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Reunião de Palestra

Resposta à Monja Leiga Nichigon - Parte 4 de 6

Este texto pode ser usado como complemento da explanação da matéria a ser estudada na reunião de palestra do mês de novembro

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03/11/2020

Resposta à Monja  Leiga Nichigon - Parte 4 de 6

Trecho do Gosho

"Depositei diante do Sutra do Lótus o seu pedido de oração, datado do oitavo dia do décimo primeiro mês do terceiro ano de Koan [1280], junto das oferendas de mil moedas e um manto sem forro confeccionado com fibras de casca de árvore. Já transmiti essa oração às divindades do Sol e da Lua; assim, agora, não há necessidade de ficar deduzindo o que acontecerá. Se a sua oração será ou não respondida, isso dependerá de sua fé; [caso não seja,] de maneira alguma deverá me culpar. 

Quando a água é transparente, esta reflete a Lua. Quando o vento sopra, as árvores se agitam. Nossa mente é como a água. A fé fraca é como a água turva, ao passo que a fé corajosa é como a água límpida. Compreenda que as árvores são como os princípios, e o vento que as agita, como a recitação do sutra.”

(CEND, v. II, p. 347)

Vamos entender

Esta matéria é baseada na série “Budismo do Sol — Iluminando o Mundo”: “Ter os Escritos de Nichiren Daishonin como Base Eterna”.

Nesta explanação, sensei faz uma introdução lembrando‑se das ocasiões em que estudou o escrito Resposta à Monja Leiga Nichigon durante as campanhas de estudo do budismo em algumas localidades do Japão, quando recebia treinamento direto do seu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Ele nos conta que estudar e explanar o Gosho são uma solene luta de mestre e discípulo. 

O escrito que estudaremos hoje possui apenas dois parágrafos, mas através dele poderemos aprender características importantes da fé budista. Vamos estudar? 

Cenário histórico

Acredita-se que essa carta fora escrita pelo Buda quando ele já estava retirado no Monte Minobu em 1280. Como o próprio nome diz, foi endereçada à monja leiga Nichigon, seguidora de Nichiren Daishonin que possuía uma forte fé. Nichigon havia lhe enviado um pedido de oração junto com vários oferecimentos. Provavelmente ela tinha algum objetivo e decidiu compartilhá-lo com seu mestre, o buda Nichiren Daishonin. 

Assumindo a própria missão

No trecho em destaque, Nichiren Daishonin diz à monja que já havia colocado seu pedido diante do Gohonzon e orou para que ele se concretizasse. No entanto, ele deixa claro: “Se a sua oração será ou não respondida, isso dependerá de sua fé; [caso não seja,] de maneira alguma deverá me culpar” (CEND, v. II, p. 347). 

Por meio dessas palavras rigorosas, Nichiren Daishonin transmite um importante ensinamento sobre a fé em nossas orações. Para entender melhor, vamos tentar nos colocar no lugar da monja leiga Nichigon e imaginar que temos um grande e importante objetivo. Porém, quando nos lançamos à busca dos nossos sonhos, ficamos tão focados e com tanta vontade de alcançá-los que podemos ficar até ansiosos, não é? E às vezes chegamos a compartilhar com todos ao redor para que possam enviar daimoku a fim de que tudo aconteça da melhor forma, mas isso deve partir de nós. O presidente Ikeda esclarece: 

A fé fundamentada na Lei Mística visa ativar a natureza de buda inerente a todos nós, não invocar um poder ou ser externo que faça algo por nós. Como aponta Daishonin, “Se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior” (CEND, v. I, p. 3). Tudo é determinado por nossa própria fé. 

Ter uma fé pura e corajosa

Em nosso dia a dia, é comum termos uma postura semelhante em nossos desafios. Não há problema em compartilhar e permitir que outras pessoas façam daimoku para nossa felicidade e até para que alcancemos nossos objetivos, mas o que o Buda nos alerta é sobre a importância da fé em nossa própria oração. Devemos ter muita convicção quando oramos mesmo que os outros nos enviem orações; devemos orar com firme determinação. Essa atitude decide a vitória e a concretização dos sonhos. Ikeda sensei nos lembra de uma passagem de outro escrito no qual Daishonin diz:

A sua fé é que determinará isso tudo. A espada é inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra do Lótus deve ser manejada por alguém corajoso na fé. Então, essa pessoa será tão forte quanto um demônio armado com um cajado de ferro.

(CEND, v. I, p. 431)

Tudo começa com a oração, que deve conter uma fé resoluta. O presidente Ikeda conclui a explanação dizendo: “Independentemente da época ou da situação, vamos sempre dar a partida em nosso avanço positivamente, com forte oração e uma fé pura e corajosa, recitando daimoku com o juramento seigan de realizar o kosen-rufu”. Se pusermos essas palavras do Mestre em prática, conseguiremos realizar cada objetivo e sonho lançados, com grande coragem e convicção, e sem duvidar de que nossa vitória chegará sem falta. 

Gosho é ação!

Para pôr esse escrito em ação, o que acha de revisar aquela lista de objetivos feita no início do ano? Atualize-na e faça daimoku com a convicção que Nichiren Daishonin nos ensinou. Então, depois de concretizar cada objetivo, compartilhe com os amigos a vitória, de acordo com as orientações do Buda. 

Glossário

Sutra do Lótus

Uma das escrituras budistas mais conhecidas; afirma que todas as pessoas podem atingir o estado de buda. Na China e no Japão, a denominação “Sutra do Lótus” com frequência indica a tradução feita por Kumarajiva. Nichiren Daishonin utiliza constantemente a expressão “Sutra do Lótus” como sinônimo de Nam-myoho-renge-kyo, a Lei Mística, a qual ele definiu como a essência do seu ensinamento.

Gosho

O termo em japonês go é um prefixo honorífico, e sho significa “escrito”. Gosho é a denominação do conjunto dos escritos de Nichiren Daishonin, do qual alguns foram enviados aos seus discípulos. É essencial no estudo do budismo ler, estudar e compreender com a própria vida cada escrito do Buda.

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