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ABC do Budismo

A oração no Budismo Nichiren

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03/05/2021

A oração no Budismo Nichiren

Explicando...

O buda Nichiren Daishonin ensinou que, por meio da sincera prática da fé recitada diariamente diante do Gohonzon, qualquer pessoa é capaz de atingir a iluminação, isto é, viver plenamente com felicidade e autorrealização. 

Como orar diante do Gohonzon? 

Para compreendermos a importância da oração no Budismo Nichiren, primeiro precisamos entender que Nichiren Daishonin expôs que cada ser humano é originalmente dotado do estado de buda. Ou seja, atingir o estado de buda nesta existência não é conquistar algo externo, mas é possível a cada ser humano manifestar a essência iluminada do Buda na própria vida. 

No escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, por exemplo, Daishonin expõe: 

Quando uma pessoa é dominada pela ilusão, é chamada de mortal comum; mas, quando iluminada, é chamada de buda. Tal situação se assemelha a um espelho embaçado que brilhará como uma joia quando for polido. A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado; mas, quando for polida, tornar-se-á como um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. Manifeste profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo.1

Ele dedicou a vida a revelar o ensinamento de que cada ser humano é capaz de “polir o espelho da própria vida” e de manifestar, da forma exata como é, um ilimitado potencial; e isso é um direito de todos e do qual são intrinsecamente dotados. 

Gongyo e daimoku

Nichiren Daishonin percebeu que a maneira para cada um extrair da própria vida esse potencial é recitando Nam-myoho-renge-kyo (daimoku). Com a recitação do daimoku diante do Gohonzon — objeto de devoção —, a pessoa atinge a iluminação. Assim, o Buda inscreveu o Gohonzon em forma de mandala, representando a própria iluminação, para todas as pessoas atingirem a mesma condição de vida que ele, tornando-se plenamente felizes e conscientes da missão nesta existência. 

Para complementar a recitação do daimoku, recitamos dois capítulos do Sutra do Lótus — Hoben (“Meios Apropriados”) e o trecho jigage do Juryo (“Extensão da Vida”). O Buda explica que recitar daimoku é a prática principal, como uma árvore completa em sua essência, ao passo que recitar os capítulos Hoben e Juryo é a prática complementar, como os galhos dessa árvore. 

O rugido do leão  

Sensei afirma:

Nichiren Daishonin disse: “O rei leão não teme nenhum outro animal. Assim é também seu filhote”. Analogamente, nossa SGI é o “rei leão da justiça”, e os integrantes da Divisão dos Estudantes da BSGI, os corajosos “filhos do leão”. Portanto, jamais devem temer qualquer dificuldade, porque não há como os “leões Soka” serem derrotados, seja qual for a situação aflitiva.2

O leão possui uma simbologia importante no budismo devido a sua força e capacidade de enfrentar qualquer adversário. Quando emite um poderoso rugido, todos se curvam diante de sua majestosidade. 

No Gosho Resposta a Kyo’o, Nichiren Daishonin brada: “O Nam‑myoho‑renge‑kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.3 Essa carta foi endereçada a Shijo Kingo e à sua esposa, que estavam com a filha, Kyo’o em, estado de saúde grave. Com essa carta, Daishonin incentiva os pais, assegurando-lhes do poder de orar com determinação diante do Gohonzon. 

Simba e o rugido do leão 

Você já assistiu ao filme Rei Leão? Ele traz diversas mensagens, e uma delas retrata bem a importância desse rugido do leão exposto por Nichiren Daishonin. 

Simba, ainda filhote, após a morte do seu pai, foi obrigado a fugir de sua manada por estar sendo ameaçado pelo tio Scar e suas hienas. 

Depois de fugir, fez amizade com Timão e Pumba, e passou a viver tranquilamente, comendo insetos e relaxando na selva por vários anos. Pode-se dizer que, nesse período, ele até mesmo se esqueceu de que era um leão, pois estava vivendo como um suricato ou como um javali, e não tentou mais usar seu rugido. 

Após anos de tranquilidade, seu amigo Pumba foi atacado pela leoa Nala. Ao vê‑lo em perigo, Simba soltou um rugido protegendo quem era querido para ele. Isso quer dizer que, mesmo sem se lembrar de que era um leão, no momento crucial, seu rugido foi tão forte quanto o de qualquer outro leão. Assim também é a natureza de buda. 

Ainda que passemos por várias dificuldades e obstáculos, nossa natureza possui esse estado de absoluta força e coragem, assim como um leão. O que precisamos fazer para manifestar esse leão adormecido? Basta um rugido — recitarmos gongyo e daimoku com força, coragem e fé diante do Gohonzon, compreendendo que a Lei fundamental se encontra em nossa vida. 

Frase do Mestre

Manifestar um poderoso rugido do leão com a recitação do daimoku é a forma como os seres humanos comuns atingem a mesma condição iluminada de Nichiren Daishonin. 

Lembrete

Todos nós somos budas por natureza, a recitação do gongyo e do daimoku diante do Gohonzon é o meio para manifestarmos essa condição num instante.

Glossário

Buda 

O iluminado ou Aquele que Despertou. Aquele que percebe a natureza iluminada da vida e conduz outros a atingir a mesma condição, caracterizada pela sabedoria, coragem, benevolência e energia vital.

Gohonzon

Gohonzon (jap.). Objeto de devoção do Budismo de Nichiren Daishonin e incorporação da Lei Mística que permeia todos os fenômenos. O Gohonzon tem a forma de um mandala inscrito em papel com ideogramas que representam a Lei Mística e também os “dez mundos”, incluindo o estado de buda. 

Gosho 

O termo em japonês go é um prefixo honorífico, e sho significa “escrito”. Gosho é a denominação do conjunto dos escritos de Nichiren Daishonin, do qual alguns foram enviados aos seus discípulos. É essencial no estudo do budismo ler, estudar e compreender com a própria vida cada escrito do Buda.

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