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Conheça o Budismo

Um gostoso bate-papo sobre como transformar o destino

O BS pesquisou amplamente o conceito de “transformação do carma em missão” ensinado pelo budismo e nestas páginas apresenta um diálogo fictício criado para facilitar o entendimento deste princípio.

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31/07/2015

Um gostoso bate-papo sobre  como transformar o destino

Vamos conversar sobre a transformação do destino?

Sim, vamos! Harmonia, sucesso, alegria, vitória — todas essas coisas são mais saborosas quando compartilhadas. Então, vamos bater um papo sincero e conhecer o princípio budista que transforma carma em missão. Combinado?

Sim. Por onde começamos?

Vamos começar pelo mais difícil [risos]. O conceito mais intrigante e aparentemente difícil é compreender que o ponto inicial da prática budista é a felicidade.

Explique melhor...

O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, ensina que na dinâmica do budismo de Shakyamuni, por exemplo, a prática acontece da causa para o efeito: você vai fazendo, fazendo, fazendo..., e num certo momento o efeito acontece e você atinge o topo da montanha, o estado máximo do ser, o estado de buda. No Budismo de Nichiren Daishonin é bem diferente; ele acontece do efeito para a causa — o presidente Ikeda resume essa ideia: “Em contraste [com o budismo de Shakyamuni], o budismo de Daishonin revela o caminho para se atingir direta e imediatamente a iluminação de forma que instantaneamente nos descobrimos no pico [da montanha]. Lá desfrutamos pessoalmente a maravilhosa visão com todo o nosso ser e, repletos do desejo de partilhar essa alegria com outros, retornamos para a base e nos dirigimos para a sociedade” (BS, ed. 1.332, 19 ago 1995, p. 3). É impressionante: mesmo que você comece a praticar na SGI agora, começará do ponto mais alto.

Humm...

Numa filosofia comum, a felicidade máxima só acontece depois de dias, meses, décadas e até existências de esforço, aprendizado e degraus. Pela visão comum sobre a vida, há muita coisa negativa e obscura acumulada em você e é preciso formatá-lo até que atinja um grau ideal. Na SGI é diferente: esse estado ideal (estado de buda) foi revelado brilhantemente por Daishonin; é Nam-myoho-renge-kyo. Ao recitar Nam-myoho-renge-kyo, você imediatamente se descobre no topo da montanha e de lá desce para compartilhar alegria, vencer e incentivar as pessoas.

Qual é a aplicabilidade disso na vida real?

É uma mudança radical na forma de viver. Os obstáculos não são mais encarados como um peso, fardo nem um carma, e sim oportunidades, benefícios, missão.

Poderia citar uma fonte?

Sim, claro. O presidente Ikeda afirma: “Interpretar o próprio sofrimento apenas como um carma é decretar o seu próprio retrocesso. Em vez dessa interpretação, se você afirmar que ‘assumo e enfrento estas dificuldades como minha própria missão’ [...] tudo o que acontecer será benéfico para sua vida”.

E depois que se atinge essa condição?

Quando saboreamos o primeiro daimoku realizado com entusiasmo, não queremos mais parar. Ao recitar diariamente o gongyo, o daimoku, e fazer shakubuku, você continuamente aprimora e amplia seu bem-estar, benefícios e boa sorte. Seu ponto de partida é a felicidade; então contínua e persistentemente segue praticando e aumentando essa alegria. Não há limites.

Entendi. Você está me dizendo que vou brilhar do começo ao fim.

Exatamente. É isso!

Só de imaginar, sinto arrepios. É mesmo possível viver assim?

É. Os 12 milhões de membros da SGI em todo o mundo são prova viva desse feito. E o presidente Ikeda lidera todo esse movimento mundial mostrando na vida dele até onde um ser humano consegue chegar quando se baseia de corpo e alma no Nam-myoho-renge-kyo.

Estou gostando. Quero ouvir mais.

O mais empolgante na SGI é a garantia de que todos conseguem! Não importa qual seja sua situação atual nem o tamanho da dificuldade, ao recitar Nam-myoho-renge-kyo, você espanta a escuridão e faz imediatamente nascer em você o sol da felicidade. O presidente Ikeda atesta: “Mesmo que neste momento estejamos sofrendo em razão de alguma retribuição cármica, se nos basearmos na causalidade da Lei Mística, manifestaremos imediatamente o vasto estado de buda”(BS, ed. 2.132, 19 maio 2012, p. A6).

Poderia citar mais alguma fonte?

Sim. O buda Nichiren Daishonin afirma que “todos aqueles que mantêm a fé no Sutra do Lótus são com toda certeza budas” e o presidente Ikeda complementa que “todos vocês que estão se empenhando de forma abnegada pela ampla propagação da Lei Mística são budas” (BS, ed. 1.969, 1o jan. 2009, p. A4). Chamo a atenção para a palavra “imediatamente” citada antes: o carma é em geral interpretado como algo negativo e penoso; a recitação do Nam-myoho-renge-kyo converte imediatamente a forma de experimentar a vida, e com ânimo você encara tudo com alegria.

Muito interessante.

Então, permita-me aprofundar um pouco mais o assunto. Existem vários métodos para transformar a energia cármica acumulada de “negativa” para “positiva”. Uma delas é “acumular boas causas”, ou seja, fazer, fazer e fazer coisas na expectativa de que isso se acumule e um dia se converta em benefício. Quem pensa assim corre o risco de ignorar a importância do momento presente e termina por não se incomodar em viver infeliz e iludido de que a felicidade aparecerá um dia. Adotar tal filosofia corrompe as pessoas e suga a vitalidade. Além do que, pense comigo, isso não é nada prático; cedo ou tarde estamos sujeitos a fazer algo que apaga as “boas causas” que fizemos. Se você, por exemplo, empilha pedras, conseguirá fazer isso até certa altura; de repente todas desmoronam. Isso vale principalmente numa sociedade igual à nossa, presa num redemoinho de energia negativa até as suas raízes.

E qual seria o método mais eficaz de transformação do destino?

O método ensinado na SGI: você ativa sua força máxima e ilumina de uma só vez todas as suas “causas positivas” e “causas negativas” acumuladas transformando-as aqui e agora numa energia “soberbamente positiva”. Resumindo: não importa o que tenha acontecido nem quantas coisas estejam acumuladas, você experimentará a maior das alegrias ao recitar com vigor o Nam-myoho-renge-kyo.

Seria como fazer o sol nascer em mim?

Sim, é isso. Aliás, é mais que isso. Permita-me compartilhar outra orientação do presidente Ikeda: “Quando acionamos a grande vitalidade fundamental do universo, que existe em nossa própria vida de forma inata, manifestamos um estado de vida monumental, um poder tão gigantesco quanto o próprio universo”.

Entendi. Basta fazer um daimoku?

O poder do Nam-myoho-renge-kyo é tão vasto que, sim, é capaz de manifestar em você aqui e agora o supremo estado de buda recitando uma única vez. Quanto mais se convence disso, mais recitará daimoku com alegria. E você não vai provar uma coisa tão boa e parar por aí enquanto há tantas coisas a conquistar; tenho certeza de que cada vez que recitar será melhor que a anterior. Sua vida será impulsionada por uma espiral ascendente e contínua de benefícios e alegria.

E os problemas que porventura apareçam?

Felicidade não precisa depender dos problemas. Depende da sua energia vital agora, o ânimo com o qual reage diante dos problemas. Se diante de uma dificuldade você busca culpados, se apequena, se amedronta, então chamamos a situação de “carma”. Mas na SGI é diferente: diante de um problema, por maior que seja, por mais impossível que possa parecer a solução, você faz do daimoku seu ponto de partida e se agiganta, o encara do alto da montanha; aquele problema o incita a recitar Nam-myoho-renge-kyo com espírito combativo, sério, enérgico. Sua energia será máxima e aquele problemão não será páreo para você. É uma vida de tamanha autonomia que você chega a dizer: “Ué, cadê, onde estão mais problemas?”.

Empolgante. Outra dúvida, é possível resolver problemas com alegria?

Sim. Para um discípulo do presidente Ikeda, essa é a regra. Resolver coisas da vida apenas para satisfazer o ego, é egoísmo. Mas não existem budas egoístas; portanto recitamos daimoku para vencer fazendo dessa vitória inspiração para todos à nossa volta. Essa é a prática religiosa do juramento seigan: você firma um sério compromisso de vencer inspirando outros também a vencer. Essa é a fonte da energia que transforma o destino por completo.

Parece ser muito legal tornar-se um exemplo real da capacidade humana de transformar o destino.

Sim. É uma forma otimista e altruísta de viver.

E se, vez ou outra, eu me desanimar?

Não há problema algum. Somos seres humanos. É mais do que natural termos momentos bons e ruins. Caiu, pacientemente apoie-se com as mãos nesse mesmo chão e recomece. Budismo é uma batalha constante contra a negatividade da vida que tenta nos amedrontar e desanimar. Aliás, toda manhã, ao acordarmos, devemos ter o sentimento de renascimento, de recomeço, de zerar tudo e iniciar cada tarefa e batalha com ânimo totalmente novo e inspirado no presidente Ikeda, no daimoku e no Gohonzon.

E quando acontecer fatos desagradáveis, inesperados?

São fatos da vida. Acontece com você, comigo, com todos. Simplesmente recomece a batalha. O que importa é continuamente recitar Nam-myoho-renge-kyo, cada vez com mais fé, ânimo, confiança, esperança, coragem. Se você é forte, os fatos da vida são uma missão, coisa boa, o trampolim para o sucesso, motivo de alegria. Se você se enfraquece, mesmo os ventos mais leves lhe assustam, fazem-no elaborar teorias cármicas fantásticas que, por fim, causarão infelicidade e, pior, não mudarão a raiz dos problemas.

Entendi. Teria mais uma fonte sobre isso?

Sim. Permita-me compartilhar uma orientação muito interessante do presidente Ikeda: “A vida real tem uma infinidade de problemas: financeiros, doença, desarmonia familiar. Nessas ocasiões, apesar de a situação aparentar ser de infelicidade, se recitarem Nam-myoho-renge-kyo durante todo o período em que acontece o problema, com certeza transformarão tudo o que é negativo em positivo. Vocês superarão cada dificuldade, transformando-a numa oportunidade para o crescimento. Nesse sentido, num nível fundamental, vocês já venceram” (Juramento Kayo, jul. 2011, p. 32).

Quando nos deparamos com um problema, fazemos do daimoku nosso ponto de partida e continuamente vamos recitando com espírito combativo. Ao fazermos isso na verdade já somos vitoriosos desde o começo.

Exatamente.

Poderia citar um exemplo?

Sim, centenas deles. Mas só para citar um, apresento a história de uma mulher, contada pelo próprio presidente Ikeda: “Uma pioneira da Divisão Feminina devotadamente cuidou da mãe e sogra idosas. Enquanto enfrentava uma série de dificuldades — incluindo a intimidação dos sacerdotes autoritários da Nichiren Shoshu, sua própria doença, a morte de seu amado filho —, ela continuou a participar das atividades da Soka Gakkai com seu marido, empenhada em avançar ao menos um único passo, ao menos um milímetro, todos os dias. Após ter vencido, ela diz com um sorriso: ‘lágrimas de gratidão enchem meus olhos ao saber que todas as dificuldades que passei foram para mostrar aos outros o poder da Lei Mística. Essas dificuldades me fazem querer compartilhar o Budismo de Nichiren Daishonin [fazer shakubuku] com todos e ajudar pessoa por pessoa a se tornar feliz” (Terceira Civilização, ed. 563, jul. 2015, p. 9).

Surpreendente. Tudo na vida dela virou “missão” e não havia espaço para lamentação.

Acertou em cheio. Não havia mais “carma”, mas sim desafios encarados com energia, gratidão e senso de missão.

Adorei. Estou leve e animado; depois de ouvir tudo isso, sinto esperança e vejo um futuro extraordinário.

Que ótimo! Praticamos o budismo da verdadeira causa, ou seja, do presente para o futuro. Mas esse conceito é assunto para outro bate-papo [risos].

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