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Conheça o Budismo

Use os ventos a seu favor

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13/10/2018

Use os ventos a seu favor

Manter-se forte perante os acontecimentos diários

Nossa vida é uma sucessão de eventos. Desde o nascimento até a morte, a todo momento passamos por diversas experiências que nos ajudam a moldar nossa personalidade e a construir nosso futuro. Observamos que nas 24 horas do dia nossa vida é gradativamente preenchida por vivências que exigem de nós respostas, ações e reações. A pergunta a ser feita é: como não sermos influenciados por esses fatores, sejam negativos ou positivos?

O caderno Conheça o Budismo deste mês apresenta o conceito dos “oito ventos” para que possamos nos manter firmes e não permitir que os fatos diários influenciem nossa vida.

Foco na revolução humana

Você se lembra da pergunta feita? A resposta é focar na revolução humana! Enquanto budistas, aprendemos que nossa vida é resultado de nossas ações positivas ou negativas acumulados — o carma. É importante ressaltar que, ao recitarmos daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) diante do Gohonzon, temos a oportunidade de construir uma existência pautada em nossas decisões. Apesar do poder de vencer às circunstâncias negativas, não sabemos exatamente o que acontecerá daqui a dez minutos, mas, podemos lutar para que nossas decisões se concretizem. Precisamos conduzir nossa vida e isso está ligado diretamente a forma como enfrentamos as questões diárias. Como reagimos àquela promoção no trabalho? Como agimos ao sermos censurados numa discussão familiar? Será que nos tornamos negligentes diante dos pequenos prazeres, deixando para depois as tarefas realmente importantes? Tudo isso está relacionado ao conceito chamado “oito ventos”. Mas quais são esses “oito ventos”?

“Oito ventos” — uma analogia

Os “oito ventos” referem-se às circunstâncias que se manifestam em nossa vida e nos afastam do caminho do desenvolvimento e da felicidade, ou seja, nos distanciam do processo da nossa revolução humana. Esse conceito dos “oito ventos” foi expresso pelo buda Nichiren Daishonin como analogia para que seus discípulos não fossem influenciados por questões passageiras como os ventos, que incluem aspectos aparentemente positivos ou negativos. Utilizamos o termo “aparentemente” considerando que cada ser humano enxerga tais fatores de forma diferente, dependendo da sua condição de vida (para entender melhor, dá uma olhadinha no texto sobre os “dez mundos” na edição 2.431 do Brasil Seikyo de 11 de agosto de 2018).

Como uma pipa no ar

Você já brincou de pipa? Apesar de aparentemente simples, essa brincadeira exige preparação. É preciso escolher bem o tipo de pipa, a linha a ser utilizada e o tipo de rabiola para equilibrá-la no ar. Para conseguir fazê-la voar, é necessário observar a direção do vento e utilizá-lo a nosso favor!

Ao percebermos o tipo de vento (forte ou fraco) e a direção para a qual está soprando, vamos nos esforçando e dando linha para que a pipa voe para cada vez mais longe, mas sempre sob nosso olhar atento.

Comparando com o conceito dos “oito ventos”, vamos considerar que a pipa seja o nosso estado de vida, que precisa estar cada vez mais elevado diante dos ventos que tentam tirar nosso foco rumo ao caminho do equilíbrio — da nossa revolução humana. Para não sermos derrotados, precisamos utilizar algumas importantes ferramentas como a rabiola e uma linha firme, tal como o Gohonzon e o daimoku. O Gohonzon, ao ser acionado nos ajuda a equilibrar a vida. O daimoku, vai manter nossa vida elevada e cada vez mais expansiva. Dessa forma, conseguiremos conduzir nossa existência com firmeza e com a certeza de que não seremos abalados por fatores mutáveis.

Vencer agora com o estado de buda

No escrito Os Oito Ventos, Nichiren Daishonin afirmou: “Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos (...)” (CEND, v. II, p. 53). Então, não podemos nos permitir ser conduzidos pelas sensações causadas por tais aspectos. O Budismo de Nichiren Daishonin propagado pela Soka Gakkai, organização que está presente em 192 países e territórios, propõe, de maneira prática, observar as questões que ocorrem em nossa vida e na sociedade e empreender ações positivas com uma elevada condição de vida, para transformar definitivamente essa realidade e vencer pautados no estado de buda. É necessário dedicar esforços para alçar voo e ser feliz diariamente, consequência direta dessa frequente superação. Apesar da analogia da pipa, isso não é uma brincadeira, precisamos agora exercitar a sabedoria para nos manter no caminho correto da felicidade e do desenvolvimento. Nós não podemos ser influenciados pelo apego ao que parece positivo ou pelo medo do aparentemente negativo. Vamos construir um eu tão forte que não se curva ante os fatos da vida e adquire tamanha força que não se abala por nenhum dos oito ventos.


Os “oito ventos” são:

Prosperidade

Vitórias conquistadas nos aspectos financeiro, profissional e pessoal. Isso pode se tornar uma questão negativa ao fazer a pessoa pensar que, porque prosperou, não precisa mais da prática do budismo.

Declínio

Perda financeira e profissional que leva a pessoa a se afastar da prática da fé; inclusive aguardando um momento de melhoria para reagir. É caracterizado por falta de energia vital e de coragem.

Honra

Conquista de consideração e homenagens. Passa a ser um aspecto negativo quando tais honrarias são recebidas com sentimento de superioridade às demais pessoas e o indivíduo se torna arrogante e autoritário.

Desgraça

Sofrimento causado pela perda da credibilidade e do respeito dos outros. Pode ser provocado por atitudes negativas do próprio indivíduo ou por intrigas e difamações de pessoas invejosas e rancorosas.

Elogio

Quem não se sente feliz ao receber elogios e gestos positivos? O elogio se torna um problema quando a pessoa depende disso para avançar ou não reconhece o desenvolvimento do outro.

Censura

Repreensão ou insulto. Ao passar por esse tipo de situação a pessoa se irrita ou desanima e não reage. Há também aquela que se sente recriminada ao ser orientada com rigorosidade e se afasta da prática budista.

Prazer

Condição em que se experimenta prazer físico ou mental. O prazer torna-se algo indesejável quando desvia a pessoa dos seus objetivos. Uma situação bastante comum é quando a pessoa deixa de se aprimorar em busca de prazeres imediatos.

Sofrimento

Dor física e espiritual que leva a pessoa a desanimar da prática budista — geralmente é marcada por pensamentos negativos e pela sensação de que nada poderá ser feito para resolver os problemas. O aprofundamento no estudo do budismo é uma boa solução contra o sofrimento.

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