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Ensaio

Microcomputador e “micro-homem”

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01/12/2004

Microcomputador e “micro-homem”
Considero este artigo um “ensaio” de minha vida, pois, enquanto vivemos, estamos sempre aprendendo e deparando com novos assuntos e, até mesmo, encontrando surpresas agradáveis e desagradáveis. Digo “ensaio” porque menciono aqui, sem pretensão alguma, palavras inexistentes em nosso dicionário da língua portuguesa.

Para começar, cito as seguintes palavras do presidente Ikeda: “Algo está errado. Está faltando algo. Somente o desenvolvimento científico não pode trazer a felicidade. Nem o socialismo nem o capitalismo podem nos salvar. Não importa quantas conferências façamos, o quanto salientemos a ética e a moralidade, o quanto falemos sobre a psicologia humana e a filosofia, está faltando algo essencial. Esta, creio eu, é uma clara descrição do atual estado de espírito da humanidade.”1

O avanço tecnológico surpreende a cada dia o próprio limite da sabedoria humana que existia no passado. Vivemos, por exemplo, a era do “micromundo”. Após o microscópio, que permite observar objetos de dimensões minúsculas, uma novidade na minha época de estudante, surpreendo-me com o surgimento da microbalança, da microbiologia, da microcirurgia, do microcomputador e de outros micros.

O progresso da informática tornou o mundo mais próximo, globalizado, e as comunicações podem ser feitas num instante, num piscar de olhos, com um simples apertar de uma tecla. Hoje o microcomputador é essencial em todas as áreas de trabalho. Com isso, tudo está mais prático, fácil e rápido. Fazer pesquisas escolares antigamente era aquela correria, visitando bibliotecas atrás de obras e almanaques. Hoje temos a Internet. Que maravilha! É só digitar a palavra-chave e obtemos uma gama de informações e fontes.

Apesar de todas essas facilidades da tecnologia, que naturalmente temos e devemos usufruí-las, precisamos tomar cuidado para que o microcomputador não nos transforme em “micro-homens”.

Espero que o homem moderno não busque a “microeducação”, a “microética”, a “micro-honestidade”, a “micro-razão” e outros micros que podem inventar. O homem, principalmente o budista, jamais deve se esquecer da busca constante pelo crescimento humano, por uma nova sabedoria que preencha o vazio espiritual criado pelo crescimento econômico.

Numa ocasião, o presidente Ikeda escreveu as seguintes palavras no poema “Dedico aos Meus Companheiros”: “Por ser uma época de computadores, é muito importante cultivar a capacidade de escrever, a capacidade de ler livros e a capacidade de conversar com as pessoas. Não se deve ignorar as oportunidades para pensar.”

Sabendo que o homem é um microcosmo possuidor do vasto mundo dentro de si e do grande potencial, o estado de Buda, vamos nos tornar um ser pensante que utiliza todos os recursos disponíveis para o crescimento interior.

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