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Panorama da educação no Brasil
Educação
01/08/2007
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), hoje 97% dos alunos têm acesso ao ensino fundamental, mas apenas 52% conseguem concluí-lo na idade normal. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2003 mostra que apenas 4,8% dos alunos da 4ª série do ensino fundamental estão plenamente alfabetizados; 39,7% estão medianamente; e 55,5% não estão devidamente alfabetizados.
Em apenas 62 escolas públicas do país (0,33%), de 18.653 avaliadas, os alunos da 5ª à 8ª séries têm educação do mesmo nível da média dos países desenvolvidos. Essas escolas alcançaram ou superaram a nota 5,5 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), percentual considerado pelo Ministério da Educação como padrão dos países desenvolvidos.
Segundo esses dados, conclui-se que o fato de ir à escola não significa aprendizado garantido. A grande maioria dos brasileiros cursa o ensino fundamental, porém não consegue ler um texto simples.
No sistema educacional brasileiro, virtualmente todas as crianças estão matriculadas em alguma escola. Porém, apenas 84% concluem a 4ª série e 57% terminam o ensino fundamental. No ensino médio esse número é ainda mais reduzido: o índice de conclusão é de 37%. A queda de freqüência escolar, segundo o Inep, está ligada à renda familiar mensal e à idade do aluno. A proporção dos alunos do primeiro quinto de renda (20% mais pobres) que freqüentam a escola cai de 95,2% (no grupo de 7 a 14 anos) para 73,6% (no grupo de 15 a 17 anos), e para 28% (no grupo de 18 a 24 anos). No ensino superior, apenas 5% dos universitários estão dentro do perfil descrito anteriormente. Quando avaliados os níveis mais elevados — mestrado e doutorado —, a porcentagem é ainda menor.
A defasagem na educação brasileira impede o desenvolvimento do país e a diminuição da desigualdade social. Muitas pessoas não conseguem ingressar, recolocar-se ou crescer no mercado de trabalho devido à falta de estudo.
Muitos podem dizer que o Brasil tem boas escolas e universidades, e as pessoas não estudam porque não querem. De fato, há os que não têm interesse pelos estudos. Contudo, qualidade de ensino, muitas vezes, implica o pagamento de altas mensalidades, o que é praticamente impossível para a maioria da população. Diante desse cenário, é importante que os indivíduos busquem outras maneiras de aprendizado, ou seja, não se limitem apenas ao que lhes é passado, busquem cursos gratuitos ou bolsas de estudos, para não atrasarem o próprio desenvolvimento.
Ações em prol da educação
A promoção da educação está entre as principais metas das atividades realizadas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Foi justamente com o objetivo de desenvolver uma educação humanística, de criação de valores humanos, por acreditar ser este o caminho da realização e felicidade das pessoas, que Tsunessaburo Makiguti fundou a organização no Japão, em 18 de novembro de 1930. Ainda hoje, suas idéias contribuem para a melhoria do ensino escolar.
No Brasil, os ideais de Makiguti e do atual presidente da SGI, Daisaku Ikeda, pela cultura de paz, são desenvolvidos pela Coordenadoria Educacional da BSGI. Por meio de projetos e ações sociais inovadoras, a coordenadoria busca contribuir para a diminuição dos problemas educacionais da sociedade brasileira.
A equipe da Coordenadoria Educacional é formada por voluntários que atuam em três departamentos:
Departamento de Alfabetização de Jovens e Adultos
No Brasil, o analfabetismo constitui um dos principais fatores de exclusão social e sua incidência recai sobre a população menos favorecida, carente e mais velha.
Há 20 anos, o departamento vem contribuindo para a alfabetização de pessoas que não tiveram oportunidade de estudar no seu tempo normal. Os educadores orientam os educandos no exercício da escrita e da leitura, contribuindo para a superação das dificuldades na aprendizagem, elevando a auto-estima e a autoconfiança e reforçando a crença de que todos têm a capacidade ilimitada de aprender, criar e contribuir para o progresso da sociedade.
Com 20 anos de atuação, alfabetizou mais de 5.286 pessoas. Hoje, o departamento conta com mais de quarenta pólos em todo o Brasil.
Projeto “Makiguti em Ação”
O Projeto Makiguti atua junto às escolas da rede pública, como uma educação comunitária para a melhoria da qualidade de ensino. Por meio de oficinas pedagógicas, com várias linguagens artísticas, o projeto possibilita aos professores desenvolver a criatividade, refletir, ampliar seus referenciais pedagógicos e potencializar a performance acadêmica para uma educação humanística e de criação de valores.
As oficinas fazem parte das ações com o objetivo de viabilizar o projeto pedagógico de cada unidade escolar, além da formação continuada dos professores.
Atualmente, o projeto está presente em aproximadamente 234 escolas, nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pará e Bahia. Com 13 anos de atuação, atendeu aproximadamente trinta mil professores, um milhão de alunos, e dez mil pais foram beneficiados pelo projeto.
Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento das Ciências da Educação (Depeduc)
Composto por uma equipe multidisciplinar, o Depeduc preocupa-se em oferecer subsídios teóricos e práticos para a disseminação da educação Soka na sociedade. Tem como objetivo resgatar a consciência humanística e cultivar o “eu” criativo, flexível, intuitivo e racional integrados, por meio do despertar para o potencial de realização ou da reforma interior.
Entre seus objetivos, estão estudar e compilar as propostas educacionais do presidente Ikeda, divulgar e implementar ações embasadas na Agenda 21 Interior (veja box ao lado) e na Carta da Terra.
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