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Entrevista com a cantora Agnes Chan

Traduzida e adaptada do Seikyo Shimbun de 27 de fevereiro de 2022

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REDAÇÃO

03/03/2022

Entrevista com a cantora Agnes Chan

“Quero cantar estas canções para o maior número de pessoas”

No dia 18 de fevereiro, a cantora Agnes Chan, que este ano completa 50 anos de carreira, apresentou-se para o canal do Seikyo Shimbun no Youtube. Do Centro Cultural de Kanagawa, ela cantou as músicas Sokoniwa Shiawasega mo Umareteirukara (Aí Já Nasceu a Felicidade) e Peaceful World (Mundo de Paz), compostas a partir do longo poema que ela recebeu do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda.

Seikyo Shimbun: Muito obrigado por apresentar as duas canções compostas a partir do poema Paz! Paz! Aí Surge a Felicidade, de Ikeda sensei. Poderia nos relatar com que sentimento as entoou?

Agnes Chan: Nesta pandemia do coronavírus, que se prolonga por tanto tempo, não são poucas as pessoas que passam por momentos de tristeza em consequência do desemprego, da doença ou da perda de entes queridos. Cantei com o sentimento de transmitir a elas a mensagem de encorajamento de Ikeda sensei.

Soube também que, neste local [Kanagawa], Toda sensei [segundo presidente da Soka Gakkai] proferiu sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares [1957]. Isso conferiu um significado maior a essas canções.

Além disso, fui informada que o vídeo gravado hoje será apresentado no dia 27 de fevereiro, aniversário da senhora Kaneko Ikeda, que, logo mais, irá comemorar 70 anos de casamento (3 de maio). Por isso, cantei com uma postura firme desejando boa saúde e longevidade a esse casal que nos envolve com um calor que se assemelha ao sol.

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Encontro de Agnes Chan com Ikeda sensei e sua esposa Kaneko (Auditório Memorial Makiguchi, Tóquio, 6 dez. 2007). Nesse dia, na Reunião de Líderes da Soka Gakkai, Agnes canta as canções compostas por ela a partir do poema que lhe foi oferecido por Ikeda sensei.

Ao pensar dessa forma, senti como se Ikeda sensei e a Sra. Kaneko estivessem do outro lado da câmera e fiquei nervosa (risos).

Seikyo Shimbun: A senhora encontrou-se com Ikeda sensei pela primeira vez em 1973, um ano após o início de sua carreira artística no Japão. Quais são suas recordações dessa época? Pode nos contar também como nasceram essas duas canções?

Agnes Chan: O que motivou nosso primeiro encontro foi o projeto de uma revista. Eu tinha 18 anos e quase não sabia falar japonês [Agnes é natural de Hong Kong]. No entanto, sensei me tratou com todo o carinho e me fez lembrar do meu pai. Foi algo realmente místico.

Por meio dos encontros com Ikeda sensei e outras pessoas, das atividades voluntárias que fazia e da UNICEF [Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância], comecei a fortalecer meu sentimento de contribuir pela paz por meio da música.

Recebi o poema do presidente Ikeda justamente quando desenvolvia o projeto Paz e completava 35 anos de carreira.

Quando fui convidada para a exposição Paz, Cultura e Crianças, em 2006, promovida pelo Comitê da Paz das Mulheres da Soka Gakkai, fui fortemente atraída por um dos painéis fotográficos. Era uma foto que retratava sensei em uma de suas viagens ao lado de várias crianças. Envolvidas pelo sorriso do presidente Ikeda, elas demonstravam alegria e entusiasmo.

Quando me dei conta, antes mesmo de pensar, perguntei para as pessoas que me apresentavam a exposição se era possível receber a letra de uma música composta por Ikeda sensei.

Apesar de ter sido um pedido repentino, ao tomar conhecimento, Ikeda sensei escreveu um longo poema alguns dias depois e, a partir dele, nasceram as canções Sokoniwa Shiawasega mo Umareteirukara e Peaceful World.

Seikyo Shimbun: Na ocasião em que a senhora cantou essas duas canções diante do presidente Ikeda e de sua esposa na Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em julho de 2007, a plateia ficou emocionada.

Agnes Chan: As pessoas me ouviram com lágrimas nos olhos. Jamais vou me esquecer disso. Eu mesma segurei desesperadamente as lágrimas. Meu desejo era cantar com o melhor de mim.

Foi o momento em que senti na pele a forte energia dessas letras e a força embutida nas melodias. Ao mesmo tempo, percebi que elas não eram apenas minhas e que era minha missão transmitir a mensagem de Ikeda sensei contida nessas músicas para o maior número de pessoas possível.

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Agnes Chan canta com toda a emoção (Centro Cultural de Kanagawa, 18 fev. 2022)

Na verdade, eu fui uma das pessoas encorajada por essas canções. Na mesma época em que elas nasceram, fui diagnosticada com um tumor nas glândulas salivares e um câncer na mama.

Houve ocasiões em que fiquei angustiada: “Quantas vezes mais poderei cantar essas músicas?”. Cheguei a me preparar: “Talvez, nunca mais possa subir num palco”.

Na letra da canção Sokoniwa Shiawasega mo Umareteirukara, temos: “Quando o inverno chega, a primavera já está próxima” e “A vida existe para se tornar feliz”.

E em Peaceful World, consta: “A pessoa que conhece a tristeza e os sofrimentos é a que se torna mais feliz”.

Lutando contra a doença, eu me apresentei em todo o Japão e compartilhei com o público o sentimento inserido nessas letras. Consegui cantar porque acreditava na missão que eu tinha de cumprir, independentemente da minha saúde. Por ter pensado dessa forma, superei a doença. Hoje penso que a minha grave enfermidade foi uma provação para que eu pudesse me tornar alguém capaz de me aproximar e entender as dificuldades e os sofrimentos das pessoas.

Foi nessa circunstância que, em 2008, recebi o prêmio especial do 50o Prêmio de Gravações do Japão. Fiquei muito feliz por sentir que consegui transmitir meus sentimentos à sociedade.

Seikyo Shimbun: A senhora continua cantando as “canções pela paz”. Hoje, qual é o seu sentimento em relação a elas?

Agnes Chan: O que quero transmitir com essas canções é o brilho da vida. Gostaria que não se esquecessem do quão maravilhoso é o fato de estarmos vivos e vivendo neste planeta.

O valor da vida é igual. Todas as pessoas nasceram para ser felizes. Acredito que, quando os cidadãos de todo o mundo conseguirem abraçar esse sentimento, a paz virá por si só. Por me envolver em atividades em prol da paz ao longo de muitos anos, senti, por diversas vezes, que estamos nos aproximando desse ideal gradativamente.

Chorei ao ver notícias sobre a pandemia do coronavírus e a insegurança mundial. Quando surgem os conflitos, quem mais sofre são as crianças. Não poder ir até elas gera indignação, porém, com a música, posso alcançar todos os locais. Acredito que a música é capaz de penetrar no coração das pessoas, estreitar a ligação entre elas, ultrapassar as fronteiras e os mares e superar o ódio. Por isso, quero dedicar minha vida para essas “canções pela paz”. Meu desejo é que sejam entoadas no futuro por muitas pessoas. Não é necessário ser profissional. Você pode cantar na cozinha da sua casa, no chuveiro, durante os exercícios físicos, a caminho para a escola ou ainda no seu coração.

Na letra de Peaceful World, consta: “Se der um passo a partir daquilo que está ao seu alcance, algum dia surgirá um companheiro a trilhar seus passos”.

Se persistir naquilo que está ao seu alcance e sonhar com a paz, com certeza, surgirão companheiros para continuar sua caminhada como se fossem montanhas ou ondas do mar. Acreditando nisso, enquanto eu tiver voz e minha vida permitir, continuarei transmitindo a mensagem contida nessas canções.

Saiba mais:

  • Assista aos vídeos gravados no Centro Cultural de Kanagawa no dia 18 de fevereiro

https://youtu.be/Yrb6g_XNytA 

https://youtu.be/sjjJZ3joGyc 

  • Poema: Paz! Paz! Aí Surge a Felicidade

https://app.brasilseikyo.com.br/conteudo/999559379/paz-paz-ai-surge-a-felicidade 

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