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Caderno Soka

Como encarar o aborto?

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01/06/2002

Como encarar o aborto?
Trecho de diálogo do presidente Daisaku Ikeda publicado no BS no 1.530, de 6 de novembro de 1999, página C3, e no livro Valores Humanos num Mundo em Mutação, Editora Record, págs. 241–243: Dizem que o número de abortos realizados anualmente no Japão é igual ao número de crianças que nascem. Aqui e em outros países onde o aborto é ilegal, vozes pedindo sua legalização estão sendo ouvidas. Do ponto de vista de impedir ainda mais o crescimento demográfico, o aborto parece não só permissível, mas também inevitável. Do ângulo do respeito pela vida, porém, não deve ser sancionado. Como defensor do respeito pela vida, sou inteiramente contrário ao aborto na maioria dos casos, porquanto considero errado terminar artificialmente uma vida já iniciada e, assim, condená-la à escuridão antes mesmo de ela chegar a ver a luz. Além do mais, o aborto é física e mentalmente uma crueldade para com a mãe e, se realizado com freqüência, pode torná-la estéril.

Quando pode ser provado que a continuação da gravidez ou o parto a termo são perigosos para a mãe, julgo o aborto aceitável. Mas não consigo concordar com a lei japonesa que reconhece motivos econômicos como justificativa aceitável do aborto. Em primeiro lugar, outros métodos sociais precisam ser empregados para melhorar a situação econômica da mãe. Em segundo, se os pais são pobres demais para terem filhos, devem recorrer a métodos anticoncepcionais, e não aos abortos. (...)

Concordo com o senhor em que, em casos de estupro e incesto, o aborto possa ser uma medida concebível, nitidamente de último recurso, mas insisto em que é mais importante criar condições sociais e morais nas quais não ocorra estupro nem incesto do que abortar as crianças resultantes.

No que diz respeito a fetos geneticamente deficientes, acho que não devem ser poupados esforços para se descobrir a real gravidade do defeito. Se for possível que seja apenas leve, o aborto torna-se inadmissível. Se grave, o estado e sua gravidade relativas devem ser clara e imediatamente explicados aos pais, que devem então decidir se a esposa levará a gravidez a termo. Claro que, nesse caso, todo cuidado deve ser tomado para que nada seja feito de modo que provoque o risco de um feto defeituoso. Mulheres grávidas devem evitar tudo — remédios, produtos químicos, infecções viróticas, radiação, e assim por diante — que possa ocasionar efeitos genéticos prejudiciais ao feto.

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