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Nova Revolução Humana

Abrir o caminho para a paz

PARTE 13 Dirigindo-se por último ao microfone, Shin’ichi Yamamoto elogiou o evento como “festival cultural de brilho, som e força da paz” e expressou sinceros agradecimentos aos convidados, entre eles os governadores das províncias de Gifu e de Aichi. Então, proferiu breves palavras de cumprimento: — Para uma existência plena e significativa, é importante voltar sempre ao ponto fundamental e analisar qual caminho avançar. Significa analisar diversas questões, por exemplo, “Como viver minha existência?”, “Qual é o real propósito da minha vida?”, “Quais são os princípios para a realização da paz?”. Em outras palavras, é crucial possuirmos uma sólida base filosófica. Quero afirmar que, quem avança rumo ao ideal da paz, dialogando sobre essas questões com muitos amigos e pondo em prática essa filosofia, juntos, no dia a dia, somos nós, membros da Soka Gakkai. Uma imensa salva de palmas reverberou como se ecoasse no Monte Kinka [próximo ao estádio], onde o Castelo de Gifu se localiza. Ele prosseguiu: — Desde a antiguidade, as religiões verdadeiramente capazes de empoderar as pessoas sempre foram alvos de calúnias e de críticas. Porém, espero que os senhores, que buscam criar a paz perene no século da vida, iniciem um avanço imponente rumo ao século 21, ultrapassando corajosamente todos os tipos de obstáculos que surgirem. Por favor, tornem-se pessoas de confiança em seu local de trabalho, na escola, no lar e na comunidade social. Essa é a forma de demonstrar a grandiosidade do Budismo Nichiren e abrir o caminho para a paz. A chuva começava a cair como se esperasse o término do Festival Cultural pela Paz dos Jovens de Chubu. Observando o aspecto dos jovens participando de forma vibrante, Shin’ichi estava convicto de que um indestrutível castelo dourado Soka havia sido construído em Chubu. Edificar uma fortaleza invencível do kosen-rufu em Chubu, localizado no meio do caminho entre Tóquio e Kansai, era um “juramento de mestre e discípulo” compartilhado entre Shin’ichi e seu mestre, Josei Toda. Na juventude, Shin’ichi Yamamoto ofereceu um poema ao seu mestre: Bravos heróis, levantem-se agora! Construam agora, com coragem, o castelo dourado, a fortaleza de Chubu. Josei Toda retribuiu imediatamente com o poema: Forças do Buda, avancem agora! Sem temor! Minha expectativa, do levantar da fortaleza de Chubu! Esse desejo de mestre e discípulo se realizava agora de forma esplêndida. Foi um festival cultural que marcou uma história de grande vitória. PARTE 14 Nos dias 18 e 19 de setembro, foi promovido de forma magnífica o 2o Festival Cultural pela Paz Mundial com o tema “A Renascença da Paz” no Estádio de Beisebol Seibu Lions, na cidade de Tokorozawa, província de Saitama. Fazia um ano e três meses desde a realização do 1o Festival Cultural pela Paz Mundial em junho do ano anterior na Arena Rosemont Horizon, próxima à cidade de Chicago, Estados Unidos. Desta vez, o 2o Festival Cultural pela Paz Mundial aconteceu à noite em um estádio externo, reunindo 40 mil membros da Divisão dos Jovens, incluindo 3 mil representantes da SGI de 37 países e três territórios. Shin’ichi Yamamoto participou da sessão do dia 19 de setembro. O festival realizado com um público de 30 mil pessoas, incluindo 12 mil convidados de diversos segmentos da sociedade, foi um espetáculo de sons e de luzes que retratava o hino da paz mundial, como também o juramento de torná-lo realidade. Nesse dia, desde a manhã, a chuva era inconstante, ora mais forte, ora mais fraca. Pouco depois das 16h30, uma hora antes do início do festival, Shin’ichi desceu do carro usando traje social no campo chuvoso do estádio. Desejava manifestar sincera gratidão aos jovens figurantes, entre os quais os participantes do painel humano. Ele percorreu o campo do estádio em meio à chuva que persistia, sem ao menos utilizar guarda-chuva. O estádio foi envolto por gigantesca ovação. Enquanto caminhava, acenava e cumprimentava respeitosamente a todos em sinal de gratidão, parando diversas vezes. Ao receber o microfone das mãos de um jovem da comissão organizadora, Shin’ichi clamou: — Muito obrigado pelos seus esforços! Por favor, façam de tudo para não se resfriarem. Muitíssimo obrigado! A fala de Shin’ichi não era nada pretensiosa. Suas palavras pareciam vir de um pai que se preocupava com seus amados filhos. Obviamente, o sucesso do Festival Cultural pela Paz Mundial era importante. Todos vieram se empenhando nos ensaios visando aquele dia, vários meses atrás, enfrentando a estação chuvosa e os dias de calor escaldante do verão. E Shin’ichi veio orando com seriedade para o sucesso do evento. Todavia, para ele, era ainda mais importante que os jovens não adoecessem nem se envolvessem em acidentes. Afinal, eram preciosos jovens sucessores, tesouros da Soka Gakkai e porta-estandartes da paz mundial. PARTE 15 O Festival Cultural pela Paz Mundial apresentou, entre outras, uma dança rítmica das integrantes da Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro, repletas de esperança, com o tema “Olhos Brilhantes”, e o grupo de ginástica dos componentes da Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro, com o tema “Levantando Voo”, que demonstrava a força jovem movimentando-se dinamicamente rumo ao futuro. O painel humano horizontal da Divisão Masculina de Jovens preencheu o campo do estádio com os ideogramas “Ondas de Paz”, expressando o juramento de edificar a paz perene. Os meninos e as meninas da Divisão dos estudantes Futuro apresentaram uma dança rítmica, enquanto jogavam enormes bolas para o alto, expressando um grande sonho rumo ao infindável futuro. O “Balé com Tochas” da Divisão Feminina de Jovens começou com uma única tocha acesa, seguida de duas, três, cinco até completar seiscentas belas chamas que bailaram como “Luzes da Paz”. Na parada da SGI, os membros do exterior, que tinham viajado ao Japão, marcharam juntos, cantando e sorrindo, inclusive com os companheiros da Irlanda e da Inglaterra, cujos países se encontravam em constante conflito por disputa de zonas exclusivas para pesca. Assim diziam os versos da canção da SGI March toward the 21st Century [Marcha para o Século 21]: A estrada por onde trilhamos é longa, Mas com esperança em nosso coração, nós continuaremos Marchando rumo à vitória, No século 21 Para esse festival cultural, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Javier Pérez de Cuéllar, com quem Shin’ichi havia se encontrado no mês anterior, no dia 24 de agosto, também enviou sua mensagem: Nestes tempos difíceis, em que a divisão e a desordem caracterizam a situação internacional, é de suma importância renovar a decisão de rumar aos ideais consagrados na Carta das Nações Unidas. A humanidade mantém a ONU como mecanismo internacional que possibilita a preservação da paz e a promoção do desarmamento. Mas esse mecanismo só será eficaz se a humanidade se comprometer seriamente a utilizá-lo, envolvendo-se inteiramente para o fortalecimento da autoridade desse organismo. Caso contrário, não há como evitar o caminho de uma destruição global, sem que ninguém consiga impedi-la. Ele enfatizou que uma organização não governamental (ONG) como a Soka Gakkai Internacional (SGI) tem papel extremamente significativo na criação do apoio de cidadãos do mundo às Nações Unidas e na concretização do objetivo de paz e desarmamento. E manifestou sua convicção de que esse festival cultural se tornaria o multiplicador da força internacional em direção a esse objetivo. Shin’ichi estava decidido a expandir os laços de solidariedade do povo em prol da paz, transcendendo as fronteiras entre as nações, e a empenhar ainda mais esforços para apoiar as Nações Unidas, um parlamento de toda a humanidade. PARTE 16 O Festival Cultural pela Paz Mundial foi realizado não somente nas regiões de Kansai e de Chubu, mas também em cada província do Japão, criando uma nova correnteza do movimento para desenvolver a consciência do valor e da importância da paz. O ano de 1982 foi para a Soka Gakkai um período sem precedentes em que se marcou um passo ainda maior na promoção do movimento em prol da paz mundial. Foram realizados seminários dos jovens promovidos pela Conferência dos Jovens pela Paz e pelo Comitê dos Universitários pela Paz, como também uma série de palestras organizadas pelo Comitê das Mulheres pela Paz. A segunda mostra de As Mulheres e a Guerra do Pacífico, e diversas exposições com foco na história de cada região, tais como A Batalha de Okinawa e seus Cidadãos e A Guerra e o Povo de Tokushima, foram alguns dos exemplos de movimentos pela paz enraizados na base de cada localidade. Em abril, a Conferência dos Jovens da Soka Gakkai pela Paz e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados patrocinaram a campanha de arrecadação de fundos para ajuda aos refugiados da Ásia em cerca de 650 locais do Japão. A Divisão dos Jovens, em conjunto com o Centro de Informações das Nações Unidas, montou a exposição Nós e as Nações Unidas exibida no Salão da Paz da Cidade de Nagasaki. Em 7 de junho, foi realizada na sede das Nações Unidas em Nova York a segunda sessão especial sobre desarmamento na Assembleia Geral das Nações Unidas. Como organização não governamental filiada à ONU, a Soka Gakkai Internacional apoiou esse evento enviando uma delegação de cinquenta representantes a Nova York, incluindo trinta pessoas vítimas da bomba atômica de Hiroshima e de Nagasaki. O grupo copatrocinou um fórum no qual esses sobreviventes do bombardeio compartilharam suas experiências. Conduziu também uma reunião de intercâmbio com representantes de ONGs americanas antinucleares. Além disso, a exposição Ameaça Nuclear no Mundo Atual (mais tarde, com a nova denominação Armas Nucleares: Ameaça no Mundo Atual), organizada pela Soka Gakkai em cooperação com o Departamento de Informações Públicas da ONU e as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, foi apresentada no saguão público do edifício da Assembleia Geral das Nações Unidas, iniciando quatro dias antes da assembleia e prosseguindo até o encerramento da sessão especial de desarmamento. As pessoas do mundo desconhecem as terríveis consequências de um ataque nuclear real. O Japão é o único país a sofrer um ataque nuclear em uma guerra, e experimentou diretamente a tragédia e o horror da bomba atômica com um número gigantesco de vítimas. Por isso mesmo, a missão vital do país se encontra em trabalhar pela extinção das armas nucleares da face da terra. O ganhador do Prêmio Nobel de Física Albert Einstein expressou sua convicção: “Se tivermos a coragem de decidirmos pela paz, teremos paz”.1 Somente o ser humano possui o poder de livrar o mundo da guerra. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.

20/02/2025

Incentivo do líder

Construir uma nova história

Grandiosos companheiros da BSGI! O mês de fevereiro possui muitos significados, tais como o aniversário natalício de Nichiren Daishonin, do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e da extraordinária atuação de Ikeda sensei no Distrito Kamata em 1952. Falando um pouco sobre o Distrito Kamata, quando Toda sensei assumiu a presidência da Soka Gakkai em 1951, ele lançou o objetivo de concretizar 750 mil famílias. Mas, ao fim do mesmo ano, o número alcançado representava apenas 0,7% do total. Analisando os resultados, Josei Toda percebeu que nesse ritmo levaria noventa anos para concretizar o objetivo. Toda sensei, então, solicitou ao jovem Ikeda que atuasse no Distrito Kamata e fizesse as coisas acontecerem. Ikeda sensei comenta que respondeu prontamente: Deixe comigo, respondi-lhe. Ligando meu coração ao de meu mestre, desafiei a mim mesmo com todas as minhas energias. E tornei Kamata o primeiro distrito do Japão. Abri um caminho para o avanço do kosen-rufu. Após esse fato, essa onda de propagação espalhou-se rapidamente para outras regiões do Japão e nosso movimento de compartilhar amplamente o Budismo de Daishonin começou a crescer, mostrando um significativo progresso.1 Após essa vitória do Distrito Kamata, os demais distritos do Japão começaram a se levantar e o número de famílias que se convertia mensalmente aumentou mês a mês. A quantidade de famílias que, em janeiro, era de 5.727 chegou a 22.324 no fim do ano, levando à vitória histórica na concretização das 750 mil famílias. Esse é um maravilhoso exemplo da luta de um discípulo para corresponder aos ideais de seu mestre que Ikeda sensei nos deixou. A Liga Monarca, com os objetivos claros, está nos dando uma grande oportunidade de criarmos uma história como discípulos do presidente Ikeda. Os critérios da Liga Monarca — Kofu, periódicos e shakubuku —, apesar de estarem em formato de competição humanística, é uma chance de manifestarmos nosso espírito de doação. Em primeiro lugar, por meio do nosso empenho em conquistar o aumento de mais um participante do Kofu, mais um assinante dos periódicos e, buscando exercitar nossa condição de bodisatva, ensinando a outro companheiro a prática desse maravilhoso budismo, mais um shakubuku. Além do aspecto material da contribuição e dos periódicos, temos a dedicação do nosso tempo a essa vitória. Todo esse esforço com certeza se reverterá em imensa boa sorte em nossa vida. Na mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, para 2025, dois pontos me chamaram a atenção. O primeiro deles é: Se mantivermos sensei no coração e caminharmos com ele, não haverá montanha intransponível. Visando ao cume do centenário de fundação, vamos, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”, incentivar uns aos outros a iniciar um avanço com nova esperança!2 O segundo ponto diz: Nichiren Daishonin escreveu: “Confio ao senhor a propagação do budismo em sua província. Afirma-se que ‘as sementes do estado de buda germinam por meio da relação causal e, por esta razão, eles pregam o veículo único’”.3 Gravando profundamente em nossa vida o significado dessas palavras, vamos plantar no solo do nosso amado país as sementes da paz chamada Lei Mística!4 Nosso país tem muitas pessoas sofrendo e esperando pela propagação do humanismo do budismo. Seguindo o exemplo de luta do Distrito Kamata, exercitando nosso espírito de doação e vencendo em todos os aspectos da Liga Monarca, vamos criar uma grande história de vitórias e de pessoas felizes em nossa organização de base. Um grande abraço! Marcos Roberto da Fonseca Coordenador de Coordenadoria Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.519, 14 ago. 1999, p. A3. 2. Idem, ed. 2.673, 31 dez. 2024, p. 2. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 385, 2017. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.673, 31 dez. 2024, p. 2.

20/02/2025

Encontro com o Mestre

Estabelecer a união indestrutível

“Diferentes em corpo” (itai) indica que o aspecto, a personalidade, a capacidade e as características de cada pessoa são variados e diferentes. “Unos em mente” (doshin) é tornar iguais as aspirações, a mente e a visão de objetivo. Assim sendo, “diferentes em corpo, unos em mente” são o aspecto de, respeitando ao máximo as características e a personalidade de cada pessoa, unir-se e agir tornando um só coração ligado a um objetivo em comum. Ao contrário, “unos em corpo, diferentes em mente” (dotai ishin) aponta a situação em que, mesmo que tenham externamente um aspecto parecido, a mente não está de forma alguma em acordo. (...) Se o sentimento for negativo, mesmo que as forças se unam devido a perdas ou a ganhos recíprocos, no final, acabam se afastando. O que faz ou não ter verdadeiramente “a mesma mente” é se existe ou não a aspiração que deseja a felicidade das pessoas do povo. É a profundidade da visão de objetivo que edifica a inabalável união de “diferentes em corpo, unos em mente”. Brasil Seikyo, ed. 2.467, 11 maio 2019, p. B3. * * * Então, o que deve ser feito para edificar a união de “diferentes em corpo, unos em mente”? Sob orientação de Toda sensei, que é o mestre do kosen-rufu, defini o ichinen — forte determinação, pensamento e sentimento de estar sempre “junto com o mestre” — e assim orei e lutei ininterruptamente. Não é alguém, mas a própria pessoa que deve se levantar e desbravar a liderança da expansão do kosen-rufu. E, aconteça o que acontecer, unir forças com os companheiros e avançar incentivando-se mutuamente. A “mente” de “diferentes em corpo, unos em mente” é a “mente” [cora-ção, sentimento] que deseja o kosen-rufu. É também a “mente que respeita e admira os membros da [Soka Gakkai]”. E ainda, é a “mente do rei leão” que não teme quaisquer opressões. E esta essência última é a “mente da unicidade de mestre e discípulo”. Ibidem. * * * É pelo avanço da [Soka] Gakkai, com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” em direção à concretização do juramento seigan pelo kosen-rufu, que cada pessoa pode realizar a sua revolução humana. E assim, ao criar e expandir a paz perene tão desejada e buscada pelas pessoas, tornará possível até a transformação do destino de um país e de toda a humanidade. A Soka Gakkai possui a missão de criar a esperança. Ibidem. * * * Ao enfatizar a união, pode-se pensar que as características individuais de alguém possam ser esmagadas e soterradas. No entanto, o princípio de “diferentes em corpo, unos em mente” ensinado por Daishonin é totalmente diferente. Independentemente de qualquer coisa, o budismo acredita na potencialidade de cada pessoa e expõe que todos possuem a natureza de buda. É o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. É por valorizar a personalidade de cada pessoa e polir-se mutuamente ao realizar esforços ininterruptos para evidenciar o brilho uns dos outros que é estabelecido o itai doshin exposto por Daishonin. Em outras palavras, é exatamente na bela união de itai doshin que tanto o indivíduo como as suas características particulares ampliam seu brilho. É por haver o polimento da vida pela fé para [o estabelecimento] do “unos em mente”, que o valor do “diferentes em corpo” brilha com mais intensidade. Na prática, na Soka Gakkai, os preciosos amigos que se conscientizaram da sua missão, incentivam-se mutuamente como companheiros e se destacam em todas as áreas da sociedade, manifestam de maneira vivaz a sua individualidade da forma como são. Toda sensei dizia repetidamente: “Se estiverem em itai doshin, não há nada que não possa ser realizado. Mas se for o contrário, tudo desmoronará”. Ibidem, p. B4. * * * A união de “diferentes em corpo, unos em mente” é o ponto-chave para a realização do kosen-rufu. Estamos construindo uma insuperável rede de harmonia humana com a qual as pessoas em todo o mundo sonham há muito tempo. Nenhum mal é capaz de obstruir o avanço do nosso movimento Soka dedicado ao bem maior. Não é uma questão de números; prossigamos com inquebrantável união, juntos num único espírito e propósito, com base em orações infundidas com o juramento compartilhado de mestre e discípulo. Superando todos os obstáculos, vamos entoar a canção triunfante do povo dedicada à verdade e à justiça! Brasil Seikyo, ed. 2.464, 20 abr. 2019, p. B4. * * * Unidos com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”, conseguiremos, definitivamente, alcançar o kosen-rufu. Essa é a promessa de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei. A chave para a união se encontra na oração. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo unidos no propósito de expandir nosso nobre movimento, nosso daimoku se torna um rugido de leão que impulsiona vigorosamente a benevolente propagação da Lei Mística. Idem, ed. 2.424, 23 jun. 2018, p. B4. * * * Qual requisito imprescindível para avançarmos juntos em união de “diferentes em corpo, unos em mente”? É fazermos da unicidade de mestre e discípulo o centro da nossa vida. Compartilhar o mesmo coração e espírito do nosso mestre é primordial para nós, que somos um grupo heterogêneo, nos unirmos num único propósito, incorporando o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. (...) Alinhar nosso coração ao coração do mestre e aprofundar nossa deter-minação de promover o progresso do kosen-rufu consistem em um fator fundamental para estabelecermos um elo sólido com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. É com essa união que conseguimos ativar o poder realmente resplandecente da Lei Mística. Idem, ed. 2.389, 30 set. 2017, p. B1. * * * Aqueles que se esforçam de corpo e alma pelo kosen-rufu resplandecerão eternamente como budas da Soka Gakkai. A vida dos budas pulsará em nossa organização incessantemente contanto que persistamos avançando como uma comunidade harmônica de praticantes devotados a cumprir o desígnio do Buda, trabalhando juntos, unidos pelos belos laços de “diferentes em corpo, unos em mente”, que nos foram transmitidos pelo espírito de unicidade de mestre e discípulo. Essa é a chave para assegurar a perpetuidade da Soka Gakkai. Esse é o momento para fazermos exatamente isso. Idem, ed. 2.404, 27 jan. 2018, p. B4. A força de uma única pessoa pode ser pequena. Porém, quando une forças com outras pessoas, sua capacidade pode se expandir para cinco, dez ou cem vezes mais. Não se trata de uma operação de soma, mas de multiplicação que produz um resultado dezenas de vezes maior. Qual é o ponto essencial para criar uma união imbatível chamada “diferentes em corpo, unos em mente”? Em primeiro lugar, é fazer do grandioso ideal chamado kosen-rufu, acalentado pelo mestre, o próprio juramento, e perseverar na oração e na ação da luta conjunta de mestre e discípulo. Pela sintonia de todos no único ponto de “vencer com a prática da fé!”, devem se ajustar perfeitamente as engrenagens dos corações. Enquanto houver o sentimento de dependência, de contar com outras pessoas, não será possível manifestar a verdadeira capacidade. Aquele que se levanta só é o verdadeiro praticante da fé, e o sucessor Soka. Somente por meio da união de pessoas que se levantam sós, é possível concretizar o grande desejo do kosen-rufu. No princípio de “diferentes em corpo, unos em mente”, “mente” é fé. Significa unir os corações em torno do grande desejo chamado kosen-rufu. Aqui estão incluídos, também, todos os desejos da transformação do destino de cada pessoa. Do descuido e da arrogância de desprezar mesmo uma pessoa começa a falência. No local em que se continua a avançar mais um passo, valorizando uma única pessoa, a união se fortalece ainda mais, e podem-se transformar os árduos esforços e as sérias dificuldades em vitória e boa sorte. A união de “diferentes em corpo, unos em mente” é a linha vital do kosen-rufu. No lar, a harmonia! Na relação entre pessoas, a amizade! Na comunidade local, a confiança e a amizade! Na sociedade humana, a solidariedade do povo em prol da paz! Deve-se avançar harmoniosamente, unindo os corações. Onde há união, há vitória e felicidade. Brasil Seikyo, ed. 2.614, 2 jul. 2022, p. 3. Ouça Podcast do BS+ com o tema “Verdadeira União”. Acesse aqui

20/02/2025

Matéria da Divisão Feminina

O esplêndido avanço da rede de solidariedade das mulheres Soka

Queridas companheiras da amada Divisão Feminina do Brasil! É com grande alegria que chegamos a fevereiro, mês de celebrações significativas. O grupo Zenshin comemora seus vinte anos de fundação no dia 19; a Divisão Feminina do Brasil celebra seus 32 anos no dia 27, data em que a Sra. Kaneko Ikeda completa 93 anos; e, com toda a gratidão, vamos concluir o “Desafio dos Cem dias de Daimoku”. Parabéns a todas! Juntas, temos superado as dificuldades da nossa vida por meio da recitação diária de muito mais daimoku, avançando no cumprimento da nossa missão e em nossa revolução humana. Agora, um novo passo se faz necessário: refletir como chegamos até aqui e aonde desejamos chegar. Ao fim de uma grande jornada, é essencial ponderar sobre os obstáculos superados e as vitórias conquistadas ao longo do caminho. Essas reflexões nos ajudam a traçar novos objetivos ou conquistar aqueles que já estão ao nosso alcance. O que aprendi com os desafios? Como posso fortalecer minha fé e confiança para o próximo passo? O que vou fazer para tornar este ano especial? O que ainda preciso entender para alcançar minha revolução humana? Já parou para pensar nisso? Em nosso coração, sabemos o que precisamos transformar e quais objetivos devemos concretizar. Por isso, o mais importante agora é continuar avançando com a recitação do daimoku, cuidando da saúde física e mental e manifestando a convicção de que, independentemente das dificuldades, minha relação com o Mestre e meu shitei funi pulsarão cada vez mais forte, garantindo a vitória infalível. Ikeda sensei afirma: Como cada pessoa tem o próprio carma; e é claro que a vida não pode ser sempre uma navegação tranquila. Mas quando seguimos firmemente o caminho da fé, da prática e do estudo ensinado por Nichiren Daishonin, seguramente atingiremos o estado de buda, independentemente das dificuldades que enfrentarmos. O estado de buda é uma condição de vida de felicidade eterna e indestrutível.1 O presidente Ikeda também nos ensina: O processo incansável de dedicar quanto tempo for necessário, mesmo que o cenário pareça desfavorável, para a consecução de um propósito lançado é a essência da vitória pela ótica do budismo — o “espírito invencível de nunca desistir”. Não ser derrotado significa ter coragem para encarar o desafio. Não importando quantas vezes sejamos derrubados, o importante é continuarmos nos levantando e dando um passo — ou mesmo meio passo — adiante. Essa força intrépida, esse espírito invencível, é a essência do Budismo Nichiren.2 A coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti, nos orienta sobre três pontos fundamentais3 para avançarmos em nossa prática: 1. Recitar “muito mais daimoku” e tornar “possível o impossível”. 2. Manifestar o espírito de “jamais ser derrotada” (Maketara akan). 3. Ter esperança, pois “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.4 Vamos abraçar a luta pelo kosen-rufu como uma grande oportunidade para lapidar nosso coração e nossa mente, escrevendo mais uma página da nossa revolução humana com sabedoria, alegria e leveza que nos caracterizam. Vamos realizar nossa prática com leveza e dinamismo, rumo ao centenário da Soka Gakkai em 2030. Somos rainhas da felicidade, fortes e corajosas, lutando pelos nossos objetivos e metas. A vida nos desafia de formas inesperadas, mas é nos momentos difíceis que descobrimos nossa verdadeira força. Mesmo quando parece difícil, nunca devemos desistir. Esse é o caminho para encontrar a força que tanto buscamos. Nos últimos tempos, as mulheres têm alçado voos cada vez mais altos, conquistando representatividade e se colocando em papéis mais notórios, quebrando barreiras e inspirando gerações com sua força, coragem e determinação. A vitória histórica de Fernanda Torres no Globo de Ouro é um exemplo claro disso, sendo a primeira atriz brasileira a conquistar esse prestigiado prêmio, reafirmando o protagonismo feminino e a capacidade transformadora da arte, que atravessa fronteiras e inspira a todos com sua força e resiliência. Durante a premiação, a alegria de sua vitória foi contagiante, recebendo demonstrações de admiração e de vibrações positivas por parte das atrizes concorrentes ao prêmio. Esse momento de celebração, em um ambiente competitivo como o cinema, representa o humanismo e a solidariedade entre as mulheres, ecoando a essência da rede de solidariedade das mulheres Soka. O presidente Ikeda declara: Haverá uma época em que a sensibilidade, a sutileza, a flexibilidade, a tenacidade, a benevolência, a atenção e a intuição — qualidades que as mulheres possuem em abundância — serão altamente louvadas e utilizadas ao máximo. Seja em um país, em uma companhia ou em uma organização, prosperará aquele que der total liberdade à capacidade e aos talentos das mulheres.5 Aqui, nosso mestre nos lembra do imenso poder que as mulheres têm em suas qualidades naturais, como a sensibilidade, a sutileza, a flexibilidade e a tenacidade. Essas virtudes, muitas vezes subestimadas, são a chave para uma verdadeira transformação em nossa sociedade. Quando reconhecemos e valorizamos esses dons, somos capazes de criar um futuro mais equilibrado, próspero e harmonioso. Nossa prática é a chave para fazer acontecer e, com nossa vitória, decisão e esforço, estamos mais próximas de alcançar o que parece impossível. Que, com a força do nosso daimoku, possamos avançar rumo a 2030, ano que marcará o centenário da nossa querida Soka Gakkai. Vamos continuar a jornada com a certeza de que a mudança começa em cada uma de nós, e que nossa ação transformadora não tem limites. Com o lema “Faça de todos os dias os melhores da sua vida e viva ‘Mais um Dia Feliz’”, vamos abraçar o “Ano do Alçar Voo da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Que possamos fazer deste momento o início de um novo ciclo de conquistas para todas nós adicionando uma pitada de SAL (sabedoria, alegria e leveza)! Forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.596, 24 mar.2001, p. A3. 2. Ibidem. 3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.673, 14 dez. 2024, p. 5. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 5. Brasil Seikyo, ed. 1.779, 15 jan. 2005, p. B3. Vitórias da Divisão Feminina Cultura de avanço Sou Érica Cristina, mulher, mãe, profissional, amiga, executiva do lar e alguém que tenta ser fitness. Em 2024, embarquei em uma jornada de avanço dinâmico, seguindo a decisão de viver mais um dia feliz, guiada pela filosofia de Nichiren Daishonin. Comecei o ano com o “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”, que fortaleceu minha determinação e meu foco. Assumi a responsabilidade como vice responsável pelo Zenshin pela CNSP, representando mulheres extraordinárias. Apesar dos desafios, nossa conexão como líderes fez tudo fluir de forma harmônica, especialmente em nossa primeira atividade em março. Na vida profissional, finalizei um ciclo de dezenove anos no fundo de pensão do Metrô de São Paulo, SP. Decidi que, se meu trabalho não fosse mais uma fonte de felicidade, era hora de seguir em frente. Em março, tornei-me executiva do lar, priorizando a saúde física e mental. Passei a frequentar a academia e a cuidar da pressão alta, consequência de anos de rotina exaustiva. Com mais tempo, dediquei-me ao kosen-rufu e investi em mim mesma. Realizei pequenos sonhos, como viajar e vivenciar momentos simples, mas extraordinários. Em julho, um processo judicial de onze anos foi concluído, trazendo mais alívio financeiro. Decidi abrir minha loja virtual em novembro, um sonho de juventude que finalmente se tornou realidade. Na família, acompanhei de perto os estudos do meu filho de 13 anos. Ele melhorou as notas, a autoestima e a saúde, participando das atividades como a Convenção da Juventude Soka. Essa jornada me mostrou a força da revolução humana, como enfatiza Ikeda sensei na Nova Revolução Humana, volume 10, capítulo “Castelo do Debate”: “A reforma da vida individual é o que possibilita uma mudança do lar, da comunidade e até mesmo da sociedade”1. O ano 2024 foi um período de superação, conexão e transformação. Transformei carma em missão, reafirmando que cada avanço pessoal reflete na construção de um mundo melhor. Vamos continuar acumulando diálogos de vida a vida e expandindo a correnteza do kosen-rufu! Érica Cristina Barbosa atua como vice-responsável pelo Zenshin da CNSP e responsável pela Divisão Feminina de Regional na Sub. Noroeste. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.10, 2022. *** Eu me chamo Michele Dantas Lazareti. Conheci o budismo por intermédio do meu tio-avô Tonho, mas foi por insistência do meu irmão Márcio que comecei a praticar aos 19 anos, em 1999, em meio à desarmonia familiar. Fiz parte do grupo Cerejeira e me formei na terceira turma do Ikeda Kayo Kai, no qual busquei treinamento e, ao longo dos anos, comprovei o poder dessa prática em minha vida. Venho de uma família grande, com nove irmãos. No passado, enfrentei conflitos familiares, incluindo uma ruptura de anos com meu irmão Vinícius. Apesar disso, continuei praticando, sempre me desafiando na recitação de horas de daimoku, leituras e atividades organizacionais. Em 2022, após me mudar para Bertioga, no litoral de São Paulo, enfrentei dois grandes desafios: meu marido foi diagnosticado com câncer na orofaringe e, pouco depois, minha irmã mais velha também descobriu um câncer. Encontrei forças no Gosho: Mesmo que alguém errasse ao apontar para a terra, ou fosse capaz de atar o firmamento; mesmo que o fluxo e o refluxo da maré cessassem; e o Sol se nascesse no oeste, jamais ocorreria de as orações do devoto do Sutra do Lótus ficarem sem resposta.1 Determinei orar pela saúde do meu marido e da minha irmã, recitando quatro horas de daimoku por dia. Queria não apenas superar essa situação, mas também realizar minha revolução humana. Com perseverança, meu marido se curou; e seguimos orando pela recuperação da minha irmã. Nesse período, também busquei a reconciliação com meu irmão. Em dezembro de 2024, após oito anos de afastamento, nós nos perdoamos em um reencontro emocionante. Acredito profundamente nessa Lei maravilhosa e tenho a certeza de que estou transformando minha vida a cada dia. Sou eternamente grata ao Gohonzon, ao meu mestre, e a todos os que me apoiaram e lutaram ao meu lado. Obrigada ao meu marido e à minha irmã, que foram minha maior inspiração para mudar. Cada vitória, por menor que pareça, representa uma transformação profunda em minha vida. Muito obrigada! Michele Dantas Lazareti atua como responsável pelo Zenshin de Regional e responsável pela Divisão Feminina de Comunidade na Sub. Imigrantes. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 362, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Arquivo pessoal

06/02/2025

Encontro com o Mestre

“Vencerá aquele que se esfor­ça arduamente”

Sinceros parabéns pela reunião de líderes do dia de hoje! Muito obrigado pelos esforços de todos! Não há nenhuma outra organização no mundo embasada no grande princípio da paz perene chamado kosen-rufu, em prol da paz e da cultura, que possui uma filosofia majestosa. Nunca houve, e jamais haverá por toda a eternidade. Isso é a Soka Gakkai. O palco do século 21 é inteiramente de vocês. Estou orando diariamente por vocês. Acredito que estou construindo o alicerce para que possam atuar, assumindo a liderança em todo o mundo com toda a liberdade. O que é a verdadeira felicidade na vida? Todos falam sobre isso, pensando ser simples. Todos acham que sabem a resposta. Há um provérbio na Tailândia que diz: “A falsa felicidade torna a pessoa presunçosa e insolente. A verdadeira felicidade faz a pessoa manifestar alegria e transbordar sabedoria e compaixão”.1 É um pensamento bastante conciso e profundo. A felicidade falsa é aquela que adorna os aspectos externos. A verdadeira felicidade é a que emerge do interior da pessoa. É o estado de buda. A verdadeira felicidade é aquela que busca a transformação de si mesmo para se tornar alguém com mais plenitude. É a revolução humana. Daqui para a frente, sem buscar a felicidade absoluta e a revolução humana, não haverá verdadeira estabilidade nem paz, nem felicidade. Vocês são as pessoas que estão lutando na vanguarda desse movimento, tendo em mente a profunda filosofia. Vocês são os pioneiros que estão desfrutando uma vida de sabedoria e de compaixão. Quem são as pessoas que conhecem esse caminho? Não há mais ninguém além de nós. Ser jovem significa ter uma esperança infindável, uma força infindável, e um tesouro infindável. Mesmo que não tenham mais nada, vocês possuem essa maior riqueza. Aí se encontram a esperança e o futuro. Vocês possuem uma energia ilimitada que os acompanhará. Com seus esforços, a riqueza, a honra e o tesouro virão naturalmente atrás de vocês. Outro ponto importante é a autoconsciência. Quando tomam consciência por si mesmos, o horizonte se expande muito mais. Conseguirão conquistar uma vida muito mais profunda. Quem se conscientiza de que o caminho é esse, de que é assim que deve fazer e de que é para isso que deve fazer, é um indivíduo forte. Assim eu também me conscientizei. Encontrei um mestre. Decidi que concretizaria todos os desejos do mestre. Receberia treinamentos dele. Como essa era minha própria consciência, não havia nenhum arrependimento. Outra questão é sobre como desenvolver uma vida tal como a de um buda. Esse é o tema dos escritos de Nichiren Daishonin, do começo ao fim. É seu tema principal. Quando se combate o mal, conquista-se uma vida diamantina e se torna um buda. Essa é a essência do Budismo Nichiren. Em outras palavras, tanto o buda Nichiren Daishonin como o buda Shakyamuni ensinam que podemos conquistar uma vida forte e indestrutível como o diamante, e ainda afortunada. É realizar o shakubuku. É lutar pela justiça. É a batalha em prol da Lei. Nichiren Daishonin cita: Por eu [Shakyamuni] ter defendido o ensinamento correto em meio às perseguições das pessoas más, conquistei este corpo de diamante, eterno e indestrutível. Pelo contrário, aqueles que são incapazes de proferir o “rugido do leão” para refutar as pessoas más, não conseguem obter o corpo de diamante.2 Daishonin prega esse princípio várias e várias vezes em seus escritos. Isso pode ser visto lendo o Gosho. Aqui se encontra o tema do princípio fundamental de todo o Gosho. Pretender atingir o estado de buda sem denunciar as calúnias [à Lei] é um ato tão tolo quanto buscar água no fogo, ou fogo na água.3 Essa é uma passagem muito famosa. “É um ato tão tolo”, afirma Daishonin. A grandiosidade da Soka Gakkai está aqui. E é por essa razão que na Soka Gakkai há benefícios, a pessoa pode se tornar buda e conquistar o corpo de diamante. Quando se abraça esse sutra, dificuldades ocorrem. Se não surgissem as dificuldades, a frase “Este sutra é difícil de manter” deixaria de ser verdade e a pessoa não conseguiria se tornar um buda. O budismo é rigoroso. Por mais que adorne a aparência, não será possível enganar a Lei Mística, o Nam-myoho-renge-kyo. Você sairá perdendo se não conquistar o corpo de diamante. Não há felicidade maior que essa. Não importando o que aconteça, a pessoa brilhará tal como o diamante. Ela será feliz, aconteça o que acontecer, demonstrando um aspecto realmente digno e inabalável. Tornem-se assim. A prática budista, a fé e a luta pelo kosen-rufu existem para essa finalidade. Isto também consta no Gosho: “Daishonin é o pilar e a grande nau do Japão”.4 Toda sensei também disse: “A Soka Gakkai é o pilar do Japão”. Assim ele bradou como o rugido do leão. É o pilar do Japão. Ao tentarem derrubar esse pilar, como ficaria o Japão? Na tentativa de derrubar Nichiren Daishonin, Hei no Saemon-no-jo decidiu prendê-lo. Centenas de pessoas resolveram intimidar uma única pessoa: Daishonin. Era um absurdo. As pessoas de todo o Japão o menosprezavam. Em meio a tal circunstância, Daishonin disse: “Que engraçado! Vejam como Hei no Saemon enlouqueceu!”.5 Isso por ele ter tentado derrubar Daishonin, o pilar do Japão. Nichiren Daishonin mantinha essa enorme convicção. De forma semelhante, hoje vivemos uma época caótica. Só existe a Soka Gakkai como esperança do mundo. Isso é algo que muitas pessoas de bom senso já perceberam. Plenamente conscientes dessa missão, vamos avançar com grande orgulho, manifestando a força latente da fé. Conto com vocês. Aqueles que seguirem a verdadeira essência do Budismo de Nichiren Daishonin, de acordo com o Gosho e a Soka Gakkai, vencerão no final. Mais que alguém que evita as lutas difíceis e vivem pelo caminho fácil, sem preocupações, no final, vencerá aquele que se esforça arduamente. A pessoa que pratica o budismo, de forma verdadeiramente sincera e honesta, e desenvolve uma luta, no final, vencerá alcançando plena felicidade. Não há a menor dúvida disso. Fiquem bem. Até a próxima! Participantes da Reunião de Líderes, entre os quais vários jovens na faixa dos 20 anos (jan. 2025) Em um grande mural, caligrafia com o escrito “Ano do Alçar Voo” confeccionada pelos integrantes do Grupo de Shodo do ensino médio do Colégio Soka de Tóquio. Com pinceladas fortes e cheias de dinamismo, a obra foi apreciada pelos participantes da 6ª Reunião de Líderes (11 jan. 2025) Integrantes da Soka Gakkai de países da América Latina participantes da Reunião de Líderes entoam brado pela vitória neste ano que marca o 50º aniversário de fundação da SGI Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 27 de janeiro de 2025. Notas: 1. ANUSORN (Org. & Ed.). Ngeakhit khamkhom lea khamuayphon [Provérbios e Máximas Tailandeses]. Bangkok: Ruamsan, 1993. p. 207. 2. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 298, 2017. 3. Ibidem, v. II, p. 4, 2020. 4. Ibidem, v. I, p. 293, 2017. 5. Ibidem, v. II, p. 24, 2020. Fotos: Seikyo PressO vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em Tóquio, em 11 de janeiro de 2025

06/02/2025

Encontro com o Mestre

Arco-íris da esperança

[Em 22 de junho de 1981, na convenção comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu do Canadá, Shin’ichi1 incentivou os participantes.] — Tudo se inicia a partir de uma única pessoa. Quando esse único indivíduo ensina e transmite o princípio da felicidade denominado “Lei Mística” para as pessoas, criando-as como leões que superam a si próprios, constrói uma fileira de “valores humanos”. Esse é o significado de “emergir da terra”. (...) O budismo, que prega a igualdade de todas as pessoas como possuidoras do estado de buda, é o princípio filosófico que sustenta o respeito à dignidade da vida e é a base fundamental da ideologia da paz. Ao mesmo tempo, aí pulsa o espírito de tolerância e de compaixão com outras pessoas. Fundamentalmente, não há como essa ideologia deixar de confrontar os poderes que louvam a guerra, subordinam o povo e conduzem as pessoas à morte. Por essa razão, na época da Segunda Guerra Mundial, a Soka Gakkai sofreu opressão do governo militarista que promovia a guerra tendo como sustentação espiritual o xintoísmo do Estado. (...) Tenho a convicção de que o caminho certeiro para a paz se encontra no fortalecimento dos laços de solidariedade da amizade que ultrapassam as fronteiras entre nações, compartilhando o espírito do budismo que prega que os seres humanos são todos iguais e de incomparável dignidade com as pessoas dos mais variados países. Quando as raízes são profundas e firmes, os ramos e as folhas se desenvolvem. O mesmo acontece com o movimento pela paz. Há muitas pessoas que desejam a paz e bradam por ela. Porém, um movimento sem uma filosofia que sirva como raiz é efêmero. O movimento pela paz da nossa Soka Gakkai possui como raiz uma grandiosa filosofia chamada budismo, que elucida o respeito à vida. Do ponto de vista dos princípios do budismo, que considera cada ser humano como “Buda”, não é possível de forma nenhuma tirar das pessoas o direito à vida. Aos olhos do budismo, que prega a igualdade de todas as pessoas e sua incomparável dignidade, ultrapassando as fronteiras de ideologia, de etnia, de nação e de religião, não há discriminação nem desprezo por outros. E ainda, para o budismo, que ensina a compaixão, não há qualquer forma de exclusão de pessoas de quaisquer categorias. Foto das Cataratas do Niágara registrada por Ikeda sensei com o sentimento de que “Os amigos Soka em todo o mundo sejam fortes, enérgicos e assumam novos desafios!” (jun. 1981) Fonte: IKEDA, Daisaku. Sino do Alvorecer. Nova Revolução Humana. v. 30-I. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 397-398. Nota: 1. Shin’ichi Yamamoto: Pseudônimo do presidente Ikeda no romance Nova Revolução Humana. *** Correnteza incessante O Canadá é o segundo maior país do mundo em extensão territorial e é contemplado com belas paisagens naturais. Em sua primeira viagem ao exterior após tomar posse como presidente da Soka Gakkai, Ikeda sensei visitou as terras canadenses. A chegada dele ao país ocorreu em 11 de outubro de 1960 e ele permaneceu na cidade de Toronto. Naquela época, não havia membros da SGI morando no Canadá. No aeroporto, sensei e os demais componentes da comitiva foram recebidos por uma mulher que ainda não era membro da Soka Gakkai. Ela foi contatada por sua mãe, integrante da organização no Japão, que lhe solicitou acolher o grupo. A filha aceitou por gratidão à sua mãe. O presidente Ikeda agradeceu sinceramente à jovem e lhe ofereceu calorosos incentivos, demonstrando também apreço por sua mãe. Dois anos depois desse encontro, a moça se converteu ao budismo e se tornou figura central do movimento pelo kosen-rufu no Canadá. Com os filhos e, mais tarde, com o marido, que se juntou a eles na prática da fé, ela criou uma família harmoniosa e dedicou a vida para expandir a rede do humanismo Soka por todo o país. Em 12 de outubro de 1960, Ikeda sensei visitou as Cataratas do Niágara, uma das três maiores do mundo. Sob o céu azul-claro, a água espirrou e criou um arco-íris de cores vibrantes. Com profunda emoção, o Mestre expressou a um jovem que o acompanhava: Esse arco-íris sobre a catarata desapareceria instantaneamente se a correnteza parasse. Da mesma forma, o arco-íris da esperança em nossa vida só brilha quando avançamos com energia em direção ao kosen-rufu.1 No decorrer de sua viagem ao Canadá, o presidente Ikeda visita a casa de Laura Secord, conhecida como a “heroína da independência canadense”, onde dialoga com os membros da Soka Gakkai, oferecendo-lhes calorosos incentivos (28 jun. 1981) Essa data, posteriormente, foi estabelecida como “Dia da SGI-Canadá”. Dicas de leitura: Saiba mais sobre o movimento pelo kosen-rufu no Canadá lendo os capítulos “Outono Dourado” (volume 1) e “Sino do Alvorecer” (volume 30-I) da Nova Revolução Humana. Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 24 de outubro de 2024. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Outono Dourado. Nova Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 163. Fotos: Seikyo Press | BS

06/02/2025

Incentivo do líder

Ser 1% melhor a cada dia

Em um poema escrito e dedicado pelo Mestre, Daisaku Ikeda, ele nos incentiva dizendo: Os líderes devem se dedicar com o máximo de suas forças para a criação de pessoas valorosas. Incentivem cada pessoa com atenção total a todos os pormenores. Tenham sincera e máxima consideração pelas pessoas. As pessoas valorosas e capacitadas na SGI são a esperança do futuro.1 Olá, caro leitor do Brasil Seikyo! Que alegria e oportunidade poder me encontrar com você! Eu me chamo Priscila Góes, tenho 33 anos e assumi em setembro de 2024 como vice - coordenadora da Juventude Soka do Brasil e coordenadora da Juventude Soka da CGRE. Esta é a primeira vez que escrevo um incentivo aqui no BS. Então, desejo que você aprecie e tenha ótima leitura. Entramos no segundo mês do “Ano do Alçar Voo da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Como estão seus objetivos para 2025? Acredito que muitos já tenham pensado e escrito seus objetivos e estejam se esforçando para alcançá-los. Em nossa sociedade, também encontramos diversos estudos e publicações que falam sobre criar um hábito de evoluirmos e nos aperfeiçoarmos de forma constante todos os dias. Alguns deles, inclusive, compartilham maneiras de avançar diariamente para ser 1% melhor; assim, ao fim de um ano, teremos evoluído 37 vezes mais. Ou seja, de pouco em pouco, vamos nos transformando em seres humanos com hábitos e vida cada vez melhores. Nesta era essencial que vivemos, deparamo-nos, dia a dia, com muitos sofrimentos e dificuldades. Por isso, é crucial que possamos avançar e vencer, em nosso cotidiano, principalmente, a nós mesmos (nossos medos, dificuldades), para que possamos apoiar, incentivar e inspirar o maior número de pessoas. Aliás, avançar e vencer na propagação do budismo em meio à nossa realidade é a chave para o caminho da vitória. Por falar em propagar o budismo e concretizar o shakubuku, compartilho um episódio: Particularmente, eu era uma pessoa mais reservada e com maior dificuldade para iniciar uma conversa com pessoas com as quais ainda não me relacionava. Então, estabeleci um objetivo de concretizar um shakubuku. Iniciei a oração com o sentimento de me encontrar com as pessoas que precisassem e quisessem ser felizes. Lancei um desafio de daimoku para que as pessoas que precisassem conhecer o budismo cruzassem o meu caminho, e que eu tivesse a sabedoria e a coragem para ajudá-las até que recebessem o maior tesouro da vida delas, o Gohonzon! Foi em meio a esse desafio que concretizei uma das minhas shakubuku mais marcantes. Ela chegou até mim por intermédio da organização. Seu primeiro contato com o budismo foi por meio de um amigo da faculdade, porém, ela morava no meu bairro. Então, esse amigo me pediu apoio para que pudesse acompanhá-la. Estive ao lado dela por todo o tempo. Quando ela decidiu se converter, experimentei uma das maiores alegrias que já havia sentido. A vitória, a felicidade e a decisão dela foram como se fossem as minhas. Mais que uma shakubuku, ganhei uma amiga, e o mais legal de tudo é que, enquanto eu achava que estava apoiando ela, na verdade, estava ajudando a mim mesma a fazer minha própria revolução humana. Neste significativo ano, desejo sinceramente que todos nós, juntos, possamos nos levantar e avançar com convicção e coragem embaladas pela esperança de que vamos construir um mundo cada vez melhor, mesmo diante dos maiores sofrimentos. E que possamos conduzir nossa vida e a de muitas pessoas pelo caminho correto. Um ano de muita expansão e vitória para todos! Obrigada pela leitura e até a próxima! Priscila Góes A. Hidalgo vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.112, 1º jan. 2012, p. A16.

06/02/2025

Frase da Semana

Frase da Semana

Pessoas extraordinárias não cultivam somente o desejo de aprender, mas também demonstram a vontade de ensinar e de cuidar dos outros. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER; Wayne. Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 68.

06/02/2025

Encontro com o Mestre

Cresçam em direção ao grande céu do amanhã

Visando ao cume do centenário de fundação da Soka Gakkai, como herdeiros sucessores da organização, fortaleçam-se, pondo “o estudo em primeiro lugar” e “a saúde em primeiro lugar”, e desenvolvam-se de forma magnífica. Com espírito corajoso, dedicando-se à prática da fé, quero que trilhem absolutamente pelo grandioso caminho do não abandono da fé por toda a vida. Hoje, diante de vocês, tão preciosos, o caminho está aberto, infinitamente. Um futuro de esperanças e de glórias os aguarda. A época em que, finalmente, vocês surgirão bailando para conduzir a humanidade rumo à paz e à felicidade, chegará daqui para a frente. * * * Neste verão, quero que registrem a lembrança, mesmo que seja somente uma, de que “Eu me esforcei”, “Eu rompi os limites”, ou “Tornei-me alguém capaz”. Cada uma dessas recordações se transformará na força e na convicção para escalar a montanha de glórias e de vitórias do século 21. * * * O importante é acreditar plenamente em si mesmo. Deve-se tornar alguém com força e sabedoria. Deve-se valorizar a si próprio. Deve-se perseverar nas ações com base na crença, uma vez definida, sem arrependimentos. Esse é o verdadeiro caminho de mestre e discípulo. Vamos, agora, trilhar com alegria até o fim pelo grande caminho da coragem e da esperança! Vamos empunhar a espada preciosa da Lei Mística, de respeito ao homem e pela dignidade da vida! Pelo bem da paz e segurança do planeta! Para criar o amanhecer da humanidade! * * * A vocês, que crescem rumo ao grande céu do novo século! Pelo bem do futuro, devem polir e aprimorar a si mesmos, trabalhar e estudar, assumindo as árduas tarefas com alegria e coragem. O suor dourado da juventude se tornará, sem falta, o tesouro da vida a adornar a si próprio para sempre. Eu consigo enxergar. Acima das árvores, crescendo com exuberantes folhas verdes, rumo ao amanhã, um glorioso arco-íris brilhando intensamente! No topo: Árvores verdejantes crescem em direção ao grande céu. Desenvolvem-se retas, como se competissem entre si. Foto tirada por Ikeda sensei no Monte Kirigamine, província de Nagano, em agosto de 1999. Naquele mesmo mês, o Mestre ofereceu uma mensagem aos membros da Divisão dos Estudantes: “Valorizem a si mesmos! Valorizem os seus pais! Valorizem as suas famílias! Valorizem os seus amigos! E, valorizem o seu dia a dia!”. Em 15 de julho de 2024, começou o período de avanço dinâmico da Divisão dos Estudantes [no Japão] (até 31 de agosto). Além disso, em julho e agosto, será realizada a Reunião de Palestra dos Estudantes em todo o Japão. Junto com os amigos sucessores, façamos deste verão [japonês], a estação do desenvolvimento em que brilha o espírito de desafio! Foto: Seikyo Press. Fontes: Este texto tem como base as palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, dos seguintes trechos de Mirai-no Kibo “Seigi-no Sosha” ni Okuru: Kyodai-sho — Gakkai no Dendo “Nan-o Norikoeru Shinjin” [Dedico à Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça — Nossa Esperança no Futuro: Carta para os Irmãos — “Prática da Fé para Vencer as Adversidades”, a tradição da Gakkai]; Zuihitsu Ningen Shori no Kodo: Kibo-no Kodo-o Tomodomo-ni [Ensaio — Caminho Resplandecente do Triunfo Humano: Juntos, o Caminho Resplandecente da Esperança]; Mirai-no Kibo Seigi-no Sosha ni Okuru: Abutsubo-gosho — Jishin-no Kyochu-no Takara-ni Mezameyo [Dedico à Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça — Nossa Esperança no Futuro: A Torre de Tesouro — Despertem para o Tesouro do seu Interior]; romance Nova Revolução Humana, capítulo “Brado da Vitória”, volume 30-II.

08/08/2024

Encontro com o Mestre

Fale imponentemente sobre esperança e convicção

Trechos do discurso proferido pelo presidente Ikeda no gongyo comemorativo do 45º aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e na sessão de perguntas e respostas com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI em setembro de 2002. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em Tóquio, em 29 de junho de 2024 Os benefícios acumulados com a luta em prol do kosen-rufu são eternamente indestrutíveis pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Com relação aos benefícios, Nichiren Daishonin afirma: “Este [ideograma ku de kudoku (“benefício”)] se refere também a eliminar o mal, e o ideograma doku, a realizar o bem”.1 Assim, o ideograma ku de kudoku (“benefício”) possui o significado de eliminar o mal. Sem eliminar a impureza, ou o mal inerente à vida, não é possível conquistar a verdadeira felicidade. É por isso que se deve lutar contra a maldade. Atualmente, vocês estão liderando o grande movimento pela paz e pela justiça em todo o mundo. A partir desses árduos esforços, à luz do Gosho e dos sutras, com certeza, surgirão infindáveis benefícios. A suprema Lei para a solução dos problemas Os sentimentos humanos são realmente insondáveis. Eles são bastante inconstantes. Alegria, tristeza, raiva, sofrimento — a vida se transforma de momento a momento. A existência de cada pessoa também muda constantemente. Em meio a essas mudanças, como avançar na órbita certeira da felicidade? Essa é uma questão fundamental que a humanidade vem buscando resolver por milhares ou dezenas de milhares de anos. Foi Nichiren Daishonin quem mostrou a Lei fundamental para a solução desse problema essencial da vida. Em outras palavras, ele elucidou claramente o caminho para edificar a condição de felicidade absoluta no interior da vida das pessoas, rompendo todo tipo de carma, por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon. Nichiren Daishonin declara: “Agora, quando Nichiren e seus seguidores acreditam e aceitam [recitar] o Nam-myoho-renge-kyo [ao Gohonzon], eles obtêm a posse da grande joia preciosa [exposta no sutra]”.2 Essa “grande joia preciosa”, a Lei Mística, é o maior de todos os tesouros. Manifesto o mais sincero respeito a vocês, nobres mensageiros do Buda, possuidores dessa “grande joia preciosa”. 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada radiantemente no Auditório Memorial Toda de Tóquio, em Sugamo, observada pelos retratos dos três primeiros presidentes, com a participação de 260 representantes de sessenta países e territórios. Ultrapassando fronteiras e etnias, reverberou o apaixonado coração dos jovens em “decididamente, fazer do século 21 o século da paz”. Na ocasião, foi transmitido um vídeo com o discurso de Ikeda sensei, intitulado “Fale Imponentemente sobre Esperança e Convicção” (29 jun. 2024) O que é o supremo bem? Embora haja limitação de tempo, gostaria de reservar uma parte da reunião para uma sessão de perguntas e respostas com vocês, que vieram ao Japão de locais tão distantes. [“De que forma devemos interpretar o bem e o mal?” — pergunta um representante da DMJ, dos Estados Unidos.] Essa é uma questão extremamente difícil. Existem disputas e conflitos de interesse em variadas dimensões, seja em questões de ordem internacional, individual, familiar, seja em muitas outras. Em diversas situações, é difícil determinar qual lado pertence ao bem e qual lado representa o mal. Então, o que pode ser considerado o bem? E o que pode ser considerado o mal? O que é o bem e o mal? Essas questões sempre foram de extrema importância para a humanidade. A única coisa que se pode afirmar é que o Nam-myoho-renge-kyo é o bem maior entre todas as formas de bem. O Nam-myoho-renge-kyo é a grande Lei, eternamente imutável, que permeia o universo. Por ser uma Lei, não foi criada por ninguém e não há como mudá-la. É uma verdade. Na essência da vida, existem os “dez mundos”. Em nossa vida, há o estado de buda. Não é algo a ser criado, e sim uma condição que emerge da vida das pessoas. O Gohonzon existe para fazer emergir esse estado. Além disso, acreditar e abraçar a Lei Mística, e viver em prol do kosen-rufu, constituem o ato do mais elevado bem. Acima de tudo, gostaria de acrescentar que tirar a vida de alguém é um ato de absoluto mal. Aconteça o que acontecer, não se deve matar uma pessoa. Pelo contrário, as ações que visam salvar as pessoas e conduzir o mundo à paz são de justiça e um ato do bem. [“Gostaria de obter um direcionamento sobre como transmitir a grandiosidade do budismo para os jovens amigos da mesma geração.” — solicita uma integrante da DFJ, da Austrália.] Deve-se falar com confiança e relatar convictamente sua própria experiência da fé. Isso corresponde a plantar as sementes da felicidade e da esperança na vida da pessoa. Certamente, algum dia, essas sementes germinarão, estenderão suas raízes e farão desabrochar flores. Até lá, deve-se aguardar a época, continuando a orar. Retrato de Ikeda sensei recentemente instalado ao lado das fotos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, no Auditório Memorial Toda de Tóquio, onde foi realizada a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai no dia 29 de junho deste ano Uma vida de vitórias O século 21 não será apenas de fatos animadores. Haverá países e sociedades que se defrontarão com diversos tipos de dificuldades, provações e confusões. No entanto, espero que nós, que abraçamos a Lei Mística, possamos nos fortalecer para viver de forma animada e prazerosa, independentemente da época. E, com nossas forças, construamos um país e uma comunidade local em que as pessoas possam viver felizes. É para isso que promovemos o movimento de propagação do budismo. Não há nada mais valioso nem outro caminho melhor que viver pelo kosen-rufu. De toda forma, a vocês, que vieram de tão longe, manifesto verdadeiramente profunda gratidão. Oro com devoção para que todos, sem exceção, construam uma existência magnífica e uma família maravilhosa. É uma vida extremamente importante. Adornem sua vida memorável, de máximo valor, com muitas vitórias! Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 15 jul. 2024. Leia os discursos na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.690, 1o mar. 2003, p. A3 e A4. Saiba mais Veja matéria sobre a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, clicando aqui. No topo: “Vamos viver juntos até o fim! Pelo bem e felicidade da humanidade!” Louvando os companheiros do exterior que se reuniram no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, Ikeda sensei incentiva cada pessoa no Centro Cultural Soka (da época), em Shinanomachi, Tóquio (set. 2002) Fotos: Seikyo Press Notas:1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 148.2. Cf. Ibidem, p. 55.

08/08/2024

Editorial

O vigor da juventude

No dia 13 de julho de 1958, foi realizada a 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Kansai. Era um domingo de céu claro. Compareceram 7 mil integrantes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) no horário do almoço e, à tarde, 8 mil integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Ao observar o aspecto de todos, Ikeda sensei registrou: Foi uma atividade magnífica! Excelente! Kansai empreendeu extraordinários esforços! [...] Quero viver de forma ativa, com o vigor da juventude.1 Essa foi a primeira celebração pela passagem do mês das Divisões Feminina e Masculina de Jovens pós-falecimento de Josei Toda. Daisaku Ikeda era um jovem de 30 anos. Sem jamais perder esse vigor da juventude, Ikeda sensei edificou um magnífico legado. Essa herança do Mestre inclui a diretriz para que o Centro Cultural Campestre (CCCamp), em Itapevi, SP, seja um centro de aprimoramento de “valores humanos” e a denomina­ção de Monarca do Mundo com base no poema escrito após a sua visita ao Brasil e estada no CCCamp. Esta edição traz o Especial com trechos do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, no qual pulsa eternamen­te o coração do Mestre. Leia mais, clique aqui. O Encontro com o Mestre compila incentivos de Ikeda sensei sobre missão, temática para o mês de agosto que guiará a jornada da vitória de 2024. Antecedendo esse tema, a BSGI recebeu os amigos do México e de El Salvador para um animado e significativo intercâmbio. Numa mística sintonia, esse evento aconteceu no momento em que jovens do mundo se reuniam no Japão para um curso de aprimoramento. Assim, os jovens da América Latina iniciaram um novo fluxo de treinamento e intercâmbio, ratificando a diretriz do CCCamp e da denominação “Monarca”. Confira cobertura . Desejamos que o conteúdo deste jornal o inspire a “viver de forma ativa, com o vigor da juventude”. Ótima leitura! Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 480-481.

11/07/2024

Notícias

Sentimento sincero

Valença é um município do estado do Rio de Janeiro e, segundo a prefeitura local, o nome foi dado em homenagem ao vice-rei de Portugal Dom Fernando José, descendente dos nobres da cidade espanhola de Valencia. Isso foi nos idos do início da história do Brasil, e os vários sobrados históricos e os detalhes arquitetônicos das muitas fazendas do ciclo do café reverenciam esse passado de nobreza, ao lado da riqueza das manifestações culturais e artísticas. Estruturado nessa cidade está o Distrito Valença, que faz parte da RM Rio Sul, com os bastidores focalizados nesta edição. Um deles é a alegria que repousa no coração de seus integrantes com uma importante homenagem concedida a Ikeda sensei pelo município. Vale destacar que Valença se desenvolveu, sendo hoje referência na indústria, no comércio e na educa­ção. Há sete faculdades que, junto com outras instituições culturais, transformam a cidade em um grande campus universitário, atraindo estudantes de diversas regiões do país. É de lá que o Centro de Ensino Superior de Valença (Cesva), com o objetivo de contribuir para a formação humanística dos alunos da instituição, estabeleceu o Núcleo de Pesquisa Daisaku Ikeda pela Paz, em 2018. “É uma grande honra essa homenagem feita ao nosso eterno mestre cujos ensinamentos estarão sempre vivos na mente de todos”, enfatiza o responsável pelo Distrito Valença, Luiz Enrique Marchioro, relembrando também outras homenagens oferecidas pelo município a Ikeda sensei. Treinamento constante O sentimento de gratidão em fazer oferecimentos ganha força nos últimos anos no Distrito Valença, formado pela Comunidade Marques e por outra de nome idêntico ao do distrito. As atividades são realizadas, em sua maioria, na sede particular mantida por Luiz Enrique Marchioro, responsável pelo distrito, e por Ricardo Paiva, atual responsável pela RM Rio Sul. “Inauguramos em 2015, em homenagem à grande veterana Sra. Rieko Yamashita, esclarece Luiz, orgulhoso de pertencer ao grupo Ohjokai (plantão nas sedes), oportunidade que abraçou na Divisão Sênior com o aprendizado que teve como jovem no Gajokai (proteção às sedes). Luiz é o atual coordenador do Ohjokai da Coordenadoria Baixada Sul Fluminense (CBSF), radiante com a oportunidade desse aprimoramento que usufrui e compartilha com os novatos. Vitoriosos na Seniors League A recente vitória dos integrantes do Distrito Valença no fechamento da competição humanística da Seniors League remete à fortaleza conquistada nessa organização de base. Conforme Luiz Enrique nos conta, tão logo esse movimento foi lançado na Coordenadoria Baixada Sul Fluminense, ouviram do coordenador Sidney Oliveira um direcionamento para buscar a melhor forma de unir a todos, começando pela Divisão Sênior. E assim foi feito. O próximo passo seria explicar como a contribuição voluntária (Kofu), oportunizada aos membros da Soka Gakkai, feita com sincero sentimento fortalece o coração. “Nos Gosho, aprendemos que todos os discípulos de Nichiren Daishonin faziam oferecimentos ao Buda, tais como alimentos, moedas e vestimentas. Tudo para proteger o Buda dos Últimos Dias da Lei. Hoje, também temos a oportunidade de manifestar essa conduta e fazer parte dos cuidados e da expansão dessa organização que nos incentiva e nos ensina o caminho da verdadeira felicidade e para conquistar vitórias”, pondera Luiz Enrique. Para estruturar o objetivo lançado, realizavam no distrito encontros semanais de recitação de daimoku e de estudo, envolvendo a leitura do Gosho (escritos de Nichiren Daishonin), do romance Nova Revolução Humana e do livro Pilares de Ouro, ambos de autoria do presidente Ikeda, além da união e muito diálogo. Também foi promovido um mutirão de visitas, mensalmente, conforme frisa a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Marly Aredes. “Eu sempre atuo de braços dados com os demais líderes do distrito, aproximando-nos da realidade dos membros e os incentivando a não perder para as dificuldades e juntos avançarmos para transformar todas as condições”, ressalta a líder. “E, dessa maneira, vencemos nas três etapas da Seniors League, que foi um estímulo à união de todos, pois, com o apoio da Divisão Feminina e da Divisão dos Jovens, fechamos vitoriosos esse grande objetivo”, afirma Luiz Enrique, feliz com essa conquista alcançada em todos os distritos da coordenadoria. Ele ressalta o grande avanço do engajamento dos jovens nas atividades do distrito. Para a convenção de maio último, em São Paulo, participaram seis jovens representantes do Distrito Valença. Comprovação e novo avanço Por seu empenho para realizar o Kofu e sua luta nas comunidades, Luiz Enrique relata suas recentes conquistas. Conseguiu reformar a sede particular Rieko e fundou o tão sonhado motoclube, entre outros desejos que vem concretizando. “Kofu é luta, é comprovação. Todo início de mês, já separo um valor. Para não ser surpreendido e não falhar na contribuição, faço uma cota para garantir a vitória do meu distrito. E, na sequên­cia, faço outras cotas do meu objetivo pessoal mais tranquilamente.” “Em todas as etapas do Kofu, fazemos a atividade de fechamento com estudo, relatos e um café da manhã oferecido por nossas rainhas. Como não brindar a vitória?”, indaga o entusiasmado responsável pelo Distrito Valença. Ele traz na mente a frase do escrito Abertura dos Olhos, que diz: “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda”.1 Luiz Enrique declara: “Como pilar de ouro que todos possam confiar, preciso mostrar a minha gratidão ao meu mestre com vitórias em minha vida e crescimento da minha organização”. Ele determina em nome de todos: “Com essa vitória no coração, vamos avançar mais um passo e garantir o kosen-rufu do Rio de Janeiro em nome de Ikeda sensei. Podem contar com o Distrito Valença!” Leia mais Matéria sobre o Núcleo de Pesquisa Daisaku Ikeda pela Paz e a Cátedra Daisaku Ikeda de Direitos Humanos do Centro de Ensino Superior de Valença no BS+ e no site: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2442/artigo/centro-de-ensino-em-valenca-rj-institui-nucleo-de-pesquisa-e-catedra/36934 Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai­shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. No topo: Aspecto dos integrantes do Distrito Valença na atividade realizada em uma sede particular utilizada por essa organização de base da BSGI Foto: Colaboração local

11/07/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

Fortes são as pessoas que têm consciência de sua missão, e belas são as que vivem por uma missão. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 56.

11/07/2024

Curtas

O brilho do humanismo na África Ocidental

A convenção comemorativa dos quarenta anos do kosen-rufu de Togo, país localizado na África Ocidental, foi realizada no Centro da Paz de Togo, situado nas adjacências da capital, Lomé, no dia 19 de maio de 2024. No evento, participaram também membros da Divisão dos Jovens do país vizinho, Gana. O ponto primordial do kosen-rufu de Togo remonta à primeira reunião de palestra, promovida em 1º de abril de 1984. Havia vinte pessoas, entre as quais, Ida Gbodossou, atual presidente do Conselho de Orientação de Togo e vice-presidente da SGI-Togo. Em 2016, foi inaugurado o Centro da Paz de Togo num local próximo ao Palácio Presidencial. Para a ocasião, Ikeda sensei enviou uma mensagem, na qual consta: “Contribuindo em prol do desenvolvimento da amada sociedade de Togo e pelo bem das pessoas, como bons munícipes e bons cidadãos, avancem fortalecendo ainda mais a rede solidária da paz, cultura e educação”. Em 2024, completam-se também os quarenta anos de inauguração da sede de Gana, a primeira na África, construída pelos membros com as próprias mãos. Com esse significado, a Divisão dos Jovens de Gana realizou um curso de aprimoramento no Centro da Paz de Togo no dia 18 de maio de 2024. Reuniram-se cerca de quarenta pessoas. Benin avança com decisão renovada Em Cotonou, maior cidade de Benin, outro encontro foi realizado no dia 20 de maio de 2024. O responsável pelo distrito proferiu as palavras de cumprimento e o coordenador da Divisão dos Jovens expressou sua decisão. De Togo, participaram a vice-presidente da SGI-Togo, Ida Gbodossou, e outros líderes. Nos dois países, os companheiros, que vêm se desenvolvendo e se incentivando harmoniosamente como se fossem irmãos, deram uma renovada partida com os jovens na linha de frente. Aspecto radiante dos membros durante a convenção (19 maio 2024) Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 13 de junho de 2024. Leia mais Matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562639 Assista Vídeo da Convenção de Togo no Instagram oficial da Soka Gakkai. Acesse: https://www.instagram.com/reel/C8BxbxMvetj/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D Fotos: Seikyo Press

04/07/2024

Editorial

Vamos sonhar

Para Freud, a consciência e a razão se originam de uma região muito mais vasta e desconhecida que a elas serve de fundamento. Os sonhos seriam momentos privilegiados para se observar as potências inconscientes sacudindo a consciência.1 Dez dias antes de falecer, Josei Toda compartilhou com seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda: “Sonhei que fui ao México”; “Shin’ichi, viva! Viva bastante! E vá para o mundo!”.2 Assim, Ikeda sensei concretizou o sonho de Josei Toda. De fato, ele materializou a potência da paz mundial idealizada por seu mestre e desenvolveu uma correnteza de pessoas que abraçam o mesmo sonho. Brasil Seikyo traz na capa o aspecto dos jovens representantes brasileiros que foram ao Japão para um curso de aprimoramento e dos amigos do México e de El Salvador em intercâmbio no Brasil. A edição que abre o segundo semestre contém Especial sobre a fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ). No Encontro com o Mestre, fotos do presidente Ikeda em Hikawa, Japão, local de profunda ligação de mestre e discípulo. Num dos trechos, Ikeda sensei afirma: Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante.3 A Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em maio, motivou toda uma geração de jovens. Além disso, os resultados expressivos podem ser acompanhados nas matérias sobre o evento Youth Meeting com participação de representantes do Instituto Soka Amazônia e dos jovens Soka da localidade. Há ainda o movimento dos jovens do Distrito Costa Verde e Mar, em Santa Catarina. Superando os estudos da psicanálise sobre os sonhos, esperamos que as próximas páginas nutram a semente do grande potencial inerente a você, leitor, e o façam sonhar e criar o ímpeto de avanço tal como Ikeda sensei diz: É natural que exista uma lacuna entre o sonho e a realidade. Sonhos que são facilmente conquistados não têm graça. Para conquistar um sonho, devem estabelecer uma forte determinação decidindo: “Vou realizar isso sem falta!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. Disponível em: Freud | ARETHUSA (usp.br) https://arethusa.fflch.usp.br/node/94. Acesso em: 28 jun. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 301, 2022. Shin’ichi Yamamoto, personagem do presidente Ikeda nesse romance. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.662, 6 jul. 2024, p. 3. 4. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 63.

04/07/2024

Curtas

Avanço incessante na Sub. Amazônia Oriental

A Sub. Amazônia Oriental estabeleceu um novo marco de desenvolvimento do kosen-rufu da região com diversas atividades promovidas no início do mês de junho, com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e do coordenador-geral da CRE Oeste, Marcos Fonseca. A subcoordenadoria compõe-se de cerca de 4 mil membros nos estados do Pará e do Amapá. Numa semana intensa, entre os eventos realizados, houve a inauguração da exposição Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade em Belém, PA (veja na p. 12 desta edição); os encontros comemorativos dos 73 anos de fundação da Divisão Feminina; e uma grande reunião de partida da Sub. realizada no Centro Cultural de Belém no dia 9 e impulsionada pela vitoriosa participação de 134 jovens na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo no dia 26 de maio. Na ocasião, o presidente Shiratori ressaltou o papel e a missão de todos na criação de “valores humanos” que atuarão ativamente contribuindo para a solução de desafios cruciais da sociedade, como a questão climática. Foto: Colaboração local

20/06/2024

Encontro com o Mestre

Aos amigos que se desafiam no estudo do Gosho

O Gosho é a valiosa coletânea da sabedoria a abrir o futuro da humanidade. As questões enfrentadas pelo mundo, tais como as guerras e a violência, as discriminações e a destruição do ambiente, são, quando analisadas a fundo, problemas que voltam ao próprio ser humano e à vida. O Budismo de Nichiren Daishonin focaliza a base fundamental desses problemas, e ilumina a sabedoria para criar a verdadeira civilização da paz e da coexistência. Pode ser um pouco de cada vez. E não faz mal que no início não se entenda muito bem. Mas, deve-se desafiar na leitura do Gosho. Deve-se gravar cada passagem na vida. O acúmulo dessas ações cria o “pilar filosófico” em seu coração. Quem possui o “pilar” no coração é inabalável, mesmo em meio às mudanças turbulentas. O estudo do budismo é sempre para a pessoa se tornar feliz. É o exercício budista para tornar as outras pessoas felizes também. Estudar o Gosho é relacionar-se com o espírito de Daishonin. É receber respeitosamente as orientações do Buda sobre o kosen-rufu, como também obter o máximo encorajamento. Quando se age exatamente de acordo com o Gosho, isso significa, de fato, ter estudado o budismo. Em outras palavras, sem colocar o estudo do budismo em ação, não há estudo aprofundado do budismo. Além disso, é nessa ação que surge a coragem infindável e se manifesta a suprema capacidade. Nada é tão sublime quanto dedicar uma existência ao kosen-rufu. Quando se avança pelo kosen-rufu junto com a Gakkai, pode-se edificar uma extraordinária condição de vida, tal como o Monte Fuji, ou grande soberano. Uma felicidade inabalável e uma vitória inabalável são prometidas. Existência após existência, por toda a eternidade, pode-se brilhar como grande afortunado da vida. No topo: Do interior da aeronave, Ikeda sensei tirou esta foto. Olhando pela janela, o Monte Fuji coberto de neve branca brilhava. Em maio de 1997, ele viajava do aeroporto de Narita rumo a Xangai, na China. Por mais forte que seja a ventania, quando se persevera no caminho definido por si mesmo com a compostura do Monte Fuji, a vida é bela. No seu íntimo, resplandece uma sólida filosofia. Em junho de 2024, acontece o Exame de Admissão para o Departamento de Estudo do Budismo [no Japão]. Tanto os candidatos como os companheiros que os apoiam são todos extraordinários doutores da felicidade. Estudando a suprema filosofia de vida de Nichiren Daishonin, construam um inabalável alicerce da felicidade. Publicado no Seikyo Shimbun de 9 de junho de 2024. Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, de trechos de Gosho to Seinen [Gosho e os Jovens], Shido Senshu — [chu]: Ningen Kakumei no Jissen [Seleção de Orientações, parte 2 — A Prática da Revolução Humana] e Obras Completas de Daisaku Ikeda, v. 99.

20/06/2024

Encontro com o Mestre

Nobre mulher de altivo orgulho, tenha mais um dia feliz!

Uma mulher de coração forte é como o sol. Se houver uma única mulher que brilhe, quão iluminado ficará todo o seu redor! Quanta luz de vívida alegria e de compaixão se espalhará! A missão da mulher de iluminar o futuro do kosen-rufu é demasiadamente grandiosa. * * * Pode-se dizer que a capacidade de responder maravilhosamente às emoções e aos sentimentos ocultos no fundo do coração é um talento natural dado às mulheres. A sensibilidade intuitiva a determinada situação é algo muito distante dos homens. Acredito que, no ato de captar rapidamente o movimento existente no fundo da vida, ainda não percebido pelo intelecto, e abraçá-lo com amor carinhoso, se pode descobrir a expressão da verdadeira criação que só as mulheres conseguem realizar. * * * A partir do diálogo com os amigos e vizinhos próximos, começa a gigantesca mudança. A partir de um passo após outro de corajosa caminhada, na localidade e na sociedade, junto com a geração futura, nasce a história indestrutível. Até que ponto se consegue expandir a rede sólida de justiça das mulheres? Aqui se encontra a luz da esperança do século 21. * * * Nós estamos, hoje, construindo o novo mundo, sonhado pela humanidade. “O século de felicidade das mulheres!” “O século de vitória das mães!” Para tanto, mulheres Soka de altivo orgulho! Grandiosas mães do kosen-rufu! Por favor, vençam a cada dia, não importando o que aconteça, com alegria, inteligência e coragem! Mais um dia feliz, hoje também! Publicado no Seikyo Shimbun de 19 de maio de 2024. No topo: Iluminadas pela luz solar do início de verão, azaleias brancas e lilases avermelhadas reluzem com cores vívidas. Imagem registrada em câmera fotográfica por Ikeda sensei em maio de 2000, na cidade de Hachioji, Tóquio. As azaleias, pela sua beleza, fascinam muitas pessoas desde a antiguidade. Na mais antiga coletânea de poemas existentes até hoje no Japão, o Man’yo-shu, observam-se expressões como “flor benevolente que segue a capital”, “guerreiro com instrumento avermelhado” e “oficial com instrumento branco” para se referir à azaleia. No mês de maio deste ano [2024] foi realizada, em cada localidade do Japão, a Convenção da Divisão das Mulheres, por meio da qual desabrocham as flores de sorriso por toda parte. Vamos expandir o círculo da amizade e da felicidade, com elevada voz da coragem e sólidos laços de “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”! Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, de trechos do discurso na Conferência da Divisão das Mulheres, publicado no Seikyo Shimbun do dia 9 de março de 2008; Kokoro-ni Hibiku Kotoba — Shin Fujin-sho [Palavras que Ecoam no Coração — nova edição de Anotações para a Divisão Feminina]; Shin Josei-sho [Ensaio sobre as mulheres]; e Obras Completas de Daisaku Ikeda, v. 137.

06/06/2024

Editorial

O brilho do diamante

Um novo sol surge no horizonte. O brilho do diamante do nosso coração irradia alegria, por estarmos uma vez mais reunidos! Com sucessivas vitórias, realizaremos todos os nossos sonhos, e os seus também!1 O trecho do juramento acima é um dos destaques desta edição do Brasil Seikyo. O jornal traz as expectativas da nova fase da BSGI como resultado do movimento dos 100 mil jovens humanistas. Você confere também os bastidores, o intercâmbio dos jovens da América Latina, os relatos de comprovação e outros que culminaram com a grande explosão de alegria no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP. No ato de suceder ao espírito do mestre e de realizar infalivelmente seus ideais se encontra a tarefa maior do discípulo. E é a partir disso que se processa a eterna transmissão do budismo.2 Essas palavras de Ikeda sensei estão representadas pela Ação Solidária Soka que finalizou com êxito sua primeira fase e, a partir de junho, inicia a segunda etapa. A ação evidenciou o incrível potencial da BSGI e despertou grande admiração em todos os participantes. Veja mais na página 11. A Convenção da Juventude Soka Esperança do Mundo desencadeou uma grande onda envolvendo todas as divisões da BSGI. No mês de junho, acompanharemos os encontros comemorativos da Divisão Feminina, que tem como diretriz a “oração em primeiro lugar”: “As pessoas que oram com seriedade e sinceridade, com uma fé pura e sincera no Gohonzon, triunfam em tudo. Todas as suas orações se concretizam”.3 Esperamos que as próximas páginas lapidem o diamante do seu coração e o conduza a mais e mais ações valorosas pela sociedade. Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.660, 8 jun. 2024, p. 9. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 165, 2019. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.660, 8 jun. 2024, p. 7.

06/06/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

A chave para qualquer mudança encontra-se em nossa transformação interior, na mudança de nosso coração e mente. Isso se chama revolução humana. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 77.

06/06/2024

Encontro com o Mestre

Triunfam as pessoas que oram com sinceridade

Porto da paz e da justiça A cidade portuária de Yokohama, na província de Kanagawa, é uma localidade que o presidente Ikeda visitou diversas vezes, gravando momentos que ficaram registrados na história do movimento pelo kosen-rufu. Vista do Porto de Yokohama em foto tirada por Ikeda sensei do Centro Cultural de Kanagawa (set. 2017)Em 25 de outubro de 1949, devido à crise financeira, a revista juvenil Shonen Nippon [Meninos do Japão] teve a publicação encerrada. Editada pela empresa de Josei Toda, ela tinha o jovem Daisaku Ikeda como editor-chefe. Enquanto os funcionários ficaram desanimados, Ikeda sensei apoiou fortemente seu mestre, protegendo e encorajando os membros da Soka Gakkai. Dois dias após o anúncio do encerramento da revista, o jovem Ikeda participou de uma reunião com cerca de cinquenta companheiros da organização em Yokohama. Uma forte chuva caía no momento em que o Mestre bradou: “A Gakkai está forte. Toda sensei está forte. Eu também preciso ser forte”. Trinta anos depois, Ikeda sensei enfrentava uma tempestade de ataques maldosos do clero da Nichiren Shoshu, culminando com sua renúncia da presidência da Soka Gakkai em 24 de abril de 1979. Após a reunião comemorativa do Dia 3 de Maio, data em que a renúncia foi comunicada aos membros, ele se dirigiu ao Centro Cultural de Kanagawa, que oferecia vista para o Porto de Yokohama. Lá estava atracado o navio Hikawa Maru cujo processo de restauração havia sido concluído em 1930, ano de fundação da Soka Gakkai. Naquele dia, o Mestre inscreveu os ideo­gra­­mas Kyosen [“Luta Conjunta”], registrando em sua lateral: “Na noite de 3 de maio de 1979. Com a decisão de seguir por toda a minha vida em prol do kosen-rufu com coração inabalável. Acreditando ter verdadeiros companheiros, uno minhas mãos em reverência”. Na tarde do dia 5, atendendo ao convite dos membros locais, Ikeda sensei realizou um passeio de barco ao redor do porto. A em­barca­ção, denominada “Século 21”, pertencia a um integrante da Soka Gakkai. Ao pensar que aquele mar estava ligado ao Oceano Pacífico, o Mestre visualizou o grande oceano do kosen-rufu mundial do século 21. Naquele dia também, ele correu o pincel sobre o papel para inscrever: Seigi [“Justiça”]. No lado inferior direito, registrou: “Sozinho empunho a bandeira da justiça” e jurou: Agora, enfim é o verdadeiro momento decisivo! Não importando em que posição eu seja colocado, lutarei resoluto, mesmo que fique absolutamente sozinho. Com o coração de unicidade de mestre e discípulo, comprovarei sem falta a vitória. Justiça significa trilhar o grande caminho do kosen-rufu até o fim!1 Após a convenção (...) que marcou formalmente a minha renúncia, não retornei à sede da Soka Gakkai em Shinanomachi, mas me dirigi a Kanagawa. Do Centro Cultural de Kanagawa (em Yokohama), olhei para o límpido mar azul que parecia se estender infinitamente. O mar leva a todos os cantos do mundo. Decidi estender a mão ao mundo também. Não precisava me limitar à pequenina nação chamada Japão. Como verdadeiro discípulo de Toda sensei, compar­tilhando de suas convicções e perspectivas, propagaria as ondas do kosen-rufu em todo o mundo. Essa foi minha forte determinação. E, atualmente, a rede de paz e humanismo da Soka Gakkai Interna­cional (SGI) abrange 192 países e territórios. Líderes e pensadores conhecidos mundialmente expressaram sua ilimitada esperança e seu elogio ao movimento popular da SGI. A vitória da SGI foi minha oração e minha vitória. Obrigado! Não tenho palavras para dizer-lhes como me sinto feliz. (...) O daimoku é a base da nossa prática budista. O supremo caminho que leva à felicidade nada mais é que recitar Nam-myoho-renge-kyo. [Nichiren] Daishonin também escreveu: O que chamamos de fé não é nada fora do comum. Fé significa depositar nossa crença no Sutra do Lótus, em Shakyamuni, em Muitos Tesouros, nos budas e bodisatvas das dez direções, nas divindades celestiais e nas divindades benevolentes, e recitar Nam-myoho-renge-kyo do mesmo modo que uma mulher ama seu marido, que um homem sacrifica a vida por sua esposa, que os pais se recusam a abandonar seus filhos ou uma criança se nega a deixar sua mãe.2 Em outras palavras, devemos olhar para o Gohonzon e orar com amor e devoção que sentimos pela pessoa mais querida e importante em nossa vida — para alguns, podem ser os filhos; para os outros, a pessoa amada. [risos] Não tem nada de complicado nisso. (...) As pessoas que oram com seriedade e sinceridade, com uma fé pura e sincera no Gohonzon, triunfam em tudo. Todas as suas orações se concretizam. Quero que vocês da Divisão dos Jovens conheçam verdadeiramente o supremo mundo do espírito que é a fé. Nunca se permitam ser influenciados pelas tendências passageiras e superficiais da época, nem ser enganados, manipulados e tampouco se tornar infelizes. O escritor russo Liev Tolstói (1828–1910) escreveu estas palavras para sua querida filha Alexandra: “A autoperfeição é de longe o objetivo mais importante de sua vida. Uma vida assim nunca se torna monótona, mas cheia de alegria”.3 A prática budista e as atividades da Soka Gakkai são o supremo caminho para polirmos e desenvolvermos nossa vida, e são com certeza a estrada certa para a felicidade. (...) Do ponto de vista da eterna perspectiva do budismo, não há nenhuma necessidade de permitirmos ser perturbados pelos acontecimentos passageiros de menor importância. As pessoas que praticam sinceramente o Budismo de Daishonin vencerão no final. A vitória da Soka Gakkai está garanti­da. Portanto, vamos continuar a avançar com orgulho e convicção! Durante uma reunião de líderes da província de Kanagawa, o Mestre enfatiza: “Uma pessoa certamente vencerá a partir do momento em que manifestar uma forte fé” (12 jun. 1988)No topo: Percorrendo o local sob forte chuva, sensei encoraja os participantes do Festival Musical da Juventude de Kanagawa pela Paz (Estádio de Yokohama, Kanagawa, 9 set. 1984) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.927, 16 fev. 2008, p. A4. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Grande Montanha. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 107, 2022. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 304, 2017. 3. TOLSTÓI, Liev N. Polnoe Sobranie Sochinenii [Obras Completas]. Moscou: Gosudarstvennoe Izdateljstvo Khudodzestvennoi Literaturyi, v. 76, p. 86, 1956. Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 3 de abril de 2024. Fotos: Seikyo Press

06/06/2024

Incentivo do líder

Futuro glorioso

Quanta alegria comemorarmos os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei em nosso país! Ultrapassando o cenário de 1984, hoje, bradamos que a BSGI é campeã, pois cada membro comprova, diariamente, a força capaz de dissipar a escuridão e de cumprir seu juramento com coragem e alegria. Sobre o festival de 1984, o presidente Ikeda expressou: Em fevereiro de 1984, por ocasião de minha visita ao Brasil depois de um longo intervalo de dezoito anos, dirigi-me repentinamente até o local do ensaio geral do Grande Festival Cultural-Esportivo da SGI, onde fui recebido com entusiasmo e intensa ovação de meus companheiros. Nesse ginásio de esportes da cidade de São Paulo, contornei a quadra que serviu de palco central e bradamos juntos pela vitória nessa ocasião tão esperada. Esse momento de integração jamais se apagará do meu coração.1 Em 1984, foi estabelecido por Ikeda sensei o ponto primordial do kosen-rufu do Brasil, que é o espírito da luta conjunta de mestre e discípulo e, daí em diante, comprovamos a veracidade do Budismo Nichiren, avançando passo a passo e expandindo os ideais Soka para toda a sociedade. Vindo para 2024, o grande espetáculo que os jovens apresentaram é a certeza desse glorioso caminho de mestre e discípulo. Na mensagem que recebemos para a convenção, Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, cita Ikeda sensei sobre recitar daimoku e a “união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’”. “O pulsar profundo do espírito de luta conjunta de mestre e discípulo é a causa da vitória do Brasil”2 Com base nisso, ao longo dos quarenta anos, seus pais e seus avós vieram dedicando a vida ao movimento pelo kosen-rufu na luta conjunta de mestre e discípu­lo. Quantas batalhas e comprovações vivenciamos e vencemos, pois a base de sustentação foram a união harmoniosa e a relação de mestre e discípulo, sempre seguindo as orientações de Ikeda sensei. Quero compartilhar outro incentivo do presidente Ikeda e que possa servir de parâmetro para nossas ações no próximo semestre e para consolidarmos 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Na longa jornada do kosen-rufu, um modo de vida consagrado à luta conjunta de mestre e discípulo está em total consonância com o juramento seigan de bodisatva. Quando nos dedicamos ao caminho de mestre e discípulo e ao nosso juramento seigan como bodisatvas da terra, conseguimos evidenciar dentro de nós a poderosa condição de vida do estado de buda. Nossa vida será repleta de sabedoria, coragem e compaixão, que fluirão ilimitadamente desse manancial interior. Hoje, jovens leões Soka estão seguindo com solidez o supremo caminho de bodisatva do Budismo Nichiren. Neste momento em que a humanidade enfrenta terríveis desafios, mais e mais pessoas buscam a filosofia de respeito à vida do Budismo Nichiren e o calor do humanismo Soka. Nosso trabalho como bodisatvas da terra apenas começou. É hora de reunirmos coragem e expandirmos diálogos repletos de esperança. Sigamos avante, junto com os jovens e com o espírito cada vez mais jovem, nossos esforços radiantes para levar paz e segurança para todos!3 Hoje, vamos todos nós, juntos com a Juventude Soka, ajustar nosso coração com Ikeda sensei e assinalar a partida rumo ao futuro glorioso. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 404, abr. 2002, p. 12. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.659, 31 maio. 2024, p. 14. 3. Terceira Civilização, ed. 665, jan. 2024, p. 63.

06/06/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

Vamos avançar ao longo do caminho do kosen-rufu — com os jovens e pelos jovens — enquanto entoamos uma canção de paz, felicidade, vitória e coragem. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER; Wayne. Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 252.

29/05/2024

Encontro com o Mestre

O eterno ponto primordial da esperança — o “Dia dos Sucessores da Soka Gakkai”

Eu adoro vocês, da Divisão dos Estudantes. Vocês possuem esperança, sonhos e potencial infindáveis. A idade de vocês é um período importante para a partida real de sua vida. Talvez haja momentos em que, na prática, enfrentem adversidades ou destino rigorosos. Porém, não existe dificuldade que seja intransponível. Isso porque todos vocês abrigam originalmente uma forte energia vital capaz de superar quaisquer situações adversas. O Budismo de Nichiren Daishonin é o ensinamento que indica a direção para se tornar feliz infalivelmente, sem ser derrotado pelos sofrimentos que a vida impõe, despertando essa energia fundamental em todas as pessoas, sem exceção, e fazendo emergir a coragem e a sabedoria. Quem ensinou esse grandioso budismo para as pessoas, não só do Japão, mas do mundo inteiro, promovendo o avanço do kosen-rufu, foi a Soka Gakkai. * * * Se orar, e continuar se esforçando, com certeza, os desejos guardados no fundo do coração serão realizados. No final, a pessoa que recita daimoku conquista uma grandiosa vitória na juventude e consegue trilhar uma existência muito melhor do que aquela que imaginou. Por isso mesmo, não deve se deixar ser derrotado nem se desesperar diante de tristezas e sofrimentos momentâneos, mesmo que a situação pareça desfavorável. * * * Os protagonistas do futuro são vocês. Quem criará a próxima Soka Gakkai são, sem dúvida, todos os membros da Divisão dos Estudantes. Se o 3 de maio é o eterno dia do ponto primordial da Soka Gakkai, o 5 de maio, Dia dos Sucessores da Soka Gakkai, é o eterno dia da esperança. Oro e acredito na sua vitória! Na sua felicidade! Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de maio de 2024. No topo: Sob o refrescante céu azul, serpentinas de carpa coloridas tremulam tranquilamente com a brisa. Fotografado por Ikeda sensei na cidade de Akiruno, Tóquio, em abril de 1999. No dia 5 de maio, é celebrado o Dia das Crianças [no Japão]. Serpentinas de carpa são hasteadas desejando o crescimento saudável das crianças. Na China, existe uma lenda na qual uma carpa escala uma cachoeira chamada Portal do Dragão e se transforma em um grande dragão. Citando essa lenda, Ikeda sensei clamou aos membros da Divisão dos Estudantes: “O ser humano, também, só pode se tornar grandioso ao superar persistentemente rigorosas provações”. O dia 5 de maio também é o “Dia dos Sucessores da Soka Gakkai”. Enviemos brisas agradáveis de encorajamento aos jovens companheiros que sustentarão o futuro do kosen-rufu Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, de trechos de Mirai no Kibo, Seigi no Sosha ni Okuru [Dedico aos “Corredores da Justiça”, a Esperança do Futuro], Mirai Taiwa — Inori-wa Seishun Shori no Chikara [Diálogo da Juventude — A Oração é a Força para a Vitória na Juventude], e Mirai Taiwa — Kimi-yo Kagayake! Sekai o Terase [Diálogo da Juventude — Resplandeça Você! Ilumine o Mundo!].

29/05/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

Quem possui a sabedoria e a energia vital extraídas da prática budista direciona tudo para um rumo mais brilhante, positivo e encorajador. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: A Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 27.

09/05/2024

Notícias

Herdeiros do futuro

Palhoça é uma das cidades turísticas da região metropolitana da Grande Florianópolis, situada na parte norte do estado de Santa Catarina. As dez lindas praias que fazem parte do município, somadas à abundante diversidade de fauna e flora da Mata Atlântica que cobre 70% da cidade, atraem o interesse de turistas no mundo inteiro. A praia Guarda do Embaú, por exemplo, figura como a 9ª Reserva Mundial de Surfe (RMS) e a primeira praia do Brasil a receber esse selo. Em meio a esse exemplo de pioneirismo, encontramos ali uma organização de base da BSGI, o Distrito Palhoça. Formado pelas Comunidades Praias de Palhoça e outra de nome idêntico ao do município, unindo cinco blocos ao todo, os membros vêm irradiando o calor do sol do humanismo, com disposição e jovialidade nesse estado sulista. Com o direcionamento de promover atividades para fortalecer a base, os líderes do distrito desenvolvem estratégias para conseguir se adaptar à realidade de cada membro, em dedicada luta conjunta. Dessa forma, iniciaram um movimento para realizar as reuniões de palestra duas vezes ao mês, uma no formato presencial e outra on-line, em nível de bloco e de comunidade, alternando-se a cada mês. Onda de jovens valores Ao seguir nesse mesmo ritmo de avanço e objetivando lapidar o valor inestimável dos participantes da Divisão do Jovens, especialmente os recém-convertidos, surge o projeto “Criação de Valores”. A proposta é criar uma sólida força de jovens humanistas, fundamentada na união de “diferentes em corpo, unos em mente” (itai doshin), e desenvolver o potencial de cada um. Cenas do projeto “Criação de Valores”, estimulando a futura geração O vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de RM, Luan Kenzo Shimosato, que também assume a coordenação do Distrito Palhoça, esclarece que são realizados encontros em que os jovens estudam temas das orientações que constam no Guia Prático do Budismo — Questões Básicas sobre a Prática da Fé, de autoria do presidente Ikeda. De forma criativa e integrada, e todos contribuem significativamente para um grande diálogo. Com essa iniciativa, os grupos horizontais conquistaram novos membros que se desenvolveram e atuaram na inauguração da Sede Regional Continente, no último 16 de março, data importante para a Soka Gakkai. Além disso, com a força do projeto, “Os membros do distrito vizinho também começaram a participar e a expectativa é expandir a atividade em nível de RM, criando muito mais jovens valorosos”, ressalta Luan. União de forças Essa iniciativa dos encontros de estudo só foi possível pelo sincero desejo das demais divisões em proteger a juventude Soka, oferecendo apoio com incentivos, caronas, lanches e, principalmente, muito daimoku. No movimento dos cem jovens por distrito, o Palhoça foi o primeiro distrito da RM e segundo no estado de Santa Catarina a fechar. Karla Alessandra, responsável pela DF do Bloco Caminho Novo, enfatiza: “Como mãe de um jovem e de um estudante, quero deixar como herança os ensinamentos do meu mestre e lapidar os herdeiros da nossa localidade para que cresçam como grandes valores na vida, fazendo a diferença na sociedade levando o nome de Ikeda sensei”. Partindo desse sentimento de plantar as sementes do futuro, os integrantes do Bloco Caminho Novo também vêm se envolvendo em atividades inspiradoras. São promovidos encontros semanais nos quais recitam daimoku e realizam um estudo cujo material de referência são os volumes da Nova Revolução Humana, escrita pelo presidente Ikeda. Esse estudo, conforme reforçam as lideranças locais, encorajam e orientam sobre a postura correta do discípulo, inspirando-se nos relatos de vida do jovem Shini’chi Yamamoto. Outra ferramenta de apoio bastante utilizada na localidade é o Guia para a Vitória, suplemento do Brasil Seikyo, estudado nas reuniões de palestra e nas visitas, incentivando os participantes num caloroso diálogo. Assim como o município de Palhoça é referência em turismo e lazer da região catarinense, os membros da família Soka local avançam na determinação, oração e ação para expandir a rede de humanismo do Budismo Nichiren em toda essa área. Com o estímulo e aprimoramento dos jovens e membros da Divisão dos Estudantes (DE), as lideranças esperam cumprir o legado deixado por Ikeda sensei, construindo o futuro como genuínos discípulos, em prol da felicidade de todos. No topo: Cenas do projeto “Criação de Valores”, estimulando a futura geração Fotos: Colaboração local

09/05/2024

Matéria da Divisão Feminina

Encontros comemorativos rumo aos 73 anos da Divisão Feminina com uma pitada de SAL — sabedoria, alegria e leveza

Querida amiga, “Vitória-Régia”! Tudo bem? Estamos no outono, considerado a estação mais encantadora e que carrega diversos significados simbólicos e culturais. É a época de praticar o desapego, deixar ir embora o que já não serve mais e abrir espaço para o novo. É tempo de renovação, de mudanças, de se reinventar. Nós estamos nos preparando para o inverno, organizando a casa, fazendo planos. Também é tempo de gratidão, de refletir sobre os nossos esforços e agradecer. Traçando um paralelo entre a estação do outono e a nossa missão como “Vitória-Régia”, que significa rainha da vitória, denominação dada pelo presidente Ikeda a todas as líderes de bloco, chegou o momento de planejar e determinar a vitória do Encontro Comemorativo dos 73 Anos de Fundação da Divisão Feminina que realizaremos em todo o Brasil no mês de junho. Nosso querido mestre nos incentivou: O segredo para vencer em qualquer batalha é a ardente oração. O passo seguinte é entrar em ação com coragem. Mantenham a coragem, a esperança e a perseverança, inspirem todos os outros a entrar em ação e incentivem-se mutuamente para conquistar a vitória. Essa é a fórmula para vencer em qualquer campanha.1 Assim, é crucial iniciar os preparativos com o sentimento de “não deixar ninguém para trás”, visando garantir o sucesso em cada detalhe. Para apoiar nesses preparativos, elaboramos um passo a passo com pontos importantes:✅ Programe dia, horário e local, analisando as particularidades da sua organização.✅ Faça um levantamento de todas as amigas do bloco, não se esquecendo das convidadas e simpatizantes que já estão participando.✅ Faça um cronograma de visitas, com base no slogan “Amiga posso te visitar?” para 100% das companheiras do bloco (ativas e inativas) e para as convidadas. O ideal é já entregar o convite do encontro nas visitas.✅ Elabore, junto com as demais líderes e membros, uma superprogramação, deixando um tempo reservado para o diálogo de coração a coração.✅ Comece desde agora a divulgação nas reuniões do bloco e comunidade. É importante que todas as divisões saibam do andamento da atividade.✅ Estabeleça objetivos pessoais e para o desenvolvimento do bloco até o encontro.✅ Não se esqueça de registrar todos os momentos dos preparativos e no dia do encontro. Dica especial: Faça tudo isso com uma pitada de SAL — sabedoria, alegria e leveza, aproveitando cada oportunidade e sempre recitando “muito mais daimoku” como base para todos os preparativos. Importante: Cada coordenadoria tem um direcionamento sobre o período e a forma de realização da atividade. Portanto, solicitamos que consulte a sua responsável pela RM/RE/localidade. Com oração, determinação, planejamento e ação, vamos fazer desse encontro comemorativo um verdadeiro sucesso, um marco em nossa vida e em nossa história. Desejamos boa sorte e que tenha inesquecíveis encontros! Carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.828, 21 jan. 2006, p. A6. Querida líder! Estamos preparando um vídeo histórico para os encontros. Além disso, a matéria a ser utilizada será publicada no mês de maio aqui no Brasil Seikyo. *** Divisão Feminina e Juventude Soka — elo de amizade e de confiança Neste mês tão especial, nossa amada Divisão dos Estudantes (DE), composta pelos nossos preciosos Sucessores Ikeda, completa 33 anos de fundação. Parabéns! No dia 1º de fevereiro de 1976, foi fundado o Grupo 2001 com a missão de criar verdadeiros “valores humanos” que assumissem o futuro do Brasil e do mundo no século 21. Em 20 de abril de 1991, fundou-se o Grupo Herdeiro, objetivando o crescimento e o desenvolvimento de cada integrante, tanto na organização como na sociedade, com o lema eterno: “Em primeiro lugar, vamos nos dedicar aos estudos, cuidar da saúde e zelar pelos pais”. E em 1999, houve a oficialização da quinta divisão, a Divisão dos Estudantes da BSGI. O presidente Ikeda nos incentivou: “Uma pessoa que tem um verdadeiro amigo não se perderá no caminho, não importando o que aconteça”. Ter a oportunidade de atuar ao lado dos nossos preciosos jovens atualmente é um privilégio. Ser amiga de um jovem discípulo Ikeda, em quem ele possa confiar, é a maior das alegrias. Para isso, precisamos estar ainda mais conectadas ao coração do Mestre e, no dia a dia, comprovar essa relação eterna de mestre e discípulo. O primeiro passo para desenvolver sucessores é mostrar nosso compromisso com o juramento seigan pelo kosen-rufu por meio de nossas ações e compartilhar com os jovens. Na mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a Convenção Mundial da Divisão dos Jovens comemorativa dos sessenta anos do 16 de Março [Dia do Kosen-rufu], ele nos orientou: Meu desejo é que cada jovem desperte para a suprema condição do estado de buda oculta em seu próprio coração, e com ação dinâmica de “maior das alegrias”, criem um valor manifestando coragem, sabedoria e compaixão invencíveis diante de quaisquer circunstâncias. E assim, vamos mudar a sociedade e o mundo passo a passo, elevando a condição de vida de toda a humanidade. Vamos transformar até o destino do próprio país. Este é o grandioso movimento da revolução humana que é ao mesmo tempo o kosen-rufu. Por mais que a época se torne caótica, aprofundando as fissuras por conflitos e divisões, se houver a grande solidariedade dos jovens Soka em prol da paz, cultura e educação, hasteando a grande filosofia do respeito à dignidade da vida e reverberando o daimoku da prática individual e altruística, com certeza é possível iluminar os povos do mundo e irradiar com alegria e sabedoria o dia de amanhã do planeta.1 Levantar-se diante das adversidades, manifestar forte fé e comprovar os benefícios da prática por meio do desafio de “muito mais daimoku” nos conectam ainda mais aos jovens, estabelecendo uma relação de amizade e de confiança. No próximo dia 26 de maio, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, teremos a grandiosa Convenção Comemorativa da Juventude Soka — Encontro dos 100 Mil Jovens Humanistas, com a participação dos jovens representantes e por transmissão para todas as localidades do Brasil. Esse evento será o ponto primordial da eterna relação de mestre e discípulo com Ikeda sensei e renovada decisão do nosso juramento seigan. Dessa forma, aproveitamos a oportunidade para compartilhar um super-relato de luta conjunta das cinco divisões visando aos cem jovens por distrito e à convenção. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.411, 17 mar. 2018, p. C2. *** União, oração e ação Por Maria Cecilia de Toledo, responsável pela DF da RM Barueri, Sub. Castelo Regis, CGSP, CGESP Quando recebemos a informação de que iríamos criar uma rede de jovens humanistas em cada distrito, confesso que fiquei meio hesitante e logo pensei: “Seiscentos jovens, vamos lá entender como isso vai funcionar!”. Essa foi a minha primeira reação: entender o processo para poder explicar às demais líderes da Divisão Feminina (DF). Então, nós nos reunimos com os líderes da Divisão dos Jovens (DJ) de RM e de regional e fizemos perguntas, as quais foram prontamente respondidas por eles. A partir daí, começamos a divulgar esse movimento em todos os encontros que realizamos. Assim, na primeira oportunidade, estávamos falando dos “cem jovens por distrito”. Em um belo dia, recebo uma mensagem da responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Crislaine Sanches, dizendo o seguinte: “Dona Cecilia, a senhora poderia publicar no grupo da DF que o Distrito Barueri já fechou os cem jovens? Assim o pessoal fica animado. Muito obrigada pelo apoio”. Foi um choque. Fiquei muito feliz e imediatamente publiquei o recadinho da DJ no grupo Vitória-Régia (composto pelas líderes da DF de bloco e acima) e foi uma festa só. Isso fez com que todos da RM entrassem na mesma órbita da DJ e, quando percebemos, havíamos concretizado os cem jovens nos seis distritos. Agora, o desafio é garantir que os jovens indicados para a Convenção Comemorativa da Juventude Soka cheguem em segurança ao Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Além disso, que os demais jovens participem aqui na localidade junto com todas as divisões. Atuar ao lado desses jovens me faz refletir, diariamente, sobre como posso fazer parte dessa história tão significativa. Meu desejo mais profundo é que meus esforços e meu trabalho árduo formem o alicerce sobre o qual meus amados jovens da RM Barueri possam construir uma condição interior de liberdade absoluta e uma vida digna que Ikeda sensei elogiaria. Muito obrigada! Futuro da RM Barueri representado pela Divisão dos Estudantes em atividade comemorativa (Centro Cultural Campestre, Itapevi, SP, abr. 2024) *** “Adote um jovem” Com o desejo de apoiar incondicionalmente a Juventude Soka da BSGI e objetivando o total sucesso da convenção comemorativa, sem acidentes ou incidentes, sugerimos as seguintes ações: ✅ Com espírito de “prezar uma única pessoa”, vamos “adotar um jovem”, que irá pessoalmente à convenção comemorativa. Além disso, vamos acompanhar esse jovem, a fim de garantir que ele participe da atividade com alegria e renovada decisão. Há casos de participação de integrantes da Divisão dos Estudantes. Portanto, é de suma importância que a família esteja ciente dessa grandiosa luta e contribua com os preparativos também. ✅ Para as localidades, nas quais os jovens sairão logo cedo para a atividade ou viajarão à noite, sugerimos preparar, com todo o carinho, um kit lanche ou kit café da manhã. ✅ Vamos apoiar os jovens recitando “muito mais daimoku” junto com eles durante a corrente de daimoku diária, das 5h às 9h e das 21h à 0h. “Amiga posso te visitar?” Momentos da campanha “Amiga, posso te visitar?” No topo: Encontro com líderes da Divisão Feminina da RM Mogi Leste, CGSP, nos preparativos para os encontros de junho da Divisão Feminina.Fotos: Colaboração local | Arquivo pessoal

25/04/2024

Especial

Carta do Mestre que transforma vidas

O dia 19 de outubro de 1960, data em que o presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, SP, em sua primeira visita ao Brasil, assinala a fundação da BSGI. Cinco anos depois, as atividades pelo kosen-rufu estavam em ritmo acelerado e o número de integrantes da organização aumentava. Até então, os membros brasileiros só tinham acesso a publicações em japonês e precisavam contar com alguém que as traduzisse. Ficou clara a necessidade de um veículo de comunicação em português trazendo o estudo do budismo e os direcionamentos de Ikeda sensei. Assim, com esse objetivo, foi publicada a primeira edição do boletim informativo Nova Era no dia 3 de maio de 1965, mesma data em que o Mestre havia tomado posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. A primeira edição do periódico tinha quatro páginas mimeografadas com dimensões de 21 cm por 31 cm. No entanto, a cada mês, o veículo crescia e se aprimorava. A edição de 1o de janeiro de 1966 trazia, pela primeira vez, algumas novidades: imagens, uma ilustração e 21 fotos distribuídas em sete páginas. Além do mais, o tamanho havia aumentado (21 cm x 40 cm), e a qualidade, aprimorada. A edição 13, de 15 de abril, já mostrava no alto da capa o novo nome sugerido por Ikeda sensei: Brasil Seikyo. E a edição 22, de 17 de setembro de 1966, informava que o jornal passaria a ser semanal. Durante a sua jornada, o BS, como passou a ser carinhosamente denominado pelos membros, registrou cada passo do desenvolvimento da BSGI, com destaque para as coberturas especiais das visitas do presidente Ikeda ao Brasil em 1966, 1984 e 1993, marcos essenciais do desenvolvimento do kosen-rufu do país. A primeira visita, em 1960, que representa o ponto primordial da organização, também ganhou as páginas do Brasil Seikyo com a publicação do romance Nova Revolução Humana em série, entre outras matérias. O periódico vem transmitindo a força e a pureza do estudo do Budismo de Nichiren Daishonin para as pessoas, possibilitando-lhes transformar a vida com base nesses ensinamentos budistas. E, principalmente, constituiu-se na carta do Mestre aos discípulos com encorajamento, esperança e sabedoria para enfrentar os desafios diários e construir uma sociedade de paz. Correspondendo à dedicação e à expectativa de Ikeda sensei, os integrantes da BSGI conquistaram inúmeras vitórias que ganharam a forma de vibrantes notícias e emocionantes relatos de comprovação. Nessa trajetória, o BS se desenvolveu e evoluiu para atender às necessidades dos leitores. Por exemplo, em 2019, adotou o formato germânico (28 cm x 43 cm) em sua versão impressa. Além disso, o lançamento do aplicativo de celular BS+, e posteriormente do novo site, entre outras diversas inovações, marcam a consolidação das publicações da Editora Brasil Seikyo (EBS) numa nova etapa: a era digital. Essas opções viabilizam o acesso rápido e prático ao vasto conteúdo, e oferecem recursos como áudios e vídeos, ferramentas de busca e de marcação de matérias. Essa novidade chegou na hora certa, num momento em que a humanidade se deparava com os efeitos da pandemia da Covid-19, fazendo com que os leitores continuassem a ter contato com os incentivos do Mestre, mesmo quando a impressão física do periódico foi suspensa, prezando pela saúde e pelo bem-estar das pessoas. Recentemente, o veículo passou a disponibilizar os suplementos Guia para a Vitória, valoroso apoio para as atividades em geral, e Encarte Kids, destinado aos estudantes. Dessa forma, com jovialidade e dinamismo, ao lado de outras publicações como a revista Terceira Civilização e a RDez, os livros e demais produtos da EBS, o Brasil Seikyo vem se desenvolvendo constantemente para corresponder às expectativas dos leitores, perpetuando e difundindo o legado de Ikeda sensei para a sociedade brasileira e em prol da felicidade da humanidade. Esse progresso é fruto do apoio e da dedicação dos leitores, líderes da organização, colaboradores, coordenadores de periódicos, Mensageiros da Esperança e daqueles que tornam possível ao BS cumprir a sua missão de levar esperança e felicidade a todos os recantos do Brasil. Nossos sinceros agradecimentos! Vamos juntos! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.000, 22 ago. 2009, p. A1. Momentos marcantes da jornada do BS 3 de maio de 1965, edição 1 Primeira edição do boletim informativo Nova Era. Com periodicidade mensal, era composto por duas folhas mimeografadas. 1o de janeiro de 1966, edição 9 Publicação da primeira foto na edição número 9 do boletim interno Nova Era. O periódico foi impresso em gráfica em tamanho tabloide. Em 15 de março, é noticiada a segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil. 15 de abril de 1966, edição 13 Primeira publicação do boletim interno com o nome Brasil Seikyo. 17 de setembro de 1966, edição 22 A BSGI alcança a marca de mais de 10 mil famílias praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin. 1o de janeiro de 1967, edição 1 Comemoração do 7o aniversário da posse presidencial de Daisaku Ikeda com o lançamento de um suplemento em japonês. O boletim interno torna-se efetivamente um jornal com quatro páginas em português e duas em japonês. A identificação do número das edições recomeça. 1o de fevereiro de 1969, edição 100 O BS comemora a centésima edição. 29 de novembro de 1969, edição 140 A obra Revolução Humana é lançada como matéria do Exame de Budismo. Na edição 173, de 22 de agosto de 1970, o jornal começa a publicá-la como série. 15 de fevereiro de 1975, edição 372 Destaque para a cerimônia de fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), ocorrida na ilha de Guam, em 26 de janeiro de 1975. 5 de maio de 1979, edição 564 Anunciada a renúncia do Dr. Daisaku Ikeda da presidência da Soka Gakkai, tornando-se presidente honorário. 25 de fevereiro de 1984, edição 791, a 17 de março de 1984, edição 793 Edições especiais registram a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. 20 de agosto de 1988, edição 1.000 O Farol e a Bússola da Época e da Sociedade, título da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a edição comemorativa. 10 de fevereiro de 1993, edição 1.210, a 13 de março de 1993, edição 1.218 Edições especiais registram a quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil. 27 de novembro de 1993, edição 1.251 Publicação do primeiro capítulo do romance Nova Revolução Humana. 20 de março de 1999, edição 1.500 Mensagem do presidente Ikeda comemorativa das 1.500 edições. 22 de agosto de 2009, edição 2.000 O presidente Ikeda envia mensagem comemorativa com o título Uma Luz de Esperança Expandindo a Rede de Solidariedade pela Paz. 11 de dezembro de 2010, edição 2.063 Inauguração da sede da Editora Brasil Seikyo. 23 de novembro de 2013, edição 2.204 Caderno especial sobre a inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, realizada em Shinanomachi, Tóquio, Japão, em 18 de novembro de 2013. 9 de maio de 2015, edição 2.274 O BS comemora cinquenta anos com edição especial. 8 de junho de 2019, edição 2.470 Novo formato germânico (28 cm x 43 cm) com impressão em papel especial. 24 de agosto de 2019, edição 2.480 O BS apresenta a nova plataforma digital da Editora Brasil Seikyo. 30 de novembro de 2019, edição 2.493 Apresentação e lançamento do aplicativo de celular BS+. 30 de abril de 2022, edição 2.609 Retorno da impressão da edição física. 23 de novembro de 2023, edição 2.647 Edição especial sobre o falecimento do presidente Ikeda. Também no mês de maio, veja mais duas importantes comemorações na história da BSGI 15 anos da Convenção dos Jovens da Nova Era Aspecto da memorável convenção promovida no Ginásio do Ibirapuera que selou o juramento de todos pela concretização do kosen-rufu (São Paulo, SP, 3 maio 2009) Em 3 de maio de 2009, cerca de 16 mil jovens de todo o Brasil se reuniram no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, SP. Juntos, selaram o juramento seigan de realizar o shakubuku e dedicar inúmeras vitórias a Ikeda sensei. Pelo telefone, foram transmitidas recomendações do Mestre por intermédio de um secretário: “Estou plenamente ciente de que estão aí presentes pessoas que enfrentaram muitas dificuldades. Estou plenamente ciente de tudo isso! É como se eu estivesse sentado no palco, junto com vocês!”. Fortalecendo a unicidade de mestre e discípulo, os jovens da BSGI deram início a uma nova era da propagação do budismo em terras brasileiras consolidando a denominação dedicada por Ikeda sensei de “Brasil, Monarca do Mundo”. Nesse mesmo ginásio, que também possui um significado inesquecível em relação à terceira visita do Mestre ao Brasil em 1984, será realizada, no dia 26 de maio, a Convenção Comemorativa da Juventude Soka da BSGI, assinalando a vitória no movimento dos 100 mil jovens humanistas. 20 anos de inauguração da sede central da BSGI Fachada do prédio da sede central da BSGI em São Paulo, SP Inaugurada em 1o de maio de 2004, a sede central da BSGI completa vinte anos de existência como núcleo de coordenação das atividades pelo kosen-rufu do Brasil. Localizada na capital paulista, a obra foi concebida como parte do projeto do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI e se tornou a primeira sede central de uma organização da Soka Gakkai no hemisfério sul, coroando os esforços de todos os seus membros, os quais se empenham para maior desenvolvimento da entidade no país. Reconhecendo esses esforços, Ikeda sensei enviou, para a ocasião, uma significativa mensagem em que ele expressa: Solicito a todos que promovam um avanço repleto de esperança em direção à montanha do kosen-rufu, fazendo desta nova sede central uma fortaleza em defesa do bem-estar da comunidade, um castelo em prol da paz e da cultura e uma praça de amizade aberta para a vizinhança e para a sociedade.1 Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.746, 8 maio 2004, p. A8. Fotos: BS | Getty Images

25/04/2024

Mensagem do Sr. Minoru Harada

“Vamos expandir a sólida rede da amizade como bons cidadãos e o belo jardim de flores da confiança”

Sinceros parabéns pela realização do encontro comemorativo do 3 de Maio, repleto de esperança. O dia 3 de maio é o ponto primordial da Soka Gakkai, a mais importante data para a organização. É o dia em que Toda sensei tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai e declarou seu objetivo de vida de concretizar 750 mil famílias. É também o dia em que Ikeda sensei assumiu a terceira presidência, dando o primeiro passo para construir a história sem precedentes do kosen-rufu mundial de hoje. Esse é o dia da partida rumo à vitória, com o ardente sol do tempo sem início em nosso coração, herdando o espírito do Mestre. Gostaria que construíssemos juntos a Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, com a vitalidade juvenil, fortalecendo cada vez mais a decisão de incentivar os jovens, com o sentimento de saldar as dívidas de gratidão no coração. Na mensagem para a Reunião de Líderes comemorativa do Dia 3 de Maio do ano passado, Ikeda sensei apresentou a caligrafia “Montanha Mestre e Discípulo” e clamou: “Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda], unidos pelos laços de mestre e discípulo e compartilhando o juramento seigan pelo kosen-rufu, diretamente ligados ao buda Nichiren Daishonin, não se abalaram diante de quaisquer tempestades, assim como o Himalaia que se ergue ‘imperturbável e imponente em toda a sua estatura sobre a terra’”.1 Quando abraçamos a inabalável montanha chamada justiça de mestre e discípulo no coração, não somos derrotados por nada. Ikeda sensei afirmou que a fé imbuída da unicidade de mestre e discípulo Soka, que vive em prol do juramento seigan pelo kosen-rufu, é a fonte para que qualquer um consiga conquistar a felicidade vitoriosa na vida. Além disso, ele declarou que essa fé é o poder invencível e ilimitado capaz de realizar o kosen-rufu que é, em si, a paz mundial, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”. Acredito que, por serem pioneiros do kosen-rufu mundial, com profunda missão, todos sejam extremamente atarefados e realizem árduos esforços. Além disso, muitas pessoas devem estar enfrentando os mais variados desafios. Nichiren Daishonin afirma solenemente em seus escritos: “Embora possamos sofrer por algum tempo, no final, a felicidade nos aguarda”.2 Com toda a certeza, há significado nas dificuldades e nos sofrimentos do momento presente. Pelo princípio budista de “desejos mundanos são iluminação”, não há a menor dúvida de que, com a perseverança na fé, sem abandoná-la, todas essas circunstâncias se transformarão em nutrientes para o próprio desenvolvimento, brilharão como a vida de um monarca a conduzir e a encorajar os amigos e levarão a uma condição de vida de máxima satisfação. No próximo ano, celebram-se os cinquenta anos de fundação da SGI. Exatamente agora, nós, a quem Ikeda sensei confiou o bastão do kosen-rufu, vamos trilhar até o fim o grande caminho da missão, evidenciando a força fundamental de um emergido da terra, pelo bem das pessoas, da sociedade, da paz e do futuro. Falando incessantemente sobre o grandioso budismo, vamos expandir a sólida rede da amizade como bons cidadãos e o belo jardim de flores da confiança a partir da nossa amada terra do juramento seigan para todo o mundo! Juntos, vamos avançar radiantemente com os laços da harmoniosa família Soka! Minoru Harada Presidente da Soka Gakkai Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023. 2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882.

25/04/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

As pessoas com forte fé jamais se veem sem saída. Independentemente dos fatos de sua vida, elas os transformam em benefícios e em felicidade. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — parte 1: A Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 75.

25/04/2024

Incentivo do líder

Tempo de triunfar

Não nasci em um lar budista, e pratiquei algumas religiões antes de me converter ao Budismo Nichiren. O que me chamou muito a atenção, confesso, foi o calor humano das pessoas e a convicção de que cada indivíduo poderia conquistar todos os seus sonhos do jeitinho que era. Dessa forma, eu me tornei budista aos 10 anos. No início, não gostava de participar das atividades devido à timidez. Contudo, sempre tive o apoio da minha família, dos líderes e de veteranos maravilhosos, que estavam ao meu lado, direcionando-me e se lembrando de mim. Eles me incentivavam a realizar shikai (apresentação), a fazer a matéria, a atuar no momento DE nas reuniões de palestra e nos encontros. Entretanto, algumas vezes eu reclamava e cheguei a me questionar: “De novo? Mas só tem eu aqui?”. Porém, meus pais e veteranos me explicavam, de forma benevolente, sobre a importância de participar das atividades. Foi assim que tive a grandiosa oportunidade de me desenvolver dentro da organização. Ao participar das atividades da organização e do grupo horizontal, aprendi a valorizar a proatividade e adquiri muitas competências, que até então desconhecia. Por exemplo, aprendi noções básicas de como utilizar planilhas, desenvolver formulários, criar vídeos, confeccionar convites e até habilidades de comunicação, liderança, responsabilidades que, às vezes, não dava a devida importância. Depois, compreendi que, principalmente no meio acadêmico e profissional, estes são nossos diferenciais em relação às pessoas da sociedade que não tiveram a chance de receber esse tipo de aprimoramento na Gakkai. E Ikeda sensei nos incentiva: Há várias razões para realizar eventos como este e outras atividades da Gakkai; porém, da perspectiva individual, elas proporcionam oportunidades para desafiarmos e aprimorarmos a nós mesmos, para realizarmos a nossa revolução humana. Exatamente por causa da nossa fé e prática budista, e por sermos ocupados, devemos trabalhar com eficiência ainda maior e efetuar um bom trabalho. Ao nos esforçarmos para estar à altura do desafio, podemos nos tornar pessoas melhores. Por isso, as atividades e os eventos da Soka Gakkai constituem oportunidades para nos aperfeiçoarmos como seres humanos.1 Assim, venho comprovando e aprendendo que a Gakkai nos oferece o treinamento necessário para alcançarmos nossos objetivos de maneira infalível. Entretanto, em alguns momentos, acabei duvidando do meu próprio potencial de concretizar meus sonhos, especialmente por influência das mídias sociais, nas quais comparava minha vida com a das outras pessoas, o que me deixava bastante desmotivada. Foi então que li uma preciosa orientação do presidente Ikeda: Nada é mais forte que os passos firmes e constantes dados na juventude, por mais modestos que possam parecer. Não há necessidade de ser ambicioso demais ou muito apressado. (...) Recite Nam-myoho-renge-kyo com energia e entusiasmos no lugar onde você se encontra agora, e brilhe como sua entidade da Lei Mística exatamente como você é. Siga em frente com liberdade e confiança, sem medo de fracassar.2 Puxa, não é maravilhoso? Como sou muito grata por praticar o budismo. A prática budista não é uma obrigação, mas um direito que nos habilita descobrir o nosso verdadeiro potencial e conquistar nossos objetivos do jeito que somos. Nesse contexto, vamos juntos divulgar para mais jovens os ideais Soka por meio do movimento dos cem jovens por distrito? Não vejo a hora de comemorarmos essa grandiosa luta conjunta de todas as divisões! Encontro vocês na Convenção da Juventude Soka no dia 26 de maio! Até lá! Camila Sayuri Kumata Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens de coordenadoria Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Correntezas. Nova Revolução Humana. v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 93. 2. Idem. Pode Haver uma História mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 73. Ilustração: Getty Images

25/04/2024

Encontro com o Mestre

A revolução humana dos jovens transforma o mundo

A construção da paz é uma batalha entre a resignação e a esperança. Uma batalha entre a sensação de impotência e a obsessão. Se proliferar a resignação do sentimento de impotência, acabará aumentando proporcionalmente a tendência de depender da força. Esse é o grande problema. Todavia, foi o próprio ser humano que criou as armas capazes de trazer aquela tragédia infernal. Então, não há razões para que não se consiga abolir as armas nucleares por meio da sabedoria humana. * * * Até hoje, os movimentos pela paz eram vistos como algo específico para determinadas pessoas. Porém, a paz não é absolutamente algo que existe afastado do dia a dia. É como plantar e desenvolver as sementes fundamentais da paz em meio à realidade do cotidiano, e na vida de cada pessoa. Aí se encontra o progresso sólido e constante rumo à paz duradoura, e o foco das atividades da Soka Gakkai. A jornada para realizar os objetivos dos ODS, 1 entre os quais, as questões da fome, das mudanças climáticas e outras, deverá ser de sucessivas dificuldades. Mas, se houver uma rede solidária de jovens do mundo que busca a transformação da realidade, acredito firmemente que não haja barreiras intransponíveis, absolutamente. Tanto o mestre predecessor como meu venerado mestre valorizavam e acreditavam na vida extraordinária dos jovens e em suas forças infindáveis. Eu também vim dedicando todas as forças com foco na criação dos jovens. Em resposta, os jovens surgiram em sucessão, cresceram e vieram atuando. Justamente por isso, o mundo da Soka Gakkai se desenvolveu para os cinco continentes, Por meio da revolução humana dos jovens, a sociedade, o país e o mundo podem ser transformados de forma magnífica. Publicado no Seikyo Shimbun de 24 de março de 2024 No topo: A cúpula cinzenta da bomba atômica, envolta pelo verde e pelo céu azul, continua a evocar até hoje a catástrofe das armas nucleares. Foto tirada por Ikeda sensei na cidade de Hiroshima, em outubro de 1985. Ele visitava Hiroshima para participar do 6o Festival Cultural dos Jovens pela Paz Mundial. A abolição das armas nucleares foi o preceito número um confiado pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, a Ikeda sensei e aos demais jovens. Para essa concretização, ele percorreu o mundo dialogando e apresentando propostas, sempre acreditando nos jovens que o sucederiam. Chegou o momento de os jovens do mundo se levantarem visando à transformação do destino da humanidade. Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, dos seguintes ensaios: Seinen-sho [Ode aos Jovens], Kibo no Asu-e [Rumo ao Amanhã de Esperança] e Daremo-ga Kagayaku Ningen-shugi no Seiki-e [Rumo ao Século do Humanismo onde Todos Resplandecem!]. Nota: 1. ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

25/04/2024

Minha Localidade

Correnteza do kosen-rufu no coração da Amazônia

Oh! Meus jovens heróis de sublime missão, que bailam em chão brasileiro, sejam majestosos como o Amazonas! Sejam imponentes como o Amazonas! e construam o grande rio do eterno kosen-rufu como o Amazonas, que nunca conheceu a interrupção.1 Nesses memoráveis versos do poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, o autor, presidente Ikeda, expressa toda a sua expectativa na atuação e na vitória dos membros da BSGI. Para os companheiros que vivem na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, e região, o trecho ganha ainda mais força em seu coração, pois dedicam seus esforços em prol do kosen-rufu tendo como palco o entorno do grandioso rio Amazonas. Na localidade, encontramos duas Regiões Metropolitanas: Amazonas e Manaus. Somam-se a elas as organizações dos estados de Rondônia, Roraima e Acre, para formar a Subcoordenadoria Amazônia Ocidental. Outra passagem do poema, “essa correnteza, nascida de uma gota”, nos remete, a exemplo de algumas cidades do Brasil, aos tempos iniciais da organização manauara, quando as primeiras famílias de imigrantes japoneses chegaram à Amazônia, nos anos 1950 e 1960, acalentando o sonho de uma nova vida e a determinação de desbravar a propagação do Budismo Nichiren. Deixando o Japão para vir trabalhar na lavoura de pimenta e de outras espécies em terrenos abertos no meio da floresta, esses pioneiros enfrentaram diversos desafios, desde as difíceis condições de vida, as doenças e a escassez de recursos até o desconhecimento do idioma e dos costumes locais. Um dos casais que vieram ao país nessa época recebeu das mãos de Ikeda sensei um fukusa (lenço japonês) com o incentivo de que, sempre que o visse, relembrasse de manter a harmonia familiar. Tempos depois, o Mestre também enviou exemplares da revista Daibyakurenge ao casal para que se aprofundasse no estudo do budismo e algas marinhas para que pudesse saborear, amenizando a saudade da terra natal.2 Acalentando o juramento ao Mestre, as famílias se empenharam para transmitir a prática budista a outros imigrantes e também aos brasileiros, atravessando grandes distâncias de barco e necessitando pernoitar, por diversas vezes, nas comunidades mais afastadas. Assim, com muito esforço dos membros ao longo dos anos, o primeiro bloco da BSGI no município foi criado em 1971 e a primeira sede particular para as atividades foi fundada em 1979. Sucederam-se a criação de outras sedes até a atual, em 2015, cuja cerimônia inaugural contou com uma emocionante mensagem de Ikeda sensei, que traz o seguinte encorajamento: Estou plenamente ciente da árdua dedicação com que vieram promovendo o firme avanço do kosen-rufu neste vasto solo do Amazonas ao longo desses anos, sem poupar esforços. (...) No budismo, não existem situações de impasse intransponíveis. Não há nada que supere a força do daimoku. Por meio da fé e da atitude corajosa, certamente haverão de conduzir tudo para a melhor direção. Serão capazes de transformar o carma e realizar a revolução humana. Essa é a grandiosa força da Lei Mística. É motivo de grande incentivo e de orgulho o fato de a sede administrativa do Instituto Soka Amazônia localizar-se em Manaus, próximo ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. A instituição fundada pelo presidente Ikeda é uma organização não governamental sem fins lucrativos de caráter ambiental, afiliada à Soka Gakkai e à Carta da Terra Internacional. Atua pela justiça ecológica e proteção da integridade ecológica da Amazônia, com base no princípio de respeito à simbiose da vida humana e natureza. Está sediado e é responsável pela gestão sustentável da Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda — RPPN Daisaku Ikeda. Sede do Instituto Soka Amazônia Um evento que marcou a história da organização na localidade foi a Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo” na capital amazonense, celebrando brilhantemente o cinquentenário de fundação da BSGI em 2010. Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, promovida na localidade (nov. 2010) Empenhando-se agora na criação das novas gerações que se encarregarão do futuro do movimento pelo kosen-rufu, os membros da BSGI de Manaus e região herdam a tradição de coragem e dedicação sincera dos pioneiros para consolidar uma nova era dos sucessores com a vitória do movimento dos 100 mil jovens humanistas e na Convenção Comemorativa da Juventude Soka em maio. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 505, set. 2010, p. 20. 2. Baseado em matéria publicada no Seikyo Shimbun, edição de 12 de julho de 2015. Representantes da BSGI de Manaus relatam suas experiências Legado de perpetuar o budismo Nasci em Manaus, AM, e sou filho de imigrantes japoneses. Minha família já praticava o Budismo Nichiren quando chegou ao Brasil. Meus pais, Sojiro e Setsuko Otsuka, tornaram-se membros da Soka Gakkai durante o movimento de concretizar 750 mil famílias, lançado pelo segundo presidente da organização, Josei Toda. No Japão, eles tinham boas condições financeiras e eram muito estudiosos. Ao pesquisar sobre a história dos países, minha mãe compartilhou com meu pai a respeito do Brasil, um país com novas oportunidades e sem guerras. Em 1959, enfrentando inúmeras dificuldades na viagem de navio, instalaram-se na capital amazonense com os três filhos, um menino e duas meninas. Sou o quarto filho, nascido em terras brasileiras. Na maternidade em que vim ao mundo, as enfermeiras disseram à minha mãe que lá havia outra senhora japonesa que também tinha dado à luz. Ao se conhecerem, ficou sabendo que a família dessa senhora também era composta por membros da Soka Gakkai e que havia atividades da organização tanto em Manaus como numa colônia japonesa. Meus pais trabalhavam no cultivo de pimenta-do-reino, árvores frutíferas e outros produtos agrícolas. Com muito esforço e baseando-se na prática budista, proporcionaram uma boa base educacional aos filhos, que estudaram em um colégio interno da cidade. Também oraram intensamente para que eu ultrapassasse problemas de saúde na minha infância, como uma séria amidalite. Eles sempre nos incentivaram a orar com fé e a estudar os escritos de Nichiren Daishonin, bem como os direcionamentos de Ikeda sensei, para superar os obstáculos, concretizando nossos sonhos por meio da recitação do daimoku e da ação. A organização em Manaus teve início em 1971. Nesse ano também, meu pai faleceu e fomos morar com o irmão de minha mãe. Ela se esforçou intensamente para que não nos faltasse nada. Em 1975, minha mãe teve a oportunidade de visitar os familiares no Japão. Preocupados com o fato de meu pai ter falecido, eles sugeriram que ela voltasse para a terra natal. Entretanto, com plena convicção, agradeceu-lhes e afirmou, de forma decidida, que seu desejo e objetivo era cumprir sua missão no Brasil. Assim, veio se empenhando ao longo dos anos, conseguindo adquirir uma casa para a família em 1977, vencer diversas questões de saúde e encerrar dignamente sua existência com 102 anos em novembro de 2023, deixando para filhos, netos, bisnetos e demais familiares um legado de harmonia com base no budismo. Eu tive a chance de fazer uma grande luta como jovem da Gakkai e de me encontrar com Ikeda sensei no Centro Cultural Campestre da BSGI em 1993, reconfirmando minha decisão pelo kosen-rufu. Já na Divisão Sênior, morei por três anos no Japão, junto com meu filho Thiago Nobuo, vencendo os desafios da pandemia da Covid-19 e os de uma alergia grave que adquiri nesse período. Manifestei a boa sorte de obter recursos financeiros e conseguir bons médicos que direcionaram meu tratamento da melhor maneira. Hoje, com dois filhos e dois netos, realizei muitos objetivos pessoais e familiares, conhecendo vários lugares e países. Posso afirmar que somos imensamente afortunados por conhecer este maravilhoso budismo graças à dedicação do Mestre, que plantou a semente desse ensinamento ao fundar a BSGI. Minha eterna gratidão a Ikeda sensei, à minha mãe e aos familiares e companheiros por todas as conquistas. Muito obrigado! Takuo Otsuka Responsável pelo Distrito Laranjeiras. Gestor logístico Takuo ao lado dos familiares (sentada à dir., a mãe Setsuko). *** Ser feliz é desafiar a si próprio Meu primeiro contato com o Budismo de Nichiren Daishonin ocorreu em 1970, quando participei de uma atividade da BSGI em Belém, PA. Em 1986, já em Manaus, tive a boa sorte de me casar com um praticante, Yuji Ishii. Dois anos depois, fomos agraciados com o nascimento do nosso tão esperado filho, Shinichi, que veio com muita saúde. Meu esposo e eu participamos intensamente das atividades da organização. Ele sempre teve uma postura muito responsável em relação à prática budista. Eu pude atuar como coordenadora de periódicos, fiz atendimento na sede pela Divisão Feminina e me empenhei em diversas funções, sem deixar de cuidar da família e de realizar visitas aos companheiros. Em 2011, meu marido faleceu, o que desencadeou um período de muitas dificuldades financeiras. Chegamos ao fundo do poço. Mesmo com curso superior, perguntava-me que empresa daria emprego a uma senhora de 60 anos? Fui trabalhar como cozinheira e dona de um pequeno ponto de venda de lanches. Assim fui transformando a situação. No entanto, não tinha tempo para lamentação. O budismo e os incentivos de Ikeda sensei me proporcionaram respaldo para continuar firme na prática budista e ultrapassar as circunstâncias adversas. Tudo se inicia com a recitação do daimoku e, dessa forma, fui superando as angústias e os sofrimentos. “Nada me abaterá!”, assim eu exclamava. Conforme a frase dos escritos de Nichiren Daishonin, “O inverno nunca falhar em se tornar primavera”,1 nossa vida começou a se reerguer. Atualmente, meu filho é graduado em engenharia elétrica, constituiu a própria família e sou avó de duas netas, Ayumi e Naomi, além de ter uma nora maravilhosa, Brenda. Hoje, nós nos dedicamos juntos às atividades em prol do kosen-rufu e tenho uma condição financeira estável e tranquila. Graças aos incentivos dos veteranos, companheiros e, principalmente, do nosso mestre, estou cheia de energia, esforçando-me com muita disposição aos 71 anos e cumprindo meu juramento e minha missão. Esse é o significado de viver, buscando de forma ativa nos desafiar constantemente, como Nichiren Daishonin ensina. Muito obrigada a todos! Muito obrigada, sensei! Sachie Ishii Conselheira da Divisão Feminina da RM Amazonas Sachie, na cadeira, à frente do filho Shinichi, da nora Brenda, e das netas Ayumi, em pé, e Naomi, sentada. No topo: Membros das RMs Amazonas e Manaus durante Gongyo de Ano-Novo realizado no Instituto Soka Amazônia (Manaus, AM, 1o jan. 2024). Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. FOTOS: BS | Colaboração local | Getty Images

11/04/2024

Novo livro

Sabedoria para a vida

O mês de maio é um período com importantes datas significativas para a história da Soka Gakkai. Uma delas é o 3 de Maio, um dia assinalado com diferentes celebrações, mas principalmente por ser um marco da magnífica relação entre mestre e discípulo, cultivada por toda a existência. Para prestigiar esse momento decisivo rumo ao futuro, chega às mãos dos Cileiros de todo o Brasil o livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-Rufu e Paz Mundial, publicado pela Editora Brasil Seikyo (EBS). A obra é disponibilizada no mês de lançamento aos participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) nas versões impressa e digital. Quem não for assinante, poderá adquirir o livro a partir do mês de junho. A série Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz é de autoria do filósofo e humanista Dr. Daisaku Ikeda e, nesse terceiro volume, traz direcionamentos e reflexões a respeito do que é necessário para a consolidação da paz mundial, a partir da revolução humana de cada pessoa. Esclarece que tudo inicia com o levantar de cada discípulo, ao romper as barreiras do seu “eu menor” e despertar para a intrínseca capacidade de ser feliz — o estado de buda —, expandindo essa consciência. Ao longo de 512 páginas, o autor chama atenção para o fato de que cultivar o respeito pela dignidade da vida é o critério primeiro a fim de estabelecermos uma cultura de paz. Além do mais, designa essa responsabilidade aos praticantes do Budismo Nichiren na Soka Gakkai que, dotados de benevolência, assumem o juramento como legítimos bodisatvas da terra, com o objetivo de despertar as pessoas para o potencial inerente delas. Ao se conscientizarem, elas passam a desafiar as circunstâncias com coragem e criam jornadas de vitória. Os textos foram extraídos de vários escritos do Dr. Ikeda, entre eles, o monumental romance Nova Revolução Humana, obra do autor, disponível em trinta volumes; as explanações sobre as preciosas preleções do Sutra do Lótus; trechos de diálogos, prefácios e até entrevistas publicadas no Seikyo Shimbun. No passar das páginas, os leitores se deparam com incentivos de Ikeda sensei, fonte de inspiração para que renovem sua decisão a fim de que, ao perceberem a própria condição de ser feliz, sirvam de estímulo para os outros. Nesse oportuno momento, a obra se torna reduto de coragem e de inspiração, tecendo orientações sobre como aplicar, de forma prática, o humanismo Soka. Além disso, a obra lança luz à capacidade humana para a felicidade, tendo a sabedoria como guia. Ilumine-se. Veja aqui os kits de maio para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de maio ou assista abaixo Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de maio, assine o CILE até 30/04/2024 Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/05/2024 em www.ciledigital.com.br Foto: BS

11/04/2024

Especial

O alvorecer do Budismo do Sol

O budismo surgiu na Índia há cerca de 2.500 anos com Shakyamuni, que, preocupado com a felicidade das pessoas, desejou incessantemente descobrir o caminho para uma existência sem sofrimentos. Com essa busca, ele despertou para a verdade de que existe uma lei fundamental, a qual permeia o universo, inclusive a vida das pessoas. No século 13, no Japão, Nichiren Daishonin, aos 12 anos, começou a estudar os principais ensinamentos budistas. Após muito empenho e dedicação, na idade adulta, chegou à conclusão de que o Sutra do Lótus continha o ensinamento mais profundo do buda Shakyamuni. Ele havia despertado para a mais ampla lei da vida revelada no Sutra do Lótus. Essa Lei fundamental denomina-se Nam-myoho-renge-kyo e reside no interior da vida de todas as pessoas. Retornando a Seicho-ji, templo em que havia estudado durante muitos anos, na manhã de 28 de abril de 1253, voltado para o Sol, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, conferindo às gerações futuras a chave para a iluminação. Nessa mesma data, ao meio-dia, Daishonin expôs sua doutrina na presença do seu mestre, Dozen-bo, de outros clérigos e aldeões. Declarou que nenhum dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus revelava a iluminação do Buda e que as escolas fundamentadas nesses ensinamentos eram desencaminhadoras. Disse também que o Sutra do Lótus é supremo e que o Nam-myoho-renge-kyo, a essência desse sutra, é o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Ponto de partida Desse momento em diante, Nichiren Daishonin iniciou a propagação de seus ensinamentos, o que gerou ódio e perseguições de líderes políticos e religiosos daquele período. Tais perseguições serviram para confirmar sua condição como devoto do Sutra do Lótus, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi em 1271, quando revelou sua identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei. A fundação do Budismo de Nichiren Daishonin tornou-se necessária pela própria condição da época e da sociedade, resgatando a essência do ensinamento budista e revelando uma prática perfeitamente em conformidade com a vida das pessoas na atualidade. Um dos objetivos principais da prática da fé é elevar a condição de vida, possibilitando à pessoa evidenciar sabedoria e coragem para o autoaprimoramento. Quanto mais elevada a condição de vida, mais profunda e amplamente podemos encarar os fenômenos da vida, identificando corretamente as atitudes necessárias para buscar a verdadeira felicidade e auxiliar outras pessoas nesse caminho. Por isso, do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, qualquer esforço para realizar a revolução humana deve ter como ponto de partida a prática do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) ao Gohonzon. Ampla propagação Durante mais de setecentos anos após o falecimento de Nichiren Daishonin, o budismo que ele revelou permaneceu restrito aos templos e a poucos adeptos. Em 1930, o surgimento da Soka Gakkai rompeu as barreiras do tempo e da distância, aproximando o coração de Daishonin ao das pessoas do povo por meio dos ensinamentos dele, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e se pôs em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Assim como Daishonin, Makiguchi, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo pela dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda, e morreu na prisão, defendendo suas convicções até o último instante. Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências, as quais resistiram aos bombardeios, que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se mais tarde presidente da organização e divulgando o Budismo Nichiren amplamente pelo Japão e pelo mundo. Ikeda sensei afirma: A revolução religiosa de Nichiren Daishonin reavivou os ideais do Sutra do Lótus, que, com base no objetivo da felicidade humana, ensina que todas as pessoas têm a capacidade de transformação. Daishonin ensinou o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) não por um impulso nacionalista, mas sim visando à segurança e ao bem-estar das pessoas e à paz em todo o país. Longe de promover um budismo orientado pelo clero, ele apresentou o conceito sobre iluminação que foi colocado à disposição de todos, sem distinção. E, em contraste com um budismo que prometia a salvação após a morte, ele apresentou um ensinamento transformador da realidade, da revolução humana, e da não dualidade da vida e da morte. (...) A base da revolução religiosa promovida pela SGI está na concretização do ideal de uma religião em prol das pessoas e na restauração do objetivo fundamental da religião que visa à felicidade das pessoas. Pelo fato de nossa organização jamais ter vacilado nesse compromisso desde a sua fundação, nosso movimento da SGI pela paz, cultura e educação conquistou hoje o maior respeito no mundo inteiro, inspirando tanto elogios quanto esperanças. Vamos continuar neste grande caminho humanístico — uma religião para o bem dos seres humanos. Isso é o que o século 21 exige de nós!2 No topo: Membros da BSGI recitam Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) durante Gongyo de Ano-Novo, realizado no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 1o jan. 2024) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.745, 24 abr. 2004, p. A2. Idem, ed. 2.175, 13 abr. 2013, p. A2. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 535, mar. 2013. Foto: BS

11/04/2024

Especial

Grande vitória da justiça

Em 24 de abril de 1979, Daisaku Ikeda, então com 51 anos, enfrenta uma grande tormenta que viria a marcar profundamente a história do kosen-rufu. Nesse dia, ele é obrigado a renunciar à presidência da Soka Gakkai, tornando-se seu presidente honorário. Dentre os motivos estavam planos do clero da Nichiren Shoshu, aliado a traidores da organização, de afastá-lo da liderança. Conviver com um clero corrompido foi uma constante para os dois primeiros presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, que se opuseram à decisão dos clérigos, em 1944, de aceitar um símbolo oficial de outra religião, o talismã xintoísta, conforme exigia o governo militar japonês da época. Nessa ocasião, para barrar as ações de ambos, um sacerdote os delatou à polícia. Mestre e discípulo foram presos, junto com outros líderes da Soka Gakkai. Makiguchi sensei faleceu na prisão e Toda sensei saiu, combalido, para reconstruir a organização. Josei Toda, quatro dias antes de falecer, em 1958, e após ter reconstruído a Soka Gakkai, disse, convicto, a seu discípulo Daisaku Ikeda que combatesse quaisquer demonstrações de maldade por parte do clero no futuro. Em 3 de maio de 1960, Ikeda sensei assume como terceiro presidente da Soka Gakkai e inicia imediatamente a batalha para propagar o budismo e fortalecer a organização. E em 1975, torna-se presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) e solidifica a atuação fora do Japão, por meio de muitos diálogos com personalidades e intelectuais. Tal projeção do líder da SGI incomodava o clero. Ataque das maldades Em 1979, tentando atacar a harmonia entre os membros da Soka Gakkai, surgiam, por todo o Japão, ameaças de que o clero não mais concederia o Gohonzon a eles, não participaria de cerimônias de falecimento e proibiria a peregrinação ao templo principal. Numa organização com quase 10 milhões de membros, essas atividades eram vitais, e Ikeda sensei sabia que isso causaria muita tristeza aos companheiros. “Diante dessas ameaças, o que posso fazer para que os membros pratiquem com tranquilidade?” As ameaças direcionadas a ele eram constantes, sendo a sua renúncia da presidência a opção dada pelo clero. Então, tudo voltaria ao normal, diziam. Ante a enorme pressão, Ikeda sensei ponderou e consultou a diretoria da Soka Gakkai. Os líderes ficaram hesitantes e deram a entender que seria o melhor a fazer. Essa postura passiva chocou-o ainda mais: “Não tenho outra saída. Se não deixar a presidência, quem sofrerá as consequências serão os membros”. Assim, no Centro Cultural de Shinjuku, em Tóquio, no dia 24 de abril de 1979, terça-feira, numa reunião da diretoria da Soka Gakkai, ele renunciou ao cargo de presidente. Espanto e indignação pairavam. Nesse dia, também foi apresentado o quarto presidente da organização, Hiroshi Hojo. A reunião marcava o final do primeiro ciclo dos “Sete Sinos” (sete ciclos de sete anos, de 1930 a 1979, num total de 49 anos). Devido à renúncia, o clima da atividade foi de tristeza. Certo de que tudo seria resolvido, ele disse: “Não mudarei em nada. Não se preocupem. Sou discípulo direto de Josei Toda! A justiça prevalecerá no final!”. No dia seguinte à renúncia, Ikeda sensei afirmou: Chegou a hora de assumir a liderança com liberdade e sem nenhum impedimento. Sem ser restringido pelas limitações cerimoniais ou organizacionais, e segurando bem alto a espada da Lei Mística, começarei a lutar com uma força ilimitada. [...] Por favor, não fiquem desapontados nem preocupados [pelo fato de eu não ser mais presidente], mas empenhem-se sinceramente pelo desenvolvimento da Soka Gakkai e do kosen-rufu.1 Levantar-se pela justiça No dia 3 de maio de 1979, realizou-se a 40a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, com a presença dos clérigos. O evento ocorreu de forma monótona. Após a atividade, Ikeda sensei se dirigiu ao Centro Cultural de Kanagawa. Todos pensavam que a Soka Gakkai estava em declínio, mas o Mestre iniciou uma nova fase. E naquele momento crucial, ardia a chama de que aquela situação seria o trampolim para uma nova era do humanismo no Japão e no mundo. Naquele local, ficou registrada a decisão de vitória de Ikeda sensei por meio da palavra “Justiça”, escrita por ele em 5 de maio daquele ano, acompanhada da frase: “Conduzo sozinho a bandeira da justiça”. Pelo bem dos membros, Ikeda sensei aceitou as exigências do clero, mas não ficou parado. Viajou para cidades japonesas a fim de incentivar os membros. Ele comenta: Mesmo nessas circunstâncias, continuei trabalhando com a disposição inabalável de servir os membros e a Soka Gakkai. (...) Calaram minha participação em reuniões e meus discursos. Mas jamais podem me proibir de incentivar os companheiros.2 Essa férrea determinação do Mestre converteu-se em ações sábias. Mesmo sem saber ler partituras, compôs dezenas de músicas e pôs-se a tocar piano. Não era um exímio pianista, mas todos compreendiam sua iniciativa de se fazer entender por meio da linguagem universal da música. Durante os 45 anos desde aqueles acontecimentos, Daisaku Ikeda atuou ativamente como presidente da SGI. Passou a ser reconhecido como um grande agente da paz em nível mundial, tendo recebido títulos de universidades do mundo inteiro e milhares de homenagens. Em 1979, a SGI se fazia presente em 51 países e territórios. Hoje, são 192 países e territórios e mais de 12 milhões de membros. Uma prova real da vitória da justiça da unicidade de mestre e discípulo. Na década de 1990, a Soka Gakkai conquistou a “independência espiritual”, libertando-se das correntes de influências do clero, e alçando voo como religião mundial que concretiza verdadeiramente a propagação do Budismo de Nichiren Daishonin. Com o encerramento da nobre existência de Ikeda sensei, em 15 de novembro de 2023, agora os membros da Soka Gakkai em todo o mundo, tendo os jovens na vanguarda, levantam-se para perpetuar seu legado e concretizar o grande ideal do kosen-rufu. No topo: Durante reunião de líderes da Soka Gakkai, presidente Ikeda mostra caligrafia com a palavra “Justiça”, que escreveu em 5 de maio de 1979 (Tóquio, Japão, 28 out. 2004) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.904, 18 ago. 2007, p. B5. Idem, ed. 2.032, 24 abr. 2010, p. A6. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.032, 24 abr. 2010, p. A6. 2. Ibidem. Foto: Seikyo Press

11/04/2024

Encontro com o Mestre

O futuro da humanidade

Decidido estou agora A suceder e aguardo O tempo certo com Coração bravio Esses são versos da canção Corredores da Justiça, que dediquei aos meus sucessores a quem confio a tarefa de herdar o bastão do kosen-rufu. Compus a letra há quatro décadas, em julho de 1978, na província de Okayama, num período em que a Soka Gakkai se encontrava assolada por terríveis obstáculos [decorrentes da primeira problemática do clero]. Na ocasião, eu disse a um grupo de membros da Divisão dos Estudantes: “Prometam-me se tornar pessoas que mantenham um compromisso com a justiça, que busquem desafios e os ultrapassem. Estarei observando atentamente para ver se obtiveram êxito nesse objetivo”. Depois de Okayama, visitei Shikoku,1 onde completei a canção. A música foi apresentada na 11ª Convenção da Divisão dos Estudantes Herdeiro, realizada no Centro Cultural da Soka Gakkai de Tachikawa, em Tóquio, no dia 3 de agosto [e se tornou a canção da DE-Herdeiro]. A voz emocionante daqueles promissores jovens ressoou. Hoje, eles cresceram e viraram líderes magníficos do kosen-rufu e da sociedade, atuantes em diversas localidades. Há, inclusive, amigos que se tornaram cientistas, prestando importantes contribuições em âmbito internacional. Dediquei a canção Corredores da Justiça aos meus preciosos discípulos, com a confiança de que cada um deles, sem exceção, permaneceria fiel às suas convicções e conduziria uma vida de integridade e de vitória. Meu sentimento se mantém inalterado até hoje. Em julho de 2010, revisei a letra, e ela foi adotada como a canção da Divisão dos Estudantes (DE). Também foi traduzida para o inglês; é cantada por jovens não apenas no Japão, mas no mundo todo. Seus acordes inspiradores representam o futuro da humanidade e a esperança do amanhã. A Soka Gakkai sempre incentivou e valorizou os jovens. Cultivar “valores humanos” é o caminho para assegurar o desenvolvimento perene da nossa organização, dedicada à concretização do propósito do Buda, e para consolidar o nosso movimento em prol do kosen-rufu. Toda sensei dizia: “Devemos respeitar as crianças como indivíduos plenamente capazes. Mesmo que talvez não compreendam as coisas agora, mais tarde eles se lembrarão das reuniões das quais participaram e do incentivo que receberam. O essencial é verem, ouvirem e experimentarem pessoalmente nossa prática budista em ação”. Sempre interagi com os membros da DE com uma postura de respeito, tratando-os como jovens companheiros de luta. Atualmente, o foco está cada vez mais concentrado no desenvolvimento da próxima geração, não apenas pelos líderes da DE, mas no âmbito da nossa organização. Membros de cada localidade, incluindo pais e avós, oram e incentivam os componentes da DE, acreditando no potencial ilimitado deles. Esses sinceros esforços, sem dúvida, plantarão sementes de esperança, crescimento e vitória nas profundezas da vida dos nossos preciosos integrantes da DE. O budismo ensina a relevância dos “bons amigos”,2 ou influências positivas. Como aponta Daishonin: “O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo”.3 A Soka Gakkai é um encontro de bons amigos. O crescimento ocorre em meio ao contato de pessoa a pessoa. As conversas e as interações que os integrantes da DE têm com amigos da mesma faixa etária e com bons veteranos nas reuniões e em outras atividades da organização lhes proporcionam profunda inspiração. Acima de tudo, aquilo que eles aprendem com seus esforços em prol do kosen-rufu os fortalecerá para abrir um caminho na vida. Por isso, precisamos criar e ampliar oportunidades positivas para os componentes da DE se relacionarem com a Soka Gakkai, com os companheiros e com o mundo da fé. Esse trabalho incansável assentará o caminho para o futuro da Soka Gakkai. Cada um dos atuais membros da DE possui a profunda missão cármica de promover o avanço do kosen-rufu rumo ao 200º aniversário de fundação da Soka Gakkai a partir do seu centenário. Perto do fim de sua vida, Toda sensei expressou: “Não preciso de mais nada — tudo o que anseio são ‘valores humanos’!”. Sinto exatamente o mesmo. Como Daishonin menciona em seus escritos: “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente”.4 Nesse sentindo, sinto-me imensamente feliz todos os dias pelo promissor desenvolvimento dos jovens da Soka Gakkai. Os jovens da SGI, que sustentam a suprema filosofia de vida do Budismo Nichiren, são protagonistas no esforço de promover uma religião verdadeiramente humanística que perdure pelo futuro. Leia discurso na íntegra na revista Terceira Civilização , ed. 636, de agosto de 2021. No topo: Participantes da 14a Academia dos Sucessores Ikeda 2030 realizada em Londrina, PR (jan. 2024) Notas: 1. Shikoku é a menor das quatro ilhas principais do Japão. 2. “Bons amigos”: No budismo, a expressão “bons amigos” indica influências positivas que direcionam as pessoas para a benevolência e a prática budista. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 4. Ibidem, p. 292. Foto: Colaboração local

11/04/2024

Especial

Juventude de valor

Brasil Seikyo prossegue com a série “Juventude de Valor”, destacando trechos de direcionamentos de Ikeda sensei para os jovens de todas as idades. Nesta edição, o conteúdo é voltado para o papel dos veteranos. No decorrer de nossa prática budista, em algum momento, fomos incentivados pela rigorosidade ou por aquele olhar carinhoso expresso por esses veteranos, atitudes que nos trazem de volta a coragem e a determinação. Aprendemos ainda sobre a grandiosidade do Mestre, a correta postura de vida, e encontramos um ombro amigo para nos ouvir sem prejulgamentos. Com o passar dos anos, conquistamos a chance de também nos tornar veterano de alguém, apoiando-o na caminhada da sua revolução humana. Essa rede sustentável é a força da criação de valor Soka. Inspire-se nas orientações do Mestre! A juventude não “desbota” “A vida dos jovens brilha mais radiantemente do que qualquer glória ou tesouro neste mundo. A juventude é a glória. A juventude é a esperança, a paixão e a liberdade. Espero que vocês vivam com um espírito vigoroso. Por favor, tornem-se mais jovens à medida que os anos passam — dia após dia, mês após mês, ardendo a chama da juventude em seu coração! Uma chama ardente purifica. Dessa forma, onde quer que exista a chama da juventude, não existirá qualquer impureza ou estagnação.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.278, 25 jun. 1994, p. 10. Ombro amigo “Mesmo que seja apenas um — é importante ter por perto pelo menos um bom amigo, com quem podem falar a respeito de qualquer assunto, ou mesmo um bom veterano, com quem podem se aconselhar em alguma situação adversa. Com um bom amigo ou um bom veterano, sem falta vocês poderão avançar em direção à felicidade e em direção à paz. Trilhem unicamente pelo caminho de vitórias e mais vitórias com alegria e entusiasmo ao lado dos bons amigos com quem compartilham de mútua confiança!” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, p. A2. Raízes da confiança “A presença de veteranos é, para cada membro, a ‘corda salva-vidas da prática da fé’; e para a Soka Gakkai, a ‘preciosa raiz que sustenta o kosen-rufu’. Para que todos os membros possam praticar alegremente e se tornarem felizes, é importante uma rede de pessoas que estendam as mãos e incentivem a todos, sem exceção. Os veteranos são o pivô dessa rede.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.320, 23 abr. 2016, p. B4. Educação para a vida “Construam uma história de esforços e uma juventude de vitórias. Para tanto, é importante que vocês aprendam o verdadeiro espírito de primeira categoria por intermédio de pessoas de primeira categoria. Assim como o ponto de partida da Gakkai foi a Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], a base, a fonte original, encontra-se na educação. Aqueles que possuem um bom mestre, um bom veterano, um bom amigo, conseguem aprender inúmeras coisas por intermédio deles e progridem em direção à vitória, à glória e à felicidade.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.243, 25 set. 1993, p. 5. Compromisso com a vitória “— O ponto fundamental para aumentar a boa sorte é promover pessoalmente o kosen-rufu. É em meio aos esforços e pensando ‘Vou me transformar de protegido em alguém que protege os companheiros’ e ‘Deixarei de ter um comportamento passivo e assumirei uma postura ativa’ que estabelecemos uma prática da fé que traz boa sorte, pois é dessa forma que se liga diretamente a Daishonin.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.138, 7 jul. 2012, p. B2. Palco da missão é para todos “(...) na Soka Gakkai existe amplo palco de atuação também para veteranos e idosos. No mundo da fé, onde as pessoas buscam um profundo aprendizado do caminho da vida, os conselhos dos veteranos, enriquecidos pela larga experiência adquirida enfrentando diversas provações, servem como exemplo e guia para todos. Muitos membros veteranos de idade avançada fazem da sua missão a tarefa de incentivar os demais companheiros como bons conselheiros, ajudando no desenvolvimento dos mais novos na prática budista. Nessa dedicação, irradia-se o brilho de sua vida.” Fonte: IKEDA, Daisaku. Abrindo Caminho. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 53. 2019. Energia inalterável “Johann Peter Eckermann, jovem discípulo de Goethe, escreveu que o seu mestre, mesmo nos últimos anos da sua vida, sempre pensava em avançar e estudar. Aos olhos do discípulo, o mestre foi uma pessoa de juventude eternamente inalterável. Nós também, que vivemos a ‘Lei Mística imortal’, avançamos com a condição de vida de ‘Juventude por toda a existência’ e de ‘Juventude por toda a eternidade’. E recitar o gongyo e daimoku é o potente motor para sustentar essa energia vital. Pela manhã, e à tarde, vamos vencer cada dia irradiando o sol da vida de kuon ganjo [o tempo sem fim] em nosso coração.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.294, 10 out. 2015, p. B2-B3. Juventude por toda a vida Por mais que os anos passem, não esqueçam a juventude em seu coração! O espírito jamais deverá envelhecer. Lembrem-se sempre de que aí está o segredo de manter a perene juventude sem nenhum remorso. O julgamento pela lei da causalidade será sempre justo e implacável. Vamos nos levantar. Devemos realmente nos levantar. Devemos avançar e lutar! E vencer! Fonte: Trecho de poema dedicado à Divisão Sênior pelo Mestre, em comemoração do dia 24 de agosto (2001). Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.618, 1º set. 2001, p. A3. Jardim de flores humanas “— O veterano é como o jardineiro, e os mais novos, o jardim. Se os mais novos, que passaram a compor o núcleo da organização, não forem capazes de manifestar seu potencial pleno, os culpados são os líderes veteranos deles. Deve-se ao fato de os veteranos não terem treinado os mais novos e não os terem apoiado com genuína sinceridade. Espero que vocês se levantem com a determinação de proteger aqueles que eram membros de vocês e agora são líderes. Quando forem nomeados novos líderes, sejam eles responsáveis pela província ou pelo bloco, tomem a iniciativa de mobilizar a todos a colaborar com eles, dizendo-lhes ‘O novo líder da província é jovem, mas maravilhoso!’ ou ‘Aquele novo líder de bloco é muito bem qualificado. Vamos prestar-lhe apoio total!’. E tente expressar ao novo líder: ‘Seja o que for, se estiver necessitando de algo, é só falar comigo. Farei tudo o que puder para ajudá-lo’. Se todos os membros pioneiros agirem dessa forma para apoiar os jovens, será muito mais fácil para eles realizar as atividades. Esse é o verdadeiro papel do líder veterano. É assim que deve ser no mundo da família Soka.” Fonte: IKEDA, Daisaku. Luta Conjunta. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p.131-132, 2019. União e companheirismo “Na Soka Gakkai, é nossa tradição os veteranos treinarem os mais novatos para que se tornem mais capazes que eles. É deplorável ver veteranos que sentem inveja do crescimento dos mais novos ou que se aproveitam para assumir os créditos pelo trabalho árduo dos novatos. Quando os veteranos oram com sinceridade pelo desenvolvimento dos novatos e fazem o que podem por eles, sua generosidade e coração grandioso inspirarão e incentivarão os mais novos, que por sua vez desejarão atender às expectativas dos veteranos e empenhar-se ainda mais arduamente para crescer e se aprimorar. Isso fará surgir a confiança e a união entre ambas as partes.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.766, 9 out. 2004, p. A3. Castelo indestrutível “É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com toda a sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018. Benevolência que inspira “Os nossos valores humanos representam força e esperança. Espero que os veteranos conduzam o desenvolvimento das pessoas mais jovens de forma gentil, sincera e tolerante. De certo aspecto, podemos dizer que ‘os veteranos são como mestres, e os mais novos, os discípulos’. O veterano deve dotar-se de bom caráter e competência. Os mais novos os seguirão respeitando essas qualidades.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.798, 4 jun. 2005, p. A2. Esperança — a idade não importa “Em certa ocasião, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, disse, encorajando seus companheiros a viver com grande esperança da mesma forma que ele: ‘Não importa se são jovens ou velhos, gostaria que nutrissem uma grande esperança e que vivessem comprometidos com essa esperança. É importante lembrar que essa força vital, que nos possibilita viver com esperança, é encontrada no Gohonzon, que é a entidade da unicidade de pessoa e Lei e a própria vida de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei’.” Fonte: Terceira Civilização, ed. 418, 1º jun. 2003, p. 7. Encontros de gerações unidas pelo ideal do kosen-rufu e pela unicidade de mestre e discípulo: Conferência de Líderes das Mulheres Soka com as Divisões Feminina e Feminina de Jovens (Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Encontros de gerações unidas pelo ideal do kosen-rufu e pela unicidade de mestre e discípulo: Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka com representantes das Divisões Sênior e Masculina de Jovens (Centro Cultural Campestre, Itapevi, SP, 4 jun. 2023) FOTOS: BS / Getty Images

11/04/2024

Matéria da Divisão Feminina

“O que importa é o coração” . “Seja sempre sua melhor versão”.

Preciosa amiga, como está? Neste mês, comemoramos o Dia Internacional da Mulher (que são todos os dias) e reconfirmamos nosso eterno juramento com espírito do 16 de Março. Parabéns! O mês de março é recheado de significados, desafios e emoções que nos levam à reflexão sobre o papel fundamental da mulher na sociedade. Também traz à tona a valorização, a autoestima e a compreensão da nossa missão. Como presente e oferecimento de um buquê de gratidão do nosso mestre, dedicamos a você, querida amiga, um trecho do livro Flores da Felicidade,1 volume 3: São os corajosos e dedicados esforços das mulheres que mudam a sociedade, mudam a história e transformam o mundo. Misturando-se em meio às pessoas comuns e unindo o coração de uma pessoa a outra, constroem um jardim perfumado da esperança de viver ao seu redor. Eis a mais suprema filosofia da vida. Espírito de luta contínua O presidente Ikeda, nosso mestre, nos incentiva: Parece que os meses mais frios do ano se foram, e agora aguardamos a chegada da primavera. Sob os cálidos raios do Sol, novos brotos crescem em profusão nas árvores e a paisagem ganha cores mais vivas. A natureza não cessa seu movimento por um instante sequer. Lenta, mas continuamente, a primavera se aproxima cada vez mais. É exatamente como Nichiren Daishonin afirma: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.2 Em breve, as flores primaveris irão desabrochar novamente. As cerejeiras florescem com tanta beleza porque resistem ao extremo rigor do inverno. O mesmo se aplica à vida humana. A vida é uma sucessão de mudanças. É preciso travar uma luta incessante — enquanto observamos, aguardamos e criamos o tempo. Por meio do acúmulo de esforços, podemos fazer com que as “flores da vitória” desabrochem de forma plena em nossa vida. A vitória se encontra nesse esforço contínuo. Sem isso, não podemos desenvolver uma vida realmente grandiosa. Transformando a nossa vida, transformamos a sociedade. Esse é o verdadeiro caminho da fé. Isso requer esforços contínuos e compenetrados em meio à realidade. Nosso estado de vida se desenvolverá proporcionalmente a nossos esforços.3 Transformar o carma em missão Aprendemos que, praticando o Budismo Nichiren, podemos ser felizes nesta existência, transformando nossa condição de vida diariamente e rompendo os grilhões do carma. Sensei afirma: “Não há (...) destino que não possa ser superado por meio da fé”.4 Abraçando o princípio de “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo), os sofrimentos cármicos são erradicados por completo. Esse princípio elucida que, ao mudar a maneira de enxergar o carma, você transforma sua realidade e passa a compreender que a missão que escolheu como oportunidade para evidenciar a força infinita existe dentro de si. Essa mudança se inicia com a mudança fundamental em nossa mentalidade. O presidente Ikeda afirma: “A poderosa determinação de converter carma em missão transforma radicalmente o mundo real”. Mulheres protagonistas da própria história Você conhece a icônica Iris Apfel? Se a conhece, com certeza já é uma grande fã dessa mulher que viveu muito à frente do seu tempo. Caso não a conheça, mergulhe na história inspiradora que vamos apresentar a você. Iris Apfel ditou moda por onde passou e influenciou gerações, para as quais deixou grandes ensinamentos de como viver de forma plena e autêntica. Autora de quatro livros, uma de suas características básicas eram os acessórios maximalistas, sua marca registrada, assim como seu cabelo branco e seu batom vermelho. Ela nasceu no dia 29 de agosto de 1921, dedicou-se à pesquisa, ao empoderamento feminino, ao trabalho e à diversidade. Por anos, trabalhou como designer de interiores (sua primeira profissão). Em 1950, abriu uma empresa têxtil com seu marido, com quem viveu até ele falecer aos 100 anos. A trajetória de Iris Apfel nos leva a fazer várias reflexões sobre o nosso modo de vida: Viver de forma sustentável. Iris Apfel era adepta da moda sustentável, consumidora de brechós, antiquários, bazares beneficentes, feiras e comércios alternativos. Em um de seus desfiles, as roupas eram compostas por materiais reciclados. Ruptura de padrões. Ela se tornou modelo profissional aos 97 anos. Sempre que era questionada sobre estilo, moda ou se a roupa deveria estar de acordo com a idade, ela respondia: “Vestir-se deveria ser divertido”; “É uma oportunidade para brincar”; “Isso faz parte da minha vida porque sou uma pessoa criativa, e acredito que os outros também deveriam se permitir um pouco de criatividade”. Idade não define jovialidade. Diariamente, Iris Apfel ligava para a sua agente e dizia: “O que tens para mim hoje?”. Poucas palavras definem a visão que ela tinha sobre: Arte: diversão.Vida: longevidade.Moda: estilo.Beleza: A que vem de dentro.Trabalhos e pesquisas: Sentido de viver. Agora que você já mergulhou na história dessa mulher inspiradora, que tal trazer seus ensinamentos para a nossa realidade de rainhas da felicidade? Temos muitas coisas em comum com Iris Apfel. E, sem dúvida, tudo o que usamos hoje em termos de cores e a mistura delas é o resultado da decisão dela, uma mulher que, em meados do século passado, optou por se vestir da forma que expressasse sua alegria de viver. Assim, podemos dizer que ela tinha a coragem de viver plenamente “mais um dia feliz”, enfrentando inúmeras adversidades, questões e desafios de todos os âmbitos que surgem na vida de cada pessoa. Mesmo vivendo em uma época em que as mulheres eram criadas para ser donas de casa e mães, ela decidiu não ter filhos e buscou o que a faria feliz! Ao se tornar trendsetter (criadora de tendências) aos 80 anos, deixa para humanidade um legado de sabedoria, alegria e leveza, diversidade e encantamento por tudo o que for bom, belo e bem elaborado. E você, a exemplo da Iris Apfel, tem valorizado sua história e se alegrado com sua trajetória? Eis algumas palavras que podemos relacionar com os direcionamentos da Divisão Feminina: Sabedoria ao compreender que a beleza não é externa, a beleza vai muito além de aparência, a beleza está em seu estilo, e esse estilo tem de ser alegre e representativo, senão não tem graça (podemos extrair a verdadeira sabedoria por meio da recitação de “muito mais daimoku” e conduzir uma vida feliz). Alegria de viver tudo o que a vida oferece de melhor em sua plenitude, abraçando e agradecendo cada oportunidade de aprendizado (podemos extrair a alegria vencendo na prática da fé e fazendo a diferença exatamente no local em que nos encontramos). Leveza não se refere apenas ao tecido de suas roupas, mas ao sentimento que está em sua essência, no sorriso em seu rosto e estampado nas fotos. (Baseado no lema eterno “Shitei-funi é minha vida!”, fazer o seu melhor e vencer a si mesma, pois “o que importa é o coração”.5) Com este maravilhoso exemplo de Iris Apfel, vamos todos os dias nos reinventar, nos influenciar por tudo que há de belo no mundo e nos envolver com tudo e com todos no colorido da vida, sem deixar ninguém para trás! Dica: “O que importa é o coração.” “Seja sempre sua melhor versão”. Forte abraço! Divisão Feminina da BSGI Carma significa ação! Diane Aline Ribeiro, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, RM Arujá, CGSP Vejamos o exemplo de uma rainha que aplicou em sua vida o princípio de transformar o carma em missão e conquistou uma condição financeira por meio da recitação de “muito mais daimoku” e da ação corajosa no dia a dia. Entrei no grupo Taiyo em uma época de grande desafio financeiro. Fazia apenas dois anos que havia mudado de cidade, deixando tudo para trás, em busca de resgatar meu casamento. Estava em uma cidade desconhecida, sem família e amigos. Além disso, estava sem trabalhar na minha área, sou formada em administração. No início, não tinha absolutamente nenhuma condição financeira de participar das atividades do grupo. Não dispunha nem mesmo de dinheiro para a condução, porém, possuía a boa sorte de obter uma carona das companheiras. Desafiei muito daimoku, abri cofrinhos, limpei gavetas, juntava cada moeda que podia e consegui atuar. Empreendi uma luta na minha organização de base, incentivando cada membro a realizar o Kofu e a assinar os periódicos, pois, para mim, mesmo não tendo boas condições financeiras, essa contribuição sempre foi prioridade. Recitava daimoku para conquistar um emprego que me permitisse realizar as atividades, ajudar meu esposo a pagar as despesas de casa e ainda poder viajar. Quando o responsável pela comunidade, que trabalhava vendendo café em seu carro, sofreu um infarto e ficou impossibilitado de trabalhar, resolvi auxiliá-lo indo vender o café para que ele não passasse por dificuldades. Porém, após uma semana ajudando-o, sua esposa me chamou para uma conversa. Ela me disse que, devido à idade avançada e ao cansaço, eu seria a pessoa certa para dar continuidade ao trabalho deles. Decidi que, por intermédio do meu emprego, as pessoas não somente se alimentariam, como também fariam amizades e se sentiriam acolhidas e felizes. Acordava de madrugada para recitar daimoku antes de iniciar o serviço e chegava lá sorrindo para todos que passavam pela rua. Aos poucos, fui conquistando mais clientes. Com meu trabalho, comprei um carro, um terreno e matriculei minha filha numa escola particular. Presenteei meu filho com uma moto, realizei (e ainda realizo) viagens, comecei a dividir as despesas de casa com meu esposo e, no segundo semestre deste ano, inicio minha segunda faculdade. Hoje, estamos construindo nossa tão sonhada casa própria que terá até piscina. Posso ir às atuações com tranquilidade, sem precisar quebrar nenhum cofrinho. O melhor de tudo é que posso dar carona, como objetivei inicialmente, e ser incentivada ao longo do caminho pelas companheiras. Sei que tenho muito a transformar, mas a oportunidade de pertencer à Gakkai e a esse grupo maravilhoso me faz querer ser uma pessoa melhor a cada dia. Essa gratidão me motiva a trabalhar ainda mais, levando alegria a todos os que por lá passam. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Flores da Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. v. 3, 2024.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. v. I, p. 560.3. IKEDA, Daisaku. Diálogo sobre a Religião Humanística. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v, 2, p. 191-1934. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 212, 2022.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. v. II, p. 214, 2017. Fontes de pesquisa: https://www.revistalofficiel.com.br/moda/iris-apfel-estilo-e-identidade https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/icone-da-moda-iris-apfel-morre-aos-102-anos/ https://www.google.com/search?sca_esv=cfa97c458ab2bfe3&rlz=1C1GCEA_enBR1015BR1015&hl=pt-BR&sxsrf=ACQVn08FarfCOacN564Baqlc5xReLEbxQ:1710180317726&q=iris+apfel&sa=X&ved=2ahUKEwj229uS5uyEAxVzj5UCHbHMASIQkc0JegQIBxAB&ictx=3&biw=1366&bih=641&dpr=1 https://www.google.com/search?q=as%20sufragistas%20resumo&udm=2&rlz=1C1GCEA_enBR1015BR1015&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CCAQtI8BKAFqFwoTCJDM_8fk7IQDFQAAAAAdAAAAABA2&biw=1366&bih=641&dpr=1#vhid=e0Xu35n9VGFZBM&vssid=mosaic Fotos: Colaboração local

23/03/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

O jovem possui em seu interior toda a força para viver e vencer em sua existência. Ele consegue viver e manifestar plenamente essa força. É isso que é a juventude. Jovem é a concentração desse potencial infindável. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 39-40.

23/03/2024

Notícias

Novo castelo da paz no sul do Brasil

Para os integrantes da Soka Gakkai Internacional (SGI), o dia 16 de março possui um profundo significado. Essa data se tornou mais especial para os membros da RM Continente, Sub. Santa Catarina, pois ela foi escolhida para a inauguração de sua sede regional. No dia 16 de março de 1958, os jovens, com o desejo de corresponder e de proteger Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, reuniram-se em uma cerimônia realizada para herdar a missão do kosen-rufu. Com esse espírito, os integrantes da RM se empenharam, em meio a duras realidades, para concretizar o objetivo de inaugurar a sede regional no significativo dia 16 de março. A cerimônia contou com a presença de Miguel Shiratori, presidente da BSGI, de líderes locais e de membros representantes da RM que abrange parte da cidade de Florianópolis e outros municípios da região. Na cerimônia de inauguração, a líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da RM Continente, Cristina Kaspary, falou sobre a trajetória iniciada em 2018 chegando até aquele momento. Além do objetivo da aquisição de uma sede regional, a organização local criou um modelo de incentivo para todos com a finalidade de não deixar ninguém para trás. Com o passar dos anos, e sem perder de vista tal objetivo, os membros da localidade foram se desenvolvendo, mesmo durante o período de isolamento social. O resultado fica evidente com a alegria e a felicidade dos membros com esse espaço. Após a apresentação do histórico para a conquista da sede regional, os líderes da RM manifestaram a decisão de empreender contínuos avanços na localidade. Moacir Lisboa da Costa Jr., líder da Divisão Sênior da RM, afirmou que os jovens são fundamentais para a criação do futuro da organização. Direcionando suas palavras para a Divisão Sênior (DS), Moacir diz: “[A DS] é o pilar desse castelo e, a partir de agora, deve voltar ao ponto primordial da Gakkai, orgulhando-se de ter feito parte da construção dessa grande história do kosen-rufu catarinense”. O presidente Miguel Shiratori enalteceu os esforços de todos os que se dedicaram para a inauguração da sede, dizendo: “A atuação em conjunto, essa sintonia, transforma até o ambiente”. Disse ainda que essa inauguração tem uma importante missão: “Aqui é o local em que reluz a vida de Ikeda sensei”. Emocionados, os membros ouviram os incentivos de Shiratori, que falou sobre a atuação dos jovens, junto com Josei Toda, na concretização dos 100 mil jovens patriotas; e que, hoje, com Ikeda sensei, os jovens vencem no movimento dos 100 mil jovens humanistas. Shiratori também discorreu sobre a importância da época atual e do movimento pela paz, cultura e educação da SGI. “A Soka Gakkai trouxe, com Ikeda sensei, a correta prática do Budismo Nichiren. Hoje, a filosofia da organização transcende qualquer ideologia. Nós praticamos a religião da nova revolução humana. A vida, em geral, está nos campos da emoção. Com daimoku, ela alcança a razão. O estado de buda é direito de qualquer cidadão. A prática assídua é que faz diferença. A prática budista é o modo de vida ideal; uma vida feliz que, entre ganhos e perdas, segue em frente. E o resultado desse enredo é a revolução humana. Não há nenhum mistério. Agora, com esta inauguração, é aqui onde está o coração de Ikeda sensei. Que toda a atividade realizada tenha um ambiente em que qualquer pessoa que venha se maravilhe! Que seja um local em que esteja reverberando sempre isso! Uma energia que mudará o destino da sociedade”, afirmou Shiratori. Em suas palavras, ele solicita: “Que daqui a dez, vinte anos, este local se torne um centro cultural”! Todos os presentes vibraram com essa determinação. Com certeza, o novo e dinâmico avanço da RM Continente está selado. Os jovens da localidade finalizaram a cerimônia de inauguração com uma apresentação de dança. Apresentação dos jovens Alegria dos membros Os membros expressaram o sentimento pela inauguração da Sede Regional Continente e sua decisão para o futuro. Ana Paula de Oliveira da Costa, responsável pela Divisão Feminina de distrito, comenta: “Foi uma atuação grandiosa. Com a pandemia da Covid-19, tivemos de aguardar. Por isso, todo o empenho foi importante para envolver os membros. Ver todos na inauguração de hoje nós dá certeza que uma nova partida do kosen-rufu da região foi dada”. Já Theo Lisboa de Oliveira da Costa, membro da Divisão dos Estudantes (DE), compartilha: “Daqui para frente, quero ver as pessoas recitando cada vez mais daimoku. Demorou bastante para chegarmos até aqui, mas que bom que concretizamos esse objetivo”. Para Sabrina Louyse Pires, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens de distrito, o importante foi manter o foco: “Desde o início, foi gratificante fazer parte desta luta. Nunca perdemos o foco e, daqui para a frente, espero ver muitas atividades aqui com vários membros e convidados. Vamos consolidar o kosen-rufu em Santa Catarina”. Alegria membros inauguração Sede Regional Continente No topo: Corte da fita inaugural que marca o novo avanço da localidade Fotos: Colaboração local

23/03/2024

Conheça o Budismo

O kosen-rufu inicia-se com a própria revolução humana

A realização do kosen-rufu, ou seja, a “pacificação da terra” com base nos princípios budistas, é o supremo objetivo do Budismo de Nichiren Daishonin. Nestes trechos de incentivos do presidente Ikeda, ele esclarece como devemos interpretar o significado de kosen-rufu e alcançá-lo por meio de nossas ações concretas no dia a dia. Qual é o significado do termo kosen-rufu? Ikeda sensei: Kosen significa “declarar amplamente”. “Amplamente” implica bradar ao mundo, a um número cada vez maior de pessoas. “Declarar” significa proclamar ideais, princípios e filosofia. O ideograma ru (fluxo) de rufu significa “uma corrente como a de um grande rio”, e fu (tecido) é “espalhar-se, desenrolando-se como um rolo de tecido”. O ensinamento da Lei Mística não tem nada a ver com aparência, forma ou distinções. Ele flui livremente para toda a humanidade. Como um rolo de tecido sendo desenrolado, espalha-se cobrindo tudo. Portanto, rufu significa fluir livremente, alcançando tudo ao seu redor. Assim como um tecido, o kosen-rufu é produzido com linhas verticais e horizontais. As linhas verticais representam a transmissão do ensinamento de mestre para discípulo, de pai para filho, de veterano para novato. As linhas horizontais representam a transmissão imparcial desse ensinamento, transcendendo as fronteiras nacionais, as classes sociais e todas as outras distinções. Simplificando, o kosen-rufu é o movimento para transmitir o caminho supremo que conduz à felicidade e o mais alto princípio da paz às pessoas de todas as classes e nações por meio da correta filosofia de Nichiren Daishonin.1 O que é o kosen-rufu? Ikeda sensei: O kosen-rufu é a propagação da Lei Mística de pessoa a pessoa. Da mesma forma, é a propagação de 10 mil para 50 mil pessoas. Porém, o kosen-rufu não significa números; é um processo, um fluxo eterno. O kosen-rufu não é algo que se extinguirá em determinado momento. Não significa que um dia nos sentaremos tranquilamente para dizer: “Bem, o kosen-rufu está terminado”. Isso atrairia não somente nossa morte espiritual, como também perderíamos toda a motivação para realizar a nossa revolução humana. O kosen-rufu é eterno.2 Como realizá-lo? Ikeda sensei: O kosen-rufu inicia-se com a grande revolução humana de uma única pessoa. Em primeiro lugar, deve-se realizar decididamente uma mudança pessoal — uma revolução do próprio ser. Se mesmo uma única pessoa fizer sua revolução humana, a felicidade se espalhará entre aqueles que estão ao seu redor, assim como a água molha a terra seca. Uma esfera de paz e felicidade se formará ao redor dessa pessoa.4 Qual é a relação entre kosen-rufu e revolução humana? Ikeda sensei: A determinação de concretizar o kosen-rufu impulsiona a determinação de concretizar a própria revolução humana. Ela é como a rotação de um planeta em torno do seu eixo, ao passo que o kosen-rufu é como a revolução do planeta ao redor do Sol. A rotação e a revolução são o alicerce de todo o movimento do Universo. Seria uma contradição às leis universais se o planeta não girasse em torno do Sol. (...) Sua revolução humana é como empreender o movimento pelo kosen-rufu no microcosmo de seu próprio mundo interior. Quando várias pessoas buscarem a revolução humana, poderão propagar o kosen-rufu em toda a sociedade. Em outras palavras, o kosen-rufu avançará na mesma medida em que vocês avançarem em sua própria revolução humana. Simultaneamente, quando deixam de lado seus interesses egoísticos e se devotam ao kosen-rufu, um movimento que existe para conduzir as pessoas à felicidade, sua revolução humana irá progredir; é dessa forma que os dois estão intimamente relacionados.5 Como podemos realizar nossa revolução humana? Ikeda sensei: Quando alguém que esteve gravemente doente se recupera, isso é uma grandiosa revolução humana. Quando alguém intratável se torna amável com os outros, isso é revolução humana. Quando os filhos que desrespeitam os pais passam a respeitá-los e amá-los, isso é revolução humana. É impossível definir a revolução humana como algo específico. Ela é uma ação que conduz a uma mudança positiva ou a um aprimoramento nas profundezas da vida. É como o kosen-rufu, um processo contínuo. O importante é nos perguntarmos se estamos em um caminho de contínuo crescimento pessoal.6 Como o kosen-rufu é realizado no âmbito da relação com outras pessoas? Ikeda sensei: Não se pode encontrar a verdadeira felicidade na busca egoísta apenas para si. Só podemos alcançar nossa felicidade por meio da prática inspirada no desejo de levar felicidade às outras pessoas, e esta é a razão pela qual essa ação constitui também o caminho mais sábio a ser seguido por nós. Não há nada tão importante como nossos esforços e nossa conduta no dia a dia. É quando evidenciamos o brilho de nossa genuína humanidade. (...) Discussões filosóficas profundas são excelentes, e ideais elevados, importantes. As cartas inspiradoras de Nichiren Daishonin possuem, indiscutivelmente, o seu papel. No entanto, jamais devemos nos tornar ideólogos ocos, que proferem sublimes discursos sobre o amor à humanidade apesar de não prezarem aqueles ao redor. Pessoas que fogem do trabalho árduo e ficam inebriadas com a própria retórica grandiloquente podem ter opinião elevada sobre si mesmas, porém, na realidade, estão longe de ser admiráveis. É fácil se deixar atrair por ideais abstratos, mas difícil desafiar as realidades do nosso cotidiano. Gostaria que, sustentando o magnificente ideal do kosen-rufu, vocês preenchessem seus dias empreendendo a prática efetiva de incentivar e motivar uma pessoa, mais uma e mais outra a contribuir com o kosen-rufu. Essa é a prática — o árduo trabalho — de propagar a Lei Mística no mundo real.7 Qual a importância de propagar o budismo? Ikeda sensei: Não podemos viver isolados das outras pessoas. Em japonês, a palavra “humano” (ningen) é escrita com dois ideogramas chineses que, quando combinados, significam “entre pessoas”. É por meio de nossas interações com os outros que podemos polir nossa vida e crescer como seres humanos. Portanto, é natural tentarmos compartilhar e promover a compreensão da filosofia e do ideal que acreditamos ser os mais corretos com o máximo de pessoas — é um dever e um direito. (...) Se guardássemos os meios que aprendemos para atingir a felicidade só para nós próprios, sem compartilhá-los com os outros, isso significaria que sucumbimos aos estados de animalidade (egoísmo) e de fome (avareza). O desejo de compartilhar a verdade com os outros e ensinar os meios para atingir a felicidade é a característica fundamental da filosofia, da educação, da cultura e do budismo.9 Incentivo do presidente Ikeda visando ao futuro do kosen-rufu Ikeda sensei: Apenas me esforcei em manter o juramento de trilhar o caminho da revolução humana que meu mestre Josei Toda me ensinou. Hoje esse juramento está cumprido. Eu venci. Isso é o que importa; vencer a si mesmo. Isso é revolução humana, e é kosen-rufu. Não estou preocupado com o futuro imediato. Não temo perseguições nem tampouco críticas. Estou visualizando cem, duzentos anos a partir de agora. Minhas ações presentes visam a dez milênios futuros. Desde os tempos antigos, há um ditado que diz que a posteridade julga o mestre por seus discípulos. Tenho sido alvo de todos os tipos de ataques infundados e insultos; porém, não me importo o mínimo com isso. O budismo nos ensina que isso é inevitável. Tenho a profunda convicção de que o julgamento de meu verdadeiro valor, de meu sucesso ou fracasso, será baseado nas atividades, contribuições e empreendimentos que meus discípulos realizarão em suas comunidades, em seus países e no mundo todo. (...) Não guardo nenhum arrependimento. Tenho a convicção de que fiz o máximo que pude como budista e como líder, e que meu legado será sempre lembrado. E como sei disso? Porque meus discípulos estão realizando grandiosos empreendimentos e deixando uma importante marca em nosso mundo. Isso significa que minha vida tem sido vitoriosa. Posso sustentar com orgulho o glorioso triunfo de meus esforços.10 Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 216, 2020. 2. Ibidem, p. 215. 3. Ibidem, p. 220. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.573, 30 set. 2000, p. C4. 5. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 214, 2020. 6. Ibidem, p. 215-216. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.350, 3 dez. 2016, p. B4. 8. Ibidem, ed. 1.395, 21 dez. 1996, p. 4. 9. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 219, 2020. 10. Ibidem, p. 220-221. Ilustração: Getty Images

23/03/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

Hoje, mais do que ontem, amanhã, mais do que hoje, agir em prol das pessoas e dos mais novos, passo a passo, do seu jeito. As marcas desses esforços é que resplandecerão como uma existência sem arrependimentos. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Viagens Inesquecíveis. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 37.

07/03/2024

Especial

A extraordinária força de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei

O valor que um ser humano cria na vida se encontra em sua missão e em seus árduos esforços “Com a esperança e a chama de um espírito invencível, conquistem sem falta uma vida absolutamente vitoriosa!” Ikeda sensei e sua esposa, Kaneko, dedicam um caloroso olhar para os jovens promissores que alçam voo rumo ao futuro durante um evento no Colégio Soka de Tóquio, em Kodaira (mar. 2000)A última parte desta série destaca a dedicação de Ikeda sensei por meio da fundação de escolas do sistema de educação Soka no Japão e no mundo, visando à criação de “valores humanos” que protegem a paz e contribuem para a sociedade. Em 1930, o professor Tsunesaburo Makiguchi, então diretor de uma escola de ensino fundamental, escreveu o livro Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. O professor Josei Toda também trabalhou arduamente para a edição e publicação dessa obra. Nessa época, o mundo era assolado pela depressão econômica e o Japão estava sendo controlado pelo militarismo. Na página de créditos no final do livro, a data de impressão é registrada como dia 15 de novembro, junto com a data de publicação de 18 de novembro. Misticamente, o pai da educação Soka [Tsunesaburo Makiguchi] encerrou sua sublime existência no dia 18 de novembro na prisão [em 1944], e Ikeda sensei, que criou o grande castelo da educação Soka, partiu para o Pico da Águia no dia 15 de novembro [de 2023]. Página de créditos do primeiro volume do livro Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. O dia 15 de novembro de 1930 está registrado como a data de impressão dessa obra, a cristalização da relação de mestre e discípulo entre Makiguchi sensei e Toda sensei A rede da educação Soka construída por Ikeda sensei, herdando o desejo dos mestres Makiguchi e Josei Toda, se expande amplamente em escala global. Ele fundou as escolas Soka em Tóquio e em Kansai, as quais abrangem do ensino fundamental ao médio. Na sequência, criou a Universidade Soka, que hoje mantém intercâmbios com 251 universidades em 67 países e territórios, assim como a Faculdade Feminina Soka, o palácio da educação de mulheres. Posteriormente, fundou a Universidade Soka da América, no descortinar do novo século, em 2001. “Cidadãos globais de ‘sabedoria, coragem e compaixão’, desenvolvam-se sucessivamente.” Com esse forte desejo, Ikeda sensei contempla painel de fotos da Universidade Soka da América às vésperas da inauguração da instituição (Colégio Soka de Tóquio, em Kodaira, set. 2001) Com relação ao ensino básico, a primeira instituição a ser fundada foi a Escola Soka de Educação Infantil de Sapporo, no Japão, seguida pelas escolas Soka em Hong Kong, Singapura, Malásia e Coreia do Sul. O Colégio Soka do Brasil se desenvolveu e atualmente engloba desde a educação infantil até o ensino médio. Em agosto de 2023, foi realizada a cerimônia de ingresso da primeira turma do Colégio Internacional Soka da Malásia. Campus do Colégio Internacional Soka da Malásia envolto pela natureza magnífica. Em agosto de 2023, a gloriosa primeira turma, com o coração cheio de esperança, ingressa na instituição Prédio do Colégio Soka do Brasil, em São Paulo, SP. Inicialmente, a instituição oferecia somente o ensino infantil, inaugurado em 6 de junho de 2001, data que marca os 130 anos de nascimento do presidente Tsunesaburo Makiguchi Escola Felicidade Soka de Educação Infantil, em Seul, capital da Coreia do Sul. Desde a sua inauguração, em março de 2008, as crianças trilham o caminho do desenvolvimento, gravando no coração as diretrizes de Ikeda sensei: “Feliz é a pessoa invencível diante de quaisquer acontecimentos” “Conto com você, Daisaku” O sonho da construção do grande castelo da educação Soka foi confiado pelo mestre ao discípulo em meio a circunstâncias extremamente adversas. Em 16 de novembro de 1950, Toda sensei disse em um refeitório para estudantes de uma universidade em Tóquio: “Devo construir a Universidade Soka para o bem do mundo no futuro. No entanto, pressinto que não conseguirei edificá-la. Assim, conto com você, Daisaku. Construa a melhor universidade do mundo!”.2 Três meses antes, Toda sensei havia recebido uma ordem de suspensão de seus negócios, e estava em uma situação financeira difícil. Enquanto seus funcionários se afastavam sucessivamente, Ikeda sensei era o único que continuava lutando ao seu lado. Naquele dia, o jovem Ikeda, com 22 anos, gravou profundamente no coração as palavras do seu mestre. Estabelecer uma escola também era o objetivo de Makiguchi sensei. Com o ardente desejo do seu venerado mestre e do mestre predecessor em seu coração, Daisaku Ikeda desenvolvia, sem que ninguém soubesse, um plano para a criação do sistema de educação desde o ensino infantil até a universidade. No dia 5 de abril de 1960, um mês antes de sua posse como terceiro presidente [da Soka Gakkai], Ikeda sensei visitou, acompanhado de sua esposa, Kaneko, um terreno em Kodaira, Tóquio, onde possivelmente poderia ser construída a Escola Soka. Naquele momento, tomou a decisão de adquiri-lo. Em 30 de junho de 1964, Ikeda sensei anunciou oficialmente o plano de fundar a Universidade Soka, dizendo: “Gostaria de criar grandes ‘valores humanos’ e extraordinários líderes capazes de contribuir para a paz do mundo”. Logo após, foi constituída uma comissão para o estabelecimento da universidade, iniciando assim o processo de construção. Qual é a finalidade da educação? Em 1968, foi realizada a inauguração do Colégio Soka de Tóquio como escola masculina dos ensinos fundamental 2 e médio e, em 1971, foi inaugurada a Universidade Soka. Ikeda sensei cumprimenta alunos da Escola Soka de Educação Infantil de Singapura, em sua primeira visita ao país (nov. 1995). A instituição foi inaugurada em 1993 e, em 2023, completou trinta anos de existênciaEra uma época afligida por confrontos universitários e, com o intuito de iluminar com as chamas da esperança o mundo universitário que estava num impasse, a abertura desse “centro da educação humanística” foi antecipada em dois anos. A fim de obter fundos para a universidade, Ikeda sensei intensificou ainda mais seus esforços na escrita de livros e trabalhou arduamente nos manuscritos, alocando os royalties das obras para o fundo. Além disso, contou com o apoio de muitas pessoas que simpatizavam com o ideal da educação. Vários indivíduos se ofereceram para fazer sinceras doações, expressando o desejo de participar do empreendimento, enquanto outros empenharam tempo e esforço na limpeza e na preparação do terreno onde seria construída a universidade. Sempre que possível, sensei falava para os alunos da Universidade Soka que ali era uma “universidade erguida pelo povo”, construída com as mãos de pessoas comuns e anônimas. Essa observação se baseava na convicção de que “o objetivo de estudar em uma universidade era para servir e contribuir em prol das pessoas que não tiveram tal oportunidade”, enquanto na sociedade havia a tendência de se considerar que “o fato de ingressar em uma boa universidade e empregar-se em uma boa empresa” representava a felicidade. Na inauguração da Universidade Soka, sensei ofereceu uma estátua de bronze como presente. Em sua base, está registrado: “Qual é a finalidade de polir a sabedoria? Não se esqueçam disso”; “Somente em meio aos árduos esforços e à missão é que se cria o valor da existência”. Rumo ao século 21 e além Após a inauguração dos colégios e da universidade, Ikeda sensei interagiu com os grupos de estudantes, mostrando um exemplo de educação humanística com a própria atitude. Algumas vezes, jogava tênis ou tênis de mesa com eles. Em outras, pescava ou, ainda, compunha poemas junto com os alunos. Houve ocasiões em que os convidou para uma refeição em um restaurante de estilo ocidental, ensinando-lhes a etiqueta básica à mesa. Ele dizia para os professores: “A educação consiste em continuar proporcionando bons estímulos e prover boas recordações”. Sensei continuou a proteger e a observar os alunos com desempenho escolar insatisfatório, como também os que abandonaram seus cursos. Entre eles, surgiram muitos companheiros que lutaram arduamente no caminho de suas missões, tornando-se, por exemplo, professores universitários. No Colégio Soka de Tóquio, onde se reúnem alunos oriundos de diversas regiões do Japão, Ikeda sensei propôs a realização de um evento às vésperas das férias de verão para que tais estudantes, vindos de longe, colecionassem boas recordações. Assim, começou o Festival da Glória, que se tornou uma atividade tradicional da instituição. Sensei participou sucessivamente por 24 anos, passando horas e horas com os alunos do colégio. “Sejam felizes, sem uma única exceção!” Ikeda sensei, que visita a Faculdade Feminina Soka, acompanhado de sua esposa, Kaneko, realiza uma palestra especial sobre “Estudo, Vida e Felicidade”. Na caminhada da juventude das alunas havia sempre o incentivo do fundador (out. 2002) “Será que posso assistir à aula junto com vocês?” Ao chegar ao local da atividade, que estava sendo realizada pela segunda vez em 17 de julho de 1969, Ikeda sensei se dirigiu imediatamente ao espaço destinado aos alunos. Incentivou com carinho os que estavam sentados nas proximidades, perguntando o nome e a cidade de origem de cada um deles. Aplaudiu com entusiasmo as apresentações de música folclórica e as peças teatrais criativas que se desenvolveram no palco. Sensei clamou: “Acredito que, no início do século 21, haverá muitos alunos dessas primeiras duas turmas que se tornarão presidentes de empresas ou altos executivos, jornalistas, cientistas, artistas, médicos e, enfim, pessoas atuando maravilhosamente nas mais diversas áreas”. Assim, ele propôs que todos ali presentes se reunissem novamente no primeiro 17 de julho do século 21. “Aguardando o ano 2001 com muita expectativa, vou abrir o caminho e cuidar de cada um de vocês nos bastidores. Essa é a minha vida e maior alegria”. Desenvolver e vencer para ir ao encontro do fundador! — essa agradável recordação se tornava um grandioso juramento dos alunos. Do “século de guerras” rumo ao “século sem guerras”, os olhos do Mestre, que se dedicava à educação, estavam sempre voltados para o século 21 e além. “Estarei eternamente junto com vocês!” Valorizar os alunos mais que os próprios filhos A primeira visita oficial de Ikeda sensei à universidade depois de sua inauguração foi atendendo ao sincero convite dos estudantes para o Primeiro Festival da Universidade Soka. Ikeda sensei participa do Primeiro Festival Takiyama da Universidade Soka. Na foto, aparece usando o chapéu acadêmico feito manualmente pelos estudantes (jul. 1972) Sensei visitou as barracas de comida e se admirou com a exposição criada com muita dedicação pelos alunos da instituição: “Pesquisaram muito bem. Não foi fácil, não é?”. Reconhecendo os esforços dos estudantes, ele visitou a exposição por mais de três horas. Ele tinha conhecimento do empenho de todos que se envolveram nos preparativos até de madrugada. Além disso, no Segundo Festival Takiyama (em julho de 1973), organizado pelos estudantes que residiam nos alojamentos, ele visitou o campus durante a programação de três dias, incentivando cada estudante que encontrou. Na festa do bonodori (dança típica japonesa), realizada no último dia do evento, Ikeda sensei tocou um tambor por tanto tempo e com tanta força que chegou a descascar a pele da mão. Os “valores humanos” que se desenvolvem no Colégio Soka, seja quem forem, são aqueles que carregam uma missão resplandecente de glórias. Ikeda sensei dedica incentivos cheios de emoção no Segundo Festival da Glória, no campo número 1 do Colégio Soka de Tóquio (jul. 1969)Com frequência, sensei falava aos professores: “Vocês devem valorizar os estudantes mais que os próprios filhos”. E, de fato, a cada movimento, ele demonstrou o espírito de “estudantes em primeiro lugar”, afirmando: “A universidade que mais valorizar os estudantes se tornará a melhor universidade do mundo. Essa é a fórmula”. No terceiro festival da Universidade Soka, realizado em outubro do mesmo ano, uma celebração foi preparada com cerca de setecentos convidados, incluindo altos executivos de empresas e pessoas relacionadas com o mercado de trabalho. “Muito prazer, sou Daisaku Ikeda, fundador. Quando nossos estudantes o procurarem em busca de trabalho, por favor, conto com o senhor”. Ao entregar seu cartão de visitas para cada pessoa que encontrava, Ikeda sensei curvava-se profundamente enquanto fazia esse pedido. Apesar de não estar tão bem de saúde, ele percorreu todo o ginásio de esportes por cerca de duas horas, encharcado de suor. Estava determinado a se encontrar pessoalmente com os representantes das empresas, pedindo-lhes apoio aos estudantes da primeira turma da Universidade Soka que haviam decidido ingressar na escola recém-construída. Observando esse aspecto do fundador, os alunos da primeira turma se sentiram inspirados. Ao começarem a busca por emprego, havia empresas que não os aceitavam pelo fato de eles não serem formados em universidades de renome. Mesmo assim, continuavam resolutos: “De minha parte, não há problemas. Porém, depois de mim, estão vindo muitos brilhantes sucessores. Por favor, conto com vocês para os formandos do próximo ano”. Embora tivessem dificuldade para encontrar emprego em decorrência da recessão causada pela crise do petróleo, os formandos da primeira turma receberam ofertas de reconhecidas empresas, alcançando uma taxa de 100% de alunos empregados. A tradição de alta taxa de empregabilidade continua até hoje. Pensando globalmente Realizando sucessivas viagens pela paz a diferentes países, Ikeda sensei oferecia cartões-postais e algumas lembranças aos alunos dos colégios Soka. Assim, foi cultivando neles o sentimento de cidadania global. Em maio de 1973, ao viajar para a Europa a fim de realizar, entre outras atividades, um diálogo com o historiador Arnold J. Toynbee, Ikeda sensei adquiriu uma boneca francesa em Paris. Ele a denominou Sonoko (filha do colégio) e a ofereceu à Escola Feminina Soka que havia sido inaugurada naquele ano. Em 1982, essa instituição se tornou o Colégio Soka de Kansai, e deu nova partida como escola para meninos e meninas, da mesma forma que o Colégio Soka de Tóquio. Por intermédio do fundador, os alunos dos colégios Soka sentiam o mundo mais perto deles. Mais de 5 mil intelectuais do mundo já visitaram os Colégios Soka de Tóquio e de Kansai, entre os quais, pessoas de renome que estabeleceram amizade com Ikeda sensei, como o fundador da União Pan-Europeia, conde Coudenhove-Kalergi; o historiador de artes René Huyghe; e o mundialmente renomado ilustrador de livros infantis Brian Wildsmith. O que significa uma vida correta? Apresentando grandes pensadores e ilustres personalidades de todos os tempos e lugares, Ikeda sensei falou sobre essa questão aos alunos dos colégios e da Universidade Soka. Em 20 de novembro de 1997, o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev e sua esposa visitaram o Colégio Soka de Kansai. Nessa ocasião, sensei apresentou a fábula Jovem Imperador, de Tolstói. Três vozes chamam o jovem imperador que assumiu uma posição de grande poder. A primeira voz diz a ele que sua responsabilidade se resume a manter o poder que lhe foi concedido. A segunda voz diz que ele deve fugir adequadamente de suas responsabilidades. E, por último, a terceira voz diz: “Cumpra a sua responsabilidade como ser humano e não como imperador! Aja pela felicidade das pessoas que sofrem!”. Então, sensei declarou: “Quero afirmar que o herói que escolheu o terceiro caminho, de líder humanista, é o Dr. Gorbachev”. Em um ensaio, Ikeda sensei registrou: “É preciso que surjam líderes capazes de tomar medidas com base em um pensamento de escala global, e não embasadas na pequenina régua do Japão. É para isso que sempre digo que o ‘palco de vocês é o mundo’, e sigo criando oportunidades para que os alunos do colégio e da Universidade Soka possam ter contato com líderes do mundo, com a arte e com homens da cultura de primeira categoria. Tesouro insubstituível Qual é o sonho do sensei? Essa pergunta foi feita por uma aluna do Colégio Soka de Kansai durante um diálogo de sensei com os estudantes que se formariam no dia 28 de fevereiro de 2000. Com uma dose de humor, ele disse: “Sou tão atarefado que mal tenho tempo de pensar em sonho, pois estou pensando sobre o mundo todo”. Ikeda sensei contou, então, que seu sonho, de corpo e alma, é concretizar os ideais do seu venerado mestre. E completou, expressando toda a sua expectativa: “Meu maior sonho é que, no futuro, vocês se tornem líderes e excelentes doutores, tanto no nome como na prática”. Ikeda sensei e sua esposa assistem a uma aula na Escola Feminina Soka (atual Colégio Soka de Kansai). Ao visitar a instituição, mesmo renunciando a horas de sono, o Mestre registra lembranças inesquecíveis com as alunas (Katano, Osaka, abr. 1978) Considerando os livros de assinatura e as coletâneas de formatura dos alunos dos colégios Soka e da Universidade Soka como seus “tesouros insubstituíveis”, sensei veio valorizando e mantendo-os próximos de si. Orando pela vitória e felicidade dos ex-alunos, continuou incentivando-os. Sensei redigiu o poema: Como meu coração se estimulaao saber da dinâmica atuaçãodos amigos formandos Soka.Como dói meu coraçãoquando ouço uma triste comunicação.É impossível entender esse sentimentosem ser seu fundador.Estarei eternamente junto com vocês!Serei eternamente seu aliado! No coração de Ikeda sensei havia sempre um amigo da educação Soka. E no coração dos ex-alunos, sensei continua vivendo. O sonho do Mestre se amplia de forma contínua para o mundo e para o futuro indefinidamente assim como os laços da educação Soka. Ikeda sensei cumprimenta alunos da Escola Soka de Educação Infantil de Singapura, em sua primeira visita ao país (nov. 1995). A instituição foi inaugurada em 1993 e, em 2023, completou trinta anos de existência No topo: Inaugurada em 1992 como a primeira instituição de ensino Soka fora do Japão, a Escola Soka de Educação Infantil de Hong Kong é altamente valorizada como uma das melhores da localidade. Na foto, Ikeda sensei cumprimenta seus alunos (Hong Kong, maio 1993) Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Esperança. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 17, p. 79, 2022.2. Cf. IKEDA, Daisaku. Coroa de Louros. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, p. 199, 2020. Fotos: Seikyo Press

07/03/2024

Relato

“Minha primavera chegou!”

Eu me chamo Lilia Bezerra, carioca da gema. A partir do momento em que conheci o budismo, há mais de quarenta anos, passei a dar cada vez mais valor ao ambiente solidário que encontramos na Soka Gakkai. Uma amiga do trabalho, que me ensinou a recitar Nam-myoho-renge-kyo, ainda está presente em minha vida, sempre me incentivando. Fico pensando quanto sofrem as pessoas que vivem isoladas dentro de seus dramas e infortúnios, sem esse companheirismo que temos aqui. Com a amiga que lhe apresentou o budismo, Norma Mignot Sem a prática da fé, e o encorajamento de Ikeda sensei e os companheiros Soka eu não estaria vivendo hoje o que o buda Nichiren Daishonin defendia: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Há três anos, vivi um inverno rigoroso, e é sobre essa transformação que gostaria de relatar a vocês. Em 2021, já estava aposentada e realizada com a ótima criação que consegui oferecer aos meus filhos Gabriela, 33 anos, e Thiago, 31. Além disso, estava feliz pela confiança em mim depositada ao assumir como responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Centro. Mas, de repente, em outubro, meu carma se manifestou. Fiquei sozinha, inesperadamente. Os filhos se casaram, minha cachorrinha morreu, meus tios que eu considerava como segundo pai e mãe se foram e minha prima com quem conversava todos os dias entrou em depressão. Com o filho Thiago e a nora Aline Com a filha Gabriela Descobri também que estava no estágio de pré-diabetes. Eu me sentia angustiada dentro de casa. Procurava me distrair fazendo caminhadas e artesanato. Sem as reuniões presenciais, esse quadro de angústia se agravou para uma depressão muito forte, que desencadeou uma crise de ansiedade e um transtorno do pânico terrível. Perdi totalmente a vontade de viver. O único lugar onde eu me sentia melhor era na cama. A maldade veio de um jeito que até o simples fato de eu ir para a sala e sentar-me em frente ao meu oratório para fazer a minha prática passou a ser desafiador. O poder do incentivo Como budista e líder, eu me sentia mal por estar naquele momento sendo incentivada, em vez de fazer o contrário. Contudo, eu me desafiei. É incrível o poder das palavras, pois, naqueles estados de letargia, li no Brasil Seikyo uma frase de Ikeda sensei: “Nenhuma vitória é possível a menos que se supere a adversidade”.2 Senti que tinha de reagir, cuidar da minha saúde mental e vencer aquela fase. Fui ao médico e passei a buscar mais incentivos do Mestre, porque precisava fortalecer meu interior. Eu me mantive em ação, orando quanto pudesse, muitas vezes além das minhas forças. Tudo isso tinha sido agravado também por uma situação envolvendo o apartamento em que eu residia na época. A questão corria em justiça e, dessa maneira, a ansiedade se agravava. Fazia minha prática sem perder as esperanças de ser feliz e ficar boa. Foram dois anos de muita luta, e consegui recuperar parte dos 30 quilos que perdi naquele pesadelo mental. Como não há oração sem resposta, quando me dei conta, minha filha começou a procurar apartamento para mim e, ao me visitar, meu coração se tranquilizou. Assim, junto com meu filho, ela providenciou tudo e me mudei. Em março de 2023, paguei a última conta de alto valor na farmácia por causa das medicações. Determinei que não precisaria mais delas, superando aquela fase tão traumática. Voltei a ser a Lilia de antes e retornei ao artesanato, que tanto amo. Minha glicose normalizou. Em uma orientação, nosso mestre afirma: A chave para vencer em qualquer empreendimento é primeiro superar a si mesmo. Como vamos perseverar diante dos obstáculos dependerá da nossa condição de vida. Temos de vencer a covardia, a preguiça e a tendência a desistir. Quando triunfamos sobre nossas próprias limitações, conquistamos grandes progressos e reluzimos sob a brilhante luz da vitória.3 Mais recentemente, conquistei um grandioso benefício. Logo após a reunião de palestra de janeiro, para a qual todos se uniram a fim de alcançar pleno sucesso, minha filha me levou para ver um lindo apartamento que estava à venda no mesmo condomínio. É simplesmente o que eu mais queria. Contrato e escritura concluídos nesse fim de fevereiro. Que vitória! Do inverno rigoroso, agora desfruto a primavera da vida aqui em Jacarepaguá, RJ, especificamente no bairro chamado Camorim, rodeado de muito verde e perto de tudo! Sinto que superei os obstáculos, pois nunca poupei meus pés para ir às atividades, recitar daimoku e buscar as orientações do Mestre. E agora ainda mais. Meu desejo é incentivar a todos com quem me encontrar para que possam ler o BS e descobrir palavras que mudem seu coração e sua história, assim como aconteceu comigo. Consegui transformar veneno em remédio, comprovando a força deste maravilhoso budismo. Com essa disposição, sigo avante. Março é o mês de Kofu e estou determinada a vencer também. Muito grata e feliz, plenamente! Com os companheiros da comunidade local Lilia de Fatima Bezerra, 62 anos. Artesã. Na BSGI, atua como responsável pela DF da Comunidade Centro, Distrito Carioca, CGERJ. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.201, 26 out. 2013, p. D22. 3. Idem, ed. 2.076, 19 mar. 2011, p. A11. Fotos: Arquivo pessoal

07/03/2024

Especial

Juramento de 26 de Janeiro, Dia da SGI

Na significativa fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), em 1975, reuniram-se na ilha de Guam membros de 51 países e territórios. Atualmente, a rede solidária do movimento popular Soka com base no Budismo de Nichiren Daishonin se estende para 192 países e territórios. Como presidente da SGI, em meio às ações visando ao fortalecimento das Nações Unidas e à paz do mundo, Ikeda sensei enviou à ONU suas Propostas de Paz por quarenta anos consecutivos a cada 26 de janeiro, Dia da SGI. Ao recebermos esse significativo dia do ponto primordial, o jornal Seikyo Shimbun publicou a declaração do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. MINORU HARADA, PRESIDENTE DA SOKA GAKKAI Criar o futuro da humanidade construindo um mundo sem armas nucleares Ikeda sensei escreveu propostas de paz por quarenta anos consecutivos O desafio de enfrentar assuntos globais, herdando o espírito dos três primeiros presidentes A Soka Gakkai Internacional foi fundada no dia 26 de janeiro de 1975 em Guam. Naquela ocasião histórica, na conclusão de seu discurso, Ikeda sensei clamou a todos: “Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo”.1 Então, levantando-se na vanguarda, Ikeda sensei continuou mantendo diálogo com líderes e intelectuais de cada país para evitar que tragédias como aquelas das duas grandes guerras mundiais voltassem a acontecer. Ao mesmo tempo em que lutava para interromper o aprofundamento dos conflitos e das divisões no mundo, o Mestre expandiu a correnteza para edificar a cultura de paz por meio da rede solidária do povo. Não permitir que ocorra uma terceira guerra mundial Nessa luta, o número de diálogos com os líderes e intelectuais do mundo realizados por Ikeda sensei alcançou mais de 1.600, dos quais mais de oitenta se transformaram em livros publicados. A primeira dessas obras foi lançada em 1972 e é composta pelo diálogo com o “pai da integração europeia”, o conde Richard Coudenhove-Kalergi (1894–1972). Após o primeiro encontro com o presidente Ikeda, em 1967, época em que a Guerra do Vietnã se intensificava, o conde Coudenhove se engajou no diálogo com ele por diversas vezes. Certa ocasião, alertando a todos que se as divisões no mundo continuassem avançando, a Terceira Guerra Mundial poderia levar à destruição definitiva de todas as civilizações, o conde Coudenhove-Kalergi declarou: “Somente uma nova onda religiosa é capaz de mudar essa tendência e salvar a humanidade. Por isso, a Soka Gakkai é uma grande esperança”.2 Não posso deixar de pensar que essas palavras foram proferidas pelo fato de ele [conde Coudenhove] ter sentido fortemente a vigorosa disposição de Ikeda sensei de continuar percorrendo todas as partes para cumprir o ardente desejo do seu mestre, Josei Toda, de “acabar com a miséria da face da Terra”. Um episódio que ilustra a espinha dorsal dessa crença de Ikeda sensei é descrito no livro A Sabedoria do Sutra do Lótus. Houve um acontecimento durante a compilação das explanações do presidente Ikeda, em especial sobre o escrito A Seleção do Tempo (publicado em 1964), em meio à eclosão de crises intensas, como a de Berlim em 1961, um ano depois de sua posse como terceiro presidente, e a dos mísseis de Cuba em 1962. Ao se dedicar com todas as forças para captar o espírito de Nichiren Daishonin de cada passagem daquele escrito, considerando o mundo contemporâneo, o trabalho de compilação chegou à frase: “Com isso, grandes lutas e disputas sem precedentes tomarão conta de Jambudvipa”.3 Em relação a esse trecho, alguns membros do Departamento de Estudo do Budismo pensavam que ela poderia ser interpretada como a ocorrência da Terceira Guerra Mundial. Porém, Ikeda sensei a rejeitou de maneira categórica: Se a Terceira Guerra Mundial ocorrer, toda a raça humana será dizimada pelas armas nucleares. Deve a humanidade ser sujeita a um sofrimento mais cruel e terrível que já houve? Deixar que isso aconteça demonstra uma falta de benevolência abominável como budista! Vamos decidir agora que é sobre a Segunda Guerra Mundial a que Daishonin está se referindo quando falou em “grandes lutas e disputas sem precedentes”. Aconteça o que acontecer, não podemos permitir que ocorra outra guerra mundial. (...) Vamos alcançar definitivamente o kosen-rufu — o sonho da paz e da felicidade duradouras para a humanidade.4 Exatamente de acordo com essa convicção, em meio à intensificação dos conflitos da Guerra Fria, Ikeda sensei realizou sua primeira viagem para a China e a União Soviética em 1974, no ano anterior à fundação da SGI. Após a sua primeira viagem à China no mês de junho, começaram imediatamente os preparativos para a primeira visita à União Soviética. Houve vozes de preocupação e de críticas impiedosas em relação à sua visita a países comunistas, mas a convicção de Ikeda sensei continuou inabalável. O que me move a ir para a União Soviética é o desejo de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para impedir uma terceira guerra mundial. Por essa razão, seguirei para lá após a minha visita à China e, então, para os Estados Unidos. Como emissário de Nichiren Daishonin, vou munido de uma filosofia de paz e do respeito pela vida, determinado a abrir as cortinas de uma nova era de paz mundial.5 Crença na concretização do Tratado de Proibição de Armas Nucleares Sem se intimidar com as tempestades de críticas, as quais tinham como cenário as crescentes tensões da Guerra Fria, Ikeda sensei realizou sua primeira visita à União Soviética (setembro de 1974) e, após a nova viagem à China (dezembro de 1974), rumou para os Estados Unidos logo no início do novo ano, em 6 de janeiro. Na época, ele entregou na sede das Nações Unidas um “abaixo-assinado pela abolição das armas nucleares com 10 milhões de assinaturas”, coletadas pela Divisão dos Jovens. No dia 26 de janeiro, dirigiu-se à reunião de fundação da SGI na ilha de Guam, a qual foi palco de violentas batalhas durante a Guerra do Pacífico. Com o estabelecimento da SGI, em 1975, Ikeda sensei passou a enviar mensagens de paz ainda com mais força para o mundo. No discurso proferido na Convenção da Soka Gakkai, realizada em Hiroshima no mês de novembro daquele ano, ele enfatizou a necessidade de as nações não serem as primeiras a utilizar as armas nucleares como um dos temas prioritários para alcançar a abolição dessas armas. Em maio de 1978, apresentou uma proposta para a Primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-I), na qual reiterou seu apelo de longa data para a proibição de fabricação, teste, armazenamento e uso de armas nucleares por qualquer nação e, por fim, para erradicá-las da face da Terra. Esse apelo de Ikeda sensei era algo que se alinhava totalmente com o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN), que entrou em vigor tempos depois, em janeiro de 2021. Em junho de 1982, ele apresentou uma proposta também para a Segunda Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-II). E, em janeiro de 1983, encaminhou sua primeira Proposta de Paz anual para a Organização das Nações Unidas (ONU), no Dia da SGI. Desde essa ocasião até 2022, enviou anualmente à ONU suas Propostas de Paz, num total de quarenta edições. O pilar da primeira Proposta de Paz foi o problema das armas nucleares. Até a 40ª proposta, junto com as discussões sobre diversos temas globais, como interrupção de conflitos, direitos humanos, questões humanitárias e meio ambiente, o assunto recorrente em quase todos os debates foi a proibição das armas nucleares com sugestões concretas para abrir o caminho para a abolição de tais armas. Ikeda sensei defendeu consistentemente um tratado que proibisse as armas nucleares em suas propostas de paz anuais, como também, em todas as outras oportunidades. E, finalmente, em 7 de julho de 2017, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares foi adotado pelas Nações Unidas. No mês seguinte ao dessa adoção, no dia em que se completavam setenta anos de seu primeiro encontro com Toda sensei (14 de agosto), Ikeda sensei descreveu seu sentimento em relação a esse tratado. Nas minhas propostas concretas para a abolição das armas nucleares, vim atribuindo especial importância a estes quatro itens: A sociedade civil deve se unir em rede solidária e levantar sua voz contrária às armas nucleares. Colocar a natureza desumana das armas nucleares no centro das discussões sobre desarmamento. Avançar na criação do tratado no fórum das Nações Unidas. Garantir que a voz das vítimas sobreviventes da bomba atômica (hibakusha) seja gravada no espírito fundamental desses tratados. A partir do lançamento de sua iniciativa da Década do Povo pela Abolição Nuclear, em 2007, a SGI vem colaborando com muitas entidades, tais como a Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares (Ican), expandindo a rede solidária de cidadãos que atuam em prol da paz. No contexto dos esforços contínuos da sociedade internacional para promover atividades alinhadas com os quatro pontos acima, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN) foi finalmente adotado com a aprovação de 122 Estados que votaram a favor. O fato de registrar a história do cumprimento de minha promessa com o mestre naquele dia no Estádio de Mitsuzawa [onde Toda sensei anunciou sua Declaração pela Abolição de Armas Nucleares] é uma honra insuperável como discípulo. Misticamente, a assinatura de cada país do Tratado de Proibição de Armas Nucleares está programada para a mesma época do 60º aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas no próximo mês de setembro [de 2017].6 A convicção de Ikeda sensei em suas repetidas ações de luta conjunta de mestre e discípulo desde a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares de Toda sensei está condensada também na conclusão de sua última Proposta de Paz, publicada em 2022. Almejamos herdar essas palavras como base da missão social da Soka Gakkai e expandir nossas ações para cumprir, juntos, um compromisso com Ikeda sensei. A natureza desumana das armas de destruição em massa não se limita às consequências catastróficas de seu uso. Não importa quantas pessoas lutem por um mundo e por uma sociedade melhores, ou por quanto tempo, uma vez que o intercâmbio de forças nucleares começar, tudo será em vão. A realidade da era nuclear é que estamos obrigados a viver na constante companhia do pior — o mais incompreensível e absurdo — perigo imaginável. O compromisso da SGI pela abolição das armas nucleares vem desde a declaração do presidente Josei Toda de 1957 clamando por ela. No meio da corrida armamentista entre os Estados com armas nucleares, a União Soviética havia testado com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM) no mês anterior [agosto], criando uma realidade na qual todas as partes do mundo estavam expostas à possibilidade de um ataque nuclear. Em face dessa aterradora realidade, Josei Toda frisou que o uso das armas nucleares por qualquer Estado deveria ser absolutamente condenado, expressando sua indignação pelo pensamento que justifica a posse delas: “Quero expor e extirpar as garras ocultas nas profundezas dessas armas”. Recordo-me, como se fosse ontem, da indignação do meu mestre com a natureza desumana dessas armas, que podem nos arrancar o significado e a dignidade da nossa vida e destruir o funcionamento da sociedade humana da raiz aos galhos. Como seu discípulo, determinado a tornar realidade a visão do meu mestre, senti sua ira justa nas profundezas do meu ser. Com a convicção de que o destino da humanidade não pode ser transformado sem que se resolva o desafio das armas nucleares, o mal fundamental da civilização moderna, vim consistentemente tratando dessa questão em minhas propostas de paz anuais desde 1983 e me empenhando pela proibição das armas nucleares. Muitas décadas depois, o TPAN, um tratado que ressoa o espírito da declaração de Josei Toda, entrou em vigor, e seu primeiro encontro dos Estados-membros está para ser realizado. O estágio crucial dos esforços para abolir as armas nucleares foi enfim atingido, objetivo tão entusiasticamente perseguido por tantas pessoas no mundo, começando pelos hibakusha — as vítimas dos bombardeios de Hiroshima e de Nagasaki e os impactados pelo desenvolvimento e pelos testes dessas armas ao redor do globo. Completar essa tarefa é a forma de cumprir nossa responsabilidade com o futuro. Firme nessa crença, a SGI continuará a avançar, aumentando a solidariedade da sociedade civil com especial foco nos jovens, rumo à criação de uma cultura de paz na qual todos desfrutem o direito de viver na mais autêntica segurança.7 Vamos transmitir essas palavras como os valores fundamentais da missão social da Soka Gakkai, e como nosso compromisso com Ikeda sensei de trabalharmos juntos para cumpri-las. Divulgar propostas concretas como SGI Junto com o apelo de Ikeda sensei declarado na fundação da SGI, a defesa da “competição humanitária” de Makiguchi sensei e o espírito do Toda sensei que pulsa em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, façamos dessa passagem da última proposta de paz de Ikeda sensei a base do movimento pela paz da Soka Gakkai. E, trabalhando juntos com pessoas e entidades que pensam da mesma forma, vamos objetivar a concretização de um “mundo sem armas nucleares e sem guerras”. A SGI se compromete a continuar divulgando ideias e propostas para a solução de diversos desafios que a humanidade enfrenta, tais como de proteção ao meio ambiente, dos direitos humanos, de crise climática e de vários problemas humanitários, além da abolição das armas nucleares e da prevenção de guerras. Certa vez, Ikeda sensei referiu-se às seguintes palavras de Toda sensei como inspiração que sustentava seus esforços para continuar publicando as propostas de paz: Para a paz da humanidade, é importante apresentar propostas concretas e agir assumindo a liderança visando à sua realização. Mesmo que tais propostas não sejam aceitas e realizadas de imediato, elas se tornam faíscas pelas quais se espalham as chamas da paz. Teorias abstratas são sempre vazias e fúteis. Mas propostas concretas se tornam “pilares” para sua realização e “telhados” para proteger a humanidade.8 Como discípulos de Ikeda sensei, devemos participar, por pouco que seja, da “batalha pela paz e pelo humanismo” dos três primeiros presidentes [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda]. Como portadores da “cultura de paz”, desejamos agir no palco de nossa missão e expandir uma vigorosa rede de solidariedade do povo para mudar a trágica história de miséria humana pelo ilimitado futuro. Às vésperas do 30o aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, foi realizada a Exposição sobre a Ameaça Nuclear. Na abertura da exibição, Ikeda sensei discorre sobre a sua crença de que o ato de continuar transmitindo sobre a tragédia das armas nucleares é sua “missão, responsabilidade e obrigação como japonês, pacifista e budista, e, ao mesmo tempo, um direito extraordinário” No topo: Ikeda sensei palestra no Centro de Intercâmbio Cultural e Técnico entre o Oriente e o Ocidente, no Havaí, em 26 de janeiro de 1995. Às vésperas, no dia 17, ocorre o Grande Terremoto de Hanshin-Awaji (Terremoto de Kobe), e Ikeda sensei adia sua partida, dedicando todos os seus esforços para encorajar as vítimas. No dia 24, anuncia sua Proposta de Paz, e parte do Japão na noite do dia 25. Assim, as propostas de paz anuais foram escritas em meio a esse tipo de contexto Traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun de 26 de janeiro de 2024. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019.2. SAITO, Koichi. Shashin: Ikeda Sensei o ou [Daisaku Ikeda: Um Diário Fotográfico]. Tóquio: Editora Kodansha, 1969. p. 97.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 566, 2020.4. IKEDA, Daisaku. A Sabedoria do Sutra do Lótus. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 190, 2021.5. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 20, p. 129-130, 2019.6. IKEDA, Daisaku. Uketsugareru Heiwa no Kokoro: Gensuibaku Kinshi Sengen to Kanagawa [Herdando o Espírito da Paz — A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares e Kanagawa], publicada na edição de 8 set. 2017 do jornal Seikyo Shimbun.7. Idem. Transformar a História Humana com a Luz da Paz e da Dignidade. In: Terceira Civilização, ed. 645, maio 2022.8. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 169, 2022. Fotos: Seikyo Press

22/02/2024

Caderno Nova Revolução Humana

Concretizar um passo de avanço do kosen-rufu

PARTE 5 Na noite de 18 de julho, em que Kiyoshi Jujo faleceu, realizou-se o velório dele pela família; e no dia 19 seguinte, ocorreu a cerimônia de funeral. Além disso, na noite do dia 23, o velório foi conduzido pela sede da Soka Gakkai, e solenemente no dia seguinte, 24, foi realizada a cerimônia de falecimento pela sede da organização no Auditório Memorial Toda de Tóquio, em Sugamo. Shin’ichi Yamamoto participou de todas as cerimônias e ofereceu daimoku em memória de Jujo. Na noite de 24 de julho, Shin’ichi ainda recitou gongyo com membros de oito países e territórios do Sudeste Asiático no Centro Cultural de Shinjuku, onde recordou as realizações de Kiyoshi Jujo e dialogou sobre as perspectivas do kosen-rufu do Oriente. Não havia descanso na atuação de Shin’ichi. No dia 25, ele empreendeu seu terceiro diálogo com o Dr. Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, em busca de um caminho para a concretização da paz no mundo. Nessa mesma data, ele ainda participou da nova partida da Reunião Nacional de Líderes, realizada no Auditório Memorial Toda de Tóquio. E felicitou do fundo do coração o novo zarpar da Soka Gakkai sob a liderança do novo presidente, Eisuke Akizuki, e externou sua expectativa: — Desejo que, com alegria, disposição e harmonia, concretizem um passo de avanço rumo ao kosen-rufu. E do dia seguinte até a primeira metade do mês de agosto, visitou Nagano e se empenhou dedicadamente no incentivo aos membros. Já no dia 17 de agosto, encontrou-se com o secretário-geral adjunto da Organização das Nações Unidas (ONU), Yasushi Akashi, no Centro da Amizade Internacional de Shibuya (atual Centro da Amizade Internacional de Tóquio), e dialogaram a respeito de assuntos como o 24 de outubro, Dia da ONU, e o papel do Japão no planejamento da promoção da paz mundial e do desenvolvimento da cultura. A ONU precisava ter força para que cada país somasse esforços na promoção do diálogo em posição de igualdade em torno das Nações Unidas e avançasse em direção à concretização da paz mundial — essa era a afirmação consistente de Shin’ichi. Ele disse claramente ao secretário-geral adjunto Akashi: — Nós dedicaremos todas as forças para apoiar a ONU. Isso porque acreditamos que é missão das religiões que pregam a dignidade da vida edificar a paz do mundo e proteger o ser humano da fome, da pobreza e da doença. Como romper a realidade de infelicidade das pessoas e concretizar a felicidade? É a partir desse ponto que se iniciou a luta de Daishonin para “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. A missão religiosa de um budista se completa com o estabelecimento dessa missão social desse princípio de “estabelecer do ensinamento para a pacificação da terra”. PARTE 6 Shin’ichi Yamamoto somaria dezoito encontros com Akashi, secretário-geral adjunto da ONU. Nesse período, contribuindo para as Nações Unidas, a Soka Gakkai promoveu em diversas localidades do mundo exposições como Armas Nucleares: Ameaça ao Nosso Mundo, Guerra e Paz e Rumo ao Século da Humanidade: Uma Visão Geral dos Direitos Humanos no Mundo de Hoje. E ainda, em 1992, Akashi, que havia se tornado representante especial do secretário-geral da ONU da Autoridade Provisória das Nações Unidas no Camboja (Untac), solicitou apoio para a captação de rádios usados. A Divisão dos Jovens da Soka Gakkai desenvolveu a “Voice Aid”, uma campanha de ajuda de rádios para o Camboja, e arrecadou e doou mais de 280 mil rádios. Isso foi uma grande contribuição para as primeiras eleições gerais realizadas nesse país após a guerra civil. No final de agosto de 1981, Shin’ichi voou para Honolulu, Havaí, para participar de atividades como a 2a Convenção da SGI. Nesse encontro, que reuniu 7.500 representantes de diversos países e territórios, ele fez um discurso comemorativo no qual declarou no final: — Desejo que a SGI faça do Budismo de Nichiren Daishonin a sua base fundamental e avance ainda mais vigorosamente pela grande rota da paz, da cultura e da educação. E gostaria que juntos déssemos um apoio ainda maior à Organização das Nações Unidas. E durante essa estada, visitou o East-West Center, situado no campus da Universidade do Havaí, onde se empenhou em diálogos que tinham como pensamento fundamental a filosofia de paz e de harmonia do budismo. Nosso juramento seigan como praticantes budistas é o princípio de que “kosen-rufu é a concretização da paz e da felicidade da humanidade”. Do dia 10 a 16 de outubro, o clero da Nichiren Shoshu realizou a Grande Cerimônia dos 700 Anos do Falecimento de Nichiren Daishonin. Shin’ichi havia sido designado responsável pela comissão dos eventos comemorativos pelo sumo prelado Nittatsu, responsabilidade esta que foi mantida, mesmo com a posse de Nikken. Desejando estabelecer a harmonia entre clero e adeptos em prol do kosen-rufu, ele se dedicou de corpo e alma com total sinceridade para cumprir suas atribuições. Todas as atividades foram realizadas de modo solene e majestoso, e a Grande Cerimônia cerrou suas cortinas com pleno êxito. Por outro lado, os sacerdotes do Shoshin-kai, grupo que teve cerca de duzentos integrantes punidos por “terem provocado desordem interna e por indisciplina”, passaram a fortalecer o tom de suas críticas contra o clero da Nichiren Shoshu. Então, em janeiro de 1981, eles denunciaram Nikken e o clero no tribunal, e o confronto se intensificou, transformando-se numa batalha cada vez mais acirrada e intensa. PARTE 7 Os sacerdotes do Shoshin-kai foram sendo banidos do clero da Nichiren Shoshu um após o outro. Falando da boca para fora sobre o kosen-rufu, eles rotularam como “herética” a Soka Gakkai, a única organização que veio promovendo verdadeiramente o kosen-rufu, e continuaram a maltratar os membros, os nobres filhos do Buda, e ainda atuaram para destruir a harmonia entre clero e adeptos. E no final de tudo, acabaram se afastando da correnteza do grande rio do kosen-rufu e desapareceram, afundando no curso nebuloso de hostilidades, ciúmes e ira. O clero, no final, puniu mais de 180 sacerdotes do Shoshin-kai com o banimento da Nichiren Shoshu. Além do mais, entrou com “pedido de desocupação de imóvel” (templo) contra os sacerdotes priores na justiça e travou uma longa disputa nos tribunais. Durante esse período, a Soka Gakkai protegeu consistentemente o clero da Nichiren Shoshu e empenhou todos os esforços para a prosperidade dessa instituição. Os sacerdotes do Shoshin-kai, que foram punidos com a expulsão e se viram acuados, prosseguiram com seus ataques ao clero da Nichiren Shoshu e continuaram a caluniar e a difamar a Soka Gakkai. Contudo, os membros da Soka Gakkai desenvolveram uma convicção forte e inabalável: “Quem de fato veio promovendo o kosen-rufu em exato acordo com o testamento de Nichiren Daishonin por meio da ‘devoção abnegada pela propagação da Lei’ foram somente os mestres e discípulos Soka. À luz dos escritos de Nichiren Daishonin, fica claro quem está certo e quem está errado”. Então, diante da postura de Shin’ichi Yamamoto, que iniciou a batalha da contraofensiva para proteger os membros e partiu para percorrer o Japão todo e o mundo, sem se preocupar em se tornar alvo de todos os ataques, os companheiros renovaram a decisão de se levantarem e de se unirem a ele. Não importando quão densas sejam as trevas ou quão violentas sejam as tempestades, no instante em que o leão se levanta resolutamente, o sino que anuncia a alvorada ressoa pelo céu e o amanhecer dourado desponta. No momento em que mestre e discípulo unem o coração, quebram os grilhões de ferro e dão um passo adiante, as cortinas da vitória já foram descerradas. Shin’ichi ainda tinha jurado fortemente em seu coração de que percorreria as localidades que vieram sendo assoladas com a problemática do clero e, louvando e agradecendo a árdua luta dos companheiros Soka, juntos dariam partida rumo à gloriosa vitória. O lugar para o qual Shin’ichi desejava ir mais que qualquer outro era Shikoku. Ele queria corresponder à corajosa disposição dos amigos de Shikoku que, no momento que ele fora colocado numa situação em que nem sequer poderia participar de reuniões livremente, foram ao seu encontro no navio Sun Flower 7, dizendo: “Se ele não pode se encontrar conosco, somos nós que iremos ao seu encontro!”. PARTE 8 No Seikyo Shimbun do dia 6 de setembro foi noticiado que em novembro seriam realizadas atividades comemorativas de inauguração do Auditório de Tokushima, e que estava prevista a participação de Shin’ichi Yamamoto. O anúncio prévio do comparecimento de Shin’ichi em uma atividade era algo excepcional, e era a manifestação de sua forte decisão de que enfim formaria a grande legião de companheiros de todo o Japão para dar início à nova marcha de avanço. E ao participar da cerimônia de abertura do 11o Festival da Universidade Soka no dia 31 de outubro, ele proferiu um discurso com o tema “Reflexões sobre a História e os Homens: Opressão e Vida”. Nele, Shin’ichi discorreu sobre Sugawara no Michizane; o poeta Man’yo, Kakinomoto no Hitomaro; Rai San’yo; e Takeda Shoin; os quais deram abertura para a Restauração da Era Meiji — todos eles tiveram uma vida de perseguições e árduas dificuldades, e deixaram para a posteridade grandiosos legados que resplandecem na história. Falou ainda sobre o nobre modo de viver das pessoas que mantiveram até o fim sua convicção em meio às tempestades, como Qu Yuan, poeta e político do Período dos Reinos Combatentes; Sima Qian, que escreveu a grande obra Registros do Historiador, ambos na China; Mahatma Gandhi, grande alma da Índia; o extraordinário poeta Victor Hugo; o filósofo Jean-Jacques Rousseau; e o pai da pintura moderna Paul Cézanne, do Ocidente. Então, ele refletiu que as grandes realizações estão, em parte, destinadas a ser alvo de perseguições e a enfrentar árduas dificuldades. As pessoas que concretizaram grandiosos feitos históricos estenderam firmemente suas raízes no grande solo do povo. Por isso, as autoridades que governam em cima do sacrifício do povo inflam a sensação de perigo e se consomem nas chamas do ciúme e da inveja que emanam da ambição e da autopreservação e tentam a todo custo eliminar os líderes do povo. Ele transmitiu que este era um esquema das perseguições. E falou sobre suas convicções dando ainda mais ênfase: — Eu também, como budista e como um cidadão do povo, vim sendo alvo de uma sucessão de calúnias totalmente infundadas e de perseguições. Mas, embora possa parecer presunção, à luz do “esboço estrutural das perseguições”, as perseguições são, justamente, o próprio orgulho e a honra dos budistas. Penso ser a suprema glória da vida. Aproveito esta oportunidade para declarar que a história da posteridade sem falta julgará rigorosamente a verdade dos fatos. Shin’ichi quis deixar registrada junto com os amados estudantes da Universidade Soka a declaração da vitória direcionada para o futuro. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida

22/02/2024

Especial

Gratidão como fonte da felicidade

Ter gratidão é um exercício diário e contínuo de autoaprimoramento, e sua importância vem sendo cada vez mais reconhecida na sociedade. Esse tema também tem sido alvo de pesquisas de instituições acadêmicas pelo mundo, que buscam traduzir as sensações e os reflexos desse sentimento em nossos dias. Com sua sabedoria milenar, o budismo já sinalizava, desde os seus primórdios, a importância de saldar as dívidas de gratidão, ou seja, retribuir o bem que alguém nos faz. Isso contribui para reconhecermos pontos positivos em meio à realidade, construirmos uma condição inabalável para vencer na própria vida e desenvolvermos uma sociedade de paz. Esta matéria traz reflexões sobre essas assertivas, revelando as condições para uma vida de felicidade plena. Mudanças visíveis na saúde Ser uma pessoa grata não é fingir que os problemas ao redor não existem. Pelo contrário, é encontrar aspectos positivos em meio aos desafios diários, ressignificar o passado e olhar o futuro com lentes coloridas. Algumas pesquisas científicas têm despertado a atenção para a relação do aumento da qualidade de vida das pessoas e o comportamento de ser grato. A pesquisadora Fuschia Sirois, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, estuda a gratidão, a compaixão e o papel de ambas em nossa saúde e em nosso bem-estar. Seus estudos com mais de 5 mil pessoas demonstraram que desenvolver a gratidão permite às pessoas se concentrar e apreciar os pontos positivos da vida, evitando ficar presas aos problemas do dia a dia, o que pode trazer benefícios como dormir melhor e adotar hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos. Os estudos indicam que reconhecer o lado positivo de situações em meio à realidade libera a dopamina e a serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e regulação do humor, o que diminui o estresse, a ansiedade e os pensamentos negativos, aumentando o alívio das dores físicas e fortalecendo o sistema imunológico de pessoas com doenças crônicas.1 Exercitar a gratidão, portanto, é uma forma de ensinar o cérebro a reinterpretar acontecimentos, ações individuais e coletivas de forma positiva, elevando a autoestima e desenvolvendo uma perspectiva de vida otimista, confirmam especialistas. Relações humanas Outro aspecto a ser observado é que o ser humano é social por natureza e, consequentemente, desenvolve relações com outros indivíduos, criando estruturas sociais. Apesar de muitas pessoas não pararem para analisar sua relação com as demais ao redor, ao exercer suas funções e atividades diárias, todas se relacionam direta ou indiretamente e estão interligadas, em maior ou menor nível. Eis um exemplo para ilustrar esse ponto. Ao contemplar uma roupa anunciada numa loja, é possível analisar cada etapa de sua fabricação, incluindo a produção do algodão, a matéria-prima do tecido, que foi plantado, cultivado e colhido por alguém. Em seguida, ocorre o manuseio do material transformado em fios por um indivíduo e usado por outro para costurar esse traje. A partir daí, a peça costurada é embalada, separada e transportada por mais outras pessoas para a loja, onde será vendida por um funcionário até chegar a quem a usará. Nesse exemplo, pode-se perceber que uma grande quantidade de indivíduos está envolvida com o simples ato de comprar uma roupa em uma loja. Assim, existe um vínculo, mesmo que discreto, entre as pessoas, e todas são interdependentes de alguma forma, seja produzindo um bem, cultivando alimentos ou executando serviços. Outro exemplo são as tarefas de cuidados, limpeza e organização realizados, desde a nossa infância, por parentes, amigos e outros. Notar a importância desses vínculos no dia a dia amplifica a compreensão de quanto o exercício da gratidão nos auxilia a desenvolver relações humanas de valor. Tudo depende da disposição Embora seja uma prática comprovadamente benéfica para a vida, fruto de um exercício diário e contínuo, pode não ser tão simples “agradecer”, principalmente quando o momento presente nos traz alguma angústia ou questão mal resolvida. Para manifestar o sentimento de gratidão, é preciso repensar situações que acontecem no cotidiano, reconhecendo seu verdadeiro aspecto de forma positiva, para si e para os outros. Neste aspecto, o budismo apresenta uma visão que vai ao cerne da questão. A prática do Nam-myoho-renge-kyo, elucidada pelo buda Nichiren Daishonin no século 13, nos faz despertar para nosso mais elevado potencial que transforma dificuldades em combustível para a vitória. Dessa forma, o modo de vida de um budista ao se deparar com uma realidade imersa em desafios é tornar o momento presente a causa essencial para a transformação. Bom exemplo dessa conduta é identificar desafios superados no passado, isto é, lembrar-se daquele objetivo tido como impossível e agora conquistado com esforços, e implementar uma mudança de comportamento para transformar o ambiente ao redor. Isso porque valorizar a grande luta pessoal empreendida nos ajuda a desenvolver uma percepção positiva sobre o nosso próprio potencial e mostra que o desafio à frente também pode ser vencido. A prática budista nos capacita a manifestar nosso estado de buda, evidenciando sabedoria e coragem para nos direcionar a adotar atitudes como esta. Essa é a realidade vivenciada por milhões de membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 192 países e territórios. Ser plenamente feliz Comumente, ouve-se dizer que uma pessoa feliz é uma pessoa grata. O Budismo de Nichiren Daishonin propõe, portanto, o caminho para transformar as dificuldades, manifestar gratidão pelo simples fato de estar vivo, fazendo da felicidade um estado de espírito perene e inabalável, que não sucumbe diante dos problemas. O presidente Ikeda cita seis pontos que devem ser fortalecidos para conquistar essa felicidade plena (confira no quadro). Novamente, assumir a mudança na percepção do próprio potencial no momento presente influencia o modo de agir para solucionar os problemas. Esta é a chave da virada. De repente, aquela vida que parecia estar imersa em sofrimento encontra uma solução. A situação presente pode ser mudada para melhor de acordo com a renovada decisão de se levantar e alterar de forma positiva a realidade. Um coração que a tudo vence. No romance Nova Revolução Humana, obra de trinta volumes de autoria de Ikeda sensei, ele nos auxilia a ponderar sobre o estilo de vida de quem manifesta o espírito de gratidão: O budismo ensina que o que mais importa é o coração. Aqueles que têm gratidão são felizes, sua vida é rica em vitalidade e alegria, são dinâmicos e alegres e têm imensa boa sorte. Por outro lado, aqueles que não têm gratidão são infelizes, e têm o coração obscurecido e pobre. Estão sempre descontentes, são cheios de inveja e ressentimento e vivem se lamentando. Desta forma, isolam-se dos demais e gradativamente acabam com toda esperança e boa sorte. Eles destroem a própria felicidade e entram em um estado de vazio e desespero. Pessoas arrogantes e que carecem de gratidão também são infelizes e solitárias. É o espírito da gratidão que dá origem a uma vida brilhante.2 Assim, pessoas que exercitam a gratidão têm o coração rico de esperança e de coragem, por isso se desenvolvem e se aprimoram, construindo a realidade que desejam e levando a felicidade às demais pessoas. Gratidão para a paz Basicamente, para realizar qualquer atividade no cotidiano, precisamos de outras pessoas. Reconhecer isso pode ser o início para repensar como está a nossa relação com os demais e empreender iniciativas para promover a paz e a felicidade na própria localidade. Na escritura Saldar as Dívidas de Gratidão, Nichiren Daishonin afirma: “Então, o que podemos dizer das pessoas que estão se devotando ao budismo? Com certeza, elas não devem se esquecer das dívidas de gratidão que têm para com seus pais, seu mestre e sua nação”.3 Encontramos nos ensinamentos do Budismo Nichiren como saldar as dívidas de gratidão e nos desenvolver como seres humanos de valor. Sobre essa postura, Ikeda sensei frisa: Se vivermos com senso de gratidão, jamais nos veremos num beco sem saída na vida. A firme determinação de demonstrar gratidão por nossos pais, mestres e por todos que nos ajudaram a nos tornar a pessoa que somos hoje pode atuar como uma força propulsora de nosso autoaprimoramento.4 Em outras palavras, o exercício da gratidão é fazer a própria revolução humana, conduzindo uma vida de valor. Essa prática cotidiana contribui não apenas para a manutenção da saúde, promovendo o bem-estar emocional e psíquico, mas também expande os laços de humanismo para a construção de uma sociedade de paz. Seis condições para a felicidade Ikeda sensei destaca os pontos que devemos construir em nós mesmos para sermos felizes. Senso de realização Uma pessoa feliz vive todos os dias com sensação exultante, objetivos claros, satisfação da tarefa cumprida e profundo senso de propósito. Possuir uma profunda filosofia Nesta época repleta de maldade que o budismo chama de Últimos Dias da Lei, praticar uma filosofia que permite se empenhar pela felicidade dos outros, como o budismo, é a maneira mais nobre de viver. Ter convicção É importante manter resolutamente suas convicções, aconteça o que acontecer, tal como Daishonin ensina. Quem tem essa inabalável convicção certamente é feliz. Viver com alegria e entusiasmo Considerar tudo sob uma luz positiva ou um espírito de boa vontade significa ter sabedoria para realmente mover tudo numa direção positiva, encarando sempre pela melhor perspectiva, ao mesmo tempo que se mantém os olhos fixos na realidade. Coragem As pessoas corajosas superam tudo. Os medrosos, por outro lado, falham sem saborear as verdadeiras e profundas alegrias da vida. Tolerância Aqueles que são tolerantes e de mente aberta deixam as outras pessoas confortáveis e tranquilas. Não somente os que possuem um coração amplo são felizes, como todos ao redor também são felizes. Fonte: Cf. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz - Parte 1: A Felicidade. São Paulo:Editora Brasil Seikyo, 2024 (1ª edição, 2ª reimpressão), p.39-44. Para ouvir Confira o poema de Ikeda sensei sobre o tema gratidão no episódio “Sinfonia da felicidade” com riqueza no coração do podcast da seção Em Dia com Sensei, em https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/4/episodio/sinfonia-da-felicidade-com-riqueza-no-coracao/181 Notas: 1. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-57767232. Acesso em: 7 fev. 2024. 2. IKEDA, Daisaku. Estrela Guia. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 131, 2019. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 722, 2020. 4. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 65.

22/02/2024

Incentivo do líder

Cuidar do futuro

Cresci nos jardins da Soka Gakkai e tenho a grande boa sorte de conviver com muitas pessoas que me inspiram a ser uma pessoa melhor, a concretizar meus sonhos e a criar uma linda história de superação na minha vida. Apesar de vivenciar uma realidade familiar e social extremamente desafiadora durante o meu período de estudante, encontrava na Soka Gakkai esperança e inspiração para transformar essa condição. Gostaria de compartilhar um episódio, que trago comigo até hoje com muito carinho, sobre a importância do cuidado com cada criança e jovem. Quando tinha 8 anos, o responsável pela Divisão dos Estudantes da comunidade, na época, não poupava esforços para nos encontrar, a mim e aos meus irmãos. Moro em uma região íngreme no Rio de Janeiro, conhecida como Morro Pinto. Toda semana, esse responsável vinha até nós e organizava sessões de cine pipoca, almoço, desafio de daimoku. Esses encontros se tornaram momentos inesquecíveis pelos quais tenho profunda gratidão. Nessas simples visitas dele, percebi a relevância da minha genuína dedicação em buscar e oferecer sempre o melhor para cada jovem, independentemente da sua realidade. Apesar de esse líder enfrentar dilemas da juventude na ocasião, não media esforços para proporcionar sempre o melhor para que eu fortalecesse a minha relação de mestre e discípulo e a prática da fé para superar qualquer desafio. O sincero empenho desse responsável mudou o rumo da minha história e da minha família. Na Nova Revolução Humana, de autoria de Daisaku Ikeda, nosso querido mestre fala sobre a importância da construção de um caminho seguro para a juventude trilhar: Construir uma estrada é um trabalho árduo. Vocês ficarão com dor nas costas e nos ombros. Mas quando a passagem estiver terminada, as pessoas caminharão por ela. Eu farei o melhor que puder para construir uma estrada para todos vocês e espero que façam o mesmo em prol do futuro. Pois esse é o nobre caminho de mestre e discípulo.1 Assim como nosso mestre, que sempre agiu visualizando o futuro e acreditando no potencial ilimitado de cada jovem que encontrava, considero este “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” e a Convenção Comemorativa da Juventude Soka, em maio, o ponto primordial para que o Sucessor Ikeda e a juventude Soka mudem e escrevam novas histórias de felicidade em sua vida que impactem não apenas seu ambiente imediato, mas o destino da nossa sociedade brasileira. Gabriel Augusto Souza Ciqueira, Coordenador da Divisão dos Jovens de coordenadoria Nota:1. IKEDA, Daisaku. Rio Caudaloso. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 14, p. 261, 2019. Ilustração: GETTY IMAGES

22/02/2024

Especial

A extraordinária força de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei

“Espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo.” Na primeira página do jornal Seikyo Shimbun comemorativo do aniversário de fundação da Soka Gakkai, edição do dia 18 de novembro de 2023, foram publicados poemas compostos previamente por Ikeda sensei e dedicados a todos os companheiros. No dia 20 daquele mesmo mês, foi divulgada a mensagem que sensei dedicou aos estudantes do Colégio Soka e, no dia 21, o artigo para a seção Gosho para o Futuro. Por meio da escrita, o Mestre continuou incansavelmente a fazer ressoar aos companheiros seu rugido do leão até o último instante, até as chamas de sua vida se extinguirem. Nesta quinta parte da série, acompanharemos a jornada da batalha das palavras que sensei travou ao longo de sua existência, às vezes com o pseudônimo de Ho Goku e, outras, como Poeta Laureado. “Com ardente fé, registrarei palavras ilimitadamente” Assim Ikeda sensei escreveu em certa ocasião. “Não pouparei a vida para incentivar os amigos. Contudo, existem limitações na quantidade de pessoas com quem posso me encontrar pessoalmente. Então, vou encorajá-las pela força da caneta.” “A vida humana é transitória, mas o alcance das palavras é infinito. Vou perpetuar a filosofia do budismo, que é universal e ultrapassa épocas, a fim de deixar para a posteridade a veracidade da relação de mestre e discípulo.” Sem dúvida, era essa a determinação de Ikeda sensei por trás de suas ações. A batalha das palavras começou ainda na juventude, quando foi rigorosamente treinado pelo presidente Josei Toda. Sob o nome de Shin’ichiro Yamamoto Era 3 de janeiro de 1949, um dia após completar 21 anos, quando Ikeda sensei se apresentou pela primeira vez para trabalhar na editora Nihon Shogakkan, dirigida por seu venerado mestre. Em maio do mesmo ano, ele se tornou editor-chefe da revista juvenil Boken Shonen [Aventura dos Meninos] (posteriormente Shonen Nippon [O Japão dos Meninos]). Ele se lançou de corpo e alma nesse trabalho determinado a fazer dessa publicação “a maior revista juvenil do Japão”. Exemplares das revistas Boken Shonen [Aventura dos Meninos] e Shonen Nippon [O Japão dos Meninos], nas quais o jovem Daisaku Ikeda atuou como editor-chefe, trabalhando com Toda sensei Tratava-se de uma pequena editora localizada no bairro de Nishikanda, em Tóquio, e ele sozinho era responsável por muitas funções, tais como planejamento de séries, solicitação e recebimento de matérias, de ilustrações e de diagramações. Quando não encontrava redatores ou escritores disponíveis, ele próprio escrevia, com o pseudônimo de Shin’ichiro Yamamoto, biografias de personalidades como o educador Johann Heinrich Pestalozzi (1746–1827) e o médico Edward Jenner (1749–1823). No entanto, devido à recessão do pós-guerra provocada pela política de contração financeira denominada Dodge Line, os empreendimentos editoriais do presidente Josei Toda entraram em crise. A empresa mudou sua estrutura de negócios para uma cooperativa de crédito, e Ikeda sensei teve de se afastar do trabalho editorial. Todavia, essa cooperativa em questão também se deparou com um impasse no verão de 1950, momento em que Toda sensei se viu em uma situação crítica. Foi em meio a essas circunstâncias que mestre e discípulo conversaram sobre os planos de fundar um jornal. Nessa época, Toda sensei esclareceu ao jovem Daisaku Ikeda por que os seguidores de Nichiren Daishonin conseguiram superar tamanha sequência de grandes dificuldades: “Nichiren Daishonin continuou a incentivar cada um (de seus seguidores) escrevendo cartas e mais cartas incansavelmente. É por essa razão que, independentemente das provações impostas pela vida ou pela sociedade, nenhum deles foi derrotado. Daisaku, vamos criar um jornal que incorpore esse espírito de Daishonin e torná-lo grandioso!”. Graças à intensa luta de Ikeda sensei nos bastidores, a situação crítica dos negócios de Toda sensei foi superada e ele tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai no dia 3 de maio de 1951. Pouco antes, em 20 de abril daquele ano, foi publicada a primeira edição do Seikyo Shimbun. O venerado mestre empenhou-se pessoalmente para escrever artigos para o jornal. Ele redigiu a matéria principal da primeira página da edição inaugural, intitulada O que é a Fé?, e contribuiu com a coluna denominada Suntetsu [Epigramas]. O discípulo também empunhou a caneta e se dedicou de corpo e alma. O treinamento do mestre era rigoroso. Ele dizia: “Isso não vai tocar o coração das pessoas!”; “O propósito da matéria não está claro!”. Sob a liderança do presidente Josei Toda, Ikeda sensei não apenas se tornou excelente “guerreiro do kosen-rufu”, como também aprimorou sua habilidade com a “espada da caneta”. Myo Goku e Ho Goku Toda sensei também escreveu um romance em série com o pseudônimo de Myo Goku. O título da obra é Revolução Humana. O personagem principal, Gankutsuo [conde de Monte Cristo], é baseado nele próprio e surge a partir da segunda metade do livro. A obra se encerra com a cena em que ele “atinge a iluminação na prisão”, para onde havia sido levado junto com o presidente Tsunesaburo Makiguchi. Nesse cenário, desperta para a sua condição de bodisatva da terra. Quem escreveria sobre a outra parte da vida de Toda sensei, quando Gankutsuo se levantasse sozinho pelo kosen-rufu para vingar a morte do seu mestre Makiguchi na prisão, convocando os 750 mil bodisatvas da terra? Revolução Humana e Nova Revolução Humana — redigindo a verdade sobre o venerado mestre e a Soka Gakkai “Monumento à Nova Revolução Humana”, localizado no Centro de Treinamento de Nagano. “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade” — além desse trecho inicial do volume 1 do romance, constam gravadas as seguintes palavras: “Início em 6 de agosto de 1993, dia do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Previsão de um total de trinta volumes” Houve três momentos cruciais que fizeram com que Ikeda sensei decidisse escrever um romance biográfico sobre o seu mestre. Primavera de 1951: Toda sensei lhe mostra o manuscrito do seu romance Revolução Humana. Agosto de 1954: Acompanha seu mestre em uma viagem à cidade natal dele, a Vila Atsuta (naquela época), em Hokkaido. Agosto de 1957: A conversa que tiveram no último verão que ele passou com Toda sensei em Karuizawa, Nagano. “Eu sou o único capaz de registrar a verdade sobre o meu mestre. Acredito que essa seja a expectativa dele em relação a mim e à minha missão como seu discípulo” — assim Daisaku Ikeda jurou resolutamente em seu coração. Em maio de 1960, o discípulo se torna terceiro presidente da Soka Gakkai. Durante a cerimônia do sétimo aniversário de falecimento do presidente Josei Toda, em abril de 1964, Ikeda sensei anuncia que escreveria o romance biográfico do seu venerado mestre, Revolução Humana. Quatro anos haviam se passado desde a sua posse presidencial. Em 1962, ele já tinha concretizado o desejo do seu mestre de 3 milhões de famílias na Soka Gakkai, e o dinâmico avanço da organização prosseguia sob a liderança do jovem presidente. Ikeda sensei começou a escrever o romance no dia 2 de dezembro de 1964, em Okinawa. A publicação em série no Seikyo Shimbun foi iniciada em 1o de janeiro de 1965. Seu pseudônimo era Ho Goku. Traçando um paralelo com os princípios budistas, “Myo” representa o mestre, e “Ho”, o discípulo. Era o início da “história de mestre e discípulo” que se estenderia por mais de meio século. Em meio à batalha feroz “Publicar um romance em série no jornal é, em si, um trabalho realmente árduo. Ainda mais em meio ao intenso dia a dia, correndo de leste a oeste em prol do kosen-rufu e da paz”, escreveu Ikeda sensei. Mesmo assim, ele não deixou de desenvolver as ideias para o livro e de enfrentar a página branca diante de si durante as viagens às localidades do Japão e ao exterior. Por volta do fim de novembro de 1969, a “questão da obstrução da liberdade de expressão e de publicação” eclodiu. Sensei se levantou na dianteira para atrair a pressão para si. A publicação do capítulo inicial, “Septingentésimo Aniversário”, do volume 6, no Seikyo Shimbun começou no dia 9 de fevereiro de 1970. A princípio, estava programada para o dia 11 de fevereiro, aniversário de Toda sensei, mas foi antecipada devido aos fortes pedidos dos leitores que desejavam que a série fosse retomada quanto antes, como relatado em um artigo. A princípio, havia a previsão de não publicá-la aos sábados e aos domingos, mas, atendendo aos anseios dos leitores, ela somente deixou de ser veiculada aos domingos. Enquanto a grande nau Soka Gakkai avançava em meio às ondas terrivelmente turbulentas sob a firme e dedicada direção de Ikeda sensei, ele continuou a escrever pensando unicamente nos companheiros Nos dias em que não estava bem de saúde e não tinha forças para segurar a caneta, ele ditava o conteúdo, o qual era gravado em fitas. No manuscrito do capítulo “O Estopim”, do volume 9, há uma observação na margem superior: “Como estou um pouco indisposto, ditei o texto e pedi à minha esposa que o anotasse por mim”. A pequena escrivaninha que sua esposa utilizou nessa época passou a ser chamada de “mesa Kaneko”. Manuscritos do capítulo “O Estopim”, do volume 9, do romance Revolução Humana, com a letra da Sra. Kaneko. Na borda superior, consta a seguinte observação feita por sensei: “Como estou um pouco indisposto, ditei o texto e pedi à minha esposa que o anotasse por mim” Contudo, mesmo a série que vinha sendo continuada com tanto esforço e tenacidade precisou ser interrompida por um tempo. Em abril de 1979, sensei teve de renunciar ao cargo de terceiro presidente da Soka Gakkai. Membros que se afastaram da fé e traidores se uniram a clérigos malignos e conspiraram para tentar apagar o espírito de mestre e discípulo. Ikeda sensei teve seus movimentos e ações restringidos, e suas orientações e artigos sumiram das páginas do Seikyo Shimbun. Para os companheiros, foram dias em que se sentiram vagando na escuridão da noite. “Preocupo-me com os companheiros se as coisas continuarem assim. Vou incentivá-los. Vou encorajá-los. Vou retomar a publicação em série da Revolução Humana. Enfrentarei sozinho as consequências disso.” Em julho do ano seguinte, 1980, sensei decide reiniciar a publicação da Revolução Humana, a qual havia sido interrompida por dois anos, e começou a escrever o volume 11. Houve ocasiões em que, devido à forte indisposição, para dar continuidade à série, ele ditou o conteúdo para o jornalista responsável enquanto permanecia deitado. Cada uma dessas palavras se tornou uma luz de esperança aos companheiros, acendendo e espalhando a chama da coragem para a contraofensiva e a grande virada sobre as maldades. Liderando para sempre O romance Revolução Humana foi concluído em 11 de fevereiro de 1993, data em que se comemorava o 93o aniversário de nascimento do seu mestre, Josei Toda. A sequência da obra, intitulada Nova Revolução Humana, passou a ser publicada em série no Seikyo Shimbun a partir do dia 18 de novembro desse mesmo ano e sensei começou a redigir o romance em 6 de agosto. O local escolhido foi Karuizawa, onde havia passado seu último verão junto com Toda sensei. No prefácio do volume 1, sensei escreveu: Assumi a responsabilidade da Nova Revolução Humana como a obra da minha existência. Determi-nei escrever ininterruptamente, aplicando o máximo de habilidade para eternizar o caminho genuíno e adamantino de mestre e discípulo. Comprometo-me também a relatar as glórias conquistadas pelos preciosos filhos do Buda, que avançam orgulhosamente pelo ideal da paz mundial exatamente como Nichiren Daishonin ensinou.1 Não havia somente o romance. Em janeiro de 1998, iniciou-se a publicação da série de ensaios “Reflexões sobre a Nova Revolução Humana”. O título da primeira parte era Renovando a Cada Dia. Nela, refletindo após os seus 80 anos, sensei registrou: “A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu por toda a eternidade”.2 No dia 6 de agosto de 2018, Ikeda sensei repousou a caneta depois de terminar de escrever o romance Nova Revolução Humana e, em 8 de setembro, a série de trinta volumes teve sua veiculação concluída no Seikyo Shimbun. O número total de partes da Revolução Humana e da Nova Revolução Humana publicadas no jornal somou 7.978. Foram mais de 20 mil folhas de papel manuscritas, cada uma com quatrocentos caracteres em média, que registraram o marco dourado do mais longo romance, divulgado em série num jornal, da história do Japão. No último volume, 30-II, é descrita a cena em que sensei conclama a todos os participantes da Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em novembro de 2001: Por favor, desejo que vocês, da Divisão dos Jovens, herdem e sucedam sem falta o solene espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai. As pessoas que assim fizerem serão vitoriosas no final.3 O local era o Auditório Memorial Toda de Tóquio. Foi nesse salão de mestre e discípulo que se realizou a solene cerimônia de funeral de Ikeda sensei pela Soka Gakkai. Os ensaios foram publicados de 1998 a novembro de 2023, ao longo de 25 anos. A última edição foi entregue aos leitores no dia 15 de novembro de 2023, dia em que sensei partiu para o Pico da Águia. No final desse artigo, sensei escreveu: O alicerce da força jovem mundial está firme. Reunindo cada vez mais a força e a paixão dos jovens emergidos da terra, vamos expandir o jardim da paz, edificando o castelo de “valores humanos”, visando à criação de valor da felicidade do povo de todo o planeta.4 Fazendo do Seikyo Shimbun o principal campo de batalha “Fazendo do Seikyo Shimbun meu principal campo de batalha, eu me dediquei incansavelmente à batalha das palavras, empunhando a caneta decidido a deixar gravada para sempre a verdade da unicidade de mestre e discípulo Soka, com o sentimento de escrever cartas de incentivo para cada um dos companheiros.” Essa é a inscrição gravada no “Monumento ao Triunfo de Mestre e Discípulo do Seikyo Shimbun”, instalado no Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai. O Seikyo Shimbun se tornou realidade graças à existência de Ikeda sensei. Ele não só atuou pessoalmente na redação de matérias, como também dedicou sinceros esforços na formação de jornalistas. Um sociólogo especializado em religião disse certa ocasião: “Toda vez que vejo o Seikyo Shimbun, é como se eu conseguisse ouvir a voz do presidente Ikeda a direcionar a equipe editorial, dizendo: ‘Será que esta matéria realmente motivará os membros? Será que ficarão felizes e satisfeitos?’”. Em diversas partes do romance Nova Revolução Humana constam referências à missão do Seikyo Shimbun. Nelas também são retratadas cenas nas quais sensei incentiva jornalistas e funcionários. Há um episódio no capítulo “Castelo do Debate”, do volume 10, que narra o momento desafiador em que o jornal passa a ser diário. O presidente Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Ikeda sensei na obra] analisa o conteúdo do jornal e tece seus comentários, rigorosos, porém calorosos: A abordagem inicial está muito simples. (...) É importante cativar o interesse dos leitores logo no início. (...) Um relato de experiência tem de ter vida e movimento. (...) De toda forma, a vida de um jornal está na exatidão das informações.5 Ele não desenvolveu apenas jornalistas. Ele incutiu o “espírito Seikyo” em todos os funcionários que sustentavam a vida do jornal, desde o pessoal do departamento fotográfico, os repórteres e revisores até os responsáveis pela publicidade, pelo transporte e pela distribuição. E o que é a “marca registrada do Seikyo”? Sensei deixou gravado: “Em primeiro lugar, deve ser sempre um jornal institucional do kosen-rufu cujo teor desperte nos leitores a disposição de se levantar e atuar em prol da paz e da felicidade da humanidade. Em segundo, deve ser um jornal com o qual todos possam aprender verdadeiramente o que é o budismo. Em terceiro, deve ser uma ‘carta de incentivo’ que ofereça coragem e esperança aos leitores”. E o exemplo foi estabelecido por meio das palavras e ações de Ikeda sensei. Hoje, a versão eletrônica do Seikyo Shimbun é acessada em 220 países e territórios. Sob a coordenação de Ikeda sensei, o ardente desejo de Toda sensei de que o Seikyo se tornasse um jornal lido tanto no Japão quanto no mundo já é realidade. O Seikyo Shimbun continua a promover o debate das palavras como um “jornal do ser humano” exatamente como sensei criou com as próprias mãos. Será eternamente o “jornal de mestre e discípulo” que transmite, acima de tudo, a verdade desta sublime relação, levando coragem e esperança a todos. Incentivar uma única pessoa Além dos romances e ensaios, com sua caneta, sensei confeccionou inúmeros poemas, canções, citações e extensos poemas. Ele diz: “Tentei escrever da maneira mais apropriada possível para cada pessoa, com um sentimento ardente de que, por meio desse escrito, meus amigos superassem, de alguma maneira, suas dificuldades, crescessem como pessoa a seu modo e adquirissem forte autoconfiança”. Em julho de 1976, sensei passou a se dedicar à elaboração de novas canções da Soka Gakkai. Nessa época, os ataques à organização por parte de alguns meios de comunicação e de clérigos começavam a surgir. A Canção da Revolução Humana, que nasceu nesse período, tornou-se a canção espiritual dos discípulos Ikeda, que juravam se dedicar à eterna batalha conjunta de mestre e discípulo, assim como a Canção dos Companheiros representava esse sentimento aos discípulos de Josei Toda. Em 1978, quando os ventos furiosos da problemática do clero se intensificavam, canções das divisões e de várias localidades nasceram uma após a outra. A canção da Divisão dos Universitários, Kofu ni Hashire [Corra pelo Kosen-rufu]; a canção da Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça; a canção de Tóquio, Aa Kangeki no Doshi Ari [Ah, Companheiros de Emoção]; a canção de Tohoku, Aoba no Chikai [Juramento das Folhas Verdes]; a canção de Chubu, Kono Michi no Uta [Canção desta Estrada]; a canção de Chugoku, Jiyu no Sanka [Ode aos Emergidos da Terra], e a canção de Kansai, Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias]. A determinação de Ikeda sensei, com certeza, continuará a despertar em todos os companheiros o “espírito de luta pela justiça”. O impacto do título de Poeta Laureado A interação humana por meio da poesia não se limita aos membros da organização. Os poemas de Ikeda sensei tocam o coração das pessoas, transpondo fronteiras entre países, grupos étnicos e religiosos. Um dos motivos que levaram o presidente do conselho Sethu Kumanan a fundar a Universidade Feminina Soka Ikeda na Índia foi o fato de ter lido o poema Mãe, de autoria de Ikeda sensei, em uma publicação que recebeu do Dr. Krishna Srinivas. Ele disse que, naquele momento, sentiu um impacto muito forte, como se tivesse visto um raio. O Dr. Srinivas foi secretário-geral da Academia Mundial de Artes e Cultura, que concedeu o título de Poeta Laureado a Ikeda sensei, e presidente da Sociedade Intercontinental de Poesia Mundial, que homenageou o Mestre com o prêmio Poeta Laureado do Mundo. “Mestre é aquele que transmite força e felicidade ao discípulo quando ele mais precisa” O presidente Kumanan ressalta: “Decidi que o professor Ikeda seria meu mestre no exato instante em que li seu poema. Os poetas se conectam imediatamente entre si. (...) Os poemas dele dão força para todas as pessoas, sem distinção”. “Entendi que mestre é aquele que transmite força e felicidade ao discípulo quando ele mais precisa”, afirma Kumanan. A definição da concessão do título de Poeta Laureado a Ikeda sensei ocorreu no dia 1o de julho de 1981. A primeira canção da Soka Gakkai que Ikeda sensei compôs após receber esse título foi Kurenai no Uta [Canção do Carmesim], e o primeiro poema extenso foi Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21. Ambas são criações da luta conjunta entre sensei e os jovens de localidades em que havia muito sofrimento devido à opressão e à perseguição do clero. Nelas, o Mestre conclamou os jovens a se levantar. O poema Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21 foi criado em meio à feroz batalha da contraofensiva para incentivar os companheiros de Oita, em 10 de dezembro. Na sala do administrador da Sede Regional da Paz de Oita, cinco jovens anotavam freneticamente aquilo que Ikeda sensei ditava. Esses jovens se empenharam ao máximo para passar a limpo suas anotações enquanto sensei se dirigia para um diálogo com membros representantes da província. Ao retornar do encontro, sensei perguntou com forte ímpeto: “Como ficaram as anotações?”. A Reunião de Líderes da Divisão dos Jovens de Oita, na qual o poema seria apresentado, estava prevista para se iniciar às 19 horas. Não havia tempo. Os participantes da atividade não paravam de chegar e o início da reunião foi antecipado em uma hora. Mesmo assim, sensei persistiu em seu trabalho para lapidar e aprimorar o poema com toda a sua vida. E quando terminou de ditar as alterações, a reunião de líderes já tinha começado. Compor poemas era uma batalha e cada um deles era o brado irreprimível da alma. O que é ser jovem? O que é a esperança? O que é a verdade? É lutar até o fim Na batalha da Lei em prol do amigo Chamada kosen-rufu...6 Agora, a bandeira dessa batalha da Lei foi finalmente confiada às mãos daqueles que viverão no século 21. No topo: No Aeroporto Internacional de Veracruz, no México, Ikeda sensei não desperdiça nenhum momento do seu tempo até a partida, aproveitando para escrever palavras de incentivo aos companheiros, sob o olhar afetuoso da Sra. Kaneko (jun. 1996) Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Prefácio. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 7, 2019. 2. Terceira Civilização, ed. 355, mar. 1998, p. 20. 3. IKEDA, Daisaku. Juramento Seigan. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 348, 2022. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.647. 25 nov. 2023. 5. IKEDA, Daisaku. Castelo do Debate. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, p. 41-42, 2020. 6. Trecho da canção embasada no poema Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21. Fotos: Seikyo Press

22/02/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

A iluminação de uma única pessoa abre o caminho para as demais. Quando nos tornamos felizes, mostramos o caminho para os outros. Assumindo isso como nossa missão, podemos fazer a diferença no mundo. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa do que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 35.

22/02/2024

Matéria da Divisão Feminina

Divisão Feminina — o sol do kosen-rufu do Brasil

Queridas amigas de todos os recantos do Brasil! Desejo que vocês e seus familiares estejam bem. Sei que ainda estamos no início de 2024, mas, em nome das líderes da Divisão Feminina da BSGI, manifesto profunda gratidão pelos seus esforços e desafios em conciliar suas inúmeras responsabilidades e dedicar a vida em prol do kosen-rufu, da família, da localidade e da sociedade. Muito obrigada! Este mês é muito especial, regado de diversos significados: 40 anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, com a realização do festival de 1984. 40 anos do grupo Taiyo. 31 anos da instituição do “Dia da DF do Brasil”. 19 anos do grupo Zenshin. 92 anos da Sra. Kaneko Ikeda. Gostaria de aproveitar este momento para transmitir um comunicado que recebemos da Soka Gakkai Internacional (SGI). A mensagem da Sra. Kaneko Ikeda, que até então vem sendo encaminhada anualmente no mês de fevereiro para as mulheres do mundo, a partir deste ano não será mais enviada. Contamos com a sincera compreensão de todos. No próximo dia 27 de fevereiro, a Sra. Kaneko Ikeda completará 92 anos e desfruta ótima disposição. Vamos continuar enviando nossas sinceras orações pela sua saúde e longevidade. Assim sendo, sugiro que, de agora em diante, possamos escolher qual mensagem da Sra. Kaneko enviada em fevereiro vamos pôr em prática por toda a vida. O que vocês acham dessa proposta? Para mim, escolhi a mensagem de 2022,1 na qual consta o trecho: No início daquele ano, meu marido registrou em seu diário: “Desde ontem, resolvi aumentar em mais mil vezes a recitação [diária] do daimoku. É minha nova decisão para a próxima etapa do progresso dinâmico”. Um novo progresso dinâmico nasce a partir de renovada decisão. Divisão Feminina do Brasil de “muito mais daimoku” Há 31 anos, em 27 de fevereiro de 1993, Ikeda sensei nos ofereceu a seguinte consideração: “São todas filhas do Buda, / assim, todas são eternas rainhas da felicidade”.2 Gratidão às nossas veteranas que, desde essa ocasião, não pouparam esforços e hoje podemos viver este momento único de uma nova era da rede de solidariedade das mulheres Soka e que tem como ponto primordial a “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi) e a recitação de “muito mais daimoku”. Falando em “muito mais daimoku”, quero compartilhar de onde surgiu esse slogan e qual a atuação da Divisão Feminina do Brasil para corresponder ao Mestre, com base em artigo publicado no Brasil Seikyo de 2006:3 Quem se levantou diante da função da maldade naquela ocasião foi a Sra. Silvia Saito, natural da Kansai de Contínuas Vitórias. Ela foi para o Brasil aos 28 anos e lutava exclusivamente pelo kosen-rufu da América do Sul. Com a disposição de que aquele era o exato momento para recitar daimoku e que fosse capaz de transformar as terras brasileiras, ela provocou um turbilhão de daimoku sob o lema “muito mais daimoku”. Assim, ela expandiu o círculo de confiança e de amizade por meio de diálogos inspiradores e foi demonstrando o aspecto verdadeiro da Soka Gakkai. Em 1966, a Sra. Silvia Saito criou o gráfico de daimoku para incentivar os membros a vencer na prática e, em 1974, quando Ikeda sensei não pode entrar no Brasil, ela inspirou todos a recitar “muito mais daimoku”, a criar uma grande transformação na vida e na localidade. Em 1984, conseguiram receber Ikeda sensei no país e fazer um grande festival. Assim, ela realizou uma inesquecível luta até 1993. Desde esse momento, todos recitam “muito mais daimoku” com a determinação de manifestar uma grande transformação e felicidade na vida e na localidade. Por essa razão, vamos juntas renovar nossa decisão de, por meio da recitação de “muito mais daimoku”, determinar, orar e transformar as questões da nossa vida e fazer deste 2024 o melhor de todos os anos. Diálogo enriquecedor No dia 30 de janeiro deste ano, tivemos a oportunidade de realizar um diálogo com a Sra. Yumiko Kasanuki, coordenadora da Divisão das Mulheres da SGI, e desejo compartilhar alguns incentivos: Se você consegue acreditar, você consegue esperar. Se você tem dúvida e não consegue acreditar, ficará sempre oscilando entre a alegria e a tristeza. Tendo “muito mais Daimoku” como base, desbravar a grande luta em união harmoniosa e conquistar vitórias. Líderes da BSGI em diálogo com a Sra. Yumiko Kasanuki Sobre a importância das visitas O importante são os incentivos e a empatia. É ouvir o que a pessoa tem a dizer e depois incentivá-la. Gravando no coração que a atividade primordial é a visita de incentivos, gostaria que travassem uma luta onde possam dizer: “Neste um ano, na história da minha vida, consegui realizar o maior número de visitas, de incentivos de coração a coração e a pequenos grupos”. Para finalizar, convido cada amiga, rainha da felicidade, a apoiar incondicionalmente a Juventude Soka de sua localidade, visando à vitória da Convenção Comemorativa em maio e do movimento de 100 mil jovens humanistas. Além disso, tenho outra proposta: que cada integrante da DF possa se desafiar a fazer a expansão do budismo e cadastrar dez jovens humanistas nessa luta dos cem jovens por distrito. Vocês concordam? Ouvi Hai..., rs. Queridas companheiras, um viva à Divisão Feminina do Brasil, um viva ao amado grupo Zenshin, um viva e pique-pique ao nosso eterno mestre, Daisaku Ikeda, e à Sra. Kaneko. Considerando a última mensagem4 que Ikeda sensei enviou para a Divisão Feminina em setembro do ano passado, vamos nos esforçar em meio à nossa realidade diária para ser o “sol do kosen-rufu do Brasil” e, com sabedoria, pôr a saúde em primeiro lugar”, com uma pitada de SAL (sabedoria, alegria e leveza). Um forte e carinhoso abraço! Selma Inoguti Coordenadora da Divisão Feminina da BSGI No topo: Encontro das responsáveis de bloco e acima da Sub. Sudeste, CGESP Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.599, 12 fev. 2022, p. 6-7. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.118, 4 fev. 2012, p. C4. 3. Idem, ed. 1.844, 20 maio 2006, p. A5. 4. Idem, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 13. Fotos: Colaboração local

22/02/2024

Notícias

Triunfar resplandecente dos jovens de esperança

Quando o presidente Ikeda fez sua histórica terceira visita ao Brasil, em 1984, ele esteve na cidade de Brasília, DF, para dialogar com autoridades e participar de eventos oficiais. Também, naquela ocasião, se encontrou com os membros da BSGI da localidade, transmitindo calorosos e inesquecíveis incentivos e criando um momento que se tornou ponto primordial dos esforços pelo kosen-rufu na região. No último dia 3 de fevereiro, a Capital da Esperança, como é conhecida a cidade, foi palco da 10a Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI, realizada no Centro Cultural de Brasília. O evento contou com a participação de líderes representantes e foi transmitida pela internet. O encontro comemorou os quarenta anos daquela significativa visita de Ikeda sensei ao país. Vitória inspiradora Com muita alegria e energia, os integrantes da Divisão dos Estudantes, que fizeram uma apresentação de dança com a canção Be Brave, receberam o público. Em seguida, os apresentadores anunciaram que a Subcoordenadoria Distrito Federal ultrapassou 100% do objetivo no movimento de cem jovens por distrito, promovido pela Juventude Soka do Brasil, com apoio das demais divisões, abarcando mais de 4,8 mil participantes. Um vídeo com representantes da organização local compartilhou detalhes dessa luta grandiosa, seguido de outro com as novidades da Editora Brasil Seikyo (EBS). Destaque especial foi dado para os encartes Guia para a Vitória e Kids do jornal Brasil Seikyo. Mensageiros do futuro: apresentação da Divisão dos Estudantes durante a RNL Após a liderança da Sub. Distrito Federal receber efusivamente os participantes, chegou a hora de relembrar os momentos marcantes da terceira visita de Ikeda sensei por meio de um emocionante vídeo comemorativo. Ao final, representantes dos grupos de apresentação tocaram Saudação a Sensei em gratidão ao Mestre. Joel dos Santos, conselheiro de área, apresentou também em vídeo seu relato de experiência de mais de cinquenta anos como integrante da BSGI, destacando a transformação que conseguiu em diversos aspectos de sua vida por meio da prática budista e da sincera determinação de corresponder a Ikeda sensei. Sua filha Mara Rúbia e sua neta Marina subiram, então, ao palco do auditório para compartilhar seu depoimento e sua decisão de dar continuidade à dedicação da família para concretizar o kosen-rufu. Neste ano em que a Divisão dos Jovens da BSGI também celebra quarenta anos de fundação, o movimento dos 100 mil jovens humanistas foi tema das palavras dos coordenadores da Juventude Soka, Monique Tiezzi, Edjan Santos, Livia Endo e Camila Akama, enriquecidas pela exibição de um documentário sobre o empenho de Daisaku Ikeda para concretizar os ideais do seu mestre, Josei Toda. A coordenadora da Divisão Feminina (DF) da BSGI, Selma Inoguti, parabenizou a todos pelas vitórias alcançadas e conclamou as componentes da DF a apoiar totalmente os esforços da juventude de sua respectiva localidade, propondo que cada integrante da divisão incentive dez jovens a participar do movimento. José Luiz Prieto do Nascimento, coordenador da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais, externou sua alegria e gratidão por fazer parte da organização e proferiu, a seguir, a leitura da mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, enviada especialmente para a 10a RNL (veja abaixo). Momento de transformação Em suas palavras, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, expressou suas congratulações aos participantes pelo encontro e demonstrou sua solidariedade aos companheiros que sofrem com as consequências dos desastres climáticos ocorridos recentemente no Brasil, como as fortes chuvas em algumas regiões. Enfatizou que 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, traz vários desafios para a humanidade, mas também grandiosas oportunidades de vitórias. Compartilhou direcionamentos de Ikeda sensei sobre a postura correta diante das provações, pondo em primeiro lugar a oração para mudar o coração por meio da manifestação da coragem e da sabedoria provenientes do estado de buda. Presidente da BSGI, Miguel Shiratori, transmite incentivos aos participantes Sobre o movimento da Juventude Soka, Shiratori salientou que a luta idealizada pelo presidente Josei Toda e consolidada por Ikeda sensei não foi uma iniciativa somente com o objetivo de reunir jovens, mas um empreendimento com o ímpeto de promover uma real mudança na sociedade. Ele destacou que não se trata de esforços isolados dos jovens, mas sim de um momento de todos os membros da BSGI cumprirem sua missão de atuar pela transformação social, fazendo do Brasil um modelo de inspiração para o mundo. Para isso, é fundamental a harmonia entre jovens e veteranos, estando sempre atentos às mudanças e às necessidades da época atual, com base no espírito imutável da unicidade de mestre e discípulo. O presidente da BSGI reforçou o significado de pontos essenciais da prática budista, como a propagação do budismo (shakubuku), a participação nas atividades e no Departamento de Contribuintes (Kofu), a assinatura e leitura dos periódicos, as visitas familiares e a recitação diária do daimoku. “Diante de todas essas situações, vamos, todos nós, aprender sobre a ilimitada força do Nam-myoho-renge-kyo. Não basta afirmar que já temos experiência. Cada dia é um novo dia, uma nova vida, uma nova realidade. Portanto, o daimoku deve estar sempre pulsando, conforme nosso mestre nos incentiva quando afirma que a essência da recitação deste daimoku nos Últimos Dias da Lei é a imensa compaixão de buscar aliviar os sofrimentos da humanidade”, ressaltou Shiratori. Um giro em vídeo por diversas localidades do país mostrou o dinamismo e a determinação dos jovens para alcançar a vitória no movimento dos 100 mil jovens humanistas, alçando os discípulos do Brasil a um futuro brilhante e vitorioso, conforme Ikeda sensei sempre vislumbrou. Avante, BSGI! Mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada Muito obrigado pelos dedicados esforços para a realização da 10ª Reunião Nacional de Líderes alusiva aos quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, a qual resplandecerá eternamente na história do kosen-rufu mundial. Este ano é o primeiro que vivemos desde que Ikeda sensei partiu para o Pico da Águia, e será um ano crucial, no qual nosso verdadeiro valor como discípulos será mais que nunca comprovado. Nos escritos sagrados consta: Dizem que se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda. (...) Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo”.1 Sendo assim, vamos vencer em tudo com sólida união, promovendo avanços que correspondam às expectativas do Mestre. No ensaio que Ikeda sensei escreveu no outono2 do ano passado, ele diz: Sejam quais forem as circunstâncias, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, a família Soka deve avançar iluminando claramente a sua comunidade local por meio das próprias ações, fazendo arder as chamas da coragem de que “quanto mais profundas as trevas, mais próximo se encontra o alvorecer”. Nada me deixa mais feliz que ver nossos membros resplandecendo. Por favor, peço a cada um dos senhores que se torne esse “membro resplandecente” e, em cada localidade do Brasil, na qual sensei depositou máxima confiança como “Monarca do Mundo”, transmita coragem inabalável e esperança radiante a todas as pessoas. Estou orando de coração pela felicidade, vitória, boa saúde e longevidade dos senhores, meus estimados companheiros. 3 de fevereiro de 2024 Minoru Harada Presidente da Soka Gakkai Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. 2. Outono no Japão. Determinação renovada Participantes da RNL compartilham suas impressões e decisões “Minha decisão é contribuir para criar jovens que atuem fortemente na linha de frente da BSGI, tanto nos grupos horizontais como nos blocos e nas comunidades. Quero também me dedicar para inspirar outros jovens.” Juan Pablo Alves Nicacio, responsável pela DMJ de bloco *** “Assim como nossos veteranos venceram muitas dificuldades, quero também me dedicar ainda mais para que os jovens sintam o coração de Ikeda sensei, alcancem seus objetivos e sejam vitoriosos!” Sarah Moraes Pimenta, responsável pela DFJ de bloco **** “A RNL foi revigorante! Minha decisão é vencer a cada dia. Assim como Ikeda sensei determinou ‘Contudo, eu irei!’ [antes de sua primeira visita ao Brasil], nós também bradamos ‘Contudo, iremos!’.” Rebecca Massumi Ogawa Arnor, responsável pela DF de comunidade *** “Vamos realizar uma grande luta para apoiar os jovens visando o futuro, propagando o budismo para que todas as pessoas se tornem felizes.” Alexandre Batista da Silva, responsável pelo distrito Veja mais Assista ao vídeo completo da 10ª Reunião Nacional de Líderes da BSGI na Extranet pelo link: https://extra2.bsgi.org.br/rnl/v2/video/transmissao/ Fique por dentro do movimento de 100 mil jovens humanistas da Juventude Soka do Brasil. Acesse: https://extra2.bsgi.org.br/dj/juventudesoka/ No topo: Foto comemorativa registra a marcante atividade realizada no Centro Cultural de Brasília. (Brasília, DF, 3 fev. 2024) Fotos: BS/ Colaboração local

10/02/2024

Frase da Semana

Frase da Semana

Discípulos que abraçam o grandioso objetivo do kosen-rufu e seguem o exemplo de um grande mestre, repleto de compaixão, coragem e sabedoria, jamais serão derrotados. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 2: Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 208.

10/02/2024

Especial

Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil

Neste mês, celebram-se quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, momento memorável e decisivo do movimento pelo kosen-rufu no país. Brasil Seikyo inicia a publicação de uma série especial sobre esse evento comemorado com carinho e decisão pelos membros da BSGI como ponto de partida de um vigoroso desenvolvimento rumo ao futuro. Emoção e juramento A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, ocorreu depois de dezoito anos de espera após a sua vinda anterior em 1966. Um marco revestido de emoção e renovado juramento. A emoção é de revivermos juntos os dez dias inesquecíveis ao lado do Mestre, capazes de secar as lágrimas de tristeza e de saudade pela longa espera. O juramento fica por conta do significado que essa comemoração encerra. Neste 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, e assumindo o bastão da luta de mestre e discípulo agora sem a presença física de Ikeda sensei, os membros se voltam para a comprovação da luta do discípulo em todas as frentes de atuação, segurando firme a bandeira do movimento pelo kosen-rufu, legado deixado por Ikeda sensei. De forma inédita, e mais uma vez assumindo seu lugar como protagonistas no palco do kosen-rufu, os jovens criam em toda a BSGI um ambiente de esperança renovada, unindo coração a coração, conectando, um a um, os jovens pela paz. Com os memoráveis momentos da visita de Ikeda sensei em 1984 como fundo de cena, preparamos uma série de matérias, que, a partir desta edição, se propõe a estimular no coração dos leitores o orgulho, a honra e a renovada determinação de construirmos juntos uma era de humanismo, de respeito máximo pela dignidade da vida e da alegria contagiante rumo a 2030, centenário da Soka Gakkai. Vamos selar com vitórias essa significativa celebração, comprovando os benefícios da prática da fé e o envolvimento no movimento jovem. Dez dias que fizeram história: emoção e renovado avanço De 19 a 29 de fevereiro de 1984, a agenda da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil contemplou encontros com autoridades, visitas e o ápice de sua participação no Festival Cultural-Esportivo da SGI, considerado por ele o terceiro melhor do mundo. Ele descreveu numa obra de sua autoria, intitulada Nova Revolução Humana (NRH), várias passagens desses momentos vividos com os brasileiros. Por exemplo, recortamos trechos de sua chegada, no dia 19. As palavras do Mestre ecoaram fortemente no coração dos membros, em especial dos veteranos, que, com suor próprio e dedicação, romperam o ciclo em que nossa organização era vista com olhos maldosos por alguns. Transformaram veneno em remédio, assim como aprendemos nos escritos de Nichiren Daishonin. Para acompanhar o desenrolar dessa trajetória, trazemos, nesta primeira matéria da série, alguns bastidores até essa grandiosa conquista de recebermos Ikeda sensei em terras brasileiras, dignamente. Vamos juntos nessa viagem? A visita cancelada, dez anos antes, e o levantar-se Em 1974, estava prevista a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, oito anos após a sua segunda visita, em 1966. Em torno dos líderes centrais, os membros da BSGI direcionavam esforços para a expansão do humanismo Soka na sociedade, transmitindo a Lei Mística com o melhor de si. E para a tão sonhada recepção ao Mestre, um grande festival cultural foi programado para março daquele ano. Porém, às vésperas do evento, chega uma notícia que abalou a todos: o visto de entrada do presidente Ikeda ao país havia sido negado. A atividade transcorreu conforme o planejado, e todos ouviram a leitura da mensagem enviada pelo Mestre, a qual se tornou diretriz de luta: “Mesmo que o nosso encontro não tenha sido possível nesta oportunidade, no meu coração está vivo o dinâmico entusiasmo de todos os senhores. Espero que mantenham o ânimo e construam famílias realmente felizes por todos os recantos do Brasil. Realizem também com alegria e coragem o kosen-rufu da querida terra brasileira que possui ilimitado potencial para um futuro promissor. A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; devem ser vistas a longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro”. Uma nova decisão começou a brilhar nos olhos cheios de lágrimas dos figurantes.1 A partir desse juramento, a BSGI empreendeu esforços para transformar as circunstâncias e tornar possível a vinda de Ikeda sensei ao país. Envolveu-se na sociedade para provar a veracidade dos ideais de paz defendidos pela Soka Gakkai e abraçados com a própria vida pelo Mestre. Foram intensificadas ações culturais de apoio, como a participação de 8 mil membros nas comemorações do 153º aniversário da Independência do Brasil, a convite da Prefeitura de São Paulo. Ao presenciar pela primeira vez a exibição de um painel humano, o público ficou impressionado com a grande cena formada por 5 mil integrantes da BSGI, que preencheram a arquibancada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Posteriormente, a BSGI marcou presença nas comemorações dos quinze anos de Brasília, a pedido do governo do Distrito Federal, no qual 5 mil componentes viajaram 1.200 quilômetros para se apresentar na atividade. Foram utilizados mais de 130 ônibus para o traslado. Esses dois eventos, que determinaram a avaliação da organização pela sociedade brasileira, foram promovidos, respectivamente, em setembro de 1974 e em abril de 1975. Podemos dizer que a “tristeza de março de 1974” impulsionou o levantar de uma nova BSGI, acarretando o desabrochar ainda mais magnífico do potencial inerente a cada um dos seus integrantes. Em 24 de agosto de 1977, data do 30º aniversário de conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, foi inaugurado o grande baluarte do kosen-rufu do Brasil, o Centro Cultural da BSGI. Todos se esforçavam ao máximo buscando a concretização da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Movidos por sentimentos genuínos, levantaram-se, com base na sincera recitação do daimoku. Os jovens, por sua vez, se ergueram e, com determinação, embarcaram rumo ao Japão, com a missão de representar a decisão dos membros de fazer acontecer a tão sonhada vinda do Mestre ao país. Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984) Jovens vão ao encontro do Mestre Ikeda sensei também fez questão de deixar registrado na Nova Revolução Humana o encontro mantido com o grupo de 38 jovens brasileiros que foram ao Japão participar de um curso de aprimoramento. Da agenda, além das atividades em Tóquio e em Osaka, estava programado um curso de três dias no Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima, ao sul do Japão. Com sincero sentimento, Ikeda sensei elogiou o empenho de todos de viajar longa distância, ao mesmo tempo em que lhes confiou a promessa de visitar, sem falta, o Brasil. Denominou-os de Grupo Kirishima do Brasil. O presidente Ikeda não mediu esforços para eternizar aquele momento, oferecendo-lhes músicas ao piano e, ao término da apresentação, apertou a mão de cada um dos componentes, oferecendo-lhes as seguintes palavras: “— Jamais me esquecerei do rosto de vocês, valen-tes companheiros de espírito de procura. Mas, vamos nos encontrar novamente. A próxima vez será no Brasil!”.2 Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983) E o grande dia chegou! No dia 19 de fevereiro de 1984, às 9h40, a aeronave que trazia Ikeda sensei pousa em São Paulo, SP. “Eu estou muito feliz”, assim ele expressou a alegria incontida em ser recepcionado. Diferentemente das condições de sua recepção em 1966, agora era homenageado pelos governantes. O próprio presidente da República na época, João Baptista Figueiredo, enviou uma carta pessoal convidando o presidente Ikeda para uma visita às terras brasileiras dois anos antes. Além de ser um fato marcante na vida de todos os membros, o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, foram homenageados com o nome em logradouros de algumas cidades. O Brasil vencera, junto com o Mestre. Nas próximas matérias da série “Os Quarenta Anos da Terceira Visita de Ikeda Sensei ao Brasil”, vamos trazer cenas e reflexões decorrentes das atividades em Brasília e em São Paulo, promovidas nos dez dias de Ikeda sensei em terras brasileiras em 1984. Aguarde! Programação básica da visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984 19/2 Chegada ao Brasil, às 9h40. 20/2 Visita pela primeira vez o Centro Cultural da BSGI em São Paulo, SP. 21/2 Encontro com o então presidente da República João Baptista Figueiredo no Gabinete da Presidência em Brasília, DF. 23/2 Encontro com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal, no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat Encontro com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz. Encontro com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro. Encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. 25/2 Incentivo aos participantes do festival cultural durante o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP. 26/2 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI com a participação de 22 mil pessoas. 27/2 Reunião de líderes em comemoração do jubileu de prata da BSGI no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, SP.Nesse dia, ocorre significativo encontro com membros do da região amazônica. 29/2 Deixa o Brasil às 11h45, partindo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, com destino a Lima, Peru. Leia mais Os bastidores dos episódios relatados podem ser conferidos na Nova Revolução Humana, volume 11. Também disponível no CILE Digital: www.ciledigital.com.br No topo: Ikeda sensei acena para o público durante ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984). Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 34. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 62, 2017. 2. Ibidem. Fotos: Seikyo Press

10/02/2024

Especial

Por contínuos dias felizes

“A melhor coisa da vida é ‘vencer no final’.” A expressão é de Ikeda sensei, registrada na recente obra Flores da Felicidade, volume 3, dedicada especialmente às integrantes da Divisão Feminina (DF). Dignas de confiança do Mestre, em razão da disposição e resiliência de avançar sem permitir que os abalos do carma as desanimem, elas mantêm firme a coroa de rainhas da felicidade, assim como são carinhosamente chamadas. Há 31 anos, por ocasião da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ele cumpriu uma programação de encontros e eventos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Neste último estado, instalou-se no Centro Cultural Campestre (CCCamp), acompanhado de sua esposa, Kaneko. No dia 27 de fevereiro, aniversário da Sra. Kaneko, as integrantes da Divisão Feminina prepararam um encontro especial para essa comemoração. Unidas e felizes, todas sentiram que a emoção se revestiu de maior intensidade quando o Mestre selou essa data instituindo o Dia da Divisão Feminina da BSGI. Na ocasião, ele lhes ofereceu palavras douradas gravadas em um poema: “São todas filhas do Buda, /assim, todas são eternas rainhas da felicidade”. Portanto, neste mês, aqui no Brasil, a Divisão Feminina celebra essa significativa homenagem recebida especialmente de Ikeda sensei. Ao seguir esse juramento, as componentes da DF vêm promovendo um grandioso avanço nesse período como flores humanas repletas de benevolência, carinho e disposição de luta. Elas desbravam as mais diferentes condições para transmitir orientações do budismo e incentivar o coração das pessoas. Além disso, enfrentam impasses que surgem com muito mais daimoku, encorajam umas às outras nos encontros de coração a coração, realizam atividades com máxima alegria, oferecem total apoio aos jovens e se alegram ao compartilhar suas vitórias. Vencer a cada dia com alegria! Na canção Mais um Dia Feliz, que simboliza a Divisão Feminina, a letra diz: É luz, é sol, é manhã, Mais um dia vem Raiando, eu me vou Preparando pra lutar. Levo avante a minha missão, Sem desanimar. Momento alegre sinto, Tendo meus companheiros Felizes lutando também. Sensei, Sensei, Sensei de Todos nós. O trecho anterior traz os acordes que embalam o dinâmico e alegre espírito de luta das integrantes brasileiras da DF, guiadas pela “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi), sem desanimar, considerando os acontecimentos da vida como parte de sua missão. Sem medir esforços, sempre com sorriso no rosto, são presença constante nas organizações de base, abraçando a todos e iluminando o ambiente, assim como o sol é capaz de dar vida ao dia. Nobreza e sensibilidade Na natureza, há também a simbologia das flores que as representam. O lírio-branco, símbolo da DF, é considerado um sinal de nobreza, dignidade e esperança, virtudes a serem cultivadas pelas mulheres Soka. O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, afirmava que o potencial de uma única pessoa, tal como a semente de uma única flor, poderia germinar, espalhar-se e fazer surgir muitas pessoas felizes, como um jardim repleto de flores. Assim é a atuação das componentes da DF, as quais desenvolvem seu potencial por meio da prática da fé, comprovando a veracidade da Lei Mística na própria vida e levando esperança e encorajamento a todos ao redor, fazendo desabrochar um jardim da felicidade. Elas efetivamente personificam o sentimento expresso por Ikeda sensei em sua última mensagem enviada à Divisão Feminina do Brasil, na qual reforça o aspecto de suas integrantes, estimulando-as: “E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local.1 Dessa maneira, as integrantes da DF seguem avançando em todos os recantos do país. Após mais de três décadas, fazem valer o compromisso de luta conjunta com o Mestre, como consta em um trecho bem significativo da mensagem que ele lhes enviou em 1993. Ikeda sensei direcionou: O Budismo de Nichiren Daishonin é o ensinamento para o ilimitado desenvolvimento. O dia de hoje e cada dia é uma constante partida. Amanhã mais que hoje, e depois de amanhã mais que amanhã — a finalidade da nossa prática da fé é justamente para criar este contínuo e jovial desenvolvimento.2 Essa disposição de se desafiar hoje mais que ontem, amanhã mais que hoje, e assim sucessivamente, é o exemplo da postura inabalável das mães do kosen-rufu que advém da estreita relação delas com sensei por meio de suas orientações. E agora ainda mais, sem a presença física do Mestre, que faleceu serenamente em novembro último, aos 95 anos, elas vêm se empenhando em corresponder aos seus ideais e fortalecer o coração com os incentivos dele, aplicando-os em meio aos desafios da realidade, polindo diariamente sua personalidade e fortalecendo a unicidade de mestre e discípulo. Em sua Mensagem de Ano-Novo, a coordenadora da DF da BSGI, Selma Inoguti, conclamou a todas para que digam a si mesmas todos os dias: “Vou viver ‘mais um dia feliz’!” Ela enfatiza: Estamos vivendo um momento único. Um momento de pormos em prática tudo o que aprendemos com Ikeda sensei. E, em gratidão a ele, com base no juramento seigan, fazermos a diferença em nossa vida, na família e na localidade, manifestando forte fé, determinação e vitórias, por meio da nossa postura, com muita leveza, alegria e sabedoria. Nobre compromisso Há muito estímulo para novas e vibrantes conquistas. Nosso mestre designou o século 21 como “século das mulheres” e as reconheceu como responsáveis pelo grande movimento em prol do kosen-rufu, destacando a importância delas na concretização desse ideal pela paz. Ao longo dos anos, Ikeda sensei se encontrou com diversas personalidades femininas, como a defensora dos direitos humanos Rosa Parks, a pintora Fang Zhaoling e a economista e ambientalista Hazel Henderson, além de usar a sua voz para lembrar a memória de mulheres importantes para o desenvolvimento do mundo, como Marie Curie, a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Física. Assim como elas, Ikeda sensei deixou claro o inestimável valor da preciosa dedicação de cada integrante da DF, ao se empenhar pelo desenvolvimento da localidade em que atua e tocar o coração de cada pessoa, sendo observada ou não. As grandiosas rainhas da felicidade hasteiam a bandeira da paz independentemente de qual seja seu papel na sociedade. Para tanto, o ano 2024 se reveste de grandioso significado, com o coração das rainhas da felicidade abraçando mais e mais jovens, dentro do movimento pela paz da Juventude Soka, envolvendo toda a organização. Agora, mais que nunca, as mulheres Soka sentem comprovar e aprimorar o treinamento recebido de Ikeda sensei, fortalecendo ainda mais a relação de mestre e discípulo para bradar a vitória ao Mestre, apoiando integralmente a Juventude Soka do Brasil. Um brinde aos 31 anos do Dia da Divisão Feminina da BSGI, que avança a cada dia como o “dia mais feliz”, com o coração repleto de gratidão, inspirando a todos! Viva! Leia mais Vamos viver “mais um dia feliz”! Íntegra da Mensagem de Ano-Novo da coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti no Brasil Seikyo, ed. 2.649, 31 dez. 2023, p. 5. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2649/artigo/vamos-viver-mais-um-dia-feliz/999562095 Para despertar a alegria nos membros e incentivar as integrantes da Divisão Feminina nos momentos bons e ruins, Ikeda sensei direcionou orientações especialmente para as mulheres Soka. Veja alguns dos livros de autoria do presidente Ikeda publicados pela Editora Brasil Seikyo que podem ser lidos na versão impressa e pelo acesso digital. Confira dois trechos dos livros: “Diga a si mesma: ‘Eu não serei derrotada!’ Ser feliz é, antes de tudo, não ser derrotada” (365 Dias — Frases para Mulheres, p. 7 – dia 10 de janeiro) “Não se esqueçam de que a felicidade é uma flor que desabrocha no grande solo chamado perseverança” (Dedico às Mulheres Palavras do Coração, p. 109) Onde encontrar? As obras podem ser conferidas no CILE Digital: www.ciledigital.com.br Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.118, 4 fev. 2012. Idem, ed. 2.441, 27 out. 2018. Terceira Civilização, ed. 427, mar. 2004.Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.645, 28 out. 2023, p. 18-19.2. Idem, ed. 1.229, 12 jun. 1993, p. 2.No topo: Registro de atividade da Divisão Feminina da BSGIFoto: Colaboração local

10/02/2024

Notícias

Sublimes flores humanas

Exuberante por natureza, o estado do Rio de Janeiro é ponto de atração de turistas pelos lugares agraciados por lindas praias e outros cartões-postais tão apreciados. Assim como outras grandes metrópoles, em contraponto, convive com a dura realidade presenciada em locais nos quais a dignidade da vida perde respeito e valor por conta da violência e do tráfico. Nesta edição, chegamos ao município de Itaboraí, situado na região metropolitana do Rio de Janeiro, distante 45 quilômetros da capital. Ativando o modo “mudar o ambiente depende de nós”, encontramos uma organização de base da BSGI que leva o mesmo nome do município. O Distrito Itaboraí compreende três municípios: Tanguá, Rio Bonito e o terceiro de mesmo nome, com as comunidades Vale do Sol e Vista Alegre. Integram a RM Serra Imperial, da Coordenadoria Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ). Com senso de missão, os membros locais se exercitam para pôr em prática o princípio budista da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), ou seja, cultivar uma determinação interior capaz de espalhar força e esperança a todos ao redor, transformando as condições adversas. “Aqui fazemos tudo com muito amor, e cada um cria sua fortaleza interior com base na prática da fé e nos encorajamentos de Ikeda sensei”, enfatiza a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Ana Amélia dos Santos. Nos relatos a seguir, são reveladas várias frentes dessa atuação. Vamos conhecê-las por meio de seus integrantes: Vida a vida A visita é a principal dessas atuações, pois “Só a Soka Gakkai nos permite esse encontro de vidas destituído de egos e visando apenas à felicidade das pessoas”, frisa Marlene de Araújo, responsável pela Divisão Feminina do Bloco Vista Alegre. O segundo porto seguro para todos é o estudo do budismo. “Quando aprendemos corretamente os ensinamentos do Budismo Nichiren e passamos a aplicá-los no dia a dia, deixamos de ficar reféns do destino”, ressalta Jorgina dos Santos, que responde pela DF da Comunidade Vista Alegre. Ali, as reuniões presenciais são conquistas dentro de um ambiente social desafiador. Muitas vezes, as ruas ficam fechadas por barricadas e a ronda policial no confronto com milícias chega a ser constante nos últimos tempos. Os membros, no entanto, se fortalecem com a convicção de que, não importando as circunstâncias, ali é o local de nobre missão. O estudo do budismo tem sido a âncora. Compartilhamos um episódio protagonizado por Jorgina. Há uns anos, ela conheceu José Reinaldo dos Santos, homem simples, extremamente tímido, e não sabia ler nem escrever. Ele foi rapidamente engajado nas atividades e no estudo para o Exame de Admissão que em breve ocorreria. No dia do simulado, lá estava ele, confidenciando a todos que, embora não pudesse escrever as respostas, sabia todas. Disse que não seria derrotado, e entrou no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e participou da Academia Magia da Leitura com direito à formatura. Atualmente, é responsável pelo Bloco Apollo, e a cada atividade emociona a todos lendo seu Brasil Seikyo “Com muito orgulho e gratidão”, enfatiza ele. Hoje, José Reinaldo e Jorgina formam um casal. “Onde mais temos esse ambiente de um incentivar o outro e juntos crescer? Só na Soka Gakkai”, sela Jorgina. Momento da formatura de José Reinaldo, ao lado de Ana Amélia: “Uma pessoa letrada, com muito orgulho” Inspiração para mudança Depois de trabalhar anos como diretora de escola, Ana Amélia, líder da DF do distrito, tinha o grande objetivo de ingressar na área de educação especial, mas ainda nutria dúvidas sobre que caminho seguir. “Foi incrível. Em uma visita a uma garota recém-convertida, ela alegremente compartilhou seu sentimento de gratidão por ter determinado e alcançado um grandioso benefício profissional. Foi uma inspiração para mim. A partir disso, mudei o sentimento, abri a concha do meu pequeno eu e, dessa forma, comprovei”, frisa Ana Amélia, referindo-se ao recente convite para atuar em educação especial no município. “Era tudo e mais um pouco que sempre sonhei. Entender as dificuldades das crianças, apoiá-las a vencer”, emociona-se. União e propósito Ao enfrentarem questões desafiadoras do carma, os membros incentivados se tornam exemplos para os moradores dos bairros. Pois eles deixam de lado as lamúrias de “Por que comigo?” e partem para “A mudança é comigo”, explicam as lideranças. Dessa forma, a união impera. Atuando no apoio direto às comunidades está a vice-responsável pela DF de distrito, Tatiane Santos, junto com Ana Amélia. “Basta mudar o coração, a forma de atuar, acreditar sinceramente que tudo é possível”, reforça Tatiana, que leva a sabedoria que aprende na Soka Gakkai às organizações sociais locais nas quais trabalha. Tatiana, terceira da esq. para a dir., leva o que aprende na Soka Gakkai para o seu trabalho social Muito mais daimoku Para tudo, e antes de tudo, é fundamental recitar muito mais daimoku. Cada integrante compartilha seu objetivo e nos encontros “falta tempo para que todos relatem suas vitórias”. Em qualquer questão que envolva a comunidade, a solução é unir-se na recitação de daimoku. Foi assim recentemente quando os periódicos da Editora Brasil Seikyo estavam chegando com atraso pelo motivo de a região ser identificada nos Correios como de alto risco. Todos se uniram em forte oração e só pararam quando a vice-responsável pela DF de distrito, Tatiana, postou uma foto no grupo com o pacote de Sedex em mãos para vibração de todos. Convicção da vitória Agora, o distrito está empenhado em uma luta com o compromisso de estabelecer uma base com os jovens na linha de frente. Os estudantes que apenas frequentavam as reuniões agora estão assumindo as atividades até como responsável pelo bloco, como é o caso de Leonardo Borges da Silva. E todos os membros recebem o apoio do líder do distrito, Carlos Alberto Lopes, e dos demais veteranos. “Estamos ultrapassando juntos, fazendo nossa comunidade crescer de pessoas valorosas, com forte paixão e amor pela Gakkai. Convicção absoluta de nossa vitória”, selam as lideranças. No topo: Selfie do jovem Leonardo, e o aspecto dos membros do Distrito Itaboraí Fotos: Colaboração local

10/02/2024

Incentivo do líder

Diferentes encontros, única decisão

Era setembro de 2000, e eu tinha cinco anos de conversão ao Budismo Nichiren. Lembro-me da minha mãe me ajudando a arrumar a mala que levaria para o Japão, com lágrimas nos olhos. Aquele momento com a minha mãe foi um marco da percepção familiar sobre quanto aquela viagem parecia impossível diante da nossa realidade familiar e financeira. Partir para o Japão, cheia de esperança e a determinação inabalável de ser uma jovem de valor para a Soka Gakkai e a sociedade. Embalada por forte decisão, cheguei às terras japonesas e lá vivi momentos dourados que jamais esquecerei. No dia do retorno ao Brasil e a convite de Ikeda sensei, fomos assistir à cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa, concedido a ele. Antes da entrega da homenagem, participamos de um ensaio sobre a recepção e a saída da comitiva, bem como as do próprio presidente Ikeda, do recinto. Na ocasião, foi enfatizado que o local de saída de sensei seria no lado oposto ao do grupo dos brasileiros. Ao término da cerimônia, quando chegou a hora da despedida, o presidente Ikeda alterou a rota de saída e veio em nossa direção. Confesso que detalhes daquele momento se perderam (quem estava próximo, o que aconteceu depois) porque só do que me recordo é da pulsação acelerada, das pernas trêmulas, do esforço para não chorar e de recitar daimoku mentalmente e com muita intensidade. Era a voz do meu coração clamando para ir até o coração do Mestre. Era o nosso diálogo. Relembro-me do seu sorriso generoso vindo em minha direção, seu cumprimento a poucos centímetros de distância e da minha repetida decisão de jamais traí-lo. Foi emocionante, encontro de vidas e ali só reconfirmei o meu juramento. Em novembro de 2023, quando ainda sonolenta ouvi sobre o falecimento do Mestre, vários sentimentos tomaram conta de mim e são tão difíceis de descrevê-los que citarei apenas os momentos fugazes de pensamentos que rondavam minha mente: “Como assim? Então é assim que será? Agora é comigo? Chegou a minha hora?”. De novo, em segundos, eu me vi diante do Mestre, sem a sua presença física, mas de forma impactante e decisiva. Diferentemente das questões sobre o carma que me moveram para a mudança da minha própria realidade, essas de agora me motivavam a renovar o juramento e a empreender ações concretas para a criação de uma nova história. Uma história que será contada por muitas gerações de como os discípulos do Dr. Ikeda se levantaram e deram continuidade ao seu legado. No dia 17 de outubro, recebi considerações de Ikeda sensei sobre o comunicado que havia lhe enviado no início do mês. Escrevi-lhe sobre diversos pontos e agradeci. Para minha grande surpresa, a resposta foi justamente sobre o que eu não havia dito, mas sobre o que se passava no meu coração. Esse foi mais um extraordinário encontro com o Mestre! A resposta dele se tornou uma diretriz de vida! E assim, no esforço de superar os “oito ventos”, mantendo-me na órbita da Soka Gakkai e do Mestre, ao lado dos companheiros e com gratidão aos veteranos, ecoa, dia após dia, o brado da “Convenção da Chuva”, realizada em outubro de 1999: “Se a posteridade há de julgar meu Mestre, por minha qualidade, será julgado o supremo líder do mundo.”1 Sonia Cristina Santana Paderes Vice-Coordenadora da Divisão Feminina da CGRE Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.818, 5 nov. 2005, p. A2. Ilustração: GETTY IMAGES

24/01/2024

Editorial

Para mudar algo, basta decidir e avançar

O jornal Brasil Seikyo, desde o início do ano, está atento aos preparativos para o grande evento de maio. Será a auspiciosa Convenção Comemorativa da Juventude Soka da BSGI, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, local em que Ikeda sensei esteve há quarenta anos, em 1984. Uma imensa repercussão e expectativa em várias localidades do Brasil já despontam. Será o ápice do movimento dos 100 mil jovens humanistas na forma de um resultado perceptível, porém a causa da mudança já ocorreu no coração de cada um dos envolvidos. Esse pulsar das vidas aspirando à transformação revela um princípio budista que pode ser observado na frase “Se mudar sua condição de vida, o ambiente ou as circunstâncias também mudarão naturalmente”.1 Trata-se da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). A energia dos 100 mil humanistas com certeza provocará a mudança positiva na sociedade brasileira. Nesta edição, você acompanha o movimento da Juventude Soka do Brasil, na p. 14, e encontrará uma matéria sobre esho-funi nas p. 16 e 17. Misticamente, tudo ganhará ainda mais força em fevereiro, mês de nascimento de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, e de Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai. Místico, pois, foi para presentear o mês de aniversário do seu mestre, que Ikeda sensei se lançou ao movimento de propagação do budismo no Distrito Kamata, em 1952, marco histórico de da luta da organização pela felicidade das pessoas. Nas p. 10 e 11, você encontrará mais desse conteúdo. As matérias deste BS convidam você, leitor, a se inspirar com o caloroso coração de Nichiren Daishonin, de Josei Toda e de Daisaku Ikeda, que promoveram ações em prol das pessoas e se dedicaram continuamente ao desenvolvimento dos jovens. Na série que estreia nesta edição, “Brilho das Quatro Estações”,2 é registrado esse sentimento de Ikeda sensei: Um extenso e ilimitado céu azul da esperança se estende no coração de um jovem, e nesse coração arde um incandescente sol da paixão. Nele se encontra a fonte de onde jorra a coragem e emana a criatividade infinita. Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 45, 2021.2. Brasil Seikyo, ed. 2.651, 27 jan. 2024, p. 3.

24/01/2024

Matéria da Divisão Feminina

“Amiga, posso te visitar?”

Querida amiga, feliz ano novo! Feliz 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Como é bom sentir nosso coração conectado com o coração de todas nesta segunda fase do “daimoku dos cem dias”, etapa que iniciamos em 19 de novembro e se encerrará no dia 27 de fevereiro. Nessa ocasião, celebraremos juntas os 31 anos da instituição do Dia da Divisão Feminina da BSGI, o aniversário da Sra. Kaneko Ikeda, os dezenove anos do grupo Zenshin, os quarenta anos do grupo Taiyo e quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Nosso eterno mestre, Daisaku Ikeda, deixou registrado num belíssimo poema1 a força de cada uma de nós ao recitarmos daimoku: Não há absolutamente nada mais poderoso que recitar Nam-myoho-renge-kyo! Todo dia, cada dia com mais sinceridade e com o coração mais aberto, se esforce na prática de recitar Nam-myoho-renge-kyo! Daishonin nos garante: “Não há oração sem resposta”. Empoderadas com a força do daimoku, iniciamos o movimento: “Amiga, posso te visitar?” Isso mesmo! Neste ano, a Divisão Feminina terá como principais objetivos “orar e visitar”, com o sentimento de reconectar os corações e inspirada no espírito de “prezar uma única pessoa” e “não deixar ninguém para trás”. Reconectar os corações Numa época em que as tecnologias estão cada vez mais avançadas, não conseguimos mais imaginar nossa vida sem tantas facilidades, pois executamos nossas tarefas com muito mais rapidez e agilidade, e ainda conseguimos nos comunicar com pessoas de qualquer parte do mundo. De fato, as tecnologias transformaram a nossa forma de viver e de nos relacionar com as pessoas, porém, se não soubermos utilizar esses recursos com sabedoria, perderemos aquilo que é mais precioso como seres humanos: as “verdadeiras conexões”. Como integrantes da Divisão Feminina, temos a convicção de que o contato de vida a vida, o olho no olho, aquele abraço caloroso, a escuta atenta, a voz gentil e acolhedora jamais serão substituídos pelas telas. Que tal iniciar, a partir de agora, essa jornada conectando-se, em primeiro lugar, consigo mesma? Afinal, só conseguiremos nos conectar com nossas companheiras se estivermos dispostas a nos observar profundamente. Ligue o on da conexão consigo mesma por meio da recitação de “muito mais daimoku”. Quando recitamos sincero daimoku, observamos nossa própria mente, triunfamos sobre a negatividade e nos tornamos habilitadas a inspirar outras pessoas a vencer seus intensos desafios com a nossa própria vitória. Ikeda sensei incentiva sobre a recitação do daimoku: O Nam-myoho-renge-kyo que recitamos é o som do mais elevado respeito à dignidade da vida e à harmonia universal. Além disso, ele é a força fundamental para impulsionar a segurança e tranquilidade da terra e a paz mundial.2 Conectadas? Avancemos! De pessoa a pessoa, de coração a coração! Entremos em ação: “Amiga, posso te visitar?”. Visitando mais uma amiga, mais uma companheira da Divisão Feminina, mais um membro da família Soka na localidade e construindo uma grande rede de incentivos. Qual a importância de nos conectar com as pessoas? Simplesmente porque não existimos sem elas. Conforme o princípio budista de “origem dependente” (engi, em japonês, que significa “surgimento em conexão”), nenhum ser vivo ou fenômeno existe sozinho; eles existem ou ocorrem devido ao relacionamento com outros seres vivos e fenômenos, ou seja, nada pode existir independente de outras coisas ou surgir isoladamente. É em meio ao desafio de se construir o melhor relacionamento com as pessoas — um rico intercâmbio entre corações na localidade e na sociedade, e um agradável convívio com a natureza — que cada um se desenvolve de maneira bela. Respeitar, numa dimensão mais profunda, significa despertar o respeito no coração do outro. Devem se dedicar com grande sinceridade para transmitir seu sentimento ao outro. A sinceridade do coração é transmitida sem falta. São os diálogos das mulheres Soka que ampliam a rede de confiança mais bela deste mundo.3 Vamos aproveitar este momento de nova partida e determinar que, em meio ao desafio de tantas responsabilidades no dia a dia, nos esforçaremos para reconectar com as companheiras da localidade. Temos a certeza de que muitas se sentirão acolhidas ao ouvir ou ler: “Amiga, posso te visitar?”. Então, de contato em contato, vamos restabelecer os laços e fortalecer a nossa rede de solidariedade das mulheres Soka, conforme Sensei afirma: As mulheres têm papel significativo na promoção do respeito à dignidade da vida e da cultura de paz. O avanço de uma mulher tem o potencial de mudar a história. E, numa época em que o egoísmo e o egocentrismo predominam, nossas integrantes da Divisão Feminina, que estão dedicando a vida à felicidade e ao bem-estar dos outros, brilham como luzes de esperança verdadeiramente preciosas para o mundo.4 Visitas familiares e orientações individuais são uma tradição da Soka Gakkai Nosso mestre afirma: Incentivar pessoa por pessoa é uma tradição da Soka Gakkai. Pelo fato de empreendermos muita energia para visitar os associados individualmente e encorajá-los é que hoje existem verdadeiros seres humanos de valor que se dedicam ao kosen-rufu em todo o mundo. Eu também me esforcei ao máximo para me encontrar com cada pessoa e lhe dedicar um sincero incentivo.5 Como rainhas de vitória absoluta, temos a oportunidade de sair, interagir com as companheiras da nossa organização e reconectar nosso coração, assim como lemos no seguinte incentivo que consta da Nova Revolução Humana, de autoria de Daisaku Ikeda: No mundo da Soka Gakkai, a orientação individual é realizada diariamente como algo muito natural. É uma grande rede de incentivos para superar as adversidades e é também um trabalho de restauração da relação de vida a vida entre as pessoas que acabaram sendo afastadas umas das outras nessa sociedade contemporânea.6 Apoio aos jovens e estudantes Baseadas nas “Cinco diretrizes de atuação da Divisão Feminina de vitória absoluta”,7 vamos atuar ao lado dos jovens sucessores e criar laços de amizade e de confiança com eles. Durante as visitas e os diálogos, podemos encontrar filhos, netos ou sobrinhos, e, em total sintonia com nossos jovens e sucessores Ikeda, vamos apoiar a rede de solidariedade dos cem jovens por distrito rumo ao encontro dos 100 mil jovens, manifestando nossa máxima alegria, respeito e gratidão. Para finalizar, desejamos que você aproveite este início de ano para renovar seus objetivos e determinar “Este ano, vou fazer diferente”. Que tal escolher visitar aquela amiga que não vê ou com quem não conversa há muito tempo? Fica a dica. Ikeda sensei nos incentiva: O Sr. Toda sempre dizia que: “Se a realização do kosen-rufu será uma realidade ou não dependerá da atuação das mulheres”. Para uma mulher que conheceu a “maior das alegrias”, nada poderá obstruir o seu caminho. É exatamente o aspecto dessa mulher revigorada que inspirará o coração de outras mulheres.8 Forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Relatos Daimoku e visita Estou conseguindo vencer na recitação de duas horas de daimoku diárias e tenho feito visitas regularmente com o espírito de tocar o coração das minhas companheiras com meus incentivos. Na comunidade, uma fujimbu estava afastada da prática havia algum tempo, mas, por meio de visitas e incentivos, hoje ela está desafiando a recitação de até três horas de daimoku por dia. Estou determinada a buscar minha revolução humana a cada dia, procurando corresponder ao legado de Ikeda sensei e mostrar sua grandiosidade com a minha comprovação. “Shitei funi é a minha vida!” Romilda Rocha Moraes, responsável pela Divisão Feminina da RM Rio Sul, Sub. Sul-Fluminense, CGERJ Romilda, de vestido verde, com membros da organização em reunião comemorativa *** Corresponder ao Mestre Quando fui nomeada líder de comunidade, a situação era complicada, e me via atuando sozinha. Durante o isolamento social, com as reu-niões on-line, o que era difícil ficou ainda pior. Foi quando, em 2020, uma hora antes da Reunião de Palestra Comemorativa da Divisão dos Jovens, fui roubada por rapazes que me fizeram refletir e ver que eu tinha de mudar meu coração. Então, não importando as derrotas do passado, determinei que venceria a todo custo! Com muito mais daimoku, visando tornar os membros felizes e com muita saúde, o responsável pelo bloco e eu, junto com as conselheiras, começamos nossa atuação para reerguer a comunidade. Nossos objetivos eram recitar uma hora de daimoku, enviar mensagem para três amigas e fazer uma visita on-line por semana. Essas foram ações decisivas para nosso crescimento e partimos de uma comunidade desanimada para a Comunidade Caiçara de contínuas vitórias! Em 2023, recebemos muitas transferências de membros dispostos a lutar pelo kosen-rufu. Assim, o comparecimento na reunião de palestra triplicou, e os periódicos, que antes eram de quatro a cinco exemplares, tiveram um aumento significativo, alcançando agora quase trinta leitores. No Kofu, a participação também teve um aumento considerável e vem transformando nossa vida. Novas pessoas de valor vêm surgindo e já temos líderes nos dois blocos que compõem a comunidade. Sou muito grata e nada é mais gratificante que corresponder ao Mestre. Susi Mieko Maisatto, responsável pela Divisão Feminina da Comunidade Caiçara, RM Praia Grande, Sub. Imigrantes, CGESP Susi, primeira à dir., de óculos, em reunião da comunidade No topo: Trechos do romance Nova Revolução Humana, v. 27, capítulo “Batalha Feroz”. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.194, 7 set. 2013, p. 4.2. Idem, ed. 2.646, 11 nov. 2023, p. 4.3. IKEDA, Daisaku. Incentivos das Quatro Estações. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 29.4. Brasil Seikyo, ed. 2.027, 20 mar. 2010, p. 5.5. IKEDA, Daisaku. Diretrizes para Líderes que Lutam na Linha de Frente do Kosen-rufu: Incentivo aos Líderes da SGI, 2018. p. 32. Não publicado.6. Idem. Batalha Feroz. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 264.7. Leia sobre as “Cinco diretrizes de atuação da Divisão Feminina de vitória absoluta” no Brasil Seikyo, ed. 2.282, 4 jul. 2015, p. B2 e B3.8. Brasil Seikyo, ed. 2.185, 29 jun. 2013, p. B3. Fotos: Arquivo pessoal

24/01/2024

Encontro com o Mestre

Os protagonistas da nova era são os jovens

Um extenso e ilimitado céu azul da esperança se estende no coração de um jovem, e nesse coração arde um incandescente sol da paixão. Nele se encontra a fonte de onde jorra a coragem e emana a criatividade infinita. Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso. * * * Os jovens são importantes. Os jovens são o tesouro do mundo. São a esperança para a paz. O que é necessário para realizar um grande empreendimento? O poeta alemão Stefan George escreveu: “É a força jovem e o espírito renovado para assumir projetos ousados”.1 Descobrir novos “valores humanos” e criá-los. A menos que se desenvolvam jovens repletos do espírito de luta indomável, não existe o futuro da Gakkai. * * * Quando se levanta com o mesmo grande desejo do mestre, de propagar a grande Lei, pode-se emanar uma força infindável. Essa é a força básica dos bodisatvas da terra do mais elevado orgulho. O sol do juramento seigan de mestre e discípulo irradia sobre a mãe-terra, e como fonte de luz a iluminar eternamente o futuro, ele começou a brilhar intensamente agora. Existem companheiros nessa terra e naquele país. As pessoas estão aguardando. É a nova partida, com renovada decisão, rumo ao kosen-rufu mundial que é, em si, a paz mundial, tão almejada pela humanidade. Eu avanço. Avance você também. Eu luto. Lute você também. Eu venço. Vença você também. Lançando o grande brilho da revolução humana, nós vamos juntos escrever o grande épico da refrescante relação de mestre e discípulo Soka! Eternamente, a jornada do juramento seigan, sua e minha! Publicado no Seikyo Shimbun do dia 14 de janeiro de 2024. No topo: Um barco avança em direção a um conjunto de edifícios, desenhando um rastro branco. Singapura é um importante centro financeiro e econômico do mundo. Foto tirada por Ikeda sensei em novembro de 2000. Durante essa terceira visita àquele país, Sensei transmitiu: “Jovem é a pessoa que rompe as circunstâncias presentes e desafia avançar mesmo que seja um ou dois passos”. Os companheiros da Soka Gakkai de Singapura se empenham na contribuição social tendo em mente a expectativa do Mestre. A pedido do governo, eles atuaram nas festividades comemorativas da independência do país por 38 vezes, construindo uma sólida confiança. Mude a si próprio, a sociedade e o mundo para melhor, junto com os jovens e com coração dos jovens. Vamos iniciar agora o desafio! Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei publicadas no capítulo “Brado da Vitória”, do volume 30-II, da Nova Revolução Humana; do discurso proferido no Conselho Executivo Nacional, publicado no Seikyo Shimbun de 16 de agosto de 2007; e em ensaio da série “Resplendor do Grande Castelo do Povo — Grande Brilho da Revolução Humana”, também veiculada no Seikyo Shimbun. Nota: 1. GEORGE, Stefan. Coletânea de Poemas. Tradução: Chikao Tomioka. Editora Ikubundo.

24/01/2024

Editorial

Representar Ikeda sensei em todos os momentos

Feliz “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! A tradicional cerimônia do primeiro dia do ano da BSGI teve um importante significado: marcou os 49 dias de falecimento de Ikeda sensei. Na mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, para o Gongyo de Ano-Novo, ele cita os dizeres do presidente Josei Toda ao seu discípulo Daisaku Ikeda: O mundo é vasto. [Em muitos países] ainda há pessoas que choram angustiadas e crianças se encolhendo em meio ao fogo cruzado das guerras. Você deve iluminar a Ásia e o mundo inteiro com a luz da Lei Mística. Deve fazer isso em meu lugar.1 Assim o Mestre o fez. Concretizou o legado de expandir a Lei para 192 países e territórios, recitando daimoku em cada solo que visitou, para cada pessoa que incentivou e para cada palavra que registrou. E agora, na era dos genuínos discípulos Ikeda, Brasil Seikyo entrevista os líderes da Juventude Soka do Brasil sobre o grande movimento de reunir 100 mil jovens humanistas em gratidão ao eterno mestre e de criar o ponto primordial da atual geração de jovens. Leia nas p. 12 e 13. No Incentivo do Líder desta edição, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, fala sobre a recitação do daimoku e a importância da continuidade citando uma orientação do Mestre que diz: O Budismo Nichiren não ensina uma crença dependente de algo fora de nós. A oração no Budismo Nichiren consiste em extrair esperança com convicção indomável. A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte da sabedoria e do poder do Buda. Nossa capacidade de extrair grande energia vital se resume à força da nossa fé.2 Esperamos que cada incentivo o conduza, leitor, a encontrar esperança para ser a extensão da vida de Ikeda sensei e a agir “representando o Mestre” rumo à consolidação da força jovem mundial. Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.649, 14 dez. 2023, p. 2.2. Idem, ed. 2.650, 13 jan. 2024, p. 2.

11/01/2024

Especial

Assumir a missão de criar um mundo de paz

“O sol da paz despontou. Abriram-se as cortinas de novos horizontes para o kosen-rufu mundial”.¹ Esse trecho do romance Nova Revolução Humana, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, retrata o clima repleto de esperança daquele dia 26 de janeiro de 1975, na ilha de Guam, onde ocorreu a fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) durante a Primeira Conferência para a Paz Mundial, com a presença de 158 representantes de 51 países. Ao chegar ao local da cerimônia, Ikeda sensei subiu até o salão do nono andar do Guam International Trade Center para assinar o livro de registros dos participantes. Na primeira página, ele colocou seu nome e, na coluna do país de origem, escreveu “Mundo”, expressando seu mais sincero e profundo sentimento de servir à humanidade. Nesse dia, ele foi nomeado presidente da SGI, aos 47 anos. A ilha foi palco de batalhas entre as tropas nipônicas e norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial que tiraram a vida de muitas pessoas, entre soldados e população civil, motivo pelo qual foi escolhida para simbolizar a transformação em direção a um mundo pacífico. Na época da fundação da SGI, o mundo vivia a Guerra Fria, com a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética, somada às conflitantes relações entre os líderes chineses e os soviéticos. Havia a ameaça de ocorrer um novo conflito global com o eventual uso de armas nucleares e pondo todo o planeta em perigo. A fundação da Soka Gakkai Internacional foi o primeiro passo do movimento internacional com base nos princípios do Budismo Nichiren para a consolidação do kosen-rufu. Dessa forma, a organização assumiu sua posição de vanguarda como religião mundial com o objetivo de proporcionar a transformação e a felicidade de cada pessoa, ou seja, a própria revolução humana, independentemente de distinções, como princípio da mudança da sociedade. Em seu discurso de posse, nosso mestre citou uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: Se o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos.2 Ikeda sensei ainda enfatizou a postura de vanguardista que deve ser assumida pelos integrantes da organização: O sol do Budismo Nichiren começou a despontar no horizonte. Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo. Às vezes, assumirei a liderança na linha de frente; outras, estarei ao seu lado; e, em outros momentos, zelarei por vocês nos bastidores. Sempre estarei apoiando-os de todo o coração.³ Ele complementou: Como bravos, compassivos e dedicados discípulos de Nichiren Daishonin que se devotam inteiramente à verdade e à justiça, vivam de modo positivo e edificante, lutando pela prosperidade do seu respectivo país, pela felicidade das pessoas e pela preciosa existência da própria humanidade.⁴ A Soka Gakkai Internacional é uma organização budista que promove a paz, a cultura e a educação centradas no respeito pela dignidade da vida. Graças aos esforços incansáveis de Ikeda sensei, seus membros estão presentes em 192 países e territórios, dedicando-se a manifestar seu potencial inerente e capacitando-se para atuar pelo bem da sociedade. Eles contribuem como cidadãos globais para a comunidade local, respondendo aos problemas que a humanidade enfrenta. Os esforços da SGI para ajudar a construir uma cultura duradoura de paz se baseiam no compromisso com o diálogo e a não violência, e no entendimento de que a felicidade individual e a realização de um mundo pacífico estão intrinsecamente ligadas. Como organização não governamental com vínculos formais com a Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1981, a SGI também colabora com outras organizações da sociedade civil, agências intergovernamentais e grupos religiosos nos campos de desarmamento nuclear, educação em direitos humanos, desenvolvimento sustentável e assistência humanitária. Guiadas pelo objetivo comum de contribuir para a paz do mundo com base no respeito pela dignidade da vida, as organizações locais da SGI desenvolvem atividades alinhadas com os contextos culturais de sua respectiva sociedade. As principais atividades, denominadas “reuniões de palestra”, são diálogos com base nos ensinamentos budistas e com ênfase na transformação da sociedade a partir do desenvolvimento de cada pessoa. Paralelamente, promove-se a conscientização sobre as questões globais por iniciativas como exposições, simpósios e conferências, diálogo inter-religioso e campanhas para promover a não violência. Outras atividades de base incluem eventos culturais, programas comunitários e assistência humanitária em tempos de crise. Desde 1983, anualmente, o presidente Ikeda formula propostas de paz endereçadas às Nações Unidas e dirigidas à comunidade internacional, abordando questões que a humanidade enfrenta, sugerindo soluções baseadas na filosofia budista. Muitos temas levantados nessas propostas de paz são explorados pela SGI e por outras ONGs, além de fornecer inspiração para as contribuições sociais de seus membros em todo o mundo. No dia 18 de novembro, foi recebido com grande pesar o comunicado de que, no dia 15, nosso mestre, Daisaku Ikeda, encerrou sua nobre existência devido a causas naturais, aos 95 anos, em sua residência em Shinjuku, Tóquio. Assim, com profunda gratidão ao Mestre, visando os cinquenta anos da SGI, em 2025, e o centenário da Soka Gakkai, em 2030, é chegada a hora de comprovarmos a prática do Budismo Nichiren em nossa vida e atuarmos com determinação para cumprir a missão pelo kosen-rufu, transformando positivamente a sociedade a partir do local em que nos encontramos. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.498, 18 jan. 2020, p. 6 a 9.Idem, ed. 2.546, 16 jan. 2021, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.594, 15 jan. 2022, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.626, 14 jan. 2023, p. 8 e 9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 9, 2019.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 646, 2020.3. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019.4. Ibidem, p. 39. No topo: Daisaku Ikeda profere seu discurso de posse durante a fundação da Soka Gakkai Internacional (Guam, 26 jan. 1975) Foto: SeikyoPress

11/01/2024

Incentivo do líder

A importância da recitação do daimoku e de sua continuidade

Nichiren Daishonin encontrou no Budismo de Shakyamuni o ensinamento para conduzir as pessoas à iluminação, ou seja, a alcançar o estado de buda. Nesse processo, Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo como a Lei fundamental inerente a todas as formas de vida e ao universo, garantindo, assim, às pessoas atingirem o estado de buda. Para melhor compreensão, o Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina que nossa vida possui dois extremos. De um lado, a chamada ilusão fundamental e, do outro, a iluminação. A vida dominada pela ilusão é limitada ao campo emocional, incapaz de compreender a realidade e, devido a essa limitação, a pessoa sofre angustiada por não conseguir superar os problemas. Agora, com relação a essa mesma vida que se encontra em sofrimento, quando a pessoa recita Nam-myoho-renge-kyo, transforma e suplanta essa condição de sofrimento, pois a recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) desperta nela o estado de buda — a natureza de buda capaz de iluminar qualquer ilusão da vida. Daisaku Ikeda nos orienta como extrair a grandiosa energia vital indomável do daimoku: O Budismo Nichiren não ensina uma crença dependente de algo fora de nós. A oração no Budismo Nichiren consiste em extrair esperança com convicção indomável. A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte da sabedoria e do poder do Buda. Nossa capacidade de extrair grande energia vital se resume à força de nossa fé. Quando estiver sofrendo, triste ou magoado, simplesmente recite Nam-myoho-renge-kyo de coração aberto. Continue recitando assim como você é, como se estivesse compartilhando seu sentimento com um pai benevolente ou uma mãe carinhosa. Desse modo, deve transformar seus problemas em orações.1 Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo e continuamos a fazê-lo por um tempo, percebemos uma expressiva mudança em nosso coração, e vemos a angústia e o sofrimento se transformarem em coragem e esperança. A recitação do daimoku, a prática diária, nos proporciona uma vida melhor e equilibrada, mesmo diante de diversas intempéries. Nós recitamos Nam-myoho-renge-kyo para compreender a nossa misteriosa existência. O resultado será sempre a conquista de uma vida de boa disposição e de felicidade. A vida sempre será uma constante batalha espiritual. Para tanto, o Budismo de Nichiren Daishonin nos mostra que o daimoku é o único meio capaz de combater quaisquer obstáculos espirituais da nossa vida. Vamos orar muito mais daimoku e estabelecer uma condição plena de felicidade e compartilhar com todos ao nosso redor. Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 639, nov. 2021, p. 50-65.Ilustração: GETTY IMAGES

11/01/2024

Notícias

Novo avanço na Capital da Esperança

Inaugurado em dezembro de 1996, o Centro Cultural de Brasília, palco das atividades da Subcoordenadoria Distrito Federal, recebeu os membros da localidade em sua cerimônia de reabertura realizada no dia 2 de dezembro de 2023. Suas instalações permaneceram em reforma aproveitando o período de fechamento devido à pandemia da Covid-19. Participaram da solenidade o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e os coordenadores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), Edjan Santos, e da Divisão dos Estudantes (DE), Camila Akama, entre outros líderes, que também tomaram parte em visitas, diálogos e outras atividades na organização. O início do encontro foi marcado pelo oferecimento de orações e a exibição de uma homenagem em vídeo como tributo à nobre existência de Ikeda sensei que se encerrou no dia 15 de novembro. Em suas palavras de cumprimento, Nieliton Gomes e Elda Oliveira, respectivamente responsável e responsável pela Divisão Feminina (DF) da Sub., ressaltaram o significado daquele momento de reabertura do centro cultural em que os discípulos se levantam para cumprir o juramento ao Mestre. “Juntos carregaremos a tocha do kosen-rufu iluminando o caminho para o futuro repleto de esperança e de alegria. Vamos avançar com os corações unidos e o espírito indomável na grandiosa jornada de tornar Brasília um farol para todo o Brasil e para o mundo!”, conclamaram. Parabenizando a todos, Edjan Santos e Camila Akama incentivaram os participantes a se dedicar ao fortalecimento cada vez maior da Juventude Soka e à concretização dos cem jovens por distrito, citando os esforços do jovem Daisaku Ikeda para tornar realidade os sonhos do seu mestre, Josei Toda. O presidente Miguel Shiratori, referindo-se ao fato de Ikeda sensei declarar a BSGI a organização “Monarca do Mundo”, salientou a importância da transformação de vida de cada membro por meio da coragem e da sincera prática da fé. Presidente Miguel Shiratori cumprimenta e incentiva os membros da Sub. Distrito Federal durante o encontro Anunciou que a realização da próxima Reunião Nacional de Líderes da BSGI está prevista para fevereiro do próximo ano no Centro Cultural de Brasília, acontecimento de profundo significado, pois o encontro celebrará os quarentas anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Solicitando a todos que também assinalem grandes vitórias na própria vida e irradiem esperança às demais pessoas, frisou que agora é o momento de os sucessores assumirem a missão pelo kosen-rufu. As apresentações culturais dos grupos Taiga, Asas da Paz Kotekitai, Fukushi, Taiyo Ongakutai e de representantes da DE finalizaram com brilhantismo a atividade. No topo: foto comemorativa com os participantes da reabertura do Centro Cultural de Brasília. Fotos: Colaboração local

14/12/2023

Painel

Novo encarte: Guia para a Vitória

GUIA PARA A VITÓRIA É um encarte temático mensal que os assinantes do Brasil Seikyo receberão sempre na segunda edição do mês. Ele pode ser utilizado em todas as reuniões do mês seguinte — do daimoku da comunidade e da reunião de palestra (encontro do diálogo humanístico) às visitas e aos diálogos com convidados (shakubuku). O encarte que acompanhará a segunda edição de janeiro do BS apresentará o tema “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Com ele, os leitores compreenderão como estamos conectados a tudo o que nos rodeia e como nossas atitudes impactam diretamente nosso ambiente. Confira as informações do guia de fevereiro Será enviado aos assinantes em janeiro. Nele, serão apresentados: Matéria do mês (esho-funi); Espaços personalizados e interativos; Trechos do livro Nova Revolução Humana; Incentivos especiais; Ilustrações; Dicas e materiais complementares para suas atividades. Assinantes do BS digital ou dos planos digitais da Editora Brasil Seikyo também terão acesso a esse material via BS+ e site da editora! Assine o jornal Brasil Seikyo até 31/12/2023 e receba o encarte já no mês de janeiro! Acesse: www.brasilseikyo.com.br/assinaturas

14/12/2023

Notícias

Gratidão e “criação de valores humanos”

Quando a gratidão aflora na vida, as vitórias surgem em sucessão. Foi o que comprovaram duas famílias de integrantes da BSGI que concretizaram o sonho acalentado há muitos anos de oferecer um local para a realização das atividades pelo kosen-rufu. Sede Comunitária Nascimento O casal Wellington e Flavia Nascimento era só sorrisos e emoção ao receberem os companheiros do Distrito Monte Alegre e da RM Jabaquara, CNSP, na cerimônia de inauguração realizada na tarde de 11 de novembro. Localizada na região sul da capital paulista, a nova sede foi fruto de intensos esforços da família, por mais de trinta anos de prática, e dos membros da organização local. Abrilhantou o evento a mensagem de congratulações do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, que em um trecho diz: “Sustentando este castelo do humanismo Soka (...), em perfeita união com todos os veteranos e companheiros, vamos nos empenhar ainda com mais disposição na luta pela propagação do Budismo Nichiren para todas as pessoas e na criação de valores humanos, principalmente os jovens”. Sede Comunitária Porto Belo Durante a solenidade inaugural da sede localizada na capital paranaense, Valdeir Santos da Costa, vice-responsável pelo Distrito Barigui, compartilhou seu relato de comprovação, relembrando as várias dificuldades que enfrentou ao lado da família e as vitórias alcançadas, resultando na cristalização do objetivo da sede. Sede Comunitária Porto Belo “Durante a minha juventude, tive a oportunidade de aprimorar minha vida com a atuação na Divisão dos Jovens. Assim, como retribuição às dívidas de gratidão aos Três Mestres Soka e, em especial, a Ikeda sensei, meu sentimento sincero é que muitos “valores humanos”, sobretudo os jovens, possam ser criados neste local”, expressou Valdeir. No topo: Sede Comunitária Nascimento Fotos: Colaboração local

14/12/2023

Mensagem

Rumo ao centenário da Soka Gakkai, vamos transformar as adversidades em felicidade

Estimados membros, familiares e amigos da BSGI, feliz ano novo! Feliz “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Para darmos os primeiros passos firmes, vamos buscar os fundamentos no escrito Carta de Ano Novo, de Nichiren Daishonin, no qual temos a seguinte passagem: Recebi cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e uma cesta de frutas. O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera.1 A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste,2 e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste.3 Neste novo ano, revestido de muitos significados, em que todos estamos assinalando uma partida rumo à realização dos nossos objetivos e sonhos, a prática da fé, alicerçada nos ensinamentos dourados de Nichiren Daishonin, conforme a frase acima, nos proporciona a transformação das adversidades em felicidade. Desejo a todos muita saúde, felicidades e um feliz e próspero ano novo! Na última Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai, em 1º de novembro de 2023, Ikeda sensei, em sua mensagem, afirmou: A “Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” é a grande rede solidária que se empenha no desafio da transformação do destino da humanidade com a convicção de que, “quando um grande mal ocorre, um grande bem o sucederá”,4 manifestando a grandiosa energia vital do primeiro sol do amanhecer e elevando alto o princípio filosófico dos “três mil mundos num único momento da vida”.5 Diante das mais adversas realidades que estamos vivendo na sociedade, chegamos ao importante momento de ajustarmos nosso coração, junto com os jovens, por meio da prática da fé consistente e assídua, baseada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”: 1. Prática da fé para criar a harmonia familiar. 2. Prática da fé para conquistar a felicidade. 3. Prática da fé para vencer as dificuldades. 4. Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade. 5. Prática da fé para alcançar a vitória absoluta. Vamos acolher e cultivar os “valores humanos” jovens que são aqueles que nos sucederão no grande legado de Ikeda sensei pela paz no mundo. Nas atividades de bloco e de comunidade, vamos criar a convivência e o movimento cada vez maiores dos jovens nos jardins Soka. Por favor, transmitam as felicitações a todos os seus familiares e amigos! Louvando a nobre existência de Ikeda sensei dedicada à nossa felicidade e à paz da humanidade, vamos conduzir nossa vida, junto com os jovens, à prática da fé fundamentada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai” e nos ensinamentos dourados do Budismo de Nichiren Daishonin, conforme o Mestre nos ensinou. Certa ocasião, o presidente Ikeda declarou: Expansão do kosen-rufu é expansão da esperança, de valorosos seres humanos e da paz. É transmitir infinita esperança para aqueles tomados pelo sofrimento; é criar indivíduos capazes a quem confiaremos o futuro. E, tendo como base o compromisso pela felicidade de cada indivíduo, estender belos laços humanos e uma rede de paz na comunidade, na sociedade e no mundo — este é o movimento da SGI.6 Com esse sentimento e disposição de promovermos a expansão da esperança, vamos celebrar o ano novo em nosso bloco e comunidade com todos os membros e familiares. Vamos criar e expandir ainda mais a rede da felicidade ao nosso redor, contribuindo assim para a transformação do destino da humanidade rumo ao ano 2030, centenário da Soka Gakkai! Miguel ShiratoriPresidente da BSGI Notas: 1. De acordo com o calendário lunar japonês, a primavera começa no primeiro mês, ou seja, no Dia de Ano-Novo desse calendário. No calendário gregoriano, o Ano-Novo cai entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro. 2. Alusão ao fato de que a lua nova começa a ser vista no oeste, pouco depois do pôr do sol. Nas noites sucessivas, à medida que a parte visível da lua cresce, tem-se a impressão de que ela se desloca gradativamente para o leste. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2017. 4. Ibidem, p. 387. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.646, 11 nov. 2023, p. 4-5. 6. Idem, ed. 2.304, 31 dez. 2015, p. A1.Foto: BS

14/12/2023

Editorial

2024 de amplas possibilidades

A Soka Gakkai estabeleceu a dinâmica de ter um tema para cada ano quando Ikeda sensei assumiu como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. A palavra “descortinar” apareceu em três momentos ao longo da liderança de Ikeda sensei. A primeira vez foi em 2000, visualizando a virada do século; depois em 2014, sinalizando a nova era do kosen-rufu mundial a partir do estabelecimento do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu; e agora, dez anos após, em 2024, dando partida para a era dos genuínos discípulos Ikeda. Nesta edição do Brasil Seikyo você acompanha as Mensagens de Ano-Novo da liderança central da BSGI, como também do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. Num trecho ele diz: E no ano passado, em sua explanação de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, feita pouco antes de seu falecimento, sensei expressou seus profundos sentimentos: “Agora, diante da nova partida da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, gostaria de dedicar aos jovens emergidos da terra de unicidade, as palavras do meu venerado mestre: “Faça isso em meu lugar”.1 Como se atendesse a esse chamado de sucessão, a BSGI iniciou uma grande expansão com contínuas inaugurações de castelos de valores humanos, um legado da luta dos veteranos para a nova geração que terá as sedes e os centros culturais como palco de atuação. Na p. 14, você acompanha a cobertura da inauguração do Centro Cultural de Suzano, que encerrou o ciclo vitorioso do ano concretizando os ideais do Mestre. Neste BS, iniciamos a publicação do especial em seis partes dos grandes marcos da existência de Ikeda sensei. A primeira traz a unicidade de mestre e discípulo que transcende a vida e a morte. Numa passagem da matéria é destacada a anotação de Ikeda sensei em seu diário após o falecimento do seu mestre: Decidi dedicar minha vida inteira a declarar para o mundo o ideal do presidente Toda, seu último desejo, e a me empenhar para torná-lo realidade. Esta é minha única missão neste mundo.2 Seguindo essa correnteza de concretizações do juramento de mestre e discípulo, esperamos que esta edição de Ano-Novo preencha seu coração de determinação para, junto com os jovens, descortinar um ano ímpar! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.649, 31 dez. 2023, p. 2. 2. Ibidem, p. 8.

14/12/2023

Notícias

A vitória é contagiante

A Cidade Maravilhosa amanheceu com intenso brilho na manhã do dia 29 de outubro de 2023, refletindo o sentimento e a disposição de representantes dos 1.019 blocos que integram a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ). Eles se reuniram para assistir ao Festival da Vitória da Esperança Soka, realizado no Centro Cultural do Rio de Janeiro (CCRJ), o mesmo local que recebeu Ikeda sensei em 1993. A proposta foi justamente celebrar o 30º aniversário da quarta visita do Mestre e marcar o quinto aniversário das “Três diretrizes eternas do Rio de janeiro”: “Seja o baluarte da esperança da nova era do kosen-rufu mundial!”, “Seja o brilhante castelo de valores humanos!” e “Seja eternamente a Josho Rio número um do mundo!”, renovando o juramento e a decisão de cada participante. Durante a programação do festival, alguns veteranos, que atuaram na época em que Ikeda sensei veio ao país, compartilharam histórias dos bastidores, manifestando orgulho e gratidão ao Mestre. Dos dias atuais, alguns jovens e integrantes da Divisão dos Estudantes (DE) deram depoimentos sobre o movimento dos cem jovens em seu respectivo distrito, assegurando a vitória do futuro do kosen-rufu pelas mãos dos integrantes da Juventude Soka do Rio de Janeiro. Logo após, houve apresentação das bandas Asas da Paz Kotekitai do Brasil (APKB) e Taiyo Ongakutai do Rio (TOR), do Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO), que compõe a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), do Coral Esperança do Mundo (CEM) e do grupo Samba. Pensada e executada pela Juventude Soka do Rio de Janeiro, a atividade possibilitou a expansão e a representatividade do potencial de cada jovem com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” (itai doshin), tendo como eixo o incentivo ao diálogo humanístico para a construção de uma sociedade de paz e harmonia. O encontro ocorreu algumas semanas antes do falecimento do Mestre, em 15 de novembro. Para as lideranças da Juventude Soka do Rio de Janeiro, agora, mais que nunca, o objetivo é que “Cada membro representante do seu bloco seja o promulgador da expansão do diálogo em sua própria localidade, indo ao encontro do coração das pessoas, assim como desejo do Mestre”, afirma Anderson Magalhães dos Santos, coordenador da DE da CGERJ, representando o sentimento de todos. Desse movimento empreendido na localidade, destacamos, nesta edição, o exemplo de dois distritos. A virada de chave para a vitória O Distrito Enseada Bela Vista, RM Baía da Ilha Grande, planejou desde o início do ano várias maneiras não só de atrair convidados, mas de fortalecer os membros atuais. O apoio e o acolhimento das iniciativas dos jovens pelas demais divisões com certeza foi a virada de chave para a vitória. Duas grandiosas atividades foram promovidas em março e em julho com os temas “resiliência” e “coragem” que deram vida ao “Encontrão da DJ”. A expansão ganhou força. “A atividade de julho teve o comparecimento de mais de setenta pessoas e a maioria era de jovens”, comemora Emmily Nagae Hara, responsável pela Divisão dos Jovens do Distrito Enseada Bela Vista. Nas programações, o envolvimento foi geral. Mensalmente, organizam o estudo da DJ, e os membros são estimulados a levar sua Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin (CEND), ler passagens dos volumes e seguir dialogando. Aspecto dos jovens integrantes do Distrito Enseada Bela Vista Para estreitar os laços de amizade, a criatividade impera: os encontros podem acontecer em áreas abertas e públicas, como numa praia ou em parques. As visitas também são o foco. Dessa maneira, conseguem manter um contato mais próximo, valorizando cada pessoa sem deixar ninguém para trás. Vigoroso voo da força jovem A gratidão impulsiona a força jovem. Esse foi o sentimento que levou o Distrito Silva Rabelo, RM Méier, a deslanchar. Com o retorno das atividades presenciais, parecia que faltava alguma coisa para dar uma guinada e virar a página desses últimos anos de pandemia. Dessa forma, as lideranças decidiram trazer de volta o Curso de Outono, atividade de dois dias, expondo o budismo com profundidade e o espírito Soka, contextualizando a trajetória de Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda. Com as demais divisões, criaram um expressivo laço de luta conjunta, contando com apoio nos bastidores, ensaios e muito daimoku. Durante o curso, houve a participação de dez jovens, que expressaram seus sentimentos sobre a ligação com os Mestres Soka. “Uma experiência extraordinária e um marco para todos da localidade. Por meio dessa luta, cada jovem conseguiu fortalecer dentro de si a condição necessária para avançar em todos os aspectos da vida”, ressalta Lucas Costa de Sousa, líder da Divisão dos Jovens do Distrito Silva Rabelo. Com isso, as lideranças da Juventude Soka do distrito decidiram: “De hoje até a eternidade, os jovens do Distrito Silva Rabelo, com o kosen-rufu e os mestres no coração, vão juntos levar a grandiosidade da Gakkai para as dez direções da vida, tendo como base o trecho do brado da Divisão dos Jovens feito em 1999: ‘Se a posteridade há de julgar meu mestre, por minha qualidade serás julgado o supremo líder do mundo’”. Distrito Silva Rabelo Um juramento abraçado por todos nessa nova jornada do discípulo. No topo: cena do fechamento do Festival da Vitória da Esperança, com a radiância da Juventude Soka do Rio de Janeiro na vanguarda da expansão do humanismo Soka Fotos: Grupo Arco-íris | Colaboração local

14/12/2023

Mensagem

“Agora é a hora de nos levantar resolutamente como honrados discípulos”

Estimados companheiros do mundo todo, que zarparam com bravura rumo ao “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Como discípulos diretos de Ikeda sensei, a quem ele confiou o bastão espiritual do kosen-rufu, iniciamos nossa jornada eterna de mestre e discípulo imbuídos de ardente e renovada decisão. Toda sensei disse certa vez a Ikeda sensei: “O mundo é vasto. [Em muitos países] ainda há pessoas que choram angustiadas e crianças se encolhendo em meio ao fogo cruzado das guerras. Você deve iluminar a Ásia e o mundo inteiro com a luz da Lei Mística. Deve fazer isso em meu lugar”. Em conformidade com o testamento do seu mestre, Ikeda sensei plantou as sementes da Lei Mística no mundo, cultivou-as até se transformarem em frondosas árvores e edificou o esplêndido desenvolvimento do kosen-rufu mundial de hoje. E no ano passado, na parte final de sua explanação de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, publicada antes de seu falecimento, sensei expressou seus profundos sentimentos: “Agora, diante da nova partida da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, gostaria de dedicar aos jovens emergidos da terra que compartilham meu espírito as palavras do meu venerado mestre: ‘Faça isso em meu lugar’”. Mais que nunca, agora é a hora de nos levantar resolutamente como honrados discípulos e extensões de Ikeda sensei para iluminar as pessoas e a sociedade com os raios benevolentes de coragem e esperança e soprar a leve brisa do incentivo para a revitalização da vida. Com o ardente desejo de mestres e discípulos Soka de “eliminar a miséria da face da Terra” e o eterno juramento seigan do Buda de que “o kosen-rufu mundial é a paz mundial”, vamos viver fortemente em prol desse compromisso por toda a vida e fazer deste mundo de guerras e de divisões um paraíso de paz e harmonia, cumprindo plenamente a missão dos emergidos da terra de “transformar o destino da humanidade”. Agora, neste ano, com os jovens na vanguarda, vamos unir as pessoas por meio dos diálogos embasados na amizade e na confiança, e fazer com que as flores da paz e da felicidade desabrochem plenamente em cada canto do planeta. O próximo ano marca o 50º aniversário da SGI, e em sete anos, em 2030, celebraremos o centenário da Soka Gakkai. Neste importante cenário, vamos abrir corajosamente o caminho para significativas vitórias em nossa vida e em nosso movimento pelo kosen-rufu, demonstrando nossa ilimitada gratidão ao nosso mestre, Daisaku Ikeda! No ano novo de 2024 Minoru Harada Presidente da Soka Gakkai Foto: Seikyo Press

14/12/2023

Mensagem

Vamos viver “mais um dia feliz”!

Queridas amigas de todos os recantos do Brasil, feliz ano novo! Feliz “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Em primeiro lugar, manifesto profunda gratidão a você, preciosa amiga, que, mesmo em meio a inúmeras responsabilidades e desafios, não poupa esforços para se dedicar ao kosen-rufu e dar o seu melhor, em todos os aspectos da vida. Estamos vivendo um momento único. Um momento de pormos em prática tudo o que aprendemos com Ikeda sensei. E, em gratidão a ele, com base no juramento seigan, fazermos a diferença em nossa vida, na família e na localidade, manifestando forte fé, determinação e vitórias, por meio da nossa postura, com muita leveza, alegria e sabedoria. Com o desejo de que 2024 seja um dos melhores anos de nossa vida e da organização de base, vamos nos empenhar em:Orar “muito mais daimoku” para transformar, vencer e ser feliz. Vamos participar do desafio do “daimoku dos cem dias”, em dois períodos (19/11/23 a 27/02/24 e 04/06/24 a 12/09/24). Visitar realizando diálogos de vida a vida e de coração a coração. Reconectar mais um membro e criar o momento “Amiga, posso te visitar?”, com o espírito de “prezar uma única pessoa” e “não deixar ninguém para trás”. Apoiar incondicionalmente a Juventude Soka e os Sucessores Ikeda e fazer parte do time da Divisão dos Estudantes que é o Grupo Coração do Rei Leão. Desafiar na leitura e assinatura dos periódicos e reconectar “mais um membro” para ir ao encontro de incentivos e de força. Avançar junto com as boas companheiras, em luta conjunta, veterana e novata, desenvolvendo os valores do grupo Zenshin e dos grupos horizontais. Por ocasião do diálogo com a Sra. Yumiko Kasanuki, coordenadora da Divisão das Mulheres da SGI, ela incentivou que cada componente da DF possa se esforçar e vencer com base em quatro pontos: união, oração, apoio e respeito, e citou um trecho de uma orientação na qual Ikeda sensei incentiva uma integrante da DF recém-nomeada que perguntou “Como ela poderia encarar sua nova responsabilidade”.1 Expressando gratidão e louvor pelos seus dedicados esforços, sensei explicou que não precisava fazer nada fora do comum, e simplesmente: 1. Recitar daimoku. 2. Orar pela felicidade de cada membro. 3. Incentivar com carinho e consideração. Quanta consideração neste direcionamento do nosso mestre, não é mesmo? Com certeza, existem momentos em que nos sentimos sobrecarregadas com tantas responsabilidades e tarefas na família, na vida, no trabalho, na localidade e pensamos: “Será que eu vou dar conta?”. Neste momento, o importante é orar para manifestar sabedoria, ter paciência, persistência e “resistir ao desejo de desistir”, conforme orientação de Ikeda sensei.2 Na Nova Revolução Humana, volume 29, capítulo “Contínua Felicidade”, lemos o seguinte incentivo de Ikeda sensei: Ele atribuiu a cada integrante da Divisão Feminina a expressão “pequeno sol”. O sol se ergue sem falta, tanto em dias de chuva como em dias claros ou de tempestades. Não importando o que aconteça, estende sua afetuosa luz para todos cumprindo sua missão e seu trabalho com perseverança e obstinação até o fim.3 No mês de setembro de 2023, recebemos a última mensagem de Ikeda sensei, enviada para a Divisão Feminina do Brasil. Vamos compartilhar essa mensagem com nossas companheiras e incentivá-las para que esta se torne um direcionamento por toda a vida. Sensei nos orienta: Saibam que a árdua e sincera luta diária de vocês da Divisão Feminina, sol do kosen-rufu do Brasil, está sendo observada e louvada pelo buda Nichiren. (...) Haja o que houver, imbuídas de ardente coragem e de profunda esperança, avancem em prol da Lei Mística como dignas componentes da Soka Gakkai. E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local.4 Estimadas amigas, vamos avançar e vencer em 2024, baseadas no nosso lema eterno “Shitei funi é minha vida!” e nos esforçar para ser o “sol do kosen-rufu do Brasil”, sempre juntas com Ikeda sensei e Sra. Kaneko, pelas três existências da vida, em união harmoniosa com os companheiros de grandiosa missão e amada Juventude Soka. Por favor, cuide da saúde e siga um conselho de amiga para dizer a si mesma, todos os dias do ano: “Vou viver ‘mais um dia feliz’”! Um forte e carinhoso abraço a você e a seus familiares! Selma InogutiCoordenadora da Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. Cf. Terceira Civilização, ed. 662, ou. 2023, p. 7. 2. Idem, ed. 652, dez. 2022. 3. IKEDA, Daisaku. Contínua Felicidade. Nova Revolução Humana. v. 29. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 43. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.645, 28 out. 2023, p. 18-19. Foto: BS

14/12/2023

Mensagem

Com base no juramento, sou sênior que vence em tudo

Caros líderes e membros da BSGI! Com grande estima e respeito, manifesto minhas mais calorosas felicitações a todos. Feliz ano novo! Vivemos em um mundo repleto de incertezas e de dificuldades. No trabalho, enfrentamos a constante ameaça de mudanças, reestruturações e instabilidades econômicas. Em nossa casa e na comunidade, lidamos com doenças e desafios pessoais. Apesar desses obstáculos, vocês, integrantes da Divisão Sênior, permaneceram firmes, mostrando uma resiliência admirável. Na história do Budismo Nichiren, muitos foram os discípulos que confrontaram as mais duras realidades e, com base na luta de unicidade de mestre e discípulo, aplicaram os princípios budistas na vida transformando “veneno em remédio”. Shijo Kingo, grande exemplo para a Divisão Sênior, nos lembra da importância de permanecermos fiéis aos nossos princípios e de encararmos os desafios com integridade e sabedoria. Recordo-me das histórias inspiradoras do nosso mestre, presidente Daisaku Ikeda, que enfrentou inúmeras adversidades. Com energia e entusiasmo, “levantou-se só” e venceu em tudo, mantendo-se firme ao juramento de tornar realidade o sonho do seu mestre, presidente Josei Toda. No capítulo “Coração e Alma”, do volume 16, da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei diz: — Eu também me esforçava para tornar meu o espírito do presidente Josei Toda e para estar no mesmo ritmo que ele. Ao agir assim, pouco a pouco comecei a obter confiança para lidar com problemas que, à primeira vista, pareciam assustadores e até mesmo impossíveis. Por mais dolorosa ou difícil que fosse a situação, eu sentia ter coragem e força. E conseguia, dia a dia, romper minhas próprias barreiras internas. Isso era possível porque me valia da grandiosa energia vital do presidente Josei Toda, que se levantara como o líder dos bodisatvas da terra na época atual para concretizar a missão do kosen-rufu. Aqueles que trilham o caminho de mestre e discípulo do kosen-rufu jamais se verão num impasse. Por experiência própria, concluí que, quando seu espírito se une completamente com o seu mestre, uma força ilimitada irrompe.1 Aprendemos com esse exemplo do mestre a chave para a vitória em tudo. Quando o discípulo se levanta com a decisão de vencer e relatar sua conquista ao mestre, essa firme determinação faz surgir a coragem e a esperança que se tornam fonte inesgotável de boa sorte e sabedoria em nossa vida. O budismo ensina que podemos emergir triunfantes dos nossos desafios. Você, como membro da Divisão Sênior, é o pilar da família e o pilar da sociedade, os “grandes pilares de ouro” que sustentam a paz e a esperança. Ikeda sensei salienta: A Divisão Sênior é o alicerce, bem como o núcleo e o pilar, da organização. Enquanto os sêniores estiverem solidamente firmes, a organização manterá a plena solidez. Comparando a um navio, os sêniores equivalem a seu corpo. Se o corpo do navio possui estabilidade capaz de suportar as ondas bravias e as tempestades, o navio poderá prosseguir a tranquila viagem pelo oceano.2 Nosso querido mestre, presidente Ikeda, faleceu serenamente em 15 de novembro de 2023, e nós ficamos tristes e perplexos com a repentina notícia. Entretanto, ao lermos o Brasil Seikyo (edição 2.647),3 no qual foi publicado um texto inédito de Ikeda sensei, encontramos uma diretriz para nós, membros da Divisão Sênior. Nosso mestre direciona: Há sessenta anos, a atuação que eu mais desejava era a da Divisão Sênior. No editorial da edição de novembro da revista Daibyakurenge, escrevi: “A construção do majestoso castelo do povo Soka está, em primeiro lugar, sobre os ombros do líder da Divisão Sênior. Juntos, vamos dedicar toda a vida em prol do grande empreendimento do kosen-rufu!”.Quando o herói de muitas batalhas se levanta, a época se movimenta. A história muda. Caros integrantes da Divisão Sênior da BSGI, façamos de 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, o ano do nosso desenvolvimento pessoal, familiar e organizacional. Assim como Ikeda sensei frisa acima, vamos dedicar toda a vida em prol do grande empreendimento do kosen-rufu. A vida é, de fato, um labirinto de desafios e de oportunidades. Mas é o espírito com que enfrentamos esses desafios que define nossa jornada, e a nossa jornada é a jornada da vitória. Ricardo MiyamotoCoordenador da Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Coração e Alma. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 16, p. 44, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.708, 19 jul. 2003, p. C3. 3. Idem, ed. 2.647, 23 nov. 2023, p. 16-18.Foto: BS

14/12/2023

Notícias

Bastão da vitória

O município de Passos localiza-se no interior de Minas Gerais, na mesorregião do Sul e Sudoeste do estado, com uma população estimada de 115.337 habitantes, segundo site da prefeitura. Por estar situado na divisa com São Paulo, distante 106 quilômetros da cidade de Franca, SP, lá fixou-se uma organização de base da BSGI, o Bloco Passos, abraçado pelo Distrito Três Colinas, do município de Franca, RM Alta Mogiana. União, daimoku e incentivos têm sido a chave dos vigorosos resultados do grupo nas reuniões de palestra, no estudo e na expansão do budismo praticado pela Soka Gakkai. Todas as segundas-feiras do mês são reservadas para o encontro de recitação do daimoku, leitura do Brasil Seikyo, estudo e diálogo, ocasião em que cada participante compartilha o trecho que mais fez sentido em seu coração. Esse avanço contínuo, persistente na solidificação da prática da fé de seus integrantes é o que move as lideranças locais. “Não há segredo, é a prática da fé sincera, e seguir os direcionamentos do Mestre. Assim estamos comprovando”, resume a responsável pela Divisão Feminina do bloco, Marilda da Silva Baborama de Oliveira. E sem nada esperar, apenas com o sentimento de gratidão pulsando forte, no último dia 25 de novembro foi promovida a reunião de palestra do bloco, o primeiro encontro após o falecimento de Ikeda sensei, ocorrido dia 15 de novembro. Era hora de dar um passo adiante, pelo ideal do Mestre. Com o apoio dos líderes do distrito, o tema do estudo, extraído do jornal Brasil Seikyo, e a dinâmica preparada convergiam para “Ter a certeza da vitória”. No texto, o presidente Ikeda orienta: “As pessoas sábias não são levadas pelos ‘oito ventos’; persistem e buscam a felicidade absoluta com espírito indomável. Essa é a verdadeira conduta de um genuíno praticante do Budismo de Nichiren Daishonin”.1 Como símbolo, todos interagiram segurando um canudo de papel representando o bastão do kosen-rufu. “A tristeza da partida do Mestre foi muito grande, mas agora depende de nós, e vamos avançar com convicção da vitória, por ele. Nossa determinação é essa. Estamos mais unidos que nunca”, fortalece o responsável pelo bloco, Orlando da Silva de Oliveira. Ele assegura que, graças ao estudo, todos estão se tornando pessoas fortes, assim como sensei sempre direciona. Com a velocidade que a gratidão impulsiona, todos saíram para a entrega da edição Tributo ao Mestre, do Brasil Seikyo, envolvendo líderes e membros. E com a alegria dos membros, confiantes nas comprovações da fé que estão tendo, expandiram a filosofia da esperança para as pessoas de convívio. A exemplo de Simone Karan, a qual recebeu seu Gohonzon em junho, apresentada por Patrícia Garcia, que já apoia nas visitas e participa ativamente das reuniões. Além disso, há novas concessões em vista. “Tudo é resultado do coração sincero deles, de se basearem na recitação do daimoku e nos incentivos de sensei que lemos nos periódicos. Quando necessário, os membros se deslocam até Franca com alegria. São exemplos de força e resultados em tudo. Isso muito nos orgulha”, enfatiza a responsável pela Divisão Feminina do distrito, Liria Yuri Yoneshima. Integrantes do Bloco Passos, em ação imediata, compartilham a vida e a obra do Mestre com simpatizante. A distância é vencida pelo espírito de procura dos membros e, com apoio das lideranças, traz a consolidação dessa organização de base, meio mineira, meio paulista, mas com o coração ligado unicamente ao do Mestre. O líder do distrito, Darci da Silva, perdeu a esposa há dois anos, vítima da Covid-19, e, sem se abater, é figura constante nas reuniões de palestra nas cidades de Passos e de São Sebastião do Paraíso, também integrante da localidade. “Conheço todos os buracos da estrada, e são muitos até chegar a esses locais”, comenta alegremente, pois “Não há honra e orgulho maiores que ver o aspecto radiante de nossos membros”. No movimento da Juventude Soka, o Bloco Passos marca presença. O Distrito Três Colinas, ao qual o Bloco Passos pertence, já atingiu a marca de cem jovens por distrito, sendo o primeiro da RM a obtê-la. “Ao comprovar a força desse budismo, e com muita gratidão ao Mestre, estamos expandindo essa maravilhosa filosofia em nossa região”, fortalece Rebert Cardoso Goulart, 34 anos, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do bloco. Em apoio, vem o líder da DMJ de distrito, Lucas Barborana de Oliveira, 25 anos. “Acompanho com muito orgulho esse bloco, estamos sempre juntos e vamos avançar agora mais que nunca”, ressalta. Atividade semanal promovida dia 4 de dezembro, com os jovens na vanguarda: “Agora é hora de cada um agir, pelo Mestre”, afirma Herbert, líder da DMJ do bloco (à esq. da foto, ao fundo) Com a certeza da vitória, construída com base no ideal maior do kosen-rufu, membros e lideranças do Bloco Passos dão vigorosos passos adiante, com foco no ano 2024: “É vencer e vencer, pelo Mestre”. Líder do distrito, Darci, faz a entrega de Gohonzon a Simone No topo: Na reunião de palestra, selfie feita pelo jovem Lucas simboliza o desejo de todos de assumir o ideal de Ikeda sensei Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.280, 20 jun. 2016, p. C4. Fotos: Colaboração local

09/12/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

O avanço do kosen-rufu depende da existência ou não de verdadeiros discípulos. O grande empreendimento do kosen-rufu não pode ser concretizado em uma única geração. Ele só pode ser alcançado quando houver a contínua transmissão do mestre para os discípulos e, então, para os sucessivos discípulos das futuras gerações. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 2: Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 371.

09/12/2023

RDez no BS

Cada um de vocês é um campeão da esperança!

Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Parabéns a todos que se formarão na escola nos próximos meses! Quero oferecer-lhes uma grande salva de palmas. Desejo o melhor também para quem está iniciando a vida escolar ou indo para o próximo ano. Parabenizo cada um de vocês que estudou em meio aos desafios causados pela pandemia do coronavírus.¹ Tenho a certeza de que muitos tiveram de lidar com a tristeza, o desapontamento e as frustrações por conta do cancelamento dos eventos escolares nos quais estavam se esforçando muito. Por favor, lembrem-se de que sempre terão a prática do budismo. Aqueles que mais sofrem se tornarão mais felizes! Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos permite transformar até os tempos mais difíceis em oportunidades para grandes mudanças e crescimento pessoal. Nichiren Daishonin sempre louvou os esforços de sua discípula Nichimyo, que lutava contra sérios obstáculos. Ele a encorajou: “Fortaleça sua determinação mais do que nunca”.² Aqueles que continuam avançando com uma visão otimista são os verdadeiros campeões. Declaro que cada um de vocês, meus queridos amigos, é o campeão da esperança que liderará o caminho rumo a 2030!³ Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de março de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia do coronavírus durou de março de 2020 a maio de 2023. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 643, 2020. 3. Em 2030, a Soka Gakkai completará cem anos. Novo encarte Kids Muita diversão e aprendizado para os Estudantes Você pediu e nós ouvimos! Chegou o novo suplemento mensal que os assinantes do jornal Brasil Seikyo receberão na primeira edição de cada mês. Esse encarte é para os Estudantes terem contato com os incentivos do presidente Ikeda e para que se divirtam junto com a família. Vale lembrar que a RDez continua em formato digital e, para 2024, trará ainda mais conteúdos e jogos interativos. Confira tudo o que o Estudante encontrará nesse primeiro encarte Texto do sensei para os Estudantes (Faróis da Esperança). Parábola ou histórias em formato de HQ. Momento Be Brave para aprender inglês com o livro escrito pelo sensei. Passatempos. Assine o jornal Brasil Seikyo e receba o encarte no mês de janeiro. Acesse: www.brasilseikyo.com.br/assinaturas Com a chegada desse novo material, o espaço RDez no BS deixará de existir. Agradecemos por nos acompanhar!

07/12/2023

Notícias

“Agora é com a gente”

Como se quisessem oferecer sua mais exuberante florada em tributo ao Mestre, as árvores de “buquê-de-noiva”, cujas flores são típicas do Nordeste e originárias misticamente da Ásia, mostravam brilho especial no domingo, 26 de novembro, em Aracaju, SE. Dia de celebrar os cinquenta anos do kosen-rufu da localidade, tendo como local o auditório da Faculdade Pio Décimo, com participação de 409 pessoas, sendo 165 convidadas. Na primeira grande atividade no Nordeste promovida após o falecimento de Ikeda sensei, a tristeza foi aplacada pela determinação de torná-la um marco decisivo. Meses de preparativos, muito daimoku e cada integrante comprovando a força da prática da fé selaram o resultado, apresentado em vídeo. “É uma satisfação imensa ver esses jovens e a organização se desenvolvendo tanto”, disse Joel dos Santos, em entrevista, homenageado do dia junto com outros precursores. Muito aplaudida, Paula Mota relatou sua jornada de vitórias (leia no BS, ed. 2.637). Grande emoção com a contextualização do falecimento do Mestre veio à tona, seguida da apresentação dos pronunciamentos do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e da coordenadora da Divisão das Mulheres, Kimiko Nagaishi (confira íntegra nesta edição). As lideranças da Região Estadual Sergipe subiram unidas no palco para as boas-vindas e as palavras de decisão nesse significativo momento para a localidade, representadas por Eloi Monteiro, responsável pela RE, e Natália Nascimento, responsável pela Divisão Feminina. Pela Juventude Soka, renovada determinação. Misticamente, em outubro, enviaram mensagem a Ikeda sensei sobre os preparativos. A resposta imediata do Mestre se tornou o ponto primordial da luta conjunta que abraçam, agora mais que nunca. Na mensagem das lideranças da CRE Leste, lida no dia, e na fala do vice-responsável Eduardo Paderes, há o estímulo para trilhar juntos a jornada do discípulo. Ao parabenizar pelo jubileu de ouro da RE Sergipe, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, encorajou a todos a suplantar a dor da partida do Mestre, manifestando profunda gratidão por tudo o que ele nos proporcionou. “São 76 anos de uma jornada ininterrupta pela paz, pela felicidade e pela transformação de nossa vida. Ele se dedicou integralmente a estabelecer esse ensinamento do mais elevado humanismo, que dá o direito a qualquer cidadão, independentemente de etnia, valores e crença religiosa, de se tornar uma pessoa mais humana, mais feliz.” Shiratori reforçou: “Nossa felicidade é o primeiro passo para a paz da humanidade”. Vitória contagiante “Falar de Sergipe dá um orgulho danado. / Falar de seu povo, que é um povo arretado, / é uma gente brilhante / que emerge da terra a cada instante.” Eis um trecho do roteiro em forma de cordel que conduziu a apresentação cultural, com cerca de sessenta integrantes revezando-se no palco entre dança, coral, quadrilha e muito forró. O texto foi criado em conjunto, ritmando as apresentações. O retrato em versos da jornada cinquentenária do kosen-rufu da localidade focalizou desde o momento em que Ikeda sensei decidiu cumprir o juramento ao seu mestre de levar esperança para o mundo; avanços e toda a riqueza cultural regional. “Foi um desafio enorme, tamanha a responsabilidade. Que alegria no final!”, frisam os jovens Hiago Vieira e Gabrielly Mota, que formaram a dupla condutora do cordel, além de atuarem nas danças. O figurino foi produzido combinando tons cru e terra, e adereços coloridos, reaproveitando peças utilizadas por ocasião das festividades dos 45 anos da localidade. “Ficamos bem felizes com o resultado”, orgulha-se Maria Aparecida Rodrigues, responsável por esse setor. Em toda a programação, jovens e veteranos eram só alegria. “Foi um divisor de águas em minha vida, feliz por ter persistido e poder entregar essa vitória ao Mestre”, disse a jovem Ingrid Almeida, manifestação reforçada por Victor Crispim: “A BSGI é uma grande família e me sinto orgulhoso por fazer parte”. Ambos se apresentaram nas performances de palco. Com energia de sobra, o casal de veteranos Nilson e Altair Nascimento, atuantes no jogral e coral, enfatizaram: “Em gratidão ao Mestre, nós vencemos”. O mesmo sentimento com que atuou nos bastidores a integrante da DF Gabrielli Maia. A convenção encerrou-se ao ritmo da canção Saudação a Sensei, cravando o brado ecoado do coração de todos: “Ikeda sensei, agora é com a gente”. Fotos: BS

07/12/2023

Encontro com o Mestre

O espírito de luta é a fonte da longevidade

Enquanto as chamas do espírito de contribuir para o bem das pessoas, da Lei e do kosen-rufu estiverem acesas, a pessoa conservará um aspecto jovem. Ela emitirá o brilho de uma vida verdadeiramente saudável. O espírito de luta é a fonte da saúde e da longevidade. Quando a pessoa ora e luta com a disposição de ser “em prol do kosen-rufu!”, emerge uma força invencível em sua vida. Nascem uma energia vital insondável, uma esperança infindável e uma espada preciosa da coragem para cortar a maldade da doença.Se fizer emergir uma poderosa energia vital e uma rica sabedoria por meio da sonora recitação do daimoku, jamais haverá impasse na vida. Até o estresse pode ser superado com alegria como se estivesse surfando nas ondas. É bela a pessoa disposta a crescer e a progredir, por mais que a idade avance. É nobre o espírito de desafiar, seja o que for. Isso se torna a energia para a saúde e a longevidade. O ato de se relacionar com as pessoas fortalece o ser humano e enriquece a vida. E mantém o cérebro ativo. Por isso mesmo, não deve se fechar; e rompendo as barreiras do medo, deve se encontrar com as pessoas e dialogar com elas. Empenhe-se até o último capítulo da vida nessa ação suprema como ser humano. Se viver um dia a mais, é quanto se pode recitar a Lei Mística a mais. E se pode transmitir os ensinamentos do budismo. É quanto se acumula a eterna boa sorte e virtude. Com saúde e longevidade, vamos juntos desfrutar uma existência inigualável e uma existência de missão! No topo: Grandioso ideal O outono se aprofunda e as folhas de bordo recebem sua cor típica. Muito além do contorno das montanhas, visualiza-se o Monte Fuji coberto pela neve branca. Do alto da colina, vê-se uma obra-prima da natureza. Foto tirada por Ikeda sensei em Yamanashi, em outubro de 2001. As folhas que tingem a si mesmas com a cor avermelhada parecem nos dizer: “Vivam com ardente paixão rumo ao grandioso ideal”. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Um dia de vida é mais valioso que todos os tesouros de um grande sistema de mundos”.1 Como podemos utilizar a inigualável vida que é mais valiosa que os tesouros de todo o universo? Valorizando cada dia e cada momento, nós a dedicaremos à paz e à felicidade de todo o mundo, como também à realização da nossa própria revolução humana, com base em sonora oração. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 22, 2019. Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de novembro de 2023.

22/11/2023

Encontro com o Mestre

O castelo de “valores humanos” e o jardim da paz!

O espírito do aprendizado é forte e belo Respondendo a uma pergunta formulada por Myoichi-nyo sobre o princípio de “atingir o estado de buda na forma que se apresenta”, o buda Nichiren Daishonin a elogia afirmando que seu espírito de procura pela Lei, em si, “...com certeza não é algo comum. O buda Shakyamuni, o senhor dos ensinamentos, teria se apossado da senhora?”.1 Neste “Ano dos Jovens e do Triunfo”, tanto no Japão como em diversos países e localidades, foram desenvolvidas atividades como o Exame e o Curso de Aprimoramento do Budismo de forma tão vigorosa que o tema do ano poderia até ter sido denominado “Ano Mundial de Estudo do Budismo”. Com certeza, Nichiren Daishonin deve estar imensamente feliz. A sabedoria da África, continente da esperança Exatamente com a vitalidade de um “Ano Mundial de Estudo do Budismo”, no mês passado [outubro de 2023], foi realizada em diversas localidades da África, continente da esperança, a sexta edição do Exame de Proficiência em Estudo do Budismo. Envolveu 28 países, entre os quais, Costa do Marfim, Gana, Togo, Camarões, Quênia, Madagascar e Zâmbia. O Exame de Proficiência em Estudo do Budismo foi realizado pela primeira vez no ano 2016. Após uma interrupção em decorrência da pandemia da Covid-19, no ano passado foi retomado depois de três anos. Por meio dessa atividade promovida em vários idiomas, todos têm aprofundado a compreensão sobre o budismo em meio aos belos incentivos e estudos mútuos. Desta vez, foi realizado pela primeira vez também em Seychelles, arquipélago formado por 115 ilhas no Oceano Índico, distante 1.300 quilômetros do continente africano. Considerando ainda a atuação dos valorosos companheiros do Departamento de Ilhas Vitoriosas do Japão, que comemorou agora os 45 anos da instituição do seu Dia do Departamento, tomei conhecimento desse nobre aspecto juntando minhas mãos em oração. A voz alegre dos líderes da África do Sul afirmando que “O fato de unirmos o continente do século 21 com o estudo do budismo foi uma grandiosa vitória” toca meu coração. Em todas as localidades, empreendendo esforços de dificuldade indescritível, nossos companheiros emergidos da terra estão pesquisando e pondo em prática os princípios supremos da transformação da vida, a começar pelo conceito da “possessão mútua dos dez mundos” e dos “três mil mundos num único momento da vida”. É a filosofia do budismo que prega a existência dos dez mundos em possessão mútua, originalmente, na vida das pessoas. Em particular, destaca que todas as vidas são dotadas da mais nobre natureza de buda de forma imparcial. Não posso deixar de acreditar que esse princípio ressoa profundamente com a sabedoria do povo africano denominada Ubuntu. A palavra Ubuntu indica a natureza do bem da “consideração com os demais” que as pessoas possuem. É também a concepção humana de que “eu existo por existirem as outras pessoas”.2 O ex-presidente Nelson Mandela, “conde de Monte Cristo dos direitos humanos” da África do Sul, também falava sobre a importância do Ubuntu. Houve ainda uma ocasião em que ele compartilhou sua filosofia de vida “forjada” com a experiência de perseverar na luta pelos direitos humanos, suportando a vida carcerária que chegou a 27 anos e meio: “As chamas da bondade do ser humano podem se tornar invisíveis por algum tempo, mas jamais se apagam”.3 Com essa inabalável crença no respeito ao ser humano, ele foi destruindo as espessas paredes da estrutura social da discriminação racial. Levantem-se, companheiros de todo o Japão! A promoção do estudo do budismo é a força motriz do kosen-rufu. A primeira vez que a Soka Gakkai estabeleceu o tema “Ano do Estudo do Budismo” foi há sessenta anos, em 1963. Desde o início daquele ano, foi realizado o Exame de Admissão, do Departamento de Estudo do Budismo, no qual participaram 500 mil membros, homens e mulheres de todas as idades. Assim, a tendência do movimento da majestosa filosofia de vida do povo, pelo povo e para o povo foi sendo impregnada na sociedade de forma silenciosa e profunda. Além disso, no mês da fundação da Soka Gakkai daquele ano, viajei por todo o arquipélago japonês e, lendo o Gosho, convidei a todos: “Levantem-se, companheiros”. Para Tohoku e Shin’etsu: “Perseverem na forte prática da fé para construir a paz da humanidade!”. Para Tóquio: “Pelo bem do futuro, finquem a cunha de que a ‘Soka Gakkai está aqui’!”. Para Kanto: “Quero que lutem como ‘núcleo da união’ da grandiosa Soka Gakkai!”. Para Tokaido: “Respeitando-se mutuamente, dediquem-se pelo kosen-rufu com aspecto saudável!”. Para a região de Chugoku: “Acumulando todos muita capacidade, que tal salvarem o Japão?” Para Kansai: “Tornando-se aliados das pessoas infelizes, promovam o avanço que seja considerado ‘pilar do Japão’!”. Para Shikoku: “Sejam pessoas que valham por mil com a chama de ‘salvar todo o povo’ no coração!” Para Hokkaido: “Visualizando o futuro de dez, vinte anos, sejam o rei leão que amplia a confiança das pessoas!”. Para Chubu: “Produzindo novos líderes sucessivamente, demonstrem a disposição espiritual pelo kosen-rufu!”. Para Kyushu: “Promovam uma ‘nova atmosfera’ capaz de romper os impasses da sociedade com suas forças!”. Além disso, para Hokuriku, antes das demais localidades: “Demonstrem que ‘vence aquele que praticar a fé’!”. E, no ano seguinte, para Okinawa: “Edifiquem uma terra pacífica por meio do poderoso avanço do povo!”. Com o sentimento de agora, mais uma vez, quero confiar-lhes essa expectativa. Há sessenta anos, a atuação que eu mais desejava era a da Divisão Sênior. No editorial da edição de novembro da revista Daibyakurenge, escrevi: “A construção do majestoso castelo do povo Soka está, em primeiro lugar, sobre os ombros do líder da Divisão Sênior. Juntos, vamos dedicar toda a vida em prol do grande empreendimento do kosen-rufu!”. Quando o herói de muitas batalhas se levanta, a época se movimenta. A história muda. Há algum tempo, recebi a canção da Divisão Sênior da Índia. Em um dos versos consta: Bravos monarcas Avançando sempre Com ousadia e força em um só coração Com oração que desconhece o medo, Vamos abrir o caminho A canção expressa realmente o coração do rei leão. Juntos no mês de fundação da Soka Gakkai Sob o esplêndido céu azul, tremula a bandeira de três cores. É como se ela inspirasse o grande avanço dos mestres e discípulos Soka, felicitando o triunfo dos jovens e o brado de vitória das pessoas. Foto tirada por Ikeda sensei em Tóquio, no mês de outubro deste ano [2023]No dia 18 de novembro, gloriosa data em que se comemora a fundação da Soka Gakkai e o sublime dia em que o mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi, deixou a vida em prol da Lei, uma chuva de meteoros Leônidas surgirá no céu. Diz-se que, no Japão, o ápice ocorrerá durante o dia 18. O esplêndido universo lançará uma chuva de meteoros Leônidas [do leão] como se felicitasse os leões emergidos da terra que surgem simultaneamente em todo o mundo. É o Dia da Fundação da Soka Gakkai a ser lembrado junto com o maravilhoso céu límpido e ensolarado. No dia 18 de novembro de 1978, foi realizada a Reunião de Líderes da Soka Gakkai no Centro Cultural de Arakawa, castelo dos “companheiros de emoção”, em Tóquio. Nessa mesma data, foi lançado o volume 10 do romance Revolução Humana que narra a história da unicidade de luta conjunta da minha amada grande Kansai de Contínuas Vitórias. Em seu capítulo “Determinação”, registrei o rugido do leão do meu venerado mestre, Josei Toda, ao conduzir a explanação sobre budismo no Auditório Público Central da cidade de Osaka, em Nakanoshima: “O único motivo de eu vir a Osaka para rea-lizar essa explanação é porque quero acabar com a pobreza e a doença desta localidade. Não tenho nenhum outro desejo ”.4 Por que lutamos? Por que criamos “valores humanos”? É porque temos o ambicioso sonho de acabar com a miséria deste mundo. Nos tempos iniciais, os amigos de Kansai fizeram do coração do venerado mestre o próprio coração e se levantaram bravamente para a transformação do destino de sua vida e o do país. Isso se tornou a torre dourada da concretização do “inacreditável”. Recordo-me com saudades da Convenção da Soka Gakkai, realizada pela primeira vez fora de Tóquio, naquele Auditório Público Central da cidade de Osaka, em dezembro de 1973, “Ano do Estudo do Budismo”, denominação esta que havia sido adotada pela segunda vez. Era o mesmo palco de realização do Grande Encontro de Osaka que levantou as chamas do espírito de luta — “não podemos perder” [maketara akan, em dialeto de Kansai]. Aquele ano tinha sido também o “Ano dos Jovens”, no qual brilhava a atuação dos jovens. Na época, por influência da Guerra do Yom Kippur, no Oriente Médio, o preço do petróleo subia às alturas. Além disso, as pessoas enfrentavam uma crise alimentar devido às condições meteorológicas anormais em escala mundial. Em minhas palavras naquela convenção, citei uma passagem do tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra: “Quando uma nação cai em desordem, são os demônios quem primeiro mostram sinais de violência. Como esses demônios se tornam violentos, as pessoas também ficam perturbadas”.5 Ou seja, por trás da desordem social, há sempre um distúrbio no coração e nos pensamentos dos seres humanos. A violência decorrente do ódio acaba sendo justificada pela priorização dos interesses do país sobre a vida humana. Quem mais sofre com essa inversão de valores são as pessoas comuns do povo. São as crianças e as mães. Essa situação é ainda mais grave hoje. Por isso mesmo, nós, que abraçamos a filosofia da dignidade da vida, devemos expandir os laços de que “nada traz mais felicidade do que a paz”6 a partir das respectivas terras da missão. Em torno daquele ano 1973, foram fundados os Departamentos Social, de Especialistas, de Conjuntos Habitacionais (atual Departamento de Castelo da Felicidade), de Áreas Rurais (atual Departamento de Agricultura e Pesca) e de Comunidades Locais, entre outros. Os heróis e os líderes desses departamentos vieram se dedicando por meio século, como pioneiros e exemplos, nos locais em que se encontram, levantando a bandeira da “prática da fé é a própria vida diária”, do “budismo é a própria sociedade”, da “transformação de veneno em remédio”, do “budismo é vitória ou derrota”. Realmente, minha gratidão é imensurável. Nova partida com todo o orgulho Faz dez anos desde a conclusão do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. O venerado mestre costumava incentivar com frequência: “Daqui a dez anos, tornem-se todos uma pessoa que possa se orgulhar de que ‘não há ninguém mais feliz do que eu’”. Exatamente conforme essas palavras, ao longo dos últimos dez anos, nossos preciosos companheiros vieram superando as montanhas de dificuldades e criando uma vida de vitórias e de felicidade. Hoje, os companheiros de juramento seigan de 192 países e territórios, incluindo o Japão, formam uma legião de 3 milhões de pessoas somente no exterior. E cada pessoa está demonstrando a comprovação da felicidade da revolução humana. Os companheiros emergidos da terra da América do Norte, das Américas Central e do Sul, da Ásia e da Ocea-nia, da Europa, dos Orientes Próximo e Médio e da África bailam alegremente no palco verdadeiramente global. Sejam quais forem as circunstâncias, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, a família Soka deve avançar iluminando claramente a sua comunidade local por meio das próprias ações, fazendo arder as chamas da coragem de que, “quanto mais profundas as trevas, mais próximo se encontra o alvorecer”. Indomável rede popular solidária O professor emérito da Universidade Harvard Dr. Harvey Cox aponta: “A SGI vem contribuindo consistentemente para enfrentar os difíceis desafios que se apresentam sucessivamente sobre a humanidade”. Ele manifesta também sua admiração e louvor: “O que notabiliza a SGI como movimento popular é o seu envolvimento com a sociedade. Pode-se dizer, também, que é o seu profundo envolvimento para contribuir para a felicidade de outras pessoas, não se restringindo somente ao próprio bem”. Aqui está a indomável rede popular solidária, a qual pode ser considerada a maior do Jambudvipa (o mundo inteiro), levantando alto a grande filosofia da felicidade, a maior do Jambudvipa. Segunda palestra do presidente Ikeda na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Eminentes intelectuais acompanham o discurso: Dr. Harvey Cox, primeiro à dir.; Dr. John K. Galbraith, segundo à dir.; Dr. Nur Yalman, primeiro à esq. (set. 1993) O alicerce da Força Jovem Mundial está firme Reunindo cada vez mais a força e a paixão dos jovens emergidos da terra, vamos expandir o jardim da paz, edificando o castelo de “valores humanos”, visando à criação de valor da felicidade do povo de todo o planeta. No topo: Ikeda sensei (na foto ao lado da esposa, Kaneko) convoca os companheiros a avançar abraçando a grande filosofia da esperança: “Agora, vamos partir, juntos!” (Hachioji, Tóquio, dez. 2003) Publicado no Seikyo Shimbun de 15 de novembro de 2023. Escrito pelo presidente Ikeda antecipadamente. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 802. 2. Cf. NGOMANE, Mungi. Ubuntu, Jibun-mo Hito-mo Shiawase-ni-suru “Afurika-ryu 14 no Chie” [Ubuntu: 14 Sabedorias Africanas que Tornam Felizes a Pessoa e as Demais]. Tradução: Akane Nagasawa. Pan Rolling. 3. Cf. MANDELA, Nelson. Jiden “Jiyu-e no Nagai Michi-ge” [Autobiografia “O Longo Caminho para a Liberdade, Parte 2”]. Tradução: Kazuki Agarie. Editora NHK. 4. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.10. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 24, 2020. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2019.

22/11/2023

Notícias

Eterna unicidade com o Mestre

O dia 18 de novembro de 2023 se revestiu de profundos significados. Há meses programada, a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI trouxe como marcos o Dia da Fundação da Soka Gakkai; o falecimento do primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi; e o 10o aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido). No horário marcado, no Centro Cultural de Bauru, no município paulista distante 178 km da capital, cerca de 350 líderes representantes e outros 20 mil conectados pela transmissão simultânea uniram-se num só coração. A notícia de que Ikeda sensei encerrou sua existência, serenamente, em seu lar, aos 95 anos, trouxe a todos um misto de sentimentos — tristeza, gratidão e renovada determinação — que irradiou pelo país. Misticamente, as lideranças de bloco e acima da BSGI estavam juntas. O palco da RNL constituiu-se no ambiente de afeto e de solidariedade, para homenagear Ikeda sensei, que, ao longo de décadas, dedicou inestimáveis esforços para a edificação da Soka Gakkai e da nossa BSGI de hoje. Alinhando a comunicação e o sentimento com essa perda recente, foi feita a leitura do comunicado oficial da BSGI pelo coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo (CGESP), Marcio Iutaka, e, na sequência, foram apresentados vídeos com os pronunciamentos do vice-presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Hiromasa Ikeda, e do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, a respeito do falecimento do presidente Ikeda, referindo-se à obra e ao legado de Ikeda sensei, bem como ao importante papel dos discípulos doravante [confira íntegra dos pronunciamentos ]. Logo após, orando pela felicidade eterna do Mestre, houve a recitação de gongyo e daimoku, assim como a cerimônia de shoko, por representantes na sede de Bauru e nos lares dos membros Soka de todo o país, com profunda gratidão. As lideranças da Juventude Soka do Brasil ocuparam o palco, para assumir o papel de vanguarda que lhes cabe nesse levantar dos genuínos discípulos na construção dos sonhos do Mestre [veja íntegra das palavras na p. 11]. Na mesma sintonia, vieram as palavras da coordenadora da Divisão Feminina (DF), Selma Inoguti; vídeo com manifestação do coordenador-geral da CGERJ, Rodrigo Moura; e do coordenador-geral da CGRE, José Luiz Prieto. Diretriz eterna Um momento de profunda comoção rompeu a distância física dos participantes do encontro. Era hora de ouvir a mensagem comemorativa do dia 18 de novembro, que fora escrita antecipadamente por Ikeda sensei, ficando a leitura a cargo de Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior da BSGI, em meio à emoção e à determinação. Um legado, uma bússola para os discípulos [leia íntegra na p. 11]. Com essa mensagem norteadora, o ambiente se converteu em vigorosa decisão de luta conjunta. Em suas palavras, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, não contendo o sentimento pelos anos vividos junto com o presidente Ikeda, disse ser este um momento desafiador e de profunda tristeza, e que juntos todos puderam oferecer orações pela felicidade eterna do Mestre. E solicitou: “Agora é hora de levantar-se e concretizar os sonhos de Ikeda sensei por meio das nossas ações. Façamos com que este momento seja o início de uma nova era que será levada adiante pelos genuínos discípulos Ikeda”. Shiratori direcionou também para o importante papel das lideranças em cada localidade. Reforçou a importância de utilizarmos, como base das nossas ações, as comunicações oficiais fornecidas pela BSGI, evitando comunicados paralelos, que podem conter versões distorcidas ou não condizentes com os fatos. A nova era dos discípulos Soka chegou. “Por meio do nosso levantar, vamos tornar realidade os princípios budistas na sociedade, tendo a mensagem de Ikeda sensei como nossa eterna diretriz para o avanço do kosen-rufu do Brasil. Vamos irradiar esperança para o mundo inteiro”, conclamou Shiratori. presidente da BSGI, Miguel Shiratori, incentiva os líderes. “Boa tarde!” — com esse caloroso cumprimento e o oferecimento de uma carta com um desenho, os estudantes recepcionam os participantes da RNL. Um gesto puro que toca o coração de todos Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, comemorativa do Dia 18 de Novembro1 Sinceros parabéns por este encontro comemorativo que assinala a vigorosa partida rumo ao vindouro “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Imagino quanto o Buda Nichiren Daishonin esteja admirado com o louvável empenho diário dos senhores, honrosos pioneiros do kosen-rufu mundial. Daishonin afirma: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento”.2 Justamente por vivermos um momento de provações no mundo inteiro, que possamos recitar, de forma intensa, daimoku do rugido do leão e, juntos, com renovada decisão, devotar a vida em prol do “grande juramento pelo kosen-rufu”! E, com os jovens na vanguarda, vamos todos, imbuídos da energia vital juvenil dos bodisatvas da terra, expandir corajosamente a rede da esperança e da paz! Dedico aos senhores palavras do meu venerado mestre, Josei Toda: “As ladeiras das dificuldades fazem com que a fé se fortaleça e a condição de vida se aprofunde. Quanto mais ladeiras das provações transpusermos na vida, mais a felicidade, os valores humanos e a vitória aumentarão”. Haja o que houver, peço que avancem sempre com harmonia e alegria. Junto com minha esposa, estou orando com seriedade, todos os dias, pela boa saúde e longevidade e pela boa sorte e prosperidade dos senhores e de seus familiares. Em novembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Escrita antecipadamente pelo presidente Ikeda. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 269, 2017. Eterna decisão “Nosso mestre, com toda a sua benevolência, nos ‘forjou’ até o último momento de sua nobre existência. Por isso, estamos preparados para assumir seu grande legado como discípulos sucessores. Certa ocasião, quando questionado como ele conseguiu construir uma grandiosa organização pelo kosen-rufu tendo vivido apenas dez anos ao lado de seu mestre, ele respondeu: ‘Em meu coração, Toda sensei jamais morreu’. Acredito que esta seja nossa eterna decisão. Esta RNL ficará gravada eternamente em nossa vida”. Marcio Iutaka, coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo *** Um único coração “Apesar da tristeza, vamos levantar e fazer desta RNL nosso eterno Dia 16 de Março — o dia em que os verdadeiros discípulos se levantam e assumem o bastão espiritual das mãos do Mestre. Aos líderes da Divisão Sênior: chegou a nossa hora! Vamos assumir a responsabilidade pelo kosen-rufu por todo o futuro, com uma atuação digna da existência de Ikeda sensei.” Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior da BSGI *** Juntos com sensei “Com base na profunda relação de mestre e discípulo, vamos vencer. (...) Sinto profunda tristeza, mas, ao mesmo tempo, muita gratidão e renovada decisão. (...) Vamos, cada qual, cumprir nossa missão, nosso juramento seigan no local em que estamos. Seremos muito mais felizes e vamos continuar contribuindo para a felicidade das pessoas com muito mais daimoku. A era dos discípulos Ikeda começa agora, começa comigo. Com nossa atitude, vamos demonstrar, na nossa própria vida, quem é Ikeda sensei”. Selma Inoguti, coordenadora da Divisão Feminina da BSGI *** União indestrutível “Hoje, iniciamos o dia com a triste notícia do falecimento de Ikeda sensei. Gostaria de clamar para que todos nós vençamos e avancemos sempre, cumprindo os ideais com os quais nosso mestre nos direcionou ao longo de todos esses anos. E que possamos retribuir às dívidas de gratidão com nosso mestre com união indestrutível de itai doshin entre todos os membros da BSGI”. Rodrigo Moura, coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro *** Honra de sermos discípulos Ikeda “Ikeda sensei, continuarás imortal por todas as existências em nosso coração. Recordo-me de que, quando sensei veio a Brasil, ele nos disse: ‘Fiquem tranquilos, o papai chegou’. Hoje, misticamente, reunidos nacionalmente, estamos venerando a vida de nosso mestre. Agradeço a dedicação de todos os companheiros da CGRE pelo empenho e esforço diariamente, auxiliando as pessoas, sem se importarem com a distância. Nunca, jamais, desanimem ou criem a dúvida no coração, pois temos a honra em sermos discípulos Ikeda e vivermos em sua época”. José Luiz Prieto, coordenador da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais *** O brilho da Juventude Soka Em suas palavras, os líderes da Juventude Soka da BSGI bradaram a decisão dedicada a Ikeda sensei: “Nós, da atual geração de jovens, somos afortunados em poder aprender sobre a jornada do Mestre lendo o romance Nova Revolução Humana. Aprendemos também com nossos queridos veteranos, que puderam receber Ikeda sensei no Brasil em quatro maravilhosas ocasiões, que a relação de mestre e discípulo não depende da distância nem se limita ao encontro físico, mas sim do nosso puro e sincero coração e espírito de procura, em agir da mesma forma como sensei nos ensinou, sendo um valor humano que luta pela felicidade das pessoas. Neste dia 18 de novembro de profundo significado, representando toda a Juventude Soka do Brasil, bradamos nossa mais elevada gratidão, querido e eterno mestre da vida! A legião de jovens Soka brasileiros se levanta neste momento para cumprir o juramento seigan! Por meio dos nossos próprios esforços, iremos dignificar a nobre existência do Mestre e dar continuidade ao seu legado na construção de um mundo de paz e da felicidade para todas as pessoas. Nós construiremos o futuro do kosen-rufu que Ikeda sensei tanto sonhou! Cultivando eternamente o Mestre no coração, avançaremos e venceremos infalivelmente na vanguarda da ‘BSGI, Monarca do Mundo!’. Conte com a Juventude Soka ‘mais azul que o índigo’ e os sucessores Ikeda 2030.” Líderes da Juventude Soka do Brasil: a partir da esq., Livia Endo, Monique Tiezzi, Camila Akama e Edjan Santos Fotos: BS

22/11/2023

Poema

Rumo ao centenário da Soka Gakkai!

Poemas waka compostos pelo presidente Ikeda em comemoração do dia 18 de novembro Em 18 de novembro de 2023, celebraram-se o 10º aniversário da inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e o Dia da Fundação da Soka Gakkai, em que resplandece o juramento seigan de mestre e discípulo. Ikeda sensei compôs, antecipadamente, poemas waka dedicados aos membros de todo o mundo em comemoração da significativa data e que foram publicados pelo Seikyo Shimbun nesse dia. Fonte: Publicado no Seikyo Shimbun de 18 de novembro de 2023. Discípulos emergidos da terra, que bailam dinamicamente neste planeta, tenham o orgulho de retribuir a gratidão ao mestre que deu a vida pela doutrina. *** Como a Lei Mística é uma lei que tem uma pessoa como exemplo, lancemos, meus amigos e eu, a luz sobre todos os seres vivos. *** Manifestando o coração do rei leão, vocês, jovens do mundo, vençam sempre, como os olhos da paz. Fotos: Seikyo Press

22/11/2023

Editorial

Propagar o ideal de Ikeda sensei

Querido leitor e familiares, A Editora Brasil Seikyo (EBS) manifesta o mais profundo sentimento de pesar pelo falecimento do grandioso mestre, Daisaku Ikeda. Em meio à tristeza com a notícia de sua partida, nosso coração se encontra junto com o dos senhores. Exercendo seu papel como fontes de comunicação, os periódicos da EBS têm a difícil tarefa de transmitir a notícia do falecimento de Ikeda sensei. Mas, justamente por termos um mestre da vida, essa missão se expande para o eterno compromisso de louvar a sua inigualável existência dedicada à felicidade das pessoas. Assim, nosso desejo é que cada leitor receba esta edição como o registro da nobre vida do Mestre para toda a eternidade. A origem do ideal da batalha das palavras para transmitir a verdade e a justiça que sustenta a Editora Brasil Seikyo começou com Ikeda sensei. São 58 anos protegidos e observados pelo Mestre, que fundou a EBS em 3 de maio de 1965. E neste ano (2023) marcado pela retomada das atividades presenciais, após os desafios globais, renovamos nosso objetivo e nossa missão de transformar vidas e inspirar o mundo. Tudo foi idealizado e acompanhado pelo Mestre, de forma que nossas publicações foram regularmente reportadas a ele, o qual enviou considerações a todos os comunicados. A edição 2.646, que antecedeu a esta, foi enviada a Ikeda sensei e ele respondeu: “Entendido”. Essa resposta marca o ciclo, até o último momento, da relação do Mestre com os discípulos por meio dos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Que o coração de Ikeda sensei sempre percorra as comunidades e os blocos de toda a BSGI por meio dessa relação cristalizada! No início do capítulo “Gratidão”, volume 28, da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Por que componho? Para acender a chama da esperança no coração dos amigos imersos na dor e na tristeza e para fazer com que a coragem se transforme em labaredas flamejantes! Para fazer com que ecoem no coração desta e daquela pessoa a harmonia do hino ao ser humano e, juntos, trilharmos o grande caminho da justiça!1 Ikeda sensei sempre escreveu com esse desejo expresso na Nova Revolução Humana e nós, da equipe da editora, temos o compromisso de registrar e perpetuar esse legado em nossos veículos. Faremos desta publicação um verdadeiro marco do renovar da missão de levar esperança e coragem aos leitores. Essa missão só estará completa com seu papel, leitor e discípulo, de fazer o ideal do Mestre em prol do kosen-rufu se propagar amplamente. Que a leitura deste Brasil Seikyo acalente seu coração e que a jornada do Mestre apresentada aqui o inspire diversas e diversas vezes a pôr em prática seus ideais para a edificação de um glorioso futuro rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai e para a posteridade. Vamos juntos bradar nosso “muito obrigado, Ikeda sensei”! Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 107, 2020.

22/11/2023

Encontro com o Mestre

Seja alguém afortunado de confiança que cultiva amizade

Nossos nobres companheiros também estão lutando contra as mais variadas circunstâncias adversas em meio à rigorosa realidade social. Há momentos em que lágrimas de sangue escorrem pela frustração de se sentir momentaneamente derrotado. Porém, o outro nome do Buda é “herói do mundo”. É o grandioso herói a conquistar infalivelmente a vitória na sociedade. Para nós, que abraçamos esta grande Lei do Buda, não há dificuldades intransponíveis. O ponto de partida da paz se encontra na ajuda mútua no dia a dia entre vizinhos, conhecendo-se uns aos outros. O relacionamento entre vizinhos é difícil. Devido à proximidade, e por estarem próximos, há uma tendência de omissão. Como é nobre o “comportamento como ser humano” que cultiva o jardim da amizade na vizinhança, manifestando uma consideração com os vizinhos.Soltar a voz. Falar com a pessoa. Entregar sua voz. Essas ações se conectam à expansão do relacionamento do bem. E essas ações se tornam a expansão da felicidade de si junto com a de outra pessoa. “Fé é a própria ação” e “budismo é a própria sociedade”. O real aspecto do kosen-rufu está em cada pessoa brilhar como o “farol da comunidade local”. Desejo-lhes que, como alguém “alegre e afortunado” e como alguém “afortunado de confiança”, façam de cada pessoa sua aliada, ampliem o círculo de amizade, e adornem a vida com altivo orgulho.Quero lhes dizer isso com o sentimento de apertar a mão de cada companheiro. A você, meu amigo, minha amiga, seja o herói e a heroína do kosen-rufu da localidade! Com toda a vitalidade, plantem hoje também a “semente da esperança”, a “semente da amizade”, a “semente da paz”, e façam desabrochar as flores em profusão. Publicado no Seikyo Shimbun de 26 de outubro de 2023. No topo: Ponte Senju Shinbashi sobre o rio Arakawa em Tóquio. A Rodovia Nikko atravessa esta ponte e continua até Senju, à margem oposta, onde se estendem as ruas animadas dos distritos de Adachi e de Arakawa. Em junho de 1988, Ikeda sensei dispara sua câmera fotográfica do interior do carro que avançava pela via expressa metropolitana às margens do rio. No dia 24 deste mês [outubro de 2023], o Departamento Social; o Departamento de Especializações; o Departamento de Conjuntos Habitacionais, que recebeu a nova denominação de Departamento de Castelo da Felicidade; e o Departamento de Agricultura e Pesca comemoram cinquenta anos de fundação. Nichiren Daishonin comparou o Buda a “uma grande ponte”.1 Budista é aquele que, no ambiente de trabalho ou na comunidade local, brilha como o farol da confiança e estabelece pontes da amizade. Em uma época de intensas transformações, a missão dos membros das Coordenadorias Sociais e das Comunidades Locais é cada vez maior. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 232, 2020.

09/11/2023

Relato

Cultivar a boa sorte

A realização de um sonho exige que cultivemos, antes de tudo, a esperança no coração. Não é tarefa fácil. Meu nome é Eduardo Urakami, tenho 50 anos e moro no município paulista de Mogi das Cruzes, SP. Vivi a depressão, uma forma de a vida dizer que não existe saída. Introvertido e triste desde criança, já sabia do poder da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, ao ver minha mãe se curar de um grave quadro de saúde. Ela conheceu o budismo em 1992, e eu logo a segui, mas ainda sem reconhecer essa força dentro de mim. Levava uma vida no automático e, ao mesmo tempo, estudava física na Universidade de São Paulo (USP). Foi preciso uma forte crise me atingir para eu reagir. Os momentos depressivos foram evoluindo, a ponto de eu não desejar mais viver. No entanto, uma voz interna ecoou: deveria persistir. Dos cinco minutos de recitação do Nam-myoho-renge-kyo possíveis pelas minhas condições de tempo, passei a orar três horas por dia. Era hora de quebrar a concha do meu pequeno eu. Indescritível a sensação um tempo depois, ao me vir admirando a natureza local do campus. A determinação muda tudo. Decidi viver, ser feliz e assim parti para a concretização do sonho familiar, com a força e a coragem que brotaram da prática da fé. Dedicação e confiança Minha família se mudou de Goiás, GO, para Mogi das Cruzes em 1985. Três anos depois, iniciamos a produção de cogumelos. Minha mãe sonhava alto. com os pais Chuji e Taeko Urakami Recebi meu Gohonzon (objeto de devoção dos budistas) em 1994 e, por me manter na órbita da Soka Gakkai, mesmo em tempos mais desafiadores, os constantes incentivos de Ikeda sensei soaram sempre como aquela “voz interna”, dizendo: “Eu confio em você, não perca para si mesmo”. Terminei a faculdade e decidi empreender na empresa da família, que, aos poucos, foi conquistando lugar no mercado. Em 2004, participei do meu primeiro curso de aprimoramento dos jovens no Japão, vivendo momentos preciosos. Retornei em 2013, já na Divisão Sênior (DS), desta vez convidado a relatar minha comprovação numa atividade realizada em uma região fortemente atingida pelo tsunami de 2011. Senti que estava correspondendo ao Mestre, incentivando os que haviam perdido tudo e buscavam forças para recomeçar. Alguns anos mais tarde, em 2017, vivemos o período crítico do mercado brasileiro: crise econômica, entrada forte de concorrente e por pouco não fechamos a empresa. Renovei o ponto primordial, pois cada pessoa possui uma missão que só ela pode concretizar. Era minha vez! Cogumelos da boa sorte Encarei a produção dos cogumelos como objetivo de levar às pessoas alimentos nutritivos, saborosos e que façam bem à saúde, ajudando a prevenir doenças. No nosso sítio, cuido das tarefas administrativas e do monitoramento da fabricação, e oro constante daimoku para que os Cogumelos Urakami brotem com essa missão. Pode parecer algo místico, mas considero ser esse o “fazer acontecer”. Com a prática da fé, associamos novas pesquisas, dedicação redobrada e vencemos. Assim como o presidente Ikeda encoraja: O fato é que os momentos de sofrimento e de dificuldade são uma oportunidade para se conquistar um magnífico crescimento e acumular imensa boa sorte. Se vocês se levantarem e enfrentarem o desafio nessas horas, adornarão a vida com benefício imperecível.1 Voltei ao Japão mais duas vezes, em 2018 e 2019, para renovar meu juramento de luta conjunta com Ikeda sensei. E o mais incrível foi constatar que, no auge da pandemia, em 2020, época em que a produção no mercado praticamente parou, tivemos maior êxito. Superamos nosso principal concorrente, e hoje somos o primeiro na produção de cogumelos shimeji preto da América Latina, com uma produção mensal de 40 mil quilos. Ampliamos nossa carteira de produtos, oferecendo além de variedades como shiitake, eryngui e nameko, conhecido como juba de leão (Yamabushitake), considerado forte restaurador neural utilizado para auxiliar no combate ao mal de Alzheimer, por exemplo. Mantendo o mais elevado nível de qualidade, implantamos energia solar em parte de nossas instalações, os descartes do composto são usados como adubo orgânico e estamos avançando em outros projetos de sustentabilidade. Da nossa produção, 60% são comercializados na capital paulista e o restante distribuído em grandes capitais do Brasil. Tudo com muita boa sorte! em frente ao mural de fotos da empresa Gratidão é tudo! Com a firme convicção de não esperar os tempos bons, e sim não temer os ruins, encaro com rigorosidade minha participação no Kofu (contribuição voluntária). Lutamos pelo possível ou para comprovar o “impossível”? Mesmo com o rigor da crise, não hesitei. Conseguia sentir gratidão e a certeza de que sairia vitorioso em tudo. Se não recuarmos, os caminhos se abrirão. Dessa maneira, venho comprovando. Assim é na organização na qual atuo, em que nos reunimos no período de pandemia de forma on-line para orar pela saúde e felicidade de todos. Seguimos unidos. Eu me sinto plenamente realizado. Vejo meus pais, Chuji Urakami, 86 anos, e Taeko Urakami, 75 anos, acordando cedo e indo pessoalmente ao laboratório e às áreas de cultivo. Ambos venceram recentes questões de saúde e fazem desse trabalho a realização de sua vida. Minha irmã, Patrícia, é líder na organização local, e também desenvolve uma produção de cogumelos em seu sítio. Minha esposa, Angela, e nossos filhos Eduardo, 7 anos, Bernardo, 5 anos, e Kiara, 3, transformam meus dias em pura gratidão. Para quem viveu à sombra da infelicidade, atormentado pela depressão, vejo brotar em meu peito um orgulho danado de ser membro da Soka Gakkai e de ter encontrado um mestre que jamais desistiu de mim. Desejo que esse relato seja um broto de esperança na vida daqueles que o estiverem lendo. Muito obrigado! momentos com a esposa, Angela e, da esq. para a dir., os filhos Bernardo, Kiara e Eduardo Eduardo Urakami, 50 anos, empresário agrícola. Na BSGI, é vice-responsável pela Regional Braz Cubas, CGSP. Assista vídeo do relato do Eduardo Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 12, p. 113, 2020. Fotos: BS

09/11/2023

Conheça o Budismo

Eterna missão

A questão da vida e da morte é sempre algo que desperta ao menos muita curiosidade a todos. Diversos fatores trazem dúvidas e natural temor para as pessoas, independentemente de sua posição socioeconômica, do grau de escolaridade, da idade e de outros aspectos. O único fato evidente para qualquer um é que a morte é certa e representa irremediavelmente o fim de um ciclo. Mas como enfrentá-la, em especial no que se refere à perda de pessoas próximas e de entes queridos? Como encarar a própria morte? A elevada filosofia de vida do Budismo de Nichiren Daishonin oferece uma visão concreta sobre essa questão complexa da vida e da morte. Essa visão não se restringe apenas aos aspectos teórico e filosófico, e sim algo que, acima de tudo, proporciona coragem e esperança em vida. O que acontece após a morte? O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, traz a visão budista sobre o tema: O ensinamento supremo do budismo, que concebe o “estar vivo” como um estado ativo e a morte como um estado latente, fornece uma visão profunda e magnífica da eternidade da vida. Além disso, elucida a unicidade da vida e da morte. A vida é ativada por uma força subjacente maravilhosa. Quando em seu estado latente, entra em contato com as causas e condições apropriadas, torna-se manifesta e assume a forma de um ser vivo dinâmico detentor de rica individualidade. Depois, essa vida flui e caminha serenamente para a morte. Mas, ao entrar em sua fase potencial latente, armazena uma nova energia, aguardando a nova fase de vida que se seguirá. (...) Essa é a natureza da vida e da morte inerente a tudo, e o Nam-myoho-renge-kyo compõe a base desse ritmo intrínseco do universo.1 Viver com alegria Como vimos, o Budismo de Nichiren Daishonin baseia-se no conceito de eternidade da vida, mas também expõe que não se pode evitar os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte, pois são inerentes à vida de todas as pessoas, conforme Ikeda sensei ressalta: A mensagem essencial do budismo não é pessimista ou negativa nem representa um otimismo infundado. O budismo examina diretamente o sofrimento da vida e propõe uma filosofia para se viver com alegria lidando ativamente com a realidade, em vez de tentar se esquivar dela. Não se pode desfrutar a felicidade verdadeira fugindo do sofrimento. Uma alegria indestrutível, perene e inesgotável só pode ser alcançada distinguindo a verdadeira realidade do sofrimento a que gostaríamos de nos furtar, e encarar com coragem o desafio e vencê-lo.2 A elevação da condição de vida interior por meio da prática budista com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo nos proporciona aprofundar nossa compreensão da questão da origem dos sofrimentos à luz da lei de causa e efeito. Assim, podemos atuar ativamente para não sucumbirmos a eles, mas viver com coragem, sabedoria e compaixão para direcionarmos nossa vida e de outras pessoas para a felicidade inabalável. Entes queridos Num trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila,3 Nichiren Daishonin encoraja uma seguidora, a monja leiga de Ueno, que havia perdido o esposo, supostamente há quase dez anos, deixando-lhe nove filhos pequenos para criar, sempre com base em profundos princípios do budismo. Ele diz: Quando [seu marido] estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte. Esse é o significado da doutrina fundamental chamada atingir o estado de buda na forma que se apresenta.4 Sobre essa passagem, o presidente Ikeda comenta: Com profundo afeto, ele conforta a monja leiga de Ueno, dizendo-lhe que todos os que compartilham os laços da fé — os companheiros praticantes, os familiares ou os amigos —, sem falta, voltarão a se encontrar. Ser um “buda em vida” significa evidenciar nosso estado de buda inato com base nessa consciência, e nos levantarmos com coragem no palco de nossa missão, sem nos afastar da dura realidade cotidiana, não só pela felicidade pessoal, mas também pela felicidade dos demais. Ser um “buda na morte” significa entrar no caminho eterno da infinita alegria da Lei4 depois de ter cumprido a missão nesta existência, e empreender a viagem seguinte pelo caminho do bodisatva para continuar cumprindo o juramento de conduzir as pessoas à iluminação.5 Portanto, viver com base no cumprimento da própria missão e do juramento seigan de atuar pelo kosen-rufu ilumina nossa vida, existência após existência, e nos guia através das sucessivas ondas da vida e da morte pela rota segura da verdadeira felicidade. Assim, o Mestre expressa: O propósito desta existência é desenvolver elevada condição de vida, por meio da qual possamos sentir verdadeiramente que somos budas em vida e na morte e que tanto uma condição como a outra estão imbuídas de alegria. Em outras palavras, cada momento desta existência é uma luta para consolidar essa condição de vida.6 Sugestão de leitura Livro Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte, de Daisaku Ikeda (Editora Brasil Seikyo) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.260, 31 jan. 2015, p. B3. 2. Ibidem. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 4. Infinita Alegria da Lei: A felicidade suprema e ilimitada do Buda, o benefício da Lei Mística. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. 6. Ibidem. Fotos: GETTY IMAGES / BS

09/11/2023

Editorial

O que você almeja?

A cada edição do Brasil Seikyo, temos a imensa alegria e a boa sorte de entrarmos em contato com as palavras do presidente Ikeda. Por vezes, apreciamos fotos do casal Ikeda que nos remetem ao ponto primordial de jamais desistir. Mesmo passando por questões desafiadoras, ao lermos um incentivo, renovamos nossa disposição e experimentamos a certeza da célebre frase de Nichiren Daishonin: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Nesta edição, publicamos a mensagem de Ikeda sensei para a 16a Reunião de Líderes da Soka Gakkai. Nela, ele enfatiza as comemorações do Dia da Fundação da Soka Gakkai, 18 de novembro, do 10o aniversário do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e da partida rumo a 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Em um trecho, Ikeda sensei fala sobre a recitação do daimoku: O Nam-myoho-renge-kyo que recitamos é o som do mais elevado respeito à “dignidade da vida” e à “harmonia universal”. Além disso, ele é a força fundamental para impulsionar a “segurança e tranquilidade da terra” e a “paz mundial”.2 Nossa organização foi fundada em 18 de novembro de 1930. Com relação à definição do nome, Soka Gakkai, Ikeda sensei registrou: “Soka significa ‘criação de valor’ ou ‘criação de felicidade’. O ideograma chinês para Soka significa ‘criar’ e pode ser lido como hajimeru, que quer dizer ‘começar’”.3 Leia mais no Especial sobre a fundação nesta edição. Novembro é um mês de grandes marcos. No Brasil, é um dos meses da primavera, estação caracterizada pela floração de diversas plantas. Assim, encorajados pelo exemplo das flores, que suportam as intempéries, vamos resistir a tempos árduos e florescer no momento certo. Coroando nossa vida com os incentivos de Ikeda sensei, vamos almejar a vitória e nos tornar cada vez mais fortes. Nosso desejo é que cada encorajamento contido neste BS o inspire a ultrapassar a tudo como genuíno discípulo Ikeda, seguindo os dizeres do Mestre: Independentemente de quais intempéries da vida, vençam a qualquer custo! Quanto mais bravias as tempestades, enfrentem com ainda maior determinação e alcem o grandioso voo com as asas da luta conjunta de mestre e discípulo!4 Façamos do agora a oportunidade ideal para garantir o caminho da vitória absoluta! Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.646, 11 nov. 2023, p. 4. 3. RDez, ed. 251, nov. 2022, p. 3. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.062, 4 dez. 2010, p. A2.

09/11/2023

Notícias

Muita união e criatividade

A Área Ceilândia Sul é formada pelos Distritos Guariroba e Ceilândia Sul. No Distrito Guariroba, temos as Comunidades Guariroba e QNP Sul. No Distrito Ceilândia Sul estão os integrantes das Comunidades QNN Sul e QNM Sul. Trata-se de uma localidade que vem unindo forças entre veteranos e novatos com histórico repleto de iniciativas nos últimos cinco anos. O efeito pode ser constatado com a recente atividade Rolê da Juventude Soka, realizada em 22 de outubro, reunindo mais de cem pessoas, metade desse público formada por jovens. “Foi uma grande alegria. Todos nós líderes locais ficamos muito orgulhosos porque aquele trabalho de formiguinha que começamos em 2018 deu resultados”, enfatizam as lideranças locais. Com o tema “Eu sou o Futuro”, foram programadas diversas atividades pelos jovens, baseadas nas orientações de Ikeda sensei. Eles também curtiram muitas diversões como piscina, pula-pula, futebol de sabão, gincana, jogos, danças etc. Para chegar até esse dia, portanto, a união de forças, a criatividade e o senso de missão alicerçaram a atuação dos líderes locais, com os Jogos da Amizade, o Encontro entre Gerações, entre outras iniciativas. Passando o período da pandemia com o apoio on-line, no retorno das reuniões presenciais neste ano [2023], a atividade jovem foi remodelada para Rolê da Juventude Soka. Desabrocham os jovens valorosos, os quais atuaram nesse último “Rolê” na vanguarda das programações. Um deles é Júlio César Santiago, 26 anos, que neste ano participou da Academia Índigo. Também despontou nesse protagonismo Sthefanny Dhamiller, 16 anos. “Foi uma grande oportunidade de me reconectar novamente com a Soka Gakkai, com o budismo. E também de me conhecer um pouco mais, descobrir quem realmente sou. Pessoas felizes são pessoas fortes. Então, sou feliz”, ressalta a jovem. Por meio dessa atividade cada distrito concretizou, em média, 25 jovens, e agora avançam motivados a buscar a conquista dos cem jovens! “Nossa meta é concluir a luta dos cem jovens por distrito até o mês de fevereiro do próximo ano, quando celebraremos os quarenta anos da visita de Ikeda sensei à nossa cidade”, reforçam Fernando Pereira, líder da Área, e Renilde Oliveira, vice-responsável pela DF da Área, representando a todos. No topo: o final festivo do Rolê da Juventude Soka da Área Ceilândia Sul, com mais da metade do público formada por convidados Foto: Colaboração local

09/11/2023

Notícias

Visualizar o futuro

Em um dos trechos da Nova Revolução Humana, volume 24, capítulo “Ode às Mães”, Ikeda sensei dialoga sobre as perspectivas, os desafios e a visão ampla sobre o século 21. Em determinada parte, ele enfatiza: Devemos analisar o presente com clareza e objetividade, visualizar o futuro que desejamos e, então, agir para convertê-lo em realidade. Precisamos nos esforçar ao máximo, confiando na força da nossa vida e no potencial intrínseco da humanidade. O budismo é um ensinamento que extrai o potencial ilimitado que cada um possui.1 Com a visão e as ações voltadas para o futuro estão a Sub. Minas Sul, CRE Leste, e a Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste. Na Sede Regional de Campo Grande, de forma híbrida, os líderes se reuniram para definir o plano de atividade para 2024 e a atuação da Juventude Soka com o movimento dos cem jovens por distrito. Marcos Fonseca, coordenador da CRE Oeste, incentivou os líderes com trechos do discurso de Ikeda sensei, publicados na edição 2.644 do BS, de 14 de outubro deste ano. Fonseca destacou a importância de ensinarmos os jovens a falar sobre o budismo e a Soka Gakkai: “Todos nós temos a oportunidade de nos encontrar com o presidente Ikeda todos os dias pela leitura da Nova Revolução Humana. Vamos vencer”. Já em Belo Horizonte, MG, os membros e líderes da Sub. Minas Sul se encontraram no Centro Cultural de Belo Horizonte para a partida da nova organização, criada com o avanço da localidade. Líderes das RM Sul de Minas, Zona da Mata e BH Oeste manifestaram suas decisões, com foco no crescimento e apoio aos jovens e no desenvolvimento da organização de base. Força e dinamismo na nova fase da Sub. Minas Sul, CRE Leste Ilka Haro, responsável pela Divisão Feminina da Sub. Minas Sul, parabenizou os novos líderes e compartilhou o incentivo: “Sensei diz que devemos ser vitoriosos até 2030 para construir um tempo com o foco na felicidade da humanidade. Quando se manifesta a alegria por recitar daimoku, significa que com certeza está utilizando a estratégia infalível do Sutra do Lótus. Vamos nos tornar pessoas que realizam seus objetivos!”. No topo: líderes da Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste, dialogam e se incentivam rumo a 2024 Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Ode às Mães. Nova Revolução Humana. v. 24. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. Fotos: Colaboração local

09/11/2023

Encontro com o Mestre

Cultura é a força da paz que une as pessoas

Arte é a canção da alegria de viver. Arte é a força para interligar as pessoas. Arte é o bailar da vitória da vida que avança rumo à paz, ultrapassando os mares bravios.A manifestação de liberdade inerente ao ser humano é uma forma de arte. No próprio âmago, há um sentimento de acumular muitas e muitas repressões. Há um grito que não se transforma em voz. O que lhe dá voz e forma é a arte.Quando encontra a verdadeira beleza, o coração da pessoa se move. Quando entra em contato com a essência da arte, a pessoa se emociona. Essa emoção se transforma em força para viver. A cultura e a educação constituem a base para edificar a paz, nutrindo e enriquecendo o espírito humano.Quando encontram a beleza, as pessoas, igualmente, recuperam sua humanidade. O mundo é uma sociedade marcada por discriminações. Porém, nesse meio, é necessário ter um lugar onde todos, igualmente, possam recuperar sua humanidade. Esse lugar compreende a praça da cultura e a floresta da arte. Além disso, ali se encontra também um dos papéis sociais originais da religião. A cultura é o desabrochar da natureza humana. Por isso mesmo, ela ultrapassa as fronteiras nacionais, a época, e todas as formas de discriminação. E a prática correta do budismo cultiva a si mesmo e se torna a inspiração para viver a mais elevada existência cultural.Grandiosos companheiros que usam a coroa de joias Soka, com uma profunda missão! Bradando a vitória de uma vida alegre, adornem a existência que brilha como arte suprema! No topo: “Palácio da Música” com sua parede branca brilha em direção ao céu azul. Centro Cultural Min-On inaugurado em Shinanomachi, Tóquio, em 1o de setembro de 1997. Ikeda sensei, fundador da Associação de Concertos Min-On, visita esse centro pela primeira vez no dia 22 daquele mês e registra no livro de visitantes: “Oro pelo maior desenvolvimento do mundo. Oro pelo pioneirismo do movimento artístico. Oro pelo alvorecer da cultura humana”. Esta é a foto tirada dois meses depois dessa ocasião. Com a crença de levar a arte para as mãos do povo, o Mestre fundou a Min-On, e o Museu de Arte Fuji de Tóquio (em Hachioji). Com a força da cultura, ele vem expandindo o coração da paz e unindo a humanidade. No dia 18 deste mês [outubro de 2023], a Min-On completa sessenta anos desde a sua fundação, e o Museu de Arte Fuji de Tóquio fará quarenta anos no dia 3 do próximo mês [novembro de 2023]. A jornada da expansão ao mundo do “caminho da seda” espiritual continuará daqui para a frente também. Publicado no Seikyo Shimbun de 8 de outubro de 2023.

26/10/2023

Rede da Felicidade

Cultivar a eterna felicidade

Estes trechos do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, retratam um diálogo durante uma reunião de palestra com membros da organização de Hong Kong, em 1961, sobre o significado da vida e da morte. [Uma integrante da Divisão Feminina perguntou sobre a visão da vida e da morte no budismo.] — É uma questão de suprema importância. Desvendar os mistérios da morte é fundamental para todas as pessoas e religiões. Como é um assunto bastante extenso, irei expor só pontos essenciais. (...) As circunstâncias em que nascemos e nossa aparência são muito diversificadas. A única explicação é que todos os seres humanos são portadores de um destino inato na vida. Se um deus onipotente os tivesse criado, então todos seriam iguais. Se a vida fosse restrita a uma única existência, quem nasceu sob a estrela do infortúnio não conseguiria evitar o ódio pelos pais, e os culpariam, assim como não teriam ânimo para viver. E outros, nascidos em boas condições, chegariam à conclusão de que deveriam simplesmente aproveitar a vida e seguiriam por um caminho inconsequente e superficial. Se limitarmos a tentativa de investigar a fundo a origem desses destinos a uma única existência, isso não nos levará a lugar algum. A única maneira de explicar esta questão é com a visão de que a vida é eterna, com infindáveis ciclos de nascimento e morte. Shin’ichi olhou o rosto dos presentes. Eles estavam sérios, ouvindo-o atentamente. — Baseado na lei de causa e efeito que permeia as três existências — passado, presente e futuro —, o budismo revela a causa fundamental do carma e indica o caminho da transformação do destino. E como o carma é formado? Ele não foi criado por outra pessoa; nós próprios o criamos em existências passadas. Embora seja difícil de entender, o carma é formado pelo acúmulo de palavras, pensamentos e comportamento. Por exemplo, enganar pessoas e torná-las infelizes ou tirar-lhes a vida são causas que formam o carma negativo. A causa que forma o mais negativo dos carmas é caluniar a Lei sob a influência de falsas religiões, porque isso constitui uma oposição à Lei fundamental da vida. Com relação à questão da vida após a morte, a resposta é que a vida se funde com o Universo. O [segundo] presidente [da Soka Gakkai, Josei] Toda comparou esse estado com o ato de dormir no final do dia. Despertar do sono para um novo dia equivale à existência futura. A vida é, portanto, uma sucessão desses atos. O importante aqui é que o carma não desaparece com a morte e continuará pela próxima existência. Se morrer em meio a um extremo sofrimento e infortúnio, na existência seguinte enfrentará as mesmas dificuldades. Se morrer odiando os outros, nascerá num ambiente em que terá de viver detestando as pessoas. Não há como fugir do destino mesmo com a morte. Não é possível libertar-se dos sofrimentos mesmo que se cometa suicídio. Por outro lado, se estabelecer um estado de felicidade e encerrar a vida com plena satisfação, nascerá num bom lugar na próxima existência e poderá novamente seguir pelo curso da felicidade. (...) Shin’ichi prosseguiu: — Existe, então, alguma forma de transformar o destino e conquistar a verdadeira felicidade? A resposta é sim. E quem elucidou isso para nós, que vivemos nesta era dos Últimos Dias da Lei, foi o buda Nichiren Daishonin. Essa forma é orar daimoku ao Gohonzon e propagar a Lei Mística. Esse é o modo de viver praticando o supremo bem, que está embasado na Lei da vida. É também o único caminho para estabelecer um estado repleto de satisfação e de eterna felicidade. (...) Algumas pessoas alegam que os membros da Gakkai não deveriam perder a vida em aciden-tes ou morrer devido à doença. Nesses casos, o budismo revela com muita clareza que é um ato de amenização do efeito cármico desde que perseveraram na prática da fé. Alguém que iria sofrer repetindo inúmeros ciclos de nascimento e morte para então diminuir aos poucos o peso do seu carma, consegue transformá-lo totalmente e assim alcançar a iluminação. Uma das provas dessa verdade é o aspecto do falecido. Com base nos sutras, Nichiren Daishonin descreve-o dizendo, por exemplo, que o corpo fica amolecido. O presidente Toda faleceu com sorriso nos lábios; era realmente um aspecto de iluminação. Eu já presenciei até agora o falecimento de muitas pessoas que se dedicaram até o último momento em prol do kosen-rufu como verdadeiros mensageiros do buda, independentemente das circunstâncias em que tenha ocorrido a morte, e sei que jamais haverão de sentir os sofrimentos do inferno de profunda angústia e medo. O sutra elucida que mil budas esten-dem as mãos para acolher o falecido em seus braços. A profunda convicção na fé na hora da morte é a própria iluminação. Portanto, uma pessoa assídua na prática da fé é um “buda em vida”, e após o falecimento é um “buda em morte”. Como prova disso, infalivelmente os familiares dos falecidos também se tornam felizes. Por mais que sofram deparando com infortúnios, jamais deverão abandonar a prática. Confrontar obstáculos é uma chance para transformar o destino. Do ponto de vista da eternidade da vida, os sofrimentos nesta existência não passam de uma fração de segundo. E é com isso que se abre a eterna felicidade no futuro. Shin’ichi continuou: — Nichiren Daishonin disse: “Estude primeiro sobre a questão da morte para depois estudar outros ensinamentos”.1 Sem a correta compreensão da morte, não é possível pensar “para que morrer” ou “como morrer” dignamente como ser humano. Sendo assim, não se consegue obter também uma resposta para a questão de como viver com dignidade. Tanto a vida como a morte são faces opostas de uma mesma moeda. (...) Shin’ichi colocou mais entusiasmo em suas palavras e enfatizou: — Nascemos como seres humanos nesta existência, pudemos conhecer a lei fundamental do grande Universo e temos a oportunidade de nos dedicar em prol do kosen-rufu como membros da Gakkai. (...) Isso é muito mais difícil que acertar inúmeras vezes o primeiro prêmio da loteria. Devido à nossa grande boa sorte e à nobre missão é que tivemos a chance de manifestar a felicidade absoluta em nossa vida. No entanto, (...) há quem abandone a prática budista sem compreender a grandiosidade do fato de ter nascido como ser humano e praticar o budismo. Isso é lamentável. Para nós, esta existência é uma rara oportunidade de atingirmos o estado de buda. Jamais desperdicem isso. Apesar de falarmos em vida eterna, tudo se determina no presente. Tanto o passado como o futuro estão contidos neste momento. Por favor, vivam cada instante e cada dia com alegria e gratidão, empenhando-se ao máximo em prol do kosen-rufu. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. No topo: ilustração retrata Shin’ichi Yamamoto incentivando os membros de Hong Kong Ilustração: Kenichiro Uchida Fonte: IKEDA, Daisaku. Retorno do Budismo para o Oeste. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 47-53, 2018 Nota: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 759, 2006.

26/10/2023

Caderno Nova Revolução Humana

Límpida correnteza

PARTE 53 Após cruzar o Oceano Atlântico, o avião com a comitiva de Shin’ichi Yamamoto aterrissou no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York, pouco antes das 15 horas do dia 16 de junho de 1981 (horário local). Era uma visita a Nova York depois de seis anos. Em Nova York, o prior do templo local da Nichiren Shoshu, que havia sido transferido para lá, realizou de forma astuta seguidas críticas à Soka Gakkai. A organização acabou sendo perturbada por pessoas que foram influenciadas pelo clérigo, e seus membros estavam com dificuldades de se unirem. Shin’ichi decidira em seu coração que se encontraria com todos e transmitiria a cada um deles o orgulho e a convicção da Soka Gakkai de se empenhar pela missão dos emergidos da terra. Além disso, o kosen-rufu nos Estados Unidos estava mais adiantado na costa oeste, como em Los Angeles. O desenvolvimento na costa leste, por exemplo, em Nova York, era doravante um importante tema. Para tanto, ele queria criar “valores humanos”. Tanto nesse dia como no seguinte, ele realizou seguidas orientações, dialogando diversas vezes com os líderes centrais da Área Nordeste onde pertencia Nova York: — A América é o continente da liberdade. Por isso, é essencial respeitar a vontade de todos. Os líderes não devem impor unilateralmente suas opiniões. Devem sempre conduzir a organização trocando opiniões com as pessoas. Quando elas forem conflitantes, não devem ser levados pelo sentimentalismo nem criar hostilidade. Devem retornar ao ponto primordial do Gohonzon e do kosen-rufu e recitar daimoku juntos unindo o coração. O buda Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Budismo é razão”. Assim, mesmo para se apresentar as diretrizes de atividades, deve-se fundamentar na “razão”1 para que todos compreendam plenamente. Procurem se preocupar sempre em discorrer os assuntos de forma racional. A “razão” se torna a força para convencer todas as pessoas. Nesse sentido também, procurem polir suas capacidades com o estudo do budismo. Quando os escritos de Nichiren Daishonin se enraizarem no modo de vida de cada um, os sentimentos de desprezar, de odiar, de invejar ou de caluniar os companheiros deixarão de existir, e poderão unir o coração. Os escritos são uma referência para si, e um espelho para seu modo de vida. Portanto, antes de criticar as pessoas, é preciso analisar seus pensamentos e sua conduta com base nos escritos de Nichiren Daishonin. Isso é ser budista. PARTE 54 Considerando que havia muitos líderes de origem japonesa nos Estados Unidos, Shin’ichi também pensou em transmitir alguns pontos a serem observados com atenção na promoção das atividades do dia a dia: — Em especial, aos líderes japoneses, gostaria que prestassem atenção para não agir com o mesmo senso do Japão. A América é o continente de múltiplas etnias, e tanto o modo de pensar como o senso de valor das pessoas são variados. Portanto, mesmo em questões básicas consideradas premissas, é necessário obter concordância, confirmando item a item. O modo de pensar do tipo “subentendido, sem falar” ou “transmissão de pensamento” como na sociedade japonesa pode causar mal-entendido. Shin’ichi se referiu ainda à importância de unir o coração na promoção do kosen-rufu mundial: — Gostaria que os membros não só da América, mas de todos os países, observassem e respeitassem as respectivas leis, os hábitos e os costumes, e conduzissem as atividades em harmonia como bons cidadãos. Como consta nos escritos de Nichiren Daishonin, “Se o espírito de ‘diferentes em corpo, unos em mente’ prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos”.2 Os companheiros de fé devem unir o coração, acelerar e eternizar a correnteza do kosen-rufu mundial. A força motriz desse movimento pelo kosen-rufu é a relação de mestre e discípulo Soka. Consequentemente, é essencial que os líderes não centralizem os membros em si, mas os orientem para que todos consigam caminhar pela grande estrada de mestre e discípulo. Para tanto, o próprio líder deve se enfileirar à correnteza verdadeira da Soka Gakkai manifestando o límpido e refrescante espírito de procura. A atitude de centralizar em si próprio é comparável a uma poça d’água que se afastou da límpida correnteza. A água vai se tornando turva e, no final, acaba secando. Assim, é impossível conduzir os membros para o grande oceano da paz e da felicidade. Além disso, se não ajustar a engrenagem ao eixo do kosen-rufu, a rotação acaba se interrompendo. E, mesmo que continue o movimento, será uma rotação em falso. Portanto, vamos sempre nos alinhar com a correnteza verdadeira da Soka Gakkai, ajustando os dentes da engrenagem e acertando o ritmo. Esse deve ser o sentimento do líder que avança em prol do kosen-rufu. A Soka Gakkai está recebendo a época de alçar um grande voo como religião mundial. Ele sentia profundamente que, para tanto, a condição mais importante encontrava-se na atitude de se levantar na fé pelo kosen-rufu e de edificar a inabalável união de “diferentes em corpo, unos em mente”. PARTE 55 No início da tarde do dia 18, na qualidade de representante da Editora Seikyo Shimbun, Shin’ichi visitou a Associated Press, localizada no Rockfeller Center, em Manhattan. Após visitar as dependências da companhia, Shin’ichi manteve diálogo com seu presidente Keith Fuller. Conversaram trocando opiniões sobre variados assuntos, tais como as questões raciais, o papel e a responsabilidade da imprensa, entre outros. Shin’ichi afirmou que transmitir corretamente os fatos para o mundo era a “mais elevada estratégia para a paz”, e enalteceu o esforço e a luta daquela empresa jornalística. Salientou também a preocupação de se criar uma sociedade exclusivista em que, ao se defrontar com situações de crescente intranquilidade como na economia, o homem valoriza mais os ganhos imediatos em detrimento da ideologia, e o sentimentalismo sobre a razão. Shin’ichi enfatizou que, para se elevar a consciência das pessoas para a contribuição social, era necessária uma verdadeira religião que tornasse as pessoas senhoras de sua mente e que não fossem levadas somente pelo seu sentimentalismo. O presidente Fuller meneou a cabeça e demonstrou concordância com a afirmação de Shin’ichi. Após a visita à Associated Press, Shin’ichi visitou a sede regional de Nova York localizada na Park Avenue South, também em Manhattan. Era uma sede pequena no andar térreo de um edifício com apenas oitenta cadeiras. Ao tomarem conhecimento da visita dele, um grande número de membros se reuniu e o local ficou completamente lotado: — Good afternoon! (Boa tarde!) Fico feliz em encontrá-los. Orando pelo kosen-rufu de Nova York, como também pela boa saúde e felicidade de todos e prosperidade de suas famílias, vamos recitar juntos o gongyo. Ele orou profundamente desejando que os membros de Nova York, sem exceção, conduzissem plenamente sua fé, edificassem uma condição de felicidade indestrutível e se desenvolvessem como pilares da confiança na sociedade. Em seguida, discorreu sobre o ponto fundamental da prática da fé, isto é, o grandioso poder do Nam-myoho-renge-kyo, e a importância da recitação do daimoku. A oração ao Gohonzon é a base da prática da fé. A organização e as atividades da Soka Gakkai existem para ensinar esse ponto às pessoas. Essencialmente, o vigor para desenvolver o kosen-rufu, o desafio para transformar o destino e o empenho para criar a união surgem do ato de cada pessoa se levantar com absoluta convicção ao Gohonzon devotando firme oração.PARTE 56 Shin’ichi orientou com base nos escritos de Nichiren Daishonin: — Nos escritos consta: “E quando, nesses quatro estados de nascimento, envelhecimento, doença e morte, recitamos Nam-myoho-renge-kyo, fazemos com que eles exalem a fragrância das quatro virtudes”.3 Há pessoas que vivem chorando pela infelicidade, envoltas pelas nuvens negras do seu destino. Aliás, talvez essa seja a condição da maioria das pessoas. Porém, com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, nós podemos varrer essas nuvens negras dos sofrimentos com a brisa perfumada da eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza. Além disso, o “Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.4 Na vida existem diversos prazeres. Mas essa passagem dos escritos assegura que o fato de recitar Nam-myoho-renge-kyo, despertando para a consciência de que é o próprio Buda, é a maior de todas as alegrias. A alegria de conquistar o que tanto desejava ou de obter fama e reputação é algo que vem de fora. Essa alegria é apenas momentânea e não é de forma alguma perene. Em contrapartida, quando se dedica à recitação do daimoku, abre-se um grandioso palácio em sua própria vida, e emerge a suprema condição do seu interior, isto é, das profundezas do seu coração, tal como a fonte de uma correnteza. Essa é a maior das alegrias que surge do seu interior. E ainda, essa fonte de alegria não cessa mesmo diante das mais severas provações e adversas condições. Nos escritos de Nichiren Daishonin também consta: “O meio maravilhoso verdadeiramente capaz de impedir os obstáculos físicos e espirituais dos seres humanos não é outro senão o Nam-myoho-renge-kyo”.5 As divindades celestiais e as divindades benevolentes e todos os budas das dez direções e das três existências prometeram proteger sem falta a todos nós que recitamos Nam-myoho-renge-kyo. Portanto, a recitação do daimoku é o meio maravilhoso para impedir quaisquer dificuldades, possibilitando-nos viver plenamente, apreciando a suprema felicidade em nossa existência. Convictos de que a suprema existência de plena satisfação se encontra no ato de viver até o fim junto com o Gohonzon e na recitação do daimoku, dediquem-se à prática budista e procurem polir a própria vida. Não sejam pessoas influenciadas pelas palavras e pelas ações de outras que mudam de opinião ao sabor dos ventos. Sejam pessoas que se devotam à recitação do daimoku capazes de afirmar: “Adoro recitar daimoku”. Pessoas que recitam daimoku possuem um coração radiante como o céu azul. São pessoas felizes e de grande alegria. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 99, 2019. 2. Idem, v. I, p. 646. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004, p. 90. 4. Ibidem, p. 211. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 103.

26/10/2023

Notícias

A cultura como força de expansão

Os núcleos de bairro da BSGI representam muito das características locais. O mesmo acontece com a Comunidade Vila Ida, localizada no lado oeste da cidade de São Paulo, SP, em meio à badalada região da Vila Madalena, centro de atuação de expoentes da arte e da cultura. A Comunidade Vila Ida é formada pelos Blocos Heitor Penteado e Nazaré Paulista. Neles, é bastante comum a presença de membros artistas e intelectuais. Existe, portanto, uma forte união para incorporar expressões e ideias deles às atividades, gerando criatividade nos convites e na programação, além de ênfase no aprofundamento de matérias no estudo do budismo, sempre em pauta. No cerne desse movimento está a ligação de coração a coração, com os vibrantes encontros e as visitas individuais, agora com o abraço presencial. “Durante a pandemia, os líderes se fortaleceram, mantendo a frequência das atividades sem deixar a peteca cair”, enfatiza a vice-responsável pela Divisão Feminina de comunidade, Júlia Abs. Em reforço, Guilherme Temponi, da Divisão Masculina de Jovens, diz que “Sem dúvidas foi o que nos manteve próximos à prática, e hoje seguimos avançando”. Como forte aliada está a cultura. Para a responsável pela Divisão Feminina de Jovens de comunidade, Débora Giacomo, agora mais que nunca “A arte é a possibilidade do resgate do humano no cenário em que estamos vivendo hoje”. Júlia reforça: “Buscamos assim oferecer aprofundamento, um mergulho no estudo do budismo”. Imagens de vídeo produzido na Comunidade Vila Ida, com manifestações culturais de seus integrantes Dessa maneira, as principais atividades giram em torno dos encontros mensais de recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), das visitas frequentes e das reuniões quinzenais da comunidade, uma presencial e outra híbrida, este último formato respeitando as condições e necessidades de seus membros. Na residência de Júlia, são realizados encontros da comunidade, que também se utiliza de um estúdio de dança mantido no local, para algumas programações. “É uma grande alegria abrir minha casa para esse convívio e para compartilhar experiências tão gratificantes.” Em junho, a comunidade foi destaque de uma entrevista do jornal Seikyo Shimbun. “Somos fruto do esforço e da dedicação de muitos veteranos, como a família Maemura, e estamos avançando com muito daimoku, para que nossa comunidade se expanda como celeiro de pessoas valorosas”, fortalece o líder local, Paulo Sabóia. No topo: jovem Débora faz a selfie no fechamento do encontro presencial de setembro Fotos: Colaboração local | Reprodução

26/10/2023

Incentivo do líder

“Mais azul que o índigo”

Quando leio os episódios que retratam a BSGI no romance Nova Revolução Humana ou mesmo ouço o relato dos veteranos sobre a construção da organização que conhecemos hoje, sinto-me imersa em um filme épico daqueles bem empolgantes cuja história envolve uma batalha colossal com momentos cruciais. Por exemplo, como aqueles que fazem o espectador sentir um frio na espinha, tal como a crítica condição de saúde do presidente Ikeda quando pisou pela primeira vez em solo brasileiro. Reviravoltas surpreendentes, como a de 1974, quando o visto dele foi negado e não pôde entrar no Brasil. Conquistas que fazem nosso queixo cair e lágrimas rolarem sem nem percebermos, como os esforços inacreditáveis dos membros para receber o Mestre novamente no país no ano 1984. Nesse script, os heróis e heroínas que arriscaram a vida para desbravar o kosen-rufu são brasileiros comuns, pessoas simples que desafiaram a dura realidade e venceram os obstáculos com base na crença de que possuem inerente o maior “superpoder” do mundo: o estado de buda. Carregavam uma bússola fundamental em sua jornada — o Mestre — e assumiram a responsabilidade de transformar o destino do país. Compreenderam que o meio para promover essa transformação está em criar a causa dentro de si próprios. Isso fica claro quando nos lembramos da ocasião em que o presidente Ikeda foi impedido de entrar no Brasil: No escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, consta: “...se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística”.1 De acordo com essa frase, o budismo ensina que todas as leis do universo estão contidas na vida e na determinação das pessoas. Por essa razão, “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa, um dia, impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”. Portanto, um dos aspectos do modo de vida dos budistas é aceitar que as causas de todos os efeitos se encontram em si mesmos.2 Podemos afirmar que o aspecto de “Monarca do Mundo” confiado à BSGI por Ikeda sensei e expresso na grande rede de solidariedade Soka espalhada pelo Brasil é fruto da nobre epopeia protagonizada pelos nossos veteranos da organização, os quais se responsabilizaram pela expansão do Budismo Nichiren em terras brasileiras e, usando a poderosa espada do daimoku, venceram em absolutamente tudo. Diferentemente dos filmes do cinema, essa narrativa não tem um final escrito. Ao longo de 63 anos, a BSGI veio redigindo as páginas desse roteiro tendo como tema central a unicidade de mestre e discípulo e, embora os cenários fossem mudando conforme a época, sucessivas gerações aprenderam sobre esse espírito e, “diferentes em corpo, unos em mente”, vieram registrando novas e grandiosas narrativas. Com frequência, questiona-se o desfecho dessa trama — e é aí que entram em cena novos atores e novas atrizes, alguns deles com pouca experiência, outros superando as feridas da recente batalha chamada pandemia, outros ainda envolvidos em tantos dramas que se perguntam se devem ser realmente considerados protagonistas. Esses novatos — a juventude Soka — têm se esforçado para abrir um novo capítulo nessa história nos anos recentes. Que tal um spoiler? A Academia Índigo se tornou o principal ato de criação de novos “valores humanos” jovens em toda a BSGI e, dia após dia, o movimento da Juventude Soka está ganhando força nos distritos, tornando-se a importante ação de reconexão e expansão dos jovens a partir de um ambiente acolhedor, do diálogo sincero e da troca de incentivos e do compartilhamento de experiências com base nos ensinamentos do budismo e nas orientações do Mestre. Essas iniciativas têm impulsionado a rede solidária de 100 mil jovens humanistas — jovens conectados aos ideais Soka que serão capazes de delinear os próximos takes dessa brilhante jornada. Nosso enredo nos leva a 2030, centenário da Soka Gakkai e setenta anos da BSGI. Com certeza, essa produção cinematográfica ganhará proporções ainda maiores com o movimento de expansão da nossa organização para milhões de pessoas, uma fotografia cada vez mais rica e plural com a expressão da diversidade do nosso país. Assim como em um filme premiado, a atuação dos atores e atrizes é fundamental, em especial dos protagonistas. Na história da “BSGI, Monarca do Mundo”, a atuação da Juventude Soka é a chave para um empreendimento vitorioso. Ikeda sensei afirma: Os jovens precisam se empenhar assiduamente e se tornar capazes. A negatividade é sua pior inimiga. (...) Os jovens Soka, que dedicam a vida ao mais elevado dos ideais — o kosen-rufu — devem ser sempre positivos e ter a disposição de assumir um desafio atrás do outro!3 Tal como o princípio do “azul mais azul que o índigo”, a Juventude Soka do Brasil se levanta com orgulho para descortinar um novo capítulo da história dourada da BSGI e consolidar o modelo de expansão da propagação do budismo a partir de sua atuação na vanguarda. Jovem de esperança, jamais esqueça que você protagoniza essa história! Monique Tiezzi Coordenadora da Juventude Soka do Brasil Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Luzes do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020. 3. Idem. Luta Conjunta. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020.

26/10/2023

Relato

Infinita boa sorte

Eu me chamo Livia Harumi Endo, tenho 33 anos e sou a caçula de três irmãs. Tornar-me líder nacional das jovens da BSGI, há pouco mais de dois anos, foi um divisor de águas em minha vida. Quais pontos primordiais havia conseguido validar nessa minha trajetória? Bem, cresci nos jardins Soka, que acolheram uma garota simples, com sonhos e desafios como os de muitas jovens com as quais hoje eu encontro. E foi ali, nos blocos e nas comunidades, que esses sonhos ganharam dimensões gigantescas, influenciando todas as minhas escolhas. Divido com vocês um pouco dessa jornada. Nasci numa família de praticantes do Budismo Nichiren, o que me proporcionou tamanha boa sorte em diversos momentos, graças à sincera devoção da minha mãe. Embora ela trabalhasse bastante, o que dificultava nosso maior contato diário, uma de minhas principais memórias é a imagem dela desafiando horas de recitação do Nam-myoho-renge-kyo para nos proteger. Para alguns jovens que leem este relato, talvez esta seja uma realidade: conviver com a separação dos pais. Eu tinha 6 anos quando meu pai foi para o Japão, a fim de proporcionar melhores condições para mim e minhas irmãs. E mais mudanças. Quatro anos depois, junto com minha mãe e meu padrasto, saímos de Guarulhos, município paulista, e fomos para Patrocínio, cidade mineira. No dia a dia da localidade e na nova escola, minhas irmãs Luciene e Larissa e eu tivemos de aprender a nos virar. Foram dois anos desafiadores. Em 2002, minhas irmãs e eu viemos estudar em São Paulo, SP, onde passamos a morar com minha vozinha Yaeko. No início, foi bastante difícil, uma vez que tínhamos de nos adaptar às regras da batchan (avó, em japonês). Com o tempo, fomos amolecendo o coração da “bonitinha”, como costumávamos chamá-la. Foi nessa época que voltamos a ter contato direto com a organização e suas atividades. Com incentivo de minhas companheiras e responsáveis, seja para produzir um vídeo, seja para elaborar um desenho, despertei para minha missão como bodisatva; isto é, ser útil e conduzir às pessoas à felicidade. Esse ambiente da base edificou minha fortaleza interior. Alguns anos depois, a batchan começou a apresentar sintomas de esquecimento e repetição, sendo diagnosticada pelo médico com o mal de Alzheimer. Embora ela não fosse praticante do budismo, sempre demonstrou muito respeito por esse ensinamento. A progressão da doença foi severa, com mudanças repentinas de humor e quedas e fraturas consequentes. Nesse período, minha mãe voltou a morar conosco para ajudar nos cuidados e, com a prática da fé, conseguimos oferecer a ela o nosso melhor. Dar valor aos pequenos gestos, e compreender o tempo das coisas. Ela nos ensinou muito e pôde dignamente encerrar sua missão em 2013, aos 81 anos, tendo recitado daimoku conosco nos últimos anos de sua existência. Com a mãe, Elizabete, à esq. da foto, e as irmãs na companhia da saudosa batchan Vocação No fim de 2014, formei-me em engenharia civil em uma ótima universidade que, mais uma vez, por manifestação da boa sorte adquirida com a prática, pôde ser custeada pelo meu pai. Outro motivo de alegria é saber que hoje ele realiza a prática individual, sem falhar um dia sequer. Tenho enorme gratidão, pois, mesmo distante fisicamente, ele sempre se fez presente durante esses anos desde que se mudou para as terras japonesas. Voltando ao ano em que me formei, o país estava imerso em uma forte crise econômica. Sem conseguir efetivar meu estágio, estava recém-formada e desempregada. Foi o momento em que me dediquei 100% à organização. Em 2016, participei de um curso de aprimoramento para responsáveis pela Divisão dos Estudantes (DE) no Japão. Que oportunidade! Foram momentos inesquecíveis que me fizeram relembrar e renovar meu ponto primordial com Ikeda sensei a todo instante! E ainda pude rever meu pai depois de quase dez anos. Aprendi também sobre a importância de nos empenhar para a felicidade das pessoas, atuando no local em que o Mestre não pode estar. Decidi ser essa pessoa. Com a família no casamento da irmã Luciene, ao centro Correnteza da esperança No retorno ao Brasil, muitas coisas aconteceram: fui convidada a fazer parte do quadro de funcionários da Editora Brasil Seikyo (EBS). Após dois anos na busca pelo emprego ideal, agarrei essa chance, a fim de contribuir ainda mais para o movimento pela paz da BSGI. Na organização, fui confiada a assumir função na liderança da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de RM, esforçando-me para corresponder, vencendo minhas limitações. Nesse período, concretizei dez shakubuku, que consiste na ação de apresentar o budismo, o caminho da transformação e da felicidade, para as pessoas. Fiz parte também do Cerejeira, grupo de bastidor das jovens da BSGI. Hoje, abraçando a missão de conduzir as jovens Soka do Brasil e, com a recente oportunidade de participar do curso de aprimoramento da SGI, com a participação de jovens do mundo, o primeiro pós-pandemia, no Japão, só tenho afirmações concretas de que viver pela missão em prol do kosen-rufu é a estrada dourada de uma vida de propósito. A que escolhi! Somos parte de uma sólida e grandiosa rede mundial de jovens que luta para propagar o humanismo e transmitir esperança. Mesmo que o caminho não seja sempre florido, a prática nos dá todas as condições para superar e transformar os desafios. Sou fruto da luta na base e, da mesma forma que tive a possibilidade de lapidar e de fortalecer a minha vida nesse ambiente, gostaria que a nossa geração e, consequentemente, as futuras desfrutassem esse privilégio. Assim como sensei reforça, “Podemos afirmar que todos os nossos esforços no mundo da fé estão centralizados na comunidade e que foi dentro de uma comunidade que todos nós crescemos”.1 Livia, segunda, da dir. para a esq., com as lideranças da Juventude Soka do Brasil em recente curso da SGI Meu desejo é que possamos estabelecer uma correnteza ininterrupta de discípulas Ikeda, a Geração da Nova Revolução Humana, a partir da base, nossos preciosos blocos e comunidades. Muitíssimo obrigada! Livia Harumi Endo, 33 anos. Engenheira civil. Na BSGI, é a líder da Divisão Feminina de Jovens. No topo: Livia nos jardins do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI, em São Paulo, SP Fotos: BS | Arquivo pessoal Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, vol. 1, p. 106, 2021

26/10/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Energia vital transbordante, coragem, sinceridade e perseverança são a essência da diplomacia humana Soka! Seja você sempre e espalhe ondas de confiança! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 25 de outubro de 2023.

26/10/2023

Matéria da Divisão Feminina

A saúde vem da sabedoria

Querida amiga, Desejamos fortemente que esteja bem, desfrutando plena saúde e ótima disposição. Em outubro, celebramos a primeira viagem de Ikeda sensei ao exterior, marco de sua grandiosa jornada em prol da paz mundial, que ocorreu em 2 de outubro de 1960. Nós, líderes de coordenadoria e acima da Divisão Feminina (DF) de todo o país, nos reunimos no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, para um curso de aprimoramento. Na ocasião, renovamos nosso juramento seigan e carimbamos o nosso passaporte, decolando rumo à construção de uma nova era com todas as integrantes da Divisão Feminina do Brasil, sob a liderança da nossa coordenadora Selma Inoguti. Para nossa imensa alegria, recebemos uma significativa mensagem de Ikeda sensei e da sra. Kaneko, a qual compartilhamos na íntegra com você, com o sentimento de que receba este precioso direcionamento. Cada parágrafo contém um profundo significado que poderemos reler, estudar e refletir para melhor compreensão e aplicação em nossa vida. Por exemplo, ao lermos “Saibam que a árdua e sincera luta diária de vocês da Divisão Feminina, sol do kosen-rufu do Brasil, está sendo observada e louvada pelo Buda Nichiren”. Podemos sentir a profunda consideração e o enorme carinho deles, lembrando-nos de que somos o sol que ilumina e aquece a vida dos familiares, amigos e das pessoas ao nosso redor. Gostaríamos de tecer algumas reflexões sobre as palavras contidas num dos últimos parágrafos da mensagem: “Por favor, coloquem, com sabedoria, a saúde em primeiro lugar!” Você já realizou seus exames médicos? Caso não tenha feito, por favor, não deixe para depois. Sabemos da vida agitada que todas temos, porém, a saúde é essencial para que possamos cumprir nossa missão em todos os campos de atuação. Não por acaso, Ikeda sensei incluiu a “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade” nas diretrizes eternas da Soka Gakkai. Algumas de nós estão enfrentando doenças ou têm alguém por perto na batalha pela saúde. Seja qual for a enfermidade, é fundamental buscar tratamento médico e recitar daimoku para a vitória sobre a maldade da doença. Aprendemos que ficar doente não é o problema. O mais importante é não sermos derrotados pela maldade da doença, empenhando-nos pela recuperação e determinando transformar a situação. Aqui fica um convite. Vamos adquirir novos hábitos? Por exemplo, começar a caminhar, beber mais água, reduzir o açúcar, aumentar atividade física. Não precisa ser tudo ao mesmo tempo. Podemos começar com um novo hábito saudável. Para finalizar, veja este incentivo de Ikeda sensei: Uma vida saudável e longa é aquela que obtemos mediante o exercício da sabedoria. Recitar daimoku é a base para isso, pois consiste no grande remédio benéfico para os males da vida. A saúde vem da sabedoria. Dormir o suficiente é crucial para manter a saúde. Realizar sabiamente o que for necessário na vida diária para ter boa noite de sono é essencial para manter a saúde. Deitar-se o mais cedo possível e não se esgotar demasiadamente são uma expressão da sabedoria proveniente da sua determinação na fé. Também é importante orar efetivamente para ter saúde e longevidade. Orem para preservar boas condições de saúde e não permitir que a maldade da doença se aproxime de modo que possam concretizar o grande desejo que prometeram cumprir nesta existência. Orem com a determinação de permanecer saudáveis e obter vida longa em prol dos entes queridos, dos membros e do kosen-rufu. A vasta e abrangente oração para conduzir os outros à felicidade é transmitida diretamente ao Gohonzon e ativa as funções protetoras do Universo.1 Com esse poderoso incentivo do nosso mestre da vida, nós nos despedimos com a renovada determinação de alçar um grandioso voo de triunfos e vitórias! Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Nota: 1. IKEDA. Daisaku. Século da Saúde: Sabedoria para Conquistar Boa Sorte e Longevidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 65. Florescer das cerejeiras no Centro Cultural Campestre da BSGI (jul. 2023) Mensagem do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, KanekoPara o Curso de Aprimoramento da Nova Era da Divisão Feminina da BSGI, realizado nos dias 30 de setembro e 1o de outubro de 2023, no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP1 Queridas companheiras da Divisão Feminina da BSGI, a quem estimo do fundo do meu coração! Muito obrigado pelos dedicados esforços para a realização deste curso de aprimoramento reunindo integrantes de diversas partes do país! Saibam que a árdua e sincera luta diária de vocês da Divisão Feminina, sol do kosen-rufu do Brasil, está sendo observada e louvada pelo buda Nichiren. Daishonin afirma: No caso do Sutra do Lótus, quando uma mão o segura, esta mão de imediato atinge o estado de buda, e quando uma boca o recita, esta boca é, em si, um buda. (...) Se houver cem ou mil pessoas que mantenham este sutra, todas elas, sem exceção, irão se tornar budas”.2 Haja o que houver, imbuídas de ardente coragem e de profunda esperança, avancem em prol da Lei Mística como dignas componentes da Soka Gakkai. E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local. Minha esposa e eu nos empenharemos ainda mais na recitação do daimoku pelos seus preciosos familiares e também pelos nobres companheiros. Por favor, coloquem, com sabedoria, a saúde em primeiro lugar! Viva a rede de solidariedade da Divisão Feminina do Brasil, a mais bela e harmoniosa que existe! Em 30 de setembro de 2023 Daisaku e Kaneko Ikeda Notas: 1. Veja matéria no Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 13. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 366, 2019. Relato Fazendo a diferença com alegria e gratidão Com desejo de oferecer a minha melhor versão como profissional e estar sempre conectada com as inovações da área, estou finalizando meu mestrado profissional de enfermagem, e no mês de novembro farei a defesa do meu trabalho científico com muita alegria e gratidão! Baseada nas orientações do Ikeda sensei em ser a pessoa que mais se esforça no ambiente de trabalho, recebi o comunicado que um projeto de liderança para enfermeiros que elaborei e pus em prática em meu emprego anterior foi escolhido para ser exposto durante o Congresso Brasileiro de Enfermagem em Florianópolis, evento que ocorreu no mesmo fim de semana do curso de aprimoramento em que recebemos a extraordinária mensagem do Ikeda sensei. Durante esse curso de aprimoramento, recebi a notícia de que o projeto foi apresentado por meus colegas e premiado com uma publicação. Renovei a minha decisão de contribuir ainda mais como uma cidadã e profissional exemplar, sempre em busca do aprimoramento. Muito obrigada! Renata Santoro Nakamatsu, secretária da Divisão Feminina da BSGI e responsável pela DF de regional RM Saúde, CNSP Dica de leitura Livro Século da Saúde : Sabedoria para Conquistar Boa Sorte e Longevidade. Fotos: GETTY IMAGES | BS

26/10/2023

Livros

Com a paz na bagagem

O mundo ficou pequeno e bem mais colorido. Imagine percorrer locais de preciosidades culturais, humanas e naturais com a mágica que a leitura oferece. É dessa maneira que a Editora Brasil Seikyo (EBS) brinda os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), que recebem, em primeira mão, em novembro, o volume 1 do livro Viagens Inesquecíveis. É possível também adquiri-lo, na versão impressa ou digital. A autoria é do pacifista Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), que, em janeiro, completa 96 anos. Muita sabedoria de uma vida dedicada a constantes diálogos pela paz no mundo. Em suas viagens com esse propósito, ele visitou mais de cinquenta países, alguns dos quais serão retratados nessa obra ora inaugurada. São memórias e reflexões, informações e curiosidades sobre as localidades e os momentos vividos pelo autor, contando ainda com o olhar de sua esposa, Kaneko. Cada volume mescla locais e suas nuanças, o que dará ao leitor uma experiência rica e diversificada, como uma viagem ao redor do mundo. O primeiro volume faz um giro por oito pontos, sendo cinco cidades japonesas — Hokkaido, Osaka, Kochi, Yamanashi e Saitama —, além de Londres, Pequim e Boston. Cada cidade se diferencia de outra por múltiplas razões. No entanto, em todas elas, por mais que a cultura, a geografia ou a arquitetura sejam uma razão de orgulho para seus citadinos, as pessoas e seu modo de viver são, no final, o maior tesouro. Tal evidência pode ser comprovada nessa leitura-viagem que os leitores farão pelas páginas do livro, guiados pelos olhos e pelo coração do Dr. Ikeda. O que esperar de cada parada? Separamos alguns destaques, a começar por Hokkaido, palavra que tem origem na língua ainu (grupo étnico originário do território que hoje habita o norte de suas ilhas) e significa “grande solo dos seres humanos”. Depois, Londres. Lá, o Dr. Ikeda se encanta com o esplendor e a luminosidade da primavera, um contraste com os famosos e cinzentos invernos da cidade, que também foi palco de um momento histórico na trajetória do Dr. Ikeda: seu encontro e diálogo com o aclamado historiador Arnold J. Toynbee, que resultou na obra Escolha a Vida, já publicada pela Editora Brasil Seikyo (EBS). Londres também é destaque da capa do livro. Próxima parada é Osaka, localizada na região de Kansai, que traz muitas lembranças da juventude do Dr. Ikeda. Uma cidade onde pulsa a humanidade das pessoas. De lá, a obra percorre Kochi, cidade da pura e calorosa “correnteza da hospitalidade”. Outra cidade selecionada nesta inesquecível jornada é Pequim, capital da República Popular da China. Para o Dr. Ikeda, não há como falar de Pequim sem se lembrar do “primeiro-ministro do povo”, Zhou Enlai, e de sua esposa, Deng Yingchao, “mãe do povo”. O “espírito” de ambos ressoa em Pequim. O leitor será trazido de volta ao Japão, para Yamanashi, cidade que serve de plataforma privilegiada de observação do Monte Fuji. Além disso, destaca-se em todo o Japão por suas “atividades voluntárias em prol de pessoas com deficiência”1 e por ter “o maior número de bibliotecas por milhão de habitantes”.2 Segue-se um voo literário para Boston, “capital do aprendizado”, nas palavras do autor. A cidade, além de ser uma das mais antigas dos Estados Unidos, está intimamente ligada ao Renascimento Americano. A parada final é Saitama. Famosa pelo céu límpido e pelo calor humano sempre presente, essa província abraça quarenta cidades, como Kumagaya, onde nasceu a primeira médica do Japão, Ginko Ogino, e outras precursoras femininas de variadas áreas do conhecimento. Uma descoberta a ser feita nessa leitura. Nas 112 páginas de Viagens Inesquecíveis, textos e imagens são elementos convidativos a uma experiência marcante. As memórias fortalecem o intento do Dr. Ikeda em sua jornada pelo mundo, buscando diminuir a distância entre o coração das pessoas. Como um fotógrafo apaixonado, usa as lentes de sua câmera para valorizar e eternizar cada momento. O autor considera as fotografias um instrumento para revitalizar as pessoas, inspirando alegria, esperança e coragem. Que o coração de cada leitor seja tocado por essa energia, uma “viagem do coração”! Carimbe seu passaporte quanto antes! Veja aqui os kits de novembro para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 brinde especial 1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 marcador de páginas PLANO OURO 1 livro lançamento 1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor atende ao seu gosto. Cileiros recebem em novembro o livro Viagens Inesquecíveis. Garanta o seu! Assine até 31/10/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Viagens Inesquecíveis. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 83, 2023. 2. Ibidem, p. 84.

26/10/2023

Editorial

Buda é aquele que deseja a felicidade de cada um

Comemorar conquistas ou marcar o início de algo com festividades faz parte da dinâmica dos indivíduos, das famílias e da civilização. Quando isso é feito, registra-se na história a lembrança daquela alegria, como também o ponto de partida para a concretização de novos objetivos. A BSGI, que celebra seu aniversário de 63 anos neste mês, põe em prática o direcionamento de ser uma instituição voltada para a paz, a cultura e a educação. Para marcar as comemorações da data de sua fundação, que ocorreu em 19 de outubro de 1960, e os trinta anos de existência da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), o Centro Cultural Campestre da BSGI, localizado em Itapevi, SP, foi palco de um extraordinário concerto cultural Soka. Brasil Seikyo traz a cobertura do evento e também um Especial sobre o Dia da Fundação da BSGI. Como se Ikeda sensei previsse esse momento, ele inicia seu poema publicado nesta edição da seguinte forma:Arte é a canção da alegria de viver. Arte é a força para interligar as pessoas. Arte é o bailar da vitória da vida que avança rumo à paz, ultrapassando os mares bravios. Em novembro, receberemos dez anos da inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Em sua mensagem para a reunião comemorativa do Dia da Soka Gakkai, realizada neste auditório em 18 de novembro de 2013, Ikeda sensei cita o seguinte trecho do Sutra do Lótus: Medito constantemente: Como posso conduzir os seres vivos ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?1 O Mestre salienta em seguida: Essa passagem afirma que “o buda ora sempre ponderando como deve agir para as pessoas encontrarem o mais supremo caminho e fazê-las conquistar quanto antes a condição de buda”. Em outras palavras, buda é aquele que deseja unicamente a felicidade de cada um. Buda é a vida, a determinação (ichinen) de lutar e lutar incansavelmente neste mundo saha pela “iluminação de todas as pessoas”.2 Você acompanha mais sobre o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu nesta edição. No cenário global da atualidade, o local de juramento pela felicidade e pela paz perene ganha ainda mais significado como o castelo da concretização do grande desejo do Buda por nós, bodisatvas da terra. Vamos fazer deste aniversário da BSGI e da OFBHI um momento de decisão para registrar um passo a mais pela paz no planeta. Ótima leitura! Notas: 1. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 16, p. 273, 2009. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.205, 30 nov. 2013, p. A3.

26/10/2023

Notícias

A música da paz

Sons humanísticos envolveram todo o ambiente do Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, no último domingo, dia 22 de outubro. Os componentes da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), fundada há trinta anos por ocasião da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, uniram-se numa formação ainda mais diversificada: além dos veteranos desde o núcleo inicial, agora contam com a nova geração do Núcleo de Desenvolvimento de Orquestra (NDO) e com os participantes da Academia Nacional, incluindo jovens músicos de várias regiões do país. No total, são mais de quinhentos integrantes em todo o território nacional. Ao celebrar as três décadas do grupo e marcar também os 63 anos de fundação da BSGI, abrindo a programação após a exibição de vídeo comemorativo, o responsável pela OFBHI, Fabio Ikeda, relembrou a emoção e os principais direcionamentos de Ikeda sensei oferecidos na época da fundação da orquestra: “Percorram toda a América (do Sul), depois vão para a América do Norte, invadam o Japão. Depois vão para a Rússia, e depois para China”. Passos decisivos já foram dados nessa direção daquele dia em diante. O pianista e compositor Amaral Vieira, confiado pelo presidente Ikeda para dar nome ao grupo e que vem acompanhando a OFBHI a partir de então, enviou calorosas palavras a todos. Por motivos de saúde, não pôde estar presente, mas sua mensagem foi lida no dia e ele também assistiu à transmissão. Logo depois do concerto, expressou: “Mensagens inspiradoras e os objetivos anunciados foram verdadeiramente esclarecedores e repletos de significado. A menção do Sr. Shiratori à importância da paz, especialmente neste momento turbulento, e a salva de palmas em minha honra e da minha esposa, Yara, foram gestos muito generosos, dignos de Ikeda sensei”. O repertório executado em mais de uma hora de apresentação envolveu clássicos de composições eruditas, bem como de canções da Soka Gakkai, em completa sintonia. A canção A Longa e Distante Correnteza do Amazonas selou o encontro comemorativo, com amplas perspectivas. Fabio Ikeda, em nome dos componentes, lançou um brado de avanço: “Rumo aos quarenta anos da OFBHI, nós nos esforçaremos ainda mais para que a música da OFBHI manifeste a grandiosidade da vida do nosso fundador, do nosso Mestre, transmitindo esperança, alegria e coragem a todas as pessoas”. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, enfatizou: “As ações de pessoas como vocês é que iluminam a sociedade. Ter a disposição de desafiar a si mesmo é o caminho da revolução humana”. Momentos da emocionante apresentação da OFBHI, diante de uma plateia que correspondeu com vibrantes aplausos Integrantes da OFBHI participantes da fundação em 1993 Jovens componentes da orquestraDepoimentos dos integrantes da OFBHI que pernoitaram no Centro Cultural Campestre pela primeira vez Foi uma experiência realmente incrível! O Centro Cultural Campestre é um ambiente de muita tranquilidade, o que contribuiu para o evento realizado nesse local se tornasse ainda mais grandioso. Meu principal desafio para participar foi de natureza técnica, pois estou há cinco anos no Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO) e procuro sempre me desenvolver constantemente. Tudo foi perfeito. Agora, após a atividade, estou muito mais forte com nova determinação e amplas oportunidades. Recebemos vários incentivos e tivemos a chance de dialogar com outras pessoas, e isso fez com que essa vivência fosse especial. Esse evento foi um divisor de águas em minha vida e me impulsionou a tomar novas decisões e a perceber quanto essa organização é maravilhosa. Lucas Fonseca Alves, DMJ, NDO Brasília *** Pernoitar pela primeira vez no CCCamp foi maravilhoso. Conhecer os companheiros e compartilhar com eles o espaço onde o Mestre esteve em 1993 foi como se eu estivesse lá também, usufruindo essa vivência única. Além disso, conheci pessoas que estiveram no local e foram pioneiras na criação da OFBHI, orquestra na qual orgulhosamente toquei neste fim de semana, representando o NDO Rio, no qual atuo como violista. Foi uma experiência muito significativa em minha caminhada como membro da organização e como budista. Foi minha primeira vez no CCCamp e primeira vez tocando em uma apresentação, que, por grande boa sorte, foi comemorativa dos trinta anos da orquestra. No dia 16 de novembro, completo um ano de conversão ao Budismo Nichiren e de ingresso na Gakkai. Então, sinto enorme gratidão por essa oportunidade de atuar em um evento tão importante. Em dezembro de 2022, tomei a decisão de ingressar no NDO Rio tocando viola, instrumento que nunca havia experimentado. Eu me empenhei para começar a aprender a tocá-lo, aproveitando o pouco tempo livre de que dispunha, com o objetivo de contribuir com o som que vem do coração e inspirar as pessoas que nos ouvem a seguir os ideais Soka. Quando nossa maestrina, Jaqueline Teles, me convidou e outras duas companheiras de orquestra me incentivaram a participar, não tive dúvidas de que estaria lá. Mesmo com uma agenda cheia, pois dou aulas de música em dois locais e atendo alunos com aulas particulares, encontrei energia e força necessárias para me preparar para esse momento. Foi muito gratificante! Debora Dezidério Souto, DF, Rio de Janeiro *** Foi uma luta intensa de grandes desafios, dedicando-me nos fins de semana para o festival em minha organização e nos domingos também para esse grande momento da comemoração dos trinta anos de fundação da OFBHI e da última visita do sensei ao Brasil. Empenhei-me com todo o sentimento na prática diária de gongyo e daimoku e, quando chegou o dia, fui com o desejo de dar o meu melhor, pois ia pernoitar no CCCamp pela primeira vez num momento tão significativo. Esse dia ficará eternamente guardado em meu coração. Murillo Saraiva, DMJ, São Paulo *** Para mim, foi um momento muito especial, porque me esforcei para estar no Centro Cultural Campestre nesse dia, desafiando-me diariamente no gongyo e daimoku para que tudo desse certo. Além disso, estudo o dia inteiro durante a semana e tenho ensaios com meu instrumento aos domingos com os companheiros. Para o grande dia, precisei dormir na casa do meu primo, pois teríamos de acordar muito cedo. Moro longe, então, foi uma enorme emoção pernoitar no CCCamp para participar do evento em comemoração dos trinta anos da OFBHI. Foi um prazer ainda maior participar com os membros que estiveram lá trinta anos atrás e juraram cumprir a missão de propagar os sons místicos para o mundo. Assim, continuar com essa missão me deixa ainda mais feliz. A semana inteira estive ansioso para chegar o dia de me apresentar no CCCamp e conhecer um pouco mais sobre os outros NDO do Brasil e saber da luta de cada um para chegar ao local até aquele momento. Agradeço ao sensei, por me dar essa oportunidade com sua grandiosa luta. Guilherme Calixto, DMJ, São Paulo Fotos: BS

26/10/2023

Encontro com o Mestre

Nós somos companheiros do castelo da felicidade

Foi uma nova partida realmente feliz. Neste momento em que comemora cinquenta anos de existência, o Departamento de Complexos Habitacionais iniciou a grande marcha da esperança, com as chamas de renovada energia vital, sob nova denominação de Departamento de Castelo da Felicidade. Foto registrada por Ikeda sensei da janela do carro quando retornava de Osaka em direção a Tóquio após concluir a 258a visita a Kansai. Enquanto o conjunto habitacional à frente é envolto pelo crepúsculo, as nuvens no céu e no topo do Monte Fuji são tingidas na cor rosa do pôr do sol (Shizuoka, nov. 2007)Lembro-me de que isso aconteceu no final do outono do ano da transição da era Showa para Heisei (1989). Os preciosos amigos do Departamento de Complexos Habitacionais de Kansai me enviaram um álbum que transmitia o ambiente de árduos esforços realizados alegremente por todos. Juntando as mãos em oração pelas nobres flores de sorriso, criei uma caligrafia e a ofereci a eles. O coração é o imenso e vasto castelo da felicidade. De fato, conforme a passagem dos escritos “O corpo e a mente dela permeiam todo o mundo dos fenômenos num único momento”,1 os sublimes companheiros construíram, com coração imenso e vasto, o castelo da felicidade nos seus complexos residenciais e localidades do juramento seigan. Quanta amizade e confiança os amigos do Departamento de Complexos Residenciais expandiram até hoje por meio de seus cumprimentos sinceros no dia a dia! Quanta contribuição eles continuam a oferecer à comunidade local por meio de incansáveis atividades na Associação de Moradores e do acúmulo de ações sábias de ajuda mútua! Assim, os complexos residenciais de profunda relação cármica vêm lançando seu brilho em busca de uma “federação de harmonia humana”, uma joia valiosa. Diz-se que, atualmente, muitos complexos residenciais enfrentam diversas questões, tais como a diminuição da taxa de natalidade e o envelhecimento da população. O número de famílias compostas por uma única pessoa também tem aumentado. O formato dos edifícios vem mudando com construções mais altas e sistemas de fechamento automático. A missão dos nossos membros é verdadeiramente grandiosa. Junto com minha esposa, estou orando intensamente todos os dias pela boa saúde e longevidade dos meus preciosos companheiros. Nichiren Daishonin afirmou: “Invariavelmente, o nome possui a virtude de alcançar o próprio corpo”.2 Construam um corpo colaborativo de respeito ao ser humano e à dignidade da vida, aqui e acolá, sob a liderança da Coordenadoria das Comunidades Locais da Soka Gakkai! Desejo ininterruptamente que edifiquem um pacífico castelo da felicidade! Boas relações humanas Já faz trinta anos desde a realização da segunda palestra a convite da Universidade Harvard, localizada nas proximidades de Boston, sob o límpido céu de outono. O evento teve como palco o Centro Internacional do Diálogo, situado próximo a esse palácio do intelecto, e conseguimos promover intercâmbios da paz, cultura e educação em diversos níveis. As obras de diálogo com o Dr. John Kenneth Galbraith (economia), o Dr. Nur Yalman (antropologia cultural), o Dr. Harvey Gallagher Cox (estudos das religiões), a Dra. Elise Boulding (estudos da paz), o Dr. Du Weiming (filosofia da história da China) e a Dra. Sarah Wider (literatura), que falam sobre o mundo e o futuro, também vêm se expandindo amplamente em múltiplos contextos. Afirma-se que, desde 1938, por mais de oitenta anos, a Universidade Harvard vem conduzindo uma pesquisa científica, acompanhando muitas famílias, ultrapassando gerações, sobre as “causas principais para levar uma vida saudável e feliz”. O conhecimento mais importante obtido desses estudos se resume a um único ponto: “a necessidade de boas relações humanas”.3 É uma pesquisa realmente valiosa e muito instigante. Desde a sua fundação, a Soka Gakkai vem demonstrando inúmeras comprovações de vida saudável e feliz, tanto de seus membros como de outras pessoas, por meio de “bons amigos”, isto é, das melhores relações humanas, exatamente de acordo com a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: “Deveríamos procurar um bom amigo”.4 Recordo-me também do meu venerado mestre, Josei Toda, que, em relação às diversas religiões, costumava propor a realização e o acompanhamento de uma pesquisa científica por cinco ou dez anos sobre a realidade da vida diária do praticante. É verdadeiramente o que afirma a passagem “E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real”.5 Justamente por vivermos uma época de grave isolamento e de divisão, gostaria de criar e expandir ainda mais a zona de segurança dos laços de vida na sociedade, tal como me referi na palestra proferida na Universidade Harvard: “A majestosa sinfonia do diálogo aberto”. A teoria da completa transformação em sete anos A rede de incentivos Soka conectada no mundo todo é o mais valioso tesouro a ser passado para as gerações futuras. Há alguns dias, em 29 de setembro, isto é, no décimo quinto dia do oitavo mês do calendário lunar, tivemos a lua cheia que nos contemplou com seu brilho dourado. Naquela noite, os novos jovens responsáveis pela Divisão dos Estudantes [do Japão] deram uma vigorosa partida visualizando a próxima ocorrência da lua cheia no décimo quinto dia do oitavo mês do calendário lunar que será daqui a sete anos, no centenário da Soka Gakkai. Katsu Kaishu, que completaria seu 200o aniversário de nascimento neste ano, foi a pessoa que defendia a “teoria da completa transformação em sete anos” de que, em cerca de sete, oito ou dez anos, as tendências mudam de direção e o coração das pessoas se transforma completamente. Embora seja em outra dimensão, os mestres e discípulos Soka também vieram badalando o sino da vitória do kosen-rufu a cada sete anos. Nichiren Daishonin ressalta em seus escritos sobre o encontro dos bodisatvas da terra: “Todos haviam se reunido (...) como a relva na Planície de Musashino ou as árvores que cobrem o Monte Fuji”.6 Estou orando e cuidando, com o sentimento de refletir sobre o espelho claro dos céus, da majestosa expansão da legião de “valores humanos” no centenário de fundação da Soka Gakkai. Avance com honestidade e sinceridade Com a diplomacia embasada nos quatro ideogramas com que se escreve “honestidade e sinceridade”, Katsu Kaishu salvou Edo [atual Tóquio] das guerras e dos distúrbios. Ele continuou avançando “com esse rumo inabalável e resoluta autoconfiança”. Sua crença era de que, dessa maneira, “mesmo com as pessoas, antes consideradas inimigas, poderia criar uma amizade a ponto de mutuamente abrirem o coração”.7 Sem dialogar, não é possível criar uma nova época. Se continuar falando com toda a honestidade, certamente mudará o coração da outra pessoa. Com tom de voz típico de um nativo de Edo, Kaishu fez a análise de personalidades de todos os tempos. No topo de sua lista de pessoas da antiguidade que ele considerava persistentes se encontra Nichiren Daishonin. Kaishu o admira com espanto: “Ele não fraquejava de forma alguma, e ultrapassava quaisquer situações de dificuldade”. 8 Nós temos a importante missão de realizar o kosen-rufu mundial, que é o testamento do Buda. Possuímos a estratégia do Sutra do Lótus transmitida diretamente por Daishonin. Devemos repelir quaisquer condições adversas, criar aliados e aumentar o número de companheiros, tornando possível o impossível, e transformando tudo de veneno em remédio. A missão da “pacificação da terra” Na momento da realização do Exame de Budismo de Primeiro Grau e de Terceiro Grau da Divisão dos Jovens realizado em todo o Japão, quero louvar mais uma vez os esforços dos candidatos de espírito de procura, das pessoas que os apoiaram e das comissões. Independentemente da aprovação ou não no exame, estou certo de que haverá imensurável expansão da boa sorte e do aprofundamento da condição de vida de cada pessoa. Nesse exame, uma das matérias incluía o tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra. O grande desejo do kosen-rufu da Soka Gakkai é, em si, o juramento seigan pela “pacificação da terra”. A missão de propagar a Lei Mística para o mundo inteiro é a mesma daquela de realizar a paz e a tranquilidade para todas as pessoas. As calamidades naturais, epidemias e guerras recentes apontam para a realidade de que a humanidade se encontra diante de uma grande questão crucial. No tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, o anfitrião responde ao visitante que lamenta o cenário trágico da sociedade: “Tenho meditado, sozinho, sobre o assunto com indignação”.9 E, então, inicia o diálogo: “Vamos analisar minuciosamente a questão”.10 Se apenas nos entristecermos e lamentarmos diante de uma tragédia real, nada mudará. O que fazer para mudar? Deve-se pensar de forma proativa, orar com seriedade e dar um passo juntos para romper o impasse. Aí se encontra a alma do Budismo Nichiren. A filosofia que brilha nas dificuldades Que tipo de ideologia e de filosofia a pessoa possui? Por meio delas, sua consciência e suas ações são moldadas, e isso, por sua vez, afeta a realidade e o futuro. O budismo ensina que todas as pessoas possuem uma vida digna e são dotadas de um potencial infindável. O ser humano possui forte tenacidade que não o deixa sucumbir mesmo diante das ameaças da natureza. Tem coragem e esperança para superar qualquer desastre, como também sabedoria e afeto para se levantar com as pessoas à sua volta. O ato de cultivar essa força de cada pessoa e de reunir a capacidade de todos da comunidade local torna-se, certamente, a base para construir uma sociedade invencível perante as calamidades. As ligações formadas durante esse processo manifestam a força nos momentos cruciais. Relembro-me do tufão Vera, que atingiu a baía de Ise em setembro de 1959. Como diretor, responsável pela Soka Gakkai, assumi a liderança na ajuda às vítimas da catástrofe, especialmente das províncias de Aichi e de Mie, onde os danos foram mais graves. Imediatamente, em torno dos integrantes da Divisão dos Jovens dessas províncias, bem como das províncias vizinhas, os membros correram para as áreas afetadas pelo desastre a fim de prestar apoio. Em resposta aos relatos da situação de danos que vinham da linha de frente, tomavam providências para o envio de medicamentos, roupas e outros suprimentos. Eu também visitei o local. Independentemente se eram membros ou não, procurei encorajar de corpo e alma as pessoas atingidas pelo desastre que estavam diante dos meus olhos. “Agora é o momento de me levantar como protagonista da proteção à vida! Vou trabalhar em prol da localidade unindo os corações!” Todos se empenharam com essa decisão. Havia amigos que continuaram preparando bolinhos com arroz tão quente que suas mãos ficavam totalmente avermelhadas. Outros transportavam esses bolinhos em um barco para distribuí-los às vítimas das casas inundadas. Esse tipo de ajuda oferecida pela Gakkai chegava antes de qualquer outra instituição. A dedicação dos membros que brilhavam no meio da escuridão dos sofrimentos era exatamente o nobre “comportamento como ser humano” que Nichiren Daishonin chega a considerar como “o propósito do advento do buda Shakyamuni, senhor dos ensinamentos, neste mundo”.11 Esse é o alicerce inabalável da honrosa fortaleza de Chubu. Vamos construir juntos o castelo da felicidade! Acima, momento do casal Ikeda durante a 100a visita à região de Chubu, observando o castelo de Nagoya a partir do Parque Meijo, onde brilha um verde renovado (maio 1995) Hasteando o estandarte aqui e agora Alguns dias atrás, representantes de 44 países e territórios se reuniram para o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI. Mesmo lutando contra as próprias questões desafiadoras, os líderes estão se envolvendo corajosamente nos problemas e nas provações de sua localidade e de seu país. Um deles afirmou com altivo orgulho de que tem expandido ao seu redor a convicção de que “tal como eu consegui, todos podem criar a vida de felicidade”. Transformando desespero em esperança e destino em missão, crie a rede solidária de juramento seigan, levantando-se só! Com essa determinação inabalável e não importando o que aconteça, devemos estender as raízes no local em que nos encontramos agora e hastear a bandeira da vitória. Aprofundando a amizade e a confiança, devemos estreitar os laços entre os povos e dedicar força e sabedoria em prol da sociedade e da terra natal. Em seus escritos, Nichiren Daishonin faz a seguinte citação: “Quando a família honra diligentemente os ensinamentos, com certeza os sete desastres irão se dispersar”.12 Como é maravilhoso o fato de ecoar as vozes sonoras da Lei Mística em nosso lar, em nossa comunidade local e em nosso país! Hoje, valorizando, mais uma vez, a recitação do gongyo e do daimoku, a base fundamental, vamos fazer brilhar vitoriosamente o castelo da boa saúde, o castelo da felicidade e o castelo da paz, de contínuas vitórias, bailando a dança da revolução humana cada vez mais radiantemente. Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de outubro de 2023. No topo: no dia seguinte à primeira palestra promovida na Universidade Harvard, Ikeda sensei visita a sede regional de Boston e, ao lado da esposa, Kaneko, expressa incentivos e gratidão aos membros da Divisão dos Estudantes que o recepcionam (set. 1991) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 384, 2020. 2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 378, 2006. 3. Cf. WALDINGER, Robert; SCHULZ, Marc. The Good Life. Tradução para o japonês: Osamu Kojima. Editora Tatsumi Publishing. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 5. Ibidem, p. 626. 6. Ibidem, v. II, p. 175, 2017. 7. Nova revisão de Kaishu Zadan [Mesa Redonda Kaishu]. Versão: Yoshiharu Iwamoto. Editora Iwanami Shoten. 8. Hikawa Seiwa [Registro de Falas de Katsu Kaishu]. In: Nihon no Meicho 32, Katsu Kaishu [Obras-primas do Japão 32, Katsu Kaishu]. Editora Chuo Koronsha. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 7, 2020. 10. Ibidem. 11. Ibidem, v. II, p. 113, 2017. 12. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1026, 2006.

26/10/2023

Especial

Jovens, esperança do futuro

A primavera é uma estação que inspira renovação e celebra o desabrochar do potencial inato da vida e da natureza. Com esse clima, foi realizada a quarta edição da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, nos dias 23 e 24 de setembro. Jovens líderes representantes de diversas localidades do país reuniram-se no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, para se incentivar mutuamente na busca do autoaprimoramento como discípulos sucessores do movimento pelo kosen-rufu. O ciclo de promoção da academia teve início em 11 de setembro de 2022 e, desde essa ocasião, tem sido realizada com criatividade, vibração e dinamismo característicos da nova geração. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, dedicou uma mensagem de incentivos aos participantes das turmas de 2023 (veja abaixo), que determina a atuação deles por todo o futuro. Com alegria e disposição, os “índigos”, como passaram carinhosamente a ser chamados os participantes, aprofundaram-se no estudo do budismo e da Nova Revolução Humana, dialogaram com veteranos da BSGI, compartilharam experiências e encorajamento, e dialogaram sobre importantes questões da sociedade atual da ótica da sabedoria budista e dos direcionamentos do Mestre. Muitos desafiaram e venceram diversas adversidades, tais como condições de saúde, financeiras, entre outras, para fazer parte dessa quarta turma da academia, e relataram suas conquistas aos demais. Surgiu a certeza de que todos estão unidos no mesmo propósito de corresponder às expectativas do Mestre a fim de construir uma sociedade pacífica, próspera e feliz. Veja a seguir momentos da Academia Índigo que marcaram a vida de cada jovem representante. Todos retornaram para sua localidade com a missão de aplicar na própria vida e compartilhar o aprendizado e o espírito da atividade, tornando-se protagonista da transformação de seu ambiente, do Brasil e do mundo. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda Estimados líderes da Juventude Soka da BSGI, sinceros parabéns pela realização desta academia de profundo significado! Estou observando e protegendo tudo, com o sentimento de abraçar cada um de vocês que se encontram no saudoso Centro Cultural Campestre. Nos escritos sagrados consta: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.1 Aqueles que tornaram real essa profecia de Nichiren Daishonin, abrindo o caminho para que todas as pessoas atinjam o estado de buda nesta existência, foram os mestres e discípulos Soka. Hoje, abraçando esse sagrado empreendimento como a própria missão, os jovens sucessores do mundo inteiro se levantam com uma prática da fé imbuída de “coragem que é em si a compaixão”. Não há nada mais promissor que isso! Meu venerado mestre, Josei Toda, disse: “Vivam até o fim junto com a Soka Gakkai, a organização da ordem e do desejo do Buda. Todas as preocupações de agora se transformarão em grandes benefícios. Com essa alegria da ‘revolução humana’, vamos contribuir para o bem da comunidade local e da sociedade, e em prol da paz e da felicidade da humanidade”. Por favor, realizando de forma esplêndida o trabalho e os estudos com perseverança, empenhem-se corajosamente no exercício da fé, da prática e do estudo, fazendo reverberar a canção triunfal da juventude juntos! Minha esposa e eu continuamos orando fervorosamente pela boa saúde e pelo desenvolvimento de vocês, a quem estimamos, e pela abundante felicidade de sua família. Desfrutem excelente disposição! 24 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Nota: 1. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 770, 2020. Compartilhamento de incentivos e de experiências com veteranos da BSGI durante o almoço Participantes de diversas localidades do Brasil Monique Tiezzi, coordenadora da Juventude Soka da BSGI, à esq., transmite incentivos junto com os demais líderes. Os participantes abraçaram quatro objetivos: 1. Vencer, em primeiro lugar, na prática da fé com a recitação de, no mínimo, 1 hora de daimoku diário. 2. Leitura dos trinta volumes dos romances Nova Revolução Humana e dos doze volumes da Revolução Humana (leitura livre começando por qualquer capítulo ou volume). 3. Vencer no movimento dos 100 mil jovens humanistas criando conexões com cem jovens e estudantes no distrito até o fim do ano. 4. Jamais se desconectar do coração do Mestre e relatar contínuas vitórias a ele Fotos: BS

11/10/2023

Especial

Ponto primordial da fundação

Durante a sua primeira viagem ao exterior, em outubro de 1960, depois de passar por Havaí, São Francisco e Seattle, Estados Unidos, o jovem Daisaku Ikeda, recém-empossado terceiro presidente da Soka Gakkai, no Japão, enfrentava precárias condições de saúde. Mesmo assim, seu espírito de encontrar e incentivar cada membro superava qualquer circunstância. Dessa maneira, deu prosseguimento à jornada, passando por várias cidades, apesar de ter febre alta todos os dias, principalmente ao entardecer. Chegando a Nova York, as comunicações com o Brasil, seu próximo destino, não haviam sido efetivas, o que causava preocupação aos integrantes da comitiva que o acompanhava. Nessa ocasião, Ikeda sensei retirou do bolso do paletó uma foto do seu venerado mestre, Josei Toda. Olhando-a fixamente, lembrou-se de um episódio vivido com ele no ano 1957, cinco meses antes do falecimento dele. A saúde de Toda sensei inspirava cuidados. Uma passagem do romance Nova Revolução Humana retrata aquele momento: Shin’ichi dirigiu-se até a sala onde Toda repousava deitado num sofá, na Sede Central da Soka Gakkai. Ajoelhou-se diante do mestre, abaixou a cabeça e suplicou: — Sensei, por favor, cancele sua viagem a Hiroshima. Eu lhe imploro! O senhor precisa descansar! No entanto, Toda respondeu resolutamente: — Como eu poderia fazer isso? Tenho de ir. Como um emissário do Buda não posso desistir de algo que já decidi fazer. Eu irei ainda que venha a morrer! Não percebe que esse é o real significado da fé, Shin’ichi? Por que me pede isso? A voz intrépida de seu mestre ainda ressoava claramente em seus ouvidos. Aquele brado sintetizava a verdadeira postura de um líder do kosen-rufu, a conduta que Toda lhe ensinou com a própria vida.1 Josei Toda havia ensinado a Daisaku Ikeda a levantar-se com bravura para desbravar o kosen-rufu com a própria vida. Dessa forma, quando Ikeda sensei foi abordado por um membro da comitiva que transmitiu a preocupação e o desejo de todos de protegê-lo e poupá-lo da viagem ao Brasil, ele disse enfaticamente: — Sou-lhe muito grato pela preocupação, Sr. Jujo — disse Shin’ichi com os olhos ardentes de determinação. — Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!2 Desbravadores Às vésperas da vinda ao Brasil, a comitiva que acompanhava o presidente Ikeda ainda não possuía nenhuma informação do que encontraria. Várias cartas foram enviadas ao país, mas se soube posteriormente que apenas uma havia chegado às mãos de um dos membros brasileiros. Foi justamente essa carta que informou aos companheiros do Brasil sobre a chegada do Mestre. No avião, a caminho das terras brasileiras, o presidente Ikeda continuava a empenhar suas energias para se manter firme. E foi ali, naquelas condições, que revelou a um membro da comitiva seu desejo de fundar um distrito no Brasil: — Sim, o primeiro distrito a ser estabelecido fora do Japão. Sei que o número de famílias ainda é pequeno. Entretanto, a história, a cultura e o modo de ser dos sul-americanos são muito diferentes dos norte-americanos. É preciso considerar a América do Sul de forma distinta e separada. O Brasil será o alicerce de nossas atividades nesta região. A fundação do distrito elevará também a consciên-cia dos companheiros do Brasil e, acima de tudo, fortalecerá a união entre eles.3 Enfim, o grande dia O presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta da 1 hora da madrugada do dia 19 de outubro de 1960. Esse dia foi denominado, mais tarde, como Dia da BSGI, e é considerado como a data de fundação da organização. Entoando a canção Ifu Dodo no Uta, os membros presentes seguravam uma faixa de boas-vindas. Muitos haviam aprendido a canção somente alguns dias antes, mas ela encheu o coração dos membros da comitiva de novo ânimo após a cansativa viagem. A maioria dos componentes do grupo de recepção era formada por homens, grande parte de imigrantes japoneses que trabalhavam na lavoura. Com o rosto queimado pelo sol e com os olhos cheios de lágrimas, cantavam com ardor a canção que haviam acabado de aprender. Ikeda sensei relembra: O dia 19 de outubro de 1960 é uma data particularmente histórica e memorável que jamais poderia esquecer. Foi o dia em que assinalei o primeiro passo no solo brasileiro com a determinação de cumprir unicamente os ideais do meu venerável mestre, Josei Toda. Apesar da curta estada de apenas dois dias, orei e agi resolutamente com o firme propósito de fincar minha alma, meu espírito no solo brasileiro.4 No segundo dia de permanência do presidente Ikeda e comitiva, foi realizada no salão Chá Flora, no bairro da Liberdade, uma reunião de palestra em conjunto com a 1a Convenção da América do Sul. A atividade teve início às 13 horas, um encontro de mestre e discípulos repleto de intensa emoção e decisão. No diálogo com os participantes, uma senhora relatou as preocupações em relação às suas desafiadoras circunstâncias. Em resposta, Ikeda sensei a incentivou: Todas as pessoas são desbravadoras que atravessam as fronteiras desconhecidas da vida. Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil!5 Após responder às perguntas, Ikeda sensei declarou: “Tenho o prazer de anunciar neste momento a fundação do Distrito Brasil”. Uma forte salva de palmas demonstrou a felicidade dos participantes. Naquele momento, o presidente Ikeda manifestou seu sentimento, palavras que servem até hoje como direcionamento para a atuação de todos os membros da BSGI: — O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!6 Passados 63 anos, a BSGI se desenvolveu amplamente graças à luta incansável dos pioneiros e seguindo o caminho pavimentado pelo próprio presidente Ikeda, sobretudo por meio de suas quatro visitas ao Brasil: em 1960, 1966, 1984 e 1993. Ultrapassando sucessivas ondas de dificuldades, década após década, seus integrantes conquistaram a confiança e a admiração da sociedade por meio da comprovação, na própria vida, dos princípios humanísticos do Budismo Nichiren e dos direcionamentos de Ikeda sensei. Entre essas adversidades, as consequências da pandemia da Covid-19 constituem um enorme desafio que está sendo ultrapassado com a força da recitação do daimoku, da determinação, da união e do espírito de procura dos discípulos Ikeda brasileiros (veja abaixo com trecho do diálogo dos líderes da Soka Gakkai sobre os esforços dos membros da BSGI publicado no jornal Seikyo Shimbun). Um dos marcos recentes das ações da organização foi a realização das atividades comemorativas dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocorrida em 1993. Com a presença de uma comitiva da SGI, liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, os integrantes da BSGI estabeleceram uma nova fase de avanço, impulsionada por vigorosos esforços e por dinâmicas atividades, como as reuniões nacionais de líderes, a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, a inauguração de novos centros culturais e sedes regionais, o movimento de cem jovens por distrito e principalmente o desenvolvimento das organizações de base, esteio de todo o movimento pelo kosen-rufu. Atividades realizadas pela BSGI: Convenção Comemorativa dos Trinta Anos da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil. Atividades realizadas pela BSGI: Academia Índigo Juventude Soka do Brasil Visando o ano 2030, em que se comemorarão o centenário de fundação da Soka Gakkai e os seten-ta anos da BSGI, em perfeita união, os membros de todo o país buscam corresponder sinceramente à expectativa e à confiança do presidente Ikeda, a cada dia tornando a organização o verdadeiro “Modelo do Kosen-rufu Mundial”, como denominado pelo Mestre. Uma nova correnteza do kosen-rufu mundial a partir do “Brasil Monarca” A seguir, acompanhe trechos de diálogo com o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e com a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, sobre as vitórias alcançadas recentemente pelos membros da BSGI. O diálogo faz parte de uma série de entrevistas com líderes da Soka Gakkai publicada no jornal Seikyo Shimbun, no dia 13 de julho deste ano. Kasanuki: No Brasil, que visitei recentemente, o Instituto Soka Amazônia se tornou a primeira organização privada na região amazônica a fechar um acordo de parceria com a Carta da Terra Internacional. O movimento Soka pela paz, cultura e educação está se espalhando por todo o mundo. Harada: Coincidentemente, em 2025, a conferência da ONU sobre contramedidas às mudanças climáticas, COP30, será realizada pela primeira vez na região amazônica do Brasil. O papel do Instituto Soka Amazônia está se tornando ainda mais importante. Kasanuki: O Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise da pandemia do coronavírus. Apesar disso, nossos companheiros da BSGI têm sido pacientes, incentivando uns aos outros. Uma força motriz por trás disso foi a versão eletrônica do jornal Brasil Seikyo. Quando a entrega de porta a porta da versão física foi forçada a ser interrompida, a versão eletrônica foi disponibilizada gratuitamente. Usando as matérias que chegam aos celulares como alimento para a prática da fé, os membros ultrapassaram as dificuldades a cada dia com base no daimoku. Harada: Fiquei impressionado com as palavras de um líder: “A organização foi protegida ao decidirmos introduzir a versão eletrônica antecipadamente”. O Japão agora está se esforçando para promover a versão eletrônica, e eu consegui compreender melhor a importância disso quando estive em terras brasileiras. Kasanuki: A Convenção Comemorativa do 30o Aniversário da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil foi transmitida para cerca de 9,8 mil locais em todo o Brasil, com mais de 20 mil pessoas participando. O aspecto delas cantando a canção Saudação a Sensei, música favorita da BSGI, enquanto agitavam lenços vermelhos, amarelos e azuis foi profundamente emocionante. Harada: O Brasil foi o país em que Ikeda sensei fundou o primeiro distrito no exterior. Uma convenção espetacular na qual tive a certeza de que uma nova correnteza do kosen-rufu mundial emergirá do Brasil, “Monarca do Mundo”, que se fortaleceu ainda mais após superar o desafio de mais de três anos de pandemia com base na unicidade de mestre e discípulo, na “união de diferentes em corpo, unos em mente” e na prática da fé de transformação de veneno em remédio. No topo: Presidente Ikeda incentiva participantes da reunião de fundação do Distrito Brasil (20 out. 1960) Fotos: Seikyo Press /BS Fontes: IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 219-243, 2019. Brasil Seikyo, ed. 2.534, 3 out. 2020, p. 6-9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 214, 2019. 2. Ibidem, p. 216. 3. Ibidem, p. 221. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.435, 25 out. 1997, p. 1. 5. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 242, 2019. 6. Ibidem, p. 243.

11/10/2023

Encontro com o Mestre

Vida — sua beleza supera até os céus

Contemple o vasto céu noturno,converse com o luar,e purifique sua mentenas estrelas cintilantes.Quanto esse tipo derelacionamento com o universoenriquece os corações!Apesar de se encontrar no mundo real da vida diária,quando se recita um sonoro gongyo e daimoku,esse corpo abre uma grandiosa condição de vida,que parece abraçar com calma o universo. Quando a humanidade refletir sobrea história do planeta Terra e, ainda,viver observando a vastidão dos céus,certamente perceberá aestupidez das disputas de mente estreita ea importância da paz.Ao avançar observando a majestosa eternidade,compreenderá quanto são vaziosos conflitos provocados por minúsculo egoísmo. Muitas vezes o ser humano fica tão apegado aospróprios pensamentos e sentimentos queacaba ficando preso ao mundo do seu “pequeno eu”.Quando se une aos companheirosem prol da sublime missão pelo kosen-rufu,despertando-se para ela,rompe-se a concha do “pequeno eu”, e abre-se um “grande eu”.Nesse momento, sua individualidade tambémpode brilhar de forma majestosa. O kosen-rufu é o desejo do Buda eo grande caminho da esperança da humanidadeFelicidade das pessoas e a paz do mundo —não há existência tão valorosa e sem arrependimentoscomo aquela do juramento seigan de viver por esse nobre ideal. Existe algo na face da Terra cuja belezasupera as estrelas, e nunca é menor que elas.É o brilho da vida humana queluta persistentemente, sem temor,pelo bem da justiça.A solidariedade dos seres humanos, que vivem esobrevivem por uma crença correta, éo maior tesouro do universo que lança seu brilho,tal como uma estrela de primeira grandeza. No topo: Muito além do verde das plantas e das árvores, a lua brilha intensamente. Foto tirada por Ikeda sensei no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, localizado em Hachioji, em novembro de 2005. É uma cena da noite de lua cheia do final de outono. O verão de intenso calor fica para trás, dando lugar ao outono. Assim avançam as estações do ano. O movimento do universo não cessa nem por um único momento sequer. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “O poder da Lei budista possibilita ao Sol e à Lua manter seu movimento ao redor do mundo”.1 Isso significa que o ritmo fundamental que movimenta o grande universo é a Lei Mística. Se estiver em conformidade com essa Lei Mística, poderá evidenciar a infindável energia vital. Fazendo emergir a sabedoria e a coragem por meio do daimoku da prática individual e altruística, vamos avançar rumo ao dia 18 de novembro do juramento seigan. Nota: 1. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 717, 2020. Publicado no Seikyo Shimbun de 10 de setembro de 2023.

11/10/2023

Incentivo do líder

Em meio aos desafios, vencemos!

Estimados membros da BSGI, cumprimento a todos pela significativa passagem dos 63 anos de fundação da nossa organização, ocorrida em 19 de outubro de 1960. Naquele ano, Ikeda sensei, em sua primeira viagem ao exterior, após uma longa jornada iniciada no dia 2 de outubro, percorreu a América do Norte, onde as condições de sua saúde se agravaram em razão do desgaste da viagem. Os integrantes de sua comitiva lhe recomendaram cancelar a viagem ao Brasil, mas a decisão de prosseguir foi mais forte e ele respondeu com veemência: Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!1 Assim, Ikeda sensei dedicou a vida para estabelecer o Budismo de Nichiren Daishonin no Brasil. Ao longo de 63 anos, ele nos desenvolveu e nos ensinou a religião da revolução humana. Ele fez da organização no país a pioneira do kosen-rufu fora do Japão, a qual se tornou, hoje, uma organização modelo do mundo, destacada por Ikeda sensei como “Brasil, Monarca do Mundo!”. Portanto, estamos vivendo um momento glorioso da luta conjunta de mestre e discípulo, realizada há seis décadas por nossos pioneiros, pais e avós. O aspecto atual de desenvolvimento do nosso movimento é resultado da solidariedade e do empenho de todos na prática da fé nos blocos e nas comunidades, seguindo as orientações e o estudo dos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. Em recente mensagem por ocasião dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil, Ikeda sensei dedicou as seguintes palavras: Em meio aos incessantes desafios que o mundo enfrenta, os companheiros do Brasil, com a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e com o desafio de transformar veneno em remédio, vieram transmitindo encorajamentos de grande esperança.2 Depois de suplantarmos a pandemia da Covid-19, como membros da BSGI, estamos exercendo a prática da fé e desafiando as circunstâncias, buscando estabelecer nossa felicidade e a daqueles ao nosso redor. São estas as mais importantes ações do cotidiano em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Na mesma mensagem, o presidente Ikeda orienta: (...) Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós. Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás!3 Celebrando esse marco importante dos 63 anos de fundação da BSGI, vamos orar daimoku em gratidão, seguindo sempre as orientações de Ikeda sensei. Assinalemos uma nova e revigorante partida rumo ao ano 2030, centenário da Soka Gakkai. Sinceros votos de muita saúde, prosperidade e felicidade a todos e aos seus familiares. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Raios Benevolentes. Nova Revolução Humana. v. I. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 3. Ibidem.

11/10/2023

Notícias

Divisão Sênior e Grupo Alvorada rumo à vitória em 2024

Membros da Divisão Sênior (DS) e do Grupo Alvorada se reuniram no Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, e pela transmissão virtual para todo o Brasil, na tarde de 7 de outubro. O encontro, apresentou os novos líderes do Alvorada da BSGI e o objetivo da atuação conjunta para o próximo ano, na atividade comemorativa dos quarenta anos do grupo, em agosto de 2024. Edson Tokunaga, vice-coordenador da DS da BSGI, apresentou a Seniors League, uma competição humanística baseada no conceito formulado por Tsunesaburo Makiguchi, em que uma pessoa vence pela vitória do outro, e não por sua derrota. Ou seja, todos vencem. Antonio Júnior, coordenador do Grupo Alvorada da BSGI, pontuou que a “bandeira” do Alvorada refere-se ao Kofu (participação no Departamento de Contribuintes) e à luta conjunta da DS e da DMJ. “O membro do Alvorada deve possuir gentileza e consideração, possuir um coração capaz de abarcar todas as pessoas, com suas diferenças e realidades. Nós devemos ser o eixo das questões da organização, alguém que traz a solução e incentiva a todos”. Ricardo Miyamoto, coordenador da DS da BSGI, declarou que a atividade representa a nova partida para a luta conjunta da DS, do Alvorada e da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), e compartilhou incentivos de Ikeda sensei. Dentre estes, uma passagem da Nova Revolução Humana1 diz: Uma existência passa rapidamente e o tempo que podemos viver com saúde é ainda mais limitado. Além disso, o tempo de atuação como membro da Divisão Sênior é muito curto. Se não se levantarem agora, quando então se levantarão? Se não atuarem agora, quando lutarão? Será daqui a dez anos? Ninguém pode garantir em que situação estarão nessa época. Por isso, agora é o momento de ouro da nossa vida. É o precioso tempo da nossa limitada existência. Digo isso porque não quero que tenham remorsos no fim da vida. E Miyamoto finalizou: “Vamos iniciar o movimento de avanço e de vitória, em que o objetivo é o aumento de mais um, que significa ‘Quem faz mais pelo outro’. Não é uma atuação solitária, e sim conjunta. Vamos superar nossas dificuldades e viver em prol do juramento seigan”. O Coral Uirapuru da Divisão Sênior e a Banda Masculina Taiyo Ongakutai abrilhantaram o encontro com suas apresentações. Veja o vídeo sobre a Seniors League O vídeo da atividade da DS ficará disponível na Extranet até o dia 30 de outubro. No topo: Foto comemorativa com os participantes da reunião que marca nova fase da DS e do Grupo Alvorada (São Paulo, SP, 7 out. 2023) Foto: BS Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Coroa de Louros. Nova Revolução Humana. v. 10. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020.

11/10/2023

Notícias

Triunfar, sem falta!

Evolução que veio para ficar. É esse o sentimento predominante na organização local da BSGI do litoral norte de São Paulo, que reúne os municípios de Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela. Os integrantes da localidade iniciaram o ano com muitos desafios, dentre eles estão as fortes chuvas que assolaram a região. Eles venceram. (Leia no Brasil Seikyo, ed. 2.630, 11 mar. 2023.) O avanço é constante. No dia 1o de outubro, os membros da RM Litoral Norte reuniram-se na sede de Caraguatatuba, inaugurada há um ano. Muitas vitórias contabilizadas. Os jovens selaram a abertura do Espaço de Convivência da Juventude, nome sugerido pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori, durante a inauguração em 2022. Na programação, foram ouvidos quatro representantes locais que participaram da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil no decorrer do ano. Nas manifestações dos jovens Nicolas Freitas Faria, Maisa Duarte Lucas, Jaqueline Cruz dos Santos e Natacha Dias de Souza, eles expressaram um sentimento unânime: “Quem vence na prática da fé vence em tudo”. E para representar essa vigorosa onda de energia, foi idealizada e apresentada no dia uma nova bandeira, que carrega o desejo de expansão dos três distritos que compõem a RM. Avançam no planejamento e na ação para concretizar cem jovens por distrito. Além das atividades temáticas no espaço jovem da nova sede, outras atividades estão previstas. “Nosso objetivo é sermos a primeira RM da Sub. Vale do Paraíba a concretizar o objetivo até o fim do ano”, enfatiza o líder da RM, Moisés Lucas. Corte da fita inaugural do novo espaço dos jovens da sede, contando com participantes da Academia Índigo “Ela simboliza nossa grande conquista da sede, farol que ilumina o caminho para o futuro do litoral norte”, fortalecem as lideranças. Na foto, imbuídos de alegria da união e das vitórias alcançadas, integrantes posam com a nova bandeira da RM segurada com orgulho No topo: da esq. para a dir., Hideo Morishita, membro do conselho consultivo da BSGI; o casal Gilberto e Neusa Nardo, responsáveis pelo Bloco Camburi, de São Sebastião, felizes com a nova integrante da família Soka local, Débora Roncarati.Fotos: Colaboração local

11/10/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Vamos escalar a montanha do kosen-rufu, passo a passo, com firmeza! Essa caminhada constante torna-se o glorioso alicerce da vida. Conduza hoje, também, um dia sem arrependimentos! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 17 de setembro de 2023.

21/09/2023

Incentivo do líder

Um gesto que aquece o coração

Ikeda sensei cita no romance Nova Revolução Humana, volume 27: Encontrar-se com as pessoas, estabelecer laços de vida a vida e ampliar o círculo de pessoas com correto entendimento dos ideais da Gakkai — a soma desses esforços é que cria o sólido alicerce do kosen-rufu local. Não há ampla propagação sem o estabelecimento de elos de amizade.1 Acredito que essa frase descreva o fim de semana de agosto em que saímos de Porto Alegre, RS, para nos reunir com os companheiros de Santa Maria, RS. Em agosto de 2023, mês que marca o encontro ideal, três líderes da Sub. Rio Grande do Sul e eu nos dirigimos para unir forças com os amigos da Área Centro Fronteira. Às 7h30 da manhã de sábado, pegamos um ônibus rumo a Santa Maria e percorremos cerca de 290 quilômetros (aproximadamente, quatro horas e trinta minutos de estrada) para apoiar e aprender. Embora a temperatura marcasse 6 graus, meu coração estava aquecido para as atividades planejadas com carinho e dedicação pelos líderes locais; e eles até elaboraram uma programação específica para cada um de nós. No meu caso, fui direcionada a fazer visitas nos alojamentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição na qual o responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de área estuda e mora. Chegando à universidade, ele comentou que haviam sido confirmadas quatro visitas para os jovens. Era um cronograma auspicioso e dinâmico: tínhamos visitas às 14h, 15h, 16h e 17h, e, logo após, às 18h, seria a reunião de palestra. Quando ele me disse que alguém comentou sobre a quantidade de visitas, dei um sorriso, pois também me surpreendi com esse fato. E ele compartilhou a resposta que deu para essa pessoa: “Não sabemos quando a Carla virá aqui novamente, então vamos aproveitar ao máximo!”. A frase dele me fez perceber a profunda conexão com Ikeda sensei. O objetivo do meu companheiro era se encontrar com o máximo de amigos e promover um diálogo. Naturalmente, lembrei-me de inúmeras passagens da Nova Revolução Humana, nas quais Ikeda sensei fala sobre encontrar o maior número de pessoas. Que grande responsabilidade tínhamos de ocupar o tempo de cada jovem de uma forma que ele pudesse se sentir mais feliz e conectado com o próprio potencial! A líder da Divisão Feminina (DF) de bloco apoiou nosso deslocamento e nos conduziu de carro a cada visita, pois nosso tempo era curto. Ela participou de algumas visitas e buscou lanches, oferecendo-nos proteção e cuidado. A verdadeira união das cinco divisões promove ondas de avanço para o kosen-rufu! Dialogamos com três simpatizantes da Juventude Soka e com um jovem líder de bloco. Foram encontros que abriram as portas dos corações. Embora todos fossem jovens e estudantes, os contextos, as alegrias e os sofrimentos eram tão diversos como a essência da própria juventude. Alguns desafios se referiam a depressão, gravidez, gestão do tempo e sentimentos de solidão. De coração aberto e sincero, conseguimos ouvi-los e falar sobre esperança, família, Gakkai, daimoku e ilimitado potencial que temos. Nesse movimento, dois visitados foram conosco à reunião de palestra. Minha grande alegria foi ver a alegria deles e a participação no diálogo; e um deles me disse que aquele dia foi muito importante e inesquecível na vida dele. Recordei-me de outro trecho da Nova Revolução Humana, volume 21: Quando o presidente Yamamoto pensou sobre seu objetivo de construir, por meio do diálogo, uma aliança de humanismo e paz ligando o mundo todo, desejou ter mais tempo para isso. A vida é curta. Perder tempo é o mesmo que perder a vida. Ele estava determinado a não desperdiçar nem um único momento.2 Eu me senti feliz e incentivada. A partir desse fim de semana, conectei-me muito mais com o coração do Mestre. Convido a todos a realizar vários diálogos de coração a coração, porque assim expandimos também nossa própria condição de vida. Para isso, vamos cuidar ainda mais da saúde física e mental. Sejamos o Shin’ichi da localidade, colocando nossa vida a serviço de outras vidas! Forte abraço! Carla Charlene Rocha de Almeida Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da CRE Sul Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 27, 2020. 2. Ibidem, v. 21, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES

21/09/2023

Relato

Quando brilha a joia do coração

Meu nome é Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, moro em Joinville, SC, sul do país. Sou formada em design de produto, optando por segmentar em joias finas, profissão construída a partir do momento em que aprendi a polir o brilho do meu coração e desejar viver. Falo do início da minha jornada na família Soka que no próximo ano completará quarenta anos. Isso foi no dia 6 de maio de 1984, data que considero meu renascimento. Como um encontro pode ser decisivo! Eu tinha 25 anos quando fui me encontrar com uma amiga pela última vez. Estava decidida a não viver mais, pois julgava ser a forma mais fácil de parar de sofrer. Seguiria o destino da família: meu pai não suportou a morte da mãe dele e cometeu suicídio. Eu, agora, estava sem meu pai, e minha mãe vivia imersa em tamanha dor que não respondia pelos seus atos. A mim caberia cuidar dela e ainda apoiar sete irmãos. Era demais para mim. Um olhar benevolente É incrível que, ao praticarmos o budismo, nos tornamos sensíveis à dor do outro. Ao me ver triste, sem pensar duas vezes nem entender a fundo o que me afligia internamente, minha amiga pediu para que eu recitasse Nam-myoho-renge-kyo junto com ela. Sem mesmo entender o significado, eu a segui na oração. Foi como um raio de luz entrando em uma caverna escura. Ficamos ali, meia hora ou mais, e os pensamentos sombrios deram lugar a uma voz interna, agora fortalecida: “Eu tenho tantos sonhos, não quero morrer”. Converti-me ao budismo meses depois, tornando-me o esteio de minha nova história. O sonho da faculdade, que nutri desde menina, consegui concretizar. Eu me casei e a alegria da família se completou com a chegada de meus dois filhos, José Jr. e Jessika, que cresceram nos jardins Soka. Meu marido, José Kostetzer, é médico anestesiologista, simpatizante e nos apoia em tudo. Abri minha empresa de semijoias finas em 2014, e a mantenho até hoje. Como é bom viver! Momentos em família: da esq. para a dir., o marido, José, a filha Jessika e o primogênito José Jr. Busca constante Em 1993, quando Ikeda sensei visitou o Brasil, eu era responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade. Nós nos unimos em forte oração para o pleno sucesso das atividades durante a permanência dele no país. Objetivei ir ao encontro do Mestre no Japão, meta que alcancei em outubro daquele mesmo ano, junto com dez companheiros de Santa Catarina. Foi inesquecível! “Estou orando para seu esforço cada vez maior.” Essas foram as palavras de Ikeda sensei, que soaram como força para que eu ultrapassasse nova investida do carma financeiro um ano depois. Vencemos uma questão jurídica desafiadora na empresa do meu marido em 1994, convictos na força da justiça. Dessa maneira, selei minha convicção de ter encontrado a joia mais rara, fruto de um coração que determina, ora e vence, sem sucumbir ao desespero. Isso foi graças ao estudo do budismo, dentro do esforço de materializar as frases douradas ditas pelo Buda: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 e “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido”.2 Em viagem ao Japão. Avancei em minha contribuição como líder Soka e hoje atuo como vice-responsável pela CRE Sul, com o sentimento gravado a partir do encontro com o Mestre: avançar e vencer, sendo feliz e levando felicidade às pessoas. Apresentei o budismo para muitas pessoas, e na organização local estamos em pleno movimento de expansão da base. Honra e gratidão Um orgulho imenso é ter meus filhos na mesma órbita desse nobre propósito. José Jr., 34 anos, é cardiologista e atua com a família na organização na capital, Florianópolis. A Jessika, 31, é parceira de todas as horas, tem sua profissão (engenheira civil) e me apoia na empresa. Na BSGI, recentemente, foi confiada para coordenar o núcleo de estudantes da CRE Sul. Que imensa alegria e gratidão! Este mês também considero bastante significativo, porque nos remete à reflexão de sermos braço e abraço das pessoas que sofrem em momentos de desespero, assim como vivenciei um dia, antes de conhecer a família Soka. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é realmente a maior das alegrias, essa é minha maior convicção. Agradeço a todos que fazem parte da lapidação dessa minha trajetória. Em especial, a Ikeda sensei, pois quem tem um mestre da vida jamais se sente sem saída. Muito obrigada! Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, empresária do segmento de semijoias finas. Na BSGI, é vice-coordenadora da CRE Sul. Pela filha, Jessika Já nasci com minha mãe praticante do Budismo Nichiren. Por observá-la e receber desde sempre muito incentivo e apoio, eu me espelhei nela e pus em prática o Nam-myoho-renge-kyo. Foi assim que venci a enorme dificuldade que tinha de me socializar com crianças e demais pessoas, passando a enxergar meu valor com a prática da fé. Bem, minha mãe é uma grandiosa mulher, a quem admiro demais por ter passado tudo o que passou e por ter seus desafios constantes que jamais a abalaram, ao contrário, só a fortaleceram. Ela sempre me transmitiu seu amor e carinho com rigorosidade e disciplina ao mesmo tempo. Isso me “forjou”, principalmente tendo como referência Ikeda sensei em nossa vida. Recentemente, fui nomeada para coordenar a Divisão dos Estudantes (DE) da CRE Sul. Agora poderei retribuir todo o aprendizado que tive nos jardins Soka desde a infância e que me trouxeram até aqui, realizada e plena para vencer ainda mais diariamente sejam quais forem as questões. Agradeço à minha mãe por ser inspiração e me lançar a caminhos tão nobres, ao lado do Mestre, dos quais muito me orgulho. Marilene e a filha Jessika. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Ibidem, p. 464. Fotos: Arquivo pessoal

06/09/2023

Caderno Nova Revolução Humana

“Tornem pessoas de bom senso”

PARTE 41 No dia seguinte, 7 de junho, como parte do curso de verão, foi realizada a convenção comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da Europa. Nessa ocasião também, Shin’ichi Yamamoto estudou os princípios do budismo junto com os participantes, apresentando trechos dos escritos de Nichiren Daishonin. Em um dos pontos, citando que todos os seres vivos possuem inerentemente a condição de buda, enfatizou que o budismo prega o respeito à vida e sempre foi pacifista. E declarou que a história da Soka Gakkai comprova esse fato. Na época da Segunda Guerra Mundial, no Japão, a Soka Gakkai lutou contra a opressão do governo militarista, que se envolveu na guerra tendo como pilar espiritual o xintoísmo do Estado. Na sequência, referiu-se à postura na sociedade de um budista que faz da paz a sua crença: — Incorporando profundamente a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin — “Todos os fenômenos são manifestações da Lei budista”1 — no coração dos senhores, peço que se tornem pessoas de bom senso, que são um exemplo para os demais como bons cidadãos e bons trabalhadores na sociedade em seu respectivo país. Nós repudiamos absolutamente a violência. Com base nessa convicção, desejo que estendam as raízes da confiança na sociedade, respeitando ao máximo os costumes e as tradições de seu país e localidade. E assim, gostaria que objetivassem a paz, unindo seu coração com o coração dos amigos do mundo. Shin’ichi falou ainda sobre o poder do Gohonzon que incorpora a Lei Mística, a lei fundamental do universo. — Não há nada mais complexo que o coração humano que muda sutilmente de momento a momento. A plenitude e a felicidade da vida se definem a partir do quanto se conseguiu fortalecer esse coração, tornando-o inabalável. Na vida, podemos nos defrontar com as tempestades do destino e do carma pelas quais sentimos: “Por que tenho de passar por uma situação tão terrível?”. O objetivo da prática do budismo é fortalecer o coração para que não seja derrotado por nada, superando todas essas adversidades. O Gohonzon é o objeto que incorpora a lei fundamental do universo chamada de Lei Mística. Por meio do nosso “poder da fé” e do “poder da prática”, podemos inspirar a nossa vida com o “poder do Buda” e o “poder da Lei” contidos no Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo. Dessa forma, conseguimos manifestar uma extraordinária energia vital e abrir, infalivelmente, o espesso portal de ferro das dificuldades e dos sofrimentos. O filósofo francês Michel de Montaigne afirma: “A bravura não significa que os braços e as pernas são fortes, mas depende da firmeza do coração e da alma”.2 PARTE 42 Aqui, Shin’ichi passou a discorrer sobre a expressão “despertar espiritual” citada no budismo: — O “despertar espiritual” possui o significado de “despertar de uma aspiração à iluminação”. De forma simples, significa manifestar o espírito de buscar a iluminação, isto é, a decisão de se tornar Buda ou de alcançar o estado de buda. Para que se tenha uma existência plena, não há como deixar de enfrentar questões básicas como “Quem sou eu?”; “Qual é a minha missão nesse mundo?”; “O que é a minha vida?”; “Que tipo de valor devo criar para a sociedade e como contribuir para ela?”. Buscar e desafiar sempre a solução dessas questões, dedicando-se ao exercício budista que é, em si, o exercício do ser humano, correspondem ao “despertar espiritual”, ou seja, a expressão do espírito de se desenvolver. Shin’ichi vinha se preocupando em como transmitir os princípios e termos budistas aos companheiros da Europa de uma forma compreensível. Por mais que um princípio filosófico seja profundo, se as pessoas não o compreenderem, no final, não lhes acrescentará nenhum valor. É no desenvolvimento do budismo para a atualidade que se encontra o caminho para tornar a suprema sabedoria do homem o mais valioso tesouro espiritual comum a todo o mundo. Em 8 de junho, abrilhantando o encerramento do curso de verão, foi realizado um festival cultural da amizade. Os membros da Inglaterra cantaram com ardente paixão: Unidos por forte laço De coração a coração, Vamos desbravar o caminho da liberdade Por mais que esse caminho seja longo, Hasteando a luz da esperança Os membros da Dinamarca, da Noruega e da Suécia dançaram fazendo esvoaçar lenços floridos; os da Espanha bailaram com jovialidade e atiraram os chapéus pretos à plateia; os da Bélgica apresentaram uma coreografia própria com a música Doshi no Uta [Canção dos Companheiros] ao fundo; e seguiram-se as apresentações da Alemanha Ocidental, da Suíça, da Grécia e de outros países. O coração de todos se fundiu num só: “Não serei derrotado! Vencerei infalivelmente!”. O som das músicas ecoava na montanha da vitória, Sainte-Victoire. A Europa se tornava uma só. Era uma aliança de espírito a espírito dos seres humanos, que visam à paz do mundo. PARTE 43 No dia 9, após o meio-dia, Shin’ichi Yamamoto e comitiva visitaram Marselha. Sobre uma suave colina, via-se um campanário de formato quadrangular. Era a Basílica de Notre-Dame de la Garde. Do alto da colina, avistava-se uma pequena ilha cercada por sólidos muros de pedra no meio do Mar Mediterrâneo de águas da cor de cobalto. Era o Château d’If (Castelo de If), palco do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Originalmente, o Château d’If havia sido construído como um forte, mas pela dificuldade de alguém sair de lá, acabou sendo utilizado como uma prisão, onde foram encarcerados criminosos políticos e outros. O personagem Edmond Dantès (posterior conde de Monte Cristo) é descrito como alguém que ficou preso por catorze anos nesse local. Meu mestre, Josei Toda, que foi aprisionado durante dois anos na época da Segunda Guerra Mundial, prometeu firmemente em seu íntimo: “Vou vingar a morte de Makiguchi sensei, que faleceu na prisão suportando todos os tipos de sofrimento, tal como o conde de Monte Cristo! Vou abrir o caminho do kosen-rufu e comprovar resolutamente a retidão do meu mestre!”. E assim, iniciou a jornada da reconstrução da Soka Gakkai após o término da guerra. Shin’ichi sentia que o espírito do conde de Monte Cristo pulsava também na Resistência Francesa (La Résistance) que conquistou a vitória, suportando a violenta opressão dos nazistas. O conde de Monte Cristo simboliza uma pessoa indomável, de coragem, de convicção e de persistência. O kosen-rufu só se torna possível com a presença desse tipo de pessoas. Portanto, deve-se continuar avançando com obsessão e forte perseverança até concretizar o objetivo, sem retroceder diante de quaisquer dificuldades. O que se levanta para obstruir esse caminho é a barreira no coração, por exemplo, “Já deve ser suficiente” ou “Mais que isso é impossível. Já chegamos ao limite”. Somente quando se rompe esse sentimento, extraindo todas as suas forças, e inicia-se a caminhada da obstinação, o sol da vitória resplandece. Observando o aspecto dos jovens da França e da Europa, e visualizando o século 21, Shin’ichi orava: “Surjam muitos e muitos como o ‘conde de Monte Cristo’ da Soka Gakkai! Com as mãos, façam badalar o sino do alvorecer da cooperação humana da nova era”. O mar reluzia prateado, banhado pelos raios do sol. PARTE 44 Kosen-rufu é uma constante nova partida. É uma jornada de desafio repleta de esperança. Pouco depois das 15h30 do dia 10, a comitiva de Shin’ichi Yamamoto partiu de Marselha, despedindo-se de cerca de cinquenta membros locais, em uma viagem ferroviária que levaria umas sete horas rumo a Paris. O palco de luta ininterrupta de Shin’ichi transferiu-se para Paris, a Cidade Luz. Durante a estada em Paris, no dia 11, participou de uma recepção comemorando a publicação do diálogo Escolha a Vida com o falecido historiador Arnold J. Toynbee, em língua francesa. No dia seguinte, 12 de junho, dialogou com René Huyghe, artista e escritor, membro da Academia Francesa. Conversaram e trocaram opiniões sobre o diálogo entre os dois A Noite Clama pela Alvorada, publicado no ano anterior em língua francesa, como também sobre Victor Hugo. E no dia 15, visitou o presidente do Senado francês, Alain Poher, com quem manteve o primeiro encontro na residência oficial dele. Antes do encontro, por cortesia do presidente, conheceu as dependências do Senado. Era o histórico Palácio de Luxemburgo, onde havia também a sala de Victor Hugo, que chegou a atuar como senador. Ali, o que chamava atenção era uma gravura de Victor Hugo na parede. Estava estampado o rosto dele com barba, demonstrando sua firmeza de caráter. Na majestosa sala principal, havia o lugar que foi ocupado por Victor Hugo. Uma placa comemorativa afixada ali e também uma placa dourada gravada com o rosto dele colocada em sua mesa louvavam a indestrutível contribuição prestada por ele. Shin’ichi foi conduzido até esse lugar. Parecia ressoar seu apaixonado discurso pela eliminação da pobreza, pela reforma da educação e contra a pena de morte. Abençoado por sua rara habilidade em literatura, Victor Hugo foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais elevada honraria da França, aos 23 anos. Ele ingressou no mundo da política em 1845, aos 43 anos. Não conseguia fechar os olhos à realidade, por exemplo, da extrema miséria das pessoas. Era uma pessoa da literatura e, ao mesmo tempo, de ação. Sem dúvida, um grande ser humano. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 843.2. MONTAIGNE. Renomadas Obras do Mundo. v. 19. Tradução: Shotaro Araki. Editora Chuo Koron Sha.

06/09/2023

Notícias

Nova fase de vitórias

“O inverno nunca falha em se tornar primavera.”1 A frase de Nichiren Daishonin retrata a decisão dos membros da RM Guarulhos e da RM Itapegica que, ao longo de 23 anos sem uma sede regional própria, desempenharam uma atuação digna que culminou na inauguração, no último dia 27 de agosto, do novo castelo da localidade. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), enviou significativa mensagem que será a diretriz da organização local. Em um trecho, ele frisa: Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. (...) Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra.2 Os líderes das duas RM, na ocasião, manifestaram seus agradecimentos e a decisão de que, a partir da inauguração, uma nova história na vida de cada membro despontará, como a propagação do budismo, o diálogo e a felicidade de todos: “Fiquem tranquilos que cumpriremos a missão de Guarulhos e de Itapegica!”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da inauguração e, em seus cumprimentos, enalteceu a atuação de todos, principalmente dos veteranos da organização, e salientou a importância da coragem e da decisão deles, que, no decorrer dos anos, jamais desistiram. “Todos tiveram várias intempéries ao longo dos 23 anos, e a manifestação dessa decisão está contida no dia de hoje. Ao praticarmos o Budismo de Nichiren Daishonin, nada se perde. Tudo tem um significado. Busquem entender e pôr em ação”. Shiratori também falou sobre a importância da oração resoluta com base na relação de mestre e discípulo. “Permanecer na órbita de Ikeda sensei é a chave para a vitória. Estabeleçam uma meta clara na vida pessoal e organizacional e façam da mensagem de Ikeda sensei o novo direcionamento para a sua existência. Esta sede representa o brilho dourado da vida de cada membro. A partir de agora, pulsa uma nova coragem e decisão”, concluiu Shiratori. Os grupos de apresentação da Juventude Soka e um coral das duas RM com mais de sessenta vozes finalizaram a cerimônia. Representantes renovam decisão “Tive a chance de me desenvolver na Divisão dos Jovens e de atuar em um grupo horizontal. Agora, é um orgulho ser membro da Divisão Sênior. Hoje foi um dia muito emocionante, por todas as oportunidades como jovem e de ver a cristalização desse ideal. O grande objetivo, a partir daqui, é contribuir para a criação de valores humanos e da Divisão dos Jovens.” Adriano Yosimoto, responsável pela comunidade “Estou muito emocionada com a inauguração desta sede. Pratico o budismo há mais de quarenta anos e participei de todos os momentos do desenvolvimento da organização. Hoje, mais uma vez, sinto enorme gratidão, pois não desistimos, e esse espaço, apoiando os jovens, será o local de desenvolvimento. Estou muito feliz, gratidão. Atuarei muito mais para que novas pessoas conheçam a nossa organização, e, como o Sr. Shiratori comentou, minha decisão é ser vitoriosa ainda mais nos próximos cinco anos.” Jaiza Nascimento de Figueiredo, consultora da DF de regional“Minha decisão é de aprimorar, cada vez mais, a minha atuação e que essa sede seja o castelo da localidade. Hoje é a vitória de todos e para mim é uma alegria estar aqui neste momento. Nos últimos meses, no distrito em que atuo, realizamos estudos, visitas e dialogamos sobre a importância de termos uma sede. A partir de agora, uma nova fase de vitórias.” Henrique Sergio Viana, responsável pela DMJ de distrito “Não tínhamos local para os ensaios da Asas da Paz Kotekitai e esta sede será perfeita para os encontros. Ela será acolhedora e meu coração está transbordante de alegria. Minha decisão é fazer meu juramento seigan todos os dias. Foi falado sobre os próximos cinco anos e minha determinação é estar formada em engenharia de produção e contribuir para a sociedade, além de intensificar minha atuação na localidade e no grupo horizontal.” Sofia Soares de Carvalho, responsável pela DFJ de comunidade Mensagem enviada pelo presidente Ikeda Sinceros parabéns pela tão aguardada nova sede regional de Guarulhos! Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. No dia de hoje, envio efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de trocar forte aperto de mão, de coração a coração, com cada um dos senhores. Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno desta nova sede, avancem de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Itapegica! Viva Guarulhos! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! 27 de agosto de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. Fotos: BS

06/09/2023

Especial

Ponte da sincera amizade

Em 8 de setembro também, desta vez em 1968, uma corajosa iniciativa do presidente Ikeda abria as fronteiras da conturbada relação diplomática entre Japão e China. Foi quando ele apresentou um discurso que mais tarde ficaria conhecido como Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China, numa convenção universitária da Soka Gakkai, no Japão, reunindo cerca de 20 mil participantes. São 55 anos a partir de então. Na obra Nova Revolução Humana, Ikeda sensei traz com detalhes o desenrolar dos fatos, como as críticas que lhe foram impostas. Ele parte para sua primeira viagem à China, retornando em dezembro, quando se dá o encontro com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai, que estava hospitalizado e que ansiava se encontrar com o presidente Ikeda. O presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim Zhou Enlai faleceu pouco mais de um ano do primeiro encontro com o Dr. Ikeda, em janeiro de 1976, não sem antes estreitarem os laços de amizade, fortalecidos depois com a esposa do primeiro-ministro chinês, Deng Yingchao. China e Japão assinaram em agosto de 1978 o tratado de paz e de amizade entre os países, dez anos após a proposta proclamada por Ikeda sensei aos jovens, somada às ações concretas de diálogo persistente realizadas nesse período pela edificação de um mundo de paz. Atualmente, várias universidades e instituições chinesas prestam homenagens ao nosso mestre, bem como há centros de pesquisa dedicados a estudar sua vida e obra. No topo: o presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim

06/09/2023

Notícias

O vigor da juventude dos “pilares de ouro”

“Juntos, com espírito jovem, vamos cumprir até o fim a grandiosa missão pelo kosen-rufu e da nossa existência, evidenciando um aspecto cada vez mais juvenil ao lado dos jovens!” Eis um trecho da mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Daisaku Ikeda, para as atividades comemorativas do Dia da Divisão Sênior (DS) da BSGI, a qual pode ser lida na íntegra na edição 2.640 (12 de agosto último) do Brasil Seikyo . Sob a égide da forte união e do espírito jovem, de norte a sul do país, os integrantes da DS levaram firme os direcionamentos de celebrar as atividades unindo forças com as demais divisões, diversificando também os formatos e as programações. As comemorações envolveram membros e convidados nas reuniões de palestra na base, encontros nos níveis acima e muita integração. O sucesso, o planejamento e os resultados inspiradores dessas atividades foram baseados no espírito de “levantar-se só” de seus participantes, a exemplo da iniciativa de um responsável pelo distrito do Nordeste (veja quadro). Nas imagens a seguir, destacamos algumas atividades, com um pouco da energia e da integração que caracterizaram as celebrações nas localidades. “E é com esse sentimento renovado, de não perder para as dificuldades e encontrar o caminho da vitória para a conquista de nossos objetivos, que possamos avançar neste segundo semestre”, fortalece Ricardo Miyamoto, em sua primeira comemoração do Dia da DS como responsável pela divisão na BSGI. Ele direciona: “Temos a solidificação da nossa organização de base, na qual nossos preciosos membros depositam suas expectativas nos seniores, bem como a última etapa do Kofu desse significativo ano. É momento de avançar ainda com mais união e vigor”. Jornada do companheirismo Vem do sudoeste baiano uma iniciativa que fez “encurtar” o mapa geográfico local no significativo mês de agosto. Trata-se do resultado da dedicação do responsável pelo Distrito Brasil 500, Werciley Santana, para encontrar pessoalmente os integrantes da Divisão Sênior de sua (imensa) organização. Atravessando cidades (veja no mapa), foram 1.700 quilômetros percorridos, unindo forças com os líderes de comunidade e de bloco, visitando membros, convidados e criando a oportunidade de entregar a mensagem alusiva ao Dia da Divisão Sênior, oferecida por Ikeda sensei. Werciley inspirou-se, em especial, no trecho que diz: “...haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias...”. Ele conta em vídeo um pouco mais dos bastidores dessa inspiradora ação. Assista ao vídeo da viagem que Werciley fez para incentivar os companheiros: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561750 Distrito Rio Madeira, AM Comunidade César de Souza, Mogi, SP Fotos: Colaboração local

06/09/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Quando se muda o estado de vida, a crise se transforma em oportunidade, e o destino em missão! Vamos avançar com forte oração de vencer tudo com fé. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 5 de setembro de 2023.

06/09/2023

Notícias

“Viva Bauru! Viva o Brasil!”

Setembro é o mês da primavera e, em especial, para os membros da RM Bauru. Os três primeiros dias deste período ficaram gravados na vida de cada integrante que participou da inauguração do centro cultural da organização local, um sonho acalentado por todos. O sorriso dos membros refletiu a cristalização da vitória tão almejada ao longo dos anos. Todos, sem exceção, manifestavam a alegria e a decisão de que uma nova história estava sendo registrada. Na sexta-feira, 1o de setembro, junto com Miguel Shiratori, presidente da BSGI, os líderes centrais da localidade realizaram diálogos com foco no futuro da organização. No sábado, visitas familiares e reuniões em pequeno grupo foram promovidas. No período da tarde, os jovens da RM fizeram o plantio comemorativo de uma azaleia na entrada da sede, o qual representa a força da Juventude Soka para a expansão da amizade, da confiança e do espírito de não deixar ninguém para trás. Plantio comemorativo representando a Juventude Soka Direcionamento claro No domingo, o sol dourado já brilhava no céu e aquecia o coração dos membros, os quais, vindos de diversas cidades da região, lotaram o Auditório Mestre e Discípulo da nova sede. Eles foram recepcionados pelo sorriso gentil das integrantes da Divisão Feminina da localidade que enaltecia o acontecimento. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, enviou mensagem para ocasião (leia abaixo). Nela, ele denomina o centro cultural de “novo castelo da Lei do centro-oeste paulista”. Em um trecho, Ikeda sensei menciona: Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre ‘castelo da vitória’ e o ‘castelo da glória’ dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Eduardo Komori, responsável pela RM Bauru, bradou aos presentes: “Enfim, chegou o grande dia. A inauguração do Centro Cultural de Bauru”, arrancando aplausos. Abordando os próximos passos da organização, pontuou os objetivos da localidade: “Hoje, nossa inauguração marca uma nova etapa. Nosso foco será o estudo do budismo, a perfeita relação de mestre e discípulo, pois, quando ensinamos o budismo para as pessoas, conseguimos compreender a nossa vida. A essência da prática do budismo existe no ato de fazermos o shakubuku. Sol dourado de Bauru O Centro Cultural de Bauru será palco da última Reunião Nacional de Líderes (RNL) de 2023, em novembro. Nesse sentido, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, além das felicitações pela inauguração, incentivou os participantes a vencer cada qual suas questões e a conquistar os benefícios da prática da fé. “Aqui é a cristalização da vida de todos os senhores. A partir da mensagem de Ikeda sensei, fazer com que a localidade de Bauru seja vitoriosa. Praticar o Budismo Nichiren é evidenciar a melhor capacidade e conquistar a suprema vitória. Vamos ler e reler a preciosa mensagem e edificar uma vida mais alegre e feliz. Vamos vencer nosso drama pessoal e em 18 de novembro, na RNL que será em Bauru, que o Brasil reconheça a grandiosidade do centro-oeste paulista. Pratiquemos com alegria e união harmoniosa rumo à vitória absoluta. O importante é nunca desistirmos tendo essa convicção, pois somos praticantes do Budismo Nichiren, membros da Soka Gakkai. Vamos vencer, vamos comprovar e conduzir as pessoas à felicidade”, reforça Shiratori. A conquista de um sonho é a partida para novos triunfos “Minha decisão para os próximos cinco anos será me desenvolver como ser humano com base na prática da fé e poder espelhar minhas vitórias da vida pessoal a todos ao meu redor, contagiando o maior número de pessoas para que entrem nessa onda do humanismo Soka!” Taisly Mazza da Silva, responsável pela DE de RM “A inauguração do nosso centro cultural proporcionará muita alegria e orgulho para todos os membros. Historicamente, o sonho de construir uma sede própria surgiu em 1988 com o nosso primeiro local em Bauru. Ultrapassamos várias questões. Mas, sempre com daimoku, incentivo e diálogo, vencemos passo a passo cada uma delas. No dia de hoje, inicia-se uma nova etapa com muito mais vigor.” Tokuzi Imasato, consultor de RM “A inauguração do nosso centro cultural representa, para mim, a paixão pela Gakkai e o esforço perante o desafio para essa conquista. Minha decisão é me desenvolver ainda mais como ser humano e atuar como digno ser humano e discípulo Ikeda.” Danton Melo de Assis, vice-responsável pela DMJ de bloco “O centro cultural, para mim, representa um lugar em que eu possa fortalecer a minha fé no budismo. Jamais vou desistir de praticar o budismo e sempre vou me esforçar para aprender cada vez mais.” Louise Trindade Consalter, membro da DE-Esperança Mensagem enviada pelo presidente Daisaku Ikeda Sinceros parabéns pela inauguração do tão aguardado Centro Cultural de Bauru, novo castelo da Lei do centro-oeste paulista! Tenho pleno conhecimento de que, desde a minha primeira visita ao Brasil na década de 1960, os senhores vieram promovendo, ao longo dos anos, o avanço consistente do kosen-rufu nesta vasta localidade, sem poupar esforços. Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre “castelo da vitória” e o “castelo da glória” dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo centro cultural, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Bauru! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! Em 3 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Confira vídeo com depoimentos dos membros de Bauru Bauru sediará a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) que acontecerá em novembro. Confira a decisão da localidade Fotos: BS

06/09/2023

Notícias

Kotekitai, sessenta anos

Exemplos de tradição, graça e força — assim são as jovens musicistas da BSGI que buscam, por meio da arte da dança e da música, inspirar e incentivar as pessoas. Reunidas na Asas da Paz Kotekitai do Brasil (APKB), banda feminina criada em 1963, as irmãs Koteki, como se autodenominam, celebraram seis décadas de fundação no dia 19 de agosto último. Foi um dia inteiro de programações, as quais exaltaram os valores e a missão do grupo APKB ao longo dos anos; e, mais que isso, fortalecendo a base que o impulsionará para os próximos anos. Do fundador do grupo, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Daisaku Ikeda, veio a mensagem tão aguardada para a Convenção das Vanguardistas da Glória Soka Asas da Paz Kotekitai Brasil (APKB) — Sessenta Anos. Ele ressalta: “Meu desejo é que, com a música dos anjos de coração puro, vocês abram definitivamente o portal da felicidade”. (Leia íntegra abaixo, também disponível no BS+.) Compromisso assumido A responsável pela APKB da BSGI, Priscila Goes, salientou o fato de, por meio do treinamento recebido, ser criada a base do fortalecimento da juventude. Disse que, pela postura de Ikeda sensei, “Temos um claro exemplo do que é ser e como nos tornar uma jovem de primeira categoria”. Ponderou que as integrantes do grupo são possuidoras do potencial e dos direcionamentos concedidos pelo presidente Ikeda para tornar a Asas a maior e melhor referência musical do Brasil e do mundo. Para isso, firmou com as participantes de norte a sul do Brasil os seguintes compromissos: responsável pela APKB da BSGI, Priscila Goes 1. Como uma jovem de primeira categoria, eu vencerei todos os dias na recitação do meu daimoku (o daimoku deve ser a base da nossa vida, e também a nossa grande força). 2. Como uma jovem de primeira categoria, eu me encontrarei diariamente com o mestre (nem que seja uma única sentença ou frase, vamos nos desafiar a estar em constante contato com as orientações e direcionamentos de Ikeda sensei). 3. Como uma jovem de primeira categoria, eu me esforçarei para transmitir esperança e coragem ao som da minha melodia a cada uma das pessoas com quem puder me encontrar (mais do que tocar uma música, que possamos entoar os sons que impulsionem a revolução humana e que toquem o coração das pessoas). Evolução constante Um dia de falar de história, retratado em mensagens e em vídeo especialmente preparado, nos quais as participantes se surpreenderam com o carinho da Fuji Kotekitai do Japão e com as palavras da primeira responsável pela Kotekitai brasileira (kotekibutyo), Itsuko Morihara, que emocionaram a todas. Em suas considerações, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, falou da denominação recebida pelo grupo em 2018 e sobre as três diretrizes que Ikeda sensei ofereceu na ocasião. Com o sentimento de que cada integrante superasse os desafios diários, confirmou alguns pontos fundamentais destacados pelo Mestre, tais como incentivo dessa nova jornada que se inicia para todas, em especial sobre o poder da oração, e que nossa capacidade de extrair energia vital se resume à força da nossa fé. “Quando estiver sofrendo, triste ou magoada, simplesmente recite Nam-myoho-renge-kyo de coração aberto. Conforme for recitando, sentirá a coragem brotar dentro de si, enchendo-a da convicção de que triunfará sobre todas as suas preocupações.” Miguel Shiratori destacou trechos da mensagem do presidente Ikeda, encorajando-as a gravá-los no coração, direcionando a elas incentivos para que promovam um movimento grandioso das irmãs Koteki em todo o país. Uma vez Kotekitai, sempre Kotekitai! Jovens e veteranas do grupo uniram corações nessa significativa celebração. Em Maringá, na parte da manhã do sábado, 19, cerca de 145 representantes de núcleos da Asas do país foram recebidas com o carinho característico das irmãs Koteki de Maringá e região, um total de 244 integrantes. Das localidades mais distantes, destacam-se Manaus, AM; Caucaia, CE; Sul e Norte-Catarinense. As organizações da CRE Sul se dedicaram com afinco a apoiar em tudo. Na pré-convenção, as líderes da Juventude Soka da BSGI falaram do orgulho de terem feito parte da Kotekitai no passado, trazendo para a atuação que desenvolvem hoje o precioso treinamento recebido. Camila Akama, da Divisão dos Estudantes (DE); Livia Endo, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ); e Monique Tiezzi, coordenadora da Juventude Soka, ofereceram fortes encorajamentos às líderes Koteki. Marcia Ito, coordenadora da Divisão Feminina (DF) da CRE Paraná, veterana do grupo, também relatou sua experiência. As integrantes das comissões estavam se organizando e preparando tudo desde abril (foram 56 representantes de norte a sul do país, sendo elas líderes da APKB de núcleo, coordenadoria e liderança da BSGI). Pelo Brasil Meses de preparativos culminaram no encontro presencial em Maringá, PR, reunindo representantes e outros polos que realizaram atividades com veteranos durante esse período e também no dia da convenção. No total apurado até o fechamento, presencialmente em Maringá estiveram 415 pessoas; e, por transmissão, 6.500 viram o vídeo mais de uma vez. Para que essa grandiosa interação se tornasse realidade, as irmãs Koteki se uniram na recitação do daimoku e nos objetivos de shakubuku desde o início do ano. O movimento contagiou também as veteranas da Asas. Em alguns grupos reunidos em aplicativos sociais, o número chegou a setecentos participantes, que a todo momento compartilhavam emoções, e relembraram os vários uniformes e eventos vivenciados. Petrolina Grande ABC Ao longo dos anos, a Asas vem fortalecendo sua base e criando autênticos “valores humanos”. Entre as atuais integrantes da Divisão Feminina, é certo encontrar as que um dia passaram pelas fileiras dos “anjos da paz”. Por esse motivo, on-line ou presencialmente, o coro declamando o poema Anjos da Paz se fez ouvir pelo Brasil. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda Sinceros parabéns pela convenção comemorativa dos sessenta anos de fundação do meu adorado grupo Asas da Paz Kotekitai do Brasil que tanto confio! Estou acompanhando e prestando atenção a tudo, orando junto com minha esposa pelo total êxito, sem nenhum acidente, do encontro de hoje. Em várias localidades do imenso Brasil, nossa Kotekitai transmite esperança e coragem para os preciosos amigos ao som da melodia dos “anjos da paz”. O buda Nichiren Daishonin está, com certeza, observando a árdua e nobre luta de vocês. Nos escritos sagrados consta que “o mais valioso é o tesouro do coração” e que devemos nos esforçar “para acumular o tesouro do coração”.1 Meu desejo é que, com a música dos anjos de coração puro, vocês abram definitivamente o portal da felicidade. E, além disso, com o bailar dos anjos de coração alegre, abram o portal da amizade. Da mesma forma, com a marcha dos anjos de coração forte, abram o portal da paz! Peço que as irmãs Koteki, de resplandecente boa sorte e sabedoria, bailem alegre e livremente, em sólida união, a juventude de grandiosas vitórias. Daqui para a frente também, minha esposa e eu enviaremos daimoku com todas as forças, orando pela harmonia, pelos benefícios e pela ilimitada e gloriosa vitória de vocês e de seus familiares. Em agosto de 2023 Daisaku e Kaneko Ikeda Nota: 1. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 112, 2017. Alçar voo rumo ao futuro “Foi bastante gratificante participar dos bastidores dessa significativa atividade. Este ano tem sido bastante desafiador, mas estou vencendo. Chegar aqui foi demais, pois nós nos conectamos, vivendo juntas esse precioso momento. Renovei meu juramento de me empenhar ainda mais. Minha decisão é de expandir a Kotekitai do Rio Grande do Sul, inspirando as jovens a fazer parte desse movimento. É realmente um grupo onde transformamos muita coisa, pelo aprendizado, disciplina, organização. Volto ainda mais determinada”. Jeniffer Almeida, do Rio Grande do Sul “Chegar aqui foi um grande desafio e, ao mesmo tempo, um divisor de águas. Após a pandemia, nós nos reencontramos e determinarmos juntas esse novo levantar. A partir desse momento, voltarmos à nossa localidade e realizarmos o nosso melhor, e que, dentro das grandes dificuldades e limitações, esse dia não fique apenas na emoção. Muito daimoku envolvido. Nossa vida é fluida, os desafios estão aí. Construiu-se hoje um novo sentimento. E, dessa maneira, reconfirmo a decisão de encontrar cada companheira como se fosse o Mestre, desenvolvendo uma luta que consiga abarcar todo o seu coração”. Izis Andrade, de Manaus Símbolos criativos A Asas já tem suas novas mascotes, escolhidas em votação on-line. Nomes e estilo definidos para representar a diversidade que existe dentro do grupo. Lembrança para o Mestre Como oferecimento ao sensei, alusivo à celebração dos sessenta anos da Asas, foi produzido um pandeiro personalizado com o logo, uma caixa com gravação do nome do presidente Ikeda e o tema da atividade. Além disso, um cordel com versos que contam a história do grupo foi preparado por representantes da Kotekitai em conjunto com um veterano membro da organização e morador da cidade de Fortaleza, CE. E um álbum com imagens dos encontros. Saiba mais: Acompanhe as novidades do grupo Asas no Instagram @asasdapaz Fotos: Colaboração local

06/09/2023

Incentivo do líder

Xô, problemas... será?

Num dos estudos semanais da Nova Revolução Humana nos quais tenho me desafiado junto com os companheiros, defrontei-me com o seguinte trecho: No decorrer da vida, estamos fadados a nos deparar com todos os tipos de adversidades, não somente desastres naturais, mas acontecimentos como falência, desemprego, doença, acidentes e a morte de entes queridos. Nenhuma vida é totalmente tranquila. Na realidade, ela consiste numa infindável série de provações e tribulações, e não seria exagero afirmar que, de fato, vida é enfrentar dificuldades.1 Imediatamente, relembrei-me de um dos maiores desafios da minha vida: o nascimento do meu primogênito com trissomia do cromossomo 13, a síndrome de Patau, para a qual as previsões médicas não eram nada promissoras, pois essa síndrome era incompatível com a vida. Estava totalmente desnorteado, desesperado e inerte diante dos fatos com os quais a vida me testava. Fui dominado pela escuridão fundamental e somente prevalecia o sentimento de culpa: “O que havia feito de errado para merecer tal circunstância?”. Em meio ao caos, recebi incentivos de um grande veterano. “Você acha que os obstáculos e as maldades escolhem pessoas fracas? Os fracos se derrubam por si sós. Os obstáculos e as maldades não querem perder tempo com os fracos, preferem os fortes! Então, essa situação está abrindo seus olhos para eles. Você é uma pessoa forte, mas, e para você? Agora é a hora de provar se isso é verdade ou não?” Foram dias desafiadores, indo ao hospital pela manhã com minha esposa, ao trabalho à tarde e retornando ao hospital à noite a fim de receber o relatório médico. Ao retornar para casa, sentávamos diante do Gohonzon e recitávamos daimoku para ter a serenidade de compreender e de encarar a realidade, sem esmorecer. Depois de 59 dias, ele cumpriu dignamente sua missão nesta existência. O apoio incondicional de um grande número de companheiros da família Soka foi imprescindível para superarmos essa perda, que hoje não vejo como tragédia, mas como valioso aprendizado para a vida toda. Assim, o desespero deu espaço para a gratidão, porque, apesar de ele não estar conosco, nos possibilitou a condição de sermos pais e nos mostrou como transformar o carma incompatível com a vida. Ele conseguiu nascer e precisou viver 59 dias para cumprir sua missão. Todavia, ao compartilhar esse episódio comovente, três famílias já se converteram ao budismo. Danadinho, nem está aqui, mas continua propagando o budismo para a felicidade de outras pessoas! Graças ao incentivo daquele veterano que não desistiu de mim, e foi ainda mais forte que a dificuldade ao ser rigoroso e benevolente comigo, abrindo meus olhos para a verdade fundamental, agora temos duas princesas sapequinhas que nos enchem de alegria e nos propiciam a recitar ainda mais daimoku. Ikeda sensei reforça essa sabedoria: Algumas religiões preconizam que há essencialmente muito pouco que as pessoas possam fazer ao se defrontarem com grandes dificuldades, acarretando uma sensação de desamparo e o desejo de fugir da realidade. O Budismo Nichiren, contudo, encoraja-nos a ver até a adversidade mais dolorosa como uma oportunidade para nos tornar mais fortes, e essa luta contra dificuldades, de fato, permite que desbloqueemos nosso potencial ilimitado.2 O budismo nos possibilita enxergar a verdade e ultrapassar sofrimentos, obstáculos e dificuldades com coragem e esperança, afinal, eles só escolhem os fortes, não é mesmo? Dessa forma, nossa postura diante deles não é mais “Xô, problemas! Fiquem longe de mim”, mas estamos prontos a enfrentá-los, fortalecendo ainda mais nossa fé e comprovando como um praticante budista encara os fatos da vida: com vitórias, para inspirar todos ao redor. Edson Tokunaga Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 16, p. 174-175, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 660, agosto 2023, p. 55. Ilustração: GETTY IMAGES

06/09/2023

Notícias

RM Maringá sela vitória da esperança

Cem jovens por distrito. O número era desafiador, nem havia ideia de ser simples contagem. Para a Juventude Soka de Maringá, vital era expandir o sentimento de todos além do próprio cotidiano: “Quantos amigos eu consigo envolver de paz?”. Divulgando os ideais humanísticos da Soka Gakkai, os líderes deram vida às boas práticas de ser ombro para os que sofrem, ser diverso e plural, feliz. Desde fevereiro, participantes dos sete distritos que formam a RM Maringá articulavam-se em programações, estudos e visitas. Diálogo, muito diálogo. Se cada núcleo estava com o placar de cinquenta jovens por distrito ainda na base, imagine quando foi anunciado que a proposta seria dobrada. “Sabíamos que se tratava de um grande desafio, mas não estávamos sozinhos. Todas as divisões se encontravam na mesma órbita de corresponder ao Mestre”, enfatizam as lideranças jovens locais. O movimento abriu fronteiras, com seus participantes convictos de chegar à vitória até 20 de agosto, quando a cidade de Maringá sediaria a Reunião Nacional de Líderes. Confira alguns bastidores! 1. Humanismo é para todos Formado pelas cidades de Sarandi, Marialva e Mandaguari, distante cerca de 10 quilômetros uma da outra, o Distrito Independência marcou força pela atuação conjunta da DF e DFJ. Entre as jovens está Amanda Patrícia da Silva Pereira, que também atua na vice-liderança da DFJ da RM Maringá. Estudante de pedagogia, ela baseia sua linha de estudo na educação humanística de Makiguchi sensei, fundador da Soka Gakkai. Fez ampla divulgação do budismo em seminários e no ambiente escolar. No final, houve aquela força vinda dos outros distritos, pois “Vencer juntos é a marca de nossa organização”, sintetizam as lideranças locais. 2. Acolhimento gera união Felicidade para todos do Distrito Oásis foi ver de volta jovens tão aguardados, que se motivaram com a energia e vibração do movimento dos cem jovens. Em seu relato, a jovem Julia Taguchi revela: “Durante a pandemia, eu me afastei totalmente, mas, no fim do ano passado, decidi voltar, começando pela atuação na Asas da Paz. Uma grande vitória, pois consegui também falar do budismo para minhas amigas. Estou totalmente motivada, certa do quanto o budismo é maravilhoso e pode mudar vidas, como mudou a minha”. “Foi emocionante ver o semblante de vitória dos nossos jovens. A união veio para ficar”, confirmam os veteranos desse distrito. 3. Junto com os veteranos Com aquele apoio que chega na hora certa, no Distrito Cidade Canção, os veteranos da DS e DF se fizeram presentes. Com dias alternados de encontros de recitação de daimoku, aos poucos a onda jovem foi se formando. Um deles é Jonathan Bandeira. “Com a luta conjunta, surgiu novo ânimo. Conversei com vários amigos da academia, e concretizei meu primeiro shakubuku. Acompanhei várias visitas, sem falhar no meu daimoku diário. O incentivo é tudo. Pude também atuar nos preparativos da recente Reunião Nacional de Líderes (RNL) em nossa cidade. E boas-novas: uma que serei papai; a outra que fui convidado para a próxima Academia Índigo da Juventude Soka, em São Paulo. Que felicidade! Uma vez mais quero corresponder ao Mestre”, afirma Jonathan. 4. Leveza e comprometimento O Distrito Maringá foi o primeiro a anunciar a vitória, graças aos encontros semanais de estudo e de diálogo promovidos desde o início do ano. A energia é contagiante, como nos conta Carolina Ortiz, integrante da Divisão Feminina de Jovens (DFJ): “O bacana é que tudo vem acontecendo de forma muito leve, por exemplo, em meu local de trabalho. Tenho em minha mesa um cartão com o Nam-myoho-renge-kyo, e pela curiosidade muitos vêm até mim indagando sobre o significado. É no horário de almoço que a conversa evolui, e também nas redes sociais. Aos que se interessam, estou ali para acolher. Os benefícios da prática da fé e a sabedoria que me preenche são minhas maiores motivações. 5. Muitas vidas impactadas “Para mim, divulgar o budismo vai além de propagar um ensinamento. É ser exemplo de um bom amigo.” Essa é a declaração de Cauã, 13 anos, expressando o sentimento que o motiva. Sua irmã mais nova, Isis, também somou forças e foram eles que fecharam a lista do Distrito Esperança. Cauã relata: “Nunca tive receio em falar sobre a minha religião para meus amigos, inclusive aproveitei a oportunidade dentro da matéria de história. Levei o cartãozinho do Nam-myoho-renge-kyo para meus amigos da sala, e a professora pediu que eu recitasse. Foi incrível!”. Ele se orgulha de ter divulgado diretamente sua crença para catorze amigos. “Mas tenho a esperança de que muitos outros que ouviram se juntarão a nós. É assim, natural mesmo.” 6. Arco-íris de esperança “Eu busco sempre ser o sol no dia chuvoso de alguém que tenho a oportunidade de encontrar durante o meu dia.” A expressão da responsável pela DFJ do Bloco Parque da Gávea, Lila Ribeiro, externa o sentimento da juventude do Distrito Aeroporto. Juntos, cristalizaram o objetivo de ser o arco-íris de esperança na vida dos cem jovens objetivados por eles. No caso de Lila, que trabalha home office, a maior parte do contato foi on-line, despertando a curiosidade dos amigos. “Afinal, foi assim que conheci o budismo. E lá se vão onze anos, que alegria! Visitas virtuais, presenciais e o encontro caloroso com os estudantes, sempre com a força e o apoio das Divisões Sênior e Feminina. “E que venha a próxima! Estou a postos!” 7. Sem medir distância nem idade O Distrito Ivaí é composto de várias cidades vizinhas, além de uma parte da região de Maringá, PR, explica Eduarda Tanaka, responsável pela DFJ de distrito. Semanalmente, são promovidos encontros de daimoku e de estudos. “Nós nos deslocávamos até a cidade vizinha, Doutor Camargo, para realizar a reunião de palestra que pouco a pouco teve salas lotadas”, alegra-se a jovem, que também estava envolvida nas comemorações dos sessenta anos da Asas da Paz Kotekitai. Em meio a tudo, Eduarda vinha buscando colocação em sua área de formação, e fechou com vitória obtendo dois resultados: os cem jovens do distrito e uma vaga numa multinacional. “Sinto que todos venceram também em algum aspecto”, ressalta Eduarda, feliz demais em ver a atuação dos estudantes, como a Anna Júlia Nakaie Ornellas, de 9 anos, orgulhosa de ter ensinado o Nam-myoho-renge-kyo para três amiguinhas. E o que vem por aí, líderes da Juventude Soka de Maringá? “Não vamos parar, a onda jovem de Maringá seguirá seu curso de levar esperança para mais e mais pessoas! Aguardem!” Fotos: Colaboração local

06/09/2023

Aprender com a Nova Revolução Humana

Viver com o Gosho: volume 14 (parte 3)

Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, eles nutriram a dúvida e abandonaram a fé. Abertura dos Olhos1 Obstáculos são as melhores ferramentas para aprimorar nossa vida Em dezembro de 1969, Shin’ichi Yamamoto viajou de Osaka para a província de Mie. Ao chegar à Sede Comunitária da Soka Gakkai de Matsusaka, aproximadamente quatrocentos membros o aguardavam. Declamando uma passagem de Abertura dos Olhos, ele proferiu as seguintes palavras de incentivo: (…) É por isso que nossa prática diária do Budismo Nichiren é tão fundamental. É importante manter uma fé que flui como a água, com perseverança e serena determinação. Precisamos polir e fortalecer nossa vida e cultivar a total convicção na fé. Quando conseguirmos isso, poderemos manifestar força no momento crucial. Procurando despertar-lhes determinação, continuou: — No nível individual, “momento crucial” é aquele em que vocês ou alguém que amam é acometido de grave doença ou sofre um acidente inesperado, ou quando perdem o emprego ou os negócios. Acontecimentos assim são a manifestação de seu carma proveniente do infinito passado e servem de oportunidade para transformar seu destino. Ter a fé desafiada é outro exemplo de “momento crucial”, como quando a Soka Gakkai foi perseguida ou teve algum problema. O único caminho para a felicidade é criar uma condição de vida indestrutível como o diamante e fazê-la brilhar. Dificuldades são as melhores ferramentas para aprimorar a vida. As épocas de grande perseguição são oportunidades para transformarmos o carma e a nossa condição de vida. É por essa razão que precisamos ter coragem para enfrentar esses ataques bravamente. Não devemos ser covardes. (…) (Trechos do capítulo “Vendaval”) É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos. Carta para Renjo2 Grande esperança em relação à missão do Seikyo Shimbun Desde a sua fundação, o Seikyo Shimbun havia se desenvolvido de forma monumental, e em setembro de 1970, um ano antes do 200 aniversário, ocorreu a cerimônia de inauguração do novo prédio. Nos dez anos passados desde que se tornara presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi não deixou de pensar no jornal nem por um momento. Sentindo o cheiro de tinta fresca ao folhear as páginas do jornal todas as manhãs, ele e sua esposa, Mineko, oravam pela segurança das pessoas que faziam a entrega do Seikyo Shimbun em todo o país. Enquanto lia o Seikyo Shimbun a cada manhã, Shin’ichi Yamamoto pensava na edição do dia seguinte, imaginando qual seria a matéria de primeira página, qual o tema do editorial e que tipo de artigos seriam apresentados. Ele considerava o desenvolvimento do jornal, ao qual Josei Toda havia se dedicado de corpo e alma para criar, como sua missão e responsabilidade pessoais. Assim, havia vezes em que aconselhava a equipe do jornal, e sempre que o departamento editorial lhe requisitava um artigo, esforçava-se ao máximo para atender, não importando o quanto estivesse ocupado. Nichiren Daishonin escreveu: “É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos”.3 Da mesma forma, o papel do Seikyo Shimbun de transmitir corretamente os princípios do budismo é de extrema importância. Além do mais, com a abundância de informação disponível no mundo moderno, não é incomum que as pessoas fiquem tão saturadas que não conseguem nem pensar em estabelecer seu próprio senso de valores. Portanto, nós precisamos de algum tipo de padrão filosófico por meio do qual possamos julgar o mundo que está ao nosso redor. A missão do Seikyo Shimbun é cumprir essa diretriz. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 18 de dezembro de 2019.) Assista Vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 2. Ibidem, v. II, p. 410, 2017. 3. Ibidem.

06/09/2023

Encontro com o Mestre

A vitória no futuro se encontra no presente

Visualizando o futuro daqui a cem ou duzentos anos, o suor dourado do novo desafio na criação de “valores humanos” Neste verão, tanto no Japão como em diversas partes do mundo, o calor recorde é intenso, e parece que o clima vai entrar em ebulição. Por outro lado, vêm ocorrendo desastres frequentes provocados por chuvas torrenciais e fortes ventanias. Em particular, as regiões de Okinawa e Amami vêm sofrendo sérios danos causados pelo tufão número 6, que ainda hoje traz enormes consequências para o oeste japonês, a começar por Kyushu. O tufão número 7, que está em formação, também requer atenção especial. Orando acima de tudo pela paz e segurança das pessoas das áreas afetadas, desejo sinceramente que os danos sejam mínimos e que a situação seja restabelecida quanto antes. Continuo a enviar daimoku para que, debaixo desse calor severo, ninguém sofra com insolação e as colheitas agrícolas sejam protegidas. Nichiren Daishonin deplorava a situação afirmando: “Vivemos atualmente numa época de desordem, que não permite às pessoas comuns fazer muito”.1 Hoje, queremos fortalecer a conexão das “pessoas comuns” para “fazer muito” a fim de contribuir para a “pacificação da terra”.Prática da fé para o presente e para o futuro Quando lemos o Gosho, encontramos diversas vezes expressões que se referem ao futuro. Em Saldar as Dívidas de Gratidão consta: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.2 O escrito Abertura dos Olhos declara: “Shakyamuni, Muitos Tesouros e os demais budas desejam assegurar a propagação do Sutra do Lótus para todos os filhos do Buda das existências futuras”.3 Em A Profecia do Buda consta: “Percebo que a profecia do Buda se refere ao senhor. Então, qual seria a ‘sua’ predição?”.4 Na nova edição de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin], o ideograma que se refere ao “futuro” aparece 175 vezes. Na verdade, o tema principal que atravessa o Sutra do Lótus é o futuro, pois elucida sobre qual é a lei a ser propagada na era maléfica dos Últimos Dias da Lei após a morte do Buda, e quem deveria propagá-la. Com o propósito de tornar felizes todos os seres vivos pelos dez mil anos dos Últimos Dias da Lei e mais, por toda a eternidade, Nichiren Daishonin superou grandes perseguições, revelou e deixou o Gohonzon como a essência do Sutra do Lótus. A prática da fé é para o presente e para o futuro. No Gosho consta: “Se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.5 Conforme essa passagem dos sutras, devem-se criar grandiosas causas no momento presente em prol dos resultados de majestosas vitórias no futuro. Os mais nobres corredores ligados diretamente a esse magnífico trabalho do Buda não são outros senão os responsáveis pela Divisão dos Estudantes Soka. Gratidão pelo verão de dinâmico avanço Já se passou um mês desde o início do Período do Dinâmico Avanço da Divisão dos Estudantes [no Japão] no dia 8 do mês passado [julho de 2023].Não há palavras que expressem minha gratidão aos preciosos amigos que derramam o suor dourado, dia após dia, para enviar uma brisa refrescante de coragem e esperança às princesas e aos príncipes sucessores, oram pela felicidade das crianças, em meio ao contínuo calor escaldante. Além disso, o “Desafio de Verão da Divisão dos Estudantes”, que desenvolve os tradicionais concursos em várias áreas, é uma iniciativa maravilhosa. Quero também manifestar meu profundo respeito aos professores da Coordenadoria Educacional que criam e expandem lugares de paz e de simpatia aos pais, por exemplo, por meio de diálogos sobre a educação familiar, e às pessoas que se dedicam à criação de filhos ou netos, como também à família Soka da comunidade local que apoia as famílias. Herdando o bastão No dia 30 do mês passado [julho de 2023], foi realizado, radiantemente, o Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [no Japão], interligando a Fortaleza da Paz, que é a Universidade Soka, com os centros culturais de todo o território japonês por transmissão simultânea. A melodia da canção da Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça, entoada por 25 mil representantes da DE-Esperança e da DE-Herdeiro, continua reverberando em minha vida de forma profunda e intensa. Rumo ao futuro com os “Corredores da Justiça”! Amigos que se reúnem animadamente no Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [do Japão], na Universidade Soka, em Hachioji (Tóquio, jul. 2023) Uma integrante da DE-Herdeiro da província de Kanagawa, que se levantou para relatar sua experiência, falou sobre a sua trajetória de não ser derrotada graças aos encorajamentos da família Soka nos seus dias difíceis em que não conseguia frequentar a escola de forma desejável durante a fase do ensino fundamental. Agora, seus dias são repletos de plenitude em uma escola de ensino médio por correspondência, e ela acumula nobres esforços rumo ao seu sonho do futuro. Em sua família, a pessoa que acendeu as chamas da fé pela primeira vez foi seu bisavô, que para mim também é um estimado velho amigo, o qual jamais esquecerei. Nosso primeiro encontro foi no ano 1952 em uma reunião de palestra em Kawasaki, província de Kanagawa, da qual eu estava encarregado. Era um jovem que participava pela primeira vez, convidado por um amigo, depois de ter vindo da província de Saga, em Kyushu, para Tóquio, visando tornar-se um pintor de estilo ocidental. O jovem demonstrava ansiedade e insegurança ao pensar se conseguiria vencer ou não trilhando o caminho da arte. Disse-lhe, prontamente: “Não quer se tornar o melhor pintor japonês por meio desta prática budista?”. Ele assentiu profundamente e se converteu. Sempre que havia oportunidade, procurava enviar-lhe incentivos. Como pintor de estilo ocidental, ele conquistou imponentes realizações, e atuou na primeira turma do Departamento de Artistas da nossa organização. Nos últimos anos de sua vida, ele atuou como diretor honorário do Museu de Arte Fuji de Shizuoka (da época). Sua pintura está exposta também na Universidade Soka da América. O jovem com quem conversei na reunião de palestra daquele dia, naquele momento, abraçou a Lei Mística e pintou vividamente uma obra-prima da arte e da vida. E a canção triunfal do bastão de revezamento da prática da fé reverbera por quatro gerações na família. Em meio a esses vales e montanhas, quantos encorajamentos e apoios mútuos dos companheiros da organização devem ter acontecido! “Transformará em boa sorte” No oitavo mês de 1273, de Sado, em meio a uma grande perseguição, Nichiren Daishonin enviou uma carta à família de um discípulo em Kamakura que lutava contra a doença de sua pequena filha. Orando pela mais breve recuperação dela “às divindades do Sol e da Lua a cada minuto do dia”,6 Daishonin afirmou: “O infortúnio de Kyo’o se transformará em boa sorte. Reúnam sua fé e orem a esse Gohonzon. Então, o que não poderá ser concretizado?”.7 Em qualquer família, há problemas, como também há árduos esforços para a criação de filhos. Poderá haver momentos em que uma calamidade inesperada atinja nossa família e nossos filhos. No entanto, possuímos o rugido do leão denominado Nam-myoho-renge-kyo. Nós temos o Gohonzon que Daishonin descreve: “Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi; assim, creiam no Gohonzon com todo o coração”.8 Se reunir uma fé corajosa, com certeza, podem-se transformar os infortúnios em boa sorte. Diante de quaisquer dificuldades, devemos comprovar infalivelmente a transformação delas [dificuldades] em boa sorte da família e do futuro dos filhos. Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (Jul. 2023) Esse é o poder da fé e o poder da prática capazes de transformar veneno em remédio que o buda Nichiren Daishonin nos ensinou ao longo de 750 anos. A vitória decisiva da minha existência No verão [japonês] da criação de “valores humanos”, eu também tenho inúmeras recordações de aprendizado e de aprimoramento junto com os amigos da Divisão dos Estudantes. Em agosto de 1982, foi realizado na província de Miyagi o Festival da Paz e da Esperança cujos figurantes eram exclusivamente os membros da Divisão dos Estudantes. Relembro-me do cenário em que cantei e dancei prazerosamente em um só coração com os 4 mil mensageiros do futuro, que eram os tesouros do castelo de “valores humanos” da região de Tohoku, como também do sorriso resplandecente de cada um deles, em meio ao calor intenso. Enviando forte salva de palmas para a entusiasmada apresentação de todos, disse-lhes: “A vitória decisiva da minha existência se encontra em observar o aspecto da luta digna e heroica de cada um de vocês em prol da paz no palco da sociedade e do mundo no século 21. Quando penso nisso, meus árduos esforços não são nada”. Exatamente dessa forma, eles se desenvolveram magnificamente. Esses amigos da Divisão dos Estudantes empenharam todos os esforços para a recuperação da região onde ocorreu o Grande Terremoto do Leste Japonês, sem precedentes, e até hoje, devotam-se com bravura. O futuro de esperança não é algo que chega repentinamente. Surge do acúmulo da determinação de viver e de sobreviver no presente momento. É por isso que se deve incentivar a pessoa diante dos seus olhos com sinceridade. E, unindo a força de todos, deve-se continuar avançando, juntos, envolvendo-se hoje e amanhã. Nesta continuidade, cria-se um majestoso futuro. A partitura da luta conjunta imponentemente “Que tipo de vida pode ser considerado uma existência correta?” É a pergunta que fiz aos 19 anos para o venerado mestre, Josei Toda, por ocasião do meu primeiro encontro com ele em agosto de 76 anos atrás (1947). O mestre respondeu claramente: “É bom pensar no que significa viver uma existência correta. Porém, enquanto estiver pensando, experimente praticar a filosofia de Nichiren Daishonin. Afinal, você é jovem. Com certeza, algum dia, descobrirá, de forma natural, que está trilhando uma existência correta”. De fato, foi exatamente como disse o mestre. Vim trilhando o caminho junto com a Lei Mística, o mestre, os companheiros e a Gakkai. Para registrar esse caminho da “existência correta”, escrevi os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana com coração repleto de sentimento de retribuir com gratidão. Foi no dia 6 de agosto de trinta anos atrás (1993) que comecei a escrever o manuscrito do romance Nova Revolução Humana nas terras de Nagano. Escolhi a data em que foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima, a primeira na história da humanidade, escrevendo as seguintes palavras iniciais: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz”.9 A partitura da luta conjunta da “revolução humana” dos amigos emergidos da terra do Japão e do mundo, que estão contribuindo para a obra sagrada sem precedentes denominada kosen-rufu, pelo bem da felicidade das pessoas e da paz perene, com o coração igual ao meu, é a “história mais maravilhosa [para o futuro]”10 observada por Nichiren Daishonin. Assim, concluí o total de trinta volumes. Estou convicto de que, por meio dessa obra, poderei continuar o diálogo eternamente, por todo o futuro, com os jovens sucessores do “espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai”, em qualquer época, onde quer que seja. A história comprovará infalivelmente Pensando bem, Shakyamuni treinou as vidas jovens observando o pico mais alto do mundo, o Himalaia. Nichiren Daishonin o fez observando o grande Oceano Pacífico, o maior do mundo. Hoje, nós temos o sol do budismo do povo, o maior do universo, e o grande solo dos emergidos da terra da canção triunfal do povo a ser oferecidos aos amigos da Divisão dos Estudantes. Façamos desse fato nosso maior orgulho e a infindável esperança. Certa vez, em meio às tempestades de críticas, o venerado mestre disse: “Deve-se lutar agora em prol do futuro daqui a cem ou duzentos anos”. Mesmo que naquele momento não houvesse ninguém que o compreendesse, ele estava com uma postura calma de que a história haveria de comprovar infalivelmente a retidão. Lembro-me com saudades de que, ao falar sobre isso com Mikhail Gorbachev e sua esposa, Raisa, durante um diálogo, o casal assentiu com sorriso no rosto. Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”. Publicado no jornal Seikyo Shimbun de 10 de agosto de 2023. No topo: Vocês são o tesouro da esperança do mundo! Casal Ikeda com membros da Divisão dos Estudantes e a família Soka dos Estados Unidos (Flórida, jun. 1996) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 402, 2017. 2. Ibidem, v. I, p.770, 2020. 3. Ibidem, p. 300. 4. Ibidem, p. 421. 5. Ibidem, p. 292. 6. Ibidem, p. 431. 7. Ibidem. 8. Ibidem. 9. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, 2022. 10. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2020.

06/09/2023

Matéria da Divisão Feminina

Mulheres determinadas e inspiradoras

Queridas rainhas do imenso Brasil! Desejamos que todas estejam bem, vencendo e desafiando todas as circunstâncias com “muito mais daimoku”. Por falar em daimoku, no próximo dia 12 de setembro, teremos a conclusão do período dos cem dias de recitação do daimoku. Soubemos que várias rainhas se desafiaram e conquistaram imensuráveis benefícios com essa oportunidade. Vamos, cada vez mais, nos desafiar em nossa recitação diária, na leitura dos incentivos de Ikeda sensei e nos conectar a essa rede da vitória. Neste mês, gostaríamos de convidar você para um bate-papo sobre empoderamento. O que significa empoderar? “Empoderar” é um verbo que se refere ao “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”.1 Conceito tão utilizado ultimamente que vem do inglês empowerment e foi usado pela primeira vez no Brasil pelo educador Paulo Freire. Segundo ele, empoderamento é a capacidade de um indivíduo de buscar por si mesmo as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer. Podemos dizer que empoderar é a capacidade do indivíduo de provocar a si mesmo, a ação de dominar ou ter poder sobre determinada situação, condição ou característica. Porém, esse poder nada tem a ver com superioridade; é um movimento de emancipação individual, de se conscientizar de quem você é, ter o domínio sobre a sua vida e tomar as próprias decisões. Resumindo, o empoderamento tem a ver com a nossa escolha da vida e, por meio dessa conscientização, somos capazes de transformar o meio em que vivemos, bem como nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Fantástico, não é mesmo?! Cá entre nós, podemos dizer que se empoderar é manifestar nossa condição de buda para realizar nossa revolução humana. E por que esse tema é tão presente entre as mulheres? Por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal, na qual seu papel na sociedade era restrito unicamente à família. Ela era a única responsável pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, sendo sempre governada pelo homem (pai, marido, irmão ou tio). Assim, a virtude das mulheres era a de reproduzir, de ser a mãe perfeita e protetora. A mulher era tida como o sexo frágil e como alguém sem direitos de escolhas.2 Na Constituição de 1824, a primeira constituição brasileira, a mulher não era considerada cidadã, portanto sem direito ao voto.3 Empoderamento nos jardins da Lei Mística Há centenas de anos, o Oriente também era permeado por uma cultura em que as mulheres eram consideradas inferiores. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus não consideravam a igualdade entre homens e mulheres. Nesse cenário, Nichiren Daishonin revelou que não havia distinção entre homens e mulheres; enfatizando que as mulheres também tinham a condição de buda. Por meio de cartas, Daishonin encorajava as mulheres a se empoderar por intermédio da Lei Mística para atingir a iluminação na forma que se apresentavam. Com esse mesmo sentimento de Daishonin, os Três Mestres vieram incentivando as mulheres, destacando a força, o potencial e o papel crucial delas em todas as esferas de atuação, sendo capazes de provocar ondas de mudança na sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, afirma: No passado, esperava-se que as mulheres no Japão obedecessem aos pais na juventude, aos maridos quando se casassem, e aos filhos na velhice. As mulheres atuais romperam esses grilhões e conquistaram seus direitos individuais. No “século das mulheres” é imprescindível que esse empoderamento propicie felicidade genuína. É essencial que as pessoas consigam pensar de maneira autônoma e efetuem seus próprios julgamentos, sem se deixarem influenciar indevidamente pela opinião pública, por tendências sociais ou pela pressão dos pares. Caso contrário, não estarão refletindo profundamente sobre seus próprios objetivos e metas, mas meramente tentando evitar ser deixada de fora.4 Podemos e temos o direito de conquistar o que desejarmos e de ser o que quisermos. E é importante destacar que, nessa jornada, é essencial nos manter no caminho da prática da fé, a base da nossa vida, bem como a forma para atingir a felicidade absoluta por meio da nossa revolução humana. Independentemente de onde estivermos, podemos incentivar a nós mesmas e conquistar uma vida radiante. Na mesma proporção em que enfrentamos grandes provações e sofrimentos, uma grandiosa condição de vida de plena realização desabrochará em nossa vida. Ikeda sensei declara: No reluzente espelho chamado Sutra do Lótus reflete-se a essência da flor de lótus inerente em nossa vida. Por mais que nossa realidade seja difícil como um pântano lamacento, nela podemos desabrochar flores, sem sermos derrotados. E a filosofia que ensina o caminho dessa perseverança e da esperança é o Sutra do Lótus.5 Empoderada sendo exatamente como é O best-seller Corajosa Sim, Perfeita Não, da autora indo-americana Reshma Sayujani, fala sobre um comportamento que está enraizado no nosso dia a dia sem nem percebermos: a busca irracional por sermos perfeitas o tempo todo. Sayujani compartilha sua trajetória desde a escola até uma vida profissional bem-sucedida. Embora tivesse obtido êxito na carreira, ela ainda sofria com a discriminação e o preconceito por ser mulher. Então, ela fundou a organização não governamental (ONG) chamada Girls Who Code (Mulheres que Programam) para que todas as mulheres também tivessem a oportunidade de desenvolver sistemas, destacando que essa não era uma função exclusiva dos homens. Atualmente, cerca de 130 corporações apoiam a ONG sem fins lucrativos, que já ajudou mais de 185 mil meninas e mulheres a ingressar no mercado de cientista da programação. Grandes empresas de tecnologia contratam essas profissionais. Aprendemos com Sayujani que é possível ir além da programação de sistemas; podemos reprogramar a nós mesmas (reinstalar “nosso sistema”). O livro menciona uma pesquisa muito interessante na qual se observou que a mulher só se candidata a uma vaga de emprego quando ela se sente 100% qualificada, enquanto o homem precisa apenas de 66% de compatibilidade para acreditar que é qualificado. Quem foi que disse que precisamos ser perfeitas? O ponto aqui é “quantas vezes deixamos de nos posicionar ou tomar uma atitude simplesmente por não querer confrontar ou por não nos sentir à altura?”. Nossa autoestima sofre um baque quando nos silenciamos. Sofremos e prejudicamos nossas relações quando nos escondemos por trás de um verniz de perfeição. Essa camada protetora pode impedir que os outros enxerguem nossos defeitos e vulnerabilidade, mas também pode nos isolar daqueles a quem amamos e dificultar a construção de relações autênticas que façam sentido de verdade. Para se reprogramar, Sayujani recomenda exercitar o músculo da coragem diariamente. Ao abandonar a necessidade de perfeição, dando lugar à coragem, podemos ter a ousadia de realizar o impensável do nosso jeito. A coragem é uma busca que enriquece nossa vida com algo que a perfeição ameaçava tirar: felicidade autêntica, sensação de realização genuína, responsabilidade pelos próprios medos, abertura para novas experiências e possibilidades, aceitação dos erros e defeitos, os quais a tornam interessante e que fazem da nossa vida algo exclusivamente nosso. Empoderadas da porta para dentro Então, amigas? Empoderadas e corajosas, podemos hoje dar um novo passo? E como direcionar com sabedoria nossa liberdade de decisão e escolha? O Mestre salienta: Quanto maiores forem a liberdade e a democracia, maiores devem ser a autodisciplina e a iniciativa de cada um forjar-se. Caso contrário, as pessoas se tornarão escravas de suas ambições e viverão na ilusão e na busca de vantagens superficiais, sem poder encontrar a verdadeira felicidade. Por isso, é importante que todos se empenhem em realizar sua revolução humana, que é o ato de forjar e polir o próprio caráter. Sem esse empenho, não poderão seguir em direção à verdadeira felicidade. O ensino que possibilita alcançar a revolução humana é o Budismo de Nichiren Daishonin. Quero dizer que os senhores têm a importante tarefa de criar o exemplo de liberdade capaz de conduzir as pessoas à realização da verdadeira felicidade.6 O daimoku é o norteador dessa liberdade com sabedoria capaz de nos libertar das amarras do destino e das tendências cármicas. O daimoku é a chave para promover o empoderamento da porta para dentro. Estamos na reta final do daimoku dos cem dias rumo a 12 de setembro, dia de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku-kempon), ou seja, a revelação da verdadeira condição de vida. Se tiverem de mudar, falar, trocar, posicionar-se e sair da zona de conforto, comecem agora e com daimoku, como Ikeda sensei sempre nos incentiva: Muito mais daimoku. Não há regra fixa de tempo. Recite em abundância até seu coração transbordar de satisfação — até o ânimo da sua alma ficar mais forte que a negatividade da sua realidade. Faça o seu melhor e crie um ritmo diário conforme sua necessidade, desejo e decisão.7 Tudo começa com a oração! Para concluir, nosso mestre nos incentiva salientando: A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a forma motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quanto o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.8 Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI ReprogrAME-SE! Atualmente, consigo realizar por dia uma hora e quarenta minutos de daimoku com base no incentivo que aprendemos com nossas queridas veteranas. Hoje, atuo no Brasil e em Angola, difundindo socialmente o poder da mulher. Meu empoderamento não é somente da porta para fora, busco principalmente a mulher negra brasileira. Como membro da BSGI, entendo que, a partir da minha missão, tenho a oportunidade de me conectar com diversas mulheres na sociedade e, juntas, dialogamos e criamos projetos para que nossas pautas sociais e pessoais sejam ouvidas e respeitadas. Assim, utilizo o meu empoderamento interior para cada vez mais seguir e caminhar com o propósito de dar vozes a mulheres e meninas. É importante avançar focada na valorização de gênero e entender a sociedade e seus anseios. Acredito no compartilhamento e na determinação de uma mulher forte, que nunca caminha sozinha e está sempre alçando projetos que abarquem a todas e a todos. TATIANA SANTOS Vice-responsável pela Divisão Feminina do Distrito Itaboraí, RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ Tatiana com sua filha, Aisha No topo: participantes da Conferência de Líderes das Mulheres Soka, realizada no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Fotos: BS / Arquivo pessoalIlustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://www.significados.com.br/empoderar/. Acesso em: 16 ago. 2023. 2. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-evoluc-o-da-mulher-na-sociedade-1.827030. Acesso em: 16 ago. 2023. 3. Disponível em: https://richtergruppe.com.br/o-papel-da-mulher-na-sociedade/ Acesso em: 16 ago. 2023. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020. 5. Idem. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 20, 2020. 6. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, 2020. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.193, 31 ago. 2013, p. A4. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.

24/08/2023

Notícias

A base do triunfo

A Praia da Bica está localizada no bairro do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, zona norte do município do Rio de Janeiro. Essa praia dá nome a um bairro no qual se encontram participantes de uma organização de base da BSGI: a Comunidade Praia da Bica, formada pelo Bloco Novo Cambaúba e Bloco Babaçú, dentro da estrutura da RM Ilha do Governador. Com o apoio de seus integrantes, trazemos, nesta edição, alguns bastidores do movimento local. Assim como boa parte dos núcleos de base espalhados pelo Brasil, a Comunidade Praia da Bica vem se adaptando aos formatos de atividades, acompanhando de perto a realidade das famílias. Muitas delas, após o período da pandemia, acabaram se mudando para outras regiões, não sem antes receber o carinho e a dedicação de todos. “Acabamos sendo exportadores de pessoas valorosas, que começaram aqui e hoje estão brilhando pelo Brasil afora”, enfatiza Solange Fernandes de Farias, responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade. Com isso, a estrutura de lideranças ficou reduzida. Assim que foi identificada pelos níveis acima, estes imediatamente partiram para dar apoio direto. Chega também um reforço jovem, Mariana Bineza Maia. Ela, que conhece o budismo há seis anos, comenta ter sido transferida de localidade no fim de 2022, período que coincidiu com dramas de virada em sua vida. “Abracei o novo desafio de colaborar com o crescimento das comunidades como uma grande oportunidade de vencer meus próprios desafios pessoais”, relata a jovem, que, ao chegar à localidade, se comprometeu, junto de seus pares no distrito, a unir forças com os líderes de bloco e de comunidade para que todos fortalecessem a vida por meio do estudo do budismo e do diálogo de vida a vida. Uma frase das escrituras de Nichiren Daishonin tem inspirado o movimento em curso: Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”.1 “Os estudos promovidos pela Comunidade Praia da Bica são muito ricos. Sempre buscam integrar os membros, trazer os que por algum motivo estão mais distantes, criar um diálogo valoroso e colocar o budismo como parte do nosso dia a dia.” Esse é o sentimento que permeia as programações locais, que a cada dia se tornam mais intensas. Fortaleza de valores Outra iniciativa que vem sendo conduzida pelos líderes da Praia da Bica refere-se aos dias de melhor acesso para membros e convidados. Prevalecem ainda atividades no formato híbrido, atendendo os que não podem participar de forma presencial. Boa parte é composta por jovens, que prefere reuniões nos dias de semana, envolvendo-se diretamente nas programações. Os resultados são sentidos também no desenvolvimento pessoal deles. Assim reforça a jovem Mariana: “Quando comecei minha prática eu era extremamente tímida, hoje consigo me expressar muito melhor e explanar matérias para grandes públicos sem medo. Por isso, digo sempre que a Soka Gakkai não só cria valores para as atividades da organização, mas desenvolve grandes valores para a sociedade”. As visitas também seguem esse olhar de identificar como e quando chegar à vida dos membros. “Por persistirmos, e não deixarmos de levar incentivos, estamos conseguindo trazer de volta pessoas tão queridas”, ressalta Solange, responsável pela DF da comunidade, entusiasmada com o recente retorno de uma família que há três anos não participava. “Sensei sempre nos encoraja a não desistir de ninguém, não é mesmo? Como é gratificante ver o aspecto de felicidade nas visitas.” Aspecto dos participantes da Comunidade Praia da Bica nas reuniões de palestra, nos encontros de estudo e também na movimentação de visitas para famílias e, em especial neste mês, integrando forças na Divisão Sênior Atuar com união Uma característica bastante reforçada pelos participantes da comunidade corresponde ao apoio que recebem dos níveis acima. Neste mês de agosto, o movimento envolvendo a Divisão Sênior (DS) incluiu visitas e também maior aproximação com os integrantes advindos da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Houve formatura e integração, tudo conduzido com muita alegria e apreço. “Estamos unindo forças e criando um ambiente para que todos se sintam abraçados. Não há caminho mais nobre que a sincera amizade e é isso que encontramos na Soka Gakkai. Esse é o ambiente criado por Ikeda sensei. Onde mais temos uma oportunidade como essa?”, pondera o responsável pelo distrito, José Carlos Andradas. Os resultados vêm aos poucos, com a expectativa das lideranças de fechar o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com total sucesso. Sedimentam essa convicção na crença de que “Quando se empenha nestes três fundamentos — fé, prática e estudo —, a vida é conduzida ao estado de buda. Estamos no caminho certo. Vamos vencer!”. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Fotos: Colaboração local

24/08/2023

Encontro com o Mestre

Vamos criar um rio cada vez maior de pessoas capazes!

Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na cerimônia em que representantes da Universidade Nacional de Itapúa, no Paraguai, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. O discurso foi realizado na reunião conjunta das Divisões dos Universitários e dos Estudantes no Centro Internacional da Amizade Soka, em Tóquio, em 29 de abril de 2005. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 9 de julho de 2023.Há um velho ditado do Paraguai, conhecido como o coração da América do Sul: “Os bravos crescem através de sua luta”.1 Essa é a verdade. O tempo da juventude também é um tempo de luta. Sem luta espiritual, os jovens não podem crescer nem triunfar. Nada é mais belo do que jovens com uma filosofia sólida que lutam corajosa e seriamente pela verdade e para levar uma vida com sentido. Minhas felicitações e agradecimentos aos membros da Divisão dos Estudantes de 130 universidades e faculdades de todo o Japão, incluindo a Universidade Soka, e aos membros da nossa Divisão dos Universitários, por ocasião da Reunião Geral Conjunta da Divisão de Estudantes e da Divisão dos Universitários de hoje! O célebre escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917–2005) foi um grande defensor do espírito que, junto com a vossa estimada Universidade Nacional de Itapúa, abriu o caminho para uma era de humanismo. Escritor e jornalista corajoso, usou sua caneta com firmeza na resistência contra a antiga ditadura militar que governava o Paraguai. A perseguição das autoridades obrigou-o ao exílio por mais de quarenta anos (1947–1989). Podemos imaginar as dificuldades que ele deve ter suportado. Mas manteve-se fiel às suas convicções, levando uma vida excepcional. É importante conhecer grandes personalidades como Roa Bastos. Pessoas de maior bem são as mais invejadas e as mais atacadas. Essa é uma triste verdade da natureza humana e uma cruel realidade do mundo. Contudo, em nome da vitória na vida e da vitória das nossas convicções, jamais devemos comprometer nosso empenho pela verdade e pela justiça. O professor Bastos declarou com a determinação de um campeão indomável: “Tal como os pássaros levantam voo contra a corrente atmosférica, a força do desafio contra as adversidades faz com que o ser humano alce voo”.2 É uma extraordinária visão da vida. Suportando as perseguições, ele deixou solenemente um hino imortal do ser humano para a história da literatura mundial. Apesar de ter sido perseguido pelas autoridades, Roa Bastos deixou um legado imortal do triunfo humano na história da literatura mundial. Eu tinha 19 anos quando conheci meu mestre, Josei Toda [em 14 de agosto de 1947], mais ou menos a mesma idade de muitos de vocês que estão aqui hoje. Cena do memorável encontro do presidente Josei Toda, terceiro a partir da esq., com o jovem Daisaku Ikeda de 19 anos, em pé, numa reunião de palestra realizada em 14 de agosto de 1947 (pintura a óleo de autoria de Kenichiro Uchida) Quantos têm 19 anos? [Vários membros levantaram a mão.] Já se passaram 58 anos (em 2005) desde esse encontro e 45 anos (em 2005) desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. Enfrentando dificuldades, como “calúnias e difamações” e “ódio e inveja”, elucidadas no budismo, consegui superar todas elas. Foi graças a vocês. O fato de eu ter edificado a rede de solidariedade humanística da paz, cultura e educação no mundo é meu maior orgulho. Obrigado! Hoje, declaro para todos ouvirem que os membros da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Estudantes são os sucessores a quem confio esse orgulhoso caminho da missão e da convicção! É natural que todos enfrentem várias dificuldades. Todas as pessoas sofrem com algum problema. Quanto mais grandiosa for a pessoa, que se preocupa com o mundo ou com a humanidade, maiores serão as angústias. É por isso que as angústias se tornam metas para valiosas vitórias de preciosas construções. Elas são a força motriz. Por favor, esforcem-se todos. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se fortalece. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se engrandece. Os problemas são uma fonte importante de crescimento e uma força motriz para a vitória. Quanto mais grandiosa for a pessoa, maiores serão seus problemas ou preocupações. Como posso fazer do mundo um lugar melhor? Como posso fazer com que a humanidade seja feliz? Grandes problemas ou preocupações como essas são a marca registrada das grandes pessoas. Os problemas nos tornam mais fortes. Os problemas expandem nossa capacidade como seres humanos. Lidar seriamente com os problemas também estimula nosso cérebro e promove nosso crescimento espiritual. Em nossas atividades diárias da Soka Gakkai, nós nos preocupamos com os outros, “Hoje vou recitar daimoku para salvar aquela pessoa”. É algo formidável. O microbiologista americano de renome mundial René Dubos (1901–1982), com quem dialoguei, observou que “o cérebro se desenvolve com o uso e se desgasta com o desuso”.3 Mais que tudo, nossos esforços incansáveis em prol do budismo, do bem-estar da sociedade e da felicidade dos outros, à medida que lutamos e nos desafiamos para encontrar o melhor caminho a seguir, estão destinados a se tornar uma extraordinária fonte de crescimento e de desenvolvimento. O budismo também nos ensina que “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”,4 isto é, veja o modo de vida e o comportamento como ser humano no momento presente. Há alguém aqui hoje que tenha perdido a sua mãe? [Vários membros levantaram a mão.] Ofereço minhas sinceras orações para todos vocês. Por mais tristes que se sintam, tentem ser alegres. É importante que vocês, seus irmãos e todos os membros da família sejam positivos e otimistas. Essa é a maneira verdadeiramente sábia de viver, o modo de vida ensinado pelo Budismo Nichiren. Não deixem que a tristeza tome conta da vida. Demonstrem um espírito invencível. Nada é mais poderoso que a sinceridade. Nada pode vencê-la. Mesmo que, por vezes, pareça que ninguém repara em seus esforços, a sinceridade de sua dedicação acabará por vencer. Aqueles que se esforçam sinceramente com uma perseverança inabalável saboreiam sempre a vitória final. Por observar a vida de muitas pessoas e conversar com muitos líderes mundiais de renome, posso atestar isso por experiência própria. O nome Paraguai deriva de uma palavra que significa “de um grande rio”. Gostaria de criar um rio cada vez maior de pessoas capazes, como o poderoso rio Paraguai. As pessoas capazes são a chave. São a única forma de construir um futuro mais risonho. Por favor, da maneira como são, avancem sem parar. E assim devem se movimentar, estudar e dialogar. Lutando desse modo, espero que cada indivíduo se torne resolutamente “doutor da vitória”, “doutor da felicidade”, “doutor em filosofia da grande vitória”. Prometendo isso uns aos outros, concluo meu discurso de agradecimento. Muito obrigado! Momentos da 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em conjunto com o Encontro das Divisões dos Universitários (DUni) e dos Estudantes (DE). Durante a atividade foi apresentado o novo vídeo intitulado “Preocupações são a Força Motriz da Vitória”. Integrantes da DE de transbordante sorriso juntamente com representantes da SGI-Costa do Marfim Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 24 de julho de 2023. No topo: Ikeda sensei profere seu discurso na cerimônia de concessão do título de doutor honoris causa da Universidade de Itapúa, do Paraguai, no Centro da Amizade Internacional Soka de Tóquio da época (abr. 2005)Fotos: Seikyo PressIlustração: Kenichiro Uchida Notas:1. PANGRAZIO, Miguel Ángel. Arriéro Porte. Assunção: Criterio Ediciones, 2007. p. 89.2. BASTOS, Augusto Roa. Metaforismos. Barcelona: Edhasa, 1996. p. 119.3. DUBOS, René. So Human an Animal: How We Are Shaped by Surroundings and Events. New Jersey: Transaction Publishers, 1998. p. 124.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.

24/08/2023

Incentivo do líder

Nosso encontro ideal

Queridos companheiros da BSGI, Já chegamos ao significativo mês de agosto, mês do encontro ideal de mestre e discípulo Soka. Ao pesquisarmos as palavras “encontro ideal”, nos sites de busca, os primeiros resultados que aparecem são dicas de como realizar um encontro ideal “romântico”. Mas, para nós, praticantes do Budismo Nichiren, remete ao encontro ideal do jovem Daisaku Ikeda com aquele que viria a ser seu mestre, Josei Toda, no dia 14 de agosto de 1947, e logo sentimos gratidão por esse encontro ideal ter acontecido. Em outubro do ano passado, passei pelo inverno mais rigoroso da minha vida: a perda repentina da minha amada mãe. No primeiro momento, como mortais comuns, enxergamos como uma perda repentina, visto que ela não tinha nenhum diagnóstico de saúde grave. Porém, ao encararmos essa perda com os olhos do Buda e baseados na Lei Mística, minha mãe prolongou sua existência por 45 anos, pois ela se converteu ao Budismo Nichiren por ter tido uma saúde frágil durante a infância e a adolescência. Ao longo de sua existência, um dos fatores que minha mãe mais prezou foi ter boa saúde física e mental. E assim ela viveu após o seu encontro ideal com o budismo, convertendo-se em 1977. Isso aconteceu depois de conhecer e de se inspirar na vida de Ikeda sensei, transformando sua condição de saúde por meio da prática da fé. Ela também teve maravilhosos veteranos que lhe ensinaram com o próprio exemplo, sempre direcionando-a para o estudo do budismo e para a recitação do daimoku. Na Nova Revolução Humana (NRH), volume 22, consta: “Inicialmente aprendi sobre o budismo com Josei Toda. A fé não ocorreu primeiro, e sim meu encontro com ele. A fé veio mais tarde”.1 Em toda a sua existência, minha mãe se esforçou para transmitir os ensinamentos budistas por meio da sua revolução humana e, de forma natural, meu irmão, tias, primos, netas e eu viemos trilhando essa estrada. Por nascer em uma família já praticante, aprendi desde cedo a importância da prática diária e de realizar meu encontro ideal com Ikeda sensei todos os dias em meu coração, independentemente da circunstância. Esse tem sido meu ponto primordial, meu juramento seigan. Aprendemos que não é sempre que teremos as pessoas que mais nos ensinam e nos incentivam conosco fisicamente. Na realidade, isso é de fácil compreensão. No entanto, quando vivenciamos essas perdas, nós nos lembramos da frase do famoso escrito As Perseguições ao Venerável de Nichiren Daishonin, no qual ele solicita: “Fortaleçam sua fé dia após dia e mês após mês”.2 Em outro trecho da NRH, volume 25, lemos: Praticando o budismo há trinta anos, cheguei à conclusão de que, para viver com base na fé, devemos avançar sempre em pura e perfeita conformidade com os escritos de Nichiren Daishonin. Além disso, o rumo da nossa vida é influenciado por nossa boa sorte. Para acumular boa sorte, é importante ter gratidão. Mesmo que participemos das atividades da Soka Gakkai, se ficarmos sempre reclamando e formos negativos, apagaremos a boa sorte que deveríamos estar acumulando. Em contraste, se tivermos gratidão ao Gohonzon, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai, que nos ajudaram a desenvolver nossa fé, e iniciarmos cada dia com o compromisso positivo de fazer a nossa parte como emissários do Buda, experimentaremos uma grande alegria.3 Dessa forma, convido todos a renovar o juramento de lutarmos pela nossa felicidade e pela felicidade das pessoas ao nosso redor feito no momento do nosso encontro ideal com Ikeda sensei, sempre com gratidão à Lei, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai. Um carinhoso abraço e muito obrigada! Anielle Yamamoto Shimada Vice-coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Novo Século. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 49, 2022. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Luz da Felicidade. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 80, 2022.

10/08/2023

Encontro com o Mestre

Rumo à solidariedade espiritual da humanidade, bailem alegremente a juventude de emergidos da terra

As canções da nossa Divisão dos Estudantes são os sinos do alvorecer da esperança. O sorriso dos integrantes da nossa Divisão dos Estudantes é o arco-íris da paz. Sinceros parabéns pela realização desta inspiradora e animada Reunião de Líderes, com os “motores em potência máxima”,1 acompanhada por essa voz e sorriso dos nossos jovens amigos! Estudantes apresentam a canção Be Brave! durante a Reunião de Líderes realizada no dia 9 de julho de 2023. * * * Há oitenta anos, no dia 1º de julho de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, recebeu três estudantes em sua residência, em Mejiro, bastante próxima deste local, Auditório Memorial Toda de Tóquio, e dialogou amigavelmente. Um deles era natural de Kyushu e estudava na Universidade de Comércio de Tóquio (atual Universidade Hitotsubashi). Ele se emocionou com os incentivos cheios de compaixão e de convicção, e, ao mesmo tempo, muito claros do presidente Makiguchi. Então, naquele dia, tornou-se membro da Soka Gakkai. Makiguchi sensei dedicou-lhe o seguinte direcionamento: “Com devoção filial aos seus pais, dedique-se aos estudos, escolhendo uma trajetória que lhe permita criar o mais alto valor de grandioso bem!”. Com essa orientação concreta em seu coração, esse estudante recém-convertido continuou abraçando brilhantemente a prática do budismo mantendo sua fé inabalável por toda a vida. Foram cinco dias depois desse encontro que Makiguchi sensei, defensor da paz e do humanismo, foi preso injustamente pelas autoridades do governo militarista japonês. * * * Mesmo no redemoinho de grandes perseguições, Makiguchi sensei continuou cuidando dos estudantes com carinho e preocupação, orando pela gloriosa vitória deles no futuro, e plantando as sementes da Lei Mística no grande solo dos corações juvenis. Quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, fundou a Divisão dos Universitários no dia 30 de junho de 1957, ele e eu estávamos em meio às intensas batalhas contra a natureza maligna do poder que se manifestou na forma do Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari2 e do Incidente de Osaka.3 Naquela ocasião, ardiam as chamas ferozes desse mesmo espírito invencível de Makiguchi sensei em nós dois. Como Makiguchi sensei e Toda sensei devem estar felizes por este Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes do dia de hoje que ilumina o futuro do kosen-rufu mundial! * * * Relembrando o espírito de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e comemorando o encontro de hoje, gostaria de lhes apresentar quatro caligrafias. A primeira é Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas”]. O profundo desejo de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, extraordinários educadores, era a felicidade de todas as crianças. A Soka Gakkai é o castelo a realizar esse arden-te desejo, e os membros da nossa Divisão dos Estudantes são os preciosos príncipes e princesas, insubstituíveis, desse castelo de mestre e discípulo. Nichiren Daishonin assegurou a Nanjo Tokimitsu, predecessor da nossa Divisão dos Estudantes, que perseverava em sua correta prática do budismo: “Embora possa sofrer por um tempo, no final conquistará sem falta uma grandiosa condição de vida prazerosa como a de um soberano”.4 Desejo que meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes cresçam como o “grande monarca da vitória da sabedoria e da boa sorte” e sejam capazes de fazer todas as pessoas felizes, em ritmo com a Lei Mística e a Soka Gakkai, tornando-se “campeões da felicidade” junto com os companheiros do mundo. Ou melhor, que se tornem assim infalivelmente. Eu, que iniciei a prática da fé na faixa etária dos 10 aos 20 anos, considerando Josei Toda como meu mestre, e também minha esposa, Kaneko, que se converteu ao budismo com sua família na época em que frequentava o ensino fundamental 1, e conduzia Makiguchi sensei da estação de trem até a reunião de palestra realizada em sua casa, puxando-o pelas mãos, conti-nuaremos enviando daimoku para cada uma das pessoas que trilham por esse grande caminho da felicidade absoluta. * * * A próxima caligrafia é a Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude”]. Ofereço-a às Divisões dos Universitários e dos Estudantes, como também à Divisão Masculina de Jovens, às irmãs Kayo, à jovem geração Lírio-Branco da Divisão Feminina, e à família Soka de juventude por toda a vida. Por falar em “alegre dança”, na ocasião da palestra que proferi no Instituto de França [em junho de 1989], apresentei o escrito O Grande Mal e o Grande Bem. Trata-se da passagem: “Ainda que não sejam o venerável Mahakashyapa, deveriam estar todos bailando. Ainda que não sejam Shariputra, deveriam estar saltando e bailando. Quando o bodisatva Práticas Superiores emergiu da terra, não o fez bailando?”.5,6 Então, sugeri aos intelectuais e pensadores de primeira grandeza da Europa: “O bailar dos bodisatvas da terra simboliza a ‘maior das alegrias’. O movimento da revolução humana, que é o bailar alegre da vida criativa, haverá de abrir o caminho para a solidariedade espiritual da humanidade e para revitalizar todos os empreendimentos e atividades humanas”. Justamente por ser uma época de provações sem precedentes, brilha mais que nunca a sabedoria budista do caminho do meio, de respeito à vida e à dignidade do ser humano, e também de criação de valor. Espero que os jovens Soka, repletos de energia e exuberância, convidem muitos novos amigos a se juntar a vocês no “alegre bailar dos jovens” sobre o palco do juramento seigan pelo kosen-rufu como emergidos da terra. * * * A outra caligrafia é a que registra a palavra Minshu [“O Povo”]. Nichiren Daishonin ensina que todos os seres vivos sobre a face da Terra possuem inerentemente o estado de buda. O Budismo Nichiren é o Budismo do Sol para o povo que faz cada pessoa brilhar ao máximo. Exatamente de acordo com esse espírito de Nichiren Daishonin, na Soka Gakkai, as próprias pessoas se levantaram no mundo todo para se tornar cada vez melhores, mais fortes e sábias, apoiando-se e se inspirando mutuamente. É, de fato, uma comunidade mundial milagrosa de pessoas comuns. No dia de hoje, recebemos os nobres campeões do povo, representantes da Costa do Marfim. Eles formam a verdadeira legião de emergidos da terra que vieram reverberando o rugido do leão da justiça do kosen-rufu da África em meio a muitas dificuldades e desafios, conforme os ditos sagrados: “Deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém. (...) Os seguidores de Nichiren são como leões que rugem”.7 Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, certamente está observando todo esse esforço com louvor! Vamos demonstrar nossos elogios e apreço com estrondosa salva de palmas! Como membros da Soka Gakkai, unidos pela relação de mestre e discípulo, vamos continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade! Caligrafias do presidente Ikeda, da esq. para a dir.: Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas] dedicada, em julho de 1982, às vésperas do Período de Avanço Dinâmico da Divisão dos Estudantes; Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude], na qual consta que o dia 16 de julho de 1966, é a data em que se realizou o 1º Treinamento ao Ar Livre do Grupo Hosu (Jovens Fênix); e Minshu [“O Povo”]. * * * Por fim, é a caligrafia em que registrei um poema waka que compus originalmente por ocasião da Convenção da Divisão dos Universitários, realizada nos tempos turbulentos8 em julho de 1970. Quero concluir minha mensagem oferecendo-lhes esse poema mais uma vez. Poema waka: “Avancem, meus amigos, / com a firme decisão de que / eu sou o campeão da paz, / segurando o leme corajosamente, / em meio à tempestade!”, no qual está registrado: “Em 5 de julho de 1970, comemorando a 12ª Convenção da Divisão dos Universitários” Avancem, meus amigos,com a firme decisão de queeu sou o campeão da paz,segurando o leme corajosamente,em meio à tempestade! Representantes da SGI-Costa do Marfim durante a atividade No topo: Ikeda sensei discursa na cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional de Itapúa, do Paraguai, realizada na sequência do Encontro Conjunto das Divisões dos Universitários e dos Estudantes (Tóquio, abr. 2005). Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de julho de 2023. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Referência a uma estrofe da canção Be Brave! With a Lion’s Heart! [Seja Corajoso! Com o Coração do Rei Leão!] da DE-Futuro. 2. Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari: Caso de flagrante discriminação religiosa ocorrida em 1957 pela qual os mineradores de Yubari, Hokkaido, foram ameaçados de perder seus empregos por terem se tornado membros da Soka Gakkai. 3. Incidente de Osaka: Ocasião em que Ikeda sensei, na época, coordenador do staff da Divisão dos Jovens, foi preso injustamente sob a falsa acusação de violação das leis eleitorais na eleição suplementar para a Câmara Alta, em Osaka, no ano 1957. No final do processo judicial que perdurou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado das acusações, em 25 de janeiro de 1962. 4. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882. 5. Mahakashyapa e Shariputra são dois dos principais discípulos de Shakyamuni, conhecidos respectivamente como o mais notável em práticas ascéticas e o mais sábio. O bodisatva Práticas Superiores é o líder dos incontáveis bodisatvas da terra convocados por Shakyamuni no capítulo “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, para a missão de propagar a Lei Mística nos Últimos Dias da Lei. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 387, 2017. 7. Ibidem, p. 263. 8. Refere-se ao Incidente da Liberdade de Expressão, nome dado a uma controvérsia que surgiu em 1970, quando a Soka Gakkai se defendeu de acusações difamatórias. Os detalhes desse acontecimento estão descritos no capítulo “Vendaval”, do volume 14, da Nova Revolução Humana.

10/08/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Nós somos bodisatvas da terra. Perseverem na prática altruística em sua honrosa terra da missão. Ações em prol de outras pessoas tornam-se a própria riqueza e virtude. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 30 de julho de 2023.

10/08/2023

Terceira Civilização

Série

Coudenhove-Kalergi

Há 55 anos, em outubro, Daisaku Ikeda iniciou um diálogo intercultural e inter-religioso com intelectuais e líderes do mundo. A primeira pessoa com quem conversou foi o conde Richard Coudenhove-Kalergi, considerado o “pai da unificação europeia”. O que impulsionou o conde a lançar o movimento Pan-Europa, que ele acreditava ser o caminho para a paz, foi a Primeira Guerra Mundial. O estopim foi o assassinato do príncipe herdeiro austríaco por um jovem de Sarajevo. Esse evento desencadeou a primeira guerra da humanidade em escala global que durou mais de quatro anos, começando em 1914, e transformou a Europa num campo de batalha. Após a guerra, a Europa, dividida em muitos pequenos países, estava em uma situação que, a qualquer momento, poderia surgir uma nova faísca e estourar a Segunda Guerra Mundial. A ideia da integração europeia já existia há muito tempo. No entanto, em uma sociedade na qual as divisões e os conflitos se intensificavam, torná-la realidade soava mais como uma fantasia. O conde Coudenhove-Kalergi, que foi reconhecido como pensador influente na Europa Central aos 20 e poucos anos, publicou há exatos cem anos, em 1922 [texto originalmente publicado em 16 de outubro de 2022], um artigo sobre o movimento pan-europeu. No ano seguinte, aos 28 anos, lançou o manifesto Pan-Europa, gerando grande repercussão. Além disso, formou a União Pan-Europeia e estabeleceu associações pan-europeias em cada país. Viajou e percorreu vigorosamente o mundo visualizando o ideal de uma única Europa. Ele havia adotado a palavra “pan”, que significa “todos”, com base em sua decisão de construir uma comunidade de nações soberanas. Mas esse sonho acabou frustrado, a princípio, pela ascensão da Alemanha nazista. Forçado ao exílio, ele teve sua sede em Viena, na Áustria, tomada pelos nazistas, que destruíram todos os documentos ligados à Pan-Europa. E, em 1939, eclodiu a temida Segunda Guerra Mundial. Mesmo assim, o conde Coudenhove-Kalergi não desistiu e foi para os Estados Unidos a fim de expandir o apoio pelo ideal da Pan-Europa. Com o término da guerra em 1945, ele retornou à Europa e recomeçou os trabalhos visando à concretização da unificação. O Conselho da Europa foi instituído em 1949, seguido da criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957, e da Comunidade Europeia (CE) em 1967, tornando o sonho realidade. Nas palavras de convicção do conde constam: “O reino da paz só pode ser conquistado um passo de cada vez, e dar um passo adiante na realidade vale muito mais do que dar milhares de passos na imaginação. Lutar pelo que é certo significa felicidade. A vida é uma luta e para sempre deve ser uma luta constante”. O conde Coudenhove-Kalergi nasceu no Japão como segundo filho de sete irmãos em 17 de novembro de 1894. Recebeu o nome japonês de Eijiro. Ikeda sensei recepciona o conde Coudenhove-Kalergi e sua esposa (Tóquio, Japão, out. 1970) Seu pai, Heinrich, era um poderoso aristocrata do Império Austro-Húngaro, e sua mãe, Mitsuko, filha de comerciantes japoneses. Os dois se conheceram e se casaram quando Heinrich estava no Japão como ministro interino. Quando o conde completou um ano no país, a família emigrou para a Áustria. De ascendência holandesa, alemã, russa, polonesa e grega, seu pai era fluente em dezoito idiomas e tinha profundo interesse pela Arábia, Índia e pelo Oriente. Em sua residência, recebia muitos visitantes do exterior, e o jovem conde cresceu vendo o trabalho do pai como um cosmopolita. Seu escritório era repleto de estátuas de filósofos e diversos livros e seu pai, às vezes, lhe contava a respeito do mundo enquanto girava o globo terrestre. Depois de emigrar, sua mãe enfrentou o preconceito dos que a cercavam e, para se tornar alguém à altura do título de condessa, ela se empenhou arduamente para criar os sete filhos enquanto estudava e aprendia o idioma e a cultura locais. Em 1906, dez anos após emigrarem para a Áustria, a família do conde, que até então desfrutava uma situação tranquila e harmoniosa, se viu diante de uma grande provação: o pai morreu repentinamente de infarto. As pessoas se opuseram a Mitsuko, de descendência japonesa, a herdar a propriedade e os bens do marido. Mas ela não cedeu às críticas e criou os filhos de maneira esplêndida, assumindo o papel de chefe da família. Anos mais tarde, o conde Coudenhove-Kalergi recordou-se: “Minha mãe herdou totalmente o espírito de nosso pai, seu marido, no que se refere à educação dos filhos. (...) Penso que, se não tivesse uma mãe como ela, eu jamais teria iniciado o movimento pan-europeu”. Pode-se dizer que o ponto de partida para a integração europeia, que depois se transformaria na União Europeia (UE), foram os pais do conde, que eram cidadãos do mundo. O conde disse ainda: “No entorno de uma única pessoa existe a família, os amigos, a sociedade, a nação etc. Como o primeiro dever dos seres humanos é consigo próprio, creio que, antes de tentarmos mudar os outros ou o ambiente, devemos primeiro nos esforçar para tentar mudar a nós mesmos. (...) No final, não há outra maneira de garantir realmente a paz mundial além da religião”. Ikeda sensei foi a pessoa para quem o conde transmitiu seus verdadeiros pensamentos. Em 1967, quando a Comunidade Europeia (CE), antecessora da União Europeia, foi estabelecida, o conde Coudenhove-Kalergi pisou novamente em solo japonês depois de 71 anos. Ele estava com 72 anos. Ele considerava a Soka Gakkai como um “novo movimento religioso embasado numa das religiões mais antigas e supremas [o budismo], uma religião de paz e amizade”. Uma das pessoas que expressou o desejo de encontrá-lo durante a visita dele ao Japão foi Ikeda sensei. O primeiro encontro se tornou realidade em 30 de outubro. “Fiquei imediatamente impressionado com essa pessoa chamada Ikeda. Fiquei maravilhado com o dinamismo e o entusiasmo que emanava desse homem de 39 anos.” Em um diálogo que relembrou esse encontro, o conde disse: “Foi um dos momentos mais agradáveis durante a minha estada em Tóquio”. O conde Coudenhove-Kalergi e o presidente Ikeda se reencontraram em outubro de 1970, três anos depois. No decorrer da segunda visita do conde ao Japão, eles se encontraram quatro vezes e dialogaram por mais de dez horas. O conteúdo desse diálogo deu origem à obra Civilização: Ocidente e Oriente. Esse foi o primeiro livro da coletânea de diálogos publicado por Ikeda sensei em parceria com intelectuais estrangeiros. Em julho de 1972, dois meses após o lançamento da edição, o conde faleceu aos 77 anos. O ideal de uma única Europa está aqui! Curso de Estudo de Budismo dos Jovens da Europa no qual todos estudam a filosofia de paz do budismo. Quinhentos amigos de trinta países participam do evento (subúrbio de Milão, Itália, ago. 2019) Reflexões do presidente Ikeda O conde Coudenhove-Kalergi, que também era um jovem líder, tinha grandes expectativas em relação aos jovens. Ikeda sensei, ciente desse sentimento dele, conclamou aos jovens, citando palavras do conde: Sempre me lembrarei da confiança que o Dr. Coudenhove-Kalergi depositava nos jovens. Em certo momento do nosso diálogo, ele disse estar convicto de que os indivíduos realmente sábios e perspicazes ocuparão posições de liderança no futuro. E ele enfatizou que os estudantes de hoje precisam desenvolver seu caráter e se preparar para o futuro com a consciência de que serão os líderes que criarão o mundo de amanhã. “Não negligenciem seu próprio desenvolvimento” — esse foi o brado do Dr. Coudenhove-Kalergi aos jovens do mundo. É importante que os jovens cultivem o espírito, o coração e o caráter. Se os jovens buscarem apenas o conhecimento e negligenciarem o desenvolvimento da própria sensibilidade, a sociedade seguirá rapidamente para a direção errada. É essencial criar indivíduos bem equilibrados com base no desenvolvimento de um sólido caráter.1 [Kalergi] Também fez a seguinte observação: “Somente o jovem possui paixão, vontade, esperança, convicção e força. (...) O jovem tem uma chama. Sem essa chama, um ideal não pode brilhar, tampouco triunfar”. A Soka Gakkai venceu por causa dos membros da nossa Divisão dos Jovens. Graças à sua paixão, conquistamos uma extraordinária vitória. (...) Os jovens que perdem a coragem não podem mais ser chamados de jovens. Os jovens são os maiores defensores da paz e da coragem. Ser jovem é ser um nobre defensor que possui ilimitada esperança. Gostaria que todos bradassem com essa convicção e força para fazer com que os outros se comovam e se inspirem.2 Já se passaram 55 anos desde o primeiro encontro entre o presidente Ikeda e o conde Coudenhove-Kalergi. A rede da juventude Soka está se expandindo amplamente pelo Japão, pela Europa e pelo mundo. Notas:1. Discurso proferido na 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Kansai, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.331, 12 ago. 1995.2. Discurso proferido na 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Tiba, veiculado no Brasil Seikyo, ed. 1.646, 6 abr. 2002. Materiais de pesquisa:Coudenhove-Kalergi Zenshu — 9 [Obras Completas de Coudenhove-Kalergi — 9]. Tradução: Morinosuke Kajima e outros. Kajima Kenkyusho Shuppankai.Koenshu — Tairiku Nippon [Coletânea de Discursos — Japão Continental]. Tradução: Toru Kagawa e outros. Ushio Shuppansha.Bunmei — Nishi to Higashi [Civilização: Ocidente e Oriente]. In: Obras Completas de Daisaku Ikeda, v. 102; e outros. No topo: Encontro entre Ikeda sensei e o conde Coudenhove-Kalergi (Tóquio, Japão, out. 1970). O diálogo deles foi publicado como coletânea intitulada Civilização: Ocidente e Oriente Fotos: Seikyo Press

01/08/2024

Na prática

A primavera da vida chegará sem falta

No século 13, o buda Nichiren Daishonin empregou a frase “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 para encorajar uma de suas discípulas que enfrentava severas adversidades. Essa citação rompeu as barreiras do tempo e se perpetua até hoje como um grande alento para as pessoas que enfrentam desafios, não importando o rigor das circunstâncias. Nesta edição, Na Prática apresenta detalhes de como essa expressão pode imprimir novo vigor para aqueles que se deparam com um rigoroso inverno de intempéries. Faça derreter a espessa camada de gelo do coração O Brasil é um país com grande diversidade climática. No Sul, por exemplo, em certas épocas do ano, o frio é bem intenso, mas, no geral, o clima é quente em quase todo o território nacional. No Japão, nos tempos do buda Nichiren Daishonin, o inverno era um período de temperatura glacial, e a superfície ficava encoberta por espessas camadas de gelo, de modo que tudo parecia estar em uma clausura de manta branca. Entretanto, o frio, aparentemente interminável, logo cessava assim que o inverno extenuante cedia lugar ao clima reconfortante da primavera, reavendo o aspecto vibrante da natureza, entre a vivacidade do brilho do sol e as cores exuberantes das flores e plantas. Sobre a expressão empregada por Nichiren Daishoin, o presidente Ikeda comenta: “O que torna genuína a alegria da primavera é o rigor do inverno que a precede. Somente quando superamos as provações do inverno por meio do poder da fé conseguimos desfrutar a primavera de triunfo”.2 Na sequência, falaremos sobre o exemplo das flores de cerejeira, que precisam do inverno para concentrar energia e florir majestosamente. O despertar das flores de cerejeira Entre o inverno e a primavera, as flores de cerejeira iniciam o decurso do desabrochar. Para que esse resultado ocorra, essa trajetória tem início no verão, quando os botões se formam, mas ficam em estado latente durante o inverno. Isso acontece para que os botões enfrentem o ar gélido, pois somente assim o processo de crescimento é ativado, o que resulta na etapa de floração, estágio conhecido como quebra da latência. Ou seja, o frio intenso é determinante para o desenvolvimento dos brotos. Ikeda sensei afirma: “Mesmo no caso das cerejeiras, se o clima frio, necessário para romper o ciclo de latência, for mais curto, a floração dos botões atrasará ou ocorrerá de modo irregular”.3 Após passarem o inverno em dormência, as árvores de cerejeira começam a despertar quando as temperaturas aumentam. É nesse momento que as primeiras flores de cerejeira começam a desabrochar transformando paisagens antes cinzentas em uma erupção de cores. Ausência de dificuldades não significa felicidade Certamente, todos nós enfrentaremos desafios ao longo de nossa jornada. Ikeda sensei destaca como cada adversidade se torna crucial para percebermos a vida de modo elevado. Ele incentiva: A ausência de dificuldades não significa felicidade. A felicidade genuína e a alegria na vida residem em não ser derrotados pelas adversidades, em nos levantar novamente quando caímos, em resistir e triunfar sobre adversidades. Vida é batalha. Vida é desafio. Vida é treinamento. Dificuldades são inevitáveis na vida. Nossa prática do Budismo Nichiren nos empodera para edificar um forte eu capaz de encarar com bravura todas as provações, possibilitando-nos desafiar a situação com espírito positivo e vê-la como oportunidade de crescimento. Aqueles que possuem esse espírito de luta vencem no final.4 Nichiren Daishonin, por sua vez, ao escrever a frase de encorajamento “O inverno nunca falha em se tornar primavera”, incentivou sua discípula, a monja leiga Myoichi, a não abrigar nenhuma dúvida. Isso porque a prática budista exerce a função dos raios de sol que derretem a densa camada de gelo da incerteza e da profunda angústia que pode dominar o coração e a mente das pessoas no momento do sofrimento. A dor que enfrentamos, quando os reveses da vida nos assolam — no exato instante que a adversidade emerge —, pode parecer uma angústia sem fim. Porém, mesmo que o inverno aparente estar longe de findar, a primavera com certeza chegará. Da mesma maneira, independentemente de quanto tempo demore para ultrapassar as dificuldades, se mantiver a fé e perseverar na prática budista com a recitação do daimoku, os diálogos encorajadores com os amigos da organização e as leituras das orientações de Ikeda sensei, com certeza a percepção daquele desafio será esperançosa e levará a um desfecho vitorioso. A seguir, conheça a história de uma integrante da Divisão Feminina (DF) da Bharat Soka Gakkai (SGI-Índia) e entenda como a prática budista provocou a mudança de uma realidade de incertezas para o cultivo da alegria e da felicidade. Reconheci o potencial dentro de mim Sou Arunima Sharma. Casei-me jovem. Logo fui afortunada com um filho e uma filha. Contudo, meu casamento não foi tão feliz. Morávamos com meus sogros e eu vivia chorando pelos cantos. Era introvertida, tinha dificuldades de me relacionar com as pessoas e lutava contra a depressão. Anos mais tarde, saí da casa de meus sogros, concluí os estudos e consegui um emprego como professora. Em seguida, meu marido deixou a mim e aos nossos filhos. Foi um período de muita dor. Além disso, a escola onde eu lecionava ficava a 100 quilômetros de distância da minha residência, e as crianças permaneciam sozinhas em casa enquanto eu estava no trabalho. Em 2006, comecei a praticar o budismo quando tive contato com uma revista da SGI-Índia durante uma visita a um amigo. Meu coração ficou repleto de emoção. Naquela época, havia apenas dois membros da Soka Gakkai na região. E, em curto período, após iniciar a prática budista, as pessoas diziam: “Você é sempre tão alegre!”. Então, eu compartilhava o budismo com todos dizendo que revelaria o segredo da felicidade. Em 2012, meu divórcio foi concretizado. Assim, pude comprar minha própria casa, algo que tanto desejava. Além do mais, fui transferida para uma escola pública de ensino fundamental bem próxima da minha residência. Minha nova escola estava em péssimas condições. Não tinha muro, água potável nem banheiros adequados. Certo dia, enquanto eu lecionava, uma garotinha espiou pela janela da sala de aula. Quando investiguei melhor a região, fiquei chocada, pois mais de cem crianças viviam em situações deploráveis. Algumas estavam empenhadas em mendicância, outras em recolher o lixo; várias eram viciadas em drogas. Elas não tinham sapatos nem roupas. Também careciam terrivelmente de higiene pessoal. Fui ao encontro dos pais dessas crianças e os convenci a mandá-las para a escola. No entanto, o diretor da instituição se recusou a admiti-las. De forma inesperada, alguns funcionários do governo fizeram uma visita à escola. Depois disso, todas as 103 crianças foram admitidas e começaram a frequentar as aulas regularmente. Em paralelo, as organizações avançavam no desenvolvimento da infraestrutura escolar, providenciando água potável, casas de banho, pavimentos, secretárias e cadeiras, construindo um muro e um portão, além de criar uma biblioteca. Eu me orgulho de todos esses avanços. Tenho imensa satisfação em dizer que meus filhos também são praticantes do Budismo Nichiren. Atualmente, eles trabalham em grandes empresas. Antes, eu não tinha amigos e me considerava uma pessoa infeliz. No entanto, com a prática budista, eu me transformei. Na Soka Gakkai, encontrei uma família amorosa e, em troca, eu me tornei uma pessoa amorosa. Reconheci dentro de mim um potencial que antes não conseguia enxergar. Transformei o veneno da minha vida em remédio. Publicado no Seikyo Shimbun. O inverno logo passará Como vimos ao longo do texto, as cerejeiras resistem ao rigoroso inverno para revelar a beleza das flores em tons suaves de branco e rosa. E mesmo após o término da florada, quando caem, elas formam um tapete de pétalas que brilham aos olhos. Isto é, quem resiste com coragem e firme fé faz surgir a felicidade extraída do inverno implacável das adversidades, assim como fez Arunima Sharma. “Aqueles que abraçam o correto ensinamento do budismo entram em harmonia com o ritmo da vida e do universo e estão garantidos a vivenciar uma primavera de vitória que brilhará por toda a eternidade”,5 ensina o presidente Ikeda. Dessa forma, mesmo em meio às profundas tormentas da vida, manifeste tenacidade, sabedoria e confiança provenientes da prática budista. A fragrância da primavera de vitórias chegará sem falta. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. 2.Terceira Civilização, ed. 487, mar. 2009, p. 58. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023, p. 132-133. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.247, 11 nov. 2014, p. B3.

01/07/2024

Pensamento

Nossa suprema força é a prática da fé

Nossa suprema força é a prática da fé. E com ela, o importante é se dedicar sinceramente a tudo. No trabalho ou na propagação do budismo, é somente com sincera dedicação e diplomacia que conquistamos o coração das pessoas. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 15 de maio de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Colunas d’água se elevam vigorosamente na fonte inspirada na hélice de um navio. Foto tirada por Ikeda sensei em junho de 1986 durante uma visita de incentivos na província de Hyogo, Japão Foto: Seikyo Press

03/06/2024

Capa

Deixe o sol entrar

O Budismo Nichiren é considerado o “Budismo do Sol”, representativo do conceito de que não importando a escuridão da vida, a iluminação é um direito de todos. A escuridão se manifesta na falta de energia vital para agir diante dos infortúnios, superar perdas e encarar as fases da vida e seus de­safios. Por vezes, nós nos sentimos aprisionados em nosso eu menor, fraco e sem esperança. Nesta edição, vamos tratar do poder da oração, concentrando-nos no Nam-myoho-renge-kyo, a essência do Sutra do Lótus, estabelecido por Nichiren Daishonin, sábio do século 13. Vamos aprender também como usufruir essa prática para nos libertar das amarras do destino e alçar revigorados voos rumo à felicidade. Acalentar desejos e aspirações É normal o ser humano, mesmo aquele que diz não ter nenhuma religião, ­acalentar desejos e aspirações. O ­Budismo Nichiren surgiu como resposta para preencher o vazio entre os desejos e a realidade, tendo como base a lei do ­universo, chamada, Nam-myoho-renge-kyo, que, em síntese, é a Lei Mística. Para melhor entendermos essa Lei, ao tomarmos como base várias leis da física, aplicáveis ao nosso dia a dia, observamos que elas não foram inventadas, e sim reveladas por estudiosos, fundamentados em uma força e relação preexistentes. Exemplo simples disso é a eletricidade, presente em praticamente tudo ao nosso redor: na lâmpada acesa, na energia que alimenta o computador, no celular. Nem dá para dizer a origem da eletricidade, já que ela sempre esteve por aí na natureza. Relâmpagos são descargas naturais da ­atmosfera em direção ao solo, e os homens das cavernas viram isso de um jeito bem visual com o descobrimento do fogo. O que se sabe é que, com a evolução, se chegou ao ­modelo atual. No século 13, Nichiren Daishonin, depois de estudar anos a fio os sutras, proclamou o Sutra do Lótus, o “rei dos sutras”, como o ensinamento maior de Siddhartha Gautama, ou Shakyamuni (século 6 a.E.C). Myoho-renge-kyo é o título do Sutra do Lótus, ou a Lei que rege o universo. Daishonin incorporou o “Nam”, estabelecendo seu ensinamento como forma de abrir o caminho para que as pessoas comuns, de todas as épocas, assumissem as rédeas do seu carma e se tornassem absolutamente felizes. Daishonin identificou a existência de uma lei que rege a vida e revelou-a como Nam-myoho-renge-kyo. Normalmente nos referimos ao Nam-myoho-renge-kyo como daimoku (título) do Sutra do Lótus. Vale reforçar que a simples tradução dos ideogramas não expõe a profundidade da Lei em sua totalidade. Fornece apenas uma ideia ­superficial. O Nam-myoho-renge-kyo só pode ser realmente compreendido quando posto em prática na própria vida. E mesmo não entendendo o significado de Nam-myoho-renge-kyo, o efeito é imediato aos que praticam com coração sincero. Assemelha-se ao ato natural de um bebê ao nascer, procurando pelo leite materno para se nutrir. Manifestar a condição de buda está ao alcance de todos, pois o Nam-myoho-renge-kyo é o catalisador desse processo. Dessa maneira, o modo budista de ser consiste em recitar Nam-myoho-renge-kyo e agir com a convicção da vitória, para transformar angústia em renovada esperança, e encarar os problemas e transformá-los. Ser livre para voar Para uma compreensão mais profunda do poder do Nam-myoho-renge-kyo agindo em nossa vida, libertando-nos de todos os sofrimentos, Nichiren Daishonin utiliza a metáfora do pássaro enga­­i­ola­­do. Nos escritos consta: Para ilustrar, quando um pássaro engaiolado canta, os que estão voando livres pelo céu são atraídos pelo chamado dele. Então, rodeado pelos demais, o pássaro engaiolado se esforça para se libertar. Quando recitamos a Lei Mística, nossa natureza de buda é ativada e emerge infalivelmente.1 De acordo com essa metáfora, por mais que cante, o pássaro não é feliz enquanto permanece prisioneiro. Ao ouvirem seu canto, os pássaros livres se reúnem ao redor da gaiola e o aprisionado se esforça para sair. Hoje, essa simbologia refere-se à condição das pessoas que vivem aprisionadas na gaiola chamada escuridão fundamental, na qual se sentem incapazes de ser felizes e acreditam não ter forças para transformar as circunstâncias. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo por nós e para os outros, “Com esse único som”, diz Daishonin, “convocamos e manifestamos a natureza de buda de (...) todos os demais seres vivos. Esse benefício é imensurável e ilimitado”.2 Essa é a tradução de uma energia vital que nos capacita a nos tornar livres, encarando os problemas e transformando-os, conquistando a felicidade plena. Ao falar sobre a expressão “buda”, alvo de muitas dúvidas de membros e simpatizantes, o ­pre­sidente Ikeda enfatiza: Não existem budas que ficam sofrendo eternamente na pobreza. Também não existem budas cruéis ou malvados, como não existem budas fracos que são derrotados na vida. “Buda” é outro nome para uma pessoa que está determinada a vencer, não importa o que aconteça.3 Partindo dessa explicação, o Mestre complementa: Atingir o estado de buda não significa nos tornarmos alguém ou algo diferente do que somos. Depois de alcançar a iluminação, Shakyamuni não se transformou num super-homem — ele era e continuou a ser sempre um ser humano. Tornar-se buda não quer dizer que todos os sofrimentos da vida desapareçam. Vida nenhuma é livre de sofrimentos. Enquanto estivermos vivos, estaremos ­envolvidos numa constante batalha contra adversidades.4 Ação resoluta No cerne da ativação do poder do daimoku (recitação do Nam-myoho-­renge-kyo), para atingirmos essa condição da natureza de buda, assim como lemos, não há efeito sem causa. Faz-se primordial realizar uma prática constante, com a certeza da vitória. Não há milagres. O budismo praticado na Soka Gakkai garante é um processo de reforma interior, chamado “revolução humana”, pelo qual “saímos da gaiola”, dedicando-nos à nossa felicidade e à do outro, persistindo na prática da fé com confiança. O Nam-myoho-renge-kyo não é uma meditação contemplativa, mas uma oração prática, ativada com um coração ­determinado a vencer. Assim ensina ­Ikeda sensei: A oração é essencial. Jamais se esqueçam de que tudo se inicia a partir da oração. Se nos esquecermos disso e falharmos em transformar a nossa vida, os discursos eloquentes e os argumentos críticos serão teoria sem fundamento, distantes sonhos e pura ilusão. Tanto a fé como o espírito da Soka Gakkai surgem da firme oração em querer mudar nossa realidade do presente momento. No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração por si só não é suficiente. Assim como uma flecha atirada ao seu alvo contém a força máxima do atirador, nossa oração também possui todos os nossos esforços e ações. A oração sem ação representa apenas um simples desejo e a ação sem oração não produz nenhum resultado.5 Sair da prisão Tudo se resume a oração e ação. Nós extraímos a força desse budismo, que revela a forma criativa de viver. Nessa acepção, entendemos que temos a chance de voar rumo aos nossos sonhos, mas, para isso, precisamos transformar alguns ciclos. O primeiro é o ciclo gerado pela negatividade, tão forte em nossos dias. Com a negatividade, a energia vital enfraquece. É como se estivéssemos na gaiola com portinholas abertas, mas sem coragem para sair. Aí estão as oportunidades perdidas, e a autossabotagem conta alto nessa estatística. O presidente Ikeda pondera: Egoísmo, lamentação, dúvida, desonestidade, presunção, arrogância são as causas da própria infelicidade e as de outras pessoas. Quando nos permitimos ser governados por atitudes negativas como essas, somos iguais a um avião que perdeu a direção num denso nevoeiro. Não conseguimos enxergar nada com clareza. A diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, fica confusa. Mergulhamos nós mesmos no nevoeiro e nossos passageiros — nossos amigos e os outros ao redor — na infelicidade.6 Absorvemos, portanto, que a falta de sabedoria cega a percepção de que somos nós que geramos aquele ambiente. Mesmo acreditando que não somos os causadores, como nossa energia vital está mais fraca, nós nos tornamos suscetíveis e reagimos em “harmonia” com aquela negatividade. Como reverter? Ao recitarmos daimoku, manifestando o poder da fé e da prática, nossa energia vital é fortalecida e adquirimos uma condição de bem-estar, força e esperança renovada. Essa condição instanta­neamente influencia, de forma positiva, as pessoas ao redor e as circunstâncias num círculo virtuoso de harmonia e paz. Essa energia vital é a nossa revolução humana, que significa experimentar a força da vida livre e criativa, isto é, a liberdade para transformar as circunstâncias de acordo com nossos desejos. Essa revolução humana gera uma condição de vida em que se desfruta “a maior das alegrias”. Exatamente como defendia Nichiren Daishonin: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.7 A alegria, uma vez sentida, de imediato é irradiada por todos ao redor, desencadeando um processo de transformação da sociedade por meio da própria determinação e da atitude das pessoas. Esse é o objetivo maior da Soka Gakkai, o kosen-rufu, que vem sendo promovido em 192 países e ­terri­tórios, levando esse Budismo do Sol para o coração das pessoas, libertando-as do sofrimento. O Nam-myoho-renge-kyo preenche as 24 horas do mundo. É persistir até conseguir A prática budista demanda árduo esforço e dedicação, mas ela nos permite experimentar a grandiosa alegria da revolução humana, que jamais seria possível numa vida de completa comodidade. Essa é a razão pela qual Daishonin adverte rigorosamente a não nos esquecer das promessas que firmamos em relação à fé nos momentos cruciais. É confiar no daimoku recitado, conscientes de que a causa foi feita e de que obteremos as respostas às nossas orações infalivelmente. Assim também nos ensina Ikeda sensei, que trilhou uma jornada de vida em prol da paz. Ele encerrou sua existência em novembro de 2023, aos 95 anos, não sem antes nos deixar a fórmula da vitória diante das tempestades. A vida pede uma vida livre Nessa edição, destacamos as oportunidades que surgem quando determinamos abrir as portas do coração, ­iluminando a escuridão evidenciada na forma de desesperança ou de questões que nos afligem, a ponto de nos manter engaiolados no sofrimento. A oração é nossa “arma” mais poderosa, e a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é consolidada no Budismo Nichiren como o caminho dessa jornada de vitórias acessível às pessoas comuns. Se recitarmos daimoku de todo o cora­ção e continuarmos a empreender esforços para desafiar nossa situação, seguramente venceremos no final. Essa é a garantia desse budismo revolucionário. “Nosso objetivo é esta única palavra: vitória”, enfatiza Ikeda sensei.8 O Nam-myoho-renge-kyo nos empodera de sabedoria, porém é neces­sário se permitir recebê-la. Assim como o pássaro que canta, mas permanece prisioneiro, não importando o que façamos, nada vai mudar enquanto estivermos presos na escuridão. Por isso, é preciso vencer a negatividade. Orar e agir, contando com o humanismo Soka presente nos pequenos, mas poderosos, blocos da BSGI em todo o país. Com base no diálogo de vida a vida e do estímulo ao estudo e à prática da fé resolutos, conquistamos o impulso para avançar pelos céus da esperança. Nichiren Daishonin, em muitos dos seus escritos, nos brinda com a poesia da convicção, a qual nos enche de confiança. Deixamos aqui, no fechamento desta matéria, uma passagem de seus ensinamentos, com a expectativa de tornar possível o voo à liberdade de mais e mais pessoas: Se recitar Nam-myoho-renge-kyo, haverá alguma ofensa que não possa ser erradicada? Haverá algum benefício que não possa se manifestar? Esta é a verdade. Deve acreditar nela e aceitá-la.9 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 136, 2020. 2. Ibidem. v. II, p. 150, 2017. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.222, 17 abr. 1993, p. 4. 4. Ibidem, ed. 2.404, 27 jan. 2018, p. B3. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.274, 9 maio 2015, p. B2. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 8. Brasil Seikyo. ed. 1.726, 6 dez. 2003, p. A3. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 135, 2020. Oração de quem nada teme Tatiana Tojal, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, RM Penha, CCLP A vida é feita de sonhos e desafios para alcançá-los, e no budismo aprendemos a não ceder quando o destino nos diz não. Há seis anos, eu mesma vivenciei um desses episódios. Ser mãe era algo que batia forte em meu coração. Após uma cirurgia no endométrio e contrariando previsões médicas da possibilidade de uma gravidez natural, eis a primeira comprovação: engravidei aos 42 anos. Dias depois de realizar um ultrassom, com apenas 27 semanas de gestação, a equipe sinalizou possível parto prematuro. Ao entrar na sala de parto, ouvi: “Seu filho pode nascer morto e, se você tiver hemorragia, vamos tirar seu útero, tudo bem?”. Acenei sim com a cabeça, porém, no coração, estava determinada: “Gohonzon, agora é a hora. Chegou o momento de mostrar a força da Lei”. Pedro nasceu e chorou, o primeiro alívio. Meu marido, Marcelo, que estava do lado de fora da sala, entrou rapidamente. Eu lutava contra a hemorragia, enquanto meu bebê, entubado, já estava a caminho da UTI neonatal. Só pude vê-lo no outro dia. Pedro nasceu em 6 de abril de 2018, pesando 870 g. Eu faço aniversário no dia 7 do mesmo mês, e foi o melhor presente. Estávamos ali para comprovar a força da Lei Mística, esse Nam-myoho-renge-kyo poderoso que nos blinda do medo. Tinha muitos motivos dessa convicção. Conheci o Budismo aos 10 anos, quando minha mãe trouxe o Gohonzon para casa. Cresci dentro da organização, participei do Grupo 2001 (precursor da Divisão dos Estudantes), fui uma jovem destemida que atuou nos dois festivais culturais e na Convenção da Chuva. Foram marcos que nutriram minha juventude e minhas escolhas. Aprendi que “não existe oração sem resposta”. Pedro passou 57 dias na UTI, período em que seus rins e coração quase pararam. Com base no daimoku, vencemos e fomos para casa. Isso já faz seis anos. Meu guerreiro não tem nenhuma sequela da prematuridade. Ele é um menino extremamente carinhoso e adora participar das atividades da Divisão dos Estudantes. Iniciei um projeto social chamado “Um Colo para a Mamãe” que ajuda as crianças que estão na UTI neonatal, e levo comigo orientações do Mestre para que possa incentivá-las. Meu coração é só gratidão. Há um poema de Ikeda sensei que me enche de emoção. Nele consta: “A oração das mães não conhece limites. / Elas desconhecem o impasse. / Também não têm covardia / nem dúvida. No âmago da oração firme e resoluta arde a chama da ­coragem / que expulsa o desespero e a resignação. / A oração da Lei Mística / é o juramento seigan de vencer absolutamente”.1 Muito obrigada! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.327, 11 jun. 2016, p. B1. O que significa Nam-myoho-renge-kyo Nam: Devotar-se, dedicar-se. É uma abreviação de namu (do sânscrito), e traz o sentido de uma prática em que lutamos pela nossa felicidade e pela felicidade do outro, baseados no ensinamento do Buda. Myoho: “Lei Mística”, literalmente. A Lei, ou realidade fundamental, é descrita como myo (místico), porque é infinitamente profunda e transcende todos os conceitos ou formulações da mente humana. “Myo” tem alguns significados, como “abrir” ou “reviver”. Nota-se, ­portanto, que, ao praticar essa Lei, avida se abre para renovadas oportunidades e conquistas. Renge: Flor de lótus. Utilizada como símbolo da simultaneidade da lei de causa e efeito. Isso porque, diferentemente de outras plantas, a flor e a semente ­germinam ao mesmo tempo. Assim, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo cria a causa instantânea da vitória a ser manifestada. Kyo: É a tradução japonesa da palavra “sutra”, ou seja, o ensinamento do buda Shakyamuni. Pelo fato de seu ensinamento ter sido difundido pela pregação — ou seja, ele usou a própria voz —, a palavra kyo é algumas vezes interpretada como “som”; ou como a voz compassiva que busca ajudar as pessoas. “Kyo” é também indicativo de “Aquilo que é eterno, que se propaga pelas três existências [passado, presente e futuro]”.

03/06/2024

Capa

Rota da esperança

Agarrar o leme de um nobre propósito O mestre existe para o discípulo manifestar o seu melhor. Quando nos sintonizamos ao coração do nosso grandioso mestre, Daisaku Ikeda, evidenciamos essa mesma energia e força. Alguns exemplos na história ilustram essa proposição. Um deles vem do norueguês Roald Amundsen (1872–1928), o primeiro explorador a chegar ao polo sul, proeza que realizou em 1911, após várias tentativas. Aos 16 anos, em 1889, Amundsen testemunhou o feito heroico de Fridtjof Nansen (1861–1930), pioneiro das expedições polares do seu país, que havia conseguido fazer, com êxito, a travessia da Groenlândia, e daí não parou mais. Anos depois de fincar a bandeira da Noruega no polo sul, Amundsen avançou para o polo norte, atingindo essa meta poucos anos antes de morrer. Em um discurso proferido em 2012, Ikeda sensei nos apresenta essa rica história de Amundsen, uma jornada que ganhou as páginas de obras literárias e, mais recentemente, em 2019, foi abordada no filme Amundsen, O Explorador.1 Além do espírito desbravador, a busca constante pelo planejamento de ações e a união do grupo de expedição são referências ­fortalecidas nas obras. Nansen foi o ­­­mestre que ­inspi­rou Amundsen, apoiando-o para que triunfasse, entrando para a história. E sobre a relação de mestre e dis­cípulo no budismo? Daisaku Ikeda revela, com seu exemplo de vida, os bastidores da grandiosa nau que abraçou desde os 19 anos, vivendo ao lado do seu mestre, Josei Toda; aprendendo com ele e cristalizando os sonhos dele. Ikeda sensei nos apresenta esse laço diamantino como fonte de uma vida sem arrependimentos, firme ao leme de um nobre propó­sito. Ele enfatiza: Em meio a uma sociedade na qual se defronta com o turbilhão de dificuldades dos “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte —, nosso movimento de diálogos segue abrindo a rota da felicidade e da paz das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza — não só para si, como para os outros. Quanto mais altas as ­ondas bravias da época, nosso grande ­navio Soka avançará com ainda mais impo­nência e vigor.2 Essa assertiva nos auxilia na rota da esperança almejada por todos. A vida é efêmera e está em constante mutação. Com um mestre que nos guie por meio de seu exemplo, não se colocando numa posição superior, mas sim do nosso lado e estimulando nosso desenvolvimento, conquistamos uma existência adornada pelas “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza. Para melhor entendimento desse conceito, selecionamos um trecho do livro Século da Saúde: Sabedoria para Conquistar a Boa Saúde e Longevidade, de autoria do pre­sidente Ikeda, no qual ele explana: Examinemos agora cada uma das quatro virtudes. “Eternidade” denota que a condição do estado de buda inerente à vida do Buda e de todos os seres vivos é eterna, abarcando as “três existências” — do passado, presente e futuro. “Felicidade” consiste numa condição de bem-estar livre de sofrimento. “Verdadeiro eu” indica que o estado de buda é o “eu” original, uma força autônoma que nada é capaz de destruir. “Pureza” quer dizer que, por mais impura e corrupta a época, nossa vida funciona de forma pura, como um manancial cristalino fluindo livremente. Essas “quatro virtudes” constituem uma condição de vida suprema de felicidade absoluta e também poderia ser descrita como os cativantes aspectos de um caráter bem lapidado.3 Sócrates e Platão Os aspectos de um caráter bem lapidado podem ser conferidos no segundo exemplo histórico que apresentamos na figura de Sócrates e de Platão. Sócrates (469 a.E.C–399 a.E.C) é conhecido até hoje como expoente do pensamento filosófico mundial. É dele a célebre frase “Conheça-te a ti mesmo”. Todo o conhecimento de Sócrates, que morreu aos 70 anos, injustamente, teria ficado apenas no passado se não fosse por Platão (428 a.E.C–348 a.E.C), o jovem que o seguiu durante nove anos e, nos cinquenta anos seguintes à morte do seu mestre, dedicou-se a manter a lisura dos propósitos dele. Ikeda sensei também faz referência a essa relação cristalina protagonizada por ambos em vários artigos e ensaios, e uma delas consta na Nova Revolução Humana. Ele reforça a visão de Platão na lapidação de pessoas capazes: A água corre sempre para um nível mais baixo. Da mesma forma, se o homem não polir seu caráter, não poderá evitar a decadência causada pelo peso da ambição. Por essa razão, Platão refletia em seguida sobre a saúde e a harmonia da alma e conduzia as pessoas a voltar os olhos para o interior de si mesmas.4 Vitória compartilhada Na base desse processo de mudança interior e na visão de mundo defendido na Soka Gakkai, chamado “revolução humana”, em que rompemos a concha do ego, está o juramento do discípulo de se tornar absolutamente feliz, enquanto se empenha em fazer feliz quem está à sua frente. Aqui reside a tradução da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi, em jap.) na Soka Gakkai. Ikeda sensei pondera sobre essa importância, mostrando-nos traços de sua relação com seu mestre. Ele constantemente relembrava: Atuo dialogando no meu coração, todos os dias, com meu mestre, Josei Toda, onde ele está sempre presente. Minha base é o Gosho (escrituras de Nichiren Daishonin), e foi Toda sensei quem o leu com seu corpo, por meio de suas ações. “Se fosse o sensei, o que faria nessa situação?”, “Minha ação de hoje está de acordo com o espírito do sensei?”, “Se sensei me visse agora, ficaria feliz ou triste comigo?” — sempre me perguntava. E vim encorajando a mim mesmo determinando que realizaria sem falta uma luta vitoriosa e traria alegria ao meu mestre. Essa é a fonte da minha coragem. É a força motriz da contínua vitória. Shitei funi é viver fazendo do coração do mestre o seu próprio, e começa com o mestre existindo solenemente no coração, em todos os momentos e em qualquer situação.5 Acompanhando esse raciocínio, observamos que a unicidade de mestre e discípulo é o mais profundo laço de existência, fortalecido por um juramento compartilhado. Uma frase dos escritos de Nichiren Daishonin elucida que “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.6 No livro Romper Barreiras, obra que traz importante diálogo entre Daisaku Ikeda, Herbie Hancock e Wayne Shor- ter, Ikeda sensei pondera: “A relação de mestre e discípulo é um laço entre duas vidas gerado pela mútua, séria e sincera determinação do mestre comprometido a desenvolver o discípulo de forma a superá-lo, e do discípulo em corresponder de todo o coração à determinação do mestre”.7 O Mestre nos encoraja, ressaltando: “Quando um belo espírito compartilhado flui pelo coração de mestre e discípulo, e entre amigos, um infinito horizonte se revela diante de nós”.8 Eis por que no budismo a relação de mestre e discípulo é inquebrantável. No período contemporâneo do advento do buda Nichiren Daishonin, fundador do budismo do século 13, ele e seus discípulos protagonizaram jornadas de desafios e de vitórias tendo como base perpetuar seu ensinamento. Daishonin deixou seus escritos como um mapa de navegação segura diante das intempéries do destino. Com os Três Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, a integridade dos princípios do Buda foi mantida, mesmo diante da perseguição contra a própria vida, como no caso do presidente fundador da Soka Gakkai, Makiguchi sensei, que morreu no cárcere. Ikeda sensei, que aos 19 anos abraçou a causa da paz junto com Josei Toda, sobrepujou tempestades inimagináveis e triunfou como mestre da sabedoria. ­Durante 25 anos, Ikeda sensei se dedicou a narrar o seu “diário de bordo”, o romance Nova Revolução Humana, com relatos de indivíduos comuns, que se descobriram “construtores de sua embarcação da vida”, sedimentando a real tradução da unici­dade com o mestre que os guia em segurança pelo mar da existência. A unicidade de mestre e discípulo envolve fé, determinação e ação para construirmos juntos histórias de vida gloriosas, visualizarmos o horizonte com esperança e, por meio da benevolência, conduzirmos a vida com tranquilidade, tanto a nossa quanto a de todos ao redor. A Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, se empenha para tornar realidade o movimento pelo kosen-rufu, ou seja, uma sociedade guiada pela união de pessoas comuns, solidárias e empoderadas. Dentro desse processo, no qual cada uma delas realiza sua revolução humana em meio aos ventos bravios do carma, elas assumem, junto com o presidente Ikeda, o leme da propagação desse modelo de vida em que nada é capaz de tirá-las da rota da felicidade. Então, na base da nossa organização — formada pelas comunidades e pelos ­blocos da BSGI —, surgem vários indivíduos que se levantam como “Shin’ichi Yamamoto” (pseudônimo do Dr. Daisaku Ikeda na obra Nova Revolução Humana). Por essa razão, praticamos o Budismo Nichiren, o budismo de ação, no qual cada pessoa segura o leme do próprio destino, adquirindo força e coragem para navegar com confiança pelos mares revoltos da vida. Portanto, a prova real é vital. Ikeda sensei reflete sobre esse sentimento: Como discípulos, portanto, e importante que evidenciemos provas reais para que possamos declarar com orgulho ao mestre: “‘Eu venci!’. Isso é unicidade de ­mestre e discípulo. Por ter tomado tal ­decisão, pude dar vazão à minha força total, e assim, consegui manifestar coragem e sabedoria. Quando nos levantamos como discípulos com a ardente determinação de corresponder ao nosso mestre no kosen-rufu, a mesma condição de vida intrépida dele passa a pulsar em nossa própria vida. Isso significa que, quando vivemos com a consciência de que mestre e discípulo são unos, manifestamos a condição de vida dos bodisatvas da terra, que no distante passado juraram cumprir a grandiosa missão pelo kosen-rufu com o mestre deles. Teremos uma força incomparável”.9 Ação como discípulo Ao trazer à memória novamente os direcionamentos de Josei Toda, seu eterno mestre, o presidente Ikeda explica como podemos manifestar essa condição de vida dos bodisatvas da terra. Nosso mestre relembra a sincera preocupação e dedicação de Toda sensei em relação aos membros que enfrentavam situações angustiantes e sofrimentos. Josei Toda se empenhava de corpo e alma na orientação de vida a vida, estendendo grandiosos incentivos a cada companheiro com a determinação absoluta de jamais permitir que alguém se tornasse infeliz. “Aqui está o ponto essencial da existência da Soka Gakkai, a ação na prática de mestre e discípulo”,10 frisa Ikeda sensei, orientando-nos. Ele diz: Fazendo do coração do mestre que anseia a paz mundial o nosso próprio ­coração, devemos orar pela felicidade dos companheiros que sofrem com as adversidades da vida e lançarmo-nos em meio às pessoas comuns do povo. Um dia dedicado ao kosen-rufu, orando e promovendo o diálogo juntos, se tornará uma recordação dourada da nossa vida.11 Não há alegria maior Com as explanações e reflexões apresentadas nesta matéria, aprendemos sobre a unicidade de mestre e discípulo, relação que não se rompe nem mesmo com a morte. Como vimos, começou pela jornada de Amundsen, explorador norueguês que entrou para a história ao chegar aos polos sul e norte. Depois, a atenção se voltou para a jornada de vida de Ikeda sensei. Por meio dessa trajetória do Mestre em prol do humanismo, ficou ­evidente a definição da relação de mestre e discípulo vista no budismo e na visão contemporânea do mapa de navegação ­acessível hoje para uma vida plena, a ­despeito dos ventos fortes aos quais todos estamos sujeitos ao longo do caminho. É importante lapidarmos constantemente nosso caráter, conquistando um brilho único, da forma como somos, e influenciando positivamente nosso ambiente familiar, trabalho e toda a sociedade. Não há alegria maior que ter um mestre da vida. Ikeda sensei consolida seu sentimento: A vida é uma contínua “expedição ao desconhecido”. Há momentos em que somos assolados por imprevisíveis tempestades. No entanto, é em meio a essa árdua luta que se encontra a saída para a colossal vitória. Desde que não se perca de vista os objetivos, não haverá nenhum dia em vão. Todos eles serão valiosos e transbordantes de esperança e de desenvolvimento.12 Quanto à relação cristalina dos filósofos Sócrates e Platão, Ikeda sensei ressalta: “Depois da morte de Sócrates, um novo Sócrates nasceu na pessoa de Platão. Fui para o presidente [Josei] Toda o que Platão foi para Sócrates, portanto, posso entender muito bem a relação entre esses dois filósofos gregos”, afirma.13 Ele define com propriedade: “Não poderíamos dizer que mestre e discípulo são os melhores e mais incomparáveis companheiros, que compartilham do mesmo ideal e lutam para torná-lo realidade?”14 Avançar aqui e agora É para a nova geração, os jovens, que essa grandiosa missão alicerçada nos profundos laços da unicidade de mestre e discípulo se reveste de vibrantes significados, especialmente neste mês de maio. Ao conectar 100 mil jovens humanistas aos ideais de paz defendidos no Budismo Nichiren, os integrantes da Juventude Soka do Brasil avançam firmes, ancorados no sentimento de corresponder ao Mestre, sem largar a mão de ninguém. Em sua análise sobre a jornada de Amundsen, Ikeda sensei comenta o fato de o navio cedido por Nansen e utilizado pelo jovem explorador em sua primeira tentativa na Antártida chamar-se Fram (veleiro tipo escuna cujo nome significa “para a frente, avançar”). Nosso mestre contextualiza: O discípulo assumiu o navio que seu mestre havia utilizado em sua aventura, e partiu rumo ao oceano do novo sonho, a terceira expedição dessa nau. Quão magnífica é essa viagem fabulosa de mestre e discípulo! Os jovens de coragem serão esses desbravadores que desafiarão a abertura de ­novas rotas. Esse é o “Navio Avanço” de supremo orgulho, que desconhece a interrupção.15 Em recente orientação, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, fortalece a missão grandiosa dos discípulos Ikeda, jovens de todas as idades, dizendo que “(...) Se buscarmos o Mestre em nosso coração e renovarmos nosso juramento pelo kosen-rufu, uma nova e poderosa energia vital passará a emanar abundantemente de nós. Isso, em si, é o espírito jovem, o espírito de saldar nossa dívida de gratidão. Abracemos e compartilhemos esse espírito com todos em nossa respectiva comunidade”.16 Ikeda sensei deixou essa existência serenamente em novembro último, mas seu legado ganha continuidade pelas mãos dos jovens herdeiros. Isso dá vida ao que ele sempre ansiou. Assim, para concluir esta matéria, compartilhamos um trecho de um de seus ensaios, com a expectativa de que seja fonte de inspiração para os leitores nos acompanhar, junto com o Mestre, em direção ao horizonte azul de esperança, força e coragem: A força e a paixão juvenis, que ­aquecem o coração das pessoas e impulsionam o avanço da sociedade, sem dúvida ­conti­nuam sendo de vocês, a esperança dos povos. Por isso mesmo, nossa SGI Jovem deve zarpar rumo à nova e grande navegação em prol do kosen-rufu com os jovens na liderança. Vamos ao imenso oceano da nova era! Oh, jovens, com sua força e paixão, coragem e sabedoria, descortinem a nova alvorada da esperança do mundo! Por existir a Divisão dos Jovens, mestre e discípulo vencerão.17 No topo: Presidente Josei Toda, à direita, acompanhado de seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda, em março de 1958 (Shizuoka, Japão) Foto: Sekyo Press Notas: 1. AMUNDSEN, o Explorador. Direção: Espen Sandberg. Roteiro: Ravn Lanesskog. Produção: Espen Horn, John M. ­Jacobsen, Kristian Strand Sinkerud. Noruega: Motion Blur Film/SF Studios, 2019 (2h05). 2. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2. 3. IKEDA, Daisaku. Século da Saúde: Sabedoria para ­Conquistar a Boa Saúde e Longevidade. São Paulo: Editora  Brasil Seikyo, 2023. p. 71. 4. IKEDA. Daisaku. Nova Revolução Humana, v. 6. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 80. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.138, 7 jul. 2012, p. B2. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo,  v. II, p. 173, 2017. 7. IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER, Wayne. Romper Barreiras. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 104. 8. Ibidem. 9. IKEDA. Daisaku. Nova Revolução Humana, v. 26. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 290-291. 10. Brasil Seikyo, ed. 2.313, 27 fev. 2016, p. A2. 11. Ibidem. 12. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1 dez. 2012, p. B2. 13. Idem. ed. 2.340, 17 set. 2016, p. C1. 14. IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 49. 15. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2. 16. Terceira Civilização, ed. 666, fev. 2024, p. 6-9. 17. Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1º dez. 2012, p. B2.

02/05/2024

Série

Os livros da minha juventude

A famosa canção infantil Go Tell Aunt Rhody é conhecida ao redor do mundo com diferentes letras. Porém, poucos sabem que a melodia foi composta pelo filósofo françês Jean-Jacques Rousseau no século 18. A música é simples e de uma pureza inocente que captura o coração das crianças. Ela vem de uma ópera de Rousseau chamada Le Devin du village [O Vidente do Vilarejo]. Tomei conhecimento dessa informação logo após a Segunda Guerra Mundial, quando estava absorto na leitura das obras de Rousseau, incluindo O Contrato Social, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade e Emílio. Dentre esses livros, Emílio, em especial, me impressionou. Nele, pude sentir a paixão de Rousseau pela educação infantil reverberar de forma profunda, igual na melodia Go Tell Aunt Rhody. ROUSSEAU E MEU MESTRE Quando comecei meus estudos sob a tutela do meu mestre, Josei Toda, Emílio surgia sempre nas conversas. Toda sensei nutria forte interesse pelos ideais educacionais de Rousseau. Em 2 de outubro de 1950, anotei o seguinte no meu diário: À noite, fui com o Sr. Toda visitar K. em Koiwa. No trem, conversamos sobre assuntos de trabalho. Na volta, o Sr. Toda me convidou para comer sushi perto da estação de Koiwa. No trem de volta para casa, conversamos entusiasticamente sobre Emílio ou Da Educação, de Rousseau, e sobre outros temas literários. O Sr. Toda desceu na estação de Meguro.1 Não me lembro de todos os detalhes da conversa, mas ele me disse certa vez que seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, também apreciava ler Rousseau. Na obra The System of Value-Creating Education [Educação para uma Vida Criativa], Makiguchi sensei cita Rousseau com frequência. Por exemplo, ao discutir sobre as maneiras de reformar a educação, ele escreveu: Este apego a práticas e regras desatualizadas e despropositadas pode ser observado tanto no Ocidente quanto no Oriente, e apenas graças à insistência de educadores revolucionários como Rousseau, Comenius e Pestalozzi é que a juventude tem hoje em dia uma sentença mais suave para cumprir na prisão dos estudos sem sentido.2 Em seu trabalho, Makiguchi sensei condena o tipo de educação que dá ênfase exagerada ao conhecimento mecânico como uma “prisão dos estudos sem sentido”. Em Emílio, Rousseau também critica severamente tal tipo de educação. Embora sejam de origens distintas, um da Ásia e outro da Europa, os escritos educacionais desses dois autores parecem se mesclar de maneira profunda. OS IDEIAIS EDUCACIONAIS DE ROUSSEAU EM EMÍLIO Rousseau começa Emílio com uma declaração alarmante: “Tudo é bom ao sair das mãos do Autor das coisas; tudo degenera entre as mãos do homem”.3 Não é exagero dizer que os ideais de educação de Rousseau estejam condensados nessa breve passagem. Conhecido por seu chamado para um retorno à natureza, ele era um filósofo que acreditava firmemente na bondade essencial da natureza e a amava. Rousseau continuamente condenava qualquer afastamento do estado natural. Na educação, a natureza é a maior professora, insistia ele. Os professores humanos, dizia, estão ali apenas para servir como guardiões de forma que os estudantes não se afastem de seu estado natural. Natureza é pai e mãe; é uma professora excelente de humanidade. Rousseau compôs Emílio de acordo com esse espírito essencial. Em The Confessions and Correspondence, ele escreveu: “Emílio [...] me custou vinte anos de reflexão e três anos de trabalho”.4 De fato, Emílio era a própria vida de Rousseau; foi um grito das profundezas de sua alma. Emílio é o nome de um menino, personagem principal da história. Em vez de ser educado na escola, Emílio recebe aulas particulares de seu professor, Rousseau. Isso parece refletir o curso da juventude de Rousseau. Autodidata, sem qualquer escolaridade formal, Rousseau construiu sua base intelectual e tornou-se um filósofo imponente da Europa do século 18. Emílio desenvolve-se esplendidamente, seguindo o programa educativo que seu professor preparou. Esse se baseia na ideia de que o desenvolvimento infantil pode ser dividido em três fases. Até os 12 anos, a criança passa por uma fase sensorial, na qual se enfatiza a educação baseada na natureza e nos objetos. Dos 12 aos 15 anos, ocorre a etapa prática, durante a qual o jovem aprende a compreender a utilidade de vários objetos e a julgar o que é útil ou não. No período final do desenvolvimento, a partir dos 15 anos, surge o estágio da razão e da moralidade, no qual o jovem aprende a pensar sobre o bem e o mal e a refletir sobre Deus. O professor orienta Emílio cuidadosamente ao longo desses estágios de desenvolvimento. A primeira fase dá ênfase ao desenvolvimento físico da criança. Roupas apertadas e “charutinhos”, afirma Rousseau, dificultam a capacidade da criança de se curvar e de se esticar e, portanto, vão contra o conceito de educação baseada na natureza. Por essa razão, Emílio recebe roupas largas. A crença de Rousseau na importância de objetos exteriores na educação é resumida na seguinte afirmação: “As coisas, as coisas! Nunca repetirei o suficiente que atribuímos poder demais às palavras”.5 Rousseau também escreveu: “Longe de manter-me atento para evitar que Emílio se fira, eu ficaria muito contrariado caso nunca se ferisse e crescesse sem conhecer a dor. Sofrer é a primeira coisa que deve aprender e a que terá mais necessidade de saber”.6 Aqui, ele expressa sua convicção de que as experiências são, por si só, inestimáveis. Em outras palavras, Rousseau declara que uma criança concebe ideias por meio das experiências, não das palavras. Esse é o motivo principal para ele enfatizar a importância da educação por meio da interação com objetos e situações do mundo real. Deve ser ressaltado que por trás da educação de Emílio está a ênfase de Rousseau na descoberta. Sobre esse tópico, ele escreveu: Por que desejais privar esses pequenos inocentes do gozo de um tempo tão curto que lhes escapa e de um bem tão precioso do qual não saberiam abusar? [...] Não preparais vossos lamentos privando-os dos poucos instantes que a natureza lhes dá: logo que puderem sentir o prazer de existir, fazei com que aproveitem; fazei com que, seja qual for a hora em que Deus os chamar, não morram sem ter apreciado a vida”.7 Continua na próxima edição. No topo: Retrato do filósofo, escritor genebrino Jean-Jacques Rousseau Foto: Getty Images Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, p. 61. 2. Education for Creative Living: Ideas and Proposals of Tsunesaburo Makiguchi. BETHEL, Dayle M. (ed.). Tradução: Alfred Birnbaum. Ames, IA: Iowa State University Press, 1989, p. 96. 3. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da Educação. Tradução: Laurent de Saes. São Paulo: Edipro, 2017, p. 41. 4. Idem. The Confessions and Correspondence, including the Letters to Malesherbes. KELLY, Christopher; MASTERS, Roger D.; STILLMAN, Peter G. (eds.). Tradução: Christopher Kelly Hanover, NH: University Press of New England, 1995, p. 324 (tradução nossa). 5. ROUSSEAU. Emílio, p. 210. 6. Ibidem, p. 88. 7. Ibidem, p. 90.

02/05/2024

Pensamento

Não abandonem seja quem for

Não abandonem seja quem for. Não julguem arbitrariamente. Não descartem quem quer que seja. Continuem acreditando e estendam a mão, fazendo despertar sua natureza de buda. Esse é o humanismo do budismo. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 14 de fevereiro de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (jul. 2023) Foto: Seikyo Press

01/03/2024

Estudo

[68] Sejam vitoriosos na jornada da vida e do kosen-rufu

Explanação Tenho uma missão que é só minha. Você também tem uma a missão que só você pode cumprir.1 Esses são versos do poema Ode à Juventude, que dediquei aos nossos sucessores da Divisão dos Jovens há cinquenta anos, em dezembro de 1970. Como membros da Soka Gakkai que mantêm o maravilhoso ensinamento da Lei Mística, temos a nobre missão de transformar a sociedade por meio da nossa revolução humana. Nosso propósito é “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) — ou seja, concretizar a felicidade e a paz para toda a humanidade. Essa era a mensagem que desejava transmitir aos meus jovens amigos que arcariam com a responsabilidade pelo futuro do nosso movimento. Uma revolução interior pacífica e gradativa O poema prossegue: O que as pessoas anseiam para apoiá-las no século 21 não é somente a reorganização dos aspectos externos. Elas desejam uma sólida revolução dentro da vida delas, levada a cabo gradativamente e numa atmosfera de paz, com base na filosofia e crenças de cada indivíduo.2 Uma magnífica epopeia de Ode à Juventude Cinco décadas se passaram desde que compus esse poema. Meus queridos companheiros — tanto aqueles que trabalharam ao meu lado ao longo desses anos quanto aos nossos confiáveis sucessores da Divisão dos Jovens dos dias de hoje — vêm realizando sua prática budista e se empenhando com orgulho para cumprir sua missão ímpar em suas respectivas esferas. Nosso contínuo, firme e inabalável movimento do povo desenvolveu-se em escala global. A maravilhosa “ode à juventude” que cada um de nossos membros compôs no decorrer de meio século edifica uma magnífica epopeia de pessoas comuns, originando uma poderosa correnteza do kosen-rufu mundial. Em vez de buscar mera reforma exterior, é importante que adotemos uma abordagem gradativa, cultivando, de maneira sólida, o solo espiritual das pessoas para produzir e colher o rico fruto da felicidade. Como o grande indiano defensor da não violência Mahatma Gandhi (1869–1948) expressou: “O bem caminha a passo de caramujo”.3 O tradicional espírito imutável da Soka Gakkai Chegou a época em que o verdadeiro valor do nosso movimento popular brilhará cada vez mais intensamente. Portanto, devemos continuar seguindo em frente, sempre em frente, venha o que vier, em nossa trajetória para concretizar a vitória na vida e em nossa eterna jornada da luta conjunta em prol do kosen-rufu como mestre e discípulo, unidos num só coração. Enquanto nos preparamos para dar uma nova partida [com o Ano-Novo de 2021 logo à frente], estudemos os ditos de Nichiren Daishonin e ratifiquemos a importância de manter uma fé resoluta, sólida e contínua. O espírito da Soka Gakkai permanece imutável em meio aos desafios e às novas abordagens da vida cotidiana decorrentes da pandemia da Covid-19. Trecho do escrito 1 Resposta à Monja Leiga Myoshin4 Além disso, [o ideograma chinês] myo [de Nam-myoho-renge-kyo], assim como flores que se tornam frutos e a lua nova que se torna cheia, é um ideograma que se torna um buda. Desse modo, o sutra expressa: “Se uma pessoa for capaz de manter este sutra, ela estará mantendo o corpo do Buda” [LSOC, cap. 11, p. 220]. O grande mestre Tiantai5 diz: “[O Sutra do Lótus...] é, em todos e em cada um desses ideogramas, o Buda verdadeiro.6 O ideograma myo é Aquele que Assim Chega Shakyamuni perfeitamente dotado dos trinta e dois aspectos e oitenta características,7 mas, pelo fato de nossa visão ser deficiente, vemos apenas um ideograma. Por exemplo, é semelhante ao caso de um idoso cuja vista é fraca, e, portanto, não consegue ver que as flores de lótus no lago produziram sementes. E à noite, por causa da escuridão, a pessoa não consegue ver as formas das coisas. No entanto, esse ideograma myo é, em si, um buda. Além disso, o ideograma myo são a lua, o sol, as estrelas, um espelho, vestimentas, alimento, flores, a grande terra, o grande mar. Todos os benefícios reunidos compõem o ideograma myo. Também é a joia da realização dos desejos.8 (WND, v. II, p. 879-880) Sinceros incentivos constantes à monja leiga Myoshin Nessa carta, intitulada Resposta à Monja Leiga Myoshin, Daishonin explica que o simples ideograma myo de Nam-myoho-renge-kyo que recitamos contém benefício imensurável. A monja leiga Myoshin era uma discípula que residia na província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka). Acredita-se que ela tenha se tornado monja leiga movida pelo desejo de que seu marido, o sacerdote leigo Takahashi Rokuro, se recuperasse de uma doença. Daishonin posteriormente concedeu a ela outro nome budista, monja leiga Jimyo, (Mantenedora do Myo). Ela também era conhecida como monja leiga de Kubo, em virtude do local para onde se mudou depois da morte do marido. Daishonin enviou muitas cartas a essa discípula e continuou a encorajá-la e a apoiá-la de coração durante o período de luto dela. Em resposta à calorosa preocupação e à atenção dele, Myoshin manteve uma fé forte e pura. A atitude sincera dela em relação à prática budista, enaltecida por Nichiren Daishonin como extremamente admirável (cf. WND, v. II, p. 877),9 faz lembrar as mulheres Soka. “Nosso corpo é o próprio corpo do Buda” Em Resposta à Monja Leiga Myoshin, Daishonin escreve: “Myo, assim como flores que se tornam frutos e a lua nova que se torna cheia, é um ideograma que se torna um buda” (WND, v. II, p. 877). Ele assevera que aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo atingirão o estado de buda sem falta. O sacerdote leigo Takahashi permaneceu firme na fé até a morte, e Myoshin também continuou se empenhando sinceramente na fé, mesmo após a viuvez e tendo de criar sozinha um filho pequeno. Pelo fato de ela e seu marido recitarem Nam-myoho-renge-kyo, Daishonin garante que ambos com certeza atingirão o estado de buda. Explanando sua asserção de que o ideograma myo se transforma em um buda, Nichiren Daishonin cita o capítulo 11, “Surgimento da Torre de Tesouro”, do Sutra do Lótus, e as obras do grande mestre Tiantai, os quais afirmam, respectivamente, que manter o Sutra do Lótus é o mesmo que manter o corpo do Buda e que cada palavra e cada frase do Sutra do Lótus são o Buda verdadeiro (cf. WND, v. II, p. 879). Contudo, assegura ele, os mortais comuns não veem nada a não ser mero ideograma. Ele compara isso a ser incapaz de ver a forma de uma pessoa no escuro. “No entanto, esse ideograma myo é, em si, um buda” (Ibidem), reitera Daishonin. Em Registro dos Ensinamentos Transmitido Oralmente, ele também expressa: “Manter o Sutra do Lótus consiste em manter a crença no fato de que nosso corpo é o corpo do Buda” (OTT, p. 96). O corpo de cada um de nós, mortais comuns, é o corpo do Buda — esse é o benefício de se manter a Lei Mística. Na mesma carta, Daishonin diz: “Além disso, o ideograma myo são a lua, o sol, as estrelas, um espelho, vestimentas, alimento, flores, a grande terra, o grande mar” (WND, v. II, p. 879-880). Todos os infinitos benefícios do universo, da natureza e dos seres humanos estão contidos no simples ideograma myo. Myo também é descrito como a joia da realização dos desejos, denotando que podemos produzir imensuráveis tesouros conforme nossa vontade. O benefício desfrutado por aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo e se mantêm inabaláveis na fé é de fato colossal. Trata-se de algo que passamos a perceber com o tempo, pois o verdadeiro benefício da fé na Lei Mística é inconspícuo. Um broto finca sólidas raízes na terra, crescendo gradativamente no decorrer do tempo, tornando-se uma robusta árvore que não se curva com rajadas de ventos ou tempestades. De modo semelhante, por meio da fé resoluta na Lei Mística, cada um de nós gradativamente se desenvolve de forma esplêndida, de um jeito só nosso, produzindo ramos de boa sorte e benefício e fazendo desabrochar magníficas flores de felicidade tanto para nós como para os outros. Toda sensei também descrevia o benefício inconspícuo como alcançar uma condição de felicidade absoluta. Isso significa obter uma condição de vida vasta e ilimitada, na qual o fato de estar vivo é, em si, uma alegria. A continuidade da fé resoluta significa desafiar a nós mesmos a cada dia Na sequência da passagem de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, que citei antes, Daishonin afirma: “Manter o corpo do Buda significa manter a crença de que fora do nosso próprio corpo não há Buda algum” (OTT, p. 97). É essencial que “mantenhamos o ideograma myo”, com a convicção de que cada um de nós possui a supremamente digna condição de vida do estado de buda. “Manter”, nesse contexto, refere-se à continuidade da fé resoluta até o fim. “Resoluta” significa renovar a determinação a cada dia, desafiar a nós mesmos a cada dia, e avançar, crescer e triunfar a cada dia. Daishonin ensina: “Possuir uma fé como a água significa crer continuamente, sem jamais retroceder” (CEND, v. II, p. 163). Com isso, ele quer dizer que devemos continuar nos lapidando e nos aprimorando com base na fé na Lei Mística. Ele também escreve: “Seja diligente em aprofundar sua fé até o último momento de sua vida. Do contrário, irá se arrepender” (Ibidem, p. 294). Não importando o que aconteça, devemos despertar uma fé cada vez mais forte e seguir em frente de forma tenaz e positiva, de modo que não tenhamos arrependimentos. Aqueles que realizam esforços sinceros e resolutos na fé jamais sucumbirão ao desespero. Fé é a suprema fonte de esperança, pois nos habilita a encontrar significado em cada situação e a evidenciar a sabedoria e a força para dar um passo adiante. O verdadeiro benefício da fé no Budismo Nichiren é esse benefício inconspícuo de edificar uma condição de vida inabalável e indestrutível. Enquanto estava exilado na Ilha de Sado,10 Daishonin declarou: “Eu, Nichiren, sou o homem mais afortunado do Japão atual” (Ibidem, v. I, p. 280). Essa é a condição de vida do Buda dos Últimos Dias da Lei. Nem mesmo a mais dura perseguição poderia suprimir o espírito dele. Nós, da Soka Gakkai, que praticamos os ensinamentos de Nichiren Daishonin e nos dedicamos ao kosen-rufu, estamos dando continuidade a esse espírito. O Budismo Nichiren é a religião que cultiva pessoas sábias e fortes — pessoas de integridade e de caráter extraordinários. É a religião da revolução humana. Ajudando as pessoas a transformar a vida, a Soka Gakkai desenvolveu uma rede de paz, cultura e educação que se estende pelo mundo todo. Trecho do escrito 2 Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente11 Agora, na mente de Nichiren e de seus seguidores, o que é insuperável é o Nam-myoho-renge-kyo. Dentre todas as coisas insuperáveis, é a que detém a posição mais alta. É a [Lei Mística] descrita (...) como uma concentração de joias insuperáveis é o Nam-myoho-renge-kyo, a concentração de joias que representam todos os paramita,12 as dez mil práticas religiosas e as dez mil boas ações de todos os budas das três existências — passado, presente e futuro. Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações, essa concentração de joias insuperáveis pode se tornar nossa por meio da simples palavra “fé” [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]. Esse é o significado de fugu jitoku, isto é, “veio a nós sem que a tivéssemos buscado”. O ideograma ji na expressão jitoku (veio a nós sem que a tivéssemos buscado) refere-se aos dez mundos, ou seja, a concentração de joias é conquistada, sem exceção, em cada um dos dez mundos. Isso é conhecido como o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos.13 Portanto, essa passagem afirma que o buda Shakyamuni da iluminação perfeita14 não é nada além da carne e do sangue de nós, seres vivos. Devem refletir sobre isso com muita atenção. (OTT, p. 97) Benefícios ilimitados e imensuráveis Estudemos agora essa passagem de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente a qual afirma que aqueles que permanecem inabaláveis na fé alcançam benefícios ilimitados e imensuráveis. O presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi sublinhou fortemente esse trecho em seu exemplar dos escritos de Nichiren Daishonin que foi confiscado pelas autoridades durante a Segunda Guerra Mundial. No capítulo 4, “Fé e Compreensão”, do Sutra do Lótus, encontramos as palavras: “Essa concentração de joias insuperáveis / veio a nós sem que a tivéssemos buscado” (LSOC, cap. 4, p. 124). O Sutra do Lótus explica, pela primeira vez, que os praticantes dos dois veículos — ouvintes da voz e os que despertaram para a causa — podem atingir o estado de buda.15 Os sutras anteriores os denunciavam rigorosamente e negavam essa possibilidade. Ao ouvirem esse ensinamento, os discípulos dos dois veículos, que haviam praticamente abandonado a esperança de atingir o estado de buda, alegram-se, estimulando Mahakashyapa a exclamar em nome deles: “Essa concentração de joias insuperáveis veio a nós sem que a tivéssemos buscado”. O Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente declara que essa “concentração de joias insuperáveis” é o Nam-myoho-renge-kyo, que contém os benefícios de todos os budas das dez direções e das três existências. Isso porque a Lei Mística se posiciona no ápice de todas as coisas insuperáveis (cf. OTT, p. 59). A “concentração de joias insuperáveis” também indica a condição de vida do estado de buda e nossa própria vida, que possui esse potencial. Todos nós, portanto, possuímos igualmente a joia suprema e insuperável que é a natureza de buda. Estabelecer uma nobre condição de vida de felicidade durante esta existência Daishonin então esclarece o significado da frase “veio a nós sem que a tivéssemos buscado”: “Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações, essa concentração de joias insuperáveis podem se tornar nossa por meio da simples palavra ‘fé’ [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]” (OTT, p. 59). A expressão “Sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações” não significa meramente sem nenhum esforço ou empenho na prática. Os ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus expunham que a iluminação só poderia ser atingida realizando-se incalculáveis éons de prática budista. Em contraposição, ao revelar a essência do Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin esclareceu que qualquer um pode atingir o estado de buda nesta existência. Mantendo a Lei Mística, na qual tanto a causa como o efeito estão presentes simultaneamente (cf. WND, v. II, p. 517),16 obtemos prontamente essas joias insuperáveis “sem trabalho ou dificuldade, sem práticas religiosas ou boas ações” realizadas ao longo de incalculáveis éons em busca da iluminação. Alcançamos imediatamente a condição de vida do estado de buda. Além disso, Daishonin diz: “Essa concentração de joias insuperáveis pode se tornar nossa por meio da simples palavra “fé” [isto é, por meio da recitação da simples frase Nam-myoho-renge-kyo com fé]” (OTT, p. 59). O Budismo Nichiren ensina que o próprio Nam-myoho-renge-kyo é a “prática de ‘abraçar’ é, em si, observar a mente” (juji-soku-kanjin) Abraçando a fé no Gohonzon e realizando nossa prática budista com constância e firmeza, nós nos colocamos no caminho certo para a felicidade e obtemos o insuperável tesouro da iluminação, mesmo sem buscá-lo de forma consciente. Esse tesouro “veio a nós sem que [o] tivéssemos buscado”, significando que não nos é concedido por ninguém. Nós mesmos o obtemos. Por isso, jamais devemos abandonar nossa fé. Dúvida, indolência e arrogância são nossas maiores inimigas. Devemos nos esforçar resoluta e consistentemente em nossa prática budista. Assim, seremos capazes de atingir vasta condição de vida além de nossa imaginação, na qual poderemos “viver felizes e tranquilos” (cf. LSOC, cap. 16, p. 272)17 e desfrutar a “ilimitada alegria da Lei”.18 As experiências de inumeráveis membros da Soka Gakkai ao redor do mundo atestam essa verdade. Fazendo um retrospecto de sua vida, muitos relatam que, ao realizarem a prática com seriedade, conquistaram naturalmente sólidos benefícios, ultrapassando todos os tipos de dificuldades e usufruindo uma condição de vida serena e livre. “Tudo de que preciso vem a mim naturalmente” Toda sensei afirmou: “Minha condição de vida interior neste momento é como se eu estivesse esparramado sobre uma vastidão infinita de nuvens brancas fofinhas no alto do céu. Tudo vem a mim sem eu buscar. Onde conquistei esse benefício? Na prisão, onde passei dois anos. Mas a época hoje é diferente, e vocês não precisam ir para a cadeia. Tudo o que necessitam fazer é devotar sua jovem vida à nobre missão pelo kosen-rufu, trabalhando incansavelmente para concretizar esse objetivo”. Dedicando-nos ao kosen-rufu, podemos desfrutar uma condição de vida de suprema felicidade sem falta. Propagar a filosofia de respeito pela dignidade da vida para o mundo Em última análise, propiciar uma transformação interior na vida das pessoas por meio de diálogos individuais constitui a base para transformar o destino da humanidade. Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana consiste em estabelecer a filosofia de respeito pela dignidade da vida na sociedade mediante “uma revolução saudável, pacífica e gradativa delas mesmas [as pessoas]”.19 A Dra. Ela Gandhi, neta de Mahatma Gandhi, teceu comentários sobre as atividades da Soka Gakkai para difundir a filosofia de respeito pela dignidade da vida. Ela observou que a SGI compartilhava de muitos valores que pautaram as ações de Gandhi, como a não violência, a consciência e o espírito de autodisciplina dele.20 Pessoas criteriosas do mundo inteiro depositam grande expectativa em nosso movimento dedicado a desenvolver o potencial positivo de cada indivíduo e a solidariedade entre todas as pessoas. Partindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai Em todas as partes, estão surgindo jovens para assumir esse desafio de transformar a sociedade por meio da transformação individual. O “jovem sol levanta-se hoje também”.21 Ele ilumina o mundo radiantemente com a compassiva luz do humanismo budista. Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca. Compartilharei os versos finais de Ode à Juventude com meus queridos amigos da Divisão dos Jovens, incumbidos da missão de abrir caminhos para o avanço do kosen-rufu no século 21: Jovens! Sobrevivam! Sobrevivam a todo custo. Como promotores da gloriosa evolução global, façam seu triunfo na história resplandecer. O jovem sol das 8 horas levanta-se hoje também! Levanta-se no ritmo do palpitar do coração dos jovens!22 (Daibyakurenge, edição de dezembro de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI Resumo Estudo — Março 2024 Principais tópicos estudados Myo “Myo também é descrito como a joia da realização dos desejos, denotando que podemos produzir imensuráveis tesouros conforme nossa vontade. O benefício desfrutado por aqueles que recitam Nam-myoho-renge-kyo e se mantêm inabaláveis na fé é de fato colossal. Trata-se de algo que passamos a perceber com o tempo, pois o verdadeiro benefício da fé na Lei Mística é inconspícuo.” Benefícios ilimitados e imensuráveis “A ‘concentração de joias insuperáveis’ também indica a condição de vida do estado de buda e nossa própria vida, que possui esse potencial. Todos nós, portanto, possuímos igualmente a joia suprema e insuperável que é a natureza de buda.” Transformar a sociedade por meio da transformação individual “Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de ‘estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra’, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca.” Frases marcantes “Tenho uma missão que é só minha. Você também tem uma, a missão que só você pode cumprir.” “Fé é a suprema fonte de esperança que nos habilita a encontrar significado em cada situação e evidenciar a sabedoria e a força para dar um passo adiante.” “Jovens! Sobrevivam! Sobrevivam a todo custo. Como promotores da grandiosa evolução global. Façam seu triunfo na história resplandecer. O jovem sol das 8 horas levanta-se hoje também! Levanta-se no ritmo do palpitar do coração dos jovens!” “Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana consiste em estabelecer a filosofia de respeito pela dignidade da vida na sociedade mediante ‘uma revolução saudável, pacífica e gradativa delas mesmas [as pessoas]’”. “O Budismo Nichiren é a religião que cultiva pessoas sábias e fortes — pessoas de integridade e de caráter extraordinários. É a religião da revolução humana. Ajudando as pessoas a transformar a vida, a Soka Gakkai desenvolveu uma rede de paz, cultura e educação que se estende pelo mundo todo. Personalidades e personagens budistas citados - Mahatma Gandhi (1869-1948) Foi o grande nome da luta dos indianos pela independência da Índia; - Tiantai; - Shakyamuni; - Monja leiga Myoshin; - Dra. Ela Gandhi - (neta de Mahatma Gandhi); - Tsunesaburo Makiguchi; - Josei Toda. Perguntas-guia para as atividades de estudo Qual o verdadeiro benefício da fé no Budismo Nichiren? Fazendo um retrospecto de sua vida, muitos [membros da SGI] relatam que, ao realizarem a prática com seriedade, conquistaram naturalmente sólidos benefícios, ultrapassando todos os tipos de dificuldades e usufruindo uma condição de vida serena e livre. Qual a base para transformar o destino da humanidade? É propiciar uma transformação interior na vida das pessoas por meio de diálogos. Quando, uma a uma, as pessoas mudam, a base espiritual da sociedade também muda. Nosso movimento da revolução humana, consiste em estabelecer a filosofia de respeito à dignidade da vida na sociedade mediante “uma revolução saudável, pacífica e gradativa, desi mesmas”. O que significa “manter fé resoluta”? Expressa a continuidade da fé resoluta até o fim. “Resoluta” significa renovar a determinação a cada dia, desafiar a nós mesmos a cada dia e avançar, crescer e triunfar a cada dia. Qual o nosso objetivo rumo ao centenário da Soka Gakkai? Nosso objetivo é concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, a partir da revolução humana de cada pessoa. Agora que estamos seguindo intrepidamente rumo ao centenário da Soka Gakkai, nossa missão é maior que nunca. No topo: Desabrochar das flores de lótus no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, jan. 2024) Foto: BS Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Song of Youth [Ode à Juventude]. Songs from My Heart: Poems of Life and Nature [Cânticos do Meu Coração: Poemas sobre a Vida e a Natureza]. Tradução: Burton Watson. Londres: I. B. Tauris, 2015. p. 5. 2. Ibidem, p. 11. 3. GANDHI, Mahatma. The Collected Works of Mahatma Gandhi [Coletânea de Obras de Mahatma Gandhi]. Nova Délhi: Departamento de Publicações do Ministério da Informação e Radiodifusão, Governo da Índia, 1992, v. 10, p. 27, novembro de 1909-Março de 1911. 4. Nichiren Daishonin escreveu essa carta no quinto mês de 1280, em resposta aos sinceros oferecimentos que recebeu da monja leiga Myoshin. Além de compartilhar lembranças do falecido marido dela, Daishonin explica que a Lei Mística é a semente para atingir o estado de buda e, como fonte de todos os benefícios, também é descrito como a “joia da realização dos desejos”. 5. Tiantai (538–597): Também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Fundador da escola Tiantai na China. Suas preleções foram compiladas em obras como Profundo Significado do Sutra do Lótus, Palavras e Frases do Sutra do Lótus e Grande Concentração e Discernimento. 6. Fonte desconhecida. 7. “Trinta e dois aspectos e oitenta características”: Aspectos físicos extraordinários atribuídos aos budas e bodisatvas. Na maioria dos casos, o termo se refere às qualidades distintas de um buda. 8. “Joia da realização dos desejos”: Joia que tem o poder de satisfazer qualquer desejo, e que simboliza a grandiosidade e a virtude do Buda e das escrituras budistas. 9. Daishonin escreve: “Sua fé, que se fortalece cada vez mais, é admirável, de fato admirável!” (WND, v. II, p. 877). 10. Exílio em Sado: Exílio de Nichiren Daishonin na Ilha de Sado, na costa centro-oeste do Japão, entre o décimo mês de 1271 e o terceiro mês de 1274. Depois da tentativa fracassada de executá-lo em Tatsunokuchi, as autoridades o condenaram no mês seguinte ao exílio na Ilha de Sado, o que equivalia a uma sentença de morte. No entanto, quando as previsões de Nichiren Daishonin sobre conflitos internos e invasão estrangeira se concretizaram, o governo emitiu um indulto no terceiro mês de 1274, e ele retornou a Kamakura. 11. Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente: Dois volumes de preleções que Nichiren Daishonin proferiu sobre algumas das principais passagens do Sutra do Lótus enquanto residia no Monte Minobu. Foram registradas por Nikko Shonin. 12. Paramita: Práticas que os bodisatvas do Mahayana devem realizar para alcançar a iluminação. De modo geral, o termo paramita é interpretado como “perfeição” ou “ter alcançado a margem oposta”, ou seja, ir da margem da ilusão para a margem da iluminação. São comumente divididos em seis ou dez paramita. 13. “Verdadeiro aspecto de todos os fenômenos”: A verdade última ou a realidade que permeiam todos os fenômenos e que não são de modo algum separados deles. Pela explicação dos “dez fatores”, o capítulo 2, “Meios Apropriados”, do Sutra do Lótus, ensina que todas as pessoas são dotadas do potencial para se tornar budas e esclarece a verdade de que todos podem despertar e manifestar esse potencial. 14. Iluminação perfeita constitui o último e mais alto estágio de cinquenta e dois estágios da prática do bodisatva, ou estado de buda. É o estágio na qual se erradica a ignorância fundamental da escuridão. 15. Iluminação das pessoas dos dois veículos: Na primeira metade do Sutra do Lótus, as pessoas dos dois veículos — ouvintes da voz e aqueles que despertaram para a causa — recebem a profecia do buda Shakyamuni de que atingirão o estado de buda em eras futuras. Essa profecia refuta a visão dos ensinamentos do Mahayana provisório, que negavam às pessoas dos dois veículos a possibilidade de atingir o estado de buda, por elas buscarem apenas a salvação própria e não se empenharem para salvar os outros. O Sutra do Lótus afirma que elas praticarão o caminho do bodisatva e atingirão o estado de buda. 16. “Simultaneidade de causa e efeito” (inga guji): Princípio de que tanto a causa como o efeito existe juntos, simultaneamente, num simples momento da vida. “Causa”, nesse contexto, refere-se à prática para atingir o estado de buda, e “efeito”, à consecução do estado de buda. A “simultaneidade de causa e efeito” significa que tanto os nove mundos — do inferno ao bodisatva — e o mundo dos budas são inerentes à vida. 17. No capítulo 16, “A Extensão da Vida”, do Sutra do Lótus, o mundo em que vivemos é descrito como um lugar “onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos” (LSOC, cap. 16, p. 272). Isso significa que o mundo saha, normalmente considerado uma terra de sofrimento, na verdade, é a Terra da Luz Eternamente Tranquila, ou a terra do Buda, onde todos os seres vivos podem experimentar a maior das alegrias. 18. Ilimitada alegria da Lei: A suprema e definitiva felicidade do Buda, o benefício da Lei Mística. Em A Felicidade neste Mundo, Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo. O sutra diz: ‘...onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos’ [LSOC, cap. 16, p. 272]. A que outro significado essa passagem poderia se referir senão à ilimitada alegria da Lei?” (CEND, v. I, p. 713). 19. IKEDA, Daisaku. Song of Youth, op. cit., p. 11. 20. Com base em uma entrevista veiculada na edição do Seikyo Shimbun de 14 de agosto de 2020. 21. IKEDA, Daisaku. Song of Youth, op. cit., p. 14. 22. Ibidem.

01/03/2024

Especial

Jornada de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei

Vínculos de luta conjunta com os companheiros, sempre pelo bem de uma única pessoa. Mergulhar no “mar de pessoas comuns”. Nesta segunda parte da série, são apresentados os esforços do Mestre para encorajar os membros em todos os cantos do Japão, desde Wakkanai, em Hokkaido, ao norte, até a ilha Ishigaki, em Okinawa, ao sul. Surgimento do jovem presidente Na manhã do dia 3 de maio de 1960, pouco depois das 10h30, Ikeda sensei descia do carro e se dirigia ao auditório da Universidade Nihon (na época) em Ryogoku, Tóquio. O fraque preto que utilizava era uma lembrança herdada do seu mestre, Josei Toda. A cerimônia de posse como terceiro presidente teve início ao meio-dia. Ikeda sensei entrou no recinto enquanto a banda masculina Ongakutai tocava canções da Soka Gakkai. No percurso, o Mestre fez uma pausa e fixou o olhar na foto de Toda sensei colocada no alto da parte frontal do palco. Após subir nele, em suas palavras, Ikeda sensei posicionou-se no púlpito e declarou vigorosamente: “Apesar de jovem, a partir de hoje assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com os senhores, um passo após outro, rumo à concretização do kosen-rufu”.1 O evento reuniu mais de 20 mil participantes, espalhados no recinto e nas áreas externas. Uma estrondosa salva de palmas envolveu o espaço. Era o surgimento do jovem presidente de 32 anos aguardado ansiosamente por todos os membros. Na ocasião, Ikeda sensei determinou com todos a concretização de 3 milhões de famílias, isto é, o testamento de Toda sensei, até a cerimônia de sétimo ano de falecimento de seu mestre, que seria realizada dali a quatro anos. Esse se tornou o objetivo concreto para o quinto período do ciclo de “Sete Sinos”. O conceito de “Sete Sinos” Para estabelecer o ritmo de avanço do kosen-rufu a cada sete anos, Ikeda sensei anunciou a concepção do conceito de “Sete Sinos” no dia 3 de maio de 1958, um mês após o falecimento de Toda sensei. Na época, uma parte da imprensa alardeava que a Soka Gakkai estaria à beira do colapso. Em meio a tais circunstâncias, como dar esperança aos membros mergulhados na tristeza? Ikeda sensei ponderava sobre essa questão em seu íntimo. Na época, ele registrou em seu diário: “Imaginei como a organização estará daqui a vinte anos. Estou preocupado e angustiado”.2 Assim, no dia 3 de maio, foram apresentados os ciclos dos “Sete Sinos”. Ikeda sensei concebeu essa ideia a partir de uma declaração de Toda sensei: “Vamos estabelecer cada período de sete anos como uma etapa e badalar o sino do kosen-rufu. Então, vamos tocar sete sinos!”. O “primeiro sino” é o período de sete anos desde a fundação da Soka Kyoiku Gakkai, em 1930, até a partida oficial da organização, em 1937. O “segundo sino” segue até o falecimento do presidente Tsunesaburo Makiguchi, em 1944. O “terceiro sino” vai até a posse de Toda sensei como segundo presidente, em 1951. O “quarto sino” se encerra com a concretização de 750 mil famílias, o empreendimento da vida de Toda sensei, e seu falecimento. Ikeda sensei fez essa declaração, clamando a todos para avançar com coragem e convicção em ciclos de sete em sete anos, visualizando o futuro de vitórias com a concretização do “quinto sino”, do “sexto sino” e, finalmente, do encerramento do ciclo com o “sétimo sino”, 21 anos a partir daquele momento. Esse majestoso objetivo criou a força para que os membros avançassem, vislumbrando tal futuro. Dessa forma, a Soka Gakkai concretizou o objetivo de 3 milhões de famílias, do “quinto sino”, no ano 1962. No período do “sexto sino”, ultrapassou 7,5 milhões de famílias; e, em 1979, ano do término do “sétimo sino”, estava concluído o alicerce do kosen-rufu do Japão. “Príncipes e princesas da Lei Mística, cresçam como extraordinários sucessores.” Ikeda sensei engaja-se em um cabo de guerra com um menino participante do Encontro da Divisão dos Estudantes Futuro. Ele se dedica a incentivar incessantemente os companheiros que se encarregarão do futuro da região de Hokuriku (Centro Cultural de Ishikawa, nov. 1976) Encorajamento a uma única vida “Por que a Soka Gakkai se desenvolveu até esse ponto?” Diante dessa pergunta de um intelectual, sensei respondeu: “É porque sempre valorizamos uma única pessoa”. Essa é a essência da própria existência de Ikeda sensei. Sensei não se limitou a estabelecer apenas um objetivo. Dedicou incentivos e encorajamento, com toda a sua força, para que os membros trilhassem uma existência vitoriosa e feliz. Criou vínculos de luta conjunta com cada pessoa a fim de desbravar a época da canção triunfal do povo. Em 22 de março de 1965, na cidade de Sendai, em Miyagi, ocorreu um episódio após o término de uma reunião de líderes de comunidade. Naquele dia, por duas horas consecutivas, sensei trocou cumprimentos com cerca de seiscentos participantes. Suas mãos ficaram vermelhas, inchadas e doloridas. Ele mal conseguia segurar uma caneta. Oito dias depois, estava prevista a realização da Reunião de Líderes de Comunidade da província de Nagano. “Quero criar um encontro que possa se tornar o ponto primordial da vida dos membros”, afirmou o Mestre. Com isso em mente, como forma de encorajamento, em vez dos cumprimentos, ele pensou em tirar uma foto comemorativa com eles. Mais tarde, sensei escreveu: “Se fosse possível, queria encorajar os líderes centrais da Divisão Sênior, da Divisão Feminina, da Divisão Masculina de Jovens, da Divisão Feminina de Jovens e da Divisão dos Estudantes, que se levantam como os pilares das comunidades de todo o Japão. Contudo, isso se tornava extremamente difícil, inclusive em termos de disponibilidade de tempo. Então, extraindo toda a sabedoria, surgiu essa ideia da foto, movida com o sentimento de ‘ao menos isso’”. Pesquisa feita pelo Seikyo Shimbun ao longo de oito anos e três meses, a partir de 1965, revela que sensei tirou fotos comemorativas com pelo menos 718.550 pessoas. Não eram simples poses para a câmera. Eram capturadas com o sentimento de que talvez fosse uma oportunidade única na vida, de que “nunca mais conseguiria encontrar” essas pessoas, dedicando-lhes sinceros incentivos nos intervalos entre as fotos. Além disso, sensei ouvia atentamente cada pessoa que lhe falava sobre suas dificuldades, mesmo nas ocasiões em que ele estava com febre alta. É provável que, em alguns momentos, os incessantes flashes da câmera fotográfica incomodassem seus olhos. Eram realmente ações de encorajamento sem poupar a própria vida. Em 14 de julho de 1972, num ginásio da província de Iwate, sensei participou de fotos comemorativas com 3.600 pessoas, que foram divididas em doze grupos. Com extrema exaustão, nem conseguia engolir a comida servida. Mesmo assim, quando chegava a hora, levantava-se com todo o vigor e se dirigia para perto dos membros. Naquele dia, após o término das fotos comemorativas, sensei foi até a sede regional de Morioka, cumprindo uma promessa feita no passado aos estudantes do ensino fundamental. O compromisso originou-se de uma carta enviada pelas crianças a Ikeda sensei na qual narravam seus sonhos para o futuro. Na ocasião, ele dedicou a elas a seguinte mensagem: “Vamos nos encontrar quando eu for para Iwate”. Sensei recebeu as crianças na sede dando-lhes boas-vindas e ofereceu livros nos quais dedicou palavras de incentivo na contracapa. Ao cair da neve, brado de vitória ecoa pelo céu. Membros de Tohoku não se esquecem da sinceridade do Mestre, que visita a região de Akita no inverno com o sentimento de incentivar os amigos em meio às circunstâncias adversas. O “tesouro do coração” é eternamente indestrutível (cidade de Akita, jan. 1982) “Não precisam mais se preocupar” No dia 24 de abril de 1979, em meio às tempestades da primeira problemática do clero, Ikeda sensei renunciou ao cargo de terceiro presidente, assumindo total responsabilidade para proteger os membros e para pôr fim aos ataques irracionais dos clérigos. Os maus clérigos e os traidores, que conspiraram para separar o mestre de seus discípulos, pressionaram sensei, obrigando-o a “não transmitir orientações em reuniões” e a “não aparecer no Seikyo Shimbun”. Ao mesmo tempo, eles atacavam a organização e atormentavam os membros. Certo dia, em 1979, realizava-se uma reunião no Centro Cultural de Kanagawa. Sensei, que ouvia a atividade do lado de fora, entrou silenciosamente por uma porta na parte da frente do salão para não atrapalhar o andamento do evento. Um companheiro, ao notar sua presença, levantou sua voz de júbilo. Sensei colocou o dedo indicador nos lábios dele, pedindo para ficar quieto, dizendo: “Está definido que eu não posso falar”. Então, ele se dirigiu ao piano colocado no salão. Depois de tocar algumas músicas, tais como Atsuhara no Sanresshi [Os Três Mártires de Atsuhara] e Atsutamura [Vila de Atsuta], deixou o local em silêncio. Esse fato ocorreu diversas vezes naquele centro cultural durante esse período. Na primeira problemática do clero, Oita foi uma das localidades que mais sofreram com a opressão dos clérigos. Sempre que os membros iam ao templo, eram obrigados a ouvir somente difamações em relação a Ikeda sensei e à Soka Gakkai. Cerrando os dentes, eles suportaram a irracionalidade. A partir do outono [japonês] de 1981, sensei iniciou plenamente a contraofensiva. No dia 12 de dezembro, visitou Okajoshi, cidade de Taketa, em Oita, com o sentimento de que era em prol dos membros que mais sofreram. “Não precisam mais se preocupar!”, afirmou o Mestre. Os membros se aproximaram de Ikeda sensei no momento em que ele descia do carro no estacionamento com fisionomia de alívio e até com lágrimas nos olhos. Estava presente ali um homem que ainda não havia se tornado membro da Soka Gakkai. Na época, ele tinha aversão pela organização. Mas acabou participando a contragosto, atendendo ao pedido de sua esposa, que lhe disse: “Só hoje!”. Ele havia pensado que, certamente, um líder religioso era alguém de extrema arrogância. No entanto, ao observar o comportamento de sensei de perto, iniciou a prática budista três meses depois. Esse companheiro relembra o aspecto de Ikeda sensei: “Parecia alguém mergulhando no mar de pessoas comuns”. Após esse encontro, sensei disse: “A pessoa com quem me encontrei é importante. Porém, ainda mais importante são as pessoas com quem não me encontrei. (...) São pessoas que continuaram recitando daimoku com seriedade, orando pela segurança da viagem. Eu me encontrei no coração com essas pessoas. Graças a elas, a Soka Gakkai venceu”. O coração do mestre voava sempre junto com os amigos que estavam sofrendo. Em 29 de fevereiro de 2000, ele visitou o Centro Cultural de Nagata, na província de Hyogo. Recitou gongyo com os companheiros que ali se reuniam. No local, encontrava-se também um companheiro que havia perdido os amados pai e filho no Grande Terremoto de Hanshin-Awaji (Terremoto de Kobe). Havia pessoas que escaparam por pouco da morte debaixo dos escombros. Nessa ocasião, sensei ofereceu um vigoroso encorajamento: “A vida é uma batalha. É a batalha para conquistar a felicidade. (...) Por favor, sejam alegres! Ninguém se compara a uma pessoa alegre. Gostaria que sobrevivessem persistentemente”. Até hoje, essas palavras são a força para o avanço dos membros e se tornaram o juramento ao mestre. O grande épico do kosen-rufu Ikeda sensei, que continuou acendendo a chama da esperança nos companheiros de todo o Japão, expressou, do fundo do coração, seu desejo de que fizessem badalar juntos o segundo ciclo dos “Sete Sinos” a partir do dia 3 de maio de 2001, que descortinou o século 21. Em maio de 1997, em Kansai, ele indicou o majestoso plano do novo ciclo dos “Sete Sinos” até meados do século 23: A primeira metade do século 21 irá marcar o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Acredito que essa será uma época em que deveremos nos dedicar à consolidação da base para a paz na Ásia e em todo o mundo. Olhando mais adiante, para a última metade do próximo século — o “século da vida” — minha esperança é de que o princípio da dignidade da vida se estabeleça como o espírito fundamental da era e do mundo. Oro para que, durante a primeira metade do século 22, seja construída uma base indestrutível para a paz mundial. E sobre essa base, na última metade do século 22, imagino o brilhante florescimento de uma era de humanismo. (...) Na metade do século 23, em 2253, alcançaremos o milênio do estabelecimento dos ensinamentos de Nichiren Daishonin. Creio que será o início de uma brilhante nova fase do nosso movimento.3 Atualmente, está em andamento o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Visualizando o 120o aniversário de fundação da Soka Gakkai (em 2050), quando termina esse ciclo, sensei escreveu: “Nessa ocasião, quanto a filosofia humanística do budismo brilhará como o sol que ilumina o mundo e quanto nossa grande rede solidária Soka será considerada o pilar da paz para a humanidade? Meu coração se aquece”. O grande épico do kosen-rufu só pode ser concretizado por ações contínuas de “encorajamento a uma única pessoa”, como demonstrado inteiramente por Ikeda sensei com suas próprias ações. Foto: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.609, 30 abr. 2022, p. 16. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 462. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.456, 11 abr. 1998, p. 3.

01/02/2024

Estudo

[67] A luta conjunta dos bodisatvas da terra é a fonte de esperança para transformar os Últimos Dias da Lei

Explanação O escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832) expressou: “Esta Terra é a fonte de todas as minhas alegrias, e este Sol brilha sobre as minhas tristezas”.1 Considerando a Terra como palco, executamos o bailado de nossa missão. Elegendo o Sol como companhia, transmitimos a luz da esperança a todos. É assim que vivemos como membros da Soka Gakkai. O importante é fazermos uso do poder que existe nas profundezas do nosso ser e continuarmos seguindo em frente com sagacidade e força. Neste exato momento, o mundo inteiro está diante de uma grande crise em virtude da pandemia sem precedentes da Covid-19. No entanto, mesmo a peste negra, epidemia que assolou a Europa no século 14, uma vez superada, acarretou a Renascença, grande revitalização e renascimento cultural. Assim é a história da humanidade — respondendo a cada crise com coragem e sabedoria, elevando-se a novas alturas. Acredito firmemente que, não importando quão profunda seja a escuridão, o Budismo do Sol iluminará a humanidade com sua luz resplandecente. Movimento popular unindo o mundo Hoje, os membros da Soka Gakkai atuam em todos os cantos do globo. Eles se empenham confiantes, propagando a filosofia da esperança e da renovação do Budismo Nichiren. De cabeça erguida e a voz entoando alto canções de vitória indômita, avançam a passos largos, assinalando novos progressos em nosso movimento popular sem igual. Nichiren Daishonin com certeza está aplaudindo esta coletividade de pessoas comuns, de bodisatvas da terra, que se encontra em pé de igualdade com a assembleia do Sutra do Lótus. Quão encantados os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda ficariam se pudessem ver nosso desenvolvimento! Soka Gakkai, organização dedicada a criar “valores humanos” A Soka Gakkai foi fundada em 18 de novembro de 1930. Essa também foi a data da publicação do primeiro volume de Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor], o pináculo de sua filosofia pedagógica compilada com o empenho de seu fiel discípulo, Josei Toda. Naquele dia, o nome Soka Kyoiku Gakkai (literalmente, Sociedade Educacional de Criação de Valor; precursora da Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor]) fez sua estreia pública. As palavras de abertura dessa grande obra, cristalização dos esforços de mestre e discípulo, destacavam: “‘Pedagogia de criação de valor’ constitui um sistema metodológico para cultivar indivíduos capazes de criar valor, que é o propósito da vida”.2 A educação Soka, ou pedagogia de criação de valor, é um sistema para desenvolver pessoas capazes de criar valor. Ela se propõe a elevar e a enriquecer o caráter de cada uma delas para esse fim.3 Como a felicidade reside na criação de valor, a educação Soka se empenha em cultivar pessoas que trabalhem não só pela própria felicidade, como também pela felicidade dos outros. O foco sempre incide no ser humano. Uma vida contributiva, altruística Em Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana],4 obra revolucionária de sua juventude, Makiguchi sensei expressou a visão de que a direção futura da humanidade deveria ser a busca daquilo que ele denominava “competição humanitária”. Em contraste com outras formas de competição, segundo explicou, “Os objetivos da competição humanitária não se resumem unicamente a interesse próprio, mas consistem em se esforçar para proteger e aprimorar tanto a própria vida como a dos demais. Em outras palavras, significa escolher caminhos que sirvam e beneficiem os outros e a nós também. Significa engajar-se de modo consciente em uma vida comunitária”.5 Cerca de trinta anos mais tarde, em Sistema Pedagógico de Criação de Valor, Makiguchi sensei discorreu sobre um processo em três etapas, passando de uma vida dependente para uma vida independente e, por fim, para uma vida contributiva.6 A última, vida contributiva, não é outra senão o modo de vida do bodisatva, o espírito da prática altruística ensinada no budismo Mahayana. Durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Makiguchi declarou: “Não existe Buda egoísta que simplesmente acumula benefícios pessoais e não trabalha para o bem-estar dos outros. A menos que efetuemos a prática do bodisatva, não poderemos atingir o estado de buda”.7 Ele proferiu essas palavras um pouco mais de seis meses antes de ser preso, junto com Josei Toda, pelo governo militarista da época da guerra como parte de uma campanha de repressão religiosa. “Chegou a hora de os indivíduos capazes de grande criação de valor, aqueles que incorporam o espírito dos bodisatvas da terra, se apresentarem! — esse foi o objetivo que Makiguchi sensei perseguiu desde a juventude e esclareceu de maneira ainda mais ampla após fundar a Soka Gakkai. Uma coletividade inigualável de bodisatvas no mundo Em 18 de novembro de 1944, Makiguchi sensei morreu numa fria cela de prisão. Por uma misteriosa coincidência, na mesma época, seu discípulo sucessor, Josei Toda, que vinha devotando a vida ao ler o Sutra do Lótus também em cárcere, despertou para sua identidade como bodisatva da terra. “Somos todos bodisatvas da terra que escolheram nascer na era maléfica dos Últimos Dias da Lei, de acordo com nosso juramento pelo kosen-rufu!” Foi graças a essa percepção de Toda sensei que a Soka Gakkai assumiu seu verdadeiro papel como coletividade de “valores humanos” dedicados à prática do bodisatva, desejo de Makiguchi sensei desde a fundação da organização. Além disso, como resultado, conectando-se diretamente a Nichiren Daishonin, “...o único que tomou a iniciativa de conduzir a tarefa confiada aos bodisatvas da terra” (CEND, v. I, p. 404), a Soka Gakkai desenvolveu-se como uma sólida e harmoniosa comunidade de bodisatvas da terra, eternamente devotada a concretizar o kosen-rufu por meio da propagação compassiva da Lei Mística. Nesta edição, iniciaremos estudando uma passagem de Os Cinco Critérios para a Propagação e ratificando que os bodisatvas da terra são especialmente equipados para conduzir as pessoas à iluminação na conturbada era dos Últimos Dias da Lei. Trecho do escrito 1 Os Cinco Critérios para a Propagação Mas os grandes bodisatvas tão numerosos quanto as partículas de pó de mil mundos que emergiram da terra, primeiro, viveram neste mundo saha8 por um período incalculavelmente longo; segundo, eram discípulos do buda Shakyamuni desde o passado muito remoto, quando ele determinou atingir a iluminação pela primeira vez; e, terceiro, esses bodisatvas foram as primeiras pessoas no mundo saha a receber do Buda a semente do estado de buda. Portanto, no que se refere aos laços cármicos do passado que os unem ao mundo saha, eles superam os outros grandes bodisatvas.9 (WND, v. II, p. 550) A missão de propagar a Lei Mística nos Últimos Dias da Lei Nesse escrito, Nichiren Daishonin explica que a Lei Mística — expressa como os “cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo”10 (WND, v. II, p. 549) — é a Lei essencial para a iluminação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e que ninguém, a não ser os bodisatvas da terra, a propagará no mundo saha repleto de sofrimentos. O capítulo 21, “Os Poderes Sobrenaturais d’Aquele que Assim Chega”, do Sutra do Lótus, que descreve a grandiosa cerimônia na qual Shakyamuni confia essa tarefa aos bodisatvas da terra, começa com as seguintes palavras: “Nesse momento, os bodisatvas e mahasatvas,11 que haviam emergido da terra, tão numerosos quanto as partículas de pó de mil mundos (...) (LSOC, cap. 21, p. 314). Logo, os “grandes bodisatvas tão numerosos quanto as partículas de pó de mil mundos que Daishonin menciona nessa carta referem-se aos incontáveis bodisatvas da terra liderados pelo bodisatva Práticas Superiores.12 Ele então apresenta três características que os definem. Primeira, eles fazem deste conturbado mundo saha seu lar. Há muito tempo, eles vêm empreendendo ações com base em seu juramento seigan de que este é o local ao qual estão destinados e o palco onde cumprirão sua missão. Segunda, são os discípulos diretos do Buda desde a iluminação dele no remoto passado. Eles vêm se empenhando constantemente ao lado do Buda naquela que poderíamos denominar de jornada eterna da luta conjunta de mestre e discípulo. Terceira, são os bodisatvas que figuravam entre os primeiros de todos os seres vivos do mundo saha a receber do Buda a semente da iluminação no remoto passado. Por sua vez, eles plantam as sementes do estado de buda13 no coração das pessoas dos Últimos Dias da Lei. Assim, assumir intrepidamente a liderança de propagar a Lei Mística, sem se deixar deter por nenhum obstáculo, é a marca registrada dos bodisatvas da terra. O mundo saha é onde cumprimos nossa missão Essa é a maravilhosa natureza dos “verdadeiros discípulos que o Buda manteve ocultos nas profundezas da terra” (cf. CEND, v. I, p. 489). Os bodisatvas da terra compartilham um forte vínculo com o Buda desde o remoto passado. São bodisatvas ligados por um profundo laço cármico e pela missão que escolheram nascer nos Últimos Dias da Lei. Nichiren Daishonin os descreve como “grandes bodisatvas (...) que haviam sido discípulos d’Aquele que Assim Chega Shakyamuni, desde [que ele atingiu pela primeira vez o estado de buda] kalpa de partículas de pó de incontáveis grandes sistemas de mundos no passado. Esses grandes bodisatvas não se esqueceram do Buda por um instante sequer” (Ibidem, p. 434). No Sutra do Lótus, os habitantes do mundo saha são considerados possuidores de capacidade inferior para compreender a Lei e descritos como “dados à corrupção e ao mal, acometidos de extrema arrogância, superficiais em benesses, irascíveis, confusos, aduladores e desonestos, e o coração deles não é sincero” (LSOC, cap. 13, p. 230). No entanto, é neste mundo intensamente desafiador que os bodisatvas da terra surgem com seu juramento de propagar a Lei Mística. O vicejar de lindas “flores humanas” emergidas da terra nos cinco continentes Os bodisatvas da terra são firmes em sua determinação e não têm medo. São pacientes e perseverantes, e invencíveis diante de quaisquer adversidades. Empenham-se corajosamente no diálogo, jamais se deixando intimidar por ninguém. E assim como o lótus crescendo num lago lamacento produz flores puras e imaculadas, eles praticam resolutamente o caminho do bodisatva em meio ao lamaçal e atoleiro deste mundo problemático. É exatamente dessa forma que nossos membros vêm propagando a Lei Mística. A Soka Gakkai é uma coletividade de bodisatvas da terra que entraram em ação, fazendo deste mundo saha o palco de seus esforços. Eles surgiram em todas as partes do globo. Toda sensei estava convicto de que havia chegado o tempo para os bodisatvas emergirem e começarem a trabalhar na concretização do kosen-rufu de comprovação,14 e clamou aos membros com calorosa intimidade: “Meus queridos amigos, bodisatvas da terra, vamos assumir o desafio!”. Referindo-se ao magnífico espetáculo de incalculáveis bodisatvas da terra surgindo na assembleia do Sutra do Lótus, Daishonin escreve que eles “Reuniram-se no ar como uma grande concentração de estrelas” (CEND, v. I, p. 361). Em outras palavras, assemelham-se a deslumbrantes constelações cobrindo o céu noturno, cada estrela resplandecendo com a própria nobreza e brilho. No Sutra do Lótus, encontramos outra belíssima metáfora — a das “flores humanas” (LSOC, cap. 5, p. 142). Assim como miríades de flores desabrocham em esplêndida profusão quando recebem uma chuva revitalizadora, nós também podemos florescer brilhantemente quando nutridos pela “chuva do Darma” do ensinamento do Buda (cf. LSOC, cap. 5, p. 140). Podemos dar plena expressão às nossas qualidades singulares, tão diversas como as flores de “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” (cf. OTT, p. 200), e produzir abundantes frutos de paz, cultura e educação na sociedade. Hoje, à semelhança das estrelas e do Sol, nossos membros estão propagando a luz da esperança em sua respectiva comunidade e no mundo. Eles desabrocham, com toda a beleza, como “flores humanas”, nobres bodisatvas da terra, nos cinco continentes. Esse é realmente um jubiloso motivo de celebração sem precedentes na história do budismo. Superar o egoísmo é o tema da civilização Um dos temas que o respeitado historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889–1975) e eu discutimos em nosso diálogo foi como os seres humanos podem superar o egoísmo. O Dr. Toynbee observou que o “altruísmo, em contraste com o egoísmo, é um tour de force”.15 Ou seja, requer grande esforço, força e engenhosidade. Concordo plenamente com a análise dele. Falei-lhe sobre a condição de vida do bodisatva, que todos nós possuímos inerentemente, descrevendo-a como “o estado de altruísmo — a alegria de ajudar os outros”.16 Como constata Nichiren Daishonin: “Ao acender uma tocha para os outros, a pessoa iluminará o próprio caminho” (WND, v. II, p. 1060). Quando fazemos algo pelos outros, também beneficiamos a nós mesmos; iluminamos tanto o nosso futuro como o dos demais. Beneficiar os outros resulta em beneficiar a nós próprios. Quando nós, praticantes do Budismo Nichiren, oramos e agimos pela felicidade dos outros, expandimos nossa condição de vida e realizamos nossa revolução humana junto com eles. Empenhar-se na prática do bodisatva, portanto, é uma fonte de inigualável felicidade. Cria uma reação em cadeia de alegria. Como afirma Daishonin: “Alegria” significa que tanto a própria pessoa como as outras, juntas, experimentam alegria (...). Tanto a própria pessoa como as outras sentirão a alegria de possuir sabedoria e compaixão” (OTT, p. 146). Essa é a prática essencial do Sutra do Lótus e do budismo Mahayana. Em 1951, ano em que se tornou segundo presidente da Soka Gakkai, Toda sensei escreveu: “Tendo encontrado este auspicioso tempo [o tempo para o kosen-rufu], nós, da Soka Gakkai, firmamos um grande juramento de devoção sem poupar a própria vida e nos levantamos com uma poderosa convicção de que devemos nos engajar num esforço monumental para promover o grande movimento de shakubuku. Quão afortunados somos por avançarmos nesse caminho que conduz ao estado de buda e nos permite degustar a alegria de viver!”.17 De fato, a Soka Gakkai surgiu em consonância com o grande juramento dos bodisatvas da terra. É o mundo dos budas que persistiram em praticar a essência do budismo Mahayana, que consiste em concretizar a felicidade para si e para os outros. Trecho do escrito 2 Wulong e Yilong O sutra [do Lótus, capítulo 2, “Meios Apropriados”] afirma: “Se houver quem ouça a Lei, então, ninguém deixará de atingir o estado de buda” [LSOC, cap. 2, p. 75]. O significado dessa passagem é: se houver cem ou mil pessoas que mantenham este sutra, todas elas, sem exceção, irão se tornar budas.18 (CEND, v. II, p. 366) “Ninguém deixará de atingir o estado de buda” Esse trecho pertence a uma carta, intitulada Wulong e Yilong, endereçada à monja leiga Ueno, mãe de Nanjo Tokimitsu. Nela, Daishonin cita uma passagem do capítulo “Meios Apropriados”, do Sutra do Lótus: “Se houver quem ouça a Lei, então, ninguém deixará de atingir o estado de buda” (LSOC, cap. 2, p. 75). Essas palavras são uma poderosa expressão do juramento seigan original do Buda de habilitar todos os seres vivos a atingir o estado de buda. Daishonin também as menciona como importante prova documental que ratifica que o Sutra do Lótus é o grande ensinamento da iluminação universal. A monja leiga Ueno estava em profundo luto pela morte repentina do seu amado filho caçula. Nesta e em várias outras cartas, Daishonin cita essa mesma passagem do Sutra do Lótus para incentivá-la. Ele também compartilha essas palavras em uma carta enviada à monja leiga Myoichi, que perseverou na prática budista ao longo do período de opressão aos seguidores de Daishonin e da perda do seu marido. Essas palavras aparecem imediatamente após ele encorajá-la com a famosa citação “O inverno nunca falha em se tornar primavera” (CEND, v. I, p. 560).19 Nichiren Daishonin faz menção a essa passagem, mais uma vez, em uma carta à monja leiga Sennichi depois da morte do marido dela, assegurando-lhe que todas “As pessoas que ouvem o sutra, sem uma única exceção, atingirão o estado de buda” (Ibidem, v. II, p. 310). “Ninguém deixará de atingir o estado de buda” — esse foco na felicidade de cada indivíduo compõe o âmago do Sutra do Lótus. O fato de Daishonin oferecer essas palavras a muitas de suas discípulas que enfrentavam adversidades ilustra sua profunda compaixão e determinação de levantar o ânimo delas e impedir que se tornassem infelizes. A vida de cada pessoa é diferente, assim como seus problemas são distintos. Hoje, nossos membros em todo o mundo personificam esse espírito compassivo de, calorosamente, apoiar e demonstrar empatia por aqueles que estão sofrendo e guiá-los à felicidade genuína. Oramos pela felicidade de cada pessoa, encorajando-a e entrando em ação para ajudá-la, enquanto lidamos com nossas próprias dificuldades e tempestades do destino. Por essa razão, a Soka Gakkai foi capaz de edificar um lindo, alegre e harmonioso reino do humanismo budista que poderia ser descrito como um milagre — um reino imbuído do espírito compassivo do Buda. Criar um mundo que valorize cada pessoa A Soka Gakkai consolidou vasta rede popular abrangendo 192 países e territórios e se tornou um movimento religioso mundial. Isso, sem dúvida, se deve à grandiosidade do Budismo Nichiren e ao poderoso benefício do Gohonzon. Mas também é porque valorizamos cada pessoa. Em vez de pensar na humanidade de forma abstrata, encorajamos e estendemos a mão a indivíduos reais, diante dos nossos olhos, que sofrem ou enfrentam adversidades. Alguns deles também se somam a nós na recitação do Nam-myoho-renge-kyo e no empreendimento de ações em prol da felicidade de outras pessoas que fazem parte da vida deles. Nossa rede mundial de bodisatvas da terra foi construída por meio desses incentivos individuais sinceros e consistentes de pessoa a pessoa. Na juventude, eu me tornei discípulo de Toda sensei e recebi dele uma quantidade incrível de incentivos e treinamento pessoal. Em contrapartida, dei tudo de mim para apoiar e encorajar aqueles que encontrei, não importando qual fosse a ocasião ou a circunstância. O budismo — e o Sutra do Lótus, em particular — ensina que todas as pessoas possuem a supremamente nobre natureza de buda e que qualquer uma pode fazê-la brilhar. A vida de cada pessoa é uma torre de tesouro infinitamente preciosa e digna de respeito. Não há uma única pessoa desprovida de dignidade. Em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, Nichiren Daishonin expressa: “A Torre de Tesouro não é outra senão todos os seres vivos, e todos os seres vivos nada mais são que a entidade completa do Nam-myoho-renge-kyo” (OTT, p. 230). Despertem para a dignidade inerente à sua vida! Unidos aos companheiros do mundo inteiro, continuem expandindo nossa rede de pessoas que se empenham para revelar seu verdadeiro e mais elevado potencial e para fazer brilhar a dignidade de toda a humanidade!” Essa é a grande odisseia do kosen-rufu, da luta para concretizar o objetivo da iluminação universal. Banir a ignorância fundamental com a “espada afiada” da fé Esse ensinamento de Nichiren Daishonin tem ressonância com o conceito de dignidade que compõe o âmago do princípio dos direitos humanos. A Dra. Donna Hicks, associada do Weatherhead Center for International Affairs (Centro Weatherhead para Assuntos Internacionais), na Universidade Harvard, é uma forte defensora desse princípio. É uma amiga de longa data da Soka Gakkai por meio de sua ligação com Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, em Boston. Em recente entrevista publicada no jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, a Dra. Hicks disse: Aprender e falar sobre dignidade nos conduz a um plano mais elevado — alcançamos um nível de consciência mais amplo que aquele em que nos encontrávamos antes. E se você estiver nesse plano mais elevado, enxergará valor em si, nos outros e no mundo à sua volta. Vivenciar essas interconexões significa valer-se de uma preciosa força que poderia eliminar sofrimentos e evitar que os seres humanos brigassem e ferissem uns aos outros. A dignidade desempenha papel essencial na edificação de um mundo pacífico (...). O budismo simplificou da maneira mais bela possível a ideia de revelar nossa natureza humana, revelar nosso profundo valor inerente.20 Bodisatvas da terra são indivíduos de ação que incorporam o espírito do Sutra do Lótus de respeito pelas pessoas. São corajosos heróis que empunham a “espada afiada” da fé21 para aniquilar a ignorância fundamental22 inerente à vida, origem da descrença profundamente arraigada. Combatendo essa natureza maligna inata que causa tanta miséria e infortúnio, eles ensejam o alvorecer da celebração da humanidade e da própria vida e afastam a escuridão de todas as formas de sofrimento. Essa é a missão da Soka Gakkai. Também é por isso que tantas pessoas no mundo todo depositam grande esperança em nosso movimento. Chegou a época em que um número cada vez maior de bodisatvas da terra propaga dinamicamente a luz da esperança em escala global. Junto com os companheiros do remoto passado Certa vez, ofereci este poema aos meus nobres companheiros, bodisatvas da terra: Que cada um de vocês, sem exceção, adorne a vida nesta existência com a felicidade. Mestres e discípulos Soka, convocados por profundos laços místicos, agora se reuniram aqui. Transmitindo a chama da nossa nobre missão para uma pessoa e, então, para outra, prossigamos expandindo nossa grande rede de bodisatvas da terra. O 100º aniversário da Soka Gakkai em 2030 já se encontra à vista. Este mês, em que comemoramos nosso 90º aniversário, assinala o início daquela que será uma década crucial para assegurarmos a base do kosen-rufu mundial como poderosa força para a paz. Mantendo ardentemente o grande juramento seigan dos bodisatvas da terra, continuem seguindo em frente alegremente na jornada da felicidade e da vitória, na jornada da revolução humana e na jornada a luta conjunta de mestre e discípulo — juntos, comigo e com todos os nossos companheiros do remoto passado! (Daibyakurenge, edição de novembro de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI No topo: Foto registrada por Ikeda sensei da janela do carro quando retornava de Osaka em direção a Tóquio após concluir a 258a visita a Kansai. Enquanto o conjunto habitacional à frente é envolto pelo crepúsculo, as nuvens no céu e no topo do Monte Fuji são tingidas na cor rosa do pôr do sol (Shizuoka, nov. 2007) Foto: Seikyo Press Notas: 1. GOETHE, Johann Wolfgang von. Faust I & II [Fausto I e II]. Tradução: Stuart Atkins (ed.). Goethe’s Collected Works [Coletânea do Obras de Goethe]. v. 2. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1984. p. 43. 2. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 5. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1982. p. 13. 3. Ibidem. 4. Tsunesaburo Makiguchi publicou essa obra em outubro de 1903, aos 32 anos. Em contraste com os estudos geográficos tradicionais, reflete as conexões entre o ambiente local e o natural e a vida humana, postulando a existência de uma rica relação de simbiose entre a natureza e os seres humanos. 5. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 2. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1996. p. 399. 6. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 5. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1982. p. 185. 7. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 151. Discurso proferido na quinta convenção da Soka Kyoiku Gakkai em 22 de novembro de 1942. 8. Mundo saha: Este mundo, o mundo dos seres humanos, marcado por sofrimentos. Em sânscrito, saha significa “terra”; deriva-se do radical “suportar” ou “resistir”. Por essa razão, nas versões chinesas dos textos budistas, a palavra saha é traduzida como “resistência”. Nesse contexto, o mundo saha indica um lugar no qual as pessoas devem resistir a todos os tipos de sofrimento. 9. Datada de décimo dia do terceiro mês de 1275, essa carta foi endereçada a dois discípulos: Soya Kyoshin e Ota Jomyo. Nela, Daishonin discute a propagação do budismo da Índia para China e para o Japão. Ele aplica o princípio dos cinco critérios para propagação para demonstrar que a Lei, ou o ensinamento supremo a ser disseminado nos Últimos Dias, é a Lei Mística (ou os cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo), que o Buda confiou aos bodisatvas da terra no Sutra do Lótus. 10. Myoho-renge-kyo é escrito com cinco ideogramas chineses, e Nam-myoho-renge-kyo, com sete (nam, ou namu, compreendendo dois ideogramas). Daishonin muitas vezes emprega Myoho-renge-kyo como sinônimo de Nam-myoho-renge-kyo em seus escritos. 11. Mahasatva: Um “grande ser”, outra designação para bodisatva. 12. Bodisatva Práticas Superiores é o líder dos bodisatvas da terra, os inumeráveis bodisatvas descritos no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, aos quais Shakyamuni confia a missão de propagar a Lei nos Últimos Dias da Lei. Além disso, ele é um dos quatro grandes bodisatvas, junto com Práticas Ilimitadas, Práticas Puras e Práticas Consolidadas. 13. Plantar as sementes do estado de buda: A primeira das três frases sobre semeadura, amadurecimento e colheita, processo pelo qual um buda conduz as pessoas à iluminação, comparado ao crescimento e desenvolvimento de uma planta. Na frase sobre semeadura, o Buda planta as sementes da iluminação no coração das pessoas. O Budismo Nichiren é o budismo da semeadura, concentrando o foco na prática da semeadura, ensinando o princípio fundamental da semente da iluminação ou estado de buda, levando a pessoa a ter fé nele e, então, cultivando essa semente. 14. Kosen-rufu de comprovação: Isso se refere a propagar o ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo de Nichiren Daishonin na sociedade. Em outras palavras, consiste em estabelecer a felicidade, a paz e a segurança no mundo real com base na Lei Mística mediante o ato de cada indivíduo levar a cabo sua missão pessoal como bodisatva da terra. 15. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 420. 16. Ibidem, p. 386-387. 17. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 3. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1991. p. 128. 18. Essa carta foi escrita em Minobu, no décimo quinto dia do décimo primeiro mês de 1281, e endereçada à monja leiga de Ueno. 19. Em O Inverno Nunca Falha em se Tornar Primavera, Daishonin escreve: “Aqueles que creem no Sutra do Lótus parecem viver no inverno, mas o inverno nunca falha em se tornar primavera. Desde os tempos antigos, nunca alguém viu ou ouviu dizer que o inverno tenha se convertido em outono ou que uma pessoa que tem fé no Sutra do Lótus tenha se tornado uma pessoa comum. No sutra consta: ‘Se houver quem ouça a Lei, então ninguém deixará de atingir o estado de buda’ [LSOC, cap. 2, p. 75]” (CEND, v. I, p. 560). 20. Artigo do Seikyo Shimbun, de 25 de agosto de 2020. A tradução tem como base a transcrição da entrevista original. 21. Em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, Daishonin afirma: “A palavra ‘fé’ é a espada afiada com a qual se enfrenta e vence a escuridão ou a ignorância” (OTT, p. 119-120). 22. Escuridão fundamental ou ignorância fundamental: Ilusão inerente à vida mais profundamente arraigada, que dá origem a todas as demais ilusões e desejos mundanos. É a incapacidade de ver ou reconhecer a verdade suprema da Lei Mística, bem como os impulsos negativos que decorrem dessa ignorância.

01/02/2024

Especial

Jornada de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei

Parte 1: A honra dos discípulos de Josei Toda A vida de Ikeda sensei se encerrou aos 95 anos. Ela foi uma prova incontestável de quão grandiosa pode ser uma jornada quando se abraça com a vida o caminho de mestre e discípulo da Lei Mística. A esplêndida trajetória dele será narrada em partes neste especial intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei. Esta primeira parte tem como tema “A Honra dos Discípulos de Josei Toda”. Descreve a juventude resiliente e a devoção abnegada pela propagação da Lei de Ikeda sensei desde o encontro com seu venerado mestre, Josei Toda, até a sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai. Em busca da grande árvore Naquele instante, iniciou-se um movimento popular sem precedentes, o qual tinha como base a revolução humana de um único indivíduo que contribui para a construção da paz mundial. Em 14 de agosto de 1947, o jovem Ikeda se encontrou pela primeira vez com Josei Toda, e esse episódio foi determinante para a vida dele. Nesse dia, a convite de uma colega da época do ensino fundamental, Ikeda sensei participou de uma reunião de palestra no bairro de Ota, Tóquio. Ao chegar ao local, Toda sensei explanava o escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra. Em meio à sociedade devastada do pós-guerra, Ikeda sensei, com 19 anos e em busca de um “modo de vida correto”, foi tocado pela personalidade de Josei Toda. Naquele momento, ele decidiu dedicar a vida para seguir Toda sensei em seu coração: “Eu seguirei este mestre. Eu trilharei este caminho”. O que comoveu Ikeda sensei em particular foi o fato do seu mestre ter enfrentado e resistido ao militarismo japonês, inclusive ficando preso. Durante a reunião, Ikeda sensei expressou sua gratidão por meio de um poema que acabara de criar: “Ó viajante! / De onde vens? / e para onde irás? / (...) A grande árvore / eu procuro / que nunca se abalou / na fúria da tempestade. / Neste encontro ideal, / sou eu quem / surge da terra!”. Ao ouvir esse poema, que tinha relação com o “bodisatva da terra” mencionado no Sutra do Lótus, seu mestre sorriu gentilmente. Dez dias depois, em 24 de agosto, Ikeda sensei se converteu ao budismo. Assim foi descortinado o início do drama “revolução humana é a própria paz mundial”. O ideal em meio à adversidade Em 3 de janeiro de 1949, Ikeda sensei ingressou na editora Nihon Shogakkan, dirigida por Toda sensei. Ele começou a trabalhar na edição da revista juvenil Boken Shonen [Aventura dos Meninos] (depois renomeada Shonen Nippon [O Japão dos Meninos]) e, em maio, tornou-se editor-chefe. No entanto, devido aos impactos da recessão econômica pós-guerra, em outubro do mesmo ano, anunciou-se o encerramento da publicação de Shonen Nippon. Em busca da recuperação, seu mestre fundou uma cooperativa de crédito. Contudo, em agosto do ano seguinte (1950), decidiu-se pela paralisação das operações. Ikeda sensei registrou em seu diário: “Mais uma vez, avançarei junto com (Toda) sensei para a próxima construção. Somente isso. Sempre adiante, eternamente em frente”. Em 24 de agosto do mesmo ano, coincidindo com o terceiro aniversário de sua conversão ao budismo, seu mestre anunciou a intenção de renunciar ao cargo de presidente da Soka Gakkai. Enquanto algumas pessoas simplesmente viravam as costas, insultando-o e deixando-o, Ikeda sensei foi o único a apoiá-lo firmemente e a permanecer ao seu lado. No auge da crise, Toda sensei compartilhou com Ikeda sensei suas ideias sobre o lançamento do jornal Seikyo Shimbun e a fundação de uma universidade. A partir do outono de 1950, Toda sensei iniciou a explanação e o estudo dos escritos de Nichiren Daishonin para alguns representantes, em especial, para Ikeda sensei. Em fevereiro do ano seguinte, passou a explanar também obras clássicas de várias épocas e origens. Os estudos de domingo se transformaram em aulas particulares para Ikeda sensei que abrangiam ampla gama de disciplinas acadêmicas. Essas explanações e esses estudos na “Universidade Toda” continuaram até 1957. Anos mais tarde, Ikeda sensei passou a ser agraciado com inúmeras honrarias acadêmicas de diversas universidades e instituições de ensino. Ele sempre expressou sua profunda gratidão ao seu mestre, afirmando que “Tudo é resultado da instrução inspiradora que recebi na Universidade Toda”. A relação que compartilha sofrimentos e alegrias Os desafios da reorganização da cooperativa de crédito eram imensos. Toda sensei estava em uma situação na qual poderia ser processado por alguns credores ou até ir para a prisão. No entanto, em fevereiro de 1951, houve uma reviravolta nos acontecimentos. Um comunicado do Ministério das Finanças indicava que, mediante consenso entre os membros, a cooperativa poderia ser dissolvida. Em 11 de março desse mesmo ano, a cooperativa foi dissolvida e, durante uma assembleia extraordinária da Soka Gakkai, seu mestre fez a seguinte declaração: “Agora é o outono da ampla propagação da nação. Já se vislumbram os sinais da propagação na Ásia Oriental. Finalmente chegou o momento para os guerreiros da Soka Gakkai, que abraçaram a missão budista, avançarem na vanguarda”. Ikeda sensei, jubilante com o rugido do leão do seu mestre, lançou-se ao desafio de promover diálogos junto com seus companheiros. E, liderando o movimento vanguardista da expansão do budismo, solenemente celebrou a posse de Toda sensei como segundo presidente da Soka Gakkai, em 3 de maio desse ano. Toda sensei compôs um poema e registrou-o no verso de uma das fotos comemorativas de sua posse, e presenteou seu jovem discípulo: Como é mística essa relação cármica em que, juntos, compartilhamos sofrimentos e alegrias no presente e também no futuro. A prova do discípulo Durante a cerimônia de posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda proclamou que faria a propagação do budismo para 750 mil novas famílias. A quantidade de membros da organização na época era de cerca de 3 mil. Todos consideraram a declaração de Josei Toda uma fábula, tanto que alguns líderes até pensaram: “Toda sensei com certeza pretende viver muito”. A expansão avançava a passos lentos. Em dezembro de 1951, o movimento de propagação tinha atingido 466 famílias em todo o país. A meta de 750 mil famílias parecia um futuro muito distante. Quem quebrou essa “barreira” foi Ikeda sensei. No ano seguinte, em janeiro de 1952, ao ser nomea­do secretário do Distrito Kamata, ele concretizou a expansão do budismo para 201 famílias em apenas um mês, em fevereiro. A partir daí, a Soka Gakkai ganhou ímpeto e avançou. O ano 1953 foi um período em que a campanha de propagação acelerou consideravelmente dentro da história da Soka Gakkai. Foi lançado o objetivo de realizar shakubuku em 50 mil famílias durante o ano, e este foi alcançado. A força motriz desse espantoso crescimento foi a luta incansável empreendida por Ikeda sensei. Em janeiro desse mesmo ano, ele tinha sido nomeado líder da primeira legião da Divisão Masculina de Jovens e alcançou uma expansão de três vezes do número de “valores humanos” em seu grupo ao longo do ano. Em abril, foi nomeado responsável interino pelo Distrito Bunkyo, transformando-o de um distrito decadente em distrito de primeira classe. Sensei continuou a conquistar “provas incontestáveis da vitória como discípulo” em várias localidades. Em agosto de 1955, tendo como palco Sapporo, ele concretizou uma expansão recorde de 388 famílias em apenas dez dias. E em maio do ano seguinte, em Osaka, ele estabeleceu um marco dourado indestrutível da propagação de 11.111 novas famílias. No mês de julho, surpreendeu o mundo com uma virada espetacular no resultado das eleições, algo considerado inimaginável. De outubro em diante, ele liderou a campanha de propagação em Yamaguchi durante 22 dias, conseguindo expandir a quantidade de famílias da localidade na época em cerca de dez vezes. O juramento pela luta dos direitos humanos O novo movimento humanístico da Soka Gakkai, que constrói a felicidade das pessoas comuns e a paz mundial, agora envolve o mundo inteiro. A fonte que alimenta essa grande corrente é o forte juramento de Ikeda sensei de lutar pelos direitos humanos durante o Incidente de Osaka, ocorrido em 1957, bem como a luta dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda na prisão, na época da guerra. Foi em 3 de julho de 1957 que sensei foi detido injustamente e preso sob a falsa acusação de violação das leis eleitorais. A justiça somente foi comprovada, após extensa batalha judicial que durou quatro anos e meio, em 25 de janeiro de 1962. Ikeda sensei detalhou as tramas, o contexto e o significado do Incidente de Osaka em relação à história da Soka Gakkai no volume 11 do romance Revolução Humana. A serialização do volume 11 da Revolução Humana no Seikyo Shimbun se encerrou em outubro de 1991. No mês seguinte, a Soka Gakkai conquistou a “independência espiritual” da Nichiren Shoshu. Em seguida, 1992 foi designado “Ano da Renascença Soka”, marcando o alçar voo da Soka Gakkai como religião mundial. Ikeda sensei compartilhou sua reflexão, dizendo: “Tenho a profunda sensação de que a jornada do kosen-rufu registrada no volume 11 foi uma época de torrentes turbulentas percorrendo os vales que, no fim, moldaram a grande correnteza da ‘Renascença Soka’”. Os eventos de 1957, especialmente o Incidente de Osaka, determinaram o curso do movimento pelo kosen-rufu mundial no “Ano da Renascença Soka” de 35 anos depois, e ainda até os dias de hoje. Uma batalha para acabar com a natureza do mal Toda sensei e Ikeda sensei participam do Festival da Juventude, realizado no estádio de atletismo de Mitsuzawa, em Yokohama (8 set. 1957) "Embora tenha surgido em todo o mundo um movimento reivindicando a proibição dos testes com armas nucleares, meu desejo é ir além e atacar o problema pela raiz. Quero exibi-las e arrancar as garras escondidas na parte mais profunda dessas armas.” Em 8 de setembro de 1957, durante o Festival da Juventude, realizado no estádio Mitsuzawa, em Yokohama, ressoou o vigoroso rugido do leão do segundo presiden­te da Soka Gakkai, Josei Toda. “Proponho que a humanidade aplique, em cada caso, a pena de morte a toda pessoa responsável pelo emprego de armas nucleares, independentemente de qual país for, seja vencedor, seja perdedor”, declarou. O mundo estava em meio à Guerra Fria, na época, e havia uma escalada na corrida armamentista com base na lógica da “dissuasão nuclear”. Testes nucleares estavam ocorrendo de forma repetida. Pelo fim das armas nucleares, capazes de destruir a humanidade num instante, Toda sensei proferiu a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares como primeiro testamento aos jovens. Como praticante do budismo que considera a dignidade da vida como a mais sublime que existe, seu mestre era contra a pena de morte. No entanto, ele enfatizou a condenação à pena de morte para categorizar como mal absoluto a mente demoníaca daqueles que desejavam possuir e utilizar as armas nucleares. Em novembro do mesmo ano, dois meses após o anúncio de sua declaração, Toda sensei planejava visitar Hiroshima. Contudo, sua saúde já estava muito debilitada e, na manhã da partida, ele desmaiou em sua casa. Ikeda sensei se recorda dos fatos dessa época: “Quão profundos eram os sentimentos de (Toda) sensei em relação à terra arrasada de Hiroshima! Ele estava determinado a ir a Hiroshima, destruída pelas garras da função demoníaca, que são as armas nucleares, mesmo que isso custasse a sua vida”. “O espírito do meu mestre, que desejou ir a Hiroshima, mesmo pondo em risco a própria vida, jamais se apagará do meu peito por toda a minha existência. Não, na verdade, isso se tornou o ponto primordial das minhas ações.” Toda sensei planejava participar da convenção da Divisão Feminina de Jovens cujo tema era a Declara­ção pela Abolição das Armas Nuclea­res. Nessa atividade, Ikeda sensei participou como representante do mestre e conclamou a todas as integrantes da divisão que sucedessem o espírito da declaração. Ao longo de sua vida, Ikeda sensei defendeu o espírito da declaração por meio de diálogos com líderes e pensadores do mundo e em suas Propostas de Paz, e se dedicou de corpo e alma a tornar realidade a abolição das armas nucleares. Em 2017, passados sessenta anos da declaração, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN) foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o apoio de 122 países. Em 2021, ele entrou em vigor com a ratificação de cinquenta países. A monarca do mundo religioso Em março de 1958, Toda sensei disse a Ikeda sensei: “Vamos realizar uma cerimônia que servirá de ensaio geral para o kosen-rufu, um preparativo”. A evento foi realizado em 16 de março, reunindo 6 mil jovens vindos de todos os cantos do país. Estava prevista a participação do primeiro-ministro japonês da época, mas isso não se concretizou devido a interferências escusas. Toda sensei ficou muito indignado por essa quebra de compromisso com os jovens, mas decidiu promover uma “grande solenidade junto com os jovens”. Em dezembro do ano anterior, Toda sensei, que havia concretizado o grande desejo e a missão de sua vida — a propagação do budismo para 750 mil famílias —, já se encontrava numa condição em que não conseguia mais calçar sapatos de couro. Mesmo assim, ele declarou que a Soka Gakkai era a monarca do mundo religioso e delegou o futuro aos jovens. Após o 16 de Março, Toda sensei enfatizou a Ikeda sensei: “Jamais recue na luta contra a maldade”. Ele instruiu rigorosamente que lutasse até o fim contra as forças que tentavam perturbar e impedir o avanço da Soka Gakkai. Ikeda sensei repetiu reiteradamente esse testamento como firme diretriz para a Divisão dos Jovens e para toda a Soka Gakkai. No dia 2 de abril de 1958, Toda sensei encerrou sua nobre vida de abnegada devoção pela propagação da Lei, aos 58 anos. Em 29 de abril do mesmo ano, Ikeda sensei correu a caneta sobre o papel: “Vamos lutar, para provar ao mundo a grandiosidade do mestre. Vou lutar e avançar em linha reta. Lutarei resolutamente. Superarei as ondas furiosas dos obstáculos. Entrarei na juventude do ensino essencial”. Com o coração da unicidade Após o término da solenidade de posse transbordante de alegria do terceiro presidente, jovens congratulam Ikeda sensei, lançando-o ao alto (auditório da Universidade do Japão, em Tóquio, 3 maio 1960) Após a morte de Toda sensei, espalharam-se calúnias, tais como “A Soka Gakkai irá se desintegrar no ar”. Quanto mais as tempestades de críticas se intensificavam, mais inflamava o espírito de luta de Ikeda sensei. Ele escreveu em seu diário: “Decidi dedicar minha vida inteira a declarar para o mundo o ideal do presidente Toda, seu último desejo, e a me empenhar para torná-lo realidade. Esta é minha única missão neste mundo”.1 Após a morte de Josei Toda, com o espírito de unicidade com o venerado mestre, Ikeda sensei assumiu toda a responsabilidade pelo kosen-rufu e continuou a enviar incentivos aos amigos. No dia 3 de maio de 1960, sensei assumiu como terceiro presidente da Soka Gakkai. E para tornar realidade o ideal do kosen-rufu do seu mestre, ele parte em sua viagem para o mundo. Ikeda sensei disse: “Se vocês protegerem o espírito de ‘mestre e discípulo’, sem falta despontarão líderes maravilhosos”. “Eu tenho certeza desse futuro”. Fotos: Seikyo Press Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 478.

08/01/2024

Série

Alpinistas que escalaram o Everest

“Por que escalar a montanha?” “Porque ela está lá.” Essas são as famosas palavras creditadas ao alpinista britânico George Mallory, ditas durante uma entrevista com um jornalista. A “montanha” em questão é o Everest, a mais alta do mundo. Seu pico, que atinge a altitude de 8.848 metros, é chamado “terceiro polo do mundo”, depois do Ártico e da Antártida. Por muito tempo, essa importante elevação permaneceu inexplorada, considerada impossível de escalar. A epopeia de desafiar o Everest iniciou por volta de cem anos atrás. Após o término da Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha enviou a primeira expedição para a montanha em 1921, com George Mallory, então com 34 anos, entre os integrantes. Mallory, alpinista de primeira categoria, havia aprimorado suas habilidades no Winchester College e na Universidade de Cambridge. Contudo, mesmo para esse experiente montanhista, o Everest, erguendo-se diante de seus olhos, parecia ser “o senhor de todos, vasto em supremacia incontestada e isolada”. A dificuldade de escalar o Everest transcendia qualquer imaginação. Além da batalha terrível contra o mal ocasionado pela extrema altitude e pelo mau tempo, havia enormes picos rochosos que bloqueavam o caminho de maneira brusca. Em uma carta, Mallory descreve a realidade dessa situação: “Há pouca esperança de conseguir chegar ao pico. Mas é claro que continuaremos avançando como se estivéssemos prestes a alcançá-lo”. “Continuaremos com a máxima esperança até o fim.” O que impulsionava o alpinista a persistir, mesmo diante de um cenário desesperador? Era sua busca insaciável, a crença indomável de que “quanto mais difícil e perigoso o caminho, maior a vitória” a ser conquistada. Após semanas de reconhecimento da montanha, Mallory finalmente descobre uma rota para o cume. Na segunda expedição realizada no ano seguinte, em 1922, ele estabeleceu novo recorde de ponto mais alto alcançado. Todavia, durante a terceira expedição, em 1924, Mallory e seu companheiro, prestes a chegar ao topo, não retornaram da escalada. Após extensa busca, o corpo do alpinista foi encontrado 75 anos depois do seu desaparecimento (em 1999). Até hoje, permanece um mistério se ele conseguiu ou não atingir o cume do Everest. No entanto, o espírito pioneiro e corajoso dele continua a ser solenemente herdado pelos alpinistas das gerações seguintes. Em 1953, a Grã-Bretanha enviou sua nona expedição para o Himalaia. Os membros escolhidos para o desafio da montanha foram Edmund Hillary, da Nova Zelândia, e Tenzing Norgay, um xerpa (guia) local. O Everest, que vinha repelindo obstinadamente as investidas da humanidade, foi confrontado por dois jovens de nacionalidade e experiências distintas. Desde a primeira tentativa de Mallory, haviam se passado 32 anos. Aos 20 anos, Hillary ficou fascinado pelas montanhas da Ilha Sul da Nova Zelândia durante uma viagem, e começou a praticar alpinismo. Ele ganhou experiência escalando um famoso pico em seu país. A partir de 1951, engajou-se nas expedições inglesas para o Everest. Nesse ano, o desafio foi malogrado, mas ele não conhecia a palavra “desistir”. “Everest, você não vai mudar, mas eu vou melhorar... Vou conquistar você”, disse. Por outro lado, Tenzing era de uma aldeia montanhosa localizada no sopé sul do Everest. Para ajudar no sustento da humilde família, ele trabalhava como guia e transportador de cargas para as equipes de alpinistas que vinham da Europa e fez carreira como excelente xerpa. Eram 6h30 do dia 29 de maio de 1953. Os dois alpinistas deixaram o último acampamento em direção ao pico. Eles atravessaram a “Zona da Morte”, onde a concentração de oxigênio é apenas um terço do solo, assolados pelo frio extremo e pelas fortes ventanias. “Não é a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos”, afirma Edmund Hillary. Às 11h30, depois de superar uma batalha de vida ou morte de cinco horas desde a partida, Hillary e Tenzing finalmente alcançaram o topo do Everest. Eles trocaram apertos de mão e tapas nas costas, comemorando a alegria da conquista. Entre eles, havia um belo “laço de companheirismo” que cintilava com o brilho prateado. Tenzing disse posteriormente: “Na montanha existe amizade. Não existe nada que una mais os seres humanos que a montanha. Por mais difícil que seja o lugar, você pode segurar a mão do outro e interagir mutuamente”. A maior força para a escalada do Everest estava na “amizade” e na “união” entre eles. O mundo vibrava com esse feito histórico. Hillary foi agraciado com o título de “Sir” pela família real britânica, enquanto Tenzing era aclamado como herói tanto pelo Nepal como pela Índia. Mais tarde, surgiu um acalorado debate sobre “qual dos dois subiu primeiro no topo da montanha”, mas ambos sempre deram a mesma resposta: “Nós pisamos o topo juntos”. Reflexões do presidente Ikeda Anos mais tarde, em gratidão aos xerpas, que escalaram a montanha junto com os dois alpinistas, Hillary construiu escolas e instalações médicas no vilarejo onde os montanheses moravam. Além disso, até falecer em 2008, ele trabalhou para proteger o meio ambiente na Cordilheira do Himalaia. Em 2003, ele presenteou Ikeda sensei com um livro autografado. O presidente Ikeda visitou o Nepal pela primeira vez em 31 de outubro de 1995. Em meio aos seus muitos compromissos, ele conheceu o subúrbio de Katmandu, capital do Nepal, e tirou fotos do Himalaia, que se mostrou imponente diante de um magnífico pôr do sol. Nessa ocasião, ele conversou com crianças de uma aldeia próxima que se reuniram perto dele. Ele lhes disse: Este é o país onde o Buda (Shakyamuni) nasceu. O Buda cresceu observando o imponente Himalaia. Ele se esforçou para se tornar alguém majestoso como aquelas montanhas. E fez de si uma pessoa vitoriosa de altivo orgulho. Vocês são como ele. Vocês moram em um lugar extraordinário. Sem falta, poderão se tornar pessoas grandiosas. Essa cena pareceu uma bela obra-prima. Em uma orientação em que sensei compara a “montanha” ao kosen-rufu, citando as palavras de George Mallory, consta: “Como obter o melhor de tudo? É preciso conquistar, alcançar, chegar ao topo; é preciso conhecer o fim para se convencer de que consegue vencê-lo, para saber que não há sonho que não deva ser desafiado.” É por desafiar com coragem a montanha de árduas provações que consegue revelar a força oculta dentro de si. Escalar a montanha do kosen-rufu — esse é um grande empreendimento magnífico e majestoso do Buda, que eleva a condição de vida da humanidade ao nível mais sublime. Por mais difíceis e escarpados que sejam os penhascos que enfrente, a força ilimitada do Buda jamais deixará de ser evidenciada pelos mestres e discípulos de unicidade que devotam a vida pela Lei Mística.2 E, em relação ao sucesso de Hillary e de Tenzing na primeira chegada ao cume do Everest, sensei disse que os aspectos mais importantes foram “preparativos”, “abandono dos preconceitos”, “obsessão do líder” e “amizade incondicional”. Ele ressaltou: “A questão é que, em qualquer desafio, a pessoa que se prepara antes leva vantagem. Para vencer, devemos realizar os preparativos com toda a energia e da melhor forma. Ninguém consegue se igualar a uma pessoa preparada e determinada a vencer”.3 Vamos, agora, iniciar nossa escalada rumo ao topo da canção do triunfo do povo a partir do 3 de Maio do juramento! Nós continuaremos a avançar. Enquanto houver uma montanha que almejamos. Enquanto existir uma montanha para ultrapassar. Clique no linke e leia série de incentivos do presidente Ikeda sobre as montanhas do Himalaia. Monte Everest Foto: Getty Images Notas: 1. Discurso do presidente Ikeda. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 22 mar. 2003, p. A3. 2. Mensagem de Ikeda sensei enviada para a 54ª Reunião de Líderes da Nova Era, em 3 de dezembro de 2011. 3. Discurso de Ikeda sensei proferido na 25ª Reunião de Líderes. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 5 fev. 2003. Materiais de pesquisa: ROBERTSON, David. George Mallory. Tradução: Michiko Natsukawa. Sanyosha. HILLARY, Sir Edmund. Hillary Autobiography. Tradução: Ichiro Yoshizawa. Kusashisha. HILLARY, Edmund. My Everest. Tradução: Saburo Matsukata e Tatsumi Shimada. Asahi Shimbun. HUNT, John. Everest Climbing. Tradução: Asahi Shimbun. Asahi Shimbun. YASUKAWA, Shigeo. Sekai no Yane ni Idonda Hitobito. Sa-e-ra Shobo. CLARK, Ronald W. Daitozanka no Rekizo. Tradução: Hiroshi Sugita. Gendai Ryoko Kenkyusho.

08/01/2024

Artigos

O levantar dos discípulos com eterna gratidão ao Mestre

Expresso meus mais sinceros sentimentos de condolências à Sra. Kaneko Ikeda e aos demais familiares pelo falecimento do nosso mestre da vida, Daisaku Ikeda, bem como a todos os membros da SGI e da BSGI. Estimados companheiros, para nós, este é um momento bastante difícil e de muita tristeza. Juntos, estamos oferecendo sinceras orações em memória e em gratidão a Ikeda sensei por tudo o que ele nos proporcionou. Nas palavras da Sra. Kaneko, transmitidas pelo Sr. Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI [em seu pronunciamento em vídeo apresentado na recente 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI] , ela ressaltou um ponto de muita importância para nós. Referindo-se a Ikeda sensei, ela afirma: “Há mais de dez anos, ele expressou que ‘doravante assumiria a liderança pelo eterno futuro, conforme o princípio da imortalidade da vida ensinado pela Lei Mística’, e felizmente ele pôde transferir completamente o bastão espiritual, sentindo assim plena segurança e tranquilidade”. Realmente, desde o momento em que deixou de participar presencialmente das atividades, em 2010, nosso mestre consolidou a base sólida para o futuro, criando inúmeras gerações de sucessores, motivo pelo qual somos eternamente gratos. O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada [também no pronunciamento em vídeo apresentado na RNL], destacou pontos relevantes sobre os quais é essencial refletirmos. Ele declara: “Todos nós, que herdamos o bastão espiritual do kosen-rufu, vamos suplantar a tristeza e dar início à nova caminhada, fortalecendo nossa fé ‘dia após dia, mês após mês’. Desde a sua conversão, por mais de 76 anos, Ikeda sensei dedicou-se integralmente a servir ao seu mestre, Josei Toda [segundo presidente da Soka Gakkai], e perseverou com abnegada devoção na grandiosa luta de jamais poupar a própria vida e oferecê-la em prol da propagação da Lei”. Ao finalizar, o presidente Harada nos convida: “Vamos avançar diariamente, fortalecendo ainda mais a união indestrutível rumo à conclusão do kosen-rufu do Japão e do mundo, e pela prosperidade duradoura da Soka Gakkai por todas as gerações futuras. Creio firmemente que este é o caminho do discípulo para saldar as imensuráveis dívidas de gratidão com o Mestre, Daisaku Ikeda, por tão longo período”. Nesse sentido, vamos fazer uma profunda reflexão sobre a nossa relação com nosso mestre desde o momento em que o conhecemos. Eu tive o privilégio de conhecê-lo há 57 anos. Tudo o que ele realizou é algo extraordinário. Ikeda sensei promoveu amplo desenvolvimento do kosen-rufu, sem precedentes na história, a mais elevada expressão do budismo para a atualidade, uma filosofia sem igual que hoje transcende qualquer ideologia. Se realizada corretamente, a prática do Budismo de Nichiren Daishonin infalivelmente torna as pessoas absolutamente felizes. Misticamente, os líderes de bloco e acima de todo o Brasil, participantes da recente RNL, unidos, realizaram uma cerimônia em que ofereceram orações ao presidente Ikeda. Acredito que esse aspecto não se deve a um acaso, mas represente a perfeita sintonia com Ikeda sensei que devemos evidenciar de agora em diante, conforme destacamos em nossas atividades, tais como no Encontro com o Mestre. Conto com a compreensão de todos neste momento fundamental da obra e da nobre existência do nosso mestre. Que todos nós manifestemos e transmitamos coragem e alegria por lutar ao lado de Ikeda sensei, sem jamais nos afastar ou desistir desse caminho! Além disso, gostaria de reforçar a importância de utilizarmos, como base das nossas ações, as comunicações oficiais fornecidas pela BSGI, evitando comunicados paralelos, que podem conter versões distorcidas ou não condizentes com os fatos. Os líderes da BSGI, junto com os da Soka Gakkai, estão estudando a respeito das cerimônias em memória de Ikeda sensei a ser realizadas doravante. Solicitamos que aguardem os comunicados oficiais de sua respectiva organização. Também, a partir deste momento, haverá publicações no Seikyo Shimbun, que serão veiculadas no jornal Brasil Seikyo, como importantes materiais que servirão para incentivar todos os membros. Na mensagem do presidente Ikeda, enviada para a 16a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no dia 1o de novembro deste ano, ele expressou: Na conclusão da minha mensagem, gostaria de ler a passagem dos escritos: “A vida é limitada; não devemos poupá-la. O que, afinal, devemos aspirar é à terra do buda”.1 Interpretando esse último trecho como “Afinal, o que devemos aspirar é ao kosen-rufu e à paz mundial”, vamos gravar profundamente essa mensagem de Nichiren Daishonin em nosso coração! Por ocasião do falecimento de seu mestre, Josei Toda, há 65 anos, Ikeda sensei registrou no Diário da Juventude: A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!2 Acredito que essa deva ser também a nossa postura como discípulos que possuem essa profunda dívida de gratidão com o Mestre. Com seu amplo coração, recentemente, ele nos dedicou uma significativa mensagem3 alusiva ao dia 18 de novembro, Dia da Soka Gakkai. É a eterna diretriz para o avanço do kosen-rufu do Brasil. Mais que nunca, este é o momento de nos levantarmos. Se estamos enfrentando questões e dificuldades, agora é a hora de promovermos nossa própria transformação, de lutarmos em prol do kosen-rufu e de concretizarmos os sonhos do nosso mestre por meio de nossas ações. Façamos deste momento o início de uma nova era que construiremos como genuínos discípulos Ikeda. Vamos nos unir nas orações, confortar-nos mutuamente e compartilhar incentivos para que possamos ultrapassar os desafios com sabedoria, coragem e determinação. Como organização “Monarca do Mundo”, por meio do nosso levantar, vamos irradiar a esperança para o mundo inteiro. Muito obrigado a todos! Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 223, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal.  São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 459.

01/12/2023

Editorial

Propagar o ideal de Ikeda sensei

Querido leitor e familiares! A Editora Brasil Seikyo (EBS) manifesta o mais profundo sentimento de pesar pelo falecimento do grandioso mestre, Daisaku Ikeda. Em meio à tristeza com a notícia de sua partida, nosso coração se encontra junto com o dos senhores. Exercendo seu papel como veículos de comunicação, os periódicos da EBS têm a difícil tarefa de transmitir a notícia do falecimento de Ikeda sensei. Mas, justamente por termos um mestre da vida, essa missão se expande para o eterno compromisso de louvar a sua inigualável existência dedicada à felicidade das pessoas. Assim, nosso desejo é que cada leitor receba esta edição como o registro da nobre vida do Mestre para toda a eternidade. A origem do ideal da batalha das palavras para transmitir a verdade e a justiça que sustentam a Editora Brasil Seikyo começou com Ikeda sensei. São 58 anos protegidos e observados pelo Mestre, que fundou a EBS em 3 de maio de 1965. E neste ano (2023) marcado pela retomada das atividades presenciais, após os desafios globais, renovamos nosso objetivo e nossa missão de transformar vidas e inspirar o mundo. Tudo foi idealizado e acompanhado pelo Mestre, de forma que nossas publicações foram regularmente reportadas a ele, o qual enviou considerações a todos os comunicados. A edição 662 [outubro 2023] da Terceira Civilização foi enviada a Ikeda sensei e ele respondeu: “Entendido”. Essa resposta marca o ciclo, até o último momento, da relação do Mestre com os discípulos por intermédio dos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Que o coração de Ikeda sensei sempre percorra as comunidades e os blocos de toda a BSGI por meio dessa relação cristalizada! No início do capítulo “Gratidão”, volume 28, da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Por que componho? Para acender a chama da esperança no coração dos amigos imersos na dor e na tristeza e para fazer com que a coragem se transforme em labaredas flamejantes! Para fazer com que ecoem no coração desta e daquela pessoa a harmonia do hino ao ser humano e, juntos, trilharmos o grande caminho da justiça!1 Ikeda sensei sempre escreveu com esse desejo expresso na Nova Revolução Humana e nós, da equipe da editora, temos o compromisso de registrar e perpetuar esse legado em nossos veículos. Faremos desta publicação um verdadeiro marco do renovar da missão de levar esperança e coragem aos leitores. Essa missão só estará completa com seu papel, leitor e discípulo, de fazer o ideal do Mestre em prol do kosen-rufu se propagar amplamente. Que a leitura desta Terceira Civilização acalente seu coração e que a jornada do Mestre apresentada aqui o inspire diversas e diversas vezes a pôr em prática seus ideais para a edificação de glorioso futuro rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai e para a posteridade. Vamos juntos bradar nosso “Muito obrigado, Ikeda sensei”! No topo: Presidente Ikeda caminha pelos arredores do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 1993) Foto: Seikyo Press Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 107, 2020.

01/12/2023

Artigos

Comprovemos convictamente a força do Budismo Nichiren

A compaixão de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, era infinitamente profunda e amável. Recordo-me claramente das comoventes palavras que ele escreveu para um discípulo que enfrentava uma doença: Quando me contaram (...) que fora acometido dessa doença, dia e noite, de manhã e à noite, reportei o assunto ao Sutra do Lótus, de manhã e à noite implorei às divindades do céu azul. E hoje recebo a informação de que se curou da doença. Poderia haver notícia mais feliz do que essa?1 A Soka Gakkai é o reino onde esse espírito de grande compaixão e carinho pulsa forte e calorosamente. Nosso primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, afirmou que, ao comprovar o benefício de praticar o Budismo Nichiren, nós, da Soka Gakkai, possibilitamos que qualquer um entenda facilmente a Lei suprema pela qual a humanidade tanto anseia para viver plenamente — ou seja, a Lei Mística para atingir o estado de buda nesta existência. Declarou também que nunca devemos parar de efetuar esforços até que tenhamos compartilhado esse benefício com todos e os ajudado a alcançar uma felicidade inigualável.2 Em consonância com a poderosa convicção de Makiguchi sensei, nossos membros, desde a fundação da organização,3 acumularam infindáveis provas de realização de revolução humana e de transformação do carma. Essas conquistas foram obtidas enfrentando e superando com bravura todos os tipos de sofrimento e de adversidade — tais como doenças, dificuldades financeiras e discórdias interpessoais — com base na prática firme e constante de recitar Nam-myoho-renge-kyo e ensinar os outros a fazer o mesmo. Os membros compartilham suas experiências repletas de alegria nas reuniões de palestra ao redor do globo. Hoje, esses relatos de comprovação não só aparecem estampados nas páginas do Seikyo Shimbun e de outras publicações impressas, mas também são disponibilizados instantaneamente para o mundo por várias plataformas on-line. Certa ocasião, numa reunião de palestra, um jovem que tinha acabado de iniciar a prática perguntou a Toda sensei sobre a atitude correta na fé. A resposta do meu mestre foi simples: “Você precisa ter a convicção de alguém que comprova”. Incentivando calorosamente o rapaz, prosseguiu explicando: “Isso significa ter convicção de que comprovará a grandiosidade da Lei Mística com seu corpo, sua vida e todo o seu ser”. O budismo ensina que os problemas e as dificuldades que enfrentamos em nossa vida se devem ao princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado”.4 São provações que assumimos de bom grado como bodisatvas da terra para ajudar e conduzir à iluminação aqueles com quem possuímos laços cármicos. Com essa profunda consciência, uma força ilimitada emana de dentro de nós, permitindo que ultrapassemos qualquer obstáculo. O mês seguinte ao do Incidente de Osaka5 [agosto de 1957], lancei-me a uma nova campanha pela vitória do povo, ao lado dos meus queridos e dedicados membros do bairro de Arakawa,6 em Tóquio. Do começo ao fim, proclamei meu desejo de que cada um deles se tornasse feliz sem falta e minha firme convicção de que realizar grandes esforços em prol do kosen-rufu é a única maneira de conseguir isso. Nenhuma atividade da Soka Gakkai jamais é desperdiçada. Todas são para nosso próprio benefício e, ao mesmo tempo, contribuem para a felicidade das outras pessoas, para a prosperidade da sociedade e, em última análise, para a paz mundial. Prontos para assumir os desafios com o coração de um rei leão, sigamos em frente com confiança e dignidade! Juntos com a Soka Gakkai, que se encontra em perfeita sintonia com os ditos dourados de Daishonin, vamos abrir caminhos por meio da oração e converter tudo em vitória. No topo: Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, inaugurado em novembro de 2013, completa dez anos de estabelecimento (Tóquio, Japão) Foto: Seikyo Press Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1034. 2. Traduzido do japonês. Consulte MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi], v. 10, Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 27. 3. A Soka Gakkai foi fundada em 18 de novembro de 1930. 4. “Adotar voluntariamente o carma apropriado”: Refere-se aos bodisatvas que, apesar de qualificados a receber as puras recompensas da prática budista, abrem mão delas e selam o juramento de renascer num mundo impuro para salvar seres vivos. Eles propagam a Lei Mística enquanto passam pelos mesmos sofrimentos daqueles que nasceram no mundo maléfico devido ao carma. O termo deriva da interpretação de Miaole sobre relevantes passagens do capítulo 10, “O Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus. 5. Incidente de Osaka: Episódio em que o presidente Ikeda, na época coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens, foi detido e indevidamente acusado de violação da lei eleitoral num pleito complementar da Câmara Alta em Osaka, em 1957. Ao final do processo judicial, que se arrastou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado de todas as acusações em 25 de janeiro de 1962. 6. Numa campanha de aproximadamente uma semana no bairro de Arakawa, em agosto de 1957, o presidente Ikeda liderou os integrantes de lá na obtenção de um aumento de 10% de membros, com o acréscimo de mais de duzentas novas famílias.

01/11/2023

RDez

Faróis da Esperança

Desfrute um maravilhoso verão de desafios cheio de esperança!

As glórias-da-manhã, que geralmente florescem no verão, arrancam sorrisos de todos, assim como vocês, os alegres príncipes e princesas da Divisão dos Estudantes. Suas flores vibrantes desabrocham logo cedo, todas as manhãs. E, quando o Sol se põe, elas se fecham e “dormem bastante”. Dormir cedo é um hábito que refresca o corpo e a mente. Nos meses quentes de verão, por exemplo, o ritmo de dormir cedo, acordar cedo e tomar café da manhã nos dá energia para o dia. Se incluírem nessa rotina a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, suas vidas brilharão intensamente! Assim como as glórias-da-manhã, vocês trarão sorrisos vibrantes para a família e os amigos. Um maravilhoso verão de desafios está aqui! Mantenham um ritmo cheio de esperança e tenham dias repletos de energia! Fonte:Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de julho de 2023 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para os Sucessores Ikeda 2030.

07/02/2025

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Mês de maio

Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de maio: Do Mestre para você Corredores da Justiça O que determina a verdadeira grandeza de uma pessoa? Quero descobrir! Faróis da Esperança Com as orientações do Mestre, entenda como ultrapassar as dificuldades e os contratempos. Matéria do mês Um só coração Conheça uma conexão que ultrapassa o tempo e o espaço e que nos torna seres humanos melhores. Quentinhas O que rolou Inspire-se com as atividades comemorativas da Divisão dos Estudantes. Trending Topics Descubra os grupos horizontais e os departamentos da Divisão dos Jovens que estarão envolvidos na Convenção Comemorativa da Juventude Soka. Relato Dez Assista ao relato da Mizuki, que conta como entrou na Universidade Soka do Japão, e do Gustavo, que participou da fase seletiva da Olimpíada Internacional de Física e Astronomia no exterior. Aprenda mais sobre o budismo Contos e Parábolas O que a agulha e a linha têm a ver com a relação de mestre e discípulo? Quero entender. Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a Convenção Cultural dos Jovens Monarcas da Nova Era da BSGI realizada em 2009. ABC do Budismo Aprenda sobre o espírito de fundação da Divisão dos Estudantes no Japão. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos do mês. Jogo da memória Divirta-se com os personagens do Contos e Parábolas. Encarte KIDS Acesse o suplemento do Brasil Seikyo de maio.

01/05/2024

Corredores da Justiça

Aprofundar as raízes do esforço para uma primavera repleta de esperança

Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei em inglês Fevereiro é o mês em que comemoramos os aniversários de Nichiren Daishonin1 e do meu mestre, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda.2 Quando Daishonin completou 12 anos, ele jurou se tornar “a pessoa mais sábia de todo o Japão”3 e começou a aprender tudo o que podia para promover a paz e a felicidade para toda a humanidade. Toda sensei também, quando adolescente, sonhou em contribuir para o mundo enquanto estudava e trabalhava para se sustentar. Aos 17 anos, adotou o pseudônimo Oto (composto pelos caracteres chineses de cerejeira e pessegueiro). Esta era a sua determinação: a de resistir como as cerejeiras que florescem no frio e a de mostrar resultados como os pessegueiros que dão frutos. A juventude é o momento de criar raízes sólidas. Em Saldar as Dívidas de Gratidão, Daishonin escreveu: “Quanto mais profundas as raízes, mais fecundos são os ramos”.4 Plantando paciente e firmemente as raízes da fé e as raízes do esforço, a grande árvore da sua missão crescerá sem falta! Você será capaz de espalhar ramos maravilhosos de amizade, fazer florescer lindas flores de felicidade e desfrutar dos frutos da vitória. Com a firme resolução de enfrentar todos os desafios e mostrar o que podem alcançar, continuem se esforçando juntos por uma primavera repleta de esperança! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de fevereiro de 2022 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas:1. Dia 16 de fevereiro de 1222. 2. Dia 11 de fevereiro de 1900. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 184, 2020. 4. Ibidem, p. 770.

01/02/2024

Matéria do mês

Ikeda sensei, conte comigo!

Em 15 de novembro de 2023, aos 95 anos, nosso mestre Daisaku Ikeda finalizou sua nobre existência. Em uma orientação, ele afirmou: “A vida e a morte são unas. Os entes queridos e os familiares falecidos estão sempre juntos de nós, dentro do nosso coração”.1 Da mesma forma, sensei estará para sempre em nosso coração e viverá por meio de nossas orações, ações e vitórias. Foram 76 anos dedicados à paz e à felicidade da humanidade. Agora, chegou a vez de os Sucessores Ikeda 2030, a divisão que carrega o nome do Mestre, levantarem-se unidos para assumir esse legado. Para entender como dar continuidade aos esforços do presidente Ikeda, primeiro, temos que conhecer a trajetória de vida dele. Daisaku Ikeda conversa com Josei Toda um mês antes do falecimento de seu mestre (Japão, mar. 1958) Início da valorosa jornada Daisaku Ikeda nasceu em 2 de janeiro de 1928, em Tóquio, num Japão envolto pelo pós-guerra e pela distorção do que era certo e errado. Mesmo assim, ele tinha muitos sonhos e, graças às diversas experiências da infância, construiu um caráter correto. Ao ver o povo japonês sofrendo por causa dos bombardeios atômicos, começou a procurar um caminho que o conduzisse a uma vida valorosa. Estudava grandes clássicos da literatura e lia obras de diversos filósofos, mas, em seu coração, ele ainda sentia um vazio. Foi quando seus amigos o convidaram para participar de uma palestra sobre filosofia. Nessa ocasião, em 14 de agosto de 1947, conheceu seu mestre da vida Josei Toda. A postura e as palavras daquele senhor o impressionaram: “É isso! O que essa pessoa está dizendo é verdade! Eu consigo confiar nela!”.2 A partir desse dia, o jovem Ikeda decidiu ser discípulo de Josei Toda e, dez dias depois, em 24 de agosto, recebeu seu Gohonzon. Assim, sua jornada na “Universidade Toda” iniciou. A rigorosidade de Toda sensei era encarada como um grande treinamento por Daisaku Ikeda. Cada orientação o incentivava a polir e avançar como um grande líder. Foram dez anos de intensa instrução sobre budismo, desafios da vida diária, liderança, política, economia, direito, ciências e outras disciplinas. No livro Vozes para um Futuro Brilhante, Ikeda sensei disse: Por meio do meu venerado mestre, pude evidenciar o meu melhor e o máximo de minhas forças. Para saldar as grandes dívidas de gratidão para com o meu mestre, enquanto ele viveu, eu o apoiei e o protegi com o sentimento de devotar minha vida a ele. (Vozes para um Futuro Brilhante, p. 320) Nessa época, a saúde de Ikeda sensei era debilitada devido a graves problemas pulmonares. Os médicos diziam que ele não chegaria aos 30 anos. Mas isso não o impediu de cumprir suas responsabilidades e proteger seu mestre. Cerimônia de posse de Daisaku Ikeda como terceiro presidente da Soka Gakkai realizada no auditório da Universidade Nihon (Tóquio, maio 1960). A partida do Mestre e a grande decisão Um grande elo de confiança foi criado entre o mestre e o discípulo, mas, em 2 de abril de 1958, Daisaku Ikeda herdou por completo a luta de Josei Toda. Ao saber da notícia do falecimento de Toda sensei, uma grande tristeza e um vazio tomaram conta do coração do jovem Ikeda. Porém, mesmo arrasado, ele manifestou: A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim, mas sensei deixou uma extensão da sua vida. Está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei! (Diário da Juventude, p. 459) O juramento de concretizar sem falta o majestoso ideal do Mestre o levou a tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 3 de maio de 1960, e a expandir a filosofia da dignidade da vida para o mundo. No dia 2 de outubro do mesmo ano, Ikeda sensei embarcou para sua primeira viagem internacional. Foi nessa ocasião que ele conheceu o Brasil. A cada passo, sua gratidão pelo Mestre aumentava e uma rede de amizade e esperança crescia por meio de diálogos em prol da paz. No decorrer dos anos, Daisaku Ikeda expandiu a Soka Gakkai para 192 países e territórios, criou instituições educacionais, estabeleceu importantes empreendimentos, dialogou com diversas personalidades, palestrou em renomadas universidades e escreveu várias obras e propostas de paz que foram reconhecidas mundialmente. Como resultado de seus esforços, honrou o juramento feito ao Mestre e hoje milhões de discípulos têm a oportunidade de desfrutar os benefícios da prática da fé. Daisaku Ikeda cumprimenta aluno do Colégio Soka na cerimônia de formatura (Japão, mar. 2003). Agora é a nossa vez! Cientes do grandioso legado deixado pelo sensei, chegou a hora de nos levantarmos, assim como o jovem Ikeda fez após o falecimento de seu mestre. No romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda orientou: “Se houver um núcleo de jovens, ou melhor, se houver um único discípulo verdadeiro, o kosen-rufu poderá ser realizado infalivelmente”.3 A ação agora é se esforçar em prol dos objetivos sem jamais permitir que sentimentos contrários bloqueiem o trilhar do caminho de mestre e discípulo. É encarar e vencer os desafios com alegria e levar esperança por meio do diálogo com os amigos, conforme fez o Mestre. Dessa forma, acumularemos boa sorte e o legado do Mestre viverá para sempre. Vamos, juntos, como se estivéssemos de mãos dadas, nos esforçar para levar adiante o nobre empenho do presidente Ikeda e criar uma nova história do kosen-rufu. Dicas de livros Para conhecer a grandiosa trajetória do Mestre, acesse os livros Pé de Romã,  Diário da Juventude ou os trinta volumes da Nova Revolução Humana no CILE. Por favor, desejo que vocês, da Divisão dos Jovens, herdem e sucedam sem falta o solene espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai. As pessoas que assim o fizerem serão vitoriosas no final. Esse é o caminho fundamental para a vitória da Soka Gakkai no século 21, bem como o caminho para cumprir o juramento seigan pelo kosen-rufu. E é o grande caminho para a construção da paz mundial duradoura. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 348) Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 2.173, 29 mar. 2013, p. B2.2. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, p. 109.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, v. 30-II, p. 347. Fotos: Seikyo Press

01/12/2023

Matéria da Divisão da Esperança

Voltar ao ponto primordial

A palavra japonesa seigan significa “estabelecer firmemente um ideal e avançar para concretizá-lo por meio de uma inabalável determinação”.1 Ou seja, é manter um compromisso e se esforçar em prol dele. Da mesma forma que os formandos do terceiro ano do ensino médio juram continuar estudando e os médicos e os enfermeiros, em suas formaturas da faculdade, juram ajudar outras pessoas, nós também podemos realizar nosso juramento. Nosso mestre, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, por exemplo, jurou ao Mestre dele que iria se empenhar incansavelmente pela paz, e assim ele vem fazendo há 76 anos. Mas, além de jurar, é necessário entrar em ação. Na série “Asas para o Futuro”, sensei afirma: Quando dedicamos nossa vida para cumprir nosso juramento ao Mestre, a coragem de avançar sem temer a nada brota do fundo de nós. Eu fico muito feliz que os integrantes da nossa Divisão dos Jovens do Brasil, verdadeiros campeões, carregam em si esse espírito. (RDez, ed. 183, mar. 2017, p. 20) Ao agir em prol do juramento, manifestamos coragem para enfrentar qualquer adversidade. E mesmo quando tudo parece difícil, ainda assim podemos relembrar nosso juramento, ou seja, voltar ao nosso ponto primordial para que as nossas forças se renovem. No romance Nova Revolução Humana, o Mestre explica: Pessoas que possuem um ponto primordial são fortes. Jamais devemos nos esquecer do nosso ponto inicial. Enquanto tivermos isso em mente, nunca perderemos de vista a estrada das nossas convicções. (Nova Revolução Humana, v. 18, p. 9) É importante ter o sentimento de possuir o juramento até concretizá-lo e, para isso, vamos sempre retornar ao nosso juramento, ao nosso ponto primordial. Forte determinação Era uma vez um kankucho, um pássaro que vivia nas altas montanhas do Norte da Índia. Toda noite, quando enfrentava o imenso frio das montanhas nevadas, ele jurava que, no dia seguinte, iria construir um ninho para se proteger das baixas temperaturas. Porém, ao amanhecer, o pássaro esquecia da sua decisão e ia se divertir e cantar para aproveitar o sol sem se preocupar com o frio severo da noite. Assim, os dias se passaram e ele nunca construiu um lar. Essa parábola reforça a importância de cumprir aquilo que você decidiu e de sempre buscar se aprimorar. Para isso, é necessário ter uma forte determinação embasada na prática da fé. O presidente Ikeda orienta: “É vital que nos empenhemos com perseverança e forte determinação para atingir nossas metas”.2 Como membros da Divisão dos Estudantes, vamos manifestar uma forte determinação e voltar ao nosso ponto primordial constantemente até realizar seu juramento. Você já ouviu falar do Daiseido? Inaugurado em 18 de novembro de 2013, o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu fica em Shinanomachi, em Tóquio, no Japão. A construção do auditório simboliza a luta conjunta de mestre e discípulo e reafirma a expansão do movimento pela paz e pela felicidade de todas as pessoas. Agora, imagina visitá-lo e realizar seu juramento lá, do outro lado do mundo! Você pode colocar esse grande objetivo na sua lista de desejos. Daí, você aproveita para conhecer o Japão e sua rica cultura. Mas atenção: o juramento também pode ser feito todos os dias em seu coração e aí na sua casa mesmo. Depoimento Foto: Arquivo pessoal Quando minha mãe era da Divisão dos Jovens, um dos sonhos dela era participar de um treinamento no Japão. No entanto, ela não conseguiu. Mas, como não existe oração sem resposta, em 2015, já como integrante da Divisão Feminina, ela levou toda a família para o Japão! Nessa viagem, fomos eu, minha mãe, meu pai e meu irmão. Meu pai, mesmo sem ser praticante, sempre apoiou nossa prática budista e ajudou com os custos da viagem. Então, aos 15 anos, tive a oportunidade de entender mais de perto o que é o juramento seigan e estar nas terras do Mestre. Foi muito especial passar pelos locais onde o Mestre lutou e que estão gravados na história da Soka Gakkai e nas páginas da Nova Revolução Humana. Na época, o Daiseido tinha acabado de ser inaugurado e conseguimos participar de uma das reuniões aberta aos membros de outros países e realizar cada um o seu juramento. Na viagem, também visitamos outros prédios da Soka Gakkai em Shinanomachi, a Universidade Soka e o Museu de Arte Fuji, o que só aprofundou mais os laços de mestre e discípulo e o juramento em meu coração. Ver os sonhos de Josei Toda concretizados pelo discípulo Daisaku Ikeda foi mais que um incentivo, foi uma experiência que ficou gravada em minha vida. Letícia Luz, 23 anos, secretária da DE-Esperança Notas:1. Terceira Civilização, ed. 490, jun. 2009, p. 38.2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 135, 2020.

01/11/2023

Faróis da Esperança

Cada um de vocês é um valente filhote de leão!

Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei Setembro é o mês em que celebramos a fundação da Divisão dos Estudantes Futuro.1 O grupo foi criado a partir do meu profundo desejo de confiar aos nossos jovens o futuro da humanidade e a consolidação da paz mundial. Nichiren Daishonin declarou: “O rei leão não teme outros animais, e da mesma forma agem seus filhotes”.2 Cada um de vocês, Sucessores Soka, sem exceção, é um filhote de leão. Espero que sintam com o coração a mensagem que consta na música da Divisão dos Estudantes: “Tenham coragem! Com o coração do rei leão!”, “Vivam com forte coração”, “Mesmo com as dificuldades, você vencerá.”3 Por favor, continuem avançando, mesmo que apenas um passo ou um milímetro. Aqueles que se levantam quando caem, com certeza, vencerão. Recitar Nam-myoho-renge-kyo desperta o poder do leão dentro de vocês! Sejam nos estudos, seja fazendo amigos, algo legal para os pais ou realizando alguma atividade, agora é a hora de vocês abrirem as asas da coragem e desafiarem a si mesmos. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de setembro de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Notas: 1. A Divisão dos Estudantes Futuro foi estabelecida no Japão no dia 23 de setembro de 1965. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. Trechos da música Be Brave.

30/08/2023

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Mês de setembro

Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de setembro: Do Mestre para você Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento Na última parte desta série, o Mestre nos ensina a superar os medos. Corredores da Justiça Descubra o que a lua e o aprofundamento da fé têm em comum. Faróis da Esperança Desperte o poder do leão dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Você sabe o que é cultura de paz? Leia aqui. DE-Esperança Veja como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no dia a dia. DE-Herdeiro Aprenda de quantas maneiras a solidariedade pode contribuir para a paz. Quentinhas O que Rolou Se liga no que as localidades organizaram pela DE. Trending Topics A primavera chegou! Saiba quais flores brasileiras desabrocham nesta época. Mural de Vitórias Pedro Henrique conta, em vídeo, como venceu no estudo, na prática esportiva e na criação de um livro. Matéria do mês Minhas ações pela paz Construa um futuro melhor a partir de agora com a RDez! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os cinco anos da conclusão da Nova Revolução Humana. ABC do Budismo Entenda o que existe em comum entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos deste mês!

30/08/2023

Matéria do mês

Minhas ações pela paz

Você já parou para pensar como estará o mundo em 2030? Se não, imagine como seria se houvesse mais empatia e respeito pelo próximo, menos desperdício de recursos naturais, mais consciência sustentável, maior preocupação com a saúde física e mental e redução dos conflitos. Para que esse futuro se torne real, é necessário voltarmos nossa atenção para os dias atuais e refletirmos sobre o nosso modo de agir. E é sobre isso que a RDez abordará nesta matéria. Foto: Getty Images Construindo o futuro agora Muitas pessoas estão tentando adivinhar o futuro pelo ChatGPT e outras plataformas de inteligência artificial. Mas essa curiosidade vem acompanhada de certa apreensão, principalmente entre os jovens. De acordo com uma pesquisa realizada em 2021 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),1 eles estão preocupados com vários desafios, como a mudança climática e a perda da biodiversidade, a violência, a discriminação, a desigualdade social e a falta de recursos naturais. Realmente, quando entramos em ação para mudar o cenário atual e concretizar a paz, a solução parece cada vez mais complexa e distante. Sobre isso, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, ensina: A paz não deve ser deixada a cargo do outro e vista como algo distante. Deve ser cultivada no dia a dia em nosso esforço para criar a compaixão e a consideração pelos demais e para fortalecer os laços de amizade e de confiança em nossa respectiva comunidade com nossas ações e nosso exemplo. (Brasil Seikyo, ed. 2.455, 9 set. 2019, p. B2-B3) Segundo o sensei, a paz não é algo distante do nosso cotidiano e a mudança para alcançarmos esse ideal está dentro de nós. Ou seja, para que o futuro seja pacífico, é importante produzirmos ações positivas no presente! O primeiro passo é exercitar nossas escolhas no dia a dia. Por exemplo: em vez de entrar em conflito com um amigo, procure dialogar, entender e respeitar a opinião dele; evite desperdício de luz e de água em casa; descarte o lixo nos locais corretos etc. Ao colocar essas e outras atitudes positivas em prática, inspiramos outras pessoas e expandimos as boas ações. E para que esse exercício seja mais assertivo, amplo e criativo, é fundamental ter como base a recitação do gongyo e daimoku, bem como uma filosofia humanista que respeite a dignidade da vida, igual a que aprendemos em nossa organização. Foto: Getty Images Superar com alegria Até aqui, aprendemos que, para alcançar a paz e transformar o mundo, é necessário mudar nosso interior primeiro. Porém, o que fazer quando surge um obstáculo que atrapalha esse processo? É aí que entra a resiliência. Segundo o dicionário, “resiliência” significa a propriedade que alguns corpos têm de retornar à forma original após serem submetidos a uma deformação. Aplicando esse conceito no tema deste mês, representa a capacidade de aprender a superar as adversidades a partir da ressignificação do problema. Quando mudamos nossa percepção de “por que este obstáculo surgiu?” para “para que este obstáculo surgiu?”, passamos a enxergar o problema como uma oportunidade e temos a chance de superá-lo com alegria. Ao exercitarmos diariamente a resiliência, aprendemos a confrontar as situações, ter desenvoltura e extrair algo positivo de tudo! O Mestre nos orienta que podemos estender a resiliência às pessoas ao nosso redor: Resiliência quer dizer força que surge da união entre pessoas que se incentivam mutuamente e juntas superam as dificuldades da vida com tenacidade social para uma sobrevivência harmoniosa. Dialogar com as pessoas para compartilhar esse coração resiliente é o espírito contido no escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra. (Brasil Seikyo, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. B3) Ao fazermos isso, ganhamos coragem para superar tudo com alegria e sem deixar ninguém para trás. Querem aprender mais? Então, assistam ao vídeo: Presidente Ikeda e alunos do ensino infantil no ônibus escolar a caminho da Escola Soka de Sapporo (Japão, abr. 1976). Foto: Seikyo Press Cumprir a missão deixada pelo Mestre Neste mês, comemoramos cinco anos da conclusão do romance Nova Revolução Humana. A obra, que tem como tema a revolução humana como a chave para a transformação da humanidade e para a paz mundial, é a herança do espírito de mestre e discípulo. Além disso, ela reflete a resiliência do Mestre que, mesmo em meio às constantes atividades em prol do kosen-rufu, escreveu diariamente por 25 anos! No volume 1, capítulo “Alvorecer”, o presidente Ikeda inicia com o seguinte trecho: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade.”2 Tais palavras expressam sua determinação de transformar o destino da humanidade com base no Budismo de Nichiren Daishonin. Herdando essa determinação, nós, Sucessores Ikeda 2030, temos que agir para construir pontes de paz para o futuro. Conforme aprendemos no decorrer da matéria, isso se dá quando cada um de nós aplica atitudes positivas e resilientes no cotidiano. O presidente Ikeda complementa: A chave da vitória no futuro dependerá de como nos aprofundaremos e poremos em ação a Nova Revolução Humana na posição de discípulos e de que maneira vamos incorporar e transmiti-la corretamente às gerações posteriores. Pode-se dizer que a Divisão dos Jovens é a “geração da Nova Revolução Humana”. São possuidores desta missão. (Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14-15) Partiu corresponder ao sentimento de Ikeda sensei e cumprir a missão herdada pelo Mestre superando tudo com alegria e resiliência e expandindo a paz para toda a humanidade? *Dicas RDez Para saber mais sobre a conclusão da Nova Revolução Humana, leia o Cápsula do Tempo deste mês e teste o que aprendeu no Quiz Show. [...] gostaria que atuassem protegendo a paz e a cultura e em prol do respeito à dignidade da vida. Tendo em mente que a fonte dessa atividade se encontra na recitação do daimoku, por favor, desafiem-se com coragem cada assunto da vida diária. Essa é uma existência repleta de alegria e de esperança. Outro ponto importante é que cada um dos senhores que se encarregam do kosen-rufu valorizem a si mesmos e seus lares e contribuam para a comunidade local e a sociedade, tornando-se bons cidadãos amados e respeitados pelas pessoas à sua volta. Não há budismo afastado da vida diária. O fato de cada pessoa manter boa saúde, física e mental, com personalidade estimada por todos e demonstrando brilhantes comprovações na sociedade se tornará a força para o kosen-rufu. Não há necessidade de se apressarem. [...] ampliem concretamente a rede de confiança e construam agora o alicerce de um grande progresso no futuro. (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 336-337) Notas:1. https://en.unesco.org/news/unesco-world-2030-survey-report-highlights-youth-concerns-over-climate-change-and-biodiversity. Acesso em: jul. 2023.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2019.

30/08/2023

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