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Editorial

O significado da conversão ao budismo

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19/06/1999

O significado da conversão ao budismo
Teve lugar no último final de semana no Auditório Presidente Ikeda da BSGI a cerimônia de conversão com a participação de centenas de pessoas. Estiveram também em São Paulo muitos membros de várias cidades do Estado de Santa Catarina especialmente para receber o Gohonzon.

A conversão ao budismo não é um mero ato de mudar de religião ou de transferir a crença para um outro tipo de objeto de adoração. Não é também apenas um meio para resolver os problemas imediatos da vida diária, embora essa realidade constitua o motivo principal que leva as pessoas a abraçar o budismo.

O ato de iniciar a prática budista corresponde a abandonar todas as formas de crenças anteriores e promover uma mudança radical no modo de vida, fortalecendo a si mesmo com a recitação do Gongyo e do Daimoku para conduzir a vida diária com elevada sabedoria.

Ninguém deve praticar o budismo com uma postura passiva ou de dependência, isto é, ficar meramente esperando que a simples fé no Gohonzon venha a beneficiar a vida como num passe de mágica.

No budismo, a fé não é algo abstrato nem idealístico, mas uma capacidade do ser humano que deve ser praticada e aprimorada para o bem de si mesmo, da família e da sociedade. Por esta razão, o ato de acreditar no budismo é chamado de “prática da fé”. Em outras palavras, a oração deve estar acompanhada de uma ação real e constante na vida diária que esteja de acordo com o princípio universal de causa e efeito.

Se a conversão será benéfica ou não dependerá exclusivamente de a pessoa praticar corretamente, aplicando os princípios budistas que direcionam à verdadeira felicidade.

Na Nova Revolução Humana consta a seguinte passagem: “O verdadeiro budismo não ensina uma felicidade aleatória que provavelmente poderá acontecer num tempo e lugar incertos. Ensina que agora e neste lugar pode-se criar a felicidade. A força para criá-la encontra-se dentro do próprio coração e a prática da fé serve para evidenciar essa força. As pessoas são infelizes porque desconhecem a fórmula para ser felizes no lugar onde vivem. A prática da fé é uma fonte de ilimitada esperança e vitalidade. Por meio de uma forte determinação interna e de uma visão positiva, podemos transformar qualquer circunstância na mais extraordinária condição de vida.” (Editora Brasil Seikyo, vol. VI, pág. 20.)

A importância da organização

A partir da conversão, as pessoas começam a fazer parte oficialmente da BSGI. Nesse novo convívio com outras pessoas, algumas podem estranhar a participação nas atividades de forma organizada e achar que perderam a liberdade por estarem comprometidas com a organização. Entretanto, todas as pessoas fazem parte de alguma forma de organização. A família é uma organização, a padaria da esquina também é uma organização, e tudo na sociedade está organizado com divisão de tarefas, responsabilidades, direitos e deveres. Portanto, todos atuam de forma organizada para alcançar seu desenvolvimento humano, suas realizações e a felicidade. Por outro lado, mais do que um compromisso com a organização, o compromisso maior é com a realização da própria felicidade.

A Soka Gakkai foi fundada em 1930 pelos presidentes Makiguti e Toda para organizar o movimento visando à realização do grande ideal do Budismo de Nitiren Daishonin chamado Kossen-rufu. Para o presidente Toda, a Soka Gakkai era mais importante do que sua própria vida justamente por promover a paz e a felicidade de todas as pessoas.

Seguindo sua própria convicção, Toda disse que seus restos mortais deveriam ser atirados nas águas da Baía de Shinagawa caso não concretizasse o objetivo de converter 750 mil famílias, revelando assim a sua disposição de servir ao progresso da Soka Gakkai.

Essas palavras são consideradas até hoje diretrizes para todos os integrantes da Soka Gakkai, fazendo lembrar sempre a importância de aprimorar a organização com o constante desenvolvimento de cada um como valor humano atuando em prol do Kossen-rufu.

Em outras palavras, a felicidade de si mesmo é alcançada ao mesmo tempo em que se atua pelo bem-estar de outras pessoas.

O presidente Ikeda afirma: “Aqueles que buscam conforto e uma vida tranqüila jamais conseguirão transpor a longa jornada do Kossen-rufu. Naturalmente, desejo que todos os meus companheiros vençam suas dificuldades, conquistem uma boa saúde e uma vida afortunada, e que possam morar em mansões, tenham renome e boa posição social. Apesar de tudo isso representar os benefícios da prática da fé, não passam de pequenos benefícios e é apenas um dos objetivos da prática budista. É o que se chama de felicidade relativa ou felicidade pessoal. O nosso maior objetivo é a felicidade absoluta. É a edificação de uma grandiosa condição de vida em nosso interior que jamais será arruinada diante das mais severas intempéries da vida. Essa condição é também altruística, conduzindo os outros para a mesma felicidade. Por esta razão, o Kossen-rufu é o nosso verdadeiro objetivo. E nós nascemos neste mundo justamente para cumprir essa missão.” (Ibidem, vol. VI, pág. 88.)

Portanto, é de fundamental importância que os novos companheiros que abraçaram o budismo e que estão iniciando uma nova jornada da vida fazendo parte da BSGI, dediquem-se à leitura das orientações a fim de aprender corretamente os princípios básicos da prática budista e a importância de atuar na organização para o bem de si mesmo e de todas as outras pessoas.

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