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Na prática

A estratégia para alcançar o impossível

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13/04/2019

A estratégia para alcançar o impossível

O que é impossível para você? Há quem diga que a vida seja uma jornada de muitos desafios, um grande drama com obstáculos, às vezes insuperáveis. Mas, na visão budista, não existe obstáculo intransponível. No budismo, podemos tornar possível o impossível.

Todo mundo tem um impasse na vida. Porém, para um budista, não existe beco sem saída. Para todas as adversidades com as quais nos deparamos, há uma forma de superação. Para encontrá-las, aplicamos a estratégia do Sutra do Lótus.

Algumas pessoas podem até pensar que tal estratégia se resume a ficar orando passivamente ou a se aprofundar nos estudos teóricos sobre o sutra. No entanto, Ikeda sensei afirma:

Isso não quer dizer que a única coisa que temos de fazer é orar. Não é teoria, mas exatamente por estarmos praticando o Budismo de Nichiren Daishonin é que precisamos ser prudentes e vencer os duros desafios da sociedade. A “estratégia do Sutra do Lótus” nos permite obter êxito nisso.1

Vamos esclarecer esse conceito da “estratégia do Sutra do Lótus” com três passos simples.

 

Embarque em uma viagem sem se perder

Atualmente, quando queremos nos orientar sobre algum caminho, podemos usar um GPS. Agora, imagine você numa viagem sem essa ferramenta, mas com algo inusitado nas mãos: uma bússola — instrumento composto por uma agulha suspensa que sempre aponta para o eixo norte-sul.

O planeta Terra possui dois polos magnéticos — o norte e o sul. Isso cria em toda a sua superfície um enorme campo magnético. Como polos opostos se atraem, a agulha magnetizada de uma bússola se alinha a esse eixo norte-sul. Por isso, para nos orientarmos com essa ferramenta, precisamos estar atentos a alguns passos:

1. Diferentemente de um GPS, a bússola não indica o caminho, mas sim uma referência — o norte. Com essa referência, podemos saber onde estão os outros pontos cardeais (leste, oeste e sul).

2. Com essa peça em mãos, podemos fazer o melhor uso de um mapa, que é uma representação redimensionada dos possíveis caminhos que devemos percorrer para chegar a um destino.

3. Mesmo com a bússola e o mapa em mãos, eles não o levarão a lugar algum. Você só chegará ao seu destino se caminhar com as próprias pernas.

 

A estratégia do Sutra do Lótus e a jornada da Luta de Kansai

A estratégia do Sutra do Lótus ensinada pelo buda Nichiren Daishonin funciona da mesma maneira que uma bússola.

Vamos tomar como exemplo a grandiosa batalha que Ikeda sensei empreendeu durante a Luta de Kansai, na qual conseguiu converter o impossível em possível. Ele relata:

A partir das 8 horas [da manhã], na espaçosa sala de reuniões do terceiro andar eu liderava a recitação do gongyo e do daimoku com todos os membros unidos num ritmo (...). Em seguida, estudávamos juntos um trecho dos escritos de Nichiren Daishonin, dando a partida em nossos esforços naquele dia.2

Se analisarmos essa citação de sensei, encontramos três aspectos importantes.

1. Oração

Para uma bússola funcionar, é preciso magnetizar uma agulha para que ela se oriente com o campo magnético da Terra. Da mesma forma, a oração em nossa vida representa esse passo, em que sintonizamos nossa vida com a Lei Mística. Assim, acumulamos dentro de nós a energia vital para ter sabedoria e conhecer o nosso norte.

O primeiro passo dado nos dias da Luta de Kansai era justamente a forte oração. Oravam, pois, diante do desafio, não poderiam se permitir ser derrotados. Recitar Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon os colocava na órbita da Lei Mística e fazia brotar no coração a determinação e a coragem para jamais desistir ou retroceder
na batalha.

2. Estudo

Na Luta de Kansai, eles estudavam os escritos de Nichiren Daishonin. Isso representa o momento de estudar o mapa, entender “onde eu estou” e conhecer as possibilidades do caminho que posso percorrer.

A filosofia do budismo é a filosofia da vida. Quando estudamos o budismo, estudamos nossa própria vida, conhecendo a nós mesmos e os caminhos que podemos percorrer. Assim como utilizando um mapa vemos os caminhos de diferentes prismas, estudar a filosofia do budismo também causa o mesmo efeito, pois passamos a enxergar os problemas do dia a dia de outra maneira. Diante de um objetivo aparentemente impossível, ao nos dedicarmos ao estudo, aprofundamos nossa fé e vemos a vida com todas as reais possibilidades e esperança encontrando caminhos e saídas antes desconhecidos.

Ao explanar os escritos de Nichiren Daishonin, Ikeda sensei incentivava os companheiros de Kansai a adquirir confiança em si mesmos. Com esse encorajamento, todos se dedicavam para corresponder às expectativas e trazer resultados, pois desenvolviam um profundo senso de responsabilidade pela luta empreendida.

Porém, simplesmente orar e estudar não trazem o resultado em si. Os obstáculos não se movem sozinhos. É preciso dar mais um passo.

3. Ação

Após orar e estudar com os companheiros de Kansai, Ikeda sensei dava início aos “esforços do dia”. É com a ação que se põe em prática os dois primeiros passos — oração e estudo. De nada adianta orar e estudar se não mudar sua postura diante dos desafios. Segundo a lógica budista, isso não faz com que os benefícios surjam. Significa que, após ter a “bússola e o mapa” em mãos, precisamos “caminhar com as próprias pernas”.

O que diferenciava a postura dos membros de Kansai dos que viviam em outras localidades é que eles não esperavam instruções para agir. Eram movidos pelo comprometimento pessoal e pelo desejo de se dedicar juntos com Ikeda sensei ao ideal do kosen-rufu. Essa motivação interior e a ação baseada nela são o que os tornam tão fortes.

 

Os resultados de Kansai

Há uma história extraordinária que tomou como cenário a cidade de Kansai.

Em 1956, Ikeda sensei, ainda jovem, foi enviado para Kansai por seu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, a fim de liderar o movimento de expansão do Budismo Nichiren na localidade.

Durante os dois primeiros meses do ano, 7.375 famílias ingressaram na Soka Gakkai. Em março, foram mais 5.005 novas famílias. Nos meses seguintes esses números
só aumentaram.

Ao longo do mês de abril, 9.002 novas famílias decidiram entrar para a Soka Gakkai. Esse avanço foi extraordinário para a época. Uma média de trezentas novas famílias convertidas por dia. Estavam próximos de ultrapassar a marca de 10 mil novas famílias.

Logo no início de maio, a Comu­nidade Abeno realizou uma atividade com a participação de 3 mil pessoas. Na ocasião, o presidente Ikeda se pronunciou: “O leão adormecido acaba de despertar” (TC, ed. 510, fev. 2011, p. 36). De fato, uma história nunca antes vista estava sendo escrita. Ao final daquele mês foi anunciado o recorde: 11.111 novas famílias receberam o Gohonzon em Kansai. Jornais da época publicaram manchetes como Realizaram o Impossível, ao se referirem à expansão da Soka Gakkai na localidade.

Até hoje, essa luta de 1956 é um grande exemplo de expansão para todas as organizações da Soka Gakkai no mundo. A partir de então, Kansai passou a ser conhecida como Josho Kansai (Kansai de Contínuas Vitórias, em português).

 

Tornar-se uma pessoa de contínuas vitórias

Conquistar o impossível é a comprovação real da prática do budismo. Podemos entender que usar a estratégia do Sutra do Lótus não representa o fato de ficarmos orando e esperando passivamente que as coisas aconteçam, tampouco é algo que faz sentido simplesmente no âmbito teórico. A estratégia do Sutra do Lótus é a fé na Lei Mística, é a maneira concreta de colocarmos na vida o que aprendemos com os escritos de Nichiren Daishonin e com os incentivos do presidente Ikeda.

Dessa forma, pondo em prática os três pontos — oração, estudo e ação —, você também poderá construir um “eu de contínuas vitórias”.

Assim como a bússola nos orienta, vamos magnetizar a agulha da nossa bússola interna com a estratégia do Sutra do Lótus e conduzir uma vida com prudência, coragem e fé. Essa atitude diária nos guiará para o caminho da superação dos desafios, comprovando que não existe nenhum obstáculo intransponível para quem abraça e se dedica sinceramente a esta prática.

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