Entrevista
RD
Foco na vitória!
Otávio Cony de Barros do Couto 16 anos Organização: RM Barra da Tijuca, Sub. Barra da Tijuca, CCSF Cursa o nono ano do ensino fundamental 2. É integrante do Coral Esperança do Mundo (CEM), grupo horizontal da BSGI. Goleiro do sub-16 do Real Futebol Clube.
03/05/2021
O goleiro Otávio fala sobre suas conquistas no esporte, hoje jogando no Real Futebol Clube como um atleta federado
Como goleiro, poderia nos falar um pouco de que forma começou a praticar esse esporte?
Comecei a jogar futebol com 5 anos num campo atrás da minha casa. Em 2014, entrei para a escolinha do Fluminense; antes, jogava como zagueiro, e nesse mesmo clube passei a ser goleiro. Com o sentimento de corresponder a essa responsabilidade, iniciei um curso numa escola específica para goleiros, e foi lá que recebi um convite de ingressar no Barcelona Esporte Clube, em 2016. Fiquei no time por mais ou menos um ano, então fui para o União Central Futebol Clube buscando entrar em campeonatos estaduais. Depois, passei pelo Perequê Futebol Clube, e sou atualmente jogador federado do Real Futebol Clube.
Como concilia os estudos, as reuniões, os treinos e os jogos?
É um grande desafio, mas, com o apoio de meus pais e avós, consigo me planejar. Em relação aos treinos, é muito importante manter um ritmo. Treino quatro vezes por semana, também faço musculação e natação, entre outras atividades físicas. Os treinadores não cobram muito em termos de alimentação, porém, como atleta, sei que é necessário nos alimentar com qualidade.
Qual a parte mais legal de ser goleiro? E a mais desafiadora?
Gosto muito de defender pênaltis, é um momento de tensão em que sou o único do time que pode estar em campo. Fico feliz quando consigo impedir a bola de entrar no gol. Certa vez, agarrei o pênalti que deu a classificação para o time num importante campeonato.
Acho que a parte desafiadora é tomar gol por causa de uma falha minha. Eu me cobro bastante para sempre me aprimorar e jogar cada vez melhor.
Poderia compartilhar os momentos mais marcantes para você?
Em 2017, meu responsável pela DE me visitou e fizemos uma lista de objetivos para o novo ano que havia chegado. Dentre eles estavam meu desejo de entrar para um clube e disputar campeonatos que dessem visibilidade — isso porque sou goleiro; ir ao Japão agradecer a sensei por todos os benefícios que conquisto na minha vida; e passar de ano. Concretizei cada um deles.
Todos os anos, a partir de 2017, meu pai nos leva, minha mãe e eu, ao Japão para agradecer ao Mestre tudo o que conseguimos transformar com a prática da fé. Eles sempre me ensinaram que o Gohonzon está dentro de mim, que posso transformar qualquer situação e conquistar o que desejar. Além disso, sou da DE, e “se é da DE, tem que vencer!”.
O que é preciso fazer para se tornar um bom goleiro?
Treinar bastante e da forma certa. Existem muitos aspectos: é preciso praticar agilidade e velocidade de reação, conhecer as diferentes técnicas, ser hábil na tomada de decisão.
Quem são suas inspirações/ídolos?
Manuel Neuer, atleta alemão muito competente. O que ele faz em campo se destaca muito, tem uma qualidade diferente. Eu o admiro pelo nível técnico que possui.
Tem algum incentivo do sensei que você goste muito? Qual?
Sim, carrego comigo o ensinamento de que o importante é vencer no local em que se encontra neste momento e conquistar a confiança das pessoas.
Há algo que não perguntamos que gostaria de compartilhar?
Minha mãe me contou que, quando eu estava com 1 ano e 8 meses, parei totalmente de falar.
Fui a psiquiatras e a neurologista infantil, fiz exames de audição, visão, e o diagnóstico não era muito bem-definido.
Minha mãe me contou que fizeram uma força-tarefa na qual ela, meu pai e meu avô Cezar me levavam aos tratamentos semanais de fonoaudiologia, psicologia, natação, ecoterapia, futebol, jiu‑jitsu, métodos de ensino individualizado, além da escola.
Minha mãe descobriu que queriam fundar o Coral Esperança do Mundo (CEM) aqui no Rio de Janeiro. Ela me levava para assisti-lo com o objetivo de que eu pudesse cantar e falar normalmente. Dito e feito: aos 4 anos, entrei para o CEM e, aos 5 anos, depois de um longo tratamento, comecei a falar.
Hoje, após treze anos, eu ainda necessito de acompanhamento com a neurologista, mas apenas anualmente. Também preciso de medicação, porém, só para ir à escola, pois já diminuiu bastante. Acho que este ano deve ser o último que vou necessitar dela.
Ainda participo do coral, lá fiz vários amigos, crescemos juntos dentro do Centro Cultural do Rio de Janeiro. Gosto muito de fazer apresentações pelo CEM, de viajar com meus amigos e dos ensaios.
Box: Você sabia?
Embora as regras básicas do futebol tenham sido criadas em 1862, a posição de goleiro surgiu somente em 1871!
Pelé jogou como goleiro pelo Santos em quatro partidas e não tomou gols.
Goleiros geralmente usam a camisa de número 1, mas Rogério Ceni, ex‑goleiro do São Paulo F.C., usava o "01", que é "10" ao contrário.
Mondragón foi o goleiro mais velho a jogar uma Copa do Mundo. Foi em 2014 e ele tinha 43 anos.
Maravilha, ex‑goleira da Seleção Brasileira, se tornou a primeira mulher preparadora de goleiras no futebol brasileiro.
René Higuita era tão irreverente que defendia as traves com o "chute escorpião", que se tornou sua marca registrada.
As gírias "frango" e "frangueiro" surgiram quando um jornalista comentou que a posição do goleiro mais parecia com a de quem ia pegar uma galinha, e ele ainda tomou o gol.
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