Caderno Soka
BS
Como encarar o aborto?
01/06/2002
Quando pode ser provado que a continuação da gravidez ou o parto a termo são perigosos para a mãe, julgo o aborto aceitável. Mas não consigo concordar com a lei japonesa que reconhece motivos econômicos como justificativa aceitável do aborto. Em primeiro lugar, outros métodos sociais precisam ser empregados para melhorar a situação econômica da mãe. Em segundo, se os pais são pobres demais para terem filhos, devem recorrer a métodos anticoncepcionais, e não aos abortos. (...)
Concordo com o senhor em que, em casos de estupro e incesto, o aborto possa ser uma medida concebível, nitidamente de último recurso, mas insisto em que é mais importante criar condições sociais e morais nas quais não ocorra estupro nem incesto do que abortar as crianças resultantes.
No que diz respeito a fetos geneticamente deficientes, acho que não devem ser poupados esforços para se descobrir a real gravidade do defeito. Se for possível que seja apenas leve, o aborto torna-se inadmissível. Se grave, o estado e sua gravidade relativas devem ser clara e imediatamente explicados aos pais, que devem então decidir se a esposa levará a gravidez a termo. Claro que, nesse caso, todo cuidado deve ser tomado para que nada seja feito de modo que provoque o risco de um feto defeituoso. Mulheres grávidas devem evitar tudo — remédios, produtos químicos, infecções viróticas, radiação, e assim por diante — que possa ocasionar efeitos genéticos prejudiciais ao feto.
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