Ensaios do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda
Apresentação da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI) no Theatro Municipal (São Paulo, fev. 2020). Crédito: Editora Brasil Seikyo
Juventude: Sonhos e Esperanças
(...) Ninguém considera o canto de um pássaro como algo estranho. Com certeza, o mesmo ocorre quando alguém contempla um campo florido. Quem deixaria de admirar ou ser envolvido pela beleza das cerejeiras repletas de botões abrindo sob o reflexo da Lua? Em um lindo dia, tenho certeza de que levantamos os olhos para o céu azul e exclamamos: “Que maravilha!” O som da água correndo também causa deleite aos ouvidos, revigorando e purificando nossos sentimentos.
Todos são exemplos do nosso amor intuitivo à beleza e ao espírito da arte e da cultura. A arte não é algo incomum ou extraordinário. As grandes obras de arte, assim como a beleza inerente da natureza, são um bálsamo relaxante e refrescante para o espírito, uma fonte de energia e vitalidade.
Em nossas atividades diárias também ecoam o espírito da arte e da cultura. Quando nos arrumamos para ficar mais bonitos, por exemplo, buscamos produzir a beleza. Quando limpamos nosso quarto a fim de deixá-lo brilhando, também criamos beleza. Uma única flor plantada em um vaso pode, muitas vezes, transformar completamente um ambiente, proporcionando um toque suave e aconchegante. Esse é o poder da beleza.
A arte deveria nos tornar serenos, e não nos colocar na defensiva ou nos trazer desconforto. Deveria nos encorajar quando nos sentimos desanimados e nos deixar relaxados e animados quando estamos tensos.
Fonte: Cf. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. Tradução: Izabela Konomi Nakamura. 2 ed. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 119-120, 2020.
“Paz e Arte – Louvando o Coração de Okinawa”
A arte é a canção da alegria de viver. A arte é o poder de unir as pessoas. A arte é o bailar da vitória da vida que avança rumo à paz transpondo grandes ondas de obstáculos.
A cultura pode parecer algo simples. No entanto, é o poder da cultura que ilumina até as profundezas do coração das pessoas, estimula a sabedoria de cada indivíduo e forma a corrente duradoura da mudança da história em direção à paz e à prosperidade.
Restaurar o valor da cultura e promover amplamente o intercâmbio cultural popular não são outra coisa senão o caminho direto para fortalecer a correnteza da paz mundial.
Foi a partir dessa crença que, na época da Guerra Fria, quando se aprofundava o caos, fundei a Associação de Concertos Min-On, além de instituições como o Museu de Arte Fuji de Tóquio.
De quem é a cultura? Em prol de quem ela existe? Uma cultura que se esqueceu de “existir em prol do povo”, independentemente do quanto se mostre orgulhosa e esplendorosa na superfície, é como um castelo de areia por dentro.
Mesmo que se enalteça a amizade entre países, tudo começa com cada pessoa conhecer bem a outra.
Qualquer que seja a nação ou o sistema, é o seu povo quem sustenta de fato a sociedade.
Ao desenvolver a mútua compreensão entre os povos por meio do intercâmbio cultural, haverá condição de arar o solo da paz que jamais irá desmoronar
Fonte: Trecho do artigo “Paz e Arte – Louvando o Coração de Okinawa”, escrito para o jornal Okinawa Times em 2 de dezembro de 2003. Publicado no jornal Brasil Seikyo, ed. 2.445, 24 nov. 2018, p. B3.