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Conheça o Budismo

Mudança individual que desenvolve o coletivo

O princípio budista de “unicidade de corpo e mente” salienta que basear a vida numa filosofia de valorização da vida beneficia também a sociedade

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12/12/2019

Mudança individual que desenvolve o coletivo

Mel da filosofia elevada

Uma postura correta, pensando e agindo com base numa filosofia de vida elevada, é isso que o budismo praticado na Soka Gakkai proporciona a todas as pessoas, por ser uma religião que dignifica o ser humano, valorizando o seu potencial. Estar centrado nesse propósito contribui positivamente para a construção de uma sociedade melhor, cada um consciente de seu papel e agindo em união com todos.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, explica:

A vida é inerentemente dotada com a extraordinária capacidade para converter algo negativo em positivo. Fundamentalmente, a vida é criada pela própria determinação interior, pela mente da pessoa. Isso é ainda mais verdadeiro para quem tem fé. (BS, ed. 2.293, 26 set. 2015, p. C1)

Tudo organizado

Uma colmeia é um exemplo simples e ao mesmo tempo bastante significativo de que isso é possível. Ela é composta, basicamente, por três tipos de abelhas: a rainha, com a função de reprodução e de manter o equilíbrio da comunidade; os zangões, responsáveis pela fecundação; e as operárias, que possuem atuação diversificada, como a faxina, a proteção da colmeia e o aquecimento ou resfriamento das larvas em desenvolvimento.

Uma curiosidade revelada por cientistas sobre as operárias é que, mesmo que a maioria delas esteja apta a pôr ovos, elas deixam exclusivamente para a rainha a tarefa de gerar outras operárias. Os ovos que serão fecundados são selecionados e depositados nos alvéolos maiores — os não fecundados geram apenas zangões.

Em meio a tudo isso, as abelhas entendem perfeitamente a sua função e, além de atuar em benefício próprio, garantem o funcionamento adequado da “comunidade”. Detalhe: tudo sem receber nenhum comando da rainha.

Bem comum

Considerando esse sistema natural das abelhas, que é diferente da sociedade humana, e ao olhar especificamente o exemplo das operárias, esse comportamento revela que elas entendem muito bem o seu papel e se esforçam para que a família se mantenha viva por meio disso. Trocando em miúdos, elas compreendem seu papel e agem de acordo para que a vida da colmeia seja garantida. Traçando uma relação com o conceito budista de “unicidade de corpo e mente”, percebemos a importância de o ser humano compreender o seu papel na sociedade e de agir dignamente para o bem comum. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, incentiva:

Para edificar uma era que celebre a humanidade, precisamos combater, com coragem e ânimo, a tendência assustadora da época de desrespeitar a vida, sustentando a grandiosa filosofia que abarca o princípio da “unicidade de corpo e mente”. (NRH, v. 17, cap. “Campos Verdejantes”, p. 270)

Total equilíbrio

Muitas vezes questionamos por que alguns povos sofrem com a ganância, a opressão e o desrespeito. A resposta oferecida pelo budismo é o desequilíbrio entre o avanço material e o espiritual. Exemplo disso é o mau uso da tecnologia. Com a facilidade de acesso a tantos equipamentos e mídias e a sensação de poder que tudo isso traz, perde-se a noção do certo e do errado, do público e do privado, gerando diversos tipos diferentes de problemas, pois nós não fomos educados para tantas inovações.

Fazendo valer o dito popular de “o que não for bom para a colmeia também não é bom para a abelha”, quando surge alguma situação que tente gerar desequilíbrio (por exemplo, a superpopulação), elas prontamente se mudam para outro lugar e constroem uma nova colmeia, reequilibrando o convívio social. [Essa é a solução natural das abelhas. No budismo, aprendemos a importância de transformar a situação no local em que estamos.]

Nossa geleia real

A solução apresentada no budismo para manter o equilíbrio entre o corpo e a mente envolve alguns pontos importantes:

  • Elevar a condição de vida, adotando uma postura positiva — isso se garante com a recitação constante e ritmada do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku).
  • Olhar para o outro e enxergá-lo como igual, como ser humano — a questão não é ignorar sua história de vida, mas mostrar que ele pode avançar com base na prática do budismo (shakubuku).
  • Basear a vida buscando uma compreensão maior de si e o que poderia fazer para ajudar a sociedade de maneira mais ampla — de forma simples e direta, o estudo do budismo realizado nas atividades da SGI proporciona essa condição a todas as pessoas. A missão essencial de um budista é contribuir para a sociedade em seu nível mais fundamental.

Doce mel

A forma como as abelhas vivem é fascinante. Há muitos aspectos não citados nessa matéria que valeriam um estudo aprofundado. Engana-se quem acredita que as abelhas vivem de forma automatizada. A ciência comprova que, mesmo sendo movida pelo instinto, algumas situações observadas são praticamente opções para garantir a força e o desenvolvimento da colmeia. Nessa rápida análise, percebemos que cada uma cumpre a sua função para “manter a casa em ordem”. Trouxemos esse exemplo para explicar que o princípio básico de “unicidade de corpo e mente” elucida que a pessoa que adota uma postura correta pautada numa filosofia de vida que dignifica o ser humano, transforma sua vida e influencia diretamente a sociedade, manifestando uma suprema sabedoria. Tudo o que ela faz reflete externamente, desde a sua relação com outras pessoas como o ambiente, pois a vida é regida pela lei de causa e efeito. Conforme as palavras do presidente Ikeda:

Enquanto ignorarmos a Lei que governa todas as formas de vida, não há instrução ou conhecimento, por maior que seja, capaz de dar fim na tendência à indiferença à dignidade e ao valor da vida. Por isso é tão importante voltar os olhos para a profunda filosofia de vida do budismo. A fé, em última análise, é o ato de confirmar a veracidade da Lei inerente da vida. (NRH, v. 17, cap. “Campos Verdejantes”, p. 270)

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