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Estudo

[17] A prática da fé da Soka Gakkai é a dos bodisatvas na época atual

“Fé, prática e estudo”: princípio fundamental do Budismo Nichiren Parte 2 [de 3]

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14/09/2019

[17] A prática da fé da Soka Gakkai é a dos bodisatvas na época atual

Explanação

Certa vez perguntaram a Ma­hatma Gandhi (1869–1948), líder do movimento da independência da Índia, qual era a religião dele. Direcionando o olhar para duas pessoas doentes que repousavam no mesmo quarto, ele respondeu: “Minha religião é servir”.1 Religião, para Gandhi, significava servir àqueles que estavam sofrendo diante dele.

Assim como ele, os membros da Soka Gakkai estão demonstrando a verdadeira acepção da palavra “religião” por meio de suas ações cotidianas.

 

A construção de uma era da religião a serviço dos seres humanos

O Budismo Nichiren é a própria quintessência da religião humanística. Ele ensina que não há prioridade maior que auxiliar as pessoas que estão diante dos nossos olhos e guiá-las à felicidade.

O verdadeiro valor de uma religião, embasada na compaixão, consiste em estender a mão aos que estão sofrendo. A diferença entre uma religião que põe as pessoas em primeiro lugar e a que as explora reside no simples fato de empreender, ou não, esforços para ajudá-las a se tornar felizes.

Nesse aspecto, acredito que a prática do bodisatva exposta no budismo desempenhe papel importante para determinar o rumo da religião no século 21.

No dia 2 de outubro de 1960, dei meu primeiro passo para o kosen-rufu mundial. Desde o início, não fiz nada fora do comum. Simplesmente continuei incentivando um a um aqueles com quem me encontrei em cada viagem em prol do kosen-rufu. Foi um número incalculável de pessoas, e sempre tratei a quem estava diante de mim com máximo respeito e compaixão.

Compartilhando do meu espírito, os membros da organização ao redor do mundo estão fazendo o mesmo. Alguns viajam regularmente cinco ou seis horas, metade de um dia, ou até um dia inteiro, apenas para se encontrar com um único companheiro que necessita de apoio. Esses esforços constantes para estreitar laços humanos alicerçados no encorajamento é que construíram a rede mundial da SGI de hoje.

Pessoas do mundo inteiro expressam admiração por essa prática do bodisatva nos dias atuais realizada pelos membros da SGI. Chegou a época em que todos ao redor do planeta estão buscando avidamente a filosofia e os ideais da SGI.

A base da nossa prática do bodisatva são as práticas individual e altruística, isto é, para si e para os outros, tanto para nossa própria revolução humana como para expandir o movimento pelo kosen-rufu.

Prosseguindo em nossa abordagem sobre o princípio fundamental do Budismo de Nichiren Daishonin “fé, prática e estudo”, discutiremos nesta oportunidade o elemento “prática”.

 

Trecho do escrito 1

Atingir o Estado de Buda nesta Existência

A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado; mas, ao ser polida, tornar-se-á como um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos [natureza do Darma] e o verdadeiro aspecto da realidade. Manifeste profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo. (CEND, v. I, p. 4)2

 

Um chamado para que sejamos praticantes budistas de ação

Tsunesaburo Makiguchi, presidente fundador da Soka Gakkai, proferiu uma palestra intitulada “Seguidores, Praticantes e Estudiosos do Sutra do Lótus e Métodos de Investigação” (novembro de 1942). No ensejo, argumentou:

 

Devemos traçar uma clara distinção entre seguidores e praticantes. Embora uma pessoa seguramente obtenha benefícios pelo simples fato de ter fé e oferecer orações, isso, por si só, não constitui a prática do bodisatva. Não é possível haver um buda egoísta, que só acumule benefícios pes­soais e não trabalhe pelo bem-estar dos outros. A não ser que realizemos a prática do bodisatva, não poderemos atingir o estado de buda.3

 

Essa breve afirmação contém a essência da fé da Soka Gakkai.

Não basta simplesmente ter fé e ser um seguidor. Não basta apenas estudar e ser especialista em budismo. Não seremos capazes de compreender de fato o budismo a menos que sejamos praticantes que empreendem ações pela felicidade das outras pessoas.

Makiguchi sensei declarou que os membros da Soka Gakkai são efetivamente praticantes budistas de ação — ou seja, são devotos do Sutra do Lótus nos Últimos Dias da Lei e budistas genuínos que realizam a prática do bodisatva.

Como membros da Soka Gakkai, abraçamos a fé no Gohonzon e nos dedicamos a pô-la concretamente em prática todos os dias. Esse exercício budista envolve tanto a prática para si como para os outros. Tais esforços nos habilitam a revelar nosso estado de buda interior e a alcançar uma condição de felicidade absoluta, e ajudar os outros a fazer o mesmo.

A prática para si corresponde aos esforços para obter benefícios pessoais e, especificamente, refere-se a recitar gongyo (trechos do Sutra do Lótus) e daimoku. A prática para os outros indica os esforços que realizamos para que os demais também possam receber benefícios e, de maneira específica, significa ensinar o Budismo Nichiren às pessoas e continuar a propagar a Lei Mística, ou seja, a ação do shakubuku. Todas as diversas atividades em prol do kosen-rufu, por mais modestas que sejam, consistem na prática para os outros.

Como afirma Daishonin, “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros” (CEND, v. I, p. 405). Como devotos do Sutra do Lótus, é imprescindível que empreendamos esforços pela nossa própria felicidade e pela felicidade dos outros, ensinou Makiguchi.

 

Gongyo e daimoku: práticas para transformar nossa condição de vida4

O trecho do escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, apresentado anteriormente, elucida a recitação do daimoku, a prática concreta para transformar nossa condição de vida. Makiguchi sensei sublinhou essa passagem em seu exemplar do Gosho (coletânea dos escritos de Nichiren Daishonin).

Daishonin inscreveu o Gohonzon e estabeleceu a prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo para habilitar todas as pessoas a atingir o estado de buda. Ele criou uma forma de prática budista universalmente acessível. Essa forma é, de fato, uma revolução religiosa.

O Budismo Nichiren salienta a importância de mudar a essência da nossa determinação. De modo geral, as pessoas tendem a pensar que existe um enorme fosso entre os simples mortais e os budas. Entretanto, Daishonin expôs que essa distância não existe — a única diferença reside no fato de alguém que está dominado pela ilusão e despertar. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é o meio para transformar uma condição de vida de ilusão para a de iluminação.

Nessa passagem, Nichiren Dai­sho­nin compara uma vida de sofrimento, encoberta pela escuridão fundamental ou ignorância fundamental,5 a um espelho embaçado, e uma vida que despertou para a verdade da realidade, a um espelho límpido. Um espelho embaçado que não reflete nada pode se tornar nítido se for polido, passando a refletir qualquer imagem.

De modo semelhante, ao darmos continuidade à fervorosa recitação do daimoku, polimos nossa vida e removemos a ignorância e a ilusão. Ativamos dentro de nós a vasta condição de vida e a sabedoria do buda.

Por meio da prática diária do gongyo — recitação do sutra — e do daimoku polimos nossa vida e transformamos nossa condição de vida.

Esse trecho do escrito de Nichiren Daishonin enuncia os requisitos para isso. Devemos “manifestar profunda fé” (cf. CEND, v. I, p. 4) e “polir [diligentemente] nosso espelho dia e noite” (Ibidem).

Para combater a escuridão fundamental ou ilusão fundamental que obstrui nosso caminho do estado de buda, precisamos ter a coragem de reunir uma profunda fé. Além disso, se quisermos atingir o estado de buda nesta existência, é imprescindível que mantenhamos nossa fé, persistindo assiduamente em nossos esforços. Manter a fé significa jamais retroceder.

Em vários trechos de seus escritos, Daishonin destaca a relevância de se esforçar com fé inabalável. Por exemplo:

 

Aquele (...) que recita o daimoku [Nam-myoho-renge-kyo] é o emissário d’Aquele que Assim Chega. Do mesmo modo, aquele que persevera em meio a grandes perseguições e abraça o sutra do início ao fim é o emissário d’Aquele que Assim Chega. (cf. CEND, v. II, p. 207)

 

Mantenha a fé no Sutra do Lótus. Não conseguirá extrair fogo da pederneira se desistir no meio da tentativa. (CEND, v. I, p. 336)

 

Conquistar uma vida “feliz e tranquila”

O propósito da nossa prática budista é assegurar um estado de felicidade em que “vivamos felizes e tranquilos” [cf. LSOC, cap. 16, p. 272].6

Em outro escrito, Nichiren Daishonin afirma claramente: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar Nam-myoho-renge-kyo” (CEND, v. I, p. 713).

Por mais difíceis sejam os desafios que enfrentamos, permaneceremos invencíveis se ativarmos poderosamente nosso estado de buda interior com a recitação do daimoku. Com o poder do daimoku, que é como o rugido de um leão, triunfamos sobre qualquer adversidade e desfrutamos uma vida “feliz e tranquila”. Além disso, transformamos uma vida de desespero em relação ao nosso destino numa vida feliz, dedicada a uma missão, na qual incentivamos e ajudamos o próximo. Um número incalculável de membros da Soka Gakkai vem avançando alegremente com essa convicção inquebrantável e comprovações pessoais dessa verdade na própria vida.

Não há ninguém mais admirável que os integrantes da nossa organização, que se empenham, como devotos do Sutra do Lótus, pela própria felicidade e pela felicidade das outras pessoas.

Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, expressou:

 

Não importando o que aconteça, vocês vencerão com daimoku. Vão transformar a dificuldade em força, manifestar o estado de buda e alterar o rumo do próprio destino. Exatamente como são, vocês serão capazes de ajudar todos os tipos de pessoas a se tornarem felizes.

 

Como devotos do Sutra do Lótus, a recitação do daimoku nos habilita não somente a obter uma “vida feliz e tranquila”, mas também a ajudar outras pessoas a conseguir o mesmo.

 

Trecho do escrito 2

Carta para Jakunichi-bo

Aqueles que se tornarem discípulos e seguidores leigos de Nichiren deveriam compreender os profundos laços cármicos que compartilham com ele e propagar o Sutra do Lótus da mesma maneira que ele faz. Ser conhecido como devoto do Sutra do Lótus é um destino amargo, porém inevitável. (CEND, v. II, p. 260)7

 

Shakubuku é a vida da religião”

Essa passagem que estudaremos consta de Carta para Jakunichi-bo. Nesse escrito, Nichiren Daishonin recomenda enfaticamente aos seus discípulos que despertem para sua missão como devotos do Sutra do Lótus — ou seja, como bodisatvas da terra — e o propaguem como ele fez.

A missão dos devotos do Sutra do Lótus nos Últimos Dias da Lei é se empenhar na prática para si e para os outros nesta era maléfica, empreendendo de todo o coração esforços para conduzir uma pessoa após outra à iluminação.

A prática do shakubuku nos Últimos Dias da Lei consiste no nobre e grandioso trabalho de dominar os “três venenos” — avareza, ira e estupidez8 — e transformar o destino da humanidade.

Na primavera de 1939, Tsunesaburo Makiguchi viajou para Yame, na província de Fukuoka, em Kyushu, para realizar shakubuku, apresentando os ensinamentos de Nichiren Daishonin à cunhada de um membro de Tóquio. Quando essa senhora decidiu se tornar budista, logo no dia seguinte, Makiguchi sensei lhe disse: “Vamos pôr a fé em prática!”. Então, foi com ela e o marido, que já havia decidido iniciar a prática pouco tempo antes, visitar um casal que Makiguchi sensei conhecia em Unzen, na província vizinha Nagasaki, para propagar o Budismo Nichiren, compartilhando-o com esse casal.

Naquela oportunidade, Tsunesaburo Makiguchi declarou resolutamente: “Shakubuku é a vida da religião”. Essas palavras se tornaram o ponto de partida do movimento pelo kosen-rufu em Kyushu.

Só podemos experimentar a verdadeira grandiosidade do budismo pondo seus ensinamentos em prática. Makiguchi sensei demonstrou essa verdade por meio do próprio exemplo.

 

Viver o capítulo “Encorajamento à Devoção” do Sutra do Lótus

Em Carta para Jakunichi-bo, num trecho anterior ao que estamos estudando, Daishonin afirma: “Nichiren é o supremo devoto [praticante] do Sutra do Lótus no Japão. Em toda a nação, somente ele viveu a estrofe de vinte versos9 do capítulo ‘Encorajamento à Devoção’” (CEND, v. II, p. 259).

A citada estrofe refere-se à parte conclusiva do capítulo “Encorajamento à Devoção” (13º), que declara que a perseguição dos “três poderosos inimigos”10 incidirá sobre aqueles que propagarem a Lei Mística na era maléfica após a morte do Buda.

Na carta, Nichiren Daishonin também diz que ele se levantou sozinho com a consciência de cumprir a missão do bodisatva Práticas Superiores,11 e instou o povo japonês a aceitar e a abraçar o Sutra do Lótus, acrescentando que ele não havia abrandado seus esforços nem mesmo após fixar residência no Monte Minobu (cf. CEND, v. II, p. 260).12

No trecho que estamos examinando ele expressa que seus discípulos devem seguir seu exemplo, propagando o Sutra do Lótus assim como ele, empenhando-se firmemente para conduzir as pessoas à felicidade, de acordo com o espírito do Sutra do Lótus de ampla propagação, ou kosen-rufu (Ibidem).

 

“Profundos laços cármicos”

Nichiren Daishonin indica os “profundos laços cármicos” (CEND, v. II, p. 260) que seus discípulos compartilham com ele. Isso se refere aos laços que os ligam desde existências passadas. Daishonin menciona com fre­quência os vínculos cármicos que possui com seus discípulos. Por exemplo:

 

Devem ter sido os laços cármicos do distante passado que o levaram a se tornar meu discípulo numa época como esta. (CEND, v. I, p. 226)

Uma relação cármica originada no passado foi o que permitiu ser meu discípulo. (Ibidem, p. 387)

O senhor deve compreender que, em razão de uma profunda relação cármica do passado, pode ensinar mesmo uma única sentença ou frase do Sutra do Lótus. (Ibidem, p. 33)

 

Discípulos que possuem uma “profunda relação cármica” com Daishonin também poderiam ser descritos como discípulos que lutam ao lado dele. Não há honra maior do que compartilhar eternamente uma vida de luta conjunta com o mestre visando ao kosen-rufu.

No fim da passagem de Carta para Jakunichi-bo que estamos estudando, Daishonin sublinha: “Ser conhecido como devoto [ou praticante] do Sutra do Lótus é um destino amargo, porém inevitável” (CEND, v. II, p. 260).

Em outras palavras, aos olhos do mundo, ser discípulo de Nichiren Daishonin e sofrer perseguições em virtude da devoção ao Sutra do Lótus representam um infortúnio, uma calamidade. Porém, ao considerarmos a profundidade dessa relação cármica da perspectiva do budismo, constatamos que não há felicidade maior do que poder trabalhar em prol do kosen-rufu como bodisatva da terra com o mesmo espírito de Daishonin. Enfrentar obstáculos no curso dos nossos esforços para propagar a Lei Mística é uma honra inevitável que defrontamos; por isso, precisamos permanecer firmes, com uma fé resoluta.

Empenhamo-nos para compartilhar o budismo com as pessoas com quem temos ligação, em exata conformidade com a orientação de Daishonin, e “propagar o Sutra do Lótus da mesma maneira que ele faz” (Ibidem).

Ao nascermos neste mundo, nós nos dedicamos à felicidade do próximo e vivemos de maneira edificante conquistando o apreço de incontáveis pessoas pelos esforços para auxiliá-las. Esse é o modo de vida mais valioso e gratificante que se pode ter como ser humano.

Nossos esforços para espalhar as sementes do estado de buda algumas vezes produzem resultados rápidos e em outras exigem algum tempo até os frutos aparecerem, mas os benefícios são iguais em ambos os casos. Independentemente do fato de as pessoas com quem conversamos iniciarem ou não a prática de imediato, o importante é darmos o melhor de nós para compartilhar o budismo com elas, de modo sincero e convicto, e realizarmos um trabalho persistente e devotado para ajudá-las a compreender os ensinamentos. Se conseguirmos fazer isso, as sementes do estado de buda que plantamos no coração delas infalivelmente acabarão brotando e se desenvolvendo.

Em outro escrito, Nichiren Dai­shonin salienta: “Recite o Nam-myoho-renge-kyo com atitude resoluta e sincera, e recomende com veemência aos outros que façam o mesmo; isso permanecerá como a única lembrança de sua existência neste mundo humano” (CEND, v. I, p. 66). Como essas palavras indicam, praticar o budismo e ensinar os outros a fazer o mesmo são ações que produzem o bem mais elevado que pode existir.

 

Trecho do escrito 3

Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente

O “grande juramento” refere-se à propagação do Sutra do Lótus [Nam-myoho-renge-kyo]. (OTT, p. 82)

 

A chave para atingir o estado de buda reside no ato de viver pelo juramento seigan

O desejo sincero de Shakyamuni, fundador do budismo, era que todas as pessoas se tornassem felizes. No capítulo “Meios Apropriados” (2º) do Sutra do Lótus, ele declara: “No início, fiz um juramento na esperança de tornar todas as pessoas iguais a mim, sem nenhuma distinção entre nós” (LSOC, cap. 2, p. 70 [cf. CEND, v. II, p. 297]). O juramento dele consistia em alçar todas as pessoas à mesma condição de vida iluminada que ele possuía.

Nichiren Daishonin devotou-se com o compromisso de conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Demonstrando o espírito contido em sua afirmação de que “Nem uma única vez pensei em recuar” (WND, v. II, p. 465), ele superou todas as dificuldades que se possa imaginar para propagar a Lei Mística. Ao fazer isso, abriu o grande caminho pelo qual podemos alcançar a mesma condição de vida do Buda, “sem nenhuma distinção entre nós”.

Nos Vinte e Seis Artigos de Advertências de Nikko Shonin, discípulo direto e sucessor de Nichiren Daishonin, verificamos a instrução: “Até o kosen-rufu ser concretizado, propaguem a Lei empregando o máximo de sua capacidade, sem poupar a sua vida” (GZ, p. 1618). Aqueles que se dedicam ao kosen-rufu são os verdadeiros discípulos e sucessores de Daishonin na fé.

A Soka Gakkai se desenvolveu de forma dinâmica como religião mundial precisamente porque seus membros vêm se empenhando de modo incansável para propagar a Lei Mística exatamente como Daishonin ensina, devotando-se com afinco para realizar tanto a prática para si como para os outros.

 

Consolidar a felicidade em nossa vida cotidiana

Em seu exílio na Ilha de Sado, que impunha real ameaça à sua vida, Nichiren Daishonin redigiu a carta Abertura dos Olhos e declarou: “Farei aqui um grande juramento” (CEND, v. I, p. 293). Ele selou o juramento de ser o pilar, os olhos e a grande nau que conduziria todas as pessoas à iluminação, com o desejo único de concretizar o kosen-rufu.13

Na passagem do Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente que estamos discutindo, Daishonin afirma que o “grande juramento” se refere à “propagação do Sutra do Lótus” (cf. OTT, p. 82). Não se trata de nada além do grande juramento de concretizar o kosen-rufu. É o próprio juramento seigan dos bodisatvas da terra.

Dia após dia, os membros da Soka Gakkai recitam Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon e se dedicam aos diálogos com o objetivo de propiciar felicidade tanto para si como para os outros. Nesta era turbulenta dos Últimos Dias da Lei, eles mantêm o juramento seigan de concretizar o kosen-rufu realizando a prática do bodisatva pelo mundo todo.

Makiguchi sensei declarou que o budismo é um ensinamento para a vida diária. Trata-se de um ensinamento que nos permite extrair o máximo da vida. Estamos revigorando nossa vida e a de outras pessoas todos os dias com nossos esforços para propagar o budismo, realizando o shakubuku. Fazendo uso do diálogo, o método mais básico para interagir com os outros, transmitimos a luz da esperança e da renovação àqueles que perderam o rumo e mergulharam nas profundezas do sofrimento ou não se sentem capazes de ver algum sentido em viver. No decorrer desse processo, ao lado deles, elevamos nosso apreço pelo significado da própria vida. Essa constitui, de fato, a nobre prática de contribuir para uma revolucionária transformação na condição de vida de toda a humanidade.

 

Soka Gakkai: a pedra fundamental para a construção da paz mundial

A Soka Gakkai é a organização que age em exato acordo com o desejo do Buda. Ela se levantou na época atual com o compromisso de cumprir o grande desejo de concretizar o kosen-rufu, em perfeita harmonia com o espírito de Nichiren Daishonin. A Soka Gakkai é a única instituição que promove o kosen-rufu mundial.

A Soka Gakkai é a organização do shakubuku [propagação da Lei Mística]. O shakubuku expande ondas de alegria. Toda sensei dizia: “Realizar o shakubuku não deve ser penoso ou desagradável. É algo a ser feito com alegria”. A prática altruística do bodisatva sempre é transbordante de contentamento proveniente da criação de valor fundamentada em nosso juramento seigan pelo kosen-rufu.

Em novembro de 2013, por ocasião da inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (em Shinanomachi, Tóquio), enviei uma mensagem aos nossos membros que dizia:

 

O “grande desejo do kosen-rufu” e a “vida do estado de buda” formam um único corpo. Quando se vive em prol deste juramento, a pessoa se torna ainda mais respeitável, ainda mais forte e ainda mais grandiosa.

Quando se vive em prol deste juramento, a coragem do buda, a sabedoria do buda e a compaixão do buda se manifestam de forma ilimitada. Quando se vive em prol deste juramento, transforma-se não somente quaisquer dificuldades e sofrimentos como veneno em remédio, e também o carma em missão.14

 

Um número cada vez maior de membros, bodisatvas da terra dedicados ao cumprimento do grande desejo de concretizar o kosen-rufu, está surgindo em todos os cantos. Eles estão efetuando a prática do bodisatva em seus respectivos países e conduzindo muitas pessoas ao caminho da felicidade. Pelo diálogo, estão edificando uma rede de seres humanos que transcende fronteiras nacionais. Por sua própria existência, a Soka Gakkai tornou-se a pedra fundamental dos esforços para a construção da paz mundial.

Pessoas sensatas e conscientes do mundo inteiro depositam a mais alta expectativa na Soka Gakkai, cujos membros estão consolidando uma rede cada vez maior de paz e felicidade alicerçada na filosofia da revolução humana interior.

O Dr. Anatol Rapoport (1911–2007), ex-professor de estudos sobre paz e conflitos da Universidade de Toronto, Canadá, disse certa vez:

 

Enquanto muitos movimentos pacifistas do mundo inspiram-se no temor às armas nucleares, o movimento pela paz da SGI opera num contexto mais profundo, decorrente da convicção positiva dos membros de que paz pressupõe a materialização da satisfação e felicidade para todos. Nesse aspecto, não há no mundo nenhuma outra organização de paz que se compare à SGI.15

 

O orgulho de trilhar o nobre caminho Soka da prática do bodisatva

Um futuro amplo e radiante se estende à nossa frente. Estamos seguindo em direção ao nosso próximo importante marco — o quinto aniversário da conclusão do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu em novembro de 2018. Depois disso, virão o nonagésimo aniversário da Soka Gakkai em 2020, e o centésimo aniversário em 2030.

Continuemos avançando com os companheiros do mundo todo, unidos no coração e na mente, sempre adiante, com os olhos voltados para mais um auspicioso cume. A Soka Gakkai é uma organização de ação. Nossos contínuos esforços são a chave do desenvolvimento e do sucesso do nosso movimento.

Nossas atividades como bodisatvas da terra, encorajando as outras pessoas e trabalhando tanto pela nossa felicidade como pela felicidade delas, constituem a expressão máxima da prática do bodisatva. Nós, integrantes da família Soka, somos um magnífico contingente de bodisatvas da terra que brilhará eternamente nos anais da história do povo.

Com o orgulho de trilhar o nobre caminho Soka da prática do bodisatva, empenhemo-nos diligentemente nas práticas individual e altruística, e juntos tenhamos uma existência gloriosa e triunfante!

 

(Daibyakurenge, edição de outubro de 2016)

Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI

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