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Especial

Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil

Parte 1: Construamos o amanhã junto com o eterno Mestre

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Redação

10/02/2024

Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil

Neste mês, celebram-se quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, momento memorável e decisivo do movimento pelo kosen-rufu no país. Brasil Seikyo inicia a publicação de uma série especial sobre esse evento comemorado com carinho e decisão pelos membros da BSGI como ponto de partida de um vigoroso desenvolvimento rumo ao futuro.

Emoção e juramento

A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, ocorreu depois de dezoito anos de espera após a sua vinda anterior em 1966. Um marco revestido de emoção e renovado juramento. A emoção é de revivermos juntos os dez dias inesquecíveis ao lado do Mestre, capazes de secar as lágrimas de tristeza e de saudade pela longa espera. O juramento fica por conta do significado que essa comemoração encerra. Neste 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, e assumindo o bastão da luta de mestre e discípulo agora sem a presença física de Ikeda sensei, os membros se voltam para a comprovação da luta do discípulo em todas as frentes de atuação, segurando firme a bandeira do movimento pelo kosen-rufu, legado deixado por Ikeda sensei.

De forma inédita, e mais uma vez assumindo seu lugar como protagonistas no palco do kosen-rufu, os jovens criam em toda a BSGI um ambiente de esperança renovada, unindo coração a coração, conectando, um a um, os jovens pela paz. Com os memoráveis momentos da visita de Ikeda sensei em 1984 como fundo de cena, preparamos uma série de matérias, que, a partir desta edição, se propõe a estimular no coração dos leitores o orgulho, a honra e a renovada determinação de construirmos juntos uma era de humanismo, de respeito máximo pela dignidade da vida e da alegria contagiante rumo a 2030, centenário da Soka Gakkai. Vamos selar com vitórias essa significativa celebração, comprovando os benefícios da prática da fé e o envolvimento no movimento jovem.

Dez dias que fizeram história: emoção e renovado avanço

De 19 a 29 de fevereiro de 1984, a agenda da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil contemplou encontros com autoridades, visitas e o ápice de sua participação no Festival Cultural-Esportivo da SGI, considerado por ele o terceiro melhor do mundo. Ele descreveu numa obra de sua autoria, intitulada Nova Revolução Humana (NRH), várias passagens desses momentos vividos com os brasileiros. Por exemplo, recortamos trechos de sua chegada, no dia 19.

As palavras do Mestre ecoaram fortemente no coração dos membros, em especial dos veteranos, que, com suor próprio e dedicação, romperam o ciclo em que nossa organização era vista com olhos maldosos por alguns. Transformaram veneno em remédio, assim como aprendemos nos escritos de Nichiren Daishonin. Para acompanhar o desenrolar dessa trajetória, trazemos, nesta primeira matéria da série, alguns bastidores até essa grandiosa conquista de recebermos Ikeda sensei em terras brasileiras, dignamente. Vamos juntos nessa viagem?

A visita cancelada, dez anos antes, e o levantar-se

Em 1974, estava prevista a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, oito anos após a sua segunda visita, em 1966. Em torno dos líderes centrais, os membros da BSGI direcionavam esforços para a expansão do humanismo Soka na sociedade, transmitindo a Lei Mística com o melhor de si. E para a tão sonhada recepção ao Mestre, um grande festival cultural foi programado para março daquele ano. Porém, às vésperas do evento, chega uma notícia que abalou a todos: o visto de entrada do presidente Ikeda ao país havia sido negado.

A atividade transcorreu conforme o planejado, e todos ouviram a leitura da mensagem enviada pelo Mestre, a qual se tornou diretriz de luta:

“Mesmo que o nosso encontro não tenha sido possível nesta oportunidade, no meu coração está vivo o dinâmico entusiasmo de todos os senhores. Espero que mantenham o ânimo e construam famílias realmente felizes por todos os recantos do Brasil. Realizem também com alegria e coragem o kosen-rufu da querida terra brasileira que possui ilimitado potencial para um futuro promissor. A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; devem ser vistas a longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro”. Uma nova decisão começou a brilhar nos olhos cheios de lágrimas dos figurantes.1

A partir desse juramento, a BSGI empreendeu esforços para transformar as circunstâncias e tornar possível a vinda de Ikeda sensei ao país. Envolveu-se na sociedade para provar a veracidade dos ideais de paz defendidos pela Soka Gakkai e abraçados com a própria vida pelo Mestre.

Foram intensificadas ações culturais de apoio, como a participação de 8 mil membros nas comemorações do 153º aniversário da Independência do Brasil, a convite da Prefeitura de São Paulo. Ao presenciar pela primeira vez a exibição de um painel humano, o público ficou impressionado com a grande cena formada por 5 mil integrantes da BSGI, que preencheram a arquibancada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Posteriormente, a BSGI marcou presença nas comemorações dos quinze anos de Brasília, a pedido do governo do Distrito Federal, no qual 5 mil componentes viajaram 1.200 quilômetros para se apresentar na atividade. Foram utilizados mais de 130 ônibus para o traslado.

Esses dois eventos, que determinaram a avaliação da organização pela sociedade brasileira, foram promovidos, respectivamente, em setembro de 1974 e em abril de 1975. Podemos dizer que a “tristeza de março de 1974” impulsionou o levantar de uma nova BSGI, acarretando o desabrochar ainda mais magnífico do potencial inerente a cada um dos seus integrantes.

Em 24 de agosto de 1977, data do 30º aniversário de conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, foi inaugurado o grande baluarte do kosen-rufu do Brasil, o Centro Cultural da BSGI.

Todos se esforçavam ao máximo buscando a concretização da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Movidos por sentimentos genuínos, levantaram-se, com base na sincera recitação do daimoku. Os jovens, por sua vez, se ergueram e, com determinação, embarcaram rumo ao Japão, com a missão de representar a decisão dos membros de fazer acontecer a tão sonhada vinda do Mestre ao país. 



Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984)

Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984)

Jovens vão ao encontro do Mestre

Ikeda sensei também fez questão de deixar registrado na Nova Revolução Humana o encontro mantido com o grupo de 38 jovens brasileiros que foram ao Japão participar de um curso de aprimoramento. Da agenda, além das atividades em Tóquio e em Osaka, estava programado um curso de três dias no Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima, ao sul do Japão. Com sincero sentimento, Ikeda sensei elogiou o empenho de todos de viajar longa distância, ao mesmo tempo em que lhes confiou a promessa de visitar, sem falta, o Brasil. Denominou-os de Grupo Kirishima do Brasil. O presidente Ikeda não mediu esforços para eternizar aquele momento, oferecendo-lhes músicas ao piano e, ao término da apresentação, apertou a mão de cada um dos componentes, oferecendo-lhes as seguintes palavras: “— Jamais me esquecerei do rosto de vocês, valen-tes companheiros de espírito de procura. Mas, vamos nos encontrar novamente. A próxima vez será no Brasil!”.2



Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983)

Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983)

 

E o grande dia chegou!

No dia 19 de fevereiro de 1984, às 9h40, a aeronave que trazia Ikeda sensei pousa em São Paulo, SP. “Eu estou muito feliz”, assim ele expressou a alegria incontida em ser recepcionado. Diferentemente das condições de sua recepção em 1966, agora era homenageado pelos governantes. O próprio presidente da República na época, João Baptista Figueiredo, enviou uma carta pessoal convidando o presidente Ikeda para uma visita às terras brasileiras dois anos antes.

Além de ser um fato marcante na vida de todos os membros, o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, foram homenageados com o nome em logradouros de algumas cidades. O Brasil vencera, junto com o Mestre.

Nas próximas matérias da série “Os Quarenta Anos da Terceira Visita de Ikeda Sensei ao Brasil”, vamos trazer cenas e reflexões decorrentes das atividades em Brasília e em São Paulo, promovidas nos dez dias de Ikeda sensei em terras brasileiras em 1984. Aguarde!

Programação básica da visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984

  • 19/2 Chegada ao Brasil, às 9h40.
  • 20/2 Visita pela primeira vez o Centro Cultural da BSGI em São Paulo, SP.
  • 21/2 Encontro com o então presidente da República João Baptista Figueiredo no Gabinete da Presidência em Brasília, DF.
  • 23/2 Encontro com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal, no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat
  • Encontro com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz.
  • Encontro com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro.
  • Encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka.
  • 25/2 Incentivo aos participantes do festival cultural durante o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP.
  • 26/2 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI com a participação de 22 mil pessoas.
  • 27/2 Reunião de líderes em comemoração do jubileu de prata da BSGI no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, SP.
    Nesse dia, ocorre significativo encontro com membros do da região amazônica.
  • 29/2 Deixa o Brasil às 11h45, partindo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, com destino a Lima, Peru.

Leia mais

Os bastidores dos episódios relatados podem ser conferidos na Nova Revolução Humana, volume 11.

Também disponível no CILE Digital: www.ciledigital.com.br 

No topo: Ikeda sensei acena para o público durante ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984).

 

Fontes:

Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019.

Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 34.

Notas:

1. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 62, 2017.

2. Ibidem.

Fotos: Seikyo Press

 

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