Brasil Seikyo
Incentivo do líder
BS
Tempo de triunfar
Não nasci em um lar budista, e pratiquei algumas religiões antes de me converter ao Budismo Nichiren. O que me chamou muito a atenção, confesso, foi o calor humano das pessoas e a convicção de que cada indivíduo poderia conquistar todos os seus sonhos do jeitinho que era. Dessa forma, eu me tornei budista aos 10 anos. No início, não gostava de participar das atividades devido à timidez. Contudo, sempre tive o apoio da minha família, dos líderes e de veteranos maravilhosos, que estavam ao meu lado, direcionando-me e se lembrando de mim. Eles me incentivavam a realizar shikai (apresentação), a fazer a matéria, a atuar no momento DE nas reuniões de palestra e nos encontros. Entretanto, algumas vezes eu reclamava e cheguei a me questionar: “De novo? Mas só tem eu aqui?”. Porém, meus pais e veteranos me explicavam, de forma benevolente, sobre a importância de participar das atividades. Foi assim que tive a grandiosa oportunidade de me desenvolver dentro da organização. Ao participar das atividades da organização e do grupo horizontal, aprendi a valorizar a proatividade e adquiri muitas competências, que até então desconhecia. Por exemplo, aprendi noções básicas de como utilizar planilhas, desenvolver formulários, criar vídeos, confeccionar convites e até habilidades de comunicação, liderança, responsabilidades que, às vezes, não dava a devida importância. Depois, compreendi que, principalmente no meio acadêmico e profissional, estes são nossos diferenciais em relação às pessoas da sociedade que não tiveram a chance de receber esse tipo de aprimoramento na Gakkai. E Ikeda sensei nos incentiva: Há várias razões para realizar eventos como este e outras atividades da Gakkai; porém, da perspectiva individual, elas proporcionam oportunidades para desafiarmos e aprimorarmos a nós mesmos, para realizarmos a nossa revolução humana. Exatamente por causa da nossa fé e prática budista, e por sermos ocupados, devemos trabalhar com eficiência ainda maior e efetuar um bom trabalho. Ao nos esforçarmos para estar à altura do desafio, podemos nos tornar pessoas melhores. Por isso, as atividades e os eventos da Soka Gakkai constituem oportunidades para nos aperfeiçoarmos como seres humanos.1 Assim, venho comprovando e aprendendo que a Gakkai nos oferece o treinamento necessário para alcançarmos nossos objetivos de maneira infalível. Entretanto, em alguns momentos, acabei duvidando do meu próprio potencial de concretizar meus sonhos, especialmente por influência das mídias sociais, nas quais comparava minha vida com a das outras pessoas, o que me deixava bastante desmotivada. Foi então que li uma preciosa orientação do presidente Ikeda: Nada é mais forte que os passos firmes e constantes dados na juventude, por mais modestos que possam parecer. Não há necessidade de ser ambicioso demais ou muito apressado. (...) Recite Nam-myoho-renge-kyo com energia e entusiasmos no lugar onde você se encontra agora, e brilhe como sua entidade da Lei Mística exatamente como você é. Siga em frente com liberdade e confiança, sem medo de fracassar.2 Puxa, não é maravilhoso? Como sou muito grata por praticar o budismo. A prática budista não é uma obrigação, mas um direito que nos habilita descobrir o nosso verdadeiro potencial e conquistar nossos objetivos do jeito que somos. Nesse contexto, vamos juntos divulgar para mais jovens os ideais Soka por meio do movimento dos cem jovens por distrito? Não vejo a hora de comemorarmos essa grandiosa luta conjunta de todas as divisões! Encontro vocês na Convenção da Juventude Soka no dia 26 de maio! Até lá! Camila Sayuri Kumata Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens de coordenadoria Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Correntezas. Nova Revolução Humana. v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 93. 2. Idem. Pode Haver uma História mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 73. Ilustração: Getty Images
25/04/2024
Incentivo do líder
BS
Quando é o momento para vencer?
Em meio à correria do dia a dia, lidando com inúmeras situações no trabalho, na família, no relacionamento, entre outras, temos nossos afazeres diários e compromissos. Mas, se existir aquela possibilidade de deixar para depois, o que você faz? Este é um momento em que podemos estar a um passo da famosa procrastinação. Procrastinar tem como definição o ato de postergar ou de adiar atividade, tarefa ou compromisso que precisam ser realizados, optando por fazer outras atividades menos importantes e mais prazerosas ou simplesmente não fazer nada. É um fenômeno universal e atemporal, pois possui causas psicológicas, sociais e biológicas. Embora alguns sofram mais com ela que outros, ninguém consegue fugir totalmente da tentação de adiar tarefas. A presença da tecnologia (internet, WhatsApp, redes sociais) traz um convite quase inegável de um adiamento sem fim. Se criarmos um hábito e nos acostumarmos a realizar somente uma tarefa quando o tempo está prestes a se esgotar, nosso corpo automaticamente manterá níveis de adrenalina constantes para nos motivar a concluir o que precisa ser feito. Dessa forma, podemos vir a desenvolver transtornos de ansiedade. Claro que a ansiedade é uma reação natural do nosso organismo, não há problema em senti-la. Porém, se acontecerem sintomas como irritabilidade, falta de ar, taquicardia, eles podem se tornar frequentes e, com isso, piorar o quadro. Um estudo publicado na revista científica Social and Personality Psychology Compass defende que a procrastinação é causada por uma falha na autorregulação emocional. Isso significa que, quando há tarefas que nos causam mau humor, tendemos a ser dominados pelo humor em vez de realizar a tarefa. No entanto, como podemos lidar com isso? Eis algumas dicas: Dividir tarefas: quebrar grandes tarefas em menores, acrescentando pequenas pausas. Iniciar pelas atividades mais difíceis primeiro: dessa forma, podemos ter mais ânimo nas próximas. Fazer pausas saudáveis na rotina (sem procrastinar) e nos presentear com pequenas recompensas (descanso, momentos de lazer). Aprimorar o planejamento: programar como será o processo, quais passos devemos tomar, estimar o tempo necessário e a quem poderemos pedir ajuda. Como membros da Soka Gakkai e praticantes do Budismo Nichiren, planejar a concretização de uma meta adequadamente e realizar a prática da fé nos proporcionam evidenciar o potencial de vencer e de direcionar nossos afazeres. O presidente Ikeda sempre nos incentiva a vencer as dificuldades: Pelo fato de haver sofrimentos na vida é que podemos desafiar a nós próprios. E por haver desafios e batalhas é que a vida se torna interessante. Algumas vezes, não há nada mais doloroso ou difícil que não ter nada para fazer e passar os dias na ociosidade. A alegria de viver está em desafiar e vencer as dificuldades. Todos os nossos esforços em prol do kosen-rufu contribuem especialmente para o nosso próprio crescimento e se tornam fonte de alegria e realização. Espero que tenham profunda convicção nisso.1 Se você chegou até o fim deste texto, é provável que o assunto tenha despertado seu interesse e talvez reconheça situações de procrastinação tanto em si mesmo quanto nas outras pessoas. O importante é estarmos engajados em combater essa tendência. Agora é hora de agir. Não deixe para depois. Vencer a si próprio é a principal vitória. Aglaher Mayra Stocco da Silva de VergennesCoordenadora da Divisão Feminina de Jovens de coordenadoria Nota:1. Brasil Seikyo, ed. 1.742, 3 abr. 2004, p. A3. Ilustração: GETTY IMAGES
07/03/2024
Incentivo do líder
BS
Diferentes encontros, única decisão
Era setembro de 2000, e eu tinha cinco anos de conversão ao Budismo Nichiren. Lembro-me da minha mãe me ajudando a arrumar a mala que levaria para o Japão, com lágrimas nos olhos. Aquele momento com a minha mãe foi um marco da percepção familiar sobre quanto aquela viagem parecia impossível diante da nossa realidade familiar e financeira. Partir para o Japão, cheia de esperança e a determinação inabalável de ser uma jovem de valor para a Soka Gakkai e a sociedade. Embalada por forte decisão, cheguei às terras japonesas e lá vivi momentos dourados que jamais esquecerei. No dia do retorno ao Brasil e a convite de Ikeda sensei, fomos assistir à cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa, concedido a ele. Antes da entrega da homenagem, participamos de um ensaio sobre a recepção e a saída da comitiva, bem como as do próprio presidente Ikeda, do recinto. Na ocasião, foi enfatizado que o local de saída de sensei seria no lado oposto ao do grupo dos brasileiros. Ao término da cerimônia, quando chegou a hora da despedida, o presidente Ikeda alterou a rota de saída e veio em nossa direção. Confesso que detalhes daquele momento se perderam (quem estava próximo, o que aconteceu depois) porque só do que me recordo é da pulsação acelerada, das pernas trêmulas, do esforço para não chorar e de recitar daimoku mentalmente e com muita intensidade. Era a voz do meu coração clamando para ir até o coração do Mestre. Era o nosso diálogo. Relembro-me do seu sorriso generoso vindo em minha direção, seu cumprimento a poucos centímetros de distância e da minha repetida decisão de jamais traí-lo. Foi emocionante, encontro de vidas e ali só reconfirmei o meu juramento. Em novembro de 2023, quando ainda sonolenta ouvi sobre o falecimento do Mestre, vários sentimentos tomaram conta de mim e são tão difíceis de descrevê-los que citarei apenas os momentos fugazes de pensamentos que rondavam minha mente: “Como assim? Então é assim que será? Agora é comigo? Chegou a minha hora?”. De novo, em segundos, eu me vi diante do Mestre, sem a sua presença física, mas de forma impactante e decisiva. Diferentemente das questões sobre o carma que me moveram para a mudança da minha própria realidade, essas de agora me motivavam a renovar o juramento e a empreender ações concretas para a criação de uma nova história. Uma história que será contada por muitas gerações de como os discípulos do Dr. Ikeda se levantaram e deram continuidade ao seu legado. No dia 17 de outubro, recebi considerações de Ikeda sensei sobre o comunicado que havia lhe enviado no início do mês. Escrevi-lhe sobre diversos pontos e agradeci. Para minha grande surpresa, a resposta foi justamente sobre o que eu não havia dito, mas sobre o que se passava no meu coração. Esse foi mais um extraordinário encontro com o Mestre! A resposta dele se tornou uma diretriz de vida! E assim, no esforço de superar os “oito ventos”, mantendo-me na órbita da Soka Gakkai e do Mestre, ao lado dos companheiros e com gratidão aos veteranos, ecoa, dia após dia, o brado da “Convenção da Chuva”, realizada em outubro de 1999: “Se a posteridade há de julgar meu Mestre, por minha qualidade, será julgado o supremo líder do mundo.”1 Sonia Cristina Santana Paderes Vice-Coordenadora da Divisão Feminina da CGRE Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.818, 5 nov. 2005, p. A2. Ilustração: GETTY IMAGES
24/01/2024
Livros
BS
As mulheres abrem o portal
Reconhecer e valorizar o coração de cada pessoa. Dessa forma, é feita a expansão da Soka Gakkai Internacional (SGI) pelo mundo, devido ao movimento ininterrupto das mulheres. Essa observação é compartilhada pelo filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda no terceiro volume de Flores da Felicidade, publicado pela Editora Brasil Seikyo, disponível aos participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) nas versões impressa e digital. As desigualdades sociais, econômicas e o desejo pela destruição e pela guerra começam no coração humano. Por isso, é nele que a transformação e o incentivo para a paz devem ser feitos, alerta o autor. O Budismo de Nichiren Daishonin se conecta à vida das pessoas por meio do encontro de coração a coração, permitindo o desenvolvimento de pessoas de grande valor com o desabrochar de cada personalidade na forma em que se apresenta. Ikeda reforça ser os jardins da Soka Gakkai esse profícuo ambiente de aprimoramento e desenvolvimento, no qual as flores de cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro das mulheres Soka, com sua beleza e a refrescante. Nas 160 páginas de Flores da Felicidade, volume 3, é dada ênfase ao poder das mulheres que, em meio à realidade de sofrimentos e de provações, por terem sua dignidade e valores contestados e desmerecidos através dos séculos, são capazes de reconhecer, estimular e apoiar o potencial das pessoas, criando laços de amizade pela empatia e benevolência. A obra é, portanto, uma homenagem e um incentivo às integrantes da Divisão Feminina pela sua luta incansável como sol da felicidade que ilumina a todos e em qualquer lugar, fazendo germinar as sementes de “valores humanos”. E a todas as mulheres que estão sempre prontas a acolher e a confortar — natureza das flores humanas que buscam a paz. Ao ler até aqui, certamente se lembrarão de alguma. Veja aqui os kits de fevereiro para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de páginas Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Flores da Felicidade, v. 3 Neste vídeo, nossa curadora do mês, Selma Inoguti, compartilha suas impressões e curiosidades sobre a obra. Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de fevereiro, assine o CILE até 31/01/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/02/2024 em www.ciledigital.com.br
11/01/2024
Incentivo do líder
BS
“Olá! Podemos conversar?”
Queridos companheiros da nossa amada BSGI, hoje, gostaria de falar um pouco sobre um grandioso pilar do nosso movimento — a visita familiar! Acredito que muitos de nós tenham guardado na memória histórias de visita realizada, recebida ou até episódios compartilhados por algum companheiro. Essas experiências também são encontradas nas próprias orientações do nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, e no romance Nova Revolução Humana, de sua autoria. Ao longo dos meus anos de prática, tive a oportunidade de vivenciar visitas realizadas e recebidas em várias ocasiões. Elas me trouxeram incentivos, coragem e esperança para superar as dificuldades que estava enfrentando. Isso me faz recordar uma visita que fiz há mais de três anos. Estávamos com uma grande campanha visando à vitória na academia do danshibu, em Manaus, AM. O objetivo do movimento era nos encontrar com o máximo de companheiros para incentivá-los a participar e a alcançar a vitória nessa atividade. Enquanto realizávamos essas visitas, tivemos a chance de visitar um conhecido de longa data, com quem atuamos juntos no grupo Taiyo Ongakutai. Ele fazia parte da Banda Infantojuvenil e eu era responsável por dar aulas de flauta doce. Nossa convivência já durava dez longos anos, e eu estava entusiasmado com essa oportunidade. Naquele período de sua vida, ele não participava das atividades nem recebia visitas. Após confirmarmos com a mãe dele, fomos ao encontro do jovem, sendo bem recebidos por ambos. Iniciamos uma conversa e, em meio ao diálogo, compreendemos os motivos de ele estar afastado das atividades. Então, ele começou a se abrir e nos aprofundamos nos assuntos. A visita transcorreu de forma leve e, em certo momento, nós o convidamos para participar da academia, e firmamos juntos o compromisso de mostrar o real aspecto da prática do budismo e da organização. Queríamos ilustrar com isso que as situações pelas quais ele passou não representavam a organização que sensei construiu. Feito esse juramento, perguntamos: “Você gostaria de se juntar a nós nessa academia e aprender mais sobre o Budismo Nichiren e a Soka Gakkai?”. Ele respondeu: “Vou participar, porque é você quem está me convidando. Para mim, você é uma pessoa de confiança”. Naquela hora, experimentei uma alegria imensa e, ao mesmo tempo, senti a grande responsabilidade de me esforçar ainda mais para corresponder às aspirações desse danshibu. Ouvir isso me deixou com o coração repleto de gratidão. Foi algo que me ajudou a enfrentar os desafios daquela época, na qual eu lutava contra a ansiedade e a depressão. Saber que alguém confiava em mim e contava comigo, sem dúvida, me deu muita força. Tudo isso me fez lembrar de um incentivo do nosso mestre que li na Nova Revolução Humana: Para desenvolver pessoas de valor é importante oferecer incentivos e orientações adequadas a cada uma. [...] Mesmo que a organização aparente estar crescendo, se essas atividades básicas não são promovidas não ocorrerá a criação de seres humanos valiosos e capazes e a organização acabará certamente diante de um impasse.1 No mês seguinte, comentamos que o primeiro integrante da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) que chegasse à sede regional para a atividade ganharia um presente surpresa. Enquanto estávamos esperando pelos membros, quem chegou primeiro? Sim, ele mesmo, o jovem danshibu. Quando a atividade começou, entregamos o presente a ele, um livro dedicado à DMJ. Os meses foram se passando e as atividades nesse período se tornaram apenas virtuais. Porém, conforme o combinado, ele participou de todas as reuniões. Ao término dos módulos da academia, fizemos uma nova visita para ele. E, por fim, perguntamos: “Você gostaria de continuar praticando?”. “Você acredita que mudou sua concepção da Gakkai e do budismo com a ajuda da academia?”. Para nossa alegria, ele disse que sim. Falou que a academia conseguiu mudar essa visão que ele tinha da organização. Essa história se tornou um tesouro em minha vida, pois não somente mostrou o real significado de prezar cada pessoa, como foi uma grande virada para eu vencer uma batalha pessoal e me fortalecer como praticante do budismo. Foi uma experiência que transformou a vida de quem recebeu uma visita, mas principalmente a de quem a realizou. Felipe Augusto Mariano da Silva Coordenador da DMJ da CRE Oeste Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Triunfo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 71. 2020. Ilustração: GETTY IMAGES
09/11/2023
Incentivo do líder
BS
Em meio aos desafios, vencemos!
Estimados membros da BSGI, cumprimento a todos pela significativa passagem dos 63 anos de fundação da nossa organização, ocorrida em 19 de outubro de 1960. Naquele ano, Ikeda sensei, em sua primeira viagem ao exterior, após uma longa jornada iniciada no dia 2 de outubro, percorreu a América do Norte, onde as condições de sua saúde se agravaram em razão do desgaste da viagem. Os integrantes de sua comitiva lhe recomendaram cancelar a viagem ao Brasil, mas a decisão de prosseguir foi mais forte e ele respondeu com veemência: Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!1 Assim, Ikeda sensei dedicou a vida para estabelecer o Budismo de Nichiren Daishonin no Brasil. Ao longo de 63 anos, ele nos desenvolveu e nos ensinou a religião da revolução humana. Ele fez da organização no país a pioneira do kosen-rufu fora do Japão, a qual se tornou, hoje, uma organização modelo do mundo, destacada por Ikeda sensei como “Brasil, Monarca do Mundo!”. Portanto, estamos vivendo um momento glorioso da luta conjunta de mestre e discípulo, realizada há seis décadas por nossos pioneiros, pais e avós. O aspecto atual de desenvolvimento do nosso movimento é resultado da solidariedade e do empenho de todos na prática da fé nos blocos e nas comunidades, seguindo as orientações e o estudo dos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. Em recente mensagem por ocasião dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil, Ikeda sensei dedicou as seguintes palavras: Em meio aos incessantes desafios que o mundo enfrenta, os companheiros do Brasil, com a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e com o desafio de transformar veneno em remédio, vieram transmitindo encorajamentos de grande esperança.2 Depois de suplantarmos a pandemia da Covid-19, como membros da BSGI, estamos exercendo a prática da fé e desafiando as circunstâncias, buscando estabelecer nossa felicidade e a daqueles ao nosso redor. São estas as mais importantes ações do cotidiano em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Na mesma mensagem, o presidente Ikeda orienta: (...) Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós. Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás!3 Celebrando esse marco importante dos 63 anos de fundação da BSGI, vamos orar daimoku em gratidão, seguindo sempre as orientações de Ikeda sensei. Assinalemos uma nova e revigorante partida rumo ao ano 2030, centenário da Soka Gakkai. Sinceros votos de muita saúde, prosperidade e felicidade a todos e aos seus familiares. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Raios Benevolentes. Nova Revolução Humana. v. I. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 3. Ibidem.
11/10/2023
Editorial
BS
Expandir a nossa vida
O grande desejo pela paz no mundo abraçado pela Soka Gakkai tem ligação e impacto direto na felicidade das pessoas. Nesta edição do Brasil Seikyo, você acompanha um especial sobre a histórica Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, proferida por Josei Toda, em 8 de setembro de 1957. Essa data também foi escolhida pelo presidente Ikeda para a conclusão do romance Nova Revolução Humana, em 2018. Tais eventos são o ponto primordial na caminhada pela paz e felicidade da humanidade. No prefácio da obra, Ikeda sensei grava seu sentimento: Em 8 de setembro de 1957, o presidente Josei Toda proferiu a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, confiando aos jovens discípulos a missão de propagar, como parte do legado dele, os ideais dessa declaração no mundo inteiro. [...] Ele bradou repetidamente: “Quero acabar com a miséria da face da Terra!”. Este era seu profundo desejo e sua firme determinação. Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade.1 Seguindo essa correnteza, os membros do Brasil também cumprem o juramento ao mestre com ações concretas. Nesta publicação do BS, você confere a jornada de vitória até a inauguração da Sede Regional de Guarulhos e do Centro Cultural de Bauru, comprovando o aspecto de que “as sedes da Soka Gakkai são fortalezas para a criação de ‘valores humanos’ e fortalezas da compaixão que conduzem as pessoas à iluminação”.2 Essas edificações são pontos centrais para ampla propagação e prosperidade da organização local como também da vida dos membros. “Quando decidimos que nossa missão de vida é o kosen-rufu, nossa vida se expande.”3 Brasil Seikyo, que abre o último quadrimestre do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, foi preparado para que você, leitor, renove o sentimento de missão com a localidade e, a partir das ações locais, garanta um grandioso crescimento, tal como Ikeda sensei enfatiza no ensaio “Irradie a Luz da Revolução Humana” desta edição: Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 5-6, 2020. 2. Ibidem, p. 143. 3. Ibidem, p. 146. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.642, 9 set. 2023, p. 4.
06/09/2023
Incentivo do líder
BS
Xô, problemas... será?
Num dos estudos semanais da Nova Revolução Humana nos quais tenho me desafiado junto com os companheiros, defrontei-me com o seguinte trecho: No decorrer da vida, estamos fadados a nos deparar com todos os tipos de adversidades, não somente desastres naturais, mas acontecimentos como falência, desemprego, doença, acidentes e a morte de entes queridos. Nenhuma vida é totalmente tranquila. Na realidade, ela consiste numa infindável série de provações e tribulações, e não seria exagero afirmar que, de fato, vida é enfrentar dificuldades.1 Imediatamente, relembrei-me de um dos maiores desafios da minha vida: o nascimento do meu primogênito com trissomia do cromossomo 13, a síndrome de Patau, para a qual as previsões médicas não eram nada promissoras, pois essa síndrome era incompatível com a vida. Estava totalmente desnorteado, desesperado e inerte diante dos fatos com os quais a vida me testava. Fui dominado pela escuridão fundamental e somente prevalecia o sentimento de culpa: “O que havia feito de errado para merecer tal circunstância?”. Em meio ao caos, recebi incentivos de um grande veterano. “Você acha que os obstáculos e as maldades escolhem pessoas fracas? Os fracos se derrubam por si sós. Os obstáculos e as maldades não querem perder tempo com os fracos, preferem os fortes! Então, essa situação está abrindo seus olhos para eles. Você é uma pessoa forte, mas, e para você? Agora é a hora de provar se isso é verdade ou não?” Foram dias desafiadores, indo ao hospital pela manhã com minha esposa, ao trabalho à tarde e retornando ao hospital à noite a fim de receber o relatório médico. Ao retornar para casa, sentávamos diante do Gohonzon e recitávamos daimoku para ter a serenidade de compreender e de encarar a realidade, sem esmorecer. Depois de 59 dias, ele cumpriu dignamente sua missão nesta existência. O apoio incondicional de um grande número de companheiros da família Soka foi imprescindível para superarmos essa perda, que hoje não vejo como tragédia, mas como valioso aprendizado para a vida toda. Assim, o desespero deu espaço para a gratidão, porque, apesar de ele não estar conosco, nos possibilitou a condição de sermos pais e nos mostrou como transformar o carma incompatível com a vida. Ele conseguiu nascer e precisou viver 59 dias para cumprir sua missão. Todavia, ao compartilhar esse episódio comovente, três famílias já se converteram ao budismo. Danadinho, nem está aqui, mas continua propagando o budismo para a felicidade de outras pessoas! Graças ao incentivo daquele veterano que não desistiu de mim, e foi ainda mais forte que a dificuldade ao ser rigoroso e benevolente comigo, abrindo meus olhos para a verdade fundamental, agora temos duas princesas sapequinhas que nos enchem de alegria e nos propiciam a recitar ainda mais daimoku. Ikeda sensei reforça essa sabedoria: Algumas religiões preconizam que há essencialmente muito pouco que as pessoas possam fazer ao se defrontarem com grandes dificuldades, acarretando uma sensação de desamparo e o desejo de fugir da realidade. O Budismo Nichiren, contudo, encoraja-nos a ver até a adversidade mais dolorosa como uma oportunidade para nos tornar mais fortes, e essa luta contra dificuldades, de fato, permite que desbloqueemos nosso potencial ilimitado.2 O budismo nos possibilita enxergar a verdade e ultrapassar sofrimentos, obstáculos e dificuldades com coragem e esperança, afinal, eles só escolhem os fortes, não é mesmo? Dessa forma, nossa postura diante deles não é mais “Xô, problemas! Fiquem longe de mim”, mas estamos prontos a enfrentá-los, fortalecendo ainda mais nossa fé e comprovando como um praticante budista encara os fatos da vida: com vitórias, para inspirar todos ao redor. Edson Tokunaga Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 16, p. 174-175, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 660, agosto 2023, p. 55. Ilustração: GETTY IMAGES
06/09/2023
Terceira Civilização
Crônica
TC
O melhor presente que ganhei
No fim do ano passado, ao ver meu sobrinho ganhar um presente que o deixou muito feliz, lembrei-me da sensação de receber presentes que marcam a infância. Aguardava ansiosamente o dia do meu aniversário para receber algo especial. Na adolescência, os presentes passaram a vir em forma de amigos; e, na vida adulta, em forma de vitórias e de realizações. Esses presentes são tão especiais que, muitas vezes, queremos compartilhar com outras pessoas. Na infância, havia uma boneca que sonhava em ganhar, e quando a recebi, fiquei tão feliz que queria levá-la todos os dias para a escola e brincar com meus amigos. Conforme o tempo passa, percebemos que os momentos especiais e as grandes vitórias da vida são mais prazerosos de usufruir quando compartilhados com as pessoas ao nosso redor, pois é uma forma de multiplicarmos nossa alegria. Se eu lhe perguntasse qual o presente mais especial que já ganhou, você saberia dizer? No meu caso, o presente mais especial que recebi, de valor inestimável, em minha juventude, no ano 2009, foi o de uma amiga, que me deu um pequeno cartão de visitas com a frase Nam-myoho-renge-kyo, a Lei fundamental do budismo que permeia a vida e o universo. No combo, ao indagar sobre a frase, como resposta, obtive a oportunidade de conhecer a Soka Gakkai e Daisaku Ikeda, meu mestre da vida. A partir daquele presente singelo e de tão profundo significado, minha vida mudou completamente. A prática do budismo iluminou minha mente e preencheu meu coração com uma felicidade verdadeira; e no humanismo Soka encontrei minha missão de vida. Imbuída do sentimento de incontida alegria, passei a presentear outras pessoas com as quais eu me encontrava com um cartão igual ao que recebi. Comecei a falar também sobre o budismo para todas, pois essa é uma maneira de compartilhar minha gratidão por esse presente especial. Agora, estamos em fevereiro, glorioso mês que assinala a grande campanha do Distrito Kamata, movimento liderado por Ikeda sensei em sua juventude no qual mais de duzentas pessoas passaram a conhecer o budismo por meio de sua grandiosa luta de propagação. Como o Mestre conseguiu tamanho êxito com um distrito considerado um dos últimos no movimento de shakubuku da nossa organização? Além da união e da ação dos líderes do distrito, tudo iniciou com uma forte decisão. Ikeda sensei nos ensina o poder da nossa determinação dizendo: O budismo nos ensina que nossa oração influencia todo o Universo. Portanto, a mudança nessa determinação causará a mudança no ambiente social e no ambiente natural. Isso está de acordo com o princípio budista de unicidade de pessoa e ambiente. Por essa razão, o aumento de membros da Gakkai que recitam daimoku mudará certamente o ambiente em que vivem. Tudo depende da determinação de cada um.1 Ao longo dos anos, descobri que o fator-chave para realizar o shakubuku é o mais sincero desejo de quem o apresenta de que aquela pessoa se torne feliz. A determinação sincera do apresentador ao oferecer esse maravilhoso presente a outra pessoa é, em si, a decisão do outro de recebê-lo. Portanto, sem criar dúvidas no coração, que tal cada um de nós presentear muitos amigos com essa chave para a felicidade e para a vitória absoluta? Já embarquei nessa missão. Vamos juntos! Lygia Diniz Colaboração Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 8, p. 58-59, 2019.
03/02/2025
Crônica
TC
Mil anos de serviços
No silêncio contemplativo de uma manhã ensolarada, Shakyamuni, o Buda, ponderava sobre a vastidão do conhecimento que ainda ansiava adquirir. O ar ao seu redor parecia vibrar com uma energia serena, enquanto ele se perguntava quem poderia ser o próximo mestre a iluminar sua jornada espiritual. Foi nesse momento de profunda introspecção que um sábio se aproximou, carregando consigo uma promessa de sabedoria, mas com uma condição singular e exigente: “Mil anos de serviços”. Para muitos, a ideia de mil anos de serviços seria uma barreira intransponível. No entanto, Shakyamuni, um príncipe que nunca havia realizado trabalhos manuais, viu nessa condição uma oportunidade. Ele se alegrou diante do desafio, percebendo que não era o tempo ou a dificuldade da tarefa que importavam, e sim o espírito com que se entregaria a ela. Seu desejo fervoroso de aprender, de ensinar sobre a Lei e de salvar o seu povo o impulsionava a aceitar essa missão com entusiasmo. A narrativa desses mil anos de serviços transcende a mera narrativa. Não há registros que confirmem se Shakyamuni completou ou não esses serviços, porém, a essência dessa história reside no espírito de procura, na disposição para enfrentar qualquer desafio em nome do aprendizado e da iluminação. Essa disposição, essa alegria em realizar o trabalho independentemente do tempo que duraria, é um testemunho do compromisso de Shakyamuni com a sua missão espiritual. Esse espírito de procura é uma lição atemporal que ressoa profundamente no coração do budismo. Ele nos ensina que o valor do esforço não está na duração ou na natureza da tarefa, mas na intenção e na dedicação com que nos lançamos a ela. Shakyamuni encarou o desafio com uma alegria digna, refletindo um espírito que todos nós podemos cultivar em nossa vida diária. Assim, a história de Shakyamuni e os mil anos de serviços se tornam um farol que ilumina nosso caminho, lembrando-nos de que o verdadeiro valor está na jornada e no compromisso com o aprendizado contínuo. É essa busca incessante pela sabedoria e pela transformação que define o espírito do budismo e que nos inspira a cada dia a nos dedicar com alegria e disposição, dignos do espírito de procura. Ricardo Shin-iti Miyamoto Diretor-presidente da EBS Foto: Getty Images
14/01/2025
Crônica
TC
Sincera preocupação com o outro
“Farei felizes todas as pessoas com quem tenho relação!”1 Aprendi sobre esse sentimento ao me engajar na realização do meu primeiro shakubuku e o cultivo diariamente em meu coração. Com a Liga Monarca em vigor, compartilho uma experiência que mudou minha perspectiva com relação à realização de shakubuku. Sabendo que, em meio às questões da vida, é a prática do budismo que me mantém no caminho da verdadeira felicidade, quando conheço alguém, mesmo que seja em uma conversa rápida, tento falar sobre a filosofia humanística ensinada por Ikeda sensei. Em um desses encontros, tratei logo de falar para a pessoa sobre o budismo, com o desejo de que ela praticasse. Ela logo se identificou com as coisas que lia no Brasil Seikyo e na Terceira Civilização, mas também me questionava se aquilo não passava de teoria. Participou de reuniões, dialogou com veteranos, gostava e realmente acreditava na lógica exposta na filosofia budista. Mesmo assim, nada disso foi suficiente para ela decidir, de fato, praticar. Em dado momento, comecei a sentir angústia pela dificuldade de transmitir minha convicção, algo que para mim era tão óbvio e natural. Percebi que isso não poderia ser maior que meu sincero sentimento pela felicidade dela. Fazer shakubuku não era sobre a minha vida, mas a da outra pessoa. E voltei a orar pensando: ela vai praticar o budismo e assim será feliz! Nesse ritmo, passados três anos, ela me falou, com naturalidade, que queria se converter ao budismo e me disse o que a levou a essa decisão. Certo dia, ela participou da cerimônia de falecimento de uma grande veterana da organização. Como já tinha passado por duras perdas, ela sabia que aquele era um momento de profunda tristeza para a família. Na ocasião, ela se surpreendeu com a quantidade de pessoas que havia naquele velório e, principalmente, com o amparo dado pelos companheiros da Gakkai aos familiares. Ouvi dessa mesma pessoa que dizia que a teoria era muito bonita mas dissociava-se da vida real, que o simples companheirismo expresso num momento tão triste a fez querer integrar a nossa família Soka. Ikeda sensei afirma: Mesmo que a pessoa a quem você esteja falando sobre o budismo não comece a praticar de imediato, o benefício de ensinar a Lei Mística aos outros nos Últimos Dias da Lei é imensurável. Além disso, as ações fundamentadas em seu desejo de que aquela pessoa seja feliz consolidarão um profundo laço de vida a vida entre vocês. A verdadeira amizade é construída com esforços firmes e constantes para auxiliar os outros a formar um vínculo com o budismo.2 Portanto, não há necessidade de se afobar ou de se entristecer porque seu shakubuku não “vinga”. O mais importante é você demonstrar preocupação com a vida do próximo e ser a ponte para guiá-lo ao caminho da genuína felicidade. Livia Endo Vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI No topo: Getty Images Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2021. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.441, 27 out. 2018, p. B2-B3.
01/11/2024
Crônica
TC
Juventude eterna
Recentemente, conheci uma lenda da mitologia grega sobre um príncipe troiano chamado Titônio. De acordo com essa lenda, Eos, deusa da aurora, se apaixonou por Titônio e, desejando passar a eternidade ao lado dele, pediu a Zeus que concedesse a imortalidade a seu amado. Zeus atendeu ao pedido, contudo, Eos cometeu um erro crucial: esqueceu-se de pedir também a eterna juventude para Titônio. Com o passar do tempo, Titônio tornou-se imortal, no entanto, continuou a envelhecer indefinidamente. Ele acabou extremamente velho e frágil, sofrendo por causa da idade avançada, sem jamais poder morrer. Conforme meus aniversários se acumulam, ano após ano, é impossível não me lembrar das pessoas ao longo da minha vida falando sobre a importância de aproveitar a juventude. Tenho 36 anos, ainda sou muito jovem, e minha saúde e disposição me permitem realizar praticamente tudo o que almejo, apesar de os joelhos já não proporcionarem a mesma segurança de dez anos atrás. O que mais me preocupa, com o passar dos anos, não é apenas o físico, e sim como minha mente e meu comportamento amadurecem. Por quanto tempo manterei o espírito de busca e a disposição da juventude? Será que são os joelhos e as costas que me impedem de passar a noite em um rolê com os amigos ou já não acho mais tão bacana? Sinto que a maturidade que a vida nos proporciona nos torna mais sábios e, ao mesmo tempo, mais conservadores em nossas atitudes e ações, gerando uma linha tênue entre correr riscos desnecessários e ser medroso, ter experiência e discernimento, mas se fechar ao novo. No romance Nova Revolução Humana, escrito pelo Dr. Daisaku Ikeda, o jovem Shin’ichi (personagem do autor na obra) reflete sobre o envelhecimento: Embora as pessoas tendam a encarar o envelhecimento de forma negativa, como a diminuição das próprias capacidades, na verdade se trata de uma realidade inevitável que todos terão de enfrentar e deve ser considerada um somatório desejável, o ápice de tudo na vida.1 O surgimento de cabelos brancos e a crítica às novas músicas em detrimento daquelas da adolescência podem parecer algo ruim, mas, na verdade, é o resultado da grande busca que fizemos na juventude: crescer, amadurecer e desbravar novas aventuras. Na sequência, Shin’ichi menciona uma carta que escreveu: Não considero a juventude algo restrito à idade cronológica ou mesmo ao vigor físico. A verdadeira glória da juventude, a meu ver, consiste em manter as convicções da juventude com a mesma paixão até a morte. (...) Para mim, é muito importante preservar esse tipo de “juventude vitalícia”; e espero nunca perder essa fundamental juventude de espírito.2 O tempo passa, e talvez a tendência de um mortal comum seja, de fato, sucumbir aos estereótipos das pessoas mais velhas. Entretanto, como jovem discípulo do sensei, aprendi, desde a juventude, com o próprio exemplo do Mestre, como me manter jovem. Cada vez mais nos tornaremos jovens veteranos, porém, definitivamente, não seremos o Titônio da nossa época. Seja aos 30, 50, 60 ou 90 anos, sempre conquistaremos a eternidade com jovialidade a partir das nossas ações e do espírito incansável de busca. Edjan Santos Colaboração No topo: Getty Images Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 54, 2019. 2. Ibidem, p. 55.
04/09/2024
Crônica
TC
Mil anos de serviços
No silêncio contemplativo de uma manhã ensolarada, Shakyamuni, o Buda, ponderava sobre a vastidão do conhecimento que ainda ansiava adquirir. O ar ao seu redor parecia vibrar com uma energia serena, enquanto ele se perguntava quem poderia ser o próximo mestre a iluminar sua jornada espiritual. Foi nesse momento de profunda introspecção que um sábio se aproximou, carregando consigo uma promessa de sabedoria, mas com uma condição singular e exigente: “Mil anos de serviços”. Para muitos, a ideia de mil anos de serviços seria uma barreira intransponível. No entanto, Shakyamuni, um príncipe que nunca havia realizado trabalhos manuais, viu nessa condição uma oportunidade. Ele se alegrou diante do desafio, percebendo que não era o tempo ou a dificuldade da tarefa que importavam, e sim o espírito com que se entregaria a ela. Seu desejo fervoroso de aprender, de ensinar sobre a Lei e de salvar o seu povo o impulsionava a aceitar essa missão com entusiasmo. A narrativa desses mil anos de serviços transcende a mera narrativa. Não há registros que confirmem se Shakyamuni completou ou não esses serviços, porém, a essência dessa história reside no espírito de procura, na disposição para enfrentar qualquer desafio em nome do aprendizado e da iluminação. Essa disposição, essa alegria em realizar o trabalho independentemente do tempo que duraria, é um testemunho do compromisso de Shakyamuni com a sua missão espiritual. Esse espírito de procura é uma lição atemporal que ressoa profundamente no coração do budismo. Ele nos ensina que o valor do esforço não está na duração ou na natureza da tarefa, mas na intenção e na dedicação com que nos lançamos a ela. Shakyamuni encarou o desafio com uma alegria digna, refletindo um espírito que todos nós podemos cultivar em nossa vida diária. Assim, a história de Shakyamuni e os mil anos de serviços se tornam um farol que ilumina nosso caminho, lembrando-nos de que o verdadeiro valor está na jornada e no compromisso com o aprendizado contínuo. É essa busca incessante pela sabedoria e pela transformação que define o espírito do budismo e que nos inspira a cada dia a nos dedicar com alegria e disposição, dignos do espírito de procura. Ricardo Shin-iti MiyamotoDiretor-presidente da EBS Foto: Getty Images
12/08/2024
Crônica
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“Postura exuberante na mente e no corpo”
Integrei a banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil durante 22 anos. Recordo-me de inúmeros momentos maravilhosos, desafiadores e alegres vividos em meio à seriedade do grupo e envoltos pelo sentimento de corresponder ao presidente Ikeda, o qual fundou a Kotekitai com esforço e carinho. Em um dos versos de um poema dedicado ao grupo, Ikeda sensei escreveu: “Postura exuberante na mente e no corpo”. Essa frase é uma das mais marcantes para mim. Lembro-me de que, em cada detalhe, nos ensaios e nas apresentações, as responsáveis nos diziam: “Postura exuberante na mente e no corpo!”. Até quando estávamos sentadas no chão ou na cadeira a “postura exuberante na mente e no corpo” tinha de ser colocada em prática. Ao longo dos anos, cresci, amadureci e pouco a pouco compreendi o que significava cada palavra dessa expressão. Ingressei no ensino superior, formei-me e entrei para o mercado de trabalho; cada vez mais essa frase passou a fazer sentido em minha vida. Aqueles longos e intensos fins de semana com sol, chuva, percorrendo muitos quilômetros de distância de casa, fortaleceram a minha vida. Eles me fizeram compreender que, para ser uma pessoa de confiança, mostrar e representar a Soka Gakkai e o Mestre na sociedade, precisava ter uma postura e uma atitude diferentes. Em uma das últimas empresas em que trabalhei, minha chefe e meus colegas sabiam que eu era budista. Em diversos momentos, compartilhava com eles as atividades e os movimentos que realizávamos na organização. Posso dizer que conquistei a confiança deles pelo meu compromisso com os deveres diários e por ser uma pessoa séria e dedicada. Tudo isso é fruto do que aprendi com minha família, com Ikeda sensei e com a Kotekitai por meio do treinamento que recebi das veteranas e líderes do grupo. Sempre senti, e ainda sinto, que pertencer à Soka Gakkai faz toda a diferença em minha vida. Na Divisão dos Estudantes, aprendi a ter sonhos e quão importante era estudar. Na Kotekitai, soube quem era o presidente Ikeda e vi nele meu mestre da vida, sem idolatria. Despertei para a consciência de que ele era uma pessoa que, com suas atitudes, transmitia aquilo que expressava: integridade, sinceridade, esforço, coragem e muitas outras palavras de encorajamento. Finalizo com o trecho de uma carta que Nichiren Daishonin escreveu a um discípulo. Nela, ele fala sobre a sinceridade do nosso coração refletida em nosso comportamento: O coração de todos os ensinamentos que o Buda expôs ao longo de sua existência é o Sutra do Lótus, e o coração da prática deste sutra se encontra no capítulo “Jamais Desprezar”. Qual é o significado do profundo respeito que o bodisatva Jamais Desprezar sentia por todas as pessoas? O propósito do advento do buda Shakyamuni, senhor dos ensinamentos, neste mundo reside em seu comportamento como ser humano. A respeito desse trecho, o presidente Ikeda assegura: “O segredo reside em sempre agir com sinceridade, manter um compromisso inabalável e ter seriedade total. E, acima de tudo, possuir coragem. Somente por meio de ações desse tipo podemos tocar genuinamente o coração dos outros”.2 Camila Akama Colaboração Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 113, 2017. 2. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 168-169, 2019.
01/07/2024
Crônica
TC
Sintonizados com sensei por meio da oração, ação e comprovação
O sino no oratório budista é um acessório que, antes mesmo de aprendermos a oração, prepara nossa postura, mente e coração para entrarmos em consonância com o Gohonzon e o Mestre. Ao ouvirmos o som do sino, seja em casa, seja em alguma reunião, já sabemos que a oração vai começar. Sintonia é a similitude no sentir e no pensar. Estive refletindo sobre como saber se estamos na mesma frequência do presidente Ikeda. Este ano, vivenciei um momento extraordinário: fui às terras do Mestre, representando todos os amigos do Brasil em um curso de aprimoramento. Desde o instante em que soube dessa oportunidade, meu foco foi ajustar minha frequência para estar ainda mais em sintonia com Ikeda sensei. Para mim, ir ao Japão, além de cumprir a missão de participar do curso de aprimoramento, é o retorno à minha terra de treinamento da juventude. Com uma grande decisão, o universo se movimenta. Faltando um mês para a viagem, minha filha mais nova ficou doente. Às vésperas do dia 16 de março, sua condição se agravou. Eu estava confiante na melhora dela. Também não tinha dúvidas de que, no dia 16 de março, meu distrito seria vitorioso nos cem jovens e no Kofu e de que minha filha teria alta no tempo certo. Eram muitos acontecimentos e oportunidades. Era hora de orar ainda mais daimoku. Ikeda sensei direciona: Tudo funciona de acordo com esse delicado equilíbrio regido pelo rigoroso princípio da unicidade da vida e do vasto Universo. O mesmo princípio se aplica a cada vida individual — a cada microcosmo. A ciência, por sua vez, dedica-se a investigar a realidade, embora invisível, das leis naturais. [...] A Lei Mística também é invisível. Apesar disso, não há dúvidas sobre a sua existência. Nichiren Daishonin revelou o supremo objeto de devoção, o Gohonzon, na forma de um mandala para que pudéssemos extrair e manifestar o poder da Lei Mística de nossa vida. [...] Quando fazemos o gongyo e o daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo.1 O movimento para nos sintonizar estava acontecendo! Minha filha foi a agente desse equilíbrio. E assim, no dia 9 de abril, embarcamos para o Japão com tudo resolvido. Meu distrito garantiu a vitória dos cem jovens e 100 mil jovens se uniram à rede humanística da BSGI. Além disso, mais duas famílias participaram do Kofu e minha filha estava novinha em folha. Ao chegar no Japão, fomos recepcionados pelas cerejeiras e pelo Monte Fuji. Dias de céu azul e temperatura agradável. Todos os elementos apreciados pelo Mestre estavam presentes, sintonizados. A vida de Ikeda sensei, já em fusão com o universo, estava conosco em cada lugar. Por meio da oração, ação e comprovação, o encontro com o Mestre aconteceu! Com essa experiência, reconfirmei o poder da oração, da decisão e do juramento. Ikeda sensei afirma: A força das mulheres é como a força do solo. Quando o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.2 Todos os dias, de manhã e à noite, ao tocar o sino, meu coração vibra na frequência do universo com a certeza de que naquele momento acontece a minha sintonia com Ikeda sensei. Yukie Endo Redação Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 135-136. 2. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 52.
03/06/2024
Crônica
TC
Cultive diariamente o “espírito de doação”
Ao consultar meu BS+, constatei que o espírito de doação na SGI não se limita apenas às contribuições materiais, mas contempla todos os tipos de oferecimento em prol do avanço do movimento pelo kosen-rufu da organização e do desenvolvimento de seus membros. Para exemplificar, em relação à prática do gongyo e do daimoku diários, muitas vezes efetuamos, mesmo inconscientemente, diversos tipos de doação, tais como oferecimentos de incenso, velas, água, frutas, ramos verdes e outros. Além disso, encontrei ensinamentos budistas que apontam exemplos de doação: - Doação dos olhos: Diz respeito à importância de olhar as pessoas com benevolência e calor humano. - Doação do rosto gentil e sorridente: Refere-se à importância de manter um rosto sorridente, fazendo com que todo o ambiente se torne alegre. - Doação de palavras gentis: Ressalta a importância de proferir palavras gentis e respeitosas aos outros. - Doação do corpo: Significa agir de forma respeitosa em qualquer situação e lugar, dando importância à disciplina e à educação. - Doação do sentimento: Diz respeito a relacionar-se com outras pessoas com boa vontade e gentileza, sustentando sempre a fé, a benevolência e a consideração pelos outros. - Doação do lugar: Corresponde a ceder o local para propagar a Lei. - Doação da casa: Refere-se ao oferecimento do próprio lar para as atividades. Refletindo sobre os vários tipos de “doação”, gostaria de destacar a doação do nosso “tempo” e a doação da “nossa vida” em prol da nossa felicidade e da felicidade de outras pessoas. Ikeda sensei citou certa vez: “Para nós, não poupar a vida significa recitar constantemente Nam-myoho-renge-kyo, sem nenhum temor, e nos dedicar de corpo e alma para comprovar a fé — pelo bem do mundo, do futuro e de todas as pessoas”.1 Ao assistir a um filme, chamado O Preço do Amanhã,2 ele me fez refletir sobre a importância do tempo, da nossa existência, ao lado das pessoas que amamos, nossa família e nossos amigos. Não desperdiçar o tempo e doá-lo, utilizando-o da melhor forma, fazendo o bem, vivendo com propósito e aproveitando as oportunidades que a vida nos proporciona. O filme reforçou o incentivo de uma líder da Divisão Feminina (DF) com quem dialoguei em determinada ocasião. Naquele momento, comentei: “Não tenho tempo, mas tenho muita disposição!”. Sorrindo, ela me respondeu: “Fique tranquila, o mais importante é a sua” disposição e o sentimento de dar o seu melhor no que estiver fazendo”. Aliás, ela deixou uma orientação do Mestre que consta no volume 21 da Nova Revolução Humana3 sobre como conciliar a vida com tantas responsabilidades e ainda ter tempo de doar a vida pela felicidade das pessoas. O presidente Ikeda é para nós um grande exemplo de doação. Ele considera cada encontro com as pessoas como se fosse o último entre eles. Assim, Ikeda sensei se dedica ao máximo para oferecer nem que sejam algumas palavras de incentivo, com o forte desejo de que cada pessoa se torne realmente feliz e vitoriosa. Ele não desperdiça nenhuma oportunidade, perguntando a si mesmo se não existe mais alguém a quem possa encorajar. Dessa forma, tendo o Mestre como exemplo, convido você a viver uma vida aplicando o espírito de doação em todos os sentidos. E, com muita sabedoria da prática da fé, busque cultivar uma vida de vitórias e de realizações, junto com os familiares, a localidade e a sociedade. Selma Inoguti Colaboração Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 499, mar. 2010, p. 43. 2. O PREÇO do Amanhã. Direção/roteiro: Andrew Niccol. Produção: Andrew Niccol, Eric Newman, Marc Abraham. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2011 (1h49). 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 274, 2019.
01/03/2024
Crônica
TC
Vínculo de mestre e discípulo é eterno
Estamos todos profundamente sentidos pelo falecimento do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda. Desde a juventude, Ikeda sensei, nosso mestre da vida, consagrou sua existência como grande herói da paz. Ele nos deixou um cristalino modelo de revolução humana, embasado no humanismo do Budismo de Nichiren Daishonin. Aos 19 anos, conheceu o seu mestre, Josei Toda. A partir desse momento, um vínculo inquebrantável de mestre e discípulo se formou. Ikeda sensei relembra com carinho aquele encontro: Naquela época, eu ainda não compreendia os profundos ensinamentos do budismo. Minha família também se opunha fortemente à minha decisão. Mas transcendendo esses problemas superficiais, fiquei profundamente impressionado com o caráter de Josei Toda. (...) Minha intuição de jovem dizia-me que podia seguir com segurança aquele homem que havia sido preso durante a guerra em defesa da paz e do budismo.1 Após esse episódio decisivo na vida de Ikeda sensei, ele se dedicou integralmente, ao longo de 76 anos, a materializar os sonhos dos Mestres Soka. Assim, Daisaku Ikeda, genuíno discípulo, consolidou a verdadeira essência da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi), que corresponde ao espírito de Nichiren Daishonin pelo kosen-rufu. E foi com esse ímpeto de dar vida aos sonhos do seu mestre que Ikeda sensei propagou os ensinamentos do humanismo budista para o mundo, percorrendo, no período de seis décadas, 54 países e territórios. Em cada oportunidade, ele semeava as sementes da esperança, da coragem e da confiança no coração daqueles com quem se encontrava. Atualmente, o fruto dessa sincera e intensa devoção é uma organização repleta de pessoas em cada canto do globo, empenhadas inteiramente no estabelecimento da paz, a começar pelo local em que se encontram. Mesmo em meio às grandes perseguições e adversidades que tentaram obstruir o avanço do kosen-rufu durante essa jornada, Ikeda sensei consolidou o Budismo Nichiren, na sua melhor e clara expressão, como um ensinamento da revolução humana — sempre conectado ao coração do seu mestre, Josei Toda. Em uma ocasião, o presidente Ikeda fez a seguinte afirmação: Praticamente tudo o que sou hoje devo ao meu mestre, Josei Toda. A relação de mestre e discípulo é uma relação que existe unicamente entre os seres humanos. Nela se encontra a essência da existência humana. É meu desejo legar tudo o que possuo aos meus jovens sucessores. Quero confiar o futuro a eles. Espero que vocês, meus discípulos, compreendam plenamente esse meu sentimento.2 A partir da relação firmada com o Mestre, todos nós compreendemos o real sentido da vida, e por isso podemos afirmar que essa ligação com a vida de Ikeda sensei é eterna e imutável! Dessa forma, com a assídua prática da fé fundamentada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”, vamos juntos, cada qual construindo uma existência vitoriosa, realizar os sonhos do nosso mestre, Daisaku Ikeda — de um mundo de paz e coexistência harmoniosa. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Ilustração: Getty Images Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 413, jan. 2003, p. 7. 2. Idem, ed. 412, dez. 2002, p. 7.
08/01/2024
Crônica
TC
Aproveitar ao máximo as dificuldades
O despertador toca. Ativo o modo soneca: mais dez minutos. Toca novamente, mas acabo ficando na cama… Pulo de susto e corro para fazer tudo a tempo antes de sair de casa. O gongyo, coitado, sai todo atropelado, mas feito. Chamo um táxi pelo aplicativo para ir mais rápido ao metrô, mas a hora avança, e o serviço, é concorrido. Depois de três motoristas aceitarem a corrida e, em seguida, a cancelarem, começo a recitar daimoku de desespero, até que um quarto motorista finalmente vem; contudo, demora a chegar. Nesse meio-tempo, penso que poderia ter aproveitado para fazer gongyo com mais qualidade, agora não dá mais. Chego à estação, o metrô está lotado devido ao horário de pico. Enquanto a composição avança devagar, fico me perguntando por que tudo conspira contra mim. Para completar esse trajeto, ao descer, uma pessoa com mais pressa que eu esbarra em uma terceira que derruba sua garrafa de água molhando meu pé. Com o passar das horas, ocorrem diversos outros desafios. No fim, a sensação é negativa — dia ruim. Alguns desses contratempos já aconteceram vez ou outra na minha vida, e provavelmente na sua também. Porém, além dos desastres em si, gostaria de fazer uma reflexão sobre o significado de um dia como esse. Qual foi o ponto crítico que gerou a cadeia de desventuras? Se você imaginou que foi a demora para sair da cama, chegou perto; e acertou quem pensou na priorização. A personagem não soube priorizar o que realmente importava diante de uma situação que ficou cada vez mais desafiadora. Ikeda sensei explica: É preciso considerar o que é prioritário no momento. (...) É preciso analisar caso a caso. Em vez de ver tudo com visão imediatista, é importante possuir também uma perspectiva de longo alcance. No entanto, qualquer que seja a situação, esforce-se na juventude de tal forma que tenha a convicção de ter feito o melhor em tudo. (…) Viver significa fortalecer a si próprio e avançar sempre, criando equilíbrio dentro das tensões provocadas por situações conflitantes. (…) A verdadeira prática budista e o fortalecimento da vida são conseguidos realizando todas as tarefas mesmo que sejam árduas. Esses esforços se converterão em um precioso tesouro para a sua vida. Se sentirem que a vida está sofrida e angustiante, procurem criar tempo para orar mesmo que seja por um curto momento. Assim, farão emergir a energia para o desafio e poderão abrir um novo caminho. Com o passar do tempo, atingirão uma condição de vida em que se empenharão nas atividades em prol do kosen-rufu livres de quaisquer impedimentos. Muitos pensam que é uma perda de tempo passar por dificuldades, mas, em longo prazo, tudo será vantajoso porque com isso se cria um valioso tesouro para a vida. Aproveitem ao máximo as dificuldades que encontrarem.1 Não estamos livres de viver dias desafiadores. Tudo depende de como lidamos com cada impasse que enfrentamos. Quando temos a prática da fé como ponto primordial, conseguimos inclusive “aproveitar ao máximo as dificuldades” e tirar o melhor proveito, aprendizado e significado de cada um deles, fortalecendo-nos e capacitando-nos a desfrutar um futuro ainda melhor. Esse é meu objetivo também. Livia Endo Colaboração Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 129-130, 2018. Foto: Getty Images
01/09/2023
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