salgado e de sua esposa, Lélia Wanick Salgado, que, com a ajuda de milhares de voluntários e de doações, restauraram uma área de 7 mil hectares.³Impressionante!

01/06/2021

Matéria da Divisão da Esperança

Relação da vida com o meio ambiente

Em junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, e muitas pessoas já aprenderam por que é tão importante preservar os recursos naturais O dia 5 de junho marca o Dia Mundial do Meio Ambiente. Entre 3 e 14 de junho de 1992, aconteceu a Eco-92, no Rio de janeiro, uma conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável com o objetivo de que as pessoas e as instituições tomassem maior consciência da preservação da vida como um todo. No entanto, mesmo após esse grande evento, a degradação ambiental no mundo continua avançando. No Budismo Nichiren, há o princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho‑funi, em japonês). Ao estudar a origem da palavra, vemos que e significa “o ambiente que possibilita a existência da vida”, e sho refere‑se à vida em si, por exemplo, cada um de nós. O termo funi pode ser traduzido por “dois fenômenos independentes, mas não na essência”. Ou seja, a pessoa e o ambiente são dois fenômenos independentes, porém um não existe separado do outro. Todos nós estamos intimamente conectados ao lugar em que vivemos e possuímos o potencial de influenciar o ambiente, de forma positiva ou negativa. Assim, a transformação do nosso ambiente se inicia pela nossa reforma interna, que certamente vai gerar mudança de atitudes. A falta de entendimento desse princípio budista resulta em impacto negativo, tal como desmatamento desenfreado. Nós, Sucessores Ikeda 2030, temos papel fundamental na preservação natural por entendermos que o meio ambiente preservado é vital para o bem da humanidade. “Querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto à tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo” (Brasil Seikyo, ed. 1.624, 20 out. 2001, p. A6). Então, para termos sucesso, devemos primeiro mudar a nós mesmos. Manter o nosso “eu” em sintonia Podemos pensar que o meio ambiente se refere apenas a aspectos naturais como árvores, rios etc. Assim como o princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” nos ensina, nós também somos parte do ambiente e por isso devemos cuidar muito bem dele. Usando o conhecimento da força que existe na lei de causa e efeito dá para entender melhor como tudo acontece. Por exemplo, um papel de bala jogado na rua pode se juntar a outros resíduos, entupir um bueiro e causar inundações e enchentes; do contrário, descartar corretamente o lixo ou reciclá-lo permite que ele seja reaproveitado para novos materiais. Por isso, é muito importante termos consciência do impacto que nossos atos têm no ambiente. Como budistas, sabemos que causas sempre produzem efeitos. Preservar o meio ambiente é uma tarefa essencial para todos nós. O presidente Ikeda declara: “Um ambiente poluído e sujo não é natural. Quando as pessoas vivem nesse tipo de ambiente, seu coração também se torna poluído. Essa é a unicidade da vida e do ambiente” (Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 1, p. 248). Devemos nos dedicar cada vez mais para manter o coração e o ambiente em sintonia, sempre limpos e em equilíbrio. Para isso, devemos ter iniciativas como economizar água, não jogar lixo em lugar inapropriado, reciclar, reutilizar e reaproveitar materiais que podem estar até em nossa casa. Vale muito a pena conversar com amigos e familiares sobre a importância desse assunto e sobre como contribuir de forma positiva para o meio ambiente e a sociedade e também para nossa própria vida. A mudança individual impulsiona a mudança do próprio ambiente e das pessoas que estão por perto. Lembre-se: o que fazemos hoje marca nosso presente e todo o futuro. Dicas sustentáveis O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida Esse filme conta a história de um garoto chamado Ted que vive num lugar onde as árvores são feitas de plástico e tudo é artificial. Ele deixa a cidade em busca de uma árvore real, e nessa aventura descobre por que não existe mais natureza. ECOSIA No site de buscas ecosia.com, uma árvore é plantada a cada 45 pesquisas feitas. Você faz suas buscas e ainda ajuda no reflorestamento de áreas devastadas ao redor do mundo. Esperança Challenge Bora cultivar uma amizade verde? Já pensou em ter uma plantinha em casa para criar a responsabilidade de cuidar dela todos os dias? Com o passar do tempo, ela se desenvolverá, e você também. Além disso, será a sua amiga! Você deve estar sempre atento: planta precisa de água, atenção e carinho, já que também é um ser vivo. Instituto Soka Amazônia O presidente Ikeda fundou o Instituto Soka Amazônia para preservar o meio ambiente a partir da Floresta Amazônica. Localizado em Manaus, uma de suas propostas é promover ações dinâmicas e criativas de educação ambiental pela transformação do ser humano para a edificação de uma sociedade de coexistência harmoniosa entre indivíduo e natureza.

01/06/2021

Matéria de Capa

Dedicação pela vida e pelo meio ambiente

Idealizado em 1991 pelo presidente Ikeda para que se tornasse um centro de pesquisas. O Instituto Soka — Amazonas comemora 25 anos neste mês, tornando-se referência de estudos e comprovando que é possível fazer a diferença local promovendo a mudança global Em sua mensagem¹ enviada pela inauguração do tão aguardado Laboratório de Pesquisas Ecológicas Dr. Daisaku Ikeda, o presidente Ikeda comenta que Charles Darwin, que elaborou a teoria da evolução das espécies, ficou impressionado com a riqueza da Floresta Amazônica. O escritor nascido em Viena Stefan Zweig, ao conhecer a Amazônia, disse que seu sonho de infância era ver a correnteza do rio Amazonas. Nosso mestre, desde criança, acalentou o desejo de conhecer o grande Amazonas, e o centro de pesquisas idealizado por ele simboliza o avanço que acontecerá por sua contribuição ao bem-estar social. O que é RPPN? O Instituto Soka — Amazonas é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), uma categoria de unidade de conservação em que, pela vontade do proprietário, se compromete com a preservação da área, dos recursos hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas científicas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos entre vários outros serviços ambientais. O local não poderá mais ser explorado. Fonte: wwf.org.br. Linha do tempo 1990 Aquisição da área: compra do espaço de 52 hectares que antes era conhecido como Olaria Lajes. 1994 Inauguração do Centro de Pesquisas Ecológicas da Universidade Soka, em 26 de junho, com plantio de 35 mil mudas. 1995 Reconhecimento de RPPN, em 4 de agosto de 1995. 1996 Inventário florestal e realização da primeira coleta de sementes de árvores reflorestadas. 2001 Inauguração da Sede Administrativa e Laboratório; reconhecimento do Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda. 2008 Projeto Agenda 21 nas Escolas. 2014 Estabelecimento do nome Instituto Soka — Cepeam [atual Instituto Soka — Amazonas]. 2017 Adotada a denominação de RPPN Dr. Daisaku Ikeda Quer conhecer o Instituto Soka — Amazonas? Para mais informações, entre em contato com o Departamento de Organização da BSGI. Instituto Soka – projetos e programas Academia Ambiental Voltada para crianças e adolescentes das redes de ensino pública e privada, promove palestras e visitação nas trilhas ecológicas da RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Programa Sítio Arqueológico Dr. Daisaku Ikeda Integra o desenvolvimento de projetos para o estudo das manifestações culturais e materiais do passado amazônico no Baixo Rio Negro e buscam entender as culturas e o modo de vida das diferentes sociedades humanas que habitaram esta região. Intercâmbio de Alunos Promove o compartilhamento de experiências e de conhecimentos entre estudantes através da realização de pesquisas. Tendo as universidades como principais parceiras, em conjunto com a Universidade Federal do Amazonas, recebe alunos de diversos países. Programa Amigos do Cepeam² Exclusivo para pessoas que têm como objetivo aproximar o instituto de toda a comunidade global e que desejam aprofundar seu relacionamento com o meio ambiente visando contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo, conforme os objetivos do Dr. Daisaku Ikeda. Programa Semear® Idealizado pelo Instituto Soka — Amazonas e pela BSRM Consultoria, combina dois ou mais programas e projetos relacionados com Educação Ambiental, Pesquisa Científica e Desenvolvimento de um Banco de Sementes Urbano de Espécies Nativas da Amazônia. Programa Sementes da Vida® Idealizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas — TJAM, pela Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias — VEMAQA e pelo Instituto Soka, este programa realiza o plantio de uma muda de espécie amazônica para cada criança nascida na cidade de Manaus. Programa Banco de Sementes® Mantido desde 1991 pelas instituições mantenedoras e pelo Programa Amigos do Cepeam, visa a plena recuperação da área do Instituto Soka, que, no passado, foi uma olaria portuguesa — e no futuro virá a se tornar uma área totalmente preenchida com o replantio de espécies amazônicas. A Longa e Distante Correnteza do Amazonas Esse poema foi dedicado por Ikeda sensei aos membros do Brasil às 13h24 de Miami, Estados Unidos, e nele retrata suas visitas ao nosso país e faz referência à natureza brasileira como o majestoso rio Amazonas. O Mestre coloca suas expectativas no desenvolvimento do Brasil. Oh! Meus jovens heróis de sublime missão, Que bailam em chão brasileiro, Sejam Majestosos como o Amazonas! Sejam Imponentes como o Amazonas! E construam o grande rio do eterno kosen-rufu Como o Amazonas, que nunca conheceu a interrupção. Você se interessou? Para ler o poema na íntegra, faça seu login em: https://extra2.bsgi.org.br/#top NRH na vida “O ‘ambiente’ é tudo aquilo que faz parte do mundo em que vivemos. Este princípio explica que a ‘vida’ e seu ‘ambiente’ mantêm uma relação inseparável. Portanto, quando uma pessoa (vida) promove uma mudança em si mesma, no ambiente também ocorrerá a mesma mudança. Por exemplo, quando vocês voltarem felizes para casa por terem tirado boas notas como resultado de seus esforços nos estudos, sentirão um ambiente diferente dentro de casa. Acharão seus pais mais felizes e até mesmo a refeição parecerá mais saborosa. Quando fortalecemos nossa determinação, isso se reflete na maneira de sentir o ambiente e ele se transforma em conformidade com essa determinação” Fonte: Nova Revolução Humana, v. 9, p. 109 . Curiosidades sobre o Amazonas Águas que não se misturam O Encontro das Águas é um ponto turístico brasileiro, pois é onde o rio Solimões se encontra com o rio Negro. Apesar do nome, as águas do rio Negro são cristalinas, já o Solimões possui águas barrentas, e a diferença de composição, acidez, temperatura e densidade evita a mistura dos dois. Devido ao grande contraste, esse fenômeno pode ser visto até do espaço. Rio Amazonas O Laboratório de Pesquisas Ecológicas destaca-se próximo onde começa o rio Amazonas, que forma a maior bacia fluvial do mundo: sua largura chega a 8 quilômetros e sua profundidade, na planície brasileira, chega até 200 metros. Em menos de meio minuto de vazão, poderia saciar a sede de todos os habitantes do mundo. O rio Amazonas tem 1.100 afluentes. Poeta da floresta Thiago de Mello é poeta e tradutor, reconhecido como um ícone da literatura regional e um dos poetas mais influentes e respeitados do Brasil. Nascido em Barreirinha, no Amazonas, em 30 de março de 1926. Foi o revisor de inúmeras propostas de paz escritas por Daisaku Ikeda, sendo a última participação em 2017.

08/06/2019

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