Conheça o Budismo
Brasil Seikyo
Matéria do Grupo Coração do Rei Leão
BS
Fé, prática e estudo
“Fé, prática e estudo são a força propulsora do crescimento e da vitória de todos os membros da Soka Gakkai. São diretrizes eternas para nossos esforços no cumprimento da missão que nos foi confiada pelo próprio Buda.” Com essas palavras, Ikeda sensei destaca a importância desse princípio básico do budismo para nossa vida pessoal e para nossa missão como budistas. Qual é a importância de cada um dos elementos que formam esse princípio e como aplicá-los em nossa vida diária? É o que veremos na matéria deste mês. Fé O presidente Ikeda diz: Fé nada mais é que ter o coração do rei leão, que nos permite superar quaisquer adversidades. Para pessoas de forte fé, jamais haverá um impasse. Aqueles que perseveram na fé poderão experimentar dentro da própria vida o mesmo grandioso estado de buda alcançado por Nichiren Daishonin e serão capazes de direcionar tudo à felicidade. Como podemos manifestar essa fé? O presidente Ikeda orienta da seguinte forma: A fé sempre deve ser honesta e despretensiosa. Nos momentos de sofrimento ou de alegria, devemos simplesmente levar tudo ao Gohonzon, expressando, ao orar, aquilo que estiver em nosso coração. Com base em minha experiência, a fé se aprofunda mediante o esclarecimento de questionamentos e dúvidas e a reflexão contínua e intensa sobre tais indagações no curso da prática budista, até finalmente obtermos uma resposta satisfatória que possamos aceitar de todo o coração. Assim, o ponto de partida é a fé, mas ela está estreitamente ligada à prática e ao estudo, o que nos leva ao próximo ponto. Prática Sobre a prática no Budismo Nichiren, o aspecto mais importante a se compreender é que ela tem dois lados que se complementam: a prática para si e a prática para os outros. Conforme Ikeda sensei explica, a prática para si é aquela que realizamos para superar nossas dificuldades e obter benefícios, enquanto a prática para os outros consiste em ajudar outras pessoas a obterem benefícios também — ou seja, significa propagar o budismo. A prática só está completa quando envolve esses dois lados, conforme o presidente Ikeda aponta ao citar as palavras de Tsunesaburo Makiguchi: Embora uma pessoa seguramente obtenha benefícios pelo simples fato de ter fé e oferecer orações, isso, por si só, não constitui a prática do bodisatva. Não é possível haver um buda egoísta, que só acumule benefícios pessoais e não trabalhe pelo bem-estar dos outros. A não ser que realizemos a prática do bodisatva, não poderemos atingir o estado de buda. Felizmente, temos a Soka Gakkai e o exemplo de nossos mestres para realizar essa prática completa, sempre alicerçada na fé. Mas como podemos incentivar uma pessoa que está sofrendo? E como podemos compreender os desafios da nossa vida? Estudo Quando estamos mergulhados nas profundezas do desespero, ler o Gosho faz o sol da esperança nascer em nosso coração. Ao nos depararmos com um impasse, isso nos ajuda a reunir o destemido coração do rei leão. E quando a doença nos aflige, ler o Gosho faz nossa vida se encher de revigorante vitalidade. Ao lermos o Gosho repetidas vezes em meio a nossas lutas, gravamos na vida as ações corajosas e justas de Daishonin, sua infinita compaixão pelos discípulos e, acima de tudo, sua ardente paixão pela propagação da Lei Mística. Conforme essa orientação de Ikeda sensei, o estudo fortalece nossa fé, que, por sua vez, revigora continuamente nossas orações. E qual é a forma correta de estudar o Budismo Nichiren? Ikeda sensei cita a seguinte orientação de Josei Toda: O estudo do budismo na Soka Gakkai significa ler o Gosho com nossos pensamentos, palavras e ações. Falem aos outros, livremente e sem hesitação, sobre o que aprenderam com o Budismo de Nichiren Daishonin. Agindo assim, com o tempo isso se tornará parte da sua vida. Fé, prática e estudo são aspectos interdependentes — ou seja, não podemos deixar nenhum de lado, por isso, ao falarmos desse princípio, muitas vezes usamos a -analogia do tripé. Veja mais sobre isso na editoria Você Sabia? (p. 20).
16/12/2024
Conheça o Budismo
BS
Tripé da felicidade
A prática do Budismo de Nichiren Daishonin, que visa à transformação da própria vida, é embasada no exercício da fé, da prática e do estudo (em japonês, shin-gyo-gaku). “Fé” corresponde a acreditar no Budismo de Nichiren Daishonin, em especial no supremo objeto de devoção, o Gohonzon. Essa “fé” é o ponto de partida e de chegada do exercício budista. O segundo item, “prática”, indica a ação concreta para transformar a vida, aplicando os ensinamentos budistas na vida diária. Por fim, o “estudo” é a busca pelos ensinamentos budistas de forma a obter uma diretriz para a correta prática da fé, apoiando a “prática” e fortalecendo ainda mais a “fé”. Se carecer de qualquer um desses três itens, o exercício budista deixará de ser uma prática correta. “A fé, a prática e o estudo são preceitos básicos para um praticante budista. (...) O estudo é uma base indispensável que nos permite discernir se uma religião é profunda ou superficial e obter clara compreensão sobre quais constituem os verdadeiros ensinamentos e o espírito de Daishonin. O presidente Josei Toda declarou: “A razão origina a fé, e a fé busca a razão”. Se a sua compreensão sobre a “razão”, ou seja, sobre os princípios budistas se aprofundar, sua fé também irá se aprofundar. Se sua fé se aprofundar, sua compreensão acerca dos princípios budistas também se aprofundará”1 Dr. Daisaku Ikeda Fé Significa “acreditar e abraçar”, isto é, acreditar e abraçar os ensinamentos do buda. A fé é o ponto fundamental para ingressar na condição de vida do Buda. Para evidenciarem na própria vida a extraordinária sabedoria e a condição iluminada do Buda, não há outro meio senão pela fé. Ao abraçar os ensinamentos do Buda com fé, pode compreender a verdade dos princípios de vida expostos no budismo. Nichiren Daishonin materializou o Nam-myoho-renge-kyo, a Lei fundamental do universo para a qual ele próprio despertou, na forma de Gohonzon. Em outras palavras, o Gohonzon é o objeto de devoção no qual Daishonin inscreveu o próprio estado de vida do Buda em prol de todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei. Portanto, o ponto fundamental da prática do Budismo de Nichiren Daishonin está em acreditar profundamente que este Gohonzon é o único objeto de devoção para manifestar o estado de buda em nossa vida. Quando nos dedicamos intensamente à recitação do daimoku com fé no Gohonzon, podemos manifestar o poder benéfico da Lei Mística e consolidar a condição de buda em nossa vida. “Creia no Gohonzon, o supremo objeto de devoção de todo o Jambudvipa. Fortaleça ainda mais sua fé e receba a proteção de Shakyamuni, de Muitos Tesouros e dos budas das dez direções. Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”2 Nichiren Daishonin Prática Corresponde à ação concreta da prática budista abraçando a fé no Gohonzon. O budismo explica que a condição de vida do Buda, repleta de compaixão e sabedoria, isto é, o estado de buda, é originalmente inerente à própria vida do ser humano. O objetivo da prática budista consiste em evidenciar essa condição de buda, oculta no interior da própria vida, e conquistar a felicidade absoluta. Porém, para que essa força, inerente à vida, seja manifestada na existência real da pessoa, é necessário um trabalho concreto para desbravar e transformar essa condição de vida. Em outras palavras, para manifestar a condição de buda, são necessárias contínuas ações centradas na razão. Essas ações correspondem à “prática”. Dois tipos de prática Há dois aspectos na “prática”: a individual, ou para si próprio; e a altruística, voltada para os outros. Assim como as rodas de um carro, a falta de qualquer um desses dois aspectos não conduz a uma prática completa. A “prática individual” refere-se ao exercício budista visando à conquista dos benefícios da Lei para si mesmo. E a “prática altruística” corresponde à ação de ensinar o budismo às outras pessoas para elas obterem benefícios. Nos Últimos Dias da Lei, tanto a prática individual, que objetiva atingir seu estado de buda, como a prática altruística, de ensinar e conduzir outras pessoas à felicidade, são essencialmente, a prática do Nam-myoho-renge-kyo, a lei fundamental para se tornar Buda. Assim, o exercício budista correto no Budismo de Nichiren Daishonin consiste nas práticas individual e altruística, isto é, a recitação do daimoku com fé no Gohonzon e a ação de ensinar sobre seus benefícios às outras pessoas, recomendando-lhes a prática budista. De forma concreta, a “prática individual” é composta pela recitação do gongyo e do daimoku; e a “prática altruística”, pelo shakubuku e pela propagação dos ensinamentos. As diversas atividades da Soka Gakkai em prol do kosen-rufu também são exercícios que correspondem à “prática altruística”. Compartilhar a felicidade A prática altruística consiste basicamente em ensinar sobre o Gohonzon aos outros (shakubuku) e as atividades e visitas para incentivar alguém a aprofundar a fé no budismo. O shakubuku é o exercício budista que possibilita cumprir a missão como bodisatva da terra. Ikeda sensei nos incentiva: Ao ajudar outras pessoas a se tornarem felizes, nós também nos tornamos felizes. (...) O simples ato de louvar a Lei Mística quando estamos dialogando com os outros é o próprio ato de realizar um esplêndido shakubuku. Se a pessoa decidirá ou não se converter é outra questão. O simples ato de falarmos às pessoas sobre a Lei Mística já é uma causa para infalivelmente recebermos benefícios.3 Esse princípio nos ensina não somente a lutar pela própria felicidade, mas também conduzir outras pessoas ao mesmo caminho. Estudo Refere-se ao estudo dos ensinamentos budistas, buscando o correto aprendizado dos princípios do budismo, tendo como base a leitura respeitosa do Gosho deixado por Nichiren Daishonin. Com o correto aprendizado dos princípios do budismo, podemos aprofundar ainda mais a fé e desenvolver uma verdadeira prática. Sem o estudo do budismo, corre-se o risco de fazer interpretações com base no próprio pensamento ou ser enganado por pessoas que expõem ensinamentos errôneos. Estudar o budismo não é acumular teorias. Ele serve para esclarecer as dúvidas, aprofundar a convicção e ensinar o caminho de esperança a outras pessoas. O budismo não está contido unicamente nos sutras, livros ou ideogramas com que são escritos. Ele existe e se manifesta somente na vida de cada uma das pessoas que estudam os escritos e praticam a fé estritamente de acordo com os ensinamentos de Nichiren Daishonin. O presidente Ikeda sintetizou a finalidade do estudo do budismo nos seguintes itens: 1. Estuda-se o budismo para adquirir uma correta visão da vida, da sociedade e dos objetivos. 2. Estuda-se o budismo para nutrir a prática da fé e o empenho nas atividades. 3. Estuda-se o budismo para avançar e crescer dia após dia. 4. Estuda-se o budismo para cultivar a capacidade de orientação e para prestar incentivos a todos os companheiros.4 Dica de leitura Veja sobre o tema “Fé, Prática e Estudo” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Ouça Podcast da série Conheça o Budismo com o tema “Fé, Prática e Estudo”. Acesse clicando aqui. No topo: Getty Images Fontes: Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. 78 p. Brasil Seikyo, ed. 2.025, 6 mar. 2020, p. A8. Idem, ed. 2.026, 13 mar. 2010, p. A8. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Vanguarda. Nova Revolução Humana, v. 2. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 25-26. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405-406, 2017. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.549, 25 mar. 2000, p. A3. 4. Idem, ed. 1.610, 7 jul. 2001, p. A5.
14/12/2024
Conheça o Budismo
BS
Gratidão, o caminho para a verdadeira felicidade
Nichiren Daishonin explica as quatro dívidas de gratidão como: 1) a todos os seres vivos, 2) aos pais, 3) ao soberano e 4) aos três tesouros.1 Estar vivo é a maior felicidade. Como a vida nos foi dada pelos pais, seremos tão humanos quanto mais retribuirmos a eles por esse presente. Sentimento semelhante devemos ter pelos outros seres humanos e pela natureza que, de alguma forma, permitiram e contribuíram para que chegássemos até aqui seguros e vivos. Um autêntico ser humano sente infinita gratidão por tudo o que lhe foi feito e age por toda a vida para retribuir. Dentre as formas de gratidão, a dedicada ao mestre é a mais profunda e a que mais produz alegria e transformação em si e na sociedade. Uma pessoa dedicada a saldar sua gratidão com o mestre transforma o mundo. Vencer o egoísmo Vamos ponderar sobre o porquê a gratidão é tão importante: ela pode ser um trampolim para nos ajudar a superar nosso ego e os estreitos limites dos nossos interesses pessoais. Nos ensinamentos expostos antes do Sutra do Lótus, Shakyamuni citou a falta de gratidão como a razão pela qual as pessoas dos dois veículos2 não atingiam a iluminação. Sem esse espírito de gratidão, elas não eram capazes de superar seu egocentrismo nem podiam reconhecer que todas as pessoas possuíam a natureza de buda. Consequentemente, não eram capazes de revelar o próprio estado de buda inato nem experimentar a alegria de ajudar os outros a fazer o mesmo. Situação semelhante sucedeu com Shariputra, discípulo de Shakyamuni, que, em uma existência passada, abandonou a prática do bodisatva porque foi incapaz de suportar a rancorosa atitude do brâmane a quem ele ofereceu seu olho. Quando seu ato altruísta foi rejeitado e ridicularizado, Shariputra viu-se incapaz de manter sua dedicação em ajudar os outros e caiu na armadilha de buscar a iluminação somente para si. Em Carta para Horen, Daishonin escreve: Entre os seres vivos dos seis caminhos e das quatro formas de nascimento, há tanto homens quanto mulheres. E todos esses homens e todas essas mulheres foram nossos pais em algum momento de nossas existências anteriores.3 Todo indivíduo que encontramos nesta vida é alguém com quem temos uma dívida de gratidão de existências anteriores. Retribuição No romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Josei Toda havia ensinado que era natural um budista querer bem às pessoas e amar seus pais. Dizia ele: “Como podem os jovens amar os outros se nem ao menos amam seus próprios pais?”. Por outro lado, Nichiren Daishonin ensinou que saldar as dívidas de gratidão com os pais e com as pessoas era o caminho de vida dos seres humanos. O conceito de quitar as dívidas com quem temos gratidão é um pensamento típico do budismo. Em sua raiz, existe o princípio da origem dependente, isto é, a ideia de que nada existe só, de que todas as coisas estão intrinsecamente relacionadas e influem umas nas outras. Segundo essa perspectiva, cada indivíduo existe graças ao apoio direto e indireto de inúmeras pessoas. Por essa razão, todos devem se relacionar com o sentimento de gratidão e de retribuição uns com os outros, não se limitando apenas aos pais.5 Como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, nós nos esforçamos para apoiar os companheiros e ajudá-los a se tornar felizes, pois temos com eles enorme dívida de gratidão. Se perdermos de vista esse importante espírito de “prática para os outros”, nós nos fecharemos em nosso mundo repleto de interesses próprios. Nossa prática budista é, em certo sentido, uma luta para superar tal egocentrismo. Sem nutrir gratidão aos outros, não podemos esperar concretizar nossa revolução humana. Jornada da transformação Outro aspecto prático é a compreensão sobre a gratidão ser o reconhecimento de que o caminho do estado de buda com base na fé na Lei Mística é verdadeiro — um caminho de benefícios e de construção da felicidade. Quem não o reconhece como verdadeiro acaba abandonando-o por ingratidão, tal qual as pessoas dos dois veículos assim o fizeram. Empenhar-se ainda mais no caminho da fé budista por meio das ações em prol do kosen-rufu e pela felicidade das pessoas é ter gratidão, é ter fé na Lei Mística, em si próprio e nos outros. Uma existência de compaixão dedicada a encorajar indivíduo por indivíduo e manifestar em cada um a felicidade plena é uma vida na qual se paga as dívidas de gratidão. Ações humanísticas Fazer shakubuku em alguém é um sublime ato no qual lhe “devolvemos” a vida. Saldamos o que recebemos devolvendo a vida (o estado de buda) a cada ser humano. Kosen-rufu significa também propagar amplamente (de pessoa para pessoa, até chegar a todas) a Lei Mística sobre a qual aprendemos com nosso mestre. Dedicar-se ao kosen-rufu é quitar totalmente a dívida com todos os seres. A gratidão ao mestre que nos ensina essa forma genial de retribuição aos nossos pais e aos seres é, portanto, infinita. A maior alegria é nos levantar com essa convicção e nos unir aos demais companheiros em torno da meta de eternizar o “Buda Soka Gakkai”. Viver a cada momento o juramento de retribuir ao mestre produz a maior força humana. A vida flui de forma completa e, por mais terríveis que sejam os obstáculos, tudo se transforma, a exemplo da vida épica e vitoriosa de Ikeda sensei. No topo: Getty Images Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.264, 28 fev. 2015, D5. Idem, ed. 2.385, 26 ago. 2017, p. C2-C3. Notas: 1. Os três tesouros do budismo são o Buda, a Lei (os ensinamentos do Buda) e a Ordem budista (a comunidade de praticantes). Em termos atuais, no âmbito do Budismo de Nichiren Daishonin, o tesouro da Ordem budista não é outro senão a reunião dos membros da SGI — um corpo harmonioso de praticantes que luta com o espírito de unicidade de mestre e discípulo pelo kosen-rufu, tal como Daishonin ensina. 2. Dois veículos: De acordo com a teoria budista dos “dez mundos”, os dois veículos correspondem ao mundo dos ouvintes da voz e ao mundo dos que despertaram para a causa e se referem, respectivamente, aos estados de erudição e de autorrealização. Do ponto de vista da iluminação do Buda, a percepção alcançada pelas pessoas dos dois veículos é apenas parcial. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 536, 2020. 4. Idem, p. 44. 5. IKEDA, Daisaku. Abrindo Caminho. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 52, 2019. Leia mais Matéria da revista Terceira Civilização com o tema Gratidão — Muito Mais que Obrigado, ed. 542, nov. 2013. Acesse clicando aqui. Ouça Podcast da série Incentivo do Dia sobre gratidão. Acesse clicando aqui.
24/10/2024
Conheça o Budismo
BS
Fazer brilhar o sol do estado de buda
Pode-se afirmar que o objetivo da prática do Budismo de Nichiren Daishonin é a vitória da fé e da natureza iluminada de buda sobre a ilusão e a escuridão. Essa vitória da fé — a revelação do estado de buda na própria vida — pode ser interpretada como hosshaku-kempon, ou seja, “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Hosshaku-kempon também significa o despertar para a missão do bodisatva da terra — abandonar os desejos egoístas e adotar uma postura benevolente orientada para a felicidade de si próprio e dos demais como missão de vida. Não duvidar de si mesmo Em certa ocasião, Ikeda sensei discorreu sobre hosshaku-kempon: O termo traduzido como “abandonar” também significa “abrir”. Poderíamos comparar “abrir o transitório” a remover as nuvens que bloqueiam os raios de sol. Quando as nuvens se dispersam, a “verdadeira identidade” aparece, assim como a brilhante luz do sol. O simples fato de haver nuvens no céu não significa que se deve procurar pelo sol em outro lugar. As pessoas não deixam de olhar para o céu em busca do sol; por isso, é o lugar onde se encontra a verdadeira identidade.1 Convertendo a analogia para o cotidiano, o céu nublado equivale aos momentos repletos de problemas. Naquele período carregado de nuvens de dificuldades, a tendência é duvidar de que a solução existe em si e não acreditar na própria capacidade para vencer. Aplicar o hosshaku-kempon nos momentos de adversidades significa abrir ou dispersar as nuvens das dificuldades do céu de sua mente e revelar o sol do estado de buda que existe dentro de si. Significa não duvidar de si mesmo nem se entregar à escuridão. A Lei Mística ou a natureza do estado de buda existe em você e não conhece limites. A força dessa Lei transcende o tempo, o espaço e até a morte. Uma vez ativada essa força na vida da pessoa, o ambiente se transforma no mesmo ritmo iluminado do seu estado de vida interior. O significado de hosshaku-kempon Esse conceito indica o ato de um buda descartar a posição transitória ou provisória e revelar sua verdadeira identidade. No capítulo 16, “A Extensão da Vida”, do Sutra do Lótus, Shakyamuni descarta sua identidade provisória de um buda que atingiu a iluminação em sua existência na Índia sob a árvore bodhi, revelando seu aspecto verdadeiro alcançado no longínquo passado, há incontáveis existências. Com relação ao buda Nichiren Daishonin, o conceito de hosshaku-kempon também tem um profundo significado. Em 1271, o Japão foi assolado por uma terrível seca. O governo ordenou a Ryokan, famoso e respeitado prior de um templo budista, que orasse por chuva. Quando Nichiren Daishonin soube disso, ele o desafiou por meio de uma carta, declarando estar disposto a ser seu discípulo caso fosse bem-sucedido em fazer chover. Contudo, se falhasse, Ryokan deveria se tornar seu discípulo. Ele aceitou o desafio, mas, apesar de suas orações e de centenas de sacerdotes assistentes, nenhuma chuva caiu. Ao contrário, Kamakura foi assolada por fortes vendavais. No final, Ryokan não só se recusou a seguir Daishonin, como também começou a tramar contra ele em conluio com uma autoridade local chamada Hei no Saemon-no-jo. Como consequência, no décimo dia do nono mês de 1271, Nichiren Daishonin foi intimado a comparecer à corte para responder a uma série de acusações infundadas. Dois dias depois, no décimo segundo dia do nono mês de 1271, Daishonin foi levado para a localidade de Tatsunokuchi, próxima a Kamakura, onde seria decapitado conforme a determinação de Hei no Saemon-no-jo. Entretanto, no último momento, um objeto esférico luminoso surgiu repentinamente no céu aterrorizando os soldados que, então, desistiram da execução. Após isso, Daishonin declarou ter nascido de novo, agora como Buda dos Últimos Dias da Lei. O espírito de Nichiren Daishonin Em sua série de ensaios Reflexões sobre a Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda afirma: Naquela manhã, a luz resplandecente da aurora iluminou Tatsunokuchi. O alvorecer da verdade e da justiça rasgou o escuro véu da conspiração. Foi o triunfo da benevolência pelas pessoas sobre o aspecto demoníaco do poder; o triunfo da iluminação fundamental sobre a escuridão fundamental. O estado de buda venceu, fazendo o demônio do sexto céu tremer de medo. Foi a vitória sobre os vis assassinos, que tencionavam matar o devoto do Sutra do Lótus.2 Esse acontecimento da Perseguição de Tatsunokuchi nos faz entender o verdadeiro espírito de Nichiren Daishonin, que, suportando todas as formas de perseguições, continuou a lutar com imensa benevolência para conduzir as pessoas à felicidade. Nos dias atuais, o eterno caminho da Soka Gakkai baseia-se exatamente nesse espírito de Nichiren Daishonin, herdando seu legado. Em outras palavras, é o espírito benevolente de revelar e comprovar a verdade e a justiça, conduzindo as pessoas à felicidade, mesmo diante de inúmeras perseguições, obstáculos e calúnias. Pôr em prática em nossa vida O Mestre ressalta: “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” significa “revelar a verdade” para todas as pessoas — ou seja, evidenciar uma condição de vida suprema e nobre inerente a nós e ajudar os demais a fazer o mesmo. Somos budas, e os outros também. “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” compõe a base fundamental de nossas ações assentadas no respeito a todos os seres humanos. Consequentemente, no que se refere a Daishonin “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”, isso não representa apenas um ato pessoal, mas uma demonstração de que todos podem revelar plenamente em sua vida o inexaurível repositório de tesouros que existe dentro de si. Como meio para atingi-lo, ele ensina a importância de se empenhar na fé com o espírito de “verdadeira causa” — de sempre avançar a partir deste momento — um modo de prática em que nos dispomos a enfrentar bravamente os mais duros desafios da realidade com base no juramento de unicidade de mestre e discípulo de lutar pela iluminação de toda a humanidade.3 De forma geral, observamos que muitos seres humanos vivem em uma “condição transitória de vida”, influenciados, positiva ou negativamente, pelas circunstâncias individuais e sociais, imersos em sua escuridão fundamental, que o budismo considera como um mundo dominado pelas ilusões. Sol interior Então, o que seria exatamente “abandonar o transitório”? Não seria, por exemplo, nenhuma forma de mudança apenas no mundo exterior. Antes, seria essencialmente uma transformação interior, uma sábia e profunda alteração de postura em relação às circunstâncias externas. O exemplo de Nichiren Daishonin mostra que um grande desenvolvimento ou grandes realizações quase sempre são alcançados em meio a difíceis situações. O presidente Ikeda complementa: As grandes adversidades nos levam a manifestar a iluminação. As grandes perseguições nos asseguram que manifestaremos imediatamente o estado de buda. (...) O “transitório” que se deve descartar é a fraqueza, a covardia. Ao manifestar sua “verdadeira identidade’, a coragem, Daishonin demonstrou a todas as pessoas o princípio de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Podemos comprovar esse mesmo princípio enfrentando todas as dificuldades com determinação e fazendo do espírito destemido de Daishonin o nosso próprio espírito. Portanto, “descartar o transitório e revelar o verdadeiro” não se refere, de forma alguma, à manifestação de um poder sobrenatural. É, antes de tudo, manifestar, com base na Lei Mística, virtudes existentes na própria vida, como coragem, persistência, esperança e sabedoria. É manifestar o melhor que há em si e, a partir disso, consolidar uma mudança fundamental no âmago de sua existência como base para o cumprimento da própria missão como bodisatva da terra, para a construção da felicidade absoluta e para a criação de um mundo de paz.4 Dica de leitura Veja sobre o tema “Estado de Buda” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Leia mais Matéria de capa da revista Terceira Civilização, ed. 554, out. 2014, com o tema “Revele seu Verdadeiro Potencial”. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/554/artigo/revele-seu-verdadeiro-potencial/9849 Fontes:Terceira Civilização, ed. 554, out. 2014, p. 16-23.Idem, ed. 553, set. 2014, p. 10.Brasil Seikyo, ed. 1.736, 21 fev. 2004, p. A5.Idem, ed. 2.195, 7 set. 2013. p. A2. Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 1.478, 26 set. 1998, p. 3.2. Terceira Civilização, ed. 396, ago. 2001, p. 37.3. Brasil Seikyo, ed. 2.340, 17 set. 2016, p. B2.4. Terceira Civilização, ed. 553, set. 2014, p. 10.
22/08/2024
Editorial
BS
Encontro transformador
Agosto reserva acontecimentos importantes e que não podem ser deixados apenas como registros da humanidade e da Soka Gakkai. Em 6 de agosto de 1945, a primeira bomba atômica foi lançada no fim da Segunda Guerra Mundial. A cidade japonesa de Hiroshima foi o alvo. Dias depois desse trágico episódio, em 9 de agosto, Nagasaki também sofreu um ataque nuclear. O número real de perdas não é conhecido, mas estima-se que a explosão teria causado, de imediato, mais de 200 mil mortes. Apenas dois anos após esse terrível acontecimento, a sociedade japonesa se encontrava mergulhada na descrença, desesperança e inteiramente aflita em busca da própria subsistência. No entanto, em 14 de agosto de 1947, uma reunião de budismo acontecia no bairro de Kamata, Tóquio. A pessoa que ministrava a explanação dos escritos de Nichiren Daishonin no encontro era Josei Toda, sobrevivente das agruras da guerra. Seu intuito era imprimir novo vigor às pessoas, a partir da luz do humanismo budista. Nesse dia, um jovem esteve nessa atividade a convite de dois amigos. Seu nome era Daisaku Ikeda. Ao ouvir as explanações de Toda sensei, ele se sentiu acolhido pelo olhar e pelas explicações benevolentes sobre a dignidade da vida humana. Por fim, o jovem declamou um poema em agradecimento à atenção desprendida por todos, especialmente por Toda sensei. No trecho final dos versos, as palavras deixaram todos extasiados, uma vez que era o primeiro contato de Daisaku Ikeda com o Budismo de Nichiren Daishonin. As palavras eram: Neste encontro ideal, sou eu quem surge da terra!.1 De certo modo, esse “encontro” foi determinante para que a relação entre Josei Toda e Daisaku Ikeda como mestre e discípulo fosse firmada, e uma etapa de consolidação e propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin, estabelecida. A partir dessa ocasião, milhares de pessoas ao redor do mundo puderam constituir vínculo com a Soka Gakkai e o budismo e ter a existência verdadeiramente transformada de modo positivo. Embora os fatos trazidos no início do texto sejam sensíveis e taciturnos, foram eles que resultaram na construção da Soka Gakkai, uma instituição comprometida com a paz e a felicidade de todas as pessoas. Assim como descrito por Nichiren Daishonin, “Um grande mal prenuncia a chegada de um grande bem”.2 Acompanhe o Especial nas p. 8 e 9 da edição com detalhes do dia 14 e 24 de agosto, datas memoráveis para a organização. Ótima leitura! Notas:1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 206, 2022.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 390, 2017.
08/08/2024
Curtas
BS
Badalem altivamente o segundo ciclo dos “Sete Sinos” da paz mundial
A 3a Reunião de Líderes da Soka Gakkai foi realizada no dia 29 de junho no Auditório Memorial Toda de Tóquio e contou com a participação dos jovens do Japão e de outros sessenta países e territórios. Os retratos do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi; do segundo presidente, Josei Toda; e do terceiro presidente, Daisaku Ikeda, recentemente instalado, pareciam observar, de forma carinhosa, a alegria dos jovens emergidos da terra de todo o mundo. Cerca de 70% dos membros da SGI que se reuniram nessa oportunidade participavam pela primeira vez do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão. No encontro, houve relatos e palavras de decisão de representantes dos países. E, também, os líderes das Divisões Masculina, Feminina de Jovens e dos Universitários do Japão expressaram sua determinação dando uma nova partida rumo a 2030. Representantes dos países expressam sua decisão de atuação pelo kosen-rufu O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, falou sobre o seu encontro com o papa Francisco no mês de maio e enfatizou que o desejo da Soka Gakkai é concretizar o ideal do novo ciclo dos “Sete Sinos” indicado por Ikeda sensei em prol da paz mundial. Discurso na íntegra, cllque aqui . Na ocasião, foi exibido um vídeo do discurso do presidente Ikeda proferido no Gongyo pela Paz Mundial realizado em setembro de 2002. Leia mais Matéria sobre o encontro do presidente Minoru Harada com o papa Francisco no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562537 Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 30 de junho de 2024. Fotos: Seikyo Press No topo: Presidente Minoru Harada incentiva participantes da Reunião de Líderes
11/07/2024
Editorial
BS
O vigor da juventude
No dia 13 de julho de 1958, foi realizada a 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Kansai. Era um domingo de céu claro. Compareceram 7 mil integrantes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) no horário do almoço e, à tarde, 8 mil integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Ao observar o aspecto de todos, Ikeda sensei registrou: Foi uma atividade magnífica! Excelente! Kansai empreendeu extraordinários esforços! [...] Quero viver de forma ativa, com o vigor da juventude.1 Essa foi a primeira celebração pela passagem do mês das Divisões Feminina e Masculina de Jovens pós-falecimento de Josei Toda. Daisaku Ikeda era um jovem de 30 anos. Sem jamais perder esse vigor da juventude, Ikeda sensei edificou um magnífico legado. Essa herança do Mestre inclui a diretriz para que o Centro Cultural Campestre (CCCamp), em Itapevi, SP, seja um centro de aprimoramento de “valores humanos” e a denominação de Monarca do Mundo com base no poema escrito após a sua visita ao Brasil e estada no CCCamp. Esta edição traz o Especial com trechos do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, no qual pulsa eternamente o coração do Mestre. Leia mais, clique aqui. O Encontro com o Mestre compila incentivos de Ikeda sensei sobre missão, temática para o mês de agosto que guiará a jornada da vitória de 2024. Antecedendo esse tema, a BSGI recebeu os amigos do México e de El Salvador para um animado e significativo intercâmbio. Numa mística sintonia, esse evento aconteceu no momento em que jovens do mundo se reuniam no Japão para um curso de aprimoramento. Assim, os jovens da América Latina iniciaram um novo fluxo de treinamento e intercâmbio, ratificando a diretriz do CCCamp e da denominação “Monarca”. Confira cobertura . Desejamos que o conteúdo deste jornal o inspire a “viver de forma ativa, com o vigor da juventude”. Ótima leitura! Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 480-481.
11/07/2024
Conheça o Budismo
BS
Missão: paz e felicidade de todos
Poderia me explicar a respeito do conceito budista de ganken ogo? Ganken ogo significa “carma adotado por desejo próprio”. Explicando melhor, representa o fato de nascer em um mundo de impurezas, como consequência do forte desejo de salvar a humanidade por meio da propagação da Lei Mística. Em outras palavras, indica o desejo da própria pessoa de nascer em uma circunstância desfavorável para transformar sua vida e comprovar os benefícios da prática budista para as demais pessoas. Então, eu mesmo optei nascer aqui no Brasil e passar pelas circunstâncias que encontro? De fato, por meio do conceito de ganken ogo, o budismo ensina que as pessoas, conscientes de sua missão como bodisatvas da terra, manifestaram o desejo de nascer exatamente neste local e nesta situação com o intuito de ultrapassarem suas dificuldades com base na prática da fé para comprovar a grandiosidade do Budismo de Nichiren Daishonin. E assim, por meio dessa comprovação real, poderiam incentivar outras pessoas a praticar também o budismo e a desfrutar benefícios. Em outro sentido, todos os seres humanos nascem com uma missão que somente eles podem concretizar. Portanto, o nascimento de uma pessoa não é mera circunstância do acaso. Mas eu já não poderia ter nascido em uma condição de felicidade? Por exemplo, se uma pessoa que não enfrentou problemas ou dificuldades lhe dissesse que se tornou feliz por meio da prática do budismo, provavelmente suas palavras não tocariam de forma profunda a sua vida. Ao contrário, uma pessoa que enfrentou sérias dificuldades, como problemas financeiros, e as superou por meio da prática budista, transformando a situação e alcançando a felicidade, isso certamente despertaria a curiosidade em todos de saber como ela conseguiu essa mudança em sua vida. Assim, ela comprovaria a veracidade desse ensinamento e incentivaria muitos outros a ultrapassar suas dificuldades com base em seu exemplo. De forma semelhante, quando alguém consegue vencer uma grave doença tornando-se saudável, isso leva coragem e esperança às pessoas. Então, minha transformação pode ajudar outras pessoas? Correto. A transformação da vida de uma pessoa é motivo de grande alegria para as demais, além de encorajar e dar esperança para quem estiver passando pelos mesmos problemas. Não é maravilhoso quando vemos uma família feliz que ultrapassou problemas de desarmonia familiar e se tornou modelo para outras famílias que ainda enfrentam as mesmas aflições? E aqueles que não praticam o budismo acompanham nosso desenvolvimento, e todas as transformações são observadas por eles. Sua vitória será motivo de alegria para todos. Quanto maiores forem as dificuldades enfrentadas na vida, maior será a comprovação dos benefícios da prática da fé. Há alguma passagem das escrituras budistas que menciona o conceito de ganken ogo? No próprio Sutra do Lótus, há citações que ilustram esse princípio. O buda Nichiren Daishonin o cita no escrito Abertura dos Olhos: Com este meu corpo, tenho cumprido as predições do sutra. Quanto mais as autoridades do governo me atacam, maior é a minha alegria. Por exemplo, há certos bodisatvas do Hinayana, ainda não libertos da ilusão, que adotam um carma negativo motivados pelo próprio juramento [ganken ogo]. Se souberem que seu pai ou sua mãe caíram no inferno e estão agonizando, esses bodisatvas voluntariamente criarão o carma apropriado para que também caiam no inferno a fim de compartilhar e tomar para si próprios os sofrimentos dos pais. Nesse sentido, o sofrimento é uma alegria para eles. O mesmo ocorre comigo [ao cumprir as predições].1 Daishonin também enfrentou dificuldades? O buda Nichiren Daishonin nasceu com a missão de revelar a Lei fundamental da vida para a felicidade de toda a humanidade. Durante a sua existência, enfrentou inúmeras adversidades. Ele foi perseguido e atacado, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi, em 12 de setembro de 1271, na qual as autoridades tentaram decapitá-lo. E foi nessa ocasião que ele revelou sua verdadeira identidade de Buda dos Últimos Dias da Lei, conforme consta em outra passagem do escrito Abertura dos Olhos: No décimo segundo dia do nono mês do ano passado, entre as horas do rato e do boi [entre 23 horas e 3 horas], esta pessoa chamada Nichiren foi decapitada. Foi sua alma que chegou a esta Ilha de Sado e, no segundo mês do ano seguinte, cercado pela neve, escreve esta carta para enviá-la aos seus discípulos mais próximos.2 Os membros da Soka Gakkai, desde a sua fundação, vêm se empenhando intensamente em prol da felicidade das pessoas. Porém, ao longo desses anos, também vêm ultrapassando, em torno dos três primeiros presidentes — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, diversas adversidades, como críticas, difamações e injustiças, comprovando a grande vitória e direcionando as pessoas ao verdadeiro caminho da felicidade. Hoje, com Ikeda sensei como eterno mestre da vida, todos estamos nos empenhando com a grande missão de transformarmos as condições adversas da nossa vida para comprovar a grandiosidade do budismo. Então, vamos nos esforçar para pôr em prática o princípio de ganken ogo, buscando a comprovação real da mudança das circunstâncias adversas, contribuindo assim para a felicidade de muitas outras pessoas. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.705, 28 jun. 2003, p. A5. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 253, 2020. 2. Ibidem, p. 281-282. *** A pessoa mais feliz do Brasil Veja, a seguir, trechos do capítulo “Desbravadores” do romance Nova Revolução Humana, v. 1, no qual Ikeda sensei incentiva os participantes na fundação do Distrito Brasil durante a sua primeira visita ao Brasil, em 1960, ressaltando a sua missão à luz do princípio de ganken ogo. O budismo elucida um princípio chamado ganken ogo [carma adotado por desejo próprio]. Segundo esse princípio, os praticantes do budismo escolhem, por vontade própria, nascer em circunstâncias desfavoráveis para que possam ajudar os outros. Isso significa que, embora tenhamos acumulado benefícios por meio da prática budista para renascer em circunstâncias favoráveis, escolhemos propositadamente renascer em meio aos que sofrem para propagar a Lei Mística. (...) Por exemplo, se alguém que sempre viveu como uma rainha, sem grandes dificuldades ou problemas, dissesse que se tornou feliz graças à prática do budismo, ninguém lhe daria ouvidos. Contudo, se uma pessoa doente, de família pobre, menosprezada pelos outros, consegue transformar a vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e ainda uma líder na sociedade, isso será uma esplêndida prova da grandiosidade do budismo. (...) Ao vencer a situação de grande pobreza, o praticante consegue transmitir esperança a outras pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. Ao adquirir boa saúde e vitalidade, alguém que sempre lutou contra a doença consegue acender a chama da coragem no coração daqueles que enfrentam circunstâncias similares. Ao construir um ambiente familiar feliz e harmonioso, alguém que sofreu com desentendimentos no lar se tornará um líder para outros afligidos por problemas de relacionamento familiar. (...) Pode-se dizer que carma é outro nome para missão. Eu sou filho de um pobre beneficiador de algas marinhas. Trabalhei ao lado do Sr. [Josei] Toda durante as amargas provações resultantes da falência da empresa, apesar de estar com a saúde frágil devido à tuberculose. Por ter experimentado dificuldades e sofrimentos como todo mundo, pude assumir a liderança do movimento do kosen-rufu como representante das pessoas comuns. (...) Talvez os senhores estejam pensando que vieram para o Brasil por causa das circunstâncias de cada um. No entanto, a razão não é bem essa. Os senhores nasceram como bodisatvas da terra para realizar o kosen-rufu do Brasil, para conduzir as pessoas deste país à felicidade e para construir aqui a terra da eterna paz e tranquilidade. Ou melhor, os senhores foram escolhidos por Nichiren Daishonin para estarem aqui. Quando se conscientizarem de sua sublime missão como bodisatvas da terra e dedicarem a vida ao kosen-rufu, o sol que existe dentro dos senhores desde o tempo sem início começará a brilhar. Todas as ofensas que cometeram em vidas passadas serão dissipadas como a bruma e os senhores iniciarão uma vida maravilhosa permeada pela profunda alegria e felicidade. (...) Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil! Fonte: IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 240-242. Dicas de leitura Veja sobre o tema “Missão” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Saiba mais sobre a fundação do Distrito Brasil no capítulo “Desbravadores” da Nova Revolução Humana, v. 1. Acesse: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-nrh-um Matéria Carma é Missão publicada na revista Terceira Civilização, ed. 546, fev. 2014, no BS+ ou acessando: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/546/artigo/carma-e-missao/17157 Ilustração: GETTY IMAGES
11/07/2024
Especial
BS
Farol da humanidade
Em 1993, o Dr. Daisaku Ikeda mergulhou na árdua e grandiosa tarefa de começar a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana (NRH), com o desejo de deixar para a posteridade o desenvolvimento da organização e fundamentar a pura relação de mestre e discípulo. Na obra, ele narra fatos marcantes vividos ao lado dos discípulos e as vitórias alcançadas por meio da prática da fé. O Mestre iniciou oficialmente esse gigantesco empreendimento literário no dia 6 de agosto desse mesmo ano, data que marcou os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele tinha 65 anos, estava no Japão, em Karuizawa, Nagano, local de grandes recordações do seu mestre, Josei Toda. Ikeda sensei diz que assumiu esse empreendimento com sincera oração e fazendo um juramento em prol da paz. No prefácio, ele já anunciava quão árdua seria essa tarefa: Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.1 Ele salientou que grandes autores como Goethe, Hugo e Tolstói continuaram a escrever vigorosamente mesmo após os 80 anos. Aos 65, quando iniciou o romance, considerou-se ainda bastante jovem para se lançar a tamanha empreitada. Revolução Humana e Nova Revolução Humana Ikeda sensei iniciou a escrita da Nova Revolução Humana no mesmo ano em que terminou de escrever o romance precursor Revolução Humana. Ele narra: Em 1957, o último verão do meu mestre [Josei Toda], decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade. Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa. Nesses momentos, pensava muito sobre o que iria escrever em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. (...) Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.2 Em 3 de maio de 1960, o jovem Daisaku Ikeda se torna terceiro presidente da Soka Gakkai e, em 1962, concretiza o desejo do seu mestre de integrar 3 milhões de famílias à organização. Durante a cerimônia do sétimo aniversário de falecimento do presidente Josei Toda, em abril de 1964, ele anuncia que escreveria o romance biográfico do seu venerado mestre, intitulado Revolução Humana, iniciando-o em 2 de dezembro daquele ano, em Okinawa. A publicação em série no Seikyo Shimbun começou em 1o de janeiro de 1965. Em meio às intensas atividades no Japão e no exterior, além de diversos outros compromissos e trabalhos, Ikeda sensei travou uma verdadeira batalha para redigir as partes da obra. Contudo, a série que vinha sendo continuada com tanto esforço e tenacidade precisou ser interrompida por um tempo. Em abril de 1979, sensei teve de renunciar ao cargo de presidente da Soka Gakkai para proteger os membros ante as maldades que surgiram com a ação de clérigos e traidores da organização. Seus artigos não puderam mais ser publicados nas páginas do Seikyo Shimbun. Pelo bem dos companheiros, Ikeda sensei desafiou todas as circunstâncias e, em julho do ano seguinte, 1980, decide reiniciar a publicação da Revolução Humana e começa a escrever o volume 11. Houve ocasiões em que, devido a uma forte indisposição, para dar continuidade à série, ele ditou o conteúdo para um jornalista responsável enquanto permanecia deitado. O romance Revolução Humana foi concluído em 11 de fevereiro de 1993, data em que se comemorava o 93o aniversário de nascimento de Josei Toda. A sequência da obra, Nova Revolução Humana, passou a ser publicada em série no Seikyo Shimbun a partir do dia 18 de novembro desse mesmo ano. O Brasil na NRH Logo no primeiro volume do livro Nova Revolução Humana (NRH), no capítulo “Desbravadores”, o autor, Daisaku Ikeda, relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do Dr. Ikeda no romance) ao Brasil em 1960. Essa visita aconteceu quando ele alçou voo para iniciar a empreitada do kosen-rufu mundial. Nesse episódio consta a famosa frase “Contudo, eu irei...” que até hoje inspira os membros brasileiros. O segundo momento em que o país é citado na obra encontra-se no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, quase todo dedicado ao Brasil, o autor conta sobre o período em que o personagem principal fez sua segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984. Conteúdo e estilo Utilizando o pseudônimo de Ho Goku, como autor, e Shin’ichi Yamamoto, como personagem, o presidente Ikeda tem uma forma bem particular de narrar a história da Soka Gakkai em seu romance. Ele mescla histórias vivenciadas por ele ao mesmo tempo em que descreve a trajetória vitoriosa dos membros. O Dr. Ikeda intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, histórias de diferentes civilizações e de vários países, bem como diálogos memoráveis que teve com personalidades. É um romance em que muitos leitores se deliciam e aprendem com cada episódio relatado. A relação com os membros surge com calorosos diálogos realizados nas dezenas de reuniões de palestra abordadas na obra, nas visitas ou na fundação dos grupos de aprimoramento e nos históricos festivais culturais da Soka Gakkai. Em cada capítulo, ele se aproxima cada vez mais das pessoas, deixando gravado o seu legado. Faz das alianças diplomáticas a oportunidade de estreitar os laços de amizade. Encontra-se com líderes mundiais como Aleksey Nikolayevich Kosygin e Zhou Enlai; com ativistas dos direitos humanos, como Nelson Mandela, Rosa Parks, dentre outros; e grandes pensadores como o renomado historiador britânico Arnold J. Toynbee ou ativistas como Wangari Maathai — diálogos distintos, repletos de calor humano. A NRH é um romance épico e de encorajamento no qual sensei deixa incutidos o humanismo Soka e a essência da unicidade de mestre e discípulo. Jornada de mestre e discípulo No dia 6 de agosto de 2018, Ikeda sensei repousou a caneta depois de terminar de escrever o romance Nova Revolução Humana. Em 8 de setembro, a série de trinta volumes teve sua veiculação concluída no Seikyo Shimbun. O número total de partes da Revolução Humana e da Nova Revolução Humana publicadas no jornal foi de 7.978. Foram mais de 20 mil folhas de papel manuscritas, cada uma delas com quatrocentos caracteres em média, que registraram o marco dourado do mais longo romance, divulgado em série num jornal, da história do Japão. A NRH é a obra de maior tempo lançada em partes em um jornal diário no Japão. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos milhões de exemplares em diversos idiomas. Ikeda sensei encerrou sua nobre existência em 15 de novembro de 2023 e, atualmente, milhões de pessoas ao redor do mundo leem e estudam os trinta volumes da Nova Revolução Humana, aplicando na própria vida os incentivos e direcionamentos do Mestre. Essa pessoas se dedicam para se tornar os “Shin’ichi Yamamoto” de sua localidade, comprovando a força do budismo e os valores da Soka Gakkai na sociedade e perpetuando os ideais de Ikeda sensei para as futuras gerações em prol da paz no mundo. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6. Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C1-C8. Idem, ed. 2.653, 24 fev. 2024, p. 6-9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Prefácio. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 7. 2. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017. Cronologia Revolução Humana (escrita pelo presidente Josei Toda) 20 de abril de 1951 Revolução Humana, obra de autoria do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, com o pseudônimo de Myo Goku, é publicada pela primeira vez na edição inaugural do jornal Seikyo Shimbun do Japão e veiculada em série por três anos. 3 de julho de 1957 Lançado o primeiro volume da Revolução Humana em livro, de autoria de Josei Toda. Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda) 2 de dezembro de 1964 Presidente Ikeda passa a escrever a Revolução Humana nas terras de Okinawa, com o pseudônimo de Ho Goku. Julho de 1965 Sua publicação em série iniciou a partir da edição de Ano-Novo de 1965 do jornal Seikyo Shimbun. No mesmo ano, foi publicado o primeiro volume do romance Revolução Humana de autoria do presidente Ikeda. Agosto de 1978 Daisaku Ikeda conclui o volume 10 e, inevitavelmente, suspende a escrita do romance por dois anos, em razão da primeira problemática do clero. Ele teve de renunciar ao posto de terceiro presidente da Soka Gakkai em abril de 1979. A publicação foi retomada a partir do capítulo “A Virada” do volume 11, em agosto de 1980. 24 de novembro de 1992 Fim do manuscrito do 12º volume. A obra encerra com a cena na qual o discípulo Shin’ichi Yamamoto toma posse como o terceiro presidente da Soka Gakkai. Os doze volumes da Revolução Humana foram publicados em série num total de 1.509 partes. Nova Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda) 6 de agosto de 1993 Na data em que se relembra o lançamento da bomba atômica em Hiroshima, Ikeda sensei começa a escrever a obra Nova Revolução Humana, em Karuizawa. A publicação no jornal Seikyo Shimbun inicia-se no dia 18 de novembro desse ano. 8 de setembro de 2018 Publicada no Seikyo Shimbun a última parte do capítulo “Juramento Seigan”, concluindo os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, que já foi lançado em treze idiomas em 23 países. E sua conclusão passou a marca de 6 mil partes veiculadas. Dica de leitura Trinta volumes do romance Nova Revolução Humana. Mais informações no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE): www.cile.com.br Leia mais Membros da Soka Gakkai em diversos países dedicam-se à leitura e à aplicação do conteúdo da Nova Revolução Humana na própria vida. Integrantes da Área Acre, Sub. Amazônia Ocidental, participantes de atividade de estudo da obra Sobre os encontros de estudo da NRH da Área Acre https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2658/artigo/curtas/999562517 No topo: Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana de Ikeda sensei. Ao fundo, exemplares do romance publicados em diversos idiomas Fotos: Seikyo Press | Colaboração local
11/07/2024
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Nobreza do ser humano
PARTE 45 Os membros chegavam um após o outro lotando o recinto principal das ruínas do Castelo de Oka. Um sênior subia galantemente as escadarias de pedra vestido de terno. Um jovem caminhava com toda a disposição carregando uma pessoa idosa nas costas. Uma senhora caminhava a passos rápidos com suor brotando na testa. Os sorrisos trocados uns com os outros também eram radiantes. Shin’ichi Yamamoto desceu do carro no meio do caminho, e ao começar a subir para a cidadela externa da ruína do castelo, cerca de uma dezena de membros da Divisão Masculina de Jovens o aguardava. Eram os bravos jovens que lutaram até o fim para proteger os companheiros durante as investidas dos clérigos maldosos. Shin’ichi apertou firmemente as mãos de cada um e lhes transmitiu incentivos. Ao chegar ao recito principal da ruína, aproximadamente trezentas pessoas estavam reunidas. Quando viram Shin’ichi, irrompeu uma grande salva de palmas e ovações. — Vim aqui para me encontrar com os senhores. E vim para dar a partida rumo ao século 21 junto com os nobres e preciosos companheiros. Então, vamos tirar juntos uma foto comemorativa. Será a foto comemorativa da grande vitória dos membros de Takeda que ficará registrada na história do kosen-rufu. Dentre as pessoas reunidas, havia também algumas crianças. Na primeira fila, um menino de cerca de 2 anos estava no colo da avó. Shin’ichi pensou: “Não há dúvida de que essa cena é como a obra-prima da alma da canção do triunfo do povo, que ficará gravada para sempre nesse pequeno coração”. O fotógrafo do Seikyo Shimbun olhou pelo visor da câmera. Havia pessoas demais e não cabiam na foto. Sem alternativa, ele tirou a foto subindo nos ombros de outro fotógrafo. O semblante de todos os companheiros, que ultrapassaram as nuvens escuras das árduas e sofridas batalhas, estava radiante e iluminado. O céu azul se estendia tanto sobre a cabeça como no coração deles. O fotógrafo apertou o botão. Shin’ichi falou: — Já que viemos até aqui nas ruínas do Castelo de Oka, que tal cantarmos todos juntos a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas]! Com a regência do secretário da província Takeo Yamaoka, o grande coro começou a cantar. Shin’ichi também cantou com toda a sua força. Na primavera, festival das flores, no interior do castelo E no copo de saquê que circula entre as pessoas está refletido o brilho da lua... Ondas de emoção envolviam o coração dos companheiros. Desde que se mantenha a fé, sem falta despontará o sol da vitória. PARTE 46 Takeo Yamaoka, que regia a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas], tinha ido diversas vezes às terras de Takeda para protestar resolutamente contra a desumanidade dos sacerdotes e para percorrer a região a fim de incentivar os membros. Ele se recordou dos tempos difíceis em que teve de se manter firme e inabalável e também dos incentivos dedicados de corpo e alma por Shin’ichi Yamamoto, e não conseguia conter a ardente emoção que emanava de dentro de si. Budismo é vitória ou derrota. E o princípio místico de causa e efeito também é claro e rigoroso. Os nobres filhos do Buda que vieram avançando rumo ao kosen-rufu suportando e resistindo às tempestades de obstáculos e de maldades estufaram o peito de orgulho e cantaram entusiasticamente com o rosto corado. Cantando junto com todos, Shin’ichi conclamou em seu coração: “Vocês venceram! Como bravos generais do kosen-rufu, protegeram muito bem o castelo da justiça. Agora, é hora da nova partida! Vamos iniciar, juntos, a nova jornada. Rumo àquele cume do século 21!”. A canção se encerrou. — Muito obrigado! Ao dizer isso e elevar os braços formando um “v” como se louvasse a vitória dos companheiros de Takeda, ouviu-se em resposta o brado de Banzai! [“Viva!”]. — Banzai! Banzai! Banzai! Todos bradaram levantando as mãos com vigor. As vozes, em uníssono, propagaram-se pelo grande céu. Foi verdadeiramente o brado de vitória que anunciava o amanhecer da era do povo. — Jamais me esquecerei do dia de hoje, por toda a minha vida. Por favor, cuidem da saúde! Quando Shin’ichi começou a caminhar, a multidão de membros o seguiu conversando alegremente. O sol do inverno parecia sorrir no alto do céu. Após caminhar um pouco, ele reteve os passos e disse: — Hoje, eu também tirarei fotos dos senhores, que são os bravos generais de Takeda. E vou gravar o rosto de cada um dos senhores em minha vida, para sempre. Por favor, alinhem-se na escadaria. Shin’ichi direcionou a câmera que portava, pensando em fotografar a paisagem, e pressionou o disparador. O semblante de todos continha sorriso de plena satisfação. As ruínas do castelo sob o luar vieram observando continuamente a efemeridade do mundo que repete o ciclo da prosperidade e do declínio. E agora, essas ruínas, resplandecendo sob os raios do sol e com o sopro dos ventos da felicidade e da eternidade, tornou-se o castelo da alegria e da esperança onde retumba a canção da vitória. PARTE 47 Após registrar a imagem dos membros na câmera, Shin’ichi Yamamoto retornou para o estacionamento onde havia o restaurante. Era para mudar de ônibus e seguir para Kumamoto. O entorno do ônibus foi se enchendo de pessoas que vinham descendo das ruínas do castelo. Shin’ichi entrou em meio às pessoas e lhes dirigiu palavras: — Tenham vida longa! Tornem-se felizes sem falta! Incentivou cada pessoa, trocou apertos de mãos e entrou no ônibus. Então, o veículo começou a se mover. — Boa viagem, sensei! — Muito obrigado por tudo! — Oita não será derrotada! Todos bradavam enquanto acenavam para Shin’ichi. Shin’ichi também acenou vigorosamente de dentro do coletivo que balançava. O ônibus foi se distanciando e chegou a uma curva. Shin’ichi mudou para a janela do lado oposto, e continuou a acenar. Embora não fosse visível aos olhos, entre ele e os companheiros existia forte ligação. Era um laço de confiança, um laço de juramento do remoto passado e o laço de mestre e discípulo do kosen-rufu. Shin’ichi seguiu viagem visando a primeira visita ao Auditório Shiragiku, situado em Asomachi (posteriormente, parte da cidade de Aso), província de Kumamoto. O ônibus atravessou a fronteira da província com Oita, e avançou pelo sopé do Monte Aso. Passado um tempo, avistou três pipas bailando no céu. Conforme se aproximava, viu que nelas estavam escritas respectivamente: “Alvorecer”, “Leão” e “Jovem Águia”. Shin’ichi disse: — Com certeza eles estão empinando aquelas pipas do Auditório Shiragiku. O veículo passou pela entrada principal do auditório às 14 horas. Da janela se podia ver os jovens que empinavam as pipas do terreno vazio localizado em frente ao portão. Um deles vestia uniforme escolar. Deveria ser aluno do ensino médio. Ao descer do ônibus, Shin’ichi disse aos líderes que o recepcionaram: — Desculpe-me por todas as preocupações e sofrimentos que causei. Mas agora é hora de iniciar o combate! Em Kumamoto também, os membros da Soka Gakkai vieram lutando incansavelmente, mesmo sendo expostos às tempestades de calúnias e de difamações lançadas pelos clérigos maldosos e às perseguições totalmente injustas. A velocidade do avanço do kosen-rufu aumenta ainda mais quando se supera e vence as batalhas contra as tropas do mal que tentam destruir o kosen-rufu. PARTE 48 Sem entrar imediatamente no Auditório Shiragiku, Shin’ichi Yamamoto posou para fotos com os membros locais, agradeceu pelos seus dedicados esforços e conversou brevemente com eles. Também chamou o estudante do ensino médio que empinava pipa e incentivou-o do fundo do coração. Era aluno do terceiro ano de uma escola de ensino médio mantida pela província, e se chamava Yuto Honma. — Vi as pipas! Estavam bem visíveis mesmo de longe. Deve ter passado frio. Obrigado! Peço que você também baile serenamente pelo grande céu do futuro. Assim dizendo, entrou no auditório. A reunião de gongyo com participação livre estava sendo conduzida com a presença do presidente Eisuke Akizuki. Ao entrar na sala durante a reunião, Shin’ichi avistou um jovem numa cadeira de rodas e, antes de tudo, foi ao seu encontro. Ele era Hironori Nonaka, estudante do primeiro ano do ensino médio, que estava internado em uma casa de repouso devido à distrofia muscular. Por conta da doença, ele não tinha esperanças e levava dias de angústia e de sofrimento, mas ao ouvir um relato de um membro da Divisão Masculina de Jovens que havia superado a meningite purulenta, ele se levantou decididamente e começara a se empenhar com seriedade na prática budista. Sua mãe, Fumino, ao ver o filho recitar firmemente daimoku, decidiu: “Eu também vou receber o Yamamoto sensei em Kumamoto com resultado de shakubuku”. Até então, Fumino evitava falar sobre o budismo para pessoas que sabiam que ela tinha um filho com distrofia muscular. Ela pensava que não conseguiria convencer essas pessoas sobre os benefícios do Gohonzon. Porém, incentivada pelo aspecto do filho, acompanhada da filha, ela falou com coragem sobre o budismo a uma mulher que também tinha o filho com a mesma doença internado em uma clínica. Então, ela obteve uma resposta inusitada. A mulher lhe disse: “Fiquei emocionada com o seu jeito de falar com entusiasmo, alegria e convicção a respeito da grandiosidade da fé, apoiando o filho que luta contra a doença sem nunca se deixar abater”. E então ela decidiu se converter. Não existe vida sem problemas. Pode-se dizer que viver significa travar uma “batalha contra as preocupações ou o carma”. O importante é, independentemente do que aconteça, não se afastar jamais do Gohonzon. É ter coragem, esperança, orar resolutamente e continuar a lutar. As pessoas veem nessa postura a força, o brilho e a nobreza como ser humano, e sentem empatia e são tocadas por esse modo de viver. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
11/07/2024
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BS
Semeando esperança rumo a 2030
“Londrina! / Cidade de braços abertos /A todos os filhos do nosso Brasil! / E a todos aqueles de pátrias distantes / Que aqui, confiantes, / Sob um pálio anil, / Seu lar construíram / E aos filhos se uniram / E aos filhos se uniram / Do nosso Brasil!” Essa é a primeira estrofe do Hino a Londrina, dedicado à cidade do norte do Paraná, fundada em 10 de dezembro de 1934 por colonizadores ingleses, sendo, por isso, conhecida como Pequena Londres. O cultivo do café, conhecido como “ouro verde”, trouxe riqueza para a região, que teve o povoamento intensificado na década de 1940 com a chegada de migrantes de São Paulo e de imigrantes europeus e asiáticos, atraídos pela fértil terra roxa, ideal para a produção do grão. Eles estabeleceram raízes e construíram suas propriedades, contribuindo para que Londrina ostentasse o título de “capital mundial do café”. Entretanto, uma forte geada em 1975 arruinou as plantações e mudou os rumos da cidade. Investidores foram forçados a aplicar capital em outros negócios, o que movimentou o desenvolvimento da cidade e a transformou no polo comercial e cultural que conhecemos hoje. A organização da BSGI em Londrina foi fundada em 12 de junho de 1966. Os pioneiros eram imigrantes japoneses que, apesar das dificuldades na língua, não mediram esforços para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Em um trecho da mensagem que enviou por ocasião da inauguração do Centro Cultural Norte do Paraná, em 1997, o presidente Ikeda declara: No meio do turbilhão de ambição e desconfiança que agita a sociedade atual, o movimento da nossa SGI visa enriquecer a vida interior das pessoas banhando-a com as águas benevolentes de amizade, da sinceridade e da lealdade a fim de construir uma sociedade em que frutificam a confiança, a coexistência e a disciplina. Nutrindo esse espírito, ao longo dos anos, seus integrantes estreitaram os elos de amizade com os concidadãos contribuindo para a promoção de diversos eventos na cidade e região, como a mostra Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo e a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, além da participação nas comemorações dos 80, 90, 100 e 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, que ocorreram na cidade de Rolândia, PR, distante cerca de 15 quilômetros de Londrina com a participação da BSGI (22 jun. 2008) Com a comprovação dos membros em meio à comunidade, o reconhecimento pelos ideais e esforços do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, floresceu na forma de várias homenagens locais, dentre as quais os títulos de doutor honoris causa da Universidade Norte do Paraná (Unopar) [1998], da Universidade Estadual de Londrina [2004] e da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio (Faficop) [2005]; e a criação do Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda [2000] e do Espaço Ecológico Kaneko Ikeda [2010]. A organização se desenvolveu, superando diversos desafios, entre eles a pandemia da Covid-19, e hoje a Subcoordenadoria Norte do Paraná conta com mais de 2,2 mil membros e 1,4 mil famílias, atuando em três regiões metropolitanas. Encorajando cada indivíduo a romper seus limites, tornando-se um ser humano vitorioso e consciente de seu infinito potencial, a Sub. atualmente visa o ano 2030 com a concretização de 4 mil famílias praticantes, inspirada pelo slogan: “Com base no meu daimoku e na união harmoniosa, nós vencemos com o Mestre”. Para impulsionar esse movimento, seus jovens criaram a linda Canção da Esperança, em 2022, que tem despertado alegria, coragem e determinação nos encontros das comunidades e dos blocos. Em um trecho, ela traz: “O Sol vem surgindo e um novo tempo irá brilhar. / Sub. Norte [do Paraná], sempre vamos avançar, / semeando no coração a esperança e a união, / rumo a 2030 com meu mestre vou lutar”. Participantes da 14a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, realizada em Londrina, PR (jan. 2024) Com os jovens na vanguarda, todos avançam apoiando iniciativas como a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, da CRE Paraná, realizada em janeiro deste ano na cidade, e a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, o primeiro do Brasil, em 2 de março Recentemente, 112 jovens da Sub. participaram da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no dia 26 de maio, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e retornaram com a firme decisão de concretizar o kosen-rufu do norte do Paraná, construindo uma nova era de vitórias com o Mestre no coração, sentimento que contagia a todos a se dedicar com base na recitação do daimoku e na união harmoniosa, semeando esperança e seguindo em frente a cada dia rumo a um futuro de brilhantes vitórias. Integrantes da BSGI de Londrina contam suas vitórias ao lado do Mestre “Vou vencer, vou ser feliz!” Pratico o Budismo de Nichiren Daishonin desde 1989 e gostaria de agradecer aos meus pais, que já encerraram a sua missão e que realizaram grandes esforços na jornada pelo kosen-rufu. Mesmo sem muito estudo escolar e do budismo, sempre incentivaram a mim e aos meus três irmãos, e hoje nossa família está na terceira geração de praticantes. Antes de conhecer o budismo, éramos uma família mergulhada em sofrimentos devido à desarmonia, às dificuldades financeiras e às doenças. Sem perspectivas, minha infância e adolescência foram marcadas por um comportamento depressivo. Mas, logo nos primeiros anos de prática budista, na jovem, antes tímida e retraída que eu era, começou a nascer a vontade de viver, de sorrir para a vida. As atividades da organização nos proporcionam diversas oportunidades de desenvolvimento e não perdi nenhuma. Guardo no coração o aprimoramento recebido na banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil, numa época dourada em que entendi que o maior benefício da vida é ter um mestre. Após alguns anos, casei-me com o jovem Paulinho, como carinhosamente todos o chamavam, e realizamos uma grande luta na Divisão dos Jovens (DJ). Infelizmente, ele encerrou sua existência de forma precoce. Na época, tinha meu filho com 3 anos e estava grávida de sete meses. Confesso que a dor e o medo me paralisaram. Foram muitos obstáculos enfrentados, porém, a recitação do daimoku e as palavras do nosso amado mestre me enchiam de coragem para continuar. Aprendi a caminhar novamente e a superar minhas fraquezas. Quando olhava para meus filhos, eu me lembrava da postura do Paulo, que era exemplo de dedicação ao kosen-rufu. Orava daimoku e decidia: “Vou vencer, vou ser feliz!”. Nessa época, tive a grande boa sorte de atuar no grupo Zenshin da Divisão Feminina (DF), no qual aprendi a avançar com esperança e determinação. Atualmente, atuo como vice-responsável pela DF de RM. Com a sabedoria proveniente do daimoku, venho entendendo quanta boa sorte tenho por me desenvolver e por ajudar na criação de “valores humanos”. Com as atividades, consigo compreender o sofrimento das outras pessoas e abraçar o propósito do meu mestre. Minha luta é de gratidão por toda a transformação de vida. Encontrei um companheiro de grande valor e compartilhamos o mesmo objetivo: dedicarmo-nos ao kosen-rufu. Meus filhos estão atuando na Divisão dos Jovens em nossa cidade e somos muito felizes. Meu juramento é de jamais me afastar da prática da fé por mais dificuldades que enfrente, e continuar trilhando o caminho da minha revolução humana. Estamos iniciando a construção do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, e meu objetivo, até a conclusão da obra, é retribuir a dedicação dos nossos mestres Soka, apoiando os jovens a herdar seus ideais por meio da nossa comprovação. Vamos fazer da nossa localidade a mais feliz do mundo! Minha sincera gratidão a todos os amigos que têm me apoiado até agora e ao meu mestre da vida. Muito obrigada, sensei! VIVIANE ALVES MARTINS CORREA Vice-responsável pela Divisão Feminina de RM Família de Viviane em frente ao busto de Ikeda sensei no Centro Cultural Norte do Paraná: à esq., o filho Igor; ao centro, o marido, Joilson; à dir., a filha, Vitória Caroline Assista: Vídeo com depoimento do filho da Viviane, Igor, na seção Vidas que Inspiram do BS+ ou do site: *** Juventude de coragemNasci em uma família praticante desse maravilhoso budismo e cresci observando o esforço dos meus pais para nos sustentar em meio às dificuldades, principalmente as financeiras e de relacionamento. Quando estava com 16 anos, meu pai foi morar na Austrália. Tempos depois, minha mãe se juntou a ele a fim de nos dar uma vida melhor. Aos 18, eu me vi sozinha cuidando do meu irmão, Italo, de 9 anos. Confesso que não foi fácil assumir essa responsabilidade e ficar longe dos meus pais. Além disso, minha mãe sofreu um grave acidente na Austrália, mas, com a boa sorte acumulada ao praticarmos o budismo, ela foi protegida e se recuperou. Foi uma fase muito difícil. Contudo, o apoio dos membros da organização foi fundamental para vencermos. Quando meus pais retornaram para o Brasil, minha mãe sofria de depressão e apresentava lapsos de memória. Com o daimoku que recitamos, ela foi melhorando. Nessa época, também nos confrontamos com a adaptação à nova realidade e às condições de nossa moradia: chão de terra e janelas sem vidros. Eu recitava cerca de quatro horas de daimoku diariamente e, aos poucos, conseguimos transformar essa situação. Cursei faculdade de direito e, para exercer a advocacia, tinha de prestar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Fui reprovada várias vezes, chegando a ponto de quase desistir. Contando com os preciosos incentivos de uma companheira da organização, continuei me empenhando e consegui ser aprovada. Uma grandiosa vitória! Participei por 24 anos das atividades da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil e por mais três no grupo Cerejeira, polindo minha vida e aprendendo o verdadeiro significado da relação de mestre e discípulo. Com o passar dos anos, concretizamos muitos objetivos, como o fato de minha mãe voltar a participar das atividades da organização depois de um período afastada. Além disso, meu irmão passou por momentos muito difíceis, mas que oportunizaram a toda a família desafiar na prática da fé. Atualmente ele superou suas questões pessoais e está trabalhando como chef de cozinha. Outra comprovação marcante foi quando tive de deixar a advocacia após nove anos de exercício em consequência do desenvolvimento de uma síndrome psicológica. Mudei completamente de área, cursando nova faculdade na qual me graduarei em alguns meses. Hoje, estou atuando como professora de história no ensino estadual do Paraná e digo que nunca estive tão feliz profissionalmente. Meu companheiro, Eduardo, e eu estamos juntos há mais de onze anos e, em 2022, nos casamos. Sou muito grata por ter uma pessoa que me apoia em todos os aspectos e que luta ao meu lado pelo kosen-rufu. Na Soka Gakkai, aprendi o significado de companheirismo, pois, em todos os momentos, sempre tive o apoio das minhas responsáveis. Aprendi a importância de recitar daimoku, de polir o coração e de ter um mestre da vida. Com profunda gratidão, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado há alguns dias no Japão e no qual reconfirmei meu juramento ao Mestre de me dedicar ao kosen-rufu. Contem comigo! Muito obrigada! PRISCYLA JULLI DE OLIVEIRA MATTAS Responsável pela Divisão Feminina de Jovens de subcoordenadoria Com os companheiros do grupo da Juventude Soka do Brasil, participantes do recente Curso de Aprimoramento da SGI no Japão Leia mais: Sobre o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI na Central de Notícias do BS+ ou do site: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562718 Dica O projeto “Vamos Pintar Londrina”, em comemoração dos 90 anos de fundação da cidade, incentivou as pessoas a pintar um mapa com seus principais pontos turísticos, entre eles o Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda. A ilustração do mapa foi feita por um cartunista membro da BSGI. Confira em: https://www.vamospintarlondrina.com/ No topo: Integrantes da Sub. Norte do Paraná na atividade de transmissão da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo (26 maio 2024)Fotos: BS | Colaboração local | Arquivo pessoal | Reprodução
04/07/2024
Relato
BS
Harmonia e avanço
Encontrar-se com o mestre da vida é uma oportunidade única, capaz de transformar o destino das pessoas. Eu me chamo Diego Capelli da Silva, tenho 36 anos e sou da terceira geração de praticantes do Budismo Nichiren na família. Meu primeiro grande desafio foi lutar pela vida, pois minha mãe, Cida, era considerada clinicamente estéril. A notícia da gravidez causou uma profunda preocupação, uma vez que, segundo os médicos, sua condição de saúde não permitiria a continuidade da gestação. Após intensa recitação do Nam-myoho-renge-kyo, ela venceu, trazendo-me ao mundo. Meus pais se separaram um ano depois do meu nascimento. Chegamos a morar de favor na casa de parentes e amigos. Nessa época, além do seu trabalho principal, minha mãe complementava a renda com faxinas e produção caseira de chocolates em datas festivas. Apesar de muito pequeno, lembro-me de vê-la nas madrugadas recitando daimoku. Mesmo tendo esses problemas financeiros, com as orientações do presidente Ikeda sobre a educação como valor maior e com os esforços dos meus pais, pude frequentar bons colégios e estudar idiomas. Cresci participando das atividades da Gakkai, o que fez com que eu cultivasse sonhos e esperança de avançar, independentemente das circunstâncias. Desde os 11 anos, comecei a ter crises de pânico e de ansiedade, desenvolvendo um quadro de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e comportamento hipocondríaco. Essa situação evoluiu com o tempo e, aos 17 anos, uma psicóloga recomendou que eu fosse internado em uma clínica se não melhorasse. Nesse período, incentivado pelo meu líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), ingressei no Sokahan (grupo de bastidores da divisão). O aprimoramento nesse grupo mudou o rumo da minha vida. Ainda não tinha convicção na prática budista. Encorajado por um veterano da Divisão dos Jovens (DJ), passei a ler diariamente as escrituras de Nichiren Daishonin e a fazer de uma, duas a três horas de daimoku por dia. Estava determinado a comprovar o poder da oração e a fortalecer a minha fé. Aos poucos, fui melhorando e, ao ler os incentivos do presidente Ikeda, comecei a mudar minha forma de pensar e meu comportamento. Vencer a doença e a desarmonia familiar, o que eu considerava impossível, fez emergir uma grande convicção na prática. Naquele 2006, apresentei o budismo a dois amigos. No ano seguinte, participei do 13º Curso de Aprimoramento da Divisão dos Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp) em Itapevi, SP. Saí de lá estimulado a transformar todos os aspectos da minha vida e a relatar essa vitória ao Mestre. Pouco antes do curso, sonhei que visitava o Brasil e, nessa ocasião, ele me encorajava a transformar meu relacionamento com meu pai. Para um jovem que cresceu sem essa presença paterna, é um tremendo desafio. Apesar de pagar meus estudos, meu pai e eu tivemos pouco contato. Na verdade, eu mal me lembrava do seu rosto. Então, lancei-me, mais uma vez, à luta para a transformação do meu carma. Misticamente, após a localidade em que eu atuava concretizar os resultados do Bloco Monarca, meu pai veio me visitar. Começamos a construir nossa relação e o levei para participar de uma reunião de palestra. Hoje, tenho uma ótima relação com ele e com meus seis irmãos por parte de pai. Desafios profissionais Concretizei o sonho universitário. Formei-me em direito, fui aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e continuei com a pós-graduação em uma renomada instituição. Em 2014, mesmo com um bom currículo, fiquei desempregado durante um ano e três meses. Foi um período muito difícil, mas segui a orientação de um veterano de desafiar ainda mais a recitação de daimoku, sem perder nenhuma chance de atuar na Gakkai. Eu sabia que, para vencer essa barreira, precisava vencer também no shakubuku, e assim aconteceu. Meu irmão mais novo, Lucas, fruto do atual casamento do meu pai, recebeu o Gohonzon em fevereiro de 2015 e entrou para o grupo Sokahan do qual eu fazia parte desde os meus 17 anos. Que alegria! Como resultado dessa luta, fui contratado por uma multinacional, considerada a maior empresa do mundo na época. Depois de permanecer por nove anos lá, decidi realizar o sonho de empreender e abri meu escritório recentemente. Iniciei 2024 em meio ao movimento de inspirar os jovens a abraçar os ideais de paz Soka. Atuo como coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste, que abarca dez estados e o Distrito Federal. Com a união de todas as divisões, fomos a primeira organização a concretizar os cem jovens por distrito da BSGI. Vencemos também na participação na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo com 780 representantes. Com esse grandioso resultado dos membros da CRE Oeste, tive a oportunidade de fazer nosso juramento de lutar junto com o Mestre, por todas as existências, no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado nas terras do Japão, em junho e julho. Encerro meu relato com uma orientação de Ikeda sensei que norteia a minha vida: Não importa qual seja o esforço, a derrota é sempre uma decepção. Ela rouba a vitalidade e todo o empenho se torna em vão. Vencer, por outro lado, é maravilhoso. Proporciona alegria e energia. Por isso, uma vez que se inicia uma luta, é preciso vencer infalivelmente.1 Um grande abraço a todos! Diego Capelli da Silva, 36 anos. Advogado. Na BSGI, é coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste. Diego com a mãe, Cida, na partida para o curso de aprimoramento no Japão no dia 24 de junho Momento com a família Assista Video com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI no Japão no Instagram em: https://www.instagram.com/reel/C84DEl4OHII/?igsh=MWhwaXd2eWN4bHEzZg== Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.949, 26 jul. 2008, p. A11. Fotos: BS | Arquivo pessoal
04/07/2024
Curtas
BS
O brilho do humanismo na África Ocidental
A convenção comemorativa dos quarenta anos do kosen-rufu de Togo, país localizado na África Ocidental, foi realizada no Centro da Paz de Togo, situado nas adjacências da capital, Lomé, no dia 19 de maio de 2024. No evento, participaram também membros da Divisão dos Jovens do país vizinho, Gana. O ponto primordial do kosen-rufu de Togo remonta à primeira reunião de palestra, promovida em 1º de abril de 1984. Havia vinte pessoas, entre as quais, Ida Gbodossou, atual presidente do Conselho de Orientação de Togo e vice-presidente da SGI-Togo. Em 2016, foi inaugurado o Centro da Paz de Togo num local próximo ao Palácio Presidencial. Para a ocasião, Ikeda sensei enviou uma mensagem, na qual consta: “Contribuindo em prol do desenvolvimento da amada sociedade de Togo e pelo bem das pessoas, como bons munícipes e bons cidadãos, avancem fortalecendo ainda mais a rede solidária da paz, cultura e educação”. Em 2024, completam-se também os quarenta anos de inauguração da sede de Gana, a primeira na África, construída pelos membros com as próprias mãos. Com esse significado, a Divisão dos Jovens de Gana realizou um curso de aprimoramento no Centro da Paz de Togo no dia 18 de maio de 2024. Reuniram-se cerca de quarenta pessoas. Benin avança com decisão renovada Em Cotonou, maior cidade de Benin, outro encontro foi realizado no dia 20 de maio de 2024. O responsável pelo distrito proferiu as palavras de cumprimento e o coordenador da Divisão dos Jovens expressou sua decisão. De Togo, participaram a vice-presidente da SGI-Togo, Ida Gbodossou, e outros líderes. Nos dois países, os companheiros, que vêm se desenvolvendo e se incentivando harmoniosamente como se fossem irmãos, deram uma renovada partida com os jovens na linha de frente. Aspecto radiante dos membros durante a convenção (19 maio 2024) Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 13 de junho de 2024. Leia mais Matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562639 Assista Vídeo da Convenção de Togo no Instagram oficial da Soka Gakkai. Acesse: https://www.instagram.com/reel/C8BxbxMvetj/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D Fotos: Seikyo Press
04/07/2024
Encontro com o Mestre
BS
Daimoku e aprimoramento
Atualmente, os jovens Soka do mundo estão dando nova partida com o coração embalado por estimulantes canções. Livres de restrições ou de velhas maneiras de fazer as coisas, jovens de mente brilhante podem abrir novos caminhos, traçar novos rumos, valendo-se da engenhosidade e da criatividade que lhes são próprias, com total liberdade e de coração aberto. Fazendo um retrospecto, lembro-me de que o curso de aprimoramento dos jovens [do Grupo Suiko], realizado ao ar livre em Hikawa, região no extremo oeste de Tóquio, em setembro de 1954, também foi algo inédito, extraordinário e inovador. Até hoje, com muita saudade, posso ouvir todos nós, participantes, entoando as canções da Soka Gakkai sentados com Toda sensei ao redor da fogueira. Nos dias atuais, Hikawa, profundamente impregnada com as lembranças de mestre e discípulo, é o local do nosso Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio. Recordo-me de uma visita que fiz em setembro de 1995, logo após o centro passar por uma grande reforma. Mantive diálogos informais com os membros do Bairro Geral de Ome (que abrange Hikawa) e de outras partes da Área No 2 de Tóquio, louvando-os por seus dedicados esforços. Quando perguntei se havia algum produto especial pelo qual sua região fosse famosa, fez-se uma breve pausa de hesitação até que alguém finalmente respondeu: “Nosso delicioso konnyaku!”.1 Todos caíram na gargalhada [diante da menção desse alimento tradicional, porém modesto]. — Vamos torná-lo um lugar famoso pelo daimoku! — sugeri. — Construamos aqui o mundo ideal do kosen-rufu! Então, pondo o daimoku em primeiro lugar, eles vêm prestando contribuições para a comunidade, promovendo a confiança em relação ao nosso movimento, cultivando pessoas capazes e trabalhando juntos em harmonia pela prosperidade de sua terra natal. Nichiren Daishonin expressa: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.2 Aqueles que consistentemente recitam Nam-myoho-renge-kyo jamais são derrotados. Membros do Japão e do mundo todo estão demonstrando o colossal poder benéfico da Lei Mística. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é fonte de ilimitada esperança. O lema das integrantes da nossa Divisão Feminina do Brasil é “Muito Mais Daimoku!”. Elas triunfaram sobre todos os obstáculos com a oração movida pela determinação de tornar possível o impossível. (...) Com as destemidas integrantes da Divisão Feminina na vanguarda, nossos membros ao redor do mundo vêm orando com firmeza ainda maior. A soma do daimoku conjunto deles alcança proporções realmente astronômicas. O benefício descomunal decorrente disso, com certeza, envolverá e criará um impacto positivo em toda a humanidade numa dimensão vasta e profunda. (...) Hoje, os jovens que compartilham do meu espírito como se fosse o deles estão engajados num eletrizante esforço em prol do kosen-rufu mundial. Em O Grande Mal e o Grande Bem, Nichiren Daishonin declara: “Quando o bodisatva Práticas Superiores [o líder dos bodisatvas da terra] emergiu da terra, não o fez bailando?”.3 Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante. Encontro dos membros da região de Hikawa com Ikeda sensei realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.536, 17 out. 2020, p. 3. *** Juramento que atravessa o tempo O Suiko era um grupo de aprimoramento para a criação de “valores humanos” da Divisão Masculina de Jovens da Soka Gakkai, idealizado pelo segundo presidente, Josei Toda. Surgiu do juramento de mestre e discípulo e sua fundação ocorreu em 1952. Contudo, com o passar do tempo, acabou perdendo o rumo e foi suspenso sob rigorosa repreensão de Toda sensei. Quem criou nova oportunidade e nova partida para o grupo foi seu discípulo, Daisaku Ikeda, com o estabelecimento do juramento Suiko em três itens: 1) juramento ao Gohonzon; 2) juramento ao mestre; e 3) juramento aos companheiros. Com base nesse juramento, o grupo reiniciou as atividades em 21 de julho de 1953, data conhecida como o Dia do Suiko. No ano seguinte, em setembro, foi realizado o primeiro curso de aprimoramento do Grupo Suiko, em Hikawa, Tóquio. Na localidade, encontra-se o Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio, que abriga um monumento com a inscrição “Juramento Suiko”. O centro foi fundado em agosto de 1982 por sugestão de Ikeda sensei de que fosse um projeto concretizado pelas mãos da juventude. Cerca de 4 mil jovens se envolveram nesse empreendimento. Outro centro de treinamento foi inaugurado, recebendo a visita de Ikeda sensei, em 4 de maio de 1984. Nesse mesmo dia, foi realizado um encontro às margens do rio Tama na região, comemorando o 30o aniversário do Grupo Suiko. Na ocasião, o Mestre dialogou com os jovens e participou de uma sessão de perguntas e respostas. Em torno da fogueira, degustaram sopa de porco, revivendo momentos do treinamento do Grupo Suiko e reconfirmando o espírito de mestre e discípulo em torno de Ikeda sensei. Foto tirada pelo Mestre, na mesma época, encontro dos membros da região de Hikawa realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko, registra um cintilante riacho azul descendo as montanhas da região (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) No topo: Ikeda sensei dialoga com membros em visita ao Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa (22 set. 1995) Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 31 de maio de 2024. Notas: 1. Konnyaku: Também conhecido como konjac. Alimento gelatinoso produzido a partir da raiz da planta homônima. Geralmente possui uma cor acinzentada salpicada e tem consistência um tanto quanto borrachenta. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. Ibidem, v. II, p. 387, 2017. Fotos: Seikyo Press
04/07/2024
Editorial
BS
Vamos sonhar
Para Freud, a consciência e a razão se originam de uma região muito mais vasta e desconhecida que a elas serve de fundamento. Os sonhos seriam momentos privilegiados para se observar as potências inconscientes sacudindo a consciência.1 Dez dias antes de falecer, Josei Toda compartilhou com seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda: “Sonhei que fui ao México”; “Shin’ichi, viva! Viva bastante! E vá para o mundo!”.2 Assim, Ikeda sensei concretizou o sonho de Josei Toda. De fato, ele materializou a potência da paz mundial idealizada por seu mestre e desenvolveu uma correnteza de pessoas que abraçam o mesmo sonho. Brasil Seikyo traz na capa o aspecto dos jovens representantes brasileiros que foram ao Japão para um curso de aprimoramento e dos amigos do México e de El Salvador em intercâmbio no Brasil. A edição que abre o segundo semestre contém Especial sobre a fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ). No Encontro com o Mestre, fotos do presidente Ikeda em Hikawa, Japão, local de profunda ligação de mestre e discípulo. Num dos trechos, Ikeda sensei afirma: Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante.3 A Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em maio, motivou toda uma geração de jovens. Além disso, os resultados expressivos podem ser acompanhados nas matérias sobre o evento Youth Meeting com participação de representantes do Instituto Soka Amazônia e dos jovens Soka da localidade. Há ainda o movimento dos jovens do Distrito Costa Verde e Mar, em Santa Catarina. Superando os estudos da psicanálise sobre os sonhos, esperamos que as próximas páginas nutram a semente do grande potencial inerente a você, leitor, e o façam sonhar e criar o ímpeto de avanço tal como Ikeda sensei diz: É natural que exista uma lacuna entre o sonho e a realidade. Sonhos que são facilmente conquistados não têm graça. Para conquistar um sonho, devem estabelecer uma forte determinação decidindo: “Vou realizar isso sem falta!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. Disponível em: Freud | ARETHUSA (usp.br) https://arethusa.fflch.usp.br/node/94. Acesso em: 28 jun. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 301, 2022. Shin’ichi Yamamoto, personagem do presidente Ikeda nesse romance. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.662, 6 jul. 2024, p. 3. 4. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 63.
04/07/2024
Conheça o Budismo
BS
Ter e ser um bom amigo
Zen-chishiki é um termo japonês utilizado pelo Budismo de Nichiren Daishonin para se referir a uma “boa influência”. Essa boa influência representa a ação de um “bom amigo”. O termo se aplica muito bem ao budismo porque, como budistas, nosso principal objetivo é ajudar as pessoas a se tornar felizes, ou seja, conduzi-las pelo caminho correto da vida, de modo que elas atinjam a iluminação. Nichiren Daishonin usava esse termo para indicar uma pessoa que encoraja outra ao longo da prática budista e afirmava que encontrar um bom amigo é algo muito difícil. Ele também dizia que o melhor modo de atingir o estado de buda é por meio de um zen-chishiki, um “bom amigo”. Shakyamuni e Ananda No escrito Três Mestres Tripitaka Oram por Chuva, Nichiren Daishonin afirma: Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca. Porém, até uma árvore que cresceu no mesmo local de origem poderá tombar se suas raízes forem fracas. Uma pessoa, ainda que fraca, não tropeçará se aqueles que a apoiam forem fortes; ao passo que alguém de força considerável, se estiver sozinho, poderá tombar num caminho sinuoso. (...) O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo. Até onde nossa sabedoria pode nos levar? Se possuímos sabedoria suficiente para distinguir o quente do frio, deveríamos procurar um bom amigo.1 Esse trecho ensina que, com o forte apoio do “bom amigo” (zen-chishiki), consegue-se, sem falta, superar dificuldades e provações. Em uma explanação sobre esse tema, o presidente Ikeda cita o episódio do diálogo entre Shakyamuni e seu discípulo Ananda:2 Certa vez, Ananda perguntou a Shakyamuni: “Penso que ter um bom amigo e avançar junto com ele corresponde a ter completado metade do caminho do buda. Essa forma de pensar seria correta?”. Em relação a isso, Shakyamuni respondeu claramente: “Ananda, essa forma de pensar não é correta. Ter um bom amigo e avançar junto com ele não é metade do caminho do buda, mas sim todo o caminho”. Essa é a concisa exposição do que, originalmente, é o exercício budista. Para realizar a correta prática da fé e trilhar ininterruptamente uma vida de genuína vitória, é impreterivelmente necessária a existência do “bom amigo”, ou seja, de um verdadeiro agente positivo.3 Caminho da felicidade Discorrendo sobre o significado do termo zen-chishiki, o Mestre diz: O termo budista chishiki (de zen-chishiki) é originalmente a tradução para o chinês da palavra sânscrita (idioma da Índia antiga) mitrah (“amigo”). [E zen é um kanji (ideograma) que significa “bem” ou “bom”]. Portanto, zen-chishiki indica “pessoas que conduzem outras ao correto budismo”, ou seja, são o “bom mestre”, os “bons companheiros” e os “bons amigos”. Ao citar “até onde nossa sabedoria pode nos levar?”, Daishonin enfatiza que buscar o bom amigo é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso porque não existe meio para superar o sofrimento fundamental da vida de “nascimento e morte” a não ser pelo caminho de tornar-se buda. É por criar uma relação cármica com o bom amigo que nos apoia e nos incentiva que conseguimos fortalecer a prática da fé, manifestar a sabedoria para a felicidade e conquistar a absoluta condição de vida de um buda.4 Transformar desafios em oportunidades Um ponto importante é que, em nossas relações diárias, não encontramos apenas bons amigos. Também existem o “mau amigo” (aku-chishiki), ou seja, a pessoa que conduz a outra para um caminho negativo, desviando-a da prática. E, como podemos saber se um indivíduo é um bom ou um mau amigo? Essa é uma tarefa que somente nós próprios podemos cumprir. Precisamos observar se determinada pessoa é alguém que nos encoraja a ter ações positivas e nos incentiva a realizar a prática budista para nossa felicidade e a das demais pessoas; ou se é alguém que apoia ou realiza ações negativas, como impedir a prática budista. Contudo, o mais importante é que, mesmo ao encontrarmos maus amigos, jamais devemos nos permitir ser influenciados por eles. Cada dificuldade com a qual nos deparamos deve ser uma oportunidade para fortalecer nossa prática budista. O ideal é considerarmos tudo (fatos bons e maus) como motivo para aprofundar a fé no Gohonzon, e assim tornar todas as pessoas nossos zen-chishiki porque nos conduzem ao Gohonzon, conforme sensei salienta: No fim, o que determina se são “bons amigos” ou “maus amigos” é a fé da própria pessoa. Por essa razão, é possível transformar tanto a opressão como as perseguições em grandioso impulso no trampolim da fé. Ou seja, mesmo a pior das adversidades não é necessariamente uma maldade. Dependendo da maneira de encarar as adversidades e da determinação das pessoas, essas adversidades poderão se tornar tanto uma maldade ou uma força para aprimorar a fé. Por favor, vençam as maldades intrínsecas no seu coração (...). A força para vencê-las é a recitação do daimoku. A única arma capaz de destruir a ilusão fundamental da vida, ou seja, a escuridão fundamental, é a espada afiada do Nam-myoho-renge-kyo. Vamos lutar sempre com daimoku em primeiro lugar! 5 Encontro de bons amigos A realização da prática diária do gongyo e do daimoku e a participação nas atividades, sobretudo nas reuniões de palestra, abrem as portas do coração para criar laços de amizade e incentivo mútuo. O presidente Ikeda ressalta: Para “atingir o estado de buda nesta existência”, o mais importante e o mais difícil de encontrar é um “bom amigo” (zen-chishiki). As reuniões de palestra Soka são, justamente, esses encontros de bons amigos.(...) Radiantes, essas atividades acontecem no mundo inteiro, superando todas as diferenças e flamejando a chama do princípio filosófico da dignidade da vida no coração dos povos. Elas geram vitalidade e solidariedade às pessoas, que jamais são derrotadas por quaisquer dificuldades da vida ou pelos locais em que vivem. Existe nas reuniões de palestra a ilimitada energia que criará a nova “civilização do diálogo”, tão ansiosamente aguardada pela humanidade.6 Depende de nós Ikeda sensei também afirma: De qualquer forma, é importante compreender que a amizade depende de nós, e não dos outros. Tudo depende de nossa atitude e contribuição. Espero que não sejam amigos somente nas boas ocasiões, pessoas que só ajudam os outros quando a situação está boa, abandonando-os quando surge algum problema. Tornem-se, por favor, uma pessoa de lealdade imutável em todos os momentos.7 Isso significa que, acima de tudo, é importante o esforço para nos tornar zen-chishiki para aqueles que nos rodeiam, conforme sensei incentiva em um diálogo com jovens: Quero que concentrem sua energia em seu treinamento e na edificação de sua personalidade. Tenho certeza de que no futuro, muitos de vocês farão amigos em diversas partes do mundo. Lembrem-se de que o tipo de relação humana que estabelecerem dependerá só de vocês. Não interessa “como os demais são com relação a vocês”, mas sim “como vocês são com relação aos demais”.8 O próprio presidente Ikeda é um exemplo claro de como cultivar belas amizades, pois ele tem amigos em todos os cantos do mundo, alguns deles importantes líderes e pensadores de nosso tempo. Seguindo esse exemplo e aproveitando os laços de amizade e de companheirismo que desfrutamos na família Soka, vamos, cada qual, aprimorar nosso caráter e personalidade para que os outros possam nos considerar verdadeiramente “bons amigos”. Dica de leitura Ter bons amigos, principalmente na juventude, é muito importante. Veja mais sobre os desafios da juventude no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Ouça Podcast sobre o significado da amizade e dos bons amigos, acessando: https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/3/episodio/bons-e-maus-amigos/143 Fontes: RDez, ed. 122, fev. 2012, p. 15. Brasil Seikyo, ed. 1.513, 26 jun. 1999, p. 3. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 2. Ananda: Um dos dez maiores discípulos de Shakyamuni. Ouviu muitas pregações de Shakyamuni, acompanhando-o diretamente, e é conhecido como o primeiro a ouvir os ensinamentos do Buda. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.467, 11 maio 2019, p. B2. 4. Ibidem. 5. IKEDA, Daisaku. Batalha Feroz. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 240. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.469, 25 maio 2019, p. B3. 7. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2015. p. 56. 8. Brasil Seikyo, ed. 1.407, 22 mar. 1997, p. 3. Ilustração: GETTY IMAGES
20/06/2024
Notícias
BS
Para que todos sejam felizes
De Pernambuco, trazemos os bastidores da dedicação dos participantes do Distrito Sertão, que abrange duas comunidades, Salgueiro e Araripe, e cinco blocos no total, identificados, em sua maioria, com o nome de municípios distintos. Só por essa razão já sinaliza os desafios de distância, que em nada intimidam as lideranças de seguir viagens de incentivo e acompanhamento dos membros. Um dos blocos mais distantes, Serra Talhada, abriga empolgantes histórias. Localizada a cerca de 500 km da capital pernambucana, Recife, a cidade de Serra Talhada é conhecida como a Capital do Xaxado e a terra natal de Virgulino Ferreira da Silva, o lendário Lampião. Para chegar ao sítio Santana, que sedia as atividades locais, é preciso percorrer mais 50 km. “Tem sido estimulante apoiarmos de perto a luta dessas pioneiras do kosen-rufu de lá”, afirma Lenilda Maria Alves de Souza, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Sertão. Ela reside em Salgueiro, distante 100 km de Serra Talhada. Essas pioneiras citadas são as irmãs Petronilia Pereira Paz, 78 anos, e Maria de Lourdes Bezerra, 66, ambas vindas de São Paulo e praticantes do budismo há décadas. Em 2013, veio Dona Petrô, como é carinhosamente chamada, e iniciou a propagação do budismo entre os moradores. Três anos depois, Maria de Lourdes chega para somar. Juntas, elas criaram um ambiente capaz de inspirar o então resistente coração dos vizinhos e moradores. “O que tem aqui no meu peito é muita alegria, muita determinação de que todos possam ser felizes, pois o budismo transformou minha vida. É poderoso demais”, diz Dona Lourdes, com voz emocionada e cheia de entusiasmo. O sítio das irmãs tem sido o centro de encontros e o ritmo acelerou com o movimento dos cem jovens por distrito. Só Dona Lourdes foi responsável por estimular trinta jovens. “É um desafio grandioso. Ouvi muitos ‘Não quero saber’ e ‘Por que a senhora vem de longe visitar quem nem conhece?’. Mas veja que vários deles estão agora aqui nesta sala, fazendo daimoku e aprendendo a ter sabedoria para transformar a vida”, comemora a veterana, atual conselheira do bloco. “A gente não pode desistir de ninguém.” Reunião do Bloco Nascente, distante 730 km de Recife Vitória dos jovens A alegria maior dos participantes do Distrito Sertão foi enviar seus três jovens representantes para a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em São Paulo, em maio último. O apoio veio de todos os lados. A responsável pela Divisão dos Jovens (DJ) da Área Pernambuco Oeste, Andreza Lucylla de Oliveira Gonçalves, relata que houve uma extraordinária união de forças de todas as divisões para garantir a tranquilidade e a segurança dos onze representantes da DJ, sendo oito do Agreste e três do Sertão. Ela destaca que os líderes até alugaram um local para os jovens pernoitarem antes de pegar um voo rumo a São Paulo, para não correr risco de alguém perder a hora. Incluem-se aí jantar, café da manhã e translado até o aeroporto, procedimento feito também no retorno dos jovens. “Vivenciar a convenção foi uma experiência inesquecível; sentir a grandiosidade da juventude Soka, capaz de romper seus limites com o propósito em comum de ser feliz e conduzir todas as pessoas a esse caminho, sem exceção”, frisa Andrezza. Três do sertão Dos jovens do Distrito Sertão, três moram em Serra Talhada. Após a convenção, eles retornaram para sua localidade cheios de vibração. Dara Mailani Bezerra da Silva é sobrinha-neta de Dona Lourdes e responde pela Divisão Feminina de Jovens do bloco. Ela está empenhada em, “Com muita gratidão, incentivar e ajudar cada vez mais os jovens, e concretizar shakubuku dando o máximo, sempre em busca de conhecimento e sabedoria para fazer acontecer”. Thamires Figuerêdo da Silva está em um momento bem especial. Nasceu num lar budista e hoje, aos 25 anos, reforça que a convenção “Foi um ponto de partida de renovação para que eu voltasse a me encontrar com a prática”. Ela comenta sobre os desafios superados de tempo, distância e financeiro. “Mas eu coloquei na cabeça que iria e nada mais importava; precisava disso para me reconectar com sensei.” Junto com essas jovens também seguiu Allan Maillon Alves de Souza, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do bloco. Ele contribuiu com sua criatividade para compor as artes da logomarca do grupo e as lembrancinhas produzidas para a ida a São Paulo, entre outros apoios. “Meu sentimento é de extrema gratidão e felicidade por pertencer a esta grande família que é a BSGI. Estar nessa convenção foi algo inexplicável, pois me senti parte de algo realmente valoroso. Foi uma experiência única. Voltei com outra mentalidade e com vontade de fazer a diferença no mundo”, reforça. cenas do encontro da Divisão Feminina do Bloco Serra Talhada Rainhas que brilham No Encontro Comemorativo da Divisão Feminina, promovido dia 9 de junho, todas as participantes puderam reconfirmar seu juramento. Durante a atividade, Dona Maria de Lourdes declamou um poema de sua autoria, dizendo “Sou a pessoa mais feliz do mundo”, inspirada pelo que lê do presidente Ikeda no Brasil Seikyo. “As palavras do sensei fazem a gente brilhar.” O responsável pelo distrito, Enildo Rodrigues de Paiva, destaca o ambiente de motivação vivido por todos e lança o olhar para 2030: “Junto com os jovens e os demais membros e companheiros, assumimos a missão de promover uma cultura de paz e desenvolvimento humano no interior do sertão pernambucano. Com o Mestre Ikeda no coração, avançaremos unidos!”. No topo: Lideranças em apoio a atividades em Serra Talhada. Fotos: Colaboração local
20/06/2024
Encontro com o Mestre
BS
Ter um espírito altruístico
(Trecho do romance Nova Revolução Humana, v. 19) Okinawa agora ganhava um novo objetivo. Como afirmou o escritor francês Romain Rolland: “A vida é uma luta contínua em busca de melhoria e progresso. Portanto, vamos nos empenhar juntos, não descansando jamais sobre nossos próprios louros, mas estabelecendo objetivos cada vez mais elevados para alcançarmos”.1 Possuir um objetivo é fonte de esperança e de inspiração. (...) No decorrer de suas palavras [na convenção comemorativa dos vinte anos do movimento do kosen-rufu em Okinawa, realizada em 8 de fevereiro de 1974], Shin’ichi2 elucidou a essência do movimento Soka. — Em suma, consiste no espírito altruístico de se importar com os outros. Incutir esse espírito no coração dos seres humanos é a chave para a concretização da paz mundial. (...) A Soka Gakkai havia, até então, possibilitado que um número incalculável de pessoas consolidasse em sua vida o espírito de apoiar e se interessar pelo próximo. Muitos membros da organização começaram a praticar o Budismo Nichiren por estarem sofrendo em virtude de doenças, preocupações financeiras, problemas familiares ou outras dificuldades pessoais. Em outras palavras, iniciaram a prática em benefício próprio. No entanto, Nichiren Daishonin expressa: “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros”.3 Além de nós próprios nos esforçarmos na fé, afirma ele, devemos ajudar os outros a fazer o mesmo. Basicamente, o ato de nos empenharmos pelo kosen-rufu por desejarmos a felicidade do próximo é que possibilita que nos tornemos genuinamente felizes. Trata-se da fusão da prática para si e da prática para os outros. Nossos próprios sofrimentos se tornam a força propulsora para a suprema prática de bodisatva, que é o kosen-rufu. Ao darmos o melhor de nós pelo bem dos outros, libertamo-nos do nosso eu menor, focado apenas em preocupações pessoais, e gradativamente expandimos e elevamos nosso estado de vida. O compromisso com o bem-estar dos outros nos impele a transformar nossa própria condição de vida e a realizar nossa revolução humana. A vida dos membros da Soka Gakkai, que recitam Nam-myoho-renge-kyo de todo o coração pela felicidade de seus amigos e, imbuídos de total sinceridade, compartilham os ensinamentos de Nichiren Daishonin com os outros, transborda de alegria, coragem e esperança. Mesmo que possamos enfrentar vários problemas de saúde, financeiros ou de outro tipo, podemos ultrapassá-los seguramente, como um hábil surfista deslizando sobre ondas colossais. O benefício grandioso e verdadeiro da fé reside nessa transformação interior fundamental e na revolução humana. De acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente, quando nossa condição de vida muda, podemos mudar nosso ambiente também e, desse modo, solucionar todos os nossos problemas e contrariedades. Shin’ichi deu ênfase à importância do compromisso com o bem-estar dos outros durante o seu discurso na convenção por saber que a felicidade dos integrantes de Okinawa e a consolidação da paz dependiam disso. Ele desejava que os membros de Okinawa encarassem com seriedade esse espírito e interagissem sinceramente com seus vizinhos, tornando-se pessoas merecedoras de confiança e estimadas na comunidade. Fonte: IKEDA, Daisaku. Arco-íris da Esperança. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 19, p. 64-65, 2019. Notas: 1. ROLLAND, Romain. Roman Roran Zenshu [Coletânea de Obras de Romain Rolland]. Tradução: Masakiyo Miyamoto e Tokuo Ebihara. Tóquio: Misuzu Shobo, v. 19, p. 68, 1983. Tradução do japonês. 2. Pseudônimo do presidente Ikeda no romance Nova Revolução Humana. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Clamor pela paz Em 16 de julho de 1960, Ikeda sensei visitou pela primeira vez as terras de Okinawa, no extremo sul do Japão. Quinze anos haviam se passado desde o fim da Segunda Guerra Mundial e Okinawa estava sob o domínio dos Estados Unidos, que lá implantaram bases militares e até uma plataforma de lançamento de mísseis nucleares. Durante a sua quarta visita à localidade, em 2 de dezembro de 1964, ele se encontrava no segundo andar da sede de Okinawa, com a caneta em punho, para iniciar o romance Revolução Humana. Após escrever “Revolução Humana” e “Capítulo 1, Alvorada”, interrompeu a escrita. As palavras iniciais não vinham. Ele se lembrou, então, do local no sul de Okinawa em que foi travada uma sangrenta batalha e que havia visitado várias vezes. Enquanto as lembranças de sua juventude durante a guerra voltavam, Ikeda sensei pensou no momento em que seu mestre, Josei Toda, havia acabado de sair da prisão e viu, pela primeira vez, a cidade de Tóquio em ruínas. Naquele momento, as palavras vieram à mente. Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra! Entretanto, a guerra ainda continuava...1 Assim nascia a frase inicial do romance Revolução Humana que perpetuaria o espírito Soka pela concretização da paz. Vista para o Oceano Pacífico e a colina Mabuni a partir do Museu Memorial da Paz de Okinawa. Em frente à colina existe um monumento gravado com o nome daqueles que morreram na Batalha de Okinawa durante a Segunda Guerra Mundial (cidade de Itoman, Okinawa)No topo: Presidente Ikeda incentiva os membros da Divisão dos Estudantes em frente ao Monumento à Paz Mundial (Centro de Treinamento de Okinawa, Onna, Japão, fev. 1991). Por sugestão de Ikeda sensei, este local, uma antiga plataforma de lançamento de mísseis nucleares militares dos Estados Unidos, renasceu como um local de difusão da paz Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 2 de março de 2024. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Alvorada. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 21, 2022. Fotos: Seikyo Press
20/06/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 20 (parte 2)
Ligados por eternos laços de confiança Em dezembro de 1974, na noite anterior ao regresso ao Japão após a sua segunda visita à China, Shin’ichi recebeu uma mensagem do primeiro-ministro Zhou Enlai pedindo para que se encontrasse com ele. Embora Zhou Enlai estivesse gravemente doente e seus médicos fossem contra o encontro, esse se realizou devido ao forte desejo do primeiro-ministro de se encontrar com Shin’ichi. O primeiro-ministro Zhou enalteceu os esforços consistentes de Shin’ichi para fortalecer a amizade sino-japonesa: — Presidente Yamamoto, o senhor vem salientando a necessidade de cultivar relações fraternas entre os povos dos dois países, a despeito das dificuldades envolvidas. Fico extremamente contente com isso. A amizade bilateral é nosso desejo mútuo. Empenhemo-nos por isso juntos. (...) Os olhos do primeiro-ministro Zhou se comprimiram como se contemplassem ao longe, e ele disse em tom nostálgico: — Há mais de cinquenta anos, parti do Japão quando as cerejeiras estavam floridas. Assentindo com a cabeça, Shin’ichi sugeriu: — Entendo. Então venha visitar o Japão novamente na estação das cerejeiras. — Gostaria muito, mas temo que seja impossível — disse com um sorriso melancólico. Ouvir isso fez o coração de Shin’ichi doer. (...) Finalmente, Shin’ichi decidiu expressar o que estava pensando: — Precisamos nos manter saudáveis por muitos anos, primeiro-ministro Zhou. A China é um país fundamental para a concretização da paz mundial. Em benefício de sua nação e de seus 800 milhões de habitantes…1 O primeiro-ministro pareceu reunir todas as suas forças e começou a dizer: (...) — Os últimos 25 anos do século 20 serão um período crucial para toda a humanidade. Será necessário que os povos do mundo cooperem e auxiliem uns aos outros de igual para igual. — Penso que isso seja absolutamente verdadeiro — endossou Shin’ichi. Ele sentiu que estava ouvindo sobre o último desejo do primeiro-ministro. O diálogo havia se estendido por quase trinta minutos. Se fosse possível, Shin’ichi ficaria conversando com o primeiro-ministro Zhou para sempre, mas ele simplesmente não podia permitir que o encontro se prolongasse mais. — Prometo que levarei sua opinião ao conhecimento das pessoas apropriadas no Japão. E gostaria de lhe agradecer profundamente o fato de ter reservado tempo para me receber. (...) Essa ocasião foi a única vez que Shin’ichi e o primeiro-ministro Zhou se encontraram. Contudo, a amizade deles produziu um juramento eterno e laços de confiança imperecíveis. O espírito do primeiro-ministro fora totalmente incutido no coração de Shin’ichi. (Capítulo “Laços de Confiança”) Nota: 1. Atualmente a população da China é de aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes. Caminhos para a paz Em janeiro de 1975, durante uma visita aos Estados Unidos, Shin’ichi encontrou-se com o secretário de Estado Henry Kissinger. Shin’ichi ansiava dialogar extensamente com o secretário Kissinger em prol da paz mundial, para juntos tentarem descobrir um novo rumo para a humanidade. Kissinger tinha uma personalidade racional e aberta e dava pouca importância para formalidades vazias. Era um observador com uma mente aguçada, que sempre assimilava a essência da questão abordada; portanto, a conversa avançou em ritmo acelerado. Quando Shin’ichi perguntou a Kissinger qual a sua opinião sobre o tratado de paz e de amizade entre Japão e China, o diplomata americano respondeu imediatamente que era favorável ao acordo e, a seu ver, deveria ser consumado. Durante o encontro, Kissinger indagou a Shin’ichi: — Permita-me inquirir-lhe com franqueza, a quem consagra sua lealdade no que se refere às potências mundiais? A pergunta de Kissinger era claramente motivada pelo fato de Shin’ichi ter visitado a China e a União Soviética e se encontrado com os líderes desses países e agora estar conversando com ele nos Estados Unidos. Shin’ichi respondeu sem hesitar: — Não somos filiados nem ao Bloco Ocidental nem ao Oriental. Tampouco somos aliados da China, da União Soviética ou dos Estados Unidos. Somos uma força de paz, e aliados da humanidade. Era nesse humanismo que Shin’ichi se baseava resolutamente, e esse era o posicionamento primordial da Soka Gakkai. Kissinger sorriu. Parecia entender as convicções de Shin’ichi. Durante o restante do diálogo, discutiram tópicos como o conflito árabe-israelense, as relações sino-americanas e americano-soviéticas, e as Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas. A interlocução prosseguiu num clima de congraçamento de ideias e o desejo comum de vislumbrar caminhos para a paz. (Capítulo “Laços de Confiança”) (Traduzido da edição de 9 de junho de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.) Assista O vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 20
06/06/2024
Conheça o Budismo
BS
A força da oração sincera
No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração, denominada daimoku, é a recitação contínua do Nam-myoho-renge-kyo, ou seja, a Lei Mística que rege o universo. O presidente Ikeda afirma: Os seres humanos, mesmo os que dizem não ter nenhuma religião, possuem desejos e aspirações. Todos oram por algo nas profundezas de seu coração. A oração no Budismo de Nichiren Daishonin é um meio para preencher o vazio entre esses desejos e a realidade, tendo como base a lei do universo.1 Normalmente, os objetivos de cada pessoa são lançados de acordo com suas dificuldades ou necessidades em determinado momento, seja no aspecto financeiro, profissional, de saúde, de relacionamentos pessoais, seja outros. O budismo esclarece, entretanto, que todos os sofrimentos estão ligados ao carma. Assim, não basta apenas desejar, por exemplo, ter uma vida profissional realizada. É preciso, antes, transformar o carma de não se sentir feliz no trabalho. Nesse sentido, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é fundamental, pois age justamente na causa que traz o sofrimento, transformando o carma pela raiz. Escuridão fundamental e iluminação O budismo elucida os conceitos de “escuridão fundamental” e “iluminação”. Todos os seres humanos possuem esses dois lados. É com base neles que se pensa, fala e age, o que define o futuro feliz ou infeliz de um ser humano. Com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, a vida é sempre conduzida ao caminho da iluminação, ou seja, à manifestação do estado de buda inerente. Essa prática faz surgir a sabedoria e a coragem para, por exemplo, ser o agente criador da harmonia. Portanto, a oração no budismo tem como foco principal “iluminar” a “escuridão” da vida das pessoas, fazendo brotar a sabedoria e a coragem para vencer a si próprio e transformar o carma que lhe causa sofrimentos. Ikeda sensei diz: No momento em que recitamos Nam-myoho-renge-kyo, a escuridão de nossa vida num instante se dissipa. Esse é o princípio da simultaneidade de causa e efeito. Nesse mesmo instante, nas profundezas do nosso ser, nossas orações são respondidas. A causa inerente à nossa forte oração simultaneamente produz um efeito latente. Mas, nas profundezas da nossa vida, nossas orações são imediatamente concretizadas. E, nesse momento, a luz brilha. As orações são invisíveis. Contudo, se orarmos com firmeza, essas orações definitivamente produzirão um claro resultado em nós e em nosso ambiente. Esse é o princípio da essência real de todos os fenômenos.2 Engrenagens da fé A recitação do Nam-myoho-renge-kyo permite às pessoas enxergarem a “essência real de todos os fenômenos”, corrigindo sua órbita e elevando sua condição de vida. Essa oração, portanto, pode ser considerada um “guia” para a concretização dos objetivos de forma sábia. Ela fortalece a energia vital, aguça a mente e extrai a força interior das pessoas para que possam utilizar ao máximo seus talentos e suas habilidades. O Mestre conclui: Em outras palavras, a oração constitui uma fusão da lei fundamental do universo e da nossa mente. Podemos comparar isso com as engrenagens de uma máquina. Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes aos de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida com a vida do universo, somos capazes de manifestar ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades.3 Diálogo com o universo Uma oração determinada, “desejando algo de todo o coração”,4 focada no objetivo individual e, principalmente, incluindo a felicidade dos familiares e amigos, bem como da sociedade e da humanidade, é capaz de mover o universo de acordo com o desejo da pessoa, conforme Ikeda sensei afirma: As orações baseadas na Lei Mística não são abstratas. No cotidiano das pessoas, elas se manifestam de forma concreta. Oferecer orações é o mesmo que conduzir um diálogo, um intercâmbio com o universo. Quando oramos, abraçamos o universo com nossa vida. A oração é uma luta para expandir nossa vida.5 Essas orações são essenciais para alcançar a revolução humana, meta principal da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando uma pessoa realiza sua revolução humana com base na oração, todos os seus desejos se tornam ainda mais concretos. Além disso, o fator fundamental da oração é a sinceridade: um coração puro e determinado. Quando esse ponto se transforma na essência da oração, tudo se torna possível. Portanto, é necessário fazer da oração o momento de ampliar o coração, ser sincero consigo, em primeiro lugar, “abrir a mente” para o que é preciso mudar e, dessa forma, concretizar as metas. Nesse sentido, diante do Gohonzon, é importante demonstrar exatamente aquilo que se encontra no coração, fazendo da oração um juramento de avançar e mudar o próprio interior para, assim, usufruir os verdadeiros resultados que almeja. Prática diária, base da felicidade Veja, a seguir, trechos de incentivos do presidente Ikeda sobre a prática budista e a recitação do daimoku, selecionados a partir de um diálogo com líderes da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai. 🖊 Podemos orar para o que desejarmos? Ikeda sensei: Vocês podem orar para qualquer coisa que acreditam que contribuirá para a sua felicidade e para a dos outros. Por exemplo, podem orar para se desenvolver ou para se tornar certo tipo de pessoa. Basicamente, podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará seu progresso, ou o de outras pessoas, somente causarão um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em ritmo com o universo. 🖊 Todas as nossas orações são realmente respondidas quando oramos ao Gohonzon? Ikeda sensei: Sim. Com certeza obtemos resposta. O Gohonzon nos capacita a concretizar as nossas orações. Toda oração é seguramente respondida. (...) O fundamental é se somos verdadeiros praticantes do Sutra do Lótus — ou seja, do Nam-myoho-renge-kyo — e se realmente estamos pondo em prática os ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. (...) Como as expressões “poder da fé” e “poder da prática” indicam, a convicção é um tipo de força ou poder. Quanto maior for sua convicção de que suas orações serão respondidas — ou seja, quanto mais forte for a sua fé —, mais forte será o poder do Gohonzon (a Lei Mística). O “poder da prática” abarca a força do seu daimoku e da energia com que se dedica ao kosen-rufu pela felicidade de todas as pessoas e prosperidade da sociedade. Quanto mais forte for a prática para si e para os outros, mais poderá extrair do Gohonzon o poder do Buda e da Lei. (...) Apesar de afirmarmos que “as orações são respondidas” no Budismo de Nichiren Daishonin, a concretização das nossas orações não é algo mágico ou oculto; não tem nada a ver com algum ser misteriosamente iluminado ou um deus que habita um mundo distante e que, por ter piedade de nós, satisfaz nossos desejos. Assim como existem leis físicas, tais como as que controlam a eletricidade, que os seres humanos habilidosamente descobriram como fazer uso, o budismo investigou e revelou a lei da vida e do universo. Da mesma forma que a luz elétrica foi inventada baseada nas leis da eletricidade, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon para nós com base na suprema Lei do budismo. 🖊 Qual é o ritmo correto para realizar gongyo e daimoku? Ikeda sensei: O gongyo e o daimoku não devem ser muito rápidos nem lentos demais, nem com uma voz muito alta nem muito baixa. Nossa recitação deve ter um ritmo vigoroso. A velocidade do gongyo também depende de fatores como a idade, a hora e o local em que estamos realizando nossa prática. Portanto, não se preocupem demais com qual deve ser o ritmo correto. Apenas recitem gongyo da maneira mais natural e confortável possível. Certa vez, um dos meus veteranos afirmou que o ritmo do gongyo deveria ser como o galope de um cavalo. 🖊 O que é mais importante: a quantidade ou a qualidade das orações? Ikeda sensei: Tanto a qualidade como a quantidade são importantes. (...) Praticamos o budismo com o objetivo de nos tornar felizes. Desse modo, o mais importante é que cada um de nós sinta uma profunda satisfação após ter recitado daimoku. Não há nenhum preceito que imponha certo número de horas para orar. A atitude de estabelecer metas de daimoku pode ser proveitosa, mas quando estiverem cansados ou sonolentos, somente murmurando sons incompreensíveis envoltos em um sono entorpecente, então é melhor parar de orar e ir para a cama. Após terem descansado, vocês conseguirão recobrar a concentração e as energias para continuar orando. Isso será de muito mais valia. Devemos permanecer alertas e concentrados quando oramos, e não cochilando. Conforme já mencionei, o mais importante é que nosso daimoku nos deixe tão satisfeitos e revigorados que, quando tivermos terminado, possamos exclamar: “Ah! Como isso me fez bem!”. Ao reforçarmos esse sentimento dia após dia, naturalmente nos direcionaremos para o caminho mais positivo. 🖊 Qual a importância de orarmos diariamente? Ikeda sensei: Dependemos de vários fatores para que nossas orações sejam concretizadas. Contudo, se orarmos sinceramente, de todo o coração, poderemos corrigir nossa órbita vital e nos direcionar para um caminho mais positivo. Nossas orações produzem um impacto de longo alcance em nossa vida. Apesar de orarem para se sair bem nos estudos, por exemplo, o efeito de suas orações se estenderá muito além, alcançando a total amplitude de sua existência. Resumindo, é muito importante ter o desejo de sentar-se em frente ao Gohonzon e recitar daimoku. Isso demonstra a determinação de uma pessoa de aprimorar a si própria. Esse espírito é fundamental. É a comprovação de nossa humanidade, uma expressão do nobre espírito de devotar a vida à realização de um empreendimento. “À medida que o foco de nossas orações se expande, incluindo não apenas nossos próprios desejos, como também a felicidade de nossos amigos, de nossa família, de nossos colegas de classe, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes também se expandirão, bem como nossa grandeza como seres humanos”6 Dr. Daisaku Ikeda “A oração sem ação representa apenas um simples desejo e a ação sem oração não produz nenhum resultado. Portanto, quero afirmar que a sublime oração surge de um sublime senso de responsabilidade. Em outras palavras, essa oração não surge quando temos uma atitude irresponsável e negligente no trabalho com os compromissos do dia a dia e com a própria vida. Para aqueles que assumem a responsabilidade por todos os aspectos de sua vida e se empenham ao máximo, a oração sublime se tornará um hábito”7 Dr. Daisaku Ikeda Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. A3. Terceira Civilização, ed. 448, dez. 2005. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.2. Ibidem.3. Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.4. Ibidem.5. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.6. Idem, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.7. Idem, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. Foto: BS
29/05/2024
Notícias
BS
Cultura Soka
A Coordenadoria Cultural (CCult) da BSGI foi fundada oficialmente em 1984 pelas próprias mãos de Ikeda sensei em sua terceira visita ao Brasil. Congrega membros das variadas atividades profissionais, como médicos, artistas, ambientalistas, juristas e outros. No último dia 5 de maio, integrantes da CCult se encontraram no auditório do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, para juntos reconfirmarem a missão e os propósitos na celebração dos quarenta anos de criação da coordenadoria. Em formato híbrido, com transmissão on-line para os membros de todo o país, o evento também reuniu familiares e amigos. Na pauta, houve relatos de veteranos e de membros das coordenadorias de São Paulo e do Rio de Janeiro, junto com apresentações de músicas e de dança que ficaram a cargo dos integrantes do Departamento de Artistas (Depart), do Coral Filarmônico Ikeda do Brasil (CFIB) e da Camerata Ikeda da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), com versões que encantaram os participantes. Primeira atividade da CCult pós-pandemia, a programação não deixou de enaltecer a lembrança de Ikeda sensei, que se despediu desta existência em novembro de 2023, com uma trajetória de dedicação abnegada ao incentivo e à paz no mundo. No palco, uma cadeira abrigava um ramalhete de flores. Trechos de vídeos e da última mensagem enviada por ele à CCult, em 2019, emocionaram. Os senhores que, em meio a uma realidade social comparável a um pântano lamacento, cumprem a própria missão em prol da sociedade e em prol das pessoas, recitando daimoku da prática individual e altruística, são indiscutivelmente a entidade do Myoho-renge-kyo.1 A mensagem do Mestre tornou-se um direcionamento eterno para todos. Nas palavras de Alessandro Ariga, coordenador da CCult, ficou evidenciado que o sentimento de gratidão pelo presidente Ikeda e pelos veteranos deve ser transformado em uma grande luta em prol da cultura e do humanismo Soka. “Manifestar ainda mais coragem, força e disposição para cumprir nosso papel, nossa missão e nosso juramento ao Mestre, sempre realmente buscando avançar, cada vez mais, junto com os companheiros e com esse mesmo coração grandioso de Ikeda sensei.” Já a coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti, relembrou sua atuação como integrante do Pompom-tai, grupo infantil da banda feminina Asas da Paz Kotekitai, no festival de 1984. Comentou também sobre o encontro que teve com o coordenador da Coordenadoria Cultural da Soka Gakkai, Hiroki Nagano, durante um curso de aprimoramento no Japão em abril deste ano, junto com Ariga, e terminou suas palavras destacando cinco pontos compartilhados por ocasião dessa atividade O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, falou brevemente sobre os quatro pilares da oração budista explanados pelo presidente Ikeda em fevereiro de 2021. Reforçou serem esses pontos essenciais para a prática da fé. No topo: participantes do encontro comemorativo dos quarenta anos da CCult, em São Paulo Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019, p. 6.Foto: Colaboração local
29/05/2024
Relato
BS
A estrada que escolhi
Eu me chamo Thatyane de Almeida Belschansky e atualmente resido em Londrina, PR. Nascida e criada em Belém, PA, norte do país, e sempre fui fascinada por novos conhecimentos. O budismo entrou em minha vida aos 16 anos, quando tive de fazer um trabalho no último ano do ensino médio, e o sorteei como religião para um seminário. Não sabia nadinha de budismo, pois cresci em uma família cristã praticante. Porém, lembrei-me de que havia um grupo de budistas na minha rua. Reuni coragem, bati à porta deles e fui muito bem recebida ao falar do meu propósito. Nesse dia, saí de lá cheia de edições dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS) — Brasil Seikyo, revista Terceira Civilização, RDez — e, de quebra, com um convite para uma reunião de palestra no fim de semana seguinte. Participei, enchi as pessoas de perguntas e, nesse dia, descobri que Nirvana não era só uma banda. Os dias se passaram, apresentei o trabalho, fui muito elogiada ao revelar o surgimento e as ramificações do budismo, em especial a origem de Nichiren Daishonin. Voltei para casa e continuei lendo o material que recebi dos amigos budistas. Quando terminei, fui trocar e pegar mais; quanto mais lia, mais me identificava com tudo aquilo. No entanto, quando minha mãe descobriu que eu estava indo para as reuniões, proibiu-me seriamente. Continuei participando escondida. Ao ser descoberta novamente pela minha mãe, tive coragem de dizer que queria ser budista. Como resultado, fui mandada para a casa de uma tia em Goiânia, GO, praticante de outra religião. Mesmo assim, eu viajava escondida, para a cidade vizinha, Caldas Novas, e continuei praticando o budismo. Quando minha tia descobriu, houve outra confusão e voltei para Belém, afirmando que, não importava aonde eu fosse, prosseguiria com a prática budista. Inspirar pelo exemplo Em 2014, fui morar com uma amiga que, para minha boa sorte, era budista, e pude assim me converter. Anos se passaram e, com minha atitude e comprovação, minha mãe passou a compreender e a conhecer o budismo. Hoje, quando ela está preocupada com algo, diz: “Filhota, faz daimoku daí, que vou orar daqui; vai dar tudo certo”. Ainda sou a única praticante na família, mas todos respeitam e sabem quem são meus mestres da vida. Eles até usam meus bordões budistas. Na pandemia da Covid-19, perdi meu avô, uma das pessoas que mais amava na vida. Não soube lidar com a dor dessa perda e entrei em depressão. Aos poucos, fui mergulhando na escuridão fundamental, chegando a ponto de ter pensamentos de morte e tentar ir também. Por grande sorte, sou membro do grupo de dança Taiga, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da BSGI, cujas integrantes me incentivaram muito. O livro Diário da Juventude,1 de autoria de Daisaku Ikeda, que narra os bastidores e desafios vividos por ele tornou-se meu livro de cabeceira, porque consegui enxergar sensei “gente como a gente”. Com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo, resolvi enfrentar meus medos. No ano seguinte, 2021, eu me inscrevi para ser voluntária na campanha contra a Covid-19, permanecendo até março de 2022. Durante esse período, encarei o medo e a tristeza e pratiquei o humanismo que tanto aprendemos na Gakkai. No fim de 2021, junto com meu estágio, iniciei um projeto de combate ao bullying em uma escola pública, quando a instituição retomou as atividades presenciais. Isso deu vida ao meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Estudo justiça restaurativa e minha iniciativa turbinou-se quando abordei o combate ao bullying. Fui pioneira ao criar o material do zero, porque só existia algo similar na área sociojurídica, no Pará. Recebi tantos elogios que me formei já com indicação para mestrado. Novo local da missão Com o fim desse ciclo, decidi mudar de cidade e, após extensa pesquisa, escolhi Londrina, motivada pela excelência da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tive a felicidade de encontrar pessoas maravilhosas da Gakkai nessa localidade, que me acolheram e me receberam bem. Hoje, atuo como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens, buscando contribuir com o meu melhor. Quando soube da convenção do dia 26 de maio, enlouqueci de alegria. Em 2009, não consegui participar, mas, desta vez, faria o sonho acontecer. Lancei o objetivo, comecei a fazer freelance e a guardar dinheiro (extra). Como gosto de desafios emocionantes, eu me inscrevi para participar pelo Taiga também e fui aprovada. É minha comprovação construída com muito mais daimoku, superando a fase do quadro ansioso-depressivo, razão pela qual me fez ganhar mais de 36 quilos. Imagine a satisfação de vencer junto com o Taiga? Superei também a dengue, após a seleção, e a cada dia agradeço a oportunidade de desfrutar uma juventude de valor. Com muita alegria no coração, envio sempre mensagens explicativas sobre o budismo e incentivos do sensei a todos os grupos e redes sociais dos quais participo. É uma gratidão imensa, como se eu estivesse vivendo, na prática, este trecho do poema A Estrada, composto pelo nosso eterno mestre: Existe uma estrada e essa estrada é a estrada que eu amo. Eu a escolhi. Quando trilho essa estrada, as esperanças brotam e o sorriso se abre em meu rosto. Desta estrada nunca, jamais fugirei.2 O dia 26 de maio de 2024 será o meu marco de vida. Estou me esforçando para vencer infalivelmente, conforme o juramento do meu amado grupo Taiga. É o meu descortinar. Esta é a Thatyane do coração do Mestre. Gakkai, conte comigo! Muito obrigada! Thatyane no curso de outono com lideranças jovens de sua localidade atual Thatyane na reunião de palestra de sua comunidade Thatyane de Almeida Belschanky, 32 anos, assistente social. Na BSGI, atua como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Comunidade Vila Nova, Distrito Centro, RM Londrina Centro, Sub. Norte do Paraná, CRE Paraná, CGRE. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 2. RDez, ed. 229, jan. 2021, p. 20-21.Fotos: Arquivo pessoal
29/05/2024
Novo livro
BS
A força do diálogo
O momento não poderia ser mais propício. Ao observar o recente cenário internacional de conflitos em diferentes locais do mundo, a humanidade se vê diante da necessidade premente de estratégias para edificar sociedades nas quais as pessoas possam conviver em harmonia e solidariedade, compartilhando semelhanças e respeitando diferenças. Oportunamente, em junho, a Editora Brasil Seikyo (EBS) publica a obra A Sabedoria da Tolerância, que nasceu a partir de um diálogo entre Abdurrahman Wahid, primeiro presidente eleito democraticamente na Indonésia, e Daisaku Ikeda, filósofo e pacifista. Ao defenderem a preservação da vida como propósito comum, os autores apresentam a importância do intercâmbio entre diferentes culturas e religiões para a promoção da paz por meio do diálogo e do respeito mútuo. O livro chega às mãos dos participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) de todo o Brasil em junho e estará disponível nas versões impressa e digital para quem desejar adquiri-lo a partir de julho. Diante da desarmonia e dos conflitos, como criar uma realidade que valorize o respeito às diferenças e contribua para a promoção da paz? Esse é o tema central abordado pelos autores ao dialogarem sobre as convergências entre o islã e o Budismo Nichiren, destacando a responsabilidade das religiões na construção de um mundo mais solidário. Wahid, a partir de sua experiência como muçulmano, desmistifica pressuposições a respeito da religião e esclarece que esta carrega em sua essência o respeito à dignidade da vida, afastando o senso comum criado na sociedade após os ataques às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, em 2001. Além disso, tanto Wahid quanto o Dr. Ikeda reiteram o dever das religiões de empreender ações pela paz a partir de suas semelhanças, conforme as palavras do Dr. Ikeda na página 24: “O propósito da religião é a felicidade humana. Suas doutrinas específicas podem variar, mas todas as religiões podem cooperar pelo bem da paz na humanidade”. Destinada àqueles que têm interesse em aprofundar o conhecimento sobre a importância do intercâmbio de ideias para a criação da cultura de paz, a obra A Sabedoria da Tolerância, em suas 288 páginas, elucida como a troca de informações entre diferentes religiões e nacionalidades, abordando aspectos culturais, filosóficos e históricos, contribui para a riqueza e o fortalecimento de cada comunidade humana. Para que seja possível transpor as barreiras das diferenças entre as pessoas, os autores ressaltam o papel fundamental daqueles que educam ao orientarem e instruírem os jovens, herdeiros e promotores das mudanças, para que consolidem um caráter humanístico durante a vida e direcionem suas ações para fundamentar uma sociedade em que se reconheça o valor e o potencial ilimitados de cada pessoa. É momento de diálogo, cada vez mais. Veja aqui os kits de junho para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega *** PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Sabedoria da Tolerância Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de junho ou assista abaixo Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de junho, assine o CILE até 31/05/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/06/2024 em www.ciledigital.com.br Foto: BS
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Eterna jornada conjunta
DR. DAISAKU IKEDA Uma pessoa que possui o mestre como ponto primordial é forte. Não se esqueça de seu ponto primordial. Porque, desde que não o deixe de lado, você não sairá da órbita da fé pela qual decidiu seguir adiante. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * Em seu escrito Florescer e Produzir Grãos, Daishonin declara: Dizem que se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda, mas, se um mestre cria um mau discípulo, ambos cairão no inferno. Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo.1 Se mestre e discípulo tiverem mentes diferentes, nada poderá ser realizado. No fim, tudo é decidido pelo discípulo. O enorme crescimento da Soka Gakkai até agora foi alcançado por meio da união brilhante e indestrutível da unicidade de mestre e discípulo. Se tiverem profunda consciência da missão de mestre e discípulo de viver uma existência dedicada ao kosen-rufu, jamais terão algo a temer. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. Baluarte Central. Nova Revolução Humana. v. 17. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * A questão mais importante na vida de uma pessoa é quem ela tem como mestre e quem segue como exemplo. Não há felicidade maior do que possuir um mestre da vida. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * A relação entre mestre e discípulo é como a da agulha com a linha. O mestre abre o caminho e revela os princípios, enquanto o discípulo prossegue o trabalho do mestre, aplica, desenvolve e concretiza esses princípios. O discípulo também deve seguir adiante e ultrapassar o mestre. O mestre, por sua vez, está pronto a dar tudo de si, até mesmo a própria vida, pelo discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Mestre e discípulo ligados pelo juramento seigan pelo kosen-rufu vivem juntos eternamente, unidos pelo compromisso de lutarem juntos até o fim. Fonte: IKEDA, Daisaku. Atuação Conjunta de Mestre e Discípulo. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * O budismo ensina: “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.1 A relação de mestre e discípulo é um laço entre duas vidas gerado pela mútua, séria e sincera determinação do mestre comprometido a desenvolver o discípulo de forma a superá-lo, e do discípulo em corresponder de todo o coração à determinação do mestre. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. O Impossível é Possível. Romper Barreiras. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * A relação mestre-discípulo é a base do budismo. Se compreendermos de fato o caminho de mestre e discípulo, seremos capazes de realizar infalivelmente nossa revolução humana, atingir o estado de buda nesta existência e abrir o caminho para o futuro eterno do kosen-rufu. Fonte: IKEDA, Daisaku. Luz do Sol. Nova Revolução Humana, v. 19. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Sem a relação de mestre e discípulo, qualquer coisa que realizarmos simplesmente terminará junto com a nossa existência. Não passará de um breve drama e de uma busca por satisfação pessoal. Em contraste, a relação de mestre e discípulo nos habilita a viver uma vida conectada ao grandioso fluxo da humanidade, uma vida comparável a um caudaloso rio, uma vida que faz parte de uma ininterrupta corrida de revezamento. Mestres e discípulos são como atletas numa corrida de revezamento. Eles avançam, passando adiante o bastão ao longo da trilha pela justiça, felicidade e paz de toda a humanidade. Os mestres correm na frente para, depois, transferir o bastão aos discípulos. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O presidente Toda sempre dizia que os discípulos devem buscar ultrapassar seus mestres. Somente mestres de pensamento mesquinho exigem que os discípulos os sigam e aceitem tudo o que disserem com obediência cega. Mestres genuínos instigam os discípulos a superá-los, a realizar o que eles não puderam realizar. E discípulos verdadeiros se esforçam ardentemente para fazer exatamente isso. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Alinhar nosso coração ao coração do mestre e aprofundar nossa determinação de promover o progresso do kosen-rufu são os fatores fundamentais para estabelecermos um elo sólido com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. É com essa união que conseguimos ativar o poder realmente resplandecente da Lei Mística. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Se os seguidores leigos e o mestre oram com pensamentos diferentes, suas orações serão tão inúteis quanto tentar acender fogo sobre a água. Fonte: Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 54, 2017. * * * A unicidade de mestre e discípulo inicia-se pelo ato de viver com o mesmo espírito do mestre e de sempre mantê-lo firmemente no coração. É fácil falar sobre o caminho de mestre e discípulo, mas se nosso mestre não estiver em nosso coração, não estaremos praticando o budismo genuinamente. Se pensarem no coração do mestre como algo que existe fora de vocês, as ações e a orientação dele não atuarão mais como um padrão ou modelo interior para vocês. Então, em vez disso, poderão adotar como parâmetro de conduta a maneira como seu mestre os vê ou os avalia. Se isso acontecer, tenderão a se esforçar com afinco se o mestre lhes disser estritamente que o façam, mas poderão diminuir o empenho ou até se tornar calculistas na tentativa de obter a aprovação dele. Dessa forma, não conseguirão aprofundar a fé nem realizar sua revolução humana. E se os líderes cederem a essa tendência, aniquilarão o verdadeiro espírito do budismo e o puro mundo da fé se transformará num reino de questões mundanas governado por vantagens pessoais e conjecturas. Somente estabelecendo firmemente o grandioso caminho da unicidade de mestre e discípulo no próprio coração, a pessoa consegue promover a perpetuação da Lei. Fonte: IKEDA, Daisaku. Fortaleza de Pessoas Capazes. Nova Revolução Humana, v. 25. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * O kosen-rufu se torna possível quando os discípulos abraçam o mesmo espírito que o mestre. Sem o sólido pilar da relação de mestre e discípulo, é muito fácil ser arrastado pelas próprias emoções e tendências da época, e a pessoa prontamente cede à pressão e desiste quando sua fé é posta à prova. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * No que se refere a mestres, há os bons e os maus. “Busquem bons mestres! Evitem maus mestres! Tenham a sabedoria para saber diferenciar um do outro. Não sejam enganados!” — essa é a instrução solene de Nichiren Daishonin. Não devemos seguir mestres errôneos; se o fizermos, seremos influenciados negativamente pelos procedimentos incorretos deles. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O caminho de mestre e discípulo é crucial para trilharmos o verdadeiro curso do humanismo e do budismo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * A força da ligação entre mestre e discípulo não se define pela distância física. Somente aquele que possui o mestre em seu próprio coração pode ser considerado um discípulo com forte ligação. Aí se encontra o grande caminho da unicidade de mestre e discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. Espírito de Procura. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Ter “a mesma mente que Nichiren” é a essência da nossa fé e prática budistas. Os mestres e discípulos Soka, começando pelo presidente fundador, Tsunesaburo Makiguchi, e seu discípulo e segundo presidente, Josei Toda, dedicaram a vida em prol do grande juramento pelo kosen-rufu, de acordo com o espírito de Daishonin. Permanecer fiel ao caminho de mestre e discípulo Soka, portanto, é a prática de ter a mesma mente que Nichiren. Falando de modo concreto, significa manter firmemente nosso mestre no coração o tempo todo. Além disso, não devemos nos considerar separados do mestre; em vez disso, devemos sempre agir e pensar baseando-nos da perspectiva do mestre. Fonte: IKEDA, Daisaku. Alto-Mar. Nova Revolução Humana, v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. No topo: Dias antes de tomar posse da terceira presidência da Soka Gakkai, o jovem Daisaku Ikeda posa com os retratos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi, à esq., e Josei Toda, à dir., na sede central da organização em Tóquio (Japão, abr. 1960) Foto: Seikyo Press
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Desenvolver seres humanos de valor
“A Soka Gakkai se tornará um castelo com seres humanos de valor.” Essa era a diretriz eterna de Josei Toda. Em abril de 1954, visitei as ruínas do Castelo de Aoba, em Sendai, acompanhando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Na época, estava sempre próximo a ele, com grande disposição em gravar as orientações do mestre em minha vida, sem perder uma única palavra. Detalhe do Castelo de Aoba Como concretizar os planos de Toda sensei? Como avançar com o coração em total unicidade com o coração do meu mestre? Ainda jovem, orando e me preocupando seriamente com essas questões, desbravava com toda a dedicação o caminho da minha própria missão. Nas ruínas do Castelo de Aoba, há uma famosa estátua de Date Masamune. Dirigindo-se à estátua, o mestre bradava com altos risos: “Caro Date, você está bem?”. Estátua do samurai Date Masamune Então, diante das ruínas do Castelo de Aoba, onde ainda restam sólidos muros de pedra, Toda sensei disse resolutamente: “No Japão do passado, o castelo era a base das batalhas. Na Gakkai, façamos do ‘castelo de valores humanos’, a base para a eternidade. A Soka Gakkai deve se tornar o ‘castelo de valores humanos’”. Até hoje, sua voz ressoa e não se afasta dos meus ouvidos. O mais importante são os seres humanos de valor. A organização que construir o castelo de pessoas valorosas prosperará vitoriosamente por todo o futuro. É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído. Do contrário, uma organização em que [os veteranos] se aproveitam dos corajosos sucessores, tornando-os meios para a autopromoção, jamais se desenvolverá. Por algum tempo pode parecer que esteja prosperando, mas, no final, com certeza vai desmoronar. Por sua vez, uma organização ou uma entidade em constante crescimento, sem dúvida, é possuidora de uma qualidade brilhante que inspira o desenvolvimento das pessoas, capacitando-as com autenticidade e sinceridade. É uma organização que possui referência para discernir o certo do errado, transmitindo perfeitamente esses valores para os sucessores. Veteranos que desenvolvem sucessores como seres humanos valorosos melhores que si mesmos — essa é a tradição da SGI desde a época do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, e do segundo presidente, Josei Toda. Lidero o kosen-rufu sempre tendo como base fundamental o aprimoramento de pessoas capazes. Vim conduzindo tudo exatamente de acordo com as orientações de Toda sensei. É por essa razão que a Soka Gakkai se ergueu altiva como “castelo dourado de valores humanos”, mundialmente admirado. Desejo que a Soka Gakkai avance vitoriosamente, para todo o sempre, como “castelo de valores humanos”. (...) O futuro se encontra inteiramente nas mãos dos jovens. Oro sempre, de coração, pela boa saúde, pela vitória e pela atuação dos jovens Soka. Desejo que os jovens se tornem socialmente excelentes, humanamente extraordinários e sejam catalisadores da paz e da felicidade para as pessoas ao seu redor. O número cada vez maior de jovens com essa capacidade fará com que a expansão do kosen-rufu avance um novo degrau. Josei Toda, meu venerado mestre, dizia: “É época dos jovens. Confio tudo aos jovens”. E, assim, entregou o bastão aos sucessores da Divisão dos Jovens centralizada em mim. Hoje, eu também, com esse mesmo sentimento, quero confiar toda a Soka Gakkai à nova Divisão dos Jovens. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018, p. B2. *** Criar a união Em abril, comemoraram-se setenta anos desde que o jovem Daisaku Ikeda acompanhou seu mestre, Josei Toda, na visita às ruínas do Castelo de Aoba, em Sendai. Depois daquela ocasião, o presidente Ikeda visitou diversas vezes as ruínas dialogando com Toda sensei em seu coração. Em 20 de novembro de 1961, Ikeda sensei participou da inauguração da sede da Soka Gakkai de Tohoku. No dia seguinte, ele foi até as ruínas do castelo com os jovens da organização local. Apontando para o muro construído solidamente com diversos tipos de pedras, pequenas e grandes, afirmou: “O importante é criar a união, complementando-se mutuamente. O castelo de “valores humanos” significa o “castelo da união de ‘valores humanos’”. Adicionalmente, ele compôs um poema waka: Com a decisão ainda maior de construir o castelo de “valores humanos”, levanto-me em Aoba após a partida do mestre. Gravando em seu coração a diretriz confiada pelo seu mestre, Ikeda sensei dedicava-se com toda a sua alma a incentivar cada pessoa. Em 28 de fevereiro de 1971, ele se dirigiu novamente às ruínas do Castelo de Aoba. Naquele dia, participou da fundação do Grupo do Futuro de Tohoku e do Festival Cultural de Tohoku, e enviou incentivos repletos de emoção aos novos “valores humanos”. Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 17 de janeiro de 2024. No topo: Em 28 de fevereiro de 1971, Daisaku Ikeda se dirigiu às ruínas do Castelo de Aoba. Naquele dia, participou da fundação do Grupo do Futuro de Tohoku e do Festival Cultural de Tohoku Fotos: Seikyo Press | Getty Images
09/05/2024
Editorial
BS
“Levantem-se com a poderosa oração”
Um dos períodos mais aguardados pela Soka Gakkai chegou! Enquanto estamos nos aproximando da grande atividade dos jovens da BSGI, o sul do país enfrenta um enorme desafio desde o começo do mês. Assim, diante dos acontecimentos na região, a organização, em um gesto de profundo respeito, prontamente manifestou sua solidariedade às inúmeras vítimas e aos desabrigados em decorrência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. E a toda a população gaúcha, transmitiu o profundo sentimento de pesar pelas vidas perdidas. A BSGI está em contato com os membros locais para prestar apoio material e incentivos. Eventos como a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo provocam transformações na vida das pessoas que, por sua vez, impactam a sociedade onde vivem. Acontecimentos naturais também são oportunidades para fortalecer a prática da fé. Nesta edição, na série “O Brilho das Quatro Estações, o Coração de Ikeda Sensei”, ele afirma: Nós temos fé com a mais elevada convicção. Levantem-se com a poderosa oração! O daimoku é o rugido do leão. A coragem se manifesta de forma abundante, e a energia vital transborda plenamente. Agora é o momento. É a partir de agora! Venceremos com a força da grande sinceridade, mergulhando com coragem em meio aos seres humanos, entre as pessoas. Um novo dia, um novo desafio.1 Na nova fase da editoria Encontro com o Mestre, Brasil Seikyo traz uma foto memorável de Ikeda sensei em sua visita às ruínas do Castelo de Aoba, em 1971, e o seguinte incentivo: O mais importante são os seres humanos de valor. A organização que construir o castelo de pessoas valorosas prosperará vitoriosamente por todo o futuro.É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído.2 Nesta construção monumental do futuro, desejamos que estas páginas sejam alento para os amigos da Região Sul ultrapassarem os dramas de transformação rumo à revitalização. Como o Mestre afirma, que esta leitura e a convenção dos jovens sejam fontes de energia para alicerçar as bases do kosen-rufu de cada localidade, por meio do contínuo avanço individual e organizacional! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.658, 11 maio 2024, p. 8. 2. Ibidem, p. 3.
09/05/2024
Notícias
BS
Companheirismo e avanço
Localizado entre a zona oeste da capital e a região sul do litoral do estado do Rio de Janeiro, o Distrito Itaguaí é composto pelas Comunidades Jardim América, Itaguaí e Costa Verde, com sete blocos ao todo. Abrange uma extensão de aproximadamente 40 quilômetros, porém o desafio da distância só reforça e estreita os laços de vida a vida construídos na localidade. Os integrantes do distrito, que pertence à Sub. Campo Grande, da Coordenadoria Rio Oeste (CRO), são conhecidos por sua luta intrépida de vencer barreiras físicas, buscando envolver cada um dos companheiros nas atividades e lutando lado a lado como verdadeira família Soka. A Comunidade Jardim América foi a primeira a ser fundada na região e hoje é formada em sua maioria por veteranos, incluindo o primeiro shakubuku de Itaguaí e família. As outras duas comunidades, Itaguaí e Costa Verde, localizam-se em regiões praianas que ofertam diferentes atividades de ecoturismo, famosas durante o verão fluminense e propícias para caminhadas nas demais estações, demonstrando o estilo de vida dinâmico e enérgico dos moradores. Dinamismo e energia Essas características refletem o coração dos membros da Divisão dos Jovens (DJ) do distrito, os quais vêm realizando uma luta grandiosa com o objetivo de não deixar ninguém para trás no movimento dos cem jovens humanistas na localidade. “Os jovens são os construtores do futuro e, para criá-los, é preciso que haja mudança neste momento. Esses encontros promovidos nas visitas e atividades estão sendo totalmente significativos, estreitando ainda mais nossos laços de amizade e promovendo um grande avanço na vida de todos”, relata o responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito, Raphael Melo. Atividade dos jovens no 16 de Março — movimento dos cem jovens por distrito e fundação do Bloco Sol de Muriqui — no Distrito Itaguaí Dois novos blocos No significativo dia 16 de março, foi organizada uma atividade liderada pelos jovens que culminou na fundação do Bloco Sol de Muriqui, o mais novo da organização de base, concretizando o desejo dos veteranos de promover o humanismo Soka na região. “Mesmo com os desafios pós-pandemia, ampliamos nossa localidade e fundamos o Bloco Itacuruçá e, nesse avanço contínuo, surge agora o mais novo bloco, Sol de Muriqui, no dia 16 de março. O objetivo dos participantes da nossa comunidade é que esta se torne um distrito até dezembro de 2025”, compartilha a responsável pela Divisão Feminina (DF) do Bloco Costa Verde, Lucilene Florenço, representando o sentimento das lideranças. Encontro semanal de daimoku e estudo no Bloco Sol de Muriqui Caminho da vitória Comprometidos em vencer infalivelmente, os líderes das comunidades vêm realizando encontros semanais de daimoku e estudo objetivando que os membros ultrapassem seus desafios e visando à expansão da localidade. Com a leitura dos incentivos de Ikeda sensei no Brasil Seikyo e nos trechos da Nova Revolução Humana contidos no Guia para a Vitória, todos dialogam e compartilham seus relatos de experiência, renovando a esperança no coração e apoiando uns aos outros. “Tenho muito orgulho de pertencer a este distrito de pessoas fortes, felizes e vitoriosas”, ressalta Simone Corrêa Coimbra, responsável pela DF da Comunidade Itaguaí. Reunião semanal de estudo da Comunidade Itaguaí Encontro de daimoku e estudo na Comunidade Jardim AméricaAo considerarem as características particulares de cada localidade e de cada membro, os líderes se empenham num grande movimento de participação nas reuniões de palestra, com visitas constantes. O companheirismo é marca registrada do distrito, como afirma Mônica Hameury, responsável pela DF do distrito. Ela reforça: “Observando e respeitando cada pessoa, nós nos abraçamos como uma grande família da Gakkai. Temos o prazer de estar juntos com companheirismo — essa é a nossa base”. Tal qual o Porto de Itaguaí, referência em estrutura e localização estratégica e um dos principais polos de exportação de minério do país, o Distrito Itaguaí é modelo em exportar o humanismo para a região e adjacências, propagando o Budismo Nichiren para todas as pessoas, indistintamente. No topo: Reunião de palestra da Comunidade Costa Verde Fotos: Colaboração local
25/04/2024
Conheça o Budismo
BS
Sempre junto com sensei
Um dos princípios fundamentais do budismo é o da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi, em japonês). No termo shitei funi, shi significa “mestre”, tei, “discípulo” e funi, “unicidade”. É um conceito que explica que não há distinção entre mestre e discípulo, por mais diferente que seja a personalidade de cada um deles. Além disso, essa relação transcende os limites de tempo e de espaço e constitui a mais elevada e fundamental forma de relacionamento humano. Por que o budismo dá importância à unicidade de mestre e discípulo? A resposta fica clara quando entendemos que a Lei Mística é a base de todas as coisas. No budismo, mestre é o Buda, ou a pessoa iluminada para a Lei; o discípulo é a pessoa que busca a iluminação. A diferença entre eles reside apenas na iluminação atingida pelo Buda. Porém, perante a Lei, ambos são iguais e encontram-se unidos. Ikeda sensei afirma: Não há nada mais belo para um ser humano que os laços de mestre e discípulo. Não existe nada mais forte. A relação de mestre e discípulo é a essência do budismo. Mas devemos nos lembrar de que um mestre não é um ser superior; mestre e discípulo são companheiros que se empenham juntos na vida real para alcançar um mesmo ideal.1 Herdar o espírito fundamental Na vida, é essencial ter um mestre capaz de nos orientar como vivermos dignamente. Podemos encontrar, em muitos campos, sobretudo na educação, mestres que procuram ensinar seus conhecimentos teóricos e práticos ligados a determinado aspecto. No budismo, contudo, mestre é aquele que direciona nossa vida à felicidade e se dedica junto com os discípulos pelo supremo ideal da paz mundial e da felicidade da humanidade. Nenhum empreendimento épico pode ser alcançado em uma única geração. Somente quando o espírito do mestre é herdado pelos discípulos e transmitido continuamente a sucessivas gerações é que esse empreendimento é atingido. Vida vitoriosa Que tipo de mestre devemos buscar? Existem muitas pessoas que, iludidas por belas palavras, confiam cegamente em indivíduos que buscam apenas honras e posições. Mesmo sofrendo perseguições, Nichiren Daishonin combateu, de forma incansável, esse tipo de pessoa, não se preocupando com a própria segurança e sim com a felicidade dos seus discípulos. Por sua vez, o presidente Ikeda dedicou a vida com o mesmo espírito de Nichiren Daishonin e, apesar de sofrer inúmeras críticas e ataques infundados, lutou como um verdadeiro leão para proteger seus discípulos de influências negativas. Portanto, como discípulos, devemos nos empenhar para vencer as circunstâncias negativas, construir a verdadeira felicidade e atingir a vitória na vida, correspondendo assim aos anseios do Mestre. Em um discurso, o presidente Ikeda declarou: Quando nos dedicamos firmemente ao caminho de mestre e discípulo, podemos manifestar a sabedoria e a força ilimitadas inerentes à nossa vida. Nada neste mundo é mais forte que a luta unida de mestre e discípulo. Não existe nada mais alegre.3 Três Mestres Soka A relação de mestre e discípulo é o fundamento do avanço da Soka Gakkai ao longo de todos esses anos. Iniciou-se com o professor Tsunesaburo Makiguchi, que possuía o ardente desejo de concretizar os ideais de Nichiren Daishonin. O espírito de Makiguchi sensei foi herdado por Josei Toda que, buscando tornar realidade os desejos do seu mestre, reergueu a organização após a guerra, contando com a ajuda daquele que seria seu sucessor, o jovem Daisaku Ikeda. Esse também, com um espírito de verdadeiro discípulo, se empenhou para realizar as aspirações do seu mestre. E foi por meio desse espírito que a Soka Gakkai se expandiu atualmente para 192 países e territórios, consolidando-se como organização promotora do kosen-rufu mundial, o grande desejo do buda Nichiren Daishonin. Possuir um mestre que direciona as pessoas ao verdadeiro caminho da felicidade é fundamental para que elas atuem de forma sábia em qualquer local, com base nos incentivos que ele oferece. Esse é o motivo pelo qual o budismo enfatiza a importância da relação de mestre e discípulo. Perfeita igualdade Na sociedade em geral, é comum o discípulo ser encarado como alguém subserviente ao mestre. Por isso, muitos podem pensar que a relação de mestre e discípulo é algo ultrapassado. No budismo, entretanto, essa relação tem como base a perfeita igualdade. Em termos práticos, no Budismo de Nichiren Daishonin, e mais especificamente na Soka Gakkai, o discípulo deve agir com o espírito de atuar onde o mestre não pode estar, levando seus ideais a todos os locais. O presidente Ikeda orienta: A relação de mestre e discípulo é essencialmente rigorosa. Tudo depende da seriedade com que o discípulo é capaz de aceitar e agir de acordo com cada palavra do mestre. Um verdadeiro discípulo esforça-se para concretizar os objetivos do mestre, sem imitá-lo, mas pondo suas palavras em ação... As pessoas que meramente tentam imitar o mestre, agindo só na aparência, de alguma maneira acabam indo para o caminho errado. Isso realmente aconteceu na época do presidente [Josei] Toda e continua a acontecer atualmente. Há um caminho para cada discípulo, e este caminho encontra-se unicamente no esforço de concretizar os ideais do mestre.4 Discípulo de comprovação O budismo não escraviza os praticantes com dogmas preconcebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os ensinamentos de um mestre somente podem ser transmitidos para um discípulo que mantém puro espírito de procura. Se não fosse assim, o budismo não poderia ser compreendido nem tampouco os ensinamentos de um mestre poderiam fluir continuamente para as novas gerações. O princípio da “unicidade de mestre e discípulo” abre as portas para atingirmos o estado de buda nesta existência, pois nos estimula a concretizar e a superar os ideais do nosso mestre. Portanto, a grandiosidade do mestre se reflete nas ações do discípulo. Em uma orientação, Ikeda sensei enfatiza: O presidente Josei Toda frequentemente dizia: “A relação de mestre e discípulo não é firmemente estabelecida quando você se tornar um bom discípulo. A relação de mestre e discípulo depende do comprometimento do discípulo”. Quando o discípulo busca o mestre e se empenha sinceramente para crescer, sua vida e seu espírito ressoam com a vida e o espírito do mestre, e suas capacidades ilimitadas anteriormente ocultas são desvendadas.6 Juntos eternamente Nos tempos de Nichiren Daishonin, seus ensinamentos foram transmitidos e herdados pelo seu discípulo Nikko Shonin. Nos dias atuais, a Soka Gakkai, sob o direcionamento legado por Ikeda sensei, vem difundindo em uníssono a veracidade do budismo em meio à sociedade. Tornemo-nos, então, verdadeiros discípulos que participam ativamente desse histórico momento do budismo, divulgando os ideais humanísticos desse ensinamento para as futuras gerações. O verdadeiro discípulo, quando encontra seu mestre, sai da condição de ser salvo, da passividade de ser protegido e iluminado por ele; e, em vez disso, assume seu papel de lutar ao lado dele, protegendo-o, enquanto se dedica à missão de salvar as pessoas, assim como Ikeda sensei salienta: Gostaria de reafirmar aqui que o Sutra do Lótus ensina a grande transformação — de discípulos que são conduzidos à iluminação pelo mestre (o Buda) para discípulos que conduzem os outros à iluminação com o mesmo juramento e compromisso de seu mestre. Em outras palavras, a visão do Sutra do Lótus de ajudar todas as pessoas a atingir a iluminação só se completa com o surgimento de discípulos que lutam junto com seu mestre.7 Dessa forma, após Ikeda sensei ter encerrado sua nobre existência em 15 de novembro de 2023, é chegado o momento de os genuínos discípulos assumirem o protagonismo do movimento pelo kosen-rufu, tornando realidade os sonhos do Mestre e construindo com as próprias mãos um mundo de paz e de felicidade. Leia mais Sobre a unicidade de mestre e discípulo no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. No topo: Três Mestres Soka: acima, à esq., Tsunesaburo Makiguchi; à dir., Josei Toda. Ao centro, Daisaku Ikeda Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.650, 4 maio 2002, p. A6. Idem, ed. 1.651, 11 maio 2002, p. A6. Idem, ed. 1.652, 18 maio 2002, p. A6. Terceira Civilização, ed. 598, jun. 2018. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.583, 9 dez. 2000, p. A3. 2. Ibidem, ed. 2.025, 6 mar. 2002, p. A2. 3. Ibidem, ed. 1.628, 17 nov. 2001, p. A3. 4. Ibidem, ed. 1.548, 18 mar. 2000, p. A3. 5. Ibidem, ed. 1.583, 9 dez. 2000, p. A3. 6. Ibidem, ed. 1.330, 5 ago. 1995, p. 3. 7. Terceira Civilização, ed. 560, abr. 2015, p. 44. Ilustração: Kenichiro Uchida
25/04/2024
Especial
BS
Três de maio de ardente esperança
“Cada passagem dessa data é um momento para mestre e discípulos prometerem, juntos, realizar a ampla propagação da Lei Mística. É o dia para iniciarem uma nova luta em prol da paz mundial e da felicidade da humanidade. Assim será, eternamente!”1 As palavras do presidente Ikeda expressas nessa abertura nos conduzem ao espírito das comemorações dos significativos marcos do 3 de Maio na Soka Gakkai. Ainda mais neste ano (2024), o primeiro após a partida do Mestre, que encerrou serenamente sua existência em 15 de novembro de 2023, aos 95 anos — uma jornada de dedicação abnegada pela causa da paz. Neste especial, trazemos alguns contextos históricos e compartilhamos as expectativas para o 3 de Maio entre nós, brasileiros. O levantar dos genuínos discípulos em assumir o legado de Ikeda sensei, aqui e agora. Profunda relação de juramento Sete anos após a morte do fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, que ocorreu no cárcere por defender suas crenças, Josei Toda, seu fiel discípulo, assume a presidência da Soka Gakkai. Ele, que também havia sido preso, determinou reconstruir a organização e honrar a existência do seu mestre, abrindo a correnteza do espírito Soka. No dia 3 de maio de 1951, em seu discurso de posse, Toda sensei fez uma apaixonada declaração: “Juro converter, por meus próprios esforços, 750 mil famílias enquanto eu viver”. Este foi o imponente juramento de concretizar o kosen-rufu, o movimento para a consecução de uma sociedade de paz. Na época, a Soka Gakkai tinha apenas 3 mil membros. Toda sensei toma posse da segunda presidência (3 maio 1951) O jovem Daisaku Ikeda, que da plateia ouviu aquele brado e abraçou essa causa, acompanhou seu mestre em todas as iniciativas até o falecimento dele, em 2 de abril de 1958. Sobre o período em que compartilharam juntos desafios e vitórias, Ikeda sensei deixou gravado: Ele [Toda sensei] encontrou-me; elevou-me; dele aprendi o correto significado da fé e os verdadeiros ensinamentos do budismo. Além disso, ele me ensinou como alguém pode viver e como os esforços de um ser humano florescem na sociedade. Para mim, sua orientação foi o hino da minha juventude, minha realidade, o mais nobre drama da vida neste mundo.2 3 de maio de 1960 — o levantar do discípulo Com a morte de Josei Toda, muitos na sociedade acreditavam que a Soka Gakkai deixaria de existir. No entanto, ardia no peito do jovem Daisaku Ikeda o juramento de cumprir o legado do seu mestre. Dessa maneira, em 3 de maio de 1960, aos 32 anos, ele assume a terceira presidência da organização. Sra. Kaneko Ikeda ajeita o oribon (enfeite comemorativo) no traje de Ikeda sensei momentos antes da cerimônia de posse (3 maio 1960) Diante de 20 mil membros reunidos no auditório da Universidade do Japão, ele se manifestou com vigorosa energia: “Apesar de jovem, a partir deste dia, assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com vocês rumo à substancial concretização do kosen-rufu”.3 Foi também nesse dia, em 1952, que Daisaku e Kaneko se casaram numa cerimônia simples, mas repleta de inspiração e significados. Presidente Ikeda é carregado pelos participantes celebrando sua posse (3 maio de 1960) O presidente Ikeda rompeu os limites do país, partindo do Japão cinco meses depois, em 2 de outubro de 1960, levando a filosofia da esperança para o mundo, inclusive para o Brasil. Com a fundação do Distrito Brasil, inaugurou-se a fase de desenvolvimento da organização, edificada pelos veteranos que jamais perderam os laços da profunda relação de mestre e discípulo. Ao se levantar para cumprir o juramento de posse de concretizar o objetivo de 3 milhões de famílias prometido ao mestre, não houve um dia sequer de descanso. Na Nova Revolução Humana, obra em trinta volumes escrita pelo Dr. Daisaku Ikeda ao longo de 25 anos ininterruptos, encontramos os bastidores da inigualável luta e vitória conquistada por Ikeda sensei e pelos membros em união plena. Um triunfo do humanismo Soka. No livro consta que, na reunião de líderes realizada em maio de 1965, os resultados foram apresentados ao calor da sincera gratidão. O número de famílias havia saltado de 1,4 milhão para 5,4 milhões, equivalente a um crescimento de 3,8 vezes. A Divisão dos Jovens (DJ) expandiu-se de maneira extraordinária. Os 61 distritos por ocasião da posse agora eram mais de mil. E no exterior houve um aumento de 441 famílias para 50 mil, ou seja, um crescimento de mais de cem vezes. Referindo-se a esse dinâmico progresso, lemos esta afirmação do Mestre: — A Soka Gakkai que realizou esse trabalho sagrado é a verdadeira incorporação viva do Buda. É uma grandiosa Ordem budista harmoniosa de praticantes que têm a fé como espinha dorsal e a compaixão como veia sanguínea, e atua em exato acordo com os ditos dourados do Buda. Nós avançamos com férrea união, empenhando-nos incansavelmente pela felicidade de todas as pessoas. Esse aspecto e força fazem com que nossa organização seja comparável a um sólido encouraçado, maior do mundo, em prol da paz. Quero aqui, chamar esse poderoso navio de “diferentes em corpo, unos em mente”. Tenho a plena convicção de que esta correnteza do kosen-rufu haverá de se expandir do Japão para o mundo inteiro, superando as fronteiras de raças e de nações. A Soka Gakkai não será somente o pilar do Japão, mas a esperança e a luz que orientarão a humanidade no século 21. Esta é a minha convicção.4 A sublime e inédita jornada do kosen-rufu empreendida por Ikeda sensei comprova essa convicção. Empenhando-se na arte do incentivo, ultrapassando as diferenças do idioma e de crenças, a Soka Gakkai avançou. Atualmente, são mais de 12 milhões de membros, espalhados em 192 países e territórios, trilhando o caminho da prática da fé do Budismo Nichiren propagado pela organização, unidos pelo ideal do kosen-rufu. No marco do 3 de maio que se avizinha, nós nos encorajamos com as palavras do Mestre, que contextualiza: O espírito do Dia 3 de Maio é o juramento compartilhado por mestre e discípulo. Esse juramento pessoal de cada um e as ações que cada um realiza para cumpri-lo são, por excelência, a postura que caracteriza um buda. Enquanto essa data de eterno juramento permanecer como sua base, a Soka Gakkai brilhará com uma inesgotável e infatigável força vital do Buda e continuará a desbravar para sempre o caminho da vitória, livre de quaisquer obstáculos.8 E para encerrarmos este especial, em que celebramos os 73 anos da posse do segundo presidente Josei Toda; os 64 anos da posse do presidente Ikeda à frente da Soka Gakkai e os 36 anos de estabelecimento do Dia das Mães da Soka Gakkai, oferecemos um estímulo singular. Trata-se de um poema composto por Ikeda sensei aos 19 anos, poucos dias depois de sua conversão ao budismo, que se deu em 24 de agosto de 1947. A seguir alguns trechos do conjunto intitulado Ardente de Esperança, dedicado por ele especialmente aos jovens que lutam contra as adversidades: Ardente de esperança Avanço em direção às ondas bravias. Mesmo humilde e desprovido de posses, mesmo sendo alvo de zombarias e desprezo, suportarei a tudo com perseverança. Um dia, as pessoas haverão de ver! Mantendo a chama ardente no coração, avance pelo seu caminho com força e justiça. Na trilha das adversidades, ao fitar o grandioso céu e sorrir radiantemente, com serenidade posso avistar o futuro de esperança no topo da montanha. Hoje também hei de avançar!9 *** Mães Soka — sóis da esperança “Mesmo que a chuva caia e o vento sopre, o Sol sempre se levanta. As mulheres Soka, os sóis do kosen-rufu, nunca deixam de progredir.”5 Essa é a confiança depositada nas mulheres pelo presidente Ikeda, que, em 1988, elevou a data comemorativa mais importante da nossa organização, isto é, o dia 3 de maio, ao status de “Dia das Mães da Soka Gakkai”, louvando ao máximo os esforços das integrantes da Divisão Feminina (DF). A frase inspiradora apresentada pelo Mestre encontra-se em um de seus livros dedicados às mulheres, intitulado Flores da Felicidade, volume 3, no qual ele defende que: As ações das mulheres Soka, que encorajam os outros constantemente com seu sorriso inabalável e genuíno, são sem dúvida ações do Buda. Por existirem os membros da Divisão Feminina, a família Soka é brilhante e acolhedora, o kosen-rufu avança sem limites e a prosperidade eterna da Lei Mística é assegurada.6 Ikeda sensei enfatiza uma das principais características das mães Soka, as quais não se abalam pelas tormentas do carma e mantêm o sorriso constante. Ele eterniza essa data no seguinte poema: Que todo dia seja o Dia das Mães da Soka Gakkai! O sorriso das nossas compassivas mães do kosen-rufu, que juraram jamais ser derrotadas, faz com que o sol da felicidade e da vitória surja no coração de todos ao seu redor. 7 No topo: Jovem Daisaku Ikeda observa o retrato de seu mestre, Josei Toda, ao se aproximar do palco da cerimônia de posse como terceiro presidente da Soka Gakkai (3 maio 1960). Fotos: Seikyo PressNotas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.033, 1º maio 2010, p. B6. 2. Idem, ed 2.557, 27 mar. 2021, p. 6-7. 3. Idem, ed 2.413, 31 mar. 2018, p. B1. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, 2019, p. 31. 5. Idem. Flores da Felicidade. v. 3. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 47. 6. Ibidem, p. 48. 7. Ibidem, p. 47. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.081, 30 abr. 2011, p. A14. 9. Idem, ed. 2.034, 8 maio 2010, p. A2.
25/04/2024
Discurso do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada
BS
“Vamos, cada um de nós, nos lançar corajosamente ao diálogo da expansão da semeadura”
Sinceras congratulações pela realização da 2ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai e da Convenção de Kansai, que celebram o glorioso 3 de maio, Dia da Soka Gakkai e Dia das Mães da Soka Gakkai. Meus sinceros parabéns! No dia de hoje [13 de abril de 2024], estão presentes 128 membros da SGI de dezessete países e territórios. Sejam muito bem-vindos de tão longe. Manifesto minhas mais sinceras boas-vindas a todos. Primeiro, no que se refere à Campanha do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial,1 foram realizados a reunião de palestra da juventude mundial e o Festival de Ações para o Futuro, que antecedem à reunião da Cúpula do Futuro das Nações Unidas, visando à promoção ainda maior dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas atividades, que anunciam altivamente a chegada de uma nova era, alcançaram, de forma majestosa, extraordinário sucesso. Meus mais sinceros parabéns! O mais importante agora é “daqui para a frente”. Mesmo que se fale em ODS, estes não são algo distante de nós. O epítome de uma sociedade sustentável, diversa e inclusiva, onde ninguém fica para trás, nada mais são que as “reuniões de palestra” e as “visitas de incentivo” que pomos em prática, dia após dia, mês após mês. Com os vínculos criados por meio da Campanha do Descortinar, das reuniões de palestra mensais e das visitas diárias de incentivo, vamos expandir consistentemente a empatia e a compreensão em relação à Soka Gakkai, tornando-as ainda mais densas e fortes. O sociólogo Hiroshi Kainuma, professor associado de pós-graduação da Universidade de Tóquio, que conheceu e entrevistou diversos membros da Soka Gakkai, é uma das pessoas que focaliza sua atenção nas reuniões de palestra e nas visitas de incentivo da organização. Em um artigo publicado no Seikyo Shimbun, ele destacou o seguinte acerca das reuniões de palestra: “O fato de ter como atividade normal as reuniões de palestra, cujo valor se encontra no próprio ato de se reunir, é um sistema que se torna a raiz da força da Gakkai”. Ele também valoriza muito as visitas de incentivo, escrevendo: “Se fosse uma organização intolerante, que não respeitasse aqueles que não conseguem participar das atividades, por desejar a máxima participação de seus membros, creio que a Gakkai não tivesse se desenvolvido até esse ponto”. Com base nisso, Kainuma conclui: Embora empresas comerciais e organizações religiosas da sociedade japonesa pós-guerra pretendessem manter e expandir suas atividades, muitas delas enfraqueceram e foram eliminadas ao longo do tempo. No entanto, sempre que enfrentava os desafios da sociedade, tais como os desastres naturais e a pandemia da Covid-19, a Gakkai evoluiu personalizando suas atividades, adaptando-as às novas circunstâncias. Acredito que essa consistência histórica seja a força da Soka Gakkai. Hoje, considerando a criação e a ampliação da geração jovem, como personalizar as reuniões de palestra e as visitas de incentivo, atividades tradicionais da Soka Gakkai? Ou seja, como mudar para corresponder às necessidades atuais? Aqui se encontra a luta para corresponder aos desafios da época. Nos últimos anos, tem sido enfatizada, em diversas áreas, a importância de “construir uma narrativa”. Literalmente, a palavra “narrativa” significa “narração de uma história”. Porém, o significado de “narrativa” é diferente da “história” em si. Embora haja variações na interpretação, dependendo da área, a “história” indica “enredo de uma história”. Assim, sendo um “enredo”, mesmo que haja uma repentina troca de narrador, a história não muda. Em contrapartida, “narrativa” é uma história sobre como o próprio narrador vivenciou cada uma das experiências e atribuiu significado a elas. Portanto, mesmo que a experiência em si seja uma só, haverá tantas histórias quanto o número de narradores. Uma das características da atual geração de jovens é a busca pela autenticidade ao avaliar pessoas ou empresas. Em outras palavras, diz-se que esses jovens têm a tendência de dar ênfase à análise de um fato, se ele está sendo contado de forma autêntica ou se não há duas versões da mesma história. Por essa razão, em vez de uma “história” perfeita com pontuação máxima, nota dez, uma “narrativa” que expõe fraquezas e fracassos da forma como são, tecendo uma história real, única para aquela pessoa, consegue captar o coração dos jovens que dão importância à autenticidade. Quando se considera esses aspectos, acredito que essa questão de utilizar a “história” ou a “narrativa” se aplique também aos relatos de experiência ou de atividades que compartilhamos nas reuniões de palestra, nas visitas de incentivo e em outros eventos. O pensamento convencional tende a enfatizar o resultado, mas o verdadeiro sentido da empatia nasce quando se fala do processo e do que se passa em seu coração durante esse percurso. Além disso, mesmo que os resultados tangíveis ainda não tenham sido alcançados ou que o objetivo pareça distante, o valor se encontra no desafio em si. Yoko Yamada, professora emérita da Universidade de Quioto, especializada em psicologia do desenvolvimento ao longo da vida e em psicologia narrativa, afirmou certa vez em um fórum realizado pela Soka Gakkai de Quioto: Acredito que os senhores estejam envolvidos com a “abordagem narrativa” — ações para transformar a “história de vida” de cada pessoa em uma história positiva e dar a ela um novo significado por meio do diálogo. Gostaria de expressar meu respeito por essas ações. O diálogo é a linha vital para as reuniões de palestra e as visitas de incentivo, em que pulsa o espírito básico da Gakkai de prezar uma única pessoa. Atualmente, estão sendo promovidas reuniões de palestra com diálogos abertos entre membros e não membros. Por exemplo, em algumas localidades ocorre o diálogo em pequenos grupos, nos quais os participantes discutem livremente sobre algum tema específico. Enfim, estão sendo feitas várias tentativas, considerando as características de cada organização local. Daqui para a frente, gostaria de continuar melhorando cada vez mais, aprendendo e incorporando ativamente a sabedoria da geração jovem. Conto com todos os senhores! No dia 3 de maio de 1980, ano seguinte à sua renúncia como presidente, Ikeda sensei declarou, nas terras de Kansai: “É o céu de contínuas vitórias. É o céu de Kansai. Que seja eterno o dia 3 de maio!”. E na edição de maio [de 1980] da revista Daibyakurenge, ele escreveu no ensaio intitulado Que Seja Eterno o Dia 3 de Maio!: Desejo que, fazendo do dia 3 de maio um marco do kosen-rufu, meus companheiros façam o juramento de avançar devotadamente na fé, na prática e no estudo. Com gratidão pelo desenvolvimento, pelas contribuições e pelos árduos esforços dos companheiros, não posso deixar de orar para que o “dia 3 de maio seja eterno”! Quando nós, discípulos Ikeda, fazemos juntos o juramento de promover ainda mais o kosen-rufu e a revolução humana, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, eternizamos o dia 3 de maio. Esse é o desejo e a oração do Mestre. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Os discípulos do Buda, em qualquer circunstância, devem reconhecer as quatro dívidas de gratidão e saber como saldá-las”.2 Para saldar as dívidas de gratidão com Ikeda sensei, vamos, cada um de nós, nos lançar corajosamente ao diálogo de expansão da semeadura. Coral masculino de Kansai do Ongakutai e Coral Akebono da Divisão das Mulheres da Osaka Geral entoam as canções Haha [Mãe] e Chikai no Kimyo [Oh, Jovem de Juramento]. O canto jovial e refrescante envolve a todos (Auditório Memorial Toda de Kansai) Banda de percussão e sopro de Kansai do Ongakutai e banda da Kotekitai de Kansai interpretam com entusiasmo as canções Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] e Forever Sensei [Para Sempre Sensei]. O ressoar vigoroso das apresentações inspira o coração dos participantes (Auditório Memorial Toda de Kansai) Na Convenção World, atividade realizada em Kansai, os participantes tremulam as bandeirinhas e recepcionam entusiasticamente os amigos do Brasil que entram no salão (Sede Memorial Ikeda de Kansai, da cidade de Osaka)No topo: Reunião de Líderes da Soka Gakkai e Convenção de Kansai comemorativas do glorioso “3 de Maio” com a participação dos companheiros do mundo. Na atividade, uma integrante da Divisão Feminina de Gana declarou: “Eu senti a força do movimento pelo kosen-rufu sendo impulsionado simultaneamente no mundo. Renovei minha decisão pelo kosen-rufu da minha localidade”. Um membro da Divisão Masculina de Jovens da Coreia do Sul bradou: “Aprendendo com o espírito de Kansai de Maketara akan (Jamais ser derrotado), assumirei a vanguarda na luta pela expansão!” (Auditório Memorial Toda de Kansai, em Osaka) Notas: 1. Campanha do Descortinar: Movimento realizado pela Soka Gakkai no Japão. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 237, 2020.Fotos: Sekyo Press
25/04/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Na sequência desta série que celebra as quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, Brasil Seikyo traz os bastidores da agenda de encontros programada em Brasília, DF, de 21 a 23 de fevereiro daquele ano. Foi um marco na trajetória do desenvolvimento da nossa organização, com o reconhecimento da sociedade brasileira aos esforços da Soka Gakkai e com a transformação das circunstâncias em relação a dez anos antes, 1974, ocasião em que a visita de nosso mestre ao país foi cancelada. Para os membros da localidade, um encontro inesperado se tornou ponto primordial na vida de todos. Acompanhe! O tempo amadureceu Com uma sólida comprovação de “transformar veneno em remédio”, os membros da BSGI viveram em 1984 os resultados da luta de dez anos — um período de muita recitação de daimoku e de intensa dedicação dos veteranos na organização e na sociedade. Assim, dois anos antes, em 1982, Ikeda sensei recebeu uma carta do então presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo, convidando-o para visitar o Brasil. O Mestre desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 9h40, em 19 de fevereiro. No dia seguinte, visitou o centro cultural da BSGI e chegou a Brasília em 21 de fevereiro. Ele não perdeu nenhuma oportunidade de se aproximar de todos, com o sentimento de cobrir a ausência de dezoito anos desde a sua segunda visita ao Brasil, em 1966. Em Brasília, uma das ações de Ikeda sensei foi a audiência com o presidente Figueiredo e demais autoridades. Nesse primeiro encontro, temas como as armas nucleares e a importância do diálogo entre os dois países para promover a paz foram tratados com muita seriedade. Na época, a matéria foi noticiada como manchete numa rede de televisão japonesa. Depois do encontro com o presidente da República do Brasil, às 18 horas estava programada uma reunião do presidente Ikeda com o então ministro da Casa Civil João Leitão de Abreu, também no Palácio do Planalto. Após deixar o Gabinete da Presidência, Ikeda sensei dirigiu-se para o terceiro andar. Lá, o ministro Leitão de Abreu recepcionou-o sorridente. De início, o assunto tratado foi a respeito da obra Escolha a Vida,1 publicada pelo presidente Ikeda e pelo historiador Arnold J. Toynbee. O ministro disse que era uma grande alegria poder trocar opiniões com um dos autores do livro e que para ele seria uma recordação memorável para toda a vida. E revelou que ele próprio era quem estava mais interessado naquele encontro. Leitão de Abreu tomou conhecimento da vinda do presidente Ikeda ao Brasil durante a visita de representantes da SGI, que lhe apresentaram um álbum de fotos. Quando ele viu a imagem de Ikeda sensei dialogando com o Dr. Toynbee, disse repentinamente, surpreendendo a todos: “— Ah, é essa pessoa que virá ao Brasil? Se for, é justamente a pessoa que está no livro que li”. Assim dizendo, levantou-se e trouxe de sua estante um exemplar de Escolha a Vida, que ele mesmo havia comprado quase por acaso em Nova York. Disse que, ao ler o livro, ficou impressionado e queria impreterivelmente se encontrar com o Dr. Daisaku Ikeda. Assim, o encontro com o ministro da Casa Civil, que também havia sido ministro do Superior Tribunal Federal, uma autoridade em direito constitucional, tornou-se um diálogo de profundo conteúdo. Conversaram sobre as diferenças do pensamento ocidental e do oriental, e como deveria ser o futuro da civilização. Houve ainda reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro; com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz; e com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal; no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat. Também houve um encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. Após essa intensa agenda, o presidente Ikeda retornaria a São Paulo, mas uma surpresa aguardava os membros de Brasília e região. Convocação inesperada Enquanto o presidente Ikeda cumpria a agenda oficial com as autoridades brasileiras, os membros da BSGI local mantinham-se firmes na recitação de daimoku para o sucesso das atividades, cultivando o desejo de reencontrar o Mestre. Por dez anos seguidos, o “daimoku das terças-feiras” uniu o coração de todos e agora viam o sonho se materializar. No segundo dia na capital federal, um vice-presidente da Soka Gakkai que compunha a comitiva da SGI transmitiu uma notícia inesperada e maravilhosa: a oportunidade de um possível encontro para uma foto comemorativa com Ikeda sensei. Dessa forma, aos poucos, os membros foram sendo avisados e se dirigindo ao Parque Rogério Pithon Farias [atualmente denominado Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek], situado no lado leste da área urbana, a Asa Sul. No dia seguinte, 23 de fevereiro, às 14h50, sob sol escaldante, o reencontro mais aguardado. A pureza e a sinceridade do sentimento dos membros estavam na frase “Obrigado, sensei! Conte sempre conosco” estampada na faixa atrás deles. O presidente Ikeda notou a presença de representantes das bandas masculina e feminina (Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai, respectivamente), posicionados atrás dos membros durante a foto comemorativa. Ele pediu então: “— Ponha-os à frente”. Duas integrantes da época do Pompom-tai, núcleo infantil da banda Asas, falam sobre a emoção desse momento. São as irmãs Reiko e Keiko Nakayoshi (veja abaixo). Agora, no lugar do Mestre! Passados quarenta anos, a organização de Brasília demonstra resultados em sua estrutura e desenvolvimento. Em 2018, o Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori, recebeu das mãos do então ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo Grau Oficial, no dia 14 de dezembro, no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília, DF. Niéliton Gomes, responsável pela Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, compartilhou que essa homenagem era um momento de muita expectativa para os membros da Sub. “Estamos muito orgulhosos. Essa condecoração veio às vésperas do aniversário de 35 anos da visita do presidente Ikeda a Brasília.”2 Em fevereiro último, Brasília sediou a 10ª Reunião Nacional de Líderes (RNL), realizada no centro cultural local. Esse centro foi erigido em um terreno comprado e doado por Ikeda sensei durante a sua visita em 1984. Com os jovens na vanguarda, os membros da Sub. assumem imponentemente o legado deixado por ele. Fontes: Terceira Civilização, ed. 559, mar. 2015, p.32. Idem, ed. 560, abr. 2015, p. 34. RDez, ed. 106, out. 2010, p. 14. Notas: 1. TOYNBEE, Arnold. J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. Disponível em: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-escolha-a-vida. Acesso em: 2 abr. 2024. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018, p. A14. Fotos: Seikyo Press | Arquivo pessoal Um juramento para toda a vida Reiko, 50 anos, e Keiko, 48, são as filhas mais velhas do casal Nakayoshi, junto com os irmãos Takato e Kiyoto. Veteranos com preciosa jornada no desenvolvimento da organização local, Kiyomori Nakayoshi (pai, falecido em 2020) e Ritsuko Nakayoshi (mãe) eram líderes centrais na época da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Naquele encontro inesperado no parque, Reiko, às vésperas de completar 10 anos, e Keiko com 8 anos, estavam felizes, com seus vestidos amarelos, participando do Pompom-tai, núcleo infantil da banda feminina de jovens Asas da Paz Kotekitai. Mesmo sem entender o significado daquele momento, foram abraçadas pelo carinho de Ikeda sensei e da Sra. Kaneko. A partir de então, um caminho promissor a ser trilhado se abriu diante delas. Elas nos contam como tudo aconteceu. as irmãs Reiko, no círculo à esq., e Keiko, à dir., na foto com Ikeda sensei. Reiko Nakayoshi Com meus pais, cresci nesse ritmo do kosen-rufu junto com sensei. Esse é meu ponto primordial e meu eterno tesouro. Eu tinha 9 anos na época. Com o passar do tempo e até hoje, tento corresponder às expectativas do Mestre, que nos deu tanto carinho. Participei do Grupo 2001, precursor da Divisão dos Estudantes, e, quando chegou o ano 2001, eu era líder da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília. Segui nos grupos horizontais com preciosas chances de desenvolvimento. Após dezoito anos do meu primeiro encontro com sensei, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens, realizado no Japão, em 2002, e tive a imensa boa sorte de reencontrar sensei. Recebi um certificado de aluna honorária e um bóton da Universidade Soka da América (SUA), que havia sido inaugurada um ano antes. Naquele encontro, jurei cumprir minha missão. Formei-me em administração de empresas. Sou concursada, trabalho na Infraero há quase 25 anos e, graças ao meu treinamento como jovem na Gakkai, conquistei uma carreira segura. Na vida pessoal, casei-me, tive três filhos, meus inestimáveis tesouros, César Hideo, 18 anos; Ana Kiyomi, 16; e Rosa Satie, 12. Sou divorciada e, apesar dos desafios, tenho conseguido direcionar meus filhos no caminho aberto por sensei. Hideo fez o ensino médio no Colégio Soka e Kiyomi termina o ensino médio neste ano. Eles participaram do programa HomeStay, que oferece a alunos de outras localidades a oportunidade de obter acesso à educação Soka, em São Paulo. Sou imensamente grata a todos os que fazem parte do sonho idealizado por sensei. Comecei o ano ajudando minha irmã Keiko com a mudança para São Paulo, apoiando minha sobrinha Amanda Hiromi, que iniciou o ensino médio no Colégio Soka. Assim como aprendi com minha mãe, a luta na organização junto com o Mestre é fonte dos reais benefícios. Fui também líder do Zenshin e o treinamento nesse grupo me possibilitou avançar e jamais desistir. Em novembro do ano passado, fui para o Japão recitar meu gongyo e daimoku de juramento e agradecer ao sensei e à Sra. Kaneko por todos os benefícios recebidos. Na volta, visitei a Universidade Soka da América. Dias após retornar ao Brasil, tivemos a notícia do falecimento do nosso mestre. Este ano, 2024, de profundos significados para nós e sem a presença física de sensei, entendo a importância do discípulo. Agradeço a oportunidade por tê-lo encontrado e, a cada dia, eu me esforço para retribuir e corresponder à altura a suas expectativas. Recentemente, completei 50 anos, e com muito orgulho, renovo minha decisão de estar sempre junto com sensei, rumo a 2030 e pela eternidade, atuando e incentivando as pessoas em seu lugar. Muito obrigada! Reiko e os filhos (a partir da esq., Ana Kiyomi, Rosa Satie e César Hideo) *** Keiko Nakayoshi Eu tinha 8 anos e aquele dia ficou marcado pela forte emoção das pessoas. Somente com o tempo, fui absorvendo o real privilégio que tive, ao continuar participando das atividades e estudando o budismo. Na juventude, atuei como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de comunidade, de distrito e de área e, ainda, como primeira responsável pela Divisão dos Universitários (DUni) de Brasília. Em 1992, com 16 anos, tive a oportunidade de viajar para o Japão com minha mãe e irmã. Nessa ocasião, participamos, minha irmã e eu, de reunião com sensei por transmissão simultânea, enquanto minha mãe participou presencialmente. Além disso, conhecemos vários prédios do complexo Soka. Prestei vestibular para direito e estudei enfrentando várias adversidades. Foi uma fase bastante difícil. Nessa época, aos 19 anos, passei também em um concurso público, trabalhava o dia todo e estudava à noite. Entretanto, consegui me formar e, em seguida, passei no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na organização, um marco em minha jornada foi a participação no 3º Curso de Aprimoramento para Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp), em 2001, ocasião em que nosso grupo foi denominado por Ikeda sensei de Grupo Shitei do Brasil. No ano seguinte, passei por um problema de saúde, em que foi constatado um pequeno adenoma em minha hipófise (cabeça). Precisei fazer uma cirurgia e tudo ocorreu bem, pois ne baseei na recitação do daimoku. Em 2004, casei-me, e cinco anos depois nasceu Amanda Hiromi Nakayoshi, meu tesouro. Embora tenha enfrentado uma pequena complicação na hora do parto, ela foi salva por mais um benefício dessa maravilhosa prática budista. Em 2010, concretizei mais um objetivo, o de participar da Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, em Manaus. De lá, lancei objetivos para 2012 e 2013, anos da era essencial. Concretizei mais três shakubuku, inclusive, duas do local de trabalho, comprovando na sociedade a atuação de cidadã confiável pelas pessoas. Hoje, passados quarenta anos da visita de sensei a Brasília, numa retrospectiva, só tenho a agradecer-lhe. Sou servidora do governo federal há 29 anos. Atuo nas atividades da Soka Gakkai com alegria. Minha maior vitória é poder ver minha filha, Amanda Hiromi, aprendendo e vivendo o que é a Gakkai, fortalecendo a amizade com os companheiros e nos grupos horizontais, construindo a própria vida, sendo da quarta geração de uma família de praticantes. Há cerca de dois meses, mudamos de Brasília para São Paulo, repletos de alegria por sua aprovação no processo seletivo do Colégio Soka. Não posso deixar de agradecer a todos os que fazem parte dessa incrível rede. Para nossa família, é um orgulho gigante nos dedicar à Gakkai, eternamente ao lado do Mestre. Muito obrigada! Keiko e a filha Amanda Hiromi No topo: Histórica foto comemorativa dos membros do Distrito Federal com Ikeda sensei em um parque de Brasília durante a terceira visita do Mestre ao Brasil (fev. 1984)
11/04/2024
Minha Localidade
BS
Correnteza do kosen-rufu no coração da Amazônia
Oh! Meus jovens heróis de sublime missão, que bailam em chão brasileiro, sejam majestosos como o Amazonas! Sejam imponentes como o Amazonas! e construam o grande rio do eterno kosen-rufu como o Amazonas, que nunca conheceu a interrupção.1 Nesses memoráveis versos do poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, o autor, presidente Ikeda, expressa toda a sua expectativa na atuação e na vitória dos membros da BSGI. Para os companheiros que vivem na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, e região, o trecho ganha ainda mais força em seu coração, pois dedicam seus esforços em prol do kosen-rufu tendo como palco o entorno do grandioso rio Amazonas. Na localidade, encontramos duas Regiões Metropolitanas: Amazonas e Manaus. Somam-se a elas as organizações dos estados de Rondônia, Roraima e Acre, para formar a Subcoordenadoria Amazônia Ocidental. Outra passagem do poema, “essa correnteza, nascida de uma gota”, nos remete, a exemplo de algumas cidades do Brasil, aos tempos iniciais da organização manauara, quando as primeiras famílias de imigrantes japoneses chegaram à Amazônia, nos anos 1950 e 1960, acalentando o sonho de uma nova vida e a determinação de desbravar a propagação do Budismo Nichiren. Deixando o Japão para vir trabalhar na lavoura de pimenta e de outras espécies em terrenos abertos no meio da floresta, esses pioneiros enfrentaram diversos desafios, desde as difíceis condições de vida, as doenças e a escassez de recursos até o desconhecimento do idioma e dos costumes locais. Um dos casais que vieram ao país nessa época recebeu das mãos de Ikeda sensei um fukusa (lenço japonês) com o incentivo de que, sempre que o visse, relembrasse de manter a harmonia familiar. Tempos depois, o Mestre também enviou exemplares da revista Daibyakurenge ao casal para que se aprofundasse no estudo do budismo e algas marinhas para que pudesse saborear, amenizando a saudade da terra natal.2 Acalentando o juramento ao Mestre, as famílias se empenharam para transmitir a prática budista a outros imigrantes e também aos brasileiros, atravessando grandes distâncias de barco e necessitando pernoitar, por diversas vezes, nas comunidades mais afastadas. Assim, com muito esforço dos membros ao longo dos anos, o primeiro bloco da BSGI no município foi criado em 1971 e a primeira sede particular para as atividades foi fundada em 1979. Sucederam-se a criação de outras sedes até a atual, em 2015, cuja cerimônia inaugural contou com uma emocionante mensagem de Ikeda sensei, que traz o seguinte encorajamento: Estou plenamente ciente da árdua dedicação com que vieram promovendo o firme avanço do kosen-rufu neste vasto solo do Amazonas ao longo desses anos, sem poupar esforços. (...) No budismo, não existem situações de impasse intransponíveis. Não há nada que supere a força do daimoku. Por meio da fé e da atitude corajosa, certamente haverão de conduzir tudo para a melhor direção. Serão capazes de transformar o carma e realizar a revolução humana. Essa é a grandiosa força da Lei Mística. É motivo de grande incentivo e de orgulho o fato de a sede administrativa do Instituto Soka Amazônia localizar-se em Manaus, próximo ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. A instituição fundada pelo presidente Ikeda é uma organização não governamental sem fins lucrativos de caráter ambiental, afiliada à Soka Gakkai e à Carta da Terra Internacional. Atua pela justiça ecológica e proteção da integridade ecológica da Amazônia, com base no princípio de respeito à simbiose da vida humana e natureza. Está sediado e é responsável pela gestão sustentável da Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda — RPPN Daisaku Ikeda. Sede do Instituto Soka Amazônia Um evento que marcou a história da organização na localidade foi a Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo” na capital amazonense, celebrando brilhantemente o cinquentenário de fundação da BSGI em 2010. Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, promovida na localidade (nov. 2010) Empenhando-se agora na criação das novas gerações que se encarregarão do futuro do movimento pelo kosen-rufu, os membros da BSGI de Manaus e região herdam a tradição de coragem e dedicação sincera dos pioneiros para consolidar uma nova era dos sucessores com a vitória do movimento dos 100 mil jovens humanistas e na Convenção Comemorativa da Juventude Soka em maio. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 505, set. 2010, p. 20. 2. Baseado em matéria publicada no Seikyo Shimbun, edição de 12 de julho de 2015. Representantes da BSGI de Manaus relatam suas experiências Legado de perpetuar o budismo Nasci em Manaus, AM, e sou filho de imigrantes japoneses. Minha família já praticava o Budismo Nichiren quando chegou ao Brasil. Meus pais, Sojiro e Setsuko Otsuka, tornaram-se membros da Soka Gakkai durante o movimento de concretizar 750 mil famílias, lançado pelo segundo presidente da organização, Josei Toda. No Japão, eles tinham boas condições financeiras e eram muito estudiosos. Ao pesquisar sobre a história dos países, minha mãe compartilhou com meu pai a respeito do Brasil, um país com novas oportunidades e sem guerras. Em 1959, enfrentando inúmeras dificuldades na viagem de navio, instalaram-se na capital amazonense com os três filhos, um menino e duas meninas. Sou o quarto filho, nascido em terras brasileiras. Na maternidade em que vim ao mundo, as enfermeiras disseram à minha mãe que lá havia outra senhora japonesa que também tinha dado à luz. Ao se conhecerem, ficou sabendo que a família dessa senhora também era composta por membros da Soka Gakkai e que havia atividades da organização tanto em Manaus como numa colônia japonesa. Meus pais trabalhavam no cultivo de pimenta-do-reino, árvores frutíferas e outros produtos agrícolas. Com muito esforço e baseando-se na prática budista, proporcionaram uma boa base educacional aos filhos, que estudaram em um colégio interno da cidade. Também oraram intensamente para que eu ultrapassasse problemas de saúde na minha infância, como uma séria amidalite. Eles sempre nos incentivaram a orar com fé e a estudar os escritos de Nichiren Daishonin, bem como os direcionamentos de Ikeda sensei, para superar os obstáculos, concretizando nossos sonhos por meio da recitação do daimoku e da ação. A organização em Manaus teve início em 1971. Nesse ano também, meu pai faleceu e fomos morar com o irmão de minha mãe. Ela se esforçou intensamente para que não nos faltasse nada. Em 1975, minha mãe teve a oportunidade de visitar os familiares no Japão. Preocupados com o fato de meu pai ter falecido, eles sugeriram que ela voltasse para a terra natal. Entretanto, com plena convicção, agradeceu-lhes e afirmou, de forma decidida, que seu desejo e objetivo era cumprir sua missão no Brasil. Assim, veio se empenhando ao longo dos anos, conseguindo adquirir uma casa para a família em 1977, vencer diversas questões de saúde e encerrar dignamente sua existência com 102 anos em novembro de 2023, deixando para filhos, netos, bisnetos e demais familiares um legado de harmonia com base no budismo. Eu tive a chance de fazer uma grande luta como jovem da Gakkai e de me encontrar com Ikeda sensei no Centro Cultural Campestre da BSGI em 1993, reconfirmando minha decisão pelo kosen-rufu. Já na Divisão Sênior, morei por três anos no Japão, junto com meu filho Thiago Nobuo, vencendo os desafios da pandemia da Covid-19 e os de uma alergia grave que adquiri nesse período. Manifestei a boa sorte de obter recursos financeiros e conseguir bons médicos que direcionaram meu tratamento da melhor maneira. Hoje, com dois filhos e dois netos, realizei muitos objetivos pessoais e familiares, conhecendo vários lugares e países. Posso afirmar que somos imensamente afortunados por conhecer este maravilhoso budismo graças à dedicação do Mestre, que plantou a semente desse ensinamento ao fundar a BSGI. Minha eterna gratidão a Ikeda sensei, à minha mãe e aos familiares e companheiros por todas as conquistas. Muito obrigado! Takuo Otsuka Responsável pelo Distrito Laranjeiras. Gestor logístico Takuo ao lado dos familiares (sentada à dir., a mãe Setsuko). *** Ser feliz é desafiar a si próprio Meu primeiro contato com o Budismo de Nichiren Daishonin ocorreu em 1970, quando participei de uma atividade da BSGI em Belém, PA. Em 1986, já em Manaus, tive a boa sorte de me casar com um praticante, Yuji Ishii. Dois anos depois, fomos agraciados com o nascimento do nosso tão esperado filho, Shinichi, que veio com muita saúde. Meu esposo e eu participamos intensamente das atividades da organização. Ele sempre teve uma postura muito responsável em relação à prática budista. Eu pude atuar como coordenadora de periódicos, fiz atendimento na sede pela Divisão Feminina e me empenhei em diversas funções, sem deixar de cuidar da família e de realizar visitas aos companheiros. Em 2011, meu marido faleceu, o que desencadeou um período de muitas dificuldades financeiras. Chegamos ao fundo do poço. Mesmo com curso superior, perguntava-me que empresa daria emprego a uma senhora de 60 anos? Fui trabalhar como cozinheira e dona de um pequeno ponto de venda de lanches. Assim fui transformando a situação. No entanto, não tinha tempo para lamentação. O budismo e os incentivos de Ikeda sensei me proporcionaram respaldo para continuar firme na prática budista e ultrapassar as circunstâncias adversas. Tudo se inicia com a recitação do daimoku e, dessa forma, fui superando as angústias e os sofrimentos. “Nada me abaterá!”, assim eu exclamava. Conforme a frase dos escritos de Nichiren Daishonin, “O inverno nunca falhar em se tornar primavera”,1 nossa vida começou a se reerguer. Atualmente, meu filho é graduado em engenharia elétrica, constituiu a própria família e sou avó de duas netas, Ayumi e Naomi, além de ter uma nora maravilhosa, Brenda. Hoje, nós nos dedicamos juntos às atividades em prol do kosen-rufu e tenho uma condição financeira estável e tranquila. Graças aos incentivos dos veteranos, companheiros e, principalmente, do nosso mestre, estou cheia de energia, esforçando-me com muita disposição aos 71 anos e cumprindo meu juramento e minha missão. Esse é o significado de viver, buscando de forma ativa nos desafiar constantemente, como Nichiren Daishonin ensina. Muito obrigada a todos! Muito obrigada, sensei! Sachie Ishii Conselheira da Divisão Feminina da RM Amazonas Sachie, na cadeira, à frente do filho Shinichi, da nora Brenda, e das netas Ayumi, em pé, e Naomi, sentada. No topo: Membros das RMs Amazonas e Manaus durante Gongyo de Ano-Novo realizado no Instituto Soka Amazônia (Manaus, AM, 1o jan. 2024). Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. FOTOS: BS | Colaboração local | Getty Images
11/04/2024
Especial
BS
O alvorecer do Budismo do Sol
O budismo surgiu na Índia há cerca de 2.500 anos com Shakyamuni, que, preocupado com a felicidade das pessoas, desejou incessantemente descobrir o caminho para uma existência sem sofrimentos. Com essa busca, ele despertou para a verdade de que existe uma lei fundamental, a qual permeia o universo, inclusive a vida das pessoas. No século 13, no Japão, Nichiren Daishonin, aos 12 anos, começou a estudar os principais ensinamentos budistas. Após muito empenho e dedicação, na idade adulta, chegou à conclusão de que o Sutra do Lótus continha o ensinamento mais profundo do buda Shakyamuni. Ele havia despertado para a mais ampla lei da vida revelada no Sutra do Lótus. Essa Lei fundamental denomina-se Nam-myoho-renge-kyo e reside no interior da vida de todas as pessoas. Retornando a Seicho-ji, templo em que havia estudado durante muitos anos, na manhã de 28 de abril de 1253, voltado para o Sol, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, conferindo às gerações futuras a chave para a iluminação. Nessa mesma data, ao meio-dia, Daishonin expôs sua doutrina na presença do seu mestre, Dozen-bo, de outros clérigos e aldeões. Declarou que nenhum dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus revelava a iluminação do Buda e que as escolas fundamentadas nesses ensinamentos eram desencaminhadoras. Disse também que o Sutra do Lótus é supremo e que o Nam-myoho-renge-kyo, a essência desse sutra, é o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Ponto de partida Desse momento em diante, Nichiren Daishonin iniciou a propagação de seus ensinamentos, o que gerou ódio e perseguições de líderes políticos e religiosos daquele período. Tais perseguições serviram para confirmar sua condição como devoto do Sutra do Lótus, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi em 1271, quando revelou sua identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei. A fundação do Budismo de Nichiren Daishonin tornou-se necessária pela própria condição da época e da sociedade, resgatando a essência do ensinamento budista e revelando uma prática perfeitamente em conformidade com a vida das pessoas na atualidade. Um dos objetivos principais da prática da fé é elevar a condição de vida, possibilitando à pessoa evidenciar sabedoria e coragem para o autoaprimoramento. Quanto mais elevada a condição de vida, mais profunda e amplamente podemos encarar os fenômenos da vida, identificando corretamente as atitudes necessárias para buscar a verdadeira felicidade e auxiliar outras pessoas nesse caminho. Por isso, do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, qualquer esforço para realizar a revolução humana deve ter como ponto de partida a prática do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) ao Gohonzon. Ampla propagação Durante mais de setecentos anos após o falecimento de Nichiren Daishonin, o budismo que ele revelou permaneceu restrito aos templos e a poucos adeptos. Em 1930, o surgimento da Soka Gakkai rompeu as barreiras do tempo e da distância, aproximando o coração de Daishonin ao das pessoas do povo por meio dos ensinamentos dele, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e se pôs em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Assim como Daishonin, Makiguchi, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo pela dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda, e morreu na prisão, defendendo suas convicções até o último instante. Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências, as quais resistiram aos bombardeios, que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se mais tarde presidente da organização e divulgando o Budismo Nichiren amplamente pelo Japão e pelo mundo. Ikeda sensei afirma: A revolução religiosa de Nichiren Daishonin reavivou os ideais do Sutra do Lótus, que, com base no objetivo da felicidade humana, ensina que todas as pessoas têm a capacidade de transformação. Daishonin ensinou o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) não por um impulso nacionalista, mas sim visando à segurança e ao bem-estar das pessoas e à paz em todo o país. Longe de promover um budismo orientado pelo clero, ele apresentou o conceito sobre iluminação que foi colocado à disposição de todos, sem distinção. E, em contraste com um budismo que prometia a salvação após a morte, ele apresentou um ensinamento transformador da realidade, da revolução humana, e da não dualidade da vida e da morte. (...) A base da revolução religiosa promovida pela SGI está na concretização do ideal de uma religião em prol das pessoas e na restauração do objetivo fundamental da religião que visa à felicidade das pessoas. Pelo fato de nossa organização jamais ter vacilado nesse compromisso desde a sua fundação, nosso movimento da SGI pela paz, cultura e educação conquistou hoje o maior respeito no mundo inteiro, inspirando tanto elogios quanto esperanças. Vamos continuar neste grande caminho humanístico — uma religião para o bem dos seres humanos. Isso é o que o século 21 exige de nós!2 No topo: Membros da BSGI recitam Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) durante Gongyo de Ano-Novo, realizado no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 1o jan. 2024) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.745, 24 abr. 2004, p. A2. Idem, ed. 2.175, 13 abr. 2013, p. A2. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 535, mar. 2013. Foto: BS
11/04/2024
Notícias
BS
Coragem e determinação
Os integrantes do Distrito Alpina iniciam o mês de abril com o coração repleto de orgulho pelas conquistas advindas da união em torno dos objetivos lançados. Foram os primeiros da RM Vila Prudente a fechar os cem jovens por distrito, a conquistar a vitória no Kofu e a celebrar a alegria reinante dos encontros de vida a vida. Formam essa organização de base duas comunidades, Independência e outra de nome idêntico ao do distrito. São cinco blocos ao todo, totalizando 122 famílias com 202 membros. Os resultados não mentem. As reuniões de comunidade ocorrem semanalmente, lideradas pelos blocos. Durante esses encontros, estudam o Guia para a Vitória, encarte veiculado no Brasil Seikyo, em atividade realizada toda terceira semana do mês. “É quando promovemos um caloroso diálogo em torno do tema, preparando-nos para a semana da palestra mensal”, enfatiza o responsável pelo distrito, Lucien Munhoz. A responsável pela Divisão Feminina (DF), Maria Celeste dos Santos, reforça a alegria das visitas aos membros e o apoio para que todos estejam conectados ao coração do Mestre, por meio dos periódicos Editora Brasil Seikyo (EBS). Eles mantêm o objetivo de inspirar um novo assinante a cada mês. “Tem sido uma luta muito prazerosa, principalmente porque temos visto a presença cada vez maior dos jovens”, ressalta. Em parceria, os níveis acima se juntam à causa. O consultor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da RM, Wellington Santana, nos conta que o movimento dos cem jovens por distrito ganhou força quando todos determinaram juntos “abraçar, incentivar e estar ao lado do jovem que está à sua frente, começando com familiares e amigos próximos”. Com as demais divisões se integrando, a onda fez “Cada um sair da sua zona de conforto e assim essa luta foi crescendo até a conquista da vitória”, frisa o líder. Determinação e coragem são características marcantes do Distrito Alpina, revelam as lideranças. Há cinco anos, as integrantes da DF vêm realizando o “café da tarde”, programação feita mensalmente pelas duas comunidades, com apoio direto do distrito e com “o jeito DF de inspirar coração a coração”. Recitam gongyo (leitura do sutra) e daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), abrem um delicioso diálogo e oferecem preciosos incentivos por meio de matéria lida dos periódicos da editora. No ano passado, promoveram um curso de aprimoramento para líderes de bloco e acima que se estendeu por oito meses, “com 100% de participação e um engajamento incrível nas atividades com os membros”, comemora a responsável. A alegria dos participantes do Distrito Alpina: no “café da tarde” promovido nas duas comunidades Ao Mestre! Com essa luta nas comunidades e nos blocos, e o aprimoramento de líderes, criaram o ambiente de vitória do palestrão cultural, realizado no último dia 23. Esse evento, que teve o significado de Tributo ao Mestre, foi uma forma de homenagear a jornada eterna de Ikeda sensei, que deixou serenamente esta existência em novembro passado. Para a programação sediada no Auditório Monarca do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI, em São Paulo, envolveram-se 100% dos responsáveis pelas cinco divisões do Distrito Alpina. “Todos tinham no coração o desejo de corresponder infalivelmente a esse dia tão especial. Foi uma vitória extraordinária. Isso foi possível graças aos pontos que pomos em prática: oração, união, coragem e determinação. Com certeza, o coração do nosso mestre estava conosco durante toda a atividade”, emociona-se Celeste. O roteiro teve a primeira parte dedicada a homenagear a trajetória de Ikeda sensei, seguida da leitura de mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, alusiva ao dia 16 de Março. Além disso, houve a conversão de novo membro e a apresentação de matérias, com base no tema “Doar é o Verbo do Coração”, da Terceira Civilização, e no Guia para a Vitória, ambos da EBS. No fechamento, houve incentivos da coordenadora da Divisão dos Jovens, Monique Tiezzi, que salientou, por meio de suas comprovações, a importância da mudança interior para influenciar positivamente o ambiente ao redor. Ao se empenhar na elaboração da matéria do dia, conciliando a jornada de trabalho das 17 às 23 horas, de segunda a segunda, o responsável pela DMJ da Comunidade Alpina, Fernando Reche de Andrade, comenta quanto a luta valeu a pena. Por ter iniciado a prática sozinho e inspirado os familiares com sua comprovação, fez dessa atividade um ponto de renovada partida, também honrando a memória de sua mãe, que faleceu durante a pandemia. “Disse: Hai! (“sim”, em português) a todos quando o desafio foi lançado. Não posso desanimar ou retroceder, sensei conta comigo e com meus companheiros também. Venci a tudo e saí da atividade ainda mais determinado. Sensei, conte comigo!”. Ao lado de Fernando estava a líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do distrito, Thais Alves Silva, em perfeita união. “Como decisão, a Divisão dos Jovens do Distrito Alpina se esforçará para que os cem jovens conectados nesse movimento possam se aproximar ainda mais da organização, além de termos o objetivo de realizar reuniões mais interessantes e alegres e continuar expandindo o kosen-rufu de nossa localidade!”. No curso de aprimoramento para líderes da Divisão Feminina Encontro cultural Distrito Alpina No topo: A alegria dos participantes do Distrito Alpina: na atividade do Kofu Fotos: Colaboração local
11/04/2024
Especial
BS
A vitória é empolgante
No livro Seja a Esperança, Ikeda sensei discorre sobre o que é felicidade e, num trecho, ele compartilha: “A pessoa verdadeiramente feliz é aquela capaz de conduzir todos à felicidade”.1 Ao longo do ano, a Juventude Soka, em todos os cantos do país, vem criando uma atmosfera de vitórias e de conquistas rumo à convenção comemorativa em 26 de maio. Nesta edição, leia sobre o episódio da atuação de Ikeda sensei como staff da Divisão dos Jovens e se inspire no exemplo do Distrito Salvador no movimento dos cem jovens por distrito. Veja também as informações para as localidades prepararem a pré-convenção. E, na próxima edição, não perca detalhes sobre o que será realizado nas organizações nessa data. Vale reforçar que o movimento dos 100 jovens por distrito não acabou. Vamos falar sobre os ideais Soka, pois uma nova e empolgante era surge com a vitória dos jovens da BSGI. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 30. As palavras de Shin’ichi estavam embasadas na sua própria experiência. Ele assumiu em março de 1954 o recém-criado cargo de secretário da Divisão dos Jovens e também o planejamento e a condução das atividades da Soka Gakkai. No início, a diretoria mostrava sinais de discordância para quase todas as propostas apresentadas. Não quiseram concordar nem com o Encontro Esportivo da Divisão dos Jovens, que se tornou a origem dos atuais festivais culturais pela paz. À medida que esses eventos foram sendo realizados seguidas vezes, todos vieram a exaltá-los e a torná-los em atividades que simbolizam a Gakkai. Foi a vitória da força e da persistência de um jovem.¹ Força e persistência. Acredito que essas duas palavras representem as características da juventude, e nossa maior referência de jovem persistente e comprometido é o nosso eterno mestre, presidente Ikeda. Há setenta anos, ele foi nomeado coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, e junto com seu mestre, presidente Josei Toda, esteve na linha de frente da Gakkai, não só do movimento jovem, mas de todas as atividades da organização. Ele se dedicou com sinceridade e foi treinado diretamente pelo presidente Josei Toda, que o ajudou a se fortalecer com sentimento de criar um grande “valor humano” e líder do futuro da Soka Gakkai. Esse período da atuação do presidente Ikeda também lhe proporcionou aprender sobre aspectos da vida de forma ampla. No livro Diário da Juventude, ele registrou um de seus momentos no ano 1954: Domingo, 11 de julho. Tempo chuvoso. À noite, os membros da Secretaria da Divisão dos Jovens ficaram em reunião até meia-noite. Todos esses excelentes jovens serão o eixo da Gakkai e da sociedade japonesa daqui a dez ou vinte anos. Nas montanhas ou nas áreas planas, eles entrarão em ação com bravura.² Como coordenador que liderou outros jovens dessa secretaria, ele também visualizava e cultivava cada jovem como um futuro na Gakkai e na sociedade. Ao lado de cada um deles, o presidente Ikeda se empenhou plenamente sem se preocupar com o reconhecimento ou elogio dos líderes e do presidente Josei Toda. Esse seu genuíno esforço foi o que proporcionou que os caminhos se abrissem, especialmente para os jovens, descortinando uma nova era. O buda Nichiren Daishonin afirmou no escrito Carta de Ano Novo: “A desgraça vem da boca de uma pessoa e arruína-a, enquanto a boa sorte vem do coração e torna a pessoa digna de respeito”.³ A oportunidade que temos hoje de poder atuar nos bastidores da Soka Gakkai, como membros da Juventude Soka, é uma grande boa sorte que amplia nossa condição de vida, tornando-nos jovens de primeira categoria. Vamos continuar aprendendo com o exemplo do sensei, lendo a Nova Revolução Humana, de sua autoria, aplicando suas orientações diariamente e incentivando todos os companheiros neste mesmo movimento. Camila Akama, coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.442, 3 nov. 2018, p. A2. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 224. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, 2017, p. 405. Distrito Salvador União harmoniosa Qual foi o segredo para se tornar campeão? Essa foi a pergunta que fizemos aos líderes do Distrito Salvador. A resposta é simples, mas de grande significado: oração e ação e o resultado ultrapassou quatrocentos jovens na rede do humanismo Soka. Leia, a seguir, depoimento dos líderes e se inspire! Com o lema da Sub. Bahia “Avançar com Coragem e Alegria”, iniciamos a luta dos cem jovens no distrito como uma grandiosa oportunidade de revolucionar nossa localidade e nossa própria vida. Foram diversos desafios nos últimos anos, pandemia da Covid-19, o desgaste mental e a distância física que nos colocou imersos numa realidade virtual de atividades, mas com a missão de sempre levar esperança ao coração das pessoas. Com o retorno gradativo das atividades presenciais, começamos a desafiar nossos limites, aproveitando cada oportunidade para dialogar com os jovens, expandindo os ideais do humanismo Ikeda e as maravilhosas ações da Gakkai na sociedade. Esses esforços resultaram em um inspirador diálogo dos jovens, repleto de música e incentivos, visitas presenciais e virtuais, apoio incansável da Divisão Sênior e da Divisão Feminina, além da brilhante atuação da Divisão dos Estudantes. Seguimos avançando com um único propósito: cultivar corações conectados e plantando as sementes de esperança no coração das pessoas! Cada jovem lançado é uma forma de gratidão aos nossos mestres, aos nossos veteranos e veteranas. Avante, Distrito Salvador! Avante, BSGI! Os esforços nunca mentem! Líderes da Divisão dos Jovens do Distrito Salvador Encontro dos membros da Comunidade Ribeira Encontro dos membros da Comunidade Uruguai Encontro para convidados e membros da Divisão dos Jovens do Distrito Salvador Fique ligado! JUVENTUDE SOKA DA BSGI ✅ O que é o movimento pré-convenção? Desde março, sugerimos que os distritos realizassem um movimento (de preferência semanal) com os jovens, visando fortalecer a conexão com Ikeda sensei e com a organização de base para a convenção de maio. ✅ Ainda não iniciei o movimento no meu distrito. O que posso fazer? Apresentamos três ações dentro do movimento para que todos os membros se preparem para a convenção: 1. Realizar um diálogo com veterano Sugestão de data: durante o mês de abril.Formato: a critério do distrito (híbrido, presencial ou on-line). 2. Reunir-se para lançar um desafio de daimoku Como sugestão de data, propomos o dia 1º de maio (feriado), o significativo 3 de maio ou o fim de semana de 4 e 5 de maio. O intuito é reunir todas as divisões de forma presencial, mas é possível criar um link para quem não puder participar. O mais importante é envolver todos nessa órbita. O daimoku poderá ser computado por meio de um lindo gráfico, que está disponível em: https://extra2.bsgi.org.br/usuario/v2/grafico/home/ 3. Registrar o aspecto de vitória do distrito em foto Escolha uma foto especial que represente o seu distrito, envolvendo as cinco divisões nessa significativa luta conjunta. Disponibilizaremos um link na página da convenção para compartilhar a foto durante o mês de maio. Prazo de envio: até 15/05 (quarta), às 23h59. Fotos: Colaboração local
11/04/2024
Editorial
BS
Tudo se resume às pessoas
Conhecido como “pai da matemática”, Pitágoras afirmou que “o princípio de tudo é o número”. Mesmo sem conhecer profundamente a sua filosofia, estamos rodeados de números que nos orientam, nos comunicam, sem nos darmos conta disso. Seguindo a orientação de Ikeda sensei de que, na propagação do kosen-rufu, é importante ter sempre um objetivo bem-definido, um número vem norteando os membros da BSGI: 100 mil! O objetivo é criar uma rede de jovens que compartilham princípios humanísticos em prol da paz. E essa vitória foi conquistada no significativo dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu. Viva! Leia nesta edição detalhes sobre essa conquista. O filósofo e matemático Pitágoras tratou da relevância dos números. Ikeda sensei enalteceu, em um de seus ensaios, a afirmação de que são “as pessoas. Tudo se resume às pessoas”, e explica: Essas palavras foram atribuídas a Zhuge Liang, um dos heróis do Romance dos Três Reinos, conto clássico chinês recontado em japonês pelo romancista Eiji Yoshikawa e que eu estudei com meu mestre Josei Toda. Zhuge Liang disse essa frase para Liu Bei imediatamente após a vitória que conquistaram na famosa Batalha dos Penhascos Vermelhos. Liu Bei havia perguntado a Zhuge Liang, seu consultor sobre estratégia militar, qual era o segredo para levar a nação à vitória e à prosperidade. Tudo depende das pessoas.1 Nesse sentido, o objetivo se volta agora para a vitória de cada distrito, núcleo onde estão os protagonistas, transmitindo de pessoa para pessoa os ideais humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin e de Ikeda sensei. Nosso mestre, que esteve à frente de muitas lutas em prol do kosen-rufu, conquistando feitos inéditos para o avanço da organização, registrou seu sentimento diante do desafio: Quero que sensei veja o resultado da nossa união e do nosso crescimento nos bastidores. (...) Antes de tudo, eu mesmo devo tomar a iniciativa e servir de exemplo. De minha parte, decidi dar um grande salto de avanço rumo ao próximo ano. (...) Como jovem, meu desejo maior deve ser o de arregaçar as mangas e demonstrar toda a minha força e capacidade.2 A BSGI parte agora para a retumbante vitória dos cem jovens em cada distrito. Esperamos que esta edição, com as histórias dos membros e com os incentivos do Mestre, o encoraje a “arregaçar as mangas” e a demonstrar toda a força e capacidade rumo à Convenção Comemorativa da Juventude Soka, com o espírito de oferecer esse triunfo a Ikeda sensei. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.938, 10 maio 2008, p. A3.2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 160.
23/03/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 18 (parte 3)
No litoral, a madeira é considerada um tesouro, e nas montanhas, assim é considerado o sal. Durante a seca, a água é valorizada como um tesouro, e na escuridão, uma lamparina. As mulheres estimam o marido como tesouro, e os homens olham para a esposa como a própria vida. Oferecimentos em meio à Neve1 A Soka Gakkai brilha com o tesouro do coração Em novembro de 1973, Shin’ichi Yamamoto falou na Convençao de Líderes da Província de Tokushima sobre os maiores tesouros da atualidade. Afirmando ainda que aquilo que as pessoas apreciam como o tesouro mais importante depende do lugar e das circunstâncias em que elas vivem, ele discorreu sobre qual seria o tesouro mais valioso da época atual: — Em todos os lugares do mundo, as pessoas estão sentindo a perda da humanidade e do senso de propósito na vida. Esta também é descrita como uma época atolada em crises intelectuais e filosóficas. Em virtude disso, a humanidade, a esperança e a vitalidade são os tesouros de nossa era. E a filosofia do budismo, na qual as pessoas podem confiar e com a qual podem contar para manifestar esses tesouros, compõe o tesouro mais precioso e fundamental de todos. Todos esses tesouros existem dentro da Soka Gakkai. Basta verificarem a bela e radiante humanidade dos membros que, a despeito de seus próprios problemas e preocupações, oram e empreendem ações pelo bem do próximo. Basta observarem como eles se erguem intrepidamente das profundezas do desespero e da tristeza, evidenciando ardente esperança e vitalidade ao lutar para construir a própria vida e prestar uma contribuição positiva para a sociedade. Para descobrir a fonte desses tesouros, deve-se buscar o Budismo Nichiren, que esclarece a Lei suprema da vida e a filosofia da dignidade humana. Nós, da Soka Gakkai, estamos praticando este budismo e demonstrando provas reais de sua veracidade em nossa vida cotidiana. (Trechos do capítulo “Avanço”) O Sutra dos Reis Benevolentes também diz: “Quando uma nação cai em desordem, são os demônios quem primeiro mostram sinais de violência. Como esses demônios se tornam violentos, as pessoas também ficam perturbadas. Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra2 Derrotar a natureza negativa inerente à vida humana Na reunião geral em dezembro de 1973, Shin’ichi deu orientações em relação à instabilidade na sociedade causada pela crise do petróleo, em que a escalada dos preços do petróleo resultou em conturbações econômicas, sociais e políticas em todo o mundo. Aqui, ele elucida a causa dos problemas que afligem a sociedade contemporânea. Espíritos se referem a demônios que roubam a vida dos outros ou que roubam benefícios.3 Numa linguagem atual, indicam a natureza demoníaca inerente à vida humana, um estado de completo egoísmo. Espíritos violentos denotam funções demoníacas fora de controle. (...) — A nação mencionada por Daishonin possui dois aspectos, o ambiente natural e a sociedade humana. Quando a nação, que compreende o ambiente e os seres humanos, está em tumulto — e, de fato, no período que antecede esse tumulto —, não apenas o ego humano, mas até mesmo uma força ainda mais fundamental, as funções demoníacas da vida começam a se intensificar, transformando-se numa turva corrente subterrânea. Em decorrência disso, o coração e a mente das pessoas ficam desordenados, conduzindo a nação e a sociedade à ruína. Sem um ensinamento que resolva os problemas fundamentais da vida, não se podem sanar a confusão e a discórdia social. É o que torna a missão da Soka Gakkai, que se dedica a propagar a grandiosa filosofia de vida do Budismo Nichiren, tão relevante. Declaro aqui e agora que chegou o momento de nutrirmos a sociedade com um novo e vigoroso movimento em prol do kosen-rufu. (Trechos do capítulo “Avanço”) (Traduzido da edição de 15 de abril de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 18 Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 809. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 8, 2017. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 114. Ilustração: Kenichiro Uchida
23/03/2024
Especial
BS
Juventude Soka do Brasil é campeã
Ikeda sensei orienta: Budismo significa ser vitorioso. Uma vez que nos envolvemos em uma batalha, é vital conquistarmos a vitória final empregando as melhores estratégias e a melhor linha de liderança possível. Esse é o espírito da Soka Gakkai.1 Sempre com o espírito invencível, a Juventude Soka da BSGI, em 16 de março, registrou mais uma etapa de vitórias com a concretização dos 100 mil jovens humanistas pertencentes a essa rede de incentivo mútuo. Essa conquista se deve à união de todas as divisões, que promoveram diálogos sobre diversos assuntos, encontros em parques, encontros individuais para compartilhar a filosofia da esperança e os ideais que aprendemos com o presidente Ikeda. O movimento não acaba por aí A rede do humanismo tem por objetivo a consolidação dos 100 jovens em cada distrito. Até maio, quando ocorrerá a Convenção Comemorativa da Juventude Soka, tudo é possível. A seguir, confira como a RM São Gonçalo e a RM Manaus, bem como outras organizações, realizaram a pré-convenção rumo ao mês de maio. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.773, 27 nov. 2004, p. C8. Vitória total RM São Gonçalo Como falar sobre o budismo em um local público? Os membros da RM São Gonçalo, Rio de Janeiro, decidiram explorar o bairro e adotaram o lema #OrgulhoDeSerRMSãoGonçalo. A atividade foi realizada na Praça Estephânia de Carvalho, mais conhecida como Praça Zé Garoto. Com o envolvimento de todos da organização, a atividade teve como tema de diálogo o conceito budista da “unicidade da vida e seu ambiente (esho-funi). Encontro realizado no parque da cidade comemorativo a vitória da RM São Gonçalo “Realizamos um piquenique com música e diálogos sinceros, baseado no conceito de esho-funi, comunicamos a vitória da RM na luta dos cem jovens por distrito e logo depois externamos nossa criatividade e sentimentos com muitas cores e pintamos um grande mural. Todos saíram felizes e entusiasmados para os próximos encontros!”, compartilham Jéssica Barreto e Isabella Zacharias, responsáveis pela Divisão dos Jovens da RM São Gonçalo. Futuro garantido RM Manaus Já no coração da Amazônia, membros e convidados se encontraram na Sede Regional de Manaus para a atividade da Juventude Soka da localidade voltada para a Divisão dos Estudantes. Com o tema “Oferecer o seu Melhor”, os estudantes aprenderam com a dinâmica realizada como cápsula do tempo. Os presentes ouviram relato de um estudante que compartilhou seu intercâmbio no Japão. Um dos temas do diálogo foi sobre o sentimento de doação. Envoltos por esse alegre ambiente, foi realizada a cerimônia de conversão, incluindo a de mais três estudantes, e a concessão de Gohonzon. “Com enorme sentimento de gratidão, a passagem do dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu, como jovens campeões que desejam passar o bastão do espírito invencível a todos os presentes na atividade, pois a esperança nasce do espírito de nunca desistir. Em meio aos desafios diários, não é fácil ser sempre gentil e benevolente. Mas é por meio desse esforço que criamos as oportunidades para nos transformar e nos desenvolver. E é justamente por não ser fácil que essa conquista se torna ainda mais significativa e nos faz manifestar a gratidão. Minha decisão rumo a 26 de maio em São Paulo é dedicar todos os meus esforços, incentivar e visitar os jovens, criando rede de amizade e de valores para o kosen-rufu da RM Manaus”, declara Luana Castro, responsável pela Divisão dos Estudantes da RM. Atividade realizada para a Divisão dos Estudantes de Manaus Veja como foi a pré-convenção da Juventude Soka nas organizações O Distrito 6 de Novembro, RJ, comemora os 100 jovens por distrito Sub. Centro-Sul Sub. Oeste RM Niteroi RE Mato Grosso do Sul Na RM São José dos Campos, foi realizado um intercâmbio entre seus distritos. Ao todo, 44 pessoas foram visitadas, entre membros e convidados Preparativos para a Convenção da Juventude Soka em maio Abraçando todas as oportunidades, as organizações locais estão empenhadas em oferecer o melhor para os jovens que participarão no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e nos distritos de todo o Brasil que estarão conectados. Apresentamos a iniciativa da Sub. Centro, da CRC. União dos integrantes das cinco divisões da Sub. Centro visando à Convenção Comemorativa de maio Os membros e líderes da Sub. Centro vêm recitando três horas de daimoku às quartas-feiras, e a Divisão dos Jovens teve a iniciativa de acrescentar um diálogo com temas do Budismo de Nichiren Daishonin e da Soka Gakkai. Com esse sentimento, em conjunto com a DS e a DF, surge um local maravilhoso dentro da própria Sub.: a sede particular Novo Horizonte, situada próxima dos Arcos da Lapa, no centro do Rio, facilitando a participação de todos os que desejam orar e levar seus convidados. A Sub. Centro é composta por duas RM, Cidade Nova e Centro. Semanalmente, é alternada a coordenação por RM na promoção do diálogo embasado no estudo do budismo, propiciando aprimoramento de liderança e utilizando os periódicos da BSGI. Nesses encontros, sempre há um relato relacionado ao tema para incentivar e reforçar a prova real deste budismo Soka. Ao final de cada encontro, oferecem algo para levar (frase, recorte do BS ou da TC), algo para degustação (bombom, biscoito) e o resumo do diálogo para ficar na memória (palavras que toquem o coração). Os encontros têm sido um sucesso, com todas as pessoas saindo felizes e decididas a praticar o budismo. Convidados manifestaram o desejo de receber o Gohonzon. Além disso, jovens estão retornando às atividades por conta desses encontros. Todos estão muito felizes com o desejo de corresponder a cada dia mais ao Mestre! Fique ligado! ⏰ Em abril, a Divisão dos Estudantes da BSGI celebrará 33 anos de fundação. A comemoração será na reunião de palestra, mas a organização também pode realizar outras atividades voltadas somente aos estudantes, além de realizar um grande movimento de visitas. Vale reforçar que os estudantes também fazem parte do movimento dos cem jovens por distrito. Veja mais dicas na próxima edição do BS. No topo: Divisão dos Estudantes da RM São Gonçalo Fotos: Colaboração local
23/03/2024
Conheça o Budismo
BS
O kosen-rufu inicia-se com a própria revolução humana
A realização do kosen-rufu, ou seja, a “pacificação da terra” com base nos princípios budistas, é o supremo objetivo do Budismo de Nichiren Daishonin. Nestes trechos de incentivos do presidente Ikeda, ele esclarece como devemos interpretar o significado de kosen-rufu e alcançá-lo por meio de nossas ações concretas no dia a dia. Qual é o significado do termo kosen-rufu? Ikeda sensei: Kosen significa “declarar amplamente”. “Amplamente” implica bradar ao mundo, a um número cada vez maior de pessoas. “Declarar” significa proclamar ideais, princípios e filosofia. O ideograma ru (fluxo) de rufu significa “uma corrente como a de um grande rio”, e fu (tecido) é “espalhar-se, desenrolando-se como um rolo de tecido”. O ensinamento da Lei Mística não tem nada a ver com aparência, forma ou distinções. Ele flui livremente para toda a humanidade. Como um rolo de tecido sendo desenrolado, espalha-se cobrindo tudo. Portanto, rufu significa fluir livremente, alcançando tudo ao seu redor. Assim como um tecido, o kosen-rufu é produzido com linhas verticais e horizontais. As linhas verticais representam a transmissão do ensinamento de mestre para discípulo, de pai para filho, de veterano para novato. As linhas horizontais representam a transmissão imparcial desse ensinamento, transcendendo as fronteiras nacionais, as classes sociais e todas as outras distinções. Simplificando, o kosen-rufu é o movimento para transmitir o caminho supremo que conduz à felicidade e o mais alto princípio da paz às pessoas de todas as classes e nações por meio da correta filosofia de Nichiren Daishonin.1 O que é o kosen-rufu? Ikeda sensei: O kosen-rufu é a propagação da Lei Mística de pessoa a pessoa. Da mesma forma, é a propagação de 10 mil para 50 mil pessoas. Porém, o kosen-rufu não significa números; é um processo, um fluxo eterno. O kosen-rufu não é algo que se extinguirá em determinado momento. Não significa que um dia nos sentaremos tranquilamente para dizer: “Bem, o kosen-rufu está terminado”. Isso atrairia não somente nossa morte espiritual, como também perderíamos toda a motivação para realizar a nossa revolução humana. O kosen-rufu é eterno.2 Como realizá-lo? Ikeda sensei: O kosen-rufu inicia-se com a grande revolução humana de uma única pessoa. Em primeiro lugar, deve-se realizar decididamente uma mudança pessoal — uma revolução do próprio ser. Se mesmo uma única pessoa fizer sua revolução humana, a felicidade se espalhará entre aqueles que estão ao seu redor, assim como a água molha a terra seca. Uma esfera de paz e felicidade se formará ao redor dessa pessoa.4 Qual é a relação entre kosen-rufu e revolução humana? Ikeda sensei: A determinação de concretizar o kosen-rufu impulsiona a determinação de concretizar a própria revolução humana. Ela é como a rotação de um planeta em torno do seu eixo, ao passo que o kosen-rufu é como a revolução do planeta ao redor do Sol. A rotação e a revolução são o alicerce de todo o movimento do Universo. Seria uma contradição às leis universais se o planeta não girasse em torno do Sol. (...) Sua revolução humana é como empreender o movimento pelo kosen-rufu no microcosmo de seu próprio mundo interior. Quando várias pessoas buscarem a revolução humana, poderão propagar o kosen-rufu em toda a sociedade. Em outras palavras, o kosen-rufu avançará na mesma medida em que vocês avançarem em sua própria revolução humana. Simultaneamente, quando deixam de lado seus interesses egoísticos e se devotam ao kosen-rufu, um movimento que existe para conduzir as pessoas à felicidade, sua revolução humana irá progredir; é dessa forma que os dois estão intimamente relacionados.5 Como podemos realizar nossa revolução humana? Ikeda sensei: Quando alguém que esteve gravemente doente se recupera, isso é uma grandiosa revolução humana. Quando alguém intratável se torna amável com os outros, isso é revolução humana. Quando os filhos que desrespeitam os pais passam a respeitá-los e amá-los, isso é revolução humana. É impossível definir a revolução humana como algo específico. Ela é uma ação que conduz a uma mudança positiva ou a um aprimoramento nas profundezas da vida. É como o kosen-rufu, um processo contínuo. O importante é nos perguntarmos se estamos em um caminho de contínuo crescimento pessoal.6 Como o kosen-rufu é realizado no âmbito da relação com outras pessoas? Ikeda sensei: Não se pode encontrar a verdadeira felicidade na busca egoísta apenas para si. Só podemos alcançar nossa felicidade por meio da prática inspirada no desejo de levar felicidade às outras pessoas, e esta é a razão pela qual essa ação constitui também o caminho mais sábio a ser seguido por nós. Não há nada tão importante como nossos esforços e nossa conduta no dia a dia. É quando evidenciamos o brilho de nossa genuína humanidade. (...) Discussões filosóficas profundas são excelentes, e ideais elevados, importantes. As cartas inspiradoras de Nichiren Daishonin possuem, indiscutivelmente, o seu papel. No entanto, jamais devemos nos tornar ideólogos ocos, que proferem sublimes discursos sobre o amor à humanidade apesar de não prezarem aqueles ao redor. Pessoas que fogem do trabalho árduo e ficam inebriadas com a própria retórica grandiloquente podem ter opinião elevada sobre si mesmas, porém, na realidade, estão longe de ser admiráveis. É fácil se deixar atrair por ideais abstratos, mas difícil desafiar as realidades do nosso cotidiano. Gostaria que, sustentando o magnificente ideal do kosen-rufu, vocês preenchessem seus dias empreendendo a prática efetiva de incentivar e motivar uma pessoa, mais uma e mais outra a contribuir com o kosen-rufu. Essa é a prática — o árduo trabalho — de propagar a Lei Mística no mundo real.7 Qual a importância de propagar o budismo? Ikeda sensei: Não podemos viver isolados das outras pessoas. Em japonês, a palavra “humano” (ningen) é escrita com dois ideogramas chineses que, quando combinados, significam “entre pessoas”. É por meio de nossas interações com os outros que podemos polir nossa vida e crescer como seres humanos. Portanto, é natural tentarmos compartilhar e promover a compreensão da filosofia e do ideal que acreditamos ser os mais corretos com o máximo de pessoas — é um dever e um direito. (...) Se guardássemos os meios que aprendemos para atingir a felicidade só para nós próprios, sem compartilhá-los com os outros, isso significaria que sucumbimos aos estados de animalidade (egoísmo) e de fome (avareza). O desejo de compartilhar a verdade com os outros e ensinar os meios para atingir a felicidade é a característica fundamental da filosofia, da educação, da cultura e do budismo.9 Incentivo do presidente Ikeda visando ao futuro do kosen-rufu Ikeda sensei: Apenas me esforcei em manter o juramento de trilhar o caminho da revolução humana que meu mestre Josei Toda me ensinou. Hoje esse juramento está cumprido. Eu venci. Isso é o que importa; vencer a si mesmo. Isso é revolução humana, e é kosen-rufu. Não estou preocupado com o futuro imediato. Não temo perseguições nem tampouco críticas. Estou visualizando cem, duzentos anos a partir de agora. Minhas ações presentes visam a dez milênios futuros. Desde os tempos antigos, há um ditado que diz que a posteridade julga o mestre por seus discípulos. Tenho sido alvo de todos os tipos de ataques infundados e insultos; porém, não me importo o mínimo com isso. O budismo nos ensina que isso é inevitável. Tenho a profunda convicção de que o julgamento de meu verdadeiro valor, de meu sucesso ou fracasso, será baseado nas atividades, contribuições e empreendimentos que meus discípulos realizarão em suas comunidades, em seus países e no mundo todo. (...) Não guardo nenhum arrependimento. Tenho a convicção de que fiz o máximo que pude como budista e como líder, e que meu legado será sempre lembrado. E como sei disso? Porque meus discípulos estão realizando grandiosos empreendimentos e deixando uma importante marca em nosso mundo. Isso significa que minha vida tem sido vitoriosa. Posso sustentar com orgulho o glorioso triunfo de meus esforços.10 Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 216, 2020. 2. Ibidem, p. 215. 3. Ibidem, p. 220. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.573, 30 set. 2000, p. C4. 5. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 214, 2020. 6. Ibidem, p. 215-216. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.350, 3 dez. 2016, p. B4. 8. Ibidem, ed. 1.395, 21 dez. 1996, p. 4. 9. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 219, 2020. 10. Ibidem, p. 220-221. Ilustração: Getty Images
23/03/2024
Relato
BS
“Minha primavera chegou!”
Eu me chamo Lilia Bezerra, carioca da gema. A partir do momento em que conheci o budismo, há mais de quarenta anos, passei a dar cada vez mais valor ao ambiente solidário que encontramos na Soka Gakkai. Uma amiga do trabalho, que me ensinou a recitar Nam-myoho-renge-kyo, ainda está presente em minha vida, sempre me incentivando. Fico pensando quanto sofrem as pessoas que vivem isoladas dentro de seus dramas e infortúnios, sem esse companheirismo que temos aqui. Com a amiga que lhe apresentou o budismo, Norma Mignot Sem a prática da fé, e o encorajamento de Ikeda sensei e os companheiros Soka eu não estaria vivendo hoje o que o buda Nichiren Daishonin defendia: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Há três anos, vivi um inverno rigoroso, e é sobre essa transformação que gostaria de relatar a vocês. Em 2021, já estava aposentada e realizada com a ótima criação que consegui oferecer aos meus filhos Gabriela, 33 anos, e Thiago, 31. Além disso, estava feliz pela confiança em mim depositada ao assumir como responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Centro. Mas, de repente, em outubro, meu carma se manifestou. Fiquei sozinha, inesperadamente. Os filhos se casaram, minha cachorrinha morreu, meus tios que eu considerava como segundo pai e mãe se foram e minha prima com quem conversava todos os dias entrou em depressão. Com o filho Thiago e a nora Aline Com a filha Gabriela Descobri também que estava no estágio de pré-diabetes. Eu me sentia angustiada dentro de casa. Procurava me distrair fazendo caminhadas e artesanato. Sem as reuniões presenciais, esse quadro de angústia se agravou para uma depressão muito forte, que desencadeou uma crise de ansiedade e um transtorno do pânico terrível. Perdi totalmente a vontade de viver. O único lugar onde eu me sentia melhor era na cama. A maldade veio de um jeito que até o simples fato de eu ir para a sala e sentar-me em frente ao meu oratório para fazer a minha prática passou a ser desafiador. O poder do incentivo Como budista e líder, eu me sentia mal por estar naquele momento sendo incentivada, em vez de fazer o contrário. Contudo, eu me desafiei. É incrível o poder das palavras, pois, naqueles estados de letargia, li no Brasil Seikyo uma frase de Ikeda sensei: “Nenhuma vitória é possível a menos que se supere a adversidade”.2 Senti que tinha de reagir, cuidar da minha saúde mental e vencer aquela fase. Fui ao médico e passei a buscar mais incentivos do Mestre, porque precisava fortalecer meu interior. Eu me mantive em ação, orando quanto pudesse, muitas vezes além das minhas forças. Tudo isso tinha sido agravado também por uma situação envolvendo o apartamento em que eu residia na época. A questão corria em justiça e, dessa maneira, a ansiedade se agravava. Fazia minha prática sem perder as esperanças de ser feliz e ficar boa. Foram dois anos de muita luta, e consegui recuperar parte dos 30 quilos que perdi naquele pesadelo mental. Como não há oração sem resposta, quando me dei conta, minha filha começou a procurar apartamento para mim e, ao me visitar, meu coração se tranquilizou. Assim, junto com meu filho, ela providenciou tudo e me mudei. Em março de 2023, paguei a última conta de alto valor na farmácia por causa das medicações. Determinei que não precisaria mais delas, superando aquela fase tão traumática. Voltei a ser a Lilia de antes e retornei ao artesanato, que tanto amo. Minha glicose normalizou. Em uma orientação, nosso mestre afirma: A chave para vencer em qualquer empreendimento é primeiro superar a si mesmo. Como vamos perseverar diante dos obstáculos dependerá da nossa condição de vida. Temos de vencer a covardia, a preguiça e a tendência a desistir. Quando triunfamos sobre nossas próprias limitações, conquistamos grandes progressos e reluzimos sob a brilhante luz da vitória.3 Mais recentemente, conquistei um grandioso benefício. Logo após a reunião de palestra de janeiro, para a qual todos se uniram a fim de alcançar pleno sucesso, minha filha me levou para ver um lindo apartamento que estava à venda no mesmo condomínio. É simplesmente o que eu mais queria. Contrato e escritura concluídos nesse fim de fevereiro. Que vitória! Do inverno rigoroso, agora desfruto a primavera da vida aqui em Jacarepaguá, RJ, especificamente no bairro chamado Camorim, rodeado de muito verde e perto de tudo! Sinto que superei os obstáculos, pois nunca poupei meus pés para ir às atividades, recitar daimoku e buscar as orientações do Mestre. E agora ainda mais. Meu desejo é incentivar a todos com quem me encontrar para que possam ler o BS e descobrir palavras que mudem seu coração e sua história, assim como aconteceu comigo. Consegui transformar veneno em remédio, comprovando a força deste maravilhoso budismo. Com essa disposição, sigo avante. Março é o mês de Kofu e estou determinada a vencer também. Muito grata e feliz, plenamente! Com os companheiros da comunidade local Lilia de Fatima Bezerra, 62 anos. Artesã. Na BSGI, atua como responsável pela DF da Comunidade Centro, Distrito Carioca, CGERJ. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.201, 26 out. 2013, p. D22. 3. Idem, ed. 2.076, 19 mar. 2011, p. A11. Fotos: Arquivo pessoal
07/03/2024
Notícias
BS
Ler para saber como vencer
Uma iniciativa vem criando um ambiente de pleno desenvolvimento na vida dos integrantes da Regional Pimentas, RM Arujá, cujos membros residem em Guarulhos, na Grande São Paulo. Tudo começou quando as atividades presenciais foram reiniciadas. As lideranças se organizaram para vencer o desafio de reconectar os membros, indo ao ponto crucial da mudança. “Aproximar cada coração ao coração de Ikeda sensei”, relata Marcia Regina Francisco, responsável pela Divisão Feminina (DF) da regional. Ela acrescenta: “Onde mais temos a oportunidade de ler os direcionamentos mais atuais do Mestre e as matérias que nos ajudam a transformar a vida?”. A resposta veio em consenso quando, juntos, pensaram numa forma de incentivar os membros a ler e a aplicar na vida os conceitos expressos nos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Surgiu a atividade “Meu Amigo BS”, abraçada pelos quatro distritos da regional: Pimentas, Paraíso, Brasília e Tupinambá. Uma vez por mês, em encontro on-line, dividem a edição do Brasil Seikyo em quatro partes entre os distritos, e no dia da reunião cada grupo compartilha suas reflexões sobre o que leu e o que fez sentido em seus dias, deixando aquele gostinho de ‘quero mais” para os outros voltarem para casa e lerem também, como reforça Eliana Aparecida Souza Cruz, vice-responsável pela DF do Distrito Pimentas: “Essa atividade vem fazendo um grande diferencial, os membros vêm despertando a cada encontro, desafiando-se a adquirir o ‘Meu Amigo BS’, estreitando laços e avançando”. E a vice-responsável pela DF de comunidade no Distrito Paraíso, Erica de Moura, reconfirma: “Muitas pessoas que desistiram de renovar a assinatura por dificuldades com a tecnologia agora estão retornando, incentivadas por esse movimento maravilhoso”. O hábito de leitura cada vez maior e a troca de incentivos vêm gerando, portanto, resultados muito comemorados na localidade. “Depois que começamos a fazer desse modo, além de aumentar as assinaturas, a gente percebe que os membros ficam felizes de ler um trecho do BS na atividade”, ressalta Ricardo do Nascimento, responsável pela Comunidade Tupinambá. Para Julia Franscisco Leandro, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, “É uma excelente reunião, pois pomos em prática e levamos para a vida a troca de incentivos uns com os outros”. Esse tem sido o vibrante resultado alcançado com a integração de todos, assim como nas palavras da responsável pela Divisão Feminina da Regional Pimentas, representando as lideranças: “No retorno das atividades eram onze assinantes e hoje atingimos 72. É maravilhoso constatar que mês a mês esse número se amplia, com os membros orgulhosos de ter o ‘Amigo BS’ e ser um leitor ativo, extraindo do papel ou do aplicativo força para saber como vencer. Temos acesso às mais recentes orientações do Mestre, e agora sem a presença física dele, cada vez mais o BS cumpre esse papel de nos deixar próximos do coração de Ikeda sensei. Muita gratidão”. Convite elaborado pela Divisão dos Jovens No topo: Aspecto dos participantes no último encontro Foto: Colaboração local
07/03/2024
Especial
BS
Gratidão como fonte da felicidade
Ter gratidão é um exercício diário e contínuo de autoaprimoramento, e sua importância vem sendo cada vez mais reconhecida na sociedade. Esse tema também tem sido alvo de pesquisas de instituições acadêmicas pelo mundo, que buscam traduzir as sensações e os reflexos desse sentimento em nossos dias. Com sua sabedoria milenar, o budismo já sinalizava, desde os seus primórdios, a importância de saldar as dívidas de gratidão, ou seja, retribuir o bem que alguém nos faz. Isso contribui para reconhecermos pontos positivos em meio à realidade, construirmos uma condição inabalável para vencer na própria vida e desenvolvermos uma sociedade de paz. Esta matéria traz reflexões sobre essas assertivas, revelando as condições para uma vida de felicidade plena. Mudanças visíveis na saúde Ser uma pessoa grata não é fingir que os problemas ao redor não existem. Pelo contrário, é encontrar aspectos positivos em meio aos desafios diários, ressignificar o passado e olhar o futuro com lentes coloridas. Algumas pesquisas científicas têm despertado a atenção para a relação do aumento da qualidade de vida das pessoas e o comportamento de ser grato. A pesquisadora Fuschia Sirois, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, estuda a gratidão, a compaixão e o papel de ambas em nossa saúde e em nosso bem-estar. Seus estudos com mais de 5 mil pessoas demonstraram que desenvolver a gratidão permite às pessoas se concentrar e apreciar os pontos positivos da vida, evitando ficar presas aos problemas do dia a dia, o que pode trazer benefícios como dormir melhor e adotar hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos. Os estudos indicam que reconhecer o lado positivo de situações em meio à realidade libera a dopamina e a serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e regulação do humor, o que diminui o estresse, a ansiedade e os pensamentos negativos, aumentando o alívio das dores físicas e fortalecendo o sistema imunológico de pessoas com doenças crônicas.1 Exercitar a gratidão, portanto, é uma forma de ensinar o cérebro a reinterpretar acontecimentos, ações individuais e coletivas de forma positiva, elevando a autoestima e desenvolvendo uma perspectiva de vida otimista, confirmam especialistas. Relações humanas Outro aspecto a ser observado é que o ser humano é social por natureza e, consequentemente, desenvolve relações com outros indivíduos, criando estruturas sociais. Apesar de muitas pessoas não pararem para analisar sua relação com as demais ao redor, ao exercer suas funções e atividades diárias, todas se relacionam direta ou indiretamente e estão interligadas, em maior ou menor nível. Eis um exemplo para ilustrar esse ponto. Ao contemplar uma roupa anunciada numa loja, é possível analisar cada etapa de sua fabricação, incluindo a produção do algodão, a matéria-prima do tecido, que foi plantado, cultivado e colhido por alguém. Em seguida, ocorre o manuseio do material transformado em fios por um indivíduo e usado por outro para costurar esse traje. A partir daí, a peça costurada é embalada, separada e transportada por mais outras pessoas para a loja, onde será vendida por um funcionário até chegar a quem a usará. Nesse exemplo, pode-se perceber que uma grande quantidade de indivíduos está envolvida com o simples ato de comprar uma roupa em uma loja. Assim, existe um vínculo, mesmo que discreto, entre as pessoas, e todas são interdependentes de alguma forma, seja produzindo um bem, cultivando alimentos ou executando serviços. Outro exemplo são as tarefas de cuidados, limpeza e organização realizados, desde a nossa infância, por parentes, amigos e outros. Notar a importância desses vínculos no dia a dia amplifica a compreensão de quanto o exercício da gratidão nos auxilia a desenvolver relações humanas de valor. Tudo depende da disposição Embora seja uma prática comprovadamente benéfica para a vida, fruto de um exercício diário e contínuo, pode não ser tão simples “agradecer”, principalmente quando o momento presente nos traz alguma angústia ou questão mal resolvida. Para manifestar o sentimento de gratidão, é preciso repensar situações que acontecem no cotidiano, reconhecendo seu verdadeiro aspecto de forma positiva, para si e para os outros. Neste aspecto, o budismo apresenta uma visão que vai ao cerne da questão. A prática do Nam-myoho-renge-kyo, elucidada pelo buda Nichiren Daishonin no século 13, nos faz despertar para nosso mais elevado potencial que transforma dificuldades em combustível para a vitória. Dessa forma, o modo de vida de um budista ao se deparar com uma realidade imersa em desafios é tornar o momento presente a causa essencial para a transformação. Bom exemplo dessa conduta é identificar desafios superados no passado, isto é, lembrar-se daquele objetivo tido como impossível e agora conquistado com esforços, e implementar uma mudança de comportamento para transformar o ambiente ao redor. Isso porque valorizar a grande luta pessoal empreendida nos ajuda a desenvolver uma percepção positiva sobre o nosso próprio potencial e mostra que o desafio à frente também pode ser vencido. A prática budista nos capacita a manifestar nosso estado de buda, evidenciando sabedoria e coragem para nos direcionar a adotar atitudes como esta. Essa é a realidade vivenciada por milhões de membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 192 países e territórios. Ser plenamente feliz Comumente, ouve-se dizer que uma pessoa feliz é uma pessoa grata. O Budismo de Nichiren Daishonin propõe, portanto, o caminho para transformar as dificuldades, manifestar gratidão pelo simples fato de estar vivo, fazendo da felicidade um estado de espírito perene e inabalável, que não sucumbe diante dos problemas. O presidente Ikeda cita seis pontos que devem ser fortalecidos para conquistar essa felicidade plena (confira no quadro). Novamente, assumir a mudança na percepção do próprio potencial no momento presente influencia o modo de agir para solucionar os problemas. Esta é a chave da virada. De repente, aquela vida que parecia estar imersa em sofrimento encontra uma solução. A situação presente pode ser mudada para melhor de acordo com a renovada decisão de se levantar e alterar de forma positiva a realidade. Um coração que a tudo vence. No romance Nova Revolução Humana, obra de trinta volumes de autoria de Ikeda sensei, ele nos auxilia a ponderar sobre o estilo de vida de quem manifesta o espírito de gratidão: O budismo ensina que o que mais importa é o coração. Aqueles que têm gratidão são felizes, sua vida é rica em vitalidade e alegria, são dinâmicos e alegres e têm imensa boa sorte. Por outro lado, aqueles que não têm gratidão são infelizes, e têm o coração obscurecido e pobre. Estão sempre descontentes, são cheios de inveja e ressentimento e vivem se lamentando. Desta forma, isolam-se dos demais e gradativamente acabam com toda esperança e boa sorte. Eles destroem a própria felicidade e entram em um estado de vazio e desespero. Pessoas arrogantes e que carecem de gratidão também são infelizes e solitárias. É o espírito da gratidão que dá origem a uma vida brilhante.2 Assim, pessoas que exercitam a gratidão têm o coração rico de esperança e de coragem, por isso se desenvolvem e se aprimoram, construindo a realidade que desejam e levando a felicidade às demais pessoas. Gratidão para a paz Basicamente, para realizar qualquer atividade no cotidiano, precisamos de outras pessoas. Reconhecer isso pode ser o início para repensar como está a nossa relação com os demais e empreender iniciativas para promover a paz e a felicidade na própria localidade. Na escritura Saldar as Dívidas de Gratidão, Nichiren Daishonin afirma: “Então, o que podemos dizer das pessoas que estão se devotando ao budismo? Com certeza, elas não devem se esquecer das dívidas de gratidão que têm para com seus pais, seu mestre e sua nação”.3 Encontramos nos ensinamentos do Budismo Nichiren como saldar as dívidas de gratidão e nos desenvolver como seres humanos de valor. Sobre essa postura, Ikeda sensei frisa: Se vivermos com senso de gratidão, jamais nos veremos num beco sem saída na vida. A firme determinação de demonstrar gratidão por nossos pais, mestres e por todos que nos ajudaram a nos tornar a pessoa que somos hoje pode atuar como uma força propulsora de nosso autoaprimoramento.4 Em outras palavras, o exercício da gratidão é fazer a própria revolução humana, conduzindo uma vida de valor. Essa prática cotidiana contribui não apenas para a manutenção da saúde, promovendo o bem-estar emocional e psíquico, mas também expande os laços de humanismo para a construção de uma sociedade de paz. Seis condições para a felicidade Ikeda sensei destaca os pontos que devemos construir em nós mesmos para sermos felizes. Senso de realização Uma pessoa feliz vive todos os dias com sensação exultante, objetivos claros, satisfação da tarefa cumprida e profundo senso de propósito. Possuir uma profunda filosofia Nesta época repleta de maldade que o budismo chama de Últimos Dias da Lei, praticar uma filosofia que permite se empenhar pela felicidade dos outros, como o budismo, é a maneira mais nobre de viver. Ter convicção É importante manter resolutamente suas convicções, aconteça o que acontecer, tal como Daishonin ensina. Quem tem essa inabalável convicção certamente é feliz. Viver com alegria e entusiasmo Considerar tudo sob uma luz positiva ou um espírito de boa vontade significa ter sabedoria para realmente mover tudo numa direção positiva, encarando sempre pela melhor perspectiva, ao mesmo tempo que se mantém os olhos fixos na realidade. Coragem As pessoas corajosas superam tudo. Os medrosos, por outro lado, falham sem saborear as verdadeiras e profundas alegrias da vida. Tolerância Aqueles que são tolerantes e de mente aberta deixam as outras pessoas confortáveis e tranquilas. Não somente os que possuem um coração amplo são felizes, como todos ao redor também são felizes. Fonte: Cf. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz - Parte 1: A Felicidade. São Paulo:Editora Brasil Seikyo, 2024 (1ª edição, 2ª reimpressão), p.39-44. Para ouvir Confira o poema de Ikeda sensei sobre o tema gratidão no episódio “Sinfonia da felicidade” com riqueza no coração do podcast da seção Em Dia com Sensei, em https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/4/episodio/sinfonia-da-felicidade-com-riqueza-no-coracao/181 Notas: 1. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-57767232. Acesso em: 7 fev. 2024. 2. IKEDA, Daisaku. Estrela Guia. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 131, 2019. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 722, 2020. 4. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 65.
22/02/2024
Conheça o Budismo
BS
Acenda a lamparina do seu coração
Existe uma parábola budista que ilustra os grandiosos benefícios de um oferecimento sincero relatada em um sutra budista e mencionada por Nichiren Daishonin em uma carta de incentivo a uma seguidora que lhe enviara doações. A parábola também é citada no volume 26 do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, como segue: Esse conto ensina que o oferecimento sincero de uma mulher foi muito mais valioso que magníficas oferendas de pessoas ricas. Trata-se da história de uma mulher pobre que viu diversos reis e homens abastados doando lamparinas como oferecimento ao Buda e quis fazer o mesmo. Embora fosse tão pobre a ponto de não ter o que comer, comprou óleo para uma pequena lamparina e a ofereceu ao Buda. A mulher pobre foi até o Monastério Jetavana, onde o buda Shakyamuni morava na época. Lá, havia muitas lamparinas acesas, oferecidas por outras pessoas, brilhando intensamente. A mulher depositou sua pequena lamparina ao lado das demais e prometeu: “Embora seja pobre, ofereço esta lamparina com toda a minha sinceridade. Que, com o mérito que obtiver, eu possa alcançar uma brilhante sabedoria na próxima vida e iluminar a escuridão de todos os seres vivos”. Na manhã do dia seguinte, todas as outras lamparinas haviam se apagado. Somente a da mulher pobre continuava acesa. Mesmo quando os discípulos do Buda tentaram apagá-la, a chama não se extinguiu. O Buda afirmou que a lamparina jamais poderia ser apagada, mesmo que fosse engolida pela água dos quatro oceanos ou golpeada por ventos fortes. Isso porque a lamparina foi oferecida por alguém que acalentava o grande desejo de conduzir todos os seres vivos à iluminação. O que importa é a sinceridade. Se mantivermos uma fé inabalável, poderemos acender a lamparina da boa sorte capaz de iluminar todo o Universo.1 Gratidão e sinceridade No budismo, o espírito fundamental da doação é o sentimento de gratidão e de sinceridade. São inúmeras as passagens das escrituras em que Nichiren Daishonin enaltece esse espírito manifestado por seus discípulos ao oferecerem algo a ele, ao mesmo tempo em que lhes assegura imensuráveis benefícios. Mesmo no Budismo de Shakyamuni, há diversas passagens e parábolas que ensinam sobre a importância da sinceridade no ato de contribuir em prol da Lei Mística e os benefícios resultantes disso. Vale ressaltar que a sinceridade descrita no budismo está sempre associada a algum tipo de ação concreta e desafiadora à altura das circunstâncias vividas pelo praticante da doação. Formas de doação Na verdade, quando praticamos o budismo, estamos a todo momento contribuindo com alguma forma de doação, seja material ou não. Ao realizar a prática diária do gongyo e do daimoku, fazemos oferecimentos de incenso, velas, águas, frutas e ramos verdes. Ao nos relacionarmos com familiares, colegas de trabalho, amigos e companheiros da BSGI, podemos oferecer um olhar gentil, palavras calorosas, atitudes cordiais e sinceras, ou seja, pormos em prática o respeito ao outro, prezando cada pessoa a começar por aquela que está à nossa frente naquele momento. Também existem incontáveis membros da Soka Gakkai pelo mundo que oferecem a residência ou outro local específico para a promoção das atividades pelo kosen-rufu. A própria participação nessas atividades com o propósito fundamental de cumprir o desejo do próprio Buda, visando à felicidade da humanidade, é um nobre ato de doação, assim como ao nos empenhar para realizar a propagação do budismo (shakubuku), buscando a felicidade das pessoas, mesmo enfrentando várias dificuldades. Outra importante forma de doação é a participação sincera no suporte financeiro às atividades (Kofu), um oferecimento material que possibilita a promoção das atividades e a manutenção de seus locais de realização, comparável às doações oferecidas diretamente a Nichiren Daishonin durante a sua existência. Também no romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei comenta sobre isso: A contribuição na Soka Gakkai difere das coletadas costumeiramente na sociedade, pois a iniciativa de participar está fundamentada na prática da fé, na sincera e fervorosa fé – dessa forma os louvores de Nichiren Daishonin e os benefícios dessa dedicação são imensuráveis. (...) Essa contribuição é destinada exclusivamente para cumprir o sagrado desejo de Daishonin de realizar o kosen-rufu. E se é promovida com essa finalidade, é então um oferecimento ao Buda. Sendo assim, não há outro oferecimento ou outro grande bem que supere a contribuição promovida na Gakkai, e os benefícios provenientes desse nobre ato serão imensuráveis.2 Iluminar a todos Não há formas melhores ou piores de oferecimentos. Todas são igualmente importantes, contanto que se leve em consideração espírito, a sinceridade de como foram feitos e o empenho da pessoa para fazê-lo. Essa deve ser a base do espírito de doação — uma sincera prática da fé. Esta constitui, na verdade, uma poderosa causa para a revolução humana. Naturalmente, a solução de problemas e a melhoria na qualidade de vida com base na prática da fé são tipos de benefício. Mas o benefício maior da prática budista é a iluminação — a conquista da felicidade absoluta. Comprovando esses benefícios na vida diária, é preciso crescer constantemente na prática da fé objetivando a felicidade absoluta. Nichiren Daishonin declara: Ensinarei ao senhor como se tornar um buda com facilidade. Ensinar algo a outra pessoa é como lubrificar as rodas de uma carruagem a fim de que girem, ainda que esta seja pesada, ou como pôr um barco na água para que navegue sem dificuldade. A maneira para se tornar um buda facilmente não tem nada de especial. É como dar água a alguém sedento em época de seca, ou como acender fogo para uma pessoa que está morrendo de frio; também é como dar algo único a outra pessoa, ou fazer uma doação ainda que ao custo da própria vida.3 Além disso, Daishonin afirma: “Se acender uma lamparina para uma outra pessoa, iluminará também o seu próprio caminho”.4 Todos são indivíduos de valor. O Buda ressalta que respeitar os outros constitui a base da prática do Sutra do Lótus, e que concretizar o shakubuku é conduzir a prática desse bodisatva. Quando nos empenhamos de corpo e alma a encorajar as pessoas, convictos de que cada uma delas possui uma missão preciosa, somos capazes de revelar o potencial não só dessas pessoas, mas o nosso também. Doar (e, sobretudo, doar-se) é uma ação que deve nascer do coração, com espírito elevado proveniente de uma prática da fé sincera. Leia mais No encarte Guia para a Vitória, que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.989, 30 maio 2009, p. A2. Idem, ed. 1.660, 20 jul. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.661, 27 jul. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.662, 10 ago. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.663, 17 ago. 2002, p. A6. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Líderes Audazes. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 186-187, 2020. 2. Idem. Triunfo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 101-108, 2018. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2017. 4. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 1598. Ilustração: GETTY IMAGES
22/02/2024
Relato
BS
As bases da vitória na juventude
O que mais me encanta na prática budista é o fato de aprendermos que tudo está dentro de nós, conquistando a sabedoria por meio da prática da fé para não culpar as questões externas nem os outros, nem mesmo desistir diante dos impasses da vida. E olha que são muitos. Sou Luciana, tenho 29 anos, moro com meu pai no bairro Vila Natalia, zona sul de São Paulo, SP. Quero dividir com vocês alguns marcos da minha trajetória até aqui. Para começar, vou direto a uma orientação de Ikeda sensei que faz todo sentido para mim: As pessoas que mais sofrem serão as mais felizes — este é o grande benefício da prática da fé. As divindades protetoras do universo agirão onde ressoa o som intermitente do daimoku. Quaisquer que sejam os infortúnios serão transformados em remédio que infalivelmente abrirá a saída para a conquista da vitória.1 Venho comprovando essa máxima depois de passar por duras perdas. Uma delas foi a partida de duas pessoas muito importantes para mim: minha amada avó e minha grandiosa mãe. Isso foi em 2016. Minha avó tinha 97 anos, mas, apesar da idade avançada, ela frequentava firmemente as atividades da BSGI. Era muito querida e conhecida por todos, a eterna Maria Gatto. Ela faleceu serenamente, e até esse dia minha mãe, Denise Gatto, era a pessoa mais dedicada aos cuidados de minha avó, já que meu pai, Jorge, e eu trabalhávamos fora. Um mês depois minha mãe também faleceu. Em menos de dois meses, portanto, não tinha minha avó nem minha mãe por perto, minha relação com meu pai não era bem resolvida e ainda estava em um relacionamento tóxico. Daí veio o segundo baque: perdi a confiança em mim mesma, desenvolvi depressão severa, sem forças até para me levantar da cama. Nasci numa família budista e, sendo da terceira geração de praticantes, sempre tive a oportunidade de conviver no ambiente Soka. Muitas vezes não nos damos conta, mas confesso que meu refúgio era justamente esse, pois só a recitação do Nam-myoho-renge-kyo me dava energia para encarar esse período. Também busquei ajuda de profissionais da saúde mental. Até que, na metade daquele ano, já estava exausta de sofrer e decidi me reerguer. O incentivo do Mestre Desde os meus 23 anos, passei a integrar a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), criada pelas próprias mãos do Mestre. Precisava então fazer valer os acordes da esperança em meu coração. Voltei aos ensaios com toda a força. Assumi também meu papel de jovem protagonista na organização de base. Em casa, desafiava-me na recitação de quatro horas de Nam-myoho-renge-kyo por dia, porque queria ter a minha alegria de volta. Luciana posa com os companheiros da OFBHI após uma apresentação Estava num momento desafiador, e decidi escrever uma carta para nosso mestre, convicta de mudar aquele ambiente: superar os medos, passar na faculdade e ir agradecer-lhe no próximo ano no Japão. Para minha surpresa, ele respondeu com palavras de incentivo que me fortaleceram a não ceder à derrota. Ambiente da vitória Terminei o relacionamento tóxico, recuperei minha saúde com o tratamento, passei de ano na faculdade, consegui um estágio com o dobro do salário anterior e meu pai e eu até os dias de hoje somos muito amigos. Conforme havia determinado, em abril de 2017, fui ao Japão e fiz meu juramento no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido) de jamais abandonar a organização e de incentivar e apoiar a todos ao redor, dando continuidade ao legado das minhas queridas avó e mãe. Profissão expande Na época da viagem, eu estagiava em uma empresa bem-conceituada e com ótima remuneração. Fiz entrevistas para efetivação, falhando em todas e ainda fiquei desempregada pela primeira vez na vida. A recolocação não acontecia e foi quando decidi quebrar aquele ciclo de duvidar das minhas habilidades. Realinhei minha postura na prática da fé e listei os objetivos que desejava numa empresa. Estabeleci valor mínimo de salário, ambiente harmonioso, benefícios, localização e tudo o mais. Com a lista definida, resolvi me dedicar como nunca às atividades da BSGI e à orquestra. Eu me preparei muito para cada uma das entrevistas, mas principalmente fui criando um “eu” que não fosse abalado pelos “nãos”. Finalmente, encontrei uma empresa, onde trabalho hoje, que oferece absolutamente todos os benefícios que pontuei e outros, tais como o antigo sonho de poder viajar pela empresa. Vitória! Simbologia de um juramento Como jovem Soka, aprendi a valorizar cada significado na relação com Ikeda sensei, que sempre confiou em nossas potencialidades. Em 2022, um marco despertou ainda mais minha gratidão. Desde 2019, estava estudando muito espanhol e inglês e me dedicando ao trabalho. Com isso, recebi duas promoções. Também segui pela primeira vez em uma viagem internacional, indicada a fazer parte de um projeto no México. Em agosto desse mesmo ano, fui até aquele país e tive a oportunidade de conhecer o Anjo da Independência, símbolo narrado por Ikeda sensei na Nova Revolução Humana, referindo-se a um sonho do seu mestre, Josei Toda, visualizando ter viajado ao México. Foi muito místico. Luciana em viagem ao México No ano passado (2023), recebi mais duas promoções e, atualmente, sou gerente de projetos na empresa. Realizei ainda viagens incríveis para a América do Sul e a Europa, enriquecendo minha vida de cultura e novas amizades. Na organização de base, estamos agora envolvidos em conectar mais e mais jovens pela paz, unidos no movimento da Juventude Soka. No lugar do Mestre e pela eternidade, abraçar o legado do kosen-rufu deixado por ele. Agradeço por todas as oportunidades na Gakkai, na organização de base e na Orquestra, e pelos direcionamentos e incentivos do Mestre, que me permitem seguir em frente com confiança. Muito obrigada! Luciana em visita com algumas das jovens de sua localidade Luciana Yoko Gatto Katecare, 29 anos, gestora de projetos. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens da RM Ipiranga, CNSP. Assista vídeo do relato da Luciana No topo: Luciana com o pai, Jorge, por ocasião de formatura Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.430, 4 ago. 2018, p. A2. Fotos: Colaboração local
10/02/2024
Notícias
BS
Unidos e motivados
A expectativa dos jovens das duas RM que compõem a Sub. Tijuca, do Rio de Janeiro, tomou forma na promoção do Festival Cultural Soka, no último dia 28 de janeiro. Tudo foi pensado para proporcionar um ambiente inspirador para membros e convidados, expandindo princípios humanísticos na sociedade. Com o apoio da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF), o local escolhido foi o Teatro Noel Rosa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O sentimento que permeava a mente dos jovens das RM Tijuca e Maracanã era de celebrar a diversidade, baseado no princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. Esse conceito discorre sobre o respeito à diversidade presente na essência do Budismo Nichiren e sobre a dignidade e o valor de cada pessoa. Outro ponto foi de levar esperança ao coração das pessoas baseado nos ensinamentos do Gosho de Nichiren Daishonin, intitulado O Inverno nunca Falha em se Tornar Primavera.1 “A proposta foi a de traduzir esses revitalizadores ensinamentos do Buda em apresentações que levassem ao público inspirações para cultivar dentro de si os conceitos humanísticos de paz, cultura e educação, como sempre nos direcionou nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda”, esclarece o líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Sub., João Guilherme Vidal do Nascimento, representando as lideranças jovens locais. Para isso, “envolvimento” foi palavra de ordem. Os participantes das apresentações culturais se desafiaram ao máximo para aprender as músicas, coreografias e representar os personagens do teatro. Foram semanas de vários esforços nos ensaios, especialmente considerando que muitos nunca tinham feito parte dos grupos de apresentação da BSGI e não possuíam experiência na área artística. Outros eram convidados dos membros da Sub. Tijuca e não tinham vínculo ainda com a organização. Dentre os componentes das apresentações, das comissões e dos grupos de bastidores, foram envolvidas cerca de oitenta pessoas. “O festival extrapolou as expectativas. Foi um orgulho ver o Budismo Nichiren sendo transmitido de forma leve, correta e com muita alegria. Ao apresentar a BSGI aos convidados, ficou claro que é uma verdadeira academia de valores humanos”, ressalta Angela Nascimento, veterana do Distrito Mariz e Barros, da RM Maracanã. Para os envolvidos, o festival foi um exemplo de vitória da revolução humana, no qual organizadores e participantes exercitaram-se em superar as limitações. “Foi a vitória do discípulo Soka buscando corresponder ao coração do Mestre e desafiando muito mais daimoku”, enfatizam as lideranças da Sub. Tijuca, selando o compromisso dos seus integrantes de concretizar infalivelmente o objetivo de cem jovens em todos os distritos. “Sensei, conte com a Sub. Tijuca!”. No topo: Cena do encerramento do festival cultural da Sub. Tijuca, coroado de vitórias e de renovadas determinações dos participantes Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. Foto: Colaboração local
10/02/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Neste mês, celebram-se quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, momento memorável e decisivo do movimento pelo kosen-rufu no país. Brasil Seikyo inicia a publicação de uma série especial sobre esse evento comemorado com carinho e decisão pelos membros da BSGI como ponto de partida de um vigoroso desenvolvimento rumo ao futuro. Emoção e juramento A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, ocorreu depois de dezoito anos de espera após a sua vinda anterior em 1966. Um marco revestido de emoção e renovado juramento. A emoção é de revivermos juntos os dez dias inesquecíveis ao lado do Mestre, capazes de secar as lágrimas de tristeza e de saudade pela longa espera. O juramento fica por conta do significado que essa comemoração encerra. Neste 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, e assumindo o bastão da luta de mestre e discípulo agora sem a presença física de Ikeda sensei, os membros se voltam para a comprovação da luta do discípulo em todas as frentes de atuação, segurando firme a bandeira do movimento pelo kosen-rufu, legado deixado por Ikeda sensei. De forma inédita, e mais uma vez assumindo seu lugar como protagonistas no palco do kosen-rufu, os jovens criam em toda a BSGI um ambiente de esperança renovada, unindo coração a coração, conectando, um a um, os jovens pela paz. Com os memoráveis momentos da visita de Ikeda sensei em 1984 como fundo de cena, preparamos uma série de matérias, que, a partir desta edição, se propõe a estimular no coração dos leitores o orgulho, a honra e a renovada determinação de construirmos juntos uma era de humanismo, de respeito máximo pela dignidade da vida e da alegria contagiante rumo a 2030, centenário da Soka Gakkai. Vamos selar com vitórias essa significativa celebração, comprovando os benefícios da prática da fé e o envolvimento no movimento jovem. Dez dias que fizeram história: emoção e renovado avanço De 19 a 29 de fevereiro de 1984, a agenda da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil contemplou encontros com autoridades, visitas e o ápice de sua participação no Festival Cultural-Esportivo da SGI, considerado por ele o terceiro melhor do mundo. Ele descreveu numa obra de sua autoria, intitulada Nova Revolução Humana (NRH), várias passagens desses momentos vividos com os brasileiros. Por exemplo, recortamos trechos de sua chegada, no dia 19. As palavras do Mestre ecoaram fortemente no coração dos membros, em especial dos veteranos, que, com suor próprio e dedicação, romperam o ciclo em que nossa organização era vista com olhos maldosos por alguns. Transformaram veneno em remédio, assim como aprendemos nos escritos de Nichiren Daishonin. Para acompanhar o desenrolar dessa trajetória, trazemos, nesta primeira matéria da série, alguns bastidores até essa grandiosa conquista de recebermos Ikeda sensei em terras brasileiras, dignamente. Vamos juntos nessa viagem? A visita cancelada, dez anos antes, e o levantar-se Em 1974, estava prevista a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, oito anos após a sua segunda visita, em 1966. Em torno dos líderes centrais, os membros da BSGI direcionavam esforços para a expansão do humanismo Soka na sociedade, transmitindo a Lei Mística com o melhor de si. E para a tão sonhada recepção ao Mestre, um grande festival cultural foi programado para março daquele ano. Porém, às vésperas do evento, chega uma notícia que abalou a todos: o visto de entrada do presidente Ikeda ao país havia sido negado. A atividade transcorreu conforme o planejado, e todos ouviram a leitura da mensagem enviada pelo Mestre, a qual se tornou diretriz de luta: “Mesmo que o nosso encontro não tenha sido possível nesta oportunidade, no meu coração está vivo o dinâmico entusiasmo de todos os senhores. Espero que mantenham o ânimo e construam famílias realmente felizes por todos os recantos do Brasil. Realizem também com alegria e coragem o kosen-rufu da querida terra brasileira que possui ilimitado potencial para um futuro promissor. A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; devem ser vistas a longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro”. Uma nova decisão começou a brilhar nos olhos cheios de lágrimas dos figurantes.1 A partir desse juramento, a BSGI empreendeu esforços para transformar as circunstâncias e tornar possível a vinda de Ikeda sensei ao país. Envolveu-se na sociedade para provar a veracidade dos ideais de paz defendidos pela Soka Gakkai e abraçados com a própria vida pelo Mestre. Foram intensificadas ações culturais de apoio, como a participação de 8 mil membros nas comemorações do 153º aniversário da Independência do Brasil, a convite da Prefeitura de São Paulo. Ao presenciar pela primeira vez a exibição de um painel humano, o público ficou impressionado com a grande cena formada por 5 mil integrantes da BSGI, que preencheram a arquibancada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Posteriormente, a BSGI marcou presença nas comemorações dos quinze anos de Brasília, a pedido do governo do Distrito Federal, no qual 5 mil componentes viajaram 1.200 quilômetros para se apresentar na atividade. Foram utilizados mais de 130 ônibus para o traslado. Esses dois eventos, que determinaram a avaliação da organização pela sociedade brasileira, foram promovidos, respectivamente, em setembro de 1974 e em abril de 1975. Podemos dizer que a “tristeza de março de 1974” impulsionou o levantar de uma nova BSGI, acarretando o desabrochar ainda mais magnífico do potencial inerente a cada um dos seus integrantes. Em 24 de agosto de 1977, data do 30º aniversário de conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, foi inaugurado o grande baluarte do kosen-rufu do Brasil, o Centro Cultural da BSGI. Todos se esforçavam ao máximo buscando a concretização da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Movidos por sentimentos genuínos, levantaram-se, com base na sincera recitação do daimoku. Os jovens, por sua vez, se ergueram e, com determinação, embarcaram rumo ao Japão, com a missão de representar a decisão dos membros de fazer acontecer a tão sonhada vinda do Mestre ao país. Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984) Jovens vão ao encontro do Mestre Ikeda sensei também fez questão de deixar registrado na Nova Revolução Humana o encontro mantido com o grupo de 38 jovens brasileiros que foram ao Japão participar de um curso de aprimoramento. Da agenda, além das atividades em Tóquio e em Osaka, estava programado um curso de três dias no Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima, ao sul do Japão. Com sincero sentimento, Ikeda sensei elogiou o empenho de todos de viajar longa distância, ao mesmo tempo em que lhes confiou a promessa de visitar, sem falta, o Brasil. Denominou-os de Grupo Kirishima do Brasil. O presidente Ikeda não mediu esforços para eternizar aquele momento, oferecendo-lhes músicas ao piano e, ao término da apresentação, apertou a mão de cada um dos componentes, oferecendo-lhes as seguintes palavras: “— Jamais me esquecerei do rosto de vocês, valen-tes companheiros de espírito de procura. Mas, vamos nos encontrar novamente. A próxima vez será no Brasil!”.2 Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983) E o grande dia chegou! No dia 19 de fevereiro de 1984, às 9h40, a aeronave que trazia Ikeda sensei pousa em São Paulo, SP. “Eu estou muito feliz”, assim ele expressou a alegria incontida em ser recepcionado. Diferentemente das condições de sua recepção em 1966, agora era homenageado pelos governantes. O próprio presidente da República na época, João Baptista Figueiredo, enviou uma carta pessoal convidando o presidente Ikeda para uma visita às terras brasileiras dois anos antes. Além de ser um fato marcante na vida de todos os membros, o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, foram homenageados com o nome em logradouros de algumas cidades. O Brasil vencera, junto com o Mestre. Nas próximas matérias da série “Os Quarenta Anos da Terceira Visita de Ikeda Sensei ao Brasil”, vamos trazer cenas e reflexões decorrentes das atividades em Brasília e em São Paulo, promovidas nos dez dias de Ikeda sensei em terras brasileiras em 1984. Aguarde! Programação básica da visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984 19/2 Chegada ao Brasil, às 9h40. 20/2 Visita pela primeira vez o Centro Cultural da BSGI em São Paulo, SP. 21/2 Encontro com o então presidente da República João Baptista Figueiredo no Gabinete da Presidência em Brasília, DF. 23/2 Encontro com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal, no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat Encontro com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz. Encontro com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro. Encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. 25/2 Incentivo aos participantes do festival cultural durante o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP. 26/2 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI com a participação de 22 mil pessoas. 27/2 Reunião de líderes em comemoração do jubileu de prata da BSGI no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, SP.Nesse dia, ocorre significativo encontro com membros do da região amazônica. 29/2 Deixa o Brasil às 11h45, partindo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, com destino a Lima, Peru. Leia mais Os bastidores dos episódios relatados podem ser conferidos na Nova Revolução Humana, volume 11. Também disponível no CILE Digital: www.ciledigital.com.br No topo: Ikeda sensei acena para o público durante ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984). Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 34. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 62, 2017. 2. Ibidem. Fotos: Seikyo Press
10/02/2024
Especial
BS
A extraordinária força de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei
O caminho do diálogo humanístico que ultrapassou barreiras, transcendendo civilizações para transformar o “século das guerras” no “século sem guerras” Nesta quarta parte da série, apresentamos a trajetória de ações e de diálogos promovidos por Ikeda sensei pela paz do mundo, carregando a tocha do pacifismo herdada de Toda sensei, após ter vivido uma juventude em meio à guerra. Dr. Toynbee: diálogo pelo bem da posteridade “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.1 Essas palavras do prefácio do volume 1 do romance Revolução Humana constituem a essência da obra, assim como também de sua continuação, a Nova Revolução Humana. Ao mesmo tempo, o excerto é uma declaração do propósito ao qual Ikeda sensei dedicou a própria vida. “Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra!”.2 Ikeda sensei começou a escrever a Revolução Humana em 2 de dezembro de 1964 nas terras de Okinawa, região do Japão escolhida por ter sido o palco da mais terrível batalha terrestre durante a Segunda Guerra Mundial e um local em que inúmeras pessoas sofreram intensamente. Ikeda sensei também foi um jovem que sofreu com as consequências da guerra. Dr. Toynbee, terceiro, da esq. para a dir., e Dr. Ikeda, à dir., passeiam pelo parque. No diálogo entre ambos, o historiador comenta: “Pude passar um tempo de máximo valor. Como estudioso, não poderia me sentir mais feliz” (Londres, Inglaterra, 9 maio 1972) Juventude sob a guerra Ikeda sensei nasceu em 1928, no atual distrito de Ota, em Tóquio, e viveu a infância no “período no qual o Japão todo se mostrava interessado, até demais, pelo rumo que a guerra tomava”.3 Quando ele tinha 9 anos, a Guerra Sino-Japonesa eclodiu e, às vésperas de completar 14 anos, a Guerra do Pacífico teve início. Por esse motivo, seus quatro irmãos mais velhos foram sucessivamente convocados para o serviço militar. Sua família teve de deixar a casa onde morava devido a uma evacuação forçada, e o local para onde se mudou também acabou sendo incendiado por ataques aéreos. Após a derrota do país na guerra, sensei e sua família receberam o comunicado da morte do irmão mais velho na frente de batalha, momento em que viu sua mãe chorando copiosamente. Nessa época, sofria também com a própria saúde, acometido de tuberculose e com a sombra da morte perseguindo-o constantemente, tanto em relação a seu corpo quanto ao ambiente ao redor. “Eu odiava a guerra. Eu odiava os líderes que levaram o povo à guerra”, declarou certa vez. No verão do ano em que completou 17 anos, a guerra terminou, com a derrota do Japão. Da mesma forma que muitos jovens, sensei se questionava: “O que devo fazer para que essa história nunca mais se repita?”. Em meio a essas circunstâncias, ele teve um encontro com um senhor de meia-idade na noite do dia 14 de agosto de 1947. Era uma reunião de palestra da Soka Gakkai para a qual havia sido convidado. Aquele senhor, chamado Josei Toda, realizava a explanação do escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra [de Nichiren Daishonin]. “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”; “Que tipo de pessoa pode ser considerada um verdadeiro patriota?”; “O que o senhor acha do imperador?”. A essas três perguntas, Josei Toda forneceu respostas claras e concisas. Além disso, como diziam, era alguém que enfrentou o cárcere por resistir aos militares naquela guerra. “Posso confiar nessa pessoa”, esse era o sentimento de Ikeda sensei e, assim, ele se converteu ao budismo dez dias depois desse encontro, tornando-se discípulo de Josei Toda. No escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra consta: “Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve primeiro orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade?”4 O início da caminhada do Mestre na prática budista se tornou também o primeiro passo rumo à paz mundial. Declaração à sociedade Às vésperas de completar 30 anos, Ikeda sensei escreveu em seu diário a própria jornada de vida de dez em dez anos, do passado ao futuro: Até os dez: Minha infância num lar de produtores de algas. Até os vinte: Cultivei meu senso de missão e lutei contra a maldade da doença. Até os trinta: Dedicação à prática da fé e ao estudo do budismo; lutar para eliminar a maldade da doença. Até os quarenta anos: Aperfeiçoarei o estudo do budismo e minha prática budista. Até os cinquenta anos: Farei minha declaração à sociedade. Até os sessenta anos: Consolidarei o alicerce do kosen-rufu no Japão.5 A saúde de Daisaku Ikeda era tão frágil que os médicos diziam que ele “não viveria até os trinta anos” e, na ocasião em que escreveu o diário, registrou somente até os sessenta anos. No dia 8 de setembro de 1968, sensei, que havia completado oito anos de sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, fez uma grandiosa “declaração à sociedade” direcionada ao mundo todo. Era a Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, apresentada na 11a Convenção da Divisão dos Universitários. Naquele dia, completavam-se onze anos desde que Josei Toda proferira sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. Com o agravamento da Guerra Fria e a grande revolução cultural da China, as relações sino-japonesas se arrefeciam mais que nunca. No passado, ocorreram incidentes nos quais políticos que se empenharam para restabelecer a amizade entre os dois países haviam sido assassinados. Em meio a essa difícil situação social, por que Ikeda sensei apresentou uma proposta pondo em risco a própria vida? “Eu não tenho escolha, eu sou budista. A missão social do praticante budista é trabalhar pela paz mundial e pela felicidade de todas as pessoas”.6 Esse era seu verdadeiro sentimento. Ao tomar conhecimento da proposta, o jornalista Liu Deyou do jornal Guang Ming Daily a transmitiu imediatamente para a China. Essa notícia chegou também ao primeiro-ministro Zhou Enlai, que tinha plenos poderes diplomáticos na época. A proposta despertou reações negativas tanto no Japão como em outros países, e começou a surgir um sentimento de revolta e de alerta, gerando até ameaças. No entanto, o estudioso da literatura chinesa Yoshimi Takeuchi demonstrou seu apoio comentando que “havia uma esperança”. Também Kenzo Matsumura, influente autoridade do mundo político, afirmou que a proposta “conquistou um milhão de aliados”. Dessa forma, houve grande apoio de pessoas que desejavam o avanço nas relações entre os dois países. Em setembro de 1972, o Partido Komei, fundado por Ikeda sensei, atuou como intermediário no processo de normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China em decorrência do apreço do governo chinês à proposta do presidente Ikeda e da confiança depositada nele pelo primeiro-ministro Zhou Enlai. Por ocasião do falecimento do presidente Ikeda [em 15 de novembro de 2023], o Ministério das Relações Exteriores da China comentou (por intermédio da secretária de imprensa Mao Ning) que “O velho e bom amigo de confiança e de respeito da China” havia falecido e que “Desejamos que a ‘ponte dourada’ criada por ele continue eternamente pelo futuro”. Esse comentário reflete um cenário histórico de mais de meio século de relações. No dia 30 de maio de 1974, Ikeda sensei pisou pela primeira vez em território chinês. Naquela ocasião, ainda não havia voo direto para esse país. Ele partiu de Hong Kong, na época uma colônia britânica, e viajou de trem até a fronteira, atravessando uma ponte férrea a pé em direção à China. A programação durou cerca de duas semanas e, em um desses dias, uma menina lhe perguntou: “O que o senhor veio fazer aqui na China?”. Sensei respondeu: “Eu vim me encontrar com você!”. Em meio ao seu desafio para mudar a época rumo à paz e à coexistência dos povos, os olhos de Ikeda sensei estavam sempre voltados para cada pessoa comum do povo. O bastão da amizade A oportunidade para a segunda visita à China surgiu ainda naquele ano. O encontro com o primeiro-ministro Zhou Enlai se concretizou no dia 5 de dezembro de 1974, na última noite do período da estada de Ikeda sensei no país. O primeiro-ministro Zhou Enlai, à esq., e o presidente Ikeda mantêm um encontro único na vida. O primeiro-ministro, que participa do encontro controlando um problema de saúde, confia o futuro da amizade sino-japonesa a Ikeda sensei (Hospital 305, Pequim, 5 dez. 1974) Na época, o primeiro-ministro estava em um leito de hospital, acometido de um câncer que se espalhou por todo o corpo. Apesar de os médicos e as pessoas à sua volta se oporem devido ao seu estado de saúde, o primeiro-ministro rejeitou tais recomendações e fez questão de participar do encontro. Zhou Enlai se aproximou caminhando lentamente e, segurando as mãos de Ikeda sensei, disse: “Eu queria encontrá-lo a todo o custo”; “O presidente Ikeda vem propondo diversas vezes que é imprescindível desenvolver a relação de amizade entre os povos da China e do Japão. Isso me deixa muito feliz”; “Os últimos 25 anos do século 20 serão um período extremamente importante para o mundo”, afirmou o primeiro-ministro. Em resposta à forte determinação de Zhou Enlai de construir a amizade, Ikeda sensei dedicou-se de corpo e alma para a realização de intercâmbios educacionais e culturais com os jovens. Recebeu, por exemplo, na Universidade Soka, o primeiro grupo chinês de estudantes bolsistas do governo japonês após a normalização das relações diplomáticas, custeando as despesas deles. Historiador de renome mundial “Ficarei feliz se pudermos realizar uma significativa troca de opiniões”. No ano seguinte à apresentação da Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, uma carta chegou a Ikeda sensei. O remetente era o Dr. Arnold J. Toynbee, gigante dos estudos sobre a história do século 20. O encontro especial entre os dois se concretizou em maio de 1972 na residência do Dr. Toynbee, na Inglaterra. Na época, a Guerra do Vietnã se encontrava em uma situação delicada e crescia a ameaça do uso de armas nucleares. Naquele ano, um relatório do Clube de Roma, com o tema “Os Limites do Crescimento”, chocava o mundo indicando que o planeta atingiria seu limite de recursos em cem anos. O Dr. Toynbee já vinha mantendo forte interesse pelo budismo e considerando-o como uma religião de alto nível que indicava o caminho para superar as crises da civilização contemporânea. Ele concentrou sua atenção na figura de Ikeda sensei como um líder do “budismo vivo”. Mais um encontro foi realizado em maio do ano seguinte, em 1973, totalizando cerca de quarenta horas de diálogos nas duas ocasiões. Assim, os dois concluíram a obra Escolha a Vida, que já foi traduzida e publicada em 31 idiomas, tornando-se um “livro didático da humanidade”. No último dia do encontro, em 1973, a TV inglesa noticiou intensamente a reunião de cúpula entre a União Soviética e o primeiro-ministro da Alemanha Ocidental. Assistindo a tais reportagens, o Dr. Toynbee comentou: “Talvez o nosso diálogo seja modesto. Entretanto, a conversa entre nós dois é pelo bem da posteridade da humanidade. É esse tipo de diálogo que cria o eterno caminho da paz”. Ao término do encontro, ele afirmou: “O senhor, que é mais jovem, amplie ainda mais esse tipo de diálogo para unir a humanidade. Com os russos, com os americanos, com os chineses”. Além disso, solicitou a uma pessoa que entregasse a Ikeda sensei um pedaço de papel com nomes de alguns eminentes intelectuais, como o microbiologista dos Estados Unidos Dr. René Dubos e o fundador do Clube de Roma, Dr. Aurelio Peccei, expressando seu desejo de que, se possível, pudesse se encontrar com eles também. Mantendo diálogos sobre as perspectivas para o século 21 com essas pessoas e com outros intelectuais do mundo, Ikeda sensei foi construindo as pontes da paz com as próprias ações e não apenas com palavras. Vou me encontrar com as pessoas Em 8 de setembro de 1974, cinco meses depois de sua visita inicial à China, sensei fez sua primeira viagem à União Soviética. Era o país que liderava o movimento socialista, dividindo o mundo em dois com a “cortina de ferro”. Da mesma forma que em relação à Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, houve forte reação negativa à ida de Ikeda sensei a um país que “negava a religião”. Em resposta a isso, ele declarou o motivo pelo qual realizava aquela viagem: “É porque lá existem pessoas”. Além de personalidades proeminentes como o reitor da Universidade de Moscou Rem Khokhlov e o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Mikhail Sholokhov, sensei conversou com pessoas comuns da cidade, tais como uma senhora encarregada das chaves do hotel, um senhor e seu neto que pescavam, e com jovens estudantes da Universidade de Moscou, registrando muitas lembranças. Era como se derretesse o gelo no coração das pessoas. No último dia de sua estada, o primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin, com quem se encontrou no Kremlin, lhe questionou: “Qual é a sua ideologia básica?”. Sensei respondeu de imediato: “É a ideologia da paz, da cultura e da educação. A base fundamental disso é o humanismo”. O primeiro-ministro afirmou: “Valorizamos muito esse princípio. Nós, da União Soviética, também deveríamos pôr em prática esse pensamento”. Então, Sensei fez a seguinte pergunta: “A União Soviética atacará a China?”. Na época, o confronto entre a China e a União Soviética se intensificava tanto quanto a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética. O primeiro-ministro respondeu: “Não temos intenção de atacá-la”. Quando sensei lhe perguntou se poderia transmitir essas palavras ao governo da China, o primeiro-ministro soviético respondeu afirmativamente. Essa declaração foi transmitida para a cúpula do governo chinês por ocasião da segunda visita de Ikeda sensei à China, realizada três meses depois. “O primeiro-ministro chinês Zhou Enlai deu grande importância a essa informação”, comentou Kong Fan Feng, ex-presidente do Centro de Pesquisas Zhou Enlai da Universidade de Nankai, da China. Em janeiro do ano seguinte, 1975, Ikeda sensei encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger para dialogar. Percorrendo os Estados Unidos, a China e a União Soviética, o Mestre desenvolveu a diplomacia de cidadão comum para a paz e a prevenção da guerra nuclear. Encontro com o líder do novo pensamento As atividades pela paz iniciadas concretamente por Ikeda sensei na década de 1970 começaram a se desenvolver ainda mais depois de sua renúncia como terceiro presidente da Soka Gakkai, tornando-se seu presidente honorário, em 24 de abril de 1979. Ikeda sensei, que já havia se tornado presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 26 de janeiro de 1975, apresentou uma proposta de abolição das armas nucleares por ocasião da 2a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas para o Desarmamento, realizada em junho de 1982. Em janeiro de 1983, comemorando o Dia da SGI, em 26 de janeiro, anunciou sua Proposta de Paz, intitulada Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. A partir de então, enviou propostas de paz anualmente até 2022. No fim do ano seguinte à queda do Muro de Berlim, ocorrida em novembro de 1989, ficaram claros os estratagemas do clero da Nichiren Shoshu. Apesar dessas artimanhas, as atividades de construção da paz de Ikeda sensei passaram a ser realizadas em escala ainda maior, criando pontes de diálogo entre civilizações e religiões. Entre as décadas de 1980 e de 1990, ele manteve encontros com líderes e chefes de Estado, como os presidentes Richard von Weizsäcker, da Alemanha; Nelson Mandela, da África do Sul; e Fidel Castro, de Cuba; além dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, da Índia; Lee Kuan Yew, de Singapura; e Mahathir bin Mohamad, da Malásia. Ele, ainda, estreitou laços de amizade com Rosa Parks, ativista do movimento pelos direitos huma-nos nos Estados Unidos; com o músico Yehudi Menuhin; o cientista Dr. Linus Pauling; e o economista Dr. John Kenneth Galbraith. Em especial, por ocasião do falecimento de Ikeda sensei, a mídia japonesa, bem como a de outros países, noticiou amplamente a amizade de Ikeda sensei com o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchev. O primeiro encontro de sensei com o líder soviético se deu em 27 de julho de 1990, no Kremlin, em Moscou. Gorbatchev punha em ação a perestroika (reforma) que visava reconstruir a sociedade dilapidada do país. Ele havia declarado o fim da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, durante a Conferência de Cúpula de Malta, realizada no mês de dezembro do ano anterior, e tinha tomado posse como primeiro presidente da União Soviética. As primeiras palavras ditas por Ikeda sensei nesse encontro foram: “Hoje, vim ‘brigar’ com o presidente. Vamos dialogar francamente sobre quaisquer assuntos, soltando faíscas! Pelo bem da humanidade, do Japão e da União Soviética!”. Diante dessas palavras inesperadas, Gorbatchev respondeu com um sorriso: “Entendi, vamos lá!”. O diálogo foi acalorado, com mais de uma hora de duração, sobre o significado e a situação da perestroika e a expectativa nos jovens, entre outros. Primeiro encontro do presidente Ikeda com Mikhail Gorbatchev, à dir., no Kremlin, em Moscou (27 jul. 1990) No encontro, Gorbatchev declarou: “O novo pensamento da perestroika é como um único ramo da árvore da filosofia do presidente Ikeda”. O presidente Gorbatchev expressou ainda, de forma clara, sua intenção de visitar o Japão na primavera do ano seguinte. Na mesma noite, essa declaração foi noticiada no Japão como manchete principal. Conforme prometido, em abril de 1991, o presidente Gorbatchev cumpriu a primeira visita ao Japão como chefe de Estado da União Soviética e, reservando um tempo em sua agenda lotada, encontrou-se novamente com Ikeda sensei. Mesmo após a renúncia de Gorbatchev como presidente, deram continuidade ao intercâmbio envolvendo seus familiares e publicaram uma obra em forma de diálogo, intitulada Nijusseiki no Seishin no Kyokun [Lições do Espírito do Século 20]. Foram realizados dez encontros ao todo. Na Universidade Soka, ao lado dos pés de cerejeira, que simbolizam a amizade com o casal Zhou Enlai (“Cerejeira Zhou” e “Cerejeira Casal Zhou”), foi plantada a “Cerejeira Casal Gorbatchev” por Mikhail Gorbatchev e esposa, junto com Ikeda sensei e esposa. Hoje, a bela árvore encontra-se em plena floração [dezembro de 2023]. Alegria tanto em vida como na morte Além dos diálogos com líderes e intelectuais do mundo, Ikeda sensei dedicou esforços na realização de palestras em universidades e instituições acadêmicas. Ele justifica essa decisão: “A humanidade pode se unir e se fundir nas universidades. O estudo transcende as nações, os sistemas e os grupos étnicos”. Na mais renomada instituição de ensino superior norte-americana, Universidade Harvard, sensei foi palestrante convidado por duas vezes. A primeira palestra, em 1991, teve como tema “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada”. Em setembro de 1993, na segunda palestra, sensei discorreu sobre conceitos budistas a respeito da vida e da morte em seu discurso “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21”. Ikeda sensei discursa pela segunda vez na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, a convite da instituição. A palestra foi intitulada “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21” (24 set. 1993) Sensei afirmou que, na raiz do caos da civilização moderna, que gera as guerras, existe a arrogância do ser humano que evita e esquece a questão da morte. Citando a filosofia da “alegria tanto em vida como na morte” pregada no budismo Mahayana, apresentou a perspectiva da construção de uma civilização humana que tenha como base a dignidade da vida e o diálogo aberto. Ao término da palestra com duração de cerca de quarenta minutos, o local foi tomado por um profundo clima de admiração e forte salva de palmas. Depois desse evento, Ikeda sensei continuou transmitindo sua grandiosa visão humanística direcionada para a transformação do destino da humanidade, realizando palestras na Universidade de Moscou (pela segunda vez); na Universidade de Bolonha, na Itália; na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos; na Universidade de Havana, em Cuba; e no Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, da Índia; entre diversas outras. Trilhando eternamente o caminho da paz Em janeiro de 1998, quando Ikeda sensei completou 70 anos, ele registrou em um ensaio: Se fosse para registrar no papel tudo o que realizei desde os meus sessenta anos até os dias de hoje [janeiro de 1998], bem como o que almejo para a próxima década, escreveria: Até os setenta anos: O estabelecimento dos princípios de um novo humanismo. Até os oitenta anos: A conclusão da base do kosen-rufu mundial. A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu por toda a eternidade.7 Hoje, levantam-se, diante de nós, novos desafios, embora alguns deles sejam também antigos, tais como a questão das armas nucleares, os conflitos étnicos e a crise climática. Entretanto, os meios e os princípios para a solução dessas questões estão indicados na voz, nos diálogos e nas ações de Ikeda sensei. O restante depende somente das ações confiadas aos jovens sucessores. No topo: Ikeda sensei, terceiro a partir da esq., assinala seu primeiro passo na China no dia 30 de maio de 1974. Caminha a pé da estação Lo Wu, em Hong Kong, que era uma colônia britânica, até Shenzhen, China Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 17, 2021. 2. Ibidem, p. 21. 3. IKEDA, Daisaku. Minhas Recordações. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 45. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 24, 2020. 5. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 423. 6. Idem. Ponte Dourada. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 36, 2019. 7. Terceira Civilização, ed. 355, mar. 1998, p. 20. Fotos: Seikyo Press
10/02/2024
Especial
BS
Vitória absoluta e inspiradora
Observando o atual cenário da sociedade, deparamo-nos com muitas pessoas lutando contra o desânimo, a apatia e até com o conformismo diante das duras dificuldades do dia a dia. Nesse contexto, como podemos manifestar alegria e coragem em nosso coração para mudar essa realidade a partir do local em que nos encontramos e proporcionar esperança aos outros? Nosso mestre, Daisaku Ikeda, nos inspira com a histórica luta que realizou durante a juventude à frente do Distrito Kamata, no Japão. “Deixe comigo!” Em 1952, um ano após assumir como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda esforçava-se para reerguer a Soka Gakkai no pós-guerra. O crescimento da organização caminhava a passos lentos. Naquela época, os distritos que concretizavam mais shakubuku (conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin) atingiam, no máximo, cem famílias em um mês. Com sua percepção aguçada, Josei Toda sabia que, nesse ritmo, a Soka Gakkai jamais seria uma grande organização. Foi nesse momento que ele chamou o destemido jovem Daisaku Ikeda, então com 24 anos, e lhe disse: “Daisaku, poderia entrar no Distrito Kamata e fazer as coisas avançarem?”. O jovem vinha trabalhando dia e noite ao lado do presidente Josei Toda e entendeu perfeitamente o desejo do seu mestre: levar a felicidade ao maior número de pessoas. Kamata era a terra natal de Daisaku Ikeda. O jovem respondeu com firmeza: “Deixe comigo!”. Ele também disse: “Agora é o momento de mudar a situação. Vamos abrir o caminho para a vitória!”.1 O primeiro passo foi definir estratégias, metas e objetivos claros. Em seguida, encontrar, dialogar e incentivar o maior número de membros, participar do maior número de reuniões de palestra e fazer muitas visitas. Por que o mês de fevereiro? No início do movimento, Ikeda sensei clamou aos seus companheiros durante uma reunião realizada no bairro de Ota: “Fevereiro é o mês de nascimento de Nichiren Daishonin e do presidente Josei Toda. Vamos aproveitar esta significativa época para demonstrar nossa gratidão pelo maravilhoso benefício e felicidade que atingimos com nossa prática, ajudando outras pessoas a também se tornarem felizes”. Todos os membros expressaram concordância em resposta a esse corajoso pedido.2 O Mestre relembra: Quando assumi minha função no Distrito Kamata, estava com apenas 24 anos. Como poderia inspirar cada pessoa a entrar em ação com um genuíno entusiasmo e propósito? Eu o faria por meio de minhas próprias ações, de meu próprio suor e árduo empenho, mostrando resultados concretos. Havia decidido assumir total responsabilidade em atingir nosso objetivo. Tinha certeza de que, se me tornasse um bom exemplo, os membros reconheceriam meus esforços e depositariam confiança em mim.3 Na época, Ikeda sensei tinha uma condição física frágil, sofrendo com febre alta e chegando a tossir sangue. Mesmo assim, quando uma reunião de palestra começava, ele se transformava e parecia outra pessoa. Arrumava forças, conseguia tocar o coração das pessoas e incentivá-las com ardor. De onde extraía tanta força? Da forte ligação que tinha com seu mestre, Josei Toda. Por essa razão, desafiava-se com energia e coragem. Mantendo essa postura e dedicação, mesmo sem muita experiência, pois havia líderes bem mais veteranos que ele, o jovem Daisaku Ikeda consagrou o mês de fevereiro na história da Soka Gakkai como o período de grande propagação do Budismo Nichiren. Junto com os membros desse distrito, naquele fevereiro de 1952, 201 famílias ingressaram na Soka Gakkai. Logo após, as organizações de Tóquio começaram a avançar. Então, todos os distritos do Japão inteiro seguiram o mesmo caminho. Alegria e gratidão Realizar o movimento pelo kosen-rufu requer vencer as próprias limitações e ir ao encontro das pessoas com o sincero desejo de ajudá-las a ser felizes. Para que isso seja possível, é fundamental basear-se na recitação do Nam-myoho-renge-kyo com a determinação de transformar sua condição interior e, consequentemente, a do ambiente em que se encontra. Orar daimoku evidencia o potencial do estado de buda, faz manifestar a boa sorte e irradiar a energia vital necessária para vencer os obstáculos e contagiar as pessoas, conforme nosso mestre afirma: Podemos dizer que a alegria, a coragem, a disciplina, a disposição de crescer, a sabedoria, a saúde, enfim, tudo é obtido com a energia vital. E a fonte dessa ilimitada energia é a recitação do daimoku. Por isso, uma pessoa que vive com base no daimoku não encontrará impasses na vida.4 Levantar-se só Outro ponto essencial é abraçar a missão pelo kosen-rufu como uma responsabilidade pessoal e se empenhar na linha de frente, atuando em harmonia de “diferentes em corpo, unos em mente” com os companheiros, mas sem depender de outros para concretizá-la. Nesse sentido, Ikeda sensei comenta: O Sol queima a si próprio para fazer a Lua brilhar e iluminar o universo. Da mesma forma, se existir uma única pessoa capaz de irradiar um forte espírito de luta, sua coragem se expandirá e alcançará o coração de inúmeras outras. Esta é a fórmula imutável para se promover a façanha do kosen-rufu, um empreendimento nunca antes realizado na história do budismo.5 Compartilhar com outras pessoas a alegria de praticar o Budismo de Nichiren Daishonin para realizar a revolução humana e cultivar a verdadeira felicidade é também a forma mais nobre para retribuirmos a gratidão por termos conhecido essa filosofia de vida transformadora da qual a humanidade tanto necessita e para cumprirmos a missão que assumimos desde o remoto passado como bodisatvas da terra. “O importante é acalentar o sentimento de ‘aquela pessoa está sofrendo, quero que ela seja feliz’”,6 afirma Ikeda sensei. Assumir o bastão do Mestre Atualmente, mais que nunca, herdando esse sentimento de Ikeda sensei, a Juventude Soka da BSGI, com total apoio das demais divisões, realiza o movimento de integrar cem jovens por distrito à correnteza de paz da Soka Gakkai, resultando numa gloriosa rede de 100 mil jovens humanistas no Brasil. O “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” já começou e muitas oportunidades despontam para nosso desenvolvimento por meio da prática da fé, bem como para promovermos grandes vitórias em nossa vida e unirmos forças com as pessoas ao redor visando transformar positivamente nosso ambiente. No topo: Jovem Daisaku Ikeda é recebido pelos membros do Distrito Kamata para empreenderem esforços pela propagação do budismo na localidade Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.809, 27 ago. 2005, p. B8.2. Idem, ed. 1.641, 23 fev. 2002, p. A2.3. Ibidem.4. IKEDA, Daisaku. Arando a Terra. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 98, 2019.5. Idem. Flor da Cultura. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, p. 66, 2018.6. Idem. Estandarte. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 228, 2019. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/01/2024
Especial
BS
A grandiosa revolução humana de uma única pessoa
Tomando para si a missão iniciada pelos seus predecessores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, Daisaku Ikeda manteve, ao longo de sua vida, o espírito inalterável de propagar o Budismo Nichiren e de desenvolver ações baseadas nos valores da Soka Gakkai com o objetivo último de transformar o destino de toda a humanidade. Desde criança, ele experimentou os horrores dos conflitos bélicos, pois, durante a Segunda Guerra Mundial, sua família teve a casa destruída por um grande bombardeio e seu irmão mais velho faleceu em combate em Mianmar. A juventude e o início da vida adulta de Daisaku Ikeda se deram no contexto geopolítico da Guerra Fria, quando a vitória dos países aliados levou à formação de dois blocos políticos antagônicos, protagonizados por Estados Unidos (capitalista) e União Soviética (comunista/socialista). Em todos os continentes, havia a proliferação de conflitos regionais que opunham os aliados dos norte-americanos e as forças soviéticas. Além disso, a corrida armamentista entre as duas superpotências levou a uma escalada na produção de artefatos nucleares cujo poder de destruição superava em muitas vezes o que a humanidade havia testemunhado com os bombardeios em Hiroshima e Nagasaki. Mais próximo às fronteiras japonesas, havia um conflito latente entre China e União Soviética. Apesar de, em princípio, pertencerem ao mesmo bloco ideológico, havia uma disputa pela influência e pela liderança do movimento comunista global. A relação entre a China e o próprio Japão também era conflituosa, em razão das inúmeras disputas armadas que haviam acontecido recentemente na região e o fato de os países ocuparem polos ideológicos opostos. Daisaku Ikeda foi uma figura importante tanto para a distensão e posterior normalização das relações diplomáticas entre Japão e China, como também para que soviéticos e chineses retomassem o diálogo e resolvessem os problemas fronteiriços entre eles. Ele fez várias visitas à China e à União Soviética, incentivando o diálogo e as ações diplomáticas entre os países, e estimulando diversas iniciativas de intercâmbio cultural, artístico e educacional com os chineses. Pouco antes de falecer, Josei Toda disse a seu jovem discípulo Ikeda: “O mundo é o seu palco. Vá e percorra o mundo!”.2 E assim foi feito! O esforço de propagação do budismo pelo mundo realizado pelo presidente Ikeda tornou possível a presença da Soka Gakkai hoje em 192 países e territórios, completando o ciclo do “retorno do budismo para o oeste”, de acordo com os dizeres de Nichiren Daishonin no escrito Admoestação a Hachiman: A lua se move do oeste em direção ao leste, tal como o budismo da Índia se propagou rumo ao leste. O sol se levanta no leste, prenúncio auspicioso de que o budismo do Japão retornará à Terra da Lua”.3 Atualmente, a Soka Gakkai é uma organização ativa nos campos da educação, cultura, direitos humanos e sustentabilidade, tendo como suporte os princípios do Budismo de Nichiren Daishonin. Coerente com essa missão, Daisaku Ikeda criou a Associação de Concertos Min-On, o Museu de Arte Fuji de Tóquio, o Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, em Boston, o Instituto Toda pela Paz, o Instituto de Filosofia Oriental, o Instituto Soka Amazônia, bem como as escolas e universidades Soka (no Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura, Malásia, Estados Unidos e Brasil). No campo da promoção da cultura de paz, o presidente Ikeda veio se engajando em centenas de diálogos com pessoas de todo o mundo, das mais diversas formações, crenças e opiniões, pois acreditava que o diálogo permite que se encontre o denominador comum que capacitará a humanidade a encontrar soluções para os complexos problemas da sociedade moderna, direcionando os povos a buscar a paz e a felicidade que todos almejam. Suas Propostas de Paz, enviadas anualmente à Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1983, mostram a visão baseada no budismo sobre os vários desafios e aflições vividos pela humanidade e oferecem ações concretas, fundamentadas em uma filosofia humanística, sobre como avançar para a construção de uma sociedade de paz. Há um ciclo muito interessante que se completa quando analisamos a continuidade da luta dos Três Mestres Soka. Makiguchi e Josei Toda eram educadores e encontraram no Budismo Nichiren a chave para a transformação individual e, também, para toda a coletividade. Eram pessoas simples, do povo, que, com seus abnegados esforços e uma clara visão de propósito, construíram os alicerces da organização religiosa que conhecemos hoje; é a própria sociedade que se voltou em direção ao budismo. Daisaku Ikeda conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin na juventude e, desde cedo, se engajou junto com seu mestre, Josei Toda, para consolidar a Soka Gakkai e ampliar de forma significativa a base de seus membros no Japão. É a partir daí que ele iniciou a propagação do budismo pelo mundo, sem medir esforços, até seu falecimento em novembro último, aos 95 anos. Ao mesmo tempo, pôs em prática seus princípios para lidar com os temas da sociedade, sobretudo nos campos da cultura, educação e promoção da paz. É dessa forma que o ciclo se completa, e o budismo se põe em prol da sociedade. Além de todos os diálogos com as mais diversas autoridades, da criação de muitas instituições, da participação em fóruns, dos vários livros escritos, o elemento que se sobressai na atividade social de Daisaku Ikeda é sua preocupação com cada pessoa e o processo de autoaperfeiçoamento espiritual denominado “revolução humana”. Os doze volumes do romance Revolução Humana e os trinta da Nova Revolução Humana estão recheados de histórias de superação e de comprovação com base na prática budista de indivíduos simples, heróis anônimos, que se desafiaram e venceram na luta para manifestar seu máximo potencial humano. Como discípulos, compreendendo e vivenciando tais ações em profundidade, fica cada vez mais claro que o nosso desenvolvimento ético individual e a expansão do nosso impacto político e social são processos simultâneos e indissociáveis. No topo: Ilustração retrata o Dr. Daisaku Ikeda, pacifista, filósofo, educador, escritor e líder da Soka Gakkai Fontes: 1. The Sino-Soviet Split. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britannica.com/topic/20th-century-international-relations-2085155/The-Sino-Soviet-split Acesso em: 16 nov. 2023.2. Disponível em: https://www.daisakuikeda.org/ Acesso em: 16 nov. 2023. Notas: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. Terceira Civilização, ed. 437, jan. 2005, p. 16.3. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 936. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/01/2024
Conheça o Budismo
BS
Assuma o papel principal da sua vida
Um dos princípios expostos no Budismo de Nichiren Daishonin é o da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Esse conceito tem importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida em diversos contextos: família, trabalho, vizinhança, organização e, por fim, a sociedade. Vamos entender o conceito Para melhor compreensão desse princípio, podemos analisar a palavra esho-funi da seguinte maneira: esho é a combinação das primeiras sílabas de eho e shoho. Shoho refere-se ao sujeito, isto é, ao ser dotado de vida, por exemplo, nós, seres humanos. Eho indica o objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida, ou seja, o ambiente do ser vivo. Funi corresponde a dois fenômenos independentes, mas inseparáveis. Assim, pelo próprio significado literal, o termo esho-funi revela que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental. Em outras palavras, a pessoa e seu ambiente formam uma vida única e completa, e nenhuma pode existir separada da outra. Esse princípio indica que a vida, em sentido amplo, não se restringe apenas aos aspectos físicos, mas se estende para o ambiente em que habita. Ou seja, um ser vivo nasce (fusão dos cincos componentes),1 cresce e se desenvolve a partir da sua relação com o mundo à sua volta, constituído pelos pais, amigos, professores etc (ambiente social). Essa interação com o mundo ao seu redor se dá em determinado ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho ou na comunidade (ambiente natural). Corpo e sombra No escrito Os Presságios, Nichiren Daishonin apresenta uma analogia que ilustra esse conceito: As dez direções são o “ambiente”, e os seres vivos são a “vida”. Para ilustrar, o ambiente é como a sombra; e a vida é como o corpo. Sem o corpo, não pode haver sombra; e sem a vida, não existe ambiente. Do mesmo modo, a vida é moldada por seu ambiente.2 Com o exemplo do corpo e da sombra, Daishonin nos mostra a maneira correta de considerarmos as diversas circunstâncias que nos cercam no dia a dia, especialmente quando queremos transformá-las. É importante conscientizarmo-nos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigato-riamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto a tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo. Enfim, podemos compreender o fato inegável de que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis. Contudo, o princípio de esho-funi não se restringe apenas a uma simples explicação da relação de unicidade entre os dois, mas vai muito além, elucidando de que forma a vida se manifesta no ambiente, conferindo-lhe características peculiares. Você é reativo ou proativo? Quando se fala sobre como nosso ambiente nos afeta e como nós o influenciamos, em relação a esse tema, comumente ouvimos, na sociedade em geral, o termo “proatividade”, utilizado em comparação com “reatividade”. Qualquer ser humano é reativo, ou seja, age de acordo com as circunstâncias ao seu redor. Por exemplo, se está com fome, procura comer. Se está com sono, tenta dormir, e assim por diante. Isso também é verdadeiro na busca de soluções para seus problemas, pois ele reage diante deles a fim de resolvê-los. Por outro lado, em alguns momentos, as pessoas também lançam mão de sua proatividade, ou seja, ao prever um acontecimento ou necessidade, elas planejam e tomam as providências para que o resultado obtido seja favorável. A proatividade ainda compreende mantermos uma atitude positiva e produtiva ao lidarmos com determinada questão, executando ações apropriadas. Analisando esses aspectos da natureza humana, podemos verificar também que, quanto mais agirmos de forma proativa, maiores serão as chances de sermos bem-sucedidos. Ao contrário, se adotarmos uma postura conformista, negligente ou desinteressada, ou se reagirmos somente depois que formos afetados por uma circunstância negativa, provavelmente será mais difícil ultrapassá-la. O Budismo de Nichiren Daishonin é uma filosofia que procura desenvolver em cada pessoa a sabedoria que a conduz a uma vida de realizações, independentemente de ela estar passando ou não por problemas. Contínuo desenvolvimento As atividades da BSGI estão repletas de oportunidades que comprovam essa afirmação. Por exemplo, quantas vezes são feitas recomendações — antes mesmo de os problemas surgirem — de como a pessoa deve “cuidar da saúde para não ficar doente”, “dirigir com cuidado a fim de evitar acidentes”, “estudar com afinco visando garantir um futuro melhor”, “esforçar-se no trabalho”, “ser uma pessoa digna de confiança”, e assim por diante? Pode-se dizer que, na verdade, budista é alguém com grande capacidade proativa e que usa a sabedoria evidenciada com a prática da fé em meio à sua realidade, comprovando que o budismo realmente se manifesta na vida diária. Por exemplo, com relação às atividades pelo kosen-rufu na organização de base, uma atitude proativa é essencial. Como ser proativo numa reunião de palestra, numa visita familiar ou no movimento da Juventude Soka? Novamente, a proatividade está em não apenas agir para solucionar alguma questão depois que ela surgir, mas atuar para prevenir esse tipo de situação, buscando um desenvolvimento constante e bem estruturado. Mesmo quando forem necessárias providências para atender a alguma demanda, uma postura proativa com disposição e determinação faz toda a diferença. Esse comportamento aflora naturalmente quando estamos munidos de sabedoria, energia vital e boa sorte provenientes da recitação do daimoku e do estudo do budismo por meio dos incentivos de Ikeda sensei. Nosso mestre também afirma: Em uma batalha, é necessário ser proativo. (...) O presidente Toda dizia: “Quando vencemos, a tendência é plantar as sementes da futura derrota. Ao contrário, quando perdemos, podemos criar a causa para a vitória futura”. Ele sempre nos advertia, dizendo: “Vocês devem manter a guarda, mesmo depois de uma vitória”. Quando somos vitoriosos é que devemos reconstruir a organização e solidificar nossa própria base.3 Transformar o interior para mudar o exterior Entendendo o princípio budista de esho-funi, compreendemos que as relações que estabelecemos com as pessoas, o local em que nos encontramos e vivemos, ou seja, tudo o que se manifesta em nosso cotidiano está relacionado com nossa condição de vida. Portanto, se hoje desfrutamos um lar harmonioso ou um bom ambiente de trabalho, ou se vivemos relações conflitantes num ambiente permeado por sentimentos e atitudes negativas, somos responsáveis por isso, pois tanto a felicidade como o sofrimento estão contidos em nossa vida. Segundo a filosofia de Nichiren Daishonin, a prática budista nos capacita a atingir o estado de buda, a mais alta condição de vida. Manifestar o estado de buda é construir uma condição interior sólida, capaz de influenciar, de forma positiva, todo o ambiente em que vivemos. Isso é enfatizado claramente por Ikeda sensei: Uma pessoa que atinge o estado de buda é igual ao átomo que detona uma reação físsil. Sua força vital é pura e profusa e causa notáveis mudanças no âmago de outras vidas. Como a grama que começa a ressecar, mas que pode ser restaurada com uma boa chuva, ou como uma caravana é revitalizada pela água fresca ao chegar a um oásis, os indivíduos e seus ambientes podem ser infundidos do poder e da alegria de viver quando descobrem a força vital do estado de buda.4 Meio ambiente global Ikeda sensei discorre sobre a visão budista em relação à preservação ambiental e ao futuro da vida no planeta Terra com base no princípio de “unicidade da vida e seu ambiente”. No segundo capítulo do livro Escolha a Vida, denominado “O Meio Ambiente”, sensei dialoga com o historiador britânico Arnold J. Toynbee sobre as visões ocidental e oriental da relação do homem com o planeta e sobre soluções para as questões desencadeadas pelo desequilíbrio nessa relação. A doença de Minamata, gerada pela poluição ambiental e que atingiu muitas pessoas em uma região do Japão na década de 1970, é um dos temas do capítulo “Revitalização”, do volume 15, do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei. Saiba mais Encarte Guia para a Vitória que acompanha esta edição do BS. Princípio do Mês. In: Terceira Civilização, ed. 395, jul. 2001. Dinâmica sobre esho-funi, leia na RDez, ed. 119, out. 2011. Podcast: https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/3/episodio/unicidade-da-vida-e-seu-ambiente/144 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.635, 12 jan. 2002, p. A3. Brasil Seikyo, eds. 1.624 a 1.627, 20 out. a 10 nov. de 2001. Notas: 1. Os “cinco componentes da vida” (go’on seken): Em resumo, cada pessoa é uma integração temporária da forma, percepção, concepção, vontade e consciência. De maneira mais ilustrativa, podemos dizer que cada pessoa possui, antes de tudo, uma forma, que é o corpo; percebe as coisas que acontecem ao redor, por exemplo, ouve uma música e a registra na mente; constitui, então, uma ideia (concepção) sobre o que percebeu, considerando a música alegre ou triste; em seguida, manifesta o desejo de responder à ideia que formou, como dançando, cantando ou chorando, a partir da impressão que teve da música; e, por fim, adquiri uma consciência sobre a interação com o ambiente externo, como o impacto que a música teve sobre as emoções.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 673, 2020.3. Brasil Seikyo, ed. 1.635, 12 jan. 2002, p. A3.4. IKEDA, Daisaku. Vida — Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 177-178.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. Ilustrações: GETTY IMAGES Fotos: BS
24/01/2024
Especial
BS
Assumir a missão de criar um mundo de paz
“O sol da paz despontou. Abriram-se as cortinas de novos horizontes para o kosen-rufu mundial”.¹ Esse trecho do romance Nova Revolução Humana, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, retrata o clima repleto de esperança daquele dia 26 de janeiro de 1975, na ilha de Guam, onde ocorreu a fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) durante a Primeira Conferência para a Paz Mundial, com a presença de 158 representantes de 51 países. Ao chegar ao local da cerimônia, Ikeda sensei subiu até o salão do nono andar do Guam International Trade Center para assinar o livro de registros dos participantes. Na primeira página, ele colocou seu nome e, na coluna do país de origem, escreveu “Mundo”, expressando seu mais sincero e profundo sentimento de servir à humanidade. Nesse dia, ele foi nomeado presidente da SGI, aos 47 anos. A ilha foi palco de batalhas entre as tropas nipônicas e norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial que tiraram a vida de muitas pessoas, entre soldados e população civil, motivo pelo qual foi escolhida para simbolizar a transformação em direção a um mundo pacífico. Na época da fundação da SGI, o mundo vivia a Guerra Fria, com a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética, somada às conflitantes relações entre os líderes chineses e os soviéticos. Havia a ameaça de ocorrer um novo conflito global com o eventual uso de armas nucleares e pondo todo o planeta em perigo. A fundação da Soka Gakkai Internacional foi o primeiro passo do movimento internacional com base nos princípios do Budismo Nichiren para a consolidação do kosen-rufu. Dessa forma, a organização assumiu sua posição de vanguarda como religião mundial com o objetivo de proporcionar a transformação e a felicidade de cada pessoa, ou seja, a própria revolução humana, independentemente de distinções, como princípio da mudança da sociedade. Em seu discurso de posse, nosso mestre citou uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: Se o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos.2 Ikeda sensei ainda enfatizou a postura de vanguardista que deve ser assumida pelos integrantes da organização: O sol do Budismo Nichiren começou a despontar no horizonte. Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo. Às vezes, assumirei a liderança na linha de frente; outras, estarei ao seu lado; e, em outros momentos, zelarei por vocês nos bastidores. Sempre estarei apoiando-os de todo o coração.³ Ele complementou: Como bravos, compassivos e dedicados discípulos de Nichiren Daishonin que se devotam inteiramente à verdade e à justiça, vivam de modo positivo e edificante, lutando pela prosperidade do seu respectivo país, pela felicidade das pessoas e pela preciosa existência da própria humanidade.⁴ A Soka Gakkai Internacional é uma organização budista que promove a paz, a cultura e a educação centradas no respeito pela dignidade da vida. Graças aos esforços incansáveis de Ikeda sensei, seus membros estão presentes em 192 países e territórios, dedicando-se a manifestar seu potencial inerente e capacitando-se para atuar pelo bem da sociedade. Eles contribuem como cidadãos globais para a comunidade local, respondendo aos problemas que a humanidade enfrenta. Os esforços da SGI para ajudar a construir uma cultura duradoura de paz se baseiam no compromisso com o diálogo e a não violência, e no entendimento de que a felicidade individual e a realização de um mundo pacífico estão intrinsecamente ligadas. Como organização não governamental com vínculos formais com a Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1981, a SGI também colabora com outras organizações da sociedade civil, agências intergovernamentais e grupos religiosos nos campos de desarmamento nuclear, educação em direitos humanos, desenvolvimento sustentável e assistência humanitária. Guiadas pelo objetivo comum de contribuir para a paz do mundo com base no respeito pela dignidade da vida, as organizações locais da SGI desenvolvem atividades alinhadas com os contextos culturais de sua respectiva sociedade. As principais atividades, denominadas “reuniões de palestra”, são diálogos com base nos ensinamentos budistas e com ênfase na transformação da sociedade a partir do desenvolvimento de cada pessoa. Paralelamente, promove-se a conscientização sobre as questões globais por iniciativas como exposições, simpósios e conferências, diálogo inter-religioso e campanhas para promover a não violência. Outras atividades de base incluem eventos culturais, programas comunitários e assistência humanitária em tempos de crise. Desde 1983, anualmente, o presidente Ikeda formula propostas de paz endereçadas às Nações Unidas e dirigidas à comunidade internacional, abordando questões que a humanidade enfrenta, sugerindo soluções baseadas na filosofia budista. Muitos temas levantados nessas propostas de paz são explorados pela SGI e por outras ONGs, além de fornecer inspiração para as contribuições sociais de seus membros em todo o mundo. No dia 18 de novembro, foi recebido com grande pesar o comunicado de que, no dia 15, nosso mestre, Daisaku Ikeda, encerrou sua nobre existência devido a causas naturais, aos 95 anos, em sua residência em Shinjuku, Tóquio. Assim, com profunda gratidão ao Mestre, visando os cinquenta anos da SGI, em 2025, e o centenário da Soka Gakkai, em 2030, é chegada a hora de comprovarmos a prática do Budismo Nichiren em nossa vida e atuarmos com determinação para cumprir a missão pelo kosen-rufu, transformando positivamente a sociedade a partir do local em que nos encontramos. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.498, 18 jan. 2020, p. 6 a 9.Idem, ed. 2.546, 16 jan. 2021, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.594, 15 jan. 2022, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.626, 14 jan. 2023, p. 8 e 9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 9, 2019.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 646, 2020.3. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019.4. Ibidem, p. 39. No topo: Daisaku Ikeda profere seu discurso de posse durante a fundação da Soka Gakkai Internacional (Guam, 26 jan. 1975) Foto: SeikyoPress
11/01/2024
Relato
BS
Com alegria e gratidão
Eu me chamo Heladio Soares, tenho 31 anos e moro em Uberlândia, MG, terra de muito pão de queijo e de pessoas simples e acolhedoras. Bem, é incrível como as coisas podem se desenrolar rapidamente quando estamos determinados a virar a chave da transformação da vida. Foi assim que aconteceu comigo. Eu tinha certa insegurança quando o assunto envolvia religião e a participação em algum movimento nessa área. Essa hesitação se devia, em parte, pelo fato de ver tanta discriminação em locais por onde andei. Em novembro de 2017, conheci meu atual companheiro, Leonardo, e logo falei da minha curiosidade sobre o budismo e o desejo de conhecer esse ensinamento. Ele já era membro da Soka Gakkai e não perdeu tempo convidando-me para uma atividade. Dois dias depois, lá estava eu, num ambiente acolhedor e de sinceros sorrisos que tocaram meu coração. No mesmo dia, ingressei na BSGI, a melhor decisão da minha vida. Com o companheiro, Leonardo Budismo é aprimoramento, e Soka Gakkai é ambiente para esse desenvolvimento. Assim, comecei a recitar Nam-myoho-renge-kyo e a pôr o estudo em prática nas minhas ações diárias. Também entrei para o Gajokai, grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). A vida pede transformação e eu estava sentindo uma grande diferença do Heladio de antes. Agora, mais seguro, feliz, estava fazendo parte de um grandioso movimento pela paz, junto com outras pessoas tão diversas, com suas características sendo respeitadas e valorizadas. Era o que sempre busquei. Passei então a falar do budismo para amigos e familiares, porque a felicidade não podia ser só minha. E como Nichiren Daishonin orienta na escritura O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros”.¹ No dia da consagração do meu Gohonzon (objeto de devoção), meu primo também decidiu se converter, sendo ele meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos essa maravilhosa filosofia). Daí não parei mais. Sonhos viram realidade Sempre desejei ser professor, mas era desencorajado. Em uma atividade, ouvi incentivos e determinei tornar esse sonho possível. Eu me inscrevi no curso de licenciatura em matemática e pedagogia; e abriram vagas para concurso, no qual fui aprovado. Veio a pandemia e não consegui tomar posse do cargo. Não desisti. Em 2021, no dia 26 de janeiro, aniversário da Soka Gakkai Internacional (SGI), a comprovação: assinei minha posse como professor e profissional de apoio escolar na prefeitura de Uberlândia, escolhendo uma escola próxima da minha residência, onde estou até hoje. E, misticamente, meu companheiro também tomou posse no significativo dia 3 de maio. Participei de dois processos seletivos para o mestrado, sendo aprovado em um deles fora das vagas. Nesse momento, renovei minha decisão, assim como sempre nos incentivou Ikeda sensei: “O fato de ter decidido já é uma prova de avanço. Mesmo que mantenham uma decisão somente por dois ou três dias, não importa. Basta renovar a decisão. Uma pessoa persistente é aquela que renova constantemente a decisão”.² Com a certeza de “jamais ser derrotado”, prestei para dois mestrados na Universidade Federal de Uberlândia e fui aprovado em primeiro lugar. Ainda fui convocado a tomar posse em outro concurso após quatro anos de espera, numa escola de meu interesse. Pude observar que, com a firme prática da fé, tudo é possível, conforme a orientação “Não há necessidade de ser dominado pela ansiedade. Existe o momento certo para cada coisa”.³ Espalhar felicidade Em julho de 2023, tive a chance de participar da Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil e determinei concretizar mais shakubuku em gratidão. No mês seguinte, foram cinco as conversões para membros da Divisão dos Estudantes (DE) e a concessão de Gohonzon para minha cunhada cujo filho de 7 anos é superatuante. Quanta gratidão e mais avanço! Fui também nomeado responsável pela Divisão dos Estudantes da Sub. Triângulo Mineiro e, junto com os companheiros, determinamos participar do movimento dos cem jovens por distrito, objetivo que concretizamos em novembro passado. Muito feliz por ter essa vitória, percebo que, conforme avanço na prática da fé, minha vida caminha na mesma proporção. Recebi ainda o grato desafio de liderar o grupo Brasil Ikeda Myo-on Kai (sonoplastia e apoio a atividades) da Sub. Triângulo Mineiro, e hoje já estamos com três membros atuantes e vamos avançar ainda mais. Na Sub. Triângulo Mineiro — nesse significativo momento do levantar do discípulo, agora sem a presença física do Mestre —, organizamos o Festival Cultural “Humanismo e Amizade”, com a participação de inúmeros companheiros afastados, que ficaram motivados a se desafiar na prática da fé. Orgulho-me de ter concretizado 23 shakubuku até hoje, além de ter a imensa boa sorte de cadastrar minha mãe, irmã e sobrinha como simpatizantes da Soka Gakkai, pois elas viram a minha felicidade desde que comecei a praticar. Em novembro passado, elas visitaram o Centro Cultural Campestre (CCCamp) em Itapevi, SP. Que alegria! Quanta gratidão! Foto comemorativa do festival cultural realizado em novembro Atividades do movimento jovem da localidadeGostaria de agradecer imensamente a Ikeda sensei por nos permitir praticar esse budismo maravilhoso e ser membro da Soka Gakkai, ambiente de pleno acolhimento e aprimoramento para a vida; ao meu companheiro, por me apresentar a organização, e aos membros da Sub. Triângulo Mineiro, pelos incontáveis incentivos. Como diz uma frase muito falada no Brasil todo, uma adaptação do pensamento do escritor Guimarães Rosa, “É junto dos bão que a gente fica mió”. Venham conhecer nossa localidade. Muito obrigado. Heladio Soares da Silva, 31 anos. Profissional da educação. Na BSGI, é responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da Sub. Triângulo Mineiro (CRE Leste). Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405-406, 2020.2. RDez, ed. 180, 3 dez. 2016, p. 28.3. Ibidem, p. 24. Fotos: Arquivo pessoal
11/01/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 16 (parte 3)
Cada elemento — a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro, o damasqueiro — em sua própria entidade, sem sofrer qualquer mudança, possui os três corpos eternamente dotados [do Buda] (...) Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente1 Fazer brilhar o nosso melhor Em 2 de janeiro de 1972, antes da primeira reunião geral de vários grupos universitários formados em diversas universidades do Japão, Shin’ichi Yamamoto falou com um grupo de membros estudantes e encorajou um jovem em particular. — Não posso deixar de notar que, embora pareça ter uma índole gentil, também é um pouco medroso. Estou enganado? — É verdade — respondeu Yamaguchi em voz baixa. — A menos que evidenciemos os melhores aspectos de nosso caráter e tendências interiores, esses fatores muitas vezes podem se transformar em causas de infelicidade. Podemos considerar nossa personalidade como uma manifestação de nosso carma, que pode determinar nosso estado mental e felicidade na vida — observou, então, Shin’ichi. As palavras de Shin’ichi prenderam a atenção dos jovens. Eles ouviam com grande interesse enquanto ele prosseguia. — As pessoas possuem diferentes traços de caráter e de personalidade. Algumas possuem uma natureza vulnerável e são facilmente influenciadas pelos outros, ao passo que outras se enraivecem rapidamente. Umas sempre se depreciam, enquanto outras ficam amuadas o tempo todo. E algumas criticam e reclamam constantemente. Falando de modo geral, muitos fatores contribuem para a formação de nossa personalidade — genética e características herdadas, bem como ambiente familiar e outras experiências ao longo de nosso crescimento. Tudo isso, no entanto, tem forte ligação com o nosso carma; ou seja, o acúmulo de nossos atos, palavras e pensamentos no decorrer de existências prévias. Como resultado, alguns têm o infortúnio de possuir um tipo de personalidade que atrai apenas fracasso e ruína para a própria vida. (Trechos do capítulo “Coração e Alma”) Por exemplo, a jornada de Kamakura a Kyoto leva doze dias. Se viajar onze dias e parar quando estiver faltando apenas um dia, como poderá admirar a Lua sobre a capital? Carta para Niike2 Buscando o kosen-rufu ao longo da nossa vida Em janeiro de 1972, Shin’ichi visitou Koza (parte da atual cidade de Okinawa). Durante a sua visita, ele participou de uma sessão de fotos comemorativas e incentivou os membros. Ele compartilhou as seguintes palavras com uma integrante idosa da Divisão Feminina. Não há formatura nem aposentadoria da fé. De fato, viver significa continuar lutando. Entrar em contato com os mais idosos de Okinawa, que realizavam firmemente a prática da fé apesar da idade avançada, fizera o espírito de luta de Shin’ichi arder ainda mais. — As pessoas de mais idade possuem grande força. A enorme experiência de vida delas fornece-lhes uma sabedoria fundamental em relação à vida. Elas também têm uma extensa rede de amigos e conhecidos. Quando essas pessoas realizam esforços diligentes em prol do kosen-rufu, conseguem demonstrar muitas vezes a capacidade dos jovens — prosseguiu falando à mulher diante dele. — Avancemos juntos com a determinação de compartilhar o budismo com todos que conhecemos. (...) Em outras palavras, para atingir o estado de buda nesta existência, devemos trilhar o caminho da fé sem parar, até o último momento. Nascemos neste mundo como bodisatvas da terra que trabalham pelo kosen-rufu, pela felicidade do próximo e pela prosperidade da sociedade, por toda a vida. (Trechos do capítulo “Coração e Alma”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, 12 de fevereiro de 2020.) Assista Veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 16 Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004, p. 200. (Cf. Terceira Civilização, ed. 488, abr. 2009, p. 21.) 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 294, 2017. Ilustração: Kenichiro Uchida
14/12/2023
Conheça o Budismo
BS
Determinação para ser feliz
A doutrina budista dos “três mil mundos num único momento da vida” (ichinen sanzen) revela o princípio revolucionário para um mortal comum atingir o estado de buda. Esse conceito é um dos pilares teóricos no qual Nichiren Daishonin se baseou para inscrever o Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo, objeto de devoção para conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei ao caminho da felicidade. Em seu tratado Grande Concentração e Discernimento, o grande mestre Tiantai, da China, sistematizou a doutrina elucidada no Sutra do Lótus de que todas as pessoas possuem o estado de buda por meio do princípio de “três mil mundos num único momento da vida”. “Um único momento da vida” (ichinen) refere-se ao estado ou à condição de vida em cada momento singular. “Três mil mundos” (sanzen) representa todos os fenômenos, isto é, tudo o que existe e suas funções. Os “três mil mundos” estão todos incorporados na vida “num único momento”, e um único momento permeia todos os fenômenos. Por que três mil? O número “três mil” é resultado do seguinte cálculo: 10 (dez mundos, ou dez estados de vida) x 10 (possessão mútua dos dez mundos) x 10 (dez fatores) x 3 (três domínios da existência, ou três princípios da individualização). Nichiren Daishonin escreveu: A vida em cada momento está dotada com os dez mundos. Ao mesmo tempo, cada um dos dez mundos contém a totalidade desses dez mundos e, consequentemente, uma entidade de vida possui, na verdade, cem mundos. Cada um desses mundos possui, por sua vez, trinta domínios, o que significa que os cem mundos se desdobram em três mil. Os três mil mundos estão todos contidos num único momento da vida. Se não houver vida, esta questão se encerra. No entanto, se houver uma fagulha de vida, esta conterá todos os três mil mundos.1 É importante ressaltar que o conceito explicado por Tiantai descreve apenas o processo teórico da iluminação, pois a lei básica desse processo não havia sido revelada. Por isso, esse ensinamento pode ser compreendido como ichinen sanzen teórico. Somente com a revelação do Nam-myoho-renge-kyo por Nichiren Daishonin no século 13, a Lei fundamental que engloba tanto a vida como o universo, a consecução real e efetiva da iluminação tornou-se possível — ichinen sanzen prático ou real. E essa Lei foi incorporada na forma de Gohonzon para que todas as pessoas tivessem acesso à finalidade básica da prática do budismo. Incorporação do ichinen sanzen Nichiren Daishonin incorporou o princípio de ichinen sanzen na forma de Gohonzon e estabeleceu sua prática como a invocação do Nam-myoho-renge-kyo, possibilitando a todas as pessoas atingirem a iluminação. Nossa condição de vida afeta nossa percepção do mundo e nossa ação em relação a ele. A prática do gongyo e do daimoku nos possibilita elevar esse estado de vida e perceber a essência real dos fatos com sabedoria e coragem para agir diante das situações. Elevando nossa condição de vida, podemos sair do ciclo de sofrimento e de causas negativas e transformar nosso ambiente. Porém, como seres humanos, temos altos e baixos, motivos pelos quais devemos nos exercitar constantemente. Todos nós somos bodisatvas da terra que nascemos com a missão de propagar o budismo. Quando nos conscientizamos disso e direcionamos nosso ichinen, isto é, nossa “mente única” em prol do grandioso ideal do kosen-rufu, criamos uma condição de vida forte e inabalável. O presidente Ikeda afirma: Nossa vida está fundamentalmente em união com a própria vida do universo. Todos os tesouros do universo existem em cada pessoa; e cada pessoa é uma entidade infinitamente digna de respeito. Portanto, com nossa fé, transformamos a nós próprios e também nossa família, e mudamos ainda a comunidade em que vivemos, o país e o mundo inteiro, direcionando-os para a esperança, a paz e a felicidade. Essa é a prática do supremo princípio budista dos “três mil mundos num único momento da vida”. É uma batalha para elevar a vida de toda a humanidade.2 De forma simplificada, a palavra ichinen é comumente expressa como “determinação”. A determinação de uma pessoa em um único instante é a que definirá o rumo de nossa vida. Uma forte determinação, portanto, tem o poder tanto para a construção como para a destruição. Todavia, uma mente resoluta ou imbuída de forte ichinen difere da ideia de pensamento positivo. Para a consecução de um objetivo, por exemplo, não basta simplesmente pensar positivamente, é preciso expressar-se e agir de acordo. Dessa forma, quando uma pessoa manifesta esse tipo de determinação, todo o seu ser participa, ou seja, há uma interação entre os “dez mundos”, os “dez fatores” e os “três domínios da individualização”. Em outras palavras, a vida é a entidade do universo e está dotada do potencial de buda (estado de buda). Quando se recita Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon para manifestar o potencial de buda, a vida e, consequentemente, seu ambiente alcançam a iluminação. Fontes: Terceira Civilização, ed. 538, jun. 2013, p. 60. Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, 2017. p. 64 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 371, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.605, 26 maio 2001, p. A3. Ilustração: GETTY IMAGES
14/12/2023
Estudo do Budismo
BS
Carta de Ano Novo
Trecho do Gosho Recebi cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e uma cesta de frutas. O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera.¹ A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste,² e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste. Em primeiro lugar, sobre a questão de onde exatamente se encontram o inferno e o buda, um sutra diz que o inferno está abaixo da terra, e outro afirma que o buda reside no oeste. No entanto, um exame mais cuidadoso revela que ambos existem em nosso corpo de um metro e meio de altura. Isso deve ser verdade, pois o inferno está no coração da pessoa que, em seu íntimo, despreza seu pai e ignora sua mãe.³ Cenário histórico Nichiren Daishonin escreveu esta carta para a esposa de Omosu, irmã mais velha de Nanjo Tokimitsu, em agradecimento a Omosu pelos sinceros oferecimentos de cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e de uma cesta de frutas enviados por ela no início do ano. O nome Omosu deriva da região na qual sua propriedade estava localizada, na vila de Omosu. Ela ficava próxima à vila de Ueno, onde Tokimitsu viveu, tornando mais fácil para irmão e irmã manterem contato um com o outro. O nome completo do marido da destinatária da carta era Ishikawa Shimbei Yoshisuke, também conhecido como Ishikawa no Hyoe, regente da vila de Omosu. O casal tinha perdido a filha no ano 1278, acometida de uma doença. Essa filha havia enviado diversas cartas a Daishonin. Antes de ela morrer, escreveu para ele dizendo que provavelmente aquela seria sua última carta e expressou seu estado de espírito sereno enquanto enfrentava a morte.4 No escrito Carta de Ano Novo, Nichiren Daishonin explica, de maneira simples e poética, a forma como opera o princípio dos “dez mundos”.5 Ele revela que tanto o estado de buda como o estado de inferno existem na vida de cada ser humano. Uma pessoa com o coração cheio de ódio vive no mundo do inferno, enquanto aquele que tem fé no Sutra do Lótus experimenta o mundo do estado de buda. Sem dúvida, a esposa de Omosu recebia cada Ano-Novo com a determinação de permanecer firme em sua prática budista como discípula de Nichiren Daishonin, não somente para o próprio bem, mas também em nome da filha que havia partido. Como o Ano-Novo se aproximava, ela deve ter renovado sua decisão enviando a Nichiren Daishonin esses oferecimentos. Daishonin, por sua vez, louva de todo o coração a sinceridade e vibrante determinação dela. Explanação Fazer de cada dia uma renovada partida O primeiro dia do ano novo é um dia que marca novos começos e em que todos podem recomeçar o novo ano com nova e revigorante determinação. É uma excelente oportunidade para despertarmos para o espírito budista da “verdadeira causa”6 — o espírito de sempre avançar a partir do presente momento. Quando agimos assim, nossa vida certamente transbordará de incontida alegria. Nichiren Daishonin afirma que uma pessoa que comemora esse dia, com base na Lei Mística, acumulará constantemente virtude e benefício e será amada por todos, assim como a lua cresce gradualmente ficando mais cheia e o sol brilha ainda com mais intensidade à medida que sobe mais alto no céu. O inferno e o estado de buda existem dentro de nós Nessa carta, Nichiren Daishonin assegura a ela [recebedora da carta] que o Buda não pode ser encontrado em algum lugar distante, senão dentro do próprio coração, assim como explica a essência fundamental da vida, a “possessão mútua dos dez mundos”7 — uma das teorias budistas mais importantes — de forma acessível. Ao explicar sobre a “possessão mútua dos dez mundos”, Daishonin primeiro esclarece como o estado de inferno existe dentro da própria vida, descrevendo-o, por exemplo, como o “coração da pessoa que, em seu íntimo, despreza o pai e ignora a mãe”. A lei de causa e efeito que opera nas profundezas da vida é rigorosa. Pode não ser imediatamente clara quando apenas examinamos as causas, mas estas invariavelmente produzem efeitos, negativos ou positivos. Nichiren Daishonin compara isso à semente de lótus, que contém simultaneamente “flor e fruto”. Esperamos que o “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” seja um grande recomeço com renovada decisão para a vitória de cada membro da BSGI, reafirmando nosso juramento ao Mestre. Desejamos um feliz 2024 de grandes aprendizados e fortalecimento na fé, na prática e no estudo! Notas: 1. De acordo com o calendário lunar japonês, a primavera começa com o primeiro mês; isto é, por esse sistema oficial se inicia o novo ano. Pelo calendário gregoriano, essa data corresponde a algum dia entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro 2. Refere-se ao fato de que a lua nova é vista pela primeira vez no oeste, logo após o pôr do sol. Nas noites que se seguem, como a lua cresce mais cheia, tem-se a impressão de que ela se desloca gradativamente para o leste. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2018. 4. Ibidem, p. 166. 5. “Dez mundos” (jap. jikkai): Dez mundos distintos ou categorias de seres descritos nos sutras budistas. Do mais baixo ao mais elevado, eles são: (1) mundo do inferno; (2) mundo dos espíritos famintos; (3) mundo dos animais; (4) mundo dos asura; (5) mundo dos seres humanos; (6) mundo dos seres celestiais; (7) mundo dos ouvintes da voz; (8) mundo dos que despertaram para a causa; (9) mundo dos bodisatvas; e (10) mundo dos budas. Originalmente, os “dez mundos” eram vistos como locais fisicamente distintos, cada um deles habitado pelos respectivos seres. Entretanto, o Sutra do Lótus ensina que cada um dos dez mundos contém inerentemente todos os dez. Com base nessa perspectiva, o conceito de dez mundos pode ser interpretado como estados de vida potenciais existentes em cada ser, ou seja, dez condições ou estados de vida que toda pessoa pode manifestar ou experimentar a qualquer momento. Assim, os dez mundos correspondem, respectivamente, aos estados de: (1) inferno; (2) fome; (3) animalidade; (4) ira; (5) tranquilidade ou humanidade; (6) alegria; (7) erudição; (8) autorrealização; (9) bodisatva; e (10) buda. 6. “Verdadeira causa”: Também chamada de princípio místico da “verdadeira causa”. O Budismo de Nichiren Daishonin expõe diretamente a verdadeira causa para a iluminação, como o Nam-myoho-renge-kyo, que é a lei da vida e do universo. Ele ensina uma forma de prática budista de sempre avançar a partir deste momento e superar todos os problemas e dificuldades com base nesta lei fundamental. 7. “Possessão mútua dos dez mundos” (jap. jikkai-gogu): Princípio formulado por Tiantai com base no Sutra do Lótus. Segundo esse princípio, cada um dos dez mundos possui o potencial inerente para todos os dez. É um dos componentes principais da doutrina “três mil mundos num único momento da vida” também formulado por Tiantai. Da ótica dos estados de vida potenciais, “possessão mútua” significa que a vida não se fixa a um ou a outro dos dez mundos, mas pode manifestar qualquer um dos dez — do estado de inferno ao estado de buda — a qualquer momento. Quando um dos dez mundos se manifesta, os demais nove permanecem latentes, em estado de não substancialidade. O ponto fundamental desse princípio é que todos os seres, em quaisquer dos nove mundos, possuem a natureza de buda. Assim, cada pessoa tem o potencial para manifestar o estado de buda, da mesma forma que um buda também possui os nove mundos, não sendo, portanto, separado ou diferente das pessoas comuns.
14/12/2023
Especial
BS
“Oh! Brasil! Terra natal do meu coração”
O Dr. Daisaku Ikeda encerrou sua nobre existência dedicada à humanidade no dia 15 de novembro e, desde essa data, os membros da Soka Gakkai em todo o mundo prestam homenagens com profunda gratidão e renovam a decisão de cumprir o juramento de concretizar o kosen-rufu infalivelmente. No Brasil também, os integrantes da BSGI unem-se para reafirmar: “Sensei, conte conosco!”. Determinação cultivada ao longo de décadas de uma relação que se aprofunda a cada palavra de encorajamento do Mestre posta em prática, a cada dificuldade superada com suor e lágrimas, e a cada vitória alcançada e compartilhada com os companheiros. No poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! cujas primeiras linhas compõem o título deste Especial, Ikeda sensei expressa suas expectativas em relação à atuação dos membros da BSGI. Em outro trecho, ele solicita: Oh! meus amigos! Por mais distantes que estejamos nunca estamos separados, mais próximo está nosso coração. Percorramos juntos eternamente, sublimes companheiros do kosen-rufu, pela grande estrada dourada de paz e felicidade.1 Sensei nos relembra que a “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi) é uma relação que transcende a distância física, o tempo e a própria morte. Eterniza-se por meio das ações do discípulo para concretizar e perpetuar os ideais do mestre. Brasil Seikyo traz, a seguir, um breve panorama sobre como esses sinceros laços de vida entre Ikeda sensei e os membros da BSGI se desenvolveram ao longo das décadas, superando grandes ondas de adversidades para consolidar uma organização com importante missão para o futuro da humanidade. “Contudo, eu irei” Essa frase imortal de Ikeda sensei marca o inabalável espírito de fundação da BSGI. Em 1960, em sua primeira viagem ao exterior, o Mestre estava com a saúde debilitada e, mesmo assim, viajou para Estados Unidos, Canadá e Brasil com sua comitiva. Deixando o Brasil como o último e mais importante destino, ele não recuou. A decisão de vir ao país, independentemente da situação de sua saúde, deu início à grandiosa unicidade de mestre e discípulo com os brasileiros. Durante a reunião de fundação do Distrito Brasil, Ikeda sensei declarou: Reunião de fundação do Distrito Brasil, o primeiro a ser criado fora do Japão (20 out. 1960) — O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!2 Luz do alvorecer Em 1966, o Brasil vivia sob regime militar e os cinco dias da segunda visita de Ikeda sensei transcorreram sob constante vigilância policial em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai. O Mestre encorajou os membros da BSGI a vencer as dificuldades e a se empenhar para conquistar a confiança na sociedade por meio da própria comprovação da prática budista. Líderes da BSGI recitam daimoku com Ikeda sensei em sua segunda visita ao Brasil (mar. 1966) Em visita ao Rio de Janeiro, Ikeda sensei incentivou pioneiros da localidade: — É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.3 Reencontro emocionante Em 1974, seria realizada uma viagem de Ikeda sensei aos Estados Unidos e ao Brasil. A BSGI programou a realização de um festival cultural para recebê-lo. Porém, a emissão do visto de entrada ao país foi negada: o governo brasileiro estava temeroso em função de uma denúncia anônima de que havia um indivíduo perigoso na comitiva. Foram dezoito anos de espera até o reencontro dos membros brasileiros com o Mestre. Finalmente, em 19 de fevereiro de 1984, Ikeda sensei desembarcou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, em sua terceira visita ao Brasil. Ele viajou para Brasília, capital federal, onde manteve audiências com o presidente da República e outras autoridades. Nos intervalos desses compromissos, encontrou-se com os membros e os incentivou calorosamente. Momentos inesquecíveis durante a segunda visita do Mestre ao Brasil com integrantes da organização de Brasília, DFEm São Paulo, no dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, onde seria realizado o 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, no dia 26. Os milhares de figurantes e integrantes da organização que estavam no local ficaram surpresos e muito felizes. Quando ele surgiu no ginásio e começou a dar a volta na pista olhando para os membros que lotavam as arquibancadas, uma forte manifestação de alegria e um turbilhão de vozes estremeceram o espaço. Todos aguardavam por esse grande momento. Surpreendendo a todos, Ikeda sensei surge no ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo realizado no Ginásio do Ibirapuera (25 fev. 1984) Depois de percorrer o ginásio com os braços erguidos, ele pegou o microfone e externou seu profundo sentimento a todos. Em coro, os figurantes e os espectadores cantaram com altivo orgulho Saudação a Sensei. Essa canção encorajou os companheiros do Brasil nos momentos mais difíceis, incentivando-os a desafiar os próprios limites. Foi a música que criou a forte solidariedade e o companheirismo entre os valorosos membros de todos os recantos das terras brasileiras. Cerca de três anos após a sua terceira visita, em 21 de fevereiro de 1987, o Mestre dedicou aos membros do Brasil um significativo poema intitulado A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, no qual descreve a história de desafios e de vitórias da BSGI. Em um trecho, ele relembra o momento do reencontro em 1984: Foi realmente como uma tempestade me envolvendo... Um turbilhão de ardente paixão e emoção... É pique! É pique! É pique! É hora, é hora, é hora... 25 de fevereiro de 1984, ensaio geral do Grande Festival Cultural do Brasil... O brado audaz da vida dos jovens do paraíso do samba estremeceu o imenso Ginásio de Esportes. Sorrisos, lágrimas, vozes jubilosas de vocês, deles e delas, pareciam preencher o intervalo de 18 anos vividos, dia após dia, com intensa ansiedade. Este espetáculo por mim jamais será esquecido.4 Direcionamentos marcantes Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa do cinquentenário da BSGI Neste momento é chegado o importantíssimo “tempo” da arrancada rumo ao futuro do kosen-rufu. Solicito que, daqui para a frente, os senhores abram um majestoso caminho da vitória por todo o Brasil a partir do bloco que assumiram como missão de sua vida e da comunidade com a qual possuem profunda relação cármica, incentivando e desenvolvendo ainda mais os valores humanos, que são a nova esperança.5 * * * Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa dos sessenta anos de fundação da BSGI A vitória dos senhores é a minha própria vitória. A felicidade dos senhores é a minha própria felicidade. Por mais que estejamos fisicamente distantes, por vivermos pelo kosen-rufu em torno do Gohonzon, nosso coração está sempre próximo e fortemente conectado. Daqui em diante também, minha esposa e eu enviaremos daimoku com todas as forças para que conquistem uma vida vitoriosa com saúde e longevidade, exalando o aroma dos benefícios e da boa sorte.6 Consolidação para o futuro Em 9 de fevereiro de 1993, Ikeda sensei desembarcou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, ocasião em que foi recebido por inúmeras personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde. Na época, o Dr. Ikeda foi acolhido como sócio correspondente da ABL e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua quarta visita, recebeu distintas homenagens de São Paulo e do Paraná. No Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, participou da Convenção Sul-Americana da SGI, da 16ª Convenção da SGI e de vários outros eventos. Nos dias em que esteve em terras brasileiras, Ikeda sensei direcionou o avanço do kosen-rufu do Brasil e do mundo, estabelecendo o ritmo de avanço da organização para todo o futuro. Durante a Convenção da SGI, o Mestre incentivou: O budismo que praticamos revela a suprema dignidade e a verdadeira igualdade da vida de todas as pessoas. Nosso movimento pelo kosen-rufu consiste em nos respeitar mutuamente, fazendo florir a bela flor da “paz” e da “felicidade” dentro da nossa vida e na vida dos nossos amigos. É esse o nosso objetivo. (...) Aqueles que possuem o coração rico e benevolente prezam as pessoas, criam “valores humanos” e tornam a si próprias pessoas felizes. Aqueles com espírito pobre desprezam as pessoas com as lamentações e calúnias, levando-as a cair em desgraça, além de se tornar infelizes. Devemos ter sempre um coração rico e belo, e envolver carinhosamente nossos amigos com a melodia da sinfonia da felicidade.8 BSGI Monarca Em 22 de julho de 2001, os membros da BSGI receberam, com muita emoção e nova decisão, o poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, que se tornou uma clara bússola para a atuação dos discípulos brasileiros no movimento pelo kosen-rufu. Em um trecho do poema consta: Não faz mal que seja pouco, o que importa é que o avanço de hoje seja maior que o de ontem. Que nossos passos de amanhã sejam mais largos que os de hoje. Que sejam humanistas de braços fortes em luta solidária com as pessoas deserdadas. Atuem agora e vivam o presente com a certeza de que neste exato instante está se erguendo o futuro.7 A mais nobre missão Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz! Rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai em 2030, com os jovens de altivo orgulho de genuínos emergidos da terra na vanguarda, conto com todos para que promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo!9 Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa do dia 18 de novembro (2023) Daishonin afirma: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento”. Justamente por vivermos um momento de provações no mundo inteiro, que possamos recitar, de forma intensa, daimoku do rugido do leão e, juntos, com renovada decisão, devotar a vida em prol do “grande juramento pelo kosen-rufu”! E, com os jovens na vanguarda, vamos todos, imbuídos da energia vital juvenil dos bodisatvas da terra, expandir corajosamente a rede da esperança e da paz Dedico aos senhores palavras do meu venerado mestre, Josei Toda: “As ladeiras das dificuldades fazem com que a fé se fortaleça e a condição de vida se aprofunde. Quanto mais ladeiras das provações transpusermos na vida, mais a felicidade, os valores humanos e a vitória aumentarão”. Haja o que houver, peço que avancem sempre com harmonia e alegria!10 No topo: presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, cumprimentam membros do Brasil durante um passeio no Centro Cultural Campestre da BSGI em sua quarta visita ao país (fev. 1993) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.572, 17 jul. 2021, p. 8. / 2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 243, 2019. / 3. Idem. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27, 2017. / 4. Disponível em: https://extra2.bsgi.org.br/extranet/estudo/poemas/a-longa-e-distante-correnteza-do-amazonas/#top, Acesso em: 6 nov. 2023. / 5. Brasil Seikyo, ed. 2.054, 9 out. 2010, p. A1. / 6. Idem, ed. 2.535, 10 out. 2020, p. 3. / 7. Idem, ed. 2.572, 17 jul. 2021, p. 8. / 8. Idem, ed. 2.628, 11 fev. 2023, p. B3. / 9. Idem, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. / 10. Idem, ed. 2.647, 23 nov. 2023, p. 11.
07/12/2023
Especial
BS
Sublime caminho de mestre e discípulo
O dia 18 de novembro é marcado por diversos significados. Além dos 93 anos de fundação da Soka Gakkai, celebram-se dez anos de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e quatro anos do Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai. Também nessa data, em 1944, falecia o primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi. A história da Soka Gakkai, iniciada em 1930, foi escrita com o empenho resoluto de seus fundadores, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Anos depois, coube a Daisaku Ikeda assumir a terceira presidência da organização, em 3 de maio de 1960, dando continuidade ao legado dos mestres antecessores e ampliando a correnteza do kosen-rufu em nível mundial. Primeiros passos O primeiro contato de Tsunesaburo Makiguchi com o Budismo de Nichiren Daishonin aconteceu em 1928, quando ele conheceu Sokei Mitani, diretor do Colégio Kenshin (atual Colégio Mejiro), de Tóquio. Na época, Makiguchi era diretor de uma escola de ensino fundamental 1 e, naquele encontro, Mitani explicou o tema central do pensamento budista com base no tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, escrito por Nichiren Daishonin, em 1260. Makiguchi encontrou no debate entre o viajante e o anfitrião, descrito nessa obra, as respostas que tanto buscava. Seu interesse em se aprofundar no pensamento budista foi tão grande que o diálogo com Mitani se repetiu por dez dias seguidos até Makiguchi tomar a decisão de abraçar o budismo. Nas suas anotações, ele descreve que não seguia nenhuma religião até então e que estava à procura de uma que valesse a pena. Estudou as filosofias cristãs, o xintoísmo e outras escolas budistas, mas nenhuma dessas doutrinas foi convincente aos seus olhos. “Não há nenhuma contradição com os princípios científicos e filosóficos que sustentam a nossa vida diária!” — assim comenta o educador sobre as suas primeiras considerações em relação ao Budismo Nichiren. Ele observou que, no processo de avaliação da veracidade de uma religião com base nas “três provas” — documental, teórica e real —, definidas no budismo, havia correspondência com as razões lógica, científica e filosófica. Além disso, o objeto de devoção da fé não eram deuses nem budas personificados, mas uma lei pela qual as pessoas atingem as mesmas qualificações de um buda. Abraçar a fé no Budismo Nichiren foi uma transformação radical no modo de vida do veterano professor de quase 60 anos, uma alegria que ele considerou indescritível. Nessa ocasião, Makiguchi participava de um grupo de estudos formado por professores, em sua maioria jovens, organizado informalmente e comprometido em reformar a sociedade por meio da educação. Eles compartilhavam um sentimento de frustração diante da sociedade extremamente autoritária. Numa tarde de fevereiro de 1929, ele foi se encontrar com um daqueles jovens, Josei Toda, que morava no bairro de Meguro, em Tóquio, para expor o projeto de publicar sua teoria de educação. “Qual é o objetivo de sua teoria educacional?” — perguntou Josei Toda. “É a criação de valor!” — respondeu Makiguchi. “Vamos chamá-la então de sistema pedagógico de criação de valor!” — propôs Josei Toda e assim nasceu a educação Soka. Em 18 de novembro de 1930, Makiguchi sensei publicou a obra Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. Na página de créditos constava o nome de Tsunesaburo Makiguchi, como autor, o de Josei (na época, Jogai) Toda, como editor, e a denominação da Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] como editora. Assim surgiu no mundo o nome da predecessora da Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] cuja fundação ocorreu pelas mãos de duas pessoas: Tsunesaburo Makiguchi, como mestre, e Josei Toda, como seu fiel discípulo. Dessa pequena vereda originou-se a grande correnteza do kosen-rufu mundial, hoje presente em mais de 192 países e territórios. À medida que Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda se aprofundavam no budismo, eles se convenciam cada vez mais de que a prática dessa filosofia, com ensinamentos que asseguravam a transformação da sociedade pela mudança do indivíduo, era o meio para alcançar uma reforma social fundamental que tanto ansiavam. Então, a Soka Kyoiku Gakkai transcendeu os aspectos pedagógicos que antes a norteavam e se tornou um movimento pela felicidade das pessoas com a promoção do Budismo de Nichiren Daishonin. Juntos, Makiguchi sensei e Toda sensei viajavam por todo o Japão realizando reuniões e incentivando os membros. Verdadeira missão Em meio à Segunda Guerra Mundial, o governo japonês impôs a religião do Estado, o xintoísmo, à população, e também se tornou intolerante à divergência de opiniões. Tsunesaburo Makiguchi se opôs firmemente a essas ações repressivas. Por isso, em 1943, ele, Josei Toda e outros discípulos foram presos. Diante da forte pressão, os dois permaneceram inabaláveis. Makiguchi sensei, mantendo sua crença até o fim, morreu no cárcere em 1944. Toda sensei foi libertado em julho de 1945. Com o falecimento do seu mestre, Josei Toda decidiu reconstruir a organização devastada pela guerra, nomeando-a Soka Gakkai. Em 1947, numa pequena reunião de palestra, ele conheceu o jovem Daisaku Ikeda que, aos 19 anos, se tornou seu abnegado discípulo e sucessor. Passou-se uma década, e com a morte de Josei Toda, Ikeda sensei encarregou-se de expandir o budismo para fora do Japão, difundir os ideais de paz, cultura e educação da organização e consolidar a Soka Gakkai como religião mundial. As teorias de Makiguchi sensei sobre a educação criadora de valor inspiraram um crescente número de pesquisas e projetos inovadores no mundo inteiro e originaram a grandiosa Soka Gakkai de hoje. Isso só foi possível porque Toda sensei e Ikeda sensei assumiram para si seus ideais humanísticos e se mantiveram inabaláveis para cumprir o juramento em prol da felicidade da humanidade. O espírito de fundação da organização pulsa na eterna unicidade de mestre e discípulo, como o presidente Ikeda enfatiza: O Sr. Toda advertiu rigorosamente: “Quando o espírito de fundação é esquecido, surgem divisões e facções, as lutas pelo poder proliferam e reina a desordem. Manter e fortalecer o espírito de mestre e discípulo — o ponto primordial da Soka Gakkai — são a essência e o fundamento de nossa organização dedicada à ampla propagação do Budismo Nichiren”. Nosso espírito de fundação não é abstrato ou simbólico. Na verdade, o espírito de fundação de nossa organização e o espírito de mestre e discípulo são absolutamente idênticos. São uma única coisa. (…) A nobre vida de um bodisatva da terra pulsa vibrantemente nas profundezas de nosso ser. Nós podemos extrair e manifestar essa pura e poderosa energia vital orando com um profundo juramento e empreendendo ações corajosas. Conforme diz um verso da Canção da Revolução Humana, “Temos uma missão a cumprir aqui neste mundo”. Todos vocês, sem exceção, nasceram neste planeta com uma preciosa missão. Declaro que a construção de uma nova Soka Gakkai começa com a dinâmica energia vital dos bodisatvas da terra.1 Atualmente, com os jovens na vanguarda, a Soka Gakkai caminha a passos largos em diversas frentes na sociedade para a construção de um mundo pacífico com base nos princípios humanísticos do Budismo Nichiren e na eterna unicidade de mestre e discípulo visando seu auspicioso centenário em 2030. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.491, 16 nov. 2019, p. 6 e 7. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.882, 10 mar. 2007, p. A5. *** Humanismo é a essência da Soka Gakkai Trecho de discurso do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, proferido no Gongyokai Comemorativo do 57o Aniversário de Fundação da Soka Gakkai, realizado em Tóquio, no dia 18 de novembro de 1987. DR. DAISAKU IKEDA O espírito de mestre e discípulo que unia o presidente Tsunesaburo Makiguchi e o presidente Josei Toda é o ponto inicial eterno da Soka Gakkai. Celebramos o aniversário de fundação da Soka Gakkai com um crescimento sem precedentes. Tudo começou com o levantar resoluto de Makiguchi sensei, na época mais tumultuosa de todas, seguido por Toda sensei, que entrou em ação com a ardente paixão de um rei leão. Como terceiro presidente, eu também me lancei à ação com o espírito de mestre e discípulo. O desenvolvimento sólido de hoje e a base duradoura que construímos para o futuro são frutos do solene caminho de mestre e discípulo estabelecido pelos três primeiros presidentes. Esse caminho é a fonte do espírito da Soka Gakkai, a essência fundamental de nossa organização. Como membros da Soka Gakkai — genuínos e audazes bodisatvas da terra —, espero que despertem para o significado real do que vem a ser praticar o caminho de mestre e discípulo por toda a vida. Não tive a honra de me encontrar com o presidente Makiguchi. Pelos retratos e pelas fotografias de Makiguchi sensei, alguns de vocês podem ter a impressão de que se tratava de uma pessoa altiva ou até intimidante. Mas todos os que o conheceram de fato atestam com carinho o imenso coração e a compaixão que ele possuía. Um célebre episódio que vem sendo transmitido através dos tempos revela que, em uma noite gelada de inverno, uma mãe carregando uma criança nas costas se preparava para voltar para casa após uma reunião de palestra. Makiguchi dobrou pessoalmente algumas folhas de jornal e forrou o casaco que envolvia o bebê, dizendo que isso proveria uma camada extra para protegê-lo do frio. Essa história oferece um lindo retrato da personalidade terna dele. Outra pessoa relembra a imensa consideração de Makiguchi pelos outros. Certa vez, em uma reunião de palestra, quando a mulher que havia oferecido a residência para a atividade foi à cozinha pôr a chaleira no fogo, Makiguchi disse-lhe, amavelmente: “Não se preocupe em nos servir chá. Por favor, venha e junte-se à conversa”. O exemplo dele demonstra preocupação pelos amigos e genuíno humanismo. Tais qualidades podem ser descritas como o espírito fundamental e o âmago da Soka Gakkai. São o manancial da força e do belo espírito da organização — tão raros no mundo atual. São qualidades que jamais devemos perder. Participantes da 15a Reunião de Líderes da Soka Gakkai (Tóquio, Japão, 2 set. 2023) No topo: ilustração mostra Tsunesaburo Makiguchi, à dir., e seu discípulo, Josei Toda, à esq., na época de lançamento da obra Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor], que marca a fundação da Soka Gakkai em 18 de novembro de 1930 Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.393, 28 out. 2017, p. B3. Ilustração: Kenichiro Uchida Foto: Seikyo Press
09/11/2023
Vida - Princípios budistas no dia a dia
BS
Buda e Deus
Quando conhecem o Budismo de Nichiren Daishonin, muitas pessoas ficam curiosas quanto à prática e aos princípios da filosofia budista. Uma das dúvidas mais comuns é com relação ao conceito de Deus. Algumas perguntam: “Existe Deus no budismo?”, “Vocês acreditam em Deus?” ou “Como o budismo define a existência de Deus?”. Para as religiões judaico-cristãs, por exemplo, uma das definições de Deus é a de um “ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe”.1 Mas o que o budismo entende por Deus? Transformação da vida O budismo teve origem na Índia com Shakyamuni, centenas de anos antes do estabelecimento do cristianismo. Com a expansão das religiões, o cristianismo se difundiu focado na crença de um Deus onipotente, onipresente e externo às pessoas. Shakyamuni teve o legado de seus ensinamentos exposto nos 28 capítulos do Sutra do Lótus. No Japão do século 13, ao estudar os ensinamentos desse sutra, Nichiren Daishonin revelou que sua essência está contida no próprio título: Nam-myoho-renge-kyo. Na época, o povo japonês passava por sofrimentos decorrentes de invasões e ataques dos mongóis, e também com epidemias e desastres naturais como terremotos, inundações, secas prolongadas e maremotos. Sentindo a angústia do povo, Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo para que todas as pessoas enfrentassem e vencessem as dificuldades que estavam vivendo. O que é Nam-myoho-renge-kyo? Ele se manifesta no universo, nas estações do ano, nos elementos da Terra, nos animais, nos vegetais, nos seres humanos. É a essência real de todos os fenômenos. Em uma definição simples, pode-se dizer que significa “vida”, porém em sua essência, em um nível elevado e iluminado conhecido como estado de buda. Buda não é alguém a quem devemos pedir algo em oração, e sim uma condição de vida presente no interior de todas as pessoas. A recitação contínua do Nam-myoho-renge-kyo é denominada daimoku e faz com que o estado de buda se manifeste na forma de ilimitada coragem, compaixão e sabedoria. Ao recitar daimoku, qualquer pessoa eleva sua condição de vida, “olha” para dentro de si e inicia um processo de mudança interior que transforma a fraqueza em força, medo em coragem e em compaixão, angústia em esperança, e escuridão em sabedoria. Com base nessa transformação, abre-se um novo caminho em direção à felicidade, assim como afirma o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda: Recitar daimoku nos capacita a construir um estado de felicidade absoluta em que estar vivo é em si uma alegria. Se continuarmos sempre essa recitação, não importa o que aconteça, desfrutaremos completa paz de espírito.2 Então, ao revelar o nome Nam-myoho-renge-kyo, Nichiren Daishonin fez com que o budismo retornasse à sua origem de empoderamento individual e social, possibilitando a cada pessoa tornar-se feliz exatamente como é, sem a necessidade de basear sua felicidade em um ser externo ou numa intervenção divina. Concluindo, no Budismo de Nichiren Daishonin, Buda não tem o mesmo significado de Deus. É uma condição de vida inerente a cada pessoa e que pode ser manifestada com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Da mesma forma, o Gohonzon também não é Deus, e sim o objeto de devoção do Budismo Nichiren diante do qual concentramos nosso pensamento na Lei universal do Nam-myoho-renge-kyo e fazemos com que ela se evidencie profundamente em nossa vida. Colhemos o que plantamos Segundo os ensinamentos budistas, tudo na vida é regido pela lei de causa e efeito existente no universo. Os sofrimentos e a felicidade existem na vida de cada pessoa e se manifestarão de acordo com a força positiva ou negativa que cada um carrega. Se a força negativa for mais poderosa — criada pelas causas negativas acumuladas —, a tendência é que a pessoa viva em sofrimento. Do contrário, se a positiva for mais forte — gerada pelas causas positivas feitas pela própria pessoa —, ela será feliz. A Lei que rege o universo não é punitiva. Cada pessoa colhe o que plantou, ou seja, os frutos das causas que criou. Diálogo e respeito Um aspecto importante para as religiões é o respeito mútuo. Desconsiderar a existência de Deus para um cristão por sermos budistas é desrespeitar a pessoa e sua fé. Em seu romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda salienta: Para criar uma era de paz é imprescindível o diálogo entre os religiosos. Isso se tornará uma questão crucial no futuro. É preciso iniciar o diálogo entre budistas e cristãos, budistas e judeus, budistas e islamitas. Mesmo que as convicções religiosas sejam diferentes, creio que todos acalentam o ideal comum de paz e felicidade da humanidade. O ponto básico é o ser humano, e aí se encontra a chave da harmonia da humanidade. Penso que as religiões, em vez de guerrearem entre si, deveriam disputar a corrida para o bem. (...) A corrida para o bem significa uma disputa entre as religiões no contexto do que estão fazendo para o bem da paz, para o bem da humanidade. É uma corrida humanitária (...) que conduz a si mesmo e aos outros para a felicidade. Isso pode ser disputado de várias formas. Por exemplo, no aprimoramento de excelentes jovens de grande valor e humanistas que contribuem para a paz do mundo ou na promoção de movimentos que proporcionem coragem e esperança às pessoas.3 Com base nesses pontos, vamos estudar o budismo para que possamos defender nossa fé convictamente, sem, no entanto, desrespeitar a fé das outras pessoas. Autoaprimoramento constante Por fim, com o estudo e a prática do Budismo de Nichiren Daishonin, aprendemos a nos aprimorar como autênticos seres humanos, tornando-nos pessoas indispensáveis e que influenciam na transformação das condições e circunstâncias ao nosso redor por meio de uma dedicação assídua visando ao kosen-rufu. Porém, esse autoaprimoramento e seus benefícios decorrentes não “caem do céu”. O presidente Ikeda orienta: Apesar de afirmarmos que “as orações são respondidas” no Budismo de Nichiren Daishonin, a concretização de nossas orações não é algo mágico ou oculto. (...) Assim como existem leis físicas tais como as que controlam a eletricidade, que os seres humanos habilidosamente descobriram como fazer uso, o budismo investigou e revelou a Lei da vida e do universo. Assim como a luz elétrica foi inventada baseada nas leis da eletricidade, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon para nós com base na suprema Lei do budismo.4 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.565, 22 jul. 2000, p. C1. Idem, ed. 1.605, 26 maio 2000, p. A2. Idem, ed. 2.286, 8 ago. 2015, p. A8. Notas: 1. Disponível em: https://www.dicio.com.br/deus/ . Acesso em: 8 nov. 2023. 2. Terceira Civilização, ed. 539, jul. 2013, p. 30. 3. IKEDA, Daisaku. Alegria. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 105-106, 2019. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3. *** Iluminar o mundo Brasil Seikyo conversou com Wilson Ferreira da Silva, responsável pelo Núcleo de Estudos Filosóficos e Religiosos (Nefir) da BSGI sobre a importância de uma filosofia de vida. Brasil Seikyo: Olá, Wilson! Obrigado por nos receber. O que é o Nefir, quais são seus objetivos e de que forma atua? Wilson: Sou eu que agradeço. Como um núcleo da Coordenadoria Cultural da BSGI, o Nefir foi criado em fevereiro de 2004 com a denominação Núcleo de Estudo de Religiões (NER), assumindo ao longo de sua atuação aquilo que se tornou mais tarde nosso lema: “Iluminar o estudo da filosofia e da religião com o farol da cultura Soka”. Em nossos encontros, procuramos utilizar os diversos olhares do pensamento humano a fim de criar ondas de diálogos que aproximem o pensamento religioso e filosófico do Budismo Nichiren, como um grande aprendizado para todos os participantes. Dessa forma, os integrantes do Nefir têm produzido reflexões e eventos, apoiando as organizações da BSGI na propagação do budismo (shakubuku), por exemplo, disponibilizando pesquisas e participando de palestras e de diálogos sobre diversos temas da humanidade e da vida diária das pessoas. BS: Qual a importância de uma filosofia de vida para a felicidade das pessoas? Wilson: Todos nós, seres humanos, independentemente da cultura à qual pertencemos, queremos saber a “verdade”, isto é, a real natureza das coisas ou de nós mesmos: “O que é o mundo?”, “Qual é o sentido da vida?”, “O que significa a morte?”, “Quem sou eu?”. Essas indagações nunca cessam, e quanto mais procuramos saber, mais perguntas surgem. Normalmente, são experiências e ideias subjetivas, pautadas nas emoções, nas paixões individuais, baseadas no ponto de vista do sujeito, portanto, influenciadas por seus interesses e desejos particulares. Sem dúvida, a vida é um grande enigma a ser decifrado, conforme o presidente Ikeda expõe de forma ampla e profunda em seu livro Vida — Um Enigma, uma Joia Preciosa. Nessa busca pela “verdade”, deparamos com o auxílio da religião, da ciência ou da filosofia, cada qual seguindo os próprios conceitos, propondo uma visão de mundo particular, algumas vezes com percepções semelhantes, outras vezes antagônicas. Cada pessoa tem o livre arbítrio para se utilizar ou não dessas áreas do pensamento humano para sua felicidade e das demais pessoas. Todos nós possuímos valores próprios ou assimilados que determinam nossas ações. Quanto mais elevados e universais forem esses valores, maior a tendência de que reflitam de forma positiva em nossa vida. E esse processo é um exercício constante, uma evolução. BS: Que reflexos a filosofia humanística abraçada pelos membros da Soka Gakkai pode trazer em sua vida? Wilson: O presidente Ikeda tem ajudado a quebrar paradigmas, trazendo questões com as quais a humanidade se defronta e que muitas pessoas consideram aparentemente distantes de sua realidade, para uma compreensão mais acessível à luz do “farol da sabedoria milenar” do budismo. Ele comenta: Nosso mundo está um caos. Tanto a sociedade como o mundo das ideias estão num estado de confusão e desordem. (...) E muitos estão começando a pensar seriamente na religião — não como algo distante de suas preocupações diárias, mas como algo muito próximo de seus lares.1 Esse caos, essa confusão na qual nosso mundo se encontra, não surgiu do nada, foi construído ao longo dos séculos, sustentado por modos de pensar egocêntricos. Faz-se necessário rever e até substituir esse tipo de conduta baseado no egoísmo por pensamentos e ações que respeitem a dignidade da vida com sua abrangência, conforme o conceito budista da origem dependente (engi), que ensina que toda vida está inter-relacionada, que nada existe de forma isolada. Literalmente, o termo engi quer dizer “surgimento em conexão”. Em outras palavras, todos os seres e fenômenos existem ou ocorrem somente por causa de sua relação com outros seres ou fenômenos. Wilson Ferreira da Silva, responsável pelo Núcleo de Estudos Filosóficos e Religiosos (Nefir) da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku, Sabedoria do Sutra do Lótus. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 129. Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Arquivo pessoal
09/11/2023
Conheça o Budismo
BS
Eterna missão
A questão da vida e da morte é sempre algo que desperta ao menos muita curiosidade a todos. Diversos fatores trazem dúvidas e natural temor para as pessoas, independentemente de sua posição socioeconômica, do grau de escolaridade, da idade e de outros aspectos. O único fato evidente para qualquer um é que a morte é certa e representa irremediavelmente o fim de um ciclo. Mas como enfrentá-la, em especial no que se refere à perda de pessoas próximas e de entes queridos? Como encarar a própria morte? A elevada filosofia de vida do Budismo de Nichiren Daishonin oferece uma visão concreta sobre essa questão complexa da vida e da morte. Essa visão não se restringe apenas aos aspectos teórico e filosófico, e sim algo que, acima de tudo, proporciona coragem e esperança em vida. O que acontece após a morte? O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, traz a visão budista sobre o tema: O ensinamento supremo do budismo, que concebe o “estar vivo” como um estado ativo e a morte como um estado latente, fornece uma visão profunda e magnífica da eternidade da vida. Além disso, elucida a unicidade da vida e da morte. A vida é ativada por uma força subjacente maravilhosa. Quando em seu estado latente, entra em contato com as causas e condições apropriadas, torna-se manifesta e assume a forma de um ser vivo dinâmico detentor de rica individualidade. Depois, essa vida flui e caminha serenamente para a morte. Mas, ao entrar em sua fase potencial latente, armazena uma nova energia, aguardando a nova fase de vida que se seguirá. (...) Essa é a natureza da vida e da morte inerente a tudo, e o Nam-myoho-renge-kyo compõe a base desse ritmo intrínseco do universo.1 Viver com alegria Como vimos, o Budismo de Nichiren Daishonin baseia-se no conceito de eternidade da vida, mas também expõe que não se pode evitar os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte, pois são inerentes à vida de todas as pessoas, conforme Ikeda sensei ressalta: A mensagem essencial do budismo não é pessimista ou negativa nem representa um otimismo infundado. O budismo examina diretamente o sofrimento da vida e propõe uma filosofia para se viver com alegria lidando ativamente com a realidade, em vez de tentar se esquivar dela. Não se pode desfrutar a felicidade verdadeira fugindo do sofrimento. Uma alegria indestrutível, perene e inesgotável só pode ser alcançada distinguindo a verdadeira realidade do sofrimento a que gostaríamos de nos furtar, e encarar com coragem o desafio e vencê-lo.2 A elevação da condição de vida interior por meio da prática budista com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo nos proporciona aprofundar nossa compreensão da questão da origem dos sofrimentos à luz da lei de causa e efeito. Assim, podemos atuar ativamente para não sucumbirmos a eles, mas viver com coragem, sabedoria e compaixão para direcionarmos nossa vida e de outras pessoas para a felicidade inabalável. Entes queridos Num trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila,3 Nichiren Daishonin encoraja uma seguidora, a monja leiga de Ueno, que havia perdido o esposo, supostamente há quase dez anos, deixando-lhe nove filhos pequenos para criar, sempre com base em profundos princípios do budismo. Ele diz: Quando [seu marido] estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte. Esse é o significado da doutrina fundamental chamada atingir o estado de buda na forma que se apresenta.4 Sobre essa passagem, o presidente Ikeda comenta: Com profundo afeto, ele conforta a monja leiga de Ueno, dizendo-lhe que todos os que compartilham os laços da fé — os companheiros praticantes, os familiares ou os amigos —, sem falta, voltarão a se encontrar. Ser um “buda em vida” significa evidenciar nosso estado de buda inato com base nessa consciência, e nos levantarmos com coragem no palco de nossa missão, sem nos afastar da dura realidade cotidiana, não só pela felicidade pessoal, mas também pela felicidade dos demais. Ser um “buda na morte” significa entrar no caminho eterno da infinita alegria da Lei4 depois de ter cumprido a missão nesta existência, e empreender a viagem seguinte pelo caminho do bodisatva para continuar cumprindo o juramento de conduzir as pessoas à iluminação.5 Portanto, viver com base no cumprimento da própria missão e do juramento seigan de atuar pelo kosen-rufu ilumina nossa vida, existência após existência, e nos guia através das sucessivas ondas da vida e da morte pela rota segura da verdadeira felicidade. Assim, o Mestre expressa: O propósito desta existência é desenvolver elevada condição de vida, por meio da qual possamos sentir verdadeiramente que somos budas em vida e na morte e que tanto uma condição como a outra estão imbuídas de alegria. Em outras palavras, cada momento desta existência é uma luta para consolidar essa condição de vida.6 Sugestão de leitura Livro Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte, de Daisaku Ikeda (Editora Brasil Seikyo) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.260, 31 jan. 2015, p. B3. 2. Ibidem. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 4. Infinita Alegria da Lei: A felicidade suprema e ilimitada do Buda, o benefício da Lei Mística. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. 6. Ibidem. Fotos: GETTY IMAGES / BS
09/11/2023
Tema da SGI de 2024
BS
Tema da SGI de 2024 é anunciado
Em recente Reunião de Líderes de Província, foi divulgado o tema da Soka Gakkai Internacional (SGI) para 2024: “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. A atividade foi promovida na tarde do dia 11 de outubro no anexo da sede da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, Japão, com a participação do presidente Minoru Harada e de outros líderes centrais da organização. Ele enfatizou que a Soka Gakkai se tornou uma religião mundial, está comemo-rando o 10º aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e visa os 95 anos de fundação em 2025 e o centenário em 2030. Destacou que os sete anos que antecedem o 100º aniversário de fundação serão “um momento importante para realizar uma mudança no destino da família global”. Relembrou que 2024 marcará os setenta anos desde a nomeação do jovem Daisaku Ikeda, atual presidente da SGI, como secretário da Divisão dos Jovens e contará com a realização da Convenção Mundial dos Jovens. Clamou para que, no mundo inteiro, os jovens estejam na vanguarda do movimento pelo kosen-rufu e que cada localidade os desenvolva, manifestando o mesmo frescor deles e criando uma grande onda de expansão. O presidente Harada citou um trecho dos escritos de Nichiren Daishonin: “Em análise final, a menos que consigamos demonstrar a supremacia deste ensinamento, os desastres continuarão sem trégua”,1 para incentivar a todos a ampliar os diálogos e a concluir o ano 2023 com a canção triunfal da grande vitória. Fonte: Seikyo Shimbun de 12 de outubro de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 381, 2017.
26/10/2023
Conheça o Budismo
BS
Determinação inabalável
Os “oito ventos” são oito condições que podem impedir as pessoas de avançar ao longo do caminho da iluminação, ou seja, da verdadeira felicidade. Conforme mencionados no Butsujikyo Ron [Tratado sobre o Sutra do Estágio do Estado de Buda] e em outras escrituras, eles são: prosperidade, declínio, honra, desgraça, elogio, censura, sofrimento e prazer. Os seres humanos são frequentemen-te dominados por seu apego à prosperidade, à honra, ao elogio e ao prazer, ou, então, por sua aversão ao declínio, à desgraça, à censura e ao sofrimento. Na carta intitulada Os Oito Ventos, endereçada a seu discípulo Shijo Kingo, Nichiren Daishonin diz: Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Não ficam exultantes pela prosperidade nem aflitas pelo declínio. As divindades celestiais certamente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.1 Exemplificando os oito ventos, temos: Prosperidade: Vitórias conquistadas nos aspectos financeiro, profissional e pessoal. Isso pode se tornar uma questão negativa ao fazer a pessoa pensar que, porque prosperou, não precisa mais da prática do budismo. Declínio: Perda financeira e profissional que leva a pessoa a se afastar da prática da fé; inclusive aguardando um momento de melhoria para reagir. É caracterizado por falta de energia vital e de coragem. Honra: Conquista de consideração e homenagens. Passa a ser um aspecto negativo quando tais honrarias são recebidas com sentimento de superioridade às demais pessoas e o indivíduo se torna arrogante e autoritário. Desgraça: Sofrimento causado pela perda da credibilidade e do respeito dos outros. Pode ser provocado por atitudes negativas do próprio indivíduo ou por intrigas e difamações de pessoas invejosas e rancorosas. Elogio: Quem não se sente feliz ao receber elogios e gestos positivos? O elogio se torna um problema quando a pessoa depende disso para avançar ou não reconhece o desenvolvimento do outro. Censura: Repreensão ou insulto. Ao passar por esse tipo de situação a pessoa se irrita ou desanima e não reage. Há também aquela que se sente recriminada ao ser orientada com rigorosidade e se afasta da prática budista. Sofrimento: Dor física e espiritual que leva a pessoa a desanimar da prática budista — geralmente é marcada por pensamentos negativos e pela sensação de que nada poderá ser feito para resolver os problemas. O aprofundamento no estudo do budismo é uma boa solução contra o sofrimento. Prazer: Condição em que se experimenta prazer físico ou mental. O prazer torna-se algo indesejável quando desvia a pessoa dos seus objetivos. Uma situação bastante comum é quando a pessoa deixa de se aprimorar em busca de prazeres imediatos. Qual seria então a chave do fortalecimento das pessoas para não ser abaladas pelos oito ventos? O ponto mais importante é fortalecermos e polirmos nossa vida com base na recitação do daimoku, elevar a condição básica da vida a ponto de não sermos influenciados pelos oito ventos. Por outro lado, os “ventos” simbolizam também um aspecto passageiro e não duradouro. As condições favoráveis ou desfavoráveis descritas nos “oito ventos” sãotambém passageiras. O presidente Ikeda afirma: Se nos basearmos na natureza do Darma, então, independentemente de sermos ou não elogiados ou censurados, podemos usar tudo como uma oportunidade para obter mais êxitos. Por outro lado, se somos dominados pela ignorância, então tudo isso se torna motivo para cairmos nos maus caminhos. O coração é o mais importante. Nichiren Daishonin escreve a Shijo Kingo: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça”.2 Essas palavras possuem um grande significado. Tanto nos momentos de alegria como nos de tristeza, devemos recitar a Lei Mística e avançar ainda mais. Esse é o caminho de um mestre da vida. Se vivermos com esse espírito, poderemos dissipar todo sofrimento.3 É fundamental que, tendo a mais profunda fé no Gohonzon como base, elevemos nossa condição de vida, analisando sempre se nossas atitudes do dia a dia não estão sendo dominadas pelos “oito ventos”. Fontes: Terceira Civilização, ed. 414, fev. 2003, p. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.439. 13 out. 2018, p. C1-C3. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 53, 2017. 2. Ibidem, v. I, p. 713, 2020. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.086. 4 jun. 2011, p. A6. Ilustração: GETTY IMAGES
11/10/2023
Especial
BS
Ponto primordial da fundação
Durante a sua primeira viagem ao exterior, em outubro de 1960, depois de passar por Havaí, São Francisco e Seattle, Estados Unidos, o jovem Daisaku Ikeda, recém-empossado terceiro presidente da Soka Gakkai, no Japão, enfrentava precárias condições de saúde. Mesmo assim, seu espírito de encontrar e incentivar cada membro superava qualquer circunstância. Dessa maneira, deu prosseguimento à jornada, passando por várias cidades, apesar de ter febre alta todos os dias, principalmente ao entardecer. Chegando a Nova York, as comunicações com o Brasil, seu próximo destino, não haviam sido efetivas, o que causava preocupação aos integrantes da comitiva que o acompanhava. Nessa ocasião, Ikeda sensei retirou do bolso do paletó uma foto do seu venerado mestre, Josei Toda. Olhando-a fixamente, lembrou-se de um episódio vivido com ele no ano 1957, cinco meses antes do falecimento dele. A saúde de Toda sensei inspirava cuidados. Uma passagem do romance Nova Revolução Humana retrata aquele momento: Shin’ichi dirigiu-se até a sala onde Toda repousava deitado num sofá, na Sede Central da Soka Gakkai. Ajoelhou-se diante do mestre, abaixou a cabeça e suplicou: — Sensei, por favor, cancele sua viagem a Hiroshima. Eu lhe imploro! O senhor precisa descansar! No entanto, Toda respondeu resolutamente: — Como eu poderia fazer isso? Tenho de ir. Como um emissário do Buda não posso desistir de algo que já decidi fazer. Eu irei ainda que venha a morrer! Não percebe que esse é o real significado da fé, Shin’ichi? Por que me pede isso? A voz intrépida de seu mestre ainda ressoava claramente em seus ouvidos. Aquele brado sintetizava a verdadeira postura de um líder do kosen-rufu, a conduta que Toda lhe ensinou com a própria vida.1 Josei Toda havia ensinado a Daisaku Ikeda a levantar-se com bravura para desbravar o kosen-rufu com a própria vida. Dessa forma, quando Ikeda sensei foi abordado por um membro da comitiva que transmitiu a preocupação e o desejo de todos de protegê-lo e poupá-lo da viagem ao Brasil, ele disse enfaticamente: — Sou-lhe muito grato pela preocupação, Sr. Jujo — disse Shin’ichi com os olhos ardentes de determinação. — Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!2 Desbravadores Às vésperas da vinda ao Brasil, a comitiva que acompanhava o presidente Ikeda ainda não possuía nenhuma informação do que encontraria. Várias cartas foram enviadas ao país, mas se soube posteriormente que apenas uma havia chegado às mãos de um dos membros brasileiros. Foi justamente essa carta que informou aos companheiros do Brasil sobre a chegada do Mestre. No avião, a caminho das terras brasileiras, o presidente Ikeda continuava a empenhar suas energias para se manter firme. E foi ali, naquelas condições, que revelou a um membro da comitiva seu desejo de fundar um distrito no Brasil: — Sim, o primeiro distrito a ser estabelecido fora do Japão. Sei que o número de famílias ainda é pequeno. Entretanto, a história, a cultura e o modo de ser dos sul-americanos são muito diferentes dos norte-americanos. É preciso considerar a América do Sul de forma distinta e separada. O Brasil será o alicerce de nossas atividades nesta região. A fundação do distrito elevará também a consciên-cia dos companheiros do Brasil e, acima de tudo, fortalecerá a união entre eles.3 Enfim, o grande dia O presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta da 1 hora da madrugada do dia 19 de outubro de 1960. Esse dia foi denominado, mais tarde, como Dia da BSGI, e é considerado como a data de fundação da organização. Entoando a canção Ifu Dodo no Uta, os membros presentes seguravam uma faixa de boas-vindas. Muitos haviam aprendido a canção somente alguns dias antes, mas ela encheu o coração dos membros da comitiva de novo ânimo após a cansativa viagem. A maioria dos componentes do grupo de recepção era formada por homens, grande parte de imigrantes japoneses que trabalhavam na lavoura. Com o rosto queimado pelo sol e com os olhos cheios de lágrimas, cantavam com ardor a canção que haviam acabado de aprender. Ikeda sensei relembra: O dia 19 de outubro de 1960 é uma data particularmente histórica e memorável que jamais poderia esquecer. Foi o dia em que assinalei o primeiro passo no solo brasileiro com a determinação de cumprir unicamente os ideais do meu venerável mestre, Josei Toda. Apesar da curta estada de apenas dois dias, orei e agi resolutamente com o firme propósito de fincar minha alma, meu espírito no solo brasileiro.4 No segundo dia de permanência do presidente Ikeda e comitiva, foi realizada no salão Chá Flora, no bairro da Liberdade, uma reunião de palestra em conjunto com a 1a Convenção da América do Sul. A atividade teve início às 13 horas, um encontro de mestre e discípulos repleto de intensa emoção e decisão. No diálogo com os participantes, uma senhora relatou as preocupações em relação às suas desafiadoras circunstâncias. Em resposta, Ikeda sensei a incentivou: Todas as pessoas são desbravadoras que atravessam as fronteiras desconhecidas da vida. Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil!5 Após responder às perguntas, Ikeda sensei declarou: “Tenho o prazer de anunciar neste momento a fundação do Distrito Brasil”. Uma forte salva de palmas demonstrou a felicidade dos participantes. Naquele momento, o presidente Ikeda manifestou seu sentimento, palavras que servem até hoje como direcionamento para a atuação de todos os membros da BSGI: — O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!6 Passados 63 anos, a BSGI se desenvolveu amplamente graças à luta incansável dos pioneiros e seguindo o caminho pavimentado pelo próprio presidente Ikeda, sobretudo por meio de suas quatro visitas ao Brasil: em 1960, 1966, 1984 e 1993. Ultrapassando sucessivas ondas de dificuldades, década após década, seus integrantes conquistaram a confiança e a admiração da sociedade por meio da comprovação, na própria vida, dos princípios humanísticos do Budismo Nichiren e dos direcionamentos de Ikeda sensei. Entre essas adversidades, as consequências da pandemia da Covid-19 constituem um enorme desafio que está sendo ultrapassado com a força da recitação do daimoku, da determinação, da união e do espírito de procura dos discípulos Ikeda brasileiros (veja abaixo com trecho do diálogo dos líderes da Soka Gakkai sobre os esforços dos membros da BSGI publicado no jornal Seikyo Shimbun). Um dos marcos recentes das ações da organização foi a realização das atividades comemorativas dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocorrida em 1993. Com a presença de uma comitiva da SGI, liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, os integrantes da BSGI estabeleceram uma nova fase de avanço, impulsionada por vigorosos esforços e por dinâmicas atividades, como as reuniões nacionais de líderes, a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, a inauguração de novos centros culturais e sedes regionais, o movimento de cem jovens por distrito e principalmente o desenvolvimento das organizações de base, esteio de todo o movimento pelo kosen-rufu. Atividades realizadas pela BSGI: Convenção Comemorativa dos Trinta Anos da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil. Atividades realizadas pela BSGI: Academia Índigo Juventude Soka do Brasil Visando o ano 2030, em que se comemorarão o centenário de fundação da Soka Gakkai e os seten-ta anos da BSGI, em perfeita união, os membros de todo o país buscam corresponder sinceramente à expectativa e à confiança do presidente Ikeda, a cada dia tornando a organização o verdadeiro “Modelo do Kosen-rufu Mundial”, como denominado pelo Mestre. Uma nova correnteza do kosen-rufu mundial a partir do “Brasil Monarca” A seguir, acompanhe trechos de diálogo com o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e com a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, sobre as vitórias alcançadas recentemente pelos membros da BSGI. O diálogo faz parte de uma série de entrevistas com líderes da Soka Gakkai publicada no jornal Seikyo Shimbun, no dia 13 de julho deste ano. Kasanuki: No Brasil, que visitei recentemente, o Instituto Soka Amazônia se tornou a primeira organização privada na região amazônica a fechar um acordo de parceria com a Carta da Terra Internacional. O movimento Soka pela paz, cultura e educação está se espalhando por todo o mundo. Harada: Coincidentemente, em 2025, a conferência da ONU sobre contramedidas às mudanças climáticas, COP30, será realizada pela primeira vez na região amazônica do Brasil. O papel do Instituto Soka Amazônia está se tornando ainda mais importante. Kasanuki: O Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise da pandemia do coronavírus. Apesar disso, nossos companheiros da BSGI têm sido pacientes, incentivando uns aos outros. Uma força motriz por trás disso foi a versão eletrônica do jornal Brasil Seikyo. Quando a entrega de porta a porta da versão física foi forçada a ser interrompida, a versão eletrônica foi disponibilizada gratuitamente. Usando as matérias que chegam aos celulares como alimento para a prática da fé, os membros ultrapassaram as dificuldades a cada dia com base no daimoku. Harada: Fiquei impressionado com as palavras de um líder: “A organização foi protegida ao decidirmos introduzir a versão eletrônica antecipadamente”. O Japão agora está se esforçando para promover a versão eletrônica, e eu consegui compreender melhor a importância disso quando estive em terras brasileiras. Kasanuki: A Convenção Comemorativa do 30o Aniversário da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil foi transmitida para cerca de 9,8 mil locais em todo o Brasil, com mais de 20 mil pessoas participando. O aspecto delas cantando a canção Saudação a Sensei, música favorita da BSGI, enquanto agitavam lenços vermelhos, amarelos e azuis foi profundamente emocionante. Harada: O Brasil foi o país em que Ikeda sensei fundou o primeiro distrito no exterior. Uma convenção espetacular na qual tive a certeza de que uma nova correnteza do kosen-rufu mundial emergirá do Brasil, “Monarca do Mundo”, que se fortaleceu ainda mais após superar o desafio de mais de três anos de pandemia com base na unicidade de mestre e discípulo, na “união de diferentes em corpo, unos em mente” e na prática da fé de transformação de veneno em remédio. No topo: Presidente Ikeda incentiva participantes da reunião de fundação do Distrito Brasil (20 out. 1960) Fotos: Seikyo Press /BS Fontes: IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 219-243, 2019. Brasil Seikyo, ed. 2.534, 3 out. 2020, p. 6-9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 214, 2019. 2. Ibidem, p. 216. 3. Ibidem, p. 221. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.435, 25 out. 1997, p. 1. 5. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 242, 2019. 6. Ibidem, p. 243.
11/10/2023
Notícias
BS
Jornada do companheirismo
Vem do sudoeste baiano uma iniciativa que fez “encurtar” o mapa geográfico local no significativo mês de agosto. Trata-se do resultado da dedicação do responsável pelo Distrito Brasil 500, Werciley Santana, para encontrar pessoalmente os integrantes da Divisão Sênior de sua (imensa) organização. Atravessando cidades (veja no mapa), foram 1.700 quilômetros percorridos, unindo forças com os líderes de comunidade e de bloco, visitando membros, convidados e criando a oportunidade de entregar a mensagem alusiva ao Dia da Divisão Sênior, oferecida por Ikeda sensei. Werciley inspirou-se, em especial, no trecho que diz: “...haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias...”. Ele conta em vídeo um pouco mais dos bastidores dessa inspiradora ação. Assista ao vídeo da viagem que Werciley fez para incentivar os companheiros:
12/09/2023
Minha Localidade
BS
Capital da esperança
Brasília é a capital federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. Localizada no Planalto Central, foi concebida com os objetivos de ser uma cidade planejada e de “interiorizar” a capital, atraindo pessoas de todo o país. Por isso, ficou conhecida como a “capital da esperança”, reunindo indivíduos de diversas etnias, culturas e classes sociais, que foram para lá em busca de uma vida melhor. Fundada em 21 de abril de 1960, é uma metrópole jovem, considerada a maior cidade do mundo construída no século 20. Sob um céu azul na maior parte do ano, estendem-se largas ruas e prédios brancos inseridos em um desenho inspirado na forma de um avião. Passos constantes O movimento pelo kosen-rufu em Brasília remonta os anos 1970, com os esforços dos primeiros praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin resultando na criação de um distrito com três comunidades. Em 1974, o cancelamento de uma visita do presidente Ikeda ao Brasil trouxe grande tristeza aos membros da BSGI, que juraram transformar as circunstâncias e receber novamente o Mestre em terras brasileiras. Um marco decisivo foi estabelecido quando a organização foi convidada a participar das comemorações dos 15 anos de fundação da cidade, em 1975. Deslocaram-se para a capital federal cerca de 137 ônibus com mais de mil membros provenientes de São Paulo para participar do evento realizado no Ginásio de Esportes, com apresentações como painel humano, ginástica e dança. O sucesso estrondoso do festival contribuiu para que a BSGI conquistasse a confiança na sociedade. Enquanto isso, seus integrantes se empenhavam na recitação do daimoku para a concretização da visita de Ikeda sensei. Em Brasília, não foi diferente, e todos se reuniam às terças-feiras para orar com esse objetivo e também o da aquisição de uma sede própria para as atividades. Em 1984, finalmente o sonho de receber Ikeda sensei no Brasil se tornou realidade, após dezoito longos anos de ausência. A visita à capital federal trouxe incontida alegria aos membros, que recepcionaram o Mestre e sua esposa, Kaneko, com carinho e entusiasmo. Na agenda oficial, uma audiência com o presidente da República, João Figueiredo, com os ministros das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, bem como a doação de livros para a Universidade de Brasília. Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). O ponto primordial da relação de mestre e discípulo para os membros do Distrito Federal foi o encontro com o presidente Ikeda no Parque Rogério Pithon Farias (atual Parque da Cidade). Na ocasião, o Mestre assistiu às apresentações musicais dos grupos horizontais e incentivou calorosamente os companheiros. Ele também manifestou o desejo de que fosse construído um centro cultural da BSGI na cidade, objetivo recebido efusivamente por todos. Daí em diante, os companheiros brasilienses vieram se dedicando incansavelmente à propagação do Budismo Nichiren na sociedade, ao fortalecimento da organização e à comprovação da prática budista na sociedade, culminando com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em dezembro de 1996. Inauguração do Centro Cultural de Brasília (dez. 1996) Olhar para o futuro A partir de então, a organização na região se desenvolveu amplamente, recebendo exposições, simpósios e conferências promovidos pela SGI e pela BSGI. O presidente Ikeda e sua esposa receberam a cidadania honorária de Brasília em 3 de maio de 1998, entre outras homenagens concedidas ao longo dos anos em reconhecimento à sua inestimável contribuição para a paz, a educação e a cultura. Hoje, a Subcoordenadoria Distrito Federal avança a passos largos e seus integrantes esforçam-se para vencer os desafios da época atual e criar sucessivas ondas de novos “valores humanos” que sucederão o movimento pelo kosen-rufu. Representantes da BSGI do Distrito Federal compartilham suas comprovações Caminho para a vitória Meu nome é Vitor Brasil, tenho 40 anos e minha família recebeu o Gohonzon em 1985, em Brasília, quando eu tinha 2 anos. Aos 8 anos, ingressei na banda masculina Taiyo Ongakutai, na qual tive a oportunidade de participar por 24 anos, recebendo um rigoroso e precioso treinamento. Na época em que entrei nesse grupo musical, tínhamos nos mudado para o Rio de Janeiro, e minha primeira apresentação foi durante o Festival Eco-Cultural, realizado em 1992, no Ginásio do Maracanãzinho. Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Ikeda sensei veio à cidade do Rio de Janeiro, e tive a honra de me apresentar para ele. Mesmo sendo apenas uma criança, desenvolvi nos ensaios o espírito de corresponder ao Mestre. Em 1994, retornamos a Brasília, onde busquei imediatamente continuar participando das atividades do Ongakutai. Com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em 1996, passei lá grande parte do meu tempo na juventude, realizando ensaios, aulas de música, reuniões de shakubuku e muitos diálogos. Também me esforcei para me desenvolver na organização de base, criando paixão pelo estudo do budismo, principalmente pela leitura da Nova Revolução Humana. Por meio dessa luta e de muito daimoku, fui vencendo meus desafios da juventude e conquistando resultados concretos. Cada grande vitória nas atividades da organização também vinha acompanhada de comprovações em minha vida pessoal. Assim, após o festival dos jovens de Brasília, em 2001, alcancei o sonho de cursar uma universidade federal. Conquistei meu primeiro emprego após uma grande batalha para a realização do festival comemorativo dos cem anos da imigração japonesa no Brasil, em 2008. Também passei em um ótimo concurso público na minha área de atuação depois de superar vários desafios pessoais, em meio à luta para a Convenção do Cinquentenário da BSGI, em Manaus, em 2010. Em 2007, criei em meu coração um forte desejo de ir ao encontro do Mestre no Japão. Refletindo sobre como criar a causa para essa vitória, percebi que precisava vencer no shakubuku (propagação do budismo), que até então não havia concretizado. Assim, lancei-me a esse desafio e logo minha namorada Cris (hoje minha esposa) e um colega de curso receberam o Gohonzon. Foi o começo da minha jornada em prol do shakubuku, e atualmente apresentei o budismo para 23 pessoas. Conquistei meu sonho de participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão, em 2017, conhecido como “Kenshukai dos 200”, após obter a vitória do meu distrito na luta das 50 novas famílias. Em meio à dedicação para participar do curso, concretizei seis conversões. Foram intensos preparativos e, principalmente, muito daimoku, mas consegui selar meu juramento nas terras do Mestre. Desde 2014, quando recitamos nosso gongyo do juramento no Japão, minha esposa e eu tentávamos engravidar. Mas não conseguíamos encontrar o motivo de isso não acontecer. Em meio a essa grandiosa batalha, encontramos um médico que finalmente nos deu o diagnóstico correto. Assim, após voltar do Japão, minha esposa realizou uma cirurgia, possibilitando que, em 2018, nascesse nossa princesa, Maria Flor, uma garotinha linda que encanta a todos. Acredito que o caminho para a vitória reside na vida que desafia as dificuldades, dentro da Soka Gakkai e buscando a todo momento corresponder ao Mestre. Vitor com a esposa, Cris, e a filha, Maria Flor Vitor Brasil Paixão da Costa Vice-responsável pelo Distrito Águas Claras, Sub. Distrito Federal. Servidor público *** Agora é a nossa vez! Dois sentimentos movem minha luta diária. O primeiro é honrar a atuação dos veteranos, pois nossa organização foi construída pelas pessoas que, com o coração ligado ao de Ikeda sensei, desbravaram caminhos superando questões de idioma e dos desafios de vencer em terras brasileiras. As famílias Miura e Okamoto são algumas delas, e tenho a honra de ter crescido vendo nossos familiares e líderes da época expandirem a prática da fé em Brasília. Em 1984, quando recebemos a visita de Ikeda sensei ao Brasil, eu estava grávida, na ocasião, e não pude participar nos grupos de recepção. Atuei nos bastidores dentro da comunidade, levando aos membros notícias que vinham constantemente do Mestre. Tirei foto no parque da cidade junto com ele, sendo essa uma recordação que jamais esquecerei. Naquele encontro, fiz meu juramento de jamais me afastar da Soka Gakkai, haja o que houver, e de sempre pôr em prática os ideais do Mestre. Morei 21 anos no Japão, atuando firmemente também lá. Em 2018, retornei ao Brasil com minha família e, a partir de então, tenho me dedicado a cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Assim, o segundo sentimento que me motiva é apoiar a geração jovem, encorajando-a para que herde o sentimento de luta de Ikeda sensei. Nós nos unimos ainda mais na pandemia, por meio dos incentivos e das visitas on-line, e depois disso passei a abrir minha chácara para receber e dialogar com os jovens, apoiando a Divisão Feminina de Jovens e também o fortalecimento do Zenshin. Temos de criar e de expandir laços de amizade com os jovens, por isso abraço, de coração, cada um deles. Em julho último, em encontro promovido na RM, pude convidar componentes de um grupo de taiko na região, para apresentação cultural e, ao mesmo tempo, para eles terem contato com nossa organização. Meu neto, simpatizante, faz parte desse grupo cujos integrantes gostaram bastante e passaram a perguntar sobre o budismo. Agora, estamos programando pequenos encontros de diálogo com eles. No distrito, todos os líderes se unem, e o estudo de budismo tem sido a base para cada membro fortalecer sua prática da fé e ser feliz. Na região onde eu moro, os blocos são localizados na área urbana e boa parte das pessoas reside em chácaras. Mas sinto que isso nem se compara às dificuldades vividas pelos veteranos, e temos vencido a distância e os desafios de tempo e de trabalho com muita disposição. Tem sido gratificante a parceria com os jovens, e nos encontramos sempre para estudar e dialogar. Na última semana, realizamos um encontro conjunto DF e DFJ, falando sobre como cultivar um coração que jamais é derrotado. Tenho a convicção de que cada encontro se torna uma preciosa oportunidade de mostrar a grandiosidade da Gakkai e de cada encorajamento do Mestre ser a razão da mudança para melhor na vida de cada um, principalmente, da futura geração. Então, Ikeda sensei pode ficar tranquilo. Agora é a nossa vez, a dos discípulos. Muito obrigada! Aiko, primeira à dir., de rosa, com as companheiras da DF e da DFJ Aiko Miura Responsável pela Divisão Feminina do Distrito Brazlândia No topo: presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Fotos: Seikyo Press / BS / Arquivo pessoal
06/09/2023
Especial
BS
Centelha da paz
“Não quero que a palavra ‘sofrimento’ seja empregada para descrever o mundo, um país ou um único indivíduo.”1 Esse sentimento enfático atravessa o tempo e o espaço. Há 66 anos, diante de 50 mil jovens, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, fez um discurso acalorado. Mais tarde, conhecida como a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, trazia o férreo brado de preservar o direito à vida para a humanidade. Era 8 de setembro de 1957, no estádio de Mitsuzawa, em Yokohama, Japão. Doze anos antes, as primeiras bombas de destruição em massa, lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e de Nagasaki, em agosto de 1945, ceifaram instantaneamente cerca de 300 mil vidas. Nos anos seguintes, outros milhares sucumbiram em decorrência da radiação dessas armas. Em 1957, a Guerra Fria estava no apogeu. Os Estados Unidos e a hoje extinta União Soviética corriam freneticamente para polarizar e militarizar territórios. A bomba nuclear era sinônimo de força, induzindo a testes incessantes, com arsenais cada vez mais poderosos, em diversos pontos do mundo. Naquela época, permeava no ar a sensação de que uma nova guerra mundial poderia começar a qualquer momento. E a quantidade de armamentos atômicos já era tão grande que o mundo poderia ser dizimado em questão de horas. Josei Toda declarou-se contra as armas nucleares, bradando ser a missão de todos, em especial da juventude, erradicar o impulso dos seres humanos que as constroem. No dia do festival em que ocorreria a apresentação da declaração, a expectativa geral era sobre a possibilidade da passagem de um tufão pelo Japão. Mas Josei Toda desejava ardentemente que o clima estivesse agradável para que seus discípulos desfrutassem momentos tranquilos. E assim foi. O dia estava particularmente quente e o sol brilhava com radiância. O tufão enfraqueceu e se dissipou. Momento do discurso do presidente Josei Toda diante de 50 mil jovens, no estádio de Mitsuzawa, Japão: brado por um mundo de paz, livre das armas nucleares Da plateia jovem presente, Daisaku Ikeda, na época com 29 anos, abraça essa nobre causa. Isso aconteceu apenas sete meses antes da morte de Toda sensei, que colocou todo o seu ser em seu apaixonado apelo. Palavras que foram transformadas em ações “para proteger o direito da humanidade de viver e criar uma solidariedade de cidadãos do mundo por meio da força e da paixão dos jovens. Esse desejo se tornou o eterno ponto de partida do movimento de paz da Soka Gakkai e da Soka Gakkai Internacional (SGI)”,2 pondera o presidente Ikeda. Hoje, aos 95 anos, segue incansável abrindo caminhos por meio do diálogo para que esse objetivo seja realidade. Além disso, dedica-se a estimular a criação de instituições, como o Instituto Toda pela Paz, localizado em Yokohama. Somam-se às várias colaborações da SGI em projetos e seminários, bem como as Propostas de Paz que o Dr. Ikeda vem sugerindo à Organização das Nações Unidas (ONU) ao longo de quarenta anos, nas quais defendeu o respeito máximo à dignidade da vida, condição possível à humanidade com o fim das armas nucleares. Há seis anos, em julho de 2017, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares foi adotado por 122 nações na sede da ONU em Nova York. Ainda há muito a ser feito. Por meio de uma luta digna como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, vamos corresponder, sem falta, à confiança do Mestre, criando uma renovada era de paz e de esperança em nossa vida e na vida das pessoas que nos cercam. No topo: momento do discurso do presidente Josei Toda diante de 50 mil jovens, no estádio de Mitsuzawa, Japão: brado por um mundo de paz, livre das armas nucleares Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.578, 4 set. 2021, p. 6. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.005, 26 set. 2009, p. A3. 2. Idem, ed. 2.392, 21 out. 2017, p. B2-B3.
06/09/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Tornem pessoas de bom senso”
PARTE 41 No dia seguinte, 7 de junho, como parte do curso de verão, foi realizada a convenção comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da Europa. Nessa ocasião também, Shin’ichi Yamamoto estudou os princípios do budismo junto com os participantes, apresentando trechos dos escritos de Nichiren Daishonin. Em um dos pontos, citando que todos os seres vivos possuem inerentemente a condição de buda, enfatizou que o budismo prega o respeito à vida e sempre foi pacifista. E declarou que a história da Soka Gakkai comprova esse fato. Na época da Segunda Guerra Mundial, no Japão, a Soka Gakkai lutou contra a opressão do governo militarista, que se envolveu na guerra tendo como pilar espiritual o xintoísmo do Estado. Na sequência, referiu-se à postura na sociedade de um budista que faz da paz a sua crença: — Incorporando profundamente a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin — “Todos os fenômenos são manifestações da Lei budista”1 — no coração dos senhores, peço que se tornem pessoas de bom senso, que são um exemplo para os demais como bons cidadãos e bons trabalhadores na sociedade em seu respectivo país. Nós repudiamos absolutamente a violência. Com base nessa convicção, desejo que estendam as raízes da confiança na sociedade, respeitando ao máximo os costumes e as tradições de seu país e localidade. E assim, gostaria que objetivassem a paz, unindo seu coração com o coração dos amigos do mundo. Shin’ichi falou ainda sobre o poder do Gohonzon que incorpora a Lei Mística, a lei fundamental do universo. — Não há nada mais complexo que o coração humano que muda sutilmente de momento a momento. A plenitude e a felicidade da vida se definem a partir do quanto se conseguiu fortalecer esse coração, tornando-o inabalável. Na vida, podemos nos defrontar com as tempestades do destino e do carma pelas quais sentimos: “Por que tenho de passar por uma situação tão terrível?”. O objetivo da prática do budismo é fortalecer o coração para que não seja derrotado por nada, superando todas essas adversidades. O Gohonzon é o objeto que incorpora a lei fundamental do universo chamada de Lei Mística. Por meio do nosso “poder da fé” e do “poder da prática”, podemos inspirar a nossa vida com o “poder do Buda” e o “poder da Lei” contidos no Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo. Dessa forma, conseguimos manifestar uma extraordinária energia vital e abrir, infalivelmente, o espesso portal de ferro das dificuldades e dos sofrimentos. O filósofo francês Michel de Montaigne afirma: “A bravura não significa que os braços e as pernas são fortes, mas depende da firmeza do coração e da alma”.2 PARTE 42 Aqui, Shin’ichi passou a discorrer sobre a expressão “despertar espiritual” citada no budismo: — O “despertar espiritual” possui o significado de “despertar de uma aspiração à iluminação”. De forma simples, significa manifestar o espírito de buscar a iluminação, isto é, a decisão de se tornar Buda ou de alcançar o estado de buda. Para que se tenha uma existência plena, não há como deixar de enfrentar questões básicas como “Quem sou eu?”; “Qual é a minha missão nesse mundo?”; “O que é a minha vida?”; “Que tipo de valor devo criar para a sociedade e como contribuir para ela?”. Buscar e desafiar sempre a solução dessas questões, dedicando-se ao exercício budista que é, em si, o exercício do ser humano, correspondem ao “despertar espiritual”, ou seja, a expressão do espírito de se desenvolver. Shin’ichi vinha se preocupando em como transmitir os princípios e termos budistas aos companheiros da Europa de uma forma compreensível. Por mais que um princípio filosófico seja profundo, se as pessoas não o compreenderem, no final, não lhes acrescentará nenhum valor. É no desenvolvimento do budismo para a atualidade que se encontra o caminho para tornar a suprema sabedoria do homem o mais valioso tesouro espiritual comum a todo o mundo. Em 8 de junho, abrilhantando o encerramento do curso de verão, foi realizado um festival cultural da amizade. Os membros da Inglaterra cantaram com ardente paixão: Unidos por forte laço De coração a coração, Vamos desbravar o caminho da liberdade Por mais que esse caminho seja longo, Hasteando a luz da esperança Os membros da Dinamarca, da Noruega e da Suécia dançaram fazendo esvoaçar lenços floridos; os da Espanha bailaram com jovialidade e atiraram os chapéus pretos à plateia; os da Bélgica apresentaram uma coreografia própria com a música Doshi no Uta [Canção dos Companheiros] ao fundo; e seguiram-se as apresentações da Alemanha Ocidental, da Suíça, da Grécia e de outros países. O coração de todos se fundiu num só: “Não serei derrotado! Vencerei infalivelmente!”. O som das músicas ecoava na montanha da vitória, Sainte-Victoire. A Europa se tornava uma só. Era uma aliança de espírito a espírito dos seres humanos, que visam à paz do mundo. PARTE 43 No dia 9, após o meio-dia, Shin’ichi Yamamoto e comitiva visitaram Marselha. Sobre uma suave colina, via-se um campanário de formato quadrangular. Era a Basílica de Notre-Dame de la Garde. Do alto da colina, avistava-se uma pequena ilha cercada por sólidos muros de pedra no meio do Mar Mediterrâneo de águas da cor de cobalto. Era o Château d’If (Castelo de If), palco do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Originalmente, o Château d’If havia sido construído como um forte, mas pela dificuldade de alguém sair de lá, acabou sendo utilizado como uma prisão, onde foram encarcerados criminosos políticos e outros. O personagem Edmond Dantès (posterior conde de Monte Cristo) é descrito como alguém que ficou preso por catorze anos nesse local. Meu mestre, Josei Toda, que foi aprisionado durante dois anos na época da Segunda Guerra Mundial, prometeu firmemente em seu íntimo: “Vou vingar a morte de Makiguchi sensei, que faleceu na prisão suportando todos os tipos de sofrimento, tal como o conde de Monte Cristo! Vou abrir o caminho do kosen-rufu e comprovar resolutamente a retidão do meu mestre!”. E assim, iniciou a jornada da reconstrução da Soka Gakkai após o término da guerra. Shin’ichi sentia que o espírito do conde de Monte Cristo pulsava também na Resistência Francesa (La Résistance) que conquistou a vitória, suportando a violenta opressão dos nazistas. O conde de Monte Cristo simboliza uma pessoa indomável, de coragem, de convicção e de persistência. O kosen-rufu só se torna possível com a presença desse tipo de pessoas. Portanto, deve-se continuar avançando com obsessão e forte perseverança até concretizar o objetivo, sem retroceder diante de quaisquer dificuldades. O que se levanta para obstruir esse caminho é a barreira no coração, por exemplo, “Já deve ser suficiente” ou “Mais que isso é impossível. Já chegamos ao limite”. Somente quando se rompe esse sentimento, extraindo todas as suas forças, e inicia-se a caminhada da obstinação, o sol da vitória resplandece. Observando o aspecto dos jovens da França e da Europa, e visualizando o século 21, Shin’ichi orava: “Surjam muitos e muitos como o ‘conde de Monte Cristo’ da Soka Gakkai! Com as mãos, façam badalar o sino do alvorecer da cooperação humana da nova era”. O mar reluzia prateado, banhado pelos raios do sol. PARTE 44 Kosen-rufu é uma constante nova partida. É uma jornada de desafio repleta de esperança. Pouco depois das 15h30 do dia 10, a comitiva de Shin’ichi Yamamoto partiu de Marselha, despedindo-se de cerca de cinquenta membros locais, em uma viagem ferroviária que levaria umas sete horas rumo a Paris. O palco de luta ininterrupta de Shin’ichi transferiu-se para Paris, a Cidade Luz. Durante a estada em Paris, no dia 11, participou de uma recepção comemorando a publicação do diálogo Escolha a Vida com o falecido historiador Arnold J. Toynbee, em língua francesa. No dia seguinte, 12 de junho, dialogou com René Huyghe, artista e escritor, membro da Academia Francesa. Conversaram e trocaram opiniões sobre o diálogo entre os dois A Noite Clama pela Alvorada, publicado no ano anterior em língua francesa, como também sobre Victor Hugo. E no dia 15, visitou o presidente do Senado francês, Alain Poher, com quem manteve o primeiro encontro na residência oficial dele. Antes do encontro, por cortesia do presidente, conheceu as dependências do Senado. Era o histórico Palácio de Luxemburgo, onde havia também a sala de Victor Hugo, que chegou a atuar como senador. Ali, o que chamava atenção era uma gravura de Victor Hugo na parede. Estava estampado o rosto dele com barba, demonstrando sua firmeza de caráter. Na majestosa sala principal, havia o lugar que foi ocupado por Victor Hugo. Uma placa comemorativa afixada ali e também uma placa dourada gravada com o rosto dele colocada em sua mesa louvavam a indestrutível contribuição prestada por ele. Shin’ichi foi conduzido até esse lugar. Parecia ressoar seu apaixonado discurso pela eliminação da pobreza, pela reforma da educação e contra a pena de morte. Abençoado por sua rara habilidade em literatura, Victor Hugo foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais elevada honraria da França, aos 23 anos. Ele ingressou no mundo da política em 1845, aos 43 anos. Não conseguia fechar os olhos à realidade, por exemplo, da extrema miséria das pessoas. Era uma pessoa da literatura e, ao mesmo tempo, de ação. Sem dúvida, um grande ser humano. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 843.2. MONTAIGNE. Renomadas Obras do Mundo. v. 19. Tradução: Shotaro Araki. Editora Chuo Koron Sha.
06/09/2023
Conheça o Budismo
BS
Vença a si mesmo
A expressão original em japonês bonno soku bodai é traduzida como “desejos mundanos são iluminação”. “Desejos mundanos” referem-se aos desejos e sofrimentos que atormentam a mente de uma pessoa, e “iluminação” significa atingir um estado de felicidade absoluta. A palavra bonno às vezes é traduzida como “ilusões” ou simplesmente “desejos”. Soku significa “ser igual” ou “simultâneo a”. E bodai quer dizer “conhecer”, “entender”, “sabedoria perfeita” ou “iluminação da mente”. A essência desse princípio pode ser encontrada no Sutra do Lótus. Trata-se de um conceito baseado na visão de que se pode alcançar a iluminação sem eliminar os desejos mundanos. Essa visão é totalmente contrária à do budismo Hinayana, que pregava a ideia de que a erradicação desses desejos mundanos seria o pré-requisito para atingir a iluminação. A palavra “mundano” é utilizada no sentido de algo derivado do “mundo”. Portanto, “desejos mundanos” deve ser entendido como “desejos do mundo” ou como “desejos materiais”. Muitas pessoas almejam um bom emprego, enquanto outras querem uma bela casa. Há aquelas que lutam para superar o carma de doença ou para criar um bom relacionamento familiar. Todos esses anseios fazem parte da vida de qualquer pessoa. Normalmente, tende-se a pensar que os desejos mundanos e a iluminação são aspectos separados e distintos — especialmente pelo fato de os primeiros frequentemente causarem a desilusão e o sofrimento, o oposto de sabedoria e felicidade. Dos desejos originam-se as ações, mas quando eles se tornam incontroláveis, cegando o bom senso e a razão, levam as pessoas a criar um carma negativo que resulta em sofrimentos que dão origem a mais desejos, num ciclo interminável. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, explica: Quando encontramos dificuldades, recitamos daimoku para solucionar nossos problemas. Quando tristes, levamos nossa tristeza ao Gohonzon. Quando felizes, oramos com profundo sentimento de gratidão. À medida que assim fazemos, continuamos a avançar, olhando para nossos problemas de um estado de vida elevado. Quando oramos ao Gohonzon, é como se estivéssemos olhando todo o universo, permitindo-nos observar impassivelmente os sofrimentos que existem em nossa própria vida. Com base na fé, podemos estabelecer um estado de vida que, não importando o que aconteça, experimentamos alegria, esperança e convicção nas profundezas do nosso ser. Isso nos dá força para irmos àqueles que estão sofrendo e, juntos, buscarmos a verdadeira felicidade.1 Força propulsora Por meio da prática budista, é possível purificar os desejos básicos, transformando, por exemplo, o egoísmo, o apego a ganhos materiais e supérfluos em sentimentos mais nobres e altruísticos, despertando no coração o objetivo de utilizar tudo aquilo que almeja em prol da paz e da felicidade das outras pessoas. O simples fato de possuirmos desejos não significa que estamos automaticamente “iluminados”. A palavra-chave para a transformação dos desejos mundanos em iluminação é a recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon. Quando recitamos daimoku com sincera fé ao Gohonzon, desenvolvemos o autocontrole não para sermos dominados pelos desejos mundanos, mas sim para que eles se tornem a força propulsora para nosso próprio crescimento. Na escritura Resposta a Kyo’o, Nichiren Daishonin afirma: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.2 Assim, quando se fortalece a prática da fé, mesmo uma grave doença deixará de ser um obstáculo para a felicidade. Pelo contrário, poderá se tornar um trampolim para o próprio desenvolvimento. E, naturalmente, essa transformação se aplica não só a uma doença, mas também a outros tipos de problemas, desejos ou sofrimentos inerentes à vida diária. De fato, quando elevamos nossa condição de vida, os diversos tipos de desejos mundanos, muitas vezes oriundos da nossa própria personalidade, acabam sendo redirecionados para um lado positivo da vida. Por exemplo, uma pessoa fortemente materialista e egoísta que almeja seu enriquecimento mesmo à custa da infelicidade de outros, com a prática da fé ao Gohonzon e a compreensão da profunda filosofia de vida do Budismo Nichiren, passa a manifestar um sentimento de se empenhar pela felicidade dos demais e pelo autoaprimoramento como um “valor humano” para o movimento pelo kosen-rufu. Portanto, aquele intenso anseio inicial, de caráter puramente egoísta, transforma-se em forte desejo de se desenvolver para contribuir em prol da felicidade das pessoas, demonstrando e comprovando o caminho da própria revolução humana. O que nos permite elevar nossa condição de vida são, sem dúvida, os esforços que empreendemos com base na recitação do gongyo e do daimoku, bem como aqueles fundamentados na propagação do budismo (shakubuku), pois assim fazemos a causa para manifestar a sabedoria necessária a fim de concretizar nossos objetivos. Vida criativa A existência dos desejos e apegos é uma condição da nossa existência no mundo real. Consequentemente, assim como cada um de nós, individualmente, a sociedade também é regida por necessidades das mais variadas naturezas. Na obra Escolha a Vida, o presidente Ikeda enfatiza: É essencial controlar o desejo para que ele possa desempenhar um papel no direcionamento da humanidade, da sociedade e do Universo no caminho da vida criativa. O controle, e não tentativas fúteis de extinção, é a maneira significativa de lidar com os desejos.3 Dessa forma, entendendo melhor o princípio de bonno soku bodai, vamos determinar nossos objetivos baseando-nos na prática budista em primeiro lugar, conscientes de que esse esforço influenciará positivamente não apenas nossa vida, mas também toda a sociedade. Fontes: RDez, ed. 117, set. 2011, p. 30. Brasil Seikyo, ed. 1.722, 8 nov. 2003, p. A5. Idem, ed. 1.723, 15 nov. 2003, p. A7. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.527, 9 out. 1999, p. 3. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 427, 2022. Foto: GETTY IMAGES
06/09/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
A confiança é um tesouro que nutre a vida
“Onde podemos encontrar a esperança?” Em uma série de incentivos do presidente Ikeda aos estudantes, ele faz essa reflexão. Após comentar sobre o marcante encontro com seu mestre, Josei Toda, Ikeda sensei diz: Eu era apenas um jovem como outro qualquer, pobre e doente, mas Toda sensei demonstrou grande confiança em mim e me incentivou calorosamente. Decidi seguir aquele homem como meu mestre e, dez dias depois, em 24 de agosto, comecei a praticar o Budismo Nichiren. Senti a esperança brotar forte dentro de mim.1 Refletindo sobre o trecho citado e buscando entender a realidade dos jovens, seja membros da Soka Gakkai, seja não membros, podemos nos questionar: “Quais sentimentos ou valores poderiam impulsionar a vida de um jovem para a vitória?”. Aprendemos na organização que, sem dúvida, um desses sentimentos é a confiança. A confiança é o elo que une duas pessoas e abre um caminho entre elas. Isso pode ocorrer entre amigos ou em meio aos familiares. Do contrário, quando não há confiança, as portas do coração se fecham e se torna quase impossível criar um laço verdadeiro ou duradouro com o outro. No budismo, em especial, existe uma relação de confiança ainda mais ampla e profunda, isto é, a relação de confiança entre mestre e discípulo. Esse é um dos pontos fundamentais da nossa prática, pois simboliza a força do mestre que acredita infinitamente no potencial de um indivíduo (o discípulo), e este, tendo a calorosa confiança do mestre, manifesta coragem e esperança para avançar, mesmo que surjam dúvidas e obstáculos. O Grupo Coração do Rei Leão da Divisão Sênior e da Divisão Feminina da nossa organização representa esses pais e companheiros que agem e devem pensar constantemente: “Se o mestre estivesse em meu lugar, qual seria a sua postura em relação aos estudantes da minha localidade?”. Esses integrantes do grupo orientam, incentivam e guiam os estudantes sem duvidar, sempre protegendo e emprestando sua convicção inabalável ao infinito potencial de cada um deles em realizar seus sonhos, sempre fundamentados nos incentivos de Ikeda sensei. Tudo o que um jovem precisa é de alguém que confie nele, principalmente nos momentos em que ninguém acredita na capacidade dele, às vezes nem ele mesmo. O presidente Ikeda orienta: Os pais tendem a prejulgar os filhos com base nas próprias concepções, tirando conclusões como “Isto é muito difícil para o meu filho compreender”. No entanto, a mente e o coração dos pequenos são muito mais expansivos do que qualquer adulto pode imaginar; eles têm grande habilidade para absorver tudo e, no processo, enriquecer a mente e expandir seu potencial. A questão é como os adultos interagem com eles. Adultos devem enxergar cada criança como um ser humano e tratá-la como tal, e isso também se aplica a como as ouvimos. Quando os filhos fazem alguma descoberta e os pais, em vez de ignorá-los, compartilham do seu entusiasmo, a vida deles se enriquece ainda mais.2 O Mestre sempre enaltece como é importante a forma como os pais, e aqui extensivo ao Grupo Coração do Rei Leão, confiam e tratam cada estudante não como adulto, mas como ser humano em desenvolvimento que possui total capacidade de assumir o futuro da sociedade. Por fim, o presidente Ikeda enfatiza o seguinte: Cada criança é um tesouro que abriga um potencial precioso. Todas são dotadas de esperança que irradia da própria vida. Se suas esperanças forem desencorajadas ou arruinadas, não seria falha dos adultos? Dói o coração ver isso ocorrendo na sociedade atual. Não quero ver os olhos desses jovenzinhos encobertos pelo medo ou com lágrimas de tristeza. A sociedade precisa mudar. As crianças são espelhos que refletem o ambiente social adulto, e quando este se mostra perturbado, com a visão turva, as crianças também sofrem. Vamos enxugar as lágrimas de tristeza do rosto de cada criança! Devemos protegê-las e dar-lhes coragem, força e vitalidade. Elas são a esperança da humanidade e os pais e mães são aqueles que as nutrem. Como são nobres e grandiosas a missão e a responsabilidade dos pais!3 Sejamos pessoas capazes de transmitir confiança e respeito e juntos desenvolvermos uma organização cada vez mais sólida, alegre e feliz. Caloroso abraço, Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da CRE Oeste Notas: 1. RDez, ed. 260, ago. 2023, p. 2. 2. IKEDA, Daisaku. Família Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 18. 3. Ibidem, p. 46. Foto: GETTY IMAGES
06/09/2023
Especial
BS
Ponte da sincera amizade
Em 8 de setembro também, desta vez em 1968, uma corajosa iniciativa do presidente Ikeda abria as fronteiras da conturbada relação diplomática entre Japão e China. Foi quando ele apresentou um discurso que mais tarde ficaria conhecido como Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China, numa convenção universitária da Soka Gakkai, no Japão, reunindo cerca de 20 mil participantes. São 55 anos a partir de então. Na obra Nova Revolução Humana, Ikeda sensei traz com detalhes o desenrolar dos fatos, como as críticas que lhe foram impostas. Ele parte para sua primeira viagem à China, retornando em dezembro, quando se dá o encontro com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai, que estava hospitalizado e que ansiava se encontrar com o presidente Ikeda. O presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim Zhou Enlai faleceu pouco mais de um ano do primeiro encontro com o Dr. Ikeda, em janeiro de 1976, não sem antes estreitarem os laços de amizade, fortalecidos depois com a esposa do primeiro-ministro chinês, Deng Yingchao. China e Japão assinaram em agosto de 1978 o tratado de paz e de amizade entre os países, dez anos após a proposta proclamada por Ikeda sensei aos jovens, somada às ações concretas de diálogo persistente realizadas nesse período pela edificação de um mundo de paz. Atualmente, várias universidades e instituições chinesas prestam homenagens ao nosso mestre, bem como há centros de pesquisa dedicados a estudar sua vida e obra. No topo: o presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim
06/09/2023
Notícias
BS
“Viva Bauru! Viva o Brasil!”
Setembro é o mês da primavera e, em especial, para os membros da RM Bauru. Os três primeiros dias deste período ficaram gravados na vida de cada integrante que participou da inauguração do centro cultural da organização local, um sonho acalentado por todos. O sorriso dos membros refletiu a cristalização da vitória tão almejada ao longo dos anos. Todos, sem exceção, manifestavam a alegria e a decisão de que uma nova história estava sendo registrada. Na sexta-feira, 1o de setembro, junto com Miguel Shiratori, presidente da BSGI, os líderes centrais da localidade realizaram diálogos com foco no futuro da organização. No sábado, visitas familiares e reuniões em pequeno grupo foram promovidas. No período da tarde, os jovens da RM fizeram o plantio comemorativo de uma azaleia na entrada da sede, o qual representa a força da Juventude Soka para a expansão da amizade, da confiança e do espírito de não deixar ninguém para trás. Plantio comemorativo representando a Juventude Soka Direcionamento claro No domingo, o sol dourado já brilhava no céu e aquecia o coração dos membros, os quais, vindos de diversas cidades da região, lotaram o Auditório Mestre e Discípulo da nova sede. Eles foram recepcionados pelo sorriso gentil das integrantes da Divisão Feminina da localidade que enaltecia o acontecimento. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, enviou mensagem para ocasião (leia abaixo). Nela, ele denomina o centro cultural de “novo castelo da Lei do centro-oeste paulista”. Em um trecho, Ikeda sensei menciona: Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre ‘castelo da vitória’ e o ‘castelo da glória’ dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Eduardo Komori, responsável pela RM Bauru, bradou aos presentes: “Enfim, chegou o grande dia. A inauguração do Centro Cultural de Bauru”, arrancando aplausos. Abordando os próximos passos da organização, pontuou os objetivos da localidade: “Hoje, nossa inauguração marca uma nova etapa. Nosso foco será o estudo do budismo, a perfeita relação de mestre e discípulo, pois, quando ensinamos o budismo para as pessoas, conseguimos compreender a nossa vida. A essência da prática do budismo existe no ato de fazermos o shakubuku. Sol dourado de Bauru O Centro Cultural de Bauru será palco da última Reunião Nacional de Líderes (RNL) de 2023, em novembro. Nesse sentido, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, além das felicitações pela inauguração, incentivou os participantes a vencer cada qual suas questões e a conquistar os benefícios da prática da fé. “Aqui é a cristalização da vida de todos os senhores. A partir da mensagem de Ikeda sensei, fazer com que a localidade de Bauru seja vitoriosa. Praticar o Budismo Nichiren é evidenciar a melhor capacidade e conquistar a suprema vitória. Vamos ler e reler a preciosa mensagem e edificar uma vida mais alegre e feliz. Vamos vencer nosso drama pessoal e em 18 de novembro, na RNL que será em Bauru, que o Brasil reconheça a grandiosidade do centro-oeste paulista. Pratiquemos com alegria e união harmoniosa rumo à vitória absoluta. O importante é nunca desistirmos tendo essa convicção, pois somos praticantes do Budismo Nichiren, membros da Soka Gakkai. Vamos vencer, vamos comprovar e conduzir as pessoas à felicidade”, reforça Shiratori. A conquista de um sonho é a partida para novos triunfos “Minha decisão para os próximos cinco anos será me desenvolver como ser humano com base na prática da fé e poder espelhar minhas vitórias da vida pessoal a todos ao meu redor, contagiando o maior número de pessoas para que entrem nessa onda do humanismo Soka!” Taisly Mazza da Silva, responsável pela DE de RM “A inauguração do nosso centro cultural proporcionará muita alegria e orgulho para todos os membros. Historicamente, o sonho de construir uma sede própria surgiu em 1988 com o nosso primeiro local em Bauru. Ultrapassamos várias questões. Mas, sempre com daimoku, incentivo e diálogo, vencemos passo a passo cada uma delas. No dia de hoje, inicia-se uma nova etapa com muito mais vigor.” Tokuzi Imasato, consultor de RM “A inauguração do nosso centro cultural representa, para mim, a paixão pela Gakkai e o esforço perante o desafio para essa conquista. Minha decisão é me desenvolver ainda mais como ser humano e atuar como digno ser humano e discípulo Ikeda.” Danton Melo de Assis, vice-responsável pela DMJ de bloco “O centro cultural, para mim, representa um lugar em que eu possa fortalecer a minha fé no budismo. Jamais vou desistir de praticar o budismo e sempre vou me esforçar para aprender cada vez mais.” Louise Trindade Consalter, membro da DE-Esperança Mensagem enviada pelo presidente Daisaku Ikeda Sinceros parabéns pela inauguração do tão aguardado Centro Cultural de Bauru, novo castelo da Lei do centro-oeste paulista! Tenho pleno conhecimento de que, desde a minha primeira visita ao Brasil na década de 1960, os senhores vieram promovendo, ao longo dos anos, o avanço consistente do kosen-rufu nesta vasta localidade, sem poupar esforços. Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre “castelo da vitória” e o “castelo da glória” dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo centro cultural, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Bauru! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! Em 3 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Confira vídeo com depoimentos dos membros de Bauru Bauru sediará a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) que acontecerá em novembro. Confira a decisão da localidade Fotos: BS
06/09/2023
Especial
BS
A verdadeira felicidade está em cumprir a própria missão
Em 1271, o Japão foi assolado por uma terrível seca. O governo ordenou a Ryokan, famoso e respeitado prior de um templo budista, que orasse por chuva. Quando Nichiren Daishonin soube disso, ele o desafiou por meio de uma carta, declarando estar disposto a ser seu discípulo caso fosse bem-sucedido em fazer chover. Contudo, se falhasse, Ryokan deveria se tornar seu discípulo. Ele aceitou o desafio, mas, apesar de suas orações e de centenas de sacerdotes assistentes, nenhuma chuva caiu. Ao contrário, Kamakura foi assolada por fortes vendavais. No final, Ryokan não só se recusou a seguir Daishonin, como também começou a tramar contra ele em conluio com uma autoridade local chamada Hei no Saemon-no-jo. Como consequência, no décimo dia do nono mês de 1271, Nichiren Daishonin foi intimado a comparecer à corte para responder a uma série de acusações infundadas. Dois dias depois, no décimo segundo dia do nono mês de 1271, Daishonin foi levado para a localidade de Tatsunokuchi, próxima a Kamakura, onde seria decapitado conforme a determinação de Hei no Saemon-no-jo. Entretanto, no último momento, um objeto esférico luminoso surgiu repentinamente no céu aterrorizando os soldados que, então, desistiram da execução. Após isso, Daishonin declarou ter nascido de novo, agora como Buda dos Últimos Dias da Lei. O significado de hosshaku-kempon Esse é um dos princípios budistas mais importantes. Literalmente, hosshaku-kempon significa “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Indica o ato de um buda descartar a posição transitória ou provisória e revelar sua verdadeira identidade. No capítulo 16, “A Extensão da Vida” (Juryo), do Sutra do Lótus, Shakyamuni descarta sua identidade provisória de um buda que atingiu a iluminação em sua existência na Índia sob a árvore bodhi, revelando seu aspecto verdadeiro alcançado em um longínquo passado, há incontáveis existências. O conceito aplicado na vida de Nichiren Daishonin Nichiren Daishonin declarou na seguinte passagem do escrito Abertura dos Olhos: No décimo segundo dia do nono mês do ano passado [1271], entre as horas do rato e do boi [entre 23 horas e 3 horas], esta pessoa chamada Nichiren foi decapitada. Foi sua alma que chegou a esta Ilha de Sado e, no segundo mês do ano seguinte, cercado pela neve, escreve esta carta para enviá-la aos seus discípulos mais próximos.1 Essa é justamente a referência à Perseguição de Tatsunokuchi. Nos dias de hoje, o eterno caminho da Soka Gakkai baseia-se exatamente nesse espírito de Nichiren Daishonin, como se tivesse herdado o legado triunfante da justiça e da verdade do acontecimento de Tatsunokuchi. Em outras palavras, é o espírito benevolente de revelar e comprovar a verdade e a justiça, conduzindo as pessoas à felicidade, mesmo diante de inúmeras perseguições, obstáculos, calúnias, difamações e críticas infundadas. Pôr em prática em nossa vida O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, declara: “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” significa “revelar a verdade” para todas as pessoas — ou seja, evidenciar uma condição de vida suprema e nobre inerente a nós e ajudar os demais a fazer o mesmo. Somos budas, e os outros também. “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” compõe a base fundamental de nossas ações assentadas no respeito a todos os seres humanos.Consequentemente, no que se refere a Daishonin “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”, isso não representa apenas um ato pessoal, mas uma demonstração de que todos podem revelar plenamente em sua vida o inexaurível repositório de tesouros que existe dentro de si. Como meio para atingi-lo, ele ensina a importância de se empenhar na fé com o espírito de “verdadeira causa” — de sempre avançar a partir deste momento — um modo de prática em que nos dispomos a enfrentar bravamente os mais duros desafios da realidade com base no juramento de unicidade de mestre e discípulo de lutar pela iluminação de toda a humanidade.2 Assim, embora seja em um nível totalmente diferente, cada um de nós deve manifestar sua verdadeira identidade, o que se torna possível pela fé e prática em prol do kosen-rufu, levantando-se com base na profunda consciência de seguidores e discípulos de Nichiren Daishonin. Verdadeira identidade Com certeza, essa questão está diretamente ligada à compreensão da natureza básica da presente existência e assim despertar para a verdadeira missão de realizar o kosen-rufu. Ikeda sensei comenta: Por mais que falemos do maravilhoso poder inato da vida, ou do potencial ilimitado dos seres humanos, por si só, isso não passa de uma abstração. Antes, ao nos empenharmos pelo autoaprimoramento em meio às adversidades mais intensas é que nosso poder inato como seres humanos se revela. O verdadeiro eu, do qual nem tínhamos consciência, vem à tona.3 De fato, evidenciar a verdadeira identidade significa conscientizar-se da mais nobre missão como bodisatva da terra. Entretanto, um ponto importante é que essa conscientização nasce da luta de cada um, por meio da fé e da prática, em prol do kosen-rufu, revelando a “verdadeira identidade” nas ações concretas do dia a dia. Longe de ser um princípio abstrato, este se refere a uma luta constante em busca da manifestação do infinito potencial contido em nossa vida por meio do ilimitado poder do Gohonzon. Vamos, a cada dia, fortalecer nossa sincera prática da fé, trilhando pelo caminho de mestre e discípulo, e nos empenhando nas atividades pela felicidade de si e dos outros. São meios para manifestarmos nossa verdadeira identidade e, assim, desfrutarmos elevada condição de vida sob todos os aspectos. No topo: ilustração retrata os acontecimentos da Perseguição de Tatsunokuchi, durante a qual Nichiren Daishonin revelou sua natureza de Buda dos Últimos Dias da Lei Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.532, 19 set. 2020, p. 6 e 7. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 281-282, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.340, 17 set. 2016, p. B2. 3. Ibidem. Ilustração: Kenichiro Uchida
06/09/2023
Editorial
BS
Expandir a nossa vida
O grande desejo pela paz no mundo abraçado pela Soka Gakkai tem ligação e impacto direto na felicidade das pessoas. Nesta edição do Brasil Seikyo, você acompanha um especial sobre a histórica Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, proferida por Josei Toda, em 8 de setembro de 1957. Essa data também foi escolhida pelo presidente Ikeda para a conclusão do romance Nova Revolução Humana, em 2018. Tais eventos são o ponto primordial na caminhada pela paz e felicidade da humanidade. No prefácio da obra, Ikeda sensei grava seu sentimento: Em 8 de setembro de 1957, o presidente Josei Toda proferiu a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, confiando aos jovens discípulos a missão de propagar, como parte do legado dele, os ideais dessa declaração no mundo inteiro. [...] Ele bradou repetidamente: “Quero acabar com a miséria da face da Terra!”. Este era seu profundo desejo e sua firme determinação. Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade.1 Seguindo essa correnteza, os membros do Brasil também cumprem o juramento ao mestre com ações concretas. Nesta publicação do BS, você confere a jornada de vitória até a inauguração da Sede Regional de Guarulhos e do Centro Cultural de Bauru, comprovando o aspecto de que “as sedes da Soka Gakkai são fortalezas para a criação de ‘valores humanos’ e fortalezas da compaixão que conduzem as pessoas à iluminação”.2 Essas edificações são pontos centrais para ampla propagação e prosperidade da organização local como também da vida dos membros. “Quando decidimos que nossa missão de vida é o kosen-rufu, nossa vida se expande.”3 Brasil Seikyo, que abre o último quadrimestre do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, foi preparado para que você, leitor, renove o sentimento de missão com a localidade e, a partir das ações locais, garanta um grandioso crescimento, tal como Ikeda sensei enfatiza no ensaio “Irradie a Luz da Revolução Humana” desta edição: Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 5-6, 2020. 2. Ibidem, p. 143. 3. Ibidem, p. 146. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.642, 9 set. 2023, p. 4.
06/09/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 14 (parte 3)
Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, eles nutriram a dúvida e abandonaram a fé. Abertura dos Olhos1 Obstáculos são as melhores ferramentas para aprimorar nossa vida Em dezembro de 1969, Shin’ichi Yamamoto viajou de Osaka para a província de Mie. Ao chegar à Sede Comunitária da Soka Gakkai de Matsusaka, aproximadamente quatrocentos membros o aguardavam. Declamando uma passagem de Abertura dos Olhos, ele proferiu as seguintes palavras de incentivo: (…) É por isso que nossa prática diária do Budismo Nichiren é tão fundamental. É importante manter uma fé que flui como a água, com perseverança e serena determinação. Precisamos polir e fortalecer nossa vida e cultivar a total convicção na fé. Quando conseguirmos isso, poderemos manifestar força no momento crucial. Procurando despertar-lhes determinação, continuou: — No nível individual, “momento crucial” é aquele em que vocês ou alguém que amam é acometido de grave doença ou sofre um acidente inesperado, ou quando perdem o emprego ou os negócios. Acontecimentos assim são a manifestação de seu carma proveniente do infinito passado e servem de oportunidade para transformar seu destino. Ter a fé desafiada é outro exemplo de “momento crucial”, como quando a Soka Gakkai foi perseguida ou teve algum problema. O único caminho para a felicidade é criar uma condição de vida indestrutível como o diamante e fazê-la brilhar. Dificuldades são as melhores ferramentas para aprimorar a vida. As épocas de grande perseguição são oportunidades para transformarmos o carma e a nossa condição de vida. É por essa razão que precisamos ter coragem para enfrentar esses ataques bravamente. Não devemos ser covardes. (…) (Trechos do capítulo “Vendaval”) É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos. Carta para Renjo2 Grande esperança em relação à missão do Seikyo Shimbun Desde a sua fundação, o Seikyo Shimbun havia se desenvolvido de forma monumental, e em setembro de 1970, um ano antes do 200 aniversário, ocorreu a cerimônia de inauguração do novo prédio. Nos dez anos passados desde que se tornara presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi não deixou de pensar no jornal nem por um momento. Sentindo o cheiro de tinta fresca ao folhear as páginas do jornal todas as manhãs, ele e sua esposa, Mineko, oravam pela segurança das pessoas que faziam a entrega do Seikyo Shimbun em todo o país. Enquanto lia o Seikyo Shimbun a cada manhã, Shin’ichi Yamamoto pensava na edição do dia seguinte, imaginando qual seria a matéria de primeira página, qual o tema do editorial e que tipo de artigos seriam apresentados. Ele considerava o desenvolvimento do jornal, ao qual Josei Toda havia se dedicado de corpo e alma para criar, como sua missão e responsabilidade pessoais. Assim, havia vezes em que aconselhava a equipe do jornal, e sempre que o departamento editorial lhe requisitava um artigo, esforçava-se ao máximo para atender, não importando o quanto estivesse ocupado. Nichiren Daishonin escreveu: “É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos”.3 Da mesma forma, o papel do Seikyo Shimbun de transmitir corretamente os princípios do budismo é de extrema importância. Além do mais, com a abundância de informação disponível no mundo moderno, não é incomum que as pessoas fiquem tão saturadas que não conseguem nem pensar em estabelecer seu próprio senso de valores. Portanto, nós precisamos de algum tipo de padrão filosófico por meio do qual possamos julgar o mundo que está ao nosso redor. A missão do Seikyo Shimbun é cumprir essa diretriz. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 18 de dezembro de 2019.) Assista Vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 2. Ibidem, v. II, p. 410, 2017. 3. Ibidem.
06/09/2023
Encontro com o Mestre
BS
A vitória no futuro se encontra no presente
Visualizando o futuro daqui a cem ou duzentos anos, o suor dourado do novo desafio na criação de “valores humanos” Neste verão, tanto no Japão como em diversas partes do mundo, o calor recorde é intenso, e parece que o clima vai entrar em ebulição. Por outro lado, vêm ocorrendo desastres frequentes provocados por chuvas torrenciais e fortes ventanias. Em particular, as regiões de Okinawa e Amami vêm sofrendo sérios danos causados pelo tufão número 6, que ainda hoje traz enormes consequências para o oeste japonês, a começar por Kyushu. O tufão número 7, que está em formação, também requer atenção especial. Orando acima de tudo pela paz e segurança das pessoas das áreas afetadas, desejo sinceramente que os danos sejam mínimos e que a situação seja restabelecida quanto antes. Continuo a enviar daimoku para que, debaixo desse calor severo, ninguém sofra com insolação e as colheitas agrícolas sejam protegidas. Nichiren Daishonin deplorava a situação afirmando: “Vivemos atualmente numa época de desordem, que não permite às pessoas comuns fazer muito”.1 Hoje, queremos fortalecer a conexão das “pessoas comuns” para “fazer muito” a fim de contribuir para a “pacificação da terra”.Prática da fé para o presente e para o futuro Quando lemos o Gosho, encontramos diversas vezes expressões que se referem ao futuro. Em Saldar as Dívidas de Gratidão consta: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.2 O escrito Abertura dos Olhos declara: “Shakyamuni, Muitos Tesouros e os demais budas desejam assegurar a propagação do Sutra do Lótus para todos os filhos do Buda das existências futuras”.3 Em A Profecia do Buda consta: “Percebo que a profecia do Buda se refere ao senhor. Então, qual seria a ‘sua’ predição?”.4 Na nova edição de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin], o ideograma que se refere ao “futuro” aparece 175 vezes. Na verdade, o tema principal que atravessa o Sutra do Lótus é o futuro, pois elucida sobre qual é a lei a ser propagada na era maléfica dos Últimos Dias da Lei após a morte do Buda, e quem deveria propagá-la. Com o propósito de tornar felizes todos os seres vivos pelos dez mil anos dos Últimos Dias da Lei e mais, por toda a eternidade, Nichiren Daishonin superou grandes perseguições, revelou e deixou o Gohonzon como a essência do Sutra do Lótus. A prática da fé é para o presente e para o futuro. No Gosho consta: “Se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.5 Conforme essa passagem dos sutras, devem-se criar grandiosas causas no momento presente em prol dos resultados de majestosas vitórias no futuro. Os mais nobres corredores ligados diretamente a esse magnífico trabalho do Buda não são outros senão os responsáveis pela Divisão dos Estudantes Soka. Gratidão pelo verão de dinâmico avanço Já se passou um mês desde o início do Período do Dinâmico Avanço da Divisão dos Estudantes [no Japão] no dia 8 do mês passado [julho de 2023].Não há palavras que expressem minha gratidão aos preciosos amigos que derramam o suor dourado, dia após dia, para enviar uma brisa refrescante de coragem e esperança às princesas e aos príncipes sucessores, oram pela felicidade das crianças, em meio ao contínuo calor escaldante. Além disso, o “Desafio de Verão da Divisão dos Estudantes”, que desenvolve os tradicionais concursos em várias áreas, é uma iniciativa maravilhosa. Quero também manifestar meu profundo respeito aos professores da Coordenadoria Educacional que criam e expandem lugares de paz e de simpatia aos pais, por exemplo, por meio de diálogos sobre a educação familiar, e às pessoas que se dedicam à criação de filhos ou netos, como também à família Soka da comunidade local que apoia as famílias. Herdando o bastão No dia 30 do mês passado [julho de 2023], foi realizado, radiantemente, o Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [no Japão], interligando a Fortaleza da Paz, que é a Universidade Soka, com os centros culturais de todo o território japonês por transmissão simultânea. A melodia da canção da Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça, entoada por 25 mil representantes da DE-Esperança e da DE-Herdeiro, continua reverberando em minha vida de forma profunda e intensa. Rumo ao futuro com os “Corredores da Justiça”! Amigos que se reúnem animadamente no Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [do Japão], na Universidade Soka, em Hachioji (Tóquio, jul. 2023) Uma integrante da DE-Herdeiro da província de Kanagawa, que se levantou para relatar sua experiência, falou sobre a sua trajetória de não ser derrotada graças aos encorajamentos da família Soka nos seus dias difíceis em que não conseguia frequentar a escola de forma desejável durante a fase do ensino fundamental. Agora, seus dias são repletos de plenitude em uma escola de ensino médio por correspondência, e ela acumula nobres esforços rumo ao seu sonho do futuro. Em sua família, a pessoa que acendeu as chamas da fé pela primeira vez foi seu bisavô, que para mim também é um estimado velho amigo, o qual jamais esquecerei. Nosso primeiro encontro foi no ano 1952 em uma reunião de palestra em Kawasaki, província de Kanagawa, da qual eu estava encarregado. Era um jovem que participava pela primeira vez, convidado por um amigo, depois de ter vindo da província de Saga, em Kyushu, para Tóquio, visando tornar-se um pintor de estilo ocidental. O jovem demonstrava ansiedade e insegurança ao pensar se conseguiria vencer ou não trilhando o caminho da arte. Disse-lhe, prontamente: “Não quer se tornar o melhor pintor japonês por meio desta prática budista?”. Ele assentiu profundamente e se converteu. Sempre que havia oportunidade, procurava enviar-lhe incentivos. Como pintor de estilo ocidental, ele conquistou imponentes realizações, e atuou na primeira turma do Departamento de Artistas da nossa organização. Nos últimos anos de sua vida, ele atuou como diretor honorário do Museu de Arte Fuji de Shizuoka (da época). Sua pintura está exposta também na Universidade Soka da América. O jovem com quem conversei na reunião de palestra daquele dia, naquele momento, abraçou a Lei Mística e pintou vividamente uma obra-prima da arte e da vida. E a canção triunfal do bastão de revezamento da prática da fé reverbera por quatro gerações na família. Em meio a esses vales e montanhas, quantos encorajamentos e apoios mútuos dos companheiros da organização devem ter acontecido! “Transformará em boa sorte” No oitavo mês de 1273, de Sado, em meio a uma grande perseguição, Nichiren Daishonin enviou uma carta à família de um discípulo em Kamakura que lutava contra a doença de sua pequena filha. Orando pela mais breve recuperação dela “às divindades do Sol e da Lua a cada minuto do dia”,6 Daishonin afirmou: “O infortúnio de Kyo’o se transformará em boa sorte. Reúnam sua fé e orem a esse Gohonzon. Então, o que não poderá ser concretizado?”.7 Em qualquer família, há problemas, como também há árduos esforços para a criação de filhos. Poderá haver momentos em que uma calamidade inesperada atinja nossa família e nossos filhos. No entanto, possuímos o rugido do leão denominado Nam-myoho-renge-kyo. Nós temos o Gohonzon que Daishonin descreve: “Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi; assim, creiam no Gohonzon com todo o coração”.8 Se reunir uma fé corajosa, com certeza, podem-se transformar os infortúnios em boa sorte. Diante de quaisquer dificuldades, devemos comprovar infalivelmente a transformação delas [dificuldades] em boa sorte da família e do futuro dos filhos. Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (Jul. 2023) Esse é o poder da fé e o poder da prática capazes de transformar veneno em remédio que o buda Nichiren Daishonin nos ensinou ao longo de 750 anos. A vitória decisiva da minha existência No verão [japonês] da criação de “valores humanos”, eu também tenho inúmeras recordações de aprendizado e de aprimoramento junto com os amigos da Divisão dos Estudantes. Em agosto de 1982, foi realizado na província de Miyagi o Festival da Paz e da Esperança cujos figurantes eram exclusivamente os membros da Divisão dos Estudantes. Relembro-me do cenário em que cantei e dancei prazerosamente em um só coração com os 4 mil mensageiros do futuro, que eram os tesouros do castelo de “valores humanos” da região de Tohoku, como também do sorriso resplandecente de cada um deles, em meio ao calor intenso. Enviando forte salva de palmas para a entusiasmada apresentação de todos, disse-lhes: “A vitória decisiva da minha existência se encontra em observar o aspecto da luta digna e heroica de cada um de vocês em prol da paz no palco da sociedade e do mundo no século 21. Quando penso nisso, meus árduos esforços não são nada”. Exatamente dessa forma, eles se desenvolveram magnificamente. Esses amigos da Divisão dos Estudantes empenharam todos os esforços para a recuperação da região onde ocorreu o Grande Terremoto do Leste Japonês, sem precedentes, e até hoje, devotam-se com bravura. O futuro de esperança não é algo que chega repentinamente. Surge do acúmulo da determinação de viver e de sobreviver no presente momento. É por isso que se deve incentivar a pessoa diante dos seus olhos com sinceridade. E, unindo a força de todos, deve-se continuar avançando, juntos, envolvendo-se hoje e amanhã. Nesta continuidade, cria-se um majestoso futuro. A partitura da luta conjunta imponentemente “Que tipo de vida pode ser considerado uma existência correta?” É a pergunta que fiz aos 19 anos para o venerado mestre, Josei Toda, por ocasião do meu primeiro encontro com ele em agosto de 76 anos atrás (1947). O mestre respondeu claramente: “É bom pensar no que significa viver uma existência correta. Porém, enquanto estiver pensando, experimente praticar a filosofia de Nichiren Daishonin. Afinal, você é jovem. Com certeza, algum dia, descobrirá, de forma natural, que está trilhando uma existência correta”. De fato, foi exatamente como disse o mestre. Vim trilhando o caminho junto com a Lei Mística, o mestre, os companheiros e a Gakkai. Para registrar esse caminho da “existência correta”, escrevi os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana com coração repleto de sentimento de retribuir com gratidão. Foi no dia 6 de agosto de trinta anos atrás (1993) que comecei a escrever o manuscrito do romance Nova Revolução Humana nas terras de Nagano. Escolhi a data em que foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima, a primeira na história da humanidade, escrevendo as seguintes palavras iniciais: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz”.9 A partitura da luta conjunta da “revolução humana” dos amigos emergidos da terra do Japão e do mundo, que estão contribuindo para a obra sagrada sem precedentes denominada kosen-rufu, pelo bem da felicidade das pessoas e da paz perene, com o coração igual ao meu, é a “história mais maravilhosa [para o futuro]”10 observada por Nichiren Daishonin. Assim, concluí o total de trinta volumes. Estou convicto de que, por meio dessa obra, poderei continuar o diálogo eternamente, por todo o futuro, com os jovens sucessores do “espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai”, em qualquer época, onde quer que seja. A história comprovará infalivelmente Pensando bem, Shakyamuni treinou as vidas jovens observando o pico mais alto do mundo, o Himalaia. Nichiren Daishonin o fez observando o grande Oceano Pacífico, o maior do mundo. Hoje, nós temos o sol do budismo do povo, o maior do universo, e o grande solo dos emergidos da terra da canção triunfal do povo a ser oferecidos aos amigos da Divisão dos Estudantes. Façamos desse fato nosso maior orgulho e a infindável esperança. Certa vez, em meio às tempestades de críticas, o venerado mestre disse: “Deve-se lutar agora em prol do futuro daqui a cem ou duzentos anos”. Mesmo que naquele momento não houvesse ninguém que o compreendesse, ele estava com uma postura calma de que a história haveria de comprovar infalivelmente a retidão. Lembro-me com saudades de que, ao falar sobre isso com Mikhail Gorbachev e sua esposa, Raisa, durante um diálogo, o casal assentiu com sorriso no rosto. Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”. Publicado no jornal Seikyo Shimbun de 10 de agosto de 2023. No topo: Vocês são o tesouro da esperança do mundo! Casal Ikeda com membros da Divisão dos Estudantes e a família Soka dos Estados Unidos (Flórida, jun. 1996) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 402, 2017. 2. Ibidem, v. I, p.770, 2020. 3. Ibidem, p. 300. 4. Ibidem, p. 421. 5. Ibidem, p. 292. 6. Ibidem, p. 431. 7. Ibidem. 8. Ibidem. 9. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, 2022. 10. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2020.
06/09/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“A prática do budismo é a força motriz para avançar sempre”
PARTE 37Shin’ichi disse ainda: — Nos últimos anos, ouvi que há uma tendência mundial de aumento de casos de separação de casais. Mas, se uma das partes se empenhar na prática budista com resoluta determinação, e caminhar rumo à solução do problema, estou certo de que a maioria dos casos pode ser superada de forma sábia. Enfim, o mais importante é levantar-se com sólida fé. O objetivo da prática budista é viver plenamente, tornar-se feliz e enviar o brilho da esperança para a sociedade. Portanto, deve se tornar um bom casal, criar um lar excelente, conquistar o respeito e a confiança de todos e comprovar o budismo na vida. Nessa noite, a convite do superintendente Badini do Teatro alla Scala, Shin’ichi, junto com Mineko, assistiu à apresentação da composição de Modest Mussorgsky, Quadros de uma Exposição, e outras pela Orquestra Sinfônica de Londres, sob a regência do maestro Claudio Abbado. Foi uma maravilhosa apresentação. Shin’ichi desejou que aquela emoção pudesse ser saboreada pelas pessoas comuns do Japão. Um dos objetivos de ele ter fundado a Associação de Concertos Min-On era aproximar o povo das melhores músicas e artes do mundo. A arte e a cultura não são privilégios de um grupo especial de pessoas. Pouco depois do meio-dia do dia seguinte, 5 de junho, Shin’ichi e comitiva se despediram dos membros e partiram de Milão de avião rumo a Marselha, na França. A estada de Shin’ichi em Milão foi de apenas quatro dias e três pernoites. No entanto, havia algo que ficou gravado profundamente no coração dos jovens de Milão, que acompanharam de perto a comitiva. Era o aspecto de manifestar palavras de gratidão e de agradecimento com toda a cortesia, igualmente, para todo tipo de pessoa, fosse porteiro ou cozinheiro do hotel, motorista, executivo de uma empresa ou intelectual erudito. O budismo expõe que todas as pessoas são iguais e possuem indistintamente a condição de buda em sua vida. Os jovens diziam que sentiram que as ações de Shin’ichi incorporavam, de fato, esse espírito. O verdadeiro valor de uma ideologia, de uma filosofia e de uma religião manifesta-se nas ações e no modo de vida da pessoa. O budismo se encontra no aspecto das pessoas que se empenham alegremente em prol da felicidade dos amigos e da sociedade. PARTE 38 Com as montanhas dos Alpes cobertas de neve do lado direito, o avião que levava Shin’ichi Yamamoto dirigiu-se à Marselha, segunda maior cidade da França, na costa do Mar Mediterrâneo. Pouco depois das 13 horas do dia 5 de junho, horário local, a comitiva desembarcou no aeroporto de Marselha. De imediato, promoveu reunião de acertos das atividades na França nas dependências do hotel em Aix-en-Provence. E ainda, Shin’ichi se deslocou até o Centro de Treinamento da Europa, em Trets, onde participou da conferência de representantes da Europa, realizada a partir das 18 horas. Nessa conferência, reuniram-se representantes de treze países e discutiram diversos assuntos rumo ao kosen-rufu da Europa. Visando dar uma esperançosa partida para um avanço, unindo ainda mais as forças de cada país da Europa, foi determinada a nomeação de novos vice-presidentes e do secretário do conselho de orientação da Europa em torno do seu presidente, Eiji Kawasaki. Os vice-presidentes nomeados para esse conselho eram o diretor-geral da Inglaterra Raymond Gordon e o diretor-geral da Alemanha Dieter Kahn. Como secretário, foi nomeado Akihide Takayoshi, que havia tido a experiência como coordenador da Divisão dos Estudantes Herdeiro e chefe da Secretaria da Divisão Masculina de Jovens no Japão. Takayoshi era um jovem que havia sido treinado por Shin’ichi em grupos de “valores humanos” desde a sua época como estudante do ensino médio. Depois de concluir o curso de pós-graduação, passou a trabalhar como funcionário da sede da Soka Gakkai. Portanto, essa nomeação era uma estratégia preparatória para o século 21. Shin’ichi declarou aos participantes: — A visita desta vez é para anunciar o amanhecer de uma nova era da Europa. Se os jovens se conscientizarem da missão de se encarregar da era vindoura, estabelecerem a filosofia de respeito à vida como modo de vida e caminharem pela jornada da contribuição social, então poderão unir as pessoas separadas entre si na sociedade atual. A paz começa daí. Por isso, vou me empenhar diretamente para me encontrar e dialogar com os jovens. E, por meio de ações e do contato de coração a coração, vou inspirar a alma de cada pessoa. Quando as pessoas se convencem do fundo do coração, simpatizam-se e se emocionam com a decisão de “Eu vou me levantar!”, começam a agir por iniciativa própria. Então, conseguem manifestar sua máxima capacidade. O ato de criar tal inspiração é o verdadeiro incentivo e encorajamento. Essa é a relação de vida a vida, e o diálogo imbuído de paixão e sinceridade. PARTE 39 No lado norte do Centro de Treinamento da Europa, erguia-se a montanha Sainte-Victoire, e sob o céu azul, banhadas pelos raios solares, reluziam as rochas de calcário. Fascinado também por essas montanhas, Paul Cézanne, considerado o “pai da pintura do século 20”, criou aqui renomadas obras. No dia 6 de junho, antes da hora do almoço, Shin’ichi visitou a prefeitura de Trets acompanhado de sua esposa, Mineko, e do presidente do conselho de orientação da Europa, Eiji Kawasaki. O prefeito de Trets, Jean Feraud, e cerca de vinte vereadores da Câmara os receberam. O prefeito se levantou para os cumprimentos usando uma faixa para cerimônias nas cores azul, branca e vermelha da bandeira da França: — É uma grande alegria para os cidadãos de Trets receber o presidente Yamamoto em nossa cidade. Sabemos bem sobre o importantíssimo trabalho de âmbito mundial em prol da paz desenvolvido pelo presidente Yamamoto e conhecemos sua ideologia de excelência por intermédio de suas obras. O senhor veio realizando árduos esforços para a prevenção do perigo das armas nucleares em meio aos conflitos entre o Leste e o Oeste. E ainda é o líder do movimento internacional pela paz desenvolvido pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Além disso, é notória sua dedicação para aprofundar o intercâmbio entre pessoas por meio de sucessivos diálogos com renomados intelectuais representativos do mundo e da luta pela paz. Manifestamos nossos mais sinceros agradecimentos pela visita do presidente Yamamoto justamente ao nosso Centro de Treinamento de Trets dentre numerosas sedes da SGI em todo o mundo. Shin’ichi ouvia as palavras de louvor do prefeito com humildade e gratidão. Na sequência, o prefeito disse solenemente com voz ainda mais enérgica: — Aqui, nós recebemos o presidente Yamamoto, o “embaixador da paz” que atua com fidelidade e perseverança, com sinceridade e ardente paixão e com vigorosa vitalidade e energia como o cidadão honorário. Em meio aos aplausos, o prefeito entregou a medalha da cidade e o título de cidadão honorário a Shin’ichi, que expressou gratidão do fundo do coração por sua cortesia e profunda compreensão. Por trás desse fato, com certeza deve ter havido esforço e diálogo sinceros dos membros. O diálogo sincero de muita persistência é a força que gera a compreensão em relação ao nosso movimento. PARTE 40 Na tarde do dia 6, no Centro de Treinamento da Europa, foi descortinado radiantemente o curso de verão comemorativo dos vinte anos do kosen-rufu da Europa com a presença de Shin’ichi. Nesse evento, participaram quinhentos membros de dezoito países, dentre os quais, cem companheiros da França. Shin’ichi recitou solene gongyo junto com os membros, orando pela imensa felicidade dos participantes e pelo progresso do kosen-rufu da Europa. Em seguida, dirigindo-se ao microfone, propôs: — Hoje, 6 de junho, realizamos o curso de treinamento para alçar voo rumo ao século 21. Ao mesmo tempo, é o aniversário natalício do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Gostaria de propor que façamos dessa significativa data o Dia da Europa, tornando-o comemorativo e um marco em que anualmente possam juntos prometer um novo avanço. O que os senhores acham? Todos levantaram as mãos em concordância e foi oficialmente estabelecido o dia 6 de junho como Dia da Europa. Tsunesaburo Makiguchi havia falecido na prisão três anos antes da conversão de Shin’ichi ao budismo e não chegaram a ter um convívio pessoal. Todavia, por intermédio do seu mestre, Josei Toda, Shin’ichi havia aprendido sobre a personalidade, a fé, as ações e os pensamentos sobre a educação de Makiguchi. Além disso, leu repetidas vezes as obras dele, tornando-as uma importante referência para si próprio. Em suas obras, Makiguchi apresenta sua visão futurista para o caminho da paz, da mudança da “competição militarista”, da “competição política” e da “competição econômica” para a “competição humanística”. Shin’ichi renovava sua decisão de que pela paz da humanidade era necessário criar nesse momento uma maré certeira da “competição humanística” no mundo. No curso de verão, foi realizado um plantio comemorativo seguido de uma série de relatos de experiência. Uma integrante da Divisão Feminina de Jovens da Alemanha Ocidental declarou que se tornou uma pessoa positiva e construtiva por meio da fé e venceu a luta contra a doença; um membro da Divisão Masculina de Jovens da Itália relatou sua atuação tão almejada como músico. Enfim, todos os relatos trouxeram uma grande emoção aos participantes, pois continham um drama de transformação de sua vida por meio da coragem e do desafio. A prática do budismo é a força motriz para avançar sempre, superando a desesperança e a resignação. E, nesse avanço, pode-se polir e fortalecer a si mesmo, e expandir enormemente a condição de vida. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Rede da Felicidade
BS
Desabrochar das “flores humanas”
Em Chicago, cidade visitada logo após a ida a Washington, DC, foram realizados o Festival Cultural de Chicago e a Convenção Comemorativa, contando com a participação de 5 mil membros que se reuniram alegremente no Medinah Temple da cidade, no dia 12. Ao pensar que vinte anos atrás, quando Shin’ichi Yamamoto visitou pela primeira vez a cidade, a quantidade de membros era de pouco mais de uma dezena de pessoas, sentia-se a chegada de uma nova era. No festival cultural, o que tocou seu coração em especial foi a apresentação de Sachie Perry e seus sete filhos. Ela foi atingida pela bomba atômica em Hiroshima quando tinha 14 anos. Em 1952, casou-se com um militar americano e se mudou para os Estados Unidos. Contudo, o que a aguardavam eram o alcoolismo e a violência do marido, as dificuldades financeiras, a delinquência dos filhos, a parede do idioma, a discriminação e o preconceito. Ela trabalhou desesperadamente para criar os sete filhos. A localidade em que a família morava era palco constante de confrontos raciais e disputas de poder, e o marido lhe fez carregar arma de fogo para sua proteção. Diariamente, ela vivia amargurada em sofrimentos e trêmula de medo. Certo dia, ela ouviu a respeito do budismo por intermédio de uma mulher oriental que morava perto de sua casa e iniciou a prática budista. Era ano de 1965. A chama do seu coração ardeu diante dos incentivos que afirmavam que ela conseguiria ser feliz sem falta. Mais que qualquer outra coisa, ela queria transformar seu destino. Ao recitar daimoku, sentiu a coragem emergindo de sua vida. E ao estudar o budismo, aprendeu que, como bodisatva da terra, possuía a missão de ensinar a Lei Mística aos norte-americanos e comprovar a felicidade tanto de si como dos demais ao redor. Quando se descobre o verdadeiro significado de sua existência, a vida revivesce. Utilizando seu pouco vocabulário do inglês, ela começou a propagar o budismo. O carma negativo se manifestou como ondas bravias e a assolou. A filha caçula ficou doente e teve de passar por várias cirurgias. O alcoolismo do marido e as dificuldades financeiras persistiam. Contudo, ela tinha se tornado uma pessoa que encarava resolutamente os sofrimentos, tendo como base a fé. Estava decidida a não ser derrotada por nada. Os sete filhos também passaram a se empenhar na fé, e formaram uma banda para ajudar no sustento da casa, e depois atuaram profissionalmente. Embora estivesse lutando contra o seu carma, sentia esperança e alegria no dia a dia. Ela contou sua história de vida no palco do festival cultural. É por meio do relato de experiência do “revivescer” de cada pessoa que se comprova a veracidade da Lei universal. No Festival Cultural de Chicago, Sachie Perry seguiu apresentando seu relato de experiência que escreveu como se fosse uma carta para Shin’ichi Yamamoto: — Querido Yamamoto sensei! Quando iniciei minha prática do budismo, levava meus dias agoniada e prostrada diante das dificuldades da vida, sem autoconfiança, sem coragem e sem qualquer aspiração. Quando pensei que não havia outra forma de conquistar a felicidade a não ser por meio desta fé, eu me esforcei com todas as forças na propagação do budismo. A história da família foi projetada por meio de slides. Com a voz estremecida pela emoção, ela bradou: — Sensei! Agora conquistei a harmonia familiar e me tornei muito feliz! Meus filhos se desenvolveram de maneira admirável. Vim orando para que o senhor pudesse vê-los um dia. Esses são os meus filhos! Os holofotes do palco iluminaram os sete filhos dela. A apresentação musical se iniciou, e os filhos cantaram e tocaram instrumentos acompanhando o ritmo suave. Nos olhos da mãe brilhavam as lágrimas. Essas vozes eram o canto que anunciava o alvorecer da esperança e a melodia era o compasso da alegria da felicidade. Shin’ichi aplaudiu efusivamente essa apresentação que representava o drama da vitória dessa família. A paz do mundo se inicia a partir da revolução humana e da transformação do destino de uma única pessoa. Na harmonia e na felicidade de uma família se encontra a verdadeira imagem da paz. Ele compôs e ofereceu diversos poemas de incentivo aos participantes. E representando a família Perry, Shin’ichi ofereceu ao filho mais velho o seguinte poema: Canção da mãe. Resplandeça orgulhosamente. Filhos monarcas. Os filhos herdaram as aspirações da mãe e se desenvolveram como líderes da sociedade e também do kosen-rufu. Por exemplo, a filha caçula Ayumi, que tinha saúde frágil e vivia doente, mesmo em meio às dificuldades financeiras, conseguiu se formar na faculdade, trabalhar com educação, fazer pós-graduação e concluir o doutorado. Ela se engajou como líder dos educadores e de empresas e organizações, e também atuou em programas de desenvolvimento de “valores humanos” como de funcionários das Nações Unidas. Na SGI-Estados Unidos, ela se tornaria coordenadora nacional da Divisão Feminina. Vinte anos do kosen-rufu dos Estados Unidos — com o Budismo Nichiren, que elucida que todas as pessoas estão igualmente dotadas da vida do Buda, o novo sonho americano gerou frutos e fez desabrochar muitas “flores humanas” de felicidade. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. No topo: ilustração retrata a família Perry durante uma apresentação no Festival Cultural de Chicago. No detalhe, Sachie conta seu relato de experiência no evento Fonte: IKEDA, Daisaku. Levantando Voo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 275-278, 2022. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Mulheres determinadas e inspiradoras
Queridas rainhas do imenso Brasil! Desejamos que todas estejam bem, vencendo e desafiando todas as circunstâncias com “muito mais daimoku”. Por falar em daimoku, no próximo dia 12 de setembro, teremos a conclusão do período dos cem dias de recitação do daimoku. Soubemos que várias rainhas se desafiaram e conquistaram imensuráveis benefícios com essa oportunidade. Vamos, cada vez mais, nos desafiar em nossa recitação diária, na leitura dos incentivos de Ikeda sensei e nos conectar a essa rede da vitória. Neste mês, gostaríamos de convidar você para um bate-papo sobre empoderamento. O que significa empoderar? “Empoderar” é um verbo que se refere ao “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”.1 Conceito tão utilizado ultimamente que vem do inglês empowerment e foi usado pela primeira vez no Brasil pelo educador Paulo Freire. Segundo ele, empoderamento é a capacidade de um indivíduo de buscar por si mesmo as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer. Podemos dizer que empoderar é a capacidade do indivíduo de provocar a si mesmo, a ação de dominar ou ter poder sobre determinada situação, condição ou característica. Porém, esse poder nada tem a ver com superioridade; é um movimento de emancipação individual, de se conscientizar de quem você é, ter o domínio sobre a sua vida e tomar as próprias decisões. Resumindo, o empoderamento tem a ver com a nossa escolha da vida e, por meio dessa conscientização, somos capazes de transformar o meio em que vivemos, bem como nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Fantástico, não é mesmo?! Cá entre nós, podemos dizer que se empoderar é manifestar nossa condição de buda para realizar nossa revolução humana. E por que esse tema é tão presente entre as mulheres? Por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal, na qual seu papel na sociedade era restrito unicamente à família. Ela era a única responsável pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, sendo sempre governada pelo homem (pai, marido, irmão ou tio). Assim, a virtude das mulheres era a de reproduzir, de ser a mãe perfeita e protetora. A mulher era tida como o sexo frágil e como alguém sem direitos de escolhas.2 Na Constituição de 1824, a primeira constituição brasileira, a mulher não era considerada cidadã, portanto sem direito ao voto.3 Empoderamento nos jardins da Lei Mística Há centenas de anos, o Oriente também era permeado por uma cultura em que as mulheres eram consideradas inferiores. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus não consideravam a igualdade entre homens e mulheres. Nesse cenário, Nichiren Daishonin revelou que não havia distinção entre homens e mulheres; enfatizando que as mulheres também tinham a condição de buda. Por meio de cartas, Daishonin encorajava as mulheres a se empoderar por intermédio da Lei Mística para atingir a iluminação na forma que se apresentavam. Com esse mesmo sentimento de Daishonin, os Três Mestres vieram incentivando as mulheres, destacando a força, o potencial e o papel crucial delas em todas as esferas de atuação, sendo capazes de provocar ondas de mudança na sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, afirma: No passado, esperava-se que as mulheres no Japão obedecessem aos pais na juventude, aos maridos quando se casassem, e aos filhos na velhice. As mulheres atuais romperam esses grilhões e conquistaram seus direitos individuais. No “século das mulheres” é imprescindível que esse empoderamento propicie felicidade genuína. É essencial que as pessoas consigam pensar de maneira autônoma e efetuem seus próprios julgamentos, sem se deixarem influenciar indevidamente pela opinião pública, por tendências sociais ou pela pressão dos pares. Caso contrário, não estarão refletindo profundamente sobre seus próprios objetivos e metas, mas meramente tentando evitar ser deixada de fora.4 Podemos e temos o direito de conquistar o que desejarmos e de ser o que quisermos. E é importante destacar que, nessa jornada, é essencial nos manter no caminho da prática da fé, a base da nossa vida, bem como a forma para atingir a felicidade absoluta por meio da nossa revolução humana. Independentemente de onde estivermos, podemos incentivar a nós mesmas e conquistar uma vida radiante. Na mesma proporção em que enfrentamos grandes provações e sofrimentos, uma grandiosa condição de vida de plena realização desabrochará em nossa vida. Ikeda sensei declara: No reluzente espelho chamado Sutra do Lótus reflete-se a essência da flor de lótus inerente em nossa vida. Por mais que nossa realidade seja difícil como um pântano lamacento, nela podemos desabrochar flores, sem sermos derrotados. E a filosofia que ensina o caminho dessa perseverança e da esperança é o Sutra do Lótus.5 Empoderada sendo exatamente como é O best-seller Corajosa Sim, Perfeita Não, da autora indo-americana Reshma Sayujani, fala sobre um comportamento que está enraizado no nosso dia a dia sem nem percebermos: a busca irracional por sermos perfeitas o tempo todo. Sayujani compartilha sua trajetória desde a escola até uma vida profissional bem-sucedida. Embora tivesse obtido êxito na carreira, ela ainda sofria com a discriminação e o preconceito por ser mulher. Então, ela fundou a organização não governamental (ONG) chamada Girls Who Code (Mulheres que Programam) para que todas as mulheres também tivessem a oportunidade de desenvolver sistemas, destacando que essa não era uma função exclusiva dos homens. Atualmente, cerca de 130 corporações apoiam a ONG sem fins lucrativos, que já ajudou mais de 185 mil meninas e mulheres a ingressar no mercado de cientista da programação. Grandes empresas de tecnologia contratam essas profissionais. Aprendemos com Sayujani que é possível ir além da programação de sistemas; podemos reprogramar a nós mesmas (reinstalar “nosso sistema”). O livro menciona uma pesquisa muito interessante na qual se observou que a mulher só se candidata a uma vaga de emprego quando ela se sente 100% qualificada, enquanto o homem precisa apenas de 66% de compatibilidade para acreditar que é qualificado. Quem foi que disse que precisamos ser perfeitas? O ponto aqui é “quantas vezes deixamos de nos posicionar ou tomar uma atitude simplesmente por não querer confrontar ou por não nos sentir à altura?”. Nossa autoestima sofre um baque quando nos silenciamos. Sofremos e prejudicamos nossas relações quando nos escondemos por trás de um verniz de perfeição. Essa camada protetora pode impedir que os outros enxerguem nossos defeitos e vulnerabilidade, mas também pode nos isolar daqueles a quem amamos e dificultar a construção de relações autênticas que façam sentido de verdade. Para se reprogramar, Sayujani recomenda exercitar o músculo da coragem diariamente. Ao abandonar a necessidade de perfeição, dando lugar à coragem, podemos ter a ousadia de realizar o impensável do nosso jeito. A coragem é uma busca que enriquece nossa vida com algo que a perfeição ameaçava tirar: felicidade autêntica, sensação de realização genuína, responsabilidade pelos próprios medos, abertura para novas experiências e possibilidades, aceitação dos erros e defeitos, os quais a tornam interessante e que fazem da nossa vida algo exclusivamente nosso. Empoderadas da porta para dentro Então, amigas? Empoderadas e corajosas, podemos hoje dar um novo passo? E como direcionar com sabedoria nossa liberdade de decisão e escolha? O Mestre salienta: Quanto maiores forem a liberdade e a democracia, maiores devem ser a autodisciplina e a iniciativa de cada um forjar-se. Caso contrário, as pessoas se tornarão escravas de suas ambições e viverão na ilusão e na busca de vantagens superficiais, sem poder encontrar a verdadeira felicidade. Por isso, é importante que todos se empenhem em realizar sua revolução humana, que é o ato de forjar e polir o próprio caráter. Sem esse empenho, não poderão seguir em direção à verdadeira felicidade. O ensino que possibilita alcançar a revolução humana é o Budismo de Nichiren Daishonin. Quero dizer que os senhores têm a importante tarefa de criar o exemplo de liberdade capaz de conduzir as pessoas à realização da verdadeira felicidade.6 O daimoku é o norteador dessa liberdade com sabedoria capaz de nos libertar das amarras do destino e das tendências cármicas. O daimoku é a chave para promover o empoderamento da porta para dentro. Estamos na reta final do daimoku dos cem dias rumo a 12 de setembro, dia de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku-kempon), ou seja, a revelação da verdadeira condição de vida. Se tiverem de mudar, falar, trocar, posicionar-se e sair da zona de conforto, comecem agora e com daimoku, como Ikeda sensei sempre nos incentiva: Muito mais daimoku. Não há regra fixa de tempo. Recite em abundância até seu coração transbordar de satisfação — até o ânimo da sua alma ficar mais forte que a negatividade da sua realidade. Faça o seu melhor e crie um ritmo diário conforme sua necessidade, desejo e decisão.7 Tudo começa com a oração! Para concluir, nosso mestre nos incentiva salientando: A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a forma motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quanto o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.8 Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI ReprogrAME-SE! Atualmente, consigo realizar por dia uma hora e quarenta minutos de daimoku com base no incentivo que aprendemos com nossas queridas veteranas. Hoje, atuo no Brasil e em Angola, difundindo socialmente o poder da mulher. Meu empoderamento não é somente da porta para fora, busco principalmente a mulher negra brasileira. Como membro da BSGI, entendo que, a partir da minha missão, tenho a oportunidade de me conectar com diversas mulheres na sociedade e, juntas, dialogamos e criamos projetos para que nossas pautas sociais e pessoais sejam ouvidas e respeitadas. Assim, utilizo o meu empoderamento interior para cada vez mais seguir e caminhar com o propósito de dar vozes a mulheres e meninas. É importante avançar focada na valorização de gênero e entender a sociedade e seus anseios. Acredito no compartilhamento e na determinação de uma mulher forte, que nunca caminha sozinha e está sempre alçando projetos que abarquem a todas e a todos. TATIANA SANTOS Vice-responsável pela Divisão Feminina do Distrito Itaboraí, RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ Tatiana com sua filha, Aisha No topo: participantes da Conferência de Líderes das Mulheres Soka, realizada no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Fotos: BS / Arquivo pessoalIlustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://www.significados.com.br/empoderar/. Acesso em: 16 ago. 2023. 2. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-evoluc-o-da-mulher-na-sociedade-1.827030. Acesso em: 16 ago. 2023. 3. Disponível em: https://richtergruppe.com.br/o-papel-da-mulher-na-sociedade/ Acesso em: 16 ago. 2023. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020. 5. Idem. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 20, 2020. 6. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, 2020. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.193, 31 ago. 2013, p. A4. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.
24/08/2023
Notícias
BS
A base do triunfo
A Praia da Bica está localizada no bairro do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, zona norte do município do Rio de Janeiro. Essa praia dá nome a um bairro no qual se encontram participantes de uma organização de base da BSGI: a Comunidade Praia da Bica, formada pelo Bloco Novo Cambaúba e Bloco Babaçú, dentro da estrutura da RM Ilha do Governador. Com o apoio de seus integrantes, trazemos, nesta edição, alguns bastidores do movimento local. Assim como boa parte dos núcleos de base espalhados pelo Brasil, a Comunidade Praia da Bica vem se adaptando aos formatos de atividades, acompanhando de perto a realidade das famílias. Muitas delas, após o período da pandemia, acabaram se mudando para outras regiões, não sem antes receber o carinho e a dedicação de todos. “Acabamos sendo exportadores de pessoas valorosas, que começaram aqui e hoje estão brilhando pelo Brasil afora”, enfatiza Solange Fernandes de Farias, responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade. Com isso, a estrutura de lideranças ficou reduzida. Assim que foi identificada pelos níveis acima, estes imediatamente partiram para dar apoio direto. Chega também um reforço jovem, Mariana Bineza Maia. Ela, que conhece o budismo há seis anos, comenta ter sido transferida de localidade no fim de 2022, período que coincidiu com dramas de virada em sua vida. “Abracei o novo desafio de colaborar com o crescimento das comunidades como uma grande oportunidade de vencer meus próprios desafios pessoais”, relata a jovem, que, ao chegar à localidade, se comprometeu, junto de seus pares no distrito, a unir forças com os líderes de bloco e de comunidade para que todos fortalecessem a vida por meio do estudo do budismo e do diálogo de vida a vida. Uma frase das escrituras de Nichiren Daishonin tem inspirado o movimento em curso: Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”.1 “Os estudos promovidos pela Comunidade Praia da Bica são muito ricos. Sempre buscam integrar os membros, trazer os que por algum motivo estão mais distantes, criar um diálogo valoroso e colocar o budismo como parte do nosso dia a dia.” Esse é o sentimento que permeia as programações locais, que a cada dia se tornam mais intensas. Fortaleza de valores Outra iniciativa que vem sendo conduzida pelos líderes da Praia da Bica refere-se aos dias de melhor acesso para membros e convidados. Prevalecem ainda atividades no formato híbrido, atendendo os que não podem participar de forma presencial. Boa parte é composta por jovens, que prefere reuniões nos dias de semana, envolvendo-se diretamente nas programações. Os resultados são sentidos também no desenvolvimento pessoal deles. Assim reforça a jovem Mariana: “Quando comecei minha prática eu era extremamente tímida, hoje consigo me expressar muito melhor e explanar matérias para grandes públicos sem medo. Por isso, digo sempre que a Soka Gakkai não só cria valores para as atividades da organização, mas desenvolve grandes valores para a sociedade”. As visitas também seguem esse olhar de identificar como e quando chegar à vida dos membros. “Por persistirmos, e não deixarmos de levar incentivos, estamos conseguindo trazer de volta pessoas tão queridas”, ressalta Solange, responsável pela DF da comunidade, entusiasmada com o recente retorno de uma família que há três anos não participava. “Sensei sempre nos encoraja a não desistir de ninguém, não é mesmo? Como é gratificante ver o aspecto de felicidade nas visitas.” Aspecto dos participantes da Comunidade Praia da Bica nas reuniões de palestra, nos encontros de estudo e também na movimentação de visitas para famílias e, em especial neste mês, integrando forças na Divisão Sênior Atuar com união Uma característica bastante reforçada pelos participantes da comunidade corresponde ao apoio que recebem dos níveis acima. Neste mês de agosto, o movimento envolvendo a Divisão Sênior (DS) incluiu visitas e também maior aproximação com os integrantes advindos da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Houve formatura e integração, tudo conduzido com muita alegria e apreço. “Estamos unindo forças e criando um ambiente para que todos se sintam abraçados. Não há caminho mais nobre que a sincera amizade e é isso que encontramos na Soka Gakkai. Esse é o ambiente criado por Ikeda sensei. Onde mais temos uma oportunidade como essa?”, pondera o responsável pelo distrito, José Carlos Andradas. Os resultados vêm aos poucos, com a expectativa das lideranças de fechar o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com total sucesso. Sedimentam essa convicção na crença de que “Quando se empenha nestes três fundamentos — fé, prática e estudo —, a vida é conduzida ao estado de buda. Estamos no caminho certo. Vamos vencer!”. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Fotos: Colaboração local
24/08/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 14 (parte 2)
O bailar do mestre imbuído do juramento pela vitória Em dezembro de 1969, Shin’ichi visitou a região de Kansai numa viagem de orientações. Apesar da febre alta, ele empenhou toda a sua energia para proferir seu discurso a fim de incentivar os membros presentes na reunião de líderes da província de Wakayama. Shin’ichi dedicou toda a sua vida para proferir seu discurso. Dez, quinze, vinte minutos se passaram. Mineko, o médico e os líderes que o acompanhavam estavam observando-o ansiosos, certos de que ele atingira o limite de suas forças. O desejo sincero do médico era de que Shin’ichi encerrasse rapidamente, mas ele continuou falando por vinte e quatro minutos. Quando ele terminou, o apresentador anunciou o momento das canções da Soka Gakkai. (...) Ao final das canções, surgiram brados gritando “sensei!” por todo o ginásio. Então, um participante gritou: — Por favor, reja uma canção! — Shin’ichi sorriu e assentiu com a cabeça. Mas, justamente nesse momento, ele foi acometido de uma tosse violenta. Cobriu a boca com a mão e tossiu várias e várias vezes, estremecendo as costas a cada vez que tossia. Tomou fôlego, o que de nada adiantou, e então outro acesso de tosse começou a torturar seu corpo. O microfone no palco irradiava o som. Depois que a tosse parou, podiam ouvir a respiração difícil dele e o olharam preocupados. Mas logo que se recobrou, ele se levantou bem animado e disse: — Estou bem. Então está certo, vou reger uma canção! Os presentes vibraram de alegria. — Farei de tudo se isso os deixar felizes. Sou o presidente de vocês, afinal. Todos aplaudiram. (...) A banda masculina começou a tocar a vigorosa melodia. (...) Com o leque na mão, Shin’ichi começou a reger a canção. Seus movimentos eram dignos e graciosos, como se estivesse voando pelo vasto firmamento. Ele conclamava em seu coração às forças malignas do Universo: “Demônios da doença, venham! Não importando o que aconteça, continuarei a lutar!”. (...) Os membros de Wakayama ficaram profundamente comovidos com o jeito vigoroso como estava regendo a canção e muitos estavam com lágrimas nos olhos. Ao mesmo tempo, algumas integrantes da Divisão Feminina, preocupadas com a condição em que ele se encontrava, suprimiam a vontade que sentiam de gritar para que ele parasse. Todos os presentes gravaram aquela cena no coração, jurando: “Eu também farei o melhor! Eu vencerei!”. E então batiam palmas vigorosamente e cantavam bem alto. (Trechos do capítulo “Vendaval”) Sempre se lembrem do espírito pioneiro Em setembro de 1970, foi inaugurado o prédio do Seikyo Shimbun em Shinanomachi, Tóquio. Ao percorrer o local, Shin’ichi refletiu sobre o ponto inicial do jornal. — Estou muito feliz por vocês terem agora estas maravilhosas instalações e por todos poderem realmente apreciar o trabalho aqui. Ao mesmo tempo, jamais devemos nos esquecer das dificuldades que enfrentamos quando produzíamos o jornal naquele cômodo apertado em Ichigaya. Quanto melhores forem o ambiente e os equipamentos que estiverem à sua disposição, mais importante será lembrarem-se do espírito pioneiro daqueles primeiros anos. De outra forma, vão se acostumar com a situação favorável e, assim que enfrentarem o menor problema que seja, começarão a reclamar. Como integrantes da equipe de redação, reclamar é um sinal de derrota e de condescendência. Essa é uma das maiores preocupações que tenho. Enquanto visitava as dependências do novo escritório, Shin’ichi se recordava com clareza da época em que trabalhara com seu mestre Josei Toda, antes do lançamento do jornal. A primeira edição foi publicada no dia 20 de abril de 1951, depois de Toda ter conseguido se recuperar da falência de sua empresa e pouco antes de se tornar o segundo presidente da Soka Gakkai. Toda havia mencionado que queria publicar um jornal interno em agosto do ano anterior, quando a empresa dele, a Cooperativa de Crédito de Construção Toko, foi forçada a suspender suas operações. Toda e Shin’ichi estavam numa cafeteria em Toranomon, Tóquio, onde se encontraram com um jornalista que ficara sabendo do fechamento da cooperativa de crédito. Ao retornarem, Toda disse para Shin’ichi, num tom de grande seriedade: — Shin’ichi, os jornais têm uma força inimaginável no mundo atual. Publicar um jornal significa exercer uma influência enorme. A Soka Gakkai precisa ter seu próprio jornal no futuro bem próximo. Por favor, pense nisso, Shin’ichi.(…) O título Seikyo Shimbun (Jornal dos Sagrados Ensinamentos) foi enfim escolhido após muitas deliberações. O nome carregava todo o desejo de Toda de transmitir a lei essencial do universo, o Budismo Nichiren, para o mundo inteiro. E a primeira edição do jornal foi publicada no dia 20 de abril de 1951. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 11 de dezembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida
24/08/2023
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A vitória dos jovens é o triunfo de todos!
“Por favor, irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil, sempre com harmonia e união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’” Trecho da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a inauguração do Centro Cultural da BSGI de Maringá (2 dez. 2018) Concretizar os sonhos do Mestre. O desejo sincero dos discípulos Ikeda do oeste paranaense cristalizou-se na forma de sorrisos, muitos sorrisos dos mais de setecentos jovens que passaram a fazer parte do movimento humanístico da BSGI na região. A grande expansão da Juventude Soka ecoou pelas terras vermelhas, fazendo “jorrar” alegria, encorajamento e nova disposição para todo o Brasil durante a realização da 8a Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O centro cultural da organização local foi palco do encontro promovido no dia 20 de agosto, com transmissão ao vivo pela internet que atingiu mais de 8 mil visualizações. Os mais de quatrocentos líderes presentes, representando organizações do Paraná, da CRE Sul e da BSGI, uniram-se aos participantes que assistiram à transmissão em todo o país, e até no exterior, para criar uma renovadora onda do movimento pelo kosen-rufu, inspirados pela dedicação sincera dos membros da RM Maringá. Corresponder ao Mestre Durante a RNL, quem contou os detalhes da luta da RM Maringá foram José Aparecido Pereira, responsável pela RM, e Camille Ito, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM. Em suas palavras de boas-vindas, expressaram sinceros agradecimentos a todos e, em especial, aos veteranos pela concretização da inauguração do Centro Cultural de Maringá cinco anos atrás, ocasião em que receberam uma mensagem de congratulações na qual o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, solicita “Irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil”. Com essa diretriz de Ikeda sensei no coração, em abril, ao serem informados de que a 8a RNL seria realizada na cidade, os líderes bradaram ao presidente da BSGI, Miguel Shiratori, que alcançariam o objetivo de acolher cem jovens por distrito na órbita da relação de mestre e discípulo até a realização da atividade. Todos superaram diversas dificuldades com forte união das cinco divisões e, baseados na firme recitação do daimoku, ultrapassaram a meta em cada um dos sete distritos da RM, levando os ideais humanísticos da Soka Gakkai a mais de setecentos jovens. Em vídeo apresentado na RNL, os jovens Diego Sanches e Amanda Cortes Rodrigues relataram seu empenho para consolidar esse nobre objetivo, ao ultrapassarem um quadro grave de contágio pela Covid-19 e a depressão, respectivamente, a fim de incentivar os amigos a fazer parte do movimento Soka pelo bem das pessoas. Meu encontro ideal “Enquanto o Mestre estiver no coração dos membros, eles jamais serão derrotados” — essa foi a mensagem do vídeo (imagem acima) sobre os 76 anos do primeiro encontro entre o jovem Daisaku Ikeda e Josei Toda, em 14 de agosto de 1947, e de sua conversão ao Budismo Nichiren no dia 24 daquele mês, datas cuja comemoração foi o ponto central da RNL. Realizações de Ikeda sensei, como a fundação do Seikyo Shimbun e do sistema educacional Soka, registradas na apresentação, representam o juramento feito pelo discípulo ao seu mestre e traduzido em ações concretas. Emergir dos bodisatvas O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, parabenizou os participantes pela realização do significativo encontro comemorativo, estendendo seus cumprimentos aos integrantes da Divisão Sênior que comemoram o Dia da DS em 24 de agosto. Destacou que a RNL é “Uma verdadeira assembleia de bodisatvas, na qual se encontravam para ajustar o coração ao do Mestre, visando ao avanço do kosen-rufu”. Compartilhando direcionamentos de Ikeda sensei, louvou a abnegada atuação de todos, relembrando que o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que recentemente visitou o país, declarou que “definitivamente o Brasil é modelo do mundo”, conclamando os participantes a corresponder a essa expectativa. Shiratori transmitiu ainda importantes incentivos relacionados ao estudo do budismo e à participação no Departamento de Contribuição (Kofu) como alicerces fundamentais para alcançar a felicidade e promover a paz. Fazendo uma analogia com a origem do nome Maringá, ele se referiu à fonte de criação de jovens “valores humanos” na organização local. Incentivou os membros de toda a BSGI a se inspirar nessa dedicação para vencer os desafios diários, empreender esforços na organização de base e levar encorajamento aos companheiros. Pilares de comprovação Referindo-se à recente mensagem do presidente Ikeda comemorativa do Dia da Divisão Sênior, Ricardo Miyamoto, coordenador da DS da BSGI, incentivou os integrantes da divisão a cultivar uma vida vitoriosa mesmo em meio às adversidades, como as decorrentes da pandemia da Covid-19, tornando-se verdadeiros pilares na sociedade e na fé. Também ressaltou que mantenham uma clara compreensão das mudanças da época à luz dos princípios imutáveis do budismo. Em especial, solicitou o empenho dos seniores na promoção das atividades comemorativas da DS e na participação no Kofu. Rainhas, sejam felizes Com dinamismo e vibração, Selma Inoguti, coordenadora da DF da BSGI, agradeceu às rainhas da felicidade pela dedicação às atividades comemorativas da divisão realizadas em junho. Compartilhou sobre a nova fase de atuação do grupo Zenshin cujos detalhes serão divulgados oportunamente; destacou ainda a importância da recitação do daimoku, das pequenas conquistas e do espírito de “levantar-se só”, com a convicção de mudar a própria vida para transformar o ambiente. Citou quatro pontos importantes de atuação pelo kosen-rufu: união, oração, apoio e respeito. Minha decisão é... “Fazer desta RNL o ponto de partida para que minha localidade seja sempre fonte, modelo e referência de jovens valores humanos, verdadeiros discípulos que vençam na sociedade por meio da prática da fé, sempre ligados ao coração de Ikeda sensei!” Reinaldo Kenji Sato, vice-responsável pelo distrito “Continuar com garra, coragem, vontade de desafiar sempre, para transformar minha vida, junto com todas as companheiras. Esta atividade veio coroar o início de nossa nova decisão” Juliana Nakaie, vice-responsável pela DF de comunidade “Reconfirmar o juramento de não deixar nenhum companheiro para trás, trazendo-os para a órbita do Mestre e para experimentar quão maravilhoso é fazer parte da BSGI” Douglas Palmieri Rodrigues, responsável pela DE de RM “Retomar, ainda com mais força, o movimento de trazer os jovens da minha localidade para as atividades, fortalecendo também os grupos horizontais como o Cerejeira, do qual faço parte” Amanda Cortes Rodrigues, vice-responsável pela DFJ de comunidade Gostou? Veja mais depoimentos no BS+ e no site www.brasilseikyo.com.br Expansão A antiga CRE Sul foi dividida em duas coordenadorias: CRE Paraná e nova CRE Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Confira apresentação dos novos líderes nesta edição. Pelo Brasil Ao final da RNL, foi exibido um vídeo apresentando a próxima cidade a receber a atividade: Bauru, SP. Assista ao vídeo dos jovens da RM Maringá Assista ao vídeo da 8a RNL no aplicativo BS+ e no site da EBS: https://brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561748 Não perca Em breve, Brasil Seikyo publicará matéria sobre o movimento dos cem jovens por distrito da RM Maringá. Novidade Durante a atividade, é apresentada, em primeira mão, a nova funcionalidade do site da Editora Brasil Seikyo, a assistente virtual Sol. No formato de chat, ela facilitará o processo de assinatura e outros serviços com atendimento caloroso Castelo da Paz Por meio de uma apresentação em vídeo, todos conhecem um pouco mais sobre a verdejante e planejada cidade do oeste paranaense, que tem como pontos fortes a cultura e a preservação ambiental, e sobre o Centro Cultural da BSGI na localidade, inaugurado há cinco anos. A mensagem de Ikeda sensei recebida na ocasião torna-se eterna diretriz de atuação dos membros da localidade, que selam o juramento de cumprir dignamente os ideais do Mestre “Sensei, a sua Kotektai está aqui” Com esse brado, as integrantes da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil apresentam a canção Oh, Jovem de Juramento! ao final da RNL. No dia anterior, 19, o grupo realizou encontro comemorativo dos seus sessenta anos de fundação também no Centro Cultural de Maringá, recebendo calorosa mensagem do presidente Ikeda. Veja matéria completa na próxima edição do BS Fotos: BS
24/08/2023
Relato
BS
O caminho da vitória
A vida é feita de oportunidades e de escolhas, e a cada dia sinto imensa gratidão por todos os passos dessa minha trajetória. Eu me chamo Carlos Oliveira, 53 anos, resido em Londrina, PR, com minha esposa, Edicéia, e nossos dois filhos, Priscyla e Italo. Há quarenta anos, por pouco uma escolha (de minha mãe, Tui vi Aiutê) me distanciaria de estar falando com vocês. Eu tinha 13 anos, e ela, indígena raiz que lutava bravamente para criar minhas duas irmãs e eu, pôs na cabeça que eu deveria ser padre, pois tinha medo das influências do ambiente onde vivíamos. Por sorte, ela percebeu que aquilo não era para mim. Dois anos depois, em 1985, ingressou na Soka Gakkai. Meu futuro de desenvolvimento começaria a partir dali. Antes de sair todos os dias para o trabalho, minha mãe deixava uma matéria do Brasil Seikyo com a instrução de que eu deveria ler e à noite contar para ela o que havia entendido. Lembranças que guardo como tesouro. Com certeza, a semente do budismo já havia sido plantada. Aos 9 anos, enquanto brincava com colegas, fui atraído por um som diferente, e, ao me aproximar de uma residência, ouvi nitidamente a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, bem como a leitura do sutra. Era um velório, e esse foi meu primeiro contato com a Lei Mística. Mais de cinco anos se passaram. Estava eu na Divisão dos Jovens da organização, podendo construir uma juventude de propósito. Dei muito trabalho no início, confesso. Fugia do meu responsável, pulando o muro de casa para não encontrá-lo. Certa vez, perguntei-lhe por que insistia em me visitar, ouvindo dele que um dia eu poderia precisar. Palavras carregadas de máxima sinceridade. Isso foi um divisor de águas. Aproveitei todos os momentos que a organização me oferecia. Integrei dois grupos horizontais: durante catorze anos fui do Gajokai (proteção das sedes), e minha maior alegria é não ter faltado a nem um plantão sequer. Depois, no Sokahan (coordenação de atividades e eventos), fazendo parte da primeira liderança na localidade. Viver o espírito de companheirismo como jovem da Gakkai é um grande orgulho. Foram anos também desafiadores, mas agora tinha um mestre da vida, Daisaku Ikeda. Conheci minha esposa em 1987. Em lágrimas, logo me informou que não poderíamos ter filhos em razão de abuso sexual que sofrera aos 6 anos. Os médicos foram unânimes nessa confirmação. Com convicção, disse à Edicéia que possuía um tesouro em casa, o Gohonzon (objeto de devoção budista) e o apoio da minha amada mãe, que me incentivava e orava junto comigo. No ano seguinte, nasce Priscyla, saudável. Atualmente, casada, formada em direito e com nova formação em curso; é responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Sub. Norte do Paraná. Depois, veio Ítalo, para completar a alegria da família. Não há oração sem resposta. Momentos com a família: Carlos ao centro da foto, ladeado pela filha, Priscyla e a esposa, Edicéia, e atrás o filho, Ítalo. A esquerda da foto traz Emilio, companheiro da mãe de Carlos, Tui, à frente do grupo, em selfie feita por Eduardo, genro do relatante. O trabalho como missão Passei por diversas áreas: rádio, construção civil, vendas. Em 2005, atuava em uma emissora de TV e decidi trabalhar na Austrália. Vivendo lá, minha esposa foi envolvida em um grave acidente a caminho do trabalho: cinco dias em coma e dois meses internada, cuja diária hospitalar custava 950 dólares. Os valores, porém, foram cobertos pela seguradora do condutor, assim como a sequência do tratamento quando retornamos ao Brasil em 2010. Vencemos juntos, e hoje ela está com plena saúde. Em 2018, fui contratado como funcionário da BSGI, não tendo palavras para expressar tamanha gratidão e felicidade por poder cuidar e zelar do nosso Centro Cultural Norte do Paraná, verdadeiro castelo da paz. Mais oportunidades? Sim, desta vez, as ações da maldade vieram me testar como pai. Meu filho passou por momentos desafiadores, causando-nos muitas dores. Nós nos unimos em uma batalha intensa de daimoku, convictos de que família que recita daimoku nada teme. Meu filho nos fez crescer como pais, e hoje ele atua como chef de cozinha, sua grande paixão. Vitória! Iniciamos 2020 e, certo dia, acordei com um barulho terrível nos ouvidos, parecendo uma panela de pressão. Eu mal conseguia dormir, raciocinar. Ampliei meu daimoku para cinco horas diárias, com o sentimento de que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Foi constatado um zumbido de escala severa e tive a boa sorte de encontrar uma excelente especialista, indicando-me aparelhos auditivos. Hoje levo uma vida normal. Fazer das dificuldades e dos sofrimentos oportunidades para virar a chave e vencer é minha maior honra. Escolhi trilhar o caminho da vitória, tendo como base o daimoku do rugido leão, de coragem insuperável. Imensamente grato à minha esposa e aos meus filhos, e à minha mãe, pelo apoio incondicional. E aos companheiros e veteranos, que a todo momento estão comigo. Aos 53 anos, atuando na Divisão Sênior (DS), eu me inspiro no Mestre e naquele veterano que jamais desistiu de mim. Moramos em cidades distintas, mas, misticamente, encontrei o José Edvaldo em Maringá, na recente Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O encontro com o veterano, José Edvaldo, em atividade recente em Maringá: “Como é maravilhoso viver na órbita do Mestre” Seja nas visitas, seja nas reuniões, busco ser braço e ombro para todos, em especial para os jovens, a fim de que tenham a mesma chance de encontrar e fortalecer um nobre propósito de vida. Ikeda sensei, conte sempre comigo! Reunião de distrito promovida na residência de Carlos Carlos Roberto Batista de Oliveira, 53 anos, vice-responsável pela RM Londrina Norte e também responsável pela Divisão Sênior da RM. No topo: Carlos posa nas dependências do Centro Cultural Norte do Paraná, junto com o busto de Ikeda sensei exposto no local Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020.
24/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Com novas ideias, tenham novos desafios! O frescor da determinação e as ações corajosas da juventude são a força para abrir o futuro! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 19 de agosto de 2023.
24/08/2023
Notícias
BS
Editora Brasil Seikyo apresenta a assistente virtual Sol
As integrantes da Divisão Feminina são a grande força motriz da divulgação e da expansão dos conteúdos da Editora Brasil Seikyo (EBS). São elas que, muitas vezes, abraçam essa luta e engajam as demais divisões para levar a carta do Mestre a todos os cantos do Brasil. Por isso, a Sol Representa nossas “rainhas da felicidade”, especialmente aquelas que são carinhosas, dedicadas, leitoras assíduas dos nossos periódicos e têm um sorriso e uma presença que alegram e confortam a todos. Foi desenvolvida não só para facilitar o processo de assinatura dos periódicos físicos e digitais, como também para oferecer uma experiência calorosa no atendimento. A Sol funciona no formato de chat Ela pode ser acessada na página inicial do site da editora pelo computador ou pelo celular. Por meio de botões simples e poucas interações via texto digitado, ela guia o usuário em todas as etapas. Está presente nos lembretes de assinatura, que serão enviados por e-mail e SMS para cada assinante com os detalhes do plano atual e o link da Sol. O usuário pode optar por continuar com o mesmo produto e vigência ou alterá-los, garantindo assim total liberdade de escolha. O e-mail será enviado primeiro e, caso não seja possível o contato ou o retorno, será enviado um SMS com o mesmo link alguns dias depois. As informações de confirmação de pagamento, acesso, beneficiários (nos casos dos planos DUO e PREMIUM) e demais detalhes serão indicados pela Sol e enviados para o e-mail cadastrado no site da editora a fim de oficializar as tratativas do chat e facilitar a consulta. Atualmente, a Sol permite: Realizar assinatura individual ou para terceiros. Escolher entre produtos físicos e digitais. Optar por múltiplas assinaturas em um mesmo pedido. Editar o carrinho de compras antes do pagamento. Escolher a forma de pagamento: PIX, boleto bancário ou cartão de crédito (neste último caso, o pagamento pode ser à vista, parcelado ou renovado automaticamente). A Editora Brasil Seikyo tem o compromisso de lembrar que nossas ferramentas são apenas meios para aproximar o coração das pessoas ao de Ikeda sensei. Ciente disso, a EBS continuará exercitando a escuta ativa para captar o que os leitores precisam e oferecer soluções cada vez melhores e mais conectadas às necessidades deles. Nossa gratidão por todos os incansáveis esforços da rede de incentivos humanística, formada por leitores, membros e simpatizantes, que possibilita a existência da editora e, principalmente, ajuda a construir um amanhã melhor com base nos direcionamentos dourados do Mestre. Em caso de dúvida ou sugestão, estamos à disposição na Central de Relacionamento (segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, exceto feriados): Telefone: 0800-775-1900 E-mail: sac@brseikyo.com.br WhatsApp: (11) 3349-1900 Assista ao vídeo da assistente virtual Sol Imagens: BS / GETTY IMAGES / Reprodução
24/08/2023
Notícias
BS
“Os laços baseados na Lei Mística são eternos”
Envolto pela florada das cerejeiras, o Palácio Memorial da Paz Eterna, localizado no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, foi palco da cerimônia realizada em memória dos pais com transmissão ao vivo pela internet, no dia 13 de agosto. A cerimônia teve o profundo significado de dignificar a nobre vida dos pilares de ouro, que dedicaram esforços em prol do kosen-rufu, bem como o de aprofundar a convicção dos participantes na Lei Mística. Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, em suas palavras de cumprimento, reforçou a importância da oração e de manifestarmos o sentimento de gratidão: “Não estamos sozinhos em nossa jornada. Nesse sentido, vamos reforçar a união e o humanismo”. Miyamoto também compartilhou um trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila, que diz: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”,1 e solicitou “Vamos, a cada dia, manter viva a memória do ente querido e manifestar gratidão, coragem e sabedoria, pois os laços baseados na Lei Mística são eternos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, enalteceu a participação de todos os membros na cerimônia e transmitiu incentivos de Ikeda sensei: “A Lei Mística tem o poder de transformar a vida de qualquer pessoa, mesmo a mais infeliz, a qualquer momento e em qualquer circunstância, em uma vida de suprema felicidade”.2 Isso significa que devemos ter plena convicção em nossas orações. Jamais devemos ter a sensação de solidão. Ele ainda compartilhou o incentivo de Ikeda sensei publicado no aplicativo BS+ em 13 de agosto, no qual ele frisa: “Este é o daimoku que ilumina a escuridão [dos sofrimentos] de nascimento e morte”.3 Orar pela iluminação do precioso ente falecido e pela felicidade e pelo avanço da família sucessora também se dá a partir do gongyo e daimoku diários. Por fim, o presidente Miguel Shiratori reforçou que nossas ações são importantes para desfrutarmos uma vida de ilimitada alegria. O Coral Filarmônico Ikeda do Brasil enalteceu a cerimônia com a apresentação de três canções ao público presente, abrilhantando significativamente o encontro. Manifestar alegria em todos os momentos Brasil Seikyo conversou com duas famílias que participaram presencialmente da cerimônia e o sentimento é de gratidão. Para José Barreto de Matos, integrante da Divisão Sênior, e seu filho, Renato Oliveira Barreto de Matos, membro da DMJ, participar da solenidade é entender a relação entre a vida e a morte. “Hoje, reuni minha família para prestar homenagem ao meu pai. É uma forma de agradecer por todo o empenho durante a sua vida. Essa cerimônia, que homenageia os entes queridos, é uma forma de renovar esse elo”, compartilha José. Já para Renato, o principal sentimento é aplicar tudo o que ouviu na atividade. “O que mais gostei foi o primeiro incentivo sobre a visão budista da morte. Isso mexeu muito comigo e, para mim, é uma renovada partida para entender o momento presente e olhar a vida de uma forma diferente”. Rosalia Caetano, integrante da Divisão Feminina, afirmou que estar com a família e homenagear os entes falecidos é uma forma de se reconectar: “Essa cerimônia é de imensa gratidão por pertencer à BSGI. O carinho e o zelo são imensos, e isso faz toda a diferença. A cerimônia foi maravilhosa. Saio daqui renovada por saber que temos esse carinho e receptividade. Isso é incrível”. Momento do encontro realizado no Palácio Memorial da Paz Eterna (Itapevi, SP, 13 ago. 2023) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. A3. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 10. Fotos: BS
24/08/2023
Editorial
BS
Ímpeto de um leão no ataque
No decorrer da vida, muitos objetivos são lançados, e metas, traçadas. Por vezes, vitórias são conquistas e, ao menos, a experiência pelo empenho é adquirida. Na Soka Gakkai, aprende-se sobre a importância e quanto é espetacular concretizar um objetivo estabelecido, ultrapassando os obstáculos e vencendo. O termo “ímpeto de um leão no ataque”1 é citado no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus. O presidente Ikeda incentiva: Não afrouxem no ímpeto do ataque! – essa foi a última diretriz que os jovens receberam diretamente do venerado mestre, Josei Toda. É ataque! É avanço! O momento de se levantar é agora. Não há vitória nem felicidade sem avanço.2 Há cinco anos, Ikeda sensei finalizava a maior obra de sua existência, a Nova Revolução Humana. No prefácio, escrito em 1993, aos seus 65 anos, ele registrou: Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.3 Foram 25 anos de escrita ininterrupta. Em 2018, ao concluí-la, Ikeda sensei escreveu: Os protagonistas da construção da sociedade, da nação e do mundo são os próprios seres humanos. O ódio ou a confiança, o desprezo ou o respeito, a guerra ou a paz são todos produtos da determinação em um único momento do ser humano. Portanto, não é possível conquistar a felicidade pessoal, nem a prosperidade da sociedade, nem a paz perene do mundo, sem a realização da revolução humana. Sem esse ponto essencial, todo o esforço empreendido resultará em castelo de areia. Certamente, a filosofia da “revolução humana” embasada no budismo será o novo guia da humanidade que já iniciou o terceiro milênio.4 Nesta edição, Brasil Seikyo preparou um especial da conclusão dessa epopeia, além da cobertura da Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI, realizada pela primeira vez em Maringá, PR. A cidade, conhecida por ter sido planejada e indicada como melhor lugar para se viver,5 já concedeu título honorário a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko. Nos bastidores desses feitos está o genuíno coração dos membros que correspondem ao Mestre com seguidas vitórias. E, no mesmo ano em que Ikeda sensei concluía o romance Nova Revolução Humana, Maringá inaugurava seu centro cultural. Acompanhando o ritmo de avanço, a Editora Brasil Seikyo (EBS) lançou na RNL o chatbot para melhorar ainda mais a comunicação com você, leitor. Veja mais neste jornal. Esperamos que este BS o conduza a manifestar o ímpeto para registrar avanços e vitórias nas páginas de sua vida. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, , p. 258. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.321, 30 abr. 2016, p. B3. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v 1, 2020. 4. Ibidem, v. 30-II, p. 358, 2020. 5. Disponível em: http://www.maringa.pr.gov.br/site/noticias/2023/01/17/maringa-conquista-marca-estrela-em-ranking-que-destaca-melhores-lugares-para-viver-investir-e-visitar/40968#:~:text=Considerada%20a%20melhor%20cidade%20do,Maring%C3%A1%2C%20t%C3%AAm%20atra%C3%ADdo%20novos%20moradores. Acesso em: 16 ago. 2023.
24/08/2023
Datas Significativas
BS
Datas Significativas de Setembro
8 Declaração pela Abolição das Armas Nucleares (1957) Conclusão do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda (2018) Presidente Ikeda apresenta sua Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China (1968) 12 Perseguição de Tatsunokuchi (1271) Lançamento da Pedra Fundamental do Centro Cultural da BSGI, São Paulo (1976) 21 Perseguição de Atsuhara (1279) 26 Presidente Ikeda profere a palestra “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada” na Universidade Harvard (1991)
24/08/2023
Especial
BS
Escreva sua revolução humana
Quando o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, repousou a caneta sobre a mesa após terminar de redigir o último capítulo do volume 30, “Juramento Seigan”, do romance Nova Revolução Humana (NRH), haviam se passado 25 anos desde que ele iniciara essa verdadeira batalha de palavras. Era 6 de agosto de 2018, e o local, o mesmo do início da obra, o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. Alguns dias depois, em 8 de setembro, foi veiculada, no jornal Seikyo Shimbun, a parte final da grande obra literária da vida de Ikeda sensei. Conforme Brasil Seikyo publicou na matéria sobre as três décadas desde que o Mestre começou a escrever a NRH (ed. 2.639, 15 jul. 2023), o dia 6 de agosto de 1993 marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Era a expressão do profundo desejo de Ikeda sensei de que o destino trágico de guerras da humanidade fosse transformado em um futuro de paz e de respeito à dignidade da vida. Em meio à sua intensa agenda de atividades e de compromissos, dedicando cada momento a incentivar os companheiros e a impulsionar o avanço do kosen-rufu, ele ultrapassou os desafios, triunfando até sobre o próprio limite do tempo para completar o romance. Escreveu as primeiras linhas aos 65 anos e concluiu a obra com 90 anos. A força para cumprir essa tarefa monumental nasceu do solene juramento de registrar a grandiosidade e os ideais de seu mestre, Josei Toda, para as futuras gerações. Em 14 de agosto de 1957, exatamente dez anos após conhecer Toda sensei em uma reunião de palestra, Ikeda sensei decidiu dar continuidade à escrita do romance Revolução Humana, iniciada por seu mestre, missão finalizada em novembro de 1992. No posfácio do volume 30-II da NRH, o presidente Ikeda declara: Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e escrevam sua própria história brilhante da revolução humana, empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de ininterruptas ações indomáveis.1 Sobre esse sentimento do Mestre, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, salienta: Para nós, discípulos, não é exagero dizer que este momento de solene registro histórico da conclusão do romance Nova Revolução Humana é o ponto de partida do juramento seigan para iniciarmos a continuidade de sua narrativa com nosso próprio comportamento e ação. (...) Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o límpido espelho a iluminar o futuro. Com seus próprios passos, sensei indicou o rumo para que os discípulos continuassem vencendo na vida pessoal e no movimento pelo kosen-rufu por todo o eterno futuro. Além disso, Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o portal do diálogo com o Mestre.2 A fim de corresponder sinceramente aos anseios de Ikeda sensei, os integrantes da Soka Gakkai pelo mundo dedicam-se a escrever uma nova história de vitórias em sua vida com base nos direcionamentos do Mestre contidos nas duas obras. No Brasil também, os membros da BSGI têm se empenhado em seu estudo, tanto individualmente como nas organizações de base e em outras atividades, e aplicado o precioso conteúdo na vida para vencer os desafios pessoais, comprovar a prática budista na sociedade e triunfar como discípulos. Membros do Distrito Independência em encontro virtual de estudo da obra de Ikeda senseiOs componentes do Distrito Independência, em São Paulo, por exemplo, adotaram o estudo da Nova Revolução Humana como uma de suas principais atividades. No início da pandemia da Covid-19, promoveram os encontros de forma virtual, utilizando os volumes 30-I e 30-II da NRH, e encontraram nessa iniciativa a força, a coragem e a determinação para avançar em meio à realidade diária. Além disso, os participantes enriqueceram o diálogo revezando-se na apresentação de interessantes pesquisas sobre as personalidades, os lugares e outros aspectos dos trechos abordados. Recentemente, concluíram o estudo dos dois volumes. Uma das participantes mais assíduas, Andreia Jacob Oliveira, integrante da Divisão Feminina (DF), comenta: “Os encontros de estudo da NRH são ótimas oportunidades para compreendermos a luta de Ikeda sensei e para trocarmos ideias, contribuindo com nosso ponto de vista e aplicando o que aprendemos em nosso dia a dia”. Da mesma forma, por todo o país, vêm sendo realizadas atividades semelhantes e, em especial, a Juventude Soka adotou como alicerce de sua atuação o estudo da Nova Revolução Humana. A geração atual é a primeira a ter contato com a versão completa dessa obra de Ikeda sensei e, portanto, possui não somente a oportunidade de se aprofundar no estudo dela e de pôr em prática esse aprendizado, como também carrega a missão de transmitir às demais gerações a importância desse inestimável romance para o bem da humanidade. Leia mais Sobre a jornada empreendida por Ikeda sensei para escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana no Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023. No topo: Capas de volumes da Nova Revolução Humana em português. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Posfácio. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359. 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. A3.Foto: Colaboração local / BS
24/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Vamos criar um rio cada vez maior de pessoas capazes!
Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na cerimônia em que representantes da Universidade Nacional de Itapúa, no Paraguai, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. O discurso foi realizado na reunião conjunta das Divisões dos Universitários e dos Estudantes no Centro Internacional da Amizade Soka, em Tóquio, em 29 de abril de 2005. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 9 de julho de 2023.Há um velho ditado do Paraguai, conhecido como o coração da América do Sul: “Os bravos crescem através de sua luta”.1 Essa é a verdade. O tempo da juventude também é um tempo de luta. Sem luta espiritual, os jovens não podem crescer nem triunfar. Nada é mais belo do que jovens com uma filosofia sólida que lutam corajosa e seriamente pela verdade e para levar uma vida com sentido. Minhas felicitações e agradecimentos aos membros da Divisão dos Estudantes de 130 universidades e faculdades de todo o Japão, incluindo a Universidade Soka, e aos membros da nossa Divisão dos Universitários, por ocasião da Reunião Geral Conjunta da Divisão de Estudantes e da Divisão dos Universitários de hoje! O célebre escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917–2005) foi um grande defensor do espírito que, junto com a vossa estimada Universidade Nacional de Itapúa, abriu o caminho para uma era de humanismo. Escritor e jornalista corajoso, usou sua caneta com firmeza na resistência contra a antiga ditadura militar que governava o Paraguai. A perseguição das autoridades obrigou-o ao exílio por mais de quarenta anos (1947–1989). Podemos imaginar as dificuldades que ele deve ter suportado. Mas manteve-se fiel às suas convicções, levando uma vida excepcional. É importante conhecer grandes personalidades como Roa Bastos. Pessoas de maior bem são as mais invejadas e as mais atacadas. Essa é uma triste verdade da natureza humana e uma cruel realidade do mundo. Contudo, em nome da vitória na vida e da vitória das nossas convicções, jamais devemos comprometer nosso empenho pela verdade e pela justiça. O professor Bastos declarou com a determinação de um campeão indomável: “Tal como os pássaros levantam voo contra a corrente atmosférica, a força do desafio contra as adversidades faz com que o ser humano alce voo”.2 É uma extraordinária visão da vida. Suportando as perseguições, ele deixou solenemente um hino imortal do ser humano para a história da literatura mundial. Apesar de ter sido perseguido pelas autoridades, Roa Bastos deixou um legado imortal do triunfo humano na história da literatura mundial. Eu tinha 19 anos quando conheci meu mestre, Josei Toda [em 14 de agosto de 1947], mais ou menos a mesma idade de muitos de vocês que estão aqui hoje. Cena do memorável encontro do presidente Josei Toda, terceiro a partir da esq., com o jovem Daisaku Ikeda de 19 anos, em pé, numa reunião de palestra realizada em 14 de agosto de 1947 (pintura a óleo de autoria de Kenichiro Uchida) Quantos têm 19 anos? [Vários membros levantaram a mão.] Já se passaram 58 anos (em 2005) desde esse encontro e 45 anos (em 2005) desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. Enfrentando dificuldades, como “calúnias e difamações” e “ódio e inveja”, elucidadas no budismo, consegui superar todas elas. Foi graças a vocês. O fato de eu ter edificado a rede de solidariedade humanística da paz, cultura e educação no mundo é meu maior orgulho. Obrigado! Hoje, declaro para todos ouvirem que os membros da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Estudantes são os sucessores a quem confio esse orgulhoso caminho da missão e da convicção! É natural que todos enfrentem várias dificuldades. Todas as pessoas sofrem com algum problema. Quanto mais grandiosa for a pessoa, que se preocupa com o mundo ou com a humanidade, maiores serão as angústias. É por isso que as angústias se tornam metas para valiosas vitórias de preciosas construções. Elas são a força motriz. Por favor, esforcem-se todos. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se fortalece. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se engrandece. Os problemas são uma fonte importante de crescimento e uma força motriz para a vitória. Quanto mais grandiosa for a pessoa, maiores serão seus problemas ou preocupações. Como posso fazer do mundo um lugar melhor? Como posso fazer com que a humanidade seja feliz? Grandes problemas ou preocupações como essas são a marca registrada das grandes pessoas. Os problemas nos tornam mais fortes. Os problemas expandem nossa capacidade como seres humanos. Lidar seriamente com os problemas também estimula nosso cérebro e promove nosso crescimento espiritual. Em nossas atividades diárias da Soka Gakkai, nós nos preocupamos com os outros, “Hoje vou recitar daimoku para salvar aquela pessoa”. É algo formidável. O microbiologista americano de renome mundial René Dubos (1901–1982), com quem dialoguei, observou que “o cérebro se desenvolve com o uso e se desgasta com o desuso”.3 Mais que tudo, nossos esforços incansáveis em prol do budismo, do bem-estar da sociedade e da felicidade dos outros, à medida que lutamos e nos desafiamos para encontrar o melhor caminho a seguir, estão destinados a se tornar uma extraordinária fonte de crescimento e de desenvolvimento. O budismo também nos ensina que “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”,4 isto é, veja o modo de vida e o comportamento como ser humano no momento presente. Há alguém aqui hoje que tenha perdido a sua mãe? [Vários membros levantaram a mão.] Ofereço minhas sinceras orações para todos vocês. Por mais tristes que se sintam, tentem ser alegres. É importante que vocês, seus irmãos e todos os membros da família sejam positivos e otimistas. Essa é a maneira verdadeiramente sábia de viver, o modo de vida ensinado pelo Budismo Nichiren. Não deixem que a tristeza tome conta da vida. Demonstrem um espírito invencível. Nada é mais poderoso que a sinceridade. Nada pode vencê-la. Mesmo que, por vezes, pareça que ninguém repara em seus esforços, a sinceridade de sua dedicação acabará por vencer. Aqueles que se esforçam sinceramente com uma perseverança inabalável saboreiam sempre a vitória final. Por observar a vida de muitas pessoas e conversar com muitos líderes mundiais de renome, posso atestar isso por experiência própria. O nome Paraguai deriva de uma palavra que significa “de um grande rio”. Gostaria de criar um rio cada vez maior de pessoas capazes, como o poderoso rio Paraguai. As pessoas capazes são a chave. São a única forma de construir um futuro mais risonho. Por favor, da maneira como são, avancem sem parar. E assim devem se movimentar, estudar e dialogar. Lutando desse modo, espero que cada indivíduo se torne resolutamente “doutor da vitória”, “doutor da felicidade”, “doutor em filosofia da grande vitória”. Prometendo isso uns aos outros, concluo meu discurso de agradecimento. Muito obrigado! Momentos da 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em conjunto com o Encontro das Divisões dos Universitários (DUni) e dos Estudantes (DE). Durante a atividade foi apresentado o novo vídeo intitulado “Preocupações são a Força Motriz da Vitória”. Integrantes da DE de transbordante sorriso juntamente com representantes da SGI-Costa do Marfim Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 24 de julho de 2023. No topo: Ikeda sensei profere seu discurso na cerimônia de concessão do título de doutor honoris causa da Universidade de Itapúa, do Paraguai, no Centro da Amizade Internacional Soka de Tóquio da época (abr. 2005)Fotos: Seikyo PressIlustração: Kenichiro Uchida Notas:1. PANGRAZIO, Miguel Ángel. Arriéro Porte. Assunção: Criterio Ediciones, 2007. p. 89.2. BASTOS, Augusto Roa. Metaforismos. Barcelona: Edhasa, 1996. p. 119.3. DUBOS, René. So Human an Animal: How We Are Shaped by Surroundings and Events. New Jersey: Transaction Publishers, 1998. p. 124.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.
24/08/2023
Notícias
BS
Coragem perene
Chega em setembro o volume 6 da coleção Revolução Humana para os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), e para quem deseja adquiri-lo. A narrativa acompanha os principais fatos que marcaram o ano 1952 no Japão. A população comemorava com alívio a entrada em vigor do Tratado de Paz com o Japão, depois de sete anos do término da Guerra do Pacífico, deflagrada na Segunda Guerra Mundial. A Soka Gakkai desenvolvia-se a pleno vapor, tendo à frente o segundo presidente Josei Toda, vigoroso na defesa da filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin, que, naquele ano, assinalava o 700º aniversário de seu estabelecimento. A saga é escrita pelo filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda, na época com 24 anos. Fiel discípulo de Josei Toda, vivenciou a sequência de acontecimentos, e, mais tarde, sucedeu-o na presidência da Soka Gakkai, tornando-se o líder máximo da organização. Hoje, aos 95 anos, mantém-se em seu esforço de edificar um mundo de paz por meio do diálogo sem fronteiras. Atualmente, preside a Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, com cerca de 12 milhões de membros. Na obra, com a riqueza de apropriação da real situação vivida em 1952, o autor descreve os bastidores protagonizados pelos clérigos da Nichiren Shoshu e como a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai firmou-se diante da injustiça. Para a Soka Gakkai, a efeméride principal era, sem dúvida, o aniversário do levantar-se só de Nichiren Daishonin para estabelecer seu budismo. A história do menino Zennichi-maro que, aos 12 anos, ingressara no templo Seicho-ji e determinado a ser “a pessoa mais sábia do Japão” nos é contada com encantamento e riqueza de detalhes. Posteriormente, passou a se chamar Nichiren Daishonin, conduzindo a vida com o ardente desejo de abrir o coração das pessoas para a verdade pela qual se iluminara, recitando Nam-myoho-renge-kyo, pela primeira vez, aos 32 anos, em 28 de abril de 1253. A partir daí, não teve um dia sequer de sossego na propagação do Nam-myoho-renge-kyo, sendo torturado e exilado. Mas ele venceu. Ao deixar para a posteridade seu legado de força e coragem, celebrar os setecentos anos do chamado Budismo do Sol por ele se revestia de profundo significado para os membros da Soka Gakkai, que herdaram a linhagem correta desse ensinamento. O presidente Josei Toda liderava a Soka Gakkai com ânimo renovado. Havia tornado a organização independente do clero da Nichiren Shoshu, colocado seu discípulo direto Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda na obra) à frente da organização de base e publicado uma coletânea com os escritos de Nichiren Daishonin. Nas 280 páginas do volume 6 da Revolução Humana, encontram-se também episódios que alinham a postura da organização à defesa do ensinamento do Buda. No Japão, o budismo tradicionalmente praticado, inclusive com o apoio das autoridades militaristas do Japão, se tornara mera formalidade. Era considerado pelo povo como uma religião para proteger cemitérios e realizar cerimônias em memória dos falecidos. Em outra passagem, o livro trata de um episódio conhecido como Incidente Kasahara, identidade de um clérigo da Nichiren Shoshu, Jiko Kasahara. Ele não só colaborou com a prisão do educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai que anos depois morreu no cárcere, como também propagou infâmias e discórdias. Era alguém a ser confrontado por ordem da justiça, em especial pela dinâmica juventude preparada por Toda sensei para que se mantivessem atentos a qualquer ranhura dos clérigos no ensinamento do Buda. São fatos essenciais, narrados para a profunda compreensão da importância da retidão e da verdade, atributos dos quais não se pode abrir mão. O ano de 1952 também foi o marco do casamento do presidente Ikeda, em 3 de maio, e dos bons resultados alcançados pela organização, cenários de vitória trazidos aos leitores na obra. Excelente leitura! Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em setembro o livro Revolução Humana, volume 6. Garanta o seu! Assine até 31/08/2023 e receba o kit em sua casa! Plano Diamante 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas Plano Esmeralda 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas Plano Ouro 1 livro lançamento1 marcador de páginas Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/
24/08/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 14 (parte 1)
Jovens revolucionários dedicados ao kosen-rufu Em 1969, o movimento estudantil que havia se espalhado pelas universidades do Japão aumentou, acarretando violentos confrontos com a polícia e fazendo muitas vítimas. Os manifestantes tinham ampla gama de objetivos, mas, de forma geral, os protestos buscavam a liberdade acadêmica e a mudança institucional, além de abordar questões políticas e de injustiças sociais. Isso levou os integrantes da Divisão dos Universitários (DUni) da Soka Gakkai a tentar, desesperadamente, entender quais reformas eram realmente necessárias para a transformação da sociedade. Diante desse cenário, Shin’ichi Yamamoto manteve a seguinte interlocução com os membros da DUni: Após liderar os participantes na recitação do sutra, Shin’ichi dialogou com eles. Um estudante perguntou: — Qual a melhor maneira de construirmos uma sociedade melhor? Eles sentiam necessidade de uma reforma social que acabasse com a opressão por parte das autoridades governamentais e acreditavam firmemente que esse era o caminho correto para os que são conscientes, mas não que a sociedade passaria por uma reforma com manifestações estudantis nem com levantamento de barricadas nos campi das universidades. Estavam também cientes de que, embora os estudantes reivindicassem a reforma social enquanto se encontravam na escola, depois de se formarem e entrarem para o mercado de trabalho não teriam outra escolha a não ser seguir o regulamento da empresa. O que significava que havia uma grande possibilidade de eles se tornarem parte da estrutura social que sustentava a opressão contra a qual se opunham. Nesse sentido, muitos integrantes da Divisão dos Universitários estavam preocupados em como executar seus ideais reformistas. Shin’ichi respondeu: — Não há necessidade de entender a revolução com base apenas em exemplos históricos como a Revolução Francesa ou a Revolução Russa. É superficial pensar que se pode construir uma nova sociedade seguindo os mesmos métodos das revoluções do passado, e está simplesmente fora da realidade imaginar uma reforma agitando bastões de madeira ou empregando a violência. A imagem do revolucionário que emprega táticas assim está ultrapassada. (...) — E eu mesmo não desejo ver nem um único jovem sendo ferido! — disse ele enfaticamente. “Somente o Budismo Nichiren consegue derrotar o egoísmo e sua natureza maligna e criar uma era em que prevaleça o humanismo — é uma batalha para vencer a escuridão fundamental de nossa vida. Nichiren Daishonin escreveu: “A espada afiada que corta a escuridão fundamental inerente na vida não é outro senão o Sutra do Lótus”.1 A solução está em realizar o kosen-rufu, um movimento em que cada pessoa revela a nobre condição de vida do estado de buda por meio da prática budista e transforma sua existência, pois é uma revolução abrangente embasada na revolução do indivíduo. O propósito é que define os métodos. No momento em que se emprega a violência, mesmo o mais nobre dos ideais fica maculado. Qualquer desumanidade ou contradição que surgir na busca da reforma reflete que tipo de sociedade aparecerá após o término da batalha. (Trechos do capítulo “Coragem e Sabedoria”) Aprimorar nossa vida na “escola da juventude” Em julho de 1969, a banda feminina Fuji Kotekitai da Soka Gakkai viajou para os Estados Unidos para uma apresentação conjunta com a banda feminina americana para celebrar a Sexta Convenção da Soka Gakkai da América. As jovens do grupo se esforçaram arduamente para esse evento, encorajando-se mutuamente e obtendo um extraordinário desenvolvimento pessoal. Logo a banda começou a ser mais do que um espaço onde as jovens podiam polir seus talentos musicais, passando a ser como uma escola, onde elas cultivavam amizades e espírito do trabalho em equipe, polindo também o caráter. Shoko Odano, que viajou para os Estados Unidos com a banda e posteriormente foi nomeada como sua terceira responsável, era uma jovem que havia aprendido tanto o espírito da Soka Gakkai como um modo humanístico de viver graças ao seu envolvimento com o grupo musical. Odano entrara para a banda por incentivo da irmã mais velha quando estava no primeiro ano do ensino médio. Recebeu logo em seguida a responsabilidade de entrar em contato com várias outras integrantes para comunicar sobre os horários e locais dos ensaios. Ela percebeu então que algumas meninas que faziam parte de sua lista não compareciam, mesmo apesar de ela ter telefonado. Isso a deixava um tanto chateada, mas, como achava que havia cumprido sua tarefa ao avisá-las, então era problema delas se não participavam. Sendo ela mesma uma pessoa independente e autossuficiente, não gostava de interferir nos assuntos dos outros nem que os outros interferissem nos seus. (...) Mas, ao saber de que forma as outras integrantes da banda lidavam com essa mesma responsabilidade, ela ficou surpresa. Quando alguém com quem elas haviam entrado em contato deixava de comparecer ao ensaio, elas ficavam profundamente preocupadas. Direcionavam suas orações para essa questão, recebiam orientação das líderes da banda e até mesmo iam até a casa da pessoa para incentivarem-na. (...) Não há nada que se compare ao sentimento de criar uma bela e inspiradora apresentação. Creio que todas que entram para a banda feminina têm essa aspiração, e quero mesmo que possamos alcançar juntas o nosso objetivo. É por isso que jamais desistirei. Mesmo que ninguém não diga nada se eu me esforçar menos, eu saberei que estarei prejudicando a mim mesma. Cada pessoa possui uma missão, e a verdadeira união nasce quando ela se levanta e cumpre plenamente a sua própria missão. É assim também que se cria uma nova história. (Trechos do capítulo “Missão”) Ilustração: Kenichiro Uchida Nota: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 138. Assista Veja o vídeo da série "Aprender com a Nova Revolução Humana", volume 14
10/08/2023
Vida - Princípios budistas no dia a dia
BS
Transformar carma em missão
Um provérbio chinês de autoria desconhecida diz: “O pessimista reclama do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas”.1 Na vida, todos nós nos deparamos com dificuldades e sofrimentos. Então, como devemos lidar com eles? A profundidade da doutrina de uma religião deve ser medida pelo princípio de transformação do carma. O Budismo Nichiren é o ensinamento que expõe claramente essa teoria. O que é carma? Todas as pessoas enfrentam adversidades como doenças, acidentes ou desarmonia familiar. O budismo explica que o carma é determinado pelas ações físicas, verbais e mentais realizadas pelo indivíduo. Ou seja, os sofrimentos vividos nesta vida são efeitos das causas negativas praticadas pela própria pessoa em existências passadas. Em resumo, o indivíduo é responsável pela própria felicidade ou infelicidade. Mas se sua vida é predeterminada pela própria ação do passado, não é melhor se conformar? Alguns agem assim, outros se tornam pessimistas. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus elucidaram apenas a teoria do carma do passado e não expuseram que a ação do presente determina o futuro. Assim, o indivíduo ficaria preso apenas ao carma imutável do passado. Nichiren Daishonin negou essa teoria e elucidou que todos, sem exceção, podem transformar o carma nesta existência, revertendo a vida de sofrimentos em felicidade. Ele esclarece também o poder da Lei Mística que transforma o carma. Quando abraçamos a Lei, manifestamos o estado de buda por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Com o poder do Buda evidenciado em nossa vida, infalivelmente transformamos o nosso carma. Por isso, não devemos nos desviar ou fugir dele. Em vez disso, devemos encará-lo e desafiar todas as adversidades. Nichiren Daishonin expõe ainda que, com a prática budista, não somente transformamos nosso carma, como podemos ajudar outras pessoas a transformá-lo também por meio do shakubuku, ou seja, apresentando-lhes esta filosofia. O presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: Se tudo se restringisse ao carma, as pessoas estariam fadadas a viver carregando o peso da culpa e sob uma forte ansiedade por não saberem que ofensas teriam cometido em existências passadas. Nesse sentido, o destino das pessoas seria algo determinado, imutável — um pensamento que facilmente poderia lhes privar de sua energia e paixão. Poderia também levá-las à passividade, a se preocuparem apenas consigo mesmas e em não fazerem nada de mal. O Budismo de Nichiren Daishonin vai além dessa noção superficial de causalidade. Elucida a causa fundamental e nos mostra o meio para voltarmos à vida original, pura, que existe desde o tempo sem início. Essa causa fundamental nos faz despertar para a nossa missão como bodisatvas da terra, a dedicar a nossa vida à ampla propagação da Lei.2 Com a prática da fé, podemos transformar o carma negativo em missão e converter o negativo em positivo, o sofrimento em felicidade. Comprovar o poder da Lei Mística em nossa vida e propagá-la — eis a nossa missão como bodisatvas da terra. Histórias de comprovação O romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, está repleto de episódios que narram como membros da Soka Gakkai no Japão e em diversos países suplantaram os sofrimentos gerados pelo carma negativo e mudaram o rumo de sua vida por meio da prática budista. Brasil Seikyo selecionou cinco dessas histórias. 1. Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Ikeda sensei na obra] incentiva um líder de comunidade do Japão que estava enfrentando sérias dificuldades financeiras e lutava para sustentar seus seis filhos. (NRH, v. 27, cap. “Espírito de Procura”, p. 366) 2. Masaya Ueno era membro da Divisão Masculina de Jovens e, quando estava no terceiro ano do ensino médio, foi acometido pela tuberculose, que, na época, era uma doença incurável e fatal. (NRH,v. 9, cap. “Jovens Herdeiros”, p. 87) 3. Por causa das dificuldades no trabalho e o vício do jogo, Choji Horiyama leva a família ao sofrimento. Veja como ele e sua esposa, Chie, transformaram a situação. (NRH, v. 26, cap. “Estrela Guia”, p. 106) 4. Apesar de Taikyu Kawase ter sofrido de uma doença que lhe causou a perda gradativa da capacidade visual, ele não esmoreceu. (NRH, v. 10, cap. “Coroa de Louros”, p. 214) 5. Conheça a história de Yoshimi Tachikawa, integrante da Divisão Feminina de Jovens e da banda feminina Kotekitai, que enfrentou questões financeiras e de saúde dos familiares. (NRH, v. 14, cap. “Missão”, p. 100) Triunfar sobre o destino Sarahanna Costa de Sousa nasceu em 22 de julho de 1996, em São Luís, Maranhão, região nordeste do país. A caçula chegou para a alegria dos pais, José Sandro e Dorinei, que já tinham Sarahwendy, Saimon Sandro e José Sander. “Todos com a boa sorte de ouvirem o som da recitação do Nam-myoho-renge-kyo no meu ventre”, orgulha-se Dorinei, que conhecera o Budismo Nichiren sete anos antes. Até os primeiros quinze dias de vida, tudo parecia normal com a bebê, quando foram percebendo o aumento gradual da cabeça de Sarahanna. Começa o desafio pela vida, inclusive com um diagnóstico de que ela não passaria do primeiro ano de vida. “Diante daquela situação, meu marido e eu determinamos que ela sobreviveria sim, com base no poder da recitação do daimoku”, relembra, emocionada, Dorinei. Encontram uma médica que identifica se tratar de hidrocefalia moderada e dependeria de cirurgia e muito tratamento. Sinal de que havia luz no fim do túnel, ainda bem fraca por conta de nova suspeita de ananismo e de fortes indicações de que se a garota sobrevivesse, poucas seriam as chances de ela andar, ler e falar. O casal se dedica a levar a bebê a seções de fisioterapia, a fazer exames e a tudo o que lhes fosse indicado para tentar salvar a filha. Internações eram constantes. “Não seremos derrotados.” Essa era a convicção dos pais, os quais tinham como base a frase da escritura do Buda que diz: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”4 A boa sorte se manifesta ao localizarem o melhor neurocirurgião da cidade, o qual fez uma incisão para a colocar uma válvula que controlaria a expansão da cabeça. A garota estava prestes a completar seu primeiro ano, com um cérebro de tamanho proporcional ao de um adulto. Intensifica-se o trabalho de reabilitação, sem garantias do que ocorreria depois. “Não há nada que possa acalmar mais o coração do que recitar Nam-myoho-renge-kyo”, enfatiza Dorinei, que, junto com o marido e os filhos maiores, carregando a pequena Sarahanna nos braços, não perdia os encontros de recitação de dez horas de daimoku programados pela organização local. E muita luta na base. “Não havia dúvida em nosso coração”, ressalta o pai, José Sandro. “Amo ser budista” O tempo foi recompensado pela árdua batalha da família. Quatro anos após o diagnóstico, Sarahanna dava os primeiros passos, depois começa a falar, e assim veio se desenvolvendo. Em julho último, ela completou 27 anos. Leva uma vida normal, com as limitações abrandadas por sua dedicação e desejo de servir de inspiração para crianças e jovens. Ela passa por consultas esporádicas com o médico. Não cursou o ensino regular, mas é expert em computador e videogame, exercícios que a ajudam muito. Fala pouco, por opção, sendo reconhecida pelas amigas por seu carinhoso olhar e zelo em tudo o que faz. Formou-se na Academia Magia da Leitura, em 2019, e, pelo exemplo de superação e esforço, é confiada na organização local como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco. Anda e ainda dança, sim, abraçada como integrante do grupo Taiga. Uma presença símbolo de obstinação para todos os que a veem. Com as companheiros do grupo Taiga Sarahanna é só gratidão. “Amo ser budista, amo meus companheiros, e Ikeda sensei. E amo muito minha família.” Os irmãos, exemplos de companheirismo, estão juntos também como membros e na liderança jovem local: Sarahwendy, 32 anos, é responsável pela DFJ de distrito; Saimon Sandro, 32, é responsável pela DMJ de bloco; José Sander, 29, é membro. O pai é responsável pela comunidade, e a mãe, pela DF de distrito. Eles manifestam: “É uma alegria acordar e ver que Sarahanna vive uma juventude saudável e feliz. Determinamos seguir pelo caminho do kosen-rufu, com muita gratidão. Agradecemos a Ikeda sensei, por nos proporcionar praticar este maravilhoso budismo”. Sarahanna, ao centro, comemora aniversário com seus familiares. Saiba mais: Leia mais sobre a teoria do carma e os conceitos de “amenizar o efeito cármico” (tenju kyoju) e “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo) na seção Conheça o Budismo do Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 21. “Reconhecer a impermanência como requisito para a felicidade” é o tema do Especial da revista Terceira Civilização (ed. 471, nov. 2007), que relaciona o carma e nossa visão sobre os fenômenos ao nosso redor. Ouça podcast sobre o carma e a transformação do destino na seção Conheça o Budismo do BS+. Fotos: GETTY IMAGES / Arquivo pessoal Notas: 1. Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MTY5NDU0/ Acesso em: 3 ago. 2023. 2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 240, 2019. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.454, 2 fev. 2019, p. B4. 4. IKEDA, Daisaku. Estandarte da Lei. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 92, 2019.
10/08/2023
RDez no BS
BS
O verão é a estação do crescimento dinâmico — trilhe o caminho do desenvolvimento e do desafio
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”,¹ perguntei ao meu futuro mestre, Josei Toda, na reunião em que o encontrei pela primeira vez em 14 de agosto de 1947, quando tinha 19 anos. Sua resposta foi clara e direta. Ele me disse para praticar o Budismo Nichiren e, se assim o fizesse, naturalmente me encontraria no caminho correto. Da mesma forma que os pássaros seguem uma rota no céu, e os peixes, um trajeto no mar, nós também temos um caminho que leva à felicidade genuína. Esse caminho é o Budismo Nichiren, o caminho do kosen-rufu e o de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Em outras palavras, o caminho da criação da paz mundial. Agora, para vocês, membros da Divisão dos Estudantes, o caminho correto na juventude é avançar por meio do estudo, da amizade e da demonstração de gratidão aos seus pais e familiares com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando eu era jovem, estava engajado em uma batalha contínua contra a doença e tinha muitas preocupações. Mas, precisamente por ter essas lutas, consegui recitar Nam-myoho-renge-kyo, superar cada uma delas e experimentar verdadeiramente o poder da fé. O verão,² estação em que os membros da Divisão dos Estudantes buscam crescimento dinâmico, chegou! Espero que trilhem juntos o caminho do desenvolvimento e do desafio com coragem vibrante! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de agosto de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 2, p. 197, 2022.2. No Japão, o verão inicia em junho e encerra em setembro. Confira alguns spoilers da edição de agosto O que é, o que é: é um romance, contém trinta volumes e fará você embarcar na jornada de mestre e discípulo? Acertou quem respondeu Nova Revolução Humana! Para se aprofundar nesta obra, que comemora trinta anos, veja a Matéria do Mês. Agora, para saber como aplicar esses trinta volumes no dia a dia e entender como a revolução humana e os sonhos se relacionam, leia as matérias dos níveis.Matéria da Divisão Futuro: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/sonhar-e-agir/999561684 Matéria da Divisão Esperança: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/o-volume-31-comeca-agora/999561686 Matéria da Divisão dos Herdeiros: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/apli car-os-ideais-do-mestre/999561687 Falando em revolução humana, inspire-se no relato de vitória nos estudos de Gustavo Gonçalves. Esses e outros conteúdos da edição de julho estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
10/08/2023
Mensagem
BS
“Com espírito jovem, vamos cumprir até o fim a grandiosa missão pelo kosen-rufu”
Estimados pilares de ouro da BSGI, parabéns pelo encontro comemorativo do Dia da Divisão Sênior! Meus sinceros agradecimentos pelos dedicados esforços na nobre e árdua luta de todos no dia a dia! No Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente consta: “O Buda do verdadeiro aspecto da realidade reside em meio à lama e ao lodo dos desejos mundanos. Isso se refere a nós, seres humanos. Agora, quando Nichiren e seus seguidores recitam Nam-myoho-renge-kyo, eles podem ser denominados de Buda da entidade do Myoho-renge-kyo”.1 Recitando Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística, e agindo em prol das pessoas, os senhores derramam suor dourado no seio da sociedade real de hoje. Observando esse aspecto dos senhores, com certeza, Nichiren Daishonin os considera o Buda do verdadeiro aspecto da realidade. Juntos, com espírito jovem, vamos cumprir até o fim a grandiosa missão pelo kosen-rufu e da nossa existência, evidenciando um aspecto cada vez mais juvenil ao lado dos jovens! Por favor, haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias, à sua maneira, no trabalho e na localidade. Peço que, assim, expandam cada vez mais a rede de solidariedade da paz e da esperança no Brasil, terra do seu juramento seigan. Estou orando sinceramente pela boa saúde e longevidade, pelos benefícios e harmonia, e pelo glorioso triunfo de todos os senhores. Transmitam também minhas melhores recomendações a seus familiares. Em agosto de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 91.
10/08/2023
Incentivo do líder
BS
Nosso encontro ideal
Queridos companheiros da BSGI, Já chegamos ao significativo mês de agosto, mês do encontro ideal de mestre e discípulo Soka. Ao pesquisarmos as palavras “encontro ideal”, nos sites de busca, os primeiros resultados que aparecem são dicas de como realizar um encontro ideal “romântico”. Mas, para nós, praticantes do Budismo Nichiren, remete ao encontro ideal do jovem Daisaku Ikeda com aquele que viria a ser seu mestre, Josei Toda, no dia 14 de agosto de 1947, e logo sentimos gratidão por esse encontro ideal ter acontecido. Em outubro do ano passado, passei pelo inverno mais rigoroso da minha vida: a perda repentina da minha amada mãe. No primeiro momento, como mortais comuns, enxergamos como uma perda repentina, visto que ela não tinha nenhum diagnóstico de saúde grave. Porém, ao encararmos essa perda com os olhos do Buda e baseados na Lei Mística, minha mãe prolongou sua existência por 45 anos, pois ela se converteu ao Budismo Nichiren por ter tido uma saúde frágil durante a infância e a adolescência. Ao longo de sua existência, um dos fatores que minha mãe mais prezou foi ter boa saúde física e mental. E assim ela viveu após o seu encontro ideal com o budismo, convertendo-se em 1977. Isso aconteceu depois de conhecer e de se inspirar na vida de Ikeda sensei, transformando sua condição de saúde por meio da prática da fé. Ela também teve maravilhosos veteranos que lhe ensinaram com o próprio exemplo, sempre direcionando-a para o estudo do budismo e para a recitação do daimoku. Na Nova Revolução Humana (NRH), volume 22, consta: “Inicialmente aprendi sobre o budismo com Josei Toda. A fé não ocorreu primeiro, e sim meu encontro com ele. A fé veio mais tarde”.1 Em toda a sua existência, minha mãe se esforçou para transmitir os ensinamentos budistas por meio da sua revolução humana e, de forma natural, meu irmão, tias, primos, netas e eu viemos trilhando essa estrada. Por nascer em uma família já praticante, aprendi desde cedo a importância da prática diária e de realizar meu encontro ideal com Ikeda sensei todos os dias em meu coração, independentemente da circunstância. Esse tem sido meu ponto primordial, meu juramento seigan. Aprendemos que não é sempre que teremos as pessoas que mais nos ensinam e nos incentivam conosco fisicamente. Na realidade, isso é de fácil compreensão. No entanto, quando vivenciamos essas perdas, nós nos lembramos da frase do famoso escrito As Perseguições ao Venerável de Nichiren Daishonin, no qual ele solicita: “Fortaleçam sua fé dia após dia e mês após mês”.2 Em outro trecho da NRH, volume 25, lemos: Praticando o budismo há trinta anos, cheguei à conclusão de que, para viver com base na fé, devemos avançar sempre em pura e perfeita conformidade com os escritos de Nichiren Daishonin. Além disso, o rumo da nossa vida é influenciado por nossa boa sorte. Para acumular boa sorte, é importante ter gratidão. Mesmo que participemos das atividades da Soka Gakkai, se ficarmos sempre reclamando e formos negativos, apagaremos a boa sorte que deveríamos estar acumulando. Em contraste, se tivermos gratidão ao Gohonzon, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai, que nos ajudaram a desenvolver nossa fé, e iniciarmos cada dia com o compromisso positivo de fazer a nossa parte como emissários do Buda, experimentaremos uma grande alegria.3 Dessa forma, convido todos a renovar o juramento de lutarmos pela nossa felicidade e pela felicidade das pessoas ao nosso redor feito no momento do nosso encontro ideal com Ikeda sensei, sempre com gratidão à Lei, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai. Um carinhoso abraço e muito obrigada! Anielle Yamamoto Shimada Vice-coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Novo Século. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 49, 2022. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Luz da Felicidade. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 80, 2022.
10/08/2023
Editorial
BS
Despertar para a vida
A fase da juventude é de muitas descobertas e decisões. Possíveis mudanças de escola, percursos, escolha de cursos e carreira, como também busca por uma filosofia e propósitos de vida. Daisaku Ikeda, aos 19 anos, possuía angústias e anseio por respostas. Era muito estudioso e gostava de filosofia. Foi nessa época que conheceu Josei Toda. No primeiro encontro entre eles, o jovem Ikeda declamou um poema e impactou os presentes com sua atitude. Dez dias depois, no dia 24 de agosto, ele se converteu ao budismo. No romance Revolução Humana consta o momento dessa decisão: — Ontem, lemos juntos as seguintes palavras de Goethe: “Não se deve caminhar pensando que algum dia chegará à conclusão final. Cada passo da caminhada é a conclusão e, por isso, deve-se valorizar um passo após o outro”. Hoje, sinto fortemente essas palavras. Pela primeira vez, me defrontei com o mundo do budismo. Eu vou em sua busca para saber do que se trata. Não consigo deixar de tomar essa decisão. (...) Shin’ichi também sentia a conversão como uma amarra e uma viagem para um outro mundo nunca antes visto. O sentimento era confuso e se misturava com um futuro obscuro e incerto. Porém, o impacto recebido naquela noite era inegável. (...) Depois de uma longa recitação do sutra e do daimoku, ele recebeu o Gohonzon. Shin’ichi não conseguia esconder uma fisionomia complexa. Para ele que analisava os fatos de uma forma séria e honesta, sua saúde era motivo de preocupação. Ela estava longe de ser forte e vigorosa. Pelo contrário, ele precisava lutar contra a enfermidade todos os dias. Certamente, ele não imaginava que poderia atuar na prática budista e na revolução religiosa por toda a vida.1 Contrariando a própria expectativa de destino da época em que decidiu praticar o Budismo Nichiren, Ikeda sensei completa, este ano, 76 anos de conversão. Nesta edição, você acompanha o Especial sobre a conversão do presidente Ikeda ao budismo, bem como o significado de carma e destino na editoria Vida. Brasil Seikyo narra ainda, na nova seção Minha Localidade, a mística relação de mestre e discípulo e como ela impacta a vida dos membros e o ambiente em que atuam. Para você, leitor, desejamos que as próximas páginas sejam fonte para, assim como Ikeda sensei finaliza na mensagem para a 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, “Continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade!”.2 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 208-209, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.640, 12 ago. 2023, p. 4.
10/08/2023
Notícias
BS
O avanço da Juventude Soka
“O que importa é o coração.”1 Com base nessa frase, assim como Nichiren Daishonin expõe nos escritos O Tambor no Portal do Trovão e A Estratégia do Sutra do Lótus, a Juventude Soka da BSGI, ao longo do mês de julho, em comemoração dos 72 anos de fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ), rompeu seus limites e foi ao encontro dos companheiros do nosso imenso Brasil. Como resultado, em todos os cantos, houve amplo movimento criado na organização de base, formando excelente conexão para a vitória, o conhecimento e o renovar diário da determinação. O tema sugerido para os encontros foi “Criação de Valores Humanos” e cada localidade usou a criatividade, realizando passeios em parques, reuniões temáticas, entre outros tipos de atividades. No Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste, desde o ano passado, os líderes e membros definiram planos de recitação de daimoku e de visitas; e a cada etapa, a união e força da localidade vêm gerando novos frutos. Os jovens selaram o encontro com atividades no Parque Botânico do Ceará, em Caucaia, CE, ocasião em que Livia Endo, coordenadora da DFJ da BSGI, incentivou os participantes a se desenvolver como verdadeiros protagonistas. Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste Já na RM Vale do Ivaí, Sub. Oeste do Paraná, CRE Sul, os jovens promoveram a “Primeira Academia dos Jovens da RM” e uma reunião de palestra comemorativa. Cuidados com a saúde física e mental e como conquistar os objetivos foram assuntos do encontro. No momento do diálogo, Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI, trouxe a seguinte reflexão para os jovens: “Mudar o coração não se refere a fazer algo que levante nosso ânimo ou nos faça sentir momentaneamente melhores, sem que a realidade se transforme. A mudança genuína do coração é mais profunda; produz transformação efetiva da vida. Ampliar a profundidade do coração — da condição de vida — é a essência da religião da revolução humana. Receber benefícios com a prática budista na verdade sinaliza nossa transformação no âmbito mais profundo”. A força da sincera amizade Nas organizações de base, respeitando a característica de cada uma delas, a Juventude Soka da BSGI realizou os encontros com um único sentimento: revivescer a amizade e pôr em ação o espírito de não deixar ninguém para trás. Distrito Jaraguá, SP Distrito João XXIII, SPSobre a importância da amizade, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, pontua: Creio que a amizade é a forma mais genuína de relacionamento humano que somos capazes de construir. Ser compreendido e estimado é uma experiência vital, fortalecendo direta e indiretamente nossa vontade de viver. A amizade multiplica a quantidade de valor que podemos criar e experimentar. Como diz um ditado, a amizade dobra nossa alegria e corta pela metade nossa tristeza. Nada traz uma satisfação mais profunda ou uma recompensa mais duradoura que ser um verdadeiro amigo para alguém.2 A Juventude Soka descortinou uma nova fase de avanço rumo ao brilhante futuro a partir das visitas, dos diálogos cativantes e da sinceridade em perpetuar os ideais de Ikeda sensei por meio da ação. RM São José do Rio Preto, SP RM São Gonçalo, RJ Visitas Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Maringá, PR Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Noroeste Paulista, SP Leia mais Presidente Ikeda enviou uma significativa mensagem para o encontro. Leia no BS https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561613 No topo: RM Vale do Ivaí, PR Fotos: Colaboração local Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214 e 267, 2019. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.393, 28 out. 2017, p. A3.
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Rumo à solidariedade espiritual da humanidade, bailem alegremente a juventude de emergidos da terra
As canções da nossa Divisão dos Estudantes são os sinos do alvorecer da esperança. O sorriso dos integrantes da nossa Divisão dos Estudantes é o arco-íris da paz. Sinceros parabéns pela realização desta inspiradora e animada Reunião de Líderes, com os “motores em potência máxima”,1 acompanhada por essa voz e sorriso dos nossos jovens amigos! Estudantes apresentam a canção Be Brave! durante a Reunião de Líderes realizada no dia 9 de julho de 2023. * * * Há oitenta anos, no dia 1º de julho de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, recebeu três estudantes em sua residência, em Mejiro, bastante próxima deste local, Auditório Memorial Toda de Tóquio, e dialogou amigavelmente. Um deles era natural de Kyushu e estudava na Universidade de Comércio de Tóquio (atual Universidade Hitotsubashi). Ele se emocionou com os incentivos cheios de compaixão e de convicção, e, ao mesmo tempo, muito claros do presidente Makiguchi. Então, naquele dia, tornou-se membro da Soka Gakkai. Makiguchi sensei dedicou-lhe o seguinte direcionamento: “Com devoção filial aos seus pais, dedique-se aos estudos, escolhendo uma trajetória que lhe permita criar o mais alto valor de grandioso bem!”. Com essa orientação concreta em seu coração, esse estudante recém-convertido continuou abraçando brilhantemente a prática do budismo mantendo sua fé inabalável por toda a vida. Foram cinco dias depois desse encontro que Makiguchi sensei, defensor da paz e do humanismo, foi preso injustamente pelas autoridades do governo militarista japonês. * * * Mesmo no redemoinho de grandes perseguições, Makiguchi sensei continuou cuidando dos estudantes com carinho e preocupação, orando pela gloriosa vitória deles no futuro, e plantando as sementes da Lei Mística no grande solo dos corações juvenis. Quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, fundou a Divisão dos Universitários no dia 30 de junho de 1957, ele e eu estávamos em meio às intensas batalhas contra a natureza maligna do poder que se manifestou na forma do Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari2 e do Incidente de Osaka.3 Naquela ocasião, ardiam as chamas ferozes desse mesmo espírito invencível de Makiguchi sensei em nós dois. Como Makiguchi sensei e Toda sensei devem estar felizes por este Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes do dia de hoje que ilumina o futuro do kosen-rufu mundial! * * * Relembrando o espírito de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e comemorando o encontro de hoje, gostaria de lhes apresentar quatro caligrafias. A primeira é Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas”]. O profundo desejo de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, extraordinários educadores, era a felicidade de todas as crianças. A Soka Gakkai é o castelo a realizar esse arden-te desejo, e os membros da nossa Divisão dos Estudantes são os preciosos príncipes e princesas, insubstituíveis, desse castelo de mestre e discípulo. Nichiren Daishonin assegurou a Nanjo Tokimitsu, predecessor da nossa Divisão dos Estudantes, que perseverava em sua correta prática do budismo: “Embora possa sofrer por um tempo, no final conquistará sem falta uma grandiosa condição de vida prazerosa como a de um soberano”.4 Desejo que meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes cresçam como o “grande monarca da vitória da sabedoria e da boa sorte” e sejam capazes de fazer todas as pessoas felizes, em ritmo com a Lei Mística e a Soka Gakkai, tornando-se “campeões da felicidade” junto com os companheiros do mundo. Ou melhor, que se tornem assim infalivelmente. Eu, que iniciei a prática da fé na faixa etária dos 10 aos 20 anos, considerando Josei Toda como meu mestre, e também minha esposa, Kaneko, que se converteu ao budismo com sua família na época em que frequentava o ensino fundamental 1, e conduzia Makiguchi sensei da estação de trem até a reunião de palestra realizada em sua casa, puxando-o pelas mãos, conti-nuaremos enviando daimoku para cada uma das pessoas que trilham por esse grande caminho da felicidade absoluta. * * * A próxima caligrafia é a Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude”]. Ofereço-a às Divisões dos Universitários e dos Estudantes, como também à Divisão Masculina de Jovens, às irmãs Kayo, à jovem geração Lírio-Branco da Divisão Feminina, e à família Soka de juventude por toda a vida. Por falar em “alegre dança”, na ocasião da palestra que proferi no Instituto de França [em junho de 1989], apresentei o escrito O Grande Mal e o Grande Bem. Trata-se da passagem: “Ainda que não sejam o venerável Mahakashyapa, deveriam estar todos bailando. Ainda que não sejam Shariputra, deveriam estar saltando e bailando. Quando o bodisatva Práticas Superiores emergiu da terra, não o fez bailando?”.5,6 Então, sugeri aos intelectuais e pensadores de primeira grandeza da Europa: “O bailar dos bodisatvas da terra simboliza a ‘maior das alegrias’. O movimento da revolução humana, que é o bailar alegre da vida criativa, haverá de abrir o caminho para a solidariedade espiritual da humanidade e para revitalizar todos os empreendimentos e atividades humanas”. Justamente por ser uma época de provações sem precedentes, brilha mais que nunca a sabedoria budista do caminho do meio, de respeito à vida e à dignidade do ser humano, e também de criação de valor. Espero que os jovens Soka, repletos de energia e exuberância, convidem muitos novos amigos a se juntar a vocês no “alegre bailar dos jovens” sobre o palco do juramento seigan pelo kosen-rufu como emergidos da terra. * * * A outra caligrafia é a que registra a palavra Minshu [“O Povo”]. Nichiren Daishonin ensina que todos os seres vivos sobre a face da Terra possuem inerentemente o estado de buda. O Budismo Nichiren é o Budismo do Sol para o povo que faz cada pessoa brilhar ao máximo. Exatamente de acordo com esse espírito de Nichiren Daishonin, na Soka Gakkai, as próprias pessoas se levantaram no mundo todo para se tornar cada vez melhores, mais fortes e sábias, apoiando-se e se inspirando mutuamente. É, de fato, uma comunidade mundial milagrosa de pessoas comuns. No dia de hoje, recebemos os nobres campeões do povo, representantes da Costa do Marfim. Eles formam a verdadeira legião de emergidos da terra que vieram reverberando o rugido do leão da justiça do kosen-rufu da África em meio a muitas dificuldades e desafios, conforme os ditos sagrados: “Deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém. (...) Os seguidores de Nichiren são como leões que rugem”.7 Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, certamente está observando todo esse esforço com louvor! Vamos demonstrar nossos elogios e apreço com estrondosa salva de palmas! Como membros da Soka Gakkai, unidos pela relação de mestre e discípulo, vamos continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade! Caligrafias do presidente Ikeda, da esq. para a dir.: Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas] dedicada, em julho de 1982, às vésperas do Período de Avanço Dinâmico da Divisão dos Estudantes; Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude], na qual consta que o dia 16 de julho de 1966, é a data em que se realizou o 1º Treinamento ao Ar Livre do Grupo Hosu (Jovens Fênix); e Minshu [“O Povo”]. * * * Por fim, é a caligrafia em que registrei um poema waka que compus originalmente por ocasião da Convenção da Divisão dos Universitários, realizada nos tempos turbulentos8 em julho de 1970. Quero concluir minha mensagem oferecendo-lhes esse poema mais uma vez. Poema waka: “Avancem, meus amigos, / com a firme decisão de que / eu sou o campeão da paz, / segurando o leme corajosamente, / em meio à tempestade!”, no qual está registrado: “Em 5 de julho de 1970, comemorando a 12ª Convenção da Divisão dos Universitários” Avancem, meus amigos,com a firme decisão de queeu sou o campeão da paz,segurando o leme corajosamente,em meio à tempestade! Representantes da SGI-Costa do Marfim durante a atividade No topo: Ikeda sensei discursa na cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional de Itapúa, do Paraguai, realizada na sequência do Encontro Conjunto das Divisões dos Universitários e dos Estudantes (Tóquio, abr. 2005). Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de julho de 2023. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Referência a uma estrofe da canção Be Brave! With a Lion’s Heart! [Seja Corajoso! Com o Coração do Rei Leão!] da DE-Futuro. 2. Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari: Caso de flagrante discriminação religiosa ocorrida em 1957 pela qual os mineradores de Yubari, Hokkaido, foram ameaçados de perder seus empregos por terem se tornado membros da Soka Gakkai. 3. Incidente de Osaka: Ocasião em que Ikeda sensei, na época, coordenador do staff da Divisão dos Jovens, foi preso injustamente sob a falsa acusação de violação das leis eleitorais na eleição suplementar para a Câmara Alta, em Osaka, no ano 1957. No final do processo judicial que perdurou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado das acusações, em 25 de janeiro de 1962. 4. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882. 5. Mahakashyapa e Shariputra são dois dos principais discípulos de Shakyamuni, conhecidos respectivamente como o mais notável em práticas ascéticas e o mais sábio. O bodisatva Práticas Superiores é o líder dos incontáveis bodisatvas da terra convocados por Shakyamuni no capítulo “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, para a missão de propagar a Lei Mística nos Últimos Dias da Lei. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 387, 2017. 7. Ibidem, p. 263. 8. Refere-se ao Incidente da Liberdade de Expressão, nome dado a uma controvérsia que surgiu em 1970, quando a Soka Gakkai se defendeu de acusações difamatórias. Os detalhes desse acontecimento estão descritos no capítulo “Vendaval”, do volume 14, da Nova Revolução Humana.
10/08/2023
Conheça o Budismo
BS
O caminho da gratidão
No escrito Saldar as Dívidas de Gratidão, o buda Nichiren Daishonin observa: A velha raposa jamais se esquece da colina onde nasceu. A tartaruga branca retribuiu ao ato de bondade de Mao Bao. Se mesmo criaturas inferiores têm essa consciência, os humanos deveriam ter muito mais!1 Nesse escrito, Daishonin nos ensina a importância de saldar a dívida de gratidão com os pais, o mestre, os Três Tesouros do budismo e o soberano, também conhecidos como “as quatro dívidas de gratidão”. Algumas fontes citam a dívida de gratidão com todos os seres vivos. Ele ressalta a importância de saldar a dívida de gratidão como uma atitude fundamental do comportamento humano. Enfatiza especificamente a dívida com o mestre e afirma que, para saldar tal dedicação, a pessoa deve compreender o budismo e atingir a iluminação. Para isso, ela deve se empenhar com determinação na prática budista, e, para atingir a iluminação, deve também praticar os ensinamentos do budismo. Mas quais? Um dos seus princípios mais importantes trata dos Três Tesouros. Eles se referem aos três elementos essenciais que definem a linhagem de uma doutrina. Assim, analisando os Três Tesouros, pode-se verificar se a linhagem está sendo seguida de acordo com o ensinamento do fundador. Os Três Tesouros são: Tesouro do Buda, que se refere ao próprio Buda; Tesouro da Lei, que corresponde ao ensinamento revelado pelo Buda; e Tesouro da Ordem (Budista), que se refere ao discípulo que herda, transmite e propaga a Lei ou o ensinamento do Buda. Dessa forma, percebe-se que as correntes religiosas e filosóficas não teriam sentido sem esse princípio. Toda religião possui um fundador, um ensinamento e uma perpetuação por intermédio dos discípulos. Se um desses pontos forem alterados, perde-se sua linhagem original e sua veracidade, deixando de ser a mesma religião. Costumes, formalidades, tendências sofrem evoluções e mudanças. Porém, os princípios conceituais de uma doutrina são eternos. São chamados de Três Tesouros porque jamais perderão a grandiosidade do seu valor. No Budismo de Shakyamuni, o Tesouro do Buda é Shakyamuni, o Tesouro da Lei são os vinte e oito capítulos do Sutra do Lótus e o Tesouro da Ordem (Budista) é o bodisatva Jogyo. No Budismo de Nichiren Daishonin, o Tesouro do Buda é Nichiren Daishonin, o Tesouro da Lei é o objeto de devoção (Gohonzon) e o Tesouro da Ordem (Budista) é Nikko Shonin, sucessor imediato de Nichiren Daishonin. Daishonin é o buda eterno que incorpora as três virtudes de soberano, mestre e pais. Ele enfrentou incontáveis perseguições a fim de abrir o caminho direto para o estado de buda para todas as pessoas. O Tesouro da Lei corresponde ao Gohonzon, a manifestação da vida eterna do Buda. É também a entidade do Buda da unicidade de pessoa (Nichiren Daishonin) e Lei (Nam-myoho-renge-kyo) e possui incontáveis outras virtudes insondáveis. Nichiren Daishonin transferiu seus ensinamentos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin. Dos seis sacerdotes seniores que juraram proteger o budismo após a morte do Buda, somente Nikko Shonin compreendeu totalmente a profundidade da iluminação de Nichiren Daishonin. Suportando bravamente as terríveis pressões, ele preservou os ensinamentos de Nichiren Daishonin com sua pureza e assegurou a transmissão deles para as futuras gerações. Assim, Nikko Shonin é reverenciado como Tesouro da Ordem (Budista). Em sentido mais amplo, todos os que creem no budismo e o propagam podem ser considerados como o Tesouro da Ordem (Budista). De toda forma, conhecer os princípios budistas, como os Três Tesouros, é fundamental para discernir o correto caminho da prática do budismo. Somente com a visão ampliada pela sabedoria e pela benevolência visando livrar as pessoas do sofrimento é que se consegue ampliar o caminho para o kosen-rufu mundial. E esse é o desejo e o decreto do buda Nichiren Daishonin. Na história da Soka Gakkai, devido aos sucessivos presidentes que compreenderam o real signifi-cado dos Três Tesouros do Budismo de Nichiren Daishonin e os protegeram pondo em risco a própria vida, é que inúmeras pessoas abraçaram o Gohonzon e despertaram para a natureza de buda existente na vida. Assim, o correto caminho da fé para os membros da Soka Gakkai é proteger esses Três Tesouros. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.048, 21 ago. 2010, p. A7. Idem, ed. 1.696, 19 abr. 2003, p. A5. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 722, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Com plena energia vital, comece a partir da oração
O que é importantepara uma vida feliz e de vitórias?É o ato de recarregar plenamentea energia vital,a cada dia e a cada momento.A chave para isso é a fé.É a oração com seriedade.O importante é o gongyo da manhã.O gongyo da manhã desperta a vida,é a fonte que faz levantaro brilhante sol no seu interior.Ao começar o dia com esse grandiosolocal do despertar da vida,esse dia se preenche com a refrescanteatmosfera da manhã, ese pode registrar o primeiro passoda perfeição e do crescimento certeiros.O gongyo possui a função depôr a vida em ordeme de ajustá-la.Ele organiza a trajetória paraque não entre na direção da infelicidade.Além disso, a recitação do daimokutorna-se a poupança da boa sorte.Assim como a chuva revive o verde do gramado,a recitação revitaliza e abre a vida ativamente,edificando uma perfeita conclusão.Por isso, por toda a vida,não se deve afastar do Gohonzon.A pessoa que recita daimoku é vitoriosa.As divindades celestiais se reúnem sucessivamenteem torno das pessoas que recitam daimoku até o fim.A pessoa é conduzida rumo à suprema felicidade.Não há nada que supere o daimoku.Oração é luta.Se duvidar e não pô-la em prática,acabará reprimindo o poder extraordinário do Buda.Oração é vigor.Por favor,tal como o galopar do corcel branco pelos céus,avancem juntos, vigorosamente, nas atividades do kosen-rufu,repletos de energia vital,fazendo reverberar as vozes do daimoku,leves e refrescantes. Publicado no Seikyo Shimbun de 23 de julho de 2023. No topo: As pétalas prateadas banhadas pela luz solar entre as árvores parecem ainda mais refrescantes e brilhantes. Ikeda sensei aponta a câmera fotográfica para a ipomeia japonesa (asagao), que anuncia mais um dia de verão, neste mês [julho de 2023], em Tóquio. A ipomeia japonesa aguarda pacientemente o sol se levantar e floresce perto do amanhecer. É desejável que nós também iniciemos o dia com uma sonora oração, imbuídos de energia vital, que se assemelha ao levantar do sol da manhã. Nichiren Daishonin afirma: “Manhã após manhã nos levantamos com o Buda, noite após noite nos deitamos com o Buda”.1 A recitação do gongyo e do daimoku da manhã e da noite é o melhor ritmo para vencer o dia, o ano e a vida toda. Com base na forte oração, e prestando atenção à saúde, vamos aproveitar prazerosamente a temporada perfeita para a criação de valor e para o aprimoramento físico e mental. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 83.
10/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Nós somos bodisatvas da terra. Perseverem na prática altruística em sua honrosa terra da missão. Ações em prol de outras pessoas tornam-se a própria riqueza e virtude. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 30 de julho de 2023.
10/08/2023
Especial
BS
Vencer junto com o mestre
Foi em 14 de agosto de 1947 que o jovem Daisaku Ikeda conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin numa reunião de palestra. Ele havia recebido um convite de dois amigos para participar de uma explanação sobre “filosofia de vida”, conduzida pelo professor Josei Toda, o qual, mais tarde, se tornou o segundo presidente da Soka Gakkai. Dez dias depois daquele encontro, Ikeda sensei recebeu o Gohonzon, iniciando uma grandiosa jornada no movimento pelo kosen-rufu. Era uma noite tranquila, porém quente e úmida, de verão. A vizinhança estava quieta e as famílias provavelmente tinham acabado de jantar. Notava-se, porém, uma movimentação de várias pessoas pelas ruas escuras que se dirigiam à residência da família Miyake, no bairro de Ota, em Tóquio, para participar de uma reunião de palestra da Soka Gakkai. Mesmo sofrendo com tuberculose e febre persistente, o jovem Daisaku Ikeda, na época com 19 anos, decidiu aceitar o convite dos amigos para ir à reunião, movido pela esperança de encontrar um direcionamento para sua vida em meio às circunstâncias em que vivia. Daisaku Ikeda chegou ao local por volta das 20 horas. Enquanto tirava os sapatos na entrada, percebeu uma voz rouca, mas vigorosa, vinda do interior da casa. Era a primeira vez que ouvia Josei Toda. Ele explanava o escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, em que Nichiren Daishonin proclama sua extraordinária filosofia para a concretização de uma sociedade pacífica. Ikeda sensei relembra esse momento: O Sr. Toda, meu mestre, aguardava-me como um pai afetuoso. Foi um momento solene, eterno, que abarcou as três existências. Foi o dia do juramento — o meu — de me tornar discípulo do Sr. Toda e de devotar minha vida ao kosen-rufu. (...) Na explanação que ele fez nessa primeira vez que participei numa reunião, o Sr. Toda imprimiu forte paixão e determinação num alerta às pessoas. Foi um rugido do leão proclamando a essência do Budismo de Nichiren Daishonin. A explicação do Sr. Toda não era de um budismo antiquado e ultrapassado. Revelava um caminho grandioso com a promessa de um futuro brilhante, que transbordava convicção e dinamismo. (...) Após concluir sua explanação, o Sr. Toda iniciou um diálogo informal. (...) Não demonstrou a mínima atitude de superioridade pretensiosa e arrogante que muitos falsos líderes políticos e religiosos exibem. Estava sendo ele mesmo. Embora aquele fosse o nosso primeiro encontro, senti-me à vontade para fazer qualquer pergunta que guardava em meu jovem coração. Lembro-me de ter arriscado, com certa intensidade, esta questão: “Senhor, qual é o modo correto de vida?”. O Sr. Toda me deu uma resposta clara, com plena convicção, isenta de qualquer jogo intelectual ou desonestidade que obscurecesse o verdadeiro ponto de minha pergunta.1 Em determinado momento, o jovem Ikeda contemplava algo, com olhares atentos, o que deixava sua face inteiramente corada. Parecia estar impaciente, desejando pronunciar algo novamente. De súbito, levantou-se decidido e externou: — Sensei, muito obrigado. Há um antigo ditado que diz: “Faz bem pensar mais uma vez, mesmo que concorde. É bom pensar novamente, mesmo que discorde”. Acreditando nas palavras do senhor ao me sugerir que como jovem estudas-se e colocasse em ação, gostaria de segui-lo e me empenhar nos estudos. Nesse momento, gostaria de expressar meu sentimento de gratidão com um poema, embora não tenha nenhuma habilidade e tenha sido de improviso...2 Josei Toda concordou em silêncio. O rapaz fechou levemente os olhos e começou a declamar com voz sonora: Ó viajante!De onde vens?E para onde irás?A lua desceno caos da madrugada;mas vou andando,antes de o Sol nascer,à procura de luz.No desejo de varreras trevas de minh’alma,a grande árvoreeu procuroque nunca se abalouna fúria da tempestade.Neste encontro ideal,sou eu quemsurge da terra!3 Todos ficaram surpresos. Para Josei Toda, especialmente, a última frase soou de forma muito significativa. “Sou eu quem surge da terra!” — era a missão dos bodisatvas da terra que surgiram nos Últimos Dias da Lei para propagar o ensinamento do budismo. Ikeda sensei recebeu o Gohonzon e se converteu ao Budismo Nichiren em 24 de agosto de 1947. Embora sua família, a princípio, não fosse a favor de sua prática, o jovem não hesitou por depositar confiança em Josei Toda. Em pouco mais de dez anos de convívio, mestre e discípulo tiveram uma existência em perfeita harmonia e união, conquistando grandes feitos como a conversão de 750 mil famílias ao budismo, a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 1957, e a Cerimônia do Kosen-rufu, realizada em 16 de março de 1958. Após o falecimento de Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei assumiu a terceira presidência da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Em outubro desse ano, partiu para a primeira viagem ao exterior a fim de propagar o budismo em diversos países, entre eles o Brasil. Desde essa ocasião, vem se empenhando incansavelmente para cumprir os ideais do seu mestre e impulsionar o movimento pelo kosen-rufu. Passados 76 anos desde o primeiro encontro entre Daisaku Ikeda e Josei Toda em uma reunião de palestra da Soka Gakkai, a correnteza da propagação do Budismo de Nichiren Daishonin ampliou-se em nível mundial, mantendo a essência do diálogo de vida a vida e da relação de unicidade de mestre e discípulo a partir de suas organizações de base. O ato de compartilhar a prática budista com nossos familiares, amigos e demais pessoas do nosso convívio, ou seja, a realização do shakubuku, possui profundo significado e valor, pois os capacita para vencer quaisquer dificuldades, construir uma vida de felicidade inabalável e contribuir para a edificação de uma sociedade de paz. No topo: ilustração retrata Josei Toda, à esq., e o jovem Daisaku Ikeda. Unidos pelo ideal do kosen-rufu, mestre e discípulo enfrentam inúmeros desafios com a coragem e o ímpeto do rei leão Ilustração: Kenichiro Uchida Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.615, 16 jul. 2022, p. 8-9. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 187-207, 2022. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 51 a 55, 2022. 2. Idem. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 205, 2022. 3. Ibidem, p. 206.
10/08/2023
Especial
BS
Triunfo dos pilares de ouro Soka
A data que marca a conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, em 1947, foi adotada como Dia da Divisão Sênior, por seu profundo significado. A oficialização ocorreu em 1976, na comemoração do décimo aniversário de fundação da divisão. Na ocasião, ficaram evidentes a base e a missão dos seus membros — caminhar ao lado de Ikeda sensei, com a responsabilidade de liderar as atividades pelo kosen-rufu, e ser exemplo para as demais divisões. Todos reconfirmaram as diretrizes eternas lançadas dez anos antes, quando da fundação da Divisão Sênior (DS) em 5 de março de 1966, reunindo 750 representantes. Então, estas três diretrizes eternas são a base de atuação dos componentes da DS: 1) Ser vitorioso no local de trabalho. 2) Ser um líder que contribui para o bem-estar da comunidade. 3) Ser um pilar de confiança na organização. Conforme consta no capítulo “Coroa de Louros” do romance Nova Revolução Humana, a fundação da Divisão Sênior teve origem em um projeto do presidente Ikeda de promover a sintonia entre os veteranos e os jovens no processo de desenvolvimento da Gakkai. Ele desejava que o potencial dos jovens como força propulsora das atividades fosse desenvolvido e bem direcionado por meio da experiência e da seriedade dos membros da DS. Na reunião de fundação, ele disse: O avanço da Soka Gakkai é desenvolvido com a cooperação entre as divisões. Entretanto, da mesma forma como o marido ou o pai é o pilar da família, a Divisão Sênior é a principal responsável pelo progresso da nossa organização. No distrito, é a responsável pelo distrito; na comunidade, é a responsável pela comunidade. Naturalmente, a Divisão Sênior vai se preocupar em desenvolver seus membros, mas não poderá pensar que é uma divisão como as outras. Terá a missão de manter a harmonia entre as divisões e proteger com responsabilidade a Gakkai e seus integrantes.1 A BSGI foi a primeira organização fora do Japão a ter uma Divisão Sênior. No dia 5 de março de 1982, quando se comemoravam dezesseis anos de fundação da DS da Soka Gakkai, sem que ninguém esperasse, o presidente Ikeda anunciou a possibilidade de o Brasil fundar a própria estrutura. Assim, a data de 5 de março é oficialmente considerada como a da fundação da Divisão Sênior da BSGI. No entanto, devido aos preparativos para se estabelecer uma estrutura para a nova divisão, a reunião ocorreu em 4 de abril do mesmo ano. Os integrantes da Divisão Sênior carregam a missão fundamental de proteger a organização e proporcionar as condições necessárias para o florescer de pessoas valorosas que impulsionam o avanço do kosen-rufu, enquanto se desenvolvem como verdadeiros pilares de ouro que comprovam os ideais do Mestre. No topo: participantes da Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka, realizada no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 4 jun. 2023) Foto: BS Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.643, 9 mar. 2002, p. A7. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Coroa de Louros. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, p. 258, 2019.
10/08/2023
Relato
BS
O poder da determinação
Sou Jorge Maciel, 55 anos, e divido com vocês um ponto primordial que se fixou em meu coração há trinta anos, mudando minha jornada de vida. Pratico o budismo desde 1980; e, em 1993, era um jovem estudante de engenharia com muitos sonhos e objetivos na vida. Tive a imensa boa sorte de receber Ikeda sensei como integrante da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), tocando tuba sinfônica (doada por ele à Filarmônica), em uma apresentação no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, em fevereiro daquele ano. Lembranças marcantes da quarta visita do Mestre ao Brasil, ocasião em que houve a fundação oficial do grupo e nos possibilitou ouvir palavras de encorajamento que se tornaram um divisor de águas. Determinei romper os grilhões do carma, com base na prática da fé. Em 2002, fui ao Japão renovar minha decisão de luta conjunta, e três anos depois minha trajetória profissional ganhava novos contornos. Uma promoção na empresa na qual trabalhava me levou até Catalão, no estado de Goiás, e deixei para trás a cidade de São Paulo, SP, base de minha criação. Levei no peito o direcionamento recebido de um grande veterano sobre a importância de abrir novos caminhos para a paz e a felicidade das pessoas, onde quer que eu estivesse. Os desafios acompanham. Em 2006, em meio a um movimento intenso de propagação do budismo na localidade, o carro em que minha esposa, Zilda, estava colidiu com uma carreta na estrada entre Uberlândia, MG, e Catalão, GO. Os médicos envolvidos no resgate não acreditavam que ela sobreviveria, pois apresentava muitas fraturas expostas, traumatismo craniano e hemorragias diversas. Um deles chegou a me dizer que, se ela sobrevivesse, teria de amputar as pernas. Em casa, fiz cerca de nove horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) pela recuperação imediata dela. Voltando ao hospital, percebi uma mudança em seu aspecto. Conversando com os médicos, um deles disse: “É realmente incrível! Durante esta noite, todo o organismo desta paciente entrou em harmonia e tudo passou a funcionar normalmente”. A partir dessa grandiosa comprovação da prática da fé, várias pessoas da localidade quiseram conhecer a magnífica oração recitada em minha casa e, daí em diante, as conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin foram acontecendo uma após outra; oito anos depois nascia um distrito. No trabalho, depois de dezessete anos como executivo, fui demitido. Mesmo em meio a imensas dificuldades, em 2018, participei de um curso de aprimoramento no Japão. Hora de reconfirmar o juramento. Em um curso de aprimoramento no Japão. Aprendi na Soka Gakkai a buscar formas efetivas de concretizar os objetivos, por mais desafiadores que eles parecessem. Investi nos estudos para me colocar à altura da conquista profissional que abrisse caminhos de felicidade para minha família e para o movimento pelo kosen-rufu. No período da pandemia, lancei-me a uma pós-graduação na área de engenharia, além de aprimorar a língua inglesa. Entrou 2021 e meu principal objetivo era chegar em 24 de agosto, Dia da Divisão Sênior (DS) e marco da conversão do presidente Ikeda ao budismo, com uma grandiosa vitória junto com meus companheiros da Sub. Triângulo Mineiro. Com base em intenso daimoku, na tarde do dia 24 de agosto daquele ano recebi um comunicado de minha aprovação para a função de gerente de suprimentos de um dos maiores grupos do agronegócio e geração de energia renovável da América Latina. Minha base de trabalho seria São Paulo, e a família permaneceria em Catalão, unida mais que nunca pela prática da fé e pelas orientações do Mestre. Entramos no ano 2022 com vitória total. Porém, em fevereiro, uma tremenda dor no peito quase me levou ao desmaio. Estava em um processo de cetoacidose diabética a 410 mg/dL de glicose, o que causou um descompasso coronário. Foi realizado o cateterismo e, para surpresa de todos, somente uma artéria estava obstruída. Vitória! Esse acontecimento nos fez refletir, em família, que era o momento de estarmos juntos. A organização em Catalão estava se desenvolvendo bastante. Nos últimos anos, de uma RM ampliou-se para uma subcoordenadoria com cinco RM. Decidimos então voltar à nossa terra natal, o estado de São Paulo, optando pela cidade de Mogi das Cruzes. Minha transferência para a organização local já foi efetivada, mas, por enquanto, sigo atuando na liderança da Sub. TM. Atividade em Uberlândia, MG Hoje, desfruto muita saúde e com muitas vitórias. Minha mãe, já falecida, foi uma grande veterana. Meus três irmãos, Julio, Angélica e Moacyr Jr., seguem firmes na prática; e meu pai, Moacyr, me inspira sempre: aos 87 anos, cursa atualmente sua 13ª graduação. Minha esposa, Zilda, mantém seu consultório de psicologia em pleno funcionamento de forma on-line. Nosso filho André Yuri, que se formou na segunda turma do Colégio Soka, faz faculdade e estagia em uma grande empresa; e nossa filha, Larissa, está com toda a energia de seus 11 anos. Oramos todos os dias juntos, com muita alegria. Jorge em família, ao lado da esposa, Zilda, e dos filhos André Yuri e Larissa. Esses trinta anos foram intensos. Agradeço aos meus queridos companheiros da Gakkai e afirmo que a maior de todas as alegrias é ter vivido todos esses anos tendo o presidente Ikeda como mestre. Encerro com um trecho de uma de suas preciosas orientações: Não se preocupem com o que aconteceu até agora; o passado é passado. Ao contrário, concentrem-se em como abrir o caminho para o avanço e o autoaprimoramento, o crescimento e o desenvolvimento, a partir do momento presente até o futuro. Esse é o início do drama da revolução humana.1 Muito obrigado! Jorge Luiz Lopes Maciel é responsável pela Subcoordenadoria Triângulo Mineiro (CRE Leste), CGRE, e reside atualmente em Mogi das Cruzes, SP. Fonte: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.714, 6 set. 2003, p. A3. Fotos: Arquivo pessoal
10/08/2023
Especial
BS
Ao ritmo de contínuas vitórias
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, expressou: “O coração do kosen-rufu do Brasil — o Rio de Janeiro — venceu gloriosamente”.1 Foi um caloroso e inesquecível incentivo que criou ondas sucessivas de vitórias na vida dos integrantes da BSGI da localidade. Atualmente, a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) abrange mais de mil blocos e quatrocentas comunidades. Mas a jornada do movimento pelo kosen-rufu na região começou com a árdua dedicação de alguns poucos pioneiros. Eram os componentes das primeiras famílias de imigrantes japoneses, membros da Soka Gakkai, nos anos 1960, que chegaram à Cidade Maravilhosa e venceram inúmeras dificuldades, entre elas a barreira do idioma, para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Essa saga está retratada no volume 11 do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei, e simbolizada pelos esforços do casal Masatada e Misako Kohno, primeiros praticantes residentes no Rio de Janeiro. Em um trecho da obra, durante a sua segunda visita ao Brasil, em 1966, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda no romance) vai à cidade pela primeira vez. No alto do morro do Corcovado, ele incentiva o casal Kohno: A organização do Rio de Janeiro é ainda pequena, porém, se vocês empreenderem todos os esforços, recitando firmemente o daimoku, ela certamente atingirá um grande progresso. É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.2 Ilustração retrata momento em que o presidente Ikeda dialoga com pioneiro da BSGI durante uma visita à capital fluminense em 1966 Dezoito anos depois, o presidente Ikeda retornou ao Brasil, em 1984, e constatou que o número de famílias praticantes do Rio, que em 1966 era de 166, havia atingido 6 mil. Foi um avanço grandioso alcançado devido ao empenho incansável de gerações de praticantes com base na unicidade com o Mestre. Assim como o ritmo vibrante e cadenciado do samba, o movimento em prol do kosen-rufu da BSGI na cidade e em todo o estado do Rio de Janeiro seguiu ininterrupto, levando a filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin ao povo carioca e fluminense. Em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), a BSGI realizou, na cidade, o Festival Eco Cultural Rio-92 e também a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em meio aos desafios da vida diária, a atuação dos membros da organização, alicerçada na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei, cada qual divulgando os ideais da Soka Gakkai em seu campo de atuação, resultou no reconhecimento e na confiança da sociedade brasileira. Como fruto desses esforços, o presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, receberam mais de 150 homenagens governamentais, de instituições de ensino e de outras entidades. Durante a sua quarta visita ao nosso país, em 1993, no Rio de Janeiro, o presidente Ikeda recebeu o título de sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, o de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro3 e a medalha da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E ainda, os membros viveram momentos dourados ao lado de Ikeda sensei, nesse período, recebendo inestimáveis incentivos e importantes direcionamentos para a condução do movimento pelo kosen-rufu. A ocasião também foi marcada pelas denominações oferecidas pelo Mestre de “Josho Rio” (Rio de Contínuas Vitórias) e “Rio, Number One” (Rio, Primeiro do Mundo), verdadeiras diretrizes de avanço ininterrupto. Neste ano, foi realizada a 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI rumo a 2030 no Centro Cultural do Rio de Janeiro,4 quando os membros da CGERJ e de toda a BSGI se uniram para levar avante as atividades do segundo semestre, com ênfase nas iniciativas na organização de base. Participantes da 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI, realizada no Centro Cultural do Rio de Janeiro (maio 2023) Com o olhar no futuro, os companheiros do Rio de Janeiro lançaram-se a novos desafios, percorrendo a estrada de mestre e discípulo ao som da inesquecível canção Saudação a Sensei, que nasceu em terras cariocas e se espalhou pelo Brasil e pelo mundo: “Sensei, o nosso sonho está realizado com vossa presença no Brasil...” E como está sendo a luta pelo kosen-rufu em sua localidade ao lado do Mestre? Visando os setenta anos de fundação da BSGI e o centenário da Soka Gakkai em 2030, vamos, em nossos respectivos campos de atuação, comprovar a força da prática budista na própria vida e construir uma sociedade de paz a partir da nossa família, do local de trabalho e da comunidade local. Representantes da BSGI do Rio de Janeiro contam suas conquistas ao comprovarem a força do Budismo Nichiren e concretizarem os ideais do Mestre Inspirar as pessoas ao redor Encontrar um mestre na juventude e comprovar a força de um juramento são motivos da maior honra para mim. Cheguei até aqui pelo Mestre, que não tive oportunidade de conhecer pessoalmente, encontrado nas minhas decisões diárias de ser cada vez melhor. Eu era menor de idade quando conheci o budismo há vinte anos. Levei dois anos para que meus familiares, que não aceitavam minha prática, vissem, por meio da mudança que tive, o poder transformador da prática do Nam-myoho-renge-kyo e das sinceras companhias que passaram a fazer parte da minha vida. O ambiente Soka é algo extraordinário, bem como o próprio coração do Mestre de abraçar os jovens e lhes dizer quão grandiosos são. E assim foi comigo. Nesses dezoito anos como membro da organização, muitas transformações ocorreram. De uma jovem cujo empenho nunca faltou, aprendi a sonhar alto: eu me formei, fiz duas pós-graduações, um mestrado e estou finalizando o doutorado. Assim, como professora, pude voltar à instituição que estudei, pondo em prática tudo o que aprendi nesse maravilhoso treinamento recebido, sobretudo como integrante do grupo Cerejeira por onze anos, ao lado também dos meus companheiros da organização local. Fui ao Japão com o Departamento de Relações Públicas da BSGI, em 2015, vivendo momentos inesquecíveis da história da Gakkai e do sensei. Aprendi com o Mestre a não medir esforços em tocar o coração do outro. Por isso, nesses anos realizei 47 shakubuku, apresentando-lhes esta filosofia grandiosa. Preenchendo minha vida com o juramento seigan, transbordo amor aos membros, aos meus alunos, a cada pessoa que encontro, cumprindo a minha missão, vencendo e inspirando a todos. Não existe alegria maior. Avante! Monique Bezerra da Silva Responsável pela Divisão do Jovens da Sub. Barra da Tijuca. Professora do ensino superior *** Esperança e alegria Passa um filme em minha mente ao falar da minha vida antes de ingressar na Soka Gakkai e conhecer o presidente Ikeda, meu mestre da vida. Encontrei este maravilhoso budismo quando estava com 34 anos, em 1987, e vivenciava muito sofrimento. Tive de comprovar tudo com relação à família: desarmonia, alcoolismo, condições financeira precárias. Minha mãe era de outra religião, mas se encantou com o que dizia o presidente Ikeda. Seis anos depois de me converter ao budismo, fiquei sabendo que assistiria à posse dele como membro correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eu mal tinha o dinheiro do transporte para ir até lá. Minha mãe, que estava internada na época, me disse, antes de eu seguir: “Ele é um homem muito sábio”. Misticamente, voltei em junho último na comemoração dos trinta anos da posse do Mestre na ABL. Agora em outra condição, vitoriosa e feliz pelas inúmeras conquistas. Sempre trabalhei, superei várias dificuldades. Apresentei o budismo para diversas pessoas, que, ao me verem transformar aquelas condições desfavoráveis de antes, passaram a acreditar na força do budismo. Sou de origem modesta, mas, com a força da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, realizei o sonho de me formar em administração de empresas na faculdade. A Gakkai é minha vida. E busquei estar continuamente na sintonia do Mestre, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que leio com o coração desde a inesquecível primeira reunião que participei há quase quarenta anos. Que orgulho, quanta gratidão! Hoje, sou aposentada e dedico meus dias a ajudar os familiares e amigos que precisam, levando os incentivos de Ikeda sensei. Tenho me empenhado nas atividades da Academia Magia da Leitura, por ser a educação o último empreendimento da vida do Mestre. Se é objetivo dele, é meu também! Nos últimos dois anos, sofri muitas perdas; em curto espaço de tempo, levaram-me dois irmãos, um sobrinho e meu marido, entre outros. No entanto, unindo forças com os companheiros da BSGI, venho superando e avançando determinada, corajosa e com o coração ligado ao do Mestre. O Rio de Janeiro é minha cidade, e aqui vamos construir juntos a organização da vitória absoluta. Ikeda sensei, conte comigo! Jorgina Fátima da Silveira Dutra Conselheira da RM Valqueire, Sub. Méier. Aposentada *** Juramento por toda a vida Em 1993, eu era um jovem rapaz de 21 anos, membro da banda masculina Taiyo Ongakutai e da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Quanta emoção e entusiasmo ao recebermos o presidente Ikeda no Rio! Sou fukushi (quem nasce numa família budista) e seria a primeira vez que estaria diante do Mestre. Finalmente encontrei Ikeda sensei, que sempre cuidou de mim, embora de longe, mas sempre muito perto do coração. Como membro do Taiyo Ongakutai, pude soprar minha flauta transversal, cheio de emoção e com forte determinação de realizar o juramento ao Mestre de sempre me manter no caminho do kosen-rufu, sem jamais traí-lo e aos companheiros. Foi extraordinário me superar para tocar dignamente e poder impulsionar minha vida a evoluir em meio a tantos desafios e incertezas de um jovem. Era aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuei, mais uma vez, nos preparativos para a concessão do título de doutor honoris causa da UFRJ ao Mestre. Estava no corre-dor, sensei passou por mim e se curvou, colocando a mão no peito, como um gesto de respeito e gratidão a todos que se encontravam ali. Que humildade! Que sentimento de um homem simples e honrado! Mais uma vez, olhando com sincera gratidão para ele, fiz meu juramento como aluno universitário daquela casa do saber. Quanto a realizar ainda pelo kosen-rufu do Rio, do Brasil e do mundo! Também assisti à sua posse na Academia Brasileira de Letras. Quanto orgulho! Quanta honra! Que felicidade! Meu mestre sendo o primeiro oriental a receber esse título na maior casa das letras e da literatura do nosso país. Sem me dar conta, o tempo passou, o juramento se fortaleceu. Encontrei-me com o Mestre em 2001, no Japão, como membro do Grupo Seigan, eternizando meu juramento de jamais abandonar a prática da fé, a Gakkai e os companheiros. Hoje, como sênior de 51 anos, sou educador, empresário da educação, da cultura e da preservação do meio ambiente, além de ter me tornado poeta, escritor, membro e presidente da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, da qual Ikeda sensei se tornou sócio correspondente em dezembro de 2010. Ainda tenho muito a fazer, mas mantenho a chama forte e viva do juramento ao Mestre, que jamais será apagada, construindo sempre o amanhã junto com sensei! Sidney de Oliveira Silva Vice-responsável pela Sub. Grande Rio. Empresário e professor No topo: Convenção Comemorativa do 32o Aniversário pelo Movimento do Kosen-rufu no Rio de Janeiro com a presença do presidente Ikeda (13 fev. 1993) Ilustração: Kenichiro UchidaFotos: Seikyo Press / BS / Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013, p. B5. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27-28, 2019. 3. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.407, 17 fev. 2018, p. C2-C3. 4. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 8-9.
10/08/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Força e diálogo para criar a época
PARTE 33 Sob a referência da justiça divina, a Divina Comédia, de Dante, descreve o resultado cruel no mundo após a morte decorrente da inveja, da enganação, da arrogância, da violência, da mentira, da traição, entre outras. Pode-se dizer que é uma obra literária de luta contra todos os tipos de males que conduzem o homem à infelicidade. Por mais que conquiste posição social, fama ou fortuna, enquanto não resolver a questão da morte, o ser humano não consegue estabelecer a felicidade nem o verdadeiro modo de viver. Pode-se dizer que a distorção da época atual é resultado da busca desenfreada pelos desejos de curto prazo, fugindo da questão mais importante do ser humano que é a morte. Shin’ichi tinha forte convicção de que a nova Renascença da vida só aconteceria a partir do despertar das pessoas para a grande Lei da eternidade da vida chamada budismo. Shin’ichi criou, ainda, um momento de diálogo com os jovens, dirigindo-se até as colinas de Fiesole, na periferia de Florença: — O budismo dá uma grande importância ao diálogo. Está no extremo oposto da submissão das pessoas por meio do poder e do autoritarismo religioso. Shakyamuni elucidou a Lei pelo diálogo. E Nichiren Daishonin também deu a máxima importância ao diálogo. A reunião de palestra da Soka Gakkai também é realizada herdando esse espírito. Bem, se tiverem algo que queiram saber, perguntem sem cerimônias. Com brilho nos olhos, os jovens perguntaram a Shin’ichi sobre temas como teoria de Dante, princípios da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi) e “simultaneidade de causa e efeito” (inga-guji). Quando diminuíram as perguntas, Shin’ichi disse avistando a cidade que se estendia no horizonte: — Certamente virá o dia em que as chamas da Lei Mística brilharão nas janelas de muitas casas que enxergamos daqui. A época do kosen-rufu já chegou. Agora é o momento de todos se levantarem sós munidos de coragem. Quando Toda sensei tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai, o número de membros não passava de 3 mil. Porém, os jovens que despertaram para a missão de luta conjunta de mestre e discípulo se levantaram e, em menos de sete anos, a Soka Gakkai concretizou o empreendimento da vida do mestre, de 750 mil famílias praticantes. Essa foi a vitória do resoluto diálogo. Nós tínhamos a grande convicção no budismo. Todos se empenharam no estudo do budismo e falaram com raciocínio lógico sobre os princípios de forma clara. Havia uma abundante paixão. O diálogo une os corações e se torna a força para criar a época. PARTE 34 Na tarde do dia 2 de junho, Shin’ichi Yamamoto despediu-se de cerca de cem membros que se juntaram na estação central de Florença, e embarcou no trem com destino a Milão. No lado de fora das janelas, via-se o rosto de muitos jovens que pareciam relutar a despedida. Em um diálogo sem palavras, Shin’ichi trocava os olhares através do vidro com o sentimento de “conto com vocês; é a época de vocês”. O trem começou a se movimentar. Todos acenavam intensamente. Seus olhos estavam marejados. Shin’ichi também continuou acenando. Quando os jovens se levantam, o portal do futuro se abre. Observando a cidade de Florença, ele sentiu como se ouvisse o altivo ressoar do sino do alvorecer, anunciando a Renascença do século da vida. Os jovens daquela época cresceram vigorosamente e passaram a contribuir enormemente em prol da sociedade italiana. Em julho de 2016, 35 anos depois, o governo da República da Itália e o Instituto Budista Italiano Soka Gakkai firmaram o acordo de cooperação religiosa Intesa. Essa era, de fato, a prova da confiança da sociedade. Shin’ichi chegou a Milão e, no dia 3, visitou Carlo Maria Badini, superintendente do Teatro alla Scala que se orgulha pela sua tradição e história de mais de duzentos anos. E, conduzido pelo superintendente, realizou uma visita de cortesia ao prefeito Carlo Tognoli no prédio da prefeitura de Milão, localizado em frente ao teatro. Na verdade, estava prevista para outono daquele ano a apresentação no Japão do Teatro alla Scala a convite da Associação de Concertos Min-On e de outras associações. Essa apresentação que reúne um total de cerca de quinhentos integrantes seria numa escala sem precedentes. Seguindo à exibição da Ópera Estatal de Viena, realizada no ano anterior, havia uma enorme expectativa dessa apresentação no Japão do mais proeminente grupo de ópera do mundo. Na ocasião do encontro, o prefeito Tognoli outorgou a medalha de prata da cidade para Shin’ichi. E, também, no Teatro alla Scala, dialogou com o superintendente Badini e com o diretor artístico Francesco Siciliani. O superintendente afirmou: — Enaltecendo plenamente o valor do nome do Teatro alla Scala como também da Associação de Concertos Min-On, entidade musical de âmbito internacional, realizaremos a melhor apresentação. Em sua fisionomia, notava-se uma decisão incomum para a apresentação no Japão. A tradição não é criada meramente pela passagem dos anos. Os seguidos desafios de sempre fazer o melhor, sem compromisso, cultivam o nobre acúmulo de experiências ano após ano. PARTE 35 O superintendente prosseguiu: — Sem o esforço do presidente Yamamoto, essa apresentação não seria realidade. Relembrando, as negociações para realizar a apresentação do Teatro alla Scala no Japão haviam sido iniciadas pelo diretor responsável pela Min-On, Eisuke Akizuki, há dezesseis anos quando ele visitou o teatro. Não havia exemplo anterior de uma apresentação convidando todo o grupo do Scala nem no Japão nem na Ásia. Quando tomavam conhecimento da intenção da Min-On em convidar o Teatro alla Scala, invariavelmente as pessoas do mundo cultural e artístico do Japão zombavam dizendo ser um sonho. Elas afirmavam que era impossível a Associação de Concertos Min-On ou a Soka Gakkai trazerem esse grande teatro de ópera, o melhor do mundo. Mas Shin’ichi disse a Akizuki: — Não precisa se preocupar. Sinto no Teatro alla Scala o espírito de altivo orgulho em contribuir sempre para a prosperidade da música. Não é possível que músicos herdeiros dessa tradição não se interessem pela Min-On que promove um novo e grandioso movimento musical do povo. Exatamente de acordo com essa convicção de Shin’ichi, o Teatro alla Scala manifestou concordância pela apresentação no Japão, chegando finalmente a ponto de firmar um contrato provisório. Todavia, o falecimento do superintendente da época e o afastamento do seu sucessor devido a uma doença fizeram com que o assunto não avançasse. Como fundador da Min-On, Shin’ichi veio sempre se empenhando em apoiar nos bastidores e, finalmente, foi definida a apresentação do Teatro alla Scala no Japão em outono de 1981. Desafiar persistentemente com o sentimento de avançar corpo a corpo a cada barreira encontrada. O acúmulo dessas ações faz com que se realizem empreendimentos considerados impossíveis pelas pessoas e se crie uma nova história. No dia seguinte, 4 de junho, Shin’ichi foi convidado pela Editora Mondadori e dialogou com o diretor de publicações educacionais e com outros. Essa era a maior empresa de publicações da Itália e havia um plano para editar as obras provenientes do diálogo de Shin’ichi com intelectuais do mundo em língua italiana, razão da visita desse dia. Mais tarde, essa editora publicou a Sabedoria do Sutra do Lótus, obtendo grande repercussão. Essa publicação se tornou uma força para divulgar os ideais, cultivar o diálogo espiritual e desenvolver a cultura. PARTE 36 Ao final da tarde do dia 4, Shin’ichi Yamamoto reuniu-se com cerca de cinquenta representantes jovens e estudantes na sala de conferências do hotel em que estava hospedado e realizou um diálogo sobre a prática da fé. Respondendo às perguntas dos membros, ele transmitiu orientações e incentivos. Um dos assuntos enfatizados foi o de que, mesmo com uma reforma do sistema, era imprescindível realizar a transformação da vida de si próprio. Ainda que se crie um maravilhoso sistema, quem o administra é o próprio ser humano. Se não houver o estabelecimento da filosofia da revolução humana capaz de controlar o desenfreado egoísmo, não haverá a prosperidade social no sentido verdadeiro. Shin’ichi queria que os jovens se levantassem como “cavaleiros da revolução humana” para abrir o século da vida. Além disso, na Itália, o número de membros jovens era expressivo. Assim, considerando também o pedido dos pais para que ele falasse sobre a concepção de casamento, Shin’ichi se referiu a essa questão. — Desnecessário dizer que, no casamento, o mais importante é a própria intenção. Todavia, não se pode negar que, pelo fato de ser jovem, a experiência na vida ainda é escassa e haja certa imaturidade. Portanto, gostaria de lhes afirmar que é importante receber aconselhamentos dos pais e veteranos próximos, e realizar o casamento no qual as pessoas ao redor os felicitem. Além disso, ao se casar, a pessoa compartilhará alegrias e sofrimentos por toda a vida. Na jornada da vida, não se sabe que tipo de destino e provações nos aguarda. Para que consigam superá-los a dois, além do amor, é necessário avançar com um objetivo de vida comum embasado em uma ideologia, uma filosofia e, principalmente, uma fé. Se ambos forem praticantes deste budismo, procurem se esforçar diligentemente e criem um relacionamento para polir mutuamente a fé e a personalidade. Se em virtude do namoro acabarem se distanciando da organização, perderem a alegria da fé e deixarem de progredir e se desenvolver, vocês se tornarão infelizes. Budismo é fonte da energia para superar as ondas bravias da vida. O caminho para construir a felicidade indestrutível se encontra na linha de frente das atividades da organização. O suor escorrido em prol do kosen-rufu converte-se em preciosa boa sorte, e cada passo dessa caminhada transforma nosso destino e abre a jornada da vida de alegria e de felicidade. Shin’ichi enfatizou que, por isso mesmo, jamais se deve apagar as chamas da fé. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
10/08/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Educando os filhos na era digital
Já faz muito tempo que a tecnologia se tornou parte integrante da vida das pessoas, transformando a forma de trabalhar e a vida pessoal, beneficiando todas as gerações. Com a internet, temos amplo acesso a uma série de recursos e de informações que antes era limitada. Isso permite que exploremos vários assuntos, ampliando nosso conhecimento. A tecnologia digital introduziu experiências de aprendizagem interativas e envolventes por meio de aplicativos, plataformas educacionais, jogos etc. Esse rápido avanço na tecnologia também teve impacto profundo na educação, principalmente na maneira como educamos nossos filhos. E isso tem sido um dos grandes desafios para as famílias. Os jovens de hoje têm maior intimidade e familiaridade com a tecnologia e isso é essencial para o mundo moderno. Não podemos privá-los dessas habilidades, porém é preciso entender quais são os verdadeiros benefícios e riscos para que se possa buscar o equilíbrio entre o excesso de uso e outras atividades. Diversos estudos e pesquisas médicas têm mostrado os prejuízos que a superexposição às telas pode causar. Crianças e adolescentes que passam horas em frente às telas podem apresentar dificuldades de compreender sinais não verbais, brincar menos, interagir pouco socialmente, inclusive com outras crianças. Além disso, o uso excessivo de telas pode acarretar problemas de saúde física e mental, como sedentarismo, obesidade, postura, dificuldades de visão e audição, irritabilidade, baixa autoestima, quadros de ansiedade e de depressão, distúrbios do sono e até dependência digital. E, ainda, o mundo on-line pode expor os indivíduos a conteúdo impróprio para sua idade, motivar comportamento nocivo, cyberbullying e assédio, resultando em sofrimento emocional para a criança e para a família. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aborda também o contexto familiar e diz que ele não está associado apenas a fatores de proteção, mas também aos de risco. Dentre os principais fatores de risco estão a “falta de afeto, falta de limites, negação dos comportamentos inadequados dos filhos, violência familiar, desestruturação da família, episódios frequentes de estresse tóxico, uso de álcool e drogas, falta de suporte e apoio”. Sobre os cuidados que a família deve ter, a SBP recomenda limites, sugerindo que crianças menores de 2 anos não sejam expostas de forma alguma às telas (televisão, celular, computador, tablet) nem passivamente; para crianças entre 2 e 5 anos, o uso recomendado seria de no máximo uma hora por dia; crianças entre 6 e 10 anos, o limite de tempo seria de uma/duas horas diárias; já os adolescentes entre 11 e 18 anos seria de duas/três horas por dia; e todos os casos com supervisão dos pais/cuidadores/responsáveis. Além do mais, existem ferramentas de controle parental que podem ser usadas para proteger a privacidade e a segurança das crianças e dos adolescentes, definindo os limites por faixa etária, controle de conteúdo e interações. Cada família tem a própria rotina e, muitas vezes, devido às demandas do dia a dia, acaba encontrando dificuldades para administrar todos os aspectos da parentalidade. O presidente Ikeda explica que a prática da fé é a base para boa sorte, estabilidade e saúde de uma família. Em seu livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, ele coloca que a “Família deve ser a influência mais positiva, ou a ‘boa amiga’, para as crianças polirem a sua humanidade”.1 Em outro trecho, ele orienta que “É importante se esforçar para se tornar um pai ou uma mãe que age com sabedoria”.2 Os pais são modelos para os filhos que seguem os exemplos deles. É importante que busquem ser um exemplo positivo, pois não adianta impor limites às crianças se os pais ficarem o tempo todo mexendo no “celular”. Ao estabelecerem regras e horários específicos para o uso de telas, os pais podem dialogar com os filhos para que, juntos, encontrem o melhor caminho. Daisaku Ikeda aponta o diálogo como forma de conectar as pessoas. O diálogo de coração a coração permite um relacionamento saudável entre pais e filhos. Sensei diz que se “Chegaram à conclusão de que TV ou videogame em excesso estão influenciando seus filhos de forma negativa, é importante dialogar sobre isso com eles e estabelecer limite de tempo”.3 Os familiares também podem incentivar e promover atividades alternativas que não envolvam telas. Isso pode incluir brincadeiras ao ar livre, leitura de livros, atividades criativas como desenhar ou tocar um instrumento musical, participar de esportes ou de outras atividades físicas. Ao fornecerem diversas opções, os pais podem ajudar os filhos a desenvolver um conjunto completo de interesses e habilidades. Tudo isso envolve mudar os hábitos que implicam alterar a rotina. Para o escritor americano Charles Duhigg, existem três etapas para que uma atividade se torne um hábito: gatilho (o que o motiva), rotina (frequência da ação) e recompensa (efeito causado). Quando o cérebro consolida essas três etapas, pronto, formou-se um hábito. A fim de quebrar um hábito, principalmente ruim, é preciso ter grande força de vontade, pois é necessário identificar essa estrutura para criar um comportamento. No caso do uso excessivo de telas, ao encontrarmos uma alternativa saudável que ainda forneça uma sensação de recompensa, podemos gradualmente substituir o antigo hábito por um novo. Em uma atividade que tratou do tema “tecnologia”, Rosa Cristina Almeida, integrante da BSGI, relatou sua experiência: “Estava enfrentando dificuldades com meu filho. Ele já não queria ir à escola, só queria ficar no celular. Eu tive várias reclamações da escola de que ele não queria fazer nada. Aqui em casa também, só queria jogar. (...) E ao usar a criatividade, sair com ele, brincar, esquecer um pouco o celular (...) é que consegui administrar os horários para uso do celular e do computador. Não foi fácil. Porém, com muito daimoku, paciência e dedicação, fui participando mais do dia a dia dele, (...) preenchendo muito mais a vidinha dele.” Para o presidente Ikeda, não há tarefa mais nobre do que se dedicar ao desenvolvimento dos jovens. Mesmo sem ter muito tempo para se relacionar com seus filhos, procurava criar boas recordações com eles. Ikeda sensei diz ainda que o comportamento problemático dos filhos tem alguma razão e “devemos nos esforçar para compreender o motivo”, sintonizando nosso coração ao deles. Os pais desempenham papel importante na criação e formação dos filhos. Para tanto, devem compreender o que se passa no coração deles, perceber suas necessidades e promover um ambiente familiar saudável, e assim poderão ajudá-los a avançar. Os resultados dependerão sempre do compromisso, do envolvimento e do empenho de todos os membros da família, lembrando que é preciso entender que você — pai, mãe ou responsável — tem papel fundamental nisso e que é necessária a ação de sua parte, principalmente sendo um bom exemplo. Não é uma tarefa fácil, mas o resultado será gratificante, pois, ao final, os filhos se tornarão ativos, sociáveis, saudáveis e felizes. Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Norte-Sul Paulistana (CNSP) Fontes: DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. Objetiva, 2012. IKEDA, Daisaku. A Família Criativa. Editora Brasil Seikyo, 2009. A Influência da Tecnologia na Infância: Desenvolvimento ou Ameaça? Psicologia. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf Acesso em: 12.jul. 2023. 11:15 Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-lanca-conjunto-de-orientacoes emdefesa-da-saude-das-criancas-e-adolescentes-na-era-digital/ Acesso em: 12 jul. 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. 2. Ibidem. 3. Ibidem. Foto: GETTY IMAGES
10/08/2023
Notícias
BS
Legado eterno
Brazlândia é a segunda cidade satélite mais antiga do Distrito Federal, a aproximadamente 50 quilômetros do Plano Piloto. Ela abriga cerca de 54 mil habitantes na zona urbana e 34 mil na zona rural. Nesses dois polos, encontramos os membros da Soka Gakkai que integram uma comunidade e um distrito de nome idêntico ao do município. Os dois blocos existentes atualmente são o Vila São José, mais na área urbana, e o bloco Setor de Chácaras, com os participantes de ambos os blocos unidos com o objetivo de fortalecer a estrutura, oferecendo incentivo direto às famílias na prática da fé com visitas familiares, atividades direcionadas ao estudo de ação e muito diálogo. O Distrito Brazlândia integra a Área Taguá Norte e, desde fevereiro, conta com as lideranças jovens nomeadas e em pleno vigor, assumindo a dianteira das programações. Motivo de extrema alegria para os veteranos Bruno Cesar Alves de Azevedo e Aiko Miura, respectivamente, líder do distrito e responsável pela Divisão Feminina (DF). “Estamos trazendo um a um os membros, muitos da terceira e quarta gerações de praticantes, que passam a entender com a vida a missão e o legado de seus antecessores”, enfatiza Aiko. Já Bruno fortalece os meios pelos quais essa organização de base vem assentando sua força: estudo e mais estudo, procurando nas explanações oferecidas por Ikeda sensei a fonte de vitória diante das dificuldades. Com esse apoio essencial, as lideranças jovens se sentem confiantes na promoção de atividades. Estão também buscando o aprimoramento na carreira profissional para contribuir da melhor forma. Gabriel Akito Okamoto, vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito, como professor do idioma japonês, se propõe a inspirar outras pessoas por meio do seu esforço. Nativo do Japão, veio para o Brasil aos 12 anos. “Não sabia nada de português e tive de aprender às pressas. Com muito esforço, ingressei na faculdade pública na área de meu conhecimento. Agora, sou formado, atuo na profissão e meu objetivo é expandir ainda mais e poder incentivar os jovens da Gakkai.” Na liderança das meninas do distrito está a nova responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Daniele Pereira dos Santos Moreira. Ela integra a Soka Gakkai há oito anos, embora tenha conhecido o budismo na adolescência. “Fiquei encantada com os membros, que, independentemente da idade, são sempre cordiais e simpáticos uns com os outros. Parecia que tinha encontrado um lugar onde me sentia à vontade, ou melhor, em casa. Nesses oito anos, esse sentimento é sempre renovado a cada encontro com os membros nas atividades da BSGI”, relata Daniele. Apesar de ser a única praticante na família, reforça, sempre recebeu o apoio dos membros do distrito quanto ao incentivo para os sonhos nutridos no coração. “Consegui fazer faculdade”, vibra, manifestando gratidão. “Quero apoiar e incentivar os membros, assim como meus veteranos fizeram por mim, e para que nosso distrito se desenvolva cada vez mais”, determina. São constantes as visitas que realiza junto com a responsável pela DF do distrito. “Várias jovens estão retornando ao convívio Soka. Uma grande vitória”, celebra Aiko. Ela, que mora em uma chácara, abre a casa aos animados e envolventes encontros de diálogo, “para criar e fortalecer os laços de amizade”. Visita promovida aos jovens no Bloco Vila São José, tendo Ana Yukari ladeada por Gabriel Akito, Marcos Vinicius, e os irmãos Lucas e Bruno Alves. Outra grande conquista para os líderes do distrito centra-se nas pessoas valorosas que se levantam e assumem o movimento na base, com histórias de vida para lá de inspiradoras. No Bloco Vila São José, o depoimento vem de Bruna Alves, vice-responsável pela DF. Ao iniciar a prática do budismo em 2015 e superar uma depressão profunda, sua condição de vida se expandiu. “Desafiar uma grande revolução humana na minha família e na minha comunidade, para que as pessoas possam sentir, vivenciar o que o Budismo de Nichiren Daishonin pode fazer na vida delas.” E no Setor de Chácaras, a responsável pela DF, Rebeca Massumi Ogawa Arnor, relata que, apesar de ter nascido numa família budista, ficou afastada da organização por 25 anos. “Mas retornei às minhas origens em 2019, quando recebi meu Gohonzon”. A partir de então, segue com os companheiros do distrito, com o objetivo de “junto com os membros, vencer em todos os aspectos”. Para tanto, todas as terças realizam o Daimoku da Vitória com foco na aplicação das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”. “Também objetivamos transformar nosso distrito em uma área e, para isso, oramos o daimoku do rugido do leão todos os dias. Avançar sem deixar ninguém para trás!” Como as lideranças de bloco visualizam amplo crescimento da organização, por meio do fortalecimento de cada família, vislumbra-se um futuro de triunfo e solidez, tal qual têm em mente os líderes do Distrito Brazlândia, com base no estudo para fortalecer a prática dos membros. Eles têm na mira as pessoas das pequenas cidades do entorno do município, que receberão o abraço dos membros Soka para se unirem ao dinâmico avanço de coração a coração em curso. “O legado de nossos veteranos não será em vão. Vamos transmitir essa herança da Lei Mística para toda a região”, selam as lideranças. Momento de integração DF/DFJ: da esq. para a dir., Sumiko Miura, Marileide Lopes, Fátima Gomes, Bruna Alves (ao fundo), Iraina Cerqueiro e Daniele Pereira Na entrega do BS no pós-pandemia, da esq. para a dir., estão Aiko Miura, Ana Yukari, Daniele Pereira, Darah Nóbrega e Carla Lorena Rebeca Ogawa e sua shakubuku Patricia Magalhães Vitor, 8 anos, lê o BS para a bisavó Yuriko OgawaNo topo: reunião do Bloco Setor de ChácarasFotos: Colaboração local
10/08/2023
Livros
BS
Eixos da cultura de paz
Os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), serão brindados em primeira mão com uma obra literária que coloca em pauta os eixos para a cultura de paz. São conceitos e reflexões que lançam luz sobre a premente necessidade de se estabelecer relações humanas baseadas na busca de entendimento. O Princípio Humanístico, em suas 248 páginas, elucida o valor do diálogo e o princípio humanístico que deve regê-lo ao mesmo tempo em que o exercita. O próprio livro é o resultado de um diálogo tecido com os fios da tolerância, entre dois importantes interlocutores do pensamento contemporâneo, que partem de premissas filosóficas e religiosas, a princípio, diferentes: o budismo e o cristianismo. São eles o pacifista Dr. Daisaku Ikeda e o presidente honorário da Academia Europeia de Ciências e Artes, Dr. Felix Unger. O Dr. Unger é uma autoridade mundial em cirurgia cardíaca que salvou, com sua habilidade comprometida, inúmeras vidas. O Dr. Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), se dedica ao fortalecimento de uma sociedade baseada na dignidade da vida, fundando instituições que promovem ações em prol da paz, do intercâmbio cultural e da educação humanística, além de empreender diálogos com líderes, pensadores e especialistas de várias vertentes do conhecimento (até a edição inicial da obra já havia dialogado com mais de 1.600 personalidades). A SGI está presente hoje em mais de 192 países e territórios, promovendo o humanismo. O pensamento de ambos os autores se converge para uma única verdade: não há saída para a cultura de paz sem o diálogo imbuído da virtude da tolerância. As ações direcionadas por essa virtude serão os alicerces dourados da paz. Nesse sentido, os diálogos são cada vez mais necessários para que distantes noções filosóficas se aproximem e criem as bases para a paz em um mundo propenso a fundamentalismos e ideologias. Nas páginas de O Princípio Humanístico são destacados temas atuais e de muita relevância. A obra também estimula reflexões no sentido da concepção de relações humanas, ao construir pontes e não miná-las com fundamentalismos e rigidez ideológica. O diálogo, nesse sentido, no consenso dos dois, nos abre para a experiência e a visão do mundo do outro, e essa abertura amplia nossos próprios horizontes. O caminho que melhor nos ajuda a descobrir nossa humanidade compartilhada e a retornar aos valores universais. Num artigo intitulado “A missão da Nossa Rede Soka: Unir a Humanidade com o Espírito de Compaixão”, o presidente Ikeda enfatiza que “O budismo existe para aqueles que estão enfrentando o maior sofrimento. A luz da compaixão brilha quando criamos empatia por essas pessoas, quando sentimos sua dor como se fosse a nossa, quando entramos em ação colocando-nos no lugar delas”.1 Na obra lançamento do CILE, os autores enveredam também por questões de saúde, alimentação, bioética, limites da engenharia genética, transplante de órgãos, eutanásia, prática médica e ética. E a defesa do meio ambiente, considerando a necessidade de medidas urgentes. Algumas atitudes ambientais sempre foram compartilhadas pelo budismo e pelo cristianismo, pontuam. Agosto se reveste, portanto, da oportunidade de abrir caminhos para a cultura do diálogo, com essa obra estimulante para o convívio na família e na sociedade. Pontes para uma nova era de paz, a partir da ação de cada um. Veja aqui os kits de agosto para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas PLANO OURO1 livro lançamento1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em julho o livro O Princípio Humanístico: Diálogo sobre a Compaixão e a Tolerância. Garanta o seu! Assine até 31/07/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura!Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos.Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS Nota:1. Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016, p. 44.
13/07/2023
Incentivo do líder
BS
Um gesto de amor
Queridos companheiros da BSGI, Sou Mario Marcio e é um prazer dialogar com todos vocês! Gostaria de realizar algumas reflexões sobre as minhas experiências ao longo desses anos em que pratico este extraordinário budismo. Fui criado pela minha avó, uma mulher sem escolaridade, mas de grande sabedoria e coragem. Lembro-me muito bem do quanto ela desafiava a recitação do daimoku. Acredito que esta prática gerou a condição para que criasse inúmeros “valores humanos”, atraindo mais e mais pessoas com o modo carinhoso e humano com que ela tratava a todos. Nunca vou me esquecer disso! Ela era uma verdadeira rainha do kosen-rufu! Minha avó sempre tinha a preocupação de me conectar com as atividades da organização. Tenho o orgulho de falar que cresci nos jardins da Soka Gakkai, construindo uma relação pura e verdadeira com o Mestre. Quando iniciei minha atuação na Divisão Masculina de Jovens (DMJ), havia um líder de comunidade que aos sábados vinha me visitar. Recitávamos gongyo e daimoku e estudávamos orientações de Ikeda sensei. Após isso, ele me levava para visitar os membros. Confesso que não entendia muito aquele esforço, mas sempre o recebia e atendia à sua convocação. Hoje, sei que aquela dedicação e o exemplo da minha avó fizeram com que eu me tornasse um ser humano que tem como base prezar cada pessoa. Mas como seria realmente prezar cada pessoa? Penso: “Até que ponto, na prática, eu consigo prezar as pessoas?”. É uma ação que realmente necessita da nossa benevolência, do esforço de olhar além de nós mesmos, de criar o tempo e o momento de estar com as pessoas, porque não sabemos se será a última vez. Nesse sentido, tive a oportunidade de viver uma experiência única. Ao saber da enfermidade de um nobre companheiro, veterano dos tempos da banda masculina Taiyo Ongakutai, criei uma condição de prontamente visitá-lo, pois ele estava em processo de conclusão de sua missão. Assim, junto com a esposa dele e outro companheiro da fé, recitamos daimoku com a firme determinação de que sua existência se tornasse repleta da iluminação do estado de buda. Foi um momento muito emocionante! Na mensagem de Ikeda sensei para convenção comemorativa dos trinta anos de sua última visita ao Brasil, ele diz: No capítulo 25, “Portal Universal”, do Sutra do Lótus, consta: “Contempla os seres vivos com olhar compassivo. O mar de seus benefícios acumulados é imensurável”.1 Daishonin demonstra por meio desse trecho do sutra que, ao incorporar a benevolência da Lei Mística, imensuráveis boa sorte e sabedoria, tal como o vasto mar, se manifestam na própria vida e na vida dos outros, na sociedade e na nação. Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós.2 Então, queridos companheiros, neste momento de reconstrução da vida e da organização, após o drama da pandemia, vamos nos levantar com a mais sublime benevolência do Buda e prezar a cada pessoa que se encontrar diante de nós. Este é o desejo de Ikeda sensei de que possamos juntos construir uma nova época de respeito à diversidade humana, um mais um, expandindo a grande esperança do kosen-rufu pelas terras do nosso amado Brasil. Forte abraço a todos e muito obrigado! Mario Marcio Leite da Silva Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 25, p. 306.2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3.
13/07/2023
Especial
BS
Epopeia de mestre e discípulo pela paz
No dia 6 de agosto, comemoram-se trinta anos desde que o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, começou a escrever o romance Nova Revolução Humana. “Essa obra é minha carta diária para todos vocês.”1 Com esse sentimento, Ikeda sensei se dedicou ao longo de 25 anos, desafiando o limite da própria existência, a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, finalizados em 8 de setembro de 2018. Era 6 de agosto de 1993, quando o Mestre, aos 65 anos, empunhou a caneta para dar início ao grandioso empreendimento no dia que marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Seu desejo era gravar para a posteridade o avanço da Soka Gakkai fundamentada na pura relação de mestre e discípulo, narrando também fatos marcantes da vida dos membros e perpetuando suas vitórias conquistadas por meio da prática da fé. O local escolhido para começar a escrita foi o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. A localidade trazia vívidas lembranças ao presidente Ikeda, pois foi o berço da obra precursora, Revolução Humana. No verão de 1957, ele decidiu escrever esse romance biográfico sobre a vida do seu mestre, segundo presidente da organização, Josei Toda. Revolução Humana Era 14 de agosto, décimo aniversário do primeiro encontro entre os dois. Toda sensei se recuperava de uma enfermidade, mas sua mente se mantinha constantemente ocupada preparando sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro. Ikeda sensei relembra: Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.3 Com esse sentimento e determinação, após o falecimento do presidente Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei deu continuidade ao romance iniciado por seu mestre sete anos antes. Os doze volumes narram a história da reconstrução da organização sob a liderança de Toda sensei logo depois do término da Segunda Guerra Mundial. Sua publicação efetiva, em partes no jornal Seikyo Shimbun, começou em julho de 1965 e, no mesmo ano, o primeiro volume foi lançado. Em 1993, na data de aniversário do presidente Josei Toda, 11 de fevereiro, Ikeda sensei concluiu a obra Revolução Humana cujo posfácio ele redigiu na cidade do Rio de Janeiro, durante a sua quarta visita ao Brasil. Nova Revolução Humana O presidente Ikeda comenta: Inclinei-me a escrever o romance Nova Revolução Humana porque ponderei que a narração do desenvolvimento da paz no âmbito mundial, após o falecimento do professor Josei Toda, comprovará a verdadeira grandiosidade do meu venerado mestre. Tenho pensado também que é preciso perpetuar o espírito do meu mestre para todo o futuro, deixando como herança o registro do “caminho do discípulo” para todos os sucessores.4 Assim, na obra, a narrativa da trajetória de Ikeda sensei, representado com o pseudônimo de Shin’ichi Yamamoto, começa com sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960, e sua primeira viagem ao exterior no mesmo ano. “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade.”5 As primeiras palavras do capítulo “Alvorecer”, do volume 1, expressam a determinação do presidente Ikeda de transformar o destino da humanidade com base no Budismo de Nichiren Daishonin e estabelecem um marco na história do kosen-rufu. Ele comenta: É possível observar em muitas partes desse romance narrativas sobre o drama da transformação do destino. Considerar o “carma” como “missão” — essa ideia de reviravolta se tornou a filosofia de vida dos companheiros Soka para enfrentar as adversidades e está enraizada no modo de vida de cada um. A Nova Revolução Humana está tingida pela “filosofia da esperança e da coragem” fundamentada no Budismo Nichiren. Na leitura aprofundada dessa obra e a sua aplicação no dia a dia se encontra o verdadeiro caminho para a “transformação do destino de toda a humanidade”.6 Obra grandiosa O romance é considerado a obra de maior tempo publicada em partes em um jornal diário. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos mais de 50 milhões de exemplares em diversas línguas. O autor mescla momentos marcantes vivenciados por ele ao mesmo tempo em que narra a trajetória vitoriosa dos membros. Intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, as histórias de várias civilizações e de diversos países, além de diálogos memoráveis que teve com personalidades. Exemplares da edição em português da Nova Revolução Humana Dedicados ao Brasil O Brasil tem destaque na obra. Logo no primeiro volume, no capítulo “Desbravador”, o autor relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamo-to ao país em 1960. Nesse episódio encontra-se a famosa frase “Contudo eu irei...” que até hoje inspira os membros da BSGI. Outro momento em que o Brasil é citado consta no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, o autor conta sobre o período em que o protagonista faz a segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984. Atualmente, no Brasil e no mundo, os membros da Soka Gakkai, em especial os jovens, empenham-se na leitura e no estudo da Nova Revolução Humana, aplicando os incentivos de Ikeda sensei na própria vida a fim de comprovar os ideais humanísticos do Budismo Nichiren e eternizar a relação de unicidade de mestre e discípulo por todo o futuro. Levantar-se como Shin’ichi Yamamoto A seguir, trechos da entrevista, publicada no jornal Seikyo Shimbun do dia 3 de outubro de 2018, com o vice-presidente da SGI, Hiromasa Ikeda, realizada por ocasião do lançamento da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”. Escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, um trabalho dedicado de 54 anos, resultou do empenho em cada instante disponível, mesmo em meio a intensas atividades ou nas viagens ao exterior. Nossa gratidão por esse árduo esforço é imensa. * * * Os dois romances convergem para a ilimitada confiança e respeito de que “a grandiosa revolução humana de uma única pessoa” despertará a condição de bodisatva da terra de inúmeras pessoas. A Nova Revolução Humana traz vários relatos de pessoas que venceram na transformação do destino, superando o que parecia impossível, com base em dois pontos-chave, o juramento seigan e o princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado” (ganken ogo). * * * Parece difícil ler todos os trinta volumes do romance, mas é importante fazer esse esforço. Pode-se começar por qualquer volume, seja qual for o episódio. Sugiro, por exemplo, que leiam profundamente as passagens com as quais se identificarem ou que narram a respeito do local em que vivem atualmente ou sobre sua terra natal. * * * A chave da vitória no futuro dependerá de como nos aprofundaremos e poremos em ação a Nova Revolução Humana na posição de discípulos, e de que maneira vamos incorporar e transmiti-la corretamente às gerações posteriores. Pode-se dizer que a Divisão dos Jovens é a “geração da Nova Revolução Humana”. São possuidores desta missão. Manter por toda a eternidade o juramento seigan pelo kosen-rufu, fazendo prosperar e resplandecer a própria vida e a dos outros — nós temos a missão de corresponder a esse sentimento de Ikeda sensei. Que cada um de nós, dedicando-nos dia após dia ao estudo da Nova Revolução Humana, sigamos expandindo pontes de paz, felicidade e senso de missão pela paz no mundo. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Saiba mais: Acompanhe as matérias publicadas no Brasil Seikyo com trechos do romance Nova Revolução Humana na série “Aprender com a Nova Revolução Humana” e na editoria Rede da Felicidade. Atualmente, o BS também publica, em partes, o capítulo “Sino do Alvorecer” do volume 30-I. Para adquirir os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, acesse o site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) . Você também pode assinar o CILE Digital com a versão virtual das obras. Se você é assinante digital, veja os vídeos da série “Aprender com a Nova Revolução Humana ” No topo: presidente Ikeda dedica incansavelmente a registrar em suas obras o espírito básico da relação de unicidade de mestre e discípulo pelo bem das futuras gerações Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Idem, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6. Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C4. Fotos: Seikyo Press / BS Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 356, abr. 1998, p. 22.2. Brasil Seikyo, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C5.3. Idem, ed. 2.431, 11 ago. 2018, p. A3.4. Ibidem.5. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2019.6. Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6.
13/07/2023
Especial
BS
Legado perene para o futuro da humanidade
Comemorando os trinta anos do início da escrita do romance Nova Revolução Humana, Brasil Seikyo publica reflexões do autor, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre os desafios e as expectativas durante essa histórica jornada. Em 1957, último verão do meu mestre, decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade. Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa. Nesses momentos, pensava muito sobre o que escreveria em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. Sua luta era incessante e intermi-nável, exatamente como afirma a passagem do Sutra do Lótus: “Essa prática, própria de um buda, eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer”.2 Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta. Fonte: Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017. * * * Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade. A grandiosidade de um rio demonstra a imponência de sua nascente. Inspirei-me para escrever a Nova Revolução Humana — como continuação da Revolução Humana — em razão de o kosen-rufu ter alcançado tamanho progresso mesmo depois do falecimento de meu mestre; e esse fato serve como prova genuína de sua grandiosidade. Além disso, para que a posteridade conheça a essência do Sr. Toda, concluí que seria preciso registrar o caminho que seus discípulos e sucessores seguiram. Mas, para realizar essa tarefa, seria impossível não falar de mim mesmo, o que me deixou num verdadeiro dilema.3 Existe também uma infinidade de questões e problemas que devem ser resolvidos para que a paz duradoura — alicerçada no kosen-rufu global — possa enfim se tornar realidade. Receava ainda se conseguiria tempo suficiente para mais esse empreendimento. Devo admitir que, nesse momento, pensei em solicitar a outra pessoa que desse continuidade à nova série. Entretanto, mesmo que essa outra pessoa pudesse narrar minhas viagens e meus diálogos, ela não seria capaz de descrever o que se passava em minha mente e em meu coração. Existe um aspecto da verdadeira história da Soka Gakkai que somente eu conheço. Além disso, recebi insistentes pedidos do Seikyo Shimbun para publicar a série da Nova Revolução Humana. Apesar de já ter várias outras preocupações, ponderei sobre essa realidade e, então, decidi pegar novamente minha caneta e começar a escrever. Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão. Goethe, Hugo e Tolstói continuaram trabalhando para registrar suas convicções, com todo o vigor, mesmo após os 80 anos. Eu ainda tenho 65 anos, sou jovem. Assumi a responsabilidade da Nova Revolução Humana como a obra da minha existência. Determi-nei escrever ininterruptamente, aplicando o máximo de habilidade para eternizar o caminho genuíno e adamantino de mestre e discípulo. Comprometo-me também a relatar as glórias conquistadas pelos preciosos filhos do Buda, que avançam orgulhosamente pelo ideal da paz mundial exatamente como Nichiren Daishonin ensinou. A verdade e a falsidade, o bem e o mal, os vencedores e os perdedores — todos serão retratados sob a mais clara luz da realidade. Sinto que o presidente Toda está sempre ao meu lado, a me observar. Fonte: IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 7-8, 2019. * * * Se não escrever agora, quando vou fazê-lo? Este é o meu real sentimento. Em meu coração pulsa a forte determinação da batalha de palavras. O grande caminho do kosen-rufu deve ser criado neste momento. Para eternizar essa ampla e profunda trajetória da propagação, devo registrar por escrito agora, de forma solene. Estou certo de que essa é a importante estratégia da batalha da Lei para a posteridade. Os Últimos Dias da Lei são a época de “conflitos e disputas”, isto é, a “era da batalha de palavras”. Ao descrever a vitória de uma pessoa de coragem que perseverou na Lei Mística em contrapartida aos opressores, Daishonin escreveu: “E por eu escrever isso agora, as pessoas do futuro reconhecerão minha sabedoria”.4 O registro claro da verdade por escrito torna-se o espelho límpido para as pessoas do futuro. Se não narrá-la, a verdade não será preservada. O silêncio apenas intensifica a escuridão. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.431, 22 ago. 2018, p. A3. * * * Seis de agosto de 1993 — eis a data de quando iniciei a primeira parte do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Nesse mesmo dia, reencontrei o Dr. Neelakanta Radhakrishnan, ex-diretor do Museu Memorial Gandhi da Índia, no Centro de Treinamento de Nagano. Antecedendo o nosso encontro, o Dr. Radhakrishnan citou a frase de Gandhi que diz: “A força do espírito é mais forte que a bomba atômica” — com base nessa afirmação o Dr. Radhakrishnan manifestou sua profunda simpatia e admiração pelo nosso movimento de paz. Ele afirmou: “O movimento pela paz promovido pela SGI traz à tona a força do espírito inerente em todas as pessoas e, consequentemente, gera a paz mundial que a humanidade tanto anseia”. Dias 6 e 9 de agosto de 1945 representam as datas em que Hiroshima e Nagasaki vivenciaram a força da bomba atômica. Sete meses antes do seu falecimento, meu venerado mestre, Josei Toda, fez sua declaração sobre a abolição das armas nucleares. Nela, o presidente [Josei] Toda declarou categoricamente que “a verdadeira natureza das armas nucleares é demoníaca e usurpa o direito de viver dos seres humanos. É o mal absoluto”. Ele confiou aos jovens para que infalivelmente eliminassem esse mal da superfície da Terra. Renovando o meu juramento de concretizar esse eterno legado de meu mestre, escrevi o trecho na abertura do primeiro capítulo do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A3. Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359, 2019.2. The Lotus Sutra [Sutra do Lótus], cap. 16, p. 226.3. Para narrar o romance Nova Revolução Humana, Daisaku Ikeda adota o heterônimo Ho Goku [ho = “Lei”; goku = “percebedor”. Assim, “Ho Goku” significa “Percebedor da Lei”]. Nessa obra, como protagonista, ele assume também o pseudônimo Shin’ichi Yamamoto.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 643, 2020.
13/07/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Nichiren Daishonin e a ação política
Uma pessoa com engajamento político é alguém que se preocupa com o bem-estar coletivo, com os rumos da sociedade e da localidade em que vive. Nesse sentido, além da atuação nos campos religioso e doutrinário, tanto Nichiren Daishonin (1222–1282) quanto os três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda — tiveram, ao longo da vida, uma visão aguçada do contexto político-social em que viviam e promoveram ações concretas para a transformação da realidade. Os temas sociais e políticos que chamaram a atenção de Daishonin refletem a conjuntura de sua época. Ele viveu no Japão medieval durante o chamado período Kamakura (1192-1333). A forma de governo era a diarquia, em que a chefia era compartilhada pelo imperador (que vivia em Quioto, junto com a aristocracia) e pela família ou clã que obtivesse a hegemonia militar. Yoritomo Minamoto (1147–1199) estabeleceu sua base em Kamakura e foi o líder do clã que se sobressaiu à época. Ele recebeu, em 1192, o título de xógum, comandante supremo, maior honraria concedida a um guerreiro. Iniciou-se assim o período Kamakura e o sistema de xogunato (ou bakufu), que perdurou por quase setecentos anos. Após a sua morte em 1199, o poder passou para a família de sua esposa, Masako, dando início ao período da regência Hojo. O pai de Masako, Tokimasa Hojo, foi o primeiro de um total de nove membros da família Hojo que se sucederam na função de regente até o fim do período Kamakura (1333). Durante a vida de Daishonin, seis regentes da família Hojo se sucederam. A época de Daishonin foi também um período muito conturbado, com uma sequência de distúrbios de ordem natural e social, tais como terremotos, enchentes, ventanias, tempestades, epidemias, secas e escassez de alimentos. As transformações sociais com o declínio da aristocracia e a ascensão dos grupos de guerreiros e militares estão ligadas ao interesse por religiões com ensinamentos e cultos mais simplificados, quando comparados com as formas antigas de budismo. Daí a popularidade e o prestígio alcançados pelas escolas budistas associadas à Terra Pura (Nembutsu), Zen, Palavra Verdadeira (Shingon) e Preceitos (Ritsu). Sensibilizado por esse ambiente, Daishonin mergulhou nos estudos dos escritos budistas e dos antigos sutras até compreender que os distúrbios e os problemas diversos pelos quais o país passava estavam precisamente relacionados com a difusão dos ensinamentos associados às escolas budistas mais populares e, por contraste, à pouca importância dada aos ensinamentos contidos no Sutra do Lótus. Essa compreensão norteou as ações de Daishonin pelo restante de sua vida, ações essas concentradas na produção de textos e documentos de admoestação enviados às autoridades, de um lado, e o combate às crenças das várias escolas budistas, do outro, tanto por meio de seus escritos como de desafios e debates públicos com os líderes de tais seitas. Como resultado de sua atuação, Daishonin atraiu a ira das autoridades militares e religiosas sofrendo inúmeras perseguições e exílios, que tampouco pouparam seus discípulos. O texto de admoestação mais conhecido de Nichiren Daishonin é Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, mas não é o único. Também merecem destaque as “onze cartas de advertência”,2 enviadas a líderes políticos e religiosos em 1268 ante a iminente ameaça de invasão mongol. Em Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, escrito em 1260 e enviado a Tokiyori Hojo, que já não era mais o regente, mas ainda exercia forte influência, Daishonin atribui o período de instabilidade vivido pelo país em função dos desastres naturais à crença nos ensinamentos da escola Terra Pura. Adverte que se as pessoas continuarem a ignorar os ensinamentos do Sutra do Lótus, o país sofreria duas outras calamidades que ainda não haviam sido verificadas: as “revoltas dentro do próprio reino” e a “invasão estrangeira”. E, de fato, em 1272, houve a tentativa frustrada de tomada do poder dentro do clã Hojo e as tentativas de invasão do país pelos mongóis em 1274 e em 1281. A importância e atualidade do referido escrito reside no fato de que ele norteia nossa ação como budistas na sociedade, fazendo a conexão entre nossa transformação individual (revolução humana) e a transformação social (kosen-rufu). Como resume o presidente Ikeda: Daishonin fez seus os sofrimentos das pessoas e se levantou pela causa do kosen-rufu, hasteando a bandeira da verdadeira Lei em prol da realização da paz e da felicidade. Seu propósito era erradicar a miséria real que ele via à sua volta. Com suas ações, ele nos mostrou que a missão religiosa de “estabelecer o ensinamento do budismo” é concluída pelo cumprimento de nossa missão de “assegurar a pacificação da terra”. Nesse ponto reside a afinidade do budismo com as atividades e preocupações da sociedade, que abrangem as esferas da política, da educação, da cultura e da economia.3 Baseando-nos no comportamento do buda Nichiren Daishonin, que promoveu ações contundentes de transformação da sociedade por meio de uma postura não violenta, vamos aprofundar nossa prática da fé com a consciência de que o exercício budista constante e diligente está intrinsecamente ligado às nossas ações diárias para transformar positivamente toda a realidade que nos rodeia. Fontes: A Vida de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2007.IKEDA, Daisaku. Diálogo Sobre Religião Humanística. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2019.Medieval Japan. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britaniica.com/place/Japan/Medieval-Japan Ilustração: GETTY IMAGES Notas:1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. Publicadas na Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 732 a 750, 2017.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 38, 2019.
13/07/2023
Relato
BS
Juventude de esperança
Como é gratificante vivermos uma juventude na qual encontramos valor em tudo. Com a certeza de como essa afirmação faz todo sentido para mim, e que possa também inspirar os que estiverem lendo, compartilho com vocês um pouco da minha jornada. Sou a Ariana Kelly, faço parte da Juventude Soka, pratico o Budismo Nichiren há 29 anos, atuando na organização no Rio de Janeiro. Aprendi desde muito cedo a importância da oração no budismo. Minha mãe iniciou a prática aos 44 anos, em 1994, a partir da luta dos membros do Rio de Janeiro após a visita de Ikeda sensei em 1993, eu tinha 8 anos. Sem conseguir terminar o ensino fundamental 1, ela estava desempregada, com uma filha pequena para criar e com a necessidade de apoiar a família. Desafiou então orar mais de cem horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) em uma semana, com a comprovação surgindo em forma de um novo emprego, onde ela ficou por quase vinte anos até se aposentar. Bem, tive uma adolescência difícil, com muitas dificuldades financeiras e desarmonia com minha mãe. Em todo esse processo, muitas companheiras da Gakkai estiveram ao meu lado, visitando-me e me incentivando. Elas acreditaram na capacidade da Ariana de se tornar uma pessoa melhor, nutrindo sonhos e gratidão. Aos 16 anos, resolvi praticar seriamente. Determinando não fazer parte das estatísticas negativas da sociedade, lancei-me aos desafios e às atividades que a organização proporcionava. Consegui vencer a relação de desarmonia com minha mãe. Passei a orar para amar e ter gratidão a ela, consegui mudar meu coração e hoje somos grandes amigas. Aos 20 anos, desafiei-me a entrar em um curso superior. Para tanto, estudava doze horas por dia durante a semana mesmo trabalhando, fazia daimoku e usava o fim de semana para me dedicar às atividades da organização, atuando como líder de comunidade. Consegui, assim, ser aprovada no vestibular. Foi nesse ano que concretizei minha primeira shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo). Como boa carioca, foi no samba; e de lá para cá, eu me esforço para encontrar as pessoas e apresentá-las à prática budista. Em 2009, aos 23 anos, como responsável pelo distrito, vivi a maravilhosa convenção dos jovens, apresentando pela banda feminina Asas da Paz Kotekitai. Mas também foi um dos períodos mais difíceis da minha vida em relação à prática da fé. Comecei a questioná-la, a achar que tudo o que havia conseguido tinha sido somente por meus esforços; a arrogância foi se manifestando. Fui perdendo a paixão de atuar na Gakkai. Com as companheiras da banda Asas da Paz Kotekitai Por meio da leitura das cartas de Nichiren Daishonin, entendia que estava enfrentando os “três obstáculos e quatro maldades”. Naquele momento, decidi vencer. Comecei a recitar forte daimoku e a criar um diário de vitórias. Então, entendi o trecho do escrito O Daimoku do Sutra do Lótus, que diz: “A fé é o requisito básico para entrar no caminho do Buda”.1 Aprendi que a maldade, qualquer que seja ela, só pode ser vencida com daimoku! Fiquei quatro anos nessa batalha espiritual comigo mesma e alcancei a vitória. Após isso, tive a oportunidade de atuar como coordenadora da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Pude desbravar minha vida acadêmica e profissional. Foi nessa liderança que realizei o sonho de encontrar o Mestre em terras japonesas, em 2014 e em 2017. Fui aprovada no mestrado, conquistando o sonho de cursar a pós-graduação. Em um dos cursos no Japão, em 2014 Em dezembro de 2018, mesmo antes de finalizar o mestrado, fui aprovada no doutorado, e, na mesma semana, fui convidada a atuar como coordenadora da Divisão dos Jovens do RJ. Que imensa honra e responsabilidade! Desde essa ocasião, busco me desafiar e vencer todos os dias, conciliando tempo e oportunidade, orando para proteger e fazer avançar esse movimento pela paz que abraçamos. Em 2020, mesmo com o desafio financeiro que o país enfrentava, reuni condições para viver e apoiar quem precisava. Também fui convocada para lecionar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a mesma instituição que homenageou Ikeda sensei em 1993. Foram dois anos de gratificantes aprendizados. Ano passado, determinei que qualificaria minha tese, e conciliando atividades e trabalho iniciei a escrita do projeto. Criei também, com alguns amigos, um instituto, onde atuo no eixo de políticas para garantia de direitos das mulheres e fundei um curso de pós-graduação, em nível de especialização, no campo de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, segmento em que me dedico profissionalmente. Minha qualificação do doutorado ocorreu em outubro de 2022, indo para a fase final neste ano (2023), com previsão de término até 18 de novembro, quando completaremos 93 anos de fundação da Soka Gakkai. Serei a primeira da minha família e de várias gerações a ser titulada como doutora. Titulação de qualificação do seu doutorado Contrariando todas as estatísticas, sigo avante, como uma jovem ainda com muitos sonhos a serem realizados e com a disposição de fazer a diferença e de abrir caminhos onde estiver. Agradeço à Juventude Soka do RJ, por inspirar minha vida, e ao meu companheiro Wellington, que nos últimos sete anos tem atuado ao meu lado. Imensa gratidão a Ikeda sensei, pelos constantes incentivos. Muito obrigada! Ariana Kelly dos Santos é assistente social. Na BSGI, é a atual coordenadora da Juventude Soka do Rio de Janeiro e vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI. No topo: Ariana acompanhada da mãe, Gilza Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 147, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Impulso para o progresso
São José dos Campos é o principal município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba no estado de São Paulo. É nessa região que está o Distrito Paraíso, formado pelas Comunidades Oriente e Morumbi, cada uma com dois blocos. Seus integrantes vivem os desafios de muitas organizações de base da BSGI: a restruturação dos níveis de bloco, por conta do período desafiador da pandemia. Mesmo voltando às atividades presenciais, ainda há membros que não conseguiram participar. A consideração é da responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito, Izabel Fujiwara, que reforça a iniciativa das lideranças de visitar e visitar, buscando chegar ao coração de todos. As programações vêm sendo realizadas por comunidade, e a principal delas é a reunião de palestra mensal. Há ainda o daimoku semanal, o encontro da rede da felicidade e muito estudo, ressalta a vice-responsável pela DF do distrito, Polyana Medeiros Hayashi. A Comunidade Oriente tem como principal característica o grande número de veteranos. Ali estão Pedro Laurindo, vice-responsável pela comunidade, e a esposa Miriam Auxiliadora Saldanha Laurindo, vice-responsável pela DF da comunidade. Põem em prática o direcionamento encontrado na Nova Revolução Humana (NRH), de autoria de Ikeda sensei: Para criar o impulso para o progresso e crescimento, é necessária uma mudança de atitude. Nada mudará se dermos desculpas para a estagnação como “A época está complicada” ou “Não há pessoas capazes suficientes”.1 Dessa forma, realizam desde janeiro, semanalmente, um daimoku de líderes, objetivando a criação de pessoas de grande valor e de jovens sucessores. E uma vez por mês, antecedendo a reunião de palestra, oram juntos para o total sucesso da atividade, encontro este aberto à participação dos membros. “Todos os esforços que estamos dedicando para a nossa transformação individual, bem como para o desenvolvimento da nossa comunidade, estão surtindo efeitos”, vibram os líderes da comunidade, exemplificando os resultados no aumento do número de membros na participação do Kofu (contribuição voluntária), assim como no comparecimento nas reuniões de palestra e nas assinaturas dos periódicos. Na outra comunidade, Morumbi, onde a característica predominante é a presença de membros jovens, os líderes de distrito assumiram o apoio direto. “Até o fim do ano, pessoas valorosas surgirão infalivelmente. Teremos o exame de budismo em setembro e este tem sido nosso maior foco. É o ano do triunfo, vamos marcar o triunfo de nossa localidade”, determinam as lideranças. O Distrito Paraíso integra a RM São José dos Campos Sul. No topo: unidos mais que nunca, participantes do Distrito Paraíso avançam para concretizar os objetivos do segundo semestre Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 122, 2021.
13/07/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Rumo aos 73 anos da Divisão Feminina com “muito mais daimoku”!
Olá, queridas amigas! Parabéns pelo sucesso dos encontros comemorativos dos 72 anos da Divisão Feminina! Foi um momento único, no qual a maioria se esforçou em realizar encontros híbridos, com o tema “Revolução Humana” e os incentivos recebidos da comitiva da SGI. A partir de agora, com “muito mais daimoku” e juntas com Ikeda sensei e Sra. Kaneko, vamos lançar objetivos a ser concretizados dentro dos cem dias (12 de setembro) e até junho de 2024 — 73 anos da Divisão Feminina! Por ocasião de sua recente visita ao Brasil, a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, transmitiu os seguintes incentivos de Ikeda sensei: A vitória-régia é uma planta aquática, típica da região amazônica. Possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água e pode chegar a 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distribuídos. Sua flor de coloração branca a amarela expele uma fragrância noturna adocicada que se sobressai ao rio lamacento. “Vitória-régia” significa “rainha da vitória”. Minha esposa e eu consideramos esse nome como o título concedido às invencíveis mães brasileiras que se empenham persistentemente para manter uma ligação de vida a vida, haja o que houver. Mães e mulheres do Brasil, sorriam e avancem destemidamente.1 Cada uma de vocês é uma rainha da vitória louvada por Ikeda sensei, afirma a Sra. Kasanuki. O budismo nos ensina que, para conquistar a vitória na vida, é necessário manter firme a prática da fé, com um coração determinado a romper com nossas próprias dúvidas e limites, não permitindo que a fraqueza interior domine nossa mente. Essa é a mais importante força para a conquista da felicidade. Na Nova Revolução Humana, volume 1, capítulo “Desbravadores”, consta: Por exemplo — se alguém que sempre viveu como uma rainha, sem grandes dificuldades ou problemas, dissesse que se tornou feliz graças à prática do budismo, ninguém lhe daria ouvidos. Contudo, se uma pessoa doente, de família pobre, menosprezada pelos outros, consegue transformar a vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e ainda uma líder na sociedade, isso será uma esplêndida prova da grandiosidade do budismo. A senhora não concorda que isso levaria outros a querer praticar o budismo também? Ao vencer a situação de grande pobreza, o praticante consegue transmitir esperança a outras pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. Ao adquirir boa saúde e vitalidade, alguém que sempre lutou contra a doença consegue acender a chama da coragem no coração daqueles que enfrentam circunstâncias similares. Ao construir um ambiente familiar feliz e harmonioso, alguém que sofreu com desentendimentos no lar se tornará um líder para outros afligidos por problemas de relacionamento familiar.2 Vamos ser essa pessoa que inspira coragem e incentiva outros por meio da nossa própria comprovação. A Sra. Kasanuki transmitiu as seguintes palavras: “Somente quando os jovens valores são criados calorosamente por seus veteranos e demonstram suas habilidades vivamente é que podemos construir uma rede de paz que perdurará no futuro”. Minhas amigas, julho é o mês dos jovens, portanto, vamos apoiar ao máximo a Juventude Soka em seus encontros, diálogos e reuniões de palestra, envolvendo-os com nosso calor humano, encorajando-os para que manifestem seu pleno potencial em nossa organização, na família e na sociedade, sempre com base numa relação de confiança, respeito e amizade. Um forte e caloroso abraço! Aproveitem as férias com seus familiares e amigos! Divisão Feminina da BSGI Felizes e vitoriosas Relatos de comprovação de integrantes da Divisão Feminina Agradeço a vocês pela oportunidade de compartilhar a imensa alegria que senti ao atuar no encontro comemorativo dos 72 anos da Divisão Feminina. Como sempre falo, “Tudo começa e termina com a oração”. Nosso maior objetivo sempre foi prezar cada membro, inclusive com a realização de visitas. Defini com cada componente da DF o melhor dia e horário e todas as visitas foram feitas presencialmente. Em mãos, levei o Brasil Seikyo com a matéria da reunião comemorativa da Divisão Feminina e uma pequena lembrança oferecida pela comunidade. Uma nova história começa aqui e agora, e minha decisão, rumo aos 73 anos da Divisão Feminina, é dar continuidade com ânimo e coragem e transmitir alegria, leveza e sabedoria. Elaine Cristina de Almeida Oliveira - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Internacional, CGESP *** O distrito vem realizando daimoku on-line todas as segundas-feiras para o fortalecimento individual por meio da prática da fé. Como resultado, nomeamos duas novas integrantes da Divisão Feminina como responsáveis pelo bloco que vieram a se juntar às demais, formando um grupo que luta na linha de frente sempre com o “BS na mão e sensei no coração”. Realizamos o encontro da Divisão Feminina do Bloco Cachoeira do Arari de forma presencial. Cinco companheiras e eu cruzamos a Baía do Marajó rumo à maior ilha fluviomarítima do planeta no arquipélago do Marajó. Depois de três horas de viagem de barco, chegamos à Cachoeira do Arari. Em meio a essa luta, concretizei um shakubuku e aprendi a usar o tempo com sabedoria, aproveitando cada instante. Luto contra uma doença há treze anos e, neste momento, estou tratando um tumor. Minha determinação é erradicar essa enfermidade da minha vida e comemorar junto com meu mestre os cem anos da Soka Gakkai. Obrigada, Ikeda sensei! Obrigada, companheiras e companheiros do Distrito São Braz. Estaremos sempre juntos! Rossana Patricia Souza de Almeida - Responsável pela Divisão Feminina do Distrito São Braz, CGRE *** Pratico o Budismo Nichiren há 31 anos, e a atuação na Região dos Lagos é diferente da organização de base onde eu me encontrava. Aqui é mais calmo. E eu, que sou muito agitada, estranhei quando cheguei. Porém, fui treinada na Divisão dos Jovens para atuar onde meu mestre não podia estar, representando-o. Nessa época, só havia algumas localidades e eu fazia reuniões assim mesmo, chamando líderes convidados ou outras meninas de outras localidades. Durante a pandemia, inclusive, a luta continuou de modo virtual. Eu tinha o desejo pessoal de ter meu consultório, pois sou psicanalista/psicopedagoga e, como já atendia on-line, intensifiquei ainda mais o daimoku. Junto com outras mulheres, tivemos a ideia de nos reunir todo último sábado do mês e fortalecer então a nossa organização fazendo com que os membros comparecessem à atividade presencialmente. Na reunião comemorativa, uma integrante da DF recebeu o Gohonzon. Vitória! Dos objetivos pessoais que conquistei, um deles é uma parceria que fiz com mais duas psicólogas. Agora possuo meu consultório com vista para o mar! Então, não dá para ser a Julielle que vence no social e não na Gakkai, né?! Por isso, vou continuar, nem que seja a passos lentos, um por vez. Também terei os pacientes mais empenhados em vencer suas limitações. E, claro, minhas companheiras e eu seremos as integrantes da Divisão Feminina mais felizes do mundo! Julielle Zamba - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Bacaxá, CGERJ Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.225, 26 abr. 2014, p. B2. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2020.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Bulgária - Por uma sociedade em que mães e filhos possam sorrir
Brasil Seikyo publica, nesta edição, a vigésima primeira parte da série de ensaios do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, “Viagens Inesquecíveis — Com um Coração como o Sol”, na qual ele narra suas recordações das pessoas com quem criou laços de amizade nas localidades que visitou no Japão e em diversos países, abordando também aspectos da cultura e história locais. A série foi veiculada, a princípio, na revista mensal Pumpkin e em livro; depois também foi divulgada no jornal Seikyo Shimbun Desta vez, apresentaremos a parte “Bulgária — Estenda o Brilho da Cultura para a Vida do Futuro”, extraída do volume 4, da coletânea de ensaios de mesmo nome da série, lançada pela editora Ushio. A Bulgária está localizada na península balcânica, ao sudeste da Europa. Tornou-se palco de intercâmbios entre a Ásia e a Europa e nutriu uma rica cultura como uma “encruzilhada de civilizações”. Foi há 42 anos, em maio, que Ikeda sensei visitou o país pela primeira vez e foi recepcionado pelo coral dessa nação cultural amante da paz. O país comemora 1.300 anos de existência. Vamos aprender sobre o “espírito indomável” e o “coração benevolente”, enraizados nas pessoas desse país, fortalecidos em meio às repetidas turbulências vividas, e darmos uma nova partida com renovada decisão. Que as rosasexalem felicidadepara mães e filhos. É o quinto mês [quando o texto foi publicado] em que a brisa sopra com refrescância e doce fragrância. Em maio, no Japão, temos o Dia das Crianças e o Dia das Mães. É o “Mês das Mães e das Crianças” que ressoa afetuosamente o amor benevolente das mães, as quais desejam o desenvolvimento saudável de seus filhos, com a sincera gratidão dos filhos, os quais oram pela saúde e longevidade de sua mãe. Nesta época, flores de todos os tipos e cores brilham jubilosas. Entre elas, como a “rainha das flores”, sinto que as rosas se destacam pelo seu aspecto especialmente elegante e nobre. A rosa possui uma dignidade singular capaz de transformar o ambiente de um quarto simplesmente por ela estar inserida ali. Certa ocasião, ofereci um poema a uma amiga que se dedicava arduamente ao movimento cultural de base: “Garrafa de leite / adornada / com uma rosa”. Queria louvá-la e incentivá-la dizendo que onde quer que seja e, mesmo sozinha, ela é capaz de iluminar tudo o seu redor, tal como uma rosa que floresce com altivez e nobreza, e nisso estão a verdadeira força do caráter de uma pessoa e o poder da cultura. A Bulgária, na Europa Oriental, é também chamada “terra das rosas”. Naturalmente, a rosa é a flor nacional. Relembro em meu coração a bela canção de boas-vindas da Bulgária: Neste dia maravilhoso de hoje, por favor,Receba esta rosa búlgara.Deixe-nos falar sobre essas montanhas, este mar e sobre todos nósAtravés desta rosa com uma doce melodia. Ouvi dizer que a Bulgária produz cerca de 70% do óleo de aroma de rosas (matéria-prima para o perfume) consumido no mundo. Na área cercada por duas cadeias de montanhas (as dos Bálcãs e as de Sredna Gora), existe o “Vale das Rosas”, onde as rosas são cultivadas ao longo de 120 quilômetros. Houve um tempo em que uma base de fabricação de armas foi montada nesse “Vale das Rosas”. Contudo, agora é um perfumado “jardim de paz”, onde pessoas do mundo inteiro se reúnem, especialmente nos meses de maio e junho. Podemos dizer que isso simboliza que as rosas ganharam das armas e a cultura superou a barbárie. Quando meus amigos búlgaros vêm de longe ao Japão, eu também os recepciono calorosamente com um coração de amizade e de paz. [Nota do Editor: Ikeda sensei dedicou o poema: Rosas / Dignas e distintas / Mesmo em meio ao caos do mundo. / Oh, aroma da paz, / Oh, brilho da amizade. Ele recorda os dias de sua primeira visita à Bulgária em maio de 1981.] Foi no 1.300º aniversário de fundação da Bulgária (1981) que gravei meu primeiro passo na capital Sofia, atravessando de avião as montanhas dos Bálcãs ainda cobertas de neve prateada. Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: vistas de dentro do avião, montanhas dos Bálcãs, que se erguem no centro da Bulgária, na “encruzilhada de civilizações” É uma “cidade das florestas”, exatamente como é cantada em suas canções folclóricas: “Oh, minha linda floresta / Que cheira a juventude”. A cadeia de montanhas do Monte Vitosha que avistava ao longe era magnífica. Desde o início da minha chegada, havia uma coisa que os líderes das mais diversas áreas com quem me encontrei enalteciam: a Bulgária é um país que ama a paz e valoriza a cultura. Significava que alianças militares não são perenes, e que o mais importante eram as alianças culturais. Em vez do tamanho de suas terras, do seu poderio militar ou econômico, valorizavam mais a grandeza do espírito humano, sua riqueza, beleza e os laços formados. A sábia líder Ludmila Zhivkova, então presidente do Comitê Cultural (correspondente à ministra da Cultura), disse resolutamente: O mundo não deve viver mais sob a ameaça da guerra. [Crianças] Morrem antes que possam aprender a escrever — antes que possam escrever as mais acalentadas palavras do mundo — “mãe” e “liberdade”. Não devemos permitir que isso continue. Podemos dizer que um mundo verdadeiramente de paz é uma sociedade em que mães e filhos podem viver com o sorriso no rosto. Asas da cultura de paz [Nota do Editor: A Bulgária é uma “encruzilhada de civilizações”, um ponto-chave no Caminho da Seda que liga o Leste ao Oeste, marcada por vários ciclos de ascensão e queda. Sensei fala sobre a alma de seu povo, que não sucumbe às provações, por meio de sua história de superação e de construção de uma rica cultura.] Existe o seguinte ditado búlgaro: “O sol também nasce à nossa porta”.1 Quem vive com forte otimismo e é o sol que ilumina as pessoas são as mulheres. No romance do grande escritor Ivan Vazov, há uma cena comovente em que uma mãe, que espera ansiosamente pelo retorno do filho em segurança do campo de batalha, fica sensibilizada ao ver soldados inimigos sendo capturados e levados à prisão, e intercede: “São pessoas boas... Sinto pelas mães dessas pessoas... Será que elas sabem como seus filhos estão?”.2 Durante a guerra, lembro-me de que minha mãe também disse em relação à prisão de uma pessoa nascida no país inimigo pelos soldados japoneses: “Coitada! Coitada! Como a mãe dela deve estar preocupada com ela!”. Podemos dizer que o “espírito indomável”, que enfrenta as adversidades, e o “coração do amor benevolente”, que se importa com o outro, são as asas da cultura de paz. Tornem-se leõesque todos manifestem o espírito indomávelem sua vida. A família da Dra. Axinia Djourova, importante historiadora de arte do Leste Europeu, com quem publiquei uma coletânea de diálogos, também possui esse “belo espírito de leão”. Lutando contra o fascismo cruel, seu pai recebeu a condenação de morte diversas vezes, e sua mãe só escapou da prisão porque estava grávida. Segundo a Dra. Djourova, depois da guerra, a mãe, que não pôde estudar tanto quanto desejava, criou muitos filhos ao mesmo tempo em que voltou a estudar, aprendeu técnicas de engenharia têxtil e presenteou as crianças com roupas lindas feitas por ela mesma. Ela ensinou a alegria de continuar aprendendo e a arte de dar cores à vida. Ela relata que seu pai lhe transmitiu o modo de viver: em primeiro lugar, viver com perseverança diante das provações; em segundo, quando surgir a oportunidade, agir com ousadia; em terceiro, distinguir com sabedoria se é o momento de perseverar ou de tomar atitude com coragem. E ainda, ele dizia frequentemente: “Qualquer que seja a situação, o ser humano é sempre o ser humano”.3 A Dra. Djourova afirma que ele lhe ensinou o mais importante: o valor da natureza humana. Ela declarou que a missão das mulheres neste mundo é “proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”.4 [Nota do Editor: “A missão das mulheres é proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”, disse a Dra. Djourova. Falando sobre essa crença, Ikeda sensei enfatiza a importância de “escolher o caminho mais difícil”.] Suplantar o caminho das dificuldades, explorar a dignidade da vida, prezar e salvar outras vidas e construir a paz. Meus amigos também estão trilhando corajosamente por esse majestoso caminho da missão da Bulgária. Da Universidade Soka, que eu fundei, existem alunos que foram estudar na Bulgária e acabaram adotando-a como segunda pátria e estão contribuindo para o bem-estar da sociedade búlgara. Como bons cidadãos, todos estão atuando pelo bem das pessoas, da comunidade e estão ampliando com entusiasmo a rede de amizade e de convivência humana. “Compartilhemos!” —, assim como o jovem poeta Hristo Botev bradou, dividindo alegrias e tristezas! Que o grande coroecoe alegrementeaté os céus,exultante esem arrependimentosdo caminho do juramento! Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: cidade de Plovdiv, uma das mais antigas do mundo — o espírito indomável do povo búlgaro pulsa em sua longa história No topo: presidente Ikeda, à dir., dialoga com a ministra da Cultura, Ludmila Zhivkova, durante o evento comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária nos subúrbios da cidade de Sófia (maio 1981) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Shigeo Kurihara. Provérbios Eslavos. Hayka.2. Kaette Kimasuka. In: Ivan Vazov Tanhenshu. Tradução: Rokuya Matsunaga. Daigakushorin.3. DJOUROVA, A.; IKEDA, D. Utsukushiki Shishi no Tamashii. In: Obras Completas de Daisaku Ikeda. v. 109. Seikyo Shimbunsha.4. Ibidem. Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de maio de 2023.
13/07/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Comprovar o poder extraordinário do budismo”
PARTE 29 O céu estava azul sem uma única nuvem. Na tarde do dia 31, foi realizada num parque, localizado em Settignano, na periferia de Florença, a Convenção Cultural da Amizade comemorando os vinte anos do kosen-rufu da Itália. Nessa atividade, reuniram-se setecentos membros vindos de toda a Itália, além de um grupo de intercâmbio da amizade que havia vindo do Japão. Foi uma festividade alegre e animada, de intercâmbio entre Japão e Itália. Para os membros da Itália, era a primeira grande atividade realizada no país. Todos se empenharam nos preparativos e nos ensaios vários dias antes. Mesmo para construir o palco, era um árduo trabalho. Enfim, todos receberam aquele dia dedicando-se a diversas tarefas e ensaiando para as apresentações; muita gente atuando em mais de um papel. Assim que chegou ao local, Shin’ichi se dirigiu diretamente aos jovens das comissões que atuavam nos bastidores, e os incentivou com toda a força. — Vamos tirar uma foto comemorativa juntos. Depois de tirar a foto em dois grupos, da Divisão Masculina de Jovens e Divisão Feminina de Jovens, ele disse: — Nos escritos de Nichiren Daishonin, há a expressão “significado de emergir da terra”. Essas palavras indicam o surgimento de bodisatvas da terra em sucessão para se encarregar da missão pelo kosen-rufu e salvar as pessoas. Vocês são bodisatvas da terra. Acredito que tenham esperança e também grandes sofrimentos e frustrações. A vida é uma batalha contra as dificuldades e os sofrimentos. Mas todos os tipos de sofrimentos e de adversidades existem para ser ultrapassados e comprovar o poder extraordinário do budismo. Em outras palavras, por meio da superação do destino cheio de sofrimentos, podem-se estabelecer a verdade e a justiça do budismo para propagá-lo amplamente; e, assim, cumprir a missão como bodisatva da terra. Pode-se dizer que os sofrimentos são condições indispensáveis para cumprir a missão dos emergidos da terra. Por isso, o destino é, em si, a missão. Por piores que sejam as tempestades do destino, não há absolutamente nada que não possa ser superado. O surgimento de grande número de jovens em Florença fez com que Shin’ichi sentisse a forte convicção do “significado de emergir da terra”, e a grandiosa esperança do kosen-rufu mundial. PARTE 30 Nos arredores, havia muitas árvores, e uma refrescante brisa soprava no local. Na parte frontal do palco, especialmente construído, tinha um cenário com o desenho do sol e com plantas, flores e animais crescendo sob os raios solares. Nesse palco, os membros de Nápoles apresentaram uma dança típica tradicional, seguida de sucessivas músicas e danças apresentadas por membros de Roma, Florença, Milão, Gênova e Turim. Houve também uma apresentação solo repleta de energia vital por um vocalista de idade avançada. Um membro de Bérgamo dançou alegremente por todo o palco ao ritmo de assobio e batida de mãos. As integrantes da Divisão Feminina de Jovens cantaram em japonês a canção Hoshiwa Hikarite [Brilha a Estrela] dedicada por Shin’ichi ao grupo Byakuren.1 As componentes da Divisão Feminina (DF) também entoaram a canção Kyomo Genkide2 em japonês. O grupo de intercâmbio do Japão juntou as vozes e, no final, se tornou um grande coral, e a canção se estendeu pelo céu azul. Por sua vez, esse grupo apresentou a dança típica Kochi Ondo [Canção de Kochi] e, em seguida, cantou O Sole Mio [O Meu Sol], em italiano, sendo fortemente ovacionado. A cada apresentação, Shin’ichi a louvava com forte aplauso. E, quando os membros que acabavam de apresentar se aproximavam de Shin’ichi, ele manifestava suas palavras de agradecimento: — Obrigado. Foi uma apresentação maravilhosa. E trocava forte aperto de mãos. No lugar onde ele se encontrava não cessavam as ondas de pessoas. Havia jovens que apresentavam seus pais não praticantes; e pais que traziam a filha com deficiência visual, puxando-a pelas mãos. Ele ouviu atentamente cada uma das pessoas e se empenhou nos incentivos e nas orientações extraindo forças do fundo da alma. Shin’ichi possuía o forte sentimento de que “se perder este momento, nunca mais terei outra oportunidade de encontro”. Cada segundo era decisivo, de vitória ou de derrota. A Convenção Cultural da Amizade chegava ao momento dos cumprimentos do responsável pela organização da Itália, Hironobu Kanemitsu, líder de regional. Com brilho nos olhos ao fundo de seus óculos, ele fez um brado de juramento representando todos os membros: — Nós somos felizes por recebermos Yamamoto sensei. Hoje é a nova partida da Itália. Vamos, agora, percorrer o caminho do kosen-rufu! Com coragem, vamos iniciar a desafiadora batalha! O momento é agora”. PARTE 31 O desenvolvimento espetacular da Soka Gakkai da Itália em vinte anos deixava Shin’ichi mais feliz que nunca. No local do evento, havia um membro franzino da Divisão Sênior (DS) de origem japonesa que corria por todas as partes como integrante da comissão. Era Yasuo Kojima, o qual Shin’ichi incentivara havia catorze anos por ocasião de sua visita à Itália no elevador do hotel em Roma. Na época, ele era estudante de uma escola de artes. De acordo com a comunicação do responsável pela regional, Hironobu Kaneda, hoje ele atua como uma das pessoas centrais do distrito, em Roma, e dedica-se protegendo os membros. Uma pessoa que se empenha silenciosamente incentivando os novos jovens, mesmo que não seja foco das atenções, é realmente valiosa. O número de pessoas desse tipo que lutam nos bastidores em torno do líder é o que define o fortalecimento e o desenvolvimento da organização. No final, o kosen-rufu é um jogo de cooperação e depende inteiramente da férrea união. Shin’ichi subiu ao palco e assumiu o microfone: — Cada gota de água que nasce nas longínquas montanhas dos Alpes corre pelas terras italianas tornando-se uma grande correnteza do rio Pó e, no fim, deságua no Mar Adriático. Hoje, nosso movimento que visa a Renascença da vida iniciou apenas a descida pelas montanhas. Declaro que daqui a trinta ou cinquenta anos, esse movimento se tornará uma caudalosa correnteza de um grande rio e, enfim, de uma nova corrente marítima da paz da humanidade. Para que isso aconteça, deve-se levantar só determinando que “eu próprio sou o responsável pelo kosen-rufu”, sem implorar a outras pessoas. A pequena ação de avançar a cada dia com todas as forças, passo a passo, sem relaxar, e o acúmulo de pequenas vitórias levam a uma grandiosa e histórica vitória. Shin’ichi concluiu sua fala com um direcionamento: — Sejam sempre joviais, com seriedade na oração. Cuidem bem de sua vida diária e de sua saúde. Solicito-lhes um vigoroso avanço em prol da paz mundial, de mãos dadas com os jovens do mundo. À noite, ele ainda dialogou com membros representantes. O forte desejo de Shin’ichi era de que a Itália criasse uma onda de diálogo inter-religioso e construísse uma nova história de cooperação humana. PARTE 32 Na manhã do dia 10 de junho, Shin’ichi Yamamoto manteve diálogo com o presidente do Clube de Roma, Aurelio Peccei, nas dependências do hotel onde estava hospedado. O presidente havia retornado de Londres para sua residência em Roma no dia anterior. E naquela manhã, partiu de Roma, dirigindo pessoalmente seu carro em uma viagem de quatro horas para aquele encontro. Shin’ichi ficou impressionado com a vigorosa disposição dele, sem demonstrar cansaço, apesar de seus 72 anos. Uma pessoa que age com convicção rumo a um ideal é sempre jovem. Os preparativos para a publicação do diálogo entre os dois já estavam adiantados. Nesse dia, dialogaram sobre temas como liderança, além de alguns aspectos de organização e composição do livro, resultado do diálogo realizado. Após o término do encontro com o presidente Aurelio Peccei, Shin’ichi se dirigiu à Casa de Dante junto com representantes jovens. A casa construída de pedras era de quatro andares, e foi transformada em um museu. Na parede externa, havia um busto dele. Dante era o mais conceituado filósofo e poeta da Itália na Europa da Idade Média. Nasceu em Florença em 1265 e, com o desejo de servir à pátria, tornou-se político aos 30 anos, passando a se destacar. Porém, engolido pela maré de inveja e de conflitos políticos, acabou sendo banido eternamente do país sob falsas acusações. Em seu coração ardiam as chamas da ira para demonstrar a inversão de valores que considerava certo o errado, e vice-versa, decorrente das mentiras, das falsidades e de conspiração. Então, começou a escrever a Divina Comédia, ilustrando o mundo depois da morte embasado no cristianismo. Ali, nenhum tipo de ostentação ou de falsidade teria validade. Todas as pessoas seriam rigorosamente julgadas e punidas pelas suas ações em vida. Políticos populares, cientistas famosos, generais condecorados, clérigos, enfim, todos são friamente julgados, sem tolerância, e são levados ao inferno. Descrevendo o mundo após a morte, ele quis apontar o correto modo de vida das pessoas. O budismo é a lei de causa e efeito da vida pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Em conformidade com essa lei, nós trilhamos diariamente o caminho do supremo bem chamado kosen-rufu. Portanto, não há dúvida de que estabeleceremos uma indestrutível condição de felicidade por toda a eternidade pelas “três existências”. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”.3 A condição de alegria de quem vive pela missão e luta corajosamente é eterna. E, mesmo depois da morte, nossa vida continua resplandecendo de alegria. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. No Brasil, grupo Cerejeira.2. Mais um Dia Feliz, no Brasil.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. I, p. 477, 2020.
13/07/2023
Relato
BS
A expansão dos sonhos
Eu me chamo Paulo Menegheti, tenho 25 anos. Atualmente, curso engenharia de controle e automação no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), campus Três Lagoas. Divido com vocês um pouco da minha trajetória na Soka Gakkai, que começou no instante em que nasci. É que meus pais, os quais já praticavam o Budismo Nichiren, fizeram um milhão de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) para que eu viesse ao mundo com saúde e para que eu me tornasse uma pessoa de grande valor. Imensa gratidão a eles, que me integraram desde cedo aos jardins Soka, onde aprendi a importância de ser feliz e também de lutar pela felicidade dos outros — esse movimento de paz que chamamos kosen-rufu. Paulo com os pais, Paulo Henrique e Marta. Foi uma evolução crescente, uma vez que na escola sempre fui um aluno com notas medianas, conversava muito, era inquieto, tinha dificuldades nos estudos, características identificadas no diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). A chance de iniciar meu processo de revolução humana iniciou na base, sendo treinado pela DF e DS do bloco. Para mim, um aprendizado precioso sobre a liderança humanística. Uma mudança de mentalidade que expandiu minha vida, pois aprendi a sonhar alto e a acreditar no potencial que existia dentro de mim. No ensino médio, aos 17 anos, chegara o momento de escolher uma profissão. Pela afinidade com a área de exatas, decidi cursar engenharia. Na época, eu morava em Andradina, interior de São Paulo, uma cidade pequena e com poucas oportunidades. Durante três anos, foram várias tentativas e nenhuma deu certo. Vem o ano 2018, com desafios e conquistas. Consegui ser aprovado em uma universidade pública, o que tanto almejava. A distância até o campus de Três Lagoas, MS, é de 50 quilômetros, por essa razão tive de me instalar na cidade. No meu primeiro semestre, obtive o apoio de uma grande veterana da localidade, que me acolheu com seu grandioso coração. Outros desafios se acumularam, pois parei, por vontade própria, com o tratamento; além disso, estava em um relacionamento conturbado. No segundo semestre, retornei a Andradina e passei a viajar diariamente para frequentar os estudos. E assim transcorreram os quatro anos de faculdade, período que envolveu a pandemia e muitas dificuldades. A única coisa que me manteve firme foram as atividades on-line da localidade e minha atuação no Brasil Ikeda Myo-on Kai (grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens). A partir daí, comecei a perceber uma pequena chama acesa dentro de mim. Decidi então que 2022 seria o ano da minha vida, em todas as áreas. Agradeci pelo trabalho, que, mesmo não sendo na minha área, me proporcionou estar em dia com a assinatura dos periódicos, a participação no Kofu; também pude comprar meu notebook e meu primeiro veículo. Na faculdade, encarei as DP conciliando as matérias do ano, além do trabalho e as atividades. Como budismo é vida diária, entendi que seria a hora de transformar o carma negativo da doença em minha vida, retornando ao tratamento. Como mencionei, 2022 foi extremamente desafiador, porque, nos meses seguintes, terminei o namoro e perdi o emprego. Por fim, tinha somente a bolsa de estudos vinda do meu projeto de pesquisa da faculdade. Meu objetivo era conseguir um estágio na área, também como forma de provar a mim mesmo a minha capacidade. Devido ao meu transtorno, carregava comigo até aquele momento 22 anos de dificuldades e uma situação em que acumulei dezenove DP de matérias. Portanto, conseguir mudar essa situação era realmente importante. Desempregado e sem confiança, recebi a notícia de que havia sido selecionado para a segunda edição da Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil, em março de 2023, e assim renovei a decisão. Determinei, de uma vez por todas, que seria o ano do meu triunfo e que jamais seria derrotado. Havia enviado meu currículo para uma vaga em uma empresa multinacional e na primeira etapa de entrevistas, ocorrida em janeiro, falei sobre mim, meus objetivos e sobre a Gakkai. Veio a última fase e, por fim, conquistei meu tão sonhado estágio, e hoje trabalho na área, arcando com os custos da participação na academia com meu salário. A partir do projeto de pesquisa que realizei na faculdade, pude utilizá-lo como TCC e no dia 22 de junho último apresentei com êxito em minha pré-banca. Consegui também comprar meu novo carro. Vitória! A imagem traz o jovem na Academia Índigo em São Paulo Das DP, restam apenas seis que concluirei no próximo semestre. Para o tratamento do TDAH, agora consigo conciliar medicação com acompanhamento médico. Adotei meu carma como missão e, com minhas comprovações, que estão sendo muitas, quero inspirar outros jovens que vivem o mesmo desafio que eu. A Soka Gakkai é maravilhosa! Na RM onde atuo, este ano estamos unidos na realização de visitas e atividades, apoiando a amada Divisão dos Estudantes e também os jovens, em programações nas quais temos utilizado o livro Juventude: Sonhos e Esperança, no qual Ikeda sensei incentiva diretamente nosso coração. Agradeço à minha família, pelo apoio, e a todos os companheiros que estiveram comigo nessas batalhas. Estou muito feliz, pois minha atual companheira me apoia em tudo. Por fim, gostaria de compartilhar um trecho de um incentivo do presidente Ikeda: Na vida sempre haverá um “momento crucial” no qual você será posto à prova. Por isso se faz importante o quanto e com que espírito você se prepara e quais esforços empreende em seu cotidiano. É acumulando contínuos e diligentes esforços no dia a dia que, no momento certo, conseguirá aproveitar a oportunidade ao seu favor.1 Muito obrigado a todos, pela oportunidade! Ikeda sensei, conte comigo! Paulo Eduardo Menegheti Gonçalves, 25 anos. Estudante e estagiário. Na BSGI, é responsável pela Divisão dos Estudantes da RM Noroeste Paulista, CNOP. Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 29.
13/07/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 13 (parte 3)
Apesar de a senhora ter permanecido em Sado, seu coração chegou a esta província. O Tambor no Portal do Trovão1 Esforços corajosos unem mestre e discípulo Em setembro de 1968, Shin’ichi Yamamoto esteve em Wakkanai, Hokkaido, e encorajou os membros que se empenhavam arduamente na cidade ao extremo norte do Japão, citando uma passagem de uma carta que Nichiren Daishonin escreveu para a monja leiga Sennichi. Como Wakkanai estava no extremo norte do Japão eles raramente tinham acesso à orientação dos veteranos e muitos realizavam suas atividades com uma sensação de solidão e isolamento. O objetivo de Shin’ichi naquele dia era dissipar as nuvens que ofuscavam o coração dos membros. (...) Referindo-se ao trecho “Embora esteja em Sado, seu coração chegou a esta província”,2 Shin’ichi afirmou: — Mar e montanhas separavam a Ilha de Sado do Monte Minobu, mas o forte espírito de procura de Sennichi a fez estar sempre ligada a Nichiren Daishonin. Distância geográfica não tem nada a ver com a distância espiritual. O coração daqueles que lutam com coragem e a determinação de conduzir as pessoas à felicidade e de realizar o kosen-rufu no lugar onde estão por mais remoto que seja são unos com o coração de Daishonin. Esse é o espírito da Soka Gakkai; é a prática da fé que está em sintonia com a sede da Soka Gakkai. Se aqueles que vivem ou até mesmo trabalham na sede perderem o espírito de luta e deixarem de agir, estarão distantes do espírito de Daishonin e do movimento para o kosen-rufu. (Trechos do capítulo “Estrela Guia”) Convertam funções da maldade em trampolim para a revolução humana Líderes da cúpula da Soka Gakkai foram enviados para apoiar os membros de Amami Oshima, ilha onde os membros da Soka Gakkai haviam enfrentado contínuas perseguições. Pouco antes da partida deles para a ilha, receberam a seguinte orientação de Shin’ichi sobre a natureza das funções da maldade. Assim como as pessoas podem desempenhar o papel das funções maléficas, elas também podem agir como forças protetoras que vêm em nosso auxílio. É de nossa determinação interior que depende se uma determinada pessoa ou incidente irá servir de obstáculo para a nossa felicidade ou trampolim para a nossa revolução humana. Há pessoas que se alegram e aprofundam sua fé quando surgem grandes dificuldades, encarando-as como prova da veracidade das palavras de Daishonin. Por outro lado, há também aquelas que alcançam benefícios de sua prática e criam uma vida confortável e, logo em seguida, fraquejam na fé. Na época do presidente Josei Toda também houve indivíduos que se ressentindo da orientação rigorosa, porém compassiva do mestre, acabaram dando as costas para a organização. Em última análise, o nosso ambiente nada mais é do que um meio propício para a manifestação das funções da maldade, já que elas residem em nosso próprio coração. Shin’ichi, então, afirmou de modo contemplativo, fitando o horizonte: — A solução fundamental para este problema está na transformação do estado de vida dos membros. Nichiren Daishonin escreveu: “Oro para que, antes de tudo, eu consiga guiar e conduzir os governantes e outras pessoas que me perseguiram”.4 Tudo depende de eles conseguirem ou não manifestar a mesma condição de vida que Nichiren Daishonin, que estava determinado a salvar primeiro as autoridades responsáveis pelas perseguições contra ele. Daishonin afirma ainda que foi justamente por causa dessas pessoas que ele conseguiu se tornar um devoto do Sutra do Lótus. (...) De agora em diante, a luta deles é ganhar a confiança das pessoas, e o segredo é o diálogo sincero. Também é importante que cada membro faça o melhor para contribuir para a sociedade. (Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 20 de novembro de 2019.) Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017.2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 949.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 422-423, 2020.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 402. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 13
13/07/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
A prática da fé existe para extrair o infindável potencial da vida. Reconhecendo os esforços e nos apoiando mutuamente ante os desafios do dia a dia, vamos cumprir nossa nobre missão! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 11 de julho de 2023.
13/07/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas significativas de agosto
14 Primeiro encontro de Daisaku Ikeda com Josei Toda (1947)24 Conversão do presidente Ikeda ao budismo (1947)Dia da Divisão Sênior27 Perseguição de Matsubagayatsu (1260)
13/07/2023
Notícias
BS
Cerejeiras florescem no Centro Cultural Campestre
Neste mês de julho, mês dos jovens, as cerejeiras começam a florescer em diversos pontos do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP) *** *** *** ***
13/07/2023
Rede da Felicidade
BS
Levantar-se com sincera fé e agir
[Em 1978, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na obra) visitou a residência de Yoshihiro e Shizue Mizobuchi, na cidade de Takamatsu. Yoshihiro, médico e proprietário de uma clínica particular, era coordenador do Departamento de Profissionais da Saúde na região. Eles também eram líderes das Divisões Sênior e Feminina da província de Kagawa.] Yoshihiro iniciara a prática em março de 1964, antes de sua mulher. Ele estava numa situação complicada em virtude de uma enorme dívida decorrente do fato de um amigo ter deixado de pagar uma nota promissória da qual havia sido fiador. Isso só o levou a desconfiar muito das pessoas, mas também lhe acarretou a preocupação de como lidar com credores. Não conseguia dormir e padecia de ansiedade terrível provocada pela tensão. O fato de ele, um médico, não ser capaz sequer de curar a própria insônia, o perturbava ainda mais. Yoshihiro confidenciou seus problemas a outro amigo. Essa pessoa, membro da Soka Gakkai, falou-lhe sobre o Budismo Nichiren e, no dia seguinte, apresentou-o ao líder de comunidade. Citando exemplos dos escritos de Nichiren Daishonin, o líder de comunidade explicou-lhe eloquentemente sobre a causa da doença da perspectiva budista. Yoshihiro ficou muito impressionado. Convencido de que o budismo expunha um meio para superar doenças que a ciência médica não era capaz de entender, decidiu associar-se à Soka Gakkai. Quando recebeu o Gohonzon, vários membros da Soka Gakkai foram à sua casa celebrar. Sua esposa, Shizue, não sabia quem eram aquelas pessoas ou por que estavam em sua casa e, com certeza, não ficou muito entusiasmada com os trajes delas. As roupas eram simples, e os sapatos, velhos e surrados. Não desejando se envolver muito com elas, nem lhes serviu chá. Naquele dia, Yoshihiro recitou o sutra e daimoku sinceramente antes de ir se deitar. Caiu imediatamente num sono profundo. Era a primeira vez em dois anos que dormia bem. Ele acordou renovado na manhã seguinte. Para Yoshihiro, aquela experiência abriu seus olhos para o valor da prática do Budismo Nichiren. (...) Quando Yoshihiro contou à esposa que havia ingressado na Soka Gakkai, ela presumiu que devia ser algum tipo de associação médica.1 Shizue, portanto, ficou chocada ao descobrir, logo depois, que se tratava de um grupo religioso. Ao se recuperar de sua severa ansiedade, Yoshihiro encorajou a mulher a se associar também à organização. Apesar de acreditar que poderia haver algo naquela prática religiosa, o pai dela era o principal representante dos adeptos de outra escola budista, e ela se preocupava com o que os outros pensariam. Shizue criticava a Soka Gakkai de maneira ríspida e se recusava firmemente a aderir à organização, alegando ao marido que tinha o direito de escolher a própria religião. Yoshihiro disse que não apreciava o fato de ela criticar algo de que não tinha conhecimento e questionou o caráter dela. Ela acabou decidindo se filiar apenas no nome, mas sem intenção de participar das atividades. Foi então que uma líder da Divisão Feminina a visitou para lhe oferecer apoio e encorajamento. — Só me associei porque meu marido queria que eu o fizesse. Não frequentarei as atividades — disse-lhe Shizue. A líder da Divisão Feminina respondeu: — Independentemente do motivo que a levou a se converter, ao praticar o budismo, terá muitos benefícios. O budismo ensina: “Mesmo que alguém ainda não tenha despertado uma fé verdadeira, conquistará benefícios imensos conectando-se ao objeto [de devoção, ou seja, o Gohonzon] correto”.2 — O que quer dizer com benefício? — Bem, o que significa para a senhora? — Ter comida e roupas suficientes e um teto, creio eu. — Sim, certamente isso é benefício, mas não é o único tipo. Há uma categoria de benefício mais importante. Por exemplo, desenvolver força interior, para não ser derrotada por nada na vida. Ou cultivar uma condição existencial na qual a vida em si seja incrivelmente prazerosa. Ou ter uma vida jubilosa, desejando realmente tornar outras pessoas felizes e podendo lhes ensinar o caminho infalível para a felicidade. As palavras “força interior” a acertaram em cheio. Vendo o marido, que tivera de arcar com uma dívida enorme por ter uma índole bondosa, ela passara a se sentir muito ansiosa. Temia que a vida fosse repleta de reviravoltas inesperadas e de incertezas. (...) Tanto Yoshihiro como Shizue passaram a se empenhar com maior seriedade à prática budista. Nisso, os parentes do casal e os médicos que Yoshihiro conhecia começaram a se opor à fé abraçada por eles. Era uma época em que ainda predominavam fortes equívocos e ideias preconceituosas em relação à Soka Gakkai. Uma das pessoas contra a prática deles era a mãe de Shizue. Ela implorou em prantos à filha que desistisse, dizendo que nem estava conseguindo sair de casa de tanta vergonha. Entretanto, observando a condição do marido melhorar dia a dia, Shizue permaneceu inabalável. (...) Sete anos depois de ingressar na Soka Gakkai, terminou de saldar a enorme dívida que fora forçado a assumir, e também superou totalmente os problemas cardíacos que desenvolvera subsequentemente. Com base no desejo de Mizobuchi de proteger a vida das pessoas de sua comunidade, a clínica particular dele começou a aceitar casos de emergência 24 horas por dia. [Apesar da agenda de trabalho cheia, juntamente com sua esposa, ele também se devotava às atividades da Soka Gakkai com alegria. Durante a visita, Shin’ichi incentivou Yoshihiro:] — (...) Não conseguiremos expandir nosso movimento em prol do kosen-rufu a não ser que os homens de nossa organização se levantem com sincera fé e ajam. Crie, não somente aqui em Kagawa, mas em toda a Shikoku, uma era em que a Divisão Sênior da Soka Gakkai assuma a liderança. Eu também sou da Divisão Sênior. Esforcemo-nos juntos — disse Shin’ichi, assentindo com a cabeça. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Líderes Audazes. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 227-232, 2019. Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. A palavra japonesa Gakkai significa simplesmente “sociedade”.2. Escritos em Vinte e Seis Volumes, de Nichikan.
13/07/2023
Editorial
BS
Fórmula para sucessivas vitórias
Iniciamos a segunda metade de 2023! O segundo semestre marcou também a história da Soka Gakkai. Há oitenta anos, dois educadores e praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin foram perseguidos e aprisionados. Eles se empenhavam pela reforma religiosa em meio à repressão de pensamento e à tempestade do autoritarismo militar japonês. Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram presos em 6 de julho de 1943, acusados do crime de lesa-majestade e de violarem a Lei de Manutenção da Paz. O Estado não tolerava uma religião que atuasse em benefício do povo.1 O registro dessa batalha pela paz e pela felicidade das pessoas está num romance de autoria de Ikeda sensei, o qual teve sua origem cinquenta anos depois do episódio relatado acima. Nesta edição, você acompanha o Especial que narra os trinta anos do início da Nova Revolução Humana. Julho, mês dos jovens, é o momento para reconfirmar a fórmula de sucessivas vitórias: mestre, discípulo, kosen-rufu. Como se brindasse o surgimento das novas vidas se juntando ao movimento índigo do Brasil, Ikeda sensei escreve em seu poema: A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.2 Em gratidão aos mestres, vamos conquistar a boa sorte indestrutível gravando nas páginas da própria vida os próximos capítulos da Nova Revolução Humana. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. IKEDA, Daisaku. Raios de Paz. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 224, 2019.2. Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023, p. 3.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Sementes da esperança no grande solo dos corações juvenis
As pessoas se desenvolveminspirando-se mutuamente,de vida a vida.A força de um bom ser humanocria uma boa pessoa.A força de um mau ser humanogera uma má pessoa.Possuir um relacionamento entreseres humanos de bemé o princípio absolutamente necessário.Plantar as sementes da esperançano grande solo dos corações juvenis,protegê-las cuidadosamente, nutri-lase observá-las como frondosas árvores do futuro.A criação da Divisão dos Estudantesé uma tarefa realmente sagrada,repleta de romantismo.Devem-se dedicar vozes de encorajamento.“Isso está ótimo!"“Bom trabalho!”“Maravilhoso!”Se houver algo positivo,deve-se elogiá-lo sem falta.O que inspira uma vida juvenilsão a sincera oração e o incentivo honesto.Falem e transmitam animadamente agrandiosa convicção na fé.Fazendo crescer majestosamentea frondosa árvore do futuro!Para desenvolverem os sucessores,em primeiro lugar, vocês própriosdevem avançar bravamente.Devem desafiar os assuntos corajosamente.Gostaria de que não se esquecessem dessadeterminação inflexível para o aprimoramento.A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.Vamos, pois, incentivar a Divisão dos Estudantes,tesouro Soka, esperança da humanidade!Vamos crescer juntos!Avançando com orgulho no coraçãode realizar o trabalho sagrado a estabelecera eterna correnteza do kosen-rufu,vamos passar o verão de plenitude e de aprimoramento,com saúde em primeiro lugar! No topo: Ciprestes crescem para o alto no tapete de grama que parece um mar. Foto tirada por Ikeda sensei no Centro Cultural da Itália, em Florença, em maio de 1994. Raios de sol e solo fértil transformam plantas jovens em árvores frondosas. Às vezes, é necessário colocar talas. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca”.1 As pessoas também crescem tendo como nutriente o ardente entusiasmo daqueles com quem se relacionam. A Reunião de Líderes da Soka Gakkai deste mês [no Japão] será realizada com o significado de “Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes”. A partir do dia 8, inicia-se também o período do avanço dinâmico da Divisão dos Estudantes (até o dia 31 de agosto) [no Japão]. Visualizando o futuro com o crescimento das jovens vidas como monarcas humanos, enviemos sinceros encorajamentos. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. Publicado no Seikyo Shimbun de 2 de julho de 2023.
13/07/2023
Notícias
BS
Novo castelo da paz em Taubaté
Emoção, gratidão, dinamismo. Poderíamos passar horas destacando vários sentimentos e qualidades que os membros da RM Taubaté, CLP, emanavam na tarde de 8 de julho com a inauguração da sede regional, que será centro do desenvolvimento da organização local. Ao longo da manhã durante os preparativos, cada detalhe era repassado e, às 16h30, horário da cerimônia, todos demonstravam o aspecto e a postura de vitória. Descerramento da placa comemorativa Representando a RM, os líderes João Ricardo Gujev, responsável pela RM, e Maria Aparecida Cardoso, responsável pela Divisão Feminina, agradeceram e salientaram a importância da união dos membros. Para Maria Aparecida, a nova sede será o local em que todos irão para se nutrir de incentivos e conhecimentos para aplicá-los na organização de base. E João Gujev enfatizou que o dia da inauguração era para renovar os objetivos: “Hoje é um dia especial e renovo meu juramento de que nós concretizaremos grandiosos objetivos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da cerimônia e incentivou os presentes: “Esta sede é o quartel-general do Vale do Paraíba. Vamos objetivar daqui a um ano o crescimento pessoal e da nossa organização. Onde pulsa o coração do Mestre, existe a vitória. Avançar significa encontrar-se com as pessoas”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, incentiva os membros da RM Taubaté Leticia Freitas, integrante da DFJ, afirma que a inauguração a fez refletir e decidir: “O sentimento que se destaca é de respeito e gratidão. Hoje, minha decisão é continuar o grandioso caminho do kosen-rufu e expandir ainda mais o grupo Cerejeira na RM Taubaté. Que nossa nova sede seja o palco de muitas vitórias!”. Para José Felipe, integrante da DMJ, a inauguração foi um momento único: “A partir de agora, renovo meu juramento seigan e, junto com os companheiros da Juventude Soka, estou pronto para enfrentar o árduo caminho do kosen-rufu sem arrependimentos. Infalivelmente, iremos vencer”. No topo: foto com os integrantes da RM Taubaté em frente ao prédio da nova sede Fotos: BS/ Colaboração local
13/07/2023
Notícias
BS
Sede comunitária em Santos
No dia 10 de junho, foi realizada a cerimônia de inauguração da Sede Comunitária Matsui, localizada na cidade de Santos, CGSP. O espaço possui uma sala principal e outras duas salas para atividades menores e atenderá a todos da localidade. Membros, líderes e convidados participaram da solenidade. Norberto Matsui disse: “Com o espírito de gratidão e para corresponder à dedicação de Ikeda sensei, oferecemos de coração esta sede particular a fim de que possamos desenvolver juntos o kosen-rufu da nossa localidade para que aqui seja um celeiro de criação de valor para todo o Brasil”. Em suas palavras durante a solenidade de inauguração, Luciano Gonçalves, vice-coordenador da CGESP, compartilhou trechos do romance Nova Revolução Humana. “O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer: ‘Aqueles que sempre são gratos ao Gohonzon desfrutam prosperidade e boa sorte cada vez maiores’1 e parabenizou à família Matsui pelas vitórias conquistadas com a prática do budismo e salientou: ‘Inaugurar esta sede tem um propósito fundamental, que é a felicidade de todos’.” No topo: corte da fita inaugural marca a solenidade de inauguração da Sede Comunitária Matsui Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 305, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Educação e paz
“Reunindo a Criatividade Histórica para Restaurar a Paz” foi o tema proposto para a atividade do dia 2 de julho, que teve a participação de cerca de mil membros da Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI. De forma virtual, a programação girou em torno do diálogo com o olhar da educação sobre as propostas de paz sugeridas à ONU pelo Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI). As explanações ficaram a cargo dos especialistas Célio Borges, André Melo e Fabiano de Souza, que integram a CEduc. “A paz está em nossas mãos”, foi o consenso de todos. “A partir de mim, como posso fazer a diferença? A proposta de paz sou eu.” Todos puderam participar com reflexões, por meio de enquete compartilhada, cujos resultados foram apresentados por Fabiano de Souza. Seguiu-se relato de comprovação de Amasa Carvalho, sendo a programação finalizada por Thiago Tobias. A Declaração uma Cultura de Paz visando à Dignidade da Vida ficará disponível na página da CEduc, na Extranet da BSGI. No topo: print comemorativo do encontro da CEduc que teve como eixo as propostas de paz do presidente Ikeda Foto: Reprodução
13/07/2023
RDez no BS
BS
Vamos criar belos arcos-íris de amizade e de paz
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Vocês já se perguntaram por que o arco-íris que aparece depois da chuva é tão bonito? Talvez seja porque várias cores estão brilhando juntas e em harmonia. Eu tenho a certeza de que seus amigos são especiais e únicos. Eles possuem aparências e personalidades diferentes. Os interesses e os talentos deles são variados também. Mas é exatamente isso que torna a amizade de vocês tão interessante! Todos são diferentes e maravilhosos! Recitar Nam-myoho-renge-kyo ilumina a vida de vocês como o sol e traz à tona suas melhores qualidades. Vocês também podem trazer o melhor de seus amigos. Espero que vocês e seus amigos aprendam uns com os outros com um grande coração e cresçam para ser pessoas que criam arcos-íris de amizade e de paz no futuro e em todo o mundo. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de junho de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Passatempo Respostas
13/07/2023
Editorial
BS
Sorriso encorajador
Iniciamos o segundo semestre de 2023. Julho, mês dos jovens, chegou. A edição do jornal Brasil Seikyo está repleta de força jovem. Traz experiências das jovens vidas, histórico da fundação da Divisão Masculina de Jovens e da Divisão Feminina de Jovens, além de uma maravilhosa mensagem enviada por Ikeda sensei, na qual ele diz: Hoje, mais que nunca, o mundo anseia por essa grande filosofia do respeito à dignidade da vida. Conforme consta numa escritura sagrada “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”,1 peço a vocês, jovens de profunda missão, que, quanto mais árduas forem as circunstâncias, recitem mais intensamente daimoku e escalem com alegria e coragem a montanha da vitória na revolução humana, incentivando uns aos outros.2 Pegando carona no frescor da Juventude Soka do Brasil, BS retoma a editoria Meu Bloco, Minha Alegria. Os encontros, o contato de vida a vida, ganham palco na temática. Visitar amigos, familiares, lugares faz parte do roteiro das pessoas em geral. Na Soka Gakkai, “visitar” tem um significado especial. Nessa seção, confira quão grandiosas são as visitas exercitadas na organização. E veja também um trecho em que são destacadas as palavras do presidente Ikeda: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo.3 Ikeda sensei fincou raízes na sociedade brasileira com um grande marco ao ocupar a cadeira 14 como sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1993. Também neste BS, acompanhe o evento comemorativo dos trinta anos do discurso do presidente Ikeda na ABL. Assim, leitor, no ritmo do recente ensaio de Ikeda sensei e com a plenitude das rosas fotografadas por ele, “avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro!”4 Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666-667, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.638, 8 jul. 2023, p. 3. 3. Ibidem, p. 16. 4. Ibidem, p. 6.
06/07/2023
Incentivo do líder
BS
Uma coleção de eternos aprendizados
Eu era uma menina tímida que mal cumprimentava as pessoas quando chegava às reuniões. Lembro-me de que um dia minha irmã me explicou a importância de romper essa timidez e falar com as pessoas. Isso aconteceu há uns dezessete anos. A partir de então, posso dizer que comecei a colecionar aprendizados. Uma líder de bloco que não conseguia fazer a apresentação de uma reunião e uma líder da Divisão dos Estudantes (DE) que mais parecia participante do que aquela que organizaria a atividade — essa era eu aos 14 anos. Apesar de me sentir insegura e inexperiente, estava num ambiente tranquilo para tentar acertar e errar também, porque tinha ótimas pessoas me apoiando. Recordo-me dos meus líderes da DE realizando atividades para mim e outro membro da divisão como se fosse um encontro com uma sala cheia de crianças. Tenho boas recordações de líderes de bloco, de comunidade, de distrito, e dos pais das minhas colegas que, agindo como condutores do kosen-rufu, me davam carona nas ocasiões em que eu não sabia chegar ao local da reunião ou era perigoso andar sozinha. Guardo calorosas lembranças das minhas líderes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), as quais me visitavam a fim de prepararmos as reuniões e criarmos planos para cumprir nosso objetivo de levar 25 meninas ao nosso encontro de julho. Quanta saudade sinto de líderes que já não estão por aqui, mas que me incentivavam com as palavras certas! Tenho uma grata lembrança que aquece meu coração sempre que chega a época do Exame de Budismo. Havia uma líder que me buscava em casa, incentivava-me no caminho, imprimia o material de estudo para os membros, explicava os conteúdos e fazia um resumo cheio de perguntas ao final dos encontros. Aquele apoio me fazia sentir confiante para prestar o exame. Fico pensando quantas horas ela dedicava para incentivar, apoiar e treinar não só a mim, mas os companheiros da localidade. Cada uma dessas pessoas me ajudou a adquirir aprendizados, que se tornaram joias valiosas em minha memória e em meu coração, como uma coleção riquíssima que ninguém pode tirar. Se hoje consigo, ainda tímida, falar em reunião, romper o medo de dirigir e dar carona, incentivar alguém nos preparativos de uma atividade, encontrar os estudantes ou fazer o que posso para estar junto com os companheiros é porque essa minha coleção me inspira a dar sempre o meu melhor. Cada pessoa deixou um pouquinho de si e empregou seu precioso tempo aos nossos encontros. Li recentemente na Revolução Humana: Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. E, então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar o tempo. O tempo para a difícil tarefa de se criar um genuíno companheiro é agora.1 Meu coração se enche de gratidão por ter líderes que se dedicaram para criar o tempo e me desenvolver, pois apliquei esse treinamento em tudo em minha vida. Como jovem, neste mês de julho, penso que, assim como eu, muitos colecionam aprendizados e guardam lembranças calorosas, joias com o rostinho de cada veterano, com muita gratidão. Da mesma forma, todos, sem exceção, cada qual com o seu jeitinho, neste retorno das atividades, são capazes de incutir tesouros de valor inestimável na vida dos jovens de todas as idades. Muitas vezes, para incentivar alguém, achamos que precisamos saber falar bem ou ter alto grau de estudo do budismo. Mas, para isso, basta termos o coração conectado ao sentimento do presidente Ikeda, que herdou esse mesmo sentimento do seu mestre, Josei Toda. Hoje, vejo que fui incentivada por corações grandiosos como o de Ikeda sensei. Sejamos nós aqueles que transbordam o acervo de aprendizados dos colecionadores do futuro em cada encontro e reconexão. Eu me esforçarei para isso também. Alessandra Miyagawa Vice-coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 110, 2022. Ilustração: GETTY IMAGES
06/07/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Agora é o momento de criar o futuro
Julho é uma época em que as crianças e os adolescentes iniciam o recesso escolar, realizam provas finais de semestre e ficam um pouco mais de tempo em casa com a família. Nesse período, em que a rotina dos estudantes desalenta, nasce o momento ideal para criar oportunidades significativas de diálogos e de aprendizado, para descobrir hobbies em comum entre pais e filhos, assistir a séries ou a filmes e também para apresentar a história da Soka Gakkai, por exemplo. Em inúmeros ensaios ou lendo a Nova Revolução Humana, encontramos exemplo de como Ikeda sensei e a Sra. Kaneko educaram seus filhos. Entrevistado por uma revista feminina, Ikeda sensei declarou: “‘A quantidade de recordações é mais importante do que o tempo de relacionamento.’ Para ele, mesmo sem ter tempo e por mais difícil que fosse, criar boas recordações com os filhos era uma atitude fundamental”.1 Nosso mestre afirma que “O que importa é o momento presente, não algum outro tempo no futuro’’.2 Os estudantes são o grandioso tesouro para o futuro, e o essencial agora é incentivar cada um deles a descobrir seu enorme potencial, dia após dia. O grande escritor Romain Rolland disse: “Viva o presente. Reverencie cada dia. Ame o presente, respeite o presente...”3 Nós temos, cada qual, uma intensa rotina: afazeres domésticos, reuniões no trabalho, atividades na organização; e, em alguns momentos, pensamos que não estamos dando conta. Contudo, aprendemos com o buda Nichiren Daishonin que o coração é o tesouro mais fundamental. Assim, nossas palavras e nossos pensamentos são o coração das nossas ações. Por isso, o mais importante é de que forma valorizamos e enaltecemos cada encontro, quais ações empreendemos para construir o futuro. Não amanhã, mas agora. No livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, encontramos um exemplo compartilhado por Ikeda sensei sobre a felicidade de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda, ao serem informados de que os membros estavam felizes devido às comprovações na prática da fé, e como deveria ser a convicção inabalável para a criação dos jovens sucessores: Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda com frequência encorajavam, com lágrimas nos olhos, os amigos aflitos, considerando o sofrimento deles como se fossem seus. A maior alegria dos dois era ver aqueles aos quais haviam encorajado superarem suas dificuldades e iniciarem com coragem um novo caminho na vida. Essa é a maravilhosa tradição da Soka Gakkai. Vivi até hoje, apesar de minha saúde fraca, graças à oração resoluta e ao encorajamento do presidente Josei Toda, que por diversas vezes me disse: “Não deixarei você morrer!” e “Não morra jovem!”. O nosso sincero desejo de ajudar os amigos a superarem o sofrimento e a se tornarem felizes irá instilar neles, e em nós, a esperança e a coragem de viver, e assim abriremos amplamente o caminho para a felicidade mútua. Neste modo de vida brilha a suprema humanidade. O mesmo espírito se aplica à educação dos filhos. Devemos ouvir com toda sinceridade cada criança e partilhar de seus desafios. Essa atitude é o ponto de partida para todos os nossos esforços.4 Sendo assim, vamos valorizar cada encontro com os estudantes, não deixando passar nenhuma oportunidade para conhecer sua realidade, seus desafios, pois, com esse sublime ato de devoção, estamos contribuindo para criar o futuro. Como pais e líderes, vamos vencer em nossa prática diariamente e incentivar nossos filhos e os jovens da organização com coragem, sabedoria e dinamismo. Cuidem-se! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ) Notas: 1. Cf. Terceira Civilização, ed. 533, jan. 2013, p. 36. 2. RDez, ed. 206, fev. 2019, p. 6-10. 3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.783, 12 fev. 2005, p. A4. 4. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo,2022. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
O planeta Terra é nosso palco!
Avancemos juntos, ecoando as vozes de encorajamento Nada é tão forte quanto o desafio dos jovens e suas asas criativas. Sem se intimidarem diante dos ventos furiosos de qualquer época, os jovens alçam novo voo com força, inteligência e paixão. Quando o grandioso pai da Soka Gakkai, primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, lançou ao mundo sua grande obra criativa Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], que defende a paz, a coexistência e o humanismo, em 1903, ano anterior à Guerra Russo-Japonesa, ele era um jovem de 32 anos. Este ano completam-se 120 anos desde a publicação dessa edição. Cada vez que se abre e se lê essa obra, o coração se expande em uma escala majestosa. O jovem Makiguchi mostrou que os indivíduos são “cidadãos locais”, os quais firmam raízes em sua localidade; “cidadãos do país” e; ao mesmo tempo, “cidadãos globais”, que não se prendem à estreita visão do nacionalismo. Além disso, lançando luz sobre a profunda relação entre o ser humano e o funcionamento do Universo, tais como o Sol, a Lua e as estrelas, ele discerniu de forma aguçada posicionando as atividades da sociedade e da indústria como fenômenos da vida humana que têm o planeta Terra como palco. Hoje, herdando o espírito de Makiguchi sensei, os cidadãos globais Soka emergidos da terra, que surgiram bailando no palco do nosso planeta, hasteiam o Budismo do Sol e dissipam a escuridão dos sofrimentos da atualidade. Neste mês e no anterior [maio e junho de 2023], na nossa vizinha Coreia do Sul e nos Estados Unidos, no Brasil, na Argentina e em cada país e localidade pulsam uma refrescante vida de esperança e de alegria que reverbera os sinos da nova era do kosen-rufu mundial. Pode-se dizer que cada um desses cenários representa o emocionante drama da canção triunfal do povo que comprova os princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e do “budismo é a própria sociedade”, tendo o planeta Terra como palco. Como Makiguchi sensei deve estar feliz pela maravilhosa expansão dos jovens emergidos da terra! Orando e apoiando o desenvolvimento Em qualquer país ou localidade, por trás do desenvolvimento das jovens vidas há o apoio e a oração dos nobres veteranos. É a abertura do caminho que se relaciona diretamente com o coração do mestre, Josei Toda, que bradou: “Criemos as pessoas! Esse é o melhor caminho para a vitória que se liga ao futuro”. Em sintonia com o crescente desenvolvimento dos sucessores no mundo, atualmente, no Japão, temos, entre outros: A rede harmoniosa da Divisão das Mulheres que avança com as irmãs Kayo na vanguarda e a geração das jovens “lírios-brancos” [grupo de jovens senhoras da Divisão das Mulheres]! A refrescante vitalidade que transborda na Academia da Divisão Masculina de Jovens em sua luta e em seu treinamento conjunto! A confiança e a originalidade criativa que brilham nos responsáveis pela Divisão dos Estudantes! Meu dia a dia, junto com minha esposa, é o de enviar daimoku de profunda gratidão. A tradição de renomada universidade Há cerca de trinta anos (1994), no mês de junho, fui convidado pela renomada Universidade de Glasgow, do Reino Unido, a visitar a instituição. Houve uma solene cerimônia em que tive a honra de receber o título de doutor honoris causa. Foi o Dr. J. Forbes Munro (na época, presidente do Conselho Universitário) que, ao ler a carta de recomendação para minha indicação, fez ressoar por várias e várias vezes o nome do meu mestre, Josei Toda, no Bute Hall. O Dr. Munro concluiu sua fala recitando o poema Catarata, que havia redigido para representar a Cachoeira Oirase, na província de Aomori, região de Tohoku: “Intenso como a catarata / ... / Radiante como a catarata / Imponente como a catarata / ...”. Até hoje aquela voz profunda não se afasta do meu coração. O Dr. Munro era uma figura de destaque da história da economia africana e, ao mesmo tempo, um modelo para os educadores humanistas que amam os alunos. Mesmo em relação aos estudantes intercambistas da Universidade Soka, ele os treinava, valorizando-os como se fossem seus próprios filhos, junto com sua esposa. Alegria do reencontro do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, com o Dr. J. Forbes Munro da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Nesse dia, Ikeda sensei oferece-lhe um poema, e o chama de “meu amigo íntimo” (Tóquio, maio 2007) O nome de uma personalidade que o Dr. Munro citava como orgulho da Universidade de Glasgow é o do “pai da economia”, que foi também professor dessa instituição, Adam Smith (1723–1790). Neste ano, recebemos o 300º aniversário de seu nascimento. Mesmo em meio aos intensos afazeres da escrita e da publicação de sua histórica e renomada obra Teoria dos Sentimentos Morais, Smith revelou seu real sentimento: “Nada é mais sagrado do que me esforçar ao máximo como membro desta universidade para servir aos estudantes”.1 Ele não tinha a menor formalidade e não demonstrava ar de intelectual. Diz-se que ele vivia alegremente junto com os estudantes, e era alguém que, sem se poupar, descobria e desenvolvia as sementes do talento.2 Nossa Universidade Soka do Japão, como também a da América, está expandindo ainda mais os intercâmbios acadêmicos e educacionais, fortalecendo o espírito de “estudante em primeiro lugar”. A rede de sabedoria e de confiança interligando as universidades do mundo nada mais é que a fonte de luz da esperança a iluminar o futuro pacífico dos cidadãos globais. O grande coro em um só coração No local em que se reúnem, crescem e desenvolvem vidas da juventude há sempre uma canção. Nos dias atuais, membros de todo o mundo estão avançando imponentemente juntos com alegres canções. Na SGI-Europa, que há alguns dias iniciou nova partida, há a nova canção Sun Rises in My Heart [O Sol se Levanta em Meu Coração]. Na SGI-Índia, que expande a grande rede da esperança, são entoadas muitas canções. Uma das mais representativas é I am That One Disciple [Eu Sou esse Único Discípulo]. “Esse único discípulo” é a resposta às palavras do mestre de que “a existência de um único discípulo verdadeiro realiza sem falta o kosen-rufu”. De fato, agora, uma multidão de “valores humanos”, alegre e saltitante, baila animadamente tal como na assembleia do Sutra do Lótus Nas canções da Soka Gakkai do Japão, e dos membros do mundo, pulsa o espírito de mestre e discípulo e contém a mensagem do desejo pela paz e felicidade. Para minha alegria, as vozes animadas do coral da Divisão dos Estudantes, nosso tesouro, reverberam novamente de forma sábia e alegre em cada localidade. Recordo-me de ter recebido ilustres visitantes do mundo junto com os companheiros do coral da Divisão dos Estudantes. Eles aprendiam e treinavam com todas as forças a canção entoada nos países desses visitantes e cantavam maravilhosamente na língua deles. Com um sorriso, os visitantes chegavam a cantarolar juntos. Certa vez, um líder jovem, que se dedica atualmente à diplomacia civil e atua como um responsável pela Divisão dos Estudantes como ex-integrante do coral, relatou-me suas lembranças da participação em uma conferência internacional pela paz na Mongólia. No último dia da conferência, o interior do traslado se tornou o local de animada cantoria. Ele cantou ardentemente, na língua deles, as músicas populares da Mongólia e da Índia que havia entoado como membro do coral por ocasião da recepção aos convidados junto comigo. Então, todos começaram a cantar alegremente formando um grande coro. Superando as diferenças de nacionalidade, de posição e de opinião, uniram os corações. Ele conta que sentiu, mais uma vez, que “a música era a suprema arma para a paz”. “Corra em prol do kosen-rufu” Em breve, receberemos o dia 30 de junho, data de fundação da Divisão dos Universitários [do Japão]. O desafio do “kosen-rufu mundial”, do “rissho-ankoku” e da “perpetuação da Lei” que almejamos é uma longínqua jornada a continuar pelos dez mil anos e mais, por todo o futuro, dos Últimos Dias da Lei. A caminhada do kosen-rufu, de contínuas batalhas contra os “três poderosos inimigos” e contra os “três obstáculos e quatro maldades” não poderia ser nada fácil. Em especial, a Divisão dos Universitários nasceu em meio às ondas furiosas do Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari e do Incidente de Osaka no ano 1957. Essa relação cármica é demasiadamente profunda e essa missão é por demais grandiosa. Foi em 30 de junho de 1978, no 21º aniversário de fundação, que ofereci aos jovens talentos a canção dos universitários Kofu ni Hashire [Corra pelo Kosen-rufu], de profundas recordações. Quando foi anunciada na reunião de líderes, realizada no Centro Cultural de Arakawa, houve uma explosão de alegria, e o fato de termos cantado juntos por doze vezes é inesquecível. Até hoje, muitos companheiros vieram percorrendo uma juventude valorosa junto com essa canção: “A minha vida é o kosen-rufu”. “Nós nos levantamos na vasta planície / visando dez mil milhas, o corcel branco corre imponentemente...” Na época atual, entoando altivamente essa canção dos universitários, os integrantes das Divisões dos Universitários e das Universitárias estão percorrendo as localidades, empenhando-se sinceramente nos diálogos corajosos. Quão digna e gloriosa é essa luta! A vocês, de sabedoria resplandecente, quero dedicar novamente as palavras que ofereci aos companheiros da Divisão dos Universitários da época: “Agora é a vez de vocês. Confio-lhes o século 21”. A canção de luta conjunta em cada localidade Em 1987, quando nasceu a música Kofu ni Hashire, em meio às furiosas tempestades da primeira problemática do clero, compus muitas canções para as províncias e as regiões com o desejo de encorajar os nobres companheiros que lutavam heroicamente. Como canções das regiões, temos: Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] de Kansai. Jiyu no Sanka [Hino dos Emergidos da Terra] de Chugoku. Warera no Tenchi [Nosso Céu e Terra] de Shikoku. Hi no Kuni no Uta [Canção da Terra do Fogo] de Kyushu. Kono Michi no Uta [Canção desta Estrada] de Chubu. Aa Kangeki no Doshi Ari [Ah, Companheiros de Emoção] de Tóquio. Aoba no Chikai [Juramento das Folhas Verdes] de Tohoku. Aa Seigan no Uta [Ah, Canção do Juramento Seigan] de Hokuriku. Aa Kyosen no Uta [Ah, Canção da Luta Conjunta] (revisada mais tarde e denominada San Daijo no Uta [Canção do Castelo de Três Mestres] de Hokkaido), onde confiei as transbordantes emoções. E, ainda, para as regiões de Kanto, Tokaido, Shin’etsu e Yamanashi, ofereci as canções de cada província. Em Okinawa, há a adorável canção que entoamos juntos diversas vezes: Okinawa Kenji no Uta [Canção dos Jovens Robustos de Okinawa]. Criei também a música do distrito, da organização de base. É a canção Kitamachi Kofu [Kosen-rufu de Kitamachi] da região de Kitamachi, no distrito de Nerima, em Tóquio. Na letra dessa canção, registrei: “Caminho que trilhamos, eu e você”. O caminho a ser trilhado na localidade é o “caminho dourado” onde percorrem o mestre e o discípulo. E, na conclusão, escrevi “Edifiquemos juntos”, imbuído do sentimento de realizar o kosen-rufu da localidade junto comigo, com espírito indomável de não ser derrotado. O Pico da Águia se encontra aqui O buda Nichiren Daishonin indicou solenemente: “Seja qual for, o local em que se pratica o veículo único do Nam-myoho-renge-kyo torna-se o Pico da águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila”.3 O Pico da Águia não se encontra em algum lugar longínquo. A terra onde se levanta agora para cumprir sua missão é o Pico da Águia e a Capital da Luz Eternamente Tranquila. É a fonte de energia do kosen-rufu mundial. O ato de definir concretamente essa determinação em sua vida é a própria prática da fé. Deve-se recitar daimoku do juramento seigan para a expandir o kosen-rufu e para ampliar o diálogo da coragem e da esperança. Nossa vida é a própria vida do Buda. Por essa razão, quaisquer que sejam os obstáculos e as maldades que surjam competindo entre si, não há por que deixar de realizar a transformação do destino. Não será derrotado em hipótese alguma. Não será destruído por nada, e jamais será violado. O verdadeiro palco para edificar essa condição de felicidade absoluta são nosso honroso distrito e nossa comunidade. Na vanguarda da nova era Receberemos o mês de julho, o mês dos jovens. Em particular, neste ano, completam-se oitenta anos desde a perseguição sofrida por Makiguchi sensei e por Toda sensei em decorrência das opressões do governo militarista, com a prisão deles em 6 de julho de 1943. Na obra Jinsei Chirigaku, visualizando o rumo da humanidade, Makiguchi sensei clamou pela grande transformação da “competição militar”, da “competição política” e da “competição econômica” para “competição humanística”. Os jovens Soka são aqueles a se tornar vanguardistas nessa corrida humanística e da justiça. Em uma passagem dos escritos enviada para a monja leiga Myoshin, que perseverava com uma fé límpida, Daishonin afirma: Este ideograma myo é a lua, é o sol, são as estrelas, é um espelho, são as roupas, a comida, as flores, a grande terra e o grande mar. Todos os benefícios juntos formam o ideograma myo. Além disso, é a joia da realização dos desejos.4 Cidadãos globais emergidos da terra que abraçam e praticam o supremo princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, com o ritmo sonoro da Lei Mística que atravessa a vida e o universo, transformem sua condição de vida e a dos outros, unam-se em rede de solidariedade conjunta e conduzam a sociedade global rumo à paz! Avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro! Publicado no Seikyo Shimbun de 27 de junho de 2023. Solene cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade de Glasgow. O Dr. Munro profere a leitura da carta de recomendação para a indicação de Ikeda sensei (Bute Hall, Glasgow, Reino Unido, jun. 1994) O início do verão [japonês] é a estação das rosas. Elas desabrocham com elegância. Banhadas pelos raios solares, as flores parecem sentir-se confortáveis. Ao lado, foto tirada por Ikeda sensei, em Tóquio, no mês de maio deste ano [2023]Notas: 1. Incluída na Coleção de Cartas dos Pensadores Britânicos — Adam Smith. Tradução para o japonês: Hisashi Shinohara. Grupo de Publicações da Universidade de Nagoya.2. PHILLIPSON, N. Adam Smith e sua Época. Ttradução para o japonês: Daisuke Nagai. Editora Hakusui-sha.3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 811.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 879-880. Fotos: Seikyo Press
06/07/2023
Especial
BS
Juventude de coragem e de comprovação
Em 3 de julho de 1945, Josei Toda foi libertado da prisão, após cumprir pena por defender a legitimidade do Budismo de Nichiren Daishonin ante às imposições do governo militarista que desejava unir a nação em torno do xintoísmo. Pelo mesmo motivo, seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai, faleceu no cárcere como mártir. Toda sensei não perdeu tempo em empreender esforços para a reconstrução da organização cuja maioria dos líderes havia se afastado temendo a opressão das autoridades. Seis anos depois, ele vislumbrava uma nova geração de jovens de confiança que assumissem o protagonismo do movimento pelo kosen-rufu por todo o futuro e se dedicou a liderar treinamentos especiais para representantes dessa juventude. Mesmo enfrentando severas dificuldades em seus negócios, empenhava-se diligentemente para incentivar e preparar os participantes, com rigorosidade e benevolência. As condições de saúde de Josei Toda eram extremamente precárias, mas, mesmo exausto física e mentalmente, jamais negligenciava as reuniões de aprimoramento. Sobre esse período, no romance Revolução Humana consta: Na sociedade, a maioria dos políticos sustenta sua fama e posição utilizando-se e sacrificando os jovens. No entanto, um verdadeiro líder se sacrifica pelo glorioso futuro dos jovens, observando-os e protegendo-os nos bastidores. De toda forma, nessas reuniões eram realizados rigorosos treinamentos. Não era permitido um minuto de atraso sequer, qualquer que fosse o motivo. Eram 14 jovens para quem ele confiaria o futuro. Com vigor fora do comum, Josei Toda orientava com base nos escritos de Nichiren Daishonin e em narrativas literárias. O treinamento era realizado com total seriedade. Seu conteúdo era um verdadeiro testamento em relação ao grande objetivo do kosen-rufu.1 Após tomar posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda continuou a promover as atividades de aprimoramento dos jovens constantemente e, no final delas, apresentou de forma solene a proposta de fundação da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), a ser realizada no dia 11 de julho de 1951, e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), em 19 de julho. O histórico primeiro passo da DMJ foi dado na atividade de fundação realizada na sede de Nishikanda, em Tóquio, cujo andar superior logo ficou lotado. O clima daquela noite estava quente e úmido somado à respiração ofegante dos participantes, todos na faixa de 20 anos, que chegavam às pressas diretamen-te do trabalho. Poucos tinham o cabelo arrumado e, na sapateira, a maioria dos sapatos e tamancos estava desgastada, assim como os guarda-chuvas depositados ao seu lado. Às 18 horas, foi apresentada a declaração de fundação da nova estrutura dos distritos da Divisão dos Jovens. Os líderes da Soka Gakkai apresentaram suas palavras de incentivo e de cumprimento, e representantes de cada distrito expressaram vibrantemente suas decisões. Ao final, Josei Toda se dirigiu à mesa do orador para proferir suas palavras. Outro trecho da obra Revolução Humana narra esse momento: Josei Toda começou a falar de forma despreocupada algo totalmen-te diferente: — Dentre os que se reuniram aqui hoje, certamente surgirá o próximo presidente da Soka Gakkai. Acredito que ele está aqui com toda a certeza. A ele, quero manifestar as minhas mais sinceras felicitações. As palavras de Josei Toda foram ditas com um tom de voz baixo e ao mesmo tempo alto, mas repleto de sentimento. Com essas palavras inesperadas, os jovens ficaram de repente surpresos e tensos. “Ele diz que o terceiro presidente está aqui dentro. Quem será?” Essa era uma questão que estava muito distante do pensamento deles.2 Entre os participantes da fundação estava o jovem discípulo Daisaku Ikeda. O presidente Josei Toda continuou seu discurso: — O kosen-rufu é a missão que devo cumprir infalivelmente. Quero que se conscientizem plenamente que cada um de vocês da Divisão dos Jovens também se encontra nessa mesma nobre posição. Observando a recente história da revolução de Meiji, notei que sua força propulsora foram os jovens da época. Na época de Nichiren Daishonin, também, os discípulos que mais atuaram foram os jovens. Os jovens sempre moveram e construíram a nova era. Por favor, meu único desejo é que sem falta vocês realizem com as próprias mãos essa nobre e grandiosa missão. A nossa meta não se restringe somente ao Japão. Nichiren Daishonin nos ordena a propagar a grande Lei para a Península da Coreia, para a China, para a Índia, e para os confins de todo o mundo. Isso porque o Nam-myoho-renge-kyo revelado por ele preenche e movimenta, de fato, todo o Universo. E também é a grande Lei da vida. No dia de hoje, envio os cumprimentos à pessoa que se tornará o próximo presidente, e o felicito sinceramente pela fundação da Divisão Masculina de Jovens.3 Oito dias depois, foi realizada a fundação da Divisão Feminina de Jovens. Diferentemente da atividade da DMJ, não havia uma chuva torrencial, e ocorreu em uma noite quente. Na ocasião, Toda sensei incentivou: Todas as moças da Soka Gakkai devem, sem exceção, ser felizes. Até agora, pode-se dizer, em síntese, que a história da mulher sempre foi triste pelo próprio destino trágico. Para as moças que abraçaram a Lei Mística em plena juventude não há mais razões para chorar pela fatalidade do destino. Portanto, é necessário viver uma existência com pura e devota fé. Nessas condições, todas poderão ser felizes. É o que eu desejo e deixo como saudações para hoje. Sejam felizes!4 Tornando realidade as palavras de Josei Toda durante a fundação da DMJ, Daisaku Ikeda tornou-se terceiro presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960, sucedendo o mestre após o falecimento dele dois anos antes. Desde essa ocasião, sob os incentivos e a intensa dedicação do presidente Ikeda, o caudaloso rio da juventude criado por Toda sensei percorreu todo o Japão e se expandiu para o mundo em sucessivas ondas de jovens a herdar o sublime ideal do kosen-rufu. Nos jardins da BSGI, em cuja juventude Ikeda sensei deposita máxima confiança e expectativa, desabrocham, um após outro, inúme-ros jovens valorosos que aplicam os princípios humanísticos do Budismo Nichiren e abraçam os ideais do Mestre, apoiados pelos veteranos, para construir uma sociedade de paz e uma nova era de felicidade para todas as pessoas. Fonte: IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Incontida Alegria. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 97-98, 2023.2. Ibidem, p. 102.3. Ibidem, p. 108-109.4. Ibidem, p. 111. Um jovem não teme dificuldades Trechos do ensaio “Nosso Brilhante Caminho da Vitória” de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicado no Seikyo Shimbun de 8 de julho de 2010, com o título Jovens! Bailem com Coragem no Mês de Julho!. DR. DAISAKU IKEDA Um jovem não teme dificuldades. Pelo contrário, ele se dispõe a enfrentá-las corajosamente para cumprir o próprio juramento. Isso é ser jovem! Com essa atuação, alcança-se plena realização e desenvolvimento. De acordo com Tiantai, Shakyamuni explicou que um ensinamento superficial é fácil de abraçar, mas encontrar um ensinamento profundo é difícil. Ele também afirma que requer um coração corajoso para abandonar o ensinamento superficial e abraçar o profundo. Quem serão os jovens a herdar esse “coração corajoso” citado por Tiantai? Onde se encontram os seres humanos valorosos que atuarão como verdadeiros “tesouros da nação”? Declaro altivamente que são os jovens da Soka Gakkai. Em todos os momentos, os integrantes da Divisão dos Jovens resplandecem dentro do meu coração. Vocês não poupam esforços na atuação nos bastidores. (...) Alguns estão provavelmente enfrentando dificuldades financeiras. Outros podem estar passando por diversos problemas familiares, de trabalho ou de doen-ça. Mesmo nessas condições, uma vez assumida a sua função, enviam calorosos incentivos aos companheiros com seu comportamento agradável. Por outro lado, refutam qualquer ação da maldade, hasteiam altivamente a bandeira da justiça e ampliam as ondas de vitória. Nichiren Daishonin ensinou seu principal discípulo Shijo Kingo, que lutou vigorosamente contra muitas perseguições, dizendo-lhe repetidas vezes: “Se houver virtude invisível, haverá recompensa visível”.1 Mesmo que ninguém esteja observando, o suor, as lágrimas e as orações são observados pelo Buda. Não há erro nos princípios do budismo. O momento crucial Nas horas decisivas, os jovens devem se inflamar de um espírito indomável. Vocês são revolucionários da Lei Mística que abrem de forma imponente as asas da persistência e da coragem sem temer os vendavais. Os honrosos veteranos (...) também estão na linha de frente para proteger resolutamente a Soka Gakkai. O jovem poeta revolucionário [Lord] Byron bradou: “A ideologia é o último e único baluarte”. Quão sublime é encontrar uma ideologia correta ainda jovem; é um ato muito mais grandioso do que possuir riquezas. Nos escritos constam: “Como a Lei é maravilhosa, a pessoa é digna de respeito; já que a pessoa é digna de respeito, a terra é sagrada”.2 Os jovens que praticam a Lei Mística, além de tornar a própria vida suprema, conseguem criar prosperidade também no local em que vivem. Essa é a grandiosa filosofia de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. (...) A ação convicta para cumprir o grande juramento pelo kosen-rufu eleva, sem dúvida, a condição de vida e também amplia a felicidade de si e de outras pessoas. Ação, ação e ação No verão de 1957, em meio às tempestades de incidentes em Yubari e em Osaka, escrevi um ensaio sobre Byron como mensagem para os jovens: “Byron amou o povo e sua pátria. Encontrou o propósito da sua vida no movimento revolucionário, bradando ação em primeiro, em segundo e em terceiro lugares. Nós, que somos banhados pela luz da Lei Mística, devemos viver em prol do kosen-rufu com a forte paixão que nos une por toda a eternidade”. (...) A base da criação de “valores humanos” é o espírito de mestre e discípulo. Onde pulsa esse espírito, a legião de sucessores cresce para assumir a liderança na próxima época. (...) Meu sentimento, bem como o do presidente Josei Toda, era amar e confiar nos jovens. O mestre disse: “Os jovens são os olhos do Japão. Devem ser perspicazes e ter senso crítico. O que faremos se perdermos os olhos? A nação ficará sem o rumo. Vocês devem sentir a suma importância dessa missão”. Os jovens devem avançar com os olhos límpidos e perspicazes. Conseguir ou não ultrapassar o próprio limite depende de sua determinação, de sua persistência. (...) As funções protetoras do mundo estão aplaudindo a atuação missionária dos nossos jovens. A vitória de vocês é a minha vitória. O sorriso de vocês é a maior alegria dos seus pais. Vocês são heróis que avançam pelo caminho da coragem e da justiça, rumo ao glorioso pico do triunfo de mestre e discípulo. Julho é o mês de mestre e discípulo! Julho é o mês dos jovens! É o mês em que os membros da Divisão dos Jovens herdam o espírito dos Três Mestres e se lançam na batalha pela transformação do destino de toda a humanidade. No topo: Jovens integrantes da terceira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (Centro Cultural Campestre da BSGI, Itapevi, SP, 17 jun. 2023)Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.051, 11 set. 2010, p. B4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 171, 2017.2. Ibidem, p. 364. Fotos: BS / GETTY IMAGES
06/07/2023
Relato
BS
O caminho da boa sorte
Eu me chamo Pedro de Oliveira, tenho 24 anos e pratico o budismo desde os 17. O caminho até a prática antecedeu os dois anos da minha conversão, quando resolvi fazer o vestibulinho. Graças a um ano inteiro de estudos, em 2014, fui aprovado em três ótimas escolas gratuitas. A que escolhi definiu minha jornada. Meus melhores amigos são os que encontrei lá; depois, ao começar a dar aula em um cursinho popular criado por colegas, descobri minha profissão dos sonhos, a de professor, e minha área favorita, História. Por último, foi por intermédio de colegas de turma, egressos da Escola Soka, que comecei a frequentar a Gakkai. Graças a eles, conheci o budismo e os ensinamentos do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), humanista que tenho o orgulho de chamar de mestre. Em outras palavras, o vestibulinho foi porta de acesso para meus maiores tesouros e para a estrada que decidi trilhar. Então, em abril de 2016, escolhi fazer parte da Soka Gakkai, engajando-me nas atividades da região da Mooca, zona leste de São Paulo. A boa sorte não demorou a se manifestar: entre janeiro e fevereiro de 2017, em um intervalo de menos de trinta dias, participei da Academia da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília, capital federal, concretizei meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo) e recebi a notícia da minha aprovação na Universidade de São Paulo (USP). Contudo, logo depois tive de enfrentar uma grande maldade. Foi no fim de 2017 que comecei minha batalha contra um caso clínico sério de depressão e de ansiedade. Consequentemente, em junho do ano seguinte, tentei pôr fim à minha própria existência. Eu via a dignidade da vida de todas as pessoas, menos da minha. Na Soka Gakkai, aprendemos sobre o acúmulo de boa sorte; no meu caso, ela evidenciou de forma inesperada: minha mãe me imobilizou antes que eu me lançasse da sacada. Dessa experiência de vida, destaco dois aprendizados importantes. Em primeiro lugar, relembrar que saúde mental não é algo que possa ser ignorado. No primeiro sinal de que ela não está bem, deve-se procurar ajuda. Não há demérito nenhum nisso; pelo contrário, é um gesto de extrema coragem. Em segundo, mostrar qual foi o momento de firmar meu juramento com Ikeda sensei, que ocorreu uma semana depois daquela tentativa de suicídio frustrada. Estava quatro dias internado, tendo ataques de ansiedade fortíssimos, e se aproximava a reunião da Divisão dos Universitários (DUni) da localidade, na qual seria apresentada a Proposta de Paz 2018, sugerida à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente Ikeda. Como líder da DUni, sabia da importância daquele encontro. Além de a explanação estar sob minha responsabilidade, participriam convidados da sociedade. Mais que isso, sabia que meu mestre contava comigo. Então, orei intenso daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) e fui para o encontro, acompanhado do meu irmão gêmeo Lucas, em sua primeira atividade. A reunião foi um sucesso! A partir daí, finalmente entendi que a dignidade da minha vida era também importante. Assim, recebi alta do tratamento em 2019, e sigo completamente saudável. Concluí meu bacharelado e licenciatura em História. Também consegui harmonizar as relações com meu irmão e meus pais, Joaquim e Daniela. Eles não são membros da organização, mas são os primeiros a me incentivar em tudo. Eixo das conquistas O sentimento de mestre e discípulo que criei em meio àquela crise me move até hoje. Continuo com meus estudos, atualmente fazendo mestrado na USP com direito à Bolsa de Excelência Acadêmica da Capes. Além disso, permaneço como educador popular, voluntário em um cursinho que luta para que o vestibular não seja um sistema de exclusão que impeça os jovens, especialmente os periféricos, de realizarem seus sonhos. Nos dias atuais, os obstáculos continuam numerosos, mas cada vez menores em relação ao tamanho da minha missão. E ainda mais reforçada depois de tudo que vivenciei na Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, no mês passado. Como responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, parte da RM Liberdade, venho me esforçando na criação de um ambiente que genuinamente preze e incentive cada um ali, junto com meus veteranos da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF). Em nossas terças-feiras de daimoku e em nossas reuniões de palestra, estamos verdadeiramente conquistando um local de concentração de benefícios. Com o curso da minha revolução humana, rumo a 2030, quero continuar me desenvolvendo como pesquisador e professor, para contribuir cada vez mais com a luta por uma sociedade menos desigual. No livro Diário da Juventude, de autoria de nosso mestre, lemos: Juventude regada com lágrimas. As lágrimas me fizeram descobrir uma nova força. As lágrimas me fizeram sentir uma emoção inexplicável jorrando do fundo do coração. Juventude, rica em poesia. Juventude, que vive com paixão e suor. Agora, nos momentos preciosos da juventude, quero expressar a mais primorosa obra da arte de viver.1 Amigos e amigas da Juventude Soka, contem comigo! Aonde vocês forem, eu vou também! Muito obrigado! Pedro de Oliveira, 24 anos, educador popular. Na BSGI, é líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, RM Liberdade. Pedro faz a selfie na primeira imagem à esquerda, ao lado do irmão gêmeo Lucas e do pai, Joaquim Com a mãe, Daniela, e o irmãoNota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. 2019. p. 6. Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Conheça o Budismo
BS
Uma vida iluminada
Quando as necessidades ou os desejos de uma pessoa são concretizados, ela se sente feliz. Mas a simples realização desses desejos ou necessidades não pode sustentar essa felicidade. Apesar de não estarmos totalmente satisfeitos com nossa vida atual, podemos sentir que somos mais felizes que antes. Porém, ninguém é continuamente feliz. Por melhor que seja a situação, há também momentos ruins. Com base nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, afirmava que existem dois tipos de felicidade: a relativa e a absoluta. Felicidade relativa É uma condição momentânea que muda de acordo com as circunstâncias da vida, é transitória. Nela, buscamos realizar nossas necessidades ou desejos pessoais, acalentando êxito individual representado por posição social, fama, riqueza ou poder. Esse tipo de felicidade também pode ser denominado “falsa felicidade”, pois ele tem como finalidade a busca cada vez maior por bens materiais, que provêm de uma fonte exterior. Ele torna as pessoas egoístas. É como se a pessoa estivesse esperando alguma força externa para definir sua condição de felicidade na vida. O Budismo Nichiren nos incentiva a conquistar uma vida financeira estável, uma boa casa, sucesso profissional, mas nos conscientiza de que não devemos nos apegar aos aspectos materiais ou tornar esses bens o eixo de nossa vida, pois nada disso erradicará nosso carma fundamental. Felicidade absoluta É uma felicidade profunda e duradoura que não depende do objeto de desejo ou de necessidade, do passado e tampouco de fatores externos. O principal ingrediente para essa felicidade encontra-se na própria vida. A felicidade absoluta está diretamente relacionada ao grau em que se pode extrair a própria força vital e a esperança no futuro. A fonte da verdadeira felicidade está dentro de cada um de nós, no âmago da nossa determinação, jamais permitindo que uma situação adversa domine nossa jornada, edificando nossa revolução humana e construindo realmente uma vida magnífica. É uma condição de vida em que, independentemente da situação atual, conduzimos nossa vida com grande alegria e imensa satisfação. Em busca do nosso caminho para uma felicidade inabalável, em nenhum momento devemos fugir ou evitar os problemas que surgem, ou nos deixar levar pelas circunstâncias que sempre tentam nos impedir, baseando-nos em algo superficial que desmorona facilmente. Devemos superar e transformar quaisquer dificuldades, evidenciando a coragem com base na Lei Mística, conquistando a felicidade genuína. Como conquistar a felicidade absoluta? A segunda diretriz eterna da Soka Gakkai é “Prática da fé para conquistar a felicidade”. O buda Nichiren Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.1 Essa frase ensina que todos os seres humanos têm a plena capacidade de desfrutar a felicidade absoluta se recitar Nam-myoho-renge-kyo. Independentemente de origem, etnia, posição social ou quaisquer outros fatores, por meio da recitação do daimoku, extraímos uma força inesgotável que nos possibilita comprovar imensos benefícios e realizar a revolução humana e, simultaneamente, transmitir esse ensinamento para que outras pessoas possam usufruir a mesma condição. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, ressalta: A recitação do Nam-myoho-renge-kyo faz surgir do nosso interior a força para sobrevivermos e também a esperança. O budismo ensina que desejos mundanos são iluminação (bonno soku bodai), ou seja, a pessoa na condição de vida iluminada do Buda transforma aflições em alegrias, sofrimentos em satisfações, insegurança em esperança, preocupações em tranquilidade, negativo em positivo e prossegue a vida transformando tudo. Jamais terá uma situação de estagnação.2 E, em outro escrito, Nichiren Daishonin declara: Contudo, mesmo que recite e acredite no Myoho-renge-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior.3 Aqui, ele transmite que a finalidade última do budismo está em conduzir a humanidade para a felicidade absoluta, elucidando o caminho direto para atingir a iluminação. Essa frase ensina a postura correta na prática da fé, salientando que a Lei Mística é ineren-te à vida de todas as pessoas. Com profunda fé, devemos recitar Nam-myoho-renge-kyo, adquirindo forte energia vital e conquistando a felicidade suprema. Ikeda sensei ressalta: A felicidade absoluta significa concretizar o estado de iluminação real no remoto passado. Para atingir esse estado, precisamos lutar resolutamente pelo kosen-rufu e não conduzir uma existência egocêntrica. Isso é o que significa prática da fé do ensinamento essencial. Praticando com um espírito de não poupar a própria vida, podemos romper a escuridão de nosso ser inferior. E à medida que agimos dessa forma, a vida de nosso ser superior surge de nós. Ou seja, manifestar uma genuína convicção na fé e empreender ações altruísticas em prol do kosen-rufu.4 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.856, 19 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.857, 26 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2020.2. Brasil Seikyo, ed. 2.226, 10 maio 2014, p. B2.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2020.4. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
Meu Bloco, Minha Alegria
BS
Árvore da felicidade
A hora e a vez de cultivar a semente da coragem e da esperança no coração das pessoas. E nada mais inspirador que utilizar as sutis e verdadeiras lições da natureza, bastando um simples olhar para seu dinâmico sistema de vida. Vamos lá! Sabemos que, uma vez plantada em solo fértil, uma semente de árvore se transforma em frondosos galhos e folhas, flores e frutos, de acordo com sua espécie. Mas o que a sustenta? Suas raízes. O budismo praticado na Soka Gakkai visa elevar a condição de vida das pessoas, para que tenham forças para superar os impasses da vida. No entanto, o verdadeiro desafio em nossa prática budista acontece quando estamos sós. Nós precisamos da determinação para nos empenhar na fé e vencer, mas, por vezes, cedemos ao desânimo. Nossas raízes da convicção enfraquecem. Quem nunca? Em uma de suas orientações, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, utiliza-se de mais um elemento da natureza para nos inspirar. Ele diz: Sem a terra, os seres vivos não crescem. Em nosso movimento Soka, o bloco e a comunidade são a terra que promove o belo florescimento e disseminação das “flores humanas” que são os bodisatvas da terra. A rica terra do nosso bloco e comunidade é fonte inesgotável de nutrição espiritual para atingirmos o estado de buda nesta existência. A radiante luz do incentivo que generosamente emana do nosso bloco e comunidade aquece e revitaliza até mesmo o mais congelado coração.1 Como começar “Tudo se inicia a partir de uma pessoa — eis a importância de incentivá-la com consideração, sinceridade e calor humano. Desse gesto nasce alegria, orgulho e confiança, e daí se expande a criação de protagonistas do kosen-rufu.”2 Assim direciona Ikeda sensei, fortalecendo o sentido de aproveitarmos cada oportunidade oferecida para ir ao encontro das pessoas. Na Soka Gakkai, essa preciosa oportunidade se dá com as visitas e orientações individuais e familiares, durante as quais são ancoradas as bases da sincera amizade, da compaixão e do direcionamento para a prática da fé capaz de transformar as circunstâncias. Textos e materiais de apoio estão à disposição de todos, por meio dos periódicos e livros da Editora Brasil Seikyo (EBS). Fontes com capacidade de eliminar as ervas daninhas da dúvida, fazendo florescer renovada disposição para solucionar questões de saúde, trabalho e harmonia familiar, entre tantas outras situações que afligem as pessoas, em especial nos últimos tempos. Sobre a importância do incentivo, destacamos abaixo um trecho de Nova Revolução Humana, em que lemos: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo. E prosseguiu: — Mais ou menos da mesma maneira, a fonte de todo progresso no âmbito do kosen-rufu consiste em compartilhar dos sofrimentos dos membros, responder as perguntas deles para livrá-los de quaisquer dúvidas, e possibilitar que eles se empenhem na fé com alegria e cheios de convicção e esperança.3 Eis o retrato da expansão de frondosas árvores da felicidade que se observa no movimento promovido nos blocos e comunidades. Ikeda sensei reconhece que os líderes que cuidam e se preocupam com os membros que, por várias razões, não conseguem ir às reuniões regularmente, visitando-os e conversando com eles para saber como estão “incorporam as ações de Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei”.4 Para os que já estão arando a terra e cultivando as sementes da esperança em sua organização e para aqueles que estão se pondo em ação a partir de hoje, mais uma inspiração vem dos depoimentos e das imagens retratados nessas páginas. E um convite para todos! A força do incentivo Incentivo é a força para converter desânimo em coragem. Para superar os sofrimentos, é preciso, mais que tudo, o incentivo. O incentivo torna-se a mãe da coragem. O importante no diálogo é saber ouvir. Ouvir é aprender, e é quanto expande o mundo. Ao se aproximar com respeito e sinceridade, o diálogo se estimula naturalmente. O diálogo é para aproximar o coração de cada um. Trecho do poema de Ikeda sensei intitulado A Primavera do Diálogo com Leveza, da série “Incentivos das Quatro Estações”. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.558, 3 abr. 2021, p. 3. *** Raízes fortalecidas As irmãs Elisabeth e Ana, da dir. para a esq., primeira e terceira na foto, recebem o aconchego da presença da responsável pela Divisão Feminina do bloco, Eleni, à esq. da foto, e da responsável pela regional, de blusa rosa. “Fomos incentivar, e saímos com o convite de realizarmos juntas duas horas de daimoku diariamente, prática que elas conduzem assiduamente. Que desafio maravilhoso! Foi gratificante”, enfatiza Eleni. Bloco Angela Rosa, em Franca, SP Rodrigo, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco está no centro da foto, atrás do Franklin, que recebe a visita. Eles já se conheciam de outra cidade e, por isso, Rodrigo é convidado para o movimento jovem organizado pelas lideranças locais. Da dir. para a esq., Jeane, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de RM; Joseane, pela mesma divisão na Sub; e Aline, de distrito. “Ao fazer visitas em conjunto aprendemos muito. Saí com energia vital elevada e determinado a construir o bloco mais feliz do mundo”, fortalece Rodrigo. Bloco Igapó, em Natal, RN E tem mais cenas de visitas familiares e individuais pelo país. Confira nas imagens: Bloco Canaãzinho, em Ipatinga, MG Comunidade Curuçá, em São Paulo, SP Comunidade Rosário, em Humberto de Campos, MA Distrito Caçador, em Santa Cecília, SC*** Mãos e coração a postos! Bem, ações vigorosas valem mais que mil palavras. Portanto, na abertura desta série, o objetivo é trazer um estímulo visual a todos. O desenho da árvore que ilustra esta matéria pode ser utilizado pelo bloco, pela comunidade ou até pela sua família. Coloque o nome de seus integrantes, e não esqueça ninguém. Depois, visite cada um deles e, juntos, deem renovada partida para que os frutos da felicidade e da vitória germinem firmes e fortes. No comparecimento dos encontros de diálogo humanístico; nos resultados de assinaturas dos periódicos e da participação no Kofu (contribuição voluntária), use a criatividade para florir e frutificar sua árvore. Conte para nós como foi sua experiência. O que vem por aí... Desejamos que você tenha gostado das abordagens e dos bastidores apresentados. Há algum tema que gostaria de ler aqui? Escreva para nós, assim construímos juntos este espaço de conteúdos, interação, e muita alegria! Voltaremos com a continuidade da série. Nosso e-mail de contato é o brseikyo@brseikyo.com (no campo do assunto, cite o nome da editoria Meu Bloco, Minha Alegria). Estamos também nas mídias sociais. Acompanhe-nos! Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.2. Brasil Seikyo, ed. 1.985, maio 2009, p. A2.3. IKEDA, Daisaku. Empenho Corajoso. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 146-147, 2019.4. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.
06/07/2023
Relato
BS
A alegria dos bons encontros
Sou Aline Yoko Hori, 17 anos. Moro em Campina Grande do Sul, PR, e pertenço à quarta geração de praticantes budistas da família. Trago aqui um pequeno recorte de minha trajetória, em especial desde 2020, quando me deparei com enormes desafios. Em abril daquele ano, no decorrer de uma única semana, recebi a notícia de que meus pais iriam se separar definitivamente e de que faltavam menos de dois meses para o nascimento da minha meia-irmã cuja existência ninguém sabia até então. Além disso, nesse mesmo período, meu pai foi desligado da empresa em que trabalhava havia quase vinte anos, fato que o deixou extremamente preocupado com o sustento da família. Em meio àquela situação, enquanto eu mal conseguia recitar daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) de tanto que soluçava, meu pai, Etsugaku, se mantinha firme e concentrado em sua recitação. No fim daquele ano, outro desafio: o fechamento da escola particular na qual eu estudava, e a separação de meus amigos de infância. A única opção que me restava era fazer o segundo ano do ensino médio numa escola pública. O contraste em relação à qualidade da educação era evidente, aumentando minha angústia. A apatia e as crises de ansiedade se tornaram cada vez mais frequentes. Certa noite, quando chorava por não ver mais sentido em minha vida, olhei em direção à estante do quarto e, nela, estava o Diário da Juventude, de Ikeda sensei. Então, decidi começar a lê-lo. Já no prefácio algo tocou profundamente meu coração: “Em especial, se esta publicação puder incentivar os meus amados jovens do Brasil, será para mim uma alegria além das expectativas”.1 Desde esse momento, empenhei-me a ler diariamente essa inspiradora obra. Passei a atuar nas atividades da organização com muito mais vigor e a me sentir segura para fazer visitas aos membros da localidade. O conjunto dessas ações contribuiu para uma significativa melhora em minhas perspectivas. Passados alguns meses de 2021, meu pai finalmente conseguiu encontrar um ótimo emprego em uma empresa multinacional, o que nos trouxe um alívio quanto à situação econômica da família. Em relação aos meus estudos, continuei persistindo e, no mês de agosto, como consequência das minhas orações e do meu forte desejo de trabalhar no setor de pesquisa da saúde humana, fui convidada a integrar um projeto de iniciação científica na Universidade Federal do Paraná, dentro de um estudo sorológico em aldeias indígenas do Paraná e de São Paulo, a fim de identificar os fatores de risco envolvidos na infecção por toxoplasmose. Uma experiência gratificante! Devido à melhora nas condições financeiras, no ano seguinte, com um curso pré-vestibular, consegui entrar num ótimo colégio. Na escolha da profissão, acabei mudando para medicina, reforçando os estudos até a chegada dos vestibulares. Não conseguindo ingressar numa universidade, logo senti um forte desânimo para voltar a estudar. Porém, refletindo sobre todos os que torciam por mim, meu coração não se permitiu desistir. Com o desejo de cumprir meu juramento seigan, relatei ao Mestre que concretizaria sem falta o sonho de ser médica. Dessa forma, sigo em busca da minha tão sonhada aprovação, dedicando-me com afinco aos estudos, os quais realizo em casa, com auxílio dos materiais do cursinho on-line. Ao mesmo tempo, eu me esforço na harmonização das relações com minha família. Minha mãe, Elisangela, e eu nos falamos toda semana. Todos nós estamos vencendo. Agora, em 2023, recebi a feliz notícia de que tinha sido selecionada para a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, em junho. Seria também minha primeira visita ao Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, onde pulsa a energia da unicidade de mestre e discípulo. Como líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, determinei que faria um grande movimento de visitas até lá, objetivando tocar o coração de cinquenta jovens vidas. O sentimento de representar cada membro da localidade se intensificou ainda mais, pois todos me apoiaram muito. Quando faltava menos de um mês para o dia 16 de junho, nem a metade do objetivo havia sido concretizada, mas decidi, em meu coração, romper limites. O incentivo de Ikeda sensei, publicado em 19 de maio no aplicativo BS+, impulsionou minha determinação. Ele escreveu assim: “As pessoas que falam sobre a grande Lei do respeito à dignidade da vida e a propagam são as protagonistas da construção da paz. Com a grandiosa missão em mente, criem a rede solidária da felicidade a partir daquilo que está ao seu alcance”. 2 Dessa maneira, pude sentir a alegria de finalmente selar os cinquenta encontros três dias antes da realização da academia. Meu maior aprendizado nessa caminhada foi o de que a única mudança eterna nesta existência é a que fazemos na vida das pessoas. E participar da academia me proporcionou reforçar tudo isso. Assim, finalizo este relato com profunda gratidão e com a convicção de que podemos transformar a vida da maneira exata que determi-namos, criando, ao mesmo tempo, uma grandiosa rede de amizade no local em que estivermos. Sensei, conte sempre comigo! Aline Yoko Hori, 17 anos, estudante. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Colina, RM Curitiba Norte. Em projeto de laboratório O irmão Eduardo faz a selfie e, na sequência da jovem, estão a mãe, Elisangela, com o dog Sochi, e o pai, Etsugaku, segurando Júlia, a meia-irmã de Aline. Alguns dos cinquenta encontros promovidos por ela com o objetivo de levar esperança aos amigos Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Notícias
BS
Uma aula de humanismo
“A única maneira de os seres humanos dignificarem todos os aspectos de sua vida no plano prático é abandonar o ódio e a injúria e se esforçar para agir com beleza e amor.”1 Com essas palavras, extraídas da obra Escolha a Vida, que traz o diálogo entre o pacifista Daisaku Ikeda e o escritor Arnold J. Toynbee, encerrou-se sob forte aplauso a conferência Direitos Humanos: Daisaku Ikeda, Uma Vida Dedicada à Humanidade, realizada na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, no dia 29 de junho. O encontro marcou a homenagem pelos trinta anos da posse do Dr. Ikeda da cadeira 14 como sócio correspondente, com um público presente de duzentas pessoas, entre as quais o secretário-geral da ABL, Dr. Antonio Carlos Secchin, ao lado do acadêmico Arno Wehling e sua esposa, Profa. Maria José, em evento assistido pelo YouTube, com 1.800 conexões, e que chegou a quase 8 mil visualizações no site da entidade (até o fechamento desta edição). O acadêmico Dr. Domício Proença Filho representou no ato o presidente da ABL, Merval Pereira, impossibilitado de participar por conta de agenda pessoal. Antes, porém, recebeu o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, acompanhado de diretores e de líderes locais, para a entrega, em primeira mão, da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a cerimônia. Foi-lhe oferecido também exemplar da reedição da palestra proferida em 1993. “É um prazer homenagear o professor Ikeda”, enfatizou Dr. Merval, reforçando a importância da conferência por estar em plena sintonia com o propósito da instituição, a de “ter uma visão humanista do mundo e de favorecer a ampliação do conhecimento para o maior número de pessoas”. A mensagem do presidente Ikeda foi lida na conferência pelo presidente Shiratori, na qual se destaca também a profunda confiança do homenageado à missão da ABL, em seus 125 anos de história “Cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da ‘ideologia dos direitos humanos’”. (Veja íntegra da mensagem abaixo.) A exposição do tema foi conduzida pelo Dr. Antônio Celso Alves Pereira, que trouxe uma contextualização histórica impecável da trajetória do homenageado do dia. Foram retratados os bastidores da relação de vida criada pelos Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, desde os primórdios da organização, bem como o cenário político-religioso da época, as injustiças sofridas e o triunfo alcançado ao longo dos anos, com o avanço da Soka Gakkai Internacional (SGI), para os atuais 192 países e territórios. Expondo comentários baseados nas diversas obras literárias do homenageado, o palestrante revelou seu profundo conhecimento e apropriação do universalismo humanista, defendido pelo presidente Ikeda. Ambos se conhecem desde 1998, quando da ida do Dr. Antônio Celso ao Japão, na ocasião reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para a entrega do título de doutor honoris causa. “Conheci um ser humano extraordinário, muito importante na vida internacional, na busca da paz, e sobretudo por tudo o que construiu”, destacou. A cerimônia de posse, em 1993, marcou o encontro do Dr. Ikeda com o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, e uma amizade que selou a visão humanística de ambos na obra Diálogo — Direitos Humanos no Século 21. “Eles anteviram muito do que estamos vivendo hoje”, afirmou em entrevista o Dr. Domício. Para o Dr. Secchin, “Um pensamento pela paz, pela harmonia, deve ser sempre louvado”. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda Digníssimo Dr. Merval Soares Pereira Filho, presidente da Academia Brasileira de Letras, por quem tenho o mais profundo respeito. Senhores acadêmicos: Dr. Antonio Carlos Secchin, Dr. Domício Proença Filho e Dr. Arno Wehling. Prezado Dr. Antônio Celso Alves Pereira. Eminentes confrades e a todos os senhores que prestigiam este evento. Sinto-me profundamente lisonjeado em comemorar os trinta anos de posse da cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, celebrando a data com a realização da presente conferência que traz à luz a discussão sobre os direitos humanos. Em fevereiro de 1993, tive a honra de ser eleito sócio correspondente de vossa prestigiosa academia, e, com isso, estreitar os laços de amizade com o presidente Austregésilo de Athayde e com os demais membros desta instituição. Esses são tesouros indeléveis em minha vida. Em meu discurso comemorativo, citei uma afirmação do presidente Athayde: “O povo brasileiro é um dos maiores da humanidade; é uma fonte de esperança; é com ele que devemos contar para transpor as dificuldades do século 21”. Mesmo hoje, trinta anos depois, essas palavras continuam vividamente gravadas em meu coração. Num mundo que recomeça a se movimentar significativamente, após três anos de pandemia, sem dúvida, o Brasil é a nação que será a grande “fonte de esperança” nas mais diversas áreas, como a preservação ambiental, a paz internacional e a provisão de alimentos. Acima de tudo, a contribuição do Brasil nos campos do pensamento e da filosofia é da mais elevada importância, e estou fortemente convicto de que a vossa academia exercerá uma missão cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da “ideologia dos direitos humanos”. Das terras japonesas, oro sinceramente pelo pleno êxito da conferência e pela boa saúde e felicidade do digníssimo Dr. Merval Pereira Filho e de todos os ilustres membros da academia. Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional O então ministro da Cultura, Antonio Houaiss (à esq.), e o presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, concedem o certificado de membro correspondente da Academia Brasileira de Letras ao líder da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, em 12 de fevereiro de 1993 Personalidades manifestam suas impressões Todas as oportunidades em que nós pudermos falar do Dr. Ikeda, dos seus projetos de paz que todos os anos envia às Nações Unidas são muito importantes. Porque o que precisamos hoje é exatamente aquele mundo que o Dr. Ikeda prega: o mundo da paz, o mundo da harmonia, da solidariedade entre as pessoas. E o mundo em que as pessoas tenham a oportunidade de se desenvolver e crescer como seres humanos. Tudo isso que ele representa, pois se empenha ardorosamente para esses objetivos. Dr. Antônio Celso Alves Pereira, ex-reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do Centro Universitário de Valença (Cesva). Prof. de direito internacional na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e política internacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) *** O evento foi um sucesso, parabéns! Um pensamento pela paz, pela harmonia, pelo respeito às diferenças, sem tentações hegemônicas, deve ser sempre louvado! Impressionantes o conhecimento e a amplitude de visão demonstrados pelo professor Antônio Celso. A plateia o acompanhou com atenção e o aplaudiu com entusiasmo. Dr. Antonio Carlos Secchin, secretário-geral da ABL *** É uma celebração de um sócio correspondente dessa nossa Casa, de Machado de Assis. O Dr. Ikeda é um dos pioneiros, cadeira 14. E em reconhecimento também pelo seu relacionamento profícuo em nome da paz, em nome da educação e dos direitos humanos, um diálogo que foi tão bem caracterizado pelo conferencista. O que mais me impressionou foi a presença maciça desse público ouvindo atentamente a mensagem que lhes era transmitida. Celebrar trinta anos de sócio se insere em uma das atribuições que a academia assume, que é cultivar a memória. Dr. Domício Proença Filho, acadêmico da ABL Presidente da ABL recebe comitiva da BSGI Antes da realização da palestra, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Dr. Merval Pereira, dialogou com integrantes da comitiva da BSGI liderada pelo seu presidente, Miguel Shiratori. Acima, a partir da esq., Silvana Vicente, vice-diretora de Comunicação Social da BSGI; presidente Merval Pereira; presidente Miguel Shiratori; Rodrigo de Moura Teixeira, vice-presidente da BSGI; Wallace Teixeira Moura, coordenador da Coordenadoria-Geral do Rio de Janeiro; e Ricardo Miyamoto, vice-presidente adjunto da BSGI ABL – a Casa do Saber, em seus 125 anos de história A Academia Brasileira de Letras (ABL) está localizada na região central da capital carioca. Instituição cultural fundada em 1897, tem como missão ampliar o conhecimento, valorizar a língua e a cultura. Em 1993, o presidente Ikeda esteve na ABL para receber o título de sócio correspondente, assumindo a cadeira 14, sendo o único asiático a ser agraciado pela entidade. À época, estava à frente da Casa o Dr. Austregésilo de Athayde, marcado na história por seus muitos préstimos à humanidade, entre eles como integrante da comissão que redigiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, nos idos de 1948. A ABL é presidida atualmente pelo jornalista Merval Pereira, reeleito para o mandato de 2023. Assista ao vídeo com os melhores momentos da conferência na ABL abaixo. Nota: 1. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 469. No topo: palco do evento na ABL, em homenagem dos trinta anos de posse do presidente Ikeda como sócio correspondente Fotos: BS / Seikyo Press
06/07/2023
Notícias
BS
A força da mulher
Durante todo o mês de junho, as integrantes da Divisão Feminina (DF) da BSGI celebraram os 72 anos de fundação da divisão na Soka Gakkai em atividades comemorativas na reunião de palestra ou em pequenos encontros cheios de dinamismo, comprovação e novas decisões. O tema central dos acontecimentos foi o conceito de “revolução humana”.1 Sendo assim, todas se empenharam e demonstraram o aspecto de uma verdadeira rainha da felicidade. Acompanhe alguns exemplos. Mudança no coração e no comportamento A união das Comunidades Vila Ida e Vila Lobos, na região central de São Paulo, resultou num encontro comemorativo da Divisão Feminina recheado de decisões, compartilhamento de alegria, coragem e convicção. No diálogo, Marina Morita, responsável pela DF da Sub. Oeste, direcionou incentivos do presidente Ikeda sobre o tema e ressaltou: “Vamos sintonizar nosso coração com o de Ikeda sensei e alcançar a vitória em tudo. Uma pequena atitude muda tudo”. Outro exemplo vem de Diadema. Os membros da Comunidade Vila Nogueira decidiram fazer o encontro presencial, um dos primeiros pós-isolamento. Entretanto, a Sra. Alzira Clemente Oliveira, membro da DF, devido a questões de saúde, não conseguiu participar presencialmente, mas, como a atividade também foi realizada on-line, ela manifestou sua decisão: “Uma rainha vence. Até o próximo aniversário, vou relatar minhas vitórias”. Outra decisão surge na Comunidade Joamar, na zona norte de São Paulo. Na reunião, o relato da Sra. Renata Pereira, membro da DF, emocionou a todos. Ela contou sobre seus desafios e sua determinação. “Quando passava por vários sofrimentos, decidi que faria deste desafio a causa para uma grande vitória pessoal e familiar.” Então, vibrando, ela relatou suas conquistas junto com os amigos da comunidade. Incentivo caloroso Imagine percorrer 500 quilômetros. Pois foi essa distância que duas componentes da Divisão Feminina percorreram, saindo de Belém, PA, para participar da reunião comemorativa do Bloco Assurini do Trocará, no município de Tucuruí, também no Pará. No decorrer do encontro, realizado em forma de roda de conversa, foi compartilhado o poder da recitação do daimoku com objetivo claro da revolução humana e assim conquistar a felicidade absoluta, a harmonia familiar e a concretização de objetivos pessoais por meio da sincera prática da fé. Ao término da atividade, três convidadas e um sênior decidiram se converter ao Budismo Nichiren no próximo mês de agosto. Reunião comemorativa do Bloco Assurini do Trocará, no município de Tucuruí, Pará Meiry Hirano, coordenadora-geral da Divisão Feminina da BSGI, participou na Comunidade Assunção, RM Esperança. Na ocasião, um clima alegre e contagiante fez com que as participantes refletissem sobre o papel da mulher. Em suas palavras, Meiry enfatizou: “Celebrando os preciosos 72 anos da nossa amada Divisão Feminina, juntos com Ikeda sensei e Sra. Kaneko Ikeda, que desfrutam excelente saúde e forte disposição, vamos promover a nossa revolução humana nessa luta dos cem dias de muito mais daimoku. Vencendo, dia após dia, e criando nossa própria história de revolução humana”. Comunidade Assunção, RM Esperança, São Paulo Selma Inoguti, coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, esteve na Comunidade Primavera, CGSP. Com base no tema da reunião, todas as participantes dialogaram visualizando o futuro da organização e as comprovações pessoais. Ao final, Selma incentivou: “Vamos juntas com Ikeda sensei, Sra. Kaneko e companheiras partir rumo aos 73 anos da Divisão Feminina e colocar para nós mesmas: ‘Como quero estar em junho de 2024 e o que vou concretizar até lá’. Nesse período, vamos nos ‘permitir’ realizar a revolução humana, muito mais daimoku, concretizar nossos objetivos, mesmo em meio a tantas responsabilidades e sonhos. Deixo como incentivo um trecho da Nova Revolução Humana, volume 21, ‘As pessoas sempre possuem vários papéis a desempenhar. O segredo é dar o melhor de si em tudo e se concentrar totalmente na tarefa que tem em mãos, dar o máximo de si com entusiasmo, mantendo uma atitude positiva, com olhar voltado para a frente, e sem se preocupar. Gratidão é a força que propicia o autoaprimoramento’2”. Comunidade Primavera, CGSP Assim, as rainhas da felicidade concluíram os eventos comemorativos dos 72 anos de fundação da Divisão Feminina visualizando o próximo ano muito mais felizes e vitoriosas. Veja outras fotos comemorativas Notas: 1. Leia matéria no Brasil Seikyo, ed. 2.635, 27 maio 2023, p. 18.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 274, 2020. Fotos: Colaboração local
06/07/2023
Notícias
BS
A chave do avanço triunfal
O fechamento do primeiro semestre de 2023 traz aos componentes da Comunidade Júlia Seffer a certeza da receita de sucesso: união, bem como oração séria e sincera. Essa comunidade integra o Distrito BR, localizado em Ananindeua, município do estado do Pará, região metropolitana de Belém. Antes de falarmos dos bastidores da luta dessa organização de base da BSGI, apresentaremos um pouco das características locais. Ananindeua é o segundo município mais populoso do estado e o quarto da região norte do Brasil. O nome é de origem da língua tupi; deve-se à grande quantidade de árvore chamada Anani, espécie que produz a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das embarcações. O Distrito BR fica no entorno do Centro Cultural do Pará, segue ainda pela BR 316 e engloba os bairros de Águas Lindas, Júlia Seffer e Águas Brancas (que integram Ananindeua). É daí que se origina o nome da comunidade, denominação também de conjunto habitacional no qual moram as famílias de um dos blocos locais. Passado o período da pandemia, as lideranças da Comunidade Júlia Seffer investem no apoio total aos quatro blocos que a compõem: o primeiro de nome idêntico e mais Jardim Amazônia, Osvaldo Cruz e Verdejante, cada um com sua especial característica. É uma alegria reinante ver o aspecto de jovens e estudantes, preciosos herdeiros do futuro. A distância entre esses núcleos chega a dez quilômetros, barreira vencida pelo empenho dos líderes que se lançam às visitas e à participação nas atividades. São realizadas reuniões utilizando-se o formato híbrido, dentre as quais as principais são os encontros semanais de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo para a vitória de todos) e as palestras mensais. “Conseguimos integrar 60% de nossa base, e caminhamos para que o mais breve possível possamos trazer para o convívio Soka as demais famílias”, enfatiza o líder da comunidade, Luiz Fernando Aleixo da Silva, ressaltando a felicidade de ver chegar um a um os membros e suas famílias, que, com os benefícios dessa prática renovada, se juntam também ao movimento de levar esperança e coragem às pessoas da região. Joia da vida A força dessa união se materializa ainda pela presença dos veteranos locais, que hoje atuam como conselheiros. Dão exemplo de que não há aposentadoria na prática da fé, apoiando a todos sempre. Juntos, fazem chegar até os companheiros os incentivos e as orientações de Ikeda sensei, iniciativa feita pela maioria por meio do aplicativo BS+, da Editora Brasil Seikyo, fonte de pesquisa igualmente para as atividades. Mas há os que preferem a versão impressa do jornal, e aqui a Sra. Alzira dos Santos Amaral, conselheira, nos conta sobre isso. Ela está na organização há trinta anos. “Eu nunca deixei de assinar o jornal e fazer o Kofu (contribuição voluntária)”, afirma. Das seções do Brasil Seikyo, ela acompanha atenta o romance Nova Revolução Humana e os relatos de vitórias, entre outros. “Eu gosto mesmo é de pegar o jornal, sentir essa joia que tenho nas mãos”, diz. Sinceridade que move, conquista que se manifesta. Dessa maneira, com o envolvimento de apoio na base, as lideranças locais também marcam pontos em suas vitórias pessoais. “Sem interromper o apoio e as visitas aos membros, e trabalho, em meio a tudo consegui me formar pedagoga ano passado”, relata a responsável pela Divisão Feminina (DF), Lilia Amaral.“Minha decisão e meu sentimento são de eterna gratidão ao Mestre, com a certeza de que darei o meu melhor na família, no bloco, na comunidade, neste movimento de levar felicidade e esperança a todos ao redor chamado kosen-rufu”. Já o líder da comunidade, Luiz Fernando Aleixo, que também é vice-responsável pelo distrito, desafiando nos últimos anos questões financeiras e os cuidados de saúde com a mãe, concentrou-se nos estudos sem perder o foco da atuação de apoio aos blocos. Na semana de fechamento desta matéria, ele vibrava com a conquista de um almejado sonho: ao passar em concurso público em 2020, enfim ele recebeu a chamada para sua efetivação na vaga de professor na Secretaria de Educação do Estado do Pará. “Ele não desanimou, não criou dúvidas e passou a travar uma grande luta de daimoku e de dedicação à organização de base. Como não há oração sem resposta, finalmente ele ocupou o cargo de professor efetivo de filosofia.” A manifestação é do líder da RM BR, Pedro Poty dos Santos Medeiros Filho, que arremata: “O que importa é o coração”.1 A RM BR faz parte da Sub. Amazônia Oriental, carinhosamente chamada de SubAmor. Com as vibrantes conquistas fortalecendo ainda mais a convicção do caminho a seguir, as lideranças locais revigoram a determinação e o sentimento com os quais todos pretendem avançar no segundo semestre do “Ano dos Jovens e do Triunfo” e declaram: “Por meio do companheirismo, vamos nos dedicar em torno dos ideais da BSGI e de Ikeda sensei, objetivando a vitória de todos, em todos os campos da vida”. Sra. Alzira, 78 anos, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que ela considera uma joia Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017. Fotos: Colaboração local
06/07/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 13 (parte 2)
Fale em defesa da verdade e da justiça Em junho de 1967, perseguições contínuas aos membros da Soka Gakkai atingiram o ponto máximo numa vila em Amami Oshima, ilha na província de Kagoshima, com uma ruidosa manifestação para expulsar a Soka Gakkai. Os manifestantes marcharam da vila à cidade de Naze (atual município de Amami). No dia anterior ao da manifestação, o responsável do Distrito Geral de Amami, Takashi Nogawa, que morava na vila vizinha de Sumiyo, disse à sua filha, aluna do terceiro ano do ensino fundamental: “Amanhã, iremos a Naze. Vou te mostrar uma coisa lá. No dia seguinte, tentando adivinhar o que o pai queria que ela visse, Teruko o acompanhou até Naze. Enquanto observavam os acontecimentos em uma das ruas principais da cidade, o cortejo se aproximou. Dos alto-falantes dos veículos, ouviam-se mensagens do tipo “Não tolere práticas de propagação que perturbem a paz!”. Teruko sentiu medo, mas acima de tudo ficou indignada. — Papai, o que está acontecendo? Por que é que a Soka Gakkai está sendo tratada desse jeito? Takashi respondeu: — Quero que grave esta cena em sua mente. Nós, membros da Soka Gakkai, temos lutado pela felicidade das pessoas que vivem nesta ilha. Nossa causa é justa. Mas é justamente por isso que estamos sendo perseguidos e atacados desta forma. Só porque algo é certo não significa que as pessoas irão reconhecer isso e elogiá-lo. Pelo contrário, geralmente ocorre grande oposição. Ele continuou: — Teruko, espero que você nunca se esqueça desta indignação que está sentindo agora e que continue falando para as pessoas sobre o propósito real da Soka Gakkai. Um dia você e sua geração irão transformar esta ilha em um paraíso de felicidade. Vocês a tornarão um lugar ideal onde florescem os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Esta é a missão das crianças que crescem na Soka Gakkai. Uma voz alta ressoou de um dos carros do cortejo: “Fora as religiões que perturbam a paz da vila! Teruko Nogawa mordeu o lábio e encarou o carro. Takashi deu um tapinha em seu ombro e tentou consolá-la dizendo: — No devido tempo, eles irão se envergonhar dos atos que estão praticando hoje. Cabe a nós garantir que isso aconteça. É por isso que é importante você, uma criança da Soka Gakkai, provar a grandeza desta organização e transformar todos em aliados que a apoiam, entendeu? Teruko não era a única criança da sua idade a presenciar a manifestação; muitos membros das divisões estudantis também estavam entre os espectadores. Durante anos a lembrança das imagens perturbadoras naquele dia lhes causou indignação. (Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”) A força para se manter invencível haja o que houver Em fevereiro de 1969, durante a sua visita a Okinawa numa viagem de orientações, Shin’ichi incentivou a líder da Divisão Feminina do Distrito Geral, Fujiko Kishiyama. Ela e o marido, Kotoku, enfrentaram e superaram vários infortúnios na vida. O filho havia morrido em decorrência de uma doença, e mais tarde um incêndio queimou a casa deles até o chão e provocando a morte de suas duas filhas. O casal ficou arrasado. Além disso, a comunidade local passou a criticá-los e a culpar a fé abraçada por eles pelas tragédias que estavam vivenciando. Após ouvir Fukuyasu, Shin’ichi disse com lágrimas nos olhos: — Deve estar sendo muito difícil para a Sra. Kishiyama. Corta-me o coração só de saber (...) — Por favor, transmita à Sra. Kishiyama esta mensagem por mim: “Por favor, não se deixe derrotar. Não se deixa abater. Seus esforços contínuos pelo kosen-rufu são a prova do poder da fé” (...) Com forte convicção no poder do Gohonzon, o casal saía todos os dias com o objetivo de falar às pessoas sobre o budismo. (...) Muitas vezes eram ridicularizados abertamente. No entanto, eles permaneceram firmes e Fujiko dizia com orgulho: — Nosso filho mais velho morreu devido à doença e nossas duas filhas morreram quando nossa casa pegou fogo. Já causamos muitos problemas à comunidade. Mas não fomos derrotados. (...) Mesmo com a fé, a vida é cheia de dificuldades. E há a possibilidade de que vocês enfrentem sofrimento indescritível. Mas a fé é o poder que nos permite continuar vivendo, apesar dessas lutas. Sabemos que vamos alcançar a felicidade. Com o tempo vocês verão. Aquelas palavras sinceras gradativamente dissiparam as dúvidas das pessoas. (...) Fujiko pensou: “A vida pode ser uma série de sofrimentos, mas sofrimento não é sinônimo de infelicidade. O budismo explica que o sofrimento é a iluminação. Tenho certeza de que meus filhos morreram para me ensinar isso. Na verdade, eles nasceram neste mundo para me entregar a missão de provar isso com a minha própria vida”. Ela jurou aos filhos falecidos: “Vou demonstrar através da minha própria vida quão maravilhosa é a fé. Aconteça o que acontecer, eu não serei derrotada. A morte de vocês não será em vão”. (...) Juntos, continuaram a trabalhar arduamente, nunca recuando um único passo. Com o tempo, o que começou como a comunidade de Nago cresceu até se tornar um distrito. Sentindo-se mal por terem causado um incêndio que causou preocupação e desconforto aos vizinhos, eles também se esforçaram para contribuir para a sua comunidade e para a sociedade. Anos depois, Kotoku tornou-se presidente de uma associação local de moradores idosos e Fujiko tornou-se presidente de um grupo de senhoras da cidade, comissária do bem-estar local e membro de um conselho de bem-estar infantil. Com o tempo, ambos ganharam admiração e confiança de seus vizinhos. (Trechos do capítulo“Terra da Felicidade”) (Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 13 de novembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 13 Ilustração: Kenichiro Uchida
06/07/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Não há impasses para quem continua aprendendo. Com forte espírito de procura, passe os dias estudando diligentemente, e crie um sólido alicerce para a vitória! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 4 de julho de 2023.
06/07/2023
Editorial
BS
Novo tempo. Novas ações
Para os membros da BSGI, os seis primeiros meses de 2023 foram marcados por desafios, reconexões, comemorações e nova partida. Nesta edição do Brasil Seikyo, o leitor acompanhará o evento que aconteceu no Dia do Meio Ambiente e na véspera do aniversário natalício do grande educador e primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. A cerimônia de afiliação à Carta da Terra Internacional ocorreu no Instituto Soka Amazônia, e na mensagem de Ikeda sensei para a ocasião, consta: O movimento impulsionado pelos ilustres senhores da Carta da Terra e o nosso movimento pela revolução humana fundamentado no budismo estão ligados em espiritualidade pelos princípios em comum. Nesse sentido também, deposito minha expectativa e tenho plena convicção de que ambas as instituições, juntas, abordando diversos temas e promovendo a atividade educacional com foco na geração jovem, expandirão a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração.1 Após esse significativo evento em que o princípio da revolução humana foi enaltecido, receberemos o mês de julho. No prefácio do romance Revolução Humana, narrativa de doze volumes que começa com a libertação de Josei Toda da prisão, em 3 de julho de 1945, consta: A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade.2 Esse ímpeto do levantar de uma única pessoa é lembrado a cada 3 de julho, como veremos no Especial deste BS. Também nesta última edição do primeiro semestre, apresentamos um pouco do perfil da nova liderança da Divisão Feminina (DF) e da Divisão Sênior (DS) que marcou a renovada partida da BSGI. Tal como as atividades da Soka Gakkai são grandiosas, desejamos que este jornal seja o veículo que conduzirá cada leitor à felicidade, como consta no poema publicado neste BS.3 Nas atividades da fé que dissipam a escuridão dos sofrimentos e da infelicidade, libertando as pessoas dos grilhões do destino, se encontra o modo de vida fundamental do humanismo. As ações devotadas em prol da Lei e das pessoas resplandecerão infalivelmente como infindável boa sorte a adornar a própria vida. Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2020, p. 9 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 17, 2022 3. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2020, p. 4.
22/06/2023
Incentivo do líder
BS
Rotas variáveis, objetivos fixos
Esses dias, peguei um táxi. Precisava me deslocar a um local distante de casa e completamente desconhecido, fazendo várias paradas intermediárias. Para essa missão, contei com a ajuda da amiga de uma amiga, que acabei conhecendo no próprio dia. Ela era motorista de táxi, com vários anos de profissão, extremamente simpática e comunicativa. Desde o início, conversamos sobre diversos assuntos, tais como família, trabalho, previsão do tempo e objetivos para a vida. “Como passa rápido! Já estamos quase no meio do ano!” Depois de pagar por dois pedágios não programados e rever alguns locais que já havíamos passado, percebi que, embora ela usasse um aplicativo para se deslocar, muitas vezes, de maneira involuntária, ela errava o caminho indicado, o que fazia o aplicativo recalcular a rota. Procurei ficar quieto para deixá-la se concentrar. Os erros persistiram. Educadamente, eu me coloquei a ajudá-la. O mais interessante é que, embora o trajeto tenha se alterado diversas vezes, ela sempre mantinha uma postura segura e tranquila de que chegaríamos a cada local programado, parada por parada. Eu me lembrei da persistência de grandes personalidades como Thomas Edison, cientista brilhante, com mais de 1.093 patentes de invenções, constantemente citado por Ikeda sensei: Qual era o segredo do sucesso de Edison? Ele explicou que era jamais desistir até ser vitorioso no seu intento. Não desistir — esse é o único caminho. Se desistirem, serão derrotados. Isso também se aplica ao mundo da fé. Quem desiste não possui fé. Devemos continuar orando até obter uma resposta. Essa é a maneira correta de orar. Edison comentou: “A maioria das pessoas tenta realizar algo, mas em seguida desiste. Eu jamais desisti até conseguir alcançar meu objetivo”.1 Algumas vezes em que nos perdíamos dentro de vias estreitas e de difícil acesso, ela adotava uma estratégia interessante de retomar o curso para a via principal, onde obtínhamos mais segurança de tráfego e clareza de direção. Nesse momento, refleti quão importante é retornarmos, constantemente, ao nosso ponto primordial. A prática da fé diligente, as preciosas orientações de Ikeda sensei e a rica experiência compartilhada nas atividades da Gakkai são, sem dúvida, uma grande bússola que nos proporciona segurança e esperança para prosseguirmos em nossa jornada. Outra atitude bastante interessante da minha amiga: sempre que eu a alertava de que havíamos errado o caminho, ela fazia questão de consultar o aplicativo para se certificar de que o destino estava correto. “Uhum, está correto”; e simplesmente continuávamos. Pensei nos incentivos oferecidos por sensei aos estudantes, quando questionado sobre a dificuldade de mantermos um objetivo claro por longo tempo: Não se preocupem; a maioria é assim. Mas o fato de ter decidido já é uma prova de avanço. Mesmo que mantenham a decisão somente por dois ou três dias; não importa. Basta renovar a decisão. Uma pessoa persistente é aquela que renova constantemente a decisão.2 “(...) a jornada de Kamakura a Kyoto leva doze dias. Se viajar onze dias e parar quando estiver faltando apenas um dia, como poderá admirar a Lua sobre a capital?”3 Ao contrário do que muitas vezes imaginamos, o curso para atingirmos determinada finalidade não é um caminho simples e linear; é comum enfrentarmos uma trajetória sinuosa, cheia de altos e baixos. Mas, desde que não percamos de vista o objetivo que desejamos atingir, mesmo que “nossa viagem leve mais de doze dias”, ainda assim nós o concretizaremos sem falta no final. “Como passa rápido! Já estamos quase no meio do ano!” Independentemente de termos sido malsucedidos em tudo que tentamos até aqui, apesar de não termos concretizado nem uma pequena fração dos objetivos iniciais, vamos aproveitar este período para relembrar cada uma das metas traçadas e decidir por um novo zarpar, com renovada energia e disposição, rumo à vitória total de 2023! Ao final da viagem, eu me despedi da minha amiga e desci do carro. Terminei a corrida um pouco mais atrasado, e infinitamente mais sábio, convicto de que, na trajetória da vida, persistência, clareza do destino e paciência são acompanhantes fundamentais aonde queremos chegar. Fernando Mendonça Coordenador da Divisão dos Universitários da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.480, 17 out. 1998, p. 3. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 3, 2020. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 294, 2017. Ilustração: GETTY IMAGES
22/06/2023
Livros
BS
Educação para a vida
Um livro para colocar a educação no patamar devido: não apenas ferramenta de transmissão de conhecimento, mas uma forma prática de conectar pessoas, estimular descobertas e contribuir para a felicidade individual e coletiva, de hoje e para o futuro. Aos Educadores: Por uma Sociedade Melhor é o título que vai envolver os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, em inovadores conceitos e reflexões. Em suas 292 páginas, a obra traz um compilado de orientações para nutrir a mente daqueles que enxergam na educação um meio de construção social de indivíduos autônomos e plenos — na escola e no lar, nas comunidades e em todas as demais esferas de convívio humano. Essa visão de futuro está na raiz da Soka Gakkai, criada pelos mestres pedagogos Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e da Soka Gakkai Internacional (SGI), fundada e liderada pelo pacifista Dr. Daisaku Ikeda, autor do livro. Aos 95 anos, em diversas ocasiões, ele diz ser a educação seu último empreendimento de vida, razão pela qual se dedica a erigir castelos da educação humanística, da educação infantil às renomadas universidades Soka, do Japão e dos Estados Unidos. As impressões do Dr. Ikeda também marcam a legião de educadores nutrida e fortalecida por ele mundo afora, que fazem da educação humanística o eterno ponto de partida para a construção de uma nova era de desenvolvimento humano. Com esse objetivo, a Coordenadoria Educacional foi criada para que seus membros irradiassem a luz dessa educação compassiva para a sociedade local. Aprofundando conceitos, comentando situações vivenciadas e trazendo o olhar de pensadores contemporâneos, o Dr. Ikeda defende que, se pretendemos concretizar a paz no planeta, devemos começar com as crianças, garantindo um ambiente favorável para que desfrutem a felicidade enquanto aprendem e se desenvolvem. Traça uma linguagem direta sobre a importância do diálogo e do esforço conjunto no desenvolvimento da educação humanística, respeitando o estudante como digno ser humano. São abordagens que ampliam a lente sobre situações desafiadoras das sociedades atuais, que assistem atônitas à violência nas escolas, ao bullying e à evasão escolar, bem como às questões ligadas ao relacionamento em família, que tiram das crianças a esperança e a alegria. Ao lado de profissionais que lidam com a temática educacional, o livro é um revigorante estímulo ao mundo do conhecimento para todos. A leitura, de acordo com o Dr. Ikeda, é um dos pilares da educação humana, e o contato com a boa literatura de forma não passiva é um dos meios para fazer desabrochar a vida interior. Ler um bom livro é como encontrar e se relacionar com um bom amigo ou mestre, reforça ele. Para jovens e adultos, ressalta o autor, a leitura permite também que driblemos nossa rotina e viajemos pelos panoramas do passado e do futuro dialogando com a experiência do outro, além de alimentar a autodisciplina e a capacidade de reflexão. Sutileza natural No design da capa, a flor dente-de-leão é a ilustração escolhida, remetendo à força e à delicadeza. Ao voar, suas sementes são capazes de crescer em qualquer lugar, mostrando sua resiliência. A flor também possui o significado de liberdade, otimismo e esperança. No livro, o Dr. Ikeda afirma que “Abraçar a jovem vida que está diante dos olhos e dedicar-lhe incentivos com todo o coração é a ação mais certeira para construir e abrir um futuro de esperança.1 Julho se apresenta, portanto, com essa oportunidade de nutrir o coração de renovada esperança, e assim como a flor dente-de-leão, espalhá-la para todos ao redor. Orgulho de fazer parte da construção de um futuro melhor, semeando a causa para vidas felizes. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Aos Educadores: Por uma Sociedade Melhor. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 71. Veja aqui os kits de julho para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 brinde especial 1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 marcador de páginas PLANO OURO 1 livro lançamento 1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em julho o livro Aos Educadores. Garanta o seu! Assine até 30/06/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS
22/06/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Desenvolver pessoas é o supremo e sagrado trabalho do ser humano. Ao fazer isto, uma força concreta para abrir um amanhã esperançoso surge. Vamos nos lapidar e nos desenvolver juntos! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 17 de junho de 2023.
22/06/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Vamos ser o “sol do Brasil”, fazendo a diferença em nossa localidade
Em meio às comemorações da fundação da nossa amada divisão, tivemos atividades comemorativas dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocasião em que foram apresentadas a nova coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti, e a coordenadora-geral da DF, Meiry Hirano. Em suas palavras, a nova coordenadora da BSGI determinou: Vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade. E bradou: “Shitei-funi é a minha vida!1 Na mensagem enviada pelo presidente Ikeda para as atividades comemorativas, ele destaca uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin na qual ele afirma a uma louvável discípula: A distância entre as províncias em que vivemos é grande, e meses e anos se passaram; por isso, estava preocupado que talvez sua determinação tivesse enfraquecido. No entanto, a senhora tem demonstrado uma fé cada vez mais profunda e suas boas ações aumentam sem cessar. Com certeza, este não é o resultado de ter praticado apenas em uma ou duas existências passadas.2 Essas são palavras de encorajamento dirigidas à monja leiga de Ko. Embora vivesse distante de Nichiren Daishonin, ela e o marido criaram um forte vínculo de coração estabelecido com ele. Continuaram mantendo uma firme fé, na Ilha de Sado, junto com Abutsu-bo e a monja leiga Sennichi. Aqui vemos o comportamento profundamente humano de Nichiren Daishonin, que perguntava sobre cada um dos discípulos de Sado e se alegrava ao saber que estavam bem e seguros. Em outra carta encaminhada à monja leiga Sennichi, Daishonin escreveu: O som do tambor no Portal do Trovão3 pode ser ouvido, no mesmo instante, a mil ou a dez mil ri de distância. Apesar de a senhora permanecer em Sado, seu coração chegou a esta província. O caminho para atingir o estado de buda é exatamente assim. Apesar de vivermos na terra impura, nosso coração habita a terra pura do Pico da Águia. Ver o rosto um do outro não é tão importante. O que importa é o coração.4 A famosa frase “O que importa é o coração”5 destaca que, na relação entre mestre e discípulo, o laço mais forte é o do coração. O coração do mestre e o do discípulo, que aspiram ao mesmo ideal, podem se conectar instantaneamente, transcendendo qualquer distância entre eles, assim como “A Lua, por exemplo, encontra-se no céu a quarenta mil yojana de distância, mas seu reflexo aparece instantaneamente em qualquer lago daqui”.6 Essa frase reflete a fé de uma discípula, que busca o mestre com sinceridade, e a benevolência do mestre, que se dedica, com todo o seu ser, a encorajar sua discípula. Com esse mesmo sentimento, bradamos: “Shitei-funi é a minha vida!”. Tudo começa com a oração, para sermos o “sol do Brasil”, não é diferente e Ikeda sensei confia nas mulheres da BSGI, que mantêm a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e se desafiam para transformar veneno em remédio, transmitindo encorajamentos de grande esperança. O presidente Ikeda orientou: A oração provoca a mudança em nosso coração, no mais profundo âmago da nossa vida. Essa transformação interior não se limita apenas a nós, mas inspira os outros a fazer o mesmo. Da mesma forma, quando uma comunidade [sociedade] muda, a transformação não será limitada a ela; ou uma simples onda é capaz de provocar o surgimento de inúmeras outras, a mudança de uma sociedade também provoca a transformação de outras.7 Queridas amigas, conforme o presidente Ikeda cita na mensagem: Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós.8 Vamos nos desafiar, mais uma vez, e não deixar nenhuma companheira para trás. E, visando às atividades comemorativas dos jovens, em julho, vamos dialogar e ouvi-los atentamente e assim vencermos juntos. Vitória a todas! Forte abraço! Divisão Feminina da BSGI Muitos sorrisos e disposição para alcançar a vitória marcaram os encontros comemorativos da Divisão Feminina Notas: 1. Leia mais no Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 10. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 513, 2020. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 3. Portal situado em Huiji, em Shaoxing, província de Zheijiang, na China. Conta-se que o som produzido pelo toque do tambor nesse local alcançava a remota capital de Luoyang. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017. 5. Ibidem. 6. Ibidem. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 8. Ibidem, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. Fotos: Colaboração local
22/06/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
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Momentos inesquecíveis: volume 13 (parte 1)
Sem se intimidar No dia 8 de setembro de 1968, na convenção da Divisão dos Universitários, realizada no Auditório da Universidade Nihon, em Ryogoku, Tóquio, Shin’ichi Yamamoto anunciou sua proposta de normalização das relações entre o Japão e a China. Essa proposta ousada não recebeu apenas a atenção da mídia do Japão e internacional, mas também profusos elogios daqueles que haviam se devotado a promover a amizade entre os dois países. Shin’ichi havia feito sua proposta sobre a normalização das relações diplomáticas sino-japonesas com base em sua fé como budista que desejava a paz na Ásia. Ele estava determinado a mudar a opinião pública e dar um novo impulso para estreitar os laços mesmo pondo sua vida em risco, e por isso estava totalmente preparado para enfrentar todo tipo de insulto, crítica e perseguição. Ele não estava nem um pouco intimidado. Contudo, receava pela segurança de sua esposa, Mineko, e de seus filhos. A situação era bastante delicada e não era impossível que eles também fossem alvejados. Embora estivesse preparado para enfrentar qualquer consequência que surgisse de seus atos ele não queria expor a família ao perigo e orou sinceramente pela segurança deles. Quando voltava para casa todas as noites e via que eles estavam bem e protegidos, suspirava aliviado. Um dia, sentindo a preocupação do marido, Mineko disse-lhe com um sorriso no rosto: “Estamos bem. Você fez bem em preparar a proposta; por isso não se preocupe. Eu já expliquei tudo às crianças. Teremos muito cuidado. Alguma coisa pode acontecer de qualquer maneira, mas eu estou preparada”. Ela falou com serenidade e uma força ressoava em suas palavras. Shin’ichi ficou feliz em ouvir isso da esposa e sentiu uma onda de coragem invadir seu corpo. A convicção de Mineko era o melhor incentivo que poderia receber. A frase “companheiro de armas” veio à sua mente. Sorrindo para a esposa ele disse: “Obrigado, minha grande companheira de armas!”. (Trechos do capítulo “Ponte Dourada”) Todos os membros são dignos do mais elevado respeito Em setembro de 1968, Shin’ichi visitou Wakkanai, em Hokkaido, cidade ao extremo norte do Japão. Estavam presentes à reunião de incentivos do Distrito Wakkanai Choji e Chie Horiyama, um casal que havia devotado a vida a desbravar o kosen-rufu em Rishiri, pequena ilha ao extremo norte de Hokkaido. Choji era pescador. A ilha Rishiri havia sido um importante centro de pesca de arenque, mas, a partir de 1955, o peixe havia praticamente desaparecido daquela área. Com a queda da pesca, Choji começou a jogar. Ele gostava muito de um jogo de cartas japonês chamado hanafuda. A cada perda, ele se afundava ainda mais em dívidas. A teimosia de Chie agravava a situação, pois ela se recusava a se rebaixar e implorar que o marido parasse de jogar. Sempre que Choji voltava para casa depois de perder novamente, ela não dizia uma palavra, simplesmente penhorava um de seus quimonos. (...) Em 1957, a família recebeu a visita de um membro da Soka Gakkai de Otara que estava na ilha temporariamente. Observando o estado deplorável em que se encontrava a casa pela qual passou por acaso, sentiu-se obrigado a falar com a família sobre o budismo e com esse desejo bateu à porta. Depois de ouvir o casal contar as suas dificuldades, ele declarou com firme convicção: — Com esta prática, toda oração é respondida. Vocês certamente conseguirão quitar todas as suas dívidas! Aquilo foi o suficiente para convencer Chie a pelo menos tentar. Já Choji não quis. Ele não tinha nenhuma razão específica, e pensava que se tornar membro da Soka Gakkai seria humilhante. No entanto, além das dificuldades financeiras, Choji sofria de neuralgia. Ele não acreditava que a fé conseguiria curar a sua doença, mas, sem ter outra opção, decidiu um dia testar a força do Gohonzon. Depois de recitar por um tempo, ele sentiu que a dor estava diminuindo. À medida que continuava, sentia-se melhor. Desse momento em diante, ele e sua esposa começaram a praticar juntos com seriedade. Alguns vizinhos fofocavam sobre eles, dizendo: “Agora, eles estão jogando com religião!”. Mas eles persistiram e em pouco tempo obtiveram o benefício de pesca abundante que incluía agulhão, ouriço-do-mar e lula. Em um ano, conseguiram quitar as dívidas. Os Horiyama ficaram impressionados, um sentimento que logo se transformou em alegria, gratidão e forte convicção na fé. Com coragem, começaram a falar sobre o Budismo Nichiren com os outros moradores da ilha. (...) Com o tempo, um bloco acabou sendo criado na ilha tendo Choji e Chie como seus responsáveis. Um ano depois, o setor pesqueiro da ilha Rishiri foi duramente atingido pelos baixos níveis de pescados e os Horiyama mal conseguiam se sustentar. Diante disso, foram obrigados a tentar trabalho em uma cidade costeira de Hokkaido conhecida por ter peixes abundantes. Em Esashi, a pesca foi abundante e o casal trabalhou incansavelmente. Todavia, quando se sentavam no final do dia, inevitavelmente falavam sobre os companheiros em Rishiri. (...) — Vamos embora! Para que precisamos de tanto dinheiro? — perguntou Chie. Vamos voltar para Rishiri e dedicar nossa vida ao kosen-rufu e aos nossos companheiros. Esta é nossa missão!” O casal voltou para a ilha e nunca mais saiu de lá para procurar trabalho. (...) Os Horiyama eram pessoas comuns e de condição modesta, mas sua determinação e responsabilidade em apoiar e proteger os companheiros da ilha eram ímpares. (...) Onze anos já se passaram desde que os Horiyama iniciaram a prática. Graças aos esforços sinceros e abnegados dos membros pioneiros iniciados por Choji e Chie uma base sólida do kosen-rufu havia sido construída em Rishiri. (Trechos do capítulo “Estrela Guia”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 13 de novembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série "Aprender com a Nova Revolução Humana", volume 13 , no BS+ ou no site. Ilustração: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Rede da Felicidade
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Florescer da juventude Soka
O dia 5 de novembro [de 1961] amanheceu com o sol irradiando esperança por todo o céu límpido e azul. (...) Os rapazes aguardaram ansiosamente a Décima Convenção da Divisão Masculina de Jovens em que reuniriam 100 mil representantes de todas as localidades do Japão. (...) Os participantes vieram empenhando a energia da juventude com o único propósito de realizar a aspiração de Toda sensei, expressa no ensaio intitulado Jovens, Sejam Patriotas!: “Ó Jovem, Levante-se só! Dois se levantarão infalivelmente, assim também três o seguirão. Quando houver 100 mil patriotas, o povo será salvo da infelicidade. Isso é tão claro quanto a luz do fogo”. (...) O ensaio para os jovens foi publicado na edição de outubro de 1954 da revista Daibyakurenge. Quem se levantou primeiro para a realização desse ideal foi Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo do presidente Ikeda no romance], que na época era responsável pela secretaria da Divisão dos Jovens. (...) Embora a quantidade de rapazes fosse de apenas 10 mil, Shin’ichi jurou a si próprio: “Mesmo sozinho, realizarei infalivelmente o ideal do mestre!”. Ele se levantou firmemente. (...) Depois de três anos, em dezembro de 1957, a Divisão Masculina de Jovens já atingia 78 mil integrantes. Shin’ichi estava convicto de que no prazo de mais um ano alcançaria o tão almejado objetivo. Contudo, em setembro daquele ano, Toda sensei caiu enfermo. (...) Josei Toda não pôde viver para ver a concretização do seu ideal. Ele faleceu em 2 de abril de 1958, e o objetivo de 100 mil foi alcançado em setembro. Shin’ichi lamentou muito o fato do seu mestre não ter vivido para vê-los, pelo menos uma vez, para sentir a grande energia e o dinamismo dos jovens herdeiros da Soka Gakkai, os quais formaram uma nova força propulsora da organização. Quando Shin’ichi assumiu a presidência, eles se uniram ao seu ideal de concretizar 3 milhões de famílias e iniciaram uma marcha intrépida. Depois de algum tempo, ele sugeriu aos líderes da Divisão Masculina de Jovens a realização de um evento reunindo 100 mil integrantes com o objetivo de assinalar a partida para um novo futuro desses rapazes. (...) Entre os participantes [da convenção], havia rapazes que conseguiram converter cinco ou seis amigos, como também aqueles que se esforçaram no trabalho com a decisão de se tornar o melhor funcionário, conseguindo grande sucesso profissional. Outros chegaram até a converter seus chefes. Todos se reuniram no Estádio Nacional de Tóquio com o altivo orgulho de terem crescido como jovens valiosos e capazes, seres humanos de grande valor, cada qual demonstrando comprovação exemplar na sociedade. A palavra “Vitória” escrita no grande placar no alto das arquibancadas simbolizava a vitória da juventude dos rapazes que juraram viver em prol da missão do kosen-rufu. A convenção de 100 mil representantes dessa divisão se tornou um evento histórico em que se assinalou um firme zarpar para a nova era do kosen-rufu. Isso foi possível graças ao empenho de cada componente que lutou pelo sucesso da convenção ciente da sua importância, criando ao mesmo tempo uma vitória em sua vida diária. De certo ponto de vista, por mais grandioso que seja o evento, não passa de um castelo ilusório. O importante é quanto cada participante desafia, vence e cria um sólido castelo em sua própria vida visando o sucesso de uma grande atividade. (...) Olhando para o céu azul, Shin’ichi imaginou o rosto do seu venerado mestre e pensou: “Mestre! Acabei de cumprir neste momento mais um juramento feito ao senhor. Por favor, veja os representantes dos 100 mil jovens que aqui se reuniram incorporando o seu espírito”. E visualizou o rosto satisfeito de Toda sensei, sorrindo e louvando esse feito. Ao mesmo tempo, seu coração começou a pulsar mais fortemente ao pensar na jornada rumo à paz no século 21 junto com esses jovens. “Nesse curso”, pensou ele, “um mar em fúrias deve estar me aguardando. Todos os dias serão uma continuidade de árduas lutas. Porém, devo avançar pelo bem da humanidade. Este é o caminho que escolhi como discípulo de Josei Toda, é o rumo da minha vida.” (...) [Em seu discurso na ocasião, Shin’ichi Yamamoto ressaltou:] — Espero ansiosamente que cada um em seu campo de atuação se torne um vitorioso na vida a fim de comprovar dignamente a grandiosidade do budismo para o bem da felicidade de todas as pessoas. Continuarei orando sempre pelo desenvolvimento de vocês, tesouros da Soka Gakkai, que representam a esperança da humanidade. (...) A [9a] Convenção da Divisão Feminina de Jovens foi realizada uma semana depois, no dia 12 de novembro, na cidade de Yokohama, tendo como local o Estádio de Atletismo de Mitsuzawa. Nesse mesmo local, quatro anos antes, no dia 8 de setembro de 1957, o presidente Josei Toda proferira sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. (...) Shin’ichi pensou: “Como meu mestre ficaria feliz se estivesse vivo e observasse o brilhante desenvolvimento das 85 mil jovens reunidas nesta convenção!”. Como discípulo de Toda sensei, sentia fortemente em seu coração a responsabilidade de desenvolver os jovens substituindo dignamente seu venerado mestre. No ato de suceder ao espírito do mestre e de realizar infalivelmente seus ideais se encontra a tarefa maior do discípulo. E é a partir disso que se processa a eterna transmissão do budismo. [Em seu discurso, o presidente Shin’ichi Yamamoto afirmou:] — Quem compreende realmente o budismo? Somos nós que o praticamos diariamente. Portanto, cada uma de vocês é a pessoa mais qualificada para ensinar o budismo para outras pessoas. Por isso, quero que se desenvolvam ao máximo a ponto de dizer: “Vejam a minha vida. Eis a comprovação exata da grandiosidade do budismo!”. Como filhas e discípulas de Nichiren Daishonin e como precursoras da prática do budismo, vocês têm a tarefa de propagá-lo para o mundo inteiro a fim de beneficiar todas as pessoas com a felicidade. Conscientes dessa sublime missão, espero que se esforcem em estudar cada vez mais o budismo e sugiro que se tornem membros do Departamento de Estudo do Budismo. Muito obrigado pela participação e parabéns por hoje! O grande encontro de 100 mil rapazes em Tóquio e a convenção de 85 mil componentes da Divisão Feminina de Jovens eram comprovações da vitória conquistada pelos jovens. Ilustrações mostram a vibração dos participantes das convenções das Divisões Masculina e Feminina de Jovens O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Vitória. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 138-158, 2019. Ilustrações: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Caderno Nova Revolução Humana
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“Desafiem com coragem cada assunto da vida diária”
PARTE 21 Às 15h20 do dia 25 de maio, pelo horário da Bulgária, a comitiva de Shin’ichi que partiu do aeroporto internacional de Sófia continuou a viagem rumo a Viena, capital da Áustria. Dentro da aeronave, Shin’ichi refletiu: “As mudas da amizade e do intercâmbio cultural plantadas nessa visita à Bulgária haverão de criar profundas raízes no grande solo e de desenvolver troncos que no século 21 expandirão, com certeza, seus enormes ramos pelos céus. De acordo com os sagrados escritos, chegará, infalivelmente, a época em que nesse país, também, bodisatvas da terra surgirão em sucessão. A época se transforma. O amanhecer do kosen-rufu da Bulgária chegará sem falta!”. Três anos depois dessa primeira visita de Shin’ichi à Bulgária, em 1984, foi firmado o acordo de intercâmbio educacional entre a Universidade Soka e a Universidade de Sófia. A partir de então, começaram intensas atividades de intercâmbio, com a ida de estudantes da Universidade Soka à Universidade de Sófia, e a vinda de professores e alunos da Universidade de Sófia. Além disso, na primavera de 1992, a exposição de fotografias Diálogo com a Natureza de Shin’ichi foi realizada no Palácio da Cultura na capital Sófia (com patrocínio do Museu de Arte Fuji de Tóquio e de outros). Na abertura da exibição, participou o presidente da Bulgária, Jelyu Jelev. Em novembro de 1999, foi publicado o diálogo A Beleza do Coração do Leão, realizado com a renomada intelectual da Bulgária Dra. Axinia Dzurova, professora da Universidade de Sófia. No ano seguinte, a edição em búlgaro desse diálogo foi concluída. Trata-se de um diálogo entre duas culturas distintas embasadas no budismo e na ortodoxia grega. Shin’ichi desejava estabelecer um novo caminho da seda espiritual capaz de unir o Japão e o Leste Europeu. Outro ponto digno de nota é que vinte anos depois da primeira visita de Shin’ichi, no descortinar do século 21, foi fundado um distrito da SGI na Bulgária, comemorando o dia 3 de maio de 2001. O responsável pelo distrito era ex-aluno da Universidade Soka que foi à Universidade de Sófia como primeiro estudante intercambista. A época começava a se mover exatamente conforme os ditos dos escritos de Nichiren Daishonin: “Poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa...?”.1 PARTE 22 O Danúbio azul percorre como se costurasse as árvores verdes da bela paisagem campestre. Às 16 horas (horário local) do dia 25 de maio, Shin’ichi Yamamoto e comitiva desceram no aeroporto de Viena. Shin’ichi visitava a Áustria depois de vinte anos desde a sua primeira viagem à Europa. Na ocasião, não havia nenhum membro, porém agora fora constituído um distrito, e seu responsável Yoshiharu Nagamura recepcionava a comitiva. Era um jovem líder de 39 anos, e trabalhava em uma gráfica. Nagamura nasceu na província de Niigata e estudou em Tóquio em uma escola especializada em design. Trabalhou também em uma empresa de artes em papel. Ele se converteu ao budismo em 1962 e se dedicou como membro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) quando realizou a propagação [desse ensinamento] para vinte pessoas. Aos 27 anos, com a decisão de viver em prol do kosen-rufu mundial, mudou-se para a Áustria utilizando a estrada de ferro transiberiana. Ele ficou seis meses sem trabalho, período que culminou com a véspera de ser deportado para o Japão, caso não conseguisse emprego. Já era época de rigoroso inverno e a temperatura externa era de 10 graus Celsius negativo. O rapaz orava intensamente em seu apartamento, sem dormir, com o desejo de lutar pelo kosen-rufu da Áustria. Ao amanhecer, Nagamura deixou o quarto com sua bagagem, pensando: “Só me resta voltar ao Japão”. Então, ele se encontrou com um homem de meia-idade que surgiu de um quarto vizinho, o qual lhe disse, repentinamente: “Ei, e o seu trabalho? Não quer trabalhar comigo?”. O homem administrava um posto de gasolina e um jovem morador vizinho, que trabalhava com ele, ficou doente. Disse-lhe que estava com dificuldades por falta de mão de obra. Nagamura saiu do dilema. Ele ficou convicto de que, enquanto houvesse oração com forte determinação, não haveria impasses na vida. Em 1972, carregando um cartão com a assinatura de quatro membros residentes em Viena, ele voltou temporariamente ao Japão e se encontrou com Shin’ichi. Havia marcado um passo concreto para a construção do kosen-rufu. O ato de corresponder ao mestre com ações e comprovações é o caminho do discípulo. Nagamura casou-se com uma integrante da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Japão. O casal jurou se tornar o alicerce do kosen-rufu da Áustria. Toda vez que Shin’ichi visitava Paris, o jovem ia ao seu encontro viajando dezoito horas de trem. Nagamura pensava: “Se eu que sou líder não buscar o mestre e não me desenvolver, absorvendo o máximo de coisas, não haverá progresso da organização”. PARTE 23 No aeroporto de Viena, Shin’ichi disse a Nagamura, responsável pelo Distrito Áustria: — Vim me encontrar com você. Como o discípulo está se empenhando desesperadamente, quero corresponder com todo o meu ser. Viena vivia justamente a estação das festividades musicais e recebia pessoas do mundo inteiro. No dia seguinte, 26 de maio, Shin’ichi se encontrou com Bryan Ronald Wilson, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, nas dependências do hotel em que estava hospedado. Foram realizados os últimos acertos para a publicação do diálogo Sociedade e Religião, que estava em andamento. À noite, reuniram-se cerca de vinte membros da localidade na sala de conferências do hotel para uma reunião de diálogo sobre a prática da fé. Respondendo às perguntas de todos, Shin’ichi Yamamoto falou sobre como conduzir o kosen-rufu da Áustria. — Como budistas que almejam a felicidade das pessoas, gostaria que atuassem protegendo a paz e a cultura, e em prol do respeito à dignidade da vida. Tendo em mente que a fonte dessa atividade se encontra na recitação do daimoku, por favor, desafiem com coragem cada assunto da vida diária. Esta é uma existência repleta de alegria e de esperança. Outro ponto importante é que cada um dos senhores, que se encarregam do kosen-rufu, valorizem a si mesmos e a seus lares, e contribuam para a comunidade local e a sociedade, tornando-se bons cidadãos amados e respeitados pelas pessoas à sua volta. Não há budismo afastado da vida diária. O fato de cada pessoa manter boa saúde, física e mental, com personalidade estimada por todos, demonstrando brilhantes comprovações na sociedade, se tornará a força para o kosen-rufu. Não há necessidade de se apressarem. Visando o século 21, ampliem concretamente a rede de confiança e construam agora o alicerce de um grande progresso no futuro. Nessa ocasião, foi fundada a tão aguardada Regional Áustria. Era uma nova partida com a estrutura de uma regional com dois distritos. Nagamura se tornou o responsável pela regional. No dia 27, Shin’ichi visitou a Ópera Estatal de Viena, onde dialogou com seu diretor, Egon Seefehlner. Como fundador da Associação de Concertos Min-On, queria manifestar os agradecimentos pela apresentação realizada no Japão em outubro do ano anterior a convite da Min-On. A atitude sincera cria o núcleo da amizade. PARTE 24 Nesse dia, ele ainda fez uma visita de cortesia ao Ministério da Educação e dialogou com Fred Sinowatz, vice-primeiro-ministro (ministro da Educação). Mais tarde, ele se tornou o primeiro-ministro. No diálogo com o vice-primeiro-ministro Sinowatz, a apresentação da Ópera Estatal de Viena no Japão foi um assunto bastante comentado. Shin’ichi falou sobre sua crença pela paz: — Daqui para a frente, gostaria de continuar contribuindo para paz do mundo por meio de intercâmbios culturais e educacionais. Na sequência, Shin’ichi visitou o apartamento de Nagamura, localizado na Rua Belvederegasse a alguns minutos da Ópera Estatal. A sala utilizada para reuniões possuía algumas dezenas de metros quadrados. Era o local principal das atividades da organização em Viena. A família dele era formada pelo casal, um filho de 7 anos e uma filha de 4. Era uma sala modesta, mas se tornou o berço da criação de “valores humanos” que sustentava o kosen-rufu da Áustria. A partir desse local, foi criada a nova história popular de paz e de felicidade. Com um sentimento solene, Shin’ichi recitou gongyo junto com os familiares de Nagamura e alguns membros que ali se encontravam. Ele orou pela saúde e pelo desenvolvimento deles e também pelo progresso do kosen-rufu da Áustria: “Quero que a canção triunfal da felicidade ecoe altivamente”. Depois de tirar foto comemorativa com todos num jardim próximo, visitou o museu do grande músico Beethoven, situado em Heilingenstadt. Beethoven havia morado nesse apartamento e, quando se encontrava no abismo do desespero com a perda da audição aos 31 anos, escreveu um testamento endereçado aos seus irmãos mais novos. Por essa razão, esse local é conhecido como a Casa do Testamento de Heilingenstadt. É um museu pequeno com apenas duas salas em dois andares. A visita foi conduzida por uma senhora idosa que dizia ter cuidado do lugar durante 35 anos. Em uma das salas estava exposta a réplica do testamento. Como grande músico, a perda de audição fez com que Beethoven perdesse a esperança, chegando a pensar em tirar a própria vida. Nesse testamento, ele registrou: “O que me deteve foi unicamente a ‘arte’. Imaginei que não poderia me afastar desse mundo sem completar o trabalho para o qual havia me conscientizado como minha missão”. 2 A consciência da missão é a força para vencer quaisquer tipos de adversidade. Quando se vive pela missão, surge uma infindável coragem. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 574, 2020. 2. ROLLAND, Romain. Vida de Beethoven. Tradução: Toshihiko Katayama. Editora Iwanami Shoten. Ilustrações: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Relato
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Sonho turbinado
Coisa boa é quando decidimos dar um basta no sofrimento, olhando para dentro de nós e enxergando a solução. É como um carro depois que seu motor foi ajustado: ouvir aquele barulho frenético de que “agora vai”. Sou Paula Mota, 47 anos, sergipana com muito orgulho, que só conseguiu dar a partida no motor da vida ao despertar para a coragem e a força que estavam “dormindo” no coração. Minha mãe conheceu o budismo em Aracaju, SE, quando eu tinha 8 anos, por intermédio de uma tia. Cresci vendo a transformação da família, mas, ao vencer o carma, minha vez chegaria também. Compartilho essa jornada com vocês. Aos 17 anos, comecei a namorar Alisson, que conheci no colégio, moço de bom coração. Porém, o convívio com jovens de má influência o colocou em uma situação complicada ao dar carona para um “amigo”, que, após mostrar que estava armado, começou cometendo assaltos e, por fim, tirou a vida de uma pessoa. Dessa forma, Alisson foi incluído na busca policial, depois julgado e condenado a trinta anos de prisão. Eu o amava muito. Embora ele tentasse me convencer a seguir com a vida, decidi não abandoná-lo. Ficamos noivos, engravidei de Alanna e, em seguida, nos casamos. Meus pais não aceitavam me ver daquele jeito. Então, aos 21 anos, saí de casa para seguir o destino do amor da minha vida. Com ajuda do meu sogro, consegui uma casinha para morar, a qual nem porta tinha, apenas um fogão de duas bocas. Na prisão, Alisson começou a trabalhar, fez cursos e prestou vestibular. Era dele que vinha nosso sustento. Tinham se passado três anos naquelas condições precárias, e me vi com minha filha, na época com 8 anos, chorando de febre e eu sem dinheiro para o remédio. Precisava sair daquela escuridão. Reuni forças de onde nem sabia que tinha e comecei a orar Nam-myoho-renge-kyo. A sabedoria surgiu e decidi me reaproximar dos meus pais, que não encontrava havia dois anos. Em pouco tempo, o Gohonzon foi consagrado em meu humilde lar. Aos 25 anos, agora era minha vez de romper as amarras do destino. Engrenagem do sonho Volto no tempo aos meus 12 anos, quando, de tanto insistir, meu pai me deixou ajudar nas pequenas tarefas na oficina mecânica dele. Comecei lavando peças, mexendo em uma ou outra ferramenta. Depois, já montava motor e câmbio. Adorava aquele mundo, cheirando a graxa e óleo de motor. Eu teria seguido carreira de mecânica desde aquela época, mas agora recitava Nam-myoho-renge-kyo como nunca para tornar realidade o meu sonho. Atualizei minha carteira de motorista, enviei currículos e logo fui chamada para entrevistas. Como o daimoku abre caminhos! A empresa automobilística nacional não me aceitou, contudo, a boa sorte me levou para uma das maiores multinacionais do segmento como mecânica. Ali passei oito anos, sendo convidada depois para outra multinacional também japonesa, recebendo o dobro do salário. Na sequência, já estava com uma oferta para ganhar três vezes mais na principal concorrente. Aceitei, pois a cada empresa na qual trabalhava fui juntando dinheiro para um dia ter minha própria oficina. Preconceito, assédio. Passei por tudo, mas minha conduta e força adquiridas com a prática da fé me tornaram uma profissional reconhecida em todo o estado. Em 2015, meu pai se aposentou e pude inaugurar minha oficina mecânica. Com minha especialização em modelos importados e nacionais, atualmente nossa carteira reúne mais de 4 mil clientes. Não preciso dizer que as dificuldades foram muitas nesse período, mesmo após meu marido conseguir reduzir a pena de trinta para oito anos por boa conduta. As situações desafiadoras só foram superadas a partir da decisão dele de praticar sinceramente o budismo. Veio nossa segunda filha, Alinne, e nós, abraçados pela Soka Gakkai, fomos colocando nossa vida nos eixos da sabedoria e da comprovação das sagradas palavras: “Se crer neste Gohonzon e recitar o Nam-myoho-renge-kyo, não haverá oração sem resposta, nem pecado imperdoável, toda fortuna será concedida e toda justiça será provada”.1 Hoje, temos duas casas e meu carro zero. Neste ano, em duas ocasiões fui chamada para entrevistas nas mídias locais, rádio e TV, pelo reconhecimento numa profissão que geralmente é dominada por homens. Fico bem orgulhosa, porque comprovo assim a força do daimoku, que mudou minha história de vida. Por tantas vezes, agradeço ao presidente Ikeda por ter vindo ao Brasil, mesmo doente, e nos ensinar esta prática transformadora. Na organização, atuamos com alegria como líderes de comunidade. Valeu a pena não desistir! Alisson é querido por todos, concretizou quatro shakubuku, e é líder das cinco divisões. Nossa filha Alanna, 24 anos, formada em veterinária, é responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ); e eu pela Divisão Feminina (DF). A caçula Alinne tem 15 anos e integra a Divisão dos Estudantes (DE). Conciliando trabalho e afazeres, minha resposta é “Sim, pra tudo”, procurando dar o meu melhor. Adoro teatro, e buscamos inovar nas programações. Neste mês de junho, conquistei a vitória no Kofu (contribuição voluntária), da forma como havia objetivado. E a próxima meta é visitar as terras do Mestre no Japão. Tudo é a força do Nam-myoho-renge-kyo, assim como Ikeda sensei incentiva: “Daimoku é a força que transforma o destino. É a fonte da energia da revolução humana”.2 Que vitória para meu coração, que um dia determinou dar uma guinada na vida! Gratidão resume meus dias. Muito obrigada! Ana Paula Mota Duarte Pinto, 47 anos, é empresária do setor automobilístico. Na BSGI, atua como responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Siqueira Campos, em Aracaju, Sergipe. Da esq. para a dir., estão a filha Alanna, Paula, o marido Alisson e a caçula Alinne, em praça de Aracaju. cena de reunião da comunidade local Notas: 1. Nichikan Shonin Bundanshu [Coletânea de Frases de Nichikan Shonin]. Editora Seikyo Shimbunsha, 1980. p. 443. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.198, 5 out. 2013, p. A4. Fotos: Arquivo pessoal
22/06/2023
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BS
Pela vida no planeta
Com o pioneirismo que marca a atuação do Instituto Soka Amazônia desde a sua criação, é selado importante compromisso para fazer frente aos desafios ambientais e da preservação da biodiversidade da Amazônia, um tesouro inestimável para a humanidade. A data não poderia ser mais bem representada. Na comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, uma parceria inédita na Amazônia une, de forma ainda mais próxima, o Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra, principal declaração global para um futuro de plena coexistência. Esse foi o ápice da programação da Semana do Meio Ambiente do instituto, sob o tema “Consciência e Ação: Reconectar à Vida, Cuidar do Planeta”. Foi promovida na sede do instituto, com diversificadas atividades de estímulo à reflexão e às ações práticas de cidadania. Ética do cuidado A afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional é a primeira assinalada na Amazônia, e abre caminhos para a realização de projetos e iniciativas que buscam fortalecer a consciência de interdependência e cuidado de todos os atores sociais para a proteção da vida, o planeta para as futuras gerações. A garantia de esforço conjunto foi destacada pelo diretor-presidente do instituto, Luciano Nascimento, relembrando que há mais de vinte anos essa relação colaborativa já existia, a começar pelas diversas referências à Carta da Terra feitas pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, o pacifista Dr. Daisaku Ikeda, em suas propostas de paz sugeridas à Organização das Nações Unidas (ONU). E a várias publicações e exposições nas quais o conjunto de princípios da declaração foi abordado, a exemplo da mostra atual Sementes da Esperança e Ação, apresentada recentemente em Manaus. “A Carta visa colaborar no sentido de construir uma sociedade global, justa e pacífica. Por compartilhar destes mesmos princípios, o instituto se afilia hoje com o compromisso de trabalhar por um futuro sustentável, e uma sociedade baseada no princípio de respeito máximo à dignidade da vida”, fortaleceu Luciano. A diretora executiva da Carta da Terra Internacional, Mirian Vilela, veio diretamente da Costa Rica para participar da cerimônia, acompanhada das consultoras Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa. Mirian manifestou sua alegria em conhecer de perto a Amazônia e as instalações do instituto, localizado às margens do encontro dos rios Negro e Solimões, e em fortalecer, uma vez mais, a contribuição com a SGI, os membros e as autoridades. Ela reforçou que, antes mesmo de a Carta da Terra ser lançada, a parceria com a Soka Gakkai já era realidade, iniciada no processo de consulta e redação. No lançamento, em 2000, promoveram um evento no qual universidades, governos locais e escolas foram convidados a fazer uso da Carta como referência ética. Depois vieram as exposições temáticas Sementes da Mudança, em Johanesburgo, Rio+10; e Sementes da Esperança: A Carta da Terra e o Potencial Humano. Nos dez anos da Carta, em 2010, nova exibição de Sementes da Esperança; e, em 2020, Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade. Todas essas iniciativas tiveram o propósito de educação, inspiração e novas concepções no sentido de conectar não apenas a mente, mas o coração das pessoas. “E mostrar que cada pessoa pode fazer uma grande diferença”, assinalou Mirian. O momento é de expansão, segundo Mirian. “E agora com o Instituto Soka, de fazer muitas coisas com essa visão comum que temos, de colaborar, assim como os diferentes rios que margeiam a sede do instituto, que se encontram e formam um rio maior”, ressaltou. “E é assim que sinto também com essa parceria de hoje, entre o instituto e a Carta da Terra.” São várias as possibilidades que se abrem com essa afiliação, por meio de programas e atividades que visam engajar e empoderar as pessoas para um novo sentido de interdependência global e uma responsabilidade compartilhada pelo bem-estar da família humana, da comunidade de vida e das gerações futuras. Os jovens, portanto, estão na ordem de prioridade dos projetos parceiros, objetivando criar espaços multiculturais para que, a partir da visão de mundo que os jovens têm atualmente, possa ser cultivada a ética do cuidado. Sensibilidade humana “O mundo precisa de mais harmonia, de mais sensibilidade”, reforçou Mirian, tecendo comentários sobre o aprendizado que absorveu do Dr Ikeda, que também é fotógrafo, por ter visualizado há trinta anos o que muitos não se davam conta. Erigiu o instituto nesse local emblemático, área que tinha sofrido perdas de árvores em sua cobertura de florestas. “Para isso, é preciso sensibilidade humana. E é o que vemos aqui hoje. Passadas três décadas, o resultado é a cobertura florestal já respondida. Sabemos que há muito ainda a ser feito, e agora com a colaboração de mais instituições”, disse. “Devemos trabalhar nossa capacidade de enxergar além do que realmente vemos.” Do Japão, uma comitiva liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, marcou presença no significativo momento, ocasião em que foi lida por ele mensagem do fundador do instituto, Dr. Daisaku Ikeda (veja íntegra abaixo). A solenidade contou ainda com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori; do cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, e demais autoridades locais. Luciano Nascimento, presidente do Instituto Soka, solicitou ao Sr. Harada que transmitisse ao Dr. Ikeda que esforços não serão poupados para esse pleno desenvolvimento almejado. Ao fazer uma analogia com a árvore sumaúma, nativa da Amazônia, considerada a “árvore da vida”, vital para a natureza, reforçou ser o Instituto Soka Amazônia essa semente de futuro plantada pelo presidente Ikeda. “As raízes dessa sumaúma do instituto estão se tornando essa grande fonte que nutre nossa vida de coragem esperança e se tornará o grande castelo de proteção da Amazônia.” No fechamento da cerimônia, foram entregues homenagens da Carta da Terra Internacional, pelas quais são expressos “gratidão” e “apreço” à SGI, por mais de duas décadas de colaboração; e ao presidente Daisaku Ikeda “por sua liderança por mais de seis décadas e significativas contribuições para um mundo mais sustentável e pacífico”. Para selar a significativa parceria, foi programado um plantio comemorativo. A espécie escolhida foi uma muda de chuva-de-ouro-amazônica, plantada pelo presidente Harada e por Mirian Vilela, ao lado de dois integrantes da comitiva da SGI, Sra. Yumiko Kasanuki, coordenadora das mulheres, e Sr. Shinji Shimizu, vice-presidente. A chuva-de-ouro da Amazônia é uma espécie largamente utilizada na arborização urbana. Mensagem do fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda O fato de realizar a cerimônia de afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional, que conduz a era rumo à construção de um mundo sustentável, neste significativo Dia Mundial do Meio Ambiente, representa um novo passo repleto de esperança. Externo meu profundo agradecimento por ter a honra em receber uma homenagem, nesta auspiciosa cerimônia, prestada pela Carta da Terra Internacional à SGI e a mim. Na realidade, amanhã, 6 de junho, é o dia em que celebramos os 152 anos de nascimento do nosso mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi. O Prof. Makiguchi, proeminente e singular geógrafo, que também admirava sinceramente as terras da Amazônia, era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele faleceu como mártir na prisão por sua crença na paz. Gostaria de dedicar a homenagem de hoje ao meu predecessor e receber respeitosamente esta honraria junto com os amigos da Amazônia e de todos os recantos do Brasil, que diuturnamente lutam pelo bem da sociedade. Muito obrigado. Passaram-se 23 anos desde a instituição da Carta da Terra. Nesse ínterim, as questões enfrentadas pela humanidade se tornaram cada vez mais urgentes, e sinto profundamente que o significado da Carta da Terra é cada vez maior. No preâmbulo da Carta da Terra consta uma passagem inspiradora que diz: “O desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais”. Penso que “ser mais” significa demonstrar, de forma grandiosa, com espírito de compaixão e de coragem, os ideais de paz e de coexistência, e a sabedoria da criação de valor. Nos escritos budistas do Oriente consta: “Então, tanto a própria pessoa como as outras sentirão a alegria de possuir sabedoria e compaixão.1 O movimento impulsionado pelos ilustres senhores da Carta da Terra e o nosso movimento pela revolução humana fundamentado no budismo estão ligados em espiritualidade pelos princípios em comum. Nesse sentido também, deposito minha expectativa e tenho plena convicção de que ambas as instituições, juntas, abordando diversos temas e promovendo a atividade educacional com foco na geração jovem, expandirão a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração. Espero que, sob a liderança da Carta da Terra Internacional, a começar pela nobre atuação da Dra. Vilela, a “educação ambiental”, que é o pilar do Instituto Soka Amazônia, se desenvolva ainda mais no seio da sociedade. Para concluir minha mensagem de congratulações, ao mesmo tempo que anseio que ambas as instituições, as quais firmaram a afiliação no dia de hoje, trabalhem juntas visando criar um futuro para superar as dificuldades enfrentadas pela humanidade, envio minhas sinceras orações para que todos os senhores e senhoras, portadores de grandioso coração, promovam a marcha conjunta da grande alegria. Daisaku Ikeda Fundador do Instituto Soka Amazônia Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 146. Portas e coração abertos A Semana do Meio Ambiente se desenvolveu de 3 a 7 de junho, abrindo as portas da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) para o público participar de programação que incluiu diversas atividades educativas de experimentação e práticas de proteção da natureza. Destaque também para o seminário ocorrido no dia 6, com painéis de especialistas do Instituto Soka Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e uma mesa-redonda com Mirian Vilela e consultoras da Carta da Terra Internacional. Momento da entrega de homenagem, feita por Mirian Vilela ao Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo Sr. Minoru Harada na cerimônia. Mirian Vilela profere palestra no encontro em Manaus Representantes participam de plantio comemorativo, tendo como muda escolhida a espécie chuva-de-ouro No topo: Termo de afiliação é mostrado ao público, ato que leva ao palco, da esq. para a dir., o cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, o presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, que segura a pasta junto com a diretora da Carta da Terra Internacional, seguida pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-11), desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva Assista Vídeo das solenidades em Manaus acessando o canal Brasil Seikyo TV pelo link: www.youtube.com/watch?v=8n7772kssDk Fotos: BS
22/06/2023
Notícias
BS
A força e a paixão dos jovens
A Juventude Soka da BSGI promoveu um encontro recheado de ideias, novas conexões, aprendizado e, acima de tudo, com jovens de espírito invencível que desbravarão a nova era. E você pode se perguntar: “Quando será essa nova era?”. Para eles, a resposta é: “Agora!”. Os três dias em que os jovens representantes se reuniram para a terceira edição da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil ficarão gravados na vida de cada um como o despertar para um novo eu e com uma missão única. Alguns participantes chegaram a São Paulo na sexta-feira, 16 de junho, e uma programação já os aguardavam. Eles visitaram o Colégio Soka do Brasil, conheceram as dependências da sede central da BSGI, o Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, a Editora Brasil Seikyo e, antes de irem ao Centro Cultural Campestre (CCCamp), dialogaram com Júlio Kosaka, presidente do conselho orientador da BSGI na Sede Social Josho. O tema do encontro foi sobre o Movimento Renascença na BSGI. Júlio Kosaka respondeu às perguntas dos jovens e, em seus incentivos, reconfirmou pontos como sinceridade na prática da fé e relação de mestre e discípulo. Ao final, ele frisou: “Nossa vida muda constantemente. Agora é a nova era, a nova era do kosen-rufu, da organização, da BSGI e da Soka Gakkai. Aproveitem ao máximo e sejam grandes líderes na localidade”. Juventude Soka: conectados pelo humanismo O frio que fazia na manhã no CCCamp não foi capaz de apagar o brilho da Juventude Soka. Agora, com o time completo, pois todos os representantes já estavam em São Paulo, a academia teve início. Os participantes, atentos, tiveram várias experiências ao longo do dia. Uma delas foi um bate-papo com os novos líderes da BSGI: Ricardo Miyamoto, da Divisão Sênior, e Selma Inoguti, da Divisão Feminina. Nesse módulo, os participantes ouviram respostas das perguntas e conheceram um pouco mais sobre os desafios de ambos os líderes na juventude, tais como: primeiro emprego, conciliar trabalho, estudo e atividades. Miyamoto, em suas palavras, incentivou os jovens dizendo: “Sabemos como é a vida de um jovem. Há dias em que acordamos com a vontade de mudar o mundo e há dias que não. Por isso, a base de toda a vitória é construída e determinada na juventude. Manifestar o que há de melhor em nossa vida, tal como um avião que, para subir, precisa de vento contrário; esses ventos contrários da vida são a fonte do crescimento e de desenvolvimento para a vitória. Tenham a certeza de que vocês estão no caminho certo. Jamais se esqueçam do seu juramento”. Selma também compartilhou seus desafios e frisou aos jovens: “A vida é uma caminhada. Não se cobrem, mas busquem, na vida de vocês, vencer diariamente na prática da fé. Vamos, a partir de agora, ressignificar nossa vida, nossa atuação e nossa postura? Sensei nos inspira, vamos abrir nossa mente, ter sonhos, cuidar da nossa saúde e vencer diariamente”. Um momento de estudo contou com o apoio de Reginaldo Tateigi, vice-coordenador do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI. De forma descontraída, porém com responsabilidade, os jovens estudaram o escrito A Supremacia da Lei.1 Em suas palavras, Tateigi compartilhou: “As orações do juramento seigan rompem a concha do eu menor, e a oração de compaixão nos capacita e evoca a coragem do rei leão na nossa vida. Nosso propósito maior, como praticantes do Budismo Nichiren, é realizar o movimento pelo kosen-rufu e, por meio do juramento seigan, manifestar essa ação em nossa vida e na sociedade”. “Cada um de vocês é um tesouro do qual o mundo absolutamente necessita”2 Essa frase é de autoria do presidente Ikeda e foi um dos pontos que nortearam o encontro da Juventude Soka. Durante o treinamento, os jovens dialogaram sobre os seguintes pontos: como se manter fiel ao seu juramento, obter vitória na organização e vida pessoal, a importância de sonhar, cuidar da saúde, ter gratidão aos pais, entre outros assuntos. Os líderes da Juventude Soka conversaram com os participantes e cada qual expressou sua visão e sentimento para o futuro. Camila Akama, coordenadora da Divisão dos Estudantes (DE), comentou: “Tudo começa com a oração. Com o daimoku, conseguimos elevar nossa condição de vida e agir de forma diferente, enxergar de forma diferente, ouvir de forma diferente”. Livia Endo, coordenadora da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), falou sobre o “pós” Academia Índigo: “Vocês viveram momentos inesquecíveis. Quando firmamos um juramento, estamos firmando, na verdade, um compromisso conosco”. Edjan Santos, coordenador da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), disse: “O ponto principal é começar com você mesmo e não colocar restrições na sua capacidade. Quando manifestamos um coração sem limites, nós nos levantamos e criamos uma rede solidária dentro do nosso alcance”. Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens (DJ), incentivou: “Este final de semana foi um verdadeiro encontro com Ikeda sensei. Cada um chegou com o coração cheio de preocupações e estamos voltando para nossa realidade diferentes. Isso porque nossa vida foi abarcada pela órbita da vida de Ikeda sensei. Devemos conduzir uma juventude de valor, de dignidade e sem arrependimentos. Por isso, a conclusão é que não acaba aqui. Na verdade, a Academia Índigo começa aqui, a partir deste momento; a jornada do discípulo começa a partir de agora”. “Azul mais azul que o índigo” O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, acompanhou a atividade no decorrer dos três dias de realização. A cada momento, os jovens o procuravam para tirar uma selfie, compartilhar experiências e receber incentivos. Durante as suas palavras de incentivos, Shiratori abordou pontos como juramento, manifestar o estado de buda e a missão e a expectativa de Ikeda sensei em relação aos jovens: “O legado dos jovens, por meio da sua revolução humana, transformará a sociedade. O que vai mudar a sociedade é a filosofia do humanismo Soka. O que devemos fazer? Estender a mão às pessoas, ensinar a elas o caminho da revolução humana. Vamos combater a maldade, estabelecendo a filosofia do humanismo. Somos nós que criamos o ambiente favorável; somos nós que construímos. Tenham orgulho de fazer parte desta organização. Objetivem daqui a vinte, trinta, quarenta anos com o seguinte pensamento: ‘Eu me tornarei a pessoa mais afortunada deste país’, assim tudo será construído nessa direção. Nunca desistam. Sempre há uma esperança, por mais dura que seja a realidade. Aí entra o daimoku, que combate a ilusão. Ikeda sensei nos orienta para que possamos romper nossos limites na juventude; o caminho de mestre e discípulo serve para consolidar uma vida triunfal”. Com certeza os jovens monarcas reunidos no CCCamp voltaram para sua realidade dispostos a alcançar, uma vez mais, a vitória absoluta. Participantes contam suas impressões “Sempre tive dificuldade de entender a unicidade de mestre e discípulo. Para mim, os diálogos com os líderes e as apresentações musicais criaram uma conexão com Ikeda sensei e muitas dúvidas em mente foram solucionadas no decorrer da Academia Índigo. Vou fortalecer essa conexão com o Mestre ainda mais! A jornada do discípulo começa a partir de agora!” Ricardo Takenaka, responsável pela DMJ de bloco, RM Curitiba Leste “Poder reafirmar meu juramento seigan na Academia Índigo é uma imensa honra. Afinal, todos os dias as lutas nos bastidores são imensas, porém, alegres e dispostas. Ikeda sensei não se preocupe, serei vitoriosa sempre, comprovando ainda mais a veracidade do Budismo Nichiren.” Suély Miyashita Silva, responsável pela DFJ de área, RM Dourados Assista vídeo com mais depoimentos de participantes: Presidente da BSGI, Miguel Shiratori incentiva os jovens da Academia Índigo No Centro Cultural Campestre, jovens unidos num só juramento rumo ao glorioso futuro (Itapevi, SP, 18 jun. 2023) No topo: foto comemorativa com os integrantes da Academia Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 640, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Be Brave: Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 57 Fotos: BS
22/06/2023
Especial
BS
Três de julho, dia da unicidade de mestre e discípulo
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o governo militarista do Japão estabeleceu, em 1940, leis para unir a população em torno do xintoísmo a fim de vencer o conflito. Portanto, recusar-se a aceitar o talismã xintoísta se tornou motivo de prisão. Os detetives da polícia especial começaram a vigiar a Soka Gakkai em 1942 e, no ano seguinte, as reuniões da organização estavam sob os olhares atentos deles. Além disso, o clero da Nichiren Shoshu estava envolvido e, em torno dos militares, seus representantes se juntaram para implantar a unificação de todos os grupos religiosos. Em junho de 1943, os clérigos aceitaram passivamente o talismã xintoísta. No mesmo mês, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram chamados ao templo principal e orientados a seguir as ordens do governo, mas se recusaram. Na manhã do dia 6 de julho, o presidente Makiguchi foi detido em Shizuoka, onde realizava a propagação do budismo (shakubuku), e Toda sensei também foi preso no mesmo dia, em Tóquio, ambos acusados de desrespeitar a ordem pública e o xintoísmo. Em outubro, cerca de duas semanas após o presidente Tsunesaburo Makiguchi ser transferido para o Centro de Detenção de Tóquio, Josei Toda também foi levado para a solitária desse local. Quase um ano depois, em 18 de novembro de 1944, Makiguchi sensei falece na prisão. Toda sensei só soube do falecimento do seu mestre em 8 de janeiro de 1945. No dia 29 de junho daquele ano, Josei Toda foi transferido do Centro de Detenção de Tóquio para o Presídio de Toyotama e, dali, libertado às 19 horas do dia 3 de julho de 1945. Comprovar a verdade e a justiça Após a sua libertação da prisão e com o objetivo de honrar a vida do seu mestre, Josei Toda deu início à reconstrução da Soka Gakkai. Em 3 de maio de 1951, assume como segundo presidente da organização e sua liderança é marcada pela luta da reconstrução e pelo fortalecimento da Soka Gakkai. No ano seguinte, a denominação Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] foi alterada para Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor]. Toda sensei dizia: “A Soka Gakkai é mais preciosa do que minha própria vida”. Nesse ínterim, em 24 de agosto de 1947, o jovem Daisaku Ikeda conhece a filosofia do Budismo Nichiren e decide ser treinado por Josei Toda, fazendo assim o juramento de acompanhar seu mestre por toda a vida. Com a grande expansão das conversões no Distrito Osaka e em todo o Japão, muitos inimigos se levantaram contra a Soka Gakkai. Em 1957, Daisaku Ikeda foi para Hokkaido a fim de solucionar o Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari, que promovia uma perseguição discriminatória contra os membros da organização. O fato culminou com o Incidente de Osaka, quando, em 3 de julho de 1957, Ikeda sensei, com menos de 30 anos, foi detido injustamente sob falsas acusações de fraude eleitoral. Durante a prisão, foram catorze dias em que sofreu pesados e intermináveis interrogatórios e, ao afirmarem que prenderiam o presidente Josei Toda caso ele não confessasse o crime eleitoral, assinou uma confissão porque jamais deixaria seu mestre retornar injustamente para o cárcere. Ao ser libertado no dia 17 de julho, determinou que faria justiça e provaria a verdade. Naquela tarde, os membros de Kansai fizeram uma grande manifestação com protestos contra a polícia e a promotoria de Osaka. Apesar do temporal que caía sem tréguas, milhares de membros se reuniram no Auditório Cívico Central de Osaka, em Nakanoshima. Na ocasião, Ikeda sensei bradou corajosamente: “Vamos lutar com a convicção de que a justiça do budismo prevalecerá no final!”. A primeira audiência no Tribunal de Osaka ocorreu em 8 de outubro de 1957. Dos artigos de acusação relacionados ao julgamento, Daisaku Ikeda foi acusado por todos os relacionados à solicitação de votos de porta em porta, e o diretor-geral da Soka Gakkai Tadashi Koizumi, à compra de votos. Em 5 de março de 1958, Ikeda sensei foi ao encontro do presidente Josei Toda, para lhe informar sobre a viagem para Osaka, a fim de se apresentar ao julgamento. Acamado, Toda sensei levantou o cobertor e lhe disse: Daisaku, você está exausto, não está? Como está sua saúde? Você tem uma longa batalha pela frente. Gostaria de tomar seu lugar se pudesse. Você arcou com toda a culpa. É realmente uma pessoa de bom coração. (...) Este julgamento não será uma batalha fácil. Poderá perturbá-lo por mais algum tempo pela frente. Porém, você vencerá no final. Pelo fato de o ouro ser ouro, jamais perde seu brilho, não importa quão enlameado possa estar. Definitivamente, a verdade aparecerá. Apenas lute como homem — com dignidade e coragem.1 Em 2 de abril daquele ano, o presidente Josei Toda falece e, em meio a esse turbilhão, as audiências prosseguiam. Mais que nunca, o juramento do presidente Ikeda de provar a justiça permanecia intacto. Depois de 1.670 dias após a prisão, em 25 de janeiro de 1962, o juiz proferiu sua decisão: “A corte declara o réu, Daisaku Ikeda, inocente”. Sobre o espírito contido nesta significativa data, o presidente Ikeda comenta: Três de julho é o Dia de Mestre e Discípulo — um dia em que os autênticos discípulos resolutamente se levantam sozinhos em prol da justiça. É o dia para os discípulos se dedicarem novamente à luta pela verdade, o dia em que eles dão mais um passo avante no caminho aberto com triunfo por seu mestre. (...) É quando somos confrontados com as maiores dificuldades que devemos desafiar a nós próprios com tenacidade e perseverança. Quando agimos assim, o sol da esperança nascerá em nosso coração e o alvorecer da vitória começará a irromper.2 No topo: Três Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, à esq.; Josei Toda, à dir.; e Daisaku Ikeda, ao centro — enfrentam diversos obstáculos para proteger o Budismo Nichiren e os membros da Soka Gakkai Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.521, 27 jun. 2020, p. 8 e 9. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 531, nov. 2012, p. 32. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.095, 13 ago. 2011, p. A3. Ilustração: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Entrevista
BS
Nova era dos pilares de ouro e das rainhas da felicidade
Ricardo Miyamoto e Selma Inoguti, recém-nomeados coordenadores da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF) da BSGI, respectivamente, contam sobre as experiências vividas ao lado de Ikeda sensei e sobre suas expectativas e objetivos visando ao avanço do movimento pelo kosen-rufu do Brasil a partir da vitória de cada pessoa. Brasil Seikyo: Olá, Ricardo e Selma! Em primeiro lugar, parabéns pela nomeação de vocês. Desejamos que alcancem muitas vitórias e um grande desenvolvimento na nova função. Selma Inoguti: Muito obrigada! Gostaríamos de aproveitar para agradecer profundamente ao presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e à sua esposa, Kaneko; ao presidente da BSGI, Miguel Shiratori; e a todos os demais líderes e veteranos da SGI e da BSGI pela confiança e pelo apoio neste momento em que comemoramos os trinta anos da quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil; os trinta anos da instituição do Dia da Divisão Feminina da BSGI; e os 72 anos de fundação da DF da Soka Gakkai. Ricardo Miyamoto: Representando os novos líderes, também agradeço, do fundo do coração, a todos os que fizeram parte das lideranças anteriores, nossos eternos veteranos. Muitíssimo obrigado! BS: Poderiam contar algum episódio vivido com o Mestre que marcou sua vida e como foi sua trajetória a partir daí? Miyamoto: Durante a quarta visita, em 1993, tive meu primeiro encontro com o Mestre. Na época, com 16 anos, eu vivia muitas angústias e dificuldades. Meu pai estava trabalhando no Japão como dekassegui e, aqui no Brasil, minha mãe e minha irmã e eu nos desafiávamos para vencer as mais difíceis circunstâncias. Foi quando tive a grande boa sorte de ser convocado para atuar como membro do Sokahan (grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens [DMJ]) na recepção dos membros que chegavam ao Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI para se encontrar com o presidente Ikeda. Minha mãe também atuou nos bastidores dessa visita. Lembro-me de sua alegria ao relatar que havia se encontrado com Ikeda sensei quando ele percorria as ruas do CCCamp em um carrinho de golfe. Na ocasião, ela tirou uma foto que se tornou nosso grande tesouro. Durante essas três décadas, aquele encontro com o Mestre foi o ponto primordial da nossa vida, tornando-se a semente da transformação de um rigoroso inverno em uma bela e florida primavera familiar. Em janeiro do ano passado e em fevereiro deste ano, minha mãe e meu pai, respectivamente, encerraram sua existência dignamente. Hoje, minha família e eu desfrutamos boa sorte, harmonia e saúde. Ao lado da minha querida esposa, estou me empenhando para criar nossa filha como genuína herdeira da quinta geração de praticantes da nossa família. Selma: Nasci numa família budista e fiz parte do Grupo 2001 (precursor da atual Divisão dos Estudantes da BSGI). Participei da apresentação do Pompom-tai no festival cultural de 1984 e, pulando bem alto, falei: “Sensei, conte comigo!”. Pude também atuar nas Divisões dos Jovens e dos Estudantes. Em janeiro de 2005, num jantar comemorativo, bradei ao Mestre: “Ikeda sensei, nós, jovens do Brasil, lutaremos pelas três existências da vida!”. E ele respondeu: “Se estamos juntos nesta existência é porque nos encontraremos em todas as próximas!”. No amado grupo Zenshin, recebi todo o treinamento de minhas amigas da DF, estudando a Nova Revolução Humana, orando “muito mais daimoku”, realizando diálogos e visitas na luta conjunta de veteranas e novatas, dedicando-me à estimada organização de base e sempre apoiando os jovens. Estou aprendendo o que é ser rainha da felicidade, tendo como base de vida a relação de unicidade de mestre e discípulo (shitei-funi) e a recitação do daimoku. E estou aprendendo a ser uma pessoa que determina, ora, transforma e manifesta as vitórias e a alegria da prática da fé na vida diária. Como resultado da recitação de daimoku durante cem dias, de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, após trabalhar 27 anos numa empresa suíça, manifestei a determinação e a coragem de mudar de emprego. Tudo aconteceu conforme determinei, o emprego surgiu e consegui sair com a missão cumprida do trabalho anterior. No primeiro dia de março de 2023, iniciei uma nova jornada numa empresa multinacional indiana. Estou muito feliz e realizada! Minha decisão e meu sentimento são de eterna gratidão e vou dar o meu melhor, mesmo em meio a muitas responsabilidades e desafios. Também minha eterna gratidão aos meus queridos familiares por todo o apoio nesta luta em prol do kosen-rufu. BS: Que direcionamentos a DS e a DF da BSGI terão deste momento em diante? Miyamoto: Ikeda sensei cita [o poeta alemão Johann Wolfgang von] Goethe: “Um único momento é decisivo. Determina a existência do homem e estabelece seu destino”.1 Da mesma forma, ele afirma no capítulo “Aguardando o Tempo”, do volume 30-I, da Nova Revolução Humana: “A luta conjunta comigo significa trabalhar incansavelmente em prol dos nossos membros com todo o coração”.2 Marcando os trinta anos da visita do Mestre e dando a partida para os próximos trinta anos do kosen-rufu do Brasil, determinamos, junto com todos os pilares de ouro da Divisão Sênior, iniciar uma nova fase de luta, vitórias e avanço da DS da BSGI. Para isso, gostaria também de apresentar nosso espírito primordial, que são as diretrizes que Ikeda sensei ofereceu por ocasião da fundação da DS. São elas: Ter convicção no Gohonzon. Ser capaz de enfrentar e desafiar as dificuldades. Conhecer as questões da sociedade. Ter paixão para desenvolver sucessores. Ser uma pessoa humanista e magnânima. Ter senso de responsabilidade e planejamento. Baseados nessas seis diretrizes, vamos, a partir agora, criar um compromisso com todos os líderes da Divisão Sênior: em primeiro lugar, vencer na participação no Departamento de Contribuintes (Kofu), começando na etapa deste mês de junho. Não só individualmente, mas fazendo com que cada membro da nossa comunidade e do nosso bloco também vença no seu desafio no Kofu para elevar seu estado de vida e transformar a condição dos nossos companheiros da organização. Em julho, teremos a convenção da Juventude Soka. Vamos criar o melhor ambiente para que os jovens da nossa organização possam lutar e vencer. E, assim, todos nós selaremos o juramento ao Mestre com a vitória nas atividades comemorativas de julho em cada bloco e comunidade. E, por fim, no mês de agosto, será realizada nossa atividade comemorativa da Divisão Sênior. Junto com as demais divisões, iniciemos o movimento que consolide a base e a luta da DS a partir de hoje até agosto, criando um movimento ininterrupto de avanço em cada organização de base da BSGI. Selma: Nesta nova era da Divisão Feminina, vamos nos dedicar para corresponder às expectativas de todos nesta grandiosa missão, em união harmoniosa com as demais divisões. O mês de julho vem chegando e vamos apoiar os jovens da melhor forma. Falando em Juventude Soka, quero parabenizar às nossas amigas da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), pois, no dia 4 de junho, comemoraram os quinze anos do Ikeda Kayo Kai. Parabéns às nossas queridas princesas da Lei Mística! Contem sempre com a DF, como sua mãe ou irmã mais velha (risos). Estaremos sempre aqui torcendo pela sua felicidade e prontas para ouvi-las. Tive a grata alegria de fazer parte da primeira turma do Ikeda Kayo Kai e me lembro de Ikeda sensei nos incentivar para ser uma pessoa de primeira categoria e nunca esquecer o juramento Kayo de “Jamais ser derrotada e ter uma vida sem arrependimentos!”. Neste significativo mês de junho, celebramos os 72 anos de fundação da Divisão Feminina. E como estamos? A mil! Não por acaso, o tema dos nossos encontros comemorativos é “revolução humana”. Na matéria para essas atividades, publicada no BS, Ikeda sensei nos incentiva: Revolução humana consiste numa mudança em nossas ações e em nosso comportamento. (...) Quando a revolução humana se propaga à família, ao país e ao mundo, converte-se numa revolução não violenta em prol da paz.3 Dessa forma, baseadas na luta que estamos realizando para comemorar estes 72 anos, que tal lançarmos um desafio de recitação de “daimoku de cem dias da minha revolução humana, da minha mudança”?. Vamos finalizar em 12 de setembro, dia do hosshaku-kempon (“abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”),4 manifestando nosso verdadeiro aspecto. Vamos determinar que “se não existe um caminho, eu abrirei um!”,5 conforme Ikeda sensei nos incentiva no livro Que Venha o que Vier!. Podemos recitar quanto daimoku desejarmos. O importante é lançarmos nossos objetivos, determinarmos, orarmos, transformarmos nossa vida (realizando a revolução humana) e triunfarmos! Escrevamos uma história de vitórias, em união e luta conjunta de veteranas e novata. E sempre com “muito mais daimoku”! BS: Poderiam deixar uma mensagem para os companheiros da DS, da DF e de toda a BSGI? Miyamoto: Minha decisão como novo coordenador, junto com os demais líderes da divisão, é construir, com todos, a Divisão Sênior em que seus componentes se tornem o pilar de ouro da organização e seniores da mais elevada confiança do Mestre. No capítulo “Hino da Ampla Propagação”, do volume 28, do romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei declara: Os seniores são a viga mestra e o pilar de uma casa. Eles são o pilar de ouro da sociedade. No momento em que esses homens com rica experiência de vida que conquistaram a confiança na sociedade se levantam para a construção de sua localidade, o ritmo do avanço do kosen-rufu se intensifica de maneira grandiosa.6 Temos grandes desafios à frente. O mundo pós-pandemia passa por constantes transformações. Por isso, temos a missão de construir uma Divisão Sênior dinâmica, inclusiva, plural e que seus integrantes, principalmente, apliquem os valores e as diretrizes do Mestre em sua vida. Fazendo a diferença na vida das pessoas, especialmente no bloco e na comunidade, que formam a base da nossa organização, a partir de agora, em total união harmoniosa com as demais divisões e sob a liderança do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, vamos iniciar uma nova fase de avanços do kosen-rufu do Brasil com a Divisão Sênior na vanguarda. Contamos com todos os nossos companheiros da nossa divisão. E, às demais divisões, por favor, também contem com nosso esforço e dedicação para tornar a DS da BSGI a mais próxima do coração de Ikeda sensei! Muitíssimo obrigado! Selma: Diante dos nossos desafios do dia a dia, como trabalhar, cuidar da família e participar das atividades da nossa organização, vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o “sol do Brasil”. Façamos a diferença em nossa localidade e, com base no juramento seigan e nos pontos primordiais da fé, da prática e do estudo, desenvolvamos uma geração de mulheres felizes, fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço e triunfo! Rumo a 2030, vamos juntas em união harmoniosa (itai doshin), trilhar este maravilhoso e nobre caminho do kosen-rufu junto com Ikeda sensei e a Sra. Kaneko, bradando sempre em nosso coração: “Shitei-funi7 é minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!”. Muito obrigada! Os coordenadores Ricardo Miyamoto e Selma Inoguti dialogam nas dependências do Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 51, 2000. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 137, 2020. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.635, 27 maio 2023, p. 18. 4. O dia 12 de setembro marca a Perseguição de Tatsunokuchi, em 1271, quando Nichiren Daishonin revelou sua identidade de Buda dos Últimos Dias da Lei. 5. IKEDA, Daisaku. Que Venha o que Vier. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 138, 2019. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 37-38, 2019. 7. Shitei-funi: Relação de unicidade de mestre e discípulo. Fotos: BS
22/06/2023
Notícias
BS
O placar da vitória
Uma grandiosa conquista está sendo comemorada aos montes pelos integrantes de uma organização de base da BSGI, localizada na zona sul de São Paulo. Estamos falando do Distrito Monte Alegre, RM Jabaquara, que, exatamente no significativo 3 de maio, contabilizou o resultado de um movimento dedicado a integrar uma a uma as preciosas pessoas de sua estatística. A meta era audaciosa e foi abraçada por todos. Realizar 365 visitas no período de um ano. Mas eis que a contagiante iniciativa elevou o ponteiro para mais de quinhentas visitas concretizadas. Uma luta desenvolvida com muito diálogo e união entre líderes e membros. Tudo começou em 2022, quando a pandemia ainda restringia os encontros físicos, o que não foi empecilho para o calor humano que chegava pelas telinhas dos computadores ou dos celulares. Em abril, a marca era de 22% do objetivo lançado, número que foi subindo exponencialmente. A cada visita, a contagem era celebrada, graças à criatividade dos jovens de criar um controle próprio, o Visitômetro, uma ferramenta que vem auxiliando a todos a visualizar, de forma clara, onde estão e o que falta atingir. Algumas manifestações chegam para comprovar a força do incentivo. Uma delas vem de Flávia Constanzi, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Bloco Monte Alegre. Ela conta que, no ano passado, depois de receber uma visita, conseguiu renovar sua determinação e alcançar o trabalho desejado. Em outra oportunidade, com a visita das companheiras de comunidade e de distrito, ouviu em meio ao diálogo sobre a saúde da mulher. Na mesma semana, Flávia decidiu fazer exames de rotina. “Em um desses exames descobri uma pedra no rim, e, com rapidez, pude fazer cirurgia, evitando que sofresse as terríveis cólicas renais se tivesse demorado. Como foi importante aquela visita, aquele alerta; e, com daimoku ainda mais forte, desfruto uma vida saudável”. Jovens na vanguarda Com o espírito de um verdadeiro discípulo levando esperança e alegria aos membros, cada visita é realizada com muito carinho. O resultado reflete-se diretamente na indicação de novas lideranças, no aumento do número de assinaturas dos periódicos e na participação nos encontros da base. “As visitas são incríveis. Poder conversar com os membros é sempre muito inspirador. É muito importante ouvir esses incentivos e saber que consigo continuar seguindo em frente. E as reuniões sempre trazem grandes aprendizados com os relatos e as matérias”, afirma Roberta Ruiz, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Fagundes. Os encontros presenciais também foram retomados e os comparecimentos têm sido excelentes, reforça Ernesto Kurauchi, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito. Também pela Juventude Soka do distrito, foi realizado em março um encontro regado a lanches, reunindo mais de vinte participantes. “Essa confiança de futuro, na nobre missão de cada um, com certeza, é fruto das visitas realizadas, pois é quando abrimos nosso coração”, enfatiza Patricia Arikuma, responsável pela DFJ do distrito. Dessa forma, a vitória vem contagiando cada vez mais as duas comunidades, Imperial e Monte Alegre, formadas “Por membros sinceros e felizes, que, mesmo em meio às dificuldades do dia a dia, vêm se empenhando dignamente na luta pelo kosen-rufu, a almejada paz mundial”. A manifestação orgulhosa vem do responsável pelo distrito, Hamilton França, que, junto com a responsável pela DF, Livia Meire Lino, cria um ambiente para todos avançarem. “Orgulho maior é saber que os jovens estão retornando, com total força”, arremata Livia, citando a iniciativa de ambos de conduzir, nas duas comunidades do distrito, os encontros da rede da felicidade, em que são estudados trechos da Nova Revolução Humana (NRH), de autoria de Ikeda sensei. Pioneirismo mais que celebrado. “Os incentivos têm sido minha bateria diária, não me deixam desistir e me fazem prestar a atenção nas minhas ações”, frisa Gustavo Vinicius, responsável pela DMJ do Bloco Alcatraz. “Também me sinto revigorado sempre que leio os relatos do Brasil Seikyo, pois vejo a felicidade das pessoas ao vencerem seus desafios.” Dentro dessa fórmula de desenvolvimento experenciada por seus integrantes, as lideranças do Distrito Monte Alegre não perdem de vista o placar de conquistas. Como em todo resultado positivo, a união impera e é vital a importância dada à realização de daimoku e das reuniões de conselho. Diferentes ideias, unos em coração. O Daimoku da Vitória, realizado um domingo por mês, reúne em sintonia os membros, que escolhem o melhor horário do dia para seu desafio. “Aprendemos com nosso mestre que todo empreendimento deve começar com a oração”, ressalta o líder do distrito. Essa é a melhor definição para uma luta que tem marcado a vida de todos, afirmam. Sem esquecerem de agradecer aos veteranos pelo apoio, avançam na dianteira das quinhentas visitas já atingidas. E para comunicar a Ikeda sensei sobre a grandiosa conquista, os líderes do distrito enviaram uma carta a ele. Ao receberem a resposta com os dizeres “Obrigado pelos esforços”, o coração de todos se encheu de renovada esperança. “Com muita gratidão, renovamos nosso juramento rumo a 2030, com mais vitórias. Estamos ainda em junho. Até o fim do ano, é vencer e vencer”, determina Hamilton em nome de todos. Aspecto dos integrantes do Distrito Monte Alegre, em atividade da Juventude Soka Cenas de algumas das visitas realizadas, impulsionando a vida de todos No topo: integrantes do Distrito Monte Alegre marcando o dia da celebração do grandioso resultado, fruto da forte união. Fotos: Colaboração local
22/06/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista
É comum ouvirmos a expressão “budismo é a própria sociedade”. Nichiren Daishonin, por exemplo, escreveu que “o budismo é como o corpo, e a sociedade, como a sombra. Quando o corpo se inclina, a sombra faz o mesmo”.2 O princípio da “fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista” (obutsu myogo) relaciona esses dois mundos. “Lei secular” corresponde ao conjunto de normas, instituições, costumes e convenções que regem a sociedade, enquanto “Lei budista” refere-se à essência do ensinamento do Buda. No Japão da época de Daishonin, esse princípio era entendido de forma distorcida, pois se associava a lei secular à ordem e à autoridade, e ao poder do imperador e da classe política, enquanto a Lei budista era associada ao domínio dos grandes templos e dos monges e sacerdotes poderosos. Assim, a fusão da lei secular e da Lei budista era entendida como a relação harmoniosa entre o imperador e a classe política, de um lado, e os monges e sacerdotes, do outro. Nichiren Daishonin revolucionou esse entendimento ao colocar a amenização do sofrimento das pessoas comuns e sua felicidade como os elementos que definem a fusão da lei secular e da Lei budista. Ou seja, as leis seculares e a atuação dos governantes devem ser voltadas para a garantia do bem-estar das pessoas, assim como a Lei budista enfatiza a dignidade da vida de cada ser, porque todos possuem o estado de buda como condição inata. No escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, Daishonin explica como o sofrimento por que passava o povo japonês à época (lei secular) estava associado à crença nas seitas budistas que ignoravam o ensinamento do Sutra do Lótus (Lei budista). A amenização do sofrimento das pessoas só seria possível quando a filosofia de paz e a valorização da dignidade da vida exposta no Sutra do Lótus constituíssem a base para a sociedade. Tanto a atuação social de Daishonin como a dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda — aplicam esse princípio, pois eles dedicaram a vida ao propósito de enaltecer a dignidade da vida expressa nos ensinamentos do Sutra do Lótus e à busca pela paz mundial (kosen-rufu). Em resumo, ao encontro entre a felicidade individual e o bem-estar da sociedade. Daisaku Ikeda explica que as leis seculares abrangem dimensões amplas da sociedade, não se restringindo a relações de poder nem tampouco a interpretações restritas sobre a política: A lei secular refere-se às atividades dos homens como a arte, a educação, a economia, a política, as quais são necessárias para a manutenção da vida comunitária, na qual se inclui a contribuição para a paz e a cultura. E a lei budista é a que cultiva a dignidade da vida, que por sua vez serve como solo fértil de onde brota e floresce a cultura de uma sociedade. A “fusão” significa ter o budismo como base dessas atividades; não indica a incorporação do budismo nessas áreas nem a formação de um sistema próprio. Aplicando esse princípio na vida das pessoas, significa que cada uma atuará ativamente pela paz e pelo bem-estar social como resultado do seu despertar para a missão de criar uma nova era tendo como base o aprimoramento do caráter por meio da fé. Este é o significado de “fusão”. Portanto, o que liga o budismo à lei secular é o próprio ser humano, seu espírito. Em conclusão, a missão religiosa dos budistas é essencialmente cumprir essa missão social como seres humanos. Somente quando uma religião capacita as pessoas a realizar esse propósito pode ser chamada de “religião viva”. O budismo não é mero idealismo. Uma verdadeira religião é aquela que permite que o estandarte da vitória humana seja hasteado bem alto em meio à realidade do nosso mundo. É por isso que estou tentando diligentemente abrir a estrada da paz e da cultura.3 Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo no presidente Ikeda no romance Nova Revolução Humana) menciona, na sequência do trecho acima, a fundação do Instituto de Estudos Orientais (mais tarde, Instituto de Filosofia Oriental) e da Associação de Concertos Min-On como exemplos de aplicação do princípio de obutsu myogo. Essa lista poderia claramente ser ampliada para incluir a fundação e o desenvolvimento das escolas e universidades Soka; os corais, as orquestras e bandas musicais; o Museu de Arte Fuji; o Instituto Soka Amazônia; a elaboração das Propostas de Paz de Ikeda sensei e, na verdade, todas as iniciativas e ações da Soka Gakkai voltadas para a promoção da cultura, da educação e da paz, tendo como fundamento o Budismo de Nichiren Daishonin. Do ponto de vista individual, a aplicação do princípio budista da “fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista” ocorre em meio aos nossos esforços diários, quando temos a oportunidade de alicerçar nossas ações e nosso comportamento na sólida base de vida fundamentada nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin. Portanto, compreendendo que “budismo é a própria sociedade” e que “prática da fé é a própria vida diária”, podemos nos valer de nossas experiências, habilidades e virtudes lapidadas por meio da prática do budismo para criar relações ainda mais humanas e enriquecedoras com nossos familiares, amigos e colegas de trabalho. Dessa maneira, de forma reiterada e coletiva, acabamos por oferecer uma incontestável contribuição para a sociedade na construção de uma cultura de paz e de educação que valoriza a vida humana. Fonte: Terceira Civilização, ed. 415, mar. 2003. Notas: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 307, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 234, 2019. Ilustração: GETTY IMAGES
22/06/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas significativas de Julho
1 Inauguração da Sede Social da Divisão dos Jovens da BSGI (2012) 3 Libertação de Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai (1945) Prisão de Daisaku Ikeda, terceiro presidente da Soka Gakkai (1957) 11 Fundação da Divisão Masculina de Jovens – DMJ (1951) 12 Conversão da Sra. Kaneko Ikeda e família ao Budismo de Nichiren Daishonin (1941) 16 Tratado de Nichiren Daishonin Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra (1260) 17 Libertação do presidente Daisaku Ikeda da prisão (1957) 19 Fundação da Divisão Feminina de Jovens – DFJ (1951) 22 Poema escrito pelo presidente Ikeda aos membros da BSGI, intitulado Brasil, Seja Monarca do Mundo! (2001)
22/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Nobres damas, o caminho da felicidade se encontra a seus pés
Quão extraordinária é a força da jovem mulher! Quando uma pessoa que abraça a Lei Mística se levanta com real seriedade, ela consegue transformar enormemente o destino de um lar. Consegue transformar a localidade. Consegue propiciar coragem a todos como o “sol da esperança”. Deve-se tornar o sol. Não significa que todos os raios de sol incidirão sobre a estrela que reflete a própria luz. O sol envia seus raios mesmo na direção em que a luz dela pareça ser desperdiçada. Ainda assim, o sol continua brilhando com toda a calma. Você própria brilhará na medida em que enviar sua luz. Embora jovens, vocês são as pessoas que lançam as sementes do Buda que fazem desabrochar as flores da felicidade, absolutas e eternas, em seu coração e no coração de todos os amigos. Não há juventude com uma missão tão nobre. Quanto vocês falarem sobre a lei budista com coragem é quanto as relações com o budismo se conectam. As mulheres Soka são as extraordinárias atrizes famosas que adornam o drama da vida com a “maior das alegrias”. Não há absolutamente nada tão sublime e divino do que a mulher que luta com todas as forças, de forma honesta, pelo bem da felicidade e da paz da humanidade. O caminho da vitória e da felicidade está a seus pés, nobres damas. Ele se encontra debaixo dos pés que caminham no dia de hoje. Devem viver a juventude florida Soka, com bela coragem e resplandecente perseverança. No topo: Banhadas pelo sol do início de verão, as flores e as plantas verdes estão repletas de vida. A imagem é de Florença, Itália. É a Cidade das Flores, com a fragrância da arte e da história. Ikeda sensei registra esta foto em maio de 1994. Durante a sua estada na cidade, o Mestre participa de atividades, como a Convenção Comemorativa e o Festival Artístico, oferecendo raios solares de incentivo a cada nobre companheiro. Em junho [de 2023], no Japão, realiza-se, de forma alegre e animada, a Convenção da Divisão das Mulheres, que reúne amigas de todas as gerações. E 4 de junho é o Dia Mundial do Ikeda Kayo Kai. Nada é mais belo que o aspecto das companheiras que bailam uma juventude de grande alegria tal como a flor e o sol. É impossível deixar de orar para que esse límpido cordel de flores da paz se expanda para o mundo. Publicado no Seikyo Shimbun de 4 de junho de 2023.
22/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Brilho do respeito à dignidade da vida no mundo
Todos possuem o direito de viver e o direito de conquistar a felicidade. Esse direito à vida jamais deve ser violado. A liberdade de espírito dos seres humanos não deve ser arrebatada por ninguém. O estabelecimento dos direitos humanos são a base da democracia e a essência da paz. Não é a ausência de guerra que significa paz. Se não for uma sociedade que respeita ao máximo o direito e a dignidade do indivíduo, ela não merece o nome de verdadeira paz. É para isso que a Soka Gakkai está lutando. O que a Gakkai está construindo na sociedade, hoje, em todo o mundo, é a “grande torre do respeito à vida”. Não é só no aspecto ideológico. Em meio à realidade, está edificando uma pessoa após outra como a torre do “ser humano digno” que brilha com nobreza e felicidade. Não há tarefa mais sagrada que essa. Valorizar e respeitar, de coração, a vida do outro, acreditando em sua natureza de buda. Nesse momento, fundamentalmente, a natureza de buda do outro nos reverencia de volta. De forma ampla, quando nos aproximamos do outro com o coração realmente sincero, na maioria das vezes, o outro também passa a respeitar a nossa personalidade. Nas atividades da fé que dissipam a escuridão dos sofrimentos e da infelicidade, libertando as pessoas dos grilhões do destino, se encontra o modo de vida fundamental do humanismo. As ações devotadas em prol da Lei e das pessoas resplandecerão infalivelmente como infindável boa sorte a adornar a própria vida. No topo: Hortênsias azuis colorem a estação das chuvas [no Japão] junto com flores de variadas cores. Em junho de 2006, Ikeda sensei registra esta foto na cidade de Tóquio. A hortênsia é conhecida também como shitihenge (“sete mudanças”). Ela muda de cor em função das diferenças de solo e demais fatores, tingindo-se de rosa, de azul e de outros tons. O Sutra do Lótus prega a parábola das três plantas e duas árvores. Banhadas pelas chuvas benevolentes que caem dos céus de forma equalitária, as plantas e árvores fazem desabrochar cada qual suas flores. Da mesma forma, os seres humanos também conseguem resplandecer as próprias características ao serem iluminados pela grande sabedoria imparcial da Lei Mística. Vamos avançar com laços de união harmoniosa, valorizando sempre cada indivíduo e respeitando uns aos outros. Um dos significados da hortênsia é a união. Publicado no Seikyo Shimbun de 11 de junho de 2023.
22/06/2023
RDez no BS
BS
Orar nos enche de grande alegria!
Você já ouviu a Nona Sinfonia, de Beethoven? Ele compôs o famoso trecho Ode à Alegria enquanto sofria com a perda da audição. Beethoven se recusou a ser derrotado pelas dificuldades e pelo sofrimento. Nichiren Daishonin declarou que “Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1 Quando você recita Nam-myoho-renge-kyo, acredita profundamente que sua vida seja um tesouro precioso e cria coragem para superar qualquer adversidade. Você experimentará, com certeza, “a maior das alegrias”.2 Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos permite olhar através das nuvens de problemas e preocupações e trazer o sol para brilhar fortemente em nosso coração. Estou orando para cada um de vocês, meus jovens amigos, a fim de que sejam cheios de alegria e tenham ilimitada esperança. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de dezembro de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212. 2. Ibidem.
22/06/2023
Notícias
BS
Marco da vitória contagiante
Macapá foi a primeira cidade criada no estado do Amapá, norte do país. É a única capital brasileira cortada pela linha do Equador (que divide o planeta em dois hemisférios), e a mais próxima da foz do rio Amazonas. Concentra no mínimo dois cartões-postais: o monumento Marco Zero do Equador, onde foi construído um obelisco para a observação do fenômeno do Equinócio, que marca a mudança de estações; o outro ícone turístico é a Fortaleza de São José de Macapá, construída em 1782 para proteger a cidade de invasões. É dessa região que o Brasil Seikyo traz o destaque da edição, focalizando os bastidores de desafios e comprovações dos integrantes do Distrito Norte, Área Amapá. São 78 famílias e 124 membros na estatística, com duas comunidades, FAB e Novo Horizonte, cada uma com três blocos. “Todos os dias estamos em contato com nossos membros, por mensagens e ligações, buscando saber a realidade de cada um. Ao levarmos os incentivos do Mestre, sentimos uma forte correnteza de boa sorte unindo nossa vida”. A manifestação é do líder do distrito, Laércio Sousa, que, junto com a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Rosângela Freitas, desafiam “muito mais daimoku” para realizar as visitas. No período de pandemia, os laços foram fortalecidos com os membros, apoiando-os para que superassem as dificuldades. E mais, nesse período desafiador, sete novas famílias chegaram à base, shakubuku concretizado por esses membros. Assim, veteranos e novos membros estão unidos pelo sentimento de gratidão, que se reflete nos resultados alcançados: aumento de assinantes dos periódicos em 70% e, da mesma forma, na participação no Kofu (contribuição voluntária). O fato de conseguirem integrar 85% de seus membros às atividades é resultado da força dessa dedicação e união, a marca da localidade. “Estamos cada vez mais empenhados em unir 100% de nossa base”, afirma o responsável pelo Distrito Norte. “Um membro incentivado já logo é convidado para fazer parte das programações nos blocos, e visitas a outros membros da base. Não deixamos ninguém para trás”, reforça. Pela Divisão Feminina intensificam esforços do jeito DF de ser, “com muito mais daimoku”. As integrantes da divisão criaram até uma marca para a atuação — Mulheres de Alto Valor (Mavs) — cuja base é a recitação de daimoku em sintonia, em formato on-line. “Embora ainda não estejamos com todos os blocos atuando, nosso objetivo é continuar ao lado do Mestre, pondo em prática tudo o que ele nos ensina. Por isso, nunca perdemos a esperança de podermos fazer com que todos despertem para a prática da fé e para as atividades pelo kosen-rufu da nossa localidade, declara a responsável pela DF do distrito. “Daimoku é a base da vitória.” Avanço contínuo O empoderamento flui, e quem nos conta sua experiência é Michely Dias, recém-nomeada responsável pela DF do Bloco Santa Rita. Polícia militar, está na família Soka há seis anos, apresentada à prática pelo marido. Com os filhos Thomas, de 3 anos, e Júlia, que nascerá em julho, comprova a força do Nam-myoho-renge-kyo, após turbulenta desarmonia familiar vivenciada no ano passado. “Foi quando percebi quanto eu estava deixando de lado a minha prática. Com incentivo, desafiei-me no daimoku, sentindo-me forte, convicta de que tudo ia se resolver, e assim eu venci. O que tirei de lição? Orar não somente nos momentos de dificuldades. Diariamente acumular boa sorte e ativar as energias protetoras do universo. Percebi, mais que nunca, a importância de assinar os periódicos para não perder nenhum incentivo e orientação do nosso mestre. Agora como responsável pelo bloco, determino de coração tornar-me uma pessoa de grande valor e propagar a Lei Mística para a felicidade dos membros e de todos ao redor”, enfatiza Michely. A boa nova que alegra a todos da organização local, e fruto dessa energia contagiante, é ter um representante aprovado para a próxima Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, programada para junho, em São Paulo. Hugo da Silva Rosa é responsável pela DMJ da Comunidade FAB, função que exerce há um ano, depois de se mudar de outra cidade. Tem sido o braço direito dos líderes de distrito, presença constante nas programações, realizadas em formato híbrido. Além do apoio aos membros para que não fiquem sem receber os periódicos. “Pela nossa experiência, por vezes as pessoas precisam apenas de um ‘Alô!’, uma orientação técnica, pois todos sabem quanto as publicações são importantes na vida”, considera Hugo, que, depois de ultrapassar fortes desafios financeiros e de desarmonia familiar, carimbou seu passaporte para a tão sonhada oportunidade. “Estou indo à academia com o intuito de aprender ao máximo para conduzir da melhor forma possível os jovens da minha localidade e que todos, sem exceção, sejam felizes e vitoriosos”, determina. Um marco de renovada esperança que reverbera em todos do Distrito Norte. Programação com estudantes do distrito Print de encontro on-line da DF No topo: membros do Distrito Norte posam para foto após reunião Fotos: Colaboração local
09/06/2023
Editorial
BS
Terra de juramento
A história da BSGI teve início com o corajoso passo de Ikeda sensei em 1960. Junto com ele, veteranos japoneses fizeram do solo brasileiro sua terra de missão. No “Ano dos Jovens e do Triunfo”, a BSGI recebe uma comitiva representando o presidente Ikeda, em comemoração dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil. Neste Brasil Seikyo, vamos acompanhar o reencontro dos membros da BSGI com Ikeda sensei, ocorrido no Centro Cultural Campestre, e, desta vez, unindo o país por transmissão. A convenção simboliza o momento ímpar vivido pelos membros de se reconectarem por meio dos encontros da organização. Em mensagem inédita para as atividades comemorativas, nosso mestre conclama: Avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz!1 Veja, nesta edição e na próxima, a programação da comitiva. Na seção Aprender com a Nova Revolução Humana, é descrito o resultado das nossas ações locais: A revitalização da comunidade nasce do amor que as pessoas sentem por sua terra natal; é estimulada pela consciência de cada um como protagonista desse esforço. Em outras palavras, a chave para a revitalização da comunidade consiste em revitalizar o coração das pessoas que nela residem. Nichiren Daishonin escreveu: “As montanhas, os vales e os campos onde Nichiren e seus discípulos vivem e recitam Nam-myoho-renge-kyo são a Terra da Luz Eternamente Tranquila”.2 Onde quer que estejamos realizando ativamente nossa prática budista, essa é a Terra da Luz Eternamente Tranquila onde o Buda habita.3 No poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! consta: Oh! Brasil! Terra natal do meu coração, amigo que me aquece a alma, chão celestial da minha vida! Oh! Brasil! És minha vida! Teu levantar impávido abriu o caminho glorioso do kosen-rufu mundial! A terra natal de juramento é onde nos encontramos agora. Tal como os veteranos se empenharam no início da organização, e como Ikeda sensei brada, renovemos juntos o juramento de promover o kosen-rufu, prezando cada vida com quem temos contato, sem deixar ninguém para trás! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 781. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 16.
09/06/2023
Incentivo do líder
BS
Brilho da juventude
Queridos companheiros, espero que todos estejam desfrutando saúde e disposição. Chegamos à metade do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, e como passou rápido. Retomamos as atividades presenciais e celebramos os trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil envoltos pela maravilhosa notícia sobre o fim da pandemia anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último mês. De fato, vivemos tempos desafiadores, o que me faz lembrar da passagem do Gosho Abertura dos Olhos que diz “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda”.1 Quando tenho um impasse na vida, uma das coisas que costumo fazer é aprofundar minha consciência por meio do estudo, seja lendo um Gosho, seja abrindo a Nova Revolução Humana. Sempre há algo incentivador que preenche meu coração e me oferece as respostas de que preciso. Além disso, relembro meu juramento Kayo, [transmitido pelo Grupo Ikeda Kayo Kai, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)] escrito no auge da minha juventude aos 17 anos. Neste ano, o Ikeda Kayo Kai completa quinze anos de fundação. Desde o meu ingresso na primeira turma, a extensão desse juramento e a consciência da minha missão se tornam cada vez mais cristalinas. O que me faz lembrar também é o juramento da menina-dragão: “Simplesmente vou me dedicar a ajudar as pessoas a se tornarem felizes por meio da Lei Mística que me salvou”.2 Quão nobre e poderoso é o juramento de um bodisatva da terra! Realmente, o juramento transcende a distância, o tempo e o espaço. Devo isso não só ao meu mestre, mas também aos veteranos da organização. Eles transmitiram esse sentimento para a geração futura, da qual faço parte, que não teve a chance de se encontrar presencialmente com Ikeda sensei. Como sou da terceira geração de praticantes da minha família, cresci em um ambiente em que meus pais constantemente me falavam sobre as oportunidades que tiveram de se encontrar com sensei, em especial, em sua terceira e quarta visitas ao Brasil. Minha mãe sempre compartilhava a seguinte frase: “Tudo o que vivi na minha juventude foi meu maior tesouro”. Meus pais são grandes incentivadores e, mesmo em meio aos desafios da terceira idade, vêm comprovando a veracidade da prática da fé e atuando ativamente na organização. Recentemente, meu pai me incentivou, dizendo: “Toda preocupação em prol do kosen-rufu é a manifestação de boa sorte”. Avaliando minha vida hoje, posso dizer que meus pais estão cobertos de razão. Ao longo desses anos, fortaleci meu caráter e minha personalidade por meio das diversas oportunidades de atuação nas atividades da Soka Gakkai, reconfirmando meu juramento, assim como meu mestre incentiva: Quando permanecemos fiéis a esse juramento, a ilimitada coragem, sabedoria e compaixão do Buda emanam de nossa vida. Quando nos empenhamos de corpo e alma para concretizar esse juramento, até mesmo o “veneno” do desafio mais difícil pode se transformar em “remédio”, e o carma, em missão.3 Imagino que a realidade de cada um seja desafiadora, mas, como jovens discípulos Ikeda, não há nada que não possa ser superado se tivermos a prática da fé, o estudo do budismo e o juramento de mestre e discípulo em nosso coração e incorporado em nossas ações diárias. Cabe a mim, jovem Soka, continuar o legado de todas as pessoas que viveram em prol da Lei de construir a nova era da Soka Gakkai no palco de minha missão. Vamos, juntos, renovar nosso juramento neste “Ano dos Jovens e do Triunfo” com muito mais vitórias! Naira Samezina Vice-coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da BSGI Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 525, maio 2012, p. 42. 3. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História mais Maravilhosa do que a Sua. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 39. Ilustração: Getty Images
09/06/2023
Grupo Coração do Rei Leão
BS
A importância do diálogo e dos bons exemplos
Estamos vivendo um momento único, celebrando os trinta anos da última visita de Ikeda sensei ao Brasil. Muitos de nós tivemos a oportunidade de recebê-lo em 1993. Agora, junto com nossos filhos e até netos, renovamos nosso compromisso de impulsionar o kosen-rufu do nosso país. A alegria de pertencer à BSGI é indescritível, pois recebemos os direcionamentos do Mestre e fortalecemos os laços familiares para transformar nossa sociedade. Nichiren Daishonin afirma: Assim como a artemísia que cresce entre o cânhamo, ou uma cobra no interior de um tubo [naturalmente se endireitarão], aqueles que se associarem às pessoas de bom caráter também cultivarão sentimentos, comportamentos e palavras corretas.1 Recentemente, foi lançado o livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda. Em um dos trechos, ele menciona: Os pais devem discernir com sabedoria, desde cedo, as tendências dos filhos. Ao fazer isso, eles poderão encarar com serenidade qualquer fase de rebeldia. Os pais podem pressentir que algo está errado apenas observando sinais sutis no comportamento ou no tom de voz dos filhos.2 Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, certa vez orientou um senhor cujo filho estava com problemas e se recusava a voltar para casa: Com base na perspectiva budista, a questão fundamental reside no carma dos pais que sofrem com o filho. É importante que o senhor respeite seu filho e determine que ele se tornará uma pessoa admirável e que, por meio da transformação em sua vida, ele o conduzirá ao estado de buda.3 São diversas as questões que podem causar sofrimento aos jovens, como ansiedade e depressão, constantes discussões familiares, divórcio dos pais, mudança de escola, pressão nos estudos, problemas de amizade, perda de entes queridos ou de animais de estimação, alcoolismo ou dependência de drogas na família. Se os pais perderem a paciência, a criança poderá se sentir abandonada. Devemos nos esforçar para compreender as razões por trás da rebeldia dos nossos filhos e agir de acordo. No livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, encontramos outro trecho que diz: Existem muitos pais maravilhosos com experiências simples que criam filhos felizes. Por outro lado, há pais que detêm largo histórico acadêmico ou que se gabam de seu currículo, mas acabam arruinando a vida dos filhos.4 Um problema comum é o hábito de elogiar os estudantes apenas por suas boas notas, associando isso a ser bons filhos. Muitos pais se preocupam mais com as notas do que com o bem-estar dos filhos. Certamente desejam o melhor para eles, mas não devem permitir que essa obsessão desvie a atenção do que deve ser prioridade: aprimorar o coração e o espírito dos filhos. Existem também pais que esperam que seus filhos sigam a profissão que consideram ideal. Eles escolhem os amigos, o casamento e não permitem que seus filhos sejam independentes, mesmo quando já atingiram a fase adulta. Esses pais acreditam que amam seus filhos, porém, tudo o que fazem é projetar seu egoísmo neles. Devemos sempre avaliar nossos comportamentos. A violência aumenta a cada dia em nossa sociedade. Se os pais permitem ou até reforçam abertamente a agressão, é possível que as crianças se comportem de forma agressiva em casa ou em outros lugares. Quando as crianças ouvem falas depreciativas em relação às outras pessoas, entendem que existe um padrão e, por isso, aqueles que não se encaixam nele são inferiores. Quando as ofensas são verbalizadas repetidamente, a situação se torna “verdade” naquele contexto, e comportamentos agressivos, identificados como bullying, podem ocorrer. É um comportamento em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão por meio de “brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e de intimidar. O bullying também pode ocorrer de forma indireta, por meio de fofocas, boatos, intrigas e exclusão de grupos de amizade. As próprias vítimas começam a ver a si mesmas como inferiores. O bullying não deve ser tolerado. Cabe aos adultos orientar as crianças para que possam respeitar o próximo e as diferenças. Nosso mestre compartilha: Apesar de minha mãe não dizer nada sobre minhas notas, ela era rigorosa em relação a questões da vida diária. Quando eu era pequeno, ela sempre dizia: “Não cause problemas aos outros” e “nunca diga mentiras”. E quando eu já estava mais crescido, ela me orientou: “Seja o que for que você decida fazer, assuma a responsabilidade e cumpra seus compromissos”.5 Em conclusão, é fundamental abrir espaço para o diálogo, ajudar as crianças a ter sonhos, cultivar o desejo de estudar, aprender, desafiar-se e extrair o máximo de suas habilidades. Devemos ensinar valores espirituais por meio de nossas próprias ações no dia a dia. Forte abraço! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria das Regiões Estaduais Leste (CRE-Leste) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 396, 2017. 2. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo. Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 37, 2023. 3. Ibidem. p. 50. 4. Ibidem. p. 57. 5. Ibidem. p. 88. Foto: Getty Images
09/06/2023
Relato
BS
O brilho de uma decisão
Eu me chamo Soraia Cruz de Oliveira, tenho 47 anos e moro em Niterói, RJ. Alguns acontecimentos especiais selam a minha jornada, e um deles completa trinta anos neste 2023. Tinha apenas 16 anos quando me vi segurando um buquê de lírios-amarelos para recepcionar Ikeda sensei no Centro Cultural do Rio de Janeiro, em sua quarta visita ao Brasil, em 1993. Ao encontrá-lo, disse: “Sensei, seja bem-vindo! Seja muito bem-vindo”. Olhando nos meus olhos, ele respondeu: “Seja feliz... Seja muito feliz!”. Esses foram os incentivos do meu mestre, com olhar benevolente e profundo, como se soubesse (e sabia) da minha vida, das fraquezas e dificuldades. Na ocasião, decidi que lutaria para conquistar essa condição de felicidade. Aquelas palavras do Mestre soaram mais tarde como coragem e força para que eu pudesse vencer a tudo. A base familiar foi essencial. Quem iniciou a prática do budismo na família foi meu pai, Joel, em 1974. Atualmente, ele está com 80 anos. Com orgulho, oferece seu sítio em Magé para as atividades da Gakkai. Minha mãe, Zilma, é outro exemplo de prática da fé. Ela ficou internada por quatro meses e meio, prolongou a vida, e ensinou como passar por situações difíceis com sua serenidade. Encerrou sua existência no dia 28 de dezembro do ano passado. Voltando à fase da vinda de Ikeda sensei ao Brasil, passada a emoção, era hora de encarar os sucessivos desafios pessoais, de estudo, profissionais e de relacionamentos. Na minha família, ninguém tinha curso superior. Não foi fácil ingressar numa faculdade, quanto menos me manter, mas venci! Eu me formei em administração de empresas, em 2002. Também fui atrás de outro sonho. Pertenci ao Grupo 2001, precursor da nossa atual Divisão dos Estudantes (DE). Éramos incentivados a nos tornar pessoas de grande valor e, em gratidão, ir ao encontro de Ikeda sensei. Então, em 2001, viajei para o Japão como integrante do meu primeiro grupo de aprimoramento. Com a denominação Grupo Seigan, retornei ao Brasil trazendo o direcionamento do Mestre: “Coragem! Esperança! Não perca para nada nesta vida!”. De lá para cá, meus pais se separaram, casei-me, fiz pós-graduação, tive minha filha, Maria Eduarda, fiz uma cirurgia na mama para retirada de nódulos e outra na cabeça por conta de um cisto de 3 centímetros. Em meio aos desafios, o que me manteve inabalável foram os incentivos do Mestre e minha firme atuação na Gakkai. Expandir o coração Cresci nos jardins Soka ouvindo sobre a importância de abandonar nosso estado egoístico e nos empenhar pela felicidade de outras pessoas. Misticamente, concretizei trinta shakubuku, pessoas com quem compartilhei essa prática transformadora. Sinto que minha vida se abriu para essa verdadeira alegria, e estímulos não faltaram, por exemplo, quando conquistamos uma grandiosa vitória no movimento das 50 famílias felizes, em 2015. Hoje, atuo como responsável pela Divisão Feminina (DF) de distrito com o mesmo espírito. Durante aquela luta, eu, que trabalhava desde os 16 anos, em multinacionais, me via desempregada havia dois anos. Minha decisão era aproveitar cada minuto para me dedicar ao movimento pelo kosen-rufu, criando a verdadeira causa para a vitória profissional. Naquele mesmo dia em que o distrito conquistava seu objetivo, eu assinava um contrato de franquia no segmento de vestuário infantil. Não era carteira assinada, como havia pensado. Muito melhor. Eu me tornei empresária, abri uma loja em Icaraí, também em Niterói, em 16 de julho de 2016, e no dia seguinte parti novamente para o Japão, junto com os companheiros do Grupo Seigan e nossos familiares, a fim de celebrar os quinze anos do grupo. Costumo dizer que “é tudo junto e misturado”. Ao retornar ao país, fortes ondas de desafios surgiram, como meu divórcio em 2018. Comprovei, uma vez mais, os benefícios da prática e da minha dedicação: mais amigos que nunca, continuamos sócios e até abrimos outra loja juntos. Para mim, essa é a demonstração de continuar vencendo com base na “Prática da fé para criar a harmonia familiar”, a primeira das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”. Segui novamente para o Japão, em 2019, para reconfirmar o juramento de luta conjunta. Depois, veio a pandemia, que desafiador! Atualmente, a localidade na qual atuo retomou com toda a energia as atividades presenciais, em renovados encontros de estímulo à prática da fé. Tenho no coração um grande orgulho. Em 2016, levei minha filha comigo para o Japão, e me lembro dela, aos 8 anos, na época, correndo alegremente pelas alamedas da Universidade Soka. Em certo momento, ela disse: “Mamãe, foi Ikeda sensei que fez tudo isso, né? Ele é demais!”. Respondi-lhe: “Sim, filha, ele é o nosso mestre da vida”. Não há alegria maior para mim do que vê-la trilhar sua jornada de vida ciente da grandeza desse ideal de paz que abraçamos. Hoje, ela está com 15 anos, idade muito próxima da minha quando vivenciei aqueles momentos dourados com Ikeda sensei. Reconfirmo minha decisão de seguir superando e vencendo cada adversidade, aproveitando as oportunidades para me fortalecer como um ser humano melhor que ontem. E, com daimoku em primeiro lugar, sempre ligada ao coração de Ikeda sensei, continuar pelo caminho do kosen-rufu por todas as minhas existências. Muito obrigada! Assista ao relato da Soraia abaixo Soraia Cruz de Oliveira, 47 anos. Empresária. Atua na BSGI como responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Icaraí, RM Niterói, Rio de Janeiro. Preciosa lembrança de trinta anos, quando recepcionou o presidente Ikeda na chegada dele ao Centro Cultural do Rio de Janeiro Soraia em encontro na localidade Com o pai, Joel, e a filha, Maria Eduarda Fotos: Seikyo Press / Arquivo pessoal
09/06/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 12 (parte 3)
Conforme eu já havia lhe recomendado, seja milhões de vezes mais prudente do que antes. O Herói do Mundo1 O cuidado ao dirigir previne acidentes Eiji Kawasaki, pessoa central da Soka Gakkai na Europa, havia se envolvido num acidente de carro. Ao visitar o Japão pouco depois do incidente, recebeu orientação de Shin’ichi Yamamoto. Acidentes sempre dão avisos de antemão. Eiji Kawasaki já havia se envolvido num acidente uma vez quando perdeu o controle do veículo enquanto dirigia debaixo de chuva, bateu numa pedra e capotou. Ninguém morreu, mas o carro sofreu perda total. Ao visitar o Japão pouco depois desse primeiro acidente, Eiji relatou o ocorrido a Shin’ichi Yamamoto, que lhe disse: — Você deve considerar isso como um aviso de um acidente ainda mais grave. Os líderes devem estar sempre atentos, acatando um acidente como advertência e tomando medidas apropriadas para garantir que isso não aconteça novamente. Assim, situações críticas poderão ser evitadas. A partir de agora, espero que ore sinceramente com a determinação de jamais sofrer outro acidente, e que dirija com segurança, observando todas as regras de trânsito. Além do mais, como o esgotamento físico e mental ou a falta de sono podem se tornar uma séria causa de acidentes, é importante se certificar de só dirigir quando estiver em suas melhores condições físicas. Esse é o dever de um motorista. Se não tiver dormido o suficiente, pode ser melhor pedir para outra pessoa dirigir, ou então ir de trem ou de ônibus, mesmo que seja menos cômodo. Quando tiver de viajar longas distâncias, seria aconselhável parar para descansar de vez em quando para não se cansar excessivamente. (...). Os líderes não apenas devem tomar tais precauções, mas também lembrar aos membros de dirigir com cuidado ao retornarem para casa após as reuniões ou outras atividades. Esse simples gesto pode fazer com que todos se mantenham alertas e ajudar a evitar acidentes. (Trechos do capítulo “Esperança Renovada”) Agora, o lugar onde Nichiren e seus seguidores recitam Nam-myoho-renge-kyo, “seja... nos vales das montanhas ou numa vasta selva”, todos esses locais são a Terra da Luz Eternamente Tranquila. Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente2 O amor pela terra natal é a fonte de revitalização da comunidade Em agosto de 1967, Shin’ichi visitou Takayama, província de Gifu, onde os membros da Soka Gakkai vinham orando pelo desenvolvimento da comunidade e realizando grandes esforços nesse sentido.O desenvolvimento e a revitalização da comunidade são questões importantes seja qual for o lugar, mas podem ser uma questão de sobrevivência nas vilas despovoadas e nas regiões montanhosas. No entanto, se as pessoas perderem a fé na comunidade onde vivem e também a esperança, não poderá haver prosperidade. A revitalização da comunidade nasce do amor que as pessoas sentem por sua terra natal; é estimulada pela consciência de cada um como protagonista desse esforço. Em outras palavras, a chave para a revitalização da comunidade consiste em revitalizar o coração das pessoas que nela residem. Nichiren Daishonin escreveu: “As montanhas, os vales e os campos onde Nichiren e seus discípulos vivem e recitam Nam-myoho-renge-kyo são a Terra da Luz Eternamente Tranquila”.3 Onde quer que estejamos realizando ativamente nossa prática budista, essa é a Terra da Luz Eternamente Tranquila onde o Buda habita. Por isso, em vez de buscar um mundo ideal ou a felicidade em algum lugar isolado da realidade, os membros da Soka Gakkai desfrutam sua existência com a convicção de que o local em que se encontram é essencialmente uma terra preciosa. Eles têm como filosofia e missão pessoal na vida transformá-la num mundo ideal onde possam hastear as bandeiras da felicidade e da vitória, por mais dificuldades ou adversidades que possam enfrentar. A concretização da prosperidade de uma comunidade ou região começa com a transformação da mentalidade das pessoas que vivem lá e cultivando-se a terra do espírito humano. É por meio desses esforços que se fomenta um forte espírito comunitário, que ocasiona o crescimento das exuberantes árvores do progresso, o desabrochar das belas flores da sabedoria e o desenvolvimento de férteis planícies da felicidade. Esse é o propósito do movimento Soka. (Trechos do capítulo “Espírito Comunitário”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 16 de outubro de 2019.) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 99, 2017. 2. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 192. 3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 781. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 12, no BS+ ou no site www.brasilseikyo.com.br Ilustração: Kenichiro Uchida
09/06/2023
Notícias
BS
Uma nova era de vitórias para a DS e DMJ
Toda construção necessita de sólidos alicerces. E para vencer um grande desafio é preciso coragem, como a de um leão. Com esse espírito, representantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e da Divisão Sênior (DS) reuniram-se no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, para a Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka. A atividade foi transmitida, via internet, para todo o Brasil. Edjan Santos, coordenador da DMJ, agradeceu a participação de todos e iniciou suas palavras citando um trecho do capítulo “Espírito de Procura”, da Nova Revolução Humana (NRH), volume 27, em que uma líder não media esforços para receber incentivos e compartilhar as orientações com os companheiros da organização. Nele, Ikeda sensei frisa: “Quando uma pessoa perde o espírito de procura, seu desenvolvimento na fé se interrompe e passa a ser influenciada pela arrogância e presunção. Um praticante budista deve ser uma pessoa de inesgotável espírito de procura. Aí se encontra o caminho da revolução humana”.1 Com isso, Edjan solicitou que cada integrante da Divisão Masculina de Jovens manifeste o espírito de procura para construir a sólida organização que transforma a vida dos jovens. “Nós, jovens leões Soka da DMJ, devemos assumir integralmente a postura voltada para a nossa revolução humana e para o avanço do kosen-rufu do Brasil, hasteando a bandeira do shakubuku”. Ricardo Miyamoto, novo coordenador da Divisão Sênior, agradeceu a todos pela presença e, em especial, a de Shinji Shimizu, vice-presidente da SGI. Miyamoto relembrou os momentos vividos por Ikeda sensei há trinta anos em sua quarta visita ao Brasil. Ele compartilhou que esses momentos estão solidificados nos dias atuais. Clamou aos membros que comprovem as diretrizes da Divisão Sênior e que, de agora em diante, os pilares de ouro iniciem uma nova fase de luta, vitória e avanço da divisão. “A partir de hoje, vamos vencer na participação no Kofu (contribuição voluntária) juntamente com os companheiros. Fazer com que cada membro vença seus desafios e eleve o seu estado de vida, transformando também o de todos os membros da nossa organização. Em julho, vamos criar o ambiente ideal para os encontros da Juventude Soka e, em agosto, comemoraremos o nosso mês. Vamos iniciar um movimento que consolide a base da DS, criando um grande avanço em cada comunidade. Vamos tornar a Divisão Sênior a mais próxima do coração de todos”. O vice-presidente Shinji Shimizu, de forma descontraída, parabenizou a todos pela realização do encontro, enaltecendo a BSGI, Monarca do Mundo. Ele comparou a união da DS e da DMJ com a união de Nanjo Tokimitsu e Shijo Kingo. Disse que a união dos dois representa a força da fé, da coragem e da união, e esse é o espírito das divisões. “Essa união e esse companheirismo fizeram com que Nichiren Daishonin fosse vitorioso.” Ele também enalteceu a importância de criar o ambiente ideal, com base na união, e solicitou: “Essa reunião é muito importante. Sejam e construam essa união de vanguarda visando o centenário da Soka Gakkai e construam no Brasil o modelo de união das divisões”. Ele respondeu a perguntas sobre as transformações da época e sobre como devemos atuar. Frisou que os pontos fundamentais para a mudança da nossa vida são a coragem e a união harmoniosa na organização, repleta de incentivo: “Ikeda sensei nos incentiva que é possível conquistar a vitória sem jamais esquecermos nossos objetivos; para tanto, precisamos manifestar força e coragem. A vitória da BSGI é a vitória do mundo. Vamos conquistar o coração das pessoas com forte orientação e oferecer incentivos transformadores”. vice-presidente da SGI Shinji Shimizu coordenador da DMJ, Edjan Santos coordenador da DS, Ricardo Miyamoto Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 27, 2020. Fotos: BS
09/06/2023
Notícias
BS
Prezar as pessoas é a essência do budismo
Membros representantes participaram da cerimônia em memória dos falecidos, realizada na tarde do dia 4 de junho, no Palácio Memorial da Paz Eterna, em Itapevi, SP. A solenidade foi conduzida pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, em suas palavras, agradeceu à comitiva da SGI, celebrando, junto com os membros do Brasil, o aniversário dos trinta anos da última visita do presidente Ikeda em nosso país. Shiratori citou incentivos de Ikeda sensei, nos quais ele revela que Nichiren Daishonin incentivava seus discípulos que passaram pela dor de perder um ente querido, afirmando que os budas das dez direções se reuniriam, acompanhariam e protegeriam os membros e entes falecidos por toda a eternidade. Finalizando, Shiratori pontuou: “Nossos entes queridos devem estar felizes. E nossa missão é herdar a missão do nosso ente falecido e alcançarmos uma vitória inigualável”. Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, compartilhou, em seus incentivos, uma orientação de Ikeda sensei, em que ele afirma: “A vida é livre e as três existências são eternas. Chegará um momento em que vocês se encontrarão com as pessoas [falecidas]. Chegou o momento em que devemos viver a vida com todo o poder agora”. O presidente Harada finalizou, expressando seu sentimento: “A iluminação de si próprio é também a vitória do seu ente querido, o kosen-rufu do Brasil será a vitória dos saudosos veteranos”. Encerrando a cerimônia, os participantes apreciaram a apresentação da Camerata Ikeda, da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda. No topo: participantes da cerimônia respeitosamente oferecem orações aos beneméritos da BSGI Foto: BS
09/06/2023
Matéria da Divisão Sênior
BS
Constituir uma força capaz de cultivar uma família reluzente
Caros amigos e amigas da Divisão Sênior, desejamos que estejam desfrutando excelente saúde, superando com sabedoria e coragem os desafios da época, fundamentados na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei. Diferentemente do Brasil, o Dia dos Pais no Japão é celebrado neste mês de junho. O país do sol nascente é a terra natal dos Três Mestres Soka: Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda. Em sua trajetória de vida, mesmo extremamente concentrado na grandiosa e desafiadora tarefa de edificar e conduzir a Soka Gakkai, ao lado de sua respectiva esposa, cada um deles instruiu seus filhos com todo o zelo. Dessa forma, refletiremos sobre um tema de extrema importância: a família. E o que é família? Nos dias de hoje, de forma clara, é possível perceber que não existe um modelo-padrão do que seja uma família ou de como ela deva ser. A família possui diversas formações e abrange um número imenso de características e relações. De acordo com os dicionários, de forma geral, “família” é um grupo de pessoas que partilha ou que já partilhou a mesma casa, normalmente elas possuem relações entre si de parentesco, de ancestralidade ou de afetividade. Com essa descrição, podemos entender que família é a base da nossa relação social, formada pelas pessoas com as quais somos mais próximos, íntimos e temos afinidade. Durante o pós-guerra, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, compreendeu em seu íntimo quão importante era uma base familiar sólida, para cada integrante desse núcleo superar as amarguras da vida. Por isso, em dezembro de 1957, ele estabeleceu as “Três diretrizes eternas da Soka Gakkai”, das quais a primeira é justamente a “Prática da fé para criar a harmonia familiar”. Referente a esse tema, nosso mestre, presidente Ikeda, reflete: A família é um ponto de segurança e esperança necessário na vida. É uma fortaleza de felicidade e de paz; um ambiente para se revitalizar, recarregar as baterias todos os dias. Contém um vínculo positivo, que nutre a alma e constrói o caminho para o autoaprimoramento e a realização; um castelo de harmonia e crescimento.1 Meu papel na harmonia familiar Como podemos construir e manter uma família harmoniosa? Ikeda sensei nos direciona da seguinte forma: Em primeiro lugar, devemos nos esforçar para sermos pessoas alegres e radiantes, cuja presença envolva todos os familiares com a luz da compaixão. Em segundo, precisamos nos respeitar mutuamente, reconhecendo que os vínculos familiares entre pais e filhos ou entre cônjuges e parceiros consistem em laços cármicos que se estendem pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Em terceiro, devemos prestar uma contribuição positiva à sociedade e trabalhar para desenvolver sucessores que também façam o mesmo.2 Dentre os inúmeros desafios da vida, podemos dizer que a construção de uma família harmoniosa está entre os maiores. Nesse contexto, diversos companheiros da Divisão Sênior e pessoas em geral podem enfrentar questões como dificuldades financeiras, choque de gerações, conflitos no lar causados por vários motivos, podendo ser até divergências devido à prática budista. Essas são algumas das possibilidades dessa maravilhosa missão que é conviver num ambiente familiar. Pois os familiares são os que mais nos conhecem: nossas virtudes e defeitos. No seio familiar, não há como se esconder. Nele, somos genuinamente nós mesmos, da forma mais pura e transparente possível. Sobre esse ponto, no capítulo “Longa Jornada”, da Nova Revolução Humana, Shin’ichi Yamamoto incentiva um membro da Divisão Sênior, que estava aflito por ter filhos que não praticavam o budismo, dizendo: Pensar que seus filhos aceitarão a prática budista porque o senhor está praticando é superestimar a condição de pai. Se eles são maiores de idade, já possuem seus próprios pensamentos e vivem com base neles. Cabe ao senhor, de um lado, respeitar a opinião deles; do outro, se deseja realmente que eles compreendam e aceitem a prática do budismo, o senhor próprio deve provar em sua vida diária quanto a prática budista é extraordinária. Em todo caso, deve se esforçar em se tornar alvo do orgulho e do respeito de seus filhos. (...) Se o senhor deseja a felicidade dos seus filhos e ora sinceramente para concretizá-la, esse sentimento atingirá o coração deles e certamente os despertará para a prática da fé. Além disso, essa oração produzirá benefícios e boa sorte para proteger seus familiares. Por isso, não há necessidade de ficar aflito, nem de impor a prática do budismo.3 Esses são incentivos acolhedores e extremamente adequados à época em que vivemos, na qual o intenso fluxo de informações pode nos distanciar do convívio familiar, por conta da relação estreita com as mídias sociais, entre outros problemas. Mas depende de cada um de nós pôr em prática essa vivência, mesmo nas questões mais simples, tais como jantar à mesa, brincadeira com as crianças, bate-papo descontraído ou assistir a um filme no sofá. O mais importante é o diálogo sincero e aberto, desarmado. Além disso, é fundamental buscar um desafio conjunto da prática da fé. Importante também levar em consideração a característica de cada indivíduo da família, ciente de que cada um tem suas características, e buscar utilizar as diferenças individuais como trampolim para a harmonia e o aprendizado mútuo. Não existe receita Cada família é única, e não existe uma receita pronta para cultivar e desenvolver a harmonia. Contudo, podemos afirmar com base nas orientações do presidente Ikeda que criar um ambiente alegre e respeitoso envolve — sobretudo dos pais — a sensibilidade em reconhecer virtudes, angústias, vulnerabilidades e sonhos de cada um. E a partir dessa “radiografia da alma”, implementar, com dinamismo e entusiasmo, ações de encorajamento, amor, correção e incentivo. Embora de fato não exista uma receita, temos a imensa boa sorte de desfrutar uma grandiosa filosofia de vida que possui sólidos e sábios ensinamentos para o cultivo da vida humana voltados para o humanismo, o respeito e a felicidade. DS que comprova Eu me chamo José Carlos Júnior, tenho 44 anos, e em maio de 2023 completei quarenta anos de prática deste maravilhoso Budismo Nichiren, que iniciei junto com minha mãe aos 4 anos. Nós sempre sofremos com problemas financeiros, e isso contribuiu para que eu não tivesse condições adequadas de estudar. Muitas foram as adversidades, ainda sim eu acalentava sonhos que pareciam ser impossíveis. Na juventude, esses obstáculos pareciam não ter fim. A desarmonia em nossa família era constante em razão de meu falecido pai ser alcoólatra e todos os dias chegar a casa bêbado, causando sofrimento a todos nós e, principalmente, à minha mãe, agredindo-a. Eu não suportava assistir àquela cena. Ia para frente do Gohonzon recitar daimoku até que a situação se acalmasse. Algum tempo depois, houve a separação dos meus pais e minha mãe nos criou sozinha ainda com mais dificuldades, mas sem desistir da sua fé de jamais abandonar o Gohonzon. Fui crescendo e compreendendo que o Gohonzon é a minha própria vida. Os anos se passaram, desafiei e venci nos estudos, formei-me em enfermagem no ensino superior e concluí dignamente minha atuação na Divisão dos Jovens. Já em 2020 trabalhava em duas grandes instituições no Rio de Janeiro. Estava tudo bem, até que em março do mesmo ano foi declarada oficialmente a pandemia da Covid-19. Com a pandemia, também veio uma crise financeira na família, pois todos os processos judiciais do meu companheiro, que é advogado, foram bloqueados em razão do fechamento do Fórum e do cancelamento das audiências, deixando-o sem nenhum valor para receber e para arcar com despesas e compromissos. Nossas dívidas aumentaram e chegamos a ponto de sentarmos e discutirmos a possibilidade de vender nosso apartamento para saldar as dívidas. Nesse meio-tempo, recebi uma promoção no hospital para assumir a coordenação interina de um complexo obstétrico, a qual melhorou ainda mais a minha remuneração. Mesmo assim, foi um período de muita dificuldade financeira. Após longos diálogos, decidimos alugar o apartamento, em vez de vendê-lo, e mudar para a cidade de Saquarema, RJ, uma vez que esse era um objetivo futuro e há tempos pensávamos nisso. O ano 2021 chegava com novos benefícios e desafios, visto que tudo estava a nosso favor. Meu companheiro recebeu todos os processos que estavam atrasados, achamos uma excelente casa na nova cidade, um emprego garantido que me foi prometido e, melhor, ao lado de casa. Então, resolvi pedir demissão do emprego maravilhoso que eu tinha. Enfim, mudança realizada! E agora, cadê o emprego prometido? Pois bem, o emprego não aconteceu. Intensifiquei meu daimoku todos os dias para transformar a causa do sofrimento em felicidade. Fiz algumas entrevistas, mas sem sucesso. Li uma orientação no Brasil Seikyo do dia 24 de julho de 2021 que falava da “teoria de valor” do presidente Makiguchi sobre o emprego dos princípios do “belo, do benefício e do bem”.4 Fiz um resumo sobre o emprego e coloquei no oratório para eu me lembrar toda vez que orasse. O fim do ano de 2021 se aproximava e o emprego não chegava. Quase sete meses sem trabalhar. Determinei que até o último dia do ano eu estaria empregado. Não poderia mais me permitir ser derrotado pela escuridão fundamental da minha vida. Em 3 de dezembro de 2021, foi publicada no Diário Oficial, da Cidade de Cabo Frio, uma chamada para duzentos enfermeiros para a Prefeitura e lá estava meu nome. Tomei posse no dia 16 de dezembro desse ano, e no dia 8 de janeiro de 2022, comecei meu primeiro plantão. Também me tornei professor de enfermagem na cidade de Saquarema e meu objetivo é formar profissionais que fazem a diferença na enfermagem e na vida de cada paciente. No início de 2023, fui convidado a assumir a coordenação-geral do centro cirúrgico do hospital em que atuo. Nesses primeiros meses, conseguimos implantar as primeiras cirurgias por videolaparoscopia dentro do município, o que nunca aconteceu em nenhum hospital da rede pública. Cada dia comprovo a grandiosidade de Ikeda sensei em meu local de trabalho. Comprovei nesses quarenta anos de Budismo de Nichiren Daishonin a grandiosidade do Gohonzon, a grandiosidade do meu mestre e me tornei daquele menininho com grandes sonhos um integrante da Divisão Sênior, um verdadeiro “pilar de ouro”. José Carlos Rocha Pereira Junior, CGERJ, RM Região dos Lagos. José Carlos, à dir., com seu companheiro, Lincoln Silva Reflexão sobre a matéria “Ao julgar os méritos relativos das doutrinas budistas, eu, Nichiren, acredito que os melhores critérios são aqueles da razão e da prova documental. E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real.”5 “A prova mais convincente para desenvolver o kosen-rufu é a felicidade que estabelecemos em casa. E é essa felicidade que sustentará a nossa convicção diante de qualquer pessoa.”6 Estimados companheiros, após lermos de forma atenciosa e cuidadosa os trechos da Nova Revolução Humana e do Gosho descritos acima, devemos refletir com honestidade e seriedade como está a harmonia e felicidade na minha família e que tipo de ação estou desenvolvendo para criar verdadeiramente a harmonia familiar em minha casa. Em meio à realidade cotidiana, certamente realizamos esforços redobrados para atender às demandas do trabalho, do aprimoramento contínuo em estudar mais e é comum apoiarmos os companheiros da nossa organização. Todos esses nossos empenhos são preciosos, louváveis e com certeza criam uma imensurável boa sorte em nossa vida, como também nos faz exercitar o cumprimento da nossa própria missão. Mas, se não voltarmos os olhos, a atenção, a dedicação para construir a felicidade dentro de casa, junto dos nossos familiares, estaríamos falhando em criar a prova mais importante para o desenvolvimento do kosen-rufu, nossa mais elevada missão. O presidente Ikeda nos orienta: “Nós falamos sobre o kosen-rufu como um movimento a ser promovido na sociedade, mas seu verdadeiro eixo encontra-se em nosso lar, na família”.7 Nós, pilares de ouro Soka, temos papel decisivo na criação da harmonia familiar, e o primeiro passo é cultivarmos esse forte desejo consciente da importância da comprovação familiar para o kosen-rufu. Luís Otávio Vieira Arcoverde da Silva, vice-coordenador da CGERJ Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Cinco Diretrizes Eternas da Soka Gakkai. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2017. p. 20. 2. Ibidem. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 6. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 4. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.573, 24 jul. 2021, p. 15. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 626, 2020. 6. IKEDA, Daisaku. Expansão. Nova Revolução Humana. v. 8. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 7. Ibidem. Ilustração: Getty Images Foto: Arquivo pessoal
09/06/2023
Mensagem
BS
“Promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo!”
Meus amados e preciosos companheiros da família Soka do Brasil! Efusivas felicitações pela realização da resplandecente convenção da nova partida! E também a todos os que estão participando em cada localidade do Brasil, nosso coração está ligado e é uno. Certamente os dois mestres devem estar observando com alegria este encontro do juramento que se realiza no Centro Cultural Campestre de magníficas árvores e flores exuberantes próximo à Estrada Tsunessaburo Makiguti e ao Viaduto Jossei Toda. Em meio aos incessantes desafios que o mundo enfrenta, os companheiros do Brasil, com a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e com o desafio de transformar veneno em remédio, vieram transmitindo encorajamentos de grande esperança. Nichiren Daishonin afirmou a uma louvável discípula: A distância entre as províncias em que vivemos é grande, e meses e anos se passaram; por isso, estava preocupado que talvez sua determinação tivesse enfraquecido. No entanto, a senhora tem demonstrado uma fé cada vez mais profunda e suas boas ações aumentam sem cessar. Com certeza, este não é o resultado de ter praticado apenas em uma ou duas existências passadas.1 Verdadeiramente interpreto essas palavras como o louvor aos senhores de profundos laços cármicos que vieram acumulando grandiosos esforços lutando em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Não há dúvida nenhuma de que os senhores, envoltos pelas recompensas resultantes das ações nos bastidores, desfrutarão a gloriosa vitória. No capítulo 25, “Portal Universal”, do Sutra do Lótus, consta: “Contempla os seres vivos com olhar compassivo. / O mar de seus benefícios acumulados é imensurável”.2 Daishonin demonstra por meio desse trecho do sutra que, ao incorporar a benevolência da Lei Mística, imensuráveis boa sorte e sabedoria, tal como o vasto mar, se manifestam na própria vida e na vida dos outros, na sociedade e na nação. Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós. Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz! Rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai em 2030, com os jovens de altivo orgulho de genuínos emergidos da terra na vanguarda, conto com todos para que promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo! Estarei sempre orando sinceramente, junto com minha esposa, pela boa saúde e longevidade, segurança e tranquilidade, bem como pela boa sorte, harmonia, glória e triunfo de todos os senhores que reluzem no fundo do meu coração. Viva a família Soka do Brasil! Em 4 de junho de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 513, 2020. 2. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 25, p. 306. Foto: Seikyo Press
09/06/2023
Notícias
BS
Avanço contínuo das mulheres Soka
Com a especial presença da coordenadora das mulheres da Soka Gakkai Internacional (SGI), Yumiko Kasanuki, integrantes da Divisão Feminina (DF) e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) marcaram presença na Conferência de Líderes das Mulheres Soka, no domingo, 4. “O mais importante é trocar incentivos, ouvir atentamente o outro; orar”, incentivou a Sra. Kasanuki, entre vários direcionamentos para as participantes, que acompanharam a atividade de forma presencial (total de 760 pessoas no Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo) e por transmissão via YouTube (cerca de 5 mil acessos). A Sra. Kasanuki destacou um trecho do romance Nova Revolução Humana (NRH), falando da importância da sinceridade e carinho no trato com as pessoas, valorizando-as e reconhecendo suas aptidões nas atividades. Ela compartilhou, em especial, alguns movimentos que vêm sendo promovidos por províncias e organizações do Japão, como o estudo conjunto da NRH e diálogos em pequenos grupos, com resultados excepcionais da união entre veteranas e novatas. “É importante não temer as diferenças, mas entender e respeitar o ponto forte de cada pessoa”, afirmou. Disse que a própria prática budista é a esperança sublime para transformar em confiança e em esperança a escuridão que ainda encobre o mundo. “Vamos expandir o diálogo budista de esperança para o mundo” conclamou a Sra. Kasanuki. Pela Divisão Feminina de Jovens, Livia Endo falou da força e da sabedoria das mulheres, conquistadas por meio da filosofia do Budismo Nichiren, que sempre as valorizou, seguido pela atuação dos Mestres Soka, de total confiança no potencial das mulheres para o kosen-rufu. Marcando o mês em que se celebram os 72 anos da fundação da DF, 10 de junho, e o Dia do Ikeda Kayo Kai, dia 4, reconfirmou a decisão de luta para os próximos trinta anos de avanço das mulheres Soka, que se configura no próprio avanço da BSGI. Já pela Divisão Feminina, as participantes também conheceram as expectativas da nova coordenadora da DF, Selma Inoguti. Após receber a bandeira da divisão de Meiry Hirano, agora coordenadora-geral da DF e vice-presidente adjunta, Selma determinou: “Vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade”. E bradou: “Shitei-funi é minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!” . Os lenços multicores da SGI agitavam-se a todo momento na plateia, em especial após a leitura da mensagem de Ikeda sensei (veja nesta edição). A programação teve ainda a exibição de vídeo e relato de comprovação feito em conjunto por Marilene e Jessika Kostetzer, de Joinville, SC. Mãe e filha, respectivamente, relataram a trajetória que as levou a ultrapassar os desafios do carma baseados no sentimento de ligar o coração ao do Mestre. Ao final, a mensagem levada por todas foi a de escrever uma nova história. Como estímulo, lançado pela nova coordenadora da DF, o desafio para que todas iniciassem o daimoku de cem dias, a começar daquele dia e finalizando em 12 de setembro, data em que é lembrado o dia do hosshaku-kempon (“abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”). “‘Manifestar toda a força. Um novo eu’, como a Sra. Kasunuki nos orienta”, fortaleceu Selma. A plateia aplaudiu vibrantemente. Participantes do encontro das Mulheres Soka A vibrante regência feita pelas líderes da DF e DFJ Líder das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki No topo: Cenas da contagiante alegria das mulheres Soka, que se repetem na passagem da bandeira da DF, segurada pela atual coordenadora, Selma Inoguti Fotos: BS
09/06/2023
Conheça o Budismo
BS
Descubra sua missão
Os sofrimentos e as dificuldades da vida são os mais variados. Há aqueles que aparecem em decorrência de ações e decisões que tomamos na vida presente, mas há outros para os quais não encontramos uma causa aparente. O Budismo de Nichiren Daishonin considera que esses tipos de sofrimento são manifestações, nesta existência, dos resultados de ações realizadas pela própria pessoa em vidas passadas (carma do passado). “Carma” é originalmente um termo que significa “ação”. Já as “ações em vidas passadas”, que possuem o poder de influenciar a felicidade ou a infelicidade nesta existência, são denominadas de “carma do passado”. O carma do passado engloba tanto o “bom carma” como o “mau carma”, mas ele é, na maioria das vezes, associado ao “mau carma” que acumulamos. O budismo ensina a lei de causa e efeito, que abrange as “três existências da vida” — passado, presente e futuro. As ações em existências passadas se tornaram a causa que se manifesta como efeitos na existência presente; e as ações na presente existência se tornam a causa que se manifestará como efeitos na existência futura. Más causas em vidas passadas se manifestam como maus efeitos nesta existência, trazendo sofrimentos e dificuldades. Boas causas resultam em bons efeitos, os quais proporcionam boa sorte e tranquilidade. Essa é a lei de causalidade adotada pelo budismo em geral. Todavia, seguindo essa lógica, mesmo descobrindo a causa dos sofrimentos no presente, não é possível transformá-la imediatamente nesta existência. Portanto, não haveria outro caminho a não ser liquidar cada causa do mau carma ao longo de sucessivos ciclos de vida e de morte em existências futuras. Assim, essa ideia de “carma do passado” é um conceito que leva facilmente ao pensamento fatalista de uma vida sem esperança. Em contrapartida, o Budismo de Nichiren Daishonin ensina o princípio da “transformação do destino”. No escrito Carta de Sado, Daishonin esclarece que as perseguições que vinha enfrentando não eram atribuídas à usual lei de causa e efeito difundida no budismo em geral, mas, sim, por ter caluniado o Sutra do Lótus em existências passadas.1 Dessa forma, ele ensina que a calúnia contra o Sutra do Lótus — a Lei correta que revelou por completo a iluminação de todas as pessoas, o respeito ao ser humano e a felicidade si e de outros — é a ofensa fundamental e o mal original que produzem todos os outros maus carmas. O princípio da transformação do destino do Budismo Nichiren significa transformar o mau carma fundamental da descrença e da calúnia contra a Lei correta, ainda nesta existência, por meio da prática de acreditar, proteger e propagar essa Lei. O âmago dessa prática é o daimoku, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Daishonin faz referência a uma citação do Sutra Mérito Universal, a qual salienta que as ofensas do passado se dissiparão instantaneamente como geada e gotas de orvalho sob a luz do sol da sabedoria eterna do Nam-myoho-renge-kyo: Nossas más ações seculares e nosso carma negativo podem ter se acumulado a uma altura tão elevada quanto a do Monte Sumeru, mas, quando acreditamos neste sutra, tudo isso se desvanece como a geada ou o orvalho sob o sol do Sutra do Lótus.2 Amenização do efeito cármico Mesmo nos empenhando na prática da fé, há ocasiões em que nos deparamos com sofrimentos e dificuldades na vida. Além disso, quando lutamos pelo kosen-rufu, surgem adversidades decorrentes de impedimentos e de maldades que aparecem para deter o nosso avanço. Daishonin ensina que o fato de encontrarmos tais dificuldades e de transformarmos o próprio destino é, na verdade, o benefício do princípio chamado de “amenização do efeito cármico”. Literalmente, o princípio de “amenização do efeito cármico” (tenju kyoju) significa “transformar o pesado e receber o leve”. Em virtude do “pesado” carma acumulado em existências passadas, estaríamos sujeitos a saldá-lo com “pesados” sofrimentos não apenas nesta, mas nas próximas existências. Entretanto, ao acreditarmos e propagarmos a Lei correta nesta existência, a força do benefício dessa prática faz com que a retribuição de carmas pesados seja recebida, instantaneamente, de forma leve, e conseguimos assim expiar todos os carmas acumulados. Os sofrimentos e as dificuldades são importantes oportunidades para apagar o carma do passado e fortalecer nossa determinação. Sobre isso, Daishonin afirma: O ferro, quando aquecido e forjado, torna-se uma excelente espada. Os reverenciáveis e os veneráveis são testados com calúnias. Meu atual exílio não é resultado de nenhum crime secular, mas serve somente para que eu possa expiar, nesta existência, as graves faltas que cometi no passado e me libertar dos três maus caminhos na próxima.3 Carma adotado por desejo próprio Uma pessoa que, apesar de enfrentar sofrimentos e dificuldades, transforma o seu destino perseverando na prática da fé observará uma grande mudança no sentido de sua vida. O Sutra do Lótus expõe o princípio de “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo). O ideograma gan significa “nascer com o desejo” e go quer dizer “nascer com carmas acumulados”. Os bodisatvas nascem em determinada existência pela força de seu desejo, e as pessoas comuns, por conta de seu carma. Esse princípio indica que bodisatvas, com grandiosa boa sorte e virtude acumuladas por meio de exercícios budistas, se voluntariaram a nascer nesta era maléfica, manifestando seu próprio desejo; abandonaram suas límpidas retribuições dos seus carmas, com o intuito de salvar as pessoas sofridas desta era maléfica. Como resultado, estes bodisatvas experimentam, da mesma forma que as pessoas com carmas negativos, os sofrimentos desta era maléfica. A partir da análise do sentido das adversidades deste ponto de vista, uma pessoa que supera as dificuldades por meio da fé entenderá que o fato de viver os sofrimentos nesta era maléfica não é de forma nenhuma o seu destino, mas, sim, o resultado do juramento seigan de bodisatva para salvar as pessoas, compartilhando sofrimentos e mostrando, com o seu exemplo, a forma de superá-los. O presidente Ikeda expressa essa forma de viver como “transformar o destino em missão”, e explica: Todos nós temos nosso próprio carma ou destino. Mas quando o olhamos de frente e compreendemos seu verdadeiro significado, todas as dificuldades podem servir para nos ajudar a construir uma vida mais rica e profunda. E nossas ações na batalha contra nosso destino tornam-se um exemplo e inspiração para inumeráveis pessoas. Em outras palavras, quando transformamos nosso carma em missão, transformamos nosso destino. Em vez de permitir que o carma desempenhe um papel negativo, atribuímos a ele uma função favorável. Aquele que consegue transformar seu carma em missão é alguém que “assumiu voluntariamente o carma apropriado”. Portanto, os que continuam avançando, considerando tudo como parte de sua missão, seguem em direção à transformação de seu destino.4 Fonte: Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 78. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 321, 2020. 2. Ibidem, p. 293. 3. Ibidem, p. 320. 4. Terceira Civilização, ed. 433, set. 2004, p. 18. Ilustração: Getty Images
09/06/2023
Notícias
BS
Triunfar junto com o Mestre
“Meu avanço triunfal rumo a 2030” — esse tema deu o tom à atividade que descerra o início de uma nova fase da BSGI em que o protagonismo de seus membros abrirá o caminho para a felicidade de toda a sociedade. A Convenção Comemorativa dos Trinta Anos da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil, realizada no auditório do Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, no dia 4 de junho, uniu mais de 6 mil participantes, presenciais e virtuais, para estabelecer um vigoroso impulso rumo ao centenário da Soka Gakkai e aos setenta anos da organização no país. À medida que os mais de 650 líderes representantes chegavam, sendo recebidos vibrantemente pelos grupos de apresentação e de apoio, foram criando um clima especial de calor humano e de comprometimento que contagiou os participantes de diversas localidades do Brasil que acompanhavam a atividade pela internet. O auge ocorreu com a entrada dos integrantes da comitiva da SGI, liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que vieram ao país especialmente para participar dos eventos comemorativos, os quais foram recepcionados efusivamente pelos participantes que agitavam lenços com as cores vermelha, amarela e azul. Além do presidente Harada, compuseram o grupo a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki; o vice-presidente da SGI Shinji Shimizu; diretor do departamento da América Latina da SGI, Yoshihide Taguchi; o secretário Masayuki Sakamoto; e os integrantes da equipe do Seikyo Shimbun, Ken-ichi Nishi e Masataka Kudo. Todos foram apresentados pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori. A recitação do gongyo deu início à convenção, seguida da apresentação de novos líderes da BSGI, realizada pelo vice-presidente Shimizu e pelo presidente Shiratori (veja lista completa nesta edição). O novo coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, Ricardo Miyamoto, proferiu suas palavras de decisão, relatando momentos marcantes de sua vida e de seus familiares durante a visita de Ikeda sensei ao país em 1993. Expressou seus agradecimentos à liderança anterior e, citando trecho do romance Nova Revolução Humana, discorreu sobre a missão dos pilares de ouro Soka. “Vamos iniciar uma nova fase de avanços!”, conclamou. Selma Inoguti, nova coordenadora da DF da BSGI, também relembrou sua trajetória na prática budista e como jovem membro da organização, enfatizando a gratidão ao Mestre, aos familiares e às veteranas da divisão. “Vamos realizar uma luta com leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade e, por meio do juramento seigan e do ponto primordial de fé, prática e estudo, desenvolver uma geração de mulheres felizes, fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço e triunfo”, solicitou Selma. Pontuado por passagens do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, de autoria do presidente Ikeda, um vídeo comemorativo emocionou a todos ao trazer passagens da quarta visita e a expectativa do presidente Ikeda na atuação dos companheiros brasileiros, em especial dos jovens. Seguiram-se os relatos de comprovação de Vera Lobo, consultora da DF de Área, de Belém, PA, e de Ariana dos Santos, coordenadora da Juventude Soka da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ), registrando a transformação de vida com base na prática budista e no desejo sincero de corresponder aos anseios de Ikeda sensei. Em suas palavras, o presidente Miguel Shiratori anunciou a participação dos convidados de honra, professor Amaral Vieira, e sua esposa, Yara, que vêm dedicando incansável apoio à BSGI e à Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), a qual, neste ano, comemorou três décadas de fundação. Em seguida, fez a apresentação da mensagem de congratulações do presidente Ikeda para as comemorações dos trinta anos (confira íntegra nesta edição), ressaltando que seus direcionamentos nortearão os esforços da organização doravante. A coordenadora das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, ressaltou, em suas palavras, a profunda expectativa do presidente Ikeda na atuação dos membros do Brasil. Relembrou aspectos dos encontros dele com Austregésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1993, o qual atuou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, lembrando que os esforços dos membros da Soka Gakkai e, em especial, das mulheres Soka, para dialogar e prezar cada pessoa representam essa luta pelos direitos humanos. Após conduzir a entrega de considerações a representantes, o presidente Minoru Harada proferiu suas palavras de cumprimento. Declarou que os membros brasileiros venceram as adversidades ao longo da história da BSGI por meio da prática da fé e da unicidade de mestre e discípulo. Ele disse que acompanhou o presidente Ikeda em sua última visita ao país há trinta anos e viu de perto a intensa dedicação do Mestre para impulsionar o kosen-rufu, vencendo os obstáculos, e citou seus árduos esforços para, em meio a inúmeros compromissos, escrever o romance Nova Revolução Humana cujo posfácio redigiu em terras brasileiras. Ao finalizar, solicitou a todos que se tornem pessoas de presença reluzente, iluminando a sociedade e mostrando ao mundo inteiro a grandiosidade do presidente Ikeda. A magnífica apresentação da OFBHI com a obra Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21! e a canção Mais Um Dia Feliz desfechou com brilhantismo o encontro que marca uma nova etapa do movimento pelo kosen-rufu no Brasil. Presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, externa seus cumprimentos, incentivando os membros da BSGI. Miguel Shiratori, presidente da BSGI Fotos: BS
09/06/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
“Quanto mais distante a fonte, mais longa é a correnteza.”1 Que a nascente do espírito de paz se torne um grande rio que flua para o futuro. Caminhemos pela grande estrada da coragem para a concretização do ideal do kosen-rufu! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 6 de junho de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 770, 2020.
09/06/2023
Notícias
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Eternizar a relação de mestre e discípulo
Um dos eventos mais significativos das comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil foi a inauguração do Memorial dos Três Mestres, no dia 3 de junho, com a participação da comitiva da SGI. O memorial ocupa o quinto andar do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, e, por meio de painéis, fotografias e objetos expostos, eterniza momentos da vida e da luta dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, bem como da relação de Ikeda sensei com os discípulos do Brasil. No topo: Cerimônia de corte da fita durante inauguração do memorial (São Paulo, SP, 3 jun. 2023) Foto: BS
09/06/2023
Encontro com o Mestre
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Agregar nova energia ao seu ambiente de trabalho e à sociedade
O budismo se preocupa primordialmente com vitória ou derrota, enquanto a autoridade secular baseia-se no princípio de recompensa e punição. Por essa razão, um buda é denominado o Herói do Mundo, ao passo que um soberano é chamado de “aquele que governa conforme sua vontade”.1 O Herói do Mundo Um buda é um “Herói do Mundo”, uma pessoa de coragem que vence na sociedade. Os indivíduos que prosperam no palco de sua missão como praticantes da Lei Mística são o epítome do kosen-rufu. A realidade é dura. Desafios e dificuldades são inevitáveis. Por isso, a energia vital e a sabedoria que revelamos por meio da nossa prática do Budismo Nichiren brilham ainda mais intensamente. Aqueles que se baseiam na recitação do Nam-myoho-renge-kyo conseguem triunfar sem falta. Espero que todos vocês recém-integrados ao mercado de trabalho avancem com resiliência e imbuídos do invencível espírito Soka. Agreguem nova energia ao seu ambiente de trabalho e à sociedade com otimismo e sinceridade. Publicado no Seikyo Shimbun de 1o de abril de 2020. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 95, 2017. Foto: Getty Images
09/06/2023
Notícias
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Castelo que respira “muito mais daimoku”
Um momento repleto de gratidão. “Protegendo a história do kosen-rufu do Brasil” foram os dizeres da faixa que adornava a Sede Social da Divisão Feminina da BSGI, que recebeu cerca de cinquenta participantes na cerimônia de reinauguração, no domingo, dia 4. Contando com a presença da coordenadora das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, a recepção foi feita por lideranças e representantes da Divisão Feminina, e da Divisão Feminina de Jovens. O prédio foi adquirido em março de 1966, por ocasião da segunda visita do Mestre. Um marco na história de profunda relação de mestre e discípulo. Após a foto na entrada do prédio, a Sra. Kasanuki se dirigiu para o corte de fita no andar térreo, seguido pelo registro de dedicatória em livro. Depois da recitação do daimoku sansho, a coordenadora-geral da DF e vice-presidente adjunta da BSGI, Meiry Hirano, reforçou o fato de o local ter se eternizado como sede de toda a América do Sul, sendo a primeira adquirida pessoalmente por Ikeda sensei. Em 1993, por sugestão do Mestre, passou a ser sede das atividades da DF, destacando o essencial papel das veteranas na construção do sentimento de luta, que permanece até hoje, de “muito mais daimoku”. A coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti, agradeceu a todas pelo apoio e pela confiança recebidos, falando do aprendizado que recebeu da Sra. Kasanuki sobre a importância da luta conjunta com as veteranas. Em suas palavras, citando ensaio de Ikeda sensei da série “Viagens Inesquecíveis”, a líder das mulheres da SGI disse que a pessoa invencível é a rainha da vitória. E que a palavra esperança carrega esse sentido, de não ceder à derrota. Ao reforçar que a batalha conclusiva do Mestre é assegurar que os discípulos obtenham grandes vitórias, evidenciando provas concretas, solicitou que, baseadas na relação de mestre e discípulo, todas criassem a nova era das mulheres Soka do Brasil. “Vamos promover o avanço.” No topo: após reforma, reabertura da sede em cerimônia com representantes Foto: BS
09/06/2023
Caderno Nova Revolução Humana
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“Preencher o mundo com alegria”
PARTE 17 Shin’ichi e a comitiva se dirigiram para a parte antiga da cidade de Plovdiv, um verdadeiro sítio arqueológico. Em um edifício de sólida construção do século 19, de estilo renascença da Bulgária, o prefeito Michev explicou a sua história e a situação atual. Em seguida, eles visitaram as ruas da cidade caminhando sobre antigos pisos de pedra. Quando foram conduzidos a um edifício histórico considerado patrimônio cultural nacional, um coral infantil formado por cerca de sessenta meninos os aguardava. Vestindo camisas brancas com babado sobre um traje escuro na cor mate, eles cantaram seguidamente com uma bela e límpida voz. Então, um dos meninos avançou um passo e disse: — Agora, vamos cantar em japonês para os visitantes do Japão. Será a canção Kusatsubushi [Canção de Kusatsu]. Era uma consideração para tranquilizar o coração de todos. Kusatsu, um belo lugar. Venha uma vez Ah, dokkoisho Dentro das águas termais Também nasce a flor O refrão Tchoina tchoina que se segue acaba sendo pronunciado como Tcheina tcheina. Mas esse erro de pronúncia transmitia um aspecto ainda mais amável. Quando terminou a música, Shin’ichi se levantou da cadeira e, enviando uma grande salva de palmas, manifestou seus agradecimentos: — Que coral límpido, belo e alegre! Fiquei emocionado. O sentimento sincero de vocês que vieram ensaiando arduamente, por longo tempo, para uma única apresentação do coral, me tocou profundamente. Esse breve encontro se tornou um tesouro para sempre. Obrigado! Fiquei com um sentimento caloroso como se estivéssemos banhando juntos nas águas termais no Japão. Por favor, venham ao Japão. Vamos estreitar a amizade. A criança é uma emissária do futuro. A mensagem que Shin’ichi quis confiar a esses emissários [do coral] enviando-a para o futuro era que “criassem a paz, unindo o mundo com a amizade”. “Criança! Em seu pequenino corpo está hospedada a grandiosa alma”1 — são as palavras da mãe da literatura da China Xie Bingxin, com quem Shin’ichi e sua esposa criaram laços de profunda amizade. PARTE 18 Ao final da tarde do dia 23, a convite da presidente do Comitê de Arte e Cultura, Lyudmila Zhivkova, Shin’ichi participou do encontro “Bandeira da Paz”, realizado à véspera do Dia da Cultura. Comemorando também os 1.300 anos de fundação da Bulgária, o evento foi promovido de forma magnífica no alto de uma colina de onde se avistava a famosa montanha Vitocha, na periferia de Sófia. Na colina, ergue-se soberba a Bandeira da Paz, uma torre comemorativa com mais de 30 metros de altura. Na torre estão gravadas caligrafias com o significado de “Harmonia”, “Criação” e “Beleza”. E sobre a entrada da torre, há uma gravura dos irmãos Cirilo e Metódio, os quais construíram o alicerce da cultura búlgara, inclusive a forma original do alfabeto cirílico. O encontro da “Bandeira da Paz” começou a ser realizado em 1979 comemorando o Ano Internacional da Criança. Nesse primeiro evento, 2.500 crianças de 79 países, incluindo a Bulgária, realizaram um intercâmbio e juraram a paz. Do Japão, também participaram crianças com deficiência física na Bulgária, e uma representante leu o poema Viver de sua própria autoria. Foi um encontro de profunda admiração de todo o mundo. A presidente Zhivkova havia sido a pessoa que ofereceu extraordinária força para a realização desse evento. Ela havia percorrido o mundo afirmando seguidamente sobre proteção à paz e ao futuro da criança. Pouco depois das 17 horas, quando Shin’ichi e Mineko estavam juntos com a presidente Zhivkova, crianças em trajes étnicos coloridos os recepcionaram com bandeirolas da Bulgária nas cores branca, verde e vermelha. Quando eles se sentaram, iniciou o coral. O significado da canção era: “Queremos preencher o mundo com a alegria e as risadas das crianças. Colocando as asas da amizade, vamos voar alto pelos céus rumo ao mundo a partir da montanha Vitocha”. Seguiram-se apresentações de canções e de danças típicas. Nas atrações musicais, viam-se flautas e tambores da antiguidade, e todas elas estavam repletas de orgulho da cultura do seu país. Em cada número, a presidente Zhivkova enviava uma grande salva de palmas e incentivava dizendo: “Foi uma ótima apresentação. Foi maravilhoso”. Era o aspecto de uma mãe, forte e carinhosa, tentando amar e proteger as crianças. PARTE 19 Em suas palavras de cumprimento, a presidente Zhivkova referiu-se ao significado do Dia da Cultura na Bulgária. Disse que aquela era uma data para comemorar louvando a eterna contribuição dos irmãos Cirilo e Metódio, que criaram o formato original do alfabeto cirílico. No início, não havia uma escrita representativa das línguas eslavas utilizadas na Bulgária. No século 9, os irmãos Cirilo, que eram missionários gregos, idealizaram o alfabeto glagolítico baseado no alfabeto grego com o propósito de traduzir a Bíblia para as línguas eslavas. Posteriormente, seus discípulos introduziram alguns ajustes criando o alfabeto cirílico na Bulgária; e este se expandiu amplamente pelos países de língua eslava, dentre os quais a Rússia. A presidente clamou o desejo de objetivar a paz do mundo a partir das três palavras “Harmonia”, “Criação” e “Beleza”, gravadas na torre da Bandeira da Paz. Na sequência, Shin’ichi se levantou para seus cumprimentos. Apesar dos chuviscos que começavam a cair, ele se dirigiu ao microfone sem guarda-chuvas. — Representando o Japão, quero cumprimentar a todos vocês, amáveis e tão importantes. Então, pediu para que suas palavras traduzidas para o búlgaro fossem lidas pelo intérprete. Ele queria diminuir o tempo em que as crianças ficassem sob a chuva. Nessas palavras constavam: — “Que se tornem pessoas corajosas e ao mesmo tempo carinhosas e compreensivas. Desejo que fortaleçam o corpo e a mente”. Ele disse também que a vida é sinônimo de luta, e, diante dos sonhos acalentados por todos, haveria de surgir numerosas dificuldades e provações. E manifestou sua expectativa: — “Nesses momentos, desenvolvam-se heroica e resolutamente, gravando em seu coração que os obstáculos e as dificuldades são oportunidades para fortalecer a própria capacidade”. Uma grande salva de palmas das crianças ecoou pela colina. E, finalmente, chegava à grande final. Ao som do badalar dos sinos da paz enviados pelos diversos países, foi acesa pelas mãos das crianças a chama da paz na pira que se levantou brilhantemente. Se a chama da paz for acesa no coração das crianças, o planeta Terra do século 21 se tornará um resplandecente astro repleto de brilho da paz. PARTE 20 No dia 24, foi realizado majestosamente na Praça 9 de Setembro o desfile do Dia da Cultura comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária. Como convidado, Shin’ichi também participou dessa festividade junto com o presidente Zhivkov da Assembleia Nacional da Bulgária e com as demais autoridades do gabinete de ministros da Bulgária. A chuva do dia anterior havia passado e brilhava o sol de início do verão. Diversos grupos de jovens e idosos, de homens e mulheres, formados por estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior, por profissionais de diversas áreas, por moradores de algumas localidades, entre outros, desfilavam elegantemente. Uma enorme gravura enaltecendo os irmãos Cirilo adornava o local do desfile. A banda de metais executou uma música suave e o grupo de baliza avançou exibindo uma dinâmica demonstração. Na vanguarda do desfile da Universidade de Sófia estava o reitor Dimitrov acompanhado de professores e alunos. Viam-se também pessoas conduzindo filhos pequenos pelas mãos e outros nos ombros, bem como gente que balançava cravos. Era uma grande marcha repleta de calor humano onde se observavam pessoas unidas em um só coração, desabrochando flores de sorriso. O vice-reitor da Universidade de Moscou, Vladimir Ivanovich Tropin, que participava como convidado, disse a Shin’ichi: — Aqui existe humanismo. Sua ideologia vai ao encontro do espírito da Soka Gakkai. Na tarde do dia seguinte, 25 de maio, a comitiva de Shin’ichi partiu da Bulgária. O vice-presidente do Comitê de Cultura do governo búlgaro, Emil Alexandrov, que veio ao aeroporto de Sófia para se despedir da comitiva, disse com o rosto corado: — Ficaremos imensamente felizes se puder nos considerar amigos do presidente Yamamoto, o qual desenvolve atividades em âmbito mundial. A presidente Zhivkova do Comitê de Arte e Cultura manifestou profunda gratidão pela visita do presidente Yamamoto e de sua esposa e pediu para lhes transmitir as melhores recomendações. A presidente Zhivkova faleceu repentinamente, dois meses depois, no dia 21 de julho, aos 38 anos. O mundo lamentou sua morte prematura. As pétalas da bela flor branca da Bulgária que trabalhou com todas as suas forças, sempre preparada para tudo, se espalharam vividamente. Relembrando sua nobre existência, vivendo pela sua convicção, Shin’ichi e Mineko oraram em sua memória. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Nota: 1. BINGXIN, Xie. Coletânea de Bingxin. v. 1. RU, Zhuo (ed.). Editora Kaikyou Bungei Shuppansha. Ilustrações: Kenichiro Uchida
09/06/2023
RDez no BS
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Cada um de vocês possui uma missão que somente vocês podem cumprir
Corredores da Justiça Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro Qual é o seu bem mais precioso? O Sutra do Lótus ensina que todas as pessoas possuem dentro de si uma joia inigualável, ou seja, a natureza de buda. Recitar Nam-myoho-renge-kyo permite despertar para esse precioso tesouro interno. Nichiren Daishonin escreveu: “O Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1 Como abraçaram a Lei Mística ainda jovens, cada um de vocês pode fazer a vida brilhar de forma radiante, repleta da “maior de todas as alegrias”. Nunca percam a fé ou menosprezem a si mesmos. Vocês são incrivelmente dignos de respeito da maneira como são. Então, por favor, sejam confiantes e se esforcem com um espírito positivo e otimista. Em japonês, a palavra “missão” (shimei) é escrita com dois ideogramas que significam “usar a própria vida”. Cada um de vocês é uma pessoa de missão que surgiu neste mundo para contribuir para a paz e a felicidade de toda a humanidade no século 21. Mesmo que ainda estejam inseguros sobre seus sonhos ou objetivos, por meio da recitação do daimoku e dos árduos estudos, abrirão o caminho para a nobre missão que apenas vocês podem cumprir. Meus jovens amigos, continuem polindo constantemente a preciosa joia da sua vida! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de setembro de 2020 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212. Confira alguns spoilers da edição de junho Eu faço, você faz, nós fazemos a diferença no meio ambiente! Descubra, na Matéria do Mês, como a revolução humana transforma e contribui positivamente para a natureza. Falando em revolução humana, aprenda o significado desse termo com o Bodhi Man e a Liga dos Sucessores Unidos no ABC do Budismo. No mês do Dia Mundial do Meio Ambiente, aprenda no DIY Dez a fazer um porta-objetos com um pote de sorvete e organize sua mesa de estudo. Esses e outros conteúdos da edição de junho estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
09/06/2023
Encontro com o Mestre
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Aqueles que propagam a Lei Mística são os mais nobres de todos
No ano 1278, nesta mesma data, 1o de maio, Nichiren Daishonin escreveu em uma carta endereçada a uma de suas discípulas [a monja leiga Myoho]: Mesmo que o sol e a lua caiam no chão, e o Monte Sumeru desmorone, é absolutamente certo que a mulher que abraça a Lei Mística atinja o estado de buda. Que fato promissor!1 Essa é uma promessa que Nichiren Daishonin faz a todas as mulheres, praticantes da Lei Mística, de que elas infalivelmente atingirão o estado de buda. Em um escrito encaminhado a outra discípula, a monja leiga Kubo, Daishonin declara: Neste mundo de intensas perseguições semelhantes a fortes ventanias que açoitam a grama e os relâmpagos atemorizam as pessoas, o fato de a senhora perseverar em sua fé até hoje é realmente algo maravilhoso. Dizem que, se as raízes de uma árvore são profundas, suas folhas não murcham, e que se houver uma joia preciosa na fonte, a água não para de jorrar. Da mesma forma, as raízes de sua fé são profundas e em seu coração brilha a joia preciosa da fé. Que nobre e admirável!2 Frequentemente, Daishonin louva a fé corajosa de suas seguidoras. Hoje, elas corresponderiam às nossas integrantes da Divisão Feminina. Espero que todas desfrutem um maravilhoso Dia das Mães da Soka Gakkai! A exposição Napoleão Bonaparte: O Homem está sendo apresentada, com grande aclamação, no Museu de Arte Fuji de Tóquio, em Hachioji. Como estamos prestes a entrar no novo século, creio que essa exibição proporcionará ao público uma pequena amostra do que um único indivíduo pode conquistar quando se levanta com inabalável comprometimento com um ideal e como é capaz de marcar a história e mudar a época quando decide agir assim. O que exatamente podemos aprender com a vida de Napoleão? O grande filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson declarou: “A lição que ele [Napoleão] ensina é a coragem. Tendo coragem, o caminho sempre se abre”.3 Estamos celebrando o glorioso 3 de maio, Dia da Soka Gakkai, e vocês se esforçaram com vigor e coragem para abrir o caminho do século 21 para o nosso movimento. Parabéns! Nosso sucesso é amplamente reconhecido e só poderia ser alcançado por uma organização de praticantes diretamente ligados a Nichiren Daishonin. É uma conquista milagrosa. Tenho certeza de que ele os está elogiando profundamente. Emerson também fez a seguinte observação sobre Napoleão: “Mesmo que a situação presente fosse de muita popularidade, em nenhum momento, Napoleão se esquecia do caminho que ele deveria seguir”.4 Quando Napoleão conquistava uma vitória, imediatamente visualizava a próxima. Não se satisfazia com o triunfo do momento; jamais se permitia relaxar, jamais desistiu de empreender um esforço ainda maior. Esse é o segredo para vencer uma batalha. O importante é fazer de uma vitória a causa para a próxima. Esse é o modo sagaz de lutar, bem como o caminho que conduz a sucessivas vitórias. Aqueles que se deleitam com seus triunfos acabarão se tornando arrogantes e, no final, serão derrotados. É no exato momento em que triunfamos que devemos iniciar mais esforços na direção de um novo e maior objetivo. É dessa maneira que asseguramos nossa próxima vitória. Esse espírito de avançar ininterruptamente é o “avanço diligente com espírito destemido” — yumyo shojin, em japonês — referido no capítulo “Meios Apropriados” do Sutra do Lótus.5 Se considerarmos cada um dos ideogramas chineses desse termo individualmente, yu significa “coragem”; myo, ou “vigoroso”, refere-se a “aplicar a própria sabedoria e energia ao máximo”; sho, ou “puro”, quer dizer “inalterável”, “concentrado” e “perfeito”; e jin, ou “esforço”, indica “avanço ininterrupto”. O “avanço diligente com espírito destemido” desenvolve uma pessoa que sempre triunfa. Assim, fortalece-nos de forma que nossa vida seja sempre vitoriosa. Há outra observação famosa feita por Napoleão: “Levante-se na vanguarda das ideologias de sua época. Tais ideologias vão segui-lo e haverão de apoiá-lo”.6 Uma furiosa disputa está em andamento neste momento para determinar que filosofia, que força conduzirá o século 21. Quem determinará esse desfecho? Os “valores humanos”. Será crucial o surgimento de pessoas com espírito resoluto, possuidoras de força e caráter — pessoas íntegras. O objetivo da SGI é criar exatamente esse tipo de pessoa. Essa integridade é a qualidade especial daqueles que praticam o Budismo de Nichiren Daishonin. Isso se deve ao fato de tudo estar contido no Nam-myoho-renge-kyo: virtude, energia vital, inteligência, boa sorte e filosofia. A filosofia de Napoleão era dar oportunidades para as pessoas talentosas. O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, nos ensinou a educar e a treinar nossos novatos de forma que eles nos superassem. Os “valores humanos” determinarão a vitória e criarão o futuro. É por essa razão que a Soka Gakkai se concentra em desenvolver “valores humanos” , e será vitoriosa porque enfatiza esse ponto. Em um editorial que Toda sensei redigiu para a edição do dia 1o de maio da revista de estudos da Soka Gakkai, Daibyakurenge, há 45 anos [1954], ele declarou que aqueles que conduziam o movimento pelo kosen-rufu são os emissários do Buda, os que conduzem o trabalho do Buda. Afirmou que eles eram infinitamente superiores a heróis, tais como Napoleão e Alexandre, o Grande. Aqueles que propagam a Lei Mística e participam das atividades da SGI são verdadeiros heróis, os mais nobres de todos. Em A Seleção do Tempo consta: A pessoa que pratica o Sutra do Lótus tal como este ensina deve ser superior a Brahma e mais sábia que Shakra. Se tiver a ajuda dos asura, poderá erguer e transportar até o Monte Sumeru. Com o auxílio dos dragões, poderá extrair toda a água do oceano até secá-lo.7 Embora possa haver várias maneiras de interpretar essa passagem, acredito que possa ser lida com o significado de que aqueles que praticam a Lei Mística, assim como o Buda ensina, podem livremente fazer aliada qualquer pessoa em qualquer estado de vida, mesmo asura e animalidade, para fazer avançar o grande empreendimento do kosen-rufu. De forma geral, a Soka Gakkai é uma reunião de grandes líderes da humanidade. Quanto mais nosso movimento crescer, mais o século 21 se tornará um século de esperança e de paz. Com essa convicção, vamos dar novos passos com orgulho e coragem a partir de 3 de maio! Estou orando sinceramente para que todos vocês desfrutem uma vida longa e saudável, repleta de boa sorte sem limites, e continuarei fazendo isso enquanto eu viver. Obrigado por ouvir tão pacientemente hoje. Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 23 de maio de 2023. Leia o discurso na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.529, 30 out. 1999, p. A3. Estátua denominada “Travessia de Napoleão do Monte Saint Bernard”, na cidade de Hachioji, Tóquio Apresentação conjunta da Orquestra de Sopros Gloria Soka, da banda masculina Ongakutai e da Shining Spirit Soka, da banda feminina Kotekitai, na 13ª Reunião Nacional de Líderes (Tóquio, 3 maio 2023) Integrantes da SGI de países da Oceania e representantes da Divisão do Futuro (equivalente à Divisão dos Estudantes da BSGI) participam da13ª Reunião Nacional de Líderes (Tóquio, 3 maio 2023) No topo: Presidente Ikeda profere discurso durante a 33ª Reunião Nacional de Líderes, realizada no Auditório Memorial Makiguchi, em Hachioji (Tóquio, maio 1999).Notas: 1. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 752. 2. Cf. Ibidem, p. 755. 3. EMERSON, Ralph Waldo. Napoleon; Or, The Man of the Word [Napoleão ou O Homem do Mundo]. In: Representative Men [Homens Representativos]. Nova York: The Library of America, 1983. p. 739. 4. Ibidem, p. 732. 5. Cf. The Lotus Sutra [O Sutra do Lótus]. Tradução: Burton Watson. Nova York: Columbia University Press, 1993, cap. 2, p. 23. 6. Traduzido do francês. Les Pages Immostelles de Napoleón. AUBRY, Ocatave (ed.). Paris: Editions Corrês, 1941. p. 239. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 608, 2020. Fotos: Seikyo Press
09/06/2023
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Participantes compartilham sua determinação
Participantes compartilham sua determinação “Foi grande a satisfação de ver o Sr. Harada e ouvir seus incentivos. Para mim, a relação de mestre e discípulo é ter sensei no coração, que nos guia para um caminho de paz. Daqui para a frente, determino que vou vencer, não importa o que aconteça, cada vez mais e propagar o kosen-rufu com a minha vida.” Giovanna Ramos Perrella, responsável pela DFJ de comunidade (CGSP) “Daqui eu saio determinado a levar para minha localidade o sentimento de Ikeda sensei, a missão e a confiança que ele tem nos brasileiros e transmitir a paixão pelo kosen-rufu para todas as pessoas, sem deixar ninguém para trás! Com esse espírito de cuidar de cada pessoa mais renovado e fortificado.” Leonardo Miranda Bela, responsável pela DMJ de distrito (CRE Leste) “Este encontro foi maravilhoso. A relação de mestre e discípulo para mim é justamente o que o Sr. Harada disse. Assim como o sensei determinou, nas piores circunstâncias, incentivar os companheiros. Essa é também nossa determinação que renovamos hoje, de encorajar as pessoas fazendo a nossa revolução humana, que é todo dia sermos pessoas melhores.” Renata Carrascoza Thomazelli, vice-responsável pela DF de comunidade (CNOP) “Todos os dias agradeço por tudo que o sensei fez por mim, por esse tempo de prática, pelos encontros que tive já duas vezes no Japão, pelo aprendizado. E, por estar junto com ele nesta existência, isso é algo muito gratificante. Minha decisão é a de avançar, transformar-me cada vez mais e fazer com que as pessoas sejam felizes. O daimoku é para isso!” Wilson Cardoso Mendes, vice-coordenador de coordenadoria (CCSF) “Um desafio enorme é o nosso bloco, pois somos poucas pessoas. Aprendi aqui hoje que, não obstante quantas pessoas existam na localidade, o importante é não deixar ninguém para trás.” Edson Rogério de Jesus Guerra, responsável pela DS de bloco, RM Litoral (CLP) “Antes da convenção, quando recebi uma mensagem de que havia sido selecionada para participar, a emoção foi enorme. Acabei tirando dinheiro de minha reserva e, depois de um tempo, entrou trabalhos freelance que eu não estava esperando. Poderia ter negado por questões financeiras, mas disse ‘Eu vou’. Alguns dias antes da convenção, veio uma onda de sentimentos de gratidão ao sensei. A gente sai desta convenção com o sentimento de mudar, colocar a mão na massa. Toda essa convicção de que tudo vai dar certo. Estou muito feliz de ter participado.” Cínthia Sayuri Saito, responsável pela DFJ de comunidade, RM Curitiba (CRE Sul) “O ponto que mais me marcou da atividade foram tanto os vídeos quanto os relatos da última visita do presidente Ikeda ao Brasil. Com a participação nesta atividade, digo: ‘Sensei, conte comigo!’”. Julio Cesar da Silva Correia, responsável pela DMJ de bloco, RM São Mateus (CCLP) “O que mais me marcou nesta atividade foram os dois relatos. Estou muito grata. Na minha organização, renovo minha decisão em atuar ao lado de Ikeda sensei.” Caroline Koiavinski Machado, vice-responsável pela DFJ de bloco, RM Pirituba (CNSP) “O que ficou marcado pra mim nesta atividade foi quando o presidente da Soka Gakkai, Sr. Harada, citou uma frase do presidente Ikeda na qual ele diz ‘Não tem nada mais forte que a verdade. A pessoa que detém a verdade, vence. Ela não vai conhecer a derrota’. E a coordenadora da DF da SGI [Yumiko Kasanuki], que enfatizou bastante sobre os direitos humanos e isso me marcou. O presidente da Harada disse que nos próximos trinta anos é vencer e vencer. Minha decisão é vencer e vencer e ser um jovem com postura que ilumine a sociedade.” Kelvin Franco Lima, responsável pela DMJ de distrito, RM Mirajá (CCSF) “A atividade foi maravilhosa. Deu para renovar meu juramento ouvindo as palavras dos membros da comitiva e, com certeza, renovar as decisões também, com esses maravilhosos relatos. Volto pra casa motivado a vencer em tudo, pois tenho meus objetivos profissionais, de emprego e da minha vida acadêmica, da qual estou prestes a me formar. Também, meu principal objetivo é fazer crescer a minha organização, que atualmente tem poucos jovens.” Gustavo Naoto Iwasa , DMJ, Mogi das Cruzes (CGSP) “O que mais me marcou foi a energia positiva das pessoas aqui no CCCamp. Eu me senti exatamente me encontrando com o mestre. Sensei, muito obrigada por ter vindo ao Brasil, mesmo nas condições que estava, e ter trazido o budismo para cá. O budismo salvou minha vida, meu casamento, pois eu tinha vontade de acabar com a minha vida. Mas, depois que conheci o budismo, conheci a vida. Sou muito feliz.” Maria de Fatima de Oliveira, responsável pela DF de distrito, RM Barão do Bom Retiro (CCSF) “Para mim, a relação de mestre e discípulo é a base de tudo. Acho que, se não fosse essa relação, não estaríamos aqui hoje lembrando esse momento e revivendo esse juramento. Eu consegui me reconectar com o coração do sensei, depois de tanto tempo de pandemia e tudo o que a gente vem passando. Acho que reencontrar com sensei, junto com a comitiva, é lembrar todos os momentos que a gente já pode viver com ele e renovar esse juramento.” Joji Handa, responsável pela regional da DS, Campinas (CLP) “A atividade foi maravilhosa, maravilhosa. Pude renovar meu juramento, há trinta anos eu estava aqui, recepcionando sensei pelo grupo Gajokai. Hoje, estou aqui renovando meu juramento visando o centenário da Soka Gakkai. Mais que nunca, minha determinação é cumprir a missão no lugar do sensei, aproximar o coração de meus membros ao coração dele, e construir uma organização onde o espírito de Ikeda sensei esteja presente. Esse é meu sentimento e minha decisão com que saio daqui hoje.” Marcelo Guimarães Reis, vice-responsável pela RM da Divisão Sênior, Litoral Sul, CGSP “‘Minha determinação hoje é, como a gente fala, né?’. Vim a essa atuação como ponto de partida, exatamente vencer cada dia, cada mês na minha localidade, trazer os membros que estão afastados por conta dessa pandemia. Concretizar meu shakubuku. ‘Sensei, conte comigo!’. ‘Conte comigo todos da organização!’.” Renan Gomes Massini, responsável pela DMJ de distrito, RM José Bonifácio (CCLP) “Os incentivos do Sr. Shinji Shimizu me emocionaram, principalmente em fortalecer a união entre a Divisão Sênior e Divisão Masculina de Jovens. Uma luta mais conjunta rumo a 2030. Renovei a decisão de atuar ainda mais em prol da felicidade dos membros da nossa RM, tornar a Alta Mogiana uma fonte de tesouros humanos, de grandiosos valores humanos, também fortalecer minha prática da fé diária, e ajudar minha esposa e minhas filhas a fazer o mesmo.” Wesklei Fabrício Lopes Soares, responsável pela DMJ da RM Alta Mogiana (CNOP) “Senti uma energia incrível durante toda a atividade, como se o próprio Mestre estivesse nos incentivando a todo momento por meio de cada item da programação e pude renovar a decisão novamente de incentivar cada pessoa com quem me encontro e relatar a transformação que o budismo e o humanismo Ikeda ensinam e evidenciam em nossa vida. Agradeço a oportunidade de fazer parte dessa história. Conte ainda mais com meu esforço e empenho, muito obrigado sensei!” Gustavo Massamitsu Teruya, vice – responsável DMJ RM, RM Santana (CNSP) “Foi uma atividade bastante alegre, com muita energia positiva. Estou saindo bastante inspirada, com muita esperança. O que me marcou foram a grande energia da DF e a fala de Nichiren Daishonin de que as mulheres são as que abrem os portais do mundo. Então, acho que essa é a nossa missão, de abrir os portais da esperança, da coragem, da solidariedade, da benevolência, levar para todas as pessoas. Minha decisão é vencer a cada dia e lutar cada vez mais e propagar o kosen-rufu na minha localidade.” Alice Fernandes Franco, vice-responsável pela DF de regional, RM Mooca (CCLP) “Hoje foi incrível. Sentimos a presença do sensei a todo momento, e estar com as companheiras da localidade e do Brasil inteiro é muito significante, principalmente com a comitiva, né? Então, foi realmente ótimo ouvir os incentivos que eu precisava ter ouvido. Foi muito maravilhoso. Minha decisão de hoje é poder fazer com que a Divisão dos Jovens da minha localidade seja cada vez mais forte, e que a gente consiga atuar em todos os quesitos e sempre fazer o nosso melhor.” Raissa de Oliveira Fogaça, responsável pela DFJ de Regional, RM Campinas Leste, (CLP) “A atividade foi maravilhosa, impecável. Tenho muita gratidão. E, pra mim, na mensagem de Ikeda sensei, quando ele fala que o nosso coração está ligado um ao outro, está uno, isso não tem preço. Então, tenho muita gratidão.” Valdirene da Silva Oliveira, responsável pela DF de regional (CNSP) “Vencer! Quero vencer, quero poder receber essa capacitação na minha trilha. Realmente, quero concluir essa etapa sendo uma jovem de primeira categoria pra poder representar e deixar esse legado e ser o exemplo pra essas joshibus que estão chegando. ‘Sensei, muito obrigada!’” Amanda Gelumbauskas, responsável pela DFJ de RM (CCLP) “Prático o budismo há 42 anos, e participar hoje pra mim foi muito importante. A Sra. Kasanuki tem um poder incrível e nossa atual responsável pela DF do Brasil foi treinada pelo grupo Zenshin. Fico muito feliz pelo Zenshin ter criado um valor tão grandioso. A relação de mestre e discípulo para mim é eu encontrar o Mestre e os companheiros todos os dias no meu gongyo e no meu daimoku e pôr os ensinamentos do estudo e da prática da fé no meu dia a dia, onde quer que eu esteja, como ser humano.” Maria Verônica de Brito Paiva Araújo, consultora da DF da RM Natal, (CRE Leste)
09/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Oh, mãe, seja forte! Seja feliz! Tenha paz e harmonia!
A mãe é o sol do lar. Ou melhor, é o sol do mundo. Por mais que as circunstâncias sejam difíceis e obscuras, se a mãe estiver presente, o brilho total do rosto sorridente não se extingue. Quando a mãe resplandece, a escuridão em volta também se ilumina. As flores do sorriso desabrocham e aromatizam uma após outra em sucessão. A oração e a ação da mãe, que avança pelo caminho do kosen-rufu, certamente se tornarão a grande força para o renascimento da comunidade local. A força que nutre a vida. O coração que respeita a vida. Originalmente, na vida, em si, não há fronteiras nacionais, nem discriminações, nem disparidade. Nem deve haver. Quem realmente sente e conhece isso melhor que ninguém são as mulheres. As mulheres Soka hasteiam a grande filosofia do respeito à dignidade da vida, e acumulam, sem cessar, ações que valorizam cada pessoa. A importância disso no significado da criação da paz é incalculável. Como são nobres e profundos os árduos esforços e a alegria para criar uma pessoa! Orar, preocupar-se e se dedicar aos filhos, e aos amigos. Esse labor e essa luta, invisíveis aos olhos, se acumulam infalivelmente como boa sorte na própria vida. Essa boa sorte será transmitida diretamente aos seus filhos e amigos. Não há época como hoje em que o desejo da mãe ecoa tão profundamente no coração de todos. Não há época como hoje em que a voz da mãe oferece coragem a todos. Oh, mãe, seja forte! Seja feliz! Tenha paz e harmonia! Tenha boa saúde! Extraordinárias “mães do século do humanismo”. Viva! No topo: Eterna gratidão Flores de lírio brancas e amarelas desabrocham brilhantemente. Em maio de 2011, Ikeda sensei registra esta foto na cidade de Tóquio. Desde os tempos antigos, o lírio simboliza a maternidade e é amado pelas pessoas. O lírio-branco também é símbolo da Divisão Feminina. Certa vez, Ikeda sensei compôs um poema: “O perfume misterioso dos lírios-brancos / eleva-se aos céus, e as divindades celestiais / nos protegem”. Como é nobre e profundo o afeto de uma mãe. Nichiren Daishonin faz uma analogia da “grande compaixão” citada no budismo com o coração de uma mãe: “A ‘grande compaixão’ refere-se ao sentimento de benevolência e de compaixão que a mãe sente pelo seu filho”.1 Hoje é o Dia das Mães. Desejamos transmitir a mais sincera gratidão às mães que nutrem a vida e a fazem brilhar. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 43. Publicado no Seikyo Shimbun de 14 de maio de 2023.
25/05/2023
RDez no BS
BS
Criando felicidade e paz com o coração do rei leão
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Cinco de maio é o Dia dos Sucessores da Soka Gakkai, uma data para celebrar vocês, preciosos herdeiros do encontro de reis leões. Nichiren Daishonin declarou: “O rei leão não teme outros animais, e da mesma forma agem seus filhotes”.1 Cada um de vocês possui o coração do rei leão; em outras palavras, a coragem para não ser derrotado por nada! Recitar Nam-myoho-renge-kyo permite convocar a coragem para assumir novos desafios, estudar e aprender, mostrar apreço por seus pais e gentileza com os amigos. Ser corajoso é a chave para criar felicidade e paz. Jovens leões, seus corajosos esforços transmitirão esperança ao mundo e pavimentarão o caminho para um futuro vitorioso! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de maio de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017.
25/05/2023
Mensagem
BS
“Vamos juntos promover uma nova marcha triunfal!”
Mensagem do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, para as atividades comemorativas do Dia 3 de Maio. Estimados companheiros da BSGI, sinceros parabéns pelo encontro que comemora o radiante 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai e Dia das Mães da Soka Gakkai! Minha esposa e eu estamos acompanhando tudo com o sentimento de participarmos juntos. Graças ao árduo empenho diário dos senhores, o movimento popular Soka, o qual hasteia altivamente o estandarte do Budismo do Sol de Nichiren Daishonin, se expandiu hoje para o mundo inteiro, tornando-se grande fonte de esperança para as pessoas. Os benefícios dos senhores, pioneiros do kosen-rufu mundial, são gigantescos. Por favor, desejo que leiam com o coração amplo os ditos sagrados do escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência: “Todos esses atos virtuosos trarão benefícios e fincarão raízes do bem em sua vida. Deve se empenhar na fé com essa convicção”.1 Meu venerado mestre, Josei Toda, sempre dizia: “Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. Então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar a época”. Rumo a 2025, quinquagésimo aniversário de fundação da SGI, e a 2030, centenário da Soka Gakkai! Com o daimoku do rugido do leão, vamos extrair uma transbordante energia vital do sol nascente e, com harmonia e alegria, incentivar sinceramente a pessoa diante de si, bem como formar a relação dela com o budismo. Criemos, dessa forma, os verdadeiros companheiros, um após o outro, expandindo a rede solidária da paz e da felicidade. Como bons cidadãos, façam extraordinárias contribuições para a comunidade local e para a sociedade, e conduzam uma vida valorosa de plena realização. Vamos juntos promover uma nova marcha triunfal! Minha esposa e eu estamos orando intensamente pela boa saúde, longevidade, segurança e tranquilidade, e também pela harmonia familiar, felicidade e vitória de todos os senhores. Desfrutem sempre excelente disposição! Em 3 de maio de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, Kaneko Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. Foto: Seikyo Press
11/05/2023
Encontro com o Mestre
BS
A expansão do diálogo é a expansão da felicidade
O diálogo é um privilégio do homem. Ele se torna o mais poderoso vínculo capaz de romper todas as barreiras que separam os homens, conectando os corações e conectando o mundo. A força das palavras e a força da voz são grandiosas. Nada se entende permanecendo calado. E nada se transmite. “A voz executa o trabalho do Buda”.1 Conforme essa afirmação, pode-se salvar uma pessoa por meio da voz. Podem-se eliminar as maldades por meio da voz. Com a voz e as palavras, pode-se abrir o caminho do kosen-rufu quanto queira. O ato de falar é uma batalha. Por isso mesmo, não se deve poupar a voz. Mesmo que fracasse, não deve se desanimar. Basta continuar dialogando alegre e animadamente, pensando que tudo é aprendizado. Não só no diálogo, mas quando se tenta realizar algo, acontece o fracasso. O fracasso é a medalha daquele que desafia. A história de ter lutado até o fim é eterna. A capacidade e a boa sorte conquistadas por meio da luta são inteiramente suas. Registre a própria história de que “Naquela ocasião consegui realizar tudo aquilo”. Esse fato se torna o grandioso alicerce para a vitória final de sua vida. Uma vez criado o vínculo com o budismo, essa relação nunca se perde. Infalivelmente chegará o momento em que essa relação com o budismo florescerá. A relação com o budismo é o vínculo da verdadeira amizade e confiança. A relação com o budismo é a luz da alegria de si com a de outras pessoas. A relação com o budismo é o tesouro da cultura de paz. Nossos diálogos, que se relacionam com o kosen-rufu, são todos a “expansão do relacionamento com o budismo” e são a “expansão da felicidade” por toda a eternidade. Publicado no Seikyo Shimbun de 16 de abril de 2023. No topo: Flores de variadas cores resplandecem iluminadas pelos raios do sol. Até parece que ouvimos as flores conversando entre si, alegrando-se com a chegada da nova estação: “Você também já floresceu!”; “Como você está bela!”. Foto registrada por Ikeda sensei na cidade de Tóquio, em maio de 2014. Nichiren Daishonin afirma: “No entanto, até um desconhecido é capaz de oferecer a vida por nós quando lhe abrimos sinceramente nosso coração”.2 Mesmo entre pessoas desconhecidas, quando conversam abrindo o coração, elas podem se tornar figuras insubstituíveis a ponto de mutuamente darem a própria vida. O diálogo, em si, conduz ao relacionamento com o budismo; e a união, em si, leva à vitória. Ciente disso, vamos avançar rumo ao triunfo do povo de todos nós, fazendo desabrochar, de forma exuberante, as flores da amizade e da felicidade em nossa amada localidade! Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 4; cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 465, 2017. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 464, 2020.
11/05/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 12 (parte 1)
Na seriedade encontramos coragem e sabedoria Em maio de 1967, decorridos apenas dez dias após o sétimo aniversário da posse de Shin’ichi Yamamoto como presidente, ele partiu para uma viagem de orientação no exterior, com destino aos Estados Unidos e à Europa, fazendo a primeira parada no Havaí. Enquanto apertava a mão dos presentes, Shin’ichi Yamamoto os incentivava ininterruptamente. Para um idoso, ele disse: — Tenha uma vida longa. A vitória na vida não é determinada pela fama nem pela posição social, mas pela alegria e pelo dinamismo com que viveu. Viver dessa forma será uma maravilhosa prova do poder da fé. Depois, fez a seguinte observação a um rapaz que estava parado ali perto: — Torne-se um campeão da fé. Isso significa criar sua história do kosen-rufu sem ser derrotado pela fraqueza. É assim que tenho vivido, e posso afirmar com convicção que essa conduta se transforma no nosso maior tesouro. * * * Naquela noite, durante um diálogo depois de retornar para o hotel, um líder americano de origem japonesa perguntou a Shin’ichi: — Ao ouvi-lo falar com os membros, fiquei admirado com sua habilidade de saber exatamente o que dizer a cada pessoa. Como faz isso? — É porque ajo com total seriedade — respondeu Shin’ichi. Ele não empregava nenhuma técnica secreta ou especial. Tudo se resume à seriedade. Quando temos seriedade, conseguimos manifestar coragem, força e sabedoria. As pessoas sérias não são imprudentes, descuidadas nem negligentes e, portanto, não são derrotadas; a vida delas irradia sinceridade e integridade. (Trechos do capítulo “Esperança Renovada” ) A determinação origina a força Anos antes de se tornar líder da Região Metropolitana de Nagano, Yukio Akaishi visitara Shin’ichi no apartamento dele no bairro de Ota, em Tóquio, buscando orientação por estar enfrentando dificuldade para cumprir sua dupla responsabilidade como líder do Primeiro Grupo da Divisão Masculina de Jovens e ao mesmo tempo de bloco. Naquela oportunidade, Shin’ichi o convidou a ir juntos ao banho público para conversar. — Você tem tantas responsabilidades diferentes e é mais ocupado que eu. Como consegue ser sempre tão calmo e senhor de si? — Pareço calmo e equilibrado? Akaishi meneou a cabeça afirmativamente. — Se aparento ser assim, é porque sou totalmente comprometido com o que faço. Estou numa posição que requer que eu esteja sempre atento em todos os momentos. Preciso garantir que Toda sensei possa dar início a uma perene correnteza do kosen-rufu enquanto ele estiver vivo. Para isso, a Soka Gakkai não pode se permitir dar nenhum passo em falso nem sofrer alguma derrota. É responsabilidade minha assegurar que tudo seja realizado com êxito. Se fracassarmos, o ideal de Toda sensei de concretizar o kosen-rufu ruirá. Estou firmemente decidido a não ser o tipo de discípulo que permite que os planos do seu mestre falhem. (...). Meu destino é vencer. Se você estiver totalmente determinado a vencer e a orar de coração para obter esse resultado, a coragem, a sabedoria e a força brotarão das profundezas do seu ser. Akaishi assentiu, pensativo, ao ouvir as palavras de Shin’ichi. — Se você mantiver uma postura passiva e simplesmente seguir instruções, sua vida será maçante e estagnada. Você não será nada além de um escravo das circunstâncias. Mas se tomar a iniciativa e encarar com coragem cada obstáculo que encontrar, então estará vivendo como um campeão. Sua condição de vida se elevará e você sentirá ilimitada alegria. Dependendo da atitude que escolher adotar — ativa ou passiva —, mesmo que suas atividades diárias continuem sendo as mesmas, você sentirá uma diferença enorme em seu compromisso interior e em seu senso de realização pessoal. E naturalmente verá os resultados. Se é para participar das atividades da Soka Gakkai, espero que o faça como o protagonista, agindo com a coragem que lhe cabe. (...) Após o banho, os dois homens retornaram para o apartamento de Shin’ichi. Continuando a incentivar Akaishi, Shin’ichi disse: — A tarefa de concretizar o kosen-rufu é da responsabilidade da Divisão dos Jovens (DJ). É um trabalho realizado por meio do esforço para desenvolver a si mesmo como integrante da Divisão dos Jovens, cumprindo seus deveres empregando sua capacidade ao máximo e vivendo com vigor juvenil. A juventude é uma época de desafios, um período para levar a cabo todos os seus esforços até o fim, sem desistir. É assim que se molda e se fortalece a si próprio, bem como se constrói a boa sorte e se alcança um grande desenvolvimento. Empenhemo-nos de corpo e alma em prol do kosen-rufu. Lutemos juntos. Devotemo-nos totalmente ao nosso objetivo. Não importa se ninguém perceber nossos esforços. O Gohonzon sabe de tudo. (Trechos do capítulo “Espírito Comunitário”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 9 de outubro de 2019.) Ilustração: Kenichiro Uchida
11/05/2023
Conheça o Budismo
BS
Felicidade inabalável
A teoria dos dez mundos, que constitui a base da filosofia de vida elucidada pelo Budismo de Nichiren Daishonin, desenvolve a condição de vida classificando-a em dez estados. É uma teoria profunda e prática que esclarece com simplicidade as complicadas questões da vida. Por meio do estudo do conceito de “dez mundos”, pode-se compreender o correto direcionamento de que a transformação da própria condição de vida está ao alcance de todas as pessoas. Com base no Sutra do Lótus, Tiantai, erudito budista chinês do século 6, desenvolveu um conceito que classifica a experiência humana em dez estados, denominando-a “dez mundos”. Seu ensinamento dos “dez mundos” foi adotado e aprofundado por Nichiren Daishonin, que ressaltou a natureza subjetiva e interior desses mundos. De forma resumida, os “dez mundos” são: Mundo do inferno: Representa a mais baixa condição de vida, estado de inferno, de extremo sofrimento em que a pessoa se sente sem liberdade. Mundo dos espíritos famintos: Indica a condição de vida, estado de fome, caracterizada pela obsessão de realizar os desejos e pela incapacidade de satisfazê-los. A pessoa acaba se tornando escrava desses desejos, causando sofrimento a si mesma. Mundo dos animais: Caracterizado pela ausência da razão e pela busca somente por interesses imediatos. Indica uma condição de vida, estado de animalidade, em que as pessoas são conduzidas unicamente por seus instintos, sem conseguir discernir o certo do errado. Mundo dos asura: Originalmente, asura referia-se a um demônio da mitologia da Índia antiga descrito como beligerante e hostil por natureza. Assim, o mundo dos asura representa a condição de vida, no estado de ira, que se caracteriza pelo constante e desenfreado desejo de superar os outros. Mundo dos seres humanos: Representa uma condição de vida denominada estado de tranquilidade ou de humanidade em que o indivíduo manifesta paz e serenidade como um verdadeiro ser humano. Representa, no entanto, uma condição de vida transitória. Mundo dos seres celestiais: Indica a condição de vida, chamada estado de alegria, que se caracteriza pelo contentamento oriundo da concretização dos desejos como resultado dos próprios esforços. Todavia, a alegria desse estado é efêmera e desaparece com o passar do tempo ou com a mudança das circunstâncias. Por essa razão, não se pode considerar o estado de alegria como uma condição de verdadeira felicidade a ser almejada na vida. O mundo dos ouvintes da voz e o mundo dos que despertaram para a causa são conhecidos como dois veículos. Correspondem, respectivamente, aos estados de erudição e de autorrealização, e são condições de vida que podem ser conquistadas com a prática do budismo Hinayana. O mundo dos ouvintes da voz corresponde a uma condição de vida, estado de erudição, de iluminação parcial alcançada ouvindo os ensinamentos do Buda. O mundo dos que despertaram para a causa se refere a uma condição de vida, estado de autorrealização, também de iluminação parcial sobre o budismo, porém, alcançada por si só com base na observação de diversos fenômenos. Essa iluminação parcial dos dois veículos corresponde à percepção sobre a impermanência ou a transitoriedade da vida. Mundo dos bodisatvas: A palavra bodisatva possui o significado de “pessoas que se esforçam ininterruptamente em busca da percepção do Buda”. As pessoas dos dois veículos, apesar de considerarem o Buda como seu mestre, não acreditam que possam atingir a mesma condição de estado de buda. Em contrapartida, o bodisatva busca conquistar a mesma condição de vida do Buda, seu mestre. Além disso, o bodisatva almeja a felicidade das pessoas transmitindo-lhes e expandindo o ensinamento do Buda. Portanto, o que caracteriza a condição de vida do bodisatva é o espírito de procura pela mais elevada condição de vida do Buda, ao mesmo tempo em que se empenha pelo bem de outras pessoas, compartilhando os benefícios conquistados por meio da prática budista. Mundo dos budas: O mundo dos budas corresponde à mais digna e respeitável condição de vida personificada pelo Buda. A palavra “buda” significa “iluminado” e indica alguém que despertou e alcançou a percepção da Lei Mística como a lei fundamental da vida e do universo. De forma concreta, refere-se a Shakyamuni, nascido na Índia. Por outro lado, os sutras budistas mencionam diversos budas, como o buda Amida. Esses budas são mitológicos e simbolizam o aspecto maravilhoso e grandioso da condição de vida do mundo dos budas. Com o propósito de salvar as pessoas dos Últimos Dias da Lei, Nichiren Daishonin manifestou a mais nobre condição de vida do mundo dos budas em sua própria vida de ser humano comum, estabelecendo assim o caminho do mundo dos budas para todos. Por essa razão, Daishonin é o Buda dos Últimos Dias da Lei. O mundo dos budas representa uma condição de vida, chamada estado de buda, repleta de boa sorte alcançada com a percepção de que a origem da própria vida é a Lei Mística. O Buda, que estabeleceu essa condição de vida, prossegue em sua contínua batalha a fim de que as pessoas conquistem esse mesmo estado de buda, incorporando em si as mais supremas compaixão e sabedoria. Esse mundo é originalmente inerente à vida de todos nós. Porém, manifestá-lo em meio à realidade da vida diária repleta de sofrimentos é uma tarefa extremamente difícil. E, como meio para que as pessoas evidenciassem esse estado de buda, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon. Daishonin incorporou no Gohonzon em sua vida como Buda dos Últimos Dias da Lei cuja essência é o Nam-myoho-renge-kyo. Podemos assumir a natureza de buda em nossa vida, no momento em que perseveramos na recitação do daimoku para nós e para os outros com fé no Gohonzon. Em termos contemporâneos, podemos dizer que a condição de vida do estado de buda é a da “felicidade absoluta”, que não é influenciada por nada. O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, afirmava que esse estado alcançado com a prática da fé é uma condição de vida em que uma pessoa se sente feliz pelo simples fato de estar viva. A condição do estado de buda, inabalável e de paz e segurança na vida, pode ser comparada ao rei leão que não teme a nada, seja quais forem as circunstâncias. Fontes: Terceira Civilização, ed. 397, set. 2001, p. 10. Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 78 Foto: GETTY IMAGES
11/05/2023
Notícias
BS
Nas ondas do humanismo
Planejamento criativo e união de forças. Com essas duas frentes de atuação, integrantes do Distrito Ocian “surfam” nos resultados de suas programações e atividades. Buscam aproveitar as oportunidades para integrar os membros, divididos nas Comunidades Tupi, Mário de Andrade e a terceira que leva o mesmo nome do distrito. A região litorânea, onde está localizada essa organização de base da BSGI, atrai turistas, em especial da capital paulista, em busca de praia e brisa revigorante. As lideranças do distrito foram nomeadas no início do ano, e já partiram para a ação, no sentido de se aproximar da realidade dos membros e de avançar juntos. Com a liberdade de pensar atividades que gerassem maior integração, logo a primeira delas reuniu jovens e estudantes numa ação que também se voltava para o exercício da cidadania. Luana Alves, 18 anos, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), conta que a ideia era marcar o Dia 16 de Março com algo inovador. Recém-nomeada na liderança, sem muita experiência em conduzir atividades e quase nenhuma proximidade com os jovens da localidade, idealiza e promove, com o apoio de seus pares, um encontro envolvendo participantes também da Divisão dos Estudantes (DE). A proposta foi a de recolher o lixo encontrado na praia. “Estudei os materiais de apoio para atividade, que tinha como sugestão boas práticas sociais e prática da fé, criando um roteiro e, com muito daimoku, realizamos uma reunião com total sucesso. Sai de lá determinada a não ser derrotada e, sem dúvida, continuar a me dedicar aos objetivos do nosso distrito.” Inspiração O sucesso da estratégia alcança os níveis abaixo. Foi assim que a Comunidade Mário de Andrade fez acontecer a reunião comemorativa do mês de março, unindo bom diálogo e muito encorajamento. Em meio à natureza, reuniram-se 35 membros e outros quinze convidados. “Foi uma atividade linda e organizada como deve ser na Gakkai. Foi um dia muito feliz”, diz Alessandra Tateishi, responsável pela Divisão Feminina da comunidade. “Estamos unindo coração a coração e nos aproximando das famílias da nossa estatística, com a alegria de estarmos recebendo de volta algumas presenças tão esperadas. E expandindo laços de amizade com as pessoas da sociedade, que estão conhecendo o movimento maravilhoso que empreendemos na Soka Gakkai.” A manifestação de orgulho é da responsável pela Divisão Feminina do distrito, Claudia Iwayama, relembrando as palavras escritas ao Mestre logo após a entrevista de nomeação dela, com a decisão de luta conjunta. A resposta veio em poucos dias. “Chorei de emoção e renovei meu juramento de que, junto dos companheiros, farei dessa localidade a mais vitoriosa do planeta.” Ela e o marido, Janio Carlos Iwayama, se mudaram da capital paulista há cerca de um ano, instalando-se na Praia Grande. “O calor e afeto com os quais fomos recepcionados não nos deixaram um grama de dúvida: aqui faremos uma linda e leve atuação”, enfatiza Janio, responsável pelo distrito. E assim tem sido. A felicidade maior para todos é constatar os reflexos da onda de humanismo chegando aos blocos, que entenderam na prática a força da união, do daimoku e muita visita. Com esse “combo” estratégico, os blocos e as comunidades decidem com autonomia o formato de atividade que desejam realizar. Oportunidades para todos Encontros em formato híbrido predominam, mas agora com toda a energia gerada pelo “tsunami” de alegria e vibração que atinge a todos. Alguns dos convidados que participaram do encontro na praia retornaram em abril aos diálogos humanísticos dos blocos. “Um deles decidiu receber o Gohonzon. Como estamos felizes”, enfatiza Alessandra, líder da DF da Comunidade Mario de Andrade. Os jovens abraçam a causa. A responsável pela DFJ do Bloco Oceânica, Aline Oliveira, em meio à rotina de acordar às 4h30 da manhã, trabalho, faculdade, afazeres domésticos e tantas outras coisas, diz: “O que mais me faz feliz é a luta na minha localidade”. Ela relata que tem sido um grande desafio, porém, junto com a responsável pela DF da comunidade, Nancy Oliveira, seguem juntas nos esforços de incentivo. Sempre relembrando uma fala do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, na qual ele reforça que nas reuniões, mesmo se houver apenas um ou dois presentes, é importante dar atenção a eles e lhes falar sobre o Budismo de Nichiren Daishonin, e então se envolver num diálogo sincero e inspirador. “Isso é o que tem sido o nosso grande alicerce, pois nos permite conversar com mais profundidade, ouvir as questões individuais de cada um e conectar ainda mais os corações.” E dessa forma, os membros do Distrito Ocian, integrantes da RM Praia Grande, avançam unidos no oceano humanístico Soka, onde não há lugar para desânimo. Gratidão resume o espírito de luta de todos. Aspecto das reuniões on-line do Bloco Tupi, seguido do Bloco União de Bairros, integrantes da Comunidade Tupi; e participantes do encontro promovido pela Comunidade Mário de Andrade, utilizando a praia local Fotos: Colaboração local
11/05/2023
Editorial
BS
Ser invencível
Muitas pessoas, quando gostam de alguma coisa, logo correm para recomendá-la nas redes sociais. Livros são um dos itens comuns mais consumidos a partir de uma dica. O Romance dos Três Reinos foi uma das obras indicadas por Josei Toda aos seus discípulos, incluindo o jovem Daisaku Ikeda. A canção Uma Estrela Cai ao Vento do Outono sobre a Planície de Wuzhang, que fala dos anos finais de Chuko K’ung-ming (Zhuge Liang), um dos protagonistas da história, era muito apreciada por Toda sensei. Em uma ocasião, Ikeda sensei organizou uma apresentação dessa canção para a comemoração do Ano-Novo de 1953. Ao ouvir a música preparada pelos jovens, Josei Toda ficou tão tocado por ela que pediu para cantá-la seis vezes seguidas. Toda sensei, emocionado, disse: — Chuko K’ung-ming morre no fim. Esse verso é um canto de lamento pelo fracasso de sua missão. Sem dúvida, ele entrou para a história como um grande herói, mas mesmo assim fracasso é fracasso. Não posso me permitir falhar. Se a grande obra do kosen-rufu fracassar, o futuro da humanidade será profundamente obscuro.1 Ao ouvir essa explicação do seu mestre, Ikeda sensei registra: Shin’ichi, portanto, estava determinado a jamais admitir a derrota ou o fracasso de nenhuma luta em prol do kosen-rufu. Ele tomou para si a decisão: “Vou me tornar invencível. Até mesmo a menor derrota poderia obstruir o ideal do kosen-rufu do presidente Josei Toda. Um discípulo genuíno prossegue vencendo, haja o que houver!”.2 Para o presidente Josei Toda, Daisaku Ikeda é esse discípulo. Graças à luta de Ikeda sensei, entramos no significativo mês de maio com o orgulho de desfrutarmos uma organização humanística que pratica o Budismo Nichiren e está presente no mundo inteiro. O triunfo delineado pelo mestre e conquistado pelo discípulo. Setenta anos depois desse episódio entre mestre e discípulo e entrando no quarto ciclo dos “Sete Sinos”, Ikeda sensei nos envia uma mensagem comemorativa do 3 de Maio (veja nesta edição) na qual clama: Rumo a 2025, quinquagésimo aniversário de fundação da SGI, e a 2030, centenário da Soka Gakkai! Com o daimoku do rugido do leão, vamos extrair uma transbordante energia vital do sol nascente e, com harmonia e alegria, incentivar sinceramente a pessoa diante de si, bem como formar a relação dela com o budismo. Criemos, dessa forma, os verdadeiros companheiros, um após o outro, expandindo a rede solidária da paz e da felicidade.3 Assim como Ikeda sensei comprova essa unicidade com seu mestre, vamos nos tornar esses discípulos invencíveis a garantir o fluxo da grande obra pela felicidade da humanidade, empenharmo-nos na criação de verdadeiros companheiros e então criar uma nova época do kosen-rufu do Brasil. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 20, p. 93, 2020. 2. Ibidem. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.634,13 maio 2023, p. 3.
11/05/2023
Encontro com o Mestre
BS
Partida rumo à primavera da paz e coexistência na humanidade
Mensagem do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, para a 13ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai comemorando o Dia 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai e Dia das Mães da Soka Gakkai, realizada no Auditório Memorial Toda, em Sugamo, Tóquio, em 3 de maio de 2023. Na cerimônia de posse do meu venerado mestre, Josei Toda, como segundo presidente da Soka Gakkai no dia 3 de maio de 1951, quando o céu e a terra estavam límpidos e ensolarados, assim como o coração dos membros, há uma cena da qual me recordo com saudade. No final da cerimônia, quando Toda sensei regia imponentemente uma canção da Soka Gakkai, com vigor e dignidade, a jarra e o copo de água que estavam sobre a mesa bateram entre si e se quebraram. Todos se assustaram surpresos. Porém, Toda sensei disse com sorriso no rosto: “De nada adianta a jarra e o copo brigarem entre si. O mesmo acontece com a prática da fé. O importante é cada um se fortalecer para que ninguém seja capaz de destruí-lo. Não são os outros. A prática do Budismo de Nichiren Daishonin é para transformar, por si mesmo, quaisquer tipos de destino”. Ano após outro, a cada 3 de maio, nós, da Soka Gakkai, unidos pela ligação de mestre e discípulo, damos uma nova partida com energia vibrante, tal como o levantar do sol do tempo sem início. Com otimismo, alegria e harmonia, renovamos nossos esforços para direcionar tudo rumo à esperança, ao avanço e à vitória, e para edificar, juntos, a grandiosa condição indestrutível do estado de buda. Quero expressar minhas sinceras congratulações pela realização da Reunião de Líderes comemorativa do Dia 3 de Maio, sob céu radiante, totalmente límpido, recebendo os nobres representantes da Europa e da Oceania, junto com os companheiros de todo o Japão e do mundo, que celebram o triunfo de mestre e discípulo! “Vejam as mulheres da Gakkai” No dia de hoje, em sinal de gratidão pelos maravilhosos esforços de todos os companheiros, gostaria de lhes apresentar três caligrafias que redigi no passado. A primeira, celebrando os 35 anos do Dia das Mães da Soka Gakkai, é a caligrafia Shirayuri no Shirabe (“Melodia dos Lírios-Brancos”).1 Toda sensei costumava dizer: “Em uma sociedade repleta de fisionomias rancorosas e de difamações invejosas, vejam o rosto sorridente e cheio de boa sorte das mulheres da nossa Soka Gakkai – vidas nobres e perfumadas como lírios-brancos. E ouçam a voz refrescante de compaixão delas!”. Felizmente, hoje, essa Melodia dos Lírios-Brancos, que as mães do kosen-rufu vieram entoando de forma admirável, está sendo herdada vividamente pelas nossas jovens mulheres do Japão e do mundo, fazendo ecoá-la agora na própria vida. Na Europa, desde a antiguidade, os lírios-brancos simbolizam a esperança e a pureza, e são exaltados como “estandarte da justiça” e “professores da alegria”. Essa é a perfeita descrição da vida de sábia boa sorte das líderes femininas que se dedicam incansavelmente à propagação benevolente da Lei Mística. Vamos todos orar e apoiar o grandioso sucesso da realização alegre e animada do Kayo College da Divisão Feminina de Jovens deste mês e da Convenção da Divisão das Mulheres do próximo mês [atividades no Japão]. Na forma de presente comemorativo de minha esposa, Kaneko, e eu, quero oferecer a caligrafia Shirayuri no Shirabe (“Melodia dos Lírios-Brancos”) para ser exibida no Centro Internacional das Mulheres [próximo à sede central da Soka Gakkai em Tóquio]. Mestre e discípulo não temem a nada A segunda caligrafia é a Shitei-zan (“Montanha de Mestre e Discípulo”). Nichiren Daishonin afirmou: Assim como o Monte Sumeru, imperturbável e imponente em toda sua estatura sobre a terra, um “rei” é aquele cuja presença se impõe nos domínios do céu, da terra e da humanidade, e jamais dá mostras de perturbação.2 Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda], unidos pelos laços de mestre e discípulo e compartilhando o juramento seigan pelo kosen-rufu, diretamente ligados ao buda Nichiren Daishonin, não se abalaram diante de quaisquer tempestades, assim como o Himalaia que se ergue “imperturbável e imponente em toda sua estatura sobre a terra”. Quando abraçarmos em nosso coração a montanha inabalável chamada justiça de mestre e discípulo, não teremos medo nem seremos influenciados por nada. Seremos capazes de manifestar o poder invencível da unicidade de mestre e discípulo. O mestre fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, argumentou que as montanhas são os locais para desenvolver o caráter das pessoas e o ponto de partida para produzir “valores humanos”. Agora é hora de a nossa eterna e indestrutível Montanha de Mestre e Discípulo, que é a Soka Gakkai, desenvolver ainda com mais energia os membros da Divisão dos Jovens e da Divisão dos Estudantes do “azul mais azul que o índigo”. Vamos criar um fluxo crescente de monarcas do ser humano, da filosofia e dos defensores das pessoas que se levantem encarregando-se de cumprir a expectativa da família global! Por último, é a caligrafia Shunko Jiyu no Tomo (“Amigos Emergidos da Terra Emanando a Luz Primaveril”). O bodisatva da terra se refere à vida que surge bailando voluntariamente em uma época de provações do mais rigoroso inverno, e lança intensamente o brilho da primavera. Ele expande o bailar indomável de “o inverno nunca falha em se tornar primavera”,3 pulando de alegria. Esse é o bailar da revolução humana, da transformação do destino e da “pacificação da terra” por meio dos princípios do Budismo Nichiren. Remetendo-se à pregação do Sutra do Lótus de que os bodisatvas da terra “emergiram da terra”, Nichiren Daishonin afirma: ‘Terra’ indica o grande solo do coração de todos nós, seres vivos. ‘Emergiram’ referem-se ao fato de que no tempo do kosen-rufu, todos os seres vivos do Jambudvipa [o mundo inteiro] se tornarão praticantes do Sutra do Lótus.4 Sem fazer distinção entre homens e mulheres e, ainda, superando as diferenças de etnias, de civilizações e até de religiões, todos possuem inerentemente a vida dos emergidos da terra. Todas as pessoas aguardam o encontro com a lei suprema do grande universo chamada Lei Mística. Como consta no Sutra do Lótus — “emergindo no mesmo instante”5 —, hoje, o kosen-rufu avança simultaneamente em todo o mundo, e o drama da vitória da rica diversidade de “flores humanas”, de “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”,6 surge diariamente com dinamismo nas páginas do Seikyo Shimbun. Creio que não haja nenhum outro jornal em que sorrisos de encorajamento e de confiança mútuos resplandeçam tanto. Gostaria que nos lancemos cada vez mais ao diálogo corajoso, sincero e alegre, com a convicção de que “A voz executa o trabalho do Buda”.7 Com coração aberto, vamos envolver o globo terrestre com o som do daimoku “recitado entre mestre e discípulo em conjunto”8 e criar amplamente os novos amigos emergidos da terra. E, assim, vamos prometer mutuamente fazer resplandecer a primavera da felicidade harmoniosa na vida, a primavera da criação de valor na sociedade e a primavera da paz e coexistência na humanidade. Oro, mais e mais, pela boa saúde e longevidade, pela paz e segurança e pela imensurável boa sorte de todos os meus preciosos amigos. Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu recebe o alvorecer (3 maio 2023) Líderes representantes participam da 13a Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai (3 maio 2023) Caligrafias de autoria de Ikeda sensei no passado: à esq., Shitei-zan (“Montanha de Mestre e Discípulo”), desejando que todos avancem com o espírito inabalável de mestre e discípulo. Shirayuri no Shirabe (“Melodia dos Lírios-Brancos”), apresentada em comemoração do Dia das Mães da Soka Gakkai., à dir., Shunko Jiyu no Tomo (“Amigos Emergidos da Terra Emanando a Luz Primaveril”), registra a missão dos emergidos da terra que enviam a primavera da paz No topo: presidente Ikeda discursa na Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no Centro Memorial Makiguchi de Tóquio (maio 1999). Notas: 1. Lírios-brancos são o símbolo da Divisão Feminina. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 331, 2017. 3. Ibidem, v. I, p. 560, 2020. 4. Oko Kikigaki (Registro das Preleções); não traduzido para o inglês ou para o português. (Cf. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 834.) 5. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 252. 6. Cf. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 200. 7. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 4. (Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 331, 2017.) 8. Ibidem, p. 111. Fotos: Seikyo Press
11/05/2023
Budismo na Vida Diária
BS
Todos somos budas
Ricardo: Puxa, estou achando o budismo muito interessante, Herbert! Poderia me explicar melhor? Por exemplo, o que é um buda? Herbert: Que bom que esteja gostando, Ricardo! Olha, basicamente, é a mais elevada condição interior de vida. Viver no estado de buda significa ser uma pessoa de bom senso, responsável, gentil, que tem forte fé e pensa de forma flexível. Uma pessoa benevolente, criativa e sábia. Descobrir essa força interior é iluminar-se. Por isso, buda significa o “iluminado”. Ricardo: Que legal! E todas as pessoas possuem esse estado de buda? Até eu?Herbert: Sim, potencialmente todos somos budas. Cada um de nós possui essa “semente do estado de buda”, o Nam-myoho-renge-kyo. Na Soka Gakkai e na BSGI, praticamos o Budismo de Nichiren Daishonin com muita alegria, despertando o melhor que há em nós, e manifestamos o máximo de nossa capacidade e força. Ricardo Ah, sim! Você me falou sobre o Nam-myoho-renge-kyo. Já estou até recitando, sabia? Mas qual seu significado, mesmo?Herbert: Nam-myoho-renge-kyo é a lei fundamental que permeia todo o universo. É a expressão da verdade suprema da vida, a essência do Sutra do Lótus. Recitando-o com forte fé, evidenciamos o estado de buda. Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho- renge-kyo, recitando-o pela primeira vez em 28 de abril de 1253 e abrindo o caminho direto para a iluminação a todas as pessoas. Quando recito Nam-myoho-renge-kyo, daimoku, eu me sinto muito bem. Parece que minha vida se recarrega de energia, de alegria e de gratidão! Ricardo: Eu achava que buda seria um ser superior que viveria distante da nossa sociedade. Mas, pelo que você falou, o estado de buda está “dentro de nós”, não é? Mas como esse estado se manifesta nas nossas ações? Herbert: Abri o aplicativo BS+ no meu celular. Veja aqui o que o sensei fala sobre este tema: “O Sutra do Lótus elucida os meios pelos quais indivíduos reais com suas específicas circunstâncias, personalidades e capacidades podem atingir a iluminação, e revela o caminho para alcançar o estado de buda sem jamais se desviar da realidade da vida de cada um. Prezar cada pessoa é a essência da filosofia centrada no ser humano — ou humanismo — do Sutra do Lótus; é o espírito do Buda. O objetivo fundamental do Sutra do Lótus de capacitar todas as pessoas a manifestar a iluminação também inicia com o ato de prezar cada uma, e só pode ser concretizado quando se aplica tal conduta a todos os aspectos da nossa vida e dos nossos esforços”.1 Ricardo: Prezar cada pessoa... Que conceito importante! No mundo atual, precisamos, mais que nunca, respeitar as outras pessoas. Você pode falar mais sobre isso? Herbert: O objetivo primordial do Budismo de Nichiren Daishonin é o kosen-rufu, ou seja, estabelecer a paz e o bem-estar da humanidade. Em outras palavras, é criarmos um ambiente de respeito e de incentivo mútuo que contribua para a felicidade das pessoas onde quer que estejamos. Para que isso seja possível, devemos começar com a pessoa que está à nossa frente neste exato momento. No meu caso, é você! Em nossas atividades na BSGI, aprendemos que a expressão máxima do ato de prezar uma pessoa é apresentá-la à prática budista, ou seja, realizar o shakubuku, para que ela se torne verdadeiramente feliz. Por essa razão, conte comigo para o que precisar, ok? Ricardo: Valeu, Herbert! Você também pode contar comigo. Por falar nisso, vou recitar daimoku hoje à noite. Quer orar comigo? Herbert: Claro, demorou! “Bora lá!” Inspiração na realidade A história contada nesses quadrinhos é fictícia, com personagens imaginários. Porém, foi inspirada em duas pessoas reais: Herbert Campos Farrapo e Ricardo Barbosa de Sousa, integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da BSGI. Herbert reside, com sua esposa, na cidade de Itajaí, no estado de Santa Catarina; e Ricardo, em Araguaína, em Tocantins. Eles tiveram o primeiro contato por meio de um espaço para comentários de uma rede social. Ricardo estava começando a conhecer o Budismo de Nichiren Daishonin e Herbert já era praticante. Ricardo relata que, além do apoio dos membros da BSGI na região, contou também com a amizade e os incentivos de Herbert para se aprofundar na prática budista. Por cerca de oito meses, eles dialogaram de forma on-line quase diariamente e estudavam juntos os escritos de Nichiren Daishonin e os incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda. Esse companheirismo foi fundamental para Ricardo ultrapassar as dificuldades com base em muita recitação de daimoku (no mínimo uma hora por dia) e receber o Gohonzon. Hoje, ele atua como responsável pela DMJ de bloco e teve até seu relato de comprovação publicado no BS (ed. 2.624, 10 dez. 2022, p. 12 e 13). Os dois se encontraram pessoalmente pela primeira vez quando participaram do curso de primavera realizado no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em setembro de 2022, passando a integrar a primeira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil. Herbert afirma: “A perseverança do Ricardo foi muito grande. Mesmo residindo em uma localidade ainda com poucos integrantes da BSGI, ele se dedicou intensamente a praticar o Budismo Nichiren, vencendo muitos obstáculos. Devido ao seu espírito de procura, ele se desenvolveu rapidamente na prática budista e na vida pessoal”. Por sua vez, Ricardo ressalta o companheirismo do amigo: “Creio que a melhor forma de retribuir a dívida de gratidão com o Herbert seja me dedicar à prática do Budismo Nichiren, corresponder aos anseios do nosso mestre e me tornar cada vez mais feliz na organização do coração do Buda, a Soka Gakkai Internacional”. Ricardo, à esq., e Herbert, à dir., durante atividade da primeira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (set. 2022) Fontes: RDez, ed. 146, fev. 2014, p. 21. / Terceira Civilização, ed. 526, jun. 2012, p. 34. / Ibidem, ed. 522, fev. 2012, p. 8. / Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. B2.
11/05/2023
Incentivo do líder
BS
O nobre exercício de se criar valor
“É pique! É pique! É pique!” Ikeda sensei já utilizou esse bordão do nosso país em algumas ocasiões, demonstrando toda a sua alegria ao se encontrar com brasileiros ou para bradar uma vitória. Foi assim que ele encerrou a mensagem que enviou para a Convenção Cultural dos Jovens Monarcas da Nova Era, em 3 de maio de 2009. Eu estava assistindo à atividade, como participante, do lado de fora, no Ginásio Mauro Pinheiro. Tinha 18 anos, atuava como responsável pelo distrito e pela Divisão dos Estudantes Herdeiro da minha RM. Passados catorze anos, não consigo me lembrar de todos os detalhes. Sem saber que vivenciava um dia que se tornaria histórico na relação de mestre e discípulo entre os jovens brasileiros e Ikeda sensei, não entendia o significado de eu estar ali. Mas tive grandes companheiros veteranos que me incentivaram: “Não importa se compreende ou não este momento que está vivendo! O que importa é que acredite em Ikeda sensei! Você acredita no Mestre? Isso já é o suficiente!”. Foi dessa forma que trilhei a minha juventude: acreditando no Mestre. E, por essa absoluta confiança, sempre busquei pôr em prática as orientações dele. Assim como aquele 3 de maio de 2009 foi norteador para a condução de uma vida de elevado significado para mim e para aqueles jovens, a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil tem sido a causa para que os jovens criem relação com Ikeda sensei e manifestem seu máximo potencial no dia a dia, mesmo sem saber de sua real importância. Eles são genuínos discípulos que darão continuidade ao grande empreendimento do kosen-rufu, a partir de sua atuação na organização e, sobretudo, fazendo a diferença na sociedade. Como consta em sua magnífica mensagem para o dia 3 de maio deste ano, Ikeda sensei relembra e nos incentiva: Meu venerado mestre, Josei Toda, sempre dizia: ‘Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. Então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar a época’”.1 Essas palavras de Toda sensei estão registradas no primeiro volume da Revolução Humana. Ele tinha deixado a prisão e se perguntava quais eram os passos para reconstruir a Soka Gakkai no pós-guerra. Na sequência, ele conclui: “Devo salvar plenamente cada pessoa diante dos meus olhos. Mesmo que leve muito tempo, devo salvar cada uma delas, corpo a corpo. Essa é a ação concreta dos ditos dourados ‘Assim também será a propagação no futuro’”.2 Essa é a representação do movimento da Juventude Soka rumo ao objetivo de 100 mil jovens. Com o sincero desejo de salvar cada pessoa, o jovem dialoga e apresenta a filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin e os elevados ideais de Ikeda sensei. Nosso mestre também solicitou isso em sua recente mensagem, publicada nesta edição: Rumo a 2025, quinquagésimo aniversário de fundação da SGI, e a 2030, centenário da Soka Gakkai! Com o daimoku do rugido do leão, vamos extrair uma transbordante energia vital do sol nascente e, com harmonia e alegria, incentivar sinceramente a pessoa diante de si, bem como formar a relação dela com o budismo. Criemos, dessa forma, os verdadeiros companheiros, um após o outro, expandindo a rede solidária da paz e da felicidade. Como bons cidadãos, façam extraordinárias contribuições para a comunidade local e para a sociedade, e conduzam uma vida valorosa de plena realização. Vamos juntos promover uma nova marcha triunfal!3 Naquele 3 de maio de 2009, com o mesmo entusiasmo de Ikeda sensei, nós, jovens, também bradamos caloroso pique-pique seguido de “sensei, sensei, sensei” com o sentimento de que o Mestre sentisse o forte juramento dos jovens do outro lado da Terra. Neste significativo mês em que celebramos o Ano-Novo Soka, com a paixão característica dos jovens, vamos juntos transmitir a alegria do caminho de mestre e discípulo para a pessoa à nossa frente. Livia Endo Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da BSGI No topo: Convenção Cultural dos Jovens Monarcas da Nova Era (3 maio 2009) Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 3. 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 3. Fotos: BS / GETTY IMAGES
11/05/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Esse é o budismo que transforma tudo em esperança, avanço e vitória. Recitando sonoro daimoku, vamos juntos edificar uma condição de vida maravilhosa, indestrutível como o diamante. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 7 de maio de 2023.
11/05/2023
Relato
BS
Postura de vitória
A primeira vez que me olhei no espelho depois da cirurgia feita em janeiro deste ano foi de uma emoção indescritível. Nova postura, cinco centímetros mais alto. Um filme passou em flashes pela minha mente. Longos 23 anos. Eu tinha 10 anos quando fui diagnosticado com escoliose congênita, uma deficiência que, conforme eu crescia, foi formando uma gibosidade nas minhas costas, deixando-me corcunda. “Ganhei” apelidos na escola de Corcunda de Notre Dame e ET, e depois robô, quando usei um colete para tentar imobilizar e evitar que a saliência aumentasse. Sem sucesso. Eu era um menino nervoso e revoltado na escola, envolvendo-me em brigas constantes. “Que carma!” — alguns de vocês podem até comentar. Mas o certo é que carma também se transforma. Quero dividir essa experiência com todos. Antes, vou me apresentar. Sou Guilherme Matos, tenho 33 anos, pós-graduado em neurociência e psicologia. Moro na zona leste da capital paulista, filho caçula de uma “rainha da felicidade” chamada Ana, que lutou sozinha para criar meus três irmãos e eu, com salário de cozinheira em casa de família. Ela conquistou essa boa sorte depois que encontrou a Soka Gakkai, em 1999, e se dedicou à prática de recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Foi na mesma época em que descobrimos ser a escoliose congênita uma companhia vida afora. Quem pode mais? De um lado, eu vivia a maldade do bulliyng. Do outro, porém, fui me inserindo no mundo da Gakkai e no propósito do kosen-rufu, esse movimento grandioso de paz que abraçamos. Eu me encontrei, então, num ambiente em que eu era valorizado e incentivado. Ingressei no Sokahan, grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da BSGI, e atuei em todas as atividades. Em uma reunião de palestra, quando estava com 15 anos, ouvi sobre os os “três tipos de tesouro”, e abracei aquele incentivo. Não tinha como eu prezar o tesouro do cofre, porque sofríamos muito com dificuldades financeiras. Aspectos do tesouro do corpo também eu não tinha como desejar. Bem, só tive uma escolha, focar o tesouro do coração, pois aprendemos que, quando se preza esse tesouro, todos os outros vêm naturalmente. Determinei ser referência. Cresci com esse foco, descobrindo a alegria de viver. Avançando no tempo, digo quanto sou grato por esses 23 anos de prática na Soka Gakkai, durante os quais eu me desenvolvi e realizei muitos sonhos. Com esforço e dedicação, aliados à sabedoria adquirida com a prática da fé, venci em tudo. Após me formar em administração, trabalhei dez anos numa multinacional, na qual tive várias chances: fiz intercâmbio no exterior, comprei carro e uma casa. Desde março, coordeno uma equipe e ajudo a empresa na área de excelência comercial, a qual me realiza. Be Brave! Seja corajoso! Em 2017, fiz um curso de aprimoramento (kenshukai) no Japão, que considero um divisor de águas, pois, lá, determinei que faria da minha vida uma inspiração para as demais pessoas, atuando dignamente pelo kosen-rufu. Um ano antes, 2016, vem o namoro com Anna Carolina, companheira de todas as horas. Nós nos casamos em abril de 2022, depois de ultrapassarmos em família a Covid-19, com união e coragem. Mas e a escoliose? Essa eu também considerava vencida, não sentia dores, e a deficiência estética não era um problema. Porém, a recomendação para cirurgia da escoliose só é indicada a partir de 40 graus de curvatura, e eu já tinha 92 graus. O procedimento visa estruturar a coluna para não entortar mais, se não a realizasse, após os 60 anos eu teria problemas ainda mais graves. Em janeiro de 2022, conheci um médico que, com suas explicações, me deu confiança para fazer a cirurgia com ele. Investi no condicionamento físico para favorecer a recuperação pós-procedimento. Planejei a cirurgia para ser realizada em dezembro. Antes da data, amigos Soka me deram uma dica para ler o escrito de Nichiren Daishonin, Resposta a Kyo’o. Eu já o conhecia, mas, desta vez, li com minha própria vida: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.1 Selei minha convicção. No dia 13 de dezembro, a cirurgia, apesar de durar treze horas, não foi finalizada por ser de alta complexidade. Encarei o desafio pós-cirúrgico. Havia muita gente orando por mim; em especial, uma pessoa, à qual comuniquei que faria a cirurgia e que me respondeu no dia 19 de dezembro. “Cuide-se bem. Estou enviando daimoku”, incentivou-me Ikeda sensei. Que mestre grandioso! Recebi alta dia 23 de dezembro e, no dia 16 de janeiro de 2023, fiz a segunda etapa da cirurgia, que durou mais de oito horas, desta vez, concluída com sucesso. Recuperação em tempo recorde. Três meses após a cirurgia estou pleno; em março voltei a trabalhar. Posso dizer com convicção que nenhuma doença pode ser um obstáculo. Eu sou essa comprovação. Na Soka Gakkai encontrei um mestre da vida e companheiros que todos os dias me fazem lembrar a tamanha alegria de poder assumir as rédeas da minha vida e de ser absolutamente feliz. Apostei certo no tesouro do coração, dediquei-me ao kosen-rufu e a tudo o que me foi necessário para realizá-lo. Eis o caminho da vitória. Eu me sinto afortunado por praticar esta maravilhosa filosofia de vida, junto com minha família, unida no mesmo propósito. Com muita gratidão, renovo a minha decisão de ter uma vida de plena saúde, para desfrutar e compartilhar essa felicidade com todos ao meu redor. Ikeda sensei, conte comigo! Guilherme Matos, 33 anos, coordenador em excelência comercial. Atua como responsável pela DMJ da Sub. Penha-Ermelino na zona leste de São Paulo (CCLP) e como vice-responsável pelo Sokahan da BSGI. cena do casamento com Anna com a família: da dir. para a esq., ao lado da irmã, Leila; do irmão, Leandro; da mãe, Ana; e do outro irmão, Leonardo em atividade no Sokahan imagens antes e depois da cirurgia de correção de desvio de coluna Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. Fotos: Arquivo pessoal
11/05/2023
Notícias
BS
Plantar um futuro brilhante
Embalados por canções como Sucessores Ikeda 2030 e Be Brave!, os integrantes da Divisão dos Estudantes (DE) agitaram a BSGI realizando, durante o mês de abril, atividades comemorativas dos seus 32 anos de fundação, sempre com o apoio constante e o abraço caloroso dos componentes das demais divisões. A sementinha foi plantada em 20 de abril de 1991, com a fundação do Grupo Herdeiro, precursor da atual DE, e hoje é uma árvore saudável, estendendo seus galhos vigorosamente para o futuro do movimento pelo kosen-rufu. Nas localidades espalhadas pelo país, os estudantes participaram de encontros como a Academia dos Sucessores Ikeda 2030 e de outras atividades, culminando com a reunião de palestra comemorativa, trazendo a animação contagiante desses jovens para blocos, comunidades e distritos. Temas como estudo, saúde, família, sonhos, amizade e relacionamentos ganharam o toque jovial e criativo dos responsáveis e dos integrantes da DE, seguindo as características marcantes de cada região. Na mensagem enviada pelos líderes da DE e da Juventude Soka do Brasil para as comemorações, eles citam um precioso incentivo do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, que diz: Nunca se permitam perder a confiança em si mesmos só porque as coisas não acontecem conforme o desejado, nem se sintam inferiorizados ao se compararem com os outros. Independentemente do que acontecer, continuar a recitar o daimoku do leão, enfrentar e triunfar absolutamente, com força e alegria — essa é a postura dos integrantes da Divisão dos Estudantes da SGI.1 Eles complementam com grande expectativa pelo crescimento dos membros da DE: Ser um Sucessor Ikeda e fazer parte da Juventude Soka do Brasil é uma imensa boa sorte! Isso porque nós temos a oportunidade de ter “bons amigos” por perto que querem o nosso bem e o melhor para nós, assim como o presidente Ikeda que nos considera um tesouro do mundo!2 O encontro comemorativo promovido pela Região Metropolitana BR, localizada em Belém, PA, nos dias 15 e 16 de abril, teve como tema central os cuidados para manter uma vida saudável, com direito a bolo de aniversário de melancia e a exibição da animação A Lua e a Princesa. Foram muitas atividades contagiantes, com brincadeiras, gincanas, estudo do budismo e até conversão de novos membros ao Budismo Nichiren. O encontro contou com a participação e os incentivos da coordenadora da DE da BSGI, Camila Akama, que também tomou parte do movimento de visitas para os estudantes no fim de semana. Na outra “ponta” do país, a Subcoordenadoria Rio Grande do Sul focou sua academia, promovida no dia 15, na proteção do meio ambiente e na manutenção de um modo de vida sustentável. Para isso, foi realizada em uma fazenda ecológica com diversas atividades, como arborismo, visita a uma minirreserva com animais resgatados, trilhas e muito mais. Todas as lembrancinhas entregues aos participantes foram confeccionadas com material reciclado. Lucas Bittencourt, vice-coordenador da DE da BSGI, participou e comenta: “Que todos possam ter aproveitado ao máximo e contribuam com o ‘livro de páginas douradas’ da Divisão dos Estudantes do Brasil! E, em 2030, possam olhar para o dia de hoje e lembrar: ‘Foi uma juventude sem arrependimentos!’”. Nas organizações de base também a animação e o carinho com os estudantes não foram diferentes. Em cada localidade, eles fizeram parte da programação, tanto na apresentação da atividade como em relatos e matérias, sempre com disposição e energia próprios da DE do Brasil, sinalizando que a “criação de valores” visando à continuidade do movimento pelo kosen-rufu do Brasil continua a todo vapor. RM Belford Roxo, RJ Distrito Jardim Campinas, São Paulo, SP Notas: 1. Disponível em: https://extra2.bsgi.org.br/divisao/de/downloads/ 2. Ibidem. Fotos: olaboração local
11/05/2023
Budismo na Vida Diária
BS
Coração iluminado
Estamos à beira de mais um colapso de civilizações? O Império Romano, os vikings e os maias são apenas alguns exemplos de povos que se extinguiram. A conclusão do historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889-1975), apresentada em sua principal obra, Um Estudo da História, é de que “grandes civilizações não são exterminadas, mas acabam com a própria existência”. As possíveis causas de um colapso social incluem catástrofe natural, guerra, doenças, fome, crise econômica, declínio populacional e migração em massa, entre outros. Naturalmente, estamos nos referindo a fatos que ocorreram há muitos séculos. Contudo, algumas características que determinaram a queda dessas civilizações estão cada vez mais presentes nos dias atuais. Por isso, pesquisadores, antropólogos e historiadores alertam para a possibilidade de estarmos percorrendo a mesma rota dos ancestrais e, apesar de todo o desenvolvimento do conhecimento humano nas mais diversas áreas, não ficarmos imunes a esse risco. Por essa razão, considero absolutamente correta e cada vez mais verdadeira a conclusão que o Dr. Toynbee e o presidente Ikeda tiveram em seus diálogos, compilados na obra Escolha a Vida, de que a religião assumirá um papel preponderante para o resgate do estado de humanidade da civilização no século 21. Diante do cenário atual, em que a vida na sociedade gera muita insegurança, conflitos, apatia, medo e desesperança, o papel da religião tem um profundo significado: prover o ser humano de condições para conduzir uma existência de valores e significados, de forma plena, realizada e feliz — eis a nossa missão e o propósito da Soka Gakkai! E a forma de concretizar essa missão é cada qual promover a sua revolução humana para a felicidade de si e da sociedade. Esse é o real aspecto prático do estado de buda. Os Três Mestres da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, que viveram em meio aos intensos horrores da Segunda Guerra Mundial, ensinaram a maneira correta de viver, a partir do despertar do indivíduo para sua missão com base na prática do Budismo Nichiren. Buda é a pessoa que despertou para a suprema verdade da vida. E o caminho para trilhar essa nobre jornada encontra-se na prática da fé para a consecução do estado de buda. Portanto, estado de buda não é uma condição de poderes místicos, sobrenaturais, em que é necessário um profundo conhecimento de algo ou longo tempo de preparação específica para conseguir atingi-la. Pelo contrário, é a manifestação do âmago da vida. É a força ilimitada existente no ser humano, apresentada no seu aspecto mais virtuoso de humanidade, compaixão e sabedoria. É um estado de plena liberdade, livre de sofrimento e de ilusão. E a forma de manifestá-lo é por meio da recitação do daimoku e das atitudes prezando ao máximo o respeito à dignidade da vida, o ser humano, o meio ambiente e a sociedade na vida diária. Mais que pensamento positivo, o estado de buda é a sabedoria que nasce da percepção sobre a verdadeira natureza da realidade, mesmo enfrentando as mais difíceis circunstâncias. Estado de buda é viver com a certeza da vitória, inspirado numa percepção correta da realidade, sem fuga, sem alienação. É uma condição inabalável de vida que gera alegria constante e supera todos os outros tipos de satisfação. O presidente Ikeda orienta: Originalmente, vocês próprios são o supremo Buda. A essência dessa fé é cultivar essa convicção. Acreditem em si mesmos, vivam em prol do kosen-rufu com autoconfiança e sigam estendendo as luzes da felicidade da Lei Mística para sua localidade.1 Buda é aquele que se levanta em meio ao povo para conduzir todos os seres humanos, sem exceção, à suprema iluminação. Paradoxalmente, se a pessoa perde a sensibilidade de olhar para o sofrimento do outro, de chorar pela dor do outro, de se indignar com o drama do próximo e, efetivamente, de lutar pela felicidade das pessoas, entendo que ela se distancia da essência do propósito da prática do budismo, deixando sua vida de buda ser dominada pela ilusão e pelos “três venenos” — avareza, ira e estupidez. Mas se engana quem acredita que somente pelo fato de estar praticando estará imune às funções do mal. As funções malignas são muito hábeis e sorrateiras, e, quanto menos se espera, elas dominam a mente e conduzem a pessoa ao mundo da escuridão fundamental, levando-a a desistir e a agir contrariada, magoada ou com sentimento negativo. A única forma de não se deixar levar pela negatividade é conectar a vida ao caminho da unicidade de mestre e discípulo, lapidando o tesouro do coração por meio de uma sincera e correta prática diária. Finalizando, gostaria de compartilhar uma experiência que me trouxe um aprendizado profundo e emocionante. Recentemente, fui visitar um companheiro da Divisão Sênior que, no passado, conquistou uma extraordinária revolução financeira, viajando pelo mundo e propagando o budismo. Empresário bem-sucedido, praticante esportivo diário, desfrutava uma vida de satisfação junto com a família e os companheiros da organização. Contudo, em 2019, seu carma se manifestou e, desta vez, de forma avassaladora. Ele foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA). Uma doença incurável, progressiva, sem nenhum tratamento e letal. Atualmente, ele se encontra deitado permanentemente numa cama, tendo apenas o movimento dos dedos das mãos, da cabeça e a fala como meios para se comunicar. Ciente da real gravidade da doença, sem expressar nenhuma tristeza, ele acorda todos os dias com disposição e alegria de viver mais um dia para conseguir propagar a Lei pelo bem e pela felicidade das pessoas com quem interage. Com muita emoção, vive cada instante manifestando a mais elevada gratidão ao Gohonzon e a Ikeda sensei. Ele falou: “Eu não sei de onde vem, é algo inexplicável, mas sinto uma felicidade incontrolável em meu coração. Hoje, eu sou mais feliz do que antes, quando tinha plena saúde e viajava pelo mundo. Mesmo parado nessa cama, posso recitar daimoku e fazer shakubuku cumprindo a minha missão. É uma imensa felicidade! Enquanto tiver vida para exercer esta missão, estarei à disposição para contribuir em prol do desenvolvimento do kosen-rufu e corresponder ao presidente Ikeda”. Que emocionante! Que vida iluminada! Quando conectamos nossa vida à vida do Mestre, nasce uma fonte inesgotável de energia; livre de sofrimento, do medo, da lamúria e da tristeza; um estado absolutamente feliz e realizado, sem arrependimentos. É a expressão do tesouro do coração do estado de buda. Ao dialogar com ele, senti que sua condição de vida reflete um dos ensinamentos do buda Nichiren Daishonin que diz: “O Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.2 Eu também estou lutando diariamente contra as minhas limitações e fraquezas para ser feliz e realizado, mesmo vivendo num mundo tão conturbado, cheio de sofrimentos, injustiça, ilusão e dificuldades. Por isso, sou imensamente grato à nossa organização Soka, ao presidente Ikeda e ao Gohonzon por me proporcionarem a oportunidade de conviver com pessoas de genuína fé, que me ensinam, inspiram e conduzem ao correto caminho do altruísmo, da revolução humana, da iluminação do estado de buda. Muito obrigado. Fabio Oda, coordenador da Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Brado da Vitória. Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 25, 2020. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren DaishoninDaishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 788. Ilustração: BS / GETTY IMAGES
11/05/2023
Incentivo do líder
BS
O brilho do Sucessor Ikeda
Queridos companheiros de todo o Brasil! Já estamos no quarto mês do ano, início da estação do outono e mês em que a Divisão dos Estudantes (DE) completa 32 anos de fundação. Neste “Ano dos Jovens e do Triunfo”, sugerimos cinco temas que podem ser abordados nesta comemoração. Eles são baseados nos três pontos de “Na Prática” da Jornada da Juventude Soka. São eles: Estudos Saúde Família Acrescentamos também mais dois pontos: Sonhos Relacionamento/amizade Esses temas são algumas sugestões propostas. Além delas, recomenda-se falar e compartilhar o histórico de fundação da DE aqui no Brasil, com o Grupo 2001, e no Japão, pelo capítulo “Jovens Herdeiros”, do volume 9, da Nova Revolução Humana. Isso é crucial para que eles conheçam a dedicação e o sentimento do presidente Ikeda de fundar a divisão, e compreendam a importância que a geração deles possui não somente para o futuro da Soka Gakkai, mas de toda a sociedade. Vamos aproveitar o movimento desta celebração para ampliar a relação com os jovens, criando o contato com aqueles estudantes com os quais não se tinha tanta proximidade e reconectar os membros de forma geral. Relembrando que o objetivo para este encontro é movimentar 100% dos membros da Divisão dos Estudantes de cada bloco, comunidade e distrito, durante o mês de abril. E, também, de abril ao fim do ano, vamos manter esse movimento ativo, alegre e prazeroso entre todos os jovens e estudantes, junto com os veteranos de cada organização. Para que esse movimento dos Sucessores Ikeda 2030 aconteça, é fundamental que haja não apenas o apoio prático de todos, mas principalmente a sintonia entre os jovens e os veteranos. E essa sintonia só é criada com a recitação do daimoku e com o comprometimento de cada um em fazê-la se tornar realidade. Na revista Terceira Civilização do mês de agosto de 2021, foi publicada uma explanação do presidente Ikeda em que ele fala sobre a criação de “valores humanos”. Ele escreveu: Agora que ingressamos na nova era do kosen-rufu mundial, promover o desenvolvimento dos integrantes da Divisão dos Estudantes e da Divisão dos Jovens (DJ) tornou-se mais importante que nunca. Esses jovens bodisatvas da terra são uma fonte de esperança para o futuro, pessoas que iluminarão o mundo com o Budismo do Sol de Daishonin e edificarão uma era de paz e coexistência harmoniosa.1 Nessa mesma explanação, Ikeda sensei cita um grande incentivo do presidente Toda: Toda sensei dizia: “Devemos respeitar as crianças como indivíduos plenamente capazes. Mesmo que talvez não compreendam as coisas agora, mais tarde eles se lembrarão das reuniões das quais participaram e do incentivo que receberam. O essencial é verem, ouvirem e experimentarem pessoalmente nossa prática budista em ação”. Sempre interagi com os membros da DE com uma postura de respeito, tratando-os como jovens companheiros de luta. Toda sensei também salientou a importância de criar os filhos dentro do “jardim da Soka Gakkai”.2 Finalizando essa reflexão com todos vocês, gostaria de sugerir três dicas de leitura com orientações e incentivos do presidente Ikeda que se referem aos estudantes: Capítulo “Jovens Herdeiros”, Nova Revolução Humana, volume 9. Terceira Civilização, ed. 650, out. 2022. Terceira Civilização, ed. 636, ago. 2021. Amigos, vamos juntos, com cada precioso Sucessor Ikeda, renovar nossa disposição de vencer todos os dias junto com eles e com Ikeda sensei! Muito obrigada e um grande abraço! Camila Totsuka Akama Coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 636, ago. 2021. 2. Ibidem. Ilustração: GETTY IMAGES
06/04/2023
Especial
BS
Ser feliz é ter um coração forte
A felicidade na vida se encontra no ato de enriquecer e fortalecer o coração.1 Eis uma frase que nos leva a refletir sobre pensamentos que, vez e outra, povoam nosso cotidiano, em especial nos momentos de situações adversas. O que é felicidade? Como resistir aos reveses do carma? Faz sentido continuar vivendo assim?O budismo surgiu como resposta a essas indagações. No século 6, o buda Shakyamuni dedicou-se a lançar luz à compreensão dos “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte —, dos quais ninguém está livre. Avançamos aqui até o século 13, quando um episódio transformou o destino da humanidade. A ele dedicamos este especial.Atravessa os séculos a preciosa revelação do buda Nichiren Daishonin (1222–1282) sobre como iluminar a escuridão do sofrimento e da angústia, transformar o carma e ser verdadeiramente feliz. Isso porque, até então, as pessoas viviam imersas na prisão do próprio eu, limitadas aos ventos do destino, vagando em busca de algo fora de si.Essa compreensão de Daishonin foi à base de uma vida de esforço abnegado. Muito cedo, ele percebeu que possuía uma grandiosa missão e, para entendê-la e cumpri-la, buscou o caminho da educação. Naquela época, no Japão, uma das poucas formas de adquirir conhecimento era estudar em algum templo budista.Assim, aos 12 anos, ele foi recebido no templo Seicho-ji. Depois, viajou por diversas localidades do país, percorrendo inúmeros santuários a fim de compreender profundamente o budismo. Tal dedicação lhe possibilitou chegar à conclusão de que o cerne do ensinamento budista era o Sutra do Lótus — Daishonin revelou a essência desse sutra na Lei fundamental do Nam-myoho-renge-kyo cuja recitação (daimoku) é capaz de salvar a vida das pessoas.Essa revelação ocorreu em 28 de abril de 1253, quando Daishonin proclamou ao mundo pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo, estabelecendo assim seu mais elevado ensinamento. Na essência, é a certeza de que todos, sem exceção, podem manifestar livremente o potencial inato na vida, de coragem, esperança, sabedoria. Uma verdadeira revolução na forma de pensar e de agir, pois tudo está dentro de si.Por ser um ensinamento revolucionário, ao contrário do que defendiam naquela época, as escolas budistas, Daishonin foi perseguido pelas autoridades políticas, religiosas e pessoas comuns iludidas por ensinamentos errôneos e seus líderes invejosos. Mas ele se manteve firme, incentivando seus discípulos a manifestar também uma postura altiva diante de qualquer dificuldade. Felicidade para todosEsse episódio de 28 de abril de 1253 se tornou justamente um marco histórico para o estabelecimento do budismo do povo. Como resultado, hoje milhões de pessoas têm a oportunidade de realizar a prática budista em todo o mundo. Isso porque sempre haverá um condicionante para essa expansão: a ação de não deixar ninguém para trás, como neste trecho em que lemos: No início, somente Nichiren recitou o Nam-myoho-renge-kyo, mas depois, duas, três, cem pessoas o seguiram, recitando e ensinando aos outros. Assim também será a propagação no futuro. Isso não significa “emergir da terra”?.3 A frase acima consta de um importante escrito de Nichiren Daishonin, O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, datado de 1273, vinte anos após ele ter recitado pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo. Ele o redigiu enquanto estava exilado em Sado, uma inóspita ilha japonesa, para onde eram levados aqueles considerados indesejados pelas autoridades feudais da época. Ele nada temia. Um homem de coragem, que se dedicou a incentivar e a encorajar cada pessoa que encontrava, mesmo passando por severas perseguições.Daishonin encerrou sua existência aos 60 anos, depois de cravar no coração de cada pessoa com quem se encontrou o precioso poder de transformar sofrimento em felicidade. No fim, ele comprovou com a própria vida que seu ensinamento estava correto.Após a sua morte, no entanto, poucos foram os que tiveram acesso ao seu ensinamento, restrito a templos.O surgimento da Soka Gakkai, em 1930, rompeu o tempo e a distância do coração de Daishonin com as pessoas do povo, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e colocou-se em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Elas se empenhavam na prática budista e experimentavam diretamente o benefício da fé na própria vida, o que, por sua vez, ocasionava uma onda de novos afiliados.Makiguchi, assim como Daishonin, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo à dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda. Makiguchi morreu na prisão, defendendo até o último instante suas convicções. Ele nada temia. Espelhava-se em Nichiren Daishonin.Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse o ensinamento de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências que resistiram aos bombardeios que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se posteriormente o presidente da organização. Colorir a vida de esperança Evolução rima com ação destemida. Esse é o orgulho da Soka Gakkai de ter em sua história, quase centenária, o resultado da comprovação da prática da fé de milhões de pessoas que hoje vivem esse Budismo Nichiren. Entre tantos desafios, venceram os dramas de pobreza, doença e falta de harmonia que fazem da pessoa refém da dor e da desesperança. Haveria conquista maior? Ao fortalecer o coração, a mente passa a trabalhar em vibrações positivas: O Sutra Guirlanda de Flores afirma: “A mente é como um pintor habilidoso”.4 Assim como um grande pintor, o coração cria livremente representações de todas as coisas. O coração é como o designer, o pintor, o escultor e o arquiteto do nosso ser.5 Assim nos encoraja o presidente Ikeda, hoje aos 95 anos, mestre Soka que viajou o mundo para plantar a semente desse budismo, inclusive no Brasil, em 1960, superando o próprio desafio de saúde. Assumindo para si o juramento de salvar toda a humanidade, ele se tornou presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) e vem propagando os ensinamentos do budismo e os princípios humanísticos de seus mestres para o mundo. Neste 28 de abril de 2023, completam-se 770 anos desde que Nichiren Daishonin recitou pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo. Dessa maneira, celebrar essa data é constatar que a história do budismo, da Soka Gakkai e de cada membro que a compõe são revelações verdadeiras do desejo do buda Nichiren Daishonin. O propósito de uma vida que assume as rédeas do carma, transforma adversidade em oportunidade, conquista felicidade plena e se torna assim capaz de iluminar a vida do outro. Não há egoísmo no modo de ser de um budista, mas sim uma condição de vida em que a felicidade da pessoa à sua frente é também sua maior realização. Na Soka Gakkai, essa relação de benevolência máxima é chamada shakubuku, ou erradicar o sofrimento da pessoa e oferecer esperança. O movimento de mais e mais pessoas unidas com esse sentimento é o propósito da nossa organização — o kosen-rufu.Os ensinamentos de Nichiren Daishonin se revelam, portanto, a grande esperança para o futuro da humanidade. Agora, a BSGI vivencia o vibrante movimento abraçado pelos jovens, os quais, a par do frustrante sentimento de impotência que se vive em tempos pós-pandemia, estão fazendo valer as cores vibrantes da alegria, do entusiasmo e do sentido de vida, e de propósito para o bem comum. É pela juventude Soka que o ideal da consecução de uma sociedade melhor para todos ganha contornos extraordinários. E nos pequenos encontros de diálogos humanísticos, nas organizações de base, também não há lugar para a tristeza. Todos os que ali chegam sentem que as lentes escuras da desesperança ganham suave e intenso colorido. De um a um, sem deixar ninguém para trás, devemos criar uma tela de pura esperança e alegria pelo futuro, além de trazer para os nossos dias essas palavras de inspiração para iluminar e transmitir a voz da alegria para as pessoas. Sua voz é o rugido do leão, um brado de justiça — que salva os amigos.6 Assim, o Mestre conclama: Vamos criar a disposição de novos seres humanos de grande valor emergidos da terra com alegria e destemida coragem, fazendo ecoar o daimoku de “prática para si e prática para os outros”.7 Integrantes da segunda turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil recitam daimoku em atividade no Centro Cultural Campestre da BSGI (18 mar. 2023) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.361, 25 fev. 2017. Brasil Seikyo, ed. 2.551, 13 fev. 2021. Terceira Civilização, ed. 536, 19 abr. 2013. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana, Editora Brasil Seikyo, v. 27, p. 375, 2021. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 395, 2020. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 4. Ibidem, v. I, p. 235. 5. Cf. Terceira Civilização, ed. 512, abr. 2011, p. 48. 6. Idem, ed. 536, abr. 2013, p. 4. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.421, 26 maio 2018, p. A2. Fotos: GETTY IMAGES / BS
06/04/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 11
Manhã após a manhã, levantamos com o Buda, noite após noite, com o Buda descansamos. (...) Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente1 Recitar daimoku é o caminho direto para a felicidade Em março de 1966, Shin’ichi Yamamoto visitou o Peru para se encontrar com os membros daquele país e incentivá-los. Respondendo de forma detalhada a uma pergunta sobre a postura ao orar, ele disse que recitar Nam-myoho-renge-kyo constitui o elemento-chave para a vitória na vida. Orar ao Gohonzon é como dialogar com o Buda. Por isso, mantendo profundo respeito no coração, seja sincera com o Gohonzon. Ore com toda a sinceridade por tudo o que você deseja para vencer as dificuldades e para realizar seus objetivos. (...) Nos momentos de tristeza, amargura ou sofrimentos, abrace o Gohonzon com sua firme oração, como uma criança que busca a proteção da mãe. Recite daimoku como se estivesse dialogando e transmita tudo o que se passa com você ao Gohonzon. Assim, depois de algum tempo, mesmo o sofrimento no estado de inferno desaparecerá como o orvalho sob o calor do Sol. Quando perceber o próprio erro, reflita sinceramente e corrija a si mesma. Decida não repetir o mesmo erro e assinale uma nova partida em sua vida. Nesse momento, determine que vencerá, a todo custo, e ore com a força do rugido do leão capaz de mover o Universo a seu favor. E quando vencer, recite novamente daimoku com profundo sentimento de gratidão ao Gohonzon. (...) Desfrute plenamente cada momento com satisfação e tranquilidade. O daimoku transforma a amargura em alegria, e a alegria num grande júbilo. Portanto, nos momentos de alegria ou de tristeza, nas horas boas ou más, aconteça o que acontecer, recite sempre daimoku. Este é o caminho direto para a felicidade. (Trechos do capítulo “Arando a Terra”) Quando chegar a época para declarar amplamente os ensinamentos sagrados deste país, os textos japoneses com certeza serão traduzidos e difundidos na China e na Índia. “Prefácio” (The Writings of Nichiren Daishonin)2 Tradução é a força propulsora para escrever uma nova página na história No verão de 1966, em meio a uma intensa agenda incentivando os membros por todo o Japão e pelo mundo, Shin’ichi começou a dar os primeiros passos para traduzir os escritos de Nichiren Daishonin para o inglês em benefício do progresso do kosen-rufu no futuro. O trabalho de tradução não era uma tarefa simples. Não bastava ter conhecimento literal das línguas japonesa e inglesa. Era preciso antes de qualquer coisa ter profundo conhecimento do budismo para interpretar corretamente os escritos de Nichiren Daishonin. Caso contrário, os ensinamentos do Buda não poderiam ser traduzidos e transmitidos com perfeição. (...) Outros grandes desafios eram traduzir os termos budistas em poucas palavras para o inglês e superar as diferenças culturais entre o Ocidente e o Oriente. Os tradutores muitas vezes “brigavam” com os dicionários a fim de encontrar uma palavra mais adequada ou mais próxima do significado de um determinado termo budista, ou então, chegavam a travar acalorados debates entre eles até obterem uma tradução satisfatória. Além de estudar a história e as tradições da época em que Daishonin expôs seus ensinamentos, era necessário ter conhecimento da cultura ocidental para elaborar uma tradução mais adequada. A tradução era um trabalho árduo e pouco reconhecido, realizado nos bastidores das atividades do kosen-rufu sem receber aplausos nem as luzes da ribalta. Entretanto, a contribuição desse labor para o desenvolvimento do kosen-rufu mundial foi imensurável. Pode-se dizer que um grande e nobre trabalho é realizado em silêncio, sem interesse por aplausos ou louvores. (Trechos do capítulo “Contínuas Vitórias”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 18 de setembro de 2019.) Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 83. 2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. I, p. xii. On Refuting the Five Priests [Refutação dos Cinco Sacerdotes”, Gonin Shoha Sho, em jap.]. Tese redigida em 1328 por Nichijun, discípulo de Nikko Shonin. Ilustração: Kenichiro Uchida
06/04/2023
Notícias
BS
Novo polo do kosen-rufu no Paraná
Paranavaí é um município da região noroeste do estado do Paraná, distante cerca de quinhentos quilômetros da capital, Curitiba, e tem uma população aproximada de 90 mil habitantes. O último fim de semana foi de grande emoção para os membros da BSGI dessa progressista região com a inauguração da Sede Regional Paranavaí, contando com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori; do coordenador da CRE Sul, Marcos Fonseca; e de líderes da Sub. Oeste do Paraná, da RM Maringá e da Área Paranavaí, formada pelos Distritos Paranavaí e Central. O evento é fruto de muita dedicação dos pioneiros e de todos os integrantes da organização, com base na recitação de daimoku para ultrapassar várias dificuldades, em especial as relacionadas à pandemia da Covid-19.O corte da fita inaugural e o descerramento da placa comemorativa deram início à cerimônia, seguida da recitação do gongyo e das palavras de cumprimento de Mauro Aguiar de Souza, responsável pela Área Paranavaí, que destacou os esforços de todos para a concretização desse objetivo tão almejado.Momentos marcantes da atividade foram a cerimônia de concessão do Gohonzon e a conversão de novos membros, motivo de profunda satisfação dos participantes pela realização em data tão significativa. Também não poderia faltar a entrega de homenagens aos veteranos em gratidão à sua luta incansável na localidade. Roberto Narimatsu, coordenador da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da CRE Sul, parabenizou os participantes pela conquista do novo “castelo do kosen-rufu”. E Noemia Sato, vice-responsável pela DF da Sub., expressou seus agradecimentos às integrantes da divisão pelo empenho para a inauguração com base na recitação de daimoku.Em suas palavras de cumprimento, o presidente Miguel Shiratori, congratulou a todos, incentivando-os a manifestar, por meio da prática budista, o estado de buda em suas ações, encorajando outros a fazer o mesmo. Ressaltou o significado do dia 2 de abril, data de falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, que representa o levantar do discípulo para corresponder aos anseios do mestre.O evento foi encerrado com a apresentação dos jovens das bandas Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai do Brasil da localidade, em clima de renovada esperança e determinação dos membros para criar sucessivas ondas de avanço do movimento pelo kosen-rufu no Paraná. No topo: foto comemorativa com os participantes da solenidade de inauguração (Paranavaí, PR, 2 abr. 2023) Foto: Colaboração local
06/04/2023
Encontro com o Mestre
BS
A coragem para se encontrar muda a história
Originalmente, os seres humanosbuscam igualmente a paz.Não é retórica floridanem palavras de ostentaçãoque fazem movimentar tal coração,mas sim o diálogo direto e sincerocom o coração franco e aberto,e com a manifestação da sinceridade humana.Nosso coração, queora pela felicidade do amigo,deseja a prosperidade social econtribui para a paz do mundo,transmite-o infalivelmente para a vida do outro.O diálogo sincero advindo dessa oraçãomuda a vida do amigo, ecria a verdadeira amizade e a compreensão.A situação não se resolve sepermanecer sentado.Deve-se agir.A coragem para se encontrar e dialogarmuda a história.Ao se movimentar de forma grandiosa,sua condição de vida também se engrandece.A amizade se expande enormemente.Quanto se luta dedicando a alma,em meio às dificuldades,é quão grandiosas virtude e boa sorteenvolvem a própria vida.Não é necessário se conterpara falar de justiça.Converse de forma agradável.Transmita claramente.Dedique as palavras para queo outro entenda bem, econsiga gravar em seu coração.O peso de uma mesma palavra mudade acordo com a sinceridade da pessoa que a expressa.E mais ainda, é impossível que o coração quecontinuou orando pela felicidade do amigodeixe de alcançá-lo.Deve-se criar a amizadepor meio de amplo e grandioso coração.Deve-se expandir corajosamenteo diálogo convicto,valorizando cada encontro.Tudo isso brilha comorelacionamento com o budismo.Aí se encontra o caminho para a criação da paz,e o caminho para a vitória da felicidade. Publicado no Seikyo Shimbun de 19 de fevereiro de 2023.No topo: Comprovações da prática da fé A cordilheira dos Andes, na América do Sul, é considerada a mais extensa do mundo. Os picos da ordem de 6 mil metros de altitude, cobertos de neve, se estendem sem fim. Foto tirada pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, a bordo de uma aeronave em fevereiro de 1993. Naquela viagem, Ikeda sensei cumpriu sua promessa de realizar a quarta visita ao Brasil, como também a primeira visita para mais quatro países: Colômbia, Argentina, Paraguai e Chile. Em fevereiro de 2023, registram-se trinta anos desde essa época. Por ocasião dessa histórica visita à América do Sul, ele afirmou: “É pelo comportamento como ser humano que pulsa o budismo e surgem as comprovações da prática da fé”. Assim, clamou aos companheiros para que ampliassem o círculo de confiança nas respectivas terras da missão. Com o refrescante juramento seigan similar ao céu azul em nosso íntimo, vamos espalhar palavras convictas.
06/04/2023
Editorial
BS
A maior recompensa é a felicidade
Com o objetivo de expandir o Budismo de Nichiren Daishonin para o mundo, Ikeda sensei foi ao Peru em 1966. Diante do monumento do líder dos movimentos pela independência do Chile e do Peru, José de San Martín, o Mestre lembrou-se de um episódio da vida familiar desse herói. É uma situação íntima que aconteceu nos últimos anos de vida de San Martín, mas retrata o propósito da luta dele durante toda a sua jornada de proteger os mais fracos e o tornou conhecido como “Protetor do Peru”. San Martín morava com a filha e, certo dia, sua netinha entrou no quarto do avô chorando. Ela estava chateada porque sua boneca tinha se quebrado e, enquanto a abraçava forte, disse: — Ela me falou que está com muito frio. Sem hesitar, San Martín abriu uma gaveta e pegou uma medalha. Era uma das condecorações que ele tinha recebido por ter ajudado a Espanha a se defender da invasão do exército de Napoleão. — Coloque esta medalha na sua boneca e o frio passará. Logo que deu a medalha para a neta brincar, ela saiu do quarto animada novamente. A filha de San Martín, mãe da criança, repreendeu a atitude do avô: — Aquela medalha é uma condecoração honrosa do governo da Espanha, concedida quando o senhor derrotou o exército francês. Não deveria tratá-la desse jeito. San Martín, sorrindo, respondeu para a filha: — De que valem honrarias e medalhas se não podem interromper o choro de uma criança? Ikeda sensei descreve esse episódio na Nova Revolução Humana, volume 11, e reflete sobre a atitude de San Martín: “Ele acreditava que a maior medalha ou honraria era a satisfação experimentada quando conseguia amenizar o sofrimento de alguém”.1 O objetivo da prática do Budismo de Nichiren Daishonin, que este mês completa 770 anos desde que foi instituído, é “libertar a humanidade dos grilhões do destino miserável”, como a decisão que o presidente Ikeda bradou em seu coração quando estava no Peru. Em certa ocasião, Ikeda sensei afirmou: As pessoas comuns e sinceras são as verdadeiras protagonistas da história. E não há ninguém mais digno de respeito que os heroicos indivíduos que estão se empenhando arduamente na linha de frente de nosso movimento, devotando a vida ao nobre ideal do kosen-rufu, incansavelmente e sem reclamar, e independentemente de as outras pessoas observarem ou não seus esforços. O kosen-rufu é uma batalha sem precedentes pelo triunfo da humanidade. É um movimento para transformar as bases da sociedade e assim libertar a humanidade das correntes de seu carma pesado.2 Como protagonistas da história, vamos decidir “interromper o choro”, isto é, extrair o sofrimento daquela pessoa que está diante de nós e cumprir o verdadeiro propósito da prática budista, como Ikeda sensei nos ensina. Certamente receberemos a maior honraria que se pode almejar, a felicidade, como nosso mestre garante: Que a vida de nossos preciosos membros, que se esforçam incansavelmente nos bastidores acumulando virtudes invisíveis, brilhe cada vez mais radiantemente com a recompensa visível da felicidade.3 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 107, 2021. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.059, 13 nov. 2010, p. A3. 3. Terceira Civilização, ed. 592, dez. 2017, p. 12.
06/04/2023
Encontro com o Mestre
BS
Diálogo repleto de esperança rumo à “pacificação da terra”!
Assim como a cerejeira dos jovens A força para criar a história nasce a partir da união de vida a vida. Em particular, a luta corajosa dos sucessores capazes de corresponder aos veteranos abre a nova era. Foi no ano 223. Zhuge Liang (Shokatsu Komei), grande herói do Romance dos Três Reinos (Sangokushi), foi encarregado da posteridade pelo seu senhor Liu Bei (Ryubi), que estava no fim da vida. Zhuge Liang prometeu a Liu Bei, com quem caminhava junto para a realização de um extraordinário empreendimento e o qual havia solicitado respeitosamente uma audiência por três vezes a ele, que era vinte anos mais jovem que Liu: “Sustentarei o país dedicando toda a minha vida ao limite da lealdade”. A relação entre Liu Bei e Zhuge Liang é conhecida como a do peixe e a água. Pode-se dizer que, hoje, passados 1.800 anos, essa relação retrata o drama da sucessão em que brilha a imortal sinceridade. Com base nessa história, Nichiren Daishonin clamou aos seus discípulos em A Herança da Suprema Lei da Vida que se unissem “transcendendo todas as diferenças que possa haver entre si, tornando-se inseparáveis como o peixe e a água”.1 A legião que avança vigorosamente rumo ao “grande juramento pelo kosen-rufu” com espírito de unicidade, assim como afirma essa passagem sagrada, nada mais é que a dos mestres e discípulos Soka. No dia 16 de março de 65 anos atrás, o professor Josei Toda realizou uma cerimônia comemorativa em que começou a reverberar a canção triunfal de sua existência, tentando fazer dos jovens Soka, a quem vinha cuidando pessoalmente, os líderes da época conhecidos em todo o mundo. Com o rugido do leão de que a “Soka Gakkai é a monarca do mundo religioso”, ele confiou, nessa solenidade, o “bastão espiritual do kosen-rufu” aos jovens. O bastão vem sendo transferido de geração a geração. E, agora, com o ardente orgulho de monarca, a legião dos jovens do “azul mais azul que o índigo” está percorrendo a vanguarda da expansão do budismo que é, em si, a própria sociedade. O dinamismo da vida desses emergidos da terra deve registrar o ritmo da vitória a partir do dia 16 de março rumo a 2 de abril e, ainda, até 3 de maio. A Divisão Masculina de Jovens (DMJ), que avança na vanguarda, a Divisão dos Universitários (DUni), as irmãs Kayo e a geração jovem dos lírios-brancos da Divisão Feminina (DF) são a força explosiva para expandir a solidariedade do triunfo do povo. Já a Divisão Sênior (DS), a qual comemora seu mês da fundação [março], também manifesta o espírito de não ser derrotada. Quanta tranquilidade e coragem são transmitidas a todos quando o pilar de ouro do kosen-rufu se levanta! O que define a vitória da comunidade local é a brava luta dos heróis com personalidade de um monarca. Vozes da canção oferecida ao mestre Após o término daquela cerimônia do dia 16 de março, seguiram-se vários dias em que Toda sensei descansava deitado no andar superior da sede central. Junto com os jovens das comissões, cantei diversas vezes a canção Ichiko Ryoka [Canção do Alojamento do Ensino Médio] logo abaixo da escada. Era uma música de que sensei gostava, com ritmo sereno, muito adequada para a ocasião: “Oh, recebendo flores na taça de jade (...) Uma vez que algo acontece, A grande façanha da vida que não se realiza...”2 A canção reverbera profundamente no íntimo, e a vida se eleva tal como a maré alta. Enquanto cantávamos, prometíamos ao mestre: “Sensei, a Divisão dos Jovens está com espírito altivo. Nós realizaremos, sem falta, o kosen-rufu!”. Citando o Romance dos Três Reinos, Toda sensei lamentava frequentemente que Zhuge Liang não teve a boa sorte de criar plenamente os “valores humanos” sucessores, apesar de seu extraordinário prodígio. Em contrapartida, nós, jovens da Soka Gakkai, fomos treinados como que banhados pela compaixão do mestre semelhante aos raios do sol, e juntos criamos um sólido castelo de “valores humanos”. Minha gratidão ao mestre é profunda demais. Estabeleci minha firme determinação: “Eu nasci para que os jovens emergidos da terra convocados pelo mestre se desenvolvam de forma magnífica e se tornem felizes para criarmos juntos a correnteza de grandes ‘valores humanos’ em prol do kosen-rufu e da sociedade”. A preciosa juventude de virtudes invisíveis Os jovens são treinados somente em meio a ações práticas. A vida dos jovens dá um salto em sua revolução humana quando eles aceitam deliberadamente as dificuldades e percorrem com toda a força o grande solo do povo pelo bem da Lei, das pessoas e da sociedade. Nichiren Daishonin elogia ao máximo o jovem Nanjo Tokimitsu, que, durante a Perseguição de Atsuhara, protegeu solenemente os seus discípulos, enfrentando-a e sofrendo pessoalmente diversas opressões: “E por ter protegido meus seguidores de Atsuhara com tanta sinceridade, para o povo deste país. (...) E a única razão é que tem dedicado sua vida ao Sutra do Lótus”.3 Além disso, Daishonin promete a Nanjo Tokimitsu: “Não pode haver a mínima dúvida de que (...) o senhor receberá benefícios extraordinários nesta existência”.4 Exatamente dessa forma, Tokimitsu viveu pelo kosen-rufu e trilhou uma existência vitoriosa. De fato, o Buda está elogiando majestosamente a figura heroica dos nossos jovens Soka que estão dedicando a vida à paz e à prosperidade das pessoas, encorajando bravamente os membros nos dias de hoje. Não há dúvida de que os amados discípulos honrosos que perseveram com uma juventude de virtudes invisíveis serão envolvidos por uma infindável recompensa visível, e chegará o momento em que conquistarão esplêndidos resultados, chamando a atenção não só do Japão, mas de todo o mundo. O brilho da boa sorte a iluminar o mundo Neste mês de março [de 2023], completam-se doze anos desde a tragédia sem precedentes do Grande Terremoto do Leste Japonês. Ofereço, mais uma vez, o daimoku em memória de todas as vítimas. Em Tohoku, também, a Divisão dos Jovens está orgulhosamente à frente do avanço da reconstrução com o brilho da boa sorte. A realização do Congresso dos Jovens para a Reconstrução com Brilho da Boa Sorte visando transmitir as lições aprendidas da tragédia para as futuras gerações também é muito significativa. Os adoráveis estudantes do primeiro ano do ensino fundamental na época do terremoto hoje são adultos. O desenvolvimento e a atuação dos jovens com olhos brilhantes tocam o coração. É infindável a minha gratidão aos seus pais e aos veteranos que os criaram protegendo-os em meio a dificuldades indescritíveis. A Dra. Sarah Wider, da Sociedade Ralph Waldo Emerson dos Estados Unidos, que vem mantendo intercâmbio com a família Tohoku desde o término do terremoto, enviou-nos uma sincera mensagem, novamente, neste ano [2023], na qual afirma: “A forte amizade criada em uma época de maior sofrimento proporciona coragem e esperança ao mundo, que necessita de um olhar caloroso, de uma conexão humana e de sentimento de compaixão. Vocês demonstraram isso para as pessoas do mundo inteiro. Mesmo as piores condições podem ser transformadas infalivelmente de veneno em remédio”. Nossas orações e ações são atividades desbravadoras a enriquecer o solo do coração das pessoas. Elas são a revolução para que as preciosas árvores da paz, da cultura e da educação cresçam de forma exuberante neste grandioso solo. O Dr. Inazo Nitobe, grande educador que nasceu em Tohoku e mantinha um profundo relacionamento com o professor Tsunesaburo Makiguchi, registrou em uma primavera do mês de março: “As ervas daninhas com raízes fortes produzem lindas flores e bons frutos”.5 Hoje, as raízes da amizade, que nossos preciosos companheiros vieram espalhando em sua terra natal, compartilhando tristezas e alegrias, fazem desabrochar flores de confiança e produzem frutos da solidariedade. As grandes árvores superam nevascas e ventanias Na primavera [japonesa] deste ano [2023], as flores de cerejeira desabrocham mais cedo e celebram a formatura dos Colégios Soka de Tóquio e de Kansai, como também da Universidade Soka e da Faculdade Feminina Soka. Minha esposa e eu oramos todos os dias pelo crescimento vigoroso dos amigos da Divisão dos Estudantes (DE), da Divisão dos Universitários e dos jovens que ora ingressam no mercado de trabalho, os quais vieram superando persistentemente a crise da pandemia do coronavírus, também neste novo ano acadêmico, como a Cerejeira dos Jovens. Em frente ao Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu ergue-se solenemente a Cerejeira dos Jovens com a idade bem próxima à da Soka Gakkai. Seu tronco deve ter cerca de dois abraços de diâmetro na parte rente à base. Nele estão gravadas “rugas sorridentes” de quem suportou anos de nevascas e de ventanias. Apoiada pela sinceridade das pessoas “protetoras das cerejeiras”, a Cerejeira dos Jovens observa cuidadosamente os visitantes, tal como uma mãe compassiva, fazendo florescer de maneira brilhante a vida de uma juventude vitalícia. A Cerejeira dos Jovens é, de fato, a Cerejeira das Mães. É também a Cerejeira dos Muitos Tesouros, pois ela lembra as mães Soka e os membros dos grupos de veteranos como o Muitos Tesouros que, em todo o Japão e no mundo, persistem no desafio do diálogo proficiente pela “pacificação da terra”, fazendo desabrochar muitas flores de encorajamento, de esperança, de virtuosa boa sorte e de triunfo. Acúmulo de oitocentas vezes Rememorando, o mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi, foi o modelo de alguém que desfrutou toda a sua existência com energia vital abundante, como a Cerejeira dos Jovens. Seu lema favorito era: “Continue renovando e aprimorando a cada dia”.6 Quando completei 70 anos, com essas palavras douradas abraçadas pelo mestre predecessor em meu íntimo, iniciei um novo desafio. Além da publicação em série do romance Nova Revolução Humana no jornal, comecei a escrever o Ensaio — Nova Revolução Humana (janeiro de 1998). Desde essa ocasião, vim publicando o “ensaio” sob variados títulos durante 25 anos. Parece-me que, com a presente edição, chega a um total de oitocentas vezes. Expresso minha sincera gratidão pelo apoio dos leitores. A redação dos manuscritos é uma tarefa de acúmulo um de cada vez. Os escritos de Nichiren Daishonin registram: “Uma mais uma são duas; duas se convertem em três; e assim sucessivamente, até formarem dez, cem, mil, dez mil, cem mil ou um asamkhya. Ainda assim, ‘uma’ é a mãe de todos”.7 Mais que qualquer coisa, o que toca meu coração é a luta dos bodisatvas Jamais Desprezar Soka, os quais continuam acumulando os diálogos de enorme sinceridade, dia após dia, e de pessoa a pessoa, como se reverenciassem, de mãos postas em oração, a natureza de buda da vida de cada pessoa. No Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente consta: “Essa situação se assemelha à de alguém que olha para um espelho e se curva em reverência: a imagem refletida, da mesma forma, inclina-se em reverência à pessoa”.8 A continuidade do diálogo de base da família Gakkai de modo incessante está lançando o grande brilho do respeito ao ser humano e à dignidade da vida para a sociedade e o mundo, assim como o espelho límpido. Fazendo destas oitocentas vezes um novo ponto de partida, estou decidido a continuar a escrever os ensaios, orando com seriedade para que os companheiros do mundo inteiro conquistem um glorioso futuro. Avance com a união de “diferentes em corpo, unos em mente” Por falar em oitocentos, esse mesmo número aparece de forma memorável no Gosho. É a passagem do famoso escrito Diferentes em Corpo, Unos em Mente: “O rei Zhou da dinastia Yin liderou setecentos mil soldados na batalha contra o rei Wu da dinastia Zhou e seus oitocentos homens. Ainda assim, o exército do rei Zhou perdeu por causa de desunião [de “unos em corpo, diferentes em mente”], enquanto os homens do rei Wu triunfaram em razão da perfeita união [de “diferentes em corpo, unos em mente”] do grupo”.9 É uma passagem sagrada que gravamos em nosso âmago naquela Campanha de Osaka em que tornamos possível o impossível. Por mais difícil que seja o caminho íngreme, nós temos a “estratégia do Sutra do Lótus” capaz de realizar tudo. Temos os companheiros de justiça e de luta conjunta a quem podemos confiar absolutamente. É justamente nos momentos difíceis que devemos manifestar a força da união férrea, incentivando-nos mutuamente, e extraindo juntos o coração do rei leão. Agora, vamos adornar o drama da reviravolta da união de “diferentes em corpo, unos em mente” de forma harmoniosa, alegre e radiante, fazendo viver ao máximo nossas próprias características, ampliando nosso grupo de praticantes budistas! Vamos fazer florescer vitoriosamente a cerejeira Soka de esperança da cooperação da vida a iluminar o futuro da cidadania global nas comunidades locais do nosso juramento seigan! Na foto, tirada por Ikeda sensei, flores de cerejeira desabrocham plenamente agora, ultrapassando o inverno, tais como asas bailando rumo ao altivo céu azul (Tóquio mar. 2023) Cena famosa do Romance dos Três Reinos (Sangokushi) com apresentação especial da Companhia Nacional de Ópera de Pequim: correspondendo ao terceiro pedido de audiência feito por Liu Bei (Ryubi), Zhuge Liang (Shokatsu Komei) o recebe (Universidade Soka, em Hachioji, jun. 2006) No topo: “Promovamos juntos um avanço heroico! Seja você mesmo e tenha uma vida plena de satisfação!” Desejando sempre a glória e a felicidade dos membros. Acima, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, Kaneko, no Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji (abr. 2005)Publicado no Seikyo Shimbun de 27 de março de 2023. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 226, 2020. 2. Letra composta por Kanji Yano. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 354, 2017. 4. Ibidem, v. I, p. 685, 2020. 5. Palavras de Inazo Nitobe incluídas em Ichinichi Ichigon [Um Dia, Uma Palavra]. In: Obras Completas de Inazo Nitobe. v. 8. Editora Kyobunkan. 6. Paráfrase da antiga literatura chinesa Daigaku. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 698, 2020. 8. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 165. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo v. I, p. 646, 2020. Fotos: Seikyo Press
06/04/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Ultrapassar uma árdua luta abre vitoriosamente uma nova era! Esta é a missão dos sucessores. Por meio de desafios tenazes, conquistem o triunfo monumental! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 2 de abril de 2023.
06/04/2023
Notícias
BS
Descortinar da era dos jovens
Em um trecho de seu livro Seja a Esperança, o presidente Ikeda incentiva sobre a coragem: “Uma pessoa de coragem é forte e consegue sempre avançar. (...) Uma conduta, que embora pareça ser das mais simples, na realidade, é a que mais brilha”.1 E foi com o brilho da alegria dos jovens que o mês de março transcorreu com encontros em diversas localidades do Brasil comemorativos do Dia 16 de Março. Nesta data, em 1958, foi realizada a cerimônia em que o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, confiou o futuro do kosen-rufu aos seus discípulos. E resultado dos encontros não podia ser outro senão uma grande vitória. Jovens de ação Na última Reunião Nacional de Líderes da BSGI, realizada em fevereiro, os coordenadores da Juventude Soka do Brasil, em comemoração dos 65 anos da histórica cerimônia do Dia 16 de Março, reconfirmaram o objetivo de 100 mil jovens engajados na propagação dos ideais humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin, iniciando com a concretização da participação de cinquenta jovens por distrito em suas atividades durante o mês de março. Na ocasião, Monique Tiezzi, coordenadora da Juventude Soka, ressaltou: “A essência do Budismo Nichiren é o nosso próprio comportamento como ser humano. Em nosso dia a dia, diante de nossos desafios, é exercitar esse humanismo. E o nosso maior desejo é conectar uma juventude consciente”. Ir ao encontro das pessoas, marcar uma caminhada no parque, realizar um luau ou um bate-papo para tomar café foram algumas das formas que os participantes encontraram para dialogar entre si. A seguir, Brasil Seikyo compartilha o “caminho” que os integrantes de duas dessas organizações, os Distritos Entre Vales e Canoas, no Rio Grande do Sul, trilharam para alcançar o triunfo neste significativo mês. Distrito Canoas A união entre as cinco divisões foi um fator decisivo para o sucesso dos encontros. Adilson Heck David, responsável pela Divisão dos Estudantes do distrito, compartilha algumas das ações empreendidas: Foco na decisão: “No início, meu objetivo era alcançar o máximo de jovens, pois, para ser bem sincero, não contava que chegaríamos aos cinquenta no distrito. Tínhamos muito trabalho a fazer. Mas mudamos esse foco.” Planejamento, oração e ação: “Nós nos reunimos com todos os líderes de bloco e acima. Durante o planejamento, foi sugerido que realizássemos uma atividade ao ar livre em um parque, aberto para a sociedade. Seria uma ótima oportunidade de apresentar o budismo e contar sobre a importância do Dia 16 de Março.” Incentivo encorajador: “Um dos incentivos do presidente Ikeda em que nos baseamos foi: ‘A oração é nossa ‘arma’ mais poderosa. Se recitarmos daimoku de todo o coração e continuarmos a empreender esforços para desafiar nossa situação, seguramente venceremos no final. Nosso objetivo é esta única palavra: vitória’.2” Estratégia: “Um dos fatores primordiais para alcançarmos nosso objetivo foi ampliar a abrangência da atividade e aprimorar a forma de entrar em contato com os participantes, pois há jovens que, a princípio, evitam receber uma visita. Mas, marcando um futebolzinho ou outra atividade social sempre dá certo. Há diversas formas de iniciar uma conversa e passar nosso recado.” Resultado: “A atividade foi um sucesso, podemos verificar isso por meio dos sorrisos estampados na face de cada participante. Fizemos exercícios, dançamos, aprendemos o significado do eterno 16 de Março. Membros das cinco divisões realizaram caminhada e corrida pelo parque, guiados por profissionais de educação física, com direito a medalha e a certificado. A união de todos foi fundamental para esta estrondosa vitória!” Distrito Entre Vales Em meio aos intensos preparativos para os encontros, o entrosamento dos membros do Distrito Entre Vales fez toda a diferença. Os líderes da Juventude Soka contam que, em fevereiro deste ano, foram comunicados pelos responsáveis pela RM que teriam a oportunidade de criar este movimento de cinquenta jovens por distrito, comemorativo dos 65 anos do Dia 16 de Março. No primeiro momento, contam que ficaram pensando em como realizar esse grande movimento. Afinal, faltavam menos de trinta dias para a data da atividade e o nervosismo surgiu junto com a sensação de carregarem uma grande responsabilidade. Mas, após um diálogo entre a liderança do distrito, as Divisões Sênior (DS) e Feminina (DF) manifestaram total apoio ao movimento e encorajaram os jovens a dar os próximos passos nessa luta. Iniciaram, então, um grande movimento de visitas na localidade, divulgando aos membros e convidados que seria uma “superatividade” ao ar livre para falar de budismo e de boas práticas sociais. Além de convidarem jovens de seu convívio, contaram com a participação de um grupo de taekwondo (luta marcial de origem coreana) com o qual um integrante da DS tinha contato. Eles conheceram a Soka Gakkai e participaram do encontro realizando uma demonstração da sua arte. Os jovens organizaram os detalhes e fizeram uma grande atividade, no dia 12 de março, em um parque da cidade de Novo Hamburgo, RS. Contam que foi tudo muito intenso e maravilhoso e a atividade foi coroada com a grande vitória de 51 participantes. Os líderes da Juventude Soka da localidade afirmam que este foi o primeiro passo e, ao longo do ano, muitas vitórias serão alcançadas. Distrito Entre Vales No topo: Distrito Canoas Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 43, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.726, 6 dez. 2003, p. A3. Fotos: Colaboração local
06/04/2023
Encontro com o Mestre
BS
Divisão Sênior, que define a vitória ou a derrota, comemora seu dia de fundação
Agora é o momento deos integrantes da Divisão Sênior, pilares de ouro, se levantarem.Mesmo que a idade avance,gostaria que desfrutassem esta existênciacom a disposição de um jovem de 25 anos!Jamais deixem seu coração envelhecer.Sem um ardente coração juvenil,não é possível vencer em nada.O ideograma so [de sonembu] possui o sentido de juvenil, cheio de vitalidade,forte, magnânimo, heroico.É por isso que um homem com alto astralé chamado soshi [jovem em seu apogeu],a idade do auge no trabalhoé denominada sosai [idade nobre], eo trabalho grandioso que exige coragemé designado sokyo [empreendimento ambicioso].O sonen [idade dos componentes da Divisão Sênior] é a idade em que sepossui vigor, coragem, força, capacidade e sabedoria,que essencialmente superam a dos jovens.A rica experiência e a convicçãodos membros da Divisão Sênior, ea ardente paixão e o poder de ação dos jovens.Quando essas qualidades se engajam com firmeza,as forças não se somam simplesmente,mas se multiplicam.Então, o vigor do kosen-rufuse intensifica de forma ainda mais acelerada, etorna-se o lance decisivo para a construção dasólida Soka Gakkai Jovem.O poder da voz dos companheiros da Divisão Sênior é imensurável.Por isso mesmo, jamais poupem a voz.Com o brado da justiça do heroico comandante Sokaao limite de sua voz e de sua força,transforma-se infalivelmenteo mundo real em terra do buda.No final, a vitória ou a derrota da Gakkai é definida pelos membros da Divisão Sênior.Quem demonstra a grandiosidade da Gakkaipara todos os lugares, relatando imponentementea retidão e a verdade da organização,são os integrantes da Divisão Sênior que personificam a essência darelação de mestre e discípulo por meio de resultados. Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de março de 2023.No topo: Ser vitorioso A névoa se levanta incessantemente. Ressoa um barulho estrondoso, tal como o grito de vitória de um vencedor. São as Cataratas do Niágara na fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. É uma das três maiores quedas d’água do mundo, ao lado das Cataratas do Iguaçu, na América do Sul, e de Vitória, na África. Foto registrada por Ikeda sensei em junho de 1981 durante a sua visita ao Canadá. “Como a catarata, impetuosa./ Como a catarata, incansável. (...)/ Como a catarata, imponente./Um homem deve ter a postura de um monarca!” — este é o poema Cataratas, composto por Ikeda sensei. É a canção favorita dos membros da Divisão Sênior, heróis da batalha histórica. Cinco [de março] é o dia da fundação da Divisão Sênior. Os pilares de ouro da Soka Gakkai se levantam bravamente com decisão final de conquistar a próspera vitória do grande castelo do povo.
06/04/2023
Encontro com o Mestre
BS
Argentina - “O ritmo do dinâmico avanço que expande a amizade”
Desta vez, publicaremos a parte “Argentina — O Ritmo do Dinâmico Avanço que Expande a Amizade”, extraída do volume 6, da coletânea de ensaios de mesmo nome da série, lançada pela editora Ushio. A Argentina, localizada exatamente no lado oposto do Japão, atraiu muitos imigrantes do mundo inteiro e se desenvolveu por meio da fusão das mais diversas culturas. Vamos aprender com o espírito de harmonia que pulsa neste país e nos inspirar para construir um mundo de coexistência pacífica no local da nossa missão. Ó minha cidade! Que triunfe gloriosa! Tanto você como eu, ergamo-nos resolutos, como protagonistas da história O coração possui asas São asas maravilhosas, capazes de nos transportar em instantes para junto dos nossos amigos, por mais distantes que eles estejam. Neste planeta redondo chamado Terra, o Japão, na Ásia Oriental, e a Argentina, na América do Sul, se encontram exatamente em lados opostos. E, apesar de toda essa distância, nossos amigos da Argentina compartilham dessas asas da amizade que nos permitem nos conectar a qualquer momento por meio do coração. Desde o século 16, quando os espanhóis começaram a se estabelecer na Argentina, muitos outros imigrantes do mundo, inclusive dos países europeus, foram atraídos a se mudar para lá. Além disso, é um país em que houve uma dinâmica fusão das mais diversas culturas. O território argentino, que se estende por mais de 3 mil quilômetros de norte a sul, possui selvas subtropicais ao norte; uma magnífica natureza na Patagônia ao sul; um mundo de gelo e de neve voltado para a Antártida; pradarias férteis de clima temperado (pampas) ao leste; e, a oeste, tem os altos picos da Cordilheira dos Andes. Em um único país se concentra a rica diversidade em que as quatro estações se entrelaçam ao mesmo tempo. Na Argentina, onde a natureza, as pessoas e a cultura são diversas e vívidas, e passaram por muitas provações ao longo da história, veio sendo cultivada a sabedoria para aproveitar ao máximo as diferenças uns dos outros e criar a harmonia. Em outras palavras, é a sabedoria dos cidadãos globais que se ergueram na sua mãe terra da vida que têm em comum. Passo a passo,sem afobação [Nota do Editor: Falando a respeito da árdua luta dos companheiros que partiram para a Argentina, Ikeda sensei se recorda das lembranças de sua primeira visita ao país.] O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre a Argentina e o Japão foi estabelecido em 1898. Desde essa ocasião, muitos japoneses imigraram para a Argentina, tornando-se pontes que ligam os dois países mais distantes do globo. Meus amigos também cruzaram o oceano até a Argentina e se lançaram ao desafio de abrir um novo caminho munidos de um espírito indomável. Cada um deles enfrentou dificuldades no trabalho, fez amigos, uniu forças e foi conquistando a confiança da sociedade. Na Argentina, houve um período bastante conturbado também em que dezenas de milhares de pessoas foram mortas ou desapareceram sob a tirania do governo militar. No entanto, nossos amigos argentinos, que compartilham da mesma aspiração pela paz, conseguiram superar essa circunstância e continuaram a semear as sementes de esperança no grande solo do coração de todos, com o desejo de que as flores da paz e da felicidade desabrochassem. Eu estava decidido: “Por mais modesto que possa parecer, vou me encontrar com cada pessoa e construir passo a passo o caminho, sem afobação”. Esses elos do humanismo agora se tornaram uma grande rede de união de centenas de milhares de pessoas. Foi no ano 1993 que concretizei meu desejo de visitar a Argentina pela primeira vez. O Festival Cultural dos Jovens do Mundo pela Paz, que meus amigos promoveram no Teatro Coliseo com o tema “Uma Canção de Esperança na Terra da Comunhão dos Povos”, foi um extraordinário espetáculo de arte popular. As magníficas apresentações musicais e de dança que honram a Argentina e toda a América Latina foram realmente maravilhosas. As vozes dos jovens, que cantavam Encontrei o Sol dentro do Meu Coração, determinados a vencer na vida e comprometidos a contribuir para o bem da sociedade como bons cidadãos e argentinos, ecoam ainda em meu coração. Durante a minha visita à Argentina, conversei com meus amigos radiantes como o sol e falamos sobre a construção do “mais belo mundo de coexistência humana do planeta”. Transformando angústias em força de esperança [Nota do Editor: Com base no diálogo que teve com o Dr. Pérez Esquivel, o presidente Ikeda escreve sobre a grandiosidade das mulheres que iluminam radiantemente a localidade.] A Praça de Maio está localizada na região central da elegante paisagem urbana de Buenos Aires, também conhecida como “Paris da América do Sul”. Essa praça foi palco da “Revolução de Maio”, ocorrida em 1810, que se tornou o primeiro passo rumo à independência do país da dominação espanhola. Na segunda metade do século 20, as mulheres que tiveram seus familiares, como maridos e filhos, arrebatados pelo governo militarista, realizaram ali seus protestos desesperados pela não violência. O Dr. Pérez Esquivel é um guerreiro dos direitos humanos que pôs a própria vida em risco para lutar ao lado dessas “Mães da Praça de Maio”. O Dr. Esquivel e eu tivemos várias conversas e publicamos a coletânea de diálogos intitulada O Poder da Esperança (Jinken no Seiki e no Messeji, em japonês). Em meio ao nosso diálogo, ele enfatizou: “As mulheres são os seres que dão a vida, trazem a esperança, e enriquecem a vida e a existência das pessoas”. Mulheres argentinas, que minha esposa conhece muito bem, também enfrentaram diversos problemas, como doenças, questões no trabalho, nas finanças domésticas, na família, mas elas continuaram a avançar transformando tudo em energia que faz arder a chama da revolução humana. E compartilhando a sabedoria mutuamente, elas vieram desafiando, inclusive, os assuntos da comunidade local e foram superando, uma a uma, todas as adversidades. De fato, quando as mulheres brilham com força e sensatez, a sociedade também prospera e resplandece. E a geração seguinte de jovens sucessoras que vieram observando essas mulheres, hoje, viajam centenas ou até milhares de quilômetros pelo extenso solo argentino, seja de ônibus, seja de avião, para levar incentivos com o espírito de prezar mesmo uma única pessoa. Além disso, os filhos dos imigrantes japoneses, que passaram por uma série de dificuldades, também se desenvolveram de maneira admirável. Aquilo que é mais importante [Nota do Editor: Na conclusão, Ikeda sensei relembra os momentos em que interagiu com as crianças da Argentina, e ressalta a importância de uma vida que preza a amizade.] Certa ocasião, recebi muitas perguntas elaboradas por encantadoras crianças argentinas do quarto ano do ensino fundamental, e eu lhes enviei as respostas com muita alegria dedicando todo o meu coração. Diante da pergunta “O que é mais importante para o senhor?”, respondi: “A amizade”. E acrescentei: A amizade é um tesouro. A amizade é sinônimo de felicidade. A amizade é a coroa de glória da vida. A medida do quanto ampliou a amizade, do quanto aprofundou a amizade, será a extensão e a profundidade de sua vida. A amizade duplica nossas alegrias e reduz nossa tristeza pela metade. Por isso, quero dizer do fundo do coração a vocês: “Prezem a amizade”. Os jovens amigos também continuam empenhando dedicados esforços para se tornar o “farol” que ilumina seu local de missão e sua comunidade. O mundo observa o aspecto dos amigos da Argentina, os quais almejam os picos mais elevados, como o Monte Aconcágua, com um ímpeto tão vigoroso quanto as Cataratas do Iguaçu, imbuídos de ardente paixão tal como a flor do Ceibo — para vencer na vida e na sociedade. Ó você, com sorriso no rosto, paz é o diálogo da esperança que elimina as barreiras do coração. Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 12 de janeiro de 2023. Fotos tiradas pelo presidente Ikeda: a arquitetura de estilo europeu está harmoniosamente inserida na paisagem de Buenos Aires, capital cultural de destaque na América do Sul (fev. 1993) Fotos tiradas pelo presidente Ikeda:, um belo jardim geométrico em Buenos Aires. O gramado, que brilha ainda mais sob a luz do sol, o terraço branco e o verde intenso das árvores criam um contraste refrescante e acolhedor para as pessoas (fev. 1993) No topo: Ikeda sensei interage alegremente com crianças argentinas (Buenos Aires, fev. 1993) Fotos: Seikyo Press
06/04/2023
RDez no BS
BS
Vamos criar um arco-íris de vitórias que se estende até o futuro!
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro À medida que entramos na estação chuvosa no Japão,1 oro para que vocês continuem tomando o máximo de cuidado com a saúde. Alguns podem não apreciar muito esse clima. Eu costumava entregar jornais quando era jovem e também achava os dias chuvosos desafiadores. A chuva, no entanto, é bem-vinda para as colheitas, para as plantas e para os arcos-íris que, às vezes, aparecem como um presente dos céus. O coração daqueles que são imbatíveis diante da chuva transborda de alegria! Os dias, na juventude, podem parecer assim. Pode haver momentos em que vocês são atingidos por uma forte tempestade de problemas e preocupações. Podem sentir que não conseguem continuar e até pensar em desistir. Entretanto, ao recitarem Nam-myoho-renge-kyo, o sol da coragem nascerá no céu do seu coração. O budismo ensina que “a mente é como um pintor habilidoso”.2 Com um espírito invencível, vocês podem pintar um magnífico arco-íris de esperança! Quanto mais difíceis os tempos, mais prontos nós precisamos estar para desafiá-los com uma atitude positiva. Por favor, iluminem o coração de seus familiares e amigos com seu sorriso radiante. Vamos criar um arco-íris de vitórias que se estende até o futuro! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de junho de 2020 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. No Japão, a estação chuvosa ocorre do fim de maio ao fim de julho. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 466, 2017. Confira alguns spoilers da edição de abril Se é da DE, tem que vencer! Mas como? Descubra na Matéria do Mês como triunfar em tudo como Sucessor Ikeda 2030. Teste seu conhecimento sobre o dia 28 de abril de 1253 no vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show. No DIY Dez, aprenda a preparar um doce fácil e delicioso para comemorar o aniversário da Divisão dos Estudantes. Esses e outros conteúdos da edição de abril estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
06/04/2023
Conheça o Budismo
BS
Crie uma onda de felicidade
Dentre as grandes realizações do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, uma das principais foi sua luta para expor os ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin de forma compreensível, atual e aplicável à realidade diária das pessoas, possibilitando sua ampla propagação. Enquanto permanecia na prisão por defender a liberdade religiosa, ele chegou à conclusão de que “Buda” significa a própria vida. A partir dessa visão iluminada, propagou o Budismo Nichiren para as pessoas sofridas do pós-guerra no Japão, encorajando-as a manifestar esperança e sabedoria para ultrapassar as adversidades e cultivar uma vida feliz. Nesse contexto, Toda sensei passou a empregar o termo “revolução humana” para representar a consecução do estado de buda na presente existência, diferentemente de outras correntes religiosas que defendiam que essa condição só poderia ser atingida após a morte. Revolução humana significa realizar uma profunda mudança interior por meio de um processo de aprimoramento pessoal constante com base na prática budista. O crescimento e amadurecimento são fenômenos gradativos e naturais na vida de uma pessoa. Por outro lado, a revolução humana ocorre quando ela promove o autoaprimoramento, embarcando numa mudança para melhor, que não só beneficia a si própria, como passa a influenciar positivamente as pessoas ao redor e toda a sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, esclarece: Existe todo tipo de revolução: política, econômica, industrial, científica, artística, dos meios de comunicação, entre outras. Cada uma possui sua própria importância e, frequentemente, sua necessidade. Mas, por mais que uma dessas áreas mude, o mundo jamais irá melhorar enquanto as pessoas — que são a força propulsora de todos os empreendimentos — forem egoístas ou insensíveis. Nesse sentido, a revolução humana é a mais fundamental de todas as revoluções, e também a mais necessária para toda a humanidade. (...)1 Os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, inspiram-se nesse princípio fundamental da Soka Gakkai, conforme expressa a célebre frase: “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.2 Ikeda sensei comenta sobre o significado dessa passagem: Uma modificação em nossa atitude ou determinação causa, primeiro, uma mudança em nossa própria vida. Produz impacto positivo sobre nossa saúde e vigor e nos permite evidenciar ilimitada sabedoria. Aqueles que transformam a vida desta maneira guiam os outros em direção à felicidade. Também mudam a sociedade e o ambiente natural, convertendo o mundo num reino de paz e abundância.3 Indicadores da revolução humana Uma passagem da Nova Revolução Humana4 narra o momento em que Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda no romance), em uma atividade realizada no Estados Unidos em 1974, sugere aos participantes indicadores concretos para mensurar o progresso na realização da revolução humana e comenta sobre cada um deles. 1. Saúde: “O mais importante é nossa sincera oração budista para sermos saudáveis e sintonizarmos nossa vida ao ritmo fundamental do universo na dimensão mais profunda. Sem tal profundidade em nossa oração, e um estilo de vida equilibrado, não podemos afirmar que estamos praticando genuinamente o Budismo Nichiren.” 2. Espírito jovem: “Manter um espírito jovem por toda a vida é prova de nossa revolução humana. Contanto que continuemos praticando com energia e nos esforcemos para nos aprimorar e nos desenvolver, jamais perderemos o espírito jovem.” 3. Boa sorte: “Todas as vitórias que alcançamos por meio da oração sincera e dos esforços diligentes em prol do kosen-rufu retornam para nós em forma de benefícios e boa sorte, que adornam nossa vida e a vida de nossos entes queridos. Em nossa sociedade turbulenta, é essa boa sorte que nos protege e nos permite experimentar uma realização verdadeira.” 4. Sabedoria: “Para nos aprimorarmos e nos desenvolvermos como líderes que possam atuar efetivamente na sociedade, precisamos cultivar nosso intelecto. Não sermos capazes de fazê-lo acarreta nossa derrota.” 5. Paixão: “O legítimo praticante do Budismo Nichiren possui o desejo ardente de realizar o kosen-rufu, e sua vida brilha. Não seria exagero dizer que, por mais inteligentes que possamos ser, se perdermos nossa paixão e nosso entusiasmo, seremos apenas um pouco melhor que um morto-vivo. Paixão também é um requisito para a felicidade. Na maioria das vezes, nossa felicidade se resume ao fato de conseguirmos, ou não, ter paixão por aquilo que faz parte da nossa vida.” 6. Convicção: “Revolução humana significa tornar-se uma pessoa que irradia o brilho da forte convicção. Sem uma filosofia sólida, sem convicção, somos iguais a um navio sem bússola, perdemos o rumo na vida e corremos o risco de naufragar quando os ventos da adversidade soprarem.” 7. Vitória: “O budismo consiste em vencer. É por meio da obtenção de vitórias seguidas de vitórias que realizamos nossa revolução humana. Uma vida de vitórias é uma vida de revolução humana. Nossa vida e o kosen-rufu são uma batalha. Quando triunfamos nessa luta, conseguimos demonstrar a veracidade e retidão de nossa causa.” Nessa atividade, Ikeda sensei também declara: Em última análise, revolução humana significa despertar para nossa missão como bodisatvas da terra e nos empenharmos com alegria e coragem na luta para a concretização do kosen-rufu. Aqueles que praticam o correto ensinamento do budismo e se dedicam a prestar contribuições positivas à sociedade e ao bem-estar do próximo são dignos de genuíno respeito e admiração. Fama e riqueza não têm relação alguma com isso. Pessoas assim manifestam o estado de vida de um bodisatva. A Soka Gakkai é uma organização que estende a mão para os que estão sofrendo e possibilita que revitalizem a vida deles. E seus sucessivos presidentes devotaram a vida a essa causa.5 Fonte: Terceira Civilização, ed. 517, set. 2011, p. 15. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 191-194, 2019. 2. IKEDA, Daisaku. Prefácio. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 19, 2022. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.270, 4 abr. 2015, p. B2. 4. IKEDA, Daisaku. Luz do Sol. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 19, p. 173-175, 2019. 5. Ibidem. Foto: GETTYIMAGES
06/04/2023
Relato
BS
“Temos a melhor família do mundo”
Engana-se quem pensa que as questões e dificuldades vivenciadas no lar passam despercebidas pelos filhos. A estratégia para vencer os desafios de vida que acompanham a família de Marvin e de Ulisses tinha tudo para não acabar bem. Fora a situação financeira, a distância provocada pela necessidade de buscar novas frentes de trabalho e a Covid-19, que afetou em cheio os pais dos garotos, são alguns episódios lembrados de um passado não tão distante. “A gente sabia que não podia desistir, algo lá dentro do coração dizia isso.” Essa maturidade, visão de futuro de valor que aprendeu ainda na barriga da mãe, retira Marvin e Ulisses da lista de jovens que perderam, ou ainda não encontraram, o verdadeiro sentido de vida. Crescendo nos jardins Soka desde pequenos, a experiência de vida dos dois jovens abre o mês comemorativo do Dia dos Estudantes (DE) da BSGI. Eles relatam como a atuação nas atividades Soka e o companheirismo sempre presente se tornaram a fortaleza nos momentos em que a coragem para sonhar com o futuro se fez tão necessária. “Que bom que minha mãe encontrou o budismo, senão não sei o que teria acontecido com a gente”, arremata Ulisses, da DE-Esperança. Conheça agora como a família chegou até aqui. A mãe dos meninos, Marilucia Santos, conheceu o Budismo Nichiren em 2000, por intermédio de um amigo americano que estava de férias em Salvador, BA, onde ela residia. Vivia um momento delicado, em meio a questões profissionais e à falta de expectativas. Meses depois, ao trancar o curso e sair do trabalho, mudou-se para Brasília, capital federal, e tomou a decisão que transformaria sua vida. Em 2002, recebe o Gohonzon (objeto de devoção dos budistas). Começa a praticar assiduamente, desafiando-se muitas vezes a ter de atravessar três ou quatro das cidades satélites para participar da reunião mais próxima. “Às vezes, chegava ao fim das atividades”, relembra. Um esforço que se consolida em resultados. Ela se engaja no movimento Soka de inspirar outras pessoas a buscar coragem e força para as questões da vida. Casa-se com José Nilson, na época não praticante. A prática da fé de Marilucia precisa ser feita em dobro, pois o primeiro filho está a caminho. “Passávamos por grandes dificuldades, mas nunca deixei de orar para transformar toda aquela condição. Agora seria mãe, mais um motivo”, assinala Marilucia. Marvin nasceu, mas por pouco não chega ao primeiro ano de vida. Aos 7 meses, foi acometido de uma doença, que fez inchar seu baço e fígado. Foram dez dias hospitalizado. Com firme daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo), não há chance para o desespero. “Ele será um grande valor no futuro”, determina a poderosa oração de uma mãe convicta. Marvin sobrevive. Vem o segundo filho, Ulisses, em 2010. Juntos, mãe e filhos não perdiam uma oportunidade de atuar nas atividades Soka. Rumo à Bahia A mudança de Brasília, DF, para Vitória da Conquista, BA, ocorre em 2014. Período bem desafiador. Ela recorda: “Parei meus estudos, trabalho, deixei minha comunidade, escola das crianças. Começamos do zero, com muitas dificuldades. Estava depressiva, sem dormir, e sem contato com os budistas. Como o companheirismo Soka faz toda a diferença em nossa vida!”, arremata. Nos momentos de solidão, recorria à leitura das escrituras de Nichiren Daishonin e aos incentivos de Ikeda sensei. Seu maior sonho era poder encontrar os companheiros Soka, pois seus filhos, Marvin, 8 anos na ocasião, e Ulisses, de 3, se sentiam como peixes fora d’água. Meses depois recebem uma afetuosa visita. “Agora sim, de volta ao mundo Soka”, relembra. Foi um divisor de águas na decisão dela de se reerguer diante das severas condições que viviam. Desemprego, desarmonia e necessidade até de alimento para os filhos. Com incentivo para fortalecer o coração e com a oração destemida, a mãe e os garotos encontram estímulo para a transformação. Marilucia consegue um trabalho na área da educação. Os jovens atuam livremente nas atividades, fortalecendo o caráter e nutrindo sonhos vibrantes. Faltava algo. O pai voltou para Brasília, pois estava desempregado. Logo ocorreu a pandemia, mais um obstáculo a vencer. A Covid-19 atinge pai e mãe. A distância se torna dor no coração de todos. Mas não há desespero no mundo da prática da fé. Estão ali os sucessores Ikeda, Marvin e Ulisses, que oferecem a voz, a oração e o apoio aos pais. O primogênito assume Marvin credita o fato de ser fukushi (nascido num lar budista) a força de pensamento e o desejo que alimentou em ter uma família unida e feliz. Ele comenta: “Um momento que despertei para isso foi quando meu pai viajou pela primeira vez em busca de trabalho. Eu tinha 13 anos na época. Depois, em 2021, ainda em Brasília, meu pai foi contaminado pela Covid-19 e, ao mesmo tempo, minha mãe em casa também”. O jovem relembra que, junto com o irmão, fazia daimoku enquanto a mãe estava isolada no quarto. “Mas, graças ao apoio dos companheiros da comunidade e dos vizinhos, conseguimos superar essa adversidade e recuperamos a saúde.” E a partir desse momento, cravou no coração a frase “não existe oração sem resposta”. O mais novo segue confiante Ulisses também se recorda desses anos de pandemia, junto com o irmão. Sabia que a mãe sempre os ensinou a ser fortes, então se empenhava em tudo, na escola e nas atividades. Não queria dar tristeza para ela. No íntimo, ambos cresceram ouvindo o lema eterno da Divisão dos Estudantes que direciona: “Em primeiro lugar, vamos nos dedicar aos estudos, cuidar da saúde e zelar pelos pais”. “Desde cedo, o budismo sempre esteve presente em minha vida. Adoro ir às reuniões e participar de tudo”, diz o animado Ulisses. Durante o período de pandemia, em que as atividades eram apenas on-line, ele não se intimidou e alegrou a todos com uma divertida performance imitando o Visconde de Sabugosa, junto com uma estudante da localidade vizinha. “Ulisses é um estudante com uma alegria contagiante. Ele se destaca na Academia Magia da Leitura com maravilhosas interpretações de texto, sempre deixando todos admirados com as reflexões que ele tem, mesmo com a pouca idade. Se o convido para participar como apresentador de alguma atividade, ele já diz Hai! (“Sim!”, em português) sem eu ao menos concluir a frase, rs.” A manifestação é da responsável pela Divisão dos Estudantes da RM Sudoeste Baiano, Flávia Pereira de Sousa Sena. Sempre juntos, Marvin e Ulisses são presença constante nas reuniões da Comunidade Vitória da Conquista, onde a mãe atua como vice-responsável pela Divisão Feminina (DF). São também vistos em várias outras programações, estimados pelo espírito de procura e sinceridade nas atitudes. No caso de Marvin, a responsável pela DE, Flávia, reforça que ele é um menino muito dedicado e um grande irmão para Ulisses. É tímido, mas, nas reuniões da DE, não deixa a timidez tomar conta, sendo comunicativo durante o diálogo, dando contribuições e enriquecendo a atividade com um incentivo do sensei que ele sempre traz para compartilhar. Então, eles querem contar sobre o enorme benefício da família dos últimos anos. Todos juntos, agora sim! O daimoku dedicado à saúde dos pais, que, mesmo separados fisicamente, sempre se mantiveram unidos, surte a comprovação. Ambos se restabelecem. O pai volta para a casa. E o mais especial para a mãe e os dois garotos foi ver o pai começar a recitar o daimoku junto com eles. Passaram a virada do ano 2022 assistindo à atividade programada pela BSGI. Que alegria para todos! Marvin e Ulisses sabem que a vitória é certa, e lançam planos, sem medo do futuro! São herdeiros da esperança. Marvin daqui a pouco completa 18 anos, um herdeiro que passará para a Juventude Soka com todo o seu espírito e vigor em prática. Formou-se no ensino médio, alegria geral. Atuou como secretário da DE-Futuro em 2021 e 2022, e contribuiu com sugestões para a RDez. “Quantas vezes ele agradeceu por essa oportunidade e sua felicidade em fazer parte desse movimento”, confirma Flávia, líder da DE. Enquanto se prepara para a universidade, o jovem apoia o pai no ramo da construção civil. E o futuro? Ele é enfático: “Tenho um grande sonho de ir ao Japão conhecer pessoalmente Ikeda sensei até 2030 e visitar a Universidade Soka”. Ulisses tem 13 anos, cursa o oitavo ano do ensino fundamental 2. “Quero com muito estudo finalizar o fundamental 2 e fazer minha faculdade. Minha mãe sempre fala para eu me esforçar, assim ajudarei a sociedade e os companheiros aqui da comunidade.” E um sonho, Ulisses? “Quero conhecer outros países, e já vou estudar o inglês, mesmo não gostando”, confessa. “Vou me esforçar”, decide sorrindo, pois sabe que precisará do novo idioma. Marilucia, a mãe que conseguiu trazer todos até esse momento tão objetivado, revela: “Tenho ainda muitos desafios neste momento para enfrentar, inclusive por meus pais estarem doentes. Mas tenho plena convicção da vitória”, determina. No coração traz um precioso incentivo: “Se não fosse pelo fluxo dos rios, não existiria mar. Da mesma forma, sem as adversidades, não existiria o devoto do Sutra do Lótus”.1 A família segue unida, mais que nunca. José Nilson enfatiza: “Minha sincera gratidão por fazer parte da Soka Gakkai”. Assim, no mês em que a Divisão dos Estudantes celebra sua fundação, novas e vibrantes histórias surgem em todos os recantos do país. Os herdeiros do futuro estão com a palavra! Marvin Nilson Santos, 17 anos. Estudante e futuro universitário. Membro da DE-Herdeiro. Ulisses dos Santos, 13 anos. Estudante. Membro da DE-Esperança. Integram a Comunidade e o Distrito Vitória da Conquista, RM Sudoeste Baiano, Sub. Bahia, CRE Leste, CGRE. Após atividade de Ano-Novo transmitida pela BSGI Vitória da formatura de Marvin no colégio militar Após a reunião da comunidade em março Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 33, 2020. Fotos: Arquivo pessoal
06/04/2023
Notícias
BS
Fortaleza de companheirismo
No famoso bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, uma organização de base da BSGI vem colhendo frutos da dedicação de seus líderes e membros, unidos num só coração. “Nunca desistimos de ninguém”, enfatiza Gloria Habib Keldani Quintão, conselheira da Comunidade Forte de Copacabana. Essa disposição se reflete na fortaleza de companheirismo que as lideranças locais edificam a cada dia, buscando sentir o coração do outro, orando para sua felicidade. Vêm desde a pandemia os encontros de recitação do Nam-myoho-renge-kyo, atividade on-line ainda é realizada aos domingos, semanalmente. “Sentimos que a oração em conjunto, apoiando aqueles que passavam por adversidades e desânimo, surtiu resultado na vida de todos”, esclarece a responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade, Teresa Costa Paiva. Antes de relatar mais sobre o dia a dia dessa organização de base, fomos buscar o significado do nome. Vamos lá! Historicamente, o nome da comunidade originou-se do Forte de Copacabana, localizado na ponta de Copacabana (Posto 6) ao final da praia e bairro de mesmo nome. Denominado Museu Histórico do Exército/Forte de Copacabana (MHEx/FC), é um dos pontos visitados por turistas. Bases sólidas A história da comunidade, no entanto, ganha contornos mais profundos. Trazemos aqui. Orar sem duvidar é um dos aprendizados que a Sra. Gloria, ou melhor, Glorinha, como é chamada, teve com a veterana Magdalena Nader Landi, conhecida pela luta e dedicação abnegada em inspirar outras pessoas a ser felizes por meio da prática da fé, que chamamos de shakubuku. Foi assim que há 38 anos as bases da comunidade se formaram. Apresentada ao budismo por essa veterana, Glorinha entendeu que “Não importando o sofrimento que eu estava passando, deveria apoiar outras pessoas, ensinando-as a transformar o sofrimento em alegria, recitando Nam-myoho-renge-kyo. Comecei e daí não parei mais”. A organização se expandiu, começando como bloco, tornando-se comunidade e, depois, o Distrito Posto 6, da RM Copacabana. Atualmente, a Comunidade Forte de Copacabana conta com dois blocos: um de nome idêntico ao da comunidade e, outro, o Bloco Tonelero. Driblando as múltiplas agendas de trabalho e de estudo, todos se esforçam para se envolver e atuar nos encontros. A alegria maior foi constatar na reunião de março do Bloco Forte de Copacabana a presença de alguns membros que vinham sendo muito aguardados. A matéria da reunião produzida pela líder da DF de bloco, Valéria Silveira, trouxe para o diálogo a força da empatia, tendo como pano de fundo o estudo sobre o bodisatva Jamais Desprezar. “Ficamos muito felizes, momento especial de carinho, amizade e a certeza do caminho correto a seguir”, ressalta Valéria. Para a vice-responsável pela DF de comunidade, Rosa Maria Bogéa, “Com a sincera recitação do Nam-myoho-renge-kyo no nosso dia a dia e a decisão de vencermos, estamos convictos de que obteremos triunfos na nossa vida e na comunidade. E Glorinha arremata: “Quem está dentro da Gakkai se fortalece”. No Bloco Tonelero, outro bom resultado, com sala repleta de olhares e corações ávidos de incentivo. Aqui tem a jovem Virginia Nunez, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ). Ela relata que, em sua maioria, as participantes são da Divisão Feminina, dedicadas e carinhosas. Virginia se dispõe a oferecer o seu melhor nas programações. “Busco trazer um olhar atual para as reuniões para que possamos aprender umas com as outras com experiências de diferentes gerações. Meu objetivo é trazer para os estudos exemplos do que vivemos hoje, de como podemos aplicar o budismo no dia a dia.” A jovem reforça: “A atuação na comunidade me lançou para longe da minha zona de conforto, no início como shikai (apresentadora), depois como líder de bloco explanando as matérias. Nossa, como eu ficava nervosa! Foi por meio da prática budista que eu pude me desenvolver nessa parte de me apresentar para o público, o que foi muito bom na minha vida pessoal, no trabalho também”. As lideranças da Comunidade Forte de Copacabana avançam na solidificação de suas bases. Celebram os encontros de diálogo humanístico realizados nos dois blocos, as comprovações que chegam de membros que estão superando a doença, o desemprego, a depressão, por meio do daimoku resoluto. Em especial, a presença constante de convidados e simpatizantes. A meta é expandir cada vez mais os laços de companheirismo entre todos. “E um após outro, comprovar a força da prática da fé na vida, construindo a fortaleza do coração”, determinam. Aspecto vibrante dos integrantes dos Blocos Forte de Copacabana e Tonelero, que avançam em perfeita união Fotos: Colaboração local
06/04/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Dialogar é um ato de amar
Preciosos pais e integrantes do Grupo Coração do Rei Leão, Agradecemos, em primeiro lugar, sinceramente aos senhores pelo apoio no movimento com os Sucessores Ikeda 2030. Especialmente neste mês de abril, em que se comemoram os 32 anos da Divisão dos Estudantes, gostaríamos de abordar nesta matéria um assunto importante para tratar com os filhos e os Sucessores Ikeda: a educação. Na infância de gerações anteriores, há duas ou três décadas, muitos pais e professores impunham respeito por meio de castigos. É lógico que as situações variavam para cada família ou escola, mas vários adultos educavam com métodos unilaterais e impositivos. Notadamente era um expediente utilizado por diversas pessoas. Concluindo, os pais falavam e os filhos obedeciam. Os professores mandavam e os alunos faziam. Percebemos que, hoje em dia, não podemos mais usar essa metodologia de mão única porque ela somente distancia os pais dos filhos. E pior, leva-os a procurar pessoas que podem ser nocivas a eles. Mesmo diante dessa mudança radical, acreditamos que um ponto fundamental deve ser mantido: o educar. O que cria valor humano é a educação. Independentemente da forma como as relações humanas se estabelecem a cada geração, sua essência sempre deverá ser o respeito à dignidade da vida. Por isso, acreditamos que o mais importante é criarmos uma relação saudável com os filhos, que seja sustentada pela confiança, pelo respeito e pelo amor benevolente. Assim, na condição de adultos, devemos nos preocupar em entender o pensamento desta geração e não esperar somente que ela entenda a nossa realidade. Contudo, a convicção que nos possibilita superar quaisquer adversidades para educar corretamente os filhos é aquela baseada numa correta filosofia de vida. Em nosso caso, não há melhor forma de transmitir a dignidade da vida do que por meio do espírito de mestre e discípulo, ensinando sobre a vida e a grandiosidade do presidente Ikeda. Esse ponto tão vital para o kosen-rufu somente se concretizará com nosso próprio sucesso nessa tarefa. Certa ocasião, o presidente Ikeda orientou: Se o kosen-rufu não fluir eternamente de pais para filhos e destes para os netos como se fosse um grande rio, não será nada mais que um sonho irreal e vazio. Cada criança é o tesouro da família, da sociedade e do mundo — um insubstituível tesouro do futuro, da humanidade e um insubstituível tesouro Soka. Por isso é tão importante transmitir com toda a seriedade aos jovens o verdadeiro espírito da Soka Gakkai. Essa é nossa responsabilidade para com o futuro.1 Com base nessa orientação do presidente Ikeda, vamos sempre nos lembrar de que cada precioso Sucessor Ikeda 2030 é um tesouro do mundo, e, junto com cada um deles, vamos comemorar estes 32 anos da Divisão dos Estudantes com toda a alegria! Um grande e carinhoso abraço! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Centro-Sul Fluminense Sugestões de leitura No Encontro com o Mestre, do Brasil Seikyo (ed. 2.307, 23 jan. 2016), Ikeda sensei orienta sobre seis pontos para a criação e a educação dos filhos. O livro Famílias Felizes, Crianças Felizes apresenta uma seleção de frases e ensaios do presidente Ikeda com orientações sobre a criação de filhos e o relacionamento familiar. Em um dos tópicos, ele afirma: Mãe perfeita ou pai perfeito não existe. Pontos fortes e pontos fracos fazem parte da natureza humana, e isso tranquiliza os filhos. Dizem que os filhos se sentem mais confortáveis em dialogar com pais que admitem as próprias falhas do que com os que se gabam [de suas virtudes]. É importante se esforçar para se tornar um pai ou uma mãe que age com sabedoria. Por outro lado, se o esforço se concentrar apenas em se encaixar perfeitamente na imagem de “bom pai” ou “boa mãe”, isso causará sofrimento aos filhos. Seja uma pessoa verdadeira consigo.2 Leia a resenha completa dessa obra na ed. 2.631, 25 mar. 2023, p. 15. Notas: 1. RDez, ed. 59, nov. 2006, p. 18. 2. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 21, 2023. Foto: GETTY IMAGES
06/04/2023
Matéria da Divisão Sênior
BS
Por que devemos cuidar da saúde?
Convidamos os amigos e as amigas para refletirmos juntos sobre a nossa saúde e sobre como podemos conduzir nossa vida com disposição e alegria, enfrentando todos os desafios para sermos absolutamente felizes. Vem com a gente! Primeiro, vamos fazer uma reflexão acerca de algumas informações. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a expectativa de vida da população feminina era de 80,5 anos, e da população masculina, de 73,6 anos. Conforme estudo da Sociedade Brasileira de Urologia de 2015, mais da metade da população masculina brasileira não realiza consulta com um urologista ou cardiologista regularmente; também não buscam com frequência auxílio psicológico.1 A partir desses dados, a resposta para o título desta matéria que parecia ser relativamente simples, na realidade, requer compreensão, determinação e atitude. Isso porque ainda existem muitas pessoas que não buscam o devido tratamento ou ações preventivas para as mais diversas enfermidades. A falta de informação e o preconceito acerca do que envolve a saúde física e mental também colaboram para esse resultado. Vamos pegar como exemplo as doenças que afetam a saúde mental, que nos dias de hoje geram debate e muita preocupação. Em 2018, a Organização Mundial da Saúde anunciou que em 2020 a depressão seria a primeira causa de adoecimento e de afastamento do trabalho, mais que as doenças cardiovasculares. Na verdade, o prognóstico foi antecipado para aquele mesmo ano. Segundo a psiquiatra Giuliana Cividanes, da Universidade Federal de São Paulo, a razão é simples: “Muitos permanecem sem diagnóstico, com culpa ou medo do estigma, e pior, sob risco de suicídio”.2 Em contrapartida, de acordo com estudos da Universidade de Exeter, na Inglaterra, “o trabalho voluntário melhora a saúde mental, reduz a depressão e confere bem-estar”.3 O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: A vida é longa, por isso não há motivos para se apressar. Aqueles que passam por esses problemas psicológicos devem buscar ajuda profissional e receber o devido tratamento sem se preocupar com o tempo. A situação de cada um é diferente. Não existe uma prescrição ou remédio universal que vai curá-los. No entanto, há um ponto que quero deixar claro e enfatizar: vocês, que vivem em prol da Lei Mística, estão destinados a ser felizes! (...) Quanto mais uma pessoa sofre, mais grandiosa ela se torna. Por terem vivenciado as mais severas adversidades, essas pessoas ajudam os que sofrem. Elas possuem extraordinária missão e, por esse ser o ensinamento do Budismo Nichiren, sua vida representa o comportamento de um bodisatva.4 Do ponto de vista do budismo, podemos dizer que a questão da saúde está diretamente ligada ao nosso carma, a maneira como enxergamos a vida, como nos relacionamos com as pessoas e o meio em que convivemos. Tudo o que acontece pode refletir em nossa saúde, seja ela física, seja mental, positiva ou negativamente. Empenhar-se pela felicidade das pessoas expande nossa mente e nosso coração e evidencia uma condição de vida que não é superada por nada. No poema Uma Vida Saudável Fortalece a Energia Vital,5 o presidente Ikeda afirma: Com o passar do tempo, uma pessoa egoísta tem sua energia vital enfraquecida e seu coração corrompido. Uma pessoa altruísta, que vive pelo bem de outras pessoas, que se dedica e se preocupa com elas, embora seja atarefada, fortalece sua energia vital, e sua vida se expande maravilhosamente. Seguir a diretriz “Prática da fé para manter boa saúde e obter longevidade”,6 cultivar o espírito da unicidade de mestre e discípulo, aprender com os erros e as experiências, tornar-se uma pessoa melhor a cada dia (revolução humana), ser alguém que contribui para a sociedade: tendo esses pontos como base da nossa vida, manifestamos uma condição que supera qualquer adversidade. E ao nos depararmos com as dificuldades no dia a dia, como a doença, evidenciamos a coragem e a sabedoria para enfrentar da melhor forma essa situação, por exemplo, encontrando os melhores profissionais e os melhores tratamentos. E não podemos nos esquecer: manter bons hábitos alimentares e a prática de atividades físicas regulares também fazem parte desse pacote. Jamais devemos negligenciar esses aspectos. Vamos nos despedir agradecendo a companhia de sempre e deixando uma reflexão referente a um trecho do mesmo poema7 citado, no qual o presidente Ikeda diz: Saúde não significa apenas ausência de doença. Desafiar e criar algo durante toda a vida, avançar sempre em frente, ampliar o seu mundo. Não seria essa vida criativa a verdadeira vida saudável? Um grande abraço! Divisão Sênior da BSGI Reflexão sobre a matéria Por Edvaldo Kakegawa, responsável pelo Grupo Alvorada da BSGI Esperamos que estejam desfrutando boa saúde e disposição. Dentre os incentivos nas ocasiões em que nos deparamos com desafios de saúde, compartilhamos: É importante que o senhor ore com forte decisão de vencer infalivelmente a doença.(...) Outro ponto importante é sua disposição de realmente querer viver em prol do kosen-rufu.(...) Quando vivemos pelo kosen-rufu, a vida de bodisatva da terra manifesta-se em nossa vida e começamos a combater a doença.8 * * * A recitação do daimoku e a atuação em prol do kosen-rufu geram esperança e coragem e ampliam nossa perspectiva: “A superação de uma doença contém um profundo significado, não apenas com respeito ao bem-estar da própria pessoa, mas também porque a capacita a inspirar e ajudar muitas outras que estão passando por desafios semelhantes”.9 Vamos nos cuidar mutuamente e prezar todas as pessoas ao nosso redor. Se mantiver o vigor e a boa saúde, a alegria e a força de vontade brotarão, e a energia transbordará. Conduzir uma vida agradável, de acordo com o que planejou, é também um ato de sabedoria.10 Vitória absoluta DS de comprovação Logo no início da pandemia do coronavírus, a empresa onde trabalho afastou os funcionários classificados como grupo de risco. Eu estava entre eles, pois possuo uma doença chamada neutropenia (insuficiência de glóbulos brancos, que ajudam na proteção contra infecções, no sangue). Fiquei seis meses em casa com salários e benefícios mantidos até o fim do afastamento. Nesse período, meu filho, minha nora (ela estava gestante e não sabia) e minha sogra contraíram a Covid-19. Apesar das preocupações vividas naquele momento, todos se recuperaram sem sequelas, e tivemos o nascimento do meu neto, Lucca, saudável, consolidando a quarta geração de praticantes do Budismo Nichiren na família. Já vacinado, voltei à rotina diária. Mas, em julho de 2021, eu me acidentei no trabalho decorrente de um problema de hérnia de disco. Fiquei afastado por oito meses. Inicialmente, o diagnóstico era de cirurgia, porém determinei que não seria necessária. Então, estabeleci como base o seguinte trecho do volume 1 da Nova Revolução Humana: No Budismo de Nichiren Daishonin a oração é originalmente um juramento e sua essência é o kosen-rufu. Em outras palavras, essa oração significa recitar daimoku com a seguinte determinação: “Eu vou realizar o kosen-rufu do Brasil. Para isso, vou mostrar uma prova irrefutável em meu local de trabalho evidenciando as minhas melhores habilidades”.11 Decidi: “Vou me recuperar totalmente. Minha verdadeira luta de vitória ou derrota é a partir de agora!”. Aproveitei todos os momentos para recitar mais daimoku, realizar visitas, incentivar os membros, dedicar-me ao estudo do budismo e seguir as orientações do Mestre. Determinei também continuar com o objetivo de aumento de cotas no Kofu. Segui à risca o tratamento com fisioterapia, medicamentos e fortalecimento muscular. Em maio de 2022, retornei ao trabalho e fui realocado em outro setor da empresa. E tudo culminou em um grande benefício que foi o fortalecimento ainda maior da harmonia e dos laços de família em casa. Aceitei todas a oportunidades na organização com muita gratidão, seriedade e comprometimento, conforme aprendi com os companheiros e veteranos da prática da fé, e estou cumprindo minha missão sem me afastar desse caminho há dezoito anos. Gostaria de finalizar com um trecho da revista Terceira Civilização,12 em que o presidente Ikeda nos encoraja dizendo: Em todas as circunstâncias o coração é quem define a realidade. (...) Quanto mais nítido, mais rápida a solução. A nitidez é quando seu coração possui energia vital para prevalecer sobre seu ambiente. “O poder do coração nos capacita a executar uma maravilhosa obra-prima em nossa vida de acordo com o objetivo pintado em nossa mente”. Fabrício Nunes Santos, responsável pelo distrito e secretário do Grupo Alvorada da RM Santos, CGSP. Para manter a saúde e a vida equilibradas Dicas que vemos e ouvimos sempre, mas muitas vezes não damos a devida atenção Realizar consultas e exames periódicos (prevenção), e não somente quando estiver doente. Ter uma alimentação balanceada (variedade, equilíbrio e moderação). Praticar exercícios regularmente (busque realizar algo com o qual se sinta bem). Conversar sobre problemas e preocupações com alguém. Pedir ajuda quando se sentir sobrecarregado. Cultivar bons hábitos de higiene pessoal. Refletir sobre a importância do sono para a saúde mental (para melhorar a quantidade e qualidade do sono: praticar exercícios, evitar substâncias estimulantes no período de sono, desligar aparelhos que emitem luz, como TV, smartphone, computador etc.). Consulte sempre seu médico. Notas: 1. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/dia-do-homem-a-data-foi-instituida-para-destacar-importancia-dos-cuidados-com-a-saude-do-homem Acesso em: 28 mar. 2023, às 11:15. 2. Disponível em: https://claudia.abril.com.br/saude/depressao-atividades-antidoto. Acesso em: 28 mar. 2023. 3. https://claudia.abril.com.br/saude/depressao-atividades-antidoto 4. Brasil Seikyo, ed. 2.148, 22 set. 2012, p. B2. 5. Idem, ed. 2.531, 10 set. 2020, p. A3. 6. Idem, ed. 2.379, 15 jul. 2017, p. B1. 7. Idem, ed. 2.531, 10 set. 2020, p. A3. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo v. 10, p. 204, 2017. 9. Idem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 261, 2022. 10. Idem. Seja a Esperança. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 23-24, 2022. 11. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 238, 2017. 12. Terceira Civilização, ed. 520, dez. 2011, p. 26.
06/04/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Raios de luz para o futuro da humanidade
PARTE 1 A Alemanha é o local que deu origem à reforma religiosa que mudou a história da Europa. Em meio à degeneração dos clérigos, à transformação das doutrinas em mera formalidade e ao avanço da popularização da Igreja no início do século 16, o papa autorizou a comercialização de indulgências na Alemanha. Elas eram vendidas sob o pretexto de remição das punições decorrentes dos crimes cometidos.O monge Martinho Lutero criou dúvidas em relação a isso. A salvação dependeria exclusivamente da fé. Ele publicou as 95 Teses e levantou resolutamente a voz do protesto. Foi um novo estopim da reforma religiosa.Lutero foi excomungado pelo papa, mas persistiu em suas convicções. Declarando que o fundamento de tudo se encontrava na Bíblia, realizou pessoalmente a tradução desse livro sagrado para o alemão. Além disso, adotando a posição de “sacerdócio universal de todos os crentes”,1 declarou que as pessoas eram iguais perante Deus.Shin’ichi Yamamoto renovou sua decisão: “Passaram-se mais de quatrocentos anos desde a reforma religiosa de Lutero. Hoje, às vésperas do século 21, é preciso fazer prosperar uma religião em prol do ser humano capaz de salvar toda a humanidade”. Às 20h30 (horário local) do dia 16 de maio de 1981, visualizando o kosen-rufu da Europa, Shin’ichi desembarcou no aeroporto de Frankfurt. A viagem à Alemanha Ocidental acontecia depois de dezesseis anos.No dia seguinte, 17 de maio, ele manteve um diálogo com o professor emérito Dr. Gerhard Olschowy, da Universidade de Bonn; com o Dr. Josef Derbolav e sua esposa; e com o Dr. N. A. Kahn, da Universidade Livre de Berlim. O encontro foi realizado em um hotel na cidade de Frankfurt, onde aconteceria a reunião comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da Alemanha. O Dr. Olschowy era conhecido pelas suas pesquisas na área de proteção ambiental; o Dr. Derbolav, pelo insuperável conhecimento da filosofia grega e da educação; e o Dr. Kahn, natural da Índia, era uma autoridade em otorrinolaringologia, além de ser um profundo conhecedor das religiões. Todos eram conhecidos de Shin’ichi de longa data, e sentiam-se felizes pelo reencontro.As diversas questões que intimidavam o homem se entrelaçavam de forma complexa e alcançavam as variadas regiões. Por isso mesmo, Shin’ichi se empenhava em criar uma nova corrente para edificar a época, expandindo a rede do intelecto pelo bem da paz e da prosperidade da humanidade. PARTE 2 Nesse encontro com os intelectuais em Frankfurt, Shin’ichi chegou ao consenso de publicar um diálogo com o Dr. Derbolav.A partir de então, os dois mantiveram um diálogo durante seis anos, e quando concluíram o texto, o Dr. Derbolav se sentia tão feliz que o mantinha em sua cabeceira. Em abril de 1988, foi editado o diálogo O Ser Humano e a Filosofia do Século 21: Em Busca da Nova Imagem do Homem. Porém, o Dr. Derbolav faleceu, antes da publicação, em julho de 1987, aos 75 anos. Shin’ichi continuou dialogando com intelectuais das diversas áreas, e empenhou-se para publicar esses encontros em forma de livros. Na verdade, esse era o resultado de uma decisão que ele mantinha em seu íntimo.A intenção de todos os tipos de estudo, de política, de economia, de educação e de arte deve ser a felicidade do ser humano, como também a paz e a prosperidade da sociedade. Citando uma passagem do grande mestre Tiantai — “Nenhum assunto secular, da vida ou do trabalho, difere de forma alguma da realidade fundamental”2 —, Nichiren Daishonin afirma que nenhuma das atividades que sustentam a vida do ser humano é contrária ao budismo, e todas estão em conformidade com esse ensinamento. Shin’ichi queria deixar claro essa verdade estrita por meio do diálogo com os intelectuais.A solução fundamental dos diversos problemas defrontados pela humanidade, das questões ambientais, da educação, das armas nucleares, das guerras, da discriminação, da miséria, entre outros, exige uma mudança do próprio ser humano. Ele queria indicar que aí se encontrava a necessidade de propagar o Budismo Nichiren, a mais elevada filosofia de vida, como a base espiritual da época. Ao mesmo tempo, com a troca de opiniões, queria buscar os caminhos, de ações e de perspectivas, para a solução de problemas, aprendendo com a visão e a sabedoria dos intelectuais.O desejo de Shin’ichi e sua expectativa eram: “Embora seja extremamente limitado definir um rumo concreto para a solução de diversos problemas por meio de diálogos, com esse primeiro passo dele, muitos jovens poderiam sucedê-lo, lançando raios de luz para o futuro da humanidade”. O ato de deixar um pensamento e uma filosofia corresponde a iluminar o futuro como as luzes de um farol. PARTE 3Entre as árvores soprava uma brisa agradável. No período da tarde, a reunião de confraternização foi realizada nos jardins do hotel. Reuniram-se representantes da Holanda, da Dinamarca, da Suécia, da Noruega, da Áustria e da Itália, além do grupo de intercâmbio do Japão que tinha vindo para a Alemanha, totalizando cerca de oitocentas pessoas de oito países. Eles solidificaram, uns com os outros, o juramento pelo kosen-rufu mundial.Um palco foi especialmente instalado no jardim onde foi representada num musical a árdua luta dos jovens que desbravaram o caminho do kosen-rufu da Alemanha, trabalhando nas minas de carvão, vindos sozinhos do Japão abraçando o desejo de realizar a ampla propagação mundial. A maioria deles trabalhava pela primeira vez em uma mina de carvão. Excedendo o limite do próprio corpo e trabalhando à exaustão, mal conseguiam comer as refeições compostas por pão preto. Entretanto, dedicaram-se às atividades da organização, advertindo sempre a si mesmos.O que ressoava no coração deles era o artigo intitulado Jovens, Sejam os Líderes do Mundo, com forte clamor de Shin’ichi, publicado no editorial da revista Daibyakurenge de agosto de 1963.As ações e os esforços dos bravos heróis que construíram a época pioneira, a começar por esses jovens, produziram frutos, e na Alemanha também surgiu um grande número de bodisatvas da terra. A frase “O que constrói a nova era é a força e a paixão dos jovens” 3 indicava a grande convicção de Josei Toda.As meninas e os meninos sucessores subiram ao palco e cantaram uma alegre canção recebendo o esperançoso mês de maio. Houve uma enorme ovação.O diretor-geral da Alemanha Dieter Kahn subiu ao palco e disse com grande emoção estampada no rosto:— O sonho de dezesseis anos, por fim, se realizou. Yamamoto sensei veio à nossa Alemanha!Eles ficaram sabendo que no Japão continuavam as injustas ações dos clérigos. Então, estavam desenvolvendo as atividades de maneira resoluta: “Se é assim, nós, da Alemanha, vamos acelerar o movimento pela ampla propagação e abrir a nova terra do kosen-rufu mundial!”.O grande poeta alemão Goethe afirmou: “A palavra de ordem é batalha. E a palavra seguinte é vitória!”. 4 PARTE 4 Na reunião de confraternização, o Dr. Kahn e outros convidados também estavam presentes. Em suas palavras de cumprimento, eles manifestaram a expectativa em relação ao movimento pela paz com base no budismo promovido por Shin’ichi. Por fim, Shin’ichi proferiu as seguintes palavras: — Todos nós temos o direito de sermos felizes na face da Terra. Temos o direito de vivermos em paz. E temos o direito de vivermos em liberdade. Qual é a fonte básica para realizar isso? Quero declarar que é o Budismo de Nichiren Daishonin. Por quê? O ser humano é o ponto de partida de tudo, e a vida é a mais importante. O Budismo de Daishonin indica o caminho para a paz e a felicidade indestrutíveis de cada pessoa, explicando integralmente e de forma clara sobre essa vida, e revelando que todas as pessoas são iguais e possuem inerentemente a mais suprema condição de buda em sua vida. E quem põe em prática esse budismo é a Soka Gakkai. Tal como o sol ilumina amplamente o planeta Terra, beneficiando-o com seus raios, o Budismo de Nichiren Daishonin é um ensinamento capaz de propiciar verdadeira felicidade às pessoas. É, por assim dizer, o Budismo do Sol. Esse solene poder do budismo está sendo comprovado pelas experiências práticas dos membros do mundo inteiro. Por favor, envolvidos pela luz desse grandioso budismo, revitalizem a própria vida e construam uma felicidade indestrutível. Como uma religião, incapaz de satisfazer plenamente uma pessoa, tornando-a feliz, poderia concretizar a paz do mundo? Como poderia salvar as pessoas do mundo? Desejo que os senhores pratiquem concretamente esse Budismo do Sol e desfrutem, todos, solenemente, a felicidade. Talvez o encontro dos irmãos budistas do dia de hoje seja ainda um evento de pequenas proporções. Porém, tenham a convicção de que esse encontro provocará uma grandiosa onda do kosen-rufu, de paz e felicidade, daqui a trinta, cinquenta ou cem anos. E assim, o dia de hoje resplandecerá como um dia comemorativo. Shin’ichi queria confirmar que o objetivo da fé se encontra na felicidade de cada pessoa e esse é o propósito do movimento pela paz.A ausência da guerra não significa paz. A paz se encontra em uma pessoa que experimenta a alegria de viver, envolvida pelo júbilo, e sente plena felicidade em sua vida. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Notas: 1. Pensamento de que todos os crentes são igualmente sacerdotes perante Deus, sem a intermediação de clérigos. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 169, 2014. 3. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda], v. 1. Editora Seikyo Shimbunsha. 4. GOETHE, Johann Wolfgang von. Fausto. parte 2. Tradução: Osamu Ikeuchi. Editora Shueisha. Ilustrações: Kenichiro Uchida
06/04/2023
Encontro com o Mestre
BS
Vençam com a teoria da liderança do Sutra do Lótus
Ao longo da prolongada batalha da vida, ocorrem muitas dificuldades. Há ocasiões em que se defrontam com barreiras. Levantam-se impasses inesperados. Porém, nós temos a estratégia do Sutra do Lótus. Por isso mesmo, devemos percorrer persistentemente, objetivando o ponto de chegada definido, sem hesitarmos. Na Campanha de Osaka, todas as manhãs, após o gongyo, líamos juntos o Gosho com seriedade, e uníamos a determinação de todos rumo à vitória. Gravávamos em nosso íntimo a estratégia do Sutra do Lótus e a teoria da liderança da Lei Mística que tornam possível o impossível. Fazendo transbordar plenamente a vitalidade da vitória absoluta, todos nós nos lançamos à linha de frente. E desbravamos corajosamente o caminho. Não devemos ser influenciados por táticas ou estratégias de curto prazo. Devemos fazer emergir a coragem e a sabedoria com forte oração. Devemos prosseguir com total convicção, tendo sempre o Gosho como referência. Devemos conduzir os preciosos amigos de luta conjunta com a mais elevada estratégia e com a ação, tendo como bússola correta a teoria de liderança do Sutra do Lótus. Se chegarem a um impasse, devem, em primeiro lugar, recitar daimoku. É orar para extrair a suprema sabedoria, e agir. Em absoluto, não há nenhuma dificuldade que não possa ser superada. Em todos os lugares aonde forem ou se dirigirem, provoquem ondas de coragem, de uma pessoa a outra, com as chamas da determinação para vencer. As mudanças da época são intensas, e deve haver muitas dificuldades, mas unam-se sempre com a prática da fé, e vençam por meio da fé. A tenacidade de passar por tudo com altivez decide a vitória ou a derrota. Recebam a primavera repleta de benefícios, em que todos, sem nenhuma exceção, vençam a si mesmos, vençam na sociedade, e vençam na vida! Publicado no Seikyo Shimbun de 12 de março de 2023. No topoCastelo da união O Castelo de Osaka é famoso em todas as partes. A parede de pedra tem cerca de 32 metros de altura, a maior do Japão. O presidente Ikeda tirou essa foto em maio de 1995. Outro nome do Castelo de Osaka é Castelo Kinshu. Na Campanha de Osaka de 1956, Ikeda sensei dedicou um poema a Toda sensei embutindo seu juramento de construir um sólido castelo do povo dourado em Kansai: “Em Kansai, / construirei agora / o Castelo Kinshu, / eternamente indestrutível, / contendo a tropa das maldades”. Sobrepondo pedras de tamanho e formato diferentes, cria-se uma sólida parede do castelo. Quando se provoca uma batalha da união de “diferentes em corpo, unos em mente” com a estratégia do Sutra do Lótus, encorajando cada pessoa, pode-se romper qualquer tipo de barreira. Chegou a hora de demonstrar a força básica Soka indicada pelo Mestre.
06/04/2023
Relato
BS
Juventude nutrida de humanismo
Eu me chamo Naiane Sano, tenho 35 anos. Atualmente, sou da Juventude Soka aqui de Brasília, DF. Faço parte da Soka Gakkai há dez anos, porém, meu contato inicial com o Budismo Nichiren ocorreu aos meus 16 anos, durante um encontro da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) para o qual uma amiga me chamou. Lembro-me de sentir certa estranheza ouvindo a recitação do Nam-myoho-renge-kyo (que chamamos de daimoku), mas conseguia perceber um brilho especial nas mulheres que estavam ali. Vejo-as na minha lembrança, com uma energia gentil, sinceras e muito determinadas. Eu me senti tocada pelos relatos de superação que elas compartilhavam com tanta naturalidade. Naquela época, eu ainda não conhecia o poder transformador do daimoku e tampouco estava aberta a praticar. No entanto, aquele encontro marcou minha jornada. Oito anos depois, quando estava no começo da minha vida profissional como nutricionista e enfrentando todos os tipos de desafios, reencontrei aquela querida amiga. Ela escutou meus problemas e compartilhou a própria história de superação nesse período, encorajando-me novamente a recitar o Nam-myoho-renge-kyo. Tocada por tamanha convicção dela, desta vez, resolvi tentar. Nas primeiras semanas, eu me dediquei a recitar daimoku diariamente por dez a quinze minutos, mesmo sem compreender completamente o significado. E, de alguma forma, aquela prática permitiu que os sentimentos negativos que vinha experimentando se transformassem em revigorante sensação de esperança! Busquei participar das reuniões locais, estudar as orientações de Ikeda sensei e dialogar com os veteranos. Após receber o Gohonzon (objeto de devoção dos budistas), continuei me esforçando para me engajar em cada oportunidade que a Soka Gakkai oferecesse, fossem intercâmbios culturais, grupos horizontais, fossem treinamentos. Com quatro anos de prática, não só havia transformado minhas circunstâncias, mas também a forma como enxergava a vida. A angústia, a dúvida e a ansiedade haviam desaparecido! Aprendi a ver as dificuldades como oportunidades para construir um “eu” forte e imbatível, e isso me deixou muito mais confiante! A profissão sonhada O trabalho sempre foi um dos meus grandes valores como pessoa. A vida me levou a me especializar em nutrição pediátrica hospitalar que descobri como uma verdadeira paixão. Trabalhei oito anos dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantil, onde tive não só vários desafios, como também grandes oportunidades. Cresci a ponto de me tornar referência na área, sendo convidada a participar de cursos, congressos e outras iniciativas. Conheci muitas histórias lindas dos pacientes que guardo como verdadeiros tesouros da profissão. Porém, nos últimos três anos, já não me sentia mais realizada como antes. Além de não ter um retorno financeiro adequado, percebi que não havia mais espaço para crescer no emprego em que estava. E veio a pandemia da Covid-19 para intensificar esse desgaste. Trabalhar todos os dias num ritmo acelerado, inconstante e com uma carga emocional maior que jamais havia experimentado afetou minha saúde física e mental. Sofri com baixa autoestima e tive crises de ansiedade. Atuar na organização também ficou difícil. Em resumo, estava infeliz. Precisava mesmo de um novo emprego, mas o medo me paralisava. Como deixar o trabalho que conquistei com tanto esforço e ainda mais num momento de incertezas no mundo? Em março de 2022, decidi que transformaria infalivelmente aquela condição. Afinal, na Gakkai aprendemos que estamos aqui para ser absolutamente felizes. Então, recordei-me das orientações do presidente Ikeda sobre dedicar-se sem poupar a própria vida, ou seja, uma condição de alegria serena e grandiosa, em que se permanece inabalável diante dos acontecimentos. Sim, eu deveria assumir a responsabilidade pela minha vitória. Assim, canalizei toda a energia para fazer daimoku. Naquele momento, decidi recitá-lo até a minha vida acordar! Tive a boa sorte de contar com ótima psicoterapeuta que me ajudou a descobrir os próximos passos. Durante uma de nossas sessões, veio à minha mente a “teoria de valor”, de Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai, “do belo, do benefício e do bem”. E aplicando ao meu caso, buscar um trabalho de que gostasse (belo), que trouxesse bom retorno financeiro (benefício) e que contribuísse para a sociedade (bem). Dessa forma, determinei que meu novo emprego deveria ser, primeiro, algo que brilhasse aos meus olhos, e que me desafiasse novamente a crescer na área da nutrição, que tanto amo. Também deveria me proporcionar um salário que fosse pelo menos o dobro do atual e me permitir prezar pelo meu bem-estar, com tempo para me dedicar às atividades da organização e ao lazer. Por último, meu novo emprego deveria estar alinhado com meus valores, sendo mais um palco para o kosen-rufu, onde sentisse que poderia verdadeiramente contribuir para a felicidade das pessoas. Ainda sem algo concreto em vista, esses critérios realmente ressoavam em mim. No primeiro semestre de 2022, dediquei-me, mesmo com dificuldades, a visitar os jovens da minha RM e a participar de pelo menos uma atividade a cada mês. Continuei também dando o meu melhor no local de trabalho. Não queria deixar a equipe desamparada. Esforcei-me para treinar possíveis substitutos, deixar os processos bem estruturados e palestrar de última hora no Congresso de Nutrição arranjado pelo meu empregador. Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, fez a seguinte recomendação aos jovens: Em épocas como esta, os jovens não devem desanimar. Simplesmente canalizem toda a sua energia no trabalho atual e sejam pessoas indispensáveis nesse local. Orando fervorosamente ao Gohonzon e continuando a se esforçar ao máximo, sem deixar que tarefas ou atribuições desagradáveis os intimidem, acabarão encontrando um trabalho que apreciem, proporcione segurança financeira e produza o bem para a sociedade. Esse é o benefício da fé. E isso não é tudo. Quando olharem para trás, perceberão que seu árduo esforço nesse trabalho muito longe de ser satisfatório não foi em vão, e que tudo se transformou num patrimônio valioso para vocês.1 Já no segundo semestre de 2022, visualizamos na RM um movimento dos jovens tendo como pilares três frentes: diálogo, incentivo e daimoku. Iniciamos um movimento de visitas para os veteranos da organização. Nos diálogos, ficou evidente a importância de ouvir seus relatos para aproximar mais o coração, compreender o princípio da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi) e estreitar laços de amizade. Em algumas áreas, no fim do ano passado, alguns jovens fizeram uma luta para incentivar a participação no Kofu (contribuição voluntária) em sua localidade. Procuramos incentivar os membros sobre o estudo do budismo e sobre a importância da leitura dos periódicos e livros. Entre as ações, iniciamos uma websérie em formato de vídeos curtos em que compartilhamos relatos dos jovens da RM. Por último, organizamos o “Daimoku da Vitória” da RM na Sede Comunitária Boueres, com o apoio dos demais líderes, de forma a permitir que os membros tenham um local para fazer daimoku em conjunto enquanto nosso Centro Cultural de Brasília está em reforma. E com transmissão simultânea desse daimoku para quem tem dificuldade de participar presencialmente. E a vida flui! Em paralelo a essa luta na base, já em setembro, foi lançado um processo seletivo para nutricionista em um hospital público pediátrico que há vários anos não abria novas vagas. É conhecido por ser extenso e demorado na definição dos aprovados. Com o incentivo dos amigos, resolvi participar e, para minha surpresa, tudo aconteceu mais rápido que o habitual. Passei em primeiro lugar em todas as etapas. No dia que saiu o último resultado, ligaram para me oferecer uma vaga com início na semana seguinte. Mais tarde, descobri que uma das entrevistadoras assistiu àquela palestra de última hora e ficou encantada com meu discurso. Aliás, esse discurso que foi montado com base na estrutura de uma reunião de palestra da nossa organização. Hoje, estou inserida em uma equipe interdisciplinar bastante conceituada no país, lidando com casos de média e alta complexidades que me forçam a me aprimorar. O salário é justamente o dobro do que o anterior e ainda houve ajuste no fim do ano! Com uma nova relação com o trabalho, posso dizer que tenho mais tempo para cuidar do meu bem-estar — assim, estou dormindo melhor, praticando exercício físico e saindo com os amigos — e para estar com minha família. Sou a única a praticar o budismo. Contudo, recebo o apoio de todos; são meus grandes incentivadores. No começo deste ano, já consegui ler três livros novos. Vocês acreditam que faço parte de uma equipe de remo olímpico?! Além de participar da maioria das reuniões de palestra da minha RM, estou fazendo muitas visitas e dando suporte para meus companheiros de luta. Tenho um trabalho que está me desafiando a entregar mais que o know-how técnico-científico. Sinto a necessidade de estudar ainda mais o budismo e recitar mais daimoku, pois, a realidade dessas crianças requer o cuidado de uma nutricionista verdadeiramente especializada em humanismo. Meu mestre me ensinou que agir com o espírito de não poupar a própria vida é ter o sentimento de assumir a responsabilidade pela vitória e se empenhar totalmente pelo kosen-rufu, levando felicidade às pessoas. Quando agimos dessa forma, estamos realizando nossa revolução humana e colocando as engrenagens da transformação cármica para funcionar. Hoje, comprovo mais uma vez que no budismo não existe oração sem resposta. Sei que a força e a paixão dos jovens contagiam toda a organização, e meu desejo é que façamos crescer cada vez mais essa onda de diálogos e de incentivos humanísticos aqui na Capital da Esperança! Ikeda sensei diz: “Quando mudamos, nosso ambiente muda. Quando o ambiente muda, o mundo se transforma. A revolução humana de uma única pessoa é o ponto de partida dessa transformação colossal e dinâmica”.2 Hoje, vivo pelo propósito de ser absolutamente feliz e de me dedicar à felicidade também das outras pessoas. Muito obrigada! Naiane Ribeiro Sano, 35 anos. Nutricionista. Responsável pela Divisão Feminina de Jovens da RM DF Centro, Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, CGRE. Momentos que Naiane considera como tesouros: interação de jovens e veteranos, como no encontro de estudo da Nova Revolução Humana Com a mãe, Nilce, e atrás os irmãos Willian e David Com o pai, Edson, e o irmão Willian Diálogo com a Sra. Maria da Paz Osamura Naiane em atuação com as companheiras do grupo Cerejeira, grupo de bastidor da DFJ A alegria da participação numa reunião de palestra de comunidade local Naiane em uma marcante palestra que realizou profissionalmenteNotas:1. Brasil Seikyo, ed. 2.331, 16 jul. 2016, p. B3.2. Idem, ed. 2.387, 16 set. 2017, p. B3. Fotos: Arquivo pessoal
23/03/2023
Livros
BS
Proteger e nutrir de amor as crianças
Educar é um ato de amor e traz uma série de inquietações sobre tantas peculiaridades de como fazê-lo. Num mundo de constantes transformações, as famílias também mudam ao longo do tempo. É possível observar as diferenças desde a configuração familiar até as formas de se comunicarem. O entendimento entre pensadores, cientistas sociais e pedagogos é de que a formação de um ser humano se inicia e se fortalece a partir de seu núcleo familiar, seja ele qual for. A Editora Brasil Seikyo, por intermédio do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), oferece aos leitores, no mês de abril, o livro Famílias Felizes, Crianças Felizes — seleção de frases e ensaios do Dr. Daisaku Ikeda com orientações valiosas sobre a criação de filhos e o relacionamento familiar. Daisaku Ikeda, 95 anos, em toda a sua vida, dedica-se às ações e aos empreendimentos que objetivam o crescimento das crianças como potenciais humanos de imensurável valor. Ciente do grande desenvolvimento de cada ser humano, desde a infância, o autor, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), organização presente em 192 países e territórios, acredita que a educação seja o principal requisito para a paz. Por meio de suas ações, como a fundação de escolas e universidades, e do diálogo incessante com reitores, diretores, educadores e pedagogos, ele orienta e convive há décadas com inúmeras famílias pelo mundo, imersas em variadas culturas. É possível sentir esse olhar elevado dele ao longo da obra, assim como no trecho: Devemos nos esforçar para compreender os sentimentos das crianças, encorajar as suas esperanças e ajudá-las a se desenvolver. É importante sempre acreditar no potencial delas e orar com toda a seriedade por seu crescimento. A educação em casa começa com a confiança dos pais nos filhos. Se nos prendermos às aparências ou a outras preocupações superficiais, nunca nos sentiremos seguros, e sempre seremos influenciados por quaisquer circunstâncias.1 Se considerarmos que a família configura o primeiro agrupamento social do qual fazemos parte e que nutre determinada sociedade, isso nos leva a inferir que famílias felizes, além de produzir crianças felizes, seriam a base de uma sociedade mais saudável e harmoniosa. Desse ponto de vista, conseguiremos usufruir melhor desta seleção de textos que o autor escreveu em diversos momentos de sua trajetória, além de ratificar o potencial formador da família para o ser humano. A obra apresenta reflexões sobre a vivência em cada família. Daisaku Ikeda comenta quanto seria maravilhoso se todos os lares desfrutassem de harmonia e ausência de problemas. No entanto, cada família possui o próprio desafio. Sendo assim, o mais importante é que haja, ao menos, uma única pessoa que brilhe como o sol para acontecer a transformação do ambiente familiar. Esse exemplo é o que ficará gravado no coração das crianças como importante lição de vida. A maneira como os pais se relacionam, diz o autor, pode marcar de maneira indelével a psique de uma criança. Daisaku Ikeda frisa que cada família é diferente e não se pode generalizar uma abordagem que contemple a todas. É fundamental que cada responsável pelas crianças aja para aprimorar o ambiente familiar de forma autêntica, sem tentar imitar outras famílias. Enfim, o livro Famílias Felizes, Crianças Felizes nos possibilita ter mais clareza dos percalços dos nossos relacionamentos familiares, de como a educação para a felicidade deveria permear a vida diária, do papel da escola e do estudo para o futuro das nossas crianças, e o que deveríamos fazer para proteger o mundo puro delas. Uma obra capaz de fazer refletir sobre o presente e reverberar ações que comporão o futuro. Você já conhece o CILE? O Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, brinda os leitores todos os meses com lançamentos de obras do Dr. Daisaku Ikeda e de vários autores que compartilham da filosofia do humanismo Soka. No mês de abril, os assinantes do CILE recebem o livro Famílias Felizes, Crianças Felizes. Garanta o seu! Assine até 31/03/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site a seguir https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Nota:1. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 39, 2023. Foto: BS
23/03/2023
RDez no BS
BS
Pinte grandes sonhos em seu coração
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Há algo mais grandioso e brilhante que o oceano no verão e o céu acima de nós. Estou falando do coração. O Budismo de Nichiren Daishonin ensina que o coração é como um habilidoso pintor. Ao pintar grandes sonhos sobre o que você gostaria de fazer ou o tipo de pessoa que quer se tornar e se desafiar para alcançá-los, você criará a obra-prima da sua juventude! Recitar Nam-myoho-renge-kyo permite tornar seu coração mais forte e mais sábio. Espero que vocês se encorajem, incentivem-se a fazer o seu melhor e não sejam derrotados; assim, poderão, livremente e de maneira única, criar pinturas brilhantemente coloridas de esperança, vitória, amizade e paz. O verão é repleto de oportunidades para crescerem e se desenvolverem. Por exemplo, vocês podem participar das atividades da Divisão dos Estudantes que, no Japão, incluem competições de pintura, de redação e de língua inglesa, ou então ler livros ou praticar esportes. Agora é o momento de desafiarem a si mesmos! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de agosto de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Não perca na edição de março! Teste seu conhecimento sobre o dia 16 de março de 1958 no vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show. Como as nossas orações são respondidas? Para saber a resposta, veja a próxima missão dos sucessores unidos no ABC do Budismo. Confira no Mural de Vitórias o relato de Felipe, que conta como ultrapassou o problema de saúde. Esses e outros conteúdos da edição de março estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
23/03/2023
Caderno Especial
BS
É hora de se levantar!
Valorizar a vida Depois que essa catástrofe aconteceu, todos nós ficamos mais unidos. A partir das orientações de Ikeda sensei, refletimos que, principalmente nessas horas, devemos atuar como discípulos. Deixamos de lado o que estávamos fazendo e focamos em quem estava precisando de apoio, levando calor humano e esperança. Nas visitas, nos deparávamos com pessoas deprimidas com tudo o que estava ocorrendo, não somente em relação a elas, mas à localidade. Com base nos direcionamentos do Mestre, nos escritos de Nichiren Daishonin e transmitindo a mensagem de incentivos do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, buscamos aplicar o que aprendemos durante os anos de prática budista para encorajar os companheiros. E isso também fez muito bem para nós, foram incentivos recíprocos. Aos poucos, fomos sentindo a melhora no ânimo das pessoas. É difícil descrever os sentimentos neste momento. Particularmente, enxerguei melhor o que realmente importa, mudei a forma de ver a vida. Também sou muito grato pelos membros não terem sofrido danos físicos mais graves, estão todos sãos e salvos. Acredito que vamos conseguir transformar essas circunstâncias com esforço árduo, expandindo o movimento pelo kosen-rufu em nossa região. Essa situação é uma grande oportunidade para comprovarmos os ensinamentos aprendidos. Jair Avelino Barreto, vice-responsável pela RM Litoral Norte *** Gratidão e esperança Hoje, sinto gratidão. Gratidão pelo que aprendemos com Ikeda sensei, que, mesmo adoentado, veio ao Brasil em 1960 para fundar a BSGI. Então, ele nos ensinou a importância de encontrar as pessoas. E sou grato pela oportunidade de visitar aquelas que estão precisando de apoio, representando, de certa forma, nosso mestre. Foram momentos em que nos revigoramos, ajudando os companheiros e a nós próprios, pois estamos nos desenvolvendo como seres humanos. O carinho e o afeto foram recíprocos, algo muito forte vindo de pessoas que estavam passando por aquela situação. A gratidão também é por pertencermos a esta maravilhosa organização, que nos proporciona esse crescimento. Recitamos daimoku para realizar as visitas com segurança. E as famílias ficaram muito agradecidas por termos vindo de longe. O objetivo é continuar ao lado do Mestre, pondo em prática tudo o que ele nos ensina. Por isso, nunca devemos perder a esperança, haja o que houver, conforme ele nos orienta. Esse sentimento está muito forte em nós. Promoveremos a transformação da nossa localidade, com muita garra e união. Vamos em frente! Ayrton Machado, responsável pelo Distrito Cidade de São Sebastião *** Triunfo sobre as dificuldades No início de 2023, determinei que seria realmente um ano para triunfar. E fiquei pensando por onde começar exatamente. Moro no extremo norte do distrito, próximo à divisa com a cidade de Caraguatatuba, a uma distância muito grande da costa sul, onde os efeitos das chuvas foram mais fortes. Aqui, outra comunidade sofreu com os alagamentos, mas felizmente os membros não tiveram perdas maiores. Também ficamos preocupados com os companheiros de Ilha Bela porque, algum tempo atrás, houve uma tragédia similar, mas não nas proporções deste ano. Ao recitar daimoku, concluí que o triunfo neste ano passa pela luta na organização, principalmente na base. Assim, temos o objetivo de expandir o movimento pelo kosen-rufu na costa sul. Hoje, na região, existem dois blocos recém-criados, com a presença de veteranos na prática budista, o que contribui para fortalecê-los. E nosso desejo é criar lá uma comunidade da BSGI, dedicando-nos para que os companheiros que não têm participado das atividades voltem a realizar a prática budista. Além disso, acompanhando a tragédia, fui me colocando no lugar daquelas pessoas. Assim, a recitação do daimoku ganhou outras proporções. Não se trata de orar somente para nossas questões pessoais, mas pelo bem-estar e pela felicidade de outros. É um daimoku para “abraçar” a todos. Rosa Angélica Maria, responsável pela DF do Distrito Cidade de São Sebastião *** Corações ligados Assim que tivemos uma oportunidade, fomos visitar os membros que sofreram perdas com as chuvas, transmitindo os incentivos de Ikeda sensei e a mensagem do presidente da BSGI, que emocionaram a todos ao sentir a Soka Gakkai presente. Até as pessoas que não possuíam vínculo com a organização disseram que tiveram o coração tocado e agradeceram. Nessas horas, nós nos sentimos tristes pelas vidas perdidas, mas também ficamos agradecidos pelos membros e familiares estarem bem. As perdas materiais podem ser reparadas, mas a vida é o mais importante. Essa situação ressaltou como são fundamentais as visitas a cada pessoa, conforme Ikeda sensei sempre nos incentiva. Por isso, vamos dar continuidade e intensificar a realização das visitas a todos. Hiroshi Takahashi, vice-responsável pela RM Litoral Norte No topo: Membros da RM Litoral Norte após atividade em que recitaram daimoku pela vitória de todas as famílias da organização e pelo movimento em prol do kosen-rufu Assista ao vídeo com os depoimentos de líderes da RM Litoral Norte e do Distrito Cidade de São Sebastião:
23/03/2023
Caderno Especial
BS
Empatia na prática
Quando ocorrem tragédias como a provocada pelas intensas chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo, os esforços coletivos se somam às iniciativas individuais para levar auxílio a quem necessita da forma mais rápida possível. Em relação aos membros da BSGI da região, a atuação reveste-se de um significado ainda mais especial quando ela traduz, na prática, os valores cultivados dentro da organização, tais como compaixão, resiliência, coragem e esperança, constantemente abordados pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, em seus incentivos. Responsáveis por diversos níveis da RM Litoral Norte foram ao encontro dos companheiros que sofreram com as enchentes em cada cidade. Particularmente, no Distrito Cidade de São Sebastião, os líderes visitaram famílias, incluindo a costa sul, área mais afetada pelos alagamentos e deslizamentos, levando mantimentos e encorajamento. Além disso, momentos após o temporal, integrantes da organização local prestaram auxílio às pessoas ao redor. Veja algumas destas histórias de solidariedade e respeito ao próximo. Ajuda pelo mar Walter Gavioli Filho, membro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do Bloco Camburi, ofereceu seu barco para transporte de mantimentos e outras doações a famílias atingidas na costa sul, uma vez que as estradas estavam bloqueadas pelas quedas de barreira. Ações humanísticas Morando em São Sebastião há dois anos, Renata Soares Pereira, integrante da Divisão Feminina (DF) do Bloco Camburi, diz que vivenciou mais uma grande comprovação da prática budista durante as enchentes. O condomínio onde reside foi alagado, mas seu apartamento, localizado em um andar mais alto não foi atingido, fato pelo qual ela tem muita gratidão. Assim, conseguiu abrigar uma família de veranistas com cinco pessoas, além de acolher outras que foi encontrando. Também participou de grupos de mensagens de auxílio às vítimas e de trabalhos voluntários como triagem, armazenamento, montagem de kits, alimentação, limpeza. Dialogou, abraçou e reconfortou as pessoas. “Foram sete dias de muito esforço e de compartilhamento de experiências. Todas as manhãs eu me munia de força com a recitação do daimoku e saía para os trabalhos. Foi o momento de pôr em prática tudo o que aprendi com este maravilhoso budismo, a doação ao outro por meio de ações humanísticas.” Remar e apoiar Stand up paddle (em português, “remo em pé” ou ‘surfe com remo”) é um esporte de origem havaiana em que se rema ficando de pé sobre uma prancha semelhante à de surfe. Foi com essas ferramentas que Wilker Ferreira, membro da DMJ do Bloco Boiçucanga, conseguiu ajudar seus vizinhos que tiveram a residência alagada. Transportando pessoas, objetos e animais de estimação em sua prancha, com várias idas e vindas, aos poucos, foi deixando-os em locais mais seguros. Wilker relata: “Num primeiro momento, recitei daimoku para permanecer vivo e, depois, senti gratidão pela boa sorte de estar bem. Por mais que a situação fosse difícil, começou a vir à minha mente a sabedoria e a firmeza de seguir fazendo o que fosse preciso, de saber que não era só eu, mas existia o próximo precisando de ajuda. Já havia testado o uso da prancha para essa finalidade em outra enchente que ocorreu aqui, o que foi bom porque exige grande esforço”. Ele conclui: “É importante saber que nossa organização não existe somente para realizar atividades, mas que podemos manifestar o humanismo em nossas ações com o que aprendemos nelas”. Fotos: BS / Arquivo pessoal / GETTY IMAGES
23/03/2023
Notícias
BS
Novo “Castelo do Humanismo Soka”
Resultado do esforço e da dedicação da família da Mata, surge um novo espaço de integração e apoio às atividades Soka no município paulista de Santo André. Em cerimônia realizada no dia 25 de fevereiro, foi inaugurada a Sede Comunitária Sol, que atenderá os membros do Distrito Pires, pertencente à RM Santo André. O encontro teve a presença de líderes, membros e convidados, que participaram do grande momento da família da Mata, proprietária da nova sede. Após o corte da fita inaugural, o coordenador-geral da Coordenadoria da Grande São Paulo (CGSP), Paulino Takano, manifestou seus agradecimentos ao Sr. Ronan Antônio da Mata e familiares, pelo oferecimento do local. Ele compartilhou uma orientação de Ikeda sensei sobre os locais de reuniões: “[...] De acordo com os ensinamentos do budismo, as casas e os centros de atividades onde as reuniões são realizadas são todos castelos de boa sorte e de prosperidade, castelos de confiança e de amizade com a comunidade”.1 Dirigindo-se a todos, solicitou que cuidassem do local com muito carinho. Em mensagem enviada especialmente para a data, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, ressalta a luta da família da Mata, “Que por mais de trinta anos, vem contribuindo abnegadamente para a expansão do kosen-rufu na localidade, superando inúmeros desafios e conquistando significativas vitórias”. Ele conclama: “Sustentando este Castelo do Humanismo Soka da localidade, em perfeita união com todos os veteranos e companheiros, vamos nos empenhar ainda com mais disposição na luta pela propagação do Budismo Nichiren para todas as pessoas e na criação de valores humanos, principalmente os jovens”. Ronan Antônio da Mata apresentou o relato de vitórias, expressando o sentimento da família de “Oferecer um local em que os membros da localidade pudessem se desenvolver na fé, na prática e no estudo. O espaço é de todos”, ressaltou. As pessoas presentes apreciaram a performance da banda Taiyo Ongakutai da organização de base, e ouviram palavras de congratulações e de agradecimentos dos líderes do Distrito Pires. Ao final, todos se uniram para a foto comemorativa, demonstrando o aspecto de vitória e decisão renovada. No topo: Cerimônia de corte da fita inaugural dá início à comemoração Nota:1. Brasil Seikyo, ed. 1.816, 22 out. 2005, p. A3. Foto: Colaboração local
23/03/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Democracia: um modo de viver
Nestes últimos anos, muito se tem falado sobre o termo “democracia”, mas você sabe o que isso significa? Qual a sua história? E por que é importante sabermos sobre isso? No início dos tempos, os seres humanos viviam em pequenos grupos e sua subsistência se baseava na caça e na coleta. Eles migravam constantemente à procura de alimentos, estabelecendo assim um modo de vida nômade. Ao lidarem com a coleta, as mulheres observavam que algumas sementes caídas ao chão davam origem a novos frutos e essa descoberta possibilitava o surgimento da agricultura. A partir desse momento, os seres humanos deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários; eles se fixavam em um lugar porque poderiam criar, dali em diante, formas de garantir seu sustento. Aqueles pequenos grupos que antes circulavam à procura de comida, agora começaram a se juntar em torno de lugares onde a natureza propiciasse condições para um bom plantio. A primeira questão para pensarmos é que, tanto em grupos pequenos quanto em grandes grupos, é essencial que exista um sistema de governo com um conjunto de regras e princípios para organizar a sociedade e garantir segurança e bem-estar para todos. Ao longo do tempo, vários foram os tipos de regimes de governo, mas, segundo o filósofo grego Aristóteles, apenas três são legítimos: a monarquia, a aristocracia e a democracia. No Brasil e em boa parte do mundo, o tipo de governo vigente nos dias de hoje é a democracia, que tem sua origem na Grécia antiga. A palavra grega demokratia representa a junção dos termos demo, que significa “povo”, e kratos, que corresponde ao “poder”. De forma bem simples, democracia é uma organização social, ou um regime, em que o poder é exercido pelo povo. E o que isso tem a ver com o Budismo Nichiren e a Soka Gakkai? Nichiren Daishonin viveu no Japão feudal do século 13, em que o direito a segurança, alimentação e liberdade de expressão era garantido apenas a uma pequena parcela da população, à qual tanto ele como também as mulheres e as outras pessoas pobres não pertenciam. Além disso, em vários momentos, Daishonin foi perseguido, exilado e ameaçado de morte por defender uma crença religiosa que não era a mesma praticada pelos governantes do Japão. A Soka Gakkai e seus membros, mesmo depois de sete séculos, também foram alvos do militarismo japonês que, durante a Segunda Guerra Mundial, se aliou a países que perseguiram diversos grupos minoritários, chegando a ponto de corroborar com o extermínio daqueles vistos como inferiores. Para o país garantir a vitória na guerra, o povo japonês foi obrigado a aceitar a crença no talismã xintoísta. Por se recusarem a fazer isso, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, primeiro e segundo presidentes da organização, foram presos. Makiguchi morreu na prisão e Josei Toda, embora tenha reconstruído a Soka Gakkai, faleceu em decorrência dos maus-tratos sofridos no cárcere quase treze anos após ser libertado. Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo para as pessoas manifestarem a iluminação e, por meio dela, conquistarem a felicidade. Ele dizia que recitar este ensinamento e ser feliz eram um direito de todos e não havia diferença entre clérigos e leigos, homens e mulheres. Compreendendo a realidade da época, os três primeiros presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda, centraram seus esforços para que todos os membros compreendessem que não há paz ou felicidade isolada da sociedade e que, portanto, se deve pôr em prática os princípios de respeito ao outro como exposto por Daishonin. Para tanto, Ikeda sensei afirma: A democracia começa do diálogo e não é mera forma de governo, mas um modo de viver repleto de um discurso livre e rico. O diálogo forma a raiz da democracia. O autoritarismo, a coação e a presunção não possuem lugar na democracia. Aqui também podemos observar a perspicácia da Soka Gakkai por haver feito do diálogo e das reuniões de palestra a base de suas atividades.2 Até aqui, muitas informações foram compartilhadas e ainda falta entrarmos nos diversos tipos de democracia, o que será feito na próxima edição. Antes, porém, é fundamental compreendermos a importância de viver em um país que garante a igualdade civil perante a lei e que fatores como a religião, a cor da pele, a origem, a identidade de gênero e a orientação afetivo-sexual não interfiram na garantia desses direitos. O presidente Ikeda declara: Todas as pessoas são igualmente dignas de respeito. Aquelas há muito tempo oprimidas assumem seu espaço legítimo como protagonistas da história — essa importante transmissão do poder tem sido o desejo de muitos filósofos do mundo. Concretizar esse objetivo é a verdadeira democracia.3 Diante desse contexto, pergunta-se: “Você se reconhece como detentor do direito de ser feliz e de viver dignamente?”; “Você reconhece esses mesmos direitos fundamentais nas outras pessoas?”; “Qual a importância de exercermos livremente a liberdade religiosa em um ambiente democrático?”. Como membros da BSGI, vamos fazer uma profunda reflexão sobre esses pontos e pôr em prática o humanismo Soka em nossa própria vida diária. Notas:1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. IKEDA, Daisaku. A Grande Correnteza para a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 224-225, 1990.3. Brasil Seikyo, ed. 1.660, 20 jul. 2002, p. A3. Ilustração: Getty Images
23/03/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Nossas orações refletem nossa condição de vida
Queridas amigas, em fevereiro, celebramos os trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil. Na ocasião, tendo como cenário o Centro Cultural Campestre, nosso mestre nos transmitiu preciosos incentivos. Entre alguns, fez uma interessante analogia com a nossa prática da fé. Ele disse: Os diamantes não são apenas altamente valorizados como pedras preciosas, mas também desde os tempos antigos são utilizados para amolar ferramentas de pedras e para afiar objetos como pontas de lanças. Atualmente, os diamantes são amplamente usados para propósitos industriais, tornando-se indispensáveis para o corte e polimento de materiais extremamente duros. Os diamantes, quando lapidados com um ângulo perfeito, possuem um índice extremamente elevado de refração de luz. Devido à luz penetrar o diamante, ser rechaçada pela estrutura de cristal e refletida de volta é que ele parece emitir brilho de seu interior. Esta elevada dispersão de luz oferece ao diamante sua incandescência — o misterioso brilho com as cores do arco-íris que se diz ter a propriedade de cativar o coração das mulheres.1 Já ouvimos que “os diamantes são lapidados por outros diamantes”, pois os diamantes são as únicas matérias que podem lapidar e polir outros diamantes. Como o diamante é o material mais duro que se conhece na natureza, lapidá-lo não é nada fácil, além do alto risco de estragar a caríssima pedra. Depois do corte, vem a etapa do bloqueamento, em que o diamante é raspado em outro até que se aproxime do formato desejado. As facetas do diamante são feitas na etapa seguinte, chamada abrilhantamento. A pedra é encaixada na ponta de uma vareta e pressionada contra um disco giratório forrado de pó de diamante. O processo lembra um pouco o de uma agulha riscando um disco de vinil na vitrola.2 Continuando, Ikeda sensei cita a famosa frase de Nichiren Daishonin: “Um espelho embaçado brilhará como uma joia se for polido. Sua mente, agora desnorteada pela escuridão inata da vida, é como um espelho embaçado, mas, se o polir, é certo que tornar-se-á claro como cristal de iluminação das verdades imutáveis. Manifeste-se fortemente na prática da fé, polindo seu espelho incessantemente, dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outro modo a não ser devotar-se à recitação do Nam-myoho-renge-kyo”.3 Da mesma forma que um diamante bruto, a vida de um mortal comum, quando cuidadosamente polida, reluzirá infalivelmente com ofuscante brilho. Nichiren Daishonin legou-nos o diamante que é o Gohonzon a fim de polirmos o diamante que existe em nós mesmos.4 A metáfora do espelho é, de fato, muito inspiradora. O espelho tem a propriedade de refletir objetos, e aqui foi utilizado para exemplificar o reflexo de nossa vida. Nichiren Daishonin nos alerta que se o espelho não for limpo e polido, naturalmente ficará embaçado e refletirá tudo de forma distorcida e não cumprirá seu papel original. Por isso, ele precisa ser polido regularmente. Da mesma maneira, se nos descuidarmos ou agirmos com negligência, nossa vida será encoberta pela ignorância. É isso o que Daishonin quis dizer com a analogia do espelho. O importante é polir regularmente, e a recitação do daimoku é uma prática para extrair o brilho de nossa vida, remover o “pó da ignorância” e intensificar a luz do nosso estado de buda. Essa prática de polir nossa vida possui dois aspectos. Um deles é manifestar profunda fé, munindo-nos do espírito de lutar contra nossa escuridão interior. O outro aspecto é persistir em nossos esforços, como adverte Daishonin quando diz: “Manifeste profunda fé polindo diligentemente seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.5 A Sra. Kaneko, esposa do presidente Ikeda, ressalta em sua mensagem:6 Neste ano de seu 95º aniversário — que também assinala o 95º “aniversário de fé” dos nossos dois primeiros presidentes —, meu marido continua levando avante o espírito deles e se empenhando com bravura e vigor, de acordo com as palavras de Daishonin: “Fortaleçam sua fé dia após dia e mês após mês”.7 Nichiren Daishonin explica que, quando o coração das pessoas muda, a terra ou o ambiente externo também se transforma. O que ocorre no aspecto mais profundo é a mudança da ilusão para a iluminação.8 Preciosas companheiras, manifestando uma condição de vida suprema como um espelho límpido que reluz como uma joia, vamos, neste significativo mês, renovar nossa decisão e manter aceso o eterno espírito do 16 de Março por meio do apoio na luta conjunta com a juventude Soka. Forte abraço! Felicidades! Divisão Feminina da BSGI Manifestando espírito de procura, as integrantes da Divisão Feminina da RM Ceará realizam Encontro das Mulheres Soka Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 1.219, 27 mar. 1993, p. 3.2. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-sao-lapidados-os-diamantes Acesso em: 14 mar. 2023. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020.4. Brasil Seikyo, ed. 1.219, 27 mar. 1993, p. 3.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020.6. Brasil Seikyo, ed. 2.628, 11 fev. 2023, p. 8-9.7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017.8. Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 66, 2014. Ilustração: Getty Images Fotos: Colaboração local
23/03/2023
Notícias
BS
Fazer o sol brilhar
Porto Velho é um município brasileiro de Rondônia. Uma curiosa história revela que foi criado por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A cidade, que também é a capital do estado, fica às margens do rio Madeira, maior afluente da margem direita do rio Amazonas. Na região, a RM Rondônia Norte abarca quatro distritos – três na capital e um no interior, na cidade de Ariquemes –, dos quais o Distrito Porto Velho, que abrange os membros dos bairros das zonas sul e leste da cidade, é o mais antigo da localidade e carrega o nome do município. Persistência é marca registrada dos membros dessa organização de base. Ao longo de quase três anos de encontros on-line em razão da pandemia da Covid-19, nunca deixaram de realizar as atividades por comunidade, como afirma Raíssa Aleixo, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do distrito: “Passamos por diversas dificuldades, porém nos mantivemos fortes, sempre com reuniões de estudo visando ao incentivo mútuo”. O ano 2023 iniciou com grandes expectativas pelos encontros presenciais e a localidade optou por atividades híbridas para atingir maior participação de membros. Os líderes de distrito se encontram mensalmente e mantêm forte diálogo para planejar ações que contribuam para a aplicação da prática da fé na vida de cada membro. No distrito e nas comunidades são realizadas reuniões de estudo do budismo e diálogos. Já foram promovidos encontros com base nos livros e nas propostas de paz de Ikeda sensei, além de assuntos escolhidos para as alegres reuniões de palestra. Ao encararem os desafios desse primeiro semestre do ano, as lideranças do distrito têm consciência de que deverão se esforçar ainda mais para resgatar aqueles companheiros que, devido a grandes dificuldades, estão menos presentes nas atividades. “O levantar de cada um construirá o futuro e todos nós temos a certeza da vitória”, determina Raíssa. Ações fundamentais para o cumprimento dessa meta são as visitas familiares e individuais que estão sendo realizadas na localidade e também a propagação dos ensinamentos do Budismo Nichiren, como consta no romance Nova Revolução Humana: Shin’ichi [pseudônimo do presidente Ikeda na obra] pensava constantemente no que poderia fazer para incentivar o crescimento de cada membro. Kosen-rufu é outro nome para o triunfo da humanidade. E somente poderia ser alcançado se ajudasse os outros a desenvolver, polir e fazer brilhar sua personalidade e seu potencial.1 O objetivo do Distrito Porto Velho é “fazer brilhar o sol da felicidade na vida de cada membro com base nos direcionamentos do Mestre”, complementa Flavio Gil, responsável pelo distrito. Dessa maneira, um passo por vez, sempre juntos, os membros caminham para a construção do glorioso futuro. No topo: Os membros da Comunidade Eldorado na reunião de palestra realizada em janeiro Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 59, 2019. Foto: Colaboração local
23/03/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 10
Monarcas sem coroa O jornal da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, foi publicado pela primeira vez em 20 de abril de 1951, com circulação inicial de algumas edições por mês, mas a periodicidade foi se ajustando ao longo do tempo, conforme o crescimento da organização, até se tornar diário em 15 de julho de 1965. Os colaboradores da distribuição do jornal ficaram muito felizes em receber e entregar diariamente o Seikyo Shimbun na casa dos assinantes. Pouco antes da mudança, uma reunião de distribuidores do jornal foi realizada nas localidades com a finalidade de explicar o novo esquema de distribuição. Os participantes estavam radiantes e com o peito inflado de orgulho por servir diariamente ao kosen-rufu por meio da distribuição do jornal. * * * Sempre que Shin’ichi ouvia a respeito do esforço abnegado dos colaboradores da distribuição do Seikyo Shimbun, enviava a todos um profundo daimoku em gratidão por esse grande apoio. Ele orava todas as manhãs para que os distribuidores cumprissem a tarefa sem nenhum acidente. Pelo fato de os membros que atuavam na distribuição terem de acordar mais cedo que os demais, Shin’ichi recomendou aos líderes que encerrassem as atividades da noite o mais breve possível. Muitas vezes, principalmente quando chovia ou nevava, Shin’ichi acordava de madrugada preocupado com o bem-estar dos distribuidores. Nesses dias, passava a noite recitando daimoku com total seriedade, pensando nos companheiros que distribuíam o Seikyo Shimbun em todas as localidades do Japão. Desde que o Seikyo Shimbun passou a ser diário, Shin’ichi propôs várias ideias para incentivar os membros que colaboravam em sua distribuição. Uma delas foi a publicação de um jornal mensal com diretrizes, incentivos e relatos de experiência desses colaboradores. A primeira edição do periódico foi lançada em julho de 1966. A pedido dos associados, Shin’ichi denominou-o Mukan [Sem Coroa], considerando os distribuidores como “monarcas sem coroa” do povo. Os colaboradores que entregavam o jornal eram monarcas do castelo do debate que não buscavam méritos ou reconhecimento. Eles percorriam todas as manhãs as ruas rumo às casas dos membros com o elevado orgulho de ser um bodisatva da terra e de lutar como tal. (Trechos do capítulo “Castelo do Debate”) Atitude sincera fortalece a harmonia humana Em agosto de 1965, eclodiram protestos em Watts, bairro predominantemente afro-americano de Los Angeles, que se estenderam por vários dias e acarretaram violência generalizada, destruição e 34 mortes. Apesar da situação, Shin’ichi visitou os Estados Unidos conforme o programado, comparecendo a um festival cultural em 15 de agosto em Etiwanda, localizado vários quilômetros ao leste de Los Angeles. Depois do encerramento do festival, estava cumprimentando a equipe de apoio do evento quando um jovem afro-americano veio falar com ele. No rosto de cada um [dos jovens participantes da apresentação no festival cultural de Etiwanda] estava estampada a convicção de que era possível criar um mundo de igualdade de raças e etnias, abolindo as discriminações e os preconceitos. (...) Quando eclodiu o conflito racial, os membros se organizaram para alojar em sua casa os companheiros que residiam em zonas de maior agitação e planejaram um esquema de transporte dos figurantes até o local de ensaios utilizando carros particulares. Essa solidariedade e união entre os companheiros deu um brilho mais radiante às apresentações. * * * No percurso até o carro, Shin’ichi apertou a mão de cada um dos jovens do grupo de apoio, agradecendo-os pelo esforço e cumprimentando-os pelo sucesso do evento. Com o rosto corado, os jovens retribuíam os cumprimentos apertando com vigor a mão de Shin’ichi. Quando o presidente Yamamoto estava se dirigindo para o carro, um jovem afro-americano se aproximou e disse algumas palavras. Shin’ichi apertou a mão do rapaz e pediu a Nagayasi Masaki que servisse de intérprete. — Muito obrigado por ter vindo à América num momento em que Los Angeles está enfrentando a revolta racial. Por sua atitude de vir ao meu país numa situação tão crítica, aprendi o que é coragem e qual deve ser a disposição de um líder que consagra a vida em prol da paz mundial. Eu me sinto muito fortalecido. Com toda a certeza, construiremos com nossas mãos uma sociedade norte-americana de harmonia entre os seres humanos, banindo de nossa terra as desavenças entre raças e etnias. Por favor, presidente Yamamoto, pode ficar tranquilo e conte com os jovens norte-americanos. No rosto emocionado do jovem, vários fios de lágrimas escorreram dos seus olhos. Shin’ichi disse sorrindo: — Muito obrigado! Fico feliz em ouvir essas palavras. Diante de sua decisão de lutar pelo kosen-rufu, posso dizer-lhe que cumpri o objetivo da minha viagem aos Estados Unidos. O importante é que uma pessoa se levante pela própria iniciativa e compartilhe o meu sentimento. Do mesmo modo como um grande rio começa a partir de uma gota d’água, a correnteza da paz da América iniciará a partir de você. Conto com você para o bem da América! Os dois trocaram novamente um forte aperto de mãos. (Trechos do capítulo “Brisas da Felicidade”) Pilares de ouro Soka, este é o momento para se levantarem! Em 5 de março de 1966, Shin’ichi dá a seguinte orientação na cerimônia de fundação da Divisão Sênior realizada na sede da Soka Gakkai em Tóquio. Shin’ichi imprimiu mais vigor em sua voz: — Os integrantes da Divisão Sênior estão na fase de dar os toques finais na própria vida. Gostaria que aplicassem a capacidade que todos possuem e que cultivaram ao longo da vida em prol do kosen-rufu. Daishonin disse: “Já que de uma forma ou outra a morte sobrevirá, o senhor deveria estar disposto a oferecer a vida ao Sutra do Lótus. Pense nesse oferecimento como uma gota de orvalho que se reintegra ao oceano, ou como uma partícula de pó que retorna à terra”.1 Daishonin afirma, portanto, que ninguém pode escapar da morte e, por isso mesmo, deve dedicar a vida à grandiosa Lei chamada Sutra do Lótus. Assim, recomenda a todos que devotem a vida ao kosen-rufu. Esse ato equivale a unir nossa vida ao grande universo, tal como o orvalho que se junta ao oceano ou o grão de areia com o solo. Uma existência passa rapidamente e o tempo que podemos viver com saúde é ainda mais limitado. Além disso, o tempo de atuação como membro da Divisão Sênior é muito curto. Se não se levantarem agora, quando então se levantarão? Se não atuarem agora, quando lutarão? Será daqui a dez anos? Ninguém pode garantir em que situação estarão nessa época. Por isso, agora é o momento de ouro da nossa vida. É o precioso tempo da nossa ilimitada existência. Digo isso porque não quero que tenham remorsos no fim da vida. * * * — O presidente Tsunesaburo Makiguchi começou a praticar o budismo aos 57 anos, e o presidente Josei Toda levantou-se sozinho em prol do kosen-rufu quando foi libertado da prisão aos 45 anos. Ambos se levantaram pelo ideal do kosen-rufu na idade de um integrante da Divisão Sênior. Isso faz parte da tradição da Soka Gakkai. Eu também sou integrante da Divisão Sênior. Por favor, levantem-se com coragem junto comigo, com base no espírito da Gakkai. Sejamos pilares de ouro que sustentam o grande castelo Soka. * * * No fim da reunião, Shin’ichi curvou-se cumprimentando as pessoas e caminhou em direção à porta. Então, repentinamente ele parou, voltou-se para todos e, com o punho cerrado e o braço erguido, bradou: — Vamos lutar juntos! Vamos construir uma nova história! Vamos viver lutando em prol da Lei! Erguendo o braço com firmeza, todos responderam afirmativamente em uníssono. O espírito de luta invadiu o coração, e as lágrimas escorreram pelo rosto dos participantes. (Trechos do capítulo “Coroa de Louros”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 17 de julho de 2019.) Nota:1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 269, 2017. Ilustrações: Kenichiro Uchida
23/03/2023
Rede da Felicidade
BS
Plantar as sementes do futuro
Novos brotos! Novos brotoscrescendo vigorosamentecom olhar no futuro, alcançando o céu infinito.Em sua vida repleta de frescore jovialidade, transborda esperança,bate no ritmo do coração de justiça,e pulsa o amor pelo saber.Meus preciosos e valiosos jovens amigos,herdeiros do bastãoespiritual Soka!Ampliem e estendamainda maisa estrada da paz e da amizade que construí.Peço que erradiquem, sem falta,da face da Terra, a pobreza,a fome,a discriminação, a guerra e toda a miséria!Para tanto,que vocês sejam fortes, corajosos e sábios!Desenvolvam a si mesmos, desafiem-se e estudemcom afinco.Com imensa expectativa,Eu aguardo, o mundo aguarda, o crescimento de vocês.Pássaros entoam cantigasde alegria.Flores dançam a valsa da felicidade ao compassoda brisa.É manhã! A tão aguardada manhã da esperança!Príncipes e princesas, é a partida rumo ao futuro! A primeira cerimônia de início das aulas da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio se daria naquele dia. Ela fora construída ao lado da Escola Soka de Ensino Fundamental 2 e Médio. Banhado pelo sol da primavera, o prédio branco de concreto de três andares da nova escola erguia-se vividamente em meio ao belíssimo cenário verde de Musashino [como era conhecida essa área de Tóquio]. A sacada no último andar estava enfeitada com uma enorme faixa de cerca de 30 metros de comprimento, contendo os dizeres: “Parabéns pelo início das aulas: esperançosa partida!”. A cerimônia de início das aulas começou às 11 horas, no auditório da Escola de Ensino Fundamental 2 e Médio. Olhando fixamente para o palco, alguns dos alunos da nova instituição pareciam um pouco nervosos quando foi declarada a abertura da solenidade. Assumindo o púlpito, o diretor Takashi Araki anunciou que 125 estudantes do primeiro ano, 82 do segundo e 84 do terceiro haviam sido admitidos para a recém-inaugurada escola. Em seguida, apresentou o lema desses três anos do ensino fundamental: “Sejam radiantes! Sejam Atenciosos! Sejam Perseverantes!”. O fundador da instituição, Shin’ichi Yamamoto, havia sugerido esse lema, atendendo à solicitação do corpo docente e dos funcionários envolvidos na concretização daquele empreendimento. Ele escolheu esses três pontos em particular — destacando qualidades como comportamento, atitude e a maneira de encarar a vida — com base na convicção de que a educação humanística deve prestar especial atenção à formação do espírito e do caráter dos estudantes. “Sejam Radiantes!” — essa expressão significa ser alegre e positivo. Consiste num brado para que os estudantes não se depreciem, e se empenhem entusiasticamente em várias atividades com uma atitude espontânea e a mente aberta. “Sejam Atenciosos!” — essa frase refere-se a se importar com os outros. Algumas pessoas podem ter notas altas na escola, mas se pensarem só nelas, isso causará sofrimento para si e para aqueles que as cercam. Conseguir demonstrar gentileza e consideração aos outros é um dos requisitos mais essenciais para se desenvolver um caráter sólido. “Sejam Perseverantes!” — essa sentença corresponde a ter paciência e persistência. Sem perseverança, as crianças não serão capazes de alcançar seus objetivos ou de crescer genuinamente como seres humanos — qualidade essencial que devem adquirir se desejarem ser vitoriosas na vida. Shin’ichi acreditava firmemente que ajudar a criança a estabelecer uma base interior sólida constituía o propósito mais importante da educação básica. [Na sequência, um representante dos estudantes procedeu à apresentação de um juramento representando os colegas.] Depois do discurso do estudante, um membro do conselho de administração leu a mensagem do fundador, Shin’ichi Yamamoto. O texto havia sido impresso numa folha de papel e entregue aos alunos, com um guia de pronúncia ao lado dos ideogramas chineses para que todos pudessem lê-los. Enquanto a mensagem estava sendo lida em voz alta, as crianças acompanhavam atentamente com o texto em mãos. (...) Ele escreveu: — “Vocês podem, por vezes, ter problemas, dificuldades que talvez pareçam ser um fardo pesado. Podem ser repreendidos por algum professor ou se sentir tristes por não terem ido bem no trabalho da escola. Podem levar a pior numa discussão com um amigo e ficar realmente com muita raiva ou chateados em consequência disso. Mas essas experiências, esses ‘pesados fardos’ os ajudarão a se tornar grandiosos. Assim como o inverno sempre se transforma em primavera, muitas vezes, depois de fatos tristes na vida, seguem-se acontecimentos agradáveis e felizes. O bambu não quebra sob o peso da neve. Ele simplesmente suporta e aguarda com paciência a chegada da primavera repleto de esperança. Isso não significa sofrerem sozinhos. Se tiverem problemas, contem aos pais ou busquem conselhos com professores e bons amigos. Vocês são como jovens brotos de bambu com muito para crescer. Com um coração amplo e aberto, desenvolvam-se com saúde e espírito forte, e aprendam a ser flexíveis e persistentes como o bambu”. Os olhos das crianças brilhavam intensamente. Shin’ichi desejava ensinar aos jovens estudantes a mais relevante maneira de viver: encarar as dificuldades de cabeça erguida. Se criassem o hábito de evitar dificuldades, no fim só atrairiam infelicidade. Em sua mensagem, Shin’ichi Yamamoto também recomendou aos jovens que lessem bons livros. Ele contou que, quando era estudante do ensino fundamental, sua família não tinha dinheiro para comprar livros. Portanto, ele os pegava emprestado de bibliotecas da escola e da vizinhança e lia avidamente romances como Robinson Crusoé e A Ilha do Tesouro. Ele incentivou as crianças a ler grandes obras do mundo inteiro. Shin’ichi, então, solicitou aos estudantes que seguissem as normas da escola, as regras de trânsito e as leis da sociedade, e que sempre cumprimentassem as pessoas alegremente e com uma voz forte e clara. Uma importante finalidade do ensino fundamental é ajudar as crianças a adquirir bons hábitos que servirão como base para o resto da vida. Por fim, declarou: — “É graças aos seus pais que vocês estão tendo a oportunidade de estudar nesta nova escola. Peço-lhes que valorizem e sejam bons para eles e para seus irmãos. Do mesmo modo, espero que sejam gentis com seus amigos e todos os demais, especialmente com aqueles menos afortunados que vocês. Sejam pessoas de coração grande e generoso, e sempre demonstrem consideração aos outros. Gostaria de encerrar minha mensagem com votos de que estudem muito, brinquem bastante e se tornem excelentes alunos do ensino fundamental”. Aplausos ressoaram pelo auditório, externando a determinação das crianças e a alegria dos pais. [O presidente do Conselho de Administração das Escolas Soka, Susumu Aota, proferiu suas palavras de cumprimentos. Depois da cerimônia de início das aulas, as crianças saíram do auditório.] Naquele dia, cruzaram a Ponte Glória sobre o canal de Tamagawa — que se estende pelo pátio — e atravessaram o campo de esportes até um pátio adjacente em frente ao edifício principal da escola de ensino fundamental. De acordo com a programação, os estudantes teriam uma sessão de fotos em grupo com o fundador da escola, Shin’ichi Yamamoto. Shin’ichi estava vindo do Centro Cultural de Tachikawa para participar da sessão de fotos. No carro, ele disse a um dos funcionários da escola que o acompanhava: — Mal posso esperar para me encontrar com os estudantes! Chegaremos no horário para a sessão de fotos, não é mesmo? Não quero deixá-los aguardando. Shin’ichi não se cabia de alegria por se reunir com as crianças. Pouco antes das 11h30 já estava na instituição e apressou-se da entrada principal ao pátio da escola, chegando assim que as crianças terminaram de se organizar em filas conforme o ano que cursavam. Observando a alegria e o sorriso do rosto daqueles príncipes e princesas, quando se deu conta estava acenando e gritando para eles: — Bem-vindos à Escola Soka de Ensino Fundamental 1. As crianças responderam ao cumprimento de maneira entusiástica. Shin’ichi caminhou em direção aos estudantes olhando atentamente para o rosto das crianças como se desejasse gravá-lo em seu coração. Ele disse: — Parabéns por ingressarem na Escola Soka de Ensino Fundamental 1! Estendeu a mão para cumprimentar e falar diretamente com cada aluno: “Fico muito feliz em me encontrar com você!”; “Estava aguardando este dia!”; “Sempre me lembrarei de você”. Alguns estudantes sorriam timidamente, outros diziam seu nome com segurança quando lhes perguntava, e outros expressavam gratidão. Conversar com cada pessoa sempre com um sorriso é o caminho para abrir a porta do coração dela. O primeiro passo na educação consiste em abrir o coração das crianças. Se o coração delas estiver fechado, não será possível semeá-lo. Shin’ichi Yamamoto posou para fotos em grupo com estudantes dos três primeiros anos da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio. Por último, tirou foto com professores e funcionários. Depois, reuniu-se com os alunos na entrada da escola para um plantio de árvores comemorando a inauguração da escola. Entre os diversos tipos de árvores havia duas cerejeiras Yoshino com plaquinhas de madeira indicando os nomes Árvore Príncipe e Árvore Princesa, respectivamente. Por solicitação do diretor Araki, Shin’ichi havia atribuído nomes às árvores durante a sua visita à instituição no dia anterior, 8 de abril. Ele assistiu aos representantes dos meninos depositar um pouco de terra sobre as raízes da Árvore Príncipe e a representante das meninas fazer o mesmo com a Árvore Princesa. Olhando para as duas cerejeiras recém-plantadas, Shin’ichi disse às crianças: — Assim que entramos pelo portão principal, podemos ver as duas árvores. Quando se tornarem árvores adultas, vocês estarão ativos na sociedade. Aguardo ansiosamente esse dia. Cresçam e sejam grandes e fortes junto com estas árvores. Plantar árvores é plantar esperança pelo futuro. — Vamos dar um vigoroso viva! — propôs Shin’ichi. Em resposta, todos bradaram a saudação por três vezes. A voz cheia de energia das crianças ecoou pelo céu azul. Shin’ichi Yamamoto cumprimenta os estudantes antes de tirar uma foto comemorativa com eles O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. No topo: Ilustração mostra estudantes da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 realizando plantio comemorativo sob o olhar carinhoso de Shin’ichi Yamamoto, ao centro Fonte: IKEDA, Daisaku. Novos brotos. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 27, p. 9-17, 2019. Ilustrações: Kenichiro Uchida
23/03/2023
Caderno Especial
BS
Resiliência que abre caminhos
BSGI realiza ação humanitária na cidade de São Sebastião Entrega de donativos destina-se a famílias desabrigadas e desalojadas Na manhã do dia 8 de março, a BSGI entregou donativos para o Fundo Social de São Sebastião, cidade do litoral norte paulista fortemente afetada pelas inundações e pelos deslizamentos de terra ocorridos em fevereiro. A entrega aconteceu no Centro de Apoio Educacional Joaquim Daniel dos Santos (Joaquim Libaino), na Vila Amélia. Ali, todas as doações, tanto de alimentos, produtos de higiene pessoal como de vestimentas, são organizadas, verificadas e separadas por voluntários e distribuídas para as famílias atingidas pela tragédia. Alinhada com o Fundo Social, a BSGI doou vários itens para as localidades com o apoio dos líderes e membros da RM Litoral Norte e do Distrito Cidade de São Sebastião. Representantes da BSGI fazem a entrega de doações ao Fundo Social de São Sebastião com ajuda dos voluntários da instituição Ações pelas pessoas Iniciativas como a doação ao Fundo Social de São Sebastião fazem parte dos esforços da BSGI e da Soka Gakkai para apoiar vítimas de tragédias e desastres naturais. No dia 9 de fevereiro deste ano, a sede da Soka Gakkai, no Japão, fez doações para as vítimas do terremoto na Turquia e na Síria, ocorrido em 6 de fevereiro. Na ocasião, o presidente Minoru Harada entregou-as ao embaixador da Turquia no Japão, Korkut Güngen. Também foi feita uma doação ao Fundo de Ajuda ao Terremoto de 2023 na Turquia/Síria criado pela Cruz Vermelha japonesa para apoiar as atividades de socorro e de reconstrução das áreas afetadas. Posteriormente, no dia 6 de março, a Soka Gakkai fez uma doação adicional às pessoas atingidas. Outro momento em que a Soka Gakkai atuou para auxiliar vítimas de um desastre foi após o terremoto e o tsunami na região japonesa de Tohoku, em março de 2011, quando a organização criou uma comissão de apoio, empregando recursos humanos e materiais para apoiar os envolvidos. Fontes: Soka Gakkai faz Doações à Embaixada da Turquia no Japão e à Cruz Vermelha. Disponível em: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561258. Acesso em: 16 mar. 2023. Soka Gakkai Mobilizada para Apoiar Vítimas. Disponível em: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2076 Acesso em: 16 mar. 2023.
23/03/2023
Editorial
BS
Vencer com o coração
Com o desejo de oferecer o melhor ambiente para aqueles que fossem assistir aos seus treinos, os jogadores do time de beisebol da Universidade Soka recolhiam o lixo ou as folhas secas que estavam ao redor do campo. Eles tinham a mesma atitude pelo bairro, no campus da universidade ou quando iam jogar em outros campos. O espírito com que se dedicavam dentro e fora dos jogos foi ensinado pelo fundador da equipe, Daisaku Ikeda, nosso mestre, que os incentivava a jamais se esquecer de que há pessoas que os apoiam. Eles mantinham o espírito do “beisebol humanístico”. Com essa conduta, o vitorioso time carregava o título de quarenta vezes campeão da Liga de Outono ou de Primavera e 29 participações em campeonatos nacionais. Com mais uma conquista, eles comunicaram a Ikeda sensei, que lhes respondeu: “Vencendo ou não, tenham sempre um vasto coração e ajam com tranquilidade”. Nos quatro anos que se seguiram, eles amargaram duras derrotas. Apesar de treinarem com empenho, não venceram nem uma partida sequer. O coração deles foi tomado de dúvida e de ansiedade. Ikeda sensei, nesse período, enviou-lhes muitas mensagens de incentivo e tirou fotos comemorativas com o time. Certa vez, chegou a preparar curry e oferecer aos jogadores com a seguinte orientação: “Sofram o que tiver de sofrer enquanto jovem. Agora é o momento para treinar física e espiritualmente”. Ele também enviou considerações ao treinador: — Cuide dos jovens com o coração. É natural existirem vitória e derrota, pois se trata de uma competição. Não estou preocupado com o resultado, o importante é o valor humanístico de cada um. Meu desejo é que treinem o ser humano por meio do beisebol. Os integrantes da Juventude Soka do Brasil, com o mesmo espírito de se treinarem ultrapassando suas questões, reuniram-se nos dias 18 e 19 de março para a 2ª Academia Índigo. Nesta edição do Brasil Seikyo, saiba tudo o que aconteceu com jovens de todo o país nessa atividade no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP. Esse encontro só foi possível graças ao incondicional apoio dos veteranos e o treinamento de Ikeda sensei, que é quem mais acredita no valor humanístico dos jovens. Em 2 de abril de 1989, o fundador do time de beisebol dedicou aos seus integrantes o seguinte poema: Vença em primeiro lugarcom o coração;em seguida, com a técnica.Portanto,o treino é a prática,e a prática é o treino. Os jogadores decidiram se tornar indivíduos repletos de humanismo e polir seu comportamento diário. No ano seguinte, eles voltaram ao pódio, vencendo um importante campeonato pela primeira vez desde a fundação do time. Ikeda sensei então lhes escreveu: “Continuem desafiando a vencer na próxima disputa. Estou muito feliz com o esforço de vocês. Devemos continuar com nossos desafios para vencermos na próxima vez. Assim deve ser tanto no beisebol quanto na vida diária”. Com a leitura desta edição, vamos decidir, com humanismo, polindo nosso comportamento diário e criando valor em nossa vida, vencer na próxima disputa. Ótima leitura! Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, p. B2.
23/03/2023
Incentivo do líder
BS
Farol da esperança e das possibilidades
Estamos finalizando o primeiro trimestre de 2023, denominado “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Com certeza, todos enfrentamos diversas situações, mas o mais importante é quanto estamos dispostos a aprender e a nos desenvolver, afinal, a vitória já é certa. Digo isso pela ótica da prática da fé da revolução humana. Aprendemos, ao longo da nossa contínua atuação, a evidenciar coragem, sabedoria, agilidade, descobrindo e cumprindo nossa missão. Nasci, cresci e moro no Rio de Janeiro. Como membro da Divisão dos Estudantes, fiz parte do grupo Asas da Paz Kotekitai do Brasil e, nessa época, todo o meu redor era um cenário de desesperança e descrença. Envolvida no ambiente da Soka Gakkai, fui encorajada a não aceitar aquela realidade. Desafiando-me e, acima de tudo, compreendendo meu papel onde vivia, minhas atitudes tomaram outro rumo — o da vitória e o de me tornar protagonista de uma história de sucesso. No poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, Ikeda sensei nos direciona: Não faz mal que seja pouco,o que importa é que o avanço de hojeseja maior que o de ontem.Que nossos passos de amanhãsejam mais largos que os de hoje. Aquela menina, de uma infância que muitos não acreditavam, hoje se formou na universidade, atua em seu campo profissional, manifestando a esperança e cultivando-a nas pessoas, assim como Ikeda sensei nos incentiva. Obviamente, não é fácil, mas é essa “dificuldade” que torna prazerosa a vida. Esse avanço é o que inspira a vitória final. Outro fator importante nessa trajetória, além da relação de mestre e discípulo, são as amizades que conquistamos. A amizade, como o presidente Ikeda descreve, é o maior tesouro que um ser humano possui. O verdadeiro amigo é aquele que o escuta, incentiva e recita daimoku junto com você. Dentro da organização, comprovei, mais uma vez, esse aspecto e tenho pessoas confiáveis ao meu lado. Na Nova Revolução Humana, Ikeda sensei estava na China, em um diálogo, e em certo momento, ele declarou: Não devemos ignorar os erros que acontecem em nosso mundo. Precisamos contemplar profundamente suas causas e sua essência, e iniciar uma luta pelo bem do futuro. (...) O espírito de luta pela verdade e pela justiça é o que constrói uma nova sociedade. Com os encontros, os indivíduos se tornam “conhecidos”; mediante várias conversas, tornam-se “amigos”; e pela dedicação sincera, consideração e empatia mútua, eles se transformam em “amigos do coração” ou “amigos íntimos”.1 O que quero dizer com isso, caros amigos da amada BSGI, é que o momento para desprendermos de pensamentos e situações que só atrasam nossa vida é agora. Como sair da zona de conforto? É preciso agir. Ou seja, devemos entrar em ação pela nossa felicidade e pela felicidade das pessoas ao nosso redor, e lutar para consolidar um ambiente de alegria em nossa comunidade, no local de trabalho e em nosso lar. Mais que nunca, junto com o presidente Ikeda, busquemos nossa revolução humana diariamente. Com sincera e forte oração, sejamos um farol de esperança e criemos inúmeras possibilidades a partir de agora. Com os incentivos de Ikeda sensei de valorizar o ser humano, nossas diversas habilidades e prezando cada pessoa, avancemos juntos. Sejamos felizes! Forte abraço! Ariana Kelly dos SantosVice-coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI Nota:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, 2020. Ilustração: Getty Images
23/03/2023
Encontro com o Mestre
BS
Elevando alto a bandeira da “pacificação da terra” — espírito invencível diante das dificuldades
Flores da amizade para a comunidade localFevereiro, mês de aniversário de nascimento de Nichiren Daishonin, como também do mestre Josei Toda. Acredito que o bailar heroico dos discípulos Soka, que atuam rumo ao kosen-rufu e à “pacificação da terra” em cada localidade do Japão e em cada país, seja o maior ato de retribuição à gratidão ao buda Nichiren Daishonin e ao mestre Josei Toda. As ondas do diálogo dinâmico visando à nova Campanha de Fevereiro, promovidas neste mês [fevereiro de 2023], desde o norte, em Hokkaido, Tohoku, Kanto, Tóquio, Tokaido, Shin’etsu, Chubu, Hokuriku, Chugoku, Shikoku, até o sul, em Kyushu e em Okinawa, estão envolvendo todo o arquipélago japonês. É realmente o tradicional mês de fevereiro. A origem da Grande Kansai também está relacionada à Campanha de Fevereiro do Distrito Kamata que nós a desenvolvemos com a determinação de saldar as dívidas de gratidão no ano de 1952. Sem perder a oportunidade da mudança do Sr. Giichiro Shiraki para Osaka por motivo de trabalho, Toda sensei o nomeou responsável em exercício pelo Distrito Osaka. Ainda no mês de fevereiro, o Sr. Shiraki concretizou sua primeira propagação [do budismo], marcando o passo inicial para a edificação do castelo do povo em Kansai. No mês de fevereiro, depois de um ano, Toda sensei entregou a bandeira do Distrito Osaka ao Sr. Shiraki, responsável pelo distrito. Ao mesmo tempo, a Divisão Masculina de Jovens e a Divisão Feminina de Jovens de Kansai também iniciaram oficialmente as atividades. Então, faz setenta anos desde que tremulou a bandeira do juramento seigan de mestre e discípulo para eliminar a miséria das amadas pessoas comuns de Kansai, como também de todo o povo. A palavra Josho (“contínuas vitórias”) tornou-se o lema dos membros do mundo inteiro. Quais razões levaram à construção do tão imponente castelo Kinshu de boa sorte? Certa vez, conversamos a respeito na reunião de líderes centrais da SGI-Estados Unidos. A conclusão foi a seguinte: 1. Em Kansai, há harmonia, mais que em qualquer outro lugar. 2. Há um ambiente familiar no qual todos se expressam livremente sobre qualquer assunto. Por isso, são alegres e transmitem refrescância. 3. Sopra sempre uma brisa primaveril de confiança. 4. No íntimo dos companheiros pulsa sempre o espírito Soka. É realmente o aspecto da união harmoniosa, tal como afirma esta passagem: Todos os discípulos e seguidores leigos de Nichiren devem recitar Nam-myoho-renge-kyo com o espírito de diferentes em corpo, unos em mente, transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si, tornando-se inseparáveis como o peixe e a água. Esse laço espiritual é a base para a transmissão universal da Lei suprema da vida e da morte.1 Trata-se de uma passagem de um escrito redigido por Daishonin em Sado, no décimo primeiro dia do segundo mês de 1272. Quanto piores as adversidades que surgiam, nossa família Kansai veio enfrentando-as e se incentivando mutuamente “transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si, tornando-se inseparáveis como o peixe e a água”. Quanta contribuição prestaram para a reconstrução após o Grande Terremoto de Hanshin (sismo de Kobe), tornando-se os pilares da sociedade e da comunidade local! Nós viemos fortalecendo e aprofundando cada vez mais as ligações de vida, da unicidade de mestre e discípulo, e da “união de diferentes em corpo, unos em mente”, conectadas pela Lei Mística, fazendo-as pulsar junto com os jovens sucessores. Expressando sentimentos de condolências O grande terremoto ocorrido na Turquia e na Síria no dia 6 deste mês [fevereiro de 2023] levou à extensa destruição de construções, tirando um grande número de vidas humanas. Ao mesmo tempo em que expresso meus profundos sentimentos de condolências às vítimas, oro todos os dias pela total segurança e pelo bem-estar das pessoas afetadas pela tragédia e daquelas que estão prestando assistência. Como membro da mesma cidadania global, quero continuar orando ainda mais intensamente pela paz e segurança do mundo. O avanço da América do Sul em trinta anos As palavras de confiança oferecidas a nós pelo presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, que contribuiu para a redação da minuta da Declaração Universal dos Direitos Humanos, voltam a reviver: É importante falar que a felicidade de todas as pessoas do mundo não é construída com a força, mas sim por meio de algo superior que é a razão. A entidade que mais apela por isso é a Soka Gakkai Internacional.2 Foi em fevereiro de 1993 que o presidente nos recebeu de forma tão calorosa, parecendo até que ele tivesse incorporado a figura de Toda sensei, da mesma geração que ele. E foi em meio à minha histórica viagem à América do Sul. Os companheiros de todos os países — Colômbia, Brasil, Argentina, Paraguai e Chile, este último se tornou o 50o país a ser visitado por mim — estavam repletos de decisão pela ampla propagação benevolente. Foi a época em que começava o voo da Renascença Soka depois de romper os grilhões do clero herético. A partir de então, passaram-se trinta anos. A rede de solidariedade dos emergidos da terra da Argentina cresceu seis vezes em relação à daquela ocasião. No Paraguai, mais que triplicou; e no Chile, quintuplicou. Foi um progresso extraordinário. Na Colômbia, onde foi fundado o distrito por ocasião da minha visita, os membros continuam se desafiando com o objetivo de criar uma legião de mil jovens. O Brasil, que se levanta como Monarca do Kosen-rufu Mundial, está cada vez mais animado, visando à concretização de 100 mil membros da Divisão dos Jovens. Nichiren Daishonin afirma: “Como é gratificante! O senhor uniu-se a um amigo na sala de orquídeas e ficou de pé como a artemísia que cresce entre o cânhamo”.3 Exatamente de acordo com esse sublime espírito, os amigos Soka emergidos da terra de todos os lugares estão se lançando com alegria e coragem ao diálogo do rissho ankoku [“estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”]. Por mais que o redemoinho de ressentimentos e de turbulências se intensifique, a amizade da “sala de orquídeas”, que veio sendo amplamente conectada com sinceridade e honestidade por nós, mestres e discípulos, é indestrutível. Estou certo de que o amanhã da paz e da felicidade da sociedade global será aromatizado com a fragrância do respeito à dignidade da vida. Fincando as raízes no grande solo Já se passaram mais de três anos desde que a humanidade foi atingida pela pandemia do coronavírus, algo sem precedentes. Quem, afinal, veio apoiando os preciosos membros, com todas as forças, protegendo solenemente o castelo do brilho da boa sorte do povo, em meio a uma crise nunca antes experimentada? Não são outros senão os líderes da organização de base, a começar pelos responsáveis pela comunidade e pelas responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade. Dentro de circunstâncias totalmente inimagináveis, de mudanças e de restrições, eles continuaram incentivando os preciosos amigos com base na sabedoria e na criatividade oriundas da forte oração. Por mais que lhes agradeça, ainda é insuficiente. Minha esposa e eu estamos enviando daimoku com o sentimento de alcançar uma comunidade após outra. Admirada como “mãe do movimento pelos direitos civis americano”, Rosa Parks louvou um jovem que lhe perguntou sobre como contribuir em prol da sociedade: Pelo fato de fazer essa pergunta, você já está contribuindo. Você está pensando no que pode fazer pelo bem das pessoas da posição que ocupa no mundo. Todos os que pensam em contribuir para o bem da sociedade podem fazê-lo.4 Em minha mente surge a imagem de seriedade e de compaixão das pessoas que se dedicam aos incentivos, caminhando de forma constante e segura, mantendo estreito relacionamento entre os líderes principais e os com função de vice, em prol dos companheiros de cada comunidade e de cada bloco. Com essa oração, voz e comportamento, reavivam a vida de cada pessoa e fazem prosperar a terra em que desde o remoto passado desejou e prometeu cumprir sua missão. São realmente pessoas de valor. Em meio à euforia da notícia sobre o lançamento de um satélite artificial, Toda sensei disse em seus últimos anos de vida, analisando-a da ótica da majestosa filosofia de vida capaz de iluminar o próprio universo: “O importante é aquilo que está aos seus pés. Aconteça o que acontecer, deve-se levantar firmemente no grande solo da realidade hasteando a bandeira da Lei Mística, deixando de lado a volatilidade”. Aquele que valoriza o lugar onde se encontra e contribui persistentemente de forma sólida e inteligente em prol do budismo em seu país é a pessoa mais confiável, responsável pela felicidade da comunidade local. Nós vamos superar Relembrando, foi também há trinta anos que me encontrei com a Sra. Parks pela primeira vez. Nós a recepcionamos com a canção que inspirou o movimento pelos direitos civis. We Shall Overcome [Nós Vamos Superar] — ecoando esse indomável espírito de luta, a Sra. Parks e os demais batalharam para criar a época em que resplandecesse o respeito e a igualdade entre as pessoas. Ao ter como ponto de partida a ação corajosa da Sra. Parks de bradar “Não” à injustiça da discriminação racial nos ônibus públicos, iniciou-se o “movimento de boicote aos ônibus” em dezembro de 1955. Por mais de um ano a partir de então, ela continuou heroicamente esse movimento, com perseverança, até conquistar a vitória na Suprema Corte dos Estados Unidos, que julgou inconstitucional a segregação racial nos ônibus. Esse acontecimento se deu na mesma época da nossa Campanha de Osaka em que pessoas anônimas de Kansai descobriram a esperança de viver e se tornaram protagonistas da mudança social. O que pulsa nesse movimento popular Soka também é o espírito de jamais recuar que ressoa com a voz da canção que enfrenta os sofrimentos com a disposição de “Nós vamos superar”. Em outras palavras, é o “espírito invencível”. Uma existência em que não seja derrotada Originalmente, o “espírito invencível” já aparece no Genji Monogatari [Contos de Genji]. É uma expressão transmitida há mais de mil anos. Nichiren Daishonin registra essa expressão em seus escritos, transmitindo à monja leiga Toki, a qual se encontrava enferma, que o exímio médico Shijo Kingo também estava preocupado com a saúde dela. E demonstra profunda confiança a Shijo Kingo, afirmando: “Ele [Shijo Kingo] é um homem que nunca se deixa derrotar [espírito invencível] e que dá grande valor aos amigos [companheiros da fé]”.5 Em um mundo conturbado onde conflitos não cessavam, Shijo Kingo comprovou o “espírito invencível” de vencer na sociedade pelo bem do mestre e dos companheiros, enquanto os discípulos de Daishonin enfrentavam obstáculos e maldades. Há um acontecimento inesquecível. Logo depois do Incidente de Osaka, ao retornar para a minha casa no distrito de Ota, em Tóquio, uma senhora benemérita dos primórdios do kosen-rufu de Kansai recitava daimoku junto com minha esposa. Corrigindo sua postura, essa senhora me disse: “Renovei minha decisão para toda a minha vida. Definitivamente não podemos ser derrotadas! A Gakkai deve avançar firmemente com vitórias. Esta é a verdadeira Soka Gakkai”. Minha esposa também determinou desfrutar uma existência em que não seja derrotada fossem quais fossem as circunstâncias. Pode-se dizer que espírito invencível é a força para suportar sempre com habilidade. Nós devemos manifestar a força básica de um bodisatva da terra elucidada no Sutra do Lótus: “Firmes na intenção e no pensamento, com o poder de grande perseverança”.6 Hoje, nossos companheiros de todas as partes, de Kansai, de Tohoku, de Kyushu e de outras localidades, estão avançando com o coração do rei leão, expressando, cada qual com o próprio dialeto local: “Não posso ser derrotado!”. Avançando passo a passo O que cria o jogo da virada, tornando possível o impossível, é sempre a união com espírito invencível. Cada vez que ouço sobre a situação do norte do Japão onde ainda persiste o rigoroso frio, recordo-me dos membros das Divisões Masculina de Jovens e Feminina de Jovens das localidades de neves profundas, tais como a de Hokkaido, Tohoku, Shin’etsu, Hokuriku e Chugoku, entre outras, que se levantaram brilhantemente correspondendo à minha posse como terceiro presidente. As jovens de Hokkaido dialogavam sobre o romântico futuro, abrindo o mapa da região e fixando pequenas bandeiras indicando: “Aqui também, vamos criar os laços do grupo Kayo!”. Nós vamos hastear cada vez mais alto as bandeiras da esperança, da convicção e da criação de valor da revolução humana que são, em si, a “pacificação da terra”. E vamos juntos continuar a fazer aquilo que estiver ao nosso alcance, da melhor forma possível, rumo à concretização do grande desejo do kosen-rufu, da sociedade e da vida, sem perder a oportunidade! Esse acúmulo passo a passo dessa pequena, mas ao mesmo tempo grande luta conjunta de mestre e discípulo, levará certamente ao ponto de chegada da vitória triunfal da linda canção da primavera. Presidente Ikeda, à esq., recepciona a mãe do movimento pelos direitos civis, Rosa Parks, à dir. dele, sob as vozes de We Shall Overcome na Universidade Soka da América (Los Angeles, jan. 1993) Flores da ameixeira vermelha desabrocham no rigoroso frio. Os pássaros pulam de galho em galho como se conversassem com as flores, comunicando: “A primavera não tarda”. (Foto tirada por Ikeda sensei em Tóquio, fev. 2021) No topo: “Agora é hora do avançar, sem temor!” Incentivo aos amados membros da Kansai de Contínuas Vitórias. Acima, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, Kaneko, à esq., no Centro Memorial Ikeda de Kansai (Osaka, nov. 2007) Publicado no Seikyo Shimbun de 21 de fevereiro de 2023 Notas:1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 226, 2020.2. ATHAYDE, Austregésilo de; IKEDA, Daisaku. Diálogo — Direitos Humanos no Século 21. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 197, 2018.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 23, 2020.4. Rosa Parks no Seishun Taiwa [Diálogo da Juventude de Rosa Parks]. Tradução: Tomoko Takahashi. Editora Ushio.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 221, 2020.6. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 256. Fotos: Seikyo Press
23/03/2023
Especial
BS
O legado de Josei Toda
Oh, 2 de abril! Este dia ficará gravado eternamente na história da Soka Gakkai, na história da minha vida e na vida de seus discípulos. (...) A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!1 Essa foi a decisão do jovem Daisaku Ikeda em 2 de abril de 1958, após ser informado sobre o falecimento do seu mestre, Josei Toda. Toda sensei nasceu em 11 de fevereiro de 1900, na província de Ishikawa, Japão, sendo o filho mais novo de uma família numerosa. Em 1915, ele foi contratado como aprendiz pela Companhia Kokoro de Saporo, no ramo de atacado de roupas, papelaria e miudezas. Dois anos depois, apesar de não possuir curso superior, passou com excelência nos exames que lhe davam crédito para ser professor assistente do ensino fundamental 1. O jovem começou formalmente sua carreira na educação, lecionando no sexto ano da Escola Primária Mayachi, na desolada região de mineração de carvão de Yubari, em 1918. Enquanto ensinava, Josei Toda continuava seus próprios estudos; e, nos dois anos seguintes, foi aprovado nos exames que o habilitavam a lecionar química, física, geometria, álgebra e demais matérias regulares. Em 1920, partiu para Tóquio. Seus primeiros meses em Tóquio foram desencorajadores. Sem encontrar emprego no magistério, trabalhou como auxiliar administrativo e realizou diversos serviços temporários. Em meados de agosto, foi apresentado a Tsunesaburo Makiguchi, diretor da Escola Primária Nishimachi, um homem de ideais ímpares e práticas sobre a educação. Josei Toda pediu a Makiguchi para empregá-lo, prometendo: “Transformarei mesmo as crianças mais atrasadas em excelentes alunos”. A partir daquele dia, trabalharam juntos em tudo, compartilhando alegrias e tristezas, não se separando até o dia da morte de Makiguchi, em 1944. Em 6 de julho de 1943, Makiguchi e Josei Toda foram presos e encaminhados ao Centro de Detenção de Sugamo por se oporem categoricamente à determinação do governo japonês de unificar as religiões do Japão e obrigar os cidadãos a adorar a Deusa do Sol e a apoiar a guerra. Quando Josei Toda saiu da prisão, em 3 de julho de 1945, estava com 45 anos e determinado a “acabar com a miséria da face da Terra”. No ano 1947, ele se encontra com o jovem Daisaku Ikeda, que, aos 19 anos, buscava um sentido para a vida. Adotando Josei Toda como mestre, o jovem Ikeda abraça seus ideais e se torna seu discípulo imediato, dedicando a vida à construção da Soka Gakkai. Em 3 de maio de 1951, Josei Toda toma posse como segundo presidente da Soka Gakkai. Após seis anos, devido aos seus esforços para reconstruir a organização, o número de membros ultrapassou 765 mil famílias. Josei Toda encerrava sua existência aos 58 anos, depois de promover e participar da histórica Cerimônia do Dia 16 de Março de 1958, data conhecida como o Dia do Kosen-rufu. Conforme programada, foi realizada a Reunião de Líderes da sede na noite seguinte, 3 de abril. Nessa atividade, foi anunciado o falecimento do presidente Josei Toda. O jovem Ikeda proferiu estas palavras: O presidente Toda foi um grande líder do kosen-rufu. Sendo assim, nós, membros da Divisão dos Jovens, seus discípulos e seus filhos, também devemos ser grandes batalhadores do kosen-rufu. Se somos discípulos de Toda, deixemos o sentimentalismo de lado. E, exatamente neste momento, superando a tristeza, vamos nos levantar vigorosamente.2 Josei Toda viveu de forma grandiosa, ultrapassando todas as dificuldades. Foi preso injustamente pelo governo militar japonês e, ao sair da prisão, reconstruiu a Soka Gakkai e disseminou por todo o território japonês o conceito da revolução humana. Liderou um movimento popular que propagou o Budismo de Nichiren Daishonin para mais de um milhão de japoneses. Após concluir sua maior meta de vida, faleceu, serenamente, em meio às cerejeiras em flor que permeiam o Japão nessa época. “Todos os dias sinto a benevolência de meu falecido mestre fluindo e pulsando em meu ser”,3 afirma o presidente Ikeda. “Estou convicto de que suas ardentes declarações ressoarão na mente de seus discípulos e colocarão em movimento uma sucessão de majestosas ondas que não poderão ser detidas por ninguém. Meu mestre continua a influenciar minha vida e sinto que as flores de cerejeira que ele cultivou em meu jovem coração desabrocham agora em profusão”4 Dr. Daisaku Ikeda No topo: Ilustração retrata estátua do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, no Parque Memorial Toda (Vila Atsuta, Ishikari, Japão) Notas:1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 459, 2019.2. Brasil Seikyo, ed. 1.933, 29 mar. 2008, p. A2.3. Terceira Civilização, ed. 512, abr. 2011, p. 26.4. Brasil Seikyo, ed. 2.509, 28 mar. 2020, p. 9. Ilustração: Kenji Mase
23/03/2023
Notícias
BS
Jovens de juramento e comprovação
Neste mês em que se comemoram os 65 anos da cerimônia realizada no dia 16 de março de 1958, quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, confiou o futuro do kosen-rufu aos jovens, cerca de 170 representantes de diversas localidades do Brasil se reuniram no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, nos dias 18 e 19 de março, para participar da 2a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil. Com alegria, criatividade e dinamismo próprios da nova geração que desponta, o encontro foi o momento de reconfirmar a decisão de levar a felicidade às pessoas com base nos ideais humanísticos do Budismo Nichiren. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, dedicou uma calorosa mensagem pela realização do evento. Também enviaram uma mensagem conjunta os líderes da Divisão dos Jovens (DJ), da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da SGI, respectivamente, Mitsuo Nishikata, Hideaki Yanashima e Hiroko Ogushi. Na sexta-feira, dia 17, um grupo de representantes visitou o Colégio Soka do Brasil, a sede central da BSGI, o Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, a Editora Brasil Seikyo e a Sede Social Josho, vivendo momentos de estimulante aprendizado e interação. Unidos por um mesmo ideal Na manhã de sábado, o sol radiante emoldurava o lindo cenário do CCCamp enquanto os jovens se preparavam para as atividades, que foram divididas em módulos. Nos intervalos, os “índigos”, como foram carinhosamente apelidados, aproveitavam para trocar incentivos, cantar, dançar e eternizar momentos preciosos em fotos. Os sotaques das regiões do país se misturavam nos bate-papos e, aos poucos, aflorou a beleza da diversidade, o respeito à individualidade e também os pontos em comum, como os desafios vencidos para participar do encontro e o desejo de aprimorar a si próprio. Tudo com o apoio constante dos membros das comissões e dos grupos de bastidores da BSGI. Após serem recebidos com uma apresentação conjunta das bandas Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai do Brasil, recitarem o gongyo e dialogarem entre si para se conhecer melhor, partiram para o módulo “Sol da Esperança”, que contou com incentivos de Fábio Oda, coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, e de Roseli Barbosa, vice-coordenadora da Divisão Feminina (DF). Com muita descontração, os dois falaram sobre diversos assuntos, como sempre manter a própria essência, conciliar as atribuições do cotidiano, aplicar o budismo na vida diária e ser feliz independentemente das circunstâncias. “Bora” visitar o CCCamp? Chegou a hora de conhecer um pouco mais sobre esse local tão querido por Ikeda sensei e pelos membros da BSGI, sua história e seus significados. Após a foto comemorativa registrar o aspecto vibrante dos representantes, um animado almoço no galpão recreativo juntou-os aos líderes da DS e da DF num rico intercâmbio entre gerações. À tarde, no Palácio Memorial da Paz Eterna, os jovens participaram de uma cerimônia em memória dos falecidos e receberam incentivos do vice-presidente adjunto da BSGI, José Luiz Prieto do Nascimento. “Coragem é Outro Nome para Fé” foi o tema do módulo seguinte, realizado no Auditório da Paz do CCCamp, em que foi realizada uma dinâmica. Em cada grupo, os participantes imaginavam uma personagem fictícia, suas angústias, seus desafios e como, por meio da prática budista, poderia vencer as dificuldades, num exercício que estimulou a reflexão e fortaleceu a determinação dos presentes. A conclusão teve relatos de comprovação reais de representantes, reforçando o conteúdo abordado. Jovens líderes de localidades diferentes se uniram para falar sobre humanismo, assunto do módulo posterior, que enfocou o potencial de cada pessoa para realizar a revolução humana, manifestando a natureza de buda inerente para promover a transformação positiva da sociedade. Na sequência, os representantes se dividiram em grupos no saguão do auditório para compartilhar ideais e experiências sobre a aplicação do conceito de humanismo budista. A live especial comemorando o Dia 16 de Março foi um dos pontos altos do evento. Os líderes da Juventude Soka do Brasil, Monique Tiezzi, Edjan Santos, Livia Endo e Camila Akama, deram dicas importantes para os participantes promoverem as próximas iniciativas deste ano e construírem uma vida vitoriosa com base nos incentivos do presidente Ikeda, objetivando agora grandes comprovações rumo ao próximo dia 3 de maio. “Juventude Soka, ombro a ombro com os nossos amigos e com os veteranos, e com o coração conectado ao de Ikeda sensei, como jovens de esperança, vamos avançar rumo ao dia 3 de maio desafiando o que estiver diante de nós, sem nos permitir ser derrotados por nada. Essa é a marca da juventude Soka e esse é o juramento que podemos cumprir todos os dias como o 16 de março”, conclamou Monique. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, parabenizou a todos pela realização da academia e discorreu sobre o espírito contido na Cerimônia do Dia 16 de Março, o qual deve ser concretizado nas ações dos discípulos pelo kosen-rufu a partir do triunfo de cada um na vida diária com base no Budismo de Nichiren Daishonin. O Coral Esperança do Mundo celebra vinte anos de fundação neste ano e seus integrantes brindaram os participantes entoando a canção Jovem de Esperança. Firmar o juramento O domingo começou com fortes emoções quando os jovens renovaram sua determinação como discípulos ao visitarem o Casarão Mestre e Discípulo. E prosseguiu com o último módulo, “Líder do Futuro”, que também foi realizado no auditório. Um belo espetáculo do grupo Taiga da DFJ recebeu os jovens, seguida da apresentação de um vídeo sobre os trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil e do relato de comprovação da jovem Melissa Makibara. Após a entrega de certificados de participação aos representantes, uma roda de conversa com os líderes da Juventude Soka da BSGI ressaltou, entre outros assuntos, o papel imutável do diálogo para o entendimento entre as pessoas, o valor do planejamento e da proatividade, o comportamento humanístico em qualquer situação, o papel da tecnologia no cotidiano e a postura de fazer da prática budista a base de todas as ações. O presidente Miguel Shiratori apresentou a denominação dedicada pelo presidente Ikeda ao grupo de “Academia Índigo Juventude Soka do Brasil”. Discorreu sobre o significado de recitar Nam-myoho-renge-kyo com sinceridade para a transformação da vida e para o cumprimento do juramento seigan. Encorajou os presentes a jamais desistir de ser felizes e contribuir para abrir o caminho para a felicidade das pessoas ao redor. Compartilhou um pouco do próprio relato, revelando a vitória no aspecto da saúde com base na intensa recitação de daimoku. “Que a segunda turma da Academia Índigo comprove com ações quanto seu juramento é verdadeiro!”, conclamou, ao final. De forma magnífica, a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), que neste ano também aniversaria fazendo trinta anos de fundação, envolveu a todos com as canções Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21 e Ifu Dodo no Uta, arrancando muitos aplausos. Ao final da intensa programação do fim de semana, os integrantes da segunda turma da academia retornaram à sua respectiva localidade com a disposição de compartilhar e aplicar o que viveram e aprenderam para corresponder à grande expectativa do Mestre em seu desenvolvimento e atuação. Impressões “Vou chegar ao Acre com uma nova decisão de desenvolver nosso bloco e incentivar outros jovens a acreditar no seu potencial, com firme fé em meu coração.” Ana Ceila Macedo de Sousa, responsável pela DFJ do Bloco Solar, em Rio Branco, AC *** “Minha decisão é manifestar e transmitir confiança aos jovens da nossa organização para conduzir as atividades, realizar o shakubuku e enfrentar o que vier.” Jonah do Nascimento Vicente, responsável pela DMJ da Comunidade Suburbana, no Rio de Janeiro, RJ *** “O que aprendi aqui, quero compartilhar em minha localidade, contribuir para a transformação dela e de toda a sociedade.” Ladson Santos Messias Oliveira, responsável pela DMJ da Comunidade Aracaju, em Aracaju, SE *** “Renovei a decisão não só de realizar minha revolução humana, como também de levar essa energia e esse sentimento a todos os membros da minha localidade.” Luiza Barroso Linhares de Almeida, responsável pela DFJ da Comunidade Bela Vista, em Nova Friburgo, RJ *** “Minha decisão é ser uma pessoa capaz de fazer com que outras se sintam como me senti nesses dias tão especiais e nos tornarmos o ‘sol da esperança’, o ‘azul mais azul que o índigo’!” Octávio Xavier Fúrio, responsável pela DMJ do Distrito Monte Alto, em Monte Alto, SP Momentos da atividade Presidente da BSGI, Miguel Shiratori, apresenta a denominação “Academia Índigo Juventude Soka do Brasil” dedicada por Ikeda sensei aos participantes. Fotos: BS Assista ao vídeo com depoimentos do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e da coordenadora da Juventude Soka da BSGI, Monique Tiezzi:
23/03/2023
Datas Significativas
BS
Datas significativas de abril
2 Falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda (1958) Fundação da Universidade Soka do Japão (1971) 20 Fundação da Divisão dos Estudantes da BSGI (1991) 28 Estabelecimento do Budismo de Nichiren Daishonin, quando o buda recitou pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo (1253) Inauguração do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, São Paulo (2007)
23/03/2023
Caderno Especial
BS
Mães vitoriosas
No dia 18 de fevereiro, estava voltando para casa no carro de um amigo, indo da Barra do Sahy para Boiçucanga, em São Sebastião, quando nos deparamos com a saída do bairro alagada e intransponível devido às fortes chuvas e aos deslizamentos. Era sábado e só conseguiria sair de lá na terça-feira. No domingo, dia 19, soubemos que, além das estradas, as moradias nos morros também haviam sido afetadas, principalmente na Vila Sahy, próxima de onde eu estava. Casas destruídas e soterradas pela água e lama, que escorriam das montanhas como um choro da natureza. Ouvi relatos terríveis sobre as condições das vítimas, mas também de verdadeiros heróis e heroínas que auxiliaram outros moradores. Foi tudo muito traumático para as pessoas. O esgoto espalhou-se pelos caminhos e pelo mar. Barcos percorriam as ruas, carros boiavam, as praias eram cenários de devastação, com árvores enormes caídas e destroçadas. Pilhas de móveis e colchões nas esquinas, grandes danos materiais, mas que não se comparam à perda de vidas na tragédia. Entretanto, conforme aprendi no budismo, senti que não era por acaso que eu estava ali naquele momento. Servi de apoio para algumas pessoas, conscientizei outras, auxiliei no cadastro de moradores desalojados e descarreguei mantimentos de um helicóptero. Também ajudei a evacuar turistas, a registrar imagens para as redes sociais, a articular doações e a transportar colchões. Mapeei a localização dos membros da BSGI atingidos e, junto com outros líderes, fui visitá-los. Em particular, para mim, ficou claro quanto precisamos desenvolver a organização e apoiar os membros na região, com base no conceito da revolução humana, e concretizar o kosen-rufu na localidade. Além disso, atuar para que as ações negativas do ser humano não destruam o meio ambiente e causem tragédias como essa. Sou mãe solo e, enquanto estive isolada na Barra do Sahy, meu filho Téo, de 16 anos, ficou em casa, sem contato comigo devido à interrupção da energia elétrica e dos meios de comunicação. Mesmo assim, ele se engajou no trabalho voluntário em um projeto local que distribuía refeições para as famílias atingidas. Nesse momento, percebi os resultados de tê-lo criado nos jardins da Soka Gakkai. Além disso, nossa casa ficou intacta e meu filho esteve seguro. Quando a pista foi liberada, voltei para casa. Continuei fazendo entregas de doações e a apoiar a articulação das ações, mas de forma virtual para não me arriscar demais e porque estava preparando uma exposição de arte em São Paulo, pois sou artista visual. Alguns dias depois, realizamos nossa reunião de palestra presencial e dialogamos sobre tudo o que aconteceu, incentivando-nos e determinando transformar a situação. Praticamos o budismo das pessoas do povo, da dignidade da vida. Que as conquistas venham! Que a lótus (ou a nativa vitória-régia) emerja dessa lama toda e possamos transformar o veneno em remédio! Yara Amaral Gurgel de Barros, responsável pela DF do Bloco Boiçucanga *** Moro em Boiçucanga e, no fim de semana em que ocorreram as enchentes e os deslizamentos, estava em casa recebendo meu amigo Cadu, meu irmão Leonardo e sua esposa, Patrícia, que moram em Novo Horizonte, interior de São Paulo. No sábado, dia 18, por volta das 22 horas, meu filho Pedro foi a uma casa de shows para encontrar os amigos, apesar da chuva forte que caía. O restante de nós, já muito cansados, nos deitamos para dormir cerca de uma hora depois. De madrugada, acordei com um barulho alto no quarto. Era meu gato, que pulou do guarda-roupas e saiu miando. Assustada, sentei-me à beira da cama. Ao me levantar, senti as pernas molharem até a altura da canela. Estava sonolenta e não entendi o que estava acontecendo. Quando acendi a luz, vendo o quarto inundado, achei que tinha esquecido alguma torneira aberta. Acordei meu irmão, fomos todos para a sala e nos demos conta de que era uma enchente! Começamos a desligar e a tirar os aparelhos eletrônicos da água, atônitos, sem saber bem o que fazer. Sentada no encosto do sofá, comecei a recitar daimoku mentalmente, quando meu amigo alertou que o oratório estava começando a boiar. Rapidamente, separamos as partes do móvel e colocamos em um lugar seguro para que o Gohonzon não molhasse. Foi tudo muito rápido. Assim que amanheceu, levantamos e fomos até o portão. A água na calçada estava na altura da cintura, e três carros passaram flutuando e pararam na esquina. Meu irmão olhava, incrédulo, para seu automóvel tomado pela água. Até aquele momento, não havia me preocupado com meu filho, pois pensava que estaria bem dentro da casa de shows. Mas, conforme as horas foram passando, fomos recebendo notícias pelas redes sociais e nos dando conta da dimensão da tragédia. Comecei a ficar preocupada. Passei a telefonar e a enviar mensagens para todos os amigos dele e seus pais. Por volta das 13h30, Pedro entrou pelo portão, com o corpo todo encharcado pela água barrenta, pálido e em choque. Ele nos relatou que precisaram sair da casa de shows a nado e voltaram a pé porque a estrada estava bloqueada. Junto com os amigos, ele teve de passar por cima de montes de barro e pedras enormes que haviam acabado de despencar. Eu só conseguia pensar na proteção que tivemos por estarmos vivos e na gratidão que eu sentia por meu filho ter chegado bem. Passamos os dias seguintes tirando a água lamacenta, limpando e organizando a casa. Ao final, estava exausta física, mental e emocionalmente. Com a liberação da rodovia, meu irmão e minha cunhada puderam, enfim, retornar para a casa deles. Naquela noite, a campainha tocou. Estava chovendo e pensei: “Quem será?”. Chegando ao portão, vi que eram a minha amiga Yara Amaral, responsável pela DF do bloco, e líderes do Distrito São Sebastião e da RM Litoral Norte. Além de mantimentos e de materiais de limpeza, eles trouxeram conforto e solidariedade em sua visita, além de transmitir uma mensagem de incentivos do presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Meus olhos se encheram de lágrimas, fiquei emocionada e grata por fazer parte de uma organização tão maravilhosa. Agradeço aos líderes e companheiros da nossa organização e a todos os que estão recitando daimoku para as pessoas atingidas pela tragédia na região. Agradeço também à minha mãe, aos meus familiares e amigos, que têm nos ajudado neste momento desafiador. Vanessa Staford Cardiel, integrante da DF do Bloco Boiçucanga Fotos: BS / Arquivo pessoal
23/03/2023
Notícias
BS
A esperança chegando para todos
Não há tempo nem espaço para ficar de braços cruzados diante da valiosa oportunidade de espalhar humanismo que os jovens da BSGI estão agarrando com total disposição. Março é o mês deles. É com o objetivo de conectar corações, de membros e simpatizantes, e unindo a geração veterana, que a Juventude Soka revela sua força criativa no movimento humanístico que está empreendendo atualmente. Abaixo, alguns bastidores pelo Brasil, com representantes de organizações de base que fazem acontecer! Maranhão num só coração O título rimou e é de lá que recebemos imagens que falam por mil palavras. A vibrante reunião de palestra do Distrito Rosário, com seus integrantes unidos de forma híbrida no dia 26 de fevereiro último. Foi a partida do movimento dos cinquenta jovens por distrito, no estilo “RP Raiz”, como fortalece a líder de Sub. local, Joseane Oliveira, “Recheada de estimulante programação, carinho e todos os níveis de liderança apoiando a base!”. O resultado não podia ser outro: presentes estavam 43 participantes e outros seis on-line, tendo nos bastidores a luta de todos quanto ao incentivo e ao translado de alguns membros. Uma festa da perfeita união. Destacam-se ainda treze convidados presentes, pessoas em busca de novos conhecimentos sobre a prática da fé. “Nós nos envolvemos em visitas e convidamos pessoas da sociedade para conhecer esta maravilhosa filosofia, principalmente os jovens, que serão nossos companheiros de caminhada nas estradas do futuro. Estamos engajados no movimento jovem com muita disposição, oração e coragem”, afirma Layna Karoline, responsável pela Divisão Feminina de Jovens da Comunidade Rio Itapecuru. Ela, que fez parte da programação do dia, representa em sua decisão os cerca de catorze jovens participantes, orgulhosos e determinados a vencer. Em Brasília e no Rio de Janeiro, apoio ombro a ombro Em dois fins de semana consecutivos, a liderança da Juventude Soka da BSGI criou uma força para a frente, deslocando-se para encontrar e abraçar integrantes da capital federal e do Rio de Janeiro. Nem bem acabou o Carnaval, no fim de semana dos dias 24, 25 e 26 de fevereiro, viajaram para Brasília, no Distrito Federal: Camila Akama, coordenadora da DE; Livia Endo, coordenadora da DFJ; e Monique Tiezzi, coordenadora da DJ. Foram 23 visitas com a Juventude Soka das seis RM que compõem a Sub. Brasília, além da participação em emocionantes reuniões de palestra. Este foi o start do movimento da Juventude Soka de conectar cinquenta jovens por distrito no mês de março em comemoração dos 65 anos do Dia do Kosen-rufu. Monique participou de uma emocionante reunião de palestra híbrida no Distrito Planaltina, a cerca de setenta quilômetros da capital. Na televisão, apareciam os membros de localidades ainda mais distantes, como Formosa, a quarenta quilômetros de Planaltina, conectados pela internet e atentos ao diálogo promovido entre todos. No fim de semana de 3, 4 e 5 de março, foi a vez do Rio de Janeiro receber as lideranças da Juventude Soka, desta vez seguindo também o coordenador da DMJ, Edjan Santos. Um encontro geral sacudiu de alegria o Centro Cultural do Rio de Janeiro. Ânimo que se projetou nos encontros individuais e de pequenos grupos, embalados pelo caloroso despertar da missão de florescer de humanismo a sociedade carioca. Paraíba de vibrantes cenários No Nordeste brasileiro, o movimento jovem destacado na Região Estadual Paraíba centra forças no diálogo de pessoa a pessoa, contagiando membros e convidados. A atividade realizada no fim de semana de 24, 25 e 26 de fevereiro começou com a noite da pizza na sexta e acabou só no domingo de sol. Alguns participantes enviaram suas manifestações das visitas promovidas, sem se esquecerem de que teve de tudo: visita on-line, em residências e fora delas. A convidada Karol Silva diz: “Pude estreitar laços pessoais com os membros e me reabastecer de determinação para a prática do Budismo Nichiren”. Ao final, selou o momento com uma selfie. A líder de comunidade da DFJ, Karina Farias, saiu da visita virtual “Superincentivada, com desejo de vencer cada obstáculo que surge e me empenhar ainda mais na prática”. O encontro rendeu convite para participar da próxima Academia Índigo. Outra representante (também muito feliz e determinada), a jovem Marina Ramalho, recebeu encorajamento no lindo cenário da praia local. Os estudantes não ficaram de fora, como Gustavo Ikeuti, 9 anos, que vinha estudando japonês e agora parte para o idioma inglês, na alegria de poder avançar com as asas do sonho que aprende na Gakkai. Reuniões de palestra também se destacaram com a presença jovem. “Foram momentos marcantes, dialogamos de forma leve, mas com bastante profundidade, sobre o potencial que nós jovens do Nordeste temos diante do caótico cenário atual, de sermos os agentes de esperança em nosso meio de amigos, família e trabalho. E que triunfará custe o que custar, porque é possível realizar o impossível”, salienta Hana Calmon, responsável pela Divisão dos Estudantes da Sub. Nordeste 1, ao lado de seus pares “nesta incrível oportunidade de luta”: Diogo Araújo, responsável pela DMJ de Sub., e Adriana Maranhão, pela DFJ de Sub. Em apoio, a liderança jovem da Região Estadual: Vitoria Tupiná, Daniel Anacleto e Alex Felinto. Esperança já é marca Chegamos a São Paulo, e na RM Esperança os jovens estão fazendo valer sua marca registrada. Quem nos conta sobre as principais atividades da região são os líderes da Juventude Soka da Sub. Leste-Esperança, Melina Higa, Letícia Leiko e Hugo Naoto. Na RM Esperança, membros e convidados envolveram-se em atividade improvisando um estilo luau, que geralmente é feito em praias, mas na localidade foi realizado em espaço fechado. Na regional de idêntico nome, no último dia 5 de março, um encontro trouxe de volta à órbita da Gakkai membros que estavam um pouco distantes, e a presença de convidados, num clima de amizade e de descontração, com apoio e proteção dos veteranos da DS e DF. “Nosso desejo é criar um ambiente em que eles possam ter a liberdade e o acolhimento para ser quem são”, resumem Yutaka Kuroiwa, Michelle Hassato e Nathalia Cristina, lideranças da Juventude Soka da Regional Esperança. O estímulo impacta diretamente os distritos, como o Patriarca, da RM Arthur Alvim, que reuniu sua turma jovem também no dia 5. “Foi incrível. Realmente um encontro de vida a vida, onde cada um pôde abrir seu coração”, frisam os entusiasmados líderes dos jovens do distrito, Rebecca Ikeda e Eduardo Nagasawa. A resenha que pegou! Na outra ponta, na RM Vila Maria, zona norte da cidade, a resenha é a seguinte: uma iniciativa criativa para envolver os membros na conexão direta com amigos da sociedade ganha exatamente o nome “Resenha”. Eles se reúnem em locais abertos ou fechados, com uma programação voltada para o diálogo de temas entre amigos. Estão sendo realizadas desde janeiro. Na terceira, promovida no dia 4 de março, a participação foi ainda maior. Da “Resenha” da RM para os encontros na comunidade, a vibração se expande, criando um ambiente de alegria e união. “Nossos estudos mensais e de planejamento, procurando ouvir o sentimento de todos, têm sido nosso diferencial”, ressalta Ricardo Idelfonso, responsável pela DMJ de RM. A concordância vem da responsável pelo bloco, Ana Beatriz, que não perde essa resenha: “Eu acho incrível fazer parte desse movimento tão especial da Gakkai, ter um momento para reencontrar e me divertir com meus companheiros. Sinto que estou criando laços com outros jovens que sempre tive vontade de conversar, porém tinha receio por vergonha”. Ana não perdeu nenhum dos encontros de RM e é figura presente nas reuniões de palestra. Movimentos sinceros que criam laços de amizade e de confiança, o oásis Soka que irradia esperança para todos! Descontração no “luau” programado pela RM Esperança, em São Paulo A “resenha” de março realizada pela RM Vila Maria, em São Paulo. Aspecto da reunião de palestra do Distrito Rosário, no Maranhão Alegria da reunião geral na cidade carioca Reunião de palestra também na capital federal.Fotos: Colaboração local
09/03/2023
Relato
BS
A força da gratidão
Raimundo Pinheiro dos Santos chega aos 64 anos com uma vida estabilizada à base de muitos desafios vencidos. Engenheiro mecânico, mantém uma família harmoniosa e disposição para se manter na órbita da dedicação à felicidade de outras pessoas, em meio aos companheiros da Soka Gakkai com os quais convive em Guarulhos, um dos 39 municípios que compõem a Grande São Paulo. Ali, ele lidera uma comunidade e ainda atua como vice-responsável pelo distrito. Da falta de tranquilidade, ele fala com propriedade ao olhar para o passado, e também como converteu uma situação desoladora em seu marco de transformação como “pilar de ouro” Soka, nome designado aos membros da Divisão Sênior da BSGI. Ele compartilha sua história, com desafios e orgulho de conquistas essenciais, em especial, a convicção de ter encontrado sua verdadeira bússola de vida. Acompanhe. Caçula de seis irmãos, Raimundo traz recordações de momentos desoladores vividos em família. “Éramos muito pobres, morando de aluguel em um cortiço com outras cinco casas e um banheiro para servir a todos. Nessa época, mal tínhamos o que comer e, algumas vezes, cheguei a passar fome”, relembra. Ele acrescenta que o pai trabalhava na construção de pontes em várias cidades do interior de São Paulo e só vinha para casa de quinze em quinze dias, o que deixava para a mãe a total responsabilidade pela criação dos filhos. Raimundo queria ajudar, então passou a se dedicar a pequenas atividades, como entrega de panfletos de propaganda em vários bairros da capital paulista. Algumas vezes alguém o deixava vender sorvete em campos de futebol de várzea. “Ficava andando o dia inteiro para conseguir uns trocados para ajudar em casa”, recorda-se, emocionado. O drama prossegue, quando estava com 11 anos e seus pais compraram um terreno onde construíram uma casa simples, sem acabamento, sem piso e sem energia elétrica. A iluminação era com lampião a querosene. Mesmo nessas condições, Raimundo se fortalece. A mãe sempre incentivava os filhos a estudar, o que foi absorvido por todos. Trabalho e religião Aos 14 anos, começa a trabalhar com carteira registrada, como office boy. Foi também nessa época que conheceu um grupo de praticantes conservadores de uma religião e passa a segui-los. “Eu rezava o dia inteiro. Com o passar do tempo, percebi que essa prática não trazia respostas para meu sofrimento, então comecei a buscar outras religiões à procura dessas respostas e não encontrei nada que pudesse mostrar as soluções.” Mais alguns anos, conquista uma vaga de aprendiz de desenhista na empresa em que trabalhava e as coisas começam a melhorar. Vem o casamento em 1981. Raimundo, com 22 anos, torna-se pai e divide seu tempo com a sonhada faculdade de engenharia mecânica. “Foram seis anos de curso, período em que tive mais um filho. Era muito difícil conciliar pagamento de aluguel, faculdade. Não sobrava nada. Eu não conseguia me livrar do carma financeiro e não entendia todo aquele sofrimento, isso fez com que meu casamento terminasse.” Alguns anos depois encontra uma companheira, atual esposa, Regina. Com o passar do tempo, cresce o desejo de morar juntos, mas, pela falta de condições financeiras, o sonho é adiado. Até que a mãe de Regina os convida a morar com ela. “Eu aceitei. Dormíamos numa cama de solteiro, e mais uma vez a situação financeira volta a pesar. As brigas eram constantes e por pouco não rompemos o relacionamento.” Uma situação de conflito e desesperança acompanhava seus dias. Raimundo revela que via a sogra recitando algo que ele não entendia. Ela havia encontrado o Budismo Nichiren e passava um tempo do dia recitando Nam-myoho-renge-kyo. Raimundo achava tudo muito estranho e, ao perguntar para Regina, ela lhe diz que era uma religião, já a tinha praticado, mas havia se afastado. “Em uma de nossas discussões, sugeri que começasse a orar para melhorar nossa situação. De volta, me disse que só faria isso se eu a acompanhasse nas orações. No primeiro momento, recusei, porque não entendia nada de budismo.” Ele então, seguindo sua tendência natural de encarar com seriedade uma decisão, passa a estudar esse ensinamento. “Comecei a ler a Revolução Humana, os periódicos da Editora Brasil Seikyo, e as escrituras de Nichiren Daishonin. Estudei muito.” Ao ser convidado para uma reunião de palestra, aprendeu com o líder convidado da atividade que só teoria não muda a vida. Vem a principal decisão de pôr fim aos grilhões do destino, iniciando seriamente a prática da fé. Em 1989, recebe o Gohonzon, objeto de devoção dos budistas. Aprendizado para a vida No momento em que se levanta com renovada determinação de buscar a felicidade, ao mesmo tempo em que contribui para a felicidade do outro, os caminhos se abrem para Raimundo. Com três meses de conversão, assume a função de responsável pela unidade (kumityo), que antigamente era o primeiro nível na estrutura da organização. Depois de mais de três meses vem o convite para liderar um bloco (hantyo) e, em menos de cem dias, passa a atuar como responsável pela comunidade (tikubutyo). “A liderança na Gakkai nos ensina muito, pois, ao incentivar os outros, somos também incentivados. O estímulo para que possamos aprender com os estudos e aplicar na vida diária cria revigorante onda de avanço, tanto na organização como em nossa vida.” Por meio da prática diária do Budismo Nichiren, junto com a esposa, tudo começa a mudar. Raimundo deseja fazer um recorte de todos esses anos, indo direto às principais comprovações de sua jornada. Ao vencer na harmonia familiar, ele vê hoje seus quatro filhos, sendo dois do primeiro casamento, “se amarem de uma forma maravilhosa. Isso para um pai é motivo de muito orgulho e alegria”. Os dois filhos mais novos, os quais tem com Regina, são também membros Soka, “e sempre receberam muitos benefícios”, atesta o pai. Em todos esses anos, Raimundo não abriu mão de reciclar conhecimento. Da formação original, avançou na pós-graduação. No estudo do budismo, orgulha-se de ter participado de vários exames, sendo hoje Grau Superior. “Isso fez com que eu compreendesse muitas coisas, que me guiaram ao caminho da felicidade.” Doação sincera Uma de suas maiores comprovações vem justamente da transformação da sua principal tendência cármica: a questão financeira. “Eu sempre coloquei em prática o que meus veteranos da Soka Gakkai me orientavam. Uma coisa que sempre aprendi ao longo da prática foi nunca falhar no Kofu, a contribuição voluntária que nossa organização oportuniza aos membros. No início, dada a condição financeira, conseguia contribuir somente com uma cota; com o passar do tempo de prática, fui ampliando, com toda a nossa gratidão”, enfatiza Raimundo. Com uma dedicação baseada na sinceridade e no espírito de doação, no exercício de contribuir com incentivos aos membros, fazendo de sua localidade um ambiente de pleno desenvolvimento, Raimundo ressalta: “Hoje posso dizer que meu carma financeiro ficou para trás. Conquistei um patrimônio que me permitiu comprar três imóveis, conhecer catorze países e todos os meus filhos estão com a situação financeira muito boa”. “A gratidão tem força e poder. Ao praticar esse maravilhoso budismo e aplicar os direcionamentos de Ikeda sensei no dia a dia, construí a felicidade familiar que sempre sonhei.” Atualmente, Raimundo é responsável pela Comunidade Jardim Tranquilidade e responde também como vice-responsável pelo Distrito Jardim Tranquilidade, organização de base do município de Guarulhos, na Grande São Paulo. Aos 64 anos, ele expressa seu sentimento em relação ao aprendizado e a ter um norte que o guiou na conquista de eliminar a raiz do sofrimento, baseado na prática da fé. “A minha primavera chegou. Isso porque jamais duvidei da frase das escrituras de Nichiren Daishonin, que sempre me motivou a superar as dificuldades. Curta e direta: ‘O inverno nunca falha em se tornar primavera’”.1 Raimundo agradece aos que marcaram presença em todo o seu processo de transformar carma em missão, desfrutando hoje a plenitude da vida. “Quero manifestar minha gratidão à minha maravilhosa esposa, aos meus filhos, aos meus veteranos de prática, e ao presidente Ikeda, em especial. Obrigado, sensei, meu farol e minha bússola.” Por Regina, esposa Sou praticante desde 1974, porém cresci em um ambiente de muita desarmonia familiar. Fiz a decisão de não continuar com esse carma e hoje, olhando para a trajetória da minha família, posso dizer que consegui transformá-lo. Tenho um marido que é mais que um companheiro, é gentil, parceiro, excelente pai, ótimo profissional e, principalmente, seu senso de humanidade e caráter fazem dele um maravilhoso budista. Completamos 34 anos de casados. Eu me sinto vitoriosa pelo fato de ele ter conhecido esse maravilhoso budismo por intermédio da minha mãe. Seguindo os direcionamentos de Ikeda sensei, vencemos todas as adversidades do carma, transformando o ambiente da nossa vida. Obrigada a todos os que nos incentivaram nessa jornada. Raimundo Pinheiro dos Santos, 64 anos. Engenheiro mecânico. Responsável pela Comunidade Jardim Tranquilidade e vice-responsável pelo Distrito Tranquilidade, RM Itapegica, Sub. Arujá-Guarulhos, CGSP. com filhos, noras e netos, família harmoniosa que sempre objetivou Momentos com seus companheiros na atuação como líder Soka, no apoio à organização de base local No topo: Raimundo com a esposa, Regina Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2019. Fotos: Arquivo pessoal
09/03/2023
Notícias
BS
Ser feliz e vitorioso
Atibaia, oficialmente chamada Estância Climática de Atibaia, é um município do estado de São Paulo. Historicamente conhecida pela atuação dos bandeirantes — desbravadores de terras virgens que lideravam pequenas comitivas exploradoras em busca de indígenas e de pedras preciosas no século 16 —, hoje reserva uma agenda diversificada aos turistas, desde programas radicais como rapel e voos de asa delta até passeios tranquilos de charrete, e ainda roteiros gastronômicos como a conhecida Festa de Flores e Morangos de Atibaia. Devido à sua formação geográfica, Atibaia possui alguns bairros que são bem afastados. Por essa razão, a exemplo de grande parte das organizações de base da BSGI por todo o país, o Distrito Atibaia também experienciou dificuldades com a participação dos membros nas atividades virtuais durante o período pandêmico, além do desafio das lideranças de ter em sua base algumas famílias que não faziam uso das tecnologias no dia a dia. Hoje, o Distrito Atibaia conta com três comunidades: Praça Toledo, Jardim das Flores e Jardim Brasil. Os encontros presenciais retornaram com força total e é visível a alegria dos participantes ao se reencontrarem nessas ocasiões, como conta a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Ivone Rios Lima: “As pessoas aguardavam com muita ansiedade por esse momento do reencontro. Quando estamos juntos, conectamos ainda mais nosso coração”. Os líderes da organização local — bloco, comunidade e distrito — mantêm algumas ações de antes da pandemia e criam estratégias para o movimento da retomada, baseados nos objetivos da localidade. Daimoku e diálogo O primeiro passo é o daimoku mensal da liderança e dos membros, de forma híbrida, especial momento para dialogar depois e acertar as metas do mês. Também realizam o movimento de visitas familiares com o objetivo de conhecer as dificuldades de cada membro e assim oferecer incentivos e ajustar as atividades de acordo com a realidade dos integrantes dos blocos e das comunidades, levando em consideração os dias e horários de trabalho, por exemplo. “O mais importante é oportunizar a participação de todos, por isso as reuniões de palestra estão sendo realizadas de forma híbrida (presencial e virtual), para que ninguém fique de fora”, declara Ivone. Conexão com sensei A divulgação dos periódicos também entrou em pauta, como relata a responsável pela Divisão Feminina de comunidade e vice-responsável pelo distrito, Camila Lopes Nakagawa: “Em perfeita harmonia, realizamos uma grande luta de divulgação para que nenhum membro ficasse sem ter acesso aos incentivos do Mestre. Com essa união, dobramos as assinaturas. Nosso objetivo é mantê-las e aumentá-las, porque é dessa forma que conseguimos aprofundar o estudo e avançar na luta pelo shakubuku, levando felicidade para as pessoas”, fortalece Camila. Os reflexos podem ser sentidos, assim como nas palavras da conselheira da comunidade, Maria Nilza de Souza Siqueira. Ela, que não consegue mais enxergar por problemas de saúde, conta com o apoio da líder da DF do distrito, que vai até a casa dela. “Eu me sinto maravilhosamente bem quando ouço as orientações dos periódicos. Essa visita para a leitura me faz muito bem. Tudo o que o sensei ensina fortalece nossa convicção e missão. Também fico por dentro das notícias”, enfatiza. Juventude Soka na linha de frente Outra prioridade da localidade é a participação dos jovens na linha de frente das atividades. O objetivo é desenvolver jovens valores que possam atuar com liberdade e expandir o espírito jovem para as pessoas — “fazer junto” é a postura dos veteranos. E os resultados surgem, como na palestra do mês de fevereiro que teve a participação de convidados na forma presencial e virtual nas comunidades. Uma simpatizante falou sobre as mudanças percebidas em sua vida após iniciar a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Outro convidado decidiu se converter ao budismo e já iniciou os preparativos para o grande dia. E novos amigos estão chegando. “O ano de 2023 será de grandes conquistas, assim estamos determinados. Para isso, a importância de manter a fé inabalável, dia após dia. E com a felicidade de estarmos todos juntos novamente”, reforça a responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de comunidade, Jennifer de Moura Gomes. As lideranças locais estão cada vez mais unidas, visando à felicidade e à vitória de cada pessoa. Trazem como estímulo de luta um incentivo do presidente Ikeda que diz: A história é um acúmulo de novos passos. Mesmo que seja para um distante futuro, seu início se encontra neste exato momento. Por isso, toda a criação se origina ‘neste momento’, que é também o primeiro passo para a longa jornada. Para tecer o panorama da história da paz mundial, é preciso vencer o momento presente. Não há outra forma a menos que vença o dia de hoje, o amanhã, e também os dias sucessivos até que consiga abrir o portal do triunfo com coragem e esperança.1 Bastidores das reuniões de diálogo das três comunidades do Distrito Atibaia Visita feita para Maria Nilza, integrante da Divisão Feminina (DF), terceira da esq. para dir., auxiliada na leitura do BS. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 6, p. 95, 2012. Fotos: Colaboração local
09/03/2023
Editorial
BS
Aprender com dramas da transformação positiva
Em março de 2011, uma região do Japão foi gravemente assolada pelos desastres naturais do terremoto e tsunami. A fúria do mar causou ainda um acidente nuclear. Como reagir às catástrofes naturais? Diante da devastação, um casal de veteranos da prática budista teve de se mudar de Fukushima, região de Tohoku, para uma cidade vizinha, distante pouco mais de três horas. Na primeira reunião da Soka Gakkai em que participaram na nova localidade, Tochigi, os veteranos foram recebidos pelos companheiros que cantavam a canção de Tohoku para que se sentissem em casa. Eles ficaram profundamente emocionados. Na reunião seguinte, entoaram a mesma canção com o sentimento de retribuir a maneira carinhosa como foram acolhidos. Os participantes ficaram tão sensibilizados com tamanha disposição dos dois que eles próprios não conseguiram cantar. Mais tarde, o casal retornou para seu bairro e dedicou-se às atividades em prol do kosen-rufu, porque sabe que a melhor forma de retribuir a gratidão aos companheiros de Tochigi é por meio de sua atuação. Ao contar esse episódio, Ikeda sensei ensina que a resposta para a pergunta “Como reagir às catástrofes naturais?” é ter “resiliência” e descreve: Nossos admiráveis membros dessa localidade se levantaram das profundezas do luto e da desolação, secaram suas lágrimas com a determinação de não serem derrotados e direcionaram tudo rumo à esperança, à renovação e à harmonia.1 Ikeda sensei descreve ainda a admiração do Dr. Jim Garrison, ex-presidente da John Dewey Society nos Estados Unidos: Imediatamente após o terremoto e tsunami de Tohoku em março de 2011, o Dr. Jim Garrison (...) enviou uma mensagem de incentivo e apoio. Nela, ele disse: “O que vem imediatamente à minha mente é que a Soka Gakkai é uma organização que se levantou poderosamente da destruição da guerra [Segunda Guerra Mundial]. A organização incorporou o princípio de que ‘myo significa reviver, isto é, retornar à vida’ no mundo real”. Referindo-se aos “três significados de myo”, ele afirmou que viu uma grande esperança nos esforços no exemplo dos membros da SGI na reconstrução de Tohoku, porque estavam “abrindo todo o seu potencial, revitalizando-se e avançando com nova criatividade”.2 Quem também vem transformando o sofrimento em uma história repleta de vitalidade, comprovando o que de fato é revolução humana, são nossos companheiros do litoral norte de São Paulo, região recentemente assolada pelas maiores chuvas já registradas em 24 horas na história do Brasil. Brasil Seikyo está acompanhando o levantar-se dos membros e registra os dramas de transformação positiva de revitalização. Acompanhe a cobertura completa nesta e na próxima edição, e no nosso site e aplicativo BS+. Aprendendo com os companheiros da RM Litoral Norte, este jornal foi preparado com o sentimento de direcionar tudo “à esperança, à renovação e à harmonia”, e assim desejamos que também seja a sua convicção, leitor, ao apreciá-lo. Ótima leitura! Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 631, mar. 2021, p. 4-7. 2. Idem, ed. 586, jun. 2017, p. 44.
09/03/2023
Incentivo do líder
BS
Viver e eternizar o 16 de Março
Desde criança, aprendi sobre relação de mestre e discípulo nas atividades da Divisão dos Estudantes. Mas, em todos os anos, havia um ponto alto: o mês de março, mais especificamente o dia 16. Em minha organização de base, os líderes realizavam um grande movimento para que jovens como eu pudessem se reunir e receber o bastão espiritual do kosen-rufu das mãos do Mestre. Inicialmente, eu não entendia muito bem como era isso, porém, ao longo do tempo, fui percebendo, efetivamente, o significado desse movimento por meio da postura dos líderes que cuidavam de mim e das reuniões em que eu estava presente. Em nossas atividades do 16 de Março, participavam desde jovens na casa dos 30 e poucos anos até crianças e adolescentes. Os líderes se empenhavam ao máximo nos bastidores para que nós, independentemente da nossa idade, característica, condição e história de vida, pudéssemos entender e herdar esse espírito. Lembro-me de um dia percorrer dois bairros inteiros da minha região, junto com minha irmã, no carro de um dos responsáveis, buscando outros jovens para que todos pudessem estar na atividade. Hoje, graças a esses esforços, aqui estou eu, aos 34 anos, falando sobre herdar esse legado e de transmiti-lo às novas gerações. Depois de 65 anos da histórica cerimônia no Japão e mais de vinte anos desde a minha época na Divisão dos Estudantes, é visível como a sociedade mudou e, consequentemente, a juventude. Nossos encontros atualmente contam com tecnologia e conectividade à disposição na maior parte das localidades. A organização cresceu, expandiu-se e abarca mais pessoas. Diferentemente das décadas de 1950 e 1990, hoje os jovens brasileiros utilizam intensamente a tecnologia para expandir sua vida social e, rompendo barreiras territoriais, são cada vez mais diversos em termos de etnia, gênero, orientação sexual e identidade de gênero. Eles se preocupam mais com questões sociais, como direitos humanos, meio ambiente e desigualdade social, além de serem mais engajados politicamente. Esses são apenas alguns exemplos de mudanças dos jovens. Agora, no início de março, fui até o Rio de Janeiro fazer visitas e vi jovens líderes que realizavam movimentos inovadores e inéditos; entretanto, eles mantinham o esforço e cuidavam de cada vida. Em todo o Brasil, líderes de bloco, comunidade e distrito se empenham para movimentar cinquenta jovens em cada distrito, mesmo que isso pareça muito distante ou até impossível. Esses líderes visualizam cada vida, cada ser humano, vencendo as próprias limitações, mantêm viva a tradição da passagem do bastão do kosen-rufu, e evidenciam seu máximo potencial. Viver o 16 de Março hoje em dia é igual à experiência que tive recentemente com esses jovens — inovar, ultrapassar barreiras físicas por meio da tecnologia, discutir assuntos que envolvem nosso dia a dia, visualizar o futuro, lidar com suas questões e ainda se divertir. Ousar ser quem realmente é, manifestar sua identidade única e empoderar os demais jovens para que se expressem também com a mesma coragem. Em um discurso para líderes, Ikeda sensei orientou: A área ao redor de uma árvore, ainda que ela esteja só, será tranquila e radiante de vida se a árvore florescer com fragrância. O mesmo acontece com a organização. Se houver uma única pessoa sincera, então o todo mudará enormemente. É o bastante que uma única pessoa se levante. O mundo do budismo promove a propagação da bela amizade tanto próxima como distante, enquanto faz desabrochar a flor dessa humanidade. É importante que as atividades não sejam permeadas somente com uma mentalidade organizacional. O caminho do kosen-rufu desenvolve-se naturalmente quando as pessoas se sentem enternecidas pelo caráter, espírito e forma de viver dos membros.1 Enquanto o bastão espiritual do kosen-rufu e os ensinamentos de mestre e discípulo forem transmitidos geração a geração pelos jovens líderes, prezando uma única vida no 16 de março, sem dúvida, a correnteza do movimento humanístico da Soka Gakkai jamais cessará. Como o Mestre nos incentiva, vamos construir juntos um histórico 16 de março do “Ano dos Jovens e do Triunfo” com ousadia, inovação, diversidade, alegria, unicidade de mestre e discípulo e muita paixão, como só a juventude Soka brasileira é capaz! Edjan Santos Coordenador da Divisão Masculina de Jovens da BSGI Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.285, 20 ago. 1994, p. 4. No topo: ilustração retrata o jovem Daisaku Ikeda, à dir., e seu mestre, Josei Toda Ilustração: Kenichiro Uchida
09/03/2023
RDez no BS
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RDez no BS
Corredores da Justiça Avancemos alegremente no caminho do aprendizado e do autodesenvolvimento Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro Meus queridos amigos da Divisão dos Estudantes em quem deposito a máxima confiança e esperança, parabéns pelo início do ano letivo!¹ Sonhem grande ao darem uma nova partida! Um caminho claro para alcançar os sonhos encontra-se logo à frente: é o caminho do aprendizado edo autodesenvolvimento. Aqueles que estudam, oram e desenvolvem o coração, a mente e o corpo ainda na juventude produzem potencial ilimitado e podem realizar livremente a missão que é somente deles e que só compete a eles cumprir. Mesmo quando enfrentarem longas e difíceis batalhas, se continuarem avançando, um passo por vez, um caminho repleto de esperança infalivelmente se abrirá diante de vocês. Todos, sem exceção, são “corredores da justiça”. Aqueles que tropeçam, mas se levantam e seguem em frente são vitoriosos. Espero que avancem alegremente neste glorioso caminho, encorajando-se mutuamente como bons amigos e empenhando-se junto com a família Soka do mundo inteiro e comigo! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de abril de 2020 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Nota: 1. No Japão, o ano letivo começa em abril. Fique por dentro da edição de março! O que fazer diante dos impasses da vida? Na Matéria do Mês, aprenda com o exemplo do Mestre como ultrapassá-los e triunfar! No Trendig Topics, confira os lançamentos mais esperados do cinema em 2023. As matérias dos níveis estão incríveis! A DE-Futuro fala sobre persistir diante das dificuldades; a DE-Esperança, por meio de um jogo divertido, explica a importância da amizade; e a DE-Herdeiro, com a colaboração da DUni, ensina a tomar sábias decisões. Esses e outros conteúdos da edição de março estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
09/03/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 10
Igualmente vulneráveis são os seres humanos — geralmente se sacrificam por questões superficiais e seculares; contudo, raramente o fazem pelos preciosos ensinamentos do Buda. Assim, é natural que não atinjam o estado de buda. Carta de Sado1 Kosen-rufu é o supremo e mais nobre modo de vida No verão de 1965, dez integrantes da Divisão Masculina de Jovens do Japão resolveram se mudar para a Alemanha Ocidental com a forte decisão de propagar o Budismo Nichiren naquele país e contribuir para o kosen-rufu mundial. Os membros estavam decididos a concentrar esforços em prol do kosen-rufu da Alemanha. Não acalentavam nenhuma pretensão de ganhar dinheiro, fama ou posição social, muito menos sonhavam ter uma vida mais fácil ou sossegada. Com base nos princípios filosóficos do budismo e após pensar como toda a seriedade sobre como viver dignamente como seres humanos, chegaram à conclusão de que consagrar a vida ao kosen-rufu é o mais nobre caminho que conduz a humanidade à paz e à felicidade. Esse mesmo sentimento era compartilhado pela maioria dos jovens da Soka Gakkai. Naturalmente, as pessoas que buscavam egoisticamente a própria felicidade jamais entenderão esse sublime espírito. (...) A vida é o mais nobre e mais rico tesouro. Nada pode superá-la. Por isso mesmo, um tema de suma importância é como viver dignamente e a que devotar a nobre existência. Nichiren Daishonin recomenda que as pessoas devam viver em prol do budismo, isto é, devotar a vida ao desenvolvimento do kosen-rufu, porque nisso se encontra o caminho direto para atingir o estado de buda nesta existência, a condição de felicidade absoluta. (Trechos do capítulo “Nova Rota”) *** O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo? Resposta a Kyo’o2 Doença não é a causa da infelicidade Em novembro de 1965, Shin’ichi Yamamoto viajou por todo o Japão para se encontrar e incentivar os membros. Enquanto visitava a província de Nara, tirou fotos comemorativas com seus companheiros e encorajou de todo o coração alguns membros da Divisão Sênior que estavam sofrendo com doenças crônicas. A seguir, sua orientação para um deles. O fato de o senhor sofrer de uma grave doença significa também que sua missão é muito grande. Se vencê-la, tanto comprovará o grandioso poder da prática do budismo como também dará maior impulso ao kosen-rufu. Para cumprir essa missão, o senhor criou diversas causas negativas no passado e surgiu como um bodisatva da terra nesta existência. Por isso, não há doença que não seja capaz de vencer. (...) Se o senhor se empenhar firmemente na prática da fé, sem falta desfrutará uma vida cheia de esperança e felicidade, mesmo que tenha de conviver com uma doença crônica. No escrito Resposta a Kyo’o consta: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.3 Conforme essa frase, da mesma forma como o leão espanta os ferozes animais com seu rugido, nenhuma doença é um obstáculo quando se recita daimoku. Uma pessoa é infeliz não porque está doente, mas por ser derrotada pela doença e por perder as esperanças. É infeliz porque esqueceu a missão pelo kosen-rufu. Existem muitas pessoas que têm boa saúde física, mas são infelizes por não possuírem saúde espiritual. Ao contrário, existem companheiros que estão doentes ou que têm deficiências físicas, mas desfrutam plenamente a felicidade, ajudando outros a se tornarem felizes também. No âmago da vida, a saúde e a doença são inseparáveis e formam um único corpo. Podem se manifestar tanto na forma de boa saúde como na forma de uma doença em nossa vida. Pelo fato de estarem interligadas, quando nos empenhamos na prática da fé e lutamos para vencer a doença, estabelecemos a verdadeira saúde tanto física como espiritual. (Trechos do capítulo “Coroa de Louros”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 24 de julho de 2019.) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 317, 2014. 2. Ibidem, p. 431. 3. Ibidem. Ilustrações: Kenichiro Uchida
09/03/2023
Caderno Especial
BS
Encontros que propagam a felicidade
Duas das atividades recentes promovidas pelos membros da RM Litoral Norte e, mais especificamente, do Distrito Cidade de São Sebastião, dão o tom do entusiasmo e resiliência que caracterizam seus esforços. Reunião de palestra No dia 26 de fevereiro, alguns dias após a tempestade que caiu sobre a região e apesar das imensas dificuldades, integrantes dos Blocos Boiçucanga e Camburi realizaram uma reunião de palestra conjunta para se incentivarem, estudarem o budismo e se fortalecerem com os direcionamentos de Ikeda sensei, a fim de ultrapassarem o momento atual e continuarem construindo uma vida de felicidade indestrutível. Encontravam-se ali participantes cuja residência havia sido invadida pelas águas da enchente, mas, conscientes da missão e da importância de desafiar as circunstâncias, limparam a casa e partiram para dialogar com os companheiros compartilhando experiências que engrandeceram a vida de cada um deles com nova determinação. Encontro do distrito A convocação repentina não foi obstáculo para mais de noventa pessoas, entre membros do Distrito Cidade de São Sebastião e de outras organizações da RM Litoral Norte, encontrarem-se, ainda que virtualmente, para fazer uma atividade decisiva para a vitória de todos. A reunião de palestra do Litoral Norte, realizada na terça-feira, dia 28 de fevereiro, contou com a participação, o apoio e os incentivos do presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Uma frase chamava a atenção no convite do encontro: “Juntos somos mais fortes!”. Essa decisão permeou a reunião, que foi aberta com as palavras de Maria Zena Rocha Nascimento, responsável pela DF de bloco, citando um trecho do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda: Coragem é algo que todos possuem, é a chave para abrir a porta do inesgotável tesouro chamado “felicidade”. Porém, a maioria das pessoas veda essa porta e acaba vagando pelas ondas da ilusão, da fraqueza e da covardia. Espero que todos vocês manifestem a coragem e aniquilem a covardia do coração. Aí se encontra a principal causa para conquistar a vitória na vida.1 A atividade contou com relatos de representantes da organização, os quais falaram sobre os momentos de dificuldades enfrentados durante os eventos relativos à tormenta que assolou a região e como desafiaram essas adversidades com base na prática do daimoku, na união e na solidariedade. Veja alguns desses relatos nesta edição. Rosa Angélica Maria e Ayrton Machado, respectivamente responsável pela DF e responsável pelo distrito, discorreram sobre o tema do encontro, “Coragem”. Ambos citaram o diálogo de Ikeda sensei com o historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889–1975). Rosa destacou o conceito de autodomínio como fator primordial para ultrapassar as crises e os momentos de dificuldades, tanto na vida pessoal como no convívio coletivo. Traçou um paralelo com o conceito de revolução humana abraçado pela Soka Gakkai, que consiste em transcender as próprias fraquezas e os limites com base na prática budista para conquistar autonomia ante ao ambiente exterior e concretizar a verdadeira felicidade. Já Ayrton falou sobre o enfrentamento dos desafios da vida, como as ondas do mar se tornam mais fortes quanto maior for a resistência que encontram. Da mesma forma, citando incentivos de Ikeda sensei, conclamou todos a manifestar força e energia vital para sobrepujar as dificuldades, fortalecendo-se internamente. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, manifestou solidariedade pelo momento de dificuldades, incentivando todos a vencer com base da recitação do daimoku. Citou o exemplo da ilha de Okinawa, que se transformou de um palco de terríveis batalhas durante a Segunda Guerra Mundial para uma terra de paz, onde florescem muitas pessoas de valor que praticam o Budismo de Nichiren Daishonin. Também falou sobre o princípio budista de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku kempon) para destacar que agora é o momento da transformação e da superação, revelando o ilimitado potencial que cada um possui na própria vida. Expressou que companheiros de todo o país estão orando pelo bem-estar dos membros do litoral norte paulista e que a BSGI está com eles nessa jornada, apoiando de perto. Diva de Moraes Santos, conselheira de distrito, proferiu suas palavras de agradecimento a todos, encerrando a atividade histórica para o kosen-rufu da região. Diálogo durante a reunião de palestra dos Blocos Camburi e Boiçucanga No topo: encontro da RM Litoral Norte com a participação do presidente da BSGi, Miguel Shiratori. Fotos: Colaboração local
09/03/2023
Ensaio
BS
Recordações da magnífica Cerimônia do Dia 16 de Março
Eu cumpri o juramento que fiz ao meu mestre. Eu cumpri o juramento que fiz aos meus companheiros. Eu cumpri todos os objetivos que lancei. Naquele dia [16 de março de 1958], quando nos reunimos no sopé do Monte Fuji, começamos um novo estágio no avanço do kosen-rufu. Era um dia frio. O grandioso pico do Monte Fuji nos observava como serena testemunha daquele evento. A cerimônia do 16 de março foi inspiradora. Toda sensei anunciou que estava passando para a Divisão dos Jovens (DJ) o bastão do kosen-rufu. O coração de seus jovens discípulos flamejava de entusiasmo. Seu orgulhoso senso de missão ardia como o bailar das chamas. * * * Certa ocasião, ele me chamou às 3 horas da madrugada. Corri para perto dele e, quando cheguei, disse-me: “Daisaku, você é rápido como um falcão”. Às vezes, após ter sido chamado de madrugada, passava o dia todo realizando suas tarefas urgentes sem um momento sequer para dormir. Estava determinado a fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para proteger meu mestre. Quando Toda sensei adoeceu em novembro do ano anterior, ele também me chamava continuamente: “Onde está Daisaku? Onde está Daisaku?”. Meu mestre superou essa fase crítica três meses depois. No dia 11 de fevereiro de 1958, seu quinquagésimo oitavo aniversário, ele deu uma festa para comemorar a recuperação de sua saúde. Foi um restabelecimento inacreditável; os médicos ficaram espantados. Essa foi uma prova do poder da Lei Mística. Mas a vida dele estava chegando ao fim. As únicas pessoas que sabiam disso eram ele próprio e eu, seu discípulo mais próximo. * * * O 16 de Março foi uma atividade especial para homenagear e prestar um tributo eterno ao espírito altruísta de Josei Toda, que viveu exatamente como dizem as palavras de Daishonin “A vida é limitada; não devemos poupá-la. O que, afinal, devemos aspirar é a terra do buda”,1 e também para transmitir esse legado à próxima geração. Ao mesmo tempo, foi uma solenidade particular somente para nós dois — uma cerimônia da unicidade de mestre e discípulo — em que Toda sensei me entregou o bastão da sucessão — a missão de concretizar o kosen-rufu. * * *Mesmo antes de a data dessa reunião comemorativa ter sido marcada, Toda sensei já analisava várias formas de incentivar os jovens. Ele solicitou que fosse preparada uma sopa de leitão aos jovens que chegariam ao templo principal com fome e frio logo pela manhã. Três porcos foram abatidos para o preparo da sopa, e Toda sensei pediu que o couro fosse reservado. Depois do falecimento dele, solicitei que o couro fosse curtido para confeccionar estojos de canetas, que entreguei aos 177 representantes da Divisão dos Jovens. Queria ter a certeza de que eles não se esqueceriam do espírito do mestre, e que estudassem lutando pelo kosen-rufu a vida inteira. “Eu conduzirei a reunião”, declarou Toda sensei. Mas ele já estava demasiadamente fraco e caminhar era muito difícil. Instruí vários jovens de confiança a construir uma liteira para levá-lo. Porém, quando ele a viu, gritou: “É muito grande! Não é apropriada para uma verdadeira batalha!”. Ele deu até a última gota do seu ser para me instruir. Eu agradecia com lágrimas em meu coração. Por fim, tocado pela sinceridade de seus discípulos, ele concordou em ir na liteira e dali conduziu a reunião com dignidade. Os rapazes que o carregavam irradiavam felicidade, e em sua fronte brilhavam douradas gotas de suor. * * * Naquela solene cerimônia, Toda sensei declarou: “A Soka Gakkai é a organização soberana do mundo religioso”. Esse brado apaixonado, esse rugido do leão ficará para sempre gravado dentro do meu ser. Naquele momento, jurei fazer com que a Soka Gakkai realmente se tornasse soberana. “Soberana do mundo religioso” significa “soberana dos mundos da filosofia e do pensamento”. O ideograma chinês que designa a palavra “rei” é composto por três traços, um sobre o outro, cortados por um traço vertical. Aqui estão “três” do terceiro mês, março, e “um” do número 16. Onde está o 6? Esse número é representado pelos 6 mil jovens que participaram da atividade pelos companheiros — os bodisatvas da terra —, tão numerosos “como os grãos de areia de sessenta mil rios Ganges2 que iriam segui-los. Para nós, o grandioso 16 de Março comprovou que “a assembleia do Pico da Águia ainda não havia se dispersado”.3 * * * Após a cerimônia, observei os jovens se retirarem. Pedi à nossa banda musical que tocasse para os membros enquanto eles aguardavam o ônibus de volta para casa. Depois, também chegou a hora de os integrantes da banda irem embora. Eles vieram se despedir de mim, e então fiz um pedido ao responsável pela banda: “Sinto muito incomodá-los, mas será que vocês poderiam tocar mais uma música? Toda sensei está no segundo andar. Gostaria que tocassem uma canção de despedida”. Os componentes da banda tiraram alegremente os instrumentos de seus estojos e tocaram com o coração. A música foi Uma Estrela Cai ao Sabor do Vento de Outono da Planície Wu-chang,4 uma canção que nos traz muitas lembranças. (...) Repetindo a letra mentalmente, bradei em meu coração: “Sensei, por favor, ouça. Os integrantes da Divisão dos Jovens, seus discípulos, são fortes e corajosos. Não se preocupe!”. * * * Apenas alguns dias depois da cerimônia, Toda sensei, que tinha um forte pressentimento sobre a corrupção do clero, disse-me com seriedade: “Você jamais deve afrouxar na luta contra a maldade”. Ele sabia nitidamente que o clero se degeneraria. As palavras dele foram para mim uma advertência e também uma ordem. * * * No dia 2 de abril de 1958, dezessete dias após essa reunião solene, a nobre vida de Josei Toda chegou ao fim. O 16 de Março se tornou uma cerimônia de despedida, a passagem do bastão. Algumas pessoas disseram que, após o seu falecimento, a Soka Gakkai “se desintegraria”. Contudo, eu estava determinado a fazer com que suas palavras, sonhos e esperança se tornassem realidade. * * * Um discípulo é aquele que põe em prática os ensinamentos do seu mestre. Um discípulo é aquele que cumpre sua promessa. Eu fiz tudo isso, e esse é meu maior orgulho. (...) Uma forte determinação e nossas ações no presente definem o futuro. O Dia 16 de Março é o eterno ponto de partida da verdadeira causa, quando todos os discípulos se levantam. Para mim, cada dia é o de renovado juramento, cada dia é 16 de Março. * * *Seguindo o modelo do Dia 16 de Março, passei totalmente o bastão do espírito da Soka Gakkai aos jovens. Logo, sim, logo, chegará o seu momento de glória. Março é a época em que as árvores e os arbustos começam a ostentar seu novo verdor e seus novos botões de flores. Jovens, que eu sempre amarei! Jovens, em quem sempre confiarei! O século 21 é de vocês. Sua época chegou. Sua época chegou inexoravelmente. Na histórica Cerimônia do Dia 16 de Março, o jovem Daisaku Ikeda assumia, junto com 6 mil jovens, a missão de concretizar o kosen-rufu, tal como desejava seu querido mestre, Josei Toda. No desenho, jovem Ikeda apresenta a reunião No topo: ilustração retrata o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, sendo carregado em uma liteira construída pelos jovens para que ele participasse da reunião do dia 16 de março de 1958, a fim de preservar sua saúde bastante debilitada Fonte: Terceira Civilização, ed. 586, jun. 2017, p. 36. Leia mais Na edição 2.629, de 25 de fevereiro de 2023, foi publicada uma matéria especial sobre o Dia 16 de Março. Nela, você pode ler parte do discurso de Josei Toda, assim como sua decisão para os preparativos da atividade. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 223, 2020. 2. Ibidem, p. 164. 3. Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 757. 4. Letra do poeta japonês Bansui Doi (1871–1952). Uma canção que narra a morte do ministro chinês Chuko K’ungming, herói da saga épica Romance dos Três Reinos. Ilustrações: Kenichiro Uchida
09/03/2023
Conheça o Budismo
BS
Ilumine a si e aos outros
O termo “fundamental” (gampon) refere-se à “real essência” ou à “verdadeira natureza da vida”. A incapacidade de enxergar ou de reconhecer essa verdadeira natureza é conhecida, no budismo, como “escuridão fundamental” (gampon no mumyo) ou “ignorância fundamental” ou, ainda, “ignorância primordial”. Essa “escuridão fundamental” é a ilusão mais profundamente arraigada na vida que dá origem a todas as outras ilusões. Nichiren Daishonin interpreta a escuridão fundamental como a ignorância da Lei suprema ou a ignorância do fato de que nossa vida, em essência, é a manifestação da Lei, isto é, o Nam-myoho-renge-kyo. Portanto, essa “escuridão” indica a cegueira em relação à verdadeira natureza da própria vida. Em contraste com a “escuridão fundamental”, existe o termo “natureza fundamental da iluminação” (gampon no hossho), que indica a percepção da verdadeira natureza da vida, isto é, da natureza de buda inata na vida. Na prática, essa percepção corresponde à revolução humana individual com base na fé ao Gohonzon. Polir seu espelho No escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, Nichiren Daishonin nos ensina: Quando uma pessoa é dominada pela ilusão, é chamada de mortal comum; mas, quando iluminada, é chamada de buda. Tal situação se assemelha a um espelho embaçado que brilhará como uma joia quando for polido. A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado; mas, ao ser polida, tornar-se-á como um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. Manifeste profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo.1 Essa frase revela que todas as pessoas, assim como tudo no universo, possuem inerente tanto a escuridão como a iluminação. Em outras palavras, a “verdadeira natureza da vida” (gampon) pode manifestar tanto a “iluminação” (hossho), pela percepção da sua natureza de buda, como a “escuridão” (mumyo), quando dominada pela ilusão. De acordo com o Sutra Shrimala, a escuridão fundamental é a ilusão mais difícil de ser vencida e só pode ser erradicada por meio da sabedoria do buda. Esse é o significado da frase final desse escrito de Nichiren Daishonin: “Manifeste profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.2 Essência da vida A escuridão fundamental da vida pode ser comparada ao breu da noite ou a uma espessa névoa que impede as pessoas de discernirem as formas e as cores. Quando se manifesta, ela age sorrateira e sutilmente e torna a pessoa incapaz de enxergar e reconhecer a verdade ou a essência de tudo que a cerca. Essa escuridão inata impede que a verdadeira natureza da vida seja reconhecida. É literalmente a ilusão sobre a natureza da própria vida, bem como a fonte fundamental das demais ilusões. Suas diversas manifestações, como a violência, a corrupção, o autoritarismo, a traição, a discriminação, entre outros, são igualmente obscuras e tenebrosas. Uma pessoa tomada por essa escuridão, que não consegue enxergar a natureza da própria vida, passa a ignorar também a vida de outras pessoas. O propósito principal da prática budista é “iluminar” a “escuridão” da vida, isto é, compreender as causas que geram o sofrimento e, assim, agir para mudar a própria condição ou situação. É fazer com que as pessoas elevem a condição de vida, munindo-as de coragem e sabedoria para mudar. Uma pessoa iluminada, ou no estado de buda, é aquela que manifesta força, coragem, esperança, sabedoria e se eleva acima das próprias dificuldades. Uma vez iluminada, ela ultrapassa e vence essas dificuldades, enxergando melhor a essência da vida. Respeito a todos Em um de seus discursos, o presidente Ikeda comenta: O mundo atual carece intensamente de esperança, de uma perspectiva positiva e de uma sólida filosofia. Não há nenhuma luz brilhante a iluminar o horizonte. Tudo está num impasse — a economia, a política e as questões ambientais e humanitárias. E os próprios seres humanos — a força motriz de todas essas esferas, também estão perdidos e não sabem como avançar. É por isso que nós, bodisatvas da terra, aparecemos. É por essa razão que o Budismo do Sol, de Nichiren Daishonin, é tão essencial. Nós nos levantamos, segurando bem alto a tocha da coragem em uma mão e a filosofia da verdade e da justiça na outra. Começamos a agir para romper corajosamente a escuridão dos “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte — , e também a escuridão da sociedade e do mundo.3 A ação do shakubuku, que tem como finalidade conduzir as pessoas à iluminação com base na filosofia e no espírito benevolente do Sutra do Lótus, é a prática budista do mais elevado respeito à vida. É a prática correta para dissipar tanto a escuridão fundamental que se aloja na vida das pessoas como a que penetra em nossa própria vida. O Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina também a respeitar as pessoas, não só quando propagamos esse ensinamento, mas em todos os sentidos, pois esse é o modo correto de os seres humanos se comportarem. Fonte: Terceira Civilização, ed. 538, jun. 2013, p. 58. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2019. 2. Ibidem. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.387, 19 out. 1996, p. 4. Foto: GETTY IMAGES
09/03/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Uma amizade profunda e eterna
Parte 57 Essa visita de Shin’ichi Yamamoto à União Soviética ocorreu a convite do Ministério da Educação Especializada do Ensino Fundamental e Médio da União Soviética e da Universidade de Moscou. Ele estava decidido a promover intercâmbios educacionais e culturais entre Japão e União Soviética, e a partir disso, abrir um novo caminho da amizade. A missão incluiu grupos como a Fuji Kotekitai e o Coral Ginrei da Universidade Soka, tornando-se uma grande delegação composta por um total aproximado de 250 pessoas. E todos se empenharam para promover amplo intercâmbio com os estudantes da Universidade de Moscou e com os cidadãos soviéticos. Durante os oito dias de sua estada na União Soviética, Shin’ichi visitou o Teatro Estatal de Música de Moscou, conhecido como “Teatro de Ópera para as Crianças”, estabelecendo laços de amizade com a fundadora, Natalya Ilyinichna Sats, e seguiu realizando vários diálogos com personalidades soviéticas a respeito da paz e de intercâmbios culturais. Ele trocou diversas opiniões com personalidades locais, como o ministro da Cultura, P. N. Demichev; o ministro da Educação Especializada do Ensino Fundamental e Médio da União Soviética, V. P. Elyutin; o presidente da União das Sociedades Soviéticas para a Amizade e Relações Culturais com Povos de Países Estrangeiros, Z. M. Kruglova; o presidente da Sociedade Japão-URSS e ministro da Marinha Mercante, T. B. Guzhenko; o reitor da Universidade de Moscou, Anatoly Logunov; e o presidente do Soviete Supremo da União Soviética, A. P. Shitikov. Nesse meio, visitou a Muralha do Kremlin, onde estão depositados os restos mortais do primeiro-ministro Aleksey Kosygin, e também foi até o Túmulo do Soldado Desconhecido e ofereceu uma coroa de flores. A visita ao túmulo de Kosygin era um dos importantes objetivos dessa viagem. Kosygin havia falecido em dezembro do ano anterior. Shin’ichi tinha se encontrado duas vezes com o ex-primeiro-ministro no Kremlin. No diálogo realizado em setembro de 1974, durante o agravamento do conflito sino-soviético, Shin’ichi lhe perguntou diretamente: “A União Soviética atacará a China?”. No mesmo instante, Kosygin respondeu claramente: “A União Soviética não tem intenção de atacar a China”. Shin’ichi obteve permissão dele para transmitir essas palavras à cúpula chinesa, o que o fez em sua segunda visita à China realizada em dezembro do mesmo ano. “Quero evitar de qualquer maneira que a China e a União Soviética partam para a guerra” — Shin’ichi fez tudo o que estava ao seu alcance nesse sentido. O grande caminho da paz é aberto a partir do primeiro passo, sério e firme. Parte 58 No dia 12 de maio, Shin’ichi Yamamoto participou da cerimônia de abertura da Exposição de Bonecas Japonesas, realizada pela Soka Gakkai em conjunto com o Ministério da Cultura da União Soviética e o Museu da Arte Étnica Oriental de Moscou. E na tarde deste dia, visitou a Biblioteca Estatal de Literatura Estrangeira, onde a filha do ex-primeiro-ministro Aleksey Kosygin, Lydmila Gvishiani, trabalhava como diretora, e conversou com ela. Lydmila trajava um suéter bege e casaco azul, e seu semblante com sorriso gentil e intelectivo tinha olhos límpidos que lembravam os traços de Kosygin. Quando Shin’ichi lhe comunicou que visitou o túmulo do seu pai e lhe expressou suas condolências, ela lhe respondeu com a voz embargada: — Sinto o terno calor humano com sua vinda e meu coração está repleto de emoção. Então, começou a falar em tom nostálgico sobre o dia em que Kosygin se encontrou pela primeira vez com Shin’ichi: — Nesse dia é o seu falecimento. — O calor das mãos do meu pai está neles. Eu lhe ofereço no lugar do meu pai. Shin’ichi manifestou sua gratidão dizendo: — Esses oferecimentos contêm o significado de amizade extremamente profunda e eterna. Transmitirei esse sentimento ao povo do Japão. Estarei orando pela felicidade de todos de sua família. Uma firme e caudalosa correnteza da paz se cria quando a amizade é mantida de pais para filhos superando as gerações. Na despedida, a imagem dela acenando até perdê-los de vista ficou profundamente gravada no coração de Shin’ichi Yamamoto. Parte 59 Na manhã do dia 13, Shin’ichi e Mineko visitaram o cemitério de Novodevichy, localizado na cidade de Moscou. Após orarem em memória do ex-reitor Rem V. Khokhlov, eles foram até a residência da família. Shin’ichi e Mineko dialogaram com a viúva Elena, o primogênito Aleksey e o segundo filho Dmitry, relembrando o falecido reitor. O filho mais velho era físico da Universidade de Moscou, e o segundo também estudava física no curso de pós-graduação da instituição. A família ficou muito feliz com a visita de Shin’ichi e de Mineko, e representando-a, o primogênito expressou seu sentimento de gratidão: — Muito obrigado por ter vindo especialmente nos visitar em respeito ao meu pai. A visita do senhor à União Soviética foi abençoada também pelo clima, e parece que até os céus o felicitam. Agora, o longo inverno de Moscou está partindo, e o verde, brotando. Estamos recebendo o momento de a natureza restaurar a exuberância da vida. Shin’ichi disse prontamente: — Sua família também entrou numa época semelhante. Superaram o inverno de tristeza e estão recebendo o momento do irromper da esperança e do revivescer. Deve ser desejo do falecido reitor que sua família fique bem. Em particular, gostaria de pedir aos filhos que estudem incansavelmente e se tornem grandes cientistas que superem seu pai, contribuam para a sociedade e sejam felizes. Meneando afirmativamente a cabeça, Aleksey disse: — Meu pai sempre falava sobre o senhor. Fico muito feliz em poder encontrá-lo pessoalmente. — Vamos nos encontrar outras vezes daqui em diante e relembrar seu pai. Venha um dia ao Japão e visite também a Universidade Soka. A viúva falou com um ar de profunda reflexão: — O senhor me transmite uma sensação próxima, como se sempre tivéssemos estado juntos. Os corações se sintonizaram, e a conversa foi animada. Da família Khokhlov, ele foi presenteado com uma coleção de artigos que incluía manuscritos inéditos e uma foto do falecido reitor tirada nas montanhas. A viúva comentou sorrindo: “Ele adorava escalar montanhas”. A amizade com essa família prosseguiu por muito tempo. Assim como as plantas estendem profundamente suas raízes sob o solo para que possam crescer de maneira exuberante, os verdejantes campos da paz se expandem quando profundos elos de amizade são cultivados firmemente no grande solo do povo. Parte 60 À tarde, Shin’ichi Yamamoto visitou a Universidade de Moscou, onde dialogou com o reitor Anatoli A. Logunov. Ele era membro ativo da Academia de Ciências da Rússia, e também um renomado físico teórico. Na verdade, em abril desse ano, o reitor Logunov havia visitado o Japão e, quando se encontraram, ele havia solicitado a Shin’ichi que realizassem um diálogo a respeito da importância do intercâmbio educacional em prol da amizade entre o Japão e a União Soviética e pela paz da humanidade. Shin’ichi Yamamoto concordou em realizar o diálogo para deixar registrado para o futuro os pensamentos e a filosofia de paz, e foi para esse encontro com o reitor munido de ampla gama de perguntas que elaborou até partir para essa viagem à União Soviética. Ao lhe falar dos temas principais que formariam a estrutura do diálogo, como “problemas da ciência moderna”, “religião e literatura”, “guerra, paz e os povos” e “questões para o intercâmbio da cultura”, o reitor concordou plenamente. Antes desse diálogo, foi concedido ao reitor Anatoli A. Logunov o título de professor honorário da Universidade Soka. Nessa ocasião, o reitor mencionou a respeito da missão das universidades de proteger a paz da humanidade, e se pronunciou da seguinte maneira em relação à questão das armas nucleares: — Se as armas nucleares forem utilizadas agora, a humanidade acabará sendo totalmente extinta. Portanto, devem abandonar a ideia de que a paz pode ser protegida pela força e não pela sabedoria. Se não agirmos assim, estaremos aceitando a guerra nuclear. O diálogo foi conduzido por intermédio da tradução do professor-chefe do Instituto de Países Asiáticos e Africanos, L. A. Strijak. “Deve-se evitar sem falta a guerra nuclear; e o caminho para que a humanidade continue a existir só será possível com a edificação da paz por meio do intercâmbio cultural” — essa era a forte convicção de ambos, e a troca de opiniões prosseguiu em perfeita sintonia e ressonância. O diálogo entre os dois chegou a ser realizado por treze vezes e, nesse meio, foi publicado o livro intitulado Daisan no Niji no Hashi [A Terceira Ponte de Arco-Íris] em junho de 1987. Na sequência, lançou-se o livro Kagaku to Shuukyo [Ciência e Religião], em maio de 1994. A paz do mundo se inicia a partir da união entre os corações. Ao retornar ao ponto primordial denominado “paz” e “ser humano”, podem-se superar as barreiras da estrutura social e da ideologia, e as pessoas conseguirão se entender, ter empatia umas com as outras e unir o coração de todas — era isso que Shin’ichi queria provar para o mundo. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
09/03/2023
Caderno Especial
BS
O avanço do kosen-rufu no litoral norte paulista
A Região Metropolitana (RM) Litoral Norte foi criada em 2017 e faz parte da Subcoordenadoria Vale do Paraíba, Coordenadoria Leste Paulista (CLP) da BSGI. É formada pelos distritos Cidade de Caraguatatuba, de São Sebastião e de Ubatuba, cada um com três comunidades. “Nossa localidade”, comenta Moises Lucas dos Santos, responsável pela RM, “tornou-se Região Metropolitana como resultado de uma luta muito pura e bonita, que venceu desafios como grandes distâncias geográficas, movimentos de incentivo às pessoas afastadas e um significativo avanço com relação ao Movimento Renascença, que visou proteger os membros dos ataques maldosos da seita Nikken”. Na década de 1990, novos líderes foram nomeados na organização local com o espírito de vencer a maldade, lutando intensamente durante cerca de dez anos para alcançar esse objetivo. Os esforços culminaram com a realização de um grandioso festival, para o qual foi promovido um grande movimento de visitas familiares de incentivos e recitação de daimoku, fortalecendo a união entre todos. Outro grande marco foi a concessão de título de cidadão honorário de Caraguatatuba ao presidente Ikeda em 24 de outubro de 2007, reconhecendo seus esforços em prol da paz, da cultura e da educação. Em setembro de 2022, todos manifestaram incontida felicidade ao receber a inauguração da Sede Regional Caraguatatuba, palco da criação de “valores humanos” da RM Litoral Norte, com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, na cerimônia. “Após quase seis meses dessa nossa conquista, estamos vivendo um decisivo momento de transformação com os recentes acontecimentos ocasionados pelas chuvas e decidimos alcançar a vitória na expansão do kosen-rufu da nossa localidade”, expressa, com determinação, o Sr. Moises. Em São Sebastião Geograficamente, o município de São Sebastião compreende uma faixa de terra estreita e extensa entre a Serra do Mar e o oceano, ao longo da Rodovia Rio-Santos. Historicamente, os membros da organização da BSGI na região se concentraram, em sua maior parte, na região central e na costa norte da cidade. A formação dos blocos na costa sul de São Sebastião ocorreu por conta da necessidade de atender e acolher os membros provenientes de outras localidades do estado de São Paulo, na maioria veteranos, recém-convertidos ou veranistas. Devido à sazonalidade de emprego e de moradia, retornavam à sua organização de origem ou à família, deixando a região. Há dez anos, no bairro de Maresias, distante trinta quilômetros do centro, residia e trabalhava Grasiele Moraes Oliveira, integrante da Divisão Feminina (DF). Na ocasião, envolvida com a maternidade havia um ano, decidiu criar o filho Luís nos jardins Soka, assim como ocorrera em sua adolescência. Começou a participar mais ativamente das reuniões na região central de São Sebastião, já que em Maresias não havia nenhum bloco. Os líderes de distrito contaram com ela para apoiar a criação de um local de referência para o movimento pelo kosen-rufu na costa sul, pois a participação nas atividades na região era dificultada por algumas questões como a irregularidade do transporte coletivo. Em setembro de 2016, foi criado um núcleo de membros em Maresias para reunião e recitação de daimoku semanalmente, objetivando o melhor acesso dos membros à região e com o sincero desejo de futuramente estruturar a organização na localidade. No ano seguinte, a chegada de novos membros a Boiçucanga, bairro próximo a Maresias, fortaleceu as atividades, possibilitando a fundação do Bloco Costa Sul, pertencente à Comunidade Ipiranga, e que abrangia bairros como Maresias, Boiçucanga, Camburi, Juquehy, Barra do Sahy, Barra do Una, entre outros. Com a luta conjunta e muito empenho de todos, a organização se expandiu e, em dezembro de 2022, na recém-inaugurada Sede Regional Caraguatatuba, uma nova formação surgiu com a fundação de dois novos blocos a partir do antigo Bloco Costa Sul. São o Bloco Boiçucanga, liderado por Yara Amaral Gurgel de Barros e Rafael Biotto Ferreira de Moraes, e o Bloco Camburi, cujos responsáveis são Neusa e Gilberto Nardo. No topo: momento registrado durante a inauguração da Sede Regional Caraguatatuba, castelo do kosen-rufu da RM Litoral Norte
09/03/2023
Caderno Especial
BS
Momentos de superação
Moramos numa propriedade rural próxima à praia de Camburi. No dia 19 de fevereiro, meu marido, Gilberto, e eu estávamos em casa. Por volta das 22 horas, começou a chover sem parar e com muita intensidade. Meu marido, que é músico, foi se deitar para descansar, pois tinha um evento no dia seguinte. Fiquei na sala acompanhando as notícias de um grupo local de troca mensagens e elas eram preocupantes, com alguns moradores já passando dificuldades por causa da enchente. Entrei em contato com minha filha e ela disse que o restaurante em que trabalhava já estava alagado. Por isso, ela se encontrava em outro lugar aguardando um momento mais seguro de voltar para casa. E na residência do meu filho, próxima à praia vizinha, a água já estava entrando pelo quintal. Por volta das 3 horas da madrugada, a chuva continuava forte. Meu marido e eu estávamos recitando daimoku, com o som intenso da água batendo no telhado. Eram barulhos em volta da casa que nunca havia ouvido. Meu coração batia acelerado. Sentia a terra, o céu e o mar se agitando ao mesmo tempo e intensificamos a oração. Fiquei acordada até o amanhecer. Ao clarear, fui à varanda e não consegui conter o choro. O caos estava instalado. Dentro de casa nada aconteceu, porém, em volta dela havia muita água, lama, troncos e pedras, que obstruíam uma parte do nosso acesso. Mas outra parte dos detritos tinha sido desviada para um córrego ao lado, não causando tantos estragos. Fui até o portão de casa e, na rua, existia uma fila de pessoas, mas não entendi para que finalidade. E logo soube que as filas já se formavam nos mercados e muitas vias estavam obstruídas por árvores e lama. Em seguida, visitei as pessoas mais próximas de bicicleta ou a pé. Verifiquei que os membros que moravam perto e alguns vizinhos estavam ilesos. Não consegui contatar meus filhos por um tempo, mas meu coração dizia que eles estavam bem. Depois de três dias, utilizando o sinal de Wi-Fi fornecido por um estabelecimento de comércio local, aos poucos, consegui mandar e receber notícias de familiares, membros e amigos. Algumas pessoas conhecidas tiveram prejuízos materiais, mas o mais importante é que todos estavam bem, e sou muito grata por isso. Neusa David Nardo, responsável pela DF do Bloco Camburi * * * Em meio aos acontecimentos, tive um momento de muita alegria e emoção quando chegaram à nossa casa os líderes da BSGI da localidade, pessoas que admiro muito. O abraço deles foi muito reconfortante, trazendo mantimentos para um membro da Divisão Sênior do nosso bloco, morador de um local em que a água chegou até a altura do peito. Queriam ir pessoalmente à casa dele naquele momento, porém um novo temporal ameaçava cair e me preocupei com a segurança deles. Além disso, iriam visitar outras pessoas naquele dia. Por isso, eu me ofereci para levar as provisões no dia seguinte. Todas as visitas foram feitas com sucesso. Bravos! Gilberto Nardo, responsável pelo Bloco Camburi *** Acordei com o telefone tocando às 6h30. Era dia 19 de fevereiro e havia chovido muito desde a noite anterior. Fui informada de que uma barreira havia caído na estrada e o acesso ao hotel em que trabalho estava difícil. Moro na região norte de Ilha Bela, assim como a maioria dos colaboradores do estabelecimento, e o hotel se localiza ao sul. Logo me recordei de que, em 2014, quando residia próximo à praia de Maresias, em São Sebastião, também aconteceu uma grande enchente. Passei aquele dia dentro do outro hotel em que trabalhava na época, no piso superior, junto com os hóspedes, enquanto via o piso térreo sendo coberto pela água, que levava tudo. Por essa razão, quis ir rapidamente ao meu local de trabalho atual. Liguei para outros dois colaboradores que moram do lado sul da ilha e solicitei a ajuda deles para que fossem ao hotel verificar como estava a situação. Lá, encontraram a recepção, o salão de café da manhã, a cozinha e a lavanderia cheios de água e lama. Solicitei que começassem a puxar a água com rodos, junto com o vigia que lá estava. O hotel é grande e estava lotado, mas, naquele momento, só havia três pessoas para limpar tudo. Logo os hóspedes iriam acordar para tomar o café da manhã. Recitando daimoku mentalmente, liguei para minha mãe e pedi que ficasse com meu filho naquele dia. Acordei-o e, nesse meio-tempo, o vigia me telefonou para dizer que a estrada havia sido liberada. Deixei meu filho na casa da minha mãe e fui para o trabalho, sempre recitando daimoku. Na estrada, havia vários obstáculos, como árvores caídas, pedras, água e lama. Como ainda era muito cedo, a Defesa Civil não tinha chegado ali. Ao recitar daimoku, fui pensando em cada hóspede. Num trecho do caminho, os carros estavam parados e, na frente deles, próximo a uma caminhonete, as pessoas estavam falando que não era possível continuar. Um poste havia caído no meio da estrada. Mas, como meu carro é menor, consegui passar. Ao chegar ali, vi que havia lama cobrindo muitas salas. Com os demais colaboradores, organizamos uma força-tarefa e nos dividimos pelos setores para começar a retirar a sujeira. Às 9 horas, conseguimos servir o café da manhã para os hóspedes. Andando pelo hotel para ver o que tinha acontecido, notei que a lama havia chegado muito próxima à borda da piscina, mas não a atingiu. Logo começaram a chegar vídeos de dois outros hotéis perto do nosso. Lá, infelizmente a situação estava bem pior, com a água chegando aos quartos e molhando camas e tudo o mais. Foi extramente triste, mas também fiquei muito grata pelos danos ao nosso terem sido menores. Mais tarde, recebi notícias das pessoas na região da costa sul de São Sebastião. Muitos habitantes estavam sem energia elétrica ou sinal de internet. Quando a situação ficou sob controle no hotel, fui para casa recitar daimoku. Posteriormente, ficamos sabendo dos deslizamentos e das mortes, principalmente na Barra do Sahy e no entorno. Foi uma grande tristeza! Tenho uma amiga que possui um restaurante na região em que sete colaboradores perderam sua casa e alguns familiares. Também fiquei sabendo que, apesar de alguns membros da BSGI nas regiões afetadas terem a casa atingida pelas enchentes, todos estavam bem, motivo de profunda gratidão em meio a esses acontecimentos. Grasiele Moraes Oliveira, vice-responsável pela Comunidade Ilha Bela e responsável pela DF do Bloco Itaquanduba Grasiele com o filho Luís No topo: Neusa e Gilberto Nardo, ao lado, superam momentos difíceis com base na recitação do daimoku Fotos: Colaboração local
09/03/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
“É como lubrificar as rodas de uma carruagem a fim de que girem, ainda que esta seja pesada.”1 Ofereça aconchego ao amigo com problemas para que o coração dele fique mais leve. Esse é o segredo do encorajamento. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 15 de fevereiro de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2019.
09/03/2023
Encontro com o Mestre
BS
Flores, desabrochem, superando as provações do inverno!
A ausência de sofrimentos não significa felicidade. A verdadeira felicidade na vida está em não ser derrotado pelos sofrimentos, em levantar-se resolutamente, mesmo que tombe, superando-os e tornando-se vitorioso. Aí se encontra também a alegria. A vida real é uma batalha contra diversos impasses. Porém, aconteça o que acontecer, não é preciso se desapontar, de forma alguma. Analisando a fundo, tudo é provação para a prática da fé, a oportunidade e o ponto de virada visando alcançar o estado de buda e a felicidade ainda maior. Quanto maiores os sofrimentos, mais grandiosa é a pessoa. Quanto mais ressentimentos tenha vivido, torna-se alguém capaz de salvar muitas pessoas. Essa é a pessoa de grandiosa missão. Assim é o budismo. Essa é a vida do caminho do bodisatva Aos olhos da prática da fé, as dificuldades que enfrenta agora são a missão que você mesmo pediu. Avançar com essa convicção é a prova da “oração do juramento seigan”. Problemas financeiros, assuntos de trabalho, preocupações com relacionamento humano, superação de enfermidades e outros. Para vencer os acontecimentos diante de seus olhos, deve orar intensamente. O ato de você próprio demonstrar firmemente a comprovação da vitória torna-se a luz encorajadora para os amigos que enfrentam os mesmos tipos de sofrimento. Nada se desperdiça nos árduos esforços atuais. Por existirem as provações do rigoroso inverno, virá certamente a primavera da vitória, de flores em profusão. Por mais que surjam os maiores sofrimentos, deve-se vencê-los, lutando e sobrevivendo até o momento final. Se vencer no final, será alguém “vitorioso na vida”. Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de fevereiro de 2023.No topo: Pequenas flores vermelhas, brancas e lilás despontam do meio da neve. Como é amável esse aspecto de enorme esforço em aguardar a primavera suportando o frio! Ikeda sensei tirou esta foto em fevereiro de 2010, em Tóquio. “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Assim Nichiren Daishonin encorajou a monja leiga Myoichi, que perseverava na sincera prática da fé carregando uma pequena criança enferma, após perder o marido. Quantos e quantos companheiros superaram suas tristezas mediante o acúmulo de orações, abraçando essa passagem que parece aquecer os corações enregelados. Todas as pessoas nasceram para ser felizes. Meu amigo, não seja derrotado! Você possui um mestre. Possui um companheiro. Em seu peito está sempre brilhando o sol chamado Lei Mística. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2014.
09/03/2023
Encontro com o Mestre
BS
Extraindo as forças subjacentes da sabedoria da humanidade rumo à paz do mundo!
Meu mestre, Josei Toda, confiava profundamente nos membros da região de Tohoku, a começar pelos pioneiros do Distrito Sendai. Eles eram, segundo Toda sensei, exemplos para todo o Japão, e se dedicava de coração ao avanço deles. No rigoroso inverno de fevereiro de 1955, ele participou de um diálogo em uma emissora de rádio de Tohoku. Quando perguntado sobre a história da Soka Gakkai, respondeu sorrindo: “Nossa Soka Gakkai remonta ao ano 1928”. Foi o ano em que os mestres Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda se converteram ao Budismo de Nichiren Daishonin. Após a gravação, Toda sensei disse sorridente para mim que o acompanhava: “Daisaku nasceu em 1928, não é? É uma mística relação!”. Eu também me alinhei à grande batalha dos dois mestres predecessores e, por 95 anos, vim abrindo o grande caminho do kosen-rufu que é, em si, o rissho ankoku [“estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”], com a força do povo, junto com os companheiros. O castelo de “valores humanos” Soka, que o mestre declarou em Tohoku, se expandiu de forma magnífica para o mundo. A partida em Guam No último dia 21 [janeiro de 2023], foi inaugurado o Centro Cultural para a Paz nas terras de Guam, onde se originou a Soka Gakkai Internacional (SGI), em um ambiente repleto de alegria e de decisão. Fica ao lado do saudoso edifício do Centro de Comércio Internacional, com suas paredes brancas. É o local em que, no dia 26 de janeiro de 1975, foi realizada a Primeira Conferência para a Paz Mundial que deu a partida da SGI. Revivem nitidamente as lembranças do rosto de cada pessoa, inesquecíveis membros dos Estados Unidos e da ilha de Guam, que me apoiaram nos bastidores, recepcionando comigo os honrosos pioneiros de 51 países e territórios que se reuniram naquele dia. Na época, quando finalmente a filosofia da paz e do humanismo budista começaria a se desenvolver para os cidadãos globais, eu estabelecia uma expectativa em meu coração: “Mais que nunca, devemos valorizar o intercâmbio individual de ser humano a ser humano, a minúscula escala de unidade. Vamos expandir o círculo da amizade e da contribuição a partir da comunidade local, a mais íntima terra de nossa missão”. Estava com dor de garganta em virtude da longa viagem atravessando o território norte-americano em pleno inverno, mas incentivei sinceramente os representantes de cada país, como também os membros locais, junto com minha esposa. A um componente da Divisão Sênior que declarou resolutamente a abertura da conferência, dediquei os versos: No país de mar azul e de céu altivo, a você, que lidera o kosen-rufu de raios contínuos de luz, que haja felicidade. Às integrantes da Divisão Feminina de Jovens que cumpriam brilhantemente as tarefas no grupo de bastidores, ofereci: Às moças de coração belo e florido, ofereço-lhes a guirlanda da felicidade. Escolhi Guam, que no passado sobreviveu aos sofrimentos da guerra, como ponto de partida. Então, viemos plantando a “semente da paz chamada Lei Mística” na vida de cada pessoa, estabelecendo a relação de incentivo no coração daquela diante diante dos nossos olhos. Conforme simbolizado nas atividades comemorativas realizadas desta vez, as jovens flores humanas emergidas da terra estão bailando na amada Guam, em Saipan e em outras ilhas. Esse aspecto do desabrochar das flores da boa sorte e da confiança é a comprovação que mais me deixa feliz. Relembrando, o local em que Nichiren Daishonin registrou as profecias denominadas “retorno do budismo para o oeste” e “kosen-rufu de Jambudvipa” foi a Ilha de Sado, onde ele estava exilado. Em meio às circunstâncias adversas que deixavam as pessoas da sociedade em pânico com a invasão mongol e os conflitos internos, com a fome e a epidemia, Daishonin escreveu: “As chances de eu sobreviver [mais este ano, ou mesmo este mês,] são de uma em dez mil”.1 Foi nessas condições que ele lançou o grande brilho do Budismo do Sol a iluminar o mundo, na distante ilha de mares revoltos, para a felicidade de toda a humanidade. Seguindo essa trajetória, viemos abrindo a rota marítima da paz e do kosen-rufu a começar por Okinawa, Havaí, Hong Kong e por diversas outras ilhas. Estou orando diariamente pela segurança, prosperidade e glorioso triunfo dos preciosos companheiros da família Guam, assim como dos admiráveis membros do grupo Ilhas Distantes. A missão da Soka Gakkai Quando a SGI nasceu, em 1975, fazia trinta anos desde que havia sido lançada a bomba atômica em Hiroshima e em Nagasaki, e também do fim da Segunda Guerra Mundial. Sob a rigorosa Guerra Fria, o mundo estava à mercê da lógica do poder e dos interesses, no meio do turbilhão dos conflitos e das divisões cada vez mais profundo. Foi o alçar do voo para a criação de um novo valor da paz, da cultura e da educação, manifestando enfim a sabedoria do budismo para controlar a crise da humanidade. Independentemente da existência ou não da fé, Nichiren Daishonin indica que a sabedoria budista é para “pôr um fim à miséria da população”2 e “ajudar as pessoas”.3 E ele afirma que “A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem plena compreensão dos princípios que regem o mundo”.4 Essa é a missão religiosa chamada propagação da Lei Mística. Ao mesmo tempo, é o desafio de se levantar pela missão social e humana chamada paz mundial. Para tanto, a SGI, como organização popular independente, criará a ponte da solidariedade dos cidadãos globais em múltiplas camadas, ultrapassando as barreiras de religião, de ideologia, dos sistemas e das nações, com base no humanismo e no caminho do meio do budismo. Após o evento de Guam, percorri assiduamente a China, a Europa, a União Soviética e os Estados Unidos, mantendo diálogos com os líderes e os intelectuais. Queria plantar as sementes da paz sem perda de tempo. Naquele ano, um dos pontos culminantes da viagem foi a visita a Hiroshima, realizada em novembro. Ao mesmo tempo em que depositei flores no monumento em memória das vítimas da bomba atômica, na Convenção da Soka Gakkai, prometi, junto com os companheiros, avançar, sem recuar, para a abolição das armas nucleares. Naquela ocasião, propus que os países possuidores de armas nucleares declarassem que não tomariam a iniciativa de utilizar tais armamentos. Propus, também que se realizasse, em Hiroshima, uma conferência internacional para a paz visando à abolição das armas nucleares. Na proposta emergencial que apresentei no início deste ano [2023], um dos temas urgentes é o estabelecimento da “não iniciativa do uso nuclear”, além do mais breve término da crise na Ucrânia. Na verdade, o dia 11 de janeiro, data da publicação dessa proposta, coincidiu com o aniversário de falecimento do meu irmão mais velho, que morreu aos 29 anos, há 78 anos, no campo de batalha após ser recrutado para o serviço militar. Era meu amado irmão mais velho, e ele sempre contava que a guerra não era de forma alguma uma bela história. Não há ato mais bárbaro e trágico que a guerra. Não se deve permitir que jovens e crianças sejam vítimas da natureza maligna, fazendo as mães chorarem. Não posso deixar de bradar isso enquanto houver vida. Juramento de uma mãe, vítima da bomba atômica Lembro-me com muita dor de ter ouvido sobre a vida de uma senhora residente na região de Kansai que sofreu os danos da bomba atômica sobre Hiroshima. Quando ela estava com 16 anos, foi exposta à bomba atômica. Milagrosamente, saiu ilesa, mas acabou comendo tomates encharcados com a “chuva negra” junto com a mãe. Então, foi acometida de uma intensa dor e sofrimento. Dois anos após o lançamento da bomba, a mãe faleceu. Ouvi atentamente cada palavra que ela expressava. Afirmava que, por muito tempo depois do término da guerra, não conseguia relatar suas experiências amargas. Porém, quando soube da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares para a qual Toda sensei dedicou a vida, decidiu que ela também daria seu testemunho. A partir de então, com o desejo de que nunca mais as pessoas do futuro sentissem o mesmo que ela, passou a relatar constantemente que a “a bomba atômica não possibilita a morte digna para o ser humano, e é a arma do demônio”. O movimento pela paz da Soka Gakkai está enraizado na vida de cada pessoa, e é sustentado pela oração e ação oriundas da crença no respeito à dignidade da vida. Minhas diversas propostas, tais como a do “imediato cessar-fogo na Guerra do Vietnã”, da “imediata devolução de Okinawa” e da “normalização das relações diplomáticas entre Japão e China”, nada mais são que o rugido do leão da união de “diferentes em corpo, unos em mente” de todos os membros, sempre com o espírito de unicidade de mestre e discípulo com ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Propostas para abrir o futuro Foi no ano de 1983 que comecei a publicar as propostas de paz em comemoração do dia 26 de janeiro, Dia da SGI. Na época, as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, estavam em uma corrida frenética para o desenvolvimento de armas nucleares, elevando a apreensão sobre o importante ponto crítico de transição entre a paz e a escalada das tensões. Decidido a aceitar o desafio contra tal crise, anunciei a Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. Naquela ocasião, indicando que “a desesperança e a resignação não abririam a perspectiva”, apresentei a proposta, com sentimento de lançar a primeira pedra, da mais breve realização da Conferência de Cúpula entre os Estados Unidos e a União Soviética. Dois anos mais tarde, em 1985, Mikhail Gorbachev foi nomeado secretário-geral da União Soviética, e concretizou-se a Conferência de Cúpula com o presidente norte-americano, Ronald Reagan. É profundamente comovente o fato de a mudança ter começado a partir do diálogo direto, levando à conclusão do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) entre Estados Unidos e União Soviética. O diálogo incorpora a passagem “Vamos analisar minuciosamente a questão”5 do tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, e é o caminho que tem sido consistentemente defendido e praticado pelos mestres e discípulos das três gerações Soka. Não há nada que não possa chegar a um entendimento por meio do diálogo em que se conversa sob a dimensão da vida, como seres humanos iguais, em especial olhando juntos para o sofrimento de “nascimento, envelhecimento, doença e morte”. Pensando bem, quando visitei o Centro de Treinamento de Okinawa, propus que a base de lançamento de mísseis de alcance intermediário, Mace B, do Exército americano naquele local fosse preservada como “base de transmissão da paz”, sem removê-la. Isso aconteceu dois meses após a publicação da Proposta de Paz de 1983. Em sua visita a esse centro de treinamento, dias atrás, o ex-presidente Jim Garrison da Sociedade John Dewey, dos Estados Unidos, expressou sua admiração, dizendo: “É realmente a comprovação do princípio budista da transformação de veneno em remédio”. E manifestou as seguintes palavras de louvor: “Tal como a flor de lótus nasce do pântano, a Soka Gakkai está iluminando a época obscura com a luz da esperança”. Plantando a semente por meio do diálogo As propostas de paz, mesmo considerando somente aquelas apresentadas em comemoração do dia 26 de janeiro, que submeti ao mundo, somam quarenta [até 2022]. Dentre os diversos temas propostos, como a “Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável”, “Carta da Cidadania Global”, “Proibição da Militarização Infantil” e “Fundo Global de Solidariedade para a Erradicação da Miséria”, não são poucos os que foram materializados de alguma forma por entidades como as Nações Unidas. Em particular, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN) é um grande passo para a realização do desejo do meu venerado mestre [Josei Toda]. Não tenho palavras para expressar a gratidão aos preciosos companheiros do mundo que expandem as ondas do espírito da paz à comunidade local e à sociedade com o mesmo coração que o meu. De toda forma, a humanidade possui o poder inerente para superar os sofrimentos, não importando o tamanho das dificuldades que ela venha a enfrentar. Conforme o Dr. Arnold J. Toynbee indicou da perspectiva da história, de “desafio e resposta”, a sabedoria para criar valor é ilimitada. O ato de confiar, convocar, extrair e reunir as forças subjacentes das pessoas, tais como a indomabilidade, a coragem, a fraternidade, a solidariedade, a sabedoria e a perseverança, se encontra no diálogo do rissho ankoku. Nos sagrados ensinamentos, Nichiren Daishonin afirma: “Mesmo diante de tudo isto, ainda não fui desencorajado. O Sutra do Lótus é como a semente; o Buda é como o semeador, e as pessoas são como o campo”.6 Nossa voz corajosa, sincera e persistente de oração e de diálogo se torna as sementes da esperança. As sementes haverão de florescer infinitamente e espalhar seus frutos, criando o campo fértil para um mundo pacífico. Junto com os companheiros emergidos da terra da SGI que continuam surgindo em profusão, vamos plantar, hoje e amanhã, as sementes da paz da Lei Mística no grande solo do nosso próprio juramento com altivo orgulho de que “ainda não fui desencorajado”.7 Na foto tirada pelo presidente Ikeda, imponente peônia vermelha — graciosa, bela e refinada. Parece querer incentivar: “Tenha a personalidade de um soberano” (Tóquio, jan. 2023) Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, recebe título de doutor honoris causa pela Universidade de Guam. Naquele auspicioso ano do 25º aniversário de fundação da SGI, a mais elevada instituição acadêmica da “terra da origem [da SGI]” ofereceu um caloroso reconhecimento pelas ações de Ikeda sensei em prol do desenvolvimento da educação e da paz do mundo (Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, Hachioji, jan. 2000) No topo: “A cada ano que chega, rumo à paz e à vitória do povo, junto com os membros e com os jovens.” Acima, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, Kaneko (Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, Hachioji, jan. 2005) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 421, 2014. 2. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 390, 2019. 3. Ibidem. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 389, 2019. 5. Ibidem, v. I, p. 7, 2014. 6. Ibidem, v. II, p. 5, 2019. 7. Ibidem. Leia mais Veja, na Central de Notícias do aplicativo BS+ e do site www.brasilseikyo.com.br , texto completo da proposta emergencial para a crise da Ucrânia e para as questões das armas nucleares de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, com o título Reunindo a criatividade histórica para restaurar a paz, mencionada no texto. Publicado no Seikyo Shimbun de 26 de janeiro de 2023. Fotos: Seikyo Press
09/03/2023
Especial
BS
Como você está?
A pergunta do título pode ser (para alguns) um tanto difícil de ser respondida. Já para outros, nem tanto. O importante, no final, é estarmos dispostos a revolucionar e redirecionar nossa vida para um dos objetivos fundamentais como praticantes budistas: a revolução humana. Praticamos o Budismo Nichiren, ensinamento que nos habilita a manifestar a esperança, a coragem, a decisão e, acima de tudo, a vencer em qualquer ponto da nossa vida. O presidente Ikeda, em seus incentivos, faz despertar esses pontos para que possamos triunfar. Em um ensaio, Ikeda sensei conta como venceu seus sofrimentos: No percurso de uma longa vida, há épocas agradáveis como o sol da primavera. Há também épocas em que temos de lutar contra a rigorosidade e o frio do inverno. Lutar contra as dificuldades — talvez isso seja a noite de inverno em nossa vida. Eu passei por esses problemas quando jovem. Também sempre desejei receber tudo isso na juventude em vez de na velhice. Hoje, agradeço de todo o coração por ter vivido todos esses sofrimentos. Por essa razão, agora posso preocupar-me com as dificuldades dos meus semelhantes. Jamais devemos recuar diante das dificuldades. É nessas horas que devemos suportar a rigorosidade a qualquer custo e exercitarmos a nós próprios. Qualquer que seja a situação ou seu passado, a estrela que visa construir seu futuro está dentro de vocês. Venham tempestades! Avancem ondas furiosas! Não faz mal, basta vocês estarem decididos a irradiar o brilho de sua prática da fé. Neste mundo, com certeza, existem pessoas com maiores sofrimentos que os nossos. Quero dizer a essas pessoas do fundo do coração: “Não desanime! Tenham uma forte e saudável prática da fé!” Isso não se restringe apenas às doenças. Qualquer que seja o sofrimento, sempre há chances para resolvê-lo. O importante é avançar com esperança, sempre.1 Vencer com esperança Uma das características da nossa organização é o calor humano. Esse incentivo com um sorriso no rosto, uma palavra incentivadora, consegue mudar o rumo da vida de quem está sofrendo, por exemplo. Propagamos o budismo da esperança, isto é, promover uma filosofia humanística, cujo intuito é construir um mundo de paz e harmonia entre as pessoas. O propósito das atividades da SGI é o incentivo por meio do diálogo. Ao falar sobre a postura de Nichiren Daishonin, Ikeda sensei afirma: Uma pessoa poderia expor um ótimo ensinamento enquanto permanece em um lugar confortável e seguro, mas isso não é budismo. Um buda vive entre as pessoas, aflige-se e sofre junto com elas, e compartilha seus risos e suas esperanças. Essa era a postura de Daishonin.2 Tudo começa com uma nova atitude. Em nossas reuniões, por exemplo, temos o momento oportuno para relatar nossos desafios e vitórias, ouvir incentivos e recitar daimoku juntos para ultrapassar determinada questão que nos impede de crescer. As atividades da organização e a apresentação do Budismo Nichiren para todos fazem com que propaguemos, de fato, o kosen-rufu. Quando prezamos uma pessoa, criamos um ambiente favorável para a vitória. Mas que ambiente é este? É o ambiente da Soka Gakkai regado de calor humano, assim como sensei frisa: “Nossa vida diária é cheia de oportunidades para desenvolvermos a nós próprios e aos que estão ao nosso redor. Cada uma das interações com os outros — o diálogo, o intercâmbio e a participação — é uma chance inestimável para a criação de valor”.4 Sou feliz e farei outra pessoa feliz O termo shakubuku significa “submeter à refutação”. Shaku vem da palavra hashaku, que se refere a “refutar” (os ensinamentos heréticos ou as visões errôneas sobre a vida), e buku deriva da palavra kuppuku (puku pronuncia-se também buku) e quer dizer “submeter” (ao verdadeiro ensinamento ou à verdade sobre a vida). Shakubuku é, portanto, um ato de benevolência; é o ato de refutar o mal e de submeter a pessoa ao bem. O presidente Ikeda nos direciona sobre a importância de propagarmos o budismo: É um grande erro supor que shakubuku significa forçar alguém a assumir a fé. Fazer shakubuku é essencialmente falar a verdade. Uma vez que o Sutra do Lótus fala a verdade, é chamado “Sutra do Shakubuku”. Agora, nos Últimos Dias da Lei, todos os nossos esforços para falar às pessoas sobre o Nam-myoho-renge-kyo — a essência do Sutra do Lótus — e propagá-lo, constituem-se no shakubuku. Ao limpar a casa, por exemplo, tanto faz se uma pessoa a limpa vigorosamente ou num ritmo mais calmo, contanto que o objetivo principal de limpar seja concretizado. Shakubuku não significa sair para uma luta. Shakubuku tem de ser um ato de completa benevolência”.5 A partir da nossa sincera ação, mesmo que uma única ação, caminhamos rumo à felicidade absoluta e à transformação total em todos os campos da nossa vida. Experimentemos, cada vez mais, a alegria da prática da fé. Sejamos o sol que ilumina tudo e a todos e que possamos sempre responder à pergunta “Como você está?” da forma mais pura e convicta: “Eu estou ótimo!”. Trechos de incentivos3 do presidente Ikeda para auxiliar na concretização do shakubuku A base fundamental da propagação budista é a oração. Gostaria de confirmar alguns pontos importantes da prática do shakubuku, que é o ato de falar sobre o budismo com os amigos a fim de plantar as sementes da felicidade. * * * Mesmo quem já realizou vários shakubuku ao longo de muitos anos, necessita de coragem para dialogar sobre o budismo e criar novas amizades. Ainda que o ouvinte não compreenda o budismo imediatamente, devemos transmitir com convicção a filosofia da esperança. A voz que promove o shakubuku equivale à voz que executa o supremo trabalho do buda! * * * O melhor caminho para tocar o coração das pessoas é desejar sinceramente a felicidade delas. Falar diretamente e com o coração aberto possui uma grande força para produzir resultados. Incentivos de Ikeda sensei para aquecer (ainda mais) nosso coração Sozinho, o ser humano é fraco, pois seu coração é volúvel. É uma tendência da natureza humana esquecer decisões e juramentos com o tempo. É exatamente por isso que os companheiros e a Gakkai são tão importantes. Todos devem se unir, ter consideração um pelo outro e seguir incentivando-se decidindo no coração: “Não vou deixar ninguém de fora” e “Não ficarei de fora”.6 * * * O esforço para considerar o sofrimento da outra pessoa como se fosse o nosso e o daimoku para que juntos superemos esse sofrimento criam um laço de vida a vida. Por meio desse laço, uma pessoa toca o coração de outra.7 * * * Em primeiro lugar, comece com uma oração sincera. A seguir, continue com uma ação concreta para que essas orações se tornem realidade. Se assim fizer, sua prática budista será um brilhante exemplo de “a fé se manifesta na vida diária” e “a fé conduz diretamente à felicidade”.8 Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.559, 10 jun. 2000, p. C1. 2. Terceira Civilização, ed. 541, set. 2013, p. 16. 3. Idem, ed. 2.180, 18 maio 2013, p. A4. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.374, 13 jul. 1996, p. 3. 5. Idem, ed. 1.412, 3 maio 1997. 6. Idem, ed. 2.271, 11 abr. 2015, p. B4. 7. Idem, ed. 1.391, 13 nov. 1996, p. 3. 8. Idem, ed. 1.561, 24 jun. 2000, p. A3. Ilustração: GETTY IMAGES
09/03/2023
Notícias
BS
Comemoração dos 32 anos de fundação da DE
Queridos líderes da Divisão dos Estudantes! Desejamos que vocês estejam muito bem de saúde e que tenham aproveitado da melhor forma esses dois meses que já se passaram do “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Estamos quase iniciando o mês de março, em que comemoraremos os 65 anos da histórica cerimônia do dia 16 de março, quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, confiou todo o futuro do kosen-rufu às mãos dos jovens. E falando em confiar o futuro, começaremos em breve os preparativos para o mês de abril, em que celebraremos os 32 anos da Divisão dos Estudantes da BSGI. O presidente Ikeda nos incentiva: Acima de tudo, aquilo que eles aprendem com seus esforços em prol do kosen-rufu os fortalecerá para abrir um caminho na vida. Por isso, precisamos criar e ampliar oportunidades positivas para os componentes da DE se relacionarem com a Soka Gakkai, com os companheiros e com o mundo da fé. Esse trabalho incansável assentará o caminho para o futuro da Soka Gakkai.1 E para que essa comemoração abarque todos os Sucessores Ikeda 2030 do Brasil, o que acham de objetivarmos o encontro (físico ou virtual) dos membros da Divisão dos Estudantes (100% do tokan [estatística]) que fazem parte de seu bloco, comunidade e distrito? Para apoiar os líderes da organização de base nessa comemoração, serão disponibilizados, posteriormente na página da DE na Extranet, os seguintes materiais: 1. Referências dos temas abaixo (inspirados na Jornada da Juventude Soka) que podem ser abordados na reunião de palestra, no encontro comemorativo e nas visitas: Estudos Saúde Família Sonhos Relacionamento/amizade 2. Materiais gráficos para ajudar na elaboração dos preparativos: Modelo de convite Papel de parede para videochamada Moldura para foto Logo comemorativo dos 32 anos Material de apoio dos 31 anos: https://extra2.bsgi.org.br/impressos/ online/ler/132069/ Entre outros materiais Ah, sugerimos a apresentação das canções da DE: Sucessores Ikeda 2030 e Be Brave (lançada recentemente). Esses são alguns conteúdos que disponibilizaremos como apoio, mas, caso precisem de mais alguma informação, fiquem à vontade para entrar em contato conosco pelo e-mail: secretariadebsgi@gmail.com Boa sorte em todos os preparativos! Contem com nosso daimoku e nosso apoio! Um grande abraço! Líderes da Divisão dos Estudantes da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES
23/02/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
O mundo é o nosso palco
Parte 53 No Japão, Tomomasa Yamawaki foi preso no dia 24 de janeiro sob a acusação de tentativa de extorsão à Soka Gakkai. O Departamento de Polícia aceitou formalmente a denúncia em outubro do ano anterior e, então, ouviu testemunhas e deu prosseguimento às investigações. E as suspeitas foram confirmadas, culminando com a prisão do advogado. Para se defender, Yamawaki desenvolveu diversas campanhas contra a Soka Gakkai, utilizando-se de algumas revistas. Porém, com o desenrolar do julgamento, posteriormente ficaria claro que tudo o que ele propagou repetidas vezes não passou de ações maldosas repletas de falsidade, de mentiras e de total ausência de confiabilidade. Após a prisão de Yamawaki, o Ministério Público de Tóquio solicitou o comparecimento de Shin’ichi para ouvi-lo. A Soka Gakkai também desejava que a verdade dos fatos fosse esclarecida e ficassem evidentes o certo e o errado de maneira incontestável. Para atender a essa solicitação, Shin’ichi interrompeu a viagem de orientação aos Estados Unidos e decidiu retornar uma vez ao Japão. Shin’ichi transmitiu aos membros da SGI-Estados Unidos: — Surgiu um compromisso inadiável e terei de retornar ao Japão, mas voltarei. Os Estados Unidos são o eixo central do kosen-rufu do mundo. Peço que se unam firmemente e construam uma organização de cooperação humana exemplo do mundo. Após retornar ao Japão no dia 28, ele atendeu à solicitação do Ministério Público e deu seu depoimento por quatro vezes. Também participou de diálogos com membros do conselho de coordenadores de província e, no dia 15 de fevereiro, voou novamente para os Estados Unidos. Shin’ichi se dedicou a realizar orientações e incentivos no Centro Cultural do Mundo, em Santa Mônica, e no Centro de Treinamento de Malibu; e depois seguiu para Miami, voando para o Panamá no dia 19. Haviam se passado sete anos desde a última visita ao Panamá, e tinham surgido muitos novos membros. Ele se movimentou com energia e dinamismo para estabelecer a base para o novo século. Entre os compromissos principais, dialogou com representantes de sete países da América Central; compareceu ao Festival Cultural da Amizade Japão-Panamá no Teatro Nacional do Panamá; encontrou e dialogou com o presidente da república e com o prefeito da cidade do Panamá; realizou doação de livros à Escola de Japoneses e visitou a Universidade do Panamá. “O tempo não espera por ninguém. Se não o utilizarmos de forma construtiva, ele acabará passando imediatamente” — essas são palavras do líder do movimento pelos direitos civis americano Martin Luther King Jr. Parte 54 No dia 26 de fevereiro, Shin’ichi Yamamoto foi do Panamá para o México. Era sua segunda visita oficial a esse país após dezesseis anos. Tanto no Panamá como no México, ele tinha agendado uma coletiva de imprensa, com a TV estatal e com empresas jornalísticas, no aeroporto. Esse interesse era algo que atestava o elevado reconhecimento do movimento em prol da paz, da cultura e da educação promovido pela Soka Gakkai em diversas partes do mundo. Na Cidade do México, além de visitar pela primeira vez a sede regional, foi conhecer as ruínas da antiga cidade de Teotihuacan, situada nos arredores, e também participou do Festival Cultural da Amizade Japão-México. No dia 2 de março, realizou uma visita de cortesia à residência oficial do presidente da república e se encontrou com o presidente José López Portillo y Pacheco. Além disso, visitou a Universidade Nacional Autônoma do México para proceder à doação de livros, onde dialogou com o reitor e pessoas ligadas à instituição. Após deixar a universidade, Shin’ichi desceu do carro durante o trajeto e andou pelas ruas da cidade com sua esposa, Mineko. Ao sair na larga avenida principal, o monumento comemorativo da independência, banhado pelos raios do sol, erigia-se altivo em direção do céu. O “Anjo da Independência” estava instalado no alto de um pilar e, reluzindo em tom dourado, estendia amplamente suas asas nas costas, tendo na mão direita uma coroa de louro, símbolo da vitória, e na esquerda, uma corrente partida, representando a liberdade conquistada. Quando Shin’ichi disse “Era aqui, não é mesmo?”, Mineko respondeu: “Sim, isso mesmo”. Na verdade, o falecido mestre, Josei Toda, havia lhes contado em detalhes a respeito desse cenário do México. Isso aconteceu cerca de dez dias antes de ele falecer. Shin’ichi foi chamado por Toda sensei, que já se encontrava acamado devido a saúde debilitada, e ao chegar próximo ao seu leito, ele lhe disse com um sorriso terno no rosto: — Ontem, sonhei que fui ao México. Estavam esperando... todos estavam esperando. Ansiavam pelo Budismo de Nichiren Daishonin. Queria muito ir para o mundo. Para a jornada do kosen-rufu... Mesmo com o corpo enfraquecido, seu coração percorria o mundo, sem recuar um único passo. Esse era o espírito e a disposição do “bravo líder do kosen-rufu”. Então, Toda sensei prosseguiu relatando aquilo que viu em seu sonho, como o monumento “O Anjo da Independência” e a paisagem urbana da Cidade do México. Parte 55 O presidente Josei Toda nunca chegou a viajar pelo exterior. Contudo, tinha lido muitos livros em relação ao México e com certeza deve ter gravado em sua memória o monumento “O Anjo da Independência” e também a paisagem urbana por meio de fotos. Também fez diversas perguntas a respeito dos aspectos locais a Fumiko Haruki, primeira responsável pela Divisão Feminina do Distrito Osaka, que havia passado a infância no México em virtude do trabalho do seu pai. Josei Toda contou minuciosos detalhes do panorama da cidade a Shin’ichi Yamamoto. Ele lhe disse: — Shin’ichi, é o mundo. Seu verdadeiro palco é o mundo... Olhando fixamente para o rosto de Shin’ichi, Toda sensei tirou a mão definhada debaixo do acolchoado. Calado, o discípulo segurou essa mão frágil do mestre. — Shin’ichi, viva! Viva bastante! E vá para o mundo! Shin’ichi contou detalhadamente também a Mineko sobre esse diálogo de mestre e discípulo. Em agosto de 1965, há dezesseis anos, quando visitou pela primeira vez o México e viu “O Anjo da Independência”, ele também havia se lembrado das palavras de Josei Toda e tinha ficado profundamente emocionado. Agora, no coração de Shin’ichi, diante do monumento que resplandecia sob os raios do sol, reverberavam ardentemente uma vez mais as palavras do espírito do venerado mestre: “Vá para o mundo!”. “Sensei! Estou percorrendo o mundo. Sem falta edificarei um sólido alicerce do kosen-rufu mundial, no lugar do senhor!” Mineko disse a Shin’ichi, que renovava sua decisão: — Hoje é dia 2, data de falecimento de Toda sensei. — É isso mesmo. Justamente nesse dia, ao descermos do carro e caminharmos, acabamos chegando a esse local... — Sem dúvida, deve ter sido sensei que nos trouxe aqui. Os dois menearam a cabeça em concordância e olharam para o alto do monumento. Shin’ichi e comitiva visitaram locais como a prefeitura da Cidade do México no dia seguinte e partiram para Guadalajara, a segunda principal cidade do México. Nessa localidade, ele visitou uma sede particular e incentivou os membros promovendo atividades como reunião de diálogo. Visitou também a Universidade de Guadalajara onde se encontrou com o reitor e realizou uma palestra comemorativa. Parte 56 “O que penso sobre o espírito poético do México” — esse foi o título da palestra comemorativa de Shin’ichi Yamamoto proferida na Universidade de Guadalajara. Ele mencionou a respeito da peculiar riqueza do coração das pessoas do “país do sol e da paixão”. Disse que o sentimento poético e sorrisos existentes nesse país significam a abertura da rota de coração a coração. E enalteceu que, em relação à construção da paz e o intercâmbio cultural, a abertura desse caminho do coração é essencial. Ele manifestou seu profundo respeito e admiração pelo fato de as pessoas do México tomarem forte iniciativa e manterem os esforços pela desnuclearização da região latino-americana. De Guadalajara, Shin’ichi retornou para Los Angeles, Estados Unidos, e ainda visitou o Havaí. Nesse local também, ele se empenhou de corpo e alma para proferir orientações nas reuniões de diálogos e de estudo do Gosho e, então, voltou para o Japão no dia 12 de março. Ele prosseguiu com sua luta para estender incentivos para os companheiros do Japão e do mundo dedicando o máximo de suas forças. O kosen-rufu estava começando a se transformar gradativamente em maré crescente. Então, de forma radiante, foram realizadas atividades comemorativas que celebravam o 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai, na Universidade Soka. Shin’ichi participou diariamente das reuniões de gongyo e das atividades comemorativas entre os dias 2 e 5 de maio. A legião de mestre e discípulo Soka tinha iniciado magnanimamente sua marcha em direção ao século 21 em meio à brisa refrescante do início de verão. “Agora, vou continuar a correr em prol da paz do mundo!” — sem qualquer descanso, Shin’ichi partiu em viagem no dia 9 de maio rumo à União Soviética, Europa e América do Norte. A União Soviética, primeiro país a ser visitado, estava sendo alvo concentrado de críticas do mundo. Com a invasão das tropas soviéticas no Afeganistão em dezembro de 1979, a União Soviética estava numa situação difícil no quadro internacional, e os Jogos Olímpicos de Moscou, que ocorreram no verão de 1980, foram boicotado por mais de sessenta países. Entretanto, Shin’ichi pensava que era preciso condensar tudo como problemas políticos e não permitir que se fechassem as portas do diálogo. Por ser justamente um momento como esse que ele acreditava que devia empenhar o máximo de esforços no intercâmbio entre os povos e a compreensão mútua, elevando a bandeira da cultura e da educação. O personagem do presidente Ikeda, Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo como autor, Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
23/02/2023
Caderno Especial
BS
Reconhecimento da sociedade
1º DE MARÇO Presidente Ikeda recebe “Medalha Bandeirantes” do governo do estado de São Paulo. Título da “Ordem do Pinheiro” no grau Grã-Cruz do governo do estado do Paraná. Título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Paraná. Título de educador emérito da escola pública do estado de São Paulo, da Secretaria de Educação estadual, no Memorial da América Latina. Concessão da “Medalha Bandeirantes”, do governo do estado de São Paulo ( mar. 1993) 2 DE MARÇO Título de cidadão honorário de Londrina, PR. 3 DE MARÇO Medalha comemorativa do centenário de Assis Chateaubriand, no Museu de Artes de São Paulo (Masp). Visita ao Auditório Presidente Ikeda (atual Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda), em São Paulo. Visita ao Museu de Arte de São Paulo (3 mar. 1993) 7 DE MARÇO Curso de aprimoramento para representantes da BSGI, no Centro Cultural Campestre. 8 DE MARÇO Presidente Ikeda e comitiva embarcam em voo para Miami, Estados Unidos, encerrando a quarta visita ao Brasil. No topo: Entrega do título de educador emérito da escola pública do estado de São Paulo (1o mar. 1993) Fotos: Seikyo Press
23/02/2023
Encontro com o Mestre
BS
Nossa oração pelo kosen-rufu pode tornar o impossível em possível
Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi; assim, creia no Gohonzon como todo o coração. O desejo do Buda é o Sutra do Lótus, mas o espírito de Nichiren é unicamente Nam-myoho-renge-kyo.1 Resposta a Kyo’o O Gohonzon é a materialização da vida de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei. Quando cremos no Gohonzon e recitamos resolutamente Nam-myoho-renge-kyo em prol do kosen-rufu, nossa vida passa a brilhar como a “torre de tesouro”, objeto de respeito fundamental. Evidenciamos a coragem de um leão, ilimitada sabedoria e transformamos qualquer carma. O poder da convicção inabalável na Lei Mística pode converter todas as funções negativas em positivas. Junto com Daishonin, prossigamos iluminando a sociedade e a humanidade com a luz da inigualável filosofia de respeito à dignidade da vida. Publicado no Seikyo Shimbun de 24 de março de 2020. No topo: Sob o céu azul, flores de glicínia recebem gentilmente os visitantes de um lugar encantador (foto tirada pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, no subúrbio de Londres) Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2014.
23/02/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
O que é política?
No dia a dia, quando se fala em política, geralmente se pensa em algo desagradável, monótono e ruim. É comum ouvirmos das pessoas: “Não gosto de política!”; “Ainda bem que as eleições terminaram” ou “Eu não gosto de horário eleitoral”. Às vezes, pensamos que a política se restringe apenas ao voto, como algo a ser discutido por especialistas e cientistas políticos. Mas será que a política acaba quando passa o período da eleição? Afinal, o que é política? Como surgiu esse termo? Venha conosco! Vamos descobrir agora! A política está presente, por exemplo, quando participamos de uma reunião na associação do bairro ou de um condomínio, para discutir as melhores condições de vida para os moradores. A política existe quando fazemos reunião do grêmio escolar com a finalidade de decidir melhorias para os estudantes e para o funcionamento da escola. E até quando você decide não participar da política, está agindo politicamente, pois não vê a necessidade de mudança. Mas como surgiu o termo “política”, tão presente em nossa vida? As culturas grega e romana influenciaram o processo de constituição de muitos países ocidentais, incluindo o Brasil. Por exemplo, a palavra “política” vem do termo grego polis, que significa “cidade”. É a arte de governar, gerir os espaços e bens públicos, assim como os rumos da cidade. Os primeiros chefes políticos ficaram conhecidos como legisladores. Na época, as cidades estavam em formação e a briga por terras era um dos grandes motivos de conflito entre os ricos, e entre os ricos e os pobres. O legislador tinha papel de mediador de conflitos. É importante termos uma ideia da formação social daquele período (séculos 20 a 4 a.E.C.). A economia era agrária e escravista. Uma parte da sociedade estava excluída dos direitos políticos e da vida política, inclusive a de mulheres e escravos. A sociedade era patriarcal, ou seja, com predomínio dos homens sobre as mulheres. A cidadania era exclusiva para homens adultos livres e nascidos no território da cidade e abastados. Na Grécia, a cidade de Atenas foi subdividida em demos, que representavam unidades sociopolíticas. E, em Roma, existiam as tribos. Quem nascia em um demos ou em uma tribo tinha o direito de participar direta ou indiretamente das decisões da cidade. Em Atenas, todos os que lá nasciam tinham o direito de participar diretamente do poder. É daí que surge o termo “democracia” (demos representa “povo” e kratia, “força e poder”). Em Roma, a população pobre formava a plebe, que tinha o direito de intervir indiretamente na vida política elegendo um representante (patrício), que defenderia seus interesses. Essa forma de regime político era chamada “oligarquia”. Os gregos e os romanos contribuíram muito para a política. Eles aperfeiçoaram o conceito de poder político para separar a autoridade privada do poder público; separaram a autoridade militar do poder civil; impediram a divinização dos governantes; criaram a ideia da lei como uma vontade coletiva; criaram o espaço público como local de discussão de ideias e o exercício da cidadania. Ou seja, a política foi criada para aprendermos a nos posicionar, dar opiniões, dialogar, participar e viver melhor em sociedade. Pensando a política no quesito diálogo e participação, o pacifista e humanista Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), vem construindo uma longa vida de diálogos com autoridades e governantes de vários países; participando de congressos, conferências e palestras; conquistando títulos e condecorações de instituições culturais e educacionais. Segundo o Dr. Ikeda, faz-se necessário um compromisso global — entre governantes de Estado, membros da iniciativa privada e a sociedade civil — para a implementação de políticas que viabilizem o fim da miséria no planeta, que, de maneira sistemática e reiterada, vem enfrentado crises entrelaçadas, como mudanças climáticas, degradação ambiental, pobreza, escassez de alimento e de energia. Em um discurso proferido em junho de 2001, o presidente Ikeda compartilhou a visão acerca da democracia de John Dewey, pensador contemporâneo e grande influenciador do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi: O que Dewey considerava como as fortalezas dessa democracia viva? Não eram os parlamentos do poder tampouco as catedrais autoritárias da religião instituída. Eram, ao contrário, as esquinas das ruas onde os vizinhos se encontravam para falar sobre os acontecimentos, as salas de estar das casas e apartamentos onde amigos e familiares conversavam livremente uns com os outros.2 Mais que um sistema político, Dewey considerava que a democracia era um modo de vida, o qual se opunha a qualquer forma de discriminação; uma vida de autoaprimoramento e de crescimento mútuo, capaz de contribuir continuamente para a formação de um mundo mais humano. O conceito de democracia criativa de Dewey nos faz refletir sobre quão importante é o desenvolvimento da democracia de forma orgânica e cotidiana, em meio às pessoas comuns do povo, que, alicerçadas por uma sólida filosofia de defesa da dignidade da vida, se tornam sábias e fortes, a fim de influir positivamente no curso da história da humanidade. Fontes: https://www.politize.com.br/ IKEDA, Daisaku. Proposta de Paz de 2019. In: Terceira Civilização, ed. 609, maio 2019. CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 321-331. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de Filosofia. São Paulo: Ática, 2005. p. 255-262. Notas: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.625, 27 out. 2002, p. A3. Ilustração: GETTY IMAGES
23/02/2023
Relato
BS
“O budismo é a chave para a vitória”
“Quem não tem medo do futuro sonha grande.” Essa é a marca registrada de Alon Coutinho, 27 anos. Nascido no extremo leste da cidade de São Paulo, vem para comprovar que nem a pobreza nem o preconceito são limitantes de uma vida decidida a vencer. O primeiro atributo dessa convicção ele aprende com os pais, que, mesmo antes de ele nascer, encontraram na Soka Gakkai a base da vitória familiar, praticando o Budismo Nichiren. Alon tem três irmãos, e alegres sobrinhos, com os quais mantém relação muito próxima. Na organização, exerce funções entre os jovens e nas atividades de apoio à Divisão dos Estudantes (DE). “Motivos de grande responsabilidade e orgulho”, arremata. Esse desejo de ser referência e inspiração para crianças e jovens encontra eco ao conferir sua trajetória. Quando menino, passou a ajudar os pais com algumas atividades que lhe rendiam pouco, mas que ajudava nas despesas de casa. A realidade para muitos jovens da nossa sociedade. No entanto, para Alon, o futuro lhe acenava com esperança. Do jardim Soka, no qual sempre conviveu, extraiu força e coragem para quebrar barreiras do preconceito e das desigualdades e para não desistir diante do seu sonho maior: tornar-se médico. Ele divide esses momentos com os leitores do Brasil Seikyo. Acompanhe. Minha família sempre teve uma condição financeira modesta. Aos 15 anos, consegui uma vaga de repositor em um hipermercado, como jovem aprendiz. Por conta do horário, tive de mudar de uma escola muito boa, e fui para uma instituição perto de casa no período noturno. No término do ensino médio, os desafios começaram a surgir, tentando me desanimar. Entrar numa faculdade pública, no curso de medicina, sendo negro, pobre e periférico no Brasil. Era um sonho quase impossível. Budismo é ação. Então, eu me lancei a fazer cursinho. No primeiro ano, percorria cerca de 40 quilômetros de distância da minha casa. Tinha desconto na mensalidade, mas ainda assim meus pais precisaram se desafiar para pagar. Nesse período, minha rotina era acordar às 5 horas da madrugada e dormir um pouco antes da meia-noite, tendo nesse meio-tempo a dedicação de dez a doze horas de estudo no cursinho. Houve dias que dormia quatro horas ou menos, e realizar a prática das minhas orações era bastante desafiador. No cursinho, durante semanas não conseguia ver o sol, pois a sala de estudos ficava no subsolo do prédio. Foi ali onde desenvolvi ansiedade por causa dos vestibulares. Nova reprovação. Quando vi que teria de fazer o terceiro ano de cursinho, decidi que precisava voltar a trabalhar para ajudar meus pais. Isso retardaria muito minha entrada na faculdade; no entanto, não tive escolha. Se eu realmente quisesse tirar o déficit do ensino público, teria de estudar nessas condições. Necessitei abrir mão de muita coisa. Perdi celebrações e cerimônias importantes em família. Não fui a diversos rolês, precisava estabelecer prioridades. Minha família sempre foi meu porto seguro. Mas, fora de casa, ouvi questionamentos de pessoas de o porquê eu não tentava um “curso mais fácil”. A falta de grana, a rotina, as palavras de alguns e os anos avançando poderiam ter me desencorajado. Contudo, o que fez a diferença nesse processo foram o budismo, a Gakkai, os companheiros e Ikeda sensei. Aos 14 anos, fazia parte do Coral Esperança do Mundo (CEM) e, nessa época, já recitava uma hora de Nam-myoho-renge-kyo diariamente, estimulado pelos meus pais e líderes dos jovens. Eles sempre me falaram que as coisas “fluiriam” caso eu orasse. Sei que não duvidei disso. Mesmo sem ter condições, determinei que não deixaria de fazer o Kofu (contribuição voluntária), nem que fosse preciso usar as moedas que sobravam dos lanches. Não falhei. Participava de tudo sem hesitar, convicto da frase de Nichiren Daishonin, em seu escrito A Oração, que diz: Mesmo que alguém errasse ao apontar para a terra, ou fosse capaz de atar o firmamento; mesmo que o fluxo e o refluxo da maré cessassem; e o Sol nascesse no oeste, jamais ocorreria de as orações do devoto do Sutra do Lótus ficarem sem resposta.1 Gratidão ao Mestre Depois ingressei no Brasil Ikeda Myo-on Kai (Bimok) [grupo de sonoplastia da Divisão Masculina de Jovens (DMJ)]. É meu grande orgulho fazer parte até hoje. Minha vida e missão ganharam outro significado. Entendi, na prática, a tão falada “unicidade de mestre e discípulo”, sentindo os desejos e as vitórias de Ikeda sensei como os meus. Ele confia e estimula constantemente os jovens e pude sentir isso atuando no grupo horizontal, bem como na organização de base. Muito companheirismo, como a relação eterna de aprendizagem e esperança que tive a oportunidade de construir com meu querido e falecido amigo Jimmy Lescano, também do Bimok. Nas atividades da minha localidade, durante a batalha para passar no vestibular, exercia a função de responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de distrito. Os líderes e companheiros me apoiavam em tudo. Por esse carinho e compreensão deles, estava cada vez mais motivado e feliz por atuar ao lado de todos. Um momento marcante foi em 2019, quando me integrei aos preparativos da atividade comemorativa da Divisão dos Estudantes (DE) da minha localidade, uma das minhas melhores experiências. Eu me aproximei de muitos deles e, ao ver a realidade que viviam, ainda mais difícil que a minha, percebi que não bastava chegar a uma reunião e lhes dizer para acreditar em seus sonhos. Eu tinha, de fato, que conquistar meu sonho e provar com a própria vida que isso era possível. Então, prossegui com minha luta no cursinho, aliada à prática da fé. Mais uma vez, após prestar vestibular, como sempre fazia, fiz as contas e, conforme meus acertos, achei que tinha ficado próximo de passar no exame. Logo soube que duas questões que eu havia acertado foram anuladas. Justamente por essa diferença, ao ver a lista dos aprovados, meu nome não estava lá. “Mesmo diante de tudo isto, ainda não fui desencorajado”,2 como o buda Nichiren Daishonin afirma em um de seus escritos. Continuei a lutar porque Ikeda sensei me ensinou que a gente só perde quando desiste. Entra 2022. E, no significativo mês de maio, certa noite, voltava para casa de trem, lendo a Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, quando recebi uma mensagem no celular. Para tudo. Era de uma pessoa me parabenizando por ter me tornado calouro. Sim, eu era o mais novo estudante de medicina da Universidade Federal do Paraná. Nem me lembro como cheguei a casa. No entanto, a primeira coisa que fiz foi abrir meu oratório e agradecer ao Gohonzon. Vitória sobre o “não” da vida. Eu me mudei para Curitiba em janeiro deste ano [2023], denominado “Ano dos Jovens e do Triunfo” na SGI. Farei dele o melhor ano, pois sinto a responsabilidade que essa conquista representa. Estou quebrando um ciclo que infelizmente a periferia, a população negra e os pobres vivem. Sou o primeiro de quatro filhos e o primeiro de treze netos a cursar uma universidade pública, além de ser o pioneiro de quatro gerações a se tornar médico. Chegarei lá. O estudo do budismo e a própria vida de Ikeda sensei me ensinaram que, mesmo vivendo uma realidade social desfavorável, sou capacitado a mudar essa condição. Na mensagem enviada por Ikeda sensei no 10º aniversário de fundação do Bimok, em 2009, ele incentiva: Nos escritos sagrados consta que “uma espada forjada não derrete no meio do fogo”.3 Um jovem forjado é capaz de cultivar a si mesmo como uma poderosa espada. Eu fui treinado na Universidade Toda. E são vocês que me sucederão honrosamente. Fui treinado na família Gakkai e hoje vivo e comprovo com a vida a veracidade do budismo. E, também, por isso sou eternamente grato. Agora, encaro um novo ciclo para me formar; de me tornar o melhor médico da periferia. E relato ainda com mais certeza: “O budismo é a chave para a vitória”. Graças a esse maravilhoso ensinamento, ao nosso mestre e aos companheiros da organização, fui forjado a ser o que meus pais, Edevair e Rosinalva, sempre me disseram: “Seja o melhor”. Na condição que estiver. Estou decidido a criar mais um capítulo de vitórias. Pretendo retribuir tudo o que conquistei por meio da luta em prol do kosen-rufu, sendo feliz e não deixando ninguém de lado. Quero estar junto com a juventude Soka do Brasil, inspirando outros jovens a não abrir mão de seus sonhos; de não se permitir aceitar o menos como resposta. Tudo está dentro de nós, e não há o que não possa ser alcançado quando vivemos por um nobre ideal. Assim nos ensina Ikeda sensei. Portanto, é acreditar que somos capazes. Vamos fazer história! Encerro meu relato registrando, mais uma vez, quão grato sou por ter um mestre da vida. Desejo inspirar várias pessoas com minhas comprovações. Muito, muito obrigado! Alon Coutinho Nascimento, 27 anos. Estudante de medicina. Responsável pela DE de Região Metropolitana, RM Guaianases, Sub. Itaquera-Guaianases, CCLP. Alon, pelos pais Pelo pai, Edevair Alon é o segundo dos meus quatro filhos. Ser responsável já está no DNA dele. O que se compromete a fazer, ele faz. Hoje, está seguindo os passos para se tornar um grande médico, seu maior sonho. Em um dia de bate-papo com ele, havia lhe dito que o principal requisito para ser excelente médico é gostar de pessoas. Isso ele já está treinado, sendo líder na Gakkai. Eu me sinto orgulhoso não só pela vitória dele na faculdade, mas por estar se tornando um homem de bem, cada dia mais. Agradeço todos os dias a ele pela oportunidade de ser seu pai; e a Ikeda sensei, por esse ambiente maravilhoso da Soka Gakkai, que nos acolheu. Pela mãe, Rosinalva Os desafios de saúde na infância do Alon foram superados um a um. Desenvolveu uma gagueira e alergia atópica, foi necessário fazer fonoaudiologia e terapia, por ser de fundo emocional. Na adolescência, nunca nos causou preocupação, e a sua vontade de ser médico só aumentava. Foi atrás de cursos gratuitos para auxiliar no seu aprendizado, inscreveu-se em cursinhos populares até conseguir bolsas em cursinhos com ensino mais avançado. Em meio a esses desafios, na organização não deixou de incentivar os jovens e de apoiar as demais divisões. Ganhou a confiança de todos, criando belos laços de amizade, dentro e fora da Gakkai. É nosso orgulho. com os companheiros do Brasil Ikeda Myo-on Kai participação em atividades com estudantes da localidade com os pais, Edevair e RosinalvaNotas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 362, 2019. 2. Ibidem, v. II, p. 5. 3. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 99, 2017. Fotos: Arquivo pessoal
23/02/2023
Editorial
BS
Mão na massa
Uma das maneiras mais primitivas de produzir fogo é criando uma faísca ao bater duas pedras. Agora, não temos de usar esse método tão rudimentar, mas logicamente podemos concluir que “não se pode fazer fogo batendo pedras ou friccionando pedaços de madeira se interromper o processo antes que uma faísca seja produzida. Deve-se continuar sem parar até que o fogo pegue”.1 Quem nos ensinou sobre o poder dessa constância imperturbável foi Ikeda sensei ao manter a decisão feita há 65 anos, quando herdou o bastão espiritual da propagação dos ideais da filosofia budista em 16 de março de 1958 de seu mestre, Josei Toda, e assim edificou a Soka Gakkai de hoje. Esse espírito é transmitido de mestre para discípulo na história da organização. O primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, foi preso com seu sucessor Josei Toda, em 1943. Preocupado com a saúde do seu mestre, que era 29 anos mais velho, ao cruzar com ele no corredor do segundo andar do Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio, Josei Toda só teve tempo de dizer “Sensei, cuide-se”. Makiguchi sensei somente pôde assentir com a cabeça. Esse foi o último encontro dos dois. Ikeda sensei esclarece: Esse momento representou a passagem do bastão do kosen-rufu do mestre para o discípulo. O presidente Makiguchi morreu na prisão, ao passo que Toda sensei foi libertado posteriormente e, ao se tornar segundo presidente da organização [Soka Gakkai], jurou alcançar o objetivo de 750 mil famílias. Em março de 1958, tendo cumprido esse juramento, Josei Toda estava totalmente exausto. Havia uma diferença de idade de 28 anos entre nós. Assim como o presidente Makiguchi transferiu o bastão do kosen-rufu a ele, Toda sensei, pensando no futuro, delegou tudo referente ao kosen-rufu a mim e aos outros membros da Divisão dos Jovens. Essa transmissão ocorreu no dia 16 de março de 1958, quando 6 mil jovens se reuniram. A próxima onda do kosen-rufu só poderá ser gerada pelos jovens. E sucessivas gerações devem ampliar o tamanho dessas ondas e expandir o kosen-rufu. Esse esforço contínuo é o que concebemos como kosen-rufu.2 Esta edição do Brasil Seikyo encerra fevereiro com a conclusão do caderno comemorativo dos trinta anos da quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil e abre espaço para o descortinar do mês de março com uma matéria especial sobre os 65 anos do Dia do Kosen-rufu. Vamos, neste significativo mês, criar renovado avanço em prol da felicidade das pessoas, sólida e constantemente, como Ikeda sensei afirma no Encontro com o Mestre deste jornal: No romance, num diálogo entre Shinsaku e Sakuma Shozan (1811–1864), renomado erudito e intelectual da época, o segundo diz: “Quem nada faz nada consegue”.3 Essa é uma importante verdade. Vamos pôr a “mão na massa”, fazer o que precisa ser feito a cada dia, de modo que possamos promover com êxito o avanço do kosen-rufu! Somente por meio de esforços sólidos e constantes as portas da vitória se abrirão. Não há maneira de viver mais nobre que a nossa.4 Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 583, mar. 2017, p. 46. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 84-85, 2019. 3. Traduzido do japonês. YAMAOKA, Sohachi. Takasugi Shinsaku.Tóquio: Kodansha, v. 2, p. 334, 2006. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.629, 25 fev. 2023, p. 5.
23/02/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Todos têm profunda missão e são embaixadores com plenos poderes para atuar pelo kosen-rufu. Com sinceridade e alegria, vamos agir e ir ao encontro de mais e mais pessoas! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 15 de fevereiro de 2023.
23/02/2023
Encontro com o Mestre
BS
A reunião de palestra é o teatro da felicidade onde todos são protagonistas
A reunião de palestra da Soka Gakkai é o oásis da paz, da cultura e da felicidade, no qual os mais variados membros se reúnem em um só local, e dialogam em igualdade. Independentemente das circunstâncias de cada pessoa, desabrochemos as flores do diálogo do encorajamento, sem jamais deixarmos ninguém para trás. A reunião de palestra é a linha vital da Soka Gakkai. Enquanto a reunião de palestra for transbordante de alegria e de vitalidade, e tiver a simpatia e a inspiração da vida, com certeza, ela manterá acesa a chama da coragem e da esperança no coração das pessoas, e continuará espalhando a sinfonia da felicidade. Mesmo que estejamos carregando problemas, o fato de estarmos unidos compartilhando os assentos na reunião é valioso por si só, pois existe diálogo e empatia para superarmos juntos os sofrimentos, com o mesmo ponto de vista. Assim, a reunião de palestra é também a atividade para estimular a revolução humana de cada pessoa. Na reunião de palestra, todos os participantes são protagonistas. Sejam homens ou mulheres, sejam jovens ou idosos, todos são atores famosos emergidos da terra que surgiram bailando do grande solo! A experiência que a pessoa adquire com suor e lágrimas é o emocionante drama da revolução humana, difícil de ser substituído! Por mais que tenha preocupações, e por mais que esteja exausta, pode-se tornar animada, sem falta. Pode-se tornar positivamente construtiva, e a coragem emanará. Esse é o teatro da felicidade denominado reunião de palestra. No ideograma dan de zadankai, ou seja, da “reunião de palestra”, baila o sentido de chama da paixão. Quando o coração arde em chamas, a reunião de palestra também arde em chamas. Com o vigor do grande movimento da reunião de palestra, ardente da paixão pelo kosen-rufu, vamos romper o bocal da vitória completa Soka, realizando a própria revolução humana! No topo: Em meio ao rigoroso inverno, a flor de ameixeira desabrocha antes das demais flores. Desde os tempos antigos, ela é conhecida como a “planta que anuncia a primavera”. Num belo dia de fevereiro de 2020, em Tóquio, talvez atraído pelo aroma da flor de ameixeira, banhada pelos raios solares, aproxima-se um pássaro, o olho-branco japonês. Esse exato momento foi registrado pela câmera fotográfica de Ikeda sensei. Assim como os pássaros e as borboletas são convidados pelas flores perfumadas, as pessoas são atraídas por encontros de pessoas boas com sorrisos floridos. Certa vez, Ikeda sensei compôs os versos: “Primavera da felicidade. / Flores de ameixeira, / perfumem os preciosos amigos”. Homens e mulheres, jovens e idosos, da família Soka se encontram na reunião de palestra. Da assembleia dos emergidos da terra, repletos do juramento e da alegria de trilhar pelo caminho de mestre e discípulo, vamos partir rumo à primavera do triunfo. Publicado no Seikyo Shimbun de 15 de janeiro de 2023.
23/02/2023
Rede da Felicidade
BS
Espírito de procura que vence todos os obstáculos
No ano anterior, em 1o de fevereiro de 1979, Shin’ichi havia participado de uma reunião de líderes da região de Kyushu no Centro de Treinamento de Kyushu. Foi logo antes de sua viagem à Índia, que culminaria com a conclusão do ciclo dos “Sete Sinos”. Dentre os representantes de cada província de Kyushu também estava presente uma líder da Divisão Feminina de Jovens das Ilhas Amami. Ao se juntar aos membros em uma foto comemorativa, Shin’ichi disse às representantes de Amami: — Se tiverem alguma solicitação, informem mais tarde à líder nacional da Divisão Feminina de Jovens. Pode ser qualquer coisa. Não precisam fazer cerimônia. Meu desejo é corresponder a qualquer pedido de vocês na medida do possível. Afinal, vocês são as pessoas mais preciosas que vieram lutando arduamente em um ambiente extremamente desafiador nas ilhas remotas. A representante de Amami transmitiu o desejo delas à coordenadora da Divisão Feminina de Jovens: — Permita-nos realizar uma reunião de gongyo da Divisão Feminina de Jovens da Regional Amami Oshima no Centro da Divisão Feminina de Jovens Soka! Esse Centro da Divisão Feminina de Jovens Soka havia sido inaugurado em Shinanomachi, Tóquio, como castelo da divisão, em dezembro de 1977. A partir de então, as integrantes da Divisão Feminina de Jovens de todo o país estavam ansiosas para conhecê-lo. Shin’ichi aceitou com satisfação a solicitação. As jovens de Amami juraram umas às outras: — Vamos provocar grandes ondas de expansão do kosen-rufu, cada qual em sua localidade, e vamos nos reunir com Yamamoto sensei, o mestre do kosen-rufu! Os sacerdotes da Nichiren Shoshu continuaram seus ataques infames contra a Soka Gakkai. Porém, as componentes da Divisão Feminina de Jovens de Amami empunharam alto a bandeira da justiça defendendo a integridade da Soka Gakkai e se esforçaram com grande paixão para apresentar o budismo para as pessoas. Então, menos de três meses depois de terem se encontrado no Centro de Treinamento de Kyushu, Shin’ichi renunciou ao cargo de presidente. Parecia que o sol havia sido encoberto de repente por nuvens escuras. Mesmo assim, elas não foram derrotadas. — É justamente por ser um momento como este que precisamos tranquilizar sensei conquistando uma grande vitória na nossa campanha de propagação! A adversidade se transforma em pedra de toque que revela o verdadeiro valor de uma pessoa. [Durante muitos anos, os membros da Soka Gakkai de algumas localidades de Amami Oshima haviam sofrido intensa perseguição por parte de outros habitantes da região.] As integrantes da Divisão Feminina de Jovens de Amami vieram testemunhando desde criança os sinceros esforços de seu pai e de sua mãe que, contendo as lágrimas de revolta e de indignação, prosseguiam com a propagação do budismo dedicadamente desejando a felicidade de si e dos outros, mesmo em meio a essas adversidades Esse era o caso da líder da Divisão Feminina de Jovens da Regional Amami Oshima, Rei Osada. Quando Rei tinha apenas um ano, seu pai faleceu em um acidente no mar, deixando ela e sua irmã menor para serem criadas somente pela mãe, que tinha uma saúde bastante frágil. Ela trabalhava como costureira para sustentar a família, a qual era muito pobre. A família se converteu ao budismo em 1958. A mãe de Rei se dedicou sinceramente às atividades da Soka Gakkai convencida de que praticar o Budismo Nichiren era a única maneira de transformar seu carma e se tornar feliz. Dia após dia, ela começou a sentir um renovado senso de propósito e de esperança em sua vida. Sua saúde também melhorou e ela foi gradualmente fortalecendo a convicção no poder da fé. Era uma pessoa muito quieta, mas começou a levar Rei, ainda estudante do ensino fundamental, quando saía para falar sobre o budismo para outras pessoas. Morando em uma vila onde costumes e tradições estavam profundamente enraizados, elas invariavelmente eram recebidas com desprezo, ridicularizadas e ofendidas, mas sua mãe não se deixava ser derrotada. Ela dizia com toda a firmeza: — A fé ensinada pela Soka Gakkai é absolutamente correta. Se você praticar, com certeza se tornará feliz! Observando a mãe lutando tanto pela felicidade das pessoas, Rei sentiu que estava diante de um verdadeiro exemplo de força e de nobreza humana. (...) No coração dos membros de Amami pulsava o espírito de luta de “jamais serem vencidos”, o qual estava sendo firmemente herdado pelas gerações mais jovens que assumiriam o futuro. A renúncia de Shin’ichi da presidência da Soka Gakkai foi um choque terrível também para os membros da Divisão Feminina de Jovens de Amami. Rei conclamou a todas: — Mais que nunca, agora, vamos estabelecer primeiro a vitória Soka para irmos a Tóquio, ao Centro da Divisão Feminina de Jovens e ao encontro de Yamamoto sensei! Ela viajou de ilha em ilha para incentivar as colegas da Divisão Feminina de Jovens. A Regional Amami Oshima compreendia uma extensa área, abrangendo oito ilhas habitadas, das quais Amami Oshima, onde Rei morava, era a maior. Viajar de Amami Oshima para a ilha Tokunoshima levava três horas de barco. Foram cinco horas e meia até a ilha de Okinoerabujima e sete horas para a ilha de Yoronjima. Nessas ilhas, jovens líderes de ardente juramento pelo kosen-rufu iniciaram sua vigorosa marcha da justiça e da esperança. Nenhuma distância pode separar o coração de mestre e discípulo que avançam pelo kosen-rufu. Nem o vasto oceano nem as imponentes montanhas podem separar o coração de mestre e discípulo. Pelo contrário, quanto mais distantes, mais esse laço se torna forte e profundo. Na tarde do dia 17 de fevereiro de 1980, um grande grupo de membros da Divisão Feminina de Jovens da Regional Amami Oshima chegou em dois ônibus ao Centro Cultural de Tachikawa em Tóquio, onde Shin’ichi Yamamoto se encontrava. Era um total de 86 membros vindos de Amami Oshima, Kakeromajima, Tokunoshima e Okinoerabujima. As jovens de Amami chegaram em Tóquio tendo conquistado grande vitória com resultados inéditos em sua luta de propagação do Budismo Nichiren para as pessoas de sua localidade. O rosto delas estava radiante e feliz. Pessoas que se esforçam são realmente belas. Isso porque sua vida irradia brilhante alegria. [Após uma longa viagem, as integrantes da Divisão Feminina de Jovens de Amami chegaram em Tóquio e participaram de várias atividades sob um intenso frio de 2oC.] Assim que soube que as jovens haviam partido de Amami Oshima, Shin’ichi Yamamoto recitou daimoku pela segurança delas. Ele também deu instruções para que fosse servida sopa quente de feijão azuki, sabendo que elas não estariam acostumadas ao frio de Tóquio. No Centro da Divisão Feminina de Jovens Soka, as moças expressaram grande alegria, ovacionaram quando lhes foi servida a sopa quente providenciada pela consideração de Shin’ichi e saborearam com gratidão. (...) No dia seguinte, 17 de fevereiro, as jovens fizeram visitação à sede da Soka Gakkai e ao prédio do Seikyo Shimbun na parte da manhã e, à tarde, seguiram de ônibus fretado rumo ao Centro Cultural de Tachikawa, onde estava Shin’ichi. — A Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de Amami ainda não chegou? No centro cultural, Shin’ichi perguntava a todo momento para os líderes ao seu redor aguardando a chegada do grupo. Ao pensar nos árduos esforços que essas jovens haviam feito nas remotas Ilhas Amami, com poucos meios de transporte, caminhando por estradas escuras à noite, sempre vigilantes com as cobras venenosas habu, tudo para incentivar as amigas e propagar o budismo, ele mal podia esperar para incentivá-las pessoalmente. Idade ou posição social não são relevantes na fé. O tesouro mais precioso da Soka Gakkai são as pessoas que se esforçam firmemente para realizar o kosen-rufu e abrir o portal de um futuro melhor. Eram a convicção e a crença de Shin’ichi. Shin’ichi Yamamoto recepcionou as integrantes da Divisão Feminina de Jovens no lobby de entrada do Centro Cultural de Tachikawa: — Olá, sejam muito bem-vindas! Muito obrigado por terem vindo de tão longe! Por favor, fiquem à vontade e relaxem. Seus pais e mães estão bem? Eu não me esqueço jamais dos membros de Amami que abriram o caminho do desenvolvimento do kosen-rufu em sua respectiva localidade, mesmo em meio a tantos obstáculos e desafios. Por favor, transmitam, sem falta, minhas melhores recomendações ao retornarem para a casa. Todas vocês têm grande boa sorte. Nos primórdios da Soka Gakkai, nossos companheiros lutaram contra as perseguições e deram tudo de si para construir uma base sólida da organização. E sobre essa base que eles construíram, agora vocês podem participar com liberdade e alegria das atividades da Soka Gakkai. Jamais se esqueçam das dificuldades e dos dedicados esforços de seus pais e dos membros pioneiros. (...) Uma das integrantes da Divisão Feminina de Jovens de Amami deu um passo à frente e disse: — Sensei, por favor, aceite-as como um sinal de nossa gratidão! Depois que ela entregou a Shin’ichi algumas flores de cerejeira de Taiwan de Amami Oshima, outra jovem ofereceu-lhe um vaso de frésias da ilha de Okinoerabujima. — Obrigado! É como se a primavera chegasse mais cedo. A primavera, repleta de todos os tipos de flores, é símbolo de felicidade. Quero que vocês sejam felizes também. É isso que me deixará mais feliz e é a prova da veracidade do Budismo Nichiren. Espero que todas me prometam que se tornarão as pessoas mais felizes do Japão e do mundo inteiro. Felicidade é o objetivo da nossa fé, das nossas atividades da Soka Gakkai e do kosen-rufu. Após assim dizer, ele entregou à líder do grupo um cartão no qual inscreveu um poema para elas que dizia: Jovens de Amami vindas de longe se reuniram. E as divindades celestiais louvam em aplausos este dia histórico. — Então, vamos tirar uma foto juntos como expressão do nosso compromisso de todos nos tornarmos felizes. Elas se dividiram em dois grupos para as fotos. Em vez de se sentar ao centro da primeira fila de cada foto em grupo, Shin’ichi ficou de pé na parte de trás, como se as observasse e zelasse por elas. Depois que as fotos foram tiradas, Shin’ichi disse: — O admirável espírito de procura de vocês é a esperança da Soka Gakkai. A fé pura e forte de todas, inabalável diante de qualquer coisa, é a força capaz de abrir a nova era do século 21. Vamos avançar alegremente com confiança e orgulho! Vencer a si mesma [Durante a visita das integrantes da DFJ das ilhas Amami,] percebendo uma jovem em uma cadeira de rodas, Shin’ichi se dirigiu até ela e disse: — Parabéns por ter vindo. Estava esperando por você. Era uma integrante da organização na ilha de Tokunoshima que tinha paralisia cerebral, uma condição que tornava difícil para ela andar e falar. Mas a jovem decidiu: “Quero ir ao Centro da Divisão Feminina de Jovens Soka de Tóquio de alguma forma. Desejo me encontrar com Yamamoto sensei e renovar meu juramento pelo kosen-rufu!”. Ela se empenhou com seriedade na recitação de daimoku almejando isso. Após decidir que iria a Tóquio, ela concentrou esforços também no treino para melhorar a fala e a locomoção; e chegou a ponto de conseguir caminhar sozinha se fosse devagar. Imbuindo força em suas palavras, Shin’ichi disse: — Já está tudo bem agora. Você sem falta se tornará feliz! Uma pessoa não é infeliz porque possui uma doença. Mesmo que esteja enferma, basta ter esperança, despertar seu espírito de luta e não ser derrotada por si mesma. Ela estava determinada a cumprir sua missão pelo kosen-rufu, recusando-se a deixar sua deficiência atrapalhá-la. Isso significa que já venceu a si mesma. Prática da fé é força para desafiar qualquer coisa. Enquanto permanecermos firmes na fé, a brilhante recompensa da vitória e da felicidade nos aguardará. Foi por esse motivo que Shin’ichi disse à jovem que ele tinha certeza de que ela seria feliz. A jovem olhou para Shin’ichi com lágrimas nos olhos e meneou profundamente a cabeça em concordância. Mais tarde, ela se casou, tornou-se mãe e, junto com o marido, trilhou uma vida de genuína felicidade. Integrante da DFJ de Amami recebe calorosos incentivos de Ikeda sensei No topo: ilustração mostra membros de Amami sendo recepcionadas no Centro da Divisão Feminina de Jovens Soka, em Tóquio O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Aguardando o tempo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 188-196, 2019. Ilustrações: Kenichiro Uchida
23/02/2023
RDez no BS
BS
RDez no BS
Faróis da Esperança Voem alto nas asas da coragem! Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Parabéns a todos pelo início do novo ano escolar!¹ É hora de alçarem voo em direção aos revigorantes céus do aprendizado. Vocês sabem por que os aviões são capazes de voar apesar de ser tão grandes e pesados? Um dos motivos é o vento. As vastas asas do avião utilizam os ventos contrários para criar a sustentação que o leva cada vez mais alto. De maneira similar, quando se embarca em algo novo, pode-se encontrar “ventos da incerteza” e “ventos da dificuldade”. Contudo, se recitarem Nam-myoho-renge-kyo, desenvolverem um espírito de desafio e continuarem avançando com forte determina-ção, poderão transformar qualquer vento em um impulso para o crescimento. Vocês podem voar alto em direção aos céus dos seus sonhos e das suas esperanças. Abram suas asas da coragem e decolem! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de abril de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Nota: 1. No Japão, o ano letivo começa em abril. Fique por dentro da edição de fevereiro! Quer saber o que há na matéria dos níveis? Enquanto a DE-Futuro fala sobre levantar-se só, a DE-Esperança destaca a importância de prezar cada encontro e a DE-Herdeiro explica o porquê de a leitura ser um tesouro ilimitado. Na Cápsula do Tempo, tem um quiz em formato de vídeo para você testar seus conhecimentos sobre o dia 18 de fevereiro de 1990. Há ainda um vídeo inspirador no Mural de Vitórias com a Maria Fernanda, que está vencendo a timidez por meio das visitas na sua localidade. Esses e outros conteúdos da edição de fevereiro estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
23/02/2023
Encontro com o Mestre
BS
Empenhemo-nos sempre com coragem, perseverança e união!
Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na 5a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji, no dia 7 de março de 2007. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 7 de janeiro de 2023. O céu está claro e ensolarado. O tempo excelente de hoje é um radiante prenúncio de que celebraremos o dia 3 de maio deste ano com vitória total. Qual a força propulsora por trás do êxito da Soka Gakkai? É a coragem, somada à perseverança e à união. Nunca se esqueçam desses três elementos-chave para o sucesso da Soka Gakkai: coragem, perseverança e união — união harmoniosa e solidária. Nichiren Daishonin salienta a importância de nos empenhar com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. Estar unidos com base na fé significa praticar de acordo com os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Hoje, nossos membros erguem alto a bandeira Soka com grande entusiasmo e paixão, não apenas no Japão, mas no mundo inteiro. Ninguém esperava que o nosso movimento crescesse a essa extensão. Trata-se, realmente, de uma maravilhosa, nobre e magnífica conquista. A Soka Gakkai obteve essa vitória monumental nesta época por meio da firme fé de vocês na Lei Mística, da coragem sem paralelos e da sinceridade e dos esforços de todos. Sigamos avançando com orgulho, visando o 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai, e juntos celebremos esse auspicioso aniversário com um alegre brado de vitória conjunta! Estou orando fervorosamente pela saúde e felicidade de vocês. Líderes genuínos não oram apenas pela realização dos próprios desejos, mas também oram de coração pela felicidade dos seus companheiros. Essa é a decisão, bem como o compromisso, que nossos líderes devem ter a todo momento. É especialmente importante ser gentil e respeitoso com aqueles que oferecem a casa para as reuniões, e agradecer-lhes profundamente por sua generosidade. Contanto que esse espírito de gratidão permaneça vivo, a Soka Gakkai prosperará. * * * No dia 8 de março de 1274, enquanto estava exilado na Ilha de Sado, Nichiren Daishonin recebeu uma carta de indulto do governo.1 Ele sobreviveu a dois anos e meio de exílio em Sado — punição considerada equivalente à sentença de morte na época — e retornou de modo triunfal à capital, Kamakura. Depois de ser perdoado da pena, Daishonin partiu de Ichinosawa, em Sado, no dia 13 de março, e chegou a Kamakura em 26 de março. Então, encontrou-se com Hei no Saemon-no-jo, líder de facto do governo militar, em 8 de abril, e o admoestou solenemente mais uma vez. Ele fez isso apenas um mês após receber a carta de indulto. O importante é a ação. O importante é a rapidez. Daishonin agiu com a velocidade de um raio. A Soka Gakkai também triunfou pelas ações velozes como um raio, pela rapidez. Pus em prática, fielmente, todas as orientações e instruções de Toda sensei, como discípulo dele. Por isso, Toda sensei chegou até a afirmar: “Vejam Daisaku. Ele personifica a verdadeira essência da Soka Gakkai. Ele incorpora o meu espírito”. Daishonin posteriormente descreveu sua motivação para admoestar [essa terceira e última vez] Hei no Saemon-no-jo da seguinte forma: Por oferecer conselhos que poderiam salvar a nação fui odiado com tamanha fúria que, depois de ter sido perdoado do exílio, considerei a ideia de partir de Sado para ir me esconder em algum lugar distante nas montanhas ou perto do mar. No entanto, em vez disso, fui para Kamakura, pois tinha a esperança de explicar a situação, pela última vez, a Hei no Saemon-no-jo e, com isso, salvar as pessoas que conseguissem sobreviver a um ataque contra o Japão [pelas forças mongóis].2 Nichiren Daishonin confrontou diretamente a natureza maligna do poder movido por sua ardente preocupação pela felicidade das pessoas. Jamais devemos nos esquecer de seu sublime espírito. Essa passagem reverbera a voz da justiça, da verdadeira coragem e do modo mais honrado de viver. Sigamos o exemplo do espírito de Daishonin! Agi com esse mesmo espírito em meus empreendimentos. Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai, assim como vocês, nossos nobres membros, trilharam o mesmo grandioso caminho de Daishonin e se dedicaram incansavelmente a concretizar o ideal de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Numa carta endereçada aos irmãos Ikegami após o seu encontro com Hei no Saemon-no-jo, Daishonin escreve: “Cerrem os dentes e jamais esmoreçam na fé. Sejam corajosos como Nichiren, que agiu e advertiu Hei no Saemon-no-jo”.3 Gostaria de enfatizar que desfrutar nossa existência com esse espírito é a essência da fé diretamente ligada a Daishonin; é o espírito da Soka Gakkai. * * * Permitam-me, agora, compartilhar com vocês algumas palavras de sabedoria do Oriente e do Ocidente. Em seu épico poema Ilíada, o poeta grego Homero escreve: “Gregos, que mais se assemelham a divindades! Não fiquem à espera dos troianos, mas cada qual escolha o seu homem e lute com todas as suas forças”.4 Nossos esforços para elucidar os fatos e transmitir a verdade sobre o nosso movimento baseia-se no espírito de Daishonin de refutar o errôneo e propagar o ensinamento do budismo. Não podemos vencer uma batalha se permanecermos passivos. Realizar esforços ativos até o fim é o caminho para a vitória. Daishonin escreve sobre refutar os oponentes, um a um.5 Devemos nos engajar ativamente para fazer nossa voz ser ouvida. A Soka Gakkai venceu exatamente por ter se empenhado de acordo com os ensinamentos de Nichiren Daishonin e as orientações de Toda sensei. Por favor, jamais se esqueçam disso. Um dos personagens de Ilíada dirige-se a um guerreiro com as seguintes palavras: “Mas você, Thoas, nunca hesita em batalha e é exímio em inspirar os outros quando os vê desistindo. Portanto, não esmoreça agora”.6 E o encoraja a instigar os outros a seguir em frente. Espero que vocês, meus amigos da Divisão dos Jovens, lutem na vanguarda dos nossos esforços pela justiça e pela verdade, triunfando sobre aqueles que atacam e difamam nossa organização. Desejo que todos vocês se desenvolvam e se tornem pessoas de coragem genuína, que sempre apoiam e encorajam calorosamente seus companheiros, membros da organização, os quais se empenham com tanta sinceridade pelo kosen-rufu. * * * Passando para o próximo assunto, quando estava com 20 e poucos anos, encontrava-me com certa frequência com Sohachi Yamaoka (1907–1978), autor do famoso épico Tokugawa Ieyasu. Mais tarde, em apreço ao vínculo que formamos, o Sr. Yamaoka permitiu que o Seikyo Shimbun serializasse outro de seus célebres romances, Takasugi Shinsaku, por um período de dois anos e quatro meses [a partir de agosto de 1962]. Nessa obra, Takasugi Shinsaku (1839–1967) [protagonista que ajudou a introduzir o Japão na era moderna] diz: “Ânimo! (...) Não permitam que os reveses os desanimem. Simplesmente pensem rápido num novo plano e sigam em frente!”.7 Em nosso trabalho em prol do kosen-rufu, também, não há necessidade alguma de nos deixar desencorajar por contratempos ou problemas passageiros. Possuímos grande boa sorte e benefícios dos nossos esforços e do daimoku que recitamos. Adotemos como lema “O Próximo Passo é Decisivo! Vamos Continuar Seguindo em Frente!”. No romance, num diálogo entre Shinsaku e Sakuma Shozan (1811–1864), renomado erudito e intelectual da época, o segundo diz: “Quem nada faz nada consegue”.8 Essa é uma importante verdade. Vamos pôr a “mão na massa”, fazer o que precisa ser feito a cada dia, de modo que possamos promover com êxito o avanço do kosen-rufu! Somente por meio de esforços sólidos e constantes as portas da vitória se abrirão. Não há maneira de viver mais nobre que a nossa. Com essa firme convicção, encerro o discurso de hoje. Muito obrigado! Participantes da 12ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai rumo ao centenário de fundação, realizada no Auditório Memorial Toda de Tóquio em Sugamo (7 jan. 2023) Apresentações realizadas durante a 12ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai: banda Soka Renaissance Vanguard. Apresentações realizadas durante a 12ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai: orquestra de sopros Soka Gloria e banda Soka Shining Spirits. No topo: Ikeda sensei discursa na 5ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, Hachioji (7 mar. 2007). Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 23 de janeiro de 2023. Leia o discurso na integra no Brasil Seikyo, ed. 1.889, 28 abr. 2007, p. A3. Notas: 1. O governo emitiu uma carta de indulto em 14 de fevereiro de 1274, e ela chegou a Sado no mês seguinte, no dia 8 de março. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 635, 2020. 3. Ibidem, p. 520. 4. HOMER (Homero). The Iliad (Ilíada). Tradução original: E. V. Rieu. Revisão e atualização: Peter Jones e D. C. H. Rieu. JONES, Peter (ed.). Londres: Penguin Books. p. 358, 2003. 5. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 411, 2020. 6. HOMER (Homero). The Iliad (Ilíada). Tradução original: E. V. Rieu. Revisão e atualização: Peter Jones e D. C. H. Rieu. JONES, Peter (ed.). Londres: Penguin Books. p. 222, 2003. 7. Traduzido do japonês. YAMAOKA, Sohachi. Takasugi Shinsaku. v. 2. Tóquio: Kodansha. p. 334, 2006. 8. Ibidem, p. 141. Fotos: Seikyo Press
23/02/2023
Notícias
BS
A felicidade é contagiante
Ponta Grossa está localizada na região dos Campos Gerais, sul do Paraná. Tem suas raízes no tropeirismo, na pluralidade étnica e nos caminhos da estrada de ferro, símbolos históricos e marcos referenciais ainda presentes no cenário urbano desta bela e progressista cidade. É lá que encontramos o Distrito Centro, organização de base da BSGI, que vem colhendo vibrantes resultados da união entre as lideranças, do empenho sem medir distâncias e, em especial, da alegria em plantar a semente do humanismo Soka. Nutrientes do desabrochar das flores humanas da localidade. Durante a pandemia, os integrantes do Distrito Centro aproveitaram os recursos da tecnologia para as reuniões de estudo on-line e os encontros de encorajamento, além do daimoku em sintonia. Dessa maneira, as lideranças conseguiram cobrir as três comunidades — uma delas que possui o mesmo nome do distrito e, ainda, São João do Triunfo e Estrela. Aqui, as comunidades basicamente se referem às cidades, não tão próximas, como São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Irati e Prudentópolis. A distância total das localidades é de aproximadamente 250 quilômetros. Desde agosto do ano passado, com o retorno gradual das atividades, é hora de colocar o pé na estrada. “Nós nos organizamos e nos dividimos para participar em cada cidade, dando máxima atenção às visitas e às reuniões de palestra”, afirma a responsável pela Divisão Feminina (DF), Lara Tinôco, explicando que a programação era transmitida ao vivo para as demais cidades, reunindo todos. Hoje já estão no formato presencial, inclusive na recitação de daimoku feita pelos integrantes dos blocos às quartas-feiras. Esse trabalho de arar a terra, criando oportunidades de encorajamento nos encontros de vida a vida e “muito mais daimoku”, produz vigorosos brotos. O primeiro foi o sucesso do encontro de fim de ano, que deu a partida para o “Ano dos Jovens e do Triunfo”. “Foi uma grande alegria ver as pessoas, que passamos meses incentivando, ali felizes com a gente”, reforça Lara. Todos se envolveram na programação, que contou com coral, banda jovem e integração com instituições locais. “Foi uma grande festa, com os jovens à frente, unidos e alegres”. Inspirar pelo exemplo Fortalecendo cada família da localidade, a base da expansão e a alegria da propagação se concretizam. Logo na primeira atividade do ano, uma família se converteu em Prudentópolis e outra em janeiro, desta vez em Ponta Grossa. Os bastidores revelam o resultado da ação persistente e corajosa dos apresentadores. O vice-responsável pelo distrito, Maicon José de Oliveira, marido de Lara, e que concretizou um desses shakubuku, ressalta “Quão místico e gratificante é essa luta”. O movimento contagia. Neste mês de fevereiro, o Distrito Centro promoveu uma reunião para convidados, que contou com doze simpatizantes. Três deles foram trazidos pelo líder do distrito, Alberto Suzuki. Ele relata que a Divisão Sênior vem realizando encontros semanais para recitar daimoku com seus integrantes. “O resultado desta luta está surgindo. Nós precisamos dar o exemplo.” O Distrito Centro integra a RM Campos Gerais, CRE Sul, cujas lideranças estão sempre no apoio às atividades, fortalece Suzuki. A energia de expansão proporciona alegria jovem para o ambiente. A Juventude Soka também mostra a que vem, em especial neste 2023 carregado de significados. A responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Iane Sena da Luz, mesmo tendo pouco tempo de prática budista, aprendeu com os veteranos que realizar o shakubuku é uma forma de gratidão. Com toda a luta em meio à pandemia, “Agora mais que nunca, sempre que tenho uma oportunidade, planto uma semente do budismo no coração das pessoas”. Foram três os convidados levados por ela na reunião de shakubuku do distrito, sendo dois deles o marido e um amigo da faculdade, que trouxe junto a namorada. “Tenho a certeza de que em breve estaremos contando relatos sobre novas famílias felizes”, determina junto com o responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ), Nathan Tinôco de Oliveira. O compromisso é de “Representar Ikeda sensei de forma digna em nossa sociedade, honrando seus ensinamentos, incentivando as pessoas e, dessa maneira, conquistar a vitória no movimento dos cinquenta jovens por distrito”. As lideranças, tendo a mensagem de Ikeda sensei como precioso direcionamento para o kosen-rufu da localidade, avançam “felizes pela missão de atuar onde o Mestre não pode estar. Ao plantarmos a semente da esperança no coração das pessoas, a felicidade floresce, individual e coletivamente”. Assim como o Mestre nos encoraja: “O Budismo Nichiren é o ensinamento da esperança que nos habilita a transformar positivamente qualquer adversidade e a converter carma em missão. É a religião da revolução humana, a qual ensina que, quando nós mudamos, nosso ambiente muda”.1 Acima, bastidores do movimento que vem sendo empreendido pelo Distrito Centro, à base de estimulantes visitas, encontros, recepção a novos integrantes da família Soka local e incentivo à cultura jovem Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.625, 31 dez. 2022. Fotos: Colaboração local
23/02/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Quanto mais árduas as condições que enfrentamos, maiores os benefícios
Em 12 de maio de 1964, a caminho da Austrália, o voo de Shin’ichi Yamamoto fez escala em Manila, Filipinas, onde ele incentivou Kikuko Itami, membro local que estava se empenhando com afinco nas atividades em prol do kosen-rufu desde que se mudara do Japão para esse novo país. — Aqui, nas Filipinas, enfrentamos muitas dificuldades que barram o avanço do kosen-rufu. Mesmo falando sobre o budismo com toda a sinceridade, as pessoas acham que o Japão está tentando agora invadir as Filipinas com uma religião militarista. As atrocidades cometidas pelo exército japonês na época da guerra criaram em todos um forte sentimento antinipônico. A influência de outras religiões está arraigada na vida da população em geral e as igrejas emitem até mesmo certidão de casamento como se fossem um cartório de registro público. Nesse meio, é muito difícil as pessoas aceitarem a prática do budismo. Kikuko informou tudo, quase como um desabafo. Para ela, aquela era sua primeira experiência em promover as atividades num país desconhecido. Shin’ichi procurou confortá-la. — Entendo perfeitamente seu sentimento e as dificuldades que têm encontrado aqui em Manila. Mas, pensando bem, o que você está fazendo não é exatamente aquilo que chamamos de exercício budista? O kosen-rufu é uma árdua missão que cumprimos em meio às dificuldades. Você deve se lembrar da frase contida nos escritos de Nichiren Daishonin: “A prática por cem anos no paraíso não supera os benefícios provenientes da prática por um dia em Edo”.1 O termo Edo indica este mundo, isto é, o mundo em que vivemos, o rigor da realidade da vida. Por isso, quanto maior a dificuldade de promover o kosen-rufu, maior será também seu benefício. Além disso, os bodisatvas da terra encontram-se em todas as partes. Com certeza, eles surgirão aqui em Manila e nas Filipinas. Não se preocupe em demasia. Basta você orar com toda a seriedade e promover pacientemente o diálogo sobre o budismo que começarão a surgir pessoas desejosas de seguir a prática budista. Os escritos citam claramente que o kosen-rufu é um árduo empreendimento por ser o ato de cumprir o sagrado testamento do buda Nichiren Daishonin. (Trechos do capítulo “Nova Era”) Fé significa triunfar sobre as dificuldades Em 16 de julho de 1966, Shin’ichi participou de um curso de aprimoramento ao ar livre para o Hosu-kai e o Grupo Hosu (“Hosu” significa “jovens fênix” em japonês), compostos, respectivamente, por estudantes masculinos e femininos do ensino médio. Durante uma sessão de perguntas e respostas, Kimiko Kudo, uma jovem com deficiência física causada pela pólio, começou a chorar ao expressar suas dificuldades e ansiedades em relação ao futuro. — Somos apenas duas pessoas em casa. Minha mãe, que é auxiliar de enfermagem, e eu. No futuro, terei de cuidar dela. Para isso, queria ser professora, mas minha deficiência não me permite. Pensei então em cursar uma faculdade, mas tenho de desistir por falta de dinheiro. Para falar a verdade, não sei o que fazer nem sei o que será de nossa vida... Sua voz ficou embargada devido às lágrimas. Sua tristeza tornava-se provavelmente maior quanto mais ouvia a respeito da importância de viver e cumprir a missão do kosen-rufu. Ela não conseguia abrir um novo caminho dentro da realidade em que se encontrava e isso causava um desespero em seu coração. — Preste atenção: a prática da fé não é ter pena de si mesma. Mesmo que você caia em lágrimas, nada será resolvido. O ambiente ficou tenso e todos permaneceram em silêncio. Shin’ichi Yamamoto fitou o rosto de Kimiko Kudo e disse com certo rigor: — Você tem o Gohonzon! Não deve sentir-se perdida assim. De que adianta lamentar de sua deficiência? Por mais que lamente, nada mudará em sua vida. Além do mais, todos vivem com algum problema ou dificuldade. Não há ninguém afortunado em todos os aspectos da vida. Se você é filha da Gakkai, desafie as circunstâncias adversas do presente para vencer no futuro. A questão não é o que acontecerá a você, mas o que você fará para direcionar sua vida. Se você realmente pretende ser professora, então firme essa determinação. Se não tem condições econômicas para cursar uma faculdade, procure trabalhar para pagar as mensalidades. Pode até fazer um curso no período noturno. O ato de querer viver por uma missão não é brincar de idealismo nem ficar falando meramente de ideais. Praticar o budismo consiste em encarar a dura realidade e mudá-la para melhor. É na disposição de lutar para vencer que existe o brilho da prática da fé. Por mais dura que seja sua vida hoje, sua missão é viver com muito mais vigor do que qualquer outra pessoa e conquistar a felicidade com toda a dignidade. Kimiko mordeu os lábios e ouviu atentamente as palavras de Shin’ichi. — Não seja fraca. Não seja uma derrotada. Haja o que houver, lute com toda a força. Seja forte. Esforce-se ao máximo. Vou torcer por você. Embora fossem rigorosas, as palavras de Shin’ichi transmitiram um profundo calor e incentivo ao coração de Kimiko. (Trechos do capítulo “Jovens Herdeiros”) Gratidão é a fonte da felicidade Em 16 de outubro de 1964, Shin’ichi e comitiva chegaram a Oslo, Noruega. Foram recebidos pelo líder da Comunidade Noruega, Koji Hashimoto, que expressou sua profunda gratidão a Shin’ichi por manter a promessa de visitar os membros daquela localidade. — Parece um sonho receber o senhor aqui em Oslo. Em nosso último encontro no aeroporto, em Paris, solicitei-lhe que visitasse a Noruega e o senhor prometeu que viria numa próxima oportunidade. E isso está acontecendo agora. O senhor cumpriu sua promessa, mas eu não fiz nada para merecer sua visita. Estou constrangido em recebê-lo dessa forma e não tenho palavras para agradecer-lhe pela visita. A voz de Koji estava embargada. — Pelo contrário, sou eu que agradeço por seus esforços. O importante é manter sempre o sentimento de gratidão. A gratidão é a expressão da alegria; e a alegria é a fonte que gera a coragem. Quando se sente gratidão, manifesta-se a disposição de se esforçar e de retribuir às pessoas. Após ter observado inúmeras pessoas, posso afirmar que as que possuem gratidão são felizes. E é verdade também que os traidores carecem do sentimento de gratidão. Além disso, as pessoas ingratas acham natural que os outros lhes prestem favores. Por isso, quando nada fazem por elas, ficam insatisfeitas e só reclamam. E quando não recebem apoio num momento de dificuldade, acham que os líderes são culpados e se afastam da prática da fé. Não percebem que estão trilhando por conta própria pelo miserável caminho da infelicidade. Nos escritos de Daishonin consta a seguinte orientação: “Contudo, mesmo que recite e acredite no Myoho-renge-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior”.2 Portanto, uma pessoa que só reclama que os outros nada fazem para ajudá‑la está buscando a Lei fora do próprio coração. Esse estado revela fraqueza de espírito. Provém da falha de não reconhecer que tudo depende de si mesma, de não assumir a autonomia como ser humano. Essa autonomia se adquire com a prática da filosofia de vida do budismo. (Trechos do capítulo “Esplendor”) Refletir sobre o espírito do mestre Em 2 de dezembro de 1964, na sede de Okinawa, Shin’ichi apanhou a caneta e começou a escrever os primeiros episódios de seu romance, Revolução Humana. Com o propósito de expandir as ondas de paz e felicidade a partir de Okinawa, Shin’ichi segurou firme a pena e começou a redigir o romance Revolução Humana. Na primeira linha escreveu o título Revolução Humana. Deixou uma linha em branco e escreveu o nome do primeiro capítulo, “Alvorada”. Ele havia definido esse nome algum tempo antes e todo o roteiro do primeiro capítulo estava pronto em sua cabeça. A narração iniciaria com a libertação de Toda no dia 3 de julho de 1945. Considerando que essa saída da prisão se transformaria de fato no alvorecer da paz para toda a humanidade, Shin’ichi denominou o primeiro capítulo de “Alvorada”. Depois de escrever os respectivos títulos, Shin’ichi parou. Não surgia em sua mente uma frase apropriada para abrir a obra que pretendia escrever. Pensou em algumas frases, mas nenhuma o satisfez plenamente. (...) Quando o sentimento de Toda tocou o coração de Shin’ichi, algumas frases começaram a se projetar na mente. Ele pegou a pena e escreveu-as rapidamente: Não há um ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe outro fato mais trágico do que a guerra! Entretanto, essa guerra ainda continuava. Depois de escrevê-las, releu várias vezes. “Consegui! Consegui finalmente! Este será o texto de abertura de minha Revolução Humana!” Depois dessas linhas, a pena começou a correr mais rapidamente sobre o papel. (Trechos do capítulo “Expectativa do Povo”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 11 de junho de 2019.) Notas: 1. Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 329. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2014. Ilustrações: Kenichiro Uchida
23/02/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas Significativas de Março
5 Fundação da Divisão Sênior, Japão (1966) 8 Nascimento de Nikko Shonin, Japão (1246) 10 Segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil (1966) 11 Fundação da Divisão dos Jovens da BSGI (1984) 13 Festival Cultural da América do Sul no Theatro Municipal de São Paulo, SP (1966) 16 Dia do Kosen-rufu, Japão (1958) 17 Festival Cultural da BSGI no Palácio das Convenções do Anhembi, SP (1974)
23/02/2023
Livros
BS
Sem temer as ondas bravias
O mês de março traz a continuação do romance Revolução Humana, em português, iniciativa da Editora Brasil Seikyo (EBS). A obra, de autoria do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, que começou a ser escrita em 2 de dezembro de 1964, transmite o espírito e as realizações do seu mestre, Josei Toda, durante a reconstrução da organização no Japão do período pós-Segunda Guerra Mundial. Desta vez, o leitor acompanha o quarto volume do romance. Ao final da saga no volume 3, o jovem Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo de Daisaku Ikeda na obra) havia começado a trabalhar na Nihon Shogakkan, empresa de Josei Toda, em 3 de janeiro de 1949, um dia após completar 21 anos. Foi o início de um período marcante e conturbado pelas campanhas eleitorais para o Parlamento japonês. A sociedade japonesa continuava em caos, com inflação altíssima, greves e a imposição de regras econômicas feitas pelo Quartel-General das Forças Aliadas que só pioraram a situação. O Japão era um país ocupado, nas várias acepções que a palavra carrega. O volume 4 da Revolução Humana inicia com a busca de Josei Toda para colocar em palavras o que acreditava ser sua “filosofia de vida”. Compreensão alcançada cinco anos antes, enquanto esteve preso por manter suas convicções religiosas no Centro de Detenção de Tóquio, orando e lendo várias vezes o Sutra do Lótus. O desafio de Josei Toda agora era expor, de forma acessível a todos, essa compreensão. O texto sobre qual ele se debruçava era aguardado pelos responsáveis pela primeira edição da revista Daibyakurenge (Grande Lótus-Branco), que se tornaria uma das publicações mais importantes para o renascimento e o fortalecimento teórico-doutrinal da Soka Gakkai. Além do ensaio, Josei Toda escreveria também o editorial. Na época, o Japão vivia uma verdadeira derrocada nos campos político e social. O plano das forças de ocupação de criar um Japão democrático e pacífico, com a extinção do regime militarista, começava a arrefecer. As disputas e os conflitos internacionais entre as duas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética, e a delimitação de suas respectivas áreas de influência detonaram o que passou a ser conhecida na história como Guerra Fria. Essa situação de fundo, tanto do Japão como da Ásia e da Europa, está descrita habilmente na obra com muitos detalhes, revelando um narrador que se preocupa em colocar os fatos de uma perspectiva histórica. No romance, esse período revela os bastidores da união e da luta grandiosa de mestre e discípulo na tentativa de contribuir para a manutenção do espírito fundamental da editora e para o desdobramento de projetos, como a criação de uma cooperativa de crédito. No entanto, as dificuldades não cessavam. A economia japonesa estava estagnada e o dinheiro não circulava. Inevitavelmente, a cooperativa também começou a derrapar e os credores passaram a bater à porta, dia após dia. Se isso não bastasse, insultos, mal-entendidos e calúnias surgiam como nuvens. O que mais preocupava e afligia Josei Toda era o fato de alguns membros se afastarem da prática da fé pela falta de compreensão e por criar dúvidas. Outros se aproveitavam do momento para incitar os membros contra a Soka Gakkai, misturando o público com o privado e, com isso, tirar proveito da organização. A existência de Josei Toda e as dificuldades que se levantaram naquele momento foram decisivas para a formação do jovem discípulo Shin’ichi Yamamoto. Por outro lado, sua presença e lealdade evitaram que Josei Toda se encontrasse sozinho em plena batalha. Pode-se afirmar com segurança que a relação diamantina de mestre e discípulo cultivada por Josei Toda e Shin’ichi Yamamoto nessa ocasião foi “a causa fundamental do desenvolvimento posterior da Soka Gakkai”. Nesse romance, além de se inspirar e de se emocionar, o leitor encontrará a verdadeira história do espírito da Soka Gakkai, marcada pela convicção e pela força invencível dos que não se permitiram ser derrotados pelas circunstâncias. O autor da obra, aos 95 anos, é exemplo real dessa conduta. Veja aqui os kits de março para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 brinde especial 1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 marcador de páginas PLANO OURO 1 livro lançamento 1 marcador de páginas Você já conhece o CILE? O Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, brinda os leitores todos os meses com lançamentos de obras do Dr. Daisaku Ikeda e de vários autores que compartilham da filosofia do humanismo Soka. Agora com a novidade de receberem as obras inéditas também nos planos Ouro e Esmeralda! Para o mês de março, o lançamento é Revolução Humana, volume 4! Garanta o seu! Assine até 28/02/2023 e receba o kit em sua casa! E as boas novas não param por aí! Agora, chegou o CILE Digital, para você ler direto no celular ou do computador. Uma inovação que vai surpreender o mundo da leitura. Confira os planos de assinatura no portal. Foto: BS
23/02/2023
Caderno Especial
BS
Gratidão ao Mestre, a base do avanço ininterrupto
No início de março de 1993, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, recebia o reconhecimento das autoridades e da sociedade brasileira com a outorga de homenagens como a “Medalha Bandeirantes” e a “Ordem do Pinheiro” no grau Grã-Cruz, respectivamente, concedidas pelos governos estaduais de São Paulo e do Paraná, e o título de cidadão honorário de Londrina, PR, entre outras distinções. Além de visitar o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Ikeda sensei incentivou os membros da BSGI no Auditório Presidente Ikeda (atual Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda) e apreciou uma bela exposição sobre suas quatro visitas ao país e o desenvolvimento da BSGI nesse período. A quarta visita encerrou-se com a partida do presidente Ikeda para os Estados Unidos no dia 8 de março. Os dias vividos ao lado do Mestre no Brasil foram momentos intensos que ficaram gravados eternamente no coração dos membros brasileiros e germinaram como uma nova organização projetando-se para o futuro. A partir de então, a BSGI se desenvolveu a passos largos. Nesse sentido, por exemplo, inaugurou uma grande quantidade de centros culturais, sedes regionais e outras instalações pelo Brasil. Promoveu diversos eventos na sociedade, como exposições sobre meio ambiente, sustentabilidade, direitos humanos, valorização da vida e desenhos infantis. Incentivou ações pela educação como palestras, cursos e projetos. O Colégio Soka, fundado posteriormente em São Paulo, aplica os ideais educacionais do professor Tsunesaburo Makiguchi, primeiro presidente da Soka Gakkai. As iniciativas do Instituto Soka Amazônia vêm chamando a atenção da sociedade tanto amazonense quanto brasileira com ações concretas de preservação e uso sustentável dos recursos da floresta, com ênfase na educação ambiental. Os grupos e departamentos da BSGI têm se desenvolvido incessantemente, criando sucessivas ondas de pessoas valorosas que contribuem efetivamente para o bem-estar social. E, principalmente, as organizações de base da BSGI se espalharam por todo o território nacional, constituindo-se em núcleos vivos que divulgam os valores humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin em prol da paz e da prosperidade da comunidade, transformando positivamente a vida das pessoas. Agora, vislumbra-se um novo momento, com a perspectiva dos integrantes da Juventude Soka do Brasil, com total apoio dos veteranos, perpetuarem os nobres valores budistas e construírem bases sólidas para o movimento pelo kosen-rufu por todo o futuro, conforme o presidente Ikeda expressa: “Nada me faz mais feliz que ver os brasileiros atuando com ânimo e alegria, e vivendo com vigor e coragem”.1 No topo: Ikeda sensei direciona incentivos aos membros da BSGI durante sua visita ao Auditório Presidente Ikeda [atual Auditório da Paz] (São Paulo, 3 mar. 1993) Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013, p. A12. Foto: Seikyo Press
23/02/2023
Caderno Especial
BS
Cultive uma vida de brilho ilimitado
Nichiren Daishonin afirma que, com base na lei da causalidade, o benefício que advém dos sinceros esforços empreendidos em prol dos companheiros da fé e em prol da Lei nos possibilita desfrutar a grande boa sorte nesta existência, bem como também a felicidade por toda a eternidade. O princípio fundamental (de causa e efeito) é verdadeiro para todas as coisas. Todos os árduos esforços que empreendem nas atividades da SGI tornam-se a fonte de eterna boa sorte para si próprio e para sua família. Enquanto viver, vou orar para que a vida dos senhores seja repleta de boa saúde, longevidade, tranquilidade e riqueza, e estarei zelando pelo empenho dos senhores, a fim de abrir o caminho da eterna esperança. * * * Por favor, estejam convictos de que a ampla propagação da verdadeira Lei conduz à verdadeira prosperidade em nossa comunidade e na sociedade e à realização da paz duradoura. Os diamantes, em seu estado bruto, não passam de pequenas pedras semelhantes a pedaços de vidro semitranslúcido. Somente depois de lapidados e polidos é que revelam o brilho interior. Nichiren Daishonin ressalta: Tal situação se assemelha a um espelho embaçado que brilhará como uma joia quando for polido. A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado; mas, ao ser polida, tornar-se-á como um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. Manifeste profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão recitar o Nam-myoho-renge-kyo.1 Assim como um diamante bruto, a vida de um mortal comum, quando cuidadosamente polida, reluzirá infalivelmente com ofuscante brilho. Nichiren Daishonin legou-nos o diamante que é o Gohonzon a fim de polirmos o diamante que existe em nós. * * * Ter fé no Gohonzon é importante. Quando recitamos daimoku com sincera fé, nossa vida é naturalmente polida, emitindo o brilho do estado de buda. Esse brilho se manifesta externamente em nossa vida diária, sob a forma de benefícios e de boa sorte, e internamente, como revigorante humanidade, rica sabedoria e vigorosa energia vital. * * * Aqueles que falham em polir a si próprios, mesmo que possuam fama ou poder, invariavelmente terminam numa condição lamentável e triste. Em contraste, não importa quão ordinários possam aparentar, aqueles que lapidam a si próprios reluzem com crescente brilho à medida que os anos passam. A fé não é um dever ou obrigação. É um direito que temos para nos tornar felizes; ela existe para emitirmos nosso verdadeiro brilho. Quando preservamos sinceramente a Lei Mística por toda a vida, as ilusões dos “três venenos” — avareza, ira e estupidez — serão dissipadas e nossa vida emitirá o ilimitado brilho da benevolência, da coragem e da sabedoria. * * * Nichiren Daishonin declara: Ainda que surjam problemas seculares, nunca permita que estes o perturbem. Ninguém pode evitar problemas, nem mesmo veneráveis ou reverenciáveis. Beba saquê somente em casa com sua esposa e recite Nam-myoho-renge-kyo. Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça. Que outro significado isso poderia ter senão a alegria ilimitada da Lei? Fortaleça o poder de sua fé mais do que nunca.2 Não existe uma vida livre de sofrimentos ou um mundo livre de problemas. Na realidade, a vida torna-se interessante pelo simples fato de ocorrerem todos os tipos de desafio. Os que baseiam a vida na Lei Mística são capazes de atrair a suprema sabedoria e ultrapassar os obstáculos. Não importando o quê, são capazes de atingir uma vida de profundo valor em que todos os seus desejos são realizados. Um grande desenvolvimento deriva da união harmoniosa de todos. No topo: presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, cumprimentam os participantes da 16a Convenção da SGI, realizada no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 28 fev. 1993) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. 2. Ibidem, p. 713. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013. Foto: BS
23/02/2023
Caderno Especial
BS
Ponto primordial
Cidadã do mundo Em setembro de 1992, eu estava com 29 anos de idade. E havia três que eu era membro da BSGI em Belém, PA, onde moro desde sempre. Atuava como responsável pela Divisão Feminina de Jovens de bloco e como vice-responsável pela comunidade. E foi quando recebemos a notícia da vinda de sensei ao Brasil, em fevereiro do ano seguinte. Formada em comunicação social, era funcionária pública. Dificuldades, sim, mas decidi me inscrever para a única vaga da localidade para participar das atividades em São Paulo. Coração não desistia. Iniciei uma luta incansável de visitas, estudo, daimoku e shakubuku. Vem a confirmação e, dessa maneira, o tão sonhado dia: meu primeiro encontro com sensei, em 28 de fevereiro de 1993. Guardo o convite daquele dia até hoje, como uma preciosidade. No palco da 16ª Convenção da SGI, realizada no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, fiquei emocionada ao ver tantas bandeiras de países, e a programação sendo traduzida também para o espanhol. Creio que ali a sementinha para que eu me transformasse numa cidadã do mundo, tal qual o Mestre sempre incentivou os jovens, se fixou na minha vida. Incentivos marcantes de sensei, os quais ele reforçou naquele dia. Voltei para Belém com o desejo de contribuir para o grandioso movimento humanístico da Soka Gakkai. Decidi estudar espanhol e percorri vários países da América Latina. No total, tenho 48 shakubuku concretizados, alguns deles como resultado de minhas viagens. Nesses trinta anos, avancei em meus objetivos. Cursei universidade, pós e mestrado, todos fora do Brasil. Tenho casa própria. Concursada, sou professora de língua espanhola da rede pública estadual, profissão da qual muito me orgulho. Eu me desafiei a ir ao Japão para agradecer ao Mestre, por oito vezes. Somando-se a isso, outras quarenta viagens internacionais que fiz, e só parei por conta da pandemia (rs). E todas realizadas com a boa sorte acumulada de uma decisão daquela jovem. Também reuni condições de cuidar da minha mãe, que encerrou sua existência dignamente em setembro do ano passado. Hoje, junto com meus companheiros Soka de Belém, decido propagar o budismo diariamente, conduzindo o máximo de pessoas à verdadeira felicidade. Por meio do benevolente diálogo, planto a semente da Lei Mística em todos os locais da nossa região. Atualmente, sou integrante da Divisão Feminina e, mantendo meu espírito sempre jovem, quero estar ao lado da Juventude Soka neste ano também. Sei que sensei espera isso de mim. Muito obrigada. Vera Lúcia da Silva Lobo, 59 anos. Consultora de Área (CRE Oeste, CGRE). Vera com o convite da atividade realizada em 1993. *** Avanço corajoso Em 1993, eu fazia parte da Divisão Masculina de Jovens, estava com 28 anos, e morava em Curitiba, PR. Refletindo sobre a luta para receber Ikeda sensei em uma época sem as condições e facilidades que temos hoje, realmente foi um grande desafio, superado com determinação e espírito jovem. Atuei, junto com meus companheiros, no grupo Tenrinkai do Brasil [grupo de transporte especializado]. Foram cinco meses de preparativos viajando todo fim de semana para São Paulo e Rio de Janeiro, realizando os percursos por onde a comitiva do sensei passaria. Com o sentimento de proteger e de realizar as atividades sem acidentes, criamos, dentro do Tenrinkai, uma forte união com companheirismo e confiança, espírito que permanece em nossa vida até hoje. No ano seguinte, 1994, nosso grupo realizou um curso de aprimoramento no Japão, no significativo mês de maio, ocasião em que recebemos fortes direcionamentos. Ikeda sensei nos encorajou: “Minha esposa e eu estaremos orando sinceramente e ainda nesta existência vocês serão muito felizes”. Sentimos a imensa benevolência e a convicção do nosso mestre. A partir daquele treinamento, começou uma luta para a transformação do meu carma. Em 1995, eu me casei com a Yuri e temos três maravilhosos filhos, Henrique, Ricardo e Miyuki. Viemos nos desenvolvendo durante esses anos em nossa localidade, com muita gratidão; e, pela boa sorte que temos na prática da fé, avançamos também. No período da pandemia da Covid-19, de muita insegurança no país e no mundo, novos desafios surgem. Minha esposa fez um procedimento e detectou um câncer no útero. Graças ao apoio dos nossos líderes, ela recebeu uma consideração e palavras de incentivo do sensei. Recitamos gongyo familiar e lemos os incentivos que nos tocaram profundamente. Yuri determinou como seria o processo desde a cirurgia até a sua recuperação. Seguimos confiantes na vitória total. São anos de batalha, fortalecendo e entendendo a importância de ter um mestre da vida que nos direciona para o caminho da felicidade. Comemorando o 30º aniversário da quarta visita, com imensa gratidão no coração pelos momentos dourados vividos ao lado de Ikeda sensei e da Sra. Kaneko, renovo a decisão de transmitir os ideais humanísticos Soka para as futuras gerações, bem como a importância do espírito de mestre e discípulo. Comprovando os benefícios da prática da fé por meio da contínua luta diária da minha revolução humana, mantenho firme o espírito como pilar de ouro de construir uma organização sólida. Sensei, muito obrigado! Jaime Tetsuo Takenaka, 58 anos. Coordenador de coordenadoria (CRE Sul, CGRE). com a família: à frente, sentado ao lado da esposa, Yuri. Atrás, da esq. para dir., os filhos Henrique, Ricardo e Miyuki Fotos: Arquivo pessoal
23/02/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 9
Considere o serviço prestado a seu senhor feudal como a prática do Sutra do Lótus. Resposta a um Adepto1 Demonstrar provas reais no ambiente de trabalho Neste trecho do volume 9, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, analisa a reconstrução pós-guerra e o rápido crescimento econômico do Japão que surpreenderam o mundo, igualmente comparáveis ao crescimento fenomenal da Soka Gakkai. Nesse panorama social, os associados da Gakkai cultivaram uma nova consciência sobre o trabalho, interpretando-o como um meio para seu desenvolvimento humano, e não apenas para ganhar a vida. Esta atitude baseava-se na seguinte frase do escrito de Nichiren Daishonin: “Considere o serviço prestado a seu senhor feudal como a prática do Sutra do Lótus”.2 Nos dias atuais, o “serviço ao seu lorde” refere-se a todas as formas de trabalho e profissão. Além disso, os membros puseram em prática as orientações do presidente Toda de tornarem-se pessoas indispensáveis em seus respectivos locais de trabalho. O presidente Toda costumava dizer: “Pratique plenamente a fé por uma pessoa e trabalhe o equivalente a três”. O Budismo Nichiren ensina a realização da felicidade tanto de si mesmo como de outras pessoas. Por isso, os integrantes da Gakkai assumiram como objetivo a concretização simultânea da felicidade individual e da prosperidade social. Por esses motivos, todos trabalharam insistentemente a fim de prestar sua contribuição para o bem-estar social por meio de seu sucesso no trabalho, seu aprimoramento como ser humano e sua vitória profissional. O orgulho, a convicção e a filosofia como budistas tornaram-se a nova força motriz que deu continuidade à natureza de povo trabalhador e esforçado. (Trechos do capítulo “Expectativa do Povo”) Quando um mau governante, associado a sacerdotes que praticam ensinamentos errôneos, tenta destruir o ensinamento correto e eliminar o sábio, os que possuem o coração de um rei leão, sem dúvida, atingirão o estado de buda. Carta de Sado3 Luta conjunta de mestre e discípulo A Divisão dos Estudantes (DE) nível Herdeiro foi criada em 1964, e o tema da Soka Gakkai para 1966 foi, então, designado como “Ano da Divisão dos Estudantes nível Herdeiro”. A partir de janeiro, Shin’ichi canalizou sua energia para explanar o Gosho para representantes da DE-Herdeiro, sucessores da Soka Gakkai. — Tanto na época de Nichiren Daishonin como nos dias atuais, os malfeitores vão se unir em grupos para tentar destruir o Budismo Nichiren. Eles atacarão a Gakkai usando o poder político e religioso. Entretanto, aquele que lutar mesmo sozinho para cumprir a missão do kosen-rufu será como o rei leão. Depois do falecimento do Sr. Makiguchi, o presidente Josei Toda se levantou sozinho no campo de batalha do kosen-rufu. Aqui está o espírito Soka e também o modo de vida dos filhos da Gakkai. Se perder esse espírito, a Gakkai será um simples grupo de pessoas sem propósitos. A verdadeira união não é refúgio para os covardes, é o campo de batalha de pessoas com o espírito de levantar-se só. As palavras de Shin’ichi tinham o mesmo rigor que as de uma explanação para os líderes centrais da Gakkai. Ele tratava os Herdeiros como líderes da próxima etapa do kosen-rufu. Na sequência, discorreu sobre o trecho que diz “vermes criados nas entranhas do leão podem alimentar-se da carne dele”4 e explicou: — Nesse escrito, há uma frase que diz que os discípulos do Buda são capazes de destruir o budismo. Isso quer dizer que o kosen-rufu não será impedido pelos inimigos de fora, mas por aqueles que estão entre nós (...). Uma das tarefas de vocês é combater esses falsos líderes a fim de proteger a Gakkai. Além disso, nunca deverão agir dessa forma nem criar um “verme” entre vocês. No entanto, não só os traidores são como vermes no corpo do leão como também os líderes negligentes que agem com arrogância. Em razão da função assumida, eles atuam com egoísmo, distanciando-se do espírito primordial do kosen-rufu. Esse tipo de líder acaba afastando os membros e gerando a deterioração interna de nossa organização. O mais temeroso é o inimigo interno. Por isso, espero que vocês cultivem sempre o puro espírito da Gakkai e que estejam firmemente ligados ao kosen-rufu, transmitindo-o para todos os seus companheiros. Assim, delego a tarefa do kosen-rufu a vocês. (Trechos do capítulo “Jovens Herdeiros”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 19 de junho de 2019.) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 169, 2019. 2. Ibidem. 3. Ibidem, v. I, p. 318, 2014. 4. Ibidem, p. 603. Ilustração: Kenichiro Uchida
09/02/2023
Especial
BS
Quarta visita teve início com eventos no Rio de Janeiro
9 DE FEVEREIRO Desembarque do presidente Ikeda e comitiva no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. 10 DE FEVEREIRO Conferência de Representantes da BSGI do Rio de Janeiro. Presidente Ikeda recebe medalha da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 12 DE FEVEREIRO Posse da cadeira nº 14 do quadro de correspondentes da Academia Brasileira de Letras (ABL). Na ocasião, proferiu a palestra “A Alvorada de Esperança da Civilização Universal” 13 DE FEVEREIRO Presidente Ikeda recebe título doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro em reconhecimento às suas diversas atividades e contribuição em prol da paz, cultura e educação. Convenção Comemorativa do 32o Aniversário do Movimento pelo Kosen-rufu do Rio de Janeiro e Minifestival “Carnaval da Cultura Soka”. Presidente da SGI recebe o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (13 fev. 1993) Presidente Ikeda é recepcionado na chegada ao Centro Cultural da BSGI do Rio de Janeiro (10 fev. 1993) Integrante da apresentação de samba entrega tamborim ao Mestre (13 fev. 1993) Ikeda sensei alegra os participantes do Minifestival “Carnaval da Cultura Soka” realizado no Centro Cultural do Rio de Janeiro. Fotos: Seikyo Press
26/01/2023
Relato
BS
Aqui mora a esperança
Sou Priscila, tenho 20 anos. Minha família e eu estamos em Morada Nova de Minas, cidade com pouco mais de 8 mil habitantes, no estado de Minas Gerais. Visitada pelos turistas, principalmente por ser ótima região para pescar e descansar, por aqui a maioria das pessoas anda de bicicleta, inclusive eu. Embora sem muitas distrações, é uma excelente cidade para se viver. O budismo entrou em nossa vida antes de eu nascer, em 1999, quando meu pai foi apresentado à Soka Gakkai por um colega de trabalho, na prefeitura. A partir daí, junto com minha mãe, veio construindo nossa família, desafiando as dificuldades com coragem. Algumas dessas dificuldades têm muito a ver comigo (risos), pois, na infância, eu adoecia frequentemente. Minha mãe vivia me levando ao hospital e nossa casa parecia uma pequena farmácia de tantos remédios que havia. Cheguei a ser internada aos 4 anos por problema pulmonar e, mais tarde, passei por cirurgia para retirar as amígdalas. Minha questão de saúde desafiou a convicção dos meus pais, mas vencemos. Sou uma pessoa que transborda boa saúde, e tenho a certeza da força da prática do Nam-myoho-renge-kyo agindo nessa transformação. Apoio e desenvolvimento Aos 14 anos, assumi a função de responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco. A cidade é pequena, e apesar de somente eu atuar como DFJ, não me desestimulei. Tinha em meu coração dois objetivos para fazer a revolução em minha localidade: concretizar um shakubuku, ou seja, por meio da minha comprovação, inspirar outros jovens para atuarmos juntos por esse humanismo que abraçamos. E, outro, participar de uma atividade em que teria contato com vários jovens e evoluir como líder. Eu sabia (e agora com mais certeza) que tudo dependeria de mim. Então, vou começar por um deles. No decorrer dos anos, surgiram oportunidades de alguns encontros. Mas, por ser muito nova, meus pais acabavam não me deixando ir. Contudo, segui confiante para transformar essa questão. No início de 2020, já com 18 anos, vem o primeiro convite: integrar a Academia dos Sucessores Ikeda, que seria realizada em Salvador, BA. Minha responsável pela DFJ da RM Norte de Minas, Laís dos Santos Bispo, foi quem me indicou. Além de me incentivar pessoalmente, criou a ocasião de os pais dela conversarem com os meus, quando da visita deles à localidade. Ela gravou um vídeo explicando sobre a atividade, e a chance incrível que eu estava tendo e, como isso, transformaria a minha vida. E foi vitória! Meus pais aprovaram a minha ida a esse encontro e não pude me conter, chorando de felicidade na frente de todos. Meu sentimento era totalmente de gratidão. Faço questão de contar esse episódio porque a preocupação da minha líder, e não só isso, bem como a sua ação para me apoiar no meu sonho, fez surgir dentro de mim profundos sentimentos. A liderança na Gakkai é algo extraordinário, muito diferente do que estamos acostumados na sociedade. Tem a ver com o coração, de querer de fato ajudar a pessoa à sua frente. Bem, o sonho não se realizou ali não (risos). Em meio aos preparativos, cai a bomba do coronavírus. Com isso, a BSGI, seguindo os protocolos de higiene e de segurança e se preocupando com a saúde e o bem-estar de todos, cancelou o evento. Foi muito triste, mas, sem dúvida, a melhor decisão no momento. Quase três anos se passaram, continuei me dedicando às atividades on-line, tornei-me responsável pelas jovens da comunidade e pela Divisão dos Estudantes (DE) de distrito. Estava firme na prática, com meus pais. Eles venceram a sofrida questão financeira do início da prática e seguimos juntos nas atividades da organização. Em julho de 2022, recebi um convite para representar a localidade no Curso de Primavera Soka, em São Paulo, com representantes de todo o Brasil. Era a oportunidade de realizar um dos dois objetivos que tracei. Não pensei duas vezes. Desligando o telefone, fiz minha inscrição. Seriam apenas quatro representantes da Subcoordenadoria Minas. Estaria lá, determinei. Entenderia com maior profundidade que não estava indo apenas para uma atividade, mas criando causa para concretizar meus objetivos tal qual desenhei para mim. E outros que me surpreendem a cada dia. Destino, a vitória Foram dias maravilhosos, uma experiência que fez de meu 2022 o ano dos sonhos. Mas, vamos lá. Primeiro, não fazia ideia de como pagaria a viagem. Trabalho na empresa da família, com meu pai, Wellington, e com meu irmão, Guilherme. É uma loja onde vendemos materiais de pesca, hidráulicos e elétricos. Estava arcando com as despesas para tirar minha carta de motorista, dinheiro empenhado. Minha mãe se chama Cristina e foi a primeira a saber. “Então, faz daimoku e determina que você irá e tudo se encaminhará”, incentivou-me. Liguei para a minha líder contando os detalhes e ela também pulou de alegria comigo. Recitei meu daimoku de pura gratidão! Meu pai, vendo quanto eu estava me esforçando para participar da atividade, me ajudou com os custos da viagem. Estímulo para toda a vida Minha jornada começou no dia 8 de setembro. Como moro no interior de Minas, tive de embarcar em um ônibus para Belo Horizonte (BH), Minas Gerais (cerca de cinco horas de viagem) e de lá pegaria o avião para São Paulo, SP. Ao chegar a BH no início da tarde, lá estavam me aguardando Laís, minha líder incentivadora de todas as horas, e seu marido, João. Sou imensamente grata por tudo o que eles fizeram por mim. Pode ser normal, para alguns, o fato de já terem entrado num shopping ou visitado lugares que só são vistos pela televisão, mas, para mim, era tudo novo. E com direito a chocolate embaixo do travesseiro no pernoite na casa da minha líder, com um carinhoso incentivo! Minha jornada de experiência do carinho Soka de viver estava só começando. Acredito ter disfarçado a cara de susto na recepção em São Paulo, depois da minha primeira viagem de avião. Os jovens que me aguardavam nos levaram para conhecer o complexo BSGI, prédios magníficos. A sensação de você estar em locais que só via em jornais ou nas revistas é única. Ao olhar para tudo aquilo foi quando “caiu a ficha”, eu realmente estava ali. Quanta história temos para contar! É uma honra pertencer a essa organização. O roteiro do curso foi excepcional, recheado de conteúdo, emoção e contatos de vida. Conheci jovens maravilhosos, experiências e tudo o que viveram até chegar àquele dia. Incrível, mas quando ouvimos a dificuldade do outro, a nossa fica bem menorzinha, no cantinho dela. Tive a alegria de dialogar com o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e com a coordenadora da Divisão Feminina (DF), Meiry Hirano. Nós fomos recebidos com tanto carinho que o nosso coração se encheu de orgulho. “Eles existem, e são pessoas tão comuns, como a gente!”, meu íntimo badalava de emoção. Em todos os momentos, sentíamos como se o sensei estivesse lá do nosso lado, e no domingo esse sentimento ficou ainda mais forte. Ao final da atividade, recebemos a emocionante notícia que o Mestre estava ciente de tudo e que denominou o grupo de “Academia Índigo Juventude Soka do Brasil”. Quanta gratidão! Além disso, fomos acariciados por ele com belos oferecimentos. Despedi-me daquele lugar com o coração cheio de alegria, gratidão e com o meu juramento renovado. Chegando ao aeroporto de BH, as novas experiências não cessavam. Laís e seu marido me levaram para conhecer o parque e andar pela primeira vez na roda-gigante. Sem dúvida, tudo marcou a minha vida para sempre. Sonhar mais alto ainda! A empolgação é tanta que deixei para falar, neste final, do meu segundo grande objetivo, lançado quando eu tinha 14 anos. Inspirar outras pessoas por meio do meu exemplo se tornou a minha missão de vida, fortalecida muito mais depois do curso da Juventude Soka. Vejo com outros olhos esse movimento da nossa organização, que vai além de reunir pessoas em atividades. Estamos ligados a uma nobre missão, e desejo ser essa líder. Quero ser o apoio, o carinho e pegar na mão de outros jovens e dizer quanto eles também podem realizar grandiosos sonhos. Estou me empenhando nas visitas na localidade, para ampliar diálogos e me unir aos jovens, concretizando o shakubuku. Coração vibra de alegria. Nos estudos, eu me formei no ensino médio em 2019 e logo após comecei o cursinho para prestar vestibular, interrompido por causa da pandemia. Com tudo o que vi e ouvi no curso, voltei para Morada sonhando ainda mais alto. Já com planos em ação nesse início de ano, um dos meus objetivos pessoais é entrar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2024, e me formar como profissional da área da saúde, na qual eu possa ajudar várias pessoas. Decisão é decisão, e estou “tingindo” a minha com a certeza da vitória. Sou uma jovem do “azul mais azul que o índigo”, uai. Não posso deixar de agradecer do fundo do meu coração à minha família; aos meus líderes, os quais me fazem acreditar que, mesmo nos desafios e na distância da pequena cidade onde moro, eu posso fazer a diferença. À Laís, em especial, que me inspirou não com simples incentivos, mas com sua ação e seu coração. A Ikeda sensei, que trouxe o budismo para o Brasil e criou essa onda de pessoas que fazem do sonho do outro o seu próprio. Eu me inspiro a cada dia com seus constantes incentivos. Para finalizar meu relato, quero compartilhar um trecho do livro Seja a Esperança, escrito por Ikeda sensei, o qual tem feito cada vez mais sentido em meus dias. Mesmo que o destino seja cruel, se não o temer e não vacilar, poderá transformá-lo em missão. Ao determinar firmemente em seu coração que irá transmitir coragem às pessoas que sofrem com as adversidades, por meio do seu drama pessoal de jamais ser derrotado, uma capacidade inimaginável emergirá. O espetáculo da vitória se encontra no ato de vencer de forma radiante no final, independentemente do que possa ocorrer no meio do caminho.1 Muito obrigada a todos! Priscila Araújo Soares, 20 anos. Comerciante. Responsável pela DFJ da Comunidade Morada Nova de Minas, Distrito Coração de Minas, RM Norte de Minas, CRE Leste. Priscila, à frente, com os pai Em encontro na organização de base local Momentos na atividade da Juventude Soka em São Paulo E com sua responsável, Laís Nota: 1. IKEDA. Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 8. Fotos: Arquivo pessoal
26/01/2023
Encontro com o Mestre
BS
O rugido do leão da justiça e do humanismo, e o hino da revolução humana junto com os preciosos amigos do mundo
Mensagem do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, para a 12ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai rumo ao Centenário em 2030, realizada no Auditório Memorial Toda, em Sugamo, Tóquio, no dia 7 de janeiro de 2023. A reunião foi a partida de 2023, “Ano dos Jovens e do Triunfo”, em que se celebra o 10º aniversário da inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Em primeiro lugar, sinceros parabéns aos nossos dignos jovens do Japão que comemoram o Dia da Maioridade [em 9 de janeiro de 2023]! Celebrando o futuro dos jovens Soka, cidadãos globais a edificar a paz no século 21, e em homenagem ao “Ano dos Jovens e do Triunfo”, gostaria de compartilhar o poema que registrei no Ano-Novo de 1975, ano de fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI).1 Levantando-se para agir, orem ao Buda, meus jovens amigos. Conquistem o triunfo, como heróis a cavalo! Dedico aos meus discípulos. Aos novos adultos emergidos da terra que se levantam resolutamente, e a cada um dos meus amados jovens de unicidade, desejo que triunfem em sua juventude e em sua vida! Dia após dia, e mês após mês, minha esposa e eu continuaremos orando de forma cada vez mais intensa e fervorosa. * * * O ponto primordial do movimento da Soka Gakkai pela paz, cultura e educação, que envolve todo o planeta nos dias de hoje, remonta ao ano 1955, quando nossos membros desenvolveram pela primeira vez uma campanha repleta de diálogo de base para criar uma sociedade melhor fundamentada no ideal do rissho ankoku (“estabelecer o [ensinamento] para a pacificação da terra”) de Nichiren Daishonin. Foi no Ano-Novo daquele ano que meu venerado mestre, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, compôs o seguinte poema waka: A jornada da propagação da Lei Mística é longa; incentivemo-nos mutuamente e avancemos juntos. O incentivo é a força propulsora esperançosa para a paz, cultura e educação. No início daquele ano, em minha juventude, assumi a liderança ainda com mais energia para incentivar cada um dos companheiros, enchendo-os com força e paixão, tal como o mestre havia bradado em seu poema. Em especial, no Distrito Bunkyo, onde atuava como responsável substituto, procurei focalizar a atenção aos nobres responsáveis e às responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade que compartilhavam comigo tristezas e alegrias na linha de frente do nosso movimento. A comunidade é o “jardim da igualdade e da harmonia” e o “oásis da união de diferentes em corpo, unos em mente”, como também a “fonte de energia do avanço do kosen-rufu”. Lembro-me com carinho de ter escrito uma mensagem de incentivos aos responsáveis e às responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade por não conseguir participar da reunião de início do ano em função do trabalho. [Veja no quadro tradução dessa mensagem enviada para a reunião realizada em 8 de janeiro de 1955. abaixo] * * * Os escritos de Nichiren Daishonin também estão repletos de incentivos. Em As Perseguições ao Venerável, redigido em meio à Perseguição de Atsuhara,2 Daishonin afirma: “Encorajem para que não caiam”.3 Assim, Daishonin recomenda que continuem encorajando e incentivando as pessoas para que nenhuma seja levada aos maus caminhos da existência. Neste novo ano [2023], vamos todos valorizar, proteger e apoiar ainda mais os responsáveis e as responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade, que são pessoas de profunda missão que se empenham incansavelmente pela felicidade das pessoas das comunidades locais. Em uma sociedade fria, de alienação e de ansiedade, desejamos expandir os laços de flores humanas, que incorporam harmonia na diversidade, tal como a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro, sem distinção entre pessoas pertencentes ou não à organização, por meio dos incentivos Soka resplandecentes de calorosos sorrisos. Vamos fazer também com que os nossos encontros Soka triunfem e prosperem como o “castelo da boa sorte de contínuas vitórias do povo” iluminando nossa terra e comunidade, que escolhemos para cumprir nosso juramento seigan, com raios solares da paz e da segurança. Em As Perseguições ao Venerável, Nichiren Daishonin declara: “Os seguidores de Nichiren são como leões que rugem”.4 Unidos ao buda Nichiren Daishonin e aos preciosos amigos de todo o mundo, vamos decidir juntos a reverberar a canção triunfal do respeito à dignidade da vida e o hino da revolução humana, bradando o rugido do leão da justiça e do humanismo com coragem, e ativando plenamente as divindades celestiais do grande universo. * * * Mensagem para a reunião de líderes de comunidade do Distrito Bunkyo, realizada em 8 de janeiro de 1955, e apresentada na 12a Reunião de Líderes da Soka Gakkai em 7 de janeiro de 2023. Feliz ano novo aos meus amados responsáveis e responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade! Por favor, aproveitem um ano novo brilhante e radiante de esperança como o sol do novo dia. Espero que cada um de vocês faça deste um ano significativo em que acumulem enormes benefícios. Neste ano, novamente, lembrem-se de que budismo significa vencer. Aos responsáveis pela comunidade, esforcem-se com força e ousadia, cientes de suas responsabilidades e missão, e lutem bravamente até o fim. Recitem [daimoku] sinceramente e avancem sempre com coragem invencível e firme determinação. Às responsáveis pela Divisão Feminina de comunidade, assumam a liderança com alegria e integridade, esforçando-se como força motriz para a harmonia familiar e a fonte de fé harmoniosa na comunidade. Minhas mais profundas desculpas por não comparecer à reunião de hoje devido aos compromissos de trabalho. Por favor, unam-se solidamente em torno do responsável pelo distrito e fiquem bem no ano que se inicia! Em 8 de janeiro Daisaku Ikeda Cerejeiras de outubro florescem com pétalas brancas e rosa-claro em frente ao Centro Hoko Soka. O aspecto das flores desabrocharem dignamente, apesar do vento frio, é semelhante à aparência dos amigos Soka que seguem em frente com um espírito indomável Caligrafia do poema waka — “Levantando-se para agir, / orem ao Buda, / meus jovens amigos. / Conquistem o triunfo, / como heróis a cavalo!” —, registrada por Ikeda sensei no Ano-Novo de 1975 com a dedicatória: “Dedico aos meus discípulos”. Foi apresentada por ocasião da Reunião de Líderes da Soka Gakkai No topo: “Iniciemos as ações com a rapidez dos raios de luz com alegria e vitória!” — discursa Ikeda sensei (Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, mar. 2007) Notas: 1. A Soka Gakkai Internacional (SGI) foi fundada na ilha de Guam no dia 26 de janeiro de 1975. 2. Perseguição de Atsuhara: Série de ameaças e atos de violência contra os seguidores de Nichiren Daishonin na vila de Atsuhara, distrito de Fuji, província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka), que começou por volta de 1275 e continuou aproximadamente até 1283. Em 1279, vinte discípulos camponeses foram presos sob falsas acusações. Eles foram interrogados por Hei no Saemon-no-jo, subchefe do Posto de Comando Militar, o qual exigiu que renunciassem à sua fé. No entanto, nenhum deles cedeu. Hei no Saemon-no-jo acabou executando três deles. 3. Com base em pesquisas mais recentes, a palavra no texto original em japonês, lida anteriormente como odosu (traduzida como “atemorizar”), foi corrigida para ser lida como otosu (literalmente, “cair”), na nova edição de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin), publicada em 18 de novembro de 2021, pela Soka Gakkai. (Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 264.) 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. Fotos: Seikyo Press
26/01/2023
Rede da Felicidade
BS
Conquistar a vitória no drama da vida
No aterro próximo ao porto de Hakata, na cidade de Fukuoka,1 surgira uma favela que ficou conhecida como Dokan. Era um local que mesmo os moradores da vizinhança hesitavam em chegar perto. Essa favela desapareceu posteriormente com a urbanização do aterro, não havendo mais nenhum vestígio atualmente. O lugar era inicialmente uma região deserta. Existia apenas uma fábrica de gelo e alguns depósitos espalhados ao longo de uma estrada que cortava o aterro. Algum tempo após a guerra, grandes manilhas utilizadas na canalização de esgotos foram abandonadas nesse local e as pessoas que haviam perdido a casa nos bombardeios começaram a se alojar nelas, tampando os lados abertos com esteiras de palha — um adulto podia ficar em pé curvando-se um pouco. Essas manilhas, em japonês são chamadas de dokan, e eram enormes. Não recebiam nenhum tipo de assistência dos órgãos públicos; eram pessoas marginalizadas pela sociedade japonesa. O ambiente era extremamente perigoso. Roubos, brigas e derramamento de sangue eram frequentes. Havia barracas de jogos de azar e fábricas clandestinas de bebidas alcoólicas. Viciados em drogas e alcoólatras arrastavam-se entre os barracos. A polícia não conseguia prender os suspeitos que se refugiavam na favela. Os moradores da vizinhança chegavam a proibir as crianças de entrar nesse antro sem lei. Apesar de tudo, as ondas da propagação do budismo atingiram também a favela Dokan e os primeiros membros começaram a surgir por volta de 1954. Cerca de um ano antes, uma senhora chamada Tatsu Matsumoto, que residia nas proximidades de Dokan, conhecera uma moradora da favela e começou a lhe falar sobre o Budismo de Nichiren Daishonin e a frequentar seu barraco, movida pelo sincero desejo de lhe ensinar o caminho da felicidade. No início, ninguém deu ouvidos às explicações sobre o budismo. Todos os moradores da favela haviam passado pelas piores amarguras da vida e tinham abandonado qualquer tipo de esperança e perdido a confiança nas pessoas. Por essa razão, suas palavras, que prometiam felicidade por meio da prática budista, eram tidas como engodo. No entanto, ela não desistia. Todos têm o direito de ser felizes e o Gohonzon garante a felicidade — com esta convicção e recitando muito daimoku, ela persistia em seu intento conversando intensamente com os moradores de Dokan. Com o passar do tempo, seus esforços resultaram na conversão de algumas pessoas. Estas começaram a demonstrar mudanças em suas amarguradas fisionomias, tornando-se mais alegres e radiantes com a comprovação dos benefícios da prática budista na vida diária. Constatando esses resultados com os próprios olhos, os moradores de Dokan começaram a ouvir e a aceitar com sinceridade as explicações sobre o budismo. Além disso, os companheiros que tinham conhecidos morando na favela ajudavam Tatsu Matsumoto na propagação. Em 1956, o número de praticantes já atingia trinta famílias. Um ano depois, era de sessenta, e no ano seguinte, chegou a 150. Em 1962, mais de quatrocentas famílias estavam praticando o budismo. Embora não houvesse registro da quantidade de famílias residentes na favela, os associados que ali moravam estimavam que mais da metade havia se convertido. Pela manhã, vozes recitando gongyo e daimoku ecoavam por todos os cantos de Dokan. Logo depois, os membros saíam animados para o trabalho. À noite, muitos barracos se transformavam em locais de reunião de palestra nos quais as pessoas se apertavam no pequeno espaço para ouvir os relatos de benefícios, e sorrisos alegres repercutiam pela vizinhança. Com o aumento de integrantes na favela Dokan, cresceu também o número de crianças matriculadas nas escolas, normalizando assim a frequência às aulas. O que mais impressionava a polícia era a queda no índice de delitos. As pessoas que viviam marginalizadas encontravam na prática budista a luz da esperança, a força e a coragem de viver dignamente. O grande feito da Soka Gakkai era o ato de penetrar em meio às pessoas em sofrimento, despertando-as para uma nova vida. Hisayuki Imura era uma dessas pessoas. Ele se revitalizou por meio da prática e posteriormente se tornou responsável de comunidade. Quando se abrigou na favela Dokan, no início de 1954, estava com 37 anos. Tinha esposa e três filhos, de 8, 5 e 2 anos. Ele trabalhara antes como contador de uma mineração e tinha um futuro promissor. Porém, sofria de asma havia alguns anos. Com o agravamento das crises, não podia trabalhar normalmente; as faltas tornaram-se mais frequentes e prolongadas e a empresa teve de dispensá-lo. Por algum tempo, a empresa foi generosa com ele oferecendo moradia para sua família. Depois disso, sem poder pagar o aluguel, a única solução foi vagar pelas ruas geladas no inverno arrastando a família. Quando via a esposa e os três filhos andando calados e tristes pela neve, sentia um forte aperto no coração. Porém, não tinha forças sequer para dizer palavras de conforto. Depois de bater à porta de parentes pedindo abrigo, não tinha mais aonde ir. Andando pelas ruas de Hakata, em Fukuoka, pensava sempre em encontrar algum lugar para se matar. Porém, era salvo pelo sorriso dos filhos que brincavam inocentemente. Mesmo pensando em fazer alguma coisa por eles, não tinha onde abrigá-los. As pessoas comemoravam a chegada do ano-novo. Fugindo do clima festivo, Imura continuava vagando até chegar, completamente desnorteado, à favela Dokan. Depois de algum tempo, também resolveu levantar um barraco. (...) Embora tivesse dado um teto, mesmo que precário, para as crianças, precisava trabalhar para sustentá-las. Contudo, não podia arranjar emprego devido à sua doença nem executar trabalhos pesados. Imura percebeu que havia um clube de corridas de lancha2 próximo à favela Dokan onde um grande número de pessoas fazia apostas. Pensou então em montar uma banca para vender alguns petiscos aos frequentadores do clube. Juntou algumas caixas de madeira e uma porta velha e montou uma banca. Com a ajuda da esposa, começou a vender bolinhos de arroz e espetos de legumes cozidos. Apesar dos esforços de ambos, o lucro era pouco, não o suficiente para comprar arroz para os filhos. Mesmo assim, tinham onde morar e dormir. Quando chegou o verão, o esgoto a céu aberto começou a exalar um cheiro insuportável e o barraco foi invadido por pernilongos. Nesse ambiente, as crises de asma se tornaram mais intensas e Imura chegou a pensar que poderia morrer a qualquer momento. Ele já tinha perdido toda a vitalidade e não via esperança nenhuma de se recuperar da enfermidade. Sua tosse era intermitente, quase o impedindo de falar. Nessas circunstâncias, ele conheceu o budismo por um freguês que frequentava sua banca. No início, Imura ouvia apenas por ouvir as palavras que seu amigo tentava lhe transmitir com muito entusiasmo. — Você também pode ser uma pessoa feliz! — dizia-lhe o amigo. Imura espantava-se ao ouvir essas palavras. Felicidade era algo que havia desaparecido de sua vida chegando a ser doloroso lembrar que existia. Apesar de ouvir as explicações com certa ironia no começo, Imura acabou sendo tocado pela convicção do amigo. Depois de algum tempo, seu irmão, que vivia no subúrbio de Fukuoka, foi visitá-lo. Imura soube então que ele também havia ingressado na Soka Gakkai. Como a vida ia de mal a pior e ele próprio já estava no fundo do poço, decidiu praticar o budismo, embora não acreditasse em tudo o que ouvira. Isso ocorreu em novembro de 1955, dois anos depois de ter-se mudado para a favela Dokan. Imura começou a recitar gongyo e daimoku. Em pouco tempo, passou a sentir um novo dinamismo em sua vida e a vontade de viver se tornava cada vez maior. “Vou ser feliz!” — ele começou a sentir realmente que poderia alcançar a felicidade. Com essa nova disposição, empenhou-se também nas atividades e seguiu fielmente as orientações dos veteranos. Ao mesmo tempo, dedicava-se a propagar o budismo para os outros moradores de Dokan. Em pouco tempo de prática, percebeu que aconteceram dois fatos interessantes. O primeiro foi o fim das crises de asma. Mesmo quando ocorria alguma mudança no clima, não sofria qualquer sintoma da doença. O outro foi o repentino aumento de clientes em sua barraca de petiscos. Ficou até assustado com a renda, que havia multiplicado muitas vezes. (...) Imura conseguiu reformar a barraca e chegou a comprar um pequeno trailer. Chegava a falar com a esposa que acumularia boa sorte e abriria um restaurante. Dedicava-se com entusiasmo às atividades e ao estudo do budismo. Ao aprender sobre o princípio da transformação do destino, esforçava-se ainda mais em conversar com as pessoas sobre os benefícios da prática budista. (...) Mesmo que fosse xingado e expulso, não desanimava e insistia na sua nobre missão como um mensageiro do Buda. Entretanto, com o coração endurecido pelas amarguras da vida, os moradores de Dokan não aceitavam mais nenhuma palavra de alento e se conformavam dizendo simplesmente: “Nada poderá tirar a gente deste buraco. Quanto mais espernear, pior será. Nunca sairemos deste poço!”. A propagação do budismo na favela Dokan era uma luta contra a apatia e a desesperança no coração dos moradores. Imura permanecia firme e dizia a cada um deles: “Você não deve se entregar tão facilmente. É a sua vida que está em jogo. Por isso, tente pelo menos experimentar este budismo. Depois disso, poderá fazer o que quiser!”. Seu empenho começou a frutificar gradativamente e algumas pessoas se interessaram em praticar ao seu lado. Após dois anos de conversão, Imura criou um bloco dentro da favela Dokan e tornou-se seu responsável. A reunião de palestra era realizada frequentemente, embora houvesse apenas um local, no canto de um depósito, que comportava todos os associados. Na maioria das vezes, reuniam-se num barraco apertado ou ao ar livre em torno de um poste para aproveitar a iluminação. (...) Nas atividades de conversão, Imura não media esforços e muitas vezes viajava para as cidades distantes das províncias de Kyushu e da região de Chugoku. Com esse empenho, o bloco alcançou cem famílias em 1962 e foi transformado em comunidade, tendo Imura como responsável. As atividades tornaram-se cada vez mais intensas e os relatos de benefícios eram ouvidos por todos os cantos de Dokan. Mais tarde, em 1966, Imura conseguiu alugar uma casa onde instalou um modesto restaurante, deixando Dokan no passado. Com o tempo, o restaurante foi obtendo bons resultados e ele passou a introduzir pratos mais sofisticados no cardápio. Anos depois, adquiriu uma casa própria, podendo assim oferecer um conforto maior à família. Além de se empenhar nas atividades, contribuía também nas campanhas sociais, tornando-se presidente de uma associação de bairro. Cada morador de Dokan possuía um drama de vida vencido por meio da prática budista. Conseguiram sair do abismo cheio de sofrimento e encontraram novas esperanças. Por isso, suas palavras sobre o budismo e sobre a vida conseguiam convencer qualquer pessoa. Hisayuki Imura e sua esposa vendem alimentos na barraca que montaram No topo: Ilustração mostra membros da Soka Gakkai residentes na favela Dokan em uma animada reunião ao ar livre O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Aceleração. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 6, p. 111-118, 2019. Notas: 1. Cidade de Fukuoka: Capital da província de Fukuoka, em Kyushu, localizada mais ao sul das quatro ilhas principais do Japão. 2. Corridas de lancha: Uma forma legalizada de jogos de azar no Japão, similar à corrida de cavalos. Ilustrações: Kenichiro Uchida
26/01/2023
Especial
BS
Meu triunfo em 2023
O ano começou e já estamos vivendo o fim do mês de janeiro, numa época em que a humanidade ainda enfrenta as consequências da pandemia da Covid-19, mas gradativamente retoma as atividades, enquanto busca novas soluções para diversas questões. Em relação às ações da Soka Gakkai e da BSGI, para seus membros, também é muito importante entender o contexto atual, a missão e o papel de cada um e que caminhos trilhar para expandir o movimento pelo kosen-rufu e pela felicidade de todas as pessoas. Para 2023, o tema da Soka Gakkai Internacional (SGI) é “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Sobre o significado da palavra “triunfo”, é comum encontrarmos interpretações como vitória, sucesso ou êxito, às vezes associadas a uma competição ou disputa. Da ótica budista, o conceito de vitória na vida, entretanto, se refere a triunfarmos sobre nossas próprias tendências negativas, realizando nossa revolução humana e transformando positivamente nosso ambiente. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, aprofunda-se nessa abordagem, trazendo o significado específico inserido no tema deste ano: “Triunfo” possui o sentido de canção triunfal que celebra a vitória em uma batalha. O ideograma gai utilizado nessa palavra — gaika (“canção triunfal”) — embute o significado de “brado da vitória” e de se “alegrar”. Quando se vence, emerge-se a voz da alegria do fundo do coração. Ecoe agora, em seu coração, a nova canção triunfal da glória! Vamos fazer reverberar a voz da coragem, da esperança e da sabedoria, com alegria e prazer!1 Tudo começa comigo E por onde começar para alcançarmos um ano e uma vida triunfais? Com base no estudo do budismo, Ikeda sensei constantemente nos encoraja, afirmando que as vitórias individuais sobre nós mesmos constroem nossa revolução humana e a transformação de toda a sociedade. Ele destaca: Um ponto salientado por [Arnold J.] Toynbee em nosso diálogo Escolha a Vida, foi o princípio do autodomínio — em outras palavras, vencer a si mesmo. Isso vincula transcender o eu menor, que é dominado pelo egoísmo, e evidenciar o eu maior, voltado a agir pelo bem-estar e felicidade do próximo. (...) Qual o fator determinante para ser vitorioso no novo estágio do século 21? Em primeiro lugar, vencer a si mesmo hoje, mudar para melhor hoje. Assimilemos no coração profundamente este ponto. A fé é fonte de ilimitada força. A religião é o solo de onde a cultura floresce. A Lei Mística é o manancial da felicidade. Nossa prática budista nos fornece a força para viver, crescer, vencer e ultrapassar qualquer tipo de carma.2 Vemos aqui que o ponto inicial de todas as transformações necessárias em nossa vida e na sociedade se encontra em nosso próprio coração, isto é, na determinação com que vencemos as dificuldades e na fé que manifestamos ao realizar a prática budista. Ao transcendermos nossos desejos pessoais e nos dedicar também às outras pessoas, tendo como ponto de partida a recitação do daimoku, evidenciamos força ainda maior para suplantar as vicissitudes do dia a dia e construirmos uma condição de vida elevada e indestrutível, assim como Ikeda sensei diz: O que significa triunfar e vencer no final? Significa ser vitorioso na fé. Esta é a nossa verdadeira vitória como seres humanos — a vitória que nos conduz a outras pelas três existências — passado, presente e futuro.3 Jamais desistir Uma vez munidos desta decisão, ao partirmos para a ação, é certo enfrentarmos dificuldades para alcançar nossos objetivos, tal como exposto nos escritos de Nichiren Daishonin: “Nesse momento, os três obstáculos e as quatro maldades aparecem infalivelmente; e quando isso ocorre, o sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”.4 Ao dialogar com líderes da BSGI em sua segunda visita ao Brasil, em 1966, nosso mestre declarou: A luta contra as adversidades é o caminho para aprimorarmos nossa capacidade; é um trampolim para a realização da revolução humana. Nossa vida e a prática da fé são comparáveis a uma corrida de obstáculos. Quando conseguirmos superar um obstáculo, a alegria transbordará em nosso coração. Por isso, desejo que todos os senhores avancem com toda a coragem como dignos discípulos de Nichiren Daishonin.5 Assim, verificamos que as dificuldades não são somente situações que surgem para nos impedir de realizar algo, mas, fazendo uso do poder transformador da prática budista, podemos convertê-las em impulso para nosso próprio aprimoramento. No capítulo “Brado da Vitória”, do volume 30-II da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Mesmo que todos os planos e as alternativas se esgotem e se acontecer de serem derrotados na vida ou no cotidiano, nós temos o Gohonzon. Desde que não sejamos vencidos na fé, triunfaremos sem falta no final. Ou melhor, faremos com que todas as dificuldades e os sofrimentos se tornem riquezas da nossa vida como preciosas experiências úteis. Não se pode afirmar que uma vida de segurança e tranquilidade seja necessariamente feliz. E mais, não é por sofrer perseguições que se é infeliz. Quando se constrói um eu forte que não é derrotado por nada, independentemente do que aconteça, consegue-se superar as violentas ondas das provações de forma imperturbável, como se estivesse desfrutando o balanço das ondas. É para isso que existem a fé e o exercício budista.6 Portanto, como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, fortalecer a fé, a coragem e a convicção por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é fundamental para sermos felizes. Esse exercício diário lapida nosso caráter e nos proporciona uma fonte constante de esperança, como o presidente Ikeda expressa: Uma pessoa nobre persiste em seus esforços até o fim. Se desistir na metade do caminho, então todos os esforços terão sido em vão. Nisto se encontra a diferença entre aqueles que são nobres e aqueles que são medíocres, e entre os que são bem-sucedidos e os que falham. Isso se reduz ao fato de persistirmos ou não na realização de esforços pelo caminho correto da vida.7 Foco no alicerce Não há como as pessoas serem verdadeiramente felizes, se as demais ao seu redor estiverem em sofrimento. Por isso, o objetivo supremo do Budismo de Nichiren Daishonin é o kosen-rufu, ou seja, a paz e segurança da humanidade. Essa meta grandiosa só pode ser conquistada com o empenho conjunto de muitos indivíduos, mas começa com o “levantar-se só” de cada um em seu respectivo campo de atuação. Sobre esse aspecto, verificamos que é cada vez mais crucial para todas as pessoas o fortalecimento das relações humanas nos pequenos núcleos sociais. Citando seu mestre, 0 segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, Ikeda sensei enfatiza: “É época de turbulências. É a era decisiva de vitória ou de derrota. A pessoa que solidifica seu alicerce se torna vitoriosa. Essa é a regra de ouro.” Esse é o ensinamento sobre liderança do meu venerado mestre. Quando o mundo se torna confuso, deve-se valorizar o alicerce. Deve-se ampliar a amizade e conquistar de forma estável a confiança no local em que se encontra agora, com a família e os parentes, no trabalho ou em seu bairro. Embora possa parecer uma ação discreta, esta é a mais precisa força para edificar a sua felicidade junto com a de outras pessoas.8 A grande luta do bem contra a ação das maldades, que se manifestam, por exemplo, como egoísmo, negatividade e conformismo, acontece no interior da vida de cada ser humano e se evidencia na forma de conflitos, guerras, destruição ambiental, problemas sociais ou epidemias. Portanto, agora é o momento de fortalecermos “nossos alicerces” para vencer esta batalha. Empregando o tripé “fé, prática e estudo”, cultivamos elevada condição de vida que nos permite manifestar sabedoria, energia vital e empatia humanística em nossas atitudes. Esse comportamento irradiará esperança e alegria para as pessoas ao nosso redor, bem como para as organizações de base da BSGI, famílias, empresas, escolas, círculos de amizade e, por fim, para nossa nação e o mundo. Nesse sentido, nosso mestre enfatiza nossa missão como budistas: Em uma sociedade fria, de alienação e de ansiedade, desejamos expandir os laços de flores humanas, que incorporam harmonia na diversidade, tal como a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro, sem distinção entre pessoas pertencentes ou não à organização, por meio dos incentivos Soka resplandecentes de calorosos sorrisos. (…) Unidos ao buda Nichiren Daishonin e aos preciosos amigos de todo o mundo, vamos decidir juntos a reverberar a canção triunfal do respeito à dignidade da vida e o hino da revolução humana, bradando o rugido do leão da justiça e do humanismo com coragem, e ativando plenamente as divindades celestiais do grande universo.8 O novo ano que se inicia traz desafios, mas também incorpora inúmeras possibilidades para nos desenvolver e contribuir efetivamente para a solução das questões que afligem nossa família, comunidade e a sociedade. Pondo em prática o espírito de unicidade de mestre e discípulo, e em harmonia de “diferentes em corpo, unos em mente” com os demais membros da BSGI, vamos criar as causas para bradar de forma triunfante ao final deste significativo 2023: “Eu venci! Nós vencemos!” Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.626, 14 jan. 2022, p. 6. 2. Idem, ed. 2.280, 20 jun. 2015, p. B4. 3. Idem, ed. 2.243, 13 set. 2014, p. B2. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666, 2020. 5. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 32, 2017. 6. IKEDA, Daisaku. Brado da Vitória. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 91, 2019. 7. Brasil Seikyo, ed. 1.292, 15 out. 1994, p. 3. 8. Idem, ed. 2.626, 14 jan. 2022, p. 6. 9. Idem, ed. 2.627, 28 jan. 2022, p. 5. Ilustração: GETTY IMAGES
26/01/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
As comunidades da Soka Gakkai são a fonte de energia para encorajamentos. Ao elogiarem os desafios uns dos outros, a alegria se multiplica, e brota a coragem de avançar. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 22 de janeiro de 2023.
26/01/2023
Especial
BS
“O sol ilumina todas as pessoas”
Trechos do discurso proferido na Convenção Comemorativa do 32o Aniversário do Movimento pelo Kosen-rufu no Rio de Janeiro e no Minifestival do “Carnaval da Cultura Soka”, realizados no Centro Cultural do Rio de Janeiro, no dia 13 de fevereiro de 1993. Uma pessoa comentou que “Não existe outro lugar do mundo onde valorosos seres humanos e autênticos herdeiros estão se desenvolvendo satisfatoriamente como no Rio de Janeiro e em toda a BSGI”. Tenho plena certeza de que no Brasil já se formou um manancial de jovens brilhantes e capazes e, assim, a grande correnteza do kosen-rufu está aumentando caudalosamente a cada dia. Quero louvá-los do fundo do meu coração pela dedicação com que vieram desenvolvendo seus filhos como brilhantes jovens de grande valor em prol do kosen-rufu. Este fato é a mais nobre comprovação da grandiosa vitória da DF do Brasil. * * * Qual é o objetivo da vida? É a felicidade. Tanto na prática do budismo quanto na vida em sociedade o objetivo é conquistar a felicidade. Nichiren Daishonin afirma: Nichiren Daishonin escreveu: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo. O sutra [Sutra do Lótus] diz: ‘...onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos”.1 Podemos dizer que “felizes” indica viver com toda a liberdade, e “tranquilos” quer dizer desfrutar inteiramente as alegrias da vida. Quando se possui forte energia vital e abundante sabedoria, vencemos prazerosamente as mais diversas dificuldades da vida, como um surfista aproveita os desafios desse esporte, ou como um alpinista desafia íngremes montanhas pelo prazer em escalá-las. Daishonin afirma que “não há felicidade maior do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo” porque a Lei Mística é a fonte básica da energia vital e da sabedoria. * * * Quando possui “sabedoria” e “energia vital” originadas da autêntica prática do budismo para si e para os outros, a pessoa torna-se capaz de conduzir toda a sua vida para uma direção melhor, cada vez mais sólida. Isto não é ilusão — é vitória e mais vitória que ocorrem realmente. O verdadeiro sábio praticante budista é aquele que consegue conduzir a si mesmo nesse ritmo. * * * A felicidade absoluta é aquela que emana de dentro de si mesmo, não se altera com o passar do tempo, continua eternamente e não é influenciada por qualquer circunstância externa da vida. Não é algo temporário como posição social, fama ou fortuna. É uma posição na vida em relação à Lei que se alcança com base nessa Lei. Essa postura de vida torna-se eterna junto com a Lei, permitindo viver como eternos “soberanos da vida”. Existem pessoas que dizem: “Mesmo estando doente ou pobre, se pensar que é feliz, é feliz”. Embora exista essa forma de pensar, que raramente é real, de nada adianta se for mero conformismo. * * * Trechos de incentivos proferidos na Conferência dos Representantes da BSGI do Rio de Janeiro, no dia 10 de fevereiro de 1993 Os senhores, do Rio de Janeiro, vieram se empenhando com muita diligência e coragem. (...) Por todas as lutas, são realmente dignos de serem chamados de Josho Rio (Rio de Contínuas Vitórias). Gostaria de louvar a todos do fundo do meu coração. Meus sinceros parabéns! * * * O presidente Makiguchi orientava frequentemente dizendo: “No mundo, existem basicamente três tipos de pessoas: (1) aquela cuja presença desejamos; (2) aquela cuja presença ou ausência nos é indiferente; (3) aquela cuja presença é prejudicial, problemática e indesejável”. Devemos ter a mais correta postura e a atitude do verdadeiro praticante do budismo. Isso significa que devemos nos tornar uma pessoa respeitada, confiada e amada por todos, tanto na família e no local de trabalho como também na sociedade, além de ser uma pessoa necessária e indispensável. O fato de os senhores se tornarem imprescindíveis em diversos locais da sociedade brasileira é a comprovação da força da prática religiosa que realizam diariamente, e aí se encontra o avanço do kosen-rufu. No topo: Convenção Comemorativa do 32o Aniversário do Movimento pelo Kosen-rufu no Rio de Janeiro realizado no Centro Cultural da BSGI do Rio de Janeiro (13 fev. 1993) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013 Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2012. Foto: Seikyo Press
26/01/2023
Encontro com o Mestre
BS
O infinito poder da recitação do Nam-myoho-renge-kyo
Fortaleça sua fé mais do que nunca. Nessa eventualidade, seu falecido pai com certeza atingirá o estado de buda. E se isso acontecer, ele sem dúvida virá e o manterá fora de perigo. Nesse momento, tudo ocorrerá exatamente como você deseja.1 A Fonte de Boa Sorte de Aniruddha Nichiren Daishonin ensina a um jovem discípulo, que se esforçava corajosamente na fé em meio às adversidades, sobre a iluminação de seu falecido pai e a proteção de sua família. Recitar Nam-myoho-renge-kyo com o juramento de nos devotar ao kosen-rufu representa o maior oferecimento que podemos fazer em memória daqueles que faleceram. A boa sorte e o benefício que acumulamos em virtude disso também se estenderão à nossa família, aos amigos e a outros com quem compartilhamos um vínculo. Recitar Nam-myoho-renge-kyo com esse espírito constitui o modo mais livre e poderoso de conferir benefício aos falecidos. Também nos habilita a alcançar a ampla condição de vida de eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza, na qual tanto a vida como a morte são impregnadas de alegria. Publicado no Seikyo Shimbun de 20 de março de 2020. No topo: Na foto tirada pelo presidente da SGI, Daisaku Ikeda, árvores revelam as cores do outono que contrastam com um céu azul ao fundo (Quioto, Japão) Nota: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 566.
26/01/2023
Encontro com o Mestre
BS
Constituir uma boa família é o primeiro passo para formar uma boa sociedade
Adoro as expressões “família em crescimento” e “família criativa”. O lar nada mais é que o ponto de partida da tranquilidade e da esperança, e é a base da paz e da felicidade. É o núcleo para o revivescer da vida diária e da vitalidade. É a conexão para criar o avanço e a perfeição, e é o castelo da harmonia e do desenvolvimento. Mesmo na família, sem o sentimento de consideração mútua, de coração a coração, não é possível aprofundar as conexões. A verdadeira felicidade do ser humano se encontra na valorização dessas conexões por toda a vida, desejando e cultivando mutuamente a felicidade. Uma boa família cria um bom ser humano, e um bom ser humano haverá de contribuir positivamente para a sociedade. O esforço para criar a “casa do ser humano”, interligada de coração a coração, é em si o primeiro passo para edificar uma sociedade onde as pessoas possam viver como seres humanos. Quando uma única pessoa se torna o sol, seus raios iluminam o lar e a família. Essa boa sorte e virtude envolvem até os filhos e netos. Não há nada com que se preocupar. Basta que se torne o protagonista da harmonia familiar. Se expandir sua condição de vida, certamente se concretizará a harmonia. Na educação familiar, que segue a mais elevada órbita da vida chamada relação de mestre e discípulo Soka, jamais haverá impasse. Nessa família aberta resplandece um futuro de infindável esperança, harmonia e vitória. No topo: O vermelho dos tijolos do antigo castelo destaca-se no azul do céu límpido. Lá longe avista-se um avião com suas asas prateadas. Ikeda sensei registrou esta foto no Centro Cultural Geral Taplow Court, em Londres, Inglaterra, em junho de 1994. Por ocasião dessa visita à Inglaterra, Ikeda sensei expressou: “Quem engrandece solenemente o castelo do kosen-rufu é a pessoa que dignifica a própria vida. É alguém que edifica o castelo dourado na própria vida, e constrói o indestrutível castelo da virtude e da boa sorte”. O castelo da vitória da nossa vida foi construído com o corre-corre e a luta ao longo deste ano. Aos companheiros e familiares que nos apoiaram neste avanço, vamos lhes transmitir palavras de gratidão. Afinal, “O que importa é o coração”.1 Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 267, 2017. Publicado no Seikyo Shimbun de 18 de dezembro de 2022.
26/01/2023
Especial
BS
Uma amizade, um mestre, um futuro
Elas se conheceram na adolescência. Era 1991. Kassia, membro da Soka Gakkai desde os 7 anos, chega ao Rio junto com a mãe, Maria de Fátima de Sousa, recém-separada do marido. Vieram morar com a avó de Kassia na Comunidade dos Guararapes, no mesmo bairro da casa do Dr. Austregésilo de Athayde, então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Kassia, com 12 anos, logo fez amizade com Ana Maria, 11. A mãe de Ana trabalhava na casa do Dr. Athayde havia alguns anos, como arrumadeira. Os anos seguintes, 1992 e 1993, criam o pano de fundo para uma convivência das famílias e de bastidores memoráveis dos momentos vividos no período da visita de Ikeda sensei ao Brasil. Acompanhe. Assim que fizeram amizade, as duas meninas não mais se separaram. Kassia fala sobre o budismo para a nova amiga. “Eu não sabia do que se tratava, mas sentia que aquilo falava com meu coração. Minha mãe dizia que tínhamos outra religião, e não aceitou de imediato”, relembra Ana Maria. “Mas nossas famílias ficaram bem próximas”, esclarece. Iniciam-se os preparativos para o festival da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, conhecida popularmente como Eco-92, que envolvia os membros cariocas. E na sequência se deu início ao livro que o Dr. Athayde escreveu com o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, Diálogo — Direitos Humanos no Século 21. O depoimento era tomado aos sábados por um grupo de líderes. O Dr. Athayde ansiava por conhecer também pessoas comuns da organização. Foi quando a mãe de Ana lhe informou sobre as novas amigas budistas. Logo ele quis conhecê-las. Assim, tornaram-se constantes as visitas à casa do Dr. Athayde. “Ele queria dialogar. Às vezes, pedia para eu recitar daimoku. E nos levava a eventos da ABL e a outros. Ele apoiava e desejava muito a vinda do Mestre ao Brasil”, fortalece Maria de Fátima, mãe de Kassia, emocionada com as preciosas lembranças que guarda no coração. Fevereiro de 1993 — período tão aguardado, em que sensei chegaria ao Rio. As meninas não se esquecem de quando Dr. Athayde retornou: “Nunca tinha visto um sorriso daquele”, diz Kassia. “Estava eufórico por ter finalmente se encontrado com Ikeda sensei”, frisa Ana. A partir de então, diariamente, ele separava um tempo para conversar com elas. Incentivo e proteção Num desses diálogos, “Ele me dizia para eu seguir o caminho junto com o Mestre, pois era o mais justo e correto para minha vida”, ressalta Ana Maria. E Kassia concorda: “Ele falava com entusiasmo sobre o budismo, desejando o nosso melhor”. Na época da visita de Ikeda sensei, elas foram surpreendidas com oferecimento de um colar e um juzu (rosário budista). “O Mestre sabe de tudo”, reflete Kassia. Ana revela: “Foi um incentivo para que eu não desistisse”. O Dr. Athayde faleceu em setembro daquele ano. O tempo segue e os desafios na vida das “meninas” se intensificam, vencidos com base na prática da fé. Mais tarde, constituem família. O Mestre, protegendo-as sempre. Há dois anos, nova surpresa para Kassia e Ana Maria, citadas na mensagem enviada pelo presidente Ikeda em 2020, por ocasião da comemoração dos 69 anos da Divisão Feminina (DF): Este ano marca 25 anos do lançamento do meu diálogo com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, intitulado Direitos Humanos no Século 21. No diálogo, há dizeres inesquecíveis do Dr. Athayde. Ele declarou: “Agora mesmo posso dar um exemplo digno de ser considerado de ‘comunhão nos sofrimentos’ e de ‘devoção’. Duas pequenas jovens ainda impúberes que trabalham em casa me comunicaram sua adesão à BSGI” (p. 80).1 Os olhos sábios do Dr. Athayde perceberam com perspicácia que “os mais altos valores que irão, sem dúvida, determinar a vida comum da humanidade”2 pulsam no movimento popular da SGI. Kassia relembra: “Um filme passou em minha mente. Na mensagem, ele fala do orgulho do nosso ingresso na Gakkai (informação citada no livro, embora eu já fosse membro desde os 7 anos). E nos presenteou novamente com um novo juzu. Desta vez, a emoção foi maior. Não era mais a jovem de 14 anos [1993], mas de 40. “‘Vença com muito mais daimoku’, assim eu senti”, emociona-se. Por sua vez, Ana reflete sobre a alegria da vitória: “Pude realizar o sonho de receber meu Gohonzon em 2001, para mim e minha mãe. São longos anos, nos quais sinto a força de Ikeda sensei no meu coração”. Hoje, elas atuam na organização carioca, com os familiares e companheiros dos núcleos de base. Kassia Sousa do Amaral, 43 anos, é vice-responsável pela Divisão Feminina (DF) de distrito, e Ana Maria Silva Farias, 42, é responsável pela DF de comunidade. Maria de Fátima, mãe de Kassia, é conselheira de bloco. Ao final, “as meninas” Kassia e Ana falam de suas expectativas: “Renovamos a decisão feita em 2020, de romper os limites e pôr em ação toda a gratidão a Ikeda sensei. Ele enxergou em duas meninas um futuro que nós mesmas nem tínhamos ideia. E nos protegeu e nos deu o sonho. Esse é o Mestre. Muita gratidão”. No topo: Kassia, à esq., e Ana Maria O aguardado encontro entre o presidente Ikeda e o Dr. Athayde Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.518, 6 jun. 2020, p. 17. 2. Ibidem. Fotos: Seikyo Press / Arquivo pessoal
26/01/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas Significativas de Fevereiro
5 Aniversário da Campanha de Fevereiro do Distrito Kamata (1952) 9 Quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil (1993) 11 Nascimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda (1900) 16 Nascimento do buda Nichiren Daishonin (1222) 18 Inauguração do Centro Cultural Campestre da BSGI (CCCamp), Itapevi, SP (1990) 19 Terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil (1984) 21 Inauguração do Auditório Presidente Ikeda [atual Auditório da Paz], SP (1987) Aniversário do poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas (1987) 26 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI, Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP (1984) 27 Dia da Divisão Feminina da BSGI (1993) Aniversário da Sra. Kaneko Ikeda (1932) Fundação da Divisão dos Universitários (DUni) da BSGI (1984)
26/01/2023
Especial
BS
Legado eterno que impulsiona a BSGI para o futuro
Quando o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, desembarcou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, em 9 de fevereiro de 1993, começou a ser delineada ali uma nova BSGI. Passados nove anos desde a sua visita anterior, em 1984, a organização já havia alcançado um grandioso desenvolvimento com amplo reconhecimento aos seus esforços por parte da sociedade brasileira. As três primeiras visitas de Ikeda sensei ao Brasil, no entanto, foram caracterizadas por um verdadeiro desbravamento, o abrir do caminho do kosen-rufu com a vitória sobre inúmeras dificuldades. Em 1960, o presidente Ikeda veio ao país plantar a semente do Budismo de Nichiren Daishonin e da organização em sua primeira viagem para fora do Japão. Mesmo com o risco devido à saúde fragilizada, cravou aqui a pedra fundamental da amada BSGI sob o brado: “Contudo, eu irei!”. Na segunda visita, em 1966, a situação política brasileira estava conturbada com a instauração do regime militar em 1964. Nos eventos públicos, Ikeda sensei e comitiva foram acompanhados por agentes da polícia, e alguns jornais brasileiros chegaram a publicar artigos com informações completamente distorcidas com relação à Soka Gakkai. Uma terceira visita estava programada para 1974, mas não se concretizou, entristecendo profundamente os integrantes da BSGI. As lágrimas foram convertidas em decisão, esforço e superação, até que, em 1984, finalmente Ikeda sensei veio ao Brasil, num encontro emocionante e histórico com os membros. A quarta visita, em 1993, consagrou o reconhecimento de autoridades e personalidades do país, como Austregésilo de Athayde, da Academia Brasileira de Letras (ABL), à obra monumental do presidente Ikeda pela paz e felicidade da humanidade. Também foi o momento em que a família BSGI sentiu o coração bater forte junto com o do Mestre, vislumbrando um brilhante futuro. Passadas três décadas daqueles memoráveis eventos, a BSGI dedica-se a comprovar a denominação de “Monarca do Mundo” recebida do presidente Ikeda, e alça novos voos rumo aos seus setenta anos de fundação e ao centenário da Soka Gakkai em 2030. Com os jovens sucessores na vanguarda, é hora de os discípulos Ikeda cristalizarem os anseios do Mestre, contribuindo para construir, dia a dia, uma verdadeira civilização humanística. No topo: Austregésilo de Athayde, então presidente da Academia Brasileira de Letras, recepciona calorosamente Ikeda sensei em sua chegada para a quarta visita ao Brasil (Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, 9 fev. 1993) Foto: Seikyo Press
26/01/2023
Editorial
BS
“O que eu posso fazer agora?”
Apesar de não saber uma palavra em português, Kohno e sua família partiram do Japão no início dos anos 1960 para se instalar no Rio de Janeiro, por causa do trabalho dele. Antes de deixarem sua terra natal, encontraram-se com Ikeda sensei, que contou a eles sobre a sua primeira visita ao Brasil e lhes disse que a cidade onde passariam a morar não tinha membros da Soka Gakkai. Então, eles também tinham a missão de realizar o kosen-rufu naquele local como pioneiros. A primeira estratégia adotada pelo casal Masatada e Misako Kohno para ensinar o budismo para as pessoas foi falar com outros imigrantes ou descendentes, com quem conseguiam naturalmente se comunicar em japonês. Alguns desses amigos chegaram a se converter, mas, como estavam no Brasil a trabalho, quando seus contratos acabavam, eles retornavam ao Japão. Masatada e Misako se deram conta de que se continuassem limitados a se comunicar apenas com aqueles que falavam japonês não alcançariam um avanço real do kosen-rufu. Precisavam fazer algo novo, afinal, “se ficassem repetindo a mesma coisa todos os dias não poderiam construir um futuro promissor”. Quando se encontraram com Ikeda sensei no Brasil, em 1966, ele os incentivou: É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu. Essa atitude equivale às frases “Mai-ji-sa-ze-nen” e “Mi-zo-zan-pai” que constam no capítulo “A Extensão da Vida” (Juryo) do Sutra do Lótus. De toda forma, a contínua luta em prol do kosen-rufu é uma sublime atuação como emissários do Buda e é o caminho direto para a felicidade absoluta.1 Assim como o Mestre os ensinou, diante dos desafios em expandir o nosso movimento pela felicidade das pessoas em nossa comunidade, devemos nos perguntar constantemente “O que eu posso fazer agora?”, “Como devo atuar no dia de hoje?”. No Encontro com o Mestre desta edição, Ikeda sensei orienta sobre a nossa missão: Em uma sociedade fria, de alienação e de ansiedade, desejamos expandir os laços de flores humanas, que incorporam harmonia na diversidade, tal como a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro, sem distinção entre pessoas pertencentes ou não à organização, por meio dos incentivos Soka resplandecentes de calorosos sorrisos.2 Este Brasil Seikyo começou com uma história do início do kosen-rufu no nosso país para abrir as reflexões desta edição que introduz as matérias comemorativas dos trinta anos da quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1993. Esperamos que cada incentivo o conduza a encontrar as respostas para a pergunta “O que eu posso fazer agora?” rumo ao triunfo do ano e à expansão do budismo. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana, v. 11. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 28. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.627, 28 jan. 2023, p. A5.
26/01/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Transformar a tristeza em alegria e comprovar diariamente
Parte 45 Nessa visita ao Havaí, além de se encontrar e de dialogar com o governador George Ariyoshi, Shin’ichi Yamamoto participou de atividades como a Convenção do Havaí e se empenhou de corpo e alma em sua luta para incentivar os membros e promover intercâmbios pela paz. Depois, passou por São Francisco, Washington e chegou a Chicago em 10 de outubro. Ele estava firmemente decidido a se encontrar com o maior número possível de membros em local que fosse e dedicar todas as suas forças para incentivá-los. Shin’ichi participou das convenções comemorativas dos vinte anos do kosen-rufu dos Estados Unidos em cada localidade, visitou as sedes regionais e ainda compareceu a atividades como conselhos de líderes. E sempre que o tempo permitia, mesmo por pouco, aproveitava para realizar visitas familiares. Em São Francisco, confraternizou-se com 3.500 membros que se reuniram na convenção. Foi também até o Telegraph Hill onde está a estátua de Cristóvão Colombo, local que visitou em sua primeira viagem aos Estados Unidos. Lá, tirou foto comemorativa com membros representantes e juntos reconfirmaram a nova partida do kosen-rufu norte-americano. Na convenção comemorativa em Washington, incentivou 4 mil membros presentes. E no conselho superior realizado no dia seguinte, citou o “farto banquete de um rei”1 que consta do Sutra do Lótus e orientou: — O “farto banquete de um rei” é uma alegoria que compara a grandiosidade do Sutra do Lótus a um banquete de um rei, repleto de iguarias raras e deliciosas. Podemos dizer que é a extraordinária condição de vida de plena satisfação e realização que nós, que chorávamos de infelicidade, alcançamos ao nos encontrarmos com o Gohonzon, nos empenharmos na prática e conquistarmos imensuráveis benefícios. Por outro lado, por mais que a mesa esteja farta de iguarias, se as pessoas ali se hostilizarem, esse será um “banquete dos asura”; se estiverem movidas por avareza ou insaciedade, será um “banquete dos espíritos famintos”; e se forem pessoas tramando para enganar ou prejudicar as outras, será um “banquete dos infernos”. Todos nós nos reunimos e oramos com coração puro, desejando o kosen-rufu mundial e a felicidade de todas as pessoas. Portanto, tenham a convicção de que, de modo mais amplo, nossas atividades e reuniões do dia a dia correspondem ao mais nobre e rico “farto banquete de um rei”. No Sutra do Lótus também existe o termo “flores humanas”. Podemos dizer que é uma expressão que exalta a beleza das pessoas que, iluminadas pela luz da Lei Mística, avançam entusiasticamente rumo ao kosen-rufu. Essas flores resplandecem de alegria, exalam benefícios, espalham o perfume da felicidade para as pessoas e recebem o momento do seu esplendor, que é a plena realização da vida. Gostaria que avançassem com o orgulho de “Eu sou uma flor humana”. Parte 46 Em Chicago, cidade visitada logo após a ida a Washington, DC, foram realizados o Festival Cultural de Chicago e a Convenção Comemorativa, contando com a participação de 5 mil membros que se reuniram alegremente no Medinah Temple da cidade, no dia 12. Ao pensar que vinte anos atrás, quando Shin’ichi Yamamoto visitou pela primeira vez a cidade, a quantidade de membros era de pouco mais de uma dezena de pessoas, sentia-se a chegada de uma nova era. No festival cultural, o que tocou seu coração em especial foi a apresentação de Sachie Perry e seus sete filhos. Ela foi atingida pela bomba atômica em Hiroshima quando tinha 14 anos. Em 1952, casou-se com um militar americano e se mudou para os Estados Unidos. Contudo, o que aguardavam eram o alcoolismo e a violência do marido, as dificuldades financeiras, a delinquência dos filhos, a parede do idioma, a discriminação e o preconceito. Ela trabalhou desesperadamente para criar os sete filhos. A localidade em que a família morava era palco constante de confrontos raciais e disputas de poder, e o marido a fez carregar arma de fogo para sua proteção. Diariamente, ela vivia amargurada em sofrimentos e trêmula de medo. Certo dia, ela ouviu a respeito do budismo por intermédio de uma mulher oriental que morava perto de sua casa e iniciou a prática budista. Era ano de 1965. A chama do seu coração ardeu diante dos incentivos que afirmavam que ela conseguiria ser feliz sem falta. Mais que qualquer outra coisa, ela queria transformar seu destino. Ao recitar daimoku, sentiu a coragem emergindo de sua vida. E ao estudar o budismo, aprendeu que, como bodisatva da terra, possuía a missão de ensinar a Lei Mística aos norte-americanos e comprovar a felicidade tanto de si como dos demais ao redor. Quando se descobre o verdadeiro significado de sua existência, a vida revivesce. Utilizando seu pouco vocabulário do inglês, ela começou a propagar o budismo. O carma negativo se manifestou como ondas bravias e a assolou. A filha caçula ficou doente e teve de passar por várias cirurgias. O alcoolismo do marido e as dificuldades financeiras persistiam. Contudo, ela tinha se tornado uma pessoa que encarava resolutamente os sofrimentos, tendo como base a fé. Estava decidida a não ser derrotada por nada. Os sete filhos também passaram a se empenhar na fé, e formaram uma banda para ajudar no sustento da casa, e depois atuaram profissionalmente. Embora lutando contra o seu carma, sentia esperança e alegria no dia a dia. Ela contou sua história de vida no palco do festival cultural. É por meio do relato de experiência do “revivescer” de cada pessoa que se comprova a veracidade da Lei universal. Parte 47 No Festival Cultural de Chicago, Sachie Perry seguiu apresentando seu relato de experiência que escreveu como se fosse uma carta para Shin’ichi Yamamoto: — Querido Yamamoto sensei! Quando iniciei minha prática do budismo, levava meus dias agoniada e prostrada diante das dificuldades da vida, sem autoconfiança, sem coragem e sem qualquer aspiração. Quando pensei que não havia outra forma de conquistar a felicidade a não ser por meio desta fé, eu me esforcei com todas as forças na propagação do budismo. A história da família foi projetada por meio de slides. Com a voz estremecida pela emoção, ela bradou: — Sensei! Agora conquistei a harmonia familiar e me tornei muito feliz! Meus filhos se desenvolveram de maneira admirável. Vim orando para que o senhor pudesse vê-los um dia. Esses são os meus filhos! Os holofotes do palco iluminaram os sete filhos dela. A apresentação musical se iniciou, e os filhos cantaram e tocaram instrumentos acompanhando o ritmo suave. Nos olhos da mãe brilhavam as lágrimas. Essas vozes eram o canto que anunciava o alvorecer da esperança e a melodia era o compasso da alegria da felicidade. Shin’ichi aplaudiu efusivamente essa apresentação que representava o drama da vitória dessa família. A paz do mundo se inicia a partir da revolução humana e da transformação do destino de uma única pessoa. Na harmonia e na felicidade de uma família se encontra a verdadeira imagem da paz. Ele compôs e ofereceu diversos poemas de incentivo aos participantes. E representando a família Perry, Shin’ichi ofereceu ao filho mais velho o seguinte poema: Canção da mãe. Resplandeça orgulhosamente. Filhos monarcas. Os filhos herdaram as aspirações da mãe e se desenvolveram como líderes da sociedade e também do kosen-rufu. Por exemplo, a filha caçula Ayumi, que tinha saúde frágil e vivia doente, mesmo em meio às dificuldades financeiras, conseguiu se formar na faculdade, trabalhar com educação, fazer pós-graduação e concluir o doutorado. Ela se engajou como líder dos educadores e de empresas e organizações, e também atuou em programas de desenvolvimento de “valores humanos” como de funcionários das Nações Unidas. Na SGI-Estados Unidos, ela se tornaria coordenadora nacional da Divisão Feminina. Vinte anos do kosen-rufu dos Estados Unidos — com o Budismo Nichiren, que elucida que todas as pessoas estão igualmente dotadas da vida do Buda, o novo sonho americano gerou frutos e fez desabrochar muitas “flores humanas” de felicidade. Parte 48 A convenção comemorativa foi realizada na sequência, logo após o Festival Cultural de Chicago. Na ocasião, o diretor-geral da SGI-Estados Unidos apresentou a proposta de Shin’ichi Yamamoto: “Que tal realizarmos o Festival cultural da Paz Mundial em Chicago no ano que vem?”. Ao consultar os participantes, houve uma grande salva de palmas em concordância. Em suas palavras de cumprimento, Shin’ichi falou sobre a importância do estudo do budismo e enalteceu que todos deveriam se dedicar ao exercício budista sempre com base nos escritos de Nichiren Daishonin. Se cada um for levado por opiniões próprias, não será possível criar a união. Contudo, se sempre retornassem para os escritos, então conseguiriam se unir em um só coração. Os exemplos para nossa conduta como seres humanos encontram-se exatamente nos princípios do budismo. Shin’ichi, que frisou a importância do estudo aprofundado do budismo, explanou o Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente para líderes representantes na manhã do dia 13, dia que partiria de Chicago. Enquanto esperava o horário da partida do seu voo no aeroporto, explanou o escrito Abertura dos Olhos para os líderes e orientou sobre o modo de ser de um praticante budista. Uma condição indispensável a um líder é a ação proativa de tomar a iniciativa e dar o exemplo. Ao chegar a Los Angeles, Shin’ichi seguiu para a cidade de Santa Mônica e participou de uma reunião de gongyo e de uma conferência da amizade de representantes da SGI no Centro Cultural do Mundo. E na noite do dia 17, participou da 1a Convenção da SGI, onde se reuniram 15 mil representantes de 48 países e territórios. A atividade foi realizada no Shrine Auditorium da cidade de Los Angeles, uma majestosa construção histórica onde já havia sido palco de eventos como a entrega do Oscar da Academia de Cinema. Para essa convenção, foram recebidas mensagens de congratulações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU); de congressistas e senadores norte-americanos; de governadores de vários estados, como Califórnia e Nova York; de prefeitos de diversas cidades, como Los Angeles e Detroit; e de pessoas ligadas a universidades, como o reitor da Universidade de Minnesota. Nessa ocasião, Shin’ichi apresentou o poema que recebeu do seu venerado mestre, Josei Toda, em julho de 1953: Como a figura do grande pássaro, percorrendo os céus, viva para sempre. Ele expressou sua decisão e seu sentimento de querer percorrer o mundo inteiro conforme essas palavras e de se dedicar até o fim em prol da propagação da Lei Mística. “É a partir de agora!” — seus olhos vislumbravam o resplandecente novo século iluminado pelo alvorecer da esperança. O personagem do presidente Ikeda, Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo como autor, Ho Goku. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.II, p. 442 Ilustrações: Kenichiro Uchida
26/01/2023
Livros
BS
O som da amizade
No mês de fevereiro, o Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, apresenta o livro Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade, que traz incursões profundas sobre temas ligados à história da humanidade, ao budismo, à música e ao seu poder em nossa vida. Nessa obra, os autores Daisaku Ikeda, Wayne Shorter e Herbie Hancock compartilham suas experiências, as convicções na prática budista, a relação de amizade e de respeito que possuem entre si e as analogias das particularidades da música com a nossa própria vida. Originalmente veiculado em série no jornal Seikyo Shimbun, publicação diária da Soka Gakkai no Japão, o diálogo foi compilado nesse livro que agora chega às mãos dos leitores. Herbie Hancock e Wayne Shorter são dois gigantes, mestres consolidados do jazz contemporâneo. Duas lendas vivas. São a própria história do jazz. Já tocaram com todos os grandes músicos dessa escola, criaram obras significativas e amplamente premiadas e, ao encontrarem a prática budista, ampliaram ainda mais seu compromisso com uma arte elevada e humanística. Daisaku Ikeda é um grande mestre do diálogo, pacifista que preside a Soka Gakkai Internacional (SGI), a qual possui representações em 192 países e territórios. E isso fica claro na conversa conduzida por ele. A partir daí, o diálogo é como “tocar de ouvido”. Ao se deleitarem com a leitura, os leitores sairão dessa experiência com o conhecimento não só do que é o jazz, mas da relação que ele tem com a própria vida. Saberão que, sem diálogo, não há possibilidade de criar nada relevante, além da descoberta de que, assim como na vida, a improvisação é a alma do jazz. E tudo lhes será entregue, naturalmente, como delicados e reveladores improvisos estendidos sobre o assunto. Da mesma forma que ocorre no jazz, o tema apresentado vai se desenrolando, ampliando, abraçando outros subtemas. Porém, ao final, retoma o tema original: a habilidade de criar valor, apesar das circunstâncias, mantendo a liberdade, a criatividade e a alegria. Ou seja, a habilidade de ultrapassar com alegria as dificuldades que nos são impostas. Os dois renomados jazzistas, Hancock e Shorter, depois da vivência com grandes mestres que tiveram na música, se encontraram com seu mestre da vida, Daisaku Ikeda, e estão dialogando com ele. A gratidão por esse encontro aflora em cada comentário. O diálogo, nesse contexto, é como uma apresentação musical com os músicos totalmente harmonizados em coração. Quando se inicia, “Cada momento que se desenrola requer concentração absoluta”. A entrega se dá de forma jubilosa. A essência da arte e da vida revela-se plenamente nesse diálogo ao nos mostrar que “A chave para atingir a excelência em qualquer empreendimento” é se desafiar, corajosamente, a seguir pela estrada menos percorrida; e que “Uma luz sublime não surge de uma vida definhada”. As páginas de Romper Barreiras oferecem a oportunidade de compreensão de como a vida e a arte são uma luta contínua pelo autoaprimoramento e pela criação de valor. Em meio à superação dos desafios e das perdas na trajetória dos músicos Herbie Hancock e Wayne Shorter, os leitores terão à frente incríveis descobertas de quanto a música, o budismo e a felicidade têm em comum, e seu coração deverá ser profundamente tocado por essa experiência. Você já conhece o CILE? O Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, brinda os leitores todos os meses com lançamentos de obras do Dr. Daisaku Ikeda e de vários autores que compartilham da filosofia do humanismo Soka. No mês de fevereiro, os assinantes do plano Diamante do CILE recebem com exclusividade o livro Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade. Garanta o seu! Assine até 31/01/2023 e receba o kit em sua casa! E as boas novas não param por aí! Agora, chegou o CILE Digital, para você ler direto no celular ou no computador. Uma inovação que vai transformar o mundo da leitura. Confira os planos de assinatura no portal. Foto: BS
26/01/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Vencer cada desafio gera vitalidade e alegria
O budismo é vitória ou derrota. Gosho Zenshu1 Em 3 de junho de 1963, Shin’ichi Yamamoto incentivou os membros na reunião de partida para líderes da Regional 1 de Tóquio. — (...) Espero também que os senhores criem a tradição de que serão sempre vencedores em todas as atividades. A vitória é sempre uma alegria e é a fonte de novas esperanças que proporciona dinamismo e vitalidade. Contudo, a derrota só traz desânimo e tristeza. (...) — Quando pretendemos vencer na atividade de conversão ou no comparecimento de membros de uma reunião, devemos estabelecer um claro objetivo, tomar uma firme decisão e iniciar a luta com fervorosa recitação do daimoku. Além disso, devemos atuar com perseverança, coragem e sabedoria para vencer a cada dia. As vitórias em cada tarefa diária se acumularão como boa sorte e produzirão grandes benefícios no futuro. Ao atuarmos dessa forma, aprendemos também a fórmula para vencer no curso da vida. Por outro lado, a convicção que formamos em nosso coração ao participar das atividades se manifestará como uma grande força para podermos superar as dificuldades da nossa vida. Nas escrituras consta que “o budismo é vitória ou derrota”.2 Isso quer dizer que a vida se resume a vitória ou derrota; não há meio-termo. Ou somos derrotados pelas maldades que tentam destruir nossa vida ou vencemos dignamente como seres humanos. Podemos dizer que a felicidade é uma luta que se inicia vencendo, antes de tudo, qualquer coisa, fraquezas como a covardia, o medo, a preguiça etc. A revolução humana significa vencer a si mesmo. A academia onde se exercita a revolução humana é o palco de atividades da Gakkai. (“Expansão”, p. 35-36) A voz executa o trabalho do Buda. Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente3 Para cada afirmação infundada, emita dez declarações sobre a verdade Em 28 de junho de 1963, em seu discurso na primeira convenção nacional do Departamento de Comunicação da Soka Gakkai, Shin’ichi abordou a predominância de reportagens maliciosas e distorcidas na sociedade e a importância da missão do novo departamento. Os verdadeiros defensores da liberdade de expressão são as pessoas comuns, ou o povo. Entretanto, na realidade, o povo japonês havia abandonado o direito de pensar e de se expressar, deixando também de defender sua dignidade. Nesse contexto, Shin’ichi considerava que a missão do Departamento de Comunicação era estimular o povo para a expressão verbal e escrita. A força de expressão é incalculável. Ela pode mudar a consciência das pessoas e até mesmo alterar o curso de uma época. Por esta razão, o poder que tenta dominar o povo manipula a força de expressão conforme seu interesse e usa a violência do castigo para excluir da sociedade as pessoas de boa consciência, lançando maldosos boatos na mídia para qualificar esses reformistas sociais de elementos perigosos, anormais e excêntricos. É uma estratégia usual para criar um clima de terror em torno desses líderes que procuram promover o bem-estar social. A Soka Gakkai veio sofrendo críticas da mídia por defender a abertura de uma era da aclamação do povo. E essa forma de violência pode ser combatida somente com a pena da justiça, movendo-a com vigor para corrigir as mentiras divulgadas na mídia. Caso contrário, será difícil conquistar a vitória do povo. Shin’ichi canalizou seus esforços no desenvolvimento dos integrantes do Departamento de Comunicação a fim de capacitá-los a promover discussões em defesa da verdade e do bem. (“Correnteza Pura”, p. 130-131) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 22 de maio de 2019.) Notas: 1. Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin], p. 1165. Cf. tradução realizada antes da publicação da Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. II, em português. Na versão atual, essa frase completa é: “O budismo se preocupa primordialmente com a vitória ou a derrota, enquanto a autoridade secular baseia-se no princípio de recompensa e punição” (p. 95). 2. Ibidem. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 4. Ilustração: Kenichiro Uchida
26/01/2023
Especial
BS
Nobre convite à felicidade
A coragem se transmite de uma pessoa para a outra. A comprovação real da prática da fé budista gera convicção, e a felicidade não cabe num só coração. Eis uma tradução livre da palavra shakubuku, ou seja, levar força e coragem às pessoas, mostrando o caminho da revolução humana. Talvez seja assim que você tenha ouvido pela primeira vez sobre Nichiren Daishonin e seus ensinamentos, os quais atravessam séculos e se constituem no modo de vida baseado na sabedoria, na esperança e na fé séria e comprometida. Esse é o budismo praticado na Soka Gakkai. Tudo tem um profundo significado e, nesta edição, que se avizinha a fevereiro, preparamos um estímulo para fazer do próximo mês um marco no desenvolvimento dos núcleos de base e de seus integrantes. Estamos falando da Campanha de Kamata, ocorrida em fevereiro de 1952, tendo o presidente Ikeda na vanguarda de um movimento que se propôs a mudar a realidade local. Kamata era o nome de um distrito da Soka Gakkai, no Japão, organização até então sem bons resultados. Quais foram as estratégias utilizadas? Veja no quadro abaixo alguns trechos de incentivos de Ikeda sensei, na época com 24 anos, que retratam bem a Campanha de Kamata. Guiado por seu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, ele fez acontecer. E agora, nós? Um movimento grandioso como esse, mesmo decorridas sete décadas, poderia passar em branco? Aquela centelha empolgou o Japão. Além disso, o método que o nosso mestre elucida vem sendo repetido milhões de vezes e confirma a fortaleza da Soka Gakkai Internacional (SGI), à qual pertencemos, com mais de 12 milhões de integrantes em 192 países e territórios. Brasil, 2023. Ainda vivenciando os resquícios da pandemia da Covid-19 e os desafios de incerteza social, cria-se uma oportunidade de dar vida ao direcionamento do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, exposto em sua Mensagem de Ano-Novo. Ele reforça: “Vamos vencer em todos os aspectos da nossa vida e, assim, irradiar a luz de felicidade e da esperança àqueles ao nosso redor”.1 Que possamos experimentar os resultados da prática da fé produzindo benefícios em nossa vida e na sociedade! Reescreva a sua história e de todos ao redor. Fevereiro está aí, o precioso convite à felicidade também. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.625, 31 dez. 2022, p. 3. DR. DAISAKU IKEDA Oração em primeiro lugar Orei com a máxima seriedade para manifestar a sabedoria para descobrir a melhor maneira de todos atuarem com disposição, extravasando o máximo potencial de cada um. Eu era o mais jovem entre os líderes do Distrito Kamata. E não teria a atenção de ninguém se, de forma arrogante, tentasse reunir a todos com intenção de orientá-los. Minha alternativa era me mover até as pessoas, encontrar-me e andar junto com elas, enfrentando os ventos gelados. Determinei me desafiar com total sinceridade, e fazer de cada reunião de palestra, de cada visita para orientação individual e de cada carta de incentivos meus principais campos de batalha. De um a um O kosen-rufu [movimento pela paz] se inicia pela revolução humana de uma única pessoa decidida. Isso faz a outra pessoa se levantar e esta, por sua vez, também faz uma terceira decidir e se levantar. Coragem chama coragem. A inviolável regra da expansão é criar uma corrente de decisões firmadas por uma pessoa, frente a frente com outra. Por essa razão, a condição necessária para um grande desenvolvimento do kosen-rufu é criar pessoas movidas pelo juramento. “Eu agi e andei junto com todos” Mesmo aqueles que até o momento não haviam falado sobre a prática do Budismo Nichiren na vizinhança ou recuavam alegando não ser capazes de conversar por ser novos na prática da fé se lançavam corajosamente a realizar o shakubuku. O desejo de dialogar com o amigo próximo ou com um conhecido criou um redemoinho de alegria para plantar a semente a “quem deseja ouvir a Lei” em todo o distrito e ninguém pôde precisar para quantas centenas de pessoas foi plantada essa semente. No final daquele mês de fevereiro, foi alcançado o inédito resultado de propagação para 201 novas famílias no Distrito Kamata. Cada pessoa conseguiu derrubar a própria “parede”. Ondas de vitória foram criadas por novas pessoas que manifestaram renovada energia num ambiente de união harmoniosa. No topo: Ilustração mostra presidente Ikeda em sua atuação no Distrito Kamata em fevereiro de 1952 Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.124, 24 mar. 2012, p. B1. Ilustração: Kenichiro Uchida
26/01/2023
Notícias
BS
Acolher e incentivar cada pessoa
A Comunidade Ribeira já iniciou 2023, “Ano dos Jovens e do Triunfo”, com grandes expectativas, após a reestruturação da liderança ocorrida no fim do ano. A forte união e o compromisso de “acolher e incentivar um a um os membros” se tornaram o foco de atuação, marca registrada no coração de todos. Essa organização de base da BSGI está localizada na Ilha do Governador, região administrativa da zona norte do Rio de Janeiro com quinze bairros e uma enorme bagagem histórica. Tradicionalmente área residencial, hoje apresenta características mistas, compreendendo ainda indústrias, comércio e serviços, incluindo o Aeroporto Internacional do Galeão. A Comunidade Ribeira pertence ao Distrito Jardim Guanabara, Sub. Leopoldina (CCSF). Essa localidade é composta pelo Bloco Zumbi, que se destaca pela alegria contagiante e felicidade de seus integrantes, e pelo Bloco Nova Vila Olímpica, pela calma e pureza de todos, segundo Márcia da Rocha Vieira, que atuou como responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade até dezembro de 2022. Assim como na maioria das localidades do Brasil, os membros também desafiaram o distanciamento social. Havia pessoas que não conseguiam se conectar às atividades on-line, porém a ação das lideranças foi imediata. Cultivando profundo senso de missão, elas deram início às visitas virtuais para “levar conforto e acolhimento a cada membro”, relembra Márcia. “O ponto forte do crescimento da comunidade são, sem dúvida, a união e o comprometimento de cada um em não deixar ninguém de fora”, diz Kátia Mamede, responsável pela DF do Bloco Zumbi. Todos os líderes — do bloco ao distrito — se envolvem nas visitas e atividades na base. A Sra. Alzira Costa Wanderley, conselheira da comunidade, fala com orgulho: “Sempre reforcei que as visitas são primordiais no fortalecimento dos blocos. Fazemos muitas”. O resultado vem na reunião de palestra. No Bloco Zumbi, por exemplo, essa principal atividade foi tomada por emocionantes relatos, abraços apertados e muita criatividade. Com o tema extraído dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS), “Seja a Pessoa Mais Feliz do Brasil” (BS 2.619, 24 set. 2022 ), dialogaram e levaram para casa plaquinhas com emojis de alegria, “Essa iniciativa foi para que pudessem visualizar a carinha e se lembrar de sorrir, caso surgisse, por descuido, a lamentação. Sempre temos o lado positivo de qualquer situação”, ressalta a líder Katia, que levou sua convidada à reunião, uma vizinha que conheceu no dia anterior. Tudo começa com a oração Na localidade, também fica mantido o “Daimoku da Segunda-feira”, às 19 horas, recitação conjunta do Nam-myoho-renge-kyo com o objetivo de transformar veneno em remédio. No período grave de pandemia, cada um fazia daimoku em sua residência, porém os responsáveis avisavam o início e término da oração pelo aplicativo de mensagem. Além disso, ao final, um líder compartilhava um incentivo do Mestre para que todos do grupo pudessem ouvir. Após a flexibilização da participação nas atividades, o daimoku começou a ser realizado, de forma presencial, toda segunda-feira de cada mês. “Não existe outra maneira senão orar e agir para cada membro com a convicção e o sentimento de imensa gratidão em cumprir o juramento junto com o Mestre!”, sela a responsável pela DF do Bloco Zumbi, Kátia Mamede. Estudo e diálogo Aprimorar a prática da fé é outro fator fundamental do desenvolvimento da localidade. Para o responsável pelo Distrito Jardim Guanabara, José Carlos Andradas, “Os diálogos e o estudo dos episódios da Rede da Felicidade publicados no Brasil Seikyo e no BS+ fizeram com que os membros manifestassem esperança para conquistar as vitórias”. Nice Bongiovanni, integrante da DF do Bloco Nova Vila Olímpica, demonstra sua gratidão por esses momentos de diálogo e de incentivos compartilhados, reforçando que “Não teria superado tantas adversidades se não fosse pelos incentivos e pelo carinho de todos, nos alegres encontros. Somos uma grande família!”, conclui. Vários relatos de vitórias na vida diária são compartilhados pelos membros, que, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, venceram o período de distanciamento. A decisão de manifestar o budismo na vida diária se mantém acesa no coração de todos neste significativo ano, para que possam avançar e comprová-lo na vida diária. “Agora é o momento de unir forças ainda mais”, afirmam as lideranças. Momentos de atividades e visitas de incentivos da comunidade carioca Fotos: Colaboração local
26/01/2023
Incentivo do líder
BS
Preparadas para a vitória?
O dia 27 de fevereiro de 1993 está eternizado na história da Divisão Feminina da BSGI. Era o aniversário da Sra. Kaneko Ikeda, esposa do presidente Ikeda. Nessa ocasião, o casal estava em terras brasileiras. Em sua imensurável benevolência e consideração, Ikeda sensei denominou 27 de fevereiro como Dia da Divisão Feminina da BSGI, dedicando esse sublime poema no quadro ao lado. Trinta anos depois, estamos comemorando esse acontecimento. Assim, desejo que todas as preciosas companheiras da Divisão Feminina recebam esta data com muita alegria e gratidão, renovando a decisão de juntas avançarmos corajosamente como “fujimbu do Brasil”, que recita “muito mais daimoku” e trilha uma existência feliz, conforme consta na mensagem enviada pelo nosso mestre em junho de 2022: (...) Continuem expandindo a rede de solidariedade da paz dos emergidos da terra em seu país, incentivando-se mutuamente em convivência harmoniosa, com a convicção de que em cada ação corajosa existe a grandiosa boa sorte. Por favor, sem exceção, trilhem decididamente uma existência feliz, abrindo e criando, de forma sábia, o dia a dia cheio de valor. Sei que são inúmeros os desafios, porém o poder da nossa prática e fé é ainda maior, não é mesmo? Neste início do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, como “rainha da felicidade” e “mãe do kosen-rufu”, quero convidar cada uma de vocês a apoiar a Juventude Soka para que seus jovens integrantes assumam a liderança com sabedoria e convicção. Protegendo e inspirando a todos e visualizando o 16 de Março, vamos vencer com força, alegria e coragem originadas da prática da fé! Uma vez que já estamos no movimento de visitas, vamos aproveitar a oportunidade e apoiá-los nas visitas em conjunto, incentivando as mães e enaltecendo a grandiosa e revigorante força dos jovens. Recentemente, Ikeda sensei relembrou um momento às vésperas de um Ano-Novo em que foi realizado o mochitsuki (o ato de bater a massa para o preparo do mochi usando um pilão) pelas pessoas.1 Em particular, eu me emocionei com o seguinte trecho: (...) Anos mais tarde, aquela mãe que me auxiliou no manuseio da massa de mochi naquela ocasião relembrou que a voz rítmica de todos lhe parecia um “brado de vitória”. E, com sorriso no rosto, ela contava que o próprio daimoku recitado diariamente de forma sonora era o “brado de vitória”. Nichiren Daishonin afirma: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão”2 e “Cada um dos senhores [discípulos de Nichiren] deve reunir a coragem do rei leão”.3 Nós possuímos o supremo ritmo da vida, chamado “unicidade de mestre e discípulo”, e a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, que não são obstruídos por nada. Por maiores que sejam as dificuldades, devemos lutar e ultrapassá-las com coragem unindo a força de todos em uníssono. E fazer reverberar o rugido do leão do daimoku, recitando o brado da vitória com enorme prazer. Vamos escrever juntas uma linda página em nosso diário, comemorando e eternizando também este 27 de fevereiro de 2023. Um carinhoso abraço, Meiry Hirano Coordenadora da Divisão Feminina da BSGI Quadro com poema dedicado às integrantes da Divisão Feminina do Brasil em 1993 com os dizeres: “São todas filhas do Buda, assim, todas são eternas rainhas da felicidade” Daisaku Ikeda Notas: 1. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.626, 14 jan. 2023, p. 4. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. Ibidem, v. II, p. 263, 2017. Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Reprodução
26/01/2023
Relato
BS
A melhor versão de si mesmo
Marlon Mitsunaga tem 25 anos. Suas principais lembranças de infância levam tempo e amadurecem como decisões de vida. Numa ponta, a impressão de ter nascido fora dos padrões normativos da sexualidade de crianças de sua idade. Na outra, a fortaleza sendo construída aos poucos, revestida de uma liberdade que experimentaria no tempo certo. De ser aceito e feliz plenamente da forma como é, fazendo essa comprovação irradiar para outros jovens, imersos talvez na mesma escuridão que lhe serviu de morada. Um processo transformador. Nascido e criado na periferia de São Paulo, Marlon vivencia perdas e se levanta com a determinação de transformar a realidade social, a partir da própria comprovação. Na organização, é o atual responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM M’Boi Mirim, hasteando alto a bandeira da juventude Soka na sociedade. A caminho do sonhado doutorado, ergue-se resoluto na contribuição efetiva para “Uma sociedade mais diversa, inclusiva e democrática”. Cada pessoa tem uma missão única, a própria individualidade e seu modo de vida. É importante reconhecer essa verdade e respeitá-la, assim ensina o budismo. Quando um jovem se levanta com nobre determinação, a humanidade sorri. Confira a jornada de Marlon. Jardim de valor O Budismo Nichiren está na minha vida desde criança, quando era levado pelas minhas tias para as atividades dos estudantes na Soka Gakkai. Momentos inesquecíveis. Fizeram com que eu pudesse construir importantes laços de amizade, os quais cultivo até hoje. A RM M’Boi Mirim, onde atuo como responsável pelos estudantes, abrange as regiões de Capão Redondo, Jardim Ângela e Jardim São Luís, bairros do extremo sul da capital paulista. Uma área urbana que nos anos 2000 foi reconhecida internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o “Triângulo da Morte”, a mais perigosa do mundo na época, por registrar a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes, em todo o planeta. Sinto a máxima responsabilidade de estar justamente vivendo ali. Nasci e cresci num desses bairros, o Jardim Ângela, local em que meus pais, professores de escolas públicas da localidade, se conheceram e construíram um turbulento relacionamento. Desde menino, então, pude me deparar com sofrimentos e superações profundas, dentro e fora da Gakkai. Isso me permitiu crescer nutrindo o compromisso social de transformar a realidade por meio da arte, da paz, da cultura e da educação, objetivos da nossa organização. Desafio e reconhecimento Sensações de inadequação, rejeição e ansiedade me atravessavam. Consigo nomear dessa forma hoje (depois de muito daimoku — a recitação do Nam-myoho-renge-kyo — e terapia), pois nem minha família, muito menos eu, conseguia entender o que eu sentia quando criança. Conforme fui crescendo, percebi minha atração por meninos (pronto, agora que serei rejeitado, acreditava nisso mesmo inconscientemente). Tinha medo de que me descobrissem e isso perdurou até os meus 17 anos, quando comecei a aceitar quem eu era. Apenas aos 21 anos consegui conversar abertamente sobre a minha sexualidade com a família, após assumir um namoro. Entender para transformar Nesse período, já cursava psicologia e percebi com mais profundidade que precisava cuidar do que sentia. Busquei ajuda e tive a boa sorte de encontrar uma médica que deu nome para a forte angústia que me acompanhava desde criança: transtorno de ansiedade generalizada. Iniciei o tratamento medicamentoso e a psicoterapia, que felizmente mantenho até hoje. Então, a médica solicitou uma série de exames gerais, e outros testes relacionados à minha vida sexual, o que não me deixou preocupado, pois sempre me cuidei, pensava. Entretanto, ao abrir os resultados dos exames, a surpresa: sou uma pessoa que convive com o HIV. Devido ao preconceito e à desinformação, parecia que minha sentença de morte estava dada. Na mesma hora, em meio ao choro e desespero, abri o oratório e iniciei a recitação de daimoku de forma completamente diferente. Reconhecendo a vulnerabilidade da vida, precisava fazer valer cada dia para transformar a realidade do meu território e construir “valor humano”. Ao entender na prática o significado de transformar carma em missão, vem a oportunidade de falar abertamente sobre ser uma pessoa que vive com HIV. Quando descobri meu diagnóstico, pensei que precisava lidar com isso sozinho, o que me causou ainda mais sofrimento. Desejo que dentro da Gakkai possamos criar um ambiente cada vez mais acolhedor para conversar abertamente sobre tudo. E construir juntos os caminhos para lidar com essas situações da melhor forma. Ao compartilhar o relato da minha vida, decido dar o primeiro passo. Creio, como Ikeda sensei, na força das palavras capaz de mudar o coração das pessoas. O Mestre nos encoraja dizendo que “A ‘arma’ da cultura de paz é a força das palavras que estimulam e promovem a mudança da vida das pessoas, chamada de revolução humana. A palavra é vida, é luz, é esperança”.1 Em busca de aprofundar meu diagnóstico, acabei descobrindo uma imunossupressão severa, apesar de externamente parecer bem. Encontro uma ótima médica, didática e acolhedora e inicio meu tratamento. Em menos de seis meses já não era possível detectar a carga viral em meu organismo nem transmitir o vírus a ninguém. Vale ressaltar que o acompanhamento que realizo é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo o nosso país referência internacional no tratamento do HIV e Aids. Com isso, estou vivo, saudável e cercado de pessoas que amo. Alicerces de vida Toda a prática da fé, o estudo do budismo e a atuação na Gakkai foram imprescindíveis para enfrentar esses meus desafios e a dar significado a cada acontecimento, sem ceder à lamentação ou à dúvida do caminho a seguir. Acredito, assim como Ikeda sensei pondera, que a felicidade não está em algum lugar distante além das montanhas. Ela está dentro de cada um de nós. Não em meio ao ócio e ao sossego. Está no dinâmico pulsar da vida de um “eu” que luta incansavelmente. De um “eu” que desafia os picos íngremes e avança, passo a passo. A melhor versão de mim mesmo. Perdas desafiam. No fim de 2019, meu pai falece aos 55 anos, vítima de alcoolismo. E, no início de 2020, ainda antes da pandemia, um de meus melhores amigos, de 21 anos, se foi, morto por afogamento no mar. Mas a maior dor ainda estaria por vir. No dia 6 de maio de 2021, minha irmã, aos 30 anos, falece por falta de vacina e consequentes complicações da Covid-19. Saudade que nunca cessará. Levantar-se e agir! É hora de me erguer. Reconheço em mim a possibilidade de desenvolver e participar de ações individuais e coletivas que contribuam para essa sociedade e para os ambientes em que coexisto. Exercer minha corresponsabilidade de maneira autêntica no contexto sócio-histórico em que estou inserido, sendo quem eu sou. E, dessa forma, incentivar outras pessoas a também assumir o protagonismo de sua vida. Tenho a boa sorte de hoje atuar como psicoterapeuta de jovens e adultos e como voluntário no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), com grupos de pesquisas, onde já iniciei projetos com o enfoque no meu doutorado e na contribuição para o conhecimento científico do meu país. Estou construindo a minha autonomia: moro sozinho, trabalho por conta própria, comprei neste mês meu primeiro carro. Tenho muito orgulho da minha família! Sou filho de uma “mãe Soka”, professora de escolas públicas, responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade e coordenadora do Núcleo Educacional Interlagos da CEduc da BSGI. Meu irmão e minha cunhada lideram a juventude Soka do distrito em que atuam. Meu namorado, simpatizante do budismo, é uma pessoa espiritualizada e comprometida com sua responsabilidade social. Na comunidade, somos abraçados por todos, em especial por uma família de membros venezuelanos que nos cerca de muito amor. Expandir e iluminar Eu busco me manter conectado a projetos sociais e educacionais que visam ampliar e democratizar o acesso à saúde, à cultura e à educação na “quebrada”. Todos esses princípios humanísticos que aplico em meu trabalho e na minha vida foram cultivados dentro da Gakkai. Ainda em 2022, no início de retorno presencial das atividades, a RM M’Boi, liderada pelos estudantes universitários, organizou o Movimento Acadêmico pela Paz. Uma atividade regada de emoção, convicção, amor e esperança, dentro do Centro Educacional Unificado Capão Redondo, local tão significativo para a região. Que vitória! E nossa caminhada não para por aqui. A juventude Soka da RM está lançando o objetivo de percorrer, em 2023, todas as fábricas e casas de cultura de nossa localidade — espaços públicos que estão abertos para nos receber e colaborar para a construção de uma sociedade mais diversa, inclusiva e democrática. Sei que, com isso, estamos criando condições para que, em breve, tenhamos nossa sede regional M’Boi, centralizando o movimento pela paz, o kosen-rufu, de toda a região. Estamos agora unindo forças na organização de base. O humanismo Soka está nos pequenos encontros, nas reuniões de palestra que são a força motriz da nossa organização. Não há orgulho maior. Envolvidos por muito respeito, amor, acolhimento e esperança, valorizando a nossa diversidade. O ano 2023 se descortinou, portanto, faltam sete anos para 2030, centenário da Soka Gakkai. Não há tempo a perder. Muito obrigado a vocês pela oportunidade de dividir com todos a minha trajetória. Compartilho a crença baseada no que lemos nos direcionamentos do Mestre, de que se os corações estão conectados, a força emerge. Se a força se evidencia, sem falta os caminhos se abrem. Além disso, quando incentivamos os outros, encorajamos a nós mesmos. O incentivo muda as pessoas e também a nós mesmos. Isso não é maravilhoso? Sensei, aqui está um jovem de esperança do Brasil! Conte comigo, sempre! Finalizo com um trecho de um denso poema, de sua autoria. Que possa acalentar de esperança muitos corações: De todos os conflitos e tragédias, é o coração que divide. Preocupado com a diferença, ele faz com que a pessoa rejeite e exclua os outros. Mas esta mesma Terra, este planeta adorado, é um rico jardim com o vistoso e cheio desabrochar da diversidade. É a diferença acima de tudo que faz com que cada árvore em flor — cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro — seja de valor inigualável. A diferença é a qualidade que nos permite aprender com o outro, de complementar e preencher o outro, de respeitar e honrar o outro.2 Marlon Cesar Mitsunaga Paredes, 25 anos. Psicólogo. Responsável pela Divisão dos Estudantes da RM M’Boi Mirim, CNSP. a mãe, a irmã (em memória) e o irmão, segurando no colo um dos pets da família com a avó materna com o namorado atividade do Movimento Acadêmico pela Paz na RM Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.592, 17 fev. 2001, p. A7. 2. Idem, ed. 1.909, set. 2007, p. A4. Fotos: Arquivo pessoal
12/01/2023
Editorial
BS
A felicidade que traz felicidade
“Inúmeros problemas afligem o mundo. Os jornais não trazem nenhuma notícia encorajadora.”1 Essa poderia ser uma anotação de hoje, mas é o registro feito por Ikeda sensei em seu diário em janeiro de 1953. Diante das questões da sociedade e dos nossos dramas pessoais, como viver os próximos doze meses de maneira que possamos bradar a vitória no “Ano dos Jovens e do Triunfo”? Longe de encarar as circunstâncias com pessimismo, e assumindo total responsabilidade pelo futuro, o Mestre continua a nos oferecer seu olhar sobre as dificuldades que vivia há setenta anos e escreve em seu diário: A única segurança é avançar com firme determinação sem poupar minha vida. (...) Como um jovem guerreiro montado em seu corcel, onde quer que eu vá, conquistarei a coroa do triunfo.2 Por meio do próprio exemplo, Ikeda sensei nos ensina como, de fato, conquistou “a coroa do triunfo”. O caminho é, sem dúvida, dedicar-se à felicidade das pessoas. Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, dizia que “Conquistar a própria felicidade não é uma tarefa difícil, é até simples. Mas dedicar-se à felicidade do próximo, além da nossa própria, é a base da fé”.3 O presidente Ikeda explica: A chama da fé transpõe nossa condição de vida baixa que nos limita a pensar em nosso próprio bem-estar. A vitória de nossos companheiros se transforma em nossos triunfos, e nossas conquistas tornam-se também as deles. Quando ouvimos que um companheiro está se dedicando incansavelmente em algum lugar, ou que alguém de outra região ou comunidade se encontra em dificuldades, enviamos a essa pessoa nosso sincero daimoku, como se estivéssemos orando por nossa própria felicidade. Comprometidos a atingir a vitória total para nós e para os companheiros, corremos para junto deles a fim de apoiá-los.4 Brasil Seikyo o convida a pôr em prática esse círculo virtuoso, ensinado na Soka Gakkai, todos os dias deste ano, certo de que, quanto mais nos dedicamos à felicidade do outro, expandimos nossa própria vida e mais felizes também nos tornamos. O triunfo que tanto buscamos é a extensão de pequenas e sucessivas realizações. Então, um passo de cada vez, dia a dia, vamos estar ao seu lado em 2023, com histórias de vida, exemplos de boas práticas e maravilhosos incentivos. Diante dos “inúmeros problemas [que] afligem o mundo”, este jornal está comprometido em trazer a você a luz da esperança. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 158. 2. Ibidem. 3. Terceira Civilização, ed. 428, abr. 2004, p. 30. 4. Ibidem.
12/01/2023
Encontro com o Mestre
BS
Reverbere a canção triunfal em seu coração
O castelo da paz e da felicidade no grande solo do povo! Desde a semana passada [dezembro de 2022], as ilhas japonesas foram assoladas por uma onda de intenso frio. A começar pelas regiões de Shin’etsu e de Tohoku, persistiram volumosas neves nas localidades de Hokkaido, Hokuriku, Chugoku, Shikoku e outras. Expresso meu sincero sentimento de solidariedade e oro pela total segurança de todos. Nichiren Daishonin também enfrentou rigoroso inverno em Sado e em Minobu. Em 1281, último ano de sua vida, ele escreveu: “Ao longo deste ano, escrevi-lhe sobre diversos acontecimentos, mas devo dizer que, em toda a minha vida, não me recordo de ter enfrentado um frio tão intenso como este que estamos passando agora. A neve se acumulou numa quantidade enorme”.1 Ele louva a dedicação da monja leiga de Kubo com sincera fé nas seguintes palavras: “Portanto, deixemos que o buda Shakyamuni, o buda Muitos Tesouros e os budas das dez direções [avaliem a grandeza] dos benefícios resultantes”.2 Tenho a convicção de que nossa rede de solidariedade Soka, que apoia e considera calorosamente uns aos outros, orando juntos, e “transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si”,3 mesmo em meio a árduos esforços, será profundamente envolvida pela proteção dos budas e das divindades celestiais do grandioso universo, sempre observada pelo buda Nichiren Daishonin. Aplausos ao progresso dinâmico dos jovens Os diálogos que promovemos são a inspiração para fazermos resplandecer, juntos, a esperança, oferecendo luz e calor à vida, por mais que ela esteja congelada, tal como o “inverno nunca falha em se tornar primavera”.4 Em especial, neste “Ano dos Jovens e do Progresso Dinâmico” [2022], os jovens Soka se dedicaram até o último momento à expansão da amizade com a Festa da Juventude Soka, realizada em todo o Japão. Ao completar sessenta anos desde a minha explanação do Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, iniciei nova preleção desse escrito, atendendo aos pedidos dos membros da Divisão dos Universitários e dos jovens do “azul mais azul que o índigo”. O fato de mais uma vez, neste momento, estudarmos juntos essa importante obra da transmissão de mestre para discípulo, é uma alegria incalculável. No dia 11 deste mês [dezembro de 2022], a Soka Renaissance Vanguard, do Ongakutai, conquistou pela 17ª vez o brilho da glória de melhor banda do Japão no 50º Concurso Nacional de Bandas Marciais. “Vanguard” possui o significado de “pioneiro” e de “vanguardista”. Na realidade, foi o precursor do “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Ao mesmo tempo, no 50º Concurso Nacional de Bastões Girantes, o Soka Brialliance of Peace de Chubu, da Kotekitai, se apresentou de forma magnífica. Quão esperançosa é a vitória dos jovens! Como o aspecto de progresso dinâmico dos sucessores faz bailar o nosso coração! Não cessa a minha gratidão aos pais que observam e protegem a força e a paixão desses jovens, sem poupar os brados de vitória. O escrito As Quatro Dívidas de Gratidão ensina: “Com relação a meus pais nesta existência, eles não somente me deram a vida como fizeram de mim um seguidor do Sutra do Lótus”.5 Nichiren Daishonin prega que essa gratidão é mais profunda que nascer em família do maior dos soberanos. Além disso, neste ano também, graças à incansável devoção dos integrantes do Departamento de Estatística, o qual completou setenta anos de existência; do Departamento de Movimento Renascença; do Departamento de Cerimônias; do Sokahan e do Gajokai, da Divisão Masculina de Jovens, que apoiam o movimento pelo kosen-rufu com toda a sinceridade; do Ohjokai, da Divisão Sênior; do Kojokai, da Divisão Feminina; do Mamorukai; do Hojokai Soka; das pessoas que oferecem a residência para as reuniões; dos amigos sem coroa (Mensageiros da Esperança); dos Coordenadores de Periódicos; da Comissão de Promoção do Min-On, conquistamos a vitória absoluta em todas as atividades. Pela grandiosa luta dos meus amados e valiosos companheiros, expresso meus profundos agradecimentos. Muitíssimo obrigado! Dos sofrimentos à alegria Na Reunião de Líderes comemorativa da fundação da Soka Gakkai, a Orquestra Sinfônica Glória Soka e a Orquestra Sinfônica de Kansai nos ofereceram uma esplêndida apresentação da Sinfonia nº 5 — também chamada Sinfonia do Destino — de Beethoven (movimento 4). Na minha juventude, escutava músicas famosas, como a Sinfonia do Destino — que retrata a superação dos sofrimentos em direção à alegria —, no toca-discos manual, a ponto de se desgastar completamente. Na época, os negócios do meu mestre, Josei Toda, entravam em situação difícil, e meu coração também sofria demasiadamente. Porém, sacudindo a alma com a poderosa melodia da música sagrada, eu me levantei com a disposição de “superar os sofrimentos do inverno e receber sem falta a alegre primavera do triunfo de mestre e discípulo!”. É impressionante o próprio Beethoven ter passado por sucessivas batalhas contra os sofrimentos. Ele tinha orgulho de sua missão de lutar contra seu destino cruel. No fim de 1822, há duzentos anos, ele expressou sua autoconfiança: “Eu posso compor, mesmo que não haja mais nada que eu seja capaz de fazer”. Foi nesse período que ele iniciou os esforços reais para compor a Sinfonia nº 9, que incorpora Ode à Alegria. O presente à humanidade que não para de inspirar a vida não surgiu de forma alguma em meio a ventos favoráveis, mas sim da luta contra os ventos adversos dos sofrimentos e do resoluto espírito de perseverança. Na vida, há montanhas e vales. Doenças e dificuldades no trabalho, conflitos na família e nas relações humanas, a insegurança pelo futuro — as preocupações não cessam. Entretanto, o importante é ter a convicção de que há um profundo significado nos sofrimentos do presente. Enquanto houver forte determinação mental na fé, pode-se transformar, infalivelmente, o destino em missão. Com olhos do amor benevolente aos membros, meu venerado mestre clamou: “Quem tiver problemas, experimente praticar a fé com toda a seriedade durante um ano. É impossível que a situação não se transforme até o dia de hoje do próximo ano”. Sem dúvida, o poder da Lei Mística nos possibilita mudar positivamente. Ou melhor, praticamos o budismo para fazer essa mudança. Com essa convicção, no próximo ano [2023], também, vamos registrar juntos a história exata da canção triunfal da revolução humana! Daimoku é o brado da vitória Uma vez [em 1978], superando os ventos gélidos de dezembro, viajei para as províncias de Tochigi e Gunma da região de Kanto. No primeiro dia (26), visitei a cidade de Ashikaga. Às vésperas do Ano-Novo, com o intuito de celebrar o novo ano e o progresso da localidade, foi realizado o mochitsuki (o ato de bater a massa para o preparo do mochi usando um pilão) pelas pessoas. Eu também utilizei o socador enquanto uma integrante da Divisão Feminina da localidade manuseava a massa de mochi no pilão. O processo consiste em bater a massa no interior do pilão com o socador. No momento em que se levanta o socador, a massa de mochi é virada no pilão. Então, bate-se novamente com o socador. O ritmo desse movimento é acompanhado pelo poderoso brado de todos. Em perfeita sintonia, rapidamente o mochi branco ficou pronto. Anos mais tarde, aquela mãe que me auxiliou no manuseio da massa de mochi naquela ocasião relembrou que a voz rítmica de todos lhe pareciam um “brado de vitória”. E, com sorriso no rosto, ela contava que o próprio daimoku recitado diariamente de forma sonora era o “brado de vitória”. Nichiren Daishonin afirma: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão”6 e “Cada um dos senhores [discípulos de Nichiren] deve reunir a coragem do rei leão”.7 Nós possuímos o supremo ritmo da vida, chamado “unicidade de mestre e discípulo”, e a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, que não são obstruídos por nada. Por maiores que sejam as dificuldades, devemos lutar e ultrapassá-las com coragem unindo a força de todos em uníssono. E fazer reverberar o rugido do leão do daimoku, recitando o brado da vitória com enorme prazer. Avance solidificando o alicerce “É época de turbulências. É a era decisiva de vitória ou de derrota. A pessoa que solidifica seu alicerce se torna vitoriosa. Essa é a regra de ouro”. Esse é o ensinamento sobre liderança do meu venerado mestre. Quando o mundo se torna confuso, deve-se valorizar o alicerce. Deve-se ampliar a amizade e conquistar de forma estável a confiança no local em que se encontra agora, com a família e os parentes, no trabalho ou em seu bairro. Embora possa parecer uma ação discreta, esta é a mais precisa força para edificar a sua felicidade junto com a de outras pessoas. Rememorando, Toda sensei estabeleceu as diretrizes “Prática da fé para criar a harmonia familiar”, “Prática da fé para conquistar a felicidade” e “Prática da fé para vencer as dificuldades” logo depois de concretizar a propagação para 750 mil famílias, o empreendimento de sua vida, em dezembro de 65 anos atrás (1957). Apoiar a própria família, conquistar a sua felicidade e vencer as dificuldades — a partir dessas ações, que solidificam seu alicerce, acontece o triunfo da vida e do kosen-rufu. O castelo da paz e da felicidade edifica-se nesse grande solo inabalável do povo. Certa vez, eu disse a um companheiro que me perguntou com a fisionomia preocupada que sua família era contrária à prática budista: “Basta uma pessoa para acionar o interruptor da lâmpada. Se uma pessoa acender a luz, o ambiente das pessoas que estão em volta dela se ilumina. O mesmo acontece com alguém que pratica sozinho na família”. “Um é mãe de dez mil”.8 Se houver uma única pessoa que persevera na fé com determinação, é certo de que o brilho de sua virtude e de boa sorte iluminará toda a família. Por isso mesmo, é preciso encorajar a pessoa que está diante dos seus olhos com o máximo calor humano. Em Minobu, Nichiren Daishonin mantinha um intercâmbio repleto de humanismo dialogando com os idosos da redondeza, dizendo: “Nunca houve um inverno tão rigoroso, não é?”. Observa-se o seu comportamento de valorizar as pessoas próximas da vizinhança e da comunidade local. Eu próprio tomava a iniciativa de cumprimentar os vizinhos da sede da Soka Gakkai em Shinanomachi, como ainda entrava nas lojas do comércio local, aprofundando assim a amizade com todos. Tenho saudade também dos alegres cumprimentos que trocava com os vizinhos das sedes de diversas localidades que visitava, tais como o Centro Cultural de Ichikawa e de Kanagawa. Vamos caminhar prazerosamente! No fim do ano 1952, há setenta anos, na convenção realizada para concluir aquele período de avanço, Toda sensei questionou: “Por que nascemos como ser humano?”. Então, afirmou categoricamente: “Nós viemos a este mundo para passear”. Ele desenvolveu o significado do trecho Jigage do capítulo Juryo (“A Extensão da Vida”) — shujo-shoyu-raku (“onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos”)9 — para a nossa realidade atual: “No molho do doce de feijão com mochi (shiruko), é necessário colocar açúcar e sal. Se não houver uma pitada de sofrimentos do sal, não será possível sentir a verdadeira felicidade”. Mesmo que no presente a dosagem de sal seja maior, com o tempo, ela se tornará uma lembrança bastante saborosa. Na ocasião, registrei em meu diário: “Nos negócios, na revolução, no trabalho, na política, na educação ou na ciência, em qualquer época ou empreendimento, não é possível alcançar a vitória sem nos aliarmos aos jovens. A chave da vitória ou da derrota em toda batalha se encontra em conquistar a lealdade dos jovens ou em tê-los como inimigos”.10 No ano seguinte, ao ser nomeado responsável pelo Primeiro Distrito, da Divisão Masculina de Jovens, eu me empenhei na grande expansão da rede de jovens companheiros emergidos da terra exatamente com essa decisão. Descortina-se, finalmente, o “Ano dos Jovens e do Triunfo”. “Triunfo” possui o sentido de canção triunfal que celebra a vitória em uma batalha. O ideograma gai utilizado nessa palavra — gaika (“canção triunfal”) — embute o significado de “brado da vitória” e de se “alegrar”. Quando se vence, emerge-se a voz da alegria do fundo do coração. Ecoe agora, em seu coração, a nova canção triunfal da glória! Vamos fazer reverberar a voz da coragem, da esperança e da sabedoria, com alegria e prazer! Na foto tirada recentemente por Ikeda sensei, folhas de outono resplandecem, sobrevivendo às quatro estações, e parecem um esplendoroso tecido com as cores vermelha, amarela e verde (Tóquio, dez. 2022) Sob os brados reverberantes e os olhares sorridentes de todos, presidente Ikeda, à esq., com toda a força, participa do tradicional mochitsuki (confecção de bolinhos de arroz) em perfeita sintonia com os companheiros rumo ao novo ano (sede de Ashikaga, província de Tochigi, Japão, 26 dez. 2005) No topo: Agradecimentos aos membros da Soka Gakkai pela luta de todos ao longo do ano e partida conjunta esperançosa rumo ao futuro. Acima, presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji (dez. 2005) Publicado no Seikyo Shimbun de 28 de dezembro de 2022. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 370-371, 2017. 2. Ibidem, p. 370. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 226, 2020. 4. Ibidem, p. 561. 5. Ibidem, p. 45. 6. Ibidem, p. 431. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 8. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 135, 2020. 9. Ibidem, p. 713. 10 IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2015. p. 147. Fotos: Seikyo Press
12/01/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Sejamos o sol da esperança e da convicção
PARTE 41 A publicação da série “Companheiros Inesquecíveis” se iniciou no dia 29 de julho. E a sequência do romance Revolução Humana, com o início do décimo primeiro volume, voltou a ser editada no dia 10 de agosto com três publicações semanais. O título do primeiro capítulo desse volume era “Ponto de Inflexão”. A obra começa a partir do afastamento total de Josei Toda das atividades empresariais em setembro de 1956 com a decisão de dedicar o resto de sua vida ao kosen-rufu, e quando confia a Shin’ichi Yamamoto a liderança da “viagem de orientação e de desbravamento de Yamaguchi”. O ditado do conteúdo das partes do romance foi feito nos locais em que Shin’ichi se dirigia, tais como o Centro de Treinamento de Kanagawa ou o Centro de Treinamento de Shizuoka. Antes ou depois desses ditados normalmente havia diversas atividades, como diálogos com representantes das localidades de todo o país ou das divisões, ou ainda com membros locais. Shin’ichi aproveitava cada brecha existente para realizar visitas familiares. Ele disse ao editor responsável pela publicação da Revolução Humana: — Sou discípulo do presidente Josei Toda. Independentemente da situação na qual eu seja colocado, da posição em que eu ficar, não posso interromper minha luta pelo kosen-rufu em hipótese alguma. Enquanto tiver vida, continuarei a lutar. Observe-me firmemente. Contudo, o extremo cansaço decorrente das árduas batalhas seguidas se acumulava. As tosses persistiam e havia dias em que tinha febre. Certo vez, ele se preparou para ditar o texto e, enquanto aguardava o editor responsável, deitou-se sobre o tatame e colocou uma toalha molhada para resfriar a testa. Logo, ouviu-se uma voz dizendo: “Com licença!”. Era o editor entrando em sua sala. Shin’ichi abriu levemente seus olhos e disse-lhe, permanecendo deitado de costas: — Desculpe, mas você poderia me deixar dormir um pouco? O editor sentou-se ao seu lado com uma expressão de preocupação. Shin’ichi tossia ocasionalmente. Seus olhos estavam vermelhos. O editor pensou: “Será que ele conseguirá ditar o texto nessas condições...?”. Tique-taque, tique-taque, tique-taque... O relógio registrava o passar das horas. Após cerca de 10 minutos, Shin’ichi bateu vigorosamente as mãos no tatame e ergueu o corpo. Ele lhe disse: — Bom, vamos começar! Vamos registrar a história. Todos estão aguardando ansiosamente essa publicação. Não consegue imaginar o rosto feliz deles? Quando penso que “é pelos companheiros”, sinto uma força surgir de dentro do meu ser!1 PARTE 42 Ao redor de Shin’ichi Yamamoto havia vários materiais de referência e publicações como anotações pessoais e edições do Seikyo Shimbun em tamanho reduzido do período descrito no romance. Pegando o papel com as anotações, Shin’ichi disse ao editor: — Então, vamos começar! Está preparado? Iniciou-se o ditado. A cada palavra que proferia parecia se imbuir de mais força. O editor corria desesperadamente o lápis sobre o papel. Porém, Shin’ichi tecia o texto com tamanha rapidez que o trabalho de anotação não conseguia acompanhá-lo. Assim, ele passou a ditar o texto observando o movimento da mão do editor. Passados cerca de quinze minutos do início dos trabalhos, Shin’ichi começou a tossir. E mesmo que a tosse passasse, sua respiração estava ofegante. — Deixe-me descansar um pouco. Ele se deitou novamente sobre o tatame. Uns dez minutos depois, quando o editor terminava de passar a limpo a parte anotada, a respiração de Shin’ichi parecia um pouco melhor. Então, novamente ele bateu com força as mãos no tatame e ergueu o corpo. — Bom, vamos continuar! Porque todos estão esperando. Os membros da Soka Gakkai estão se esforçando ao máximo suportando sua revolta e indignação. Só de pensar nisso, fico emocionado. Por essa razão, espero que nossos companheiros possam, pelo menos, se animar um pouco mais. Quero que possam manifestar coragem. O ditado foi retomado. Contudo, após quinze minutos, foi necessário parar novamente para descansar. É dessa maneira que se concluía o manuscrito, que em seguida era revisado diversas vezes. E só depois de fazer correções na matriz tipográfica era enfim publicado no periódico. Uma vez iniciada a edição, não poderia ser interrompida. Eis a rigorosidade e a incomplacência da publicação de romances em série nos jornais. Para Shin’ichi, era uma verdadeira batalha de vitória ou derrota e sabia que esse ditado era um esforço que lhe consumiria a vida. “É por ser forjada que a palavra se torna flecha que corta o vento em espada de fogo” — essa é uma pérola do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. Shin’ichi também dizia isso para si mesmo a fim de continuar produzindo os manuscritos pensando e ponderando na escolha de cada palavra e frase, com o desejo de que reverberasse na alma dos seus companheiros. A repercussão em relação à série foi grande. Ela irradiou a luz da renovação para o coração de todos os membros. PARTE 43 O grau de confusão no clero piorava cada vez mais. Este havia deixado claro que, com a renúncia de Shin’ichi Yamamoto para os cargos de representante-geral dos adeptos da Nichiren Shoshu e de presidente da Soka Gakkai, parariam de atacar a organização. No entanto, o tratamento do Shoshin-kai em relação aos membros da Soka Gakkai se tornava ainda mais cruel, e a Soka Gakkai passou a exigir que a promessa fosse cumprida. Mesmo por parte do clero tentava-se buscar a harmonização entre clérigos e adeptos, atendendo às recomendações do sumo prelado anterior Nittatsu, mas ignorando isso, a Shoshin-kai promoveu o encontro nacional dos adeptos diretos da Nichiren Shoshu no ginásio Nippon Budokan, no dia 24 de agosto. Nesse evento, bradaram-se eloquentemente coisas como “renúncia ao cargo de representante-geral honorário dos adeptos da Nichiren Shoshu” de Shin’ichi, e “a Soka Gakkai deve mudar de entidade legalmente independente do registro de entidade religiosa e ser integrada e subordinada ao clero”. Na ocasião, não se viu a figura de Tomomasa Yamawaki, mas Takao Harayama participou criticando a Soka Gakkai e, em relação a Nikken, falou da necessidade de continuar denunciando-o. Os sacerdotes do Shoshin-kai manipulados por Yamawaki estavam totalmente fora do controle. Eles deixaram clara sua posição de confronto com Nikken e continuavam a enviar pareceres com conteúdo que atacava o sumo prelado dizendo, por exemplo, que ele usava inapropriadamente sua autoridade. Era uma situação que poderia abalar o clero a partir da base. No dia 24 de setembro, o clero realizou uma reunião do conselho administrativo e, considerando que os integrantes do Shoshin-kai haviam “perturbado a ordem interna do clero”, decidiu-se punir 201 sacerdotes com qualificação de professor, cerca de 1/3 do total, por indisciplina. Os sacerdotes que foram alvo de punição promoveram encontros de protesto e manifestaram com alarde dizendo que eram vítimas de uma “violência de desrespeito aos direitos humanos”. O clero foi penalizando o grupo de sacerdotes até culminar com a sua expulsão. Houve parte deles que, vendo o rumo das coisas, mudou rapidamente a postura e passou a se submeter às ordens do sumo prelado e do Departamento de Assuntos Internos do clero. Os priores que foram expulsos e tiveram de abandonar os templos passaram a batalhar nos tribunais com o clero. Shin’ichi Yamamoto partiu às 22 horas do dia 30 de setembro do novo Aeroporto Internacional de Tóquio em Narita (atual Aeroporto Internacional de Narita) num voo direto para Honolulu. Era para participar dos eventos comemorativos dos vinte anos do movimento pelo kosen-rufu nos Estados Unidos e iniciar o novo descortinar do kosen-rufu mundial. Não pode haver um mínimo de hesitação no avanço do kosen-rufu do mundo. PARTE 44 Shin’ichi Yamamoto participou de todas as atividades na sede do Havaí, em Honolulu, o primeiro local a ser visitado, onde também incentivou os grupos de intercâmbio e de amizade do Havaí e da América do Sul que tinham vindo do Japão. No dia 2 de outubro, ele participou do Gongyo Comemorativo do Dia da Paz Mundial, realizado na sede do Havaí. O Dia da Paz Mundial é uma data comemorativa estabelecida pela Soka Gakkai por ser aquela em que Shin’ichi partiu para a sua primeira viagem ao exterior nesse mesmo dia vinte anos atrás, em 1960. E o Havaí foi o local em que ele deu o primeiro passo dessa jornada da paz. Isso porque esse era o lugar em que se deu início à Guerra do Pacífico. Ele havia decidido na profundeza do seu coração de que iniciaria a grande correnteza da paz mundial a partir das terras onde estavam gravadas as histórias e os registros dos horrores da guerra. Na ocasião de sua primeira visita ao Havaí, não passavam de trinta a quarenta pessoas as que compareceram à reunião de palestra. A maioria delas estava abatida pelas tristezas da vida. Havia uma integrante da Divisão Feminina que, embora tivesse se casado com um soldado norte-americano e emigrado para o Havaí, sofria com as dificuldades financeiras e temia a violência do marido e lamentava seu infortúnio desejando apenas retornar para o Japão. Shin’ichi declarou sua convicção de que não havia como alguém que se dedica com seriedade na fé não se tornar feliz, e transmitiu com todas as suas forças que cada pessoa ali reunida carregava a missão de transformar seu destino e edificar a felicidade de si próprio e dos demais ao redor como bodisatvas emergidos da terra. Incentivar, encorajar, revivescer a pessoa que está sofrendo diante dos seus olhos — esse é o primeiro passo concreto para tornar realidade uma sociedade que preza a dignidade da vida, e é o ponto primordial da construção da paz. Ele sentiu que o sol da convicção brilhou ardentemente no coração daqueles participantes. Esses membros foram despertando e se levantando para a missão do kosen-rufu visualizando o céu anil da esperança. Em sua primeira viagem ao exterior, Shin’ichi atravessou as Américas do Norte e do Sul, originando o Distrito Geral da América, os Distritos Brasil e Los Angeles, e dezessete comunidades, como a Havaí. Passados vinte anos, a legião de bodisatvas da terra havia se expandido para cerca de noventa países e territórios. No Gongyo Comemorativo do Dia da Paz Mundial, visando os vinte anos à frente, em 2000, Shin’ichi orou profundamente estabelecendo seu juramento seigan de estreitar os laços do mundo e da humanidade com a firme união do povo pela paz. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
12/01/2023
Entrevista
BS
Tudo começa neste exato instante
“Ano dos Jovens e do Triunfo” é a denominação oferecida por Ikeda sensei e, com os jovens na vanguarda do kosen-rufu, Brasil Seikyo fez uma entrevista com a coordenadora da Juventude Soka do Brasil, Monique Tiezzi. Nesse diálogo, falamos sobre a atuação dos jovens, o fortalecimento da divisão na atuação no bloco, na comunidade e nos grupos horizontais. Brasil Seikyo. Monique, qual será o foco principal da Juventude Soka da BSGI em 2023? Monique Tiezzi: Caros amigos do Brasil Seikyo e amados integrantes da Juventude Soka do Brasil, feliz 2023! O plano e as diretrizes dos jovens da BSGI para 2023 têm um claro objetivo: desenvolver os sucessores Soka rumo a 2030 — centenário da Soka Gakkai. Ou seja, é a expansão da criação de valor dentro da Divisão dos Jovens e da Divisão dos Estudantes, bem como dentre membros e convidados com base na convivência da juventude. BS: Quais serão as ações para desenvolver e fortalecer os jovens sucessores com base nesse foco? Monique: Neste ano, mais que uma atividade específica, estamos visualizando a criação do movimento da juventude Soka e dos Sucessores Ikeda na organização, com base em dois objetivos da nossa Agenda 20-30: prática da fé e boas práticas sociais. Mas o que são esses movimentos? São ações para criar e fortalecer os sucessores da nossa organização: os jovens e os estudantes. Em nosso plano de atividades para 2023, há um cronograma mensal do movimento com sugestões do que fazer. E esse movimento não se traduz apenas em reuniões, mas em visitas, encontros informais, até jogos esportivos e o que mais resultar da convivência acolhedora, espontânea e constante dos jovens na organização. O item número 1, por exemplo, prática da fé, já é algo que desenvolvemos no dia a dia, não é mesmo? A visita de incentivos, a atividade dos Sucessores Ikeda no distrito, os encontros para estudar a Nova Revolução Humana ou, ainda, aqueles trinta minutos de daimoku em conjunto no bloco são o próprio movimento. E quanto ao item 15, boas práticas sociais? Esse pode ser desenvolvido de diversas formas na organização, tanto como conteúdo das atividades quanto como ações práticas. Um bom diálogo entre os jovens sobre os problemas sociais e sobre a missão da Soka Gakkai de promover a revolução humana é uma ótima opção. Compartilhar relatos de jovens que estão se destacando em sua respectiva comunidade é uma sugestão também. Além disso, ações que reúnam os jovens para contribuir de alguma forma em prol da sociedade são bem-vindas. Por exemplo, doação de sangue dentre os jovens que desejarem, palestras sobre profissões para os estudantes da comunidade, revitalização de uma praça pública na localidade do distrito, entre outras. BS: Qual deve ser a inspiração, assim como a motivação, dos jovens na atuação na organização de base? E no grupo horizontal? Monique: A grande motivação do nosso movimento da juventude Soka é proporcionar a revolução humana de cada pessoa com base na prática da fé e nos incentivos de Ikeda sensei. Visualizamos uma legião de jovens brasileiros autênticos, diversos, felizes e dispostos a transformar o mundo a partir da transformação da sua realidade. E, sem dúvida, as oportunidades de atuação na organização de base e no grupo horizontal nos impulsionam nessa direção. No Encontro com o Mestre desta edição, o presidente Ikeda compartilha um incentivo que acredito que seja nossa fonte de inspiração e de motivação. Ele declara: Na vida, há montanhas e vales. Doenças e dificuldades no trabalho, conflitos na família e nas relações humanas, a insegurança pelo futuro — as preocupações não cessam. Entretanto, o importante é ter a convicção de que há um profundo significado nos sofrimentos do presente. Enquanto houver forte determinação mental na fé, pode-se transformar, infalivelmente, o destino em missão. Com olhos do amor benevolente aos membros, meu venerado mestre clamou: “Quem tiver problemas, experimente praticar a fé com toda a seriedade durante um ano. É impossível que a situação não se transforme até o dia de hoje do próximo ano”. Sem dúvida, o poder da Lei Mística nos possibilita mudar positivamente. Ou melhor, praticamos o budismo para fazer essa mudança.1 BS: Diante das dificuldades causadas aos jovens pela pandemia e pelo isolamento social, por exemplo, em relação ao aspecto mental, como você considera o momento atual para a juventude Soka difundir os ideais Soka para a sociedade? Monique: Olhando para a realidade do Brasil, foram dois anos desafiadores — isolamento social, crise socioeconômica. Isso significa que os efeitos do isolamento social na saúde mental do jovem, na sua escolaridade, vida produtiva, carreira etc. tendem a perdurar por toda a vida dessa geração. Junto com isso, a ausência da convivência, dos encontros, além da hiperconectividade e do cansaço virtual, resultou no distanciamento do jovem da organização. Exatamente devido a esse cenário, é o momento de conectar o coração das pessoas, em especial dos jovens, à filosofia do humanismo Soka. Para tanto, é importante fortalecermos a prática da fé e a convicção da juventude, para que estes se tornem os protagonistas da transformação da sua realidade. Além do mais, a expansão da rede de solidariedade Soka para mais jovens cada vez se torna a ação fundamental para criarmos um impacto positivo na atual geração, proporcionando coragem e esperança para toda a sociedade. BS: Poderia explicar o que significa a Jornada da Juventude Soka e como a organização pode ajudar nesse movimento? Monique: A Jornada da Juventude Soka teve como inspiração o brado de Ikeda sensei para que seus discípulos trilhem a ‘jornada de unicidade’ rumo a 2030. Sempre incentivando os jovens, ele declara: Os próximos dez anos serão um período de extrema importância em que devemos nos empenhar para a solução das desafiadoras dificuldades enfrentadas em todo o planeta e edificar uma nova civilização da humanidade, que tenha como base o respeito à dignidade da vida e a revolução humana. Decidindo radiantemente a compartilhar o avanço pela “jornada de unicidade” [de mestre e discípulo], de esperança e de vitória neste ano decisivo, de vitória ou derrota, a definir os próximos dez anos, concluo minha mensagem de início do ano.2 Com base nesse espírito, nosso objetivo é fazer com que o maior número de jovens possa trilhar a “Jornada da Juventude Soka”, dentre membros e amigos. Exatamente por isso, vamos acolher o jovem a partir de seus interesses e de temas atuais, para que, dentro do Movimento da Juventude Soka e do Movimento dos Sucessores Ikeda na base, esse jovem conheça a fundo o presidente Ikeda, a Soka Gakkai, a prática e se desenvolva como “valor humano” que vence seus desafios e é feliz. O mais importante é que cada localidade, de acordo com a sua característica, e baseada nos princípios da nossa organização, planeje e promova as melhores ações junto com os jovens. A chave para promover o avanço dos jovens em 2023 é: usar a criatividade, ter o olhar atento para as necessidades do jovem e criar ambientes acolhedores para diálogo e para compartilhar de experiências com base na filosofia budista. BS: Em 2022, foi realizada a primeira Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil, nome concedido por Ikeda sensei. E em 2023, teremos mais três edições [março, junho e setembro] dessa atividade. Quais são os objetivos desse aprimoramento? Monique: Acredito que hoje ainda não possuímos a dimensão do que essa consideração do Mestre representa, mas, de agora para o futuro, Ikeda sensei estabeleceu no Brasil o modelo de desenvolvimento de jovens discípulos que garantirá a eterna correnteza do kosen-rufu, a eterna correnteza de mestre e discípulo, a partir da Academia Índigo. O índigo é um corante que vem de uma espécie de planta e é usado há milênios para tingir tecidos. O líquido extraído da planta é verde, porém, devido à oxigenação, se torna azul, e quanto mais você mergulha o tecido nesse corante, mais azul ele fica. Sobre o índigo, Ikeda sensei afirma: Tornar-se “mais azul que o índigo” significa desafiar a nós mesmos com coragem. Esse é o desafio corajoso de continuamente ultrapassar nossos próprios limites e criar novo valor em nossa vida e sociedade. É um empreendimento difícil e exigente, mas levará a um maravilhoso drama de revolução humana, transbordante de ilimitada satisfação e crescimento.3 Esse espírito do “azul mais azul que o índigo”, conforme sensei nos ensina, representa o desafio dos jovens em se lançarem cada qual à sua realidade com coragem, encontrando valor em suas ações, em tudo o que se está vivendo e, com base na prática da fé, ultrapassarmos nossos próprios limites. O índigo também representa o desafio de nos tornarmos excelentes discípulos e sucessores de Ikeda sensei, agindo com o mesmo coração que o Mestre. E a Academia Índigo surge justamente neste momento não apenas de retomada das atividades, mas um novo momento da história do kosen-rufu. Quem trará o novo ritmo e a nova expressão da organização de agora em diante são os jovens. Como eu disse, é o momento de reconectar o coração das pessoas ao coração do Mestre. É o momento de fortalecer a prática da fé e a convicção da juventude Soka. E a Academia Índigo é o palco principal para isso. Integrantes da primeira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI (Itapevi, SP, 10 set. 2022) Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.626, 14 jan. 2023, p. 6. 2. Idem, ed. 2.547, 23 jan. 2021, p. 3. 3. Terceira Civilização, ed. 603, nov. 2018, p. 6-9. Saiba mais Confira sobre a Agenda 20-30 no site da Juventude Soka: https://agenda2030dj.wordpress.com/ Fotos: BS
12/01/2023
Notícias
BS
Orgulho e tradição
Aquele momento mais que esperado: o fechamento do ciclo educacional de 2022 no Colégio Soka foi promovido em ritmo de muita emoção, alegria e criatividade. Para contemplar as diferentes faixas escolares, cada núcleo realizou seu evento especial, tendo como local o Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo. Pais, familiares e amigos, ao lado de professores e da equipe do colégio, marcaram presença para aplaudir a vitória dos estudantes Soka. Alguns bastidores você acompanha a seguir: Educação infantil No dia 26 de novembro, foi organizada a formatura da educação infantil e encerramento do infantil no Auditório Monarca, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, reunindo 263 pessoas, entre formandos, convidados e funcionários. Na ocasião, os participantes foram surpreendidos com uma calorosa mensagem do fundador, Dr. Daisaku Ikeda, que direciona os alunos para que “Cresçam como ‘filhos do leão’ alegres e fortes”. Finalizando o evento, todos cantaram e dançaram juntos em um clima de muito entusiasmo. Ensino Fundamental Anos Iniciais Na manhã do dia 3 de dezembro, foi a vez da atividade de encerramento do Ensino Fundamental Anos Iniciais (EFAI) no Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, com um total de mais de quinhentas pessoas. Após três anos, foi o primeiro evento de encerramento presencial do EFAI, demonstração da grande vitória dos quase 150 alunos dessa faixa de estudantes e da comunidade escolar. Com muita criatividade e energia, os alunos prepararam diversas apresentações por turma, tais como coral, musicais com flauta doce e percussão corporal, e incríveis performances, frutos do trabalho contínuo realizado pelos educadores Soka e pelos alunos no decorrer do ano. Já os alunos do quinto ano receberam um certificado e foram homenageados, pois finalizaram um grandioso ciclo, e, a partir de 2023, farão parte do Ensino Fundamental Anos Finais. Ensino Fundamental Anos Finais mais Ensino Médio Na manhã do dia 10 de dezembro, realizaram-se as cerimônias de formatura do Ensino Fundamental Anos Finais (EFAF), às 9 horas, e do Ensino Médio, às 11 horas, no Auditório Monarca, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda. O evento do ensino fundamental contou com a presença de 258 pessoas; e no do ensino médio participaram 204 pessoas. Em ambas as formaturas, a gratidão e a vitória permearam o ambiente. Os formandos e convidados estavam radiantes e muito felizes por celebrar essa importante etapa da vida dos alunos, que viveram seus últimos anos escolares em meio à pandemia da Covid-19. No EFAF, além das palavras gerais, os alunos fizeram apresentações de música, coral e dança e foram homenageados pelos pais. Também revelaram ao público a bandeira da turma, que traz elementos que a simbolizam. Já no ensino médio, o sentimento de missão cumprida e a partida para uma nova etapa estavam evidentes em cada detalhe. Dos dezessete formandos do ensino médio, cinco alunos já ingressaram em universidades: uma passou em primeiro lugar em psicologia, sem vestibular, apenas com a nota do International Baccalaureate (IB); outro estudante Soka conquistou o ingresso em três universidades para cursar biologia; três estão realizando os trâmites para estudar em universidades estrangeiras (dois na Universidade Soka, no Japão, e um no Canadá). Os formandos do ensino médio ainda confeccionaram uma flâmula, retratando as características de cada um. O ponto alto do encontro foi ouvir a mensagem do fundador, na qual ele declara: “É justamente em tempos difíceis que as asas da sabedoria são fortalecidas. Aprimorem-se com tenacidade em prol do futuro da humanidade!”. Ao final, conclui: “Para a sociedade global, que enfrenta uma série de adversidades, nossos alunos são os ‘vanguardistas da paz mundial’. Por favor, confio a vocês uma ‘luta conjunta da criação de valor’ harmoniosa, prazerosa e robusta”. O momento também foi de revigorada determinação de futuro. “Eternizando a missão de ‘Baluarte da educação humanística que desperta o potencial de criação de valor em cada indivíduo’, vamos nos empenhar ainda mais para formar os brilhantes cidadãos globais, que farão a diferença no mundo”, sela a diretora do Colégio Soka do Brasil, Rita de Cassia Kojima. Nas imagens acima, alegria e emoção dominam os eventos de fim de ano letivo no Colégio Soka do Brasil Nas imagens acima, alegria e emoção dominam os eventos de fim de ano letivo no Colégio Soka do Brasil Nas imagens acima, alegria e emoção dominam os eventos de fim de ano letivo no Colégio Soka do Brasil Fotos: Colégio Soka / Lauro Uezono
12/01/2023
Notícias
BS
O avanço de um é a vitória de todos
Com a decisão de “não deixar ninguém para trás”, líderes e membros do Distrito Regina, organização de base localizada na zona leste de São Paulo, unem forças e esbanjam criatividade nas programações de retomada de suas atividades híbridas. ‘Viver o sonho do outro’ é o movimento da juventude Soka do Distrito Vila Regina, iniciado tão logo direcionado o retorno gradual das reuniões presenciais pela BSGI. Do jeito jovem de ser, inicia-se uma série de encontros de diálogos em locais variados, como hamburgueria, churrascaria e karaokê. Fernanda Dente, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de distrito, relata empolgada: “Conversamos sobre diversos assuntos, demos boas risadas, nos incentivamos na prática da fé e estreitamos os nossos laços de amizade falando sobre desafios e vitórias nesse período de recesso”. O mesmo sentimento é compartilhado pelo responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ), Humberto Gouveia, que ressalta ser a proposta da promoção desses encontros empoderar os jovens e incentivá-los a vencer seus desafios diários com base na prática da fé. “E que possam manifestar sua identidade como são, estando juntos a bons amigos. Nós vivemos o sonho do outro”, enfatiza Humberto. Surge assim uma verdadeira rede de apoio e de incentivos, tendo como consequência a presença cada vez maior de jovens nas atividades, atuando nos bastidores, na programação e contando muitos relatos de vitória. Alan Pietro, jovem recém-convertido, desafiou o desemprego decidido a não aceitar qualquer trabalho, dedicou-se intensamente à prática da fé e conquistou uma posição conforme tinha idealizado. Sua esposa também comprovou os benefícios da oração, ultrapassando questões de saúde. Ambos estão apresentando o budismo para os familiares. “Esse benefício foi a prova real da veracidade da prática. Sou muito honrado e agradecido por tudo o que está acontecendo em minha vida”, atesta. Outro exemplo vem de Daniel Mendes, responsável pela DMJ de comunidade, ao ultrapassar um intenso inverno e conseguir passar em um dos concursos mais concorridos do país. E no mesmo compasso de vitórias, a responsável pela DFJ de distrito, Fernanda Dente, dedicou-se aos estudos e concluiu o curso de auxiliar de enfermagem em meio à pandemia, ao mesmo tempo em que realizou um intenso movimento de visitas para todas as jovens da localidade, além de se empenhar na propagação do budismo para os amigos. Oração e encontros de vida Todas essas vitórias têm como base o ressoante som do daimoku, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Os encontros do distrito vêm acontecendo desde setembro, às segundas-feiras, com preparativos que levam em conta os cuidados para preservar a saúde dos membros. Os jovens organizaram um esquema para transmissão ao vivo e apoiaram a todos nos locais de realização. “O primeiro encontro foi revigorante, com a emoção de tantas vozes unidas. Foi inesquecível, como se o tempo não tivesse parado e sempre estivéssemos juntos durante todo aquele período de distanciamento”, relembra o jovem Humberto. Os integrantes das duas comunidades que formam o distrito, sendo elas Vila Regina e Jardim Aurora, marcaram presença nessa atividade que se mantém ativa até os dias de hoje como primordial para o fortalecimento da prática da fé de todos. Outro ponto fundamental identificado pelos líderes é o contato de vida a vida, por meio de visitas familiares. Momento de exercitar a escuta ativa, e dar o apoio para que todos tenham acesso às orientações de Ikeda sensei, para ultrapassar as adversidades. Ler para saber como vencer. “Fizemos amplo recadastramento e apoio para que os membros conseguissem assinar seu periódico, seja impresso ou digital. A luta é de vida a vida, e toda nova assinatura é uma vitória, pois sabemos que este membro ficará mais próximo das orientações do Mestre”, esclarecem Renata Dantas e Rosana Gouveia, responsável e vice-responsável pela Divisão Feminina (DF), respectivamente, em luta conjunta com a Divisão Sênior (DS), liderada por Ricardo Rodrigues, “Sempre a postos no apoio aos blocos”. As reuniões de palestra dos blocos e das comunidades do Distrito Vila Regina, integrante da RM Itaquera, são o palco dos bons resultados de toda essa movimentação, tendo os jovens na vanguarda, e que prossegue firme neste ano. “Acolher com carinho e alegria os membros da localidade. Que nossas atividades possam recarregar as baterias da fé e da esperança na vida de todos!”, reconfirmam as lideranças. Momentos de atividades e encontros do Distrito Vila Regina Fotos: Colaboração local
12/01/2023
Encontro com o Mestre
BS
“Sinfonia da felicidade” com riqueza no coração
A gratidão tem o significado de riqueza no coração. Pessoas com gratidão possuem alegria e felicidade. Pessoas que têm gratidão são humildes, honestas e sérias. Pessoas que possuem gratidão desenvolvem-se, aprimoram-se e têm coragem. Pessoas que possuem gratidão conseguem demonstrar respeito às outras pessoas. As pessoas com riqueza no coração valorizam e criam as demais pessoas. Elas fazem felizes as outras pessoas e a si mesmas. As pessoas com miséria no coração obscurecem a vida delas com lamentações e difamações. Elas fazem infelizes as outras pessoas e a si mesmas. Com um coração rico e belo, nós queremos envolver os amigos com a “sinfonia da felicidade”. Pessoas que possuem gratidão são realmente importantes. Essa é a espinha dorsal do budismo. É a espinha dorsal do ser humano. Saldar a dívida de gratidão com o mestre, e com as pessoas, é o caminho do ser humano, e é o caminho do budismo. O ato de saldar a dívida de gratidão é a evidência como ser humano. A dívida de gratidão pode ser plenamente concluída transmitindo-se os favores recebidos para a próxima geração. Ou seja, significa valorizar, incentivar e desenvolver os jovens sucessores. Muitíssimo obrigado a todos pelo grandioso avanço do kosen-rufu ao longo deste ano! [2022] De coração, quero louvar e expressar gratidão pelos nobres esforços de cada pessoa que fez levantar o sol da esperança e desabrochar as flores da felicidade na respectiva terra da missão. No topo: Estariam “coestrelando uma bela apresentação”? Abundante colorido de rosas, lírios, chuvas de ouro, mosquitinhos brancos e outros. As flores desabrocham de forma exuberante fazendo resplandecer as próprias características. Foto tirada por Ikeda sensei em dezembro de 2007 na cidade de Tóquio. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Embora a confiabilidade de alguém possa passar despercebida a princípio, com o tempo, ela será abertamente recompensada”.1 Àquelas pessoas da família, da sociedade ou do local de trabalho, que nos apoiaram, vamos entregar “o buquê de flores do coração” de gratidão. Essa sinceridade expande a sua alegria e a de outras pessoas, e faz desabrochar a grande flor da felicidade. Nota: 1. The Writtings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 636. Publicado no Seikyo Shimbun de 4 de dezembro de 2022.
12/01/2023
Incentivo do líder
BS
Triunfe, dia após dia
Caros amigos da amada BSGI, feliz “Ano dos Jovens e do Triunfo”! Que todos nós, sem exceção, conquistemos nossos objetivos e triunfemos junto com Ikeda sensei neste maravilhoso e decisivo ano! “Faça o que tem que ser feito e triunfe dia após dia”, esse é o sentimento que sai da tela do cinema, após assistir ao filme The Woman King [A Mulher Rei, em português]. O longa-metragem, que tem como protagonista a renomada atriz Viola Davis, inspirou-me do início ao fim. A trama conta a história de um exército liderado por mulheres pretas, que protegeram o reino africano Daomé da escravidão e da guerra por quase duzentos anos. Nocauteada, em cada cena, fiquei refletindo sobre o protagonismo, a força e as diversas estratégias impressionantes utilizadas pelas mulheres, para salvar seu povo, enquanto lutavam para ultrapassar os próprios sofrimentos e desafios pessoais. Em uma das cenas, Nanisca, personagem protagonista interpretada por Viola, diz: “Há coisas pelas quais vale a pena lutar”. Sem mais spoiler, até porque o filme merece ser assistido e apreciado [risos], registrei em meu coração a célebre frase do escritor soviético Leonid Leonov (1899–1994), que vai ao encontro das reflexões que fiz sobre o longa-metragem e que foi citada pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, no romance Nova Revolução Humana, no qual ele afirma: “Toda vitória se inicia vencendo a si próprio”.1 Vencer a si próprio! Um único indivíduo determinado abre a estrada esperançosa para que todos possam trilhar. Acredito que essa era a disposição das mulheres no filme. Os três presidentes da nossa organização, embasados no forte juramento de viver pela justiça, levantaram-se no passado para construir o ambiente proporcionado dentro da Soka Gakkai atualmente, onde todos, sem exceção, se tornam protagonistas e vencedores da própria história. Entramos em 2023, denominado “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Com ele, novos objetivos e metas são lançados em nossa vida pessoal. E, dentro do mundo Soka, temos a oportunidade, seja participando das atividades, seja dialogando com nossos amigos, de evidenciar nosso potencial rumo a conquistas inimagináveis. Então, ficam as seguintes reflexões para este novo ano: “Qual estratégia usar para vencer neste período e realizar meus objetivos?”; “Quais estratégias utilizar para desenvolver em minha localidade um ambiente de crescimento de todos?”. Ainda no romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei ressalta: O budismo ensina como construir o eu mais forte e mais elevado que pode existir, para triunfar até mesmo sobre a mão mais implacável do destino. Denominamos essa condição existencial suprema de estado de buda, e o processo de transformar a nós mesmos, revolução humana. O budismo considera a vida eterna e expõe que o acúmulo de pensamentos e ações do passado é que criam nosso carma ou destino atual. Portanto, podemos mudar nosso destino futuro dependendo da forma como vivemos agora. No budismo, tudo se resume aos nossos atos sempre.2 Manifestar o forte juramento dia após dia e determinar a vitória hoje são, a meu ver, a fórmula para vitória neste ano. Colocando nossa vida na órbita da vida do presidente Ikeda e, por meio da sincera e resoluta recitação do Nam-myoho-renge-kyo, não há objetivos que não possam ser alcançados. A pergunta é: “Com qual disposição se levantar todos os dias ao longo deste importante ano?”. Acredito ter encontrado a resposta para essa pergunta nas palavras do presidente Ikeda, quando ele diz: Quanto mais nos esforçamos sem sermos derrotados pelas adversidades e pelos sofrimentos, mais nossa mente é treinada. Com o fortalecimento cada vez mais profundo da nossa mente, cultivamos uma força interior para vencer quaisquer tipos de provações. Assim, podemos nos tornar pessoas de elevada condição de vida capazes de incentivar as outras, compreendendo o sofrimento e a tristeza delas e manifestando o sentimento de empatia.3 Ele continua: O modo de viver sem desmoronar diante das adversidades, avançando e lutando resolutamente, torna-se a comprovação da grandiosa força do budismo. Quando se vive pelo kosen-rufu, o destino se transforma em honrosa missão, e as adversidades se tornam o tesouro do coração.4 Missão, nós temos uma! Vamos juntos viver, dia após dia, triunfando em 2023! Um mega-abraço! Tatiane Priscila da Silva Yoshikawa Vice-coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 20, p. 173, 2019. 2. Ibidem. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30, p. 212. 4. Ibidem. Ilustração: GETTY IMAGES
12/01/2023
Conheça o Budismo
BS
A Lei que rege a vida
Shakyamuni, fundador do budismo, nasceu como um príncipe na Índia antiga. Renunciando a esse modo de vida, ele fez do sofrimento de outras pessoas o próprio sofrimento e buscou uma solução. Como resultado, despertou para a verdade de que a eterna Lei fundamental que permeia o universo e a vida existia no interior da própria vida. Dessa forma, passou a ser conhecido como Buda ou “aquele que despertou”. Com sabedoria e compaixão, ele expôs inúmeros ensinamentos, os quais foram compilados, mais tarde, como sutras budistas. Dentre eles, destaca-se o Sutra do Lótus, que revela a verdade da iluminação do Buda. Nichiren Daishonin elucida que a Lei fundamental para a qual Shakyamuni despertou e que possibilita a transformação do sofrimento de todas as pessoas pela raiz, conduzindo-as ao caminho da felicidade, é o Nam-myoho-renge-kyo. Lei fundamental para atingir o estado de buda Buda é aquele que personificou a Lei fundamental na própria vida, enfrentou e venceu todas as formas de adversidades e consolidou uma condição de felicidade absoluta inabalável. Ele também percebeu que essa Lei transcende a vida e a morte, sendo algo indestrutível que jamais se perde. O Nam-myoho-renge-kyo também é a lei eterna que permeia as “três existências” — passado, presente e futuro. Profundo significado No próprio nome, Nam-myoho-renge-kyo, podemos observar o profundo significado da Lei fundamental. Myoho-renge-kyo corresponde ao nome completo do título do Sutra do Lótus em japonês [literalmente, Sutra do Lótus da Lei Maravilhosa (ou Mística)]. Por ser difícil de compreender, a Lei revelada no Sutra do Lótus é chamada Lei Mística (myoho). A metáfora usada para compreendermos as características da Lei Mística é o lótus (renge). Para exemplificar, mesmo crescendo num lamaçal, o lótus não se macula e produz uma flor pura com agradável fragrância. Essa é uma analogia aos seguidores e praticantes da Lei Mística que auxiliam e orientam as outras pessoas, com mente e ação puras, em meio ao mundo real mergulhado em sofrimentos e angústias. A flor de lótus possui outra característica, pois, diferentemente de outras plantas, traz no interior das pétalas o seu fruto (pedestal do lótus), desde o início. Assim, pétalas e frutos (sementes) crescem simultaneamente, e, mesmo após o desabrochar das flores e o surgimento dos frutos, as pétalas permanecem. A flor (causa) e o fruto (efeito) germinam ao mesmo tempo e ilustram a simultaneidade de causa e efeito. Esse princípio ensina que, mesmo no estágio no qual uma pessoa não conseguiu manifestar a condição de buda (estado de buda), esta é inerente à sua vida, apesar de não ser visível, e que atingir o estado de buda não significa deixar a condição de mortal comum. Dessa forma, a flor de lótus é uma metáfora usada para explicar a característica da Lei Mística. Coração do Buda A Lei Mística elucida a verdade eterna e, portanto, é respeitada e seguida como kyo (sutra ou ensinamento do Buda). Nam (ou namu) é a reprodução fonética dos ideogramas em chinês da palavra original em sânscrito namas que significa “curvar-se” ou “reverenciar”. O termo foi traduzido a partir do significado dos ideogramas em chinês — “devotar a própria vida” (kimyo). Possui o sentido de devotar-se de corpo e mente à Lei, pondo os ensinamentos em prática e incorporando-os com todo o seu ser. O Nam-myoho-renge-kyo é a cristalização da postura de compaixão e sabedoria de buda que deseja conduzir todas as pessoas à iluminação, ou seja, é o próprio coração do Buda. A condição de vida do buda Nichiren Daishonin Apesar de o Sutra do Lótus revelar a existência da Lei fundamental do universo, ele não indicou especificamente do que se tratava nem a sua denominação. Foi Nichiren Daishonin quem despertou para a verdade de que essa Lei fundamental revelada no Sutra do Lótus existia no interior da própria vida e esclareceu que ela era o Nam-myoho-renge-kyo. Em outras palavras, o Nam-myoho-renge-kyo não é simplesmente o resultado da junção de Nam ao título do sutra Myoho-renge-kyo, mas, na realidade, trata-se do nome da própria Lei. Por meio da revelação da Lei como Nam-myoho-renge-kyo, Daishonin abriu o caminho para libertar, pela raiz, as pessoas que sofrem e se iludem por desconhecer a verdadeira natureza de sua vida. E, assim, capacitou-as a edificar uma felicidade inabalável. É por esse motivo que louvamos Nichiren Daishonin como o Buda dos Últimos Dias da Lei cujo propósito era a felicidade de todas as pessoas deste período, uma era de conflitos, repleta de sofrimentos. Os mortais comuns são originalmente a própria Lei Mística De acordo com o Budismo de Nichiren Daishonin, originalmente cada pessoa é o próprio Nam-myoho-renge-kyo. Entretanto, por não terem a percepção dessa verdade da vida, as pessoas comuns não conseguem extrair a força e as funções desta Lei fundamental existente em seu interior. Buda é um estado de percepção dessa verdade e, mortal comum, o de ilusão e de descrença dela. Portanto, no momento em que acreditamos, de fato, no Nam-myoho-renge-kyo e o pomos em prática, manifestamos a força e as funções da Lei Mística em nossa vida. Objeto de devoção para a prática budista Nichiren Daishonin representou a própria iluminação e seu estado de buda na forma de mandala, o Gohonzon. Daishonin fez do Gohonzon o objeto de devoção para nossa prática como mortais comuns, visando atingir o estado de buda, personificando o Nam-myoho-renge-kyo em nossa própria vida, da mesma forma que ele. E escreveu: Jamais busque este Gohonzon [objeto de devoção] fora de si mesma. O Gohonzon existe apenas dentro do corpo de pessoas como nós, mortais comuns, que abraçam o Sutra do Lótus e recitam Nam-myoho-renge-kyo”.2 O importante é reverenciarmos o Nam-myoho-renge-kyo, a vida do Buda e a Lei fundamental incorporadas ao Gohonzon, acreditando e aceitando que este se encontra inerente à nossa própria vida, podendo manifestá-lo para evidenciar nosso estado de buda. A seguinte passagem consta em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente: A grande alegria [é a que uma pessoa] experimenta quando entende pela primeira vez que desde o início é um buda. O Nam-myoho-renge-kyo é a maior de todas as alegrias.3 Quando percebemos que somos originalmente um buda e o próprio Nam-myoho-renge-kyo, manifestamos a imensurável e formidável boa sorte na vida. Não há alegria maior do que essa. Ao triunfarmos sobre inúmeras dificuldades com base na Lei Mística, entramos na órbita da felicidade indestrutível e adornamos esta existência com a maior das alegrias. Fonte: Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 78 Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.586, 1o jan. 2001, p. 4. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 92, 2019. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings (Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente). Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 211-212. Ilustração: GETTY IMAGES
12/01/2023
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Vigorosa partida para 2023
O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera. A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste, e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste.1 Com esse espírito contido na passagem dos escritos de Nichiren Daishonin, na primeira manhã do ano, integrantes da BSGI de diversas localidades do Brasil e até do exterior comemoraram a chegada de 2023 promovendo encontros nos centros culturais e nas sedes da organização ou em sua residência. Independentemente do formato da atividade, o principal foi reconfirmar a disposição de alcançar grandes vitórias ao lado dos familiares, amigos e demais membros com base na prática budista. Em São Paulo, SP, além dos encontros nas sedes e nos lares, centenas de representantes participaram da celebração realizada no Auditório da Paz e em outras dependências do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda. A atividade contou com transmissão ao vivo pela internet. A apresentação de um vídeo prestou uma bela homenagem ao presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, pela passagem de seu aniversário de 95 anos comemorado no dia 2 de janeiro, trazendo sua motivadora história de vida alicerçada na relação de mestre e discípulo. Em seguida, Camila Akama, coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI, proferiu a leitura da Mensagem de Ano-Novo de Ikeda sensei (íntegra na edição 2.625, 31 dez. 2022 ), na qual ele incentiva: Junto com os companheiros do mundo inteiro, estamos dando a partida com espírito renovado, repleto de dinamismo; e o radiante sol do tempo sem início brilha em nosso coração. (...) Hoje, mais que nunca, recitemos daimoku vigorosamente pela paz mundial e, com os jovens na liderança, expandamos nossa coletividade de bodisatvas da terra nos locais de nossa missão.2 O significado e as expectativas para o “Ano dos Jovens e do Triunfo” foram retratados em forma de um vídeo com depoimentos de representantes. Com dinamismo e alegria, Livia Endo e Edjan Santos, líderes da Juventude Soka do Brasil, falaram sobre as ações dos jovens da BSGI neste ano. Incentivaram todos a manifestar saúde, disposição e energia com base na prática diária para construir um ano equivalente a dez anos de vitórias. Em mensagem por vídeo, Meiry Hirano, coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, relembrou que 2023 será marcado pelas comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocorrida em 1993. Segundo ela, mais que nunca, é fundamental a recitação do daimoku em prol da paz no mundo. Muita vibração tomou conta do auditório quando um bolo foi trazido ao palco e todos cantaram parabenizando Ikeda sensei pelo seu aniversário. Logo após, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, incentivou os presentes, expressando votos de feliz ano novo e transmitindo as melhores recomendações do presidente Ikeda a todos. “Para que seja um ano triunfal, haja o que houver, jamais sejam derrotados. Esse é o ponto da prática da fé que Ikeda sensei construiu com a luta conjunta de mestre e discípulo”, destacou Shiratori. Ao final, a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI) apresentou a canção Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21!, encerrada com aplausos efusivos dos participantes. Da mesma forma, também em diversas localidades espalhadas pelo país os membros da BSGI promoveram um zarpar cheio de esperança e de coragem rumo a inúmeras conquistas em 2023. Miguel Shiratori, presidente Aspecto radiante dos integrantes da BSGI de diversas localidades do Brasil comemorando a partida rumo a um período de significativas realizações Aspecto radiante dos integrantes da BSGI de diversas localidades do Brasil comemorando a partida rumo a um período de significativas realizaçõesNo topo: participantes do encontro realizado no Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2018. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.625, 31 dez. 2022, p. 1. Fotos: BS / Colaboração local
12/01/2023
RDez no BS
BS
Corredores da Justiça
Sejam o sol da esperança que ilumina o futuro Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro O “Ano da Esperança e da Vitória” começou [texto originalmente publicado em 2021]. Nichiren Daishonin escreveu: “Quando o Sol nasce no lado leste do céu, sua intensa luz ilumina todo o firmamento sobre o grande continente [...]”.1 Nestes tempos de crescente ansiedade e instabilidade, onde vocês vão encontrar a luz da esperança que permitirá que se mantenham invencíveis diante de qualquer dificuldade? A resposta está dentro de vocês! Quando recitam Nam-myoho-renge-kyo, o sol brilhante da coragem surge em seu coração. Mesmo em dias nublados ou com neve, o sol continua a brilhar fortemente nos céus enviando raios de luz. De maneira semelhante, mesmo que seu coração esteja nublado pelas preocupações ou ferido por dificuldades, o importante é continuar brilhando de forma única. Quanto mais difíceis os desafios, mais vocês podem fazer o sol interior — seu espírito invencível — brilhar e iluminar de maneira alegre e calorosa todos ao redor. Vamos, juntos com o sol que nasce em um novo ano, partir com energia em direção a um futuro de vitórias, sempre nos lembrando de que a esperança está dentro de nós! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de janeiro de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 178, 2019. Fique por dentro da edição de janeiro! Feliz Ano-Novo! Para começar o ano com a esperança e a coragem renovadas, assista aos vídeos do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e dos líderes da Juventude Soka do Brasil. No Mural de Vitórias, conheça os irmãos Arthur, à esq., e Felipe, à dir., medalhistas na Olimpíada Carioca de Matemática. Quer saber o que trazem as matérias dos níveis? Enquanto a DE-Futuro comenta sobre quanto evoluímos com os encontros de vida a vida, a DE-Esperança explica como triunfar em meio aos desafios e a DE-Herdeiro fala da importância de lançar novos objetivos. Se você é assinante do plano digital completo ou da RDez, confira esses e outros conteúdos da edição de dezembro. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
12/01/2023
Especial
BS
O sol do humanismo brilha por um mundo pacífico
Em 26 de janeiro de 1975, no Guam International Trade Center, na ilha de Guam, 158 representantes de 51 países participaram da fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI). Daisaku Ikeda, então com 47 anos, assumia como presidente da organização. Nesse dia, foi realizada a Primeira Conferência para a Paz Mundial, e a finalidade daquela fundação era a contribuição da organização para uma sociedade baseada no movimento de paz, cultura e educação. A ilha de Guam foi escolhida para assinalar o primeiro passo em direção à paz da humanidade por haver sido palco de sangrentas batalhas entre tropas nipônicas e norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial. Logo depois do ataque a Pearl Harbor, no Havaí, tropas japonesas ocuparam Guam, dando início, no fim de julho de 1944, a uma violenta batalha de três semanas, após a qual as forças norte-americanas recuperaram a ilha. Cerca de 1.400 soldados americanos perderam a vida, e por parte dos japoneses, 20 mil. Os habitantes de Guam suportaram terríveis sofrimentos e muitos cidadãos também morreram. Na época da fundação da SGI, o mundo vivia a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética, e à Guerra Fria se somavam as conflitantes relações entre os líderes chineses e soviéticos. A hostilidade entre os países era grande e o risco da Terceira Guerra Mundial estava presente. Se a guerra acontecesse, seria o fim da humanidade pelas armas nucleares. Durante a solenidade, foi aprovada a Declaração para a Paz. Em seu documento consta: O direito à vida é próprio a todos os homens, acima das diferenças de raça, nacionalidade, idioma ou costumes (...). Na condição de budistas que aspiram a restauração e a ampliação desse direito, nós procuraremos contribuir para a edificação da paz. (...). A declaração apresenta três pontos embasados na valorização do ser humano. A carta termina com os seguintes dizeres: “Para os homens que vivem no século 20, marcado pelas experiências de guerras mundiais, constitui dever máximo com as gerações futuras dedicar todo o empenho para que o século 21 seja o século de grande louvor à vida, isto é, seja o século da vida.2 No discurso de fundação, o presidente Ikeda declarou: O sol do Budismo de Nichiren Daishonin começou a despontar no horizonte. Espero que não busquem apenas florescer a si próprios, mas que também se dediquem a plantar as sementes da Lei Mística pelo mundo para a realização da paz. Eu também assim farei.3 Ele ainda salientou: De um ponto de vista, esta conferência pode parecer muito pequena e os representantes das nações neste evento podem ser indivíduos sem nome. Entretanto, estou convicto de que essa reunião de hoje brilhará intensamente na história e seus nomes ficarão gravados na história do kosen-rufu e da humanidade.4 A fundação da SGI marcou um avanço fundamental na expansão do movimento pelo kosen-rufu em todo o mundo, fazendo com que o Budismo de Nichiren Daishonin, anteriormente conhecido como uma “religião japonesa”, se tornasse realmente uma religião mundial, sem fronteiras ou nacionalidade. Com sua fundação, as organizações em todo o mundo realizaram de maneira mais efetiva atividades voltadas para a criação de uma sociedade de paz. Em meio a tudo isso, Daisaku Ikeda empenhou-se visitando e dialogando com líderes de diversas áreas e de vários países. Em 1981, a SGI foi oficializada como organização não governamental (ONG), filiada à Organização das Nações Unidas (ONU). E engajou-se em uma série de ações, dentre elas a fundação de universidades, centros culturais e museus e a realização de intercâmbios. O Budismo de Nichiren Daishonin se expandiu para 192 países e territórios, nos quais os integrantes da SGI em sua localidade têm herdado o bastão de mestre e discípulo e se empenhado na divulgação dos ideais humanísticos e pacíficos de Ikeda sensei, assim como ele tem feito dia após dia durante todos esses anos, incansavelmente, para tornar realidade o sonho do seu mestre, Josei Toda. Todo dia 26 de janeiro de cada ano, desde 1983, além de promover a cultura e o diálogo, Daisaku Ikeda se dedica a escrever e a apresentar propostas de paz à ONU. O objetivo é conceder uma estrutura que visa ao humanismo e ao respeito à dignidade da vida. Assim, essas propostas de paz têm servido para gerar forte diálogo humanístico sobre importantes temas globais entre as pessoas do mundo inteiro. De Guam para o mundo Desde a Primeira Conferência para a Paz Mundial da SGI, em 26 de janeiro de 1975, o encontro que marcou a fundação da SGI, seus membros (hoje mais de 12 milhões) se esforçam para tornar realidade os ideais humanísticos. A Soka Gakkai Internacional atua em várias frentes para ajudar a solucionar diversas questões ao redor do mundo. Seu enfoque está voltado para a transformação de cada indivíduo, ou seja, a revolução humana de cada pessoa, e para um planeta melhor. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.403, 20 jan. 2018, p. A6. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 372, 15 fev. 1975, p. 3. 2. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019. 3. Brasil Seikyo, ed. 372, 15 fev. 1975, p. 3. 4. Ibidem. Carta da Soka Gakkai Direcionamento seguro para a nova etapa do kosen-rufu mundial rumo ao centenário de fundação Texto elaborado pelo Comitê de Estudo da Proposta de Paz (CEPP) A nova Carta da Soka Gakkai1 foi promulgada em novembro de 2021 substituindo a Carta da Soka Gakkai Internacional (SGI), de 1995. Para melhor contextualização, é relevante saber que a Carta da SGI foi criada “com o propósito de deixar ainda mais claros os objetivos, os ideais e as diretrizes de conduta para as organizações afiliadas da SGI”2 e com a convicção de que “para que a humanidade viva em paz e em harmonia, precisamos voltar ao ponto de partida de que somos seres humanos e [precisamos] nos ajudar, transcendendo todas as diferenças”.3 Em 1o de setembro de 2017, foi aprovada a Constituição da Soka Gakkai. O documento, assinado no dia 10 de novembro do mesmo ano, no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, tem como finalidade ser “o mais alto conjunto de normas” a pautar as ações da organização e dos membros de todos os países constituintes,4 firmar a Soka Gakkai como religião mundial e consolidar “a base eterna do kosen-rufu”. A respeito da Constituição, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, disse: “É imprescindível herdar corretamente as orientações e o espírito dos três presidentes, tornando-os a sua base”.5 Com a promulgação da Constituição da Soka Gakkai, a Carta da SGI passou por mudanças ante às necessidades dos tempos atuais e deu origem à Carta da Soka Gakkai, que foi apresentada em 2022 nos idiomas locais. A nova carta é composta por preâmbulo e dez artigos, além de propósitos e princípios. No preâmbulo consta que a Soka Gakkai é constituída por organizações e membros do mundo inteiro que abraçam o objetivo e a missão de promover a paz, a cultura e a educação, com base nos ensinamentos budistas. Ela traz referência à “dignidade da vida”, à “dignidade humana” e à “dignidade de todas as formas de vida” e inova ao mencionar o propósito de criar “um mundo livre de armas nucleares”, e diz que a SGI “contribuirá para a conquista da igualdade de gênero e o incentivo ao empoderamento das mulheres”. A Carta da Soka Gakkai é um importante marco do kosen-rufu mundial que pauta as ações dos membros da organização. Fonte: Disponível em: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561031 . Acesso em: 3 jan. 2023. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 650, out. 2022, p. 8-9. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 30-II. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 320. 3. Ibidem. 4. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.398, 2 dez. 2017, p. A1. 5. Ibidem, p. A3. Representantes de diversos países participam de um curso de aprimoramento da SGI no Japão (2019) No topo: Presidente Ikeda profere discurso de posse durante a fundação da Soka Gakkai Internacional (Guam, 26 jan. 1975) Fotos: Seikyo Press
12/01/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Dê uma partida em união de “diferentes em corpo, unos em mente” junto com os preciosos amigos de sua comunidade! Vamos construir a rede de felicidade “transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si, tornando-se inseparáveis como o peixe e a água”.1 Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 10 de janeiro de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 226, 2019.
12/01/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Aprender com a Nova Revolução Humana
Juventude é manter um espírito flexível No dia 14 de maio de 1963, numa reunião de membros idosos em Tóquio, Shin’ichi Yamamoto encorajou os participantes “seniores na vida” com profunda gratidão pelas sinceras contribuições prestadas por eles ao kosen-rufu. No final, disse (Shin’ichi) com profundo sentimento: — Existem pessoas aparentemente jovens, mas já velhas de espírito. E também pessoas idosas com o espírito vigoroso como o de um jovem. O fator principal da juventude está em manter um espírito flexível que almeja sempre um novo crescimento. Podemos dizer que a felicidade de uma pessoa é decidida pela maneira como viveu seus últimos anos de vida. Por mais que seu passado tenha sido glorioso e feliz, não há coisa mais miserável que viver os últimos dias com amargura, ódio e lamentações. Além disso, a felicidade não é decidida pela fortuna, nem pela fama ou posição social. Independentemente da idade, o importante é manter uma clara razão de viver com senso de missão. (...) Os senhores são veteranos na experiência de vida e na prática budista, e ao viverem com entusiasmo e esperança é uma comprovação da veracidade do budismo. Sempre orarei pela sua boa saúde e longevidade. (...) Logo que desceu do palco, dirigiu-se até a entrada principal do auditório para encontrar-se com os participantes. Seu desejo era incentivar o maior número possível de pessoas, principalmente as mais idosas, pois poderia não haver uma próxima oportunidade — Como vai a senhora? Vovó, qual a sua idade? — perguntou a uma senhora que se aproximou sorrindo. — Já estou com 83 anos. — Mas a senhora parece muito jovem. Por favor, cuide bem de sua saúde e viva sempre com essa radiância. Os participantes agrupavam-se ao redor dele e queriam apertar a sua mão. Alguns estavam com lágrimas nos olhos, surpresos de estarem ao seu lado. A palavra é como uma luz. Um breve cumprimento pode enviar a luz da esperança ao coração das pessoas. E Shin’ichi não poupava palavras para incentivar os participantes. (“Expansão”, p. 29-30) O que fazemos no momento crucial determina a vitória ou a derrota Em 6 de julho de 1963, Shin’ichi chegou ao local para o curso de aprimoramento do Suiko (grupo de treinamento dentro da Divisão Masculina de Jovens). Ele deu aos líderes dos jovens que vieram cumprimentá-lo a seguinte orientação sobre o espírito de se dedicar abnegadamente à propagação da Lei Mística. — Logo que saiu da prisão, o presidente Josei Toda perguntou em detalhes à sua esposa como os líderes reagiram quando ele foi detido e o que andaram falando. Na ocasião em que enfrentou uma grave crise nos negócios, ele (presidente Toda) ficou observando a reação de seus discípulos. Dessa forma, avaliava o caráter de cada um. Por isso, os momentos cruciais são a ocasião decisiva para se atingir a vitória (...) — Na época em que os negócios do presidente Josei Toda caíram no abismo, em crise, eu estava muito doente. Sofria de tuberculose, estava sempre febril e cuspia sangue. O pagamento do salário atrasava e os funcionários foram em busca de outros empregos. Apesar dos favores que todos receberam de Toda sensei, muitos o criticaram pelas costas. Apesar disso, trabalhei por todos que iam abandonando a empresa. Eu estava decidido a consagrar minha vida lutando ao lado de meu mestre e tombar em prol do kosen-rufu enquanto ele estivesse vivo. Caso contrário, não poderia deixar o exemplo de discípulo para a posteridade nem ser um espelho como seguidor de Daishonin na atualidade. Embora não tenha revelado meu sentimento, o presidente Toda sabia de tudo o que se passava em minha mente. Numa ocasião, ele me disse: “Você está pretendendo morrer. Você está querendo dar sua vida para mim. Isso eu não aceito. Você deve viver. Deve sobreviver a todo custo! Vou dar minha vida para você!” Foi o brado do mestre preocupado com seu discípulo e com o kosen-rufu. Morrer como mártir ou viver por esse ideal tinha o mesmo sentido. Tanto um como o outro significava consagrar a vida para a propagação da grandiosa Lei Mística. Estou dizendo isso porque haverei de delegar o kosen-rufu para os integrantes do Grupo Suiko, que são os líderes selecionados da Divisão Masculina de Jovens. Foi uma orientação muito rigorosa. Eles sentiram na pele a forte expectativa de Shin’ichi na liderança dos jovens. (“Espada Preciosa”, p. 74) Sempre nos espelhando no espírito do mestre como nosso modelo No verão de 1963, altos líderes da Soka Gakkai se preparavam para uma viagem de orientação para incentivar os membros na América do Sul. Antes da partida deles, Shin’ichi lhes falou sobre a atitude e o senso de responsabilidade que os líderes deveriam manter durante essa jornada. Na tarde do dia 11 de agosto, o vice-diretor-geral Seiichiro Haruki e o responsável pelo Distrito Geral da América do Sul, Hiroshi Yamagiwa, partiram do Aeroporto Internacional de Haneda para uma viagem de orientação pelos seguintes países: Argentina, Paraguai, Brasil, Peru e Bolívia. O retorno para Tóquio estava previsto para o dia 29 de agosto. (...) Poucos dias antes da partida para a Argentina, Haruki e Yamagiwa foram conversar com Shin’ichi. (...) — Soube que vocês farão uma escala no México... — Sim, será a nossa primeira visita. — O presidente Josei Toda me disse pouco antes de sua morte que havia viajado para o México em seu sonho. Ele me contou com tanta satisfação que até agora não esqueço sua alegria. Ele me disse também que todos o aguardavam ansiosamente e estavam à espera do Budismo Nichiren. Pude sentir nas palavras dele quanto ele queria viajar pelo mundo a fim de propagar o budismo. Portanto, gostariam que vocês fossem para a América do Sul com a forte consciência de estarem viajando no lugar do presidente Josei Toda. Em todos os lugares onde estive, sempre pensei da seguinte forma: “Se fosse o presidente Josei Toda, o que ele faria? De que forma ele atuaria?” Além disso, procuro sempre analisar se minha atuação realmente está de acordo com o pensamento do presidente Josei Toda. Por isso, pude atuar com seriedade e firme determinação. Acredito que nessa disposição existe o caminho de mestre e discípulo. — Se possível, gostaria de fazer parte dos três grupos para incentivar os companheiros que atuam em vários países. Como não disponho de tempo, vocês estão indo em meu lugar. Quero que vocês empenhem o máximo de seus esforços nos incentivos aos companheiros de cada país. Caso contrário, eles ficarão decepcionados. (“Correnteza Pura”, p. 144-145) Ponte eterna da amizade e da confiança Em 1964, os membros da Soka Gakkai na Coreia do Sul estavam sendo alvo de discriminação e de ataques em virtude da história de sofrimento causado pela ocupação japonesa na península coreana durante a primeira metade do século 20. Também havia muitos equívocos em relação à Soka Gakkai. Os membros dedicaram-se diligentemente para demonstrar provas reais na sociedade, em prol da justiça ao lado de Shin’ichi, e para superar a perseguição que estavam enfrentando. Shin’ichi Yamamoto continuava a recitar daimoku e a orar diariamente pela felicidade e pelo sucesso da atuação dos companheiros coreanos. Quando alguns deles viajavam para o Japão, procurava atendê-los da melhor forma possível, incentivando-os calorosamente em cada encontro, e canalizou seus esforços na construção de uma ponte de amizade e de confiança entre a Coreia do Sul e o Japão desenvolvendo atividades de intercâmbio cultural e educacional. O primeiro resultado de suas propostas foi (...) em 1990. Como fundador do museu, ele viajou pela primeira vez para a Coreia do Sul a fim de participar da inauguração da exposição. A segunda visita ocorreu em maio de 1998 a convite da Universidade Kyung Hee da Coreia do Sul que na ocasião homenageou-o com o título de doutor honoris causa em Filosofia. Esse título foi outorgado em reconhecimento aos seus incansáveis esforços para a concretização da paz mundial e pela criação de relações amigáveis entre a Coreia do Sul e o Japão. E no dia 18 de maio de 1998, Shin’ichi visitou pela primeira vez a sede da Instituição Budista da Coreia do Sul em Seul. Ele abraçou cada um dos membros que o aguardavam ansiosamente. Era a realização de um grande sonho, a concretização de suas orações. (...) Ele disse a todos: — Enquanto tiver vocês como meus companheiros, qualquer situação poderá ser transformada em vitória. Vocês são a própria comprovação de minhas palavras. Vocês venceram com toda a dignidade! Eles estavam profundamente emocionados e lágrimas de alegria não paravam de cair pelo rosto radiante dos membros coreanos. — A “renascença do budismo” no século 21 já se iniciou na Coreia do Sul. Estou muito feliz. Todos os companheiros do mundo inteiro estão louvando o exemplo de luta e de perseverança demonstrado pelos senhores. Por favor, criem doravante uma vida cheia de alegria, de felicidade e de vitórias. Dessa forma, renovando a decisão para o futuro, os associados assinalaram uma nova partida na jornada do kosen-rufu. (“Torrente”, p. 230-231) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 15 de maio de 2019.) Ilustrações: Kenichiro Uchida
12/01/2023
Especial
BS
Dedicação contínua ao bem da humanidade
O líder da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, acredita na capacidade humana de criar um mundo pacífico e, acima de tudo, no poder das pessoas comuns de concretizar esse sonho. Mas sabe claramente que é um processo árduo, longo e que exige ações enérgicas, sábias e focadas. Por isso, escreve propostas de paz anuais à ONU. Ele se fortaleceu como líder mundial ainda na juventude. Dos 19 aos 30 anos, viveu sob intenso treinamento do seu mestre, Josei Toda. Impulsionado por uma cristalina e sólida relação de mestre e discípulo, passou a juventude focando no estudo amplo da literatura, no aprofundamento sério dos escritos de Nichiren Daishonin, na recitação de grande quantidade de daimoku e no exercício de propagação do budismo. Enfrentou uma gama de dificuldades, mas aprendeu o caminho para superar os problemas com base no humanismo budista. E ao longo de sua vida aplica com eficiência seu treinamento. Também tem construído pontes de confiança e entendimento por meio de diálogos com líderes, estudiosos, personalidades das artes e da cultura, além dos membros da Soka Gakkai e de pessoas do povo. Por isso, consegue, com perspicácia, analisar as questões mundiais e propor belas e eficientes ações para resolvê-las. Em 22 de maio de 1978, o presidente Ikeda enviou para a Primeira Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre o Desarmamento uma proposta com dez itens para o desarmamento nuclear. Em junho de 1982, encaminhou o texto de Uma Nova Proposta para o Desarmamento e, desde 1983, anualmente, no dia do aniversário da SGI, envia à ONU suas propostas de paz nas quais faz uma análise dos problemas que afligem a humanidade e expõe suas ideias com base na filosofia budista, propondo alternativas para solucioná-los, não somente no âmbito governamental, mas também no individual, ou seja, destacando de que forma o homem, como cidadão, pode contribuir para a paz. Até 2022, foram quarenta propostas de paz entregues. Todos podemos contribuir Ao analisarem o conteúdo das propostas, é comum as pessoas nutrirem pensamentos do tipo “Alguns desses assuntos fogem à minha compreensão” ou “O que isso tem a ver com minha realidade diária?” ou, ainda, “Será que posso fazer algo para contribuir efetivamente para a solução de problemas tão graves?”. As propostas abrem um claro caminho para nossa atuação como membros da SGI, expressando os ideais do presidente Ikeda para enfrentar os vários desafios dos dias de hoje. Cabe-nos interpretar essas diretrizes globais e aplicá-las localmente, seja por meio de nossas atividades na organização, seja pela nossa postura, de uma atuação exemplar, que instile esperança e coragem e que contribua para uma efetiva transformação da sociedade. Refletindo sobre a importância de lermos e utilizarmos as propostas de paz em nossa vida diária, podemos chegar às seguintes conclusões: • As propostas são a expressão do profundo sentimento do presidente Ikeda e dos propósitos fundamentais da SGI de erradicar a miséria, os conflitos e as injustiças que corroem a humanidade. Como integrantes da SGI e praticantes do budismo, nossa atuação está intimamente ligada a esses propósitos. • Como agentes proativos na construção de uma sociedade melhor, é indispensável rejeitar pensamentos negativistas e conformistas generalizados na sociedade, buscando soluções práticas para os problemas e manifestando plena convicção na realização do kosen-rufu, na revolução humana e na filosofia de vida budista. • Pelo princípio budista “prática individual e prática altruística” (jigyo keta), praticamos o budismo visando não somente à própria felicidade, como também à de outras pessoas, a fim de combatermos o egoísmo, causa fundamental dos sofrimentos. • A Soka Gakkai Internacional é a única organização que promove o movimento pelo kosen-rufu em conformidade com os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Isso significa que temos uma grande responsabilidade como seus integrantes. • Temos a oportunidade ímpar de nos dedicar, junto com o presidente Ikeda, atuando onde ele não pode estar, à criação de uma nova civilização humanística. Em seu tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, o buda Nichiren Daishonin expressa: Se a nação for arruinada e os lares destruídos, para onde as pessoas fugirão em busca de segurança? Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve primeiro orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade?1 A realização do kosen-rufu, ou seja, a construção de um mundo seguro e pacífico, é um empreendimento monumental que depende dos esforços de muitas pessoas. E começa com as ações pelo autoaprimoramento com base numa elevada condição de vida interior. Em outras palavras, com a revolução humana de cada pessoa que se reflete na transformação de toda a sociedade, como Ikeda sensei ressalta claramente: Desejo que vocês, mediante esforços constantes na fé e ações sinceras para criar união na diversidade — “diferentes em corpo, unos em mente” —, expandam ainda mais nossa comunidade harmônica de praticantes, construída pelos três primeiros presidentes por meio do compromisso compartilhado de mestre e discípulo, pois esse é o próprio caminho do kosen-rufu e o rumo que conduzirá infalivelmente à paz mundial.2 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.942, 7 jun. 2008, p. B2. Idem, ed. 1.790, 9 abr. 2005, p. B4. Terceira Civilização, ed. 405, maio 2002, p. 1. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 24, 2019. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.372, 20 maio 2017, p. B2. Foto: Reprodução / GETTY IMAGES
12/01/2023
Mensagem
BS
“O radiante sol do tempo sem início brilha em nosso coração”
Parabéns pelo início do “Ano dos Jovens e do Triunfo”! Junto com os companheiros do mundo inteiro, estamos dando a partida com espírito renovado, repleto de dinamismo; e o radiante sol do tempo sem início brilha em nosso coração. Neste período em que a humanidade se vê diante de desafios sem precedentes, vocês, meus queridos amigos, iluminam o coração das pessoas com a grande luz da compaixão e da sabedoria da Lei Mística e se empenham incansavelmente para expandir nossa rede de esperança e de felicidade. Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, com certeza está ciente de todos os seus esforços. Os benefícios que estão acumulando são vastos e incomensuráveis. Daishonin expressa: “Confio ao senhor a propagação do budismo em sua província”.1 Com isso, ele afirma aos seus discípulos, os quais enfrentavam adversidades com fé inabalável, que conta com eles para propagar a Lei Mística em sua respectiva comunidade. Podemos interpretar tais palavras como uma mensagem para todos os que, na época atual, vêm plantando as sementes da Lei Mística na vida de uma pessoa após outra em seu respectivo país, ao mesmo tempo em que superam muitas dificuldades. Vocês são corajosos bodisatvas da terra que compartilham de profundos laços cármicos. Hoje, mais que nunca, recitemos daimoku vigorosamente pela paz mundial e, com os jovens na liderança, expandamos nossa coletividade de bodisatvas da terra nos locais de nossa missão. O Budismo Nichiren é o ensinamento da esperança que nos habilita a transformar positivamente qualquer adversidade e a converter carma em missão. É a religião da revolução humana, a qual ensina que, quando nós mudamos, nosso ambiente muda. É a sublime filosofia do respeito à vida, que provê uma fonte de ilimitada criação de valor para a construção da paz e de sociedades seguras e protegidas. As experiências dos nossos membros ao redor do mundo atestam o grandioso benefício da Lei Mística. De forma cada vez mais intensa, a época atual necessita do nosso movimento, que avança como “pilar”, “olhos” e “grande nau”2 para a edificação da paz. O Sutra do Lótus declara: “Seremos os mundialmente reverenciados [o Buda], / encarando multidões sem medo”.3 Mesmo que soprem ventos ferozes, falemos com coragem e convicção aos outros sobre a grandiosa filosofia do Budismo Nichiren, compartilhando-a e propagando-a amplamente. Com o coração eternamente jovem, sigamos avançando a passos largos em nossos esforços em prol do kosen-rufu mundial! Meus melhores votos a todos! Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional No topo: Daisaku Ikeda, presidente da SGI, e sua esposa, Kaneko Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 385, 2017. / 2. As palavras “pilar”, “olhos” e “grande nau” são utilizadas por Nichiren Daishonin no escrito Abertura dos Olhos, ao declarar: “Eu serei o pilar do Japão. Eu serei os olhos do Japão. Eu serei a grande nau do Japão. Este é o meu juramento, e jamais renunciarei a ele!” (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I. p. 293, 2020). / 3. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 13, p. 234. Foto: Seikyo Press
15/12/2022
Editorial
BS
Quem o apoiou neste ano?
Ao ler a pergunta do título, pare e reflita um pouco. Várias pessoas lhe devem ter vindo à mente. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, conta que, por várias vezes, ao se encontrar com os jovens, pedia que falassem quem eram as pessoas que os ajudaram durante a vida. Aqueles que conseguiam listar nomes imediatamente começavam a irradiar uma luz brilhante e pura. Ao observar isso, ele afirmou que “Aqueles que têm gratidão pelos outros possuem o brilho da inteligência. E os que saldam suas dívidas de gratidão e de bondade têm profundo caráter”. Existem quase 8 bilhões de pessoas no mundo e você, leitor, encontrou-se especificamente com uma pequena parte delas. Não é um acaso que suas vidas tenham criado uma relação. A palavra “vida”, em japonês, é constituída por dois ideogramas — jin, que significa “pessoas”, e sei, que significa viver. A palavra jinsei, “vida” em português, então, pode ser compreendida como “viver com as pessoas”. Essa convivência com o outro também tem momentos de adversidades e, diante delas, fica mais difícil enxergar motivos para agradecer. Ikeda sensei narra a história de uma senhora que sofria com a perda de memória causada pela idade, a ponto de não conseguir se lembrar nem mesmo do nome dos familiares. Certa vez, o médico perguntou a ela qual era o momento mais feliz de sua vida e ela respondeu sem titubear: “Quando minha filha nasceu. Eu fiquei tão feliz!”. Esse momento tocou profundamente o coração da filha que estava do lado. Agora ela também já era mãe, e vivia momentos desafiadores com o filho. A mãe tentava moldar o filho conforme os padrões que julgava adequado e, por isso, era muito rigorosa com ele. Ela então foi tomada pelo sentimento de gratidão e exclamou: “Muito obrigada. Estou feliz que você tenha nascido também. Estou feliz só por você estar aqui. Muito obrigada!”. Essa atitude fez com que ela passasse a enxergar o filho de outra maneira e perceber que tinha muitas razões para ser grata e feliz. O presidente Ikeda esclarece: Ser grato pelo apoio que tantas pessoas nos deram — essa consciência, esse sentimento, essa alegria — nos trará uma satisfação cada vez maior. Em vez de agradecer por sermos felizes, deveríamos pensar que só o fato de saber agradecer é, em si, uma causa de felicidade. Também as orações imbuídas de gratidão harmonizam-se mais efetivamente com o ritmo do Universo e orientam nossa vida na direção positiva. Quando deixamos de dizer “muito obrigado!”, nosso desenvolvimento pessoal é detido. Quando crescemos, sentimos como os outros são também maravilhosos.2 O final de ano é o momento ideal para fazermos um balanço da vida, listar e agradecer àqueles que fizeram parte da nossa caminhada. Brasil Seikyo também aproveita para demonstrar nossa gratidão a você, leitor, que esteve presente nessa jornada em 2022. Muito obrigado! Nosso maior apoiador e, com certeza, o seu também, é o nosso mestre, Daisaku Ikeda, a quem agradecemos e parabenizamos por seus 95 anos a ser completados no dia 2 de janeiro. Propomos que faça mais uma lista, agora com o nome das pessoas que você apoiará. Esta edição do BS e todas as de 2023 estarão sempre aqui como sua base para que incentive o próximo e assim avance na sua revolução humana e seja feliz. Feliz “Ano dos Jovens e do Triunfo”! Ótima leitura! Notas: 1. RDez, ed. 211, jul. 2019, p. 6-10. 2. Terceira Civilização, ed. 439, mar. 2005, p. 38.
15/12/2022
Mensagem
BS
Prática da fé é comprovação diária — vamos avançar, continuamente, rumo à vitória absoluta
Estimados membros da BSGI, familiares e amigos, manifesto sinceras felicitações a todos pelo radiante descortinar do “Ano dos Jovens e do Triunfo”. Feliz ano novo! Este ano está revestido de profundo significado. No dia 1º de janeiro, celebraremos com todos o Gongyo de Ano-Novo, como também o aniversário de 95 anos do presidente Ikeda. Em fevereiro, comemoraremos os trinta anos da inesquecível quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil e os trinta anos desde que ele iniciou a obra Nova Revolução Humana. Neste maravilhoso ano, desfrutem muita saúde, paz, harmonia e um maravilhoso ano novo! Com o desejo de que todos estejam em sintonia com o coração de Ikeda sensei, compartilho as preciosas orientações dele sobre o profundo significado do Ano-Novo. O Ano-Novo marca o início de um novo dia, de um novo mês e de um novo ano. Nichiren Daishonin afirma que uma pessoa que comemora esse dia, com base na Lei Mística, acumulará constantemente virtude e benefício e será amada por todos, assim como a lua cresce gradualmente ficando mais cheia e o sol brilha ainda com mais intensidade à medida que sobe mais alto no céu.1 O primeiro dia do ano novo é um dia de começos. Todos podem recomeçar o novo ano com nova e revigorante determinação. É uma excelente oportunidade para despertarmos para o espírito budista da “verdadeira causa”2 — o espírito de sempre avançar a partir do presente momento. Quando agimos assim, nossa vida certamente transbordará de incontida alegria.3 Vamos fazer cada dia deste ano novo um renovado avanço conforme ensinado por Ikeda sensei nas palavras acima. Neste momento em que assinalamos a partida do ano para a realização dos nossos objetivos e sonhos, a prática da fé fundamentada nos ensinamentos dourados de Nichiren Daishonin, nos proporciona a transformação das adversidades em felicidade. Vamos celebrar o ano novo em nosso bloco e comunidade com todos os membros e familiares. Vamos criar e expandir ainda mais a rede de felicidade ao nosso redor, contribuindo para a transformação do destino de toda humanidade nesta década. Com uma prática da fé assídua, junto com os companheiros da localidade, avancemos gradativamente rumo aos nossos sonhos! Vamos vencer em todos os aspectos da nossa vida e, assim, irradiar a luz de felicidade e da esperança àqueles ao nosso redor. Por favor, transmitam as felicitações a todos os seus familiares. Um grande abraço! Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. I, p. 1173. 2. “Verdadeira causa”: Também chamada de princípio místico da “verdadeira causa”. O Budismo de Nichiren Daishonin expõe diretamente a verdadeira causa para a iluminação, como o Nam-myoho-renge-kyo, que é a lei da vida e do universo. Ele ensina uma forma de prática budista de sempre avançar a partir deste momento e superar todos os problemas e dificuldades com base nessa lei fundamental. 3. Terceira Civilização, ed. 577, set. 2016, p. 42. Foto: BS
15/12/2022
Mensagem
BS
A força e a paixão da Juventude Soka
Fala Juventude Soka deste imenso Brasil! Desejamos que tenham recebido o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com renovada disposição e decisão. Quanta alegria e boa sorte iniciarmos o ano junto com Ikeda sensei e comemorarmos seus 95 anos! A vocês, nossos agradecimentos pela dedicação no ano 2022, período em que começamos a retomada do nosso movimento presencial com muitos encontros e abraços, além de nos conectar, de todas as formas, a muito mais jovens, tanto on-line ou por meio de visita como pela corrente de daimoku, com o sentimento de não deixar ninguém para trás. O ano 2023 chega com novos objetivos, novos desafios e a esperança de construirmos o futuro com nossas próprias mãos. A juventude é uma época de muitas angústias, incertezas e sofrimentos, mas também é a fase em que temos a força e a paixão necessárias para traçar os próximos capítulos da nossa vida e da própria história da sociedade. Por isso, é essencial atualizarmos nossa lista de objetivos e determinarmos quais ações vamos empreender para viver o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com grande significado. Pensando nisso, a Juventude Soka do Brasil fornece quatro dicas para avançarmos e vencermos sem falta neste ano! #1. Revolução humana na prática Ser Juventude Soka é encarar os desafios do dia a dia e criar valor a cada momento, a cada ação. Ou seja, tornarmo-nos seres humanos melhores a partir do nosso processo de revolução humana. Com isso em mente, eis algumas ações para cada um de nós desafiar: Cultivar um caráter justo, sábio e corajoso para criar valor nas minhas ações. Assumir a direção do meu futuro avançando dia a dia nos meus desafios. Cuidar da saúde física e mental. Dedicar com seriedade e sinceridade ao estudo, ao trabalho e/ou a outros locais de atuação. Respeitar a dignidade da vida de todas as pessoas. Dialogar com pessoas diferentes. Valorizar e ter orgulho da minha família. Ser bom amigo e ter bons amigos. #2. Foco na prática da fé e nas boas práticas sociais Diante das adversidades que enfrentamos diariamente, seja individual, seja em nosso entorno, jamais podemos nos esquecer de que o ponto primordial da Juventude Soka é a prática da fé. Ou seja, quando desenvolvemos nossa própria prática com daimoku, estudo do budismo e nos esforçamos para realizar o shakubuku, criamos energia vital, conduzimos nossa revolução humana e somos capazes de transformar nossa realidade. Uma vez fortalecidos com a prática da fé, percebemos a força que possuímos para fazer a diferença no local em que estamos, podendo desenvolver as boas práticas sociais, com um relacionamento mais ativo e valoroso com a sociedade, de maneira a assumirmos o papel de força propulsora do avanço da nossa comunidade. Ikeda sensei nos incentiva: Possuímos o Gohonzon, a fé que nos assegura que “nenhuma oração ficará sem resposta”. Temos a Lei Mística, por meio da qual podemos transformar tristeza em esperança, carma em missão e desespero em coragem para seguir em frente. Temos o incentivo dos nossos companheiros, amigos com quem “dividimos nossas alegrias e tristezas”.1 #3. Movimento da Juventude Soka Em 2023, desejamos promover a convivência entre os jovens na organização a partir do movimento da Juventude Soka. Fazemos parte de uma rede poderosa de conexões de vida a vida e de incentivos; portanto, não há razão para sofrermos sozinhos, isolados em nossa realidade. Mantermos a conexão com o coração do Mestre é fundamental para nos lembrar do nosso ilimitado potencial! Por isso, desejamos que cada jovem se engaje nesse movimento, seja participando da reunião de palestra, dos encontros dos jovens, das atividades dos Sucessores Ikeda 2030, seja saboreando aquele café ou bolinho ou mesmo dando um “rolê” com a juventude da nossa organização, e também atuando no grupo horizontal, no qual temos a oportunidade de fortalecer a vida. Partiu? #4. Cem mil jovens humanistas rumo a 2030 Estamos no terceiro ano da década que nos levará ao centenário da Soka Gakkai em 2030! Até lá, nossa missão, como Juventude Soka, é uma só: tornarmo-nos jovens de esperança, sermos realmente felizes e capazes de expandir a paz e a felicidade ao nosso redor. Somos os jovens do “azul mais azul que o índigo”,2 uma legião de verdadeiros discípulos Ikeda que agem com o mesmo coração que o do Mestre. Visualizando o ano 2030 como ápice da mudança da direção da humanidade para o caminho da dignidade da vida, convidamos você a se unir à conexão de 100 mil jovens humanistas dispostos a transformar o mundo! Vamos transmitir os valores Soka a partir do diálogo corajoso com quem está à nossa frente, cultivando laços de amizade e nos conectando com os jovens ao nosso redor a fim de que despertem para o seu ilimitado potencial. Recentemente, Ikeda sensei afirmou: Gostaria de transmitir a seguinte mensagem aos integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), leões que compartilham do meu espírito; da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), amigas Kayo, flores do kosen-rufu e sóis da esperança; e da Divisão dos Universitários (DUni), desbravadores do intelecto e da sabedoria: o futuro Soka se abre expansivamente sempre que se criam jovens capazes. Sua força e paixão difundirão, de forma ilimitada, a segurança por toda a sociedade e a paz para o mundo inteiro.3 Com base nesses quatro pontos, vamos nos desafiar a cada dia manifestando o orgulho de sermos a juventude Soka que avança junto com o Mestre e constrói o futuro neste exato instante. A Juventude Soka do Brasil é a força para transformar a época! Nós somos a esperança! Um grande abraço! Camila Akama, Livia Endo, Edjan Santos e Monique Tiezzi Líderes da Juventude Soka do Brasil Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.624, 10 dez. 2022, p. 3. / 2. Terceira Civilização, ed. 512, abr. 2011, p. 52. / 3. Brasil Seikyo, ed. 2.624, 10 dez. 2022, p. 4. No topo: Monique Tiezzi, Camila Akama, Livia Endo, Edjan Santos Foto: BS Fundo: GETTY IMAGES
15/12/2022
Datas Comemorativas
BS
Datas Significativas de janeiro
2 Aniversário do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda (1928) 26 Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) (1975)
15/12/2022
Nova Revolução Humana
BS
“Levantar-se só resolutamente diante da tempestade”
PARTE 37 Em Tóquio, chegou a estação das folhas novas. Shin’ichi Yamamoto rompeu os grilhões das ardilosas tramas que obstruíam as atividades em prol do kosen-rufu e alçou voo em direção ao céu azul da esperança, tal qual uma imponente águia. O presidente Yamamoto, que retornou a Shinanomachi após concluir a quinta visita à China e as viagens de orientação a Nagasaki, Fukuoka, Osaka, Aichi, Gifu e Shizuoka, correu freneticamente para visitar as sedes de locais como Nerima, Taito, Setagaya e Minato para incentivar os companheiros visando à reconstrução do quartel-general Soka: Tóquio. Shin’ichi abriu as asas em direção à nova era do kosen-rufu, e continuou em sua árdua batalha. Por outro lado, havia uma questão que há muito preocupava o presidente Kiyoshi Jujo e a liderança central da Soka Gakkai. Era a questão em relação ao advogado Tomomasa Yamawaki. Yamawaki, que ficou cego pelo dinheiro ao se envolver em negócios como compra e venda de terrenos na cidade de Fujinomiya cinco anos antes e adquiriu uma fortuna por meio de artimanhas, abriu uma empresa de alimentos congelados. No entanto, como ele era inexperiente no ramo e a empresa foi administrada de maneira relapsa e inconsequente, ela entrou em falência, acumulando imensa dívida de mais de 4 bilhões de ienes. Sem perspectiva de pagá-la e encurralado, Tomomasa Yamawaki pensou em extorquir dinheiro da Soka Gakkai mediante ameaças. Até esse momento, Yamawaki atuava secretamente fazendo os jovens sacerdotes criticarem fortemente a organização para se tornar mediador do entendimento com o clero no intuito de manipular a Soka Gakkai conforme seus interesses. Para isso, incitava a descrença e a antipatia dos clérigos em relação à organização, e continuou a divulgar informações distorcidas para que eles a atacassem. Ele também traçou planos para tomar o poder da Soka Gakkai e transmitiu-os diversas vezes ao clero, e contou várias mentiras sobre a Soka Gakkai para o sumo prelado Nittatsu. Ele mesmo “colocava fogo”, tumultuando a situação, e depois se oferecia para “controlá-la”, utilizando-se dessa tática conhecida como match-pump (criar os problemas e depois vender a solução). Além disso, continuava a passar informações distorcidas para a mídia, com o intuito de prejudicar a confiança social em relação à Soka Gakkai e depor o presidente Yamamoto. Contudo, essa máscara perniciosa foi caindo gradativamente e, ao mesmo tempo em que as diversas ações traiçoeiras e dissimuladas vieram à tona, seus negócios entraram em situação crítica. Foi o resultado da própria conduta. Consta nos ditos sagrados: “Pareceram estar livres de punição no início, mas, no fim, todos se condenarão à queda”. 1 PARTE 38 Quem estava conspirando junto com Tomomasa Yamawaki era o coordenador do Departamento de Estudo do Budismo da época, Takao Harayama. Um ano antes, em setembro de 1979, Harayama retirara uma grande quantidade de cópias de materiais e documentos que estavam guardados na sede do jornal Seikyo Shimbun. Utilizando essas fontes, Yamawaki planejou alienar a Soka Gakkai, e também alimentou a mídia com informações atrozes contra a organização. Em abril de 1980, Yamawaki por fim ameaçou a Soka Gakkai a fim de extorquir dinheiro. Por conhecerem os métodos perversos e a natureza obstinada de Yamawaki, Kiyoshi Jujo e o conselho executivo se preocuparam em como lidar com ele. Estava claro que, se eles o ignorassem, surgiriam fissuras ainda maiores na tão almejada união harmoniosa entre cleros e adeptos que a Soka Gakkai tanto se empenhara para construir. Se isso ocorresse, quantos muitos membros não sofreriam nas mãos de sacerdotes tirânicos do clero. Evitar isso era ponto pacífico. Diante do conselho executivo apreensivo com os possíveis rumos da situação, Yamawaki chantageou a Soka Gakkai ordenando o pagamento de 300 milhões de ienes: — Entendam como chantagem ou como quiserem. Não me importo em ir para a cadeia! Depois de ponderar e de muita angústia, Jujo fez Yamawaki prometer que, daquele momento em diante, nunca mais tramaria contra a Soka Gakkai nem a atacaria, e concordou com o pagamento, a contragosto. Isso ocorreu quando Shin’ichi Yamamoto estava em visita à China. Apesar disso, para espanto de todos, Yamawaki pediu mais 500 milhões de ienes. No dia 7 de junho, a Soka Gakkai o denunciou ao Departamento de Polícia Metropolitana por extorsão e tentativa de extorsão. Com isso, Yamawaki colocou desesperadamente em ação seu plano de criar tumulto. Através das revistas semanais, ele intensificou a publicação de críticas ardilosas e ofensivas contra a Soka Gakkai. Eram falácias geradas pela ganância, assim como consta nos escritos: “Trata-se de uma mentira descabida” 2 e “Invenção dos que me invejam”. 3 Harayama também saía nas matérias das revistas somando calúnias e difamações. Posteriormente, no decorrer do julgamento de Yamawaki, foi desvendado que ele havia recebido grande soma de dinheiro de Yamawaki. A Soka Gakkai é uma organização religiosa idônea formada por pessoas sérias e íntegras. É um mundo em que não se permitem “pessoas de intenções malignas”. Tanto Yamawaki como Harayama acabaram se tornando pessoas que não contavam com confiança de ninguém ao redor. Todos sentiram que esse era o destino dos traidores com a autodestruição. PARTE 39 No dia 7 de junho, data em que a Soka Gakkai denunciou o advogado Tomomasa Yamawaki, anunciou-se o resultado da eleição dos membros para o conselho do clero. Os sacerdotes mais jovens que continuavam a atacar a organização tinham conquistado onze das dezesseis cadeiras, tornando-se maioria absoluta. No dia 3 de julho, realizou-se a primeira assembleia do conselho do clero após a eleição e eles conseguiram assumir importantes postos, inclusive o da presidência desse conselho. No dia seguinte, 4 de julho, eles fundaram oficialmente uma organização chamada Shoshin-kai. Na cerimônia de oko [realizada sempre no dia 13 nos templos] de julho, ignorando completamente os repetidos comunicados do Departamento de Assuntos Internos do clero, promoveu-se uma sessão de violentos ataques contra a Soka Gakkai em muitos dos templos da Nichiren Shoshu. Por trás desses movimentos, havia também a ação oculta de Yamawaki, que estava encurralado. Os jovens sacerdotes, incitados por ele, repetiram ações arbitrárias contrariando as recomendações do clero. Os companheiros suportaram com perseverança os ataques contra a Soka Gakkai por parte dos sacerdotes perversos e das revistas sensacionalistas. Havia pessoas que eram obrigadas a ouvir dos colegas ou dos superiores nos locais de trabalho as críticas contra a organização publicadas nas revistas. Contudo, os filhos do buda da Soka Gakkai continuavam a correr em prol da propagação do budismo, incentivando-se mutuamente e se lembrando de frases dos escritos como “Dificuldades surgirão, e estas devem ser consideradas práticas pacíficas”;4 “Os reverenciáveis e os veneráveis são testados com calúnias”. 5 Apesar de o jornal Seikyo Shimbun finalmente começar a publicar mais matérias a respeito das atividades de Shin’ichi Yamamoto, elas eram inserções tímidas e nada que mostrasse ares de um vigoroso avanço. Shin’ichi sentia-se angustiado ao pensar nos companheiros: “Preciso irradiar a luz da renovação a todos!”. Foi nessa época que Shin’ichi recebeu a solicitação do Seikyo Shimbun para publicar uma série de memórias sobre os pioneiros dos primórdios da Soka Gakkai que já haviam falecido ao longo da jornada do kosen-rufu. Shin’ichi decidiu aceitar e iniciar essa série com o desejo de apresentar a todos os companheiros que se empenharam dedicadamente na prática da fé desde os tempos iniciais, dando suporte à Soka Gakkai e devotando a vida ao kosen-rufu. Ele queria encorajar a todos com o nobre exemplo do modo de vida desses companheiros beneméritos. A série recebeu o título de “Companheiros Inesquecíveis”. O romance Revolução Humana, que estava com a publicação suspensa desde a conclusão do décimo volume havia dois anos, recebia muitos pedidos para que voltasse a ser editado. Shin’ichi então decidiu retomar a escrita dessa obra. Levantar-se só resolutamente diante da tempestade que sopra violentamente — esse é o espírito da Soka Gakkai. Esse é o caminho do leão. PARTE 40 Em meados de julho, Shin’ichi Yamamoto realizou acertos com os jornalistas do jornal Seikyo Shimbun responsáveis pela série “Companheiros Inesquecíveis” e pelo romance Revolução Humana no Centro de Treinamento de Kanagawa. Quando ele anunciou que retomaria a redação dessa obra, o editor-responsável não escondeu seu espanto. Então, ele começou a falar com certa hesitação: — Acredito que os leitores ficarão imensamente felizes. Mas com certeza os jovens reverendos do clero farão bastante barulho e talvez o senhor se torne um alvo perfeito para eles... — e ele se calou após dizer isso. No mesmo instante, Shin’ichi disse em tom enérgico: — Claro que sei disso. Neste momento, o importante não é o que acontecerá comigo. São os companheiros que precisamos proteger. Os membros estão se empenhando diligentemente em prol do kosen-rufu e da Soka Gakkai com bravura e devoção, suportando os contínuos tratamentos desumanos e cruéis dos sacerdotes malignos e seus comparsas. É minha responsabilidade proteger esses membros da Soka Gakkai que são os filhos do Buda. Também é minha responsabilidade transmitir-lhes a luz da coragem, da esperança e da convicção para que todos possam seguir adiante com confiança e orgulho pelo caminho da missão. É para isso que existo. Por ser justamente agora que devo escrever a Revolução Humana. Esta é minha luta, você compreende? Está bem? O editor meneou a cabeça afirmativamente. Shin’ichi então sorriu e continuou a falar: — Quero iniciar quanto antes. Peço que entre em contato imediatamente com o ilustrador encarregado. E, falando a verdade, não consigo erguer o braço porque estou com muita dor no ombro. Já peço desculpas de antemão, pois, conforme for, talvez eu tenha de solicitar que anotem o que vou ditar para ser publicado. Nesse verão de 1980, choveu muito por longos dias e o calor úmido e abafado se prolongava. Shin’ichi acumulava o cansaço desde o ano anterior e esse clima era ainda mais prejudicial à sua saúde. Contudo, a chama do seu coração ardia e transbordava do espírito de luta. “Somente a convicção de que a justiça vencerá sem falta é o que nos encoraja” — esse era o espírito de Gandhi. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2019. 2. Ibidem, v. II, p. 62. 3. Ibidem. 4. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 115. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 320., 2020. Ilustrações: Kenichiro Uchida
15/12/2022
Encontro com o Mestre
BS
O kosen-rufu significa eterno avanço
Nichiren Daishonin escreveu: Todos os lugares, exceto a Capital da Luz Tranquila, são mundos de sofrimento. Se abandonar o refúgio da iluminação inerente, onde acredita que encontrará alegria? Oro para que abrace a Lei Mística, que garante que as pessoas “desfrutarão paz e segurança na presente existência e boas circunstâncias nas existências futuras”. Essa é a única glória que o senhor precisa buscar nesta vida, e é a ação que o levará ao estado de buda na próxima. Recite o Nam-myoho-renge-kyo com atitude resoluta e sincera, e recomende com veemência aos outros que façam o mesmo; isso permanecerá como a única lembrança de sua existência neste mundo humano.1 Em outras palavras, a verdadeira alegria encontra-se na luta em prol do kosen-rufu, na prática e na ação dedicadas à felicidade de si e dos outros. Ele também afirma que “O Sutra do Lótus é a grandiosa Lei para que a vida jamais envelheça e jamais morra”.2 Ou seja, nós, que abraçamos a Lei Mística, não sofreremos nem com a velhice nem com a morte. Enquanto mantivermos acesa a chama da fé, a chama da força vital brilhará incessantemente dentro de nós; podemos viver plenamente transcendendo o nascimento e a morte. A fé é o instrumento propulsor que nos capacita a viver com esperança por todas as nossas existências. A SGI é um exemplo de uma sociedade de vida longa. Os jovens da SGI são cheios de energia. E assim também são os membros da Divisão Sênior e da Divisão Feminina. Todos são vigorosos e cheios de vida. A fonte dessa vitalidade é o daimoku. Não há caminho mais sublime na vida. (...) Aqueles que louvam a SGI são louvados pelos deuses budistas, bem como pelos budas e bodisatvas. Cultivando relacionamentos humanos Como podemos desenvolver uma condição de vida grandiosa e benevolente? Expandindo nossa esfera de relacionamentos interpessoais, nosso círculo de amigos. (...) Em qualquer situação, os relacionamentos humanos — a comunicação e a interação pessoal — são vitais. Devemos tomar a iniciativa de cultivar amizades e contatos com diversas pessoas tanto dentro da organização como na sociedade em geral. Nossa vida se abrirá e se enriquecerá na mesma proporção que conquistarmos isso. Um pouco antes de morrer, o grande poeta e escritor russo Liev Tolstói (1828–1910) pediu para falar com sua filha mais nova, de quem ele gostava muito, e contou-lhe sobre seu último desejo. Algo importante que mencionou nessa ocasião foi que, quanto mais ela se relacionasse com as outras pessoas, mais cresceria e se desenvolveria como ser humano. Ele a advertiu para que jamais se esquecesse disso. Na SGI, relacionar-se com as pessoas significa engajar-se em diálogos, estudar os ensinamentos de Nichiren Daishonin com outras pessoas e avançar em prol do kosen-rufu. (...) Certa vez, Goethe disse: É uma grande tolice esperar que os outros homens se harmonizem conosco... Pois é em um conflito com naturezas opostas à sua que um homem deve reunir forças para conseguir espaço, assim, todos os lados diferentes se manifestam e se desenvolvem; dessa maneira, logo nos damos conta de que somos capazes de lidar com qualquer pessoa.3 Cultivar relacionamentos harmoniosos e conquistar o apoio de pessoas de personalidade e opiniões diferentes fazem parte da nossa prática budista. Esse é um pré-requisito para a organização avançar e para o nosso próprio crescimento e aprimoramento individual. Isso também nos capacita a formar um sólido caráter para que possamos nos sentir seguros durante os encontros e diálogos com todos os tipos de pessoas. Tenho feito isso com líderes do mundo todo. Esse é o tipo de força que devemos desenvolver por meio da nossa prática. (...) A primeira declaração do presidente Makiguchi em prol do kosen-rufu Desde a época do presidente fundador, Tsunesaburo Makiguchi, o propósito da Soka Gakkai tem sido a realização do kosen-rufu, ou seja, a ampla propagação da Lei Mística. Quando vocês acham que foi a primeira vez que o presidente Makiguchi utilizou o termo kosen-rufu em uma audiência pública? Quando foi que declarou que a Soka Gakkai era uma organização que se dedicava a atingir esse objetivo? Não foi em uma época de tranquilidade. Ao contrário, foi na época em que a Soka Gakkai estava sendo violentamente atacada pelas autoridades. (...) Em maio de 1942, foi realizada a 4a Reunião Geral da Soka Kyoiku Gakkai. Essa atividade ocorreu pouco mais de seis meses após o ataque a Pearl Harbor. No começo, a força militar japonesa tinha conquistado uma série de vitórias. Entretanto, não havia mais a possibilidade de isso se repetir. O país logo se encontrou sem saída, preso a uma guerra que não poderia vencer. Era o início de sua decadência. No entanto, os japoneses, por terem sido continuamente enganados pela mídia, que estava sob a influência do Estado, ignoravam a real situação. Consequentemente, o país inteiro estava iludido por uma euforia de vitória. “O Japão é o maior!”, gritavam as pessoas. “O Japão é uma terra divina!” Já naquela ocasião, entretanto, o presidente Makiguchi percebeu agudamente a devastação iminente. “O Japão será arruinado”, declarava. “A derrota do país é certa.” (...) Ele percebeu corretamente os eventos através do espelho brilhante de sua fé pura e de seu nobre caráter. Aterrissando em solo inimigo O presidente Makiguchi solicitou aos participantes da reunião geral: “Temos de conduzir a nação ao bem maior. É como aterrissar em solo inimigo”.4 Em outras palavras, caminhar entre as pessoas mergulhadas na ignorância e destrutividade e tentar ensiná-las sobre o bem maior [a Lei Mística] é como aterrissar em meio ao exército inimigo; o ataque será inevitável. (...) Ele declarou: “Estou convicto de que levarei a felicidade à nossa família e à sociedade, e de que poderemos atingir ao menos uma parte da grande tarefa que culminará na realização do kosen-rufu”.5 Essa foi a sua primeira declaração formal do objetivo do kosen-rufu. O presidente Makiguchi disse que continuaria a dedicar a vida até atingir esse propósito. Concluiu suas palavras afirmando: Uma vez que fomos encarregados de cumprir essa importante missão, devemos jurar avançar assiduamente em quaisquer circunstâncias, sem nos conduzir egoisticamente nem explorar os outros, com a inabalável consciência de que cada um de nós é uma pessoa de bem maior escolhida para cumprir essa tarefa.6 E, exatamente como afirmou, o presidente Makiguchi caminhou de forma resoluta em direção ao kosen-rufu. Em meio à perseguição, e mesmo com a idade avançada [estava com mais de 70 anos], ele realizou mais de 240 reuniões de diálogo [entre os períodos de maio de 1941 e junho de 1943]. O presidente Makiguchi partiu sozinho em viagens por todo o país. Sabe-se que ele converteu mais de quinhentas pessoas ao Budismo de Nichiren Daishonin [entre 1930, ano da fundação da Soka Kyoiku Gakkai, e julho de 1943, quando foi preso]. Aquele foi um período em que o clero havia perdido completamente o espírito do kosen-rufu. O presidente Makiguchi tinha uma missão verdadeiramente profunda e maravilhosa. Quanto mais estudo e aprendo sobre Makiguchi sensei, mais profundamente eu sinto isso. É assim que se cria a história; é assim que a verdadeira história começa. É sobre esse espírito da Soka Gakkai que gostaria que vocês refletissem. O presidente Josei Toda se levantou contra a guerra, na pior das épocas, com a determinação de que “agora é a época do kosen-rufu”. (...) Desenvolvam a coragem de um leão! Quando as condições são as mais hostis, é precisamente nessas horas que devemos reunir nossa coragem e agir. Nichiren Daishonin afirma: “(...) Os que possuem o coração de um rei leão, sem dúvida, atingirão o estado de buda”.7 Um covarde é incapaz de se tornar um buda. Somente podemos atingir o estado de buda quando possuirmos a coragem de um leão. Quanto mais difícil for a circunstância, mais corajosa deve ser a atitude que devemos tomar. Essa é a essência do espírito da Soka Gakkai. Partindo com paciência e esforço para os lugares onde a situação seja pior ou pareça impossível de ser vencida, poderemos abrir um caminho à nossa frente. O que o clero fazia enquanto o presidente Makiguchi lutava pelo kosen-rufu? (...) Estava tentando destruir o kosen-rufu. A atitude do clero continua a mesma até hoje. Naquela ocasião [com a esperança de evitar a perseguição do governo militarista, que estava promovendo o xintoísmo nacional como um meio de unificação espiritual da nação japonesa], o clero havia proibido a publicação do Gosho, e ordenou que catorze passagens essenciais das escrituras de Nichiren Daishonin, incluindo o trecho: “Eu, Nichiren, sou o venerável mais proeminente de todo o Jambudvipa”,8 fossem omitidas dos volumes existentes. (...) Além do mais, o clero consagrou o talismã xintoísta no templo principal Taiseki-ji e insistiu que o presidente Makiguchi e os membros da Soka Kyoiku Gakkai também o aceitassem. Essa foi uma calúnia abominável que o clero cometeu contra os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E quando o presidente Makiguchi declarou sua absoluta recusa à aceitação, o clero secretamente se aliou às forças que perseguiam a organização. (...) O que aconteceu com os discípulos do presidente Makiguchi? Em geral, ficaram surpresos e alarmados pela firme postura de Makiguchi sensei. Eles não agiram como leões. O presidente Makiguchi havia bradado em prol do kosen-rufu e em refutação ao Estado. Contudo, seus discípulos, em vez de correrem para o lado dele, temerosamente murmuravam coisas como “É muito arriscado neste momento”, “Ainda é muito cedo”, “Seremos todos presos pela polícia militar”. (...) Enquanto todos os outros se afastavam, somente Josei Toda estava tranquilamente determinado: “Eu sou discípulo do presidente Makiguchi! Permanecerei ao lado do meu mestre até o fim”. Esse é o solene espírito de mestre e discípulo. Mais tarde, Josei Toda expressou sua gratidão ao mestre, dizendo: “Com sua imensa e infinita benevolência, o senhor permitiu que eu o acompanhasse até na prisão”. Em vez de lamentar o fato de ter sido preso, o presidente Josei Toda possuía um único sentimento — gratidão. Agradeceu ao seu mestre por este tê-lo permitido enfrentar a perseguição ao seu lado. Esse é o relacionamento de mestre e discípulo. Quando foi libertado da prisão, o presidente Josei Toda levantou-se sozinho e resolutamente desfraldou a bandeira do kosen-rufu com a mesma convicção do seu mestre. O mestre e o discípulo eram inseparáveis. Dessa maneira, ele superou o sofrimento da morte do seu mestre, estabelecendo a grande correnteza do kosen-rufu. Jamais devemos nos esquecer desse caminho da unicidade de mestre e discípulo. (...) Quando os líderes se aprimoram, todos se desenvolvem Na luta pelo kosen-rufu, quando os líderes avançam, todos seguem em frente. Quando os líderes se aprimoram, todos se desenvolvem. (...) Quando um líder decide “Eu realizarei a minha revolução humana! Eu me desenvolverei!” e entra em ação, faz surgir com isso a força propulsora para a constante vitória. Essa é a única fórmula para o contínuo triunfo. Nichiren Daishonin ressalta: “A Lei não se propaga por si mesma. Por ser propagada pelas pessoas, tanto a Lei como as pessoas são dignas de respeito”.9 Em todos os aspectos, a realização do kosen-rufu depende de pessoas capazes. Devemos encontrar, desenvolver e reunir pessoas de capacidade. Aquelas que conseguem realizar essa tarefa são pessoas de caráter notável. É meu desejo que a Soka Gakkai redobre suas energias nesses esforços — uma “revolução para fortalecer pessoas capazes” — para o próximo século. Com essa observação, concluo minhas palavras de hoje. Obrigado. Leia o discurso na integra no Brasil Seikyo, ed. 1.453, 21 mar. 1998, p. 3. No topo: Presidente Ikeda incentiva os membros a se tornar pessoas valorosas em todas as áreas de atuação (Centro Cultural da SGI-Alemanha, jun. 1991) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 66, 2019. 2. The Major Writings of Nichiren Daishonin, v. I, p. 120. 3. GOETHE, Johann Wolfgang von. Conversations with Eckermann [Diálogos com Eckermann]. Nova York e Londres: M. Walter Dunne, Publisher, 1901. p. 67. 4. Traduzido do japonês: MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. Tóquio, Daisanbunmei-sha, v. 10, p. 147, 1987. 5. Ibidem, p. 146. 6. Ibidem. p. 148. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 318, 2019. 8. Ibidem, p. 671. 9. Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 856. Foto: Seikyo Press
15/12/2022
Rede da Felicidade
BS
Uma decisão poderosa é a causa para a grande vitória
Onde há desafio, há aperfeiçoamento. Onde há desafio, há uma história inspiradora. Onde há desafio, um futuro glorioso resplandece. Tudo no universo vive num processo de constante desafio. As flores lutam para atravessar a neve espessa e lançar novos brotos. As ondas batem incansavelmente contra as rochas do litoral, desgastando-as. Dia após dia, o sol irrompe da escuridão e desponta alegremente. Visíveis ou não, todas as coisas perseveram, silenciosa e tenazmente, trabalhando sem cessar para cumprir sua sublime missão. Desafio! Desafio! Desafio! É o que significa estar vivo. Assumiremos o desafio — de ensinar o caminho da felicidade para um amigo após outro, de construir um mundo de paz e de prosperidade para todas as pessoas; de enfrentar as tempestades ferozes de nosso destino, para poder demonstrar o verdadeiro potencial dos seres humanos; de ter uma existência em que possamos viver felizes e tranquilos,1 para poder declarar com orgulho como somos afortunados! Continuarei avançando — pois meu pequeno passo de hoje com o tempo assentará um caminho grandioso! Não serei derrotado — pois sei que, mesmo depois de uma noite escura de nevascas implacáveis, amanhã, sem falta, o sol da vitória nascerá novamente! A Soka Gakkai deu uma radiante partida em 1978, denominando-o, assim como o ano anterior, “Ano do Estudo”. O foco das atividades seriam o estudo dos escritos de Nichiren Daishonin e o aprimoramento das reuniões de palestra. No Dia de Ano-Novo, Shin’ichi recitou gongyo em casa com a família, orando sinceramente pelo desenvolvimento do kosen-rufu e pela paz mundial, bem como pela saúde, longevidade e prosperidade de todos os membros e seus respectivos familiares. Pulsava dentro dele a forte determinação de dar tudo de si para abrir novos e auspiciosos caminhos para o kosen-rufu naquele ano também. Uma decisão poderosa é a causa para a grande vitória. Depois do gongyo, Shin’ichi Yamamoto apanhou um pincel que sua esposa, Mineko, preparara para ele, e começou a escrever mensagens de incentivo para os membros em cartões decorativos. Mesmo sendo Ano-Novo, não havia um momento de descanso nem para Shin’ichi nem para Mineko. O desejo de apoiar e encorajar os queridos companheiros os impelia à ação e à labuta incessantes. Pouco depois do meio-dia, ele saiu de casa e seguiu a pé para a sede da Soka Gakkai, onde participaria do Gongyo de Ano-Novo. Chegando ao alto de uma ladeira em frente ao prédio do Seikyo Shimbun, viu vários integrantes da Soka Gakkai que provavelmente estavam a caminho da cerimônia. — Oh! Presidente Yamamoto! — exclamou uma mulher. Shin’ichi os cumprimentou com um sorriso e aceno, e disse: — Feliz Ano-Novo a todos! Por que não tiramos uma foto juntos? Os membros concordaram felizes e se juntaram em torno dele. O grupo foi crescendo à medida que os outros que passavam foram se reunindo até somar, no fim, cerca de setenta pessoas na fotografia. Dirigindo-se a todos, Shin’ichi disse: — Observando a atual situação econômica no Japão, não vemos nada além de notícias ruins. Ainda estamos em recessão por causa do alto valor do iene, os negócios estão indo à falência e as empresas estão adotando cortes de funcionários. Exatamente por isso, é importante que compartilhemos o budismo com os outros. Justamente por isso, vocês se encontram aqui. Como pessoas que abraçam o Gohonzon e praticam com sinceridade o Budismo de Nichiren Daishonin, vocês possuem uma brilhante tocha que nem os ventos mais fortes conseguem apagar — a tocha da esperança e da coragem. Todos têm a missão de fazer essa tocha da fé arder cada vez mais intensamente e iluminar a sociedade. Incentivem seus amigos, transmitindo-lhes a luz da esperança, e acendendo a chama da coragem no coração deles. Nossa felicidade repousa em encorajar os outros e em ajudá-los a se tornar felizes. Quando a situação parecer dolorosa e difícil de suportar, lembrem-se: “Exatamente por isso preciso me levantar e agir”; “Exatamente por isso preciso mudar meu carma”. Encaremos tudo com a atitude de “exatamente por isso!”. O Gongyo de Ano-Novo foi realizado no Auditório Mestre-Discípulo na sede da Soka Gakkai a partir das 13h30. Em suas palavras, Shin’ichi Yamamoto comentou uma frase do capítulo “A Extensão da Vida” (16o) do Sutra do Lótus: “Medito constantemente” (Mai ji sa ze nen).2 De modo bastante simples, isso indica o pensamento constante que abrigamos nas profundezas do nosso coração. O pensamento constante do Buda é capacitar todos os seres vivos a atingir a iluminação. Em outras palavras, a mente do Buda está perpetuamente voltada para a felicidade de todas as pessoas. O tipo de compromisso ou de postura que adotamos nas profundezas da nossa vida — o que estamos pensando, pelo que oramos e o que desejamos — é fundamental; reflete claramente nossa condição de vida. Como discípulos de Nichiren Daishonin desde o remoto passado, façamos deste grandioso juramento pelo kosen-rufu e da felicidade de todas as pessoas a nossa decisão e missão. Espero que cada um retorne ao juramento que fez no remoto passado e almeje, ore e aja pelo kosen-rufu. Com o espírito de que todo dia é Dia de Ano-Novo e com renovada energia, eu também estou determinado a fazer tudo o que estiver ao meu alcance pelo bem dos membros e da paz mundial. Apesar de falar por apenas três minutos, sua orientação foi repleta de paixão. O arrojado movimento de estudo programado para o segundo “Ano do Estudo” foi lançado com o início da série de preleções sobre o escrito de Nichiren Daishonin O Objeto de Devoção para Observar a Mente na edição do Seikyo Shimbun de 1o de janeiro. Shin’ichi estava determinado a edificar a paz e a prosperidade para toda a humanidade e pôr em ação um novo movimento de humanismo que transmitisse ao mundo a filosofia compassiva de afirmação da vida do Budismo Nichiren. Ele também havia firmado o sólido compromisso de viajar pelo Japão, novamente naquele ano, para se encontrar com novos membros e inspirar todos com quem entrasse em contato a despertar a fé. Naquela nova partida, Shin’ichi gravou no fundo do coração as palavras de Daishonin: “A vida é limitada; não devemos poupá-la. O que, afinal, devemos aspirar é à terra do buda”.3 A jornada do kosen-rufu nos Últimos Dias da Lei não será, de modo algum, suave. Será como uma viagem em mares tempestuosos ou numa trilha perigosa exposta à neve e ao vento. Desse modo, não se poderá obter a vitória sem dedicação e esforços abnegados. Presidente Yamamoto dialoga calorosamente com os membros da Soka Gakkai após o Gongyo de Ano-Novo realizado na sede central No topo: Ilustração retrata Shin’ichi Yamamoto dedicando-se à escrita de suas obras a fim de incentivar os membros O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Estandarte da Lei. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 89-93, 2019. Notas: 1. Consulte Where living beings enjoy themselves at easy [Onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos]. (Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 272.) 2. “Medito constantemente: ‘Como posso conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?” (Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 273.) 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 223, 2019. Ilustrações: Kenichiro Uchida
15/12/2022
Canal DEB
BS
Carta de Ano Novo
Trecho do Gosho Recebi cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e uma cesta de frutas. O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera.1 A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste,2 e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste. Em primeiro lugar, sobre a questão de onde exatamente se encontram o inferno e o buda, um sutra diz que o inferno está abaixo da terra, e outro afirma que o buda reside no oeste. No entanto, um exame mais cuidadoso revela que ambos existem em nosso corpo de um metro e meio de altura. Isso deve ser verdade, pois o inferno está no coração da pessoa que, em seu íntimo, despreza seu pai e ignora sua mãe.3 Cenário histórico Nichiren Daishonin escreveu esta carta para a esposa de Omosu, em agradecimento a ela pelos oferecimentos que lhe havia feito no início do ano. O nome Omosu deriva da região onde sua propriedade estava localizada, na vila de Omosu, distrito de Fuji, província de Suruga. O marido da destinatária da carta era o sacerdote leigo Ishikawa no Hyoe. Ela era irmã mais velha de Nanjo Tokimitsu. E havia perdido sua amada filha, acometida de uma doença, em 1278. Essa filha havia enviado várias cartas a Nichiren Daishonin. Antes de morrer, ela escreveu para ele dizendo que provavelmente seria sua última carta e expressou seu estado de espírito sereno enquanto enfrentava a morte.4 Nessa carta, Nichiren Daishonin explica de maneira simples e poética a forma como o princípio dos “dez mundos” opera. Daishonin revela que tanto o estado de buda como o estado de inferno existem na vida de cada ser humano. Uma pessoa com o coração cheio de ódio vive no mundo de inferno, enquanto aquela que tem fé no Sutra do Lótus experimenta o mundo do estado de buda. Embora não conste a data em que havia sido redigida, presume-se que a Carta de Ano Novo tenha sido escrita em 1281, um ano antes do falecimento de Nichiren Daishonin. Tópicos da explanação do presidente Ikeda5 Os sinceros oferecimentos para o Ano-Novo O título dessa carta em japonês é traduzido literalmente como Escrito dos Bolinhos de Arroz Cozidos a Vapor. Nichiren Daishonin também menciona os bolinhos de arroz em outros escritos, sempre próximo do Ano-Novo. Os bolinhos de arroz cozidos a vapor eram marcados com um “X”, para que pudessem ser facilmente divididos em porções menores. Eles faziam parte das celebrações na época de Nichiren Daishonin, e são tradicionais até hoje no Japão. Com certeza, a esposa de Omosu recebia cada novo ano com a determinação de permanecer firme em sua prática budista como discípula de Nichiren Daishonin, não somente para seu próprio bem, mas também em nome da filha que havia partido. Como o ano-novo se aproximava, ela deve ter renovado sua decisão enviando esses oferecimentos a Daishonin. Então, ele louva de todo o coração sua sinceridade e vibrante determinação. Fazer de cada dia uma renovada partida O Ano-Novo marca o início de um novo dia, de um novo mês e de um novo ano. Por isso, no Oriente, desde os tempos antigos, é conhecido como o dia dos “três começos”. No Japão, de acordo com o antigo calendário lunar, o Ano-Novo também marca o início da primavera. Enfim, é um dia muito festivo, de muitos novos começos. Todos podem recomeçar com revigorante determinação a jornada de 365 dias. É uma excelente oportunidade para despertarmos para o espírito budista da “verdadeira causa”6 — o espírito de sempre avançar a partir do presente momento. Quando agimos assim, nossa vida certamente transbordará de incontida alegria. Enquanto a Mãe Terra inicia uma nova jornada ao redor do Sol, os corajosos bodisatvas da terra, inflamados com sentimento de nobre missão, entram em ação com um grande juramento pelo kosen-rufu em 192 países e territórios. Nesse escrito, Nichiren Daishonin afirma que uma pessoa que comemora esse dia, com base na Lei Mística, acumulará constantemente virtude e benefício e será amada por todos, assim como a lua cresce gradualmente ficando mais cheia e o sol brilha ainda com mais intensidade à medida que sobe mais alto no céu.7 Por meio da nossa prática diária da recitação do Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon, assinalamos uma renovada partida, despertando poderosamente a força da vida dentro de nós. O objetivo da nossa prática budista é conduzir uma existência de completa realização, com o espírito de que todo dia é Dia de Ano-Novo, iluminado pelo sol da manhã do “tempo sem início”. O inferno e o estado de buda existem dentro de nós Na passagem seguinte, Daishonin assegura à sua discípula que o Buda não pode ser encontrado em algum lugar distante, mas dentro do próprio coração. E explica de forma acessível a essência fundamental da vida, a “possessão mútua dos dez mundos”8 — um dos conceitos budistas mais importantes. Para ilustrar seu ponto de vista, Daishonin escolhe como exemplos o mundo do inferno e mundo dos budas, os dois extremos dos “dez mundos”. Essas condições de vida, que aos olhos de mortais comuns parecem as mais distantes da realidade cotidiana, estão, na verdade, ambas presentes em nosso coração. Do ponto de vista dos ensinamentos que eram amplamente difundidos a respeito de inferno e buda naquela época, essa foi uma quebra de paradigmas. As escolas budistas então estabelecidas defendiam que o inferno era um reino localizado em algum lugar debaixo da terra, e que o buda vivia em algum distante reino — como no caso do buda Amida da escola Terra Pura (Nembutsu), que se dizia residir na Terra da Perfeita Felicidade, localizada a oeste. Acreditava-se, portanto, que, ao morrer, as pessoas cairiam num inferno subterrâneo ou renasceriam na Terra Pura do buda Amida, a visão do paraíso. Ou seja, tanto inferno como buda eram considerados mundos externos do ser, além da vida da pessoa. Mas, nesse escrito, Daishonin afirma claramente que essas duas condições opostas — inferno e buda — se manifestam no “nosso corpo de um metro e meio de altura”9 e “no coração da pessoa”.10 Em primeiro lugar, usando a palavra “nosso”, Daishonin indica que esses mundos estão dentro de todos nós, inclusive dele próprio, sem qualquer distinção ou discriminação. Em segundo, o mundo do inferno e o mundo dos budas não estão distantes de nós. Eles existem em nossa vida, na vida de pessoas reais aqui e agora. A canção do triunfo da paz e dos “valores humanos” Num recente artigo de Ikeda sensei,11 ele declara: A Soka Gakkai sempre triunfará com a força dos jovens. A organização sempre se desenvolverá e prosperará pela eternidade com a força de jovens capazes. Hoje, jovens cidadãos globais Soka, abraçando os princípios da “possessão mútua dos dez mundos” e dos “três mil mundos num único momento da vida”, estão revelando sua natureza de buda e ajudando outros a fazer o mesmo. Com paciência e perseverança, estão criando um movimento popular de diálogo pautado pelo respeito a todas as pessoas — emulando o espírito do bodisatva Jamais Desprezar12 — em prol de um futuro mais promissor. Os bodisatvas da terra são os discípulos que compartilham do mesmo espírito que o Buda; eles se erguem com o mesmo juramento do seu mestre e dão continuidade às ações corajosas e perseverantes dele. Nós, da família Soka, descortinamos o amanhecer de um ano novo emocionante determinados mais do que nunca a dar uma nova partida e avançar uma vez mais. Neste ano 2023 que se inicia, “Ano dos Jovens e do Triunfo”, vamos nos unir como a maior coletividade de filósofos do mundo e fazer ressoar, vasta e longinquamente, por todos os cantos, a canção do triunfo da paz e dos valores humanos! Notas: 1. De acordo com o calendário lunar japonês, a primavera começa com o primeiro mês; isto é, por esse sistema oficial se inicia o novo ano. Pelo calendário gregoriano, essa data corresponde a algum dia entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro. 2. Refere-se ao fato de que a lua nova é vista pela primeira vez no oeste, logo após o pôr do sol. Nas noites que se seguem, como a lua cresce mais cheia, tem-se a impressão de que ela se desloca gradativamente para o leste. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2018. 4. Cf. Ibidem, p. 166. 5. Terceira Civilização, ed. 577, set. 2016. 6. “Verdadeira causa”: Também chamada de princípio místico da “verdadeira causa”. O Budismo de Nichiren Daishonin expõe diretamente a verdadeira causa para a iluminação, como o Nam-myoho-renge-kyo, a lei da vida e do universo. Ele ensina uma forma de prática budista de sempre avançar a partir do presente momento e superar todos os problemas e dificuldades com base nesta Lei fundamental. 7. Coletânea dos Escritos de Nichoren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II p. 405, 2019. 8. “Possessão mútua dos dez mundos”: Segundo esse princípio, cada um dos dez mundos possui o potencial inerente a todos os dez. “Possessão mútua” significa que a vida não se fixa a um ou outro dos dez mundos, mas pode manifestar qualquer um dos dez — do mundo do inferno ao mundo dos budas — a qualquer momento. O ponto fundamental desse princípio é que todos os seres, em quaisquer dos nove mundos, possuem a natureza de buda. Assim, cada pessoa tem o potencial para manifestar o estado de buda, da mesma forma que um buda também possui os nove mundos, não sendo, portanto, separado ou diferente das pessoas comuns. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2019. 10. Ibidem. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.624, 10 dez. 2022, p. 3. 12. Bodisatva Jamais Desprezar. Descrito no capítulo 20, “Bodisatva Jamais Desprezar”, do Sutra do Lótus, esse bodisatva — Shakyamuni numa existência anterior — viveu no fim dos Médios Dias da Lei, depois da morte do buda Rei do Som Imponente. Ele se curvava respeitosamente a todos com quem se encontrava e dizia: “Eu os reverencio profundamente, jamais ousaria tratá-los com desdém ou arrogância. Por quê? Porque todos estão praticando o caminho do bodisatva e infalivelmente atingirão o estado de buda” (Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 20, p. 308). Porém, ele era atacado por pessoas arrogantes, que o agrediam com varas e bastões e atiravam pedras nele. O sutra explica que essa prática se tornou a causa para o bodisatva Jamais Desprezar atingir o estado de buda. Foto: GETTY IMAGES
15/12/2022
Especial
BS
Por um supremo ideal
Daisaku Ikeda nasceu em 2 de janeiro de 1928, em Tóquio, Japão, como o quinto dos oito filhos de Ichi e Nenokichi Ikeda, que viviam humildemente do cultivo de algas marinhas. Desde a infância, Dai, como era chamado pelos familiares, conviveu com a destruição e as atrocidades da Segunda Guerra Mundial, conflito que ceifou a vida do seu irmão mais velho, Kiichi. No entanto, ao longo da vida, o jovem reverteu a tristeza em uma profunda decisão de realizar ações efetivas pela paz no mundo e pela felicidade das pessoas. Ele teve contato pela primeira vez com a Soka Gakkai numa reunião de palestra na noite de 14 de agosto de 1947, quando tinha 19 anos. Nessa data, conheceu o homem que se tornaria seu mestre da vida, Josei Toda. Dez dias depois, em 24 de agosto, converteu-se ao Budismo de Nichiren Daishonin. O principal motivo de ele ter ingressado na organização foi a confiança em Toda sensei, devido a seu destemido caráter, grande sabedoria e cristalina sinceridade com os jovens. Em pouco mais de dez anos de convívio, mestre e discípulo tiveram uma existência em perfeita harmonia e união, conquistando grandes feitos como a concretização de 750 mil famílias ao budismo, a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 1957; e a Cerimônia do Kosen-rufu, realizada em 16 de março de 1958. Josei Toda confiava plenamente em Daisaku Ikeda e o treinou de forma exaustiva. Em 3 de julho de 1957, Daisaku Ikeda foi preso em Osaka, Kansai, acusado injustamente de fraude eleitoral. Foi libertado em 17 de julho e provou sua inocência nos tribunais em 1962. Sua força vem da unicidade com o mestre e da coragem de enfrentar o que for necessário para proteger as pessoas simples do povo. Após o falecimento de Josei Toda, em 2 de abril de 1958, Ikeda sensei assumiu a terceira presidência da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Em outubro daquele ano, partiu para a primeira viagem ao exterior a fim de propagar o budismo em diversos países, entre eles o Brasil. A partir de então, vem se empenhando incansavelmente para cumprir os ideais do seu mestre e impulsionar o movimento pelo kosen-rufu. Suas inúmeras realizações vão desde a criação do sistema educacional Soka e escrever livros até a fundação de instituições como o Museu de Arte Fuji de Tóquio e a Associação de Concertos Min-On; dos diálogos com diversas personalidades mundiais às homenagens recebidas de cidades, universidades e outras instituições, reconhecendo seus esforços pela paz, cultura e educação. Já no início da década de 1970, a organização atinge 7,5 milhões de famílias praticantes, reflexo do grande ímpeto que Ikeda sensei dera ao avanço do movimento pelo kosen-rufu. Com isso, em 1975, foi fundada a Soka Gakkai Internacional (SGI), em um encontro realizado no dia 26 de janeiro, na ilha de Guam, onde Daisaku Ikeda foi nomeado presidente da organização. O avanço da SGI sob a liderança de Ikeda sensei despertou a inveja no sumo prelado à frente da Nichiren Shoshu, Nikken Abe. Devido à natureza autoritária dos clérigos, ocorreram atritos entre o clero e a Soka Gakkai, resultando na primeira problemática em 24 de abril de 1979, quando o presidente Ikeda deixa a presidência da Soka Gakkai. A despeito das ações do clero, a organização continuou a se desenvolver e, hoje, está presente em 192 países e territórios com mais de 12 milhões de membros. O presidente Ikeda empreendeu, passo a passo, uma luta abnegada para a concretização do kosen-rufu mundial pelo eterno futuro, honrando o juramento feito aos mestres Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Como resultado da decisão e dos esforços de Ikeda sensei, surgem discípulos genuínos com o mesmo espírito que o dele. Neste significativo momento em que recebemos o 95o aniversário natalício de Ikeda sensei e o início do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, vamos renovar nossa decisão de cumprir a missão como bodisatvas da terra, dando continuidade ao grandioso legado de paz do Mestre por meio de ações concretas em todos os campos de atuação pelo bem maior da humanidade. Uma vida de grandiosas realizações Da infância humilde à liderança mundial da Soka Gakkai, a trajetória de Ikeda sensei é a prova real do significado de revolução humana 2 jan. 1928 - Daisaku Ikeda nasce no bairro de Ota, Tóquio, Japão, numa família de cultivadores de algas marinhas. 18 nov. 1930 - Fundação da Soka Gakkai.18 nov. 1944 - Primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, falece na prisão. 24 maio 1945 - A casa de Daisaku Ikeda é destruída por um incêndio causado por ataque aéreo na Segunda Guerra Mundial. A família se muda para barracas temporárias. 30 maio 1947 - A família Ikeda recebe a informação de que o filho mais velho, Kiichi, convocado para a guerra, foi morto em combate na Birmânia (atual Mianmar). 14 ago. 1947 - Participa de uma reunião de palestra na qual se encontra pela primeira vez com seu futuro mestre, Josei Toda. 24 ago. 1947 - Converte-se ao Budismo Nichiren, tornando-se membro da Soka Gakkai. Abr. 1948 - Ingressa no curso noturno de ciências políticas e econômicas da Taisei Gakuin (atual Universidade Fuji de Tóquio). 3 jan. 1949 - É contratado pela Nihon Shogakkan, empresa editorial de Josei Toda como editor de uma revista infantil chamada Aventura dos Meninos. 3 maio 1952 - Casa-se com Kaneko Shiraki e o casal se muda para Mita, bairro de Meguro, Tóquio. 2 jan. 1953 - Nomeado líder da Divisão dos Jovens. 28 abr. 1953 - Nasce seu primogênito, Hiromasa. 13 dez. 1954 - Nomeado diretor de relações públicas da Soka Gakkai. 28 jan. 1955 - Nasce seu segundo filho, Shirohisa. 10 dez. 1956 - Seu pai, Nenokichi, falece aos 68 anos. 3 jul. 1957 - Preso injustamente em Osaka sob acusação de violação das leis eleitorais. 17 jul. 1957 - Libertado da prisão. 8 set. 1957 - É proferida a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. 2 abr. 1958 - Falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. 11 abr. 1958 - Nasce seu terceiro filho, Takahiro. 3 maio 1960 - Nomeado terceiro presidente da Soka Gakkai. 2 out. 1960 - Parte para sua primeira viagem ao exterior, visitando Canadá, Estados Unidos e Brasil. 19 out. 1960 - Chega ao Brasil para sua primeira visita ao país. No dia 20, funda o primeiro distrito fora do Japão. 27 jan. 1962 - Funda o Instituto de Filosofia Oriental (Japão). 18 out. 1963 - Cria a Associação de Concertos Min-On (Japão). 2 dez. 1964 - Começa a escrever o romance Revolução Humana em Okinawa (Japão). Mar. 1966 - Visita as Américas do Norte e do Sul; segunda visita ao Brasil. Aquisição da primeira sede da América do Sul. 18 nov. 1967 - Funda o sistema de escolas Soka (Japão). 5 maio 1972 - Primeiro de dois encontros com o historiador britânico Arnold J. Toynbee em Londres. Do diálogo entre ambos, é publicado o livro Escolha a Vida. 3 maio 1973 - Inaugura Museu de Arte Fuji em Fujinomiya, prefeitura de Shizuoka (atualmente em Tóquio). 8 set. 1974 - Visita a ex-União Soviética (atual Rússia) pela primeira vez e dialoga com o primeiro-ministro Aleksey Kosygin. 30 maio 1974 - Visita a China pela primeira vez. 5 dez. 1974 - Viaja para a China e se encontra com o primeiro-ministro Zhou Enlai. 26 jan. 1975 - Toma posse como presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), em conferência realizada na ilha de Guam, com a participação de representantes de 51 países. 6 set. 1976 - Falece sua mãe, Ichi, aos 80 anos. 22 maio 1978 - Submete sua Proposta com Dez Pontos para o Desarmamento Nuclear durante a primeira sessão da Assembleia da ONU sobre desarmamento. 24 abr. 1979 - Com a problemática com o clero, renuncia como terceiro presidente da Soka Gakkai. Jul. 1981- Torna-se Poeta Laureado do Mundo pela Academia Mundial de Artes e Cultura. 25 jan. 1983 - Apresenta a primeira Proposta de Paz às Nações Unidas (ONU). A partir de então, foram 40 propostas enviadas anualmente até 2022. 8 ago. 1983 - Recebe a Medalha da Paz da ONU. 19 fev. 1984 - Terceira visita ao Brasil. 3 out. 1984 - Falece seu segundo filho, Shirohisa, aos 29 anos. 2 abr. 1985 - Funda o Colégio Feminino Soka (Japão). 3 fev. 1987 - Funda a Universidade Soka da América, campus de Calabasas, Califórnia (Estados Unidos). 24 fev. 1987 - Encontra-se com o químico, ativista pela paz e duas vezes ganhador do Prêmio Nobel Dr. Linus Pauling. 27 jul. 1990 - Dialoga com o presidente da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev (Rússia). 1o set. 1992 - Funda a Escola de Educação Infantil Soka de Hong Kong. 17 jan. 1993 - Inaugura a Escola Soka de Educação Infantil de Singapura. 30 jan. 1993 - Dialoga com a ativista dos direitos humanos norte-americana Rosa Parks, em Los Angeles (Estados Unidos). 9 fev. 1993 - Quarta visita ao Brasil. Encontro com Austregésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). É nomeado sócio correspondente da ABL. 6 ago. 1993 - Começa a escrever o romance Nova Revolução Humana, em Nagano (Japão). 24 set. 1993 - Funda o Centro de Pesquisas para o Século 21 de Boston (Estados Unidos). Hoje, denominado Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo. 25 jun. 1994 - Cria o Instituto Soka — Centro de Pesquisas e Estudos Ambientais do Amazonas (Cepeam) (Brasil). Hoje, denominado Instituto Soka Amazônia. 1o dez. 1994 -Funda a Escola de Educação Infantil Soka da Malásia, em Kuala Lampur. 1o dez. 1995 - Estabelece a Fundação Makiguchi para a Educação, em Tóquio (Japão). 11 fev. 1996 - Funda o Instituto Toda para a Paz Global. Atualmente, Instituto Toda pela Paz (Japão). 3 maio 2001 - Funda a Universidade Soka da América, na Califórnia (Estados Unidos), 6 jun. 2001 - Institui a Escola Soka do Brasil (atual Colégio Soka), em São Paulo (Brasil), 24 mar. 2011 - 700o título de cidadão honorário — cidade de Santarém, Pará (Brasil). 18 nov. 2013 - Inaugurado o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Japão). 2 dez. 2014 - 50 anos do romance Revolução Humana. 8 set. 2018 - Conclui os trinta volumes da Nova Revolução Humana. 18 nov. 2019 - Funda o Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai. 28 abr. 2022 - 400o título acadêmico — Universidade Nacional Chungbuk (Coreia do Sul). Daisaku Ikeda adolescente 2 out. 1960 - Parte para sua primeira viagem ao exterior, visitando Canadá, Estados Unidos e Brasil. 9 fev. 1993 - Quarta visita ao Brasil. Encontro com Austregésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). É nomeado sócio correspondente da ABL. No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, empenha-se incansavelmente a incentivar cada pessoa. Na foto, em reunião de líderes da Soka Gakkai (Tóquio, nov. 2012) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.400, 31 dez. 2018. Idem, ed. 2.383, 12 ago. 2017. Nota: 1. RDez, ed. 67, jul. 2007, p. 4. Fotos: Seikyo Press
15/12/2022
Terceira Civilização
Na prática
TC
A primavera da vida chegará sem falta
No século 13, o buda Nichiren Daishonin empregou a frase “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 para encorajar uma de suas discípulas que enfrentava severas adversidades. Essa citação rompeu as barreiras do tempo e se perpetua até hoje como um grande alento para as pessoas que enfrentam desafios, não importando o rigor das circunstâncias. Nesta edição, Na Prática apresenta detalhes de como essa expressão pode imprimir novo vigor para aqueles que se deparam com um rigoroso inverno de intempéries. Faça derreter a espessa camada de gelo do coração O Brasil é um país com grande diversidade climática. No Sul, por exemplo, em certas épocas do ano, o frio é bem intenso, mas, no geral, o clima é quente em quase todo o território nacional. No Japão, nos tempos do buda Nichiren Daishonin, o inverno era um período de temperatura glacial, e a superfície ficava encoberta por espessas camadas de gelo, de modo que tudo parecia estar em uma clausura de manta branca. Entretanto, o frio, aparentemente interminável, logo cessava assim que o inverno extenuante cedia lugar ao clima reconfortante da primavera, reavendo o aspecto vibrante da natureza, entre a vivacidade do brilho do sol e as cores exuberantes das flores e plantas. Sobre a expressão empregada por Nichiren Daishoin, o presidente Ikeda comenta: “O que torna genuína a alegria da primavera é o rigor do inverno que a precede. Somente quando superamos as provações do inverno por meio do poder da fé conseguimos desfrutar a primavera de triunfo”.2 Na sequência, falaremos sobre o exemplo das flores de cerejeira, que precisam do inverno para concentrar energia e florir majestosamente. O despertar das flores de cerejeira Entre o inverno e a primavera, as flores de cerejeira iniciam o decurso do desabrochar. Para que esse resultado ocorra, essa trajetória tem início no verão, quando os botões se formam, mas ficam em estado latente durante o inverno. Isso acontece para que os botões enfrentem o ar gélido, pois somente assim o processo de crescimento é ativado, o que resulta na etapa de floração, estágio conhecido como quebra da latência. Ou seja, o frio intenso é determinante para o desenvolvimento dos brotos. Ikeda sensei afirma: “Mesmo no caso das cerejeiras, se o clima frio, necessário para romper o ciclo de latência, for mais curto, a floração dos botões atrasará ou ocorrerá de modo irregular”.3 Após passarem o inverno em dormência, as árvores de cerejeira começam a despertar quando as temperaturas aumentam. É nesse momento que as primeiras flores de cerejeira começam a desabrochar transformando paisagens antes cinzentas em uma erupção de cores. Ausência de dificuldades não significa felicidade Certamente, todos nós enfrentaremos desafios ao longo de nossa jornada. Ikeda sensei destaca como cada adversidade se torna crucial para percebermos a vida de modo elevado. Ele incentiva: A ausência de dificuldades não significa felicidade. A felicidade genuína e a alegria na vida residem em não ser derrotados pelas adversidades, em nos levantar novamente quando caímos, em resistir e triunfar sobre adversidades. Vida é batalha. Vida é desafio. Vida é treinamento. Dificuldades são inevitáveis na vida. Nossa prática do Budismo Nichiren nos empodera para edificar um forte eu capaz de encarar com bravura todas as provações, possibilitando-nos desafiar a situação com espírito positivo e vê-la como oportunidade de crescimento. Aqueles que possuem esse espírito de luta vencem no final.4 Nichiren Daishonin, por sua vez, ao escrever a frase de encorajamento “O inverno nunca falha em se tornar primavera”, incentivou sua discípula, a monja leiga Myoichi, a não abrigar nenhuma dúvida. Isso porque a prática budista exerce a função dos raios de sol que derretem a densa camada de gelo da incerteza e da profunda angústia que pode dominar o coração e a mente das pessoas no momento do sofrimento. A dor que enfrentamos, quando os reveses da vida nos assolam — no exato instante que a adversidade emerge —, pode parecer uma angústia sem fim. Porém, mesmo que o inverno aparente estar longe de findar, a primavera com certeza chegará. Da mesma maneira, independentemente de quanto tempo demore para ultrapassar as dificuldades, se mantiver a fé e perseverar na prática budista com a recitação do daimoku, os diálogos encorajadores com os amigos da organização e as leituras das orientações de Ikeda sensei, com certeza a percepção daquele desafio será esperançosa e levará a um desfecho vitorioso. A seguir, conheça a história de uma integrante da Divisão Feminina (DF) da Bharat Soka Gakkai (SGI-Índia) e entenda como a prática budista provocou a mudança de uma realidade de incertezas para o cultivo da alegria e da felicidade. Reconheci o potencial dentro de mim Sou Arunima Sharma. Casei-me jovem. Logo fui afortunada com um filho e uma filha. Contudo, meu casamento não foi tão feliz. Morávamos com meus sogros e eu vivia chorando pelos cantos. Era introvertida, tinha dificuldades de me relacionar com as pessoas e lutava contra a depressão. Anos mais tarde, saí da casa de meus sogros, concluí os estudos e consegui um emprego como professora. Em seguida, meu marido deixou a mim e aos nossos filhos. Foi um período de muita dor. Além disso, a escola onde eu lecionava ficava a 100 quilômetros de distância da minha residência, e as crianças permaneciam sozinhas em casa enquanto eu estava no trabalho. Em 2006, comecei a praticar o budismo quando tive contato com uma revista da SGI-Índia durante uma visita a um amigo. Meu coração ficou repleto de emoção. Naquela época, havia apenas dois membros da Soka Gakkai na região. E, em curto período, após iniciar a prática budista, as pessoas diziam: “Você é sempre tão alegre!”. Então, eu compartilhava o budismo com todos dizendo que revelaria o segredo da felicidade. Em 2012, meu divórcio foi concretizado. Assim, pude comprar minha própria casa, algo que tanto desejava. Além do mais, fui transferida para uma escola pública de ensino fundamental bem próxima da minha residência. Minha nova escola estava em péssimas condições. Não tinha muro, água potável nem banheiros adequados. Certo dia, enquanto eu lecionava, uma garotinha espiou pela janela da sala de aula. Quando investiguei melhor a região, fiquei chocada, pois mais de cem crianças viviam em situações deploráveis. Algumas estavam empenhadas em mendicância, outras em recolher o lixo; várias eram viciadas em drogas. Elas não tinham sapatos nem roupas. Também careciam terrivelmente de higiene pessoal. Fui ao encontro dos pais dessas crianças e os convenci a mandá-las para a escola. No entanto, o diretor da instituição se recusou a admiti-las. De forma inesperada, alguns funcionários do governo fizeram uma visita à escola. Depois disso, todas as 103 crianças foram admitidas e começaram a frequentar as aulas regularmente. Em paralelo, as organizações avançavam no desenvolvimento da infraestrutura escolar, providenciando água potável, casas de banho, pavimentos, secretárias e cadeiras, construindo um muro e um portão, além de criar uma biblioteca. Eu me orgulho de todos esses avanços. Tenho imensa satisfação em dizer que meus filhos também são praticantes do Budismo Nichiren. Atualmente, eles trabalham em grandes empresas. Antes, eu não tinha amigos e me considerava uma pessoa infeliz. No entanto, com a prática budista, eu me transformei. Na Soka Gakkai, encontrei uma família amorosa e, em troca, eu me tornei uma pessoa amorosa. Reconheci dentro de mim um potencial que antes não conseguia enxergar. Transformei o veneno da minha vida em remédio. Publicado no Seikyo Shimbun. O inverno logo passará Como vimos ao longo do texto, as cerejeiras resistem ao rigoroso inverno para revelar a beleza das flores em tons suaves de branco e rosa. E mesmo após o término da florada, quando caem, elas formam um tapete de pétalas que brilham aos olhos. Isto é, quem resiste com coragem e firme fé faz surgir a felicidade extraída do inverno implacável das adversidades, assim como fez Arunima Sharma. “Aqueles que abraçam o correto ensinamento do budismo entram em harmonia com o ritmo da vida e do universo e estão garantidos a vivenciar uma primavera de vitória que brilhará por toda a eternidade”,5 ensina o presidente Ikeda. Dessa forma, mesmo em meio às profundas tormentas da vida, manifeste tenacidade, sabedoria e confiança provenientes da prática budista. A fragrância da primavera de vitórias chegará sem falta. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. 2.Terceira Civilização, ed. 487, mar. 2009, p. 58. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023, p. 132-133. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.247, 11 nov. 2014, p. B3.
01/07/2024
Na prática
TC
A importância dos bons amigos
Como expressa uma famosa canção, “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração”.1 Esses belos versos traduzem musicalmente o significado de uma verdadeira amizade — um tesouro grandioso para a vida. Assim como Ikeda sensei afirma: Nada se compara aos diamantes em beleza e força. Como os diamantes são polidos? Por outros diamantes. Da mesma maneira, as pessoas são polidas por outras pessoas. Quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes. Elas irradiam a luz do bem. Encontrar pessoas boas nos ajuda a crescer.2 Nesta edição, apresentamos o conceito budista “bom amigo” ou “influência positiva”, zen-chishiki, em jap., e quanto essa relação pode resultar no despertar de uma vida de profundos significados. Somente um diamante pode polir outro diamante Como sabemos, o diamante é uma pedra preciosa fascinante. É considerado um dos materiais mais duros ou de maior resistência encontrado na natureza. O mineral suporta uma pressão de até 97 megapascals (cerca de 9 mil vezes a pressão atmosférica) antes de se romper. Além disso, o diamante só é lapidado por outro diamante.3 O processo de lapidação da pedra é feito de maneira artesanal, e a qualidade da lapidação é fundamental para determinar o valor da joia, além de dar brilho e beleza singular ao mineral. De forma similar, nosso mestre, Daisaku Ikeda, considera que as pessoas precisam umas das outras para revelar seu valor intrínseco, tal como o processo de lapidação de um diamante. “Somente um ser humano pode ajudar outro ser humano a evidenciar totalmente o seu potencial”.4 Por essa razão, o princípio de “bom amigo” ou “influência positiva” torna-se tão importante no budismo. Tenha sempre ao lado um “bom amigo” Essencialmente, “bom amigo” no budismo representa aquele que se lança a incentivar e a encorajar as pessoas ao redor, em especial, as que mais sofrem, a manifestar sabedoria e coragem para suplantar os desafios. Por isso, em todas as ocasiões, é essencial estar ao lado de pessoas que nos engrandecem e nos direcionam a uma rota de vida positiva. Como Nichiren Daishonin declara: “O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo”.5 Embora cultivar boas relações requer dedicação e estar propenso a aprender e a se inspirar com as pessoas, “É importante ter por perto pelo menos um bom amigo, mesmo que seja apenas um, com quem podem falar a respeito de qualquer assunto, ou mesmo um bom veterano, com quem podem se aconselhar em alguma situação adversa”,6 recomenda Ikeda sensei. Prezar as pessoas Além de ter pessoas com quem possa contar, sobretudo nos momentos mais desafiadores, oferecer, à sua maneira, ações que demonstrem afeição, cuidado e zelo aos outros exprimem essencialmente o coração genuíno de um praticante budista. Certa ocasião, Ikeda sensei retratou um conto de Tolstói para ilustrar essa asserção: Hoje, gostaria de lhes contar uma dessas histórias [de Tolstói], chamada Três Perguntas. É a respeito de um imperador que, ao conjecturar sobre os assuntos do estado, lhe veio à mente três questões. Primeira, “Qual é o melhor momento para iniciar uma tarefa?”; Como saber o tempo certo de cada ação para que não se tenha arrependimentos?”. Segunda, “De quem eu mais necessito?”; “Qual pessoa é a mais importante para mim?”. Terceira, “Quais assuntos e tarefas são mais essenciais?”. O imperador queria muito saber as respostas para essas perguntas, pois tinha a certeza de que assim teria êxito em tudo o que fizesse. Ele declarou que recompensaria quem lhe trouxesse as respostas e fez com que essa notícia se espalhasse por todo o reino. Muitas pessoas cultas e inteligentes foram até ele para lhe oferecer diversas respostas, mas nenhuma conseguiu convencê-lo. (...) O imperador obtém respostas convincentes para suas questões de um eremita que vivia junto com o povo. Esse sábio respondera que o tempo ideal de cada ação é “agora”, neste exato momento; a pessoa mais importante é a que se encontra à sua frente; e a tarefa essencial é fazer o bem aos outros, dando importância verdadeiramente à felicidade das pessoas. Este instante é fundamental, e não algum momento no futuro. O hoje é o que importa. Devemos dar tudo de nós no presente momento, pois a vitória no futuro se encontra no agora. Da mesma forma, não precisamos procurar por alguém especial num lugar distante. As pessoas não se tornam fundamentais simplesmente pelo seu poder, inteligência, fama ou riqueza; as mais importantes são aquelas que estão ao nosso redor neste exato instante; e são as que mais devemos valorizar. Indivíduos sábios prezam as características peculiares daqueles à sua volta e fazem com que manifestem seu máximo potencial. Essa é também a maneira de conquistar a confiança e o respeito de todos. Quando viajo [Daisaku Ikeda] para o exterior, sempre me esforço para cumprimentar e criar uma sincera ligação com a primeira pessoa que encontro assim que saio do avião. Faço o mesmo com todos com quem me encontro logo em seguida. Estes são meus esforços para cultivar a verdadeira amizade. Não interessa se você é desconhecido no mundo; o que importa é saber que fez o seu melhor de forma sincera para o bem-estar das pessoas, dos seus amigos e de toda a sociedade.7 Quando as ações oferecidas às pessoas no momento presente são repletas de sinceridade, o coração autêntico — comparável a um diamante — toca e lapida o coração do outro e, unidos, ambos trilham uma vida valorosa. Constituir profundas amizades A seguir, compartilhamos algumas indicações de Ikeda sensei a respeito da importância de constituir profundas amizades. Caudaloso rio A verdadeira amizade é um relacionamento no qual nos solidarizamos com o outro quando este está sofrendo e o incentivamos a não perder o ânimo, e ele, por sua vez, se solidariza conosco quando estamos na mesma situação e tenta nos animar. Uma amizade com essas qualidades corre pura e bela como um refrescante e caudaloso rio.8 Nobre caráter Vocês podem, mesmo sem intenção, acabar magoando um amigo, e causar o rompimento no relacionamento. De qualquer forma, não há necessidade de ficarem desanimados e tristes se uma amizade acabar. Não precisam ficar obcecados com isso, achando que uma amizade deveria durar para sempre. Jamais se esqueçam do significado da amizade e a transformem na base de suas interações com os outros. Daishonin fala sobre uma amizade na “sala de orquídeas”. Essa frase significa que assim como as orquídeas em uma sala emprestam sua delicada fragrância a todos os que entram no local, devemos nos empenhar para ser o tipo de amigo que tem sobre os outros um efeito positivo e enaltecedor.9 Criar valor positivo A verdadeira amizade contribui no crescimento pessoal e na criação de valor positivo na vida. Ligar-se a más influências, cujo único resultado é a estagnação e o negativismo é apenas escorar-se um no outro, não é amizade. É como o ditado: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. (...) Espero que não sejam dominados nem levados para o mau caminho por pessoas negativas e destrutivas.10 Recitar daimoku Aqueles que reconhecem as próprias limitações e recitam daimoku enquanto se empenham para se aprimorar com certeza verão mudanças na vida. Alguém que é quieto e introvertido pode, por exemplo, vir a brilhar como uma pessoa atenciosa e discreta. Em geral, no longo prazo, essas pessoas fazem amizades mais profundas. (...) É por isso que o caminho para a vitória se encontra em realizar contínuos esforços para desenvolver e fortalecer a nós próprios.11 Felicidade de toda a humanidade Com certeza não se encontram amigos mais maravilhosos do que os nossos companheiros da SGI que abraçam as mesmas crenças e os mesmos objetivos e ideais supremos que nós. Como membros da SGI, somos todos amigos que devotam a vida ao kosen-rufu, ou seja, à felicidade eterna de toda a humanidade.12 Tornar-se diamante Como mencionado, o exercício budista da fé, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, expande a energia vital interior, possibilitando que sejamos agente positivo na vida de outras pessoas, ou seja, um zen-chishiki para aqueles ao nosso redor. Ao mesmo tempo, “quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes”.13 Nesse sentido, nas atividades da BSGI, em nossa organização local, encontramos amigos e veteranos com quem podemos lapidar juntos o coração. Além disso, temos Ikeda sensei como grande expressão de “boa influência” no budismo, pois, com sua conduta reluzente, ele inspirou e inspira pessoas de todas as esferas sociais e de todas as partes do mundo. Então, à nossa maneira, repletos de energia e de sabedoria provenientes da prática budista, vamos resplandecer o caminho de todos ao redor com o brilho do diamante — nosso coração genuíno de um “bom amigo”. Notas: 1. CANÇÃO da América (Unencounter). Intérprete: Milton Nascimento. Compositores: Fernando Brant e Milton Nascimento. In: Journey To Dawn. Intérprete: Milton Nascimento. Santa Mônica, Califórnia: A&M Records, 1979. 1 disco vinil, lado 1, faixa 5. 2. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 81. 3. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-material-mais-duro-do-mundo. Acesso em: 13 maio 2024. 4.Terceira Civilização, ed. 435, nov. 2004, p. 18. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, A2. 7. Ibidem, ed. 2.254, 6 dez. 2014, p. B1. 8. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 70-71. 9. Ibidem, p. 71-72. 10. Ibidem, p. 75-76. 11. Ibidem, p. 78-79. 12. Ibidem, p. 66. 13. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 8
03/06/2024
Na prática
TC
“Budismo é a própria vida diária”
Como reagir diante de qualquer evento Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin revela: “A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem plena compreensão dos princípios que regem o mundo”.1 Ou seja, os princípios budistas precisam ser empregados nas diversas atividades cotidianas — podemos considerar que esse comportamento é o próprio exercício budista. Assim, compreender que “budismo é a própria vida diária” tem importante impacto em como percebemos e reagimos diante de qualquer evento. Pois, aprendizados e oportunidades construtivas dessas situações, a expressão da “sabedoria budista” oriunda da prática da fé, seguramente serão alcançadas. Por essa razão, tudo pode ser convertido em felicidade, tal como afirma o presidente Ikeda: “O Myoho-renge-kyo é a Lei suprema da existência humana e a força original das atividades da vida que contempla todos os fenômenos do Universo. Na vida diária embasada nessa suprema Lei ocorrem indescritíveis e grandiosos benefícios”.2 À vista disso, vamos entender como alcançar uma condição de vida interior elevada. Realize a prática budista diariamente A Lei Mística é a força original de todas as atividades da vida, assegura o presidente Ikeda. Realizar a prática budista diariamente (recitar gongyo e daimoku com máxima seriedade; estar em contato com pessoas valorosas, como os membros da organização local; aprofundar-se no estudo dos princípios budistas; e absorver os direcionamentos do nosso mestre, Daisaku Ikeda), nos possibilita fortalecer a vida no sentido mais profundo, compreendendo os fatos frequentes com atitude mental positiva. Ikeda sensei diz: “Mantendo firmemente os pés no solo da vida diária, avancemos, de forma constante, vencendo dia a dia. Esse é um caminho repleto de esperança, que conduz a uma vida sólida, um tesouro consistente em contraste com devaneios”.3 Por isso, é fundamental conduzir as ações diárias tendo como força motriz os elementos da prática da fé citados. Ainda que as circunstâncias em determinado momento pouco avancem, o importante é jamais desistir, tampouco lamentar. Com o exercício budista, mesmo diante dos mais dolorosos dramas da vida, é possível enxergar todos os fatos cotidianos de uma perspectiva confiante. Rumo à revolução humana Incontáveis membros da Soka Gakkai, desde a sua formação em 1930, comprovaram que “budismo é a própria vida diária”. Em certa ocasião, o presidente Ikeda rememorou os incentivos do seu mestre a respeito desse conceito: Toda sensei também nos ensinou que mediante nossos esforços para aplicar a prática da fé na vida diária ao mesmo tempo que lidamos com todos os tipos de problemas, podemos estabelecer uma condição de felicidade absoluta na qual o próprio fato de estar vivo já é uma alegria. Nada o deixava mais satisfeito do que ouvir relatos de experiência de membros progredindo em sua revolução humana e transformando o carma.4 Nesse sentido, apresentamos brevemente a história de Hazel Williams, integrante da SGI-Reino Unido. Com uma condição rara, ela descreve como sua prática budista a ajuda a encontrar alegria todos os dias. Viver cada momento ao máximo Há cerca de [treze anos], fui apresentada ao Budismo Nichiren por um homem totalmente cego, que era verdadeira inspiração para os outros. Durante a nossa conversa, algo realmente ressoou dentro de mim. Desejava absorver um pouco de sua positividade, de sua atitude de busca alegre e do seu entusiasmo pela vida. Participar de reuniões de estudo e de diálogo, nas quais pude aprofundar minha compreensão da filosofia budista e falar sobre a vida, encheu-me de nova energia que não havia sentido antes. Nos anos seguintes, estive presente em quase todas as reuniões da SGI-Reino Unido. Os membros exalavam energia dinâmica, perseverança, coragem, força, além de verdadeira alegria e felicidade. Eles eram como minhas lanternas iluminando meu caminho. O apoio deles era como as raízes de uma árvore interligadas no solo. Foi gratificante participar de conversas sinceras e de profundos diálogos. As reuniões de incentivos me cativaram, revelando como os membros aplicavam a prática budista na vida diária para superar desafios difíceis e, ainda assim, se mantendo otimistas. Enfrentando uma doença incurável Ao longo da minha vida, eu tive alguns problemas de saúde. Há [sete anos], minha condição física se agravou rapidamente e, passados esses anos, o médico me disse que não havia cura. Tudo o que poderiam fazer era proporcionar o máximo de conforto possível para mim. Sofro com uma condição rara chamada síndrome da cabeça caída, que me impede de erguer a cabeça do peito. Apenas quinze centímetros da minha coluna podem se mover, e essa mobilidade está diminuindo de forma progressiva. Por [sete anos], tenho vivido confinada em casa, dependendo da ajuda de cuidadores que me assistem duas vezes por dia. Então, como posso comprovar os benefícios desta prática budista na vida diária? Assim que acordo, fico na porta de casa, agradeço por mais um dia e sorrio para o mundo. Meu espírito nunca foi tão positivo. Tenho grande entusiasmo pela vida. Afinal, meu nome do meio é Joy [Alegria]! A vida é maravilhosa, verdadeiramente alegre e feliz. Há tantas pequenas coisas para apreciar e pelas quais sentir gratidão. Muitas pessoas, incluindo meus cuidadores, me perguntam como consigo manter uma postura tão positiva. Com orgulho, respondo que é porque pratico o Budismo Nichiren.5 Com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados Como vimos ao longo do texto, “budismo é a própria vida diária”. Ou seja, os fundamentos essenciais da prática budista devem ser manifestados no próprio comportamento de quem o aplica. Como observamos no relato de Hazel Williams, mesmo diante de uma grave doença, ela não permite se sentir desencorajada. Levando isso em consideração, Ikeda sensei assevera: “O budismo é um ensinamento que está de acordo com o bom senso e a razão, e existe para que possamos ter uma vida mais sadia, feliz e produtiva”.6 Conforme mencionado nos tópicos anteriores, isso significa que o exercício diário da fé nos possibilita manifestar uma condição interior elevada, como se enxergássemos os desfios cotidianos com sabedoria e sensatez, tanto na maneira como nos relacionamos com as pessoas ao redor quanto no modo como cuidamos da saúde mental e física, e até como organizamos as finanças pessoais. A sabedoria budista deve ser aplicada em todos os aspectos do cotidiano. Ainda que não estejamos no topo do prédio (como ilustrado no início deste texto), o importante é jamais desistirmos e não lamentarmos. Certamente, com a nossa vitória, aqueles que enfrentam dramas parecidos se sentirão impelidos a vencer também. Não devemos nos esquecer de que, com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados, mas, indubitavelmente outros irromperão, e logo se desvanecerão. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.II, p. 389, 2017. 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 94. 3. Terceira Civilização , ed. 668, abr. 2024, pág. 52. 4. Ibidem, pág. 56. 5. Disponível em: https://www.sokaglobal.org/practicing-buddhism/personal- Experiences/living-every-moment-to-the-fullest.html. Acesso em: 14 mar. 2024. 6. Brasil Seikyo , ed. 1.727, 6 dez. 2003, pág. A2.
01/04/2024
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TC
Jovem por toda a vida
O que define a juventude? De acordo com o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, a principal característica entre ser e permanecer jovem por toda a vida tem a ver com a energia vital — isto é, a condição de quem encara as fases existenciais como processos de desenvolvimento —, assim como uma pedra preciosa em fase de lapidação. Desse modo, convidamos você a uma reflexão sobre como cultivar a energia jovial a despeito da idade cronológica. Cultive o tesouro do coração O Budismo Nichiren elucida que existe em todas as pessoas o precioso brilho do estado de buda. Não se refere a uma simbologia mística, mas a uma condição de vida adornada de coragem, sabedoria e esperança por toda a vida. Para ilustrar o valor da juventude [Soka], tomemos o diamante como exemplo. Considerado o rei das pedras preciosas, é o mais forte dos minerais e possui um brilho inigualável. Símbolo de pureza, seu nome origina da palavra grega adamas, que significa “inconquistável” e “invencível”. Como são produzidos? De conhecimento geral, os diamantes são feitos a partir do carbono, assim como a grafite. No subsolo, esse material é exposto a forte calor e pressão até o ponto em que se transforma na estrutura cristalina de um diamante. Ao complementar essa explicação, o presidente Ikeda enfatiza, em uma de suas obras, intitulada Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, que esse processo é semelhante à forma pela qual nos desenvolvemos. Ele reforça: Somente quando somos expostos à concentrada pressão das dificuldades e ao ardente calor das adversidades é que a essência de nossa vida, nosso eu mais profundo, se transforma no indestrutível estado de buda como um diamante. Em outras palavras, é por experimentar adversidades que adquirimos o “corpo de um diamante” ou o “corpo do buda”, que reluz com o brilho da felicidade absoluta — tão indestrutível como a solidez do diamante — que não pode ser destruída por nenhum sofrimento ou desilusão, seja qual for a sua intensidade.1 Com essa afirmação de Ikeda sensei, aprendemos sobre a conduta de não nos desviar dos problemas, e sim encará-los com força e sabedoria. Eis a essência de uma vida valorosa, em qualquer idade. Agora, abriremos espaço para aqueles que vivem dilemas característicos da juventude — período de “desenvolvimento e lapidação” — cuja realidade se apresenta laboriosa em nosso país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10,9 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos estão fora do mercado de trabalho e distantes das salas de aula, o que representa 22,3% — ou um em cada cinco dessa faixa etária.2 Diante dos desafios enfrentados pela juventude, encontramos nas orientações de Ikeda sensei importantes direcionamentos: Em meio à sensação de desconforto, não há outra forma senão se disciplinar e direcionar sua vida ao progresso. Somente com esse esforço é que se pode forjar um caráter diamantino. Para criar uma sociedade melhor, deve-se primeiro mudar a si próprio. Começar a partir daquilo que lhe é possível. Quanto mais profundas forem as trevas, mais você deve se tornar o sol e brilhar radiantemente.3 Ao encontrar a Soka Gakkai aos 19 anos e até o seu falecimento em novembro de 2023, aos 95 anos, Ikeda sensei nos ensinou a criar uma história de grande desenvolvimento com base na fé que sublinha o presente e o futuro. Do jeito que somos. Com ele, nós nos inspiramos a cultivar um caráter único, que não abre espaço para nos sentirmos menores diante de quaisquer circunstâncias. Falaremos, então, sobre o princípio budista da “iluminação e manifestação da verdadeira natureza de todos os fenômenos [da vida]” (jitai kensho).4 Isso significa dar expressão plena à individualidade intrínseca de cada ser humano. Conforme expressa Nichiren Daishonin: “Cada ser é tão único como as flores de cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”.5 Nessa analogia das flores de cada uma dessas árvores, que desabrocham plenamente evidenciando sua beleza e perfume peculiares, as pessoas se destacam umas das outras justamente pelas características que lhes são próprias. Para exemplificar as dores sentidas pelos jovens, em um diálogo com as lideranças dessa faixa etária, Ikeda sensei fala diretamente ao coração de cada um deles. Separamos em quatro tópicos:6 Todos têm talento: Minha esperança é que floresçam de um jeito que só vocês sejam capazes de tal realização. Sem dúvida, todos possuem uma joia, um talento inato na vida. Como descobrir esse talento? O único meio é desafiar a si próprios até o limite. Seu verdadeiro potencial surgirá ao se empenharem ao máximo nos estudos, nos esportes ou em qualquer coisa que façam. Individual e singular: Ao viver de maneira condizente com quem você realmente é, seu real valor como ser humano passa a brilhar. O budismo ensina o conceito de “revelar a natureza intrínseca”, que equivale a revelar o seu genuíno “eu” inato, seu verdadeiro potencial inerente, e fazê-lo resplandecer, iluminando tudo ao redor. Refere-se à sua mais primorosa individualidade e singularidade. Paciência e uma missão única: O importante é ter paciência e confiança e determinar que alcançarão algo significativo no futuro. Não sejam impacientes durante a juventude. Sua verdadeira força como seres humanos será definida daqui a dez, vinte ou trinta anos. É saber que tipo de pessoa se tornarão e se estarão ou não cumprindo sua missão. Cada um de vocês tem uma missão a ser concretizada unicamente por vocês. Se não possuíssem uma missão, não teriam nascido. Agir no momento presente: Vocês não descobrirão a sua missão se ficarem parados. Peço que desafiem algo, não importa o quê. Então, por meio da consistência nos esforços, a direção a tomar se abrirá naturalmente. Portanto, é essencial que tenham a coragem de perguntar a si o que deveriam estar fazendo agora, neste exato momento. Atributos indispensáveis Para fazer brilhar esse caráter único, capaz de iluminar o caminho de si e de todos ao redor, o presidente Ikeda constantemente frisava que coragem, convicção e esperança são qualidades vitais que os jovens devem possuir. Os esforços intrépidos dos jovens são uma fonte de surpreendente criatividade. E a coragem é sustentada pela convicção. Quando temos convicção, somos livres de dúvida e hesitação. A convicção, por sua vez, nasce de nosso empenho para cumprir nossa missão e responsabilidades. Os indivíduos mais extraordinários são aqueles que se mantêm firmemente aos ideais de sua juventude, aos sonhos que tinham quando eram jovens.7 Não seria essa uma forte inspiração para os jovens e as questões desafiadoras que os atingem nos dias atuais? O Brasil que sonhamos Esse ambiente de apoio e coexistência harmoniosa, em que todos os jovens brilham à sua maneira, é realidade nas atividades da Soka Gakkai, que prima pelo incentivo aos “valores humanos” que herdarão o futuro. Assim como no caso das pedras preciosas, sabe-se que, a princípio, elas ficam enterradas. Se ninguém as escavar, permanecerão lá. E se elas não forem lapidadas após a extração, continuarão imperfeitas e opacas. A missão abraçada pelos jovens Soka é a de lapidar a si mesmos e o coração dos amigos, para que encontrem coragem, esperança e convicção plena da vitória em todos os campos da vida e para fazer brilhar o melhor de cada um deles. À frente desse movimento estão os integrantes da Juventude Soka Brasileira, jovens que estão desafiando e vencendo seus dramas pessoais e que se dedicam a construir as bases da solidariedade conectando os amigos e familiares ao movimento pela paz. Desenvolveram a Agenda 20-30, visualizando o ano 2030, que reúne vinte objetivos a ser concretizados até lá. O objetivo da agenda é traduzido em ações, com o intuito de gerar resultados reais de avanço, mudança e transformação da geração de jovens, da organização e, consequentemente, da própria sociedade. Como ápice das ações de 2024, objetivam a realização da Convenção da Juventude Soka, em maio próximo, conectando 100 mil jovens humanistas. Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI, desenvolve abordagens sobre o sentimento que move os integrantes. Eu me levantarei Monique Tiezzi Coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI “Os jovens são o grande navio da nação. Por isso mesmo, o povo confia seu destino aos jovens.” Esse pequeno trecho final do ensaio “Jovens, Sejam Patriotas!” demonstra o ardente espírito do presidente Josei Toda em confiar à juventude a construção do futuro da Soka Gakkai. Na história da nossa organização, não apenas Toda sensei, mas os três eternos mestres do kosen-rufu depositaram sua grande expectativa nos jovens sucessores, pois, a partir de sua força e paixão características, seriam capazes de protagonizar um novo capítulo da história. O jovem Ikeda, na época com 29 anos, manifestou seu sincero sentimento diante do falecimento do seu mestre: “Orei para que o propósito de sensei continuasse fluindo como uma correnteza pura até que o kosen-rufu fosse concretizado. (...) A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!”1 O ideal compartilhado entre mestre e discípulo foi o ponto primordial do desenvolvimento da organização que conhecemos hoje e da criação de inúmeros “valores humanos” de diferentes gerações que vieram sustentando nosso movimento em prol do kosen-rufu. Atualmente, podemos afirmar que no Brasil existem inúmeras “juventudes”. Sim, “juventudes”, no plural. Isso porque, em um território tão extenso como o nosso, é possível encontrar diferentes características que tornam nossos jovens um símbolo da diversidade humana. Quando olhamos para os jovens, enxergamos um futuro a ser construído, ao mesmo tempo em que muitas incertezas, frustrações e realidades desfavoráveis fazem parte do cotidiano deles. O jovem da BSGI não é diferente. É difícil enxergar a si próprio como “valor humano”, muito mais como protagonista da mudança de uma época. É desafiador ter objetivos, cultivar esperança por um futuro melhor e manter a constância nesse caminho. No entanto, ao unir sua vida com a vida do Mestre, que possui inabalável convicção na prática da fé, na confiança infinita nos jovens e no propósito de construção da paz e da felicidade para todos, essas inúmeras barreiras vão, pouco a pouco, se dissipando do coração juvenil e dando lugar a um genuíno valor que acredita nas palavras dele e se empenha para torná-las realidade. É isso o que observamos nestas décadas em que a nossa organização existe e é assim que observaremos no futuro. Nesta era essencial, que vivemos desde o dia 18 de novembro, mais que tudo, é missão dos jovens se levantar no local em que se encontra, acreditar em seu potencial e assumir o compromisso com o kosen-rufu. Ao mesmo tempo, criar a juventude e confiar em cada novo “valor humano” são o compromisso de todos. Em cada bloco e em cada comunidade, vamos cultivar os jovens, criar um ambiente para que eles possam se encontrar com o Mestre e, assim, desenvolver a legião dos genuínos Shin’ichis Yamamoto de juramento seigan. Exatamente pelo ideal de mestre e discípulo ser eterno é que precisamos nos levantar agora. Vamos juntos!? 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 459. Juventude por toda a vida Os principais atributos referenciados aos jovens, citados anteriormente — coragem, convicção e esperança —, não são exclusivos desse público definido pela idade. Revelam-se, sim, como um modo de vida de plena felicidade, em qualquer idade. Assim como Ikeda sensei frisava, juventude não é algo que desbota com o tempo. “Nossa atitude com relação à vida nos faz jovens. Contanto que mantenhamos uma atitude positiva e o espírito de desafio, continuaremos a ganhar profundidade e riqueza e nossa existência adquirirá brilho reluzente (...). Creio que possamos afirmar que o mais importante desafio da terceira idade seja mantermo-nos fiéis a nós próprios até o último momento e mostrarmos isso aos que estão ao nosso redor.”8 É por essa razão que Ikeda sensei sempre enaltecia os integrantes do Grupo Muitos Tesouros, veteranos de prática com idade superior, em média, a 60 anos. Com a dedicação abnegada de jamais se afastarem da prática da fé, são reconhecidos pelo brilho dourado de sua eterna juventude. “Aqueles que mostram convicção ainda mais forte na fé e se empenham com mais alegria na prática budista certamente viverão como autênticos campeões adamantinos”,9 direcionava o presidente Ikeda. Em essência, somente a pessoa que desperta plenamente para a joia da dignidade da própria vida é capaz de respeitar verdadeiramente o tesouro dos outros. Daí se inicia o vigoroso ideal de “criar valores”. Desde o início desta matéria, são lançadas reflexões do brilho da “juventude por toda a vida” ou um modo de vida em que, independentemente da idade, nos permitimos lapidar o precioso tesouro do nosso coração. Sem temermos tempos difíceis, protagonizados pelos atuais cenários sociais, adquirimos coragem, convicção e esperança como fortaleza interior e avançamos na estrada da vida confiantes da vitória. Aprendemos com Ikeda sensei que se trata de uma condição de vida igual a um diamante, irradiando um brilho puro, belo e imperecível. É sólido e indestrutível, mesmo quando fustigado pelas turbulentas ondas da sociedade e pelos obstáculos causados por forças corruptas da maldade. Como atingimos essa condição de vida? “Por meio da sincera recitação do Nam-myoho-renge-kyo e da dedicação à causa do kosen-rufu”, sintetiza o Mestre. Isso porque o kosen-rufu — em outras palavras, compartilhar os ensinamentos de Nichiren Daishonin com os outros — ajuda as pessoas a fortalecer a condição de vida interior, proporcionando-lhes força para mudar a si mesmas. E unidas em suas diferenças, criam a sociedade de paz que a humanidade tanto anseia. Como estímulo às ações vigorosas que esperamos sejam despertadas nesta leitura, oferecemos trechos do poema dedicado pelo Dr. Daisaku Ikeda aos jovens, de todas as idades: Com o espírito jovem, leve uma vida de valor (...) O que constrói uma vida de valor, em especial, uma juventude de valor — não é “como ela foi até hoje”, mas “como vivê-la a partir de agora”. É essa forte determinação visando o futuro. Aí se encontra o caminho da vitória. É o desafio incessante nos árduos esforços para superar a si próprio no dia de hoje. Nesse espírito de constante aprimoramento, encontra-se a alma dos jovens. (...) O que comprova a juventude? não é a idade. Há pessoas que, mesmo com a idade avançada, possuem espírito jovem. A questão é se espiritualmente está vivo ou morto. E se, no íntimo, as chamas do espírito de luta estão acesas ou não.10 Assim, manter a cada dia a chama da juventude é a chave para dias melhores no presente, com senso de realização e uma felicidade indestrutível plenos e eterno. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz.v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 184. 2. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38542-um-em-cada-cinco-brasileiros-com-15-a-29-anos-nao-estudava-e-nem-estava-ocupado-em-2022. Acesso em: 3 mar. 2024. 3. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 33. 4. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 3, 2017. 5. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 200. 6. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.293, 26 set. 2015, p. B2. 7. RDez, ed. 187, jul. 2017, p. 5. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.297, 31 out. 2015, p. B2. 9. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 185. 10. Brasil Seikyo, ed. 2.522, 4 jul. 2020, p. 1.
01/04/2024
Na prática
TC
Como suportar os “oito ventos”
Quanto mais alta a montanha, mais fortes serão os ventos no topo, afirmam especialistas. A Cordilheira do Himalaia, por exemplo, é uma das cadeias montanhosas mais extensas, concentrando alguns dos picos mais altos do mundo. Localiza-se no continente asiático, entre o planalto tibetano e o subcontinente indiano. Seus picos são constantemente golpeados por rajadas de ventos intensas. De acordo com dados meteorológicos, as temperaturas do inverno no Himalaia caem para 40 graus Celsius negativos e ventanias gélidas e implacáveis, às vezes, chegam à velocidade superior a 100 metros por segundo (224 milhas por hora).1 No entanto, mesmo suportando ventos impetuosos, o Himalaia se mantém imponente diante de todas as adversidades da natureza. Em consonância com essa postura do Himalaia, o budismo indica que é fundamental vivermos com serenidade. Com esse objetivo, a seção Na Prática apresenta o conceito budista dos “oito ventos” para que a vida seja conduzida com plena sabedoria, não sendo arrastada por nenhuma ventania. Incentivo ao discípulo Em 1277, Nichiren Daishonin escreveu a carta Os Oito Ventos para incentivar seu discípulo Shijo Kingo2 a não ser dominado pela ira diante das injustas penalidades impostas por seu lorde, Ema, devido à sua fé nos ensinamentos do Buda. Em um dos trechos do escrito referido consta: Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Não ficam exultantes pela prosperidade nem aflitas pelo declínio. As divindades celestiais certamente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.3 Com o desejo de que Shijo Kingo vencesse as circunstâncias exatamente no local em que se encontrava, Nichiren Daishonin ressaltou que uma pessoa sábia é aquela que não se deixa levar pelos oito ventos, e manifesta a capacidade de sempre distinguir o certo do errado, diante de quaisquer situações. A seguir, vamos entender cada um deles. Contínuo movimento Uma das acepções da palavra “vento” é “agitar”. As ventanias estão em contínuo movimento, e não cessam nem por um instante sequer. Assim como as grandes montanhas são arrebatadas constantemente por fortes ventos, a mente humana está a todo momento em sucessiva agitação. Um sutra budista explica que, num único dia, 804 mil pensamentos passam pela mente de um indivíduo.4 Ventos favoráveis Prosperidade — Condição em que a pessoa alça grandes conquistas no aspecto profissional, pessoal ou financeiro, e destina todos os seus esforços apenas a essas áreas da vida. Honra — Quando o indivíduo é homenageado ou laureado. Porém, uma interpretação distorcida pode levá-lo a se tornar arrogante e autoritário. Elogio — Situação em que a pessoa é elogiada por palavras e ações. No entanto, essas manifestações podem se tornar negativas quando a pessoa passa a regular seu comportamento, condicionando suas atitudes ao reconhecimento dos outros. Prazer — Quando a pessoa experimenta prazer físico ou mental. Contudo, a atividade prazerosa pode desviar a pessoa da prática correta. Ventos desfavoráveis Declínio — Situação de perda ou fracasso. Quando as pessoas se abalam pela condição de vida desfavorável, tendem a perder a energia e o entusiasmo. Desgraça — Por seu comportamento, o indivíduo perde o respeito e a confiança ou quando sofre difamações motivadas pela inveja ou pelo rancor. Censura — Quando alguém é repreendido ou ultrajado. Há aqueles que, ao serem advertidos, acabam desanimando ou se irritando com os demais, criando animosidade ou se afastando das pessoas. Sofrimento — Condição de dor física ou mental. O que faz a pessoa desanimar ou abandonar a prática budista. Manter a condição de vida interior elevada Certamente, em algum momento de sua trajetória, você tenha se deparado com uma dessas situações [ventos]. Por exemplo, pode ser revigorante para a disposição caminhar em dias ensolarados e receber uma lufada de vento refrescante. No entanto, realizar esse mesmo percurso em dias bem frios e sentir um gélido vento pode fazer o corpo estremecer por inteiro e, como consequência, baixar o estado de espírito. A jornada da vida de uma pessoa pode ser comparada a essa caminhada em que condições favoráveis ou desfavoráveis se manifestam regularmente. E todas elas são circunstâncias externas que enfrentamos a todo momento. Assim, o essencial é, mesmo diante dos cenários mais adversos, mantermos uma condição de vida interior elevada de forma que não sejamos atingidos pelos “oito ventos”. Para isso, devemos nos desafiar cotidianamente a realizar a prática budista; a ter um elevado propósito de vida [felicidade para si e para os demais]; a manter serenidade na prosperidade ou no declínio; a nos conectar com as diretrizes de vida do presidente Ikeda; e a estar rodeados de bons e inspiradores amigos e veteranos. Esses são aspectos indispensáveis para manter a mente e o coração sempre positivos. Importante ressaltar que as investidas das fortes ventanias, mesmo nos cumes das grandes cordilheiras, em sua maioria, são breves e passageiras. Isto é, os “ventos” que enfrentamos também são aspectos momentâneos e não duradouros. Em vista disso, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava incentivar: “Não devemos ficar eufóricos com os elogios nem apavorados com os insultos. É importante que nossa fé seja inabalável”.5 Dessa forma, desejar uma vida próspera faz parte do progresso individual, e isso precisa servir como balizador dos benefícios da prática budista. Contudo, o apego demasiado, ou seja, devotar a vida a questões externas, pode se tornar impeditivo para a pessoa se desenvolver como exímio ser humano, capaz de contribuir para o florescimento coletivo. Imperturbável como o Himalaia Exemplo de se manter imperturbável diante de fortes ventanias — assim como o Himalaia — é Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. Apresentamos breve descrição de Ikeda sensei sobre o grande defensor da justiça. As pessoas realmente fortes são aquelas que, não importa quantas vezes caiam, sempre se levantam e seguem em frente. Nelson Mandela (1918–2013), ex-presidente da África do Sul, que eu respeito e admiro profundamente, foi um indivíduo que demonstrou essa verdadeira força do ser humano. Por muitos anos, na África do Sul, onde Mandela cresceu, uma lei injusta decretava que pessoas brancas eram superiores às negras. Então ele se levantou como um jovem líder para transformar seu país em uma “nação arco‑íris”, na qual todas as pessoas fossem estimadas igualmente e pudessem viver com sonhos e objetivos. Ele foi maltratado repetidas vezes por cultivar esse ideal e teve sua liberdade tomada de si [Mandela ficou preso por mais de 27 anos], mas não se permitiu ser derrotado por nada. Como resultado de sua luta, obteve a liberdade e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, e realizou seu sonho. Muitas pessoas achavam impossível ou incrivelmente difícil eliminar a discriminação racial que existiu na África do Sul por décadas. Entretanto, Mandela determinou em seu coração que isso poderia definitivamente ser feito. Pessoas que se negam a desistir têm esperança, e por isso são capazes de continuar a realizar esforços. Tais indivíduos espalham a esperança para os que estão ao redor. Encontrei-me e dialoguei com Mandela em duas ocasiões. Ele faleceu em 2013, com 95 anos, mas seu sorriso continua a brilhar forte em nosso coração.6 Apesar das profundas injustiças, Mandela se manteve forte perante os ventos ferozes — como o declínio, a desgraça e o sofrimento — e, após ser libertado do cárcere, foi reconhecido pela população sul-africana como o construtor da igualdade e da paz da nação. Ainda que os novos ventos fossem diferentes de outrora, sua conduta se manteve íntegra em se empenhar pela felicidade do seu povo e das pessoas do mundo inteiro. Persistir e buscar continuamente a felicidade Como vimos ao longo da matéria, seremos diariamente atingidos pelos ventos — favoráveis ou adversos. No entanto, mesmo com profundas dores oriundas de reveses intensos ou sob as brisas refrescantes do elogio e da prosperidade, manter serenidade e seriedade em nosso comportamento, tanto pela nossa felicidade quanto pela felicidade das pessoas ao redor, terá como resultado o contínuo avanço. Esta é a resolução de Ikeda sensei: “As pessoas sábias não são levadas pelos oito ventos; persistem e buscam a felicidade absoluta com espírito indomável. Essa é a verdadeira conduta de um genuíno praticante do Budismo de Nichiren Daishonin”.7 Lembre-se, as fortes ventanias nas Cordilheiras do Himalaia são momentâneas. Assim, nessas condições, escore seu alicerce com a prática budista; agarre todas as oportunidades de avanço; imprima no coração o profundo propósito de vida; inspire-se com a grandiosidade da existência do Mestre e aprecie as brisas refrescantes da vitória. Por fim, aprume-se para um novo ciclo de oportunidades, pois os ventos são passageiros. Acesse o link e assista ao vídeo do encontro entre Ikeda sensei e Nelson Mandela. Nelson Mandela e Daisaku Ikeda Ilustração: Getty Images Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.301, 28 nov. 2015, p. B3. 2. Assim como muitos praticantes, Shijo Kingo fortaleceu a sua fé quando Daishonin, contrariando todas as expectativas, retornou ileso de Sado, em 1274. Shijo Kingo resolveu advertir seu lorde e sugerir-lhe que abraçasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. O lorde Ema ficou furioso por considerar uma presunção de seu vassalo tentar convencê-lo a abraçar os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Os outros guerreiros do clã, que invejavam a habilidade de Shijo Kingo e a confiança que o lorde, até então, depositava nele, aproveitaram-se para inventar notícias maldosas. Alguns até esperavam a ocasião para matá-lo. Em 1276, Ema reduziu o salário de Shijo Kingo e ameaçou privá-lo de seu feudo e transferi-lo para uma remota província se ele não desistisse de sua fé. Embora afirmasse sua lealdade inabalável ao seu lorde em todos os assuntos seculares, com relação à fé, Shijo Kingo não concordou e se recusou a deixar Kamakura. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 53, 2017. 4. Terceira Civilização, ed. 595, mar. 2018, p. 30. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.301, 28 nov. 2025, p. B3. 6. RDez, ed. 178, out. 2026. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.280, 20 jun. 2015, p. C4.
01/03/2024
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TC
Doar é o verbo do coração
O comprometimento de olhar o mundo com lentes amplificadas é uma atitude cada vez mais apreciada na sociedade. Estamos falando do ato de “doar”, uma virtude associada diretamente a sentimentos sinceros nutridos no coração. Se essa ação for para salvar vidas, como no caso de doar órgãos, ou se for para criar uma história com iniciativas que nos fazem sentir bem e orgulhosos de nossas propostas, há sempre uma profusão de significados. O budismo milenar elucida as nuanças desse sentimento, que compartilhamos com os leitores nesta edição de março. Convidamos a todos para uma viagem no tempo e pela semântica, a que traduz o nobre espírito de doação da ótica budista e mostra como podemos adornar nossa vida com grata realização interior. No dicionário Michaelis,1 além de encontrarmos o significado literal do verbo “doar”, que é o de “transferir gratuitamente a outrem, de forma legal, bem, quantia etc.”, lemos o sentido figurativo de “entregar(-se) a uma obra, causa etc.; dedicar(-se)”. Para ilustrar, podemos citar os professores, exemplos de doação de uma vida inteira dedicada ao magistério, entre outros. Com relação a esse sentido figurativo do verbo “doar”, buscamos conhecimento nas raízes do Budismo de Shakyamuni, dos idos do século 6 a.E.C. O aprendizado extraído de várias parábolas baseia-se na acepção de que é dentro do coração humano que se encontra a chave de tudo. Este se configura como um divisor de águas entre uma vida egoísta e solitária e uma existência movida pela empatia, generosidade e seus consequentes benefícios tanto para o indivíduo quanto para a coletividade. Dedicação sincera Apresentamos uma das inúmeras parábolas empregadas pelo buda Shakyamuni na transmissão de seus ensinamentos em sua época. Sudatta foi um comerciante da cidade de Shravasti, na Índia antiga. Era considerado um protetor leigo do buda Shakyamuni e muito confiado por ele. Diz-se que foi o homem mais rico de seu reino. Mas a vida de Sudatta e de sua esposa não foi tranquila. Eles experimentaram dramáticas reviravoltas. Certo dia, Sudatta conseguiu cinco medidas de arroz, suficientes para manter o casal por cinco dias. Sua esposa preparou a refeição com a intenção de saboreá-la com o marido assim que ele retornasse. No entanto, naquele dia, bateram à porta alguns discípulos de Shakyamuni e o último era o próprio Buda. Sem se preocupar, a esposa ofereceu a cada um deles as tigelas de arroz cozido, com um gesto de extrema generosidade, uma expressão de sua fé em reverência ao Buda. Pouco depois, Sudatta retornou para casa. Ele parecia faminto. “Estou com muita fome. Você pode preparar a mesa?” Ao indagar o marido sobre a atitude dele caso viessem discípulos de Shakyamuni em busca de comida e contando-lhe sobre o que fez, prontamente Sudatta respondeu: — O que você fez foi maravilhoso! Com isso, tenho a certeza de que nossa circunstância será transformada e nos tornaremos felizes — respondeu Sudatta, sorrindo. Dizem que, por meio desse oferecimento, Sudatta tornou-se um homem virtuoso e muito respeitado.2 O aprendizado que tiramos de tudo isso verte-se da decisão sincera e sem hesitação da esposa e da alegria do marido, que exemplificam o “espírito de doação” nascido de uma fé pura e genuína. Depois de Sudatta se tornar um homem rico e virtuoso, construiu e doou o Monastério Jetavana para o budismo. Esse é um capítulo estimulante cujo desfecho pode ser acompanhado no volume 4 do romance Nova Revolução Humana, escrito por Daisaku Ikeda. Ao explorar suas páginas, encontrará mais detalhes da narrativa anterior. Devoção destemida À medida que avançamos no tempo, testemunhamos o budismo como expressão de uma vida de significado revelada por Nichiren Daishonin no século 13. Desde menino, imerso em escolas budistas, ele devotou a vida à busca de soluções para as questões vitais levantadas pelo buda Shakyamuni, as quais incluem entender os “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte. Por fim, desvendou o cerne do Sutra do Lótus, ensinamento máximo de Shakyamuni, revelando a Lei Mística (Nam-myoho-renge-kyo), capaz de evidenciar força, coragem e sabedoria nas pessoas comuns. Com a recitação sincera dessa oração, Nichiren Daishonin estabeleceu uma forma prática de compreendermos a raiz do sofrimento e, mais que isso, transformá-lo em potencial de avanço na vida. Por ser crítico voraz das crenças que tiravam do homem justamente essa liberdade de sonhar com a felicidade nesta existência, Daishonin despertou a ira de governantes da época e, por diversas vezes, foi exilado em locais inóspitos, para onde eram enviados os indivíduos jurados de morte. Como efeito de sua própria causa de uma vida devotada a proteger a humanidade, Daishonin atraiu a boa sorte de ter ao seu lado sinceros discípulos que lhe ofereceram apoio em várias situações de risco, inclusive de morte. “O que importa é o coração”.3 Eis uma das célebres frases de Nichiren Daishonin, que, ao lê-la hoje, nos damos conta de ser uma tradução real de duas assertivas. A primeira diz respeito ao sentimento que nutria o coração do Buda, determinado a não poupar a própria vida para deixar gravado o ensinamento capaz de salvar as pessoas do infortúnio e da ansiedade. A segunda refere-se ao sincero sentimento dos seus fiéis seguidores, que percorriam longas e desafiadoras jornadas, correndo o risco de não voltarem a salvo, com o desejo de proteger a vida de Daishonin. Posteriormente, eles se tornaram os mensageiros que transmitiam as cartas do Buda aos demais seguidores. Muitos tratados deixados por Nichiren Daishonin evidenciam essa dedicação daqueles que desejavam protegê-lo, como em O Oferecimento de um Manto sem Forro4 e O Presente de Arroz.5 Ao imaginarmos as circunstâncias difíceis vividas por Daishonin, indicadas pelo título desses escritos, compreendemos que esses itens eram essenciais para a sobrevivência na época. Alguns de seus seguidores levavam papéis e tinta para que o Buda registrasse suas palavras de incentivo. São leituras de profunda imersão nos bastidores do movimento budista que conhecemos atualmente e que poderiam não estar disponíveis neste momento, se não fosse pelo surgimento da Soka Gakkai. Devotar-se em perpetuar o ensinamento Ao prosseguirmos um pouco mais nessa viagem, percebemos que o século 19 despontou e que o Budismo Nichiren, com seus preciosos ensinamentos, permanecia limitado a pequenos templos do Japão. O nascimento da Soka Gakkai, em 1930, pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, trouxe à vida o coração do Buda para os ambientes das reuniões iniciais da organização. Assim como Daishonin, Makiguchi e Josei Toda dedicaram a existência para defender o humanismo como base da transformação social. Durante a guerra, ambos foram presos por se oporem ao militarismo do Japão e defenderem suas crenças. Makiguchi, literalmente, doou a vida e morreu no cárcere. Por sua vez, Josei Toda, após sair vivo da prisão, não se manteve distante do sonho do seu mestre e reconstruiu a Soka Gakkai. Neste período, havia escassez de trabalho, mantimentos e outros materiais de primeira necessidade. Foi nesse cenário de pós-guerra, de pessoas fragilizadas e com medo do futuro, que o sentimento do presidente Josei Toda, de “eliminar a miséria da face da Terra” — expressão asseverada no primeiro encontro [14 de agosto de 1947] entre mestre e discípulo —, foi posto em ação pelo jovem Daisaku Ikeda, que, aos 19 anos, decidiu seguir Toda sensei. O que vemos, a seguir, é como a devoção por uma nobre causa mudou o rumo da história, alicerçada na profunda relação entre ambos. A saga de mestre e discípulo Por sua sabedoria, Josei Toda certamente identificou a necessidade premente daquelas pessoas de encontrar uma saída no túnel sombrio da amargura e da falta de perspectivas. A determinação de Toda sensei imprimia uma força capaz de eliminar a raiz da desesperança que assolava as pessoas. Então, ele conferiu poder às mulheres e reconheceu o papel dos jovens, que, imbuídos de um grande ideal, poderiam criar uma sociedade de paz, distante da sombra das guerras. Dessa forma, vários núcleos foram criados na organização para que os direcionamentos a cada um deles mudassem a realidade da própria família e das futuras gerações. Somos o resultado dessa “doação” de convicção em um futuro de propósito, força empreendida pelos Mestres Soka. Visualizando o futuro promissor da organização, Josei Toda não media esforços, nem as próprias economias, para garantir locais de fácil acesso e conforto para os membros que vinham em busca de orientações de vida. Com o progresso cada vez mais presente na rotina deles, transformando desesperança em efetiva mudança para melhor, expressaram a Toda sensei o desejo de colaborar financeiramente com a organização. A princípio, ele pensou nas dificuldades cotidianas dos praticantes, ao mesmo tempo em que entendia o sincero sentimento desses voluntários. Assim surgia o Departamento de Contribuintes (Kofu), instituído em 3 de julho de 1951. Sobre esse marco, Ikeda sensei relembra: Ao pensar na expansão do kosen-rufu no futuro, seria inviável que ele continuasse sustentando sozinho aquela situação. Além disso, contribuir com o custeio das despesas era propriamente uma doação para o kosen-rufu. Diante da crescente insistência dos membros, Josei Toda sentiu que finalmente havia chegado a época para abrir as portas para esse desenvolvimento.6 A partir de então, o crescimento de participantes foi promovido de forma gradativa e firme, tornando-se mais tarde uma grande força na proteção de todas as atividades da Soka Gakkai. A respeito dessa contribuição voluntária, fruto do profundo sentimento de gratidão e oportunizada aos membros da Soka Gakkai, nosso mestre, Daisaku Ikeda, reforçava sempre que “O espírito de devoção em realizar a doação eleva o estado de vida e proporciona imensuráveis benefícios, e isso, por sua vez, aprofunda a convicção na prática da fé. Esta é a fórmula do budismo que coloca as pessoas na órbita da felicidade”.7 Órbita da felicidade Eis por que o sentimento de doação está diretamente ligado a quanto nossa vida se expande, elevando nosso eu maior. Trata-se do reflexo de converter sofrimento e — como Ikeda sensei sempre nos orientou — a adornar a vida com o tesouro do coração: Assim como uma brisa intensifica a fragrância do sândalo (incenso), a fé na Lei Mística nos possibilita, em meio aos ventos ferozes das adversidades, expandir nossa vida, lapidar um magnífico caráter e fazê-lo brilhar. A fragrância das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza — que adornam a torre de tesouro da nossa vida então se espalha ampla e longinquamente, levando alegria e coragem a muitos outros.8 Ambientes repletos de humanismo É com esse coração grandioso que os membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), nos 192 países e territórios em que a organização está presente, se dedicam a conjugar os vibrantes verbos do humanismo: “incentivar”, “encorajar”, “compartilhar” esperança. Não seria essa uma vida de propósito? No diálogo entre o Dr. Daisaku Ikeda, filósofo, pacifista e presidente da SGI, e Lou Marinoff, professor de filosofia que deu origem ao livro O Filósofo Interior, ambos demonstram o enorme potencial de uma filosofia aplicada de maneira prática e engajada. Em uma das passagens dessa obra, Ikeda sensei refere-se a uma das três formas de doação defendidas no budismo Mahayana, que ensina a doação como a prática do bodisatva. As duas primeiras correspondem à ajuda material e à concepção da Lei: (...) a terceira forma de doação é a oferta de destemor, isto é, o ato de ajudar alguém a eliminar o sentimento de pavor e alcançar a paz de espírito. É algo que dá às pessoas a coragem de enfrentar e superar, de preferência sem nenhum medo, as dificuldades na vida profissional, cotidiana ou em qualquer outra área.9 É assim que as reuniões de diálogo humanístico da Soka Gakkai têm ressignificado a vida de muitas pessoas. Com estímulo e incentivo à prática transformadora do Budismo Nichiren, elas encontram forças para se reerguer e avançar vitoriosamente. Além disso, nos jardins Soka encontram-se flores humanas, pessoas comuns orgulhosas de contribuir com esforço, dedicação para a expansão do movimento empreendido pela organização. Esse orgulho advém da consciência de que a construção da paz é de responsabilidade de todos, unindo o melhor do coração de cada uma delas, impulsionado pelo sentimento de “Eu faço parte! Eu promovo a paz”. Essa convicção é fortalecida pela prática da fé e pelo companheirismo reinante na Soka Gakkai. Isso faz sentido para muitos. Despertar de cada pessoa Elaboramos esta matéria como um convite aos leitores para embarcarmos juntos numa viagem pelas nuanças do verbo “doar”, o qual se reveste de profundos significados. Esperamos que cada leitor encontre o próprio significado ao longo desse percurso. Desde os primórdios do budismo milenar; das parábolas de Shakyamuni, que retratavam os benefícios da doação sincera, a exemplo de Sudatta; passando pelos discípulos de Nichiren Daishonin, que viajavam sem temor por montanhas e vales íngremes para levar roupas e mantimentos para ele; até as revelações mais recentes da filosofia humanística, mantida com rigor, responsabilidade e devoção pelos membros da organização Soka, essa dedicação tem como propósito perpetuar o ensinamento de Nichiren Daishonin e, ao mesmo tempo, abrir o coração para doar o melhor da vida em busca da felicidade de si e do outro. Nesse sentido, com a imprescindível apropriação da sabedoria que nos envolve na compreensão e na transformação dos sofrimentos em felicidade, vivendo sob a fragrância das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza —, desenvolvemos uma expansão do coração além da nossa própria realidade. Essas virtudes se tornam, cada vez mais, símbolos de uma vida de realização. Ikeda sensei constantemente enfatizava que “O objetivo do budismo é a conquista de um estado de ser livre de todos os medos. Um estado no qual cada pessoa deve manifestar coragem suprema e sabedoria incomparável para lutar pela paz e pelo bem-estar dos outros”.10 O ato de doar algo precioso de sua vida em prol da propagação do budismo, principalmente o sentimento sincero e abnegado com que se pratica a doação, é o que proporciona benefícios imperceptíveis e enriquece a nossa vida. Que o texto desta edição o estimule a dar passos ainda com mais intensidade para a construção da paz que a humanidade tanto anseia! E tudo isso a partir do despertar de cada indivíduo para a riqueza do coração humano, como neste pensamento expresso por Ikeda sensei: A felicidade nasce no coração. A vitória se desenvolve no coração. O futuro é produzido pelo coração. Deixemos o sol da coragem se levantar em nosso coração e tornar cada dia vigoroso e único!11 SEM MEDO DE SER FELIZ Por Joel Bruno dos Santos, 90 anos Conselheiro de distrito na RM DF SUL, CGRE. Em dezembro de 2023, completei cinquenta anos de prática budista. Antes de conhecer o budismo, nem sabia direito quem eu era, vivia aéreo. Naquela época, eu tinha esposa e quatro filhos. Mudamos do Paraná para Brasília, DF, em busca de melhores condições. Apareceu uma oportunidade de trabalhar na construção de obras, mas o dinheiro faltava sempre. Exaurido de tanto sofrimento, minha atitude era brusca com todos em casa. Posteriormente, obtive um emprego na prefeitura. Na busca por uma religião para abraçar, um dia, observando meu colega de trabalho, também gari como eu, varrendo a rua, senti muita sinceridade em suas palavras. Pensei: “Ele tem uma religião”. Então, fui logo perguntar. Ele respondeu de pronto que era budista. Ensinou-me sobre o Nam-myoho-renge-kyo e disse que, se eu recitasse essa oração, conseguiria resolver meus problemas. Quando ele falou “resolver meus problemas”, logo já comecei a recitação. Ao chegar à casa, minha mulher achou que estava ficando doido. Iniciei minha jornada com fé e percebi que, a cada dia, as coisas estavam melhorando. Até meu salário rendia mais que antes. Na organização, participava das reuniões, assinava as publicações periódicas, dedicava-me ao estudo do budismo e contribuía com o Departamento de Contribuintes (Kofu). Minha convicção se fortaleceu. Aprendi a não colocar barreiras em nada. Como conquistei isso? Com o estudo do budismo. No começo, era tudo muito difícil, especialmente para quem é analfabeto. A gente pensa logo que não vai conseguir. O Budismo Nichiren nos ensina que tudo está na fé. Na época, eu era analfabeto. Por isso, eu me empenhei e aprendi a ler para poder estudar os escritos de Nichiren Daishonin e as orientações de Ikeda sensei nos nossos periódicos. Sentia que aquelas palavras eram para mim e chorava de emoção. Em 1984, durante a terceira visita do Mestre ao Brasil, tive a chance de me encontrar com ele em Brasília. Lembro-me bem de que ele falou sobre construirmos uma sede na cidade. Depois, soubemos que sensei havia comprado e doado o terreno onde atualmente está localizado nosso lindo centro cultural. Foi nesse momento que fortaleci meu espírito de doação, compreendi o significado do Kofu e, junto com minha esposa, tomei uma decisão: oferecer uma sede para acomodar melhor as pessoas nas reuniões do Distrito Gama, onde atuava, determinando que essa organização se transformaria em uma regional. Para isso, economizei e comprei o terreno. Neste período, recitei intenso daimoku. Cinco anos depois, em 2006, inauguramos nossa sonhada sede própria (Kaikan). Dois meses mais tarde, ouvi de minha esposa que nosso Kaikan já estava pequeno. Começamos a busca por um terreno e, no lugar que sonhávamos, encontramos um lote e o compramos. Em 2010, estava aberta a nossa sede, bem maior. Foi uma enorme alegria. Hoje, são feitas várias atividades nesse local. A convicção que adquirimos com a prática da fé e com o estudo do budismo é impressionante. Nestes últimos quatro anos, passei por alguns desafios, mas todos vencidos com base nos direcionamentos que recebemos na Soka Gakkai. Tenho sempre em mente o ensinamento de Nichiren Daishonin que diz que, quando as dificuldades surgem, “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”.12 Eu me mantenho sempre convicto de que o Nam-myoho-renge-kyo é mais forte que qualquer maldade. Nas últimas cinco décadas, aprendi a viver e a entender o porquê do sofrimento e a transformá-lo. Tenho uma família harmoniosa. Sinto minha idade, mas digo a todos aqui: dê-me algo para fazer, pois até morrer quero ser um verdadeiro discípulo de Ikeda sensei, que, como um pai, me ensinou tudo na vida. Quero concretizar todos os desejos dele, sem jamais recuar. Notas: 1. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/zmXq/doar/-. Acesso em: 31 jan. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 4. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 267, 2017. 4. Ibidem, v. I, p. 557, 2020. 5. Ibidem, v. II, p. 393, 2017. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 97-98, 2020. 7. Ibidem, p. 103. 8. IKEDA, Daisaku. Século da Saúde. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 39. 9. IKEDA, Daisaku; MARINOFF, Lou. O Filósofo Interior. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 26. 10. Ibidem. 11. Terceira Civilização, ed. 581, jan. 2017, p.3. 12. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666, 2020.
01/03/2024
Na prática
TC
Entenda o conceito budista da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”
Em dias de calor abrasador de verão, contemplar o céu azul e sentir a brisa refrescante do mar, de fato, podem se transformar numa sensação muito agradável. Do mesmo modo, ouvir o cantarolar de um belo pássaro ou saborear uma nova refeição resultam em experiências singulares. Sabe-se que as pessoas recebem referências sobre o ambiente exterior a partir dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. A mente como sexto elemento dos sentidos decodifica esses estímulos do ambiente interagindo com ele. O budismo é a filosofia que nos leva a perceber e compreender o mundo de maneira mais profunda, cristalina e transformadora. Para saber mais, a seção Na Prática apresenta o conceito da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”. Instrumentos de conhecimento de mundo Antes de explorarmos a importância da purificação dos sentidos, primeiro precisamos compreender a influência deles em nossa vida. Podemos considerá-los — visão, audição, olfato, paladar, tato e mente — como “portais” que nos conectam ao mundo e moldam nossa percepção. É possível que, ao nos deparar com as referências sensoriais logo no início do texto, a mente tenha remontado vivências passadas bem próximas das descritas. Esse é poder da mente.1 Nichiren Daishonin diz que o “benefício” surge da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”. A purificação dos seis sentidos (...) é a purificação da própria vida. Em outras palavras, significa realizar nossa revolução humana e mudar o destino.2 Cada um dos seis órgãos dos sentidos (olhos, orelhas, nariz, língua e pele) possui suas respectivas características: cor e forma, som, odor, sabor, textura. Da mesma forma, diz-se que os seis órgãos dos sentidos são controlados pelas seis consciências (visão, audição, olfato, paladar, tato e pensamento).3 Marina Ramos Neves de Castro, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), estuda a antropologia dos sentidos e a etnografia sensorial. Ela explica que, em uma de suas definições, os sentidos podem ser vistos como “instrumentos de conhecimento de mundo”, mas que podem ser “precários e, por vezes, enganadores” sem “a mediação de uma operação de raciocínio”.4 Nesse sentido, observa-se a ideia de que nossa percepção é um método de produção de conhecimento e cultura por meio da qual interpretamos o mundo ao nosso redor. Ao nos permitir perceber e interagir com o mundo à nossa volta, esses sentidos, quando estão obstruídos pelas impurezas do coração e da mente, nos tornam vulneráveis aos impulsos negativos — os quais levam as pessoas a agir de maneira egoísta ou meramente passiva —, resultando em ações prejudiciais a nós próprios e aos outros. Como na figura ilustrativa do começo da matéria, mesmo com céu azulado e límpido, a pessoa presa a esses impulsos negativos poderia reclamar da falta de chuva para aliviar o calor intenso, e esse ruído seria capaz de interferir no “ânimo” daqueles ao seu redor. Portanto, conforme observado pela pesquisadora, os sentidos são instrumentos de conhecimentos de mundo, mas podem ser precários. A purificação se torna ainda mais importante, sendo requisito fundamental para alcançar a plena consciência da felicidade e a compreensão da vida ao perceber os eventos cotidianos com elevado estado interior. Entendendo cada um deles Como alcançar a purificação dos sentidos? O caminho está pavimentado nas práticas fundamentais do budismo, ou seja, na fé, na prática e no estudo. A recitação do daimoku nos permite acalmar a mente e observar nossos pensamentos e emoções, enquanto os escritos de Nichiren Daishonin e as orientações do presidente Ikeda proporcionam uma base teórica sólida para a compreensão da natureza da vida e para a conquista da felicidade genuína. Analisemos agora os sentidos individualmente. Ikeda sensei nos orienta que a “purificação da visão” é a capacidade de discernir o caminho para a felicidade para si e para os outros. Em um diálogo, ele diz: “Quando a pessoa possui um forte espírito de benevolência, é capaz de compreender as preocupações e dificuldades que outros experimentam, assim como um excelente médico pode diagnosticar imediatamente a causa de uma doença”.5 O budismo nos capacita a compreender o coração de outra pessoa e a entender por completo como ele age. Não é fácil, mas um líder budista deve ter a capacidade de perceber habilmente os princípios ocultos ou as funções do coração como se fosse um radar (...). Quando estamos entre as pessoas e propagamos o ensinamento com coragem, recebemos o benefício da purificação da visão e conseguimos desenvolver a visão da sabedoria. (...) Na vida diária, precisamos ter condições de ver com clareza a melhor direção a seguir. (...) Podemos discernir o supremo caminho para nossa vida. Desenvolvemos também o discernimento em relação ao futuro de nossa família, da comunidade e da sociedade.6 O presidente Ikeda explica que “purificar a audição” “é a capacidade de distinguir a condição de vida de uma pessoa com base nos sons de sua voz”, assim como purificar o olfato “se trata da capacidade de distinguir com clareza todos os aromas” para “detectar a fragrância do coração, que é única para cada pessoa”. A purificação do paladar pode ser ilustrada pelo desenvolvimento da capacidade de explanação dessa pessoa, “de tal forma que leve alegria aos ouvintes” a fim de “se tornar um mestre do diálogo”.7 Já o tato é “a capacidade de discernir a tendência de vida das pessoas no momento em que as encontra. Corresponde a uma presença que deixa as pessoas alegres e renovadas”. E a purificação da mente é “a capacidade de compreender ensinamentos infinitos e ilimitados a partir de um único verso ou frase”.8 Assim, no budismo, a purificação dos sentidos é vista como uma ferramenta essencial para alcançar essa plenitude, e a busca da felicidade é um objetivo universal que transcende fronteiras culturais e religiosas — em termos modernos, realizar a revolução humana. Podemos afirmar que esse processo é um empreendimento que demanda paciência e perseverança. No entanto, os benefícios são inestimáveis. Ao purificar os sentidos, é possível enxergar o belo, mesmo em meio às adversidades. Com isso, as pessoas se habilitam a tomar decisões sábias e a agir com compaixão e altruísmo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa. Princípio na prática Para ilustrar o conceito, consideremos o exemplo de uma pessoa que sempre foi impulsiva. No entanto, à medida que a recitação do daimoku se tornou frequente, bem como o aprimoramento nos caminhos da fé, da prática e do estudo, essa pessoa começou a enxergar as próprias fraquezas e limitações, a romper a concha do “egoísmo” e a compreender as demais pessoas com vasta condição de vida. Por isso, o processo demanda paciência e perseverança. Ao longo do seu desenvolvimento como ser humano, a visão de mundo dessa pessoa ficou mais clara, compassiva e altruísta. Ela se torna ativa em sua vida cotidiana, e sua influência positiva se espalha para aqueles ao seu redor, inspirando outros a seguir o mesmo caminho. Com esse exemplo, observamos que a purificação dos sentidos não se limita ao benefício individual. Ela tem um impacto profundo na sociedade, e indivíduos com essa visão contribuem para a edificação de um mundo melhor. Quando muitas pessoas exercitam esse aprimoramento, o qual também chamamos de revolução humana, o efeito cumulativo é poderoso. Uma sociedade composta por pessoas com essas qualidades é capaz de enfrentar desafios de forma ainda mais construtiva. Acolher o mundo exterior a partir da realidade interior Como vimos ao longo do texto, quando nossa vida esta na órbita da prática budista, isto é, na dedicação contínua à recitação de gongyo e daimoku, no contato constante com as pessoas da organização de sinceridade na fé, na aplicação da leitura e do estudo dos ensinamentos budistas, nossa aptidão mental e perceptual dos fatos da vida mudam radicalmente. Então, purificamos nossa própria vida, pois passamos a enxergar, ouvir, sentir e se comunicar com profunda benevolência e humanidade conosco e com as pessoas ao redor. Arrematamos a matéria com uma exposição do presidente Ikeda, que sintetiza os pontos apresentados sobre o conceito: O Budismo Nichiren é um ensinamento que propicia às pessoas a força para experimentar uma inacreditável energia surgindo em sua vida. Portanto, uma pessoa que possui uma sólida fé na Lei Mística é a mais forte e a mais feliz de todas. (...) A felicidade é determinada pela relação entre o ambiente, ou o mundo externo, e nossa energia vital. Uma pessoa controlada por um ambiente negativo está sofrendo. Ao contrário, uma pessoa que se encontra numa situação difícil, mas é capaz de controlar e modificar o ambiente, é feliz.9 Em última análise, a purificação dos sentidos é um lembrete de que todos nós temos o potencial de acolher o mundo exterior a partir da realidade interior, e, como praticantes budistas, sempre de modo elevado. Esse entendimento posto em execução é o benefício fundamental da prática da fé. Assim, desejamos que possa continuar a trilhar esse caminho com paciência e determinação, almejando não apenas a própria iluminação, mas também a iluminação do mundo à sua volta, ecoando sempre o olhar compassivo, o abraço afetuoso e a voz encorajadora. No topo: Abraço caloroso entre membros da BSGI (São Paulo, 1o jan. 2018) Foto: BS Notas: 1. Para saber mais sobre o tema, leia Terceira Civilização, ed. 662, out. 2023, p. 24. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.525, 25 set. 1999, p. A3. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3. 4. Disponível em: https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2021.186657. Acesso em: 16 jan. 2024. 5. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3. 6. Cf. Ibidem. 7. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.531, 13 nov. 1999, p. A3. 8. Ibidem. 9. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3.
01/02/2024
Crônica
TC
Ser resiliente diante das turbulências da vida
Desde sempre, sou um profundo apreciador da natureza, encontrando paz e alegria incomparável na contemplação de suas maravilhas. As paisagens que mais me fascinam são o nascer e o pôr do sol, momentos em que o céu se pinta com cores vibrantes, anunciando o começo e o fim de mais um ciclo. Quando criança, passava horas olhando para o céu, procurando desenhos nas nuvens. Cada forma que encontrava era uma nova história, um novo universo a ser explorado. Esses momentos de imaginação moldaram a forma como vejo a vida, ensinando-me a buscar significados mais profundos por trás das aparências e a apreciar a constante transformação do mundo. Em nossa jornada, enfrentamos uma série de desafios e problemas tão variados e complexos quanto os padrões formados pelas nuvens no céu — elas se movem de maneira suave e seus desenhos são impulsionados por forças invisíveis e inexplicáveis —, ensinando-nos uma lição valiosa sobre a natureza da existência humana. Assim como as nuvens são delineadas pelos ventos, somos moldados pelas circunstâncias, especialmente pelos desafios inesperados que surgem quando decidimos viver por um grande ideal. Quanto maior for o objetivo, maiores serão os desafios e as dificuldades. Mas há algo mais profundo a ser compreendido nessa metáfora das nuvens. Conseguimos apreciar e perceber inúmeras formas quando analisamos além da compreensão habitual, ou seja, de ampla perspectiva. Além disso, nossas dificuldades e sofrimentos são transformados em experiências valiosas quando elevamos nossa condição de vida, alcançada com resoluta recitação de daimoku. Nessa condição interior, mudamos a percepção sobre todas as coisas e criamos a convicção de que não devemos ser derrotados por nada. Cada problema, cada dificuldade que enfrentamos, é uma oportunidade para que possamos crescer, fortalecer nosso espírito, e desenhar novos padrões na tela da vida. Com isso, transformamos sofrimento em felicidade, dor em alegria, desesperança em determinação. E, tal como as nuvens que se formam no ritmo dos ventos, aprendemos a nos mover com resiliência diante das turbulências. Assim como nosso mestre, Daisaku Ikeda, assegura, “Aqueles que possuem firme determinação em promover nosso movimento pelo kosen-rufu com certeza apreciarão o vasto céu azul de boa sorte que rapidamente surge em sua existência e se expande mais e mais, como se o vento dissipasse todas as nuvens cinzentas”.1 A essência da nossa vida é a mesma do Buda. Frequentemente, o sol se oculta atrás das nuvens. A fé atua como um forte vento que afasta essas nuvens. Nessa metáfora, a terra representa o ambiente constante, enquanto as nuvens, que se dispersam, simbolizam as dificuldades passageiras. Ao recitarmos daimoku com fé no Gohonzon, despertamos em nossa vida o estado iluminado de buda. Ricardo Shin-iti Miyamoto Diretor-presidente da EBS No topo: Foto registrada por Ricardo Miyamoto do nascer e o pôr do sol Nota: 1. IKEDA, Daisaku, Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2023. p. 183.
01/02/2024
Série
TC
Alpinistas que escalaram o Everest
“Por que escalar a montanha?” “Porque ela está lá.” Essas são as famosas palavras creditadas ao alpinista britânico George Mallory, ditas durante uma entrevista com um jornalista. A “montanha” em questão é o Everest, a mais alta do mundo. Seu pico, que atinge a altitude de 8.848 metros, é chamado “terceiro polo do mundo”, depois do Ártico e da Antártida. Por muito tempo, essa importante elevação permaneceu inexplorada, considerada impossível de escalar. A epopeia de desafiar o Everest iniciou por volta de cem anos atrás. Após o término da Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha enviou a primeira expedição para a montanha em 1921, com George Mallory, então com 34 anos, entre os integrantes. Mallory, alpinista de primeira categoria, havia aprimorado suas habilidades no Winchester College e na Universidade de Cambridge. Contudo, mesmo para esse experiente montanhista, o Everest, erguendo-se diante de seus olhos, parecia ser “o senhor de todos, vasto em supremacia incontestada e isolada”. A dificuldade de escalar o Everest transcendia qualquer imaginação. Além da batalha terrível contra o mal ocasionado pela extrema altitude e pelo mau tempo, havia enormes picos rochosos que bloqueavam o caminho de maneira brusca. Em uma carta, Mallory descreve a realidade dessa situação: “Há pouca esperança de conseguir chegar ao pico. Mas é claro que continuaremos avançando como se estivéssemos prestes a alcançá-lo”. “Continuaremos com a máxima esperança até o fim.” O que impulsionava o alpinista a persistir, mesmo diante de um cenário desesperador? Era sua busca insaciável, a crença indomável de que “quanto mais difícil e perigoso o caminho, maior a vitória” a ser conquistada. Após semanas de reconhecimento da montanha, Mallory finalmente descobre uma rota para o cume. Na segunda expedição realizada no ano seguinte, em 1922, ele estabeleceu novo recorde de ponto mais alto alcançado. Todavia, durante a terceira expedição, em 1924, Mallory e seu companheiro, prestes a chegar ao topo, não retornaram da escalada. Após extensa busca, o corpo do alpinista foi encontrado 75 anos depois do seu desaparecimento (em 1999). Até hoje, permanece um mistério se ele conseguiu ou não atingir o cume do Everest. No entanto, o espírito pioneiro e corajoso dele continua a ser solenemente herdado pelos alpinistas das gerações seguintes. Em 1953, a Grã-Bretanha enviou sua nona expedição para o Himalaia. Os membros escolhidos para o desafio da montanha foram Edmund Hillary, da Nova Zelândia, e Tenzing Norgay, um xerpa (guia) local. O Everest, que vinha repelindo obstinadamente as investidas da humanidade, foi confrontado por dois jovens de nacionalidade e experiências distintas. Desde a primeira tentativa de Mallory, haviam se passado 32 anos. Aos 20 anos, Hillary ficou fascinado pelas montanhas da Ilha Sul da Nova Zelândia durante uma viagem, e começou a praticar alpinismo. Ele ganhou experiência escalando um famoso pico em seu país. A partir de 1951, engajou-se nas expedições inglesas para o Everest. Nesse ano, o desafio foi malogrado, mas ele não conhecia a palavra “desistir”. “Everest, você não vai mudar, mas eu vou melhorar... Vou conquistar você”, disse. Por outro lado, Tenzing era de uma aldeia montanhosa localizada no sopé sul do Everest. Para ajudar no sustento da humilde família, ele trabalhava como guia e transportador de cargas para as equipes de alpinistas que vinham da Europa e fez carreira como excelente xerpa. Eram 6h30 do dia 29 de maio de 1953. Os dois alpinistas deixaram o último acampamento em direção ao pico. Eles atravessaram a “Zona da Morte”, onde a concentração de oxigênio é apenas um terço do solo, assolados pelo frio extremo e pelas fortes ventanias. “Não é a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos”, afirma Edmund Hillary. Às 11h30, depois de superar uma batalha de vida ou morte de cinco horas desde a partida, Hillary e Tenzing finalmente alcançaram o topo do Everest. Eles trocaram apertos de mão e tapas nas costas, comemorando a alegria da conquista. Entre eles, havia um belo “laço de companheirismo” que cintilava com o brilho prateado. Tenzing disse posteriormente: “Na montanha existe amizade. Não existe nada que una mais os seres humanos que a montanha. Por mais difícil que seja o lugar, você pode segurar a mão do outro e interagir mutuamente”. A maior força para a escalada do Everest estava na “amizade” e na “união” entre eles. O mundo vibrava com esse feito histórico. Hillary foi agraciado com o título de “Sir” pela família real britânica, enquanto Tenzing era aclamado como herói tanto pelo Nepal como pela Índia. Mais tarde, surgiu um acalorado debate sobre “qual dos dois subiu primeiro no topo da montanha”, mas ambos sempre deram a mesma resposta: “Nós pisamos o topo juntos”. Reflexões do presidente Ikeda Anos mais tarde, em gratidão aos xerpas, que escalaram a montanha junto com os dois alpinistas, Hillary construiu escolas e instalações médicas no vilarejo onde os montanheses moravam. Além disso, até falecer em 2008, ele trabalhou para proteger o meio ambiente na Cordilheira do Himalaia. Em 2003, ele presenteou Ikeda sensei com um livro autografado. O presidente Ikeda visitou o Nepal pela primeira vez em 31 de outubro de 1995. Em meio aos seus muitos compromissos, ele conheceu o subúrbio de Katmandu, capital do Nepal, e tirou fotos do Himalaia, que se mostrou imponente diante de um magnífico pôr do sol. Nessa ocasião, ele conversou com crianças de uma aldeia próxima que se reuniram perto dele. Ele lhes disse: Este é o país onde o Buda (Shakyamuni) nasceu. O Buda cresceu observando o imponente Himalaia. Ele se esforçou para se tornar alguém majestoso como aquelas montanhas. E fez de si uma pessoa vitoriosa de altivo orgulho. Vocês são como ele. Vocês moram em um lugar extraordinário. Sem falta, poderão se tornar pessoas grandiosas. Essa cena pareceu uma bela obra-prima. Em uma orientação em que sensei compara a “montanha” ao kosen-rufu, citando as palavras de George Mallory, consta: “Como obter o melhor de tudo? É preciso conquistar, alcançar, chegar ao topo; é preciso conhecer o fim para se convencer de que consegue vencê-lo, para saber que não há sonho que não deva ser desafiado.” É por desafiar com coragem a montanha de árduas provações que consegue revelar a força oculta dentro de si. Escalar a montanha do kosen-rufu — esse é um grande empreendimento magnífico e majestoso do Buda, que eleva a condição de vida da humanidade ao nível mais sublime. Por mais difíceis e escarpados que sejam os penhascos que enfrente, a força ilimitada do Buda jamais deixará de ser evidenciada pelos mestres e discípulos de unicidade que devotam a vida pela Lei Mística.2 E, em relação ao sucesso de Hillary e de Tenzing na primeira chegada ao cume do Everest, sensei disse que os aspectos mais importantes foram “preparativos”, “abandono dos preconceitos”, “obsessão do líder” e “amizade incondicional”. Ele ressaltou: “A questão é que, em qualquer desafio, a pessoa que se prepara antes leva vantagem. Para vencer, devemos realizar os preparativos com toda a energia e da melhor forma. Ninguém consegue se igualar a uma pessoa preparada e determinada a vencer”.3 Vamos, agora, iniciar nossa escalada rumo ao topo da canção do triunfo do povo a partir do 3 de Maio do juramento! Nós continuaremos a avançar. Enquanto houver uma montanha que almejamos. Enquanto existir uma montanha para ultrapassar. Clique no linke e leia série de incentivos do presidente Ikeda sobre as montanhas do Himalaia. Monte Everest Foto: Getty Images Notas: 1. Discurso do presidente Ikeda. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 22 mar. 2003, p. A3. 2. Mensagem de Ikeda sensei enviada para a 54ª Reunião de Líderes da Nova Era, em 3 de dezembro de 2011. 3. Discurso de Ikeda sensei proferido na 25ª Reunião de Líderes. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 5 fev. 2003. Materiais de pesquisa: ROBERTSON, David. George Mallory. Tradução: Michiko Natsukawa. Sanyosha. HILLARY, Sir Edmund. Hillary Autobiography. Tradução: Ichiro Yoshizawa. Kusashisha. HILLARY, Edmund. My Everest. Tradução: Saburo Matsukata e Tatsumi Shimada. Asahi Shimbun. HUNT, John. Everest Climbing. Tradução: Asahi Shimbun. Asahi Shimbun. YASUKAWA, Shigeo. Sekai no Yane ni Idonda Hitobito. Sa-e-ra Shobo. CLARK, Ronald W. Daitozanka no Rekizo. Tradução: Hiroshi Sugita. Gendai Ryoko Kenkyusho.
08/01/2024
Na prática
TC
Como o budismo nos ajuda a superar momentos de profundo sofrimento
Todos passam por desafios A dor e o sofrimento são sensações [desconfortáveis] das quais os seres humanos certamente vão enfrentar. Como apresentado anteriormente, todos podem, a partir desses eventos, absorver, ponderar e transformar essa condição. E o desconforto pode despertar nas pessoas o senso da perseverança, a capacidade para lidar com determinadas circunstâncias e também a resiliência (habilidade de se adaptar aos dramas da vida). Para a psicóloga e pós-graduanda em Atendimento de Casal e Família na Abordagem Sistêmica, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ana Paula Dias, é essencial que as pessoas que passam por uma situação difícil encarem o sofrimento. “Precisamos perceber que isso faz parte do mundo e vai acontecer com qualquer um. Então, devemos enfrentar e viver essa dor, porque, a partir disso, conseguimos entender o que está acontecendo. ‘Para mim, são os melhores professores da existência’”,1 revela. Ou seja, podemos, diante de uma circunstância, adquirir sabedoria emocional e espiritual, pôr em prática essa sapiência, e converter tudo em aprendizado. Por esse motivo, o budismo praticado pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) se torna um notável instrumento para reunir a sabedoria necessária para os momentos de desventura. Na sequência, vamos entender mais essa afirmação. Direcionar o coração a algo grandioso No século 13, o coração de Nichiren Daishonin se angustiava com o sofrimento do povo japonês em um período de extremas calamidades que assolavam o país — grande terremoto, peste, inundação, fome, clima anormal, e iminente guerra civil. Para imprimir esperança naquelas pessoas, Daishonin propagou o Nam-myoho-renge-kyo, com o propósito de despertar nelas força, sabedoria e coragem para que superassem tempos de grandes provações. No romance Nova Revolução Humana, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, retrata o espírito combativo e abnegado de Daishonin: — Nichiren foi um líder budista que se levantou com o propósito de salvar o Japão numa época em que a população sofria com desastres naturais e estava atemorizada sob a ameaça de uma iminente revolta interna e invasão estrangeira. Ele defendia a ideia de que os homens são a base de uma sociedade e de uma nação, e ensinou o princípio filosófico que faz com que o coração humano passe da destruição para a construção, do egoísmo para o altruísmo, da passividade para a ação, a fim de transformar o povo no protagonista da sociedade e do estabelecimento da paz perene.2 Guardada as devidas diferenças de época, atualmente, a humanidade vivencia dramas igualmente profundos. Conflitos de décadas se acentuando, mudanças climáticas e incertezas econômicas, além de eventos cotidianos enfrentados pelas pessoas como o desemprego, fragilidade na saúde física e mental, desarmonia nas relações, entre outras situações complexas. Por essa razão, os ensinamentos budistas apresentam o princípio de “transformação da fé em sabedoria” (ishin-daie, em jap.). Conforme o conceito, sabedoria é muito mais ampla e profunda que “inteligência” ou “conhecimento”. Sobre isso, o presidente Ikeda diz: “No budismo, fé significa ter um coração límpido, flexível e aberto. Fé é a função da vida humana que dispersa as nuvens escuras da dúvida, da angústia e do arrependimento e direciona o coração a algo grandioso”.Isto é, uma pessoa de fé é aquela que cultiva uma verdadeira personalidade e se mantém emocionalmente equilibrada em todos os momentos da vida, mesmo diante de uma grande dificuldade. E a fé é convertida em sabedoria quando buscamos soluções para esses impasses, não importando quantas vezes tenhamos tentado. Portanto, a fé nos torna pessoas radiantes e determinadas, e a sabedoria nos conduz à melhor resolução com a convicção de que a vitória é certeira. A seguir, vamos compreender o princípio pela perspectiva do presidente Ikeda. Emanar inabalável energia da vida Ao suportamos as adversidades, aparentemente intransponíveis, especialmente nos momentos de grande apreensão, e recitarmos daimoku com fé [acreditar no potencial inerente para transformar a situação], uma inabalável energia da vida é emanada, e manifestamos a sabedoria capaz de traçar caminho que conduz a soluções para os impasses enfrentados. Além disso, com sabedoria, tornamos essa experiência adversa em rico aprendizado. A esse respeito, Ikeda sensei afirma: O budismo ensina o princípio de “transformar fé em sabedoria”. Uma oração poderosa faz emergir sabedoria. Por favor, avance com a recitação de daimoku em primeiro lugar, acreditando em si mesma e com fé no Gohonzon mais que qualquer outra pessoa.4 Como Ikeda sensei menciona, a energia vital é importante para a transformação da fé em sabedoria. E ele vai além: O grande poeta romano Virgílio (70–19 a.E.C.) escreveu: “Não se deve dar lugar a essas adversidades, mas sim enfrentá-las ainda mais corajosamente onde quer que sua boa sorte o permitir.” Este é o segredo para afugentar a infelicidade, disse Virgílio. (...) Jean-Christophe, herói do romance de mesmo nome de Romain Rolland (1866–1944), brada: “Como é bom ser forte! Como é bom sofrer quando se é forte!” Ele também diz: “Deixe que me façam sofrer!... O sofrimento também é vida!” Uma pessoa forte, que tem uma forte energia vital, transforma todos os sofrimentos e tristezas em um elemento essencial para a felicidade. (...) Não há vida livre de sofrimentos. Em nossas atividades da SGI, em nosso trabalho e em nossa vida em geral, somos confrontados, em certo sentido, por uma contínua série de problemas e sofrimentos. Mas a Lei Mística é a Lei maravilhosa que transforma todos esses sofrimentos em elementos e causas essenciais para a felicidade. (...) Consequentemente, é importante passar por amargas dificuldades. A tristeza, a dor e as batalhas são algo que ninguém pode evitar. A única maneira de atingir a felicidade é marchar inflexivelmente. (...) O objetivo da fé é nos tornar ainda mais fortes.5 Conheceremos no trecho seguinte, a história da Cristina Serravalle, uma carioca guerreira, que extrai sabedoria do daimoku há quarenta anos. Converter fé em sabedoria e coragem Meu nome é Cristina Serravalle, mas alguns me chamam de Tina, e moro no Flamengo, bairro do Rio de Janeiro. Às vezes, perguntam-me como cheguei a essa condição de enxergar o mundo com lentes coloridas. Logo eu, que nasci de cesariana, saindo da maternidade com 900 gramas, frágil demais e com a formação dos olhos incompleta. Tinha dificuldade para engolir (disfagia) e outras sequelas. Eu me considero uma pessoa irreverente, feliz com o que a vida me proporciona. Aprendi tudo isso no budismo. Minha mãe foi a primeira a encontrar a Soka Gakkai no período em que eu estava com 26 anos e cursava letras. Isso aconteceu em 1982, e só depois de dois anos decidi me converter ao budismo, em uma data para ficar na história: 24 de agosto, a mesma data de conversão do presidente Ikeda. Na adolescência, por consequência do glaucoma, fiquei cega. No meio desse caminho, a música surgiu em minha vida. E hoje, o violão se tornou meu fiel companheiro. Nessa época, eu era muito tímida. No entanto, aos poucos, a voz quase inaudível foi ganhando força, sempre à base de muito incentivo e daimoku. A partir de então, o Nam-myoho-renge-kyo passou a ser meu canto da vitória. Nunca vi a deficiência como barreira, pois a prática budista sempre me proporcionou força e sabedoria. Por isso, após cursar letras, eu me formei também em direito. Hoje, ainda trabalho, e na área de administração de imóveis. Além disso, com o coração alegre, falo com muita naturalidade sobre o Budismo Nichiren para as pessoas. Por fim, no ano que vem completo quarenta anos de Soka Gakkai. Sigo confiante, visualizando 2030. Quero chegar lá radiante e feliz. Diante da perda da visão na juventude, praticar o Budismo Nichiren foi determinante para Cristina converter fé em sabedoria, e enfrentar com muita coragem uma nova e desafiadora circunstância de vida. No próximo trecho, Ikeda sensei apresenta diretrizes para que as pessoas manifestem plena determinação em momentos de sofrimento, tanto pela felicidade de si como das pessoas ao redor. Indicação para a vitória Oração em primeiro lugar O primeiro ponto é “toda vitória começa com a oração”. No salão principal do auditório, o qual pode ser observado pelo retrato de Makiguchi sensei e de Toda sensei, minha esposa e eu recitamos gongyo e daimoku de forma solene, manifestando gratidão à virtude da “devoção abnegada pela propagação da Lei” dos primeiros presidentes. Ao mesmo tempo, oramos sinceramente pela concretização do grande desejo do kosen-rufu mundial e pela felicidade e vitória dos precisos amigos (...) de todo o país e do mundo inteiro. Nichiren Daishonin declara: “Os benefícios do Sutra do Lótus, que venho recitando durante estes vários anos, têm de ser mais vastos que o céu”.6 É imensurável o daimoku para si e para os outros que nós, mestre e discípulos Soka, recitamos com o mesmo juramento do desejo de Daishonin, que visa o kosen-rufu e “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Esses benefícios são equivalentes a abraçar grandiosamente este planeta azul. Empenhar-se na prática e no estudo do budismo O segundo ponto é que toda luta pelo kosen-rufu é para a própria revolução humana. (...) Em agosto [1957], sessenta anos atrás, (...) [Toda sensei] incentivou os amigos recém-convertidos e orou para que todos pudessem experimentar a alegria da prática da fé. Na diretriz para cada um realizar sua prática da fé para conquistar a felicidade se encontra o foco perspicaz de Toda sensei. Para isso, ele nos ensinou a agir como bodisatvas da terra e a enfrentar as dificuldades. Tal como a rotação do nosso planeta Terra e da translação em volta do Sol, a revolução humana e o kosen-rufu em conjunto magnífico criam ilimitados seres humanos de valor. (...) Empenhar-se com coragem diariamente nos dois caminhos da prática e do estudo, pela ampla propagação da Lei e para “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” — são as dinâmicas atividades da Soka Gakkai que conduzem todos a transformar o destino e a alcançar a condição de felicidade absoluta.7 Experimentar uma incrível sensação de paz e de satisfação Como vimos no decorrer da matéria, impreterivelmente todos enfrentarão desafios ao longo da jornada. Defrontá-los com resoluta determinação e ainda assim extrair importantes aprendizados — tal como mencionado pela psicóloga Ana Paula Dias — serão em decorrência de vasta condição de vida. E a prática budista é uma aliada poderosa para converter fé em sabedoria em momentos de profunda dor —, assim como a Tina fez para transformar o sabor amargo da notícia da perda da visão, em oportunidades de autoconhecimento para enfrentar e superar aquele drama. Ikeda sensei reitera que a oração em primeiro lugar, a prática e o estudo do budismo são fundamentais para que se extraia energia e sabedoria do âmago da vida: “Quando conseguimos superar um obstáculo, podemos experimentar uma incrível sensação de paz e de satisfação. Em contrapartida, essa condição de vida não chega nunca para aqueles que se esquivam das dificuldades, tentando evitar os desafios”.8 Ele diz ainda: “Em meu interior, cultivo romantismo e emoções. Com a minha sabedoria de mortal comum, não conseguirei grandes feitos. Mas, convencido de que a fé se transforma em sabedoria, recito daimoku com o coração sincero e compenetrado, e eu me esforço ao máximo pela causa da reconstrução”.9 Dessa forma, com a recitação constante do daimoku repleta de intensa fé, o estudo do budismo para compreender com profundidade a dinâmica insondável da vida e o contato com as orientações de Ikeda sensei para acalentar o coração e a mente inquietos, transforme desespero (sofrimento) em esperança, esperança em sabedoria, sabedoria em ação — e o resultado certamente será de grande progresso e importantes aprendizados. No topo: "Não há vida livre de sofrimentos. Em nossas atividades da SGI, em nosso trabalho e em nossa vida em geral, somos confrontados, em certo sentido, por uma contínua série de problemas e sofrimentos. Mas a Lei Mística é a Lei maravilhosa que transforma todos esses sofrimentos em elementos e causas essenciais para a felicidade" Foto: Getty Images Notas: 1. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/especialistas-indicam-que-possivel-aprender-com-sofrimento-22815802.html. Acesso em: 13 out. 2023. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 6, p. 88, 2019. 3. Idem. Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2001. p. 60. 4. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 29, p. 328, 2020. 5. Brasil Seikyo, ed. 1.276, 11 jun. 1994, p. 3. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 338, 2017. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.371, 13 maio 2017, p. B2-B3. 8. Terceira Civilização, ed. 491, jul. 2009, p. 42. 9. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 74.
01/11/2023
Na prática
TC
Observar a mente através da prática budista
Sigmund Freud (1856–1939), médico neurologista austríaco, é conhecido como instituidor da psicanálise. Em uma de suas investigações, Freud passou a inquirir se as pequenas ações que as pessoas afirmavam praticar, aparentemente ao acaso, eram de fato acidentais. “Ele se perguntava se não havia uma causa para lapsos como esquecer promessas, escrever uma palavra errada ou deixar o guarda-chuva em algum lugar por distração.”1 Freud concluiu que, por trás dos evidentes lapsos no comportamento humano, sempre havia causas psicológicas. Por exemplo, “Uma pessoa que quebra uma promessa talvez não tenha consciência do que está fazendo, mas, em algum lugar remoto de sua mente, o desejo de quebrar essa promessa está presente com tamanha intensidade que obscurece sua memória”.2 No livro Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, destaca o feito de Freud: A descoberta que ele fez de uma mente subconsciente que se oculta por trás da consciente (...) tornou-se um marco para as pesquisas posteriores sobre a mente humana. Na analogia de Freud, a mente é como um iceberg flutuando no oceano. O oceano representa a vida em si. E assim como a maior parte do iceberg fica submersa e imperceptível, a maioria das atividades mentais reside no inconsciente.3 Dada as informações apresentadas, podemos compreender ainda que a mente exerce incontáveis funções, tais como pensar, perceber, aprender, tomar decisões, resolver problemas, comunicar-se, amar, criar e construir. Essas atividades se processam no cérebro, e sua expressão, no comportamento. Assim sendo, Na Prática apresentará os mecanismos para a observação da mente, e como essa aplicação permite às pessoas estabelecer atitudes para uma vida permeada de alegria e de realização. “Como ela [a mente] funciona?” A busca pelo conhecimento da mente humana remonta à antiguidade. Entretanto, o estudo como ciência aplicada data do fim do século 19. Como dito no início, a mente tem papel essencial para a percepção e significação do mundo exterior. A especialista em neurociências e doutora em ciências da saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lidia Cardoso, explica de maneira simples o funcionamento da mente: Como ela funciona [a mente]? Primeiro, existe o cérebro, uma parte do nosso corpo que é essencial para a vida, para que o corpo funcione. O cérebro é algo físico, concreto, biológico. Ele tem peso, tem aquela aparência enrugada que todos conhecem. A mente é tudo aquilo que se passa dentro dessa estrutura física. A mente é o resultado do funcionamento do cérebro: os pensamentos, os sentimentos e as emoções. E os dois não podem ser entendidos de forma separada. Por quê? Porque tudo o que pensamos e sentimos desde o nosso nascimento vai “formando e moldando” nosso cérebro. Não existe mente sem o cérebro e o cérebro não serviria para nada do que fazemos se não houvesse a mente.4 O buda Nichiren Daishonin, lá no século 13, já descrevia essa asseveração dizendo que “Se observarmos nossa mente em qualquer momento, perceberemos que ela não apresenta cor nem forma para comprovar sua existência. No entanto, não podemos dizer que ela não existe pelo fato de incessantes pensamentos nos ocorrerem”.5 A seguir, para compreender ainda mais sobre o tema, compartilharemos algumas reflexões do presidente Ikeda. Fazer das adversidades grandes oportunidades Conforme a ilustração do oceano da vida mencionada, Ikeda sensei diz que nesse lugar há muitas atividades ocultas, as quais impulsionam a todos a realizar ações conscientes ou inconscientes e, de outras maneiras, sustentam também as atividades do corpo. “Existe uma galáxia de forças que constituem uma entidade, independentemente de a percebermos ou não, que é a substância de nossa vida interior. Na filosofia budista, isso é chamado de aspecto espiritual. É esse elemento interior que se manifesta de forma constante nas ações do aspecto físico e que dá origem à vida tal como a conhecemos.”6 Ou seja, as infinitas experiências, entre elas as vivências dolorosas, ficam alocadas em diferentes áreas do cérebro, como o córtex (camada externa) e regiões mais profundas (subcórtex), dependendo do tipo de lembrança. Isso significa que a compreensão do indivíduo se baseia em pressuposições desenvolvidas a partir de vulnerabilidade física, biológica e experiências que a pessoa teve ao longo da vida. Para explicar o conceito citado, apresentamos o relato de um médico. Ele deu um exemplo marcante de como o estímulo mental pode afetar não apenas as ações de uma pessoa, mas também seu estado físico. Em um hospital, duas mulheres tomavam conta de uma criança. Uma era sua mãe; a outra era uma enfermeira contratada. Após uma série de testes sanguíneos realizados com as duas mulheres, o médico chegou à conclusão de que, quando a criança reagia melhor, as duas mulheres apresentavam um nível de pH normal. Porém, quando a doença da criança se aproximava de um estado crítico, o sangue da mãe apresentava um nível de acidez muito mais alto. Em outras palavras, sua ansiedade afetava até o conteúdo de seu sangue. Isso não ocorria no caso da enfermeira, apesar de que não havia razão para dizer que ela era insensível, ou que não estava fazendo o melhor que podia para ajudar a criança a se recuperar. É claro que é natural para a mãe ser afetada num nível mais profundo pela doença dos filhos, mas o que realmente chama a atenção é seu estado mental ter causado tamanha alteração em seu estado físico. Esse exemplo certamente ilustra como a ação da mente pode se manifestar no mundo do aspecto físico.7 Assim como Freud estudou e desenvolveu a psicanálise, fundamentado no comportamento humano, outros campos da ciência estudam continuamente os meios para entender cada vez mais os mistérios relacionados à mente. Não obstante, os ensinamentos do Budismo Nichiren são ferramentas para que os praticantes examinem, por vezes com o auxílio profissional, suas dores, transformando essas adversidades em oportunidades. Ou seja, ressignificar os momentos desfavoráveis criando uma causa, um novo estímulo para aprimorar e elevar a vida. Na sequência, aprenderemos sobre os principais mecanismos para a observação de mente. Mecanismos para observação da mente No trecho anterior, compreendemos que, quando uma pessoa passa por um sofrimento ou uma intensa angústia, e não tem condições para superá-los, sendo dominada pela situação adversa, sua força vital enfraquece e o corpo apresenta sinais de perda da vitalidade. Alterações no estado mental e emocional são refletidas no comportamento e até no funcionamento do corpo — autossabotagem diante de uma tarefa importante, ou sintomas como taquicardia, falta de ar, suor excessivo e tremores podem ser algumas delas. Ao considerar as questões relacionadas à mente, Nichiren Daishonin pondera: “Devemos ser mestres de nossa mente em vez de permitir que ela nos domine”.8 Essa sábia frase do Buda é a chave para constituir uma vida saudável e, acima de tudo, valorosa. Observar a mente possibilita ao indivíduo revelar um ilimitado potencial, em que qualquer sofrimento pode ser enfrentado com coragem, isto é, ressignificar os eventos passados. Daishonin propõe os recursos para ativar essa observação. Ele diz que o budismo reconhece o potencial para todos transformarem as questões inerentes à vida. Com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, “Qualquer um — por mais que esteja mergulhado na ignorância ou ilusão — pode revelar seu estado de buda e transformar numa terra pura até mesmo o local mais maléfico e maculado”.9 É por isso que, por meio da recitação do daimoku, podemos “lustrar” o espelho embaçado da “mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão da vida”, tornando-o um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. De fato, quando recitamos daimoku de maneira compenetrada diante do Gohonzon,10 uma intensa energia vital interior é concebida e, assim, podemos ponderar e refletir de forma honesta quais aspectos da vida serão necessários regular. Em seguida, será preciso efetivar a resolução da reflexão com ajustes na conduta diária para que aquela dor seja transformada em oportunidade de avanço e de crescimento — esse é um claro exemplo de observar a mente. Vejamos uma história que atesta essa proposição. Converter tristeza em resoluta coragem Apresentamos um breve relato do jovem Guilherme Matos, 34 anos, responsável pela DMJ da Sub. Penha-Ermelino (CCLP), que alcançou a vitória com uma mudança de postura mental a partir da recitação do daimoku e estudo do budismo:11 “Eu tinha 10 anos quando fui diagnosticado com escoliose congênita, uma deficiência que, conforme eu crescia, foi formando uma gibosidade [curvatura da coluna vertebral com elevação exterior] nas minhas costas, deixando-me corcunda. “Ganhei” apelidos [por isso], eu era um menino nervoso e revoltado na escola, envolvendo-me em brigas constantes. Em janeiro de 2022, conheci um médico que, com suas explicações, me deu confiança para fazer a cirurgia com ele. Planejei a cirurgia para ser realizada em dezembro. Antes da data, amigos Soka me deram uma dica para ler o escrito de Nichiren Daishonin, Resposta a Kyo’o. Eu já o conhecia, mas, desta vez, li com minha própria vida: ‘O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?’. Selei minha convicção. No dia 13 de dezembro, a cirurgia, apesar de durar treze horas, não foi finalizada por ser de alta complexidade. [E] no dia 16 de janeiro de 2023, fiz a segunda etapa da cirurgia, que durou mais de oito horas, desta vez, concluída com sucesso. Na Soka Gakkai encontrei um mestre da vida e companheiros que todos os dias me fazem lembrar a tamanha alegria de poder assumir as rédeas da minha vida e de ser absolutamente feliz. Apostei certo no tesouro do coração, dediquei-me ao kosen-rufu e a tudo o que me foi necessário para realizá-lo. Eis o caminho da vitória.” Como vimos, Guilherme converteu o sentimento de tristeza, causado na infância, em resoluta coragem. E foi com essa determinação, constituída com a prática budista, que ele conquistou vários benefícios. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo; a dedicação ao estudo do budismo para entender com profundidade como acessar e usufruir esses ensinamentos; e a relação estabelecida com pessoas inspiradoras, assim como Ikeda sensei e os membros da BSGI, foram determinantes para o avanço e progresso do jovem Guilherme. Transformação interna de momento a momento Como explicado no início da matéria, as resoluções de Sigmund Freud e as reflexões de Ikeda sensei indicam que sempre há causas psicológicas nos lapsos ou nas imprecisões do comportamento humano. Dessa maneira, quando uma pessoa não consegue superar os sofrimentos, isso pode levar a alterações no estado mental e emocional refletidas no comportamento e até no funcionamento do corpo, sendo estas as imprecisões já citadas. O buda Nichiren Daishonin preconiza a importância de observar a mente para transformar os sofrimentos em oportunidades de avanços. As ações de Guilherme Matos mencionadas em seu depoimento, dentre elas, a recitação do daimoku, o estudo do budismo e a relação firmada com os membros da BSGI, são mecanismos para observar a mente e lapidar o coração, sempre de modo ativo e constante, para que a vida seja permeada de inúmeras possiblidades de progressos. Nesse sentido, Ikeda sensei diz: Myoho-renge-kyo é a Lei inerente à nossa vida. A transformação interna de momento a momento que efetuamos mediante a recitação do Nam-myoho-renge-kyo acarreta não somente uma mudança fundamental em nossa mentalidade, mas no nosso modo de vida como um todo, colocando-nos no rumo da consecução do estado de buda nesta existência. Além disso, gera uma onda de grande transformação de toda a humanidade chamada kosen-rufu. Myoho-renge-kyo é o pulsar dinâmico da mudança em todas as esferas.12 Portanto, a prática budista é a maneira mais sublime de observar a mente, isto é, ressignificar as experiências do passado, criando uma causa, um novo estímulo para aprimorar e elevar a vida no presente, em direção a um glorioso futuro. No topo: Membros da Divisão dos Estudantes participam da Academia dos Sucessores Ikeda 2030 (São José dos Campos, SP, fev. 2019) Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 27. 2. Ibidem. 3. Ibidem, p. 28. 4. Disponível em: https://www.universidadedascriancas.fae.ufmg.br/perguntas/como-funciona-nossa-mente/#:~:text=Primeiro%20vou%20dizer%20que%20existe,passa%20dentro%20dessa%20estrutura%20f%C3%ADsica. Acesso em: 14 set. 2023. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. 6. IKEDA, Daisaku. Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 28. 7. Ibidem, p. 29. 8. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 525, 2020. 9. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 59. 10. Para entender os benefícios da oração budista, leia a seção Na Prática, na Terceira Civilização, ed. 661, set. 2023, ou acesse ao QR Code. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 10. 12. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 60. Para entender os benefícios da oração budista, leia a seção Na Prática, na Terceira Civilização, ed. 661, set. 2023, ou acesse o link. Na Prática
02/10/2023
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Da Semente à Árvore com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Da Semente à Árvore
01/09/2023
Na prática
TC
Descubra como as orações budistas são respondidas
Diante de uma situação adversa, ou quando torcemos muito para que algo aconteça, intuitivamente juntamos as palmas das mãos, franzimos a testa e até fechamos os olhos orando ou mentalizando, de maneira positiva, o desfecho vitorioso — independentemente da prática religiosa. “Mesmo aqueles que se dizem ateus oram por algo. ‘Quero sair deste sofrimento’; ‘Quero ter uma vida melhor’; ‘Quero proteger minha família’ — desejar fortemente por essas coisas com certeza é algo natural e inerente a qualquer ser humano.”1 Não somente como parte do instinto humano; a fé tem impacto importante para a mente e saúde das pessoas. O neurocirurgião Fernando Gomes comentou o assunto. Segundo Gomes, em um momento de oração, por exemplo, o lobo parietal, área relacionada à percepção do meio ambiente e da própria pessoa, acaba sendo inativada; enquanto o lobo frontal, que trata da concentração e do foco, e o giro do cíngulo e tálamo, relacionados ao gerenciamento das emoções, são os mais acionados. “Quando isso acontece, o cérebro da pessoa funciona de uma forma diferente. Com isso, ela consegue suportar muito mais as coisas e adversidades da vida e também consegue desenvolver um olhar com mais esperança para o futuro”, ressaltou.2 Em vista dessas informações, Na Prática da edição elucidará como as orações [do Budismo de Nichiren Daishonin] são respondidas. Acompanhe nas páginas seguintes. A base da fé são gongyo e daimoku A oração no Budismo de Nichiren Daishonin, praticada pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), consiste na recitação do daimoku [Nam-myoho-renge-kyo] e do gongyo ao Gohonzon. O gongyo e o daimoku representam a cerimônia na qual nossa vida entra em harmonia com o universo. “O gongyo é uma atividade em que, por meio de nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo, de todo o Universo. Se realizamos isso regularmente a cada manhã e noite, nossa energia vital — nossa máquina — é fortalecida.”3 O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, diz que “Quando recitamos o Nam-myoho-renge-kyo e focalizamos nossa atenção no Gohonzon, nossa vida e o Universo se unem como as engrenagens de uma máquina funcionando harmoniosamente com perfeita precisão, e passamos a seguir na direção da felicidade e da realização”.4 Podemos dizer então que a oração é o nutriente da mente e do coração que possibilita às pessoas energizar a vida, refletir com sabedoria e se munir de vitalidade para entrar em ação. Não obstante tenhamos citado como se dão os mecanismos internos a partir das observações do neurocirurgião, apresentamos a ilustração do leite materno para aludir os impactos da oração com fé. O mais completo nutriente da vida O leite materno é o melhor e o mais completo alimento para o bebê, pois contém os nutrientes essenciais que o recém-nascido precisa para se nutrir, crescer e se desenvolver com saúde. E ao ser amamentado, mesmo intuitivamente, o bebê se apropria das substâncias necessárias para seu pleno desenvolvimento motor e neurológico. Com relação à oração, Nichiren Daishonin ensina também que, mesmo não compreendendo o profundo significado do Nam-myoho-renge-kyo, recebemos benefícios ao recitá-lo. É como o caso de um bebê alimentado com leite materno. Embora ainda não entenda o sabor, esse alimento naturalmente nutrirá seu corpo. Assim como um recém-nascido se nutre com leite, o simples fato de recitarmos daimoku sem duvidar faz nossa vida ser permeada e impregnada com a grande força do Nam-myoho-renge-kyo. E o mais encantador nessa prática é que nossas orações não apenas nos empoderam a solucionar os problemas imediatos, mas também estimulam nosso crescimento e nos ajudam a ter uma existência dedicada à felicidade dos outros. Relação entre a oração e seus benefícios Conforme vimos, pode ser que não compreendamos o profundo “significado” do daimoku; contudo, o buda Nichiren Daishonin esclareceu, em uma carta enviada a um de seus discípulos, a relação entre a oração e seus benefícios. Daishonin afirma: Com respeito à oração, existem orações perceptíveis e respostas perceptíveis; orações perceptíveis e respostas imperceptíveis; orações imperceptíveis e respostas imperceptíveis, e orações imperceptíveis e respostas perceptíveis. Porém, o único ponto importante é saber que, se crer neste sutra, todos os seus desejos se realizarão, seja no presente, seja no futuro.5 Conforme a essência dessa declaração de Nichiren Daishonin: – A “oração perceptível” é aquela que se faz com um objetivo ou propósito claro. – A “oração imperceptível” é aquela que se realiza sem uma necessidade urgente, ou seja, é a prática de recitar daimoku de forma contínua. – A “resposta perceptível” indica a concretização visível e imediata das orações. – A “resposta imperceptível” refere-se aos benefícios que não se manifestam de imediato, mas se tornam evidentes no transcorrer do tempo, como a purificação gradativa da própria vida. Daishonin enfatiza ainda que o mais importante é manter uma firme fé no Gohonzon, pois assim se obtém a resposta da oração, seja ela perceptível, seja imperceptível. O Mestre responde A explicação de Nichiren Daishonin ao discípulo sobre a oração e os benefícios é realmente esclarecedora. E, de maneira prática, apresentamos trechos de um diálogo do presidente Ikeda6 com os líderes dos jovens do Japão a respeito de temas importantes, entre eles como as orações são efetivamente respondidas. Podemos orar por qualquer coisa que desejarmos? Daisaku Ikeda: Vocês podem orar por qualquer coisa que acreditam que contribuirá para a sua felicidade. Por exemplo, podem orar para se desenvolverem ou para se tornarem certo tipo de pessoa. Podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará o seu progresso ou o de outras pessoas, somente causarão um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em sintonia com o ritmo do Universo. O importante é sempre desafiar a realização do gongyo tanto de manhã como à noite, não é mesmo? Ikeda: Naturalmente é preferível que realizem o gongyo da manhã e o da noite diariamente. O gongyo é importante; no entanto, o mais importante é abraçar o Gohonzon por toda sua vida e jamais, em nenhum momento, abandonar essa prática. Será uma completa derrota pessoal se praticarem fervorosamente por apenas algum tempo, com uma fé de “chama ardente”, e, mais tarde, acabarem abandonando a fé. Pode ser de pouco em pouco, mas o importante é que desenvolvam uma fé de “água corrente” que flui incessantemente como um rio que aumenta de tamanho até desembocar no vasto oceano. Algumas pessoas ficam com a consciência pesada quando não podem realizar o gongyo da manhã ou da noite. Ikeda: Enquanto possuirmos fé no Gohonzon, jamais sofreremos punição ou consequências negativas por causa disso. Assim, por favor, fiquem tranquilos. Nichiren Daishonin afirma que um único daimoku contém ilimitados benefícios. Então, uma dúzia de daimoku deve conter benefícios incríveis! Ikeda: Exatamente. Imaginem como serão imensos seus benefícios se continuarem a realizar o gongyo e o daimoku com toda sinceridade. Basicamente, a prática do gongyo e do daimoku depende da sua própria vontade. Essa prática não é uma obrigação, é um direito. O Gohonzon jamais irá obrigá-los a orar. A atitude de gratidão em poder orar ao Gohonzon é a essência da fé. Quanto mais se esforçarem na fé — realizando o gongyo e o daimoku —, maiores serão os benefícios. Daishonin também não faz nenhuma menção no Gosho sobre a quantidade de daimoku que devemos recitar. Isso depende totalmente da consciência e da responsabilidade de cada um. A fé é uma longa busca, por isso, não há necessidade de ficarem nervosos ou ansiosos em relação à quantidade de daimoku que recitam. Não há necessidade de ficarem ansiosos ou de pressionarem a si próprios. O budismo existe para libertar as pessoas, não para restringi-las. O importante é se dedicarem, mesmo um pouco, todos os dias. O alimento que ingerimos diariamente se transforma em energia para o nosso corpo. Nossos estudos, também, tornam-se um bem valioso quando dedicamos firmes esforços a isso, dia após dia. Nossa vida é formada pelas nossas realizações de acordo com o modo como vivemos cada dia. Por essa razão, devemos nos desenvolver continuamente. E uma força propulsora para isso é o gongyo [e daimoku]. A atitude de nos esforçarmos em realizar o gongyo [e daimoku] todos os dias equivale ao que poderíamos chamar de exercício espiritual, que purifica a vida, coloca nosso “motor” em funcionamento e nos posiciona no curso correto a cada dia. Além disso, faz nosso corpo e nossa mente funcionarem tranquilamente, colocando-nos na sintonia do Universo. [Como] o gongyo e o daimoku iriam realmente ajudá-las [as pessoas] a solucionar seus problemas? Ikeda: No Budismo Nichiren, nenhuma oração fica sem ser respondida. Mas isso é muito diferente de ter todos os desejos satisfeitos instantaneamente, como se fosse mágica. Se orarem para ganhar na loteria amanhã, ou para tirarem dez na prova sem terem estudado, as probabilidades de isso acontecer são bem pequenas. De uma perspectiva mais profunda e de longo prazo, todas as suas orações servirão para impulsioná-los na direção da felicidade. Algumas vezes, nossas orações imediatas são concretizadas, outras vezes, não. Porém, ao fazermos uma retrospectiva, poderemos dizer com absoluta convicção que tudo seguiu para o melhor caminho. O budismo está de acordo com a razão. A fé reflete-se na vida diária e na condição atual. Nossas orações não serão respondidas se não realizarmos os esforços adequados. Além disso, leva muito tempo e esforço para superar os sofrimentos de natureza cármica, cujas raízes estão bem arraigadas em causas do passado. Por exemplo, há uma grande diferença entre o período necessário para curar um arranhão e para se recuperar de uma grave doença. Algumas doenças são tratadas com medicamento, outras requerem cirurgia. O mesmo se aplica à transformação do carma por meio da fé e da prática. O nível da fé e o carma de cada pessoa também são diferentes. Entretanto, com o daimoku extrairemos de nosso interior uma poderosa esperança e direcionaremos nossa vida sempre para o lado positivo e muito mais benéfico. Nossas orações são respondidas, sempre! Como apresentado pelo neurocirurgião no início da matéria, a oração com fé possibilita com que as pessoas desenvolvam um olhar com mais esperança para o futuro. A partir disso, ao recitar gongyo e daimoku com a certeza do êxito diante de uma situação, seja ela qual for, a resposta certamente virá, tanto perceptível — concretização visível do objetivo — como imperceptível — preparar o coração e a mente para enfrentar com sabedoria uma adversidade, e auxiliar as pessoas ao redor a superar também seus dramas pessoais. A oração perceptível e a imperceptível, assim como apresentada pelo buda Nichiren Daishonin, desenvolvem nossa condição de vida interior. Quando nossa condição se transforma, somos revitalizados. Se tomarmos o cuidado de nutrir [carregar] a vida com frequência, ficaremos sempre cheios de vitalidade. “Se não fizermos isso, não teremos energia no momento em que mais precisarmos e poderemos ser derrotados pelo ambiente.”7 Por isso, a recitação do gongyo e do daimoku com fé não apenas nos habilita a solucionar as situações mais urgentes, como também impulsiona nosso desenvolvimento como seres humanos e nos motiva a contribuir para a felicidade de outas pessoas. Lembrem-se, nossas orações são respondidas, sempre! No topo: Membros da Divisão dos Estudantes (DE) recitam daimoku (Itapevi, SP, 2018). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.249, 25 out. 2024, p. A2. 2. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/fe-pode-interferir-no-funcionamento-do-cerebro-e-regular-estado-de-animo/#:~:text=%E2%80%9CQuando%20isso%2acontece%2C%20o%20c%C3%A9rebro,para%20o%20futuro%E2%80%9D%2C%20ressaltou. Acesso em: 14 ago. 2023. 3. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 122, 2020. 4. Ibidem, p. 126. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo, Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 7, 2017. 6. Cf. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, 2020. 7. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 142, 2020.
01/09/2023
Capa
TC
Da semente à árvore
A Amazônia é uma das regiões mais ricas do planeta em biodiversidade e é considerada patrimônio da humanidade. A Floresta Amazônica — parte do bioma amazônico — abriga 2.500 espécies de árvores, um terço da madeira tropical do planeta, e cada exemplar passou pelo ciclo da vida de uma pequena semente até a fase adulta com sua imensa copa. Podemos relacionar as etapas da vida de uma árvore com nossos objetivos. Ou seja, cada semente possui o potencial de se tornar uma frondosa árvore. Mas, para que isso ocorra, são necessários águas da chuva, raios solares, solo fértil etc. Assim como cada objetivo reserva infinita potencialidade para ser materializado. Para ser concretizado, é fundamental ter a determinação e a clareza de onde quer chegar. Em uma orientação, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, assegura: Uma forte determinação é a causa para um grande crescimento. Ter essa determinação é como plantar uma semente. Enquanto ainda é semente, ela é invisível aos outros. Mas, na época apropriada, ela brotará, fincará raízes e nascerão muitos galhos e folhas até se tornar uma grande árvore. A “semente” de uma determinação realmente profunda produzirá uma “grande árvore” que será admirada por muitos séculos pelas pessoas. Nós precisamos manifestar essa determinação agora, e não em alguma ocasião no futuro. O momento presente é a época para iniciarmos nossa batalha.1 Como Ikeda sensei enfatizou, por meio de simbologias, a natureza nos ajuda a refletir sobre os nossos sonhos e como transformá-los em realidade. Por exemplo, não se pode construir um belo jardim sem escolher o local, arar a terra, verificar as sementes certas, semear, adubar e cultivar com cuidado e atenção. O mesmo acontece com nossos objetivos. Para atingi-los, é necessário pensar nos detalhes práticos que auxiliarão a priorizar tarefas e otimizar as ações. Assim sendo, matéria de Capa discorre sobre a importância de se ter o senso de progresso constante em todas as áreas da vida. A definição de objetivos desenvolve a iniciativa, a imaginação, o entusiasmo, a autodisciplina e o esforço concentrado, qualidades fundamentais para o sucesso. Teoria da definição de metas Especialistas se debruçam sobre esse entendimento. Na área profissional, por exemplo, é conhecida a teoria da definição de metas, denominação dada pelo psicólogo americano, Dr. Edwin A. Locke e publicada pela primeira vez em 1968. A teoria parte do princípio de que estabelecer metas claras, bem-definidas e mensuráveis melhoram bem mais o desempenho que objetivos indefinidos. De fato, os objetivos devem ser relevantes para ser motivadores, porém realistas. Para que funcionem como esperado, é preciso identificá-los e defini-los de maneira sistemática. Objetivos difíceis nos fazem dar o melhor de nós, mas os impossíveis só nos desanimam e nos estressam. Talvez isso já seja de conhecimento de muitos, contudo, nem sempre é fácil persistir. Às vezes, nem bem plantamos a semente do objetivo e já queremos logo obter a colheita; outras vezes, paramos no meio do caminho ao sinal da primeira praga que tenta correr em nosso jardim. E, assim, perdemos para as dificuldades. O presidente Ikeda contextualiza o papel essencial de pensarmos grande. Ele enfatiza que ter grandiosos sonhos nos auxilia a não tropeçar nos pequenos buracos da vida. Diz que o genuíno sucesso é garantido na batalha contra a si. Um vencedor persegue seus sonhos sem cessar, mesmo que encontre obstáculos. E para isso, Ikeda sensei recomenda pontos essenciais, vejamos a seguir. Quatro pontos para a vitória Como percebemos até aqui, somos motivados a não abrir mão dos nossos objetivos, seja eles impossíveis aos olhos dos outros. Ikeda sensei apresenta quatro pontos essenciais para concretizá-los: decisão e oração, esforço e planejamento. Vamos então arar nossa mente. No Budismo Nichiren, praticado na Soka Gakkai, a decisão vem revestida de forte energia capaz de fazer acontecer. E no momento exato em que determinamos a vitória, a causa para conquistá-la já está registrada. Dessa forma, não importando se as raízes de um objetivo lançado há tempos andam enfraquecidas ou se há uma nova semente em mãos, a decisão de dar o primeiro passo e avançar com nova disposição ressignificará o resultado. Não podemos perder de vista que “O budismo está de acordo com a razão. A fé reflete-se na vida diária e na condição atual. Nossas orações não serão respondidas se não realizarmos os esforços adequados”.2 Daí entram planejamento e esforço. Exemplificamos com uma experiência real. Um trecho do romance Nova Revolução Humana retrata um episódio vivenciado aqui no Brasil, quando um agricultor se dirige ao presidente Ikeda lamentando a falta de sorte em sua produção de hortaliças. Questões como a utilização certa do adubo, o tempo de cultivo, a escolha das sementes e trato da terra foram perguntadas ao agricultor. Hesitante em todas, ouviu do Mestre: Antes de tudo, para não repetir o erro, deve avaliar o que causou o insucesso na colheita. O senhor pode consultar os agricultores que tiveram êxito na colheita e anotar o que eles têm para dizer. Procure também tomar as devidas providências para evitar outros fracassos. As pessoas que levam realmente a sério o que fazem, constantemente estudam e empregam a criatividade para resolver os problemas. Se negligenciar tudo isso, não obterá sucesso. É um grande erro pensar que terá uma colheita farta só porque está se empenhando na prática da fé. O budismo é um ensinamento da mais suprema razão. Portanto, a força de sua fé deve se manifestar no estudo, no planejamento, na criatividade e nos esforços redobrados. A recitação do daimoku com toda a seriedade é a fonte da energia para enfrentar esses desafios.3 É um sinal de alerta, explicitando a necessidade de um bom planejamento e esforço concentrado com visão do todo. Na conclusão das palavras do Mestre dirigidas aos membros com os quais se encontrou, eles demonstraram um novo vigor, ao ouvirem sobre a importância da oração, que, no Budismo Nichiren, tem sentido de forte juramento. Mais que um simples compromisso de vitória, a oração de juramento se configura no levantar baseado em nobre propósito, de ser feliz e também de guiar os outros à felicidade, ou ao kosen-rufu, movimento empreendido pelos membros da Soka Gakkai em 192 países e territórios. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo com esse sentimento é o que proporciona a edificação de objetivos essenciais na vida. O todo em partes Por vezes, é difícil olhar para uma diminuta semente e enxergá-la formada. Antes de atravessar o nível visível da terra, concentra-se toda a energia para se tornar pequenos brotos. Assim como na vida, sonhos grandiosos se formam de pequenas conquistas, atitudes diárias que criam os contornos reais do que se deseja alcançar. Vamos exemplificar por meio de dois termos japoneses: mokuhyo e mokuteki. Mokuhyo pode ser traduzido como “meta”, alvo a ser atingido. Essa palavra é dividida em: moku: “olho”; hyo: “rápido”, “imediato”. Ou seja, é o objetivo aparente ou imediato. Mokuteki, por sua vez, é composta por: moku: “olho”; teki: “claro”, “nítido”. Portanto, pode ser traduzida como “objetivo fundamental” ou “propósito essencial”.4 Com essa visão de que dentro do grande objetivo há fatias de pequenas conquistas que lhe dão vida, é vital valorizar cada uma delas e partir para o planejamento das próximas fases. Além disso, promover um esforço concentrado, ao mesmo tempo, em que se exercita a olhar para o seu interior e obter a resposta da pergunta “Para que desejo tal objetivo?”. Esse, sim, se torna um divisor de águas. Lançamos mão de mais um exemplo da natureza. Há uma árvore, nativa da Amazônia e de outras regiões, chamada sumaúma. É gigante, podendo chegar a 70 metros, o que equivale a um edifício de 24 andares. Vital para a natureza, leva alguns nomes e o especial deles é “árvore da vida”. Em alguns estudos, essa espécie pode ser considerada como o GPS da floresta pela forma com que sua copa é projetada. Lê-se que “Das sementes também pode se extrair o óleo que, além do uso alimentar, é usado na produção de sabões, lubrificantes e em iluminação, e é ainda bastante eficiente no combate à ferrugem. Rica em proteínas, óleo e carboidratos, a torta das sementes serve de ração para animais e como adubo”.5 Há um fato curioso, que chama a atenção na abordagem “Para que desejamos tanto nossos objetivos”. A sumaúma consegue retirar a água das profundezas do solo e trazê-la não apenas para abastecer a si mesma, mas também para repartir com outras espécies, pois suas raízes, conhecidas como sapopemba, arrebentam em determinadas épocas do ano irrigando toda a área em torno dela.6 Portanto, uma reflexão oportunizada por essa “árvore da vida” dá conta de quanto nossos objetivos estão ligados a um nobre propósito. Como praticantes do Budismo Nichiren, somos estimulados a não perder de vista essa conduta. Em Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, lemos este trecho revelador: Uma vida dedicada a buscar o efêmero e as glórias transitórias do mundo também é efêmera e transitória. Perseguir ansiosamente formas de felicidade que são insubstanciais e impermanentes é uma maneira triste e vazia de se viver. Como Daishonin afirma, nosso próprio estado de vida elevado é o eterno e indestrutível palácio, a verdadeira fortaleza da felicidade.7 Quando a pessoa abre o palácio da própria vida, reforça Ikeda sensei, isso a conduzirá ao descortinar do “palácio da felicidade” na vida de outras pessoas e do “palácio da prosperidade” na sociedade. Agenda 2030 e nosso compromisso Estão aí como exemplo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas, criando uma perspectiva global, permeada pela ação individual, no local em que cada um se encontre. Implementadas pela anuência de 193 países-membros da ONU, a Agenda 2030, como ficou conhecida, segue ancorada em dezessete grandes objetivos, desmembrados em 169 metas. Ou seja, cada objetivo tem suas bases de alcance em partes. Buscam cercar os desafios da humanidade, constituindo-se num plano de ação global para eliminar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade ao longo da vida para todos, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030. Esse ano (2030) é bastante simbólico, quando será celebrado o centenário da Soka Gakkai. Nosso mestre, o pacifista Dr. Daisaku Ikeda, nos faz ampliar a visão de cidadania e de comunhão com as pessoas ao redor, promovendo o contato de coração a coração, extraindo a angústia e levando felicidade a todos, o kosen-rufu. Como praticantes budistas, tendo como base o respeito máximo pela dignidade da vida, nós nos esforçamos para cumprir as metas de desenvolvimento social a nosso alcance. As atitudes diárias de diminuir o consumo, proteger a natureza e a biodiversidade vão ao encontro do que defende nossa crença. Na obra Revolução Humana, o presidente Ikeda enfatiza: De acordo com os princípios budistas que pregam a unicidade de pessoa e ambiente (esho-funi) e os três mil mundos num único momento da vida (ichinen-sanzen), a desordem na vida e na sociedade estão inter-relacionadas e afetam também o meio ambiente natural. O budismo ensina que o universo é um corpo vivo em que os seres humanos e a natureza encontram-se numa relação de interdependência.8 A Agenda 2030 tem sido foco, portanto, de várias iniciativas abraçadas pelos integrantes da Soka Gakkai em âmbito mundial, assim como no Brasil, com movimentos de educação ambiental. Visão sustentável A Amazônia é a “terra dos sonhos” de Ikeda sensei. Há trinta anos, por iniciativa dele, da área que margeia o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, ergueu-se o Instituto Soka Amazônia. Uma semente de esperança, que hoje se frutifica em motivação e inspiração para vários projetos, ancorados no tripé da educação ambiental, proteção à natureza e pesquisa científica. Jovens e crianças, em especial, exercitam-se na educação em meio à natureza, aprendendo com os pássaros, as plantas e o convívio harmônico. Pesquisadores lançam-se a novos estudos, e renovadas fronteiras do saber e inspiração se abrem para um futuro sustentável. Em junho, comemorando o Dia do Meio Ambiente, ocorreu uma parceria inédita: a afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional, a primeira assinalada na Amazônia, com a presença da diretora executiva Mirian Vilela. Diferentemente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que se ocupam dos desafios globais, a Carta da Terra trabalha com fundamentos éticos. Trata-se de documento, um movimento que convida instituições e pessoas comuns a se empoderar da consciência de interdependência e do cuidado para a proteção da vida — o planeta para as futuras gerações. “Transformar consciência em ação”, frisou Mirian Vilela. “Devemos trabalhar nossa capacidade de enxergar além do que realmente vemos.”9 Em suas palavras no evento, o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, fez uso do exemplo da árvore sumaúma para reforçar o papel da instituição, simbologia viva da semente de futuro plantada pelo presidente Ikeda. “As raízes dessa sumaúma do instituto estão se tornando essa grande fonte que nutre nossa vida de coragem, esperança e se tornará o grande castelo de proteção de Amazônia.”10 E os nossos objetivos? Tendo como pano de fundo nuanças da vida natural, procuramos trazer inspiração para que você ilumine seus pensamentos e suas ações diante dos desafios diários, da conquista dos grandes sonhos que passam, necessariamente, pelas pequenas vitórias. O budismo esclarece que ter um propósito fundamental na vida impede que as pessoas sejam levadas a uma existência superficial e vazia. Traz também o ensinamento para aflorar a determinação daquelas que desistem no meio do caminho, achando brechas e respostas para a derrota. Decisão, oração, esforço e planejamento são o objetivo para a consecução do que se deseja atingir. Aliado às metas claras, bem-definidas e mensuráveis, assim como constam na teoria do Dr. Edwin A. Locke. A base dessa concentração elevada de energia vital para fazer florir a vida encontra-se no resoluto daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo). Recitar daimoku não é pedir ajuda a um ser superior. É uma oração suprema que nos permite fortalecer nosso espírito para que possamos fazer o nosso melhor. Depois de nos esforçar até o máximo de nossas habilidades, devemos recitar novamente e nos dedicar ainda mais para romper nosso próprio limite. A chave é orar com objetivos claros e empenhar todas as forças para conquistá-los. No movimento de expansão dessa consciência, nós nos tornamos sensíveis a encontrar formas de exercer nosso papel como cidadãos, esforçando-nos a pôr em prática atitudes de impacto positivo na natureza, na sociedade e para um futuro sustentável. Aqui, temos referências nítidas de como uma semente plantada com visão de futuro frutifica-se inevitavelmente, e a partir de metas bem estabelecidas. O Mestre diz: Nossa prática do Budismo Nichiren é um eterno desafio. É uma incessante luta para vencermos a nós mesmos. “O que devo fazer hoje?”, “Quais meus objetivos para este mês?” — é importante definirmos metas claras e orarmos especificamente para cada uma delas. Avançar um passo à frente de onde nos encontrávamos no ano anterior ou mesmo ontem — nisso reside a alegria da revolução humana.11 Vamos, portanto, avançar com consciência revigorada, pois “Não há barreiras intransponíveis para quem coloca o budismo em ação. Com a renovada decisão de “é a partir de agora” e com objetivos claros a cada dia, desafie com transbordante coragem!”.12 Ações pelo mundo No Japão, alunos da Universidade Soka promovem a campanha “Diga Sim para Sustentabilidade, Não para Plásticos”, entre outras iniciativas em prol do meio ambiente, como o Encontro para Ação Climática, realizado no campus da instituição, em setembro. Conheça: https://www.soka.edu/about/sustainability No topo: Getty Images Notas:1. Terceira Civilização, ed. 421, nov. 2003, p. 36. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 146, 2020. 3. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 237, 2021. 4. Terceira Civilização, ed. 483, nov. 2008, p. 66. 5. Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/sumauma-a-gigante-da-amazonia/. Acesso em: 2 ago. 2023. 6. Disponível em https://www.iguiecologia.com/samauma/. Acesso em: 2 ago. 2023.7 7. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 33. 8. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 207, 2018. 9. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2023, p. 8-9. 10. Ibidem. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.424, 23 jun. 2018, p. B4. 12. Idem, ed. 2.539, 14 nov. 2020, p. 2.
01/09/2023
Na prática
TC
Conheça a visão budista sobre “vida e morte”
Depois de um dia atarefado, repleto de atividades produtivas, nada mais reparador que uma ótima noite de descanso. Nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, observa a importância do repouso adequado: “Um profundo sono nos leva à dimensão mais íntima de nossa vida, retornamos à imensidão do vasto universo, e renascemos e revitalizamos nosso corpo e nossa mente. É por isso que nossa ‘bateria é recarregada’ e nossa vida se enche de energia vital após uma boa noite de sono”.1 Para a PhD e professora assistente da Universidade de Michigan, Erica Jansen, dormir bem é fundamental para todos os processos do corpo: O sono é um estado alterado de consciência em que temos interações limitadas com o ambiente e estamos relativamente quietos e parados (dependendo do estágio do sono). Ao contrário do nosso estado físico tranquilo, o cérebro fica muito ativo durante o sono, realizando muitas funções importantes. O sono é essencial para todos os processos do corpo, afetando nosso funcionamento físico e mental, aumentando nossa capacidade de combater doenças [em geral] e doenças crônicas, e regular o metabolismo, fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis.2 Não é à toa que Ikeda sensei compara o ato de dormir — importante mecanismo para a reparação da energia física — com um dos temas mais intrigantes da humanidade: “vida e morte”. Ele diz: Ciclos de vida e morte podem ser comparados aos períodos alternados de sono e vigília. Assim como o sono nos prepara para as atividades do dia seguinte, a morte pode ser vista como um estado no qual descansamos e nos reabastecemos para uma nova vida. Desse ângulo, a morte deve ser reconhecida, junto com a vida, como uma bênção a ser apreciada.3 Em vista dessa reflexão, Na Prática elucidará importantes aspectos sobre a visão budista da vida e da morte, e como esse ensinamento pode levar serenidade às pessoas, possibilitando-lhes superar a angústia e o medo em relação à morte. As quatro fases do sono Seguindo com a conformidade observada entre o ato de dormir e o tema “vida e morte”, estudos apontam para a importância tanto do tempo apropriado para descanso como o daquele do sono equilibrado. De acordo com artigo publicado na revista Superinteressante, enquanto dormimos o cérebro fica em constante atividade, e a frequência das ondas cerebrais varia. Cada faixa dessa frequência corresponde a uma “fase” do sono. Ao longo da noite essas fases se alternam, e o cérebro cumpre tarefas específicas de cada etapa. Por isso, distúrbios do sono atrapalham os processos para a completude das quatro fases. Vamos conhecê-las:4 Fase 1: Sono leve É a transição entre a vigília — estar desperto — e o sono. Ondas cerebrais desaceleram e a atividade muscular do corpo despenca, o que pode gerar espasmos e sensação de queda. Fase 2: Sono médio O movimento dos olhos para. As ondas cerebrais ficam tão lentas quanto as de quem pratica meditação, com algumas altas eventuais. A temperatura do corpo e a pressão sanguínea diminuem. Fase 3: Sono profundo O cérebro pisa fundo no freio e libera ondas lentíssimas. É bem mais difícil acordar. Se acontecer, você pode ficar desorientado por alguns minutos. Nessa fase, podem acontecer episódios de terror noturno e sonambulismo. Fase 4: Fase REM As ondas cerebrais disparam e chegam à mesma velocidade do estado de vigília. A atividade cerebral está em alta, assim como a respiração e a pressão sanguínea. Os olhos se movimentam rapidamente — é a fase em que surgem os sonhos. A ciência expôs as quatro fases e cada uma delas tem papel fundamental no equilíbrio do sono. Agora, trilhando pelo tema vida e morte, o budismo explica que há quatro estágios da vida, como veremos a seguir. Os quatro estágios da vida Os quatro estágios da vida expostos no budismo são: a existência durante o nascimento, a existência durante a vida, a existência durante a morte e a existência durante o período entre a morte e o renascimento, ou existência intermediária ou estágio intermediário. A vida é entendida como a repetição contínua do ciclo desses quatro estágios. Sobre o estágio do nascimento, o presidente Ikeda diz: O budismo vê o universo como entidade da vida. O universo está imbuído de vida, e onde quer que as condições estejam certas, a vida emergirá. No sentido mais convencional, naturalmente, nascemos da união de nossos pais e mães. Na junção do espermatozoide e do óvulo é formado um embrião. Na medida em que o embrião se desenvolve, o mesmo acontece com as várias funções do corpo e da mente. Mas o desenvolvimento de uma nova vida, no entanto, não pode ser explicado simplesmente pela união do espermatozoide e do óvulo. O desenvolvimento do embrião com base na informação genética recebida e nas influências ambientais que experimenta não pode ser atribuído apenas a reações químicas. Algo muito mais profundo faz surgir a vida.5 Ele prossegue, afirmando: O nascimento, assim como a morte, é um processo. Alguns sutras descrevem a concepção como o surgimento de uma entidade de existência intermediária, ou a introdução da consciência. A concepção é o momento em que essa existência intermediária é conectada à sua nova forma humana. A vida, em todas as suas formas e em todos os momentos, contém o desejo de criar, é inerentemente ativa e possui o poder positivo da autogeração. Na verdade, a vida é um grande e eterno pulso que constantemente procura se tornar manifesto em todo o universo, sempre que as condições forem adequadas. O budismo nos diz que as causas internas interagem com causas externas para fazer surgir as circunstâncias e condições do nascimento.6 Assim como explicado pelo Mestre, compreendemos que o estágio “existência durante o nascimento” é o que conecta o “estágio intermediário” aos demais como um ciclo infindável. Dessa forma, podemos ilustrar essa etapa com o fecho de um colar, responsável por interligar uma parte à outra. Com relação ao estágio “existência durante a vida”, Ikeda sensei realça: De acordo com Nichiren Daishonin, “Quando acreditamos no poder do Sutra do Lótus, percebemos de imediato que a vida jamais envelhece e jamais morre”.7 À medida que envelhecemos, a juventude perpétua pode ser nossa em espírito, mas nosso corpo não é nem imortal nem pode permanecer jovem ao longo da vida. Isso torna ainda mais crucial que conduzamos vidas satisfatórias, fazendo valer cada dia. A morte é inevitável, portanto, faz sentido encará-la positivamente, como ponto de partida para uma nova vida. O primeiro passo para adquirir uma visão positiva é compreender plenamente que a vida é eterna. (...) No budismo a eternidade é uma série infinita de momentos, e cada momento em si contém a eternidade. Tanto a eternidade quanto o momento existem em nossa vida. O propósito do budismo é nos permitir concretizar essa eternidade dentro de nossa vida presente e viver ao máximo. Budismo não é mera construção teórica; é uma filosofia prática que nos ajuda a orientar nossa vida realmente da maneira como devemos vivê-la, momento a momento, para conquistar a felicidade e cultivar valores. O ingrediente essencial nesse sentido de autovalorização consiste em reconhecermos nosso maior tesouro inerente — a natureza de buda.8 Como expresso nas palavras do presidente Ikeda, os ensinamentos do budismo nos habilitam a trilhar, de maneira efetiva, uma vida verdadeiramente grandiosa, que também nos possibilita contribuir para a felicidade daqueles ao nosso redor. Além disso, viver de modo sábio é cultivar relações humanas saudáveis, manter um ritmo cotidiano equilibrado, primando pela saúde física e pelo bem-estar emocional para se obter uma existência longínqua e positivamente ativa. Para entender os últimos dois estágios, “existência durante a morte” e a “existência durante o período entre a morte e o renascimento”, compartilhamos a seguir reflexões e experiências de vida do Sr. Antônio Nakamura, membro do conselho consultivo da BSGI. Esforços duradouros Aos 11 anos, em 1963, experimentei a dor pela morte da minha mãe. Ela morreu jovem, aos 36 anos. Com esse fato, minhas irmãs mais velhas se lembraram de que eu não era batizado e no interior do Paraná se dizia que “se uma criança morresse pagã cairia no inferno”. Então, trataram logo de providenciar meu batizado na Igreja Católica e isso se deu em outra cidade onde viviam meus prometidos padrinhos. Foi a primeira e última vez que eu os vi. A morte da minha mãe me levou à religião, mas o catolicismo não me ofereceu respostas sobre a vida e a morte. Oito anos depois, em 1971, foi a vez da minha avó paterna. Ela dormia num quarto separado da casa cuja cabeceira da cama era oposta aos demais ambientes. Uma semana após a sua morte, uma tragédia incomum na época se abateu. Uma forte chuva de granizo caiu sobre o sítio e em toda a região, quebrando as telhas que caíram dentro da casa sem forro. Sobre a cama da minha avó, ainda intacta, cacos de telhas se amontoavam na cabeceira. Isso poderia ter causado ferimentos mortais a ela, se ainda estivesse viva. A morte é um mistério para todos. Aonde vão aqueles que morrem? Existe céu? E inferno? Com os ensinamentos do budismo, aprendi que tudo tem explicação. O oposto de morte é nascimento! Vida engloba tudo e nela acontecem todas as fases existenciais. Gosto de pensar na vida e na morte com base no conceito das “nove consciências”. A vida é percebida com os cinco sentidos ou consciências junto com a mente e a sétima consciência. Com a morte, elas desaparecem, pois estão no plano físico do corpo que é cremado, ou decomposto, se enterrado. Restam a oitava e a nona consciências que são as forças cármicas e a vida em si, a Lei Mística ou o Nam-myoho-renge-kyo. No livro Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte, Ikeda sensei explana sobre os quatro estágios da existência. O terceiro estágio refere-se à existência durante a morte. Nesse estágio nosso ser é transformado. Gradualmente, nossos órgãos dos sentidos falham; não conseguimos mais ver, ouvir nem sentir. As funções de consciência que integram nossas percepções sensoriais e mantêm nosso sentido de ego individual também se desvanecem; nosso nome, endereço e conta bancária, entre outras coisas, se tornam irrelevantes. Os efeitos do nosso carma, que são a base do ego, continuam a nos influenciar mesmo após a morte, além de determinar como será a próxima vida. Todas as nossas ações nesta existência são condensadas no momento da morte em algo como uma semente cármica com potencial de brotar e florescer em nossas existências futuras. Da perspectiva budista, nossa capacidade de atravessar satisfatoriamente o processo de morrer depende dos nossos constantes esforços durante a vida para acumular boas causas e efeitos e para fortalecer as bases da bondade nas profundezas da nossa vida. Encerrado totalmente o estágio da morte, entramos na existência intermediária, ou estágio intermediário, que é a existência durante o período entre a morte e o renascimento. Esta existência, a meu ver, é a mais difícil de explanar. Não há registros científicos sobre ela, já que é algo baseado na crença budista que enaltece a importância da oitava consciência, pois é o seu conteúdo que delineará a próxima existência, inclusive a do renascimento. Eternidade da vida Tal como observamos, da perspectiva budista da eternidade da vida, tanto o nascimento como a morte são fenômenos inerentes à vida — ciclo contínuo das quatro etapas da existência. Isto é, na etapa não manifesta, a vida latente se revigora para iniciar a jornada de uma brilhante existência do estado físico; do mesmo modo quando descansamos satisfatoriamente para aproveitar o próximo dia com toda a plenitude. O presidente Ikeda ainda diz: A inscrição numa tabuleta de bronze pendurada na parede do quarto da casa onde se acredita que tenha falecido Leonardo da Vinci, o gênio que personifica o Renascimento, emoldura a morte com uma luminosidade poética: “Uma vida plena é longa, um dia cheio traz sono profundo, e uma vida realizada traz uma morte tranquila”. A afirmação de Leonardo condiz com o ensinamento budista de que a morte é apenas um meio adequado de a vida continuar. Nosso dia começa com um despertar revigorante. E à noite repousamos nosso corpo cansado para seu bem merecido descanso. Revigorados pelo sono, acordamos novamente na manhã seguinte com renovada energia. Em termos de eternidade da vida, podemos ver a morte como o primeiro passo da jornada para uma nova existência.9 Ampliar a perspectiva do tema vida e morte pode confortar o nosso coração. Além disso, ela nos faz compreender que o “agora”, vivido de modo engrandecedor, tonifica a vida presente e sua eternidade. Então, vamos aproveitar cada instante com máxima disposição, para que nossas ações possam sempre inspirar positivamente as pessoas ao redor. No topo: Na foto, presidente Ikeda incentiva os veteranos que se reuniram em frente à sede regional de Oita, Japão (dez. 1981). Foto: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.146, 8 set. 2012, p. B2. 2. Disponível em: https://sph.umich.edu pursuit/2020posts/why-sleep-is-so-important-to-your-health.html. Acesso em: 16 jan. 2023. 3. IKEDA, Daisaku. Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 90. 4. Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/sono/. Acesso em: 16 jan. 2023. 5. IKEDA, Daisaku. Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 34. 6. Ibidem, p. 35. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 432, 2020. 8. IKEDA, Daisaku. Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 57. 9. IKEDA, Daisaku. Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 111.
01/02/2023
RDez
Cápsula do tempo
RD
Festa de aniversário em dobro!
Você sabe como ocorreu a fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI)? Na Nova Revolução Humana, volume 21, capítulo “Soka Gakkai Internacional”, Ikeda sensei narra a histórica fundação: O sol da paz despontou. Abriram-se as cortinas de novos horizontes para o kosen-rufu mundial. Em 26 de janeiro de 1975, uma onda de paz colossal irrompeu da paisagem verde-esmeralda da Ilha de Guam, no extremo sul das Ilhas Marianas, no Pacífico Ocidental. Naquele dia, 158 membros representando 51 países e territórios se reuniram no prédio do Centro do Comércio Internacional de Guam para a Primeira Conferência para a Paz Mundial. 1 A fundação da SGI ocorreu a 50 anos atrás. O objetivo de Ikeda sensei, que foi nomeado como primeiro presidente da instituição a pedido dos participantes, era dar o primeiro passo para consolidar a paz no mundo. Os líderes de 51 países reunidos em Guam eram pioneiros dos ideais Soka em suas localidades e pessoas comuns que se levantaram com o firme senso de missão de construir uma fortaleza da paz capaz de unir os povos. Em outro trecho do capítulo, consta: Na entrada do hall, havia sido colocado um livro de visitas para todos assinarem e registrarem a participação naquele memorável evento. Shin’ichi também assinou o livro, que possuía colunas reservadas para a pessoa indicar o nome e a nacionalidade. Ele registrou seu nome e, então, na coluna para a nacionalidade, escreveu: “O Mundo”. As pessoas que estavam em volta dele se emocionaram profundamente.2 De lá para cá, a SGI veio avançando a passos largos e promovendo ações concretas, como conferências e exposições, tendo como base a paz, a cultura e a educação. Como presidente da SGI, Ikeda sensei realizou centenas de diálogos com renomadas autoridades. Além disso, apresentou propostas de paz à Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1983, num total de 40, todas elas com sugestões práticas sobre importantes pautas sociais, como a abolição das armas nucleares e a crise climática. Como discípulos do eterno Mestre da vida, temos a missão de fazer a diferença no local em que nos encontramos agora, realizar o shakubuku, expandir os ideais da SGI para nossos amigos e concretizar os sonhos do Mestre. É pique! É pique! É pique! Você sabe qual é a outra comemoração importante deste mês? Aí vai uma dica: criação da revista.... Sim, é a RDez. Nossa querida Revista Dez está completando 23 anos de existência! No início de 1997, surgiu o Caderno Dez, um suplemento do jornal Brasil Seikyo que tinha quatro páginas e foi o precursor da revista digital que conhecemos hoje. Criada em 2002, a RDez passou por várias transformações no layout, no conteúdo, no tamanho dos textos e nas ilustrações, mas sempre voltada para o público infantil, os pais e responsáveis e recheada de incentivos e orientações do sensei, conteúdos diversos da sociedade para crianças e passatempos divertidos e interativos. Assim como os leitores, a RDez cresceu bastante e evoluiu para oferecer aos leitores conteúdos de excelência. No aniversário de dez anos, Ikeda sensei enviou uma mensagem para a revista. Nela, continha congratulações, incentivos e muita gratidão. Um dos pontos abordados foi a entrega do impresso para os assinantes: Ao folhear a revista que recebo mensalmente, observo cores alegres e vibrantes e oro pelo desenvolvimento de todos vocês e também desta publicação. Nesse sentido, expresso minha mais profunda gratidão aos que se dedicaram com seriedade durante esses dez anos na elaboração e confecção da revista. Em especial, agradeço aos que atuaram tanto nos dias de calor como nos de tempestades para fazê-la chegar aos leitores. Estou empreendendo todos os meus esforços na construção da sólida base do kosen-rufu do Brasil e da SGI, que perdurará por todo o futuro. A nossa Soka Gakkai assinalou um vigoroso passo rumo ao seu glorioso centenário de fundação. A nossa meta é 2030.3 Ano após ano, a RDez segue essa diretriz do Mestre. Para quem não sabe, os periódicos da Editora Brasil Seikyo percorrem enormes distâncias para chegar aos leitores e parte do trajeto é feita por voluntários. Todo esse carinho e dedicação é para levar incentivos do sensei como este a cada Estudante do Brasil: O importante é não desistir, aconteça o que acontecer, e dar continuidade aos esforços e ao desafio com firme determinação. [...] Tanto nas horas de sofrimento como nas de alegria, recitem daimoku com naturalidade. Então, toda e qualquer angústia ou preocupação se transformará em força para a vitória seguinte. A fé é a fonte da inesgotável esperança e o princípio fundamental da vitória absoluta. Por favor, vençam infalivelmente em tudo e zelem pelos seus pais com carinho!4 Resumindo, a Revista Dez foi criada no início de 2002 com o objetivo de empoderar os Estudantes por meio dos incentivos do Mestre. Ikeda sensei desejava que os jovens encontrassem coragem, propósito e alegria mesmo diante dos desafios da vida. Ao longo dos anos, a RDez passou por diversas transformações e hoje tem muita história para contar! Para saber mais, consulte estes links: RDez 10 anos https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/121/artigo/rdez-10-anos/31895 RDez 11 anos https://extra2.bsgi.org.br/impressos/online/ler/120082/ RDez 12 anos — Vamos comemorar! https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/145/artigo/rdez-12-anos-vamos-comemorar/29857 RDez, a caçulinha da EBS https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/181/artigo/rdez-a-caculinha-da-ebs/34902 É pique! É pique! É pique! É hora! É hora! É hora! Rá, tim, bum! RDez, RDez, RDez! Notas: Nova Revolução Humana, volume 21, p. 9 Nova Revolução Humana, volume 21, p. 11-12 https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/121/artigo/rdez-10-anos/31895. Acesso em: 16 dez. 2024. RDez, ed. 121, jan. 2012 Saiba mais: RDez, ed. 205, 12 jan. 2019, p. 4. Terceira Civilização, ed. 631, 1º de mar. de 2021, p. 46-49. *** Datas marcantes do mês de janeiro Dia 2 • 1928 (97 anos) Nascimento do terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, em Tóquio, Japão. Dia 8 • 1989 (36 anos) Fundação do Ohrinkai do Brasil, grupo horizontal da Divisão Masculina de Jovens de condutores de veículos e proteção dos membros. Dia 26 • 1975 (50 anos) Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI). Ocorreu na Ilha de Guam e contou com a participação de 158 membros de 51 países. Dia 26 • 1983 (42 anos) Primeira publicação da Proposta de Paz. O objetivo do autor, Dr. Daisaku Ikeda, com este documento era promover a paz global, defender os direitos humanos e buscar soluções para os problemas mundiais. Dia 30 • 1993 (32 anos) Encontro com Rosa Parks, ativista dos direitos civis dos Estados Unidos. Janeiro • 2002 (23 anos) Aniversário da RDez. A revista surgiu a partir de um suplemento do jornal Brasil Seikyo e hoje é 100% digital.
14/01/2025
Matéria de Capa
RD
Fé, prática e estudo
Se alguém perguntar para você qual é o significado de fé, prática e estudo, o que você diria? Vejamos alguns exemplos: Fé é... acreditar, confiar absolutamente. Prática é... exercitar, colocar em ação. Estudo é... conhecimento, aprimoramento. Sozinhas, essas três palavras já são fortes. Juntas, formam um princípio fundamental no budismo chamado “Fé, prática e estudo”. Você já ouviu falar? Em uma carta, o buda Nichiren Daishonin escreveu: Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo, não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé.¹ Nichiren Daishonin escreveu esta carta em 1273 quando estava exilado na Ilha de Sado e a enviou para Sairen-bo, que foi um ex-sacerdote da escola Tendai. Nesse escrito, Nichiren Daishonin explicou a importância de acreditar, praticar e ensinar o Nam-myoho-renge-kyo para as demais pessoas. O que é fé? Sobre a fé, nosso eterno presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, disse: A fé é um assunto de importância fundamental para nós. Vocês poderão se tornar genuínos sucessores da Soka Gakkai, os grandes líderes do século 21, somente se estabelecerem em sua vida uma sólida base de inabalável fé. Tudo se resume à fé. Ela contém a verdade, a coragem, a sabedoria e a boa sorte. Inclui também a compaixão e a humanidade, bem como a paz, a cultura e a felicidade. Fé significa eterna esperança; é o segredo para o ilimitado autodesenvolvimento. A fé é o princípio fundamental do crescimento.² Ikeda sensei ensinou também que é muito importante acreditar sem duvidar. “Não duvidar” quer dizer acreditar no Gohonzon e no Nam-myoho-renge-kyo com fé absoluta, sem se deixar abalar por nenhum obstáculo. Você já ouviu falar que “o que importa é o coração”? Basicamente, essa frase ensina que o sentimento que está em nosso coração é o mais importante. Nesse sentido, mesmo se estivermos sofrendo, podemos manifestar a fé na Lei Mística (Nam-myoho-renge-kyo) e dizer com toda convicção: “Vou superar todos os problemas e vou me tornar feliz”. O que é prática? A prática no Budismo de Nichiren Daishonin se divide em: - Prática individual, que é a recitação do gongyo (trechos do Sutra do Lótus) e do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo); - Prática altruística, consiste em ensinar e incentivar outras pessoas a praticar o budismo. Sobre a prática individual, Ikeda sensei explicou: Por meio da prática diária do gongyo (recitação do sutra) e do daimoku, polimos e transformamos nossa condição de vida. [...] Por mais difíceis que sejam os desafios enfrentados, permaneceremos invencíveis se ativarmos poderosamente nosso estado de buda interior com a recitação do daimoku.³ Uma dúvida comum de quem não conhece o budismo é se existe alguma regra para o momento de realizar a prática do gongyo e do daimoku. O que existe não é exatamente uma regra, mas, sim, uma prática respeitosa. Imagine uma cerimônia de formatura de uma universidade. Caso você nunca tenha visto, saiba que, em dado momento, os formandos fazem um juramento da profissão. Esse é um momento especial, tanto que alguns até mudam a postura, ajeitando os ombros e levantando o queixo para falar de uma forma mais respeitosa. Esse é um exemplo para pensarmos no momento que vamos realizar o gongyo e o daimoku. O ponto principal é o sentimento de respeito, pois o gongyo e o daimoku representam a cerimônia na qual sintonizamos nossa vida com o universo. No budismo, aprendemos que cada pessoa é a representação de um pequeno universo. Para entendermos melhor, veja uma explanação de Ikeda sensei: Cada um de nós é uma entidade viva exatamente como o universo; somos nosso próprio pequeno universo. Diversos sutras enfatizam a unicidade da nossa vida com o universo por meio da representação do próprio corpo humano. Por exemplo, a forma arredondada da nossa cabeça representa a abóbada celestial. Os olhos correspondem ao sol e à lua. O abrir e o fechar dos olhos representam o dia e a noite. Os cabelos representam as cintilantes estrelas. As sobrancelhas são as constelações. [...] A respiração é como o vento. A respiração tranquila é como a brisa suave percorrendo um vale. A respiração ofegante de alguém que está furioso ou em um estado de agitação pode ser comparada a uma ventania ou a um tufão.4 Mesmo que saibamos que a prática do gongyo e do daimoku é uma cerimônia especial e que nos faz bem, às vezes, é um desafio realizá-la. Mas não se preocupe: Ikeda sensei ensinou que o ideal é realizar gongyo e daimoku de manhã e à noite, porém, mais importante do que isso é praticar por toda a vida, sem jamais abandonar o Gohonzon. Basicamente, a prática do gongyo e do daimoku depende da sua própria vontade. Essa prática não é uma obrigação, é um direito. O Gohonzon jamais irá obrigá-lo a orar. A atitude de gratidão em poder orar ao Gohonzon é a essência da fé. Quanto mais se esforçarem na fé, realizando o gongyo e o daimoku, maiores serão os benefícios.5 A prática altruística é o ato de ensinar o Nam-myoho-renge-kyo para outras pessoas e compartilhar a grandiosidade desta filosofia. Esse ato de máxima benevolência caracteriza o estado de bodisatva, mas este será o tema para um próximo ABC do Budismo. Não perca! O que é estudo? É o que nos possibilita compreender, de forma lógica, como a prática budista afeta nossa vida. Quando estudamos um assunto, conseguimos analisar e chegar a conclusões mais acertadas. Da mesma forma, a leitura das cartas (Gosho) que o buda Nichiren Daishonin escreveu para seus seguidores, discípulos e governantes nos permitem compreender o infinito poder da fé e da prática do budismo. Ikeda sensei disse: Quando estamos mergulhados nas profundezas do desespero, ler o Gosho faz o sol da esperança nascer em nosso coração. Ao nos depararmos com um grande impasse, isso nos ajuda a reunir o destemido coração do rei leão. E quando a doença nos aflige, ler o Gosho faz nossa vida se encher de revigorante vitalidade.6 Podemos concluir que a fé, a prática e o estudo do budismo são interdependentes, ou seja, apesar da importância de cada um, é essencial que sejam aplicados em nossa vida diária porque sozinhos não permitem atingirmos resultados satisfatórios. Por exemplo, a fé sem a prática é vazia e sem o estudo pode transformar-se em fanatismo. E o estudo sem fé e prática não é capaz de realizar transformações profundas na vida. Agora que você já sabe a importância desse princípio, fica mais fácil entender o que Nichiren Daishonin disse ao discípulo que “tanto a prática como o estudo surgem da fé” e “que se empenhasse nos dois caminhos (da prática e do estudo)”. Agora, que tal você colocar em prática e comprovar esse princípio até a nossa próxima edição da RDez? Vamos juntos! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude – Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024, p. 127. 3. IKEDA, Daisaku. Fé, Prática e Estudo, Princípio Fundamental do Budismo Nichiren. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024, p. 46-48. 4. IKEDA, Daisaku. Juventude – Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024, p. 133. 5. Ibidem, p. 140. 6. IKEDA, Daisaku. Fé, Prática e Estudo, Princípio Fundamental do Budismo Nichiren. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024, p. 73.
14/01/2025
Cápsula do tempo
RD
Por que eu escalo a montanha?
Você sabe qual é a história do poema Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21? O presidente Ikeda começou a declamá-lo no dia 10 de dezembro de 1981, durante um diálogo matinal com um jovem que buscava um direcionamento do Mestre. Nesse momento, sensei chamou os líderes da Divisão dos Jovens, que começaram a anotar cada palavra pronunciada por ele. Após uma revisão, o poema denominado Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21 foi apresentado na Reunião de Líderes da Divisão dos Jovens da província de Oita, em Kyushu, no Japão, ocasião em que se comemorava os trinta anos de um poema escrito por Josei Toda. Ikeda sensei anunciou o novo poema com as seguintes palavras: Compus um poema com o sentimento de que se torne a nova diretriz rumo ao século 21. Terminei de ditá-lo agora há pouco. Vou solicitar que apresentem para todos. Desta forma, os jovens começaram a declamar o poema. "Por que eu escalo a montanha? Porque elas estão lá Assim disse um famoso alpinista. [...] Todos ouviram atentamente e emocionados. Ao mesmo tempo, Ikeda sensei olhou para cada um com o sentimento de confiar o futuro do kosen-rufu à Divisão dos Jovens. Após a apresentação, os aplausos que seguiram continham o juramento de trilhar o grande caminho de mestre e discípulo. No dia seguinte, o longo poema foi publicado no Seikyo Shimbum, o jornal diário da Soka Gakkai no Japão. Um ano depois, o poema foi transformado em canção e tornou-se a diretriz dos jovens da época. Em português, o poema é composto por quarenta estrofes e mais de 2.200 palavras1 e, como vimos, contém o sincero desejo do presidente Ikeda de que os jovens de todas as gerações tenham como base a prática da fé e, independentemente das circunstâncias, jamais sejam derrotados, conforme o trecho a seguir: Vocês devem vencer, aconteça o que acontecer, no local onde estão agora! Ninguém consegue superar uma pessoa que recita daimoku com todo o vigor, pois o daimoku é a verdadeira essência do Budismo de Daishonin! Atualmente, após o falecimento de Ikeda sensei, a leitura desse poema ganhou um significado ainda maior, pois é o brado do Mestre e a decisão do discípulo de caminhar eternamente com ele. Nota: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2590/artigo/ode-a-juventude/999560039 Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 2.590, dez. 2021, p.6-7. *** Leia o poema na íntegra [Link do poema na integra] Datas marcantes do mês de dezembro Dia 5 • 1974 (50 anos) Encontro de Daisaku Ikeda e Zhou Enlai. Era noite de inverno na China quando Ikeda sensei se encontrou pela primeira e única vez com o premiê chinês. Dia 12 • 1999 (25 anos) A Divisão dos Estudantes da BSGI foi oficializada como a quinta divisão, composta pelos níveis Futuro, Esperança e Herdeiro e a Divisão dos Universitários (atualmente, a DUNI não faz parte da DE).
01/12/2024
Matéria de Capa
RD
A culpa é do carma. Será?
Você já ouviu falar do dorama¹ Beleza Verdadeira? Conta a jornada de uma garota que sofria bulliyng por conta da aparência e que, por isso, aprendeu a se maquiar e mudou de escola. Os novos colegas só a conheciam maquiada e ela vivia estressada e com medo de que alguém a visse de cara limpa. Havia somente um menino que sabia como ela era realmente e aí que a história se desenrola. Alguns chamam isso de carma, pois entendem que é algo que não adianta fugir, que sempre acontece, de uma forma ou de outra. Mas, e o budismo, como explica o carma? Carma é o resultado dos nossos pensamentos, nossas palavras e ações. Ao acordar, você olha pela janela, vê um dia lindo e ouve alguém dizer: “Bom dia! Está na hora de levantar!” Você sente alegria porque lembra que logo estará na escola, que terá aula daquela matéria que mais gosta e pensa: “Que legal, hoje o dia será bom!” Sem perceber, acaba respondendo em voz alta: “Bom dia!” e vai se arrumar. Podemos dizer que você já formou um carma: primeiro, pensou em como seria o seu dia; depois, falou “bom dia” e, por último, agiu ao se levantar da cama. De acordo com o Budismo de Nichiren Daishonin, o carma determina como é e como será nossa condição de vida. Ele é formado por nossas ações nesta e nas existências passadas. É como se fosse uma mochila que vamos enchendo de coisas boas e não tão boas e que, a cada existência, vai crescendo. Alguns carregam questões de saúde, enquanto outros, de desarmonia familiar, problemas financeiros etc. Portanto, é muito importante estar atento ao nosso comportamento diário. Nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, afirmou: Não podemos culpar ninguém por nossos problemas. Algumas pessoas sofrem se perguntando por que nasceram em determinada família ou por que não nasceram mais bonitas, mas tudo o que somos é resultado de nossas próprias ações. A palavra sânscrita karma significa “ação”. Todas as nossas ações – o que pensamos, o que dizemos e o que fazemos – ficam gravadas na vida. Quando nossas ações forem boas, receberemos efeitos positivos que nos tornarão felizes; e quando más, receberemos efeitos negativos que nos deixarão infelizes. Tudo retorna para nós.² Outro ponto importante no budismo é que a prática da fé nos possibilita transformar o carma. Vamos imaginar uma pessoa que possui o carma de desarmonia familiar. Se ela se dedicar na recitação do Nam-myoho-renge-kyo e procurar melhorar seu comportamento, ela manifestará sabedoria para lidar com as situações e, consequentemente, passará a falar e agir de forma a contribuir para a harmonia dentro de casa. Com isso, as outras pessoas vão perceber a mudança dela e vão se esforçar para mudar também. Aí você pode perguntar: “Por que recitar daimoku transforma o carma?” Ao recitar o Nam-myoho-renge-kyo com sinceridade, você se conecta com o universo e percebe que possui um potencial ilimitado. Sobre a força do daimoku, o presidente Ikeda esclareceu: Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, nossa vida e o universo se alinham com o Gohonzon, num ajuste perfeito como as engrenagens de uma máquina, e passamos a nos mover na direção da felicidade e da realização. É possível estar em sintonia com o universo nos 365 dias do ano — na primavera, no verão, no outono e no inverno —, manifestando energia vital, sabedoria e boa sorte que nos capacitam a superar quaisquer problemas ou sofrimentos. Ao ativarmos o poderoso motor da energia vital chamado estado de buda, transpomos qualquer impasse e avançamos com máxima coragem na direção da esperança e da justiça.³ A recitação diária do gongyo e daimoku e a nossa participação nas atividades dos Sucessores Ikeda e da Juventude Soka nos possibilitam criar coragem para encarar cada desafio e transformar o negativo em positivo. E, ao compartilharmos nossas vitórias, transmitimos esperança aos nossos amigos que também passam por inúmeras questões. Dessa forma, podemos inspirá-los a conhecer a prática do budismo. A jornada da protagonista do dorama certamente inspirou muitas meninas que se sentiam infelizes pela aparência e descobriram a beleza verdadeira. Transformar o carma em missão é um dos melhores plot twist 4 que podemos dar em nossas vidas. Diante da dificuldade, encare-a como uma missão que somente você é capaz de cumprir e acredite em você e no Ikeda sensei: A vida está dotada originalmente de ilimitada força de desenvolvimento, de felicidade e de vitória. É por esse motivo que gostaria que desafiassem de maneira resoluta suas questões, estudassem e se fortalecessem. Quero que extraiam o máximo da força jovem que possuem. Independentemente do que os outros possam dizer, confio em cada um de vocês. Confiarei até o fim. Quando se sentirem sufocados por preocupações ou incertezas, orem ao Gohonzon com toda a sinceridade. Mesmo que vocês próprios cheguem ao ponto de quase desistir, acreditando que “não dá mais”, eu não desistirei. Porque eu mesmo não desisti e continuei lutando. Porque continuo a lutar, mesmo agora. Portanto, seja qual for a situação em que se encontrarem, continuarei a dizer: Se for você, sei que, sem falta, vai conseguir.5 Dica de Conteúdo: Filme: Encanto Já pensou se todos da sua família tivessem um poder mágico exceto você? Essa é a história da Mirabel que, embora não tenha poderes mágicos, manifestou coragem para ajudar sua família. O filme conta a história da família Madrigal, que mora nas montanhas colombianas em uma casa mágica. Todos os irmãos de Mirabel possuem poderes que contribuem com a comunidade: a que tem superforça, por exemplo, passa o dia ajudando os moradores a carregar objetos pesados; outros possuem o poder de curar. Porém, um dia, surge um perigo misterioso que ninguém com magia parece capaz de lidar. Mirabel, ao ver sua família em perigo, percebe que ela, a única sem poderes mágicos, pode ser a última esperança da família. Legal, né? E você pode pensar: o que isso tem a ver com carma? Aí é só assistindo para saber! ;) Notas: 1. Dorama: nome dado às séries de tevê produzidas na Ásia Oriental. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 248, 2020. 3. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 123, 2022. 4. Plot twist: é um termo em inglês que pode ser traduzido como “reviravolta na trama”, aquele momento que muda completamente o rumo da história, trazendo novos elementos ou dando novos significados. 5. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023, p.168.
01/12/2024
ABC do Budismo
RD
Discípulo Ikeda
Olá, queridos amigos Sucessores Ikeda 2030! Com o início das férias escolares, a última coisa que gostaríamos de fazer agora é estudar sobre biologia evolutiva, certo? Mas, como somos curiosos, gostaríamos de perguntar: você sabe qual fator permitiu que nós, Homo sapiens, pudéssemos nos desenvolver mais do que qualquer outra espécie animal que já habitou o planeta Terra? Segundo o professor Mark Pagel, da Universidade de Reading, no Reino Unido, diferentemente dos chimpanzés e da espécie de hominídeos Homo erectus, os seres humanos conseguiram uma evolução exponencial porque foram capazes de transmitir conhecimento de uma geração para outra: “Nós nos beneficiamos das ideias de outras pessoas e construímos a partir delas. Como resultado, a sabedoria se acumula e a tecnologia progride. Essa adaptação cultural cumulativa é responsável por tudo ao nosso redor no movimentado e coletivo dia a dia”.1 Assim como a evolução humana se deve ao aprendizado transmitido ao longo de várias gerações, possuir um claro referencial de comportamento humano, um exemplo de como devemos viver para alcançar uma vida digna e cheia de realizações, contribui para que sejamos pessoas melhores e mais felizes. Da mesma forma como Platão pode se desenvolver plenamente ao adotar o grande filósofo Sócrates como seu mestre e Martin Luther King Jr. se inspirou nos ensinamentos obtidos com o Dr. Benjamin Mays, quão afortunados nós somos por termos o grande filósofo e humanista Dr. Daisaku Ikeda como nosso mestre. Nesta edição, vamos estudar sobre o significado da unicidade de mestre e discípulo (shitei-funi em japonês) e por que esta relação constitui a base essencial para compreendermos o budismo praticado na Soka Gakkai. Significado Shi - Mestre Tei - Discípulo Funi - Literalmente, “não dois”. Por isso, interpretado como unicidade ou inseparabilidade. Consolidação de uma sólida união “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja a proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, eles nutriram a dúvida e abandonaram a fé. Os tolos tendem a esquecer o que prometeram quando chega o momento crucial.”2 Esse trecho da carta Abertura dos Olhos, um dos cinco principais escritos de Nichiren Daishonin, revela que mestre é aquele que, além de incorporar a Lei Mística em suas ações e comportamento, se esforça sinceramente para que novas pessoas tomem consciência do seu potencial e revelem a mesma condição de vida que ele. No mundo em que vivemos, é inevitável que tenhamos que passar por inúmeros problemas e sofrimentos que, muitas vezes, nos direcionam para uma vida de impotência e desânimo. Mas, a partir do momento que o discípulo, manifestando uma profunda fé, desafia-se para colocar em prática todos os ensinamentos recebidos do mestre, então, de forma natural e certeira, os mesmos atributos da natureza de um buda -coragem, sabedoria e benevolência -brotam de sua vida. Ele consegue evidenciar a força necessária para ultrapassar todo e qualquer obstáculo e agir com o mesmo espírito e ímpeto de seu mestre. No Budismo, usamos a figura do leão para representar o mestre e figura do filhote para representar o discípulo. Relação humana firmada por um juramento Citando um grande estudioso, o presidente Ikeda esclareceu as características e de que forma esse elo entre mestre e discípulo se desenvolve na prática: “O Dr. Nicholas Gier, professor emérito de filosofia da Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, comentou: ‘Considero a prática de mestre e discípulo a fonte da revolução humana. Os ocidentais tendem a entender o vínculo de mestre e discípulo como uma relação de domínio e subordinação, mas, na SGI, essa ligação se baseia no respeito e na confiança mútuos. Naturalmente, os discípulos aprendem muito com o exemplo demonstrado pelo mestre, mas ao mesmo tempo que são inspirados pelo mestre, os discípulos não se limitam a copiar as palavras dele. Eles as aplicam para desenvolver seu próprio singular e único potencial’. Esse discernimento perspicaz assenta-se em longos anos de observação da Soka Gakkai”.3 Mestre e discípulo não pertencem a níveis hierárquicos distintos. Ambos empreendem sinceros esforços na prática do budismo para revelar sua melhor condição de vida e compartilham de um propósito em comum, que é tornar todas as pessoas absolutamente felizes. Por isso, este elo inquebrável entre mestre e discípulo apenas se consolida quando o discípulo, a partir de suas próprias características e personalidade, assume para si o juramento de fazer com que todas as pessoas adquiram essa mesma percepção sobre a grandiosidade da vida, tal como ele aprendeu com seu mestre. Conclusão Como pudemos aprender na matéria, a propagação do budismo só foi possível até os dias de hoje em razão da unicidade de mestre e discípulo refletida nas ações corajosas e ininterruptas do buda Nichiren Daishonin e dos Três Mestres Soka. Essa forma de relacionamento humano, que transcende até mesmo as limitações de tempo e espaço físico, torna-se possível quando o discípulo assume para si o mesmo juramento do mestre de tornar todas as pessoas fortes e felizes. Acalentando em nosso coração a gratidão eterna ao nosso mestre da vida, Ikeda sensei, vamos juntos nos dedicar ao máximo nos estudos e criar o maior número de laços de confiança e amizade com as pessoas ao redor rumo ao tão aguardado ano de 2030! Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 16. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.426, 7 jul. 2018, p. B4
01/12/2024
Cápsula do tempo
RD
Sociedade Educacional de Criação de Valor
Foto do Auditório do Grande Juramento (Daiseido) em Shinanomachi, Japão (Seikyo Press) A Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valores), precursora da Soka Gakkai, foi fundada em 18 de novembro de 1930 com o objetivo de promover o desenvolvimento de pessoas valorosas por meio da educação e expandir o movimento de paz e felicidade pela propagação do Budismo de Nichiren Daishonin. Nessa mesma data foi publicada a obra Soka Kyoikugaku Taikei (Sistema Pedagógico de Criação de Valores), escrita por Tsunesaburo Makiguchi e seu discípulo Josei Toda. Com o passar dos anos, o interesse de Makiguchi pela filosofia budista cresceu tanto que ele se dedicou totalmente às atividades da Soka Gakkai, mas sem se esquecer dos ideais humanísticos para melhorar a educação. Em 1937, com o crescimento de pessoas interessadas nos princípios da organização, Makiguchi, Toda e outras cinquenta pessoas oficializaram a fundação da Soka Gakkai. Makiguchi foi nomeado presidente e Josei Toda, o diretor-geral. Isso marcou o início de um grande movimento para divulgar o Budismo Nichiren e surgiram as reuniões de palestras, que logo se tornaram uma tradição. Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 1.868, 18 nov. 2006, p. A8. Brasil Seikyo, ed. 1.864, 21 out. 2006, p. B3. RDez, ed. 83, 1o nov. 2008, p. 23. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de novembro Dia 11 • 1264 (760 anos) Perseguição de Komatsubara. Na noite de 11 de novembro, Daishonin e cerca de dez discípulos sofreram um ataque feroz liderado por Tojo Kaguenobu na província de Komatsubara. Nessa perseguição, um discípulo foi morto e dois ficaram gravemente feridos. Daishonin teve o braço esquerdo quebrado e um corte na testa. Dia 18 • 1944 (80 anos) Falecimento de Tsunesaburo Makiguchi. O primeiro presidente da Soka Gakkai faleceu serenamente na prisão defendendo o Budismo de Nichiren Daishonin. Dia 18 • 2013 (11 anos) Inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido). Denominado por Ikeda sensei como “Magnífico palácio do kosen-rufu mundial”, tem capacidade para 1.400 pessoas. Dia 28 • 2010 (14 anos) Convenção Comemorativa do Brasil Monarca do Mundo. Foi realizada em Manaus (AM) para comemorar os 50 anos do kosen-rufu do Brasil. Contou com a presença do vice-presidente da SGI, Sr. Hiromasa Ikeda.
05/11/2024
ABC do Budismo
RD
O retorno do budismo para o Oeste
Certa vez, o buda Nichiren Daishonin escreveu: A Lua surge no Oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no Leste e irradia seus raios para o oeste. Isso também se aplica ao budismo. Nos Primeiros e nos Médios Dias da Lei, o budismo propagou-se do Oeste para o Leste, mas, nos Últimos Dias da Lei, percorrerá do Leste para o Oeste.1 (CEND, v. I, p. 420, 2019) Para simplificar Lua: representação do budismo propagado por Shakyamuni Sol: representação do budismo propagado por Nichiren Daishonin Do Oeste para o Leste: propagação do Budismo de Shakyamuni da Índia, conhecida como a terra da lua, para o Japão, no Leste, conhecido como a terra do sol. Do Leste para o Oeste: propagação do Nam-myoho-renge-kyo ensinado por Nichiren Daishonin a partir do Japão, país localizado no leste em direção a oeste, ou seja, o mundo todo. Sobre esse trecho, Ikeda sensei explicou:2 Talvez vocês estejam pensando: “Tanto a Lua como o Sol não nascem no Leste e se põem no Oeste?” Embora isso seja verdade, a afirmação de Nichiren Daishonin reflete as ideias do seu tempo. Uma teoria, por exemplo, dizia que, como a Lua parece se mover para o leste pouco a pouco e a cada dia a partir de onde ela surge, considerava-se que ela nascesse no Oeste e iluminasse o Leste. Do mesmo modo que a Lua, o Budismo de Shakyamuni se propagou do Oeste, Índia, conhecida como a terra da lua, para o Japão, no Leste. E, assim como o Sol nasce no lado leste e se move para o Oeste, o grandioso ensinamento de Nichiren Daishonin, o Nam-myoho-renge-kyo, se propagará a partir do Japão para o restante do mundo. Em A Profecia do Buda, Daishonin afirma: “Digo que o budismo infalivelmente se levantará e se propagará a partir do leste, das terras do Japão” (CEND, v. I, p. 421). Esse fato é denominado retorno do budismo para o Oeste. Significa conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à felicidade por meio dos ensinamentos universais do Budismo Nichiren, ou seja, concretizar o kosen-rufu na Ásia e no mundo inteiro. Foi a Soka Gakkai que tornou realidade “o retorno do budismo para o Oeste” Desde o presidente Josei Toda, passando por Daisaku Ikeda e por nós, seus discípulos, viemos colocando em prática e concretizando a profecia do “retorno do budismo para o Oeste”. Essa realização significa incentivar as pessoas ao redor e os amigos a partir dos ensinamentos budistas. Ikeda sensei ensinou isso com a própria vida:3 Com essa passagem de A Profecia do Buda gravada em meu coração e Toda sensei em meu pensamento, plantei as sementes da Lei Mística e incentivei pessoas em diversos países. Também falei aos membros da Divisão dos Estudantes sobre a questão do retorno do budismo para o Oeste. Na primeira convenção da DE-Herdeiro, realizada em agosto de 1968, com a participação de representantes de todo o Japão, mencionei essa passagem de A Profecia do Buda. Então, incentivei-os a tentar, em primeiro lugar, dominar um idioma estrangeiro. Estava convicto de que essa habilidade seria essencial para cultivar líderes capazes de assumir a responsabilidade pela nova era e cidadãos do mundo que edificassem a paz na sociedade global. Os jovens presentes naquele dia são, hoje, atuantes em muitas áreas em vários países. Meu maior desejo é que todos vocês, jovens que estão vivendo nesta nova era global, tenham sonhos, esperanças e ideais ainda mais grandiosos; que façam do estudo prioridade máxima e aprendam tudo o que puderem; e que desenvolvam seu potencial, alçando voo livremente na sociedade e no mundo. Nosso desafio como pessoas que abraçam os ideais do humanismo Soka é conseguir empregar nossa sabedoria e criatividade para estabelecer laços de coração a coração entre os indivíduos, independentemente de quais sejam as circunstâncias ou a distância que possa nos separar, e criar novos valores para a paz, a dignidade humana e a felicidade. Como jovens fênix de uma nova era, alcem voos repletos de alegria e de dinamismo, numa magnífica jornada pela concretização da paz mundial. Notas: 1. Refere-se ao “retorno do budismo para o Oeste”. 2. Trecho adaptado do Estudo publicado na revista Terceira Civilização de novembro de 2023. https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/663/artigo/64-a-profecia-do-buda-jovens-fenix-alcem-voo-para-uma-nova-era/999561942 3. Trecho adaptado do Estudo publicado na revista Terceira Civilização de novembro de 2023. https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/663/artigo/64-a-profecia-do-buda-jovens-fenix-alcem-voo-para-uma-nova-era/999561942
21/10/2024
Cápsula do tempo
RD
Fundação do primeiro distrito no Brasil
Você já deve ter se perguntado como surgiram as primeiras comunidades de praticantes do Budismo Nichiren no Brasil. Um marco na história da BSGI foi a fundação do Distrito Brasil, o primeiro fora do Japão, ocorrido em 20 de outubro de 1960. O local escolhido para o anúncio foi um salão no segundo andar do restaurante Chá Flora, situado no bairro da Liberdade, em São Paulo. Nesse dia, cerca de 150 pessoas se reuniram em torno do presidente Ikeda para uma animada reunião de palestra. Os participantes vieram de diferentes lugares e estavam radiantes de alegria. Dentre eles, havia uma pessoa que viajou de trem e ônibus por três dias e três noites! Os membros, a maioria deles nascidos no Japão, aproveitaram a oportunidade para fazer diversas perguntas sobre a prática da fé e, principalmente, como enfrentar os obstáculos e sobreviver num país tão diferente como o Brasil. Após responder às dúvidas, Ikeda sensei disse: “Tenho o prazer de anunciar neste momento a fundação do Distrito Brasil!” O distrito era composto pelas comunidades São Paulo, Campinas e Arujá, todas no estado de São Paulo. Uma salva de palmas ressoou no salão naquela que se tornou a primeira convenção do Brasil! Em seu discurso, o presidente Ikeda falou: O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro no movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores! Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 2.246, out. 2014, p. D3 Nova Revolução Humana, v. 1, p. 243 Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de outubro Dia 2 • 1960 (64 anos) Conhecido como o Dia da Paz Mundial, marca a primeira vez que o presidente Ikeda viajou para o exterior a fim de propagar o Budismo Nichiren e os ideais da Soka Gakkai. Dia 4 • 1970 (54 anos) Fundação do Grupo Cerejeira, grupo horizontal de treinamento da Divisão Feminina de Jovens que tem como principal função auxiliar nos locais de atividades. Dia 13 • 1282 (742 anos) Falecimento de Nichiren Daishonin. Ele morreu na residência da família Ikegami, na província de Musashi (atual bairro de Ota, em Tóquio). Dia 17 • 1999 (25 anos) Convenção Cultural dos Jovens. Também conhecida como Convenção da Chuva, reuniu dez mil jovens no Centro Cultural Campestre, em Itapevi (SP). Dia 19 • 1960 (64 anos) Fundação da BSGI. Aconteceu na primeira viagem histórica do presidente Ikeda ao exterior. Nesse dia, sensei desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Dia 19 • 1982 (42 anos) Fundação do grupo Sokahan. Grupo horizontal de treinamento da Divisão Masculina de Jovens que tem como principal função coordenar a movimentação nas atividades e proteger o local e os membros. Dia 20 • 1960 (64 anos) Fundação do Distrito Brasil. A primeira visita do Mestre ao país resultou na fundação do primeiro distrito fora do Japão.
01/10/2024
Matéria de Capa
RD
Nosso grande ideal
O que é kosen-rufu O kosen-rufu é a propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin com o objetivo de ajudar as pessoas a transformar positivamente a vida e, consequentemente, contribuir para a paz mundial e a felicidade de toda a humanidade. Ao ser perguntado sobre a definição, Ikeda sensei respondeu: Kosen significa ’declarar amplamente’. ‘Amplamente’ implica bradar ao mundo, a um número cada vez maior de pessoas. ’Declarar’ significa proclamar ideais, princípios e filosofia. O ideograma ru (fluxo) de rufu significa ‘uma corrente como a de um grande rio’, e fu (tecido) é ’espalhar-se, desenrolando-se como um rolo de tecido’. O ensinamento da Lei Mística não tem nada a ver com aparência, forma ou distinções. Ele flui livremente para toda a humanidade. Como um rolo de tecido sendo desenrolado, espalha-se cobrindo tudo. Portanto, rufu significa ‘fluir livremente, alcançando tudo ao seu redor’. O kosen-rufu se inicia com a revolução humana de cada pessoa, ou seja, a mudança interior de cada indivíduo que, com sabedoria, coragem e compaixão, enfrenta e supera desafios internos e externos. A partir dessa elevação na condição de vida, estabelece-se uma verdadeira transformação social que impacta de forma positiva a sociedade como um todo. É por essa razão que cada indivíduo é único e insubstituível para o avanço do kosen-rufu mundial. Ações no dia a dia Tudo o que aprendemos em nossa organização, como respeitar nossos amigos e familiares, ajudar as pessoas, cuidar do meio ambiente, ensinar o Nam-myoho-renge-kyo, entre outras ações positivas, são formas de realizar o kosen-rufu. O mais importante é o sentimento com que fazemos cada uma dessas ações. Por exemplo: o ato de reduzir a água desperdiçada no banho interfere de forma positiva no meio ambiente; ao resolver uma situação adversa, como uma briga, com respeito, bom senso e de forma tranquila, mostramos a importância do diálogo e do autoaprimoramento. São ações diárias, pequenas ou grandiosas, que aos poucos vão transformando nossa vida e a de todos ao redor. Dica de Conteúdo: Animação Cada um na sua Casa Na animação Cada um na sua Casa (2015), o planeta Terra é invadido por seres extraterrestres, os Boov, que estão em busca de um novo planeta para chamar de lar. Eles convivem com os humanos pacificamente, que não sabem da existência deles. Entretanto, um dia, a adolescente Tip encontra o alienígena Oh, que foi banido pelos Boov devido às suas trapalhadas. Os dois embarcam em uma aventura em que aprendem sobre a importância da lealdade e do respeito para uma boa convivência. Dica de como passar a matéria: Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 216, 2020.
01/10/2024
ABC do Budismo
RD
A Herança da Suprema Lei da Vida
Hoje em dia, usamos um aplicativo do celular para trocar mensagens com pessoas que moram longe, mas, até algumas décadas atrás, quando essa tecnologia não existia, nossos ancestrais se comunicavam por cartas. Para o estudo do budismo, nos baseamos em um conjunto de cartas (Gosho) escritas por Nichiren Daishonin há mais de 700 anos. Mas, o que isso tem a ver com esta matéria? Tudo, pois estudaremos a carta A Herança da Suprema Lei da Vida, que foi enviada por Nichiren Daishonin para o discípulo Sairen-bo. Assim como existem heranças dentro das famílias, no budismo, os discípulos herdam a missão de transmitir os ensinamentos a fim de que outros indivíduos atinjam o estado de buda. Em outras palavras, ensinam o Nam-myoho-renge-kyo para que mais pessoas se tornem felizes! Para simplificar Lei: sinônimo de Nam-myoho-renge-kyo Gohonzon: objeto de devoção dos praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin Seigan: juramento de propagar o budismo A união faz a força Para herdar a suprema Lei, Nichiren Daishonin apresenta três pontos fundamentais. O primeiro é a convicção da união da nossa vida com a Lei e o segundo é manter uma firme e inabalável fé, além do juramento de jamais abandonar a Lei. O terceiro ponto consta no trecho abaixo: Todos os discípulos e seguidores leigos de Nichiren devem recitar Nam-myoho-renge-kyo com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”, transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si, tornando-se inseparáveis como o peixe e a água. Esse laço espiritual é a base para a transmissão universal da Lei suprema da vida e da morte. Aqui reside o verdadeiro objetivo da propagação de Nichiren. Quando estiverem unidos assim, até o grande desejo da ampla propagação [ou o grande juramento pelo kosen-rufu] poderá ser concretizado. (CEND, v. I, p. 226) O dito popular “A união faz a força” representa muito bem o itai doshin, que significa “diferentes em corpo, unos em mente”. Vamos pensar naquela brincadeira de cabo de guerra: a força é um fator importante, mas, para superar os adversários, é fundamental que haja união entre os membros da equipe. Isso também vale para quem compartilha a missão de transmitir o budismo: independentemente das características físicas e das personalidades individuais, devemos deixar as diferenças de lado e apoiar uns aos outros em prol do movimento do kosen-rufu. A Soka Gakkai realiza atividades, diálogos e encontros com o propósito de ensinar o Nam-myoho-renge-kyo com a convicção daqueles que puderam comprovar a mudança real na condição de vida. Foi o que fizeram os Três Mestres (Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda) e diversos veteranos. Agora, nós, Sucessores Ikeda, temos a oportunidade de assumir essa missão. A eterna relação de mestre e discípulo Em outro trecho da carta A Herança da Suprema Lei da Vida, Nichiren afirma: O ouro não pode ser queimado pelo fogo nem corroído pelas águas, mas o ferro é vulnerável a ambos. O sábio é como o ouro, enquanto o tolo é como o ferro. O senhor é como o ouro puro porque abraça o ouro do Sutra do Lótus. (...) Devem ter sido os laços cármicos do distante passado que o levaram a se tornar meu discípulo numa época como esta. Shakyamuni e Muitos Tesouros, com certeza, compreenderam esta verdade. A declaração do sutra de que “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres” [LSOC, cap. 7, p. 178], não pode, de maneira alguma, ser falsa. (CEND, v. I, p. 226) Em sua explanação, Ikeda sensei explica que a relação de mestre e discípulo é formada a partir da decisão do discípulo e que essa relação ultrapassa a atual existência, ou seja, mestre e discípulo sempre nascerão na mesma época. Sensei dedicou as seguintes palavras à Divisão dos Estudantes: Quero que todos vocês se tornem extraordinários líderes do kosen-rufu e da sociedade, corajosos defensores das nobres pessoas comuns. Com esse desejo em mente, compus a canção Corredores da Justiça, da Divisão dos Estudantes. O verso “Oh, sejam os pilares da nossa era!” expressa minha confiança no brilhante sucesso e na vitória de vocês. Isso porque o futuro do kosen-rufu depende inteiramente de vocês, nossos jovens sucessores.1 Conclusão A matéria destaca três pontos para herdar a suprema Lei: primeiro, a certeza de que a nossa vida é a Lei Mística; segundo, manter uma constante e permanente fé; e terceiro, a importância de os praticantes do Budismo Nichiren recitarem o Nam-myoho-renge-kyo com espírito de unicidade, ou seja, visualizarem o mesmo objetivo, apesar das diferenças individuais. Essa união espiritual é essencial para a propagação da Lei e a realização do kosen-rufu. Outro ponto de destaque é a relação de mestre e discípulo. Ikeda sensei explica que essa relação é baseada na decisão do discípulo e transcende a existência atual. Ele incentiva os jovens da Divisão dos Estudantes a se tornarem líderes corajosos e defensores das pessoas comuns, pois essas ações contribuirão para um futuro melhor para todos. Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 662, Estudo. Leia a matéria na íntegra clicando aqui
01/10/2024
Contos e parábolas
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A joia no manto
Aperte o play e assista ao conto A joia no Manto Leia a HQ no Encarte KIDS, disponível no BS+ e no BS impresso ed. 2.666. No topo: Brasil Seikyo
02/09/2024
Cápsula do tempo
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Neste encontro ideal, sou eu quem surge da terra!
Na noite quente e úmida de 14 de agosto de 1947, no bairro de Ota, em Tóquio, no Japão, aconteceu o primeiro encontro de Daisaku Ikeda com aquele que se tornaria seu mestre. O convite para participar de uma palestra sobre filosofia foi feito por dois amigos, mas, na verdade, tratava-se de uma reunião de palestra da Soka Gakkai que tinha como dirigente convidado o professor Josei Toda. Na época, Daisaku Ikeda tinha 19 anos e enfrentava uma série de dificuldades. Além das aflições típicas da juventude, ele tinha tuberculose, doença que colocava sua vida em risco, e sofria com os pais pela perda do irmão mais velho na guerra. Foi nessa circunstância, somado a um cenário de destruição do Japão pós-Segunda Guerra Mundial, que ele encontrou a filosofia da esperança e uma pessoa em quem podia confiar. Ansioso por esclarecer as dúvidas que inquietavam seu coração, o jovem Ikeda perguntou a Josei Toda no meio da reunião: "Qual é a maneira correta de viver?" Admirado com a inteligência do rapaz, Toda sensei respondeu prontamente: “É excelente refletir sobre qual seria o modo correto de vida, mas empregaria melhor o seu tempo se praticasse o Budismo de Nichiren Daishonin e o aplicasse na vida diária. Você é jovem. Se o fizer, um dia, com certeza, descobrirá que está seguindo o curso verdadeiro na vida. Dou-lhe a minha palavra de que isso é verdade”. Como agradecimento, Daisaku Ikeda pediu licença a todos e declamou uma poesia: Ó, viajante!De onde vens?E para onde irás?A lua desceno caos da madrugada,mas vou andando,antes do Sol nascer.À procura de luz, no desejo de varreras trevas de minh´alma,a grande árvore eu procuroque nunca se abalouna fúria da tempestade.Neste encontro ideal,sou eu quem surge da terra!¹ Esse encontro ideal de mestre e discípulo resultou num movimento sem precedentes em prol da felicidade da humanidade e expandiu o Budismo de Nichiren Daishonin, o Budismo do Sol, para 192 países e territórios. Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 2.392, out. 2017, p. B2-B3. Nota: 1. RDez, ed. 80, ago. 2008, p. 24. Ilustração: Kenichiro Uchida *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de agosto Dia 14 • 1947 (77 anos) Primeiro encontro de Daisaku Ikeda com Josei Toda. A data ficou eternizada como o dia do encontro entre mestre e discípulo Soka. Dia 18 • 1963 (61 anos) Fundação da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil. Grupo horizontal da Divisão Feminina de Jovens que se dedica a transmitir a paz e a esperança por meio da música. Dia 24 • 1947 (77 anos) Conversão do presidente Ikeda ao Budismo Nichiren. Aconteceu dez dias após o primeiro encontro entre mestre e discípulo. Dia da Divisão Sênior. Dez anos após a fundação da divisão, o dia da conversão de Ikeda sensei ao budismo foi escolhido para ser o Dia da Divisão Sênior.
01/08/2024
ABC do Budismo
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A importância da oração budista
Chamamos de prática da fé a oração que fazemos todos os dias: o gongyo, que consiste na leitura do capítulo Hoben (Meios Apropriados) e de um trecho do capítulo Juryo (A Extensão da Vida), ambos do Sutra do Lótus, e o daimoku, que é a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Dizemos que realizar a prática da fé é uma oportunidade para polir a vida e obter coragem, esperança e sabedoria para superar os obstáculos. No livro Vozes para um Futuro Brilhante, o presidente Daisaku Ikeda nos encoraja da seguinte forma: Orar estabelecendo metas. Orar e enfrentar os desafios — isso é algo maravilhoso. Nisso se encontra o verdadeiro resplendor da vida. Para começar, orar é um privilégio somente dos seres humanos. Também é a mais sublime das ações. E vocês são aqueles que abraçaram ainda na juventude a grande lei do Universo que é a Lei Mística. Quão extraordinário é poder recitar este daimoku! Talvez ainda não consigam compreender agora, mas certamente chegará o momento em que sentirão profundamente essa verdade. (Vozes para um Futuro Brilhante, p. 144) No mesmo livro, constam as seguintes palavras do nosso mestre: Com a recitação do daimoku, é possível evidenciar em sua vida o extraordinário potencial da grandeza do Universo. Vocês poderão extrair e manifestar sua verdadeira força que sequer imaginavam possuir. E como farão de todas as forças do bem que existem no Universo suas aliadas, não existe nada que possa superá-los. Essa é a convicção da minha vida dedicada à propagação do budismo para o mundo como discípulo do professor Josei Toda. O fato de a rede de solidariedade Soka que recita o daimoku ter se expandido para 192 países e territórios é a prova incontestável da grandiosidade da Lei Mística. (Ibidem, p. 147) O presidente Ikeda admirava Mahatma Gandhi, um grande defensor da paz. Certa vez, Gandhi disse que “não há retrocesso para alguém que ora”.1 Com base nessa fala, o presidente Ikeda nos incentiva: “Mesmo que fiquem desanimados ou preocupados, quem desafia a realização do gongyo e do daimoku, sem falta, consegue revitalizar sua energia vital”.2 Que incrível termos o presidente Ikeda como nosso mestre! Com essas palavras e com o incentivo da nossa família e dos nossos amigos da Soka Gakkai, vamos sempre nos lembrar que, com a prática da fé, nunca estamos sozinhos e podemos vencer e superar qualquer dificuldade na vida! Notas:1. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023, p. 149.2. Ibidem.
01/07/2024
Cápsula do tempo
RD
Atuem agora e vivam o presente
Estudantes renovam juramento da Juventude Soka no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, maio 2024) O que é, o que é: um poema escrito pelo terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que retrata várias características do Brasil e do povo brasileiro? Se respondeu Brasil, Seja Monarca do Mundo!, acertou! Hoje vamos entender seu conteúdo e como foi escrito. O poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! foi apresentado aos membros da BSGI no dia 22 de julho de 2001 durante a entrega do título de cidadão honorário do município de Itapevi (SP), realizada no Memorial Makiguchi de Tóquio, no Japão. Eduardo Taguchi, presidente da BSGI na época, foi quem recebeu o poema e compartilhou com todos. O presidente Ikeda escreveu essa obra para demonstrar sua profunda relação de mestre e discípulo com os membros do Brasil e, ao mesmo tempo, revelar a confiança que ele depositava em cada um de nós. O poema é composto por 1.431 palavras, distribuídas em 303 linhas que enchem nosso coração de convicção, coragem e esperança e despertam uma forte decisão de corresponder ao Mestre. Neste mês em que comemoramos os 23 anos do poema, que se tornou nossa eterna diretriz, e visando 2030, centenário da Soka Gakkai e septuagésimo aniversário da BSGI, que tal reler o poema e fortalecer cada vez mais a relação com nosso eterno mestre? Segue um dos trechos que inspirou muitos membros da BSGI ao longo dos anos: Atuem agora e vivam o presente com a certeza de que, neste exato instante, está se erguendo o futuro. Deixem seus méritos gravados na história de suas contínuas vitórias! A dificuldade do momento presente será a glória em seu futuro! O desbravar do caminho do novo século será proporcional a sua caminhada!1 E para você, qual é o trecho preferido? Saiba mais: RDez, ed. 94, out. 2009, p. 7.Brasil Seikyo, ed. 1.661, 27 jul. 2002, p. A2. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de julho Dia 1 • 2012 (12 anos) Inauguração da sede da Divisão dos Jovens da BSGI, em São Paulo (SP), que recebeu do presidente Ikeda a denominação "Castelo da Lei e Palácio da Felicidade e da Paz". Dia 3 • 1945 (79 anos) Libertação de Josei Toda da prisão. Ele ficou dois anos preso por defender a Soka Gakkai e acreditar que a convicção religiosa era um direito do cidadão. Dia 3 • 1957 (67 anos) Prisão do jovem Daisaku Ikeda que, na época, era responsável pela secretaria da Divisão dos Jovens. Ele foi preso sob a falsa acusação de ter violado a lei eleitoral. Esse fato ficou conhecido como Incidente de Osaka. Dia 6 - 1943 (81 anos) Prisão de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda. Na manhã do dia 6 de julho de 1943, eles foram presos por não aceitarem a religião imposta pelo governo japonês. Dia 11 • 1951 (73 anos) Fundação da Divisão Masculina de Jovens no Japão. Às 18 horas do dia 11 de julho de 1951, diante de 180 jovens, a divisão foi fundada pelo presidente Josei Toda com a missão de promover e assegurar o movimento em prol da paz e da felicidade de toda a humanidade. Dia 11 • 1972 (52 anos) Fundação do grupo Gajokai no Brasil. Sua missão é proteger os membros, os centros culturais e as sedes regionais da BSGI. Dia 17 • 1957 (67 anos) Libertação de Daisaku Ikeda da prisão. Por volta de meio-dia, debaixo de forte chuva, milhares de membros de Kansai e de outras partes do Japão foram recepcioná-lo. Dia 19 • 1951 (73 anos) Fundação da Divisão Feminina de Jovens no Japão. Diante de dezenas de jovens, o presidente Josei Toda disse que o dever delas era ser feliz. Dia 22 • 2001 (23 anos) Apresentação do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, escrito pelo presidente Ikeda. Nota:1. https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1/artigo/poema-brasil-seja-monarca-do-mundo-completa-vinte-anos/999559581. Acesso em: jun. 2024.
01/07/2024
Matéria do mês
RD
O que constrói a nova era?
Nas reuniões da BSGI, principalmente as que são voltadas aos jovens e aos Estudantes, é comum ouvirmos o brado “O que constrói a nova era é a força e a paixão dos jovens!”. Esse clamor foi extraído do texto Preceito aos Jovens, escrito em 1951 pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, que visava e confiava o novo século aos jovens discípulos.1 Em uma de suas orientações, o terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, explicou o significado de "paixão" e “força” nesse contexto: “Paixão” é a nossa conduta canalizada com a máxima intenção e força para salvar a pessoa amiga e o desejo apaixonado de realizar o kosen-rufu. “Força” é a fé, a prática e o estudo para nos desenvolver e nos capacitar com o poder da ação, o poder da realização. (Brasil Seikyo, ed. 2.109, 26 nov. 2011, p. A3.) Ou seja, quando falamos sobre a força e a paixão dos jovens para a concretização do kosen-rufu e a construção de uma nova era de esperança para o mundo, são necessárias ações voltadas para ajudar nossos amigos, familiares e pessoas ao redor. Paralelamente, precisamos nos desenvolver por meio da fé, da prática e do estudo. Em outras palavras, para conquistarmos nossos sonhos e objetivos, precisamos nos esforçar e criar condições para alcançá-los. Somos postos a provas desafiadoras, mas, por meio da prática diária do gongyo e do daimoku, dos incentivos que recebemos na Soka Gakkai e do desejo de inspirar outras pessoas, conseguimos ultrapassar os obstáculos. Assim, fazemos despertar em nós e em nossos amigos e familiares a força e a paixão e, juntos, construímos uma nova era na sociedade. De dentro para fora No livro Be Brave, o presidente Ikeda afirma que a força e a paixão são inerentes a todos nós. Ele continua: Todos vocês que assumirão o futuro são, sem exceção, filhotes de leão. Um filhote de leão é forte. Um filhote de leão é destemido. Um filhote de leão acelera à máxima velocidade. Um filhote de leão ruge contra a injustiça. Um filhote de leão protege seus amigos. Um filhote de leão jamais é derrotado. (Be Brave, p. 143) Agora que entendeu que essa força já está em você, só precisa despertá-la com a prática da fé! Um outro meio de fazer isso é ter o espírito de corresponder aos sonhos do Mestre. Sobre isso, sensei afirma: Meu maior sonho é que cada um de vocês se torne um grande leão e concretize todos os seus sonhos enquanto desempenham um papel ativo pelo bem do mundo. (Be Brave, p. 145) Quando cultivamos esse espírito, jamais somos derrotados e nos tornamos um jovem de valor e de decisão que vence e concretiza todos os sonhos do Mestre. Portanto, como filhotes do leão e membros da nova Juventude Soka, vamos manifestar força e paixão e corresponder aos sonhos do Mestre por meio da nossa postura e nossa ação. Assista ao vídeo e descubra o desafio baseado no tema desta matéria: Confira no quiz o quanto você entendeu da matéria: Dica de livros Juventude — Sonhos e Esperanças, volumes 1 e 2 Em formato de perguntas e respostas, o presidente Ikeda responde às dúvidas dos jovens sobre amizade, amor, trabalho, leitura, direitos humanos, arte, cultura, entre outras preocupações e desafios. Veja aqui como adquirir o volume 1 e volume 2. Dinâmica das palavras Todos os dias, ao longo de um mês, anote num caderno ou no celular como foi o seu dia. O desafio é resumi-lo em apenas uma palavra! Ao final do período, verifique quantos dias foram positivos e quantos foram negativos e o que teria levado a se sentir daquela forma. A partir dessa reflexão, procure se desafiar e se desenvolver com o que aprende na Soka Gakkai e incentivar mais e mais amigos para que todos tenham mais dias positivos do que negativos. Nota:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, v. 22, p. 28-29.
01/07/2024
Cápsula do tempo
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Em prol da Amazônia e do meio ambiente
Instituto Soka Amazônia. Foto: Colaboração O Instituto Soka Amazônia (ISA) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e de caráter ambiental que está sediado na Reserva Particular de Patrimônio Natural Daisaku Ikeda (RPPN Daisaku Ikeda), em Manaus (AM). Idealizado em 1991 pelo terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, foi inaugurado em 25 de junho de 1994 como Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (Cepeam). O ISA tem como objetivo atuar pela justiça ecológica e pela proteção da Amazônia e do meio ambiente. Dentre seus valores estão o humanismo, a sustentabilidade ambiental, a integridade e a responsabilidade social e sua missão é proteger a integridade da Amazônia e espalhar a visão humanista do fundador do instituto. Os projetos e as atividades do Instituto Soka Amazônia contribuem para que as áreas verdes que foram danificadas voltem a crescer. Além disso, protegem os diferentes tipos de plantas e animais da Floresta Amazônica e ensinam sobre a natureza e a importância de cuidar bem dela para que possamos viver em harmonia com o meio ambiente. O ISA ainda apoia a realização de pesquisas na reserva em diversas áreas científicas, como ecologia, biologia, engenharia ambiental e florestal, entre outras. Você sabia? 1. A Reserva Particular de Patrimônio Natural Daisaku Ikeda está numa área de 52 hectares, equivalente a 72 campos de futebol.1 2. A reserva está localizada no encontro dos rios Negro e Solimões.2 3. A área da reserva é coberta, principalmente, por terra-preta-de-índio, considerado um dos solos mais férteis da região.3 Saiba mais: Terceira Civilização, ed. 394, jun. 2001, p. 5. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de junho Dia 6 • 1871 (153 anos) Nascimento do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, em Arahama, Japão. Fundou a Soka Kyoiku Gakkai, precursora da Soka Gakkai, e escreveu a obra Sistema Pedagógico de Criação de Valor. Dia 6 • 2001 (23 anos) Fundação do Colégio Soka do Brasil, em São Paulo, pelo presidente Daisaku Ikeda. Oferece desde a educação infantil até o ensino médio. Dia 10 • 1951 (73 anos) Fundação da Divisão Feminina da Soka Gakkai pelo presidente Josei Toda. A atividade contou com a participação de 52 representantes. Dia 22 • 1997 (27 anos) Inauguração do Palácio Memorial da Paz Eterna, em Itapevi (SP), dedicado à guarda de cinzas dos membros falecidos. Dia 25 • 1994 (30 anos) Inauguração do Instituto Soka Amazônia, em Manaus (AM). Referência:https://institutosoka-amazonia.org.br/. Acesso em: 9 fev. 2024 Notas:1. https://institutosoka-amazonia.org.br/rppn-pt/. Acesso em: mar. 2024.2. https://institutosoka-amazonia.org.br/rppn-pt/. Acesso em: mar. 20243. https://institutosoka-amazonia.org.br/rppn-pt/. Acesso em: mar. 2024.
03/06/2024
ABC do Budismo
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Fundação da Divisão dos Estudantes - parte 2
Na edição anterior, falamos sobre o espírito da fundação da Divisão dos Estudantes Herdeiro e os direcionamentos deixados por Ikeda sensei para a nova divisão. Para os mais curiosos e para que não confundam, vamos recapitular: O presidente Ikeda criou a Divisão dos Estudantes, que teve três momentos de fundação no Japão: a Divisão da DE-Herdeiro, em 7 de junho de 1964; a Divisão da DE-Esperança, em 15 de janeiro de 1965, e a Divisão da DE-Futuro, em 23 de setembro do mesmo ano. A reunião de fundação da DE-Esperança foi realizada em várias localidades do Japão. Todos que participaram dessa atividade foram denominados Primeira Turma. Na época, eram crianças do quinto e do sexto anos do ensino fundamental. Já a reunião de fundação da DE-Futuro foi formada pelos estudantes do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental. Com a conclusão dessa fundação, a estrutura da Divisão dos Estudantes estava completa. E como direcionamento, sensei dedicou cinco objetivos para a DE-Esperança e para a DE-Futuro:1 1. Vamos fazer gongyo e recitar Nam-myoho-renge-kyo 2. Vamos estudar com afinco 3. Vamos à escola todos os dias 4. Não causemos preocupações aos nossos pais 5. Vamos ser bons e alegres a cada dia Desde o início, o Mestre demonstrou confiança na Divisão dos Estudantes e se dedicou ao máximo para treinar cada Sucessor Ikeda. Nesta edição, continuaremos com o tema “A origem da fundação da DE”. Frondosas árvores portadoras de uma grande missão Neste mês de junho, comemoramos os 60 anos de fundação da Divisão dos Herdeiros da Soka Gakkai. Os bastidores da fundação estão registrados no capítulo “Jovens Herdeiros”, no volume 9 da Nova Revolução Humana. Este ano, a comemoração será muito especial, pois marcará o eterno laço com Ikeda sensei e simbolizará de fato o momento que os membros da DE assumirão o futuro pelo kosen-rufu. Nosso eterno mestre escreveu na mensagem de felicitações que enviou para a fundação do grupo no Brasil: Este período da geração de vocês é comparável ao de uma pequena planta que cresce firmemente em direção ao imenso céu para se transformar numa frondosa árvore. Vocês são os portadores da maravilhosa “Esperança” e “Missão”. (RDez, ed. 52, 1º abr. 2006, p. 12) Ikeda sensei, com seu olhar cheio de expectativas, enxergava os membros da DE-Herdeiro como portadores de uma missão grandiosa: assumir o futuro da Soka Gakkai e amplificar a essência da Lei Mística para que todas as pessoas se tornem felizes. Ele os encorajou a se conectarem com a profundidade da missão do kosen-rufu e a construírem alicerces sólidos para o futuro. Ele criou a DE-Herdeiro como se cada membro fosse uma joia preciosa a ser lapidada para brilhar intensamente. O presidente Ikeda escreveu as seguintes palavras no capítulo “Jovens Herdeiros”: Espero que vocês, que abraçaram a suprema filosofia da Lei Mística, vivam a juventude com altivo orgulho e com a convicção de que estão construindo uma vida repleta de boa sorte por meio da luta no presente contra as adversidades. Por favor, empenhem-se com a decisão de comprovar uma grande vitória daqui a dez anos. (Nova Revolução Humana, v. 9, p. 126) Como o presidente Ikeda nos incentiva, com muito carinho e confiança, vamos avançar um passo a cada dia com a decisão de comprovar uma grande vitória em nossa vida. Vamos nos lembrar que somos como uma árvore que está sendo cultivada com todos os nutrientes necessários para crescermos fortes e esses nutrientes principais são os estudos, a família, os amigos e as maravilhosas palavras de incentivo que o presidente Ikeda dedicou a todos nós, membros da Divisão dos Estudantes. Por isso, convidamos vocês a se desafiarem para vencer com base no lema da DE e nas orientações do sensei! Nota:1. IKEDA, Daisaku. Be Brave. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, 2016, p. 59.
03/06/2024
ABC do Budismo
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Fundação da Divisão dos Estudantes Herdeiro
Você sabia que a Divisão dos Estudantes Herdeiro completará 60 anos de fundação no dia 7 de junho? Para que isso acontecesse, o terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, não mediu esforços para treinar os jovens que herdariam seus ideais. No capítulo “Jovens Herdeiros”, do volume 9, da Nova Revolução Humana, ele descreveu essa jornada que iniciou em 1964. Vamos entender como foi esse momento e sentir pulsar o espírito da fundação da DE em nossa vida? Fundação da Divisão dos Estudantes Herdeiro No dia 1° de junho de 1964, no Japão, foi realizado um encontro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) no ginásio de esportes Taito e, nesse dia, foi anunciado que seria fundada uma divisão visando o futuro da Soka Gakkai: a Divisão dos Estudantes Herdeiro. Os Estudantes ficaram entusiasmados quando receberam a notícia pelo jornal Seikyo Shimbun. Seis dias depois do anúncio, no dia 7 de junho, surgiu a nova divisão. Os Estudantes do ensino médio se reuniram nas sedes regionais de Tóquio e, com muita alegria, participaram desse grande evento. O objetivo de Ikeda sensei era que todo o ideal da Soka Gakkai fosse aprendido e levado adiante pelos Estudantes, ao mesmo tempo que eles cultivavam seus sonhos. Em outubro de 1964, foi sugerida a criação de uma canção para a divisão. E, dois meses depois, a música que transmitiria o ideal dos Herdeiros1 foi anunciada. A bandeira foi escolhida por meio de um concurso. Ela é verde e traz, no centro, uma fênix branca com os seguintes dizeres: DE-Herdeiro da Soka Gakkai.2 A divisão também foi presenteada com um artigo do presidente Ikeda intitulado Jovens Fênix, Voem para o Futuro, cujo teor era a própria diretriz para os Estudantes.3 A Divisão dos Herdeiros cresceu rapidamente e atingiu 100 mil membros em 1966 e 180 mil em 1968.4 Jovens que herdarão a Soka Gakkai O Mestre sempre expressou a importância dos Estudantes para o futuro da Soka Gakkai e de toda a sociedade. Foi com o sentimento de confiar o futuro a eles que Ikeda sensei se esforçou ao máximo para desenvolvê-los. No volume 9 da Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda cita os direcionamentos para os membros da divisão: 1. Crescer e se desenvolver como grandes líderes 2. Levar os ideais da Soka Gakkai para a posteridade 3. Proteger a Soka Gakkai, os companheiros e o povo 4. Manter a decisão da DE-Herdeiro de levar adiante o bastão do kosen-rufu 5. Dedicar-se com firmeza na recitação de daimoku e nos estudos 6. Não causar preocupação ou desilusão aos pais 7. Aperfeiçoar o caráter 8. Manter a boa saúde 9. Criar uma base sólida para a revolução humana 10. Ter sucesso na carreira escolar e um glorioso futuro 11. Assumir o compromisso de concretizar o kosen-rufu Ainda no capítulo “Jovens Herdeiros”, Ikeda sensei diz aos Estudantes da época: Por favor, solicito a cada um que estude com afinco durante os próximos dez anos e que construa uma sólida base. Espero que vocês sejam, no futuro, o alicerce da Soka Gakkai e sustentem o movimento pelo kosen-rufu para o bem da paz e da felicidade de toda a humanidade. (Nova Revolução Humana, v. 9, p. 75) Ele também disse: A juventude é uma preciosa época para criar e cultivar o correto caminho da vida. Nesse sentido, espero que vocês se empenhem na prática da fé e na recitação do daimoku para abraçar o budismo com a convicção de que é a suprema filosofia de vida. (Nova Revolução Humana, v. 9, p. 75) Neste ano em que comemoraremos os 60 anos de fundação da Divisão dos Estudantes Herdeiro, nós, Sucessores Ikeda 2030, vamos continuar nesta maravilhosa jornada cultivando muitos sonhos, compartilhando a felicidade com outras pessoas e, assim, realizar o kosen-rufu. Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 9, p. 81, 2013.2. Ibidem, p. 93-94.3. Ibidem, p. 96-97.4. Ibidem, p. 130.
01/05/2024
ABC do Budismo
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A vida dos Três Mestres – parte 3
“Quando eu crescer, irei viajar para muitos países! Farei amizade com muitas pessoas!”1 Esse era o sonho de infância de Daisaku Ikeda, terceiro presidente da Soka Gakkai. Daisaku Ikeda nasceu no dia 2 de janeiro de 1928 em Tóquio, Japão, e viveu uma infância muito humilde ao lado da família, que trabalhava com o cultivo de algas marinhas. No livro Be Brave, ele compartilhou algumas das dificuldades enfrentadas na época: Na minha infância, houve muitos momentos difíceis e tristes. Mas, olhando para trás, posso ver que até mesmo os momentos que achei que não poderiam ter sido mais terríveis foram decisivos em minha história de vida. Penso comigo: “Sou muito feliz por ter me desafiado naquela época”. Por favor, lembrem-se que, independentemente dos problemas que possam ter na vida, vocês podem superar qualquer coisa. (Be Brave, p.11) Além de escrever poemas e fotografar, o jovem Ikeda gostava de música e sabia tocar alguns instrumentos. Relembrando outros momentos da infância, ele escreveu: Mesmo quando as pessoas me tratavam mal, eu cantava. Isso instantaneamente iluminava meu espírito e me ajudava a seguir em frente. Este é exatamente o significado de “seja corajoso!” Podemos ser imbatíveis em espírito por meio do canto. (Be Brave, p.35) Ikeda sensei teve a oportunidade de incentivar muitas pessoas tocando instrumentos, escrevendo e fotografando. Ele encontrou e fez amizade com muitas pessoas ao redor do mundo. Aqui no Brasil, onde esteve por quatro vezes, conheceu diversas personalidades. Em 2024, por exemplo, completam-se 40 anos da sua terceira visita, quando foi recebido pelo então presidente da República. Sobre as amizades que fez, o Mestre escreveu: Quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes. Elas irradiam a luz do bem. Encontrar pessoas boas nos ajuda a crescer. (Be Brave, p. 81) Ikeda sensei sempre manifestou gratidão por ter conhecido Josei Toda, seu mestre e segundo presidente da Soka Gakkai. Eles se conheceram em uma reunião de palestra: Eu estava procurando alguém que pudesse me ensinar sobre a maneira correta de viver. Na reunião, o Sr. Toda falou sobre alguns ensinamentos budistas que achei difíceis de compreender. Mas depois ele respondeu sinceramente minhas perguntas. Eu sabia que podia confiar nele. Decidi segui-lo como meu mestre e ajudá-lo no grande movimento do kosen-rufu para realização da paz e da felicidade de todas as pessoas. (Be Brave, p. 85) Presidente Ikeda junto com os membros. Leia abaixo outras curiosidades sobre Ikeda sensei que estão no livro Be Brave: Na juventude, os momentos mais divertidos e alegres aconteceram quando ele estava lendo (p. 69). Seu mestre Josei Toda o incentivava continuamente a ler bons livros (p. 73). Quando era criança, o Mestre lia livros sob o luar, à beira da Praia de Morigasaki, perto de sua casa em Ota (Tóquio), pois havia poucas luzes nas ruas (p. 59). Uma das pessoas que o Mestre mais admirava era o cientista Joseph Rotblat (1908-2005), ganhador do Prêmio Nobel da Paz e presidente da Conferência Pugwash sobre a Ciência e Assuntos Internacionais. Rotblat dedicou sua vida para livrar o planeta das armas nucleares. Era um homem de convicção e paz (p. 73). Havia um pé de romã no jardim da casa onde sensei morava. A família esperava ansiosamente pelo outono para saborear a fruta agridoce (p.19). Rotina do Mestre na infância: acordava cedo e executava as tarefas. Então, ia para a escola, onde estudava muito e se divertia bastante com os amigos. Depois disso lia, porque amava livros. À noite, completamente satisfeito e exausto, ia para a cama cedo e dormia profundamente (p. 23). O Mestre tocava piano e compôs muitas canções (p.31). Na adolescência, ele sofreu de uma doença muito grave, a tuberculose. À noite, a temperatura do corpo subia e tinha uma tosse terrível, às vezes, acompanhada de sangue. O médico disse que não viveria até os 30 anos, mas, contrariando o diagnóstico, ele se esforçou e viveu até os 95 (p. 21). Saiba mais Confira alguns livros que você pode conhecer outros episódios da vida de Daisaku Ikeda: Be Brave Pé de Romã-Contos Infantis Juventude, Sonhos e Esperanças, v. 1 e 2 Vozes para um Futuro Brilhante Foto: Seikyo Press Nota:1. https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2604/artigo/crescer-puro-e-forte/999560346
01/04/2024
Cápsula do tempo
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Castelo da vitória da relação de mestre e discípulo
Há 17 anos, no dia 28 de abril de 2007, foi inaugurado o Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, com o propósito de reunir pessoas comprometidas com a revolução humana, se tornar um polo do movimento pela paz, cultura e educação e fortalecer os vínculos de amizade e confiança com a sociedade brasileira. O “Castelo da Esperança”,¹ que levou cerca de dois anos para ser construído, simbolizou a grande partida da BSGI rumo ao desbravar do kosen-rufu do Brasil como modelo para o futuro e para o mundo. Na inauguração, estava presente o Sr. Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI. Representando o presidente Daisaku Ikeda, ele se referiu ao CCDI como um projeto pessoal de Ikeda sensei para o Brasil. Para a ocasião, o Mestre enviou uma mensagem na qual expressou sua felicidade pelo aspecto vitorioso e de prosperidade dos amigos do Brasil. Disse também que seu coração sempre estará ligado à família BSGI.2 Para celebrar o novo prédio, o Mestre dedicou seis significados para o local, dentre eles, “Castelo da vitória da relação de mestre e discípulo”.3 O CCDI é a prova real de que a relação de mestre e discípulo Soka foi alcançada. Mostra também todos os cuidados que o presidente Ikeda teve com o primeiro distrito fundado fora do Japão. Isso permitiu que muitas pessoas conhecessem o Budismo Nichiren no Brasil e, ao mesmo tempo, inspirou os discípulos brasileiros a corresponderem aos ideais do Mestre. Saiba mais: Terceira Civilização, ed. 505, set. 2010, p. 15.Terceira Civilização, ed. 644, abr. 2022, p. 14-22. Brasil Seikyo, ed. 1.890, 5 maio 2007, p. A2. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de abril Dia 2 • 1958 (66 anos) Falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, que reconstruiu a organização com o forte desejo de “eliminar a miséria da face da Terra”. Dia 20 • 1991 (33 anos) Fundação da Divisão dos Estudantes da BSGI, que engloba crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Dia 21 • 1999 (25 anos) Fundação do Ikeda Myo-on Kai, grupo horizontal da Divisão Masculina de Jovens, responsável por cuidar da sonoplastia nas atividades da organização. Dia 28 • 1253 (771 anos) Estabelecimento do Budismo de Nichiren Daishonin. Nesse dia, Nichiren Daishonin recitou pela primeira vez Nam-myoho-renge-kyo. Foto: Brasil Seikyo Notas:1. Termo usado para se referir ao Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda que está afixado na placa de entrada. 2. Terceira Civilização, ed. 644, abr. 2022, p. 14-22.3. Ibidem.
01/04/2024
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Mês de abril
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de abril: Do Mestre para você Corredores da Justiça Descubra como expandir seu potencial interior por meio da literatura. Faróis da Esperança Ler livros abre nosso mundo para ilimitadas possibilidades. Quero aprender! Matéria do mês Espírito jovem, ativar! Saiba como acionar e desenvolver seu poder aqui. Quentinhas O que rolou Inspire-se nas atividades criativas e cheias de desafios das localidades. DIY Dez Comemore a fundação da Divisão dos Estudantes com uma musse de chocolate com coco. Trending Topics Entenda o que é e como acolher as pessoas com transtorno do espectro autista. Relato Dez Conheça o relato da Geovanna, que alcançou todos os seus objetivos, e do Gabriel, que leu 40 livros e ajudou um amigo a cultivar o hábito da leitura. Aprenda mais sobre o budismo Contos e Parábolas Aprenda com Digo como ser mais confiante e brilhante. Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a inauguração do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda. ABC do Budismo Na parte 3, você conhecerá a infância e a adolescência do terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda. Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos deste mês! Teatro com recortes Recorte e monte os personagens. Encarte KIDS Acesse o suplemento do jornal Brasil Seikyo de abril.
01/04/2024
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Mês de fevereiro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de fevereiro: Do Mestre para você Corredores da Justiça Por que é importante criar raízes sólidas na juventude? Descubra aqui. Faróis da Esperança Saiba como manter um bom ritmo matinal com as orientações do sensei. Matéria do mês Eu transformo meu ambiente! Entenda a profunda relação que existe entre a vida e o ambiente e como influenciá-la positivamente. Quentinhas O que rolou Veja o que os Estudantes realizaram nas reuniões de palestra das suas localidades. DIY Dez Aprenda a fazer um cronograma de estudo e se organize para a volta às aulas. Relato Dez Conheça os desafios e os esforços de Laura para sua localidade alcançar os 100 jovens por distrito. Aprenda mais sobre o budismo Contos e Parábolas O que podemos aprender com a flor de lótus, a coruja e as abelhas? Quero saber! Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. ABC do Budismo Confira a jornada do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos interativos deste mês aqui. Teatro com recortes Corte os personagens do conto desta edição e monte um teatro na atividade! Encarte KIDS Acesse o suplemento do jornal Brasil Seikyo de fevereiro.
01/02/2024
ABC do Budismo
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A vida dos Três Mestres – parte 1
Estamos cada vez mais próximos do tão aguardado ano de 2030, quando a Soka Gakkai irá comemorar 100 anos de existência! Para nós, que somos os Sucessores Ikeda 2030, é muito importante chegarmos neste ano com muita saúde e disposição e como agentes positivos na sociedade – isso significa ser um Sucessor Ikeda na prática! Neste mês, vamos conhecer um pouco sobre a vida de Tsunessaburo Makiguchi, primeiro presidente da Soka Gakkai. Primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Foto: Seikyo Press Curiosidades: Seu nome completo era Choshichi Watanabe. Mais tarde, adotou o sobrenome Makiguchi, que era de seu padastro e, aos 21 anos, mudou seu nome para Tsunesaburo.1 Nasceu em 6 de junho de 1871 na Vila Arahama, na cidade de Kashiwazaki, na província de Niigata. Trabalhou como office-boy2 na delegacia de polícia de Otaru. Estudou na Escola Normal de Hokkaido,3 onde formou-se em 1893, e logo após iniciou sua carreira como professor. Em 1903, já morando em Tóquio, publicou seu livro Jinsei Chirigaku (Geografia da Vida Humana). Makiguchi conheceu o jovem Josei Toda em 1920 na Escola de Ensino Fundamental Nishimachi.4 No final da década de 1920, encontrou o Budismo Nichiren, “cujos ensinamentos deram os toques finais em sua teoria de valor”.5 Sua meta pedagógica era: “A felicidade é o objetivo da vida humana e, como tal, também deve ser o propósito da educação”.6 Transformar a sociedade por meio da educação No romance Nova Revolução Humana, o Dr. Daisaku Ikeda escreveu a sua trajetória de vida em prol da felicidade das pessoas. Ele também detalhou a jornada do professor Makiguchi. No volume 25, o presidente Ikeda registrou: Makiguchi edificou um histórico de realizações no campo da educação, entre as quais, a elevação da taxa de frequência, a melhoria no ambiente educacional e o aprimoramento no desempenho acadêmico. Além disso, empreendeu sinceros esforços para reformar o sistema de ensino, com propostas como a da adoção do sistema de meio período escolar e a de qualificação de diretores de escolas do ensino fundamental por meio de exames. (Nova Revolução Humana, v. 25, p. 310) Makiguchi tinha o grande desejo de transformar a sociedade por meio da educação e abraçou esse objetivo com ações embasadas na criação de valor. Esse foi seu grande legado. O presidente Ikeda continua: Makiguchi desejava, mais que tudo, ajudar as crianças em situação de carência (...) a encontrar a felicidade. Esse é o ponto inicial da educação Soka e também o que Makiguchi sensei almejava para a Soka Gakkai. Gostaria que todos vocês conhecessem o sentimento que pulsava no coração do presidente Makiguchi de eliminar o sofrimento e a miséria de todas as pessoas. (Ibidem, p. 312) Atualmente, as obras e as teorias de Makiguchi sensei sobre a educação criadora de valor inspiram várias pesquisas e projetos inovadores em todo o mundo e deram origem ao que hoje é a Soka Gakkai. Que boa sorte a nossa poder conhecer um pouco sobre o primeiro presidente e dar continuidade à sua jornada como membro dessa grandiosa organização! No próximo mês, vamos saber mais sobre Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai. Não percam! Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 25, p. 300, 2019.2. Profissional responsável por realizar entregas de documentos e correspondências e auxiliar nas atividades logísticas gerais de uma empresa.3. Atual Faculdade de Educação de Hokkaido.4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 25, p. 311, 2019.5. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu (Coletânea de Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi). Tóquio: Daisanbunmei-sha, v. 6, p. 381, 1983. Tradução do japonês.6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 25, p. 309, 2019.
01/02/2024
Cápsula do tempo
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Dia 2 de janeiro de 1928
Presidente Ikeda encoraja Estudante (Japão, ago. 1979). Foto: Seikyo Press Daisaku Ikeda, o quinto de oito filhos de Ichi e Nenokichi Ikeda, nasceu em 2 de janeiro de 1928, em Tóquio, Japão. Apesar de sofrer de graves problemas pulmonares, ajudava seus pais na coleta de algas marinhas. Aos 11 anos, quando seus irmãos mais velhos foram convocados para a guerra, começou a entregar jornais para contribuir para o sustento da família. Sua rotina era: pela manhã, trabalhava na coleta de algas; na sequência, saía para entregar jornais; depois da escola, distribuía os impressos da tarde e, à noite, voltava para as algas. Uma de suas maiores paixões era a leitura. Por não ter condições de comprar livros, emprestava-os da biblioteca da escola e da vizinhança. Sonhava ser autor de grandes romances.1 Outro objetivo era plantar cerejeiras em todo o Japão e no mundo para que as pessoas pudessem desfrutar a “primavera de paz”.2 Para ele, as cerejeiras representavam força e beleza, pois elas também enfrentavam adversidades para se tornarem belas. Ainda na infância, aprendeu importantes lições, como “não cause problemas aos outros”, “sempre diga a verdade” e “uma vez que decida fazer algo, seja responsável e vá até o fim”.3 Por meio dos aprendizados, Daisaku Ikeda desenvolveu um espírito corajoso e sempre acreditou no potencial transformador dos seres humanos. Em todas as fases da vida, a coragem sempre foi seu lema. Em 15 de novembro de 2023, Daisaku Ikeda encerrou sua nobre missão nesta existência. Saiba mais: RDez, ed. 113, 7 de maio de 2011, p. 16. Terceira Civilização, ed. 473, jan. 2008, p. 14. Terceira Civilização, ed. 629, jan. 2021, p. 24-31. *** Datas marcantes do mês de janeiro Dia 8 • 1989 (35 anos) Fundação do Ohrinkai do Brasil, grupo horizontal da Divisão Masculina de Jovens de condutores de veículos e proteção dos membros. Dia 26 • 1975 (49 anos) Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI). Ocorreu na Ilha de Guam e contou com a participação de 187 membros de 51 países. Janeiro • 2002 (22 anos) Aniversário da RDez. A revista surgiu a partir de um suplemento do jornal Brasil Seikyo e hoje é 100% digital. Notas:1. Terceira Civilização, ed. 473, jan. 2008, p. 14.2. RDez, ed. 231, mar. 2021, p. 2-3.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, v. 24, p. 36.
08/01/2024
ABC do Budismo
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Em quem você se inspira?
Em Kung Fu Panda, Naruto e Harry Potter, os protagonistas se inspiraram em seus instrutores para crescerem dentro da trama. No Budismo Nichiren, nós também aprendemos o quanto é importante e necessário ter um mestre para orientar os discípulos a fim de se desenvolverem. Quando nos deixamos ser treinados por um mestre, entendemos que todos os seres humanos têm grande valor. Essa relação se caracteriza como “unicidade de mestre e discípulo”, em japonês, shitei funi. Enquanto o ideograma “shi” representa mestre e “tei”, discípulo, “funi” significa unicidade, ou seja, uma relação entre pessoas diferentes que se dedicam ao mesmo objetivo — no nosso caso, de levar esperança e paz para a humanidade. Um grande exemplo dessa relação é observada nos três primeiros presidentes da Soka Gakkai. Sem se colocar em condição de superioridade, Tsunesaburo Makiguchi treinou o discípulo Josei Toda e, juntos, promoveram o kosen-rufu do Japão por meio dos ensinamentos da Lei Mística. Mais tarde, Josei Toda tornou-se mestre de Daisaku Ikeda que, por sua vez, empenhou-se pela expansão dos ideais de paz, cultura e educação para o mundo. Nós, Sucessores Ikeda 2030, consideramos o presidente Ikeda como nosso mestre. E agora, mais do que nunca, nossa missão é sucedê-lo e levar adiante todos os seus esforços para as futuras gerações. A pergunta é: como? Concretizar os ideais do Mestre Cada um dos três presidentes possuía um jeito próprio de conduzir a missão do kosen-rufu. Da mesma forma, para realizar os nossos sonhos e os de Ikeda sensei, devemos atuar conforme as nossas características. Sobre isso, o presidente Ikeda declara: Um verdadeiro discípulo empenha-se para concretizar os objetivos do Mestre sem imitá-lo, mas pondo suas palavras em ação. As pessoas que meramente tentam imitar o Mestre agindo só na aparência vão para o caminho errado. [...] Há um caminho para cada discípulo e esse caminho encontra-se unicamente no esforço de concretizar os ideais do Mestre. (Brasil Seikyo, ed. 1.548, 18 mar. 2000, p. A3) É por meio da nossa postura que se reconhece a unicidade com o Mestre. Se o discípulo vence, o Mestre também vence. Quando isso acontece, estabelecemos uma relação indestrutível com sensei que permeia o passado, o presente e o futuro. Cientes disso, vamos nos esforçar em prol da nobre missão do kosen-rufu atuando conforme nossas características e sempre tendo como base os incentivos do Mestre. Ilustrações: Brasil Seikyo
08/01/2024
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Mês de janeiro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de janeiro: Mensagens Recado de Ano-Novo do presidente da BSGI Assista ao vídeo que o Sr. Miguel Shiratori gravou com alguns Estudantes para incentivá-los em 2024. Recado de Ano-Novo da Juventude Soka do Brasil Veja o que os líderes da Divisão dos Jovens da BSGI prepararam para os Estudantes. Mensagem do presidente da Soka Gakkai Leia a mensagem enviada pelo presidente Harada. Do Mestre para você Corredores da Justiça O que existe em comum entre o bambu e a amizade verdadeira? Descubra aqui. Faróis da Esperança Inicie o ano novo no ritmo do universo com estas orientações do Mestre. Matéria do mês Avançar com determinação Saiba o que fazer para persistir o ano todo e conquistar seus objetivos. Quentinhas O que rolou Veja a criatividade nas reuniões da DE das localidades. Trending Topics Fique por dentro dos principais eventos de 2024. Relato Dez Inspire-se na vitória de Marianna, que passou pelos desafios no vestibular. Aprenda mais sobre o budismo Contos e parábolas Conheça a história do general que realizou algo impossível! Cápsula do Tempo Saiba mais sobre o nascimento do presidente Daisaku Ikeda. ABC do Budismo Entenda o significado de “unicidade de mestre e discípulo” e como levar adiante a luta do Mestre. Diversão Passatempo Chegaram os jogos interativos! Divirta-se com esta novidade. Teatro com Recortes Corte os personagens da parábola deste mês e monte um teatro na atividade! Encarte KIDS Veja o novo suplemento do jornal Brasil Seikyo.
08/01/2024
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Mês de dezembro
Editorial Propagar o ideal de Ikeda sensei. Nota oficial Nosso eterno mestre da vida. Do Mestre para você Corredores da Justiça Saiba como avançar com o otimismo de um verdadeiro campeão. Faróis da Esperança Por que é importante desafiar a si mesmo? Descubra aqui. Matérias dos níveis DE-Futuro Vamos compartilhar com as outras pessoas o que aprendemos com o Mestre? Sim! DE-Esperança Chegou a hora de os discípulos se levantarem! DE-Herdeiro Veja como dar continuidade aos sonhos do sensei. Quentinhas O que Rolou Inspire-se nas ideias dos encontros da DE nas localidades. DIY Dez Ensinamos a preparar deliciosos canapés para as confraternizações. Quero aprender! Mural de Vitórias Por meio de daimoku e esforço, Rodrigo conta que foi bem-sucedido nos estudos e no futebol. Especial A novidade do CILE vai emocionar adultos e crianças. Quero ver! Matéria do mês Ikeda sensei, eu me esforçarei! Entenda como levar adiante o legado do Mestre e criar uma nova história do kosen-rufu. Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os assuntos publicados na RDez deste ano. ABC do Budismo Oli explica o princípio “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Quero saber! Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos da edição.
01/12/2023
ABC do Budismo
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Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro
Aqui é a Oli. Sou integrante da Liga dos Sucessores Unidos. Hoje vamos conversar sobre um tema que eu acho bem legal: "Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro". Mas, antes de iniciar, quero te propor o seguinte desafio: manifestar sua verdadeira essência, ou seja, encarar as circunstâncias como oportunidade, ter coragem para transformar a situação e desfrutar da maravilha que é ser você. Topa? Abandonar o transitório Existe um princípio no budismo chamado hosshaku kempon ou “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. O termo indica o ato de um buda (que somos nós) de descartar a posição transitória ou provisória para revelar sua verdadeira identidade. Explicando melhor Vocês já ouviram falar na história do Patinho Feio? 🐥 Ele se sentia triste por ser excluído da turma só porque não era igual aos outros patos. Conforme crescia, a diferença entre eles aumentava. Após hibernar em um local quentinho durante um rigoroso inverno, o Patinho Feio saiu para nadar na lagoa. Ao olhar para o seu reflexo na água, ele ficou impressionado com a imagem e percebeu que, na verdade, ele era um cisne! A partir daquele dia, o Patinho Feio não se sentiu mais triste, pois entendeu qual era a sua verdadeira identidade. Revelar o verdadeiro Como vimos na história, quando o Patinho Feio compreendeu que era diferente dos outros patos, parou de se sentir inferior a eles e passou a viver feliz exatamente da forma como era. Podemos comparar essa fábula com a nossa vida. A partir do momento que entendemos que, na essência, temos uma grande força interior chamada estado de buda e abandonamos o medo, a incerteza e a insegurança, passamos a manifestar coragem e alegria. Sobre isso, nosso mestre, Daisaku Ikeda, afirmou: “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” significa cada um de nós estabelecer um eu sólido capaz de sobrepujar todas as dificuldades, romper a ignorância fundamental e dar expressão à nossa natureza inerentemente iluminada. Tornarmo-nos pessoas cujo estado de buda reluz cada vez mais intensamente quanto maiores forem os desafios que enfrentamos é o caminho para atingir o estado de buda nesta existência. (Sabedoria para Criar a Paz e a Felicidade, v. 2, p. 161) Mas, como enxergar e manifestar esse estado de buda? A resposta está no daimoku. Ao recitar Nam-myoho-renge-kyo, nossa verdadeira essência se manifesta e as questões externas não nos afligem mais. Outros pontos que, aliados à oração, também ajudam: Entender e valorizar suas próprias características; Não perder tempo se comparando aos outros; Entender qual é a sua missão por meio da prática da fé; Viver com base em um nobre propósito. Com base na orientação do Mestre e nessas dicas práticas, vamos nos desafiar para manifestar nossa verdadeira essência! Um forte abraço da Oli. A gente se vê por aí!
01/12/2023
Cápsula do tempo
RD
O que você aprendeu com a RDez este ano?
Relembre algumas edições da RDez de 2023 com o teste a seguir:
01/12/2023
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Mês de outubro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de outubro: Do Mestre para você Corredores da Justiça Aqui, Sensei nos incentiva a nos desafiarmos sem temer o fracasso. Faróis da Esperança Veja nesta matéria como fazer desabrochar o espírito invencível dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Saiba por que o diálogo é uma melodia entre os corações. DE-Esperança Uma boa conversa supera a diferença entre as gerações. Quero aprender! DE-Herdeiro Entenda o que é inteligência emocional e como ela pode ajudar nos relacionamentos pessoais. Quentinhas O que Rolou Confira os movimentos promovidos pela DE. DIY Dez Aprenda como escrever uma carta para uma pessoa especial. Mural de Vitórias Conheça o relato de vitória da Gabriella, que concretizou o sonho de jogar na seleção brasileira de basquete 3x3! Matéria do mês Harmonia entre gerações Transformar os conflitos familiares em verdadeiras trocas humanistas é possível! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a fundação da Associação de Concertos Min-On. ABC do Budismo O Soundtrack está na área para ensinar sobre a unicidade de mestre e discípulo. Quero saber! Diversão Passatempo Divirta-se com as brincadeiras desta edição.
02/10/2023
Cápsula do tempo
RD
Teste seus conhecimentos sobre o dia 18 de outubro de 1963
Sede da Associação de Concertos Min-On (Tóquio, Japão). Foto: Seikyo Press Certa vez, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, expressou: “O kosen-rufu é um grande movimento cultural. Significa ‘estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra’”.1 Por herdar esse ideal do Mestre, o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, fundou a Associação de Concertos Min-On em 18 de outubro de 1963. Pouco tempo depois, em 9 de janeiro de 1965, a associação foi reconhecida com uma fundação e, em 1º de setembro de 1997, passou a ter uma sede corporativa. Localizada próxima aos prédios da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, a associação tem como objetivo promover o intercâmbio cultural por meio de atividades artísticas e tornar as artes cênicas e a música acessíveis ao público em geral. Min-On é uma abreviação de Minshu Ongaku Kyokai e significa, literalmente, “música do povo”. A palavra minshu foi escrita com os ideogramas de “povo” ou “popular”, no sentido de que o povo é o ator principal de uma nação ou de uma sociedade e também peça-chave para o desenvolvimento da arte e da música para o bem da humanidade. A palavra ongaku significa “música” ou “concerto” e kyo-kai quer dizer “associação”.2 Desde a fundação, a Associação de Concertos Min-On promoveu intercâmbios com grupos artísticos de mais de 100 países e já realizou concertos em mais de 300 cidades japonesas. Também oferece variadas opções de entretenimento musical, cultural e educativo, como óperas, concertos, competições, festivais, simpósios, palestras, oficinas e workshops. A Ópera do Estado Bávaro, da Alemanha, a Ópera Estatal de Viena, da Áustria, o Teatro alla Scala, da Itália, e o The Royal Opera, da Inglaterra, já se apresentaram no Japão a convite da Min-On. Na sede da associação, há o Museu da Música, criado em 1974, que conta com uma grande coleção de instrumentos de todos os cantos do mundo, bem como caixas de música, pianolas,3 fonógrafos4 e outros materiais. Mesmo em exibição, os instrumentos antigos são tocados para que os visitantes apreciem os sons. A associação ainda possui a Biblioteca Musical, criada em 1974, com cerca de 45 mil partituras e 33 mil livros, além de revistas, jornais e publicações relacionadas à música. Saiba mais: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/417/artigo/musica-e-vida-a-sinfonia-dos-sons-universais/6023 https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1744/artigo/voce-sabia-que-o-pianista-amaral-vieira-e-a-cantora-gal-costa-ja-se-apresentaram-a-convite-da-min-on-no-japao/11400 https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/423/artigo/japao/5839 https://www.min-on.org/ *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de outubro Dia 2 • 1960 (63 anos) Conhecido como o Dia da Paz Mundial, marca a primeira vez em que o presidente Ikeda viajou para o exterior a fim de propagar o Budismo Nichiren e os ideais da Soka Gakkai para o mundo Dia 4 • 1970 (53 anos) Fundação do grupo Cerejeira Dia 13 • 1282 (741 anos) Falecimento de Nichiren Daishonin Dia 17 • 1999 (24 anos) Convenção Cultural dos Jovens (“Convenção da Chuva”) Dia 19 • 1960 (63 anos) Fundação da BSGI Dia 19 • 1982 (41 anos) Fundação do grupo Sokahan Dia 20 • 1960 (63 anos) Fundação do Distrito Brasil Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 2.557, 27 mar. 2021, p. 3-5.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 8, p. 159-160, 2019.3. A pianola é um piano mecânico que, por meio de rolos de papel ou de metal perfurados, executa músicas sem a necessidade de tocar as teclas.4. O fonógrafo foi o primeiro aparelho criado para gravar e emitir sons. Ele possui formato cilíndrico.
02/10/2023
ABC do Budismo
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Unicidade de mestre e discípulo
Fala, pessoal! O Soundtrack está na área. Nesses últimos dias, refleti sobre a minha trajetória e os desafios enfrentados e percebi o quanto os ensinamentos do Mestre foram superimportantes nesses momentos. É isso mesmo: assim como o Naruto tem o Jiraiya, o Goku tem o mestre Kami e as Tartarugas Ninja têm o mestre Splinter, o Soundtrack aqui tem o mestre Daisaku Ikeda. Ele também é o sensei dos demais integrantes dos Sucessores Ikeda e a nossa grande fonte de inspiração! Essa relação que temos com o Mestre tem um nome: shitei funi que, em português, significa unicidade de mestre e discípulo. Profundo significado Quando ouvimos o termo “mestre e discípulo”, temos a impressão de que esse tipo de relacionamento é coisa das antigas, não é? Entretanto, no mundo das artes, dos esportes e das universidades, principalmente, a existência de um mentor é quase que obrigatória e se faz necessária para que o aprendiz obtenha conhecimento e técnicas para demonstrar todo o seu potencial. Além disso, a escolha de um mestre correto influencia na direção e no desenvolvimento do indivíduo. Por isso, quando estamos falando da nossa vida, a presença do Mestre se torna ainda mais importante. Por essa razão, o budismo enfatiza a relação de mestre e discípulo. Sobre isso, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: Tudo o que precisamos na vida é de um mestre. Somente os seres humanos podem escolher e seguir um mestre. Na busca do caminho de mestre e discípulo, podemos aprender qual é o maior tesouro para os seres humanos. (Brasil Seikyo, ed. 1.350, 13 jan. 1996, p. 3) Dentro da Soka Gakkai, os ideais de transmitir felicidade para todas as pessoas através dos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin iniciaram com o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, que os transmitiu para seu discípulo Josei Toda que, por sua vez, foram herdados por Daisaku Ikeda. Agora chegou a nossa vez de herdar o espírito dos três Mestres Soka e incentivar as pessoas a serem felizes também! Conectar-se ao coração do Mestre A unicidade de mestre e discípulo é um sentimento muito particular e profundo que precisa ser cultivado diariamente pelo discípulo por meio do espírito de procura ao Mestre. Um meio para isso é conhecer a trajetória de vida do presidente Ikeda, ler seus incentivos e suas orientações e aplicá-los no cotidiano. Outra sugestão é, quando surgir um obstáculo, você se perguntar: “O que o Mestre faria agora?” Na Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda conta: Inicialmente, aprendi sobre o budismo com Josei Toda. A fé não ocorreu primeiro e, sim, meu encontro com ele. A fé veio mais tarde. Estou explicando isso porque acredito que, assim como a humanidade do caráter de Josei Toda foi o elemento decisivo na minha relação com o budismo, a preocupação com o bem-estar da humanidade deveria ser o ponto de partida de tudo na sociedade. (Nova Revolução Humana, v. 22, p. 48-49) Dito isso, gostaria de propor um desafio a vocês: listem três desafios que estão enfrentando neste momento. A próxima etapa é buscar na história de vida de Ikeda sensei alguma orientação sobre esses desafios. Podem pedir ajuda ao responsável da localidade, buscar nos impressos, na RDez ou nos livros. Tenho certeza de que haverá algo escrito especialmente para vocês. E aí, aceitam o desafio? Um forte abraço e até a próxima! Ilustrações: Getty Images
02/10/2023
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Mês de setembro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de setembro: Do Mestre para você Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento Na última parte desta série, o Mestre nos ensina a superar os medos. Corredores da Justiça Descubra o que a lua e o aprofundamento da fé têm em comum. Faróis da Esperança Desperte o poder do leão dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Você sabe o que é cultura de paz? Leia aqui. DE-Esperança Veja como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no dia a dia. DE-Herdeiro Aprenda de quantas maneiras a solidariedade pode contribuir para a paz. Quentinhas O que Rolou Se liga no que as localidades organizaram pela DE. Trending Topics A primavera chegou! Saiba quais flores brasileiras desabrocham nesta época. Mural de Vitórias Pedro Henrique conta, em vídeo, como venceu no estudo, na prática esportiva e na criação de um livro. Matéria do mês Minhas ações pela paz Construa um futuro melhor a partir de agora com a RDez! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os cinco anos da conclusão da Nova Revolução Humana. ABC do Budismo Entenda o que existe em comum entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos deste mês!
30/08/2023
ABC do Budismo
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Itai doshin
Foto: Getty Images Vocês sabem como funciona uma orquestra sinfônica? Ela pode chegar a ter de 80 até 90 instrumentistas1 e cada um dos integrantes, incluindo o maestro, é de extrema importância para o resultado final do concerto. Os grupos de instrumentos são diferenciados de acordo com suas características, como as propriedades sonoras, os materiais com que são confeccionados, os formatos ou o modo de tocar. Eles são divididos em: cordas, madeiras, metais e percussão. Para que haja melhor aproveitamento acústico, os instrumentos que têm maior potência sonora são posicionados ao fundo. É o caso dos metais e da percussão.2 Em comum, todos os músicos seguem o que está escrito na partitura. Itai doshin – a orquestra do budismo Como vimos, cada instrumento musical tem uma função preciosa dentro da orquestra e, quando tocados em união e harmonia, criam uma bela sinfonia. No Budismo de Nichiren Daishonin, chamamos isso de itai doshin. De modo simples, esse princípio significa “diferentes em corpo, unos em mente”. Ou seja, quando há união em torno de um mesmo propósito (doshin) e cada pessoa envolvida contribui com o melhor das suas habilidades (itai), o resultado é a conquista do objetivo. Isso vale para tudo em nossa vida: na escola, na família, na organização, na prática esportiva e com os amigos. Nós, budistas da SGI, somos como uma grande orquestra sinfônica, composta por pessoas diversas e com o objetivo comum de concretizar o kosen-rufu. Cientes de que a execução de uma bela melodia de esperança é consequência do desenvolvimento do grupo, vamos juntos nos levantar em prol do nobre ideal da felicidade de todas as pessoas. Cada qual a sua maneira Quando nos unimos em um grupo, seja ele qual for, é natural haver pessoas com diferentes opiniões. Mas não precisamos ser ou pensar de modo idêntico para alcançarmos algo. Na verdade, seria muito monótono se todos fossem iguais. São as diferenças que nos desenvolvem, permitem polir nossa personalidade e fazer a revolução humana. No Budismo de Nichiren Daishonin, há o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”, segundo o qual todas as coisas têm sua própria beleza e missão da forma como são. Sobre isso, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: A união dentro da diversidade emerge quando trabalhamos juntos em prol do inigualável objetivo do kosen-rufu e, ao mesmo tempo, evidenciamos ao máximo nosso brilho no palco da nossa missão individual. (Brasil Seikyo, ed. 2.373, 27 maio 2017, p. B4) Nas últimas matérias do ABC do Budismo, vimos que cada integrante da Liga dos Sucessores Unidos possui uma característica diferente e foi a união dessas habilidades que permitiu serem vitoriosos nas diversas missões. Da mesma forma, vamos nos unir, cada um com sua personalidade e característica, e contribuir com o nosso melhor em prol do kosen-rufu. Notas:1. https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-orquestra-sinfonica-filarmonica-e-de-camara. Acesso em: ago. 2023.2. https://www.sabra.org.br/site/como-funciona-uma-orquestra/. Acesso em: ago. 2023.
30/08/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 24 de agosto de 1976
Presidente Ikeda e Sra. Kaneko acenam para os participantes (Japão, nov. 2007) Em 24 de agosto comemora-se o Dia da Divisão Sênior. A data foi estabelecida em 1976 pelo então presidente da Soka Gakkai, Dr. Daisaku Ikeda. Antes de falarmos do dia 24 de agosto, é importante lembrar que a fundação da Divisão Sênior ocorreu em 5 de março de 1966, no Japão, quando foram apresentadas as seguintes diretrizes:1 1 - Ser vitorioso no local de trabalho, 2 - Ser líder que contribui pelo bem-estar da comunidade, 3 - Ser pilar de confiança na organização. Ao criar a Divisão Sênior, nosso mestre pretendia aliar a força dos veteranos ao potencial renovador dos jovens para o desenvolvimento da Soka Gakkai. Na ocasião da fundação, ele disse: Quando a Divisão Sênior atuar dignamente, tanto os jovens como as integrantes da Divisão Feminina vão se desenvolver de forma brilhante. Seus sinceros incentivos refletirão na criação de excelentes seres humanos de valor nas demais divisões. Portanto, solicito a todos que apoiem os integrantes da Divisão Masculina de Jovens que herdarão nosso futuro, criem espaço para eles atuarem com desenvoltura na organização e assumam a responsabilidade de desenvolvê-los. (Nova Revolução Humana, v.10, p. 258-259) Por ocasião do 10º aniversário de fundação, em 1976, o presidente Ikeda escolheu o dia 24 de agosto para celebrar o Dia da Divisão Sênior, que marca também o dia da sua conversão ao Budismo Nichiren, em 1947. Em seu íntimo, ele bradou: Os integrantes da Divisão Sênior são fortes. São os pilares de ouro da família, da sociedade e da Soka Gakkai. E o esforço dos membros da Divisão Sênior é um fator decisivo na luta pela vitória do kosen-rufu. (Nova Revolução Humana, v. 23, p. 279) Nessa data, sensei passou o dia todo incentivando os membros e foram realizadas reuniões na Universidade Soka, no Auditório Memorial Toda de Kansai e nos blocos de todo o Japão. Com o mesmo espírito do Mestre, os “pilares de ouro” da BSGI seguem abrindo os caminhos e proporcionando o melhor local de atuação para as demais divisões.*** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de agosto Dia 14 • 1947 (76 anos) Primeiro encontro de Daisaku Ikeda com Josei Toda Dia 18 • 1963 (60 anos) Fundação da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil Dia 24 • 1947 (76 anos) Conversão do presidente Ikeda ao Budismo Nichiren Dia da Divisão Sênior Saiba mais: https://brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/576/artigo/manifeste-a-forca-do-incentivo/31407 https://brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1808/artigo/divisao-senior-pilar-de-ouro-da-organizacao/22804 https://brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1760/artigo/a-fundacao-da-divisao-senior-como-pilar-da-organizacao/14808 https://brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2142/artigo/agosto-mes-da-divisao-senior/32756 Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.808, 8 ago. 2005, p. A2.
01/08/2023
ABC do Budismo
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Transitoriedade da vida
Fala, pessoal. Muito prazer! Eu sou o Daisul e faço parte da Liga dos Sucessores Unidos. Apesar de ser um super-herói, eu não sou imortal, por isso, decidi dialogar com um veterano da minha localidade a respeito da visão do budismo sobre a vida e a morte e quero compartilhar com vocês o que aprendi. Percepção budista Antes de tudo, é importante saber que a questão da vida e da morte é interpretada de diferentes maneiras pelas pessoas e variam de acordo com a cultura e a religião. Para alguns, a vida é reconhecida como o bem, a racionalidade e a luz. Em contraste, a morte é percebida como o mal, o irracional e a escuridão. No livro Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, explica, de maneira simples, que pela percepção budista a vida é eterna e podemos comparar o nascimento e a morte como períodos alternados de acordar e dormir. Assim como o sono nos prepara para as atividades do outro dia, a morte é um estado no qual descansamos e nos reabastecemos para uma nova existência.1 O Mestre também explica que todos os pensamentos, as palavras e as ações de uma pessoa no presente se manifestam no futuro, tanto na vida quanto na morte.2 E que, quando entendemos isso, passamos a encarar nossa existência de forma mais valorosa e elevada. Eternidade da vida Há uma parábola sobre esse tema que eu gostaria de compartilhar com vocês: certo dia, quando Shakyamuni estava em Shravasti, encontrou uma mãe que vagava pelas ruas carregando o filho morto. Então, ela lhe fez uma súplica: — Por favor, dê-me um remédio para salvar meu filho. Seus olhos estavam vermelhos e com um brilho estranho. Ao compreender a situação, Shakyamuni disse energicamente: — Está bem. Vou preparar esse remédio. Vá para a cidade e traga-me algumas sementes de papoula. Os olhos da mulher reluziram de esperança. — Contudo, a senhora deve obter as sementes de papoula de uma casa onde nunca houve mortes na família. Ela foi imediatamente para a cidade. De casa em casa, procurou pelas sementes de papoula. No entanto, mesmo que encontrasse as sementes, não havia uma casa sequer em que não houvesse a morte de alguém da família. Começou então a perceber que em todas as casas os familiares viviam com a tristeza guardada no coração de ter perdido filhos e pais. Com isso, ao mesmo tempo em que percebeu a transitoriedade da vida, descobriu que não era a única a sofrer com a perda de um filho. Tornou-se então uma seguidora de Shakyamuni e, mais tarde, passou a ser admirada como uma nobre pessoa. (Nova Revolução Humana, v. 3, p. 148) Como vimos na história, é comum temermos o desconhecido e sofrermos pelo falecimento de quem amamos. Mas todos nós realizamos gongyo diariamente, não é mesmo? Nas orações silenciosas, há um momento em que oramos em memória dos entes falecidos. Nichiren Daishonin ensina que as orações oferecidas por aqueles que estão vivos podem amenizar os sofrimentos e influenciar as condições do falecido quando ele renascer. De acordo com Daishonin, isso se dá porque as orações baseadas no estado de buda transcendem a vida e a morte. As orações são transmitidas ao falecido, permitindo-lhe entrar num estado de alegria como resultado da oração em seu nome. Por isso, a importância de rezar todos os dias. A morte não é um fim mas um meio. Sobre isso, Nichiren Daishonin afirmou: “Vidas imbuídas de infinita alegria emergirão novamente depois da morte e retomarão suas atividades num novo palco, na próxima existência".3 Que maravilhoso observarmos a vida dessa forma! Eu fico por aqui, até a próxima! Notas:1. IKEDA, Daisaku. Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, p. 43, 2019.2. Ibidem, p. 115.3. WND, v. II, p. 860.
01/08/2023
ABC do Budismo
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Revolução humana
E aí, pessoal? Aqui é o Bodhi Man. A um tempo atrás, dialoguei com meus companheiros da Liga dos Sucessores Unidos sobre o conceito de revolução humana e as várias transformações que podemos fazer ao longo da vida. Foi então que surgiram alguns questionamentos, como... Como surgiu o termo? Na Soka Gakkai, a expressão “revolução humana” (ningen kakumei, em japonês) foi utilizada pela primeira vez pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, para descrever o processo de desenvolvimento que ocorre quando uma pessoa inicia a prática budista e aprende a evidenciar o estado de buda na vida diária e da forma como ela é. Nessa condição, ela visualiza as circunstâncias boas ou ruins como oportunidades para crescer e evoluir. E lembre-se: evolução e revolução são coisas diferentes. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, explica que evolução é a “transformação gradativa ao longo dos anos, à medida que crescemos e amadurecemos”1 e revolução humana é “quando ultrapassamos o ritmo normal de crescimento e embarcamos em uma rápida mudança para melhor”.2 Todo dia, toda hora A princípio, podemos pensar que realizar a revolução humana é algo extraordinário, distante ou supercomplicado. Mas não é. Essa transformação ocorre quando desafiamos pequenas coisas no dia a dia. Ikeda sensei dá um exemplo prático: Vamos supor que exista um jovem que passa todo o seu tempo brincando e nunca estuda. Então, um dia, ele decide fazer um esforço para conseguir melhores oportunidades para o futuro e, com isso, começa a levar os estudos a sério. Essa é a sua revolução humana. (Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 2, p. 204) É como se fosse uma conta: decisão + esforço = mudança. Em outras palavras, significa nos esforçarmos um pouco todos os dias para melhorarmos nossas condições tendo como base o humanismo que aprendemos no Budismo de Nichiren Daishonin. Agora é o momento! Na Liga dos Sucessores Unidos, relembramos a jornada de cada companheiro neste ano. A revolução humana deles é visível: A Namy despertou para a missão e entrou em ação para incentivar os amigos: “Minha missão agora é fazer com que as pessoas compreendam essa verdade mística que cada uma tem dentro de si e, principalmente, coloquem-na em prática para manifestar o verdadeiro potencial.”3 A Lia Tekiô explicou para os Estudantes como as orações são respondidas e a importância de desafiar-se no daimoku. Ela disse: “O ponto chave é não desanimar e orar até conseguir” e “Manter a prática da fé até a vitória total nos torna ainda mais fortes”.4 Sofia, Marina e Gustavo, por meio do tripé fé, prática e estudo e dos incentivos do Trisatva, compreenderam que não adianta pensar apenas em si, é preciso ver e ouvir as pessoas ao redor. Juntos, os três se esforçaram, ultrapassaram os obstáculos e encontraram o caminho de volta para o QG. Assim como eles, vocês também podem fazer a revolução humana. Encarando os desafios cientes do estado de buda, com muito daimoku e com o tripé fé, prática e estudo, vocês conseguirão transformar tudo! Então, partiu colocar em prática: decisão + esforço = mudança? Até a próxima, pessoal! Saiba maisTerceira Civilização, ed. 523, mar. 2012, p. 24.RDez, ed. 187, jul. 2017, p. 13.RDez, ed. 87, mar. 2009, p. 17. Notas:1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 208, 2020.2. Ibidem.3. RDez, ed. 254, fev. 2023, p. 14.4. RDez, ed. 254, mar. 2023, p. 14.
18/05/2023
ABC do Budismo
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Felicidade relativa e felicidade absoluta
E aí, pessoal! Aqui é a Oli. Queria perguntar para vocês: o que os deixam felizes? Nesses últimos tempos, enquanto resolvia minhas missões na Liga dos Sucessores Unidos, aprendi que há diferença entre estar feliz e ser feliz. Hoje, quero compartilhar meus aprendizados com vocês. Mas, antes de entrar no assunto, vamos entender o que é felicidade. Compreendendo o significado Felicidade, segundo o dicionário Houaiss, é uma qualidade ou um estado em que uma pessoa se sente feliz, satisfeita, contente ou com um grande bem-estar.1 No budismo, aprendemos que a pessoa feliz expressa esse sentimento para quem está a sua volta e influencia o ambiente, alegrando a todos. Nichiren Daishonin declarou: “‘Alegria’ significa que a pessoa, junto com outras, experimenta a alegria”.2 Portanto, a felicidade também existe quando compartilhada entre as pessoas. E o que tudo isso tem a ver com ser ou estar feliz? Calma, que eu já vou explicar. Por dentro do assunto Existem dois tipos de felicidade: a relativa e a absoluta. A primeira é aquela que se obtém, por exemplo, com dinheiro e bens materiais, contudo, é momentânea e passageira. Esse tipo de felicidade depende de fontes externas, coisas ou fatos que acontecem na nossa vida e que são legais, porém, podem desaparecer num piscar de olhos. Por exemplo: você ganha o presente que sempre desejou e fica feliz. No entanto, se ele quebrar ou estragar, a felicidade desaparece no mesmo instante. Em contrapartida, a felicidade absoluta não depende das circunstâncias nem de ninguém. É um estado de espírito em que você sente satisfação e alegria em tudo o que vê e ouve. Um exemplo é quando você sente felicidade pelo simples fato de estar vivo ou quando manifesta sua força interior para conquistar seus objetivos. Com isso, você consegue inspirar as pessoas a sua volta com seu aspecto de felicidade. Para alcançar essa condição de vida, é necessária uma forte energia vital que não se abala diante das dificuldades. A prática do gongyo e daimoku é o que nos permite extrair essa energia vital ao máximo. Conclusão Aprendemos hoje que é possível ser feliz independentemente das condições da nossa vida e que a felicidade não se resume à ausência de problemas, mas, sim, a sua capacidade de lidar com eles. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: [...] a verdadeira felicidade é aquela que vem dos esforços para se aprimorar como ser humano e desenvolver a riqueza interior; em outras palavras, realizar a revolução humana. (Brasil Seikyo, ed. 1.417, 14 jun. 1997, p. 3) Cientes disso, vamos nos esforçar em nossa prática budista diária e nos desenvolver como seres humanos para, assim, alcançarmos a felicidade absoluta. Agora eu tenho que ir, pois surgiu uma nova missão. A gente se vê por aí! Notas:1. https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#1. Acesso em: mar. 2023.2. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 219, 2022.
17/04/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o Dia das Mães da Soka Gakkai
Há 35 anos, no dia 27 de abril de 1988, em uma reunião de líderes da Divisão Feminina (DF) no Japão, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sugeriu que o dia 3 de maio fosse o Dia das Mães da Soka Gakkai. Seu desejo era louvar as mulheres da Divisão Feminina e reconhecer o importante papel delas para o kosen-rufu. Em uma parte do discurso, o presidente Ikeda enalteceu: “Quero expressar a minha mais profunda e sincera gratidão a cada uma das companheiras da DF que se dedicam incansavelmente, dia e noite, em prol da família, protegem o lar e ainda se empenham com toda a seriedade em prol do kosen-rufu e da paz no mundo”. São várias as denominações que o Mestre usa para se referir às integrantes da Divisão Feminina, como “sol do mundo”, “especialistas do mundo em felicidade, sorriso e esperança”, “verdadeiras campeãs”, “especialistas na arte da felicidade”, “rainhas da felicidade” e “mães do kosen-rufu”. Naquela ocasião, o presidente Ikeda sugeriu que todos valorizassem ao máximo os esforços que as mães fazem pela família, principalmente no dia 3 de maio. Todos os presentes concordaram com as palavras e a sugestão do sensei e foi assim que o dia 3 de maio, uma data com tantos significados importantes para a SGI, tornou-se o Dia das Mães da Soka Gakkai. Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 1.985, 2 maio 2009, p. A2.Brasil Seikyo, ed. 1.936, 19 abr. 2008, p. B4.Brasil Seikyo, ed. 2.130, 5 maio 2012, p. C6.Brasil Seikyo, ed. 2.418, 5 maio 2018, p. A2. Daisaku Ikeda e sua mãe Ichi num encontro memorável (Japão, abr. 1975) Foto: Seikyo Press. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de maio Dia 1 • 2004 (19 anos) Inauguração da Sede Central da BSGI Dia 2 • 1993 (30 anos) Fundação do grupo Flora no Brasil Dia 3 • 1951 (72 anos) Posse de Josei Toda como segundo presidente da Soka Gakkai Dia 3 • 1960 (63 anos) Posse de Daisaku Ikeda como terceiro presidente da Soka Gakkai Dia 3 • 1965 (58 anos) Primeira publicação do boletim Nova Era, antecessor do jornal Brasil Seikyo Dia 3 • 2009 (14 anos) Convenção dos Jovens da Nova Era da BSGI, São Paulo (SP) Dia 3 Dia das Mães da Soka Gakkai Dia 5 • 1976 (47 anos) Dia dos Sucessores da Soka Gakkai Dia 6 • 1962 (61 anos) Fundação da banda masculina Taiyo Ongakutai no Japão Dia 12 • 1261 (762 anos) Exílio do buda Nichiren Daishonin em Izu, Japão
17/04/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 28 de abril de 1253
Tudo começou no dia 28 de abril de 1253. Decidido a tornar o budismo acessível a todas as pessoas, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez. Isso aconteceu no Templo Seichoji, no Japão. Depois de estudar muito, Daishonin evidenciou a essência do Sutra do Lótus, o supremo ensinamento de Shakyamuni, a Lei fundamental do Nam-myoho-renge-kyo e, a partir daí, iniciou a propagação.1 No livro Diálogo sobre Religião Humanística, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: O nome “Nichiren” encerra o juramento da grande compaixão de Daishonin “por todas as pessoas pelos dez mil anos e mais”. A partir do vigésimo oitavo dia do quarto mês, ele começou a propagar o Nam-myoho-renge-kyo. O Nam-myoho-renge-kyo é o caminho fundamental que permite todas as pessoas dos Últimos Dias manifestar a natureza de buda. Considerando que foi Daishonin quem estabeleceu esse caminho, poderia ser dito que ele fundou a “escola Nam-myoho-renge-kyo do budismo”. No entanto, seu ensinamento vai além dos limites de uma simples escola, pois suas portas são abertas para pessoas de todos os lugares. Em outras palavras, Daishonin deu início a uma religião para toda a humanidade. (Diálogo sobre Religião Humanística, v. 1, p. 62) Por meio dessa prática, desperta-se para a missão de conduzir as pessoas à conquista da própria felicidade e inicia-se uma grande onda de coragem e esperança que se espalha para toda a humanidade, conforme consta no escrito O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos: No início, somente Nichiren recitou Nam-myoho-renge-kyo, mas depois, duas, três, cem pessoas o seguiram, recitando e ensinando aos outros. Assim também será a propagação no futuro. (CEND, v. I, p. 404) Nichiren Daishonin escreveu diversas cartas para incentivar seus discípulos *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de abril Dia 2 • 1958 (65 anos) Falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda Dia 20 • 1991 (32 anos) Fundação da Divisão dos Estudantes da BSGI Dia 21 • 1999 (24 anos) Fundação do grupo Ikeda Myo-on Kai Dia 28 • 1253 (770 anos) Estabelecimento do Budismo de Nichiren Daishonin Dia 28 • 2007 (16 anos) Inauguração do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda Nota:1. Brasil Seikyo, ed. 2.318, 9 abr. 2016, p. A7.
20/03/2023
ABC do Budismo
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Tripé infalível: fé, prática e estudo
Em um treinamento, os Sucessores Unidos ensinam os participantes a usar suas habilidades. O desafio de hoje é voltar ao QG atravessando uma floresta. Para encontrar o caminho, Marina, que é atleta, corre em todas as direções. Ela é tão rápida que não sossega nem para ouvir os colegas. Já Sofia, que ama estudar geografia, tenta descobrir uma trilha num mapa, mas ela não é confiante. O Gustavo, por sua vez, decide sentar e orar, pois tem fé que as meninas encontrarão a saída. Bodhi Man e Soundtrack observam o grupo. Bodhi Man: Eles realmente estão perdidos. Soundtrack: Vamos pedir um reforço para eles? Bodhi Man: Um, não, três! Soundtrack: Entendi, vamos convocar o Trisatva para ajudá-los a extrair o melhor de suas habilidades. Trisatva reúne os amigos perdidos. Trisatva: Ei, amigos, acalmem-se! Vocês já têm a solução para sair desta situação. Sofia: Estamos perdidos há horas! Não vamos conseguir. Marina: Eu já corri para todos os lados e não tive sucesso. Gustavo: E eu estou fazendo daimoku. Trisatva: Cada um de vocês reúne as características que, juntas e em sincronia, são imbatíveis! Sofia: Como assim? Trisatva: No Budismo de Nichiren Daishonin, aprendemos o princípio “fé, prática e estudo”. Ele é o tripé fundamental que nos ensina a forma correta de praticar o budismo e solucionar nossos problemas. Entendendo um pouco mais • Fé significa acreditar no Gohonzon, na filosofia do Budismo de Nichiren Daishonin e no nosso estado de buda. • Prática consiste em praticar o budismo. É dividida em prática individual (recitar gongyo e daimoku diariamente, participar das atividades e estudar o budismo) e prática altruística (ensinar o budismo para que outras pessoas também sejam felizes). • Estudo significa compreender os ensinamentos e os princípios deixados por Nichiren Daishonin. Aprendendo com o Gosho No inscrito O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, Nichiren Daishonin define a diretriz do princípio “fé, prática e estudo”: Creia no Gohonzon, o supremo objeto de devoção de todo o Jambudvipa. Fortaleça ainda mais sua fé e receba a proteção de Shakyamuni, de Muitos Tesouros e dos budas das dez direções. Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase. (CEND, v. I, p. 405) Marina: Agora eu entendi: eu preciso estudar este mapa da Sofia! Sofia: Eu preciso não só olhar o mapa mas também orar daimoku e acreditar que podemos vencer este desafio. Gustavo: E eu preciso agir! Não posso ficar apenas orando e não fazer nada! Trisatva: É isso! Vocês entenderam: precisamos acreditar (fé), compreender (estudo) e agir (prática)! Sofia: Igual quando quero ir bem na prova: preciso estudar, orar Nam-myoho-renge-kyo para ativar minha sabedoria de buda e acreditar em mim e fazer a prova com atenção. Marina: Este tripé também é válido para as minhas competições: preciso ter a mente de uma campeã, treinar todos os dias e encontrar a melhor estratégia para cada corrida. Gustavo: Meninas, vamos juntos encontrar o caminho de volta! Muito obrigado, TriSatva. Você é trilegal! Trisatva: Estamos juntos, amigos! Marina, Sofia e Gustavo se uniram e chegaram ao QG sãos e salvos. Agora eles estão prontos para encarar uma nova missão. Saiba mais:Brasil Seikyo, ed. 2.081, 30 abr. 2011, p. A5.Brasil Seikyo, ed. 1.843, 13 maio 2006, p. B5.Terceira Civilização, ed. 538, jun. 2013, p. 42.
20/03/2023
ABC do Budismo
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Como as nossas orações são respondidas?
No QG dos Sucessores Unidos... O alarme começa a soar e o painel de controle das missões mostra um novo desafio para os Sucessores Unidos. Lia Tekiô se prepara para a sua primeira jornada como integrante da liga de super-heróis. Ela consegue aprender e se adaptar a qualquer cultura e ambiente e faz amigos por onde passa. Lia Tekiô: O que está acontecendo? O painel mostra inúmeras missões em diferentes pontos da cidade! Dai: Parece que são vários Estudantes com dificuldade para fazer daimoku e que têm dúvidas sobre como as orações são respondidas. Como vamos atender a todos? Lia Tekiô: Que tal reuni-los num encontro dos Sucessores Ikeda 2030? Dai: Boa ideia, mana, assim conversamos com todos e compartilhamos nossas experiências. Vou soltar um comunicado agora. Lia Tekiô: E eu vou pedir apoio para a Super Família Soka. No dia seguinte, vários Estudantes se reuniram no horário e no local combinados. Muitos vieram de cidades distantes e conseguiram chegar graças à Super Família Soka, que cuidou do transporte. Dai: E aí, pessoal! Como estão? Vimos que vocês estão com dúvidas sobre como as nossas orações são respondidas. Então, vamos bater um papo sobre isso. Até porque o daimoku é um tema superimportante para nós, Sucessores Ikeda 2030. Lia Tekiô: Eu também já me vi na mesma situação de vocês. Foi aí que um amigo da Divisão dos Estudantes me enviou um trecho bem legal de uma carta escrita por Nichiren Daishonin que me tranquilizou: Apesar disso, mesmo que alguém errasse ao apontar para a terra ou fosse capaz de atar o firmamento; mesmo que o fluxo e o refluxo da maré cessassem; e o Sol nascesse no Oeste, jamais ocorreria de as orações do devoto do Sutra do Lótus ficarem sem resposta. (CEND, v.1, p.362) Dai: Quem já ouviu a frase “Não existe oração sem resposta”? Quando acreditamos sinceramente e oramos daimoku com forte convicção de que não há oração sem resposta, nossos sentimentos são convertidos em energia vital que nos impulsiona a agir em prol daquilo que desejamos. Um Estudante que ouvia atento a explicação se levantou e perguntou: Estudante: Por que ter convicção é importante? Lia Tekiô: Ela é fundamental. Nosso mestre Daisaku Ikeda incentiva: Assim como existem o “poder da fé” e o “poder da prática”, podemos dizer que a convicção é um tipo de força. Quanto mais manifestar a convicção de que não há oração sem resposta, mais o Gohonzon responderá a este forte poder da fé. O “poder da prática” abarca a força do seu daimoku e da energia com que se dedica ao kosen-rufu pela felicidade de todas as pessoas e pela prosperidade social. Quanto mais forte for a prática para si e para os outros, maiores serão o poder do Buda e o poder da Lei que provêm do Gohonzon. (Juventude — Sonhos e Esperanças, v. 2, p.163) Estudante: Entendi, mas, às vezes, aquilo que objetivei não sai do jeito que eu esperava e acabo desanimando... Dai: O ponto chave é não desanimar e orar até conseguir. Manter a prática até a vitória total nos torna ainda mais fortes. Sobre isso, sensei orienta: O mais importante é que a luta que empreendemos para que nossas orações sejam respondidas nos torna ainda mais fortes. Se todas as nossas orações fossem imediatamente respondidas, acabaríamos ficando mimados e decadentes e passaríamos a viver de forma indolente, evitando esforço e trabalho árduo. Nós nos tornaríamos frívolos. Qual seria, então, a questão da fé? A vida é uma sucessão de acontecimentos. Enfrentamos todos os tipos de dificuldades. Assim é a vida. É graças a essa variedade que podemos conduzir uma existência realizada e feliz. Isso nos dá condições de crescer e desenvolver um estado de vida amplo e forte. (Brasil Seikyo, ed. 2.039, 12 jun. 2010, p. A3) Lia Tekiô: Sensacional essa orientação do Mestre! Partiu firmar um desafio de realizar daimoku para vencermos juntos? Assim, um ajuda o outro para que nossas orações sejam respondidas e todos saiam vitoriosos! Todos responderam positivamente, pois compreenderam que, ao orar com convicção e entrar em ação sem jamais desanimar, nossas orações são respondidas e alcançamos nossos objetivos. E assim termina mais uma missão especial dos Sucessores Unidos. Mais aventuras estão por vir, não perca as próximas edições!
09/02/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 16 de março de 1958
Daisaku! Eu concluí todo o meu trabalho. Já posso morrer quando quiser. O resto deixo com você!1 Esse foi o sentimento transmitido pelo Mestre ao discípulo no dia 16 de março de 1958, conhecido como o Dia do Kosen-rufu. Nessa data, mesmo com a saúde debilitada, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, convocou os jovens para uma cerimônia na qual ele transferiu a missão da realização do kosen-rufu aos discípulos genuínos. Seis mil jovens, cheios de orgulho e alegria, reuniram-se no pátio em frente ao templo principal no Japão. Ardentes de fé, convicção e paixão, observaram o Monte Fuji que resplandecia sob um manto de neve. O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, relembra esse momento vividamente: Dias antes, o Sr. Toda já sentia dificuldade para caminhar, porém insistia em conduzir pessoalmente a cerimônia. Por essa razão, pedi aos meus companheiros que construíssem uma liteira [cadeira artesanal] para transportá-lo. Tirei a ideia de uma cena da obra O Romance dos Três Reinos, na qual o general Chuko K’ung-ming, gravemente enfermo, conduz suas tropas na batalha sobre uma carreta. Porém, quando Sr. Toda viu a liteira, disse: “É grande demais. Não serve para a batalha!”. Alguns veteranos olharam com indiferença. Mas eu sabia que meu mestre estava muito feliz e emocionado pela dedicação do seu discípulo. Todavia, sua intenção era me treinar. “Desculpe-me pelo transtorno. Os jovens se dedicaram intensamente para construí-la. Por favor, utilize-a", disse eu. Ao ouvir essas palavras, Toda sensei sorriu e subiu na liteira. (Brasil Seikyo, ed. 2.602, 5 mar. 2022, p. 6-7) Visando o bem-estar de todos os jovens naquela atividade, Josei Toda solicitou o preparo de uma sopa para nutri-los e aquecê-los: “O necessário para os jovens que chegarão de madrugada é algo quente” (Terceira Civilização, ed. 511, 19 mar. 2011, p. 60). Os participantes fizeram daquela significativa cerimônia o ponto de partida e se levantaram como genuínos discípulos com a missão de concretizar o kosen-rufu. Após 65 anos do dia 16 de março de 1958, a Soka Gakkai continua avançando e hoje está presente em 192 países e territórios. Presidente Toda na liteira preparada pelos jovens discípulos (Japão, mar. 1958) *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de março Dia 5 • 1966 (57 anos) Fundação da Divisão Sênior no Japão Dia 6 • 1993 (30 anos) Fundação do grupo Arco-Íris da BSGI Dia 8 • 1246 (777 anos) Nascimento de Nikko Shonin Dia 10 • 1966 (57 anos) Segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil Dia 11 • 1984 (39 anos) Fundação da Divisão dos Jovens da BSGI Dia 12 • 1990 (33 anos) Fundação do grupo Taiga da BSGI Dia 13 • 1966 (57 anos) Festival Cultural no Theatro Municipal de São Paulo, em São Paulo (SP) Dia 16 • 1958 (65 anos) Dia do Kosen-rufu Dia 17 • 1974 (49 anos) Festival Cultural da BSGI no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo (SP) Nota:1. Brasil Seikyo, ed. 2.410, 10 mar. 2018, p. H1-H2.
09/02/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 18 de fevereiro de 1990
O dia 18 de fevereiro de 1990 entrou para a história da BSGI com a finalização do Centro Cultural Campestre (CCCamp), localizado no município de Itapevi (SP) em meio ao bioma da Mata Atlântica. A inauguração contou com a presença do Sr. Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI e filho mais velho do casal Ikeda. A construção do CCCamp levou quase dois anos e foi mais um objetivo concretizado pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e um sonho acalentado por muitos membros e líderes da BSGI. O local é um centro de atividades culturais e de treinamentos composto por edifícios e instalações e visa o desenvolvimento de "valores humanos". Em fevereiro de 1993, em sua quarta visita ao país, sensei conheceu pela primeira vez o Centro Cultural Campestre. Dali, o Mestre liderou o movimento pelo kosen-rufu mundial por 12 dias. Durante uma caminhada pelo CCCamp, sensei expressou o desejo de oferecer um local nobre e digno aos membros falecidos que se dedicaram ao kosen-rufu do Brasil. A partir desse objetivo, foi inaugurado o Palácio Memorial da Paz Eterna em 22 de junho de 1997, um cinerário grandioso cercado pela fascinante mata preservada do Parque Ecológico Daisaku Ikeda. Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 2.118, 4 fev. 2012, p. C7. RDez, ed. 96, 1º dez. 2009, p. 6. Vista do CCCamp, em Itapevi (SP) *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de fevereiro Dia 9 • 1993 (30 anos) Quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil Dia 9 • 2003 (20 anos) Fundação do Coral Esperança do Mundo (CEM) Dia 11 • 1900 (123 anos) Nascimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda Dia 16 • 1222 (802 anos) Nascimento de Nichiren Daishonin Dia 18 • 1990 (33 anos) Inauguração do Centro Cultural Campestre (CCCamp), Itapevi (SP) Dia 19 • 1984 (39 anos) Terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil Dia 21 • 1987 (36 anos) Aniversário do poema A longa e distante correnteza do Amazonas Dia 26 • 1984 (39 anos) 1o Festival Cultural e Esportivo da SGI no Ginásio do Ibirapuera (SP) Dia 27 • 1932 (91 anos) Nascimento da Sra. Kaneko Ikeda Dia 27 • 1984 (39 anos) Fundação da Divisão dos Universitários da BSGI (DUni) Dia 27 • 1993 (30 anos) Dia da Divisão Feminina da BSGI Fevereiro • 1952 (71 anos) Aniversário da Campanha de Fevereiro do Distrito Kamata, no Japão
01/02/2023
ABC do Budismo
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A chave para a felicidade
Missão RJ Fala, pessoal! Eu sou Namy, uma jovem forte, determinada e que não tem medo de nada. Meu maior objetivo é que todas as pessoas possam transformar sua vida e viver com coragem e alegria. Pertenço à Liga dos Sucessores Unidos e eu estou aqui no Rio de Janeiro para uma missão superespecial: apresentar a chave da felicidade para todas as pessoas. Vocês sabem de qual chave estou falando? Manifestando o máximo potencial Nichiren Daishonin estabeleceu uma maneira simples, porém profunda, de prática budista que permite a todos os seres humanos manifestar o estado de buda. Consiste na recitação do Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon com a “voz da fé inabalável e de espírito de procura que dissipa a escuridão interior da ignorância e da ilusão e vence os obstáculos e as funções maléficas”.1 Significado do Nam-myoho-renge-kyo Nam – Devotar a própria vida Myoho – Lei Mística, a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos Renge – Simultaneidade de causa e efeito, simbolizada pela flor de lótus Kyo – Sutra ou ensinamento do Buda, que é eterno. Nichiren Daishonin recitou pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo, que abrange todas as leis, todas as matérias e todas as formas de vida existentes no universo, no dia 28 de abril de 1253. A máquina que move o universo Ao perguntar aos pais ou veteranos como ultrapassar um problema, eles muitas vezes respondem: “Faça daimoku” ou “Recite Nam-myoho-renge-kyo”. Pois é, esse é o segredo! Quando recitamos daimoku, nossa vida e o universo entram em sintonia com o Gohonzon, assim como as engrenagens de uma máquina, e passamos a nos mover na direção da felicidade e da realização. Dessa forma, manifestamos vigor, sabedoria e boa sorte, que nos capacitam a superar quaisquer problemas ou sofrimentos. Quando oramos conscientes disso, experimentamos a maior das alegrias e desfrutamos ao máximo a infinita força da vida. Maravilhoso, não é? Na prática Minha missão agora é fazer com que as pessoas compreendam essa verdade mística que cada uma tem dentro de si e, principalmente, coloquem em prática para manifestar seu verdadeiro potencial. E vocês: estão conseguindo fazer daimoku? Saibam que cada dia é uma nova oportunidade de nos desafiarmos na recitação do Nam-myoho-renge-kyo, pois, como vimos, é a chave para a nossa felicidade. E quanto mais recitamos, mais boa sorte acumulamos para nossa vida. Uma dica para manter o foco durante a oração é visualizar seus objetivos. Cada vez que conseguirem se desafiar, vocês se fortalecerão e sentirão uma grande alegria, afinal, recitar daimoku é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa! E ao fazer a oração consciente disso, desfrutamos ao máximo a infinita força da vida. Portanto, a chave da felicidade está com vocês. Vamos, no “Ano dos Jovens e do Triunfo”, abrir as portas para uma vida plenamente feliz e realizada. Agora preciso ir ao encontro das pessoas para apresentar esta maravilhosa Lei Mística. Ah, não percam os próximos episódios com nossos outros amigos da Liga dos Sucessores Unidos. Cidade Maravilhosa, aí vou eu! Nota:1. IKEDA, Daisaku. Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, 2022, p. 39. Saiba mais:Brasil Seikyo, ed. 2.276, 23 maio 2015, p. C2.Brasil Seikyo, ed. 2.279, 13 jun. 2015, p. A3.Terceira Civilização, ed. 600, 11 ago. 2018, p. 32-38.
01/02/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 26 de janeiro de 1975
No dia 26 de janeiro de 1975, 158 membros representando 51 países e territórios se reuniram no prédio do Centro de Comércio Internacional de Guam para a Primeira Conferência Mundial da Paz. No evento, aconteceu a fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) e Daisaku Ikeda foi nomeado presidente da instituição a pedido dos participantes.1 Na entrada do hall, foi colocado um livro de visitas para que todos assinassem como registro da participação naquele memorável evento. Shin’ichi também assinou o livro, que possuía colunas reservadas para a pessoa indicar o nome e a nacionalidade. Ele registrou seu nome e, então, na coluna para a nacionalidade, escreveu: “O mundo”. As pessoas que estavam em volta dele se emocionaram profundamente. Enquanto assinava o livro, recordou-se ternamente do compromisso do seu mestre, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, com o ideal da cidadania global. Shin’ichi declarou em seu coração: “Toda sensei, dedicarei a vida ao kosen-rufu mundial para promover a paz e a felicidade para toda a humanidade” (Nova Revolução Humana, v. 21, p. 11-12). A ilha de Guam, que se situa no Oceano Pacífico, a leste das Filipinas, havia sido palco de grandes tragédias na Segunda Guerra Mundial e de batalhas entre as tropas nipônicas e norte-americanas. Por isso, era o local ideal para dar uma nova partida rumo à paz. Em seu discurso, o presidente Ikeda disse: “Da guerra à paz! Do ódio à amizade! Do conflito à harmonia! Escolhemos Guam como um lugar ideal para darmos o primeiro passo em direção à mudança da história da humanidade”.2 Saiba mais: Brasil Seikyo, ed. 2.162, 12 jan. 2013, p. D4. Brasil Seikyo, ed. 2.355, 21 jan. 2017, p. A8. *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show *** Datas marcantes do mês de janeiro Dia 2 • 1928 (95 anos)Nascimento do terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda Dia 8 • 1989 (34 anos)Fundação do grupo Ohrinkai do Brasil Dia 26 • 1975 (48 anos)Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) Janeiro • 2002 (21 anos)Aniversário da RDez Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, p. 9.2. Terceira Civilização, ed. 631, 01 mar. 2021, p. 46-49.
09/01/2023
ABC do Budismo
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Significado do Sutra do Lótus
Carregando... Missão dos Sucessores Unidos Operação: S.U.T.R.A. Sucessores Unidos Tomam Resolução Altruísta Um novo ano se inicia e, com ele, novas possibilidades e novos desafios para os nossos amigos Sucessores. Catástrofes climáticas e todo tipo de obstáculo despontam em vários cantos do Brasil. Muitos companheiros despertaram para a missão, porém, os desafios se levantam na mesma proporção. Pedidos de apoio ecoam e os nossos super-heróis precisam se dividir para ajudar a todos. Soundtrack, o Sucessor Unido das frequências vibracionais e o grande pilar do Lado Leste, reúne o pessoal antes da partida. Soundtrack: É isso gente, precisamos ir. Mas antes vamos fazer gongyo e daimoku para ampliar os nossos poderes e nos sintonizarmos à missão. Dai: Gongyo também, Sound? Só daimoku não basta para a gente se sintonizar? Soundtrack: Negativo, my friend [“meu amigo”, em inglês]. Recitar gongyo, ou seja, o Sutra do Lótus, é o impulso que precisamos para a preparação ser completa. Dai: Sério mesmo? Por quê, Sound? Soundtrack: Se liga só. O que é o Sutra do Lótus? Vocês devem estar pensando: “Ué, eu sei o que é o Sutra do Lótus: é aquele livrinho que eu leio de manhã e à noite antes de recitar Nam-myoho-renge-kyo”. Bem, é quase isso. Originalmente, o Sutra do Lótus tem 28 capítulos, entretanto, nós só recitamos um trecho do capítulo 2, “Meios Apropriados” (Hoben, em japonês), e um do capítulo 16, “A Extensão da Vida” (Juryo, em japonês). Eles têm a função de ajudar a manifestar os benefícios da prática principal, que é o daimoku. Quem escreveu o Sutra do Lótus? Naquela época (500 anos a.C.), o buda Shakyamuni transmitia seus ensinamentos apenas falando. Foram seus discípulos que registraram e compilaram todos eles na forma de sutras. Dentre eles, o mais importante é o Sutra do Lótus porque abarca todas as pessoas. A essência do Sutra do Lótus Nichiren Daishonin compreendeu o Sutra do Lótus com a própria vida e recitou Nam-myoho-renge-kyo para revelar a Lei essencial. Em diversos escritos, Nichiren Daishonin declarou que esse sutra era capaz de conduzir todas as pessoas ao estado de buda, ou seja, à felicidade absoluta. Ele também ressaltou a natureza abrangente do título do sutra: “[...] no título ou daimoku – isto é, Nam-myoho-renge-kyo – está incluído o sutra inteiro, que consta de oito volumes, vinte e oito capítulos e 69.384 ideogramas, sem a omissão de um único ideograma. [...] Recitar o daimoku duas vezes é como ler o sutra inteiro duas vezes; cem daimoku corresponde a cem leituras do sutra, e mil daimoku é o mesmo que ler o sutra mil vezes.” (CEND, v. II, p. 187-188) Por que não recitamos somente daimoku? O Sutra do Lótus é a prática complementar à recitação do daimoku. Imagine uma comida sem tempero, seria incompleta, não é mesmo? O mesmo acontece com a recitação do Sutra do Lótus (gongyo) e do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku). Um complementa o outro. Por que recitamos o Sutra do Lótus em sânscrito? Não dá para traduzir? O budismo é uma religião universal praticada por pessoas do mundo inteiro. Imagine uma sala com pessoas de vários países fazendo gongyo e daimoku, cada um em seu idioma nativo. Ficaria muito confuso. Não precisamos entender como o computador ou o sistema operacional de um celular funcionam para usá-los e enviar uma mensagem para alguém. Da mesma forma, não precisamos traduzir o sutra nem saber o significado de cada uma de suas palavras para ativarmos nosso potencial e superarmos qualquer desafio. De volta ao QG Soundtrack: E aí, my friend, pegou a visão do quanto é importante realizarmos gongyo e daimoku diariamente? Dai: Nossa, Sound, com certeza! Nunca mais saio de casa sem fazer as orações. Agora, partiu! Nossos heróis acabam de partir rumo a uma nova jornada pelo Brasil. Nosso querido amigo Soundtrack já está a caminho do Nordeste. E os outros Sucessores Unidos, para onde será que vão? Não perca as próximas missões para descobrir! Saiba mais:Terceira Civilização, ed. 600, 11 ago. 2018, p.32-38.Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2016, p. 43.
09/01/2023
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#2 Desafio dos profissionais de serviços essenciais
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