Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Quem constrói o futuro dignifica o presente
Grupo Coração do Rei Leão da BSGI
10/02/2024
Naturalmente, todos nós sabemos da grande importância de desenvolver sucessores para a perpetuação de qualquer empreendimento humano.
Outro ponto convergente para os indivíduos da geração adulta é a impressão de que, no passado, esse processo de sucessão parecia ser mais fácil. Há também uma sensação de que isso acontecia de forma natural e espontânea. Hoje, diferentemente, dado as acentuadas e distintas características das novas gerações, esse ofício tem se tornado quase impossível na visão de várias pessoas.
É comum, em conversas com os pais, ouvirmos suas preocupações ao enfrentarem os desafios para educar os filhos ou tentarem estabelecer diálogos que captem a atenção e a concordância deles. E por aí vai...
Transmitir bons valores, costumes, hábitos etc. sempre foi uma tarefa, quase uma tradição, das pessoas mais velhas. Muitos de nós guardam na memória afetiva preciosas conversas com avós, pais e veteranos, nas quais eles nos ensinavam coisas simples, advindas da sabedoria adquirida ao longo dos anos, que nos alimentaram e nos norteiam até hoje.
Isso sem contar as nossas lembranças com os cuidados, o carinho e a atenção que alguns deles, dentre tantos outros indivíduos, nos dedicaram durante a nossa jornada de crescimento e que fizeram valer a nossa superação da dúvida, do medo, das incertezas, enfim, do lidar com os mais diversos, terríveis e desafiadores momentos que tivemos.
Portanto, ainda que as circunstâncias tenham mudado, que o mundo esteja de “cabeça para baixo” (como popularmente ouvimos), consideramos que a fórmula para criar um bom ser humano, verdadeiro valor humano, nunca mudará: muita paixão (amor), persistência (dedicação) e paciência (confiança). É inegável a insubstituível importância que a água tem para a sobrevivência. Sem ela não haveria a possibilidade de existirmos. Mas, paradoxalmente, a mesma água que ajuda a manter a vida também pode matar quando se torna violenta num desastre natural.
Similarmente, entendemos que o ser humano, cujo humanismo, amor e benevolência são partes da sua essência virtuosa, é capaz de contribuir para o desenvolvimento e a felicidade de qualquer pessoa, transformando o mundo de desesperança, sofrimento e desespero dela em sabedoria, felicidade e paz.
Mas, tal como a água, esse mesmo ser humano também pode destruir a esperança, o sonho e aniquilar o desenvolvimento de um valor humano se negligenciar a importância da existência do outro e agir com base em sua condição de vida nociva, egoísta e negativa.
Por isso, precisamos da prática da fé, do Mestre e da organização; ou seja, do solo ideal que nos proporciona condições para nutrir os ingredientes necessários para iluminar a vida e direcionar propósitos, objetivos e ações em prol da revolução humana de si próprio e para o bem de todos.
Assim sendo, acreditamos que, em cada núcleo da organização, onde as pessoas convivem diariamente, a união harmoniosa, o sincero diálogo e os incentivos compartilhados promoverão a amizade e os laços de confiança, proporcionando a capacitação, o despertar e a inspiração para que encontremos os caminhos mais adequados, sensíveis e diretos para a criação dos preciosos tesouros da humanidade, os herdeiros Ikeda.
Enfim, conforme a própria vida de Ikeda sensei nos ensina, não há segredo. Não estamos diante de um dilema insolúvel. Pelo contrário, da perspectiva das orientações do Mestre e de suas ações contidas na Nova Revolução Humana, o cenário é totalmente favorável e propício para exercermos a mais elevada condição de vida, o humanismo, cumprindo com nossa missão como seres humanos, bodisatvas e discípulos.
Para finalizar, gostaríamos de compartilhar alguns tópicos de orientações do presidente Ikeda que destacam a suprema tarefa de criar os sucessores para o futuro da humanidade:
Não seria exagero dizer que a revolução humana que buscamos é uma revolução que abre para as crianças o caminho do futuro e da felicidade.
Janusz Korczak (1878–1942), pediatra e educador polonês, que se manteve firme diante dos invasores nazistas e protegeu as crianças até morrer num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, bradou: “Por maior que seja a causa ou qualquer que seja o motivo da guerra, nada justifica tirar das crianças o seu direito natural de viverem felizes”.1
Nessa mesma época, no Japão, Tsunesaburo Makiguchi (1871–1944), fundador da educação Soka e primeiro presidente da Soka Gakkai, disse que a vida das crianças é como “joia preciosa de incomparável valor”. 2,3 (…)
O importante é respeitar ao máximo cada jovem como um indivíduo de personalidade e identidade. “Criar” um ser humano é uma batalha decisiva. Existe um “adulto” formado dentro de cada criança. É preciso conversar com esse “adulto” inerente. Jamais trate as crianças com menosprezo, partindo do pressuposto que elas não entendem ou não necessitem de mais respostas.
O educador dinamarquês N. F. S. Grundtvig (1782–1872) disse que conversar é gratificante e educativo para todos.4 As pessoas diretamente envolvidas na educação ou no desenvolvimento de crianças devem acreditar no imenso potencial que elas possuem e cultivar a riqueza tanto na nossa vida como na delas.
A medida do quanto expandimos nosso coração é a extensão do desenvolvimento que proporcionamos ao outro. Por esse motivo, cultivar a riqueza em nossa vida é indispensável para cultivar o mesmo valor na vida dos outros.
Nichiren Daishonin diz: “A flor voltará à raiz e a essência da planta permanecerá na terra”.5 Sem dúvida, todos os esforços empreendidos pelos líderes da DE e das demais divisões pelo futuro dos preciosos estudantes, príncipes e princesas do kosen-rufu, se manifestam em forma de grandiosa boa sorte, tanto em sua vida como na de todos os seus familiares e descendentes.6
Grupo Coração do Rei-Leão da BSGI
Fonte:
Brasil Seikyo, ed. 2.154, 3 nov. 2012, p. B1- B4.
Notas:
1. KORCZAK, Janusz. Uma Voz pela Criança: As Palavras Inspiradoras de Janusz Korczak. JOSEPH, Sandra (ed.). Londres: Thorsons, 1999. p. 151.
2. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2009. cap. 4, p. 124.
3. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, v. 4, p. 73, 1980.
4. GRUNDTVIG, N. F. S. Sei no Keimo (Awakening Life). Tradução: Naoto Koike. Nagoya: Fubaisha, 2011. p. 188.
5. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 737.
6. Brasil Seikyo, ed. 2.154, 3 nov. 2012, p. B1.
Foto: GETTY IMAGES
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