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Histórias Budistas

Os cinco rapazes órfãos

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01/05/2004

Os cinco rapazes órfãos
Há muito tempo, na China, viveram cinco rapazes de diferentes regiões e sem nenhum grau de parentesco. Conhecendo-se, eles decidiram tornarem-se irmãos e jamais se traírem.

Certa vez, encontraram uma mulher idosa ao longo de uma estrada. Pesarosos pelo fato de os cinco serem órfãos, decidiram honrá-la como se fosse mãe deles. Assim o fizeram durante 24 anos, jamais indo contra os desejos dela, o mínimo que fossem.

Subitamente, a mulher adoeceu e ficou impossibilitada de falar. Os rapazes fitaram o céu e disseram:

- Nossos esforços para cuidar de nossa mãe não foram apreciados e ela foi apanhada por uma doença que a impede de falar. Se for para conceder aos nossos sentimentos filiais qualquer reconhecimento, desejamos que ela restitua a capacidade de falar.

Naquele momento, a mãe disse aos cinco filhos:

- No passado, casei-me com um homem e tive um filho. Meu marido faleceu e quando nosso filho estava com sete anos, uma rebelião irrompeu na região onde morávamos e eu não sei o que aconteceu com ele. Vocês, meus cinco filhos, cuidaram de mim por 24 anos, mas eu nunca lhes contei sobre isso. Meu filho tinha marcas parecidas com as sete estrelas da Ursa Maior em seu peito, e na sola do pé direito tinha uma mancha negra.

Acabando de dizer isso, ela morreu.

Quando os cinco rapazes acompanhavam seu corpo ao cemitério, encontraram um magistrado na estrada. Ele deixou cair uma bolsa contendo documentos importantes. Sendo acusados de roubá-la, os cinco rapazes foram detidos e amarrados. Quando o magistrado os confrontou, indagou:

- Quem são vocês?

Os cinco jovens contaram-lhe então tudo o que ouviram de sua mãe. Assustado, o magistrado fitou os céus e curvou-se em prantos. Após, libertou os cinco rapazes das cordas que os prendiam, conduzindo-os ao assento, e disse:

- Foi de minha mãe que cuidaram! Durante esses últimos 24 anos, conheci muitos prazeres, mas como jamais pude parar de pensar em minha amada mãe, eles nunca foram reais prazeres para mim.

Logo, ele apresentou os cinco rapazes aos soberanos do país e cada um foi designado chefe de uma província.

Nitiren Daishonin conta esta história na carta “Repreendendo a calúnia à lei e erradicando pecados”, escrita na Ilha de Sado em 1273 para seu devotado seguidor Shijo Kingo.

Citando esta história, ele louva a devoção de Kingo a sua falecida mãe. Ele explana que tal devoção filial jamais deixará de ser recompensada e que pessoas que tratam outras como um pai são sempre beneficiadas. Diz ainda que isto se aplica ainda mais ao caso de irmãos e irmãs verdadeiros que se tratam com amabilidade e cuidam de seus próprios pais.

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