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Especial

Onde pulsa o coração do Mestre

Idealizado pelo presidente Ikeda, o Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, localizado no município de Itapevi, SP, tem como finalidade servir de palco para as atividades culturais e educacionais dos membros da organização, proporcionando uma estrutura para o desenvolvimento de grandes “valores humanos”. As obras iniciaram em 8 de abril de 1988 e sua inauguração ocorreu em 18 de fevereiro de 1990. As atividades comemorativas de inauguração contaram com a participação de Hiromasa Ikeda, atualmente vice-diretor-geral da Soka Gakkai Internacional (SGI). Em 1993, durante a sua quarta visita ao Brasil, Ikeda sensei visitou o CCCamp pela primeira vez. De lá, liderou o movimento pelo kosen-rufu por doze dias. Conforme objetivado pelo presidente Ikeda, que ficou preocupado em oferecer um local nobre e digno aos falecidos beneméritos do kosen-rufu do Brasil, foi inaugurado o Palácio Memorial da Paz Eterna, no CCCamp, em 22 de junho de 1997. Possui modernas instalações que abrigam um cinerário em meio à exuberante natureza. Uma área extensa de mata preservada, denominada Parque Ecológico Daisaku Ikeda, cerca o Palácio Memorial. Em 22 de julho de 2001, o Mestre dedicou o poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! aos companheiros da BSGI, exaltando, em um trecho: “Ainda se aconchega em meu peito / a doce luz do verão de 1993 / que banhava Itapevi, / cidade vizinha de São Paulo. / Ali por fim conheci / o castelo do tesouro, /o Centro Cultural Campestre / com seu exuberante jardim. (...) / Ainda me recordo quando sugeri / aos jovens a quem confiei o futuro: / — Vamos dar nome a estas colinas / e àquelas montanhas. / Eles responderam com sabedoria: / — Montanha Mestre e Discípulo! / — Colina Pôr do Sol! / Foi um momento de perfeita harmonia.” Ao completar 35 anos de existência, o Centro Cultural Campestre da BSGI eterniza-se como local em que o espírito de unicidade de mestre e discípulo cristaliza-se no aprimoramento e na atuação de contínuas ondas de sucessores que perpetuam e concretizam os ideais de Ikeda sensei. Assista Vídeo com a florada das cerejeiras no Centro Cultural Campestre da BSGI. Fotos: Seikyo Press | BS

20/02/2025

Relato

O direito de ser feliz

Eu me chamo Everte Miller Sampaio, tenho 30 anos. Sou advogado e professor universitário, um sonho que se tornou possível a um jovem que tinha tudo para dar errado. Não tive contato com meu pai e cresci assistindo à minha mãe ser agredida de maneira brutal em casa, a ponto de quase perder a própria vida. Meu padrasto, pai dos meus três irmãos menores, tinha problemas com álcool. Foram várias as violências. Pânico e sofrimento marcaram nossos dias, sem brincadeiras e carinhos, direitos simples de crianças. Nesse ambiente de inferno, sonhar com o futuro não nos era permitido. Será? Estava com 17 anos quando uma amiga de escola me apresentou o Budismo Nichiren, em Oriximiná, pequena cidade a oeste do Pará, com mais ou menos 50 mil habitantes. Situa-se a 150 quilômetros de Santarém, também no Pará, onde morei por aproximadamen­te oito anos. Percorria cerca de doze horas de barco (navegando pelo rio Amazonas) para me locomover entre essas cidades. Ao recitar Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, brotou em meu coração a esperança de transformar aquele destino. Logo no início da minha prática, meu padrasto foi embora de casa, abandonando a família. Nós nos unimos em casa, agora livres daquele cenário de aflições. Logo depois, após concluir o ensino médio, fui morar em Santarém, apenas com uma única mala de roupas, indo em busca de emprego. Aceitei o convite de uma amiga para dividirmos a moradia e, em meio a esses desafios, objetivei cursar uma faculdade. Com o apoio dos veteranos da localidade, acordava todos os dias às 5 horas da madrugada para fazer duas horas de daimoku, durante muito tempo. Mesmo enfrentando muitos de­safios, os benefícios sempre surgiram e tudo começou a mudar. Esforcei-me para participar ao máximo das atividades, pondo em prática o tripé “fé, prática e estudo” como ingrediente para minha revolução humana. Li duas vezes o Diário da Juventude, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda. Foi assim que conheci quão desafiadora foi a vida do jovem Ikeda. “Se meu mestre venceu, eu também posso vencer.” Assim, avancei, atuando com afinco ao lado dos meus companheiros da localidade, cumprindo o real aspecto de desbravar o kosen-rufu no Amazonas. Percebo com muita gratidão que toda a dedicação em prol do kosen-rufu me fez criar forte convicção da veracidade desse budismo. Comecei sozinho, mas depois minha mãe e meus três irmãos abraçaram esse maravilhoso ensinamento. Fiz shakubuku em minha avó materna, que se converteu aos 65 anos. Hoje, minha família tem até um fukushi (criança que nasce num lar budista), meu sobrinho Dante. Inspirar pelo exemplo Nesses doze anos de prática, trouxe à órbita dessa grandiosa Soka Gakkai 37 pessoas, inspiradas pelas minhas comprovações. Sempre abracei os direcionamentos da BSGI com muita força. Se era para atravessar o rio Amazonas, o estado do Pará, viajando dez horas de barco, lá estava eu pensando sempre na felicidade das pessoas. Com essas vitórias, fui ao encontro do Mestre, em 2017, como integrante de um curso de aprimoramento no Japão (kenshukai). Ao fazer minhas orações no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, renovei minha decisão de jamais abandonar este budismo e de propagá-lo, sempre com gratidão. Estou morando há quatro anos em São Paulo. Da Selva Amazônica para a Selva de Pedra, como é chamada a cidade. Determinei conquistar amplas oportunidades, principalmente profissionais. Falava comigo mesmo: “Nasci para vencer, tenho o Gohonzon, vou vencer com daimoku”. Lembrava-me de um trecho do Gosho que diz: “Deve ser mestre da própria mente em vez de permitir que a mente a domine”.1 Orava dessa forma, e venci. Everte Miller Triunfo sobre o medo Tornei-me advogado, fiz inúme­ras especializações e estou na etapa final de conclusão do mestrado acadêmico. Desenvolvi-me na carreira profissional e acadêmica, conquistando o sonho de ser professor universitário. Contribuir com a educação é o propósito da minha vida, é a minha missão. E assim desbravar esse caminho que transforma a vida das pes­soas, como meu mestre me ensina. Sou muito grato a Ikeda sensei por motivar minha vida, bem como aos meus veteranos das localidades por onde passei, os quais sempre me apoiaram. Em outubro último, participei da celebração dos quarenta anos da Divisão dos Universitários (DUni), realizada em Manaus, AM, quando renovei minhas determinações, retornando à Amazônia do meu coração. Agora, meu desejo e compromisso é garantir que o avanço da Juventude Soka e da localidade em que atuo seja a causa para o avanço da BSGI. Contem sempre comigo! Por fim, compartilho um trecho de um incentivo do presidente Ikeda no qual ele cita as palavras do seu mestre, Josei Toda: Independentemente das circunstâncias, se você se levantar com base numa profunda e grandiosa fé, conseguirá transformar tudo. Se você mudar, se você se desenvolver, se você assumir a responsabilidade, vencerá a tudo. A essência é você. Viva para construir a si mesmo!”.2 Muito, muito obrigado! Everte Miller Sampaio Lavôr, 30 anos. Advogado e professor universitário. Na BSGI, é responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Higienópolis, RM Centro, CGESP. No topo: Everte com os jovens que seguiram para o Japão em 2017, para curso de aprimoramento da SGI: “Renovei minha decisão de jamais abandonar este budismo e de propagá-lo, sempre com gratidão”. Foto: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 409, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.371, 13 maio 2017, p. A10.

08/11/2024

Encontro com o Mestre

O que é a verdadeira felicidade?

DR. DAISAKU IKEDA Qual é a definição de felicidade humana? A Tailândia responde com um ditado: “A falsa felicidade torna a pessoa presunçosa e insolente. A verdadeira felicidade faz a pessoa manifestar alegria e transbordar sabedoria e compaixão”.1 Alguém é feliz só porque é milionário? Muitos deixaram que o dinheiro arruinasse sua vida. O presidente Josei Toda enfatizou a importância da felicidade absoluta em contraponto à felicidade relativa. Felicidade absoluta não é aquela que surge quando alguém se compara a outra pessoa; também não é a felicidade transitória e ilusória que desaparece com o tempo. O presidente Josei Toda ensinou que a prática do Budismo de Nichiren Daishonin é para atingirmos uma condição de vida em que, seja qual for a circunstância que estejamos enfrentando, sentimos alegria só pelo fato de estarmos vivos. Quando alcançamos essa condição, nossa vida transborda alegria, sabedoria e compaixão insuperáveis — assim como expressa o ditado tailandês: “A verdadeira felicidade faz a pessoa manifestar alegria e transbordar sabedoria e compaixão”. Nichiren Daishonin afirma: “Tanto a pessoa como os outros se alegrarão juntos por ter sabedoria e compaixão”.2 Nossa prática do Budismo Nichiren e nosso movimento em prol do kosen-rufu existem para que nós e os outros possamos atingir a felicidade absoluta. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: A Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 24. * * * Qual é o propósito da vida? É a felicidade. O objetivo do budismo e da prática da fé, também, é conquistar a felicidade. Nichiren Daishonin escreveu: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo. O sutra [Sutra do Lótus] diz: ‘...onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos’”.3 “Vivem felizes e tranquilos” indica que as pessoas podem viver com total liberdade o tipo de vida que desejam e sentir-se plenamente satisfeitas com essa vida. Quando possuímos forte energia vital e profusa sabedoria, podemos encarar com alegria o desafio de vencer as dificuldades da vida da mesma maneira que surfistas se empolgam com ondas gigantes ou alpinistas se fascinam com montanhas íngremes. Pelo fato de a Lei Mística ser a fonte de energia vital e sabedoria para superar todas as adversidades da vida, Nichiren Daishonin afirma que não há felicidade maior que recitar Nam-myoho-renge-kyo. A realidade da vida é rigorosa. Por favor, desafiem com coragem essa rigorosidade e vençam, vençam mais uma vez, em tudo — na vida diária, no local de trabalho, na escola, nas relações familiares. Os ensinamentos budistas e nossa prática da fé são as forças propulsoras para um aprimoramento ilimitado. Ibidem, p. 27. * * * Felicidade absoluta é aquela que não se altera com o passar do tempo; é eterna e não é influenciada por condições externas; jorra das profundezas da própria vida. Não é algo transitório como posição social, fama, fortuna ou qualquer outra satisfação secular fugaz. O que importa é viver de acordo com a Lei e atingir um estado de vida elevado com base na Lei. A condição de vida que alcançamos, assim como a Lei Mística, é eterna. Como praticantes do Budismo Nichiren, podemos trilhar nosso caminho como campeões da vida ao longo de toda a eternidade. Há pessoas que dizem que a felicidade é apenas um estado mental e que mesmo doente ou pobre, se pensar que é feliz, realmente será feliz. Porém, a menos que seja um sentimento que brote das profundezas de sua vida, tal pensamento não levará a nada. O “tesouro do coração” que acumulamos praticando o Budismo Nichiren, com o passar do tempo, se manifesta na forma de “tesouro do corpo” e “tesouro do cofre”.4 (...) Meu ardente desejo é que todos desfrutem de uma existência plena de satisfação e realização, e que, no final, possam declarar: “Minha vida é repleta de felicidade, não tenho arrependimentos. Tem sido uma vida de total satisfação”. Ibidem, p. 29-30. * * * Em uma sociedade complexa como a de hoje, em que todo cuidado é pouco para não sermos influenciados pela negatividade, é crucial cultivarmos a sabedoria para vivermos de forma consciente e significativa. Nossa prática budista nos capacita a abrir a nossa vida e a nos tornarmos felizes. Ao desenvolvermos e aprofundarmos continuamente a fé e a sabedoria, podemos vencer como seres humanos e conquistar contínuas vitórias ao longo da jornada da vida. A suprema felicidade é saboreada por quem, por meio da prática do Budismo Nichiren, faz o palácio da própria vida brilhar eternamente pelas três existências — do passado, presente e futuro. Cada pessoa aqui está construindo e abrindo o palácio da felicidade em seu interior por meio das atividades em prol do kosen-rufu. Estejam certos de que, como resultado, manifestarão o estado de buda nesta existência e se tornarão nobres campeões e campeãs da felicidade que habitam o grande palácio da vida tão vasto quanto o próprio Universo. Minha esperança é que continuem avançando no grande caminho da fé com confiança e otimismo, repletos de forte convicção e orgulho. Ibidem, p. 34. * * * O que é liberdade? Como podemos desfrutar plenamente a liberdade? Inúmeros sábios e filósofos ao longo dos séculos têm ponderado sobre isso. De fato, muito além dessa busca intelectual, todas as pessoas anseiam por liberdade. Todas desejam viver com liberdade, sem restrições ou limitações. A liberdade é um desejo humano inato. Mesmo que não possamos definir a liberdade com clareza, todos sabemos que é uma condição vital para a felicidade. (...) O nosso ambiente é importante, mas não é tudo, nem é absoluto. Toda sensei atingiu um estado de vida de liberdade eterna numa cela de prisão, o mais repressor dos ambientes. (...) A liberdade não habita um mundo à parte das aparentes limitações dos nove mundos, das realidades da vida. Tampouco a verdadeira liberdade indica a fuga à realidade. Para onde se pode fugir? Não podemos escapar do Universo. Além disso, e mais importante, não podemos fugir da nossa própria existência. Enquanto estivermos acorrentados pelo carma, aflitos pela fraqueza, derrotados pelo sofrimento e confinados em modos de pensar equivocados, nunca encontraremos a liberdade em lugar algum. Daishonin diz: “Este é o momento para se libertar das amarras do domínio de nascimento e morte”.5 A prática da Lei Mística — a recitação do Nam-myoho-renge-kyo — é a espada que rompe os grilhões da ilusão que nos acorrentam. O que nos possibilita essa libertação, no verdadeiro sentido, é o estado de buda. É um estado de liberdade suprema que abrange as três existências — do passado, presente e futuro — que brilha com o poder e a sabedoria para desenvolver a nossa vida como desejamos, de acordo com a nossa determinação na fé. A Lei Mística é o princípio máximo para alcançar a liberdade genuína no mundo real. Ibidem, p. 35-37. * * * As pessoas muitas vezes tendem a pensar em felicidade como algo abstrato e distante da sua realidade. Elas imaginam, por exemplo, que seriam mais felizes se mudassem para outro lugar, se desfrutassem uma vida diária mais prazerosa e plena ou se pudessem mudar de trabalho. Sempre pensam que a grama do outro lado é mais verde e depositam sua esperança em mudanças das circunstâncias externas. Os jovens são particularmente suscetíveis a essa tendência. Entretanto, possuímos cada qual uma missão e habitamos onde devemos cumpri-la. É vitoriosa a pessoa que se firma no exato local em que se encontra e vive com perseverança e esperança, enfrentando com determinação as adversidades de sua vida. O curso de uma vida jamais deve ser como o das plantas aquáticas que não se assentam em lugar algum, sem rumo e sem propósito concretos. Por isso digo: “Cave bem debaixo de seus pés, e aí encontrará uma fonte” e “viva de um modo que seja verdadeiro para você”. Em resumo, o real senso de felicidade e o profundo senso de satisfação na vida estão dentro de nós. A Lei Mística é a Lei fundamental da vida. Por meio de nossa prática budista, podemos extrair o poder da Lei Mística para impulsionar nossa vida adiante. É por isso que o local de nossa prática budista e a sociedade se tornam a terra do buda. Somos capazes de transformar neste exato instante o local em que vivemos num lugar de vitória e felicidade. Ibidem, p. 56. * * * Um avião, mesmo em dias nublados e chuvosos, quando alcança uma altitude de aproximadamente dez mil metros, consegue sobrevoar as nuvens em meio aos fulgurantes raios solares e então pode seguir seu curso com tranquilidade. De maneira semelhante, por mais aflições e adversidades que estejamos enfrentando em nossa vida diária, se fizermos o sol em nosso coração brilhar intensamente, conseguiremos superar todas as dificuldades com serenidade. Esse sol interior é o estado de buda de nossa vida. Em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, Daishonin afirma: “‘Bodisatva’ é um passo preliminar rumo à consecução do efeito do estado de buda”.5 Aqueles que se encontram no mundo dos bodisatvas empreendem ações em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Sem essa atuação de bodisatva como nosso alicerce, não conseguiremos atingir o estado de buda. Apenas por meio da compreensão conceitual é impossível manifestar o estado de buda; mesmo que alguém leia infinitos livros ou escrituras budistas, isso não o conduzirá à verdadeira iluminação. Além disso, atingir o estado de buda não significa que nos transformaremos em outra pessoa. Continuamos sendo nós mesmos, vivendo em meio à realidade da sociedade, onde os nove mundos — em particular os seis caminhos — prevalecem. Uma filosofia budista genuína não expõe a iluminação, ou o estado de buda, como algo misterioso ou de outro mundo. O importante para nós, seres humanos, é transformar a nossa vida de um estado inferior para um elevado, expandir nossa vida de um estado fechado, estreito, para um infinitamente vasto e abrangente. O estado de buda representa o supremo estado de vida. Ibidem, p. 59. No topo: Presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, sentados, ao centro, de branco, com companheiros da Soka Gakkai do Havaí (out. 1980). Foto: Seikyo Press. Dicas de leitura Veja sobre o tema “Estado de Buda” no Guia para a Vitória que acompanha o Brasil Seikyo, ed. 2.665, 24 ago. 2024, ou clicando aqui. Livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: A Felicidade. Para mais informações, clique aqui. Notas: 1. ANUSORN (org. e ed.). Ngeakhit khamkhom lea khamuayphon [Provérbios e Máximas Tailandeses]. Bangcoc: Ruamsan, 1993. p. 207. 2. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 146. 3. The Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 16, p. 272. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2020. 4. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 112, 2017. 5. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 87.

13/09/2024

Encontro com o Mestre

Fale imponentemente sobre esperança e convicção

Trechos do discurso proferido pelo presidente Ikeda no gongyo comemorativo do 45º aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e na sessão de perguntas e respostas com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI em setembro de 2002. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em Tóquio, em 29 de junho de 2024 Os benefícios acumulados com a luta em prol do kosen-rufu são eternamente indestrutíveis pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Com relação aos benefícios, Nichiren Daishonin afirma: “Este [ideograma ku de kudoku (“benefício”)] se refere também a eliminar o mal, e o ideograma doku, a realizar o bem”.1 Assim, o ideograma ku de kudoku (“benefício”) possui o significado de eliminar o mal. Sem eliminar a impureza, ou o mal inerente à vida, não é possível conquistar a verdadeira felicidade. É por isso que se deve lutar contra a maldade. Atualmente, vocês estão liderando o grande movimento pela paz e pela justiça em todo o mundo. A partir desses árduos esforços, à luz do Gosho e dos sutras, com certeza, surgirão infindáveis benefícios. A suprema Lei para a solução dos problemas Os sentimentos humanos são realmente insondáveis. Eles são bastante inconstantes. Alegria, tristeza, raiva, sofrimento — a vida se transforma de momento a momento. A existência de cada pessoa também muda constantemente. Em meio a essas mudanças, como avançar na órbita certeira da felicidade? Essa é uma questão fundamental que a humanidade vem buscando resolver por milhares ou dezenas de milhares de anos. Foi Nichiren Daishonin quem mostrou a Lei fundamental para a solução desse problema essencial da vida. Em outras palavras, ele elucidou claramente o caminho para edificar a condição de felicidade absoluta no interior da vida das pessoas, rompendo todo tipo de carma, por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon. Nichiren Daishonin declara: “Agora, quando Nichiren e seus seguidores acreditam e aceitam [recitar] o Nam-myoho-renge-kyo [ao Gohonzon], eles obtêm a posse da grande joia preciosa [exposta no sutra]”.2 Essa “grande joia preciosa”, a Lei Mística, é o maior de todos os tesouros. Manifesto o mais sincero respeito a vocês, nobres mensageiros do Buda, possuidores dessa “grande joia preciosa”. 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada radiantemente no Auditório Memorial Toda de Tóquio, em Sugamo, observada pelos retratos dos três primeiros presidentes, com a participação de 260 representantes de sessenta países e territórios. Ultrapassando fronteiras e etnias, reverberou o apaixonado coração dos jovens em “decididamente, fazer do século 21 o século da paz”. Na ocasião, foi transmitido um vídeo com o discurso de Ikeda sensei, intitulado “Fale Imponentemente sobre Esperança e Convicção” (29 jun. 2024) O que é o supremo bem? Embora haja limitação de tempo, gostaria de reservar uma parte da reunião para uma sessão de perguntas e respostas com vocês, que vieram ao Japão de locais tão distantes. [“De que forma devemos interpretar o bem e o mal?” — pergunta um representante da DMJ, dos Estados Unidos.] Essa é uma questão extremamente difícil. Existem disputas e conflitos de interesse em variadas dimensões, seja em questões de ordem internacional, individual, familiar, seja em muitas outras. Em diversas situações, é difícil determinar qual lado pertence ao bem e qual lado representa o mal. Então, o que pode ser considerado o bem? E o que pode ser considerado o mal? O que é o bem e o mal? Essas questões sempre foram de extrema importância para a humanidade. A única coisa que se pode afirmar é que o Nam-myoho-renge-kyo é o bem maior entre todas as formas de bem. O Nam-myoho-renge-kyo é a grande Lei, eternamente imutável, que permeia o universo. Por ser uma Lei, não foi criada por ninguém e não há como mudá-la. É uma verdade. Na essência da vida, existem os “dez mundos”. Em nossa vida, há o estado de buda. Não é algo a ser criado, e sim uma condição que emerge da vida das pessoas. O Gohonzon existe para fazer emergir esse estado. Além disso, acreditar e abraçar a Lei Mística, e viver em prol do kosen-rufu, constituem o ato do mais elevado bem. Acima de tudo, gostaria de acrescentar que tirar a vida de alguém é um ato de absoluto mal. Aconteça o que acontecer, não se deve matar uma pessoa. Pelo contrário, as ações que visam salvar as pessoas e conduzir o mundo à paz são de justiça e um ato do bem. [“Gostaria de obter um direcionamento sobre como transmitir a grandiosidade do budismo para os jovens amigos da mesma geração.” — solicita uma integrante da DFJ, da Austrália.] Deve-se falar com confiança e relatar convictamente sua própria experiência da fé. Isso corresponde a plantar as sementes da felicidade e da esperança na vida da pessoa. Certamente, algum dia, essas sementes germinarão, estenderão suas raízes e farão desabrochar flores. Até lá, deve-se aguardar a época, continuando a orar. Retrato de Ikeda sensei recentemente instalado ao lado das fotos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, no Auditório Memorial Toda de Tóquio, onde foi realizada a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai no dia 29 de junho deste ano Uma vida de vitórias O século 21 não será apenas de fatos animadores. Haverá países e sociedades que se defrontarão com diversos tipos de dificuldades, provações e confusões. No entanto, espero que nós, que abraçamos a Lei Mística, possamos nos fortalecer para viver de forma animada e prazerosa, independentemente da época. E, com nossas forças, construamos um país e uma comunidade local em que as pessoas possam viver felizes. É para isso que promovemos o movimento de propagação do budismo. Não há nada mais valioso nem outro caminho melhor que viver pelo kosen-rufu. De toda forma, a vocês, que vieram de tão longe, manifesto verdadeiramente profunda gratidão. Oro com devoção para que todos, sem exceção, construam uma existência magnífica e uma família maravilhosa. É uma vida extremamente importante. Adornem sua vida memorável, de máximo valor, com muitas vitórias! Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 15 jul. 2024. Leia os discursos na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.690, 1o mar. 2003, p. A3 e A4. Saiba mais Veja matéria sobre a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, clicando aqui. No topo: “Vamos viver juntos até o fim! Pelo bem e felicidade da humanidade!” Louvando os companheiros do exterior que se reuniram no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, Ikeda sensei incentiva cada pessoa no Centro Cultural Soka (da época), em Shinanomachi, Tóquio (set. 2002) Fotos: Seikyo Press Notas:1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 148.2. Cf. Ibidem, p. 55.

08/08/2024

Encontro com o Mestre

Daimoku e aprimoramento

Atualmente, os jovens Soka do mundo estão dando nova partida com o coração embalado por estimulantes canções. Livres de restrições ou de velhas maneiras de fazer as coisas, jovens de mente brilhante podem abrir novos caminhos, traçar novos rumos, valendo-se da engenhosidade e da criatividade que lhes são próprias, com total liberdade e de coração aberto. Fazendo um retrospecto, lembro-me de que o curso de aprimoramento dos jovens [do Grupo Suiko], realizado ao ar livre em Hikawa, região no extremo oeste de Tóquio, em setembro de 1954, também foi algo inédito, extraordinário e inovador. Até hoje, com muita saudade, posso ouvir todos nós, participantes, entoando as canções da Soka Gakkai sentados com Toda sensei ao redor da fogueira. Nos dias atuais, Hikawa, profundamente impregnada com as lembranças de mestre e discípulo, é o local do nosso Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio. Recordo-me de uma visita que fiz em setembro de 1995, logo após o centro passar por uma grande reforma. Mantive diálogos informais com os membros do Bairro Geral de Ome (que abrange Hikawa) e de outras partes da Área No 2 de Tóquio, louvando-os por seus dedicados esforços. Quando perguntei se havia algum produto especial pelo qual sua região fosse famosa, fez-se uma breve pausa de hesitação até que alguém finalmente respondeu: “Nosso delicioso konnyaku!”.1 Todos caíram na gargalhada [diante da menção desse alimento tradicional, porém modesto]. — Vamos torná-lo um lugar famoso pelo daimoku! — sugeri. — Construamos aqui o mundo ideal do kosen-rufu! Então, pondo o daimoku em primeiro lugar, eles vêm prestando contribuições para a comunidade, promovendo a confiança em relação ao nosso movimento, cultivando pessoas capazes e trabalhando juntos em harmonia pela prosperidade de sua terra natal. Nichiren Daishonin expressa: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.2 Aqueles que consistentemente recitam Nam-myoho-renge-kyo jamais são derrotados. Membros do Japão e do mundo todo estão demonstrando o colossal poder benéfico da Lei Mística. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é fonte de ilimitada esperança. O lema das integrantes da nossa Divisão Feminina do Brasil é “Muito Mais Daimoku!”. Elas triunfaram sobre todos os obstáculos com a oração movida pela determinação de tornar possível o impossível. (...) Com as destemidas integrantes da Divisão Feminina na vanguarda, nossos membros ao redor do mundo vêm orando com firmeza ainda maior. A soma do daimoku conjunto deles alcança proporções realmente astronômicas. O benefício descomunal decorrente disso, com certeza, envolverá e criará um impacto positivo em toda a humanidade numa dimensão vasta e profunda. (...) Hoje, os jovens que compartilham do meu espírito como se fosse o deles estão engajados num eletrizante esforço em prol do kosen-rufu mundial. Em O Grande Mal e o Grande Bem, Nichiren Daishonin declara: “Quando o bodisatva Práticas Superiores [o líder dos bodisatvas da terra] emergiu da terra, não o fez bailando?”.3 Nossa rede de jovens bodisat­vas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante. Encontro dos membros da região de Hikawa com Ikeda sensei realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.536, 17 out. 2020, p. 3. *** Juramento que atravessa o tempo O Suiko era um grupo de aprimoramento para a criação de “valores humanos” da Divisão Masculina de Jovens da Soka Gakkai, idea­lizado pelo segundo presidente, Josei Toda. Surgiu do juramento de mestre e discípulo e sua fundação ocorreu em 1952. Contudo, com o passar do tempo, acabou perdendo o rumo e foi suspenso sob rigorosa repreensão de Toda sensei. Quem criou nova oportunidade e nova partida para o grupo foi seu discípulo, Daisaku Ikeda, com o estabelecimento do juramento Suiko em três itens: 1) juramento ao Gohonzon; 2) juramento ao mestre; e 3) juramento aos companheiros. Com base nesse juramento, o grupo reiniciou as atividades em 21 de julho de 1953, data conhecida como o Dia do Suiko. No ano seguinte, em setembro, foi realizado o primeiro curso de aprimoramento do Grupo Suiko, em Hikawa, Tóquio. Na localidade, encontra-se o Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio, que abriga um monumento com a inscrição “Juramento Suiko”. O centro foi fundado em agosto de 1982 por sugestão de Ikeda sensei de que fosse um projeto concretizado pelas mãos da juventude. Cerca de 4 mil jovens se envolveram nesse empreendimento. Outro centro de treinamento foi inaugurado, recebendo a visita de Ikeda sensei, em 4 de maio de 1984. Nesse mesmo dia, foi realizado um encontro às margens do rio Tama na região, comemorando o 30o aniversário do Grupo Suiko. Na ocasião, o Mestre dialogou com os jovens e participou de uma sessão de perguntas e respostas. Em torno da fogueira, degustaram sopa de porco, revivendo momentos do treinamento do Grupo Suiko e reconfirmando o espírito de mestre e discípu­lo em torno de Ikeda sensei. Foto tirada pelo Mestre, na mesma época, encontro dos membros da região de Hikawa realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko, registra um cintilante riacho azul descendo as montanhas da região (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) No topo: Ikeda sensei dialoga com membros em visita ao Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa (22 set. 1995) Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 31 de maio de 2024. Notas: 1. Konnyaku: Também conhecido como konjac. Alimento gelatinoso produzido a partir da raiz da planta homônima. Geralmente possui uma cor acinzentada salpicada e tem consistência um tanto quanto borrachenta. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai­shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. Ibidem, v. II, p. 387, 2017. Fotos: Seikyo Press

04/07/2024

Notícias

Ambiente de vitória

A região é conhecida por sua rica culinária, como o açaí e o tacacá, ambos de origem amazônica. Abriga ainda a exuberante flores­ta, a qual se conecta aos afluentes do rio Amazonas, palco da Subcoordenadoria Amazônia Oriental, a SubAMOR como é carinhosamente chamada, se estende pelos estados do Pará e do Amapá e, de Belém, PA, destacamos, nesta edição, o Distrito Pedreira, pertencente à RM Belém Oeste. Na organização local, há um total de duzentos membros, divididos nas Comunidades Lomas, Marquês de Herval e outra de nome idêntico ao do distrito. Seus integrantes se orgulham do marco dos quarenta anos do ponto primordial do kosen-rufu da Amazônia, por meio do qual, em 1984, pioneiros locais tiveram um memorável encontro com Ikeda sensei em São Paulo, SP. A partir de então, a região vem se desenvolvendo de forma vigorosa. Em 1987, o Mestre dedicou o poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas ao Brasil. Bloquinho do Humanismo Neste ano, saindo de um cenário de atividades virtuais para reuniões presenciais, muitas vezes com poucos membros, o distrito, localizado no conhecido “bairro do samba e do amor”, inovou com o Bloquinho do Humanismo para alcançar a vitória no movimento dos cem jovens por distrito. Uma vitória que culminou com a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no último dia 26 de maio. O distrito foi representado por oito jovens no evento. Um exemplo notável dessa união de forças vem de uma família em que sete jovens, entre irmãos e primos, conseguiram superar desafios pessoais e renovar sua decisão ao participarem da convenção. Além disso, a jovem Julia Miwa Fujiyoshi Brum, de 14 anos, responsável de bloco pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) levou dois colegas de escola para a pré-convenção e, no dia da convenção, outra colega e seu pai assistiram à atividade no distrito, recitando daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) pela primeira vez. Irmãs Juliana e Julia Reflexo na base A união de forças propiciou o levantar das cinco divisões, com membros e líderes voltando a atuar, criando um ambiente de vitória pessoal que se refletiu em resultados na organização de base. No dia da convenção, estavam todos reunidos para assistir à transmissão pela internet. “Foi muito emocionante. Ao assistir, senti a emoção como se eu estivesse lá presente, pois pude ver os jovens alegres cultivando ali os incentivos do sensei. Então, daqui para a frente, é batalhar sempre com alegria, perseverança e estar com o daimoku em dia, buscando os ensinamentos que o sensei nos legou”, enfatiza Leonardo Raiol dos Santos, membro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Marquês de Herval. Leonardo Raiol dos Santos Já a responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Pedreira, Dilma Furtado Vinagre, disse: “Meu coração é só gratidão! E com essa força e determinação gerada nessa convenção, que possamos resgatar as pessoas que estão ainda distantes das atividades e que nossos jovens possam tocar o coração de todos!”. Dilma Furtado Vinagre A estudante Juliana Lissa Fujiyo­shi Brum, de 10 anos, fala de sua felicidade em vivenciar a convenção o quanto se sentiu tocada ao ver os jovens do Rio Grande do Sul no palco. “Eu fiquei muito surpresa e emocionada em ver que eles conseguiram vencer essa luta”. Ela decide: “Eu estarei lá na próxima. Vou continuar fazendo minha prática diá­ria e temos o desafio de uma hora de daimoku juntos na comunidade. Aqui somos muito unidos”, reforça. Para as lideranças, o mais valioso é perceber um novo ânimo, disposição renovada e esperança em todas as divisões. Em especial, com a Divisão dos Jovens (DJ) criando uma vigorosa história de vitórias baseada na luta conjunta dos companheiros e no fortalecimento da relação de mestre e discípulo. “Que cada família se torne saudável, feliz e próspera e que o Distrito Pedreira continue sendo um celeiro de criação de valores humanos! Que a cada dia possamos plantar as sementes para nos tornar essa grande floresta de valores humanos que sensei nos denominou quando enviou a mensagem dos cinquenta anos do kosen-rufu da Amazônia”, expressa a vice-responsável pela DF do distrito, Bruna Karolina Silva do Espírito Santo Ferreira. O responsável pelo distrito, Edmilson Carvalho Furtado, sela o compromisso de todos de “Assumir a missão como discípulos diretos do presidente Ikeda! Levantaremos o bastão da propagação em nossa localidade, com esperança!”. Cena da comemoração do cinquentenário do kosen-rufu da Amazônia (Belém, out. 2019) No topo: Aspecto dos participantes após a transmissão da Convenção dos jovens, no dia 26 de maio Fotos: Colaboração local

06/06/2024

Encontro com o Mestre

A transformadora oração de juramento

A recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte de energia e de esperança que permite às pessoas aproveitarem, da maneira mais positiva, a vida, a cada dia, para que conduzam uma existência plena de vitória, brilhando com a alegria de viver. Brasil Seikyo, ed. 1.915, 10 nov. 2007, p. A2. * * * O som do daimoku pode até fazer com que os outros se alegrem e respondam com alegria ao ouvirem-no. Portanto, vamos sempre nos empenhar para recitar o tipo de daimoku revigorante que evoque essa resposta nos outros. Idem, ed. 1.230, 19 jun. 1993, p. 3. * * * É infalível: transformamos nossa vida numa existência de felicidade indestrutível, transbordante de boa sorte e invulnerável a tudo. Tudo se torna prazeroso. Há satisfação mesmo sem se ter fama ou riqueza. Instante a instante os momentos são de pleno contentamento. Tudo parece belo e pleno de alegria. Pensamos no bem-estar das pessoas, não importa o que estejam passando. É esse estado de vida que adquirimos ao aprimorar a fé e praticar o budismo. Idem, ed. 1.222, 17 abr. 1993, p. 4. * * * A recitação do daimoku é a força que garante infalivelmente a “transfor­mação de veneno em remédio” (hendoku iyaku). O sofrimento do “veneno” se transforma no remédio chamado “felicidade”. Por meio do princípio de “desejos mundanos são iluminação” (bonno soku bodai), os problemas se convertem em fonte de iluminação e de felicidade. Quanto maiores os problemas e sofrimentos, maior será a felicidade a ser alcançada. Essa é a força do daimoku e, por essa razão, aquele que recita a Lei Mística nada teme, pois não há o que temer. Idem, ed. 2.511, 11 abr. 2020, p. 4. * * * Embora imperceptível aos olhos, uma árvore está sempre crescendo, dia a dia. Apesar de igualmente imperceptível, nosso daimoku está nutrindo diariamente nosso crescimento como uma grande e frondosa árvore de boa sorte. Se perseverarem na prática da fé por dez ou vinte anos, dentro da SGI, com certeza um dia os benefícios que se tornaram uma grandiosa árvore serão claramente visíveis. Ibidem, p. 5. * * * Por meio da prática budista, purificamos nossas habilidades perceptíveis e mentais que são representadas pelos nossos olhos, orelhas, nariz, língua, pele e mente; ou seja, a nossa vida em sua integridade. O espelho brilhante de uma vida polida e fortalecida é capaz de refletir o universo, a sociedade e a vida humana. Em essência, o espelho brilhante é o próprio Gohonzon, a vida de Nichiren Daishonin. (...) Este é o profundo significado da fé na Lei Mística. Por meio da fé resoluta, elevamos e transformamos a nossa vida, física e espiritualmen­te, ao seu mais puro e forte estado. A purificação da nossa vida por meio da fé é a força motriz da nossa vitória como seres humanos. Por isso, é vital que continuemos perseverando na fé até o último instante de nossa existência. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. * * * Assim como o eco segue um som e a sombra acompanha uma forma, se os praticantes do Sutra do Lótus recitarem Nam-myoho-renge-kyo, suas orações infalivelmente se converterão em resultados positivos. Nichiren Daishonin ensina que, por meio da oração, nossa vida é transformada. Essa transformação influencia também, de maneira positiva, o nosso ambiente. Ibidem. * * * A oração — Nam-myoho-renge-kyo — é o único caminho que nos possibilita enfrentar as desilusões presentes em nossa vida no nível mais fundamental. Dessa forma, afirmamos que a oração é a força motriz para manter uma prática correta e tenaz. Não há nada tão insignificante quanto uma ação sem oração. Para aqueles que são negligentes na oração, as coisas podem parecer caminhar tranquilamente por um tempo, fazendo-os se sentir otimistas. Mas, quando se deparam com a adversidade, tendem a cair no desespero e sua vida fica frágil como uma árvore seca. Sem autoconfiança, eles são levados, assim como as folhas, em meio à turbulência da sociedade. O caminho para escalar a montanha da vida não é uma linha reta, com erros e acertos. Às vezes, vencemos; outras vezes, perdemos. Cada passo que avançamos e cada curva que fazemos, crescemos um pouco mais. Nesse processo, a oração age como uma poderosa força que nos previne de nos tornar arrogantes ou de sermos devastados pela derrota. Ibidem. * * * A oração provoca a mudança em nosso coração, no profundo âmago da nossa vida. Essa transformação interior não se limita apenas a nós, mas inspira os outros a fazer o mesmo. Da mesma forma, quando uma comunidade [sociedade] muda, a transformação não será limitada a ela, pois uma simples onda é capaz de provocar o surgimento de inúmeras outras. Portanto, afirmo que o primeiro passo para tal transformação se resume em mudar o coração de um único indivíduo. Acredito que essa transfor­mação se encontre no profundo significado da afirmação de Nichiren Daishonin: “Budismo é razão”.1 Ibidem. * * * Nossa voz, ao recitarmos daimoku, pode transformar os “três domínios da existência” — domínio dos cinco componentes, domínio dos seres vivos e domínio do meio ambiente —. Isso nos liga às funções protetoras do universo e aos budas e bodisatvas das dez direções e movimenta tudo em direção à vitória. Esse é o princípio de que os três mil mundos estão contidos num único momento da vida. Portanto, nada pode se comparar ao poderoso som do daimoku. Aqueles que produzem esse som nada têm com que se preocupar ou temer. Nada é mais forte que o daimoku. O notável desenvolvimento atual da SGI se tornou possível por termos avançado com essa profunda convicção. Recitando daimoku abundante e sonoro, vamos tocar a melodia do prelúdio da glória. Brasil Seikyo, ed. 2.398, 2 dez. 2017, p. B2. * * * Nam-myoho-renge-kyo é o nome da nossa natureza de buda. Chamamos o seu nome quando recitamos daimoku, e nossa natureza de buda emerge em resposta a esse ato, que também evoca a natureza de buda de todos os demais. A própria felicidade é responsabilidade de cada um e de mais ninguém; é algo que devemos construir sozinhos. Culpar os outros por sua infelicidade não leva a nada. Em última análise, é ser responsável pela própria vida. O som do daimoku faz a vida de quem o recita resplandecer com a máxima intensidade. Idem, ed. 2.404, 27 jan. 2018, p. B3. * * * Recitar daimoku naturalmente traz benefícios. Contudo, quando o desejo de “cura da doença” se sintoniza perfeitamente com um profundo senso de missão, as rodas da transformação fundamental da própria vida, da revolução interior e da mudança do destino começam a girar fortemente. No momento em que se estabelece o juramento seigan pelo kosen-rufu e há empenho na intensa e sincera recitação do daimoku, a extraordinária vida do bodisatva da terra se evidencia e a vida do buda Nichiren Daishonin pulsa em seu ser, abrindo o mundo do Buda no âmago de sua vida. Nessas circunstâncias é que existe a revolução do seu estado de vida e a dramática transformação do seu destino se torna possível. Idem, ed. 2.072, 19 fev. 2011, p. B2. * * * Ao recitarem o daimoku com o juramento seigan pelo kosen-rufu, estarão realizando a oração dos bodisatvas da terra. Então, nesse momento, a vida de vocês se abrirá para a suprema condição de bodisatva da terra. Por isso, nessa oração estará imbuída a força que move todos os deuses e divindades budistas,2 assim como o grande universo, e tanto vocês como suas famílias serão protegidos. Idem, ed. 2.047, 14 ago. 2010, p. A2. * * * O daimoku é uma oração em que mestre e discípulos, isto é, os bodisatvas da terra que lutam pelo kosen-rufu, estão unindo o coração. Dessa forma, não há como os desejos não serem concretizados. Ibidem. * * * A verdadeira vitória será conquistada com a oração e a ação destemida e sincera dos discípulos. Essa é a essência da transmissão do mestre ao discípulo descrita no Sutra do Lótus. Brasil Seikyo, ed. 2.042, 3 jul. 2010, p. A4. No topo: Que todos avancem ao ritmo da canção do triunfo! Que todos expandam sua condição de vida! — Ikeda sensei e sua esposa Kaneko, incentivam continuamente os amigos de nobre missão (Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji, dez. 2007) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 99, 2017. 2. Deuses budistas: Indicam as forças protetoras inerentes ao ambiente, que são ativadas pela fé contida nas orações da pessoa ao Gohonzon. Foto: Seikyo Press

06/06/2024

Relato

Voar livremente

Gabriel Silva Salomão completou 10 anos em março último e entra com entusiasmo e criatividade na Divisão dos Estudantes Esperança de Brasília, DF. Ele nasceu num lar budista, filho de Erasmo e Taíse, que se expressam com orgulho: “Nosso filho está construindo sua história sob o amor e cuidado da família Soka”. Este relato revela como a prática da fé e as oportunidades de crescimento proporcionadas pela Soka Gakkai permitiram que Gabriel e família se desenvolvessem e acumulassem boa sorte para alcançar seus objetivos em busca da felicidade. Acompanhe. Os pais de Gabriel se conheceram há mais de vinte anos durante os ensaios de um dos festivais culturais da BSGI de Brasília. Na ocasião, eram membros da Divisão dos Jovens (DJ) e atuavam nos grupos de bastidores Gajokai e Cerejeira. Antes desse encontro, quem iniciou a prática do budismo na família foi a avó materna, Terezinha, veterana da Divisão Feminina (DF), falecida em 2022 e de quem Gabriel cuidou com muito carinho enquanto ela enfrentava corajosamente os desafios de saúde. Seguindo o caminho trilhado pela avó do menino, hoje também são praticantes as tias Patrícia e Emília, bem como os primos Matheus, Ricardo Yuji, Saphira e Crystal, representando a terceira geração budista da família. Persistência é foco No início da vida em comum, os pais de Gabriel não tinham boas perspectivas de trabalho nem de cursar uma faculdade. Havia, no entanto, esperança e vontade de vencer, e para isso começaram a recitação de daimoku juntos. Como resultado, em pouco tempo, Erasmo encontrou uma nova carreira como fotógrafo e Taíse foi aprovada em um concurso público federal. Casaram-se e saíram de Ceilândia para morar em Gama, cidade distante dos outros familiares. Ao persistirem, os resultados surgem. Erasmo é o primeiro, dentre os irmãos, a ter essa chance de ingressar no ensino superior. Optou por comunicação social/jornalismo e se especializou na área de fotografia. Nessa época, começou a apoiar a organização local fazendo o registro fotográfico das atividades. Seis meses depois do marido, Taíse passou no vestibular de ciências sociais/sociologia. Após concluir a graduação, o casal decidiu então que era hora de a família crescer. Gabriel é filho único e muito desejado. Ele sempre participa dos encontros da localidade, recebendo o carinho de todos. O jovem é muito ativo. Aprendeu a ler bem cedo, antes dos 5 anos. Gostava de números, de cores e até conhecia palavras em outros idiomas. Por essa razão, passou a frequentar um núcleo de ensino especial da rede pública de sua cidade, onde pôde desenvolver habilidades, dentre elas, o aprendizado de flauta doce, seu primeiro instrumento. Na escola regular, à medida que crescia, o maior desafio do menino não era a aquisição do conhecimento, mas a convivência. “Algumas circunstâncias o expunham a desgastes no ambiente escolar”, relembra a mãe. Diante desse quadro, os pais de Gabriel se empenhavam na prática budista em busca de sabedoria para educá-lo e criar condições para que ele crescesse como um ser humano de valor para a sociedade e, ao mesmo tempo, fosse feliz. A organização como palco Gabriel é presença constante nas atividades da Divisão dos Estudantes na organização de base. Alegre e engajado, ele se destaca ao ler uma frase de abertura nas reuniões de palestra, tocar flauta, participar de uma dinâmica ou apresentar alguma coreografia com outros jovens. Além disso, integra o Núcleo de Desenvolvimento de Orquestra (NDO) da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI) da localidade, onde aprende a tocar violino. Ele ama ler. Mais de quarenta livros já passaram por suas mãos. Ele ainda incentiva os amigos a ler também. Quando perguntado sobre algo que leu e gostou, Gabriel não hesita em citar trechos do livro Be Brave!, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, que afirma: Todos vocês que assumirão o futuro são, sem exceção, filhotes de leão. Um filhote de leão é forte. Um filhote de leão é destemido. Um filhote de leão acelera à máxima velocidade. Um filhote de leão ruge contra a injustiça. Um filhote de leão protege seus amigos. Um filhote de leão jamais é derrotado.1 Gabriel também faz incursões na carreira escolhida pelo pai, auxiliando-o na cobertura fotográfica das atividades. Erasmo tem a maior satisfação em dizer que o filho é seu fotógrafo mirim. “Vemos os olhos dele brilhando. E nesse momento percebemos a alegria que ele sente, dentro da Gakkai, em ser quem ele é, livremente, e se sentir feliz e valorizado por isso”, ponderam os pais. O garoto aprendeu o gongyo, e, do seu jeito gentil de ser, incentiva a todos que encontra. Um exemplo é quando conversa com a porteira da escola onde estuda, a quem ele sempre cumprimenta. Ele compartilha: “(...) É que eu sou budista e na minha religião tem um grupo que ensina a tocar violino”. Ao final da conversa, pergunta a ela: “Você conhece o Nam-myoho-renge-kyo?”. Quando os pais observam essa postura do filho, a alegria e o orgulho se agigantam. É a geração dos sucessores Ikeda construindo o futuro, aqui e agora. Gabriel com os pais, Erasmo e Taíse Gabriel Silva Salomão, 10 anos, estudante. Integra o Distrito Gama, RM DF Sul, Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, CGRE. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 143. Fotos: Arquivo pessoal

25/04/2024

Incentivo do líder

Sonhos para abrir o futuro

Neste mês, comemoramos os 33 anos da nossa amada Divisão dos Estudantes (DE). Várias localidades estão se preparando, a todo vapor, para promover uma atividade que conecte a vida desses estudantes à órbita da Soka Gakkai e aos ideais humanísticos de Ikeda sensei. Estava refletindo e me lembrei do momento em que minha família iniciou a prática budista. Eu tinha 4 anos. Mesmo muito pequeno, recordo-me de várias reuniões às quais minha mãe me levava e que eu sempre adorava. Residia em uma cidade do interior da Bahia e o contato com outros jovens da Gakkai ocorria poucas vezes devido à distância. Nas reuniões de palestra, os outros estudantes e eu estávamos constantemente realizando alguma apresentação cultural, seja dança, dublagem, teatrinho ou alguma leitura. São recordações que marcaram a minha vida e se tornaram tesouros da minha juventude. É comum ouvirmos assuntos ligados à mudança de gerações. Temos a impressão de que as crianças já nascem sabendo mexer no celular, jogar videogame e gravar vídeo para ser futuro youtuber. As novas gerações estão cada vez mais conectadas às redes sociais e às inovações tecnológicas. O universo inteiro está na palma de suas mãos. Mesmo com o surgimento de novas tecnologias, o sentimento de pureza das crianças não será alterado. Todos nós ficamos felizes quando nasce uma criança. Ainda que o ambiente seja desafiador, ela se torna a comprovação da vitória da família e dos amigos, além de representar a esperança na criação de uma sociedade mais humana e amorosa. Vocês concordam que é extraordinário dialogar com os membros da Divisão dos Estudantes? Onde os integrantes da DE estão presentes, a atmosfera do local muda por completo. Isso é a força do puro coração do estudante. Recentemente, tive a oportunidade de dialogar com membros de uma família do interior do Rio de Janeiro. Um dos estudantes dessa família relatou sobre os seus sonhos e comentou que havia compartilhado com os amiguinhos da vizinhança seu objetivo de ser piloto de Fórmula 1 e morar na Inglaterra. O coleguinha, com tom negativo, falou que ele nunca conseguiria realizar esse sonho. De forma autêntica e espontânea, esse estudante disse: “É porque você não conhece o Nam-myoho-renge-kyo. Minha mãe diz que quem recita pode realizar tudo o que quiser”. Após a família nos contar esse relato, fiquei muito emocionado com a pureza dos integrantes da Divisão dos Estudantes e isso me fez refletir sobre a grandiosidade da nossa missão em criar o melhor ambiente para que os membros da DE possam sonhar livremente. Ikeda sensei nos orienta: Alimentar sonhos é um direito especial de todos. Não é algo que cabe aos adultos ou à época decidir. É justamente por ser uma época como essa que desejo que vocês, jovens, estendam amplamente seus sonhos reluzentes e mudem o mundo. Pode ser qualquer coisa. Pode ser que ainda seja algo vago ou pequeno. Não importa se não sabem se conseguirão concretizar ou não. O primeiro passo é tentar delinear seus sonhos no coração. E quando fizerem isso, é importante que tenham coragem e deem um passo em direção a eles.1 Vamos aproveitar este mês para realizar os melhores movimentos/encontros da DE, pois será nosso “esquenta” para a convenção em maio, na qual vamos consolidar o movimento dos 100 mil jovens humanistas e será a partida dos genuínos discípulos Ikeda rumo ao centenário da Soka Gakkai em 2030. E aí, você não vai ficar de fora, não é? Vambora?! Lucas Bitencourt vice-coordenador da Divisão dos Estudantes da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 60. Ilustração: Getty Images

11/04/2024

Editorial

Tudo se resume às pessoas

Conhecido como “pai da matemática”, Pitágoras afirmou que “o princípio de tudo é o número”. Mesmo sem conhecer profundamente a sua filosofia, estamos rodeados de números que nos orientam, nos comunicam, sem nos darmos conta disso. Seguindo a orientação de Ikeda sensei de que, na propagação do kosen-rufu, é importante ter sempre um objetivo bem-definido, um número vem norteando os membros da BSGI: 100 mil! O objetivo é criar uma rede de jovens que compartilham princípios humanísticos em prol da paz. E essa vitória foi conquistada no significativo dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu. Viva! Leia nesta edição detalhes sobre essa conquista. O filósofo e matemático Pitágoras tratou da relevância dos números. Ikeda sensei enalteceu, em um de seus ensaios, a afirmação de que são “as pessoas. Tudo se resume às pessoas”, e explica: Essas palavras foram atribuídas a Zhuge Liang, um dos heróis do Romance dos Três Reinos, conto clássico chinês recontado em japonês pelo romancista Eiji Yoshikawa e que eu estudei com meu mestre Josei Toda. Zhuge Liang disse essa frase para Liu Bei imediatamente após a vitória que conquistaram na famosa Batalha dos Penhascos Vermelhos. Liu Bei havia perguntado a Zhuge Liang, seu consultor sobre estratégia militar, qual era o segredo para levar a nação à vitória e à prosperidade. Tudo depende das pessoas.1 Nesse sentido, o objetivo se volta agora para a vitória de cada distrito, núcleo onde estão os protagonistas, transmitindo de pessoa para pessoa os ideais humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin e de Ikeda sensei. Nosso mestre, que esteve à frente de muitas lutas em prol do kosen-rufu, conquistando feitos inéditos para o avanço da organização, registrou seu sentimento diante do desafio: Quero que sensei veja o resultado da nossa união e do nosso crescimento nos bastidores. (...) Antes de tudo, eu mesmo devo tomar a iniciativa e servir de exemplo. De minha parte, decidi dar um grande salto de avanço rumo ao próximo ano. (...) Como jovem, meu desejo maior deve ser o de arregaçar as mangas e demonstrar toda a minha força e capacidade.2 A BSGI parte agora para a retumbante vitória dos cem jovens em cada distrito. Esperamos que esta edição, com as histórias dos membros e com os incentivos do Mestre, o encoraje a “arregaçar as mangas” e a demonstrar toda a força e capacidade rumo à Convenção Comemorativa da Juventude Soka, com o espírito de oferecer esse triunfo a Ikeda sensei. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.938, 10 maio 2008, p. A3.2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 160.

23/03/2024

Relato

As bases da vitória na juventude

O que mais me encanta na prática budista é o fato de aprendermos que tudo está dentro de nós, conquistando a sabedoria por meio da prática da fé para não culpar as questões externas nem os outros, nem mesmo desistir diante dos impasses da vida. E olha que são muitos. Sou Luciana, tenho 29 anos, moro com meu pai no bairro Vila Natalia, zona sul de São Paulo, SP. Quero dividir com vocês alguns marcos da minha trajetória até aqui. Para começar, vou direto a uma orientação de Ikeda sensei que faz todo sentido para mim: As pessoas que mais sofrem serão as mais felizes — este é o grande benefício da prática da fé. As divindades protetoras do universo agirão onde ressoa o som intermitente do daimoku. Quaisquer que sejam os infortúnios serão transformados em remédio que infalivelmente abrirá a saída para a conquista da vitória.1 Venho comprovando essa máxima depois de passar por duras perdas. Uma delas foi a partida de duas pessoas muito importantes para mim: minha amada avó e minha grandiosa mãe. Isso foi em 2016. Minha avó tinha 97 anos, mas, apesar da idade avançada, ela frequentava firmemente as atividades da BSGI. Era muito querida e conhecida por todos, a eterna Maria Gatto. Ela faleceu serenamente, e até esse dia minha mãe, Denise Gatto, era a pessoa mais dedicada aos cuidados de minha avó, já que meu pai, Jorge, e eu trabalhávamos fora. Um mês depois minha mãe também faleceu. Em menos de dois meses, portanto, não tinha minha avó nem minha mãe por perto, minha relação com meu pai não era bem resolvida e ainda estava em um relacionamento tóxico. Daí veio o segundo baque: perdi a confiança em mim mesma, desenvolvi depressão severa, sem forças até para me levantar da cama. Nasci numa família budista e, sendo da terceira geração de praticantes, sempre tive a oportunidade de conviver no ambiente Soka. Muitas vezes não nos damos conta, mas confesso que meu refúgio era justamente esse, pois só a recitação do Nam-myoho-renge-kyo me dava energia para encarar esse período. Também busquei ajuda de profissionais da saúde mental. Até que, na metade daquele ano, já estava exausta de sofrer e decidi me reerguer. O incentivo do Mestre Desde os meus 23 anos, passei a integrar a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), criada pelas próprias mãos do Mestre. Precisava então fazer valer os acordes da esperança em meu coração. Voltei aos ensaios com toda a força. Assumi também meu papel de jovem protagonista na organização de base. Em casa, desafiava-me na recitação de quatro horas de Nam-myoho-renge-kyo por dia, porque queria ter a minha alegria de volta. Luciana posa com os companheiros da OFBHI após uma apresentação Estava num momento desafiador, e decidi escrever uma carta para nosso mestre, convicta de mudar aquele ambiente: superar os medos, passar na faculdade e ir agradecer-lhe no próximo ano no Japão. Para minha surpresa, ele respondeu com palavras de incentivo que me fortaleceram a não ceder à derrota. Ambiente da vitória Terminei o relacionamento tóxico, recuperei minha saúde com o tratamento, passei de ano na faculdade, consegui um estágio com o dobro do salário anterior e meu pai e eu até os dias de hoje somos muito amigos. Conforme havia determinado, em abril de 2017, fui ao Japão e fiz meu juramento no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido) de jamais abandonar a organização e de incentivar e apoiar a todos ao redor, dando continuidade ao legado das minhas queridas avó e mãe. Profissão expande Na época da viagem, eu estagiava em uma empresa bem-conceituada e com ótima remuneração. Fiz entrevistas para efetivação, falhando em todas e ainda fiquei desempregada pela primeira vez na vida. A recolocação não acontecia e foi quando decidi quebrar aquele ciclo de duvidar das minhas habilidades. Realinhei minha postura na prática da fé e listei os objetivos que desejava numa empresa. Estabeleci valor mínimo de salário, ambiente harmonioso, benefícios, localização e tudo o mais. Com a lista definida, resolvi me dedicar como nunca às atividades da BSGI e à orquestra. Eu me preparei muito para cada uma das entrevistas, mas principalmente fui criando um “eu” que não fosse abalado pelos “nãos”. Finalmente, encontrei uma empresa, onde trabalho hoje, que oferece absolutamente todos os benefícios que pontuei e outros, tais como o antigo sonho de poder viajar pela empresa. Vitória! Simbologia de um juramento Como jovem Soka, aprendi a valorizar cada significado na relação com Ikeda sensei, que sempre confiou em nossas potencialidades. Em 2022, um marco despertou ainda mais minha gratidão. Desde 2019, estava estudando muito espanhol e inglês e me dedicando ao trabalho. Com isso, recebi duas promoções. Também segui pela primeira vez em uma viagem internacional, indicada a fazer parte de um projeto no México. Em agosto desse mesmo ano, fui até aquele país e tive a oportunidade de conhecer o Anjo da Independência, símbolo narrado por Ikeda sensei na Nova Revolução Humana, referindo-se a um sonho do seu mestre, Josei Toda, visualizando ter viajado ao México. Foi muito místico. Luciana em viagem ao México No ano passado (2023), recebi mais duas promoções e, atualmente, sou gerente de projetos na empresa. Realizei ainda viagens incríveis para a América do Sul e a Europa, enriquecendo minha vida de cultura e novas amizades. Na organização de base, estamos agora envolvidos em conectar mais e mais jovens pela paz, unidos no movimento da Juventude Soka. No lugar do Mestre e pela eternidade, abraçar o legado do kosen-rufu deixado por ele. Agradeço por todas as oportunidades na Gakkai, na organização de base e na Orquestra, e pelos direcionamentos e incentivos do Mestre, que me permitem seguir em frente com confiança. Muito obrigada! Luciana em visita com algumas das jovens de sua localidade Luciana Yoko Gatto Katecare, 29 anos, gestora de projetos. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens da RM Ipiranga, CNSP. Assista vídeo do relato da Luciana No topo: Luciana com o pai, Jorge, por ocasião de formatura Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.430, 4 ago. 2018, p. A2. Fotos: Colaboração local

10/02/2024

Relato

A coragem é o tempero da vitória

O sangue (e sotaque) nordestino não foi deixado para trás, somando-se à simplicidade e à simpatia que compõem o modo de vida desse casal, destaque da edição. Juraci, 59 anos, e Josefa, 53, são de origem e de famílias ainda amigas de Aracaju, SE, e residem atualmente no município paulista de São Bernardo do Campo, SP. Eles se conheceram há doze anos, quando Juraci, em visita a parentes em sua região natal, reencontrou Josefa. Ao ouvir um pouco sobre a situação dela, ele logo lhe falou do Nam-myoho-renge-kyo, que praticava há quase quarenta anos e com grandes comprovações. Seis meses depois, após superar a separação do marido, Josefa veio para São Paulo e, junto com Juraci, iniciou “uma vida de muitas conquistas, vencendo um a um os desafios”, celebra a esposa com uma fala mansa e gentil, bem diferente do que era naquela época. “Nossa, nem consigo medir quanto mudei. Budismo é pra gente revolucionar mesmo. Eu era uma pessoa sofrida, meio casca grossa, não sabia como lidar com a vida nem com as pessoas. Mudei a mim, e meu ambiente se transformou da forma como sempre sonhei.” Das primeiras comprovações, o casal se viu em meio a desafios de saúde, questões financeiras e as incertezas de futuro. Juraci relembra que, quando recebeu seu Gohonzon, em 1987, por intermédio de uma tia, ela lhe deu de presente uma edição dos escritos de Nichiren Daishonin. “Uma frase me segue até hoje, e nunca deixo de ler: ‘A espada é inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra do Lótus deve ser manejada por alguém corajoso na fé’.1 E não tem outro jeito, com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, fortalecemos a determinação de vitória e encontramos saídas para tudo,” enfatiza Juraci. “Sempre há uma saída” Em meio a um beco aparentemente sem luz, essa frase se tornou ainda mais verdadeira. Abrimos um recorte para o primeiro ano da pandemia, 2020, período de dor e de incertezas generalizadas. Era hora de comprovar. Juntando economias com muito sacrífico, o casal havia conseguido abrir um pequeno restaurante, que vinha crescendo aos poucos e agora na iminência de ser fechado. “Determinamos vencer a todo custo, dedicando-nos ao sincero daimoku e às atividades da Gakkai”, frisa Josefa, relembrando as palavras de ordem que seu coração emitia todas as vezes que se sentava diante do Gohonzon: “Temos o daimoku, temos o Gohonzon, temos o Mestre. Vamos vencer!”. Ao empunhar, portanto, a espada da determinação e da coragem, logo o ambiente de vitória se formou. Em um dia de fevereiro, um engenheiro responsável por um projeto no bairro bateu à porta do restaurante do casal para encomendar marmitas destinadas aos funcionários da obra. “A gente não podia abrir o restaurante para o público, e aquela foi a oportunidade de continuarmos cozinhando e nos mantendo, o que se seguiu por dois anos. Como é maravilhosa essa prática da fé”, reforça Josefa. Na outra ponta, como líderes de comunidade, também foi o momento de avanço. O primeiro desafio, à frente da comunidade, era manter todos unidos, para, juntos, superar aquele período em que o distanciamento físico se mantinha como medida de proteção. “Tivemos muito apoio porque a gente entendia pouco de aplicativos e, com a união de todos, conseguimos superar com muita alegria aqueles dias”, comenta Juraci, destacando o momento do retorno das reuniões presenciais, “Repletas de humanismo, que a gente só tem na Soka Gakkai”. Castelo familiar Com o restaurante em plena atividade, era hora também de dar vida ao objetivo do casal: a casa própria. “Eu sonhava dia e noite em oferecer minha sala para as atividades da nossa comunidade”, relata Josefa, e para tanto envolveu-se no desafio de recitar duas horas de daimoku diárias em meio ao cansaço da jornada na cozinha do restaurante, nas atividades e na família. “A gente consegue tudo o que determina, mas não pode desistir. Daimoku e ação”, diz. Com a prática, ela lidou com uma negociação na qual tinha menos da metade do valor. “Com a boa sorte acumulada, consegui parcelar o restante e, em 2022, passamos o ano novo em nosso novo lar. Vitória.” Com os companheiros em atividade na organização de base Em maio de 2023, Juraci conseguiu um novo trabalho, e Josefa toca sozinha o restaurante da família, com seis funcionários e “Muita luta no fogão e na vida, com alegria e gratidão”. Assim mesmo, para rimar, brinca Josefa. Ela e Juraci se orgulham de vencer, etapa a etapa, na contribuição voluntária (Kofu), oportunidade proporcionada aos membros da organização. “Kofu é vitória ou derrota. E estamos comprovando essa conquista com muita felicidade no coração.” Eles também estão felizes com as pessoas a quem apresentaram à família Soka, todas desfrutando as comprovações da prática da fé. “A gente sempre tem aquela frase da escritura que diz: ‘O inverno nunca falha em se tornar primavera’.2 E é isso mesmo, não importa o sofrimento, a gente nasceu para ser feliz. O sofrimento não dura para sempre. É determinar, orar e agir. Assim estamos comprovando”, argumentam Juraci e Josefa, baseados no que vivenciam e ensinam a todos que conhecem. Para ambos, ter encontrado Ikeda sensei é razão de máxima alegria da vida. “Gratidão por esse ensinamento que ele nos legou e que nos fortalece dia a dia. O Mestre não está mais presente fisicamente com a gente, mas seu sentimento não morre. Nós não tivemos muita chance de estudar, porém aprendemos com ele como ter uma vida digna, superando a tudo. Somos muito felizes, imensamente gratos.” Juraci dos Santos, 59, e Josefa Delfina Santos, 53, donos de restaurante. Na BSGI, atuam como líderes da Comunidade Vianas, RM São Bernardo, Sub. Grande ABC, CGSP. No topo: Juraci e Josefa em frente ao restaurante da família. O casal superou o período desafiador da pandemia, comprovando os benefícios da prática da fé. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020.2. Ibidem, p. 560. Fotos: Arquivo pessoalAssista Ao vídeo do relato do casal Juraci e Josefa

24/01/2024

Editorial

Para mudar algo, basta decidir e avançar

O jornal Brasil Seikyo, desde o início do ano, está atento aos preparativos para o grande evento de maio. Será a auspiciosa Convenção Comemorativa da Juventude Soka da BSGI, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, local em que Ikeda sensei esteve há quarenta anos, em 1984. Uma imensa repercussão e expectativa em várias localidades do Brasil já despontam. Será o ápice do movimento dos 100 mil jovens humanistas na forma de um resultado perceptível, porém a causa da mudança já ocorreu no coração de cada um dos envolvidos. Esse pulsar das vidas aspirando à transformação revela um princípio budista que pode ser observado na frase “Se mudar sua condição de vida, o ambiente ou as circunstâncias também mudarão naturalmente”.1 Trata-se da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). A energia dos 100 mil humanistas com certeza provocará a mudança positiva na sociedade brasileira. Nesta edição, você acompanha o movimento da Juventude Soka do Brasil, na p. 14, e encontrará uma matéria sobre esho-funi nas p. 16 e 17. Misticamente, tudo ganhará ainda mais força em fevereiro, mês de nascimento de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, e de Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai. Místico, pois, foi para presentear o mês de aniversário do seu mestre, que Ikeda sensei se lançou ao movimento de propagação do budismo no Distrito Kamata, em 1952, marco histórico de da luta da organização pela felicidade das pessoas. Nas p. 10 e 11, você encontrará mais desse conteúdo. As matérias deste BS convidam você, leitor, a se inspirar com o caloroso coração de Nichiren Daishonin, de Josei Toda e de Daisaku Ikeda, que promoveram ações em prol das pessoas e se dedicaram continuamente ao desenvolvimento dos jovens. Na série que estreia nesta edição, “Brilho das Quatro Estações”,2 é registrado esse sentimento de Ikeda sensei: Um extenso e ilimitado céu azul da esperança se estende no coração de um jovem, e nesse coração arde um incandescente sol da paixão. Nele se encontra a fonte de onde jorra a coragem e emana a criatividade infinita. Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso. Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 45, 2021.2. Brasil Seikyo, ed. 2.651, 27 jan. 2024, p. 3.

24/01/2024

Incentivo do líder

A importância da recitação do daimoku e de sua continuidade

Nichiren Daishonin encontrou no Budismo de Shakyamuni o ensinamento para conduzir as pessoas à iluminação, ou seja, a alcançar o estado de buda. Nesse processo, Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo como a Lei fundamental inerente a todas as formas de vida e ao universo, garantindo, assim, às pessoas atingirem o estado de buda. Para melhor compreensão, o Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina que nossa vida possui dois extremos. De um lado, a chamada ilusão fundamental e, do outro, a iluminação. A vida dominada pela ilusão é limitada ao campo emocional, incapaz de compreender a realidade e, devido a essa limitação, a pessoa sofre angustiada por não conseguir superar os problemas. Agora, com relação a essa mesma vida que se encontra em sofrimento, quando a pessoa recita Nam-myoho-renge-kyo, transforma e suplanta essa condição de sofrimento, pois a recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) desperta nela o estado de buda — a natureza de buda capaz de iluminar qualquer ilusão da vida. Daisaku Ikeda nos orienta como extrair a grandiosa energia vital indomável do daimoku: O Budismo Nichiren não ensina uma crença dependente de algo fora de nós. A oração no Budismo Nichiren consiste em extrair esperança com convicção indomável. A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte da sabedoria e do poder do Buda. Nossa capacidade de extrair grande energia vital se resume à força de nossa fé. Quando estiver sofrendo, triste ou magoado, simplesmente recite Nam-myoho-renge-kyo de coração aberto. Continue recitando assim como você é, como se estivesse compartilhando seu sentimento com um pai benevolente ou uma mãe carinhosa. Desse modo, deve transformar seus problemas em orações.1 Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo e continuamos a fazê-lo por um tempo, percebemos uma expressiva mudança em nosso coração, e vemos a angústia e o sofrimento se transformarem em coragem e esperança. A recitação do daimoku, a prática diária, nos proporciona uma vida melhor e equilibrada, mesmo diante de diversas intempéries. Nós recitamos Nam-myoho-renge-kyo para compreender a nossa misteriosa existência. O resultado será sempre a conquista de uma vida de boa disposição e de felicidade. A vida sempre será uma constante batalha espiritual. Para tanto, o Budismo de Nichiren Daishonin nos mostra que o daimoku é o único meio capaz de combater quaisquer obstáculos espirituais da nossa vida. Vamos orar muito mais daimoku e estabelecer uma condição plena de felicidade e compartilhar com todos ao nosso redor. Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 639, nov. 2021, p. 50-65.Ilustração: GETTY IMAGES

11/01/2024

Notícias

Cultura do humanismo

Localizada na zona leste da capital paulista e uma das organizações mais tradicionais da BSGI, a Sub. São Miguel Itaim, composta pelas RM São Miguel, Itaim Paulista e Jardim Helena, celebrou sessenta anos do movimento pela paz, cultura e educação promovido por seus integrantes. Organizado em duas sessões, nos dias 25 e 26 de novembro, o encontro contou com a participação de mais de quinhentas pessoas, a maior parte presencial e 180 conexões registradas por transmissão. O “Espetáculo Cultural — Nossa História de 60 Anos” enalteceu a trajetória dos membros, em sua maioria imigrantes e migrantes e seus descendentes, imbuídos do desejo de contribuir para a paz. Os mais de 280 envolvidos na programação, entre eles simpatizantes, foram pegos de profunda surpresa com a notícia da partida de Ikeda sensei na semana que antecedia o evento. “Decidimos continuar e demonstrar especialmente aos simpatizantes nosso orgulho e gratidão por ter um mestre como ele”, esclarece Fabio Bugliani, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de RM. Foram vários momentos de homenagem, incluindo o emocionante minuto de silêncio. Como comprovação da força jovem que assume a vanguarda, os líderes da Juventude Soka da Sub., Samara Rodrigues, Eduardo Oishi e Diego Ferreira, bradaram seu juramento: “...sou eu, seu sucessor, quem surge da terra com o juramento de erradicar a miséria do coração da humanidade, promovendo o humanismo através do caminho que você nos ensinou”. Foram quase duas horas de apresentações — coral, danças e ginástica montada, entre outras — sintonizadas com a história dos veteranos e a evolução das ações da organização. O consultor e a responsável pela Divisão Feminina da Subcoordenadoria, Tadashi Yoshikawa e Cátia Correia, respectivamente, agradeceram os esforços e incentivaram os integrantes para “juntos construir mais sessenta anos de forma digna como verdadeiros discípulos Ikeda”. Ao final, todos entoaram a canção Saudação a Sensei. Nos dois dias, os participantes contaram com incentivos de líderes da Coordenadoria Centro-Leste Paulistana. Apresentações do Festival 60 Anos revelam a vibração e alegria dos integrantes da Sub., exprimindo o sentimento de honrar a luta dos veteranos e de avançar assumindo o ideal do Mestre O espetáculo representou a força da união e da vitória de todos, convictos por assumir o legado do Mestre. E vigorosas comprovações chegam dos participantes com a luta empreendida. Um deles, Guilherme Castro Silva, 10 anos, da Divisão dos Estudantes Esperança, conquistou o primeiro lugar na categoria Bronze do campeonato municipal de xadrez, poucos dias após o festival. A responsável pela dança da DFJ, Lilian Sales de Figueiredo, comenta sua alegria em ter criado fortes conexões com as jovens. Nesse processo, recebeu uma proposta de emprego. “Com muita dedicação e apoio para conciliar tudo, saí vitoriosa. Foi um festival emocionante, e o sentimento de gratidão exalando”, ressalta a jovem, representando com sensibilidade o coração de todos os envolvidos. Fotos: BS

07/12/2023

Aprender com a Nova Revolução Humana

Momentos inesquecíveis: volume 16 (parte 2)

Prevendo o reconhecimento global Em maio de 1972, Shin’ichi respondeu ao pedido do historiador britânico Arnold J. Toynbee para que fosse visitá-lo em sua casa em Londres com o intuito de iniciar um diálogo que abrangeria diversos tópicos. Ele visitou Toynbee em sua residência mais uma vez no mês de maio seguinte e, no último dia de sua estada, pediu ao estudioso algum conselho pessoal que pudesse lhe oferecer. O Dr. Toynbee fixou o olhar em Shin’ichi e respondeu com suavidade que sentia ser um tanto quanto impertinente da parte dele, um acadêmico, oferecer conselhos a Shin’ichi, uma pessoa de ação e líder de uma organização budista de tamanho vulto. Shin’ichi sentiu-se constrangido por tão grande consideração e tocado pela modéstia de Toynbee. O historiador então acrescentou que havia algo que ele presumia poder afirmar, ou seja, que ele e Shin’ichi pareciam concordar sobre o tipo de vida que um ser humano deveria viver. O caminho do meio defendido por Shin’ichi, avaliou ele, era com certeza o melhor curso a ser seguido. Cada palavra emitida por Toynbee era carregada de significado, e Shin’ichi tinha a impressão de que o estudioso estava passando o bastão a ele, pedindo-lhe que prosseguisse em seu lugar. Deste modo, o diálogo histórico chegara ao fim. — Muito obrigado, Dr. Toynbee. Minha sincera gratidão. Podemos tirar uma fotografia para comemorarmos este ensejo? — propôs Shin’ichi. Toynbee concordou e o fotógrafo, que estava de prontidão, clicou várias fotos. Enquanto tomavam o chá servido pela Sra. Toynbee, Shin’ichi disse ao historiador: — Sinto-me como se hoje fosse minha formatura na Universidade Toynbee. Quando o intérprete traduziu o comentário de Shin’ichi, Toynbee soltou uma cordial gargalhada. — Como aluno seu, que nota me daria? — interpelou Shin’ichi. Com um sorriso, o Dr. Toynbee disse que daria a Shin’ichi um A. Dando continuidade, especificou que a letra A derivava do desenho da cabeça de um boi, com os chifres voltados para baixo. Acrescentando que a letra expressava poder, força de vontade e determinação, o Dr. Toynbee alegou que ela possuía um enorme significado. (Trechos do capítulo “Diálogo”) Ansiando com esperança para o futuro Em julho de 1972, o Japão foi atingido por chuvas torrenciais, resultando em perda generalizada de vidas e muitos danos materiais. Uma sessão de fotos comemorativa que Shin’ichi havia planejado participar na província de Akita precisou ser cancelada, mas, mesmo assim, em 11 de julho, foi até lá para incentivar os membros locais em apoio aos esforços de socorro que ele próprio havia iniciado. — Lamento muito saber que aqueles que foram atingidos pela enchente. Estendo-lhes minhas mais sinceras condolências. O importante é o que farão de agora em diante. Ficarão desencorajados e se permitirão cair no desespero? Ou irão considerar esta situação uma oportunidade para mostrar a prova real da fé e se levantar novamente com coragem, determinados a não se dar por vencidos? A determinação interior é que define a nossa felicidade ou infelicidade. Shin’ichi prosseguiu falando enfaticamente: — No decorrer da vida, estamos fadados a nos deparar com todos os tipos de adversidades, não somente desastres naturais, mas acontecimentos como falência, desemprego, doença, acidentes e a morte de entes queridos. Nenhuma vida é totalmente tranquila. Na realidade, ela consiste numa infindável série de provações e tribulações, e não seria exagero afirmar que, de fato, vida é enfrentar dificuldades. A questão, então, se refere a “como não nos deixar vencer por essas provações e adornar nossa vida com vitórias?” O budismo ensina o conceito da “transformação de veneno em remédio”. Segundo esse princípio, podemos transformar até mesmo as piores circunstâncias em benefício e felicidade, por meio da fé. Precisamos ter inteira convicção nisto. De outro ponto de vista, esse princípio está dizendo que, para se obter o remédio do estado de buda, da felicidade absoluta, temos de triunfar sobre o veneno do sofrimento. Em outras palavras, o sofrimento é a semente que possibilita que a flor da felicidade desabroche. Como tal, não devemos temer as adversidades. Em vez disso, devemos enfrentá-las com coragem. Somos todos bodisatvas da terra, que possuem a condição vital do estado de buda e que surgimos neste mundo para conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Nunca ficaremos num beco sem saída. A infelicidade não é causada por circunstâncias adversas. Ela é causada pelo nosso próprio desespero e negatividade. (Trechos do capítulo “Esvoejar”) (Traduzido da edição de 12 de fevereiro de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal da Soka Gakkai.) Assista veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 16 Ilustração: Kenichiro Uchida

07/12/2023

Notícias

Reconfirmar a decisão ao Mestre

Uma grandiosa oportunidade de aprimoramento da prática budista, de estreitar a relação de mestre e discípulo e de interagir com os companheiros de diversas localidades. Assim foi a primeira visitação de membros da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais ao Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), ao Centro Cultural Campestre (CCCamp) e a outras instalações da BSGI, que não ocorria desde o início da pandemia da Covid-19 há três anos. No evento, realizado nos dias 11 e 12 de novembro, estiveram presentes cerca de 360 representantes da CRE Paraná, CRE Leste e CRE Oeste, vindos do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Essa também foi a primeira atividade nesse modelo após a recente reestruturação de algumas coordenadorias da BSGI. Os participantes das cinco divisões encararam a visita como um verdadeiro curso de aprimoramento, sempre com muito espírito de procura, alegria e disposição, vencendo até o forte calor com os devidos cuidados e bastante hidratação. Muitos desafiaram várias dificuldades para conseguir participar e percorreram grandes distâncias, por isso aproveitaram cada momento vivido para deixá-lo gravado no coração. Reuniões de incentivo, diálogos, refeições em conjunto, visita aos prédios e estruturas da organização e a cerimônia em memória dos falecidos foram alguns dos itens da programação preparada com muito empenho e carinho pela comissão organizadora e pelos grupos de bastidores. Durante as reuniões, todos tiveram a oportunidade de receber incentivos de líderes da BSGI, entre eles, o presidente, Miguel Shiratori, o coordenador da Divisão Sênior, Ricardo Miyamoto, e a coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti. Miguel Shiraroti, presidente da BSGI Em uma das reuniões da programação, o presidente Shiratori anunciou que a Subcoordenadoria Triângulo Mineiro atingiu o grandioso objetivo de reunir cem jovens por distrito nas atividades da Juventude Soka. A notícia foi recebida por todos como um grande incentivo. “A prática da fé existe para evidenciar o potencial da vida do ser humano. E essa vida iluminará aqueles que estão ao redor”, afirmou Shiratori. O jovem Pedro Vinicius Nicolodi Dourado, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco, em Curitiba, PR, ressaltou: “Para mim, essa visita foi um retorno ao ponto primordial da minha prática budista, que é a luta pelo kosen-rufu. Meu sentimento é de felicidade total!”. Já Luzinalva Freire dos Santos, vice-responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade, moradora de Campo Alegre de Goiás, GO, comentou: “A atividade foi magnífica, saio renovada. A energia do Mestre realmente se faz presente em cada lugarzinho e eu só tenho muito a agradecer. Minha decisão é a de propagar o budismo e trazer as pessoas aqui para sentir essa felicidade também”. Momentos marcantes da visitação com participantes de diversos estados Fotos: BS / Gupo Arco-íris

07/12/2023

Notícias

“Agora é com a gente”

Como se quisessem oferecer sua mais exuberante florada em tributo ao Mestre, as árvores de “buquê-de-noiva”, cujas flores são típicas do Nordeste e originárias misticamente da Ásia, mostravam brilho especial no domingo, 26 de novembro, em Aracaju, SE. Dia de celebrar os cinquenta anos do kosen-rufu da localidade, tendo como local o auditório da Faculdade Pio Décimo, com participação de 409 pessoas, sendo 165 convidadas. Na primeira grande atividade no Nordeste promovida após o falecimento de Ikeda sensei, a tristeza foi aplacada pela determinação de torná-la um marco decisivo. Meses de preparativos, muito daimoku e cada integrante comprovando a força da prática da fé selaram o resultado, apresentado em vídeo. “É uma satisfação imensa ver esses jovens e a organização se desenvolvendo tanto”, disse Joel dos Santos, em entrevista, homenageado do dia junto com outros precursores. Muito aplaudida, Paula Mota relatou sua jornada de vitórias (leia no BS, ed. 2.637). Grande emoção com a contextualização do falecimento do Mestre veio à tona, seguida da apresentação dos pronunciamentos do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e da coordenadora da Divisão das Mulheres, Kimiko Nagaishi (confira íntegra nesta edição). As lideranças da Região Estadual Sergipe subiram unidas no palco para as boas-vindas e as palavras de decisão nesse significativo momento para a localidade, representadas por Eloi Monteiro, responsável pela RE, e Natália Nascimento, responsável pela Divisão Feminina. Pela Juventude Soka, renovada determinação. Misticamente, em outubro, enviaram mensagem a Ikeda sensei sobre os preparativos. A resposta imediata do Mestre se tornou o ponto primordial da luta conjunta que abraçam, agora mais que nunca. Na mensagem das lideranças da CRE Leste, lida no dia, e na fala do vice-responsável Eduardo Paderes, há o estímulo para trilhar juntos a jornada do discípulo. Ao parabenizar pelo jubileu de ouro da RE Sergipe, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, encorajou a todos a suplantar a dor da partida do Mestre, manifestando profunda gratidão por tudo o que ele nos proporcionou. “São 76 anos de uma jornada ininterrupta pela paz, pela felicidade e pela transformação de nossa vida. Ele se dedicou integralmente a estabelecer esse ensinamento do mais elevado humanismo, que dá o direito a qualquer cidadão, independentemente de etnia, valores e crença religiosa, de se tornar uma pessoa mais humana, mais feliz.” Shiratori reforçou: “Nossa felicidade é o primeiro passo para a paz da humanidade”. Vitória contagiante “Falar de Sergipe dá um orgulho danado. / Falar de seu povo, que é um povo arretado, / é uma gente brilhante / que emerge da terra a cada instante.” Eis um trecho do roteiro em forma de cordel que conduziu a apresentação cultural, com cerca de sessenta integrantes revezando-se no palco entre dança, coral, quadrilha e muito forró. O texto foi criado em conjunto, ritmando as apresentações. O retrato em versos da jornada cinquentenária do kosen-rufu da localidade focalizou desde o momento em que Ikeda sensei decidiu cumprir o juramento ao seu mestre de levar esperança para o mundo; avanços e toda a riqueza cultural regional. “Foi um desafio enorme, tamanha a responsabilidade. Que alegria no final!”, frisam os jovens Hiago Vieira e Gabrielly Mota, que formaram a dupla condutora do cordel, além de atuarem nas danças. O figurino foi produzido combinando tons cru e terra, e adereços coloridos, reaproveitando peças utilizadas por ocasião das festividades dos 45 anos da localidade. “Ficamos bem felizes com o resultado”, orgulha-se Maria Aparecida Rodrigues, responsável por esse setor. Em toda a programação, jovens e veteranos eram só alegria. “Foi um divisor de águas em minha vida, feliz por ter persistido e poder entregar essa vitória ao Mestre”, disse a jovem Ingrid Almeida, manifestação reforçada por Victor Crispim: “A BSGI é uma grande família e me sinto orgulhoso por fazer parte”. Ambos se apresentaram nas performances de palco. Com energia de sobra, o casal de veteranos Nilson e Altair Nascimento, atuantes no jogral e coral, enfatizaram: “Em gratidão ao Mestre, nós vencemos”. O mesmo sentimento com que atuou nos bastidores a integrante da DF Gabrielli Maia. A convenção encerrou-se ao ritmo da canção Saudação a Sensei, cravando o brado ecoado do coração de todos: “Ikeda sensei, agora é com a gente”. Fotos: BS

07/12/2023

Editorial

Buda é aquele que deseja a felicidade de cada um

Comemorar conquistas ou marcar o início de algo com festividades faz parte da dinâmica dos indivíduos, das famílias e da civilização. Quando isso é feito, registra-se na história a lembrança daquela alegria, como também o ponto de partida para a concretização de novos objetivos. A BSGI, que celebra seu aniversário de 63 anos neste mês, põe em prática o direcionamento de ser uma instituição voltada para a paz, a cultura e a educação. Para marcar as comemorações da data de sua fundação, que ocorreu em 19 de outubro de 1960, e os trinta anos de existência da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), o Centro Cultural Campestre da BSGI, localizado em Itapevi, SP, foi palco de um extraordinário concerto cultural Soka. Brasil Seikyo traz a cobertura do evento e também um Especial sobre o Dia da Fundação da BSGI. Como se Ikeda sensei previsse esse momento, ele inicia seu poema publicado nesta edição da seguinte forma:Arte é a canção da alegria de viver. Arte é a força para interligar as pessoas. Arte é o bailar da vitória da vida que avança rumo à paz, ultrapassando os mares bravios. Em novembro, receberemos dez anos da inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Em sua mensagem para a reunião comemorativa do Dia da Soka Gakkai, realizada neste auditório em 18 de novembro de 2013, Ikeda sensei cita o seguinte trecho do Sutra do Lótus: Medito constantemente: Como posso conduzir os seres vivos ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?1 O Mestre salienta em seguida: Essa passagem afirma que “o buda ora sempre ponderando como deve agir para as pessoas encontrarem o mais supremo caminho e fazê-las conquistar quanto antes a condição de buda”. Em outras palavras, buda é aquele que deseja unicamente a felicidade de cada um. Buda é a vida, a determinação (ichinen) de lutar e lutar incansavelmente neste mundo saha pela “iluminação de todas as pessoas”.2 Você acompanha mais sobre o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu nesta edição. No cenário global da atualidade, o local de juramento pela felicidade e pela paz perene ganha ainda mais significado como o castelo da concretização do grande desejo do Buda por nós, bodisatvas da terra. Vamos fazer deste aniversário da BSGI e da OFBHI um momento de decisão para registrar um passo a mais pela paz no planeta. Ótima leitura! Notas: 1. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 16, p. 273, 2009. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.205, 30 nov. 2013, p. A3.

26/10/2023

Encontro com o Mestre

Nós somos companheiros do castelo da felicidade

Foi uma nova partida realmente feliz. Neste momento em que comemora cinquenta anos de existência, o Departamento de Complexos Habitacionais iniciou a grande marcha da esperança, com as chamas de renovada energia vital, sob nova denominação de Departamento de Castelo da Felicidade. Foto registrada por Ikeda sensei da janela do carro quando retornava de Osaka em direção a Tóquio após concluir a 258a visita a Kansai. Enquanto o conjunto habitacional à frente é envolto pelo crepúsculo, as nuvens no céu e no topo do Monte Fuji são tingidas na cor rosa do pôr do sol (Shizuoka, nov. 2007)Lembro-me de que isso aconteceu no final do outono do ano da transição da era Showa para Heisei (1989). Os preciosos amigos do Departamento de Complexos Habitacionais de Kansai me enviaram um álbum que transmitia o ambiente de árduos esforços realizados alegremente por todos. Juntando as mãos em oração pelas nobres flores de sorriso, criei uma caligrafia e a ofereci a eles. O coração é o imenso e vasto castelo da felicidade. De fato, conforme a passagem dos escritos “O corpo e a mente dela permeiam todo o mundo dos fenômenos num único momento”,1 os sublimes companheiros construíram, com coração imenso e vasto, o castelo da felicidade nos seus complexos residenciais e localidades do juramento seigan. Quanta amizade e confiança os amigos do Departamento de Complexos Residenciais expandiram até hoje por meio de seus cumprimentos sinceros no dia a dia! Quanta contribuição eles continuam a oferecer à comunidade local por meio de incansáveis atividades na Associação de Moradores e do acúmulo de ações sábias de ajuda mútua! Assim, os complexos residenciais de profunda relação cármica vêm lançando seu brilho em busca de uma “federação de harmonia humana”, uma joia valiosa. Diz-se que, atualmente, muitos complexos residenciais enfrentam diversas questões, tais como a diminuição da taxa de natalidade e o envelhecimento da população. O número de famílias compostas por uma única pessoa também tem aumentado. O formato dos edifícios vem mudando com construções mais altas e sistemas de fechamento automático. A missão dos nossos membros é verdadeiramente grandiosa. Junto com minha esposa, estou orando intensamente todos os dias pela boa saúde e longevidade dos meus preciosos companheiros. Nichiren Daishonin afirmou: “Invariavelmente, o nome possui a virtude de alcançar o próprio corpo”.2 Construam um corpo colaborativo de respeito ao ser humano e à dignidade da vida, aqui e acolá, sob a liderança da Coordenadoria das Comunidades Locais da Soka Gakkai! Desejo ininterruptamente que edifiquem um pacífico castelo da felicidade! Boas relações humanas Já faz trinta anos desde a realização da segunda palestra a convite da Universidade Harvard, localizada nas proximidades de Boston, sob o límpido céu de outono. O evento teve como palco o Centro Internacional do Diálogo, situado próximo a esse palácio do intelecto, e conseguimos promover intercâmbios da paz, cultura e educação em diversos níveis. As obras de diálogo com o Dr. John Kenneth Galbraith (economia), o Dr. Nur Yalman (antropologia cultural), o Dr. Harvey Gallagher Cox (estudos das religiões), a Dra. Elise Boulding (estudos da paz), o Dr. Du Weiming (filosofia da história da China) e a Dra. Sarah Wider (literatura), que falam sobre o mundo e o futuro, também vêm se expandindo amplamente em múltiplos contextos. Afirma-se que, desde 1938, por mais de oitenta anos, a Universidade Harvard vem conduzindo uma pesquisa científica, acompanhando muitas famílias, ultrapassando gerações, sobre as “causas principais para levar uma vida saudável e feliz”. O conhecimento mais importante obtido desses estudos se resume a um único ponto: “a necessidade de boas relações humanas”.3 É uma pesquisa realmente valiosa e muito instigante. Desde a sua fundação, a Soka Gakkai vem demonstrando inúmeras comprovações de vida saudável e feliz, tanto de seus membros como de outras pessoas, por meio de “bons amigos”, isto é, das melhores relações humanas, exatamente de acordo com a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: “Deveríamos procurar um bom amigo”.4 Recordo-me também do meu venerado mestre, Josei Toda, que, em relação às diversas religiões, costumava propor a realização e o acompanhamento de uma pesquisa científica por cinco ou dez anos sobre a realidade da vida diária do praticante. É verdadeiramente o que afirma a passagem “E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real”.5 Justamente por vivermos uma época de grave isolamento e de divisão, gostaria de criar e expandir ainda mais a zona de segurança dos laços de vida na sociedade, tal como me referi na palestra proferida na Universidade Harvard: “A majestosa sinfonia do diálogo aberto”. A teoria da completa transformação em sete anos A rede de incentivos Soka conectada no mundo todo é o mais valioso tesouro a ser passado para as gerações futuras. Há alguns dias, em 29 de setembro, isto é, no décimo quinto dia do oitavo mês do calendário lunar, tivemos a lua cheia que nos contemplou com seu brilho dourado. Naquela noite, os novos jovens responsáveis pela Divisão dos Estudantes [do Japão] deram uma vigorosa partida visualizando a próxima ocorrência da lua cheia no décimo quinto dia do oitavo mês do calendário lunar que será daqui a sete anos, no centenário da Soka Gakkai. Katsu Kaishu, que completaria seu 200o aniversário de nascimento neste ano, foi a pessoa que defendia a “teoria da completa transformação em sete anos” de que, em cerca de sete, oito ou dez anos, as tendências mudam de direção e o coração das pessoas se transforma completamente. Embora seja em outra dimensão, os mestres e discípulos Soka também vieram badalando o sino da vitória do kosen-rufu a cada sete anos. Nichiren Daishonin ressalta em seus escritos sobre o encontro dos bodisatvas da terra: “Todos haviam se reunido (...) como a relva na Planície de Musashino ou as árvores que cobrem o Monte Fuji”.6 Estou orando e cuidando, com o sentimento de refletir sobre o espelho claro dos céus, da majestosa expansão da legião de “valores humanos” no centenário de fundação da Soka Gakkai. Avance com honestidade e sinceridade Com a diplomacia embasada nos quatro ideogramas com que se escreve “honestidade e sinceridade”, Katsu Kaishu salvou Edo [atual Tóquio] das guerras e dos distúrbios. Ele continuou avançando “com esse rumo inabalável e resoluta autoconfiança”. Sua crença era de que, dessa maneira, “mesmo com as pessoas, antes consideradas inimigas, poderia criar uma amizade a ponto de mutuamente abrirem o coração”.7 Sem dialogar, não é possível criar uma nova época. Se continuar falando com toda a honestidade, certamente mudará o coração da outra pessoa. Com tom de voz típico de um nativo de Edo, Kaishu fez a análise de personalidades de todos os tempos. No topo de sua lista de pessoas da antiguidade que ele considerava persistentes se encontra Nichiren Daishonin. Kaishu o admira com espanto: “Ele não fraquejava de forma alguma, e ultrapassava quaisquer situações de dificuldade”. 8 Nós temos a importante missão de realizar o kosen-rufu mundial, que é o testamento do Buda. Possuímos a estratégia do Sutra do Lótus transmitida diretamente por Daishonin. Devemos repelir quaisquer condições adversas, criar aliados e aumentar o número de companheiros, tornando possível o impossível, e transformando tudo de veneno em remédio. A missão da “pacificação da terra” Na momento da realização do Exame de Budismo de Primeiro Grau e de Terceiro Grau da Divisão dos Jovens realizado em todo o Japão, quero louvar mais uma vez os esforços dos candidatos de espírito de procura, das pessoas que os apoiaram e das comissões. Independentemente da aprovação ou não no exame, estou certo de que haverá imensurável expansão da boa sorte e do aprofundamento da condição de vida de cada pessoa. Nesse exame, uma das matérias incluía o tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra. O grande desejo do kosen-rufu da Soka Gakkai é, em si, o juramento seigan pela “pacificação da terra”. A missão de propagar a Lei Mística para o mundo inteiro é a mesma daquela de realizar a paz e a tranquilidade para todas as pessoas. As calamidades naturais, epidemias e guerras recentes apontam para a realidade de que a humanidade se encontra diante de uma grande questão crucial. No tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, o anfitrião responde ao visitante que lamenta o cenário trágico da sociedade: “Tenho meditado, sozinho, sobre o assunto com indignação”.9 E, então, inicia o diálogo: “Vamos analisar minuciosamente a questão”.10 Se apenas nos entristecermos e lamentarmos diante de uma tragédia real, nada mudará. O que fazer para mudar? Deve-se pensar de forma proativa, orar com seriedade e dar um passo juntos para romper o impasse. Aí se encontra a alma do Budismo Nichiren. A filosofia que brilha nas dificuldades Que tipo de ideologia e de filosofia a pessoa possui? Por meio delas, sua consciência e suas ações são moldadas, e isso, por sua vez, afeta a realidade e o futuro. O budismo ensina que todas as pessoas possuem uma vida digna e são dotadas de um potencial infindável. O ser humano possui forte tenacidade que não o deixa sucumbir mesmo diante das ameaças da natureza. Tem coragem e esperança para superar qualquer desastre, como também sabedoria e afeto para se levantar com as pessoas à sua volta. O ato de cultivar essa força de cada pessoa e de reunir a capacidade de todos da comunidade local torna-se, certamente, a base para construir uma sociedade invencível perante as calamidades. As ligações formadas durante esse processo manifestam a força nos momentos cruciais. Relembro-me do tufão Vera, que atingiu a baía de Ise em setembro de 1959. Como diretor, responsável pela Soka Gakkai, assumi a liderança na ajuda às vítimas da catástrofe, especialmente das províncias de Aichi e de Mie, onde os danos foram mais graves. Imediatamente, em torno dos integrantes da Divisão dos Jovens dessas províncias, bem como das províncias vizinhas, os membros correram para as áreas afetadas pelo desastre a fim de prestar apoio. Em resposta aos relatos da situação de danos que vinham da linha de frente, tomavam providências para o envio de medicamentos, roupas e outros suprimentos. Eu também visitei o local. Independentemente se eram membros ou não, procurei encorajar de corpo e alma as pessoas atingidas pelo desastre que estavam diante dos meus olhos. “Agora é o momento de me levantar como protagonista da proteção à vida! Vou trabalhar em prol da localidade unindo os corações!” Todos se empenharam com essa decisão. Havia amigos que continuaram preparando bolinhos com arroz tão quente que suas mãos ficavam totalmente avermelhadas. Outros transportavam esses bolinhos em um barco para distribuí-los às vítimas das casas inundadas. Esse tipo de ajuda oferecida pela Gakkai chegava antes de qualquer outra instituição. A dedicação dos membros que brilhavam no meio da escuridão dos sofrimentos era exatamente o nobre “comportamento como ser humano” que Nichiren Daishonin chega a considerar como “o propósito do advento do buda Shakyamuni, senhor dos ensinamentos, neste mundo”.11 Esse é o alicerce inabalável da honrosa fortaleza de Chubu. Vamos construir juntos o castelo da felicidade! Acima, momento do casal Ikeda durante a 100a visita à região de Chubu, observando o castelo de Nagoya a partir do Parque Meijo, onde brilha um verde renovado (maio 1995) Hasteando o estandarte aqui e agora Alguns dias atrás, representantes de 44 países e territórios se reuniram para o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI. Mesmo lutando contra as próprias questões desafiadoras, os líderes estão se envolvendo corajosamente nos problemas e nas provações de sua localidade e de seu país. Um deles afirmou com altivo orgulho de que tem expandido ao seu redor a convicção de que “tal como eu consegui, todos podem criar a vida de felicidade”. Transformando desespero em esperança e destino em missão, crie a rede solidária de juramento seigan, levantando-se só! Com essa determinação inabalável e não importando o que aconteça, devemos estender as raízes no local em que nos encontramos agora e hastear a bandeira da vitória. Aprofundando a amizade e a confiança, devemos estreitar os laços entre os povos e dedicar força e sabedoria em prol da sociedade e da terra natal. Em seus escritos, Nichiren Daishonin faz a seguinte citação: “Quando a família honra diligentemente os ensinamentos, com certeza os sete desastres irão se dispersar”.12 Como é maravilhoso o fato de ecoar as vozes sonoras da Lei Mística em nosso lar, em nossa comunidade local e em nosso país! Hoje, valorizando, mais uma vez, a recitação do gongyo e do daimoku, a base fundamental, vamos fazer brilhar vitoriosamente o castelo da boa saúde, o castelo da felicidade e o castelo da paz, de contínuas vitórias, bailando a dança da revolução humana cada vez mais radiantemente. Publicado no Seikyo Shimbun de 5 de outubro de 2023. No topo: no dia seguinte à primeira palestra promovida na Universidade Harvard, Ikeda sensei visita a sede regional de Boston e, ao lado da esposa, Kaneko, expressa incentivos e gratidão aos membros da Divisão dos Estudantes que o recepcionam (set. 1991) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 384, 2020. 2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 378, 2006. 3. Cf. WALDINGER, Robert; SCHULZ, Marc. The Good Life. Tradução para o japonês: Osamu Kojima. Editora Tatsumi Publishing. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 5. Ibidem, p. 626. 6. Ibidem, v. II, p. 175, 2017. 7. Nova revisão de Kaishu Zadan [Mesa Redonda Kaishu]. Versão: Yoshiharu Iwamoto. Editora Iwanami Shoten. 8. Hikawa Seiwa [Registro de Falas de Katsu Kaishu]. In: Nihon no Meicho 32, Katsu Kaishu [Obras-primas do Japão 32, Katsu Kaishu]. Editora Chuo Koronsha. 9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 7, 2020. 10. Ibidem. 11. Ibidem, v. II, p. 113, 2017. 12. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1026, 2006.

26/10/2023

Notícias

Dinâmico avanço da BSGI

Neste mês, os membros da BSGI celebram os 63 anos de fundação da organização em meio a intensas atividades que refletem o crescimento da instituição ao vencer inúmeras dificuldades, incluindo os desafios impostos pela pandemia da Covid-19. Além disso, com os esforços nos encontros, nas visitas e em outras iniciativas em cada bloco, comunidade e distrito, a estrutura da BSGI está se expandindo com a formação de novas coordenadorias e outros níveis organizacionais. Renovação e avanço que encontram consonância com o desenvolvimento individual de seus integrantes, o cultivo da felicidade familiar, a criação de jovens “valores humanos” e a ampla propagação do Budismo Nichiren na sociedade. A Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) compõe-se agora de quatro coordenadorias: Baixada Sul Fluminense (CBSF), Rio Carioca (CRC), Rio Oeste (CRO) e Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ). A partida com a nova estrutura foi realizada em encontro no Centro Cultural do Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto, com a participação de líderes de bloco e acima. A atividade fez parte das comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, que ocorreu em 1993. Wallace Teixeira Moura, vice-coordenador da CGERJ, comenta: “Caminhando com alegria e em união harmoniosa, rumo ao centenário da Soka Gakkai e do movimento pelo kosen-rufu no Rio de Janeiro, temos o grande objetivo de o Gohonzon ser consagrado em 10% dos domicílios do estado até 2030”. Encontro da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro No Centro Cultural de Belo Horizonte, líderes da CRE Leste reuniram-se, nos dias 7 e 8 de outubro, para a realização de seu conselho central contando com representantes do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Reunião de partida das Subs. Minas Norte e Minas Sul Sob esse clima auspicioso, as organizações da BSGI também estão promovendo encontros para divulgar as atividades e diretrizes do próximo ano, com a expectativa de grandes vitórias em 2024. Conselho central da CRE Leste Reunião de partida da recém-criada CRE Paraná Reunião de líderes da RM Cuiabá Partida da Sub. Santa CatarinaNo topo: Conselho da Coordenadoria Norte-Oeste Paulista (CNOP)Fotos: BS | Colaboração local

26/10/2023

Relato

Com os olhos do coração

A maturidade é suprema. Digo isso do alto dos meus 67 anos, os quais brindo todos os dias com muita música, carinho e enorme vontade de viver. Meu nome é Cristina, mas alguns me chamam de Tina, e moro no Flamengo, bairro do Rio de Janeiro. Às vezes, perguntam-me como cheguei a essa condição de enxergar o mundo com lentes coloridas. Logo eu, que nasci de cesariana, saindo da maternidade com 900 gramas, frágil demais e com a formação dos olhos incompleta. Tinha dificuldade para engolir (disfagia) e outras sequelas. Seriam esses meus desafios existenciais, mas contei com a batalha empreendida pela minha mãe, Maria Amélia, para me salvar. Ser alguém que não cedesse aos traumas da deficiência. Demorei muito para andar... e nem sei quando comecei a falar; mas, de lá para cá, não parei mais. Tudo muito intenso. Tocando piano em um momento com o irmão, Edgarde Ao completar 60 anos, em 2016, recebi de minha mãe uma cartinha que me fez olhar para trás e comprovar quanto venci. Deixo para vocês uns trechos ao final do relato. Bem, não vamos pular as surpresas, embora eu as adore, a todo momento. Eu me considero uma pessoa irreverente, feliz com o que a vida me proporciona. Aprendi tudo isso no budismo. Minha mãe foi a primeira a encontrar a Soka Gakkai no período em que eu estava com 26 anos e cursava letras. Isso aconteceu em 1982, e só depois de dois anos decidi me converter ao budismo, em uma data para ficar na história: 24 de agosto, a mesma data de conversão do presidente Ikeda. Se a vida lhe dá limões... Na adolescência frequentei o ensino fundamental 1 e 2 e médio, em meio ao natural bullying (embora esse nome nem existisse) daqueles que buscavam encontrar o formato ideal dos meus olhos. Não foi possível, porque, mesmo com tamanha luta de minha mãe, seguiu-se uma tentativa de cirurgia de glaucoma, hemorragia decorrente e então fiquei cega. No meio desse caminho, a música surgiu em minha vida. No passado, conseguia ler partitura, tocava piano, pois enxergava um pouco. Agora, o violão se tornou meu fiel companheiro. E, aos poucos, a voz tímida foi ganhando força, à base de muito incentivo. A prática do daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) passou a ser meu canto da vitória. Sempre me senti acolhida na organização, assim como sou. Fui confiada como responsável pela Divisão Feminina (DF) de bloco e depois de comunidade. Abri minha casa para os encontros, os quais eram tão estimulantes; e ainda são, cada dia mais. Atualmente, sou conselheira de comunidade, sempre a postos. Gosto de compor músicas e criei marchinhas para alegrar a todos. Sem lerdeza Nunca vi a deficiência como barreira. Por isso, após cursar letras, eu me formei também em direito. Hoje, ainda trabalho, e na área de administração de imóveis. Gosto de estar sempre sintonizada com as coisas boas da vida. Por meio de um aplicativo, consigo ler no meu computador os incentivos do Mestre, que chegam pelos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS). Ikeda sensei é um ser iluminado. Em suas orientações, ele nos conduz a melhor compreensão sobre a abrangência do Nam-myoho-renge-kyo em termos do universo e da nossa própria vida. Há um texto que adoro, no qual ele fala da correspondência de cada parte do nosso corpo com as partes do universo: Nossa cabeça é redonda assim como a abóboda celeste. Nossos olhos são como o dia e a noite. (...) Nossa respiração é como o vento silencioso que passa em nossas narinas, como o tranquilo ar dos vales. Há cerca de 360 junções no corpo humano, quase tantas quanto os dias do ano. (...) Nossos ossos são como as pedras, e nossa pele e músculos são como a terra. Nosso couro cabeludo é como uma floresta.1 Tudo isso elucida que nosso corpo é realmente um “universo em miniatura”.2 Gente, isso é fabuloso demais! Budismo da esperança Assim, com o coração alegre, falo com muita naturalidade sobre o Budismo Nichiren para as pessoas. Uma delas é uma grande amiga, Rosângela Dantas, a quem apresentei o budismo há vinte anos. Sou imensamente grata a tudo. Em 2019, minha mãe se foi. Fizemos uma linda cerimônia, e depois cantei algumas músicas favoritas dela. E foi no budismo que aprendi a leveza desse momento, pois os laços de vida não são cortados com a morte, o que faz um carinho danado no coração. Com a amiga Rosângela No ano que vem completo quarenta anos de Soka Gakkai. Sigo confiante, visualizando 2030. Quero chegar lá radiante e feliz. Minha mãe morreu aos 93 anos. Herdei dela uma pele invejável e ainda possuo o elixir poderoso de uma vida saudável e feliz: o daimoku. Para mim, não há cirurgia plástica melhor. Tenho minhas inquietações, é normal; mas também tenho meu ponto primordial. A vida é de fato suprema. Quero renascer fukushi!3 Muito obrigada! Cristina, a partir da esq., e com companheiros da comunidade. A menina dos olhos azuis De sua mãe, Maria Amélia, e seu pai, Edgard, de onde estiver! Trechos da carta enviada pela mãe em homenagem pelo aniversário de 60 anos de Cristina. “...Não aceitava peito, ou melhor, não tinha forças nem para mamar... Eu retirava então o leite, colocava numa xícara e dava na colherinha, mas como também havia uma dificuldade na deglutição, a menina muitas vezes rejeitava o alimento.” “O novo médico foi taxativo: ‘A menina não vai andar, nem falar nem enxergar’. Não aceitei esse diagnóstico e decidi, por intuição, tomar outras atitudes.” “Enxergava pouco, mas o suficiente para andar de bicicleta, patins e patinete!” “Foi quando, aos 15 anos, veio um diagnóstico de glaucoma...” Maria Cristina Serravalle Gomes, 67 anos. Administradora de imóveis. Na BSGI, atua como conselheira da Comunidade Flamengo, RM Botafogo, CGERJ. Assista Vídeo do relato de Cristina Fotos: Arquivo pessoal Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.228, 24 maio 2014, p. A3. 2. Ibidem. 3. Fukushi: Quem nasce em uma família de praticantes do budismo.

11/10/2023

Matéria Grupo Coração do Rei Leão

Desenvolvendo os sucessores Ikeda como “valores” independentes

Aristóteles, filósofo da Grécia antiga, discípulo de Platão, referiu-se ao ser humano como zoon politikon.1 Ou seja, um animal ou ser político, pois, por sua natureza, ao nascer, é totalmente dependente de outros seres e tem a necessidade de viver em sociedade e raramente vive isolado. Pela inter-relação com os demais seres de seu convívio, ele aprende e assimila diversos valores que pautarão seu comportamento em meio às múltiplas atividades que exercerá ao longo de sua existência. Os ensinamentos de Nichiren Daishonin mostram que cada vida é constituída de vasto potencial e, da forma que ela é direcionada por meio de exemplos, forma-se a personalidade da criança com os valores que constituirão sua individualidade. Nesse contexto, os adultos, principalmente os pais, têm papel importantíssimo na criação e educação dos filhos, desenvolvendo-os para ser protagonistas na criação e no estabelecimento de uma sociedade justa e humanística. Filhos não são propriedade dos pais. Eles são criados para o mundo. Assim como os navios não foram projetados para permanecer na segurança dos portos, uma vez que a missão deles é transportar passageiros e produtos para algum destino, nessa jornada, haverá ocasiões que enfrentarão tempestades com mares revoltos, ondas gigantescas e risco de naufragar. Para continuar sua trajetória, a melhor opção é ir de encontro às ondas, ligando os motores a toda potência. No choque, um turbilhão de águas encobrirá a embarcação e a sacolejará, porém, ao ultrapassá-lo, continuará flutuando, rumo ao seu destino. A preocupação e o desejo dos pais de que seus filhos não passem dificuldades e sofrimentos são naturais, compreensíveis e louváveis, e muitos privam os pequenos de enfrentar situações adversas, superprotegendo-os. Nosso mestre, Daisaku Ikeda, em seu artigo “Pequenos, Grandes Valores”,2 diz: Embora seja importante fazer de tudo pelo bem dos filhos, se tentarem evitar que eles passem por experiências desagradáveis, em vez de ajudá-los, prejudicarão. É natural que lhes estendam a mão ao tropeçarem. Porém esse tipo de atitude educa os filhos com base no bem menor. Educar as crianças com base no bem maior é auxiliá-las a desenvolver a força interior para viver sem depender de ninguém. O que é bem? O que é mal? É responsabilidade dos pais ensinar esses valores aos filhos com total convicção. Conforme o presidente Makiguchi ressaltou, os pais devem empreender ações corajosas para ensinar as crianças o modo de vida correto. Se ficarem sempre apegadas aos pais, as crianças não se desenvolverão — elas demonstrarão medo na companhia de outras pessoas e a tendência de fugir da realidade. A verdadeira educação é a que desenvolve seres humanos fortes, capazes de interagir com qualquer pessoa e de superar quaisquer obstáculos. E, em outro artigo, ele reforça: Uma das responsabilidades dos pais é educar os filhos, cultivando neles a autoconfiança e a força para viver sem depender de ninguém. As experiências de vida tornam as pessoas mais fortes. Se os pais cobrem os filhos de mimos, estes tenderão a responsabilizar os outros quando algo não ocorrer conforme desejam. Se as crianças tiverem sempre esse comportamento, não conseguirão se desenvolver e viver de forma vitoriosa. (...) A educação dos filhos deve ser considerada de uma longa perspectiva. É importante que os pais não se preocupem em apenas satisfazer os desejos imediatos das crianças, mas que fixem também os olhos no futuro delas. Os filhos são um reflexo dos pais. A educação é uma tarefa nobre em que ambos crescem juntos.3 O Budismo Nichiren expõe o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” em que cada qual incorpora a verdade última da maneira como é, sem passar por nenhuma mudança. A cerejeira floresce como cerejeira para cumprir o papel que é exclusivamente dela. Isso vale para as ameixeiras, os pessegueiros e os damasqueiros. Cada um possui uma personalidade única, com caráter e natureza distintos e uma vida nobre e respeitável. E é dessa perspectiva que devemos direcionar os nossos preciosos tesouros do futuro, os sucessores Ikeda, para que cresçam de forma independente, evidenciando suas características peculiares, como bons cidadãos, respondendo por seus atos e pelas decisões, sendo boas referências na sociedade, contribuindo para um mundo mais justo e humanístico. Boa sorte a todos! Matéria elaborada pelo Grupo Coração da CGSP Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000183196. Acesso em: 3 out. 2023. 2. Terceira Civilização, ed. 481, set. 2008, p. 26. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.402, 13 jan. 2018, p. D4.

11/10/2023

Incentivo do líder

Em meio aos desafios, vencemos!

Estimados membros da BSGI, cumprimento a todos pela significativa passagem dos 63 anos de fundação da nossa organização, ocorrida em 19 de outubro de 1960. Naquele ano, Ikeda sensei, em sua primeira viagem ao exterior, após uma longa jornada iniciada no dia 2 de outubro, percorreu a América do Norte, onde as condições de sua saúde se agravaram em razão do desgaste da viagem. Os integrantes de sua comitiva lhe recomendaram cancelar a viagem ao Brasil, mas a decisão de prosseguir foi mais forte e ele respondeu com veemência: Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!1 Assim, Ikeda sensei dedicou a vida para estabelecer o Budismo de Nichiren Daishonin no Brasil. Ao longo de 63 anos, ele nos desenvolveu e nos ensinou a religião da revolução humana. Ele fez da organização no país a pioneira do kosen-rufu fora do Japão, a qual se tornou, hoje, uma organização modelo do mundo, destacada por Ikeda sensei como “Brasil, Monarca do Mundo!”. Portanto, estamos vivendo um momento glorioso da luta conjunta de mestre e discípulo, realizada há seis décadas por nossos pioneiros, pais e avós. O aspecto atual de desenvolvimento do nosso movimento é resultado da solidariedade e do empenho de todos na prática da fé nos blocos e nas comunidades, seguindo as orientações e o estudo dos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. Em recente mensagem por ocasião dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil, Ikeda sensei dedicou as seguintes palavras: Em meio aos incessantes desafios que o mundo enfrenta, os companheiros do Brasil, com a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e com o desafio de transformar veneno em remédio, vieram transmitindo encorajamentos de grande esperança.2 Depois de suplantarmos a pandemia da Covid-19, como membros da BSGI, estamos exercendo a prática da fé e desafiando as circunstâncias, buscando estabelecer nossa felicidade e a daqueles ao nosso redor. São estas as mais importantes ações do cotidiano em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Na mesma mensagem, o presidente Ikeda orienta: (...) Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós. Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás!3 Celebrando esse marco importante dos 63 anos de fundação da BSGI, vamos orar daimoku em gratidão, seguindo sempre as orientações de Ikeda sensei. Assinalemos uma nova e revigorante partida rumo ao ano 2030, centenário da Soka Gakkai. Sinceros votos de muita saúde, prosperidade e felicidade a todos e aos seus familiares. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Raios Benevolentes. Nova Revolução Humana. v. I. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 3. Ibidem.

11/10/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Vamos escalar a montanha do kosen-rufu, passo a passo, com firmeza! Essa caminhada constante torna-se o glorioso alicerce da vida. Conduza hoje, também, um dia sem arrependimentos! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 17 de setembro de 2023.

21/09/2023

Relato

Coragem para vencer a si próprio

Crescer no ambiente Soka me faz potencializar minha capacidade, descobrir novas habilidades e converter medos em renovada disposição de ser feliz. É meu exercício diário. Eu me chamo Lucas Tabata Motizuki, sou de São Paulo, tenho 20 anos. Pertenço à quinta geração de praticantes da minha família, e sempre ouvi de todos os familiares que nascer em um lar budista representa muita boa sorte, mas principalmente comprovar a razão dessa boa sorte, em nossas ações na construção de uma vida digna. Lucas está com o pai, Makoto, a mãe, Débora, e o irmão GustavoDesde menino, portanto, fui estimulado à convivência Soka, exercitando-me nas atividades de base e, em especial, na banda masculina Taiyo Ongakutai, a partir dos 9 anos até hoje. Um período no qual a força da amizade e o treinamento de vida me conduzem a uma existência de valor. Essa é minha convicção. A timidez é um desafio que sempre busquei transpor. Só quem passa por isso sabe. E na juventude é algo que limita em muito nossas relações sociais, trabalho, enfim. Daí o orgulho que sinto em fazer parte da Soka Gakkai, cuja força de incentivo gera um ambiente no qual podemos ser nós mesmos, e avançar, no tempo de cada um. Vou contar um episódio marcante. Em dezembro de 2019, fui nomeado responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de comunidade. Na primeira reunião, faria as palavras de agradecimento. Algo simples para alguns, mas não para mim. Ao ser anunciado, levantei-me, respirei fundo e simplesmente não consegui me expressar. Paralisei. Lembro-me de minhas mãos suadas e trêmulas. No entanto, os olhares de carinho dos meus companheiros me abraçaram. Decidi que venceria essa condição. Vitórias e eterna gratidão Decidi cursar uma faculdade e que conseguiria uma bolsa, objetivo conquistado com muito estudo, determinação e daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo). Iniciei em 2020 minha graduação em estatística, com isenção de mensalidade. Atualmente, estou no último semestre e já projeto realizar pós-graduação na sequência. Quanto ao trabalho, buscava meu primeiro emprego, com a meta de ser um estágio em uma empresa onde eu pudesse me desenvolver ao máximo. Fiz algumas entrevistas e, na maioria das vezes, era reprovado pela dificuldade de me expressar. Em fevereiro de 2021, tinha em vista uma entrevista em uma multinacional francesa, mas, no mesmo período, testei positivo para Covid-19. Maldades surgem sempre. Pensei em desistir, porém, logo me veio à mente as palavras do Mestre: “Desistir no meio da corrida ou retroceder é o mesmo que ser derrotado. Não importando quanto seja doloroso, perseverem sempre e avancem”.1 Com esse sentimento, finalizei a entrevista. Depois de algumas semanas, recebi a notícia de que a vaga era minha. Que alegria! Após um ano de trabalho na empresa, meu coração pedia avanço, e voltei a realizar entrevistas de emprego, agora seguro de minhas potencialidades. Fui aprovado em todas e optei por trabalhar na área de inteligência de negócios de um banco, na qual me desenvolvi profissionalmente como nunca. Em dezembro de 2022, fui nomeado responsável pela DMJ de distrito e, em minha primeira reunião, relatei sobre aquele dia crucial em 2019 e sobre a minha evolução a partir daquele momento para vencer a timidez. Seja no ambiente de trabalho, apoiando os estudantes do Taiyo Ongakutai em um ensaio técnico, seja atuando dentro da organização de base, estou sempre me desafiando a dialogar com todos e a expor minhas ideias. Motizuki na interação com os jovens de sua localidade No ano passado também, descobrimos que minha avó paterna, Laurinda Motizuki, estava com câncer. Foram seis meses muito desafiadores, e ela pôde morar os últimos quatro meses em minha casa. Momentos preciosos. Diariamente, eu saía para trabalhar e ela, mesmo acamada, me desejava um bom shigoto (“trabalho”, em japonês), com um sorriso que inspirava meu dia. Ela foi uma guerreira que lutou por toda a vida, ultrapassando a tudo com base na prática da fé e pôde solidificar a família Motizuki com muita harmonia. Eterna gratidão! O futuro é de esperança Uma semana após o falecimento da minha avó, tive a oportunidade de participar da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, nome dado pelo próprio Ikeda sensei. Foi uma atividade extraordinária, na qual renovei meu juramento de avançar e vencer. Dentre os pontos e as decisões, resolvi me empenhar na leitura dos volumes da Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda. Algo bem difícil para uma pessoa que durante a vida tinha lido apenas dois livros. Determinado, finalizei doze volumes até o momento, com o objetivo de concluir a leitura da coletânea até o fim do ano que vem. Sempre recorro aos incentivos do Mestre, que fala direto com nosso coração. Em março deste ano, tive a chance de atuar na comissão de preparativos da 2ª Academia Índigo, uma experiência sensacional. Em uma das reuniões da comissão, fui incentivado a conquistar uma vitória até o dia da atividade, então decidi que obteria uma vaga efetiva em minha área. A vitória foi dupla, pois conquistei vagas em duas empresas, optando no final por aquela voltada para a implementação de tecnologias educacionais. Estou muito feliz! Na Academia Índigo Juventude Soka do Brasil Em três anos, quantas conquistas somei sendo um jovem de 20 anos, e tudo porque estou construindo a boa sorte com base na prática da fé e com o desejo de corresponder ao Mestre. Tudo parecia impossível. No entanto, com muita determinação e sem deixar a maldade interna me fazer desistir, sigo avante. Tal como o lema eterno do Ongakutai, “Ao som da minha luta, eu busco a paz”. Muito obrigado! Com os integrantes da banda Taiyo Ongakutai Lucas Tabata Motizuki, 20 anos. Analista de dados. Na BSGI, é responsável pela Divisão Masculina de Jovens do Distrito Jardim Brasília, RM Arthur Alvim, CCLP. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.756, 24 jul 2004, p. A4. Fotos: Arquivo pessoal

21/09/2023

Caderno Nova Revolução Humana

Jovens que vivem o kosen-rufu

PARTE 45 Victor Hugo sofreu com a opressão do presidente Charles Louis-Napoléon (posterior Napoleão III), que se tornava um ditador, e foi forçado ao exílio. Durante o exílio, ele anunciou o livro Napoleão, o Pequeno, que descrevia o impeachment do presidente, e concluiu sua grande obra Os Miseráveis, em atitude semelhante a Dante Alighieri, o qual escreveu A Divina Comédia ao ser deportado de Florença. O fato de eles terem produzido suas obras-primas em meio à mais terrível circunstância deve estar relacionado com o forte espírito de combate contra as maldades. Em uma vida afiada pela decisão de realizar uma luta de vida ou de morte contra as maldades, surge com clareza o discernimento do que é certo e errado do ser humano, do bem e do mal, da verdade e da falsidade. E a ira contra a maldade se torna a paixão pela justiça. O retorno de Victor Hugo à pátria, a França, só ocorre após a queda de Napoleão III, dezenove anos depois de ser deportado, aos 68 anos. Suas criações literárias aumentaram ainda mais. A disposição dele era a de um jovem. A pessoa não envelhece somente com o passar dos anos. No momento em que se perde a esperança e abandona seus ideais, o espírito envelhece. Victor Hugo registrou: “Meu pensamento é o de sempre avançar”.1 Observando o registro das contribuições de Victor Hugo no Senado, Shin’ichi sentiu como se a brisa da revitalização soprasse no local. Nessa ocasião, ele pensou: “Para deixar à posteridade os extraordinários trabalhos desse grande escritor, Victor Hugo, como também a vida de lutas desse herói, devo contribuir de alguma forma, realizando, por exemplo, exposições”. Dez anos depois, em 1991, essa ideia se tornou realidade. Recebendo o apoio de vários amigos, foi inaugurado o Centro Literário Victor Hugo na cidade de Bièvres, ao sul de Paris. O Castelo de Roches, onde foi instalado esse centro literário, é um local que Victor Hugo visitou diversas vezes. Nesse espaço aberto ao público estão expostos valiosos objetos tais como manuscritos, relíquias e documentos que representam o espírito do grande escritor. É um castelo literário que ilumina o futuro com a luz do humanismo de Victor Hugo. PARTE 46 Após a visita ao Senado francês, Shin’ichi dialogou com o seu presidente, Alain Poher, na residência oficial dele, o qual possuía forte interesse pela Soka Gakkai. Diz-se que ele desejava criar uma nova oportunidade para que pudessem conversar amigavelmente. O presidente mencionou sua simpatia pelos intercâmbios culturais e pela paz, como também pelos encontros com importantes personalidades de diversos países visitados por Shin’ichi naquela ocasião, de situações sociais totalmente distintas, tais como a União Soviética e a Bulgária. Para a paz, é importante o intercâmbio com países de diferentes culturas e sistemas. Porém, em geral, as pessoas têm a tendência de se afastar desse tipo de intercâmbio. Por isso mesmo, as ações de Shin’ichi chamavam a atenção do presidente do Senado francês. No diálogo, Shin’ichi expressou resumidamente suas convicções em relação à paz: — Há pessoas que falam da paz e do respeito à vida somente para autopromoção e, muitas vezes, de forma teórica. Mas aquelas que desejam sinceramente a paz e os jovens de pureza estão observando atentamente com visão aguçada. O mais importante é quanto agiu na prática e de verdade. Estou me movimentando com essa convicção. Se não for assim, é impossível provocar a verdadeira onda de paz nos jovens que se responsabilizarão pela era vindoura. Luto com toda a seriedade. Na época da Segunda Guerra Mundial, a Soka Gakkai sofreu uma violenta opressão do governo militarista. Em virtude disso, o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, morreu na prisão, e o segundo presidente, Josei Toda, e diversos líderes foram presos. Particularmente, eu também perdi meu irmão na guerra e senti na pele a tragédia da devastação. É por essa razão que estou me dedicando para realizar o pacifismo com a crença no budismo que é a filosofia do respeito à dignidade da vida, com o sentimento de construir um mundo livre de guerras. O diálogo se intensificava. O presidente relatou sua experiência na Resistência Francesa (La Résistance). Os assuntos tratados foram desde a concepção da personalidade do ex-presidente da França Charles de Gaulle até o modo de vida do ser humano. A troca de opiniões acabou se estendendo por cerca de três horas. A convicção do presidente era de que “o ser humano deveria ajudar uma pessoa menos favorecida que ele próprio”. As vozes de simpatia pela paz se expandiam novamente. PARTE 47 Em Paris, paralelamente aos diálogos com autoridades e intelectuais, Shin’ichi Yamamoto se empenhava com todas as forças no incentivo aos membros. No dia seguinte à chegada a Paris, em 11 de junho, ele participou de um diálogo sobre a prática da fé com os membros jovens da França; no dia 12, visitou a sede de Paris e incentivou as pessoas que ali se reuniram para a reunião de gongyo, e realizou um diálogo. No dia 13, participou do Festival Cultural da Amizade na sede de Paris, seguido do descerramento da placa comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da França e do Gongyo Comemorativo. No dia 14, participou do Conselho Superior de Líderes da França. Durante a sua estada em Paris, realizou ainda diversas sessões de fotos comemorativas com os membros, além de participar pessoalmente de visitas familiares. Sentindo que aquele era o momento visando o grande voo no século 21, ele estava decidido a transmitir a cada pessoa o espírito da Soka Gakkai e os pontos primordiais da prática da fé, principalmente aos jovens. Na manhã do dia 14, saindo do hotel em que se hospedava, Shin’ichi caminhava pela avenida que margeava os jardins das Tulherias nas proximidades do Museu do Louvre. Ele iria tomar metrô e trem para se dirigir à sede de Paris, localizada na cidade de Sceaux. No dia anterior também, havia se deslocado de trem. Queria conhecer as condições em que os membros se empenhavam nas atividades do dia a dia. Ao descer a escadaria da estação das Tulherias do metrô, Shin’ichi disse aos líderes que o acompanhavam: — Hoje, na sede de Paris, será realizada a Primeira Reunião de Representantes da Divisão dos Jovens, não é? Visando a nova partida dos jovens, gostaria de lhes dedicar um poema. Você poderia, por favor, anotar o que vou ditar? Mesmo que fosse um pequeno intervalo de tempo, ele queria utilizá-lo de forma proveitosa em prol do kosen-rufu. Chegando à plataforma, começou a ditar: Neste momento, vocês se levantaram como pioneiros do sublime e grandioso movimento chamado kosen-rufu pelos dez mil anos. Levantaram-se hasteando alto a bandeira da vida, a bandeira da justiça, a bandeira da liberdade. O século 21 é o mundo de vocês. O século 21 é o palco de vocês. PARTE 48 No interior do metrô também prosseguia o ditado. Os membros acompanhantes se esforçavam para anotar no caderno. Na estação Châtelet, a terceira a partir de Tulherias, fizeram baldeação para a Linha B rumo à periferia. O ditado continuava na esteira rolante e enquanto aguardavam o trem. Neste momento, a sociedade entrou na época do caos, tal como o sol do entardecer que se põe. Por isso, neste momento, nós entoamos a letra e a música do renascimento da paz e da cultura, tal como o novo sol que se levanta. Ampliando o círculo de amigos, numerosos e refrescantes. Às pessoas idosas, às pessoas que sofrem, às pessoas que buscam, às pessoas que se afundam na tristeza, lançando o brilho no coração de todas as pessoas, revitalizando a alegria em todas as pessoas, nós avançamos, sem nenhuma interrupção. Em suas pálpebras surgia o aspecto heroico dos vigorosos jovens que vivem pelo kosen-rufu da nova era. O novo mundo aguarda ansiosamente, o aspecto de vocês montados no cavalo branco, segurando a compaixão na mão direita e a filosofia na mão esquerda. Logo após terem feito baldeação para o segundo trem, o ditado de Shin’ichi terminou. De fato, foram cerca de dez minutos. Os membros acompanhantes se apressaram para passar a limpo as anotações feitas às pressas. Shin’ichi fez a revisão e as correções do poema. Nesse momento, ouviram-se vozes dizendo: Sensei!. Três membros franceses da Divisão Masculina de Jovens e da Divisão Feminina de Jovens estavam em pé diante dele. Eles falaram que iriam para a sede de Paris, vindos da região da Bretanha, distante algumas centenas de quilômetros. — Muito obrigado pelos esforços. Estão vindo de longe. Não estão cansados pela longa viagem? O sentimento de valorizar os jovens manifestava-se em palavras. Os jovens são a esperança e o tesouro da sociedade. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Nota: 1. HUGO, Victor. Noventa e Três. parte 2. Tradução: Kozo Sakakibara. Editora Ushio Shuppan Sha.Ilustração: Kenichiro Uchida

21/09/2023

Notícias

Nova fase de vitórias

“O inverno nunca falha em se tornar primavera.”1 A frase de Nichiren Daishonin retrata a decisão dos membros da RM Guarulhos e da RM Itapegica que, ao longo de 23 anos sem uma sede regional própria, desempenharam uma atuação digna que culminou na inauguração, no último dia 27 de agosto, do novo castelo da localidade. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), enviou significativa mensagem que será a diretriz da organização local. Em um trecho, ele frisa: Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. (...) Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra.2 Os líderes das duas RM, na ocasião, manifestaram seus agradecimentos e a decisão de que, a partir da inauguração, uma nova história na vida de cada membro despontará, como a propagação do budismo, o diálogo e a felicidade de todos: “Fiquem tranquilos que cumpriremos a missão de Guarulhos e de Itapegica!”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da inauguração e, em seus cumprimentos, enalteceu a atuação de todos, principalmente dos veteranos da organização, e salientou a importância da coragem e da decisão deles, que, no decorrer dos anos, jamais desistiram. “Todos tiveram várias intempéries ao longo dos 23 anos, e a manifestação dessa decisão está contida no dia de hoje. Ao praticarmos o Budismo de Nichiren Daishonin, nada se perde. Tudo tem um significado. Busquem entender e pôr em ação”. Shiratori também falou sobre a importância da oração resoluta com base na relação de mestre e discípulo. “Permanecer na órbita de Ikeda sensei é a chave para a vitória. Estabeleçam uma meta clara na vida pessoal e organizacional e façam da mensagem de Ikeda sensei o novo direcionamento para a sua existência. Esta sede representa o brilho dourado da vida de cada membro. A partir de agora, pulsa uma nova coragem e decisão”, concluiu Shiratori. Os grupos de apresentação da Juventude Soka e um coral das duas RM com mais de sessenta vozes finalizaram a cerimônia. Representantes renovam decisão “Tive a chance de me desenvolver na Divisão dos Jovens e de atuar em um grupo horizontal. Agora, é um orgulho ser membro da Divisão Sênior. Hoje foi um dia muito emocionante, por todas as oportunidades como jovem e de ver a cristalização desse ideal. O grande objetivo, a partir daqui, é contribuir para a criação de valores humanos e da Divisão dos Jovens.” Adriano Yosimoto, responsável pela comunidade “Estou muito emocionada com a inauguração desta sede. Pratico o budismo há mais de quarenta anos e participei de todos os momentos do desenvolvimento da organização. Hoje, mais uma vez, sinto enorme gratidão, pois não desistimos, e esse espaço, apoiando os jovens, será o local de desenvolvimento. Estou muito feliz, gratidão. Atuarei muito mais para que novas pessoas conheçam a nossa organização, e, como o Sr. Shiratori comentou, minha decisão é ser vitoriosa ainda mais nos próximos cinco anos.” Jaiza Nascimento de Figueiredo, consultora da DF de regional“Minha decisão é de aprimorar, cada vez mais, a minha atuação e que essa sede seja o castelo da localidade. Hoje é a vitória de todos e para mim é uma alegria estar aqui neste momento. Nos últimos meses, no distrito em que atuo, realizamos estudos, visitas e dialogamos sobre a importância de termos uma sede. A partir de agora, uma nova fase de vitórias.” Henrique Sergio Viana, responsável pela DMJ de distrito “Não tínhamos local para os ensaios da Asas da Paz Kotekitai e esta sede será perfeita para os encontros. Ela será acolhedora e meu coração está transbordante de alegria. Minha decisão é fazer meu juramento seigan todos os dias. Foi falado sobre os próximos cinco anos e minha determinação é estar formada em engenharia de produção e contribuir para a sociedade, além de intensificar minha atuação na localidade e no grupo horizontal.” Sofia Soares de Carvalho, responsável pela DFJ de comunidade Mensagem enviada pelo presidente Ikeda Sinceros parabéns pela tão aguardada nova sede regional de Guarulhos! Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. No dia de hoje, envio efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de trocar forte aperto de mão, de coração a coração, com cada um dos senhores. Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno desta nova sede, avancem de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Itapegica! Viva Guarulhos! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! 27 de agosto de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. Fotos: BS

06/09/2023

Notícias

RM Maringá sela vitória da esperança

Cem jovens por distrito. O número era desafiador, nem havia ideia de ser simples contagem. Para a Juventude Soka de Maringá, vital era expandir o sentimento de todos além do próprio cotidiano: “Quantos amigos eu consigo envolver de paz?”. Divulgando os ideais humanísticos da Soka Gakkai, os líderes deram vida às boas práticas de ser ombro para os que sofrem, ser diverso e plural, feliz. Desde fevereiro, participantes dos sete distritos que formam a RM Maringá articulavam-se em programações, estudos e visitas. Diálogo, muito diálogo. Se cada núcleo estava com o placar de cinquenta jovens por distrito ainda na base, imagine quando foi anunciado que a proposta seria dobrada. “Sabíamos que se tratava de um grande desafio, mas não estávamos sozinhos. Todas as divisões se encontravam na mesma órbita de corresponder ao Mestre”, enfatizam as lideranças jovens locais. O movimento abriu fronteiras, com seus participantes convictos de chegar à vitória até 20 de agosto, quando a cidade de Maringá sediaria a Reunião Nacional de Líderes. Confira alguns bastidores! 1. Humanismo é para todos Formado pelas cidades de Sarandi, Marialva e Mandaguari, distante cerca de 10 quilômetros uma da outra, o Distrito Independência marcou força pela atuação conjunta da DF e DFJ. Entre as jovens está Amanda Patrícia da Silva Pereira, que também atua na vice-liderança da DFJ da RM Maringá. Estudante de pedagogia, ela baseia sua linha de estudo na educação humanística de Makiguchi sensei, fundador da Soka Gakkai. Fez ampla divulgação do budismo em seminários e no ambiente escolar. No final, houve aquela força vinda dos outros distritos, pois “Vencer juntos é a marca de nossa organização”, sintetizam as lideranças locais. 2. Acolhimento gera união Felicidade para todos do Distrito Oásis foi ver de volta jovens tão aguardados, que se motivaram com a energia e vibração do movimento dos cem jovens. Em seu relato, a jovem Julia Taguchi revela: “Durante a pandemia, eu me afastei totalmente, mas, no fim do ano passado, decidi voltar, começando pela atuação na Asas da Paz. Uma grande vitória, pois consegui também falar do budismo para minhas amigas. Estou totalmente motivada, certa do quanto o budismo é maravilhoso e pode mudar vidas, como mudou a minha”. “Foi emocionante ver o semblante de vitória dos nossos jovens. A união veio para ficar”, confirmam os veteranos desse distrito. 3. Junto com os veteranos Com aquele apoio que chega na hora certa, no Distrito Cidade Canção, os veteranos da DS e DF se fizeram presentes. Com dias alternados de encontros de recitação de daimoku, aos poucos a onda jovem foi se formando. Um deles é Jonathan Bandeira. “Com a luta conjunta, surgiu novo ânimo. Conversei com vários amigos da academia, e concretizei meu primeiro shakubuku. Acompanhei várias visitas, sem falhar no meu daimoku diário. O incentivo é tudo. Pude também atuar nos preparativos da recente Reunião Nacional de Líderes (RNL) em nossa cidade. E boas-novas: uma que serei papai; a outra que fui convidado para a próxima Academia Índigo da Juventude Soka, em São Paulo. Que felicidade! Uma vez mais quero corresponder ao Mestre”, afirma Jonathan. 4. Leveza e comprometimento O Distrito Maringá foi o primeiro a anunciar a vitória, graças aos encontros semanais de estudo e de diálogo promovidos desde o início do ano. A energia é contagiante, como nos conta Carolina Ortiz, integrante da Divisão Feminina de Jovens (DFJ): “O bacana é que tudo vem acontecendo de forma muito leve, por exemplo, em meu local de trabalho. Tenho em minha mesa um cartão com o Nam-myoho-renge-kyo, e pela curiosidade muitos vêm até mim indagando sobre o significado. É no horário de almoço que a conversa evolui, e também nas redes sociais. Aos que se interessam, estou ali para acolher. Os benefícios da prática da fé e a sabedoria que me preenche são minhas maiores motivações. 5. Muitas vidas impactadas “Para mim, divulgar o budismo vai além de propagar um ensinamento. É ser exemplo de um bom amigo.” Essa é a declaração de Cauã, 13 anos, expressando o sentimento que o motiva. Sua irmã mais nova, Isis, também somou forças e foram eles que fecharam a lista do Distrito Esperança. Cauã relata: “Nunca tive receio em falar sobre a minha religião para meus amigos, inclusive aproveitei a oportunidade dentro da matéria de história. Levei o cartãozinho do Nam-myoho-renge-kyo para meus amigos da sala, e a professora pediu que eu recitasse. Foi incrível!”. Ele se orgulha de ter divulgado diretamente sua crença para catorze amigos. “Mas tenho a esperança de que muitos outros que ouviram se juntarão a nós. É assim, natural mesmo.” 6. Arco-íris de esperança “Eu busco sempre ser o sol no dia chuvoso de alguém que tenho a oportunidade de encontrar durante o meu dia.” A expressão da responsável pela DFJ do Bloco Parque da Gávea, Lila Ribeiro, externa o sentimento da juventude do Distrito Aeroporto. Juntos, cristalizaram o objetivo de ser o arco-íris de esperança na vida dos cem jovens objetivados por eles. No caso de Lila, que trabalha home office, a maior parte do contato foi on-line, despertando a curiosidade dos amigos. “Afinal, foi assim que conheci o budismo. E lá se vão onze anos, que alegria! Visitas virtuais, presenciais e o encontro caloroso com os estudantes, sempre com a força e o apoio das Divisões Sênior e Feminina. “E que venha a próxima! Estou a postos!” 7. Sem medir distância nem idade O Distrito Ivaí é composto de várias cidades vizinhas, além de uma parte da região de Maringá, PR, explica Eduarda Tanaka, responsável pela DFJ de distrito. Semanalmente, são promovidos encontros de daimoku e de estudos. “Nós nos deslocávamos até a cidade vizinha, Doutor Camargo, para realizar a reunião de palestra que pouco a pouco teve salas lotadas”, alegra-se a jovem, que também estava envolvida nas comemorações dos sessenta anos da Asas da Paz Kotekitai. Em meio a tudo, Eduarda vinha buscando colocação em sua área de formação, e fechou com vitória obtendo dois resultados: os cem jovens do distrito e uma vaga numa multinacional. “Sinto que todos venceram também em algum aspecto”, ressalta Eduarda, feliz demais em ver a atuação dos estudantes, como a Anna Júlia Nakaie Ornellas, de 9 anos, orgulhosa de ter ensinado o Nam-myoho-renge-kyo para três amiguinhas. E o que vem por aí, líderes da Juventude Soka de Maringá? “Não vamos parar, a onda jovem de Maringá seguirá seu curso de levar esperança para mais e mais pessoas! Aguardem!” Fotos: Colaboração local

06/09/2023

Matéria da Divisão Feminina

Mulheres determinadas e inspiradoras

Queridas rainhas do imenso Brasil! Desejamos que todas estejam bem, vencendo e desafiando todas as circunstâncias com “muito mais daimoku”. Por falar em daimoku, no próximo dia 12 de setembro, teremos a conclusão do período dos cem dias de recitação do daimoku. Soubemos que várias rainhas se desafiaram e conquistaram imensuráveis benefícios com essa oportunidade. Vamos, cada vez mais, nos desafiar em nossa recitação diária, na leitura dos incentivos de Ikeda sensei e nos conectar a essa rede da vitória. Neste mês, gostaríamos de convidar você para um bate-papo sobre empoderamento. O que significa empoderar? “Empoderar” é um verbo que se refere ao “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”.1 Conceito tão utilizado ultimamente que vem do inglês empowerment e foi usado pela primeira vez no Brasil pelo educador Paulo Freire. Segundo ele, empoderamento é a capacidade de um indivíduo de buscar por si mesmo as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer. Podemos dizer que empoderar é a capacidade do indivíduo de provocar a si mesmo, a ação de dominar ou ter poder sobre determinada situação, condição ou característica. Porém, esse poder nada tem a ver com superioridade; é um movimento de emancipação individual, de se conscientizar de quem você é, ter o domínio sobre a sua vida e tomar as próprias decisões. Resumindo, o empoderamento tem a ver com a nossa escolha da vida e, por meio dessa conscientização, somos capazes de transformar o meio em que vivemos, bem como nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Fantástico, não é mesmo?! Cá entre nós, podemos dizer que se empoderar é manifestar nossa condição de buda para realizar nossa revolução humana. E por que esse tema é tão presente entre as mulheres? Por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal, na qual seu papel na sociedade era restrito unicamente à família. Ela era a única responsável pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, sendo sempre governada pelo homem (pai, marido, irmão ou tio). Assim, a virtude das mulheres era a de reproduzir, de ser a mãe perfeita e protetora. A mulher era tida como o sexo frágil e como alguém sem direitos de escolhas.2 Na Constituição de 1824, a primeira constituição brasileira, a mulher não era considerada cidadã, portanto sem direito ao voto.3 Empoderamento nos jardins da Lei Mística Há centenas de anos, o Oriente também era permeado por uma cultura em que as mulheres eram consideradas inferiores. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus não consideravam a igualdade entre homens e mulheres. Nesse cenário, Nichiren Daishonin revelou que não havia distinção entre homens e mulheres; enfatizando que as mulheres também tinham a condição de buda. Por meio de cartas, Daishonin encorajava as mulheres a se empoderar por intermédio da Lei Mística para atingir a iluminação na forma que se apresentavam. Com esse mesmo sentimento de Daishonin, os Três Mestres vieram incentivando as mulheres, destacando a força, o potencial e o papel crucial delas em todas as esferas de atuação, sendo capazes de provocar ondas de mudança na sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, afirma: No passado, esperava-se que as mulheres no Japão obedecessem aos pais na juventude, aos maridos quando se casassem, e aos filhos na velhice. As mulheres atuais romperam esses grilhões e conquistaram seus direitos individuais. No “século das mulheres” é imprescindível que esse empoderamento propicie felicidade genuína. É essencial que as pessoas consigam pensar de maneira autônoma e efetuem seus próprios julgamentos, sem se deixarem influenciar indevidamente pela opinião pública, por tendências sociais ou pela pressão dos pares. Caso contrário, não estarão refletindo profundamente sobre seus próprios objetivos e metas, mas meramente tentando evitar ser deixada de fora.4 Podemos e temos o direito de conquistar o que desejarmos e de ser o que quisermos. E é importante destacar que, nessa jornada, é essencial nos manter no caminho da prática da fé, a base da nossa vida, bem como a forma para atingir a felicidade absoluta por meio da nossa revolução humana. Independentemente de onde estivermos, podemos incentivar a nós mesmas e conquistar uma vida radiante. Na mesma proporção em que enfrentamos grandes provações e sofrimentos, uma grandiosa condição de vida de plena realização desabrochará em nossa vida. Ikeda sensei declara: No reluzente espelho chamado Sutra do Lótus reflete-se a essência da flor de lótus inerente em nossa vida. Por mais que nossa realidade seja difícil como um pântano lamacento, nela podemos desabrochar flores, sem sermos derrotados. E a filosofia que ensina o caminho dessa perseverança e da esperança é o Sutra do Lótus.5 Empoderada sendo exatamente como é O best-seller Corajosa Sim, Perfeita Não, da autora indo-americana Reshma Sayujani, fala sobre um comportamento que está enraizado no nosso dia a dia sem nem percebermos: a busca irracional por sermos perfeitas o tempo todo. Sayujani compartilha sua trajetória desde a escola até uma vida profissional bem-sucedida. Embora tivesse obtido êxito na carreira, ela ainda sofria com a discriminação e o preconceito por ser mulher. Então, ela fundou a organização não governamental (ONG) chamada Girls Who Code (Mulheres que Programam) para que todas as mulheres também tivessem a oportunidade de desenvolver sistemas, destacando que essa não era uma função exclusiva dos homens. Atualmente, cerca de 130 corporações apoiam a ONG sem fins lucrativos, que já ajudou mais de 185 mil meninas e mulheres a ingressar no mercado de cientista da programação. Grandes empresas de tecnologia contratam essas profissionais. Aprendemos com Sayujani que é possível ir além da programação de sistemas; podemos reprogramar a nós mesmas (reinstalar “nosso sistema”). O livro menciona uma pesquisa muito interessante na qual se observou que a mulher só se candidata a uma vaga de emprego quando ela se sente 100% qualificada, enquanto o homem precisa apenas de 66% de compatibilidade para acreditar que é qualificado. Quem foi que disse que precisamos ser perfeitas? O ponto aqui é “quantas vezes deixamos de nos posicionar ou tomar uma atitude simplesmente por não querer confrontar ou por não nos sentir à altura?”. Nossa autoestima sofre um baque quando nos silenciamos. Sofremos e prejudicamos nossas relações quando nos escondemos por trás de um verniz de perfeição. Essa camada protetora pode impedir que os outros enxerguem nossos defeitos e vulnerabilidade, mas também pode nos isolar daqueles a quem amamos e dificultar a construção de relações autênticas que façam sentido de verdade. Para se reprogramar, Sayujani recomenda exercitar o músculo da coragem diariamente. Ao abandonar a necessidade de perfeição, dando lugar à coragem, podemos ter a ousadia de realizar o impensável do nosso jeito. A coragem é uma busca que enriquece nossa vida com algo que a perfeição ameaçava tirar: felicidade autêntica, sensação de realização genuína, responsabilidade pelos próprios medos, abertura para novas experiências e possibilidades, aceitação dos erros e defeitos, os quais a tornam interessante e que fazem da nossa vida algo exclusivamente nosso. Empoderadas da porta para dentro Então, amigas? Empoderadas e corajosas, podemos hoje dar um novo passo? E como direcionar com sabedoria nossa liberdade de decisão e escolha? O Mestre salienta: Quanto maiores forem a liberdade e a democracia, maiores devem ser a autodisciplina e a iniciativa de cada um forjar-se. Caso contrário, as pessoas se tornarão escravas de suas ambições e viverão na ilusão e na busca de vantagens superficiais, sem poder encontrar a verdadeira felicidade. Por isso, é importante que todos se empenhem em realizar sua revolução humana, que é o ato de forjar e polir o próprio caráter. Sem esse empenho, não poderão seguir em direção à verdadeira felicidade. O ensino que possibilita alcançar a revolução humana é o Budismo de Nichiren Daishonin. Quero dizer que os senhores têm a importante tarefa de criar o exemplo de liberdade capaz de conduzir as pessoas à realização da verdadeira felicidade.6 O daimoku é o norteador dessa liberdade com sabedoria capaz de nos libertar das amarras do destino e das tendências cármicas. O daimoku é a chave para promover o empoderamento da porta para dentro. Estamos na reta final do daimoku dos cem dias rumo a 12 de setembro, dia de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku-kempon), ou seja, a revelação da verdadeira condição de vida. Se tiverem de mudar, falar, trocar, posicionar-se e sair da zona de conforto, comecem agora e com daimoku, como Ikeda sensei sempre nos incentiva: Muito mais daimoku. Não há regra fixa de tempo. Recite em abundância até seu coração transbordar de satisfação — até o ânimo da sua alma ficar mais forte que a negatividade da sua realidade. Faça o seu melhor e crie um ritmo diário conforme sua necessidade, desejo e decisão.7 Tudo começa com a oração! Para concluir, nosso mestre nos incentiva salientando: A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a forma motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quanto o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.8 Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI ReprogrAME-SE! Atualmente, consigo realizar por dia uma hora e quarenta minutos de daimoku com base no incentivo que aprendemos com nossas queridas veteranas. Hoje, atuo no Brasil e em Angola, difundindo socialmente o poder da mulher. Meu empoderamento não é somente da porta para fora, busco principalmente a mulher negra brasileira. Como membro da BSGI, entendo que, a partir da minha missão, tenho a oportunidade de me conectar com diversas mulheres na sociedade e, juntas, dialogamos e criamos projetos para que nossas pautas sociais e pessoais sejam ouvidas e respeitadas. Assim, utilizo o meu empoderamento interior para cada vez mais seguir e caminhar com o propósito de dar vozes a mulheres e meninas. É importante avançar focada na valorização de gênero e entender a sociedade e seus anseios. Acredito no compartilhamento e na determinação de uma mulher forte, que nunca caminha sozinha e está sempre alçando projetos que abarquem a todas e a todos. TATIANA SANTOS Vice-responsável pela Divisão Feminina do Distrito Itaboraí, RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ Tatiana com sua filha, Aisha No topo: participantes da Conferência de Líderes das Mulheres Soka, realizada no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Fotos: BS / Arquivo pessoalIlustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://www.significados.com.br/empoderar/. Acesso em: 16 ago. 2023. 2. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-evoluc-o-da-mulher-na-sociedade-1.827030. Acesso em: 16 ago. 2023. 3. Disponível em: https://richtergruppe.com.br/o-papel-da-mulher-na-sociedade/ Acesso em: 16 ago. 2023. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020. 5. Idem. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 20, 2020. 6. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, 2020. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.193, 31 ago. 2013, p. A4. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.

24/08/2023

Frase da Semana

Frase da Semana

Com novas ideias, tenham novos desafios! O frescor da determinação e as ações corajosas da juventude são a força para abrir o futuro! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 19 de agosto de 2023.

24/08/2023

Terceira Civilização

Capa

Buda é outro nome para vencedor absoluto

O budismo é uma filosofia milenar que se debruça a revelar um modo de vida que nos permita conquistar a felicidade plena. No centro desse objetivo está a compreensão sobre o estado de buda, que nada tem a ver com o conceito de um ser extraordinário. Buda é outro nome de uma pessoa determinada a vencer, da forma como ela é. ­Alguém que conquista uma condição de vida livre das amarras do destino por fortalecer a crença de que tudo está dentro de si: força, coragem e esperança, entre tantas qualidades que ­potencializamos aqui e agora. Esta edição trata desse assunto e convidamos os leitores a percorrer essa jornada de conhecimento e a refletir à luz da sabedoria budista. Autodomínio “A meu ver, o domínio de si mesmo é a essência da religião, (...) [nesse ponto] se encontra a resposta eficaz ao problema da existência humana.”1 Foi assim que o historiador britânico Arnold J. Toynbee definiu o papel da religião e a razão pela qual passou a admirar o budismo que propõe uma prática para o autodomínio. Ikeda sensei ­descreve o autodomínio como “desenvolver ­sabedoria e força para responder corajosamente aos desafios impostos por desejos desenfreados e emoções negativas”.2 A questão agora é como acontece a transformação das emoções negativas em sabedoria e força. Manifestar o estado de buda Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin fez uma analogia e a enviou a uma discípula. Por meio dela, Daishonin nos explica como fazer surgir em si o ­estado de buda. O ovo de um pássaro possui apenas líquido em seu interior, mas, ao ser aquecido pelo corpo da mãe, desenvolve-se o bico, os olhos e as penas. Com o tempo, o filhote rompe a casca, sai dela e não tarda a voar pelo céu como sua mãe. Nessa analogia, a substância que o ovo contém representa a natureza de buda dos seres vivos, e Daishonin compara a recitação do Nam-myoho-renge-kyo com o “calor do corpo da ave mãe”. Nessa assertiva, ele apresenta uma clara visão de que todas as pessoas possuem inerentemente a natureza de buda, que pode ser evidenciada sem falta com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Ainda sobre a analogia da ave e do ovo descrita, o Buda adverte que os seres humanos estão envoltos pela casca da ignorância, faltando-lhe o bico da sabedoria. O primeiro passo é, portanto, acreditar em si próprio, por meio da sabedoria adquirida pelo sério e sincero daimoku, e romper com as crenças limitantes que nos prendem ao passado ou com os fatores externos que tentam enfraquecer nossa disposição de viver e ser absolutamente felizes. Nada está fora de nós, assim como adverte Nichiren Daishonin: “Se pensarmos que a Lei existe exter­namente, então estaremos retrocedendo aos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus, que pregavam a separação entre os budas e os seres humanos”.3 Buda é um ser humano O budismo surgiu na Índia no século 6 a.E.C com Shakyamuni, príncipe que abandonou seu status para se dedicar à compreensão da dor humana, que ele atribuiu como os “quatro sofrimentos” pelos quais ninguém está livre: nascimento, envelhecimento, doença e morte. A evolução da doutrina seguiu pela China e depois pelo Japão, no século 13, com o buda Nichiren Daishonin, que deu origem ao “budismo do povo”, apresentando uma maneira acessível para que todos, sem exceção, despertem para seu mais elevado potencial interior. Como forma prática para atingir essa condição, estabeleceu o Nam-myoho-renge-kyo, que pode ser entoado livremente por todos. Nem Shakyamuni tampouco Nichiren Daishonin se converteram em alguém diferente do que somos. Não passaram a ter poderes sobre-humanos ao se tornarem budas. A quebra de paradigmas para tudo o que se ouvia até então era que buda é uma condição de vida, alcançada pelas pessoas comuns, como nós. Daishonin declara que não é em nenhum lugar fora, mas dentro de nós, que reside essa força capaz de mudar o destino e fazer florescer uma existência de valor. Modo de vida Assim como o líquido dentro do ovo quando aquecido pelo corpo da mãe ave faz surgir o bico, os olhos e as penas, é por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo que manifestamos o que Toynbee chamou de uma condição interior de autodomínio e no Budismo de Nichiren Daishonin conhecemos como estado de buda. Esse é o conceito. Porém, como foi dito no início, essa filosofia propõe um modo de vida. “A conduta é um espelho no qual todos exibem sua imagem”, disse ­Goethe. Por esse raciocínio, segue-se que, por mais correta e maravilhosa que seja uma religião ou filosofia, de nada valerá se seus praticantes não demonstrarem uma conduta condizente. Ao compreender que é por meio do comportamento que se constrói uma existência de valor, o budismo reconhece que cada pessoa possui o grande potencial interior do estado de buda na própria vida e na vida dos outros. E estabelece um modelo de vida criativo. Isso porque atua na raiz da causa dos sofrimentos. Ikeda sensei esclarece: O budismo ensina que os três venenos da avareza, ira e estupidez inerentes na vida humana constituem as causas básicas de nossa infelicidade. O estado de buda é a força fundamental do Universo que nos permite vencer esses três venenos; é o mais elevado e mais nobre estado de vida. E o budismo explica que essa condição de vida existe em todas as pessoas. O estado de buda é uma função de suprema benevolência, compaixão e sabedoria e constitui também a fonte de toda a atividade da vida. A manifestação do estado de buda nos capacita a transcender a personalidade que é dominada e motivada pelo sofrimento e pelo desejo, possibilitando-­nos estabelecer nossa verdadeira personalidade. Convocar e estabelecer esse estado em nossa vida — o caminho para atingir o estado de buda nesta existência, ou o caminho para concretizar a felicidade absoluta — é o supremo objetivo da revolução humana.4 Exercite o estado de buda A partir da explanação de Ikeda sensei do escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, separamos alguns comportamentos que indicam se, de fato, praticamos com base na crença de que a Lei está dentro de nós. Vamos exercitá-los: Deixar de culpar os outros “(...) se recitamos daimoku, mas sempre culpamos outras pessoas ou as circunstâncias, estamos evitando o desafio de enfrentar nossa própria ignorância ou escuridão. Desse modo, estamos buscando a iluminação fora de nós mesmos. Ao mudarmos a nós próprios num nível fundamental, começamos a melhorar nossa situação.”5 Cultivar uma fé independente “(...) não cairmos na armadilha de desenvolver uma ‘fé dependente’, depositando a esperança de que nossas orações serão respondidas graças a poderes divinos ou transcendentais de deuses e budas. Esse é um exemplo típico de uma pessoa que vê a Lei fora de si mesma. Se evitarmos desafiar nossos próprios problemas e tendências, desenvolver e não atingiremos o estado de buda nesta existência.”6 Dizer não às dúvidas e às lamentações “Também é importante o esforço consciente para nos livrar da dúvida e descrença em geral, e das queixas e lamentações. A crença errônea de que o Myoho-renge-kyo existe fora de nós deriva da incapacidade de reconhecer que todas as pessoas, nós e as demais, também possuímos a natureza de buda. E essa incredulidade, por sua vez, origina-se da ignorância ou escuridão fundamental.”7 Considerar mais que um ideal bonito “Em termos de postura na fé, essa tendência ao ceticismo de considerar a natureza de buda como “um ideal muito bonito, mas que não muda a realidade” se manifestará como uma oração fraca, vaga e sem convicção. Se nossa fé for desprovida de ânimo ou entusiasmo, não seremos capazes de (...) transformar fundamentalmente nossa vida.”8 Fazer uma oração convicta e concreta “‘Deve ter a profunda fé.’ Com base nessas palavras, se desejamos atingir o estado de buda nesta existência, precisamos dar continuidade aos nossos esforços, aprofundar nossa fé e intensificar nossas orações.”9 A felicidade do outro Os pássaros sabem distinguir o caminho no ar; os peixes conseguem reconhecer o rumo que devem seguir nas águas. Do mesmo modo, há um caminho que conduz os seres humanos para a felicidade. As pessoas comuns não enxergam esse caminho, mas os olhos de buda o veem tão claro quanto o dia. Nichiren Daishonin revelou essa trilha indestrutível para a felicidade de todos os seres humanos — o grande caminho para atingir o estado de buda nesta existência, que não é outro senão a recitação do daimoku. Assim como as trilhas dos pássaros e dos peixes, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é o caminho mais natural para os seres humanos atingirem a iluminação.10 Como nessa explicação de Ikeda sensei, aquele que manifesta o estado de buda percorre as montanhas e os vales da vida plenamente convicto de que está trilhando o caminho da felicidade. Além disso, reconhece esse potencial nas pessoas à sua volta e as ajuda a caminhar pela mesma estrada. O daimoku daquele que se encontra no estado de buda não se limita a desejar apenas realização pessoal, mas ora pela iluminação do outro e o ensina esta maravilhosa filosofia, uma prática orientada, ao mesmo tempo, para a felicidade de si e dos demais. Assentar a estrada da felicidade Do século 13 aos dias atuais, a transmissão dos ensinamentos de Nichiren Daishonin só foi possível pela exis­tência dos Três Mestres — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, que promoveram a expansão do Budismo de Nichiren Daishonin praticado na Soka Gakkai. Conquistar uma vida de sabedoria é o anseio de todos. Esse é o caminho da revolução humana que a Soka Gakkai oportuniza às pessoas. Ao nos dedicar à prática do Nam-myoho-renge-kyo, estabelecemos nossa fortaleza interior, triunfando sobre as angústias e os sofrimentos de todas as naturezas. Essa é a condição de iluminação que não se refere a um lugar a chegar, mas adornar o caminho a seguir com o tesouro da confiança da vitória. Ikeda sensei alerta: Embora brademos que a recitação da Lei Mística é o caminho mais natural, não significa que não precisamos fazer nenhum esforço. Como acontece com qualquer caminho, para que as pessoas ­possam usá-lo, é necessário, antes, abrir uma passagem, remover obstruções e assentar uma trilha livre e transitável. Da mesma forma, o caminho da recitação do daimoku requer empenho para manter a convicção de que o Myoho-renge-kyo existe em nosso interior e para vencer a escuridão fundamental inerente em nós.11 É na relação com os companheiros dentro da Soka Gakkai, ao ouvirmos relatos, trocarmos incentivos, acompanharmos o desenvolvimento das crianças e dos jovens, que removemos as obstruções e conseguimos assentar com mais segurança e apoio a estrada da felicidade. Além disso, é nas reuniões de estudo e de diálogos em pequenos grupos que fortalecemos a semente da esperança e da determinação no coração. Trata-se de uma prática que produz comprovações claras e concretas. Quando avançamos junto com a Soka Gakkai, naturalmente, incorporamos a prática da fé ensinada por Nichiren Daishonin. Libertar-se do sofrimento É comum buscar uma religião para se livrar dos problemas. A resposta do budismo para essa busca é proporcionar meios para que o indivíduo atinja a iluminação, o estado de buda, isto é, desperte para o potencial que existe dentro da própria vida. A maneira de fazer isso começa com a recitação do daimoku aspirando à felicidade de todas as pessoas. Além do mais, o comportamento da pessoa deve espelhar a mesma natureza iluminada. Os Três Mestres são os mais sublimes exemplos dessa elevada condição de vida plenamente dedicada à felici­dade do próximo enquanto desafia as intempéries que surgem. Orientados pelas palavras de Ikeda sensei, confirmemos, uma vez mais, também percorrer este caminho para atingir o estado de buda e assim vencer a tudo. Dessa forma, aqueles que recitam sinceramente o Nam-myoho-reng-kyo ao Gohonzon e participam nas atividades da Soka Gakkai não falharão em se tornar budas. O propósito da fé é ­possibilitar-nos manifestar livremente nosso pleno potencial e resplandecer de forma autêntica. Por isso, é importante sempre nos desafiarmos e avançarmos, imbuídos do espírito: “Vou me empenhar na prática diária!”, “Aprofundarei minha fé”, “Farei o máximo como um membro da Soka Gakkai!”. Esse é o caminho ­infalível para atingir o estado de buda nesta ­existência.12 Ouça o podcast sobre o escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência. Leia a explanação de Ikeda sensei sobre o escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência na íntegra. No topo: Companheiros de diversas localidades recitam daimoku durante a Reunião Nacional de Líderes (São Paulo, SP, ago. 2024). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. IKEDA, Daisaku; TOYNBEE, Arnold J. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 339. 2. Terceira Civilização, ed. 592, dez. 2017, p. 44 . 3. IKEDA, Daisaku. Atingir o Estado de Buda nesta Existência. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022 . p. 45. 4. Idem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. Parte 2: Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023 . p. 26-27. 5. Idem. Atingir o Estado de Buda nesta Existência. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022 . p. 55. 6. Ibidem, p. 55-56. 7. Ibidem, p. 56. 8. Ibidem. 9. Ibidem. 10. Idem, p. 87-88. 11. Idem, p. 89. 12. Idem, p. 54-55.

04/09/2024

Pensamento

Não são o destino ou o ambiente que definem a felicidade ou a infelicidade

Não são o destino ou o ambiente que definem a felicidade ou a infelicidade — elas são definidas pelo coração da própria pessoa. Alguém medroso tem sempre o coração inseguro; um bravo pode se manter sereno em qualquer ambiente. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 12 de abril de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Ikeda sensei direciona sua câmera ao rio e às montanhas que resplandecem diante dos seus olhos. A região de Hokuriku é o local de nascimento do venerado mestre, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai (Rio Shogawa, Hokuriku, ago. 1984). Foto: Seikyo Press

01/08/2024

Estudo

[69] Promover o avanço do nosso movimento, comprovando os princípios de que “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”

Explanação O Budismo Nichiren é uma religião para transformar as circunstâncias. Constitui um modo de vida seguro e infalível. O âmago da nossa prática budista, portanto, consiste em demonstrar provas reais dos princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”. A fé na Lei Mística é o grande caminho para construir a felicidade, a fonte da sabedoria para alcançar a vitória na vida. O Budismo Nichiren é a filosofia da esperança para realizar a revolução humana e a transformação do destino, o farol espiritual para edificar uma sociedade segura e um mundo pacífico. Seja o sábio do princípio da “prática da fé é a própria vida diária. Seja o herói do “budismo é a própria sociedade” — essa é a crença que os membros da Soka Gakkai do Japão e do mundo compartilham e levam a cabo com convicção e orgulho todos os dias. Manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez Neste ano [2021], celebramos o 150o aniversário de nascimento do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi.1 Antes da Segunda Guerra Mundial, Makiguchi sensei declarou que “A suprema essência do budismo reside em demonstrar um modo de vida de máximo valor”,2 que ele denominou de “modo de vida de bem maior”. Acrescentou ainda que o propósito da nossa organização consiste em demonstrar, estudar e guiar outros ao caminho para criar esse supremo valor — a felicidade insuperável — em nossa vida diária, pela maneira como efetivamente vivemos.3 Makiguchi sensei enunciou o lema da educação Soka: “Em vez de caminhar fitando o céu sonhando, certifique-se de manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez!”.4 Mantendo firmemente os pés no solo da vida diária, avancemos, de forma constante, vencendo dia a dia. Esse é um caminho repleto de esperança, que conduz a uma vida sólida, um tesouro consistente em contraste com devaneios. Religião é um “código de princípios para a vida” No editorial intitulado Revolução Religiosa, escrito para a primeira edição [julho de 1949] da revista de estudo da Soka Gakkai Daibyakurenge, meu mestre, Josei Toda, declarou: “A religião, originariamente, é um código de princípios para a vida e deve ser uma parte inseparável da nossa vida diária”.5 Durante a Segunda Guerra Mundial, os presidentes Makiguchi e Josei Toda foram presos por se recusar a ceder às exigências das autoridades militaristas do Japão. Tsunesaburo Makiguchi morreu na prisão, ao passo que Josei Toda saiu do cárcere, posteriormente, com vida. Invencíveis diante dessa grande perseguição, mestre e discípulo Soka nos legaram sua poderosa convicção de que a essência do Budismo Nichiren “constitui ampla e fundamental lei da vida”.6 Pelo fato de essa lei ser universal, afirmou Makiguchi sensei, é infalível e pode ser comprovada com sucesso por todos, sem exceção. Isso nos traz à lembrança as palavras de Mahatma Gandhi, o qual declarou que a história de sua vida de luta pela não violência consistia unicamente em suas “experiências com a verdade”7 e que “aquilo que é possível para um é possível para todos”.8 Manifestando a força do budismo em meio às circunstâncias Gandhi também disse: “Minhas experiências [pela não violência] não se limitaram a um espaço restrito, mas abertamente”.9 De modo semelhante, nosso movimento popular budista avançou, não por trás de portas fechadas, mas no mundo real com a comprovação do princípio de que “prática da fé é a própria vida diária” pelos membros. Isso porque, assim como ensina Daishonin, nada supera a prova real” (cf. CEND, v. I, p. 626). A fé na Lei Mística oferece a força para vencer na vida. Recitamos daimoku e entramos em ação e continuamos recitando no decorrer dos nossos esforços. Em todos os recantos do mundo, os membros da Soka Gakkai, a partir de orações imbuídas do juramento seigan pelo kosen-rufu, recitam Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística. Reúnem coragem e sabedoria para vencer os desafios cotidianos e propagam a Lei Mística de forma compassiva. Como resultado, a Soka Gakkai está repleta de experiências inspiradoras de membros que estão demonstrando provas sólidas de benefícios da fé e conquistando uma vida transbordante de esperança e de alegria. Estou convicto de que, com isso, eles dão expressão ao espírito do Sutra do Lótus e personificam a verdadeira prática do budismo conforme ensinado por Nichiren Daishonin. Trecho do escrito 1 O Kalpa de Diminuição O capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus, afirma: [As doutrinas que eles pregarem (...)] jamais vão contrariar a realidade fundamental” [cf. LSOC, cap. 19, p. 304]. Tiantai10 comentou sobre isso, dizendo: “Nenhum assunto secular, da vida ou do trabalho, difere de forma alguma da realidade fundamental”.11 A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem compreensão dos princípios que regem o mundo. (CEND, v. II, p. 389)12 Todos os assuntos do cotidiano são consistentes com o budismo Makiguchi sensei sublinhou a passagem acima de O Kalpa de Diminuição em seu exemplar dos escritos de Nichiren Daishonin, acatando-a com profunda seriedade. Na parte anterior a esse trecho, Daishonin escreve que, na era impura do kalpa de diminuição, quando a energia vital das pessoas declina, a sabedoria benéfica do budismo para conduzir as pessoas à felicidade é subjugada e se torna ineficaz, pelo impacto negativo dos “três venenos” — avareza, ira e estupidez.13 Ele também nos adverte que esses males se intensificarão se as pessoas dedicarem oferendas a sacerdotes que, apesar de aparentarem ser pessoas de sabedoria que deixaram o mundo secular, caluniam ativamente o Sutra do Lótus. Na passagem que estamos estudando, Daishonin declara que uma genuína “pessoa de sabedoria” não é aquela que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares. Ele esclarece um princípio fundamental do Sutra do Lótus de que “o budismo abarca todos os assuntos seculares” e descreve a verdadeira conduta de uma pessoa de sabedoria. O trecho do Sutra do Lótus que Daishonin cita aqui pertence ao capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, que descreve em detalhes o benefício da purificação dos seis órgãos dos sentidos,14 o qual é obtido pelos mestres da Lei (bodisatvas) praticando o Sutra do Lótus. A passagem em questão refere-se especificamente à purificação da mente. Em outras palavras, quando os mecanismos do coração e da mente deles [mestres da Lei (bodi­satvas)] se purificam ao abraçarem e praticarem a Lei Mística, eles passam naturalmente a ensinar e a falar de acordo com os princípios do budismo e perfeitamente alinhados com a realidade fundamental. Isso, sem dúvida, é resultado da purificação dos seis órgãos — que passam por uma profunda transformação interior — por meio de sua prática budista. Por isso, irradiam o brilho da sabedoria budista e conseguem converter suas atividades em esforços pela felicidade e vitória. Religião que não se afasta das circunstâncias O Budismo Nichiren constitui um ensinamento de engajamento ativo na sociedade; olha diretamente para a sociedade e busca melhorá-la. Não é dissociado da realidade ou dos “assuntos seculares”. No entanto, muitos no Japão, no passado e no presente, se apegaram à ideia de que o budismo é diverso ou distante dos assuntos seculares, algo não relacionado com a vida diária. Isso se deve, em parte, ao fato de as escolas budistas estabelecidas considerarem o Buda um ser transcendental, sobrenatural e traçarem uma distinção entre o religioso e o mundo secular de várias maneiras, levando algumas escolas budistas a assumir uma aura de misticismo e de autoridade que utilizaram para se manter acima do mundo secular e para exercer o controle sobre a vida das pessoas. Nichiren Daishonin, em contraste, declara: “A mente dos seres vivos é originalmente o Buda” (OTT, p. 208). O Budismo Nichiren ensina que o Buda não habita algum reino distante afastado do mundo real e que, na verdade, todos nós possuímos inerentemente a nobre condição de vida do estado de buda e podemos trazer à tona do nosso interior esse poder para vencer nossos problemas da vida real. Gravemos, mais uma vez, profundamente estas palavras: “Pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares” (CEND, v. II, p. 389). Este conturbado mundo saha15 em que vivemos é, de fato, atolado em sofrimentos. Porém, reunindo a coragem para estender a mão àqueles que sofrem, evidenciando a compaixão e a sabedoria do budismo e contribuindo efetivamente para a felicidade dos outros é que nos tornamos genuínas “pessoas de sabedoria”. Esse é o modo de vida repleto de orgulho dos bodisatvas da terra. O budismo vivo de Nichiren Daishonin se propõe a enviar um fluxo contínuo de indivíduos com essa característica à sociedade. Os membros da Soka Gakkai comprovam os princípios do budismo com a própria vida Makiguchi sensei atribuía grande relevância às experiências dos membros na prática da fé. Ele citou a história de uma mulher que ultrapassou dificuldades no âmbito familiar e no trabalho para edificar de forma triunfante uma família feliz e harmoniosa admirada por todos os vizinhos. Além do mais, compartilhou a experiência de um homem que, por meio da prática budista, foi capaz de revitalizar sua gráfica, que operava no vermelho por mais de uma década. Makiguchi sensei descreveu esses dramas inspiradores como o “resultado do esforço total de vida ou morte” e comparou-os a diamantes ou pepitas de ouro descobertos na areia.16 Ele via essas experiências dos membros que incorporavam a prática da fé na própria vida diária como “provas reais de uma vida de bem maior” e “evidência da consecução do estado de buda nesta existência”.17 Toda sensei também nos ensinou que, mediante nossos esforços para aplicar a prática da fé na vida diária, ao mesmo tempo em que lidamos com todos os tipos de problemas, podemos estabelecer uma condição de felicidade absoluta na qual o próprio fato de estar vivo já é uma alegria. Nada o deixava mais satisfeito que ouvir relatos de experiência de membros progredindo em sua revolução humana e transformando o destino. Daishonin afirma: “Quando uma pessoa que apresenta provas claras no presente expõe o Sutra do Lótus, também surgem pessoas capazes de crer [no sutra]” (CEND, v. I, p. 535). Makiguchi sensei observou que um dos aspectos ímpares em relação às experiências de fé dos membros da Soka Gakkai é que eles não apenas se empenham para acumular as comprovações de benefícios da prática da fé, mas também buscam ativamente falar sobre elas ao máximo de pessoas possível. A verdade é poderosa. As experiências dos membros da organização ao redor do mundo são tesouros eternos da Soka Gakkai e uma força propulsora para a propagação da Lei Mística. O princípio de “prática da fé é a própria vida diária” também significa que a vida diária equivale à fé. Em outras palavras, que todos os aspectos da nossa vida constituem prática budista. Daishonin orienta calorosamente um de seus dedicados discípulos leigos: “Se continuar vivendo do jeito que vive agora, não há dúvida de que estará praticando o Sutra do Lótus vinte e quatro horas por dia. Considere o serviço prestado a seu senhor feudal como a prática do Sutra do Lótus” (Ibidem, v. II, p. 169). Que prova de felicidade podemos obter praticando o Budismo Nichiren — cujo ensinamento revela a essência do Sutra do Lótus — em meio às realidades da existência cotidiana, com o espírito de que cada momento da nossa vida faz parte de nossa prática budista? Examinemos a questão mais a fundo ao seguirmos para a próxima passagem dos escritos de Nichiren Daishonin que estudaremos. Essa passagem consta numa carta de incentivo para Shijo Kingo na época em que ele enfrentava grandes obstáculos. Eu também transcrevi esse trecho em meu diário18 como fonte de inspiração no período em que estava me empenhando ao máximo como discípulo ao lado do mestre, Josei Toda, para superar os problemas nos negócios dele. Trecho do escrito 2 Os Três Tipos de Tesouro É raro nascer como ser humano. O número de seres dotados de vida humana é tão pequeno quanto os grãos de terra que cabem sobre uma unha. E a vida humana é tão difícil de manter quanto o orvalho permanecer sobre a grama. Contudo, é melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desonra. Viva de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiem pela diligência com que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo] serve ao seu senhor feudal, ao budismo e às demais pessoas.19 (CEND, v. II, p. 112) Shijo Kingo ao defrontar-se com uma crise na fé Após Daishonin receber indulto do exílio na Ilha de Sado e voltar para Kamakura, Shijo Kingo fortaleceu sua determinação e insistiu com seu senhor feudal, Ema, para que abraçasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Entretanto, suas sinceras ações acabaram apenas ofendendo e afastando Ema, que era fiel seguidor do sacerdote Ryokan20 do templo Gokuraku-ji. Colegas invejosos de Shijo Kingo consideraram a ocasião oportuna para desacreditá-lo. Em meios a esses percalços, outro grave incidente sucedeu. Shijo Kingo foi falsamente acusado de provocar um tumulto violento. No sexto mês de 1277, um sacerdote discípulo de Nichiren Daishonin e um sacerdote da escola budista Tendai travaram um debate conhecido como Debate de Kuwagayatsu.21 Vários colegas de Shijo Kingo apresentaram relatos espúrios ao senhor feudal Ema afirmando que Kingo havia irrompido no debate, de forma violenta, para atrapalhá-lo. Ema exigiu que ele renegasse a sua fé no Sutra do Lótus; caso contrário, confiscaria as terras dele. Shijo Kingo viu-se diante da maior crise. Além de redigir uma petição22 em nome de Shijo Kingo para apresentar a Ema a fim de esclarecer a inocência de seu discípulo, Daishonin também orientou seu discípulo rigorosamente: “Jamais desonre o Sutra do Lótus, ainda que se torne o pior dos mendigos” (CEND, v. II, p. 84). Shijo Kingo perseverou com decisão inabalável. Então, um dia, repentinamente, Ema adoeceu. Kingo, médico habilidoso, tratou da doença dele com grande atenção e devoção, reavendo, em virtude disso, as graças do seu senhor feudal. Foi nessa mudança positiva dos rumos dos acontecimentos que Daishonin enviou a carta intitulada Os Três Tipos de Tesouro, na qual consta a passagem que estamos estudando agora. “Este momento é crucial” dizia a mensagem transmitida por essa carta. Expressava a profunda preocupação e o discernimento de Daishonin sobre a natureza humana. Nichiren Daishonin declara quão raro e precioso é nascer como ser humano e manter a vida humana. O número daqueles que o fazem, diz ele, “é tão pequeno quanto os grãos de terra que cabem sobre uma unha” e a vida humana “é tão difícil de manter quanto o orvalho permanecer sobre a grama” (Ibidem, p. 112). Prosseguindo, ele afirma: “É melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desonra” (Ibidem). A felicidade e o valor da vida não são mensurados pela extensão do nosso tempo neste mundo, mas por quão ricos, significativos e plenos de propósito são os nossos dias. Torne-se alguém em quem as pessoas à sua volta confiam Em seguida, Daishonin escreve: “Viva de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiem pela diligência com que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo] serve ao seu senhor feudal, ao budismo e às demais pessoas” (CEND, v. II, p. 112). “Servir ao senhor feudal”, no contexto atual, indica construir sólidas relações de confiança com seu superior ou empregador. Significa tornar-se um funcionário extraordinário no ambiente de trabalho ou destacar-se pela excelência no exercício da profissão. Também se refere à nossa conduta como membros da sociedade. “Servir ao budismo” quer dizer praticar resolutamente sem jamais nos afastar, sempre com base na fé na Lei Mística. “Às demais pessoas” diz respeito a qualidades ligadas à capacidade de demonstrar consideração e sincero interesse pelos outros, que nos levam a conquistar o respeito e a confiança dos que se encontram ao nosso redor no âmbito do nosso convívio em sociedade. Essas três frases sintetizam as esferas mais importantes para comprovar que “prática da fé é a própria vida diária” e “budismo é a própria sociedade”. Daishonin nos insta a viver de tal forma que conquistemos o louvor daqueles que nos cercam. Desse modo, de acordo com o princípio de “manifestar a natureza de buda interna e gerar a proteção externa”,23 nossas virtudes emanam naturalmente da nossa vida e produzem o benefício da proteção externa. Suscitar elogios é sinal de respeito e confiança dos que estão à nossa volta e da nossa comunidade. Quando as pessoas de Kamakura viram Shijo Kingo assumir uma posição de destaque no círculo mais próximo do senhor feudal, expressaram sua admiração e louvor: “Em sua imponente estatura, em seu semblante, bem como em sua montaria e os subordinados que o atendem, ninguém se compara a Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo [Shijo Kingo]. Os meninos de Kamakura, todos, reunindo-se na encruzilhada, exclamam: ‘Ah! Eis um sujeito excelente, realmente excelente!’” (WND, v. II, p. 730). Esse era exatamente o tipo de elogio que Daishonin desejava que ele obtivesse. Nichiren Daishonin ensinou a Shijo Kingo que um buda é um “herói do mundo”24 e que “O budismo se preocupa primordialmente com vitória ou derrota” (CEND, v. II, p. 95). Devemos vencer tanto em nossa vida como em nossos esforços na sociedade. Como membros da Soka Gakkai, abraçamos a Lei Mística, pondo os ensinamentos do budismo em prática na sociedade, e mantemos a fé para a vitória absoluta, sempre empregando a “estratégia do Sutra do Lótus” (Ibidem, p. 267). Prossigamos com orgulho em nossa luta como indômitos campeões e invencíveis indivíduos de sabedoria e vençamos infalivelmente. Torne-se o herói que vence as dificuldades diante de seus olhos O Sutra do Lótus descreve as características dos bodisatvas da terra, aos quais Shakyamuni confiou a propagação do sutra nos Últimos Dias da Lei. Referindo-se ao líder deles, Bodisatva Práticas Superiores,25 ele diz: Assim como a luz do sol e da lua pode dissipar totalmente a penumbra e a escuridão esta pessoa, em sua passagem pelo mundo, é capaz de erradicar a escuridão dos seres vivos. (LSOC, cap. 21, p. 318) Os bodisatvas da terra “em sua passagem pelo mundo” — quer dizer que eles são atuantes no mundo secular, na sociedade e na realidade deste mundo saha. Nem é preciso dizer que o lugar onde nos encontramos agora é o local em que alcançamos o estado de buda nesta existência. A prática budista consiste em se engajar na sociedade com base na fé na Lei Mística. Em Os Miseráveis, ao retratar os bravos e perseverantes esforços do jovem Marius em meio a grandes adversidades, o escritor francês Victor Hugo (1802–1885) expressou: “Muitas das grandes façanhas são realizadas no decorrer das pequenas lutas da vida”.26 Victor Hugo prosseguiu, escrevendo que há “Nobres e misteriosos triunfos que outros olhos não veem, que não geram nenhuma fama e não são aclamados por fanfarras. Vida, adversidade, solidão, abandono, pobreza são campos de batalha que têm os seus heróis; heróis desconhecidos, por vezes maiores do que os insignes”.27 As comoventes palavras de Hugo nos fazem lembrar todos os nossos membros lutando intrepidamente contra desafios inimagináveis nestes tempos turbulentos. Na juventude, vivenciei uma batalha semelhante à descrita por Victor Hugo. Quando os negócios de Toda sensei estavam em crise, as pessoas zombavam de mim, perguntando por que nossa prática budista não solucionava nossos problemas. Mas, para mim, não havia outro mestre no kosen-rufu além de Josei Toda. Meu coração permanecia sereno e livre de dúvida. Estava determinado a recitar Nam-myoho-renge-kyo e a lutar com toda a minha energia juvenil e meu compromisso para proteger meu mestre, sem jamais recuar um único passo. Em meu diário, registrei o seguinte na época: “Esforços e adversidades! / Nessa jornada, você cultivará o verdadeiro humanismo”;28 e “Por ter fé / posso experimentar o valor, o bem maior, a mais poderosa energia vital, / e sentir a felicidade que surge da revolução humana”.29 Essa era a minha firme convicção. Acreditava totalmente na veracidade das palavras: “Quando o céu está límpido, a terra se ilumina. De maneira semelhante, quando uma pessoa conhece o Sutra do Lótus, ela compreende o significado de todas as questões seculares” (CEND v. I, p. 395). Repleto de gratidão por aprender e lutar ao lado de tão grande mestre, segui em frente em meio ao turbilhão e ensejei a retumbante vitória da posse de Toda sensei como segundo presidente da Soka Gakkai. O dia 3 de maio [de 2021] assinala o 70o aniversário dessa auspiciosa ocasião. Aqueles dias de luta incessante são a história dourada da minha juventude e a verdadeira prática budista para a revolução humana. Daishonin escreve: “O ferro, quando aquecido e forjado, torna-se uma excelente espada” (Ibidem, p. 320). Exatamente como ele afirma, durante aquela época, construí uma condição de vida indestrutível como o diamante e acumulei incalculável “tesouro do coração” (Ibidem, p. 112). Desde a juventude, venho me empenhando incansavelmente pelo kosen-rufu como discípulo de Toda sensei. Concretizei tudo o que ele idealizou. É precisamente devido a essa luta baseada na unicidade de mestre e discípulo que os alicerces da Soka Gakkai como organização mundial foram assentados. Agora, jovens “Shin’ichis Yamamoto” no mundo todo herdaram esse legado e o estão levando avante. O grande caminho da esperança e da vitória da revolução humana Vitórias verdadeiras são aquelas que alcançamos a cada dia. Sem acumular esses triunfos diários, não pode haver grande vitória na vida. O caminho infalível para a revolução humana e para mudar a sociedade se encontra em nossa capacidade de fazer desabrochar flores de felicidade e de vitória em nossa vida e ampliar o círculo de pessoas que encorajamos nos locais em que realizamos nossas atividades cotidianas. Esse é o caminho para concretizar o ideal de Nichiren Daishonin de “pacificação da terra” — ou seja, a paz mundial. Para tanto, vocês — nobres heróis humanistas que praticam a Lei Mística — não devem ser derrotados. Vençam com fé genuína! Vençam na vida diária! Vençam na sociedade! Vençam na vida! Vençam sempre! Vamos dar a partida! Vamos continuar avançando intrepidamente com harmonia, alegria e boa disposição nesse “grande caminho” (em consonância com o subtítulo) da esperança e da vitória! (Daibyakurenge, edição de janeiro de 2021) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI Resumo Estudo — Abril 2024 Principais tópicos estudados Religião para transformar as circunstâncias “O Budismo Nichiren é uma religião para transformar as circunstâncias. Constitui um modo de vida seguro e infalível. O âmago da nossa prática budista, portanto, consiste em demonstrar provas reais dos princípios de ‘prática da fé é a própria vida diária’ e ‘budismo é aprópria sociedade’.” Prática da fé é a própria vida diária “Antes da Segunda Guerra Mundial, Makiguchi sensei declarou que ‘A suprema essência do budismo reside em demonstrar um modo de vida de máximo valor’.” Budismo é a própria sociedade “O Budismo Nichiren é a filosofia da esperança para realizar a revolução humana e a transformação do destino, o farol espiritual para edificar uma sociedade segura e um mundo pacífico.” Os membros da Soka Gakkai comprovam os princípios do budismo Makiguchi sensei atribuía grande relevância às experiências dos membros na prática da fé. Frases marcantes “A fé na Lei Mística oferece a força para vencer na vida. Recitamos daimoku e entramos em ação e continuamos recitando no decorrer dos nossos esforços.” “Em vez de caminhar fitando o céu sonhando, certifique-se de manter os pés no chão e avançar um passo de cada vez!” “Em todos os recantos do mundo, os membros da Soka Gakkai, a partir de orações imbuídas do juramento seigan pelo kosen-rufu, recitam Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística. Reúnem coragem e sabedoria para vencer os desafios cotidianos e propagam a Lei Mística de forma compassiva.” “O Budismo Nichiren constitui um ensinamento de engajamento ativo na sociedade; olha diretamente para a sociedade e busca melhorá-la. Não é dissociado da realidade ou dos ‘assuntos seculares’.” “‘Servir ao senhor feudal’, no contexto atual, indica construir sólidas relações de confiança com seu superior ou empregador. Significa tornar-se um funcionário extraordinário no ambiente de trabalho ou destacar-se pela excelência no exercício da profissão. Também se refere à nossa conduta como membros da sociedade.” Personalidades e personagens budistas citados - Tsunesaburo Makiguchi; - Josei Toda; - Mahatma Gandhi; - Nichiren Daishonin; - Shijo Kingo, discípulo fiel de Nichiren Daishonin; - Senhor feudal Ema; - Ryokan, sacerdote; - Victor Hugo, escritor, ativista e político francês (1802–1885). Perguntas-guia para as atividades de estudo O que significa “o budismo não está dissociado da vida diária”? Nichiren Daishonin, declara: “A mente dos seres vivos é originalmente o Buda ” (OTT, p. 208). O Budismo Nichiren ensina que o Buda não habita algum reino distante afastado do mundo real e que, na verdade, todos nós possuímos inerentemente a nobre condição de vida do estado de buda e podemos trazer à tona do nosso interior esse poder para vencer nossos problemas da vida real. Qual é o comportamento ideal como membro da organização? Como membros da Soka Gakkai, abraçamos a Lei Mística, pondo os ensinamentos do budismo em prática na sociedade, e mantemos a fé para a vitória total, sempre empregando a “estratégia do Sutra do Lótus” (Ibidem, p. 267). Prossigamos com orgulho em nossa luta como indômitos campeões e invencíveis indivíduos de sabedoria e vençamos infalivelmente. Qual é o caminho para a revolução humana? O caminho infalível para a revolução humana e para mudar a sociedade se encontra em nossa capacidade de fazer desabrochar flores de felicidade e de vitória em nossa vida e ampliar o círculo de pessoas que encorajamos nos locais em que realizamos nossas atividades cotidianas. Esse é o caminho para concretizar o ideal de Daishonin da “pacificação da terra” — ou seja, a paz mundial. No topo: Integrantes da Divisão dos Estudantes em atividade artística (Bauru, SP, nov. 2023) Notas: 1. Tsunesaburo Makiguchi nasceu em 6 de junho de 1871. 2. Cf. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 5. 3. Ibidem. 4. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 5. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1982. p. 27. 5.TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 1. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1981. p. 7. 6. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 8. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1984. p. 411. 7. GANDHI, Mahatma. All Men Are Brothers: Autobiographical Reflections [Todos Somos Irmãos: Reflexões Autobiográficas]. KRIPALANI, Krishna (comp. e ed.). Nova York: Continuum, 2000. p. 3. 8. Ibidem, p. 4. 9. Ibidem. 10. Tiantai (538–597), também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Fundador da escola Tiantai na China. Suas principais obras — Profundo Significado do Sutra do Lótus, Palavras e Frases do Sutra do Lótus e Grande Concentração e Discernimento — foram registradas e compiladas por seu discípulo imediato Zhangan. Em Grande Concentração e Discernimento, Tiantai apresenta o princípio dos “três mil mundos num único momento da vida” e a prática da meditação para compreender esse conceito. 11.Profundo Significado do Sutra do Lótus. 12. A data e o destinatário são desconhecidos. A julgar pelo conteúdo, porém, presume-se que a carta tenha sido enviada a alguém da família do sacerdote leigo Takahashi Rokuro Hyoe subsequentemente à sua morte, por volta de 1276, após a invasão mongol. 13. Avareza, ira e estupidez são consideradas, no budismo, males fundamentais inerentes à vida, que originam o sofrimento humano. São conhecidos como os “três venenos”. 14. Purificação dos seis órgãos dos sentidos: Também conhecida como a purificação dos seis sentidos ou faculdades. Refere-se a purificar os seis órgãos dos sentidos: olhos, orelhas, nariz, língua, pele e mente, tornando possível compreender as coisas corretamente. O capítulo 19, “Os Benefícios do Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus, explica que aqueles que mantêm e praticam o sutra adquirem vários benefícios, e que, por meio desses benefícios, os seis órgãos dos sentidos se tornam apurados e puros. 15. Mundo saha: Este mundo, o mundo dos seres humanos, marcado por sofrimentos. Em sânscrito, saha significa terra; deriva-se do radical “suportar” ou “resistir”. Por essa razão, nas versões chinesas dos textos budistas, a palavra saha é traduzida como “resistência”. Nesse contexto, o mundo saha indica um lugar no qual as pessoas devem resistir a todos os tipos de sofrimento. 16. Cf. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 144. 17. Ibidem, p. 143. 18. Cf. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 77 (2 de dezembro de 1950). 19. A carta Os Três Tipos de Tesouro, datada do décimo primeiro dia do nono mês, foi endereçada a Shijo Kingo. Nela, Nichiren Daishonin escreve sobre o tesouro do coração e o nosso comportamento como seres humanos, ensinando ao seu discípulo a chave para a vitória na vida. 20. Ryokan (1217–1303): Sacerdote da escola Preceitos-Palavra Verdadeira e prior do templo Gokuraku-ji em Kamakura desde 1267. Durante muitos anos, Ryokan perseguiu Nichiren Daishonin e seus discípulos, tanto ostensiva como secretamente. 21. Debate de Kuwagayatsu: Debate realizado em Kuwagayatsu, Kamakura, em 1277, entre o discípulo de Nichiren Daishonin, Sammi-bo, e um sacerdote chamado Ryuzo-bo, que estava sob a égide de Ryokan do templo Gokuraku-ji. Ryuzo-bo foi completamente derrotado por Sammi-bo. Shijo Kingo meramente compareceu ao debate como espectador e não pronunciou uma palavra. No entanto, alegaram ao senhor feudal Ema que Shijo Kingo havia irrompido no debate, acompanhado de vários aliados com armas desembainhadas, e causado tumulto no evento. 22. Petição, conhecida como “Carta de Petição de Yorimoto [Shijo Kingo]”, que Daishonin escreveu para o senhor feudal Ema em nome de Shijo Kingo no sexto mês de 1277. A petição aparentemente nunca foi submetida a Ema. 23. “Manifestar a natureza de buda interna e gerar a proteção externa” (naikun gego) é uma frase de Anotações sobre “Grande Concentração e Discernimento” do grande mestre Miaole. 24. Herói do mundo: Outro nome ou título honorífico de um buda. Referência ao heroísmo de um buda de vencer os desejos mundanos e os sofrimentos de todas as pessoas e conduzi-las à iluminação com suprema sabedoria e profunda compaixão. 25. Bodisatvas da terra: Referência à imensa multidão de bodisatvas que emergem da terra no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, a quem o buda Shakyamuni confia a propagação da Lei Mística após a sua morte. No capítulo 21, “Poderes Sobrenaturais”, do Sutra do Lótus, Shakyamuni incumbe o bodisatva Práticas Superiores, líder dos bodisatvas da terra, de propagar a Lei no mundo saha na era maléfica dos Últimos Dias da Lei. 26. HUGO, Victor. Les Misérables [Os Miseráveis]. Tradução: Julie Rose. Londres: Random House, 2008. p. 560. 27. Ibidem. 28. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 78. (5 de dezembro de 1950). 29. Ibidem, p. 88 (11 de janeiro de 1951).

01/04/2024

Pensamento

O coração que “sente e compartilha do sofrimento dos outros”

O coração que “sente e compartilha do sofrimento dos outros” se preocupa com a dor dos outros. O coração que deseja a felicidade dos outros não consegue ficar sem orar. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 1o de abril de 2018 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Flores de cores vívidas desabrocham exalando seu aroma, e até parecem compartilhar a alegria da chegada da primavera. Assim também é a beleza das mulheres que vivem por seu ideal e convicção. Imagem registrada pelo presidente Ikeda no Jardim Memorial Makiguchi (Hachioji, Tóquio, abr. 2009). Foto: Seikyo Press

01/06/2023

RDez

Faróis da Esperança

Dormir cedo, acordar cedo e avançar a toda velocidade!

Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei Parabéns pelo novo ano letivo!1 Para que vocês tenham um início renovado e repleto de esperança, estou torcendo e bradando: “Lutem no ritmo do sol e com um coração como o sol!” Quando acordarem de manhã, abram as cortinas e absorvam os raios do Sol. E não se esqueçam do café da manhã, que é uma importante fonte de energia. Façam o sol da coragem se erguer em seu coração a cada dia realizando gongyo, recitando Nam-myoho-renge-kyo e decidindo não serem derrotados! Nas manhãs em que estiverem com pressa, recitar Nam-myoho-renge-kyo três vezes é o suficiente. Espero que estudem com afinco, aprendam com um espírito radiante e tentem não ir para a cama muito tarde. Isso porque uma boa noite de sono é essencial para um crescimento saudável. Dormir cedo, acordar cedo e avançar a toda velocidade! Por favor, esforcem-se nesse ritmo para terem boa saúde e alcançarem a vitória! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de abril de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Nota: 1. O ano letivo japonês começa em abril.

01/02/2024

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Mês de setembro

Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de setembro: Do Mestre para você Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento Na última parte desta série, o Mestre nos ensina a superar os medos. Corredores da Justiça Descubra o que a lua e o aprofundamento da fé têm em comum. Faróis da Esperança Desperte o poder do leão dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Você sabe o que é cultura de paz? Leia aqui. DE-Esperança Veja como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no dia a dia. DE-Herdeiro Aprenda de quantas maneiras a solidariedade pode contribuir para a paz. Quentinhas O que Rolou Se liga no que as localidades organizaram pela DE. Trending Topics A primavera chegou! Saiba quais flores brasileiras desabrocham nesta época. Mural de Vitórias Pedro Henrique conta, em vídeo, como venceu no estudo, na prática esportiva e na criação de um livro. Matéria do mês Minhas ações pela paz Construa um futuro melhor a partir de agora com a RDez! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os cinco anos da conclusão da Nova Revolução Humana. ABC do Budismo Entenda o que existe em comum entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin. Diversão Passatempo Venha brincar com os jogos deste mês!

30/08/2023

Matéria da Divisão do Futuro

Você sabe o que é cultura de paz?

Na Declaração sobre uma Cultura de Paz,1 a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que “a cultura de paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados no respeito à vida, no fim da violência e na promoção e na prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação”. A partir disso, podemos entender que a paz se inicia dentro de nós e é determinada pela relação entre o ambiente e nossas ações positivas no dia a dia, como ser atencioso e empático, cuidar do meio ambiente e ser respeitoso com todas as pessoas. A Soka Gakkai, organização baseada na filosofia humanista do Budismo de Nichiren Daishonin, tem como um de seus pilares a cultura de paz. À frente da organização está o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, que tem dedicado sua vida para propagar a paz para diversos países e territórios. Como Sucessores Ikeda 2030, temos a missão de expandir a paz e a esperança para mais e mais pessoas, tal qual o nosso mestre. Foto: Divulgação Dica de filme Toy StoryProdutora: DisneyClassificação: Livre Uma sugestão de filme para ilustrar o que aprendemos nesta matéria é o filme Toy Story, que conta a história do boneco Wood, que fica com ciúme do astronauta Buzz Lightyear, o novo brinquedo do Andy. Conforme os desafios vão surgindo, Wood aprende sobre a importância de respeitar os demais e viver em harmonia. *** Presidente Ikeda incentiva alunos da Escola Soka (Japão, jul. 1990). Foto: Seikyo Press Frase do sensei: A paz se inicia com o cuidado com a pessoa que está à nossa frente. Algumas vezes, existirão pessoas de quem não gostamos ou com quem temos pouca afinidade, entretanto, quanto mais diferentes essas pessoas forem de nós, mais aprenderemos com elas. O importante é ter coragem, conversar e realizar sábios esforços para construir amizades. Esse é o primeiro passo para se tornarem cidadãos globais admiráveis que podem se conectar com a humanidade pelo mundo todo. (RDez, ed. 199, jul. 2018, p. 6-10) *** Quiz 1. De acordo com a ONU, o que é cultura de paz? a. Não pensar no próximo b. Ações que desrespeitam a vida do outro c. Conjunto de atitudes baseadas no respeito à vida de todos 2. Conforme o texto, a paz é a relação entre nossas atitudes no dia a dia e... a. o ambiente em que vivemos b. a falta de responsabilidade para com os outros c. Nenhuma das anteriores 3. Quais atitudes ajudam a expandir a cultura de paz? a. Jogar lixo no chão b. Ser respeitoso, atencioso e empático com todos c. Brigar com os amigos da escola Respostas 1. C 2. A 3. B Nota:1. http://www.comitepaz.org.br/download/Declara%C3%A7%C3%A3o%20e%20Programa%20de%20A%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20uma%20Cultura%20de%20Paz%20-%20ONU.pdf. Acesso em: jul. 2023.

30/08/2023

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