Brasil Seikyo
Incentivo do líder
BS
Eu tenho de vencer!
Caros leitores do amado Brasil Seikyo! Entramos no mês de agosto de profundos significados. O mais importante, e o que nos reforça a praticar este budismo e a manter a relação profunda de mestre e discípulo, é o encontro ideal entre o jovem Daisaku Ikeda e Josei Toda, ocorrido em uma reunião de palestra, no dia 14 de agosto de 1947. Naquele ano, o cenário do Japão era de desesperança. O país, bombardeado pela guerra, voltava a se reerguer, mas a situação não era satisfatória. Todos viviam mergulhados no sofrimento. Entretanto, dentro de uma pequena sala, na reunião de palestra da Soka Gakkai, pulsava a chama da esperança. Uma pequena sala com muitos significados. Em dez dias, desse encontro ideal, o jovem Ikeda determina se converter ao Budismo Nichiren e, assim, Josei Toda se torna seu mestre. Juntos, com essa relação única, transcendem tempo e espaço. Como um jovem que lutava em meio ao caos do pós-guerra no Japão, eu tentava ardentemente encontrar o significado da vida. Então, conheci o Sr. Toda. Ali estava um homem que havia sido preso por se opor ao governo militar japonês [durante a Segunda Guerra Mundial]. Instintivamente, senti que podia confiar nele. Meu encontro com o Sr. Toda foi um encontro com o Sutra do Lótus. Todo o empreendimento humano inspira-se pelos esforços em responder às seguintes questões: de onde viemos, para onde vamos e por que estamos aqui?1 Completados 77 anos desse encontro ideal, estamos nós, em agosto de 2024, reconfirmando que a unicidade de mestre e discípulo ultrapassa os limites do tempo e a distância física. Essa unidade está presente no coração daqueles que se empenham para concretizar o kosen-rufu, e essas pessoas somos nós, cada qual, em nosso local de missão. Estar na órbita de mestre e discípulo possibilita o avanço ininterrupto da organização e da vida pessoal, porque a ação para eu me tornar uma pessoa melhor é o que significa revolução humana. Não podemos pensar: “Ah, este é o meu jeitinho”. Caso esse seja meu pensamento, então não estou enxergando o grande brilho da prática da fé: o de transformar nossa vida. Ao me levantar com uma postura renovada, sou capaz de identificar tudo o que impede meu avanço e crio a convicção ideal para suportar e enfrentar as questões da minha vida com a certeza da vitória. Qual é a essência da nossa vida? É a condição de Buda. Como atinjo essa condição? Levantando-me com a coragem de erradicar a miséria do meu coração, pois, ao recitar daimoku com fé no Gohonzon, em minha vida ilumina o estado de buda. Em agosto, comemoramos também o estabelecimento do Dia da Divisão Sênior, em alusão à conversão de Ikeda sensei ao budismo, em 24 de agosto de 1947. Finalizo com uma orientação do presidente Ikeda dedicada aos integrantes da Divisão Sênior. Ele diz: “A coragem e as ações dos homens criam a solidariedade que conduz a uma retumbante vitória”.2 Assim, como a decisão do jovem Ikeda, aos 19 anos, reconfirmemos a nossa decisão única de evidenciar o nosso melhor aspecto e que nossas ações estejam voltadas para a concretização do kosen-rufu, começando pelo nosso coração. Notas:1. Terceira Civilização, ed. 468, ago. 2007, p. 6. 2. IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 188.
08/08/2024
Encontro com o Mestre
BS
Postura de um monarca
Como a catarata Em junho de 1971, o presidente Ikeda visitou o Desfiladeiro Oirase, que fica na província de Aomori, Japão, com um grupo de representantes de toda a região de Tohoku. O Centro de Treinamento de Tohoku, em Aomori, fica bem perto do desfiladeiro. Ao avistar uma poderosa catarata, Ikeda sensei fotografou-a e compôs um poema, que enviou a um amigo: Como a catarata, impetuosa. Como a catarata, incansável. Como a catarata, destemida. Como a catarata, jubilosa. Como a catarata, imponente. Um homem deve ter a postura de um monarca! O Mestre comenta: Este é um poema que compus no Desfiladeiro Oirase, que fica na região de Tohoku. Meus amigos da Divisão Sênior estão se esforçando corajosamente em seus empreendimentos, fazendo jus a essas palavras. (...) Como uma catarata! Ferozmente, incansavelmente, sem nada temer, com alegria e altivez. Nós lutamos e nos empenhamos com o espírito dos campeões, conquistando uma vitória após outra. Juntos, vamos conquistar novas e retumbantes vitórias em nosso movimento pelo kosen-rufu com energia e alegria. Vivam plenamente e conquistem a vitória máxima, obtenham sem falta a eterna boa sorte nesta existência. Fontes:Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 21 de junho de 2024.Brasil Seikyo, ed. 2.096, 20 ago. 2011, p. A3. *** [Em 1994], fui convidado pela renomada Universidade de Glasgow, do Reino Unido, a visitar a instituição. Houve uma solene cerimônia em que tive a honra de receber o título de doutor honoris causa. Foi o Dr. J. Forbes Munro (na época, presidente do Conselho Universitário) que, ao ler a carta de recomendação para minha indicação, fez ressoar por várias e várias vezes o nome do meu mestre, Josei Toda, no Bute Hall. O Dr. Munro concluiu sua fala recitando o poema Como a Catarata, que havia redigido para representar a Cachoeira Oirase, na província de Aomori, região de Tohoku: “Como a catarata, impetuosa. / Como a catarata, incansável. / Como a catarata, destemida...” [Nota do editor: O Dr. Munro havia encontrado o poema num livro traduzido para o inglês pelo respeitado tradutor Burton Watson. Ele acreditava que seus versos faziam uma descrição exata da vida de Ikeda sensei.] Até hoje aquela voz profunda não se afasta do meu coração. (...) Foto tirada por Ikeda sensei retrata a grandiosa natureza de Oirase, em Aomori, Japão (jun. 1971) O Pico da Águia se encontra aqui O buda Nichiren Daishonin indicou solenemente: Seja qual for, o local em que se pratica o veículo único do Nam-myoho-renge-kyo torna-se o Pico da Águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila.1 O Pico da Águia não se encontra em algum lugar longínquo. A terra onde se levanta agora para cumprir sua missão é o Pico da Águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila. É a fonte de energia do kosen-rufu mundial. O ato de definir concretamente essa determinação em sua vida é a própria prática da fé. Deve-se recitar daimoku do juramento seigan para a expandir o kosen-rufu e para ampliar o diálogo da coragem e da esperança. Nossa vida é a própria vida do Buda. Por essa razão, quaisquer que sejam os obstáculos e as maldades que surjam competindo entre si, não há por que deixar de realizar a transformação do destino. Não será derrotado em hipótese alguma. Não será destruído por nada, e jamais será violado. O verdadeiro palco para edificar essa condição de felicidade absoluta são nosso honroso distrito e nossa comunidade. (...) Presidente Ikeda participa de sessão de fotos comemorativas, dividida em doze partes com três horas de duração, na cidade de Aomori (13 jun. 1971) Na vanguarda da nova era Na obra Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], visualizando o rumo da humanidade, Makiguchi sensei clamou pela grande transformação da “competição militar”, da “competição política” e da “competição econômica” para “competição humanística”. Os jovens Soka são aqueles a se tornar vanguardistas nessa corrida humanística e da justiça. Em uma passagem dos escritos enviada para a monja leiga Myoshin, que perseverava com uma fé límpida, Daishonin afirma: Este ideograma myo é a lua, é o sol, são as estrelas, é um espelho, são as roupas, a comida, as flores, a grande terra e o grande mar. Todos os benefícios juntos formam o ideograma myo. Além disso, é a joia da realização dos desejos.2 Cidadãos globais emergidos da terra que abraçam e praticam o supremo princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, com o ritmo sonoro da Lei Mística que atravessa a vida e o universo, transformem sua condição de vida e a dos outros, unam-se em rede de solidariedade conjunta e conduzam a sociedade global rumo à paz! Avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro! No topo: 1ª Convenção Geral de Aomori, realizada no Centro de Treinamento de Tohoku (26 ago. 1994). Fotos: Seikyo Press Fontes:Brasil Seikyo, ed. 2.096, 20 ago. 2011, p. A3.Idem, ed. 1.901, 28 jul. 2007, p. A3. Notas:1. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 811.2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 879-880.
08/08/2024
Matéria da Divisão Feminina
BS
Ser feliz neste exato momento
Queridas amigas! Desejamos que todas estejam bem. Chegamos em julho, início do segundo semestre do “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Quantas oportunidades tivemos durante esses primeiros seis meses, não é mesmo? Celebramos os 31 anos da Divisão Feminina do Brasil, apoiamos os jovens na rede dos cem jovens por distrito e na maravilhosa Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, culminando nos encontros comemorativos alusivos aos 73 anos da nossa amada divisão, considerando ainda o trabalho e a família. Agradecemos a todas, do fundo do coração, pela correria no planejamento, daimoku, diálogos e visitas. Gratidão! Ikeda sensei afirma: As vitórias em cada tarefa diária se acumularão como boa sorte e produzirão grandes benefícios no futuro. Ao atuarmos dessa forma, aprendemos também a fórmula para vencer no curso da vida. Por outro lado, a convicção que formamos em nosso coração ao participar das atividades se manifestará como uma grande força para podermos superar as dificuldades da nossa vida. Nos escritos consta que “budismo é vitória ou derrota”.1 Isto quer dizer que a vida se resume em vitória ou derrota; não há meio-termo. Ou somos derrotados pelas maldades que tentam destruir nossa vida ou vencemos dignamente como seres humanos. Podemos dizer que a felicidade é uma luta que se inicia vencendo, antes de qualquer coisa, fraquezas como a covardia, o medo, a preguiça etc. A revolução humana significa vencer a si mesmo. A academia onde se exercita a revolução humana é o palco das atividades da Gakkai.2 Que oportunidade única em nossa vida poder transformar, de forma positiva, tudo à nossa volta, revolucionando a nós próprias e apoiando aqueles ao nosso redor! “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade” é a quarta diretriz eterna da Soka Gakkai. E um ponto importante é que, para dar conta de tudo, precisamos cuidar da nossa saúde física e mental. Que tal aproveitar o período de recesso e passar um tempo com a família, assistir a doramas, iniciar a academia ou simplesmente sentar-se e relaxar? De acordo com a Constituição da Organização Mundial da Saúde: “A saúde é um estado de completo bem‑estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”.3 Sabemos que a correria do dia a dia é diferente para cada uma de nós, mas encontrar um equilíbrio é fundamental para viver cada dia mais feliz. O que constitui a verdadeira saúde? Compartilhamos um trecho do pensamento do nosso querido mestre na Nova Revolução Humana: Saúde não é apenas a ausência de doenças. Tampouco consiste simplesmente no bem-estar físico. Saúde genuína é o estado no qual tanto o corpo como a mente estão vigorosa e solidamente engajados no processo de criação. A verdadeira saúde é a capacidade de superar todas as formas de adversidades e empregar até mesmo a pior das circunstâncias como um trampolim para um novo crescimento e desenvolvimento. Explicando de forma simples, a essência da saúde é a constante renovação e rejuvenescimento da vida. A entidade fundamental que torna possível tal renovação da vida pode ser percebida dentro de nós como o mundo do estado de buda ou a condição de vida do Buda. Acredito que o Budismo Nichiren, que abre o caminho para essa renovação da vida no mundo real, ensine a fórmula para se manter a saúde no âmbito mais fundamental.4 Preciosas companheiras, com base na oração de “muito mais daimoku”, vamos cuidar da nossa saúde e reconfirmar os objetivos que lançamos. Que venha o segundo semestre e com ele muitas alegrias e vitórias! Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 95, 2019. 2. IKEDA, Daisaku. Expansão. Nova Revolução Humana. v. 8. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. 3. Cf. Disponível em: https://aps.bvs.br/lis/resource/?id=22006. Acesso em: 5 jul. 2024. 4. IKEDA, Daisaku. Tesouro da Vida. Nova Revolução Humana. v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. *** “Ao cuidar de si, você se capacita a cuidar melhor dos outros” Sueli Ogawa Consultora da Divisão Feminina da BSGI “Petaculosa” amiga! Espero que esteja bem. A frase do título acima é do escritor Franklin S. Carter. Com base nela, para este mês na matéria da Divisão Feminina, quero compartilhar uma mudança que iniciei em minha rotina diária. Meu marido, meus pais e eu moramos no litoral de São Paulo e, diferentemente de residir no centro da capital, agora tenho tudo a meu favor para fazer alguma atividade física, porém estava sempre adiando. Meus amados filhos constantemente chamavam a minha atenção para fazer caminhada na praia ou andar de bicicleta e eu dava uma desculpa de que um dia iniciaria. No começo do ano, criei coragem, determinei e passei a caminhar três vezes pela manhã na semana. Com essa decisão, faço meu gongyo, preparo o café da manhã, deixo a mesa arrumada para meus pais e meu marido, uso protetor solar e vou caminhar. Ao retornar para casa, após o banho, tomo meu café e recito daimoku. Confesso que, no início, o trajeto era modesto, mas, aos poucos, fui aumentando e consigo caminhar de quatro a seis quilômetros. Nosso querido mestre nos orienta: Temos de exercitar nosso pensamento com o estudo, nosso corpo com atividades físicas e esportes, e nossa condição de vida interior com daimoku. Quando nossa condição de vida muda, nosso pensamento e nosso corpo também mudam, ficando renovados e revitalizados. O daimoku carrega nossas baterias. Se tomarmos o cuidado de carregar as baterias com frequência, ficaremos sempre cheios de energia e vitalidade. Se não fizermos isso, não teremos energia no momento em que mais precisarmos e isso poderá fazer com que sejamos derrotados pelo nosso ambiente.1 E no livro Arte da Longevidade2, ele nos ensina: Se eu sugerisse quatro regras concretas para se manter a saúde, essas regras seriam: Em primeiro lugar, “dormir bem”. Em segundo, “andar bastante”. Em terceiro, “não se zangar”. Em quarto, “não comer em excesso”. Todas parecem simples, mas são importantes fundamentos. Vamos fazer de todos os dias os melhores da nossa vida e viver “Mais um Dia Feliz com Muito Mais Daimoku”, com uma pitada generosa de “SAL” [sabedoria, alegria e leveza] e com saúde! Um carinhoso abraço! Sueli, à dir., caminhando com amigas na orla da praia Dica de leitura Livro Arte da Longevidade. Mais informações no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE): https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-arte-da-longevidade Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.484, 14 nov. 1998, p. 4. 2. IKEDA, Daisaku. Erguer-se ao Céu — O Espírito do 77º aniversário. Arte da Longevidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. *** Felicidade Uma pesquisa sobre felicidade realizada na Universidade Harvard1 constatou que as pessoas precisam de relacionamentos calorosos para ser felizes, desenvolver aptidão social da mesma forma que desenvolvem músculos na academia. Esta pesquisa demonstrou que as pessoas que conseguem ter relacionamentos calorosos têm menor probabilidade de contrariar doenças físicas e mentais com o passar dos anos. Em nossas atividades pelo kosen-rufu, em cada encontro, aprendemos a manifestar essa condição por meio do diálogo, do estudo do budismo e participando ativamente da construção da nossa organização. Encontros realizados no mês de junho pela Divisão Feminina No livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, v. 1, Ikeda sensei cita seis condições para conquistar plena felicidade: 1. Senso de realização. 2. Possuir uma profunda filosofia. 3. Ter convicção. 4. Viver com alegria e entusiasmo. 5. Coragem. 6. Tolerância. E o Mestre comenta: As seis condições mencionadas estão essencialmente contidas na única palavra “fé”. Uma vida baseada na fé é uma vida de insuperável felicidade. Daishonin declarou: “Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.2 Desejo que todos saboreiem a verdade dessas palavras profundamente em sua vida e, colocando-as em prática, demostrem maravilhosas comprovações.3 Dica de leitura Livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, v. 1. Mais informações no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE): https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-sabedoria-felicidade-budismo Notas: 1. Cf. https://revistapegn.globo.com/gestao-de-pessoas/noticia/2023/02/esta-e-a-chave-para-a-felicidade-segundo-estudo-de-harvard-que-levou-85-anos-para-ser-concluido.ghtml. Acesso em 8 jul. 2024 2. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 212. 3. IKEDA, Daisaku. O que é a Verdadeira Felicidade. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 39-44, 2022. Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Arquivo pessoal | Colaboração local | Reprodução
11/07/2024
Incentivo do líder
BS
Decisão é ação
Após 28 anos sendo contra eu e minha irmã praticarmos o budismo da Soka Gakkai, nossa mãe decidiu se converter a esse ensinamento e consagrar o Gohonzon em sua casa. Ela mora no Distrito Federal, e eu estava passando alguns dias de férias por lá. Rapidamente, os líderes daquela localidade se empenharam de uma forma tão generosa que minha mamãe e minha irmã mais nova se tornaram membros da BSGI no dia 30 de dezembro de 2015. Comecei este incentivo citando esse acontecimento de minha vida para demonstrar que, apesar de a organização estar de recesso das atividades naquele período, isso não foi impedimento para que a conversão delas fosse concretizada. O ano 2024 tem sido muito intenso. Exatamente por não termos mais a presença física do nosso mestre, a decisão de seus discípulos tem sido inquebrantável. Dando início à série de encontros comemorativos das divisões, tivemos a estreia com a Divisão dos Estudantes (DE) em abril, seguida da inenarrável Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo em 26 de maio. Em junho, vieram os famosos encontros da Divisão Feminina (DF), a segunda etapa do Kofu e a partida dos representantes do Brasil para o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI no Japão. Enfim, o primeiro semestre foi repleto de oportunidades. Esse é o movimento pelo kosen-rufu na Soka Gakkai e o retrato fiel do mundo da fé, no qual o tempo é usado de forma inteligente e sábia. O tempo é escasso e inacumulável, tornando-o o recurso mais valioso de que dispomos, e é nele que construímos nossa vida. Começando o segundo semestre, tradicionalmente, em julho ocorre o famoso recesso escolar ou das atividades da organização. Este mês marca as celebrações do aniversário da Divisão dos Jovens (DJ) a cujos integrantes o presidente Ikeda delegou o futuro do kosen-rufu. Em um episódio da Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei, ele orienta: Em qualquer esforço, rapidez é essencial. O desafio está em aproveitar ao máximo o tempo limitado de que se dispõe. O clássico chinês Registros do Grande Historiador afirma: “É difícil achar a oportunidade certa, e fácil perdê-la”.1 Por essa razão, Shin’ichi sempre agia com a convicção de que a hora é agora, jamais adiando ou postergando nada.2 Chegou, portanto, julho, mês de recesso. Devemos, a partir desta orientação do nosso mestre, nos atentar para a acomodação que se instala em nosso ritmo diário sem a rotina de nossas atividades da Gakkai. O distanciamento necessário durante a pandemia da Covid-19 deixou muitas provas do quanto a relação de vida a vida é indispensável para a manutenção da nossa prática da fé e do nosso desenvolvimento. Ninguém consegue fugir da rigorosa lei de causa e efeito exposta no budismo. Por mais que a Soka Gakkai seja alvo de críticas e difamações, mantenham a prática da fé por toda a vida, acreditando nos benefícios imperceptíveis, no Gohonzon e na Gakkai. Com base no Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin afirma que “Desfrutaremos paz e segurança na presente existência e boas circunstâncias nas existências futuras”.3 Não há falsidade nas palavras de Daishonin.4 Conforme nosso mestre nos garante a prática da fé por toda a vida, que nosso juramento se perpetue e sigamos sem nenhum arrependimento! Que esse recesso seja restaurador de energias pra concluirmos com muitas vitórias esse “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Andréa Coutinho Vice-coordenadora da Divisão Feminina de coordenadoria Notas: 1. Disponível em: www.cnculture.net/ebook/shi/shiji/032.html. Acesso em: 3 julho 2024. Tradução do chinês. 2. IKEDA, Daisaku. Diplomacia do Povo. Nova Revolução Humana. v. 21. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. 3. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 66, 2020. 4. IKEDA, Daisaku. Coroa de Louros. Nova Revolução Humana. v. 10. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. Ilustração: GETTY IMAGES
11/07/2024
Livros
BS
Preciosos encontros ao redor do mundo
Reunindo ensaios de Daisaku Ikeda sobre suas viagens ao redor do mundo, a coleção Viagens Inesquecíveis, de sua autoria, é um bilhete de embarque para uma série de experiências que colocará o leitor em contato com pessoas, costumes, tradições, poesia e beleza. Os assinantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) da Editora Brasil Seikyo receberão o lançamento do segundo volume em agosto, disponível nas versões física e digital. Quem não faz parte do CILE poderá adquirir o livro a partir de setembro. Nas 112 páginas desse novo volume, os locais visitados são Florença, na Itália; Istambul, na Turquia; Sendai, Nagoya, Ota, Okinawa e Niigata, no Japão; e Nepal, um dos países que abriga o Monte Everest. O autor mescla suas memórias e impressões a respeito dos lugares que visitou com ensinamentos muito importantes sobre a nossa humanidade. Além disso, temos acesso a fotografias de seu acervo pessoal, haicais e trechos de poemas que ele mesmo compôs, inspirado pelas características significativas dessas regiões. Assim como o autor afirma no prefácio da obra, as viagens que ele fez lhe proporcionaram encontros com pessoas cujo coração irradiava como o sol, e escrever os ensaios que compõem a coleção foi uma oportunidade de relembrar os preciosos momentos vividos com os companheiros de várias partes do mundo. Em Florença, o autor destaca o papel da cultura no desenvolvimento humano, enfatizando as artes e o espírito humanístico da cidade do Renascimento. Istambul se sobressai por sua história milenar e por conectar o Ocidente e o Oriente, sendo eixo das culturas greco-romana, cristã e islâmica. O Nepal, que vislumbra a todo instante a majestosa Cordilheira do Himalaia e é o berço do buda Shakyamuni, mantém vivo o espírito da compaixão. No Japão, ao acompanharmos o autor em Sendai, Nagoya, Ota, Okinawa e Niigata, conhecemos as particularidades de cada região, incluindo eventos históricos marcantes, aspectos culturais e valores. Em Ota, bairro de Tóquio onde Daisaku Ikeda nasceu, temos o privilégio de ler sobre suas experiências da infância e da adolescência. Em cada local, uma história, diversos encontros de vida a vida, lições aprendidas e incentivos que perduram. Por meio da leitura dos textos escritos com sincera admiração pela grandiosidade de atos simples, mas plenos de humanidade, embarcamos em viagens que nos possibilitam encontrar pessoas, aprender sobre elas, ampliar os horizontes da mente e derrubar as barreiras do coração. Afinal, não deveriam ser esses os principais objetivos — ou resultados — de uma viagem? Veja aqui os kits de agosto para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega*** PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Viagens Inesquecíveis, v. 2 Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de agosto: https://www.instagram.com/cilelivros/?igsh=MWFremNuazA2dHJlZw%3D%3D Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de agosto, assine o CILE até 31/07/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/08/2024 em www.ciledigital.com.br Fotos: BS
04/07/2024
Notícias
BS
Para que todos sejam felizes
De Pernambuco, trazemos os bastidores da dedicação dos participantes do Distrito Sertão, que abrange duas comunidades, Salgueiro e Araripe, e cinco blocos no total, identificados, em sua maioria, com o nome de municípios distintos. Só por essa razão já sinaliza os desafios de distância, que em nada intimidam as lideranças de seguir viagens de incentivo e acompanhamento dos membros. Um dos blocos mais distantes, Serra Talhada, abriga empolgantes histórias. Localizada a cerca de 500 km da capital pernambucana, Recife, a cidade de Serra Talhada é conhecida como a Capital do Xaxado e a terra natal de Virgulino Ferreira da Silva, o lendário Lampião. Para chegar ao sítio Santana, que sedia as atividades locais, é preciso percorrer mais 50 km. “Tem sido estimulante apoiarmos de perto a luta dessas pioneiras do kosen-rufu de lá”, afirma Lenilda Maria Alves de Souza, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Sertão. Ela reside em Salgueiro, distante 100 km de Serra Talhada. Essas pioneiras citadas são as irmãs Petronilia Pereira Paz, 78 anos, e Maria de Lourdes Bezerra, 66, ambas vindas de São Paulo e praticantes do budismo há décadas. Em 2013, veio Dona Petrô, como é carinhosamente chamada, e iniciou a propagação do budismo entre os moradores. Três anos depois, Maria de Lourdes chega para somar. Juntas, elas criaram um ambiente capaz de inspirar o então resistente coração dos vizinhos e moradores. “O que tem aqui no meu peito é muita alegria, muita determinação de que todos possam ser felizes, pois o budismo transformou minha vida. É poderoso demais”, diz Dona Lourdes, com voz emocionada e cheia de entusiasmo. O sítio das irmãs tem sido o centro de encontros e o ritmo acelerou com o movimento dos cem jovens por distrito. Só Dona Lourdes foi responsável por estimular trinta jovens. “É um desafio grandioso. Ouvi muitos ‘Não quero saber’ e ‘Por que a senhora vem de longe visitar quem nem conhece?’. Mas veja que vários deles estão agora aqui nesta sala, fazendo daimoku e aprendendo a ter sabedoria para transformar a vida”, comemora a veterana, atual conselheira do bloco. “A gente não pode desistir de ninguém.” Reunião do Bloco Nascente, distante 730 km de Recife Vitória dos jovens A alegria maior dos participantes do Distrito Sertão foi enviar seus três jovens representantes para a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em São Paulo, em maio último. O apoio veio de todos os lados. A responsável pela Divisão dos Jovens (DJ) da Área Pernambuco Oeste, Andreza Lucylla de Oliveira Gonçalves, relata que houve uma extraordinária união de forças de todas as divisões para garantir a tranquilidade e a segurança dos onze representantes da DJ, sendo oito do Agreste e três do Sertão. Ela destaca que os líderes até alugaram um local para os jovens pernoitarem antes de pegar um voo rumo a São Paulo, para não correr risco de alguém perder a hora. Incluem-se aí jantar, café da manhã e translado até o aeroporto, procedimento feito também no retorno dos jovens. “Vivenciar a convenção foi uma experiência inesquecível; sentir a grandiosidade da juventude Soka, capaz de romper seus limites com o propósito em comum de ser feliz e conduzir todas as pessoas a esse caminho, sem exceção”, frisa Andrezza. Três do sertão Dos jovens do Distrito Sertão, três moram em Serra Talhada. Após a convenção, eles retornaram para sua localidade cheios de vibração. Dara Mailani Bezerra da Silva é sobrinha-neta de Dona Lourdes e responde pela Divisão Feminina de Jovens do bloco. Ela está empenhada em, “Com muita gratidão, incentivar e ajudar cada vez mais os jovens, e concretizar shakubuku dando o máximo, sempre em busca de conhecimento e sabedoria para fazer acontecer”. Thamires Figuerêdo da Silva está em um momento bem especial. Nasceu num lar budista e hoje, aos 25 anos, reforça que a convenção “Foi um ponto de partida de renovação para que eu voltasse a me encontrar com a prática”. Ela comenta sobre os desafios superados de tempo, distância e financeiro. “Mas eu coloquei na cabeça que iria e nada mais importava; precisava disso para me reconectar com sensei.” Junto com essas jovens também seguiu Allan Maillon Alves de Souza, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do bloco. Ele contribuiu com sua criatividade para compor as artes da logomarca do grupo e as lembrancinhas produzidas para a ida a São Paulo, entre outros apoios. “Meu sentimento é de extrema gratidão e felicidade por pertencer a esta grande família que é a BSGI. Estar nessa convenção foi algo inexplicável, pois me senti parte de algo realmente valoroso. Foi uma experiência única. Voltei com outra mentalidade e com vontade de fazer a diferença no mundo”, reforça. cenas do encontro da Divisão Feminina do Bloco Serra Talhada Rainhas que brilham No Encontro Comemorativo da Divisão Feminina, promovido dia 9 de junho, todas as participantes puderam reconfirmar seu juramento. Durante a atividade, Dona Maria de Lourdes declamou um poema de sua autoria, dizendo “Sou a pessoa mais feliz do mundo”, inspirada pelo que lê do presidente Ikeda no Brasil Seikyo. “As palavras do sensei fazem a gente brilhar.” O responsável pelo distrito, Enildo Rodrigues de Paiva, destaca o ambiente de motivação vivido por todos e lança o olhar para 2030: “Junto com os jovens e os demais membros e companheiros, assumimos a missão de promover uma cultura de paz e desenvolvimento humano no interior do sertão pernambucano. Com o Mestre Ikeda no coração, avançaremos unidos!”. No topo: Lideranças em apoio a atividades em Serra Talhada. Fotos: Colaboração local
20/06/2024
Encontro com o Mestre
BS
Aos amigos que se desafiam no estudo do Gosho
O Gosho é a valiosa coletânea da sabedoria a abrir o futuro da humanidade. As questões enfrentadas pelo mundo, tais como as guerras e a violência, as discriminações e a destruição do ambiente, são, quando analisadas a fundo, problemas que voltam ao próprio ser humano e à vida. O Budismo de Nichiren Daishonin focaliza a base fundamental desses problemas, e ilumina a sabedoria para criar a verdadeira civilização da paz e da coexistência. Pode ser um pouco de cada vez. E não faz mal que no início não se entenda muito bem. Mas, deve-se desafiar na leitura do Gosho. Deve-se gravar cada passagem na vida. O acúmulo dessas ações cria o “pilar filosófico” em seu coração. Quem possui o “pilar” no coração é inabalável, mesmo em meio às mudanças turbulentas. O estudo do budismo é sempre para a pessoa se tornar feliz. É o exercício budista para tornar as outras pessoas felizes também. Estudar o Gosho é relacionar-se com o espírito de Daishonin. É receber respeitosamente as orientações do Buda sobre o kosen-rufu, como também obter o máximo encorajamento. Quando se age exatamente de acordo com o Gosho, isso significa, de fato, ter estudado o budismo. Em outras palavras, sem colocar o estudo do budismo em ação, não há estudo aprofundado do budismo. Além disso, é nessa ação que surge a coragem infindável e se manifesta a suprema capacidade. Nada é tão sublime quanto dedicar uma existência ao kosen-rufu. Quando se avança pelo kosen-rufu junto com a Gakkai, pode-se edificar uma extraordinária condição de vida, tal como o Monte Fuji, ou grande soberano. Uma felicidade inabalável e uma vitória inabalável são prometidas. Existência após existência, por toda a eternidade, pode-se brilhar como grande afortunado da vida. No topo: Do interior da aeronave, Ikeda sensei tirou esta foto. Olhando pela janela, o Monte Fuji coberto de neve branca brilhava. Em maio de 1997, ele viajava do aeroporto de Narita rumo a Xangai, na China. Por mais forte que seja a ventania, quando se persevera no caminho definido por si mesmo com a compostura do Monte Fuji, a vida é bela. No seu íntimo, resplandece uma sólida filosofia. Em junho de 2024, acontece o Exame de Admissão para o Departamento de Estudo do Budismo [no Japão]. Tanto os candidatos como os companheiros que os apoiam são todos extraordinários doutores da felicidade. Estudando a suprema filosofia de vida de Nichiren Daishonin, construam um inabalável alicerce da felicidade. Publicado no Seikyo Shimbun de 9 de junho de 2024. Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, de trechos de Gosho to Seinen [Gosho e os Jovens], Shido Senshu — [chu]: Ningen Kakumei no Jissen [Seleção de Orientações, parte 2 — A Prática da Revolução Humana] e Obras Completas de Daisaku Ikeda, v. 99.
20/06/2024
Incentivo do líder
BS
Futuro glorioso
Quanta alegria comemorarmos os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei em nosso país! Ultrapassando o cenário de 1984, hoje, bradamos que a BSGI é campeã, pois cada membro comprova, diariamente, a força capaz de dissipar a escuridão e de cumprir seu juramento com coragem e alegria. Sobre o festival de 1984, o presidente Ikeda expressou: Em fevereiro de 1984, por ocasião de minha visita ao Brasil depois de um longo intervalo de dezoito anos, dirigi-me repentinamente até o local do ensaio geral do Grande Festival Cultural-Esportivo da SGI, onde fui recebido com entusiasmo e intensa ovação de meus companheiros. Nesse ginásio de esportes da cidade de São Paulo, contornei a quadra que serviu de palco central e bradamos juntos pela vitória nessa ocasião tão esperada. Esse momento de integração jamais se apagará do meu coração.1 Em 1984, foi estabelecido por Ikeda sensei o ponto primordial do kosen-rufu do Brasil, que é o espírito da luta conjunta de mestre e discípulo e, daí em diante, comprovamos a veracidade do Budismo Nichiren, avançando passo a passo e expandindo os ideais Soka para toda a sociedade. Vindo para 2024, o grande espetáculo que os jovens apresentaram é a certeza desse glorioso caminho de mestre e discípulo. Na mensagem que recebemos para a convenção, Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, cita Ikeda sensei sobre recitar daimoku e a “união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’”. “O pulsar profundo do espírito de luta conjunta de mestre e discípulo é a causa da vitória do Brasil”2 Com base nisso, ao longo dos quarenta anos, seus pais e seus avós vieram dedicando a vida ao movimento pelo kosen-rufu na luta conjunta de mestre e discípulo. Quantas batalhas e comprovações vivenciamos e vencemos, pois a base de sustentação foram a união harmoniosa e a relação de mestre e discípulo, sempre seguindo as orientações de Ikeda sensei. Quero compartilhar outro incentivo do presidente Ikeda e que possa servir de parâmetro para nossas ações no próximo semestre e para consolidarmos 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Na longa jornada do kosen-rufu, um modo de vida consagrado à luta conjunta de mestre e discípulo está em total consonância com o juramento seigan de bodisatva. Quando nos dedicamos ao caminho de mestre e discípulo e ao nosso juramento seigan como bodisatvas da terra, conseguimos evidenciar dentro de nós a poderosa condição de vida do estado de buda. Nossa vida será repleta de sabedoria, coragem e compaixão, que fluirão ilimitadamente desse manancial interior. Hoje, jovens leões Soka estão seguindo com solidez o supremo caminho de bodisatva do Budismo Nichiren. Neste momento em que a humanidade enfrenta terríveis desafios, mais e mais pessoas buscam a filosofia de respeito à vida do Budismo Nichiren e o calor do humanismo Soka. Nosso trabalho como bodisatvas da terra apenas começou. É hora de reunirmos coragem e expandirmos diálogos repletos de esperança. Sigamos avante, junto com os jovens e com o espírito cada vez mais jovem, nossos esforços radiantes para levar paz e segurança para todos!3 Hoje, vamos todos nós, juntos com a Juventude Soka, ajustar nosso coração com Ikeda sensei e assinalar a partida rumo ao futuro glorioso. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 404, abr. 2002, p. 12. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.659, 31 maio. 2024, p. 14. 3. Terceira Civilização, ed. 665, jan. 2024, p. 63.
06/06/2024
Conheça o Budismo
BS
A força da oração sincera
No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração, denominada daimoku, é a recitação contínua do Nam-myoho-renge-kyo, ou seja, a Lei Mística que rege o universo. O presidente Ikeda afirma: Os seres humanos, mesmo os que dizem não ter nenhuma religião, possuem desejos e aspirações. Todos oram por algo nas profundezas de seu coração. A oração no Budismo de Nichiren Daishonin é um meio para preencher o vazio entre esses desejos e a realidade, tendo como base a lei do universo.1 Normalmente, os objetivos de cada pessoa são lançados de acordo com suas dificuldades ou necessidades em determinado momento, seja no aspecto financeiro, profissional, de saúde, de relacionamentos pessoais, seja outros. O budismo esclarece, entretanto, que todos os sofrimentos estão ligados ao carma. Assim, não basta apenas desejar, por exemplo, ter uma vida profissional realizada. É preciso, antes, transformar o carma de não se sentir feliz no trabalho. Nesse sentido, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é fundamental, pois age justamente na causa que traz o sofrimento, transformando o carma pela raiz. Escuridão fundamental e iluminação O budismo elucida os conceitos de “escuridão fundamental” e “iluminação”. Todos os seres humanos possuem esses dois lados. É com base neles que se pensa, fala e age, o que define o futuro feliz ou infeliz de um ser humano. Com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, a vida é sempre conduzida ao caminho da iluminação, ou seja, à manifestação do estado de buda inerente. Essa prática faz surgir a sabedoria e a coragem para, por exemplo, ser o agente criador da harmonia. Portanto, a oração no budismo tem como foco principal “iluminar” a “escuridão” da vida das pessoas, fazendo brotar a sabedoria e a coragem para vencer a si próprio e transformar o carma que lhe causa sofrimentos. Ikeda sensei diz: No momento em que recitamos Nam-myoho-renge-kyo, a escuridão de nossa vida num instante se dissipa. Esse é o princípio da simultaneidade de causa e efeito. Nesse mesmo instante, nas profundezas do nosso ser, nossas orações são respondidas. A causa inerente à nossa forte oração simultaneamente produz um efeito latente. Mas, nas profundezas da nossa vida, nossas orações são imediatamente concretizadas. E, nesse momento, a luz brilha. As orações são invisíveis. Contudo, se orarmos com firmeza, essas orações definitivamente produzirão um claro resultado em nós e em nosso ambiente. Esse é o princípio da essência real de todos os fenômenos.2 Engrenagens da fé A recitação do Nam-myoho-renge-kyo permite às pessoas enxergarem a “essência real de todos os fenômenos”, corrigindo sua órbita e elevando sua condição de vida. Essa oração, portanto, pode ser considerada um “guia” para a concretização dos objetivos de forma sábia. Ela fortalece a energia vital, aguça a mente e extrai a força interior das pessoas para que possam utilizar ao máximo seus talentos e suas habilidades. O Mestre conclui: Em outras palavras, a oração constitui uma fusão da lei fundamental do universo e da nossa mente. Podemos comparar isso com as engrenagens de uma máquina. Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes aos de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida com a vida do universo, somos capazes de manifestar ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades.3 Diálogo com o universo Uma oração determinada, “desejando algo de todo o coração”,4 focada no objetivo individual e, principalmente, incluindo a felicidade dos familiares e amigos, bem como da sociedade e da humanidade, é capaz de mover o universo de acordo com o desejo da pessoa, conforme Ikeda sensei afirma: As orações baseadas na Lei Mística não são abstratas. No cotidiano das pessoas, elas se manifestam de forma concreta. Oferecer orações é o mesmo que conduzir um diálogo, um intercâmbio com o universo. Quando oramos, abraçamos o universo com nossa vida. A oração é uma luta para expandir nossa vida.5 Essas orações são essenciais para alcançar a revolução humana, meta principal da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando uma pessoa realiza sua revolução humana com base na oração, todos os seus desejos se tornam ainda mais concretos. Além disso, o fator fundamental da oração é a sinceridade: um coração puro e determinado. Quando esse ponto se transforma na essência da oração, tudo se torna possível. Portanto, é necessário fazer da oração o momento de ampliar o coração, ser sincero consigo, em primeiro lugar, “abrir a mente” para o que é preciso mudar e, dessa forma, concretizar as metas. Nesse sentido, diante do Gohonzon, é importante demonstrar exatamente aquilo que se encontra no coração, fazendo da oração um juramento de avançar e mudar o próprio interior para, assim, usufruir os verdadeiros resultados que almeja. Prática diária, base da felicidade Veja, a seguir, trechos de incentivos do presidente Ikeda sobre a prática budista e a recitação do daimoku, selecionados a partir de um diálogo com líderes da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai. 🖊 Podemos orar para o que desejarmos? Ikeda sensei: Vocês podem orar para qualquer coisa que acreditam que contribuirá para a sua felicidade e para a dos outros. Por exemplo, podem orar para se desenvolver ou para se tornar certo tipo de pessoa. Basicamente, podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará seu progresso, ou o de outras pessoas, somente causarão um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em ritmo com o universo. 🖊 Todas as nossas orações são realmente respondidas quando oramos ao Gohonzon? Ikeda sensei: Sim. Com certeza obtemos resposta. O Gohonzon nos capacita a concretizar as nossas orações. Toda oração é seguramente respondida. (...) O fundamental é se somos verdadeiros praticantes do Sutra do Lótus — ou seja, do Nam-myoho-renge-kyo — e se realmente estamos pondo em prática os ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. (...) Como as expressões “poder da fé” e “poder da prática” indicam, a convicção é um tipo de força ou poder. Quanto maior for sua convicção de que suas orações serão respondidas — ou seja, quanto mais forte for a sua fé —, mais forte será o poder do Gohonzon (a Lei Mística). O “poder da prática” abarca a força do seu daimoku e da energia com que se dedica ao kosen-rufu pela felicidade de todas as pessoas e prosperidade da sociedade. Quanto mais forte for a prática para si e para os outros, mais poderá extrair do Gohonzon o poder do Buda e da Lei. (...) Apesar de afirmarmos que “as orações são respondidas” no Budismo de Nichiren Daishonin, a concretização das nossas orações não é algo mágico ou oculto; não tem nada a ver com algum ser misteriosamente iluminado ou um deus que habita um mundo distante e que, por ter piedade de nós, satisfaz nossos desejos. Assim como existem leis físicas, tais como as que controlam a eletricidade, que os seres humanos habilidosamente descobriram como fazer uso, o budismo investigou e revelou a lei da vida e do universo. Da mesma forma que a luz elétrica foi inventada baseada nas leis da eletricidade, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon para nós com base na suprema Lei do budismo. 🖊 Qual é o ritmo correto para realizar gongyo e daimoku? Ikeda sensei: O gongyo e o daimoku não devem ser muito rápidos nem lentos demais, nem com uma voz muito alta nem muito baixa. Nossa recitação deve ter um ritmo vigoroso. A velocidade do gongyo também depende de fatores como a idade, a hora e o local em que estamos realizando nossa prática. Portanto, não se preocupem demais com qual deve ser o ritmo correto. Apenas recitem gongyo da maneira mais natural e confortável possível. Certa vez, um dos meus veteranos afirmou que o ritmo do gongyo deveria ser como o galope de um cavalo. 🖊 O que é mais importante: a quantidade ou a qualidade das orações? Ikeda sensei: Tanto a qualidade como a quantidade são importantes. (...) Praticamos o budismo com o objetivo de nos tornar felizes. Desse modo, o mais importante é que cada um de nós sinta uma profunda satisfação após ter recitado daimoku. Não há nenhum preceito que imponha certo número de horas para orar. A atitude de estabelecer metas de daimoku pode ser proveitosa, mas quando estiverem cansados ou sonolentos, somente murmurando sons incompreensíveis envoltos em um sono entorpecente, então é melhor parar de orar e ir para a cama. Após terem descansado, vocês conseguirão recobrar a concentração e as energias para continuar orando. Isso será de muito mais valia. Devemos permanecer alertas e concentrados quando oramos, e não cochilando. Conforme já mencionei, o mais importante é que nosso daimoku nos deixe tão satisfeitos e revigorados que, quando tivermos terminado, possamos exclamar: “Ah! Como isso me fez bem!”. Ao reforçarmos esse sentimento dia após dia, naturalmente nos direcionaremos para o caminho mais positivo. 🖊 Qual a importância de orarmos diariamente? Ikeda sensei: Dependemos de vários fatores para que nossas orações sejam concretizadas. Contudo, se orarmos sinceramente, de todo o coração, poderemos corrigir nossa órbita vital e nos direcionar para um caminho mais positivo. Nossas orações produzem um impacto de longo alcance em nossa vida. Apesar de orarem para se sair bem nos estudos, por exemplo, o efeito de suas orações se estenderá muito além, alcançando a total amplitude de sua existência. Resumindo, é muito importante ter o desejo de sentar-se em frente ao Gohonzon e recitar daimoku. Isso demonstra a determinação de uma pessoa de aprimorar a si própria. Esse espírito é fundamental. É a comprovação de nossa humanidade, uma expressão do nobre espírito de devotar a vida à realização de um empreendimento. “À medida que o foco de nossas orações se expande, incluindo não apenas nossos próprios desejos, como também a felicidade de nossos amigos, de nossa família, de nossos colegas de classe, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes também se expandirão, bem como nossa grandeza como seres humanos”6 Dr. Daisaku Ikeda “A oração sem ação representa apenas um simples desejo e a ação sem oração não produz nenhum resultado. Portanto, quero afirmar que a sublime oração surge de um sublime senso de responsabilidade. Em outras palavras, essa oração não surge quando temos uma atitude irresponsável e negligente no trabalho com os compromissos do dia a dia e com a própria vida. Para aqueles que assumem a responsabilidade por todos os aspectos de sua vida e se empenham ao máximo, a oração sublime se tornará um hábito”7 Dr. Daisaku Ikeda Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. A3. Terceira Civilização, ed. 448, dez. 2005. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.2. Ibidem.3. Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.4. Ibidem.5. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.6. Idem, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.7. Idem, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. Foto: BS
29/05/2024
Matéria da Divisão Feminina
BS
Façam de todos os dias os melhores da sua vida — vivam “Mais um Dia Feliz”!
Queridas amigas de todos os recantos do Brasil! Estimadas amigas convidadas, sejam muito bem-vindas! Desejamos que estejam bem, desfrutando muita saúde e excelente disposição. É uma alegria recebê-las no Encontro Comemorativo da Divisão Feminina, em que, juntas, celebramos os 73 anos de fundação da nossa amada divisão. Nesta oportunidade, expressamos nossa sincera gratidão pelos esforços e pela dedicação em promover esta maravilhosa atividade neste significativo mês de junho. Parabéns!!! Este é o primeiro ano em que realizamos este encontro após o encerramento da existência do nosso mestre, Daisaku Ikeda, e ele estará sempre vivo em nosso coração, mediante nossa postura, comportamento e ação. Com isso em mente, compartilhamos uma reflexão: nosso sentimento neste evento não pode ser igual ao dos anos anteriores, ou seja, deve ser diferente. Esse “ser diferente” significa manifestarmos gratidão e reconhecermos que este “é o momento” de nos levantar e determinar, orar, transformar nossas questões, para realmente usufruirmos uma vida feliz, regada de comprovações e resultados da prática da fé em todos os setores da vida. Este “é o momento” de externarmos nossa solidariedade e contribuirmos para a felicidade das pessoas, da nossa família, no trabalho, entre amigos, na localidade e na sociedade. É hora de “fazermos a diferença” e “darmos o nosso melhor”. Em nosso dia a dia, muitas companheiras podem estar enfrentando desafios inimagináveis. Entretanto, a convicção de que, com base na recitação de “muito mais daimoku”, venceremos qualquer adversidade que surja, deixando assim, nosso coração mais tranquilo. Assim, convidamos a todas a dialogar sobre três pontos para alcançar a vitória e a felicidade, a se incentivar, compartilhando suas experiências e, se desejarem, a objetivar como estarão até o encontro de junho de 2025. Com muita saúde, lindas e felizes, com certeza (risos). 1. Recitar “muito mais daimoku” e tornar “possível o impossível” Esta deve ser a convicção ao orarmos “muito mais daimoku” ao Gohonzon: por mais difícil que seja a situação, tudo tem um significado e, com certeza, vamos tornar possível o impossível. A chave é começar o dia com a oração resoluta do daimoku, criando a condição para que a energia brote e caminhe de forma satisfatória. Falando em energia, a energia vital é a que aciona a coragem, a sabedoria, a perseverança e a força de que necessitamos para triunfar na vida. Quando priorizamos a prática da fé, tudo flui. Quem vence na prática na fé, vence em tudo. Quem ora, vence! Por isso, nosso mestre declarou: “Venho até hoje fazendo da recitação do daimoku minha prioridade máxima”.1 Em 2016, na mensagem comemorativa dos 65 anos da Divisão Feminina, Ikeda sensei e Sra. Kaneko afirmaram: Não existe absolutamente nenhuma parede que não possa ser derrubada por meio desta fé. Não existe absolutamente nenhuma dificuldade que não possa ser suplantada por meio desta fé. Não há realidade alguma que não possa ser transformada por meio desta fé. (...) Recitando vigoroso daimoku, ampliem e enriqueçam sua condição de vida, expandam os laços de amizade e estendam o elo das pessoas com o budismo.2 Quando acreditamos no poder do Gohonzon e recitamos um vigoroso daimoku, temos a oportunidade de vencer em nosso cotidiano, realizando a transformação de veneno em remédio. Então, amiga, vamos orar, orar até que consigamos estar com nosso coração cheio de esperança e de coragem. E, por fim, bradar: “Eu venci!”; “Nós vencemos!”.3 Maravilhoso, não é mesmo? Nós também temos a oportunidade de orar “muito mais daimoku”. Então, deixamos aqui um superconvite para que você aproveite e lance seus objetivos: de 4 de junho a 12 de setembro, teremos mais uma etapa do “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”. Cada uma de vocês, em sua casa, recitando Nam-myoho-renge-kyo pelo tempo que desejar durante esse período. A concretização desse desafio é a prova de que a Divisão Feminina tem avançado com a certeza de que o impossível se torna possível quando suas integrantes manifestam resolutamente os poderes da fé e da prática. 2. Manifestar o espírito de “jamais ser derrotado” (Maketara akan) O espírito de “jamais ser derrotado” é não retroceder no objetivo que deseja concretizar; é jamais desistir dos seus sonhos e objetivos, mesmo quando soprarem ventos contrários em sua vida. Ikeda sensei nos incentiva no livro Pode Haver uma História mais Maravilhosa que a Sua?: Aqueles que experimentam o maior sofrimento alcançam a felicidade suprema. Jamais se esqueçam de que felicidade é uma flor que desabrocha no solo da paciência e persistência. Um dos lemas de minha esposa na juventude, como integrante da primeira turma da Divisão Feminina de Jovens, era: Hoje, mais uma vez, não seja derrotada. Hoje, mais uma vez, evidencie coragem, Trilhando o seu caminho Na estrada do seu juramento Na estrada da vitória. Aqueles que não permitem que nada os derrote são vitoriosos. Em particular, aqueles que vivem uma existência invencível, seguindo as convicções que juraram defender, são os mais fortes e mais admiráveis de todos.4 3. Ter esperança, pois “O inverno nunca falha em se tornar primavera”! A monja leiga Myoichi, sem dúvida, ficou profundamente tocada pela mensagem de Nichiren Daishonin, na qual ele clama a seus discípulos que observem sua vitória de “O inverno nunca falha em se tornar primavera”5 e adotem essa mesma postura na condução da própria vida. Nós também devemos alcançar nossa própria “primavera da felicidade” — não somente para nós mesmas, mas para o bem de todos os membros que vêm lutando ao nosso lado por vários anos. É importante que sejamos o exemplo, de modo que aqueles que vierem logo após possam nos observar, alegrar-se e dizer: “Que maravilhoso!”. Sensei afirma: Aqueles que continuam praticando o Budismo de Nichiren Daishonin se tornam pessoas extraordinárias e conquistam a felicidade!6 Esperamos que todas saiam deste encontro inspiradas e conscientes de que, por mais rigoroso que seja o inverno, ele não é eterno: a primavera sempre chega. Que vocês tenham como base constante o juramento ao Gohonzon, ao Mestre e aos companheiros! Sejam felizes, vivam sempre “Mais um Dia Feliz”, com uma pitada de SAL (sabedoria, alegria e leveza). “Shitei funi é a minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!” Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 310, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.325, 28 maio 2016, p. A3. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História mais Maravilhosa que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 205. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 6. Cf. IKEDA, Daisaku. Transformar Sofrimentos em Alegria. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 167, 2022. Vitórias da Divisão Feminina Mulheres fortes, corajosas e radiantes Por Alessandra Meirelles Plana, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, RM Fortaleza, Sub. Nordeste 2, CRE Leste Nasci em São Paulo, sou fukushi1 e minha família já se encontra na quarta geração de praticantes. Em janeiro de 2023, mudei-me para Fortaleza, CE, devido à transferência de trabalho do meu marido, Marcos. Antes disso, trabalhava home office em uma financeira, que aceitou tranquilamente minha mudança de estado. No dia 4 de junho de 2023, nossa coordenadora da Divisão Feminina (DF) da BSGI, Selma Inoguti, lançou o “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”, ao qual me comprometi com toda a determinação. Em julho, o trabalho home office se encerrou em algumas empresas e recebi a dispensa do meu emprego. Há seis anos, venho fazendo tratamento com uma medicação de alto custo para uma doença de pele chamada urticária crônica espontânea. Ao sair da empresa, perdi o direito ao plano de saúde e, consequentemente, ao medicamento disponibilizado por eles. Em agosto, as urticárias voltaram com tudo, ocasionando idas ao pronto socorro para receber aplicações de adrenalina e altas doses de cortisona, pois essa condição pode ocasionar o fechamento da glote. No dia 12 de setembro, ao completar o desafio dos cem dias de daimoku, fui aprovada em um processo seletivo na empresa onde meu marido trabalha há dezesseis anos. No mês seguinte, adquiri direito ao plano de saúde e encontrei uma alergista que, inclusive, possui a mesma doença que eu. Em 14 de novembro, recebi um convite para liderar o grupo Zenshin da RM Fortaleza. E, em dezembro, meu marido e eu realizamos um dos nossos maiores objetivos em dezoito anos juntos: a aquisição do nosso castelo do kosen-rufu, nossa casa própria. Sinto-me afortunada por estar na luta pelo kosen-rufu do Nordeste, ao lado de mulheres fortes, corajosas e radiantes. E percebo que minha vida ganhou novo e amplo significado. A partir da esq., o filho Leonardo, Alessandra, o marido Marcos e a filha Andressa Nota: 1. Fukushi: Quem nasce em uma família de praticantes do budismo. *** Escrever uma história de vitórias Alessandra Del Barco, responsável pela Divisão Feminina de subcoordenadoria, Sub. Castelo Regis, CGSP, CGESP Desde 2008, venho me esforçando para viver em ação as seguintes palavras do nosso eterno mestre, Daisaku Ikeda: O venerado mestre Josei Toda orientou as companheiras da Divisão Feminina com as seguintes palavras: “Não há nada que supere o aspecto radiante de entusiasmo de uma mulher que abraça a Lei Mística. Se a mulher mantiver tenazmente a fé, todos à sua volta se tornarão felizes. O kosen-rufu será concretizado em meio à força das mulheres”.1 Sempre reflito: “Qual história eu estou escrevendo?!” e “Quanto estou vivendo esta orientação e desfrutando os ilimitados benefícios da recitação do daimoku?”. No dia 29 de fevereiro 2024, realizamos um encontro com o tema “Novos Começos se Iniciam”. Essa atividade reuniu mulheres Soka, líderes de regional e acima, com objetivo de comemorarmos as datas significativas do mês de fevereiro e a conclusão do desafio dos cem dias de “muito mais daimoku”. Dois dias após esse encontro, meu marido Edevaldo sofreu um grave acidente doméstico que quase o levou à morte. O ferimento foi no rosto e tão grave que a cirurgiã que o atendeu disse: “Hoje é uma nova data de nascimento”. Quando o vi, fiquei assustada e comecei a chorar. No entanto, ao ouvir a voz dele, na hora, pensei: “Está tudo bem!”. Aproximei-me do meu marido e falei: “Meu amor, recite Nam-myoho-renge-kyo”. É impressionante a força que evidenciamos nesse momento. Mantive-me calma e serena, recitando daimoku o tempo todo. Ele passou por uma cirurgia delicada no olho esquerdo devido a uma atrofia do globo ocular. Logo após a cirurgia, o médico declarou: “Fizemos tudo o que podíamos, mas o caso dele é muito grave. Agora, depende do organismo dele”. No dia seguinte, quando o médico retornou para examinar o olho do meu marido, ficou impressionado com a recuperação e lhe deu alta. Ao longo desses quase noventa dias, meu marido vem tendo uma recuperação incrível. Pela medicina, ele perderia totalmente o olho. No momento, o olho permanece intacto, sem visão, porém com uma pressão ocular que impressiona o médico. Nós sentimos o daimoku se manifestando em cada detalhe: desde o acidente, que poderia ter sido fatal, até o socorro, o atendimento e o médico. Cada acontecimento foi fruto da boa sorte acumulada e do poder do daimoku. Não temos dúvidas de que transformamos veneno em remédio e de que estamos usufruindo os benefícios ilimitados da Lei Mística e da grandiosa luta em prol do kosen-rufu, que realizamos com tanta alegria e gratidão. Em meio a tudo isso, não recuei em nenhum momento na minha nobre missão, ao lado dos preciosos amigos, criando o melhor palco de oportunidades para nossos tesouros: os jovens. Como resultado, no dia 16 de março, eles presentearam nosso mestre com a vitória de 100% dos distritos no movimento dos cem jovens humanistas. Alessandra com o marido Edevaldo, à esq., e o sobrinho Juan, à dir. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.941, 31 maio 2008, p. A2.Ilustração: GETTY IMAGESFotos: Arquivo pessoal
29/05/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Chegamos ao final da série dedicada aos leitores em celebração das quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao nosso país, em 1984. Brasil Seikyo retrata os bastidores do inesquecível reencontro do presidente Ikeda com membros brasileiros no 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, fechando um hiato de dezoito anos de espera. Foi uma emoção incontida, que preencheu o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, em duas ocasiões, graças à surpresa proporcionada pelo Mestre. Acompanhe os bastidores da época e como a geração de sucessores se prepara para tomar novamente o Ginásio do Ibirapuera neste mês e unir (ao vivo e por transmissão) os jovens humanistas pela paz! Sensei, o nosso sonho Está realizado Com vossa presença no Brasil... Esse é o verso inicial de Saudação a Sensei, canção-tema do 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado na capital paulista, no dia 26 de fevereiro de 1984. Na véspera, estava marcado o ensaio geral, e, como mística relação de mestre e discípulo, essa ocasião acabou se tornando também o “glorioso dia” para milhares de membros presentes, surpreendidos com a entrada de Ikeda sensei no local. Ao vê-lo dar a volta pela pista, acenando, ninguém conseguia conter as lágrimas. Na Nova Revolução Humana, obra escrita pelo presidente Ikeda durante 25 anos ininterruptos, ele deixa registrado: — Estou imensamente feliz pelo encontro radiante com meus companheiros, nobres emissários do Buda, depois de dezoito anos. Não tenho dúvidas de que este extraordinário festival cultural ficará brilhantemente registrado na história do Brasil e nos anais do kosen-rufu. Imagino como devem ter sido os esforços inacreditáveis, os avanços grandiosos que conquistaram e as belas cooperações de coração a coração. Quero louvar a todos com lágrimas nos olhos, com profunda gratidão, e com o sentimento de cumprimentar e abraçar cada pessoa. Uma grande ovação de alegria irrompeu no ginásio de esportes, ecoando o grito de vitória dos brasileiros: “É pique, é pique, é pique, pique, pique!...”1 Após deixar o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, o presidente Ikeda participou de um encontro com representantes de cinco países da América do Sul — Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Também estavam presentes 230 membros da Soka Gakkai do Japão, denominados grupo Sakura, e que se apresentariam no festival com uma dança típica japonesa. A torre do juramento se ergue No dia 26, com o coração energizado, os figurantes entraram em harmonia, marchando e tocando músicas, dançando e cantando, num bailar de saudade e renovada determinação. Um ponto primordial da vida, tal qual nos relatam dois integrantes do Grupo 2001, atual Divisão dos Estudantes, em seus depoimentos (veja abaixo). O momento em que a “torre dourada da vitória dos membros do Brasil” [Ginástica Montada] se elevou, uma onda de alegria se espalhou pelo ginásio. Era a felicidade pela vitória que fez todos se levantarem. Após a descida, os 7 mil participantes se reuniram no palco ao som das canções da Gakkai. Ali, a diversidade da cultura do Brasil estava estampada no rosto dos figurantes. Profundamente emocionado com a vitória daquelas pessoas, o presidente Ikeda se levantou e aplaudiu de forma intensa: “Obrigado! Muito obrigado!”. Em seu coração transbordava respeito e gratidão. A canção que encorajou os brasileiros A canção Saudação a Sensei fez estremecer o ginásio. Essa música serviu de encorajamento para os membros do Brasil nos momentos mais difíceis. No dia do festival, não havia quem ficasse parado. Ao final da atividade, o presidente Ikeda disse: — Desejo que façam desta data o ponto fundamental de uma grande história, e sendo bons cidadãos e bons membros da sociedade, tenham uma vida digna que se torne exemplo para todos.2 Mesmo após a saída de Ikeda sensei, a alegria continuava intensa. Mais agendas em São Paulo No dia 27 de fevereiro, foi realizada a Reunião Nacional de Líderes em Comemoração do Jubileu de Prata da BSGI, na Sala Shitei do [antigo] centro cultural. Antes, o Mestre incentivou vários grupos, tirando fotos comemorativas com representantes. Foi um momento histórico também para os membros da Amazônia que ali se encontravam. Membros da BSGI da Amazônia em histórica foto comemorativa com Ikeda sensei (São Paulo, SP, fev. 1984) A partida para Lima, Peru, ocorreu no dia seguinte. A missão de levar o incentivo a todos prosseguia. Após quarenta anos, o palco é dos jovens humanistas A visita do presidente Ikeda em 1984 foi um momento histórico de vitória para os brasileiros. Desde aquele ano, a BSGI avançou na vanguarda do movimento pelo kosen-rufu em direção ao século 21, surpreendendo o mundo com seu desenvolvimento. E, neste mês, ocorre a convenção dos jovens humanistas no mesmo Ginásio do Ibirapuera, selando o movimento dos cem jovens por distrito. Será um novo marco e para o qual todos estão convidados. Confira tudo pelo BS! Fontes: Terceira Civilização, eds. 548, 554, 564, 566 e 567, todas de 2014. Série “Sinfonia da Paz na Grande Terra do Século 21”. Brasil Seikyo, ed. 2.458, 9 mar. 2019, p. A2. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juramento Seigan. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, 2022, p. 179. 2. Terceira Civilização, ed. 567, nov. 2015, p. 34. *** Um poema para eternizar Três anos depois, em 21 de fevereiro de 1987, Ikeda sensei surpreendeu novamente. Na data de inauguração do Auditório Presidente Ikeda da BSGI, atual Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, foi apresentado o poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, que dedicou aos membros brasileiros. Nele, o Mestre dedica versos aos veteranos, descreve episódios marcantes na jornada de construção da BSGI, incluindo o festival de 1984, e estabelece diretrizes para o avanço do kosen-rufu. Leia Poema na íntegra na edição 2.360, 18 fev. 2017, p. A6 e A7. Também disponível no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2360/artigo/a-longa-e-distante-correnteza-do-amazonas-30-anos/35028 *** Na BSGI, Selma Inoguti é coordenadora da Divisão Feminina (DF) e Edson Tokunaga é vice-coordenador da Divisão Sênior (DS) e coordenador da DS da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo (CGESP). Ambos integravam o Grupo 2001, precursor da Divisão dos Estudantes (DE), na época da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Eles relatam os momentos marcantes vividos desde aquela ocasião. O início de um juramento Edson Tokunaga Na época, eu tinha 12 anos e tive a oportunidade de me encontrar com Ikeda sensei naquele inesquecível festival, ou pelo menos avistá-lo de longe. Naquele momento, nem imaginaria o quanto isso representaria para minha vida. Mesmo sem ter a noção do significado daquele evento, percebia a agitação dentro da organização e ouvia os diversos comentários dos líderes ressaltando a importância daquela visita. Ficaram gravadas em mim a seriedade do desafio na recitação do daimoku, durante a semana e nos fins de semana, e a movimentação para os ensaios que durou meses. Contagiados pela empolgação dos veteranos, nós, as crianças, nos sentíamos ainda mais felizes por estar com outros da mesma faixa etária, embalados por aquele sentimento de fazer parte de algo feito com enorme gratidão ao Mestre. Na véspera do grande dia, inesperadamente, Ikeda sensei nos assistiu. Mesmo sem entender o que significava ter um mestre em nossa vida, lágrimas corriam sem parar. Afinal, era a vitória do discípulo em gratidão ao Mestre. Foram dias de muita emoção. Por me manter na órbita da Soka Gakkai, acumulei diversas comprovações. Seis anos depois, em 1990, como integrante da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e atuando no Sokahan (grupo de bastidor), fui surpreendido quando os componentes do Grupo 2001, de 1984, foram convocados para uma apresentação no Festival dos Jovens que ocorreria naquele ano e com a expectativa da presença de Ikeda sensei. Todos queriam participar recepcionando o Mestre no grupo horizontal ao qual pertenciam. No entanto, ao tomarmos conhecimento de que o objetivo era que as crianças de 1984, agora jovens, apresentassem o juramento dos jovens do mundo a Ikeda sensei, compreendemos a missão que nos foi confiada. O presidente Ikeda não pôde estar presente. Entendemos, então, que o juramento do discípulo não dependia da presença física dele e fizemos a apresentação como se ele estivesse ali, diante dos nossos olhos. Houve ainda a Convenção da Chuva em 1999, ocasião em que fomos testados pela força da natureza, que nos proporcionou um importante aprendizado de que a semente germina graças à chuva e ela só se desenvolve se conseguir enfrentar as tempestades. Em 2009, mais uma vez, minha vida pôde se renovar por meio do juramento ao Mestre durante a Convenção dos Jovens Monarcas, realizada exatamente no mesmo local, o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi um momento inesquecível em que os jovens da BSGI selaram seu juramento a Ikeda sensei. Quanta gratidão! Hoje, na Divisão Sênior (DS) e com uma família maravilhosa que venho construindo, mantenho o mesmo sentimento de seguir eternamente junto com Ikeda sensei, apoiando os companheiros. Aquele encontro de quarenta anos atrás seria apenas mero acaso, mas, por ter sido sustentado por um juramento, tornou-se uma bússola, uma missão de vida, que fez toda a diferença. Essa é minha maior honra! Tokunaga com a esposa, Tatiana, tendo à frente as filhas, da esq. para a dir., Laura e Júlia *** Um brado eterno Selma Inoguti Participei do festival cultural como Pompom-tai, do Grupo Asas da Paz Kotekitai. Lembro-me de que, pulando bem alto, olhando para Ikeda sensei lá na tribuna, determinei: “Ikeda sensei, conte comigo! Quando crescer, vou me esforçar para ser um valor humano!” Mesmo sem enxergá-lo, pois a tribuna estava com a luz apagada, naquele momento, selei meu juramento ao Mestre pelas três existências da vida. Apesar de muito jovem, recordo-me do meu desafio de vencer na prática da fé, e de superar as dificuldades financeiras e de saúde, para participar dos ensaios. Um fato que me marcou foi que, em todos os ensaios e no dia do festival, Ikeda sensei ofereceu uma lata de refrigerante aos participantes. Isso foi um marco de carinho do Mestre conosco e de nossa gratidão a ele. Observava a perseverança e forte determinação dos meus pais e dos companheiros de transformar cada circunstância recitando muito mais daimoku. Cada vitória, para nós, era a causa para a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, após dezoito anos. Quanta gratidão em compartilhar esse momento e refletir que são quarenta anos de muitas oportunidades, desafios, mudanças, alegrias e vitórias! Aproveito para manifestar profunda gratidão ao Mestre e à Sra. Kaneko, aos meus pais e familiares, veteranos e amigos, pois foram fundamentais para eu viver todos esses anos de forma digna e feliz. Deixo uma dica para que possamos sempre incentivar os jovens e estudantes, acreditando em seu potencial e inspirando-os com nossa postura e exemplo, conquistando sua confiança. E, em especial neste momento, em que vivemos a grande luta da Juventude Soka neste maio tão significativo. Visando os cem anos da Soka Gakkai e os setenta anos da BSGI, como um legado por todas as existências e pela gratidão eterna a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko, meu compromisso e juramento é, em união harmoniosa com as cinco divisões, me esforçar ao máximo para corresponder às expectativas do Mestre, além de cumprir minha missão e contribuir para o desenvolvimento da Divisão Feminina do Brasil e de toda a BSGI. Diante do meu desafio do dia a dia de trabalhar, cuidar da família, atuar na organização, estudar etc., recitar “muito mais daimoku” e realizar uma luta com muita sabedoria, alegria e leveza, sigo me esforçando para ser o “sol do kosen-rufu”, conforme direcionamento do sensei. E, por meio do juramento seigan e do ponto primordial “fé, prática e estudo”, e junto com minhas companheiras de missão, desenvolver uma geração de mulheres fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço, felicidade e triunfo! Minha eterna decisão é baseada no trecho da mensagem de Ikeda sensei enviada em setembro de 2023, que hoje é o legado e eterno juramento da DF do Brasil: Haja o que houver, imbuídas de ardente coragem e de profunda esperança, avancem em prol da Lei Mística como dignas componentes da Soka Gakkai. E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local.1 Rumo a 2030, vamos trilhar esse maravilhoso e nobre caminho do kosen-rufu, eternamente junto com Ikeda sensei e com a Sra. Kaneko, bradando em nosso coração: “Shitei funi é a minha vida” e “Avançar é a nossa missão!”. Um forte e carinhoso abraço! Momento em família: Selma está à dir. em pé. Ao seu lado, o irmão Akinori e a cunhada Tatiane. Sentados, a partir da esq., o pai de Tatiane, Adriano; e os pais de Selma, Seiyti e Alice Nota: 1. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 13. No topo: O grande final do 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado no Ginásio do Ibirapuera durante a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil (São Paulo, SP, 26 fev. 1984).Fotos: Seikyo Press | BS | Arquivo pessoal
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Eterna jornada conjunta
DR. DAISAKU IKEDA Uma pessoa que possui o mestre como ponto primordial é forte. Não se esqueça de seu ponto primordial. Porque, desde que não o deixe de lado, você não sairá da órbita da fé pela qual decidiu seguir adiante. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * Em seu escrito Florescer e Produzir Grãos, Daishonin declara: Dizem que se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda, mas, se um mestre cria um mau discípulo, ambos cairão no inferno. Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo.1 Se mestre e discípulo tiverem mentes diferentes, nada poderá ser realizado. No fim, tudo é decidido pelo discípulo. O enorme crescimento da Soka Gakkai até agora foi alcançado por meio da união brilhante e indestrutível da unicidade de mestre e discípulo. Se tiverem profunda consciência da missão de mestre e discípulo de viver uma existência dedicada ao kosen-rufu, jamais terão algo a temer. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. Baluarte Central. Nova Revolução Humana. v. 17. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * A questão mais importante na vida de uma pessoa é quem ela tem como mestre e quem segue como exemplo. Não há felicidade maior do que possuir um mestre da vida. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * A relação entre mestre e discípulo é como a da agulha com a linha. O mestre abre o caminho e revela os princípios, enquanto o discípulo prossegue o trabalho do mestre, aplica, desenvolve e concretiza esses princípios. O discípulo também deve seguir adiante e ultrapassar o mestre. O mestre, por sua vez, está pronto a dar tudo de si, até mesmo a própria vida, pelo discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Mestre e discípulo ligados pelo juramento seigan pelo kosen-rufu vivem juntos eternamente, unidos pelo compromisso de lutarem juntos até o fim. Fonte: IKEDA, Daisaku. Atuação Conjunta de Mestre e Discípulo. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * O budismo ensina: “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.1 A relação de mestre e discípulo é um laço entre duas vidas gerado pela mútua, séria e sincera determinação do mestre comprometido a desenvolver o discípulo de forma a superá-lo, e do discípulo em corresponder de todo o coração à determinação do mestre. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. O Impossível é Possível. Romper Barreiras. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * A relação mestre-discípulo é a base do budismo. Se compreendermos de fato o caminho de mestre e discípulo, seremos capazes de realizar infalivelmente nossa revolução humana, atingir o estado de buda nesta existência e abrir o caminho para o futuro eterno do kosen-rufu. Fonte: IKEDA, Daisaku. Luz do Sol. Nova Revolução Humana, v. 19. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Sem a relação de mestre e discípulo, qualquer coisa que realizarmos simplesmente terminará junto com a nossa existência. Não passará de um breve drama e de uma busca por satisfação pessoal. Em contraste, a relação de mestre e discípulo nos habilita a viver uma vida conectada ao grandioso fluxo da humanidade, uma vida comparável a um caudaloso rio, uma vida que faz parte de uma ininterrupta corrida de revezamento. Mestres e discípulos são como atletas numa corrida de revezamento. Eles avançam, passando adiante o bastão ao longo da trilha pela justiça, felicidade e paz de toda a humanidade. Os mestres correm na frente para, depois, transferir o bastão aos discípulos. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O presidente Toda sempre dizia que os discípulos devem buscar ultrapassar seus mestres. Somente mestres de pensamento mesquinho exigem que os discípulos os sigam e aceitem tudo o que disserem com obediência cega. Mestres genuínos instigam os discípulos a superá-los, a realizar o que eles não puderam realizar. E discípulos verdadeiros se esforçam ardentemente para fazer exatamente isso. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Alinhar nosso coração ao coração do mestre e aprofundar nossa determinação de promover o progresso do kosen-rufu são os fatores fundamentais para estabelecermos um elo sólido com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. É com essa união que conseguimos ativar o poder realmente resplandecente da Lei Mística. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Se os seguidores leigos e o mestre oram com pensamentos diferentes, suas orações serão tão inúteis quanto tentar acender fogo sobre a água. Fonte: Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 54, 2017. * * * A unicidade de mestre e discípulo inicia-se pelo ato de viver com o mesmo espírito do mestre e de sempre mantê-lo firmemente no coração. É fácil falar sobre o caminho de mestre e discípulo, mas se nosso mestre não estiver em nosso coração, não estaremos praticando o budismo genuinamente. Se pensarem no coração do mestre como algo que existe fora de vocês, as ações e a orientação dele não atuarão mais como um padrão ou modelo interior para vocês. Então, em vez disso, poderão adotar como parâmetro de conduta a maneira como seu mestre os vê ou os avalia. Se isso acontecer, tenderão a se esforçar com afinco se o mestre lhes disser estritamente que o façam, mas poderão diminuir o empenho ou até se tornar calculistas na tentativa de obter a aprovação dele. Dessa forma, não conseguirão aprofundar a fé nem realizar sua revolução humana. E se os líderes cederem a essa tendência, aniquilarão o verdadeiro espírito do budismo e o puro mundo da fé se transformará num reino de questões mundanas governado por vantagens pessoais e conjecturas. Somente estabelecendo firmemente o grandioso caminho da unicidade de mestre e discípulo no próprio coração, a pessoa consegue promover a perpetuação da Lei. Fonte: IKEDA, Daisaku. Fortaleza de Pessoas Capazes. Nova Revolução Humana, v. 25. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * O kosen-rufu se torna possível quando os discípulos abraçam o mesmo espírito que o mestre. Sem o sólido pilar da relação de mestre e discípulo, é muito fácil ser arrastado pelas próprias emoções e tendências da época, e a pessoa prontamente cede à pressão e desiste quando sua fé é posta à prova. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * No que se refere a mestres, há os bons e os maus. “Busquem bons mestres! Evitem maus mestres! Tenham a sabedoria para saber diferenciar um do outro. Não sejam enganados!” — essa é a instrução solene de Nichiren Daishonin. Não devemos seguir mestres errôneos; se o fizermos, seremos influenciados negativamente pelos procedimentos incorretos deles. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O caminho de mestre e discípulo é crucial para trilharmos o verdadeiro curso do humanismo e do budismo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * A força da ligação entre mestre e discípulo não se define pela distância física. Somente aquele que possui o mestre em seu próprio coração pode ser considerado um discípulo com forte ligação. Aí se encontra o grande caminho da unicidade de mestre e discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. Espírito de Procura. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Ter “a mesma mente que Nichiren” é a essência da nossa fé e prática budistas. Os mestres e discípulos Soka, começando pelo presidente fundador, Tsunesaburo Makiguchi, e seu discípulo e segundo presidente, Josei Toda, dedicaram a vida em prol do grande juramento pelo kosen-rufu, de acordo com o espírito de Daishonin. Permanecer fiel ao caminho de mestre e discípulo Soka, portanto, é a prática de ter a mesma mente que Nichiren. Falando de modo concreto, significa manter firmemente nosso mestre no coração o tempo todo. Além disso, não devemos nos considerar separados do mestre; em vez disso, devemos sempre agir e pensar baseando-nos da perspectiva do mestre. Fonte: IKEDA, Daisaku. Alto-Mar. Nova Revolução Humana, v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. No topo: Dias antes de tomar posse da terceira presidência da Soka Gakkai, o jovem Daisaku Ikeda posa com os retratos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi, à esq., e Josei Toda, à dir., na sede central da organização em Tóquio (Japão, abr. 1960) Foto: Seikyo Press
09/05/2024
Matéria da Divisão Sênior
BS
Consolidar a relação de mestre e discípulo
A jornada de mestre e discípulo é de gratidão e de transformação. Cada passo, cada gesto, é uma oportunidade para demonstrar o respeito e a dedicação que temos pelo caminho que trilhamos juntos. Ao consolidar nossa conexão, não apenas honramos o legado do mestre, mas também fortalecemos nossa própria revolução humana. Nesta matéria, exploraremos, passo a passo, como solidificar essa relação, inspirando-nos na nobreza da gratidão e na busca incessante por resultados significativos na vida diária. Foco no passo a passo Desde a estratégia da oração e ação até a confirmação da vitória, cada passo é uma trajetória de compromisso, responsabilidade e crescimento mútuos. Para consolidar sua ligação com o mestre e transformar a sua vida, listamos dez pontos importantes. Passo 1. Orar e agir: Ore de forma consciente e corajosa, inspirando-se e encorajando-se com determinação para alcançar a vitória. Tudo se inicia com a oração! Em seguida, entre em ação com atitudes concretas no dia a dia. Passo 2. Cultivar a gratidão: Agradeça e honre os mestres que dedicaram a vida em prol do desenvolvimento da nossa organização, construindo uma existência inigualável por meio do kosen-rufu. Passo 3. Buscar e demonstrar comprometimento: Procure agir em harmonia, assumindo responsabilidades e demonstrando comprometimento em todos os aspectos de sua atuação, em todos os campos da vida e da organização. Passo 4. Concretizar (todos os dias) o kosen-rufu: Aja com grande convicção e empenho para concretizar a “profecia de Nichiren Daishonin”,1 consciente de que a realização do kosen-rufu depende de suas ações efetivas e sérias, não apenas da espera passiva. Passo 5. Viver o legado: Desenvolva e multiplique o legado do Mestre, visando à felicidade da humanidade e à paz mundial. “O que o Mestre faria no meu lugar?” Passo 6. Conquistar a prova real: Demonstre a grandiosidade dos mestres por meio de resultados e realizações em sua vida diária. Passo 7. Saber ouvir: Promova a igualdade e rejeite a arrogância e o autoritarismo, dando protagonismo a todos, especialmente às mulheres e aos jovens em reconhecimento pelos esforços deles. Passo 8. Recusar acomodação: Abrace os desafios, evite uma postura de superioridade e se abra para experiências novas, sempre em busca do autoaperfeiçoamento. Passo 9. Cultivar senso de justiça e de coragem: Mantenha a chama da justiça e da coragem ardendo permanentemente em seu coração para trilhar o caminho da unicidade de mestre e discípulo. Tome uma decisão com base no direcionamento do Mestre. Passo 10. Liderar com inspiração: Demonstre, em vez de dizer o que fazer. Lidere, com inspiração, a Divisão Sênior, enfatizando a seriedade no momento presente. Encontro promovido pela Divisão Sênior. Acima, Atividade com membros da RM Cidade Tiradentes Momento-chave da unicidade de mestre e discípulo Na história da Soka Gakkai, episódios marcantes, como a passagem do bastão espiritual do presidente Josei Toda para o jovem Ikeda, ecoam a profunda relação de mestre e discípulo. Inspirados por essa transição histórica, exploramos os dez passos cruciais parasolidificar essa ligação. Cada passo revela uma jornada de comprometimento e crescimento,refletindo a essência da herança espiritual transmitida de mestre para discípulo. No depoimento, a seguir, a Sra. Tizuko Yamaura, veterana da Divisão do Jovens (DJ), que ajudou nos preparativos para a cerimônia de 16 de março de 1958, relata um momento crucial na manifestação desse sentimento: Eu, o Sr. Kashiwabara e o Sr. Morita estávamos no elevador com o Sr. Toda e Daisaku Ikeda [era 10 de março de 1958]. Olhando fixamente para Ikeda, o mestre disse: “Meu trabalho foi concluído com isso [inauguração do Daikodo]. Já posso morrer tranquilo. Então, Daisaku, deixo o resto com você, conto com você!”. Era o momento solene da entrega do bastão espiritual de mestre e discípulo, o instante em que foi definido o herdeiro e sucessor do kosen- rufu.2 E claro, não podemos deixar de citar o dia 14 de agosto de 1947, data em que o jovem Daisaku Ikeda conheceu Josei Toda, ao participar de uma reunião de palestra. Profundamente influenciado pela personalidade de Toda sensei, o presidente Ikeda decidiu adotar o Budismo de Nichiren Daishonin em sua vida apenas dez dias depois, em 24 de agosto. No livro Pilares de Ouro Soka, ele conta sobre a primeira impressão desse encontro: “Embora aquela fosse a primeira vez que nos encontrávamos, o Sr. Toda se dirigiu a mim como se fôssemos velhos conhecidos”.3 Inicie sua jornada agora para fortalecer sua relação de mestre e discípulo, continuamente, com o desejo de aprender. Como assim, desejo de aprender? Novamente, no livro Pilares de Ouro Soka, Ikeda sensei nos direciona: De acordo com um episódio histórico do Romance dos Três Reinos, consta que Liu Bei disse: “Viva de um modo que lhe permita acumular sabedoria”; ao passo que Cao Cao, com orgulho, declarou: “Como amadureci, passei a apreciar mais o mundo do aprendizado”. E Sun Quan enaltecia abertamente aqueles que se esforçavam para se aprimorar mesmo depois de adultos.4 Dessa forma, não nos resta alternativa a não ser aprender fazendo, aprimorando-nos, segundo a segundo, com o sentimento de unicidade com os Três Mestres Eternos, 24 horas por dia. Avante, sênior! Notas: 1. Leia mais no Brasil Seikyo, ed. 2.022, 6 fev. 2010, p. A4 e ed. 2.228, 24 maio 2014, p. B4. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.930, 8 mar. 2008, p. B5. 3. IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka: Coletânea de Orientações para a Divisão Sênior. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 84. 4. Ibidem, p. 14. *** Reflexão sobre a matéria Mario Marcio Leite da Silva, vice-coordenador da DS da BSGI Construindo uma profunda e inabalável relação com o Mestre Gostaria de convidar todos a refletir, junto comigo, sobre o significado e a importância da relação de mestre e discípulo de forma prática em nossa vida. No meu caso, essa relação foi construída, passo a passo, ao longo do tempo. Desde criança, sabia que tínhamos um mestre — um grande homem, sábio, forte e vitorioso — a quem podíamos confiar porque nos incentivava a incorporar o Budismo de Nichiren Daishonin em nossa vida. Ouvia meus veteranos, líderes do Grupo 2001, falar sobre as orientações de Ikeda sensei para as crianças. Muitas vezes, eu o imaginava dialogando comigo. Era realmente como se fosse um diálogo em que sensei se colocava diante de mim e me ensinava os caminhos da prática da fé para eu realmente ser feliz. Eu era uma criança muito tímida e insegura. Tinha medo de encarar as pessoas e de lutar pelos meus sonhos, como se não fosse capaz de alcançar a felicidade. No entanto, sempre estive ao lado da minha avó nas atividades, o que me permitiu tomar conhecimento da história e trajetória de Ikeda sensei, com todos os seus desafios e superações. A cada momento, o Mestre se tornava um grande exemplo de força, coragem e determinação para mim. Queria também manifestar aquela força, aquele poder. Minha prática foi ganhando um novo sentido à medida que eu crescia. Com base nas orientações do sensei, fui me desenvolvendo, rompendo a barreira do medo e vencendo aquela extrema timidez e insegurança. Essa relação de mestre e discípulo se desenvolvia dentro do meu coração a cada dia. Não era algo físico, mas espiritual, profundo e místico. Assim eu sentia. Quando lia as orientações de Ikeda sensei, percebia uma grandiosa sinergia com ele e, nesse momento único, nascia uma clara certeza da vitória. Era como se ele falasse: “Levante-se! Vença esta sua barreira! Você é meu discípulo! E é um grande valor!”. Eu me emociono ao recordar essa fase da minha vida. Recentemente, tive a oportunidade de estar com o líder da Divisão Sênior da Soka Gakkai, Sr. Tanigawa, num curso de aprimoramento em Kansai. Diante da pergunta que fizemos sobre o espírito de relatarmos nossa luta na organização e nossas vitórias ao Mestre por meio do hokokusho (comunicado), ele disse as seguintes palavras: “O espírito de procura é a chave para o aprimoramento, o avanço e a vitória. O espírito de procura em reportar ao Mestre deve ser mantido, independentemente de receber ou não a resposta dele. A causa se encontra em manifestar sua decisão ao Mestre. Não são formalidades, mas sim o sincero desejo de reportar a vitória a Ikeda sensei”. Eu também aprendi com os companheiros de Kansai que shitei funi [“unicidade de mestre e discípulo”] está no comprometimento e na decisão de “jamais ser derrotado”, o que fez nascer em mim um novo sentimento e reflexão. Ikeda sensei herdou e dedicou a vida para cumprir o juramento ao seu mestre, Josei Toda. E eu, enquanto discípulo? Já me levantei com o mesmo sentimento? Herdei todo o ensinamento deixado por Ikeda sensei? Ser discípulo é ter o mesmo coração e realizar as mesmas ações do Mestre, pois seu forte desejo é a felicidade de todas as pessoas. É preciso cultivar, a cada dia, a grande árvore da relação de mestre e discípulo, tornando suas raízes profundas e inabaláveis. Agora é a hora do levantar dos genuínos discípulos Ikeda! Relatemos nossas vitórias de avanço e de construção de um “Brasil, Monarca do Mundo”, nação da esperança e Terra da Luz Eternamente Tranquila Vamos juntos perpetuar a história do nosso grandioso mestre. Forte e carinhoso abraço! *** DS de comprovação Ser o melhor no local em que se encontra Lisandro Alves Soares, 42 anos, barbeiro, atua como vice-responsável de comunidade responsável pelo grupo Alvorada de RM. Sou casado com uma mulher de grande e inestimável valor humano e tenho quatro filhas. Em 2016, converti-me ao Budismo Nichiren. São apenas oito anos e parece que se passaram décadas desde a minha conversão. Ao longo desse período, muitas coisas aconteceram. Vencemos, minha família e eu, diversas batalhas. Passamos por dificuldades financeiras, mas sempre nos empenhamos no daimoku e nas atividades da Gakkai. Em 2018, com muito daimoku e esforço, inaugurei meu próprio negócio: abri uma barbearia. Na ocasião, fiz o juramento: “Meu empreendimento será veículo de propagação do kosen-rufu”. Com esse juramento, meu estabelecimento é nutrido pelo verdadeiro espírito de mestre e discípulo por meio dos periódicos e dos livros da Editora Brasil Seikyo (EBS). Munido de muita informação, atuo de acordo com as orientações do Mestre Daisaku Ikeda. Em uma delas, ele diz: Se houver um problema que cause sofrimento às pessoas, considere-o seu e lute destemidamente para solucioná-lo — essa é a conduta de vida de um budista. Os integrantes da Divisão Sênior, ao se conscientizarem de sua missão e se tornarem o cerne e a força propulsora da edificação da sociedade, sua localidade também se desenvolverá, prosperará e será vitoriosa.1 Com esse pensamento e missão em meu coração, empenhei-me, dia após dia, e assim concretizei onze shakubuku, e muitos ainda estão por vir. Com essa alegria em propagar o budismo, vencemos uma grande crise na barbearia em razão da pandemia. Mas, sempre com muito daimoku, a esperança emergiu dentro do meu coração e me dediquei ainda mais às atividades da Gakkai. Hoje, atuo com grande orgulho e tenho plena ciência das minhas responsabilidades Baseando a vida nas orientações do meu mestre, sou considerado um dos melhores barbeiros da localidade, não apenas pelos serviços, mas principalmente por ser uma pessoa que incentiva a todos. Além disso, minha barbearia é um local bem frequentado. Muito, muito obrigado, Ikeda sensei. Vamos avançar sempre mais. Conte comigo! Lisandro em diversos momento com amigos e familiares No topo: Encontro promovido pela Divisão Sênior. Academia da Sub. Triângulo Mineiro Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Hino da Ampla Propagação. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 39, 2020. Fotos: Colaboração local | Arquivo pessoal
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Construir o castelo dos “valores humanos”
Sinceros parabéns pela realização desta Reunião de Líderes, que marca uma nova partida, neste novo Castelo da Lei em Kansai! [O Centro Ikeda de Kansai havia sido inaugurado em 17 de novembro de 2006.] Nos primeiros dias de nosso movimento, a sede de Kansai ficava num prédio muito antigo que havia sido uma escola de música e foi reformado. Quando muitas pessoas se reuniam ali, o prédio costumava balançar e se agitar tal como um navio no mar. A construção era tão antiga que chegamos a ponto de considerar solicitar às pessoas não virem à sede, a fim de evitar danos à estrutura. Foi por essa razão que quis construir a maior fortaleza da Lei no mundo em Kansai. No ano 1956, em meio à Campanha de Osaka, a entrada da antiga sede de Kansai ficou inundada devido a uma forte chuva. Agradecendo aos zeladores da sede, disse-lhes: “Sei que hoje nosso prédio pode estar velho e em ruínas, mas prometo que no futuro construirei um poderoso bastião de Kansai, transbordante de ilimitada boa sorte, que será um baluarte para milhões de membros. Membros de todo o mundo virão para Kansai”. Exatamente assim, a Kansai se desenvolveu de forma magnífica. Os membros do mundo se reúnem alegremente em Kansai. E os membros de todo o Japão chegam alegremente à região. É a Kansai do mundo. Viva a Kansai do mundo! Viva o castelo de “valores humanos” da Grande Kansai! Assim quero bradar. Parabéns! O grande castelo da paz, cultura e educação está sendo erguido concretamente pela Soka Gakkai em todo o Japão e em todo o mundo. Quero lhes dizer que o alicerce do kosen-rufu mundial foi construído de forma sólida. O mais importante é o kosen-rufu do mundo. A criação da paz e da felicidade está avançando com base na mais grandiosa Lei. Esse é o movimento mais importante. Vamos avançar resolutamente pelo grandioso caminho do kosen-rufu da suprema Lei do mundo, tal como consta nos escritos de Nichiren Daishonin: “Como a Lei é maravilhosa, a pessoa é digna de respeito”.2 Construamos um “castelo de valores humanos” eternamente indestrutível. Acima, o imponente Castelo de Osaka se destaca ao fundo das cerejeiras em plena floração. O Grande Auditório Memorial Ikeda de Kansai, que será inaugurado em 2027, terá visão para o Castelo de Osaka (Japão, 5 abr. 2024)O manuscrito original do romance Revolução Humana está preservado eternamente na sede da Soka Gakkai como um importante tesouro. Escrevi a página de rosto do manuscrito do volume 4 aqui em Kansai. Isso foi no dia 3 de maio de 1980: Este manuscrito da Revolução Humana conta a verdadeira história do grande empreendimento do meu mestre, Josei Toda, em prol do kosen-rufu, registrado com toda a exatidão pelo seu discípulo, Daisaku Ikeda. Não deem crédito a nenhuma palavra de difamação ou de intrigas. Registro profundamente estas palavras para os meus discípulos. O manuscrito está preservado com essas palavras. O tema principal de Revolução Humana, conforme escrevi no prefácio do romance, é: “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”. Essa frase constitui o princípio e a verdade eterna do budismo. Uma citação embasada nesse tema foi incluída em uma coletânea de palavras de sabedoria provenientes de diversas culturas e períodos históricos, publicada nos Estados Unidos com o título 1001 Pérolas de Sabedoria. O mundo está atualmente em busca desta grandiosa filosofia da transformação do destino. Na abertura do romance Revolução Humana consta: “Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra”. E no início do romance Nova Revolução Humana consta: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade”. A passagem inicial da Nova Revolução Humana foi gravada em muitas placas e monumentos ao redor do mundo, incluindo o Jardim de Cerejeira Ikeda na cidade de Denver, que fica no estado do Colorado, nos Estados Unidos, e o Parque da Paz Ikeda, na cidade de Choibalsan, na Mongólia. Sempre valorizei ao máximo as orientações de Toda sensei. Junto com minha esposa, escrevi tudo o que ouvia do meu mestre, dia após dia. Assim, valorizei as palavras do meu mestre. Por essa razão, Toda sensei depositou tamanha confiança em mim. Guardei cuidadosamente cada palavra, a cada momento, até o fim de sua vida. Toda sensei me incentivou e me treinou com o maior esmero quando eu era jovem, considerando-me como seu principal discípulo. Ele continuou a me treinar até o dia de seu falecimento. De minha parte, dediquei-me de corpo e alma ao meu mestre. Quando a empresa dele faliu, eu parei de estudar à noite para que pudesse me concentrar em apoiá-lo e acabar com a montanha de dívidas em que ele estava. Foram muitas as ocasiões em que ele expressou sua gratidão por meus esforços. E, para compensar a interrupção de meus estudos, ele me deu aulas particula-res. Atualmente, recebo homenagens de importantes instituições acadêmicas do mundo todo. Assim é o sublime caminho de mestre e discípulo no mundo da Lei Mística. [O presidente Ikeda havia recebido até aquele momento 224 homenagens acadêmicas de universidades e outras instituições de ensino superior do mundo inteiro]. Todas as orientações de Makiguchi sensei foram herdadas por Toda sensei, sem nenhuma exceção. Por isso, herdei todas as orientações de Toda sensei, sem exceção. Se não for transmitido esse verdadeiro espírito, mesmo que existam estruturas formais ou organizações, essas se extinguirão. Vamos transmitir esse espírito ao maior número de pessoas possível, fazendo surgir, a partir daí, o tesouro, a força e o pilar da Gakkai. Assim, encerro minhas palavras. Vamos construir, com nossos esforços, o progresso de Kansai e a grande vitória da Soka Gakkai. Caligrafias escritas por Ikeda sensei em 1984, ano em que foram realizados festivais culturais pela paz em várias localidades do Japão tais como Hokuriku e Niigata. A caligrafia “Onda de Valores Humanos”. Caligrafias escritas por Ikeda sensei em 1984, ano em que foram realizados festivais culturais pela paz em várias localidades do Japão tais como Hokuriku e Niigata. A caligrafia “Caminho da Paz”. Leia discurso na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.926, 9 fev. 2008, p. A3. No topo: Vamos viver até o fim pelo caminho de mestre e discípulo e comprovar uma existência de contínuas vitórias! Ikeda sensei faz o sinal de “V” de “vitória” e incentiva os companheiros durante reunião de líderes da Soka Gakkai realizada no Auditório Memorial Ikeda de Kansai, em Osaka (Japão, nov. 2007) Notas: 1. Essa reunião foi realizada em conjunto com a 32a Convenção da SGI e a 1a Convenção de Kansai, comemorando o 55o aniversário do movimento pelo kosen-rufu de Kansai. Também estiveram presentes 220 representantes da SGI de sessenta países e territórios, os quais estavam participando do Curso de Aprimoramento de Outono da SGI. Essa foi a primeira visita do presidente da SGI a Kansai após sete anos. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 365, 2017. Fotos: Seikyo Press
09/05/2024
Incentivo do líder
BS
“Todo o futuro depende disso”
Estamos no mês de maio de 2024. Esses cinco primeiros meses do “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” passaram de forma bastante rápida e marcante para mim. Nesta era essencial, após o memorável 18 de novembro de 2023, e em meio aos intensos preparativos para a tão aguardada Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, percebo, em meu coração, que a grandiosa extensão da nossa missão como genuínos discípulos Ikeda, não nos permite termos uma tímida e acanhada atuação, principalmente agora como integrantes da Juventude Soka do Brasil. Logo após o falecimento de Ikeda sensei, fiz as seguintes reflexões: “Como será a Thaís no futuro? Como será a vida da Thaís daqui a dez ou vinte anos como discípula de Daisaku Ikeda?”. Mais que tudo, sinto em minha vida a seriedade que esta época exige. Somos a extensão da vida do nosso mestre. Somos a tradução do árduo esforço e da sincera dedicação de nossos avós, pais e veteranos que dedicaram a vida para corresponder a Ikeda sensei na jornada da luta pelo kosen-rufu. Fico imaginando a empolgação e expectativa do meu querido e saudoso avô, em meio a esses dias que antecedem a convenção do dia 26 de maio. Certamente, ele estaria cantarolando as músicas da Gakkai e planejando qual seria o próximo jovem que incentivaria. E justamente por não permitir que a nobre luta do nosso mestre e o sentimento dos nossos veteranos se percam no tempo é que, mesmo em meio às ondas bravias da nossa vida, precisamos nos levantar com seriedade, coragem e forte determinação, não permitindo que as dificuldades da época nos impeçam de nos lapidar e de avançar em nossa revolução humana. Ikeda sensei diz: Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso.1 Não podemos mais adiar! É chegada a hora de todos nós, membros da Juventude Soka do Brasil, com límpida consciência de nossa missão, em união harmoniosa com nossos veteranos, manifestarmos nosso potencial e habilidade. Vamos nos empenhar para ler e aprender ainda mais sobre a vida e o coração do Mestre, criando em nossa própria vida as reais e sólidas condições para ser verdadeiramente esse genuíno discípulo de Daisaku Ikeda. Relendo as orientações do nosso mestre, encontrei um episódio ocorrido logo após a vitória na Campanha de Osaka, em 1956. Nele, Ikeda sensei dialoga com seu mestre, Josei Toda: — À medida que o kosen-rufu avançar, criaremos pessoas capazes em todos os âmbitos da sociedade. Haverá membros da Soka Gakkai empenhando-se sinceramente pela prosperidade da sociedade e pela paz da humanidade em todas as áreas — política, negócios, no mundo acadêmico, artes e educação. Não importando para onde olhar, qualquer que seja a direção, encontrará alguém da Soka Gakkai. Penso que a época em que o kosen-rufu estiver se concretizando será exatamente assim — afirmou Josei Toda. (...) — Tenho certeza de que a Soka Gakkai se tornará a soberana do mundo religioso.2 Estamos nos aproximando do dia 26 de maio. Juntos, uma vez mais, façamos a decisão de aproveitar o momento ideal para alcançar a vitória pessoal e a da nossa organização. Afinal, todo o futuro depende disso! Thaís Midori Nakamura Coordenadora da Divisão dos Jovens de coordenadoria Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Brado da Vitória. Nova Revolução Humana, v. 30-II. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, Seikyo, p. 9, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.439, 13 out. 2018, p. B3. Ilustração: Getty Images
09/05/2024
Editorial
BS
“Levantem-se com a poderosa oração”
Um dos períodos mais aguardados pela Soka Gakkai chegou! Enquanto estamos nos aproximando da grande atividade dos jovens da BSGI, o sul do país enfrenta um enorme desafio desde o começo do mês. Assim, diante dos acontecimentos na região, a organização, em um gesto de profundo respeito, prontamente manifestou sua solidariedade às inúmeras vítimas e aos desabrigados em decorrência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. E a toda a população gaúcha, transmitiu o profundo sentimento de pesar pelas vidas perdidas. A BSGI está em contato com os membros locais para prestar apoio material e incentivos. Eventos como a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo provocam transformações na vida das pessoas que, por sua vez, impactam a sociedade onde vivem. Acontecimentos naturais também são oportunidades para fortalecer a prática da fé. Nesta edição, na série “O Brilho das Quatro Estações, o Coração de Ikeda Sensei”, ele afirma: Nós temos fé com a mais elevada convicção. Levantem-se com a poderosa oração! O daimoku é o rugido do leão. A coragem se manifesta de forma abundante, e a energia vital transborda plenamente. Agora é o momento. É a partir de agora! Venceremos com a força da grande sinceridade, mergulhando com coragem em meio aos seres humanos, entre as pessoas. Um novo dia, um novo desafio.1 Na nova fase da editoria Encontro com o Mestre, Brasil Seikyo traz uma foto memorável de Ikeda sensei em sua visita às ruínas do Castelo de Aoba, em 1971, e o seguinte incentivo: O mais importante são os seres humanos de valor. A organização que construir o castelo de pessoas valorosas prosperará vitoriosamente por todo o futuro.É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído.2 Nesta construção monumental do futuro, desejamos que estas páginas sejam alento para os amigos da Região Sul ultrapassarem os dramas de transformação rumo à revitalização. Como o Mestre afirma, que esta leitura e a convenção dos jovens sejam fontes de energia para alicerçar as bases do kosen-rufu de cada localidade, por meio do contínuo avanço individual e organizacional! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.658, 11 maio 2024, p. 8. 2. Ibidem, p. 3.
09/05/2024
Editorial
BS
A primavera da nossa vida
Junto com a publicação desta edição do dia 13 de abril de 2024, realiza-se a Reunião de Líderes da Soka Gakkai Comemorativa do Dia 3 de Maio, no Japão. A grande data reúne também participantes do Curso de Aprimoramento de Primavera da SGI, incluindo 24 representantes do Brasil, que, nas terras de Kansai, reconfirmam a missão de atuar como discípulos Ikeda, cada qual em seu país. No Japão, é primavera, estação do ano tão amada por Josei Toda e por Daisaku Ikeda. Contemplando a chegada da primavera, certa vez Ikeda sensei registrou: A pessoa que se esforça em prol do budismo, certamente, se torna um buda. O Buda afirma que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Mesmo diante de muitas dificuldades, hoje, os amigos da SGI, que abraçam a Lei Mística, jamais são derrotados. Jamais se tornam infelizes. Para eles, a primavera da felicidade e a primavera da esperança chegam infalivelmente.2 Criação de “valores humanos” e aprimoramento contínuo permeiam a organização e os encontros da Soka Gakkai. Nesta edição, Brasil Seikyo publica matérias especiais pela passagem do aniversário da Divisão dos Estudantes da BSGI e traz incentivos aos jovens rumo ao grandioso encontro da juventude em maio, duas frentes que representam os resultados do legado Soka. O mês de abril será o período especial de cuidar de cada detalhe para o grande objetivo representado pela Convenção Comemorativa da Juventude Soka em maio ser compreendido por toda a BSGI. E mais ainda, para que o pós-encontro, de fato, seja o palco dos valores cultivados no movimento dos 100 mil jovens humanistas. Em um trecho do caderno da Nova Revolução Humana deste jornal, Ikeda sensei afirma: O processo de criação é uma batalha contra o próprio coração que tenta se conformar e ceder facilmente. É vencendo esse coração e seguir somando esforços, desafios e reflexões em busca de alternativas até o extremo que se abrem os novos caminhos.3 Esperamos que este jornal aprimore ainda mais o coração de cada leitor, lapidando e extraindo o brilho mais intenso. Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.656, 13 abr. 2024, p. 3. 3. Idem, p. 24.
11/04/2024
Especial
BS
O alvorecer do Budismo do Sol
O budismo surgiu na Índia há cerca de 2.500 anos com Shakyamuni, que, preocupado com a felicidade das pessoas, desejou incessantemente descobrir o caminho para uma existência sem sofrimentos. Com essa busca, ele despertou para a verdade de que existe uma lei fundamental, a qual permeia o universo, inclusive a vida das pessoas. No século 13, no Japão, Nichiren Daishonin, aos 12 anos, começou a estudar os principais ensinamentos budistas. Após muito empenho e dedicação, na idade adulta, chegou à conclusão de que o Sutra do Lótus continha o ensinamento mais profundo do buda Shakyamuni. Ele havia despertado para a mais ampla lei da vida revelada no Sutra do Lótus. Essa Lei fundamental denomina-se Nam-myoho-renge-kyo e reside no interior da vida de todas as pessoas. Retornando a Seicho-ji, templo em que havia estudado durante muitos anos, na manhã de 28 de abril de 1253, voltado para o Sol, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, conferindo às gerações futuras a chave para a iluminação. Nessa mesma data, ao meio-dia, Daishonin expôs sua doutrina na presença do seu mestre, Dozen-bo, de outros clérigos e aldeões. Declarou que nenhum dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus revelava a iluminação do Buda e que as escolas fundamentadas nesses ensinamentos eram desencaminhadoras. Disse também que o Sutra do Lótus é supremo e que o Nam-myoho-renge-kyo, a essência desse sutra, é o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Ponto de partida Desse momento em diante, Nichiren Daishonin iniciou a propagação de seus ensinamentos, o que gerou ódio e perseguições de líderes políticos e religiosos daquele período. Tais perseguições serviram para confirmar sua condição como devoto do Sutra do Lótus, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi em 1271, quando revelou sua identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei. A fundação do Budismo de Nichiren Daishonin tornou-se necessária pela própria condição da época e da sociedade, resgatando a essência do ensinamento budista e revelando uma prática perfeitamente em conformidade com a vida das pessoas na atualidade. Um dos objetivos principais da prática da fé é elevar a condição de vida, possibilitando à pessoa evidenciar sabedoria e coragem para o autoaprimoramento. Quanto mais elevada a condição de vida, mais profunda e amplamente podemos encarar os fenômenos da vida, identificando corretamente as atitudes necessárias para buscar a verdadeira felicidade e auxiliar outras pessoas nesse caminho. Por isso, do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, qualquer esforço para realizar a revolução humana deve ter como ponto de partida a prática do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) ao Gohonzon. Ampla propagação Durante mais de setecentos anos após o falecimento de Nichiren Daishonin, o budismo que ele revelou permaneceu restrito aos templos e a poucos adeptos. Em 1930, o surgimento da Soka Gakkai rompeu as barreiras do tempo e da distância, aproximando o coração de Daishonin ao das pessoas do povo por meio dos ensinamentos dele, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e se pôs em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Assim como Daishonin, Makiguchi, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo pela dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda, e morreu na prisão, defendendo suas convicções até o último instante. Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências, as quais resistiram aos bombardeios, que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se mais tarde presidente da organização e divulgando o Budismo Nichiren amplamente pelo Japão e pelo mundo. Ikeda sensei afirma: A revolução religiosa de Nichiren Daishonin reavivou os ideais do Sutra do Lótus, que, com base no objetivo da felicidade humana, ensina que todas as pessoas têm a capacidade de transformação. Daishonin ensinou o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) não por um impulso nacionalista, mas sim visando à segurança e ao bem-estar das pessoas e à paz em todo o país. Longe de promover um budismo orientado pelo clero, ele apresentou o conceito sobre iluminação que foi colocado à disposição de todos, sem distinção. E, em contraste com um budismo que prometia a salvação após a morte, ele apresentou um ensinamento transformador da realidade, da revolução humana, e da não dualidade da vida e da morte. (...) A base da revolução religiosa promovida pela SGI está na concretização do ideal de uma religião em prol das pessoas e na restauração do objetivo fundamental da religião que visa à felicidade das pessoas. Pelo fato de nossa organização jamais ter vacilado nesse compromisso desde a sua fundação, nosso movimento da SGI pela paz, cultura e educação conquistou hoje o maior respeito no mundo inteiro, inspirando tanto elogios quanto esperanças. Vamos continuar neste grande caminho humanístico — uma religião para o bem dos seres humanos. Isso é o que o século 21 exige de nós!2 No topo: Membros da BSGI recitam Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) durante Gongyo de Ano-Novo, realizado no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 1o jan. 2024) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.745, 24 abr. 2004, p. A2. Idem, ed. 2.175, 13 abr. 2013, p. A2. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 535, mar. 2013. Foto: BS
11/04/2024
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Fazer das alegrias do amigo a sua própria alegria e também fazer das tristezas do amigo a própria tristeza — os encontros Soka são o mundo da fé onde existe a mais bela e mais forte relação de coexistência da vida na qual as pessoas compartilham suas lágrimas e seus risos. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Flores da Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 18, 2022.
11/04/2024
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Vamos ter uma suprema existência
PARTE 17 Fitando os jovens, Shin’ichi Yamamoto disse: — Se esse é o desejo de vocês, eu os apoiarei. Posso então fazer umas alterações? Em uníssono, todos responderam “Sim!”. — Então, vamos juntos criar uma canção sublime que possa ser cantada para sempre! De imediato, Shin’ichi passou para o estudo e a lapidação da letra da canção: — Inicialmente, sobre a introdução “Ah, a hora do amanhecer chegará”, a palavra “amanhecer” já vem sendo muito utilizada tanto nas canções da Soka Gakkai como nos hinos de alojamentos estudantis. Numa canção, o início é muito importante. O primeiro verso é o que decidirá a vitória ou a derrota. É necessária uma imagem de cor nítida e resplandecente tal como um feixe de luz do sol ou da lua se estendendo amplamente. Acho que a imagem desta canção pode ser a da coloração carmesim. Que tal colocarmos no começo da letra “Ah, a manhã carmesim despontou”? O título da canção será Kurenai no Uta [Canção do Carmesim]. Queria fazer com que a melodia também fosse algo alegre, forte e que, conforme ela avançasse, evidenciasse um frescor ainda nunca antes visto nas canções. Por exemplo, que tal se fosse assim? Shin’ichi cantarolou uns acordes. Tomohiro Suginuma, encarregado da elaboração da música, registrou imediatamente a partitura. Com isso, a ideia da música também ficou definida. — Quero que crie uma música nova que siga na vanguarda do tempo, considerando as já existentes até agora. Desejo que se torne uma canção que as pessoas se sintam inspiradas e felizes só de ouvi-la. Dizendo de forma clara e direta, não quero que seja uma música que fique se alternando agitadamente e transmita inquietude, mas que seja magnânima e imponente. E vamos fazer com que se torne uma canção que todos sintam vontade de cantá-la, em vez de serem obrigadas a entoá-la. A reunião de diálogo se tornou na atividade de composição da canção. — Vamos também pensar mais e trabalhar as palavras “tempestades de obstáculos e de maldades”. Que tal se colocarmos “Ó, prepotentes obstáculos e maldades”? O importante numa letra é que não fique dependendo de expressões comuns que vieram sendo utilizadas, e somar contínuos esforços em busca de ideias criativas e inovação. O kosen-rufu que objetivamos e o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” possuem aspectos não compreensíveis nas concepções existentes até agora. Isso porque é algo totalmente novo, sem precedentes. Assim sendo, para representá-los, é imprescindível uma nova forma de expressão. PARTE 18 Shin’ichi Yamamoto seguiu revisando a letra dialogando com os jovens. Por meio da elaboração da canção, ele tentava ensinar aos jovens o coração da Soka Gakkai e desenvolver neles a consciência como sucessores Soka. — Vamos mudar o verso da terceira estrofe “Do kosen-rufu, que seria edificado pelos pais e pelas mães” para “Edificado pelas mães agora já idosas”. Dessa forma, creio que surge uma imagem mais concreta. Quero incluir na palavra “mães” tanto os pais como as pessoas que edificaram a Soka Gakkai em seus primórdios. Este é um ponto de suma importância. Agora, a organização possui um magnífico centro de treinamento, e também maravilhosas sedes regionais em todas as localidades. A Soka Gakkai se tornou de fato a maior organização religiosa do Japão. Mas, até chegarmos aqui, houve muitas árduas e angustiantes batalhas e dramas emocionantes de muitos companheiros veteranos, a começar pelo pai e pela mãe de vocês. Mesmo sendo menosprezados como “pobres” e “doentes” e lutando contra os preconceitos e as ofensas ocasionados por mal-entendidos, eles se dedicaram à propagação sem recuar um único passo, com esforço e elevada disposição. Não importando o sofrimento e a tristeza que experimentassem, os companheiros tinham uma grande esperança. Era a convicção de que os filhos sucessores, ou seja, vocês, se desenvolveriam de maneira admirável e digna, e se tornariam extraordinários líderes do kosen-rufu e da Soka Gakkai. Por isso mesmo, independentemente do que ocorresse, conseguiram se esforçar e continuar na batalha com o sentimento de “Esperem e verão!” e “Não serei derrotado jamais!”. Nunca devem trair as expectativas desses pais e mães. Se ignorarem esse sentimento deles, serão ingratos. Peço a vocês que se tornem alguém que os companheiros dos primórdios da Soka Gakkai elogiem como “Magníficos sucessores que se desenvolveram em sucessão. Isso sim, é o nosso maior orgulho!”. Shin’ichi corrigiu toda a letra, da primeira à terceira estrofe. O número de alterações chegou a mais de trinta. — Eu ainda vou pensar mais. Pela Divisão dos Jovens, quero deixar uma sublime canção que será cantada e herdada para toda a eternidade. Concluirei uma música que se tornará a prova da declaração da contraofensiva do kosen-rufu. Nesse dia, ele se dedicou à revisão da letra até tarde da noite. E ponderou profundamente sobre cada uma das palavras com o sentimento de embutir nelas a sua alma. PARTE 19 Na tarde do dia 13, Shin’ichi Yamamoto participou da reunião de gongyo comemorativo dos 25 anos de fundação do Distrito Aichi, promovida no auditório do Centro de Treinamento de Shikoku. Na visita a Kochi, realizada há três anos com o desejo de se encontrar com os companheiros da província e incentivá-los, Shin’ichi também chegou ao Centro de Treinamento de Kochi, próximo ao Cabo Ashizuri, e se dedicou a orientar e incentivar aqueles nesse local. Esses membros haviam superado várias dificuldades e se reuniram ali com o espírito elevado. Na reunião de gongyo comemorativo, citando frases como “Sem as adversidades, não existiria devoto do Sutra do Lótus”,1 Shin’ichi reconfirmou que era natural se deparar com grandes perseguições no caminho do kosen-rufu, e falou sobre a postura da prática da fé: — É justamente no momento das dificuldades que se conhece a essência da fé de uma pessoa. Existem pessoas que traíram companheiros, revelando seu coração covarde, e fogem. Há também pessoas que decidem em seu coração que “Agora é o momento da verdade” — e se levantam resolutamente. Essa diferença é definida pela trajetória de como veio polindo e fortalecendo a fé no dia a dia. Não há como estabelecer uma fé forte e destemida de um dia para o outro. Pode-se dizer também que o empenho contínuo e diário nas atividades da Soka Gakkai é para manter a fé inabalável nos momentos de adversidades com coragem. Nós somos mortais comuns, não passamos de pessoas do povo. Por essa razão, somos humilhados e perseguidos. No entanto, o que propagamos é a mais sublime e elevada Lei chamada “Lei Mística” e, por essa razão, podemos realizar sem falta o kosen-rufu. Além disso: “A Lei não se propaga por si mesma. Por ser propagada pelas pessoas, tanto a Lei como as pessoas tornam-se dignas de respeito”.2 Portanto, “as pessoas de propagação” que expandem a suprema Lei conseguem trilhar uma suprema existência. Ser injuriado infundadamente e sentir raiva e revolta em prol do kosen-rufu e da Soka Gakkai se tornarão tudo em eterna boa sorte. Sem sermos aturdidos por palavras e ações de baixo nível, vamos ter até o fim uma suprema existência em exato acordo com os princípios do budismo! Uma estrondosa salva de palmas irrompeu no auditório. Tanto Tokushima como Kagawa, Ehime e Kochi se levantaram. Shikoku se tornou a pioneira da batalha da contraofensiva. PARTE 20 Nesse dia 13, em que foi realizada a reunião de gongyo de Kochi, Shin’ichi Yamamoto incentivou, além dos participantes da atividade, os membros de cada uma das divisões e integrantes dos grupos de bastidores, e ainda tirou fotos comemorativas com muitas pessoas. Também continuou a lapidar a letra e a canção Kurenai no Uta [Canção do Carmesim] nos intervalos entre esses momentos. A cada alteração da letra, ele comunicava os jovens. Tomohiro Suginuma, responsável pela composição da música, havia começado a elaborá-la com base naquilo que Shin’ichi cantarolou na reunião de diálogo, e conseguiu lhe dar uma forma, a princípio. No final da tarde do dia 13, quando Shin’ichi vistoriava as dependências do centro de treinamento e deu uma olhada no auditório, viu os membros cantando em coro a canção com as alterações para gravar numa fita cassete. Após ouvir o coral por algum tempo, ele transmitiu sua impressão ao compositor Suginuma: — Parece que a música está um pouco difícil. Vamos deixá-la mais fácil de cantar e mais agradável. À noite, chegou às mãos de Shin’ichi a fita cassete com a música gravada. Ao ouvi-la, ele disse: — Ficou excelente! A música está bem assim. Desse jeito, agora é a letra que está perdendo para a música. Vamos melhorá-la ainda mais! Shin’ichi trabalhou a letra ainda com mais dedicação. No dia 14, ele ouviu a fita com a canção no Centro de Treinamento de Shikoku, e também durante a sua visita ao Centro Cultural de Shikoku e à Sede da Divisão Feminina de Shikoku, e continuou lapidando a letra. E mesmo à noite, quando foi ao banho coletivo com representantes da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de Shikoku, ele ainda continuou pensando na melhoria da letra da canção. Os componentes da Divisão Masculina de Jovens do Japão haviam externado o anseio de que essa canção não fosse apenas da Divisão Masculina de Jovens de Shikoku, mas que pudesse ser cantada amplamente no país inteiro como canção da divisão. — Se for assim, vamos torná-la algo ainda mais extraordinário. Após o banho também, ele continuou revendo cada trecho, cada palavra, sempre se perguntando: “Não há nenhum outro ponto para corrigir?”; “Não há nada mais para melhorar?”. O processo de criação é uma batalha contra o próprio coração que tenta se conformar e ceder facilmente. É vencendo esse coração e seguir somando esforços, desafios e reflexões em busca de alternativas até o extremo que se abrem os novos caminhos. Shin’ichi queria ensinar aos jovens sucessores esse espírito de luta de uma criação. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, 2020, p. 33. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 856. Ilustrações: Kenichiro Uchida
11/04/2024
Encontro com o Mestre
BS
Terra natal do meu venerado mestre. Oh, companheiros da região de Hokuriku!
Quando ouço “Hokuriku”, um brilho se estende em meu coração. Ah, terra natal do meu amado mestre! Oh, nascente da nossa relação de mestre e discípulo Soka, de elevada honra! Mestre e discípulo não são dois, mas unos. Por isso mesmo, meu mestre, Josei Toda, encontra-se sempre junto comigo nas profundezas da minha vida. Além disso, os companheiros de Hokuriku, terra natal do meu mestre, não se afastam nem por um único instante das profundezas do meu íntimo. * * * A Lei Mística é a eterna grande Lei do revivescer. É a força para a sobrevivência. É o motor para o avanço. E é a energia infindável para o desenvolvimento. Mesmo que se defronte com condições tão adversas que façam você pensar “Não aguento mais!”, a “força para sobreviver” e a “força para superar as dificuldades” estão originalmente inerentes de maneira solene ao grande solo da vida. O que faz revivescer essa grandiosa e infindável força é a prática da fé. Pelo princípio de “desejos mundanos são iluminação”, quando se recita a Lei Mística, de forma poderosa e sonora, transforma-se infalivelmente “as dificuldades em alegria”, “a infelicidade em felicidade”, “o destino em missão”. Para nós, que abraçamos essa maravilhosa Lei Mística, jamais haverá impasses na vida e no dia a dia. * * * Meus preciosos amigos de Hokuriku! Por favor, que cada pessoa, junto com muitos companheiros, sobreviva dia após dia, fazendo brilhar intensamente seu coração! Com a certeza de que a vitória e a alegria final estão em nosso próprio interior! Nós possuímos um caminho correto e preciso. Nós possuímos uma fé em que somos unos com o universo. E, ainda, há um majestoso portal, e uma construção grandiosa e ousada de si próprio. Por mais forte que seja a tempestade, nós possuímos o poder absoluto que provoca intensa vibração em direção à felicidade! Nós temos o coração! Nós temos a união! Publicado no Seikyo Shimbun do dia 4 de fevereiro de 2024. No topo: Estende-se uma bela paisagem de área rural. Lá, ao longe, uma cadeia de montanhas brilha na cor azul. Foto tirada por Ikeda sensei em agosto de 1984. No dia 26 daquele mês, o Mestre participa do Primeiro Festival Cultural de Hokuriku pela Paz, na cidade de Kanazawa. Ao apreciar o enorme coral de 50 mil vozes entoando a canção Aa Seigan no Uta [Ah, Canção do Juramento Seigan] de Hokuriku, sensei louvou: “Festival Cultural com Nota Máxima, 200”. Faz um pouco mais de um mês desde o terremoto na península de Noto. Companheiros do Japão e amigos do mundo estão orando pela paz, saúde e mais breve recuperação das vítimas afetadas pela catástrofe. Todos acreditam que vocês se levantarão com o juramento seigan com o mestre em seu coração. Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei publicadas, respectivamente, no editorial da coletânea de orientações Alvorecer da Vitória, Hokuriku de Juramento Seigan, no ensaio “O Brilho da Vitória — Terra onde Floresce a Missão Soka” e no ensaio “O Castelo da Cerejeira — Hokuriku, a Maré da Nova Era”.
23/03/2024
Mensagem
BS
“Façamos de cada 16 de março um dia de renovação do nosso juramento pelo kosen-rufu”
Minhas felicitações pelas revigorantes atividades em comemoração do 16 de Março, Dia do Kosen-rufu! O dia de 16 de março é a data em que os discípulos, aos quais foram confiadas a missão e a total responsabilidade pelo kosen-rufu, se levantam resolutamente. É a oportunidade de despertarmos, ainda com mais vigor e seriedade, para o juramento dos bodisatvas da terra, o próprio coração dos mestres e discípulos Soka — o juramento de eliminar a miséria da face da Terra e de abrir caminho para que todas as pessoas sejam felizes. É a época de dar nova partida em nossa jornada pelo kosen-rufu e pela paz mundial com o espírito de “azul mais azul que o índigo” e com os jovens na vanguarda. Este ano, em particular, marca o 70o aniversário da nomeação de Ikeda sensei como coordenador do staff da Divisão dos Jovens. Neste momento de grande significado, vocês, nossos jovens sucessores, estão se levantando corajosamente em todo o mundo com a determinação de que “Agora é a hora!”. Vocês são um farol da esperança para o kosen-rufu, a sociedade e a humanidade. Nichiren Daishonin diz: “O que importa é o coração”1 e “Esses bodisatvas [que emergiram da terra] são os únicos que foram plenamente forjados em sua determinação”.2 Ao se referir a esta última passagem, Ikeda sensei disse certa vez: “Os jovens bodisatvas da terra que forjam sua determinação por meio da prática do Budismo Nichiren — o caminho mais seguro e grandioso para polir a vida — são os sucessores mais confiáveis de nossa nobre causa”. Cada um de vocês tem uma profunda missão e imensa boa sorte. Por favor, dediquem-se com sinceridade à sua prática diária do gongyo e à recitação do Nam-myoho-renge-kyo, deem o seu melhor nas atividades da Soka Gakkai e continuem a se desafiar em sua revolução humana. Acumulem assim comprovações de que “prática da fé é a própria vida diária” e de que “budismo é a sociedade”. Espero também que lutem de todo o coração como “coordenadores do staff dos jovens da nova era” para expandir seus círculos de confiança e de amizade na amada terra da sua missão. Ikeda sensei afirma: (...) se houver a grande solidariedade dos jovens Soka em prol da paz, cultura e educação, hasteando a grande filosofia do respeito à dignidade da vida e reverberando o daimoku da prática individual e altruística, com certeza é possível iluminar os povos do mundo e irradiar com alegria e sabedoria o dia de amanhã do planeta.3 Correspondendo à grande expectativa do nosso mestre, vamos aproveitar o momento presente para falar com sinceridade e determinação e compartilhar corajosamente o Budismo Nichiren, dando passos largos em nossos esforços para transformar o destino da humanidade! Inspirem e revigorem as pessoas ao redor com seus incentivos! Vivam uma juventude feliz e vitoriosa no lugar em que se encontram neste exato momento! Junto com Ikeda sensei, nosso eterno mestre, façamos de cada 16 de março um dia de renovação do nosso juramento pelo kosen-rufu! Em 16 de março de 2024 Minoru Harada Presidente da Soka Gakkai Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017.2. Ibidem, p. 218.3. Brasil Seikyo, ed. 2.411, 17 mar. 2018, p. C2. Foto: Seikyo Press
23/03/2024
Editorial
BS
Como despertar o brilho da vida?
Neste mês de fevereiro, completamos cem dias desde o falecimento de Ikeda sensei. Muitas homenagens em sua memória ainda acontecem no mundo inteiro, e as atividades da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial têm criado um verdadeiro levantar dos discípulos. Todos os grandes marcos da existência de Ikeda sensei ganham um novo significado. Um deles é a recente passagem do 26 de janeiro, Dia da SGI. Nesta edição do Brasil Seikyo, você acompanha importante declaração do presidente Harada sobre a data (veja nas p. 3 a 5 desta edição). No trecho final, ele cita as seguintes palavras de Ikeda sensei: Para a paz da humanidade, é importante apresentar propostas concretas e agir assumindo a liderança visando à sua realização. Mesmo que tais propostas não sejam aceitas e realizadas de imediato, elas se tornam faíscas pelas quais se espalham as chamas da paz. Teorias abstratas são sempre vazias e fúteis. Mas propostas concretas se tornam “pilares” para sua realização e “telhados” para proteger a humanidade.1 E o presidente Harada conclama: Como discípulos de Ikeda sensei, devemos participar, por pouco que seja, da “batalha pela paz e pelo humanismo” dos três primeiros presidentes [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda]. Como portadores da “cultura de paz”, desejamos agir no palco de nossa missão e expandir uma vigorosa rede de solidariedade do povo para mudar a trágica história de miséria humana pelo ilimitado futuro.2 A disposição de se doar é uma ação presente na Soka Gakkai e demonstrada pelos Três Mestres. Nesse sentido, Brasil Seikyo traz matéria especial sobre gratidão, elemento indispensável para ações de dedicação abnegada em prol do kosen-rufu, e exemplos de organizações que põem em prática esse espírito. No romance Nova Revolução Humana consta: O budismo ensina que o que mais importa é o coração. Aqueles que têm gratidão são felizes, sua vida é rica em vitalidade e alegria, são dinâmicos e alegres e têm imensa boa sorte. Por outro lado, aqueles que não têm gratidão são infelizes, e têm o coração obscurecido e pobre. Estão sempre descontentes, são cheios de inveja e ressentimento e vivem se lamentando. Desta forma, isolam-se dos demais e gradativamente acabam com toda esperança e boa sorte. Eles destroem a própria felicidade e entram em um estado de vazio e desespero. Pessoas arrogantes e que carecem de gratidão também são infelizes e solitárias. É o espírito da gratidão que dá origem a uma vida brilhante.3 Leia matéria na íntegra nas p. 10 e 11, e um pouco mais sobre o espírito de doação na editoria Conheça o Budismo. Desejamos que este jornal desperte o brilho da vida em cada leitor e que se torne portador da cultura de paz. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 169, 2019.2. Brasil Seikyo, ed. 2.653, 24 fev. 2024, p. 3.3. Idem. Estrela Guia. Nova Revolução Humana, v. 13. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.
22/02/2024
Incentivo do líder
BS
A importância da recitação do daimoku e de sua continuidade
Nichiren Daishonin encontrou no Budismo de Shakyamuni o ensinamento para conduzir as pessoas à iluminação, ou seja, a alcançar o estado de buda. Nesse processo, Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo como a Lei fundamental inerente a todas as formas de vida e ao universo, garantindo, assim, às pessoas atingirem o estado de buda. Para melhor compreensão, o Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina que nossa vida possui dois extremos. De um lado, a chamada ilusão fundamental e, do outro, a iluminação. A vida dominada pela ilusão é limitada ao campo emocional, incapaz de compreender a realidade e, devido a essa limitação, a pessoa sofre angustiada por não conseguir superar os problemas. Agora, com relação a essa mesma vida que se encontra em sofrimento, quando a pessoa recita Nam-myoho-renge-kyo, transforma e suplanta essa condição de sofrimento, pois a recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) desperta nela o estado de buda — a natureza de buda capaz de iluminar qualquer ilusão da vida. Daisaku Ikeda nos orienta como extrair a grandiosa energia vital indomável do daimoku: O Budismo Nichiren não ensina uma crença dependente de algo fora de nós. A oração no Budismo Nichiren consiste em extrair esperança com convicção indomável. A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte da sabedoria e do poder do Buda. Nossa capacidade de extrair grande energia vital se resume à força de nossa fé. Quando estiver sofrendo, triste ou magoado, simplesmente recite Nam-myoho-renge-kyo de coração aberto. Continue recitando assim como você é, como se estivesse compartilhando seu sentimento com um pai benevolente ou uma mãe carinhosa. Desse modo, deve transformar seus problemas em orações.1 Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo e continuamos a fazê-lo por um tempo, percebemos uma expressiva mudança em nosso coração, e vemos a angústia e o sofrimento se transformarem em coragem e esperança. A recitação do daimoku, a prática diária, nos proporciona uma vida melhor e equilibrada, mesmo diante de diversas intempéries. Nós recitamos Nam-myoho-renge-kyo para compreender a nossa misteriosa existência. O resultado será sempre a conquista de uma vida de boa disposição e de felicidade. A vida sempre será uma constante batalha espiritual. Para tanto, o Budismo de Nichiren Daishonin nos mostra que o daimoku é o único meio capaz de combater quaisquer obstáculos espirituais da nossa vida. Vamos orar muito mais daimoku e estabelecer uma condição plena de felicidade e compartilhar com todos ao nosso redor. Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 639, nov. 2021, p. 50-65.Ilustração: GETTY IMAGES
11/01/2024
Encontro com o Mestre
BS
Edifiquem o Castelo dos Grandes Monarcas Soka, da paz e da felicidade, com a força e a paixão dos “Shin’ichi Yamamoto” do mundo
Jovens discípulos, brilhem como “coordenadores de staff dos jovens” da nova era! Mulheres Soka, promovam o diálogo de coragem, sinônimo da compaixão Estou muito feliz por receber os honrosos jovens líderes do kosen-rufu mundial aqui reunidos no dia de hoje [como participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI]. Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, está, com certeza, observando claramente e aplaudindo cada um dos preciosos amigos que vieram de locais distantes ao Japão, ultrapassando inúmeras dificuldades e desafios. Ao mesmo tempo, ele está demonstrando admiração aos seus familiares e aos companheiros da organização que os apoiaram e os enviaram para esta atividade, afirmando que, sem dúvida, a sinceridade deles “é mais firme que a grande terra e mais profunda que o grande oceano!”.1 Orando pelo avanço do kosen-rufu e pela segurança harmoniosa de seu respectivo país e território, como também pela paz e prosperidade de cada um deles, vamos abraçá-los com uma grande salva de palmas com espírito de união de “diferentes em corpo, unos em mente”. * * * No dia de hoje, em comemoração do 10º aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu [em novembro], gostaria de oferecer um encorajamento aos cidadãos globais, emergidos da terra, por meio de três caligrafias compostas por mim, as quais ostentam o ideograma Dai [ou Tai] (“grande”) do Daiseido (Auditório do Grande Juramento). O primeiro é Taiko (“Grande Luz”). Caligrafia escrita pelo presidente Ikeda: Taiko (“Grande Luz”), registrada com o desejo de que formemos a luz solidária da majestosa “revolução humana Em março de 1954, meu mestre, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, criou a nova estrutura de “staff da Divisão dos Jovens” em nossa organização e me nomeou como coordenador dela. O mestre solicitou aos jovens Soka que se tornassem a força motriz para idealizar e promover todos os aspectos do kosen-rufu, expandindo amplamente a condição de vida, abraçando a filosofia de vida de “O universo sou eu” e “Eu sou o universo”, reconhecendo que “o sol, a lua e as estrelas se encontram dentro de nós”. A partir da luta como discípulo de unicidade com o mestre, determinado a corresponder infalivelmente à confiança dele, nasceu uma nova luz de criação de valor e acelerou nosso majestoso movimento da propagação da Lei Mística. No próximo ano, completam-se setenta anos desde essa ocasião. Expresso aos meus amados jovens discípulos do Japão e do mundo: “Sejam os coordenadores de staff da Divisão dos Jovens da nova era! Desejo que formem a rede solidária majestosa e crescente de pessoas que brilhem com a luz da ‘revolução humana’. Com a força e a paixão dos jovens, protejam e iluminem intensamente o direito à vida das pessoas!”. * * * A próxima caligrafia é a Daiji (“Grande Compaixão”). Caligrafia escrita pelo presidente Ikeda, Daiji (“Grande Compaixão”), apresentada como encorajamento às mulheres Soka que personificam a grandiosa compaixão, herdada diretamente do buda Nichiren Daishonin Em Saldar as Dívidas de Gratidão, Daishonin declara: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.2 E, em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, ele afirma: “A ‘grande compaixão’ é como aquela que a mãe sente pelo seu filho. Atualmente, essa é a compaixão de Nichiren e seus seguidores”.3 As mães e as mulheres da nossa Soka Gakkai personificam, mais que ninguém, essa grandiosa compaixão, herdada diretamente do buda Nichiren Daishonin, de forma tão profunda e calorosa. Por isso mesmo, a correnteza da propagação (kosen-rufu) compassiva da Lei Mística jamais cairá em um impasse. Numa sociedade em que tantas pessoas sofrem com o coração sombrio, solitário e enregelado, vamos seguir o exemplo dos laços unidos dos “lírios-brancos” (Divisão Feminina) e das “irmãs Kayo” (Divisão Feminina de Jovens) para estender as mãos aos outros por meio do diálogo de coragem, sinônimo de compaixão, embasado na oração compassiva, fonte da sabedoria. Dessa maneira, vamos expandir ao mundo a alegria e a esperança da família Soka, modelo da cultura de paz. * * * A última caligrafia é a Dai-o-jo (“Castelo dos Grandes Monarcas”). Caligrafia escrita pelo presidente Ikeda, Dai-o-jo (“Castelo dos Grandes Monarcas”), anunciada como símbolo do juramento de garantir a vitória e a prosperidade do castelo Soka junto com os “Shin’ichi Yamamoto” do mundo No meio do turbilhão da Perseguição de Atsuhara, Nichiren Daishonin apresentou ao jovem Nanjo Tokimitsu, que se levantou na linha de frente dos ataques, protegendo o mestre e os companheiros, a história da prática de Shakyamuni em uma existência passada como o grande rei Cor Dourada.4 Para salvar as pessoas que sofriam por inanição em decorrência de um longo período de estiagem, o rei Cor Dourada ofereceu tudo o que tinha, e, no fim, até uma pequena quantidade de arroz que ainda lhe restava. Então, o rei bradou aos céus, afirmando que “tomaria sobre si mesmo a dor de cada habitante sedento e faminto, e que estava disposto a morrer de inanição”.5 Nesse momento, “as divindades celestiais ouviram-no e, de imediato, fizeram cair sobre o reino a doce chuva da imortalidade” e, assim, “toda a população do reino reviveu”.6 Nada é mais poderoso que o “coração de um rei leão”7 que persevera com o espírito de não poupar a própria vida, junto com a Lei Mística, trabalhando incansavelmente pelo kosen-rufu, pelo bem das pessoas e da justiça. Nós temos a força de ativar até as funções protetoras do universo, de revitalizar a vida das pessoas e de construir uma terra preciosa que incorpora o ideal de Nichiren Daishonin da “pacificação da terra”. Vamos proteger resolutamente o castelo Soka de contínuas vitórias, da paz e da felicidade das pessoas comuns, construído por seus nobres pais e mães, nossos membros pioneiros, com indestrutível fé diamantina. Junto com os “Shin’ichi Yamamoto” do mundo que se desenvolvem ilimitadamente, façamos o juramento de garantir a vitória e a prosperidade do Castelo dos Grandes Monarcas da Soka Gakkai, de cor dourada, a concretizar, sem falta, a transformação do destino da humanidade. Assim, concluo minha mensagem. Publicado no Seikyo Shimbun do dia 3 de setembro de 2023. Representantes da Divisão dos Estudantes recepcionam efusivamente os jovens líderes do mundo que se reuniram no Auditório Memorial Toda de Tóquio, palácio de mestre e discípulo No topo: Na Reunião de Líderes realizada no Salão Memorial Ikeda de Kansai, localizado na cidade de Osaka, Ikeda sensei faz o sinal de V de vitória, incentivando com toda a força os companheiros de Kansai, bem como os líderes dos países nos quais a SGI está presente e que vieram ao Japão (Osaka, nov. 2007) Notas:1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 198, 2017.2. Ibidem, v. I, p. 770, 2020.3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 43.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2017.5. Ibidem.6. Ibidem.7. Ibidem, v. I, p. 318, 2020. Fotos: Seikyo Press
21/09/2023
Relato
BS
Quando brilha a joia do coração
Meu nome é Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, moro em Joinville, SC, sul do país. Sou formada em design de produto, optando por segmentar em joias finas, profissão construída a partir do momento em que aprendi a polir o brilho do meu coração e desejar viver. Falo do início da minha jornada na família Soka que no próximo ano completará quarenta anos. Isso foi no dia 6 de maio de 1984, data que considero meu renascimento. Como um encontro pode ser decisivo! Eu tinha 25 anos quando fui me encontrar com uma amiga pela última vez. Estava decidida a não viver mais, pois julgava ser a forma mais fácil de parar de sofrer. Seguiria o destino da família: meu pai não suportou a morte da mãe dele e cometeu suicídio. Eu, agora, estava sem meu pai, e minha mãe vivia imersa em tamanha dor que não respondia pelos seus atos. A mim caberia cuidar dela e ainda apoiar sete irmãos. Era demais para mim. Um olhar benevolente É incrível que, ao praticarmos o budismo, nos tornamos sensíveis à dor do outro. Ao me ver triste, sem pensar duas vezes nem entender a fundo o que me afligia internamente, minha amiga pediu para que eu recitasse Nam-myoho-renge-kyo junto com ela. Sem mesmo entender o significado, eu a segui na oração. Foi como um raio de luz entrando em uma caverna escura. Ficamos ali, meia hora ou mais, e os pensamentos sombrios deram lugar a uma voz interna, agora fortalecida: “Eu tenho tantos sonhos, não quero morrer”. Converti-me ao budismo meses depois, tornando-me o esteio de minha nova história. O sonho da faculdade, que nutri desde menina, consegui concretizar. Eu me casei e a alegria da família se completou com a chegada de meus dois filhos, José Jr. e Jessika, que cresceram nos jardins Soka. Meu marido, José Kostetzer, é médico anestesiologista, simpatizante e nos apoia em tudo. Abri minha empresa de semijoias finas em 2014, e a mantenho até hoje. Como é bom viver! Momentos em família: da esq. para a dir., o marido, José, a filha Jessika e o primogênito José Jr. Busca constante Em 1993, quando Ikeda sensei visitou o Brasil, eu era responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade. Nós nos unimos em forte oração para o pleno sucesso das atividades durante a permanência dele no país. Objetivei ir ao encontro do Mestre no Japão, meta que alcancei em outubro daquele mesmo ano, junto com dez companheiros de Santa Catarina. Foi inesquecível! “Estou orando para seu esforço cada vez maior.” Essas foram as palavras de Ikeda sensei, que soaram como força para que eu ultrapassasse nova investida do carma financeiro um ano depois. Vencemos uma questão jurídica desafiadora na empresa do meu marido em 1994, convictos na força da justiça. Dessa maneira, selei minha convicção de ter encontrado a joia mais rara, fruto de um coração que determina, ora e vence, sem sucumbir ao desespero. Isso foi graças ao estudo do budismo, dentro do esforço de materializar as frases douradas ditas pelo Buda: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 e “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido”.2 Em viagem ao Japão. Avancei em minha contribuição como líder Soka e hoje atuo como vice-responsável pela CRE Sul, com o sentimento gravado a partir do encontro com o Mestre: avançar e vencer, sendo feliz e levando felicidade às pessoas. Apresentei o budismo para muitas pessoas, e na organização local estamos em pleno movimento de expansão da base. Honra e gratidão Um orgulho imenso é ter meus filhos na mesma órbita desse nobre propósito. José Jr., 34 anos, é cardiologista e atua com a família na organização na capital, Florianópolis. A Jessika, 31, é parceira de todas as horas, tem sua profissão (engenheira civil) e me apoia na empresa. Na BSGI, recentemente, foi confiada para coordenar o núcleo de estudantes da CRE Sul. Que imensa alegria e gratidão! Este mês também considero bastante significativo, porque nos remete à reflexão de sermos braço e abraço das pessoas que sofrem em momentos de desespero, assim como vivenciei um dia, antes de conhecer a família Soka. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é realmente a maior das alegrias, essa é minha maior convicção. Agradeço a todos que fazem parte da lapidação dessa minha trajetória. Em especial, a Ikeda sensei, pois quem tem um mestre da vida jamais se sente sem saída. Muito obrigada! Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, empresária do segmento de semijoias finas. Na BSGI, é vice-coordenadora da CRE Sul. Pela filha, Jessika Já nasci com minha mãe praticante do Budismo Nichiren. Por observá-la e receber desde sempre muito incentivo e apoio, eu me espelhei nela e pus em prática o Nam-myoho-renge-kyo. Foi assim que venci a enorme dificuldade que tinha de me socializar com crianças e demais pessoas, passando a enxergar meu valor com a prática da fé. Bem, minha mãe é uma grandiosa mulher, a quem admiro demais por ter passado tudo o que passou e por ter seus desafios constantes que jamais a abalaram, ao contrário, só a fortaleceram. Ela sempre me transmitiu seu amor e carinho com rigorosidade e disciplina ao mesmo tempo. Isso me “forjou”, principalmente tendo como referência Ikeda sensei em nossa vida. Recentemente, fui nomeada para coordenar a Divisão dos Estudantes (DE) da CRE Sul. Agora poderei retribuir todo o aprendizado que tive nos jardins Soka desde a infância e que me trouxeram até aqui, realizada e plena para vencer ainda mais diariamente sejam quais forem as questões. Agradeço à minha mãe por ser inspiração e me lançar a caminhos tão nobres, ao lado do Mestre, dos quais muito me orgulho. Marilene e a filha Jessika. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Ibidem, p. 464. Fotos: Arquivo pessoal
06/09/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Mulheres determinadas e inspiradoras
Queridas rainhas do imenso Brasil! Desejamos que todas estejam bem, vencendo e desafiando todas as circunstâncias com “muito mais daimoku”. Por falar em daimoku, no próximo dia 12 de setembro, teremos a conclusão do período dos cem dias de recitação do daimoku. Soubemos que várias rainhas se desafiaram e conquistaram imensuráveis benefícios com essa oportunidade. Vamos, cada vez mais, nos desafiar em nossa recitação diária, na leitura dos incentivos de Ikeda sensei e nos conectar a essa rede da vitória. Neste mês, gostaríamos de convidar você para um bate-papo sobre empoderamento. O que significa empoderar? “Empoderar” é um verbo que se refere ao “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”.1 Conceito tão utilizado ultimamente que vem do inglês empowerment e foi usado pela primeira vez no Brasil pelo educador Paulo Freire. Segundo ele, empoderamento é a capacidade de um indivíduo de buscar por si mesmo as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer. Podemos dizer que empoderar é a capacidade do indivíduo de provocar a si mesmo, a ação de dominar ou ter poder sobre determinada situação, condição ou característica. Porém, esse poder nada tem a ver com superioridade; é um movimento de emancipação individual, de se conscientizar de quem você é, ter o domínio sobre a sua vida e tomar as próprias decisões. Resumindo, o empoderamento tem a ver com a nossa escolha da vida e, por meio dessa conscientização, somos capazes de transformar o meio em que vivemos, bem como nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Fantástico, não é mesmo?! Cá entre nós, podemos dizer que se empoderar é manifestar nossa condição de buda para realizar nossa revolução humana. E por que esse tema é tão presente entre as mulheres? Por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal, na qual seu papel na sociedade era restrito unicamente à família. Ela era a única responsável pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, sendo sempre governada pelo homem (pai, marido, irmão ou tio). Assim, a virtude das mulheres era a de reproduzir, de ser a mãe perfeita e protetora. A mulher era tida como o sexo frágil e como alguém sem direitos de escolhas.2 Na Constituição de 1824, a primeira constituição brasileira, a mulher não era considerada cidadã, portanto sem direito ao voto.3 Empoderamento nos jardins da Lei Mística Há centenas de anos, o Oriente também era permeado por uma cultura em que as mulheres eram consideradas inferiores. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus não consideravam a igualdade entre homens e mulheres. Nesse cenário, Nichiren Daishonin revelou que não havia distinção entre homens e mulheres; enfatizando que as mulheres também tinham a condição de buda. Por meio de cartas, Daishonin encorajava as mulheres a se empoderar por intermédio da Lei Mística para atingir a iluminação na forma que se apresentavam. Com esse mesmo sentimento de Daishonin, os Três Mestres vieram incentivando as mulheres, destacando a força, o potencial e o papel crucial delas em todas as esferas de atuação, sendo capazes de provocar ondas de mudança na sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, afirma: No passado, esperava-se que as mulheres no Japão obedecessem aos pais na juventude, aos maridos quando se casassem, e aos filhos na velhice. As mulheres atuais romperam esses grilhões e conquistaram seus direitos individuais. No “século das mulheres” é imprescindível que esse empoderamento propicie felicidade genuína. É essencial que as pessoas consigam pensar de maneira autônoma e efetuem seus próprios julgamentos, sem se deixarem influenciar indevidamente pela opinião pública, por tendências sociais ou pela pressão dos pares. Caso contrário, não estarão refletindo profundamente sobre seus próprios objetivos e metas, mas meramente tentando evitar ser deixada de fora.4 Podemos e temos o direito de conquistar o que desejarmos e de ser o que quisermos. E é importante destacar que, nessa jornada, é essencial nos manter no caminho da prática da fé, a base da nossa vida, bem como a forma para atingir a felicidade absoluta por meio da nossa revolução humana. Independentemente de onde estivermos, podemos incentivar a nós mesmas e conquistar uma vida radiante. Na mesma proporção em que enfrentamos grandes provações e sofrimentos, uma grandiosa condição de vida de plena realização desabrochará em nossa vida. Ikeda sensei declara: No reluzente espelho chamado Sutra do Lótus reflete-se a essência da flor de lótus inerente em nossa vida. Por mais que nossa realidade seja difícil como um pântano lamacento, nela podemos desabrochar flores, sem sermos derrotados. E a filosofia que ensina o caminho dessa perseverança e da esperança é o Sutra do Lótus.5 Empoderada sendo exatamente como é O best-seller Corajosa Sim, Perfeita Não, da autora indo-americana Reshma Sayujani, fala sobre um comportamento que está enraizado no nosso dia a dia sem nem percebermos: a busca irracional por sermos perfeitas o tempo todo. Sayujani compartilha sua trajetória desde a escola até uma vida profissional bem-sucedida. Embora tivesse obtido êxito na carreira, ela ainda sofria com a discriminação e o preconceito por ser mulher. Então, ela fundou a organização não governamental (ONG) chamada Girls Who Code (Mulheres que Programam) para que todas as mulheres também tivessem a oportunidade de desenvolver sistemas, destacando que essa não era uma função exclusiva dos homens. Atualmente, cerca de 130 corporações apoiam a ONG sem fins lucrativos, que já ajudou mais de 185 mil meninas e mulheres a ingressar no mercado de cientista da programação. Grandes empresas de tecnologia contratam essas profissionais. Aprendemos com Sayujani que é possível ir além da programação de sistemas; podemos reprogramar a nós mesmas (reinstalar “nosso sistema”). O livro menciona uma pesquisa muito interessante na qual se observou que a mulher só se candidata a uma vaga de emprego quando ela se sente 100% qualificada, enquanto o homem precisa apenas de 66% de compatibilidade para acreditar que é qualificado. Quem foi que disse que precisamos ser perfeitas? O ponto aqui é “quantas vezes deixamos de nos posicionar ou tomar uma atitude simplesmente por não querer confrontar ou por não nos sentir à altura?”. Nossa autoestima sofre um baque quando nos silenciamos. Sofremos e prejudicamos nossas relações quando nos escondemos por trás de um verniz de perfeição. Essa camada protetora pode impedir que os outros enxerguem nossos defeitos e vulnerabilidade, mas também pode nos isolar daqueles a quem amamos e dificultar a construção de relações autênticas que façam sentido de verdade. Para se reprogramar, Sayujani recomenda exercitar o músculo da coragem diariamente. Ao abandonar a necessidade de perfeição, dando lugar à coragem, podemos ter a ousadia de realizar o impensável do nosso jeito. A coragem é uma busca que enriquece nossa vida com algo que a perfeição ameaçava tirar: felicidade autêntica, sensação de realização genuína, responsabilidade pelos próprios medos, abertura para novas experiências e possibilidades, aceitação dos erros e defeitos, os quais a tornam interessante e que fazem da nossa vida algo exclusivamente nosso. Empoderadas da porta para dentro Então, amigas? Empoderadas e corajosas, podemos hoje dar um novo passo? E como direcionar com sabedoria nossa liberdade de decisão e escolha? O Mestre salienta: Quanto maiores forem a liberdade e a democracia, maiores devem ser a autodisciplina e a iniciativa de cada um forjar-se. Caso contrário, as pessoas se tornarão escravas de suas ambições e viverão na ilusão e na busca de vantagens superficiais, sem poder encontrar a verdadeira felicidade. Por isso, é importante que todos se empenhem em realizar sua revolução humana, que é o ato de forjar e polir o próprio caráter. Sem esse empenho, não poderão seguir em direção à verdadeira felicidade. O ensino que possibilita alcançar a revolução humana é o Budismo de Nichiren Daishonin. Quero dizer que os senhores têm a importante tarefa de criar o exemplo de liberdade capaz de conduzir as pessoas à realização da verdadeira felicidade.6 O daimoku é o norteador dessa liberdade com sabedoria capaz de nos libertar das amarras do destino e das tendências cármicas. O daimoku é a chave para promover o empoderamento da porta para dentro. Estamos na reta final do daimoku dos cem dias rumo a 12 de setembro, dia de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku-kempon), ou seja, a revelação da verdadeira condição de vida. Se tiverem de mudar, falar, trocar, posicionar-se e sair da zona de conforto, comecem agora e com daimoku, como Ikeda sensei sempre nos incentiva: Muito mais daimoku. Não há regra fixa de tempo. Recite em abundância até seu coração transbordar de satisfação — até o ânimo da sua alma ficar mais forte que a negatividade da sua realidade. Faça o seu melhor e crie um ritmo diário conforme sua necessidade, desejo e decisão.7 Tudo começa com a oração! Para concluir, nosso mestre nos incentiva salientando: A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a forma motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quanto o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.8 Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI ReprogrAME-SE! Atualmente, consigo realizar por dia uma hora e quarenta minutos de daimoku com base no incentivo que aprendemos com nossas queridas veteranas. Hoje, atuo no Brasil e em Angola, difundindo socialmente o poder da mulher. Meu empoderamento não é somente da porta para fora, busco principalmente a mulher negra brasileira. Como membro da BSGI, entendo que, a partir da minha missão, tenho a oportunidade de me conectar com diversas mulheres na sociedade e, juntas, dialogamos e criamos projetos para que nossas pautas sociais e pessoais sejam ouvidas e respeitadas. Assim, utilizo o meu empoderamento interior para cada vez mais seguir e caminhar com o propósito de dar vozes a mulheres e meninas. É importante avançar focada na valorização de gênero e entender a sociedade e seus anseios. Acredito no compartilhamento e na determinação de uma mulher forte, que nunca caminha sozinha e está sempre alçando projetos que abarquem a todas e a todos. TATIANA SANTOS Vice-responsável pela Divisão Feminina do Distrito Itaboraí, RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ Tatiana com sua filha, Aisha No topo: participantes da Conferência de Líderes das Mulheres Soka, realizada no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Fotos: BS / Arquivo pessoalIlustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://www.significados.com.br/empoderar/. Acesso em: 16 ago. 2023. 2. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-evoluc-o-da-mulher-na-sociedade-1.827030. Acesso em: 16 ago. 2023. 3. Disponível em: https://richtergruppe.com.br/o-papel-da-mulher-na-sociedade/ Acesso em: 16 ago. 2023. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020. 5. Idem. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 20, 2020. 6. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, 2020. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.193, 31 ago. 2013, p. A4. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.
24/08/2023
Especial
BS
Escreva sua revolução humana
Quando o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, repousou a caneta sobre a mesa após terminar de redigir o último capítulo do volume 30, “Juramento Seigan”, do romance Nova Revolução Humana (NRH), haviam se passado 25 anos desde que ele iniciara essa verdadeira batalha de palavras. Era 6 de agosto de 2018, e o local, o mesmo do início da obra, o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. Alguns dias depois, em 8 de setembro, foi veiculada, no jornal Seikyo Shimbun, a parte final da grande obra literária da vida de Ikeda sensei. Conforme Brasil Seikyo publicou na matéria sobre as três décadas desde que o Mestre começou a escrever a NRH (ed. 2.639, 15 jul. 2023), o dia 6 de agosto de 1993 marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Era a expressão do profundo desejo de Ikeda sensei de que o destino trágico de guerras da humanidade fosse transformado em um futuro de paz e de respeito à dignidade da vida. Em meio à sua intensa agenda de atividades e de compromissos, dedicando cada momento a incentivar os companheiros e a impulsionar o avanço do kosen-rufu, ele ultrapassou os desafios, triunfando até sobre o próprio limite do tempo para completar o romance. Escreveu as primeiras linhas aos 65 anos e concluiu a obra com 90 anos. A força para cumprir essa tarefa monumental nasceu do solene juramento de registrar a grandiosidade e os ideais de seu mestre, Josei Toda, para as futuras gerações. Em 14 de agosto de 1957, exatamente dez anos após conhecer Toda sensei em uma reunião de palestra, Ikeda sensei decidiu dar continuidade à escrita do romance Revolução Humana, iniciada por seu mestre, missão finalizada em novembro de 1992. No posfácio do volume 30-II da NRH, o presidente Ikeda declara: Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e escrevam sua própria história brilhante da revolução humana, empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de ininterruptas ações indomáveis.1 Sobre esse sentimento do Mestre, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, salienta: Para nós, discípulos, não é exagero dizer que este momento de solene registro histórico da conclusão do romance Nova Revolução Humana é o ponto de partida do juramento seigan para iniciarmos a continuidade de sua narrativa com nosso próprio comportamento e ação. (...) Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o límpido espelho a iluminar o futuro. Com seus próprios passos, sensei indicou o rumo para que os discípulos continuassem vencendo na vida pessoal e no movimento pelo kosen-rufu por todo o eterno futuro. Além disso, Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o portal do diálogo com o Mestre.2 A fim de corresponder sinceramente aos anseios de Ikeda sensei, os integrantes da Soka Gakkai pelo mundo dedicam-se a escrever uma nova história de vitórias em sua vida com base nos direcionamentos do Mestre contidos nas duas obras. No Brasil também, os membros da BSGI têm se empenhado em seu estudo, tanto individualmente como nas organizações de base e em outras atividades, e aplicado o precioso conteúdo na vida para vencer os desafios pessoais, comprovar a prática budista na sociedade e triunfar como discípulos. Membros do Distrito Independência em encontro virtual de estudo da obra de Ikeda senseiOs componentes do Distrito Independência, em São Paulo, por exemplo, adotaram o estudo da Nova Revolução Humana como uma de suas principais atividades. No início da pandemia da Covid-19, promoveram os encontros de forma virtual, utilizando os volumes 30-I e 30-II da NRH, e encontraram nessa iniciativa a força, a coragem e a determinação para avançar em meio à realidade diária. Além disso, os participantes enriqueceram o diálogo revezando-se na apresentação de interessantes pesquisas sobre as personalidades, os lugares e outros aspectos dos trechos abordados. Recentemente, concluíram o estudo dos dois volumes. Uma das participantes mais assíduas, Andreia Jacob Oliveira, integrante da Divisão Feminina (DF), comenta: “Os encontros de estudo da NRH são ótimas oportunidades para compreendermos a luta de Ikeda sensei e para trocarmos ideias, contribuindo com nosso ponto de vista e aplicando o que aprendemos em nosso dia a dia”. Da mesma forma, por todo o país, vêm sendo realizadas atividades semelhantes e, em especial, a Juventude Soka adotou como alicerce de sua atuação o estudo da Nova Revolução Humana. A geração atual é a primeira a ter contato com a versão completa dessa obra de Ikeda sensei e, portanto, possui não somente a oportunidade de se aprofundar no estudo dela e de pôr em prática esse aprendizado, como também carrega a missão de transmitir às demais gerações a importância desse inestimável romance para o bem da humanidade. Leia mais Sobre a jornada empreendida por Ikeda sensei para escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana no Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023. No topo: Capas de volumes da Nova Revolução Humana em português. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Posfácio. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359. 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. A3.Foto: Colaboração local / BS
24/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Vamos criar um rio cada vez maior de pessoas capazes!
Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na cerimônia em que representantes da Universidade Nacional de Itapúa, no Paraguai, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. O discurso foi realizado na reunião conjunta das Divisões dos Universitários e dos Estudantes no Centro Internacional da Amizade Soka, em Tóquio, em 29 de abril de 2005. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 9 de julho de 2023.Há um velho ditado do Paraguai, conhecido como o coração da América do Sul: “Os bravos crescem através de sua luta”.1 Essa é a verdade. O tempo da juventude também é um tempo de luta. Sem luta espiritual, os jovens não podem crescer nem triunfar. Nada é mais belo do que jovens com uma filosofia sólida que lutam corajosa e seriamente pela verdade e para levar uma vida com sentido. Minhas felicitações e agradecimentos aos membros da Divisão dos Estudantes de 130 universidades e faculdades de todo o Japão, incluindo a Universidade Soka, e aos membros da nossa Divisão dos Universitários, por ocasião da Reunião Geral Conjunta da Divisão de Estudantes e da Divisão dos Universitários de hoje! O célebre escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917–2005) foi um grande defensor do espírito que, junto com a vossa estimada Universidade Nacional de Itapúa, abriu o caminho para uma era de humanismo. Escritor e jornalista corajoso, usou sua caneta com firmeza na resistência contra a antiga ditadura militar que governava o Paraguai. A perseguição das autoridades obrigou-o ao exílio por mais de quarenta anos (1947–1989). Podemos imaginar as dificuldades que ele deve ter suportado. Mas manteve-se fiel às suas convicções, levando uma vida excepcional. É importante conhecer grandes personalidades como Roa Bastos. Pessoas de maior bem são as mais invejadas e as mais atacadas. Essa é uma triste verdade da natureza humana e uma cruel realidade do mundo. Contudo, em nome da vitória na vida e da vitória das nossas convicções, jamais devemos comprometer nosso empenho pela verdade e pela justiça. O professor Bastos declarou com a determinação de um campeão indomável: “Tal como os pássaros levantam voo contra a corrente atmosférica, a força do desafio contra as adversidades faz com que o ser humano alce voo”.2 É uma extraordinária visão da vida. Suportando as perseguições, ele deixou solenemente um hino imortal do ser humano para a história da literatura mundial. Apesar de ter sido perseguido pelas autoridades, Roa Bastos deixou um legado imortal do triunfo humano na história da literatura mundial. Eu tinha 19 anos quando conheci meu mestre, Josei Toda [em 14 de agosto de 1947], mais ou menos a mesma idade de muitos de vocês que estão aqui hoje. Cena do memorável encontro do presidente Josei Toda, terceiro a partir da esq., com o jovem Daisaku Ikeda de 19 anos, em pé, numa reunião de palestra realizada em 14 de agosto de 1947 (pintura a óleo de autoria de Kenichiro Uchida) Quantos têm 19 anos? [Vários membros levantaram a mão.] Já se passaram 58 anos (em 2005) desde esse encontro e 45 anos (em 2005) desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. Enfrentando dificuldades, como “calúnias e difamações” e “ódio e inveja”, elucidadas no budismo, consegui superar todas elas. Foi graças a vocês. O fato de eu ter edificado a rede de solidariedade humanística da paz, cultura e educação no mundo é meu maior orgulho. Obrigado! Hoje, declaro para todos ouvirem que os membros da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Estudantes são os sucessores a quem confio esse orgulhoso caminho da missão e da convicção! É natural que todos enfrentem várias dificuldades. Todas as pessoas sofrem com algum problema. Quanto mais grandiosa for a pessoa, que se preocupa com o mundo ou com a humanidade, maiores serão as angústias. É por isso que as angústias se tornam metas para valiosas vitórias de preciosas construções. Elas são a força motriz. Por favor, esforcem-se todos. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se fortalece. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se engrandece. Os problemas são uma fonte importante de crescimento e uma força motriz para a vitória. Quanto mais grandiosa for a pessoa, maiores serão seus problemas ou preocupações. Como posso fazer do mundo um lugar melhor? Como posso fazer com que a humanidade seja feliz? Grandes problemas ou preocupações como essas são a marca registrada das grandes pessoas. Os problemas nos tornam mais fortes. Os problemas expandem nossa capacidade como seres humanos. Lidar seriamente com os problemas também estimula nosso cérebro e promove nosso crescimento espiritual. Em nossas atividades diárias da Soka Gakkai, nós nos preocupamos com os outros, “Hoje vou recitar daimoku para salvar aquela pessoa”. É algo formidável. O microbiologista americano de renome mundial René Dubos (1901–1982), com quem dialoguei, observou que “o cérebro se desenvolve com o uso e se desgasta com o desuso”.3 Mais que tudo, nossos esforços incansáveis em prol do budismo, do bem-estar da sociedade e da felicidade dos outros, à medida que lutamos e nos desafiamos para encontrar o melhor caminho a seguir, estão destinados a se tornar uma extraordinária fonte de crescimento e de desenvolvimento. O budismo também nos ensina que “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”,4 isto é, veja o modo de vida e o comportamento como ser humano no momento presente. Há alguém aqui hoje que tenha perdido a sua mãe? [Vários membros levantaram a mão.] Ofereço minhas sinceras orações para todos vocês. Por mais tristes que se sintam, tentem ser alegres. É importante que vocês, seus irmãos e todos os membros da família sejam positivos e otimistas. Essa é a maneira verdadeiramente sábia de viver, o modo de vida ensinado pelo Budismo Nichiren. Não deixem que a tristeza tome conta da vida. Demonstrem um espírito invencível. Nada é mais poderoso que a sinceridade. Nada pode vencê-la. Mesmo que, por vezes, pareça que ninguém repara em seus esforços, a sinceridade de sua dedicação acabará por vencer. Aqueles que se esforçam sinceramente com uma perseverança inabalável saboreiam sempre a vitória final. Por observar a vida de muitas pessoas e conversar com muitos líderes mundiais de renome, posso atestar isso por experiência própria. O nome Paraguai deriva de uma palavra que significa “de um grande rio”. Gostaria de criar um rio cada vez maior de pessoas capazes, como o poderoso rio Paraguai. As pessoas capazes são a chave. São a única forma de construir um futuro mais risonho. Por favor, da maneira como são, avancem sem parar. E assim devem se movimentar, estudar e dialogar. Lutando desse modo, espero que cada indivíduo se torne resolutamente “doutor da vitória”, “doutor da felicidade”, “doutor em filosofia da grande vitória”. Prometendo isso uns aos outros, concluo meu discurso de agradecimento. Muito obrigado! Momentos da 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em conjunto com o Encontro das Divisões dos Universitários (DUni) e dos Estudantes (DE). Durante a atividade foi apresentado o novo vídeo intitulado “Preocupações são a Força Motriz da Vitória”. Integrantes da DE de transbordante sorriso juntamente com representantes da SGI-Costa do Marfim Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 24 de julho de 2023. No topo: Ikeda sensei profere seu discurso na cerimônia de concessão do título de doutor honoris causa da Universidade de Itapúa, do Paraguai, no Centro da Amizade Internacional Soka de Tóquio da época (abr. 2005)Fotos: Seikyo PressIlustração: Kenichiro Uchida Notas:1. PANGRAZIO, Miguel Ángel. Arriéro Porte. Assunção: Criterio Ediciones, 2007. p. 89.2. BASTOS, Augusto Roa. Metaforismos. Barcelona: Edhasa, 1996. p. 119.3. DUBOS, René. So Human an Animal: How We Are Shaped by Surroundings and Events. New Jersey: Transaction Publishers, 1998. p. 124.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.
24/08/2023
Terceira Civilização
Editorial
TC
Faça a diferença na vida de alguém
Enquanto os primeiros raios de sol ainda estavam surgindo entre as nuvens, um homem caminhava pela praia. Avistou várias estrelas-do-mar que foram trazidas pela maré e deixadas sobre a areia. Ele sabia que, depois que amanhecesse, o sol ressecaria as estrelas-do-mar e elas morreriam. Então, apressou-se em apanhá-las e a arremessá-las, uma a uma, em direção ao mar. Assistindo àquela cena, um sujeito se aproximou, rindo: — O que está fazendo? — Estou tratando de salvar estas estrelas-do-mar. — Não há como salvar todas. É inútil. Você certamente deve saber disso. — Você até pode estar com a razão, mas ainda assim creio que para esta aqui isso faz uma grande diferença.1 Essa história, descrita por Ikeda sensei no Estudo desta edição, foi contada por Mahatma Gandhi ao seu neto, quando este era pequeno. A moral dessa parábola está diretamente relacionada ao que o budismo ensina e a Soka Gakkai põe em prática. Em 14 de agosto de 1947, um jovem de 19 anos assistiu a explanação de Josei Toda sobre o Budismo de Nichiren Daishonin e tomou conhecimento do profundo desejo do professor em eliminar a miséria do mundo. Converteu-se dez dias depois e abraçou para si aquela missão. Esse jovem era Daisaku Ikeda. Como o personagem da história que incansavelmente arremessava as estrelas-do-mar, uma a uma, Ikeda sensei partiu para o mundo, incentivando cada pessoa com quem se encontrava. Foram suas ações diligentes que edificaram a grandiosa Soka Gakkai que temos hoje. Os discípulos Ikeda, espalhados em mais de 192 países e territórios, são os que agora cumprem a missão de ensinar o Budismo de Nichiren Daishonin para as pessoas à sua volta, enquanto desafiam as circunstâncias e fazem a sua revolução humana. Esta edição da TC, celebrando os 77 anos do primeiro encontro entre Toda sensei e Ikeda sensei e sua conversão, explica o conceito de missão à luz da filosofia budista na matéria de Capa. A maneira de cumprir essa missão é começando a incentivar e a mudar a vida da pessoa que está à sua frente, como Arun Gandhi traduziu a moral da história do seu avô: “Se pudermos tocar a vida de uma única pessoa e salvá-la, essa será a grande mudança que podemos realizar”.2 Faça a diferença na vida de alguém e assim mudará mundo, como nosso mestre ensina: Nas profundezas do nosso ser, estamos todos conectados à ilimitada vida do universo. Portanto, por meio da recitação do daimoku com seriedade e do diálogo de pessoa a pessoa, individualmente, com aqueles ao nosso redor, podemos transformar sem falta a nossa família, o ambiente de trabalho, a comunidade local e, por extensão, o mundo inteiro”.3 Ótima leitura! Redação Notas:1. Terceira Civilização, ed. 607, mar. 2019, p. 46-49.2. Idem, ed. 672, ago. 2024, p. 61.3. Ibidem, p. 62.
01/08/2024
Crônica
TC
“Postura exuberante na mente e no corpo”
Integrei a banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil durante 22 anos. Recordo-me de inúmeros momentos maravilhosos, desafiadores e alegres vividos em meio à seriedade do grupo e envoltos pelo sentimento de corresponder ao presidente Ikeda, o qual fundou a Kotekitai com esforço e carinho. Em um dos versos de um poema dedicado ao grupo, Ikeda sensei escreveu: “Postura exuberante na mente e no corpo”. Essa frase é uma das mais marcantes para mim. Lembro-me de que, em cada detalhe, nos ensaios e nas apresentações, as responsáveis nos diziam: “Postura exuberante na mente e no corpo!”. Até quando estávamos sentadas no chão ou na cadeira a “postura exuberante na mente e no corpo” tinha de ser colocada em prática. Ao longo dos anos, cresci, amadureci e pouco a pouco compreendi o que significava cada palavra dessa expressão. Ingressei no ensino superior, formei-me e entrei para o mercado de trabalho; cada vez mais essa frase passou a fazer sentido em minha vida. Aqueles longos e intensos fins de semana com sol, chuva, percorrendo muitos quilômetros de distância de casa, fortaleceram a minha vida. Eles me fizeram compreender que, para ser uma pessoa de confiança, mostrar e representar a Soka Gakkai e o Mestre na sociedade, precisava ter uma postura e uma atitude diferentes. Em uma das últimas empresas em que trabalhei, minha chefe e meus colegas sabiam que eu era budista. Em diversos momentos, compartilhava com eles as atividades e os movimentos que realizávamos na organização. Posso dizer que conquistei a confiança deles pelo meu compromisso com os deveres diários e por ser uma pessoa séria e dedicada. Tudo isso é fruto do que aprendi com minha família, com Ikeda sensei e com a Kotekitai por meio do treinamento que recebi das veteranas e líderes do grupo. Sempre senti, e ainda sinto, que pertencer à Soka Gakkai faz toda a diferença em minha vida. Na Divisão dos Estudantes, aprendi a ter sonhos e quão importante era estudar. Na Kotekitai, soube quem era o presidente Ikeda e vi nele meu mestre da vida, sem idolatria. Despertei para a consciência de que ele era uma pessoa que, com suas atitudes, transmitia aquilo que expressava: integridade, sinceridade, esforço, coragem e muitas outras palavras de encorajamento. Finalizo com o trecho de uma carta que Nichiren Daishonin escreveu a um discípulo. Nela, ele fala sobre a sinceridade do nosso coração refletida em nosso comportamento: O coração de todos os ensinamentos que o Buda expôs ao longo de sua existência é o Sutra do Lótus, e o coração da prática deste sutra se encontra no capítulo “Jamais Desprezar”. Qual é o significado do profundo respeito que o bodisatva Jamais Desprezar sentia por todas as pessoas? O propósito do advento do buda Shakyamuni, senhor dos ensinamentos, neste mundo reside em seu comportamento como ser humano. A respeito desse trecho, o presidente Ikeda assegura: “O segredo reside em sempre agir com sinceridade, manter um compromisso inabalável e ter seriedade total. E, acima de tudo, possuir coragem. Somente por meio de ações desse tipo podemos tocar genuinamente o coração dos outros”.2 Camila Akama Colaboração Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 113, 2017. 2. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 168-169, 2019.
01/07/2024
Capa
TC
Deixe o sol entrar
O Budismo Nichiren é considerado o “Budismo do Sol”, representativo do conceito de que não importando a escuridão da vida, a iluminação é um direito de todos. A escuridão se manifesta na falta de energia vital para agir diante dos infortúnios, superar perdas e encarar as fases da vida e seus desafios. Por vezes, nós nos sentimos aprisionados em nosso eu menor, fraco e sem esperança. Nesta edição, vamos tratar do poder da oração, concentrando-nos no Nam-myoho-renge-kyo, a essência do Sutra do Lótus, estabelecido por Nichiren Daishonin, sábio do século 13. Vamos aprender também como usufruir essa prática para nos libertar das amarras do destino e alçar revigorados voos rumo à felicidade. Acalentar desejos e aspirações É normal o ser humano, mesmo aquele que diz não ter nenhuma religião, acalentar desejos e aspirações. O Budismo Nichiren surgiu como resposta para preencher o vazio entre os desejos e a realidade, tendo como base a lei do universo, chamada, Nam-myoho-renge-kyo, que, em síntese, é a Lei Mística. Para melhor entendermos essa Lei, ao tomarmos como base várias leis da física, aplicáveis ao nosso dia a dia, observamos que elas não foram inventadas, e sim reveladas por estudiosos, fundamentados em uma força e relação preexistentes. Exemplo simples disso é a eletricidade, presente em praticamente tudo ao nosso redor: na lâmpada acesa, na energia que alimenta o computador, no celular. Nem dá para dizer a origem da eletricidade, já que ela sempre esteve por aí na natureza. Relâmpagos são descargas naturais da atmosfera em direção ao solo, e os homens das cavernas viram isso de um jeito bem visual com o descobrimento do fogo. O que se sabe é que, com a evolução, se chegou ao modelo atual. No século 13, Nichiren Daishonin, depois de estudar anos a fio os sutras, proclamou o Sutra do Lótus, o “rei dos sutras”, como o ensinamento maior de Siddhartha Gautama, ou Shakyamuni (século 6 a.E.C). Myoho-renge-kyo é o título do Sutra do Lótus, ou a Lei que rege o universo. Daishonin incorporou o “Nam”, estabelecendo seu ensinamento como forma de abrir o caminho para que as pessoas comuns, de todas as épocas, assumissem as rédeas do seu carma e se tornassem absolutamente felizes. Daishonin identificou a existência de uma lei que rege a vida e revelou-a como Nam-myoho-renge-kyo. Normalmente nos referimos ao Nam-myoho-renge-kyo como daimoku (título) do Sutra do Lótus. Vale reforçar que a simples tradução dos ideogramas não expõe a profundidade da Lei em sua totalidade. Fornece apenas uma ideia superficial. O Nam-myoho-renge-kyo só pode ser realmente compreendido quando posto em prática na própria vida. E mesmo não entendendo o significado de Nam-myoho-renge-kyo, o efeito é imediato aos que praticam com coração sincero. Assemelha-se ao ato natural de um bebê ao nascer, procurando pelo leite materno para se nutrir. Manifestar a condição de buda está ao alcance de todos, pois o Nam-myoho-renge-kyo é o catalisador desse processo. Dessa maneira, o modo budista de ser consiste em recitar Nam-myoho-renge-kyo e agir com a convicção da vitória, para transformar angústia em renovada esperança, e encarar os problemas e transformá-los. Ser livre para voar Para uma compreensão mais profunda do poder do Nam-myoho-renge-kyo agindo em nossa vida, libertando-nos de todos os sofrimentos, Nichiren Daishonin utiliza a metáfora do pássaro engaiolado. Nos escritos consta: Para ilustrar, quando um pássaro engaiolado canta, os que estão voando livres pelo céu são atraídos pelo chamado dele. Então, rodeado pelos demais, o pássaro engaiolado se esforça para se libertar. Quando recitamos a Lei Mística, nossa natureza de buda é ativada e emerge infalivelmente.1 De acordo com essa metáfora, por mais que cante, o pássaro não é feliz enquanto permanece prisioneiro. Ao ouvirem seu canto, os pássaros livres se reúnem ao redor da gaiola e o aprisionado se esforça para sair. Hoje, essa simbologia refere-se à condição das pessoas que vivem aprisionadas na gaiola chamada escuridão fundamental, na qual se sentem incapazes de ser felizes e acreditam não ter forças para transformar as circunstâncias. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo por nós e para os outros, “Com esse único som”, diz Daishonin, “convocamos e manifestamos a natureza de buda de (...) todos os demais seres vivos. Esse benefício é imensurável e ilimitado”.2 Essa é a tradução de uma energia vital que nos capacita a nos tornar livres, encarando os problemas e transformando-os, conquistando a felicidade plena. Ao falar sobre a expressão “buda”, alvo de muitas dúvidas de membros e simpatizantes, o presidente Ikeda enfatiza: Não existem budas que ficam sofrendo eternamente na pobreza. Também não existem budas cruéis ou malvados, como não existem budas fracos que são derrotados na vida. “Buda” é outro nome para uma pessoa que está determinada a vencer, não importa o que aconteça.3 Partindo dessa explicação, o Mestre complementa: Atingir o estado de buda não significa nos tornarmos alguém ou algo diferente do que somos. Depois de alcançar a iluminação, Shakyamuni não se transformou num super-homem — ele era e continuou a ser sempre um ser humano. Tornar-se buda não quer dizer que todos os sofrimentos da vida desapareçam. Vida nenhuma é livre de sofrimentos. Enquanto estivermos vivos, estaremos envolvidos numa constante batalha contra adversidades.4 Ação resoluta No cerne da ativação do poder do daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo), para atingirmos essa condição da natureza de buda, assim como lemos, não há efeito sem causa. Faz-se primordial realizar uma prática constante, com a certeza da vitória. Não há milagres. O budismo praticado na Soka Gakkai garante é um processo de reforma interior, chamado “revolução humana”, pelo qual “saímos da gaiola”, dedicando-nos à nossa felicidade e à do outro, persistindo na prática da fé com confiança. O Nam-myoho-renge-kyo não é uma meditação contemplativa, mas uma oração prática, ativada com um coração determinado a vencer. Assim ensina Ikeda sensei: A oração é essencial. Jamais se esqueçam de que tudo se inicia a partir da oração. Se nos esquecermos disso e falharmos em transformar a nossa vida, os discursos eloquentes e os argumentos críticos serão teoria sem fundamento, distantes sonhos e pura ilusão. Tanto a fé como o espírito da Soka Gakkai surgem da firme oração em querer mudar nossa realidade do presente momento. No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração por si só não é suficiente. Assim como uma flecha atirada ao seu alvo contém a força máxima do atirador, nossa oração também possui todos os nossos esforços e ações. A oração sem ação representa apenas um simples desejo e a ação sem oração não produz nenhum resultado.5 Sair da prisão Tudo se resume a oração e ação. Nós extraímos a força desse budismo, que revela a forma criativa de viver. Nessa acepção, entendemos que temos a chance de voar rumo aos nossos sonhos, mas, para isso, precisamos transformar alguns ciclos. O primeiro é o ciclo gerado pela negatividade, tão forte em nossos dias. Com a negatividade, a energia vital enfraquece. É como se estivéssemos na gaiola com portinholas abertas, mas sem coragem para sair. Aí estão as oportunidades perdidas, e a autossabotagem conta alto nessa estatística. O presidente Ikeda pondera: Egoísmo, lamentação, dúvida, desonestidade, presunção, arrogância são as causas da própria infelicidade e as de outras pessoas. Quando nos permitimos ser governados por atitudes negativas como essas, somos iguais a um avião que perdeu a direção num denso nevoeiro. Não conseguimos enxergar nada com clareza. A diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, fica confusa. Mergulhamos nós mesmos no nevoeiro e nossos passageiros — nossos amigos e os outros ao redor — na infelicidade.6 Absorvemos, portanto, que a falta de sabedoria cega a percepção de que somos nós que geramos aquele ambiente. Mesmo acreditando que não somos os causadores, como nossa energia vital está mais fraca, nós nos tornamos suscetíveis e reagimos em “harmonia” com aquela negatividade. Como reverter? Ao recitarmos daimoku, manifestando o poder da fé e da prática, nossa energia vital é fortalecida e adquirimos uma condição de bem-estar, força e esperança renovada. Essa condição instantaneamente influencia, de forma positiva, as pessoas ao redor e as circunstâncias num círculo virtuoso de harmonia e paz. Essa energia vital é a nossa revolução humana, que significa experimentar a força da vida livre e criativa, isto é, a liberdade para transformar as circunstâncias de acordo com nossos desejos. Essa revolução humana gera uma condição de vida em que se desfruta “a maior das alegrias”. Exatamente como defendia Nichiren Daishonin: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.7 A alegria, uma vez sentida, de imediato é irradiada por todos ao redor, desencadeando um processo de transformação da sociedade por meio da própria determinação e da atitude das pessoas. Esse é o objetivo maior da Soka Gakkai, o kosen-rufu, que vem sendo promovido em 192 países e territórios, levando esse Budismo do Sol para o coração das pessoas, libertando-as do sofrimento. O Nam-myoho-renge-kyo preenche as 24 horas do mundo. É persistir até conseguir A prática budista demanda árduo esforço e dedicação, mas ela nos permite experimentar a grandiosa alegria da revolução humana, que jamais seria possível numa vida de completa comodidade. Essa é a razão pela qual Daishonin adverte rigorosamente a não nos esquecer das promessas que firmamos em relação à fé nos momentos cruciais. É confiar no daimoku recitado, conscientes de que a causa foi feita e de que obteremos as respostas às nossas orações infalivelmente. Assim também nos ensina Ikeda sensei, que trilhou uma jornada de vida em prol da paz. Ele encerrou sua existência em novembro de 2023, aos 95 anos, não sem antes nos deixar a fórmula da vitória diante das tempestades. A vida pede uma vida livre Nessa edição, destacamos as oportunidades que surgem quando determinamos abrir as portas do coração, iluminando a escuridão evidenciada na forma de desesperança ou de questões que nos afligem, a ponto de nos manter engaiolados no sofrimento. A oração é nossa “arma” mais poderosa, e a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é consolidada no Budismo Nichiren como o caminho dessa jornada de vitórias acessível às pessoas comuns. Se recitarmos daimoku de todo o coração e continuarmos a empreender esforços para desafiar nossa situação, seguramente venceremos no final. Essa é a garantia desse budismo revolucionário. “Nosso objetivo é esta única palavra: vitória”, enfatiza Ikeda sensei.8 O Nam-myoho-renge-kyo nos empodera de sabedoria, porém é necessário se permitir recebê-la. Assim como o pássaro que canta, mas permanece prisioneiro, não importando o que façamos, nada vai mudar enquanto estivermos presos na escuridão. Por isso, é preciso vencer a negatividade. Orar e agir, contando com o humanismo Soka presente nos pequenos, mas poderosos, blocos da BSGI em todo o país. Com base no diálogo de vida a vida e do estímulo ao estudo e à prática da fé resolutos, conquistamos o impulso para avançar pelos céus da esperança. Nichiren Daishonin, em muitos dos seus escritos, nos brinda com a poesia da convicção, a qual nos enche de confiança. Deixamos aqui, no fechamento desta matéria, uma passagem de seus ensinamentos, com a expectativa de tornar possível o voo à liberdade de mais e mais pessoas: Se recitar Nam-myoho-renge-kyo, haverá alguma ofensa que não possa ser erradicada? Haverá algum benefício que não possa se manifestar? Esta é a verdade. Deve acreditar nela e aceitá-la.9 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 136, 2020. 2. Ibidem. v. II, p. 150, 2017. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.222, 17 abr. 1993, p. 4. 4. Ibidem, ed. 2.404, 27 jan. 2018, p. B3. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.274, 9 maio 2015, p. B2. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 8. Brasil Seikyo. ed. 1.726, 6 dez. 2003, p. A3. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 135, 2020. Oração de quem nada teme Tatiana Tojal, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, RM Penha, CCLP A vida é feita de sonhos e desafios para alcançá-los, e no budismo aprendemos a não ceder quando o destino nos diz não. Há seis anos, eu mesma vivenciei um desses episódios. Ser mãe era algo que batia forte em meu coração. Após uma cirurgia no endométrio e contrariando previsões médicas da possibilidade de uma gravidez natural, eis a primeira comprovação: engravidei aos 42 anos. Dias depois de realizar um ultrassom, com apenas 27 semanas de gestação, a equipe sinalizou possível parto prematuro. Ao entrar na sala de parto, ouvi: “Seu filho pode nascer morto e, se você tiver hemorragia, vamos tirar seu útero, tudo bem?”. Acenei sim com a cabeça, porém, no coração, estava determinada: “Gohonzon, agora é a hora. Chegou o momento de mostrar a força da Lei”. Pedro nasceu e chorou, o primeiro alívio. Meu marido, Marcelo, que estava do lado de fora da sala, entrou rapidamente. Eu lutava contra a hemorragia, enquanto meu bebê, entubado, já estava a caminho da UTI neonatal. Só pude vê-lo no outro dia. Pedro nasceu em 6 de abril de 2018, pesando 870 g. Eu faço aniversário no dia 7 do mesmo mês, e foi o melhor presente. Estávamos ali para comprovar a força da Lei Mística, esse Nam-myoho-renge-kyo poderoso que nos blinda do medo. Tinha muitos motivos dessa convicção. Conheci o Budismo aos 10 anos, quando minha mãe trouxe o Gohonzon para casa. Cresci dentro da organização, participei do Grupo 2001 (precursor da Divisão dos Estudantes), fui uma jovem destemida que atuou nos dois festivais culturais e na Convenção da Chuva. Foram marcos que nutriram minha juventude e minhas escolhas. Aprendi que “não existe oração sem resposta”. Pedro passou 57 dias na UTI, período em que seus rins e coração quase pararam. Com base no daimoku, vencemos e fomos para casa. Isso já faz seis anos. Meu guerreiro não tem nenhuma sequela da prematuridade. Ele é um menino extremamente carinhoso e adora participar das atividades da Divisão dos Estudantes. Iniciei um projeto social chamado “Um Colo para a Mamãe” que ajuda as crianças que estão na UTI neonatal, e levo comigo orientações do Mestre para que possa incentivá-las. Meu coração é só gratidão. Há um poema de Ikeda sensei que me enche de emoção. Nele consta: “A oração das mães não conhece limites. / Elas desconhecem o impasse. / Também não têm covardia / nem dúvida. No âmago da oração firme e resoluta arde a chama da coragem / que expulsa o desespero e a resignação. / A oração da Lei Mística / é o juramento seigan de vencer absolutamente”.1 Muito obrigada! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.327, 11 jun. 2016, p. B1. O que significa Nam-myoho-renge-kyo Nam: Devotar-se, dedicar-se. É uma abreviação de namu (do sânscrito), e traz o sentido de uma prática em que lutamos pela nossa felicidade e pela felicidade do outro, baseados no ensinamento do Buda. Myoho: “Lei Mística”, literalmente. A Lei, ou realidade fundamental, é descrita como myo (místico), porque é infinitamente profunda e transcende todos os conceitos ou formulações da mente humana. “Myo” tem alguns significados, como “abrir” ou “reviver”. Nota-se, portanto, que, ao praticar essa Lei, avida se abre para renovadas oportunidades e conquistas. Renge: Flor de lótus. Utilizada como símbolo da simultaneidade da lei de causa e efeito. Isso porque, diferentemente de outras plantas, a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. Assim, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo cria a causa instantânea da vitória a ser manifestada. Kyo: É a tradução japonesa da palavra “sutra”, ou seja, o ensinamento do buda Shakyamuni. Pelo fato de seu ensinamento ter sido difundido pela pregação — ou seja, ele usou a própria voz —, a palavra kyo é algumas vezes interpretada como “som”; ou como a voz compassiva que busca ajudar as pessoas. “Kyo” é também indicativo de “Aquilo que é eterno, que se propaga pelas três existências [passado, presente e futuro]”.
03/06/2024
Editorial
TC
Vença a partir da oração
Desde os tempos remotos, os seres humanos juntam as palmas das mãos para rogar por segurança, abundância e felicidade. Logo, a oração é uma expressão de nossa reverência ao universo e exprime instintivamente os mais recônditos desejos e aspirações das pessoas. “‘Quero sair deste sofrimento’; ‘Quero ter uma vida melhor’; ‘Quero proteger minha família’ — desejar fortemente por essas coisas com certeza é algo natural e inerente a qualquer ser humano”,1 ressalta Ikeda sensei. No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração praticada pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) consiste na recitação do daimoku [Nam-myoho-renge-kyo]. O presidente Ikeda assegura que ao recitarmos daimoku com fé — reconhecendo sinceramente a grandiosidade da Lei Mística —, “nossa vida e o universo se unem como as engrenagens de uma máquina funcionando harmoniosamente com perfeita precisão e passamos a seguir na direção da felicidade e da realização”.2 Sobre o poder da oração, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava exemplificar: Quando tocamos um sino, podemos obter uma vastidão de diferentes sons. Isso depende do bastão que utilizamos para fazê-lo soar — um palito de dente, um lápis ou algo mais apropriado. O sino é o mesmo, porém, se batermos nele com força, obteremos um som alto, mas, se batermos de leve, o som será baixo. O mesmo ocorre com relação [à oração] ao Gohonzon. Os benefícios que recebemos dependem inteiramente do poder da nossa fé e prática.3 De modo magnificente, “A cada instante, 24 horas por dia, em algum lugar do planeta há membros recitando Nam-myoho-renge-kyo e compartilhando os ensinamentos humanísticos do Budismo Nichiren”,4 afirma o Mestre. São essas as ações das pessoas comuns, repletas de coragem e de benevolência, com o firme propósito de construir um mundo melhor, ao mesmo tempo em que se dedicam a se realizar como seres humanos. Dessa forma, a matéria de Capa da edição mostra como a oração no budismo abre as portas da vida, ilumina a escuridão do sofrimento e fortalece, no coração dos praticantes, o ímpeto de contribuir para a felicidade das pessoas. Leia também a seção Na Prática e compreenda o conceito budista “bom amigo” ou “influência positiva” e quanto essa relação pode resultar no despertar de uma vida de profundos significados. Veja ainda a parte final do Especial, intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei, com as realizações do presidente Ikeda a respeito da educação humanística. Esperamos que a leitura da Terceira Civilização de junho inspire você a avançar e a vencer sempre munido de sincera oração e ação diligente. Excelente leitura! Redação No topo: Membros da BSGI recitam daimoku no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, (São Paulo, 1o jan. 2024) Foto: BS Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.249, 25 out. 2014, p. A2. 2. Idem, ed. 1.484, 14 nov. 1998, p. 3. 3. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 163, 2020. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.426, 7 set. 2018, p. A2.
03/06/2024
Crônica
TC
Sintonizados com sensei por meio da oração, ação e comprovação
O sino no oratório budista é um acessório que, antes mesmo de aprendermos a oração, prepara nossa postura, mente e coração para entrarmos em consonância com o Gohonzon e o Mestre. Ao ouvirmos o som do sino, seja em casa, seja em alguma reunião, já sabemos que a oração vai começar. Sintonia é a similitude no sentir e no pensar. Estive refletindo sobre como saber se estamos na mesma frequência do presidente Ikeda. Este ano, vivenciei um momento extraordinário: fui às terras do Mestre, representando todos os amigos do Brasil em um curso de aprimoramento. Desde o instante em que soube dessa oportunidade, meu foco foi ajustar minha frequência para estar ainda mais em sintonia com Ikeda sensei. Para mim, ir ao Japão, além de cumprir a missão de participar do curso de aprimoramento, é o retorno à minha terra de treinamento da juventude. Com uma grande decisão, o universo se movimenta. Faltando um mês para a viagem, minha filha mais nova ficou doente. Às vésperas do dia 16 de março, sua condição se agravou. Eu estava confiante na melhora dela. Também não tinha dúvidas de que, no dia 16 de março, meu distrito seria vitorioso nos cem jovens e no Kofu e de que minha filha teria alta no tempo certo. Eram muitos acontecimentos e oportunidades. Era hora de orar ainda mais daimoku. Ikeda sensei direciona: Tudo funciona de acordo com esse delicado equilíbrio regido pelo rigoroso princípio da unicidade da vida e do vasto Universo. O mesmo princípio se aplica a cada vida individual — a cada microcosmo. A ciência, por sua vez, dedica-se a investigar a realidade, embora invisível, das leis naturais. [...] A Lei Mística também é invisível. Apesar disso, não há dúvidas sobre a sua existência. Nichiren Daishonin revelou o supremo objeto de devoção, o Gohonzon, na forma de um mandala para que pudéssemos extrair e manifestar o poder da Lei Mística de nossa vida. [...] Quando fazemos o gongyo e o daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo.1 O movimento para nos sintonizar estava acontecendo! Minha filha foi a agente desse equilíbrio. E assim, no dia 9 de abril, embarcamos para o Japão com tudo resolvido. Meu distrito garantiu a vitória dos cem jovens e 100 mil jovens se uniram à rede humanística da BSGI. Além disso, mais duas famílias participaram do Kofu e minha filha estava novinha em folha. Ao chegar no Japão, fomos recepcionados pelas cerejeiras e pelo Monte Fuji. Dias de céu azul e temperatura agradável. Todos os elementos apreciados pelo Mestre estavam presentes, sintonizados. A vida de Ikeda sensei, já em fusão com o universo, estava conosco em cada lugar. Por meio da oração, ação e comprovação, o encontro com o Mestre aconteceu! Com essa experiência, reconfirmei o poder da oração, da decisão e do juramento. Ikeda sensei afirma: A força das mulheres é como a força do solo. Quando o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.2 Todos os dias, de manhã e à noite, ao tocar o sino, meu coração vibra na frequência do universo com a certeza de que naquele momento acontece a minha sintonia com Ikeda sensei. Yukie Endo Redação Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 135-136. 2. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 52.
03/06/2024
Estudo
TC
[70] Tudo começa com a oração imbuída do juramento seigan de mestre e discípulo
Explanação Oração, no Budismo Nichiren, significa firmar o juramento seigan de vencer sem falta. Tudo começa com a oração. Eu sempre iniciei qualquer grande luta em prol do kosen-rufu com a oração. Ante as dificuldades, desafiava-as com base na oração, recitando daimoku de todo o coração e ultrapassando-as uma por uma. Ao me preparar para me lançar à Campanha de Fevereiro de 1952,1 disse aos meus companheiros de luta conjunta do Distrito Kamata: “Vamos começar com a oração!”. Também dei a partida na Campanha de Osaka de 1956,2 há 65 anos [explanação publicada originalmente em 2021] , com a oração imbuída de um profundo juramento seigan pelo kosen-rufu, logo no início do ano, diante do Gohonzon, que contém a inscrição “Prosperidade da Grande Lei e Concretização de Todas as Orações”, consagrado na Sede da Soka Gakkai de Kansai. “Capaz de produzir fogo com lenha encharcada” A primeira das cinco diretrizes eternas da nossa nobre Divisão Feminina,3 que comemorará seu 70o aniversário [em 10 de junho de 2021], é “Tudo começa com a oração”. Apesar das demandas do dia a dia atarefado, incluindo responsabilidades domésticas, trabalho, criação dos filhos e cuidados com os pais idosos, elas reservam tempo para a prática do gongyo e do daimoku. Oram fervorosamente pela própria felicidade e pela felicidade dos outros, além de incentivar e apoiar os amigos e os companheiros da organização. Como são admiráveis! Tais orações refletem um humanismo genuinamente nobre. A oração é a prova do mais sublime humanismo Nós, membros da Soka Gakkai, bodisatvas da terra, edificamos um movimento que celebra a humanidade. Nossa força propulsora são nossas vigorosas orações diretamente ligadas a Nichiren Daishonin, sempre acatando com seriedade suas palavras: “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido” (CEND, v. I, p. 464). Por meio de nossas orações para abrir novos horizontes do kosen-rufu, visando o centenário da Soka Gakkai (em 2030), vamos escrever, com coragem, uma nova e triunfal epopeia da revolução humana e da luta conjunta de mestre e discípulo. Nesta edição, examinemos a chave para a vitória no kosen-rufu e na vida, concentrando-nos nos quatro pilares: 1) orações dos praticantes do Sutra do Lótus, 2) orações para transformar veneno em remédio, 3) orações imbuídas do juramento seigan conjunto de mestre e discípulo, e 4) orações para o rissho-ankoku, isto é, a “pacificação da terra”. Trecho do escrito 1 A Oração As orações oferecidas por um praticante do Sutra do Lótus serão respondidas assim como um eco acompanha um som, como uma sombra segue uma forma, como a Lua se reflete na água límpida, como o orvalho se condensa no espelho,4 como o ímã atrai o ferro, como o âmbar atrai as partículas de pó, ou como um espelho limpo reflete a cor de um objeto.5 (CEND, v. I, p. 357) As orações dos praticantes do Sutra do Lótus são atendidas sem falta O primeiro pilar são as nossas orações como praticantes do Sutra do Lótus. Em seu tratado A Oração, que se acredita ter sido escrito durante o exílio na Ilha de Sado, Daishonin declara com convicção: “As orações oferecidas por um praticante do Sutra do Lótus serão respondidas” (CEND, v. I, p. 357). Nos parágrafos iniciais, ele também afirma: “A oração que é fundamentada no Sutra do Lótus com certeza será concretizada” (Ibidem, p. 353). Em outras palavras, Daishonin assegura que essas orações produzem resultados genuínos. Em outro escrito, Daishonin diz que os benefícios dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus são como a luz de um vaga-lume, ao passo que os do daimoku do Sutra do Lótus [Nam-myoho-renge-kyo] são como o Sol e a Lua (cf. WND, v. II, p. 1074). O benefício do daimoku é realmente imensurável! Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos habilita a fazer o sol do tempo sem início — nossa natureza de buda inata — brilhar intensamente dentro de nós e iluminar a nossa vida dia após dia. É a fonte máxima de criação de valor. O som do daimoku reverbera por todo o universo As diversas analogias que Daishonin utiliza na passagem de A Oração que consta acima — tais como as do eco acompanhando um som, da sombra seguindo a forma e do reflexo da lua aparecendo na água límpida — são fenômenos naturais invariáveis. Ele está nos ensinando que as orações dos praticantes do Sutra do Lótus impreterivelmente produzirão resultados. É exatamente como Daishonin afirma em outra passagem desse escrito: “Mesmo que alguém errasse ao apontar para a terra, ou fosse capaz de atar o firmamento; mesmo que o fluxo e o refluxo da maré cessassem; e o Sol nascesse no oeste, jamais ocorreria de as orações do devoto do Sutra do Lótus ficarem sem resposta” (CEND, v. I, p. 362). Em outro texto, ele diz: “Não existe lugar algum nos mundos das dez direções que o som de nossa voz recitando daimoku [Nam-myoho-renge-kyo] não alcance. Nossa voz pode ser baixa, mas quando entoamos o poderoso som do daimoku, não há lugar em todo o grande sistema de mundos que ela não penetre” (GZ, p. 808).6 Daishonin declara que o daimoku é tão poderoso que não há lugar no universo que ele não alcance. O importante é que nossas orações sejam repletas de forte convicção e determinação de concretizá-las, venha o que vier. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo sinceramente, nossas orações alcançam cada canto do universo. Por meio da profunda oração, transformamos nossa determinação (ichinen), e essa transformação interior muda nossa vida, assim como nosso ambiente. Essa é a doutrina dos “três mil mundos num único momento da vida (ichinen sanzen) na prática7 à qual Daishonin proporcionou uma expressão concreta [como Nam-myoho-renge-kyo]. Trata-se da lei absoluta da vida. Por essa razão, tudo começa com a oração. Batalha constante contra a escuridão fundamental Orando diante do Gohonzon, ativamos as divindades celestiais e divindades benevolentes — funções protetoras do universo. Na perspectiva do budismo, a lei de causa e efeito assegura que, no momento em que oramos, criamos uma causa para nossa vitória, para que nossas orações sejam respondidas. No entanto, isso não é perceptível para nós, mortais comuns, e, em consequência, podemos nutrir dúvidas e inquietações a respeito do fato de nossas orações serem realmente atendidas. A oração é uma batalha constante contra a escuridão fundamental,8 a forma máxima de ilusão. Fé significa ter convicção total na incontestável lei da vida, mesmo que não sejamos capazes de percebê-la diretamente. Ao recitarmos Nam-myoho-renge-kyo, empregando a “estratégia do Sutra do Lótus” (CEND, v. II, p. 267), podemos vencer a escuridão fundamental. Se nos esquecermos da oração e aplicarmos apenas estratégias ou métodos, é bem provável que nos vejamos andando em círculos. Garantimos a vitória suprema quando oramos com todas as nossas forças como praticantes do Sutra do Lótus. Se simplesmente orarmos sem determinação ou nenhum objetivo concreto, nossas orações não se realizarão. Como praticantes do Budismo Nichiren, mais que ninguém, devemos orar com seriedade para evidenciarmos sabedoria e continuarmos desafiando a nós mesmos com coragem e perseverança. Budismo é um ensinamento que valoriza a razão. Devemos ser praticantes atuantes, não seguidores passivos O “praticante do Sutra do Lótus” na frase “orações oferecidas por um praticante do Sutra do Lótus” (CEND, v. I, p. 357) refere-se especificamente ao próprio Nichiren Daishonin. Mas, em sentido mais amplo, também abrange discípulos genuínos que se dedicam ao grande juramento de propagar a Lei Mística. Isso pode ser observado, por exemplo, quando ele escreve para Shijo Kingo [em Desejos Mundanos São Iluminação]: “O senhor decidiu se tornar um devoto [praticante] do Sutra do Lótus” (Ibidem, p. 335).9 O presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, ensinou a importância de sermos praticantes atuantes, em vez de seguidores passivos.10 Praticantes atuantes são aqueles que praticam exatamente de acordo com o ensinamento do Buda.11 São pessoas de ação que persistem corajosamente na fé, aconteça o que acontecer. Isso descreve nossos membros da Soka Gakkai, que, dia após dia, recitam sincero daimoku, entram em ação, falam e contribuem de forma positiva para a felicidade dos outros, para o desenvolvimento de sua respectiva comunidade e local, e para um mundo mais seguro e pacífico. Os membros da Soka Gakkai são verdadeiros emissários do Buda. Como nossas orações são as de praticantes do Sutra do Lótus, as divindades celestiais e as divindades benevolentes nos protegerão e nossas orações serão concretizadas. Essas próprias divindades, afirma Daishonin, possuem uma grande dívida de gratidão com o Sutra do Lótus. No trecho imediatamente anterior à passagem que estamos estudando, ele faz uma pergunta retórica: “Como esses seres celestiais poderiam se esquecer do juramento que fizeram na presença do Buda, ou da dívida de gratidão ao sutra que os possibilitou atingir o estado de buda, e abandonar os praticantes do Sutra do Lótus? [Eles com certeza jamais fariam isso.] Quando pensamos dessa maneira, sentimos uma grande tranquilidade” (CEND, v. I, p. 357). Todos os budas, bodisatvas e seres celestiais reunidos na assembleia onde o Sutra do Lótus foi pregado atingiram o estado de buda por meio desse sutra. Para saldar essa dívida de gratidão, eles juram a Shakyamuni que protegerão os praticantes do Sutra do Lótus. Se quebrassem a promessa, infere Daishonin, estariam cometendo uma grave ofensa. Daishonin assevera que, contanto que continuemos nos empenhando pelo kosen-rufu, seremos amparados pelas funções protetoras do universo. Ele escreve: “Desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda” (Ibidem, p. 296). Nossas orações como praticantes do Sutra do Lótus nos habilitam a trilhar o caminho para a felicidade certa e a enfrentar os desafios do carma com esperança e otimismo. Transformar veneno em remédio é a essência da Lei Mística O segundo pilar é a oração para transformar veneno em remédio.12 Meu mestre, Josei Toda, sempre dizia que a essência da Lei Mística é o seu poder de transformar veneno em remédio.13 Ele se devotava de corpo e alma para incentivar aqueles que estavam sofrendo, assegurando-lhes que, por meio do benefício da fé no Gohonzon, da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, poderiam, infalivelmente, converter todos os seus problemas e preocupações em felicidade.14 Inspirados por seu encorajamento, inúmeras pessoas se levantaram na fé e construíram uma vida de renovação e esperança. Toda sensei era um mestre dotado de imensa compaixão. A Lei Mística nos permite transformar todo veneno em remédio. Pode haver momentos em que nos perguntamos por que ocorrem coisas ruins conosco, mas tudo que acontece em meio à dedicação à prática budista possui profundo significado. Podemos direcionar tudo para um rumo positivo, pois nossas orações serão concretizadas infalivelmente. A fé no Gohonzon garante que o “infortúnio se transformará em boa sorte” (cf. CEND, v. I, p. 431). Assim como Daishonin declara: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão” (Ibidem). Com daimoku, podemos sobrepujar quaisquer obstáculos. Algumas vezes, podemos obter um resultado diferente daquele que esperávamos, mas com certeza chegará o dia em que olharemos para trás e perceberemos que tudo deu muito certo na nossa vida. O ato de orar ao Gohonzon é, em si, a boa sorte Possuímos imensa boa sorte pelo simples fato de termos encontrado o daimoku do Nam-myoho-renge-kyo, o supremo ensinamento capaz de conduzir todas as pessoas à iluminação e à felicidade duradoura. Como escreve Daishonin: “É extremamente raro nascer como ser humano. O senhor não só foi dotado de forma humana, como teve a rara boa sorte de encontrar o budismo. Além disso, dentre o grande número de ensinamentos do Buda, o senhor encontrou o daimoku, ou título, do Sutra do Lótus e tornou-se seu devoto. Na verdade, o senhor é uma pessoa que fez oferecimentos a cem bilhões de budas em existências passadas!” (CEND, v. II, p. 259). Não há boa sorte ou alegria maior do que poder orar ao Gohonzon. Cada desejo, pensamento ou oração que expressamos será acolhido e envolto na ilimitada compaixão do Gohonzon. Recitemos daimoku de forma franca e honesta, “considerando tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida” (cf. Ibidem, v. I, p. 713). Quando nosso coração estiver tomado pela dor ou pelo sofrimento, vamos incluir esses sentimentos, assim como eles são, em nosso daimoku. Recitemos com fé inabalável no poder da Lei Mística “do mesmo modo (...) que os pais se recusam a abandonar seus filhos ou uma criança se nega a deixar sua mãe” (Ibidem, v. II, p. 304). Quando transformamos nossos problemas em orações, o significado deles muda. Ao convertê-los em orações repletas de determinação e convicção, podemos expandir nossa condição de vida. Nossas provações se tornam a base para realizarmos nossa revolução humana, e até o nosso destino se converte em missão em prol do kosen-rufu. Desse modo, todas as dificuldades se tornam estímulo para um novo crescimento e desenvolvimento. Esse é o significado de transformar veneno em remédio. É a isso que Daishonin se refere ao escrever: “O sofrimento do inferno se desvanecerá instantaneamente” (Ibidem, v. I, p. 207). O importante é acatar com seriedade as palavras de Daishonin: “Não conseguirá extrair fogo da pederneira se desistir no meio da tentativa” (Ibidem, p. 336) e prosseguir recitando Nam-myoho-renge-kyo com profunda convicção até o fim. Mesmo um único daimoku produz benefícios imensuráveis Reforçando, mesmo um único daimoku produz benefícios imensuráveis. Nichiren Daishonin assevera que podemos atingir o estado de buda recitando Nam-myoho-renge-kyo mesmo uma única vez: “Se o senhor recita as palavras do daimoku [Nam-myoho-renge-kyo] uma única vez, estará chamando e reunindo ao seu redor a natureza de buda de todos os seres vivos. Nesse momento, os “três corpos” da natureza do Darma que há em seu interior — o corpo do Darma, o corpo da recompensa e o corpo manifesto15 — serão ativados e evidenciados. Isso significa atingir o estado de buda” (CEND, v. I, p. 135-136). Quando não nos sentimos bem, não há problema em simplesmente recitar daimoku três vezes, em vez de nos forçar a recitar gongyo completo. Além disso, podemos recitar daimoku pelos amigos, pelas pessoas queridas que não praticam o Budismo Nichiren e para os membros. Isso porque ter o desejo de recitar daimoku e também o espírito de orar pelos outros constituem, em si, fontes de benefício. Podemos também acumular benefício e boa sorte a partir da recitação do daimoku mesmo sem compreender seu profundo significado, assim como Daishonin nos mostra com a seguinte analogia: “É como o caso de um bebê alimentado com leite. Embora ainda não compreenda o sabor do leite, o alimento naturalmente nutrirá seu corpo” (Ibidem, v. II, p. 47). O daimoku recitado com seriedade sempre alcança o Gohonzon. Assim como um corcel branco magnífico galopando pelas vastas planícies, devemos recitar Nam-myoho-renge-kyo, de forma leve e refrescante. Devemos sempre orar para nos sentirmos plenamente satisfeitos. O Nam-myoho-renge-kyo é o coração e a essência do Sutra do Lótus. É a própria vida de Daishonin, conforme ele expressa: “O espírito de Nichiren é unicamente Nam-myoho-renge-kyo” (Ibidem, v. I, p. 431). Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo com fé no Gohonzon, entramos em contato com o espírito de Nichiren Daishonin e manifestamos a mesma condição de vida colossal de Daishonin, a condição de vida de Nam-myoho-renge-kyo, em nosso próprio ser. É assim que geramos ilimitada sabedoria, compaixão e coragem, ultrapassamos poderosamente todas as dificuldades e transformamos veneno em remédio. Como somos afortunados! Trecho do escrito 2 Os Oito Ventos Se os seguidores leigos e o mestre oram com pensamentos diferentes, suas orações serão tão inúteis quanto tentar acender fogo sobre a água. E ainda que orem com um só pensamento, tampouco obterão resposta se, durante um longo tempo, cometerem o erro de atacar ensinamentos superiores com doutrinas inferiores. No final, tanto o mestre como seus seguidores leigos cairão na ruína.16 (CEND, v. II, p. 54) A essência do Budismo Nichiren é o espírito de mestre e discípulo O terceiro pilar são as orações imbuídas do juramento seigan de mestre e discípulo. Mestre e discípulo orando com um juramento seigan conjunto pelo kosen-rufu representa a essência do Budismo Nichiren. No escrito Os Oito Ventos, Daishonin orienta Shijo Kingo a viver como uma pessoa digna — ou seja, uma pessoa de sabedoria —, não sendo influenciado pelos oito ventos17 que obstruem a prática budista.18 Na passagem que estamos estudando, ele salienta particularmente a importância de mestre e discípulo terem o mesmo espírito para transpor adversidades e transformar o destino. As orações de mestre e discípulo unidos em espírito são invencíveis. Falando de modo concreto, significa recitar Nam-myoho-renge-kyo com o espírito de procura, perguntando a si mesmo o que o mestre faria, e decidindo que este é o momento para se levantar como discípulo. Em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, Daishonin afirma: [Com relação à frase “emitir o rugido do leão” (sa shishi ku, em jap.):] O primeiro shi [que significa “mestre”] da palavra shishi, ou “leão”, é a Lei Maravilhosa transmitida pelo mestre. O segundo shi [que significa “filho” ou “discípulo”] é a Lei Maravilhosa conforme recebida pelos discípulos. O rugido [do leão] (ku) é o som de mestre e discípulos recitando em uníssono. (cf. OTT, p. 111) Recitar Nam-myoho-renge-kyo com fé alicerçado no espírito de unicidade de mestre e discípulo é o verdadeiro rugido de leão no Budismo Nichiren. Essa recitação nos habilita a dar plena vazão à imensurável sabedoria e ao poder que possuímos inerentemente. Tanto Makiguchi sensei como Toda sensei agiram exatamente como Daishonin ensinou, baseando suas orações no juramento seigan de mestre e discípulo e abrindo caminhos para o kosen-rufu por meio da devoção abnegada pela propagação da Lei Mística. Imbuir o estado de buda em nossa vida Toda sensei disse: “Devemos nos empenhar na fé, impregnando nosso ser de daimoku da própria vida de Daishonin; devemos gravá-lo no coração e imbuí-lo em nossa vida, dia após dia, de modo que todas as nossas atividades se convertam em atos de compaixão”.19 O que desejamos e pelo que estamos orando? Qual o juramento que nos motiva no âmbito mais profundo? Nossa determinação (ichinen) nos torna o que somos. Devemos imbuir nossa vida do juramento pelo kosen-rufu, do juramento seigan de mestre e discípulo. A essência da Soka Gakkai reside em ensinar a fé alicerçada no vínculo direto entre mestre e discípulo. Tal fé nos desperta para nossa verdadeira identidade como bodisatvas da terra20 e nos permite evidenciar nosso estado de buda inato. Como discípulo, eu estava inseparavelmente unido ao meu mestre, Josei Toda, e me esforçava com dedicação incondicional à fé, de acordo com a orientação dele. Nossos membros no Japão e no mundo estão dando continuidade ao espírito de mestre e discípulo que Makiguchi sensei, Toda sensei e eu demonstramos. Eles trabalham juntos com o compromisso de concretizar o juramento seigan como bodisatvas da terra. É por essa razão que a Lei Mística se propagou com a magnitude que observamos hoje. Seguir eternamente o grande caminho da unicidade de mestre e discípulo A passagem do escrito Os Oito Ventos, apresentada anteriormente, declara que, não obstante quão sinceros sejam, se as orações não forem fundamentadas no Sutra do Lótus, ensinamento da iluminação universal, tanto o mestre como o discípulo entrarão em declínio. Como é maravilhoso o fato de nossa vida, como membros da Soka Gakkai, perseverar na oração baseada no Sutra do Lótus e conduzir tanto o mestre como o discípulo à vitória! Muitos daqueles que lutaram ao meu lado na Campanha de Osaka tinham acabado de iniciar a prática do Budismo Nichiren. Compartilhei com eles esta passagem: “Para que as orações sejam eficazes e os desastres desapareçam da nação, três elementos são requeridos: um bom mestre, um bom praticante e um bom ensinamento” (CEND, v. II, p. 143). Quando um bom ensinamento e um bom mestre estão presentes, aponta Daishonin, o fator essencial para que “os desastres desapareçam da nação” depende de sermos ou não bons discípulos. Ele afirma: “Contanto que eles [meus seguidores] estejam junto com Nichiren, alcançarão a terra do tesouro [ou seja, atingirão o estado de buda]. Mas se não estiverem junto com ele, cairão na grande cidadela do inferno Avichi” (OTT, p. 78). “Junto com Nichiren”, no contexto, indica uma condição de vida na qual sempre estamos unidos com Daishonin. Expressa a determinação de sempre nos empenhar junto com nosso mestre. Desse modo, atingiremos uma condição de vida igual à do Buda. Quando nos esforçamos a todo momento para concretizar o grande juramento pelo kosen-rufu, personificamos os ditos “Manhã após manhã nos levantamos com o Buda, noite após noite, com o Buda descansamos” (Ibidem, p. 83). O Budismo Nichiren leva o caminho de mestre e discípulo a um nível mais profundo, revelando a unicidade de mestre e discípulo. E é missão do discípulo cumprir o juramento que compartilha com o mestre desde o tempo sem início. A “pacificação da terra” é o desejo de mestre e discípulo O quarto pilar são as orações para o rissho-ankoku, isto é, a “pacificação da terra”. Na passagem que citei, a qual compartilhei com os membros durante a orações para o rissho-ankoku, isto é, a “pacificação da terra” de Osaka, encontramos as palavras “os desastres desapareçam da nação” (CEND, v. II, p. 143). Nossa missão consiste em construir um mundo em que todos possam viver em paz e em segurança. Nossas orações se fundamentam na ação para tornar realidade o ideal de Daishonin da “pacificação da terra” e do mundo inteiro por meio da doutrina correta. São orações de indivíduos corajosos empenhados em transformar o destino da humanidade. Esse é o genuíno significado de orações imbuídas do juramento seigan de mestre e discípulo. O ponto de partida para “pacificação da terra” é a oração que nos habilita a despertar para a amplidão da nossa própria vida. Daishonin observa: “A grande alegria [é] a que se experimenta quando se compreende pela primeira vez que desde o início é um buda. O Nam-myoho-renge-kyo é a maior de todas as alegrias” (OTT, p. 211-212). A oração no Budismo Nichiren nos permite despertar para a verdade de que nossa mente, nossa vida, sempre foi um buda. Em outras palavras, despertamos para a realidade suprema de que nossa vida, em sua própria essência, é genuinamente nobre, forte e sábia. Esse é o propósito de nossas orações. As orações do Sutra do Lótus geram felicidade tanto para nós como para os demais. Oramos não apenas para nos despertar para a dignidade da nossa própria vida, mas para habilitar outras pessoas a fazer o mesmo. Em Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, Nichiren Daishonin escreve: “Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve primeiro orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade?’ (CEND, v. I, p. 24). Inspiremo-nos mutuamente a nos tornar pessoas que oram pela felicidade do próximo e trabalham a fim de propiciar paz e segurança para a sociedade. Ao auxiliarmos uma pessoa após outra a experimentar a alegria de despertar para seu potencial mais elevado, estamos expandindo nosso movimento de respeito pela dignidade da vida. Como isso é incrível! O aclamado violinista Yehudi Menuhin (1916–1999) nutria profundo interesse pelo Budismo Nichiren e pelo som e ritmo do daimoku. Lembro-me de ele me dizer que considerava realmente inspirador o budismo ver a divindade, ou estado de buda, dentro dos mortais comuns, destacando sua impressionante fé nos seres humanos.21 Nosso orgulho como membros da Soka Gakkai que se empenham para concretizar o ideal de Daishonin da “pacificação da terra” é que acreditamos sinceramente no potencial de todas as pessoas. A transformação interior na vida de uma única pessoa pode gerar a mudança que ocasionará uma sociedade melhor. O importante é nossa convicção de que podemos transformar nossa vida. Toda sensei manifestou sua firme determinação: “Não importando quão enormes sejam as adversidades que possam surgir, jamais renegarei o grande juramento pelo kosen-rufu”.22 Esse é o espírito de mestre e discípulo Soka. Com essa nobre decisão, Toda sensei lutou incansavelmente e assentou as bases para o magnífico desenvolvimento do kosen-rufu no futuro. A “pacificação da terra” por meio da doutrina correta é o esforço para fazer o sol da esperança raiar na vida daqueles que estão mergulhados na tristeza e no desespero. Quando conseguimos fazer o sol nascer em nosso coração, somos capazes de ajudar outros a fazer o mesmo. Independentemente da época ou do lugar, a oração e a ação baseadas no juramento seigan pelo kosen-rufu criam uma incessante reação em cadeia de alegria e de esperança. Orações Soka para mudar o destino da humanidade Nichiren Daishonin também escreve: “É o poder da Lei budista que possibilita as divindades do Sol e da Lua manter seu movimento ao redor dos quatro continentes”23 (CEND, v. I, p. 717). O Nam-myoho-renge-kyo é a lei fundamental que permeia a vida e o universo. Por isso, quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, nossa vida se funde com essa lei universal e somos capazes de criar valor que conduz à felicidade. Conseguimos produzir esperança e realizar maravilhosas contribuições para a construção de um mundo seguro e pacífico. Tal é o poder de nossas orações como membros da Soka Gakkai. Rede de bodisatvas da terra Assim como o sol dourado surgindo para dissipar a escuridão, o som da nossa voz recitando Nam-myoho-renge-kyo faz nossa vida brilhar mais intensamente e pulsar com força ainda maior; enchendo-nos de energia vital tão ilimitada como o próprio universo. Visando nosso centenário, recitemos retumbante daimoku, o grande som da infinita esperança, cada precioso dia, expandindo com dinamismo nossa rede de pessoas que despertaram para sua identidade como bodisatvas da terra. Prossigamos nos esforçando para edificar um mundo repleto de esperança que represente o ideal de Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”! Estejamos convictos da vitória contínua de mestre e discípulo! (Daibyakurenge, edição de fevereiro de 2021) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI Resumo Estudo — Maio 2024 Principais tópicos estudados Juramento seigan “Oração, no Budismo Nichiren, significa firmar o juramento seigan de vencer sem falta.” Sol do tempo sem início “Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos habilita a fazer o sol do tempo sem início — nossa natureza de buda inata — brilhar intensamente dentro de nós e iluminar a nossa vida dia após dia. É a fonte máxima de criação de valor.” Significado de fé “Fé significa ter convicção total na incontestável lei da vida, mesmo que não sejamos capazes de percebê-la diretamente.” Recitemos daimoku de forma franca e honesta “Cada desejo, pensamento ou oração que expressamos será acolhido e envolto na ilimitada compaixão do Gohonzon. Recitemos daimoku de forma franca e honesta, ‘considerando tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida’ (cf. CEND, v. I, p. 713).” Espírito de mestre e discípulo “Recitar Nam-myoho-renge-kyo com fé alicerçado no espírito de unicidade de mestre e discípulo é o verdadeiro rugido de leão no Budismo Nichiren. Essa recitação nos habilita a dar plena vazão à imensurável sabedoria e ao poder que possuímos inerentemente.” Frases marcantes “O importante é que nossas orações sejam repletas de forte convicção e determinação de concretizá-las, venha o que vier. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo sinceramente, nossas orações alcançam cada canto do universo.” “Nossas orações como praticantes do Sutra do Lótus nos habilitam a trilhar o caminho para a felicidade certa e a enfrentar os desafios do carma com esperança e otimismo.” “A fé no Gohonzon garante que o ‘infortúnio se transformará em boa sorte’ (cf. CEND, v. I, p. 431). Assim como Daishonin declara: ‘O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão’ (Ibidem). Com daimoku, podemos sobrepujar quaisquer obstáculos.” “Quando transformamos nossos problemas em orações, o significado deles muda. Ao convertê-los em orações repletas de determinação e convicção, podemos expandir nossa condição de vida. Nossas provações se tornam a base para realizarmos nossa revolução humana, e até o nosso destino se converte em missão em prol do kosen-rufu.” Personalidades e personagens budistas citados - Nichiren Daishonin - Tsunesaburo Makiguchi - Josei Toda - Shakyamuni Perguntas-guia para as atividades de estudo Quais são os quatro pilares-chave para a vitória no kosen-rufu e na vida? 1) Orações dos praticantes do Sutra do Lótus, 2) orações para transformar veneno em remédio, 3) orações imbuídas do juramento seigan conjunto de mestre e discípulo, e 4) orações para o rissho-ankoku, isto é, a “pacificação da terra”. Qual é a essência do Budismo Nichiren? A essência do Budismo Nichiren é o espírito de unicidade de mestre e discípulo. Mestre e discípulo orando com um juramento seigan em conjunto pelo kosen-rufu representa a essência do Budismo Nichiren. O que é necessário para que as orações sejam eficazes e os desastres desapareçam? Três elementos são requeridos: um bom mestre, um bom praticante e um bom ensinamento (CEND, v. II, p. 143). Qual o significado de orações imbuídas do juramento seigan de mestre e discípulo? Nossas orações se fundamentam na ação para tornar realidade o ideal de Daishonin da “pacificação da terra” e do mundo inteiro por meio da doutrina correta. São orações de indivíduos corajosos empenhados em transformar o destino da humanidade. Como mudar o destino da humanidade? O Nam-myoho-renge-kyo é a lei fundamental que permeia a vida e o universo. Por isso, quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, nossa vida se funde com essa lei universal e somos capazes de criar valor que conduz à felicidade. Conseguimos produzir esperança e realizar maravilhosas contribuições para a construção de um mundo seguro e pacífico. No topo: Membros da BSGI recitam daimoku (São Paulo, jan. 2024) Foto: BS Notas: 1. Campanha de Fevereiro: Em fevereiro de 1952, o presidente Ikeda, na época consultor do Distrito Kamata de Tóquio, iniciou uma dinâmica campanha de propagação. Ao lado dos membros de Kamata, ele quebrou os recordes anteriores de cerca de cem novas famílias, convertendo 201 novas famílias ao Budismo de Daishonin. 2. Campanha de Osaka: Em maio de 1956, os membros de Kansai, unindo-se em torno do jovem Daisaku Ikeda, que havia sido enviado pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, para apoiá-los, obtiveram um aumento de 11.111 famílias no distrito em apenas um mês. 3. Em março de 2009, o presidente Ikeda ofereceu à Divisão Feminina cinco diretrizes de atuação: (1) Tudo começa com a oração. (2) Avançar em harmonia com nossos familiares. (3) Desenvolver jovens sucessores. (4) Estimar nossa comunidade e nossa sociedade. (5) Compartilhar alegremente nossas experiências na prática da fé. 4. O vapor se condensa num espelho deixado ao ar livre à noite. Afirmava-se que o espelho atraía essa água da Lua. 5. A carta A Oração foi escrita por Nichiren Daishonin em 1272, durante o seu exílio na Ilha de Sado, e acredita-se que tenha sido endereçada ao seu discípulo sacerdote Sairen-bo. Nela, Daishonin declara que é impossível que as orações de um praticante do Sutra do Lótus fiquem sem resposta. 6. Oko Kikigaki [Registro das Preleções]; não traduzido para o inglês ou para o português. 7. “Três mil mundos num único momento da vida na prática”: A doutrina dos “três mil mundos num único momento da vida”, que constitui o ensinamento fundamental para atingir a iluminação, é subdividida em duas partes: o princípio teórico e a materialização prática desse princípio. Estes são, respectivamente, denominados “três mil mundos num único momento da vida teóricos” e “três mil mundos num único momento da vida na prática”. O princípio teórico baseia-se no ensinamento teórico (primeira metade) do Sutra do Lótus, ao passo que o princípio na prática é revelado no ensinamento essencial (segunda metade) do Sutra do Lótus. Entretanto, nos Últimos Dias da Lei, ambos se enquadram na categoria teórica; a Lei do Nam-myoho-renge-kyo que Nichiren Daishonin revelou é o ensinamento dos “três mil mundos num único momento da vida na prática”. 8. Escuridão fundamental ou ignorância fundamental: A ilusão inerente à vida mais profundamente arraigada, que dá origem a todas as demais ilusões e desejos mundanos. Consiste na incapacidade de ver ou reconhecer a verdade suprema da Lei Mística, bem como os impulsos negativos que surgem dessa ignorância. 9. Nichiren Daishonin escreve: “Não obstante, o senhor decidiu se tornar um devoto do Sutra do Lótus. Como resultado, sofreu duras perseguições, mas mesmo assim, veio me ajudar. (...) O senhor não apenas ouviu a Lei, como também a abraçou e, desde então, tem mantido firme fé. Que maravilhoso! Que extraordinário!” (CEND, v. I, p. 335-336) 10. Cf. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 151-152. 11. No capítulo 21, “Os Poderes Sobrenaturais d’Aquele que Assim Chega”, do Sutra do Lótus, o Buda afirma: “Depois que Aquele que Assim Chega entrar em extinção, devem aceitá-lo, mantê-lo, lê-lo, recitá-lo, explaná-lo, pregá-lo e transcrevê-lo [o Sutra do Lótus], e praticá-lo conforme instruído (LSOC, cap. 21, p. 316). A frase “conforme instruído” muitas vezes é reformulada indiretamente como “praticar conforme o ensinamento do Buda” etc. 12. Transformar veneno em remédio: Princípio que expõe que uma vida dominada pelos “três caminhos” — desejos mundanos, carma e sofrimento — podem ser transformados numa vida repleta das “três virtudes” — corpo do Darma, sabedoria e emancipação — pelo poder da Lei Mística. Em outras palavras, qualquer situação adversa pode ser transformada positivamente por meio do poder da prática budista. 13. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 7. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1987. p. 599. 14. Cf. Ibidem, v. 2, p. 56, 1982. 15. “Três corpos”: Três tipos de corpo que um buda possui. Eles são: (1) corpo do Darma, que indica a verdade fundamental ou Lei para a qual um buda se iluminou; (2) corpo da recompensa, que indica a sabedoria para perceber a Lei, e é assim chamado porque a sabedoria de um buda é considerada a recompensa derivada do incessante esforço e da disciplina; e (3) corpo manifesto, que se refere às ações compassivas de um buda para conduzir as pessoas à felicidade. 16. Nessa carta, redigida em 1277, Daishonin ensina a Shijo Kingo que alguém que permanece inabalável em face dos “oito ventos” é uma pessoa de sabedoria que será protegida pelas divindades celestiais. Na época, colegas samurais usaram a recusa de Shijo Kingo a aceitar uma transferência de suas terras para desacreditá-lo perante seu senhor feudal. 17. “Oito ventos”: Oito condições que impedem as pessoas de avançar no caminho correto para a iluminação. Segundo o Tratado sobre o Sutra do Estágio de Buda, os “oito ventos” são: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. As pessoas são, com frequência, desviadas do caminho pelo apego à prosperidade, à honra, ao elogio e ao prazer (coletivamente conhecidos como os “quatro ventos favoráveis”), ou pelo repúdio ao declínio, à desgraça, à censura e ao sofrimento (que se referem aos “quatro ventos adversos”). 18. Daishonin escreve: “Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Não ficam exultantes pela prosperidade nem aflitas pelo declínio. As divindades celestiais certamente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos” (CEND, v. II, p. 53). 19. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 3. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1983. p. 44. 20. Bodisatvas da terra: Correspondem à imensa multidão bodisatvas que surge no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, e é incumbida pelo buda Shakyamuni de propagar a Lei após a sua morte. No capítulo 21, “Os Poderes Sobrenaturais”, do Sutra do Lótus, Shakyamuni confia ao bodisatva Práticas Superiores, líder dos bodisatvas da terra, a propagação da Lei no mundo saha na era maléfica dos Últimos Dias da Lei. 21. Artigo da edição do Seikyo Shimbun de 7 de abril de 1992. 22. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 4. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1989. p. 61. 23. Quatro continentes: Continentes situados respectivamente a leste, oeste, norte e sul do Monte Sumeru, montanha que, de acordo com a antiga cosmologia indiana, se encontra no centro do mundo. Eles são: Purvavideha, a leste; Aparagodaniya, a oeste; Uttarakuru, ao norte; e Jambudvipa, ao sul.
02/05/2024
Capa
TC
Rota da esperança
Agarrar o leme de um nobre propósito O mestre existe para o discípulo manifestar o seu melhor. Quando nos sintonizamos ao coração do nosso grandioso mestre, Daisaku Ikeda, evidenciamos essa mesma energia e força. Alguns exemplos na história ilustram essa proposição. Um deles vem do norueguês Roald Amundsen (1872–1928), o primeiro explorador a chegar ao polo sul, proeza que realizou em 1911, após várias tentativas. Aos 16 anos, em 1889, Amundsen testemunhou o feito heroico de Fridtjof Nansen (1861–1930), pioneiro das expedições polares do seu país, que havia conseguido fazer, com êxito, a travessia da Groenlândia, e daí não parou mais. Anos depois de fincar a bandeira da Noruega no polo sul, Amundsen avançou para o polo norte, atingindo essa meta poucos anos antes de morrer. Em um discurso proferido em 2012, Ikeda sensei nos apresenta essa rica história de Amundsen, uma jornada que ganhou as páginas de obras literárias e, mais recentemente, em 2019, foi abordada no filme Amundsen, O Explorador.1 Além do espírito desbravador, a busca constante pelo planejamento de ações e a união do grupo de expedição são referências fortalecidas nas obras. Nansen foi o mestre que inspirou Amundsen, apoiando-o para que triunfasse, entrando para a história. E sobre a relação de mestre e discípulo no budismo? Daisaku Ikeda revela, com seu exemplo de vida, os bastidores da grandiosa nau que abraçou desde os 19 anos, vivendo ao lado do seu mestre, Josei Toda; aprendendo com ele e cristalizando os sonhos dele. Ikeda sensei nos apresenta esse laço diamantino como fonte de uma vida sem arrependimentos, firme ao leme de um nobre propósito. Ele enfatiza: Em meio a uma sociedade na qual se defronta com o turbilhão de dificuldades dos “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte —, nosso movimento de diálogos segue abrindo a rota da felicidade e da paz das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza — não só para si, como para os outros. Quanto mais altas as ondas bravias da época, nosso grande navio Soka avançará com ainda mais imponência e vigor.2 Essa assertiva nos auxilia na rota da esperança almejada por todos. A vida é efêmera e está em constante mutação. Com um mestre que nos guie por meio de seu exemplo, não se colocando numa posição superior, mas sim do nosso lado e estimulando nosso desenvolvimento, conquistamos uma existência adornada pelas “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza. Para melhor entendimento desse conceito, selecionamos um trecho do livro Século da Saúde: Sabedoria para Conquistar a Boa Saúde e Longevidade, de autoria do presidente Ikeda, no qual ele explana: Examinemos agora cada uma das quatro virtudes. “Eternidade” denota que a condição do estado de buda inerente à vida do Buda e de todos os seres vivos é eterna, abarcando as “três existências” — do passado, presente e futuro. “Felicidade” consiste numa condição de bem-estar livre de sofrimento. “Verdadeiro eu” indica que o estado de buda é o “eu” original, uma força autônoma que nada é capaz de destruir. “Pureza” quer dizer que, por mais impura e corrupta a época, nossa vida funciona de forma pura, como um manancial cristalino fluindo livremente. Essas “quatro virtudes” constituem uma condição de vida suprema de felicidade absoluta e também poderia ser descrita como os cativantes aspectos de um caráter bem lapidado.3 Sócrates e Platão Os aspectos de um caráter bem lapidado podem ser conferidos no segundo exemplo histórico que apresentamos na figura de Sócrates e de Platão. Sócrates (469 a.E.C–399 a.E.C) é conhecido até hoje como expoente do pensamento filosófico mundial. É dele a célebre frase “Conheça-te a ti mesmo”. Todo o conhecimento de Sócrates, que morreu aos 70 anos, injustamente, teria ficado apenas no passado se não fosse por Platão (428 a.E.C–348 a.E.C), o jovem que o seguiu durante nove anos e, nos cinquenta anos seguintes à morte do seu mestre, dedicou-se a manter a lisura dos propósitos dele. Ikeda sensei também faz referência a essa relação cristalina protagonizada por ambos em vários artigos e ensaios, e uma delas consta na Nova Revolução Humana. Ele reforça a visão de Platão na lapidação de pessoas capazes: A água corre sempre para um nível mais baixo. Da mesma forma, se o homem não polir seu caráter, não poderá evitar a decadência causada pelo peso da ambição. Por essa razão, Platão refletia em seguida sobre a saúde e a harmonia da alma e conduzia as pessoas a voltar os olhos para o interior de si mesmas.4 Vitória compartilhada Na base desse processo de mudança interior e na visão de mundo defendido na Soka Gakkai, chamado “revolução humana”, em que rompemos a concha do ego, está o juramento do discípulo de se tornar absolutamente feliz, enquanto se empenha em fazer feliz quem está à sua frente. Aqui reside a tradução da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi, em jap.) na Soka Gakkai. Ikeda sensei pondera sobre essa importância, mostrando-nos traços de sua relação com seu mestre. Ele constantemente relembrava: Atuo dialogando no meu coração, todos os dias, com meu mestre, Josei Toda, onde ele está sempre presente. Minha base é o Gosho (escrituras de Nichiren Daishonin), e foi Toda sensei quem o leu com seu corpo, por meio de suas ações. “Se fosse o sensei, o que faria nessa situação?”, “Minha ação de hoje está de acordo com o espírito do sensei?”, “Se sensei me visse agora, ficaria feliz ou triste comigo?” — sempre me perguntava. E vim encorajando a mim mesmo determinando que realizaria sem falta uma luta vitoriosa e traria alegria ao meu mestre. Essa é a fonte da minha coragem. É a força motriz da contínua vitória. Shitei funi é viver fazendo do coração do mestre o seu próprio, e começa com o mestre existindo solenemente no coração, em todos os momentos e em qualquer situação.5 Acompanhando esse raciocínio, observamos que a unicidade de mestre e discípulo é o mais profundo laço de existência, fortalecido por um juramento compartilhado. Uma frase dos escritos de Nichiren Daishonin elucida que “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.6 No livro Romper Barreiras, obra que traz importante diálogo entre Daisaku Ikeda, Herbie Hancock e Wayne Shor- ter, Ikeda sensei pondera: “A relação de mestre e discípulo é um laço entre duas vidas gerado pela mútua, séria e sincera determinação do mestre comprometido a desenvolver o discípulo de forma a superá-lo, e do discípulo em corresponder de todo o coração à determinação do mestre”.7 O Mestre nos encoraja, ressaltando: “Quando um belo espírito compartilhado flui pelo coração de mestre e discípulo, e entre amigos, um infinito horizonte se revela diante de nós”.8 Eis por que no budismo a relação de mestre e discípulo é inquebrantável. No período contemporâneo do advento do buda Nichiren Daishonin, fundador do budismo do século 13, ele e seus discípulos protagonizaram jornadas de desafios e de vitórias tendo como base perpetuar seu ensinamento. Daishonin deixou seus escritos como um mapa de navegação segura diante das intempéries do destino. Com os Três Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, a integridade dos princípios do Buda foi mantida, mesmo diante da perseguição contra a própria vida, como no caso do presidente fundador da Soka Gakkai, Makiguchi sensei, que morreu no cárcere. Ikeda sensei, que aos 19 anos abraçou a causa da paz junto com Josei Toda, sobrepujou tempestades inimagináveis e triunfou como mestre da sabedoria. Durante 25 anos, Ikeda sensei se dedicou a narrar o seu “diário de bordo”, o romance Nova Revolução Humana, com relatos de indivíduos comuns, que se descobriram “construtores de sua embarcação da vida”, sedimentando a real tradução da unicidade com o mestre que os guia em segurança pelo mar da existência. A unicidade de mestre e discípulo envolve fé, determinação e ação para construirmos juntos histórias de vida gloriosas, visualizarmos o horizonte com esperança e, por meio da benevolência, conduzirmos a vida com tranquilidade, tanto a nossa quanto a de todos ao redor. A Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, se empenha para tornar realidade o movimento pelo kosen-rufu, ou seja, uma sociedade guiada pela união de pessoas comuns, solidárias e empoderadas. Dentro desse processo, no qual cada uma delas realiza sua revolução humana em meio aos ventos bravios do carma, elas assumem, junto com o presidente Ikeda, o leme da propagação desse modelo de vida em que nada é capaz de tirá-las da rota da felicidade. Então, na base da nossa organização — formada pelas comunidades e pelos blocos da BSGI —, surgem vários indivíduos que se levantam como “Shin’ichi Yamamoto” (pseudônimo do Dr. Daisaku Ikeda na obra Nova Revolução Humana). Por essa razão, praticamos o Budismo Nichiren, o budismo de ação, no qual cada pessoa segura o leme do próprio destino, adquirindo força e coragem para navegar com confiança pelos mares revoltos da vida. Portanto, a prova real é vital. Ikeda sensei reflete sobre esse sentimento: Como discípulos, portanto, e importante que evidenciemos provas reais para que possamos declarar com orgulho ao mestre: “‘Eu venci!’. Isso é unicidade de mestre e discípulo. Por ter tomado tal decisão, pude dar vazão à minha força total, e assim, consegui manifestar coragem e sabedoria. Quando nos levantamos como discípulos com a ardente determinação de corresponder ao nosso mestre no kosen-rufu, a mesma condição de vida intrépida dele passa a pulsar em nossa própria vida. Isso significa que, quando vivemos com a consciência de que mestre e discípulo são unos, manifestamos a condição de vida dos bodisatvas da terra, que no distante passado juraram cumprir a grandiosa missão pelo kosen-rufu com o mestre deles. Teremos uma força incomparável”.9 Ação como discípulo Ao trazer à memória novamente os direcionamentos de Josei Toda, seu eterno mestre, o presidente Ikeda explica como podemos manifestar essa condição de vida dos bodisatvas da terra. Nosso mestre relembra a sincera preocupação e dedicação de Toda sensei em relação aos membros que enfrentavam situações angustiantes e sofrimentos. Josei Toda se empenhava de corpo e alma na orientação de vida a vida, estendendo grandiosos incentivos a cada companheiro com a determinação absoluta de jamais permitir que alguém se tornasse infeliz. “Aqui está o ponto essencial da existência da Soka Gakkai, a ação na prática de mestre e discípulo”,10 frisa Ikeda sensei, orientando-nos. Ele diz: Fazendo do coração do mestre que anseia a paz mundial o nosso próprio coração, devemos orar pela felicidade dos companheiros que sofrem com as adversidades da vida e lançarmo-nos em meio às pessoas comuns do povo. Um dia dedicado ao kosen-rufu, orando e promovendo o diálogo juntos, se tornará uma recordação dourada da nossa vida.11 Não há alegria maior Com as explanações e reflexões apresentadas nesta matéria, aprendemos sobre a unicidade de mestre e discípulo, relação que não se rompe nem mesmo com a morte. Como vimos, começou pela jornada de Amundsen, explorador norueguês que entrou para a história ao chegar aos polos sul e norte. Depois, a atenção se voltou para a jornada de vida de Ikeda sensei. Por meio dessa trajetória do Mestre em prol do humanismo, ficou evidente a definição da relação de mestre e discípulo vista no budismo e na visão contemporânea do mapa de navegação acessível hoje para uma vida plena, a despeito dos ventos fortes aos quais todos estamos sujeitos ao longo do caminho. É importante lapidarmos constantemente nosso caráter, conquistando um brilho único, da forma como somos, e influenciando positivamente nosso ambiente familiar, trabalho e toda a sociedade. Não há alegria maior que ter um mestre da vida. Ikeda sensei consolida seu sentimento: A vida é uma contínua “expedição ao desconhecido”. Há momentos em que somos assolados por imprevisíveis tempestades. No entanto, é em meio a essa árdua luta que se encontra a saída para a colossal vitória. Desde que não se perca de vista os objetivos, não haverá nenhum dia em vão. Todos eles serão valiosos e transbordantes de esperança e de desenvolvimento.12 Quanto à relação cristalina dos filósofos Sócrates e Platão, Ikeda sensei ressalta: “Depois da morte de Sócrates, um novo Sócrates nasceu na pessoa de Platão. Fui para o presidente [Josei] Toda o que Platão foi para Sócrates, portanto, posso entender muito bem a relação entre esses dois filósofos gregos”, afirma.13 Ele define com propriedade: “Não poderíamos dizer que mestre e discípulo são os melhores e mais incomparáveis companheiros, que compartilham do mesmo ideal e lutam para torná-lo realidade?”14 Avançar aqui e agora É para a nova geração, os jovens, que essa grandiosa missão alicerçada nos profundos laços da unicidade de mestre e discípulo se reveste de vibrantes significados, especialmente neste mês de maio. Ao conectar 100 mil jovens humanistas aos ideais de paz defendidos no Budismo Nichiren, os integrantes da Juventude Soka do Brasil avançam firmes, ancorados no sentimento de corresponder ao Mestre, sem largar a mão de ninguém. Em sua análise sobre a jornada de Amundsen, Ikeda sensei comenta o fato de o navio cedido por Nansen e utilizado pelo jovem explorador em sua primeira tentativa na Antártida chamar-se Fram (veleiro tipo escuna cujo nome significa “para a frente, avançar”). Nosso mestre contextualiza: O discípulo assumiu o navio que seu mestre havia utilizado em sua aventura, e partiu rumo ao oceano do novo sonho, a terceira expedição dessa nau. Quão magnífica é essa viagem fabulosa de mestre e discípulo! Os jovens de coragem serão esses desbravadores que desafiarão a abertura de novas rotas. Esse é o “Navio Avanço” de supremo orgulho, que desconhece a interrupção.15 Em recente orientação, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, fortalece a missão grandiosa dos discípulos Ikeda, jovens de todas as idades, dizendo que “(...) Se buscarmos o Mestre em nosso coração e renovarmos nosso juramento pelo kosen-rufu, uma nova e poderosa energia vital passará a emanar abundantemente de nós. Isso, em si, é o espírito jovem, o espírito de saldar nossa dívida de gratidão. Abracemos e compartilhemos esse espírito com todos em nossa respectiva comunidade”.16 Ikeda sensei deixou essa existência serenamente em novembro último, mas seu legado ganha continuidade pelas mãos dos jovens herdeiros. Isso dá vida ao que ele sempre ansiou. Assim, para concluir esta matéria, compartilhamos um trecho de um de seus ensaios, com a expectativa de que seja fonte de inspiração para os leitores nos acompanhar, junto com o Mestre, em direção ao horizonte azul de esperança, força e coragem: A força e a paixão juvenis, que aquecem o coração das pessoas e impulsionam o avanço da sociedade, sem dúvida continuam sendo de vocês, a esperança dos povos. Por isso mesmo, nossa SGI Jovem deve zarpar rumo à nova e grande navegação em prol do kosen-rufu com os jovens na liderança. Vamos ao imenso oceano da nova era! Oh, jovens, com sua força e paixão, coragem e sabedoria, descortinem a nova alvorada da esperança do mundo! Por existir a Divisão dos Jovens, mestre e discípulo vencerão.17 No topo: Presidente Josei Toda, à direita, acompanhado de seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda, em março de 1958 (Shizuoka, Japão) Foto: Sekyo Press Notas: 1. AMUNDSEN, o Explorador. Direção: Espen Sandberg. Roteiro: Ravn Lanesskog. Produção: Espen Horn, John M. Jacobsen, Kristian Strand Sinkerud. Noruega: Motion Blur Film/SF Studios, 2019 (2h05). 2. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2. 3. IKEDA, Daisaku. Século da Saúde: Sabedoria para Conquistar a Boa Saúde e Longevidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 71. 4. IKEDA. Daisaku. Nova Revolução Humana, v. 6. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 80. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.138, 7 jul. 2012, p. B2. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. 7. IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER, Wayne. Romper Barreiras. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 104. 8. Ibidem. 9. IKEDA. Daisaku. Nova Revolução Humana, v. 26. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 290-291. 10. Brasil Seikyo, ed. 2.313, 27 fev. 2016, p. A2. 11. Ibidem. 12. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1 dez. 2012, p. B2. 13. Idem. ed. 2.340, 17 set. 2016, p. C1. 14. IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 49. 15. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2. 16. Terceira Civilização, ed. 666, fev. 2024, p. 6-9. 17. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2.
02/05/2024
Estudo
TC
[69] Promover o avanço do nosso movimento, comprovando os princípios de que “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”
Explanação O Budismo Nichiren é uma religião para transformar as circunstâncias. Constitui um modo de vida seguro e infalível. O âmago da nossa prática budista, portanto, consiste em demonstrar provas reais dos princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”. A fé na Lei Mística é o grande caminho para construir a felicidade, a fonte da sabedoria para alcançar a vitória na vida. O Budismo Nichiren é a filosofia da esperança para realizar a revolução humana e a transformação do destino, o farol espiritual para edificar uma sociedade segura e um mundo pacífico. Seja o sábio do princípio da “prática da fé é a própria vida diária. Seja o herói do “budismo é a própria sociedade” — essa é a crença que os membros da Soka Gakkai do Japão e do mundo compartilham e levam a cabo com convicção e orgulho todos os dias. Manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez Neste ano [2021], celebramos o 150o aniversário de nascimento do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi.1 Antes da Segunda Guerra Mundial, Makiguchi sensei declarou que “A suprema essência do budismo reside em demonstrar um modo de vida de máximo valor”,2 que ele denominou de “modo de vida de bem maior”. Acrescentou ainda que o propósito da nossa organização consiste em demonstrar, estudar e guiar outros ao caminho para criar esse supremo valor — a felicidade insuperável — em nossa vida diária, pela maneira como efetivamente vivemos.3 Makiguchi sensei enunciou o lema da educação Soka: “Em vez de caminhar fitando o céu sonhando, certifique-se de manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez!”.4 Mantendo firmemente os pés no solo da vida diária, avancemos, de forma constante, vencendo dia a dia. Esse é um caminho repleto de esperança, que conduz a uma vida sólida, um tesouro consistente em contraste com devaneios. Religião é um “código de princípios para a vida” No editorial intitulado Revolução Religiosa, escrito para a primeira edição [julho de 1949] da revista de estudo da Soka Gakkai Daibyakurenge, meu mestre, Josei Toda, declarou: “A religião, originariamente, é um código de princípios para a vida e deve ser uma parte inseparável da nossa vida diária”.5 Durante a Segunda Guerra Mundial, os presidentes Makiguchi e Josei Toda foram presos por se recusar a ceder às exigências das autoridades militaristas do Japão. Tsunesaburo Makiguchi morreu na prisão, ao passo que Josei Toda saiu do cárcere, posteriormente, com vida. Invencíveis diante dessa grande perseguição, mestre e discípulo Soka nos legaram sua poderosa convicção de que a essência do Budismo Nichiren “constitui ampla e fundamental lei da vida”.6 Pelo fato de essa lei ser universal, afirmou Makiguchi sensei, é infalível e pode ser comprovada com sucesso por todos, sem exceção. Isso nos traz à lembrança as palavras de Mahatma Gandhi, o qual declarou que a história de sua vida de luta pela não violência consistia unicamente em suas “experiências com a verdade”7 e que “aquilo que é possível para um é possível para todos”.8 Manifestando a força do budismo em meio às circunstâncias Gandhi também disse: “Minhas experiências [pela não violência] não se limitaram a um espaço restrito, mas abertamente”.9 De modo semelhante, nosso movimento popular budista avançou, não por trás de portas fechadas, mas no mundo real com a comprovação do princípio de que “prática da fé é a própria vida diária” pelos membros. Isso porque, assim como ensina Daishonin, nada supera a prova real” (cf. CEND, v. I, p. 626). A fé na Lei Mística oferece a força para vencer na vida. Recitamos daimoku e entramos em ação e continuamos recitando no decorrer dos nossos esforços. Em todos os recantos do mundo, os membros da Soka Gakkai, a partir de orações imbuídas do juramento seigan pelo kosen-rufu, recitam Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística. Reúnem coragem e sabedoria para vencer os desafios cotidianos e propagam a Lei Mística de forma compassiva. Como resultado, a Soka Gakkai está repleta de experiências inspiradoras de membros que estão demonstrando provas sólidas de benefícios da fé e conquistando uma vida transbordante de esperança e de alegria. Estou convicto de que, com isso, eles dão expressão ao espírito do Sutra do Lótus e personificam a verdadeira prática do budismo conforme ensinado por Nichiren Daishonin. Trecho do escrito 1 O Kalpa de Diminuição O capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus, afirma: [As doutrinas que eles pregarem (...)] jamais vão contrariar a realidade fundamental” [cf. LSOC, cap. 19, p. 304]. Tiantai10 comentou sobre isso, dizendo: “Nenhum assunto secular, da vida ou do trabalho, difere de forma alguma da realidade fundamental”.11 A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem compreensão dos princípios que regem o mundo. (CEND, v. II, p. 389)12 Todos os assuntos do cotidiano são consistentes com o budismo Makiguchi sensei sublinhou a passagem acima de O Kalpa de Diminuição em seu exemplar dos escritos de Nichiren Daishonin, acatando-a com profunda seriedade. Na parte anterior a esse trecho, Daishonin escreve que, na era impura do kalpa de diminuição, quando a energia vital das pessoas declina, a sabedoria benéfica do budismo para conduzir as pessoas à felicidade é subjugada e se torna ineficaz, pelo impacto negativo dos “três venenos” — avareza, ira e estupidez.13 Ele também nos adverte que esses males se intensificarão se as pessoas dedicarem oferendas a sacerdotes que, apesar de aparentarem ser pessoas de sabedoria que deixaram o mundo secular, caluniam ativamente o Sutra do Lótus. Na passagem que estamos estudando, Daishonin declara que uma genuína “pessoa de sabedoria” não é aquela que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares. Ele esclarece um princípio fundamental do Sutra do Lótus de que “o budismo abarca todos os assuntos seculares” e descreve a verdadeira conduta de uma pessoa de sabedoria. O trecho do Sutra do Lótus que Daishonin cita aqui pertence ao capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, que descreve em detalhes o benefício da purificação dos seis órgãos dos sentidos,14 o qual é obtido pelos mestres da Lei (bodisatvas) praticando o Sutra do Lótus. A passagem em questão refere-se especificamente à purificação da mente. Em outras palavras, quando os mecanismos do coração e da mente deles [mestres da Lei (bodisatvas)] se purificam ao abraçarem e praticarem a Lei Mística, eles passam naturalmente a ensinar e a falar de acordo com os princípios do budismo e perfeitamente alinhados com a realidade fundamental. Isso, sem dúvida, é resultado da purificação dos seis órgãos — que passam por uma profunda transformação interior — por meio de sua prática budista. Por isso, irradiam o brilho da sabedoria budista e conseguem converter suas atividades em esforços pela felicidade e vitória. Religião que não se afasta das circunstâncias O Budismo Nichiren constitui um ensinamento de engajamento ativo na sociedade; olha diretamente para a sociedade e busca melhorá-la. Não é dissociado da realidade ou dos “assuntos seculares”. No entanto, muitos no Japão, no passado e no presente, se apegaram à ideia de que o budismo é diverso ou distante dos assuntos seculares, algo não relacionado com a vida diária. Isso se deve, em parte, ao fato de as escolas budistas estabelecidas considerarem o Buda um ser transcendental, sobrenatural e traçarem uma distinção entre o religioso e o mundo secular de várias maneiras, levando algumas escolas budistas a assumir uma aura de misticismo e de autoridade que utilizaram para se manter acima do mundo secular e para exercer o controle sobre a vida das pessoas. Nichiren Daishonin, em contraste, declara: “A mente dos seres vivos é originalmente o Buda” (OTT, p. 208). O Budismo Nichiren ensina que o Buda não habita algum reino distante afastado do mundo real e que, na verdade, todos nós possuímos inerentemente a nobre condição de vida do estado de buda e podemos trazer à tona do nosso interior esse poder para vencer nossos problemas da vida real. Gravemos, mais uma vez, profundamente estas palavras: “Pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares” (CEND, v. II, p. 389). Este conturbado mundo saha15 em que vivemos é, de fato, atolado em sofrimentos. Porém, reunindo a coragem para estender a mão àqueles que sofrem, evidenciando a compaixão e a sabedoria do budismo e contribuindo efetivamente para a felicidade dos outros é que nos tornamos genuínas “pessoas de sabedoria”. Esse é o modo de vida repleto de orgulho dos bodisatvas da terra. O budismo vivo de Nichiren Daishonin se propõe a enviar um fluxo contínuo de indivíduos com essa característica à sociedade. Os membros da Soka Gakkai comprovam os princípios do budismo com a própria vida Makiguchi sensei atribuía grande relevância às experiências dos membros na prática da fé. Ele citou a história de uma mulher que ultrapassou dificuldades no âmbito familiar e no trabalho para edificar de forma triunfante uma família feliz e harmoniosa admirada por todos os vizinhos. Além do mais, compartilhou a experiência de um homem que, por meio da prática budista, foi capaz de revitalizar sua gráfica, que operava no vermelho por mais de uma década. Makiguchi sensei descreveu esses dramas inspiradores como o “resultado do esforço total de vida ou morte” e comparou-os a diamantes ou pepitas de ouro descobertos na areia.16 Ele via essas experiências dos membros que incorporavam a prática da fé na própria vida diária como “provas reais de uma vida de bem maior” e “evidência da consecução do estado de buda nesta existência”.17 Toda sensei também nos ensinou que, mediante nossos esforços para aplicar a prática da fé na vida diária, ao mesmo tempo em que lidamos com todos os tipos de problemas, podemos estabelecer uma condição de felicidade absoluta na qual o próprio fato de estar vivo já é uma alegria. Nada o deixava mais satisfeito que ouvir relatos de experiência de membros progredindo em sua revolução humana e transformando o destino. Daishonin afirma: “Quando uma pessoa que apresenta provas claras no presente expõe o Sutra do Lótus, também surgem pessoas capazes de crer [no sutra]” (CEND, v. I, p. 535). Makiguchi sensei observou que um dos aspectos ímpares em relação às experiências de fé dos membros da Soka Gakkai é que eles não apenas se empenham para acumular as comprovações de benefícios da prática da fé, mas também buscam ativamente falar sobre elas ao máximo de pessoas possível. A verdade é poderosa. As experiências dos membros da organização ao redor do mundo são tesouros eternos da Soka Gakkai e uma força propulsora para a propagação da Lei Mística. O princípio de “prática da fé é a própria vida diária” também significa que a vida diária equivale à fé. Em outras palavras, que todos os aspectos da nossa vida constituem prática budista. Daishonin orienta calorosamente um de seus dedicados discípulos leigos: “Se continuar vivendo do jeito que vive agora, não há dúvida de que estará praticando o Sutra do Lótus vinte e quatro horas por dia. Considere o serviço prestado a seu senhor feudal como a prática do Sutra do Lótus” (Ibidem, v. II, p. 169). Que prova de felicidade podemos obter praticando o Budismo Nichiren — cujo ensinamento revela a essência do Sutra do Lótus — em meio às realidades da existência cotidiana, com o espírito de que cada momento da nossa vida faz parte de nossa prática budista? Examinemos a questão mais a fundo ao seguirmos para a próxima passagem dos escritos de Nichiren Daishonin que estudaremos. Essa passagem consta numa carta de incentivo para Shijo Kingo na época em que ele enfrentava grandes obstáculos. Eu também transcrevi esse trecho em meu diário18 como fonte de inspiração no período em que estava me empenhando ao máximo como discípulo ao lado do mestre, Josei Toda, para superar os problemas nos negócios dele. Trecho do escrito 2 Os Três Tipos de Tesouro É raro nascer como ser humano. O número de seres dotados de vida humana é tão pequeno quanto os grãos de terra que cabem sobre uma unha. E a vida humana é tão difícil de manter quanto o orvalho permanecer sobre a grama. Contudo, é melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desonra. Viva de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiem pela diligência com que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo] serve ao seu senhor feudal, ao budismo e às demais pessoas.19 (CEND, v. II, p. 112) Shijo Kingo ao defrontar-se com uma crise na fé Após Daishonin receber indulto do exílio na Ilha de Sado e voltar para Kamakura, Shijo Kingo fortaleceu sua determinação e insistiu com seu senhor feudal, Ema, para que abraçasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Entretanto, suas sinceras ações acabaram apenas ofendendo e afastando Ema, que era fiel seguidor do sacerdote Ryokan20 do templo Gokuraku-ji. Colegas invejosos de Shijo Kingo consideraram a ocasião oportuna para desacreditá-lo. Em meios a esses percalços, outro grave incidente sucedeu. Shijo Kingo foi falsamente acusado de provocar um tumulto violento. No sexto mês de 1277, um sacerdote discípulo de Nichiren Daishonin e um sacerdote da escola budista Tendai travaram um debate conhecido como Debate de Kuwagayatsu.21 Vários colegas de Shijo Kingo apresentaram relatos espúrios ao senhor feudal Ema afirmando que Kingo havia irrompido no debate, de forma violenta, para atrapalhá-lo. Ema exigiu que ele renegasse a sua fé no Sutra do Lótus; caso contrário, confiscaria as terras dele. Shijo Kingo viu-se diante da maior crise. Além de redigir uma petição22 em nome de Shijo Kingo para apresentar a Ema a fim de esclarecer a inocência de seu discípulo, Daishonin também orientou seu discípulo rigorosamente: “Jamais desonre o Sutra do Lótus, ainda que se torne o pior dos mendigos” (CEND, v. II, p. 84). Shijo Kingo perseverou com decisão inabalável. Então, um dia, repentinamente, Ema adoeceu. Kingo, médico habilidoso, tratou da doença dele com grande atenção e devoção, reavendo, em virtude disso, as graças do seu senhor feudal. Foi nessa mudança positiva dos rumos dos acontecimentos que Daishonin enviou a carta intitulada Os Três Tipos de Tesouro, na qual consta a passagem que estamos estudando agora. “Este momento é crucial” dizia a mensagem transmitida por essa carta. Expressava a profunda preocupação e o discernimento de Daishonin sobre a natureza humana. Nichiren Daishonin declara quão raro e precioso é nascer como ser humano e manter a vida humana. O número daqueles que o fazem, diz ele, “é tão pequeno quanto os grãos de terra que cabem sobre uma unha” e a vida humana “é tão difícil de manter quanto o orvalho permanecer sobre a grama” (Ibidem, p. 112). Prosseguindo, ele afirma: “É melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desonra” (Ibidem). A felicidade e o valor da vida não são mensurados pela extensão do nosso tempo neste mundo, mas por quão ricos, significativos e plenos de propósito são os nossos dias. Torne-se alguém em quem as pessoas à sua volta confiam Em seguida, Daishonin escreve: “Viva de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiem pela diligência com que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo] serve ao seu senhor feudal, ao budismo e às demais pessoas” (CEND, v. II, p. 112). “Servir ao senhor feudal”, no contexto atual, indica construir sólidas relações de confiança com seu superior ou empregador. Significa tornar-se um funcionário extraordinário no ambiente de trabalho ou destacar-se pela excelência no exercício da profissão. Também se refere à nossa conduta como membros da sociedade. “Servir ao budismo” quer dizer praticar resolutamente sem jamais nos afastar, sempre com base na fé na Lei Mística. “Às demais pessoas” diz respeito a qualidades ligadas à capacidade de demonstrar consideração e sincero interesse pelos outros, que nos levam a conquistar o respeito e a confiança dos que se encontram ao nosso redor no âmbito do nosso convívio em sociedade. Essas três frases sintetizam as esferas mais importantes para comprovar que “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”. Daishonin nos insta a viver de tal forma que conquistemos o louvor daqueles que nos cercam. Desse modo, de acordo com o princípio de “manifestar a natureza de buda interna e gerar a proteção externa”,23 nossas virtudes emanam naturalmente da nossa vida e produzem o benefício da proteção externa. Suscitar elogios é sinal de respeito e confiança dos que estão à nossa volta e da nossa comunidade. Quando as pessoas de Kamakura viram Shijo Kingo assumir uma posição de destaque no círculo mais próximo do senhor feudal, expressaram sua admiração e louvor: “Em sua imponente estatura, em seu semblante, bem como em sua montaria e os subordinados que o atendem, ninguém se compara a Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo]. Os meninos de Kamakura, todos, reunindo-se na encruzilhada, exclamam: ‘Ah! Eis um sujeito excelente, realmente excelente!’” (WND, v. II, p. 730). Esse era exatamente o tipo de elogio que Daishonin desejava que ele obtivesse. Nichiren Daishonin ensinou a Shijo Kingo que um buda é um “herói do mundo”24 e que “O budismo se preocupa primordialmente com vitória ou derrota” (CEND, v. II, p. 95). Devemos vencer tanto em nossa vida como em nossos esforços na sociedade. Como membros da Soka Gakkai, abraçamos a Lei Mística, pondo os ensinamentos do budismo em prática na sociedade, e mantemos a fé para a vitória absoluta, sempre empregando a “estratégia do Sutra do Lótus” (Ibidem, p. 267). Prossigamos com orgulho em nossa luta como indômitos campeões e invencíveis indivíduos de sabedoria e vençamos infalivelmente. Torne-se o herói que vence as dificuldades diante de seus olhos O Sutra do Lótus descreve as características dos bodisatvas da terra, aos quais Shakyamuni confiou a propagação do sutra nos Últimos Dias da Lei. Referindo-se ao líder deles, Bodisatva Práticas Superiores,25 ele diz: Assim como a luz do sol e da lua pode dissipar totalmente a penumbra e a escuridão esta pessoa, em sua passagem pelo mundo, é capaz de erradicar a escuridão dos seres vivos. (LSOC, cap. 21, p. 318) Os bodisatvas da terra “em sua passagem pelo mundo” — quer dizer que eles são atuantes no mundo secular, na sociedade e na realidade deste mundo saha. Nem é preciso dizer que o lugar onde nos encontramos agora é o local em que alcançamos o estado de buda nesta existência. A prática budista consiste em se engajar na sociedade com base na fé na Lei Mística. Em Os Miseráveis, ao retratar os bravos e perseverantes esforços do jovem Marius em meio a grandes adversidades, o escritor francês Victor Hugo (1802–1885) expressou: “Muitas das grandes façanhas são realizadas no decorrer das pequenas lutas da vida”.26 Victor Hugo prosseguiu, escrevendo que há “Nobres e misteriosos triunfos que outros olhos não veem, que não geram nenhuma fama e não são aclamados por fanfarras. Vida, adversidade, solidão, abandono, pobreza são campos de batalha que têm os seus heróis; heróis desconhecidos, por vezes maiores do que os insignes”.27 As comoventes palavras de Hugo nos fazem lembrar todos os nossos membros lutando intrepidamente contra desafios inimagináveis nestes tempos turbulentos. Na juventude, vivenciei uma batalha semelhante à descrita por Victor Hugo. Quando os negócios de Toda sensei estavam em crise, as pessoas zombavam de mim, perguntando por que nossa prática budista não solucionava nossos problemas. Mas, para mim, não havia outro mestre no kosen-rufu além de Josei Toda. Meu coração permanecia sereno e livre de dúvida. Estava determinado a recitar Nam-myoho-renge-kyo e a lutar com toda a minha energia juvenil e meu compromisso para proteger meu mestre, sem jamais recuar um único passo. Em meu diário, registrei o seguinte na época: “Esforços e adversidades! / Nessa jornada, você cultivará o verdadeiro humanismo”;28 e “Por ter fé / posso experimentar o valor, o bem maior, a mais poderosa energia vital, / e sentir a felicidade que surge da revolução humana”.29 Essa era a minha firme convicção. Acreditava totalmente na veracidade das palavras: “Quando o céu está límpido, a terra se ilumina. De maneira semelhante, quando uma pessoa conhece o Sutra do Lótus, ela compreende o significado de todas as questões seculares” (CEND v. I, p. 395). Repleto de gratidão por aprender e lutar ao lado de tão grande mestre, segui em frente em meio ao turbilhão e ensejei a retumbante vitória da posse de Toda sensei como segundo presidente da Soka Gakkai. O dia 3 de maio [de 2021] assinala o 70o aniversário dessa auspiciosa ocasião. Aqueles dias de luta incessante são a história dourada da minha juventude e a verdadeira prática budista para a revolução humana. Daishonin escreve: “O ferro, quando aquecido e forjado, torna-se uma excelente espada” (Ibidem, p. 320). Exatamente como ele afirma, durante aquela época, construí uma condição de vida indestrutível como o diamante e acumulei incalculável “tesouro do coração” (Ibidem, p. 112). Desde a juventude, venho me empenhando incansavelmente pelo kosen-rufu como discípulo de Toda sensei. Concretizei tudo o que ele idealizou. É precisamente devido a essa luta baseada na unicidade de mestre e discípulo que os alicerces da Soka Gakkai como organização mundial foram assentados. Agora, jovens “Shin’ichis Yamamoto” no mundo todo herdaram esse legado e o estão levando avante. O grande caminho da esperança e da vitória da revolução humana Vitórias verdadeiras são aquelas que alcançamos a cada dia. Sem acumular esses triunfos diários, não pode haver grande vitória na vida. O caminho infalível para a revolução humana e para mudar a sociedade se encontra em nossa capacidade de fazer desabrochar flores de felicidade e de vitória em nossa vida e ampliar o círculo de pessoas que encorajamos nos locais em que realizamos nossas atividades cotidianas. Esse é o caminho para concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “pacificação da terra” — ou seja, a paz mundial. Para tanto, vocês — nobres heróis humanistas que praticam a Lei Mística — não devem ser derrotados. Vençam com fé genuína! Vençam na vida diária! Vençam na sociedade! Vençam na vida! Vençam sempre! Vamos dar a partida! Vamos continuar avançando intrepidamente com harmonia, alegria e boa disposição nesse “grande caminho” (em consonância com o subtítulo) da esperança e da vitória! (Daibyakurenge, edição de janeiro de 2021) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI Resumo Estudo — Abril 2024 Principais tópicos estudados Religião para transformar as circunstâncias “O Budismo Nichiren é uma religião para transformar as circunstâncias. Constitui um modo de vida seguro e infalível. O âmago da nossa prática budista, portanto, consiste em demonstrar provas reais dos princípios de ‘prática da fé é a própria vida diária’ e ‘budismo é aprópria sociedade’.” Prática da fé é a própria vida diária “Antes da Segunda Guerra Mundial, Makiguchi sensei declarou que ‘A suprema essência do budismo reside em demonstrar um modo de vida de máximo valor’.” Budismo é a própria sociedade “O Budismo Nichiren é a filosofia da esperança para realizar a revolução humana e a transformação do destino, o farol espiritual para edificar uma sociedade segura e um mundo pacífico.” Os membros da Soka Gakkai comprovam os princípios do budismo Makiguchi sensei atribuía grande relevância às experiências dos membros na prática da fé. Frases marcantes “A fé na Lei Mística oferece a força para vencer na vida. Recitamos daimoku e entramos em ação e continuamos recitando no decorrer dos nossos esforços.” “Em vez de caminhar fitando o céu sonhando, certifique-se de manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez!” “Em todos os recantos do mundo, os membros da Soka Gakkai, a partir de orações imbuídas do juramento seigan pelo kosen-rufu, recitam Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística. Reúnem coragem e sabedoria para vencer os desafios cotidianos e propagam a Lei Mística de forma compassiva.” “O Budismo Nichiren constitui um ensinamento de engajamento ativo na sociedade; olha diretamente para a sociedade e busca melhorá-la. Não é dissociado da realidade ou dos ‘assuntos seculares’.” “‘Servir ao senhor feudal’, no contexto atual, indica construir sólidas relações de confiança com seu superior ou empregador. Significa tornar-se um funcionário extraordinário no ambiente de trabalho ou destacar-se pela excelência no exercício da profissão. Também se refere à nossa conduta como membros da sociedade.” Personalidades e personagens budistas citados - Tsunesaburo Makiguchi; - Josei Toda; - Mahatma Gandhi; - Nichiren Daishonin; - Shijo Kingo, discípulo fiel de Nichiren Daishonin; - Senhor feudal Ema; - Ryokan, sacerdote; - Victor Hugo, escritor, ativista e político francês (1802–1885). Perguntas-guia para as atividades de estudo O que significa “o budismo não está dissociado da vida diária”? Nichiren Daishonin, declara: “A mente dos seres vivos é originalmente o Buda ” (OTT, p. 208). O Budismo Nichiren ensina que o Buda não habita algum reino distante afastado do mundo real e que, na verdade, todos nós possuímos inerentemente a nobre condição de vida do estado de buda e podemos trazer à tona do nosso interior esse poder para vencer nossos problemas da vida real. Qual é o comportamento ideal como membro da organização? Como membros da Soka Gakkai, abraçamos a Lei Mística, pondo os ensinamentos do budismo em prática na sociedade, e mantemos a fé para a vitória total, sempre empregando a “estratégia do Sutra do Lótus” (Ibidem, p. 267). Prossigamos com orgulho em nossa luta como indômitos campeões e invencíveis indivíduos de sabedoria e vençamos infalivelmente. Qual é o caminho para a revolução humana? O caminho infalível para a revolução humana e para mudar a sociedade se encontra em nossa capacidade de fazer desabrochar flores de felicidade e de vitória em nossa vida e ampliar o círculo de pessoas que encorajamos nos locais em que realizamos nossas atividades cotidianas. Esse é o caminho para concretizar o ideal de Daishonin da “pacificação da terra” — ou seja, a paz mundial. No topo: Integrantes da Divisão dos Estudantes em atividade artística (Bauru, SP, nov. 2023) Notas: 1. Tsunesaburo Makiguchi nasceu em 6 de junho de 1871. 2. Cf. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 5. 3. Ibidem. 4. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 5. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1982. p. 27. 5.TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 1. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1981. p. 7. 6. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 8. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1984. p. 411. 7. GANDHI, Mahatma. All Men Are Brothers: Autobiographical Reflections [Todos Somos Irmãos: Reflexões Autobiográficas]. KRIPALANI, Krishna (comp. e ed.). Nova York: Continuum, 2000. p. 3. 8. Ibidem, p. 4. 9. Ibidem. 10. Tiantai (538–597), também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Fundador da escola Tiantai na China. Suas principais obras — Profundo Significado do Sutra do Lótus, Palavras e Frases do Sutra do Lótus e Grande Concentração e Discernimento — foram registradas e compiladas por seu discípulo imediato Zhangan. Em Grande Concentração e Discernimento, Tiantai apresenta o princípio dos “três mil mundos num único momento da vida” e a prática da meditação para compreender esse conceito. 11.Profundo Significado do Sutra do Lótus. 12. A data e o destinatário são desconhecidos. A julgar pelo conteúdo, porém, presume-se que a carta tenha sido enviada a alguém da família do sacerdote leigo Takahashi Rokuro Hyoe subsequentemente à sua morte, por volta de 1276, após a invasão mongol. 13. Avareza, ira e estupidez são consideradas, no budismo, males fundamentais inerentes à vida, que originam o sofrimento humano. São conhecidos como os “três venenos”. 14. Purificação dos seis órgãos dos sentidos: Também conhecida como a purificação dos seis sentidos ou faculdades. Refere-se a purificar os seis órgãos dos sentidos: olhos, orelhas, nariz, língua, pele e mente, tornando possível compreender as coisas corretamente. O capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus, explica que aqueles que mantêm e praticam o sutra adquirem vários benefícios, e que, por meio desses benefícios, os seis órgãos dos sentidos se tornam apurados e puros. 15. Mundo saha: Este mundo, o mundo dos seres humanos, marcado por sofrimentos. Em sânscrito, saha significa terra; deriva-se do radical “suportar” ou “resistir”. Por essa razão, nas versões chinesas dos textos budistas, a palavra saha é traduzida como “resistência”. Nesse contexto, o mundo saha indica um lugar no qual as pessoas devem resistir a todos os tipos de sofrimento. 16. Cf. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 144. 17. Ibidem, p. 143. 18. Cf. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 77 (2 de dezembro de 1950). 19. A carta Os Três Tipos de Tesouro, datada do décimo primeiro dia do nono mês, foi endereçada a Shijo Kingo. Nela, Nichiren Daishonin escreve sobre o tesouro do coração e o nosso comportamento como seres humanos, ensinando ao seu discípulo a chave para a vitória na vida. 20. Ryokan (1217–1303): Sacerdote da escola Preceitos-Palavra Verdadeira e prior do templo Gokuraku-ji em Kamakura desde 1267. Durante muitos anos, Ryokan perseguiu Nichiren Daishonin e seus discípulos, tanto ostensiva como secretamente. 21. Debate de Kuwagayatsu: Debate realizado em Kuwagayatsu, Kamakura, em 1277, entre o discípulo de Nichiren Daishonin, Sammi-bo, e um sacerdote chamado Ryuzo-bo, que estava sob a égide de Ryokan do templo Gokuraku-ji. Ryuzo-bo foi completamente derrotado por Sammi-bo. Shijo Kingo meramente compareceu ao debate como espectador e não pronunciou uma palavra. No entanto, alegaram ao senhor feudal Ema que Shijo Kingo havia irrompido no debate, acompanhado de vários aliados com armas desembainhadas, e causado tumulto no evento. 22. Petição, conhecida como “Carta de Petição de Yorimoto [Shijo Kingo]”, que Daishonin escreveu para o senhor feudal Ema em nome de Shijo Kingo no sexto mês de 1277. A petição aparentemente nunca foi submetida a Ema. 23. “Manifestar a natureza de buda interna e gerar a proteção externa” (naikun gego) é uma frase de Anotações sobre “Grande Concentração e Discernimento” do grande mestre Miaole. 24. Herói do mundo: Outro nome ou título honorífico de um buda. Referência ao heroísmo de um buda de vencer os desejos mundanos e os sofrimentos de todas as pessoas e conduzi-las à iluminação com suprema sabedoria e profunda compaixão. 25. Bodisatvas da terra: Referência à imensa multidão de bodisatvas que emergem da terra no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, a quem o buda Shakyamuni confia a propagação da Lei Mística após a sua morte. No capítulo 21, “Poderes Sobrenaturais”, do Sutra do Lótus, Shakyamuni incumbe o bodisatva Práticas Superiores, líder dos bodisatvas da terra, de propagar a Lei no mundo saha na era maléfica dos Últimos Dias da Lei. 26. HUGO, Victor. Les Misérables [Os Miseráveis]. Tradução: Julie Rose. Londres: Random House, 2008. p. 560. 27. Ibidem. 28. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 78. (5 de dezembro de 1950). 29. Ibidem, p. 88 (11 de janeiro de 1951).
01/04/2024
Crônica
TC
Cultive diariamente o “espírito de doação”
Ao consultar meu BS+, constatei que o espírito de doação na SGI não se limita apenas às contribuições materiais, mas contempla todos os tipos de oferecimento em prol do avanço do movimento pelo kosen-rufu da organização e do desenvolvimento de seus membros. Para exemplificar, em relação à prática do gongyo e do daimoku diários, muitas vezes efetuamos, mesmo inconscientemente, diversos tipos de doação, tais como oferecimentos de incenso, velas, água, frutas, ramos verdes e outros. Além disso, encontrei ensinamentos budistas que apontam exemplos de doação: - Doação dos olhos: Diz respeito à importância de olhar as pessoas com benevolência e calor humano. - Doação do rosto gentil e sorridente: Refere-se à importância de manter um rosto sorridente, fazendo com que todo o ambiente se torne alegre. - Doação de palavras gentis: Ressalta a importância de proferir palavras gentis e respeitosas aos outros. - Doação do corpo: Significa agir de forma respeitosa em qualquer situação e lugar, dando importância à disciplina e à educação. - Doação do sentimento: Diz respeito a relacionar-se com outras pessoas com boa vontade e gentileza, sustentando sempre a fé, a benevolência e a consideração pelos outros. - Doação do lugar: Corresponde a ceder o local para propagar a Lei. - Doação da casa: Refere-se ao oferecimento do próprio lar para as atividades. Refletindo sobre os vários tipos de “doação”, gostaria de destacar a doação do nosso “tempo” e a doação da “nossa vida” em prol da nossa felicidade e da felicidade de outras pessoas. Ikeda sensei citou certa vez: “Para nós, não poupar a vida significa recitar constantemente Nam-myoho-renge-kyo, sem nenhum temor, e nos dedicar de corpo e alma para comprovar a fé — pelo bem do mundo, do futuro e de todas as pessoas”.1 Ao assistir a um filme, chamado O Preço do Amanhã,2 ele me fez refletir sobre a importância do tempo, da nossa existência, ao lado das pessoas que amamos, nossa família e nossos amigos. Não desperdiçar o tempo e doá-lo, utilizando-o da melhor forma, fazendo o bem, vivendo com propósito e aproveitando as oportunidades que a vida nos proporciona. O filme reforçou o incentivo de uma líder da Divisão Feminina (DF) com quem dialoguei em determinada ocasião. Naquele momento, comentei: “Não tenho tempo, mas tenho muita disposição!”. Sorrindo, ela me respondeu: “Fique tranquila, o mais importante é a sua” disposição e o sentimento de dar o seu melhor no que estiver fazendo”. Aliás, ela deixou uma orientação do Mestre que consta no volume 21 da Nova Revolução Humana3 sobre como conciliar a vida com tantas responsabilidades e ainda ter tempo de doar a vida pela felicidade das pessoas. O presidente Ikeda é para nós um grande exemplo de doação. Ele considera cada encontro com as pessoas como se fosse o último entre eles. Assim, Ikeda sensei se dedica ao máximo para oferecer nem que sejam algumas palavras de incentivo, com o forte desejo de que cada pessoa se torne realmente feliz e vitoriosa. Ele não desperdiça nenhuma oportunidade, perguntando a si mesmo se não existe mais alguém a quem possa encorajar. Dessa forma, tendo o Mestre como exemplo, convido você a viver uma vida aplicando o espírito de doação em todos os sentidos. E, com muita sabedoria da prática da fé, busque cultivar uma vida de vitórias e de realizações, junto com os familiares, a localidade e a sociedade. Selma Inoguti Colaboração Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 499, mar. 2010, p. 43. 2. O PREÇO do Amanhã. Direção/roteiro: Andrew Niccol. Produção: Andrew Niccol, Eric Newman, Marc Abraham. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2011 (1h49). 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 274, 2019.
01/03/2024
Estudo
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[68] Sejam vitoriosos na jornada da vida e do kosen-rufu
Explanação Tenho uma missão que é só minha. Você também tem uma a missão que só você pode cumprir.1 Esses são versos do poema Ode à Juventude, que dediquei aos nossos sucessores da Divisão dos Jovens há cinquenta anos, em dezembro de 1970. Como membros da Soka Gakkai que mantêm o maravilhoso ensinamento da Lei Mística, temos a nobre missão de transformar a sociedade por meio da nossa revolução humana. Nosso propósito é “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) — ou seja, concretizar a felicidade e a paz para toda a humanidade. Essa era a mensagem que desejava transmitir aos meus jovens amigos que arcariam com a responsabilidade pelo futuro do nosso movimento. Uma revolução interior pacífica e gradativa O poema prossegue: O que as pessoas anseiam para apoiá-las no século 21 não é somente a reorganização dos aspectos externos. Elas desejam uma sólida revolução dentro da vida delas, levada a cabo gradativamente e numa atmosfera de paz, com base na filosofia e crenças de cada indivíduo.2 Uma magnífica epopeia de Ode à Juventude Cinco décadas se passaram desde que compus esse poema. Meus queridos companheiros — tanto aqueles que trabalharam ao meu lado ao longo desses anos quanto aos nossos confiáveis sucessores da Divisão dos Jovens dos dias de hoje — vêm realizando sua prática budista e se empenhando com orgulho para cumprir sua missão ímpar em suas respectivas esferas. Nosso contínuo, firme e inabalável movimento do povo desenvolveu-se em escala global. A maravilhosa “ode à juventude” que cada um de nossos membros compôs no decorrer de meio século edifica uma magnífica epopeia de pessoas comuns, originando uma poderosa correnteza do kosen-rufu mundial. Em vez de buscar mera reforma exterior, é importante que adotemos uma abordagem gradativa, cultivando, de maneira sólida, o solo espiritual das pessoas para produzir e colher o rico fruto da felicidade. Como o grande indiano defensor da não violência Mahatma Gandhi (1869–1948) expressou: “O bem caminha a passo de caramujo”.3 O tradicional espírito imutável da Soka Gakkai Chegou a época em que o verdadeiro valor do nosso movimento popular brilhará cada vez mais intensamente. Portanto, devemos continuar seguindo em frente, sempre em frente, venha o que vier, em nossa trajetória para concretizar a vitória na vida e em nossa eterna jornada da luta conjunta em prol do kosen-rufu como mestre e discípulo, unidos num só coração. Enquanto nos preparamos para dar uma nova partida [com o Ano-Novo de 2021 logo à frente], estudemos os ditos de Nichiren Daishonin e ratifiquemos a importância de manter uma fé resoluta, sólida e contínua. O espírito da Soka Gakkai permanece imutável em meio aos desafios e às novas abordagens da vida cotidiana decorrentes da pandemia da Covid-19. Trecho do escrito 1 Resposta à Monja Leiga Myoshin4 Além disso, [o ideograma chinês] myo [de Nam-myoho-renge-kyo], assim como flores que se tornam frutos e a lua nova que se torna cheia, é um ideograma que se torna um buda. Desse modo, o sutra expressa: “Se uma pessoa for capaz de manter este sutra, ela estará mantendo o corpo do Buda” [LSOC, cap. 11, p. 220]. O grande mestre Tiantai5 diz: “[O Sutra do Lótus...] é, em todos e em cada um desses ideogramas, o Buda verdadeiro.6 O ideograma myo é Aquele que Assim Chega Shakyamuni perfeitamente dotado dos trinta e dois aspectos e oitenta características,7 mas, pelo fato de nossa visão ser deficiente, vemos apenas um ideograma. Por exemplo, é semelhante ao caso de um idoso cuja vista é fraca, e, portanto, não consegue ver que as flores de lótus no lago produziram sementes. E à noite, por causa da escuridão, a pessoa não consegue ver as formas das coisas. No entanto, esse ideograma myo é, em si, um buda. Além disso, o ideograma myo são a lua, o sol, as estrelas, um espelho, vestimentas, alimento, flores, a grande terra, o grande mar. Todos os benefícios reunidos compõem o ideograma myo. Também é a joia da realização dos desejos.8 (WND, v. II, p. 879-880) Sinceros incentivos constantes à monja leiga Myoshin Nessa carta, intitulada Resposta à Monja Leiga Myoshin, Daishonin explica que o simples ideograma myo de Nam-myoho-renge-kyo que recitamos contém benefício imensurável. A monja leiga Myoshin era uma discípula que residia na província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka). Acredita-se que ela tenha se tornado monja leiga movida pelo desejo de que seu marido, o sacerdote leigo Takahashi Rokuro, se recuperasse de uma doença. Daishonin posteriormente concedeu a ela outro nome budista, monja leiga Jimyo, (Mantenedora do Myo). Ela também era conhecida como monja leiga de Kubo, em virtude do local para onde se mudou depois da morte do marido. Daishonin enviou muitas cartas a essa discípula e continuou a encorajá-la e a apoiá-la de coração durante o período de luto dela. Em resposta à calorosa preocupação e à atenção dele, Myoshin manteve uma fé forte e pura. A atitude sincera dela em relação à prática budista, enaltecida por Nichiren Daishonin como extremamente admirável (cf. WND, v. II, p. 877),9 faz lembrar as mulheres Soka. “Nosso corpo é o próprio corpo do Buda” Em Resposta à Monja Leiga Myoshin, Daishonin escreve: “Myo, assim como flores que se tornam frutos e a lua nova que se torna cheia, é um ideograma que se torna um buda” (WND, v. II, p. 877). Ele assevera que aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo atingirão o estado de buda sem falta. O sacerdote leigo Takahashi permaneceu firme na fé até a morte, e Myoshin também continuou se empenhando sinceramente na fé, mesmo após a viuvez e tendo de criar sozinha um filho pequeno. Pelo fato de ela e seu marido recitarem Nam-myoho-renge-kyo, Daishonin garante que ambos com certeza atingirão o estado de buda. Explanando sua asserção de que o ideograma myo se transforma em um buda, Nichiren Daishonin cita o capítulo 11, “Surgimento da Torre de Tesouro”, do Sutra do Lótus, e as obras do grande mestre Tiantai, os quais afirmam, respectivamente, que manter o Sutra do Lótus é o mesmo que manter o corpo do Buda e que cada palavra e cada frase do Sutra do Lótus são o Buda verdadeiro (cf. WND, v. II, p. 879). Contudo, assegura ele, os mortais comuns não veem nada a não ser mero ideograma. Ele compara isso a ser incapaz de ver a forma de uma pessoa no escuro. “No entanto, esse ideograma myo é, em si, um buda” (Ibidem), reitera Daishonin. Em Registro dos Ensinamentos Transmitido Oralmente, ele também expressa: “Manter o Sutra do Lótus consiste em manter a crença no fato de que nosso corpo é o corpo do Buda” (OTT, p. 96). O corpo de cada um de nós, mortais comuns, é o corpo do Buda — esse é o benefício de se manter a Lei Mística. Na mesma carta, Daishonin diz: “Além disso, o ideograma myo são a lua, o sol, as estrelas, um espelho, vestimentas, alimento, flores, a grande terra, o grande mar” (WND, v. II, p. 879-880). Todos os infinitos benefícios do universo, da natureza e dos seres humanos estão contidos no simples ideograma myo. Myo também é descrito como a joia da realização dos desejos, denotando que podemos produzir imensuráveis tesouros conforme nossa vontade. O benefício desfrutado por aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo e se mantêm inabaláveis na fé é de fato colossal. Trata-se de algo que passamos a perceber com o tempo, pois o verdadeiro benefício da fé na Lei Mística é inconspícuo. Um broto finca sólidas raízes na terra, crescendo gradativamente no decorrer do tempo, tornando-se uma robusta árvore que não se curva com rajadas de ventos ou tempestades. De modo semelhante, por meio da fé resoluta na Lei Mística, cada um de nós gradativamente se desenvolve de forma esplêndida, de um jeito só nosso, produzindo ramos de boa sorte e benefício e fazendo desabrochar magníficas flores de felicidade tanto para nós como para os outros. Toda sensei também descrevia o benefício inconspícuo como alcançar uma condição de felicidade absoluta. Isso significa obter uma condição de vida vasta e ilimitada, na qual o fato de estar vivo é, em si, uma alegria. A continuidade da fé resoluta significa desafiar a nós mesmos a cada dia Na sequência da passagem de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, que citei antes, Daishonin afirma: “Manter o corpo do Buda significa manter a crença de que fora do nosso próprio corpo não há Buda algum” (OTT, p. 97). É essencial que “mantenhamos o ideograma myo”, com a convicção de que cada um de nós possui a supremamente digna condição de vida do estado de buda. “Manter”, nesse contexto, refere-se à continuidade da fé resoluta até o fim. “Resoluta” significa renovar a determinação a cada dia, desafiar a nós mesmos a cada dia, e avançar, crescer e triunfar a cada dia. Daishonin ensina: “Possuir uma fé como a água significa crer continuamente, sem jamais retroceder” (CEND, v. II, p. 163). Com isso, ele quer dizer que devemos continuar nos lapidando e nos aprimorando com base na fé na Lei Mística. Ele também escreve: “Seja diligente em aprofundar sua fé até o último momento de sua vida. Do contrário, irá se arrepender” (Ibidem, p. 294). Não importando o que aconteça, devemos despertar uma fé cada vez mais forte e seguir em frente de forma tenaz e positiva, de modo que não tenhamos arrependimentos. Aqueles que realizam esforços sinceros e resolutos na fé jamais sucumbirão ao desespero. Fé é a suprema fonte de esperança, pois nos habilita a encontrar significado em cada situação e a evidenciar a sabedoria e a força para dar um passo adiante. O verdadeiro benefício da fé no Budismo Nichiren é esse benefício inconspícuo de edificar uma condição de vida inabalável e indestrutível. Enquanto estava exilado na Ilha de Sado,10 Daishonin declarou: “Eu, Nichiren, sou o homem mais afortunado do Japão atual” (Ibidem, v. I, p. 280). Essa é a condição de vida do Buda dos Últimos Dias da Lei. Nem mesmo a mais dura perseguição poderia suprimir o espírito dele. Nós, da Soka Gakkai, que praticamos os ensinamentos de Nichiren Daishonin e nos dedicamos ao kosen-rufu, estamos dando continuidade a esse espírito. O Budismo Nichiren é a religião que cultiva pessoas sábias e fortes — pessoas de integridade e de caráter extraordinários. É a religião da revolução humana. Ajudando as pessoas a transformar a vida, a Soka Gakkai desenvolveu uma rede de paz, cultura e educação que se estende pelo mundo todo. Trecho do escrito 2 Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente11 Agora, na mente de Nichiren e de seus seguidores, o que é insuperável é o Nam-myoho-renge-kyo. Dentre todas as coisas insuperáveis, é a que detém a posição mais alta. É a [Lei Mística] descrita (...) como uma concentração de joias insuperáveis é o Nam-myoho-renge-kyo, a concentração de joias que representam todos os paramita,12 as dez mil práticas religiosas e as dez mil boas ações de todos os budas das três existências — passado, presente e futuro. Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações, essa concentração de joias insuperáveis pode se tornar nossa por meio da simples palavra “fé” [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]. Esse é o significado de fugu jitoku, isto é, “veio a nós sem que a tivéssemos buscado”. O ideograma ji na expressão jitoku (veio a nós sem que a tivéssemos buscado) refere-se aos dez mundos, ou seja, a concentração de joias é conquistada, sem exceção, em cada um dos dez mundos. Isso é conhecido como o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos.13 Portanto, essa passagem afirma que o buda Shakyamuni da iluminação perfeita14 não é nada além da carne e do sangue de nós, seres vivos. Devem refletir sobre isso com muita atenção. (OTT, p. 97) Benefícios ilimitados e imensuráveis Estudemos agora essa passagem de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente a qual afirma que aqueles que permanecem inabaláveis na fé alcançam benefícios ilimitados e imensuráveis. O presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi sublinhou fortemente esse trecho em seu exemplar dos escritos de Nichiren Daishonin que foi confiscado pelas autoridades durante a Segunda Guerra Mundial. No capítulo 4, “Fé e Compreensão”, do Sutra do Lótus, encontramos as palavras: “Essa concentração de joias insuperáveis / veio a nós sem que a tivéssemos buscado” (LSOC, cap. 4, p. 124). O Sutra do Lótus explica, pela primeira vez, que os praticantes dos dois veículos — ouvintes da voz e os que despertaram para a causa — podem atingir o estado de buda.15 Os sutras anteriores os denunciavam rigorosamente e negavam essa possibilidade. Ao ouvirem esse ensinamento, os discípulos dos dois veículos, que haviam praticamente abandonado a esperança de atingir o estado de buda, alegram-se, estimulando Mahakashyapa a exclamar em nome deles: “Essa concentração de joias insuperáveis veio a nós sem que a tivéssemos buscado”. O Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente declara que essa “concentração de joias insuperáveis” é o Nam-myoho-renge-kyo, que contém os benefícios de todos os budas das dez direções e das três existências. Isso porque a Lei Mística se posiciona no ápice de todas as coisas insuperáveis (cf. OTT, p. 59). A “concentração de joias insuperáveis” também indica a condição de vida do estado de buda e nossa própria vida, que possui esse potencial. Todos nós, portanto, possuímos igualmente a joia suprema e insuperável que é a natureza de buda. Estabelecer uma nobre condição de vida de felicidade durante esta existência Daishonin então esclarece o significado da frase “veio a nós sem que a tivéssemos buscado”: “Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações, essa concentração de joias insuperáveis podem se tornar nossa por meio da simples palavra ‘fé’ [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]” (OTT, p. 59). A expressão “Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações” não significa meramente sem nenhum esforço ou empenho na prática. Os ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus expunham que a iluminação só poderia ser atingida realizando-se incalculáveis éons de prática budista. Em contraposição, ao revelar a essência do Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin esclareceu que qualquer um pode atingir o estado de buda nesta existência. Mantendo a Lei Mística, na qual tanto a causa como o efeito estão presentes simultaneamente (cf. WND, v. II, p. 517),16 obtemos prontamente essas joias insuperáveis “sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações” realizadas ao longo de incalculáveis éons em busca da iluminação. Alcançamos imediatamente a condição de vida do estado de buda. Além disso, Daishonin diz: “Essa concentração de joias insuperáveis pode se tornar nossa por meio da simples palavra “fé” [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]” (OTT, p. 59). O Budismo Nichiren ensina que o próprio Nam-myoho-renge-kyo é a “prática de ‘abraçar’ é, em si, observar a mente” (juji-soku-kanjin) Abraçando a fé no Gohonzon e realizando nossa prática budista com constância e firmeza, nós nos colocamos no caminho certo para a felicidade e obtemos o insuperável tesouro da iluminação, mesmo sem buscá-lo de forma consciente. Esse tesouro “veio a nós sem que [o] tivéssemos buscado”, significando que não nos é concedido por ninguém. Nós mesmos o obtemos. Por isso, jamais devemos abandonar nossa fé. Dúvida, indolência e arrogância são nossas maiores inimigas. Devemos nos esforçar resoluta e consistentemente em nossa prática budista. Assim, seremos capazes de atingir vasta condição de vida além de nossa imaginação, na qual poderemos “viver felizes e tranquilos” (cf. LSOC, cap. 16, p. 272)17 e desfrutar a “ilimitada alegria da Lei”.18 As experiências de inumeráveis membros da Soka Gakkai ao redor do mundo atestam essa verdade. Fazendo um retrospecto de sua vida, muitos relatam que, ao realizarem a prática com seriedade, conquistaram naturalmente sólidos benefícios, ultrapassando todos os tipos de dificuldades e usufruindo uma condição de vida serena e livre. “Tudo de que preciso vem a mim naturalmente” Toda sensei afirmou: “Minha condição de vida interior neste momento é como se eu estivesse esparramado sobre uma vastidão infinita de nuvens brancas fofinhas no alto do céu. Tudo vem a mim sem eu buscar. Onde conquistei esse benefício? Na prisão, onde passei dois anos. Mas a época hoje é diferente, e vocês não precisam ir para a cadeia. Tudo o que necessitam fazer é devotar sua jovem vida à nobre missão pelo kosen-rufu, trabalhando incansavelmente para concretizar esse objetivo”. Dedicando-nos ao kosen-rufu, podemos desfrutar uma condição de vida de suprema felicidade sem falta. Propagar a filosofia de respeito pela dignidade da vida para o mundo Em última análise, propiciar uma transformação interior na vida das pessoas por meio de diálogos individuais constitui a base para transformar o destino da humanidade. Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana consiste em estabelecer a filosofia de respeito pela dignidade da vida na sociedade mediante “uma revolução saudável, pacífica e gradativa delas mesmas [as pessoas]”.19 A Dra. Ela Gandhi, neta de Mahatma Gandhi, teceu comentários sobre as atividades da Soka Gakkai para difundir a filosofia de respeito pela dignidade da vida. Ela observou que a SGI compartilhava de muitos valores que pautaram as ações de Gandhi, como a não violência, a consciência e o espírito de autodisciplina dele.20 Pessoas criteriosas do mundo inteiro depositam grande expectativa em nosso movimento dedicado a desenvolver o potencial positivo de cada indivíduo e a solidariedade entre todas as pessoas. Partindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai Em todas as partes, estão surgindo jovens para assumir esse desafio de transformar a sociedade por meio da transformação individual. O “jovem sol levanta-se hoje também”.21 Ele ilumina o mundo radiantemente com a compassiva luz do humanismo budista. Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca. Compartilharei os versos finais de Ode à Juventude com meus queridos amigos da Divisão dos Jovens, incumbidos da missão de abrir caminhos para o avanço do kosen-rufu no século 21: Jovens! Sobrevivam! Sobrevivam a todo custo. Como promotores da gloriosa evolução global, façam seu triunfo na história resplandecer. O jovem sol das 8 horas levanta-se hoje também! Levanta-se no ritmo do palpitar do coração dos jovens!22 (Daibyakurenge, edição de dezembro de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI Resumo Estudo — Março 2024 Principais tópicos estudados Myo “Myo também é descrito como a joia da realização dos desejos, denotando que podemos produzir imensuráveis tesouros conforme nossa vontade. O benefício desfrutado por aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo e se mantêm inabaláveis na fé é de fato colossal. Trata-se de algo que passamos a perceber com o tempo, pois o verdadeiro benefício da fé na Lei Mística é inconspícuo.” Benefícios ilimitados e imensuráveis “A ‘concentração de joias insuperáveis’ também indica a condição de vida do estado de buda e nossa própria vida, que possui esse potencial. Todos nós, portanto, possuímos igualmente a joia suprema e insuperável que é a natureza de buda.” Transformar a sociedade por meio da transformação individual “Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de ‘estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra’, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca.” Frases marcantes “Tenho uma missão que é só minha. Você também tem uma, a missão que só você pode cumprir.” “Fé é a suprema fonte de esperança que nos habilita a encontrar significado em cada situação e evidenciar a sabedoria e a força para dar um passo adiante.” “Jovens! Sobrevivam! Sobrevivam a todo custo. Como promotores da grandiosa evolução global. Façam seu triunfo na história resplandecer. O jovem sol das 8 horas levanta-se hoje também! Levanta-se no ritmo do palpitar do coração dos jovens!” “Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana consiste em estabelecer a filosofia de respeito pela dignidade da vida na sociedade mediante ‘uma revolução saudável, pacífica e gradativa delas mesmas [as pessoas]’”. “O Budismo Nichiren é a religião que cultiva pessoas sábias e fortes — pessoas de integridade e de caráter extraordinários. É a religião da revolução humana. Ajudando as pessoas a transformar a vida, a Soka Gakkai desenvolveu uma rede de paz, cultura e educação que se estende pelo mundo todo. Personalidades e personagens budistas citados - Mahatma Gandhi (1869-1948) Foi o grande nome da luta dos indianos pela independência da Índia; - Tiantai; - Shakyamuni; - Monja leiga Myoshin; - Dra. Ela Gandhi - (neta de Mahatma Gandhi); - Tsunesaburo Makiguchi; - Josei Toda. Perguntas-guia para as atividades de estudo Qual o verdadeiro benefício da fé no Budismo Nichiren? Fazendo um retrospecto de sua vida, muitos [membros da SGI] relatam que, ao realizarem a prática com seriedade, conquistaram naturalmente sólidos benefícios, ultrapassando todos os tipos de dificuldades e usufruindo uma condição de vida serena e livre. Qual a base para transformar o destino da humanidade? É propiciar uma transformação interior na vida das pessoas por meio de diálogos. Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana, consiste em estabelecer a filosofia de respeito à dignidade da vida na sociedade mediante “uma revolução saudável, pacífica e gradativa, desi mesmas”. O que significa “manter fé resoluta”? Expressa a continuidade da fé resoluta até o fim. “Resoluta” significa renovar a determinação a cada dia, desafiar a nós mesmos a cada dia e avançar, crescer e triunfar a cada dia. Qual o nosso objetivo rumo ao centenário da Soka Gakkai? Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca. No topo: Desabrochar das flores de lótus no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, jan. 2024) Foto: BS Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Song of Youth [Ode à Juventude]. Songs from My Heart: Poems of Life and Nature [Cânticos do Meu Coração: Poemas sobre a Vida e a Natureza]. Tradução: Burton Watson. Londres: I. B. Tauris, 2015. p. 5. 2. Ibidem, p. 11. 3. GANDHI, Mahatma. The Collected Works of Mahatma Gandhi [Coletânea de Obras de Mahatma Gandhi]. Nova Délhi: Departamento de Publicações do Ministério da Informação e Radiodifusão, Governo da Índia, 1992, v. 10, p. 27, novembro de 1909-Março de 1911. 4. Nichiren Daishonin escreveu essa carta no quinto mês de 1280, em resposta aos sinceros oferecimentos que recebeu da monja leiga Myoshin. Além de compartilhar lembranças do falecido marido dela, Daishonin explica que a Lei Mística é a semente para atingir o estado de buda e, como fonte de todos os benefícios, também é descrito como a “joia da realização dos desejos”. 5. Tiantai (538–597): Também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Fundador da escola Tiantai na China. Suas preleções foram compiladas em obras como Profundo Significado do Sutra do Lótus, Palavras e Frases do Sutra do Lótus e Grande Concentração e Discernimento. 6. Fonte desconhecida. 7. “Trinta e dois aspectos e oitenta características”: Aspectos físicos extraordinários atribuídos aos budas e bodisatvas. Na maioria dos casos, o termo se refere às qualidades distintas de um buda. 8. “Joia da realização dos desejos”: Joia que tem o poder de satisfazer qualquer desejo, e que simboliza a grandiosidade e a virtude do Buda e das escrituras budistas. 9. Daishonin escreve: “Sua fé, que se fortalece cada vez mais, é admirável, de fato admirável!” (WND, v. II, p. 877). 10. Exílio em Sado: Exílio de Nichiren Daishonin na Ilha de Sado, na costa centro-oeste do Japão, entre o décimo mês de 1271 e o terceiro mês de 1274. Depois da tentativa fracassada de executá-lo em Tatsunokuchi, as autoridades o condenaram no mês seguinte ao exílio na Ilha de Sado, o que equivalia a uma sentença de morte. No entanto, quando as previsões de Nichiren Daishonin sobre conflitos internos e invasão estrangeira se concretizaram, o governo emitiu um indulto no terceiro mês de 1274, e ele retornou a Kamakura. 11. Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente: Dois volumes de preleções que Nichiren Daishonin proferiu sobre algumas das principais passagens do Sutra do Lótus enquanto residia no Monte Minobu. Foram registradas por Nikko Shonin. 12. Paramita: Práticas que os bodisatvas do Mahayana devem realizar para alcançar a iluminação. De modo geral, o termo paramita é interpretado como “perfeição” ou “ter alcançado a margem oposta”, ou seja, ir da margem da ilusão para a margem da iluminação. São comumente divididos em seis ou dez paramita. 13. “Verdadeiro aspecto de todos os fenômenos”: A verdade última ou a realidade que permeiam todos os fenômenos e que não são de modo algum separados deles. Pela explicação dos “dez fatores”, o capítulo 2, “Meios Apropriados”, do Sutra do Lótus, ensina que todas as pessoas são dotadas do potencial para se tornar budas e esclarece a verdade de que todos podem despertar e manifestar esse potencial. 14. Iluminação perfeita constitui o último e mais alto estágio de cinquenta e dois estágios da prática do bodisatva, ou estado de buda. É o estágio na qual se erradica a ignorância fundamental da escuridão. 15. Iluminação das pessoas dos dois veículos: Na primeira metade do Sutra do Lótus, as pessoas dos dois veículos — ouvintes da voz e aqueles que despertaram para a causa — recebem a profecia do buda Shakyamuni de que atingirão o estado de buda em eras futuras. Essa profecia refuta a visão dos ensinamentos do Mahayana provisório, que negavam às pessoas dos dois veículos a possibilidade de atingir o estado de buda, por elas buscarem apenas a salvação própria e não se empenharem para salvar os outros. O Sutra do Lótus afirma que elas praticarão o caminho do bodisatva e atingirão o estado de buda. 16. “Simultaneidade de causa e efeito” (inga guji): Princípio de que tanto a causa como o efeito existe juntos, simultaneamente, num simples momento da vida. “Causa”, nesse contexto, refere-se à prática para atingir o estado de buda, e “efeito”, à consecução do estado de buda. A “simultaneidade de causa e efeito” significa que tanto os nove mundos — do inferno ao bodisatva — e o mundo dos budas são inerentes à vida. 17. No capítulo 16, “A Extensão da Vida”, do Sutra do Lótus, o mundo em que vivemos é descrito como um lugar “onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos” (LSOC, cap. 16, p. 272). Isso significa que o mundo saha, normalmente considerado uma terra de sofrimento, na verdade, é a Terra da Luz Eternamente Tranquila, ou a terra do Buda, onde todos os seres vivos podem experimentar a maior das alegrias. 18. Ilimitada alegria da Lei: A suprema e definitiva felicidade do Buda, o benefício da Lei Mística. Em A Felicidade neste Mundo, Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo. O sutra diz: ‘...onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos’ [LSOC, cap. 16, p. 272]. A que outro significado essa passagem poderia se referir senão à ilimitada alegria da Lei?” (CEND, v. I, p. 713). 19. IKEDA, Daisaku. Song of Youth, op. cit., p. 11. 20. Com base em uma entrevista veiculada na edição do Seikyo Shimbun de 14 de agosto de 2020. 21. IKEDA, Daisaku. Song of Youth, op. cit., p. 14. 22. Ibidem.
01/03/2024
Especial
TC
Jornada de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei
Vínculos de luta conjunta com os companheiros, sempre pelo bem de uma única pessoa. Mergulhar no “mar de pessoas comuns”. Nesta segunda parte da série, são apresentados os esforços do Mestre para encorajar os membros em todos os cantos do Japão, desde Wakkanai, em Hokkaido, ao norte, até a ilha Ishigaki, em Okinawa, ao sul. Surgimento do jovem presidente Na manhã do dia 3 de maio de 1960, pouco depois das 10h30, Ikeda sensei descia do carro e se dirigia ao auditório da Universidade Nihon (na época) em Ryogoku, Tóquio. O fraque preto que utilizava era uma lembrança herdada do seu mestre, Josei Toda. A cerimônia de posse como terceiro presidente teve início ao meio-dia. Ikeda sensei entrou no recinto enquanto a banda masculina Ongakutai tocava canções da Soka Gakkai. No percurso, o Mestre fez uma pausa e fixou o olhar na foto de Toda sensei colocada no alto da parte frontal do palco. Após subir nele, em suas palavras, Ikeda sensei posicionou-se no púlpito e declarou vigorosamente: “Apesar de jovem, a partir de hoje assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com os senhores, um passo após outro, rumo à concretização do kosen-rufu”.1 O evento reuniu mais de 20 mil participantes, espalhados no recinto e nas áreas externas. Uma estrondosa salva de palmas envolveu o espaço. Era o surgimento do jovem presidente de 32 anos aguardado ansiosamente por todos os membros. Na ocasião, Ikeda sensei determinou com todos a concretização de 3 milhões de famílias, isto é, o testamento de Toda sensei, até a cerimônia de sétimo ano de falecimento de seu mestre, que seria realizada dali a quatro anos. Esse se tornou o objetivo concreto para o quinto período do ciclo de “Sete Sinos”. O conceito de “Sete Sinos” Para estabelecer o ritmo de avanço do kosen-rufu a cada sete anos, Ikeda sensei anunciou a concepção do conceito de “Sete Sinos” no dia 3 de maio de 1958, um mês após o falecimento de Toda sensei. Na época, uma parte da imprensa alardeava que a Soka Gakkai estaria à beira do colapso. Em meio a tais circunstâncias, como dar esperança aos membros mergulhados na tristeza? Ikeda sensei ponderava sobre essa questão em seu íntimo. Na época, ele registrou em seu diário: “Imaginei como a organização estará daqui a vinte anos. Estou preocupado e angustiado”.2 Assim, no dia 3 de maio, foram apresentados os ciclos dos “Sete Sinos”. Ikeda sensei concebeu essa ideia a partir de uma declaração de Toda sensei: “Vamos estabelecer cada período de sete anos como uma etapa e badalar o sino do kosen-rufu. Então, vamos tocar sete sinos!”. O “primeiro sino” é o período de sete anos desde a fundação da Soka Kyoiku Gakkai, em 1930, até a partida oficial da organização, em 1937. O “segundo sino” segue até o falecimento do presidente Tsunesaburo Makiguchi, em 1944. O “terceiro sino” vai até a posse de Toda sensei como segundo presidente, em 1951. O “quarto sino” se encerra com a concretização de 750 mil famílias, o empreendimento da vida de Toda sensei, e seu falecimento. Ikeda sensei fez essa declaração, clamando a todos para avançar com coragem e convicção em ciclos de sete em sete anos, visualizando o futuro de vitórias com a concretização do “quinto sino”, do “sexto sino” e, finalmente, do encerramento do ciclo com o “sétimo sino”, 21 anos a partir daquele momento. Esse majestoso objetivo criou a força para que os membros avançassem, vislumbrando tal futuro. Dessa forma, a Soka Gakkai concretizou o objetivo de 3 milhões de famílias, do “quinto sino”, no ano 1962. No período do “sexto sino”, ultrapassou 7,5 milhões de famílias; e, em 1979, ano do término do “sétimo sino”, estava concluído o alicerce do kosen-rufu do Japão. “Príncipes e princesas da Lei Mística, cresçam como extraordinários sucessores.” Ikeda sensei engaja-se em um cabo de guerra com um menino participante do Encontro da Divisão dos Estudantes Futuro. Ele se dedica a incentivar incessantemente os companheiros que se encarregarão do futuro da região de Hokuriku (Centro Cultural de Ishikawa, nov. 1976) Encorajamento a uma única vida “Por que a Soka Gakkai se desenvolveu até esse ponto?” Diante dessa pergunta de um intelectual, sensei respondeu: “É porque sempre valorizamos uma única pessoa”. Essa é a essência da própria existência de Ikeda sensei. Sensei não se limitou a estabelecer apenas um objetivo. Dedicou incentivos e encorajamento, com toda a sua força, para que os membros trilhassem uma existência vitoriosa e feliz. Criou vínculos de luta conjunta com cada pessoa a fim de desbravar a época da canção triunfal do povo. Em 22 de março de 1965, na cidade de Sendai, em Miyagi, ocorreu um episódio após o término de uma reunião de líderes de comunidade. Naquele dia, por duas horas consecutivas, sensei trocou cumprimentos com cerca de seiscentos participantes. Suas mãos ficaram vermelhas, inchadas e doloridas. Ele mal conseguia segurar uma caneta. Oito dias depois, estava prevista a realização da Reunião de Líderes de Comunidade da província de Nagano. “Quero criar um encontro que possa se tornar o ponto primordial da vida dos membros”, afirmou o Mestre. Com isso em mente, como forma de encorajamento, em vez dos cumprimentos, ele pensou em tirar uma foto comemorativa com eles. Mais tarde, sensei escreveu: “Se fosse possível, queria encorajar os líderes centrais da Divisão Sênior, da Divisão Feminina, da Divisão Masculina de Jovens, da Divisão Feminina de Jovens e da Divisão dos Estudantes, que se levantam como os pilares das comunidades de todo o Japão. Contudo, isso se tornava extremamente difícil, inclusive em termos de disponibilidade de tempo. Então, extraindo toda a sabedoria, surgiu essa ideia da foto, movida com o sentimento de ‘ao menos isso’”. Pesquisa feita pelo Seikyo Shimbun ao longo de oito anos e três meses, a partir de 1965, revela que sensei tirou fotos comemorativas com pelo menos 718.550 pessoas. Não eram simples poses para a câmera. Eram capturadas com o sentimento de que talvez fosse uma oportunidade única na vida, de que “nunca mais conseguiria encontrar” essas pessoas, dedicando-lhes sinceros incentivos nos intervalos entre as fotos. Além disso, sensei ouvia atentamente cada pessoa que lhe falava sobre suas dificuldades, mesmo nas ocasiões em que ele estava com febre alta. É provável que, em alguns momentos, os incessantes flashes da câmera fotográfica incomodassem seus olhos. Eram realmente ações de encorajamento sem poupar a própria vida. Em 14 de julho de 1972, num ginásio da província de Iwate, sensei participou de fotos comemorativas com 3.600 pessoas, que foram divididas em doze grupos. Com extrema exaustão, nem conseguia engolir a comida servida. Mesmo assim, quando chegava a hora, levantava-se com todo o vigor e se dirigia para perto dos membros. Naquele dia, após o término das fotos comemorativas, sensei foi até a sede regional de Morioka, cumprindo uma promessa feita no passado aos estudantes do ensino fundamental. O compromisso originou-se de uma carta enviada pelas crianças a Ikeda sensei na qual narravam seus sonhos para o futuro. Na ocasião, ele dedicou a elas a seguinte mensagem: “Vamos nos encontrar quando eu for para Iwate”. Sensei recebeu as crianças na sede dando-lhes boas-vindas e ofereceu livros nos quais dedicou palavras de incentivo na contracapa. Ao cair da neve, brado de vitória ecoa pelo céu. Membros de Tohoku não se esquecem da sinceridade do Mestre, que visita a região de Akita no inverno com o sentimento de incentivar os amigos em meio às circunstâncias adversas. O “tesouro do coração” é eternamente indestrutível (cidade de Akita, jan. 1982) “Não precisam mais se preocupar” No dia 24 de abril de 1979, em meio às tempestades da primeira problemática do clero, Ikeda sensei renunciou ao cargo de terceiro presidente, assumindo total responsabilidade para proteger os membros e para pôr fim aos ataques irracionais dos clérigos. Os maus clérigos e os traidores, que conspiraram para separar o mestre de seus discípulos, pressionaram sensei, obrigando-o a “não transmitir orientações em reuniões” e a “não aparecer no Seikyo Shimbun”. Ao mesmo tempo, eles atacavam a organização e atormentavam os membros. Certo dia, em 1979, realizava-se uma reunião no Centro Cultural de Kanagawa. Sensei, que ouvia a atividade do lado de fora, entrou silenciosamente por uma porta na parte da frente do salão para não atrapalhar o andamento do evento. Um companheiro, ao notar sua presença, levantou sua voz de júbilo. Sensei colocou o dedo indicador nos lábios dele, pedindo para ficar quieto, dizendo: “Está definido que eu não posso falar”. Então, ele se dirigiu ao piano colocado no salão. Depois de tocar algumas músicas, tais como Atsuhara no Sanresshi [Os Três Mártires de Atsuhara] e Atsutamura [Vila de Atsuta], deixou o local em silêncio. Esse fato ocorreu diversas vezes naquele centro cultural durante esse período. Na primeira problemática do clero, Oita foi uma das localidades que mais sofreram com a opressão dos clérigos. Sempre que os membros iam ao templo, eram obrigados a ouvir somente difamações em relação a Ikeda sensei e à Soka Gakkai. Cerrando os dentes, eles suportaram a irracionalidade. A partir do outono [japonês] de 1981, sensei iniciou plenamente a contraofensiva. No dia 12 de dezembro, visitou Okajoshi, cidade de Taketa, em Oita, com o sentimento de que era em prol dos membros que mais sofreram. “Não precisam mais se preocupar!”, afirmou o Mestre. Os membros se aproximaram de Ikeda sensei no momento em que ele descia do carro no estacionamento com fisionomia de alívio e até com lágrimas nos olhos. Estava presente ali um homem que ainda não havia se tornado membro da Soka Gakkai. Na época, ele tinha aversão pela organização. Mas acabou participando a contragosto, atendendo ao pedido de sua esposa, que lhe disse: “Só hoje!”. Ele havia pensado que, certamente, um líder religioso era alguém de extrema arrogância. No entanto, ao observar o comportamento de sensei de perto, iniciou a prática budista três meses depois. Esse companheiro relembra o aspecto de Ikeda sensei: “Parecia alguém mergulhando no mar de pessoas comuns”. Após esse encontro, sensei disse: “A pessoa com quem me encontrei é importante. Porém, ainda mais importante são as pessoas com quem não me encontrei. (...) São pessoas que continuaram recitando daimoku com seriedade, orando pela segurança da viagem. Eu me encontrei no coração com essas pessoas. Graças a elas, a Soka Gakkai venceu”. O coração do mestre voava sempre junto com os amigos que estavam sofrendo. Em 29 de fevereiro de 2000, ele visitou o Centro Cultural de Nagata, na província de Hyogo. Recitou gongyo com os companheiros que ali se reuniam. No local, encontrava-se também um companheiro que havia perdido os amados pai e filho no Grande Terremoto de Hanshin-Awaji (Terremoto de Kobe). Havia pessoas que escaparam por pouco da morte debaixo dos escombros. Nessa ocasião, sensei ofereceu um vigoroso encorajamento: “A vida é uma batalha. É a batalha para conquistar a felicidade. (...) Por favor, sejam alegres! Ninguém se compara a uma pessoa alegre. Gostaria que sobrevivessem persistentemente”. Até hoje, essas palavras são a força para o avanço dos membros e se tornaram o juramento ao mestre. O grande épico do kosen-rufu Ikeda sensei, que continuou acendendo a chama da esperança nos companheiros de todo o Japão, expressou, do fundo do coração, seu desejo de que fizessem badalar juntos o segundo ciclo dos “Sete Sinos” a partir do dia 3 de maio de 2001, que descortinou o século 21. Em maio de 1997, em Kansai, ele indicou o majestoso plano do novo ciclo dos “Sete Sinos” até meados do século 23: A primeira metade do século 21 irá marcar o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Acredito que essa será uma época em que deveremos nos dedicar à consolidação da base para a paz na Ásia e em todo o mundo. Olhando mais adiante, para a última metade do próximo século — o “século da vida” — minha esperança é de que o princípio da dignidade da vida se estabeleça como o espírito fundamental da era e do mundo. Oro para que, durante a primeira metade do século 22, seja construída uma base indestrutível para a paz mundial. E sobre essa base, na última metade do século 22, imagino o brilhante florescimento de uma era de humanismo. (...) Na metade do século 23, em 2253, alcançaremos o milênio do estabelecimento dos ensinamentos de Nichiren Daishonin. Creio que será o início de uma brilhante nova fase do nosso movimento.3 Atualmente, está em andamento o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Visualizando o 120o aniversário de fundação da Soka Gakkai (em 2050), quando termina esse ciclo, sensei escreveu: “Nessa ocasião, quanto a filosofia humanística do budismo brilhará como o sol que ilumina o mundo e quanto nossa grande rede solidária Soka será considerada o pilar da paz para a humanidade? Meu coração se aquece”. O grande épico do kosen-rufu só pode ser concretizado por ações contínuas de “encorajamento a uma única pessoa”, como demonstrado inteiramente por Ikeda sensei com suas próprias ações. Foto: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.609, 30 abr. 2022, p. 16. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 462. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.456, 11 abr. 1998, p. 3.
01/02/2024
Crônica
TC
Ser resiliente diante das turbulências da vida
Desde sempre, sou um profundo apreciador da natureza, encontrando paz e alegria incomparável na contemplação de suas maravilhas. As paisagens que mais me fascinam são o nascer e o pôr do sol, momentos em que o céu se pinta com cores vibrantes, anunciando o começo e o fim de mais um ciclo. Quando criança, passava horas olhando para o céu, procurando desenhos nas nuvens. Cada forma que encontrava era uma nova história, um novo universo a ser explorado. Esses momentos de imaginação moldaram a forma como vejo a vida, ensinando-me a buscar significados mais profundos por trás das aparências e a apreciar a constante transformação do mundo. Em nossa jornada, enfrentamos uma série de desafios e problemas tão variados e complexos quanto os padrões formados pelas nuvens no céu — elas se movem de maneira suave e seus desenhos são impulsionados por forças invisíveis e inexplicáveis —, ensinando-nos uma lição valiosa sobre a natureza da existência humana. Assim como as nuvens são delineadas pelos ventos, somos moldados pelas circunstâncias, especialmente pelos desafios inesperados que surgem quando decidimos viver por um grande ideal. Quanto maior for o objetivo, maiores serão os desafios e as dificuldades. Mas há algo mais profundo a ser compreendido nessa metáfora das nuvens. Conseguimos apreciar e perceber inúmeras formas quando analisamos além da compreensão habitual, ou seja, de ampla perspectiva. Além disso, nossas dificuldades e sofrimentos são transformados em experiências valiosas quando elevamos nossa condição de vida, alcançada com resoluta recitação de daimoku. Nessa condição interior, mudamos a percepção sobre todas as coisas e criamos a convicção de que não devemos ser derrotados por nada. Cada problema, cada dificuldade que enfrentamos, é uma oportunidade para que possamos crescer, fortalecer nosso espírito, e desenhar novos padrões na tela da vida. Com isso, transformamos sofrimento em felicidade, dor em alegria, desesperança em determinação. E, tal como as nuvens que se formam no ritmo dos ventos, aprendemos a nos mover com resiliência diante das turbulências. Assim como nosso mestre, Daisaku Ikeda, assegura, “Aqueles que possuem firme determinação em promover nosso movimento pelo kosen-rufu com certeza apreciarão o vasto céu azul de boa sorte que rapidamente surge em sua existência e se expande mais e mais, como se o vento dissipasse todas as nuvens cinzentas”.1 A essência da nossa vida é a mesma do Buda. Frequentemente, o sol se oculta atrás das nuvens. A fé atua como um forte vento que afasta essas nuvens. Nessa metáfora, a terra representa o ambiente constante, enquanto as nuvens, que se dispersam, simbolizam as dificuldades passageiras. Ao recitarmos daimoku com fé no Gohonzon, despertamos em nossa vida o estado iluminado de buda. Ricardo Shin-iti Miyamoto Diretor-presidente da EBS No topo: Foto registrada por Ricardo Miyamoto do nascer e o pôr do sol Nota: 1. IKEDA, Daisaku, Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2023. p. 183.
01/02/2024
Artigos
TC
Ser o grande raio de esperança do mundo
Em dezembro de 1955, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, manifestou a decisão de se empenhar dando máximo de si no ano vindouro, para assegurar que nem um único membro deixasse de receber benefícios e ele pudesse declarar ao mundo: “Vejam o que conseguimos realizar!”.1 Fazendo nosso o ardente juramento do mestre, em 1956, os membros de Kansai e eu, ligados por profundos laços cármicos, desencadeamos um alegre e colossal impulso para a “prosperidade da grande Lei”2 e para a concretização do ideal de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Transformando carma em missão, todos fizeram os maravilhosos benefícios da revolução humana florescer em sua vida e, juntos, alcançaram uma vitória impressionante em prol do povo, numa façanha antes considerada praticamente impossível.3 Naquela luta para tornar possível o impossível, empregando a “estratégia do Sutra do Lótus”,4 nossos preciosos membros de Kansai e eu acatamos no fundo do coração, com total seriedade, uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin em especial. Eram palavras dirigidas a Shijo Kingo, que acompanhou Daishonin durante a Perseguição de Tatsunokuchi, disposto a morrer ao lado dele: O senhor foi abandonado por seus irmãos, desprezado por seus colegas samurais, (...) e odiado pelo povo de todo o Japão. (...) Assim, o senhor demonstrou ser o supremo aliado do Sutra do Lótus em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro] e por isso, sem dúvida, as divindades celestiais Brahma e Shakra não encontram forma de abandoná-lo. O mesmo se aplica à sua consecução do estado de buda.5 Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, está ciente de todos os nossos esforços. Nossa família Soka avança incansavelmente rumo ao kosen-rufu sem se deixar abater pelos ventos da opinião pública. Sem dúvida, ele enalteceria imensamente cada um de nós como “o supremo aliado do Sutra do Lótus no mundo inteiro”. Não importando que obstáculos possamos enfrentar, sigamos sempre em frente com bravura, orgulho e convicção. As divindades celestiais, lideradas por Brahma e Shakra, jamais deixarão de nos proteger. De fato, devemos ter a determinação de acioná-las de modo que sejam impelidas por um desejo irreprimível de defender nossa coletividade de budas. E demonstremos, em nossa vida e na sociedade, provas reais do ensinamento de Nichiren Daishonin de que “budismo consiste em vencer”, por meio da nossa fé invencível e da nossa conduta humanística, assim como fez Shijo Kingo. Nossa juventude Soka do mundo todo se prepara para dar uma nova partida [com início no ano novo], enquanto pomos em prática a suprema filosofia de respeito à vida e trabalhamos para consolidar e expandir o supremo movimento do povo. Com a energia vital sempre jovem dos bodisatvas da terra, sejamos o grande raio de esperança do mundo! Assim como entoam os membros da organização na Europa no coro de sua nova canção: “O Sol desponta em meu coração / Conquistaremos esta vitória / A paz perene na Terra / Para toda a humanidade”.6 Brahma e Shakra — conclamo-os a proteger reverentemente os nobres jovens que se empenham de corpo e alma pelo kosen-rufu! No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, cumprimenta alunos das escolas secundárias Soka de Kansai no festival de esportes (1990) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Consulte TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 4. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1984. p. 405. 2. Parte da dedicatória inscrita no Joju Gohonzon de Kansai, consagrado na Sede Regional da Soka Gakkai de Kansai. Na íntegra, a dedicatória diz: “Pela prosperidade da Grande Lei e concretização de todas as orações”. 3. Referência à Campanha de Osaka. Em maio de 1956, os membros de Kansai, unindo-se em torno do jovem Daisaku Ikeda, que havia sido enviado pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, para apoiá-los, obtiveram a adesão de 11.111 famílias à prática do Budismo de Daishonin. Nos pleitos eleitorais realizados dois meses depois, o candidato apoiado pela Soka Gakkai conquistou uma cadeira na Câmara Alta, um feito considerado impossível na época. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 267, 2017. 5. Ibidem, p. 211. 6. Letra da canção Sun Rises in My Heart [O Sol Desponta em Meu Coração].
01/12/2023
Artigos
TC
Comprovemos convictamente a força do Budismo Nichiren
A compaixão de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, era infinitamente profunda e amável. Recordo-me claramente das comoventes palavras que ele escreveu para um discípulo que enfrentava uma doença: Quando me contaram (...) que fora acometido dessa doença, dia e noite, de manhã e à noite, reportei o assunto ao Sutra do Lótus, de manhã e à noite implorei às divindades do céu azul. E hoje recebo a informação de que se curou da doença. Poderia haver notícia mais feliz do que essa?1 A Soka Gakkai é o reino onde esse espírito de grande compaixão e carinho pulsa forte e calorosamente. Nosso primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, afirmou que, ao comprovar o benefício de praticar o Budismo Nichiren, nós, da Soka Gakkai, possibilitamos que qualquer um entenda facilmente a Lei suprema pela qual a humanidade tanto anseia para viver plenamente — ou seja, a Lei Mística para atingir o estado de buda nesta existência. Declarou também que nunca devemos parar de efetuar esforços até que tenhamos compartilhado esse benefício com todos e os ajudado a alcançar uma felicidade inigualável.2 Em consonância com a poderosa convicção de Makiguchi sensei, nossos membros, desde a fundação da organização,3 acumularam infindáveis provas de realização de revolução humana e de transformação do carma. Essas conquistas foram obtidas enfrentando e superando com bravura todos os tipos de sofrimento e de adversidade — tais como doenças, dificuldades financeiras e discórdias interpessoais — com base na prática firme e constante de recitar Nam-myoho-renge-kyo e ensinar os outros a fazer o mesmo. Os membros compartilham suas experiências repletas de alegria nas reuniões de palestra ao redor do globo. Hoje, esses relatos de comprovação não só aparecem estampados nas páginas do Seikyo Shimbun e de outras publicações impressas, mas também são disponibilizados instantaneamente para o mundo por várias plataformas on-line. Certa ocasião, numa reunião de palestra, um jovem que tinha acabado de iniciar a prática perguntou a Toda sensei sobre a atitude correta na fé. A resposta do meu mestre foi simples: “Você precisa ter a convicção de alguém que comprova”. Incentivando calorosamente o rapaz, prosseguiu explicando: “Isso significa ter convicção de que comprovará a grandiosidade da Lei Mística com seu corpo, sua vida e todo o seu ser”. O budismo ensina que os problemas e as dificuldades que enfrentamos em nossa vida se devem ao princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado”.4 São provações que assumimos de bom grado como bodisatvas da terra para ajudar e conduzir à iluminação aqueles com quem possuímos laços cármicos. Com essa profunda consciência, uma força ilimitada emana de dentro de nós, permitindo que ultrapassemos qualquer obstáculo. O mês seguinte ao do Incidente de Osaka5 [agosto de 1957], lancei-me a uma nova campanha pela vitória do povo, ao lado dos meus queridos e dedicados membros do bairro de Arakawa,6 em Tóquio. Do começo ao fim, proclamei meu desejo de que cada um deles se tornasse feliz sem falta e minha firme convicção de que realizar grandes esforços em prol do kosen-rufu é a única maneira de conseguir isso. Nenhuma atividade da Soka Gakkai jamais é desperdiçada. Todas são para nosso próprio benefício e, ao mesmo tempo, contribuem para a felicidade das outras pessoas, para a prosperidade da sociedade e, em última análise, para a paz mundial. Prontos para assumir os desafios com o coração de um rei leão, sigamos em frente com confiança e dignidade! Juntos com a Soka Gakkai, que se encontra em perfeita sintonia com os ditos dourados de Daishonin, vamos abrir caminhos por meio da oração e converter tudo em vitória. No topo: Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, inaugurado em novembro de 2013, completa dez anos de estabelecimento (Tóquio, Japão) Foto: Seikyo Press Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1034. 2. Traduzido do japonês. Consulte MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi], v. 10, Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 27. 3. A Soka Gakkai foi fundada em 18 de novembro de 1930. 4. “Adotar voluntariamente o carma apropriado”: Refere-se aos bodisatvas que, apesar de qualificados a receber as puras recompensas da prática budista, abrem mão delas e selam o juramento de renascer num mundo impuro para salvar seres vivos. Eles propagam a Lei Mística enquanto passam pelos mesmos sofrimentos daqueles que nasceram no mundo maléfico devido ao carma. O termo deriva da interpretação de Miaole sobre relevantes passagens do capítulo 10, “O Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus. 5. Incidente de Osaka: Episódio em que o presidente Ikeda, na época coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens, foi detido e indevidamente acusado de violação da lei eleitoral num pleito complementar da Câmara Alta em Osaka, em 1957. Ao final do processo judicial, que se arrastou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado de todas as acusações em 25 de janeiro de 1962. 6. Numa campanha de aproximadamente uma semana no bairro de Arakawa, em agosto de 1957, o presidente Ikeda liderou os integrantes de lá na obtenção de um aumento de 10% de membros, com o acréscimo de mais de duzentas novas famílias.
01/11/2023
Artigos
TC
Façamos a canção da vitória ecoar a partir de nossa comunidade
A base do altar budista que se encontra no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu abriga pedras coletadas em 192 países e territórios e em cada uma das 47 províncias do Japão. Logo receberemos o 10o aniversário da conclusão do auditório. Nichiren Daishonin afirma: “Para que as orações sejam eficazes e os desastres desapareçam da nação, três elementos são requeridos: um bom mestre, um bom praticante e um bom ensinamento”.1 Acatando com total seriedade essas palavras, ao longo da década passada, nós, da Soka Gakkai — trilhando o caminho de mestre e discípulo e seguindo fielmente os ensinamentos do Buda dos Últimos Dias da Lei —, efetuamos dinâmicos avanços na concretização de nossas orações individuais e na propagação compassiva da Lei Mística nas terras de nossa missão. A força propulsora por trás disso são, inquestionavelmente, as comunidades da Soka Gakkai. Oro com o mais profundo respeito e gratidão pelos membros de nossa família Soka das comunidades de todo o Japão e do mundo inteiro, capitaneadas por nossos admiráveis líderes de comunidade da Divisão Sênior e da Divisão Feminina. Gostaria de celebrar com vocês a década de magníficas vitórias que cada comunidade assinalou. Em uma de suas cartas, Daishonin transmite o terno desejo de se encontrar novamente com os irmãos Ikegami, escrevendo: “[Nessa ocasião], ficarei tão feliz que mal conseguirei falar”.2 Isso demonstra como ele valorizava seus encontros com os discípulos. Nossas reuniões de palestra são imbuídas do espírito de carinho e preocupação de Daishonin. Em Kansai, durante a época pioneira do nosso movimento, uma líder de comunidade da Divisão Feminina recém-nomeada me perguntou, com sinceridade e seriedade, como ela deveria encarar sua nova responsabilidade. Expressando minha gratidão e louvor pelos seus dedicados esforços, expliquei-lhe que ela não precisava fazer nada fora do comum, simplesmente recitar daimoku, orar pela felicidade de cada membro, e incentivá-lo com carinho e consideração. Ao proceder dessa forma, disse-lhe, esse mesmo espírito se propagaria por toda a comunidade. Esse é o significado de “O corpo e a mente dela permeiam todo o mundo dos fenômenos num único momento”.3 Eu a instei a promover o kosen-rufu com confiança e coragem, começando por encorajar e dialogar com as pessoas em seu ambiente imediato. A parte em versos do capítulo “A Extensão da Vida”, do Sutra do Lótus, que recitamos no gongyo, termina com palavras que exprimem o pensamento, ou a preocupação, constante do Buda: “Medito constantemente: ‘Como posso conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?’”4,5 Citando essa passagem, meu mestre, Josei Toda, declarou que o desejo de conduzir as pessoas à felicidade é o pensamento constante que os membros da Soka Gakkai compartilham com Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei. Façamos o gongyo todos os dias com o espírito de estar tomando uma nova decisão no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Recitemos daimoku pela felicidade de cada membro da nossa comunidade e de toda a humanidade, e oremos para concretizar a paz e a prosperidade na sociedade por meio da propagação dos princípios de afirmação da vida preconizados pelo Budismo Nichiren. Recitando o rugido de leão do Nam-myoho-renge-kyo imbuídos do grande juramento pelo kosen-rufu, iluminemos nosso planeta e o futuro com a radiante luz da Lei Mística! Nossos nobres membros se alegram e dançam sabendo que o princípio de “emergir da terra”6 está vivo em sua comunidade, benefícios florescem com exuberância. No topo: Participantes do Curso de Aprimoramento da Divisão dos Jovens da SGI, realizado no Auditório Memorial Toda, em Tóquio (Japão, set. 2023) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 143, 2017. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 1498. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 384, 2020. 4. No gongyo, a passagem diz: “Mai ji sa ze nen. I ga ryō shu jō. Toku nyū mu jō dō. Soku jō ju bus-shin”. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 556, 2017. 6. Em O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, Daishonin escreve: “No início, somente Nichiren recitou o Nam-myoho-renge-kyo, mas depois, duas, três, cem pessoas o seguiram, recitando e ensinando aos outros. Assim também será a propagação no futuro. Isso não significa ‘emergir da terra’?” (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020).
02/10/2023
RDez
Matéria da Divisão da Esperança
RD
Muito obrigado, sensei!
Na juventude, Daisaku Ikeda sofreu de graves problemas pulmonares e, de acordo com os médicos, viveria, no máximo, até os 30 anos. Por causa da sua forte determinação, dos constantes esforços e da prática da fé, ele prolongou sua vida até os 95 anos. Essa foi uma das muitas comprovações que nosso mestre teve no decorrer da sua nobre existência. Apesar do momento difícil, que pegou a todos de surpresa, Ikeda sensei veio nos preparando para sua partida. Por meio de diversas orientações, canções e poemas, ele nos incentivou constantemente e agora chegou a hora de os discípulos herdarem esse aprendizado e compartilharem com todas as pessoas. Mais do que nunca, precisamos avançar, assumir todas as oportunidades e fazer delas um trampolim para a vitória em nossas vidas e na história do kosen-rufu. Ikeda sensei encontra-se com o historiador Dr. Arnold J. Toynbee (Londres, maio 1973). Foto: Seikyo Press O levantar do discípulo Somos a última geração que atuou com o Mestre em vida. Mas como mantê-lo vivo em nosso coração e compartilhar o legado dele no futuro? Uma boa forma de iniciar é ler os livros, os discursos e as mensagens escritos por Ikeda sensei a fim de resgatar os sonhos dele e aprender sobre o humanismo que ele ensinava. É fundamental também colocar tudo em prática em todas as áreas da nossa vida. Com isso, todos irão conhecer a grandiosidade do sensei por meio de nossas ações. O presidente Ikeda também enfrentou a perda do seu mestre. Apesar da tristeza, ele fez disso uma oportunidade para eternizar os sonhos de Josei Toda. No romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei relembrou esse momento e orientou: Quando o presidente Josei Toda faleceu, jurei em meu coração que solidificaria o kosen-rufu do Japão e, sem falta, abriria a correnteza do kosen-rufu mundial. E assim, o Budismo de Nichiren Daishonin se expandiu para o mundo. Tudo possui, sem falta, um fim, um marco separador. E um fim é um novo início. Para a nova partida, é necessária uma decisão sólida e resoluta; uma chama rubra e ardente de juramento. Levantem-se. Todos devem se levantar como leões sucessores. Está bem? Conto com vocês! (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 70) Vamos nos levantar como verdadeiros Sucessores Ikeda 2030 e entrar em ação compartilhando os ideais do Mestre para o eterno futuro! O desafio deste mês é ler um livro do presidente Ikeda. Seguem algumas sugestões: Pé de Romã O livro conta alguns episódios da infância de Daisaku Ikeda. Com uma linguagem simples e lindas ilustrações, a obra é perfeita para conhecer o coração do Mestre. O Menino e a Cerejeira Um dos primeiros livros infantis escrito pelo sensei. O conto aborda a importância de não desistir. Be Brave A obra contém várias orientações direcionadas aos Estudantes. Além disso, é bilíngue, o que permite treinar outro idioma. A cada página é como se o Mestre falasse com o leitor. Nova Revolução Humana O romance de 30 volumes foi publicado em 31 livros (o volume 30 possui duas partes) e conta a trajetória do presidente Ikeda a partir da sua primeira viagem para o exterior. É um manual da prática da fé para vencer infalivelmente.
01/12/2023
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RD
Mês de setembro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de setembro: Do Mestre para você Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento Na última parte desta série, o Mestre nos ensina a superar os medos. Corredores da Justiça Descubra o que a lua e o aprofundamento da fé têm em comum. Faróis da Esperança Desperte o poder do leão dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Você sabe o que é cultura de paz? Leia aqui. DE-Esperança Veja como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no dia a dia. DE-Herdeiro Aprenda de quantas maneiras a solidariedade pode contribuir para a paz. Quentinhas O que Rolou Se liga no que as localidades organizaram pela DE. Trending Topics A primavera chegou! Saiba quais flores brasileiras desabrocham nesta época. Mural de Vitórias Pedro Henrique conta, em vídeo, como venceu no estudo, na prática esportiva e na criação de um livro. Matéria do mês Minhas ações pela paz Construa um futuro melhor a partir de agora com a RDez! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os cinco anos da conclusão da Nova Revolução Humana. ABC do Budismo Entenda o que existe em comum entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos deste mês!
30/08/2023
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