Brasil Seikyo
Notícias
BS
RM Campo Grande faz dez anos
Alegria, emoção, esperança e vitória foram as palavras destacadas para o encontro comemorativo dos dez anos da RM Campo Grande, que integra a Sub. Congonhas, CNSP, realizado no dia 2 de fevereiro. Mais de duzentas pessoas compareceram ao CEU Alvarenga, sendo 28 convidados. A programação foi marcada pela cerimônia de concessão de Gohonzon, relatos de comprovação e apresentações culturais. O coordenador da CNSP, Valter Hirata, incentivou todos a avançarem em busca da vitória, visando 2030. Telma Nery, responsável pela Divisão Feminina (DF) da RM, em suas palavras, parabenizou e agradeceu a dedicação dos veteranos que atuaram e abriram o caminho para a construção da localidade. Por sua vez, Anderson Braz, responsável pela RM, agradeceu os presentes pelos esforços que resultaram no sucesso da atividade. No encerramento, houve uma apresentação dos estudantes que emocionou a todos. Fotos: Colaboração local
20/02/2025
Liga Monarca
BS
Budismo é vitória e vitória
O presidente Ikeda afirma sobre a prática da fé: É o budismo, o Sutra do Lótus, que encoraja e possibilita às pessoas tomarem consciência do seu grande potencial, extraí-lo e usá-lo. O budismo dá às pessoas os meios para se desenvolver completamente e abre os seus olhos para o poder ilimitado inerente à sua vida.1 Acompanhando as vitórias das organizações na Liga Monarca, percebemos que a decisão de uma única pessoa cativa seu ambiente e, assim, outras pessoas também participam. Juntas, elas concretizam o objetivo organizacional e pessoal. São histórias que elucidam que o poder da sincera prática da fé é capaz de tornar possível o impossível. Inspire-se nas histórias do Distrito Cacoal, situado em Rondônia, CRE Oeste, e da Área Centro Fronteira, CRE Sul. Ultrapassando as distâncias, a localidade encontrou a trilha da vitória. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.391, 14 out. 2017, p. A3. Distrito Cacoal de vitórias Na cidade de mesmo nome fica o Distrito Cacoal. Está localizado a uma distância de mais de 460 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia. É formado por duas comunidades: a Comunidade Cacoal, que conta com os Blocos Nova Esperança, Cacoal e Ji Paraná, este último está estabelecido na cidade de Ji Paraná, distante de Cacoal 95 quilômetros; e a Comunidade Espigão D’oeste, que fica na cidade de mesmo nome, está 65 quilômetros distante de Cacoal, e possui os Blocos Serra Azul e Floresta. As atividades que o distrito realiza são de estudo do romance Nova Revolução Humana e do Guia para a Vitória. “Temos a reunião de palestra presencial e o dia do desafio de daimoku para a vitória. Em 2024, tivemos um grande benefício. Conseguimos concluir o objetivo da Liga Monarca. Não foi fácil, mas com os incentivos dos nossos líderes, concretizamos um shakubuku, uma assinatura do Brasil Seikyo e uma participação a mais no Kofu”, compartilha Cleusa Miriam dos Santos, responsável pela Divisão Feminina do distrito. Porém, a história não foi tão simples assim. A líder Cleusa nos conta os detalhes. “No dia 22 de dezembro, não tínhamos concluído nosso shakubuku. Fui para reunião de palestra em Espigão do Oeste com muito mais daimoku e convicta de que ‘Não há oração sem resposta’. Lá, fiquei para dormir na casa do meu filho e no outro dia fui visitar uma fujimbu [integrante da Divisão Feminina] e incentivei seu esposo a se tornar membro da BSGI e iniciar oficialmente a prática budista. Ele aceitou e todos ficamos felizes. Só tenho a agradecer os incentivos recebidos dos nossos companheiros para não desistir dos nossos objetivos da Liga Monarca. Para este ano, 2025, o Distrito Cacoal está desafiando concretizar todos os objetivos.” Área Centro Fronteira de futuro brilhante Mais de 2 mil quilômetros separam Cacoal da cidade Santa Maria, que abrange os membros da Área Centro Fronteira. Contudo, o objetivo é o mesmo: foco na Liga Monarca. Verginia Medianeira Dallago Rossato, responsável pela Divisão Feminina da localidade, nos apresenta a bela e formosa localidade de vitórias mil. “Santa Maria, cidade encantadora no interior do Rio Grande do Sul. Aqui, temos a vantagem de percorrer as distâncias da região urbana de maneira relativamente tranquila. Nossa cidade é repleta de jovens, muitos dos quais estão aqui temporariamente, o que traz uma dinâmica especial para nossa comunidade. Com dois distritos [Camobi e Santa Maria], abrangemos cidades distantes. Graças à tecnologia, conseguimos realizar encontros semanais on-line, mantendo todos conectados e engajados. A partir dos membros da área e do distrito, adotamos a estratégia de acessar o tokan [estatística] e fazer contato com os membros mais ativos, incentivando a participação no Kofu e a assinatura dos periódicos. Para garantir que a corrente de motivação permanecesse fluindo, dialogamos com os líderes de bloco. Utilizamos diversas ferramentas, como ligações, diálogos e o recurso do WhatsApp, além das atividades semanais, para divulgar a estratégia da Liga Monarca. Combinamos incentivo e praticidade, criando boletos para que os membros pudessem fazer suas contribuições de maneira facilitada. Estamos profundamente motivados e continuaremos a atuar para avançar e desenvolver nossa localidade, sempre conectados ao direcionamento de nossa amada BSGI, Sub. e regional. Juntos, com o espírito de união e determinação, vamos construir um futuro brilhante e contribuir para o avanço do kosen-rufu no Brasil.” Atividade da Área Centro Fronteira Saiba mais Para acessar o site da Liga Monarca, clique aqui. Veja também Cartaz da Liga Monarca publicado no BS, ed. 2.674, de 18 jan. 2025.
20/02/2025
Entrevista
BS
Antes que seja tarde demais
O Clube de Roma, internacionalmente um grupo de pensadores famoso, divulgou, em 1972, o relatório Os Limites do Crescimento, vislumbrando a vida no planeta dentro de cem anos. O Dr. Aurelio Peccei, cofundador do clube, e o Dr. Daisaku Ikeda registraram o primeiro encontro, três anos depois, em maio de 1975. Os dois dialogaram sobre a coexistência do ser humano e a natureza, e o caminho da paz perene, entre outros temas, editando o livro Before it is Too Late [Antes que Seja Tarde Demais]. Neste momento, que marca os cinquenta anos do primeiro encontro desses dois mestres da sabedoria, com o secretário-geral do Clube de Roma, Carlos Alvarez Pereira, da edição de 1o de janeiro de 2025. Acompanhe alguns trechos: Carlos Alvarez Pereira - Foto: Divulgação Há cinquenta anos, em maio de 1975, o cofundador do Clube de Roma, Dr. Aurelio Peccei, e o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, se encontraram pela primeira vez em Paris, França. Na época, o clube já alertava para o fato de que, se a civilização moderna continuasse a focar unicamente no crescimento, caminharia para o colapso. Então, o que uniu os dois foi o sentimento de “antes que seja tarde demais”. Carlos Alvarez: Concordo. Infelizmente, diversas questões e assuntos, levantados pelos dois no diálogo iniciado há meio século, existem até o momento em uma escala muito maior. O Dr. Peccei e o presidente Ikeda foram visionários extraordinários, muito à frente do seu tempo. No mundo globalizado de hoje, o que une as pessoas são os valores da economia, da produtividade e do capital financeiro, longe da visão idealizada pelo Dr. Peccei e pelo presidente Ikeda. Para ambos, o planeta onde habitamos é sustentado pelo profundo senso de interdependência. O Clube de Roma herdou o espírito dos dois e continua trilhando o caminho percorrido por eles. O livro do diálogo Before it is Too Late [Antes que Seja Tarde Demais], junto com o relatório No Limits to Learning [Sem Limites para o Aprendizado], publicado pelo Clube de Roma, em 1979, direcionam nossas atividades até hoje. O significado da existência da vida O diálogo entre o Dr. Peccei e o presidente Ikeda abrangeu a importância da “revolução humana”. Qual é o seu pensamento sobre o significado da filosofia da revolução humana na época atual?Carlos Alvarez: Estou convicto de que o primeiro passo para a solução dos problemas, seja das armas nucleares, seja da crise climática, começa com a revolução humana de cada pessoa. Para mim, a filosofia da revolução humana abre os olhos para uma nova estrutura e modo de pensar, proporcionando uma nova visão para enxergar o mundo. Em particular, quero enfatizar que a revolução humana amplia a compreensão de “o que significa uma existência de vida positiva”. Por que estamos aqui e para que estamos vivendo? Creio que fazer tais perguntas seja a própria base fundamental da religião. A essência de uma vida positiva está ligada a uma boa relação com as outras pessoas e com o ambiente natural. Portanto, ela está diretamente ligada ao futuro do planeta sustentável. Penso que aí se encontra o significado da revolução humana nos dias atuais. Junto com os jovens Tanto o Clube de Roma como a Soka Gakkai lançam luz sobre os jovens. O que o senhor pensa a respeito? Carlos Alvarez: Alguns anos atrás, o Clube de Roma estabeleceu a “Liderança Intergeracional” como uma das atividades a ser fortalecida. Ela não tem o significado formal de envolver os jovens nas discussões e de transmitir os conhecimentos de uma geração anterior para a mais nova, mas sim de pessoas de diferentes gerações trabalharem juntas de forma colaborativa. Uma das grandes características da Soka Gakkai é a da valorização do papel dos jovens ao longo de muitos anos. Atualmente, o Clube de Roma também se enfileirou nesse caminho. A Soka Gakkai continuará com o desafio de superar os problemas globais, tendo como nutrientes as diretrizes de revolução humana indicadas pelo Dr. Peccei e pelo Dr. Ikeda. Carlos Alvarez: Ambos depositavam confiança na natureza humana de cada pessoa. Esse é o ponto que, mesmo hoje, toca nosso coração. A revolução humana é algo que qualquer ser humano no mundo pode pôr em prática. Essa é a “magia” da revolução humana. Mesmo em um mundo em que continuam ocorrendo acontecimentos trágicos, todos nós podemos ser atenciosos com as pessoas ao nosso redor. Podemos acreditar até o fim no potencial do ser humano e jamais abandoná-lo. Creio que essa postura se torne uma fonte de grande esperança.
20/02/2025
Encontro com o Mestre
BS
“Vencerá aquele que se esforça arduamente”
Sinceros parabéns pela reunião de líderes do dia de hoje! Muito obrigado pelos esforços de todos! Não há nenhuma outra organização no mundo embasada no grande princípio da paz perene chamado kosen-rufu, em prol da paz e da cultura, que possui uma filosofia majestosa. Nunca houve, e jamais haverá por toda a eternidade. Isso é a Soka Gakkai. O palco do século 21 é inteiramente de vocês. Estou orando diariamente por vocês. Acredito que estou construindo o alicerce para que possam atuar, assumindo a liderança em todo o mundo com toda a liberdade. O que é a verdadeira felicidade na vida? Todos falam sobre isso, pensando ser simples. Todos acham que sabem a resposta. Há um provérbio na Tailândia que diz: “A falsa felicidade torna a pessoa presunçosa e insolente. A verdadeira felicidade faz a pessoa manifestar alegria e transbordar sabedoria e compaixão”.1 É um pensamento bastante conciso e profundo. A felicidade falsa é aquela que adorna os aspectos externos. A verdadeira felicidade é a que emerge do interior da pessoa. É o estado de buda. A verdadeira felicidade é aquela que busca a transformação de si mesmo para se tornar alguém com mais plenitude. É a revolução humana. Daqui para a frente, sem buscar a felicidade absoluta e a revolução humana, não haverá verdadeira estabilidade nem paz, nem felicidade. Vocês são as pessoas que estão lutando na vanguarda desse movimento, tendo em mente a profunda filosofia. Vocês são os pioneiros que estão desfrutando uma vida de sabedoria e de compaixão. Quem são as pessoas que conhecem esse caminho? Não há mais ninguém além de nós. Ser jovem significa ter uma esperança infindável, uma força infindável, e um tesouro infindável. Mesmo que não tenham mais nada, vocês possuem essa maior riqueza. Aí se encontram a esperança e o futuro. Vocês possuem uma energia ilimitada que os acompanhará. Com seus esforços, a riqueza, a honra e o tesouro virão naturalmente atrás de vocês. Outro ponto importante é a autoconsciência. Quando tomam consciência por si mesmos, o horizonte se expande muito mais. Conseguirão conquistar uma vida muito mais profunda. Quem se conscientiza de que o caminho é esse, de que é assim que deve fazer e de que é para isso que deve fazer, é um indivíduo forte. Assim eu também me conscientizei. Encontrei um mestre. Decidi que concretizaria todos os desejos do mestre. Receberia treinamentos dele. Como essa era minha própria consciência, não havia nenhum arrependimento. Outra questão é sobre como desenvolver uma vida tal como a de um buda. Esse é o tema dos escritos de Nichiren Daishonin, do começo ao fim. É seu tema principal. Quando se combate o mal, conquista-se uma vida diamantina e se torna um buda. Essa é a essência do Budismo Nichiren. Em outras palavras, tanto o buda Nichiren Daishonin como o buda Shakyamuni ensinam que podemos conquistar uma vida forte e indestrutível como o diamante, e ainda afortunada. É realizar o shakubuku. É lutar pela justiça. É a batalha em prol da Lei. Nichiren Daishonin cita: Por eu [Shakyamuni] ter defendido o ensinamento correto em meio às perseguições das pessoas más, conquistei este corpo de diamante, eterno e indestrutível. Pelo contrário, aqueles que são incapazes de proferir o “rugido do leão” para refutar as pessoas más, não conseguem obter o corpo de diamante.2 Daishonin prega esse princípio várias e várias vezes em seus escritos. Isso pode ser visto lendo o Gosho. Aqui se encontra o tema do princípio fundamental de todo o Gosho. Pretender atingir o estado de buda sem denunciar as calúnias [à Lei] é um ato tão tolo quanto buscar água no fogo, ou fogo na água.3 Essa é uma passagem muito famosa. “É um ato tão tolo”, afirma Daishonin. A grandiosidade da Soka Gakkai está aqui. E é por essa razão que na Soka Gakkai há benefícios, a pessoa pode se tornar buda e conquistar o corpo de diamante. Quando se abraça esse sutra, dificuldades ocorrem. Se não surgissem as dificuldades, a frase “Este sutra é difícil de manter” deixaria de ser verdade e a pessoa não conseguiria se tornar um buda. O budismo é rigoroso. Por mais que adorne a aparência, não será possível enganar a Lei Mística, o Nam-myoho-renge-kyo. Você sairá perdendo se não conquistar o corpo de diamante. Não há felicidade maior que essa. Não importando o que aconteça, a pessoa brilhará tal como o diamante. Ela será feliz, aconteça o que acontecer, demonstrando um aspecto realmente digno e inabalável. Tornem-se assim. A prática budista, a fé e a luta pelo kosen-rufu existem para essa finalidade. Isto também consta no Gosho: “Daishonin é o pilar e a grande nau do Japão”.4 Toda sensei também disse: “A Soka Gakkai é o pilar do Japão”. Assim ele bradou como o rugido do leão. É o pilar do Japão. Ao tentarem derrubar esse pilar, como ficaria o Japão? Na tentativa de derrubar Nichiren Daishonin, Hei no Saemon-no-jo decidiu prendê-lo. Centenas de pessoas resolveram intimidar uma única pessoa: Daishonin. Era um absurdo. As pessoas de todo o Japão o menosprezavam. Em meio a tal circunstância, Daishonin disse: “Que engraçado! Vejam como Hei no Saemon enlouqueceu!”.5 Isso por ele ter tentado derrubar Daishonin, o pilar do Japão. Nichiren Daishonin mantinha essa enorme convicção. De forma semelhante, hoje vivemos uma época caótica. Só existe a Soka Gakkai como esperança do mundo. Isso é algo que muitas pessoas de bom senso já perceberam. Plenamente conscientes dessa missão, vamos avançar com grande orgulho, manifestando a força latente da fé. Conto com vocês. Aqueles que seguirem a verdadeira essência do Budismo de Nichiren Daishonin, de acordo com o Gosho e a Soka Gakkai, vencerão no final. Mais que alguém que evita as lutas difíceis e vivem pelo caminho fácil, sem preocupações, no final, vencerá aquele que se esforça arduamente. A pessoa que pratica o budismo, de forma verdadeiramente sincera e honesta, e desenvolve uma luta, no final, vencerá alcançando plena felicidade. Não há a menor dúvida disso. Fiquem bem. Até a próxima! Participantes da Reunião de Líderes, entre os quais vários jovens na faixa dos 20 anos (jan. 2025) Em um grande mural, caligrafia com o escrito “Ano do Alçar Voo” confeccionada pelos integrantes do Grupo de Shodo do ensino médio do Colégio Soka de Tóquio. Com pinceladas fortes e cheias de dinamismo, a obra foi apreciada pelos participantes da 6ª Reunião de Líderes (11 jan. 2025) Integrantes da Soka Gakkai de países da América Latina participantes da Reunião de Líderes entoam brado pela vitória neste ano que marca o 50º aniversário de fundação da SGI Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 27 de janeiro de 2025. Notas: 1. ANUSORN (Org. & Ed.). Ngeakhit khamkhom lea khamuayphon [Provérbios e Máximas Tailandeses]. Bangkok: Ruamsan, 1993. p. 207. 2. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 298, 2017. 3. Ibidem, v. II, p. 4, 2020. 4. Ibidem, v. I, p. 293, 2017. 5. Ibidem, v. II, p. 24, 2020. Fotos: Seikyo PressO vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em Tóquio, em 11 de janeiro de 2025
06/02/2025
Notícias
BS
Liga campeã do humanismo
Ao fim do primeiro turno da Liga Monarca em dezembro último, o Distrito Marco, em Belém, PA, alcançou a vitória nas três modalidades: Kofu, periódicos e shakubuku, ultrapassando as metas estabelecidas. Esse resultado só foi possível graças ao empenho do dream team (“time dos sonhos”) composto pelas divisões que atuaram em luta conjunta. Liga Monarca rumo ao segundo turno No último semestre de 2024, a organização de base reestruturou sua liderança, a qual participa ativamente de treinamentos para construir as jogadas dessa competição humanística como um único time. Além de fortalecer e expandir a base, aproveitou todas as oportunidades que surgiram. A transmissão da Reunião Nacional de Líderes, em novembro, inclusive, foi uma ocasião favorável para a concessão de Gohonzon a Aline Costa Teixeira (veja foto ao lado), nova integrante das rainhas da felicidade. Unidos em um só coração, traçando planos e com objetivos claros, os líderes do distrito estão empenhados em concretizar uma luta de vitórias, protagonizada pela Juventude Soka, rumo ao segundo turno da Liga Monarca. “Nossa decisão é apoiar incondicionalmente esse poderoso alçar voo dos jovens do Distrito Marco, construindo uma nova época de conquistas e de vitórias”, é o que diz Marcelo Silva, recém-nomeado responsável pelo distrito. Atividade da Juventude Soka do Distrito Marco no Parque Estadual do Utinga, em Belém Centroavante do humanismo Liderando a propagação do humanismo Soka na região e assumindo sua missão na comunidade, os integrantes da Divisão dos Jovens realizam atividades presenciais em pontos turísticos que fazem parte de toda a extensão do distrito, como o Parque Estadual do Utinga, uma Unidade de Conservação Estadual de Proteção Integral, que tem como objetivo preservar a fauna, a flora e os mananciais da cidade. O parque e o Bosque Rodrigues Alves, um jardim zoológico e botânico, têm juntos uma rica biodiversidade que inclui espécies de plantas nativas da Amazônia, como a andiroba, a samaúma, a castanheira e uma área com mais de 15 hectares, mais de 10 mil árvores e de trezentas espécies. Assim, a Juventude Soka promove dinâmicos encontros da família monarca para expandir os ideais de Ikeda sensei na sociedade e lapidar o desenvolvimento de cada membro. “Os jovens do Distrito Marco vencerão em todos os aspectos da vida, concretizando sem falta a nossa visão de um maravilhoso ano de luta pelo kosen-rufu”, diz Tacio Daito Pereira Kikuchi, vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito. Marco na história da Liga A sede do Distrito Marco fica no bairro de mesmo nome da conhecida Cidade das Mangueiras, em Belém, PA. Antes, o bairro chamava-se Marco da Légua por ter sido o local com a Primeira Légua Patrimonial da cidade, em 1620, expressando bem a disposição de protagonista dos membros na história da região. Atualmente, a localidade se estende por mais três bairros: Pedreira, Souza e Curió-Utinga. Dessa forma, a luta da Liga Monarca é realizada, ao todo, em seis comunidades: Marco, Ceasa, Souza, Vileta, Duque de Caxias e Tucuruí. Dentre elas, a Comunidade Tucuruí, localizada a 400 km de distância da capital, além de ter completado 22 anos de fundação em dezembro, constitui um bloco da BSGI, localizado em uma comunidade indígena, o Bloco Assurini do Trocará, fundado em 2019, na reserva indígena do povo Assurini, a sudeste do Pará. A localidade foi fundada inicialmente com quinze famílias; e, desse total, catorze são da etnia Assurini. Desde 2009, o contato com os moradores da reserva foi feito por Rosirene Monteiro, responsável pela Divisão Feminina (DF) do bloco. “Explicávamos aos jovens e a seus pais o que é a Soka Gakkai e o Budismo de Nichiren Daishonin. A ideia é criar relações de amizade entre esses povos, a organização e os ideais de Ikeda sensei”, relata. Assim, em uma rede uníssona entre líderes e membros, os componentes do distrito se desafiam na propagação dos ideais do humanismo Soka na sociedade, registrando cada marco de vitórias, como bem sugere seu nome. Colaboração lacal Todos são campeões Com a determinação de ser os precursores de uma nova era, os companheiros do Distrito Marco iniciam o ano 2025 com o entusiasmo de ser vitoriosos nas competições da Liga Monarca, na qual o prêmio é expandir a felicidade para todas as pessoas e incentivá-las a vencer seus desafios, como diz Fabio Kiyoshi Watanabe, responsável pela DMJ do distrito: “Seguiremos comprometidos em apoiar os companheiros no que for necessário, caminhando juntos rumo a novos horizontes. Com determinação, gratidão ao Mestre e fé, faremos deste ano um marco de realizações em nossa vida e na localidade”. No topo: Vista aérea da cidade de Belém, no Pará. Foto: Getty Images
17/01/2025
Matéria do Grupo Coração do Rei Leão
BS
O Aspecto Real do Gohonzon
Este Gohonzon também se encontra só nos dois ideogramas com os quais se escreve “fé”.1 É a isto que se refere o sutra [do Lótus] quando diz que se pode “obter acesso somente por meio da fé”. (CEND, v. II, p. 92-93) Informações sobre a carta Nichiren Daishonin escreveu essa carta em 1277 e a endereçou a Nichinyo, cuja identidade exata não é conhecida. Daishonin expressa sua gratidão pelas oferendas enviadas ao Gohonzon e explica o significado do objeto de devoção. A carta contém uma descrição física do Gohonzon que detalha as figuras nele representadas e seus significados e ressalta a importância da fé no Gohonzon. Entendendo... “Neste momento em que a SGI avança a passos ainda mais largos como religião mundial, gostaria de reiterar aos nossos membros de todas as partes do globo a importância do princípio ‘fé, prática e estudo’. Nesta oportunidade, vamos nos concentrar primeiramente na fé. Nessa carta, Daishonin explica que inscreveu o objeto de devoção, o Gohonzon, como o ‘estandarte da propagação do Sutra do Lótus’. Ele o denomina ‘grande mandala nunca antes conhecido’, dotado do poder para habilitar todas as pessoas a atingir a iluminação, e ‘concentração de benefícios’, fonte de infinitos benefícios. A fé é o caminho supremo para se atingir o estado de buda. O Sutra do Lótus expressa que podemos ‘obter acesso somente por meio da fé’. Até mesmo Shariputra, um dos dez principais discípulos de Shakyamuni, aclamado como o ‘mais notável em sabedoria’, só conseguiu penetrar no ilimitado mundo do estado de buda por meio da fé, não pela sabedoria. De modo semelhante, mesmo que o Gohonzon esteja diante de nós, se não tivermos fé, não conseguiremos ativar o poder dele. Quando convocamos fortemente o poder da fé e da prática, oramos fervorosamente ao Gohonzon e nos dedicamos à concretização do grande juramento pelo kosen-rufu, conseguimos revelar dentro de nós o estado de buda — que é em si a Lei Mística —, manifestar o poder do Buda e da Lei, e desfrutar e fazer pleno uso dos grandiosos benefícios que se manifestam.”2
16/12/2024
Notícias
BS
Pontes para o futuro
O Horasis Global Meeting é uma plataforma internacional na qual líderes podem se reunir para superar divisões de um mundo em constante transformação, isto é, para enfrentar os desafios globais. Inédito na América Latina, o evento foi realizado entre os dias 25 e 27 de outubro em Vitória, ES, reunindo lideranças globais de 37 países. Ao longo de três dias, os representantes participaram de mais de sessenta sessões e onze plenárias e dialogaram sobre sustentabilidade, tendências globais e oportunidades emergentes. “Construindo Pontes para o Futuro” foi o tema central das etapas de diálogo e proposições para um mundo sustentável. A Editora Brasil Seikyo (EBS) marcou presença no encontro e, durante a cerimônia de abertura do evento no Palácio Anchieta, na quinta-feira, 24, expôs a versão em português de O Filósofo Interior — Conversas sobre o Poder Transformador da Filosofia. O momento não poderia ser mais significativo, pois foi prestigiado com a presença do coautor Lou Marinoff, professor de filosofia da Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos. O livro é fruto de um diálogo entre Marinoff e Daisaku Ikeda . Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, entre diretor- presidente da Editora Brasil Seikyo, Ricardo Miyamoto, à esquerda e o professor Lou Marinoff, à direita, com demais autoridades O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, recebeu um exemplar da obra das mãos do professor Marinoff e do diretor-presidente da EBS, Ricardo Miyamoto. Em seguida, foi aberto um diálogo sobre o tema do livro que contou com a participação da gerente de marketing da editora, Lygia Diniz. Na obra O Filósofo Interior, Daisaku Ikeda e Lou Marinoff buscam compartilhar, por meio do diálogo, uma visão prática da filosofia, aplicável às mais diversas áreas da vida humana. Lou Marinoff dialoga com jovens da BSGI da localidade (Vitória, ES) Com a Juventude Soka Na tarde do mesmo dia, aproveitando a presença de Lou Marinoff, foi realizado um diálogo com representantes da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo no hotel Sheraton. Em um ambiente bem descontraído, Marinoff compartilhou diversas experiências vividas com o presidente Ikeda e sua profunda admiração por ele. Comentou que a maior transformação da sua vida foi justamente o encontro com o Dr. Daisaku Ikeda e que essa experiência está compilada em O Filósofo Interior. Marinoff trouxe algumas reflexões para os jovens. Relatou que, certa vez, o famoso cientista Isaac Newton foi indagado sobre como ele conseguia observar tantas coisas ao mesmo tempo. A resposta foi a de que conseguia ter essa visão porque se apoiava na sabedoria e no conhecimento dos que vieram antes dele, que lhes proporcionava ampliar pontos de vista. Ele comparou essa passagem ao seu encontro com Ikeda sensei (leia na entrevista ). No topo: Ao centro, o renomado filósofo Lou Marinoff discursa na abertura do encontro, prestigiado por autoridades e especialistas. Foto: Brasil Seikyo
08/11/2024
Entrevista
BS
“Avancem com o legado do gigante Daisaku Ikeda”
Lou Marinoff, canadense, doutor em filosofia da ciência pela Universidade de Londres, é o criador do movimento de aconselhamento filosófico, prática que vem desenvolvendo desde 1994 e que já reúne mais de quinhentos filósofos no mundo. Uma de suas principais obras publicadas é Mais Platão, Menos Prozac (2009). Numa aproximação de ideias com Daisaku Ikeda, o diálogo de ambos, promovido em 2003 e em 2007, gerou uma série de artigos publicados na revista japonesa Pumpkin entre junho de 2008 e outubro de 2009. E deu origem à obra lançada pela Editora Brasil Seikyo no ano passado. Lou Marinoff, doutor em filosofia da ciência pela Universidade de Londres (Brasil Seikyo) No evento em Vitória, Marinoff concedeu uma entrevista. Destacamos alguns trechos: Brasil Seikyo: Filosofia é um modo de vida? Qual a relação dela com o budismo? Marinoff: Filosofia significa amor pela sabedoria. (...) A filosofia pode ajudar as pessoas no seu dia a dia (...). Quase todas as pessoas de uma sociedade podem se beneficiar dela, independentemente da situação socioeconômica, do gênero, das posições políticas, de todas as coisas particulares. Porque somos todos seres humanos. É o humanismo que nos une. E temos isso em comum com a SGI. Todas as gerações têm problemas, faz parte da condição humana. Se você tem uma preocupação e não consegue dormir à noite, isso é normal. Todos nós temos preocupações. Mas essa condição nos faz buscar soluções para os nossos problemas. Então, encontramos ajuda nas grandes tradições filosóficas. O Budismo de Nichiren Daishonin e o Sutra do Lótus oferecem um enorme conjunto de soluções para os nossos problemas. (...) Algumas vezes é a única que pode nos ajudar, pois mobiliza nossos recursos internos, não depende de soluções externas. BS: Como a transformação do indivíduo leva à transformação da sociedade? Marinoff: Acredito que esse seja um dos principais ensinamentos do Dr. Ikeda. É a chave da revolução humana: cada um de nós tem o poder de realizar a mudança no mundo. Nós não fomos feitos para nos sentir impotentes. Mas grandes governos e corporações, além da ideologia da mudança climática, fazem com que nos sintamos pequenos. Não sei se isso está acontecendo no Brasil, porém, nos Estados Unidos, as pessoas estão com medo de ter filhos porque pensam “Não vou trazer uma criança a um mundo que vai acabar”. Acho isso péssima ideia. Vocês são o futuro e os filhos de vocês são o futuro do futuro. Vocês vão manter o mundo e torná-lo melhor. Se cada um de nós parar de reproduzir, não fará sentido ter nascido. (...) A mudança social acontece com uma pessoa de cada vez. De alguma forma, a sociedade nem existe, ela é só uma ideia. Isso porque toda sociedade, por definição, é composta por pessoas. Somos parte da sociedade. Quando falamos em sociedade, falamos de você e de cada indivíduo, pois é assim que se provoca a transformação. Uma pessoa pode transformar tudo. BS: Alguma mensagem para os leitores? Marinoff: Minha mensagem para vocês é a de que todos nós estamos apoiados nos ombros de um gigante chamado Daisaku Ikeda. E porque fomos capazes de nos apoiar nesses ombros é que podemos levar a missão adiante. Esse é nosso dever, nossa responsabilidade. Essa é a melhor coisa que podemos fazer em nossa vida. Então, por favor, continuem essa jornada, e, a partir da excelente posição de estarem nos ombros dele, enxerguem mais longe, façam mais, concretizem mais. [Nota do editor: As perguntas e respostas foram ajustadas posteriormente na edição final, respeitando o teor geral da entrevista concedida.] No topo: Encontro de Lou Marinoff, à esq., com o Dr. Daisaku Ikeda, Tóquio, Japão, fev. 2003. Foto: Seikyo Press. Saiba mais De formações e culturas diferentes, Lou Marinoff e Daisaku Ikeda têm em comum a crença de que todo ser humano carrega dentro de si as capacidades necessárias para vencer os obstáculos que se apresentam em sua vida diária. Para tanto, é necessário despertar essa força interna por meio do cultivo de virtudes impulsionado por um espírito curioso diante dos acontecimentos e de si próprio. Acesse aqui.
08/11/2024
Série
BS
Liga Monarca em ação
Em um time de futebol, cada jogador possui uma responsabilidade que leva ao objetivo final da partida: a vitória. Por exemplo, o goleiro protege o gol, sendo o último defensor da equipe, enquanto os outros jogadores mantêm a defesa, impedindo os ataques adversários. Meio-campistas controlam o jogo, distribuindo passes e recuperando a posse da bola, enquanto os atacantes buscam marcar gols, criando oportunidades de gol e finalizando as jogadas. Já no time da BSGI, todos nós, seus integrantes, em cada campo de atuação, somos os atacantes desse movimento, que visa à solidificação de uma sociedade justa e pacífica. Em um direcionamento claro para a Divisão dos Jovens, Ikeda sensei enfatiza: “Assim como uma onda gera inúmeras outras, o diálogo de pessoa a pessoa é o primeiro passo para mover as engrenagens da história”.1 Portanto, criemos essa onda de diálogo e de esperança em nossa localidade, com jogadores que entram em campo decididos a vencer. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.727, 13 dez. 2003, p. A8. O que é a Liga Monarca A Liga Monarca é uma competição em que as cinco divisões, em união, entrarão em campo para promover o aumento do Kofu, das assinaturas dos periódicos e do shakubuku, e terão como ponto central três focos de atuação: Juntos, com gratidão e união, vamos impulsionar o Kofu, promovendo um avanço significativo em nossa organização e celebrando cada conquista. Sua contribuição é essencial para a vitória coletiva! Os periódicos da Editora Brasil Seikyo (BS, BS Digital, TC ou RDez) são ferramentas valiosas para despertar o potencial humano e promover transformações positivas em cada membro da família Soka. Leia, divulgue e inspire-se! Praticar o shakubuku é uma poderosa maneira de expandir a rede humanística Soka e provocar mudanças profundas em nossa vida e no mundo ao nosso redor. Vamos juntos nessa jornada de transformação. “Ficar incomodado por não conseguir ajudar os outros é realmente maravilhoso! É o mais nobre e respeitável dos incômodos, a manifestação de genuína compaixão. É a preocupação de um bodisatva e de um buda” Dr. Daisaku IkedaNova Revolução Humana, v. 13, capítulo “Estrela Guia”, p. 138 Prezar cada pessoa Josei Toda, segundo presidente, orientou certa vez: “Devemos propagar a Lei Mística com a determinação de que somos propriamente o Nam-myoho-renge-kyo”.2 O jovem Ikeda, ao ouvir os incentivos do seu mestre, fez o seu juramento e, desde essa ocasião, propagou os ideais do budismo da esperança, transmitindo os benefícios dessa prática, respeitando a dignidade de cada indivíduo. E como Ikeda sensei entrou em ação? Acompanhe no incentivo abaixo: Só há uma forma. É a ação de um jovem que, com toda a seriedade e espírito corajoso e intrépido, se lança à vanguarda da batalha, empunhando alto a bandeira da luta com o mestre. Assim, em fevereiro (1952), atuei no bloco, indo de casa em casa. Minha batalha consistia em encontrar-me com cada pessoa, dialogar e incentivar uma a uma. Eu corri para todos os cantos. Além de fazer meu próprio shakubuku, apoiava a todos. Ouvia atenta e cordialmente os sofrimentos de cada pessoa e me dedicava com afinco à orientação individual. Eu orava determinadamente para que surgissem novos companheiros e novos valores humanos. Que cada pessoa se tornasse um “Discípulo Toda” a engajar-se alegre e corajosamente nessa nobre tarefa da propagação da Lei Mística.3 Façamos deste momento a decisão ideal para reconfirmarmos nosso objetivo nesta primeira etapa da Liga Monarca BSGI. Notas: 2. Idem, ed. 2.180, 18 maio. 2013, p. A4 3. Terceira Civilização, ed. 510, fev. 2011, p. 9 _______ 1º turno (outubro a dezembro/2024) Objetivos por distrito: + 1 participante do Kofu* + 1 assinante dos periódicos** + 1 novo membro (shakubuku ou buinzoka) * e **: a partir dos resultados de setembro de 2024. ____ Tornei-me membro da BSGI Joyce Salomão de Oliveira, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM Vitória, CRE Leste Conheci o budismo em abril de 2010, por intermédio do meu ex-cunhado Willian. Sou do interior do Espírito Santo e tinha acabado de me mudar para a cidade Serra, ES. Morava em um bairro violento, pois era onde tinha condições de pagar. Com pouco tempo morando nesse lugar, sofri um sequestro, sendo colocada em um carro com arma apontada para mim o tempo todo. Na época, estava passando por diversos desafios financeiros, de desarmonia familiar e problemas psicológicos. Desde os meus 13 anos, minha mãe já era alertada sobre meu comportamento depressivo. Por causa de experiências ruins que vivenciei na infância e adolescência, eu tinha desacreditado da humanidade, achava que nenhuma pessoa poderia ser boa, inclusive eu. Sentia uma tristeza incontrolável. Foi nesse momento de desesperança que participei da minha primeira atividade. Essa reunião de bloco foi decisiva para eu entender que estava diante de algo que mudaria minha vida. A possibilidade de transformar veneno em remédio foi o que me fez mergulhar nos ensinamentos de Nichiren Daishonin e nas orientações de Ikeda sensei. Enxerguei que era possível transformar o veneno que existia dentro de mim em remédio. Meses depois, recebi meu Gohonzon e logo assumi como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Carapina. Aceitei o desafio sem fazer ideia de como seria, mas me permiti ser treinada. Logo após me converter, consegui um emprego em uma empresa de gestão de pessoas, mudei para um bairro melhor e minha vida começou a fluir de forma menos caótica. Ao longo da minha prática, transformei vários aspectos. Tenho uma boa relação com minha família. Minha mãe se tornou pensionista e adquiriu seu conforto financeiro, e eu me reaproximei do meu pai antes do seu falecimento em 2021. Fiz shakubuku em minha irmã e hoje ela atua como líder da DFJ de distrito. Formei-me em engenharia civil, estou vencendo o medo de dirigir, o que me permite participar das atividades da Gakkai com mais agilidade. Há poucos anos, resolvi seguir também o que realmente gosto, o mundo da moda, e tenho uma loja de roupas femininas. A condição de vida que possuo hoje nem se compara com a que eu tinha há catorze anos. Dentro da Gakkai, aproveitei todas as oportunidades para me desenvolver como uma valorosa jovem. Sensei me ensinou a acreditar em mim e a ter sonhos grandiosos. É por isso que desejo que outras pessoas tenham essa mesma oportunidade de transformação e falo sobre o budismo sempre que tenho uma chance. Atualmente, como líder da Divisão dos Estudantes (DE) da RM Vitória, minha decisão rumo a 2030 é que todos compreendam o significado da nobre missão que temos. ____ Assista Ao vídeo sobre a Liga Monarca no BS+ clicando aqui.
10/10/2024
Incentivo do líder
BS
O movimento do humanismo Soka em prol da sociedade
Neste mês, celebramos significativas passagens do nosso movimento pela paz. Primeiro, em 8 de setembro de 1957, tivemos a histórica Declaração pela Abolição das Armas Nucleares do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, proferida no Estádio Mitsuzawa, em Yokohama, Kanagawa, Japão. Esse brado pela paz de Toda sensei foi herdado por seu genuíno discípulo, Daisaku Ikeda. Passados 67 anos, hoje, esse legado se transformou numa grande correnteza nas mãos de jovens que difundem o humanismo Soka e estão surgindo em sucessão pelo mundo inteiro. Também, em 8 de setembro de 2018, tivemos a conclusão da Nova Revolução Humana, obra-prima da vida de Daisaku Ikeda, que, durante 25 anos se dedicou para escrever o romance. A obra se tornou o livro didático da prática da fé que transmite o humanismo soka e a essência da unicidade de mestre e discípulo para as futuras gerações. Como membros da BSGI, somos aqueles que podem contribuir efetivamente para o desenvolvimento de uma sociedade melhor, onde haja respeito pela dignidade da vida humana. Agora, de forma clara, como membros, podemos nos tornar pessoas capazes de promover uma sociedade mais justa e melhor. Vamos conferir as sábias palavras registradas por Ikeda sensei: O Nam-myoho-renge-kyo é a lei fundamental que permeia a vida e o universo. Por isso, quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, nossa vida se funde com essa lei universal e somos capazes de criar valor que conduz à felicidade. Conseguimos produzir esperança e realizar maravilhosas contribuições para a construção de um mundo seguro e pacífico. Tal é o poder de nossas orações como membros da Soka Gakkai.1 O local em que cultivamos os “valores humanos” em prol da sociedade são as nossas organizações de base: os blocos e as comunidades existentes em todos os recantos do país. É o local em que estudamos os ensinamentos e a filosofia do Budismo de Nichiren Daishonin para o desenvolvimento do exercício da prática da fé e da criação de seres humanos de valor. São pessoas anônimas e voluntárias reunidas com o nobre sentimento de estender o direito à felicidade de todos, sem distinção. Para conhecermos um pouco desse sentimento que nos move na sociedade, compartilho preciosas orientações do Mestre: A Soka Gakkai é uma rede compassiva dedicada à felicidade das pessoas, uma verdadeira “praça da felicidade do povo”. Esse é o nosso orgulho como praticante de uma religião autenticamente humanística. Nós, da Soka Gakkai, acalentando no coração o desejo de concretizar a felicidade genuína tanto para nós como para os outros e cultivar laços de confiança com aqueles que nos cercam, penetramos no seio da sociedade e compartilhamos com os demais nossas convicções e experiências na fé. Esforços ativos dessa natureza, sem dúvida, constituem o sangue vital de uma religião humanística.2 Com a consciência e o orgulho de nosso importante papel como bons cidadãos, vamos, mais uma vez, retornar ao nosso ponto primordial da missão como membros da BSGI, a esperança da sociedade. Miguel Shiratori Presidente da BSGI No topo: Bandeira da BSGI tremula contra céu azul. Foto: Brasil Seikyo. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 669, maio 2024, p. 50 . 2. IKEDA, Daisaku. Budismo de Harmonia e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 3
13/09/2024
Encontro com o Mestre
BS
Fale imponentemente sobre esperança e convicção
Trechos do discurso proferido pelo presidente Ikeda no gongyo comemorativo do 45º aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e na sessão de perguntas e respostas com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI em setembro de 2002. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em Tóquio, em 29 de junho de 2024 Os benefícios acumulados com a luta em prol do kosen-rufu são eternamente indestrutíveis pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Com relação aos benefícios, Nichiren Daishonin afirma: “Este [ideograma ku de kudoku (“benefício”)] se refere também a eliminar o mal, e o ideograma doku, a realizar o bem”.1 Assim, o ideograma ku de kudoku (“benefício”) possui o significado de eliminar o mal. Sem eliminar a impureza, ou o mal inerente à vida, não é possível conquistar a verdadeira felicidade. É por isso que se deve lutar contra a maldade. Atualmente, vocês estão liderando o grande movimento pela paz e pela justiça em todo o mundo. A partir desses árduos esforços, à luz do Gosho e dos sutras, com certeza, surgirão infindáveis benefícios. A suprema Lei para a solução dos problemas Os sentimentos humanos são realmente insondáveis. Eles são bastante inconstantes. Alegria, tristeza, raiva, sofrimento — a vida se transforma de momento a momento. A existência de cada pessoa também muda constantemente. Em meio a essas mudanças, como avançar na órbita certeira da felicidade? Essa é uma questão fundamental que a humanidade vem buscando resolver por milhares ou dezenas de milhares de anos. Foi Nichiren Daishonin quem mostrou a Lei fundamental para a solução desse problema essencial da vida. Em outras palavras, ele elucidou claramente o caminho para edificar a condição de felicidade absoluta no interior da vida das pessoas, rompendo todo tipo de carma, por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon. Nichiren Daishonin declara: “Agora, quando Nichiren e seus seguidores acreditam e aceitam [recitar] o Nam-myoho-renge-kyo [ao Gohonzon], eles obtêm a posse da grande joia preciosa [exposta no sutra]”.2 Essa “grande joia preciosa”, a Lei Mística, é o maior de todos os tesouros. Manifesto o mais sincero respeito a vocês, nobres mensageiros do Buda, possuidores dessa “grande joia preciosa”. 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada radiantemente no Auditório Memorial Toda de Tóquio, em Sugamo, observada pelos retratos dos três primeiros presidentes, com a participação de 260 representantes de sessenta países e territórios. Ultrapassando fronteiras e etnias, reverberou o apaixonado coração dos jovens em “decididamente, fazer do século 21 o século da paz”. Na ocasião, foi transmitido um vídeo com o discurso de Ikeda sensei, intitulado “Fale Imponentemente sobre Esperança e Convicção” (29 jun. 2024) O que é o supremo bem? Embora haja limitação de tempo, gostaria de reservar uma parte da reunião para uma sessão de perguntas e respostas com vocês, que vieram ao Japão de locais tão distantes. [“De que forma devemos interpretar o bem e o mal?” — pergunta um representante da DMJ, dos Estados Unidos.] Essa é uma questão extremamente difícil. Existem disputas e conflitos de interesse em variadas dimensões, seja em questões de ordem internacional, individual, familiar, seja em muitas outras. Em diversas situações, é difícil determinar qual lado pertence ao bem e qual lado representa o mal. Então, o que pode ser considerado o bem? E o que pode ser considerado o mal? O que é o bem e o mal? Essas questões sempre foram de extrema importância para a humanidade. A única coisa que se pode afirmar é que o Nam-myoho-renge-kyo é o bem maior entre todas as formas de bem. O Nam-myoho-renge-kyo é a grande Lei, eternamente imutável, que permeia o universo. Por ser uma Lei, não foi criada por ninguém e não há como mudá-la. É uma verdade. Na essência da vida, existem os “dez mundos”. Em nossa vida, há o estado de buda. Não é algo a ser criado, e sim uma condição que emerge da vida das pessoas. O Gohonzon existe para fazer emergir esse estado. Além disso, acreditar e abraçar a Lei Mística, e viver em prol do kosen-rufu, constituem o ato do mais elevado bem. Acima de tudo, gostaria de acrescentar que tirar a vida de alguém é um ato de absoluto mal. Aconteça o que acontecer, não se deve matar uma pessoa. Pelo contrário, as ações que visam salvar as pessoas e conduzir o mundo à paz são de justiça e um ato do bem. [“Gostaria de obter um direcionamento sobre como transmitir a grandiosidade do budismo para os jovens amigos da mesma geração.” — solicita uma integrante da DFJ, da Austrália.] Deve-se falar com confiança e relatar convictamente sua própria experiência da fé. Isso corresponde a plantar as sementes da felicidade e da esperança na vida da pessoa. Certamente, algum dia, essas sementes germinarão, estenderão suas raízes e farão desabrochar flores. Até lá, deve-se aguardar a época, continuando a orar. Retrato de Ikeda sensei recentemente instalado ao lado das fotos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, no Auditório Memorial Toda de Tóquio, onde foi realizada a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai no dia 29 de junho deste ano Uma vida de vitórias O século 21 não será apenas de fatos animadores. Haverá países e sociedades que se defrontarão com diversos tipos de dificuldades, provações e confusões. No entanto, espero que nós, que abraçamos a Lei Mística, possamos nos fortalecer para viver de forma animada e prazerosa, independentemente da época. E, com nossas forças, construamos um país e uma comunidade local em que as pessoas possam viver felizes. É para isso que promovemos o movimento de propagação do budismo. Não há nada mais valioso nem outro caminho melhor que viver pelo kosen-rufu. De toda forma, a vocês, que vieram de tão longe, manifesto verdadeiramente profunda gratidão. Oro com devoção para que todos, sem exceção, construam uma existência magnífica e uma família maravilhosa. É uma vida extremamente importante. Adornem sua vida memorável, de máximo valor, com muitas vitórias! Publicado no jornal Seikyo Shimbun do dia 15 jul. 2024. Leia os discursos na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.690, 1o mar. 2003, p. A3 e A4. Saiba mais Veja matéria sobre a 3ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, clicando aqui. No topo: “Vamos viver juntos até o fim! Pelo bem e felicidade da humanidade!” Louvando os companheiros do exterior que se reuniram no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, Ikeda sensei incentiva cada pessoa no Centro Cultural Soka (da época), em Shinanomachi, Tóquio (set. 2002) Fotos: Seikyo Press Notas:1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 148.2. Cf. Ibidem, p. 55.
08/08/2024
Curtas
BS
Ações pelo futuro do planeta
O Departamento Ambiental (Depam), que integra a Coordenadoria Cultural da BSGI, realizou um encontro, de forma híbrida, com o tema “Mudanças Climáticas: Consequências e Soluções” nas dependências do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, no dia 15 de junho. “A atividade objetivou abordar o conteúdo proposto, tendo em vista a recente tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul”, declara o responsável pelo Depam, Felipe Suzuki. O evento contou com quatro apresentações de diferentes profissionais e estudiosos da área ambiental (engenheiro florestal, bióloga, geógrafa e química). Assim, com as explicações dos especialistas, foi possível entender como as mudanças no clima têm influenciado os fenômenos naturais, agravando suas consequências. A partir dessa constatação, salientou-se a importância de medidas como a diminuição da utilização de combustíveis fósseis, consumo sustentável, atividades socioambientais e ações pela concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), com base em conceitos como “revolução humana” e “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), postos em prática pelos membros da Soka Gakkai. Um diálogo proporcionou aos participantes compartilhar experiências em prol dos ODS e propostas de soluções como boas práticas que empreendem em sua residência e comunidade. O Depam foi oficializado em maio de 2018 e tem como missão formar agentes ambientais, cidadãos planetários com base no humanismo Soka. Participantes do encontro do Depam realizado de forma presencial e virtual (15 jun. 2024) Foto: Colaboração local
04/07/2024
Livros
BS
Preciosos encontros ao redor do mundo
Reunindo ensaios de Daisaku Ikeda sobre suas viagens ao redor do mundo, a coleção Viagens Inesquecíveis, de sua autoria, é um bilhete de embarque para uma série de experiências que colocará o leitor em contato com pessoas, costumes, tradições, poesia e beleza. Os assinantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) da Editora Brasil Seikyo receberão o lançamento do segundo volume em agosto, disponível nas versões física e digital. Quem não faz parte do CILE poderá adquirir o livro a partir de setembro. Nas 112 páginas desse novo volume, os locais visitados são Florença, na Itália; Istambul, na Turquia; Sendai, Nagoya, Ota, Okinawa e Niigata, no Japão; e Nepal, um dos países que abriga o Monte Everest. O autor mescla suas memórias e impressões a respeito dos lugares que visitou com ensinamentos muito importantes sobre a nossa humanidade. Além disso, temos acesso a fotografias de seu acervo pessoal, haicais e trechos de poemas que ele mesmo compôs, inspirado pelas características significativas dessas regiões. Assim como o autor afirma no prefácio da obra, as viagens que ele fez lhe proporcionaram encontros com pessoas cujo coração irradiava como o sol, e escrever os ensaios que compõem a coleção foi uma oportunidade de relembrar os preciosos momentos vividos com os companheiros de várias partes do mundo. Em Florença, o autor destaca o papel da cultura no desenvolvimento humano, enfatizando as artes e o espírito humanístico da cidade do Renascimento. Istambul se sobressai por sua história milenar e por conectar o Ocidente e o Oriente, sendo eixo das culturas greco-romana, cristã e islâmica. O Nepal, que vislumbra a todo instante a majestosa Cordilheira do Himalaia e é o berço do buda Shakyamuni, mantém vivo o espírito da compaixão. No Japão, ao acompanharmos o autor em Sendai, Nagoya, Ota, Okinawa e Niigata, conhecemos as particularidades de cada região, incluindo eventos históricos marcantes, aspectos culturais e valores. Em Ota, bairro de Tóquio onde Daisaku Ikeda nasceu, temos o privilégio de ler sobre suas experiências da infância e da adolescência. Em cada local, uma história, diversos encontros de vida a vida, lições aprendidas e incentivos que perduram. Por meio da leitura dos textos escritos com sincera admiração pela grandiosidade de atos simples, mas plenos de humanidade, embarcamos em viagens que nos possibilitam encontrar pessoas, aprender sobre elas, ampliar os horizontes da mente e derrubar as barreiras do coração. Afinal, não deveriam ser esses os principais objetivos — ou resultados — de uma viagem? Veja aqui os kits de agosto para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega*** PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Viagens Inesquecíveis, v. 2 Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de agosto: https://www.instagram.com/cilelivros/?igsh=MWFremNuazA2dHJlZw%3D%3D Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de agosto, assine o CILE até 31/07/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/08/2024 em www.ciledigital.com.br Fotos: BS
04/07/2024
Notícias
BS
Expandir por mares seguros
A região da Costa Verde e Mar contempla alguns dos destinos mais visitados do estado de Santa Catarina, com opções de belas e preservadas praias, sabores e outros atrativos. É nesse cenário que encontramos companheiros Soka em momento de entusiasmado avanço. O então Distrito Navegantes tem agora nova denominação, abarcando cidades vizinhas e passando a chamar Distrito Costa Verde e Mar, pertencente à RM Vale do Itajaí. No distrito, são abraçadas 96 famílias e 150 membros, divididos em duas comunidades: Navegantes, sediada na cidade que lhe empresta o nome, composta pelos Blocos Gravatá, Navegantes e São Domingos; e a Comunidade Penha, abrangendo três cidades, cada qual abrigando um bloco, ou seja, Penha, Piçarras e Barra Velha. A reunião que deu início à nova estrutura e ao novo nome ocorreu na cidade de Navegantes, SC, no dia 15 de junho. “Quando vi aquela sala lotada, senti a resposta de toda a luta empreendida após a pandemia, quando chegamos a fazer reuniões com dois, três membros”, emociona-se Ana Carolina da Silva, nomeada, na ocasião, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Comunidade Navegantes. “Tendo no coração a famosa frase ‘O que constrói a nova era é a força e paixão dos Jovens’, venho me empenhando para ser a força que não deixará meus companheiros desistirem. Faremos de nossa localidade um lugar cheio de vitórias.” Jovens na vanguarda Ana representa os cerca de cinquenta jovens que, em plena união com as demais divisões, estão criando uma grande onda de fortalecimento da base organizacional e de expansão do kosen-rufu da região que abrange mais de 186 mil habitantes, superando mais de 400 km² do litoral catarinense. Junto com outros dois jovens, ela participou da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, em São Paulo, SP, em maio último. Ana diz ter sido “Um marco para firmar meu compromisso com o Mestre. Tenho 25 anos e, aos 21, perdi meus pais para as doenças do corpo. A partir de então, estive por um tempo perdida. Retornei no ano passado, determinada a alcançar a vitória, e tenho conseguido transmitir os sentimentos de sensei aos meus companheiros de missão. Um dia, estudarei na Universidade Soka do Japão. Prometi à minha mãe ser um grande valor”, afirma a jovem. O senso de missão materializa-se ainda nas nomeações dos dois outros jovens que estiveram na convenção. Murilo Augusto Lima da Silva é o novo responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Navegantes. Ele tem seis anos de prática e há cinco está em Santa Catarina, vindo de Belém, PA. “Participei com muita gratidão, baseado na imortal relação de mestre e discípulo. Assim, trago todo o aprendizado para meu palco de atuação, num movimento para o despertar dos discípulos Ikeda, e para juntos realizarmos um avanço inédito em nossa localidade. Sensei, conte comigo, o kosen-rufu é minha vida!” No Bloco Navegantes, reforço também com a chegada de Luiz Henrique Pereira Meurer, responsável pela DMJ. Ele tem 23 anos e dezessete anos de prática budista. “Nos últimos anos, alguns aspectos da vida acabaram me afastando de algo tão importante para mim como o budismo”, reconhece o jovem, feliz pela oportunidade de se reconectar com o Mestre. “Depois de lutas diárias, consegui o dinheiro para o evento. E coloquei o desafio pessoal a partir daquele dia: jamais deixarei que algo me afaste novamente da Soka Gakkai, ultrapassando meus desafios com a fé no budismo. Está sendo assim desde o dia que prometi a mim mesmo”, reforça. E após tudo o que viveu na convenção, Luiz Henrique? “Foi um dos melhores dias da minha vida, e jamais esquecerei. Com a nomeação, coloquei como prioridade ser vitorioso e incentivar outras pessoas a nunca desistir. Meu objetivo é impactar, de forma positiva, a minha vida e a das pessoas.” Rumo a 2030 Para a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Elisabete Cristina M. Franca, foi um momento de dupla emoção, pois a reunião aconteceu no mesmo dia em que as rainhas da felicidade da Comunidade Navegantes realizaram um encontro comemorativo com a participação virtual da coordenadora da DF da BSGI, Selma Inoguti. “Estamos agora mais unidos que nunca. Nosso mestre ensina que somente a firme determinação diante de tudo nos leva à vitória. Sensei, pode confiar em mim. Sempre darei o meu melhor”, declara Elisabete. O responsável pelo distrito, Paulo Simas, destaca que esse foi um divisor de águas para todos que estão engajados. “Visando criar, reativar valores humanos na base e cuidar, zelar de todos os companheiros com a dignidade de genuínos discípulos Ikeda.” Ele esclarece que, ligados ao coração do Mestre, “Lançamos um elaborado planejamento de expansão do kosen-rufu da localidade nos próximos três anos, visando ao fortalecimento dos seis blocos e com o movimento de inspirar novos amigos a dobrar esse número até 2026”. Paulo Simas expressa sua felicidade com os novos líderes da Divisão dos Jovens (DJ) nomeados, que estão envolvidos nas atividades locais. Diz que eles têm como objetivo consolidar a estrutura de líderes jovens de distrito, blocos e comunidades, ainda em 2024. “Para isso, com base no daimoku em primeiro lugar, precisaremos ser vitoriosos no Kofu e na assinatura dos periódicos, uma vez que a consequência de estarmos na órbita do kosen-rufu, junto com a BSGI, será a vitória infalível”, arremata o líder, focando no ambiente em curso nos blocos e nas comunidades: “Atividades acolhedoras, com conteúdo que despertem interesse e gerem convicção e esperança. E dedicar máximo tempo aos encontros de vida a vida como sensei sempre nos orientou”. Para finalizar, Paulo Simas compartilha, em nome de todos, um trecho do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!,1 dedicado pelo Mestre, que diz: “Deixem seus méritos gravados / na história de suas contínuas vitórias! / A dificuldade no momento presente / será a glória em seu futuro!”. No topo: Reunião de partida do distrito sob nova denominação, Costa Verde e Mar, na mesma data do encontro da Divisão Feminina Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 446, dez. 2005, p. 40. Fotos: Colaboração local
04/07/2024
Relato
BS
Harmonia e avanço
Encontrar-se com o mestre da vida é uma oportunidade única, capaz de transformar o destino das pessoas. Eu me chamo Diego Capelli da Silva, tenho 36 anos e sou da terceira geração de praticantes do Budismo Nichiren na família. Meu primeiro grande desafio foi lutar pela vida, pois minha mãe, Cida, era considerada clinicamente estéril. A notícia da gravidez causou uma profunda preocupação, uma vez que, segundo os médicos, sua condição de saúde não permitiria a continuidade da gestação. Após intensa recitação do Nam-myoho-renge-kyo, ela venceu, trazendo-me ao mundo. Meus pais se separaram um ano depois do meu nascimento. Chegamos a morar de favor na casa de parentes e amigos. Nessa época, além do seu trabalho principal, minha mãe complementava a renda com faxinas e produção caseira de chocolates em datas festivas. Apesar de muito pequeno, lembro-me de vê-la nas madrugadas recitando daimoku. Mesmo tendo esses problemas financeiros, com as orientações do presidente Ikeda sobre a educação como valor maior e com os esforços dos meus pais, pude frequentar bons colégios e estudar idiomas. Cresci participando das atividades da Gakkai, o que fez com que eu cultivasse sonhos e esperança de avançar, independentemente das circunstâncias. Desde os 11 anos, comecei a ter crises de pânico e de ansiedade, desenvolvendo um quadro de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e comportamento hipocondríaco. Essa situação evoluiu com o tempo e, aos 17 anos, uma psicóloga recomendou que eu fosse internado em uma clínica se não melhorasse. Nesse período, incentivado pelo meu líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), ingressei no Sokahan (grupo de bastidores da divisão). O aprimoramento nesse grupo mudou o rumo da minha vida. Ainda não tinha convicção na prática budista. Encorajado por um veterano da Divisão dos Jovens (DJ), passei a ler diariamente as escrituras de Nichiren Daishonin e a fazer de uma, duas a três horas de daimoku por dia. Estava determinado a comprovar o poder da oração e a fortalecer a minha fé. Aos poucos, fui melhorando e, ao ler os incentivos do presidente Ikeda, comecei a mudar minha forma de pensar e meu comportamento. Vencer a doença e a desarmonia familiar, o que eu considerava impossível, fez emergir uma grande convicção na prática. Naquele 2006, apresentei o budismo a dois amigos. No ano seguinte, participei do 13º Curso de Aprimoramento da Divisão dos Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp) em Itapevi, SP. Saí de lá estimulado a transformar todos os aspectos da minha vida e a relatar essa vitória ao Mestre. Pouco antes do curso, sonhei que visitava o Brasil e, nessa ocasião, ele me encorajava a transformar meu relacionamento com meu pai. Para um jovem que cresceu sem essa presença paterna, é um tremendo desafio. Apesar de pagar meus estudos, meu pai e eu tivemos pouco contato. Na verdade, eu mal me lembrava do seu rosto. Então, lancei-me, mais uma vez, à luta para a transformação do meu carma. Misticamente, após a localidade em que eu atuava concretizar os resultados do Bloco Monarca, meu pai veio me visitar. Começamos a construir nossa relação e o levei para participar de uma reunião de palestra. Hoje, tenho uma ótima relação com ele e com meus seis irmãos por parte de pai. Desafios profissionais Concretizei o sonho universitário. Formei-me em direito, fui aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e continuei com a pós-graduação em uma renomada instituição. Em 2014, mesmo com um bom currículo, fiquei desempregado durante um ano e três meses. Foi um período muito difícil, mas segui a orientação de um veterano de desafiar ainda mais a recitação de daimoku, sem perder nenhuma chance de atuar na Gakkai. Eu sabia que, para vencer essa barreira, precisava vencer também no shakubuku, e assim aconteceu. Meu irmão mais novo, Lucas, fruto do atual casamento do meu pai, recebeu o Gohonzon em fevereiro de 2015 e entrou para o grupo Sokahan do qual eu fazia parte desde os meus 17 anos. Que alegria! Como resultado dessa luta, fui contratado por uma multinacional, considerada a maior empresa do mundo na época. Depois de permanecer por nove anos lá, decidi realizar o sonho de empreender e abri meu escritório recentemente. Iniciei 2024 em meio ao movimento de inspirar os jovens a abraçar os ideais de paz Soka. Atuo como coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste, que abarca dez estados e o Distrito Federal. Com a união de todas as divisões, fomos a primeira organização a concretizar os cem jovens por distrito da BSGI. Vencemos também na participação na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo com 780 representantes. Com esse grandioso resultado dos membros da CRE Oeste, tive a oportunidade de fazer nosso juramento de lutar junto com o Mestre, por todas as existências, no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado nas terras do Japão, em junho e julho. Encerro meu relato com uma orientação de Ikeda sensei que norteia a minha vida: Não importa qual seja o esforço, a derrota é sempre uma decepção. Ela rouba a vitalidade e todo o empenho se torna em vão. Vencer, por outro lado, é maravilhoso. Proporciona alegria e energia. Por isso, uma vez que se inicia uma luta, é preciso vencer infalivelmente.1 Um grande abraço a todos! Diego Capelli da Silva, 36 anos. Advogado. Na BSGI, é coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste. Diego com a mãe, Cida, na partida para o curso de aprimoramento no Japão no dia 24 de junho Momento com a família Assista Video com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI no Japão no Instagram em: https://www.instagram.com/reel/C84DEl4OHII/?igsh=MWhwaXd2eWN4bHEzZg== Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.949, 26 jul. 2008, p. A11. Fotos: BS | Arquivo pessoal
04/07/2024
Curtas
BS
O brilho do humanismo na África Ocidental
A convenção comemorativa dos quarenta anos do kosen-rufu de Togo, país localizado na África Ocidental, foi realizada no Centro da Paz de Togo, situado nas adjacências da capital, Lomé, no dia 19 de maio de 2024. No evento, participaram também membros da Divisão dos Jovens do país vizinho, Gana. O ponto primordial do kosen-rufu de Togo remonta à primeira reunião de palestra, promovida em 1º de abril de 1984. Havia vinte pessoas, entre as quais, Ida Gbodossou, atual presidente do Conselho de Orientação de Togo e vice-presidente da SGI-Togo. Em 2016, foi inaugurado o Centro da Paz de Togo num local próximo ao Palácio Presidencial. Para a ocasião, Ikeda sensei enviou uma mensagem, na qual consta: “Contribuindo em prol do desenvolvimento da amada sociedade de Togo e pelo bem das pessoas, como bons munícipes e bons cidadãos, avancem fortalecendo ainda mais a rede solidária da paz, cultura e educação”. Em 2024, completam-se também os quarenta anos de inauguração da sede de Gana, a primeira na África, construída pelos membros com as próprias mãos. Com esse significado, a Divisão dos Jovens de Gana realizou um curso de aprimoramento no Centro da Paz de Togo no dia 18 de maio de 2024. Reuniram-se cerca de quarenta pessoas. Benin avança com decisão renovada Em Cotonou, maior cidade de Benin, outro encontro foi realizado no dia 20 de maio de 2024. O responsável pelo distrito proferiu as palavras de cumprimento e o coordenador da Divisão dos Jovens expressou sua decisão. De Togo, participaram a vice-presidente da SGI-Togo, Ida Gbodossou, e outros líderes. Nos dois países, os companheiros, que vêm se desenvolvendo e se incentivando harmoniosamente como se fossem irmãos, deram uma renovada partida com os jovens na linha de frente. Aspecto radiante dos membros durante a convenção (19 maio 2024) Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 13 de junho de 2024. Leia mais Matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562639 Assista Vídeo da Convenção de Togo no Instagram oficial da Soka Gakkai. Acesse: https://www.instagram.com/reel/C8BxbxMvetj/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D Fotos: Seikyo Press
04/07/2024
Editorial
BS
Vamos sonhar
Para Freud, a consciência e a razão se originam de uma região muito mais vasta e desconhecida que a elas serve de fundamento. Os sonhos seriam momentos privilegiados para se observar as potências inconscientes sacudindo a consciência.1 Dez dias antes de falecer, Josei Toda compartilhou com seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda: “Sonhei que fui ao México”; “Shin’ichi, viva! Viva bastante! E vá para o mundo!”.2 Assim, Ikeda sensei concretizou o sonho de Josei Toda. De fato, ele materializou a potência da paz mundial idealizada por seu mestre e desenvolveu uma correnteza de pessoas que abraçam o mesmo sonho. Brasil Seikyo traz na capa o aspecto dos jovens representantes brasileiros que foram ao Japão para um curso de aprimoramento e dos amigos do México e de El Salvador em intercâmbio no Brasil. A edição que abre o segundo semestre contém Especial sobre a fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ). No Encontro com o Mestre, fotos do presidente Ikeda em Hikawa, Japão, local de profunda ligação de mestre e discípulo. Num dos trechos, Ikeda sensei afirma: Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante.3 A Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em maio, motivou toda uma geração de jovens. Além disso, os resultados expressivos podem ser acompanhados nas matérias sobre o evento Youth Meeting com participação de representantes do Instituto Soka Amazônia e dos jovens Soka da localidade. Há ainda o movimento dos jovens do Distrito Costa Verde e Mar, em Santa Catarina. Superando os estudos da psicanálise sobre os sonhos, esperamos que as próximas páginas nutram a semente do grande potencial inerente a você, leitor, e o façam sonhar e criar o ímpeto de avanço tal como Ikeda sensei diz: É natural que exista uma lacuna entre o sonho e a realidade. Sonhos que são facilmente conquistados não têm graça. Para conquistar um sonho, devem estabelecer uma forte determinação decidindo: “Vou realizar isso sem falta!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. Disponível em: Freud | ARETHUSA (usp.br) https://arethusa.fflch.usp.br/node/94. Acesso em: 28 jun. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 301, 2022. Shin’ichi Yamamoto, personagem do presidente Ikeda nesse romance. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.662, 6 jul. 2024, p. 3. 4. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 63.
04/07/2024
Notícias
BS
Conscientização ambiental
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada COP30, está programada para novembro de 2025, na cidade de Belém, Pará. No Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, uma iniciativa envolve a população local para a conscientização sobre os cuidados e a proteção do planeta, visando o futuro de todos. A convite da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), o Instituto Soka Amazônia inaugurou a exposição Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade. Ao lado do secretário da Seduc, Rossieli Soares, estiveram presentes o presidente e o vice-presidente do Instituto Soka Amazônia, respectivamente, Luciano Gonçalves e Milton Fujiyoshi. De São Paulo, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, participou dessa versão da mostra, que foi aberta pela primeira vez na capital paraense. “Que tal se esta for a geração reconhecida por ter tomado consciência e começado a cuidar do planeta?”, indagou em mensagem a diretora executiva da Carta da Terra Internacional, Mirian Vilela, elogiando a iniciativa como uma chance importante de sensibilização e reforçando aos visitantes um engajamento cada vez maior para o alcance efetivo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para Milton Fujiyoshi, levar a exposição à cidade que sediará a COP30 é de grande significado. Segundo ele, a parceria com a Seduc contribui tanto para celebrar o Dia do Meio Ambiente quanto para o fortalecimento de ações de educação ambiental neste momento crucial de debate sobre mudanças climáticas. “O objetivo da mostra é motivar os visitantes à reflexão e à ação, transmitindo a mensagem da coexistência harmônica entre ser humano e natureza para o estabelecimento do real desenvolvimento sustentável”, afirmou. A exposição Sementes da Esperança e Ação é uma produção da Soka Gakkai e da Carta da Terra Internacional já vista por mais de 1,5 milhão de pessoas em diferentes países. Apresenta em painéis exemplos de cidadãos comuns, retratando o potencial humano a favor da vida. Além da visitação pública na sede da Seduc e no Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará, a mostra também foi exibida para os participantes do Youth Meeting (Y20), grupo oficial de engajamento das juventudes do fórum mundial G20. Neste encontro, ocorrido entre os dias 17 e 19, participaram 25 representantes da Juventude Soka local e voluntários do Instituto Soka Amazônia. Ações em Manaus Na cidade de Manaus, onde está sediado, o Instituto Soka da Amazônia promoveu uma série de ações estimulantes para celebrar o Dia do Meio Ambiente. As iniciativas envolveram diversos segmentos da sociedade, como na 3ª Mostra Sustentável Manaus Verde, em palestras e vivências de educação ambiental para colaboradores e gestores de empresas do polo industrial de Manaus; em trilhas educativas da Academia Ambiental para alunos da rede pública de ensino; e da participação junto com a comunidade local em plantio de árvores nativas em escolas e com doação de mudas durante o evento Gomi Zero (Lixo Zero), realizado pela Câmara de Comércio Nipo-Brasileira em Manaus. Marcos da evolução Às margens dos rios Negro e Solimões, localiza-se a sede do Instituto Soka AmazôniaO dia 26 de junho marca a inauguração da primeira sede administrativa, com o intuito de criar o Centro de Pesquisas e Estudos do Amazonas (Cepeam). Em menos de quatro anos após a aquisição da propriedade no bairro Colônia Antônio Aleixo, em Manaus, pela BSGI, a sede foi estabelecida em frente ao Encontro das Águas com o objetivo de desenvolver atividade na área ambiental e pela proteção da Amazônia. Era o maior o ideal de Ikeda sensei. Com a nomenclatura inicial de Instituto Soka Cepeam, foi promovida, ao longo dos anos, uma série de iniciativas visando ao cumprimento do propósito do Dr. Ikeda para a efetiva proteção do meio ambiente e da Amazônia, culminando, no ano 2014, com a fundação do Instituto Soka Amazônia, que realiza a gestão da RPPN Dr. Daisaku Ikeda e empreende projetos de educação ambiental, proteção da biodiversidade amazônica e apoio a pesquisas científicas. O Instituto Soka Amazônia foi escolhido pela Rede Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) para ser organização âncora do HUB ODS Amazonas e, desde 2023, filiou-se à Carta da Terra Internacional, abrindo inúmeras possibilidades de parcerias em prol da conscientização ambiental. Participe! O Instituto Soka Amazônia é uma organização sem fins lucrativos, mantida pela contribuição de doadores e parceiros. Para saber mais ou colaborar com o instituto, acesse: https://institutosoka-amazonia.org.br/ Veja mais Conteúdos sobre a exposição Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade No topo: Visitantes apreciam a exposição Sementes da Esperança e Ação em Belém, iniciativa que visa estimular o engajamento para um futuro sustentável Fotos: Instituto Soka Amazônia | Colaboração local
20/06/2024
Notícias
BS
Presidente Harada dialoga com papa Francisco
Na manhã do dia 10 de maio (horário local), o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, encontrou-se com o papa Francisco, da Igreja Católica Romana, no Palácio Apostólico, localizado na cidade-Estado do Vaticano. O papa Francisco, o 266o papa, tomou posse em 2013 e, em 2023, celebrou seu 10o aniversário de papado. Nascido na Argentina, é o primeiro papa com origem na América do Sul. O pontífice está ativamente envolvido na resolução de conflitos bélicos e de crises ambientais, como também no diálogo inter-religioso, além de dedicar esforços para a reforma da Igreja. Em 2019, tornou-se o primeiro papa da história a visitar a península arábica. No mesmo ano, viajou para o Japão pela primeira vez, após 38 anos desde que um papa esteve no país, e visitou Hiroshima, Nagasaki e outros lugares. Em relação à Soka Gakkai Internacional (SGI), o vice-presidente da organização, Hiromasa Ikeda, encontrou-se com o papa em 2017, quando visitou o Vaticano como participante de uma conferência internacional que visualizava um mundo livre de armas nucleares. No ano passado, por ocasião do falecimento do presidente Daisaku Ikeda, as condolências do papa foram enviadas por intermédio da SGI-Itália. Na mensagem, o pontífice afirmou: “Registro a memória e os agradecimentos pelos atos de bondade realizados pelo Sr. Ikeda durante a sua longa existência, em especial, seus esforços em prol da paz e da promoção do diálogo inter-religioso”. Durante o encontro, o presidente Harada transmitiu os agradecimentos da família Ikeda pelas palavras de condolências do líder religioso a Ikeda sensei. O papa manifestou uma educada resposta. O diálogo amigável, repleto do espírito de trabalho conjunto para um futuro de paz, durou cerca de trinta minutos. Nele, o presidente Harada apresentou os esforços de Ikeda sensei à frente da Soka Gakkai Internacional (SGI) em campos como a paz, o desarmamento nuclear e o entendimento entre os povos, superando as diferenças com base no amor humano. Diálogo com o cardeal Mauro Gambetti Na sequência do encontro com o papa Francisco, o presidente Minoru Harada se encontrou, no dia 10 [de maio de 2024] com o cardeal Mauro Gambetti, presidente da Fundação Fratteli Tutti, na cidade de Roma. A coordenadora da Divisão das Mulheres, Kimiko Nagaishi, e o diretor do movimento pela paz da SGI, Hirotsugu Terasaki, também participaram do encontro. Leia mais Veja matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562537 No topo: Papa Francisco da Igreja Católica Romana e presidente Minoru Harada trocam apertos de mão (Palácio Apostólico do Vaticano) Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 11 de maio de 2024. Fotos: ©Vatican Media
06/06/2024
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BS
Amaral Vieira dedica música Revolução Humana ao presidente Ikeda
O renomado músico brasileiro Amaral Vieira criou uma obra dedicada ao fundador da Associação de Concertos Min-On, Dr. Daisaku Ikeda, intitulada Revolução Humana — Impressões e Sentimentos Musicais. A cerimônia de apresentação ocorreu no dia 21 de maio no Centro Cultural Min-On, em Shinanomachi, Tóquio. A partitura foi entregue ao vice-presidente da SGI, Hiromasa Ikeda. A partir do dia 23, a peça será apresentada nos recitais de piano organizados pela Min-On em diferentes locais do Japão. Durante a solenidade, Amaral Vieira declarou com profunda emoção: “Tenho vivido todos os dias com o desejo de cumprir a missão dada a mim pelo Dr. Ikeda de ser um ‘embaixador da paz por meio da música’. A obra dedicatória é o ápice da minha vida musical e expressa minha maior gratidão e meu profundo respeito pela grande vida de sensei”. Música e humanismo Amaral Vieira, 72 anos, nasceu na cidade de São Paulo, SP. Atualmente, realiza atividades musicais em todo o mundo e, no Brasil, se empenha na promoção da educação musical e da música clássica. Além de ocupar o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea, ele recebeu inúmeros prêmios como pianista e compositor, tanto no Brasil quanto no exterior, incluindo o Prêmio Liszt do governo da Hungria. Desde 1992, o músico se encontrou repetidas vezes com o Dr. Ikeda. Ele se identificou profundamente com sua filosofia humanística e suas ações e buscou inspiração nas poesias e nos incentivos, o que resultou na composição de vinte peças musicais. Algumas de suas composições foram agraciadas com os prêmios “Melhor Obra Sinfônica” e “Melhor Obra Camerística” da Associação Paulista de Críticos de Artes. A obra Revolução Humana é uma peça composta para piano e foi inspirada no romance Revolução Humana, que começou a ser escrito por Ikeda sensei em 1964. Por meio de acordes vigorosos e melodias leves, a música expressa a determinação de Ikeda sensei em relação à paz mundial e o quanto ele avançou para concretizar essa missão. Estudantes brasileiros da Universidade Soka apreciaram o recital do pianista e interagiram com ele após a apresentação. O professor Amaral Vieira aproveitou para incentivá-los calorosamente. Leia mais Veja matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562552 Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 22 de maio de 2024. No topo: Na cerimônia, o músico e compositor Amaral Vieira, ao centro, à esq., e Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI, à dir. mostram partitura da obra Revolução Humana junto com dedicatória do autor Ikeda sensei Foto: Seikyo Press
06/06/2024
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BS
É hora de unir forças
Durante a movimentação para a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, a empatia foi exercitada em toda a organização, na primeira fase da ação solidária promovida pela BSGI em apoio aos companheiros do Rio Grande do Sul, que atravessam período de duras perdas com a situação caótica trazida pelas enchentes. Nas semanas que antecederam à convenção e no próprio local, o Ginásio do Ibirapuera, podiam ser vistos jovens trazendo suas contribuições, que, somadas às entregues na sede da BSGI em São Paulo, chegaram a mais de 7 toneladas de doações. A distribuição de itens de primeira necessidade, como roupas, água e outros materiais emergenciais, foi realizada no dia 28 de maio diretamente na Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha, na cidade de Porto Alegre, RS. A instituição é um dos pontos de distribuição de doação para a região local e também já sediou várias atividades, criando um vínculo de cortesia, mais uma vez lembrado neste momento. O Ginásio do Ibirapuera, momento do embarque das contribuições dos participantes da Convenção da Juventude Soka Agora, os membros de São Paulo estão sendo estimulados a integrar-se à fase 2 da ação, que começou no dia 3 e vai até 30 de junho. As doações podem ser feitas na sede da BSGI, nos horários ao lado da foto. Os itens que atendem às atuais necessidades dos companheiros do Sul também estão listados. Essa ação solidária para os companheiros do Sul é de todos. Representa um forte incentivo para a união de forças tão presente em nossa organização, oferecendo alento aos que sofrem. Cenas da entrega das doações, em escola de Porto Alegre, onde voluntários locais se organizam com disposição nesse apoio logístico Com essa iniciativa, a organização alinha-se à conduta exercida pela Soka Gakkai em todo o mundo em situações de calamidades, como a recente no Sul. Veja como participar Veja mais conteúdos sobre a Ação Solidária Soka Fotos: BS | Colaboração local
06/06/2024
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BS
Ambiente de vitória
A região é conhecida por sua rica culinária, como o açaí e o tacacá, ambos de origem amazônica. Abriga ainda a exuberante floresta, a qual se conecta aos afluentes do rio Amazonas, palco da Subcoordenadoria Amazônia Oriental, a SubAMOR como é carinhosamente chamada, se estende pelos estados do Pará e do Amapá e, de Belém, PA, destacamos, nesta edição, o Distrito Pedreira, pertencente à RM Belém Oeste. Na organização local, há um total de duzentos membros, divididos nas Comunidades Lomas, Marquês de Herval e outra de nome idêntico ao do distrito. Seus integrantes se orgulham do marco dos quarenta anos do ponto primordial do kosen-rufu da Amazônia, por meio do qual, em 1984, pioneiros locais tiveram um memorável encontro com Ikeda sensei em São Paulo, SP. A partir de então, a região vem se desenvolvendo de forma vigorosa. Em 1987, o Mestre dedicou o poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas ao Brasil. Bloquinho do Humanismo Neste ano, saindo de um cenário de atividades virtuais para reuniões presenciais, muitas vezes com poucos membros, o distrito, localizado no conhecido “bairro do samba e do amor”, inovou com o Bloquinho do Humanismo para alcançar a vitória no movimento dos cem jovens por distrito. Uma vitória que culminou com a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no último dia 26 de maio. O distrito foi representado por oito jovens no evento. Um exemplo notável dessa união de forças vem de uma família em que sete jovens, entre irmãos e primos, conseguiram superar desafios pessoais e renovar sua decisão ao participarem da convenção. Além disso, a jovem Julia Miwa Fujiyoshi Brum, de 14 anos, responsável de bloco pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) levou dois colegas de escola para a pré-convenção e, no dia da convenção, outra colega e seu pai assistiram à atividade no distrito, recitando daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) pela primeira vez. Irmãs Juliana e Julia Reflexo na base A união de forças propiciou o levantar das cinco divisões, com membros e líderes voltando a atuar, criando um ambiente de vitória pessoal que se refletiu em resultados na organização de base. No dia da convenção, estavam todos reunidos para assistir à transmissão pela internet. “Foi muito emocionante. Ao assistir, senti a emoção como se eu estivesse lá presente, pois pude ver os jovens alegres cultivando ali os incentivos do sensei. Então, daqui para a frente, é batalhar sempre com alegria, perseverança e estar com o daimoku em dia, buscando os ensinamentos que o sensei nos legou”, enfatiza Leonardo Raiol dos Santos, membro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Marquês de Herval. Leonardo Raiol dos Santos Já a responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Pedreira, Dilma Furtado Vinagre, disse: “Meu coração é só gratidão! E com essa força e determinação gerada nessa convenção, que possamos resgatar as pessoas que estão ainda distantes das atividades e que nossos jovens possam tocar o coração de todos!”. Dilma Furtado Vinagre A estudante Juliana Lissa Fujiyoshi Brum, de 10 anos, fala de sua felicidade em vivenciar a convenção o quanto se sentiu tocada ao ver os jovens do Rio Grande do Sul no palco. “Eu fiquei muito surpresa e emocionada em ver que eles conseguiram vencer essa luta”. Ela decide: “Eu estarei lá na próxima. Vou continuar fazendo minha prática diária e temos o desafio de uma hora de daimoku juntos na comunidade. Aqui somos muito unidos”, reforça. Para as lideranças, o mais valioso é perceber um novo ânimo, disposição renovada e esperança em todas as divisões. Em especial, com a Divisão dos Jovens (DJ) criando uma vigorosa história de vitórias baseada na luta conjunta dos companheiros e no fortalecimento da relação de mestre e discípulo. “Que cada família se torne saudável, feliz e próspera e que o Distrito Pedreira continue sendo um celeiro de criação de valores humanos! Que a cada dia possamos plantar as sementes para nos tornar essa grande floresta de valores humanos que sensei nos denominou quando enviou a mensagem dos cinquenta anos do kosen-rufu da Amazônia”, expressa a vice-responsável pela DF do distrito, Bruna Karolina Silva do Espírito Santo Ferreira. O responsável pelo distrito, Edmilson Carvalho Furtado, sela o compromisso de todos de “Assumir a missão como discípulos diretos do presidente Ikeda! Levantaremos o bastão da propagação em nossa localidade, com esperança!”. Cena da comemoração do cinquentenário do kosen-rufu da Amazônia (Belém, out. 2019) No topo: Aspecto dos participantes após a transmissão da Convenção dos jovens, no dia 26 de maio Fotos: Colaboração local
06/06/2024
Notícias
BS
Sensei está en mi corazón latino!
A frase do título remete ao brado entoado pelos 39 representantes provenientes de dez países que participaram do Intercâmbio dos Jovens da SGI da América Latina nos dias 24, 25 e 26 de maio: “Dónde está sensei? Aquí, aquí, aquí. Em mi corazón latino!” (Onde está sensei? Aqui, aqui, aqui. Em meu coração latino!). Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Peru, Panamá, Paraguai, República Dominicana e Venezuela marcaram presença na atividade que culminou com a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, promovida no Ginásio do Ibirapuera, no dia 26 (leia mais na ed. 2.659, de 31 de maio de 2024). Foram três dias de intensa programação em que os jovens visitaram e participaram de atividades nas dependências do Centro Cultural Campestre (CCCamp), do Palácio Memorial da Paz Eterna, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI) e da Editora Brasil Seikyo. Dependências da Editora Brasil Seikyo Intercâmbio com a Juventude Soka do Brasil No final da tarde de sábado, dia 25, o Auditório da Paz do CCDI foi palco da reunião de intercâmbio da Juventude Soka da América Latina Esperança do Mundo, que contou com a participação de jovens da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais, vindos de diversos estados do Brasil, na convenção. Entre eles, estavam integrantes da BSGI do Rio Grande do Sul, que bravamente enfrentaram diversos desafios para participar das atividades em São Paulo, tendo em vista as consequências das fortes enchentes que assolaram o estado. O encontro trouxe o relato de comprovação de Vanessa Beatriz Fernández, membro da Divisão Feminina de Jovens da SGI-Paraguai, sobre suas vitórias no campo profissional e na saúde por meio da prática budista e seu juramento ao Mestre. Um talk show com representantes dos países abordou temas como a cultura local, as atividades das respectivas organizações para propagar o budismo e como transmitir o legado e os ideais de Ikeda sensei às futuras gerações. Em suas palavras de agradecimento, Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI, deu as boas-vindas em nome dos líderes da Juventude Soka do Brasil. Salientou que a luta de cada indivíduo, que representa a história de mestre e discípulo de seu país, é fonte de grande inspiração e de encorajamento para os demais. Ela conclamou a todos para que, “Unidos pelo ideal do kosen-rufu no continente, o mais distante do Japão e o mais próximo do coração do Mestre, renovassem a decisão de criar inúmeras fileiras de jovens discípulos latino-americanos, verdadeiros bodisatvas da terra que sucedem o espírito do Mestre e promovem a grande propagação da Lei Mística por todo o futuro”. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, externou seus cumprimentos a todos os que, vencendo seus desafios, vieram participar desse intercâmbio, transmitindo sinceros votos de que aproveitassem ao máximo as atividades no Brasil. Uma apresentação musical do grupo Sol da Esperança da Divisão Feminina, alegrou e emocionou os participantes, que selaram o encontro com uma foto comemorativa histórica. Momentos da reunião de intercâmbio da Juventude Soka da América Latina Esperança do Mundo, realizada no Auditório da Paz do CCDI (São Paulo, SP, 25 maio 2024) No topo: Jovens da América Latina perto da estátua do presidente Ikeda no CCCamp Fotos: BS | Colaboração local
06/06/2024
Relato
BS
A vitória é a conquista do coração
Meu nome é Alberto Kuba, tenho 44 anos. Nasci em uma família de praticantes do Budismo Nichiren, sendo minha bisavó uma das pioneiras da BSGI em Presidente Prudente, cidade do interior do estado de São Paulo. Devido à sua dedicação, toda a família abraçou a prática budista e cresci nesse ambiente de plena boa sorte. Quando me formei em engenharia, fiz estágio em uma empresa de Jaraguá do Sul, SC, e, após ser contratado, acabei me mudando definitivamente para essa cidade. Com o apoio de meus líderes e de veteranos da organização, tive a oportunidade de atuar na Divisão Masculina de Jovens (DMJ) em múltiplas funções e de fortalecer a minha prática da fé. Casei-me no dia 3 de maio de 2008 com minha querida Elisandra em uma cerimônia budista, pois ela também era praticante e líder na organização. No ano seguinte, exatamente em 3 de maio de 2009, atuava como responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM Santa Catarina e tive a boa sorte de participar da Convenção dos Jovens da Nova Era da BSGI, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP. Na época, embarcamos em quatro ônibus lotados de jovens, levando diversas “carinhas impressas” dos estudantes que participaram dos preparativos, mas que, pela idade, não puderam ir a São Paulo. Gostaria de contar um pouco do que aconteceu na minha vida desde essa ocasião. Palco da missão Um mês depois, fui convidado a participar de um projeto na unidade da empresa na China. Após essa primeira visita, veio o convite definitivo de expatriação. Assim, mudei-me para aquele país, junto com minha esposa e meu enteado, com o objetivo de ocupar o cargo de gerente de vendas. Como nossa empresa estava indo muito mal na época, imperava a desarmonia. Recitei muito daimoku para compreender qual seria minha missão com aquela mudança e encontrei no romance Revolução Humana as respostas de que precisava. Da mesma maneira que Toda sensei enviava o jovem Daisaku Ikeda para os lugares mais desafiadores, onde ele se dedicava ao máximo para corresponder à expectativa do seu mestre, decidi que seria vitorioso no trabalho de forma a corresponder às expectativas dos meus líderes. Além disso, comprometi-me a compartilhar com meus colegas na China a filosofia do budismo que aprendemos em nossa organização. Quando comecei a trabalhar na China, em 2010, eram poucas as pessoas que falavam inglês. Orava intensamente daimoku para que, mesmo com toda a dificuldade de comunicação, conseguisse alinhar a atuação do time e mudar a situação. Aos poucos, fomos transformando tudo. Tornamo-nos a unidade com os maiores percentuais de crescimento e de resultado do grupo. Com isso, veio minha primeira vitória: em janeiro de 2012, fui nomeado diretor de vendas, o diretor mais novo já nomeado pela empresa. Durante esse período em que me esforçava muito ao trabalho, o apoio e a prática da minha esposa fizeram com que o sol sempre brilhasse dentro de casa. Maldade versus comprovação Durante um check-up feito em 2012, enquanto minha esposa estava de férias no Brasil, descobriu-se um nódulo em seu seio. Dada à dificuldade que imaginávamos que seria acompanhar o tratamento na China, o médico sugeriu realizar uma cirurgia simples para removê-lo. Após essa intervenção cirúrgica e seu retorno à China, ela começou a sofrer com muitos problemas. Tinha dores constantes e consultamos vários médicos da região, sem que identificassem a causa. Com passar dos meses, À medida que os meses avançavam, ela ia ficando cada vez mais fraca, a ponto de não conseguir realizar ações simples, como pentear o cabelo. Diante da angústia de não saber o que fazer, decidimos que não seríamos derrotados e nos empenhamos na recitação do daimoku com a determinação de encontrar um tratamento sem precisar sair da China. Depois de muitas horas de oração, chegamos a uma clínica muito respeitada nesse país, com profissionais formados em medicina tradicional chinesa e em medicina ocidental. Foi lá que recebemos a confirmação: minha esposa tinha polimiosite, doença autoimune, sem cura, cujos sintomas podem ser controlados. Surge a esperança e, duas semanas após ser medicada, ela já não tinha nenhum sintoma. Conforme havíamos determinado, ela se recuperou 100% sem precisarmos voltar ao Brasil para buscar tratamento. Não duvidar jamais Com a saúde de minha esposa estabilizada e minha promoção como diretor da empresa, entendemos que havia chegado a hora de aumentar a família. Então, em 2013, ela engravidou e tudo estava correndo bem até que começou novamente a se sentir fraca. Fomos orientados pela clínica chinesa a consultar uma reumatologista. No final do exame, a médica do hospital foi categórica: para assegurar o tratamento e a vida da minha esposa, era necessário fazer um aborto em, no máximo, duas semanas. Como doeu ouvir aquela proposta. Minha filha estava com dezoito semanas de gestação, já formada e sentíamos os movimentos dela na barriga da mãe. Como poderíamos escolher pelo aborto, sabendo quão mística e preciosa é a vida de uma pessoa. Minha esposa e eu não nos deixamos abalar. Consegui duas semanas de férias para me dedicar a ela e para orar daimoku até transformar aquele sentimento de desespero em gratidão. Sem contar para ninguém no Brasil o que estava acontecendo, desafiávamo-nos na recitação de horas de daimoku com o sentimento de gratidão e convictos da nossa vitória. Por meio de pesquisas, li sobre tratamentos que poderiam ser feitos para aliviar os sintomas da doença, identificando vários alimentos anti-inflamatórios. Seguindo essa dieta, no retorno ao hospital, informamos que não faríamos o aborto. Como o hospital não concordou com nossa posição, fomos privados de continuar o pré-natal lá, pois consideravam que havia um grande risco para minha esposa e não possuíam uma infraestrutura hospitalar adequada para esse tipo de parto. Assim, minha esposa estava grávida de vinte semanas, fraca e sem médico nem hospital para fazer o acompanhamento. Recitávamos muitas horas de daimoku para transformar a situação. Veio à minha mente uma frase que li num livro: “Onde há vida, há esperança”. E, mesmo diante de todas as adversidades, determinamos a vitória. Como não há oração sem resposta, encontramos um obstetra, especialista em gestação de risco, e conseguimos fazer o pré-natal num hospital chinês, superando várias barreiras, entre elas a do idioma, porque ali ninguém falava inglês. Nós orávamos com um forte sentimento de gratidão, pois, mesmo diante daquele inverno rigoroso, sabíamos que mais cedo ou mais tarde nossa primavera chegaria. Nossa filha nasceu no dia 2 de fevereiro de 2014, pesando 2,3 kg e totalmente saudável. Demos a ela, portanto, um nome significativo: Victoria. Hoje, com 10 anos, é uma menina muito esperta, saudável e extremamente carinhosa com todos. Neste ano, ela recebeu o certificado de conversão e participa ativamente das atividades da Divisão dos Estudantes. Novo voo Em 2015, com os excelentes resultados alcançados pela nossa empresa na China, fui convidado a participar de um curso de formação executiva na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, considerada um dos melhores centros de formação executiva do mundo. E uma nova vitória: fui promovido a diretor-geral, responsável por toda a operação da empresa no país. Nesse período, com profundo sentimento de gratidão, minha esposa promovia reuniões em nossa casa, para estudar o budismo com algumas esposas de expatriados na China, e duas brasileiras receberam o Gohonzon. Desde que assumi como diretor-geral, em 2015, nossa empresa se expandiu rapidamente, tornando-se grande referência no mercado e em todo o grupo. Como resultado, em 2020, fui convidado a retornar ao Brasil para ocupar o cargo de diretor superintendente da área de motores industriais, a maior empresa do conglomerado. Com nosso capítulo na China concluído, retornamos ao Brasil em meio à pandemia da covid-19. Eram mais de 13 mil colaboradores sob a minha responsabilidade. Diante do Gohonzon, decidi que trabalharíamos para criar um ambiente em que todos se sentissem seguros e que sairíamos da crise sem demitir nenhum colaborador. Superando as dificuldades, mês a mês, vencemos e finalizamos o ano em plena recuperação. Os anos seguintes, 2021 e 2022, foram marcados por diversos recordes de vendas e de produção e, depois de um ano nos Estados Unidos, em nosso retorno ao Brasil, inauguramos nossa sede particular na qual hoje acontecem as atividades do bloco e, principalmente, as reuniões voltadas para Divisão dos Estudantes. Na WEG, onde comecei como estagiário, tive a grande surpresa de ser nomeado novo presidente do grupo a partir de 1o de abril de 2024. Agora, a gratidão aflorou ainda mais ao participar da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, contando meu relato com a expectativa de encorajar os jovens, indo a São Paulo com minha esposa e minha filha. A alegria maior foi ver na plateia os representantes de Santa Catarina, entre eles aqueles meninos e meninas que não puderam participar em 2009. Sou grato ao nosso mestre e aos nossos colegas da organização pelo apoio que sempre tive em todos os momentos da minha vida. Vou continuar me esforçando para ser um verdadeiro discípulo que concretiza os sonhos do Mestre. Muito obrigado! Com a filha Victoria, ao centro, Alberto e Elisandra desfrutam a felicidade conquistada, sem jamais desistir. A cena retrata a família durante a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 26 de maio Vemos as “carinhas” dos estudantes trazidas pelos representantes dos jovens de Santa Catarina, em 2009, as quais também figuram na imagem sequencial Participação presencial de muitos deles na convenção do dia 26Assista Vídeo do Sr. Alberto Kuba no Vidas que inspiram Alberto Yoshikazu Kuba, 44 anos, CEO de multinacional. Na BSGI, atua como vice-responsável pelo Bloco Jaraguá, Distrito Jaraguá do Sul, RM Jaraguá do Sul, Sub. Santa Catarina, CRE Sul, CGRE. Fotos: BS | Arquivo pessoal
06/06/2024
Notícias
BS
Gratidão e decisão
O importante é fazer de uma vitória a causa para a próxima. Esse é o modo sagaz de lutar e o caminho que conduz a sucessivas vitórias.1 Pondo em prática esse direcionamento dourado de Ikeda sensei, componentes dos grupos que atuaram nos bastidores da grandiosa Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo reuniram-se na tarde do dia 1o de junho. O Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, foi o palco do encontro, o qual foi transmitido pela internet, e registrou uma nova partida dos integrantes rumo ao futuro. A convenção, promovida no dia 26 de maio, assinalou a vitória total no movimento dos 100 mil jovens humanistas empreendido pela BSGI e foi marcada pelo juramento da Juventude Soka brasileira ao Mestre, visando à concretização do kosen-rufu (leia mais na edição 2.659, de 31 de maio de 2024). Os esforços repletos de alegria, dinamismo e gentileza dos membros dos grupos das Divisões Sênior, Feminina e dos Jovens, foram essenciais para propiciar as melhores condições aos participantes e figurantes a fim de promover o histórico evento. Na atividade de reencontro, os participantes assistiram a um vídeo com os principais momentos da convenção e ouviram os relatos de comprovação dos jovens Vinícius Cardoso e Mariana Oliveira, integrantes dos grupos Gajokai e Cerejeira, respectivamente, e que atuaram no staff dos bastidores. Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI, expressou sua sincera gratidão a todos e, em especial, a Ikeda sensei pelos momentos vividos durante os preparativos e a realização da convenção, que abriu uma nova era na atuação da Juventude Soka na construção de uma sociedade de paz. Para tanto, reiterou dois pontos fundamentais: propagar o budismo, ou seja, realizar seu shakubuku, dando um passo adiante no movimento dos 100 mil jovens humanistas; e tornar o bloco em que atua o “mais feliz da BSGI”. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, ressaltou que a convenção foi o marco do pulsar da luta conjunta de mestre e discípulo, ponto primordial do avanço da organização. Ele citou a admiração e a simpatia que muitas pessoas, não membros da BSGI, manifestaram ao ter contato com os participantes da convenção. E também o papel de cada um dos membros da organização na construção da paz da humanidade a partir de atitudes solidárias no local em que vivem. Por fim, conclamou a todos a lançar-se a novos desafios, objetivando empreendimentos ainda mais grandiosos, convictos de que “não há nada maior que a força e a paixão da Juventude Soka”. A exibição de uma retrospectiva em vídeo dos bastidores da convenção e a apresentação da canção Saudação a Sensei com membros do Coral Esperança do Mundo e do grupo Taiga encerraram vibrantemente o encontro. Veja fotos dos integrantes do staff de bastidores da Convenção Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.529, 30 out. 1999, p. 3.Fotos: BS
06/06/2024
Incentivo do líder
BS
Futuro glorioso
Quanta alegria comemorarmos os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei em nosso país! Ultrapassando o cenário de 1984, hoje, bradamos que a BSGI é campeã, pois cada membro comprova, diariamente, a força capaz de dissipar a escuridão e de cumprir seu juramento com coragem e alegria. Sobre o festival de 1984, o presidente Ikeda expressou: Em fevereiro de 1984, por ocasião de minha visita ao Brasil depois de um longo intervalo de dezoito anos, dirigi-me repentinamente até o local do ensaio geral do Grande Festival Cultural-Esportivo da SGI, onde fui recebido com entusiasmo e intensa ovação de meus companheiros. Nesse ginásio de esportes da cidade de São Paulo, contornei a quadra que serviu de palco central e bradamos juntos pela vitória nessa ocasião tão esperada. Esse momento de integração jamais se apagará do meu coração.1 Em 1984, foi estabelecido por Ikeda sensei o ponto primordial do kosen-rufu do Brasil, que é o espírito da luta conjunta de mestre e discípulo e, daí em diante, comprovamos a veracidade do Budismo Nichiren, avançando passo a passo e expandindo os ideais Soka para toda a sociedade. Vindo para 2024, o grande espetáculo que os jovens apresentaram é a certeza desse glorioso caminho de mestre e discípulo. Na mensagem que recebemos para a convenção, Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, cita Ikeda sensei sobre recitar daimoku e a “união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’”. “O pulsar profundo do espírito de luta conjunta de mestre e discípulo é a causa da vitória do Brasil”2 Com base nisso, ao longo dos quarenta anos, seus pais e seus avós vieram dedicando a vida ao movimento pelo kosen-rufu na luta conjunta de mestre e discípulo. Quantas batalhas e comprovações vivenciamos e vencemos, pois a base de sustentação foram a união harmoniosa e a relação de mestre e discípulo, sempre seguindo as orientações de Ikeda sensei. Quero compartilhar outro incentivo do presidente Ikeda e que possa servir de parâmetro para nossas ações no próximo semestre e para consolidarmos 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Na longa jornada do kosen-rufu, um modo de vida consagrado à luta conjunta de mestre e discípulo está em total consonância com o juramento seigan de bodisatva. Quando nos dedicamos ao caminho de mestre e discípulo e ao nosso juramento seigan como bodisatvas da terra, conseguimos evidenciar dentro de nós a poderosa condição de vida do estado de buda. Nossa vida será repleta de sabedoria, coragem e compaixão, que fluirão ilimitadamente desse manancial interior. Hoje, jovens leões Soka estão seguindo com solidez o supremo caminho de bodisatva do Budismo Nichiren. Neste momento em que a humanidade enfrenta terríveis desafios, mais e mais pessoas buscam a filosofia de respeito à vida do Budismo Nichiren e o calor do humanismo Soka. Nosso trabalho como bodisatvas da terra apenas começou. É hora de reunirmos coragem e expandirmos diálogos repletos de esperança. Sigamos avante, junto com os jovens e com o espírito cada vez mais jovem, nossos esforços radiantes para levar paz e segurança para todos!3 Hoje, vamos todos nós, juntos com a Juventude Soka, ajustar nosso coração com Ikeda sensei e assinalar a partida rumo ao futuro glorioso. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 404, abr. 2002, p. 12. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.659, 31 maio. 2024, p. 14. 3. Terceira Civilização, ed. 665, jan. 2024, p. 63.
06/06/2024
Matéria da Divisão Feminina
BS
Façam de todos os dias os melhores da sua vida — vivam “Mais um Dia Feliz”!
Queridas amigas de todos os recantos do Brasil! Estimadas amigas convidadas, sejam muito bem-vindas! Desejamos que estejam bem, desfrutando muita saúde e excelente disposição. É uma alegria recebê-las no Encontro Comemorativo da Divisão Feminina, em que, juntas, celebramos os 73 anos de fundação da nossa amada divisão. Nesta oportunidade, expressamos nossa sincera gratidão pelos esforços e pela dedicação em promover esta maravilhosa atividade neste significativo mês de junho. Parabéns!!! Este é o primeiro ano em que realizamos este encontro após o encerramento da existência do nosso mestre, Daisaku Ikeda, e ele estará sempre vivo em nosso coração, mediante nossa postura, comportamento e ação. Com isso em mente, compartilhamos uma reflexão: nosso sentimento neste evento não pode ser igual ao dos anos anteriores, ou seja, deve ser diferente. Esse “ser diferente” significa manifestarmos gratidão e reconhecermos que este “é o momento” de nos levantar e determinar, orar, transformar nossas questões, para realmente usufruirmos uma vida feliz, regada de comprovações e resultados da prática da fé em todos os setores da vida. Este “é o momento” de externarmos nossa solidariedade e contribuirmos para a felicidade das pessoas, da nossa família, no trabalho, entre amigos, na localidade e na sociedade. É hora de “fazermos a diferença” e “darmos o nosso melhor”. Em nosso dia a dia, muitas companheiras podem estar enfrentando desafios inimagináveis. Entretanto, a convicção de que, com base na recitação de “muito mais daimoku”, venceremos qualquer adversidade que surja, deixando assim, nosso coração mais tranquilo. Assim, convidamos a todas a dialogar sobre três pontos para alcançar a vitória e a felicidade, a se incentivar, compartilhando suas experiências e, se desejarem, a objetivar como estarão até o encontro de junho de 2025. Com muita saúde, lindas e felizes, com certeza (risos). 1. Recitar “muito mais daimoku” e tornar “possível o impossível” Esta deve ser a convicção ao orarmos “muito mais daimoku” ao Gohonzon: por mais difícil que seja a situação, tudo tem um significado e, com certeza, vamos tornar possível o impossível. A chave é começar o dia com a oração resoluta do daimoku, criando a condição para que a energia brote e caminhe de forma satisfatória. Falando em energia, a energia vital é a que aciona a coragem, a sabedoria, a perseverança e a força de que necessitamos para triunfar na vida. Quando priorizamos a prática da fé, tudo flui. Quem vence na prática na fé, vence em tudo. Quem ora, vence! Por isso, nosso mestre declarou: “Venho até hoje fazendo da recitação do daimoku minha prioridade máxima”.1 Em 2016, na mensagem comemorativa dos 65 anos da Divisão Feminina, Ikeda sensei e Sra. Kaneko afirmaram: Não existe absolutamente nenhuma parede que não possa ser derrubada por meio desta fé. Não existe absolutamente nenhuma dificuldade que não possa ser suplantada por meio desta fé. Não há realidade alguma que não possa ser transformada por meio desta fé. (...) Recitando vigoroso daimoku, ampliem e enriqueçam sua condição de vida, expandam os laços de amizade e estendam o elo das pessoas com o budismo.2 Quando acreditamos no poder do Gohonzon e recitamos um vigoroso daimoku, temos a oportunidade de vencer em nosso cotidiano, realizando a transformação de veneno em remédio. Então, amiga, vamos orar, orar até que consigamos estar com nosso coração cheio de esperança e de coragem. E, por fim, bradar: “Eu venci!”; “Nós vencemos!”.3 Maravilhoso, não é mesmo? Nós também temos a oportunidade de orar “muito mais daimoku”. Então, deixamos aqui um superconvite para que você aproveite e lance seus objetivos: de 4 de junho a 12 de setembro, teremos mais uma etapa do “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”. Cada uma de vocês, em sua casa, recitando Nam-myoho-renge-kyo pelo tempo que desejar durante esse período. A concretização desse desafio é a prova de que a Divisão Feminina tem avançado com a certeza de que o impossível se torna possível quando suas integrantes manifestam resolutamente os poderes da fé e da prática. 2. Manifestar o espírito de “jamais ser derrotado” (Maketara akan) O espírito de “jamais ser derrotado” é não retroceder no objetivo que deseja concretizar; é jamais desistir dos seus sonhos e objetivos, mesmo quando soprarem ventos contrários em sua vida. Ikeda sensei nos incentiva no livro Pode Haver uma História mais Maravilhosa que a Sua?: Aqueles que experimentam o maior sofrimento alcançam a felicidade suprema. Jamais se esqueçam de que felicidade é uma flor que desabrocha no solo da paciência e persistência. Um dos lemas de minha esposa na juventude, como integrante da primeira turma da Divisão Feminina de Jovens, era: Hoje, mais uma vez, não seja derrotada. Hoje, mais uma vez, evidencie coragem, Trilhando o seu caminho Na estrada do seu juramento Na estrada da vitória. Aqueles que não permitem que nada os derrote são vitoriosos. Em particular, aqueles que vivem uma existência invencível, seguindo as convicções que juraram defender, são os mais fortes e mais admiráveis de todos.4 3. Ter esperança, pois “O inverno nunca falha em se tornar primavera”! A monja leiga Myoichi, sem dúvida, ficou profundamente tocada pela mensagem de Nichiren Daishonin, na qual ele clama a seus discípulos que observem sua vitória de “O inverno nunca falha em se tornar primavera”5 e adotem essa mesma postura na condução da própria vida. Nós também devemos alcançar nossa própria “primavera da felicidade” — não somente para nós mesmas, mas para o bem de todos os membros que vêm lutando ao nosso lado por vários anos. É importante que sejamos o exemplo, de modo que aqueles que vierem logo após possam nos observar, alegrar-se e dizer: “Que maravilhoso!”. Sensei afirma: Aqueles que continuam praticando o Budismo de Nichiren Daishonin se tornam pessoas extraordinárias e conquistam a felicidade!6 Esperamos que todas saiam deste encontro inspiradas e conscientes de que, por mais rigoroso que seja o inverno, ele não é eterno: a primavera sempre chega. Que vocês tenham como base constante o juramento ao Gohonzon, ao Mestre e aos companheiros! Sejam felizes, vivam sempre “Mais um Dia Feliz”, com uma pitada de SAL (sabedoria, alegria e leveza). “Shitei funi é a minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!” Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 310, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.325, 28 maio 2016, p. A3. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História mais Maravilhosa que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 205. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 6. Cf. IKEDA, Daisaku. Transformar Sofrimentos em Alegria. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 167, 2022. Vitórias da Divisão Feminina Mulheres fortes, corajosas e radiantes Por Alessandra Meirelles Plana, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, RM Fortaleza, Sub. Nordeste 2, CRE Leste Nasci em São Paulo, sou fukushi1 e minha família já se encontra na quarta geração de praticantes. Em janeiro de 2023, mudei-me para Fortaleza, CE, devido à transferência de trabalho do meu marido, Marcos. Antes disso, trabalhava home office em uma financeira, que aceitou tranquilamente minha mudança de estado. No dia 4 de junho de 2023, nossa coordenadora da Divisão Feminina (DF) da BSGI, Selma Inoguti, lançou o “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”, ao qual me comprometi com toda a determinação. Em julho, o trabalho home office se encerrou em algumas empresas e recebi a dispensa do meu emprego. Há seis anos, venho fazendo tratamento com uma medicação de alto custo para uma doença de pele chamada urticária crônica espontânea. Ao sair da empresa, perdi o direito ao plano de saúde e, consequentemente, ao medicamento disponibilizado por eles. Em agosto, as urticárias voltaram com tudo, ocasionando idas ao pronto socorro para receber aplicações de adrenalina e altas doses de cortisona, pois essa condição pode ocasionar o fechamento da glote. No dia 12 de setembro, ao completar o desafio dos cem dias de daimoku, fui aprovada em um processo seletivo na empresa onde meu marido trabalha há dezesseis anos. No mês seguinte, adquiri direito ao plano de saúde e encontrei uma alergista que, inclusive, possui a mesma doença que eu. Em 14 de novembro, recebi um convite para liderar o grupo Zenshin da RM Fortaleza. E, em dezembro, meu marido e eu realizamos um dos nossos maiores objetivos em dezoito anos juntos: a aquisição do nosso castelo do kosen-rufu, nossa casa própria. Sinto-me afortunada por estar na luta pelo kosen-rufu do Nordeste, ao lado de mulheres fortes, corajosas e radiantes. E percebo que minha vida ganhou novo e amplo significado. A partir da esq., o filho Leonardo, Alessandra, o marido Marcos e a filha Andressa Nota: 1. Fukushi: Quem nasce em uma família de praticantes do budismo. *** Escrever uma história de vitórias Alessandra Del Barco, responsável pela Divisão Feminina de subcoordenadoria, Sub. Castelo Regis, CGSP, CGESP Desde 2008, venho me esforçando para viver em ação as seguintes palavras do nosso eterno mestre, Daisaku Ikeda: O venerado mestre Josei Toda orientou as companheiras da Divisão Feminina com as seguintes palavras: “Não há nada que supere o aspecto radiante de entusiasmo de uma mulher que abraça a Lei Mística. Se a mulher mantiver tenazmente a fé, todos à sua volta se tornarão felizes. O kosen-rufu será concretizado em meio à força das mulheres”.1 Sempre reflito: “Qual história eu estou escrevendo?!” e “Quanto estou vivendo esta orientação e desfrutando os ilimitados benefícios da recitação do daimoku?”. No dia 29 de fevereiro 2024, realizamos um encontro com o tema “Novos Começos se Iniciam”. Essa atividade reuniu mulheres Soka, líderes de regional e acima, com objetivo de comemorarmos as datas significativas do mês de fevereiro e a conclusão do desafio dos cem dias de “muito mais daimoku”. Dois dias após esse encontro, meu marido Edevaldo sofreu um grave acidente doméstico que quase o levou à morte. O ferimento foi no rosto e tão grave que a cirurgiã que o atendeu disse: “Hoje é uma nova data de nascimento”. Quando o vi, fiquei assustada e comecei a chorar. No entanto, ao ouvir a voz dele, na hora, pensei: “Está tudo bem!”. Aproximei-me do meu marido e falei: “Meu amor, recite Nam-myoho-renge-kyo”. É impressionante a força que evidenciamos nesse momento. Mantive-me calma e serena, recitando daimoku o tempo todo. Ele passou por uma cirurgia delicada no olho esquerdo devido a uma atrofia do globo ocular. Logo após a cirurgia, o médico declarou: “Fizemos tudo o que podíamos, mas o caso dele é muito grave. Agora, depende do organismo dele”. No dia seguinte, quando o médico retornou para examinar o olho do meu marido, ficou impressionado com a recuperação e lhe deu alta. Ao longo desses quase noventa dias, meu marido vem tendo uma recuperação incrível. Pela medicina, ele perderia totalmente o olho. No momento, o olho permanece intacto, sem visão, porém com uma pressão ocular que impressiona o médico. Nós sentimos o daimoku se manifestando em cada detalhe: desde o acidente, que poderia ter sido fatal, até o socorro, o atendimento e o médico. Cada acontecimento foi fruto da boa sorte acumulada e do poder do daimoku. Não temos dúvidas de que transformamos veneno em remédio e de que estamos usufruindo os benefícios ilimitados da Lei Mística e da grandiosa luta em prol do kosen-rufu, que realizamos com tanta alegria e gratidão. Em meio a tudo isso, não recuei em nenhum momento na minha nobre missão, ao lado dos preciosos amigos, criando o melhor palco de oportunidades para nossos tesouros: os jovens. Como resultado, no dia 16 de março, eles presentearam nosso mestre com a vitória de 100% dos distritos no movimento dos cem jovens humanistas. Alessandra com o marido Edevaldo, à esq., e o sobrinho Juan, à dir. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.941, 31 maio 2008, p. A2.Ilustração: GETTY IMAGESFotos: Arquivo pessoal
29/05/2024
Notícias
BS
Cultura Soka
A Coordenadoria Cultural (CCult) da BSGI foi fundada oficialmente em 1984 pelas próprias mãos de Ikeda sensei em sua terceira visita ao Brasil. Congrega membros das variadas atividades profissionais, como médicos, artistas, ambientalistas, juristas e outros. No último dia 5 de maio, integrantes da CCult se encontraram no auditório do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, para juntos reconfirmarem a missão e os propósitos na celebração dos quarenta anos de criação da coordenadoria. Em formato híbrido, com transmissão on-line para os membros de todo o país, o evento também reuniu familiares e amigos. Na pauta, houve relatos de veteranos e de membros das coordenadorias de São Paulo e do Rio de Janeiro, junto com apresentações de músicas e de dança que ficaram a cargo dos integrantes do Departamento de Artistas (Depart), do Coral Filarmônico Ikeda do Brasil (CFIB) e da Camerata Ikeda da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), com versões que encantaram os participantes. Primeira atividade da CCult pós-pandemia, a programação não deixou de enaltecer a lembrança de Ikeda sensei, que se despediu desta existência em novembro de 2023, com uma trajetória de dedicação abnegada ao incentivo e à paz no mundo. No palco, uma cadeira abrigava um ramalhete de flores. Trechos de vídeos e da última mensagem enviada por ele à CCult, em 2019, emocionaram. Os senhores que, em meio a uma realidade social comparável a um pântano lamacento, cumprem a própria missão em prol da sociedade e em prol das pessoas, recitando daimoku da prática individual e altruística, são indiscutivelmente a entidade do Myoho-renge-kyo.1 A mensagem do Mestre tornou-se um direcionamento eterno para todos. Nas palavras de Alessandro Ariga, coordenador da CCult, ficou evidenciado que o sentimento de gratidão pelo presidente Ikeda e pelos veteranos deve ser transformado em uma grande luta em prol da cultura e do humanismo Soka. “Manifestar ainda mais coragem, força e disposição para cumprir nosso papel, nossa missão e nosso juramento ao Mestre, sempre realmente buscando avançar, cada vez mais, junto com os companheiros e com esse mesmo coração grandioso de Ikeda sensei.” Já a coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti, relembrou sua atuação como integrante do Pompom-tai, grupo infantil da banda feminina Asas da Paz Kotekitai, no festival de 1984. Comentou também sobre o encontro que teve com o coordenador da Coordenadoria Cultural da Soka Gakkai, Hiroki Nagano, durante um curso de aprimoramento no Japão em abril deste ano, junto com Ariga, e terminou suas palavras destacando cinco pontos compartilhados por ocasião dessa atividade O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, falou brevemente sobre os quatro pilares da oração budista explanados pelo presidente Ikeda em fevereiro de 2021. Reforçou serem esses pontos essenciais para a prática da fé. No topo: participantes do encontro comemorativo dos quarenta anos da CCult, em São Paulo Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019, p. 6.Foto: Colaboração local
29/05/2024
Notícias
BS
A luz da boa sorte
Um local repleto de boa sorte e alegria. Assim é definido o ambiente que hoje se tornou realidade para os integrantes do Bloco Jardim Lurdes, pertencente à RM Guaianases. Situada na zona leste de São Paulo, SP, uma das áreas mais populosas da capital, essa organização de base da BSGI tem uma característica distinta, evidenciada pelas lideranças: a “criação de valores”. Essa perspectiva se intensificou ainda mais com a inauguração de um espaço especial para atividades em 2023, com ampla sala e dois banheiros, após a reforma na residência da responsável pela Divisão Feminina (DF) do bloco, Ivanete Gercina da Silva. “Tenho 44 anos de prática e esse era um grandioso sonho, de pura gratidão a Ikeda sensei. Uma felicidade imensa receber nossos membros e convidados”, enfatiza a líder. Ela nos conta que, no passado, o bairro no qual a família reside não tinha asfalto nem luz elétrica, “Mas, com a luz deste budismo maravilhoso, hoje estamos em outro ambiente de grande boa sorte construída por todos em união”. A reunião principal é realizada mensalmente no “castelo” do bloco, em meio a outros encontros desenvolvidos durante a semana, como daimoku em grupo e muitas visitas. “Aqui, nós nos dedicamos a incentivar os membros e, com esse coração fortalecido, a acolher os amigos. Shakubuku é nossa luta do coração”, ressalta Ivanete, que, sozinha, já ajudou dezoito membros a se converter ao budismo. Os líderes da Comunidade Yolanda, da qual esses integrantes fazem parte, oferecem total apoio. No movimento dos cem jovens por distrito, os componentes do bloco se envolveram inteiramente. Em recente encontro, promovido pela Divisão Sênior (DS), participaram três convidados, já se integrando ao grupo. Todos assistiram à transmissão da Convenção da Juventude Soka, junto com demais membros da localidade, enquanto os representantes dos jovens estiveram presentes no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, onde aconteceu o evento, “com muito orgulho”, conforme reforçam as lideranças. “E a luta não pode parar. Isso é Gakkai”, frisa a entusiasmada Ivanete, que já tem preparadas, como ela mesma define, “surpresas mágicas” para o próximo encontro da Divisão Feminina de junho. “Essa localidade é o palco de nossas vitórias”, exulta. No topo: membros e convidados do Bloco Jardim Lurdes Fotos: Colaboração local
29/05/2024
Notícias
BS
Curitiba celebra 25 anos do “Dia da Soka Gakkai”
Os membros de Curitiba, PR, celebram, com alegria, o “Dia da Soka Gakkai”, instituído pela Lei Municipal nº 9.591, de 15 de junho de 1999. A sessão solene em comemoração da data foi realizada em 3 de maio e contou com a participação de membros e autoridades, totalizando 160 pessoas presentes. Nori Seto, vereador, destacou a importância da propagação dos ideais humanísticos em momentos conturbados e do diálogo inter-religioso promovido pelo Dr. Daisaku Ikeda. Para Nori, o Dr. Ikeda deixou um legado de sabedoria. “O maior aprendizado é de que a humanidade precisa superar os atritos, respeitando o indivíduo nas suas diferenças, para a criação de uma sociedade harmoniosa, valorizando cada pessoa”, declara o vereador. Já Rui Hara, ex-vereador e autor da lei municipal, falou sobre a parceria com a organização, destacando seus maiores projetos em conjunto com a Secretaria da Educação, especialmente o Projeto Makiguchi, que resultou em vários relatos de superação, influenciando diretamente pais e professores. Na solenidade, Yasuhiro Mitsui, cônsul-geral do Japão em Curitiba, dividiu um breve relato de seu contato com o presidente Daisaku Ikeda na juventude, em 1996. Na época, Mitsui estava encarregado de preparar a visita do secretário-geral da ONU, Boutros-Ghali, que desejava travar um diálogo com Ikeda sensei. Apesar da agenda repleta de compromissos, o Dr. Ikeda conseguiu realizar um longo encontro, que, segundo o cônsul, foi muito proveitoso, a observar pelo aspecto dos participantes. Antes de deixar o local, o presidente Ikeda externou seus agradecimentos ao cônsul-geral pelos esforços em marcar aquele encontro, deixando uma impressão duradoura com sua sincera reverência. Adolfo Kenji Ito, coordenador da CRE Paraná, discorreu sobre os significados do 3 de Maio e da eterna relação de mestre e discípulo. Ele compartilhou uma reflexão do Mestre, que diz “Lutarei para comprovar ao mundo a grandiosidade do meu mestre”, decisão essa que fez sensei tornar realidade as convicções de Toda sensei, por meio de instituições que promovem o intercâmbio cultural. O coordenador também falou sobre o ponto primordial da prática da fé, o levantar com coragem e esperança de cada indivíduo para realizar a própria revolução humana. Ele afirmou: “É quando cada pessoa renova a decisão de se esforçar pela felicidade das pessoas e pela paz mundial”. Os grupos de apresentação da Divisão dos Jovens fizeram suas performances durante a solenidade. Leia mais Uma comitiva de Curitiba entregou pessoalmente a Ikeda sensei o título de cidadão honorário, em 10 de maio de 1999. Para mais detalhes, consulte o Brasil Seikyo, ed. 1.513, 26 jun. 1999, p. A1. No topo: ao centro, representando a BSGI, Adolfo Kenji Ito, recebe o diploma de Votos de Congratulações e Aplausos concedido à Soka Gakkai dos vereadores Nori Seto, à esq., e Mauro Bobato, à dir. Foto: Colaboração local
29/05/2024
Especial
BS
Momentos eternizados
Campanha Ação Solidária Soka Leitura da mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada Assim como em 1984, a gratidão de todos explode na forma da alegre e contagiante canção Saudação a Sensei, marcando a partida da nova era da Juventude Soka e de toda a BSGI
29/05/2024
Notícias
BS
Herdeiros do futuro
Palhoça é uma das cidades turísticas da região metropolitana da Grande Florianópolis, situada na parte norte do estado de Santa Catarina. As dez lindas praias que fazem parte do município, somadas à abundante diversidade de fauna e flora da Mata Atlântica que cobre 70% da cidade, atraem o interesse de turistas no mundo inteiro. A praia Guarda do Embaú, por exemplo, figura como a 9ª Reserva Mundial de Surfe (RMS) e a primeira praia do Brasil a receber esse selo. Em meio a esse exemplo de pioneirismo, encontramos ali uma organização de base da BSGI, o Distrito Palhoça. Formado pelas Comunidades Praias de Palhoça e outra de nome idêntico ao do município, unindo cinco blocos ao todo, os membros vêm irradiando o calor do sol do humanismo, com disposição e jovialidade nesse estado sulista. Com o direcionamento de promover atividades para fortalecer a base, os líderes do distrito desenvolvem estratégias para conseguir se adaptar à realidade de cada membro, em dedicada luta conjunta. Dessa forma, iniciaram um movimento para realizar as reuniões de palestra duas vezes ao mês, uma no formato presencial e outra on-line, em nível de bloco e de comunidade, alternando-se a cada mês. Onda de jovens valores Ao seguir nesse mesmo ritmo de avanço e objetivando lapidar o valor inestimável dos participantes da Divisão do Jovens, especialmente os recém-convertidos, surge o projeto “Criação de Valores”. A proposta é criar uma sólida força de jovens humanistas, fundamentada na união de “diferentes em corpo, unos em mente” (itai doshin), e desenvolver o potencial de cada um. Cenas do projeto “Criação de Valores”, estimulando a futura geração O vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de RM, Luan Kenzo Shimosato, que também assume a coordenação do Distrito Palhoça, esclarece que são realizados encontros em que os jovens estudam temas das orientações que constam no Guia Prático do Budismo — Questões Básicas sobre a Prática da Fé, de autoria do presidente Ikeda. De forma criativa e integrada, e todos contribuem significativamente para um grande diálogo. Com essa iniciativa, os grupos horizontais conquistaram novos membros que se desenvolveram e atuaram na inauguração da Sede Regional Continente, no último 16 de março, data importante para a Soka Gakkai. Além disso, com a força do projeto, “Os membros do distrito vizinho também começaram a participar e a expectativa é expandir a atividade em nível de RM, criando muito mais jovens valorosos”, ressalta Luan. União de forças Essa iniciativa dos encontros de estudo só foi possível pelo sincero desejo das demais divisões em proteger a juventude Soka, oferecendo apoio com incentivos, caronas, lanches e, principalmente, muito daimoku. No movimento dos cem jovens por distrito, o Palhoça foi o primeiro distrito da RM e segundo no estado de Santa Catarina a fechar. Karla Alessandra, responsável pela DF do Bloco Caminho Novo, enfatiza: “Como mãe de um jovem e de um estudante, quero deixar como herança os ensinamentos do meu mestre e lapidar os herdeiros da nossa localidade para que cresçam como grandes valores na vida, fazendo a diferença na sociedade levando o nome de Ikeda sensei”. Partindo desse sentimento de plantar as sementes do futuro, os integrantes do Bloco Caminho Novo também vêm se envolvendo em atividades inspiradoras. São promovidos encontros semanais nos quais recitam daimoku e realizam um estudo cujo material de referência são os volumes da Nova Revolução Humana, escrita pelo presidente Ikeda. Esse estudo, conforme reforçam as lideranças locais, encorajam e orientam sobre a postura correta do discípulo, inspirando-se nos relatos de vida do jovem Shini’chi Yamamoto. Outra ferramenta de apoio bastante utilizada na localidade é o Guia para a Vitória, suplemento do Brasil Seikyo, estudado nas reuniões de palestra e nas visitas, incentivando os participantes num caloroso diálogo. Assim como o município de Palhoça é referência em turismo e lazer da região catarinense, os membros da família Soka local avançam na determinação, oração e ação para expandir a rede de humanismo do Budismo Nichiren em toda essa área. Com o estímulo e aprimoramento dos jovens e membros da Divisão dos Estudantes (DE), as lideranças esperam cumprir o legado deixado por Ikeda sensei, construindo o futuro como genuínos discípulos, em prol da felicidade de todos. No topo: Cenas do projeto “Criação de Valores”, estimulando a futura geração Fotos: Colaboração local
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Um novo dia, um novo desafio
A verdadeira felicidade se encontra nas ações em prol das pessoas, da sociedade e do mundo. Para nós, é o movimento pelo kosen-rufu. É o shakubuku. A suprema ação do bem é ensinar este budismo, a grandiosa Lei da felicidade. É encorajar as pessoas a transformar seu destino, para que possam abrir seus caminhos da felicidade. * * * Agir em prol das pessoas que lidam com preocupações ou passam por sofrimentos. E incentivá-las até o fim. Quando veem pessoas vivendo em meio a difíceis circunstâncias, no coração dos companheiros Soka pulsa o ardente sentimento de jamais abandoná-las. Essa é a expressão do altruísmo, e é o modo de vida cultivado no cumprimento da missão como bodisatva da terra. Na sociedade moderna em que a tendência ao individualismo é muito forte, as pessoas evitam o relacionamento com outras e se fecham em si mesmas. Como consequência, a solidariedade humana vem se rompendo, e o isolamento, avançando. O modo de vida dos membros da Soka Gakkai, que, diante dessa situação, oram pela felicidade dos outros procuram se relacionar proativamente se transformará na força para unir os homens, revitalizá-los e enriquecer a sociedade. * * * Nós temos fé com a mais elevada convicção. Levantem-se com a poderosa oração! O daimoku é o rugido do leão A coragem se manifesta de forma abundante, e a energia vital transborda plenamente. Agora é o momento. É a partir de agora! Venceremos com a força da grande sinceridade, mergulhando com coragem em meio aos seres humanos, entre as pessoas. Um novo dia, um novo desafio. Bailemos no palco dos novos encontros. Radiantemente, com espírito invencível! Publicado no Seikyo Shimbun de 7 de abril de 2024. No topo: Flores de cerejeira, que o venerado mestre, Josei Toda, tanto amava, resplandecem em direção ao céu azul. Arredores de Ichigaya, Tóquio. É o lugar onde, no passado, ficava a sala anexa da sede da Soka Gakkai, na qual eram realizadas as explanações da Universidade Toda. Ikeda sensei capturou esta foto no dia 2 de abril de 2015, data de aniversário de falecimento do seu venerado mestre. Mês de abril, primavera [japonesa] em plena floração. Façamos explodir, de uma só vez, a energia vital armazenada e, assim como as flores de cerejeira que desabrocham, avancemos vigorosamente com o espírito do glorioso 3 de maio. Ao mesmo tempo, vamos espalhar a brisa primaveril das novas amizades e o jardim florido da felicidade na comunidade local e na sociedade. Fontes: Este texto tem como base palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, de trechos de Fukyu-ban Ikeda Daisaku Zenshu, Speech [Obras Completas de Daisaku Ikeda — Discursos], edição popular, v. 3, 2005; do romance Nova Revolução Humana, v. 28, capítulo “Grande Caminho”; e do ensaio Zuihitsu Minshu Gaika no Daikoshin — Makeji-damashii Hogaraka-ni [Grande Marcha Triunfal do Povo, Radiantemente, com Espírito Invencível].
09/05/2024
Incentivo do líder
BS
“Todo o futuro depende disso”
Estamos no mês de maio de 2024. Esses cinco primeiros meses do “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” passaram de forma bastante rápida e marcante para mim. Nesta era essencial, após o memorável 18 de novembro de 2023, e em meio aos intensos preparativos para a tão aguardada Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, percebo, em meu coração, que a grandiosa extensão da nossa missão como genuínos discípulos Ikeda, não nos permite termos uma tímida e acanhada atuação, principalmente agora como integrantes da Juventude Soka do Brasil. Logo após o falecimento de Ikeda sensei, fiz as seguintes reflexões: “Como será a Thaís no futuro? Como será a vida da Thaís daqui a dez ou vinte anos como discípula de Daisaku Ikeda?”. Mais que tudo, sinto em minha vida a seriedade que esta época exige. Somos a extensão da vida do nosso mestre. Somos a tradução do árduo esforço e da sincera dedicação de nossos avós, pais e veteranos que dedicaram a vida para corresponder a Ikeda sensei na jornada da luta pelo kosen-rufu. Fico imaginando a empolgação e expectativa do meu querido e saudoso avô, em meio a esses dias que antecedem a convenção do dia 26 de maio. Certamente, ele estaria cantarolando as músicas da Gakkai e planejando qual seria o próximo jovem que incentivaria. E justamente por não permitir que a nobre luta do nosso mestre e o sentimento dos nossos veteranos se percam no tempo é que, mesmo em meio às ondas bravias da nossa vida, precisamos nos levantar com seriedade, coragem e forte determinação, não permitindo que as dificuldades da época nos impeçam de nos lapidar e de avançar em nossa revolução humana. Ikeda sensei diz: Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso.1 Não podemos mais adiar! É chegada a hora de todos nós, membros da Juventude Soka do Brasil, com límpida consciência de nossa missão, em união harmoniosa com nossos veteranos, manifestarmos nosso potencial e habilidade. Vamos nos empenhar para ler e aprender ainda mais sobre a vida e o coração do Mestre, criando em nossa própria vida as reais e sólidas condições para ser verdadeiramente esse genuíno discípulo de Daisaku Ikeda. Relendo as orientações do nosso mestre, encontrei um episódio ocorrido logo após a vitória na Campanha de Osaka, em 1956. Nele, Ikeda sensei dialoga com seu mestre, Josei Toda: — À medida que o kosen-rufu avançar, criaremos pessoas capazes em todos os âmbitos da sociedade. Haverá membros da Soka Gakkai empenhando-se sinceramente pela prosperidade da sociedade e pela paz da humanidade em todas as áreas — política, negócios, no mundo acadêmico, artes e educação. Não importando para onde olhar, qualquer que seja a direção, encontrará alguém da Soka Gakkai. Penso que a época em que o kosen-rufu estiver se concretizando será exatamente assim — afirmou Josei Toda. (...) — Tenho certeza de que a Soka Gakkai se tornará a soberana do mundo religioso.2 Estamos nos aproximando do dia 26 de maio. Juntos, uma vez mais, façamos a decisão de aproveitar o momento ideal para alcançar a vitória pessoal e a da nossa organização. Afinal, todo o futuro depende disso! Thaís Midori Nakamura Coordenadora da Divisão dos Jovens de coordenadoria Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Brado da Vitória. Nova Revolução Humana, v. 30-II. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, Seikyo, p. 9, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.439, 13 out. 2018, p. B3. Ilustração: Getty Images
09/05/2024
Especial
BS
Carta do Mestre que transforma vidas
O dia 19 de outubro de 1960, data em que o presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, SP, em sua primeira visita ao Brasil, assinala a fundação da BSGI. Cinco anos depois, as atividades pelo kosen-rufu estavam em ritmo acelerado e o número de integrantes da organização aumentava. Até então, os membros brasileiros só tinham acesso a publicações em japonês e precisavam contar com alguém que as traduzisse. Ficou clara a necessidade de um veículo de comunicação em português trazendo o estudo do budismo e os direcionamentos de Ikeda sensei. Assim, com esse objetivo, foi publicada a primeira edição do boletim informativo Nova Era no dia 3 de maio de 1965, mesma data em que o Mestre havia tomado posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. A primeira edição do periódico tinha quatro páginas mimeografadas com dimensões de 21 cm por 31 cm. No entanto, a cada mês, o veículo crescia e se aprimorava. A edição de 1o de janeiro de 1966 trazia, pela primeira vez, algumas novidades: imagens, uma ilustração e 21 fotos distribuídas em sete páginas. Além do mais, o tamanho havia aumentado (21 cm x 40 cm), e a qualidade, aprimorada. A edição 13, de 15 de abril, já mostrava no alto da capa o novo nome sugerido por Ikeda sensei: Brasil Seikyo. E a edição 22, de 17 de setembro de 1966, informava que o jornal passaria a ser semanal. Durante a sua jornada, o BS, como passou a ser carinhosamente denominado pelos membros, registrou cada passo do desenvolvimento da BSGI, com destaque para as coberturas especiais das visitas do presidente Ikeda ao Brasil em 1966, 1984 e 1993, marcos essenciais do desenvolvimento do kosen-rufu do país. A primeira visita, em 1960, que representa o ponto primordial da organização, também ganhou as páginas do Brasil Seikyo com a publicação do romance Nova Revolução Humana em série, entre outras matérias. O periódico vem transmitindo a força e a pureza do estudo do Budismo de Nichiren Daishonin para as pessoas, possibilitando-lhes transformar a vida com base nesses ensinamentos budistas. E, principalmente, constituiu-se na carta do Mestre aos discípulos com encorajamento, esperança e sabedoria para enfrentar os desafios diários e construir uma sociedade de paz. Correspondendo à dedicação e à expectativa de Ikeda sensei, os integrantes da BSGI conquistaram inúmeras vitórias que ganharam a forma de vibrantes notícias e emocionantes relatos de comprovação. Nessa trajetória, o BS se desenvolveu e evoluiu para atender às necessidades dos leitores. Por exemplo, em 2019, adotou o formato germânico (28 cm x 43 cm) em sua versão impressa. Além disso, o lançamento do aplicativo de celular BS+, e posteriormente do novo site, entre outras diversas inovações, marcam a consolidação das publicações da Editora Brasil Seikyo (EBS) numa nova etapa: a era digital. Essas opções viabilizam o acesso rápido e prático ao vasto conteúdo, e oferecem recursos como áudios e vídeos, ferramentas de busca e de marcação de matérias. Essa novidade chegou na hora certa, num momento em que a humanidade se deparava com os efeitos da pandemia da Covid-19, fazendo com que os leitores continuassem a ter contato com os incentivos do Mestre, mesmo quando a impressão física do periódico foi suspensa, prezando pela saúde e pelo bem-estar das pessoas. Recentemente, o veículo passou a disponibilizar os suplementos Guia para a Vitória, valoroso apoio para as atividades em geral, e Encarte Kids, destinado aos estudantes. Dessa forma, com jovialidade e dinamismo, ao lado de outras publicações como a revista Terceira Civilização e a RDez, os livros e demais produtos da EBS, o Brasil Seikyo vem se desenvolvendo constantemente para corresponder às expectativas dos leitores, perpetuando e difundindo o legado de Ikeda sensei para a sociedade brasileira e em prol da felicidade da humanidade. Esse progresso é fruto do apoio e da dedicação dos leitores, líderes da organização, colaboradores, coordenadores de periódicos, Mensageiros da Esperança e daqueles que tornam possível ao BS cumprir a sua missão de levar esperança e felicidade a todos os recantos do Brasil. Nossos sinceros agradecimentos! Vamos juntos! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.000, 22 ago. 2009, p. A1. Momentos marcantes da jornada do BS 3 de maio de 1965, edição 1 Primeira edição do boletim informativo Nova Era. Com periodicidade mensal, era composto por duas folhas mimeografadas. 1o de janeiro de 1966, edição 9 Publicação da primeira foto na edição número 9 do boletim interno Nova Era. O periódico foi impresso em gráfica em tamanho tabloide. Em 15 de março, é noticiada a segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil. 15 de abril de 1966, edição 13 Primeira publicação do boletim interno com o nome Brasil Seikyo. 17 de setembro de 1966, edição 22 A BSGI alcança a marca de mais de 10 mil famílias praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin. 1o de janeiro de 1967, edição 1 Comemoração do 7o aniversário da posse presidencial de Daisaku Ikeda com o lançamento de um suplemento em japonês. O boletim interno torna-se efetivamente um jornal com quatro páginas em português e duas em japonês. A identificação do número das edições recomeça. 1o de fevereiro de 1969, edição 100 O BS comemora a centésima edição. 29 de novembro de 1969, edição 140 A obra Revolução Humana é lançada como matéria do Exame de Budismo. Na edição 173, de 22 de agosto de 1970, o jornal começa a publicá-la como série. 15 de fevereiro de 1975, edição 372 Destaque para a cerimônia de fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), ocorrida na ilha de Guam, em 26 de janeiro de 1975. 5 de maio de 1979, edição 564 Anunciada a renúncia do Dr. Daisaku Ikeda da presidência da Soka Gakkai, tornando-se presidente honorário. 25 de fevereiro de 1984, edição 791, a 17 de março de 1984, edição 793 Edições especiais registram a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. 20 de agosto de 1988, edição 1.000 O Farol e a Bússola da Época e da Sociedade, título da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a edição comemorativa. 10 de fevereiro de 1993, edição 1.210, a 13 de março de 1993, edição 1.218 Edições especiais registram a quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil. 27 de novembro de 1993, edição 1.251 Publicação do primeiro capítulo do romance Nova Revolução Humana. 20 de março de 1999, edição 1.500 Mensagem do presidente Ikeda comemorativa das 1.500 edições. 22 de agosto de 2009, edição 2.000 O presidente Ikeda envia mensagem comemorativa com o título Uma Luz de Esperança Expandindo a Rede de Solidariedade pela Paz. 11 de dezembro de 2010, edição 2.063 Inauguração da sede da Editora Brasil Seikyo. 23 de novembro de 2013, edição 2.204 Caderno especial sobre a inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, realizada em Shinanomachi, Tóquio, Japão, em 18 de novembro de 2013. 9 de maio de 2015, edição 2.274 O BS comemora cinquenta anos com edição especial. 8 de junho de 2019, edição 2.470 Novo formato germânico (28 cm x 43 cm) com impressão em papel especial. 24 de agosto de 2019, edição 2.480 O BS apresenta a nova plataforma digital da Editora Brasil Seikyo. 30 de novembro de 2019, edição 2.493 Apresentação e lançamento do aplicativo de celular BS+. 30 de abril de 2022, edição 2.609 Retorno da impressão da edição física. 23 de novembro de 2023, edição 2.647 Edição especial sobre o falecimento do presidente Ikeda. Também no mês de maio, veja mais duas importantes comemorações na história da BSGI 15 anos da Convenção dos Jovens da Nova Era Aspecto da memorável convenção promovida no Ginásio do Ibirapuera que selou o juramento de todos pela concretização do kosen-rufu (São Paulo, SP, 3 maio 2009) Em 3 de maio de 2009, cerca de 16 mil jovens de todo o Brasil se reuniram no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, SP. Juntos, selaram o juramento seigan de realizar o shakubuku e dedicar inúmeras vitórias a Ikeda sensei. Pelo telefone, foram transmitidas recomendações do Mestre por intermédio de um secretário: “Estou plenamente ciente de que estão aí presentes pessoas que enfrentaram muitas dificuldades. Estou plenamente ciente de tudo isso! É como se eu estivesse sentado no palco, junto com vocês!”. Fortalecendo a unicidade de mestre e discípulo, os jovens da BSGI deram início a uma nova era da propagação do budismo em terras brasileiras consolidando a denominação dedicada por Ikeda sensei de “Brasil, Monarca do Mundo”. Nesse mesmo ginásio, que também possui um significado inesquecível em relação à terceira visita do Mestre ao Brasil em 1984, será realizada, no dia 26 de maio, a Convenção Comemorativa da Juventude Soka da BSGI, assinalando a vitória no movimento dos 100 mil jovens humanistas. 20 anos de inauguração da sede central da BSGI Fachada do prédio da sede central da BSGI em São Paulo, SP Inaugurada em 1o de maio de 2004, a sede central da BSGI completa vinte anos de existência como núcleo de coordenação das atividades pelo kosen-rufu do Brasil. Localizada na capital paulista, a obra foi concebida como parte do projeto do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI e se tornou a primeira sede central de uma organização da Soka Gakkai no hemisfério sul, coroando os esforços de todos os seus membros, os quais se empenham para maior desenvolvimento da entidade no país. Reconhecendo esses esforços, Ikeda sensei enviou, para a ocasião, uma significativa mensagem em que ele expressa: Solicito a todos que promovam um avanço repleto de esperança em direção à montanha do kosen-rufu, fazendo desta nova sede central uma fortaleza em defesa do bem-estar da comunidade, um castelo em prol da paz e da cultura e uma praça de amizade aberta para a vizinhança e para a sociedade.1 Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.746, 8 maio 2004, p. A8. Fotos: BS | Getty Images
25/04/2024
Mensagem do Sr. Minoru Harada
BS
“Vamos expandir a sólida rede da amizade como bons cidadãos e o belo jardim de flores da confiança”
Sinceros parabéns pela realização do encontro comemorativo do 3 de Maio, repleto de esperança. O dia 3 de maio é o ponto primordial da Soka Gakkai, a mais importante data para a organização. É o dia em que Toda sensei tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai e declarou seu objetivo de vida de concretizar 750 mil famílias. É também o dia em que Ikeda sensei assumiu a terceira presidência, dando o primeiro passo para construir a história sem precedentes do kosen-rufu mundial de hoje. Esse é o dia da partida rumo à vitória, com o ardente sol do tempo sem início em nosso coração, herdando o espírito do Mestre. Gostaria que construíssemos juntos a Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, com a vitalidade juvenil, fortalecendo cada vez mais a decisão de incentivar os jovens, com o sentimento de saldar as dívidas de gratidão no coração. Na mensagem para a Reunião de Líderes comemorativa do Dia 3 de Maio do ano passado, Ikeda sensei apresentou a caligrafia “Montanha Mestre e Discípulo” e clamou: “Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda], unidos pelos laços de mestre e discípulo e compartilhando o juramento seigan pelo kosen-rufu, diretamente ligados ao buda Nichiren Daishonin, não se abalaram diante de quaisquer tempestades, assim como o Himalaia que se ergue ‘imperturbável e imponente em toda a sua estatura sobre a terra’”.1 Quando abraçamos a inabalável montanha chamada justiça de mestre e discípulo no coração, não somos derrotados por nada. Ikeda sensei afirmou que a fé imbuída da unicidade de mestre e discípulo Soka, que vive em prol do juramento seigan pelo kosen-rufu, é a fonte para que qualquer um consiga conquistar a felicidade vitoriosa na vida. Além disso, ele declarou que essa fé é o poder invencível e ilimitado capaz de realizar o kosen-rufu que é, em si, a paz mundial, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”. Acredito que, por serem pioneiros do kosen-rufu mundial, com profunda missão, todos sejam extremamente atarefados e realizem árduos esforços. Além disso, muitas pessoas devem estar enfrentando os mais variados desafios. Nichiren Daishonin afirma solenemente em seus escritos: “Embora possamos sofrer por algum tempo, no final, a felicidade nos aguarda”.2 Com toda a certeza, há significado nas dificuldades e nos sofrimentos do momento presente. Pelo princípio budista de “desejos mundanos são iluminação”, não há a menor dúvida de que, com a perseverança na fé, sem abandoná-la, todas essas circunstâncias se transformarão em nutrientes para o próprio desenvolvimento, brilharão como a vida de um monarca a conduzir e a encorajar os amigos e levarão a uma condição de vida de máxima satisfação. No próximo ano, celebram-se os cinquenta anos de fundação da SGI. Exatamente agora, nós, a quem Ikeda sensei confiou o bastão do kosen-rufu, vamos trilhar até o fim o grande caminho da missão, evidenciando a força fundamental de um emergido da terra, pelo bem das pessoas, da sociedade, da paz e do futuro. Falando incessantemente sobre o grandioso budismo, vamos expandir a sólida rede da amizade como bons cidadãos e o belo jardim de flores da confiança a partir da nossa amada terra do juramento seigan para todo o mundo! Juntos, vamos avançar radiantemente com os laços da harmoniosa família Soka! Minoru Harada Presidente da Soka Gakkai Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023. 2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882.
25/04/2024
Editorial
BS
Nova partida de vitórias
No início de abril, 24 representantes da BSGI embarcaram rumo ao Japão, as terras do Mestre, Daisaku Ikeda, para participar do Curso de Aprimoramento de Primavera da SGI. Eles se juntaram aos amigos de outros dezessete países para solenizar o Dia 3 de Maio. Foi uma celebração antecipada, ornamentada com um dos cenários mais apreciados por Ikeda sensei: flores de cerejeira e o Monte Fuji. As flores de cerejeira, que tiveram seu desabrochar mais tardio este ano, recepcionaram a todos com sua máxima exuberância, e no trajeto de Tóquio a Kansai, o Monte Fuji se apresentou admirável. Nesta edição do Brasil Seikyo, em primeira mão, acompanharemos as palavras do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, proferidas na 2a Reunião de Líderes, realizada em Kansai, Japão. Nas páginas que seguem, você, leitor, reconfirmará os importantes marcos a cada 3 de maio, como os 64 anos da posse de Daisaku Ikeda como terceiro presidente, os 59 anos do jornal Brasil Seikyo e da Editora Brasil Seikyo, os 36 anos do Dia das Mães da Soka Gakkai, e os quinze anos do inesquecível juramento seigan no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP. O jornal traz também a alegria dos integrantes da Divisão dos Estudantes, a qual comemora aniversário em abril, e abre alas para as vitórias dos jovens rumo ao 26 de maio. Gabriel, relatante do mês, se desenvolve nos jardins Soka, acompanhado pelos pais, e se mostra um grande exemplo de sucessor Ikeda. O grande encontro da Juventude Soka, programado para o dia 26 de maio, sem dúvida, será o levantar de uma nova força jovem que comprovará as palavras do presidente Ikeda registradas no ensaio “Brilho das Quatro Estações, o Coração de Ikeda Sensei”: Mas, se houver uma rede solidária de jovens do mundo que busca a transformação da realidade, acredito firmemente que não haja barreiras intransponíveis, absolutamente. [...] Eu também vim dedicando todas as forças com foco na criação dos jovens. Em resposta, os jovens surgiram em sucessão, cresceram e vieram atuando. Justamente por isso, o mundo da Soka Gakkai se desenvolveu para os cinco continentes. Por meio da revolução humana dos jovens, a sociedade, o país e o mundo podem ser transformados de forma magnífica.1 Desejamos que, por meio dessas páginas, você embarque na correnteza jovem que expande os ideais de paz e o humanismo e renove mais uma vez o significado do Dia 3 de Maio! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.657, 27 abr. 2024, p. A3.
25/04/2024
Editorial
BS
A primavera da nossa vida
Junto com a publicação desta edição do dia 13 de abril de 2024, realiza-se a Reunião de Líderes da Soka Gakkai Comemorativa do Dia 3 de Maio, no Japão. A grande data reúne também participantes do Curso de Aprimoramento de Primavera da SGI, incluindo 24 representantes do Brasil, que, nas terras de Kansai, reconfirmam a missão de atuar como discípulos Ikeda, cada qual em seu país. No Japão, é primavera, estação do ano tão amada por Josei Toda e por Daisaku Ikeda. Contemplando a chegada da primavera, certa vez Ikeda sensei registrou: A pessoa que se esforça em prol do budismo, certamente, se torna um buda. O Buda afirma que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Mesmo diante de muitas dificuldades, hoje, os amigos da SGI, que abraçam a Lei Mística, jamais são derrotados. Jamais se tornam infelizes. Para eles, a primavera da felicidade e a primavera da esperança chegam infalivelmente.2 Criação de “valores humanos” e aprimoramento contínuo permeiam a organização e os encontros da Soka Gakkai. Nesta edição, Brasil Seikyo publica matérias especiais pela passagem do aniversário da Divisão dos Estudantes da BSGI e traz incentivos aos jovens rumo ao grandioso encontro da juventude em maio, duas frentes que representam os resultados do legado Soka. O mês de abril será o período especial de cuidar de cada detalhe para o grande objetivo representado pela Convenção Comemorativa da Juventude Soka em maio ser compreendido por toda a BSGI. E mais ainda, para que o pós-encontro, de fato, seja o palco dos valores cultivados no movimento dos 100 mil jovens humanistas. Em um trecho do caderno da Nova Revolução Humana deste jornal, Ikeda sensei afirma: O processo de criação é uma batalha contra o próprio coração que tenta se conformar e ceder facilmente. É vencendo esse coração e seguir somando esforços, desafios e reflexões em busca de alternativas até o extremo que se abrem os novos caminhos.3 Esperamos que este jornal aprimore ainda mais o coração de cada leitor, lapidando e extraindo o brilho mais intenso. Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.656, 13 abr. 2024, p. 3. 3. Idem, p. 24.
11/04/2024
Especial
BS
O alvorecer do Budismo do Sol
O budismo surgiu na Índia há cerca de 2.500 anos com Shakyamuni, que, preocupado com a felicidade das pessoas, desejou incessantemente descobrir o caminho para uma existência sem sofrimentos. Com essa busca, ele despertou para a verdade de que existe uma lei fundamental, a qual permeia o universo, inclusive a vida das pessoas. No século 13, no Japão, Nichiren Daishonin, aos 12 anos, começou a estudar os principais ensinamentos budistas. Após muito empenho e dedicação, na idade adulta, chegou à conclusão de que o Sutra do Lótus continha o ensinamento mais profundo do buda Shakyamuni. Ele havia despertado para a mais ampla lei da vida revelada no Sutra do Lótus. Essa Lei fundamental denomina-se Nam-myoho-renge-kyo e reside no interior da vida de todas as pessoas. Retornando a Seicho-ji, templo em que havia estudado durante muitos anos, na manhã de 28 de abril de 1253, voltado para o Sol, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, conferindo às gerações futuras a chave para a iluminação. Nessa mesma data, ao meio-dia, Daishonin expôs sua doutrina na presença do seu mestre, Dozen-bo, de outros clérigos e aldeões. Declarou que nenhum dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus revelava a iluminação do Buda e que as escolas fundamentadas nesses ensinamentos eram desencaminhadoras. Disse também que o Sutra do Lótus é supremo e que o Nam-myoho-renge-kyo, a essência desse sutra, é o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Ponto de partida Desse momento em diante, Nichiren Daishonin iniciou a propagação de seus ensinamentos, o que gerou ódio e perseguições de líderes políticos e religiosos daquele período. Tais perseguições serviram para confirmar sua condição como devoto do Sutra do Lótus, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi em 1271, quando revelou sua identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei. A fundação do Budismo de Nichiren Daishonin tornou-se necessária pela própria condição da época e da sociedade, resgatando a essência do ensinamento budista e revelando uma prática perfeitamente em conformidade com a vida das pessoas na atualidade. Um dos objetivos principais da prática da fé é elevar a condição de vida, possibilitando à pessoa evidenciar sabedoria e coragem para o autoaprimoramento. Quanto mais elevada a condição de vida, mais profunda e amplamente podemos encarar os fenômenos da vida, identificando corretamente as atitudes necessárias para buscar a verdadeira felicidade e auxiliar outras pessoas nesse caminho. Por isso, do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, qualquer esforço para realizar a revolução humana deve ter como ponto de partida a prática do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) ao Gohonzon. Ampla propagação Durante mais de setecentos anos após o falecimento de Nichiren Daishonin, o budismo que ele revelou permaneceu restrito aos templos e a poucos adeptos. Em 1930, o surgimento da Soka Gakkai rompeu as barreiras do tempo e da distância, aproximando o coração de Daishonin ao das pessoas do povo por meio dos ensinamentos dele, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e se pôs em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Assim como Daishonin, Makiguchi, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo pela dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda, e morreu na prisão, defendendo suas convicções até o último instante. Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências, as quais resistiram aos bombardeios, que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se mais tarde presidente da organização e divulgando o Budismo Nichiren amplamente pelo Japão e pelo mundo. Ikeda sensei afirma: A revolução religiosa de Nichiren Daishonin reavivou os ideais do Sutra do Lótus, que, com base no objetivo da felicidade humana, ensina que todas as pessoas têm a capacidade de transformação. Daishonin ensinou o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) não por um impulso nacionalista, mas sim visando à segurança e ao bem-estar das pessoas e à paz em todo o país. Longe de promover um budismo orientado pelo clero, ele apresentou o conceito sobre iluminação que foi colocado à disposição de todos, sem distinção. E, em contraste com um budismo que prometia a salvação após a morte, ele apresentou um ensinamento transformador da realidade, da revolução humana, e da não dualidade da vida e da morte. (...) A base da revolução religiosa promovida pela SGI está na concretização do ideal de uma religião em prol das pessoas e na restauração do objetivo fundamental da religião que visa à felicidade das pessoas. Pelo fato de nossa organização jamais ter vacilado nesse compromisso desde a sua fundação, nosso movimento da SGI pela paz, cultura e educação conquistou hoje o maior respeito no mundo inteiro, inspirando tanto elogios quanto esperanças. Vamos continuar neste grande caminho humanístico — uma religião para o bem dos seres humanos. Isso é o que o século 21 exige de nós!2 No topo: Membros da BSGI recitam Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) durante Gongyo de Ano-Novo, realizado no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 1o jan. 2024) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.745, 24 abr. 2004, p. A2. Idem, ed. 2.175, 13 abr. 2013, p. A2. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 535, mar. 2013. Foto: BS
11/04/2024
Notícias
BS
Coragem e determinação
Os integrantes do Distrito Alpina iniciam o mês de abril com o coração repleto de orgulho pelas conquistas advindas da união em torno dos objetivos lançados. Foram os primeiros da RM Vila Prudente a fechar os cem jovens por distrito, a conquistar a vitória no Kofu e a celebrar a alegria reinante dos encontros de vida a vida. Formam essa organização de base duas comunidades, Independência e outra de nome idêntico ao do distrito. São cinco blocos ao todo, totalizando 122 famílias com 202 membros. Os resultados não mentem. As reuniões de comunidade ocorrem semanalmente, lideradas pelos blocos. Durante esses encontros, estudam o Guia para a Vitória, encarte veiculado no Brasil Seikyo, em atividade realizada toda terceira semana do mês. “É quando promovemos um caloroso diálogo em torno do tema, preparando-nos para a semana da palestra mensal”, enfatiza o responsável pelo distrito, Lucien Munhoz. A responsável pela Divisão Feminina (DF), Maria Celeste dos Santos, reforça a alegria das visitas aos membros e o apoio para que todos estejam conectados ao coração do Mestre, por meio dos periódicos Editora Brasil Seikyo (EBS). Eles mantêm o objetivo de inspirar um novo assinante a cada mês. “Tem sido uma luta muito prazerosa, principalmente porque temos visto a presença cada vez maior dos jovens”, ressalta. Em parceria, os níveis acima se juntam à causa. O consultor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da RM, Wellington Santana, nos conta que o movimento dos cem jovens por distrito ganhou força quando todos determinaram juntos “abraçar, incentivar e estar ao lado do jovem que está à sua frente, começando com familiares e amigos próximos”. Com as demais divisões se integrando, a onda fez “Cada um sair da sua zona de conforto e assim essa luta foi crescendo até a conquista da vitória”, frisa o líder. Determinação e coragem são características marcantes do Distrito Alpina, revelam as lideranças. Há cinco anos, as integrantes da DF vêm realizando o “café da tarde”, programação feita mensalmente pelas duas comunidades, com apoio direto do distrito e com “o jeito DF de inspirar coração a coração”. Recitam gongyo (leitura do sutra) e daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), abrem um delicioso diálogo e oferecem preciosos incentivos por meio de matéria lida dos periódicos da editora. No ano passado, promoveram um curso de aprimoramento para líderes de bloco e acima que se estendeu por oito meses, “com 100% de participação e um engajamento incrível nas atividades com os membros”, comemora a responsável. A alegria dos participantes do Distrito Alpina: no “café da tarde” promovido nas duas comunidades Ao Mestre! Com essa luta nas comunidades e nos blocos, e o aprimoramento de líderes, criaram o ambiente de vitória do palestrão cultural, realizado no último dia 23. Esse evento, que teve o significado de Tributo ao Mestre, foi uma forma de homenagear a jornada eterna de Ikeda sensei, que deixou serenamente esta existência em novembro passado. Para a programação sediada no Auditório Monarca do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI, em São Paulo, envolveram-se 100% dos responsáveis pelas cinco divisões do Distrito Alpina. “Todos tinham no coração o desejo de corresponder infalivelmente a esse dia tão especial. Foi uma vitória extraordinária. Isso foi possível graças aos pontos que pomos em prática: oração, união, coragem e determinação. Com certeza, o coração do nosso mestre estava conosco durante toda a atividade”, emociona-se Celeste. O roteiro teve a primeira parte dedicada a homenagear a trajetória de Ikeda sensei, seguida da leitura de mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, alusiva ao dia 16 de Março. Além disso, houve a conversão de novo membro e a apresentação de matérias, com base no tema “Doar é o Verbo do Coração”, da Terceira Civilização, e no Guia para a Vitória, ambos da EBS. No fechamento, houve incentivos da coordenadora da Divisão dos Jovens, Monique Tiezzi, que salientou, por meio de suas comprovações, a importância da mudança interior para influenciar positivamente o ambiente ao redor. Ao se empenhar na elaboração da matéria do dia, conciliando a jornada de trabalho das 17 às 23 horas, de segunda a segunda, o responsável pela DMJ da Comunidade Alpina, Fernando Reche de Andrade, comenta quanto a luta valeu a pena. Por ter iniciado a prática sozinho e inspirado os familiares com sua comprovação, fez dessa atividade um ponto de renovada partida, também honrando a memória de sua mãe, que faleceu durante a pandemia. “Disse: Hai! (“sim”, em português) a todos quando o desafio foi lançado. Não posso desanimar ou retroceder, sensei conta comigo e com meus companheiros também. Venci a tudo e saí da atividade ainda mais determinado. Sensei, conte comigo!”. Ao lado de Fernando estava a líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do distrito, Thais Alves Silva, em perfeita união. “Como decisão, a Divisão dos Jovens do Distrito Alpina se esforçará para que os cem jovens conectados nesse movimento possam se aproximar ainda mais da organização, além de termos o objetivo de realizar reuniões mais interessantes e alegres e continuar expandindo o kosen-rufu de nossa localidade!”. No curso de aprimoramento para líderes da Divisão Feminina Encontro cultural Distrito Alpina No topo: A alegria dos participantes do Distrito Alpina: na atividade do Kofu Fotos: Colaboração local
11/04/2024
Especial
BS
Grande vitória da justiça
Em 24 de abril de 1979, Daisaku Ikeda, então com 51 anos, enfrenta uma grande tormenta que viria a marcar profundamente a história do kosen-rufu. Nesse dia, ele é obrigado a renunciar à presidência da Soka Gakkai, tornando-se seu presidente honorário. Dentre os motivos estavam planos do clero da Nichiren Shoshu, aliado a traidores da organização, de afastá-lo da liderança. Conviver com um clero corrompido foi uma constante para os dois primeiros presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, que se opuseram à decisão dos clérigos, em 1944, de aceitar um símbolo oficial de outra religião, o talismã xintoísta, conforme exigia o governo militar japonês da época. Nessa ocasião, para barrar as ações de ambos, um sacerdote os delatou à polícia. Mestre e discípulo foram presos, junto com outros líderes da Soka Gakkai. Makiguchi sensei faleceu na prisão e Toda sensei saiu, combalido, para reconstruir a organização. Josei Toda, quatro dias antes de falecer, em 1958, e após ter reconstruído a Soka Gakkai, disse, convicto, a seu discípulo Daisaku Ikeda que combatesse quaisquer demonstrações de maldade por parte do clero no futuro. Em 3 de maio de 1960, Ikeda sensei assume como terceiro presidente da Soka Gakkai e inicia imediatamente a batalha para propagar o budismo e fortalecer a organização. E em 1975, torna-se presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) e solidifica a atuação fora do Japão, por meio de muitos diálogos com personalidades e intelectuais. Tal projeção do líder da SGI incomodava o clero. Ataque das maldades Em 1979, tentando atacar a harmonia entre os membros da Soka Gakkai, surgiam, por todo o Japão, ameaças de que o clero não mais concederia o Gohonzon a eles, não participaria de cerimônias de falecimento e proibiria a peregrinação ao templo principal. Numa organização com quase 10 milhões de membros, essas atividades eram vitais, e Ikeda sensei sabia que isso causaria muita tristeza aos companheiros. “Diante dessas ameaças, o que posso fazer para que os membros pratiquem com tranquilidade?” As ameaças direcionadas a ele eram constantes, sendo a sua renúncia da presidência a opção dada pelo clero. Então, tudo voltaria ao normal, diziam. Ante a enorme pressão, Ikeda sensei ponderou e consultou a diretoria da Soka Gakkai. Os líderes ficaram hesitantes e deram a entender que seria o melhor a fazer. Essa postura passiva chocou-o ainda mais: “Não tenho outra saída. Se não deixar a presidência, quem sofrerá as consequências serão os membros”. Assim, no Centro Cultural de Shinjuku, em Tóquio, no dia 24 de abril de 1979, terça-feira, numa reunião da diretoria da Soka Gakkai, ele renunciou ao cargo de presidente. Espanto e indignação pairavam. Nesse dia, também foi apresentado o quarto presidente da organização, Hiroshi Hojo. A reunião marcava o final do primeiro ciclo dos “Sete Sinos” (sete ciclos de sete anos, de 1930 a 1979, num total de 49 anos). Devido à renúncia, o clima da atividade foi de tristeza. Certo de que tudo seria resolvido, ele disse: “Não mudarei em nada. Não se preocupem. Sou discípulo direto de Josei Toda! A justiça prevalecerá no final!”. No dia seguinte à renúncia, Ikeda sensei afirmou: Chegou a hora de assumir a liderança com liberdade e sem nenhum impedimento. Sem ser restringido pelas limitações cerimoniais ou organizacionais, e segurando bem alto a espada da Lei Mística, começarei a lutar com uma força ilimitada. [...] Por favor, não fiquem desapontados nem preocupados [pelo fato de eu não ser mais presidente], mas empenhem-se sinceramente pelo desenvolvimento da Soka Gakkai e do kosen-rufu.1 Levantar-se pela justiça No dia 3 de maio de 1979, realizou-se a 40a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, com a presença dos clérigos. O evento ocorreu de forma monótona. Após a atividade, Ikeda sensei se dirigiu ao Centro Cultural de Kanagawa. Todos pensavam que a Soka Gakkai estava em declínio, mas o Mestre iniciou uma nova fase. E naquele momento crucial, ardia a chama de que aquela situação seria o trampolim para uma nova era do humanismo no Japão e no mundo. Naquele local, ficou registrada a decisão de vitória de Ikeda sensei por meio da palavra “Justiça”, escrita por ele em 5 de maio daquele ano, acompanhada da frase: “Conduzo sozinho a bandeira da justiça”. Pelo bem dos membros, Ikeda sensei aceitou as exigências do clero, mas não ficou parado. Viajou para cidades japonesas a fim de incentivar os membros. Ele comenta: Mesmo nessas circunstâncias, continuei trabalhando com a disposição inabalável de servir os membros e a Soka Gakkai. (...) Calaram minha participação em reuniões e meus discursos. Mas jamais podem me proibir de incentivar os companheiros.2 Essa férrea determinação do Mestre converteu-se em ações sábias. Mesmo sem saber ler partituras, compôs dezenas de músicas e pôs-se a tocar piano. Não era um exímio pianista, mas todos compreendiam sua iniciativa de se fazer entender por meio da linguagem universal da música. Durante os 45 anos desde aqueles acontecimentos, Daisaku Ikeda atuou ativamente como presidente da SGI. Passou a ser reconhecido como um grande agente da paz em nível mundial, tendo recebido títulos de universidades do mundo inteiro e milhares de homenagens. Em 1979, a SGI se fazia presente em 51 países e territórios. Hoje, são 192 países e territórios e mais de 12 milhões de membros. Uma prova real da vitória da justiça da unicidade de mestre e discípulo. Na década de 1990, a Soka Gakkai conquistou a “independência espiritual”, libertando-se das correntes de influências do clero, e alçando voo como religião mundial que concretiza verdadeiramente a propagação do Budismo de Nichiren Daishonin. Com o encerramento da nobre existência de Ikeda sensei, em 15 de novembro de 2023, agora os membros da Soka Gakkai em todo o mundo, tendo os jovens na vanguarda, levantam-se para perpetuar seu legado e concretizar o grande ideal do kosen-rufu. No topo: Durante reunião de líderes da Soka Gakkai, presidente Ikeda mostra caligrafia com a palavra “Justiça”, que escreveu em 5 de maio de 1979 (Tóquio, Japão, 28 out. 2004) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.904, 18 ago. 2007, p. B5. Idem, ed. 2.032, 24 abr. 2010, p. A6. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.032, 24 abr. 2010, p. A6. 2. Ibidem. Foto: Seikyo Press
11/04/2024
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Fazer das alegrias do amigo a sua própria alegria e também fazer das tristezas do amigo a própria tristeza — os encontros Soka são o mundo da fé onde existe a mais bela e mais forte relação de coexistência da vida na qual as pessoas compartilham suas lágrimas e seus risos. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Flores da Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 18, 2022.
11/04/2024
Relato
BS
A alegria de incentivar os amigos
Em meio aos desafios decorrentes da pré-adolescência, a estudante Ana Takiguti, 12 anos, vem se dedicando a criar memórias de companheirismo com todos que encontra. É algo que aprendeu com os pais, Celso e Marcia, ambos de 47 anos, em uma família estabelecida no município de Americana, estado de São Paulo, e que atua unida na Soka Gakkai. “Desde que Ana nasceu, sempre fizemos questão de proporcionar a ela a vivência dentro da organização, pois sabemos que é o caminho para uma juventude saudável e com propósitos que desejamos que nossa filha siga”, enfatizam os pais. Eles também cresceram nos jardins Soka e atuaram na Divisão dos Jovens (DJ) da localidade até 2005, quando se casaram. Celso é auditor, e Marcia, farmacêutica. Ambos são responsáveis pela regional na organização local. O exemplo que oferecem à filha ganha contornos. De um lado, a filha se desenvolve na lapidação de suas habilidades por si mesma; do outro, experiencia o humanismo construído por laços de amizade sincera. “Eu tinha muita dificuldade em fazer novos amigos, mas dei o primeiro passo e não quero parar”, reforça Ana, que tem suas aventuras nessa área contadas com orgulho nesta edição. Com os pais, Celso e Marcia Carinho e atenção No ano passado, Ana mudou de colégio e teve dificuldade de adaptação no contraturno, às tardes, e onde não tinha por perto os amigos da turma. Incentivada pelos pais, aos poucos foi observando os colegas, dando o primeiro passo na aproximação. Por sorte já tinha a amiga Marina no período letivo normal, que conheceu no antigo colégio e estudavam juntas. Elas se uniram nas conversas e nos trabalhos, fortalecendo ainda mais a amizade. Marina, ao frequentar a casa de Ana, ouviu quando os pais dela recitavam Nam-myoho-renge-kyo e se encantou com o som, querendo saber o que significava, além das curiosidades típicas de meninas da idade. Dessa maneira, a família de Ana abraçou à de Marina. “Estamos dialogando sobre o budismo há cerca de um ano, e minha amiga já participou de algumas reuniões com a mãe. Fico tão feliz”, emociona-se Ana. Com a amiga Marina, a qual incentiva sobre a prática budista Outro fator de desenvolvimento tem sido a participação de Ana nos grupos horizontais da BSGI. Ela se espelha ainda em seus pais, que foram atuantes, quando jovens, nas bandas masculina e feminina da localidade, Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai, respectivamente. Lideraram esses dois grupos e Celso também fez parte do Sokahan (grupo de bastidor). Junto com Marcia, tornaram-se responsáveis pela Divisão dos Jovens da RM Americana. Ana formou-se recentemente do grupo de aprimoramento (GA) da banda Asas e agora integra o núcleo de dança. “Eu adoro os encontros e ensaios. Tenho aprendido muito sobre companheirismo”, frisa. Durante uma apresentação em desfile cívico pela Asas da Paz Kotekitai No mês da Divisão dos Estudantes, Ana compartilha suas expectativas. A primeira delas é a alegria de estar com a amiga Marina, e as outras colegas que ela vem incentivando, participando juntas nas comemorações da localidade. Aproveita para falar de sua vivência, sonhos que a motivam. Brasil Seikyo: Ana, o que mais gosta na organização? Ana: Das atividades da DE e da banda Asas da Paz Kotekitai, nas quais eu participo do coreográfico. BS: Por que gosta de incentivar os amigos? Ana: Quando incentivo as pessoas, eu me sinto mais solta e livre nas reuniões. Elas me incentivam também. É muito bom! BS: Um sonho a realizar Ana: Estudar na Universidade Soka do Japão. BS: Como vê o futuro? Ana: Eu vou me empenhar para estar bem financeiramente por meio dos estudos, viajar pelo mundo para ver culturas diferentes e provavelmente estudar moda ou psicologia. Se é da DE tem de sonhar alto, né? Ana Takiguti Gonçalves, 12 anos, estudante. Na BSGI, integra a Divisão dos Estudantes Esperança, na RM Americana, CGESP. Orientação de Ikeda sensei que guia a atuação dos pais Criando filhos que amem a SGI O mais importante é ajudá-los a aprender a respeitar e a gostar da Soka Gakkai Internacional (SGI) sem pressioná-los. Como a fé é algo para a vida inteira, já é o bastante o fato de eles compreenderem com o passar do tempo. Não é sábio ser inflexível e tentar forçá-los a praticar. Precisamos ensinar aos nossos filhos o espírito de acalentar e proteger a SGI. Espero que os pais criem os filhos de forma que eles realmente amem a SGI. Se os filhos tiverem esse espírito, com certeza serão pessoas excelentes. Fonte: Um Diálogo sobre a Religião no Século 21, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.569, 26 ago. 2000, p. 3. Ana, aos olhos da responsável pela Divisão dos Estudantes da localidade “Ana é uma menina muito meiga, dona de um coração enorme, muito dedicada a tudo o que faz. É gratificante ver seu desenvolvimento tanto na Gakkai quanto na sociedade. Sou afortunada em atuar com uma estudante tão fofa, realmente um grande ‘valor humano’. A família de Ana é maravilhosa. Os pais, Marcia e Celso, sempre acompanham a atuação dela na Gakkai e apoiam muito os jovens e estudantes de várias formas possíveis, com carona, kit lanche, incentivos, preparativos. Um orgulho só!” Bruna Adrieli Pereira Nagata, responsável pela DE da RM Americana Fotos: Arquivo pessoal
11/04/2024
Relato
BS
A gratidão define a vitória
Uma decisão muda a vida? Com certeza! Quem oferece essa resposta convicta é Joel Bruno dos Santos, 90 anos, residente em Brasília, DF, junto com a esposa, Maria Francisca, 78, e família. Nos idos de 1970, época em que trabalhava como gari na prefeitura local, ele ouviu de um colega que, se recitasse Nam-myoho-renge-kyo, resolveria todos os problemas. Analfabeto, cansado de bater cabeça em busca de melhores condições para a família, agarrou-se a essa prática como “última esperança”, sem mesmo entender o significado. Ao comentar com a esposa em casa, ela achou que ele havia endoidecido de vez. Joel nos conta essa experiência e compartilha os resultados de sua decisão naquele momento crucial, que o transformou no exemplo de homem vitorioso, confiante e de esperança ilimitada. Em dezembro último, ele completou cinquenta anos de Soka Gakkai e diz orgulhosamente que aprendeu a ler para estudar o budismo. Construiu uma família harmoniosa e feliz. “Meus pais são maior orgulho e referência para nós. Transformaram uma história de sofrimentos em alegria ilimitada, com sincero espírito de doação”, resume a filha Mara Rúbia, representando os irmãos. De gari, depois que aprendeu a ler, Joel prestou concurso e atuou como agente de portaria até se aposentar. Vamos conhecer um pouco mais dos bastidores da jornada de vida de Joel dos Santos. A gente não tinha mais pra onde correr. Minha esposa veio logo junto comigo a recitar Nam-myoho-renge-kyo; trouxemos também os quatro filhos. As coisas foram acontecendo. O salário passou a render e a harmonia voltou a reinar em casa. Depois de um ano, recebi meu objeto de devoção, o Gohonzon, e esse dia foi o mais feliz de nossa vida. Ouvi numa reunião que a felicidade somos nós quem a construímos. Para isso, é preciso agarrar essa oportunidade, agir e assumir a responsabilidade. Portanto, tudo o que me orientavam eu fazia. No ano seguinte, 1974, a organização aqui de Brasília estava se movimentando para receber Ikeda sensei, e a luta de daimoku (recitar Nam-myoho-renge-kyo) era intensa. Infelizmente, o Mestre foi impedido de entrar no país, mas seguimos firmes pelos próximos dez anos. Nesse período, aprendi a ler para estudar as escrituras do buda Nichiren Daishonin, os princípios básicos do budismo e as orientações de sensei que saíam no Brasil Seikyo. Eu lia e chorava de emoção, pois sentia que tudo era para mim. Em 1984, finalmente, recebemos o Mestre em Brasília — um encontro inesquecível. Na ocasião, ele lançou a ideia de construirmos uma sede aqui na cidade. Tempos depois, soubemos que ele havia comprado e doado um terreno para construção do maravilhoso centro cultural que temos hoje. Foi aí que despertei para o sentimento de doação. Sempre realizei o Kofu (contribuição voluntária), porém, naquele momento, senti uma profunda gratidão e o real significado dessa participação. Então, veio a decisão, junto com minha esposa, de oferecer uma sede para as reuniões do Distrito Gama, onde atuávamos. Após cinco anos, isso se tornou realidade, depois de muita oração e economias feitas, porque budismo é oração e ação. Vitória! Nos anos seguintes, demos mais um passo, pois a organização foi crescendo e a sede ficou pequena. Determinamos encontrar um novo local, com endereço certo, numa localização privilegiada. Ampliei a recitação do daimoku para três horas e, quando terminava, eu me sentia um gigante. Em 2010, estava aberta nossa sede, nosso bem maior. Foi uma enorme alegria. Hoje, são feitas várias atividades nesse espaço. Não vou parar! Praticar o budismo é um aprendizado para a vida inteira. Além disso, o estudo do budismo e a sincera oração são as bases. Tudo depende da nossa fé, pois há momentos desafiadores. Comigo não é diferente. Nos últimos anos, venci a Covid-19 depois de ter os pulmões comprometidos em 90%. Não é maravilhoso sentir essa profunda fé e transformar veneno em remédio? Sou extremamente grato e feliz pela família harmoniosa que construímos. Em janeiro, minha esposa e eu completamos 62 anos de casados. Dos nossos sete filhos, seis possuem o Gohonzon consagrado no lar. Com os netos na mesma órbita, formam a terceira geração de membros da Soka Gakkai. Com a esposa, Maria Francisca De analfabeto, adquiri a sabedoria para a vida. Adoro estudar o budismo. Mesmo no início, quando mal sabia ler, fiz todos os exames de budismo para participar do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) e hoje sou Grau Médio. Valorizo demais a dedicação do nosso mestre de escrever, durante 25 anos, a obra Nova Revolução Humana, com seus trinta volumes cheios de inspiração para vencermos. Compartilho esse trecho muito especial para toda a minha família: A grandeza do budismo revela-se no princípio de que qualquer destino pode ser transformado, de que a vida pode ser fortalecida a ponto de não se abalar diante das mais severas adversidades e de que todos serão capazes de construir uma vida de absoluta felicidade.1 Reunido com os filhos na celebração de sessenta anos de casamento Momento após encontro de daimoku com alguns jovens da localidade. “Apoiar sempre” Joel Bruno dos Santos, 90 anos, aposentado. Na BSGI, é conselheiro de distrito na RM DF SUL, CGRE. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 5. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 54. Assista Ao vídeo do relato do Sr. Joel Fotos: Arquivo pessoal
23/03/2024
Notícias
BS
Novo castelo da paz no sul do Brasil
Para os integrantes da Soka Gakkai Internacional (SGI), o dia 16 de março possui um profundo significado. Essa data se tornou mais especial para os membros da RM Continente, Sub. Santa Catarina, pois ela foi escolhida para a inauguração de sua sede regional. No dia 16 de março de 1958, os jovens, com o desejo de corresponder e de proteger Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, reuniram-se em uma cerimônia realizada para herdar a missão do kosen-rufu. Com esse espírito, os integrantes da RM se empenharam, em meio a duras realidades, para concretizar o objetivo de inaugurar a sede regional no significativo dia 16 de março. A cerimônia contou com a presença de Miguel Shiratori, presidente da BSGI, de líderes locais e de membros representantes da RM que abrange parte da cidade de Florianópolis e outros municípios da região. Na cerimônia de inauguração, a líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da RM Continente, Cristina Kaspary, falou sobre a trajetória iniciada em 2018 chegando até aquele momento. Além do objetivo da aquisição de uma sede regional, a organização local criou um modelo de incentivo para todos com a finalidade de não deixar ninguém para trás. Com o passar dos anos, e sem perder de vista tal objetivo, os membros da localidade foram se desenvolvendo, mesmo durante o período de isolamento social. O resultado fica evidente com a alegria e a felicidade dos membros com esse espaço. Após a apresentação do histórico para a conquista da sede regional, os líderes da RM manifestaram a decisão de empreender contínuos avanços na localidade. Moacir Lisboa da Costa Jr., líder da Divisão Sênior da RM, afirmou que os jovens são fundamentais para a criação do futuro da organização. Direcionando suas palavras para a Divisão Sênior (DS), Moacir diz: “[A DS] é o pilar desse castelo e, a partir de agora, deve voltar ao ponto primordial da Gakkai, orgulhando-se de ter feito parte da construção dessa grande história do kosen-rufu catarinense”. O presidente Miguel Shiratori enalteceu os esforços de todos os que se dedicaram para a inauguração da sede, dizendo: “A atuação em conjunto, essa sintonia, transforma até o ambiente”. Disse ainda que essa inauguração tem uma importante missão: “Aqui é o local em que reluz a vida de Ikeda sensei”. Emocionados, os membros ouviram os incentivos de Shiratori, que falou sobre a atuação dos jovens, junto com Josei Toda, na concretização dos 100 mil jovens patriotas; e que, hoje, com Ikeda sensei, os jovens vencem no movimento dos 100 mil jovens humanistas. Shiratori também discorreu sobre a importância da época atual e do movimento pela paz, cultura e educação da SGI. “A Soka Gakkai trouxe, com Ikeda sensei, a correta prática do Budismo Nichiren. Hoje, a filosofia da organização transcende qualquer ideologia. Nós praticamos a religião da nova revolução humana. A vida, em geral, está nos campos da emoção. Com daimoku, ela alcança a razão. O estado de buda é direito de qualquer cidadão. A prática assídua é que faz diferença. A prática budista é o modo de vida ideal; uma vida feliz que, entre ganhos e perdas, segue em frente. E o resultado desse enredo é a revolução humana. Não há nenhum mistério. Agora, com esta inauguração, é aqui onde está o coração de Ikeda sensei. Que toda a atividade realizada tenha um ambiente em que qualquer pessoa que venha se maravilhe! Que seja um local em que esteja reverberando sempre isso! Uma energia que mudará o destino da sociedade”, afirmou Shiratori. Em suas palavras, ele solicita: “Que daqui a dez, vinte anos, este local se torne um centro cultural”! Todos os presentes vibraram com essa determinação. Com certeza, o novo e dinâmico avanço da RM Continente está selado. Os jovens da localidade finalizaram a cerimônia de inauguração com uma apresentação de dança. Apresentação dos jovens Alegria dos membros Os membros expressaram o sentimento pela inauguração da Sede Regional Continente e sua decisão para o futuro. Ana Paula de Oliveira da Costa, responsável pela Divisão Feminina de distrito, comenta: “Foi uma atuação grandiosa. Com a pandemia da Covid-19, tivemos de aguardar. Por isso, todo o empenho foi importante para envolver os membros. Ver todos na inauguração de hoje nós dá certeza que uma nova partida do kosen-rufu da região foi dada”. Já Theo Lisboa de Oliveira da Costa, membro da Divisão dos Estudantes (DE), compartilha: “Daqui para frente, quero ver as pessoas recitando cada vez mais daimoku. Demorou bastante para chegarmos até aqui, mas que bom que concretizamos esse objetivo”. Para Sabrina Louyse Pires, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens de distrito, o importante foi manter o foco: “Desde o início, foi gratificante fazer parte desta luta. Nunca perdemos o foco e, daqui para a frente, espero ver muitas atividades aqui com vários membros e convidados. Vamos consolidar o kosen-rufu em Santa Catarina”. Alegria membros inauguração Sede Regional Continente No topo: Corte da fita inaugural que marca o novo avanço da localidade Fotos: Colaboração local
23/03/2024
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Hoje, mais do que ontem, amanhã, mais do que hoje, agir em prol das pessoas e dos mais novos, passo a passo, do seu jeito. As marcas desses esforços é que resplandecerão como uma existência sem arrependimentos. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Viagens Inesquecíveis. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 37.
07/03/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Nesta edição, apresentamos uma entrevista com o presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Durante a conversa, ele relembra passagens especiais das atividades comemorativas de 1984, ao mesmo tempo em que tece incentivos e direcionamentos para alinhar o sentimento de todos para a importante atividade que se tornará o ápice das comemorações dos quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Para 2024 e rumo a 2030, o momento é de avançar como genuínos discípulos. Acompanhe! Brasil Seikyo: É uma grande alegria contar com suas palavras neste especial. Neste ano, celebramos esse marco tão significativo para nós, membros da BSGI: os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Poderia falar um pouco sobre o sentimento que envolve essa comemoração? Miguel Shiratori: Sim! Um sentimento de profunda emoção e gratidão a Ikeda sensei e de louvor à união e à luta abnegada de todos os nossos veteranos, avós e pais que atuaram com o espírito de procura pelo Mestre. desbravaram as mais severas realidades e transformaram o impossível em possível! A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, se tornou o ponto primordial da luta e da vitória de mestre e discípulo. A vitória sobre o longo inverno de dezoito anos de espera. Como já noticiado, em decorrência de falsas acusações, Ikeda sensei foi impedido de entrar no país em 1974, oito anos após a sua segunda visita em 1966. Um grande festival estava programado para recepcioná-lo, mas, às vésperas desse acontecimento, recebemos a notícia de que o visto de entrada havia sido negado. Mesmo diante de profunda tristeza, o evento foi realizado e, na ocasião, o Mestre enviou uma mensagem, na qual afirmava: A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; deve ser vista em longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro.1 Dessa forma, com o juramento de corresponder a Ikeda sensei, todos se levantaram com uma firme decisão, dando início a uma vigorosa fase de avanço do kosen-rufu do Brasil com a expansão da organização e a ampla divulgação dos ideais do humanismo Soka na sociedade. Esse esforço proporcionou a transformação das circunstâncias negativas, abrindo o caminho para a terceira visita de Ikeda sensei em fevereiro de 1984. Assim, por meio de carta convite oficial do então presidente da República, João Baptista Figueiredo, descortinou-se uma nova primavera de esperanças em nosso país. “Estamos vivendo um momento de fundamental importância no qual devemos criar jovens sucessores do Mestre” Miguel Shiratori , presidente BS: Poderia nos contar algumas memórias pessoais especiais sobre a visita de sensei em 1984? Shiratori: Na ocasião, tive a oportunidade de atuar como responsável pela torre humana de cinco andares. Eu me recordo da imensa alegria e felicidade que tomou conta de todos no dia 19 de fevereiro, quando os membros das comissões, dos grupos de apresentação e dos bastidores se reuniram na pista de atletismo do Ibirapuera e receberam a notícia de que sensei havia desembarcado no aeroporto em São Paulo. Enfim, o sonho de dezoito anos de espera havia se tornado realidade. Agora, uma grande surpresa ocorreu no dia 25 de fevereiro, com a presença de Ikeda sensei no Ginásio do Ibirapuera. Foi um turbilhão de emoções, lágrimas e pique-piques sem interrupção. Um momento único e inesquecível para todos. Os espectadores e figurantes entoaram, em coro, a canção Saudação a Sensei. Foi um encontro com o Mestre emocionante e um momento ímpar do juramento de mestre e discípulo. Isso se tornou o ponto primordial de mestre e discípulo do avanço da organização nessa jornada de quarenta anos e para todo o futuro! BS: Como aqueles que testemunharam esses acontecimentos, bem como os que não viveram essa época, e as futuras gerações podem se sintonizar ao significado e ao espírito dessas comemorações? Shiratori: Acredito que, além de conhecerem a história da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984, publicadas nos periódicos e nos vídeos da Editora Brasil Seikyo, possam ouvir os depoimentos dos veteranos que vivenciaram aquele momento, como também seus relatos de vitória na vida alcançados nesses quarenta anos na luta conjunta de mestre e discípulo. Há mais de seis décadas, durante a sua primeira viagem ao mundo, Ikeda sensei fundou aqui no Brasil o primeiro distrito fora do Japão. Essa iniciativa teve como principal objetivo encontrar pessoas com características de cidadania global acalentado por seu mestre, Josei Toda, visando criar o movimento da terceira civilização global para a paz. A BSGI avançou e hoje se tornou um modelo. Praticamos o elevado ensinamento do Budismo de Nichiren Daishonin, por meio das maravilhosas explanações dos escritos do Buda publicadas pelo presidente Ikeda, que nos possibilitou uma prática budista concreta de resultados e felicidades na vida. Podemos afirmar que aprendemos com Ikeda sensei a prática da religião da revolução humana cuja finalidade maior é a paz e a felicidade no mundo. Esse é o princípio e o propósito fundamental do Budismo Nichiren e da Soka Gakkai. Fazemos parte deste movimento! BS: Estamos a poucos meses da Convenção Comemorativa da Juventude Soka, que será realizada em maio, ápice das comemorações dos quarenta anos da terceira visita do Mestre ao nosso país. Como o senhor avalia esse movimento jovem para o avanço do kosen-rufu do Brasil e do mundo? Shiratori: A Convenção Comemorativa da Juventude Soka do Brasil será realizada celebrando os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, que ocorreu em 1984, como também a consolidação do movimento dos 100 mil jovens humanistas. Além disso, assinalará a partida dos genuínos discípulos Ikeda rumo ao centenário da Soka Gakkai em 2030. Ikeda sensei, em sua mensagem de outono do ano passado, disse: E, agora, a “Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” é a grande rede solidária que se empenha no desafio da transformação do destino da humanidade com a convicção de que, “quando um grande mal ocorre, um grande bem o sucederá”,2 manifestando a grandiosa energia vital do primeiro sol do amanhecer e elevando alto o princípio filosófico dos “três mil mundos num único momento da vida”. Misticamente, os jovens Soka que compartilham o meu espírito, ligados com profunda relação cármica, escolheram nascer justamente nesta época do descortinar. Oro e acredito que, infalivelmente, haverão de ressoar os sinos da esperança da canção triunfal da paz agora e rumo ao futuro.3 A convenção no dia 26 de maio será transmitida on-line para todos os distritos do Brasil diretamente do Ginásio do Ibirapuera. Nesse sentido, vamos, desde já, criar a força jovem em nossas organizações por meio dos encontros e das visitas nas comunidades. Será um encontro grandioso. A convenção terá em cada recanto do país o significativo marco do “Encontro da Juventude Soka do Brasil com Ikeda Sensei”! BS: Daqui a seis anos, celebraremos o centenário da Soka Gakkai, e agora sem a presença física do Mestre. Qual deverá ser a atitude de um genuíno discípulo? Shiratori: O foco desse movimento em 2024, conforme o tema “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, será a expansão da propagação do ensinamento do Budismo de Nichiren Daishonin, bem como a criação de jovens sucessores. Ikeda sensei constantemente afirmava que a “Soka Gakkai avançará eternamente como Gakkai de Força Jovem”. O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, em um discurso, enfatiza que, de forma significativa, o mês de março deste ano [2024] marca os setenta anos desde que Ikeda sensei assumiu como coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens. Sobre o sentimento e a luta do Mestre, a partir do momento em que assumiu essa função, ele deixou expresso: Mantendo a mesma paixão e entusiasmo da juventude, continuo a me empenhar sinceramente pelo desenvolvimento da Soka Gakkai e pela felicidade de meus companheiros, criando um brilhante registro de sucessivos triunfos.4 Dessa maneira, o presidente Harada reforça que “A Soka Gakkai de Força Jovem Mundial só será possível se os discípulos Ikeda sucederem os passos do mestre, iniciando um brilhante registro de sucessivos triunfos. ‘Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento’.5 Gravando na vida mais do que nunca esse escrito sagrado, vamos dar início a uma renovada luta conjunta de mestre e discípulo, com a mesma paixão e entusiasmo da juventude!”. Portanto, estamos vivendo um momento de fundamental importância no qual devemos criar jovens sucessores do Mestre Daisaku Ikeda — valores humanos de força jovem em nossa organização de base que contribuirão para transformar o destino de toda a humanidade. Durante a sua terceira visita ao Brasil, Ikeda sensei participa do ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, SP, 25 fev. 1984) Grande final do festival ocorrido no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, (26 fev. 1984) palco da Convenção Comemorativa da Juventude Soka da BSGI a ser realizada no mês de maio deste ano (2024) Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.572, 23 set. 2000, p. A7. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 387, 2017. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.646, 11 nov. 2023, p. 4-5. 4. Idem, ed. 2.035, 15 maio 2010, p. A3. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 269, 2017. Fotos: Seikyo Press | BS
07/03/2024
Notícias
BS
Cultivar nobres sentimentos
Em Bauru, maior cidade do centro-oeste paulista, os integrantes da RM Bauru, organização que leva o nome do município, seguem com maior ímpeto após as vibrantes conquistas no movimento de conectar jovens pela paz, objetivo alcançado por todos os distritos da localidade. É o resultado de um esforço brindado pela união de forças e pela ação imediata, em todas as frentes de atuação, reflexos vistos na Reunião Nacional de Líderes da BSGI, promovida na região em 18 de novembro de 2023. Essa data é revestida de profundo significado para todos, pois o Centro Cultural da localidade, inaugurado em setembro desse ano, foi palco da cerimônia que uniu o Brasil na homenagem a Ikeda sensei, que partiu desta existência em 15 de novembro. Quando há o sentimento de corresponder às expectativas do Mestre a vitória se expande, e é dessa forma que se concentra a dedicação de líderes e de membros. No recorte das organizações de base da edição, encontramos a Comunidade Piratininga, situada a 16 quilômetros de Bauru, com seus participantes empreendendo uma luta inspiradora para cravar no coração de todos o puro sentimento do espírito de doação. “Determinamos visitar todos para incentivar sobre a importância da gratidão por conquistarmos tantos benefícios da prática da fé e o significado da contribuição voluntária (Kofu) na grandiosa luta pelo kosen-rufu”, enfatiza Alécio Massao Suzuki, líder do Distrito Castelo Branco, organização na qual se encontra a Comunidade Piratininga e seus três blocos. “Atuar com o mesmo sentimento do Mestre, fazendo nossa revolução humana”, reforça o líder da Comunidade Piratininga, Ademir Matias. Os resultados são expressos pelas comprovações na evolução do engajamento dos membros, bem como no sentimento reinante na localidade, assim como nas palavras de Erika Suzuki, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Bloco Piratininga: “Estou muito orgulhosa e alegre por fazer parte da Comunidade Piratininga, grata por tudo. Eu sempre participo do Kofu com sentimento e satisfação pela transformação da minha própria vida, entendendo para que é destinada e a verdadeira essência dessa contribuição voluntária. Como sempre dizia Ikeda sensei, com essa dedicação, atemo-nos à grande oportunidade de transformar nosso carma negativo e aprimorar nosso caráter.” Os reflexos dessa alegria e realização de todos chegam aos lares e às atividades da Comunidade Piratininga, assim como ao outro núcleo integrante do Distrito Castelo Branco, a Comunidade Independência. Ali, destaque para o sucesso atingido no movimento da Juventude Soka. Unidos mais que nunca, nutrindo no coração o sincero espírito de doação, as lideranças orgulham-se de estar sendo criadas as sólidas bases da nova era de força jovem “no lugar do Mestre, aqui e agora”. Alguns dos líderes locais, tendo o Brasil Seikyo como base no apoio aos membros da Comunidade Piratininga No topo: Reunidos em encontro mensal, com a selfie feita pelo jovem Gabriel Matias Fotos: Colaboração local
22/02/2024
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Quem constrói o futuro dignifica o presente
Naturalmente, todos nós sabemos da grande importância de desenvolver sucessores para a perpetuação de qualquer empreendimento humano. Outro ponto convergente para os indivíduos da geração adulta é a impressão de que, no passado, esse processo de sucessão parecia ser mais fácil. Há também uma sensação de que isso acontecia de forma natural e espontânea. Hoje, diferentemente, dado as acentuadas e distintas características das novas gerações, esse ofício tem se tornado quase impossível na visão de várias pessoas. É comum, em conversas com os pais, ouvirmos suas preocupações ao enfrentarem os desafios para educar os filhos ou tentarem estabelecer diálogos que captem a atenção e a concordância deles. E por aí vai... Transmitir bons valores, costumes, hábitos etc. sempre foi uma tarefa, quase uma tradição, das pessoas mais velhas. Muitos de nós guardam na memória afetiva preciosas conversas com avós, pais e veteranos, nas quais eles nos ensinavam coisas simples, advindas da sabedoria adquirida ao longo dos anos, que nos alimentaram e nos norteiam até hoje. Isso sem contar as nossas lembranças com os cuidados, o carinho e a atenção que alguns deles, dentre tantos outros indivíduos, nos dedicaram durante a nossa jornada de crescimento e que fizeram valer a nossa superação da dúvida, do medo, das incertezas, enfim, do lidar com os mais diversos, terríveis e desafiadores momentos que tivemos. Portanto, ainda que as circunstâncias tenham mudado, que o mundo esteja de “cabeça para baixo” (como popularmente ouvimos), consideramos que a fórmula para criar um bom ser humano, verdadeiro valor humano, nunca mudará: muita paixão (amor), persistência (dedicação) e paciência (confiança). É inegável a insubstituível importância que a água tem para a sobrevivência. Sem ela não haveria a possibilidade de existirmos. Mas, paradoxalmente, a mesma água que ajuda a manter a vida também pode matar quando se torna violenta num desastre natural. Similarmente, entendemos que o ser humano, cujo humanismo, amor e benevolência são partes da sua essência virtuosa, é capaz de contribuir para o desenvolvimento e a felicidade de qualquer pessoa, transformando o mundo de desesperança, sofrimento e desespero dela em sabedoria, felicidade e paz. Mas, tal como a água, esse mesmo ser humano também pode destruir a esperança, o sonho e aniquilar o desenvolvimento de um valor humano se negligenciar a importância da existência do outro e agir com base em sua condição de vida nociva, egoísta e negativa. Por isso, precisamos da prática da fé, do Mestre e da organização; ou seja, do solo ideal que nos proporciona condições para nutrir os ingredientes necessários para iluminar a vida e direcionar propósitos, objetivos e ações em prol da revolução humana de si próprio e para o bem de todos. Assim sendo, acreditamos que, em cada núcleo da organização, onde as pessoas convivem diariamente, a união harmoniosa, o sincero diálogo e os incentivos compartilhados promoverão a amizade e os laços de confiança, proporcionando a capacitação, o despertar e a inspiração para que encontremos os caminhos mais adequados, sensíveis e diretos para a criação dos preciosos tesouros da humanidade, os herdeiros Ikeda. Enfim, conforme a própria vida de Ikeda sensei nos ensina, não há segredo. Não estamos diante de um dilema insolúvel. Pelo contrário, da perspectiva das orientações do Mestre e de suas ações contidas na Nova Revolução Humana, o cenário é totalmente favorável e propício para exercermos a mais elevada condição de vida, o humanismo, cumprindo com nossa missão como seres humanos, bodisatvas e discípulos. Para finalizar, gostaríamos de compartilhar alguns tópicos de orientações do presidente Ikeda que destacam a suprema tarefa de criar os sucessores para o futuro da humanidade: Não seria exagero dizer que a revolução humana que buscamos é uma revolução que abre para as crianças o caminho do futuro e da felicidade. Janusz Korczak (1878–1942), pediatra e educador polonês, que se manteve firme diante dos invasores nazistas e protegeu as crianças até morrer num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, bradou: “Por maior que seja a causa ou qualquer que seja o motivo da guerra, nada justifica tirar das crianças o seu direito natural de viverem felizes”.1 Nessa mesma época, no Japão, Tsunesaburo Makiguchi (1871–1944), fundador da educação Soka e primeiro presidente da Soka Gakkai, disse que a vida das crianças é como “joia preciosa de incomparável valor”. 2,3 (…) O importante é respeitar ao máximo cada jovem como um indivíduo de personalidade e identidade. “Criar” um ser humano é uma batalha decisiva. Existe um “adulto” formado dentro de cada criança. É preciso conversar com esse “adulto” inerente. Jamais trate as crianças com menosprezo, partindo do pressuposto que elas não entendem ou não necessitem de mais respostas. O educador dinamarquês N. F. S. Grundtvig (1782–1872) disse que conversar é gratificante e educativo para todos.4 As pessoas diretamente envolvidas na educação ou no desenvolvimento de crianças devem acreditar no imenso potencial que elas possuem e cultivar a riqueza tanto na nossa vida como na delas. A medida do quanto expandimos nosso coração é a extensão do desenvolvimento que proporcionamos ao outro. Por esse motivo, cultivar a riqueza em nossa vida é indispensável para cultivar o mesmo valor na vida dos outros. Nichiren Daishonin diz: “A flor voltará à raiz e a essência da planta permanecerá na terra”.5 Sem dúvida, todos os esforços empreendidos pelos líderes da DE e das demais divisões pelo futuro dos preciosos estudantes, príncipes e princesas do kosen-rufu, se manifestam em forma de grandiosa boa sorte, tanto em sua vida como na de todos os seus familiares e descendentes.6 Grupo Coração do Rei-Leão da BSGI Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.154, 3 nov. 2012, p. B1- B4. Notas: 1. KORCZAK, Janusz. Uma Voz pela Criança: As Palavras Inspiradoras de Janusz Korczak. JOSEPH, Sandra (ed.). Londres: Thorsons, 1999. p. 151. 2. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2009. cap. 4, p. 124. 3. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, v. 4, p. 73, 1980. 4. GRUNDTVIG, N. F. S. Sei no Keimo (Awakening Life). Tradução: Naoto Koike. Nagoya: Fubaisha, 2011. p. 188. 5. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 737. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.154, 3 nov. 2012, p. B1. Foto: GETTY IMAGES
10/02/2024
Editorial
BS
Nasce uma oportunidade
Bem-vindo, fevereiro! São quarenta anos da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil! Brasil Seikyo inicia, nesta edição, uma série especial sobre essa significativa visita do Mestre ao país (p. 8 e 9). Além disso, traz também o aspecto atual de desenvolvimento da BSGI com as notícias da Reunião Nacional de Líderes (RNL), realizada em Brasília, DF. Acompanhe nas p. 10 e 11. O Especial, intitulado A Extraordinária Força de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei, chega à quarta parte nesta edição. Um dos trechos retrata as decisões de sensei: Até os trinta: Dedicação à prática da fé e ao estudo do budismo; lutar para eliminar a maldade da doença. Até os quarenta anos: Aperfeiçoarei o estudo do budismo e minha prática budista. (...) Até os oitenta anos: A conclusão da base do kosen-rufu mundial. A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu por toda a eternidade.1 De fato, Ikeda sensei fundiu-se ao Universo, eternizando sua liderança do kosen-rufu. Uma comprovação dessa eterna liderança ficou evidente na cerimônia realizada dia 30 de janeiro, na qual compareceram representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e das áreas empresariais, acadêmicas, culturais, jornalísticas e editoriais do Japão e do exterior, num total de cerca de 2.600 pessoas (veja nesta edição). O mês de fevereiro também marca o grande movimento de propagação do budismo. Propagar a Lei é uma ação que está relacionada diretamente com a felicidade das pessoas e com a paz da sociedade. Em consonância com esse ideal, a Juventude Soka intensifica seus esforços nos preparativos para a convenção comemorativa em maio, como vemos na p. 17. E, em união com o levantar-se dos jovens brasileiros, neste BS, inicia-se o capítulo “Brado da Vitória”, do romance Nova Revolução Humana, no qual consta o registro da mensagem de Ikeda sensei para os jovens da América do Sul. Leia nas p. 23 e 24. Embarque, leitor, nestas páginas que narram a história de Ikeda sensei com o Brasil e com os jovens. Que essa jornada seja fonte de inspiração para você e novo decolar em sua vida! Ótima leitura! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.652, 10 fev. 2024, p. A3-A7.
10/02/2024
Notícias
BS
Avanço vigoroso
No último dia 21 de janeiro, integrantes da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI) reuniram-se para detalhar os próximos passos do significativo “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. A atividade foi organizada na Sala Shitei do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, SP, com a presença de membros e familiares, bem como da coordenadora da Divisão Feminina (DF) da BSGI, Selma Inoguti; do coordenador da Coordenadoria Cultural da BSGI, Alessandro Ariga; e do consultor artístico da OFBHI, professor Amaral Vieira. O público composto por 135 pessoas tomou conhecimento dos objetivos e das atividades do Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO), no qual vem sendo treinada a futura geração da orquestra, que também teve seu plano de atuação 2024 detalhado no dia. A segunda parte foi reservada à apresentação de relatos de comprovação de membros, seguida dos incentivos do coordenador da OFBHI, Fabio Ikeda, de Selma Inoguti e do professor Amaral Vieira. A coordenadora da Divisão Feminina da BSGI compartilhou uma lembrança de um encontro mantido com Ikeda sensei. Na ocasião, ela lhe disse que os discípulos brasileiros lutariam ao lado do Mestre pelas três existências (passado, presente e futuro). O Mestre, então, respondeu que “Se estamos lutando juntos neste momento, também lutaremos juntos na próxima existência”. Selma também lançou um desafio, incentivando a todos a realizar uma grande luta nos cem dias subsequentes àquele encontro, culminando no significativo 3 de Maio. Já o professor Amaral Vieira emocionou os participantes relatando alguns episódios pessoais em seus diversos encontros e diálogos com o Dr. Daisaku Ikeda, a quem ele se refere como seu mestre da vida. A OFBHI foi criada pelas próprias mãos de Ikeda sensei, em sua quarta visita ao Brasil, em 1993. De lá para cá, confiado pelo Mestre, Amaral Vieira tem sido um grande incentivador do grupo. Ao final, a Camerata Ikeda fez uma apresentação representando os membros da OFBHI, do NDO e da Academia Nacional. “Nós, da OFBHI, que carregamos o nome e a vida de Ikeda sensei, vamos nos levantar com o mesmo espírito do Mestre, “dando tudo de nós”, e, por meio de nossa vida, de nossa missão, assim como Ikeda sensei, incentivar muitas pessoas a transformar seu carma e serem felizes”, enfatizou Fabio Ikeda. No topo: Familiares dos integrantes da OFBHI prestigiam reunião de partida do grupo, rumo aos objetivos desse significativo ano Foto: BS
10/02/2024
Notícias
BS
Unidos e motivados
A expectativa dos jovens das duas RM que compõem a Sub. Tijuca, do Rio de Janeiro, tomou forma na promoção do Festival Cultural Soka, no último dia 28 de janeiro. Tudo foi pensado para proporcionar um ambiente inspirador para membros e convidados, expandindo princípios humanísticos na sociedade. Com o apoio da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF), o local escolhido foi o Teatro Noel Rosa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O sentimento que permeava a mente dos jovens das RM Tijuca e Maracanã era de celebrar a diversidade, baseado no princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. Esse conceito discorre sobre o respeito à diversidade presente na essência do Budismo Nichiren e sobre a dignidade e o valor de cada pessoa. Outro ponto foi de levar esperança ao coração das pessoas baseado nos ensinamentos do Gosho de Nichiren Daishonin, intitulado O Inverno nunca Falha em se Tornar Primavera.1 “A proposta foi a de traduzir esses revitalizadores ensinamentos do Buda em apresentações que levassem ao público inspirações para cultivar dentro de si os conceitos humanísticos de paz, cultura e educação, como sempre nos direcionou nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda”, esclarece o líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Sub., João Guilherme Vidal do Nascimento, representando as lideranças jovens locais. Para isso, “envolvimento” foi palavra de ordem. Os participantes das apresentações culturais se desafiaram ao máximo para aprender as músicas, coreografias e representar os personagens do teatro. Foram semanas de vários esforços nos ensaios, especialmente considerando que muitos nunca tinham feito parte dos grupos de apresentação da BSGI e não possuíam experiência na área artística. Outros eram convidados dos membros da Sub. Tijuca e não tinham vínculo ainda com a organização. Dentre os componentes das apresentações, das comissões e dos grupos de bastidores, foram envolvidas cerca de oitenta pessoas. “O festival extrapolou as expectativas. Foi um orgulho ver o Budismo Nichiren sendo transmitido de forma leve, correta e com muita alegria. Ao apresentar a BSGI aos convidados, ficou claro que é uma verdadeira academia de valores humanos”, ressalta Angela Nascimento, veterana do Distrito Mariz e Barros, da RM Maracanã. Para os envolvidos, o festival foi um exemplo de vitória da revolução humana, no qual organizadores e participantes exercitaram-se em superar as limitações. “Foi a vitória do discípulo Soka buscando corresponder ao coração do Mestre e desafiando muito mais daimoku”, enfatizam as lideranças da Sub. Tijuca, selando o compromisso dos seus integrantes de concretizar infalivelmente o objetivo de cem jovens em todos os distritos. “Sensei, conte com a Sub. Tijuca!”. No topo: Cena do encerramento do festival cultural da Sub. Tijuca, coroado de vitórias e de renovadas determinações dos participantes Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. Foto: Colaboração local
10/02/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Neste mês, celebram-se quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, momento memorável e decisivo do movimento pelo kosen-rufu no país. Brasil Seikyo inicia a publicação de uma série especial sobre esse evento comemorado com carinho e decisão pelos membros da BSGI como ponto de partida de um vigoroso desenvolvimento rumo ao futuro. Emoção e juramento A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, ocorreu depois de dezoito anos de espera após a sua vinda anterior em 1966. Um marco revestido de emoção e renovado juramento. A emoção é de revivermos juntos os dez dias inesquecíveis ao lado do Mestre, capazes de secar as lágrimas de tristeza e de saudade pela longa espera. O juramento fica por conta do significado que essa comemoração encerra. Neste 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, e assumindo o bastão da luta de mestre e discípulo agora sem a presença física de Ikeda sensei, os membros se voltam para a comprovação da luta do discípulo em todas as frentes de atuação, segurando firme a bandeira do movimento pelo kosen-rufu, legado deixado por Ikeda sensei. De forma inédita, e mais uma vez assumindo seu lugar como protagonistas no palco do kosen-rufu, os jovens criam em toda a BSGI um ambiente de esperança renovada, unindo coração a coração, conectando, um a um, os jovens pela paz. Com os memoráveis momentos da visita de Ikeda sensei em 1984 como fundo de cena, preparamos uma série de matérias, que, a partir desta edição, se propõe a estimular no coração dos leitores o orgulho, a honra e a renovada determinação de construirmos juntos uma era de humanismo, de respeito máximo pela dignidade da vida e da alegria contagiante rumo a 2030, centenário da Soka Gakkai. Vamos selar com vitórias essa significativa celebração, comprovando os benefícios da prática da fé e o envolvimento no movimento jovem. Dez dias que fizeram história: emoção e renovado avanço De 19 a 29 de fevereiro de 1984, a agenda da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil contemplou encontros com autoridades, visitas e o ápice de sua participação no Festival Cultural-Esportivo da SGI, considerado por ele o terceiro melhor do mundo. Ele descreveu numa obra de sua autoria, intitulada Nova Revolução Humana (NRH), várias passagens desses momentos vividos com os brasileiros. Por exemplo, recortamos trechos de sua chegada, no dia 19. As palavras do Mestre ecoaram fortemente no coração dos membros, em especial dos veteranos, que, com suor próprio e dedicação, romperam o ciclo em que nossa organização era vista com olhos maldosos por alguns. Transformaram veneno em remédio, assim como aprendemos nos escritos de Nichiren Daishonin. Para acompanhar o desenrolar dessa trajetória, trazemos, nesta primeira matéria da série, alguns bastidores até essa grandiosa conquista de recebermos Ikeda sensei em terras brasileiras, dignamente. Vamos juntos nessa viagem? A visita cancelada, dez anos antes, e o levantar-se Em 1974, estava prevista a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, oito anos após a sua segunda visita, em 1966. Em torno dos líderes centrais, os membros da BSGI direcionavam esforços para a expansão do humanismo Soka na sociedade, transmitindo a Lei Mística com o melhor de si. E para a tão sonhada recepção ao Mestre, um grande festival cultural foi programado para março daquele ano. Porém, às vésperas do evento, chega uma notícia que abalou a todos: o visto de entrada do presidente Ikeda ao país havia sido negado. A atividade transcorreu conforme o planejado, e todos ouviram a leitura da mensagem enviada pelo Mestre, a qual se tornou diretriz de luta: “Mesmo que o nosso encontro não tenha sido possível nesta oportunidade, no meu coração está vivo o dinâmico entusiasmo de todos os senhores. Espero que mantenham o ânimo e construam famílias realmente felizes por todos os recantos do Brasil. Realizem também com alegria e coragem o kosen-rufu da querida terra brasileira que possui ilimitado potencial para um futuro promissor. A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; devem ser vistas a longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro”. Uma nova decisão começou a brilhar nos olhos cheios de lágrimas dos figurantes.1 A partir desse juramento, a BSGI empreendeu esforços para transformar as circunstâncias e tornar possível a vinda de Ikeda sensei ao país. Envolveu-se na sociedade para provar a veracidade dos ideais de paz defendidos pela Soka Gakkai e abraçados com a própria vida pelo Mestre. Foram intensificadas ações culturais de apoio, como a participação de 8 mil membros nas comemorações do 153º aniversário da Independência do Brasil, a convite da Prefeitura de São Paulo. Ao presenciar pela primeira vez a exibição de um painel humano, o público ficou impressionado com a grande cena formada por 5 mil integrantes da BSGI, que preencheram a arquibancada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Posteriormente, a BSGI marcou presença nas comemorações dos quinze anos de Brasília, a pedido do governo do Distrito Federal, no qual 5 mil componentes viajaram 1.200 quilômetros para se apresentar na atividade. Foram utilizados mais de 130 ônibus para o traslado. Esses dois eventos, que determinaram a avaliação da organização pela sociedade brasileira, foram promovidos, respectivamente, em setembro de 1974 e em abril de 1975. Podemos dizer que a “tristeza de março de 1974” impulsionou o levantar de uma nova BSGI, acarretando o desabrochar ainda mais magnífico do potencial inerente a cada um dos seus integrantes. Em 24 de agosto de 1977, data do 30º aniversário de conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, foi inaugurado o grande baluarte do kosen-rufu do Brasil, o Centro Cultural da BSGI. Todos se esforçavam ao máximo buscando a concretização da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Movidos por sentimentos genuínos, levantaram-se, com base na sincera recitação do daimoku. Os jovens, por sua vez, se ergueram e, com determinação, embarcaram rumo ao Japão, com a missão de representar a decisão dos membros de fazer acontecer a tão sonhada vinda do Mestre ao país. Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984) Jovens vão ao encontro do Mestre Ikeda sensei também fez questão de deixar registrado na Nova Revolução Humana o encontro mantido com o grupo de 38 jovens brasileiros que foram ao Japão participar de um curso de aprimoramento. Da agenda, além das atividades em Tóquio e em Osaka, estava programado um curso de três dias no Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima, ao sul do Japão. Com sincero sentimento, Ikeda sensei elogiou o empenho de todos de viajar longa distância, ao mesmo tempo em que lhes confiou a promessa de visitar, sem falta, o Brasil. Denominou-os de Grupo Kirishima do Brasil. O presidente Ikeda não mediu esforços para eternizar aquele momento, oferecendo-lhes músicas ao piano e, ao término da apresentação, apertou a mão de cada um dos componentes, oferecendo-lhes as seguintes palavras: “— Jamais me esquecerei do rosto de vocês, valen-tes companheiros de espírito de procura. Mas, vamos nos encontrar novamente. A próxima vez será no Brasil!”.2 Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983) E o grande dia chegou! No dia 19 de fevereiro de 1984, às 9h40, a aeronave que trazia Ikeda sensei pousa em São Paulo, SP. “Eu estou muito feliz”, assim ele expressou a alegria incontida em ser recepcionado. Diferentemente das condições de sua recepção em 1966, agora era homenageado pelos governantes. O próprio presidente da República na época, João Baptista Figueiredo, enviou uma carta pessoal convidando o presidente Ikeda para uma visita às terras brasileiras dois anos antes. Além de ser um fato marcante na vida de todos os membros, o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, foram homenageados com o nome em logradouros de algumas cidades. O Brasil vencera, junto com o Mestre. Nas próximas matérias da série “Os Quarenta Anos da Terceira Visita de Ikeda Sensei ao Brasil”, vamos trazer cenas e reflexões decorrentes das atividades em Brasília e em São Paulo, promovidas nos dez dias de Ikeda sensei em terras brasileiras em 1984. Aguarde! Programação básica da visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984 19/2 Chegada ao Brasil, às 9h40. 20/2 Visita pela primeira vez o Centro Cultural da BSGI em São Paulo, SP. 21/2 Encontro com o então presidente da República João Baptista Figueiredo no Gabinete da Presidência em Brasília, DF. 23/2 Encontro com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal, no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat Encontro com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz. Encontro com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro. Encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. 25/2 Incentivo aos participantes do festival cultural durante o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP. 26/2 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI com a participação de 22 mil pessoas. 27/2 Reunião de líderes em comemoração do jubileu de prata da BSGI no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, SP.Nesse dia, ocorre significativo encontro com membros do da região amazônica. 29/2 Deixa o Brasil às 11h45, partindo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, com destino a Lima, Peru. Leia mais Os bastidores dos episódios relatados podem ser conferidos na Nova Revolução Humana, volume 11. Também disponível no CILE Digital: www.ciledigital.com.br No topo: Ikeda sensei acena para o público durante ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984). Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 34. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 62, 2017. 2. Ibidem. Fotos: Seikyo Press
10/02/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
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Viver com o Gosho: volume 17 (parte 3)
Uma espada é inútil nas mãos de um covarde. Resposta a Kyo’o 1 Coragem é a chave para a vitória Em agosto de 1957, Shin’ichi Yamamoto falou aos membros do Distrito Arakawa, em Tóquio, sobre a chave para o avanço da propagação do Budismo Nichiren. — Depois de conversar com alguém apenas uma vez, talvez a gente se veja tirando conclusões precipitadas de que a pessoa não foi receptiva e de que a tentativa não vai dar em nada. Mas a mente está sempre se modificando, minuto a minuto, e se pode mudá-la por meio de esforços perseverantes para dialogar. Complementou ainda: — Algumas vezes, precisamos ponderar se o erro não está em nossa maneira de nos expressar. Por exemplo, se dissermos a uma pessoa com problemas familiares que poderá superar uma doença por meio da prática budista, não despertaremos o interesse dela. Do mesmo modo, não será muito producente afirmar a alguém que está lutando contra a doença que a fé budista ajuda a ter sucesso no trabalho. Empregar sabedoria significa determinar como conquistar a compreensão do outro. (...) Shin’ichi deu continuidade às suas considerações afirmando que a sabedoria deveria ser acompanhada da coragem de colocá-la em ação: — Como registrou Nichiren Daishonin: “A espada é inútil nas mãos de um covarde”.2 A espada do Sutra do Lótus, que é fonte de ilimitada sabedoria, não terá força se formos covardes. Espero que tenham a coragem de desafiar e vencer suas fraquezas pessoais, como a tendência de fugir do que não gostam e dar desculpas para justificar sua covardia ou negatividade. Esse é o segredo para a revolução humana e para a vitória. (Trechos do Capítulo “Castelo do Povo”) Todos os discípulos e seguidores leigos de Nichiren devem recitar Nam-myoho-renge-kyo com o espírito de diferentes em corpo, unos em mente, transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si,3 tornando-se inseparáveis como o peixe e a água. Esse laço espiritual é a base para a transmissão universal da Lei suprema da vida e da morte. A Herança da Suprema Lei da Vida4 Avançando com base na unicidade de “diferentes em corpo, unos em mente” Durante a sua quinta visita à província de Fukui, localizada no centro-norte do Japão, em junho de 1973, Shin’ichi refletia sobre o significado da unicidade no Budismo Nichiren, ao mesmo tempo em que encorajava os líderes a se unir uns aos outros e a fazer de Fukui um modelo para toda a organização Daishonin conclama a seus seguidores que transcendam “todas as diferenças que possam haver entre si”; em outras palavras, que deixem para trás a ideia de que sua vida não tem relação alguma com a dos outros. Isso significa superar a tendência egoísta de pensar somente nos próprios interesses, sem levar os outros em consideração e vê-los com apatia ou antagonismo. Quando o sentimento das pessoas pertencentes a uma organização está dividido dessa maneira, a verdadeira herança do budismo não pode ser transmitida. Esta é a razão pela qual Daishonin adverte repetidamente em seus escritos contra esse tipo de comportamento. “Inseparáveis como o peixe e a água” indica a profunda percepção de que a vida de cada um está indissoluvelmente ligada à dos outros integrantes da organização e profundamente interconectada. Trata-se de uma metáfora para ilustrar o apoio e o respeito mútuos que os membros, que possuem a missão comum de realizar o kosen-rufu, devem cultivar entre si. “Diferentes em corpo, unos em mente” denota cada um evidenciar ao máximo seus talentos e dons exclusivos, avançando, ao mesmo tempo, em união rumo ao nobre objetivo do kosen-rufu. Em suma, Nichiren Daishonin esclarece que a herança da Lei Mística que flui em sua própria vida é transmitida por meio da união de “diferentes em corpo, unos em mente” e, assim, pulsa na vida de cada pessoa que se dedica ao grande desejo do kosen-rufu. (Trechos do o Capítulo “Campos Verdejantes”) Assista vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 17 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 43, 2021. 2. Ibidem. 3. A frase “transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si” pode ser interpretada literalmente como “sem pensar no ‘eu’ ou nos outros, nisto ou naquilo”. Essa declaração não deve ser vista como negação da individualidade, mas como exortação a superar as diferenças originadas do egocentrismo. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 226, 2021. (Traduzido da edição de 18 de março de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.) Ilustração: Kenichiro Uchida
10/02/2024
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Sublimes flores humanas
Exuberante por natureza, o estado do Rio de Janeiro é ponto de atração de turistas pelos lugares agraciados por lindas praias e outros cartões-postais tão apreciados. Assim como outras grandes metrópoles, em contraponto, convive com a dura realidade presenciada em locais nos quais a dignidade da vida perde respeito e valor por conta da violência e do tráfico. Nesta edição, chegamos ao município de Itaboraí, situado na região metropolitana do Rio de Janeiro, distante 45 quilômetros da capital. Ativando o modo “mudar o ambiente depende de nós”, encontramos uma organização de base da BSGI que leva o mesmo nome do município. O Distrito Itaboraí compreende três municípios: Tanguá, Rio Bonito e o terceiro de mesmo nome, com as comunidades Vale do Sol e Vista Alegre. Integram a RM Serra Imperial, da Coordenadoria Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ). Com senso de missão, os membros locais se exercitam para pôr em prática o princípio budista da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), ou seja, cultivar uma determinação interior capaz de espalhar força e esperança a todos ao redor, transformando as condições adversas. “Aqui fazemos tudo com muito amor, e cada um cria sua fortaleza interior com base na prática da fé e nos encorajamentos de Ikeda sensei”, enfatiza a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Ana Amélia dos Santos. Nos relatos a seguir, são reveladas várias frentes dessa atuação. Vamos conhecê-las por meio de seus integrantes: Vida a vida A visita é a principal dessas atuações, pois “Só a Soka Gakkai nos permite esse encontro de vidas destituído de egos e visando apenas à felicidade das pessoas”, frisa Marlene de Araújo, responsável pela Divisão Feminina do Bloco Vista Alegre. O segundo porto seguro para todos é o estudo do budismo. “Quando aprendemos corretamente os ensinamentos do Budismo Nichiren e passamos a aplicá-los no dia a dia, deixamos de ficar reféns do destino”, ressalta Jorgina dos Santos, que responde pela DF da Comunidade Vista Alegre. Ali, as reuniões presenciais são conquistas dentro de um ambiente social desafiador. Muitas vezes, as ruas ficam fechadas por barricadas e a ronda policial no confronto com milícias chega a ser constante nos últimos tempos. Os membros, no entanto, se fortalecem com a convicção de que, não importando as circunstâncias, ali é o local de nobre missão. O estudo do budismo tem sido a âncora. Compartilhamos um episódio protagonizado por Jorgina. Há uns anos, ela conheceu José Reinaldo dos Santos, homem simples, extremamente tímido, e não sabia ler nem escrever. Ele foi rapidamente engajado nas atividades e no estudo para o Exame de Admissão que em breve ocorreria. No dia do simulado, lá estava ele, confidenciando a todos que, embora não pudesse escrever as respostas, sabia todas. Disse que não seria derrotado, e entrou no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e participou da Academia Magia da Leitura com direito à formatura. Atualmente, é responsável pelo Bloco Apollo, e a cada atividade emociona a todos lendo seu Brasil Seikyo “Com muito orgulho e gratidão”, enfatiza ele. Hoje, José Reinaldo e Jorgina formam um casal. “Onde mais temos esse ambiente de um incentivar o outro e juntos crescer? Só na Soka Gakkai”, sela Jorgina. Momento da formatura de José Reinaldo, ao lado de Ana Amélia: “Uma pessoa letrada, com muito orgulho” Inspiração para mudança Depois de trabalhar anos como diretora de escola, Ana Amélia, líder da DF do distrito, tinha o grande objetivo de ingressar na área de educação especial, mas ainda nutria dúvidas sobre que caminho seguir. “Foi incrível. Em uma visita a uma garota recém-convertida, ela alegremente compartilhou seu sentimento de gratidão por ter determinado e alcançado um grandioso benefício profissional. Foi uma inspiração para mim. A partir disso, mudei o sentimento, abri a concha do meu pequeno eu e, dessa forma, comprovei”, frisa Ana Amélia, referindo-se ao recente convite para atuar em educação especial no município. “Era tudo e mais um pouco que sempre sonhei. Entender as dificuldades das crianças, apoiá-las a vencer”, emociona-se. União e propósito Ao enfrentarem questões desafiadoras do carma, os membros incentivados se tornam exemplos para os moradores dos bairros. Pois eles deixam de lado as lamúrias de “Por que comigo?” e partem para “A mudança é comigo”, explicam as lideranças. Dessa forma, a união impera. Atuando no apoio direto às comunidades está a vice-responsável pela DF de distrito, Tatiane Santos, junto com Ana Amélia. “Basta mudar o coração, a forma de atuar, acreditar sinceramente que tudo é possível”, reforça Tatiana, que leva a sabedoria que aprende na Soka Gakkai às organizações sociais locais nas quais trabalha. Tatiana, terceira da esq. para a dir., leva o que aprende na Soka Gakkai para o seu trabalho social Muito mais daimoku Para tudo, e antes de tudo, é fundamental recitar muito mais daimoku. Cada integrante compartilha seu objetivo e nos encontros “falta tempo para que todos relatem suas vitórias”. Em qualquer questão que envolva a comunidade, a solução é unir-se na recitação de daimoku. Foi assim recentemente quando os periódicos da Editora Brasil Seikyo estavam chegando com atraso pelo motivo de a região ser identificada nos Correios como de alto risco. Todos se uniram em forte oração e só pararam quando a vice-responsável pela DF de distrito, Tatiana, postou uma foto no grupo com o pacote de Sedex em mãos para vibração de todos. Convicção da vitória Agora, o distrito está empenhado em uma luta com o compromisso de estabelecer uma base com os jovens na linha de frente. Os estudantes que apenas frequentavam as reuniões agora estão assumindo as atividades até como responsável pelo bloco, como é o caso de Leonardo Borges da Silva. E todos os membros recebem o apoio do líder do distrito, Carlos Alberto Lopes, e dos demais veteranos. “Estamos ultrapassando juntos, fazendo nossa comunidade crescer de pessoas valorosas, com forte paixão e amor pela Gakkai. Convicção absoluta de nossa vitória”, selam as lideranças. No topo: Selfie do jovem Leonardo, e o aspecto dos membros do Distrito Itaboraí Fotos: Colaboração local
10/02/2024
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Orgulho e responsabilidade
No dia 13 de janeiro, foi celebrado o 15º aniversário de fundação do Coral Filarmônico Ikeda do Brasil (CFIB), nas dependências do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo. Envoltas por um ambiente de alegria e de gratidão, 130 pessoas, entre membros atuais, veteranos do grupo, familiares e convidados, reviveram a história do coral. Destaque especial foi dado ao momento em que receberam essa denominação dedicada por Ikeda sensei, em 8 de janeiro de 2009. Naquele ano, o coral já contava com oitenta membros e, por sugestão de Hiromasa Ikeda, vice-presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Ikeda sensei se tornaria o 81º membro do coral, misticamente sendo o ano em que ele completara 81 primaveras. Para os integrantes do Coral Filarmônico Ikeda do Brasil, ter como designação o nome do Mestre, que encerrou sua existência em novembro último serenamente aos 95 anos, é motivo de orgulho e grande responsabilidade. A coordenadora do Coral, Sueli Midori Seino, visualizando os próximos cinco anos — até 2029, véspera do centenário da Soka Gakkai em 2030 —, compartilhou o objetivo de “Expandir a atuação e levar os sons maravilhosos dos bodisatvas Myo-on e o humanismo Ikeda para todos as partes do mundo!”, bem como incentivar o movimento do coral nas organizações de base com o apoio na formação e pelos workshops. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, em suas palavras, destacou ser o Coral Filarmônico Ikeda do Brasil o último grupo fundado pelo Mestre no país, fato este de muita responsabilidade. Ele orientou sobre a importância da prática da fé e da forte oração para transmitir a alegria da Lei para todos os cantos do mundo. Destacou também o tesouro inestimável que possuímos por fazer parte da última geração que viveu na mesma época que Ikeda sensei. A programação da atividade incluiu o relato da Danielle Kuniyoshi, secretária do grupo, emocionando a todos por sua superação. Nos bastidores, ornamentação e outros atrativos organizados pelos membros criaram uma alegre atmosfera. Com renovada disposição, os componentes do CFIB iniciaram o ano oferecendo também um momento de interação com membros e convidados mediante ensaio aberto realizado no último dia 21 no Auditório Monarca do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo. No topo: Bastidores da alegria e descontração envolvem participantes do evento comemorativo do CFIB Foto: Colaboração local
24/01/2024
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“É pra lá de arriba!”
“Sou do Nordeste / Sou cidadão cabra da peste / Cumprindo bem minha missão / Fazendo shakubuku com sensei no coração / Arriba, arriba, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba!” Esse trecho compõe o brado animado que há dez anos ecoou dos membros da então Sub. Nordeste 1, no Encontro Cultural dos Jovens, em 9 de junho de 2013. Com o calor desse movimento e, mais recentemente, por iniciativas da BSGI da localidade, fomos buscar alguns bastidores das organizações de base. O recorte desta edição focaliza o interior de Pernambuco, onde encontramos o Distrito Agreste, com seus integrantes espalhados por dezenove municípios, oferecendo a imagem da distância e dos desafios vivenciados, sendo superados com força e união. “Estamos transformando o ambiente, visando ao desenvolvimento da localidade por meio da expansão dessa filosofia da esperança nas terras ressequidas do coração das pessoas, uma a uma”, enfatiza Nancy Keiko Fujita, atual responsável pela Divisão Feminina (DF) da Área Pernambuco Oeste, e que até recentemente atuava como responsável pela DF do Distrito Agreste, permanecendo no apoio deste. Força na base Pedro Caio Alves e Silva atuou no grupo de bastidores da atividade em 2013. “Foi um ano em que me senti preparado para a conversão ao budismo, mesmo o conhecendo desde criança, quando tive maturidade de enxergar que tudo aquilo era o diferencial que eu buscava. Tudo mudou a partir daí e participar do festival foi um divisor de águas”, relata o jovem, que, nos últimos dez anos, tem feito da atuação na organização de base seu baluarte. Experenciando as comprovações em sua bem-sucedida carreira de dentista e na harmonia das relações na família e com os amigos, Pedro Caio responde pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Vitalino. Ele reforça: “Sinto quanto a maturidade conquistada nesse período todo, das boas leituras e dos estudos que temos na base, foi fundamental nas minhas relações com a família, os amigos e na carreira. Quero poder apoiar essa expansão Soka em minha localidade, criando um ambiente de felicidade absoluta para todos, como tem sido para mim”. Romper a distância Diferentemente dos grandes centros urbanos, a distância de Caruaru, cidade-sede onde se localiza o Distrito Agreste, até os demais municípios nos quais há famílias Soka é desafiadora. Mas nada supera a alegria do encontro, on-line ou presencial. Mesmo que seja uma única família ativa, é lá que os esforços dos líderes se concentram, como o caso da visita feita em novembro para a família de Kellysandry José Ramos de Queiroz, responsável pelo bloco Garanhuns, residindo em Águas Belas, distante 188 quilômetros de Caruaru. Ele passava por questões difíceis, renovou determinação e relatou no mês seguinte a mudança do ambiente vivenciado em grande comprovação. Na atividade promovida pelo Distrito em dezembro, dividiu com os presentes as conquistas baseadas na prática da fé, desta vez acompanhado da família. Kellysandry faz a selfie no dia da visita de líderes em sua casa Expansão do coração E há mais episódios. Depois de morar anos na Itália, onde conheceu a Soka Gakkai, em 1993, Ivoneide Monteiro de Lima decidiu fixar residência em Caruaru, rompendo o ciclo de visitas frequentes à cidade, encontrando amigos e falando do budismo sem medo. Atualmente, é responsável pela DF da Comunidade Vitalino. Já perdeu a conta do número de pessoas para quem apresentou o Budismo Nichiren, com a alegria de seus 70 anos, aposentada e ainda exerce atividade profissional como massagista. “É uma imensa gratidão que sinto, e com a felicidade de poder encontrar as pessoas, criando a relação delas com este maravilhoso budismo”, orgulha-se. Sempre pronta para atividades criativas, envolve os membros no apoio direto. Muitas vezes viajou para treinar a leitura do Brasil Seikyo com as companheiras. “Quando todos participam, lendo um trecho do jornal pelo menos, a gente percebe quanto o clima da atividade se torna empolgante”, ressalta, manifestando o desejo de expandir o coração e apoiar os esforços da localidade. Palestrão da vitória Essas histórias relatadas aqui são apenas algumas dentre as preciosas flores humanas que vêm florindo o ambiente do Distrito Agreste. Em dezembro, organizaram o Palestrão, para juntos bradarem as conquistas do ano 2023, dez anos após ter sido plantada a semente de que “com uma firme determinação, tudo pode ser transformado”. O “Arriba” Pernambuco foi abraçado pelos participantes do distrito, cada um com sua característica, unindo-se na diversidade. Na atividade realizada no Centro de Convenções do Senac Caruaru, no dia 17 de dezembro, participaram cinquenta membros e catorze convidados vindos de onze municípios. O início do evento trouxe um vídeo com imagens das cidades que compõem o Distrito Agreste, seguida da matéria por meio da qual todos foram estimulados a fortalecer o tesouro do coração. Momento da Divisão dos Estudantes no Palestrão de dezembro O ponto alto foram os relatos de seis representantes das cinco comunidades que integram o distrito. Em um momento de emoção, exibiu-se o vídeo “Homenagem ao Dr. Daisaku Ikeda”, e depois a apresentação da cápsula do tempo da Divisão dos Estudantes. Logo após, houve uma performance musical e palavras de incentivo dos veteranos: Bernadete Maria da Silva, consultora da DF de área, e José Carlos Vicente Ferreira, responsável pelo distrito. O encerramento foi marcado com a canção Saudação a Sensei, unindo a todos com alegria no autêntico estilo nordestino. “Todos saíram renovados. E entramos 2024 com a disposição de, no lugar do Mestre, abrir um caminho de avanço sem precedentes na nossa história. Arriba, Distrito Agreste”, selam as lideranças. O Agreste é uma região de Pernambuco com uma população de quase 2 milhões de pessoas distribuídas em uma área de mais de 24 mil quilômetros, o que representa quase um quarto do território do estado. Há pontos de turismo ecológico. Caruaru é a cidade do forró, e Garanhuns é conhecida pelas luzes de Natal. Cenários que contrastam com a região das secas. Estes são os dezenove municípios abraçados pelo Distrito Agreste (Área Pernambuco Oeste, CRE Leste), cuja distância parte da cidade de Caruaru: Caruaru (inclusive), Toritama (40 km), Camocim de São Félix (45 km), Lagoa dos Gatos (50 km), Gravatá (54 km),Belo Jardim (53 km), Bonito (60 km), Frei Miguelinho (63 km), Santa Cruz do Capibaribe (65 km), Sanharó (67 km), Jupi (75 km), Surubim (80 km), Pesqueira (82 km), Limoeiro (91 km), Garanhuns (100 km), Arcoverde (124 km), Águas Belas (180 km), Itaíba (200 km) e Angelim (105 km) No topo: Aspecto dos membros na reunião de encerramento de 2023 coroada de vitóriasFotos: Colaboração local
24/01/2024
Notícias
BS
Nova etapa na história do kosen-rufu capixaba
O Espírito Santo é um estado situado na região sudeste do país. Há muito o que explorar na capital, Vitória, e em Vila Velha, município que fica no litoral do estado, entre outras cidades. Praias, centros históricos e culinária, entre outros atrativos. Em janeiro, o sol brilhou forte na região. Com a presença de 85 líderes de bloco e acima, foi oficializada a Sub. Espírito Santo, formada pela RM Vitória e RM Vila Velha, no dia 14. Nas palavras de decisão, representantes bradaram o profundo sentimento de gratidão e a decisão de avançar sem deixar ninguém para trás. Os líderes da nova Sub. expressaram o compromisso em fazer dessa organização um modelo para a BSGI. E, em agradecimento aos membros e veteranos, determinaram a conquista de sedes regionais nas duas localidades até agosto de 2024. “Este é um desejo antigo que vem sendo cultivado por todos os membros. Eles estão empenhados na busca pelo melhor local para se tornar o ponto de referência do Budismo Nichiren em nossa localidade”, enfatizou Rita de Cassia Fernandes dos Santos, responsável pela Divisão Feminina (DF). “O sentimento é eternizar a existência do Mestre por meio da propagação do budismo e da felicidade das pessoas”, reforçou Wilson Aparecido dos Santos, líder da Sub. O encontro foi marcado pelo relato de Bianca Richter, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens da RM Vila Velha, em seu desafio de saúde. Além disso, as lideranças da CRE Leste e da CGRE compareceram ao evento e, em seus incentivos, fortaleceram a importância do momento de avançar com base na ação, assumindo a missão de conduzir o kosen-rufu capixaba. Para finalizar, o grupo Taiga se apresentou com uma performance de leveza e significado. Todos saíram determinados. “O momento de vencer é agora, consolidando uma Sub. vitoriosa, com líderes e membros felizes, corajosos e dedicados ao kosen-rufu”, assinalam as lideranças da Juventude Soka: Claudia Sales, pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ); Jonatas Mamede, pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ); e Juliana Passos Pereira, pela Divisão dos Estudantes (DE) da nova Sub. A recém-criada Sub. conta com 490 famílias, das quais a maioria fica na Grande Vitória, que abrange as cidades de Serra, Vitória, Cariacica e Vila Velha. E para selar esse momento vitorioso da localidade, o dia 19 último marcou a concretização de 100 jovens por distrito em toda a Sub. ES, conectados aos ideais de paz Soka. No topo: Momento da atividade de partida com a nova estrutura da Sub. Espírito Santo, um encontro de renovação de juramento de luta pelo kosen-rufu da localidade. Fotos: Colaboração local
24/01/2024
Editorial
BS
Representar Ikeda sensei em todos os momentos
Feliz “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! A tradicional cerimônia do primeiro dia do ano da BSGI teve um importante significado: marcou os 49 dias de falecimento de Ikeda sensei. Na mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, para o Gongyo de Ano-Novo, ele cita os dizeres do presidente Josei Toda ao seu discípulo Daisaku Ikeda: O mundo é vasto. [Em muitos países] ainda há pessoas que choram angustiadas e crianças se encolhendo em meio ao fogo cruzado das guerras. Você deve iluminar a Ásia e o mundo inteiro com a luz da Lei Mística. Deve fazer isso em meu lugar.1 Assim o Mestre o fez. Concretizou o legado de expandir a Lei para 192 países e territórios, recitando daimoku em cada solo que visitou, para cada pessoa que incentivou e para cada palavra que registrou. E agora, na era dos genuínos discípulos Ikeda, Brasil Seikyo entrevista os líderes da Juventude Soka do Brasil sobre o grande movimento de reunir 100 mil jovens humanistas em gratidão ao eterno mestre e de criar o ponto primordial da atual geração de jovens. Leia nas p. 12 e 13. No Incentivo do Líder desta edição, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, fala sobre a recitação do daimoku e a importância da continuidade citando uma orientação do Mestre que diz: O Budismo Nichiren não ensina uma crença dependente de algo fora de nós. A oração no Budismo Nichiren consiste em extrair esperança com convicção indomável. A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a fonte da sabedoria e do poder do Buda. Nossa capacidade de extrair grande energia vital se resume à força da nossa fé.2 Esperamos que cada incentivo o conduza, leitor, a encontrar esperança para ser a extensão da vida de Ikeda sensei e a agir “representando o Mestre” rumo à consolidação da força jovem mundial. Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.649, 14 dez. 2023, p. 2.2. Idem, ed. 2.650, 13 jan. 2024, p. 2.
11/01/2024
Notícias
BS
“Atibaia Mil”
Município paulista conhecido pelas tradicionais festas das flores e do morango e por um clima que o eleva à condição de “Suíça brasileira”, Atibaia agora mira o céu com orgulho. É de lá um movimento protagonizado pelos jovens da BSGI local que comprovam a força da união, a criatividade e um propósito em potência máxima. “Foguete não tem ré, por isso, uma vez determinado, é avançar e vencer”. Eis a explicação dessa força de propulsão que a Juventude Soka da RM Atibaia está empregando em suas ações de conectar novos amigos na grandiosa onda do humanismo Soka. O foguete, aliás, estampa a logomarca criada por eles no ano passado, quando receberam um estímulo para conceber o slogan “Atibaia Mil”. Isso porque, se cada um dos dez distritos que formam a RM conquistasse a marca de cem jovens integrados ao movimento pela paz, seria a vitória de todos. Muito daimoku envolvido Nos últimos quatro anos, a organização local vinha se dedicando à inauguração do sonhado centro cultural, envolvendo os membros na recitação de sincero daimoku para garantir a união plena. “Tínhamos então o ambiente, e por ocasião da inauguração do centro cultural, em setembro de 2023, em um diálogo com o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, ‘caiu a ficha’. Percebemos que há jovens em todo lugar, só faltava a gente focar o olhar com o coração”, comenta Tauana Borges, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da RM. Era hora de voar sem medo. Determinação é tudo Como o desafio ganha mais emoção e adrenalina se for grande, ao olhar para a estrutura dos distritos, eram poucos os que conseguiam ter bom comparecimento nas atividades tradicionais, como reuniões de palestra e de estudo. Na outra ponta, o tempo corria velozmente em direção à data proposta para o encerramento: 18 de novembro. “É incrível, mas tudo começa pela forte determinação, e a gente estava firme em criar esse ambiente”, fortalece André Eiji Otani Watanabe, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM. Aos poucos, as ideias foram tomando forma e surgiram as palestras temáticas sobre depressão e algumas abordando resiliência etc. Também foram envolvidos jovens e estudantes em miniconcertos e em outras apresentações artísticas, trazendo de volta diversos integrantes de grupos horizontais, antes distantes, para as cenas do movimento. Palestras e atividades unindo criatividade e muito diálogo. União e novos amigos O sentimento jovem permeou o ambiente das cinco divisões com seus integrantes agarrados à cauda do poderoso foguete “Atibaia Mil”. Alguns membros comerciantes decidiram não passar o dia sem pelo menos falar do budismo para uma pessoa. Assim foi também nos condomínios, em filas de ônibus. Pelas mídias internas do grupo, os resultados não deixavam dúvida de que “Tudo é possível quando existe união em torno de um propósito. Que maravilhoso esse mundo Soka!”, enfatiza Rodrigo Oliveira Orsi, responsável pela Divisão dos Universitários da RM. O tempo a gente faz O objetivo foi conquistado em 21 de outubro, em tempo recorde, quase um mês antes do dia 18 de novembro estabelecido. “A gente vibrou muito, parecia um sonho tão distante, mas bastou aquele empurrãozinho para que não limitássemos nosso potencial. Que alegria a conquista da vitória, ao chegarmos a nesse dia com 1.076 jovens!”, frisa Tauana, líder das jovens. Em 2023, o sentimento ancorado no coração dos tripulantes do foguete “Atibaia Mil” vem sendo o de construir relações duradouras com cada um dos jovens que conseguiram inspirar. “Agora ainda mais ligados ao eterno mestre da vida, Daisaku Ikeda, numa jornada de empoderamento e de contribuição social, assim como ele sempre nos ensinou”, ressaltam as lideranças jovens da localidade. Então, cumprindo o propósito de sua inauguração, o centro cultural da localidade abre as portas para os que buscam esperança e felicidade, em programações desenhadas em conjunto na órbita da sincera gratidão ao Mestre. E juntos, com a visão de expansão lançada pelas lideranças da RM, a proposta é cada distrito concretizar a conversão de três novas famílias ao budismo mensalmente até 2030 para que, em 2050, a localidade alcance 10 mil famílias felizes e vitoriosas. “Com os jovens na vanguarda e com a união de todos, a vitória é certa”, sela o líder da RM, Nelson Shoichi Yamamoto. O foguete Soka da RM Atibaia não vai parar. A humanidade agradece. Palestras e atividades unindo criatividade e muito diálogo. No topo: Logomarca criada pelos jovens para as interações do “Atibaia Mil" Fotos: Colaboração local
11/01/2024
Matéria da Divisão Sênior
BS
Firme determinação transforma tudo!
O Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina a transformar nossa condição de vida interior para nos tornar pessoas fortes e sábias, capazes de abrir por si sós o caminho da própria felicidade. É um conceito ligado diretamente ao modo como vivemos e ao que abrigamos em nosso coração e em nossa mente. Nesse sentido, ao longo da prática budista, aprendemos a cultivar diversos valores e princípios importantes para consolidar essa transformação interior. Um desses princípios é viver com forte determinação. Nosso mestre, presidente Ikeda, nos orientou: Da perspectiva da ampla propagação da Lei Mística pelo ilimitado futuro dos Últimos Dias, nossa luta apenas começou. Vamos avançar com essa elevada determinação e viver com um espírito eternamente jovem. Não parem até que tenham conquistado a vitória! Mesmo que se sintam cansados, nunca desistam, nunca se entreguem! Jamais se esqueçam de seu juramento! (...) E esse é também o espírito da Soka Gakkai. Espero que todos devotem a vida à grande batalha para cumprir a missão do kosen-rufu com a mesma determinação” .1 Dessa forma, compreendemos que, mesmo invisível, nossa determinação crescerá, moldando nossa vida em direção à vitória e ao desenvolvimento. Para isso, é necessário cultivá-la, fortalecê-la por meio da sincera recitação do daimoku e do estudo do budismo. Mas o que é essa determinação? É a disposição de vencer, custe o que custar! É o espírito de se recusar a ser desencorajado, de não se permitir desanimar ou desistir, não importa o que aconteça! Assim, quando assumimos a postura de orar diariamente e de cultivar a determinação de vencer em nosso trabalho, na família, nos objetivos pessoais e no cumprimento da nossa missão pelo kosen-rufu, nossa vida entra em uma “rota” de desenvolvimento. Evidentemente, forte determinação provoca resistências. Nosso carma e as tendências negativas também se manifestam na mesma proporção para cumprir seu papel natural de forjar ou testar nossa fé e o nível de nossa determinação. O presidente Ikeda também enfatizou: “Quando um ser humano regride em sua decisão, os problemas que se erguem à sua frente acabam parecendo maiores e confundem-no como uma realidade imutável. A derrota encontra-se exatamente nisso.2 Ikeda sensei conclui: Qualquer pessoa que já tenha feito uma decisão acaba descobrindo que ela enfraquece com o tempo. Quando perceberem que isso está acontecendo, tomem uma nova decisão. É o momento de dizer a si próprio: “Tudo bem! Vou começar de novo!”. Se caírem sete vezes, levantem-se oito. Não desistam quando se sentirem desencorajados. Apenas levantem e renovem sua determinação. O importante não é a determinação de que jamais se abalarão, mas, sim, de que não perderão para si próprios, que não se darão por vencidos.3 Assim, é muito importante não retrocedermos em nossa determinação e, caso algo não ocorra como esperávamos, o importante é renovarmos e avançarmos. E se não tivermos essa determinação em nosso coração? Ikeda sensei sempre nos incentivou a criá-la. Ele afirmou: “Uma mudança sutil em nossa atitude ou postura pode mudar tudo”.4 Outro ponto importante é para onde nossa determinação esta direcionada. É claro que podemos canalizá-la para tudo o que desejarmos. Porém, se essa determinação estiver conectada ao kosen-rufu e baseada na unicidade de mestre e discípulo, sem dúvida, ela se tornará uma poderosa força que produzirá benefícios e felicidade imensuráveis, além de beneficiar inúmeras pes-soas e a própria sociedade. Com certeza, há muitas maneiras de viver. Mas viver com uma atitude positiva e corajosa, mantendo forte determinação no coração, é o caminho para a construção da própria felicidade absoluta. Nesta fase atual do kosen-rufu, o ponto de partida é termos a determinação de viver e atuar com o Mestre no coração, assumindo o juramento de corresponder a ele, sendo uma extensão de sua vida em cada organização. Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.638, 2 fev. 2002, p. A3.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 9, 2020.3. Brasil Seikyo, ed. 466, 1º jun. 2007, p. 14.4. Terceira Civilização, ed. 490, jun. 2009, p. 52. *** Reflexão sobre a matéria Takao Sakamoto Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Entramos neste auspicioso ano com inabalável determinação de vencer infalivelmente em todos os aspectos. Com resoluta determinação emanada de grande sabedoria, aliada a ações concretas, abriremos um novo caminho de incessantes vitórias. Na continuidade do avanço, devemos ter como eixo central a prática da fé e manter o desafio do dia a dia com renovada determinação. Encontramos na Nova Revolução Humana a seguinte passagem: — Selem o forte compromisso de construir a paz e prosperidade em seu país e orem com uma determinação poderosa o suficiente para mover o universo. Com ardente decisão, empenhem-se ao máximo a cada segundo de cada dia, com o espírito de que este é o último momento de sua vida, e consolidem uma vitória após outra. Como escreveu Nichiren Daishonin: “O acúmulo de assuntos de menor relevância torna-se um assunto primordial”.1 O acúmulo de vitórias de momento após momento, com o tempo começa a definir seus contornos e se transforma numa vitória histórica. Vocês descobrirão a alegria suprema ao lutar com todas as suas forças, sem arrependimentos!2 Conforme orientação do nosso mestre, vamos estabelecer uma determinação como fogo, construindo uma felicidade indestrutível e proporcionando a mesma condição de brilho para as pessoas ao nosso redor. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 401, 2017.2. IKEDA, Daisaku. Tesouro da Vida. Nova Revolução Humana. v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. *** DS de comprovação Sincera gratidão Wellington Ferreira Gonçalves Minha mãe começou a prática em 1985, em meio a difíceis circunstâncias. Com meu nascimento prematuro, de 8 meses, ela se viu ainda mais desafiada. Nasci com falta de anticorpos, meningite e infecção hospitalar, e estava entre a vida e a morte. Como ela havia aprendido que o daimoku é capaz de mudar qualquer destino, determinou que venceria infalivelmente. Com 4 anos, tive pressão alta e dois exames constaram leucemia. Mais uma vez, como o rugido de um leão, minha mãe determinou que mudaria aquela situação. Fiquei um mês internado, sendo examinado diariamente. Nesse período, embora não tenham identificado a causa da hipertensão, nunca mais tive alteração na pressão; e no terceiro exame de leucemia, o resultado foi negativo. Quando criança, participava ativamente das reuniões e orava muitas horas de daimoku para a felicidade da minha mãe e da minha família, pois vivíamos muitos conflitos, agressões verbais e físicas, além de dificuldades financeiras. Estava me tornando uma criança revoltada e agressiva. Foi quando comecei a receber a visita de um integrante da Divisão Masculina de Jovens, que me convidou a entregar os periódicos da comunidade. Assim, por meio de sinceros diálogos, comecei a estudar a fundo o Budismo Nichiren para fundamentar a minha fé. Com essa luta, aquele sentimento de revolta foi sendo eliminado, como se tivessem arrancado com as mãos. Durante essa atuação, meu avô materno recebeu o Gohonzon, praticando até os últimos dias de sua vida com uma fé resoluta. Em 2011, minha querida mãe teve três acidentes vasculares cerebrais (AVC) seguidos e, pela boa sorte proveniente da prática, ela estava no hospital para fazer exame de mamografia. Ainda assim, ficou com sonda gástrica e urinária, sem falar, sem andar, sem lembrar de ninguém. Nessa época, cheguei a recitar quinze horas de daimoku seguidas, contando com um apoio da organização. Pois precisei assumir as despesas de casa, e despendia todo o meu salário na compra de medicamentos e de alimentos para minha mãe, e não sobrava dinheiro nem para comprar comida. Dormia apenas três horas por dia para conseguir estudar, trabalhar e atuar nas reuniões. Hoje, minha mãe é independente para fazer suas atividades, concretiza shakubuku todos os anos e recita, no mínimo, três horas de daimoku diárias. Em 2013, fui ao Japão com o grupo denominado “Castelo da Invencibilidade da Unicidade de Mestre e Discípulo” e reafirmei meu juramento a Ikeda sensei de lutar eternamente pelo kosen-rufu, retornando em 2018. Em 2016, nasceu meu filho Nicolas e, em 2021, minha filha Nicole. Junto com minha esposa, Vanessa, estamos consolidando uma família monarca. Compramos nossa casa própria, que oferecemos para atividades e estamos evoluindo a cada dia. Renovo minha determinação de atuar ainda mais com o desejo de corresponder a Ikeda sensei vencendo em todos os aspectos e inspirado pela seguinte orientação: “Eu queria vencer, tinha que vencer. Relatar a vitória a meu mestre era minha suprema missão como discípulo. Era também a comprovação do conceito da unicidade de mestre e discípulo”.1 Agradeço imensamente a cada um dos meus companheiros, à Gakkai e ao meu eterno mestre da vida, Daisaku Ikeda. Wellington Ferreira Gonçalves, vice-responsável da Subcoordenadoria Triângulo Mineiro (CGRE) e vice-responsável pelo Grupo Alvorada da BSGI. Wellington Ferreira com sua esposa, Vanessa, e os filhos Nicolas e Nicole Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 402, fev. 2002, p. 37. Fotos: Colaboração local | GETTY IMAGES
11/01/2024
Matéria do Grupo Coração do Rei Leão
BS
Determinação, um aprendizado de geração a geração
Nós, adultos, muitas vezes quando pensamos em nossos objetivos e nos afazeres do dia a dia, temos a tendência de nos expressar com frases do tipo: “Estou determinado a fazer isso” ou “Estou determinado a fazer aquilo”. Com o passar do tempo, vemos que essa determinação, a qual tanto havíamos verbalizado e manifestado, acaba diminuindo. É claro que todos os dias temos a possibilidade de renovar esse sentimento. E podemos comparar essa ação ao cultivo de uma planta, por exemplo, como o presidente Ikeda cita nestas palavras de encorajamento: Uma forte determinação é a causa para um grande crescimento. Ter essa determinação é como plantar uma semente. Enquanto ainda é semente, ela é invisível aos outros. Mas, na época apropriada, ela brotará, fincará raízes e nascerão muitos galhos e folhas. E se tornará uma grande árvore. A “semente” de uma determinação realmente profunda produzirá uma “grande árvore” que será admirada durante muitos séculos pelas pessoas. Nós precisamos manifestar essa determinação agora, e não em alguma ocasião no futuro. O momento presente é a época para iniciarmos a nossa batalha.¹ Como Ikeda sensei afirma nessa frase, a partir da determinação que existe dentro de nós, algo maravilhoso surge e se materializa em um efeito concreto. Além disso, incentivamos outras pessoas, principalmente da geração mais nova. Ensinar, mostrando com o próprio exemplo e com ações diárias, é a forma mais direta e valiosa de transmitir algo para as futuras gerações. Podemos citar também a importância da determinação dos pais por meio deste incentivo do presidente Ikeda: O ponto básico para transmitir a prática da fé para os filhos é os pais orarem com eles, conversando também sobre a prática do budismo. A seriedade da determinação dos pais certamente tocará o coração dos filhos.2 Conforme nosso mestre comenta, a questão principal é que tudo é enfim decidido pela fé dos pais. Em particular — com base na experiência de centenas de milhares de pessoas, a fé de uma mãe é crucial. É isso o que quer dizer “consistência do início ao fim”. “Início” significa a fé dos pais, e “fim”, a fé dos filhos. Se os pais praticarem com alegria e, em consequência disso, receberem benefícios à medida que avançam, os filhos compreenderão naturalmente.3 No livro recém-lançado Vozes para um Futuro Brilhante, o presidente Ikeda responde a várias perguntas dos membros da Divisão dos Estudantes, e compartilha pequenas frases de incentivo de personalidades mundiais, das quais umas delas é Konosuki Matsushita, que certa vez disse: “Para obter sucesso, é necessário perseverar até conquistá-lo”.4 Para encerrar, deixamos aqui um incentivo para que todos possam aproveitar da melhor forma o “Ano dos Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” (2024) e renovar a determinação dentro do coração junto com a geração mais nova. Com certeza, será uma troca de incentivos e de encorajamentos, além do compartilhamento de experiências que tornarão este ano muito especial! Um grande e carinhoso abraço! Grupo Coração do Rei Leão da BSGI Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 421, set. 2003, p. 3.2. Brasil Seikyo, ed. 2.045, 31 jul. 2010, p. A2.3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.040, 19 jun. 2010, p. B4.4. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 155. Foto: GETTY IMAGES
11/01/2024
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
O juramento comum de mestre e discípulo consiste em manter a prática do Budismo Nichiren junto da SGI por toda a vida, não importando o que aconteça. Dr. Daisaku Ikeda IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 2: Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 140.
11/01/2024
Especial
BS
Uma época preciosa e de profundo significado
19 DE FEVEREIRO 40 anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984 Após dezoito anos de espera, desde a sua última visita ao país, em 19 de fevereiro de 1984, Ikeda sensei desembarcou em São Paulo, SP, em sua terceira visita ao Brasil. Durante os onze dias de permanência em solo brasileiro, um dos momentos mais marcantes ocorreu no dia 25 de fevereiro, quando ele surpreendeu a todos com sua repentina presença no ensaio geral para o Festival Cultural-Esportivo no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, em São Paulo. 30 DE MARÇO 70 anos da nomeação de Ikeda sensei como coordenador do staff da Divisão dos Jovens da Soka GakkaiAssumindo a linha de frente do movimento pelo kosen-rufu, o jovem Daisaku Ikeda dedicou cada momento de sua vida para concretizar os ideais de seu mestre, Josei Toda. Jovem Daisaku Ikeda, à dir., e seu mestre, Josei Toda 11 DE MARÇO 40 anos de fundação da Divisão dos Jovens da BSGI Por ocasião da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, a Divisão dos Jovens da BSGI foi fundada no dia 11 de março de 1984, em encontro realizado no auditório do Colégio Santo Agostinho, em São Paulo, SP. Atualmente, a Juventude Soka do Brasil herda esse espírito de fundação, tornando realidade os sonhos do Mestre por meio de sua atuação e comprovação. Participantes da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil 3 DE MAIO 15 anos da Convenção dos Jovens Monarcas da Nova Era da BSGI No dia 3 de maio de 2009, foi realizada a convenção no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O evento foi transmitido ao vivo para o Japão e o presidente Ikeda o assistiu e denominou os jovens de “Grupo Justiça da Unicidade de Mestre e Discípulo”. Grande final da histórica convenção 17 DE OUTUBRO 25 anos da Convenção da Chuva No dia 17 de outubro de 1999, foi realizada a Convenção Cultural dos Jovens, no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, com a presença de 10 mil representantes do Brasil e 237 companheiros da América Latina. Durante a atividade, caía uma forte chuva, porém, nada abalou a ardente paixão e determinação dos participantes. O ponto fundamental da convenção foi a passagem do bastão espiritual do kosen-rufu para os jovens. Aspecto geral da Convenção da Chuva, realizada no Centro Cultural Campestre da BSGI 18 DE NOVEMBRO 5 anos de inauguração do Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai Majestoso prédio-sede do Seikyo Shimbun No significativo 18 de novembro de 2019, foi inaugurado o prédio do jornal Seikyo Shimbun, passando a integrar o complexo de edifícios da organização em Shinanomachi, Tóquio. Para a cerimônia de inauguração, compareceram cerca de trezentos representantes da SGI de 65 países, incluindo uma comitiva do Brasil. 1o de maio 20 anos de inauguração da sede central da BSGI Fortaleza do kosen-rufu do Brasil tornou-se realidade em 2004, quando passou a fazer parte do complexo da organização na capital de São Paulo. No topo: Ikeda sensei incentiva calorosamente os membros da BSGI de Brasília, DF, em parque da cidade (fev. 1984) Fotos: BS | Seikyo Press
11/01/2024
Mensagem
BS
Rumo ao centenário da Soka Gakkai, vamos transformar as adversidades em felicidade
Estimados membros, familiares e amigos da BSGI, feliz ano novo! Feliz “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Para darmos os primeiros passos firmes, vamos buscar os fundamentos no escrito Carta de Ano Novo, de Nichiren Daishonin, no qual temos a seguinte passagem: Recebi cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e uma cesta de frutas. O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera.1 A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste,2 e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste.3 Neste novo ano, revestido de muitos significados, em que todos estamos assinalando uma partida rumo à realização dos nossos objetivos e sonhos, a prática da fé, alicerçada nos ensinamentos dourados de Nichiren Daishonin, conforme a frase acima, nos proporciona a transformação das adversidades em felicidade. Desejo a todos muita saúde, felicidades e um feliz e próspero ano novo! Na última Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai, em 1º de novembro de 2023, Ikeda sensei, em sua mensagem, afirmou: A “Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” é a grande rede solidária que se empenha no desafio da transformação do destino da humanidade com a convicção de que, “quando um grande mal ocorre, um grande bem o sucederá”,4 manifestando a grandiosa energia vital do primeiro sol do amanhecer e elevando alto o princípio filosófico dos “três mil mundos num único momento da vida”.5 Diante das mais adversas realidades que estamos vivendo na sociedade, chegamos ao importante momento de ajustarmos nosso coração, junto com os jovens, por meio da prática da fé consistente e assídua, baseada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”: 1. Prática da fé para criar a harmonia familiar. 2. Prática da fé para conquistar a felicidade. 3. Prática da fé para vencer as dificuldades. 4. Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade. 5. Prática da fé para alcançar a vitória absoluta. Vamos acolher e cultivar os “valores humanos” jovens que são aqueles que nos sucederão no grande legado de Ikeda sensei pela paz no mundo. Nas atividades de bloco e de comunidade, vamos criar a convivência e o movimento cada vez maiores dos jovens nos jardins Soka. Por favor, transmitam as felicitações a todos os seus familiares e amigos! Louvando a nobre existência de Ikeda sensei dedicada à nossa felicidade e à paz da humanidade, vamos conduzir nossa vida, junto com os jovens, à prática da fé fundamentada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai” e nos ensinamentos dourados do Budismo de Nichiren Daishonin, conforme o Mestre nos ensinou. Certa ocasião, o presidente Ikeda declarou: Expansão do kosen-rufu é expansão da esperança, de valorosos seres humanos e da paz. É transmitir infinita esperança para aqueles tomados pelo sofrimento; é criar indivíduos capazes a quem confiaremos o futuro. E, tendo como base o compromisso pela felicidade de cada indivíduo, estender belos laços humanos e uma rede de paz na comunidade, na sociedade e no mundo — este é o movimento da SGI.6 Com esse sentimento e disposição de promovermos a expansão da esperança, vamos celebrar o ano novo em nosso bloco e comunidade com todos os membros e familiares. Vamos criar e expandir ainda mais a rede da felicidade ao nosso redor, contribuindo assim para a transformação do destino da humanidade rumo ao ano 2030, centenário da Soka Gakkai! Miguel ShiratoriPresidente da BSGI Notas: 1. De acordo com o calendário lunar japonês, a primavera começa no primeiro mês, ou seja, no Dia de Ano-Novo desse calendário. No calendário gregoriano, o Ano-Novo cai entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro. 2. Alusão ao fato de que a lua nova começa a ser vista no oeste, pouco depois do pôr do sol. Nas noites sucessivas, à medida que a parte visível da lua cresce, tem-se a impressão de que ela se desloca gradativamente para o leste. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2017. 4. Ibidem, p. 387. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.646, 11 nov. 2023, p. 4-5. 6. Idem, ed. 2.304, 31 dez. 2015, p. A1.Foto: BS
14/12/2023
Editorial
BS
2024 de amplas possibilidades
A Soka Gakkai estabeleceu a dinâmica de ter um tema para cada ano quando Ikeda sensei assumiu como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. A palavra “descortinar” apareceu em três momentos ao longo da liderança de Ikeda sensei. A primeira vez foi em 2000, visualizando a virada do século; depois em 2014, sinalizando a nova era do kosen-rufu mundial a partir do estabelecimento do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu; e agora, dez anos após, em 2024, dando partida para a era dos genuínos discípulos Ikeda. Nesta edição do Brasil Seikyo você acompanha as Mensagens de Ano-Novo da liderança central da BSGI, como também do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. Num trecho ele diz: E no ano passado, em sua explanação de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, feita pouco antes de seu falecimento, sensei expressou seus profundos sentimentos: “Agora, diante da nova partida da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, gostaria de dedicar aos jovens emergidos da terra de unicidade, as palavras do meu venerado mestre: “Faça isso em meu lugar”.1 Como se atendesse a esse chamado de sucessão, a BSGI iniciou uma grande expansão com contínuas inaugurações de castelos de valores humanos, um legado da luta dos veteranos para a nova geração que terá as sedes e os centros culturais como palco de atuação. Na p. 14, você acompanha a cobertura da inauguração do Centro Cultural de Suzano, que encerrou o ciclo vitorioso do ano concretizando os ideais do Mestre. Neste BS, iniciamos a publicação do especial em seis partes dos grandes marcos da existência de Ikeda sensei. A primeira traz a unicidade de mestre e discípulo que transcende a vida e a morte. Numa passagem da matéria é destacada a anotação de Ikeda sensei em seu diário após o falecimento do seu mestre: Decidi dedicar minha vida inteira a declarar para o mundo o ideal do presidente Toda, seu último desejo, e a me empenhar para torná-lo realidade. Esta é minha única missão neste mundo.2 Seguindo essa correnteza de concretizações do juramento de mestre e discípulo, esperamos que esta edição de Ano-Novo preencha seu coração de determinação para, junto com os jovens, descortinar um ano ímpar! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.649, 31 dez. 2023, p. 2. 2. Ibidem, p. 8.
14/12/2023
Notícias
BS
Passos do humanismo jovem
Moema é um dos bairros preferidos dos turistas que visitam São Paulo. Além da proximidade do Aeroporto de Congonhas, abriga diversas opções de entretenimento e de lazer, como o Parque do Ibirapuera, um dos lugares mais icônicos da cidade. É um local de tradição e lá encontramos o Distrito Moema, organização de base da BSGI, com suas três comunidades, uma de nome idêntico e outras duas são Campo Belo e Vila Nova Conceição. Nesta edição, trazemos os bastidores do movimento jovem que vem se expandindo com alegria na região. O Distrito Moema é um dos que conseguiram alcançar o coração de cem jovens, e que agora avançam estimulados a não deixar ninguém fora desse humanismo sem igual. Conversamos com as lideranças locais, que revelam os passos dessa jornada. Acompanhe! Passo 1 Sempre que se pensa em movimento jovem, há o questionamento de “por onde começar”. A frase que está em nosso coração a todo momento é “Qual é a organização dos nossos sonhos?”. Então, não é reclamar da atual realidade, é pensar, orar e sair para a ação, criando o ambiente para essa conquista. Passo 2 Não é algo que acontece para hoje. Desde a pandemia, por aqui, e acreditamos que em várias localidades também, já estávamos em contato com as pessoas, pois os encontros on-line promovidos pela organização foram vitais para superar o medo e a angústia gerados. Com apoio da RM, não nos desconectamos, avançamos em união, estudando, dialogando e criando laços de amizade. Reconectamos com cada vida, não deixamos isso para ninguém. Passo 3 Fazíamos tudo com muito amor, procurando acolher e entender a realidade de cada membro e simpatizante, consequentemente, havia uma presença constante nas reuniões virtuais. Alguns dos elogios que escutamos na época eram porque se identificavam com os temas abordados, recebendo incentivos de diferentes pessoas, e o espaço para diálogo humanístico sem julgamentos. Criamos, então, uma rede de apoio fundamentada na Lei Mística, tendo como base os escritos de Nichiren Daishonin (Gosho) destacados no livro Pode haver uma História mais Maravilhosa que a Sua? E, também, na Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei. Encontro virtual da DFJPasso 4 Quando foi anunciado o movimento dos cem jovens, sabíamos que haveria um caminho pela frente, mas ainda assim tudo fluiu de forma orgânica e saudável, pois o desejo de conectar vidas em prol da paz, e não apenas números, falava mais alto em nosso coração. Daí, nós nos sentamos, pegamos um papel e fomos anotando todos aqueles que haviam passado pelos encontros on-line ou pelas reuniões híbridas, lembrando cada rosto como aquele que não poderia ficar de fora dessa grandiosa rede de solidariedade jovem. E foi incrível... os nomes foram surgindo, passamos depois para uma planilha, que só foi crescendo, com apoio dos queridos membros da Divisão Sênior e da Divisão Feminina. Passo 5 Aproximar coração a coração, com as visitas, entendendo a realidade, os desafios e os sonhos de cada jovem. Quando falávamos que o Brasil estava engajado nesse movimento de conectar jovens pela paz, todos se sentiam felizes em fazer parte. Então, lendo os incentivos que Ikeda sensei direciona aos jovens, e são muitos e inspiradores, fomos consolidando o objetivo de envolver a todos. Incentivamos a escrever objetivos e, junto com a prática diária, conquistá-los. E muito mais daimoku. Várias foram as comprovações contadas no encerramento de 2020 e 2021 no festival de relatos promovido pela RM. Eles só aumentam. Reunião de palestra da Juventude Soka da RM Santo Amaro Passo 6 Com as vitórias individuais, os simpatizantes foram se tornando membros. Jovens inspirados por jovens. Como isso é valoroso, concreto e contagiante. É um esforço nada solitário, e sim solidário, pois o apoio para direcionar esses novos membros chegou e ficou. E tem se expandido mais e mais em 2023. Nas reuniões de palestra, os jovens têm se envolvido nas programações, e unidos às demais divisões são força que resulta em comparecimentos que chegam a cinquenta participantes. Dessa maneira, com criatividade e brilho nos olhos, os jovens integrantes do Distrito Moema celebram essa inspiradora vitória, que começou com um simples papel em branco. Eles estabelecem renovado juramento, agora com o Mestre não mais fisicamente entre nós, de contribuir para uma sociedade de plena harmonia. “Com sincera conexão com cada um que conseguimos consolidar as amizades e despertar o sentimento da prática em sua vida. Ikeda sensei, vamos avançar ainda mais”, determinam Lygia Diniz Oliveira e Bruna Miwa Munifisa, respectivamente responsável e vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da RM Santo Amaro, CNSP. Com o apoio direto ao Distrito Moema, do qual integram, elas mergulharam na atuação na base. Unindo os demais distritos da RM, seguem a passos firmes, rumo ao objetivo da Juventude Soka do Brasil, de reunir cem mil jovens até maio de 2024, um extrato do poder real da filosofia humanística em prol da humanidade. No encerramento da matéria, um trecho de incentivo de Ikeda sensei, para o coração de todos: Gostaria de ver cada um de vocês realizar suas próprias descobertas. Gostaria de vê-los realizando conquistas duradouras. Elas não precisam estar nas manchetes de jornais. Podem ser realizações comuns. O que importa é que saibam o que realizaram. Espero que deixem algo do qual possam se declarar com orgulho a todo mundo: “Está é a minha descoberta!” ou “Foi assim que vivi!”.1 No topo: Concessão de Gohonzon no Distrito Moema para jovens que decidiram oficialmente fazer parte da família Soka. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.523, 11 set. 1999, p. A3. Fotos: Colaboração local
14/12/2023
Relato
BS
Pelo Mestre, pela educação
“Minha vida sempre foi a educação.” Essa é a frase que resume o anseio de infância transformado em determinação de vida de Zuleika Otino, 73 anos, moradora de Três Lagoas, MS. Era o sonho dos pais, Takeo Komatsu e Towa Komatsu (em memória), que os filhos estudassem. Imigrantes que vieram do Japão em busca de melhores condições para a família, nos idos da década de 1960, trabalharam duro na lavoura. Zuleika nasceu em Pacaembu, município do estado de São Paulo, e aos 3 anos, a família se muda para Rio Verde, MS, e depois se fixa em Três Lagoas. “As condições eram muito difíceis, foi uma infância de sofrimento vivida pelos meus dois irmãos e eu”, relembra Zuleika. Até que os pais encontram a Soka Gakkai em 1967, iniciam a recitação do Nam-myoho-renge-kyo e, sem nutrir dúvida alguma, criam dentro de si a convicção da vitória, de um futuro de felicidade para eles e os filhos. “Eles diziam sempre para sermos professores, ensinando as pessoas o conhecimento, para que se tornassem, de fato, felizes.” Os pais de Zuleika são pioneiros da BSGI de Três Lagoas, construindo ao lado dos companheiros as bases da organização e contribuindo para a expansão do Budismo Nichiren na localidade. Os filhos venceram para comprovar a luta dos pais. O mais velho, Paulo Kazunori Komatsu, 86 anos, é general de divisão do Exército aposentado, um dos primeiros nisseis a chegar a essa patente. O outro irmão, Toyoharu Komatsu, 83, é engenheiro elétrico. E Zuleika, essa sim decidiu seguir a carreira de educadora, tal qual a mãe desejou. “Essa garra e essa determinação de educar sempre me motivaram.” Aos 18 anos, ela começou a dar aulas particulares, formou-se em matemática em uma das primeiras turmas da Escola Federal de Mato Grosso do Sul. E não parou mais. Depois de 25 anos na Escola Jomap, lecionando do ensino fundamental ao médio, aposentou-se aos 49 anos. Era hora de avançar no sonho como educadora. Foi uma das fundadoras da Associação de Ensino e Cultura de Mato Grosso do Sul (AEMS) — Faculdades Integradas AEMS, onde trabalhou seis anos como professora universitária. “Eu não conseguia me ver em outra profissão e, com o estímulo da prática da fé e tudo o que lia sobre Ikeda sensei, que sempre reforçou a importância da educação, decidi dar mais um passo”, frisa Zuleika. Nesse momento, conhece uma instituição com um método de ensino utilizado para aprendizagem e confiança dos alunos, não importando a idade, conforme ela esclarece. Só nessa escola particular já são 33 anos de atuação, celebrados em 2023 em uma grande festa. Zuleika se emociona: “Tenho alunos de 2 a 80 anos, e são a minha razão de ser. Meus tesouros”. Ao ser indagada sobre esse sentimento que aflora em seu comportamento e realização profissional, ela ressalta ser a educação, como Ikeda sensei sempre reforçou, “Um meio de felicidade, de nos tornarmos mais confiantes e plenos, o real sentido de criar valor”. Enfatiza que esse era o ideal de Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai. “Que possamos ser úteis à sociedade, construindo um mundo de paz por meio da educação!”. É nesse ambiente de educação para a vida que Zuleika construiu família, criando as três filhas nos jardins Soka, assim como as futuras gerações, os cinco netos queridos, os quais sempre recebem carinho e, principalmente, direcionamentos. A única neta, Ana Flávia, é sua companheira de trabalho, dedicando-se a acompanhar a avó e a aprender com ela, sua fonte viva de sabedoria. Em pleno vigor aos 73 anos, Zuleika fala da postura que aprendeu como legado. “Como pioneiros da localidade, meus pais sempre nos orientaram sobre jamais nos desviar da prática da fé, da Gakkai e do Mestre. Uma prática de profunda gratidão, e por isso prezo demais a participação no Kofu (contribuição voluntária). Esses são ensinamentos que jamais abandonarei. Um coração grato é um coração feliz.” Reconhecimento Em novembro de 2023, Zuleika foi surpreendida com um convite da Câmara Municipal para que recebesse uma homenagem, em reconhecimento pelo trabalho na educação nesses trinta anos, que lhe rendem resultados pelas conquistas dos alunos. Sua escola é destaque no pioneirismo de atendimento a crianças com síndrome de Down, as quais vêm se desenvolvendo potencialmente. Foi também entrevistada por uma emissora de rádio local, falando sobre o poder da educação. “Educar é acolher, é despertar o melhor de cada um”, reforça Zuleika. Zuleika exibe a homenagem recebida pela atuação educacional em sua cidade Na organização, Zuleika também é lembrada por muitos jovens, pelo apoio e estímulo que recebem. Ela está sempre pronta a ajudar. Em especial, jovens em fase pré-vestibular ou preparatório de concursos contam com seu braço e abraço sinceros. Zuleika fala pouco sobre isso e, em resposta, compartilha um trecho do livro dedicado por Ikeda sensei às mulheres: Um coração cheio de gratidão é belo. O sentimento de prezar as pessoas com quem veio se relacionando enriquece e embeleza a vida.1 Com esse coração, que despertou para o sagrado sentimento de ensinar, conforme nomeia Zuleika, é só gratidão. Em sua residência também as portas estão sempre abertas para as reuniões Soka. Há cinquenta anos é lá que chegam os periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS) para depois serem distribuídos na localidade: “Uma grande honra. Agradeço a Ikeda sensei por ter trazido esse budismo transformador para o Brasil. E agora, sem a presença física dele, renovo meu juramento de proteger a organização e de avançar em união. Desejo que Ikeda sensei fique tranquilo, pois continuarei a cumprir minha missão como educadora. Hoje, vejo filhos e netos de alunos, que um dia passaram por mim, graduados como médicos, juízes e em outras profissões. Isso é muito gratificante. Eu me sinto afortunada e feliz”. Zuleika separa os periódicos EBS, que há cinquenta anos são entregues em sua residência para depois serem distribuídos na localidade Pelas filhas Claudia, Juliana e Renata Uma pessoa determinada, batalhadora e respeitada, sendo um grande exemplo para mim e meus filhos. Sempre mostrou o caminho correto a seguir e nunca desistirmos dos nossos objetivos. Quando meu filho se casou, ela lhe deu de presente um butsudan (oratório budista), para que fizessem causa para a felicidade. É uma inspiração, mostra com seu exemplo. Claudia Yoshie Otino, 50 anos Ela iniciou sua vida de forma humilde e com muito esforço se tornou uma rainha. Viveu todos esses anos em prol do kosen-rufu e da educação, seguindo legados e os deixando para quem quiser seguir da melhor forma. Não lembro, nem um dia sequer, que não esteja conectada com o coração do nosso eterno Ikeda sensei. Uma mulher cheia de esperança, que sempre nos ensina que a cada inverno tudo se torna primavera. Minha inspiração. Juliana Etsuco Otino Bertoldo, 49 anos Uma mulher que está pronta a ajudar a todos. Teve o dom de ensinar e criar valor para a sociedade. Incansável em sua luta pelo kosen-rufu, e vive em prol da vitória do Distrito Três Lagoas. Ela nos ensinou o caminho da prática da fé e dos valores da vida, encaminhando-nos para construirmos uma família digna e feliz. Obrigada, mãe. Renata Emiko Otino Meneguelli, 46 anos Pela neta, Ana Flavia “Zuleika” significa “brilhante, beleza radiante e encantadora.” E posso dizer que minha avó é tudo isso e mais um pouco. Uma mulher forte, batalhadora, determinada. Uma mulher que encanta o mundo da educação. Nossa convivência é de 24 horas por dia e, durante todo esse tempo, vivemos minutos e horas de aprendizados, sempre juntas. Quando vejo alunos antigos dela e percebo quanto ela transformou a vida deles é um orgulho danado. Muito determinada, incentivou-me a começar a realizar o Kofu, dizendo que seria uma maneira de acumular boa sorte, e realmente é. Começamos com pouco, e assim que recebia meu salário, já ia entregar a contribuição para ela depositar. Evoluí com meu próprio desejo, tiro uma quantia um pouco maior, para sempre estar com boa sorte! E ela fica toda feliz. Fez questão de me levar às reuniões, desde pequena. Constantemente, incentiva que batalhando e buscando a felicidade, e a paz, alcançarei meus objetivos, mostrando que a BSGI pode trazer tudo isso. É uma avó exemplar presente em qualquer momento da minha vida, que move montanhas para o meu melhor. É, sem dúvida, minha melhor amiga, uma mulher de conselhos extraordinários, e sempre compartilha suas vivências comigo. Ela é um exemplo de profissional, de mulher, membro da BSGI com muito orgulho e gratidão. Amo demais. Ana Flávia Ayumi Otino Bertoldo, 18 anos Por Paulo Eduardo, estudante Se perguntarem a ela, certamente não vai dizer. A Sra. Zuleika é aquele tipo de veterana que faz de tudo para apoiar as pessoas, especialmente os jovens, em silêncio. Ela me apoiou muito, quando morei sozinho em Três Lagoas, na época do vestibular, reforçando meus estudos de matemática e de inglês. Acolheu-me no primeiro ano, ajudou e ajuda diversos jovens na mesma situação, apoiando e oportunizando a revolução por meio da educação. Hoje, estou finalizando minha graduação, e ela faz parte dessa conquista, com sua tamanha generosidade. Aqui no Distrito Três Lagoas, a Sra. Zuleika está sempre apoiando o movimento dos cem jovens. Oferece a casa, lanchinhos, lembrancinhas e seu calor de uma sincera veterana que ama realmente os jovens. É uma verdadeira discípula de Ikeda sensei, que faz sem esperar reconhecimento. Paulo Eduardo Menegheti Gonçalves, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM Noroeste Paulista Família reunida: Zuleika está na primeira fila, ladeada pelos netos Ana Flávia e o caçula Enzo Komatsu Menegueli. Atrás, da esq. para a dir., as filhas Juliana, Claudia e Renata. Ao fundo, seguem os netos, da esq. para a dir., João Pedro Yukimi Otino Sato, Matheus Massami Otino e João Vitor Otino Sato Foto comemorativa da reunião de palestra de novembro Zuleika Hatsue Komatsu Otino, 73 anos. Educadora. Na BSGI, é consultora do Distrito Três Lagoas, Sub. Noroeste Paulista, CNOP, CGESP. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. 365 dias — Frases para Mulheres. Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 169. Fotos: Arquivo pessoal
14/12/2023
Notícias
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A vitória é contagiante
A Cidade Maravilhosa amanheceu com intenso brilho na manhã do dia 29 de outubro de 2023, refletindo o sentimento e a disposição de representantes dos 1.019 blocos que integram a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ). Eles se reuniram para assistir ao Festival da Vitória da Esperança Soka, realizado no Centro Cultural do Rio de Janeiro (CCRJ), o mesmo local que recebeu Ikeda sensei em 1993. A proposta foi justamente celebrar o 30º aniversário da quarta visita do Mestre e marcar o quinto aniversário das “Três diretrizes eternas do Rio de janeiro”: “Seja o baluarte da esperança da nova era do kosen-rufu mundial!”, “Seja o brilhante castelo de valores humanos!” e “Seja eternamente a Josho Rio número um do mundo!”, renovando o juramento e a decisão de cada participante. Durante a programação do festival, alguns veteranos, que atuaram na época em que Ikeda sensei veio ao país, compartilharam histórias dos bastidores, manifestando orgulho e gratidão ao Mestre. Dos dias atuais, alguns jovens e integrantes da Divisão dos Estudantes (DE) deram depoimentos sobre o movimento dos cem jovens em seu respectivo distrito, assegurando a vitória do futuro do kosen-rufu pelas mãos dos integrantes da Juventude Soka do Rio de Janeiro. Logo após, houve apresentação das bandas Asas da Paz Kotekitai do Brasil (APKB) e Taiyo Ongakutai do Rio (TOR), do Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO), que compõe a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), do Coral Esperança do Mundo (CEM) e do grupo Samba. Pensada e executada pela Juventude Soka do Rio de Janeiro, a atividade possibilitou a expansão e a representatividade do potencial de cada jovem com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” (itai doshin), tendo como eixo o incentivo ao diálogo humanístico para a construção de uma sociedade de paz e harmonia. O encontro ocorreu algumas semanas antes do falecimento do Mestre, em 15 de novembro. Para as lideranças da Juventude Soka do Rio de Janeiro, agora, mais que nunca, o objetivo é que “Cada membro representante do seu bloco seja o promulgador da expansão do diálogo em sua própria localidade, indo ao encontro do coração das pessoas, assim como desejo do Mestre”, afirma Anderson Magalhães dos Santos, coordenador da DE da CGERJ, representando o sentimento de todos. Desse movimento empreendido na localidade, destacamos, nesta edição, o exemplo de dois distritos. A virada de chave para a vitória O Distrito Enseada Bela Vista, RM Baía da Ilha Grande, planejou desde o início do ano várias maneiras não só de atrair convidados, mas de fortalecer os membros atuais. O apoio e o acolhimento das iniciativas dos jovens pelas demais divisões com certeza foi a virada de chave para a vitória. Duas grandiosas atividades foram promovidas em março e em julho com os temas “resiliência” e “coragem” que deram vida ao “Encontrão da DJ”. A expansão ganhou força. “A atividade de julho teve o comparecimento de mais de setenta pessoas e a maioria era de jovens”, comemora Emmily Nagae Hara, responsável pela Divisão dos Jovens do Distrito Enseada Bela Vista. Nas programações, o envolvimento foi geral. Mensalmente, organizam o estudo da DJ, e os membros são estimulados a levar sua Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin (CEND), ler passagens dos volumes e seguir dialogando. Aspecto dos jovens integrantes do Distrito Enseada Bela Vista Para estreitar os laços de amizade, a criatividade impera: os encontros podem acontecer em áreas abertas e públicas, como numa praia ou em parques. As visitas também são o foco. Dessa maneira, conseguem manter um contato mais próximo, valorizando cada pessoa sem deixar ninguém para trás. Vigoroso voo da força jovem A gratidão impulsiona a força jovem. Esse foi o sentimento que levou o Distrito Silva Rabelo, RM Méier, a deslanchar. Com o retorno das atividades presenciais, parecia que faltava alguma coisa para dar uma guinada e virar a página desses últimos anos de pandemia. Dessa forma, as lideranças decidiram trazer de volta o Curso de Outono, atividade de dois dias, expondo o budismo com profundidade e o espírito Soka, contextualizando a trajetória de Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda. Com as demais divisões, criaram um expressivo laço de luta conjunta, contando com apoio nos bastidores, ensaios e muito daimoku. Durante o curso, houve a participação de dez jovens, que expressaram seus sentimentos sobre a ligação com os Mestres Soka. “Uma experiência extraordinária e um marco para todos da localidade. Por meio dessa luta, cada jovem conseguiu fortalecer dentro de si a condição necessária para avançar em todos os aspectos da vida”, ressalta Lucas Costa de Sousa, líder da Divisão dos Jovens do Distrito Silva Rabelo. Com isso, as lideranças da Juventude Soka do distrito decidiram: “De hoje até a eternidade, os jovens do Distrito Silva Rabelo, com o kosen-rufu e os mestres no coração, vão juntos levar a grandiosidade da Gakkai para as dez direções da vida, tendo como base o trecho do brado da Divisão dos Jovens feito em 1999: ‘Se a posteridade há de julgar meu mestre, por minha qualidade serás julgado o supremo líder do mundo’”. Distrito Silva Rabelo Um juramento abraçado por todos nessa nova jornada do discípulo. No topo: cena do fechamento do Festival da Vitória da Esperança, com a radiância da Juventude Soka do Rio de Janeiro na vanguarda da expansão do humanismo Soka Fotos: Grupo Arco-íris | Colaboração local
14/12/2023
Livros
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Tudo está dentro de nós
Imagine conversar animadamente sobre as mais importantes questões da vida de forma descontraída e, ao mesmo tempo, profunda. Assim é o diálogo entre o filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda e Lou Marinoff, professor de filosofia da Faculdade Municipal de Nova York, na mais recente publicação da Editora Brasil Seikyo (EBS) para os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE). A obra O Filósofo Interior tem seu lançamento para janeiro de 2024 e está disponível nas versões impressa ou digital, para quem quiser adquiri-la. Considerando a crescente descrença a respeito da credibilidade da filosofia, esse diálogo reitera a importância dessa área do saber como instrumento de construção de pensamento crítico acerca do mundo e da realidade, além de esclarecer sobre o seu uso como ferramenta para o autoconhecimento. Durante a leitura da obra, os conceitos filosóficos sobre a existência, a certeza da morte, o que é a felicidade e tantos outros temas são apresentados de forma leve e compreensível, cumprindo a principal premissa da filosofia de ser uma fonte de conhecimento acessível e aplicável à vida das pessoas. Isso para que elas construam uma força interior segura e capaz de enfrentar seus desafios e criar um mundo humanístico para o presente e o eterno futuro. Viver exige respostas e, nessa obra, a inspiração maior é saber que tudo está dentro de nós. É um chamado para revisitar nossa essência e dela extrair força, coragem e esperança a fim de nos tornar plenos e realizados. Comece o ano investindo em sua felicidade. Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor atende ao seu gosto. Cileiros recebem em janeiro o livro O Filósofo Interior. Garanta o seu! Assine até 31/12/2023 e receba o kit em sua casa! Veja aqui os kits de janeiro para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de páginas Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega PLANO DIGITAL O Digital é o plano de assinatura do CILE para quem gosta de ter livros sempre por perto e na palma da mão. Com essa assinatura, você consegue acessar todos os livros digitais da EBS. Além disso, poderá: Buscar conteúdos com facilidade Salvar os trechos favoritos Pesquisar resenhas, vídeos e materiais extras Ler no computador, tablet ou celular Fazer anotações e muito mais! Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/
14/12/2023
Notícias
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Tributo ao grande mestre
Em 3 de março de 1993, durante a quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil, ele recebeu a “Medalha Comemorativa do Centenário de Assis Chateaubriand”, no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Após trinta anos, a OFBHI realiza o concerto comemorativo com o tema “Concerto de Mestre e Discípulo — Um Tributo ao Grande Mestre Daisaku Ikeda”. A manhã de 10 de dezembro ficará registrada como o retorno da orquestra aos grandes palcos para divulgar os ideais humanísticos da organização e do presidente Ikeda. Os 95 integrantes apresentaram canções variadas, entre elas, as de autoria do professor Amaral Vieira, da Soka Gakkai e de Ikeda sensei. Em 1991, por meio da Associação de Concertos Min-On, o presidente Ikeda doou um piano para o Masp. O mesmo instrumento foi utilizado agora para tocar Sons da Inovação, de Amaral Vieira. “A apresentação é um tributo ao fundador da orquestra e grandioso mestre, manifestando toda a nossa gratidão e decisão em continuarmos cumprindo a missão a nós delegada”, compartilha Fabio Ikeda, coordenador da OFBHI. Amaral Vieira, musicista e consultor técnico da orquestra, expressou seu sentimento a Ikeda sensei: “Sabemos que nosso corpo tem uma duração limitada, mas nossa energia é eterna, principalmente a energia do presidente Ikeda. Então, esse concerto foi uma homenagem que a orquestra e a BSGI prestam a essa figura que tanto fez pelo nosso país, tanto fez pela humanidade. Representa a convicção de Ikeda sensei de que a música tem um poder transformador nas pessoas”. No topo: Concerto comemora os trinta anos de fundação da orquestra ocorrida em 1993 Foto: BS
14/12/2023
Notícias
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Jornada dourada de mestre e discípulo
Com orgulho e gratidão incontidos dos membros, foi inaugurado o Centro Cultural de Suzano, localizado no município de São Paulo, no dia 9 de dezembro. Esse marco cristaliza os cinquenta anos da luta pioneira e de avanço da organização local, que parte agora em vigorosa atuação rumo a 2030. Um majestoso prédio cuja sala principal acomoda 320 pessoas. Além dos membros da região, a celebração contou com a presença de convidados de cidades vizinhas, sendo também transmitida on-line. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, conduziu o gongyo, com oferecimento de incenso (shoko) em memória do Mestre, Daisaku Ikeda, que faleceu serenamente no último dia 15 de novembro, e a todos os veteranos beneméritos que partiram em meio à jornada do kosen-rufu. Um vídeo retratou a jornada dourada da localidade. Seguiram-se as homenagens entregues a representantes pela abnegada contribuição. Emoção e gratidão foram traduzidas no agitar de bandeiras tricolores. A programação focalizou ainda relato de comprovação da responsável pela Divisão Feminina da RM, Zelinda Motooka. 2030 é agora! Falar dos avanços e perspectivas ficou a cargo do responsável pela RM, Walter Ota. Ao relembrar a dedicação dos desbravadores, avançou no tempo, citando a inauguração da sede regional de Suzano em 2004 e depois o sonhado objetivo da construção desse centro cultural, com as obras iniciadas em 2019. Vencem a pandemia, desafiando um avanço grandioso no Kofu. “E chegou o dia!”, bradou Walter, afirmando ser esse novo castelo um marco decisivo em direção a 2030, “Rumo aos 10% da população das cidades de Suzano, Ferraz [de Vasconcelos] e Poá que objetivamos envolver no grandioso movimento Soka”, afirmou. E lançou convite para “Juntos conectarmos cada jovem na órbita do humanismo Ikeda, criando um ritmo de crescimento na organização no qual todos se sintam felizes”. A coordenadora-geral da Divisão Feminina, Meiry Hirano, destacou o momento único dessa inauguração, agradecendo a todos os que vieram se dedicando no caminho de shitei funi, aqueles que se esforçam nos bastidores e também os que cedem residência para reuniões. Enalteceu o papel dos jovens, e a alegria de saber da conquista dos dois distritos da RM Suzano (Ferraz e Poá) no movimento da Juventude Soka. “Vamos avançar manifestando nosso eterno espírito destemido dos jovens, agindo e comprovando em nossa vida”. A jornada de ouro dos membros de Suzano e região foi enobrecida pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Ao referir-se a uma orientação de Ikeda sensei, Shiratori enfatizou ser o centro cultural “A cristalização da vitória de todos, e simboliza um novo caminho e a abertura da rota de benefícios cada vez maior a partir de agora”. Convidou a todos para juntos avançar nos próximos seis anos, rumo a 2030, como genuínos discípulos que abraçam o legado de Ikeda sensei. “Vamos vencer, promovendo ampla propagação a partir de nossa realidade, ampliando o movimento grandioso de pessoas felizes. Aqui sempre existirá o espírito de Ikeda sensei, neste local em que as pessoas virão em busca da esperança”, reforçou. Logo após, foram apresentados grupos de dança, coral e música. Com a palavra representantes da Juventude Soka: “Meu coração está explodindo de alegria e gratidão. Agora, mais que nunca, a partir deste magnífico castelo, vamos consolidar o futuro que o Mestre tanto sonhou para nós”, disse Gustavo Kohashikawa, 35 anos, vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens de regional, da comissão de apresentações. “É uma emoção muito forte dançar neste palco. Cresci em meio ao sonho desses veteranos, e agora sem a presença física do Mestre, renovei meu juramento de fortalecer ainda mais minha prática da fé e incentivar mais e mais jovens”, disse Julia Mendes, 20, responsável pela Divisão Feminina de Jovens de comunidade e pela Divisão dos Estudantes de regional. “É indescritível a emoção. O objetivo é ter aqui cada vez mais jovens na vanguarda como Ikeda sensei sempre almejou. É para isso que vamos continuar lutando”, arrematou o veterano Yoshihiro Kanno, 73 anos, responsável pela regional. Ao final, o brinde comemorativo selou a alegria da vitória. No mesmo fim de semana, foram realizadas diversas atividades como visitas e diálogos com líderes e com representantes da Juventude Soka. Assista vídeo da inauguração Foto: BS
14/12/2023
Notícias
BS
Bastão da vitória
O município de Passos localiza-se no interior de Minas Gerais, na mesorregião do Sul e Sudoeste do estado, com uma população estimada de 115.337 habitantes, segundo site da prefeitura. Por estar situado na divisa com São Paulo, distante 106 quilômetros da cidade de Franca, SP, lá fixou-se uma organização de base da BSGI, o Bloco Passos, abraçado pelo Distrito Três Colinas, do município de Franca, RM Alta Mogiana. União, daimoku e incentivos têm sido a chave dos vigorosos resultados do grupo nas reuniões de palestra, no estudo e na expansão do budismo praticado pela Soka Gakkai. Todas as segundas-feiras do mês são reservadas para o encontro de recitação do daimoku, leitura do Brasil Seikyo, estudo e diálogo, ocasião em que cada participante compartilha o trecho que mais fez sentido em seu coração. Esse avanço contínuo, persistente na solidificação da prática da fé de seus integrantes é o que move as lideranças locais. “Não há segredo, é a prática da fé sincera, e seguir os direcionamentos do Mestre. Assim estamos comprovando”, resume a responsável pela Divisão Feminina do bloco, Marilda da Silva Baborama de Oliveira. E sem nada esperar, apenas com o sentimento de gratidão pulsando forte, no último dia 25 de novembro foi promovida a reunião de palestra do bloco, o primeiro encontro após o falecimento de Ikeda sensei, ocorrido dia 15 de novembro. Era hora de dar um passo adiante, pelo ideal do Mestre. Com o apoio dos líderes do distrito, o tema do estudo, extraído do jornal Brasil Seikyo, e a dinâmica preparada convergiam para “Ter a certeza da vitória”. No texto, o presidente Ikeda orienta: “As pessoas sábias não são levadas pelos ‘oito ventos’; persistem e buscam a felicidade absoluta com espírito indomável. Essa é a verdadeira conduta de um genuíno praticante do Budismo de Nichiren Daishonin”.1 Como símbolo, todos interagiram segurando um canudo de papel representando o bastão do kosen-rufu. “A tristeza da partida do Mestre foi muito grande, mas agora depende de nós, e vamos avançar com convicção da vitória, por ele. Nossa determinação é essa. Estamos mais unidos que nunca”, fortalece o responsável pelo bloco, Orlando da Silva de Oliveira. Ele assegura que, graças ao estudo, todos estão se tornando pessoas fortes, assim como sensei sempre direciona. Com a velocidade que a gratidão impulsiona, todos saíram para a entrega da edição Tributo ao Mestre, do Brasil Seikyo, envolvendo líderes e membros. E com a alegria dos membros, confiantes nas comprovações da fé que estão tendo, expandiram a filosofia da esperança para as pessoas de convívio. A exemplo de Simone Karan, a qual recebeu seu Gohonzon em junho, apresentada por Patrícia Garcia, que já apoia nas visitas e participa ativamente das reuniões. Além disso, há novas concessões em vista. “Tudo é resultado do coração sincero deles, de se basearem na recitação do daimoku e nos incentivos de sensei que lemos nos periódicos. Quando necessário, os membros se deslocam até Franca com alegria. São exemplos de força e resultados em tudo. Isso muito nos orgulha”, enfatiza a responsável pela Divisão Feminina do distrito, Liria Yuri Yoneshima. Integrantes do Bloco Passos, em ação imediata, compartilham a vida e a obra do Mestre com simpatizante. A distância é vencida pelo espírito de procura dos membros e, com apoio das lideranças, traz a consolidação dessa organização de base, meio mineira, meio paulista, mas com o coração ligado unicamente ao do Mestre. O líder do distrito, Darci da Silva, perdeu a esposa há dois anos, vítima da Covid-19, e, sem se abater, é figura constante nas reuniões de palestra nas cidades de Passos e de São Sebastião do Paraíso, também integrante da localidade. “Conheço todos os buracos da estrada, e são muitos até chegar a esses locais”, comenta alegremente, pois “Não há honra e orgulho maiores que ver o aspecto radiante de nossos membros”. No movimento da Juventude Soka, o Bloco Passos marca presença. O Distrito Três Colinas, ao qual o Bloco Passos pertence, já atingiu a marca de cem jovens por distrito, sendo o primeiro da RM a obtê-la. “Ao comprovar a força desse budismo, e com muita gratidão ao Mestre, estamos expandindo essa maravilhosa filosofia em nossa região”, fortalece Rebert Cardoso Goulart, 34 anos, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do bloco. Em apoio, vem o líder da DMJ de distrito, Lucas Barborana de Oliveira, 25 anos. “Acompanho com muito orgulho esse bloco, estamos sempre juntos e vamos avançar agora mais que nunca”, ressalta. Atividade semanal promovida dia 4 de dezembro, com os jovens na vanguarda: “Agora é hora de cada um agir, pelo Mestre”, afirma Herbert, líder da DMJ do bloco (à esq. da foto, ao fundo) Com a certeza da vitória, construída com base no ideal maior do kosen-rufu, membros e lideranças do Bloco Passos dão vigorosos passos adiante, com foco no ano 2024: “É vencer e vencer, pelo Mestre”. Líder do distrito, Darci, faz a entrega de Gohonzon a Simone No topo: Na reunião de palestra, selfie feita pelo jovem Lucas simboliza o desejo de todos de assumir o ideal de Ikeda sensei Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.280, 20 jun. 2016, p. C4. Fotos: Colaboração local
09/12/2023
Notícias
BS
Cultura do humanismo
Localizada na zona leste da capital paulista e uma das organizações mais tradicionais da BSGI, a Sub. São Miguel Itaim, composta pelas RM São Miguel, Itaim Paulista e Jardim Helena, celebrou sessenta anos do movimento pela paz, cultura e educação promovido por seus integrantes. Organizado em duas sessões, nos dias 25 e 26 de novembro, o encontro contou com a participação de mais de quinhentas pessoas, a maior parte presencial e 180 conexões registradas por transmissão. O “Espetáculo Cultural — Nossa História de 60 Anos” enalteceu a trajetória dos membros, em sua maioria imigrantes e migrantes e seus descendentes, imbuídos do desejo de contribuir para a paz. Os mais de 280 envolvidos na programação, entre eles simpatizantes, foram pegos de profunda surpresa com a notícia da partida de Ikeda sensei na semana que antecedia o evento. “Decidimos continuar e demonstrar especialmente aos simpatizantes nosso orgulho e gratidão por ter um mestre como ele”, esclarece Fabio Bugliani, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de RM. Foram vários momentos de homenagem, incluindo o emocionante minuto de silêncio. Como comprovação da força jovem que assume a vanguarda, os líderes da Juventude Soka da Sub., Samara Rodrigues, Eduardo Oishi e Diego Ferreira, bradaram seu juramento: “...sou eu, seu sucessor, quem surge da terra com o juramento de erradicar a miséria do coração da humanidade, promovendo o humanismo através do caminho que você nos ensinou”. Foram quase duas horas de apresentações — coral, danças e ginástica montada, entre outras — sintonizadas com a história dos veteranos e a evolução das ações da organização. O consultor e a responsável pela Divisão Feminina da Subcoordenadoria, Tadashi Yoshikawa e Cátia Correia, respectivamente, agradeceram os esforços e incentivaram os integrantes para “juntos construir mais sessenta anos de forma digna como verdadeiros discípulos Ikeda”. Ao final, todos entoaram a canção Saudação a Sensei. Nos dois dias, os participantes contaram com incentivos de líderes da Coordenadoria Centro-Leste Paulistana. Apresentações do Festival 60 Anos revelam a vibração e alegria dos integrantes da Sub., exprimindo o sentimento de honrar a luta dos veteranos e de avançar assumindo o ideal do Mestre O espetáculo representou a força da união e da vitória de todos, convictos por assumir o legado do Mestre. E vigorosas comprovações chegam dos participantes com a luta empreendida. Um deles, Guilherme Castro Silva, 10 anos, da Divisão dos Estudantes Esperança, conquistou o primeiro lugar na categoria Bronze do campeonato municipal de xadrez, poucos dias após o festival. A responsável pela dança da DFJ, Lilian Sales de Figueiredo, comenta sua alegria em ter criado fortes conexões com as jovens. Nesse processo, recebeu uma proposta de emprego. “Com muita dedicação e apoio para conciliar tudo, saí vitoriosa. Foi um festival emocionante, e o sentimento de gratidão exalando”, ressalta a jovem, representando com sensibilidade o coração de todos os envolvidos. Fotos: BS
07/12/2023
Notícias
BS
Site da Academia Brasileira de Letras noticia falecimento de Ikeda sensei
O site oficial da Academia Brasileira de Letras (ABL) noticiou o falecimento do Dr. Daisaku Ikeda em postagem recente. Sensei ocupava a cadeira de número 14 como sócio-correspondente da instituição desde 1993. Leia mais em: https://www.academia.org.br/noticias/morre-daisaku-ikeda-socio-correspondente-da-abl
07/12/2023
Datas Significativas
BS
Datas significativas de dezembro
5 Encontro de Daisaku Ikeda com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai (1974) Poema Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21!, de autoria do presidente Ikeda, é apresentado (1981) 12 Divisão dos Estudantes da BSGI, oficializada como a 5ª divisão (1999) No topo: encontro de Daisaku Ikeda com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai (1974) Foto: Seikyo Press
07/12/2023
Notícias
BS
Reconfirmar a decisão ao Mestre
Uma grandiosa oportunidade de aprimoramento da prática budista, de estreitar a relação de mestre e discípulo e de interagir com os companheiros de diversas localidades. Assim foi a primeira visitação de membros da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais ao Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), ao Centro Cultural Campestre (CCCamp) e a outras instalações da BSGI, que não ocorria desde o início da pandemia da Covid-19 há três anos. No evento, realizado nos dias 11 e 12 de novembro, estiveram presentes cerca de 360 representantes da CRE Paraná, CRE Leste e CRE Oeste, vindos do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Essa também foi a primeira atividade nesse modelo após a recente reestruturação de algumas coordenadorias da BSGI. Os participantes das cinco divisões encararam a visita como um verdadeiro curso de aprimoramento, sempre com muito espírito de procura, alegria e disposição, vencendo até o forte calor com os devidos cuidados e bastante hidratação. Muitos desafiaram várias dificuldades para conseguir participar e percorreram grandes distâncias, por isso aproveitaram cada momento vivido para deixá-lo gravado no coração. Reuniões de incentivo, diálogos, refeições em conjunto, visita aos prédios e estruturas da organização e a cerimônia em memória dos falecidos foram alguns dos itens da programação preparada com muito empenho e carinho pela comissão organizadora e pelos grupos de bastidores. Durante as reuniões, todos tiveram a oportunidade de receber incentivos de líderes da BSGI, entre eles, o presidente, Miguel Shiratori, o coordenador da Divisão Sênior, Ricardo Miyamoto, e a coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti. Miguel Shiraroti, presidente da BSGI Em uma das reuniões da programação, o presidente Shiratori anunciou que a Subcoordenadoria Triângulo Mineiro atingiu o grandioso objetivo de reunir cem jovens por distrito nas atividades da Juventude Soka. A notícia foi recebida por todos como um grande incentivo. “A prática da fé existe para evidenciar o potencial da vida do ser humano. E essa vida iluminará aqueles que estão ao redor”, afirmou Shiratori. O jovem Pedro Vinicius Nicolodi Dourado, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco, em Curitiba, PR, ressaltou: “Para mim, essa visita foi um retorno ao ponto primordial da minha prática budista, que é a luta pelo kosen-rufu. Meu sentimento é de felicidade total!”. Já Luzinalva Freire dos Santos, vice-responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade, moradora de Campo Alegre de Goiás, GO, comentou: “A atividade foi magnífica, saio renovada. A energia do Mestre realmente se faz presente em cada lugarzinho e eu só tenho muito a agradecer. Minha decisão é a de propagar o budismo e trazer as pessoas aqui para sentir essa felicidade também”. Momentos marcantes da visitação com participantes de diversos estados Fotos: BS / Gupo Arco-íris
07/12/2023
Relato
BS
O segredo da vitalidade
As lembranças trazidas da infância pelo Sr. Adelcio são de pobreza e de obscuro futuro. Ele nasceu e morou em uma fazenda no interior da Bahia, com mais dois irmãos. O pai trabalhava na roça e, depois de ter sido picado por uma cobra e ficado muito doente, foi mandado embora da fazenda, carregando a família. A mãe construiu um barraco coberto de capim à beira da estrada para morarem. Sobreviviam de esmola. No desespero de não conseguir sustentar a todos, o filho mais velho, Waldomiro, foi entregue para uma família de São Paulo. Já o Sr. Adelcio, aos 7 anos, foi ajudar num posto de gasolina da cidade, permanecendo por quinze anos. Também não conseguiu frequentar a escola, concluindo apenas o primeiro ano. “Não conseguia enxergar um futuro livre do sofrimento.” São bastidores que remontam a mais de meio século. Situações que bem poderiam significar o fim para muitas pessoas. Está aqui o Sr. Adelcio para provar o contrário. Em setembro último, ele completou 70 anos, e, diferentemente do garoto desesperançoso daquela época, revela aos leitores como conseguiu assumir o comando da direção de uma vida de vitórias. A virada de chave “A gente nunca pode desistir, achar que não dá mais. Uma grande boa sorte pode surgir e mudar o rumo de nossa vida”, reflete Sr. Adelcio, ao revelar o fato que mudou sua trajetória. Foi em 1979, quando a mãe conseguiu reencontrar o filho Waldomiro, em São Paulo, que os levou para morar com ele. Waldomiro havia se tornado membro da Soka Gakkai e praticava o Budismo Nichiren, falando aos familiares sobre a grandiosa força que sentia com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. “Ele mirou firme nos meus olhos e perguntou: ‘Quer mudar a vida?’. Respondi que sim”, relembra Sr. Adelcio, que, de imediato, aceitou participar de uma reunião de palestra. “Senti algo mudando no meu coração. Aquelas pessoas com tanta energia e muita alegria. Era ali que queria ficar.” Dois anos depois, em 1981, recebe o Gohonzon (objeto de devoção budista); e, com a séria e sincera prática da fé, surgem as primeiras comprovações. Decide seguir a profissão de motorista. Com esforço, consegue comprar um terreno no qual construiu sua casa. “Tudo depende de nós.” Essa é uma frase que Sr. Adelcio aprendeu a conjugar depois que se tornou budista. Aquele antigo sonho de aprender a ler foi ganhando forma. “Eu ia a todas as reuniões, e mesmo sem saber ler direito nunca deixei de assinar o jornal Brasil Seikyo. Comprava os livros do presidente Ikeda e ia treinando a leitura em casa. Como é maravilhoso você conseguir compreender corretamente as palavras. As reuniões de estudo foram muito importantes para mim”, arremata. Os reflexos da dedicação foram sentidos também no trabalho que abraçou. “Dirigia caminhões e carretas, e cada vez mais fui sendo confiado pelos meus chefes”. Em São Paulo, exerceu funções na organização de base, chegando a ser responsável pela comunidade. Nessa luta, conseguiu comprar carro, moto e kombi, “Com a satisfação de poder levar os membros para as atividades. A Gakkai é maravilhosa e tenho muita gratidão”. Em 1983, passou por um desafio de saúde, vencendo o problema sem necessidade de cirurgia; e com muito apoio dos companheiros Soka. “Com essa comprovação, fiz meu juramento de jamais abandonar esta poderosa prática da fé”, reforça Sr. Adelcio, relembrando que, no ano seguinte, 1984, participou do festival que contou com a presença de Ikeda sensei no Brasil, integrando o painel humano. “Renovei minha decisão de seguir firme nessa estrada do kosen-rufu”. Retorno às origens Nos anos que se seguiram, depois de se aposentar, o Sr. Adelcio decide realizar o sonho de voltar para a Bahia, instalando-se em Vitória da Conquista. Aquele jovem com medo do futuro se transformara em um ser humano vitorioso, e que não se aposentaria da vida. “Assim que cheguei em 2016 fui logo procurar os companheiros Soka. Não podia perder tempo para fazer minha luta pelo kosen-rufu.” Atualmente, ele exerce a função de vice-responsável pelo bloco. Junto com seus líderes, percorre longas distâncias com seu carro para encontrar os membros que residem em locais mais afastados. “Rodamos por essas estradas com uma alegria que não cabe no peito”, afirma, emocionado. Aperfeiçoa-se também na hora de se preparar para as reuniões. Ele tem cadernos com recortes dos periódicos da Editora Brasil Seikyo, sempre pronto para oferecer um incentivo de Ikeda sensei. Com orgulho, faz parte do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI. “Sou do Segundo Grau, fiz os exames com o incentivo e o apoio dos companheiros. Quem diz que o esforço não vale?”. E de bate-pronto traz esse encorajamento do Mestre: Energia vital não se refere apenas a vigor físico; também abarca sabedoria. Se nossa energia vital for forte, não nos esqueceremos do que é importante nem falharemos num momento crucial”.1 O Sr. Adelcio completa, agora em 2023, 42 anos como membro da Soka Gakkai. No ano passado, esteve em São Paulo, no casamento da sobrinha, filha do irmão Waldomiro, o qual lhe apresentou o budismo. “Foi uma grande alegria. Minha gratidão é imensa.” Em Vitória da Conquista, divide seus dias com a atual esposa Noeme, que o apoia em tudo. Conquistou duas casas e um sítio, aonde vai frequentemente. Ele proporciona apoio constante à comunidade e ao distrito. Venceu a Covid-19 e recentemente se submeteu a uma cirurgia, participando na mesma semana da reunião de palestra. Qual o segredo de sua vitalidade e do seu dinamismo? “Meu dia começa com daimoku, determinando ter um dia cheio de energia.” Todos os anos, lança o objetivo de recitar um milhão de daimoku, e isso faz tempo. Neste ano, 2023, o Sr. Adelcio já ultrapassou a meta e caminha para fechar 2 milhões de daimoku. “É muito bom a gente se sentir assim, pronto para viver o dia maravilhoso de hoje. Agradeço ao Mestre por ter me dado um propósito de vida. Envelhecer com força e alegria é um privilégio que o budismo nos oferece”, enfatiza. Imagem dos gráficos que estampa orgulhoso: “Estou finalizando 2 milhões de daimoku neste ano, dobrando o meu objetivo” Adelcio Ribeiro Chaves, 69 anos, aposentado. É vice-responsável pelo Bloco Patagônia, Distrito Vitória da Conquista, Sub. Bahia. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 203, 2019. Foto: Arquivo pessoal
07/12/2023
Incentivo do líder
BS
Avançar juntos com sensei
Queridos companheiros da BSGI! Já havia escrito um primeiro texto e enviado para a Redação do Brasil Seikyo, mas com o falecimento do nosso querido mestre, não poderia deixar de compartilhar minhas reflexões com outro olhar. Ninguém pode dizer que está apto ou não antes de assumir e atuar. Se alguém achar que tem plena capacidade, provavelmente é uma pessoa arrogante (...), portanto, a capacidade é algo que não se cria da noite para o dia. Na verdade, no início nem é preciso tê-la. O importante é o desafio, a coragem de continuar desafiando a si próprio. Haja o que houver, mantenha a disposição de sempre avançar, sem desistir nem cair no desânimo.1 Esse incentivo de Ikeda sensei vem me acompanhando desde que assumi as responsabilidades pela liderança da Divisão Feminina. E venho compartilhando com várias outras pessoas que, assim como eu, levaram um susto ao assumir também suas responsabilidades como líder na organização. Com base nesse incentivo, sensei nos ensina que, quando despertamos para nossa missão — atuar pelo kosen-rufu —, o drama de transformar nosso carma e de realizar nossa revolução humana se desenrola a passos firmes. Quando falamos na responsabilidade de criar por si próprio a felicidade individual e ainda contribuir para felicidade das pessoas ao nosso redor, talvez alguns achem que seja difícil, complicado e provavelmente nem queiram essa responsabilidade. Certa vez, a um jovem que estava indeciso sobre iniciar a prática budista, pois, para ele, significava se conformar com alguns padrões e sacrifício da individualidade, o presidente Ikeda esclareceu: O Budismo Nichiren expõe o princípio da cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro. (...) E está bem ser quem você é. (...) Há, porém, uma diferença entre “ser quem você é” e “permanecer como está”. Se você se contenta em permanecer como está, nunca vai se desenvolver. Refletindo profundamente sobre quem você realmente é e qual o seu propósito na vida, somando esforços e mais esforços e desafiando a si mesmo sem esmorecer, fará desabrochar a flor da sua missão na vida. É o que acontece quando se põe em prática o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”.2 Quando oramos, apoiamos e cuidamos das pessoas ao nosso redor, ajudando-as a extrair sua máxima força e coragem, nossa vida, na mesma proporção, se fortalece. Esse é o maravilhoso resultado adquirido por meio da prática da fé. Acredito que o importante é pôr a vida em movimento, realizar ações concretas e despertar nosso potencial máximo por meio da prática da fé. Assim como Ikeda sensei expõe em outro incentivo: Meu mestre dedicou sua vida e espírito para me desenvolver, e eu me empenhei com todo o meu ser para corresponder às suas expectativas. Sou o que sou hoje devido a essa atuação de mestre e discípulo, transcendendo a vida e a morte. Da mesma forma, a Soka Gakkai alcançou seu atual desenvolvimento global porque se dedicou a propagar a Lei com o espírito da unicidade de mestre e discípulo ensinado por Nichiren Daishonin. Esse é um fato que não podemos jamais esquecer ou ignorar.3 Discípulos Ikeda, vamos, agora ainda mais, vencer infalivelmente, atuar com alegria e gratidão e em união harmoniosa com as demais divisões, solidificar a organização construída com muito suor, dedicação e luta de Ikeda sensei. Finalizo com outro incentivo de Ikeda sensei em que ele fala sobre o coração de mestre e discípulo. No momento em que o sol do compromisso compartilhado entre mestre e discípulo surge em nosso coração, começa uma grande transformação. Não há nenhum carma que não consigamos superar, nenhuma batalha que não sejamos capazes de vencer. A vitória do discípulo é a vitória do mestre. A vitória do mestre é a vitória do discípulo. Este é um dos mais profundos princípios do budismo e representa também a essência da unicidade de mestre e discípulo.4 Vamos vencer com o mesmo espírito e coração de Ikeda sensei, honrando sua vida eternamente. Caloroso abraço! Claudia Nakamassu Vice-coordenadora da Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. IKEDA. Daisaku. Nova Rota. Nova Revolução Humana, v. 10. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 2. Idem. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018, p. 162. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.820, 19 nov. 2005, p. A2. 4. Idem, ed. 2.012, 21 jun. 2009. Ilustração: GETTY IMAGES
07/12/2023
Notícias
BS
“Agora é com a gente”
Como se quisessem oferecer sua mais exuberante florada em tributo ao Mestre, as árvores de “buquê-de-noiva”, cujas flores são típicas do Nordeste e originárias misticamente da Ásia, mostravam brilho especial no domingo, 26 de novembro, em Aracaju, SE. Dia de celebrar os cinquenta anos do kosen-rufu da localidade, tendo como local o auditório da Faculdade Pio Décimo, com participação de 409 pessoas, sendo 165 convidadas. Na primeira grande atividade no Nordeste promovida após o falecimento de Ikeda sensei, a tristeza foi aplacada pela determinação de torná-la um marco decisivo. Meses de preparativos, muito daimoku e cada integrante comprovando a força da prática da fé selaram o resultado, apresentado em vídeo. “É uma satisfação imensa ver esses jovens e a organização se desenvolvendo tanto”, disse Joel dos Santos, em entrevista, homenageado do dia junto com outros precursores. Muito aplaudida, Paula Mota relatou sua jornada de vitórias (leia no BS, ed. 2.637). Grande emoção com a contextualização do falecimento do Mestre veio à tona, seguida da apresentação dos pronunciamentos do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e da coordenadora da Divisão das Mulheres, Kimiko Nagaishi (confira íntegra nesta edição). As lideranças da Região Estadual Sergipe subiram unidas no palco para as boas-vindas e as palavras de decisão nesse significativo momento para a localidade, representadas por Eloi Monteiro, responsável pela RE, e Natália Nascimento, responsável pela Divisão Feminina. Pela Juventude Soka, renovada determinação. Misticamente, em outubro, enviaram mensagem a Ikeda sensei sobre os preparativos. A resposta imediata do Mestre se tornou o ponto primordial da luta conjunta que abraçam, agora mais que nunca. Na mensagem das lideranças da CRE Leste, lida no dia, e na fala do vice-responsável Eduardo Paderes, há o estímulo para trilhar juntos a jornada do discípulo. Ao parabenizar pelo jubileu de ouro da RE Sergipe, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, encorajou a todos a suplantar a dor da partida do Mestre, manifestando profunda gratidão por tudo o que ele nos proporcionou. “São 76 anos de uma jornada ininterrupta pela paz, pela felicidade e pela transformação de nossa vida. Ele se dedicou integralmente a estabelecer esse ensinamento do mais elevado humanismo, que dá o direito a qualquer cidadão, independentemente de etnia, valores e crença religiosa, de se tornar uma pessoa mais humana, mais feliz.” Shiratori reforçou: “Nossa felicidade é o primeiro passo para a paz da humanidade”. Vitória contagiante “Falar de Sergipe dá um orgulho danado. / Falar de seu povo, que é um povo arretado, / é uma gente brilhante / que emerge da terra a cada instante.” Eis um trecho do roteiro em forma de cordel que conduziu a apresentação cultural, com cerca de sessenta integrantes revezando-se no palco entre dança, coral, quadrilha e muito forró. O texto foi criado em conjunto, ritmando as apresentações. O retrato em versos da jornada cinquentenária do kosen-rufu da localidade focalizou desde o momento em que Ikeda sensei decidiu cumprir o juramento ao seu mestre de levar esperança para o mundo; avanços e toda a riqueza cultural regional. “Foi um desafio enorme, tamanha a responsabilidade. Que alegria no final!”, frisam os jovens Hiago Vieira e Gabrielly Mota, que formaram a dupla condutora do cordel, além de atuarem nas danças. O figurino foi produzido combinando tons cru e terra, e adereços coloridos, reaproveitando peças utilizadas por ocasião das festividades dos 45 anos da localidade. “Ficamos bem felizes com o resultado”, orgulha-se Maria Aparecida Rodrigues, responsável por esse setor. Em toda a programação, jovens e veteranos eram só alegria. “Foi um divisor de águas em minha vida, feliz por ter persistido e poder entregar essa vitória ao Mestre”, disse a jovem Ingrid Almeida, manifestação reforçada por Victor Crispim: “A BSGI é uma grande família e me sinto orgulhoso por fazer parte”. Ambos se apresentaram nas performances de palco. Com energia de sobra, o casal de veteranos Nilson e Altair Nascimento, atuantes no jogral e coral, enfatizaram: “Em gratidão ao Mestre, nós vencemos”. O mesmo sentimento com que atuou nos bastidores a integrante da DF Gabrielli Maia. A convenção encerrou-se ao ritmo da canção Saudação a Sensei, cravando o brado ecoado do coração de todos: “Ikeda sensei, agora é com a gente”. Fotos: BS
07/12/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Despertando para a sua missão de bodisatva
PARTE 63 Partindo de Nova York, Shin’ichi Yamamoto chegou ao aeroporto internacional de Toronto (posterior aeroporto internacional Pearson de Toronto), no Canadá, pouco depois de 16 horas (horário local) do dia 21 de junho. No aeroporto, tendo à frente o diretor-geral do Canadá, Lou Hiroshi Izumiya, e sua esposa, a presidente do conselho de orientadores, Eli Teruko Izumiya, um grande número de membros recepcionou a comitiva com um buquê de flores e bandeiras do Canadá. A ida de Shin’ichi ao Canadá ocorria 21 anos depois de outubro de 1960, ocasião em que ele visitou Toronto durante a sua primeira viagem ao exterior. Relembrando aquela vez, a única pessoa que recebeu a comitiva no aeroporto foi Teruko Izumiya, que ainda não era convertida. Em março daquele ano, Teruko Izumiya havia se casado com um canadense, descendente de japoneses de segunda geração, Hiroshi Izumiya, que trabalhava em uma empresa comercial. E, em abril, ela se mudou para o Canadá. Na manhã do dia em que Shin’ichi desembarcaria nesse país, ela recebeu uma carta aérea de sua mãe, que era membro da Soka Gakkai no Japão. Nela constava sobre a visita do presidente Yamamoto ao país e pedia para que ela recebesse sem falta a comitiva no aeroporto. A princípio, ela ficou na dúvida se deveria ir, pois não se sentia muito bem devido à gravidez. Além disso, tinha receio de que fizessem shakubuku nela. A mãe relatava-lhe sobre benefícios da prática, mas ela os sentia como superstição e algo antiquado. Assim, tinha certa resistência à prática budista. Ao mesmo tempo, sentia que se não fosse ao aeroporto seria ingrata com a mãe, desprezando a vontade dela. E assim, resolveu dirigir-se até lá. Shin’ichi expressou profunda gratidão por ela tê-los recebido e conversou sobre a situação do seu lar, entre outros assuntos. Falou sobre o porquê da importância da prática religiosa na existência de uma pessoa, explicando que o budismo era a lei da vida. Um ano e sete meses depois, ela que tinha saúde frágil decidiu por si só iniciar a prática budista, desejando ser saudável. Não queria causar preocupações ao marido por causa da saúde e tinha o sentimento de tranquilizar a mãe com a sua conversão. Quando a semente da Lei Mística é plantada no coração, no momento propício, com certeza ela acaba germinando. O importante é criar nas pessoas do seu convívio a relação com o Buda, plantando a semente. PARTE 64 A pintora e escritora canadense Emily Carr manifesta sua disposição: “Eu me levanto só” e “Com minhas próprias pernas, resolutamente”.1 Ao iniciar a prática budista, Teruko Izumiya começou a realizar reuniões sozinha. Com base no jornal Seikyo Shimbun que recebia do Japão, ela promovia diálogos sobre o budismo com as pessoas que conhecera, visitando-as. Para participar de atividades da organização, era precioso viajar longas distâncias de ônibus ou de avião, ultrapassando as fronteiras entre países, chegando a cidades como Buffalo e Nova York, Estados Unidos. O marido apoiava a prática dela, muitas vezes conduzindo-a de carro nas viagens. Porém, ele não queria praticar o budismo. Hiroshi Izumiya, seu esposo, nascera em 1928, nas ilhas Vancouver, Canadá. Seu pai, originário da província de Wakayama, havia se mudado para o Canadá onde vivia com a família como pescador. Em 1941, com o início da Guerra do Pacífico, o Japão se tornou um país inimigo do Canadá, que era colônia da Inglaterra. No ano seguinte, os japoneses foram presos em um campo de detenção localizado nas Montanhas Rochosas do Canadá. Na época do rigoroso inverno, a temperatura chegava a menos de 20 graus Celsius negativos. Alguns jovens japoneses chegaram a manifestar aspiração em pertencer ao Exército canadense como forma de demonstrar lealdade a esse país. Esses foram considerados traidores, e entre os próprios japoneses começaram a existir rusgas, rompendo a fraternidade entre eles. A guerra chegava ao fim. Porém, os japoneses não possuíam mais casas para as quais retornar. Assim, eles foram forçados a decidir entre a volta ao Japão e a mudança para o lado leste. O pai de Hiroshi já passava dos 70 anos e possuía o sentimento de encerrar a vida no Japão. Dessa forma, a família retornou para a província de Wakayama, terra natal do seu pai. Mais tarde, Hiroshi mudou-se para Tóquio. Ele decidiu pela continuidade do curso superior e passou a se dedicar aos estudos trabalhando no comércio localizado em uma base das forças de ocupação. Esforçou-se em estudar a língua japonesa que não era tão familiar para ele e, por fim, conseguiu ser aprovado para prosseguir com seus estudos no curso de economia da Universidade Keio. Após a formatura, passou a trabalhar em um banco de capital estrangeiro, porém começou a cultivar o desejo de voltar para o Canadá e trabalhar ajudando a estreitar as pontes da amizade com o Japão. Assim, ele foi trabalhar em uma empresa japonesa com filial em Toronto. As pessoas que sofreram com a guerra possuem a missão de viver pelo bem da paz. PARTE 65 Em 1960, a empresa onde Hiroshi Izumiya trabalhava estabeleceu-se como entidade jurídica oficial no Canadá. Naquele ano, ele se casou com Teruko, a qual conheceu no Japão. Na primavera do mesmo ano, ela se mudou para o Canadá, e quando da primeira visita de Shin’ichi Yamamoto àquele país, recebeu a comitiva no aeroporto de Toronto. Teruko, que se converteu ao budismo algum tempo depois, passou a manifestar o sentimento de viver em prol do kosen-rufu do Canadá. Embora o esposo a apoiasse nas atividades da organização, o fato de ele não praticar o budismo era uma preocupação para ela. Em outono de 1964, ela foi ao Japão e visitou a sede da Soka Gakkai em busca de Shin’ichi, levando uma adorável menina pelas mãos chamada Karen. Era a filha que quatro anos antes o recebeu em Toronto ainda na barriga da mãe. Certamente, para Teruko, que começou a praticar o budismo no Canadá, havia muitos sofrimentos e tristezas. Com lágrimas nos olhos, ela começou a falar. Meneando a cabeça diversas vezes ao ouvi-la, Shin’ichi disse-lhe então com uma voz firme: — O dia a dia deve estar repleto de coisas difíceis. Mas à luz dos sutras e dos escritos de Nichiren Daishonin, a senhora se encontra nas terras do Canadá, como bodisatva da terra, por ter feito por si mesma seu juramento seigan no remoto passado de promover o kosen-rufu. Despertando para essa missão de bodisatva da terra, deve decidir que vai cumpri-la até o fim. Tenha a convicção de que esta é a existência mais nobre e aí se encontra a suprema alegria e plenitude, como também a mais elevada felicidade. As pessoas possuem os mais variados destinos. A vida é um período em que não se sabe o que acontecerá. E mesmo as pessoas que pareçam ser as mais afortunadas não conseguem solucionar a questão do envelhecimento, da doença e da morte, e guardam no coração a intranquilidade e os sofrimentos. Nós estamos trabalhando em prol de um empreendimento sagrado, sem precedentes, que nunca ninguém conseguiu realizar, de ensinar sobre como estabelecer o caminho da inabalável felicidade absoluta na vida e promover a transformação do destino da sociedade, do país e da humanidade. Pensando dessa forma, não é natural que surjam muitas dificuldades e sofrimentos? A ilusão acovarda as pessoas. Deve estabelecer claramente sua decisão no fundo do coração. Quando fizer isso, nascerá uma coragem e uma força ilimitadas. PARTE 66 Quando a decisão é firmemente estabelecida no coração, cria-se um eixo do modo de viver. Essa única pessoa se torna o eixo da organização e inicia-se o giro da engrenagem do kosen-rufu. Shin’ichi disse ainda para Teruko Izumiya a respeito do marido dela: — Não deve falar ao seu esposo como se quisesse lhe impor a fé. Como boa esposa, deve edificar um lar feliz. O que demonstrará a grandiosidade da prática da fé será seu comportamento e seu modo de vida como esposa e como ser humano. Se continuar a se relacionar com seu marido de forma sábia e sincera, desejando a harmonia familiar, com certeza chegará o dia em que ele praticará o budismo. Teruko Izumiya aceitou essa orientação com todo o seu ser. Ela se naturalizou canadense e decidiu que dedicaria a vida ao Canadá e enterraria seus ossos na grandiosa terra das folhas avermelhadas e das flores humanas. Mesmo nos momentos mais tristes e sofridos, ela jamais se lamentou ao esposo. Aceitando tudo para si mesma, nos momentos de sofrimento, apenas recitava devotadamente daimoku ao Gohonzon. Como esposa, protegeu a família, e como mãe, criou seus três filhos. Sempre radiante, desbravou o caminho do kosen-rufu do Canadá com todo o vigor. O círculo da propagação do budismo também se expandiu concretamente. O marido de Teruko, Hiroshi, resolveu se converter em março de 1980. Ela lhe disse pacientemente até tarde da noite: “Quero ser feliz junto com você, empenhando-nos na prática do budismo”. Era justamente a época em que ele havia perdido duas irmãs mais velhas que tanto amava seguidamente por causa de uma doença. Defrontava-se assim com a difícil questão chamada destino da vida. Recordava-se, também, de sua vida no campo de prisioneiros na infância devido à guerra. Quando se defronta com situações absurdas que parecem ser difíceis de serem superadas pelas próprias forças, as pessoas as classificam como “destino” ou como “fatalidade” causadas por seres transcendentais. O budismo investiga as causas desses acontecimentos por meio da lei de causa e efeito na vida, e elucida o caminho da transformação. Dezoito anos depois de sua esposa, ele decidiu trilhar o caminho da Soka Gakkai. Nessa noite, pela primeira vez, o casal recitou junto o gongyo. Do lado de fora caía uma forte neve. Na sala, dentro de casa, reinava alegria e lágrimas quentes escorriam pelo rosto de Teruko. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Nota: 1. BRAID, Kate. No ni Sumu Tamashii no Gaka Emily Carr [Emily Carr, a Artista cuja Alma Vive nos Campos]. Tradução: Masae Ueno. Editora Shunju sha. Ilustrações: Kenichiro Uchida
07/12/2023
Editorial
BS
Esperança
Desde a notícia do falecimento de Ikeda sensei, recebemos inúmeras mensagens de condolências, como também de decisão em manter sempre vivo o legado do Mestre por meio de ações concretas e vitoriosas. Nas palavras do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, expressas durante a cerimônia de sétimo dia do presidente Ikeda, as quais você lê na íntegra nesta edição, ele disse: “Ikeda sensei também continuará vivo em nosso coração conforme avançamos. Por isso, vamos desfrutar a vida e cada um dos nossos dias de forma que sensei possa se alegrar e se orgulhar, sempre caminhando com esperança e confiança”.1 Assim, com esperança e confiança, membros e amigos de todo o Brasil se juntaram em encontros de homenagem e gratidão ao Mestre, demonstrando o altivo aspecto de genuínos discípulos. Neste Brasil Seikyo você acompanha as notícias e o registro desses momentos. Em especial, os amigos de Sergipe, que, após diversos desafios e com o misto sentimento de luto e gratidão, reuniram mais de quatrocentas pessoas e enalteceram a grandiosa existência do Mestre. Veja mais na p. 12. A Editora Brasil Seikyo, ainda mais consciente do significado deste momento, gravou nesta edição os marcos de Ikeda sensei com o Brasil, as comemorações do kosen-rufu de várias localidades e o levantar da Juventude Soka. Um sublime levantar, tal como destacado nas palavras proferidas pelo presidente Harada na 16ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai: Há setenta anos, o jovem Ikeda sensei se levantou assumindo inteiramente a responsabilidade na qualidade de coordenador do staff da Divisão dos Jovens. Da mesma forma, neste momento, desejo retornar, mais uma vez, ao eterno ponto primordial da Soka Gakkai indicado por Toda sensei em Preceito aos Jovens: “O que constrói a nova era é a força e a paixão dos jovens”. Com esse significado, no próximo ano, sob o tema “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, construiremos uma sólida força jovem da Soka Gakkai, simultaneamente, em todo o mundo, realizando grandes eventos destinados a criar novos movimentos que reúnam a geração jovem.2 Desejamos que os destaques deste jornal despertem em você, leitor, o desejo de fazer parte dessa construção. E não perca na próxima edição o Guia para a Vitória que o acompanhará na jornada em seu palco de atuação e desafio! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.648, 9 dez. 2023, p. 7. 2. Idem, p. 9.
07/12/2023
Notícias
BS
Fortaleza da paz
O Centro Cultural de Mogi das Cruzes sedia as atividades da organização local da BSGI nesse município paulista. No último dia 19 de novembro, integrantes das RM Mogi Centro-Oeste e Mogi Centro-Leste reuniram-se, em duas sessões, para um encontro comemorativo alusivo aos vinte anos de inauguração desse castelo do kosen-rufu da localidade. No total, quinhentas pessoas participaram do evento. Esse centro cultural foi aberto oficialmente em 21 de dezembro de 2002, completando vinte anos de ins-talação em dezembro do ano passado. Porém, com o retorno das atividades pós-pandemia, o prédio entrou em reforma até meados deste 2023. Ainda assim, o desejo dos membros e líderes foi de realizar uma atividade celebrando vinte e 21 anos dessa sede. Planejamento, formação de comissões e encontros semanais envolveram os níveis da localidade. Na véspera do evento, a notícia do falecimento de Ikeda sensei abalou a todos. Chegaram a questionar se a atividade aconteceria, relembra o responsável pela RM, Mario Yamamoto. Porém, refletiram quanto sensei ficaria feliz e desejaria a realização desse encontro. E assim foi. A atividade teve início com vibrante gongyo, homenagens a veteranos e relatos de comprovação. Na parte cultural, houve a apresentação de coral, dança e performance conjunta das bandas musicais. Presente, Fabio Oda, vice-coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo, levou o público a refletir sobre a postura dos discípulos, agora sem a presença física do Mestre. No saguão foi montada uma exposição sobre a história do centro cultural. Além disso, a Editora Brasil Seikyo (EBS) organizou um estande com os destaques de obras do Mestre. “Todos saíram determinados a avançar e vencer”, frisa Mario Yamamoto. No topo: momento da foto da segunda sessão da atividade comemorativa, marcando os vinte anos desse castelo do kosen-rufu Foto: Colaboração local
07/12/2023
Notícias
BS
Comprovar com gratidão
Outubro foi o mês de celebrar os cinquenta anos do kosen-rufu em Francisco Morato, SP, com um encontro realizado em uma residência muito especial. A Sra. Cecilia Leme de Camargo, 83 anos, conselheira de comunidade, se converteu ao budismo em 1969 e, há cinquenta anos, misticamente, oferece a casa para reuniões. “Desde a época em que nem havia eletricidade aqui, só luz de lamparina. Hoje, estamos muito felizes, com grandes comprovações na família e na organização”, comemora. As lideranças da RM Franco da Rocha, que abarca as cidades de Caieiras, Francisco Morato e Franco da Rocha, se organizaram na promoção da atividade comemorativa, unindo, além do Distrito Francisco Morato, o Distrito Vila Guilherme. “Foi uma grande festa, em que homenageamos nossos veteranos e abrimos espaço para apresentações de estudantes e jovens, nosso futuro”, enfatiza Leandro Valentin, responsável pela RM. Representando a Juventude Soka da RM, Eduardo Souza reconfirmou a decisão de “Consolidar o objetivo de cem jovens por distrito. É nossa forma de luta e gratidão, com esses jovens que darão continuidade ao legado que Ikeda sensei nos deixou”. Novas determinações de futuro. Além das residências e sedes particulares, a meta é “Ter nossa sede própria e nos tornar uma Sub.”, determina Leandro em nome dos companheiros. “E que todos possam vencer com base nas ‘Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai’, com muita união.” No topo: foto comemorativa registra o cinquentenário da organização localFoto: Colaboração local
07/12/2023
Especial
BS
Com os incentivos de Ikeda sensei no coração, trilhemos juntos a eterna jornada de mestre e discípulo
Juventude de devoção abnegada em propagar a Lei, protegendo seu venerado mestre A longa expedição pelo kosen-rufu, ou seja, pela paz mundial, começa com o solene encontro entre mestre e discípulo. No dia 14 de agosto de 1947, Ikeda sensei, então com 19 anos, participa de uma reunião de palestra no distrito de Ota, em Tóquio, Japão. Movido pela convicção e pela personalidade de Toda sensei, converte-se ao budismo dez dias depois, em 24 de agosto. * * * Em agosto de 1950, diante da difícil situação de seus negócios, em uma época conturbada do pós-guerra, Toda sensei anuncia sua decisão de renunciar ao cargo de diretor-geral da Soka Gakkai. Enquanto muitos membros se afastam de Josei Toda, Ikeda sensei registra seu juramento de jamais abandoná-lo em um poema waka: Servirei ao mestre como servi no passado nas místicas eras. Sempre imutável serei ainda que os outros mudem.1 “Mesmo que existam muitos que, esquecendo-se da gratidão ao mestre, mudem, eu jamais mudarei” — em meio à árdua luta de devoção abnegada para propagar a Lei, mestre e discípulo sobrepujam dificuldades extremas. No dia 3 de maio de 1951, após superar difíceis circunstâncias, Toda sensei toma posse como segundo presidente da Soka Gakkai. Declara altivamente o objetivo de propagação do budismo para 750 mil famílias, fazendo com que a Soka Gakkai marque um inédito avanço. Na ocasião, o número de membros da organização era de 3 mil pessoas. Todos interpretaram tal objetivo como um sonho para um futuro distante, mas Ikeda sensei, fazendo arder em si a chama para concretizar o ideal do mestre, concretiza, ele próprio, seu shakubuku, marcando o primeiro passo rumo à concretização da meta lançada. Então, a partir de intensos esforços nos Distritos Kamata e Bunkyo, em Tóquio, em Sapporo, em Osaka, em Yamaguchi, entre outras localidades, Ikeda sensei ergue a torre dourada da expansão. Finalmente, em dezembro de 1957, a Soka Gakkai alcança as 750 mil famílias. * * * Se houver um único discípulo verdadeiro, o kosen-rufu poderá ser realizado infalivelmente! Ikeda sensei proclamou: “Na minha época na Divisão dos Jovens, eu também lutei e lutei. Sempre protegi a Soka Gakkai e Toda sensei. Esse é o aspecto verdadeiro da relação de mestre e discípulo. (...) As três gerações de mestre e discípulo Soka batalharam devotando a vida e venceram. Não há glória afastando-se do caminho de mestre e discípulo”. Expansão das flores humanas emergidas da terra para 192 países e territórios Pouco antes de seu falecimento, Toda sensei disse ao jovem Daisaku Ikeda: “Como eu quero viajar para o mundo, para a jornada do kosen-rufu. (...) O mundo é seu desafio, seu verdadeiro palco”.2 No dia 2 de outubro de 1960, Ikeda sensei parte do Aeroporto de Haneda, em Tóquio, com o firme propósito de concretizar o sonho do kosen-rufu mundial confiado por seu venerado mestre. Esse momento assinala o primeiro passo de suas viagens pela paz. Em 24 dias, ele faz históricas visitas a nove cidades dos Estados Unidos, além do Canadá e do Brasil. Encorajando plenamente cada pessoa que estava diante de seus olhos, funda dois distritos e dezessete comunidades. Sensei relembra: “Se houvesse um único membro, eu queria incentivá-lo, mesmo que fosse em um lugar longínquo, e tivesse de encontrá-lo procurando por todas as partes. Tal como o rio se forma a partir de uma única nascente, a grande correnteza da paz mundial poderia ser criada a começar por essa única pessoa”. No dia 2 de outubro de 1960, cinco meses após tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, Ikeda sensei dá o primeiro passo rumo ao kosen-rufu mundial. para abrir o futuro da paz, ele se dirige ao Havaí, seu primeiro destino, partindo do Aeroporto Internacional de Haneda * * * Por ocasião da conferência de fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), realizada em Guam, no dia 26 de janeiro de 1975, Ikeda sensei clama: “Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística em todo o mundo. Farei o mesmo”.3 Ele visitou 54 países e territórios. Liderou o grande movimento popular pela paz, cultura e educação, embasado no pensamento budista do respeito pela dignidade da vida. A rede solidária Soka se expandiu para 192 países e territórios, e a legião de flores humanas emergidas da terra no exterior chegou a 3 milhões de pessoas. Recebemos a época em que o som do daimoku envolve todo o globo terrestre. * * * Em 2 de dezembro de 1964, nosso mestre começa a escrever o romance Revolução Humana, com o desejo de “transmitir corretamente a verdade sobre Toda sensei para a posteridade”. Em 6 de agosto de 1993, inicia a escrita do romance em série Nova Revolução Humana, concluindo-o nesse mesmo dia, em 2018. Por mais de meio século, o presidente Ikeda escreveu sobre a essência da relação de mestre e discípulo Soka e, utilizando o poder da escrita, continuou encorajando os membros do mundo. * * * Ações pela paz, diálogos sobre humanismo Ikeda sensei declarou: “Eu o farei! Darei tudo de mim para iniciar uma grande onda de diálogo pelo mundo em prol da paz. Devo unir o mundo por meio da filosofia do humanismo budista”.4 Desde a sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, o presidente Ikeda percorreu o mundo e criou a rede solidária de bons cidadãos que desejam a paz. Com a convicção de que “o poder do diálogo se torna a força para a paz que cria a época”, promoveu sucessivos diálogos com líderes de nações, intelectuais e homens da cultura. Entre eles, destacam-se o historiador do século 20, Dr. Arnold J. Toynbee, o primeiro-ministro Zhou Enlai da China, o presidente Mikhail Gorbachev da União Soviética e o presidente Nelson Mandela da África do Sul, entre outros. * * * Pelo bem da posteridade, Ikeda sensei travou cerca de oitenta diálogos com intelectuais e personalidades, compilados na forma de livros. Também proferiu 32 palestras em universidades e instituições acadêmicas do mundo, incluindo a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. * * * Em 1968, com a disposição de criar uma ponte de paz na Ásia e no mundo como um cidadão comum, o presidente Ikeda apresenta a Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, clamando pela mais breve restauração das relações entre China e Japão. Além disso, nos anos 1974 e 1975, durante a Guerra Fria, viaja sucessivamente para a China, a União Soviética e os Estados Unidos, conduzindo diálogos para aliviar as tensões existentes na época. * * * Com o intuito de promover o espírito da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, elaborada por seu venerado mestre, Josei Toda, Ikeda sensei publica diversas propostas, em particular, as Propostas de Paz comemorativas a cada Dia da SGI, em 26 de janeiro, num total de quarenta edições a partir de 1983. Apoia consistentemente as atividades das Nações Unidas, o parlamento da humanidade, difundindo, de forma contínua, a filosofia da esperança, visando à abolição das armas nucleares, à prevenção do choque entre civilizações e à solução da crise climática. Adicionalmente, criou o Instituto Toda pela Paz; o Instituto de Filosofia Oriental; o Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, nos Estados Unidos; o Instituto Soka Amazônia, no Brasil; entre outros, apoiando a correnteza da criação da paz a partir das pesquisas acadêmicas. “Quero acabar com a miséria da face da Terra” — as chamas do juramento seigan confiadas por Toda sensei ao nosso mestre são agora herdadas pelos discípulos Ikeda do mundo inteiro. Consolidando as bases da educação e da cultura no mundo Com frequência, Ikeda sensei dizia que “a educação era o empreendimento final de sua vida”. Mantinha a inabalável crença de que, para construir uma sociedade pacífica, não havia outra forma a não ser por meio da criação de jovens que se encarregariam do futuro. A Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] foi fundada como Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, em 18 de novembro de 1930. Ambos os mestres desejavam criar, algum dia, uma instituição educacional Soka e foi Ikeda sensei quem realizou esse desejo. Em 1968, foi inaugurado o Colégio Soka, de ensinos fundamental 2 e médio, em Kodaira, Tóquio. Em 2 de abril de 1971, foi inaugurada a Universidade Soka, em Hachioji, Tóquio. Era o ano do centenário de nascimento de Makiguchi sensei e o dia do aniversário de falecimento de Toda sensei. * * * Em 1973, Ikeda sensei funda o Colégio Feminino Soka, de ensinos fundamental 2 e médio (atual Colégio Soka de Kansai, de ensinos fundamental 2 e médio), em Katano, Osaka. Ele cria sucessivamente a Escola Soka de Educação Infantil de Sapporo, a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio, a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Kansai e a Faculdade Feminina Soka. Em 2001, funda a Universidade Soka da América. Também foram criadas escolas de educação infantil em Hong Kong, Singapura, Malásia e Coreia do Sul, além da escola de educação infantil de Sapporo. O Colégio Soka do Brasil abrange desde a educação infantil até o ensino de nível médio. Em agosto deste ano [2023], foi realizado o tão aguardado ingresso da primeira turma do Colégio Internacional Soka da Malásia. * * * As escolas Soka continuam criando cidadãos do mundo que contribuem para a felicidade da humanidade. Ikeda sensei veio dedicando esforços também na promoção da cultura, com o sentimento de “somente a cultura pode criar a grande tendência para interromper os conflitos e elevar o coração das pessoas em direção à paz”. Em 1963, funda a Associação de Concertos Min-On e, em 1983, o Museu de Arte Fuji de Tóquio. A Min-On já realizou intercâmbios com 112 países e territórios, e um total de 120 milhões de pessoas assistiu às apresentações que organizou. O Museu de Arte Fuji de Tóquio orgulha-se de possuir um acervo de 30 mil itens e já realizou cinquenta exposições especiais de intercâmbio cultural internacional. Assim, essas instituições abriram para o povo a “melhor música” e o “esplendor da arte”, que são tesouros comuns de toda a humanidade, e vêm unindo os corações das pessoas com o poder da arte e da cultura. Cronologia da vida de Ikeda sensei 2 de janeiro de 1928 Nascimento no atual distrito de Ota, em Tóquio. 14 de agosto de 1947 Participação em reunião de palestra da Soka Gakkai. Encontro com seu mestre da vida, Josei Toda. 24 de agosto de 1947 Conversão e ingresso na Soka Gakkai. Janeiro de 1952 Nomeação como secretário executivo do Distrito Kamata. Liderança na propagação da Campanha de Fevereiro. 3 de maio de 1952 Casamento com Kaneko 2 de janeiro de 1953 Nomeação como responsável pelo Primeiro Distrito da Divisão Masculina de Jovens. 20 de abril de 1953 Nomeação como responsável substituto pelo Distrito Bunkyo. 30 de março de 1954 Nomeação como coordenador de staff da Divisão dos Jovens. Julho de 1956 Vitória como responsável pela campanha para as eleições da Câmara Alta (distrito eleitoral regional de Osaka). Registra a histórica vitória da “realização do inacreditável”. 9 de outubro de 1956 Início da orientação para o desenvolvimento de Yamaguchi. Liderança na campanha de propagação. 16 de março de 1958 Cerimônia Comemorativa do Kosen-rufu. Toda sensei confia-lhe o o bastão espiritual do movimento pelo kosen-rufu. 2 de abril de 1958 Falecimento de Toda sensei, aos 58 anos. 30 de junho de 1958 Nomeação para diretor. Liderança prática da Soka Gakkai. 3 de maio de 1960 Posse como terceiro presidente da Soka Gakkai. 2 de outubro de 1960 Partida rumo à sua primeira viagem ao exterior. 18 de outubro de 1963 Fundação da Associação de Concertos Min-On. 17 de novembro de 1964 Fundação do Partido Komei. 2 de dezembro de 1964 Início da escrita do romance Revolução Humana. Abril de 1968 Inauguração do Colégio Soka, de ensinos fundamental 2 e médio, em Kodaira, Tóquio. 8 de setembro de 1968 Anúncio da Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas na Convenção da Divisão dos Universitários. 2 de abril de 1971 Inauguração da Universidade Soka. 5 de maio de 1972 Primeiro diálogo com o historiador Dr. Arnold J. Toynbee, na residência deste em Londres. 26 de janeiro de 1975 Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) e posse como seu presidente. 24 de abril de 1979 Posse como presidente honorário da Soka Gakkai. 25 de janeiro de 1983 Comemorando o dia 26 de janeiro, Dia da SGI, publica no Seikyo Shimbun sua Proposta de Paz, intitulada Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. 8 de agosto de 1983 Recebe a Medalha da Paz das Nações Unidas. 3 de novembro de 1983 Fundação do Museu de Arte Fuji de Tóquio. Abril de 1985 Inauguração da Faculdade Feminina Soka. 6 de agosto de 1993 Início da escrita do romance Nova Revolução Humana. 26 de junho de 1996 Visita à Costa Rica, na América Central, 54o país ou território visitado. 3 de maio de 2001 Inauguração da Universidade Soka da América. 23 de abril de 2008 Na Reunião de Líderes da Soka Gakkai é feito o anúncio de que a SGI alcançou 192 países e territórios. 5 de novembro de 2013 Consagração do Gohonzon no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. 6 de agosto de 2018 Término da escrita dos trinta volumes do romance Nova Revolução Humana (junto com o romance Revolução Humana, totaliza 7.978 publicações em série no jornal Seikyo Shimbun). 28 de abril de 2022 Outorga do título de doutor honoris causa em pedagogia pela Universidade Nacional Chungbuk, da Coreia do Sul, seu 400o título acadêmico honorário. 15 de novembro de 2023 Falecimento aos 95 anos. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 244, 2023. / 2. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 10, 2019. / 3. Ibidem, v. 21, p. 38, 2019. / 4. Ibidem, v. 16, p. 152, 2021.
22/11/2023
Notícias
BS
Jovens de primeira categoria
O mês de novembro 2023 se reveste de reafirmada determinação para as integrantes do Ikeda Kayo Kai (IKK), da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da BSGI. Grupo fundado há quinze anos por consideração do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, tem como objetivo promover um ambiente de aprimoramento para as jovens, a fim de que despertem para a importância da postura de uma mulher de primeira categoria. Como encoraja a coordenadora da DFJ, Livia Endo: “Não há necessidade de ser alguém especial, mas que vence a si mesma, como mulher e cidadã exemplar, inspirando as demais pelas próprias vitórias”. Livia enfatiza um trecho do livro Seja a Esperança, de autoria do presidente Ikeda, no qual ele direciona: “Não há um caminho que seja fácil. Quanto maior for o objetivo, é natural que o caminho a percorrer seja árduo de dificuldades. A pessoa que supera tais dificuldades torna-se alguém de ‘primeira categoria’”.1 Nas várias regiões do país, os encontros se diversificaram nas programações, seguindo as características locais, e todas em sintonia com as palavras do Mestre, com base na mensagem enviada especialmente para a celebração dos quinze anos do Ikeda Kayo Kai (leia abaixo). No Rio Grande do Sul, por exemplo, o tema foi embasado no Gosho A Torre de Tesouro. Houve concessão de Gohonzon para integrante da DFJ, formação da 15ª turma do IKK com uma nova Kayo, além do encontro geral com as participantes das demais turmas, incluindo as que integram hoje a Divisão Feminina. . Com determinação, selaram o juramento de “Agora mais do que nunca seremos as discípulas que irão promover a grande onda da ampla propagação”. Eis o sentimento que permeou o coração das jovens Kayo por todo o país. “É a nossa vez! Vamos seguir em frente, eternizando a relação de mestre e discípulo na construção de um mundo melhor, como jovens de primeira categoria”, fortalece a coordenadora da DFJ, Livia Endo. Como isso será atingido? “Cultivando diariamente um ‘forte eu’ e um ‘invencível eu’ por meio da vibrante recitação do daimoku com base na genuína fé e forte decisão de que realizarão infalivelmente a transformação do destino, tal qual Ikeda sensei nos solicita. Irmãs Kayo de profunda missão, vamos juntas!”, encoraja Livia. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 21. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, em comemoração dos quinze anos de fundação do grupo Ikeda Kayo Kai do Brasil Parabéns pelos encontros comemorativos das minhas amadas irmãs Kayo do Brasil que resplandecem em meio ao nobre e sincero bailar dinâmico da juventude! Agradeço sinceramente a dedicação constante de todas. Tenham a certeza de que o admirável empenho de cada uma de vocês está sendo observado e louvado pelo buda Nichiren Daishonin. Daishonin assegurou a uma discípula: “Ao acender uma chama para uma pessoa à noite, iluminará não somente ela, mas também a si própria. (...) Ao fortalecer a capacidade de uma pessoa, intensificará também a própria”.1 A juventude é sempre uma batalha contra as angústias e as preocupações. Em meio a esse cenário, quão extraordinária é a rede de solidariedade Kayo, em que as integrantes constroem juntas a condição de felicidade, incentivando umas às outras e transformando as dificuldades em estímulo para o crescimento, com vigor, sabedoria e alegria! Por favor, desabrochando de forma revigorante as flores do diálogo da esperança e da justiça, expandam prazerosamente a alegria da vitória na juventude. Minha esposa e eu estaremos sempre orando pela boa saúde e grande boa sorte de vocês, inestimáveis tesouros, bem como pela harmonia e pelo bem-estar da sua família. Desfrutem excelente disposição! Em novembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Nota: 1. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 2150. Nova edição. RM Penha, CCLP, São Paulo RE Vila Velha RM Irajá, Rio de Janeiro No topo: Sub. Casa Verde, em São Paulo, SP, recebe a coordenadora da DFJ, Livia Endo, na segunda fileira, quarta a partir da esq.
22/11/2023
Notícias
BS
Eterna unicidade com o Mestre
O dia 18 de novembro de 2023 se revestiu de profundos significados. Há meses programada, a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI trouxe como marcos o Dia da Fundação da Soka Gakkai; o falecimento do primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi; e o 10o aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido). No horário marcado, no Centro Cultural de Bauru, no município paulista distante 178 km da capital, cerca de 350 líderes representantes e outros 20 mil conectados pela transmissão simultânea uniram-se num só coração. A notícia de que Ikeda sensei encerrou sua existência, serenamente, em seu lar, aos 95 anos, trouxe a todos um misto de sentimentos — tristeza, gratidão e renovada determinação — que irradiou pelo país. Misticamente, as lideranças de bloco e acima da BSGI estavam juntas. O palco da RNL constituiu-se no ambiente de afeto e de solidariedade, para homenagear Ikeda sensei, que, ao longo de décadas, dedicou inestimáveis esforços para a edificação da Soka Gakkai e da nossa BSGI de hoje. Alinhando a comunicação e o sentimento com essa perda recente, foi feita a leitura do comunicado oficial da BSGI pelo coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo (CGESP), Marcio Iutaka, e, na sequência, foram apresentados vídeos com os pronunciamentos do vice-presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Hiromasa Ikeda, e do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, a respeito do falecimento do presidente Ikeda, referindo-se à obra e ao legado de Ikeda sensei, bem como ao importante papel dos discípulos doravante [confira íntegra dos pronunciamentos ]. Logo após, orando pela felicidade eterna do Mestre, houve a recitação de gongyo e daimoku, assim como a cerimônia de shoko, por representantes na sede de Bauru e nos lares dos membros Soka de todo o país, com profunda gratidão. As lideranças da Juventude Soka do Brasil ocuparam o palco, para assumir o papel de vanguarda que lhes cabe nesse levantar dos genuínos discípulos na construção dos sonhos do Mestre [veja íntegra das palavras na p. 11]. Na mesma sintonia, vieram as palavras da coordenadora da Divisão Feminina (DF), Selma Inoguti; vídeo com manifestação do coordenador-geral da CGERJ, Rodrigo Moura; e do coordenador-geral da CGRE, José Luiz Prieto. Diretriz eterna Um momento de profunda comoção rompeu a distância física dos participantes do encontro. Era hora de ouvir a mensagem comemorativa do dia 18 de novembro, que fora escrita antecipadamente por Ikeda sensei, ficando a leitura a cargo de Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior da BSGI, em meio à emoção e à determinação. Um legado, uma bússola para os discípulos [leia íntegra na p. 11]. Com essa mensagem norteadora, o ambiente se converteu em vigorosa decisão de luta conjunta. Em suas palavras, o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, não contendo o sentimento pelos anos vividos junto com o presidente Ikeda, disse ser este um momento desafiador e de profunda tristeza, e que juntos todos puderam oferecer orações pela felicidade eterna do Mestre. E solicitou: “Agora é hora de levantar-se e concretizar os sonhos de Ikeda sensei por meio das nossas ações. Façamos com que este momento seja o início de uma nova era que será levada adiante pelos genuínos discípulos Ikeda”. Shiratori direcionou também para o importante papel das lideranças em cada localidade. Reforçou a importância de utilizarmos, como base das nossas ações, as comunicações oficiais fornecidas pela BSGI, evitando comunicados paralelos, que podem conter versões distorcidas ou não condizentes com os fatos. A nova era dos discípulos Soka chegou. “Por meio do nosso levantar, vamos tornar realidade os princípios budistas na sociedade, tendo a mensagem de Ikeda sensei como nossa eterna diretriz para o avanço do kosen-rufu do Brasil. Vamos irradiar esperança para o mundo inteiro”, conclamou Shiratori. presidente da BSGI, Miguel Shiratori, incentiva os líderes. “Boa tarde!” — com esse caloroso cumprimento e o oferecimento de uma carta com um desenho, os estudantes recepcionam os participantes da RNL. Um gesto puro que toca o coração de todos Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, comemorativa do Dia 18 de Novembro1 Sinceros parabéns por este encontro comemorativo que assinala a vigorosa partida rumo ao vindouro “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Imagino quanto o Buda Nichiren Daishonin esteja admirado com o louvável empenho diário dos senhores, honrosos pioneiros do kosen-rufu mundial. Daishonin afirma: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento”.2 Justamente por vivermos um momento de provações no mundo inteiro, que possamos recitar, de forma intensa, daimoku do rugido do leão e, juntos, com renovada decisão, devotar a vida em prol do “grande juramento pelo kosen-rufu”! E, com os jovens na vanguarda, vamos todos, imbuídos da energia vital juvenil dos bodisatvas da terra, expandir corajosamente a rede da esperança e da paz! Dedico aos senhores palavras do meu venerado mestre, Josei Toda: “As ladeiras das dificuldades fazem com que a fé se fortaleça e a condição de vida se aprofunde. Quanto mais ladeiras das provações transpusermos na vida, mais a felicidade, os valores humanos e a vitória aumentarão”. Haja o que houver, peço que avancem sempre com harmonia e alegria. Junto com minha esposa, estou orando com seriedade, todos os dias, pela boa saúde e longevidade e pela boa sorte e prosperidade dos senhores e de seus familiares. Em novembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Escrita antecipadamente pelo presidente Ikeda. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 269, 2017. Eterna decisão “Nosso mestre, com toda a sua benevolência, nos ‘forjou’ até o último momento de sua nobre existência. Por isso, estamos preparados para assumir seu grande legado como discípulos sucessores. Certa ocasião, quando questionado como ele conseguiu construir uma grandiosa organização pelo kosen-rufu tendo vivido apenas dez anos ao lado de seu mestre, ele respondeu: ‘Em meu coração, Toda sensei jamais morreu’. Acredito que esta seja nossa eterna decisão. Esta RNL ficará gravada eternamente em nossa vida”. Marcio Iutaka, coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo *** Um único coração “Apesar da tristeza, vamos levantar e fazer desta RNL nosso eterno Dia 16 de Março — o dia em que os verdadeiros discípulos se levantam e assumem o bastão espiritual das mãos do Mestre. Aos líderes da Divisão Sênior: chegou a nossa hora! Vamos assumir a responsabilidade pelo kosen-rufu por todo o futuro, com uma atuação digna da existência de Ikeda sensei.” Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior da BSGI *** Juntos com sensei “Com base na profunda relação de mestre e discípulo, vamos vencer. (...) Sinto profunda tristeza, mas, ao mesmo tempo, muita gratidão e renovada decisão. (...) Vamos, cada qual, cumprir nossa missão, nosso juramento seigan no local em que estamos. Seremos muito mais felizes e vamos continuar contribuindo para a felicidade das pessoas com muito mais daimoku. A era dos discípulos Ikeda começa agora, começa comigo. Com nossa atitude, vamos demonstrar, na nossa própria vida, quem é Ikeda sensei”. Selma Inoguti, coordenadora da Divisão Feminina da BSGI *** União indestrutível “Hoje, iniciamos o dia com a triste notícia do falecimento de Ikeda sensei. Gostaria de clamar para que todos nós vençamos e avancemos sempre, cumprindo os ideais com os quais nosso mestre nos direcionou ao longo de todos esses anos. E que possamos retribuir às dívidas de gratidão com nosso mestre com união indestrutível de itai doshin entre todos os membros da BSGI”. Rodrigo Moura, coordenador da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro *** Honra de sermos discípulos Ikeda “Ikeda sensei, continuarás imortal por todas as existências em nosso coração. Recordo-me de que, quando sensei veio a Brasil, ele nos disse: ‘Fiquem tranquilos, o papai chegou’. Hoje, misticamente, reunidos nacionalmente, estamos venerando a vida de nosso mestre. Agradeço a dedicação de todos os companheiros da CGRE pelo empenho e esforço diariamente, auxiliando as pessoas, sem se importarem com a distância. Nunca, jamais, desanimem ou criem a dúvida no coração, pois temos a honra em sermos discípulos Ikeda e vivermos em sua época”. José Luiz Prieto, coordenador da Coordenadoria-Geral das Regiões Estaduais *** O brilho da Juventude Soka Em suas palavras, os líderes da Juventude Soka da BSGI bradaram a decisão dedicada a Ikeda sensei: “Nós, da atual geração de jovens, somos afortunados em poder aprender sobre a jornada do Mestre lendo o romance Nova Revolução Humana. Aprendemos também com nossos queridos veteranos, que puderam receber Ikeda sensei no Brasil em quatro maravilhosas ocasiões, que a relação de mestre e discípulo não depende da distância nem se limita ao encontro físico, mas sim do nosso puro e sincero coração e espírito de procura, em agir da mesma forma como sensei nos ensinou, sendo um valor humano que luta pela felicidade das pessoas. Neste dia 18 de novembro de profundo significado, representando toda a Juventude Soka do Brasil, bradamos nossa mais elevada gratidão, querido e eterno mestre da vida! A legião de jovens Soka brasileiros se levanta neste momento para cumprir o juramento seigan! Por meio dos nossos próprios esforços, iremos dignificar a nobre existência do Mestre e dar continuidade ao seu legado na construção de um mundo de paz e da felicidade para todas as pessoas. Nós construiremos o futuro do kosen-rufu que Ikeda sensei tanto sonhou! Cultivando eternamente o Mestre no coração, avançaremos e venceremos infalivelmente na vanguarda da ‘BSGI, Monarca do Mundo!’. Conte com a Juventude Soka ‘mais azul que o índigo’ e os sucessores Ikeda 2030.” Líderes da Juventude Soka do Brasil: a partir da esq., Livia Endo, Monique Tiezzi, Camila Akama e Edjan Santos Fotos: BS
22/11/2023
Artigos
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O levantar dos discípulos com eterna gratidão ao Mestre
MIGUEL SHIRATORI, PRESIDENTE DA BSGI Expresso meus mais sinceros sentimentos de condolências à Sra. Kaneko Ikeda e aos demais familiares pelo falecimento do nosso mestre da vida, Daisaku Ikeda, bem como a todos os membros da SGI e da BSGI. Estimados companheiros, para nós, este é um momento bastante difícil e de muita tristeza. Juntos, estamos oferecendo sinceras orações em memória e em gratidão a Ikeda sensei por tudo o que ele nos proporcionou. Nas palavras da Sra. Kaneko, transmitidas pelo Sr. Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI [em seu pronunciamento em vídeo apresentado na recente 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI], ela ressaltou um ponto de muita importância para nós. Referindo-se a Ikeda sensei, ela afirma: “Há mais de dez anos, ele expressou que ‘doravante assumiria a liderança pelo eterno futuro, conforme o princípio da imortalidade da vida ensinado pela Lei Mística’, e felizmente ele pôde transferir completamente o bastão espiritual, sentindo assim plena segurança e tranquilidade”. Realmente, desde o momento em que deixou de participar presencialmente das atividades, em 2010, nosso mestre consolidou a base sólida para o futuro, criando inúmeras gerações de sucessores, motivo pelo qual somos eternamente gratos. O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada [também no pronunciamento em vídeo apresentado na RNL], destacou pontos relevantes sobre os quais é essencial refletirmos. Ele declara: “Todos nós, que herdamos o bastão espiritual do kosen-rufu, vamos suplantar a tristeza e dar início à nova caminhada, fortalecendo nossa fé ‘dia após dia, mês após mês’. Desde a sua conversão, por mais de 76 anos, Ikeda sensei dedicou-se integralmente a servir ao seu mestre, Josei Toda [segundo presidente da Soka Gakkai], e perseverou com abnegada devoção na grandiosa luta de jamais poupar a própria vida e oferecê-la em prol da propagação da Lei”. Ao finalizar, o presidente Harada nos convida: “Vamos avançar diariamente, fortalecendo ainda mais a união indestrutível rumo à conclusão do kosen-rufu do Japão e do mundo, e pela prosperidade duradoura da Soka Gakkai por todas as gerações futuras. Creio firmemente que este é o caminho do discípulo para saldar as imensuráveis dívidas de gratidão com o Mestre, Daisaku Ikeda, por tão longo período”. Nesse sentido, vamos fazer uma profunda reflexão sobre a nossa relação com nosso mestre desde o momento em que o conhecemos. Eu tive o privilégio de conhecê-lo há 57 anos. Tudo o que ele realizou é algo extraordinário. Ikeda sensei promoveu amplo desenvolvimento do kosen-rufu, sem precedentes na história, a mais elevada expressão do budismo para a atualidade, uma filosofia sem igual que hoje transcende qualquer ideologia. Se realizada corretamente, a prática do Budismo de Nichiren Daishonin infalivelmente torna as pessoas absolutamente felizes. Misticamente, os líderes de bloco e acima de todo o Brasil, participantes da recente RNL , unidos, realizaram uma cerimônia em que ofereceram orações ao presidente Ikeda. Acredito que esse aspecto não se deve a um acaso, mas represente a perfeita sintonia com Ikeda sensei que devemos evidenciar de agora em diante, conforme destacamos em nossas atividades, tais como no Encontro com o Mestre. Conto com a compreensão de todos neste momento fundamental da obra e da nobre existência do nosso mestre. Que todos nós manifestemos e transmitamos coragem e alegria por lutar ao lado de Ikeda sensei, sem jamais nos afastar ou desistir desse caminho! Além disso, gostaria de reforçar a importância de utilizarmos, como base das nossas ações, as comunicações oficiais fornecidas pela BSGI, evitando comunicados paralelos, que podem conter versões distorcidas ou não condizentes com os fatos. Os líderes da BSGI, junto com os da Soka Gakkai, estão estudando a respeito das cerimônias em memória de Ikeda sensei a ser realizadas doravante. Solicitamos que aguardem os comunicados oficiais de sua respectiva organização. Também, a partir deste momento, haverá publicações no Seikyo Shimbun, que serão veiculadas no jornal Brasil Seikyo, como importantes materiais que servirão para incentivar todos os membros. Na mensagem do presidente Ikeda, enviada para a 16a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no dia 1o de novembro deste ano, ele expressou: Na conclusão da minha mensagem, gostaria de ler a passagem dos escritos: “A vida é limitada; não devemos poupá-la. O que, afinal, devemos aspirar é à terra do buda”.1 Interpretando esse último trecho como “Afinal, o que devemos aspirar é ao kosen-rufu e à paz mundial”, vamos gravar profundamente essa mensagem de Nichiren Daishonin em nosso coração! Por ocasião do falecimento de seu mestre, Josei Toda, há 65 anos, Ikeda sensei registrou no Diário da Juventude: A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!2 Acredito que essa deva ser também a nossa postura como discípulos que possuem essa profunda dívida de gratidão com o Mestre. Com seu amplo coração, recentemente, ele nos dedicou uma significativa mensagem alusiva ao dia 18 de novembro, Dia da Soka Gakkai. É a eterna diretriz para o avanço do kosen-rufu do Brasil. Mais que nunca, este é o momento de nos levantarmos. Se estamos enfrentando questões e dificuldades, agora é a hora de promovermos nossa própria transformação, de lutarmos em prol do kosen-rufu e de concretizarmos os sonhos do nosso mestre por meio de nossas ações. Façamos deste momento o início de uma nova era que construiremos como genuínos discípulos Ikeda. Vamos nos unir nas orações, confortar-nos mutuamente e compartilhar incentivos para que possamos ultrapassar os desafios com sabedoria, coragem e determinação. Como organização “Monarca do Mundo”, por meio do nosso levantar, vamos irradiar a esperança para o mundo inteiro. Muito obrigado a todos! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 223, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 459.
22/11/2023
Notícias
BS
Consolidar a educação humanística Soka
Os membros da Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI acompanharam por transmissão via internet e presencialmente a partida com a nova liderança da coordenadoria no Auditório da Paz, em São Paulo, SP, na tarde do dia 4 de novembro. Representando os formandos, Sonia Kato agradeceu pela trajetória de conquistas que a Coordenadoria Educacional atingiu em toda a BSGI, citando como exemplo a implantação da Academia Magia da Leitura nas localidades. “Avançamos, pois existiam pessoas que jamais desistiam”, enfatizou. Ardísia Farias, nova coordenadora do Educacional da BSGI, iniciou suas palavras agradecendo aos formandos, ressaltando a eles que continuam fazendo parte preciosa da rede de educadores Soka. Ardísia compartilhou sua jornada como professora, bem como seus desafios e suas conquistas, sempre com foco nos incentivos de Ikeda sensei transformando tudo com daimoku. O direcionamento para a CEduc será, em especial, a luta conjunta de mestre e discípulo. “Vamos juntos, em união harmoniosa, dar um passo adiante rumo ao objetivo de 2024, que é a consolidação da rede de incentivo aos educadores Soka, para que se desenvolvam e vençam em seu local de atuação. Vamos pôr em prática os direcionamentos do Mestre”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da reunião de partida da CEduc. Além de agradecer pelos abnegados esforços dos formandos, ressaltou que o momento oportuno é de avanço e de consolidar os ideais da educação humanística em nossa sociedade. Dentre seus incentivos, teceu comentários para essa nova era do Educacional. “Chegou o momento em que devemos estabelecer o ensinamento para a transformação. Mudar o coração do ser humano é o propósito do Budismo Nichiren. Em conjunto com os educadores Soka, cada qual, vamos nos incentivar mutuamente a vencer na prática da fé, difundir o movimento educacional Soka em todo o Brasil e criar uma consciência para a cultura de paz. A educação é a chave para a transformação. Vamos comprovar que a educação Soka faz a diferença em nosso país”. participantes do encontro da CEduc No topo: foto comemorativa da reunião de partida realizada no Auditório da Paz Fotos: BS
11/11/2023
Notícias
BS
Avanço corajoso
Cada localidade da BSGI tem sua característica, o que influencia diretamente na formação das organizações de base. O Distrito Pioneiros, da RM Campo Grande Sul, recebe muitos jovens que vêm em busca do sonho universitário, residindo temporariamente na região. “A nossa luta foi sempre para formar valores e criar profundos laços de amizade”, afirma o líder do distrito, José Aparecido Ferreira. Dessa maneira, os jovens da localidade encontram ambiente de acolhimento e de desenvolvimento, no qual podem contribuir com suas ideias. São três comunidades: Cohab, Cafezais e Pioneiros, sendo esta última a que possui maior número de jovens devido à localização. O comparecimento nas reuniões de palestra, porém, até o ano passado, ainda era pequeno. Herlon Arakaki Gazola, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ), relata que em uma atividade estavam praticamente ele e a responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Maria Eduarda Miranda. Ela que se mudou de Penápolis, SP, para Campo Grande a fim de cursar faculdade de fisioterapia se uniu a Herlon e, com apoio dos papais e das mamães, integrantes das Divisões Sênior (DS) e Feminina (DF), decidiram se levantar e fazer reuniões mais animadas com quizzes e Kahoot! (jogo de perguntas e respostas) envolvendo a todos. “Mostramos aos jovens que nós podemos trazer a nossa tecnologia e o nosso mundo para as RP”, frisa Maria Eduarda. Isso, atrelado às sinceras orações para que os jovens viessem e ficassem. Herlon também faz faculdade à noite e trabalha de dia. Ele comenta que, a despeito do tempo curto e dos membros inativos, essas dinâmicas construídas com base nos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS), além das visitas e de muita interação, com o total apoio das demais divisões, resultaram no aumento do número de jovens. Uma forte corrente de daimoku envolvendo a Divisão Feminina fortalece a estrutura da organização, relata a responsável pela DF da Comunidade Pioneiros, Maria Aparecida Cândido da Cunha, conhecida na localidade por Nita. O impulso maior veio com o festival promovido pela Sub. MS, em julho deste ano [2023], no qual participaram 24 jovens levados pelo Distrito Pioneiros. “Certamente, esse foi um marco para o distrito, e rumo à concretização dos cem jovens, estamos agora trazendo todos eles para essa órbita humanística maravilhosa”, enfatizam Herlon e Maria Eduarda. “Sensei sempre diz que somos seus sucessores, então, que a nossa luta comece a partir de hoje, aqui e agora. Vamos vencer!” Foto comemorativa do festival dos jovens da Sub. MS promovido em julho, impulsionando os resultados do Distrito Pioneiros O líder do distrito, José Aparecido, reforça o estímulo dado aos membros para que se integrem às programações e aos grupos horizontais. Pela Divisão Sênior, por exemplo, são três os que fazem parte do Ohjohkai, grupo de apoio às atividades. No topo: aspecto dos integrantes da Comunidade Pioneiros na reunião de palestra de outubro Fotos: Colaboração local
09/11/2023
Minha Localidade
BS
“Façam o kosen-rufu à moda baiana”
Brasil Seikyo inicia, nesta edição, nova série, na seção Minha Localidade, que conta sobre a dedicação dos membros da BSGI ao movimento pelo kosen-rufu nas cidades brasileiras com base na relação de unicidade de mestre e discípulo Na Bahia, estado conhecido pela diversidade e alegria contagiante do seu povo, a organização da BSGI vem florescendo há 59 anos com base no Budismo de Nichiren Daishonin cuja prática nos permite ser feliz e transmitir essa felicidade para todas as pessoas. O movimento pelo kosen-rufu na região começou com a chegada das primeiras famílias de membros da Soka Gakkai. Eram imigrantes japoneses e seus descendentes, que passaram a realizar atividades em idioma japonês numa colônia em Mata de São João, no interior baiano. Nos anos 1970, com a chegada de novas famílias, entre elas de brasileiros natos, foi quebrada a barreira do idioma e começaram a ser realizados encontros de estudo do budismo e a dos incentivos do presidente Ikeda. Com as conversões de novas famílias ao budismo, algumas provenientes de outros estados, abraçando a missão de propagar a filosofia humanística do Budismo Nichiren, a organização começou a se desenvolver e, em 1974, foi criado o primeiro bloco em Salvador, capital do estado. A primeira Sede Regional da BSGI na Bahia foi fundada na década de 1980. Em 1984, com a participação de membros de cidades do interior e de outros estados, foi formada a Regional Nordeste, cerne do kosen-rufu na região. Nesse período, um fator fundamental para solidificação da organização foi a criação dos primeiros grupos horizontais como Asas da Paz Kotekitai, Gajokai, Cerejeira e Taiyo Ongakutai. Anos depois, vieram Sokahan, Taiga, entre outros. A partir da década de 1990, houve um grande desenvolvimento com atividades em meio à sociedade como as exposições internacionais Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo e Diálogo pela Vida — Por uma Cultura de Paz e o seminário Makiguchi em Ação, na Universidade Estadual da Bahia. Nessa trajetória dos membros baianos, várias atividades tiveram destaque, como a Convenção Cultural do Nordeste, que comemorou os quinhentos anos do descobrimento do Brasil, em abril de 2000, e o festival que celebrou o cinquentenário do movimento pelo kosen-rufu na Bahia, em 2014. Festival comemorativo dos cinquenta anos do movimento pelo kosen-rufu no estado Esses esforços dos membros locais na propagação dos ideais de paz, cultura e educação trouxeram o reconhecimento de diversos setores da sociedade, culminando com as homenagens concedidas ao presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, e à sua esposa, Kaneko, dentre eles: concessão do título de cidadão honorário de Salvador e de doutor honoris causa da Faculdade Católica de Ciências Econômicas da Bahia a Ikeda sensei. Atualmente, o avanço da Subcoordenadoria Bahia evidencia-se com o desenvolvimento de cada membro por meio de sua participação nas atividades de diversos níveis e nos grupos da organização, promovidas sempre com muita alegria, dinamismo e criatividade, e com ênfase na criação dos jovens sucessores que se encarregarão do futuro do kosen-rufu. Juventude Soka local em encontro recente Uma das principais diretrizes que norteiam essa dedicação dos companheiros baianos encontra-se nas calorosas palavras de Ikeda sensei contidas na mensagem que enviou para a Convenção Cultural do Nordeste no ano 2000: Os senhores que pertencem à família Soka do Brasil estão abrindo com toda coragem o caminho exemplar do kosen-rufu mundial, mantendo ao mesmo tempo a mais firme fé na suprema Lei Mística. Não há a mínima dúvida de que os senhores serão absolutamente vitoriosos na vida. Espero que todos, principalmente meus estimados companheiros da Divisão dos Jovens, herdem dignamente o sublime espírito e história da nossa SGI, que foi construída com suor e lágrimas derramados por nossos nobres veteranos e pessoas anônimas. Por favor, cultivem com todo o brilhantismo sua capacidade como dignos herdeiros. Para 2024, os integrantes da Sub. Bahia objetivam a inauguração do Centro Cultural de Salvador no ano em que a organização local comemorará seus sessenta anos. O lema da subcoordenadoria é “Vencer com união, coragem e alegria!”, posto em prática em seus esforços. Uma inspiração a mais é o incentivo do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, em recente atividade na localidade: “Façam o kosen-rufu à moda baiana”. Vitórias de representantes da BSGI de Salvador ao lado do Mestre Não há alegria maior Meu nome é Ana Bárbara Rocha, tenho 54 anos. Desde os momentos felizes até os mais desafiadores, minha conexão com o Mestre é a que me faz lembrar de retornar ao ponto primordial. Sempre! Digo isso porque chegar à condição em que me encontro hoje só foi possível pela minha prática da fé, ancorada nos encorajamentos de Ikeda sensei. Comecei minha prática do budismo aos 15 anos, embora tivesse ouvido o som do Nam-myoho-renge-kyo aos 9, que ficou gravado como uma poderosa causa. Realizava a prática individual em meu quarto, sob olhares e críticas de parentes e amigos, os quais constantemente diziam que eu estava ficando louca praticando uma religião tão diferente da nossa cultura. E mais, que dessa forma não criaria uma conexão com minha ancestralidade. Morar na região mais negra do Brasil, fora da África, e praticar o budismo seria estranho e distante do nosso contexto. Mas, com a mudança que passaram a presenciar em minha vida, consegui comprovar a força do daimoku, realizando shakubuku. Dois deles formam uma vitória surpreendente diretamente ligada a mim. O primeiro ocorreu em 1988, quatro anos depois da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, quando minha mãe começou a praticar comigo. Que alegria! O segundo momento foi quando conheci meu marido, com o qual formei uma família, com nossa amada Nina. Ela nasceu em setembro de 2011, fruto da comprovação da minha intensa batalha para contradizer os indícios médicos que sinalizavam a quase impossibilidade de eu ter filhos. Assim como afirma Nichiren Daishonin, “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Na área profissional, sempre procurando oferecer o meu melhor, como orienta o Mestre. Sou eventóloga de formação, com especialização em cerimonial público, gestão de pessoas e relacionamentos interpessoais desde 2006. Sinto uma profunda gratidão por todo o aprimoramento que recebi nos grupos horizontais da Divisão dos Jovens da BSGI, especificamente no Cerejeira (bastidor de atividades) e no Taiga (dança). Verdadeiro treinamento de vida, que me possibilitou atuar hoje nas produções de eventos com um diferencial que me destaca dos demais profissionais, com toque humanizado. Sou também pesquisadora e empreendedora de assuntos relacionados à sustentabilidade. Em meio a tantos desafios e vitórias, há um ano minha rainha, Regina Rocha, encerrou sua missão dignamente. Um momento de profunda dor, ao mesmo tempo de consciência de que a vida e a morte são tão unas quanto o dia e a noite. Eterna gratidão! E sigo avançando. Ano passado, assumi como vice-responsável pela DF da RM Salvador Oeste e determinei que seríamos vitoriosos em tudo, na vida pessoal, profissional e, sobretudo, social. Pois, afinal, não podemos deixar de fazer visita familiar, participar de reuniões e tirar um tempinho para comer um acarajé com os amigos. Isso também faz parte do nosso processo de revolução humana, ciente de que “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar Nam-myoho-renge-kyo”.2 Agradeço ao apoio e aos incentivos ininterruptos da minha amada Sub. Bahia! Ikeda sensei, minha eterna gratidão. Conte comigo! Seremos definitivamente felizes! Ana Bárbara dos Santos Rocha, vice-responsável pela DF de RM. Eventóloga Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Idem, p. 713. *** Educação humanística Cada pessoa tem uma missão que só ela pode concretizar. Dessa maneira, Ikeda sensei nos incentiva a agir em todos os campos da vida. Sou Orlando Pereira dos Santos Neto, 36 anos. Contribuir para o kosen-rufu sempre foi meu desejo e assim vim orando. É difícil dizer como se iniciou minha trajetória como professor, porque noto que nasci com essa habilidade e venho me aprimorando a cada dia. Quando cursava o pré-vestibular já dizia com veemência que queria ser professor, mesmo não tendo grandes oportunidades no que se refere à composição escolar, pois estudei a vida inteira vendo as precariedades das escolas públicas da Bahia. Havia um forte desejo de aplicar ainda mais o altruísmo que aprendi durante toda a minha vida na Gakkai e transformar a sociedade contribuindo para a formação de várias pessoas. Vale ressaltar que sempre ouvi de diversas pessoas frases pessimistas e de desprezo muito grande pela profissão, tais como “Professor não ganha bem”, “Os alunos não vão lhe respeitar” e “Vai ser um traumatizado no futuro”. Hoje, sou pós-graduado em metodologia do ensino da geografia, trabalho em escolas particulares e em cursos pré-vestibulares e preparatórios para concursos. Nitidamente é uma luta diária cheia de desafios. No entanto, não tenho o que reclamar da condição financeira, conquistei o respeito dos meus alunos e sou motivo de inspiração para muitos deles em qualquer campo de atuação. Nesses mais de dez anos de sala de aula, tive papel determinante em colocar centenas de jovens nas universidades. Também concedo direcionamentos para escolhas das profissões visualizando as habilidades de cada jovem e sempre relembro a responsabilidade pela harmonia familiar. Vários alunos passaram em concursos públicos e eu os incentivo e luto para que realizem ações que possibilitem um mundo melhor independente do campo de atuação. Digo que cada um deles já é “alguém na vida”, o que falta é mais conhecimento de mundo. Conforme cita o presidente Ikeda: “A união de todas as ciências encontra-se na geografia. O significado dessa disciplina é que ela apresenta a Terra como o lar duradouro de todas as ocupações do homem. O mundo separado da atividade humana é menos que um mundo”.¹ Os treinamentos que recebi da Gakkai, agregados à relação de mestre e discípulo, foram mecanismos indispensáveis nas minhas escolhas e regem minha trajetória e serão impulsos para voos mais altos envoltos nas superações vindouras. Nossa localidade está prestes a completar sessenta anos no significativo 2024. Com determinação renovada, sigo trilhando essa estrada aberta pelo Mestre com as próprias mãos e contribuo com minha vida para o kosen-rufu da nossa amada região. Sensei, conte comigo! Orlando Pereira dos Santos Neto, vice-coordenador de coordenadoria (CRE Leste). Professor No topo: integrantes da Sub. Bahia em frente ao conhecido Farol da Barra Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Educação Soka: Por uma Revolução na Educação Embasada na Dignidade da Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2017. p. 35. Fotos: Arquivo pessoal / Colaboração local / GETTY IMAGES
09/11/2023
Notícias
BS
Muita união e criatividade
A Área Ceilândia Sul é formada pelos Distritos Guariroba e Ceilândia Sul. No Distrito Guariroba, temos as Comunidades Guariroba e QNP Sul. No Distrito Ceilândia Sul estão os integrantes das Comunidades QNN Sul e QNM Sul. Trata-se de uma localidade que vem unindo forças entre veteranos e novatos com histórico repleto de iniciativas nos últimos cinco anos. O efeito pode ser constatado com a recente atividade Rolê da Juventude Soka, realizada em 22 de outubro, reunindo mais de cem pessoas, metade desse público formada por jovens. “Foi uma grande alegria. Todos nós líderes locais ficamos muito orgulhosos porque aquele trabalho de formiguinha que começamos em 2018 deu resultados”, enfatizam as lideranças locais. Com o tema “Eu sou o Futuro”, foram programadas diversas atividades pelos jovens, baseadas nas orientações de Ikeda sensei. Eles também curtiram muitas diversões como piscina, pula-pula, futebol de sabão, gincana, jogos, danças etc. Para chegar até esse dia, portanto, a união de forças, a criatividade e o senso de missão alicerçaram a atuação dos líderes locais, com os Jogos da Amizade, o Encontro entre Gerações, entre outras iniciativas. Passando o período da pandemia com o apoio on-line, no retorno das reuniões presenciais neste ano [2023], a atividade jovem foi remodelada para Rolê da Juventude Soka. Desabrocham os jovens valorosos, os quais atuaram nesse último “Rolê” na vanguarda das programações. Um deles é Júlio César Santiago, 26 anos, que neste ano participou da Academia Índigo. Também despontou nesse protagonismo Sthefanny Dhamiller, 16 anos. “Foi uma grande oportunidade de me reconectar novamente com a Soka Gakkai, com o budismo. E também de me conhecer um pouco mais, descobrir quem realmente sou. Pessoas felizes são pessoas fortes. Então, sou feliz”, ressalta a jovem. Por meio dessa atividade cada distrito concretizou, em média, 25 jovens, e agora avançam motivados a buscar a conquista dos cem jovens! “Nossa meta é concluir a luta dos cem jovens por distrito até o mês de fevereiro do próximo ano, quando celebraremos os quarenta anos da visita de Ikeda sensei à nossa cidade”, reforçam Fernando Pereira, líder da Área, e Renilde Oliveira, vice-responsável pela DF da Área, representando a todos. No topo: o final festivo do Rolê da Juventude Soka da Área Ceilândia Sul, com mais da metade do público formada por convidados Foto: Colaboração local
09/11/2023
Notícias
BS
Visualizar o futuro
Em um dos trechos da Nova Revolução Humana, volume 24, capítulo “Ode às Mães”, Ikeda sensei dialoga sobre as perspectivas, os desafios e a visão ampla sobre o século 21. Em determinada parte, ele enfatiza: Devemos analisar o presente com clareza e objetividade, visualizar o futuro que desejamos e, então, agir para convertê-lo em realidade. Precisamos nos esforçar ao máximo, confiando na força da nossa vida e no potencial intrínseco da humanidade. O budismo é um ensinamento que extrai o potencial ilimitado que cada um possui.1 Com a visão e as ações voltadas para o futuro estão a Sub. Minas Sul, CRE Leste, e a Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste. Na Sede Regional de Campo Grande, de forma híbrida, os líderes se reuniram para definir o plano de atividade para 2024 e a atuação da Juventude Soka com o movimento dos cem jovens por distrito. Marcos Fonseca, coordenador da CRE Oeste, incentivou os líderes com trechos do discurso de Ikeda sensei, publicados na edição 2.644 do BS, de 14 de outubro deste ano. Fonseca destacou a importância de ensinarmos os jovens a falar sobre o budismo e a Soka Gakkai: “Todos nós temos a oportunidade de nos encontrar com o presidente Ikeda todos os dias pela leitura da Nova Revolução Humana. Vamos vencer”. Já em Belo Horizonte, MG, os membros e líderes da Sub. Minas Sul se encontraram no Centro Cultural de Belo Horizonte para a partida da nova organização, criada com o avanço da localidade. Líderes das RM Sul de Minas, Zona da Mata e BH Oeste manifestaram suas decisões, com foco no crescimento e apoio aos jovens e no desenvolvimento da organização de base. Força e dinamismo na nova fase da Sub. Minas Sul, CRE Leste Ilka Haro, responsável pela Divisão Feminina da Sub. Minas Sul, parabenizou os novos líderes e compartilhou o incentivo: “Sensei diz que devemos ser vitoriosos até 2030 para construir um tempo com o foco na felicidade da humanidade. Quando se manifesta a alegria por recitar daimoku, significa que com certeza está utilizando a estratégia infalível do Sutra do Lótus. Vamos nos tornar pessoas que realizam seus objetivos!”. No topo: líderes da Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste, dialogam e se incentivam rumo a 2024 Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Ode às Mães. Nova Revolução Humana. v. 24. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. Fotos: Colaboração local
09/11/2023
Especial
BS
Castelo da unicidade de mestre e discípulo
O Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido, em japonês) foi inaugurado em 18 de novembro de 2013 e representa a consolidação da unicidade de mestre e discípulo, assim como o juramento seigan pela concretização do kosen-rufu, desejo e testamento máximo do buda Nichiren Daishonin. Na mensagem para a inauguração, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, destaca: Este grande castelo é a suprema torre de tesouro entre os seres humanos onde os cidadãos do mundo da Lei Mística se reúnem superando quaisquer diferenças e incentivam-se mutuamente e avançam contínua e ininterruptamente rumo ao juramento seigan: paz, tranquilidade e felicidade de cada pessoa; prosperidade da sociedade, paz do mundo e transformação do destino da humanidade.1 Assim, desde a sua inauguração, milhares de membros da Soka Gakkai do Japão e do mundo têm visitado o Auditório do Grande Juramento para reconfirmar sua determinação de atuar pela paz em sua respectiva localidade com base nos princípios humanísticos budistas e no sincero desejo de corresponder às expectativas do Mestre. Atualmente, a visitação ao Daiseido está gradativamente sendo retomada devido aos cuidados sanitários e de saúde decorrentes da pandemia da Covid-19. Ao entrar no Auditório do Grande Juramento, há o Monumento do Juramento Seigan pelo Kosen-rufu, e nele é possível visualizar uma caligrafia gravada em placa com a palavra “Kosen-rufu” com a inscrição no estilo vigoroso de Ikeda sensei. Num trecho consta: “O kosen-rufu do Jambudvipa [o mundo inteiro] é o testamento de Nichiren Daishonin. A Soka Gakkai é a única organização religiosa da correta linhagem que realiza o kosen-rufu”.2 Monumento do Juramento Seigan pelo Kosen-rufu No auditório, encontra-se o Gohonzon de Consagração Permanente da Soka Gakkai com a seguinte inscrição: “Grande Desejo pela Concretização do Kosen-rufu, a Propagação Benevolente da Grande Lei”. Sobre ele, Ikeda sensei ressalta: Eu, como discípulo de unicidade do presidente Josei Toda, meu mestre, vim protegendo solenemente este Joju Gohonzon na Sala Shitei da sede. Para a concretização do grande desejo da “Propagação Benevolente da Grande Lei” e da “Concretização do Kosen-rufu”, parti para o mundo. Fiz do juramento de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” do nosso primeiro presidente, professor Makiguchi, que se martirizou na prisão lutando contra o regime militarista, meu próprio juramento, e vim expandindo a grande rede de solidariedade da paz, cultura e educação em todo o planeta. Diante deste Gohonzon, vim orando pela saúde, longevidade e felicidade de todos os companheiros, como também pela sua revolução humana e a consecução do estado de buda na presente existência, visualizando a criação de pessoas de grande valor, genuínos seres humanos herdeiros por todo o eterno futuro. (...) Como o Sutra do Lótus afirma, os senhores são bodisatvas que aqui se reúnem imbuídos de coragem, vindos de todas as partes do mundo, em perfeita “fusão da realidade e da sabedoria” (kyochi-myogo) com o Gohonzon do Kosen-rufu. Esta é, de fato, uma assembleia dourada em que a vida de grande juramento do remoto passado inicia uma renovada partida como o brilhante sol da alvorada, com a disposição de ter renascido agora.3 Para cumprir essa grandiosa missão, no Brasil, os integrantes da BSGI têm se dedicado incansavelmente a construir uma sociedade de paz, desafiando inúmeras dificuldades, como os causados pela recente pandemia do coronavírus. Em especial, vêm se fortalecendo por meio do estudo do budismo, atuando intensamente nas organizações de base e criando um ambiente propício para o surgimento dos jovens sucessores que se encarregarão do futuro da humanidade. Visando celebrar vitoriosamente o centenário da Soka Gakkai e os setenta anos da BSGI em 2030, inicia-se agora uma nova etapa do movimento pelo kosen-rufu empreendido pela BSGI. O presidente Ikeda expressa suas expectativas na atuação dos companheiros do Brasil e do mundo, enfatizando: A partir de hoje, desejo iniciar um grande avanço da justiça e da esperança, alçando voo com alegria para a nova era do kosen-rufu mundial, fazendo deste castelo o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. O que os senhores acham?“Este é meu juramento” — fazendo arder ainda mais fortemente a chama desta decisão, vamos nós, da família Soka, junto a este Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, nos comprometermos mutuamente a adornar nossa vida com a conquista de uma indestrutível existência de grandes vitórias e plena realização, superando resolutamente todas as adversidades com união harmoniosa e vivacidade.4 Gongyo em torno do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, neste auditório Sobre o Daiseido Joju Gohonzon inscrito para a Soka Gakkai em 1951. No “Gohonzon de Consagração Permanente da Soka Gakkai” presente no Daiseido está escrito à esquerda do objeto de devoção “Grande Desejo pela Concretização do Kosen-rufu, a Propagação Benevolente da Grande Lei” e, à direita, “Inscrito Eternamente para a Soka Gakkai”. Foi consagrado no dia 5 de novembro, pelo próprio presidente Ikeda.85 países foram representados na primeira reunião geral no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu.Capacidade do auditório principal para 1.400 pessoas.Desenho do teto é uma fênix, representando o zarpar do Budismo Nichiren como religião mundial.92 países e territórios e as 47 províncias de todo o Japão representados por pedras depositadas na base do oratório do auditório.Pedra brasileira reveste o piso da parte térrea.Oito pilares frontais representam os oito ideogramas deixados para os seres humanos desta era por Shakyamuni e representam o espírito Soka de prezar cada membro da Soka Gakkai como se fosse o Buda.Edifício de sete andares construído numa base de 22 metros de profundidade para ser seguro em caso de terremoto.120 mil trabalhadores envolvidos na construção do prédio, que durou dois anos. No topo: aspecto magnífico do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.203, 16 nov. 2013, p. A1. 2. Leia a íntegra da inscrição no Brasil Seikyo, ed. 2.208, 21 dez. 2013, p. C3. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.203, 16 nov. 2013, p. A1. 4. Ibidem.
26/10/2023
Encontro com o Mestre
BS
Cultura é a força da paz que une as pessoas
Arte é a canção da alegria de viver. Arte é a força para interligar as pessoas. Arte é o bailar da vitória da vida que avança rumo à paz, ultrapassando os mares bravios.A manifestação de liberdade inerente ao ser humano é uma forma de arte. No próprio âmago, há um sentimento de acumular muitas e muitas repressões. Há um grito que não se transforma em voz. O que lhe dá voz e forma é a arte.Quando encontra a verdadeira beleza, o coração da pessoa se move. Quando entra em contato com a essência da arte, a pessoa se emociona. Essa emoção se transforma em força para viver. A cultura e a educação constituem a base para edificar a paz, nutrindo e enriquecendo o espírito humano.Quando encontram a beleza, as pessoas, igualmente, recuperam sua humanidade. O mundo é uma sociedade marcada por discriminações. Porém, nesse meio, é necessário ter um lugar onde todos, igualmente, possam recuperar sua humanidade. Esse lugar compreende a praça da cultura e a floresta da arte. Além disso, ali se encontra também um dos papéis sociais originais da religião. A cultura é o desabrochar da natureza humana. Por isso mesmo, ela ultrapassa as fronteiras nacionais, a época, e todas as formas de discriminação. E a prática correta do budismo cultiva a si mesmo e se torna a inspiração para viver a mais elevada existência cultural.Grandiosos companheiros que usam a coroa de joias Soka, com uma profunda missão! Bradando a vitória de uma vida alegre, adornem a existência que brilha como arte suprema! No topo: “Palácio da Música” com sua parede branca brilha em direção ao céu azul. Centro Cultural Min-On inaugurado em Shinanomachi, Tóquio, em 1o de setembro de 1997. Ikeda sensei, fundador da Associação de Concertos Min-On, visita esse centro pela primeira vez no dia 22 daquele mês e registra no livro de visitantes: “Oro pelo maior desenvolvimento do mundo. Oro pelo pioneirismo do movimento artístico. Oro pelo alvorecer da cultura humana”. Esta é a foto tirada dois meses depois dessa ocasião. Com a crença de levar a arte para as mãos do povo, o Mestre fundou a Min-On, e o Museu de Arte Fuji de Tóquio (em Hachioji). Com a força da cultura, ele vem expandindo o coração da paz e unindo a humanidade. No dia 18 deste mês [outubro de 2023], a Min-On completa sessenta anos desde a sua fundação, e o Museu de Arte Fuji de Tóquio fará quarenta anos no dia 3 do próximo mês [novembro de 2023]. A jornada da expansão ao mundo do “caminho da seda” espiritual continuará daqui para a frente também. Publicado no Seikyo Shimbun de 8 de outubro de 2023.
26/10/2023
Especial
BS
Criar um futuro brilhante
No dia 19 de outubro, a BSGI comemorou seu aniversário de fundação com muita alegria e gratidão a Ikeda sensei. Nessa data, em 1960, ele pisou pela primeira vez em terras brasileiras para plantar a semente da nossa organização e para ampliar a propagação do Budismo de Nichiren Daishonin em sua primeira viagem ao exterior. Para tanto, desafiou e venceu a precária condição de saúde com o ímpeto de concretizar a promessa que havia feito a seu mestre, Josei Toda, de expandir o kosen-rufu em todo o planeta. Desembarcando no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, SP, o presidente Ikeda, com uma comitiva de líderes da Soka Gakkai, foi recepcionado por membros imigrantes japoneses que entoavam a canção Ifu Dodo no Uta (Canção do Imponente Avanço). Essa data é considerada Dia de Fundação da BSGI. No dia seguinte, 20, no salão do restaurante Chá Flora, no bairro paulistano da Liberdade, foi realizada a fundação do Distrito Brasil, o primeiro fora do Japão. Embora se tratasse do passo inicial da grandiosa jornada da BSGI e do evento histórico do kosen-rufu mundial, foi promovido no formato de uma reunião de palestra, em que os participantes dirigiram questões ao presidente Ikeda. Um deles era um agricultor que aparentava pouco mais de 40 anos e que enfrentava dificuldades em seu trabalho. Após fazer algumas perguntas ao participante sobre os procedimentos que seguiu no cultivo, Ikeda sensei o incentivou como descrito no trecho a seguir do volume 1 do romance Nova Revolução Humana, de sua autoria: — Antes de tudo, para não repetir o erro, deve avaliar o que causou o insucesso na colheita. O senhor pode consultar os agricultores que tiveram êxito na colheita e anotar o que eles têm para dizer. Procure também tomar as devidas providências para evitar outros fracassos. As pessoas que levam realmente a sério o que fazem, constantemente estudam e empregam a criatividade para resolver os problemas. Se negligenciar tudo isso, não obterá sucesso. É um grande erro pensar que terá uma colheita farta só porque está se empenhando na prática da fé. O budismo é um ensinamento da mais suprema razão. Portanto, a força de sua fé deve se manifestar no estudo, no planejamento, na criatividade e nos esforços redobrados. A recitação do daimoku com toda a seriedade é a fonte da energia para enfrentar esses desafios. O daimoku do senhor também deve ser um juramento. – Juramento? — perguntou o homem. Ninguém nunca ouvira falar de tal conceito. — Sim, um daimoku de juramento — respondeu Shin’ichi [pseudônimo do presidente Ikeda no romance]. — Significa fazer um juramento espontâneo e orar para cumpri-lo. Shin’ichi Yamamoto prosseguiu dizendo com mais ênfase: — Em se tratando de oração, existem naturalmente várias formas de orar. Alguns oram para que tudo caia do céu, sem que tenham de se esforçar. A religião que incentiva esse tipo de oração conduz as pessoas à ruína. No Budismo de Nichiren Daishonin a oração é originalmente um juramento e sua essência é o kosen-rufu. Em outras palavras, essa oração significa recitar daimoku com a seguinte determinação: “Eu vou realizar o kosen-rufu do Brasil. Para isso, vou mostrar uma prova irrefutável em meu local de trabalho evidenciando as minhas melhores habilidades”. É assim que nossas orações devem ser. Com essa disposição, precisamos estabelecer objetivos claros do que desejamos realizar a cada dia, e orar e nos desafiar para concretizá-los. É dessa séria determinação que surgem a sabedoria e a criatividade que levam ao sucesso. Em síntese, para vencer na vida precisamos de decisão e oração, esforço e planejamento. É um erro ficar à espera de um lance de sorte ou de uma oportunidade de enriquecer fácil e rapidamente. Isso não é fé; é mera fantasia. O trabalho é o esteio de nossa vida. Se não vencermos em nosso trabalho, não conseguiremos comprovar o princípio de que o “budismo é a própria vida diária”. Por favor, livre-se da postura acomodada e empenhe-se no trabalho com renovada decisão.1 Nesses preciosos incentivos do presidente Ikeda, podemos identificar importantes pontos que têm sido esteio da atuação dos membros da BSGI até os dias de hoje. Decisão, oração, esforço e planejamento com base no juramento seigan, ou seja, no cumprimento de nossa missão como bodisatvas da terra de concretizar o kosen-rufu. Esse caminho da eterna vitória apontado pelo Mestre vem direcionando os passos da organização mesmo em meio às piores circunstâncias, fazendo da BSGI “Monarca do Mundo” e “Modelo do Kosen-rufu Mundial”, conforme denominações dedicadas por ele. Essa condição e missão do Brasil foram enfatizadas pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que recentemente visitou nosso país, junto com uma comitiva da SGI, para as atividades comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocorrida em 1993. Entre outros pontos, o presidente Harada destacou os esforços dos membros brasileiros para sobrepujar as consequências da pandemia da Covid-19, criando renovada oportunidade para um avanço ainda mais vigoroso. A visita da comitiva, que representou efetivamente o próprio presiden-te Ikeda, foi um divisor de águas, marcando uma nova fase de desenvolvimento da BSGI. Atualmente, seus integrantes dedicam-se a diversas frentes: fortalecimento das organizações de base, sobretudo os blocos; aprofundamento no estudo do budismo e sua aplicação para a transformação da condição de vida; ampliação da participação no Departamento de Contribuintes (Kofu) e na divulgação dos periódicos; criação de “valores humanos” da Juventude Soka; propagação do Budismo Nichiren (shakubuku); comprovação dos ideais humanísticos de paz, cultura e educação da SGI na sociedade; entre outras atuações. Uma das iniciativas mais importantes tem sido o movimento de cem jovens por distrito, abraçado vibrantemente por todas as divisões, a fim de abarcar “100 mil jovens humanistas” em todo o Brasil, objetivo da Juventude Soka da BSGI visando à criação dos sucessores que se encarregarão do movimento pelo kosen-rufu. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 237-238, 2019. Nossa missão como membros da BSGI Incentivos do presidente Ikeda aos companheiros do Brasil Participantes da 8a Reunião Nacional de Líderes da BSGI (Maringá, PR, 20 ago. 2023) Bodisatvas da terra “Talvez os senhores estejam pensando que vieram para o Brasil por causa das circunstâncias de cada um. No entanto, a razão não é bem essa. Os senhores nasceram como bodisatvas da terra para realizar o kosen-rufu do Brasil, para conduzir as pessoas deste país à felicidade e para construir aqui a terra da eterna paz e tranquilidade. Ou melhor, os senhores foram escolhidos por Nichiren Daishonin para estarem aqui. Quando se conscientizarem de sua sublime missão como bodisatvas da terra e dedicarem a vida ao kosen-rufu, o sol que existe dentro dos senhores desde o tempo sem início começará a brilhar. Todas as ofensas que cometeram em vidas passadas serão dissipadas como a bruma e os senhores iniciarão uma vida maravilhosa permeada pela profunda alegria e felicidade.” (Trecho do romance Nova Revolução Humana, v. 1, p. 242) *** Desbravar a própria vida “Todas as pessoas são desbravadoras que atravessam as fronteiras desconhecidas da vida. Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felici-dade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil!” (Ibidem) *** Florescer do potencial “O movimento do kosen-rufu aqui no Brasil irá se desenvolver muito no futuro. É importante que os senhores, como líderes, em vez de se preocuparem em se tornar flores e frutos, decidam ser o próprio solo do kosen-rufu deste país, a partir do qual inúmeros sucessores possam crescer e florescer. Também é importante transmitir a todos como é maravilhoso fazer parte da Soka Gakkai e dedicar a vida à causa do kosen-rufu. A gota de orvalho sobre uma folha logo desaparece, mas as águas do oceano abrangem o mundo todo. A Soka Gakkai, a organização do kosen-rufu, possibilita-nos manifestar nosso potencial interior tão vasto quanto o oceano e elevar nosso estado de vida.” (Ibidem, p. 248) *** Caminho da vitória Os senhores, membros da BSGI, são a suprema entidade da Lei de Myoho-renge, que incorpora tanto a sabedoria como a força e a boa sorte de todos os budas e bodisatvas do universo. Portanto, não há como se tornarem infelizes. (...) Solicito que, daqui para a frente, os senhores abram um majestoso caminho da vitória por todo o Brasil a partir do bloco que assumiram como missão de sua vida e da comunidade com a qual possuem profunda relação cármica, incentivando e desenvolven-do ainda mais os valores humanos, que são a nova esperança. (Trecho da mensagem para o cinquentenário da BSGI. Brasil Seikyo, ed. 2.054, 9 out. 2010, p. A1) *** Prezar cada pessoa “Avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz! Rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai em 2030, com os jovens de altivo orgulho de genuínos emergidos da terra na vanguarda, conto com todos para que promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo!” (Trecho da mensagem para as comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3) *** Jovens sucessores “Meu venerado mestre, Josei Toda, disse: ‘Vivam até o fim junto com a Soka Gakkai, a organização da ordem e do desejo do Buda. Todas as preocupações de agora se transformarão em grandes benefícios. Com essa alegria da revolução humana, vamos contribuir para o bem da comunidade local e da sociedade, e em prol da paz e da felicidade da humanidade’. Por favor, realizando de forma esplêndida o trabalho e os estudos com perseverança, empenhem-se corajosamen-te no exercício da fé, da prática e do estudo, fazendo reverberar a canção triunfal da juventude juntos!” (Trecho da mensagem para a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil. Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 11) Fotos: GETTY IMAGES | BS
26/10/2023
Notícias
BS
A cultura como força de expansão
Os núcleos de bairro da BSGI representam muito das características locais. O mesmo acontece com a Comunidade Vila Ida, localizada no lado oeste da cidade de São Paulo, SP, em meio à badalada região da Vila Madalena, centro de atuação de expoentes da arte e da cultura. A Comunidade Vila Ida é formada pelos Blocos Heitor Penteado e Nazaré Paulista. Neles, é bastante comum a presença de membros artistas e intelectuais. Existe, portanto, uma forte união para incorporar expressões e ideias deles às atividades, gerando criatividade nos convites e na programação, além de ênfase no aprofundamento de matérias no estudo do budismo, sempre em pauta. No cerne desse movimento está a ligação de coração a coração, com os vibrantes encontros e as visitas individuais, agora com o abraço presencial. “Durante a pandemia, os líderes se fortaleceram, mantendo a frequência das atividades sem deixar a peteca cair”, enfatiza a vice-responsável pela Divisão Feminina de comunidade, Júlia Abs. Em reforço, Guilherme Temponi, da Divisão Masculina de Jovens, diz que “Sem dúvidas foi o que nos manteve próximos à prática, e hoje seguimos avançando”. Como forte aliada está a cultura. Para a responsável pela Divisão Feminina de Jovens de comunidade, Débora Giacomo, agora mais que nunca “A arte é a possibilidade do resgate do humano no cenário em que estamos vivendo hoje”. Júlia reforça: “Buscamos assim oferecer aprofundamento, um mergulho no estudo do budismo”. Imagens de vídeo produzido na Comunidade Vila Ida, com manifestações culturais de seus integrantes Dessa maneira, as principais atividades giram em torno dos encontros mensais de recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), das visitas frequentes e das reuniões quinzenais da comunidade, uma presencial e outra híbrida, este último formato respeitando as condições e necessidades de seus membros. Na residência de Júlia, são realizados encontros da comunidade, que também se utiliza de um estúdio de dança mantido no local, para algumas programações. “É uma grande alegria abrir minha casa para esse convívio e para compartilhar experiências tão gratificantes.” Em junho, a comunidade foi destaque de uma entrevista do jornal Seikyo Shimbun. “Somos fruto do esforço e da dedicação de muitos veteranos, como a família Maemura, e estamos avançando com muito daimoku, para que nossa comunidade se expanda como celeiro de pessoas valorosas”, fortalece o líder local, Paulo Sabóia. No topo: jovem Débora faz a selfie no fechamento do encontro presencial de setembro Fotos: Colaboração local | Reprodução
26/10/2023
Meu Bloco, Minha Alegria
BS
Assuma o controle da sua vida
Imagine a seguinte situação: desejo comer bolo de chocolate, mas não sei como prepará-lo. Tenho duas opções: procuro alguém que saiba fazer o bolo ou recorro ao caderno de receitas onde encontro os ingredientes necessários e modo de preparo. Até a confecção do bolo, decifro vários procedimentos: como medir a quantidade de farinha, untar a forma e preaquecer o forno. Porém, após a primeira mordida nessa iguaria, tenho a satisfação, o mérito, de apreciar o bolo feito por mim, mesmo não sendo especialista nessa arte. Com essa pequena comparação, podemos perceber que, apenas com a teoria, ou seja, somente lendo a receita, não conseguiríamos alcançar o resultado desejado. É necessário colocarmos a mão na massa, isto é, aplicar a teoria na prática. Devemos nos aprimorar constantemente em cada momento da nossa vida. E dar o primeiro passo é fundamental. Estudar o budismo não é somente um exercício teórico. Compreende exercitá-lo em nosso dia a dia, uma ação fundamental para expandirmos nosso movimento da cultura de paz. Por que estudar o budismo? O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, responde a essa questão afirmando: Estudar o budismo serve para que cada pessoa se desenvolva como grandioso e bravo praticante budista. (...) Eternamente, estudem o budismo para se tornar felizes.1 O estudo do budismo é a bússola para superarmos nossos desafios com coragem e sabedoria. Ao estudarmos o Gosho, por exemplo, somos motivados pela coragem de Nichiren Daishonin e de seus discípulos que enfrentavam várias questões, sem jamais esquecer os ideais da revolução humana individual e coletiva. Movimento de estudo No mês de setembro, nas organizações de base da BSGI, aconteceu o Movimento de Estudo do Budismo destinado aos membros do nível Admissão e os jovens. O estudo proporcionou um diálogo sobre os princípios budistas, a vida de Nichiren Daishonin, o daimoku, entre outros assuntos. Compartilhamos o exemplo da Comunidade Jardim Tranquilidade, da RM Itapegica, CGSP. Sua líder da Divisão Feminina, Bárbara Cardeliquio Barros, afirma que os membros da localidade adoraram os estudos promovidos virtualmente: “Nossos encontros por comunidade foram muito importantes para o nosso aprimoramento pessoal. Também conseguimos nos aproximar dos membros e trouxemos muitos convidados, mesmo a atividade sendo realizada de modo virtual. Aprendi e relembrei conceitos budistas fundamentais para a minha prática”. E, aplicando o estudo na vida, Bárbara comenta: “Compreendendo e ultrapassando todos os obstáculos da minha vida, e com as orientações do meu mestre, Daisaku Ikeda, entendi que devo atuar e me dedicar à felicidade das pessoas onde ele não pode estar”. Finalizamos com outro incentivo de Ikeda sensei sobre a importância do estudo do budismo: Épocas de provações são oportunidades pra dar um salto adiante em direção a uma felicidade mais ampla. (...) O importante é vencer no final, nunca perder o espírito de lutar, por mais difícil que seja a situação.2 Como salienta o Mestre: “O estudo dedicado sempre resulta no crescimento pessoal”.3 Atividades do Movimento de Estudo do Budismo em diversas organizações da BSGI No topo: Encontro para estudo do budismo promovido pela Comunidade Jardim Tranquilidade, CGSP Fotos: Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.460, 23 mar. 2019, p. B1. 2. IKEDA, Daisaku. Coragem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 55. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.293, 22 out. 1994, p. 3.
26/10/2023
Tema da SGI de 2024
BS
Tema da SGI de 2024 é anunciado
Em recente Reunião de Líderes de Província, foi divulgado o tema da Soka Gakkai Internacional (SGI) para 2024: “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. A atividade foi promovida na tarde do dia 11 de outubro no anexo da sede da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, Japão, com a participação do presidente Minoru Harada e de outros líderes centrais da organização. Ele enfatizou que a Soka Gakkai se tornou uma religião mundial, está comemo-rando o 10º aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e visa os 95 anos de fundação em 2025 e o centenário em 2030. Destacou que os sete anos que antecedem o 100º aniversário de fundação serão “um momento importante para realizar uma mudança no destino da família global”. Relembrou que 2024 marcará os setenta anos desde a nomeação do jovem Daisaku Ikeda, atual presidente da SGI, como secretário da Divisão dos Jovens e contará com a realização da Convenção Mundial dos Jovens. Clamou para que, no mundo inteiro, os jovens estejam na vanguarda do movimento pelo kosen-rufu e que cada localidade os desenvolva, manifestando o mesmo frescor deles e criando uma grande onda de expansão. O presidente Harada citou um trecho dos escritos de Nichiren Daishonin: “Em análise final, a menos que consigamos demonstrar a supremacia deste ensinamento, os desastres continuarão sem trégua”,1 para incentivar a todos a ampliar os diálogos e a concluir o ano 2023 com a canção triunfal da grande vitória. Fonte: Seikyo Shimbun de 12 de outubro de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 381, 2017.
26/10/2023
Notícias
BS
A música da paz
Sons humanísticos envolveram todo o ambiente do Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, no último domingo, dia 22 de outubro. Os componentes da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), fundada há trinta anos por ocasião da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, uniram-se numa formação ainda mais diversificada: além dos veteranos desde o núcleo inicial, agora contam com a nova geração do Núcleo de Desenvolvimento de Orquestra (NDO) e com os participantes da Academia Nacional, incluindo jovens músicos de várias regiões do país. No total, são mais de quinhentos integrantes em todo o território nacional. Ao celebrar as três décadas do grupo e marcar também os 63 anos de fundação da BSGI, abrindo a programação após a exibição de vídeo comemorativo, o responsável pela OFBHI, Fabio Ikeda, relembrou a emoção e os principais direcionamentos de Ikeda sensei oferecidos na época da fundação da orquestra: “Percorram toda a América (do Sul), depois vão para a América do Norte, invadam o Japão. Depois vão para a Rússia, e depois para China”. Passos decisivos já foram dados nessa direção daquele dia em diante. O pianista e compositor Amaral Vieira, confiado pelo presidente Ikeda para dar nome ao grupo e que vem acompanhando a OFBHI a partir de então, enviou calorosas palavras a todos. Por motivos de saúde, não pôde estar presente, mas sua mensagem foi lida no dia e ele também assistiu à transmissão. Logo depois do concerto, expressou: “Mensagens inspiradoras e os objetivos anunciados foram verdadeiramente esclarecedores e repletos de significado. A menção do Sr. Shiratori à importância da paz, especialmente neste momento turbulento, e a salva de palmas em minha honra e da minha esposa, Yara, foram gestos muito generosos, dignos de Ikeda sensei”. O repertório executado em mais de uma hora de apresentação envolveu clássicos de composições eruditas, bem como de canções da Soka Gakkai, em completa sintonia. A canção A Longa e Distante Correnteza do Amazonas selou o encontro comemorativo, com amplas perspectivas. Fabio Ikeda, em nome dos componentes, lançou um brado de avanço: “Rumo aos quarenta anos da OFBHI, nós nos esforçaremos ainda mais para que a música da OFBHI manifeste a grandiosidade da vida do nosso fundador, do nosso Mestre, transmitindo esperança, alegria e coragem a todas as pessoas”. O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, enfatizou: “As ações de pessoas como vocês é que iluminam a sociedade. Ter a disposição de desafiar a si mesmo é o caminho da revolução humana”. Momentos da emocionante apresentação da OFBHI, diante de uma plateia que correspondeu com vibrantes aplausos Integrantes da OFBHI participantes da fundação em 1993 Jovens componentes da orquestraDepoimentos dos integrantes da OFBHI que pernoitaram no Centro Cultural Campestre pela primeira vez Foi uma experiência realmente incrível! O Centro Cultural Campestre é um ambiente de muita tranquilidade, o que contribuiu para o evento realizado nesse local se tornasse ainda mais grandioso. Meu principal desafio para participar foi de natureza técnica, pois estou há cinco anos no Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO) e procuro sempre me desenvolver constantemente. Tudo foi perfeito. Agora, após a atividade, estou muito mais forte com nova determinação e amplas oportunidades. Recebemos vários incentivos e tivemos a chance de dialogar com outras pessoas, e isso fez com que essa vivência fosse especial. Esse evento foi um divisor de águas em minha vida e me impulsionou a tomar novas decisões e a perceber quanto essa organização é maravilhosa. Lucas Fonseca Alves, DMJ, NDO Brasília *** Pernoitar pela primeira vez no CCCamp foi maravilhoso. Conhecer os companheiros e compartilhar com eles o espaço onde o Mestre esteve em 1993 foi como se eu estivesse lá também, usufruindo essa vivência única. Além disso, conheci pessoas que estiveram no local e foram pioneiras na criação da OFBHI, orquestra na qual orgulhosamente toquei neste fim de semana, representando o NDO Rio, no qual atuo como violista. Foi uma experiência muito significativa em minha caminhada como membro da organização e como budista. Foi minha primeira vez no CCCamp e primeira vez tocando em uma apresentação, que, por grande boa sorte, foi comemorativa dos trinta anos da orquestra. No dia 16 de novembro, completo um ano de conversão ao Budismo Nichiren e de ingresso na Gakkai. Então, sinto enorme gratidão por essa oportunidade de atuar em um evento tão importante. Em dezembro de 2022, tomei a decisão de ingressar no NDO Rio tocando viola, instrumento que nunca havia experimentado. Eu me empenhei para começar a aprender a tocá-lo, aproveitando o pouco tempo livre de que dispunha, com o objetivo de contribuir com o som que vem do coração e inspirar as pessoas que nos ouvem a seguir os ideais Soka. Quando nossa maestrina, Jaqueline Teles, me convidou e outras duas companheiras de orquestra me incentivaram a participar, não tive dúvidas de que estaria lá. Mesmo com uma agenda cheia, pois dou aulas de música em dois locais e atendo alunos com aulas particulares, encontrei energia e força necessárias para me preparar para esse momento. Foi muito gratificante! Debora Dezidério Souto, DF, Rio de Janeiro *** Foi uma luta intensa de grandes desafios, dedicando-me nos fins de semana para o festival em minha organização e nos domingos também para esse grande momento da comemoração dos trinta anos de fundação da OFBHI e da última visita do sensei ao Brasil. Empenhei-me com todo o sentimento na prática diária de gongyo e daimoku e, quando chegou o dia, fui com o desejo de dar o meu melhor, pois ia pernoitar no CCCamp pela primeira vez num momento tão significativo. Esse dia ficará eternamente guardado em meu coração. Murillo Saraiva, DMJ, São Paulo *** Para mim, foi um momento muito especial, porque me esforcei para estar no Centro Cultural Campestre nesse dia, desafiando-me diariamente no gongyo e daimoku para que tudo desse certo. Além disso, estudo o dia inteiro durante a semana e tenho ensaios com meu instrumento aos domingos com os companheiros. Para o grande dia, precisei dormir na casa do meu primo, pois teríamos de acordar muito cedo. Moro longe, então, foi uma enorme emoção pernoitar no CCCamp para participar do evento em comemoração dos trinta anos da OFBHI. Foi um prazer ainda maior participar com os membros que estiveram lá trinta anos atrás e juraram cumprir a missão de propagar os sons místicos para o mundo. Assim, continuar com essa missão me deixa ainda mais feliz. A semana inteira estive ansioso para chegar o dia de me apresentar no CCCamp e conhecer um pouco mais sobre os outros NDO do Brasil e saber da luta de cada um para chegar ao local até aquele momento. Agradeço ao sensei, por me dar essa oportunidade com sua grandiosa luta. Guilherme Calixto, DMJ, São Paulo Fotos: BS
26/10/2023
Notícias
BS
Dinâmico avanço da BSGI
Neste mês, os membros da BSGI celebram os 63 anos de fundação da organização em meio a intensas atividades que refletem o crescimento da instituição ao vencer inúmeras dificuldades, incluindo os desafios impostos pela pandemia da Covid-19. Além disso, com os esforços nos encontros, nas visitas e em outras iniciativas em cada bloco, comunidade e distrito, a estrutura da BSGI está se expandindo com a formação de novas coordenadorias e outros níveis organizacionais. Renovação e avanço que encontram consonância com o desenvolvimento individual de seus integrantes, o cultivo da felicidade familiar, a criação de jovens “valores humanos” e a ampla propagação do Budismo Nichiren na sociedade. A Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) compõe-se agora de quatro coordenadorias: Baixada Sul Fluminense (CBSF), Rio Carioca (CRC), Rio Oeste (CRO) e Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ). A partida com a nova estrutura foi realizada em encontro no Centro Cultural do Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto, com a participação de líderes de bloco e acima. A atividade fez parte das comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, que ocorreu em 1993. Wallace Teixeira Moura, vice-coordenador da CGERJ, comenta: “Caminhando com alegria e em união harmoniosa, rumo ao centenário da Soka Gakkai e do movimento pelo kosen-rufu no Rio de Janeiro, temos o grande objetivo de o Gohonzon ser consagrado em 10% dos domicílios do estado até 2030”. Encontro da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro No Centro Cultural de Belo Horizonte, líderes da CRE Leste reuniram-se, nos dias 7 e 8 de outubro, para a realização de seu conselho central contando com representantes do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Reunião de partida das Subs. Minas Norte e Minas Sul Sob esse clima auspicioso, as organizações da BSGI também estão promovendo encontros para divulgar as atividades e diretrizes do próximo ano, com a expectativa de grandes vitórias em 2024. Conselho central da CRE Leste Reunião de partida da recém-criada CRE Paraná Reunião de líderes da RM Cuiabá Partida da Sub. Santa CatarinaNo topo: Conselho da Coordenadoria Norte-Oeste Paulista (CNOP)Fotos: BS | Colaboração local
26/10/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 15 (parte 2)
Os alunos da Universidade Soka são a minha vida No outono de 1973, no dia da abertura do festival estudantil da Universidade Soka, foi oferecida uma recepção para líderes empresariais e representantes da imprensa. Ao chegar, Shin’ichi imediatamente passou a cumprimentar os convidados individualmente, trocando cartões de visita e tomando a iniciativa de se aproximar deles para conversar. Todas as vezes que entregava seu cartão a alguém, curvava-se e dizia: — Sou Shin’ichi Yamamoto. Obrigado por ter vindo, no ano que vem, nossos graduados estarão buscando emprego. Eles compõem a primeira turma da Universidade Soka. Portanto, espero que os apoie e lhes ofereça qualquer conselho que possa ter. (...) Shin’ichi agia com seriedade. Sabia que se os estudantes tivessem cursado escolas mais estabelecidas, teriam maior vantagem ao procurar emprego e provavelmente obteriam colocação na empresa de sua escolha. Ele também tinha plena consciência de que os jovens haviam optado pela escola que ele havia fundado apesar do fato de que possivelmente não viriam a gozar de tais benefícios. Esse era o motivo pelo qual desejava se encontrar diretamente com líderes empresariais e solicitar sinceramente o auxílio deles para apoiar os graduados da Universidade Soka. Ele sentia que esse era seu dever como fundador da universidade e tinha o forte compromisso de cumpri-lo. (...) Shin’ichi circulou pela sala na tentativa de se encontrar com cada um dos setecentos convidados presentes. Conforme ia se movimentando, conversando com todos, transpirava abundantemente. Alguns poderiam questionar por que ele estava se empenhando a tal ponto, mas um novo caminho não pode ser aberto sem esforçar-se por inteiro. Para abrir um caminho à frente requer-se uma mudança de mentalidade. Shin’ichi perguntou a um dos convidados: — Assistiu a algum dos Festivais Universitários Soka? Estou curioso para saber a sua opinião sincera. — Na maioria dos eventos dessa espécie nos últimos tempos, vale tudo, contanto que seja entretenimento. Mas este foi diferente. Em diversos casos era notório que os estudantes haviam estudado os temas escolhidos para sua exposição e apresentaram suas conclusões de maneira franca. Também percebi o forte anseio deles por justiça social, e é assim que os estudantes deveriam ser. Aguardo com expectativa que os graduados da Universidade Soka venham a ocupar seus lugares na sociedade — respondeu o convidado. — Muito obrigado por suas amáveis palavras. Eu as transmitirei aos estudantes. Os alunos da Universidade Soka são a minha vida. Todos eles possuem um cora-ção puro e um potencial infinito. Por favor, auxilie-os no futuro. (Trechos do capítulo “Universidade Soka”) Agarre o momento! Em junho de 1971, Shin’ichi visitou Hokkaido para participar da inauguração do Centro de Treinamento de Onuma (atual Centro de Treinamento de Hakodate). Na noite anterior à cerimônia de inaugura-ção, levaram-no para um passeio de carro para conhecer a área ao redor. Olhando além das montanhas, seus olhos foram atraídos por uma luz radiante. Shin’ichi olhou pela janela novamente e deu um suspiro. Através de uma brecha nas nuvens, ele avistou um majestosa lua cheia cintilando intensamente. (...) Era uma obra-prima criada pelo Universo. “Este é o momento!, pensou Shin’ichi. Ele pediu ao motorista que encostasse e apanhou uma máquina fotográfica no assento próximo ao seu. (...) Ele então abriu a janela traseira do carro e pressionou o obturador perfeitamente ciente da importância de captar o momento. Tanto no desenvolvimento do kosen-rufu como em todos os outros aspectos da vida, era crucial vencer em cada conjuntura. Seja encorajando os membros, seja empenhando-se em seu trabalho, Shin’ichi sempre e esforçava ao máximo, como se esse fosse o último momento de que dispunha. A vida em si é apenas uma série de momentos. Por isso, uma vitória no presente está inextricavelmente ligada à vitória total. (...) Nesse exato instante, um fotógrafo do Seikyo Shimbun de uns vinte e poucos anos, que vinha no carro de trás, correu ao encontro do presidente Yamamoto. Pedindo ao motorista que desligasse o motor, o fotógrafo virou-se para Shin’ichi e disse: — Sensei, apoie os dois cotovelos no peitoril da janela. Isso evitará que sua câmera trema. (...) Olhando pelo visor, Shin’ichi observou uma faixa dourada do luar projetada do luar sobre a superfície do lago. Quando o vento soprava, as ondulações douradas dançavam e tremeluziam. O som do obturador sendo pressionado ecoava intermitentemente através do silêncio. Shin’ichi foi conduzido a outra parte do lago e continuou fotografando até esgotar vários rolos de filme. Se as fotos ficassem boas, planejava oferecê-las de presente aos membros. Desejava encorajar aqueles que trabalhavam com tanto afinco dia e noite em prol da sociedade e da felicidade do próximo, compartilhando com eles a beleza efêmera da natureza. (Trechos do capítulo “Florescimento”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 15 de janeiro de 2020.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 15, Ilustração: Kenichiro Uchida
11/10/2023
Notícias
BS
Sentimento de prezar uma única pessoa
Não há força maior que o incentivo genuíno. E é com essa força de atuação que os membros da Comunidade Lauro de Freitas vêm empreendendo vigorosos esforços. Essa organização de base da BSGI está localizada no município de mesmo nome, na região metropolitana de Salvador, litoral norte do estado da Bahia. Os resultados evidenciam o direcionamento de Ikeda sensei que as lideranças locais estão pondo em prática: “Um único indivíduo que tenha encontrado e despertado para a verdadeira e grandiosa Lei passa então a empreender ações corajosas para beneficiar os outros, encontrando-se e dialogando com todos”.1 Dessa forma, envolvem os membros dos três blocos: Vila Praiana, Ipitanga e Boa União. “Prezar cada pessoa, assim como encoraja Ikeda sensei. E olha que lindos resultados estamos tendo”, orgulha-se a responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade, Luciana Dantas Garcia Borges. A responsável pela DF do Bloco Vila Praiana, Carolina de Oliveira Alves, fala sobre essa energia positiva que se expande nas visitas, uma a uma. Em destaque, comenta que, ao ir ao encontro de uma componente da DF, sugeriu que realizassem a recitação do gongyo e daimoku, lendo pausadamente no ritmo possível. “Levamos mais de vinte minutos, e como foram preciosos aqueles momentos. Ela não estava conseguindo fazer a prática e, a partir daquele dia, não só retornou às atividades, como também passou a querer apoiar as companheiras, visitando-as”, pontua Carolina. “Os laços com cada uma me impulsionam a dar sempre o meu melhor. A felicidade delas é a minha.” Em resposta, a integrante da DF visitada, Sileide Oliveira Peluso, enfatiza: “Sou muito grata por essa prática budista, que a cada dia faz crescer a minha fé diante de benefícios que vão acontecendo, fazendo com que eu me sinta estimulada a compartilhar com outras pessoas”. Atividade da “conexão humana” no Bloco Vila Praiana, reunindo, da esq. para a dir., Sileide, Luciana, Ivani Aparecida Lourenço e Carolina Aqui é “muito mais daimoku” A importância de unir os membros com base no fortalecimento da prática diária é a chave. O vibrante movimento de “muito mais daimoku”, que geralmente está associado à Divisão Feminina, nessa localidade ganha especial reforço da Divisão Sênior. Rinaldo Gonçalves Lima veio transferido para a comunidade no período de pandemia, e, com a reabertura das atividades presenciais, deu o primeiro passo: reunir às quartas-feiras os integrantes da Divisão Sênior para recitar uma hora de daimoku para a felicidade de todos. “No primeiro encontro só estava eu, mais um membro da DS e uma integrante da DF, mas não desistimos”, enfatiza Rinaldo, que hoje é vice-responsável pelo distrito, feliz em constatar salas repletas às quartas-feiras, unindo participantes de todas as divisões. Tanto às quartas-feiras como aos sábados, quando é promovida a “conexão humana” (atividade de visitas) e o “Daimoku de Cem Dias”, a onda de recitação do Nam-myoho-renge-kyo tem trazido união e alegria. Após a atividade de recitação de daimoku da Divisão Sênior, com Rinaldo na imagem, à dir Assim, ampliam presença nas reuniões de palestra e nos encontros de estudo, sem deixar cair a tradição local de aproximar o coração de cada membro ao coração do Mestre, com o incentivo à leitura dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS). “‘É o que conecta nosso coração ao coração do sensei.’ Desde que ouvi isso de uma veterana, jamais deixei de ler. São palavras que me fortalecem a renovar minha fé e meu juramento”, salienta Deane Souza, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da comunidade. Esforço sem medida No Bloco Boa União, entre as famílias participantes há uma que mora em Costa do Sauipe. “Nossas reuniões são on-line por conta da distância”, explica a vice-responsável pela DF do bloco, Lucineide Sales de Lima. São aproximadamente 83 quilômetros de Lauro de Freitas, e lá tem a Sra. Angelita Vieira Santana, que não abre mão de seu Brasil Seikyo e de sua Terceira Civilização. “Eu leio a versão impressa, e, por morar longe, às vezes chega via correio em outra cidade vizinha. Demora uns dias, pois dependo de alguém para ir ao posto mais próximo retirar as encomendas do pessoal que mora aqui. Outras vezes, vou até Lauro de Freitas buscá-las. Todas as formas de entrega são gratificantes. Não fico sem”, diz. Encontro do Bloco Boa União, com a presença de Angelita, (segunda da esq. para a dir.) da Costa do Sauipe. No Bloco Ipitanga, o esforço feito durante a pandemia para a adequação ao uso dos aplicativos on-line rendeu sucesso, com pequenos encontros de diálogo e também atividades para convidados, conectados, inclusive, de outros países. “Toda essa luta fez com que nossos membros pudessem desfrutar grandes benefícios. O reflexo tem sido maior participação na atividade do Kofu e no acesso aos periódicos”, frisa Daianne Rogério, responsável pela DF do bloco. “Estamos agora focados no shakubuku e vamos vencer nessa etapa também.” Membros do Bloco Ipitanga, com Dayanne fazendo a selfie Com essas renovadas determinações, as lideranças locais sinalizam o objetivo de que “Nossa comunidade avance e se torne ainda mais próspera, em todos os sentidos. E que possamos ser o modelo de nossa região, com o mesmo espírito de Kansai, de contínuas vitórias”, determina Fred Williams Regis dos Santos, responsável pela Comunidade Lauro de Freitas. “Estudando e pondo em prática com muito mais afinco os direcionamentos de Ikeda sensei, aplicando em nossa vida e expandindo para todos ao redor”, arremata a líder da DF, Luciana Dantas. No topo: Membros da comunidade em reunião de palestra Fotos: Colaboração local
11/10/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Fé significa ação espontânea. Ao dizer “Vou fazer!”, tenha sempre o coração proativo! Visando ao pico da glória, enfrente os desafios com coragem. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 8 de outubro de 2023.
11/10/2023
RDez no BS
BS
Jamais tema o fracasso! Desafie-se em sua juventude!
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro Um dos meus livros favoritos na juventude é A Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri. É sobre a jornada de um jovem professor e seu aluno, na qual o poeta Virgílio serve de guia para Dante. No difícil caminho diante deles, Virgílio encoraja Dante: “Não tenha medo, a jornada que estamos fazendo ninguém pode impedir”.1 A relação professor-aluno ou mestre-discípulo é uma fonte de força ilimitada. Conheci meu mestre, Josei Toda, no verão, quando tinha 19 anos. A partir de então, tenho lutado junto com ele, superando doenças e todos os tipos de obstáculos para propagar nosso movimento pela paz, cultura e educação para o mundo todo. Eu me uni aos meus nobres companheiros com este brado do mestre ecoando no coração: “A Soka Gakkai é um leão, e um leão não teme a nada!”. Nichiren Daishonin escreveu: “Cada um dos senhores deve reunir a coragem do rei leão”.2 Convoco vocês, jovens que embarcaram na jornada de mestre e discípulo Soka, para continuar avançando com a coragem insuperável de um rei leão! Não há necessidade de temerem o fracasso. Desafiarem-se a si mesmos na juventude é uma fonte de orgulho. Sigam em frente, sempre avançando, com otimismo e resiliência! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de agosto de 2022 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. ALIGHIERI, Dante. The Divine Comedy [A Divina Comédia]. Tradução: Mark Musa. Nova York: Penguin Books, v. 1, p. 141, 1984. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. Confira alguns spoilers da edição de outubro Este mês, RDez traz o relato da Gabriella, que transformou a desarmonia familiar e alcançou o objetivo de jogar na seleção brasileira de basquete 3x3! Está tudo lá no Mural de Vitórias. Falando em família, aprenda a transformar os conflitos de gerações em verdadeiras trocas humanísticas na Matéria do Mês . Já pensou em escrever uma carta para a pessoa que mais preza? Saiba como fazer no DIY Dez . Esses e outros conteúdos da edição de outubro estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
11/10/2023
Editorial
BS
Caminhar com passos firmes
A planta índigo, ou anileira, é usada desde o passado para tingimento. Uma curiosidade desse processo é que, quanto mais se mergulha algo na tinta, um azul ainda mais intenso surge. Utilizando-se dessa metáfora, que também consta no Sutra do Lótus, Ikeda sensei dedicou esforços e depositou seu tempo no treinamento e na criação dos jovens, mergulhando-os várias e várias vezes em desafios para extrair a mais intensa e inesquecível vitória. Ao fundar a BSGI, em 19 de outubro de 1960, o Mestre depositou no solo brasileiro as sementes para se cultivar jovens que seguissem firmemente seus passos na jornada do kosen-rufu. Nesta edição do Brasil Seikyo, você viajará na história da BSGI e no ciclo do primeiro ano da Academia Índigo, que coloriu de maneira brilhante o “azul mais azul que o índigo”. Como se observasse esses jovens firmarem o juramento, Ikeda sensei declara em seu poema completo nesta edição. O kosen-rufu é o desejo do Buda, e o grande caminho da esperança da humanidade. Felicidade das pessoas e a paz do mundo — não há existência tão valorosa e sem arrependimentos como aquela do juramento seigan de viver por esse nobre ideal.1 Enxergando o mundo com lentes coloridas, Maria Cristina Serravalle Gomes, do Rio de Janeiro, se mantém na órbita eterna de mestre e discípulo. Ela diz que seu relato é uma canção, e o daimoku, seu canto da vitória. De maneira emocionante, afirma: “Quero renascer fukushi!”.2 Veja relato na íntegra nesta edição. A trajetória vitoriosa de Cristina é a prova da correnteza que cresce e pulsa com mais e mais vigor, e comprova as palavras do discurso de Ikeda sensei exibido na 15ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai: Uma pessoa forte, que tem uma forte energia vital, transforma todos os sofrimentos e tristezas em um elemento essencial para a felicidade. (...) Em nossas atividades da Soka Gakkai, em nosso trabalho e em nossa vida em geral, somos confrontados, em certo sentido, por uma contínua série de problemas e sofrimentos. Mas a Lei Mística é a lei maravilhosa que transforma todos esses sofrimentos em elementos e causas essenciais para a felicidade. (...) A Lei Mística é a lei eterna e imperecível do universo e de toda a vida. Essa lei contém a “chave secreta” para a felicidade.3 Desejamos a você, leitor, uma profunda imersão neste BS repleto de incentivos e que, por meio da leitura feita repetidas vezes, você extraia coragem e sabedoria! Ótima leitura! Galhos de uma variedade da planta índigo Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 3. 2. Fukushi: Quem nasce em uma família de praticantes do budismo. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 3.Ilustração: GETTY IMAGES
11/10/2023
Notícias
BS
Grupo Seiran comemora 35 anos
Representantes que participaram do 1o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, no Japão, em julho de 1988, reuniram-se nas dependências do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, no dia 7 deste mês (de 2023), para comemorar aniversário de 35 anos. É o grupo Seiran, cuja denominação dada pelo presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, significa “azul mais azul que o índigo”. Trata-se de uma referência ao poema de mesmo nome que Ikeda sensei escreveu naquele ano. A atividade foi realizada de forma híbrida, com participantes de outros estados e do Japão, iniciando com a apresentação de um histórico do grupo em forma de vídeo, seguido de relatos de comprovação de Paulo Noda, Massumi Moriya Takamoto e Ricardo Battistini, componentes do Seirankai. Prosseguindo, Paulo Endo e Julio Kosaka, membro do conselho consultivo e presidente do conselho de orientação da BSGI, respectivamente, transmitiram seus incentivos. Paulo Endo citou passagens dos escritos de Nichiren Daishonin para reafirmar a importância de evidenciarem a compaixão budista a fim de incentivar os companheiros da organização, em especial, os jovens. Citando trechos do romance Nova Revolução Humana, Julio Kosaka enfatizou que todos devem manifestar constantemente a força, a coragem e a benevolência para vencer as adversidades, obtendo benefícios na própria vida e na de outras pessoas. No topo: membros do grupo Seiran participantes da atividade comemorativa realizada na sala Fukuchi do CCDI (São Paulo, SP, 7 out. 2023) Fotos: BS / Reprodução
11/10/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
“Shitei funi é a minha vida” e “Avançar é a nossa missão”
Querida amiga, acreditamos que, ao ler o título da matéria, você tenha se lembrado do amado grupo Zenshin. Acertamos? Do lado de cá, nosso coração, que já estava apertado de saudade, agora transborda de felicidade por conversar contigo hoje. Então, prepare-se, pois vamos compartilhar novidades. \o/ \o/ \o/ Afinal, tanta coisa aconteceu desde o dia 4 de junho deste ano (data da partida da Divisão Feminina (DF) em torno da nova coordenadora Selma Inoguti). Não podemos deixar de falar do grandioso movimento que realizamos juntas com todas as rainhas do Brasil, o “Desafio do Daimoku dos Cem Dias” da Divisão Feminina. Foi mais que um movimento, concorda? Foi a oportunidade para juntas darmos um passo de avanço [ou melhor, cem passos, hehehe] rumo ao hosshaku-kempon.1 Um período intenso em que as companheiras — novatas e veteranas —, unidas em oração e com a disposição de ‘muito mais daimoku’, criaram uma grande onda de esperança e de determinação. E você sabe qual é a origem do “Daimoku dos Cem Dias”? Amiga, vou lhe contar. Mas não se preocupe, porque esse desafio é na medida da vida de cada uma. Ou seja, cada companheira sempre terá a liberdade de lançar seu desafio diário, bem como a duração dele. Sendo assim, cem dias são apenas uma referência e um grande estímulo para manifestarmos nosso aspecto de vitória absoluta com base na convicção, na alegria e na sabedoria do daimoku. “Aquele que vive com esperança é forte. Não é derrotado por nada. Transborda sabedoria, coragem e paixão para abrir as portas de qualquer circunstância adversa. E um exemplo de ‘pessoa de esperança’ foi Alexandre, o Grande”.2 A trajetória de Alexandre, rei da Macedônia,3 que, nos “primeiros cem dias” de seu reinado, combateu as forças da oposição e conquistou a confiança do povo, nos faz perceber que os cem primeiros dias de um grande objetivo, projeto ou empreendimento são decisivos, pois é nesse período inicial que impulsionamos os primeiros passos e estabelecemos um ritmo consistente para alcançar a vitória. Ao observar os atributos que levaram Alexandre a triunfar, podemos citar a rapidez em suas ações, a forte determinação de vencer a todo custo e o espírito de jamais deixar de avançar. Nova era do grupo Zenshin, uma nova fase de avanço Zenshin significa “avanço”, e foi a partir da forte determinação do presidente Ikeda e da profunda relação de mestre e discípulo que o grupo surgiu. Ser Zenshin é sintonizar-se ao coração do mestre e buscar constantemente o autoaprimoramento, conduzindo uma vida que avança em primeiro lugar na revolução humana. E foi justamente em meio ao “Daimoku dos Cem Dias”, da Divisão Feminina [promovido de 4 de junho a 12 de setembro de 2023], que entramos em uma nova fase do grupo Zenshin. É isso mesmo, amiga! Vamos juntas continuar a escrever o 31º volume da Nova Revolução Humana (NRH) da nossa vida, atuando com as boas companheiras em união harmoniosa (novatas e veteranas). Agora é a hora! O que essa nova fase nos reserva? Daimoku todo dia 19? Sim. Encontros do grupo Zenshin? Teremos dois encontros anuais. Diálogos calorosos baseados na leitura da Nova Revolução Humana? Teremos (inclusive, que tal atualizar a leitura individual da NRH e compartilhar nos encontros de sua localidade seu trecho preferido?). #ficaadica Incentivos do Mestre por meio do livro Flores da Felicidade, volume 2? Teremos. “Pé na estrada” e movimento de visitas? Teremos. Por aqui, estamos superanimadas e prontas para continuar a avançar, a encontrar e a dialogar com cada companheira. Bora, amiga? (Nós já estamos com roupa de ir, e você?) Então, anote na agenda nosso próximo encontro: Encontro do Grupo Zenshin da BSGI On-line — YouTube 31 de outubro - Horário a confirmar Até lá, você pode enviar sugestões, relatos e dúvidas para suas respectivas líderes e também para o Instagram do Zenshin: @zenshinbsgi. Queremos muito ouvi-la e nos conectar com você! Nós nos despedimos (por enquanto) contando os dias para nos encontrar. Aqui, deixamos um grande desafio para que, juntas, continuemos a avançar com “muito mais daimoku” rumo ao próximo dia 18 de novembro. E vamos buscar como fonte de incentivo e de inspiração o exemplo do nosso mestre que, ao assumir a presidência aos 32 anos, em 3 de maio de 1960, aumentou em mais de mil daimoku (média de vinte minutos) seu desafio diário, conforme consta na mensagem da Sra. Kaneko Ikeda: Um novo progresso dinâmico nasce a partir de uma renovada decisão. Nada supera a vibrante oração das mulheres Soka unidas em um só coração com o Mestre. Vamos prosseguir, dia após dia e mês após mês, a incentivar e a aquecer o coração dos companheiros e a cultivar as asas da juventude com base em nossa “recitação do Nam-myoho-renge-kyo, que é o como o calor da mamãe pássaro”.4,5 Vamos juntas? “Shitei Funi é a minha vida” e “Avançar é a nossa missão”! Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina e Grupo Zenshin da BSGI Relato - Cultura de avanço Karina Cristiane Vargem, responsável pela DF de comunidade da Comunidade Girassol, RM José Bonifácio, Sub. Itaquera-Guaianases Comecei o ano 2023 com tudo! Supermotivada e determinada a triunfar em todos os aspectos da minha vida. E diante de grandes objetivos, vários obstáculos também surgiram na mesma proporção. Todavia, como Zenshin e sempre levando o lema de “Shitei-funi é a minha vida” e “Avançar é a minha missão”, encaro tudo convicta de vencer os desafios com base no daimoku. Para o encontro comemorativo da Divisão Feminina, nosso distrito lançou a recitação de duas horas de daimoku em conjunto às segundas-feiras. Isso nos impulsionou muito e nos fortaleceu bastante para a realização dessa atividade. Este ano estávamos ansiosas pelo encontro presencial e, claro, também o fizemos no formato on-line! Nós, DF, estávamos unidas e animadas para promover um encontro bem especial! Nossa atividade foi um sucesso! Emocionante! Saímos com o coração fortalecido e encorajado. Levei duas convidadas, que amaram o nosso encontro. Gratidão à Comunidade Girassol! Em junho, iniciou-se o “Daimoku dos Cem Dias”, e essa luta me proporcionou ainda mais coragem para avançar e ultrapassar os desafios, tanto pessoais quanto familiares e de saúde. Mas, como não há oração sem resposta, mesmo em meio às dificuldades, venho recebendo muitos benefícios. Sou dançarina PCD [pessoa com deficiência] e fui convidada este ano a integrar a equipe de dança esportiva em cadeira de rodas, pela Solidariedança, da qual faço parte há quinze anos. Sendo assim, agora também sou atleta. Com isso, estou conquistando um grande sonho que acalentava há muito tempo: participar do Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas (evento importante para nossa classe e currículo artístico). Estou feliz com este momento que estou vivendo. Devido à minha pouca mobilidade para realizar o manejo de cadeira de rodas manual, vou competir com a cadeira motorizada. Iniciamos com uma campanha para que eu conseguisse rapidamente uma cadeira, pois os treinos já haviam começado. A princípio, uma amiga da dança me emprestou a sua cadeira para eu ensaiar, mas logo outra amiga (para a qual apresentei o budismo, inclusive), ao adquirir uma nova cadeira, doou-me a sua. Ela vem participando das atividades há algum tempo e esteve presente nos dois últimos encontros da DF. Quanta alegria e boa sorte! Eu nunca havia utilizado uma cadeira motorizada. Então, está sendo bem desafiador aprender a manusear e a dançar nela ao mesmo tempo. Por outro lado, estão sendo surpreendentes tantas descobertas e possibilidades na dança. Estou muito feliz! Nossa equipe da Solidariedança está com trinta atletas para essa competição. Algo inédito e grande alegria para nós! A competição será no início de novembro no centro paralímpico em São Paulo, SP. Meu coração, a cada dia que passa, pulsa mais forte, e eu, que já fui da banda feminina Asas da Paz Kotekitai, aplico todo o treinamento que recebi. Quando vou dançar, oro para que minha arte sempre toque o coração de todos. Essa é a minha missão como artista PCD e discípula do Mestre. Na Solidariedança, eu me redescobri como dançarina, agora sobre rodas. Rodas essas que vêm me levando a diversos lugares. Já tive a oportunidade de participar em programas de TV, em várias apresentações na sociedade e todo mês realizamos um grande espetáculo. Este mês, aliás, é considerado “Setembro Verde”, dedicado à conscientização pela inclusão e a dar visibilidade à pessoa com deficiência. Por isso, cada vez mais venho me engajando nessa causa. Posso dizer com certeza que recitar Nam-myoho-renge-kyo é a maior de todas as alegrias, que atuar pelo kosen-rufu é gratificante e que, para ser rainha da felicidade, não se pode deixar a coroa cair, mas estar com as mãos juntas em oração, com o coração convicto e sempre com o brilho nos olhos! Sou grata à minha família, por ser a minha fortaleza, e, em especial, à minha mãe, que vem sendo uma grande matriarca após o falecimento do meu querido pai há três anos. Sou grata também às companheiras e aos companheiros de luta, aos meus amigos, pelo apoio, e ao nosso querido mestre Daisaku Ikeda e à Sra. Kaneko, por todos os incentivos! Karina em apresentação com o grupo de dança Notas 1. Leia mais na Terceira Civilização, ed. 599, jul. 2016, p. 46. 2. Terceira Civilização, ed. 649, set. 2022, p. 32. 3. Brasil Seikyo, ed. 1. 791, 16 abr. 2005, p. 2. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 297, 2017. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.599, 12 fev. 2022, p. 6-7.Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Arquivo pessoal
21/09/2023
Encontro com o Mestre
BS
Rumo ao mundo sem guerras, a transformação interior
Sou decididamente contra a guerra! Sou absolutamente contra! Muitos jovens da minha geração, bajulados pelo Estado, partiram alegre e corajosamente ao serem enviados para a frente de batalha. Porém, quantas tempestades de vendavais de dor, tristeza e infortúnio sopravam nas profundezas do coração dos familiares? Não há nada mais trágico que a guerra. A guerra é absolutamente demoníaca. Jamais repitam isso novamente! Queremos renovar esse juramento. O movimento da revolução humana é para isso. O que a humanidade deve almejar é o respeito pela diversidade, fazendo das diferenças entre si a fonte de uma nova criação de valor, de coexistência e de prosperidade conjunta que traga influências positivas para uns e para os outros. É a construção da sociedade global na qual todos se harmonizam, em que os países, seja quais forem, e quaisquer que sejam os povos, sejam todos respeitados como figuras insubstituíveis.Mesmo que se fale em “cultura de paz”, esta não é algo que se encontra em algum lugar distante. Está em como edificar o próprio coração, o espírito de tolerância e de não violência que respeita a diversidade e ama as demais pessoas. Em outras palavras, nós devemos partir do desafio da transformação interior capaz de dominar o sentimento egoísta, de mente estreita, e de intolerância que discrimina os outros. A humanidade está em busca ardente da filosofia do rissho-ankoku que ilumina o mundo turbulento. Nós não recuamos um passo sequer. Expandindo o diálogo convicto com cada pessoa, edifiquemos uma sociedade de respeito pela vida, em que brilha o sorriso das pessoas! No topo: Sol da manhã Praias brancas e mar azul com águas transparentes. Lá distante se estende o Oceano Pacífico. Em agosto de 1981, Ikeda sensei visita o Havaí, Estados Unidos, para participar, dentre outras atividades, da 2a Convenção da SGI. Ele registra esta foto na cidade de Honolulu, na ilha de O’ahu. Na ilha de Maui, uma das muitas do Havaí, irrompeu um incêndio florestal no mês de agosto [de 2023], e prosseguem os dedicados esforços de socorro. Não podemos deixar de orar pela paz e segurança das pessoas afetadas pela tragédia. Em outubro de 1960, Ikeda sensei parte para uma viagem rumo ao kosen-rufu do mundo, herdando o ideal do seu mestre. O primeiro passo se dá no Havaí, local em que a Guerra do Pacífico havia começado. No dia seguinte à sua chegada, ele visita o Cemitério Memorial Nacional do Pacífico e Pearl Harbor para orar em memória das vítimas da guerra e pela paz mundial. Este dia 15 de agosto [de 2023] marca o 78o ano desde o término da guerra. Oferecendo orações pela tranquilidade e pela ausência de guerras, vamos renovar o juramento pela paz. Publicado no Seikyo Shimbun de 13 de agosto de 2023.
21/09/2023
Editorial
BS
Passos para a paz
O Dia Internacional da Paz foi instituído em 1981 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas e é comemorado anualmente em 21 de setembro.1 Mais de vinte anos antes, em 2 de outubro de 1960, Daisaku Ikeda, recém-empossado presidente da Soka Gakkai, partiu em sua primeira viagem ao exterior do Japão para propagar o Budismo Nichiren pelo mundo. Seguindo os mestres Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, o jovem Ikeda foi desbravador e destemido, dando o primeiro grande passo para a paz mundial. Realizando ações que convergem para esse mesmo propósito, jovens da Soka Gakkai Internacional (SGI), provenientes de 44 países e territórios, reuniram-se recentemente no Japão para trocar pensamentos e compartilhar iniciativas por um planeta pacífico. Confira nesta edição. Na mensagem enviada para a 15ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, que contou com a presença desses jovens, Ikeda sensei cita: Em março de 1954, meu mestre, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, criou a nova estrutura de “staff da Divisão dos Jovens” em nossa organização e me nomeou como coordenador dela. O mestre solicitou aos jovens Soka que se tornassem a força motriz para idealizar e promover todos os aspectos do kosen-rufu, expandindo amplamente a condição de vida, abraçando a filosofia de vida de “O universo sou eu” e “Eu sou o universo”, reconhecendo que “o sol, a lua e as estrelas se encontram dentro de nós”. A partir da luta como discípulo de unicidade com o mestre, determinado a corresponder infalivelmente à confiança dele, nasceu uma nova luz de criação de valor e acelerou nosso majestoso movimento da propagação da Lei Mística. No próximo ano, completam-se setenta anos desde essa ocasião. Expresso aos meus amados jovens discípulos do Japão e do mundo: “Sejam os coordenadores de staff da Divisão dos Jovens da nova era! Desejo que formem a rede solidária majestosa e crescente de pessoas que brilhem com a luz da ‘revolução humana’. Com a força e a paixão dos jovens, protejam e iluminem intensamente o direito à vida das pessoas!”.2 Desejamos que este BS seja para você, leitor, um agente impulsionador para mergulhar nessa correnteza da criação de “valores humanos” a contribuir para a paz mundial do local em que se encontra agora, manifestando todo o seu potencial. Ótima leitura! Notas: 1. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2021/09/1763732 . Acesso em: 11 set. 2023. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.643, 23 set. 2023, p. 4-5.
21/09/2023
Datas Significativas
BS
Datas Significativas de Outubro
2 Presidente Ikeda parte, pela primeira vez, para o exterior, a fim de propagar o Budismo Nichiren e os ideais da Soka Gakkai pelo mundo (1960) 13 Falecimento de Nichiren Daishonin (1282) 17 Convenção Cultural dos Jovens — “Convenção da Chuva” (1999) 19 Fundação da BSGI (1960) 20 Fundação do Distrito Brasil (1960)
21/09/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 15 (parte 1)
Magníficos vencedores na vida Em janeiro de 1974, Shin’ichi Yamamoto foi à província de Kagoshima para se reunir com os membros que compareceram ao Primeiro Encontro da Amizade de Minamata no antigo Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima. Ciente de que muitos padeciam de doenças acarretadas pela contaminação decorrente da indústria química local, desejava fazer tudo o que pudesse para encorajá-los. — Sejam bem-vindos a Kirishima! Estava aguardando ansiosamente encontrá-los. Cada um de vocês aqui hoje triunfou sobre si mesmo, jamais retrocedendo diante do carma nem se permitindo ser vencido pelo desespero. Sei disso perfeitamente. Todos vocês são magníficos vencedores! Tornem-se cada vez mais fortes e conduzam sua vida à plenitude. A voz de Shin’ichi deixava transparecer profunda emoção: Tenho certeza de que alguns de vocês estão padecendo de doenças provocadas pela contaminação. Mas o fato de continuarem a viver vigorosamente, sem ser derrotados, é uma fonte de esperança para as outras pessoas e uma prova da força do budismo. — Por terem sofrido tanto, possuem o direito de se tornar felizes. Vocês são aqueles que irão transformar nossa sociedade. Empenhemo-nos juntos e esmaguemos a natureza demoníaca que permeia o universo e a vida humana e que gerou essa contaminação! — Sim! — responderam eles com muito entusiasmo. — Que tal darmos três vivas para celebrar os corajosos esforços e a vitória magnífica de vocês? — sugeriu Shin’ichi. — Viva! Viva! Viva! — exclamaram os membros erguendo os braços. O brado empolgante deles ecoou pelo céu de Kirishima. (...) Shin’ichi continuou encorajando os membros de Minamata assiduamente. (...) O estrago causado pela poluição não findou com a admissão de culpa da indústria química e o pagamento de substanciais indenizações às vítimas. O drama das pessoas afetadas pela contaminação por mercúrio persistia. Era, portanto, crucial oferecer às vítimas coragem para continuar vivendo e esperança em relação ao futuro, um esforço que exigia uma rede de apoio humano. Além disso, para se obter a solução do problema da poluição em seu âmago seria necessário reexaminar os valores da sociedade moderna e estabelecer uma nova filosofia humanista. Essa era a missão da Soka Gakkai. (Trechos do capítulo “Revitalização”) “Primeiro, vença com a mente, e, então, com a habilidade” O Grêmio de Beisebol da Universidade Soka foi fundando no mesmo ano da inauguração oficial da universidade em 1971. Em maio de 1975, o time foi convidado para um jogo amistoso entre o corpo docente da Universidade Soka e o das Escolas Soka de Ensino Fundamental 2 e Médio. No evento, Shin’ichi Yamamoto ofereceu-lhes a seguinte orientação: Imbuído de amplas expectativas em relação ao futuro deles, Shin’ichi observou: — Espero que se tornem um time cujo dinamismo seja admirado e apreciado por todos. A Universidade Soka e o grêmio de beisebol ainda estão em seu estágio inicial, e tenho certeza de que estão enfrentando muitas adversidades. Passar por tais dificuldades, entretanto, é de fundamental importância para o crescimento de vocês. (...) Um dos membros do grêmio indagou: — O que devemos fazer quando um jogo está indo mal para nós e estamos “levando uma verdadeira surra?” Shin’ichi respondeu: Quando estiverem numa encrenca desse tipo, devem se reunir, todos, e renovar a decisão de dar o melhor de si. Isso vale tanto para o beisebol quanto para a vida. Quando se é derrotado em qualquer batalha, isso, na verdade, ocorre porque já se deixaram derrotar por si mesmos antes que o oponente o faça. Não devem se permitir sucumbir à pressão ou às circunstâncias adversas. Essa é a hora de renovar o compromisso de vencer e de acender a chama da vontade de vencer. Quando a partida terminou, Shin’ichi sugeriu: Vamos treinar juntos? Rebaterei a bola para vocês. Os integrantes do grêmio perseguiam cada tacada de Shin’ichi, agarrando com firmeza a bola em jogo. A cada defesa, Shin’ichi gritava: — Excelente! Boa jogada! Os membros do grêmio talvez estivessem, na verdade, defendendo as sinceras esperanças e expectativas do fundador da escola deles. Alguns até tinham lágrimas nos olhos ao apanhar as bolas rebatidas por Shin’ichi. O som da bola batendo no taco ecoou pelo local por um longo tempo. Os membros do grêmio estavam determinados a vencer e a corresponder às expectativas de Shin’ichi. Na temporada de primavera da segunda divisão que tinha acabado de se iniciar, o Grêmio de Beisebol da Universidade Soka, encorajado pelos incentivos de Shin’ichi travou um bom combate e conquistou o seu primeiro campeonato na liga. Posteriormente, naquele mesmo ano, subiu para a primeira divisão. Para alegria ainda maior deles, o campo de beisebol do campus ficou pronto. Na temporada de primavera de 1977, eles venceram o campeonato da primeira divisão e disputaram o Campeonato Nacional de Beisebol Universitário. Infelizmente, foram eliminados nas semifinais, mas o time, cujo treinador também era um aluno, cativou as pessoas pelo espírito esportivo e esforços vigorosos. Depois disso, o Grêmio de Beisebol da Universidade Soka prosseguiu, estabelecendo uma história notável, vencendo vários campeonatos da liga, bem como mantendo excelente desempenho no certame nacional. Alguns integrantes do grêmio até mesmo se tornaram jogadores profissionais de beisebol. (Trechos do capítulo “Universidade Soka”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 15 de janeiro de 2020.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 15
21/09/2023
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Melodia da esperança
Após um intervalo de cerca de três anos devido à pandemia da Covid-19, as bandas Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai do Brasil voltaram a participar de desfiles comemorativos do Dia 7 de Setembro em diversas localidades. Em alguns eventos, as apresentações também contaram com integrantes do grupo de dança Taiga da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) e com o apoio dos grupos de bastidores, dos componentes das demais divisões, de amigos e familiares. Por meio da música, os jovens levaram à sociedade em geral os ideais de paz, cultura e educação da Soka Gakkai na data em que se celebrava o Dia da Independência do Brasil. Durante o período em que não havia desfiles, os integrantes dos grupos se dedicaram ao aprimoramento pessoal e técnico participando de encontros virtuais, cursos de aprimoramento, entre outras atividades. Assim, era comum a ansiedade e a expectativa pelo retorno desse tipo de evento cujos preparativos se estendem por meses. Em Pinhais, PR, os participantes vencem a chuva para levar os ideais de Ikeda sensei e da Soka Gakkai aos espectadores Na cidade paranaense de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, houve um desfile também no dia 2 de setembro que teve lugar na Avenida Camilo di Lellis. A forte convicção dos cerca de 120 membros participantes sobrepujou o mau tempo, levando alegria e dinamismo ao público. Já no dia 7 foi a vez da capital paranaense assistir à apresentação dos grupos no tradicional Centro Cívico de Curitiba. As bandas musicais da Soka Gakkai surgiram por sugestão do jovem Daisaku Ikeda nos anos 1950. Mesmo sofrendo com a contrariedade de alguns líderes da organização, ele obteve total apoio do seu mestre, segundo presidente Josei Toda, e empenhou-se inteiramente para concretizar o objetivo, chegando a investir os próprios recursos na compra de instrumentos. Atualmente, as bandas Ongakutai e Kotekitai encontram-se presentes em diversos países, entre eles o Brasil, com a missão de criar “valores humanos” jovens, promovendo a paz e transmitindo esperança às pessoas por meio da música. Apresentação na cidade de Guarulhos, SP Em Belém, PA, os grupos apresentaram-se, no dia 16 de setembro, durante a 34a Semana do Japão, que comemorou o bicentenário da adesão do Pará à Independência do Brasil e os 94 anos da imigração japonesa no estado Em Londrina, PR, muita vibração e alegria pelo retorno dos desfiles Marcando presença em Osasco, SP RM Campos Gerais, PR Subcoordenadoria Anhanguera, SP Desfile dos grupos da CNSP no bairro paulistano do Jabaquara, no dia 3No topo: na capital paranaense, o desfile é realizado na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico de CuritibaFotos: Colaboração local
21/09/2023
Notícias
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Sem medir distância
Chapecó é um município localizado no meio-oeste de Santa Catarina, tem 106 anos e mais de 250 mil habitantes. Distante 557 quilômetros da capital estadual Florianópolis, concentra importantes polos industriais e instituições de ensino superior. É uma cidade planejada, há várias opções para uma vida saudável. Nessa região, encontramos o Distrito Chapecó, organização de base da BSGI cujas lideranças e membros têm rompido a distância geográfica com muito senso de missão. É um distrito que abraça 135 famílias Soka, espalhadas em mais de vinte cidades nos estados de Santa Catarina e Paraná, num raio de 230 quilômetros de Chapecó. Preparamos um quadro (veja no final) com o nome de todas elas, porque, conforme as lideranças locais ressaltam, “Em cada uma delas, mesmo com uma ou duas famílias, tem uma bandeira Soka fincada”. Com o Brasil Seikyo circulando em todo o Brasil, a expectativa é de que, onde houver amigos e familiares residindo nesses municípios, “saibam que o humanismo Soka está aqui”. Trazemos alguns bastidores da luta empreendida pelo Distrito Chapecó, que integra a RM Oeste Catarinense, CRE Sul. Triluta! São três comunidades do distrito, uma delas leva justamente o nome Tri Fronteiras, abarcando membros de cidades vizinhas e três delas fazendo divisa com outros estados. Dionísio Cerqueira, por exemplo, distante 220 quilômetros de Chapecó, está na divisa de Santa Catarina com o Paraná e na fronteira com a Argentina. Atualmente, com dois blocos da comunidade (Dionísio Cerqueira e Pioneiro), há um orgulho reinante entre todos, pois, em 2012, ocorreu a entrega do título de menção honrosa ao Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), pela Câmara Municipal.1 “Temos imensa honra por essa homenagem feita ao nosso mestre, e nos sentimos ainda mais comprometidos em expandir o humanismo Soka na sociedade”, frisa Solange Terezinha Haiduck, responsável pela Divisão Feminina da comunidade. Encontro da Comunidade Tri FronteiraO Bloco Pioneiro atende a cinco cidades e foi fundado em 2019, meses antes da chegada da Covid-19. Com visitas on-line e incentivos, mantiveram-se todos em união, e neste segundo semestre do ano [de 2023], a restruturação das lideranças segue em curso, suprindo a falta de algumas famílias que se mudaram para outros lugares.A própria Solange, líder da DF da comunidade, também se mudou para São Miguel do Oeste, sendo a única família praticante na cidade, a qual registra uma população próxima de 45 mil habitantes. “Minha missão é ainda maior. Estou determinada a ampliar o kosen-rufu daqui”, diz ela, estimulada pelos incentivos que ouviu na última Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. Pelo desafio logístico de reunir todas as famílias, as atividades são realizadas, em sua maioria, no formato on-line ou híbrido. Quarta é dia de estudo do budismo. As versões digitais dos periódicos da Editora Brasil Seikyo têm sido preferência também por essa questão. Herdeiros do futuro As outras duas comunidades, Chapecó e Desbravador, têm seus integrantes mais centralizados em Chapecó, com atuação também em pontos mais afastados.Assim é na Comunidade Desbravador, que possui os Blocos Itália e Leste, este último com membros em duas cidades próximas. “Nossa maior luta é participar nas reuniões de palestra lá, e estamos conseguindo”, esclarece a responsável pela DF da comunidade, Sandra Spricigo. Com as reuniões de palestra, o estudo e o diálogo sendo feitos de forma híbrida para oportunizar a participação de todos, a meta é integrar ainda mais os jovens. Já a Comunidade Chapecó é composta por cinco blocos: Centro, Oeste, Passo dos Fortes, Xanxerê e Sul. Neste último, relata Lenize Spegiorin, responsável pela comunidade, estão dois membros (mãe e filho) que residem na cidade de Peritiba, SC. Os demais blocos realizam atividades presenciais: a reunião de palestra mensal, o daimoku em conjunto feito na primeira segunda-feira do mês e os encontros da DF.Lenize comenta que ficou muito tocada com o direcionamento da coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti, transmitido na última Reunião Nacional de Líderes. “Queremos apoiar a criação dos jovens valores de nossa localidade, que herdarão o futuro. Com uma grande luta de muito mais daimoku, sei que seremos vitoriosos.” Bloco Centro Depois de revigorantes decisões tomadas pelos líderes de bloco e de comunidade, as lideranças do distrito reforçam sua determinação, “Abraçando um a um os membros e simpatizantes, sem medir distância”, afirma Silviane Barbosa de Lima Shimada, responsável pela DF do distrito. “Vamos edificar uma fortaleza de valores humanos em nossa região, criando um ambiente de pessoas felizes, e junto com os jovens formar uma grandiosa onda de expansão.” “Temos como objetivo principal nos próximos anos estabelecer o local para nossa sede regional. Estamos determinados a contribuir para o fortalecimento dos blocos e das comunidades, gerando um ambiente saudável e alegre”, ressalta Mitsuru Shimada, vice-responsável pela RM e que acumula a função de líder de distrito após a mudança do titular para outra cidade. Já a responsável pela DF, Neides T. Cararo Lazaro, arremata: “Temos a liderança da juventude Soka da RM, atuando para fortalecer os grupos horizontais e as atividades da DE, vamos avançar juntos nesse apoio”. Os jovens e os estudantes podem contar sempre! As 23 cidades cobertas pelo Distrito Chapecó Comunidade Desbravador: Chapecó, Pinhalzinho, Nova Erechin, Maravilha, Serra Alta, São Carlos, Águas de Chapecó, Caibi e São João do Oeste. Comunidade Chapecó: Chapecó, Xanxerê, Passos Maia, Ponte Serrada, Concórdia e Peritiba. Comunidade Tri Fronteira: São Miguel d’Oeste, Dionísio Cerqueira (SC), Barracão, Pato Branco, Francisco Beltrão, Clevelândia, Dois Vizinhos, Palmas e Chopinzinho (PR). Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.136, 23 jun. 2012, p. A5. Fotos: Colaboração local
21/09/2023
Especial
BS
Tsunesaburo Makiguchi: protagonista da transformação social pela criação de valor
Tsunesaburo Makiguchi (1871–1944), primeiro presidente da Soka Gakkai, foi um reformista social. Suas ideias de transformação da sociedade tinham como base sua teoria de valor, ou seja, a noção de que o propósito da vida humana é a criação de valor. O campo de atuação dele foi a educação e, posteriormente, a religião. A época em que Makiguchi viveu coincidiu com a Restauração Meiji (1868-1912), período de grandes transformações da sociedade japonesa. Esse tempo representou o fim do xogunato (governos militares) de Tokugawa e a centralização do poder político na figura do imperador. Essa era foi marcada por significativas transformações no Japão, tanto na área política como também social e econômica. Como resultado de tais mudanças, houve o desmantelamento do antigo regime feudal, seguido da modernização e da industrialização do país e sua abertura para o Ocidente. Do ponto de vista da organização política, um fato marcante foi a promulgação da primeira Constituição do Japão em 1889 (Constituição Meiji), instituindo uma monarquia constitucional, permitindo a formação de partidos políticos e a realização de eleições (limitadas). O sistema legislativo era bicameral, composto por uma câmara baixa, em que os representantes eram escolhidos por meio de eleições, e uma câmara alta com representantes diretamente nomeados. O primeiro-ministro e seu gabinete não eram escolhidos pela coalização dominante no parlamento, mas sim por meio de um conselho de anciãos, que assessoravam diretamente o imperador na sua tomada de decisões. O imperador era o chefe de Estado e, além de suas funções oficiais, tinha papel social importante como símbolo de unificação nacional. Ao longo do período, ideias nacionalistas ganhavam relevância crescente e se manifestavam de diferentes maneiras. Instituições e autoridades militares passaram a ocupar importantes funções governamentais em razão do êxito japonês em campanhas de expansão territorial contra a China (1894-1895), Rússia (1904-1905) e nações ocidentais que ocupavam o sudeste asiático na Coreia, Manchúria, Indochina e em Taiwan. No campo da educação, o cunho nacionalista estava presente na codificação do Édito Imperial sobre Educação (Kyoiku Chokugo) de 1890, no qual se mencionava que o papel da educação era o de formar cidadãos com valores como lealdade, obediência e harmonia social. Em certo trecho, esse decreto imperial afirmava que “em caso de ocorrência de uma grave emergência, deve-se, com sentimento de justiça, dar prioridade ao público (Estado) e, por extensão, salvaguardar o destino da família imperial”. Makiguchi se posicionou contrário a essa visão nacionalista, pois entendia que o papel da educação deveria ser voltado à criação de “valor humano”, ou seja, que o conhecimento deve buscar a felicidade e ser relevante para a vida e as atividades cotidianas. Ele publicou textos e livros expondo sua oposição à visão oficial, propondo reformas do sistema educacional japonês e detalhando sua filosofia do processo pedagógico e educacional. Se a educação foi o campo de atuação em grande parte da vida de Makiguchi, no período final de sua existência, após conhecer o Budismo de Nichiren Daishonin — aos 57 anos, em 1928 —, ele voltou sua atenção para a religião. Makiguchi encontrou nos ensinamentos de Nichiren Daishonin o fundamento para sua teoria de valor: a partir da transformação individual propiciada pela prática budista, é possível almejar uma vida em que a busca da felicidade plena seja atingida. A visão nacionalista da época também estava presente no campo da religião, sob a forma da instituição do xintoísmo do Estado como religião oficial. De acordo com essa doutrina, o povo japonês deveria aceitar a fé no xintoísmo e adorar o imperador. À medida que o esforço de guerra japonês durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) aumentava, também se intensificava a pressão para se unificar as instituições religiosas em torno da religião oficial com a aceitação do talismã xintoísta. Esse episódio ainda teve um efeito marcante na vida de Makiguchi e de seu discípulo, Josei Toda, porque, pela recusa em aceitar esse talismã, ambos foram presos em 1943 sob a acusação de violação das leis de Preservação da Paz e de Segurança Nacional. Makiguchi, inclusive, acabou morrendo no cárcere. O encontro de Makiguchi com o budismo foi fundamental tanto para ele próprio como para a propagação desse ensinamento. Pode-se dizer que o budismo, antes e depois desse encontro, é radicalmente distinto. Até então, as seitas budistas eram cerimoniosas, enfatizando os cultos aos falecidos e antepassados, com suas práticas e rituais restritos aos templos. Havia pouca conexão do budismo com a vida cotidiana das pessoas e, em particular, com o alívio do sofrimento humano. Makiguchi, por sua vez, viu a conexão entre sua teoria de valor e o Budismo de Nichiren Daishonin e percebeu que a propagação desse ensinamento era a forma de as pessoas buscarem a felicidade na vida, entenderem sua missão e, com isso, transformarem a sociedade e o país. A criação da Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], em 1930, precursora da Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor], deu forma institucional à atuação de Makiguchi e de Josei Toda pela criação de valor. A vida de Makiguchi foi marcada pela coerência e pela coragem. Coerência, pois, tudo o que realizou estava embasado em sua teoria de criação de valor. E coragem, para desafiar o espírito da época, sobretudo o crescente nacionalismo e militarismo, dedicando a própria vida em prol da justiça e da liberdade das pessoas. Esse espírito permanece vivo entre nós e, como membros da organização que ele fundou junto com Toda sensei, nos faz lembrar diariamente da nossa missão como budistas de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. No topo: Ilustração retrata o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi Nota: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.Fontes: Meiji Restoration. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britannica.com/event/Meiji-Restoration . MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Educação para uma Vida Criativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998. Brasil Seikyo, ed. 2.538, 7 nov. 2020, p. 6-7. Terceira Civilização, ed. 590, 14 out. 2017, p. 18. Ilustração: Kenichiro Uchida
21/09/2023
Em Dia
BS
Avanço imponente rumo à paz duradoura
A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, anunciada pelo venerado mestre em 8 de setembro de 1957, foi o rugido do leão que desafiava a natureza maligna que ameaçava o direito à vida das pessoas. Toda sensei nos confiou a esperança de que se existisse a rede de solidariedade dos jovens emergidos da terra, essa natureza maligna poderia ser derrotada infalivelmente. Por isso mesmo, determinei em meu coração que a cada ano fortaleceria ainda mais a legião dos jovens Soka, tendo o dia 8 de setembro como ponto primordial. Nos meses de julho e agosto últimos, a Soka Gakkai Internacional (SGI) participou do Comitê Preparatório da Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, realizada em Viena, a terceira maior cidade das Nações Unidas, como membro da sociedade civil. Assim, ela continua reunindo amplamente, com muita perseverança, as vozes da justiça do povo por um mundo sem guerras e pela abolição das armas nucleares. Exatamente de acordo com o testamento do venerado mestre, não devemos recuar um único passo na luta contra o mal absoluto. * * * Recordo-me de que, cinco meses após o falecimento de Toda sensei, em setembro de 1958, a Divisão dos Jovens promoveu um encontro esportivo. Sob o lema “Avanço Imponente rumo ao Kosen-rufu”, 70 mil jovens de elite de todo o país se reuniram no Estádio Nacional de Atletismo de Tóquio. Tornou-se o festival da alegria e do bailar dinâmico fazendo frente a palavras caluniosas como “A Soka Gakkai se desmanchará nos ares”. Nesse dia (23 de setembro [de 1958]), registrei meu verdadeiro sentimento em meu diário: Poder, força, energia para o futuro. Enquanto tivermos esses jovens..., pensei. Meu coração se encheu de profunda alegria e determinação”.1 O término da publicação em série do romance Nova Revolução Humana aconteceu sessenta anos depois, no dia 8 de setembro de 2018. No posfácio, expressei meu desejo de que meus companheiros se levantassem como “Shin’ichi Yamamoto” e escrevessem sua própria brilhante história da revolução humana. E os convoquei para que, enquanto houvesse infelicidade neste mundo, desenhassem a grande imagem da vitória humana chamada kosen-rufu ainda com mais coragem e resplendor. Nesse mês, passados cinco anos a partir de então, recebi os “Shin’ichi Yamamoto”, dignos jovens de juramento seigan de 44 países e territórios dos cinco continentes. Soube que a Cúpula Mundial dos Jovens2 se tornou a praça de fusão da sabedoria dos cidadãos globais da Lei Mística em que representantes da África e da América do Sul trocaram ideias para superar a crise alimentar embasadas em ações práticas. No Japão também, o surgimento em profusão de novos líderes em cada localidade me deixa muito feliz. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Diferentemente dos outros, ao propagar estas doutrinas, eu, Nichiren, tive a oportunidade de me encontrar com muitas pessoas”.3 Por meio do acúmulo de diálogos diretamente ligados ao buda Nichiren Daishonin com cada pessoa, vamos criar um novo valor, oferecendo o grande brilho da filosofia de respeito à vida a todas as pessoas. Como é promissor o aspecto majestoso da Divisão Masculina de Jovens que percorre a jornada da expansão das relações com o budismo, tendo os alunos da academia na vanguarda! Amanhã, dia 9 [de setembro], é o Dia da Divisão das Universitárias. Rumo ao Festival Universitário de outono [japonês], tanto os universitários como as universitárias estão aprofundando os laços de amizade com a nobre e amada alma mater. A Divisão das Mulheres [do Japão] de resplandecente esperança realizará o Kayo College [da Divisão Feminina de Jovens] na sequência do Encontro das Jovens Lírios-Brancos do Início da Primavera [das jovens senhoras da Divisão Feminina]. Quero enviar incentivos também para os preciosos amigos que se dedicam com suor dourado ao estudo visando ao Exame de Budismo [no Japão], como também aos companheiros que os apoiam. A “força para o futuro” da Soka Gakkai é infindável. Ao ritmo da Lei Mística, com a saúde em primeiro lugar, e sem nenhum acidente, vamos iniciar um avanço imponente do kosen-rufu mundial que é, em si, a própria paz duradoura, em direção ao dia 18 de novembro, Dia Comemorativo de Fundação da Soka Gakkai, e mais ainda, rumo ao dia 16 de março do próximo ano! Publicado no Seikyo Shimbun de 8 de setembro de 2023 No topo: Momento da Cúpula Mundial dos Jovens, realizada recentemente no Japão (Tóquio, 3 set. 2023) Notas: 1. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2015. p. 491-492.2. Monique Tiezzi, coordenadora da Juventude Soka da BSGI, é uma das relatantes na Cúpula Mundial dos Jovens, realizada no dia 3 de setembro em Tóquio, Japão.3. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 778. Foto: Seikyo Press
21/09/2023
Incentivo do líder
BS
Um gesto que aquece o coração
Ikeda sensei cita no romance Nova Revolução Humana, volume 27: Encontrar-se com as pessoas, estabelecer laços de vida a vida e ampliar o círculo de pessoas com correto entendimento dos ideais da Gakkai — a soma desses esforços é que cria o sólido alicerce do kosen-rufu local. Não há ampla propagação sem o estabelecimento de elos de amizade.1 Acredito que essa frase descreva o fim de semana de agosto em que saímos de Porto Alegre, RS, para nos reunir com os companheiros de Santa Maria, RS. Em agosto de 2023, mês que marca o encontro ideal, três líderes da Sub. Rio Grande do Sul e eu nos dirigimos para unir forças com os amigos da Área Centro Fronteira. Às 7h30 da manhã de sábado, pegamos um ônibus rumo a Santa Maria e percorremos cerca de 290 quilômetros (aproximadamente, quatro horas e trinta minutos de estrada) para apoiar e aprender. Embora a temperatura marcasse 6 graus, meu coração estava aquecido para as atividades planejadas com carinho e dedicação pelos líderes locais; e eles até elaboraram uma programação específica para cada um de nós. No meu caso, fui direcionada a fazer visitas nos alojamentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição na qual o responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de área estuda e mora. Chegando à universidade, ele comentou que haviam sido confirmadas quatro visitas para os jovens. Era um cronograma auspicioso e dinâmico: tínhamos visitas às 14h, 15h, 16h e 17h, e, logo após, às 18h, seria a reunião de palestra. Quando ele me disse que alguém comentou sobre a quantidade de visitas, dei um sorriso, pois também me surpreendi com esse fato. E ele compartilhou a resposta que deu para essa pessoa: “Não sabemos quando a Carla virá aqui novamente, então vamos aproveitar ao máximo!”. A frase dele me fez perceber a profunda conexão com Ikeda sensei. O objetivo do meu companheiro era se encontrar com o máximo de amigos e promover um diálogo. Naturalmente, lembrei-me de inúmeras passagens da Nova Revolução Humana, nas quais Ikeda sensei fala sobre encontrar o maior número de pessoas. Que grande responsabilidade tínhamos de ocupar o tempo de cada jovem de uma forma que ele pudesse se sentir mais feliz e conectado com o próprio potencial! A líder da Divisão Feminina (DF) de bloco apoiou nosso deslocamento e nos conduziu de carro a cada visita, pois nosso tempo era curto. Ela participou de algumas visitas e buscou lanches, oferecendo-nos proteção e cuidado. A verdadeira união das cinco divisões promove ondas de avanço para o kosen-rufu! Dialogamos com três simpatizantes da Juventude Soka e com um jovem líder de bloco. Foram encontros que abriram as portas dos corações. Embora todos fossem jovens e estudantes, os contextos, as alegrias e os sofrimentos eram tão diversos como a essência da própria juventude. Alguns desafios se referiam a depressão, gravidez, gestão do tempo e sentimentos de solidão. De coração aberto e sincero, conseguimos ouvi-los e falar sobre esperança, família, Gakkai, daimoku e ilimitado potencial que temos. Nesse movimento, dois visitados foram conosco à reunião de palestra. Minha grande alegria foi ver a alegria deles e a participação no diálogo; e um deles me disse que aquele dia foi muito importante e inesquecível na vida dele. Recordei-me de outro trecho da Nova Revolução Humana, volume 21: Quando o presidente Yamamoto pensou sobre seu objetivo de construir, por meio do diálogo, uma aliança de humanismo e paz ligando o mundo todo, desejou ter mais tempo para isso. A vida é curta. Perder tempo é o mesmo que perder a vida. Ele estava determinado a não desperdiçar nem um único momento.2 Eu me senti feliz e incentivada. A partir desse fim de semana, conectei-me muito mais com o coração do Mestre. Convido a todos a realizar vários diálogos de coração a coração, porque assim expandimos também nossa própria condição de vida. Para isso, vamos cuidar ainda mais da saúde física e mental. Sejamos o Shin’ichi da localidade, colocando nossa vida a serviço de outras vidas! Forte abraço! Carla Charlene Rocha de Almeida Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da CRE Sul Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 27, 2020. 2. Ibidem, v. 21, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES
21/09/2023
Notícias
BS
Centro Cultural de Atibaia é inaugurado
Após décadas de esforços e, em especial, depois de suplantar os desafios da pandemia da Covid-19, os membros da BSGI de Atibaia, SP, e região realizaram, de forma brilhante, a inauguração do centro cultural da localidade, no dia 9 de setembro. Participaram da solenidade o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, e outros líderes da organização local. Sob o sol radiante da manhã, a cerimônia de corte da fita inaugural deu início à atividade. De forma semelhante, o Budismo de Nichiren Daishonin, denominado o Budismo do Sol, passa a iluminar a vida dos participantes da cerimônia de concessão de Gohonzon e de conversão ocorrida durante o encontro. O evento contou com a entrega de homenagens aos veteranos, a apresentação de um vídeo com o histórico da organização e da construção do centro cultural, além dos cumprimentos de líderes. Pioneiros e veteranos que abriram, de modo consistente, os caminhos para atingir este grandioso objetivo O ápice da solenidade ocorreu com a apresentação da mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, feita por Márcio Iutaka, vice-presidente da BSGI. Enviada no dia 8 de setembro, mesma data da conclusão do romance Nova Revolução Humana em 2018, ela traz o seguinte trecho: Atibaia é famosa por ser um dos lugares com as mais belas paisagens de São Paulo e por possuir também profundos laços com o Japão. Tenho pleno conhecimento de como seus pais e veteranos, por meio de incansáveis esforços, vieram abrindo, de modo consistente, o grande caminho do kosen-rufu nessa terra da missão.Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados”.1 Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo castelo da Lei, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Os líderes da RM lançaram o objetivo de cada distrito concretizar a conversão de três novas famílias ao budismo mensalmente até 2030 para que, em 2050, a localidade alcance 10 mil famílias felizes e vitoriosas. Também divulgou a meta de criação de outras sedes da BSGI nas demais cidades em que a RM está presente. A Juventude Soka de Atibaia, inspirada pela grande vitória da RM Maringá apresentada na última Reunião Nacional de Líderes (veja na ed. 2.642, 9 set. 2023), também objetivou concretizar cem jovens em cada um dos seus dez distritos, com o slogan “Atibaia Mil”. Em seus cumprimentos, o presidente Miguel Shiratori frisou a importância de fazer da inauguração do centro cultural uma significativa partida rumo a sucessivas vitórias e que, por meio da manifestação do potencial inerente à vida de cada pessoa, todos criem uma rede de incentivo e de solidariedade que se propague para a sociedade. A atividade foi encerrada alegremente com uma apresentação de dança da Divisão dos Estudantes e do coral da RM em conjunto com as bandas Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai do Brasil com a canção Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21!. Castelo da felicidade É a realização de um sonho termos o centro cultural. A pandemia nos deu a oportunidade de “caprichar” um pouco mais. Esperamos que todos sejam bem-vindos ao nosso castelo da felicidade. Evandro Jesus de Godoy, responsável pela DS de comunidade Em meio à luta para a construção do centro cultural, objetivei a transformação financeira e alcancei grandes vitórias. Minha decisão junto com meus familiares é de sermos dignos discípulos. Ikeda sensei, conte comigo para a transformação da localidade! Fernanda Regina de Souza Bueno, vice-responsável pela DF de distrito Minha decisão é tornar este Centro Cultural de Atibaia em fonte de alegria e felicidade para toda a região! Caique Borges Silveira, responsável pela DMJ de bloco A organização da atividade foi perfeita! Tive a oportunidade de participar nos bastidores da inauguração e era possível ver o carinho dos líderes e dos membros. Minha decisão é ajudar ainda mais nas próximas atividades da BSGI. Kazuo Henri Uno Yamamoto, membro da DE-Herdeiro Mensagem enviada pelo presidente Daisaku Ikeda Estimados companheiros da RM Atibaia, sinceros parabéns pela inauguração do tão aguardado novo centro cultural! Hoje é o dia da gloriosa vitória dos senhores após superarem a pandemia de forma admirável, pondo em prática a “estratégia do Sutra do Lótus”. Envio do Japão efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Atibaia é famosa por ser um dos lugares com as mais belas paisagens de São Paulo e por possuir também profundos laços com o Japão. Tenho pleno conhecimento de como seus pais e veteranos, por meio de incansáveis esforços, vieram abrindo, de modo consistente, o grande caminho do kosen-rufu nessa terra da missão. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo castelo da Lei, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Atibaia! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! Em 9 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Confira vídeo sobre a inauguração do Centro Cultural de Atibaia Nota: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 671. Fotos: BS
21/09/2023
RDez no BS
BS
Cada um de vocês é um valente filhote de leão!
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Setembro é o mês em que celebramos a fundação da Divisão dos Estudantes Futuro.¹ O grupo foi criado a partir do meu profundo desejo de confiar aos nossos jovens o futuro da humanidade e a consolidação da paz mundial. Nichiren Daishonin declarou: “O rei leão não teme outros animais, e da mesma forma agem seus filhotes”.² Cada um de vocês, sucessores Soka, sem exceção, é um filhote de leão. Espero que sintam com o coração a mensagem que consta na música da Divisão dos Estudantes: “Tenha coragem! Com o coração do rei leão!”, “Viva com forte coração”, “Mesmo com as dificuldades, você vencerá”.³ Por favor, continuem avançando, mesmo que seja apenas um passo ou um milímetro. Aqueles que se levantam quando caem, com certeza, vencerão. Recitar Nam-myoho-renge-kyo desperta o poder do leão dentro de vocês! Seja nos estudos, seja fazendo amigos, algo legal para os pais ou realizando alguma atividade, agora é a hora de vocês abrirem as asas da coragem e desafiarem a si mesmos. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de setembro de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Se você é assinante da RDez ou do plano digital completo, clique aqui para ver a matéria on-line e assistir ao vídeo dela. Notas: 1. A Divisão dos Estudantes Futuro foi estabelecida no Japão no dia 23 de setembro de 1965. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. Trechos da música Be Brave. Ilustração: GETTY IMAGES
21/09/2023
Notícias
BS
Jornada do companheirismo
Vem do sudoeste baiano uma iniciativa que fez “encurtar” o mapa geográfico local no significativo mês de agosto. Trata-se do resultado da dedicação do responsável pelo Distrito Brasil 500, Werciley Santana, para encontrar pessoalmente os integrantes da Divisão Sênior de sua (imensa) organização. Atravessando cidades (veja no mapa), foram 1.700 quilômetros percorridos, unindo forças com os líderes de comunidade e de bloco, visitando membros, convidados e criando a oportunidade de entregar a mensagem alusiva ao Dia da Divisão Sênior, oferecida por Ikeda sensei. Werciley inspirou-se, em especial, no trecho que diz: “...haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias...”. Ele conta em vídeo um pouco mais dos bastidores dessa inspiradora ação. Assista ao vídeo da viagem que Werciley fez para incentivar os companheiros:
12/09/2023
Minha Localidade
BS
Capital da esperança
Brasília é a capital federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. Localizada no Planalto Central, foi concebida com os objetivos de ser uma cidade planejada e de “interiorizar” a capital, atraindo pessoas de todo o país. Por isso, ficou conhecida como a “capital da esperança”, reunindo indivíduos de diversas etnias, culturas e classes sociais, que foram para lá em busca de uma vida melhor. Fundada em 21 de abril de 1960, é uma metrópole jovem, considerada a maior cidade do mundo construída no século 20. Sob um céu azul na maior parte do ano, estendem-se largas ruas e prédios brancos inseridos em um desenho inspirado na forma de um avião. Passos constantes O movimento pelo kosen-rufu em Brasília remonta os anos 1970, com os esforços dos primeiros praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin resultando na criação de um distrito com três comunidades. Em 1974, o cancelamento de uma visita do presidente Ikeda ao Brasil trouxe grande tristeza aos membros da BSGI, que juraram transformar as circunstâncias e receber novamente o Mestre em terras brasileiras. Um marco decisivo foi estabelecido quando a organização foi convidada a participar das comemorações dos 15 anos de fundação da cidade, em 1975. Deslocaram-se para a capital federal cerca de 137 ônibus com mais de mil membros provenientes de São Paulo para participar do evento realizado no Ginásio de Esportes, com apresentações como painel humano, ginástica e dança. O sucesso estrondoso do festival contribuiu para que a BSGI conquistasse a confiança na sociedade. Enquanto isso, seus integrantes se empenhavam na recitação do daimoku para a concretização da visita de Ikeda sensei. Em Brasília, não foi diferente, e todos se reuniam às terças-feiras para orar com esse objetivo e também o da aquisição de uma sede própria para as atividades. Em 1984, finalmente o sonho de receber Ikeda sensei no Brasil se tornou realidade, após dezoito longos anos de ausência. A visita à capital federal trouxe incontida alegria aos membros, que recepcionaram o Mestre e sua esposa, Kaneko, com carinho e entusiasmo. Na agenda oficial, uma audiência com o presidente da República, João Figueiredo, com os ministros das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, bem como a doação de livros para a Universidade de Brasília. Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). O ponto primordial da relação de mestre e discípulo para os membros do Distrito Federal foi o encontro com o presidente Ikeda no Parque Rogério Pithon Farias (atual Parque da Cidade). Na ocasião, o Mestre assistiu às apresentações musicais dos grupos horizontais e incentivou calorosamente os companheiros. Ele também manifestou o desejo de que fosse construído um centro cultural da BSGI na cidade, objetivo recebido efusivamente por todos. Daí em diante, os companheiros brasilienses vieram se dedicando incansavelmente à propagação do Budismo Nichiren na sociedade, ao fortalecimento da organização e à comprovação da prática budista na sociedade, culminando com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em dezembro de 1996. Inauguração do Centro Cultural de Brasília (dez. 1996) Olhar para o futuro A partir de então, a organização na região se desenvolveu amplamente, recebendo exposições, simpósios e conferências promovidos pela SGI e pela BSGI. O presidente Ikeda e sua esposa receberam a cidadania honorária de Brasília em 3 de maio de 1998, entre outras homenagens concedidas ao longo dos anos em reconhecimento à sua inestimável contribuição para a paz, a educação e a cultura. Hoje, a Subcoordenadoria Distrito Federal avança a passos largos e seus integrantes esforçam-se para vencer os desafios da época atual e criar sucessivas ondas de novos “valores humanos” que sucederão o movimento pelo kosen-rufu. Representantes da BSGI do Distrito Federal compartilham suas comprovações Caminho para a vitória Meu nome é Vitor Brasil, tenho 40 anos e minha família recebeu o Gohonzon em 1985, em Brasília, quando eu tinha 2 anos. Aos 8 anos, ingressei na banda masculina Taiyo Ongakutai, na qual tive a oportunidade de participar por 24 anos, recebendo um rigoroso e precioso treinamento. Na época em que entrei nesse grupo musical, tínhamos nos mudado para o Rio de Janeiro, e minha primeira apresentação foi durante o Festival Eco-Cultural, realizado em 1992, no Ginásio do Maracanãzinho. Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Ikeda sensei veio à cidade do Rio de Janeiro, e tive a honra de me apresentar para ele. Mesmo sendo apenas uma criança, desenvolvi nos ensaios o espírito de corresponder ao Mestre. Em 1994, retornamos a Brasília, onde busquei imediatamente continuar participando das atividades do Ongakutai. Com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em 1996, passei lá grande parte do meu tempo na juventude, realizando ensaios, aulas de música, reuniões de shakubuku e muitos diálogos. Também me esforcei para me desenvolver na organização de base, criando paixão pelo estudo do budismo, principalmente pela leitura da Nova Revolução Humana. Por meio dessa luta e de muito daimoku, fui vencendo meus desafios da juventude e conquistando resultados concretos. Cada grande vitória nas atividades da organização também vinha acompanhada de comprovações em minha vida pessoal. Assim, após o festival dos jovens de Brasília, em 2001, alcancei o sonho de cursar uma universidade federal. Conquistei meu primeiro emprego após uma grande batalha para a realização do festival comemorativo dos cem anos da imigração japonesa no Brasil, em 2008. Também passei em um ótimo concurso público na minha área de atuação depois de superar vários desafios pessoais, em meio à luta para a Convenção do Cinquentenário da BSGI, em Manaus, em 2010. Em 2007, criei em meu coração um forte desejo de ir ao encontro do Mestre no Japão. Refletindo sobre como criar a causa para essa vitória, percebi que precisava vencer no shakubuku (propagação do budismo), que até então não havia concretizado. Assim, lancei-me a esse desafio e logo minha namorada Cris (hoje minha esposa) e um colega de curso receberam o Gohonzon. Foi o começo da minha jornada em prol do shakubuku, e atualmente apresentei o budismo para 23 pessoas. Conquistei meu sonho de participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão, em 2017, conhecido como “Kenshukai dos 200”, após obter a vitória do meu distrito na luta das 50 novas famílias. Em meio à dedicação para participar do curso, concretizei seis conversões. Foram intensos preparativos e, principalmente, muito daimoku, mas consegui selar meu juramento nas terras do Mestre. Desde 2014, quando recitamos nosso gongyo do juramento no Japão, minha esposa e eu tentávamos engravidar. Mas não conseguíamos encontrar o motivo de isso não acontecer. Em meio a essa grandiosa batalha, encontramos um médico que finalmente nos deu o diagnóstico correto. Assim, após voltar do Japão, minha esposa realizou uma cirurgia, possibilitando que, em 2018, nascesse nossa princesa, Maria Flor, uma garotinha linda que encanta a todos. Acredito que o caminho para a vitória reside na vida que desafia as dificuldades, dentro da Soka Gakkai e buscando a todo momento corresponder ao Mestre. Vitor com a esposa, Cris, e a filha, Maria Flor Vitor Brasil Paixão da Costa Vice-responsável pelo Distrito Águas Claras, Sub. Distrito Federal. Servidor público *** Agora é a nossa vez! Dois sentimentos movem minha luta diária. O primeiro é honrar a atuação dos veteranos, pois nossa organização foi construída pelas pessoas que, com o coração ligado ao de Ikeda sensei, desbravaram caminhos superando questões de idioma e dos desafios de vencer em terras brasileiras. As famílias Miura e Okamoto são algumas delas, e tenho a honra de ter crescido vendo nossos familiares e líderes da época expandirem a prática da fé em Brasília. Em 1984, quando recebemos a visita de Ikeda sensei ao Brasil, eu estava grávida, na ocasião, e não pude participar nos grupos de recepção. Atuei nos bastidores dentro da comunidade, levando aos membros notícias que vinham constantemente do Mestre. Tirei foto no parque da cidade junto com ele, sendo essa uma recordação que jamais esquecerei. Naquele encontro, fiz meu juramento de jamais me afastar da Soka Gakkai, haja o que houver, e de sempre pôr em prática os ideais do Mestre. Morei 21 anos no Japão, atuando firmemente também lá. Em 2018, retornei ao Brasil com minha família e, a partir de então, tenho me dedicado a cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Assim, o segundo sentimento que me motiva é apoiar a geração jovem, encorajando-a para que herde o sentimento de luta de Ikeda sensei. Nós nos unimos ainda mais na pandemia, por meio dos incentivos e das visitas on-line, e depois disso passei a abrir minha chácara para receber e dialogar com os jovens, apoiando a Divisão Feminina de Jovens e também o fortalecimento do Zenshin. Temos de criar e de expandir laços de amizade com os jovens, por isso abraço, de coração, cada um deles. Em julho último, em encontro promovido na RM, pude convidar componentes de um grupo de taiko na região, para apresentação cultural e, ao mesmo tempo, para eles terem contato com nossa organização. Meu neto, simpatizante, faz parte desse grupo cujos integrantes gostaram bastante e passaram a perguntar sobre o budismo. Agora, estamos programando pequenos encontros de diálogo com eles. No distrito, todos os líderes se unem, e o estudo de budismo tem sido a base para cada membro fortalecer sua prática da fé e ser feliz. Na região onde eu moro, os blocos são localizados na área urbana e boa parte das pessoas reside em chácaras. Mas sinto que isso nem se compara às dificuldades vividas pelos veteranos, e temos vencido a distância e os desafios de tempo e de trabalho com muita disposição. Tem sido gratificante a parceria com os jovens, e nos encontramos sempre para estudar e dialogar. Na última semana, realizamos um encontro conjunto DF e DFJ, falando sobre como cultivar um coração que jamais é derrotado. Tenho a convicção de que cada encontro se torna uma preciosa oportunidade de mostrar a grandiosidade da Gakkai e de cada encorajamento do Mestre ser a razão da mudança para melhor na vida de cada um, principalmente, da futura geração. Então, Ikeda sensei pode ficar tranquilo. Agora é a nossa vez, a dos discípulos. Muito obrigada! Aiko, primeira à dir., de rosa, com as companheiras da DF e da DFJ Aiko Miura Responsável pela Divisão Feminina do Distrito Brazlândia No topo: presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Fotos: Seikyo Press / BS / Arquivo pessoal
06/09/2023
Relato
BS
Quando brilha a joia do coração
Meu nome é Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, moro em Joinville, SC, sul do país. Sou formada em design de produto, optando por segmentar em joias finas, profissão construída a partir do momento em que aprendi a polir o brilho do meu coração e desejar viver. Falo do início da minha jornada na família Soka que no próximo ano completará quarenta anos. Isso foi no dia 6 de maio de 1984, data que considero meu renascimento. Como um encontro pode ser decisivo! Eu tinha 25 anos quando fui me encontrar com uma amiga pela última vez. Estava decidida a não viver mais, pois julgava ser a forma mais fácil de parar de sofrer. Seguiria o destino da família: meu pai não suportou a morte da mãe dele e cometeu suicídio. Eu, agora, estava sem meu pai, e minha mãe vivia imersa em tamanha dor que não respondia pelos seus atos. A mim caberia cuidar dela e ainda apoiar sete irmãos. Era demais para mim. Um olhar benevolente É incrível que, ao praticarmos o budismo, nos tornamos sensíveis à dor do outro. Ao me ver triste, sem pensar duas vezes nem entender a fundo o que me afligia internamente, minha amiga pediu para que eu recitasse Nam-myoho-renge-kyo junto com ela. Sem mesmo entender o significado, eu a segui na oração. Foi como um raio de luz entrando em uma caverna escura. Ficamos ali, meia hora ou mais, e os pensamentos sombrios deram lugar a uma voz interna, agora fortalecida: “Eu tenho tantos sonhos, não quero morrer”. Converti-me ao budismo meses depois, tornando-me o esteio de minha nova história. O sonho da faculdade, que nutri desde menina, consegui concretizar. Eu me casei e a alegria da família se completou com a chegada de meus dois filhos, José Jr. e Jessika, que cresceram nos jardins Soka. Meu marido, José Kostetzer, é médico anestesiologista, simpatizante e nos apoia em tudo. Abri minha empresa de semijoias finas em 2014, e a mantenho até hoje. Como é bom viver! Momentos em família: da esq. para a dir., o marido, José, a filha Jessika e o primogênito José Jr. Busca constante Em 1993, quando Ikeda sensei visitou o Brasil, eu era responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade. Nós nos unimos em forte oração para o pleno sucesso das atividades durante a permanência dele no país. Objetivei ir ao encontro do Mestre no Japão, meta que alcancei em outubro daquele mesmo ano, junto com dez companheiros de Santa Catarina. Foi inesquecível! “Estou orando para seu esforço cada vez maior.” Essas foram as palavras de Ikeda sensei, que soaram como força para que eu ultrapassasse nova investida do carma financeiro um ano depois. Vencemos uma questão jurídica desafiadora na empresa do meu marido em 1994, convictos na força da justiça. Dessa maneira, selei minha convicção de ter encontrado a joia mais rara, fruto de um coração que determina, ora e vence, sem sucumbir ao desespero. Isso foi graças ao estudo do budismo, dentro do esforço de materializar as frases douradas ditas pelo Buda: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 e “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido”.2 Em viagem ao Japão. Avancei em minha contribuição como líder Soka e hoje atuo como vice-responsável pela CRE Sul, com o sentimento gravado a partir do encontro com o Mestre: avançar e vencer, sendo feliz e levando felicidade às pessoas. Apresentei o budismo para muitas pessoas, e na organização local estamos em pleno movimento de expansão da base. Honra e gratidão Um orgulho imenso é ter meus filhos na mesma órbita desse nobre propósito. José Jr., 34 anos, é cardiologista e atua com a família na organização na capital, Florianópolis. A Jessika, 31, é parceira de todas as horas, tem sua profissão (engenheira civil) e me apoia na empresa. Na BSGI, recentemente, foi confiada para coordenar o núcleo de estudantes da CRE Sul. Que imensa alegria e gratidão! Este mês também considero bastante significativo, porque nos remete à reflexão de sermos braço e abraço das pessoas que sofrem em momentos de desespero, assim como vivenciei um dia, antes de conhecer a família Soka. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é realmente a maior das alegrias, essa é minha maior convicção. Agradeço a todos que fazem parte da lapidação dessa minha trajetória. Em especial, a Ikeda sensei, pois quem tem um mestre da vida jamais se sente sem saída. Muito obrigada! Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, empresária do segmento de semijoias finas. Na BSGI, é vice-coordenadora da CRE Sul. Pela filha, Jessika Já nasci com minha mãe praticante do Budismo Nichiren. Por observá-la e receber desde sempre muito incentivo e apoio, eu me espelhei nela e pus em prática o Nam-myoho-renge-kyo. Foi assim que venci a enorme dificuldade que tinha de me socializar com crianças e demais pessoas, passando a enxergar meu valor com a prática da fé. Bem, minha mãe é uma grandiosa mulher, a quem admiro demais por ter passado tudo o que passou e por ter seus desafios constantes que jamais a abalaram, ao contrário, só a fortaleceram. Ela sempre me transmitiu seu amor e carinho com rigorosidade e disciplina ao mesmo tempo. Isso me “forjou”, principalmente tendo como referência Ikeda sensei em nossa vida. Recentemente, fui nomeada para coordenar a Divisão dos Estudantes (DE) da CRE Sul. Agora poderei retribuir todo o aprendizado que tive nos jardins Soka desde a infância e que me trouxeram até aqui, realizada e plena para vencer ainda mais diariamente sejam quais forem as questões. Agradeço à minha mãe por ser inspiração e me lançar a caminhos tão nobres, ao lado do Mestre, dos quais muito me orgulho. Marilene e a filha Jessika. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Ibidem, p. 464. Fotos: Arquivo pessoal
06/09/2023
RDez no BS
BS
Banhados pela luz da lua, esforcem-se com um coração tão vasto quanto o universo!
Corredores da Justiça A lua é o espelho brilhante dos céus. Reflete e une o coração das pessoas transcendendo o tempo e o espaço. Sua luz irradia a brilhante sabedoria do cosmos. A Lua da Colheita,¹ em particular, é considerada a mais bela — este ano, ela surgirá no dia 10 de setembro [texto originalmente publicado em 2022]. Dirigindo-se aos jovens, Toda sensei disse uma vez: “Liderem uma juventude repleta de paixão e de sonhos enquanto dialogam e debatem sobre a vida, a filosofia e o futuro juntos e sob a luz da lua”.² Nichiren Daishonin declarou: “[...] para aqueles que possuem profunda fé [na Lei Mística], é como se a lua cheia iluminasse a noite”.³ Não importa quão escuros sejam os tempos, enquanto recitarem Nam-myoho-renge-kyo e desafiarem a si mesmos nos estudos, a lua cheia da coragem e da sabedoria brilhará em seu coração sem falta! Aprender é luz. Por favor, sejam positivos e confiem que a luz que vocês estão acumulando agora por meio de árduos esforços, um dia, iluminará sua vida, bem como as de seus familiares, amigos e das pessoas ao redor do mundo. Olhando para a bela lua, mirem o futuro e aprendam com um coração tão vasto quanto o universo! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de setembro de 2022 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Confira alguns spoilers da edição de setembro A primavera chegou! Conheça as flores brasileiras que desabrocham nesta época do ano no Trending Topics. Como superar nossos medos? A resposta está na última parte da série Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento escrita por sensei. Entenda a relação entre uma orquestra sinfônica e o princípio itai doshin no ABC do Budismo. Esses e outros conteúdos da edição de setembro estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/261 Notas: 1. O fenômeno chamado Lua da Colheita é uma fase específica que marca, no hemisfério sul, a entrada da primavera e, no hemisfério norte, a chegada do outono. O nome se deve a um antigo costume de fazendeiros que, séculos atrás, utilizavam a luz da lua para trabalhar nas colheitas ao longo da noite. 2. Tradução não oficial. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 96, 2020.
06/09/2023
Notícias
BS
Nova fase de vitórias
“O inverno nunca falha em se tornar primavera.”1 A frase de Nichiren Daishonin retrata a decisão dos membros da RM Guarulhos e da RM Itapegica que, ao longo de 23 anos sem uma sede regional própria, desempenharam uma atuação digna que culminou na inauguração, no último dia 27 de agosto, do novo castelo da localidade. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), enviou significativa mensagem que será a diretriz da organização local. Em um trecho, ele frisa: Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. (...) Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra.2 Os líderes das duas RM, na ocasião, manifestaram seus agradecimentos e a decisão de que, a partir da inauguração, uma nova história na vida de cada membro despontará, como a propagação do budismo, o diálogo e a felicidade de todos: “Fiquem tranquilos que cumpriremos a missão de Guarulhos e de Itapegica!”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da inauguração e, em seus cumprimentos, enalteceu a atuação de todos, principalmente dos veteranos da organização, e salientou a importância da coragem e da decisão deles, que, no decorrer dos anos, jamais desistiram. “Todos tiveram várias intempéries ao longo dos 23 anos, e a manifestação dessa decisão está contida no dia de hoje. Ao praticarmos o Budismo de Nichiren Daishonin, nada se perde. Tudo tem um significado. Busquem entender e pôr em ação”. Shiratori também falou sobre a importância da oração resoluta com base na relação de mestre e discípulo. “Permanecer na órbita de Ikeda sensei é a chave para a vitória. Estabeleçam uma meta clara na vida pessoal e organizacional e façam da mensagem de Ikeda sensei o novo direcionamento para a sua existência. Esta sede representa o brilho dourado da vida de cada membro. A partir de agora, pulsa uma nova coragem e decisão”, concluiu Shiratori. Os grupos de apresentação da Juventude Soka e um coral das duas RM com mais de sessenta vozes finalizaram a cerimônia. Representantes renovam decisão “Tive a chance de me desenvolver na Divisão dos Jovens e de atuar em um grupo horizontal. Agora, é um orgulho ser membro da Divisão Sênior. Hoje foi um dia muito emocionante, por todas as oportunidades como jovem e de ver a cristalização desse ideal. O grande objetivo, a partir daqui, é contribuir para a criação de valores humanos e da Divisão dos Jovens.” Adriano Yosimoto, responsável pela comunidade “Estou muito emocionada com a inauguração desta sede. Pratico o budismo há mais de quarenta anos e participei de todos os momentos do desenvolvimento da organização. Hoje, mais uma vez, sinto enorme gratidão, pois não desistimos, e esse espaço, apoiando os jovens, será o local de desenvolvimento. Estou muito feliz, gratidão. Atuarei muito mais para que novas pessoas conheçam a nossa organização, e, como o Sr. Shiratori comentou, minha decisão é ser vitoriosa ainda mais nos próximos cinco anos.” Jaiza Nascimento de Figueiredo, consultora da DF de regional“Minha decisão é de aprimorar, cada vez mais, a minha atuação e que essa sede seja o castelo da localidade. Hoje é a vitória de todos e para mim é uma alegria estar aqui neste momento. Nos últimos meses, no distrito em que atuo, realizamos estudos, visitas e dialogamos sobre a importância de termos uma sede. A partir de agora, uma nova fase de vitórias.” Henrique Sergio Viana, responsável pela DMJ de distrito “Não tínhamos local para os ensaios da Asas da Paz Kotekitai e esta sede será perfeita para os encontros. Ela será acolhedora e meu coração está transbordante de alegria. Minha decisão é fazer meu juramento seigan todos os dias. Foi falado sobre os próximos cinco anos e minha determinação é estar formada em engenharia de produção e contribuir para a sociedade, além de intensificar minha atuação na localidade e no grupo horizontal.” Sofia Soares de Carvalho, responsável pela DFJ de comunidade Mensagem enviada pelo presidente Ikeda Sinceros parabéns pela tão aguardada nova sede regional de Guarulhos! Recordo-me, com saudade e com carinho, da ocasião em que o avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos há trinta anos. No dia de hoje, envio efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de trocar forte aperto de mão, de coração a coração, com cada um dos senhores. Esta sede é o castelo do tesouro da “virtude invisível e recompensa visível” de todos os senhores que vieram trabalhando arduamente em prol do kosen-rufu, das pessoas e da comunidade local, repletos de paixão pela nobre missão dos emergidos da terra. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno desta nova sede, avancem de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Itapegica! Viva Guarulhos! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! 27 de agosto de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. Fotos: BS
06/09/2023
Notícias
BS
“Viva Bauru! Viva o Brasil!”
Setembro é o mês da primavera e, em especial, para os membros da RM Bauru. Os três primeiros dias deste período ficaram gravados na vida de cada integrante que participou da inauguração do centro cultural da organização local, um sonho acalentado por todos. O sorriso dos membros refletiu a cristalização da vitória tão almejada ao longo dos anos. Todos, sem exceção, manifestavam a alegria e a decisão de que uma nova história estava sendo registrada. Na sexta-feira, 1o de setembro, junto com Miguel Shiratori, presidente da BSGI, os líderes centrais da localidade realizaram diálogos com foco no futuro da organização. No sábado, visitas familiares e reuniões em pequeno grupo foram promovidas. No período da tarde, os jovens da RM fizeram o plantio comemorativo de uma azaleia na entrada da sede, o qual representa a força da Juventude Soka para a expansão da amizade, da confiança e do espírito de não deixar ninguém para trás. Plantio comemorativo representando a Juventude Soka Direcionamento claro No domingo, o sol dourado já brilhava no céu e aquecia o coração dos membros, os quais, vindos de diversas cidades da região, lotaram o Auditório Mestre e Discípulo da nova sede. Eles foram recepcionados pelo sorriso gentil das integrantes da Divisão Feminina da localidade que enaltecia o acontecimento. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, enviou mensagem para ocasião (leia abaixo). Nela, ele denomina o centro cultural de “novo castelo da Lei do centro-oeste paulista”. Em um trecho, Ikeda sensei menciona: Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre ‘castelo da vitória’ e o ‘castelo da glória’ dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Eduardo Komori, responsável pela RM Bauru, bradou aos presentes: “Enfim, chegou o grande dia. A inauguração do Centro Cultural de Bauru”, arrancando aplausos. Abordando os próximos passos da organização, pontuou os objetivos da localidade: “Hoje, nossa inauguração marca uma nova etapa. Nosso foco será o estudo do budismo, a perfeita relação de mestre e discípulo, pois, quando ensinamos o budismo para as pessoas, conseguimos compreender a nossa vida. A essência da prática do budismo existe no ato de fazermos o shakubuku. Sol dourado de Bauru O Centro Cultural de Bauru será palco da última Reunião Nacional de Líderes (RNL) de 2023, em novembro. Nesse sentido, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, além das felicitações pela inauguração, incentivou os participantes a vencer cada qual suas questões e a conquistar os benefícios da prática da fé. “Aqui é a cristalização da vida de todos os senhores. A partir da mensagem de Ikeda sensei, fazer com que a localidade de Bauru seja vitoriosa. Praticar o Budismo Nichiren é evidenciar a melhor capacidade e conquistar a suprema vitória. Vamos ler e reler a preciosa mensagem e edificar uma vida mais alegre e feliz. Vamos vencer nosso drama pessoal e em 18 de novembro, na RNL que será em Bauru, que o Brasil reconheça a grandiosidade do centro-oeste paulista. Pratiquemos com alegria e união harmoniosa rumo à vitória absoluta. O importante é nunca desistirmos tendo essa convicção, pois somos praticantes do Budismo Nichiren, membros da Soka Gakkai. Vamos vencer, vamos comprovar e conduzir as pessoas à felicidade”, reforça Shiratori. A conquista de um sonho é a partida para novos triunfos “Minha decisão para os próximos cinco anos será me desenvolver como ser humano com base na prática da fé e poder espelhar minhas vitórias da vida pessoal a todos ao meu redor, contagiando o maior número de pessoas para que entrem nessa onda do humanismo Soka!” Taisly Mazza da Silva, responsável pela DE de RM “A inauguração do nosso centro cultural proporcionará muita alegria e orgulho para todos os membros. Historicamente, o sonho de construir uma sede própria surgiu em 1988 com o nosso primeiro local em Bauru. Ultrapassamos várias questões. Mas, sempre com daimoku, incentivo e diálogo, vencemos passo a passo cada uma delas. No dia de hoje, inicia-se uma nova etapa com muito mais vigor.” Tokuzi Imasato, consultor de RM “A inauguração do nosso centro cultural representa, para mim, a paixão pela Gakkai e o esforço perante o desafio para essa conquista. Minha decisão é me desenvolver ainda mais como ser humano e atuar como digno ser humano e discípulo Ikeda.” Danton Melo de Assis, vice-responsável pela DMJ de bloco “O centro cultural, para mim, representa um lugar em que eu possa fortalecer a minha fé no budismo. Jamais vou desistir de praticar o budismo e sempre vou me esforçar para aprender cada vez mais.” Louise Trindade Consalter, membro da DE-Esperança Mensagem enviada pelo presidente Daisaku Ikeda Sinceros parabéns pela inauguração do tão aguardado Centro Cultural de Bauru, novo castelo da Lei do centro-oeste paulista! Tenho pleno conhecimento de que, desde a minha primeira visita ao Brasil na década de 1960, os senhores vieram promovendo, ao longo dos anos, o avanço consistente do kosen-rufu nesta vasta localidade, sem poupar esforços. Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre “castelo da vitória” e o “castelo da glória” dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo centro cultural, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Bauru! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! Em 3 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Confira vídeo com depoimentos dos membros de Bauru Bauru sediará a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) que acontecerá em novembro. Confira a decisão da localidade Fotos: BS
06/09/2023
Notícias
BS
A base do triunfo
A Praia da Bica está localizada no bairro do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, zona norte do município do Rio de Janeiro. Essa praia dá nome a um bairro no qual se encontram participantes de uma organização de base da BSGI: a Comunidade Praia da Bica, formada pelo Bloco Novo Cambaúba e Bloco Babaçú, dentro da estrutura da RM Ilha do Governador. Com o apoio de seus integrantes, trazemos, nesta edição, alguns bastidores do movimento local. Assim como boa parte dos núcleos de base espalhados pelo Brasil, a Comunidade Praia da Bica vem se adaptando aos formatos de atividades, acompanhando de perto a realidade das famílias. Muitas delas, após o período da pandemia, acabaram se mudando para outras regiões, não sem antes receber o carinho e a dedicação de todos. “Acabamos sendo exportadores de pessoas valorosas, que começaram aqui e hoje estão brilhando pelo Brasil afora”, enfatiza Solange Fernandes de Farias, responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade. Com isso, a estrutura de lideranças ficou reduzida. Assim que foi identificada pelos níveis acima, estes imediatamente partiram para dar apoio direto. Chega também um reforço jovem, Mariana Bineza Maia. Ela, que conhece o budismo há seis anos, comenta ter sido transferida de localidade no fim de 2022, período que coincidiu com dramas de virada em sua vida. “Abracei o novo desafio de colaborar com o crescimento das comunidades como uma grande oportunidade de vencer meus próprios desafios pessoais”, relata a jovem, que, ao chegar à localidade, se comprometeu, junto de seus pares no distrito, a unir forças com os líderes de bloco e de comunidade para que todos fortalecessem a vida por meio do estudo do budismo e do diálogo de vida a vida. Uma frase das escrituras de Nichiren Daishonin tem inspirado o movimento em curso: Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”.1 “Os estudos promovidos pela Comunidade Praia da Bica são muito ricos. Sempre buscam integrar os membros, trazer os que por algum motivo estão mais distantes, criar um diálogo valoroso e colocar o budismo como parte do nosso dia a dia.” Esse é o sentimento que permeia as programações locais, que a cada dia se tornam mais intensas. Fortaleza de valores Outra iniciativa que vem sendo conduzida pelos líderes da Praia da Bica refere-se aos dias de melhor acesso para membros e convidados. Prevalecem ainda atividades no formato híbrido, atendendo os que não podem participar de forma presencial. Boa parte é composta por jovens, que prefere reuniões nos dias de semana, envolvendo-se diretamente nas programações. Os resultados são sentidos também no desenvolvimento pessoal deles. Assim reforça a jovem Mariana: “Quando comecei minha prática eu era extremamente tímida, hoje consigo me expressar muito melhor e explanar matérias para grandes públicos sem medo. Por isso, digo sempre que a Soka Gakkai não só cria valores para as atividades da organização, mas desenvolve grandes valores para a sociedade”. As visitas também seguem esse olhar de identificar como e quando chegar à vida dos membros. “Por persistirmos, e não deixarmos de levar incentivos, estamos conseguindo trazer de volta pessoas tão queridas”, ressalta Solange, responsável pela DF da comunidade, entusiasmada com o recente retorno de uma família que há três anos não participava. “Sensei sempre nos encoraja a não desistir de ninguém, não é mesmo? Como é gratificante ver o aspecto de felicidade nas visitas.” Aspecto dos participantes da Comunidade Praia da Bica nas reuniões de palestra, nos encontros de estudo e também na movimentação de visitas para famílias e, em especial neste mês, integrando forças na Divisão Sênior Atuar com união Uma característica bastante reforçada pelos participantes da comunidade corresponde ao apoio que recebem dos níveis acima. Neste mês de agosto, o movimento envolvendo a Divisão Sênior (DS) incluiu visitas e também maior aproximação com os integrantes advindos da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Houve formatura e integração, tudo conduzido com muita alegria e apreço. “Estamos unindo forças e criando um ambiente para que todos se sintam abraçados. Não há caminho mais nobre que a sincera amizade e é isso que encontramos na Soka Gakkai. Esse é o ambiente criado por Ikeda sensei. Onde mais temos uma oportunidade como essa?”, pondera o responsável pelo distrito, José Carlos Andradas. Os resultados vêm aos poucos, com a expectativa das lideranças de fechar o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com total sucesso. Sedimentam essa convicção na crença de que “Quando se empenha nestes três fundamentos — fé, prática e estudo —, a vida é conduzida ao estado de buda. Estamos no caminho certo. Vamos vencer!”. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Fotos: Colaboração local
24/08/2023
Discurso do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada
BS
“Por meio do triunfo dos amados jovens, vamos abrir o portal rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai”
Discurso do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, proferido na 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no Auditório Memorial Toda, em Sugamo, Tóquio, em 9 de julho de 2023. Sinceras congratulações pela realização da 14ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai e do Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes. No dia de hoje, estão participando 23 representantes da Costa do Marfim, cujo diretor-geral, Pierre Véh, nos brindou há pouco com um maravilhoso relato de atividades. Sejam muito bem-vindos a um local tão distante! Eu os saúdo do fundo do coração. Nos últimos anos, uma das características das crianças e dos jovens japoneses é a da dificuldade de se autoafirmar da maneira como são, isto é, possuem baixa autoestima. Por outro lado, o que se observa na voz dos jovens Soka, bem como no sorriso deles em fotos publicadas no dia a dia do Seikyo Shimbun, são dramas do revivescer que podem ser consideradas a recuperação da autoestima. São incontáveis relatos de jovens recém-convertidos ou de membros das Divisões dos Universitários e dos Estudantes que decidiram se empenhar na prática da fé, dizendo: “Meu veterano me elogia bastante, apesar de ser uma pessoa tão limitada. Ele me entende e me apoia. Isso me deixa realmente feliz, aliviando o peso do meu coração e me faz sentir bem”. Os incentivos da família Soka não se limitam a um “está tudo bem” momentâneo ou apenas de aparência. São incentivos que nascem do respeito sincero pela pessoa, acreditando no potencial dela, e orando pela sua vitória e felicidade, com uma afirmação convicta da confiança nela. E, na essência, existe a filosofia de vida do budismo que prega o ilimitado potencial inerente a cada pessoa, reforçada pela experiência pessoal de que ela própria conseguiu renascer por meio da prática da fé nessa filosofia. Quando dialogou com a futurista americana Hazel Henderson, ao ser perguntado sobre o porquê de as atividades da Soka Gakkai se expandiram em escala mundial, Ikeda sensei respondeu de forma clara e concisa em uma frase: “É porque sempre valorizamos uma única pessoa”. É ninguém menos a não ser Ikeda sensei quem vem demonstrando esse exemplo de “sempre valorizar uma única pessoa”, com o sentimento de devotar a própria vida para uma pessoa após outra, expandindo-o para todas no mundo inteiro. Lembro-me de que, quando era universitário, os jovens estavam loucamente entusiasmados para lutar pelo Tratado de Segurança do ano 1960. Eu mesmo participei, com apaixonada disposição, inclusive de manifestações. Para vocês, das Divisões dos Universitários e dos Estudantes, isso deve soar como “história dos livros didáticos”. Porém, depois que aquele entusiasmo esfriou, aprendi a lição de quão efêmero era um movimento sem ideologia e senti um vazio. Talvez essa baixa autoestima seja comparável à dos dias de hoje. Nessas condições, quando estava no segundo ano da faculdade, encontrei-me pela primeira vez com Ikeda sensei. Na ocasião, o Mestre nos orientou: “As grandes personalidades de todos os tempos e lugares possuem uma religião como espinha dorsal. Vocês abraçaram uma grandiosa religião. Doravante, visando uma vida extraordinária, esforcem-se!”. Recebendo essa orientação e imaginando que “Ikeda sensei não é mero ‘religioso’. Ele está, acima de tudo, preocupado com a minha vida. Além do mais, acredita no meu ‘futuro’ e não no ‘presente’”; comecei a sentir que estava vivo. Além disso, no ano seguinte, quando fui convidado a participar da primeira turma da explanação do Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, Ikeda sensei nos incentivava, abraçando-nos calorosamente, preparando doces ou refeições em todas as explanações. Em uma ocasião, ao perceber que havia sapatos desgastados na sapateira, sensei comprou um par novo para o dono. Por meio da explanação, ele nos ensinou o humanismo budista de “valorizar uma única pessoa”, o espírito básico da Soka Gakkai, mostrando-o para nós a partir do próprio comportamento. Uma jovem integrante da Divisão das Mulheres manifestou uma refrescante admiração ao ler o Seikyo Shimbun: “Penso que Ikeda sensei seja uma pessoa que eleva a autoestima de alguém que está passando por dificuldades. Ele dá esperanças às pessoas de ‘Eu também posso’ e faz com que elas extraiam sua força de vontade”. Embora não seja uma expressão sofisticada, penso que ela descreva, de forma direta, uma visão sobre Ikeda sensei pela geração atual. Ao completarem trinta anos da libertação de Josei Toda da prisão, em 3 de julho de 1975, Ikeda sensei orientou os jovens que não conheceram seu mestre e que lhe pediram para ensinar sobre ele: “Quase todas as orientações de Toda sensei estão publicadas e também falei sobre ele para vocês diversas vezes. Creio que seria uma boa ideia se todos vocês pensassem nos ensinamentos dele por si sós e chegassem às próprias conclusões sobre ele e a ‘unicidade de mestre e discípulo’ da Soka Gakkai”.1 A maioria dos jovens de hoje, em especial a de outros países, nunca se encontrou com Ikeda sensei. No entanto, lendo as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, e aprendendo sobre o sentimento e as ações de Shin’ichi Yamamoto, eles os põem em prática na própria vida diária. Creio que, dialogando com Ikeda sensei no coração, sentem gratidão por ele e, por si sós, o consideram seu “mestre”. Aos membros das Divisões dos Universitários e dos Estudantes, peço-lhes que leiam atentamente os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, os quais Ikeda sensei escreveu devotando a própria vida, e descubram alguma passagem que a considerem ter sido dedicada pessoalmente a vocês pelo mestre. E assim cresçam, por favor, como alguém que os outros possam dizer “Quando fico com aquela pessoa, eu me tranquilizo” ou “Quando converso com aquela pessoa, fico animado”. Esse é o desejo de Ikeda sensei, e aí se encontra a concretização real do kosen-rufu. Por fim, o ponto mais importante para a criação de sucessores é o nosso modo de viver da geração de veteranos. Sensei nos orienta: “A existência de uma organização de seguidores em união de diferentes em corpo, unos em mente, na qual o coração do Buda continua a pulsar, possibilita às pessoas que não conheceram Nichiren Daishonin pessoalmente a prática de unicidade de mestre e discípulo com o Buda. Dessa forma, a herança da fé para atingir o estado de buda continua fluindo por toda a eternidade”.2 Quem construirá a organização em união de “diferentes em corpo, unos em mente”, onde pulsa o espírito de Ikeda sensei, criando sucessivamente os discípulos unidos ao mestre por todo o futuro, somos nós em quem sensei confia, dizendo: “Confio-lhes o kosen-rufu” e “Confio-lhes a Soka Gakkai”. Saldando as dívidas de gratidão com Ikeda sensei por meio do triunfo dos amados jovens, vamos abrir o portal rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai. Os corais Seigi (Justiça) e Fuji (do ensino fundamental-2) entoam a canção da DE, “Corredores da Justiça”, como expressão do juramento dos sucessores pelo kosen-rufu (Auditório Memorial Toda de Tóquio, 9 jul. 2023). No topo: presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, discursa na 14a Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai (Tóquio, 9 jul. 2023) Fotos: Sekyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 26, 2019. 2. Cf. Ikeda, Daisaku. A Herança da Suprema Lei da Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 111.
24/08/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 14 (parte 2)
O bailar do mestre imbuído do juramento pela vitória Em dezembro de 1969, Shin’ichi visitou a região de Kansai numa viagem de orientações. Apesar da febre alta, ele empenhou toda a sua energia para proferir seu discurso a fim de incentivar os membros presentes na reunião de líderes da província de Wakayama. Shin’ichi dedicou toda a sua vida para proferir seu discurso. Dez, quinze, vinte minutos se passaram. Mineko, o médico e os líderes que o acompanhavam estavam observando-o ansiosos, certos de que ele atingira o limite de suas forças. O desejo sincero do médico era de que Shin’ichi encerrasse rapidamente, mas ele continuou falando por vinte e quatro minutos. Quando ele terminou, o apresentador anunciou o momento das canções da Soka Gakkai. (...) Ao final das canções, surgiram brados gritando “sensei!” por todo o ginásio. Então, um participante gritou: — Por favor, reja uma canção! — Shin’ichi sorriu e assentiu com a cabeça. Mas, justamente nesse momento, ele foi acometido de uma tosse violenta. Cobriu a boca com a mão e tossiu várias e várias vezes, estremecendo as costas a cada vez que tossia. Tomou fôlego, o que de nada adiantou, e então outro acesso de tosse começou a torturar seu corpo. O microfone no palco irradiava o som. Depois que a tosse parou, podiam ouvir a respiração difícil dele e o olharam preocupados. Mas logo que se recobrou, ele se levantou bem animado e disse: — Estou bem. Então está certo, vou reger uma canção! Os presentes vibraram de alegria. — Farei de tudo se isso os deixar felizes. Sou o presidente de vocês, afinal. Todos aplaudiram. (...) A banda masculina começou a tocar a vigorosa melodia. (...) Com o leque na mão, Shin’ichi começou a reger a canção. Seus movimentos eram dignos e graciosos, como se estivesse voando pelo vasto firmamento. Ele conclamava em seu coração às forças malignas do Universo: “Demônios da doença, venham! Não importando o que aconteça, continuarei a lutar!”. (...) Os membros de Wakayama ficaram profundamente comovidos com o jeito vigoroso como estava regendo a canção e muitos estavam com lágrimas nos olhos. Ao mesmo tempo, algumas integrantes da Divisão Feminina, preocupadas com a condição em que ele se encontrava, suprimiam a vontade que sentiam de gritar para que ele parasse. Todos os presentes gravaram aquela cena no coração, jurando: “Eu também farei o melhor! Eu vencerei!”. E então batiam palmas vigorosamente e cantavam bem alto. (Trechos do capítulo “Vendaval”) Sempre se lembrem do espírito pioneiro Em setembro de 1970, foi inaugurado o prédio do Seikyo Shimbun em Shinanomachi, Tóquio. Ao percorrer o local, Shin’ichi refletiu sobre o ponto inicial do jornal. — Estou muito feliz por vocês terem agora estas maravilhosas instalações e por todos poderem realmente apreciar o trabalho aqui. Ao mesmo tempo, jamais devemos nos esquecer das dificuldades que enfrentamos quando produzíamos o jornal naquele cômodo apertado em Ichigaya. Quanto melhores forem o ambiente e os equipamentos que estiverem à sua disposição, mais importante será lembrarem-se do espírito pioneiro daqueles primeiros anos. De outra forma, vão se acostumar com a situação favorável e, assim que enfrentarem o menor problema que seja, começarão a reclamar. Como integrantes da equipe de redação, reclamar é um sinal de derrota e de condescendência. Essa é uma das maiores preocupações que tenho. Enquanto visitava as dependências do novo escritório, Shin’ichi se recordava com clareza da época em que trabalhara com seu mestre Josei Toda, antes do lançamento do jornal. A primeira edição foi publicada no dia 20 de abril de 1951, depois de Toda ter conseguido se recuperar da falência de sua empresa e pouco antes de se tornar o segundo presidente da Soka Gakkai. Toda havia mencionado que queria publicar um jornal interno em agosto do ano anterior, quando a empresa dele, a Cooperativa de Crédito de Construção Toko, foi forçada a suspender suas operações. Toda e Shin’ichi estavam numa cafeteria em Toranomon, Tóquio, onde se encontraram com um jornalista que ficara sabendo do fechamento da cooperativa de crédito. Ao retornarem, Toda disse para Shin’ichi, num tom de grande seriedade: — Shin’ichi, os jornais têm uma força inimaginável no mundo atual. Publicar um jornal significa exercer uma influência enorme. A Soka Gakkai precisa ter seu próprio jornal no futuro bem próximo. Por favor, pense nisso, Shin’ichi.(…) O título Seikyo Shimbun (Jornal dos Sagrados Ensinamentos) foi enfim escolhido após muitas deliberações. O nome carregava todo o desejo de Toda de transmitir a lei essencial do universo, o Budismo Nichiren, para o mundo inteiro. E a primeira edição do jornal foi publicada no dia 20 de abril de 1951. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 11 de dezembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Notícias
BS
A vitória dos jovens é o triunfo de todos!
“Por favor, irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil, sempre com harmonia e união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’” Trecho da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a inauguração do Centro Cultural da BSGI de Maringá (2 dez. 2018) Concretizar os sonhos do Mestre. O desejo sincero dos discípulos Ikeda do oeste paranaense cristalizou-se na forma de sorrisos, muitos sorrisos dos mais de setecentos jovens que passaram a fazer parte do movimento humanístico da BSGI na região. A grande expansão da Juventude Soka ecoou pelas terras vermelhas, fazendo “jorrar” alegria, encorajamento e nova disposição para todo o Brasil durante a realização da 8a Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O centro cultural da organização local foi palco do encontro promovido no dia 20 de agosto, com transmissão ao vivo pela internet que atingiu mais de 8 mil visualizações. Os mais de quatrocentos líderes presentes, representando organizações do Paraná, da CRE Sul e da BSGI, uniram-se aos participantes que assistiram à transmissão em todo o país, e até no exterior, para criar uma renovadora onda do movimento pelo kosen-rufu, inspirados pela dedicação sincera dos membros da RM Maringá. Corresponder ao Mestre Durante a RNL, quem contou os detalhes da luta da RM Maringá foram José Aparecido Pereira, responsável pela RM, e Camille Ito, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM. Em suas palavras de boas-vindas, expressaram sinceros agradecimentos a todos e, em especial, aos veteranos pela concretização da inauguração do Centro Cultural de Maringá cinco anos atrás, ocasião em que receberam uma mensagem de congratulações na qual o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, solicita “Irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil”. Com essa diretriz de Ikeda sensei no coração, em abril, ao serem informados de que a 8a RNL seria realizada na cidade, os líderes bradaram ao presidente da BSGI, Miguel Shiratori, que alcançariam o objetivo de acolher cem jovens por distrito na órbita da relação de mestre e discípulo até a realização da atividade. Todos superaram diversas dificuldades com forte união das cinco divisões e, baseados na firme recitação do daimoku, ultrapassaram a meta em cada um dos sete distritos da RM, levando os ideais humanísticos da Soka Gakkai a mais de setecentos jovens. Em vídeo apresentado na RNL, os jovens Diego Sanches e Amanda Cortes Rodrigues relataram seu empenho para consolidar esse nobre objetivo, ao ultrapassarem um quadro grave de contágio pela Covid-19 e a depressão, respectivamente, a fim de incentivar os amigos a fazer parte do movimento Soka pelo bem das pessoas. Meu encontro ideal “Enquanto o Mestre estiver no coração dos membros, eles jamais serão derrotados” — essa foi a mensagem do vídeo (imagem acima) sobre os 76 anos do primeiro encontro entre o jovem Daisaku Ikeda e Josei Toda, em 14 de agosto de 1947, e de sua conversão ao Budismo Nichiren no dia 24 daquele mês, datas cuja comemoração foi o ponto central da RNL. Realizações de Ikeda sensei, como a fundação do Seikyo Shimbun e do sistema educacional Soka, registradas na apresentação, representam o juramento feito pelo discípulo ao seu mestre e traduzido em ações concretas. Emergir dos bodisatvas O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, parabenizou os participantes pela realização do significativo encontro comemorativo, estendendo seus cumprimentos aos integrantes da Divisão Sênior que comemoram o Dia da DS em 24 de agosto. Destacou que a RNL é “Uma verdadeira assembleia de bodisatvas, na qual se encontravam para ajustar o coração ao do Mestre, visando ao avanço do kosen-rufu”. Compartilhando direcionamentos de Ikeda sensei, louvou a abnegada atuação de todos, relembrando que o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que recentemente visitou o país, declarou que “definitivamente o Brasil é modelo do mundo”, conclamando os participantes a corresponder a essa expectativa. Shiratori transmitiu ainda importantes incentivos relacionados ao estudo do budismo e à participação no Departamento de Contribuição (Kofu) como alicerces fundamentais para alcançar a felicidade e promover a paz. Fazendo uma analogia com a origem do nome Maringá, ele se referiu à fonte de criação de jovens “valores humanos” na organização local. Incentivou os membros de toda a BSGI a se inspirar nessa dedicação para vencer os desafios diários, empreender esforços na organização de base e levar encorajamento aos companheiros. Pilares de comprovação Referindo-se à recente mensagem do presidente Ikeda comemorativa do Dia da Divisão Sênior, Ricardo Miyamoto, coordenador da DS da BSGI, incentivou os integrantes da divisão a cultivar uma vida vitoriosa mesmo em meio às adversidades, como as decorrentes da pandemia da Covid-19, tornando-se verdadeiros pilares na sociedade e na fé. Também ressaltou que mantenham uma clara compreensão das mudanças da época à luz dos princípios imutáveis do budismo. Em especial, solicitou o empenho dos seniores na promoção das atividades comemorativas da DS e na participação no Kofu. Rainhas, sejam felizes Com dinamismo e vibração, Selma Inoguti, coordenadora da DF da BSGI, agradeceu às rainhas da felicidade pela dedicação às atividades comemorativas da divisão realizadas em junho. Compartilhou sobre a nova fase de atuação do grupo Zenshin cujos detalhes serão divulgados oportunamente; destacou ainda a importância da recitação do daimoku, das pequenas conquistas e do espírito de “levantar-se só”, com a convicção de mudar a própria vida para transformar o ambiente. Citou quatro pontos importantes de atuação pelo kosen-rufu: união, oração, apoio e respeito. Minha decisão é... “Fazer desta RNL o ponto de partida para que minha localidade seja sempre fonte, modelo e referência de jovens valores humanos, verdadeiros discípulos que vençam na sociedade por meio da prática da fé, sempre ligados ao coração de Ikeda sensei!” Reinaldo Kenji Sato, vice-responsável pelo distrito “Continuar com garra, coragem, vontade de desafiar sempre, para transformar minha vida, junto com todas as companheiras. Esta atividade veio coroar o início de nossa nova decisão” Juliana Nakaie, vice-responsável pela DF de comunidade “Reconfirmar o juramento de não deixar nenhum companheiro para trás, trazendo-os para a órbita do Mestre e para experimentar quão maravilhoso é fazer parte da BSGI” Douglas Palmieri Rodrigues, responsável pela DE de RM “Retomar, ainda com mais força, o movimento de trazer os jovens da minha localidade para as atividades, fortalecendo também os grupos horizontais como o Cerejeira, do qual faço parte” Amanda Cortes Rodrigues, vice-responsável pela DFJ de comunidade Gostou? Veja mais depoimentos no BS+ e no site www.brasilseikyo.com.br Expansão A antiga CRE Sul foi dividida em duas coordenadorias: CRE Paraná e nova CRE Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Confira apresentação dos novos líderes nesta edição. Pelo Brasil Ao final da RNL, foi exibido um vídeo apresentando a próxima cidade a receber a atividade: Bauru, SP. Assista ao vídeo dos jovens da RM Maringá Assista ao vídeo da 8a RNL no aplicativo BS+ e no site da EBS: https://brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561748 Não perca Em breve, Brasil Seikyo publicará matéria sobre o movimento dos cem jovens por distrito da RM Maringá. Novidade Durante a atividade, é apresentada, em primeira mão, a nova funcionalidade do site da Editora Brasil Seikyo, a assistente virtual Sol. No formato de chat, ela facilitará o processo de assinatura e outros serviços com atendimento caloroso Castelo da Paz Por meio de uma apresentação em vídeo, todos conhecem um pouco mais sobre a verdejante e planejada cidade do oeste paranaense, que tem como pontos fortes a cultura e a preservação ambiental, e sobre o Centro Cultural da BSGI na localidade, inaugurado há cinco anos. A mensagem de Ikeda sensei recebida na ocasião torna-se eterna diretriz de atuação dos membros da localidade, que selam o juramento de cumprir dignamente os ideais do Mestre “Sensei, a sua Kotektai está aqui” Com esse brado, as integrantes da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil apresentam a canção Oh, Jovem de Juramento! ao final da RNL. No dia anterior, 19, o grupo realizou encontro comemorativo dos seus sessenta anos de fundação também no Centro Cultural de Maringá, recebendo calorosa mensagem do presidente Ikeda. Veja matéria completa na próxima edição do BS Fotos: BS
24/08/2023
Relato
BS
O caminho da vitória
A vida é feita de oportunidades e de escolhas, e a cada dia sinto imensa gratidão por todos os passos dessa minha trajetória. Eu me chamo Carlos Oliveira, 53 anos, resido em Londrina, PR, com minha esposa, Edicéia, e nossos dois filhos, Priscyla e Italo. Há quarenta anos, por pouco uma escolha (de minha mãe, Tui vi Aiutê) me distanciaria de estar falando com vocês. Eu tinha 13 anos, e ela, indígena raiz que lutava bravamente para criar minhas duas irmãs e eu, pôs na cabeça que eu deveria ser padre, pois tinha medo das influências do ambiente onde vivíamos. Por sorte, ela percebeu que aquilo não era para mim. Dois anos depois, em 1985, ingressou na Soka Gakkai. Meu futuro de desenvolvimento começaria a partir dali. Antes de sair todos os dias para o trabalho, minha mãe deixava uma matéria do Brasil Seikyo com a instrução de que eu deveria ler e à noite contar para ela o que havia entendido. Lembranças que guardo como tesouro. Com certeza, a semente do budismo já havia sido plantada. Aos 9 anos, enquanto brincava com colegas, fui atraído por um som diferente, e, ao me aproximar de uma residência, ouvi nitidamente a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, bem como a leitura do sutra. Era um velório, e esse foi meu primeiro contato com a Lei Mística. Mais de cinco anos se passaram. Estava eu na Divisão dos Jovens da organização, podendo construir uma juventude de propósito. Dei muito trabalho no início, confesso. Fugia do meu responsável, pulando o muro de casa para não encontrá-lo. Certa vez, perguntei-lhe por que insistia em me visitar, ouvindo dele que um dia eu poderia precisar. Palavras carregadas de máxima sinceridade. Isso foi um divisor de águas. Aproveitei todos os momentos que a organização me oferecia. Integrei dois grupos horizontais: durante catorze anos fui do Gajokai (proteção das sedes), e minha maior alegria é não ter faltado a nem um plantão sequer. Depois, no Sokahan (coordenação de atividades e eventos), fazendo parte da primeira liderança na localidade. Viver o espírito de companheirismo como jovem da Gakkai é um grande orgulho. Foram anos também desafiadores, mas agora tinha um mestre da vida, Daisaku Ikeda. Conheci minha esposa em 1987. Em lágrimas, logo me informou que não poderíamos ter filhos em razão de abuso sexual que sofrera aos 6 anos. Os médicos foram unânimes nessa confirmação. Com convicção, disse à Edicéia que possuía um tesouro em casa, o Gohonzon (objeto de devoção budista) e o apoio da minha amada mãe, que me incentivava e orava junto comigo. No ano seguinte, nasce Priscyla, saudável. Atualmente, casada, formada em direito e com nova formação em curso; é responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Sub. Norte do Paraná. Depois, veio Ítalo, para completar a alegria da família. Não há oração sem resposta. Momentos com a família: Carlos ao centro da foto, ladeado pela filha, Priscyla e a esposa, Edicéia, e atrás o filho, Ítalo. A esquerda da foto traz Emilio, companheiro da mãe de Carlos, Tui, à frente do grupo, em selfie feita por Eduardo, genro do relatante. O trabalho como missão Passei por diversas áreas: rádio, construção civil, vendas. Em 2005, atuava em uma emissora de TV e decidi trabalhar na Austrália. Vivendo lá, minha esposa foi envolvida em um grave acidente a caminho do trabalho: cinco dias em coma e dois meses internada, cuja diária hospitalar custava 950 dólares. Os valores, porém, foram cobertos pela seguradora do condutor, assim como a sequência do tratamento quando retornamos ao Brasil em 2010. Vencemos juntos, e hoje ela está com plena saúde. Em 2018, fui contratado como funcionário da BSGI, não tendo palavras para expressar tamanha gratidão e felicidade por poder cuidar e zelar do nosso Centro Cultural Norte do Paraná, verdadeiro castelo da paz. Mais oportunidades? Sim, desta vez, as ações da maldade vieram me testar como pai. Meu filho passou por momentos desafiadores, causando-nos muitas dores. Nós nos unimos em uma batalha intensa de daimoku, convictos de que família que recita daimoku nada teme. Meu filho nos fez crescer como pais, e hoje ele atua como chef de cozinha, sua grande paixão. Vitória! Iniciamos 2020 e, certo dia, acordei com um barulho terrível nos ouvidos, parecendo uma panela de pressão. Eu mal conseguia dormir, raciocinar. Ampliei meu daimoku para cinco horas diárias, com o sentimento de que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Foi constatado um zumbido de escala severa e tive a boa sorte de encontrar uma excelente especialista, indicando-me aparelhos auditivos. Hoje levo uma vida normal. Fazer das dificuldades e dos sofrimentos oportunidades para virar a chave e vencer é minha maior honra. Escolhi trilhar o caminho da vitória, tendo como base o daimoku do rugido leão, de coragem insuperável. Imensamente grato à minha esposa e aos meus filhos, e à minha mãe, pelo apoio incondicional. E aos companheiros e veteranos, que a todo momento estão comigo. Aos 53 anos, atuando na Divisão Sênior (DS), eu me inspiro no Mestre e naquele veterano que jamais desistiu de mim. Moramos em cidades distintas, mas, misticamente, encontrei o José Edvaldo em Maringá, na recente Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O encontro com o veterano, José Edvaldo, em atividade recente em Maringá: “Como é maravilhoso viver na órbita do Mestre” Seja nas visitas, seja nas reuniões, busco ser braço e ombro para todos, em especial para os jovens, a fim de que tenham a mesma chance de encontrar e fortalecer um nobre propósito de vida. Ikeda sensei, conte sempre comigo! Reunião de distrito promovida na residência de Carlos Carlos Roberto Batista de Oliveira, 53 anos, vice-responsável pela RM Londrina Norte e também responsável pela Divisão Sênior da RM. No topo: Carlos posa nas dependências do Centro Cultural Norte do Paraná, junto com o busto de Ikeda sensei exposto no local Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020.
24/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Com novas ideias, tenham novos desafios! O frescor da determinação e as ações corajosas da juventude são a força para abrir o futuro! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 19 de agosto de 2023.
24/08/2023
Notícias
BS
Editora Brasil Seikyo apresenta a assistente virtual Sol
As integrantes da Divisão Feminina são a grande força motriz da divulgação e da expansão dos conteúdos da Editora Brasil Seikyo (EBS). São elas que, muitas vezes, abraçam essa luta e engajam as demais divisões para levar a carta do Mestre a todos os cantos do Brasil. Por isso, a Sol Representa nossas “rainhas da felicidade”, especialmente aquelas que são carinhosas, dedicadas, leitoras assíduas dos nossos periódicos e têm um sorriso e uma presença que alegram e confortam a todos. Foi desenvolvida não só para facilitar o processo de assinatura dos periódicos físicos e digitais, como também para oferecer uma experiência calorosa no atendimento. A Sol funciona no formato de chat Ela pode ser acessada na página inicial do site da editora pelo computador ou pelo celular. Por meio de botões simples e poucas interações via texto digitado, ela guia o usuário em todas as etapas. Está presente nos lembretes de assinatura, que serão enviados por e-mail e SMS para cada assinante com os detalhes do plano atual e o link da Sol. O usuário pode optar por continuar com o mesmo produto e vigência ou alterá-los, garantindo assim total liberdade de escolha. O e-mail será enviado primeiro e, caso não seja possível o contato ou o retorno, será enviado um SMS com o mesmo link alguns dias depois. As informações de confirmação de pagamento, acesso, beneficiários (nos casos dos planos DUO e PREMIUM) e demais detalhes serão indicados pela Sol e enviados para o e-mail cadastrado no site da editora a fim de oficializar as tratativas do chat e facilitar a consulta. Atualmente, a Sol permite: Realizar assinatura individual ou para terceiros. Escolher entre produtos físicos e digitais. Optar por múltiplas assinaturas em um mesmo pedido. Editar o carrinho de compras antes do pagamento. Escolher a forma de pagamento: PIX, boleto bancário ou cartão de crédito (neste último caso, o pagamento pode ser à vista, parcelado ou renovado automaticamente). A Editora Brasil Seikyo tem o compromisso de lembrar que nossas ferramentas são apenas meios para aproximar o coração das pessoas ao de Ikeda sensei. Ciente disso, a EBS continuará exercitando a escuta ativa para captar o que os leitores precisam e oferecer soluções cada vez melhores e mais conectadas às necessidades deles. Nossa gratidão por todos os incansáveis esforços da rede de incentivos humanística, formada por leitores, membros e simpatizantes, que possibilita a existência da editora e, principalmente, ajuda a construir um amanhã melhor com base nos direcionamentos dourados do Mestre. Em caso de dúvida ou sugestão, estamos à disposição na Central de Relacionamento (segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, exceto feriados): Telefone: 0800-775-1900 E-mail: sac@brseikyo.com.br WhatsApp: (11) 3349-1900 Assista ao vídeo da assistente virtual Sol Imagens: BS / GETTY IMAGES / Reprodução
24/08/2023
Notícias
BS
“Os laços baseados na Lei Mística são eternos”
Envolto pela florada das cerejeiras, o Palácio Memorial da Paz Eterna, localizado no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, foi palco da cerimônia realizada em memória dos pais com transmissão ao vivo pela internet, no dia 13 de agosto. A cerimônia teve o profundo significado de dignificar a nobre vida dos pilares de ouro, que dedicaram esforços em prol do kosen-rufu, bem como o de aprofundar a convicção dos participantes na Lei Mística. Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, em suas palavras de cumprimento, reforçou a importância da oração e de manifestarmos o sentimento de gratidão: “Não estamos sozinhos em nossa jornada. Nesse sentido, vamos reforçar a união e o humanismo”. Miyamoto também compartilhou um trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila, que diz: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”,1 e solicitou “Vamos, a cada dia, manter viva a memória do ente querido e manifestar gratidão, coragem e sabedoria, pois os laços baseados na Lei Mística são eternos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, enalteceu a participação de todos os membros na cerimônia e transmitiu incentivos de Ikeda sensei: “A Lei Mística tem o poder de transformar a vida de qualquer pessoa, mesmo a mais infeliz, a qualquer momento e em qualquer circunstância, em uma vida de suprema felicidade”.2 Isso significa que devemos ter plena convicção em nossas orações. Jamais devemos ter a sensação de solidão. Ele ainda compartilhou o incentivo de Ikeda sensei publicado no aplicativo BS+ em 13 de agosto, no qual ele frisa: “Este é o daimoku que ilumina a escuridão [dos sofrimentos] de nascimento e morte”.3 Orar pela iluminação do precioso ente falecido e pela felicidade e pelo avanço da família sucessora também se dá a partir do gongyo e daimoku diários. Por fim, o presidente Miguel Shiratori reforçou que nossas ações são importantes para desfrutarmos uma vida de ilimitada alegria. O Coral Filarmônico Ikeda do Brasil enalteceu a cerimônia com a apresentação de três canções ao público presente, abrilhantando significativamente o encontro. Manifestar alegria em todos os momentos Brasil Seikyo conversou com duas famílias que participaram presencialmente da cerimônia e o sentimento é de gratidão. Para José Barreto de Matos, integrante da Divisão Sênior, e seu filho, Renato Oliveira Barreto de Matos, membro da DMJ, participar da solenidade é entender a relação entre a vida e a morte. “Hoje, reuni minha família para prestar homenagem ao meu pai. É uma forma de agradecer por todo o empenho durante a sua vida. Essa cerimônia, que homenageia os entes queridos, é uma forma de renovar esse elo”, compartilha José. Já para Renato, o principal sentimento é aplicar tudo o que ouviu na atividade. “O que mais gostei foi o primeiro incentivo sobre a visão budista da morte. Isso mexeu muito comigo e, para mim, é uma renovada partida para entender o momento presente e olhar a vida de uma forma diferente”. Rosalia Caetano, integrante da Divisão Feminina, afirmou que estar com a família e homenagear os entes falecidos é uma forma de se reconectar: “Essa cerimônia é de imensa gratidão por pertencer à BSGI. O carinho e o zelo são imensos, e isso faz toda a diferença. A cerimônia foi maravilhosa. Saio daqui renovada por saber que temos esse carinho e receptividade. Isso é incrível”. Momento do encontro realizado no Palácio Memorial da Paz Eterna (Itapevi, SP, 13 ago. 2023) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. A3. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 10. Fotos: BS
24/08/2023
Editorial
BS
Ímpeto de um leão no ataque
No decorrer da vida, muitos objetivos são lançados, e metas, traçadas. Por vezes, vitórias são conquistas e, ao menos, a experiência pelo empenho é adquirida. Na Soka Gakkai, aprende-se sobre a importância e quanto é espetacular concretizar um objetivo estabelecido, ultrapassando os obstáculos e vencendo. O termo “ímpeto de um leão no ataque”1 é citado no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus. O presidente Ikeda incentiva: Não afrouxem no ímpeto do ataque! – essa foi a última diretriz que os jovens receberam diretamente do venerado mestre, Josei Toda. É ataque! É avanço! O momento de se levantar é agora. Não há vitória nem felicidade sem avanço.2 Há cinco anos, Ikeda sensei finalizava a maior obra de sua existência, a Nova Revolução Humana. No prefácio, escrito em 1993, aos seus 65 anos, ele registrou: Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.3 Foram 25 anos de escrita ininterrupta. Em 2018, ao concluí-la, Ikeda sensei escreveu: Os protagonistas da construção da sociedade, da nação e do mundo são os próprios seres humanos. O ódio ou a confiança, o desprezo ou o respeito, a guerra ou a paz são todos produtos da determinação em um único momento do ser humano. Portanto, não é possível conquistar a felicidade pessoal, nem a prosperidade da sociedade, nem a paz perene do mundo, sem a realização da revolução humana. Sem esse ponto essencial, todo o esforço empreendido resultará em castelo de areia. Certamente, a filosofia da “revolução humana” embasada no budismo será o novo guia da humanidade que já iniciou o terceiro milênio.4 Nesta edição, Brasil Seikyo preparou um especial da conclusão dessa epopeia, além da cobertura da Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI, realizada pela primeira vez em Maringá, PR. A cidade, conhecida por ter sido planejada e indicada como melhor lugar para se viver,5 já concedeu título honorário a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko. Nos bastidores desses feitos está o genuíno coração dos membros que correspondem ao Mestre com seguidas vitórias. E, no mesmo ano em que Ikeda sensei concluía o romance Nova Revolução Humana, Maringá inaugurava seu centro cultural. Acompanhando o ritmo de avanço, a Editora Brasil Seikyo (EBS) lançou na RNL o chatbot para melhorar ainda mais a comunicação com você, leitor. Veja mais neste jornal. Esperamos que este BS o conduza a manifestar o ímpeto para registrar avanços e vitórias nas páginas de sua vida. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, , p. 258. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.321, 30 abr. 2016, p. B3. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v 1, 2020. 4. Ibidem, v. 30-II, p. 358, 2020. 5. Disponível em: http://www.maringa.pr.gov.br/site/noticias/2023/01/17/maringa-conquista-marca-estrela-em-ranking-que-destaca-melhores-lugares-para-viver-investir-e-visitar/40968#:~:text=Considerada%20a%20melhor%20cidade%20do,Maring%C3%A1%2C%20t%C3%AAm%20atra%C3%ADdo%20novos%20moradores. Acesso em: 16 ago. 2023.
24/08/2023
Incentivo do líder
BS
O que o inspira e o que você inspira nos outros?
Neste mês de agosto, celebramos os 76 anos do encontro de Ikeda sensei com seu mestre, Josei Toda. Esse encontro inspirou a vida de um jovem de 19 anos do pós-guerra, que estava preocupado em sobrevi-ver e achar um sentido para a vida. Fico imaginando tamanha convicção que Toda sensei inspirou no rapaz naquele momento, libertando-o das amarras do destino. Esse forte entusiasmo tocou profundamente o coração desse jovem chamado Daisaku Ikeda. Ikeda sensei relembra: O primeiro encontro que tive com Toda sensei ocorreu numa reunião de palestra realizada no dia 14 de agosto de 1947, véspera do segundo aniversário de término da Segunda Guerra Mundial. Ele fazia uma entusiasmada explanação de Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra quando cheguei. Não posso dizer que compreendi toda a difícil terminologia budista que ele empregou, mas seu entusiasmo e comprometimento em ajudar as pessoas que estavam sofrendo em meio à desolação com a derrota do Japão na guerra causaram profundo interesse em meu coração de 19 anos. Naquela noite, ele disse: “Quando penso em nosso país e em nosso mundo tumultuado, quero eliminar toda a miséria e sofrimento da face da terra!”1 Lendo esse trecho, refleti sobre o que inspiro nos outros e o que me inspira. Uma grande amiga, uma das pessoas que me inspiram muito a ser cada vez melhor, compartilhou um lindo texto Sobre ser Inspirador. Nesse texto, que nos mostra, de forma simples, como podemos nos inspirar e inspirar os outros em nosso dia a dia, por meio de pequenas ações e do comportamento, consta: Não há nada mais mobilizador do que sentir-se inspirado. Um momento, uma pessoa, um filme, um livro, uma lembrança. A inspiração não vem do que se ouve, se vive ou se vê. Vem do que se sente e como se sente. A inspiração vem da forma como enxergamos e interpretamos a mensagem. (...) O que me leva a concluir que está exclusivamente relacionado ao despertar do melhor de cada ser humano. E é por tudo isso que eu queria te contar um segredo, daqueles pra espalhar pro bairro todo: você também pode ser inspirador. Ser inspirador é ser verdadeiro com você, com o outro e conseguir transmitir essa verdade com um objetivo maior: trazer luz para o espírito e ar pros pulmões. É aceitar que estamos sempre sendo observados por alguém e temos o poder silencioso de tocar as pessoas pelo exemplo, pelo ato e pelo simples fato de sermos quem somos.2 Nós temos a maior fonte de inspiração de um ser humano inigualável: Ikeda sensei. Ele nos ensina, incansavelmente, pelo próprio exemplo, como inspirar as pessoas e contribuir para a felicidade de todas. E justamente por estarmos vivendo uma época de tantos desafios é que podemos aproveitar essa oportunidade que ele nos oferece para conquistar um enorme desenvolvimento. Por mais difícil que pareça, isso é possível. Porém, é necessário estarmos sempre conectados com sensei e com a organização, por meio das nossas orações diárias (gongyo e daimoku) e da leitura dos periódicos, dialogarmos e irmos ao encontro das pessoas. Vamos juntos mudar o mundo? Um forte e caloroso abraço! Célia Akemi Soyano Oda Vice-coordenadora da Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.060, 20 nov. 2010, p. A3. 2. Disponível em: https://www.ttb.org.br/post/reflex%C3%A3o-12-sobre-ser-inspirador Acesso em: 18 jul. 2023. Ilustração: GETTY IMAGES
24/08/2023
Datas Significativas
BS
Datas Significativas de Setembro
8 Declaração pela Abolição das Armas Nucleares (1957) Conclusão do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda (2018) Presidente Ikeda apresenta sua Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China (1968) 12 Perseguição de Tatsunokuchi (1271) Lançamento da Pedra Fundamental do Centro Cultural da BSGI, São Paulo (1976) 21 Perseguição de Atsuhara (1279) 26 Presidente Ikeda profere a palestra “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada” na Universidade Harvard (1991)
24/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Vamos criar um rio cada vez maior de pessoas capazes!
Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na cerimônia em que representantes da Universidade Nacional de Itapúa, no Paraguai, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. O discurso foi realizado na reunião conjunta das Divisões dos Universitários e dos Estudantes no Centro Internacional da Amizade Soka, em Tóquio, em 29 de abril de 2005. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 9 de julho de 2023.Há um velho ditado do Paraguai, conhecido como o coração da América do Sul: “Os bravos crescem através de sua luta”.1 Essa é a verdade. O tempo da juventude também é um tempo de luta. Sem luta espiritual, os jovens não podem crescer nem triunfar. Nada é mais belo do que jovens com uma filosofia sólida que lutam corajosa e seriamente pela verdade e para levar uma vida com sentido. Minhas felicitações e agradecimentos aos membros da Divisão dos Estudantes de 130 universidades e faculdades de todo o Japão, incluindo a Universidade Soka, e aos membros da nossa Divisão dos Universitários, por ocasião da Reunião Geral Conjunta da Divisão de Estudantes e da Divisão dos Universitários de hoje! O célebre escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917–2005) foi um grande defensor do espírito que, junto com a vossa estimada Universidade Nacional de Itapúa, abriu o caminho para uma era de humanismo. Escritor e jornalista corajoso, usou sua caneta com firmeza na resistência contra a antiga ditadura militar que governava o Paraguai. A perseguição das autoridades obrigou-o ao exílio por mais de quarenta anos (1947–1989). Podemos imaginar as dificuldades que ele deve ter suportado. Mas manteve-se fiel às suas convicções, levando uma vida excepcional. É importante conhecer grandes personalidades como Roa Bastos. Pessoas de maior bem são as mais invejadas e as mais atacadas. Essa é uma triste verdade da natureza humana e uma cruel realidade do mundo. Contudo, em nome da vitória na vida e da vitória das nossas convicções, jamais devemos comprometer nosso empenho pela verdade e pela justiça. O professor Bastos declarou com a determinação de um campeão indomável: “Tal como os pássaros levantam voo contra a corrente atmosférica, a força do desafio contra as adversidades faz com que o ser humano alce voo”.2 É uma extraordinária visão da vida. Suportando as perseguições, ele deixou solenemente um hino imortal do ser humano para a história da literatura mundial. Apesar de ter sido perseguido pelas autoridades, Roa Bastos deixou um legado imortal do triunfo humano na história da literatura mundial. Eu tinha 19 anos quando conheci meu mestre, Josei Toda [em 14 de agosto de 1947], mais ou menos a mesma idade de muitos de vocês que estão aqui hoje. Cena do memorável encontro do presidente Josei Toda, terceiro a partir da esq., com o jovem Daisaku Ikeda de 19 anos, em pé, numa reunião de palestra realizada em 14 de agosto de 1947 (pintura a óleo de autoria de Kenichiro Uchida) Quantos têm 19 anos? [Vários membros levantaram a mão.] Já se passaram 58 anos (em 2005) desde esse encontro e 45 anos (em 2005) desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. Enfrentando dificuldades, como “calúnias e difamações” e “ódio e inveja”, elucidadas no budismo, consegui superar todas elas. Foi graças a vocês. O fato de eu ter edificado a rede de solidariedade humanística da paz, cultura e educação no mundo é meu maior orgulho. Obrigado! Hoje, declaro para todos ouvirem que os membros da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Estudantes são os sucessores a quem confio esse orgulhoso caminho da missão e da convicção! É natural que todos enfrentem várias dificuldades. Todas as pessoas sofrem com algum problema. Quanto mais grandiosa for a pessoa, que se preocupa com o mundo ou com a humanidade, maiores serão as angústias. É por isso que as angústias se tornam metas para valiosas vitórias de preciosas construções. Elas são a força motriz. Por favor, esforcem-se todos. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se fortalece. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se engrandece. Os problemas são uma fonte importante de crescimento e uma força motriz para a vitória. Quanto mais grandiosa for a pessoa, maiores serão seus problemas ou preocupações. Como posso fazer do mundo um lugar melhor? Como posso fazer com que a humanidade seja feliz? Grandes problemas ou preocupações como essas são a marca registrada das grandes pessoas. Os problemas nos tornam mais fortes. Os problemas expandem nossa capacidade como seres humanos. Lidar seriamente com os problemas também estimula nosso cérebro e promove nosso crescimento espiritual. Em nossas atividades diárias da Soka Gakkai, nós nos preocupamos com os outros, “Hoje vou recitar daimoku para salvar aquela pessoa”. É algo formidável. O microbiologista americano de renome mundial René Dubos (1901–1982), com quem dialoguei, observou que “o cérebro se desenvolve com o uso e se desgasta com o desuso”.3 Mais que tudo, nossos esforços incansáveis em prol do budismo, do bem-estar da sociedade e da felicidade dos outros, à medida que lutamos e nos desafiamos para encontrar o melhor caminho a seguir, estão destinados a se tornar uma extraordinária fonte de crescimento e de desenvolvimento. O budismo também nos ensina que “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”,4 isto é, veja o modo de vida e o comportamento como ser humano no momento presente. Há alguém aqui hoje que tenha perdido a sua mãe? [Vários membros levantaram a mão.] Ofereço minhas sinceras orações para todos vocês. Por mais tristes que se sintam, tentem ser alegres. É importante que vocês, seus irmãos e todos os membros da família sejam positivos e otimistas. Essa é a maneira verdadeiramente sábia de viver, o modo de vida ensinado pelo Budismo Nichiren. Não deixem que a tristeza tome conta da vida. Demonstrem um espírito invencível. Nada é mais poderoso que a sinceridade. Nada pode vencê-la. Mesmo que, por vezes, pareça que ninguém repara em seus esforços, a sinceridade de sua dedicação acabará por vencer. Aqueles que se esforçam sinceramente com uma perseverança inabalável saboreiam sempre a vitória final. Por observar a vida de muitas pessoas e conversar com muitos líderes mundiais de renome, posso atestar isso por experiência própria. O nome Paraguai deriva de uma palavra que significa “de um grande rio”. Gostaria de criar um rio cada vez maior de pessoas capazes, como o poderoso rio Paraguai. As pessoas capazes são a chave. São a única forma de construir um futuro mais risonho. Por favor, da maneira como são, avancem sem parar. E assim devem se movimentar, estudar e dialogar. Lutando desse modo, espero que cada indivíduo se torne resolutamente “doutor da vitória”, “doutor da felicidade”, “doutor em filosofia da grande vitória”. Prometendo isso uns aos outros, concluo meu discurso de agradecimento. Muito obrigado! Momentos da 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em conjunto com o Encontro das Divisões dos Universitários (DUni) e dos Estudantes (DE). Durante a atividade foi apresentado o novo vídeo intitulado “Preocupações são a Força Motriz da Vitória”. Integrantes da DE de transbordante sorriso juntamente com representantes da SGI-Costa do Marfim Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 24 de julho de 2023. No topo: Ikeda sensei profere seu discurso na cerimônia de concessão do título de doutor honoris causa da Universidade de Itapúa, do Paraguai, no Centro da Amizade Internacional Soka de Tóquio da época (abr. 2005)Fotos: Seikyo PressIlustração: Kenichiro Uchida Notas:1. PANGRAZIO, Miguel Ángel. Arriéro Porte. Assunção: Criterio Ediciones, 2007. p. 89.2. BASTOS, Augusto Roa. Metaforismos. Barcelona: Edhasa, 1996. p. 119.3. DUBOS, René. So Human an Animal: How We Are Shaped by Surroundings and Events. New Jersey: Transaction Publishers, 1998. p. 124.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.
24/08/2023
Notícias
BS
Coragem perene
Chega em setembro o volume 6 da coleção Revolução Humana para os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), e para quem deseja adquiri-lo. A narrativa acompanha os principais fatos que marcaram o ano 1952 no Japão. A população comemorava com alívio a entrada em vigor do Tratado de Paz com o Japão, depois de sete anos do término da Guerra do Pacífico, deflagrada na Segunda Guerra Mundial. A Soka Gakkai desenvolvia-se a pleno vapor, tendo à frente o segundo presidente Josei Toda, vigoroso na defesa da filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin, que, naquele ano, assinalava o 700º aniversário de seu estabelecimento. A saga é escrita pelo filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda, na época com 24 anos. Fiel discípulo de Josei Toda, vivenciou a sequência de acontecimentos, e, mais tarde, sucedeu-o na presidência da Soka Gakkai, tornando-se o líder máximo da organização. Hoje, aos 95 anos, mantém-se em seu esforço de edificar um mundo de paz por meio do diálogo sem fronteiras. Atualmente, preside a Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, com cerca de 12 milhões de membros. Na obra, com a riqueza de apropriação da real situação vivida em 1952, o autor descreve os bastidores protagonizados pelos clérigos da Nichiren Shoshu e como a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai firmou-se diante da injustiça. Para a Soka Gakkai, a efeméride principal era, sem dúvida, o aniversário do levantar-se só de Nichiren Daishonin para estabelecer seu budismo. A história do menino Zennichi-maro que, aos 12 anos, ingressara no templo Seicho-ji e determinado a ser “a pessoa mais sábia do Japão” nos é contada com encantamento e riqueza de detalhes. Posteriormente, passou a se chamar Nichiren Daishonin, conduzindo a vida com o ardente desejo de abrir o coração das pessoas para a verdade pela qual se iluminara, recitando Nam-myoho-renge-kyo, pela primeira vez, aos 32 anos, em 28 de abril de 1253. A partir daí, não teve um dia sequer de sossego na propagação do Nam-myoho-renge-kyo, sendo torturado e exilado. Mas ele venceu. Ao deixar para a posteridade seu legado de força e coragem, celebrar os setecentos anos do chamado Budismo do Sol por ele se revestia de profundo significado para os membros da Soka Gakkai, que herdaram a linhagem correta desse ensinamento. O presidente Josei Toda liderava a Soka Gakkai com ânimo renovado. Havia tornado a organização independente do clero da Nichiren Shoshu, colocado seu discípulo direto Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda na obra) à frente da organização de base e publicado uma coletânea com os escritos de Nichiren Daishonin. Nas 280 páginas do volume 6 da Revolução Humana, encontram-se também episódios que alinham a postura da organização à defesa do ensinamento do Buda. No Japão, o budismo tradicionalmente praticado, inclusive com o apoio das autoridades militaristas do Japão, se tornara mera formalidade. Era considerado pelo povo como uma religião para proteger cemitérios e realizar cerimônias em memória dos falecidos. Em outra passagem, o livro trata de um episódio conhecido como Incidente Kasahara, identidade de um clérigo da Nichiren Shoshu, Jiko Kasahara. Ele não só colaborou com a prisão do educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai que anos depois morreu no cárcere, como também propagou infâmias e discórdias. Era alguém a ser confrontado por ordem da justiça, em especial pela dinâmica juventude preparada por Toda sensei para que se mantivessem atentos a qualquer ranhura dos clérigos no ensinamento do Buda. São fatos essenciais, narrados para a profunda compreensão da importância da retidão e da verdade, atributos dos quais não se pode abrir mão. O ano de 1952 também foi o marco do casamento do presidente Ikeda, em 3 de maio, e dos bons resultados alcançados pela organização, cenários de vitória trazidos aos leitores na obra. Excelente leitura! Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em setembro o livro Revolução Humana, volume 6. Garanta o seu! Assine até 31/08/2023 e receba o kit em sua casa! Plano Diamante 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas Plano Esmeralda 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas Plano Ouro 1 livro lançamento1 marcador de páginas Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/
24/08/2023
Vida - Princípios budistas no dia a dia
BS
Transformar carma em missão
Um provérbio chinês de autoria desconhecida diz: “O pessimista reclama do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas”.1 Na vida, todos nós nos deparamos com dificuldades e sofrimentos. Então, como devemos lidar com eles? A profundidade da doutrina de uma religião deve ser medida pelo princípio de transformação do carma. O Budismo Nichiren é o ensinamento que expõe claramente essa teoria. O que é carma? Todas as pessoas enfrentam adversidades como doenças, acidentes ou desarmonia familiar. O budismo explica que o carma é determinado pelas ações físicas, verbais e mentais realizadas pelo indivíduo. Ou seja, os sofrimentos vividos nesta vida são efeitos das causas negativas praticadas pela própria pessoa em existências passadas. Em resumo, o indivíduo é responsável pela própria felicidade ou infelicidade. Mas se sua vida é predeterminada pela própria ação do passado, não é melhor se conformar? Alguns agem assim, outros se tornam pessimistas. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus elucidaram apenas a teoria do carma do passado e não expuseram que a ação do presente determina o futuro. Assim, o indivíduo ficaria preso apenas ao carma imutável do passado. Nichiren Daishonin negou essa teoria e elucidou que todos, sem exceção, podem transformar o carma nesta existência, revertendo a vida de sofrimentos em felicidade. Ele esclarece também o poder da Lei Mística que transforma o carma. Quando abraçamos a Lei, manifestamos o estado de buda por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Com o poder do Buda evidenciado em nossa vida, infalivelmente transformamos o nosso carma. Por isso, não devemos nos desviar ou fugir dele. Em vez disso, devemos encará-lo e desafiar todas as adversidades. Nichiren Daishonin expõe ainda que, com a prática budista, não somente transformamos nosso carma, como podemos ajudar outras pessoas a transformá-lo também por meio do shakubuku, ou seja, apresentando-lhes esta filosofia. O presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: Se tudo se restringisse ao carma, as pessoas estariam fadadas a viver carregando o peso da culpa e sob uma forte ansiedade por não saberem que ofensas teriam cometido em existências passadas. Nesse sentido, o destino das pessoas seria algo determinado, imutável — um pensamento que facilmente poderia lhes privar de sua energia e paixão. Poderia também levá-las à passividade, a se preocuparem apenas consigo mesmas e em não fazerem nada de mal. O Budismo de Nichiren Daishonin vai além dessa noção superficial de causalidade. Elucida a causa fundamental e nos mostra o meio para voltarmos à vida original, pura, que existe desde o tempo sem início. Essa causa fundamental nos faz despertar para a nossa missão como bodisatvas da terra, a dedicar a nossa vida à ampla propagação da Lei.2 Com a prática da fé, podemos transformar o carma negativo em missão e converter o negativo em positivo, o sofrimento em felicidade. Comprovar o poder da Lei Mística em nossa vida e propagá-la — eis a nossa missão como bodisatvas da terra. Histórias de comprovação O romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, está repleto de episódios que narram como membros da Soka Gakkai no Japão e em diversos países suplantaram os sofrimentos gerados pelo carma negativo e mudaram o rumo de sua vida por meio da prática budista. Brasil Seikyo selecionou cinco dessas histórias. 1. Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Ikeda sensei na obra] incentiva um líder de comunidade do Japão que estava enfrentando sérias dificuldades financeiras e lutava para sustentar seus seis filhos. (NRH, v. 27, cap. “Espírito de Procura”, p. 366) 2. Masaya Ueno era membro da Divisão Masculina de Jovens e, quando estava no terceiro ano do ensino médio, foi acometido pela tuberculose, que, na época, era uma doença incurável e fatal. (NRH,v. 9, cap. “Jovens Herdeiros”, p. 87) 3. Por causa das dificuldades no trabalho e o vício do jogo, Choji Horiyama leva a família ao sofrimento. Veja como ele e sua esposa, Chie, transformaram a situação. (NRH, v. 26, cap. “Estrela Guia”, p. 106) 4. Apesar de Taikyu Kawase ter sofrido de uma doença que lhe causou a perda gradativa da capacidade visual, ele não esmoreceu. (NRH, v. 10, cap. “Coroa de Louros”, p. 214) 5. Conheça a história de Yoshimi Tachikawa, integrante da Divisão Feminina de Jovens e da banda feminina Kotekitai, que enfrentou questões financeiras e de saúde dos familiares. (NRH, v. 14, cap. “Missão”, p. 100) Triunfar sobre o destino Sarahanna Costa de Sousa nasceu em 22 de julho de 1996, em São Luís, Maranhão, região nordeste do país. A caçula chegou para a alegria dos pais, José Sandro e Dorinei, que já tinham Sarahwendy, Saimon Sandro e José Sander. “Todos com a boa sorte de ouvirem o som da recitação do Nam-myoho-renge-kyo no meu ventre”, orgulha-se Dorinei, que conhecera o Budismo Nichiren sete anos antes. Até os primeiros quinze dias de vida, tudo parecia normal com a bebê, quando foram percebendo o aumento gradual da cabeça de Sarahanna. Começa o desafio pela vida, inclusive com um diagnóstico de que ela não passaria do primeiro ano de vida. “Diante daquela situação, meu marido e eu determinamos que ela sobreviveria sim, com base no poder da recitação do daimoku”, relembra, emocionada, Dorinei. Encontram uma médica que identifica se tratar de hidrocefalia moderada e dependeria de cirurgia e muito tratamento. Sinal de que havia luz no fim do túnel, ainda bem fraca por conta de nova suspeita de ananismo e de fortes indicações de que se a garota sobrevivesse, poucas seriam as chances de ela andar, ler e falar. O casal se dedica a levar a bebê a seções de fisioterapia, a fazer exames e a tudo o que lhes fosse indicado para tentar salvar a filha. Internações eram constantes. “Não seremos derrotados.” Essa era a convicção dos pais, os quais tinham como base a frase da escritura do Buda que diz: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”4 A boa sorte se manifesta ao localizarem o melhor neurocirurgião da cidade, o qual fez uma incisão para a colocar uma válvula que controlaria a expansão da cabeça. A garota estava prestes a completar seu primeiro ano, com um cérebro de tamanho proporcional ao de um adulto. Intensifica-se o trabalho de reabilitação, sem garantias do que ocorreria depois. “Não há nada que possa acalmar mais o coração do que recitar Nam-myoho-renge-kyo”, enfatiza Dorinei, que, junto com o marido e os filhos maiores, carregando a pequena Sarahanna nos braços, não perdia os encontros de recitação de dez horas de daimoku programados pela organização local. E muita luta na base. “Não havia dúvida em nosso coração”, ressalta o pai, José Sandro. “Amo ser budista” O tempo foi recompensado pela árdua batalha da família. Quatro anos após o diagnóstico, Sarahanna dava os primeiros passos, depois começa a falar, e assim veio se desenvolvendo. Em julho último, ela completou 27 anos. Leva uma vida normal, com as limitações abrandadas por sua dedicação e desejo de servir de inspiração para crianças e jovens. Ela passa por consultas esporádicas com o médico. Não cursou o ensino regular, mas é expert em computador e videogame, exercícios que a ajudam muito. Fala pouco, por opção, sendo reconhecida pelas amigas por seu carinhoso olhar e zelo em tudo o que faz. Formou-se na Academia Magia da Leitura, em 2019, e, pelo exemplo de superação e esforço, é confiada na organização local como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco. Anda e ainda dança, sim, abraçada como integrante do grupo Taiga. Uma presença símbolo de obstinação para todos os que a veem. Com as companheiros do grupo Taiga Sarahanna é só gratidão. “Amo ser budista, amo meus companheiros, e Ikeda sensei. E amo muito minha família.” Os irmãos, exemplos de companheirismo, estão juntos também como membros e na liderança jovem local: Sarahwendy, 32 anos, é responsável pela DFJ de distrito; Saimon Sandro, 32, é responsável pela DMJ de bloco; José Sander, 29, é membro. O pai é responsável pela comunidade, e a mãe, pela DF de distrito. Eles manifestam: “É uma alegria acordar e ver que Sarahanna vive uma juventude saudável e feliz. Determinamos seguir pelo caminho do kosen-rufu, com muita gratidão. Agradecemos a Ikeda sensei, por nos proporcionar praticar este maravilhoso budismo”. Sarahanna, ao centro, comemora aniversário com seus familiares. Saiba mais: Leia mais sobre a teoria do carma e os conceitos de “amenizar o efeito cármico” (tenju kyoju) e “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo) na seção Conheça o Budismo do Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 21. “Reconhecer a impermanência como requisito para a felicidade” é o tema do Especial da revista Terceira Civilização (ed. 471, nov. 2007), que relaciona o carma e nossa visão sobre os fenômenos ao nosso redor. Ouça podcast sobre o carma e a transformação do destino na seção Conheça o Budismo do BS+. Fotos: GETTY IMAGES / Arquivo pessoal Notas: 1. Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MTY5NDU0/ Acesso em: 3 ago. 2023. 2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 240, 2019. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.454, 2 fev. 2019, p. B4. 4. IKEDA, Daisaku. Estandarte da Lei. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 92, 2019.
10/08/2023
Incentivo do líder
BS
Nosso encontro ideal
Queridos companheiros da BSGI, Já chegamos ao significativo mês de agosto, mês do encontro ideal de mestre e discípulo Soka. Ao pesquisarmos as palavras “encontro ideal”, nos sites de busca, os primeiros resultados que aparecem são dicas de como realizar um encontro ideal “romântico”. Mas, para nós, praticantes do Budismo Nichiren, remete ao encontro ideal do jovem Daisaku Ikeda com aquele que viria a ser seu mestre, Josei Toda, no dia 14 de agosto de 1947, e logo sentimos gratidão por esse encontro ideal ter acontecido. Em outubro do ano passado, passei pelo inverno mais rigoroso da minha vida: a perda repentina da minha amada mãe. No primeiro momento, como mortais comuns, enxergamos como uma perda repentina, visto que ela não tinha nenhum diagnóstico de saúde grave. Porém, ao encararmos essa perda com os olhos do Buda e baseados na Lei Mística, minha mãe prolongou sua existência por 45 anos, pois ela se converteu ao Budismo Nichiren por ter tido uma saúde frágil durante a infância e a adolescência. Ao longo de sua existência, um dos fatores que minha mãe mais prezou foi ter boa saúde física e mental. E assim ela viveu após o seu encontro ideal com o budismo, convertendo-se em 1977. Isso aconteceu depois de conhecer e de se inspirar na vida de Ikeda sensei, transformando sua condição de saúde por meio da prática da fé. Ela também teve maravilhosos veteranos que lhe ensinaram com o próprio exemplo, sempre direcionando-a para o estudo do budismo e para a recitação do daimoku. Na Nova Revolução Humana (NRH), volume 22, consta: “Inicialmente aprendi sobre o budismo com Josei Toda. A fé não ocorreu primeiro, e sim meu encontro com ele. A fé veio mais tarde”.1 Em toda a sua existência, minha mãe se esforçou para transmitir os ensinamentos budistas por meio da sua revolução humana e, de forma natural, meu irmão, tias, primos, netas e eu viemos trilhando essa estrada. Por nascer em uma família já praticante, aprendi desde cedo a importância da prática diária e de realizar meu encontro ideal com Ikeda sensei todos os dias em meu coração, independentemente da circunstância. Esse tem sido meu ponto primordial, meu juramento seigan. Aprendemos que não é sempre que teremos as pessoas que mais nos ensinam e nos incentivam conosco fisicamente. Na realidade, isso é de fácil compreensão. No entanto, quando vivenciamos essas perdas, nós nos lembramos da frase do famoso escrito As Perseguições ao Venerável de Nichiren Daishonin, no qual ele solicita: “Fortaleçam sua fé dia após dia e mês após mês”.2 Em outro trecho da NRH, volume 25, lemos: Praticando o budismo há trinta anos, cheguei à conclusão de que, para viver com base na fé, devemos avançar sempre em pura e perfeita conformidade com os escritos de Nichiren Daishonin. Além disso, o rumo da nossa vida é influenciado por nossa boa sorte. Para acumular boa sorte, é importante ter gratidão. Mesmo que participemos das atividades da Soka Gakkai, se ficarmos sempre reclamando e formos negativos, apagaremos a boa sorte que deveríamos estar acumulando. Em contraste, se tivermos gratidão ao Gohonzon, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai, que nos ajudaram a desenvolver nossa fé, e iniciarmos cada dia com o compromisso positivo de fazer a nossa parte como emissários do Buda, experimentaremos uma grande alegria.3 Dessa forma, convido todos a renovar o juramento de lutarmos pela nossa felicidade e pela felicidade das pessoas ao nosso redor feito no momento do nosso encontro ideal com Ikeda sensei, sempre com gratidão à Lei, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai. Um carinhoso abraço e muito obrigada! Anielle Yamamoto Shimada Vice-coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Novo Século. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 49, 2022. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Luz da Felicidade. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 80, 2022.
10/08/2023
Editorial
BS
Despertar para a vida
A fase da juventude é de muitas descobertas e decisões. Possíveis mudanças de escola, percursos, escolha de cursos e carreira, como também busca por uma filosofia e propósitos de vida. Daisaku Ikeda, aos 19 anos, possuía angústias e anseio por respostas. Era muito estudioso e gostava de filosofia. Foi nessa época que conheceu Josei Toda. No primeiro encontro entre eles, o jovem Ikeda declamou um poema e impactou os presentes com sua atitude. Dez dias depois, no dia 24 de agosto, ele se converteu ao budismo. No romance Revolução Humana consta o momento dessa decisão: — Ontem, lemos juntos as seguintes palavras de Goethe: “Não se deve caminhar pensando que algum dia chegará à conclusão final. Cada passo da caminhada é a conclusão e, por isso, deve-se valorizar um passo após o outro”. Hoje, sinto fortemente essas palavras. Pela primeira vez, me defrontei com o mundo do budismo. Eu vou em sua busca para saber do que se trata. Não consigo deixar de tomar essa decisão. (...) Shin’ichi também sentia a conversão como uma amarra e uma viagem para um outro mundo nunca antes visto. O sentimento era confuso e se misturava com um futuro obscuro e incerto. Porém, o impacto recebido naquela noite era inegável. (...) Depois de uma longa recitação do sutra e do daimoku, ele recebeu o Gohonzon. Shin’ichi não conseguia esconder uma fisionomia complexa. Para ele que analisava os fatos de uma forma séria e honesta, sua saúde era motivo de preocupação. Ela estava longe de ser forte e vigorosa. Pelo contrário, ele precisava lutar contra a enfermidade todos os dias. Certamente, ele não imaginava que poderia atuar na prática budista e na revolução religiosa por toda a vida.1 Contrariando a própria expectativa de destino da época em que decidiu praticar o Budismo Nichiren, Ikeda sensei completa, este ano, 76 anos de conversão. Nesta edição, você acompanha o Especial sobre a conversão do presidente Ikeda ao budismo, bem como o significado de carma e destino na editoria Vida. Brasil Seikyo narra ainda, na nova seção Minha Localidade, a mística relação de mestre e discípulo e como ela impacta a vida dos membros e o ambiente em que atuam. Para você, leitor, desejamos que as próximas páginas sejam fonte para, assim como Ikeda sensei finaliza na mensagem para a 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, “Continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade!”.2 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 208-209, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.640, 12 ago. 2023, p. 4.
10/08/2023
Notícias
BS
O avanço da Juventude Soka
“O que importa é o coração.”1 Com base nessa frase, assim como Nichiren Daishonin expõe nos escritos O Tambor no Portal do Trovão e A Estratégia do Sutra do Lótus, a Juventude Soka da BSGI, ao longo do mês de julho, em comemoração dos 72 anos de fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ), rompeu seus limites e foi ao encontro dos companheiros do nosso imenso Brasil. Como resultado, em todos os cantos, houve amplo movimento criado na organização de base, formando excelente conexão para a vitória, o conhecimento e o renovar diário da determinação. O tema sugerido para os encontros foi “Criação de Valores Humanos” e cada localidade usou a criatividade, realizando passeios em parques, reuniões temáticas, entre outros tipos de atividades. No Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste, desde o ano passado, os líderes e membros definiram planos de recitação de daimoku e de visitas; e a cada etapa, a união e força da localidade vêm gerando novos frutos. Os jovens selaram o encontro com atividades no Parque Botânico do Ceará, em Caucaia, CE, ocasião em que Livia Endo, coordenadora da DFJ da BSGI, incentivou os participantes a se desenvolver como verdadeiros protagonistas. Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste Já na RM Vale do Ivaí, Sub. Oeste do Paraná, CRE Sul, os jovens promoveram a “Primeira Academia dos Jovens da RM” e uma reunião de palestra comemorativa. Cuidados com a saúde física e mental e como conquistar os objetivos foram assuntos do encontro. No momento do diálogo, Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI, trouxe a seguinte reflexão para os jovens: “Mudar o coração não se refere a fazer algo que levante nosso ânimo ou nos faça sentir momentaneamente melhores, sem que a realidade se transforme. A mudança genuína do coração é mais profunda; produz transformação efetiva da vida. Ampliar a profundidade do coração — da condição de vida — é a essência da religião da revolução humana. Receber benefícios com a prática budista na verdade sinaliza nossa transformação no âmbito mais profundo”. A força da sincera amizade Nas organizações de base, respeitando a característica de cada uma delas, a Juventude Soka da BSGI realizou os encontros com um único sentimento: revivescer a amizade e pôr em ação o espírito de não deixar ninguém para trás. Distrito Jaraguá, SP Distrito João XXIII, SPSobre a importância da amizade, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, pontua: Creio que a amizade é a forma mais genuína de relacionamento humano que somos capazes de construir. Ser compreendido e estimado é uma experiência vital, fortalecendo direta e indiretamente nossa vontade de viver. A amizade multiplica a quantidade de valor que podemos criar e experimentar. Como diz um ditado, a amizade dobra nossa alegria e corta pela metade nossa tristeza. Nada traz uma satisfação mais profunda ou uma recompensa mais duradoura que ser um verdadeiro amigo para alguém.2 A Juventude Soka descortinou uma nova fase de avanço rumo ao brilhante futuro a partir das visitas, dos diálogos cativantes e da sinceridade em perpetuar os ideais de Ikeda sensei por meio da ação. RM São José do Rio Preto, SP RM São Gonçalo, RJ Visitas Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Maringá, PR Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Noroeste Paulista, SP Leia mais Presidente Ikeda enviou uma significativa mensagem para o encontro. Leia no BS https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561613 No topo: RM Vale do Ivaí, PR Fotos: Colaboração local Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214 e 267, 2019. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.393, 28 out. 2017, p. A3.
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Rumo à solidariedade espiritual da humanidade, bailem alegremente a juventude de emergidos da terra
As canções da nossa Divisão dos Estudantes são os sinos do alvorecer da esperança. O sorriso dos integrantes da nossa Divisão dos Estudantes é o arco-íris da paz. Sinceros parabéns pela realização desta inspiradora e animada Reunião de Líderes, com os “motores em potência máxima”,1 acompanhada por essa voz e sorriso dos nossos jovens amigos! Estudantes apresentam a canção Be Brave! durante a Reunião de Líderes realizada no dia 9 de julho de 2023. * * * Há oitenta anos, no dia 1º de julho de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, recebeu três estudantes em sua residência, em Mejiro, bastante próxima deste local, Auditório Memorial Toda de Tóquio, e dialogou amigavelmente. Um deles era natural de Kyushu e estudava na Universidade de Comércio de Tóquio (atual Universidade Hitotsubashi). Ele se emocionou com os incentivos cheios de compaixão e de convicção, e, ao mesmo tempo, muito claros do presidente Makiguchi. Então, naquele dia, tornou-se membro da Soka Gakkai. Makiguchi sensei dedicou-lhe o seguinte direcionamento: “Com devoção filial aos seus pais, dedique-se aos estudos, escolhendo uma trajetória que lhe permita criar o mais alto valor de grandioso bem!”. Com essa orientação concreta em seu coração, esse estudante recém-convertido continuou abraçando brilhantemente a prática do budismo mantendo sua fé inabalável por toda a vida. Foram cinco dias depois desse encontro que Makiguchi sensei, defensor da paz e do humanismo, foi preso injustamente pelas autoridades do governo militarista japonês. * * * Mesmo no redemoinho de grandes perseguições, Makiguchi sensei continuou cuidando dos estudantes com carinho e preocupação, orando pela gloriosa vitória deles no futuro, e plantando as sementes da Lei Mística no grande solo dos corações juvenis. Quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, fundou a Divisão dos Universitários no dia 30 de junho de 1957, ele e eu estávamos em meio às intensas batalhas contra a natureza maligna do poder que se manifestou na forma do Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari2 e do Incidente de Osaka.3 Naquela ocasião, ardiam as chamas ferozes desse mesmo espírito invencível de Makiguchi sensei em nós dois. Como Makiguchi sensei e Toda sensei devem estar felizes por este Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes do dia de hoje que ilumina o futuro do kosen-rufu mundial! * * * Relembrando o espírito de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e comemorando o encontro de hoje, gostaria de lhes apresentar quatro caligrafias. A primeira é Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas”]. O profundo desejo de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, extraordinários educadores, era a felicidade de todas as crianças. A Soka Gakkai é o castelo a realizar esse arden-te desejo, e os membros da nossa Divisão dos Estudantes são os preciosos príncipes e princesas, insubstituíveis, desse castelo de mestre e discípulo. Nichiren Daishonin assegurou a Nanjo Tokimitsu, predecessor da nossa Divisão dos Estudantes, que perseverava em sua correta prática do budismo: “Embora possa sofrer por um tempo, no final conquistará sem falta uma grandiosa condição de vida prazerosa como a de um soberano”.4 Desejo que meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes cresçam como o “grande monarca da vitória da sabedoria e da boa sorte” e sejam capazes de fazer todas as pessoas felizes, em ritmo com a Lei Mística e a Soka Gakkai, tornando-se “campeões da felicidade” junto com os companheiros do mundo. Ou melhor, que se tornem assim infalivelmente. Eu, que iniciei a prática da fé na faixa etária dos 10 aos 20 anos, considerando Josei Toda como meu mestre, e também minha esposa, Kaneko, que se converteu ao budismo com sua família na época em que frequentava o ensino fundamental 1, e conduzia Makiguchi sensei da estação de trem até a reunião de palestra realizada em sua casa, puxando-o pelas mãos, conti-nuaremos enviando daimoku para cada uma das pessoas que trilham por esse grande caminho da felicidade absoluta. * * * A próxima caligrafia é a Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude”]. Ofereço-a às Divisões dos Universitários e dos Estudantes, como também à Divisão Masculina de Jovens, às irmãs Kayo, à jovem geração Lírio-Branco da Divisão Feminina, e à família Soka de juventude por toda a vida. Por falar em “alegre dança”, na ocasião da palestra que proferi no Instituto de França [em junho de 1989], apresentei o escrito O Grande Mal e o Grande Bem. Trata-se da passagem: “Ainda que não sejam o venerável Mahakashyapa, deveriam estar todos bailando. Ainda que não sejam Shariputra, deveriam estar saltando e bailando. Quando o bodisatva Práticas Superiores emergiu da terra, não o fez bailando?”.5,6 Então, sugeri aos intelectuais e pensadores de primeira grandeza da Europa: “O bailar dos bodisatvas da terra simboliza a ‘maior das alegrias’. O movimento da revolução humana, que é o bailar alegre da vida criativa, haverá de abrir o caminho para a solidariedade espiritual da humanidade e para revitalizar todos os empreendimentos e atividades humanas”. Justamente por ser uma época de provações sem precedentes, brilha mais que nunca a sabedoria budista do caminho do meio, de respeito à vida e à dignidade do ser humano, e também de criação de valor. Espero que os jovens Soka, repletos de energia e exuberância, convidem muitos novos amigos a se juntar a vocês no “alegre bailar dos jovens” sobre o palco do juramento seigan pelo kosen-rufu como emergidos da terra. * * * A outra caligrafia é a que registra a palavra Minshu [“O Povo”]. Nichiren Daishonin ensina que todos os seres vivos sobre a face da Terra possuem inerentemente o estado de buda. O Budismo Nichiren é o Budismo do Sol para o povo que faz cada pessoa brilhar ao máximo. Exatamente de acordo com esse espírito de Nichiren Daishonin, na Soka Gakkai, as próprias pessoas se levantaram no mundo todo para se tornar cada vez melhores, mais fortes e sábias, apoiando-se e se inspirando mutuamente. É, de fato, uma comunidade mundial milagrosa de pessoas comuns. No dia de hoje, recebemos os nobres campeões do povo, representantes da Costa do Marfim. Eles formam a verdadeira legião de emergidos da terra que vieram reverberando o rugido do leão da justiça do kosen-rufu da África em meio a muitas dificuldades e desafios, conforme os ditos sagrados: “Deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém. (...) Os seguidores de Nichiren são como leões que rugem”.7 Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, certamente está observando todo esse esforço com louvor! Vamos demonstrar nossos elogios e apreço com estrondosa salva de palmas! Como membros da Soka Gakkai, unidos pela relação de mestre e discípulo, vamos continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade! Caligrafias do presidente Ikeda, da esq. para a dir.: Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas] dedicada, em julho de 1982, às vésperas do Período de Avanço Dinâmico da Divisão dos Estudantes; Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude], na qual consta que o dia 16 de julho de 1966, é a data em que se realizou o 1º Treinamento ao Ar Livre do Grupo Hosu (Jovens Fênix); e Minshu [“O Povo”]. * * * Por fim, é a caligrafia em que registrei um poema waka que compus originalmente por ocasião da Convenção da Divisão dos Universitários, realizada nos tempos turbulentos8 em julho de 1970. Quero concluir minha mensagem oferecendo-lhes esse poema mais uma vez. Poema waka: “Avancem, meus amigos, / com a firme decisão de que / eu sou o campeão da paz, / segurando o leme corajosamente, / em meio à tempestade!”, no qual está registrado: “Em 5 de julho de 1970, comemorando a 12ª Convenção da Divisão dos Universitários” Avancem, meus amigos,com a firme decisão de queeu sou o campeão da paz,segurando o leme corajosamente,em meio à tempestade! Representantes da SGI-Costa do Marfim durante a atividade No topo: Ikeda sensei discursa na cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional de Itapúa, do Paraguai, realizada na sequência do Encontro Conjunto das Divisões dos Universitários e dos Estudantes (Tóquio, abr. 2005). Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de julho de 2023. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Referência a uma estrofe da canção Be Brave! With a Lion’s Heart! [Seja Corajoso! Com o Coração do Rei Leão!] da DE-Futuro. 2. Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari: Caso de flagrante discriminação religiosa ocorrida em 1957 pela qual os mineradores de Yubari, Hokkaido, foram ameaçados de perder seus empregos por terem se tornado membros da Soka Gakkai. 3. Incidente de Osaka: Ocasião em que Ikeda sensei, na época, coordenador do staff da Divisão dos Jovens, foi preso injustamente sob a falsa acusação de violação das leis eleitorais na eleição suplementar para a Câmara Alta, em Osaka, no ano 1957. No final do processo judicial que perdurou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado das acusações, em 25 de janeiro de 1962. 4. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882. 5. Mahakashyapa e Shariputra são dois dos principais discípulos de Shakyamuni, conhecidos respectivamente como o mais notável em práticas ascéticas e o mais sábio. O bodisatva Práticas Superiores é o líder dos incontáveis bodisatvas da terra convocados por Shakyamuni no capítulo “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, para a missão de propagar a Lei Mística nos Últimos Dias da Lei. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 387, 2017. 7. Ibidem, p. 263. 8. Refere-se ao Incidente da Liberdade de Expressão, nome dado a uma controvérsia que surgiu em 1970, quando a Soka Gakkai se defendeu de acusações difamatórias. Os detalhes desse acontecimento estão descritos no capítulo “Vendaval”, do volume 14, da Nova Revolução Humana.
10/08/2023
Conheça o Budismo
BS
O caminho da gratidão
No escrito Saldar as Dívidas de Gratidão, o buda Nichiren Daishonin observa: A velha raposa jamais se esquece da colina onde nasceu. A tartaruga branca retribuiu ao ato de bondade de Mao Bao. Se mesmo criaturas inferiores têm essa consciência, os humanos deveriam ter muito mais!1 Nesse escrito, Daishonin nos ensina a importância de saldar a dívida de gratidão com os pais, o mestre, os Três Tesouros do budismo e o soberano, também conhecidos como “as quatro dívidas de gratidão”. Algumas fontes citam a dívida de gratidão com todos os seres vivos. Ele ressalta a importância de saldar a dívida de gratidão como uma atitude fundamental do comportamento humano. Enfatiza especificamente a dívida com o mestre e afirma que, para saldar tal dedicação, a pessoa deve compreender o budismo e atingir a iluminação. Para isso, ela deve se empenhar com determinação na prática budista, e, para atingir a iluminação, deve também praticar os ensinamentos do budismo. Mas quais? Um dos seus princípios mais importantes trata dos Três Tesouros. Eles se referem aos três elementos essenciais que definem a linhagem de uma doutrina. Assim, analisando os Três Tesouros, pode-se verificar se a linhagem está sendo seguida de acordo com o ensinamento do fundador. Os Três Tesouros são: Tesouro do Buda, que se refere ao próprio Buda; Tesouro da Lei, que corresponde ao ensinamento revelado pelo Buda; e Tesouro da Ordem (Budista), que se refere ao discípulo que herda, transmite e propaga a Lei ou o ensinamento do Buda. Dessa forma, percebe-se que as correntes religiosas e filosóficas não teriam sentido sem esse princípio. Toda religião possui um fundador, um ensinamento e uma perpetuação por intermédio dos discípulos. Se um desses pontos forem alterados, perde-se sua linhagem original e sua veracidade, deixando de ser a mesma religião. Costumes, formalidades, tendências sofrem evoluções e mudanças. Porém, os princípios conceituais de uma doutrina são eternos. São chamados de Três Tesouros porque jamais perderão a grandiosidade do seu valor. No Budismo de Shakyamuni, o Tesouro do Buda é Shakyamuni, o Tesouro da Lei são os vinte e oito capítulos do Sutra do Lótus e o Tesouro da Ordem (Budista) é o bodisatva Jogyo. No Budismo de Nichiren Daishonin, o Tesouro do Buda é Nichiren Daishonin, o Tesouro da Lei é o objeto de devoção (Gohonzon) e o Tesouro da Ordem (Budista) é Nikko Shonin, sucessor imediato de Nichiren Daishonin. Daishonin é o buda eterno que incorpora as três virtudes de soberano, mestre e pais. Ele enfrentou incontáveis perseguições a fim de abrir o caminho direto para o estado de buda para todas as pessoas. O Tesouro da Lei corresponde ao Gohonzon, a manifestação da vida eterna do Buda. É também a entidade do Buda da unicidade de pessoa (Nichiren Daishonin) e Lei (Nam-myoho-renge-kyo) e possui incontáveis outras virtudes insondáveis. Nichiren Daishonin transferiu seus ensinamentos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin. Dos seis sacerdotes seniores que juraram proteger o budismo após a morte do Buda, somente Nikko Shonin compreendeu totalmente a profundidade da iluminação de Nichiren Daishonin. Suportando bravamente as terríveis pressões, ele preservou os ensinamentos de Nichiren Daishonin com sua pureza e assegurou a transmissão deles para as futuras gerações. Assim, Nikko Shonin é reverenciado como Tesouro da Ordem (Budista). Em sentido mais amplo, todos os que creem no budismo e o propagam podem ser considerados como o Tesouro da Ordem (Budista). De toda forma, conhecer os princípios budistas, como os Três Tesouros, é fundamental para discernir o correto caminho da prática do budismo. Somente com a visão ampliada pela sabedoria e pela benevolência visando livrar as pessoas do sofrimento é que se consegue ampliar o caminho para o kosen-rufu mundial. E esse é o desejo e o decreto do buda Nichiren Daishonin. Na história da Soka Gakkai, devido aos sucessivos presidentes que compreenderam o real signifi-cado dos Três Tesouros do Budismo de Nichiren Daishonin e os protegeram pondo em risco a própria vida, é que inúmeras pessoas abraçaram o Gohonzon e despertaram para a natureza de buda existente na vida. Assim, o correto caminho da fé para os membros da Soka Gakkai é proteger esses Três Tesouros. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.048, 21 ago. 2010, p. A7. Idem, ed. 1.696, 19 abr. 2003, p. A5. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 722, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Com plena energia vital, comece a partir da oração
O que é importantepara uma vida feliz e de vitórias?É o ato de recarregar plenamentea energia vital,a cada dia e a cada momento.A chave para isso é a fé.É a oração com seriedade.O importante é o gongyo da manhã.O gongyo da manhã desperta a vida,é a fonte que faz levantaro brilhante sol no seu interior.Ao começar o dia com esse grandiosolocal do despertar da vida,esse dia se preenche com a refrescanteatmosfera da manhã, ese pode registrar o primeiro passoda perfeição e do crescimento certeiros.O gongyo possui a função depôr a vida em ordeme de ajustá-la.Ele organiza a trajetória paraque não entre na direção da infelicidade.Além disso, a recitação do daimokutorna-se a poupança da boa sorte.Assim como a chuva revive o verde do gramado,a recitação revitaliza e abre a vida ativamente,edificando uma perfeita conclusão.Por isso, por toda a vida,não se deve afastar do Gohonzon.A pessoa que recita daimoku é vitoriosa.As divindades celestiais se reúnem sucessivamenteem torno das pessoas que recitam daimoku até o fim.A pessoa é conduzida rumo à suprema felicidade.Não há nada que supere o daimoku.Oração é luta.Se duvidar e não pô-la em prática,acabará reprimindo o poder extraordinário do Buda.Oração é vigor.Por favor,tal como o galopar do corcel branco pelos céus,avancem juntos, vigorosamente, nas atividades do kosen-rufu,repletos de energia vital,fazendo reverberar as vozes do daimoku,leves e refrescantes. Publicado no Seikyo Shimbun de 23 de julho de 2023. No topo: As pétalas prateadas banhadas pela luz solar entre as árvores parecem ainda mais refrescantes e brilhantes. Ikeda sensei aponta a câmera fotográfica para a ipomeia japonesa (asagao), que anuncia mais um dia de verão, neste mês [julho de 2023], em Tóquio. A ipomeia japonesa aguarda pacientemente o sol se levantar e floresce perto do amanhecer. É desejável que nós também iniciemos o dia com uma sonora oração, imbuídos de energia vital, que se assemelha ao levantar do sol da manhã. Nichiren Daishonin afirma: “Manhã após manhã nos levantamos com o Buda, noite após noite nos deitamos com o Buda”.1 A recitação do gongyo e do daimoku da manhã e da noite é o melhor ritmo para vencer o dia, o ano e a vida toda. Com base na forte oração, e prestando atenção à saúde, vamos aproveitar prazerosamente a temporada perfeita para a criação de valor e para o aprimoramento físico e mental. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 83.
10/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Nós somos bodisatvas da terra. Perseverem na prática altruística em sua honrosa terra da missão. Ações em prol de outras pessoas tornam-se a própria riqueza e virtude. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 30 de julho de 2023.
10/08/2023
Especial
BS
Vencer junto com o mestre
Foi em 14 de agosto de 1947 que o jovem Daisaku Ikeda conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin numa reunião de palestra. Ele havia recebido um convite de dois amigos para participar de uma explanação sobre “filosofia de vida”, conduzida pelo professor Josei Toda, o qual, mais tarde, se tornou o segundo presidente da Soka Gakkai. Dez dias depois daquele encontro, Ikeda sensei recebeu o Gohonzon, iniciando uma grandiosa jornada no movimento pelo kosen-rufu. Era uma noite tranquila, porém quente e úmida, de verão. A vizinhança estava quieta e as famílias provavelmente tinham acabado de jantar. Notava-se, porém, uma movimentação de várias pessoas pelas ruas escuras que se dirigiam à residência da família Miyake, no bairro de Ota, em Tóquio, para participar de uma reunião de palestra da Soka Gakkai. Mesmo sofrendo com tuberculose e febre persistente, o jovem Daisaku Ikeda, na época com 19 anos, decidiu aceitar o convite dos amigos para ir à reunião, movido pela esperança de encontrar um direcionamento para sua vida em meio às circunstâncias em que vivia. Daisaku Ikeda chegou ao local por volta das 20 horas. Enquanto tirava os sapatos na entrada, percebeu uma voz rouca, mas vigorosa, vinda do interior da casa. Era a primeira vez que ouvia Josei Toda. Ele explanava o escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, em que Nichiren Daishonin proclama sua extraordinária filosofia para a concretização de uma sociedade pacífica. Ikeda sensei relembra esse momento: O Sr. Toda, meu mestre, aguardava-me como um pai afetuoso. Foi um momento solene, eterno, que abarcou as três existências. Foi o dia do juramento — o meu — de me tornar discípulo do Sr. Toda e de devotar minha vida ao kosen-rufu. (...) Na explanação que ele fez nessa primeira vez que participei numa reunião, o Sr. Toda imprimiu forte paixão e determinação num alerta às pessoas. Foi um rugido do leão proclamando a essência do Budismo de Nichiren Daishonin. A explicação do Sr. Toda não era de um budismo antiquado e ultrapassado. Revelava um caminho grandioso com a promessa de um futuro brilhante, que transbordava convicção e dinamismo. (...) Após concluir sua explanação, o Sr. Toda iniciou um diálogo informal. (...) Não demonstrou a mínima atitude de superioridade pretensiosa e arrogante que muitos falsos líderes políticos e religiosos exibem. Estava sendo ele mesmo. Embora aquele fosse o nosso primeiro encontro, senti-me à vontade para fazer qualquer pergunta que guardava em meu jovem coração. Lembro-me de ter arriscado, com certa intensidade, esta questão: “Senhor, qual é o modo correto de vida?”. O Sr. Toda me deu uma resposta clara, com plena convicção, isenta de qualquer jogo intelectual ou desonestidade que obscurecesse o verdadeiro ponto de minha pergunta.1 Em determinado momento, o jovem Ikeda contemplava algo, com olhares atentos, o que deixava sua face inteiramente corada. Parecia estar impaciente, desejando pronunciar algo novamente. De súbito, levantou-se decidido e externou: — Sensei, muito obrigado. Há um antigo ditado que diz: “Faz bem pensar mais uma vez, mesmo que concorde. É bom pensar novamente, mesmo que discorde”. Acreditando nas palavras do senhor ao me sugerir que como jovem estudas-se e colocasse em ação, gostaria de segui-lo e me empenhar nos estudos. Nesse momento, gostaria de expressar meu sentimento de gratidão com um poema, embora não tenha nenhuma habilidade e tenha sido de improviso...2 Josei Toda concordou em silêncio. O rapaz fechou levemente os olhos e começou a declamar com voz sonora: Ó viajante!De onde vens?E para onde irás?A lua desceno caos da madrugada;mas vou andando,antes de o Sol nascer,à procura de luz.No desejo de varreras trevas de minh’alma,a grande árvoreeu procuroque nunca se abalouna fúria da tempestade.Neste encontro ideal,sou eu quemsurge da terra!3 Todos ficaram surpresos. Para Josei Toda, especialmente, a última frase soou de forma muito significativa. “Sou eu quem surge da terra!” — era a missão dos bodisatvas da terra que surgiram nos Últimos Dias da Lei para propagar o ensinamento do budismo. Ikeda sensei recebeu o Gohonzon e se converteu ao Budismo Nichiren em 24 de agosto de 1947. Embora sua família, a princípio, não fosse a favor de sua prática, o jovem não hesitou por depositar confiança em Josei Toda. Em pouco mais de dez anos de convívio, mestre e discípulo tiveram uma existência em perfeita harmonia e união, conquistando grandes feitos como a conversão de 750 mil famílias ao budismo, a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 1957, e a Cerimônia do Kosen-rufu, realizada em 16 de março de 1958. Após o falecimento de Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei assumiu a terceira presidência da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Em outubro desse ano, partiu para a primeira viagem ao exterior a fim de propagar o budismo em diversos países, entre eles o Brasil. Desde essa ocasião, vem se empenhando incansavelmente para cumprir os ideais do seu mestre e impulsionar o movimento pelo kosen-rufu. Passados 76 anos desde o primeiro encontro entre Daisaku Ikeda e Josei Toda em uma reunião de palestra da Soka Gakkai, a correnteza da propagação do Budismo de Nichiren Daishonin ampliou-se em nível mundial, mantendo a essência do diálogo de vida a vida e da relação de unicidade de mestre e discípulo a partir de suas organizações de base. O ato de compartilhar a prática budista com nossos familiares, amigos e demais pessoas do nosso convívio, ou seja, a realização do shakubuku, possui profundo significado e valor, pois os capacita para vencer quaisquer dificuldades, construir uma vida de felicidade inabalável e contribuir para a edificação de uma sociedade de paz. No topo: ilustração retrata Josei Toda, à esq., e o jovem Daisaku Ikeda. Unidos pelo ideal do kosen-rufu, mestre e discípulo enfrentam inúmeros desafios com a coragem e o ímpeto do rei leão Ilustração: Kenichiro Uchida Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.615, 16 jul. 2022, p. 8-9. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 187-207, 2022. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 51 a 55, 2022. 2. Idem. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 205, 2022. 3. Ibidem, p. 206.
10/08/2023
Relato
BS
O poder da determinação
Sou Jorge Maciel, 55 anos, e divido com vocês um ponto primordial que se fixou em meu coração há trinta anos, mudando minha jornada de vida. Pratico o budismo desde 1980; e, em 1993, era um jovem estudante de engenharia com muitos sonhos e objetivos na vida. Tive a imensa boa sorte de receber Ikeda sensei como integrante da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), tocando tuba sinfônica (doada por ele à Filarmônica), em uma apresentação no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, em fevereiro daquele ano. Lembranças marcantes da quarta visita do Mestre ao Brasil, ocasião em que houve a fundação oficial do grupo e nos possibilitou ouvir palavras de encorajamento que se tornaram um divisor de águas. Determinei romper os grilhões do carma, com base na prática da fé. Em 2002, fui ao Japão renovar minha decisão de luta conjunta, e três anos depois minha trajetória profissional ganhava novos contornos. Uma promoção na empresa na qual trabalhava me levou até Catalão, no estado de Goiás, e deixei para trás a cidade de São Paulo, SP, base de minha criação. Levei no peito o direcionamento recebido de um grande veterano sobre a importância de abrir novos caminhos para a paz e a felicidade das pessoas, onde quer que eu estivesse. Os desafios acompanham. Em 2006, em meio a um movimento intenso de propagação do budismo na localidade, o carro em que minha esposa, Zilda, estava colidiu com uma carreta na estrada entre Uberlândia, MG, e Catalão, GO. Os médicos envolvidos no resgate não acreditavam que ela sobreviveria, pois apresentava muitas fraturas expostas, traumatismo craniano e hemorragias diversas. Um deles chegou a me dizer que, se ela sobrevivesse, teria de amputar as pernas. Em casa, fiz cerca de nove horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) pela recuperação imediata dela. Voltando ao hospital, percebi uma mudança em seu aspecto. Conversando com os médicos, um deles disse: “É realmente incrível! Durante esta noite, todo o organismo desta paciente entrou em harmonia e tudo passou a funcionar normalmente”. A partir dessa grandiosa comprovação da prática da fé, várias pessoas da localidade quiseram conhecer a magnífica oração recitada em minha casa e, daí em diante, as conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin foram acontecendo uma após outra; oito anos depois nascia um distrito. No trabalho, depois de dezessete anos como executivo, fui demitido. Mesmo em meio a imensas dificuldades, em 2018, participei de um curso de aprimoramento no Japão. Hora de reconfirmar o juramento. Em um curso de aprimoramento no Japão. Aprendi na Soka Gakkai a buscar formas efetivas de concretizar os objetivos, por mais desafiadores que eles parecessem. Investi nos estudos para me colocar à altura da conquista profissional que abrisse caminhos de felicidade para minha família e para o movimento pelo kosen-rufu. No período da pandemia, lancei-me a uma pós-graduação na área de engenharia, além de aprimorar a língua inglesa. Entrou 2021 e meu principal objetivo era chegar em 24 de agosto, Dia da Divisão Sênior (DS) e marco da conversão do presidente Ikeda ao budismo, com uma grandiosa vitória junto com meus companheiros da Sub. Triângulo Mineiro. Com base em intenso daimoku, na tarde do dia 24 de agosto daquele ano recebi um comunicado de minha aprovação para a função de gerente de suprimentos de um dos maiores grupos do agronegócio e geração de energia renovável da América Latina. Minha base de trabalho seria São Paulo, e a família permaneceria em Catalão, unida mais que nunca pela prática da fé e pelas orientações do Mestre. Entramos no ano 2022 com vitória total. Porém, em fevereiro, uma tremenda dor no peito quase me levou ao desmaio. Estava em um processo de cetoacidose diabética a 410 mg/dL de glicose, o que causou um descompasso coronário. Foi realizado o cateterismo e, para surpresa de todos, somente uma artéria estava obstruída. Vitória! Esse acontecimento nos fez refletir, em família, que era o momento de estarmos juntos. A organização em Catalão estava se desenvolvendo bastante. Nos últimos anos, de uma RM ampliou-se para uma subcoordenadoria com cinco RM. Decidimos então voltar à nossa terra natal, o estado de São Paulo, optando pela cidade de Mogi das Cruzes. Minha transferência para a organização local já foi efetivada, mas, por enquanto, sigo atuando na liderança da Sub. TM. Atividade em Uberlândia, MG Hoje, desfruto muita saúde e com muitas vitórias. Minha mãe, já falecida, foi uma grande veterana. Meus três irmãos, Julio, Angélica e Moacyr Jr., seguem firmes na prática; e meu pai, Moacyr, me inspira sempre: aos 87 anos, cursa atualmente sua 13ª graduação. Minha esposa, Zilda, mantém seu consultório de psicologia em pleno funcionamento de forma on-line. Nosso filho André Yuri, que se formou na segunda turma do Colégio Soka, faz faculdade e estagia em uma grande empresa; e nossa filha, Larissa, está com toda a energia de seus 11 anos. Oramos todos os dias juntos, com muita alegria. Jorge em família, ao lado da esposa, Zilda, e dos filhos André Yuri e Larissa. Esses trinta anos foram intensos. Agradeço aos meus queridos companheiros da Gakkai e afirmo que a maior de todas as alegrias é ter vivido todos esses anos tendo o presidente Ikeda como mestre. Encerro com um trecho de uma de suas preciosas orientações: Não se preocupem com o que aconteceu até agora; o passado é passado. Ao contrário, concentrem-se em como abrir o caminho para o avanço e o autoaprimoramento, o crescimento e o desenvolvimento, a partir do momento presente até o futuro. Esse é o início do drama da revolução humana.1 Muito obrigado! Jorge Luiz Lopes Maciel é responsável pela Subcoordenadoria Triângulo Mineiro (CRE Leste), CGRE, e reside atualmente em Mogi das Cruzes, SP. Fonte: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.714, 6 set. 2003, p. A3. Fotos: Arquivo pessoal
10/08/2023
Especial
BS
Ao ritmo de contínuas vitórias
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, expressou: “O coração do kosen-rufu do Brasil — o Rio de Janeiro — venceu gloriosamente”.1 Foi um caloroso e inesquecível incentivo que criou ondas sucessivas de vitórias na vida dos integrantes da BSGI da localidade. Atualmente, a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) abrange mais de mil blocos e quatrocentas comunidades. Mas a jornada do movimento pelo kosen-rufu na região começou com a árdua dedicação de alguns poucos pioneiros. Eram os componentes das primeiras famílias de imigrantes japoneses, membros da Soka Gakkai, nos anos 1960, que chegaram à Cidade Maravilhosa e venceram inúmeras dificuldades, entre elas a barreira do idioma, para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Essa saga está retratada no volume 11 do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei, e simbolizada pelos esforços do casal Masatada e Misako Kohno, primeiros praticantes residentes no Rio de Janeiro. Em um trecho da obra, durante a sua segunda visita ao Brasil, em 1966, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda no romance) vai à cidade pela primeira vez. No alto do morro do Corcovado, ele incentiva o casal Kohno: A organização do Rio de Janeiro é ainda pequena, porém, se vocês empreenderem todos os esforços, recitando firmemente o daimoku, ela certamente atingirá um grande progresso. É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.2 Ilustração retrata momento em que o presidente Ikeda dialoga com pioneiro da BSGI durante uma visita à capital fluminense em 1966 Dezoito anos depois, o presidente Ikeda retornou ao Brasil, em 1984, e constatou que o número de famílias praticantes do Rio, que em 1966 era de 166, havia atingido 6 mil. Foi um avanço grandioso alcançado devido ao empenho incansável de gerações de praticantes com base na unicidade com o Mestre. Assim como o ritmo vibrante e cadenciado do samba, o movimento em prol do kosen-rufu da BSGI na cidade e em todo o estado do Rio de Janeiro seguiu ininterrupto, levando a filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin ao povo carioca e fluminense. Em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), a BSGI realizou, na cidade, o Festival Eco Cultural Rio-92 e também a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em meio aos desafios da vida diária, a atuação dos membros da organização, alicerçada na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei, cada qual divulgando os ideais da Soka Gakkai em seu campo de atuação, resultou no reconhecimento e na confiança da sociedade brasileira. Como fruto desses esforços, o presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, receberam mais de 150 homenagens governamentais, de instituições de ensino e de outras entidades. Durante a sua quarta visita ao nosso país, em 1993, no Rio de Janeiro, o presidente Ikeda recebeu o título de sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, o de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro3 e a medalha da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E ainda, os membros viveram momentos dourados ao lado de Ikeda sensei, nesse período, recebendo inestimáveis incentivos e importantes direcionamentos para a condução do movimento pelo kosen-rufu. A ocasião também foi marcada pelas denominações oferecidas pelo Mestre de “Josho Rio” (Rio de Contínuas Vitórias) e “Rio, Number One” (Rio, Primeiro do Mundo), verdadeiras diretrizes de avanço ininterrupto. Neste ano, foi realizada a 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI rumo a 2030 no Centro Cultural do Rio de Janeiro,4 quando os membros da CGERJ e de toda a BSGI se uniram para levar avante as atividades do segundo semestre, com ênfase nas iniciativas na organização de base. Participantes da 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI, realizada no Centro Cultural do Rio de Janeiro (maio 2023) Com o olhar no futuro, os companheiros do Rio de Janeiro lançaram-se a novos desafios, percorrendo a estrada de mestre e discípulo ao som da inesquecível canção Saudação a Sensei, que nasceu em terras cariocas e se espalhou pelo Brasil e pelo mundo: “Sensei, o nosso sonho está realizado com vossa presença no Brasil...” E como está sendo a luta pelo kosen-rufu em sua localidade ao lado do Mestre? Visando os setenta anos de fundação da BSGI e o centenário da Soka Gakkai em 2030, vamos, em nossos respectivos campos de atuação, comprovar a força da prática budista na própria vida e construir uma sociedade de paz a partir da nossa família, do local de trabalho e da comunidade local. Representantes da BSGI do Rio de Janeiro contam suas conquistas ao comprovarem a força do Budismo Nichiren e concretizarem os ideais do Mestre Inspirar as pessoas ao redor Encontrar um mestre na juventude e comprovar a força de um juramento são motivos da maior honra para mim. Cheguei até aqui pelo Mestre, que não tive oportunidade de conhecer pessoalmente, encontrado nas minhas decisões diárias de ser cada vez melhor. Eu era menor de idade quando conheci o budismo há vinte anos. Levei dois anos para que meus familiares, que não aceitavam minha prática, vissem, por meio da mudança que tive, o poder transformador da prática do Nam-myoho-renge-kyo e das sinceras companhias que passaram a fazer parte da minha vida. O ambiente Soka é algo extraordinário, bem como o próprio coração do Mestre de abraçar os jovens e lhes dizer quão grandiosos são. E assim foi comigo. Nesses dezoito anos como membro da organização, muitas transformações ocorreram. De uma jovem cujo empenho nunca faltou, aprendi a sonhar alto: eu me formei, fiz duas pós-graduações, um mestrado e estou finalizando o doutorado. Assim, como professora, pude voltar à instituição que estudei, pondo em prática tudo o que aprendi nesse maravilhoso treinamento recebido, sobretudo como integrante do grupo Cerejeira por onze anos, ao lado também dos meus companheiros da organização local. Fui ao Japão com o Departamento de Relações Públicas da BSGI, em 2015, vivendo momentos inesquecíveis da história da Gakkai e do sensei. Aprendi com o Mestre a não medir esforços em tocar o coração do outro. Por isso, nesses anos realizei 47 shakubuku, apresentando-lhes esta filosofia grandiosa. Preenchendo minha vida com o juramento seigan, transbordo amor aos membros, aos meus alunos, a cada pessoa que encontro, cumprindo a minha missão, vencendo e inspirando a todos. Não existe alegria maior. Avante! Monique Bezerra da Silva Responsável pela Divisão do Jovens da Sub. Barra da Tijuca. Professora do ensino superior *** Esperança e alegria Passa um filme em minha mente ao falar da minha vida antes de ingressar na Soka Gakkai e conhecer o presidente Ikeda, meu mestre da vida. Encontrei este maravilhoso budismo quando estava com 34 anos, em 1987, e vivenciava muito sofrimento. Tive de comprovar tudo com relação à família: desarmonia, alcoolismo, condições financeira precárias. Minha mãe era de outra religião, mas se encantou com o que dizia o presidente Ikeda. Seis anos depois de me converter ao budismo, fiquei sabendo que assistiria à posse dele como membro correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eu mal tinha o dinheiro do transporte para ir até lá. Minha mãe, que estava internada na época, me disse, antes de eu seguir: “Ele é um homem muito sábio”. Misticamente, voltei em junho último na comemoração dos trinta anos da posse do Mestre na ABL. Agora em outra condição, vitoriosa e feliz pelas inúmeras conquistas. Sempre trabalhei, superei várias dificuldades. Apresentei o budismo para diversas pessoas, que, ao me verem transformar aquelas condições desfavoráveis de antes, passaram a acreditar na força do budismo. Sou de origem modesta, mas, com a força da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, realizei o sonho de me formar em administração de empresas na faculdade. A Gakkai é minha vida. E busquei estar continuamente na sintonia do Mestre, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que leio com o coração desde a inesquecível primeira reunião que participei há quase quarenta anos. Que orgulho, quanta gratidão! Hoje, sou aposentada e dedico meus dias a ajudar os familiares e amigos que precisam, levando os incentivos de Ikeda sensei. Tenho me empenhado nas atividades da Academia Magia da Leitura, por ser a educação o último empreendimento da vida do Mestre. Se é objetivo dele, é meu também! Nos últimos dois anos, sofri muitas perdas; em curto espaço de tempo, levaram-me dois irmãos, um sobrinho e meu marido, entre outros. No entanto, unindo forças com os companheiros da BSGI, venho superando e avançando determinada, corajosa e com o coração ligado ao do Mestre. O Rio de Janeiro é minha cidade, e aqui vamos construir juntos a organização da vitória absoluta. Ikeda sensei, conte comigo! Jorgina Fátima da Silveira Dutra Conselheira da RM Valqueire, Sub. Méier. Aposentada *** Juramento por toda a vida Em 1993, eu era um jovem rapaz de 21 anos, membro da banda masculina Taiyo Ongakutai e da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Quanta emoção e entusiasmo ao recebermos o presidente Ikeda no Rio! Sou fukushi (quem nasce numa família budista) e seria a primeira vez que estaria diante do Mestre. Finalmente encontrei Ikeda sensei, que sempre cuidou de mim, embora de longe, mas sempre muito perto do coração. Como membro do Taiyo Ongakutai, pude soprar minha flauta transversal, cheio de emoção e com forte determinação de realizar o juramento ao Mestre de sempre me manter no caminho do kosen-rufu, sem jamais traí-lo e aos companheiros. Foi extraordinário me superar para tocar dignamente e poder impulsionar minha vida a evoluir em meio a tantos desafios e incertezas de um jovem. Era aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuei, mais uma vez, nos preparativos para a concessão do título de doutor honoris causa da UFRJ ao Mestre. Estava no corre-dor, sensei passou por mim e se curvou, colocando a mão no peito, como um gesto de respeito e gratidão a todos que se encontravam ali. Que humildade! Que sentimento de um homem simples e honrado! Mais uma vez, olhando com sincera gratidão para ele, fiz meu juramento como aluno universitário daquela casa do saber. Quanto a realizar ainda pelo kosen-rufu do Rio, do Brasil e do mundo! Também assisti à sua posse na Academia Brasileira de Letras. Quanto orgulho! Quanta honra! Que felicidade! Meu mestre sendo o primeiro oriental a receber esse título na maior casa das letras e da literatura do nosso país. Sem me dar conta, o tempo passou, o juramento se fortaleceu. Encontrei-me com o Mestre em 2001, no Japão, como membro do Grupo Seigan, eternizando meu juramento de jamais abandonar a prática da fé, a Gakkai e os companheiros. Hoje, como sênior de 51 anos, sou educador, empresário da educação, da cultura e da preservação do meio ambiente, além de ter me tornado poeta, escritor, membro e presidente da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, da qual Ikeda sensei se tornou sócio correspondente em dezembro de 2010. Ainda tenho muito a fazer, mas mantenho a chama forte e viva do juramento ao Mestre, que jamais será apagada, construindo sempre o amanhã junto com sensei! Sidney de Oliveira Silva Vice-responsável pela Sub. Grande Rio. Empresário e professor No topo: Convenção Comemorativa do 32o Aniversário pelo Movimento do Kosen-rufu no Rio de Janeiro com a presença do presidente Ikeda (13 fev. 1993) Ilustração: Kenichiro UchidaFotos: Seikyo Press / BS / Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013, p. B5. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27-28, 2019. 3. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.407, 17 fev. 2018, p. C2-C3. 4. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 8-9.
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Matéria da Divisão Sênior
BS
Soka Gakkai e a política: mobilizando transformações sociais a partir do indivíduo
Caros amigos da Divisão Sênior!Em meio à tempestade de desafios enfrentada pela sociedade contemporânea, a Soka Gakkai surge como um farol iluminando o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária. No Budismo de Nichiren Daishonin, somos guiados para a grandiosa ideia de que a mudança social genuína se inicia com a mudança individual. Essa crença impulsiona nossa missão de transformar o mundo, começando pela profunda transformação do coração e da mente das pessoas. Com a prática budista, cultivamos um grande apreço pela vida e pela dignidade humana. Esse discernimento não se limita aos aspectos pessoais, mas permeia todos os setores da vida, inclusive o político. A política, em sua essência, é o conjunto de regras que regem uma sociedade, uma comunidade ou uma coletividade. Portanto, deve ser vista como meio de alcançarmos nossa aspiração de construir uma sociedade harmoniosa, e não um fim em si mesma. Utilizada com retidão, a política pode ser uma ferramenta poderosa na edificação de uma sociedade mais justa e igualitária, em vez de ser um instrumento para obtenção de poder, lucro ou dominação. No capítulo “Contínuas Vitórias” da Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda apresenta uma perspectiva bastante ampla da política, do ponto de vista do princípio budista do “caminho do meio”, dizendo: O caminho do meio não se refere a moderação política ou a atitude passiva diante da realidade da vida e do mundo. É um princípio universal que esclarece a visão correta da vida com base em três verdades (santai, em japonês) expostas no budismo: verdade da não substancialidade (kutai), verdade da existência temporária (ketai) e verdade do caminho do meio (chutai). (...) Essas três verdades revelam o aspecto verdadeiro da vida e foram desenvolvidas como a visão perfeita da vida no Budismo de Nichiren Daishonin, com base no Sutra do Lótus. O caminho do meio é um conceito que implica numa visão equilibrada dos aspectos espiritual e material, uma transcendência e conciliação dos extremos e de opiniões opostas.1 Ikeda sensei conclui: A política baseada no caminho do meio não é uma política que ocupa uma posição neutra ou central entre governistas e oposicionistas, ou entre direitistas e esquerdistas. Não é também uma política que adota uma combinação dos aspectos positivos dessas posições. Está fundamentada na filosofia de vida do budismo e seu propósito é defender a dignidade da vida humana e promover a paz e a felicidade para as pessoas. Seu objetivo maior é beneficiar a população sem qualquer interesse político-partidário.2 A importância de uma política centrada em valores éticos e morais é primordial. Com base nesses princípios, os políticos devem ter como prioridade o bem-estar da sociedade, sem se concentrarem unicamente nos interesses de grupos ou indivíduos específicos. Cada decisão política tomada deve ser guiada pela capacidade deles de promover uma sociedade equilibrada e pacífica. A concretização dessa visão não depende só dos políticos, mas também do cidadão consciente e em busca de autodesenvolvimento. O engajamento político como cidadão propicia melhores resultados sociais, pois uma população informada toma decisões mais benéficas para a sociedade. Por outro lado, a negligência política conduz à passividade gover-namental, frequentemente resultando em decisões não benéficas para o bem-estar coletivo. Além disso, na obra Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda orienta: “A atuação na política sem benevolência e distante dos anseios do povo não possibilita a realização do bem-estar social. Ficar somente lamentando essa situação não gera nenhuma mudança”.3 Em um diálogo com o ex-presidente da União Soviética antiga e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mikhail Gorbachev, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, perguntou-lhe qual a atitude apropriada e o papel dos líderes políticos. Gorbachev respondeu: Após um longo processo de evolução, a humanidade chegou à forma de governo chamada democracia com a finalidade de reconciliar os interesses de muitos indivíduos diferentes — pessoas de diversas culturas, religiões, idiomas, histórias, paixões, interesses e formas de pensamento — e uni-los. Mas hoje a democracia está sendo ameaçada. Não está claro por quais interesses os políticos, supostos representantes do povo, estão atuando ou para o bem de que pessoas eles estão utilizando a democracia. A única maneira de assegurar que os líderes políticos sigam a direção correta é o amadurecimento da sociedade civil. Se a humanidade se desenvolver ainda mais, podemos chegar a ponto de a própria sociedade civil, em vez dos políticos, realizar as funções do governo. O importante é elevar a consciência de cada cidadão. E devemos criar sociedades que respeitem as diferenças entre as pessoas e aceitem a diversidade, sociedades encontradas no diálogo.4 O compromisso da Soka Gakkai com a paz e a justiça social é demonstrado por sua ênfa-se na educação e no diálogo como meios para resolver conflitos e superar preconceitos. Valorizamos a promoção da paz, da cultura e da educação, o que reflete nossa visão para uma sociedade melhor. A prática do diálogo sincero e respeitoso serve para criar uma atmosfera de compreensão e cooperação essencial para a construção de uma sociedade justa. Esse é um ponto crucial e fica o questionamento individual: “Será que pratico o verdadeiro diálogo, com o desejo de ouvir e compreender o outro, ou pratico o diálogo somente para refutar ou impor uma opinião?”. Dedicando-nos à transformação individual e social, derrubamos as barreiras que separam as pessoas e promovemos uma cultura de paz e de respeito mútuo. Estamos incentivando a criação de uma sociedade em que as pessoas possam florescer e alcançar a felicidade. Essa é a maneira pela qual a Soka Gakkai contribui para a pacificação e o equilíbrio da sociedade, mesmo diante das turbulências e mudanças sociais. No livro Valores Humanos num Mundo em Mutação, o presidente Ikeda observa: “Em nossa visão budista, a realização desse autoaperfeiçoamento interior imensamente difícil será conseguida pelo que chamamos de revolução humana”.5 Essa visão fundamenta nossa abordagem humanística norteia também nossa atuação política como membros da Soka Gakkai. Em nossa trajetória, nós temos o potencial para causar um impacto significativo, inclusive os componentes da Divisão Sênior (DS) cujo compromisso é ainda mais direto. Pela transformação individual — a revolução humana —, desencadeamos ondas de mudança que reverberam por toda a sociedade. Isso exalta nosso potencial ilimitado e nos possibilita avançar o humanismo, transformando cada vez mais o mundo, bem como a mente e o coração das pessoas. Nessa perspectiva, assumimos a responsabilidade de ser cidadãos engajados, infundindo o humanismo em todas as dimensões da vida. A participação ativa como cidadão não é apenas uma escolha, mas um compromisso vital com a transformação da sociedade. Cada um de nós, ao acolher a prática budista e a atuação social consciente, pode se tornar um agente efetivo de mudança. Estamos destinados a nos envolver na sociedade e na política de maneira consciente e alinhada aos nossos princípios éticos e morais, contribuindo assim para a edificação de uma sociedade mais justa e igualitária, que valoriza a vida e a dignidade de todos os seres humanos. Reflexão sobre a matéria Estamos vivenciando momentos desafiadores e, como integrantes da Divisão Sênior com nosso novo levantar, vamos juntos reverberar a esperança para a construção de uma sociedade mais justa e feliz. Assumirmos o importante papel de nos fortalecer em primeiro lugar, vamos crescer e nos desenvolver como excelente cidadão com perseverança, sem jamais desistirmos, alicerçados no avanço contínuo de “Josho”. Certamente alcançaremos a felicidade permeando um mundo cada vez melhor ao nosso redor. O ponto essencial é promovermos a reforma do ser humano. E tudo começa comigo e começa agora, neste momento (niji), pois minha transformação refletirá na mudança em todos os campos da sociedade. Cultivando a natureza de buda, tendo a fé como eixo fundamental e fonte de energia, demonstremos a benevolência em nosso cotidiano, irradiando empatia que emana da própria revolução humana. Compartilho uma passagem de uma orientação de Ikeda sensei: Sua revolução humana é como empreender o movimento pelo kosen-rufu no microcosmo do próprio mundo interior. Quando várias pessoas buscarem a revolução humana, poderão propagar o kosen-rufu em toda a sociedade. Em outras palavras, o kosen-rufu avançará na mesma medida em que vocês avançarem na própria revolução humana. Simultaneamente, quando deixarem de lado seus interesses egoísticos e se devotarem ao kosen-rufu, um movimento que existe para conduzir as pessoas à felicidade, sua revolução humana também progredirá. É dessa forma que os dois estão intimamente relacionados.6 Vamos continuar nossa jornada expandindo o brilho da vitória na família, na organização e cada vez mais alçando a condição como pilar da sociedade! Muito obrigado! Takao Sakamoto, vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Vitória absoluta - DS de comprovação Meu contato com o budismo começou em 1992, aos 19 anos, e foi um divisor de águas em minha vida. Nesse ano, enfrentei uma das maiores tristezas: a perda do meu pai. Porém, essa dor aguda e profunda trouxe consigo uma força inesperada, a fé budista, com a qual consegui enfrentar e superar os desafios da vida. Assim começa minha relação com a Soka Gakkai. Perdi meu pai, contudo, encontrei meu mestre da vida, Daisaku Ikeda. Em 1995, assumi a função de integrante do Departamento de Relações Públicas da BSGI. Como membro desse departamento, meu foco sempre foi estabelecer relações positivas com o poder público, o Congresso Nacional, os organismos internacionais e a coletividade. Tenho orgulho do trabalho que realizamos, abrindo portas para o diálogo e a cooperação, ressaltando o valor da tolerância e da compreensão mútua. Minha carreira na área de tecnologia sempre esteve interligada com minha fé, pois, mesmo enfrentando inúmeras adversidades, consegui alcançar vitórias significativas. Por mais de trinta anos, a tecnologia da informação foi minha arena. Meu foco sempre foi atuar de maneira estratégica em órgãos federais, com especial atenção para as políticas públicas da educação, área de tão grande relevância para todos nós. Hoje, meu papel como coordenador de Soluções Digitais no Centro de Desenvolvimento de Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV DGPE) me proporciona a oportunidade de aprimorar a gestão pública brasileira, ao implementar projetos que têm o potencial de transformar a vida dos cidadãos dos municípios e estados brasileiros. A participação política, para mim, vai além de um direito, é um dever, uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade justa e equilibrada. E acredito que os princípios da Soka Gakkai, norteados pelo nosso mestre, Daisaku Ikeda, que enfatizam o valor inestimável de cada vida e a capacidade de cada pessoa de fazer o bem, têm muito a dizer sobre como a política deve ser conduzida. Essa é a minha missão, assim como meu compromisso. Niéliton Leite Gomes, responsável pela Sub. DF e coordenador do Grupo Alvorada da CRE Oeste. Niéliton no ambiente profissional Niéliton com sua família Saiba mais Significado de “três verdades” (jap. santai): A verdade da não substancialidade, a verdade da existência temporária e a verdade do caminho do meio. Três aspectos da verdade formuladas por Tiantai. A verdade da não substancialidade indica que todos os fenômenos carecem de substância e se encontram num estado que transcende os conceitos de existência e não existência. A verdade da existência temporária significa que, apesar de carecerem de substância por natureza, todas as coisas possuem uma realidade transitória que está em constante fluxo ou mudança. A verdade do caminho do meio ensina que todos os fenômenos são não substanciais e temporários; porém, em essência, não são nem um nem outro. Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Arquivo pessoal Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 190, 2020. 2. Ibidem, p. 191. 3. Ibidem, v. 6, p. 146. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.710, 9 ago. 2003, p. A3. 5. IKEDA, Daisaku; BRYAN, Wilson. Valores Humanos num Mundo em Mutação. Em um Diálogo sobre o Papel Social da Religião. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Record, 1999. p. 92. 6. Brasil Seikyo, ed. 1.496, 20 fev. 1999, p. 3.
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Caderno Nova Revolução Humana
BS
Força e diálogo para criar a época
PARTE 33 Sob a referência da justiça divina, a Divina Comédia, de Dante, descreve o resultado cruel no mundo após a morte decorrente da inveja, da enganação, da arrogância, da violência, da mentira, da traição, entre outras. Pode-se dizer que é uma obra literária de luta contra todos os tipos de males que conduzem o homem à infelicidade. Por mais que conquiste posição social, fama ou fortuna, enquanto não resolver a questão da morte, o ser humano não consegue estabelecer a felicidade nem o verdadeiro modo de viver. Pode-se dizer que a distorção da época atual é resultado da busca desenfreada pelos desejos de curto prazo, fugindo da questão mais importante do ser humano que é a morte. Shin’ichi tinha forte convicção de que a nova Renascença da vida só aconteceria a partir do despertar das pessoas para a grande Lei da eternidade da vida chamada budismo. Shin’ichi criou, ainda, um momento de diálogo com os jovens, dirigindo-se até as colinas de Fiesole, na periferia de Florença: — O budismo dá uma grande importância ao diálogo. Está no extremo oposto da submissão das pessoas por meio do poder e do autoritarismo religioso. Shakyamuni elucidou a Lei pelo diálogo. E Nichiren Daishonin também deu a máxima importância ao diálogo. A reunião de palestra da Soka Gakkai também é realizada herdando esse espírito. Bem, se tiverem algo que queiram saber, perguntem sem cerimônias. Com brilho nos olhos, os jovens perguntaram a Shin’ichi sobre temas como teoria de Dante, princípios da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi) e “simultaneidade de causa e efeito” (inga-guji). Quando diminuíram as perguntas, Shin’ichi disse avistando a cidade que se estendia no horizonte: — Certamente virá o dia em que as chamas da Lei Mística brilharão nas janelas de muitas casas que enxergamos daqui. A época do kosen-rufu já chegou. Agora é o momento de todos se levantarem sós munidos de coragem. Quando Toda sensei tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai, o número de membros não passava de 3 mil. Porém, os jovens que despertaram para a missão de luta conjunta de mestre e discípulo se levantaram e, em menos de sete anos, a Soka Gakkai concretizou o empreendimento da vida do mestre, de 750 mil famílias praticantes. Essa foi a vitória do resoluto diálogo. Nós tínhamos a grande convicção no budismo. Todos se empenharam no estudo do budismo e falaram com raciocínio lógico sobre os princípios de forma clara. Havia uma abundante paixão. O diálogo une os corações e se torna a força para criar a época. PARTE 34 Na tarde do dia 2 de junho, Shin’ichi Yamamoto despediu-se de cerca de cem membros que se juntaram na estação central de Florença, e embarcou no trem com destino a Milão. No lado de fora das janelas, via-se o rosto de muitos jovens que pareciam relutar a despedida. Em um diálogo sem palavras, Shin’ichi trocava os olhares através do vidro com o sentimento de “conto com vocês; é a época de vocês”. O trem começou a se movimentar. Todos acenavam intensamente. Seus olhos estavam marejados. Shin’ichi também continuou acenando. Quando os jovens se levantam, o portal do futuro se abre. Observando a cidade de Florença, ele sentiu como se ouvisse o altivo ressoar do sino do alvorecer, anunciando a Renascença do século da vida. Os jovens daquela época cresceram vigorosamente e passaram a contribuir enormemente em prol da sociedade italiana. Em julho de 2016, 35 anos depois, o governo da República da Itália e o Instituto Budista Italiano Soka Gakkai firmaram o acordo de cooperação religiosa Intesa. Essa era, de fato, a prova da confiança da sociedade. Shin’ichi chegou a Milão e, no dia 3, visitou Carlo Maria Badini, superintendente do Teatro alla Scala que se orgulha pela sua tradição e história de mais de duzentos anos. E, conduzido pelo superintendente, realizou uma visita de cortesia ao prefeito Carlo Tognoli no prédio da prefeitura de Milão, localizado em frente ao teatro. Na verdade, estava prevista para outono daquele ano a apresentação no Japão do Teatro alla Scala a convite da Associação de Concertos Min-On e de outras associações. Essa apresentação que reúne um total de cerca de quinhentos integrantes seria numa escala sem precedentes. Seguindo à exibição da Ópera Estatal de Viena, realizada no ano anterior, havia uma enorme expectativa dessa apresentação no Japão do mais proeminente grupo de ópera do mundo. Na ocasião do encontro, o prefeito Tognoli outorgou a medalha de prata da cidade para Shin’ichi. E, também, no Teatro alla Scala, dialogou com o superintendente Badini e com o diretor artístico Francesco Siciliani. O superintendente afirmou: — Enaltecendo plenamente o valor do nome do Teatro alla Scala como também da Associação de Concertos Min-On, entidade musical de âmbito internacional, realizaremos a melhor apresentação. Em sua fisionomia, notava-se uma decisão incomum para a apresentação no Japão. A tradição não é criada meramente pela passagem dos anos. Os seguidos desafios de sempre fazer o melhor, sem compromisso, cultivam o nobre acúmulo de experiências ano após ano. PARTE 35 O superintendente prosseguiu: — Sem o esforço do presidente Yamamoto, essa apresentação não seria realidade. Relembrando, as negociações para realizar a apresentação do Teatro alla Scala no Japão haviam sido iniciadas pelo diretor responsável pela Min-On, Eisuke Akizuki, há dezesseis anos quando ele visitou o teatro. Não havia exemplo anterior de uma apresentação convidando todo o grupo do Scala nem no Japão nem na Ásia. Quando tomavam conhecimento da intenção da Min-On em convidar o Teatro alla Scala, invariavelmente as pessoas do mundo cultural e artístico do Japão zombavam dizendo ser um sonho. Elas afirmavam que era impossível a Associação de Concertos Min-On ou a Soka Gakkai trazerem esse grande teatro de ópera, o melhor do mundo. Mas Shin’ichi disse a Akizuki: — Não precisa se preocupar. Sinto no Teatro alla Scala o espírito de altivo orgulho em contribuir sempre para a prosperidade da música. Não é possível que músicos herdeiros dessa tradição não se interessem pela Min-On que promove um novo e grandioso movimento musical do povo. Exatamente de acordo com essa convicção de Shin’ichi, o Teatro alla Scala manifestou concordância pela apresentação no Japão, chegando finalmente a ponto de firmar um contrato provisório. Todavia, o falecimento do superintendente da época e o afastamento do seu sucessor devido a uma doença fizeram com que o assunto não avançasse. Como fundador da Min-On, Shin’ichi veio sempre se empenhando em apoiar nos bastidores e, finalmente, foi definida a apresentação do Teatro alla Scala no Japão em outono de 1981. Desafiar persistentemente com o sentimento de avançar corpo a corpo a cada barreira encontrada. O acúmulo dessas ações faz com que se realizem empreendimentos considerados impossíveis pelas pessoas e se crie uma nova história. No dia seguinte, 4 de junho, Shin’ichi foi convidado pela Editora Mondadori e dialogou com o diretor de publicações educacionais e com outros. Essa era a maior empresa de publicações da Itália e havia um plano para editar as obras provenientes do diálogo de Shin’ichi com intelectuais do mundo em língua italiana, razão da visita desse dia. Mais tarde, essa editora publicou a Sabedoria do Sutra do Lótus, obtendo grande repercussão. Essa publicação se tornou uma força para divulgar os ideais, cultivar o diálogo espiritual e desenvolver a cultura. PARTE 36 Ao final da tarde do dia 4, Shin’ichi Yamamoto reuniu-se com cerca de cinquenta representantes jovens e estudantes na sala de conferências do hotel em que estava hospedado e realizou um diálogo sobre a prática da fé. Respondendo às perguntas dos membros, ele transmitiu orientações e incentivos. Um dos assuntos enfatizados foi o de que, mesmo com uma reforma do sistema, era imprescindível realizar a transformação da vida de si próprio. Ainda que se crie um maravilhoso sistema, quem o administra é o próprio ser humano. Se não houver o estabelecimento da filosofia da revolução humana capaz de controlar o desenfreado egoísmo, não haverá a prosperidade social no sentido verdadeiro. Shin’ichi queria que os jovens se levantassem como “cavaleiros da revolução humana” para abrir o século da vida. Além disso, na Itália, o número de membros jovens era expressivo. Assim, considerando também o pedido dos pais para que ele falasse sobre a concepção de casamento, Shin’ichi se referiu a essa questão. — Desnecessário dizer que, no casamento, o mais importante é a própria intenção. Todavia, não se pode negar que, pelo fato de ser jovem, a experiência na vida ainda é escassa e haja certa imaturidade. Portanto, gostaria de lhes afirmar que é importante receber aconselhamentos dos pais e veteranos próximos, e realizar o casamento no qual as pessoas ao redor os felicitem. Além disso, ao se casar, a pessoa compartilhará alegrias e sofrimentos por toda a vida. Na jornada da vida, não se sabe que tipo de destino e provações nos aguarda. Para que consigam superá-los a dois, além do amor, é necessário avançar com um objetivo de vida comum embasado em uma ideologia, uma filosofia e, principalmente, uma fé. Se ambos forem praticantes deste budismo, procurem se esforçar diligentemente e criem um relacionamento para polir mutuamente a fé e a personalidade. Se em virtude do namoro acabarem se distanciando da organização, perderem a alegria da fé e deixarem de progredir e se desenvolver, vocês se tornarão infelizes. Budismo é fonte da energia para superar as ondas bravias da vida. O caminho para construir a felicidade indestrutível se encontra na linha de frente das atividades da organização. O suor escorrido em prol do kosen-rufu converte-se em preciosa boa sorte, e cada passo dessa caminhada transforma nosso destino e abre a jornada da vida de alegria e de felicidade. Shin’ichi enfatizou que, por isso mesmo, jamais se deve apagar as chamas da fé. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
10/08/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Educando os filhos na era digital
Já faz muito tempo que a tecnologia se tornou parte integrante da vida das pessoas, transformando a forma de trabalhar e a vida pessoal, beneficiando todas as gerações. Com a internet, temos amplo acesso a uma série de recursos e de informações que antes era limitada. Isso permite que exploremos vários assuntos, ampliando nosso conhecimento. A tecnologia digital introduziu experiências de aprendizagem interativas e envolventes por meio de aplicativos, plataformas educacionais, jogos etc. Esse rápido avanço na tecnologia também teve impacto profundo na educação, principalmente na maneira como educamos nossos filhos. E isso tem sido um dos grandes desafios para as famílias. Os jovens de hoje têm maior intimidade e familiaridade com a tecnologia e isso é essencial para o mundo moderno. Não podemos privá-los dessas habilidades, porém é preciso entender quais são os verdadeiros benefícios e riscos para que se possa buscar o equilíbrio entre o excesso de uso e outras atividades. Diversos estudos e pesquisas médicas têm mostrado os prejuízos que a superexposição às telas pode causar. Crianças e adolescentes que passam horas em frente às telas podem apresentar dificuldades de compreender sinais não verbais, brincar menos, interagir pouco socialmente, inclusive com outras crianças. Além disso, o uso excessivo de telas pode acarretar problemas de saúde física e mental, como sedentarismo, obesidade, postura, dificuldades de visão e audição, irritabilidade, baixa autoestima, quadros de ansiedade e de depressão, distúrbios do sono e até dependência digital. E, ainda, o mundo on-line pode expor os indivíduos a conteúdo impróprio para sua idade, motivar comportamento nocivo, cyberbullying e assédio, resultando em sofrimento emocional para a criança e para a família. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aborda também o contexto familiar e diz que ele não está associado apenas a fatores de proteção, mas também aos de risco. Dentre os principais fatores de risco estão a “falta de afeto, falta de limites, negação dos comportamentos inadequados dos filhos, violência familiar, desestruturação da família, episódios frequentes de estresse tóxico, uso de álcool e drogas, falta de suporte e apoio”. Sobre os cuidados que a família deve ter, a SBP recomenda limites, sugerindo que crianças menores de 2 anos não sejam expostas de forma alguma às telas (televisão, celular, computador, tablet) nem passivamente; para crianças entre 2 e 5 anos, o uso recomendado seria de no máximo uma hora por dia; crianças entre 6 e 10 anos, o limite de tempo seria de uma/duas horas diárias; já os adolescentes entre 11 e 18 anos seria de duas/três horas por dia; e todos os casos com supervisão dos pais/cuidadores/responsáveis. Além do mais, existem ferramentas de controle parental que podem ser usadas para proteger a privacidade e a segurança das crianças e dos adolescentes, definindo os limites por faixa etária, controle de conteúdo e interações. Cada família tem a própria rotina e, muitas vezes, devido às demandas do dia a dia, acaba encontrando dificuldades para administrar todos os aspectos da parentalidade. O presidente Ikeda explica que a prática da fé é a base para boa sorte, estabilidade e saúde de uma família. Em seu livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, ele coloca que a “Família deve ser a influência mais positiva, ou a ‘boa amiga’, para as crianças polirem a sua humanidade”.1 Em outro trecho, ele orienta que “É importante se esforçar para se tornar um pai ou uma mãe que age com sabedoria”.2 Os pais são modelos para os filhos que seguem os exemplos deles. É importante que busquem ser um exemplo positivo, pois não adianta impor limites às crianças se os pais ficarem o tempo todo mexendo no “celular”. Ao estabelecerem regras e horários específicos para o uso de telas, os pais podem dialogar com os filhos para que, juntos, encontrem o melhor caminho. Daisaku Ikeda aponta o diálogo como forma de conectar as pessoas. O diálogo de coração a coração permite um relacionamento saudável entre pais e filhos. Sensei diz que se “Chegaram à conclusão de que TV ou videogame em excesso estão influenciando seus filhos de forma negativa, é importante dialogar sobre isso com eles e estabelecer limite de tempo”.3 Os familiares também podem incentivar e promover atividades alternativas que não envolvam telas. Isso pode incluir brincadeiras ao ar livre, leitura de livros, atividades criativas como desenhar ou tocar um instrumento musical, participar de esportes ou de outras atividades físicas. Ao fornecerem diversas opções, os pais podem ajudar os filhos a desenvolver um conjunto completo de interesses e habilidades. Tudo isso envolve mudar os hábitos que implicam alterar a rotina. Para o escritor americano Charles Duhigg, existem três etapas para que uma atividade se torne um hábito: gatilho (o que o motiva), rotina (frequência da ação) e recompensa (efeito causado). Quando o cérebro consolida essas três etapas, pronto, formou-se um hábito. A fim de quebrar um hábito, principalmente ruim, é preciso ter grande força de vontade, pois é necessário identificar essa estrutura para criar um comportamento. No caso do uso excessivo de telas, ao encontrarmos uma alternativa saudável que ainda forneça uma sensação de recompensa, podemos gradualmente substituir o antigo hábito por um novo. Em uma atividade que tratou do tema “tecnologia”, Rosa Cristina Almeida, integrante da BSGI, relatou sua experiência: “Estava enfrentando dificuldades com meu filho. Ele já não queria ir à escola, só queria ficar no celular. Eu tive várias reclamações da escola de que ele não queria fazer nada. Aqui em casa também, só queria jogar. (...) E ao usar a criatividade, sair com ele, brincar, esquecer um pouco o celular (...) é que consegui administrar os horários para uso do celular e do computador. Não foi fácil. Porém, com muito daimoku, paciência e dedicação, fui participando mais do dia a dia dele, (...) preenchendo muito mais a vidinha dele.” Para o presidente Ikeda, não há tarefa mais nobre do que se dedicar ao desenvolvimento dos jovens. Mesmo sem ter muito tempo para se relacionar com seus filhos, procurava criar boas recordações com eles. Ikeda sensei diz ainda que o comportamento problemático dos filhos tem alguma razão e “devemos nos esforçar para compreender o motivo”, sintonizando nosso coração ao deles. Os pais desempenham papel importante na criação e formação dos filhos. Para tanto, devem compreender o que se passa no coração deles, perceber suas necessidades e promover um ambiente familiar saudável, e assim poderão ajudá-los a avançar. Os resultados dependerão sempre do compromisso, do envolvimento e do empenho de todos os membros da família, lembrando que é preciso entender que você — pai, mãe ou responsável — tem papel fundamental nisso e que é necessária a ação de sua parte, principalmente sendo um bom exemplo. Não é uma tarefa fácil, mas o resultado será gratificante, pois, ao final, os filhos se tornarão ativos, sociáveis, saudáveis e felizes. Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Norte-Sul Paulistana (CNSP) Fontes: DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. Objetiva, 2012. IKEDA, Daisaku. A Família Criativa. Editora Brasil Seikyo, 2009. A Influência da Tecnologia na Infância: Desenvolvimento ou Ameaça? Psicologia. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf Acesso em: 12.jul. 2023. 11:15 Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-lanca-conjunto-de-orientacoes emdefesa-da-saude-das-criancas-e-adolescentes-na-era-digital/ Acesso em: 12 jul. 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. 2. Ibidem. 3. Ibidem. Foto: GETTY IMAGES
10/08/2023
Notícias
BS
Legado eterno
Brazlândia é a segunda cidade satélite mais antiga do Distrito Federal, a aproximadamente 50 quilômetros do Plano Piloto. Ela abriga cerca de 54 mil habitantes na zona urbana e 34 mil na zona rural. Nesses dois polos, encontramos os membros da Soka Gakkai que integram uma comunidade e um distrito de nome idêntico ao do município. Os dois blocos existentes atualmente são o Vila São José, mais na área urbana, e o bloco Setor de Chácaras, com os participantes de ambos os blocos unidos com o objetivo de fortalecer a estrutura, oferecendo incentivo direto às famílias na prática da fé com visitas familiares, atividades direcionadas ao estudo de ação e muito diálogo. O Distrito Brazlândia integra a Área Taguá Norte e, desde fevereiro, conta com as lideranças jovens nomeadas e em pleno vigor, assumindo a dianteira das programações. Motivo de extrema alegria para os veteranos Bruno Cesar Alves de Azevedo e Aiko Miura, respectivamente, líder do distrito e responsável pela Divisão Feminina (DF). “Estamos trazendo um a um os membros, muitos da terceira e quarta gerações de praticantes, que passam a entender com a vida a missão e o legado de seus antecessores”, enfatiza Aiko. Já Bruno fortalece os meios pelos quais essa organização de base vem assentando sua força: estudo e mais estudo, procurando nas explanações oferecidas por Ikeda sensei a fonte de vitória diante das dificuldades. Com esse apoio essencial, as lideranças jovens se sentem confiantes na promoção de atividades. Estão também buscando o aprimoramento na carreira profissional para contribuir da melhor forma. Gabriel Akito Okamoto, vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito, como professor do idioma japonês, se propõe a inspirar outras pessoas por meio do seu esforço. Nativo do Japão, veio para o Brasil aos 12 anos. “Não sabia nada de português e tive de aprender às pressas. Com muito esforço, ingressei na faculdade pública na área de meu conhecimento. Agora, sou formado, atuo na profissão e meu objetivo é expandir ainda mais e poder incentivar os jovens da Gakkai.” Na liderança das meninas do distrito está a nova responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Daniele Pereira dos Santos Moreira. Ela integra a Soka Gakkai há oito anos, embora tenha conhecido o budismo na adolescência. “Fiquei encantada com os membros, que, independentemente da idade, são sempre cordiais e simpáticos uns com os outros. Parecia que tinha encontrado um lugar onde me sentia à vontade, ou melhor, em casa. Nesses oito anos, esse sentimento é sempre renovado a cada encontro com os membros nas atividades da BSGI”, relata Daniele. Apesar de ser a única praticante na família, reforça, sempre recebeu o apoio dos membros do distrito quanto ao incentivo para os sonhos nutridos no coração. “Consegui fazer faculdade”, vibra, manifestando gratidão. “Quero apoiar e incentivar os membros, assim como meus veteranos fizeram por mim, e para que nosso distrito se desenvolva cada vez mais”, determina. São constantes as visitas que realiza junto com a responsável pela DF do distrito. “Várias jovens estão retornando ao convívio Soka. Uma grande vitória”, celebra Aiko. Ela, que mora em uma chácara, abre a casa aos animados e envolventes encontros de diálogo, “para criar e fortalecer os laços de amizade”. Visita promovida aos jovens no Bloco Vila São José, tendo Ana Yukari ladeada por Gabriel Akito, Marcos Vinicius, e os irmãos Lucas e Bruno Alves. Outra grande conquista para os líderes do distrito centra-se nas pessoas valorosas que se levantam e assumem o movimento na base, com histórias de vida para lá de inspiradoras. No Bloco Vila São José, o depoimento vem de Bruna Alves, vice-responsável pela DF. Ao iniciar a prática do budismo em 2015 e superar uma depressão profunda, sua condição de vida se expandiu. “Desafiar uma grande revolução humana na minha família e na minha comunidade, para que as pessoas possam sentir, vivenciar o que o Budismo de Nichiren Daishonin pode fazer na vida delas.” E no Setor de Chácaras, a responsável pela DF, Rebeca Massumi Ogawa Arnor, relata que, apesar de ter nascido numa família budista, ficou afastada da organização por 25 anos. “Mas retornei às minhas origens em 2019, quando recebi meu Gohonzon”. A partir de então, segue com os companheiros do distrito, com o objetivo de “junto com os membros, vencer em todos os aspectos”. Para tanto, todas as terças realizam o Daimoku da Vitória com foco na aplicação das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”. “Também objetivamos transformar nosso distrito em uma área e, para isso, oramos o daimoku do rugido do leão todos os dias. Avançar sem deixar ninguém para trás!” Como as lideranças de bloco visualizam amplo crescimento da organização, por meio do fortalecimento de cada família, vislumbra-se um futuro de triunfo e solidez, tal qual têm em mente os líderes do Distrito Brazlândia, com base no estudo para fortalecer a prática dos membros. Eles têm na mira as pessoas das pequenas cidades do entorno do município, que receberão o abraço dos membros Soka para se unirem ao dinâmico avanço de coração a coração em curso. “O legado de nossos veteranos não será em vão. Vamos transmitir essa herança da Lei Mística para toda a região”, selam as lideranças. Momento de integração DF/DFJ: da esq. para a dir., Sumiko Miura, Marileide Lopes, Fátima Gomes, Bruna Alves (ao fundo), Iraina Cerqueiro e Daniele Pereira Na entrega do BS no pós-pandemia, da esq. para a dir., estão Aiko Miura, Ana Yukari, Daniele Pereira, Darah Nóbrega e Carla Lorena Rebeca Ogawa e sua shakubuku Patricia Magalhães Vitor, 8 anos, lê o BS para a bisavó Yuriko OgawaNo topo: reunião do Bloco Setor de ChácarasFotos: Colaboração local
10/08/2023
Livros
BS
Eixos da cultura de paz
Os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), serão brindados em primeira mão com uma obra literária que coloca em pauta os eixos para a cultura de paz. São conceitos e reflexões que lançam luz sobre a premente necessidade de se estabelecer relações humanas baseadas na busca de entendimento. O Princípio Humanístico, em suas 248 páginas, elucida o valor do diálogo e o princípio humanístico que deve regê-lo ao mesmo tempo em que o exercita. O próprio livro é o resultado de um diálogo tecido com os fios da tolerância, entre dois importantes interlocutores do pensamento contemporâneo, que partem de premissas filosóficas e religiosas, a princípio, diferentes: o budismo e o cristianismo. São eles o pacifista Dr. Daisaku Ikeda e o presidente honorário da Academia Europeia de Ciências e Artes, Dr. Felix Unger. O Dr. Unger é uma autoridade mundial em cirurgia cardíaca que salvou, com sua habilidade comprometida, inúmeras vidas. O Dr. Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), se dedica ao fortalecimento de uma sociedade baseada na dignidade da vida, fundando instituições que promovem ações em prol da paz, do intercâmbio cultural e da educação humanística, além de empreender diálogos com líderes, pensadores e especialistas de várias vertentes do conhecimento (até a edição inicial da obra já havia dialogado com mais de 1.600 personalidades). A SGI está presente hoje em mais de 192 países e territórios, promovendo o humanismo. O pensamento de ambos os autores se converge para uma única verdade: não há saída para a cultura de paz sem o diálogo imbuído da virtude da tolerância. As ações direcionadas por essa virtude serão os alicerces dourados da paz. Nesse sentido, os diálogos são cada vez mais necessários para que distantes noções filosóficas se aproximem e criem as bases para a paz em um mundo propenso a fundamentalismos e ideologias. Nas páginas de O Princípio Humanístico são destacados temas atuais e de muita relevância. A obra também estimula reflexões no sentido da concepção de relações humanas, ao construir pontes e não miná-las com fundamentalismos e rigidez ideológica. O diálogo, nesse sentido, no consenso dos dois, nos abre para a experiência e a visão do mundo do outro, e essa abertura amplia nossos próprios horizontes. O caminho que melhor nos ajuda a descobrir nossa humanidade compartilhada e a retornar aos valores universais. Num artigo intitulado “A missão da Nossa Rede Soka: Unir a Humanidade com o Espírito de Compaixão”, o presidente Ikeda enfatiza que “O budismo existe para aqueles que estão enfrentando o maior sofrimento. A luz da compaixão brilha quando criamos empatia por essas pessoas, quando sentimos sua dor como se fosse a nossa, quando entramos em ação colocando-nos no lugar delas”.1 Na obra lançamento do CILE, os autores enveredam também por questões de saúde, alimentação, bioética, limites da engenharia genética, transplante de órgãos, eutanásia, prática médica e ética. E a defesa do meio ambiente, considerando a necessidade de medidas urgentes. Algumas atitudes ambientais sempre foram compartilhadas pelo budismo e pelo cristianismo, pontuam. Agosto se reveste, portanto, da oportunidade de abrir caminhos para a cultura do diálogo, com essa obra estimulante para o convívio na família e na sociedade. Pontes para uma nova era de paz, a partir da ação de cada um. Veja aqui os kits de agosto para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas PLANO OURO1 livro lançamento1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em julho o livro O Princípio Humanístico: Diálogo sobre a Compaixão e a Tolerância. Garanta o seu! Assine até 31/07/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura!Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos.Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS Nota:1. Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016, p. 44.
13/07/2023
Incentivo do líder
BS
Um gesto de amor
Queridos companheiros da BSGI, Sou Mario Marcio e é um prazer dialogar com todos vocês! Gostaria de realizar algumas reflexões sobre as minhas experiências ao longo desses anos em que pratico este extraordinário budismo. Fui criado pela minha avó, uma mulher sem escolaridade, mas de grande sabedoria e coragem. Lembro-me muito bem do quanto ela desafiava a recitação do daimoku. Acredito que esta prática gerou a condição para que criasse inúmeros “valores humanos”, atraindo mais e mais pessoas com o modo carinhoso e humano com que ela tratava a todos. Nunca vou me esquecer disso! Ela era uma verdadeira rainha do kosen-rufu! Minha avó sempre tinha a preocupação de me conectar com as atividades da organização. Tenho o orgulho de falar que cresci nos jardins da Soka Gakkai, construindo uma relação pura e verdadeira com o Mestre. Quando iniciei minha atuação na Divisão Masculina de Jovens (DMJ), havia um líder de comunidade que aos sábados vinha me visitar. Recitávamos gongyo e daimoku e estudávamos orientações de Ikeda sensei. Após isso, ele me levava para visitar os membros. Confesso que não entendia muito aquele esforço, mas sempre o recebia e atendia à sua convocação. Hoje, sei que aquela dedicação e o exemplo da minha avó fizeram com que eu me tornasse um ser humano que tem como base prezar cada pessoa. Mas como seria realmente prezar cada pessoa? Penso: “Até que ponto, na prática, eu consigo prezar as pessoas?”. É uma ação que realmente necessita da nossa benevolência, do esforço de olhar além de nós mesmos, de criar o tempo e o momento de estar com as pessoas, porque não sabemos se será a última vez. Nesse sentido, tive a oportunidade de viver uma experiência única. Ao saber da enfermidade de um nobre companheiro, veterano dos tempos da banda masculina Taiyo Ongakutai, criei uma condição de prontamente visitá-lo, pois ele estava em processo de conclusão de sua missão. Assim, junto com a esposa dele e outro companheiro da fé, recitamos daimoku com a firme determinação de que sua existência se tornasse repleta da iluminação do estado de buda. Foi um momento muito emocionante! Na mensagem de Ikeda sensei para convenção comemorativa dos trinta anos de sua última visita ao Brasil, ele diz: No capítulo 25, “Portal Universal”, do Sutra do Lótus, consta: “Contempla os seres vivos com olhar compassivo. O mar de seus benefícios acumulados é imensurável”.1 Daishonin demonstra por meio desse trecho do sutra que, ao incorporar a benevolência da Lei Mística, imensuráveis boa sorte e sabedoria, tal como o vasto mar, se manifestam na própria vida e na vida dos outros, na sociedade e na nação. Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós.2 Então, queridos companheiros, neste momento de reconstrução da vida e da organização, após o drama da pandemia, vamos nos levantar com a mais sublime benevolência do Buda e prezar a cada pessoa que se encontrar diante de nós. Este é o desejo de Ikeda sensei de que possamos juntos construir uma nova época de respeito à diversidade humana, um mais um, expandindo a grande esperança do kosen-rufu pelas terras do nosso amado Brasil. Forte abraço a todos e muito obrigado! Mario Marcio Leite da Silva Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 25, p. 306.2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3.
13/07/2023
Especial
BS
Epopeia de mestre e discípulo pela paz
No dia 6 de agosto, comemoram-se trinta anos desde que o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, começou a escrever o romance Nova Revolução Humana. “Essa obra é minha carta diária para todos vocês.”1 Com esse sentimento, Ikeda sensei se dedicou ao longo de 25 anos, desafiando o limite da própria existência, a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, finalizados em 8 de setembro de 2018. Era 6 de agosto de 1993, quando o Mestre, aos 65 anos, empunhou a caneta para dar início ao grandioso empreendimento no dia que marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Seu desejo era gravar para a posteridade o avanço da Soka Gakkai fundamentada na pura relação de mestre e discípulo, narrando também fatos marcantes da vida dos membros e perpetuando suas vitórias conquistadas por meio da prática da fé. O local escolhido para começar a escrita foi o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. A localidade trazia vívidas lembranças ao presidente Ikeda, pois foi o berço da obra precursora, Revolução Humana. No verão de 1957, ele decidiu escrever esse romance biográfico sobre a vida do seu mestre, segundo presidente da organização, Josei Toda. Revolução Humana Era 14 de agosto, décimo aniversário do primeiro encontro entre os dois. Toda sensei se recuperava de uma enfermidade, mas sua mente se mantinha constantemente ocupada preparando sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro. Ikeda sensei relembra: Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.3 Com esse sentimento e determinação, após o falecimento do presidente Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei deu continuidade ao romance iniciado por seu mestre sete anos antes. Os doze volumes narram a história da reconstrução da organização sob a liderança de Toda sensei logo depois do término da Segunda Guerra Mundial. Sua publicação efetiva, em partes no jornal Seikyo Shimbun, começou em julho de 1965 e, no mesmo ano, o primeiro volume foi lançado. Em 1993, na data de aniversário do presidente Josei Toda, 11 de fevereiro, Ikeda sensei concluiu a obra Revolução Humana cujo posfácio ele redigiu na cidade do Rio de Janeiro, durante a sua quarta visita ao Brasil. Nova Revolução Humana O presidente Ikeda comenta: Inclinei-me a escrever o romance Nova Revolução Humana porque ponderei que a narração do desenvolvimento da paz no âmbito mundial, após o falecimento do professor Josei Toda, comprovará a verdadeira grandiosidade do meu venerado mestre. Tenho pensado também que é preciso perpetuar o espírito do meu mestre para todo o futuro, deixando como herança o registro do “caminho do discípulo” para todos os sucessores.4 Assim, na obra, a narrativa da trajetória de Ikeda sensei, representado com o pseudônimo de Shin’ichi Yamamoto, começa com sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960, e sua primeira viagem ao exterior no mesmo ano. “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade.”5 As primeiras palavras do capítulo “Alvorecer”, do volume 1, expressam a determinação do presidente Ikeda de transformar o destino da humanidade com base no Budismo de Nichiren Daishonin e estabelecem um marco na história do kosen-rufu. Ele comenta: É possível observar em muitas partes desse romance narrativas sobre o drama da transformação do destino. Considerar o “carma” como “missão” — essa ideia de reviravolta se tornou a filosofia de vida dos companheiros Soka para enfrentar as adversidades e está enraizada no modo de vida de cada um. A Nova Revolução Humana está tingida pela “filosofia da esperança e da coragem” fundamentada no Budismo Nichiren. Na leitura aprofundada dessa obra e a sua aplicação no dia a dia se encontra o verdadeiro caminho para a “transformação do destino de toda a humanidade”.6 Obra grandiosa O romance é considerado a obra de maior tempo publicada em partes em um jornal diário. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos mais de 50 milhões de exemplares em diversas línguas. O autor mescla momentos marcantes vivenciados por ele ao mesmo tempo em que narra a trajetória vitoriosa dos membros. Intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, as histórias de várias civilizações e de diversos países, além de diálogos memoráveis que teve com personalidades. Exemplares da edição em português da Nova Revolução Humana Dedicados ao Brasil O Brasil tem destaque na obra. Logo no primeiro volume, no capítulo “Desbravador”, o autor relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamo-to ao país em 1960. Nesse episódio encontra-se a famosa frase “Contudo eu irei...” que até hoje inspira os membros da BSGI. Outro momento em que o Brasil é citado consta no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, o autor conta sobre o período em que o protagonista faz a segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984. Atualmente, no Brasil e no mundo, os membros da Soka Gakkai, em especial os jovens, empenham-se na leitura e no estudo da Nova Revolução Humana, aplicando os incentivos de Ikeda sensei na própria vida a fim de comprovar os ideais humanísticos do Budismo Nichiren e eternizar a relação de unicidade de mestre e discípulo por todo o futuro. Levantar-se como Shin’ichi Yamamoto A seguir, trechos da entrevista, publicada no jornal Seikyo Shimbun do dia 3 de outubro de 2018, com o vice-presidente da SGI, Hiromasa Ikeda, realizada por ocasião do lançamento da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”. Escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, um trabalho dedicado de 54 anos, resultou do empenho em cada instante disponível, mesmo em meio a intensas atividades ou nas viagens ao exterior. Nossa gratidão por esse árduo esforço é imensa. * * * Os dois romances convergem para a ilimitada confiança e respeito de que “a grandiosa revolução humana de uma única pessoa” despertará a condição de bodisatva da terra de inúmeras pessoas. A Nova Revolução Humana traz vários relatos de pessoas que venceram na transformação do destino, superando o que parecia impossível, com base em dois pontos-chave, o juramento seigan e o princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado” (ganken ogo). * * * Parece difícil ler todos os trinta volumes do romance, mas é importante fazer esse esforço. Pode-se começar por qualquer volume, seja qual for o episódio. Sugiro, por exemplo, que leiam profundamente as passagens com as quais se identificarem ou que narram a respeito do local em que vivem atualmente ou sobre sua terra natal. * * * A chave da vitória no futuro dependerá de como nos aprofundaremos e poremos em ação a Nova Revolução Humana na posição de discípulos, e de que maneira vamos incorporar e transmiti-la corretamente às gerações posteriores. Pode-se dizer que a Divisão dos Jovens é a “geração da Nova Revolução Humana”. São possuidores desta missão. Manter por toda a eternidade o juramento seigan pelo kosen-rufu, fazendo prosperar e resplandecer a própria vida e a dos outros — nós temos a missão de corresponder a esse sentimento de Ikeda sensei. Que cada um de nós, dedicando-nos dia após dia ao estudo da Nova Revolução Humana, sigamos expandindo pontes de paz, felicidade e senso de missão pela paz no mundo. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Saiba mais: Acompanhe as matérias publicadas no Brasil Seikyo com trechos do romance Nova Revolução Humana na série “Aprender com a Nova Revolução Humana” e na editoria Rede da Felicidade. Atualmente, o BS também publica, em partes, o capítulo “Sino do Alvorecer” do volume 30-I. Para adquirir os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, acesse o site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) . Você também pode assinar o CILE Digital com a versão virtual das obras. Se você é assinante digital, veja os vídeos da série “Aprender com a Nova Revolução Humana ” No topo: presidente Ikeda dedica incansavelmente a registrar em suas obras o espírito básico da relação de unicidade de mestre e discípulo pelo bem das futuras gerações Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Idem, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6. Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C4. Fotos: Seikyo Press / BS Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 356, abr. 1998, p. 22.2. Brasil Seikyo, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C5.3. Idem, ed. 2.431, 11 ago. 2018, p. A3.4. Ibidem.5. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2019.6. Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6.
13/07/2023
Especial
BS
Legado perene para o futuro da humanidade
Comemorando os trinta anos do início da escrita do romance Nova Revolução Humana, Brasil Seikyo publica reflexões do autor, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre os desafios e as expectativas durante essa histórica jornada. Em 1957, último verão do meu mestre, decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade. Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa. Nesses momentos, pensava muito sobre o que escreveria em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. Sua luta era incessante e intermi-nável, exatamente como afirma a passagem do Sutra do Lótus: “Essa prática, própria de um buda, eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer”.2 Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta. Fonte: Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017. * * * Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade. A grandiosidade de um rio demonstra a imponência de sua nascente. Inspirei-me para escrever a Nova Revolução Humana — como continuação da Revolução Humana — em razão de o kosen-rufu ter alcançado tamanho progresso mesmo depois do falecimento de meu mestre; e esse fato serve como prova genuína de sua grandiosidade. Além disso, para que a posteridade conheça a essência do Sr. Toda, concluí que seria preciso registrar o caminho que seus discípulos e sucessores seguiram. Mas, para realizar essa tarefa, seria impossível não falar de mim mesmo, o que me deixou num verdadeiro dilema.3 Existe também uma infinidade de questões e problemas que devem ser resolvidos para que a paz duradoura — alicerçada no kosen-rufu global — possa enfim se tornar realidade. Receava ainda se conseguiria tempo suficiente para mais esse empreendimento. Devo admitir que, nesse momento, pensei em solicitar a outra pessoa que desse continuidade à nova série. Entretanto, mesmo que essa outra pessoa pudesse narrar minhas viagens e meus diálogos, ela não seria capaz de descrever o que se passava em minha mente e em meu coração. Existe um aspecto da verdadeira história da Soka Gakkai que somente eu conheço. Além disso, recebi insistentes pedidos do Seikyo Shimbun para publicar a série da Nova Revolução Humana. Apesar de já ter várias outras preocupações, ponderei sobre essa realidade e, então, decidi pegar novamente minha caneta e começar a escrever. Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão. Goethe, Hugo e Tolstói continuaram trabalhando para registrar suas convicções, com todo o vigor, mesmo após os 80 anos. Eu ainda tenho 65 anos, sou jovem. Assumi a responsabilidade da Nova Revolução Humana como a obra da minha existência. Determi-nei escrever ininterruptamente, aplicando o máximo de habilidade para eternizar o caminho genuíno e adamantino de mestre e discípulo. Comprometo-me também a relatar as glórias conquistadas pelos preciosos filhos do Buda, que avançam orgulhosamente pelo ideal da paz mundial exatamente como Nichiren Daishonin ensinou. A verdade e a falsidade, o bem e o mal, os vencedores e os perdedores — todos serão retratados sob a mais clara luz da realidade. Sinto que o presidente Toda está sempre ao meu lado, a me observar. Fonte: IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 7-8, 2019. * * * Se não escrever agora, quando vou fazê-lo? Este é o meu real sentimento. Em meu coração pulsa a forte determinação da batalha de palavras. O grande caminho do kosen-rufu deve ser criado neste momento. Para eternizar essa ampla e profunda trajetória da propagação, devo registrar por escrito agora, de forma solene. Estou certo de que essa é a importante estratégia da batalha da Lei para a posteridade. Os Últimos Dias da Lei são a época de “conflitos e disputas”, isto é, a “era da batalha de palavras”. Ao descrever a vitória de uma pessoa de coragem que perseverou na Lei Mística em contrapartida aos opressores, Daishonin escreveu: “E por eu escrever isso agora, as pessoas do futuro reconhecerão minha sabedoria”.4 O registro claro da verdade por escrito torna-se o espelho límpido para as pessoas do futuro. Se não narrá-la, a verdade não será preservada. O silêncio apenas intensifica a escuridão. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.431, 22 ago. 2018, p. A3. * * * Seis de agosto de 1993 — eis a data de quando iniciei a primeira parte do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Nesse mesmo dia, reencontrei o Dr. Neelakanta Radhakrishnan, ex-diretor do Museu Memorial Gandhi da Índia, no Centro de Treinamento de Nagano. Antecedendo o nosso encontro, o Dr. Radhakrishnan citou a frase de Gandhi que diz: “A força do espírito é mais forte que a bomba atômica” — com base nessa afirmação o Dr. Radhakrishnan manifestou sua profunda simpatia e admiração pelo nosso movimento de paz. Ele afirmou: “O movimento pela paz promovido pela SGI traz à tona a força do espírito inerente em todas as pessoas e, consequentemente, gera a paz mundial que a humanidade tanto anseia”. Dias 6 e 9 de agosto de 1945 representam as datas em que Hiroshima e Nagasaki vivenciaram a força da bomba atômica. Sete meses antes do seu falecimento, meu venerado mestre, Josei Toda, fez sua declaração sobre a abolição das armas nucleares. Nela, o presidente [Josei] Toda declarou categoricamente que “a verdadeira natureza das armas nucleares é demoníaca e usurpa o direito de viver dos seres humanos. É o mal absoluto”. Ele confiou aos jovens para que infalivelmente eliminassem esse mal da superfície da Terra. Renovando o meu juramento de concretizar esse eterno legado de meu mestre, escrevi o trecho na abertura do primeiro capítulo do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A3. Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359, 2019.2. The Lotus Sutra [Sutra do Lótus], cap. 16, p. 226.3. Para narrar o romance Nova Revolução Humana, Daisaku Ikeda adota o heterônimo Ho Goku [ho = “Lei”; goku = “percebedor”. Assim, “Ho Goku” significa “Percebedor da Lei”]. Nessa obra, como protagonista, ele assume também o pseudônimo Shin’ichi Yamamoto.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 643, 2020.
13/07/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Nichiren Daishonin e a ação política
Uma pessoa com engajamento político é alguém que se preocupa com o bem-estar coletivo, com os rumos da sociedade e da localidade em que vive. Nesse sentido, além da atuação nos campos religioso e doutrinário, tanto Nichiren Daishonin (1222–1282) quanto os três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda — tiveram, ao longo da vida, uma visão aguçada do contexto político-social em que viviam e promoveram ações concretas para a transformação da realidade. Os temas sociais e políticos que chamaram a atenção de Daishonin refletem a conjuntura de sua época. Ele viveu no Japão medieval durante o chamado período Kamakura (1192-1333). A forma de governo era a diarquia, em que a chefia era compartilhada pelo imperador (que vivia em Quioto, junto com a aristocracia) e pela família ou clã que obtivesse a hegemonia militar. Yoritomo Minamoto (1147–1199) estabeleceu sua base em Kamakura e foi o líder do clã que se sobressaiu à época. Ele recebeu, em 1192, o título de xógum, comandante supremo, maior honraria concedida a um guerreiro. Iniciou-se assim o período Kamakura e o sistema de xogunato (ou bakufu), que perdurou por quase setecentos anos. Após a sua morte em 1199, o poder passou para a família de sua esposa, Masako, dando início ao período da regência Hojo. O pai de Masako, Tokimasa Hojo, foi o primeiro de um total de nove membros da família Hojo que se sucederam na função de regente até o fim do período Kamakura (1333). Durante a vida de Daishonin, seis regentes da família Hojo se sucederam. A época de Daishonin foi também um período muito conturbado, com uma sequência de distúrbios de ordem natural e social, tais como terremotos, enchentes, ventanias, tempestades, epidemias, secas e escassez de alimentos. As transformações sociais com o declínio da aristocracia e a ascensão dos grupos de guerreiros e militares estão ligadas ao interesse por religiões com ensinamentos e cultos mais simplificados, quando comparados com as formas antigas de budismo. Daí a popularidade e o prestígio alcançados pelas escolas budistas associadas à Terra Pura (Nembutsu), Zen, Palavra Verdadeira (Shingon) e Preceitos (Ritsu). Sensibilizado por esse ambiente, Daishonin mergulhou nos estudos dos escritos budistas e dos antigos sutras até compreender que os distúrbios e os problemas diversos pelos quais o país passava estavam precisamente relacionados com a difusão dos ensinamentos associados às escolas budistas mais populares e, por contraste, à pouca importância dada aos ensinamentos contidos no Sutra do Lótus. Essa compreensão norteou as ações de Daishonin pelo restante de sua vida, ações essas concentradas na produção de textos e documentos de admoestação enviados às autoridades, de um lado, e o combate às crenças das várias escolas budistas, do outro, tanto por meio de seus escritos como de desafios e debates públicos com os líderes de tais seitas. Como resultado de sua atuação, Daishonin atraiu a ira das autoridades militares e religiosas sofrendo inúmeras perseguições e exílios, que tampouco pouparam seus discípulos. O texto de admoestação mais conhecido de Nichiren Daishonin é Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, mas não é o único. Também merecem destaque as “onze cartas de advertência”,2 enviadas a líderes políticos e religiosos em 1268 ante a iminente ameaça de invasão mongol. Em Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, escrito em 1260 e enviado a Tokiyori Hojo, que já não era mais o regente, mas ainda exercia forte influência, Daishonin atribui o período de instabilidade vivido pelo país em função dos desastres naturais à crença nos ensinamentos da escola Terra Pura. Adverte que se as pessoas continuarem a ignorar os ensinamentos do Sutra do Lótus, o país sofreria duas outras calamidades que ainda não haviam sido verificadas: as “revoltas dentro do próprio reino” e a “invasão estrangeira”. E, de fato, em 1272, houve a tentativa frustrada de tomada do poder dentro do clã Hojo e as tentativas de invasão do país pelos mongóis em 1274 e em 1281. A importância e atualidade do referido escrito reside no fato de que ele norteia nossa ação como budistas na sociedade, fazendo a conexão entre nossa transformação individual (revolução humana) e a transformação social (kosen-rufu). Como resume o presidente Ikeda: Daishonin fez seus os sofrimentos das pessoas e se levantou pela causa do kosen-rufu, hasteando a bandeira da verdadeira Lei em prol da realização da paz e da felicidade. Seu propósito era erradicar a miséria real que ele via à sua volta. Com suas ações, ele nos mostrou que a missão religiosa de “estabelecer o ensinamento do budismo” é concluída pelo cumprimento de nossa missão de “assegurar a pacificação da terra”. Nesse ponto reside a afinidade do budismo com as atividades e preocupações da sociedade, que abrangem as esferas da política, da educação, da cultura e da economia.3 Baseando-nos no comportamento do buda Nichiren Daishonin, que promoveu ações contundentes de transformação da sociedade por meio de uma postura não violenta, vamos aprofundar nossa prática da fé com a consciência de que o exercício budista constante e diligente está intrinsecamente ligado às nossas ações diárias para transformar positivamente toda a realidade que nos rodeia. Fontes: A Vida de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2007.IKEDA, Daisaku. Diálogo Sobre Religião Humanística. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2019.Medieval Japan. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britaniica.com/place/Japan/Medieval-Japan Ilustração: GETTY IMAGES Notas:1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. Publicadas na Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 732 a 750, 2017.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 38, 2019.
13/07/2023
Relato
BS
Juventude de esperança
Como é gratificante vivermos uma juventude na qual encontramos valor em tudo. Com a certeza de como essa afirmação faz todo sentido para mim, e que possa também inspirar os que estiverem lendo, compartilho com vocês um pouco da minha jornada. Sou a Ariana Kelly, faço parte da Juventude Soka, pratico o Budismo Nichiren há 29 anos, atuando na organização no Rio de Janeiro. Aprendi desde muito cedo a importância da oração no budismo. Minha mãe iniciou a prática aos 44 anos, em 1994, a partir da luta dos membros do Rio de Janeiro após a visita de Ikeda sensei em 1993, eu tinha 8 anos. Sem conseguir terminar o ensino fundamental 1, ela estava desempregada, com uma filha pequena para criar e com a necessidade de apoiar a família. Desafiou então orar mais de cem horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) em uma semana, com a comprovação surgindo em forma de um novo emprego, onde ela ficou por quase vinte anos até se aposentar. Bem, tive uma adolescência difícil, com muitas dificuldades financeiras e desarmonia com minha mãe. Em todo esse processo, muitas companheiras da Gakkai estiveram ao meu lado, visitando-me e me incentivando. Elas acreditaram na capacidade da Ariana de se tornar uma pessoa melhor, nutrindo sonhos e gratidão. Aos 16 anos, resolvi praticar seriamente. Determinando não fazer parte das estatísticas negativas da sociedade, lancei-me aos desafios e às atividades que a organização proporcionava. Consegui vencer a relação de desarmonia com minha mãe. Passei a orar para amar e ter gratidão a ela, consegui mudar meu coração e hoje somos grandes amigas. Aos 20 anos, desafiei-me a entrar em um curso superior. Para tanto, estudava doze horas por dia durante a semana mesmo trabalhando, fazia daimoku e usava o fim de semana para me dedicar às atividades da organização, atuando como líder de comunidade. Consegui, assim, ser aprovada no vestibular. Foi nesse ano que concretizei minha primeira shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo). Como boa carioca, foi no samba; e de lá para cá, eu me esforço para encontrar as pessoas e apresentá-las à prática budista. Em 2009, aos 23 anos, como responsável pelo distrito, vivi a maravilhosa convenção dos jovens, apresentando pela banda feminina Asas da Paz Kotekitai. Mas também foi um dos períodos mais difíceis da minha vida em relação à prática da fé. Comecei a questioná-la, a achar que tudo o que havia conseguido tinha sido somente por meus esforços; a arrogância foi se manifestando. Fui perdendo a paixão de atuar na Gakkai. Com as companheiras da banda Asas da Paz Kotekitai Por meio da leitura das cartas de Nichiren Daishonin, entendia que estava enfrentando os “três obstáculos e quatro maldades”. Naquele momento, decidi vencer. Comecei a recitar forte daimoku e a criar um diário de vitórias. Então, entendi o trecho do escrito O Daimoku do Sutra do Lótus, que diz: “A fé é o requisito básico para entrar no caminho do Buda”.1 Aprendi que a maldade, qualquer que seja ela, só pode ser vencida com daimoku! Fiquei quatro anos nessa batalha espiritual comigo mesma e alcancei a vitória. Após isso, tive a oportunidade de atuar como coordenadora da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Pude desbravar minha vida acadêmica e profissional. Foi nessa liderança que realizei o sonho de encontrar o Mestre em terras japonesas, em 2014 e em 2017. Fui aprovada no mestrado, conquistando o sonho de cursar a pós-graduação. Em um dos cursos no Japão, em 2014 Em dezembro de 2018, mesmo antes de finalizar o mestrado, fui aprovada no doutorado, e, na mesma semana, fui convidada a atuar como coordenadora da Divisão dos Jovens do RJ. Que imensa honra e responsabilidade! Desde essa ocasião, busco me desafiar e vencer todos os dias, conciliando tempo e oportunidade, orando para proteger e fazer avançar esse movimento pela paz que abraçamos. Em 2020, mesmo com o desafio financeiro que o país enfrentava, reuni condições para viver e apoiar quem precisava. Também fui convocada para lecionar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a mesma instituição que homenageou Ikeda sensei em 1993. Foram dois anos de gratificantes aprendizados. Ano passado, determinei que qualificaria minha tese, e conciliando atividades e trabalho iniciei a escrita do projeto. Criei também, com alguns amigos, um instituto, onde atuo no eixo de políticas para garantia de direitos das mulheres e fundei um curso de pós-graduação, em nível de especialização, no campo de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, segmento em que me dedico profissionalmente. Minha qualificação do doutorado ocorreu em outubro de 2022, indo para a fase final neste ano (2023), com previsão de término até 18 de novembro, quando completaremos 93 anos de fundação da Soka Gakkai. Serei a primeira da minha família e de várias gerações a ser titulada como doutora. Titulação de qualificação do seu doutorado Contrariando todas as estatísticas, sigo avante, como uma jovem ainda com muitos sonhos a serem realizados e com a disposição de fazer a diferença e de abrir caminhos onde estiver. Agradeço à Juventude Soka do RJ, por inspirar minha vida, e ao meu companheiro Wellington, que nos últimos sete anos tem atuado ao meu lado. Imensa gratidão a Ikeda sensei, pelos constantes incentivos. Muito obrigada! Ariana Kelly dos Santos é assistente social. Na BSGI, é a atual coordenadora da Juventude Soka do Rio de Janeiro e vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI. No topo: Ariana acompanhada da mãe, Gilza Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 147, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Impulso para o progresso
São José dos Campos é o principal município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba no estado de São Paulo. É nessa região que está o Distrito Paraíso, formado pelas Comunidades Oriente e Morumbi, cada uma com dois blocos. Seus integrantes vivem os desafios de muitas organizações de base da BSGI: a restruturação dos níveis de bloco, por conta do período desafiador da pandemia. Mesmo voltando às atividades presenciais, ainda há membros que não conseguiram participar. A consideração é da responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito, Izabel Fujiwara, que reforça a iniciativa das lideranças de visitar e visitar, buscando chegar ao coração de todos. As programações vêm sendo realizadas por comunidade, e a principal delas é a reunião de palestra mensal. Há ainda o daimoku semanal, o encontro da rede da felicidade e muito estudo, ressalta a vice-responsável pela DF do distrito, Polyana Medeiros Hayashi. A Comunidade Oriente tem como principal característica o grande número de veteranos. Ali estão Pedro Laurindo, vice-responsável pela comunidade, e a esposa Miriam Auxiliadora Saldanha Laurindo, vice-responsável pela DF da comunidade. Põem em prática o direcionamento encontrado na Nova Revolução Humana (NRH), de autoria de Ikeda sensei: Para criar o impulso para o progresso e crescimento, é necessária uma mudança de atitude. Nada mudará se dermos desculpas para a estagnação como “A época está complicada” ou “Não há pessoas capazes suficientes”.1 Dessa forma, realizam desde janeiro, semanalmente, um daimoku de líderes, objetivando a criação de pessoas de grande valor e de jovens sucessores. E uma vez por mês, antecedendo a reunião de palestra, oram juntos para o total sucesso da atividade, encontro este aberto à participação dos membros. “Todos os esforços que estamos dedicando para a nossa transformação individual, bem como para o desenvolvimento da nossa comunidade, estão surtindo efeitos”, vibram os líderes da comunidade, exemplificando os resultados no aumento do número de membros na participação do Kofu (contribuição voluntária), assim como no comparecimento nas reuniões de palestra e nas assinaturas dos periódicos. Na outra comunidade, Morumbi, onde a característica predominante é a presença de membros jovens, os líderes de distrito assumiram o apoio direto. “Até o fim do ano, pessoas valorosas surgirão infalivelmente. Teremos o exame de budismo em setembro e este tem sido nosso maior foco. É o ano do triunfo, vamos marcar o triunfo de nossa localidade”, determinam as lideranças. O Distrito Paraíso integra a RM São José dos Campos Sul. No topo: unidos mais que nunca, participantes do Distrito Paraíso avançam para concretizar os objetivos do segundo semestre Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 122, 2021.
13/07/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Rumo aos 73 anos da Divisão Feminina com “muito mais daimoku”!
Olá, queridas amigas! Parabéns pelo sucesso dos encontros comemorativos dos 72 anos da Divisão Feminina! Foi um momento único, no qual a maioria se esforçou em realizar encontros híbridos, com o tema “Revolução Humana” e os incentivos recebidos da comitiva da SGI. A partir de agora, com “muito mais daimoku” e juntas com Ikeda sensei e Sra. Kaneko, vamos lançar objetivos a ser concretizados dentro dos cem dias (12 de setembro) e até junho de 2024 — 73 anos da Divisão Feminina! Por ocasião de sua recente visita ao Brasil, a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, transmitiu os seguintes incentivos de Ikeda sensei: A vitória-régia é uma planta aquática, típica da região amazônica. Possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água e pode chegar a 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distribuídos. Sua flor de coloração branca a amarela expele uma fragrância noturna adocicada que se sobressai ao rio lamacento. “Vitória-régia” significa “rainha da vitória”. Minha esposa e eu consideramos esse nome como o título concedido às invencíveis mães brasileiras que se empenham persistentemente para manter uma ligação de vida a vida, haja o que houver. Mães e mulheres do Brasil, sorriam e avancem destemidamente.1 Cada uma de vocês é uma rainha da vitória louvada por Ikeda sensei, afirma a Sra. Kasanuki. O budismo nos ensina que, para conquistar a vitória na vida, é necessário manter firme a prática da fé, com um coração determinado a romper com nossas próprias dúvidas e limites, não permitindo que a fraqueza interior domine nossa mente. Essa é a mais importante força para a conquista da felicidade. Na Nova Revolução Humana, volume 1, capítulo “Desbravadores”, consta: Por exemplo — se alguém que sempre viveu como uma rainha, sem grandes dificuldades ou problemas, dissesse que se tornou feliz graças à prática do budismo, ninguém lhe daria ouvidos. Contudo, se uma pessoa doente, de família pobre, menosprezada pelos outros, consegue transformar a vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e ainda uma líder na sociedade, isso será uma esplêndida prova da grandiosidade do budismo. A senhora não concorda que isso levaria outros a querer praticar o budismo também? Ao vencer a situação de grande pobreza, o praticante consegue transmitir esperança a outras pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. Ao adquirir boa saúde e vitalidade, alguém que sempre lutou contra a doença consegue acender a chama da coragem no coração daqueles que enfrentam circunstâncias similares. Ao construir um ambiente familiar feliz e harmonioso, alguém que sofreu com desentendimentos no lar se tornará um líder para outros afligidos por problemas de relacionamento familiar.2 Vamos ser essa pessoa que inspira coragem e incentiva outros por meio da nossa própria comprovação. A Sra. Kasanuki transmitiu as seguintes palavras: “Somente quando os jovens valores são criados calorosamente por seus veteranos e demonstram suas habilidades vivamente é que podemos construir uma rede de paz que perdurará no futuro”. Minhas amigas, julho é o mês dos jovens, portanto, vamos apoiar ao máximo a Juventude Soka em seus encontros, diálogos e reuniões de palestra, envolvendo-os com nosso calor humano, encorajando-os para que manifestem seu pleno potencial em nossa organização, na família e na sociedade, sempre com base numa relação de confiança, respeito e amizade. Um forte e caloroso abraço! Aproveitem as férias com seus familiares e amigos! Divisão Feminina da BSGI Felizes e vitoriosas Relatos de comprovação de integrantes da Divisão Feminina Agradeço a vocês pela oportunidade de compartilhar a imensa alegria que senti ao atuar no encontro comemorativo dos 72 anos da Divisão Feminina. Como sempre falo, “Tudo começa e termina com a oração”. Nosso maior objetivo sempre foi prezar cada membro, inclusive com a realização de visitas. Defini com cada componente da DF o melhor dia e horário e todas as visitas foram feitas presencialmente. Em mãos, levei o Brasil Seikyo com a matéria da reunião comemorativa da Divisão Feminina e uma pequena lembrança oferecida pela comunidade. Uma nova história começa aqui e agora, e minha decisão, rumo aos 73 anos da Divisão Feminina, é dar continuidade com ânimo e coragem e transmitir alegria, leveza e sabedoria. Elaine Cristina de Almeida Oliveira - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Internacional, CGESP *** O distrito vem realizando daimoku on-line todas as segundas-feiras para o fortalecimento individual por meio da prática da fé. Como resultado, nomeamos duas novas integrantes da Divisão Feminina como responsáveis pelo bloco que vieram a se juntar às demais, formando um grupo que luta na linha de frente sempre com o “BS na mão e sensei no coração”. Realizamos o encontro da Divisão Feminina do Bloco Cachoeira do Arari de forma presencial. Cinco companheiras e eu cruzamos a Baía do Marajó rumo à maior ilha fluviomarítima do planeta no arquipélago do Marajó. Depois de três horas de viagem de barco, chegamos à Cachoeira do Arari. Em meio a essa luta, concretizei um shakubuku e aprendi a usar o tempo com sabedoria, aproveitando cada instante. Luto contra uma doença há treze anos e, neste momento, estou tratando um tumor. Minha determinação é erradicar essa enfermidade da minha vida e comemorar junto com meu mestre os cem anos da Soka Gakkai. Obrigada, Ikeda sensei! Obrigada, companheiras e companheiros do Distrito São Braz. Estaremos sempre juntos! Rossana Patricia Souza de Almeida - Responsável pela Divisão Feminina do Distrito São Braz, CGRE *** Pratico o Budismo Nichiren há 31 anos, e a atuação na Região dos Lagos é diferente da organização de base onde eu me encontrava. Aqui é mais calmo. E eu, que sou muito agitada, estranhei quando cheguei. Porém, fui treinada na Divisão dos Jovens para atuar onde meu mestre não podia estar, representando-o. Nessa época, só havia algumas localidades e eu fazia reuniões assim mesmo, chamando líderes convidados ou outras meninas de outras localidades. Durante a pandemia, inclusive, a luta continuou de modo virtual. Eu tinha o desejo pessoal de ter meu consultório, pois sou psicanalista/psicopedagoga e, como já atendia on-line, intensifiquei ainda mais o daimoku. Junto com outras mulheres, tivemos a ideia de nos reunir todo último sábado do mês e fortalecer então a nossa organização fazendo com que os membros comparecessem à atividade presencialmente. Na reunião comemorativa, uma integrante da DF recebeu o Gohonzon. Vitória! Dos objetivos pessoais que conquistei, um deles é uma parceria que fiz com mais duas psicólogas. Agora possuo meu consultório com vista para o mar! Então, não dá para ser a Julielle que vence no social e não na Gakkai, né?! Por isso, vou continuar, nem que seja a passos lentos, um por vez. Também terei os pacientes mais empenhados em vencer suas limitações. E, claro, minhas companheiras e eu seremos as integrantes da Divisão Feminina mais felizes do mundo! Julielle Zamba - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Bacaxá, CGERJ Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.225, 26 abr. 2014, p. B2. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2020.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Bulgária - Por uma sociedade em que mães e filhos possam sorrir
Brasil Seikyo publica, nesta edição, a vigésima primeira parte da série de ensaios do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, “Viagens Inesquecíveis — Com um Coração como o Sol”, na qual ele narra suas recordações das pessoas com quem criou laços de amizade nas localidades que visitou no Japão e em diversos países, abordando também aspectos da cultura e história locais. A série foi veiculada, a princípio, na revista mensal Pumpkin e em livro; depois também foi divulgada no jornal Seikyo Shimbun Desta vez, apresentaremos a parte “Bulgária — Estenda o Brilho da Cultura para a Vida do Futuro”, extraída do volume 4, da coletânea de ensaios de mesmo nome da série, lançada pela editora Ushio. A Bulgária está localizada na península balcânica, ao sudeste da Europa. Tornou-se palco de intercâmbios entre a Ásia e a Europa e nutriu uma rica cultura como uma “encruzilhada de civilizações”. Foi há 42 anos, em maio, que Ikeda sensei visitou o país pela primeira vez e foi recepcionado pelo coral dessa nação cultural amante da paz. O país comemora 1.300 anos de existência. Vamos aprender sobre o “espírito indomável” e o “coração benevolente”, enraizados nas pessoas desse país, fortalecidos em meio às repetidas turbulências vividas, e darmos uma nova partida com renovada decisão. Que as rosasexalem felicidadepara mães e filhos. É o quinto mês [quando o texto foi publicado] em que a brisa sopra com refrescância e doce fragrância. Em maio, no Japão, temos o Dia das Crianças e o Dia das Mães. É o “Mês das Mães e das Crianças” que ressoa afetuosamente o amor benevolente das mães, as quais desejam o desenvolvimento saudável de seus filhos, com a sincera gratidão dos filhos, os quais oram pela saúde e longevidade de sua mãe. Nesta época, flores de todos os tipos e cores brilham jubilosas. Entre elas, como a “rainha das flores”, sinto que as rosas se destacam pelo seu aspecto especialmente elegante e nobre. A rosa possui uma dignidade singular capaz de transformar o ambiente de um quarto simplesmente por ela estar inserida ali. Certa ocasião, ofereci um poema a uma amiga que se dedicava arduamente ao movimento cultural de base: “Garrafa de leite / adornada / com uma rosa”. Queria louvá-la e incentivá-la dizendo que onde quer que seja e, mesmo sozinha, ela é capaz de iluminar tudo o seu redor, tal como uma rosa que floresce com altivez e nobreza, e nisso estão a verdadeira força do caráter de uma pessoa e o poder da cultura. A Bulgária, na Europa Oriental, é também chamada “terra das rosas”. Naturalmente, a rosa é a flor nacional. Relembro em meu coração a bela canção de boas-vindas da Bulgária: Neste dia maravilhoso de hoje, por favor,Receba esta rosa búlgara.Deixe-nos falar sobre essas montanhas, este mar e sobre todos nósAtravés desta rosa com uma doce melodia. Ouvi dizer que a Bulgária produz cerca de 70% do óleo de aroma de rosas (matéria-prima para o perfume) consumido no mundo. Na área cercada por duas cadeias de montanhas (as dos Bálcãs e as de Sredna Gora), existe o “Vale das Rosas”, onde as rosas são cultivadas ao longo de 120 quilômetros. Houve um tempo em que uma base de fabricação de armas foi montada nesse “Vale das Rosas”. Contudo, agora é um perfumado “jardim de paz”, onde pessoas do mundo inteiro se reúnem, especialmente nos meses de maio e junho. Podemos dizer que isso simboliza que as rosas ganharam das armas e a cultura superou a barbárie. Quando meus amigos búlgaros vêm de longe ao Japão, eu também os recepciono calorosamente com um coração de amizade e de paz. [Nota do Editor: Ikeda sensei dedicou o poema: Rosas / Dignas e distintas / Mesmo em meio ao caos do mundo. / Oh, aroma da paz, / Oh, brilho da amizade. Ele recorda os dias de sua primeira visita à Bulgária em maio de 1981.] Foi no 1.300º aniversário de fundação da Bulgária (1981) que gravei meu primeiro passo na capital Sofia, atravessando de avião as montanhas dos Bálcãs ainda cobertas de neve prateada. Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: vistas de dentro do avião, montanhas dos Bálcãs, que se erguem no centro da Bulgária, na “encruzilhada de civilizações” É uma “cidade das florestas”, exatamente como é cantada em suas canções folclóricas: “Oh, minha linda floresta / Que cheira a juventude”. A cadeia de montanhas do Monte Vitosha que avistava ao longe era magnífica. Desde o início da minha chegada, havia uma coisa que os líderes das mais diversas áreas com quem me encontrei enalteciam: a Bulgária é um país que ama a paz e valoriza a cultura. Significava que alianças militares não são perenes, e que o mais importante eram as alianças culturais. Em vez do tamanho de suas terras, do seu poderio militar ou econômico, valorizavam mais a grandeza do espírito humano, sua riqueza, beleza e os laços formados. A sábia líder Ludmila Zhivkova, então presidente do Comitê Cultural (correspondente à ministra da Cultura), disse resolutamente: O mundo não deve viver mais sob a ameaça da guerra. [Crianças] Morrem antes que possam aprender a escrever — antes que possam escrever as mais acalentadas palavras do mundo — “mãe” e “liberdade”. Não devemos permitir que isso continue. Podemos dizer que um mundo verdadeiramente de paz é uma sociedade em que mães e filhos podem viver com o sorriso no rosto. Asas da cultura de paz [Nota do Editor: A Bulgária é uma “encruzilhada de civilizações”, um ponto-chave no Caminho da Seda que liga o Leste ao Oeste, marcada por vários ciclos de ascensão e queda. Sensei fala sobre a alma de seu povo, que não sucumbe às provações, por meio de sua história de superação e de construção de uma rica cultura.] Existe o seguinte ditado búlgaro: “O sol também nasce à nossa porta”.1 Quem vive com forte otimismo e é o sol que ilumina as pessoas são as mulheres. No romance do grande escritor Ivan Vazov, há uma cena comovente em que uma mãe, que espera ansiosamente pelo retorno do filho em segurança do campo de batalha, fica sensibilizada ao ver soldados inimigos sendo capturados e levados à prisão, e intercede: “São pessoas boas... Sinto pelas mães dessas pessoas... Será que elas sabem como seus filhos estão?”.2 Durante a guerra, lembro-me de que minha mãe também disse em relação à prisão de uma pessoa nascida no país inimigo pelos soldados japoneses: “Coitada! Coitada! Como a mãe dela deve estar preocupada com ela!”. Podemos dizer que o “espírito indomável”, que enfrenta as adversidades, e o “coração do amor benevolente”, que se importa com o outro, são as asas da cultura de paz. Tornem-se leõesque todos manifestem o espírito indomávelem sua vida. A família da Dra. Axinia Djourova, importante historiadora de arte do Leste Europeu, com quem publiquei uma coletânea de diálogos, também possui esse “belo espírito de leão”. Lutando contra o fascismo cruel, seu pai recebeu a condenação de morte diversas vezes, e sua mãe só escapou da prisão porque estava grávida. Segundo a Dra. Djourova, depois da guerra, a mãe, que não pôde estudar tanto quanto desejava, criou muitos filhos ao mesmo tempo em que voltou a estudar, aprendeu técnicas de engenharia têxtil e presenteou as crianças com roupas lindas feitas por ela mesma. Ela ensinou a alegria de continuar aprendendo e a arte de dar cores à vida. Ela relata que seu pai lhe transmitiu o modo de viver: em primeiro lugar, viver com perseverança diante das provações; em segundo, quando surgir a oportunidade, agir com ousadia; em terceiro, distinguir com sabedoria se é o momento de perseverar ou de tomar atitude com coragem. E ainda, ele dizia frequentemente: “Qualquer que seja a situação, o ser humano é sempre o ser humano”.3 A Dra. Djourova afirma que ele lhe ensinou o mais importante: o valor da natureza humana. Ela declarou que a missão das mulheres neste mundo é “proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”.4 [Nota do Editor: “A missão das mulheres é proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”, disse a Dra. Djourova. Falando sobre essa crença, Ikeda sensei enfatiza a importância de “escolher o caminho mais difícil”.] Suplantar o caminho das dificuldades, explorar a dignidade da vida, prezar e salvar outras vidas e construir a paz. Meus amigos também estão trilhando corajosamente por esse majestoso caminho da missão da Bulgária. Da Universidade Soka, que eu fundei, existem alunos que foram estudar na Bulgária e acabaram adotando-a como segunda pátria e estão contribuindo para o bem-estar da sociedade búlgara. Como bons cidadãos, todos estão atuando pelo bem das pessoas, da comunidade e estão ampliando com entusiasmo a rede de amizade e de convivência humana. “Compartilhemos!” —, assim como o jovem poeta Hristo Botev bradou, dividindo alegrias e tristezas! Que o grande coroecoe alegrementeaté os céus,exultante esem arrependimentosdo caminho do juramento! Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: cidade de Plovdiv, uma das mais antigas do mundo — o espírito indomável do povo búlgaro pulsa em sua longa história No topo: presidente Ikeda, à dir., dialoga com a ministra da Cultura, Ludmila Zhivkova, durante o evento comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária nos subúrbios da cidade de Sófia (maio 1981) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Shigeo Kurihara. Provérbios Eslavos. Hayka.2. Kaette Kimasuka. In: Ivan Vazov Tanhenshu. Tradução: Rokuya Matsunaga. Daigakushorin.3. DJOUROVA, A.; IKEDA, D. Utsukushiki Shishi no Tamashii. In: Obras Completas de Daisaku Ikeda. v. 109. Seikyo Shimbunsha.4. Ibidem. Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de maio de 2023.
13/07/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Comprovar o poder extraordinário do budismo”
PARTE 29 O céu estava azul sem uma única nuvem. Na tarde do dia 31, foi realizada num parque, localizado em Settignano, na periferia de Florença, a Convenção Cultural da Amizade comemorando os vinte anos do kosen-rufu da Itália. Nessa atividade, reuniram-se setecentos membros vindos de toda a Itália, além de um grupo de intercâmbio da amizade que havia vindo do Japão. Foi uma festividade alegre e animada, de intercâmbio entre Japão e Itália. Para os membros da Itália, era a primeira grande atividade realizada no país. Todos se empenharam nos preparativos e nos ensaios vários dias antes. Mesmo para construir o palco, era um árduo trabalho. Enfim, todos receberam aquele dia dedicando-se a diversas tarefas e ensaiando para as apresentações; muita gente atuando em mais de um papel. Assim que chegou ao local, Shin’ichi se dirigiu diretamente aos jovens das comissões que atuavam nos bastidores, e os incentivou com toda a força. — Vamos tirar uma foto comemorativa juntos. Depois de tirar a foto em dois grupos, da Divisão Masculina de Jovens e Divisão Feminina de Jovens, ele disse: — Nos escritos de Nichiren Daishonin, há a expressão “significado de emergir da terra”. Essas palavras indicam o surgimento de bodisatvas da terra em sucessão para se encarregar da missão pelo kosen-rufu e salvar as pessoas. Vocês são bodisatvas da terra. Acredito que tenham esperança e também grandes sofrimentos e frustrações. A vida é uma batalha contra as dificuldades e os sofrimentos. Mas todos os tipos de sofrimentos e de adversidades existem para ser ultrapassados e comprovar o poder extraordinário do budismo. Em outras palavras, por meio da superação do destino cheio de sofrimentos, podem-se estabelecer a verdade e a justiça do budismo para propagá-lo amplamente; e, assim, cumprir a missão como bodisatva da terra. Pode-se dizer que os sofrimentos são condições indispensáveis para cumprir a missão dos emergidos da terra. Por isso, o destino é, em si, a missão. Por piores que sejam as tempestades do destino, não há absolutamente nada que não possa ser superado. O surgimento de grande número de jovens em Florença fez com que Shin’ichi sentisse a forte convicção do “significado de emergir da terra”, e a grandiosa esperança do kosen-rufu mundial. PARTE 30 Nos arredores, havia muitas árvores, e uma refrescante brisa soprava no local. Na parte frontal do palco, especialmente construído, tinha um cenário com o desenho do sol e com plantas, flores e animais crescendo sob os raios solares. Nesse palco, os membros de Nápoles apresentaram uma dança típica tradicional, seguida de sucessivas músicas e danças apresentadas por membros de Roma, Florença, Milão, Gênova e Turim. Houve também uma apresentação solo repleta de energia vital por um vocalista de idade avançada. Um membro de Bérgamo dançou alegremente por todo o palco ao ritmo de assobio e batida de mãos. As integrantes da Divisão Feminina de Jovens cantaram em japonês a canção Hoshiwa Hikarite [Brilha a Estrela] dedicada por Shin’ichi ao grupo Byakuren.1 As componentes da Divisão Feminina (DF) também entoaram a canção Kyomo Genkide2 em japonês. O grupo de intercâmbio do Japão juntou as vozes e, no final, se tornou um grande coral, e a canção se estendeu pelo céu azul. Por sua vez, esse grupo apresentou a dança típica Kochi Ondo [Canção de Kochi] e, em seguida, cantou O Sole Mio [O Meu Sol], em italiano, sendo fortemente ovacionado. A cada apresentação, Shin’ichi a louvava com forte aplauso. E, quando os membros que acabavam de apresentar se aproximavam de Shin’ichi, ele manifestava suas palavras de agradecimento: — Obrigado. Foi uma apresentação maravilhosa. E trocava forte aperto de mãos. No lugar onde ele se encontrava não cessavam as ondas de pessoas. Havia jovens que apresentavam seus pais não praticantes; e pais que traziam a filha com deficiência visual, puxando-a pelas mãos. Ele ouviu atentamente cada uma das pessoas e se empenhou nos incentivos e nas orientações extraindo forças do fundo da alma. Shin’ichi possuía o forte sentimento de que “se perder este momento, nunca mais terei outra oportunidade de encontro”. Cada segundo era decisivo, de vitória ou de derrota. A Convenção Cultural da Amizade chegava ao momento dos cumprimentos do responsável pela organização da Itália, Hironobu Kanemitsu, líder de regional. Com brilho nos olhos ao fundo de seus óculos, ele fez um brado de juramento representando todos os membros: — Nós somos felizes por recebermos Yamamoto sensei. Hoje é a nova partida da Itália. Vamos, agora, percorrer o caminho do kosen-rufu! Com coragem, vamos iniciar a desafiadora batalha! O momento é agora”. PARTE 31 O desenvolvimento espetacular da Soka Gakkai da Itália em vinte anos deixava Shin’ichi mais feliz que nunca. No local do evento, havia um membro franzino da Divisão Sênior (DS) de origem japonesa que corria por todas as partes como integrante da comissão. Era Yasuo Kojima, o qual Shin’ichi incentivara havia catorze anos por ocasião de sua visita à Itália no elevador do hotel em Roma. Na época, ele era estudante de uma escola de artes. De acordo com a comunicação do responsável pela regional, Hironobu Kaneda, hoje ele atua como uma das pessoas centrais do distrito, em Roma, e dedica-se protegendo os membros. Uma pessoa que se empenha silenciosamente incentivando os novos jovens, mesmo que não seja foco das atenções, é realmente valiosa. O número de pessoas desse tipo que lutam nos bastidores em torno do líder é o que define o fortalecimento e o desenvolvimento da organização. No final, o kosen-rufu é um jogo de cooperação e depende inteiramente da férrea união. Shin’ichi subiu ao palco e assumiu o microfone: — Cada gota de água que nasce nas longínquas montanhas dos Alpes corre pelas terras italianas tornando-se uma grande correnteza do rio Pó e, no fim, deságua no Mar Adriático. Hoje, nosso movimento que visa a Renascença da vida iniciou apenas a descida pelas montanhas. Declaro que daqui a trinta ou cinquenta anos, esse movimento se tornará uma caudalosa correnteza de um grande rio e, enfim, de uma nova corrente marítima da paz da humanidade. Para que isso aconteça, deve-se levantar só determinando que “eu próprio sou o responsável pelo kosen-rufu”, sem implorar a outras pessoas. A pequena ação de avançar a cada dia com todas as forças, passo a passo, sem relaxar, e o acúmulo de pequenas vitórias levam a uma grandiosa e histórica vitória. Shin’ichi concluiu sua fala com um direcionamento: — Sejam sempre joviais, com seriedade na oração. Cuidem bem de sua vida diária e de sua saúde. Solicito-lhes um vigoroso avanço em prol da paz mundial, de mãos dadas com os jovens do mundo. À noite, ele ainda dialogou com membros representantes. O forte desejo de Shin’ichi era de que a Itália criasse uma onda de diálogo inter-religioso e construísse uma nova história de cooperação humana. PARTE 32 Na manhã do dia 10 de junho, Shin’ichi Yamamoto manteve diálogo com o presidente do Clube de Roma, Aurelio Peccei, nas dependências do hotel onde estava hospedado. O presidente havia retornado de Londres para sua residência em Roma no dia anterior. E naquela manhã, partiu de Roma, dirigindo pessoalmente seu carro em uma viagem de quatro horas para aquele encontro. Shin’ichi ficou impressionado com a vigorosa disposição dele, sem demonstrar cansaço, apesar de seus 72 anos. Uma pessoa que age com convicção rumo a um ideal é sempre jovem. Os preparativos para a publicação do diálogo entre os dois já estavam adiantados. Nesse dia, dialogaram sobre temas como liderança, além de alguns aspectos de organização e composição do livro, resultado do diálogo realizado. Após o término do encontro com o presidente Aurelio Peccei, Shin’ichi se dirigiu à Casa de Dante junto com representantes jovens. A casa construída de pedras era de quatro andares, e foi transformada em um museu. Na parede externa, havia um busto dele. Dante era o mais conceituado filósofo e poeta da Itália na Europa da Idade Média. Nasceu em Florença em 1265 e, com o desejo de servir à pátria, tornou-se político aos 30 anos, passando a se destacar. Porém, engolido pela maré de inveja e de conflitos políticos, acabou sendo banido eternamente do país sob falsas acusações. Em seu coração ardiam as chamas da ira para demonstrar a inversão de valores que considerava certo o errado, e vice-versa, decorrente das mentiras, das falsidades e de conspiração. Então, começou a escrever a Divina Comédia, ilustrando o mundo depois da morte embasado no cristianismo. Ali, nenhum tipo de ostentação ou de falsidade teria validade. Todas as pessoas seriam rigorosamente julgadas e punidas pelas suas ações em vida. Políticos populares, cientistas famosos, generais condecorados, clérigos, enfim, todos são friamente julgados, sem tolerância, e são levados ao inferno. Descrevendo o mundo após a morte, ele quis apontar o correto modo de vida das pessoas. O budismo é a lei de causa e efeito da vida pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Em conformidade com essa lei, nós trilhamos diariamente o caminho do supremo bem chamado kosen-rufu. Portanto, não há dúvida de que estabeleceremos uma indestrutível condição de felicidade por toda a eternidade pelas “três existências”. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”.3 A condição de alegria de quem vive pela missão e luta corajosamente é eterna. E, mesmo depois da morte, nossa vida continua resplandecendo de alegria. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. No Brasil, grupo Cerejeira.2. Mais um Dia Feliz, no Brasil.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. I, p. 477, 2020.
13/07/2023
Relato
BS
A expansão dos sonhos
Eu me chamo Paulo Menegheti, tenho 25 anos. Atualmente, curso engenharia de controle e automação no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), campus Três Lagoas. Divido com vocês um pouco da minha trajetória na Soka Gakkai, que começou no instante em que nasci. É que meus pais, os quais já praticavam o Budismo Nichiren, fizeram um milhão de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) para que eu viesse ao mundo com saúde e para que eu me tornasse uma pessoa de grande valor. Imensa gratidão a eles, que me integraram desde cedo aos jardins Soka, onde aprendi a importância de ser feliz e também de lutar pela felicidade dos outros — esse movimento de paz que chamamos kosen-rufu. Paulo com os pais, Paulo Henrique e Marta. Foi uma evolução crescente, uma vez que na escola sempre fui um aluno com notas medianas, conversava muito, era inquieto, tinha dificuldades nos estudos, características identificadas no diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). A chance de iniciar meu processo de revolução humana iniciou na base, sendo treinado pela DF e DS do bloco. Para mim, um aprendizado precioso sobre a liderança humanística. Uma mudança de mentalidade que expandiu minha vida, pois aprendi a sonhar alto e a acreditar no potencial que existia dentro de mim. No ensino médio, aos 17 anos, chegara o momento de escolher uma profissão. Pela afinidade com a área de exatas, decidi cursar engenharia. Na época, eu morava em Andradina, interior de São Paulo, uma cidade pequena e com poucas oportunidades. Durante três anos, foram várias tentativas e nenhuma deu certo. Vem o ano 2018, com desafios e conquistas. Consegui ser aprovado em uma universidade pública, o que tanto almejava. A distância até o campus de Três Lagoas, MS, é de 50 quilômetros, por essa razão tive de me instalar na cidade. No meu primeiro semestre, obtive o apoio de uma grande veterana da localidade, que me acolheu com seu grandioso coração. Outros desafios se acumularam, pois parei, por vontade própria, com o tratamento; além disso, estava em um relacionamento conturbado. No segundo semestre, retornei a Andradina e passei a viajar diariamente para frequentar os estudos. E assim transcorreram os quatro anos de faculdade, período que envolveu a pandemia e muitas dificuldades. A única coisa que me manteve firme foram as atividades on-line da localidade e minha atuação no Brasil Ikeda Myo-on Kai (grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens). A partir daí, comecei a perceber uma pequena chama acesa dentro de mim. Decidi então que 2022 seria o ano da minha vida, em todas as áreas. Agradeci pelo trabalho, que, mesmo não sendo na minha área, me proporcionou estar em dia com a assinatura dos periódicos, a participação no Kofu; também pude comprar meu notebook e meu primeiro veículo. Na faculdade, encarei as DP conciliando as matérias do ano, além do trabalho e as atividades. Como budismo é vida diária, entendi que seria a hora de transformar o carma negativo da doença em minha vida, retornando ao tratamento. Como mencionei, 2022 foi extremamente desafiador, porque, nos meses seguintes, terminei o namoro e perdi o emprego. Por fim, tinha somente a bolsa de estudos vinda do meu projeto de pesquisa da faculdade. Meu objetivo era conseguir um estágio na área, também como forma de provar a mim mesmo a minha capacidade. Devido ao meu transtorno, carregava comigo até aquele momento 22 anos de dificuldades e uma situação em que acumulei dezenove DP de matérias. Portanto, conseguir mudar essa situação era realmente importante. Desempregado e sem confiança, recebi a notícia de que havia sido selecionado para a segunda edição da Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil, em março de 2023, e assim renovei a decisão. Determinei, de uma vez por todas, que seria o ano do meu triunfo e que jamais seria derrotado. Havia enviado meu currículo para uma vaga em uma empresa multinacional e na primeira etapa de entrevistas, ocorrida em janeiro, falei sobre mim, meus objetivos e sobre a Gakkai. Veio a última fase e, por fim, conquistei meu tão sonhado estágio, e hoje trabalho na área, arcando com os custos da participação na academia com meu salário. A partir do projeto de pesquisa que realizei na faculdade, pude utilizá-lo como TCC e no dia 22 de junho último apresentei com êxito em minha pré-banca. Consegui também comprar meu novo carro. Vitória! A imagem traz o jovem na Academia Índigo em São Paulo Das DP, restam apenas seis que concluirei no próximo semestre. Para o tratamento do TDAH, agora consigo conciliar medicação com acompanhamento médico. Adotei meu carma como missão e, com minhas comprovações, que estão sendo muitas, quero inspirar outros jovens que vivem o mesmo desafio que eu. A Soka Gakkai é maravilhosa! Na RM onde atuo, este ano estamos unidos na realização de visitas e atividades, apoiando a amada Divisão dos Estudantes e também os jovens, em programações nas quais temos utilizado o livro Juventude: Sonhos e Esperança, no qual Ikeda sensei incentiva diretamente nosso coração. Agradeço à minha família, pelo apoio, e a todos os companheiros que estiveram comigo nessas batalhas. Estou muito feliz, pois minha atual companheira me apoia em tudo. Por fim, gostaria de compartilhar um trecho de um incentivo do presidente Ikeda: Na vida sempre haverá um “momento crucial” no qual você será posto à prova. Por isso se faz importante o quanto e com que espírito você se prepara e quais esforços empreende em seu cotidiano. É acumulando contínuos e diligentes esforços no dia a dia que, no momento certo, conseguirá aproveitar a oportunidade ao seu favor.1 Muito obrigado a todos, pela oportunidade! Ikeda sensei, conte comigo! Paulo Eduardo Menegheti Gonçalves, 25 anos. Estudante e estagiário. Na BSGI, é responsável pela Divisão dos Estudantes da RM Noroeste Paulista, CNOP. Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 29.
13/07/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 13 (parte 3)
Apesar de a senhora ter permanecido em Sado, seu coração chegou a esta província. O Tambor no Portal do Trovão1 Esforços corajosos unem mestre e discípulo Em setembro de 1968, Shin’ichi Yamamoto esteve em Wakkanai, Hokkaido, e encorajou os membros que se empenhavam arduamente na cidade ao extremo norte do Japão, citando uma passagem de uma carta que Nichiren Daishonin escreveu para a monja leiga Sennichi. Como Wakkanai estava no extremo norte do Japão eles raramente tinham acesso à orientação dos veteranos e muitos realizavam suas atividades com uma sensação de solidão e isolamento. O objetivo de Shin’ichi naquele dia era dissipar as nuvens que ofuscavam o coração dos membros. (...) Referindo-se ao trecho “Embora esteja em Sado, seu coração chegou a esta província”,2 Shin’ichi afirmou: — Mar e montanhas separavam a Ilha de Sado do Monte Minobu, mas o forte espírito de procura de Sennichi a fez estar sempre ligada a Nichiren Daishonin. Distância geográfica não tem nada a ver com a distância espiritual. O coração daqueles que lutam com coragem e a determinação de conduzir as pessoas à felicidade e de realizar o kosen-rufu no lugar onde estão por mais remoto que seja são unos com o coração de Daishonin. Esse é o espírito da Soka Gakkai; é a prática da fé que está em sintonia com a sede da Soka Gakkai. Se aqueles que vivem ou até mesmo trabalham na sede perderem o espírito de luta e deixarem de agir, estarão distantes do espírito de Daishonin e do movimento para o kosen-rufu. (Trechos do capítulo “Estrela Guia”) Convertam funções da maldade em trampolim para a revolução humana Líderes da cúpula da Soka Gakkai foram enviados para apoiar os membros de Amami Oshima, ilha onde os membros da Soka Gakkai haviam enfrentado contínuas perseguições. Pouco antes da partida deles para a ilha, receberam a seguinte orientação de Shin’ichi sobre a natureza das funções da maldade. Assim como as pessoas podem desempenhar o papel das funções maléficas, elas também podem agir como forças protetoras que vêm em nosso auxílio. É de nossa determinação interior que depende se uma determinada pessoa ou incidente irá servir de obstáculo para a nossa felicidade ou trampolim para a nossa revolução humana. Há pessoas que se alegram e aprofundam sua fé quando surgem grandes dificuldades, encarando-as como prova da veracidade das palavras de Daishonin. Por outro lado, há também aquelas que alcançam benefícios de sua prática e criam uma vida confortável e, logo em seguida, fraquejam na fé. Na época do presidente Josei Toda também houve indivíduos que se ressentindo da orientação rigorosa, porém compassiva do mestre, acabaram dando as costas para a organização. Em última análise, o nosso ambiente nada mais é do que um meio propício para a manifestação das funções da maldade, já que elas residem em nosso próprio coração. Shin’ichi, então, afirmou de modo contemplativo, fitando o horizonte: — A solução fundamental para este problema está na transformação do estado de vida dos membros. Nichiren Daishonin escreveu: “Oro para que, antes de tudo, eu consiga guiar e conduzir os governantes e outras pessoas que me perseguiram”.4 Tudo depende de eles conseguirem ou não manifestar a mesma condição de vida que Nichiren Daishonin, que estava determinado a salvar primeiro as autoridades responsáveis pelas perseguições contra ele. Daishonin afirma ainda que foi justamente por causa dessas pessoas que ele conseguiu se tornar um devoto do Sutra do Lótus. (...) De agora em diante, a luta deles é ganhar a confiança das pessoas, e o segredo é o diálogo sincero. Também é importante que cada membro faça o melhor para contribuir para a sociedade. (Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 20 de novembro de 2019.) Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017.2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 949.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 422-423, 2020.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 402. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 13
13/07/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
A prática da fé existe para extrair o infindável potencial da vida. Reconhecendo os esforços e nos apoiando mutuamente ante os desafios do dia a dia, vamos cumprir nossa nobre missão! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 11 de julho de 2023.
13/07/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas significativas de agosto
14 Primeiro encontro de Daisaku Ikeda com Josei Toda (1947)24 Conversão do presidente Ikeda ao budismo (1947)Dia da Divisão Sênior27 Perseguição de Matsubagayatsu (1260)
13/07/2023
Notícias
BS
Cerejeiras florescem no Centro Cultural Campestre
Neste mês de julho, mês dos jovens, as cerejeiras começam a florescer em diversos pontos do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP) *** *** *** ***
13/07/2023
Rede da Felicidade
BS
Levantar-se com sincera fé e agir
[Em 1978, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na obra) visitou a residência de Yoshihiro e Shizue Mizobuchi, na cidade de Takamatsu. Yoshihiro, médico e proprietário de uma clínica particular, era coordenador do Departamento de Profissionais da Saúde na região. Eles também eram líderes das Divisões Sênior e Feminina da província de Kagawa.] Yoshihiro iniciara a prática em março de 1964, antes de sua mulher. Ele estava numa situação complicada em virtude de uma enorme dívida decorrente do fato de um amigo ter deixado de pagar uma nota promissória da qual havia sido fiador. Isso só o levou a desconfiar muito das pessoas, mas também lhe acarretou a preocupação de como lidar com credores. Não conseguia dormir e padecia de ansiedade terrível provocada pela tensão. O fato de ele, um médico, não ser capaz sequer de curar a própria insônia, o perturbava ainda mais. Yoshihiro confidenciou seus problemas a outro amigo. Essa pessoa, membro da Soka Gakkai, falou-lhe sobre o Budismo Nichiren e, no dia seguinte, apresentou-o ao líder de comunidade. Citando exemplos dos escritos de Nichiren Daishonin, o líder de comunidade explicou-lhe eloquentemente sobre a causa da doença da perspectiva budista. Yoshihiro ficou muito impressionado. Convencido de que o budismo expunha um meio para superar doenças que a ciência médica não era capaz de entender, decidiu associar-se à Soka Gakkai. Quando recebeu o Gohonzon, vários membros da Soka Gakkai foram à sua casa celebrar. Sua esposa, Shizue, não sabia quem eram aquelas pessoas ou por que estavam em sua casa e, com certeza, não ficou muito entusiasmada com os trajes delas. As roupas eram simples, e os sapatos, velhos e surrados. Não desejando se envolver muito com elas, nem lhes serviu chá. Naquele dia, Yoshihiro recitou o sutra e daimoku sinceramente antes de ir se deitar. Caiu imediatamente num sono profundo. Era a primeira vez em dois anos que dormia bem. Ele acordou renovado na manhã seguinte. Para Yoshihiro, aquela experiência abriu seus olhos para o valor da prática do Budismo Nichiren. (...) Quando Yoshihiro contou à esposa que havia ingressado na Soka Gakkai, ela presumiu que devia ser algum tipo de associação médica.1 Shizue, portanto, ficou chocada ao descobrir, logo depois, que se tratava de um grupo religioso. Ao se recuperar de sua severa ansiedade, Yoshihiro encorajou a mulher a se associar também à organização. Apesar de acreditar que poderia haver algo naquela prática religiosa, o pai dela era o principal representante dos adeptos de outra escola budista, e ela se preocupava com o que os outros pensariam. Shizue criticava a Soka Gakkai de maneira ríspida e se recusava firmemente a aderir à organização, alegando ao marido que tinha o direito de escolher a própria religião. Yoshihiro disse que não apreciava o fato de ela criticar algo de que não tinha conhecimento e questionou o caráter dela. Ela acabou decidindo se filiar apenas no nome, mas sem intenção de participar das atividades. Foi então que uma líder da Divisão Feminina a visitou para lhe oferecer apoio e encorajamento. — Só me associei porque meu marido queria que eu o fizesse. Não frequentarei as atividades — disse-lhe Shizue. A líder da Divisão Feminina respondeu: — Independentemente do motivo que a levou a se converter, ao praticar o budismo, terá muitos benefícios. O budismo ensina: “Mesmo que alguém ainda não tenha despertado uma fé verdadeira, conquistará benefícios imensos conectando-se ao objeto [de devoção, ou seja, o Gohonzon] correto”.2 — O que quer dizer com benefício? — Bem, o que significa para a senhora? — Ter comida e roupas suficientes e um teto, creio eu. — Sim, certamente isso é benefício, mas não é o único tipo. Há uma categoria de benefício mais importante. Por exemplo, desenvolver força interior, para não ser derrotada por nada na vida. Ou cultivar uma condição existencial na qual a vida em si seja incrivelmente prazerosa. Ou ter uma vida jubilosa, desejando realmente tornar outras pessoas felizes e podendo lhes ensinar o caminho infalível para a felicidade. As palavras “força interior” a acertaram em cheio. Vendo o marido, que tivera de arcar com uma dívida enorme por ter uma índole bondosa, ela passara a se sentir muito ansiosa. Temia que a vida fosse repleta de reviravoltas inesperadas e de incertezas. (...) Tanto Yoshihiro como Shizue passaram a se empenhar com maior seriedade à prática budista. Nisso, os parentes do casal e os médicos que Yoshihiro conhecia começaram a se opor à fé abraçada por eles. Era uma época em que ainda predominavam fortes equívocos e ideias preconceituosas em relação à Soka Gakkai. Uma das pessoas contra a prática deles era a mãe de Shizue. Ela implorou em prantos à filha que desistisse, dizendo que nem estava conseguindo sair de casa de tanta vergonha. Entretanto, observando a condição do marido melhorar dia a dia, Shizue permaneceu inabalável. (...) Sete anos depois de ingressar na Soka Gakkai, terminou de saldar a enorme dívida que fora forçado a assumir, e também superou totalmente os problemas cardíacos que desenvolvera subsequentemente. Com base no desejo de Mizobuchi de proteger a vida das pessoas de sua comunidade, a clínica particular dele começou a aceitar casos de emergência 24 horas por dia. [Apesar da agenda de trabalho cheia, juntamente com sua esposa, ele também se devotava às atividades da Soka Gakkai com alegria. Durante a visita, Shin’ichi incentivou Yoshihiro:] — (...) Não conseguiremos expandir nosso movimento em prol do kosen-rufu a não ser que os homens de nossa organização se levantem com sincera fé e ajam. Crie, não somente aqui em Kagawa, mas em toda a Shikoku, uma era em que a Divisão Sênior da Soka Gakkai assuma a liderança. Eu também sou da Divisão Sênior. Esforcemo-nos juntos — disse Shin’ichi, assentindo com a cabeça. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Líderes Audazes. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 227-232, 2019. Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. A palavra japonesa Gakkai significa simplesmente “sociedade”.2. Escritos em Vinte e Seis Volumes, de Nichikan.
13/07/2023
Editorial
BS
Fórmula para sucessivas vitórias
Iniciamos a segunda metade de 2023! O segundo semestre marcou também a história da Soka Gakkai. Há oitenta anos, dois educadores e praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin foram perseguidos e aprisionados. Eles se empenhavam pela reforma religiosa em meio à repressão de pensamento e à tempestade do autoritarismo militar japonês. Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram presos em 6 de julho de 1943, acusados do crime de lesa-majestade e de violarem a Lei de Manutenção da Paz. O Estado não tolerava uma religião que atuasse em benefício do povo.1 O registro dessa batalha pela paz e pela felicidade das pessoas está num romance de autoria de Ikeda sensei, o qual teve sua origem cinquenta anos depois do episódio relatado acima. Nesta edição, você acompanha o Especial que narra os trinta anos do início da Nova Revolução Humana. Julho, mês dos jovens, é o momento para reconfirmar a fórmula de sucessivas vitórias: mestre, discípulo, kosen-rufu. Como se brindasse o surgimento das novas vidas se juntando ao movimento índigo do Brasil, Ikeda sensei escreve em seu poema: A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.2 Em gratidão aos mestres, vamos conquistar a boa sorte indestrutível gravando nas páginas da própria vida os próximos capítulos da Nova Revolução Humana. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. IKEDA, Daisaku. Raios de Paz. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 224, 2019.2. Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023, p. 3.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Sementes da esperança no grande solo dos corações juvenis
As pessoas se desenvolveminspirando-se mutuamente,de vida a vida.A força de um bom ser humanocria uma boa pessoa.A força de um mau ser humanogera uma má pessoa.Possuir um relacionamento entreseres humanos de bemé o princípio absolutamente necessário.Plantar as sementes da esperançano grande solo dos corações juvenis,protegê-las cuidadosamente, nutri-lase observá-las como frondosas árvores do futuro.A criação da Divisão dos Estudantesé uma tarefa realmente sagrada,repleta de romantismo.Devem-se dedicar vozes de encorajamento.“Isso está ótimo!"“Bom trabalho!”“Maravilhoso!”Se houver algo positivo,deve-se elogiá-lo sem falta.O que inspira uma vida juvenilsão a sincera oração e o incentivo honesto.Falem e transmitam animadamente agrandiosa convicção na fé.Fazendo crescer majestosamentea frondosa árvore do futuro!Para desenvolverem os sucessores,em primeiro lugar, vocês própriosdevem avançar bravamente.Devem desafiar os assuntos corajosamente.Gostaria de que não se esquecessem dessadeterminação inflexível para o aprimoramento.A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.Vamos, pois, incentivar a Divisão dos Estudantes,tesouro Soka, esperança da humanidade!Vamos crescer juntos!Avançando com orgulho no coraçãode realizar o trabalho sagrado a estabelecera eterna correnteza do kosen-rufu,vamos passar o verão de plenitude e de aprimoramento,com saúde em primeiro lugar! No topo: Ciprestes crescem para o alto no tapete de grama que parece um mar. Foto tirada por Ikeda sensei no Centro Cultural da Itália, em Florença, em maio de 1994. Raios de sol e solo fértil transformam plantas jovens em árvores frondosas. Às vezes, é necessário colocar talas. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca”.1 As pessoas também crescem tendo como nutriente o ardente entusiasmo daqueles com quem se relacionam. A Reunião de Líderes da Soka Gakkai deste mês [no Japão] será realizada com o significado de “Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes”. A partir do dia 8, inicia-se também o período do avanço dinâmico da Divisão dos Estudantes (até o dia 31 de agosto) [no Japão]. Visualizando o futuro com o crescimento das jovens vidas como monarcas humanos, enviemos sinceros encorajamentos. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. Publicado no Seikyo Shimbun de 2 de julho de 2023.
13/07/2023
Notícias
BS
Novo castelo da paz em Taubaté
Emoção, gratidão, dinamismo. Poderíamos passar horas destacando vários sentimentos e qualidades que os membros da RM Taubaté, CLP, emanavam na tarde de 8 de julho com a inauguração da sede regional, que será centro do desenvolvimento da organização local. Ao longo da manhã durante os preparativos, cada detalhe era repassado e, às 16h30, horário da cerimônia, todos demonstravam o aspecto e a postura de vitória. Descerramento da placa comemorativa Representando a RM, os líderes João Ricardo Gujev, responsável pela RM, e Maria Aparecida Cardoso, responsável pela Divisão Feminina, agradeceram e salientaram a importância da união dos membros. Para Maria Aparecida, a nova sede será o local em que todos irão para se nutrir de incentivos e conhecimentos para aplicá-los na organização de base. E João Gujev enfatizou que o dia da inauguração era para renovar os objetivos: “Hoje é um dia especial e renovo meu juramento de que nós concretizaremos grandiosos objetivos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da cerimônia e incentivou os presentes: “Esta sede é o quartel-general do Vale do Paraíba. Vamos objetivar daqui a um ano o crescimento pessoal e da nossa organização. Onde pulsa o coração do Mestre, existe a vitória. Avançar significa encontrar-se com as pessoas”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, incentiva os membros da RM Taubaté Leticia Freitas, integrante da DFJ, afirma que a inauguração a fez refletir e decidir: “O sentimento que se destaca é de respeito e gratidão. Hoje, minha decisão é continuar o grandioso caminho do kosen-rufu e expandir ainda mais o grupo Cerejeira na RM Taubaté. Que nossa nova sede seja o palco de muitas vitórias!”. Para José Felipe, integrante da DMJ, a inauguração foi um momento único: “A partir de agora, renovo meu juramento seigan e, junto com os companheiros da Juventude Soka, estou pronto para enfrentar o árduo caminho do kosen-rufu sem arrependimentos. Infalivelmente, iremos vencer”. No topo: foto com os integrantes da RM Taubaté em frente ao prédio da nova sede Fotos: BS/ Colaboração local
13/07/2023
Notícias
BS
Sede comunitária em Santos
No dia 10 de junho, foi realizada a cerimônia de inauguração da Sede Comunitária Matsui, localizada na cidade de Santos, CGSP. O espaço possui uma sala principal e outras duas salas para atividades menores e atenderá a todos da localidade. Membros, líderes e convidados participaram da solenidade. Norberto Matsui disse: “Com o espírito de gratidão e para corresponder à dedicação de Ikeda sensei, oferecemos de coração esta sede particular a fim de que possamos desenvolver juntos o kosen-rufu da nossa localidade para que aqui seja um celeiro de criação de valor para todo o Brasil”. Em suas palavras durante a solenidade de inauguração, Luciano Gonçalves, vice-coordenador da CGESP, compartilhou trechos do romance Nova Revolução Humana. “O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer: ‘Aqueles que sempre são gratos ao Gohonzon desfrutam prosperidade e boa sorte cada vez maiores’1 e parabenizou à família Matsui pelas vitórias conquistadas com a prática do budismo e salientou: ‘Inaugurar esta sede tem um propósito fundamental, que é a felicidade de todos’.” No topo: corte da fita inaugural marca a solenidade de inauguração da Sede Comunitária Matsui Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 305, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Selar o juramento
No último dia 8, integrantes do Grupo Kirishima do Brasil reuniram-se no Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI) em São Paulo, vindos de vários estados do país com participação de membros, pela Internet, de outras localidades, inclusive do Japão. A atividade marcou os quarenta anos do encontro do grupo com Ikeda sensei, quando, num curso de aprimoramento no Japão, receberam essa denominação do Mestre. Os bastidores são retratados na Nova Revolução Humana (NRH), volume 11, capítulo “Luz do Alvorecer”. A recitação do gongyo foi liderada por Júlio Kosaka, presidente do conselho de orientação da BSGI e responsável pelo grupo. Após, foi lida mensagem de Ikeda sensei, enviada para a ocasião, por Naoto Yoshikawa, vice-presidente do conselho de orientação da BSGI. Emoção também nos relatos e vídeos compartilhados, trazendo a visão dos que vivenciaram esses preciosos momentos, alguns deles do Japão. Dilza Muramoto Shiroma manifestou seu sentimento na atividade, encerrada com os incentivos de Júlio Kosaka. “Nosso juramento seigan nunca deve esquecido”. No topo: representantes do grupo na atividade realizada no Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo,SP Foto: Colaboração local
13/07/2023
Notícias
BS
Educação e paz
“Reunindo a Criatividade Histórica para Restaurar a Paz” foi o tema proposto para a atividade do dia 2 de julho, que teve a participação de cerca de mil membros da Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI. De forma virtual, a programação girou em torno do diálogo com o olhar da educação sobre as propostas de paz sugeridas à ONU pelo Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI). As explanações ficaram a cargo dos especialistas Célio Borges, André Melo e Fabiano de Souza, que integram a CEduc. “A paz está em nossas mãos”, foi o consenso de todos. “A partir de mim, como posso fazer a diferença? A proposta de paz sou eu.” Todos puderam participar com reflexões, por meio de enquete compartilhada, cujos resultados foram apresentados por Fabiano de Souza. Seguiu-se relato de comprovação de Amasa Carvalho, sendo a programação finalizada por Thiago Tobias. A Declaração uma Cultura de Paz visando à Dignidade da Vida ficará disponível na página da CEduc, na Extranet da BSGI. No topo: print comemorativo do encontro da CEduc que teve como eixo as propostas de paz do presidente Ikeda Foto: Reprodução
13/07/2023
RDez no BS
BS
Vamos criar belos arcos-íris de amizade e de paz
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Vocês já se perguntaram por que o arco-íris que aparece depois da chuva é tão bonito? Talvez seja porque várias cores estão brilhando juntas e em harmonia. Eu tenho a certeza de que seus amigos são especiais e únicos. Eles possuem aparências e personalidades diferentes. Os interesses e os talentos deles são variados também. Mas é exatamente isso que torna a amizade de vocês tão interessante! Todos são diferentes e maravilhosos! Recitar Nam-myoho-renge-kyo ilumina a vida de vocês como o sol e traz à tona suas melhores qualidades. Vocês também podem trazer o melhor de seus amigos. Espero que vocês e seus amigos aprendam uns com os outros com um grande coração e cresçam para ser pessoas que criam arcos-íris de amizade e de paz no futuro e em todo o mundo. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de junho de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Passatempo Respostas
13/07/2023
Editorial
BS
Sorriso encorajador
Iniciamos o segundo semestre de 2023. Julho, mês dos jovens, chegou. A edição do jornal Brasil Seikyo está repleta de força jovem. Traz experiências das jovens vidas, histórico da fundação da Divisão Masculina de Jovens e da Divisão Feminina de Jovens, além de uma maravilhosa mensagem enviada por Ikeda sensei, na qual ele diz: Hoje, mais que nunca, o mundo anseia por essa grande filosofia do respeito à dignidade da vida. Conforme consta numa escritura sagrada “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”,1 peço a vocês, jovens de profunda missão, que, quanto mais árduas forem as circunstâncias, recitem mais intensamente daimoku e escalem com alegria e coragem a montanha da vitória na revolução humana, incentivando uns aos outros.2 Pegando carona no frescor da Juventude Soka do Brasil, BS retoma a editoria Meu Bloco, Minha Alegria. Os encontros, o contato de vida a vida, ganham palco na temática. Visitar amigos, familiares, lugares faz parte do roteiro das pessoas em geral. Na Soka Gakkai, “visitar” tem um significado especial. Nessa seção, confira quão grandiosas são as visitas exercitadas na organização. E veja também um trecho em que são destacadas as palavras do presidente Ikeda: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo.3 Ikeda sensei fincou raízes na sociedade brasileira com um grande marco ao ocupar a cadeira 14 como sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1993. Também neste BS, acompanhe o evento comemorativo dos trinta anos do discurso do presidente Ikeda na ABL. Assim, leitor, no ritmo do recente ensaio de Ikeda sensei e com a plenitude das rosas fotografadas por ele, “avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro!”4 Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666-667, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.638, 8 jul. 2023, p. 3. 3. Ibidem, p. 16. 4. Ibidem, p. 6.
06/07/2023
Incentivo do líder
BS
Uma coleção de eternos aprendizados
Eu era uma menina tímida que mal cumprimentava as pessoas quando chegava às reuniões. Lembro-me de que um dia minha irmã me explicou a importância de romper essa timidez e falar com as pessoas. Isso aconteceu há uns dezessete anos. A partir de então, posso dizer que comecei a colecionar aprendizados. Uma líder de bloco que não conseguia fazer a apresentação de uma reunião e uma líder da Divisão dos Estudantes (DE) que mais parecia participante do que aquela que organizaria a atividade — essa era eu aos 14 anos. Apesar de me sentir insegura e inexperiente, estava num ambiente tranquilo para tentar acertar e errar também, porque tinha ótimas pessoas me apoiando. Recordo-me dos meus líderes da DE realizando atividades para mim e outro membro da divisão como se fosse um encontro com uma sala cheia de crianças. Tenho boas recordações de líderes de bloco, de comunidade, de distrito, e dos pais das minhas colegas que, agindo como condutores do kosen-rufu, me davam carona nas ocasiões em que eu não sabia chegar ao local da reunião ou era perigoso andar sozinha. Guardo calorosas lembranças das minhas líderes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), as quais me visitavam a fim de prepararmos as reuniões e criarmos planos para cumprir nosso objetivo de levar 25 meninas ao nosso encontro de julho. Quanta saudade sinto de líderes que já não estão por aqui, mas que me incentivavam com as palavras certas! Tenho uma grata lembrança que aquece meu coração sempre que chega a época do Exame de Budismo. Havia uma líder que me buscava em casa, incentivava-me no caminho, imprimia o material de estudo para os membros, explicava os conteúdos e fazia um resumo cheio de perguntas ao final dos encontros. Aquele apoio me fazia sentir confiante para prestar o exame. Fico pensando quantas horas ela dedicava para incentivar, apoiar e treinar não só a mim, mas os companheiros da localidade. Cada uma dessas pessoas me ajudou a adquirir aprendizados, que se tornaram joias valiosas em minha memória e em meu coração, como uma coleção riquíssima que ninguém pode tirar. Se hoje consigo, ainda tímida, falar em reunião, romper o medo de dirigir e dar carona, incentivar alguém nos preparativos de uma atividade, encontrar os estudantes ou fazer o que posso para estar junto com os companheiros é porque essa minha coleção me inspira a dar sempre o meu melhor. Cada pessoa deixou um pouquinho de si e empregou seu precioso tempo aos nossos encontros. Li recentemente na Revolução Humana: Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. E, então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar o tempo. O tempo para a difícil tarefa de se criar um genuíno companheiro é agora.1 Meu coração se enche de gratidão por ter líderes que se dedicaram para criar o tempo e me desenvolver, pois apliquei esse treinamento em tudo em minha vida. Como jovem, neste mês de julho, penso que, assim como eu, muitos colecionam aprendizados e guardam lembranças calorosas, joias com o rostinho de cada veterano, com muita gratidão. Da mesma forma, todos, sem exceção, cada qual com o seu jeitinho, neste retorno das atividades, são capazes de incutir tesouros de valor inestimável na vida dos jovens de todas as idades. Muitas vezes, para incentivar alguém, achamos que precisamos saber falar bem ou ter alto grau de estudo do budismo. Mas, para isso, basta termos o coração conectado ao sentimento do presidente Ikeda, que herdou esse mesmo sentimento do seu mestre, Josei Toda. Hoje, vejo que fui incentivada por corações grandiosos como o de Ikeda sensei. Sejamos nós aqueles que transbordam o acervo de aprendizados dos colecionadores do futuro em cada encontro e reconexão. Eu me esforçarei para isso também. Alessandra Miyagawa Vice-coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 110, 2022. Ilustração: GETTY IMAGES
06/07/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Agora é o momento de criar o futuro
Julho é uma época em que as crianças e os adolescentes iniciam o recesso escolar, realizam provas finais de semestre e ficam um pouco mais de tempo em casa com a família. Nesse período, em que a rotina dos estudantes desalenta, nasce o momento ideal para criar oportunidades significativas de diálogos e de aprendizado, para descobrir hobbies em comum entre pais e filhos, assistir a séries ou a filmes e também para apresentar a história da Soka Gakkai, por exemplo. Em inúmeros ensaios ou lendo a Nova Revolução Humana, encontramos exemplo de como Ikeda sensei e a Sra. Kaneko educaram seus filhos. Entrevistado por uma revista feminina, Ikeda sensei declarou: “‘A quantidade de recordações é mais importante do que o tempo de relacionamento.’ Para ele, mesmo sem ter tempo e por mais difícil que fosse, criar boas recordações com os filhos era uma atitude fundamental”.1 Nosso mestre afirma que “O que importa é o momento presente, não algum outro tempo no futuro’’.2 Os estudantes são o grandioso tesouro para o futuro, e o essencial agora é incentivar cada um deles a descobrir seu enorme potencial, dia após dia. O grande escritor Romain Rolland disse: “Viva o presente. Reverencie cada dia. Ame o presente, respeite o presente...”3 Nós temos, cada qual, uma intensa rotina: afazeres domésticos, reuniões no trabalho, atividades na organização; e, em alguns momentos, pensamos que não estamos dando conta. Contudo, aprendemos com o buda Nichiren Daishonin que o coração é o tesouro mais fundamental. Assim, nossas palavras e nossos pensamentos são o coração das nossas ações. Por isso, o mais importante é de que forma valorizamos e enaltecemos cada encontro, quais ações empreendemos para construir o futuro. Não amanhã, mas agora. No livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, encontramos um exemplo compartilhado por Ikeda sensei sobre a felicidade de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda, ao serem informados de que os membros estavam felizes devido às comprovações na prática da fé, e como deveria ser a convicção inabalável para a criação dos jovens sucessores: Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda com frequência encorajavam, com lágrimas nos olhos, os amigos aflitos, considerando o sofrimento deles como se fossem seus. A maior alegria dos dois era ver aqueles aos quais haviam encorajado superarem suas dificuldades e iniciarem com coragem um novo caminho na vida. Essa é a maravilhosa tradição da Soka Gakkai. Vivi até hoje, apesar de minha saúde fraca, graças à oração resoluta e ao encorajamento do presidente Josei Toda, que por diversas vezes me disse: “Não deixarei você morrer!” e “Não morra jovem!”. O nosso sincero desejo de ajudar os amigos a superarem o sofrimento e a se tornarem felizes irá instilar neles, e em nós, a esperança e a coragem de viver, e assim abriremos amplamente o caminho para a felicidade mútua. Neste modo de vida brilha a suprema humanidade. O mesmo espírito se aplica à educação dos filhos. Devemos ouvir com toda sinceridade cada criança e partilhar de seus desafios. Essa atitude é o ponto de partida para todos os nossos esforços.4 Sendo assim, vamos valorizar cada encontro com os estudantes, não deixando passar nenhuma oportunidade para conhecer sua realidade, seus desafios, pois, com esse sublime ato de devoção, estamos contribuindo para criar o futuro. Como pais e líderes, vamos vencer em nossa prática diariamente e incentivar nossos filhos e os jovens da organização com coragem, sabedoria e dinamismo. Cuidem-se! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ) Notas: 1. Cf. Terceira Civilização, ed. 533, jan. 2013, p. 36. 2. RDez, ed. 206, fev. 2019, p. 6-10. 3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.783, 12 fev. 2005, p. A4. 4. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo,2022. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
RDez no BS
BS
A vida vibrante de vocês é a força para criar a paz
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro Frequentemente, Nichiren Daishonin compartilhava com seu jovem discípulo Nanjo Tokimitsu a história do rei Ashoka.¹ Ao abraçar a fé no budismo e passar por uma mudança fundamental no coração — o que nós, da Soka Gakkai, chamamos de revolução humana —, o governante indiano tornou-se um líder preocupado com a paz e admirado por muitos como um monarca exemplar. Diz a lenda que ele passou a ter fé depois de conhecer um budista que o impressionou com seu comportamento digno (mais tarde, foi revelado que esse budista era sobrinho do rei). Isso me lembra nossos jovens da Soka Gakkai. Nichiren Daishonin afirmou: “E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real”.² Fiel a essas palavras, a visão de vocês aprendendo e crescendo com base no Budismo Nichiren é uma fonte de inspiração para muitos. Isso realmente comove o coração das pes-soas. A vida vibrante de vocês é a força para criar a paz. Espero, portanto, que vocês, meus jovens sucessores, concentrem-se nos estudos escolares agora. Estou orando para que cuidem da saúde, valorizem suas amizades, mostrem gratidão aos pais e continuem brilhando como faróis da esperança para o mundo. Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de maio de 2022 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. Rei Ashoka (268–232 a.E.C.) foi o terceiro governante da dinastia Maurya e o primeiro rei a unificar a Índia. Durante os primeiros anos do seu reinado, ele foi um tirano, mas, depois de se converter ao budismo, governou com compaixão de acordo com os ideais budistas. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 626, 2020. Confira alguns spoilers da edição de julho Aproveite bastante as férias, mas sem perder de vista o próximo semestre, afinal, será a sua chance de arrasar na escola! Prepare-se para o que virá com a Matéria do Mês. Falando em férias, aprenda no Trending Topics o que é ócio c riativo. Teste seu conhecimento, com o Cápsula do Tempo, sobre o dia 17 d e julho de 1957, dia da libertação do presidente Ikeda. Esses e outros conteúdos da edição de julho estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
06/07/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Brilho radiante como o sol
PARTE 25 Shin’ichi observou minuciosamente o apartamento de Beethoven. Visitou ainda a sala de trabalho onde o músico criou obras de excelência lutando contra os sofrimentos. Um retrato dele também estava exposto. Diz-se que a obsessão de Beethoven para criar uma composição era simplesmente absurda. Houve ocasiões em que, para compor um único compasso, sua obsessão fez com que o reescrevesse dezenas de vezes até se convencer plenamente. Ele foi altamente valorizado também como pianista. Porém, sua apresentação não era algo que buscasse a elegância, mas era repleta de força e intensidade como se fossem batidas da alma. O piano exposto na sala era um instrumento que aparentava ser extremamente robusto no qual se viam as marcas da própria madeira. Beethoven objetivou a música para o povo e para o ser humano e não para a elite das classes altas. Ele mencionou: “A minha arte deve ser consagrada para melhorar o destino das pessoas necessitadas”.1 Essa transbordante determinação deve ter feito dele um grande músico. Quando se vive por um sublime objetivo, pode-se extrair a força inerente ao ser humano. Depois dessa visita, Shin’ichi participou de um jantar com os membros no qual dialogou e comemorou a partida da Regional Áustria. Ele disse a Nagamura, que se tornou responsável pela regional: — Demos, realmente, muito trabalho durante a nossa estada. O kosen-rufu é uma longa batalha. Ações exageradas e irracionais não perduram por muito tempo. Use a sabedoria, procure dormir bem e cuide da saúde. Ele sabia que Nagamura acompanhava a comitiva durante o dia e, tarde da noite, voltava para o local do trabalho. Porém, o jovem não manifestava o mínimo sobre isso. Shin’ichi imaginou que, enquanto houvesse essa sinceridade do líder central, chegaria o momento do grande desenvolvimento da SGI-Áustria. O budismo elucida a lei de causa e efeito da vida. No longo prazo, quem conquista a vitória são as pessoas sinceras. Isso se aplica tanto à vida das pessoas como também ao kosen-rufu. Sob os céus que escureciam lentamente, as águas do rio Danúbio percorriam silenciosamente, como se dirigissem rumo ao século 21. PARTE 26 O céu azul se estendia e o sol era radiante. A comitiva de Shin’ichi Yamamoto, que havia deixado Viena, Áustria, chegava ao Aeroporto Internacional de Pisa, às 15 horas do dia 28 de maio (horário local). — Benvenuto! (“Bem-vindo!”) Com um brilho nos olhos e radiante como o sol, uma multidão de jovens da Itália recepcionara Shin’ichi. Vinte anos antes, em outubro de 1961, quando Shin’ichi visitou a Itália pela primeira vez, quem o recepcionou no aeroporto de Roma foi um único casal japonês que havia se mudado para esse país por motivo de trabalho. E agora, vinte anos depois, o fato de um grande número de jovens se reunir vigorosamente fez com que Shin’ichi sentisse a chegada de uma nova época do kosen-rufu mundial, e seu coração pulsava altivamente. No percurso até o hotel em Florença, a comitiva parou na torre inclinada de Pisa. No dia seguinte, Shin’ichi dedicou poemas a representantes e realizou seguidos diálogos com os jovens. E, no dia 30 à tarde, participou do Gongyo Comemorativo dos vinte anos do kosen-rufu da Itália, realizado na casa de um membro. A reunião estava envolta por um clima jovem com a presença de diversos alunos de medicina, de filosofia, de letras e de economia, entre outros, da Universidade de Florença. Participaram também membros da ilha da Sicília, que viajaram de navio e mais dezesseis horas de trem; e companheiros de Nápoles e de Sorrento, da região sul, e de Milão, centro financeiro do norte da Itália. Após o solene gongyo recitado com a liderança de Shin’ichi, iniciou-se um diálogo. Ele se referiu à Renascença. — Florença, esse paraíso verde, é para mim um local de admiração. Isso porque aqui é o local que deu origem às ondas do novo movimento renascentista que abriu as janelas do período atado por “deus”. A palavra “renascença” tem origem na língua francesa com o significado de “reviver” ou “renascer”. No Japão, vem sendo traduzida como “restauração da arte e da literatura” ou “restauração do ser humano”. Shin’ichi queria confirmar o significado do kosen-rufu no contexto da grande correnteza da história da humanidade. O verdadeiro valor do movimento de revolução humana da Soka Gakkai, que revitaliza as pessoas transformando a vida do ser humano, torna-se ainda mais claro quando visto pela luz da história. PARTE 27 Shin’ichi conversou com os jovens com o sentimento de confiar o futuro a eles. A nova era se cria quando a força jovem se manifesta integralmente. — A Renascença trouxe a libertação do homem e a liberdade; trouxe o despertar do ponto primordial chamado ser humano; e estabeleceu verdadeiramente a nova era. O suporte a esse movimento foi dado por poetas, pensadores e artistas de Florença, entre os quais Dante Alighieri2 e Giovanni Boccaccio, escritores do século 14, que tiveram importante papel como precursores da Renascença, além de Maquiavel, Da Vinci, Michelangelo e Rafael. As ondas do Renascimento se expandiram para Roma e para as demais cidades da Itália. Atingiram ainda a França, a Alemanha, a Inglaterra e toda a Europa, ligando-se inclusive à reforma religiosa. Sob a corrente do pensamento de “volta à antiguidade”, “volta às escrituras antigas”, “volta ao ser humano”, a Renascença libertou o homem das amarras da Igreja e do “deus”, fazendo desabrochar seu infindável potencial. Era uma indiscutível vitória do humanismo, uma canção triunfal da liberdade do ser humano. Shin’ichi falou com mais ênfase: — Porém, será que o homem conquistou a verdadeira liberdade? Será que o homem se apossou, de fato, do assento de um protagonista da história? Infelizmente, só podemos dizer que não. Pode-se dizer que o homem se tornou escravo do sistema e da ideologia, e ainda da ciência e das máquinas. Além disso, conflitos causados por desenfreado egoísmo, o despotismo aguardado no extremo da autoindulgência do espírito e a influência maléfica do fascismo são os temores reais da sociedade moderna. Portanto, dominado pela sua mente, levado pelos desejos e sentimentos, e atado por forças externas que tentam discipliná-lo, o ser humano que foi libertado pelo movimento Renascença acabou criando uma época em que se afasta cada vez mais da tão almejada felicidade. Nas escrituras budistas consta: “...a pessoa deve ser mestre da própria mente em vez de permitir que a mente a domine”.3 PARTE 28 Shin’ichi se referiu ao fato de que, hoje, visando realizar os ideais do movimento Renascença, notáveis pensadores demonstram grande interesse pela transformação do ser humano em si, argumentando a ideia de “novo humanismo” e de “revolução da natureza humana”. E mostrou que, sem isso, o homem não conseguiria conquistar a verdadeira felicidade tornando-se protagonista da época e da sociedade. Declarou que, para a transformação do ser humano, é necessária e indispensável a lei fundamental da vida capaz de criar um valor infindável, disciplinando cada indivíduo. — Essa lei é o Nam-myoho-renge-kyo; é o Budismo de Nichiren Daishonin, que elucidou a vida do ser humano em sua totalidade. É aí que se encontra o rumo da transformação do homem idealizada por muitos pensadores. Nessa grande lei da vida está a chave para abrir o futuro da humanidade. A maioria dos participantes era formada por jovens e, ainda, por estudantes universitários. Aos olhos de Shin’ichi, expandia a esperança do kosen-rufu da Itália. Ele continuou suas palavras orando e determinando: “Que todos se levantem como novos cavaleiros do século da vida!”. — Por favor, pelo bem do futuro de si mesmos e do kosen-rufu, quero que agora se empenhem firmemente nos estudos. Na época de estudante, o ato de se dedicar inteiramente aos estudos corresponde à prática da fé. Obviamente, as atividades da organização são importantes, mas se não estudarem agora, vão se arrepender por toda a vida. A prática da fé é a própria vida diária. Vou deixar claro que, para um estudante, a prática da fé é o próprio estudo. Em seguida, falou sobre o pensamento com relação à função na organização. — A função na Soka Gakkai não indica poder ou autoridade. Além disso, o cargo não é indicativo de maior ou menor fé. Portanto, não deve de forma alguma avaliar a pessoa pela sua função, e muito menos considerar as pessoas novas em uma posição inferior. Desejo que se empenhem na prática da fé, respeitando-se mutuamente, confiando e incentivando uns aos outros. O cargo na organização é de responsabilidade para se encarregar do movimento pelo kosen-rufu. Creio que o ato de assumir uma função trará dificuldades e muito trabalho. Ao mesmo tempo, é certo que se pode acumular benefícios e boa sorte. Shin’ichi dedicou todos os esforços para a criação dos jovens. Se deixar as pessoas sós, elas não se desenvolvem. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. ROLLAND, Romain. Vida de Beethoven.2. Dante Alighieri (1265–1321): autor de Divina Comédia, trouxe enorme influência para a posteridade; Giovanni Boccaccio (1313–1375): autor de um número notável de obras, incluindo Decamerão; Nicolau Maquiavel (1469–1527): reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, autor de O Príncipe; Leonardo da Vinci (1452–1519): destacou-se como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico; Mona Lisa e A Última Ceia são célebres pinturas de sua autoria; Michelangelo (1475–1564): pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do Ocidente; David é uma de suas famosas esculturas; Rafael Sanzio (1483–1520): mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. I, p. 58, 2020.
06/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
O planeta Terra é nosso palco!
Avancemos juntos, ecoando as vozes de encorajamento Nada é tão forte quanto o desafio dos jovens e suas asas criativas. Sem se intimidarem diante dos ventos furiosos de qualquer época, os jovens alçam novo voo com força, inteligência e paixão. Quando o grandioso pai da Soka Gakkai, primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, lançou ao mundo sua grande obra criativa Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], que defende a paz, a coexistência e o humanismo, em 1903, ano anterior à Guerra Russo-Japonesa, ele era um jovem de 32 anos. Este ano completam-se 120 anos desde a publicação dessa edição. Cada vez que se abre e se lê essa obra, o coração se expande em uma escala majestosa. O jovem Makiguchi mostrou que os indivíduos são “cidadãos locais”, os quais firmam raízes em sua localidade; “cidadãos do país” e; ao mesmo tempo, “cidadãos globais”, que não se prendem à estreita visão do nacionalismo. Além disso, lançando luz sobre a profunda relação entre o ser humano e o funcionamento do Universo, tais como o Sol, a Lua e as estrelas, ele discerniu de forma aguçada posicionando as atividades da sociedade e da indústria como fenômenos da vida humana que têm o planeta Terra como palco. Hoje, herdando o espírito de Makiguchi sensei, os cidadãos globais Soka emergidos da terra, que surgiram bailando no palco do nosso planeta, hasteiam o Budismo do Sol e dissipam a escuridão dos sofrimentos da atualidade. Neste mês e no anterior [maio e junho de 2023], na nossa vizinha Coreia do Sul e nos Estados Unidos, no Brasil, na Argentina e em cada país e localidade pulsam uma refrescante vida de esperança e de alegria que reverbera os sinos da nova era do kosen-rufu mundial. Pode-se dizer que cada um desses cenários representa o emocionante drama da canção triunfal do povo que comprova os princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e do “budismo é a própria sociedade”, tendo o planeta Terra como palco. Como Makiguchi sensei deve estar feliz pela maravilhosa expansão dos jovens emergidos da terra! Orando e apoiando o desenvolvimento Em qualquer país ou localidade, por trás do desenvolvimento das jovens vidas há o apoio e a oração dos nobres veteranos. É a abertura do caminho que se relaciona diretamente com o coração do mestre, Josei Toda, que bradou: “Criemos as pessoas! Esse é o melhor caminho para a vitória que se liga ao futuro”. Em sintonia com o crescente desenvolvimento dos sucessores no mundo, atualmente, no Japão, temos, entre outros: A rede harmoniosa da Divisão das Mulheres que avança com as irmãs Kayo na vanguarda e a geração das jovens “lírios-brancos” [grupo de jovens senhoras da Divisão das Mulheres]! A refrescante vitalidade que transborda na Academia da Divisão Masculina de Jovens em sua luta e em seu treinamento conjunto! A confiança e a originalidade criativa que brilham nos responsáveis pela Divisão dos Estudantes! Meu dia a dia, junto com minha esposa, é o de enviar daimoku de profunda gratidão. A tradição de renomada universidade Há cerca de trinta anos (1994), no mês de junho, fui convidado pela renomada Universidade de Glasgow, do Reino Unido, a visitar a instituição. Houve uma solene cerimônia em que tive a honra de receber o título de doutor honoris causa. Foi o Dr. J. Forbes Munro (na época, presidente do Conselho Universitário) que, ao ler a carta de recomendação para minha indicação, fez ressoar por várias e várias vezes o nome do meu mestre, Josei Toda, no Bute Hall. O Dr. Munro concluiu sua fala recitando o poema Catarata, que havia redigido para representar a Cachoeira Oirase, na província de Aomori, região de Tohoku: “Intenso como a catarata / ... / Radiante como a catarata / Imponente como a catarata / ...”. Até hoje aquela voz profunda não se afasta do meu coração. O Dr. Munro era uma figura de destaque da história da economia africana e, ao mesmo tempo, um modelo para os educadores humanistas que amam os alunos. Mesmo em relação aos estudantes intercambistas da Universidade Soka, ele os treinava, valorizando-os como se fossem seus próprios filhos, junto com sua esposa. Alegria do reencontro do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, com o Dr. J. Forbes Munro da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Nesse dia, Ikeda sensei oferece-lhe um poema, e o chama de “meu amigo íntimo” (Tóquio, maio 2007) O nome de uma personalidade que o Dr. Munro citava como orgulho da Universidade de Glasgow é o do “pai da economia”, que foi também professor dessa instituição, Adam Smith (1723–1790). Neste ano, recebemos o 300º aniversário de seu nascimento. Mesmo em meio aos intensos afazeres da escrita e da publicação de sua histórica e renomada obra Teoria dos Sentimentos Morais, Smith revelou seu real sentimento: “Nada é mais sagrado do que me esforçar ao máximo como membro desta universidade para servir aos estudantes”.1 Ele não tinha a menor formalidade e não demonstrava ar de intelectual. Diz-se que ele vivia alegremente junto com os estudantes, e era alguém que, sem se poupar, descobria e desenvolvia as sementes do talento.2 Nossa Universidade Soka do Japão, como também a da América, está expandindo ainda mais os intercâmbios acadêmicos e educacionais, fortalecendo o espírito de “estudante em primeiro lugar”. A rede de sabedoria e de confiança interligando as universidades do mundo nada mais é que a fonte de luz da esperança a iluminar o futuro pacífico dos cidadãos globais. O grande coro em um só coração No local em que se reúnem, crescem e desenvolvem vidas da juventude há sempre uma canção. Nos dias atuais, membros de todo o mundo estão avançando imponentemente juntos com alegres canções. Na SGI-Europa, que há alguns dias iniciou nova partida, há a nova canção Sun Rises in My Heart [O Sol se Levanta em Meu Coração]. Na SGI-Índia, que expande a grande rede da esperança, são entoadas muitas canções. Uma das mais representativas é I am That One Disciple [Eu Sou esse Único Discípulo]. “Esse único discípulo” é a resposta às palavras do mestre de que “a existência de um único discípulo verdadeiro realiza sem falta o kosen-rufu”. De fato, agora, uma multidão de “valores humanos”, alegre e saltitante, baila animadamente tal como na assembleia do Sutra do Lótus Nas canções da Soka Gakkai do Japão, e dos membros do mundo, pulsa o espírito de mestre e discípulo e contém a mensagem do desejo pela paz e felicidade. Para minha alegria, as vozes animadas do coral da Divisão dos Estudantes, nosso tesouro, reverberam novamente de forma sábia e alegre em cada localidade. Recordo-me de ter recebido ilustres visitantes do mundo junto com os companheiros do coral da Divisão dos Estudantes. Eles aprendiam e treinavam com todas as forças a canção entoada nos países desses visitantes e cantavam maravilhosamente na língua deles. Com um sorriso, os visitantes chegavam a cantarolar juntos. Certa vez, um líder jovem, que se dedica atualmente à diplomacia civil e atua como um responsável pela Divisão dos Estudantes como ex-integrante do coral, relatou-me suas lembranças da participação em uma conferência internacional pela paz na Mongólia. No último dia da conferência, o interior do traslado se tornou o local de animada cantoria. Ele cantou ardentemente, na língua deles, as músicas populares da Mongólia e da Índia que havia entoado como membro do coral por ocasião da recepção aos convidados junto comigo. Então, todos começaram a cantar alegremente formando um grande coro. Superando as diferenças de nacionalidade, de posição e de opinião, uniram os corações. Ele conta que sentiu, mais uma vez, que “a música era a suprema arma para a paz”. “Corra em prol do kosen-rufu” Em breve, receberemos o dia 30 de junho, data de fundação da Divisão dos Universitários [do Japão]. O desafio do “kosen-rufu mundial”, do “rissho-ankoku” e da “perpetuação da Lei” que almejamos é uma longínqua jornada a continuar pelos dez mil anos e mais, por todo o futuro, dos Últimos Dias da Lei. A caminhada do kosen-rufu, de contínuas batalhas contra os “três poderosos inimigos” e contra os “três obstáculos e quatro maldades” não poderia ser nada fácil. Em especial, a Divisão dos Universitários nasceu em meio às ondas furiosas do Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari e do Incidente de Osaka no ano 1957. Essa relação cármica é demasiadamente profunda e essa missão é por demais grandiosa. Foi em 30 de junho de 1978, no 21º aniversário de fundação, que ofereci aos jovens talentos a canção dos universitários Kofu ni Hashire [Corra pelo Kosen-rufu], de profundas recordações. Quando foi anunciada na reunião de líderes, realizada no Centro Cultural de Arakawa, houve uma explosão de alegria, e o fato de termos cantado juntos por doze vezes é inesquecível. Até hoje, muitos companheiros vieram percorrendo uma juventude valorosa junto com essa canção: “A minha vida é o kosen-rufu”. “Nós nos levantamos na vasta planície / visando dez mil milhas, o corcel branco corre imponentemente...” Na época atual, entoando altivamente essa canção dos universitários, os integrantes das Divisões dos Universitários e das Universitárias estão percorrendo as localidades, empenhando-se sinceramente nos diálogos corajosos. Quão digna e gloriosa é essa luta! A vocês, de sabedoria resplandecente, quero dedicar novamente as palavras que ofereci aos companheiros da Divisão dos Universitários da época: “Agora é a vez de vocês. Confio-lhes o século 21”. A canção de luta conjunta em cada localidade Em 1987, quando nasceu a música Kofu ni Hashire, em meio às furiosas tempestades da primeira problemática do clero, compus muitas canções para as províncias e as regiões com o desejo de encorajar os nobres companheiros que lutavam heroicamente. Como canções das regiões, temos: Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] de Kansai. Jiyu no Sanka [Hino dos Emergidos da Terra] de Chugoku. Warera no Tenchi [Nosso Céu e Terra] de Shikoku. Hi no Kuni no Uta [Canção da Terra do Fogo] de Kyushu. Kono Michi no Uta [Canção desta Estrada] de Chubu. Aa Kangeki no Doshi Ari [Ah, Companheiros de Emoção] de Tóquio. Aoba no Chikai [Juramento das Folhas Verdes] de Tohoku. Aa Seigan no Uta [Ah, Canção do Juramento Seigan] de Hokuriku. Aa Kyosen no Uta [Ah, Canção da Luta Conjunta] (revisada mais tarde e denominada San Daijo no Uta [Canção do Castelo de Três Mestres] de Hokkaido), onde confiei as transbordantes emoções. E, ainda, para as regiões de Kanto, Tokaido, Shin’etsu e Yamanashi, ofereci as canções de cada província. Em Okinawa, há a adorável canção que entoamos juntos diversas vezes: Okinawa Kenji no Uta [Canção dos Jovens Robustos de Okinawa]. Criei também a música do distrito, da organização de base. É a canção Kitamachi Kofu [Kosen-rufu de Kitamachi] da região de Kitamachi, no distrito de Nerima, em Tóquio. Na letra dessa canção, registrei: “Caminho que trilhamos, eu e você”. O caminho a ser trilhado na localidade é o “caminho dourado” onde percorrem o mestre e o discípulo. E, na conclusão, escrevi “Edifiquemos juntos”, imbuído do sentimento de realizar o kosen-rufu da localidade junto comigo, com espírito indomável de não ser derrotado. O Pico da Águia se encontra aqui O buda Nichiren Daishonin indicou solenemente: “Seja qual for, o local em que se pratica o veículo único do Nam-myoho-renge-kyo torna-se o Pico da águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila”.3 O Pico da Águia não se encontra em algum lugar longínquo. A terra onde se levanta agora para cumprir sua missão é o Pico da Águia e a Capital da Luz Eternamente Tranquila. É a fonte de energia do kosen-rufu mundial. O ato de definir concretamente essa determinação em sua vida é a própria prática da fé. Deve-se recitar daimoku do juramento seigan para a expandir o kosen-rufu e para ampliar o diálogo da coragem e da esperança. Nossa vida é a própria vida do Buda. Por essa razão, quaisquer que sejam os obstáculos e as maldades que surjam competindo entre si, não há por que deixar de realizar a transformação do destino. Não será derrotado em hipótese alguma. Não será destruído por nada, e jamais será violado. O verdadeiro palco para edificar essa condição de felicidade absoluta são nosso honroso distrito e nossa comunidade. Na vanguarda da nova era Receberemos o mês de julho, o mês dos jovens. Em particular, neste ano, completam-se oitenta anos desde a perseguição sofrida por Makiguchi sensei e por Toda sensei em decorrência das opressões do governo militarista, com a prisão deles em 6 de julho de 1943. Na obra Jinsei Chirigaku, visualizando o rumo da humanidade, Makiguchi sensei clamou pela grande transformação da “competição militar”, da “competição política” e da “competição econômica” para “competição humanística”. Os jovens Soka são aqueles a se tornar vanguardistas nessa corrida humanística e da justiça. Em uma passagem dos escritos enviada para a monja leiga Myoshin, que perseverava com uma fé límpida, Daishonin afirma: Este ideograma myo é a lua, é o sol, são as estrelas, é um espelho, são as roupas, a comida, as flores, a grande terra e o grande mar. Todos os benefícios juntos formam o ideograma myo. Além disso, é a joia da realização dos desejos.4 Cidadãos globais emergidos da terra que abraçam e praticam o supremo princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, com o ritmo sonoro da Lei Mística que atravessa a vida e o universo, transformem sua condição de vida e a dos outros, unam-se em rede de solidariedade conjunta e conduzam a sociedade global rumo à paz! Avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro! Publicado no Seikyo Shimbun de 27 de junho de 2023. Solene cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade de Glasgow. O Dr. Munro profere a leitura da carta de recomendação para a indicação de Ikeda sensei (Bute Hall, Glasgow, Reino Unido, jun. 1994) O início do verão [japonês] é a estação das rosas. Elas desabrocham com elegância. Banhadas pelos raios solares, as flores parecem sentir-se confortáveis. Ao lado, foto tirada por Ikeda sensei, em Tóquio, no mês de maio deste ano [2023]Notas: 1. Incluída na Coleção de Cartas dos Pensadores Britânicos — Adam Smith. Tradução para o japonês: Hisashi Shinohara. Grupo de Publicações da Universidade de Nagoya.2. PHILLIPSON, N. Adam Smith e sua Época. Ttradução para o japonês: Daisuke Nagai. Editora Hakusui-sha.3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 811.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 879-880. Fotos: Seikyo Press
06/07/2023
Especial
BS
Juventude de coragem e de comprovação
Em 3 de julho de 1945, Josei Toda foi libertado da prisão, após cumprir pena por defender a legitimidade do Budismo de Nichiren Daishonin ante às imposições do governo militarista que desejava unir a nação em torno do xintoísmo. Pelo mesmo motivo, seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai, faleceu no cárcere como mártir. Toda sensei não perdeu tempo em empreender esforços para a reconstrução da organização cuja maioria dos líderes havia se afastado temendo a opressão das autoridades. Seis anos depois, ele vislumbrava uma nova geração de jovens de confiança que assumissem o protagonismo do movimento pelo kosen-rufu por todo o futuro e se dedicou a liderar treinamentos especiais para representantes dessa juventude. Mesmo enfrentando severas dificuldades em seus negócios, empenhava-se diligentemente para incentivar e preparar os participantes, com rigorosidade e benevolência. As condições de saúde de Josei Toda eram extremamente precárias, mas, mesmo exausto física e mentalmente, jamais negligenciava as reuniões de aprimoramento. Sobre esse período, no romance Revolução Humana consta: Na sociedade, a maioria dos políticos sustenta sua fama e posição utilizando-se e sacrificando os jovens. No entanto, um verdadeiro líder se sacrifica pelo glorioso futuro dos jovens, observando-os e protegendo-os nos bastidores. De toda forma, nessas reuniões eram realizados rigorosos treinamentos. Não era permitido um minuto de atraso sequer, qualquer que fosse o motivo. Eram 14 jovens para quem ele confiaria o futuro. Com vigor fora do comum, Josei Toda orientava com base nos escritos de Nichiren Daishonin e em narrativas literárias. O treinamento era realizado com total seriedade. Seu conteúdo era um verdadeiro testamento em relação ao grande objetivo do kosen-rufu.1 Após tomar posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda continuou a promover as atividades de aprimoramento dos jovens constantemente e, no final delas, apresentou de forma solene a proposta de fundação da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), a ser realizada no dia 11 de julho de 1951, e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), em 19 de julho. O histórico primeiro passo da DMJ foi dado na atividade de fundação realizada na sede de Nishikanda, em Tóquio, cujo andar superior logo ficou lotado. O clima daquela noite estava quente e úmido somado à respiração ofegante dos participantes, todos na faixa de 20 anos, que chegavam às pressas diretamen-te do trabalho. Poucos tinham o cabelo arrumado e, na sapateira, a maioria dos sapatos e tamancos estava desgastada, assim como os guarda-chuvas depositados ao seu lado. Às 18 horas, foi apresentada a declaração de fundação da nova estrutura dos distritos da Divisão dos Jovens. Os líderes da Soka Gakkai apresentaram suas palavras de incentivo e de cumprimento, e representantes de cada distrito expressaram vibrantemente suas decisões. Ao final, Josei Toda se dirigiu à mesa do orador para proferir suas palavras. Outro trecho da obra Revolução Humana narra esse momento: Josei Toda começou a falar de forma despreocupada algo totalmen-te diferente: — Dentre os que se reuniram aqui hoje, certamente surgirá o próximo presidente da Soka Gakkai. Acredito que ele está aqui com toda a certeza. A ele, quero manifestar as minhas mais sinceras felicitações. As palavras de Josei Toda foram ditas com um tom de voz baixo e ao mesmo tempo alto, mas repleto de sentimento. Com essas palavras inesperadas, os jovens ficaram de repente surpresos e tensos. “Ele diz que o terceiro presidente está aqui dentro. Quem será?” Essa era uma questão que estava muito distante do pensamento deles.2 Entre os participantes da fundação estava o jovem discípulo Daisaku Ikeda. O presidente Josei Toda continuou seu discurso: — O kosen-rufu é a missão que devo cumprir infalivelmente. Quero que se conscientizem plenamente que cada um de vocês da Divisão dos Jovens também se encontra nessa mesma nobre posição. Observando a recente história da revolução de Meiji, notei que sua força propulsora foram os jovens da época. Na época de Nichiren Daishonin, também, os discípulos que mais atuaram foram os jovens. Os jovens sempre moveram e construíram a nova era. Por favor, meu único desejo é que sem falta vocês realizem com as próprias mãos essa nobre e grandiosa missão. A nossa meta não se restringe somente ao Japão. Nichiren Daishonin nos ordena a propagar a grande Lei para a Península da Coreia, para a China, para a Índia, e para os confins de todo o mundo. Isso porque o Nam-myoho-renge-kyo revelado por ele preenche e movimenta, de fato, todo o Universo. E também é a grande Lei da vida. No dia de hoje, envio os cumprimentos à pessoa que se tornará o próximo presidente, e o felicito sinceramente pela fundação da Divisão Masculina de Jovens.3 Oito dias depois, foi realizada a fundação da Divisão Feminina de Jovens. Diferentemente da atividade da DMJ, não havia uma chuva torrencial, e ocorreu em uma noite quente. Na ocasião, Toda sensei incentivou: Todas as moças da Soka Gakkai devem, sem exceção, ser felizes. Até agora, pode-se dizer, em síntese, que a história da mulher sempre foi triste pelo próprio destino trágico. Para as moças que abraçaram a Lei Mística em plena juventude não há mais razões para chorar pela fatalidade do destino. Portanto, é necessário viver uma existência com pura e devota fé. Nessas condições, todas poderão ser felizes. É o que eu desejo e deixo como saudações para hoje. Sejam felizes!4 Tornando realidade as palavras de Josei Toda durante a fundação da DMJ, Daisaku Ikeda tornou-se terceiro presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960, sucedendo o mestre após o falecimento dele dois anos antes. Desde essa ocasião, sob os incentivos e a intensa dedicação do presidente Ikeda, o caudaloso rio da juventude criado por Toda sensei percorreu todo o Japão e se expandiu para o mundo em sucessivas ondas de jovens a herdar o sublime ideal do kosen-rufu. Nos jardins da BSGI, em cuja juventude Ikeda sensei deposita máxima confiança e expectativa, desabrocham, um após outro, inúme-ros jovens valorosos que aplicam os princípios humanísticos do Budismo Nichiren e abraçam os ideais do Mestre, apoiados pelos veteranos, para construir uma sociedade de paz e uma nova era de felicidade para todas as pessoas. Fonte: IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Incontida Alegria. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 97-98, 2023.2. Ibidem, p. 102.3. Ibidem, p. 108-109.4. Ibidem, p. 111. Um jovem não teme dificuldades Trechos do ensaio “Nosso Brilhante Caminho da Vitória” de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicado no Seikyo Shimbun de 8 de julho de 2010, com o título Jovens! Bailem com Coragem no Mês de Julho!. DR. DAISAKU IKEDA Um jovem não teme dificuldades. Pelo contrário, ele se dispõe a enfrentá-las corajosamente para cumprir o próprio juramento. Isso é ser jovem! Com essa atuação, alcança-se plena realização e desenvolvimento. De acordo com Tiantai, Shakyamuni explicou que um ensinamento superficial é fácil de abraçar, mas encontrar um ensinamento profundo é difícil. Ele também afirma que requer um coração corajoso para abandonar o ensinamento superficial e abraçar o profundo. Quem serão os jovens a herdar esse “coração corajoso” citado por Tiantai? Onde se encontram os seres humanos valorosos que atuarão como verdadeiros “tesouros da nação”? Declaro altivamente que são os jovens da Soka Gakkai. Em todos os momentos, os integrantes da Divisão dos Jovens resplandecem dentro do meu coração. Vocês não poupam esforços na atuação nos bastidores. (...) Alguns estão provavelmente enfrentando dificuldades financeiras. Outros podem estar passando por diversos problemas familiares, de trabalho ou de doen-ça. Mesmo nessas condições, uma vez assumida a sua função, enviam calorosos incentivos aos companheiros com seu comportamento agradável. Por outro lado, refutam qualquer ação da maldade, hasteiam altivamente a bandeira da justiça e ampliam as ondas de vitória. Nichiren Daishonin ensinou seu principal discípulo Shijo Kingo, que lutou vigorosamente contra muitas perseguições, dizendo-lhe repetidas vezes: “Se houver virtude invisível, haverá recompensa visível”.1 Mesmo que ninguém esteja observando, o suor, as lágrimas e as orações são observados pelo Buda. Não há erro nos princípios do budismo. O momento crucial Nas horas decisivas, os jovens devem se inflamar de um espírito indomável. Vocês são revolucionários da Lei Mística que abrem de forma imponente as asas da persistência e da coragem sem temer os vendavais. Os honrosos veteranos (...) também estão na linha de frente para proteger resolutamente a Soka Gakkai. O jovem poeta revolucionário [Lord] Byron bradou: “A ideologia é o último e único baluarte”. Quão sublime é encontrar uma ideologia correta ainda jovem; é um ato muito mais grandioso do que possuir riquezas. Nos escritos constam: “Como a Lei é maravilhosa, a pessoa é digna de respeito; já que a pessoa é digna de respeito, a terra é sagrada”.2 Os jovens que praticam a Lei Mística, além de tornar a própria vida suprema, conseguem criar prosperidade também no local em que vivem. Essa é a grandiosa filosofia de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. (...) A ação convicta para cumprir o grande juramento pelo kosen-rufu eleva, sem dúvida, a condição de vida e também amplia a felicidade de si e de outras pessoas. Ação, ação e ação No verão de 1957, em meio às tempestades de incidentes em Yubari e em Osaka, escrevi um ensaio sobre Byron como mensagem para os jovens: “Byron amou o povo e sua pátria. Encontrou o propósito da sua vida no movimento revolucionário, bradando ação em primeiro, em segundo e em terceiro lugares. Nós, que somos banhados pela luz da Lei Mística, devemos viver em prol do kosen-rufu com a forte paixão que nos une por toda a eternidade”. (...) A base da criação de “valores humanos” é o espírito de mestre e discípulo. Onde pulsa esse espírito, a legião de sucessores cresce para assumir a liderança na próxima época. (...) Meu sentimento, bem como o do presidente Josei Toda, era amar e confiar nos jovens. O mestre disse: “Os jovens são os olhos do Japão. Devem ser perspicazes e ter senso crítico. O que faremos se perdermos os olhos? A nação ficará sem o rumo. Vocês devem sentir a suma importância dessa missão”. Os jovens devem avançar com os olhos límpidos e perspicazes. Conseguir ou não ultrapassar o próprio limite depende de sua determinação, de sua persistência. (...) As funções protetoras do mundo estão aplaudindo a atuação missionária dos nossos jovens. A vitória de vocês é a minha vitória. O sorriso de vocês é a maior alegria dos seus pais. Vocês são heróis que avançam pelo caminho da coragem e da justiça, rumo ao glorioso pico do triunfo de mestre e discípulo. Julho é o mês de mestre e discípulo! Julho é o mês dos jovens! É o mês em que os membros da Divisão dos Jovens herdam o espírito dos Três Mestres e se lançam na batalha pela transformação do destino de toda a humanidade. No topo: Jovens integrantes da terceira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (Centro Cultural Campestre da BSGI, Itapevi, SP, 17 jun. 2023)Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.051, 11 set. 2010, p. B4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 171, 2017.2. Ibidem, p. 364. Fotos: BS / GETTY IMAGES
06/07/2023
Relato
BS
O caminho da boa sorte
Eu me chamo Pedro de Oliveira, tenho 24 anos e pratico o budismo desde os 17. O caminho até a prática antecedeu os dois anos da minha conversão, quando resolvi fazer o vestibulinho. Graças a um ano inteiro de estudos, em 2014, fui aprovado em três ótimas escolas gratuitas. A que escolhi definiu minha jornada. Meus melhores amigos são os que encontrei lá; depois, ao começar a dar aula em um cursinho popular criado por colegas, descobri minha profissão dos sonhos, a de professor, e minha área favorita, História. Por último, foi por intermédio de colegas de turma, egressos da Escola Soka, que comecei a frequentar a Gakkai. Graças a eles, conheci o budismo e os ensinamentos do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), humanista que tenho o orgulho de chamar de mestre. Em outras palavras, o vestibulinho foi porta de acesso para meus maiores tesouros e para a estrada que decidi trilhar. Então, em abril de 2016, escolhi fazer parte da Soka Gakkai, engajando-me nas atividades da região da Mooca, zona leste de São Paulo. A boa sorte não demorou a se manifestar: entre janeiro e fevereiro de 2017, em um intervalo de menos de trinta dias, participei da Academia da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília, capital federal, concretizei meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo) e recebi a notícia da minha aprovação na Universidade de São Paulo (USP). Contudo, logo depois tive de enfrentar uma grande maldade. Foi no fim de 2017 que comecei minha batalha contra um caso clínico sério de depressão e de ansiedade. Consequentemente, em junho do ano seguinte, tentei pôr fim à minha própria existência. Eu via a dignidade da vida de todas as pessoas, menos da minha. Na Soka Gakkai, aprendemos sobre o acúmulo de boa sorte; no meu caso, ela evidenciou de forma inesperada: minha mãe me imobilizou antes que eu me lançasse da sacada. Dessa experiência de vida, destaco dois aprendizados importantes. Em primeiro lugar, relembrar que saúde mental não é algo que possa ser ignorado. No primeiro sinal de que ela não está bem, deve-se procurar ajuda. Não há demérito nenhum nisso; pelo contrário, é um gesto de extrema coragem. Em segundo, mostrar qual foi o momento de firmar meu juramento com Ikeda sensei, que ocorreu uma semana depois daquela tentativa de suicídio frustrada. Estava quatro dias internado, tendo ataques de ansiedade fortíssimos, e se aproximava a reunião da Divisão dos Universitários (DUni) da localidade, na qual seria apresentada a Proposta de Paz 2018, sugerida à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente Ikeda. Como líder da DUni, sabia da importância daquele encontro. Além de a explanação estar sob minha responsabilidade, participriam convidados da sociedade. Mais que isso, sabia que meu mestre contava comigo. Então, orei intenso daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) e fui para o encontro, acompanhado do meu irmão gêmeo Lucas, em sua primeira atividade. A reunião foi um sucesso! A partir daí, finalmente entendi que a dignidade da minha vida era também importante. Assim, recebi alta do tratamento em 2019, e sigo completamente saudável. Concluí meu bacharelado e licenciatura em História. Também consegui harmonizar as relações com meu irmão e meus pais, Joaquim e Daniela. Eles não são membros da organização, mas são os primeiros a me incentivar em tudo. Eixo das conquistas O sentimento de mestre e discípulo que criei em meio àquela crise me move até hoje. Continuo com meus estudos, atualmente fazendo mestrado na USP com direito à Bolsa de Excelência Acadêmica da Capes. Além disso, permaneço como educador popular, voluntário em um cursinho que luta para que o vestibular não seja um sistema de exclusão que impeça os jovens, especialmente os periféricos, de realizarem seus sonhos. Nos dias atuais, os obstáculos continuam numerosos, mas cada vez menores em relação ao tamanho da minha missão. E ainda mais reforçada depois de tudo que vivenciei na Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, no mês passado. Como responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, parte da RM Liberdade, venho me esforçando na criação de um ambiente que genuinamente preze e incentive cada um ali, junto com meus veteranos da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF). Em nossas terças-feiras de daimoku e em nossas reuniões de palestra, estamos verdadeiramente conquistando um local de concentração de benefícios. Com o curso da minha revolução humana, rumo a 2030, quero continuar me desenvolvendo como pesquisador e professor, para contribuir cada vez mais com a luta por uma sociedade menos desigual. No livro Diário da Juventude, de autoria de nosso mestre, lemos: Juventude regada com lágrimas. As lágrimas me fizeram descobrir uma nova força. As lágrimas me fizeram sentir uma emoção inexplicável jorrando do fundo do coração. Juventude, rica em poesia. Juventude, que vive com paixão e suor. Agora, nos momentos preciosos da juventude, quero expressar a mais primorosa obra da arte de viver.1 Amigos e amigas da Juventude Soka, contem comigo! Aonde vocês forem, eu vou também! Muito obrigado! Pedro de Oliveira, 24 anos, educador popular. Na BSGI, é líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, RM Liberdade. Pedro faz a selfie na primeira imagem à esquerda, ao lado do irmão gêmeo Lucas e do pai, Joaquim Com a mãe, Daniela, e o irmãoNota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. 2019. p. 6. Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Conheça o Budismo
BS
Uma vida iluminada
Quando as necessidades ou os desejos de uma pessoa são concretizados, ela se sente feliz. Mas a simples realização desses desejos ou necessidades não pode sustentar essa felicidade. Apesar de não estarmos totalmente satisfeitos com nossa vida atual, podemos sentir que somos mais felizes que antes. Porém, ninguém é continuamente feliz. Por melhor que seja a situação, há também momentos ruins. Com base nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, afirmava que existem dois tipos de felicidade: a relativa e a absoluta. Felicidade relativa É uma condição momentânea que muda de acordo com as circunstâncias da vida, é transitória. Nela, buscamos realizar nossas necessidades ou desejos pessoais, acalentando êxito individual representado por posição social, fama, riqueza ou poder. Esse tipo de felicidade também pode ser denominado “falsa felicidade”, pois ele tem como finalidade a busca cada vez maior por bens materiais, que provêm de uma fonte exterior. Ele torna as pessoas egoístas. É como se a pessoa estivesse esperando alguma força externa para definir sua condição de felicidade na vida. O Budismo Nichiren nos incentiva a conquistar uma vida financeira estável, uma boa casa, sucesso profissional, mas nos conscientiza de que não devemos nos apegar aos aspectos materiais ou tornar esses bens o eixo de nossa vida, pois nada disso erradicará nosso carma fundamental. Felicidade absoluta É uma felicidade profunda e duradoura que não depende do objeto de desejo ou de necessidade, do passado e tampouco de fatores externos. O principal ingrediente para essa felicidade encontra-se na própria vida. A felicidade absoluta está diretamente relacionada ao grau em que se pode extrair a própria força vital e a esperança no futuro. A fonte da verdadeira felicidade está dentro de cada um de nós, no âmago da nossa determinação, jamais permitindo que uma situação adversa domine nossa jornada, edificando nossa revolução humana e construindo realmente uma vida magnífica. É uma condição de vida em que, independentemente da situação atual, conduzimos nossa vida com grande alegria e imensa satisfação. Em busca do nosso caminho para uma felicidade inabalável, em nenhum momento devemos fugir ou evitar os problemas que surgem, ou nos deixar levar pelas circunstâncias que sempre tentam nos impedir, baseando-nos em algo superficial que desmorona facilmente. Devemos superar e transformar quaisquer dificuldades, evidenciando a coragem com base na Lei Mística, conquistando a felicidade genuína. Como conquistar a felicidade absoluta? A segunda diretriz eterna da Soka Gakkai é “Prática da fé para conquistar a felicidade”. O buda Nichiren Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.1 Essa frase ensina que todos os seres humanos têm a plena capacidade de desfrutar a felicidade absoluta se recitar Nam-myoho-renge-kyo. Independentemente de origem, etnia, posição social ou quaisquer outros fatores, por meio da recitação do daimoku, extraímos uma força inesgotável que nos possibilita comprovar imensos benefícios e realizar a revolução humana e, simultaneamente, transmitir esse ensinamento para que outras pessoas possam usufruir a mesma condição. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, ressalta: A recitação do Nam-myoho-renge-kyo faz surgir do nosso interior a força para sobrevivermos e também a esperança. O budismo ensina que desejos mundanos são iluminação (bonno soku bodai), ou seja, a pessoa na condição de vida iluminada do Buda transforma aflições em alegrias, sofrimentos em satisfações, insegurança em esperança, preocupações em tranquilidade, negativo em positivo e prossegue a vida transformando tudo. Jamais terá uma situação de estagnação.2 E, em outro escrito, Nichiren Daishonin declara: Contudo, mesmo que recite e acredite no Myoho-renge-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior.3 Aqui, ele transmite que a finalidade última do budismo está em conduzir a humanidade para a felicidade absoluta, elucidando o caminho direto para atingir a iluminação. Essa frase ensina a postura correta na prática da fé, salientando que a Lei Mística é ineren-te à vida de todas as pessoas. Com profunda fé, devemos recitar Nam-myoho-renge-kyo, adquirindo forte energia vital e conquistando a felicidade suprema. Ikeda sensei ressalta: A felicidade absoluta significa concretizar o estado de iluminação real no remoto passado. Para atingir esse estado, precisamos lutar resolutamente pelo kosen-rufu e não conduzir uma existência egocêntrica. Isso é o que significa prática da fé do ensinamento essencial. Praticando com um espírito de não poupar a própria vida, podemos romper a escuridão de nosso ser inferior. E à medida que agimos dessa forma, a vida de nosso ser superior surge de nós. Ou seja, manifestar uma genuína convicção na fé e empreender ações altruísticas em prol do kosen-rufu.4 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.856, 19 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.857, 26 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2020.2. Brasil Seikyo, ed. 2.226, 10 maio 2014, p. B2.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2020.4. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
Meu Bloco, Minha Alegria
BS
Árvore da felicidade
A hora e a vez de cultivar a semente da coragem e da esperança no coração das pessoas. E nada mais inspirador que utilizar as sutis e verdadeiras lições da natureza, bastando um simples olhar para seu dinâmico sistema de vida. Vamos lá! Sabemos que, uma vez plantada em solo fértil, uma semente de árvore se transforma em frondosos galhos e folhas, flores e frutos, de acordo com sua espécie. Mas o que a sustenta? Suas raízes. O budismo praticado na Soka Gakkai visa elevar a condição de vida das pessoas, para que tenham forças para superar os impasses da vida. No entanto, o verdadeiro desafio em nossa prática budista acontece quando estamos sós. Nós precisamos da determinação para nos empenhar na fé e vencer, mas, por vezes, cedemos ao desânimo. Nossas raízes da convicção enfraquecem. Quem nunca? Em uma de suas orientações, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, utiliza-se de mais um elemento da natureza para nos inspirar. Ele diz: Sem a terra, os seres vivos não crescem. Em nosso movimento Soka, o bloco e a comunidade são a terra que promove o belo florescimento e disseminação das “flores humanas” que são os bodisatvas da terra. A rica terra do nosso bloco e comunidade é fonte inesgotável de nutrição espiritual para atingirmos o estado de buda nesta existência. A radiante luz do incentivo que generosamente emana do nosso bloco e comunidade aquece e revitaliza até mesmo o mais congelado coração.1 Como começar “Tudo se inicia a partir de uma pessoa — eis a importância de incentivá-la com consideração, sinceridade e calor humano. Desse gesto nasce alegria, orgulho e confiança, e daí se expande a criação de protagonistas do kosen-rufu.”2 Assim direciona Ikeda sensei, fortalecendo o sentido de aproveitarmos cada oportunidade oferecida para ir ao encontro das pessoas. Na Soka Gakkai, essa preciosa oportunidade se dá com as visitas e orientações individuais e familiares, durante as quais são ancoradas as bases da sincera amizade, da compaixão e do direcionamento para a prática da fé capaz de transformar as circunstâncias. Textos e materiais de apoio estão à disposição de todos, por meio dos periódicos e livros da Editora Brasil Seikyo (EBS). Fontes com capacidade de eliminar as ervas daninhas da dúvida, fazendo florescer renovada disposição para solucionar questões de saúde, trabalho e harmonia familiar, entre tantas outras situações que afligem as pessoas, em especial nos últimos tempos. Sobre a importância do incentivo, destacamos abaixo um trecho de Nova Revolução Humana, em que lemos: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo. E prosseguiu: — Mais ou menos da mesma maneira, a fonte de todo progresso no âmbito do kosen-rufu consiste em compartilhar dos sofrimentos dos membros, responder as perguntas deles para livrá-los de quaisquer dúvidas, e possibilitar que eles se empenhem na fé com alegria e cheios de convicção e esperança.3 Eis o retrato da expansão de frondosas árvores da felicidade que se observa no movimento promovido nos blocos e comunidades. Ikeda sensei reconhece que os líderes que cuidam e se preocupam com os membros que, por várias razões, não conseguem ir às reuniões regularmente, visitando-os e conversando com eles para saber como estão “incorporam as ações de Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei”.4 Para os que já estão arando a terra e cultivando as sementes da esperança em sua organização e para aqueles que estão se pondo em ação a partir de hoje, mais uma inspiração vem dos depoimentos e das imagens retratados nessas páginas. E um convite para todos! A força do incentivo Incentivo é a força para converter desânimo em coragem. Para superar os sofrimentos, é preciso, mais que tudo, o incentivo. O incentivo torna-se a mãe da coragem. O importante no diálogo é saber ouvir. Ouvir é aprender, e é quanto expande o mundo. Ao se aproximar com respeito e sinceridade, o diálogo se estimula naturalmente. O diálogo é para aproximar o coração de cada um. Trecho do poema de Ikeda sensei intitulado A Primavera do Diálogo com Leveza, da série “Incentivos das Quatro Estações”. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.558, 3 abr. 2021, p. 3. *** Raízes fortalecidas As irmãs Elisabeth e Ana, da dir. para a esq., primeira e terceira na foto, recebem o aconchego da presença da responsável pela Divisão Feminina do bloco, Eleni, à esq. da foto, e da responsável pela regional, de blusa rosa. “Fomos incentivar, e saímos com o convite de realizarmos juntas duas horas de daimoku diariamente, prática que elas conduzem assiduamente. Que desafio maravilhoso! Foi gratificante”, enfatiza Eleni. Bloco Angela Rosa, em Franca, SP Rodrigo, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco está no centro da foto, atrás do Franklin, que recebe a visita. Eles já se conheciam de outra cidade e, por isso, Rodrigo é convidado para o movimento jovem organizado pelas lideranças locais. Da dir. para a esq., Jeane, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de RM; Joseane, pela mesma divisão na Sub; e Aline, de distrito. “Ao fazer visitas em conjunto aprendemos muito. Saí com energia vital elevada e determinado a construir o bloco mais feliz do mundo”, fortalece Rodrigo. Bloco Igapó, em Natal, RN E tem mais cenas de visitas familiares e individuais pelo país. Confira nas imagens: Bloco Canaãzinho, em Ipatinga, MG Comunidade Curuçá, em São Paulo, SP Comunidade Rosário, em Humberto de Campos, MA Distrito Caçador, em Santa Cecília, SC*** Mãos e coração a postos! Bem, ações vigorosas valem mais que mil palavras. Portanto, na abertura desta série, o objetivo é trazer um estímulo visual a todos. O desenho da árvore que ilustra esta matéria pode ser utilizado pelo bloco, pela comunidade ou até pela sua família. Coloque o nome de seus integrantes, e não esqueça ninguém. Depois, visite cada um deles e, juntos, deem renovada partida para que os frutos da felicidade e da vitória germinem firmes e fortes. No comparecimento dos encontros de diálogo humanístico; nos resultados de assinaturas dos periódicos e da participação no Kofu (contribuição voluntária), use a criatividade para florir e frutificar sua árvore. Conte para nós como foi sua experiência. O que vem por aí... Desejamos que você tenha gostado das abordagens e dos bastidores apresentados. Há algum tema que gostaria de ler aqui? Escreva para nós, assim construímos juntos este espaço de conteúdos, interação, e muita alegria! Voltaremos com a continuidade da série. Nosso e-mail de contato é o brseikyo@brseikyo.com (no campo do assunto, cite o nome da editoria Meu Bloco, Minha Alegria). Estamos também nas mídias sociais. Acompanhe-nos! Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.2. Brasil Seikyo, ed. 1.985, maio 2009, p. A2.3. IKEDA, Daisaku. Empenho Corajoso. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 146-147, 2019.4. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.
06/07/2023
Relato
BS
A alegria dos bons encontros
Sou Aline Yoko Hori, 17 anos. Moro em Campina Grande do Sul, PR, e pertenço à quarta geração de praticantes budistas da família. Trago aqui um pequeno recorte de minha trajetória, em especial desde 2020, quando me deparei com enormes desafios. Em abril daquele ano, no decorrer de uma única semana, recebi a notícia de que meus pais iriam se separar definitivamente e de que faltavam menos de dois meses para o nascimento da minha meia-irmã cuja existência ninguém sabia até então. Além disso, nesse mesmo período, meu pai foi desligado da empresa em que trabalhava havia quase vinte anos, fato que o deixou extremamente preocupado com o sustento da família. Em meio àquela situação, enquanto eu mal conseguia recitar daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) de tanto que soluçava, meu pai, Etsugaku, se mantinha firme e concentrado em sua recitação. No fim daquele ano, outro desafio: o fechamento da escola particular na qual eu estudava, e a separação de meus amigos de infância. A única opção que me restava era fazer o segundo ano do ensino médio numa escola pública. O contraste em relação à qualidade da educação era evidente, aumentando minha angústia. A apatia e as crises de ansiedade se tornaram cada vez mais frequentes. Certa noite, quando chorava por não ver mais sentido em minha vida, olhei em direção à estante do quarto e, nela, estava o Diário da Juventude, de Ikeda sensei. Então, decidi começar a lê-lo. Já no prefácio algo tocou profundamente meu coração: “Em especial, se esta publicação puder incentivar os meus amados jovens do Brasil, será para mim uma alegria além das expectativas”.1 Desde esse momento, empenhei-me a ler diariamente essa inspiradora obra. Passei a atuar nas atividades da organização com muito mais vigor e a me sentir segura para fazer visitas aos membros da localidade. O conjunto dessas ações contribuiu para uma significativa melhora em minhas perspectivas. Passados alguns meses de 2021, meu pai finalmente conseguiu encontrar um ótimo emprego em uma empresa multinacional, o que nos trouxe um alívio quanto à situação econômica da família. Em relação aos meus estudos, continuei persistindo e, no mês de agosto, como consequência das minhas orações e do meu forte desejo de trabalhar no setor de pesquisa da saúde humana, fui convidada a integrar um projeto de iniciação científica na Universidade Federal do Paraná, dentro de um estudo sorológico em aldeias indígenas do Paraná e de São Paulo, a fim de identificar os fatores de risco envolvidos na infecção por toxoplasmose. Uma experiência gratificante! Devido à melhora nas condições financeiras, no ano seguinte, com um curso pré-vestibular, consegui entrar num ótimo colégio. Na escolha da profissão, acabei mudando para medicina, reforçando os estudos até a chegada dos vestibulares. Não conseguindo ingressar numa universidade, logo senti um forte desânimo para voltar a estudar. Porém, refletindo sobre todos os que torciam por mim, meu coração não se permitiu desistir. Com o desejo de cumprir meu juramento seigan, relatei ao Mestre que concretizaria sem falta o sonho de ser médica. Dessa forma, sigo em busca da minha tão sonhada aprovação, dedicando-me com afinco aos estudos, os quais realizo em casa, com auxílio dos materiais do cursinho on-line. Ao mesmo tempo, eu me esforço na harmonização das relações com minha família. Minha mãe, Elisangela, e eu nos falamos toda semana. Todos nós estamos vencendo. Agora, em 2023, recebi a feliz notícia de que tinha sido selecionada para a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, em junho. Seria também minha primeira visita ao Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, onde pulsa a energia da unicidade de mestre e discípulo. Como líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, determinei que faria um grande movimento de visitas até lá, objetivando tocar o coração de cinquenta jovens vidas. O sentimento de representar cada membro da localidade se intensificou ainda mais, pois todos me apoiaram muito. Quando faltava menos de um mês para o dia 16 de junho, nem a metade do objetivo havia sido concretizada, mas decidi, em meu coração, romper limites. O incentivo de Ikeda sensei, publicado em 19 de maio no aplicativo BS+, impulsionou minha determinação. Ele escreveu assim: “As pessoas que falam sobre a grande Lei do respeito à dignidade da vida e a propagam são as protagonistas da construção da paz. Com a grandiosa missão em mente, criem a rede solidária da felicidade a partir daquilo que está ao seu alcance”. 2 Dessa maneira, pude sentir a alegria de finalmente selar os cinquenta encontros três dias antes da realização da academia. Meu maior aprendizado nessa caminhada foi o de que a única mudança eterna nesta existência é a que fazemos na vida das pessoas. E participar da academia me proporcionou reforçar tudo isso. Assim, finalizo este relato com profunda gratidão e com a convicção de que podemos transformar a vida da maneira exata que determi-namos, criando, ao mesmo tempo, uma grandiosa rede de amizade no local em que estivermos. Sensei, conte sempre comigo! Aline Yoko Hori, 17 anos, estudante. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Colina, RM Curitiba Norte. Em projeto de laboratório O irmão Eduardo faz a selfie e, na sequência da jovem, estão a mãe, Elisangela, com o dog Sochi, e o pai, Etsugaku, segurando Júlia, a meia-irmã de Aline. Alguns dos cinquenta encontros promovidos por ela com o objetivo de levar esperança aos amigos Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Notícias
BS
Uma aula de humanismo
“A única maneira de os seres humanos dignificarem todos os aspectos de sua vida no plano prático é abandonar o ódio e a injúria e se esforçar para agir com beleza e amor.”1 Com essas palavras, extraídas da obra Escolha a Vida, que traz o diálogo entre o pacifista Daisaku Ikeda e o escritor Arnold J. Toynbee, encerrou-se sob forte aplauso a conferência Direitos Humanos: Daisaku Ikeda, Uma Vida Dedicada à Humanidade, realizada na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, no dia 29 de junho. O encontro marcou a homenagem pelos trinta anos da posse do Dr. Ikeda da cadeira 14 como sócio correspondente, com um público presente de duzentas pessoas, entre as quais o secretário-geral da ABL, Dr. Antonio Carlos Secchin, ao lado do acadêmico Arno Wehling e sua esposa, Profa. Maria José, em evento assistido pelo YouTube, com 1.800 conexões, e que chegou a quase 8 mil visualizações no site da entidade (até o fechamento desta edição). O acadêmico Dr. Domício Proença Filho representou no ato o presidente da ABL, Merval Pereira, impossibilitado de participar por conta de agenda pessoal. Antes, porém, recebeu o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, acompanhado de diretores e de líderes locais, para a entrega, em primeira mão, da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a cerimônia. Foi-lhe oferecido também exemplar da reedição da palestra proferida em 1993. “É um prazer homenagear o professor Ikeda”, enfatizou Dr. Merval, reforçando a importância da conferência por estar em plena sintonia com o propósito da instituição, a de “ter uma visão humanista do mundo e de favorecer a ampliação do conhecimento para o maior número de pessoas”. A mensagem do presidente Ikeda foi lida na conferência pelo presidente Shiratori, na qual se destaca também a profunda confiança do homenageado à missão da ABL, em seus 125 anos de história “Cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da ‘ideologia dos direitos humanos’”. (Veja íntegra da mensagem abaixo.) A exposição do tema foi conduzida pelo Dr. Antônio Celso Alves Pereira, que trouxe uma contextualização histórica impecável da trajetória do homenageado do dia. Foram retratados os bastidores da relação de vida criada pelos Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, desde os primórdios da organização, bem como o cenário político-religioso da época, as injustiças sofridas e o triunfo alcançado ao longo dos anos, com o avanço da Soka Gakkai Internacional (SGI), para os atuais 192 países e territórios. Expondo comentários baseados nas diversas obras literárias do homenageado, o palestrante revelou seu profundo conhecimento e apropriação do universalismo humanista, defendido pelo presidente Ikeda. Ambos se conhecem desde 1998, quando da ida do Dr. Antônio Celso ao Japão, na ocasião reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para a entrega do título de doutor honoris causa. “Conheci um ser humano extraordinário, muito importante na vida internacional, na busca da paz, e sobretudo por tudo o que construiu”, destacou. A cerimônia de posse, em 1993, marcou o encontro do Dr. Ikeda com o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, e uma amizade que selou a visão humanística de ambos na obra Diálogo — Direitos Humanos no Século 21. “Eles anteviram muito do que estamos vivendo hoje”, afirmou em entrevista o Dr. Domício. Para o Dr. Secchin, “Um pensamento pela paz, pela harmonia, deve ser sempre louvado”. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda Digníssimo Dr. Merval Soares Pereira Filho, presidente da Academia Brasileira de Letras, por quem tenho o mais profundo respeito. Senhores acadêmicos: Dr. Antonio Carlos Secchin, Dr. Domício Proença Filho e Dr. Arno Wehling. Prezado Dr. Antônio Celso Alves Pereira. Eminentes confrades e a todos os senhores que prestigiam este evento. Sinto-me profundamente lisonjeado em comemorar os trinta anos de posse da cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, celebrando a data com a realização da presente conferência que traz à luz a discussão sobre os direitos humanos. Em fevereiro de 1993, tive a honra de ser eleito sócio correspondente de vossa prestigiosa academia, e, com isso, estreitar os laços de amizade com o presidente Austregésilo de Athayde e com os demais membros desta instituição. Esses são tesouros indeléveis em minha vida. Em meu discurso comemorativo, citei uma afirmação do presidente Athayde: “O povo brasileiro é um dos maiores da humanidade; é uma fonte de esperança; é com ele que devemos contar para transpor as dificuldades do século 21”. Mesmo hoje, trinta anos depois, essas palavras continuam vividamente gravadas em meu coração. Num mundo que recomeça a se movimentar significativamente, após três anos de pandemia, sem dúvida, o Brasil é a nação que será a grande “fonte de esperança” nas mais diversas áreas, como a preservação ambiental, a paz internacional e a provisão de alimentos. Acima de tudo, a contribuição do Brasil nos campos do pensamento e da filosofia é da mais elevada importância, e estou fortemente convicto de que a vossa academia exercerá uma missão cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da “ideologia dos direitos humanos”. Das terras japonesas, oro sinceramente pelo pleno êxito da conferência e pela boa saúde e felicidade do digníssimo Dr. Merval Pereira Filho e de todos os ilustres membros da academia. Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional O então ministro da Cultura, Antonio Houaiss (à esq.), e o presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, concedem o certificado de membro correspondente da Academia Brasileira de Letras ao líder da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, em 12 de fevereiro de 1993 Personalidades manifestam suas impressões Todas as oportunidades em que nós pudermos falar do Dr. Ikeda, dos seus projetos de paz que todos os anos envia às Nações Unidas são muito importantes. Porque o que precisamos hoje é exatamente aquele mundo que o Dr. Ikeda prega: o mundo da paz, o mundo da harmonia, da solidariedade entre as pessoas. E o mundo em que as pessoas tenham a oportunidade de se desenvolver e crescer como seres humanos. Tudo isso que ele representa, pois se empenha ardorosamente para esses objetivos. Dr. Antônio Celso Alves Pereira, ex-reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do Centro Universitário de Valença (Cesva). Prof. de direito internacional na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e política internacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) *** O evento foi um sucesso, parabéns! Um pensamento pela paz, pela harmonia, pelo respeito às diferenças, sem tentações hegemônicas, deve ser sempre louvado! Impressionantes o conhecimento e a amplitude de visão demonstrados pelo professor Antônio Celso. A plateia o acompanhou com atenção e o aplaudiu com entusiasmo. Dr. Antonio Carlos Secchin, secretário-geral da ABL *** É uma celebração de um sócio correspondente dessa nossa Casa, de Machado de Assis. O Dr. Ikeda é um dos pioneiros, cadeira 14. E em reconhecimento também pelo seu relacionamento profícuo em nome da paz, em nome da educação e dos direitos humanos, um diálogo que foi tão bem caracterizado pelo conferencista. O que mais me impressionou foi a presença maciça desse público ouvindo atentamente a mensagem que lhes era transmitida. Celebrar trinta anos de sócio se insere em uma das atribuições que a academia assume, que é cultivar a memória. Dr. Domício Proença Filho, acadêmico da ABL Presidente da ABL recebe comitiva da BSGI Antes da realização da palestra, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Dr. Merval Pereira, dialogou com integrantes da comitiva da BSGI liderada pelo seu presidente, Miguel Shiratori. Acima, a partir da esq., Silvana Vicente, vice-diretora de Comunicação Social da BSGI; presidente Merval Pereira; presidente Miguel Shiratori; Rodrigo de Moura Teixeira, vice-presidente da BSGI; Wallace Teixeira Moura, coordenador da Coordenadoria-Geral do Rio de Janeiro; e Ricardo Miyamoto, vice-presidente adjunto da BSGI ABL – a Casa do Saber, em seus 125 anos de história A Academia Brasileira de Letras (ABL) está localizada na região central da capital carioca. Instituição cultural fundada em 1897, tem como missão ampliar o conhecimento, valorizar a língua e a cultura. Em 1993, o presidente Ikeda esteve na ABL para receber o título de sócio correspondente, assumindo a cadeira 14, sendo o único asiático a ser agraciado pela entidade. À época, estava à frente da Casa o Dr. Austregésilo de Athayde, marcado na história por seus muitos préstimos à humanidade, entre eles como integrante da comissão que redigiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, nos idos de 1948. A ABL é presidida atualmente pelo jornalista Merval Pereira, reeleito para o mandato de 2023. Assista ao vídeo com os melhores momentos da conferência na ABL abaixo. Nota: 1. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 469. No topo: palco do evento na ABL, em homenagem dos trinta anos de posse do presidente Ikeda como sócio correspondente Fotos: BS / Seikyo Press
06/07/2023
Notícias
BS
A força da mulher
Durante todo o mês de junho, as integrantes da Divisão Feminina (DF) da BSGI celebraram os 72 anos de fundação da divisão na Soka Gakkai em atividades comemorativas na reunião de palestra ou em pequenos encontros cheios de dinamismo, comprovação e novas decisões. O tema central dos acontecimentos foi o conceito de “revolução humana”.1 Sendo assim, todas se empenharam e demonstraram o aspecto de uma verdadeira rainha da felicidade. Acompanhe alguns exemplos. Mudança no coração e no comportamento A união das Comunidades Vila Ida e Vila Lobos, na região central de São Paulo, resultou num encontro comemorativo da Divisão Feminina recheado de decisões, compartilhamento de alegria, coragem e convicção. No diálogo, Marina Morita, responsável pela DF da Sub. Oeste, direcionou incentivos do presidente Ikeda sobre o tema e ressaltou: “Vamos sintonizar nosso coração com o de Ikeda sensei e alcançar a vitória em tudo. Uma pequena atitude muda tudo”. Outro exemplo vem de Diadema. Os membros da Comunidade Vila Nogueira decidiram fazer o encontro presencial, um dos primeiros pós-isolamento. Entretanto, a Sra. Alzira Clemente Oliveira, membro da DF, devido a questões de saúde, não conseguiu participar presencialmente, mas, como a atividade também foi realizada on-line, ela manifestou sua decisão: “Uma rainha vence. Até o próximo aniversário, vou relatar minhas vitórias”. Outra decisão surge na Comunidade Joamar, na zona norte de São Paulo. Na reunião, o relato da Sra. Renata Pereira, membro da DF, emocionou a todos. Ela contou sobre seus desafios e sua determinação. “Quando passava por vários sofrimentos, decidi que faria deste desafio a causa para uma grande vitória pessoal e familiar.” Então, vibrando, ela relatou suas conquistas junto com os amigos da comunidade. Incentivo caloroso Imagine percorrer 500 quilômetros. Pois foi essa distância que duas componentes da Divisão Feminina percorreram, saindo de Belém, PA, para participar da reunião comemorativa do Bloco Assurini do Trocará, no município de Tucuruí, também no Pará. No decorrer do encontro, realizado em forma de roda de conversa, foi compartilhado o poder da recitação do daimoku com objetivo claro da revolução humana e assim conquistar a felicidade absoluta, a harmonia familiar e a concretização de objetivos pessoais por meio da sincera prática da fé. Ao término da atividade, três convidadas e um sênior decidiram se converter ao Budismo Nichiren no próximo mês de agosto. Reunião comemorativa do Bloco Assurini do Trocará, no município de Tucuruí, Pará Meiry Hirano, coordenadora-geral da Divisão Feminina da BSGI, participou na Comunidade Assunção, RM Esperança. Na ocasião, um clima alegre e contagiante fez com que as participantes refletissem sobre o papel da mulher. Em suas palavras, Meiry enfatizou: “Celebrando os preciosos 72 anos da nossa amada Divisão Feminina, juntos com Ikeda sensei e Sra. Kaneko Ikeda, que desfrutam excelente saúde e forte disposição, vamos promover a nossa revolução humana nessa luta dos cem dias de muito mais daimoku. Vencendo, dia após dia, e criando nossa própria história de revolução humana”. Comunidade Assunção, RM Esperança, São Paulo Selma Inoguti, coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, esteve na Comunidade Primavera, CGSP. Com base no tema da reunião, todas as participantes dialogaram visualizando o futuro da organização e as comprovações pessoais. Ao final, Selma incentivou: “Vamos juntas com Ikeda sensei, Sra. Kaneko e companheiras partir rumo aos 73 anos da Divisão Feminina e colocar para nós mesmas: ‘Como quero estar em junho de 2024 e o que vou concretizar até lá’. Nesse período, vamos nos ‘permitir’ realizar a revolução humana, muito mais daimoku, concretizar nossos objetivos, mesmo em meio a tantas responsabilidades e sonhos. Deixo como incentivo um trecho da Nova Revolução Humana, volume 21, ‘As pessoas sempre possuem vários papéis a desempenhar. O segredo é dar o melhor de si em tudo e se concentrar totalmente na tarefa que tem em mãos, dar o máximo de si com entusiasmo, mantendo uma atitude positiva, com olhar voltado para a frente, e sem se preocupar. Gratidão é a força que propicia o autoaprimoramento’2”. Comunidade Primavera, CGSP Assim, as rainhas da felicidade concluíram os eventos comemorativos dos 72 anos de fundação da Divisão Feminina visualizando o próximo ano muito mais felizes e vitoriosas. Veja outras fotos comemorativas Notas: 1. Leia matéria no Brasil Seikyo, ed. 2.635, 27 maio 2023, p. 18.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 274, 2020. Fotos: Colaboração local
06/07/2023
Notícias
BS
A chave do avanço triunfal
O fechamento do primeiro semestre de 2023 traz aos componentes da Comunidade Júlia Seffer a certeza da receita de sucesso: união, bem como oração séria e sincera. Essa comunidade integra o Distrito BR, localizado em Ananindeua, município do estado do Pará, região metropolitana de Belém. Antes de falarmos dos bastidores da luta dessa organização de base da BSGI, apresentaremos um pouco das características locais. Ananindeua é o segundo município mais populoso do estado e o quarto da região norte do Brasil. O nome é de origem da língua tupi; deve-se à grande quantidade de árvore chamada Anani, espécie que produz a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das embarcações. O Distrito BR fica no entorno do Centro Cultural do Pará, segue ainda pela BR 316 e engloba os bairros de Águas Lindas, Júlia Seffer e Águas Brancas (que integram Ananindeua). É daí que se origina o nome da comunidade, denominação também de conjunto habitacional no qual moram as famílias de um dos blocos locais. Passado o período da pandemia, as lideranças da Comunidade Júlia Seffer investem no apoio total aos quatro blocos que a compõem: o primeiro de nome idêntico e mais Jardim Amazônia, Osvaldo Cruz e Verdejante, cada um com sua especial característica. É uma alegria reinante ver o aspecto de jovens e estudantes, preciosos herdeiros do futuro. A distância entre esses núcleos chega a dez quilômetros, barreira vencida pelo empenho dos líderes que se lançam às visitas e à participação nas atividades. São realizadas reuniões utilizando-se o formato híbrido, dentre as quais as principais são os encontros semanais de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo para a vitória de todos) e as palestras mensais. “Conseguimos integrar 60% de nossa base, e caminhamos para que o mais breve possível possamos trazer para o convívio Soka as demais famílias”, enfatiza o líder da comunidade, Luiz Fernando Aleixo da Silva, ressaltando a felicidade de ver chegar um a um os membros e suas famílias, que, com os benefícios dessa prática renovada, se juntam também ao movimento de levar esperança e coragem às pessoas da região. Joia da vida A força dessa união se materializa ainda pela presença dos veteranos locais, que hoje atuam como conselheiros. Dão exemplo de que não há aposentadoria na prática da fé, apoiando a todos sempre. Juntos, fazem chegar até os companheiros os incentivos e as orientações de Ikeda sensei, iniciativa feita pela maioria por meio do aplicativo BS+, da Editora Brasil Seikyo, fonte de pesquisa igualmente para as atividades. Mas há os que preferem a versão impressa do jornal, e aqui a Sra. Alzira dos Santos Amaral, conselheira, nos conta sobre isso. Ela está na organização há trinta anos. “Eu nunca deixei de assinar o jornal e fazer o Kofu (contribuição voluntária)”, afirma. Das seções do Brasil Seikyo, ela acompanha atenta o romance Nova Revolução Humana e os relatos de vitórias, entre outros. “Eu gosto mesmo é de pegar o jornal, sentir essa joia que tenho nas mãos”, diz. Sinceridade que move, conquista que se manifesta. Dessa maneira, com o envolvimento de apoio na base, as lideranças locais também marcam pontos em suas vitórias pessoais. “Sem interromper o apoio e as visitas aos membros, e trabalho, em meio a tudo consegui me formar pedagoga ano passado”, relata a responsável pela Divisão Feminina (DF), Lilia Amaral.“Minha decisão e meu sentimento são de eterna gratidão ao Mestre, com a certeza de que darei o meu melhor na família, no bloco, na comunidade, neste movimento de levar felicidade e esperança a todos ao redor chamado kosen-rufu”. Já o líder da comunidade, Luiz Fernando Aleixo, que também é vice-responsável pelo distrito, desafiando nos últimos anos questões financeiras e os cuidados de saúde com a mãe, concentrou-se nos estudos sem perder o foco da atuação de apoio aos blocos. Na semana de fechamento desta matéria, ele vibrava com a conquista de um almejado sonho: ao passar em concurso público em 2020, enfim ele recebeu a chamada para sua efetivação na vaga de professor na Secretaria de Educação do Estado do Pará. “Ele não desanimou, não criou dúvidas e passou a travar uma grande luta de daimoku e de dedicação à organização de base. Como não há oração sem resposta, finalmente ele ocupou o cargo de professor efetivo de filosofia.” A manifestação é do líder da RM BR, Pedro Poty dos Santos Medeiros Filho, que arremata: “O que importa é o coração”.1 A RM BR faz parte da Sub. Amazônia Oriental, carinhosamente chamada de SubAmor. Com as vibrantes conquistas fortalecendo ainda mais a convicção do caminho a seguir, as lideranças locais revigoram a determinação e o sentimento com os quais todos pretendem avançar no segundo semestre do “Ano dos Jovens e do Triunfo” e declaram: “Por meio do companheirismo, vamos nos dedicar em torno dos ideais da BSGI e de Ikeda sensei, objetivando a vitória de todos, em todos os campos da vida”. Sra. Alzira, 78 anos, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que ela considera uma joia Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017. Fotos: Colaboração local
06/07/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 13 (parte 2)
Fale em defesa da verdade e da justiça Em junho de 1967, perseguições contínuas aos membros da Soka Gakkai atingiram o ponto máximo numa vila em Amami Oshima, ilha na província de Kagoshima, com uma ruidosa manifestação para expulsar a Soka Gakkai. Os manifestantes marcharam da vila à cidade de Naze (atual município de Amami). No dia anterior ao da manifestação, o responsável do Distrito Geral de Amami, Takashi Nogawa, que morava na vila vizinha de Sumiyo, disse à sua filha, aluna do terceiro ano do ensino fundamental: “Amanhã, iremos a Naze. Vou te mostrar uma coisa lá. No dia seguinte, tentando adivinhar o que o pai queria que ela visse, Teruko o acompanhou até Naze. Enquanto observavam os acontecimentos em uma das ruas principais da cidade, o cortejo se aproximou. Dos alto-falantes dos veículos, ouviam-se mensagens do tipo “Não tolere práticas de propagação que perturbem a paz!”. Teruko sentiu medo, mas acima de tudo ficou indignada. — Papai, o que está acontecendo? Por que é que a Soka Gakkai está sendo tratada desse jeito? Takashi respondeu: — Quero que grave esta cena em sua mente. Nós, membros da Soka Gakkai, temos lutado pela felicidade das pessoas que vivem nesta ilha. Nossa causa é justa. Mas é justamente por isso que estamos sendo perseguidos e atacados desta forma. Só porque algo é certo não significa que as pessoas irão reconhecer isso e elogiá-lo. Pelo contrário, geralmente ocorre grande oposição. Ele continuou: — Teruko, espero que você nunca se esqueça desta indignação que está sentindo agora e que continue falando para as pessoas sobre o propósito real da Soka Gakkai. Um dia você e sua geração irão transformar esta ilha em um paraíso de felicidade. Vocês a tornarão um lugar ideal onde florescem os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Esta é a missão das crianças que crescem na Soka Gakkai. Uma voz alta ressoou de um dos carros do cortejo: “Fora as religiões que perturbam a paz da vila! Teruko Nogawa mordeu o lábio e encarou o carro. Takashi deu um tapinha em seu ombro e tentou consolá-la dizendo: — No devido tempo, eles irão se envergonhar dos atos que estão praticando hoje. Cabe a nós garantir que isso aconteça. É por isso que é importante você, uma criança da Soka Gakkai, provar a grandeza desta organização e transformar todos em aliados que a apoiam, entendeu? Teruko não era a única criança da sua idade a presenciar a manifestação; muitos membros das divisões estudantis também estavam entre os espectadores. Durante anos a lembrança das imagens perturbadoras naquele dia lhes causou indignação. (Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”) A força para se manter invencível haja o que houver Em fevereiro de 1969, durante a sua visita a Okinawa numa viagem de orientações, Shin’ichi incentivou a líder da Divisão Feminina do Distrito Geral, Fujiko Kishiyama. Ela e o marido, Kotoku, enfrentaram e superaram vários infortúnios na vida. O filho havia morrido em decorrência de uma doença, e mais tarde um incêndio queimou a casa deles até o chão e provocando a morte de suas duas filhas. O casal ficou arrasado. Além disso, a comunidade local passou a criticá-los e a culpar a fé abraçada por eles pelas tragédias que estavam vivenciando. Após ouvir Fukuyasu, Shin’ichi disse com lágrimas nos olhos: — Deve estar sendo muito difícil para a Sra. Kishiyama. Corta-me o coração só de saber (...) — Por favor, transmita à Sra. Kishiyama esta mensagem por mim: “Por favor, não se deixe derrotar. Não se deixa abater. Seus esforços contínuos pelo kosen-rufu são a prova do poder da fé” (...) Com forte convicção no poder do Gohonzon, o casal saía todos os dias com o objetivo de falar às pessoas sobre o budismo. (...) Muitas vezes eram ridicularizados abertamente. No entanto, eles permaneceram firmes e Fujiko dizia com orgulho: — Nosso filho mais velho morreu devido à doença e nossas duas filhas morreram quando nossa casa pegou fogo. Já causamos muitos problemas à comunidade. Mas não fomos derrotados. (...) Mesmo com a fé, a vida é cheia de dificuldades. E há a possibilidade de que vocês enfrentem sofrimento indescritível. Mas a fé é o poder que nos permite continuar vivendo, apesar dessas lutas. Sabemos que vamos alcançar a felicidade. Com o tempo vocês verão. Aquelas palavras sinceras gradativamente dissiparam as dúvidas das pessoas. (...) Fujiko pensou: “A vida pode ser uma série de sofrimentos, mas sofrimento não é sinônimo de infelicidade. O budismo explica que o sofrimento é a iluminação. Tenho certeza de que meus filhos morreram para me ensinar isso. Na verdade, eles nasceram neste mundo para me entregar a missão de provar isso com a minha própria vida”. Ela jurou aos filhos falecidos: “Vou demonstrar através da minha própria vida quão maravilhosa é a fé. Aconteça o que acontecer, eu não serei derrotada. A morte de vocês não será em vão”. (...) Juntos, continuaram a trabalhar arduamente, nunca recuando um único passo. Com o tempo, o que começou como a comunidade de Nago cresceu até se tornar um distrito. Sentindo-se mal por terem causado um incêndio que causou preocupação e desconforto aos vizinhos, eles também se esforçaram para contribuir para a sua comunidade e para a sociedade. Anos depois, Kotoku tornou-se presidente de uma associação local de moradores idosos e Fujiko tornou-se presidente de um grupo de senhoras da cidade, comissária do bem-estar local e membro de um conselho de bem-estar infantil. Com o tempo, ambos ganharam admiração e confiança de seus vizinhos. (Trechos do capítulo“Terra da Felicidade”) (Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 13 de novembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 13 Ilustração: Kenichiro Uchida
06/07/2023
Mensagem
BS
“Escalem com alegria e coragem a montanha da vitória na revolução humana!”
Sinceros parabéns pelo encontro comemorativo da minha estimada Juventude Soka da BSGI! Muito obrigado pelos dedicados esforços! Estou observando e protegendo este radiante encontro da amizade de hoje com profunda satisfação e confiança. Certa vez, numa entrevista a uma emissora de rádio, perguntaram ao meu venerado mestre, Josei Toda: “Por que há tantos jovens na Soka Gakkai?”. Ele prontamente respondeu: “Porque a filosofia que ela abraça é profunda”. Ele também disse: “À medida que se tenta explorá-la, essa montanha filosófica fica cada vez mais alta e mais prazerosa de se escalar. Digo ainda que vou escalar essa montanha junto com os jovens”. O Budismo de Nichiren Daishonin é a filosofia fundamental que permeia o ser humano, a sociedade e o universo. É a Lei que faz resplandecer a mais preciosa condição de vida de si e dos outros e permite criar ilimitado valor em direção à felicidade e à paz. Hoje, mais que nunca, o mundo anseia por essa grande filosofia do respeito à dignidade da vida. Conforme consta numa escritura sagrada “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”,1 peço a vocês, jovens de profunda missão, que, quanto mais árduas forem as circunstâncias, recitem mais intensamente daimoku e escalem com alegria e coragem a montanha da vitória na revolução humana, incentivando uns aos outros. É meu desejo que os honrosos integrantes da Juventude Soka superem e vençam cada provação diante de si, fazendo soar o novo sino do “kosen-rufu” que é a própria “paz mundial”, na vanguarda da rede jovem de cidadãos globais. Estou orando continuamente pela boa saúde, desenvolvimento, boa atuação e pela gloriosa vitória e triunfo na juventude de cada um de meus preciosos jovens. Viva a Juventude Soka do Brasil! Em julho de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666-667, 2020. Foto: Seikyo Press
06/07/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Não há impasses para quem continua aprendendo. Com forte espírito de procura, passe os dias estudando diligentemente, e crie um sólido alicerce para a vitória! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 4 de julho de 2023.
06/07/2023
Editorial
BS
Novo tempo. Novas ações
Para os membros da BSGI, os seis primeiros meses de 2023 foram marcados por desafios, reconexões, comemorações e nova partida. Nesta edição do Brasil Seikyo, o leitor acompanhará o evento que aconteceu no Dia do Meio Ambiente e na véspera do aniversário natalício do grande educador e primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. A cerimônia de afiliação à Carta da Terra Internacional ocorreu no Instituto Soka Amazônia, e na mensagem de Ikeda sensei para a ocasião, consta: O movimento impulsionado pelos ilustres senhores da Carta da Terra e o nosso movimento pela revolução humana fundamentado no budismo estão ligados em espiritualidade pelos princípios em comum. Nesse sentido também, deposito minha expectativa e tenho plena convicção de que ambas as instituições, juntas, abordando diversos temas e promovendo a atividade educacional com foco na geração jovem, expandirão a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração.1 Após esse significativo evento em que o princípio da revolução humana foi enaltecido, receberemos o mês de julho. No prefácio do romance Revolução Humana, narrativa de doze volumes que começa com a libertação de Josei Toda da prisão, em 3 de julho de 1945, consta: A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade.2 Esse ímpeto do levantar de uma única pessoa é lembrado a cada 3 de julho, como veremos no Especial deste BS. Também nesta última edição do primeiro semestre, apresentamos um pouco do perfil da nova liderança da Divisão Feminina (DF) e da Divisão Sênior (DS) que marcou a renovada partida da BSGI. Tal como as atividades da Soka Gakkai são grandiosas, desejamos que este jornal seja o veículo que conduzirá cada leitor à felicidade, como consta no poema publicado neste BS.3 Nas atividades da fé que dissipam a escuridão dos sofrimentos e da infelicidade, libertando as pessoas dos grilhões do destino, se encontra o modo de vida fundamental do humanismo. As ações devotadas em prol da Lei e das pessoas resplandecerão infalivelmente como infindável boa sorte a adornar a própria vida. Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2020, p. 9 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 17, 2022 3. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2020, p. 4.
22/06/2023
Incentivo do líder
BS
Rotas variáveis, objetivos fixos
Esses dias, peguei um táxi. Precisava me deslocar a um local distante de casa e completamente desconhecido, fazendo várias paradas intermediárias. Para essa missão, contei com a ajuda da amiga de uma amiga, que acabei conhecendo no próprio dia. Ela era motorista de táxi, com vários anos de profissão, extremamente simpática e comunicativa. Desde o início, conversamos sobre diversos assuntos, tais como família, trabalho, previsão do tempo e objetivos para a vida. “Como passa rápido! Já estamos quase no meio do ano!” Depois de pagar por dois pedágios não programados e rever alguns locais que já havíamos passado, percebi que, embora ela usasse um aplicativo para se deslocar, muitas vezes, de maneira involuntária, ela errava o caminho indicado, o que fazia o aplicativo recalcular a rota. Procurei ficar quieto para deixá-la se concentrar. Os erros persistiram. Educadamente, eu me coloquei a ajudá-la. O mais interessante é que, embora o trajeto tenha se alterado diversas vezes, ela sempre mantinha uma postura segura e tranquila de que chegaríamos a cada local programado, parada por parada. Eu me lembrei da persistência de grandes personalidades como Thomas Edison, cientista brilhante, com mais de 1.093 patentes de invenções, constantemente citado por Ikeda sensei: Qual era o segredo do sucesso de Edison? Ele explicou que era jamais desistir até ser vitorioso no seu intento. Não desistir — esse é o único caminho. Se desistirem, serão derrotados. Isso também se aplica ao mundo da fé. Quem desiste não possui fé. Devemos continuar orando até obter uma resposta. Essa é a maneira correta de orar. Edison comentou: “A maioria das pessoas tenta realizar algo, mas em seguida desiste. Eu jamais desisti até conseguir alcançar meu objetivo”.1 Algumas vezes em que nos perdíamos dentro de vias estreitas e de difícil acesso, ela adotava uma estratégia interessante de retomar o curso para a via principal, onde obtínhamos mais segurança de tráfego e clareza de direção. Nesse momento, refleti quão importante é retornarmos, constantemente, ao nosso ponto primordial. A prática da fé diligente, as preciosas orientações de Ikeda sensei e a rica experiência compartilhada nas atividades da Gakkai são, sem dúvida, uma grande bússola que nos proporciona segurança e esperança para prosseguirmos em nossa jornada. Outra atitude bastante interessante da minha amiga: sempre que eu a alertava de que havíamos errado o caminho, ela fazia questão de consultar o aplicativo para se certificar de que o destino estava correto. “Uhum, está correto”; e simplesmente continuávamos. Pensei nos incentivos oferecidos por sensei aos estudantes, quando questionado sobre a dificuldade de mantermos um objetivo claro por longo tempo: Não se preocupem; a maioria é assim. Mas o fato de ter decidido já é uma prova de avanço. Mesmo que mantenham a decisão somente por dois ou três dias; não importa. Basta renovar a decisão. Uma pessoa persistente é aquela que renova constantemente a decisão.2 “(...) a jornada de Kamakura a Kyoto leva doze dias. Se viajar onze dias e parar quando estiver faltando apenas um dia, como poderá admirar a Lua sobre a capital?”3 Ao contrário do que muitas vezes imaginamos, o curso para atingirmos determinada finalidade não é um caminho simples e linear; é comum enfrentarmos uma trajetória sinuosa, cheia de altos e baixos. Mas, desde que não percamos de vista o objetivo que desejamos atingir, mesmo que “nossa viagem leve mais de doze dias”, ainda assim nós o concretizaremos sem falta no final. “Como passa rápido! Já estamos quase no meio do ano!” Independentemente de termos sido malsucedidos em tudo que tentamos até aqui, apesar de não termos concretizado nem uma pequena fração dos objetivos iniciais, vamos aproveitar este período para relembrar cada uma das metas traçadas e decidir por um novo zarpar, com renovada energia e disposição, rumo à vitória total de 2023! Ao final da viagem, eu me despedi da minha amiga e desci do carro. Terminei a corrida um pouco mais atrasado, e infinitamente mais sábio, convicto de que, na trajetória da vida, persistência, clareza do destino e paciência são acompanhantes fundamentais aonde queremos chegar. Fernando Mendonça Coordenador da Divisão dos Universitários da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.480, 17 out. 1998, p. 3. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 3, 2020. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 294, 2017. Ilustração: GETTY IMAGES
22/06/2023
Livros
BS
Educação para a vida
Um livro para colocar a educação no patamar devido: não apenas ferramenta de transmissão de conhecimento, mas uma forma prática de conectar pessoas, estimular descobertas e contribuir para a felicidade individual e coletiva, de hoje e para o futuro. Aos Educadores: Por uma Sociedade Melhor é o título que vai envolver os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, em inovadores conceitos e reflexões. Em suas 292 páginas, a obra traz um compilado de orientações para nutrir a mente daqueles que enxergam na educação um meio de construção social de indivíduos autônomos e plenos — na escola e no lar, nas comunidades e em todas as demais esferas de convívio humano. Essa visão de futuro está na raiz da Soka Gakkai, criada pelos mestres pedagogos Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e da Soka Gakkai Internacional (SGI), fundada e liderada pelo pacifista Dr. Daisaku Ikeda, autor do livro. Aos 95 anos, em diversas ocasiões, ele diz ser a educação seu último empreendimento de vida, razão pela qual se dedica a erigir castelos da educação humanística, da educação infantil às renomadas universidades Soka, do Japão e dos Estados Unidos. As impressões do Dr. Ikeda também marcam a legião de educadores nutrida e fortalecida por ele mundo afora, que fazem da educação humanística o eterno ponto de partida para a construção de uma nova era de desenvolvimento humano. Com esse objetivo, a Coordenadoria Educacional foi criada para que seus membros irradiassem a luz dessa educação compassiva para a sociedade local. Aprofundando conceitos, comentando situações vivenciadas e trazendo o olhar de pensadores contemporâneos, o Dr. Ikeda defende que, se pretendemos concretizar a paz no planeta, devemos começar com as crianças, garantindo um ambiente favorável para que desfrutem a felicidade enquanto aprendem e se desenvolvem. Traça uma linguagem direta sobre a importância do diálogo e do esforço conjunto no desenvolvimento da educação humanística, respeitando o estudante como digno ser humano. São abordagens que ampliam a lente sobre situações desafiadoras das sociedades atuais, que assistem atônitas à violência nas escolas, ao bullying e à evasão escolar, bem como às questões ligadas ao relacionamento em família, que tiram das crianças a esperança e a alegria. Ao lado de profissionais que lidam com a temática educacional, o livro é um revigorante estímulo ao mundo do conhecimento para todos. A leitura, de acordo com o Dr. Ikeda, é um dos pilares da educação humana, e o contato com a boa literatura de forma não passiva é um dos meios para fazer desabrochar a vida interior. Ler um bom livro é como encontrar e se relacionar com um bom amigo ou mestre, reforça ele. Para jovens e adultos, ressalta o autor, a leitura permite também que driblemos nossa rotina e viajemos pelos panoramas do passado e do futuro dialogando com a experiência do outro, além de alimentar a autodisciplina e a capacidade de reflexão. Sutileza natural No design da capa, a flor dente-de-leão é a ilustração escolhida, remetendo à força e à delicadeza. Ao voar, suas sementes são capazes de crescer em qualquer lugar, mostrando sua resiliência. A flor também possui o significado de liberdade, otimismo e esperança. No livro, o Dr. Ikeda afirma que “Abraçar a jovem vida que está diante dos olhos e dedicar-lhe incentivos com todo o coração é a ação mais certeira para construir e abrir um futuro de esperança.1 Julho se apresenta, portanto, com essa oportunidade de nutrir o coração de renovada esperança, e assim como a flor dente-de-leão, espalhá-la para todos ao redor. Orgulho de fazer parte da construção de um futuro melhor, semeando a causa para vidas felizes. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Aos Educadores: Por uma Sociedade Melhor. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 71. Veja aqui os kits de julho para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 brinde especial 1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 resenha sobre o livro do mês 1 marcador de páginas PLANO OURO 1 livro lançamento 1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em julho o livro Aos Educadores. Garanta o seu! Assine até 30/06/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS
22/06/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Desenvolver pessoas é o supremo e sagrado trabalho do ser humano. Ao fazer isto, uma força concreta para abrir um amanhã esperançoso surge. Vamos nos lapidar e nos desenvolver juntos! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 17 de junho de 2023.
22/06/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Vamos ser o “sol do Brasil”, fazendo a diferença em nossa localidade
Em meio às comemorações da fundação da nossa amada divisão, tivemos atividades comemorativas dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocasião em que foram apresentadas a nova coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti, e a coordenadora-geral da DF, Meiry Hirano. Em suas palavras, a nova coordenadora da BSGI determinou: Vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade. E bradou: “Shitei-funi é a minha vida!1 Na mensagem enviada pelo presidente Ikeda para as atividades comemorativas, ele destaca uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin na qual ele afirma a uma louvável discípula: A distância entre as províncias em que vivemos é grande, e meses e anos se passaram; por isso, estava preocupado que talvez sua determinação tivesse enfraquecido. No entanto, a senhora tem demonstrado uma fé cada vez mais profunda e suas boas ações aumentam sem cessar. Com certeza, este não é o resultado de ter praticado apenas em uma ou duas existências passadas.2 Essas são palavras de encorajamento dirigidas à monja leiga de Ko. Embora vivesse distante de Nichiren Daishonin, ela e o marido criaram um forte vínculo de coração estabelecido com ele. Continuaram mantendo uma firme fé, na Ilha de Sado, junto com Abutsu-bo e a monja leiga Sennichi. Aqui vemos o comportamento profundamente humano de Nichiren Daishonin, que perguntava sobre cada um dos discípulos de Sado e se alegrava ao saber que estavam bem e seguros. Em outra carta encaminhada à monja leiga Sennichi, Daishonin escreveu: O som do tambor no Portal do Trovão3 pode ser ouvido, no mesmo instante, a mil ou a dez mil ri de distância. Apesar de a senhora permanecer em Sado, seu coração chegou a esta província. O caminho para atingir o estado de buda é exatamente assim. Apesar de vivermos na terra impura, nosso coração habita a terra pura do Pico da Águia. Ver o rosto um do outro não é tão importante. O que importa é o coração.4 A famosa frase “O que importa é o coração”5 destaca que, na relação entre mestre e discípulo, o laço mais forte é o do coração. O coração do mestre e o do discípulo, que aspiram ao mesmo ideal, podem se conectar instantaneamente, transcendendo qualquer distância entre eles, assim como “A Lua, por exemplo, encontra-se no céu a quarenta mil yojana de distância, mas seu reflexo aparece instantaneamente em qualquer lago daqui”.6 Essa frase reflete a fé de uma discípula, que busca o mestre com sinceridade, e a benevolência do mestre, que se dedica, com todo o seu ser, a encorajar sua discípula. Com esse mesmo sentimento, bradamos: “Shitei-funi é a minha vida!”. Tudo começa com a oração, para sermos o “sol do Brasil”, não é diferente e Ikeda sensei confia nas mulheres da BSGI, que mantêm a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e se desafiam para transformar veneno em remédio, transmitindo encorajamentos de grande esperança. O presidente Ikeda orientou: A oração provoca a mudança em nosso coração, no mais profundo âmago da nossa vida. Essa transformação interior não se limita apenas a nós, mas inspira os outros a fazer o mesmo. Da mesma forma, quando uma comunidade [sociedade] muda, a transformação não será limitada a ela; ou uma simples onda é capaz de provocar o surgimento de inúmeras outras, a mudança de uma sociedade também provoca a transformação de outras.7 Queridas amigas, conforme o presidente Ikeda cita na mensagem: Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós.8 Vamos nos desafiar, mais uma vez, e não deixar nenhuma companheira para trás. E, visando às atividades comemorativas dos jovens, em julho, vamos dialogar e ouvi-los atentamente e assim vencermos juntos. Vitória a todas! Forte abraço! Divisão Feminina da BSGI Muitos sorrisos e disposição para alcançar a vitória marcaram os encontros comemorativos da Divisão Feminina Notas: 1. Leia mais no Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 10. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 513, 2020. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 3. Portal situado em Huiji, em Shaoxing, província de Zheijiang, na China. Conta-se que o som produzido pelo toque do tambor nesse local alcançava a remota capital de Luoyang. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017. 5. Ibidem. 6. Ibidem. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. 8. Ibidem, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. Fotos: Colaboração local
22/06/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
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Momentos inesquecíveis: volume 13 (parte 1)
Sem se intimidar No dia 8 de setembro de 1968, na convenção da Divisão dos Universitários, realizada no Auditório da Universidade Nihon, em Ryogoku, Tóquio, Shin’ichi Yamamoto anunciou sua proposta de normalização das relações entre o Japão e a China. Essa proposta ousada não recebeu apenas a atenção da mídia do Japão e internacional, mas também profusos elogios daqueles que haviam se devotado a promover a amizade entre os dois países. Shin’ichi havia feito sua proposta sobre a normalização das relações diplomáticas sino-japonesas com base em sua fé como budista que desejava a paz na Ásia. Ele estava determinado a mudar a opinião pública e dar um novo impulso para estreitar os laços mesmo pondo sua vida em risco, e por isso estava totalmente preparado para enfrentar todo tipo de insulto, crítica e perseguição. Ele não estava nem um pouco intimidado. Contudo, receava pela segurança de sua esposa, Mineko, e de seus filhos. A situação era bastante delicada e não era impossível que eles também fossem alvejados. Embora estivesse preparado para enfrentar qualquer consequência que surgisse de seus atos ele não queria expor a família ao perigo e orou sinceramente pela segurança deles. Quando voltava para casa todas as noites e via que eles estavam bem e protegidos, suspirava aliviado. Um dia, sentindo a preocupação do marido, Mineko disse-lhe com um sorriso no rosto: “Estamos bem. Você fez bem em preparar a proposta; por isso não se preocupe. Eu já expliquei tudo às crianças. Teremos muito cuidado. Alguma coisa pode acontecer de qualquer maneira, mas eu estou preparada”. Ela falou com serenidade e uma força ressoava em suas palavras. Shin’ichi ficou feliz em ouvir isso da esposa e sentiu uma onda de coragem invadir seu corpo. A convicção de Mineko era o melhor incentivo que poderia receber. A frase “companheiro de armas” veio à sua mente. Sorrindo para a esposa ele disse: “Obrigado, minha grande companheira de armas!”. (Trechos do capítulo “Ponte Dourada”) Todos os membros são dignos do mais elevado respeito Em setembro de 1968, Shin’ichi visitou Wakkanai, em Hokkaido, cidade ao extremo norte do Japão. Estavam presentes à reunião de incentivos do Distrito Wakkanai Choji e Chie Horiyama, um casal que havia devotado a vida a desbravar o kosen-rufu em Rishiri, pequena ilha ao extremo norte de Hokkaido. Choji era pescador. A ilha Rishiri havia sido um importante centro de pesca de arenque, mas, a partir de 1955, o peixe havia praticamente desaparecido daquela área. Com a queda da pesca, Choji começou a jogar. Ele gostava muito de um jogo de cartas japonês chamado hanafuda. A cada perda, ele se afundava ainda mais em dívidas. A teimosia de Chie agravava a situação, pois ela se recusava a se rebaixar e implorar que o marido parasse de jogar. Sempre que Choji voltava para casa depois de perder novamente, ela não dizia uma palavra, simplesmente penhorava um de seus quimonos. (...) Em 1957, a família recebeu a visita de um membro da Soka Gakkai de Otara que estava na ilha temporariamente. Observando o estado deplorável em que se encontrava a casa pela qual passou por acaso, sentiu-se obrigado a falar com a família sobre o budismo e com esse desejo bateu à porta. Depois de ouvir o casal contar as suas dificuldades, ele declarou com firme convicção: — Com esta prática, toda oração é respondida. Vocês certamente conseguirão quitar todas as suas dívidas! Aquilo foi o suficiente para convencer Chie a pelo menos tentar. Já Choji não quis. Ele não tinha nenhuma razão específica, e pensava que se tornar membro da Soka Gakkai seria humilhante. No entanto, além das dificuldades financeiras, Choji sofria de neuralgia. Ele não acreditava que a fé conseguiria curar a sua doença, mas, sem ter outra opção, decidiu um dia testar a força do Gohonzon. Depois de recitar por um tempo, ele sentiu que a dor estava diminuindo. À medida que continuava, sentia-se melhor. Desse momento em diante, ele e sua esposa começaram a praticar juntos com seriedade. Alguns vizinhos fofocavam sobre eles, dizendo: “Agora, eles estão jogando com religião!”. Mas eles persistiram e em pouco tempo obtiveram o benefício de pesca abundante que incluía agulhão, ouriço-do-mar e lula. Em um ano, conseguiram quitar as dívidas. Os Horiyama ficaram impressionados, um sentimento que logo se transformou em alegria, gratidão e forte convicção na fé. Com coragem, começaram a falar sobre o Budismo Nichiren com os outros moradores da ilha. (...) Com o tempo, um bloco acabou sendo criado na ilha tendo Choji e Chie como seus responsáveis. Um ano depois, o setor pesqueiro da ilha Rishiri foi duramente atingido pelos baixos níveis de pescados e os Horiyama mal conseguiam se sustentar. Diante disso, foram obrigados a tentar trabalho em uma cidade costeira de Hokkaido conhecida por ter peixes abundantes. Em Esashi, a pesca foi abundante e o casal trabalhou incansavelmente. Todavia, quando se sentavam no final do dia, inevitavelmente falavam sobre os companheiros em Rishiri. (...) — Vamos embora! Para que precisamos de tanto dinheiro? — perguntou Chie. Vamos voltar para Rishiri e dedicar nossa vida ao kosen-rufu e aos nossos companheiros. Esta é nossa missão!” O casal voltou para a ilha e nunca mais saiu de lá para procurar trabalho. (...) Os Horiyama eram pessoas comuns e de condição modesta, mas sua determinação e responsabilidade em apoiar e proteger os companheiros da ilha eram ímpares. (...) Onze anos já se passaram desde que os Horiyama iniciaram a prática. Graças aos esforços sinceros e abnegados dos membros pioneiros iniciados por Choji e Chie uma base sólida do kosen-rufu havia sido construída em Rishiri. (Trechos do capítulo “Estrela Guia”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 13 de novembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série "Aprender com a Nova Revolução Humana", volume 13 , no BS+ ou no site. Ilustração: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Rede da Felicidade
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Florescer da juventude Soka
O dia 5 de novembro [de 1961] amanheceu com o sol irradiando esperança por todo o céu límpido e azul. (...) Os rapazes aguardaram ansiosamente a Décima Convenção da Divisão Masculina de Jovens em que reuniriam 100 mil representantes de todas as localidades do Japão. (...) Os participantes vieram empenhando a energia da juventude com o único propósito de realizar a aspiração de Toda sensei, expressa no ensaio intitulado Jovens, Sejam Patriotas!: “Ó Jovem, Levante-se só! Dois se levantarão infalivelmente, assim também três o seguirão. Quando houver 100 mil patriotas, o povo será salvo da infelicidade. Isso é tão claro quanto a luz do fogo”. (...) O ensaio para os jovens foi publicado na edição de outubro de 1954 da revista Daibyakurenge. Quem se levantou primeiro para a realização desse ideal foi Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo do presidente Ikeda no romance], que na época era responsável pela secretaria da Divisão dos Jovens. (...) Embora a quantidade de rapazes fosse de apenas 10 mil, Shin’ichi jurou a si próprio: “Mesmo sozinho, realizarei infalivelmente o ideal do mestre!”. Ele se levantou firmemente. (...) Depois de três anos, em dezembro de 1957, a Divisão Masculina de Jovens já atingia 78 mil integrantes. Shin’ichi estava convicto de que no prazo de mais um ano alcançaria o tão almejado objetivo. Contudo, em setembro daquele ano, Toda sensei caiu enfermo. (...) Josei Toda não pôde viver para ver a concretização do seu ideal. Ele faleceu em 2 de abril de 1958, e o objetivo de 100 mil foi alcançado em setembro. Shin’ichi lamentou muito o fato do seu mestre não ter vivido para vê-los, pelo menos uma vez, para sentir a grande energia e o dinamismo dos jovens herdeiros da Soka Gakkai, os quais formaram uma nova força propulsora da organização. Quando Shin’ichi assumiu a presidência, eles se uniram ao seu ideal de concretizar 3 milhões de famílias e iniciaram uma marcha intrépida. Depois de algum tempo, ele sugeriu aos líderes da Divisão Masculina de Jovens a realização de um evento reunindo 100 mil integrantes com o objetivo de assinalar a partida para um novo futuro desses rapazes. (...) Entre os participantes [da convenção], havia rapazes que conseguiram converter cinco ou seis amigos, como também aqueles que se esforçaram no trabalho com a decisão de se tornar o melhor funcionário, conseguindo grande sucesso profissional. Outros chegaram até a converter seus chefes. Todos se reuniram no Estádio Nacional de Tóquio com o altivo orgulho de terem crescido como jovens valiosos e capazes, seres humanos de grande valor, cada qual demonstrando comprovação exemplar na sociedade. A palavra “Vitória” escrita no grande placar no alto das arquibancadas simbolizava a vitória da juventude dos rapazes que juraram viver em prol da missão do kosen-rufu. A convenção de 100 mil representantes dessa divisão se tornou um evento histórico em que se assinalou um firme zarpar para a nova era do kosen-rufu. Isso foi possível graças ao empenho de cada componente que lutou pelo sucesso da convenção ciente da sua importância, criando ao mesmo tempo uma vitória em sua vida diária. De certo ponto de vista, por mais grandioso que seja o evento, não passa de um castelo ilusório. O importante é quanto cada participante desafia, vence e cria um sólido castelo em sua própria vida visando o sucesso de uma grande atividade. (...) Olhando para o céu azul, Shin’ichi imaginou o rosto do seu venerado mestre e pensou: “Mestre! Acabei de cumprir neste momento mais um juramento feito ao senhor. Por favor, veja os representantes dos 100 mil jovens que aqui se reuniram incorporando o seu espírito”. E visualizou o rosto satisfeito de Toda sensei, sorrindo e louvando esse feito. Ao mesmo tempo, seu coração começou a pulsar mais fortemente ao pensar na jornada rumo à paz no século 21 junto com esses jovens. “Nesse curso”, pensou ele, “um mar em fúrias deve estar me aguardando. Todos os dias serão uma continuidade de árduas lutas. Porém, devo avançar pelo bem da humanidade. Este é o caminho que escolhi como discípulo de Josei Toda, é o rumo da minha vida.” (...) [Em seu discurso na ocasião, Shin’ichi Yamamoto ressaltou:] — Espero ansiosamente que cada um em seu campo de atuação se torne um vitorioso na vida a fim de comprovar dignamente a grandiosidade do budismo para o bem da felicidade de todas as pessoas. Continuarei orando sempre pelo desenvolvimento de vocês, tesouros da Soka Gakkai, que representam a esperança da humanidade. (...) A [9a] Convenção da Divisão Feminina de Jovens foi realizada uma semana depois, no dia 12 de novembro, na cidade de Yokohama, tendo como local o Estádio de Atletismo de Mitsuzawa. Nesse mesmo local, quatro anos antes, no dia 8 de setembro de 1957, o presidente Josei Toda proferira sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. (...) Shin’ichi pensou: “Como meu mestre ficaria feliz se estivesse vivo e observasse o brilhante desenvolvimento das 85 mil jovens reunidas nesta convenção!”. Como discípulo de Toda sensei, sentia fortemente em seu coração a responsabilidade de desenvolver os jovens substituindo dignamente seu venerado mestre. No ato de suceder ao espírito do mestre e de realizar infalivelmente seus ideais se encontra a tarefa maior do discípulo. E é a partir disso que se processa a eterna transmissão do budismo. [Em seu discurso, o presidente Shin’ichi Yamamoto afirmou:] — Quem compreende realmente o budismo? Somos nós que o praticamos diariamente. Portanto, cada uma de vocês é a pessoa mais qualificada para ensinar o budismo para outras pessoas. Por isso, quero que se desenvolvam ao máximo a ponto de dizer: “Vejam a minha vida. Eis a comprovação exata da grandiosidade do budismo!”. Como filhas e discípulas de Nichiren Daishonin e como precursoras da prática do budismo, vocês têm a tarefa de propagá-lo para o mundo inteiro a fim de beneficiar todas as pessoas com a felicidade. Conscientes dessa sublime missão, espero que se esforcem em estudar cada vez mais o budismo e sugiro que se tornem membros do Departamento de Estudo do Budismo. Muito obrigado pela participação e parabéns por hoje! O grande encontro de 100 mil rapazes em Tóquio e a convenção de 85 mil componentes da Divisão Feminina de Jovens eram comprovações da vitória conquistada pelos jovens. Ilustrações mostram a vibração dos participantes das convenções das Divisões Masculina e Feminina de Jovens O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Vitória. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 138-158, 2019. Ilustrações: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Caderno Nova Revolução Humana
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“Desafiem com coragem cada assunto da vida diária”
PARTE 21 Às 15h20 do dia 25 de maio, pelo horário da Bulgária, a comitiva de Shin’ichi que partiu do aeroporto internacional de Sófia continuou a viagem rumo a Viena, capital da Áustria. Dentro da aeronave, Shin’ichi refletiu: “As mudas da amizade e do intercâmbio cultural plantadas nessa visita à Bulgária haverão de criar profundas raízes no grande solo e de desenvolver troncos que no século 21 expandirão, com certeza, seus enormes ramos pelos céus. De acordo com os sagrados escritos, chegará, infalivelmente, a época em que nesse país, também, bodisatvas da terra surgirão em sucessão. A época se transforma. O amanhecer do kosen-rufu da Bulgária chegará sem falta!”. Três anos depois dessa primeira visita de Shin’ichi à Bulgária, em 1984, foi firmado o acordo de intercâmbio educacional entre a Universidade Soka e a Universidade de Sófia. A partir de então, começaram intensas atividades de intercâmbio, com a ida de estudantes da Universidade Soka à Universidade de Sófia, e a vinda de professores e alunos da Universidade de Sófia. Além disso, na primavera de 1992, a exposição de fotografias Diálogo com a Natureza de Shin’ichi foi realizada no Palácio da Cultura na capital Sófia (com patrocínio do Museu de Arte Fuji de Tóquio e de outros). Na abertura da exibição, participou o presidente da Bulgária, Jelyu Jelev. Em novembro de 1999, foi publicado o diálogo A Beleza do Coração do Leão, realizado com a renomada intelectual da Bulgária Dra. Axinia Dzurova, professora da Universidade de Sófia. No ano seguinte, a edição em búlgaro desse diálogo foi concluída. Trata-se de um diálogo entre duas culturas distintas embasadas no budismo e na ortodoxia grega. Shin’ichi desejava estabelecer um novo caminho da seda espiritual capaz de unir o Japão e o Leste Europeu. Outro ponto digno de nota é que vinte anos depois da primeira visita de Shin’ichi, no descortinar do século 21, foi fundado um distrito da SGI na Bulgária, comemorando o dia 3 de maio de 2001. O responsável pelo distrito era ex-aluno da Universidade Soka que foi à Universidade de Sófia como primeiro estudante intercambista. A época começava a se mover exatamente conforme os ditos dos escritos de Nichiren Daishonin: “Poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa...?”.1 PARTE 22 O Danúbio azul percorre como se costurasse as árvores verdes da bela paisagem campestre. Às 16 horas (horário local) do dia 25 de maio, Shin’ichi Yamamoto e comitiva desceram no aeroporto de Viena. Shin’ichi visitava a Áustria depois de vinte anos desde a sua primeira viagem à Europa. Na ocasião, não havia nenhum membro, porém agora fora constituído um distrito, e seu responsável Yoshiharu Nagamura recepcionava a comitiva. Era um jovem líder de 39 anos, e trabalhava em uma gráfica. Nagamura nasceu na província de Niigata e estudou em Tóquio em uma escola especializada em design. Trabalhou também em uma empresa de artes em papel. Ele se converteu ao budismo em 1962 e se dedicou como membro da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) quando realizou a propagação [desse ensinamento] para vinte pessoas. Aos 27 anos, com a decisão de viver em prol do kosen-rufu mundial, mudou-se para a Áustria utilizando a estrada de ferro transiberiana. Ele ficou seis meses sem trabalho, período que culminou com a véspera de ser deportado para o Japão, caso não conseguisse emprego. Já era época de rigoroso inverno e a temperatura externa era de 10 graus Celsius negativo. O rapaz orava intensamente em seu apartamento, sem dormir, com o desejo de lutar pelo kosen-rufu da Áustria. Ao amanhecer, Nagamura deixou o quarto com sua bagagem, pensando: “Só me resta voltar ao Japão”. Então, ele se encontrou com um homem de meia-idade que surgiu de um quarto vizinho, o qual lhe disse, repentinamente: “Ei, e o seu trabalho? Não quer trabalhar comigo?”. O homem administrava um posto de gasolina e um jovem morador vizinho, que trabalhava com ele, ficou doente. Disse-lhe que estava com dificuldades por falta de mão de obra. Nagamura saiu do dilema. Ele ficou convicto de que, enquanto houvesse oração com forte determinação, não haveria impasses na vida. Em 1972, carregando um cartão com a assinatura de quatro membros residentes em Viena, ele voltou temporariamente ao Japão e se encontrou com Shin’ichi. Havia marcado um passo concreto para a construção do kosen-rufu. O ato de corresponder ao mestre com ações e comprovações é o caminho do discípulo. Nagamura casou-se com uma integrante da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Japão. O casal jurou se tornar o alicerce do kosen-rufu da Áustria. Toda vez que Shin’ichi visitava Paris, o jovem ia ao seu encontro viajando dezoito horas de trem. Nagamura pensava: “Se eu que sou líder não buscar o mestre e não me desenvolver, absorvendo o máximo de coisas, não haverá progresso da organização”. PARTE 23 No aeroporto de Viena, Shin’ichi disse a Nagamura, responsável pelo Distrito Áustria: — Vim me encontrar com você. Como o discípulo está se empenhando desesperadamente, quero corresponder com todo o meu ser. Viena vivia justamente a estação das festividades musicais e recebia pessoas do mundo inteiro. No dia seguinte, 26 de maio, Shin’ichi se encontrou com Bryan Ronald Wilson, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, nas dependências do hotel em que estava hospedado. Foram realizados os últimos acertos para a publicação do diálogo Sociedade e Religião, que estava em andamento. À noite, reuniram-se cerca de vinte membros da localidade na sala de conferências do hotel para uma reunião de diálogo sobre a prática da fé. Respondendo às perguntas de todos, Shin’ichi Yamamoto falou sobre como conduzir o kosen-rufu da Áustria. — Como budistas que almejam a felicidade das pessoas, gostaria que atuassem protegendo a paz e a cultura, e em prol do respeito à dignidade da vida. Tendo em mente que a fonte dessa atividade se encontra na recitação do daimoku, por favor, desafiem com coragem cada assunto da vida diária. Esta é uma existência repleta de alegria e de esperança. Outro ponto importante é que cada um dos senhores, que se encarregam do kosen-rufu, valorizem a si mesmos e a seus lares, e contribuam para a comunidade local e a sociedade, tornando-se bons cidadãos amados e respeitados pelas pessoas à sua volta. Não há budismo afastado da vida diária. O fato de cada pessoa manter boa saúde, física e mental, com personalidade estimada por todos, demonstrando brilhantes comprovações na sociedade, se tornará a força para o kosen-rufu. Não há necessidade de se apressarem. Visando o século 21, ampliem concretamente a rede de confiança e construam agora o alicerce de um grande progresso no futuro. Nessa ocasião, foi fundada a tão aguardada Regional Áustria. Era uma nova partida com a estrutura de uma regional com dois distritos. Nagamura se tornou o responsável pela regional. No dia 27, Shin’ichi visitou a Ópera Estatal de Viena, onde dialogou com seu diretor, Egon Seefehlner. Como fundador da Associação de Concertos Min-On, queria manifestar os agradecimentos pela apresentação realizada no Japão em outubro do ano anterior a convite da Min-On. A atitude sincera cria o núcleo da amizade. PARTE 24 Nesse dia, ele ainda fez uma visita de cortesia ao Ministério da Educação e dialogou com Fred Sinowatz, vice-primeiro-ministro (ministro da Educação). Mais tarde, ele se tornou o primeiro-ministro. No diálogo com o vice-primeiro-ministro Sinowatz, a apresentação da Ópera Estatal de Viena no Japão foi um assunto bastante comentado. Shin’ichi falou sobre sua crença pela paz: — Daqui para a frente, gostaria de continuar contribuindo para paz do mundo por meio de intercâmbios culturais e educacionais. Na sequência, Shin’ichi visitou o apartamento de Nagamura, localizado na Rua Belvederegasse a alguns minutos da Ópera Estatal. A sala utilizada para reuniões possuía algumas dezenas de metros quadrados. Era o local principal das atividades da organização em Viena. A família dele era formada pelo casal, um filho de 7 anos e uma filha de 4. Era uma sala modesta, mas se tornou o berço da criação de “valores humanos” que sustentava o kosen-rufu da Áustria. A partir desse local, foi criada a nova história popular de paz e de felicidade. Com um sentimento solene, Shin’ichi recitou gongyo junto com os familiares de Nagamura e alguns membros que ali se encontravam. Ele orou pela saúde e pelo desenvolvimento deles e também pelo progresso do kosen-rufu da Áustria: “Quero que a canção triunfal da felicidade ecoe altivamente”. Depois de tirar foto comemorativa com todos num jardim próximo, visitou o museu do grande músico Beethoven, situado em Heilingenstadt. Beethoven havia morado nesse apartamento e, quando se encontrava no abismo do desespero com a perda da audição aos 31 anos, escreveu um testamento endereçado aos seus irmãos mais novos. Por essa razão, esse local é conhecido como a Casa do Testamento de Heilingenstadt. É um museu pequeno com apenas duas salas em dois andares. A visita foi conduzida por uma senhora idosa que dizia ter cuidado do lugar durante 35 anos. Em uma das salas estava exposta a réplica do testamento. Como grande músico, a perda de audição fez com que Beethoven perdesse a esperança, chegando a pensar em tirar a própria vida. Nesse testamento, ele registrou: “O que me deteve foi unicamente a ‘arte’. Imaginei que não poderia me afastar desse mundo sem completar o trabalho para o qual havia me conscientizado como minha missão”. 2 A consciência da missão é a força para vencer quaisquer tipos de adversidade. Quando se vive pela missão, surge uma infindável coragem. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 574, 2020. 2. ROLLAND, Romain. Vida de Beethoven. Tradução: Toshihiko Katayama. Editora Iwanami Shoten. Ilustrações: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Relato
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Sonho turbinado
Coisa boa é quando decidimos dar um basta no sofrimento, olhando para dentro de nós e enxergando a solução. É como um carro depois que seu motor foi ajustado: ouvir aquele barulho frenético de que “agora vai”. Sou Paula Mota, 47 anos, sergipana com muito orgulho, que só conseguiu dar a partida no motor da vida ao despertar para a coragem e a força que estavam “dormindo” no coração. Minha mãe conheceu o budismo em Aracaju, SE, quando eu tinha 8 anos, por intermédio de uma tia. Cresci vendo a transformação da família, mas, ao vencer o carma, minha vez chegaria também. Compartilho essa jornada com vocês. Aos 17 anos, comecei a namorar Alisson, que conheci no colégio, moço de bom coração. Porém, o convívio com jovens de má influência o colocou em uma situação complicada ao dar carona para um “amigo”, que, após mostrar que estava armado, começou cometendo assaltos e, por fim, tirou a vida de uma pessoa. Dessa forma, Alisson foi incluído na busca policial, depois julgado e condenado a trinta anos de prisão. Eu o amava muito. Embora ele tentasse me convencer a seguir com a vida, decidi não abandoná-lo. Ficamos noivos, engravidei de Alanna e, em seguida, nos casamos. Meus pais não aceitavam me ver daquele jeito. Então, aos 21 anos, saí de casa para seguir o destino do amor da minha vida. Com ajuda do meu sogro, consegui uma casinha para morar, a qual nem porta tinha, apenas um fogão de duas bocas. Na prisão, Alisson começou a trabalhar, fez cursos e prestou vestibular. Era dele que vinha nosso sustento. Tinham se passado três anos naquelas condições precárias, e me vi com minha filha, na época com 8 anos, chorando de febre e eu sem dinheiro para o remédio. Precisava sair daquela escuridão. Reuni forças de onde nem sabia que tinha e comecei a orar Nam-myoho-renge-kyo. A sabedoria surgiu e decidi me reaproximar dos meus pais, que não encontrava havia dois anos. Em pouco tempo, o Gohonzon foi consagrado em meu humilde lar. Aos 25 anos, agora era minha vez de romper as amarras do destino. Engrenagem do sonho Volto no tempo aos meus 12 anos, quando, de tanto insistir, meu pai me deixou ajudar nas pequenas tarefas na oficina mecânica dele. Comecei lavando peças, mexendo em uma ou outra ferramenta. Depois, já montava motor e câmbio. Adorava aquele mundo, cheirando a graxa e óleo de motor. Eu teria seguido carreira de mecânica desde aquela época, mas agora recitava Nam-myoho-renge-kyo como nunca para tornar realidade o meu sonho. Atualizei minha carteira de motorista, enviei currículos e logo fui chamada para entrevistas. Como o daimoku abre caminhos! A empresa automobilística nacional não me aceitou, contudo, a boa sorte me levou para uma das maiores multinacionais do segmento como mecânica. Ali passei oito anos, sendo convidada depois para outra multinacional também japonesa, recebendo o dobro do salário. Na sequência, já estava com uma oferta para ganhar três vezes mais na principal concorrente. Aceitei, pois a cada empresa na qual trabalhava fui juntando dinheiro para um dia ter minha própria oficina. Preconceito, assédio. Passei por tudo, mas minha conduta e força adquiridas com a prática da fé me tornaram uma profissional reconhecida em todo o estado. Em 2015, meu pai se aposentou e pude inaugurar minha oficina mecânica. Com minha especialização em modelos importados e nacionais, atualmente nossa carteira reúne mais de 4 mil clientes. Não preciso dizer que as dificuldades foram muitas nesse período, mesmo após meu marido conseguir reduzir a pena de trinta para oito anos por boa conduta. As situações desafiadoras só foram superadas a partir da decisão dele de praticar sinceramente o budismo. Veio nossa segunda filha, Alinne, e nós, abraçados pela Soka Gakkai, fomos colocando nossa vida nos eixos da sabedoria e da comprovação das sagradas palavras: “Se crer neste Gohonzon e recitar o Nam-myoho-renge-kyo, não haverá oração sem resposta, nem pecado imperdoável, toda fortuna será concedida e toda justiça será provada”.1 Hoje, temos duas casas e meu carro zero. Neste ano, em duas ocasiões fui chamada para entrevistas nas mídias locais, rádio e TV, pelo reconhecimento numa profissão que geralmente é dominada por homens. Fico bem orgulhosa, porque comprovo assim a força do daimoku, que mudou minha história de vida. Por tantas vezes, agradeço ao presidente Ikeda por ter vindo ao Brasil, mesmo doente, e nos ensinar esta prática transformadora. Na organização, atuamos com alegria como líderes de comunidade. Valeu a pena não desistir! Alisson é querido por todos, concretizou quatro shakubuku, e é líder das cinco divisões. Nossa filha Alanna, 24 anos, formada em veterinária, é responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ); e eu pela Divisão Feminina (DF). A caçula Alinne tem 15 anos e integra a Divisão dos Estudantes (DE). Conciliando trabalho e afazeres, minha resposta é “Sim, pra tudo”, procurando dar o meu melhor. Adoro teatro, e buscamos inovar nas programações. Neste mês de junho, conquistei a vitória no Kofu (contribuição voluntária), da forma como havia objetivado. E a próxima meta é visitar as terras do Mestre no Japão. Tudo é a força do Nam-myoho-renge-kyo, assim como Ikeda sensei incentiva: “Daimoku é a força que transforma o destino. É a fonte da energia da revolução humana”.2 Que vitória para meu coração, que um dia determinou dar uma guinada na vida! Gratidão resume meus dias. Muito obrigada! Ana Paula Mota Duarte Pinto, 47 anos, é empresária do setor automobilístico. Na BSGI, atua como responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Siqueira Campos, em Aracaju, Sergipe. Da esq. para a dir., estão a filha Alanna, Paula, o marido Alisson e a caçula Alinne, em praça de Aracaju. cena de reunião da comunidade local Notas: 1. Nichikan Shonin Bundanshu [Coletânea de Frases de Nichikan Shonin]. Editora Seikyo Shimbunsha, 1980. p. 443. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.198, 5 out. 2013, p. A4. Fotos: Arquivo pessoal
22/06/2023
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BS
Pela vida no planeta
Com o pioneirismo que marca a atuação do Instituto Soka Amazônia desde a sua criação, é selado importante compromisso para fazer frente aos desafios ambientais e da preservação da biodiversidade da Amazônia, um tesouro inestimável para a humanidade. A data não poderia ser mais bem representada. Na comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, uma parceria inédita na Amazônia une, de forma ainda mais próxima, o Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra, principal declaração global para um futuro de plena coexistência. Esse foi o ápice da programação da Semana do Meio Ambiente do instituto, sob o tema “Consciência e Ação: Reconectar à Vida, Cuidar do Planeta”. Foi promovida na sede do instituto, com diversificadas atividades de estímulo à reflexão e às ações práticas de cidadania. Ética do cuidado A afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional é a primeira assinalada na Amazônia, e abre caminhos para a realização de projetos e iniciativas que buscam fortalecer a consciência de interdependência e cuidado de todos os atores sociais para a proteção da vida, o planeta para as futuras gerações. A garantia de esforço conjunto foi destacada pelo diretor-presidente do instituto, Luciano Nascimento, relembrando que há mais de vinte anos essa relação colaborativa já existia, a começar pelas diversas referências à Carta da Terra feitas pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, o pacifista Dr. Daisaku Ikeda, em suas propostas de paz sugeridas à Organização das Nações Unidas (ONU). E a várias publicações e exposições nas quais o conjunto de princípios da declaração foi abordado, a exemplo da mostra atual Sementes da Esperança e Ação, apresentada recentemente em Manaus. “A Carta visa colaborar no sentido de construir uma sociedade global, justa e pacífica. Por compartilhar destes mesmos princípios, o instituto se afilia hoje com o compromisso de trabalhar por um futuro sustentável, e uma sociedade baseada no princípio de respeito máximo à dignidade da vida”, fortaleceu Luciano. A diretora executiva da Carta da Terra Internacional, Mirian Vilela, veio diretamente da Costa Rica para participar da cerimônia, acompanhada das consultoras Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa. Mirian manifestou sua alegria em conhecer de perto a Amazônia e as instalações do instituto, localizado às margens do encontro dos rios Negro e Solimões, e em fortalecer, uma vez mais, a contribuição com a SGI, os membros e as autoridades. Ela reforçou que, antes mesmo de a Carta da Terra ser lançada, a parceria com a Soka Gakkai já era realidade, iniciada no processo de consulta e redação. No lançamento, em 2000, promoveram um evento no qual universidades, governos locais e escolas foram convidados a fazer uso da Carta como referência ética. Depois vieram as exposições temáticas Sementes da Mudança, em Johanesburgo, Rio+10; e Sementes da Esperança: A Carta da Terra e o Potencial Humano. Nos dez anos da Carta, em 2010, nova exibição de Sementes da Esperança; e, em 2020, Sementes da Esperança e Ação: Transformando os ODS em Realidade. Todas essas iniciativas tiveram o propósito de educação, inspiração e novas concepções no sentido de conectar não apenas a mente, mas o coração das pessoas. “E mostrar que cada pessoa pode fazer uma grande diferença”, assinalou Mirian. O momento é de expansão, segundo Mirian. “E agora com o Instituto Soka, de fazer muitas coisas com essa visão comum que temos, de colaborar, assim como os diferentes rios que margeiam a sede do instituto, que se encontram e formam um rio maior”, ressaltou. “E é assim que sinto também com essa parceria de hoje, entre o instituto e a Carta da Terra.” São várias as possibilidades que se abrem com essa afiliação, por meio de programas e atividades que visam engajar e empoderar as pessoas para um novo sentido de interdependência global e uma responsabilidade compartilhada pelo bem-estar da família humana, da comunidade de vida e das gerações futuras. Os jovens, portanto, estão na ordem de prioridade dos projetos parceiros, objetivando criar espaços multiculturais para que, a partir da visão de mundo que os jovens têm atualmente, possa ser cultivada a ética do cuidado. Sensibilidade humana “O mundo precisa de mais harmonia, de mais sensibilidade”, reforçou Mirian, tecendo comentários sobre o aprendizado que absorveu do Dr Ikeda, que também é fotógrafo, por ter visualizado há trinta anos o que muitos não se davam conta. Erigiu o instituto nesse local emblemático, área que tinha sofrido perdas de árvores em sua cobertura de florestas. “Para isso, é preciso sensibilidade humana. E é o que vemos aqui hoje. Passadas três décadas, o resultado é a cobertura florestal já respondida. Sabemos que há muito ainda a ser feito, e agora com a colaboração de mais instituições”, disse. “Devemos trabalhar nossa capacidade de enxergar além do que realmente vemos.” Do Japão, uma comitiva liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, marcou presença no significativo momento, ocasião em que foi lida por ele mensagem do fundador do instituto, Dr. Daisaku Ikeda (veja íntegra abaixo). A solenidade contou ainda com a participação do presidente da BSGI, Miguel Shiratori; do cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, e demais autoridades locais. Luciano Nascimento, presidente do Instituto Soka, solicitou ao Sr. Harada que transmitisse ao Dr. Ikeda que esforços não serão poupados para esse pleno desenvolvimento almejado. Ao fazer uma analogia com a árvore sumaúma, nativa da Amazônia, considerada a “árvore da vida”, vital para a natureza, reforçou ser o Instituto Soka Amazônia essa semente de futuro plantada pelo presidente Ikeda. “As raízes dessa sumaúma do instituto estão se tornando essa grande fonte que nutre nossa vida de coragem esperança e se tornará o grande castelo de proteção da Amazônia.” No fechamento da cerimônia, foram entregues homenagens da Carta da Terra Internacional, pelas quais são expressos “gratidão” e “apreço” à SGI, por mais de duas décadas de colaboração; e ao presidente Daisaku Ikeda “por sua liderança por mais de seis décadas e significativas contribuições para um mundo mais sustentável e pacífico”. Para selar a significativa parceria, foi programado um plantio comemorativo. A espécie escolhida foi uma muda de chuva-de-ouro-amazônica, plantada pelo presidente Harada e por Mirian Vilela, ao lado de dois integrantes da comitiva da SGI, Sra. Yumiko Kasanuki, coordenadora das mulheres, e Sr. Shinji Shimizu, vice-presidente. A chuva-de-ouro da Amazônia é uma espécie largamente utilizada na arborização urbana. Mensagem do fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda O fato de realizar a cerimônia de afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional, que conduz a era rumo à construção de um mundo sustentável, neste significativo Dia Mundial do Meio Ambiente, representa um novo passo repleto de esperança. Externo meu profundo agradecimento por ter a honra em receber uma homenagem, nesta auspiciosa cerimônia, prestada pela Carta da Terra Internacional à SGI e a mim. Na realidade, amanhã, 6 de junho, é o dia em que celebramos os 152 anos de nascimento do nosso mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi. O Prof. Makiguchi, proeminente e singular geógrafo, que também admirava sinceramente as terras da Amazônia, era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele faleceu como mártir na prisão por sua crença na paz. Gostaria de dedicar a homenagem de hoje ao meu predecessor e receber respeitosamente esta honraria junto com os amigos da Amazônia e de todos os recantos do Brasil, que diuturnamente lutam pelo bem da sociedade. Muito obrigado. Passaram-se 23 anos desde a instituição da Carta da Terra. Nesse ínterim, as questões enfrentadas pela humanidade se tornaram cada vez mais urgentes, e sinto profundamente que o significado da Carta da Terra é cada vez maior. No preâmbulo da Carta da Terra consta uma passagem inspiradora que diz: “O desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais”. Penso que “ser mais” significa demonstrar, de forma grandiosa, com espírito de compaixão e de coragem, os ideais de paz e de coexistência, e a sabedoria da criação de valor. Nos escritos budistas do Oriente consta: “Então, tanto a própria pessoa como as outras sentirão a alegria de possuir sabedoria e compaixão.1 O movimento impulsionado pelos ilustres senhores da Carta da Terra e o nosso movimento pela revolução humana fundamentado no budismo estão ligados em espiritualidade pelos princípios em comum. Nesse sentido também, deposito minha expectativa e tenho plena convicção de que ambas as instituições, juntas, abordando diversos temas e promovendo a atividade educacional com foco na geração jovem, expandirão a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração. Espero que, sob a liderança da Carta da Terra Internacional, a começar pela nobre atuação da Dra. Vilela, a “educação ambiental”, que é o pilar do Instituto Soka Amazônia, se desenvolva ainda mais no seio da sociedade. Para concluir minha mensagem de congratulações, ao mesmo tempo que anseio que ambas as instituições, as quais firmaram a afiliação no dia de hoje, trabalhem juntas visando criar um futuro para superar as dificuldades enfrentadas pela humanidade, envio minhas sinceras orações para que todos os senhores e senhoras, portadores de grandioso coração, promovam a marcha conjunta da grande alegria. Daisaku Ikeda Fundador do Instituto Soka Amazônia Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 146. Portas e coração abertos A Semana do Meio Ambiente se desenvolveu de 3 a 7 de junho, abrindo as portas da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) para o público participar de programação que incluiu diversas atividades educativas de experimentação e práticas de proteção da natureza. Destaque também para o seminário ocorrido no dia 6, com painéis de especialistas do Instituto Soka Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e uma mesa-redonda com Mirian Vilela e consultoras da Carta da Terra Internacional. Momento da entrega de homenagem, feita por Mirian Vilela ao Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo Sr. Minoru Harada na cerimônia. Mirian Vilela profere palestra no encontro em Manaus Representantes participam de plantio comemorativo, tendo como muda escolhida a espécie chuva-de-ouro No topo: Termo de afiliação é mostrado ao público, ato que leva ao palco, da esq. para a dir., o cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, o presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, que segura a pasta junto com a diretora da Carta da Terra Internacional, seguida pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-11), desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva Assista Vídeo das solenidades em Manaus acessando o canal Brasil Seikyo TV pelo link: www.youtube.com/watch?v=8n7772kssDk Fotos: BS
22/06/2023
Notícias
BS
A força e a paixão dos jovens
A Juventude Soka da BSGI promoveu um encontro recheado de ideias, novas conexões, aprendizado e, acima de tudo, com jovens de espírito invencível que desbravarão a nova era. E você pode se perguntar: “Quando será essa nova era?”. Para eles, a resposta é: “Agora!”. Os três dias em que os jovens representantes se reuniram para a terceira edição da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil ficarão gravados na vida de cada um como o despertar para um novo eu e com uma missão única. Alguns participantes chegaram a São Paulo na sexta-feira, 16 de junho, e uma programação já os aguardavam. Eles visitaram o Colégio Soka do Brasil, conheceram as dependências da sede central da BSGI, o Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, a Editora Brasil Seikyo e, antes de irem ao Centro Cultural Campestre (CCCamp), dialogaram com Júlio Kosaka, presidente do conselho orientador da BSGI na Sede Social Josho. O tema do encontro foi sobre o Movimento Renascença na BSGI. Júlio Kosaka respondeu às perguntas dos jovens e, em seus incentivos, reconfirmou pontos como sinceridade na prática da fé e relação de mestre e discípulo. Ao final, ele frisou: “Nossa vida muda constantemente. Agora é a nova era, a nova era do kosen-rufu, da organização, da BSGI e da Soka Gakkai. Aproveitem ao máximo e sejam grandes líderes na localidade”. Juventude Soka: conectados pelo humanismo O frio que fazia na manhã no CCCamp não foi capaz de apagar o brilho da Juventude Soka. Agora, com o time completo, pois todos os representantes já estavam em São Paulo, a academia teve início. Os participantes, atentos, tiveram várias experiências ao longo do dia. Uma delas foi um bate-papo com os novos líderes da BSGI: Ricardo Miyamoto, da Divisão Sênior, e Selma Inoguti, da Divisão Feminina. Nesse módulo, os participantes ouviram respostas das perguntas e conheceram um pouco mais sobre os desafios de ambos os líderes na juventude, tais como: primeiro emprego, conciliar trabalho, estudo e atividades. Miyamoto, em suas palavras, incentivou os jovens dizendo: “Sabemos como é a vida de um jovem. Há dias em que acordamos com a vontade de mudar o mundo e há dias que não. Por isso, a base de toda a vitória é construída e determinada na juventude. Manifestar o que há de melhor em nossa vida, tal como um avião que, para subir, precisa de vento contrário; esses ventos contrários da vida são a fonte do crescimento e de desenvolvimento para a vitória. Tenham a certeza de que vocês estão no caminho certo. Jamais se esqueçam do seu juramento”. Selma também compartilhou seus desafios e frisou aos jovens: “A vida é uma caminhada. Não se cobrem, mas busquem, na vida de vocês, vencer diariamente na prática da fé. Vamos, a partir de agora, ressignificar nossa vida, nossa atuação e nossa postura? Sensei nos inspira, vamos abrir nossa mente, ter sonhos, cuidar da nossa saúde e vencer diariamente”. Um momento de estudo contou com o apoio de Reginaldo Tateigi, vice-coordenador do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI. De forma descontraída, porém com responsabilidade, os jovens estudaram o escrito A Supremacia da Lei.1 Em suas palavras, Tateigi compartilhou: “As orações do juramento seigan rompem a concha do eu menor, e a oração de compaixão nos capacita e evoca a coragem do rei leão na nossa vida. Nosso propósito maior, como praticantes do Budismo Nichiren, é realizar o movimento pelo kosen-rufu e, por meio do juramento seigan, manifestar essa ação em nossa vida e na sociedade”. “Cada um de vocês é um tesouro do qual o mundo absolutamente necessita”2 Essa frase é de autoria do presidente Ikeda e foi um dos pontos que nortearam o encontro da Juventude Soka. Durante o treinamento, os jovens dialogaram sobre os seguintes pontos: como se manter fiel ao seu juramento, obter vitória na organização e vida pessoal, a importância de sonhar, cuidar da saúde, ter gratidão aos pais, entre outros assuntos. Os líderes da Juventude Soka conversaram com os participantes e cada qual expressou sua visão e sentimento para o futuro. Camila Akama, coordenadora da Divisão dos Estudantes (DE), comentou: “Tudo começa com a oração. Com o daimoku, conseguimos elevar nossa condição de vida e agir de forma diferente, enxergar de forma diferente, ouvir de forma diferente”. Livia Endo, coordenadora da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), falou sobre o “pós” Academia Índigo: “Vocês viveram momentos inesquecíveis. Quando firmamos um juramento, estamos firmando, na verdade, um compromisso conosco”. Edjan Santos, coordenador da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), disse: “O ponto principal é começar com você mesmo e não colocar restrições na sua capacidade. Quando manifestamos um coração sem limites, nós nos levantamos e criamos uma rede solidária dentro do nosso alcance”. Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens (DJ), incentivou: “Este final de semana foi um verdadeiro encontro com Ikeda sensei. Cada um chegou com o coração cheio de preocupações e estamos voltando para nossa realidade diferentes. Isso porque nossa vida foi abarcada pela órbita da vida de Ikeda sensei. Devemos conduzir uma juventude de valor, de dignidade e sem arrependimentos. Por isso, a conclusão é que não acaba aqui. Na verdade, a Academia Índigo começa aqui, a partir deste momento; a jornada do discípulo começa a partir de agora”. “Azul mais azul que o índigo” O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, acompanhou a atividade no decorrer dos três dias de realização. A cada momento, os jovens o procuravam para tirar uma selfie, compartilhar experiências e receber incentivos. Durante as suas palavras de incentivos, Shiratori abordou pontos como juramento, manifestar o estado de buda e a missão e a expectativa de Ikeda sensei em relação aos jovens: “O legado dos jovens, por meio da sua revolução humana, transformará a sociedade. O que vai mudar a sociedade é a filosofia do humanismo Soka. O que devemos fazer? Estender a mão às pessoas, ensinar a elas o caminho da revolução humana. Vamos combater a maldade, estabelecendo a filosofia do humanismo. Somos nós que criamos o ambiente favorável; somos nós que construímos. Tenham orgulho de fazer parte desta organização. Objetivem daqui a vinte, trinta, quarenta anos com o seguinte pensamento: ‘Eu me tornarei a pessoa mais afortunada deste país’, assim tudo será construído nessa direção. Nunca desistam. Sempre há uma esperança, por mais dura que seja a realidade. Aí entra o daimoku, que combate a ilusão. Ikeda sensei nos orienta para que possamos romper nossos limites na juventude; o caminho de mestre e discípulo serve para consolidar uma vida triunfal”. Com certeza os jovens monarcas reunidos no CCCamp voltaram para sua realidade dispostos a alcançar, uma vez mais, a vitória absoluta. Participantes contam suas impressões “Sempre tive dificuldade de entender a unicidade de mestre e discípulo. Para mim, os diálogos com os líderes e as apresentações musicais criaram uma conexão com Ikeda sensei e muitas dúvidas em mente foram solucionadas no decorrer da Academia Índigo. Vou fortalecer essa conexão com o Mestre ainda mais! A jornada do discípulo começa a partir de agora!” Ricardo Takenaka, responsável pela DMJ de bloco, RM Curitiba Leste “Poder reafirmar meu juramento seigan na Academia Índigo é uma imensa honra. Afinal, todos os dias as lutas nos bastidores são imensas, porém, alegres e dispostas. Ikeda sensei não se preocupe, serei vitoriosa sempre, comprovando ainda mais a veracidade do Budismo Nichiren.” Suély Miyashita Silva, responsável pela DFJ de área, RM Dourados Assista vídeo com mais depoimentos de participantes: Presidente da BSGI, Miguel Shiratori incentiva os jovens da Academia Índigo No Centro Cultural Campestre, jovens unidos num só juramento rumo ao glorioso futuro (Itapevi, SP, 18 jun. 2023) No topo: foto comemorativa com os integrantes da Academia Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 640, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Be Brave: Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 57 Fotos: BS
22/06/2023
Especial
BS
Três de julho, dia da unicidade de mestre e discípulo
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o governo militarista do Japão estabeleceu, em 1940, leis para unir a população em torno do xintoísmo a fim de vencer o conflito. Portanto, recusar-se a aceitar o talismã xintoísta se tornou motivo de prisão. Os detetives da polícia especial começaram a vigiar a Soka Gakkai em 1942 e, no ano seguinte, as reuniões da organização estavam sob os olhares atentos deles. Além disso, o clero da Nichiren Shoshu estava envolvido e, em torno dos militares, seus representantes se juntaram para implantar a unificação de todos os grupos religiosos. Em junho de 1943, os clérigos aceitaram passivamente o talismã xintoísta. No mesmo mês, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram chamados ao templo principal e orientados a seguir as ordens do governo, mas se recusaram. Na manhã do dia 6 de julho, o presidente Makiguchi foi detido em Shizuoka, onde realizava a propagação do budismo (shakubuku), e Toda sensei também foi preso no mesmo dia, em Tóquio, ambos acusados de desrespeitar a ordem pública e o xintoísmo. Em outubro, cerca de duas semanas após o presidente Tsunesaburo Makiguchi ser transferido para o Centro de Detenção de Tóquio, Josei Toda também foi levado para a solitária desse local. Quase um ano depois, em 18 de novembro de 1944, Makiguchi sensei falece na prisão. Toda sensei só soube do falecimento do seu mestre em 8 de janeiro de 1945. No dia 29 de junho daquele ano, Josei Toda foi transferido do Centro de Detenção de Tóquio para o Presídio de Toyotama e, dali, libertado às 19 horas do dia 3 de julho de 1945. Comprovar a verdade e a justiça Após a sua libertação da prisão e com o objetivo de honrar a vida do seu mestre, Josei Toda deu início à reconstrução da Soka Gakkai. Em 3 de maio de 1951, assume como segundo presidente da organização e sua liderança é marcada pela luta da reconstrução e pelo fortalecimento da Soka Gakkai. No ano seguinte, a denominação Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] foi alterada para Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor]. Toda sensei dizia: “A Soka Gakkai é mais preciosa do que minha própria vida”. Nesse ínterim, em 24 de agosto de 1947, o jovem Daisaku Ikeda conhece a filosofia do Budismo Nichiren e decide ser treinado por Josei Toda, fazendo assim o juramento de acompanhar seu mestre por toda a vida. Com a grande expansão das conversões no Distrito Osaka e em todo o Japão, muitos inimigos se levantaram contra a Soka Gakkai. Em 1957, Daisaku Ikeda foi para Hokkaido a fim de solucionar o Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari, que promovia uma perseguição discriminatória contra os membros da organização. O fato culminou com o Incidente de Osaka, quando, em 3 de julho de 1957, Ikeda sensei, com menos de 30 anos, foi detido injustamente sob falsas acusações de fraude eleitoral. Durante a prisão, foram catorze dias em que sofreu pesados e intermináveis interrogatórios e, ao afirmarem que prenderiam o presidente Josei Toda caso ele não confessasse o crime eleitoral, assinou uma confissão porque jamais deixaria seu mestre retornar injustamente para o cárcere. Ao ser libertado no dia 17 de julho, determinou que faria justiça e provaria a verdade. Naquela tarde, os membros de Kansai fizeram uma grande manifestação com protestos contra a polícia e a promotoria de Osaka. Apesar do temporal que caía sem tréguas, milhares de membros se reuniram no Auditório Cívico Central de Osaka, em Nakanoshima. Na ocasião, Ikeda sensei bradou corajosamente: “Vamos lutar com a convicção de que a justiça do budismo prevalecerá no final!”. A primeira audiência no Tribunal de Osaka ocorreu em 8 de outubro de 1957. Dos artigos de acusação relacionados ao julgamento, Daisaku Ikeda foi acusado por todos os relacionados à solicitação de votos de porta em porta, e o diretor-geral da Soka Gakkai Tadashi Koizumi, à compra de votos. Em 5 de março de 1958, Ikeda sensei foi ao encontro do presidente Josei Toda, para lhe informar sobre a viagem para Osaka, a fim de se apresentar ao julgamento. Acamado, Toda sensei levantou o cobertor e lhe disse: Daisaku, você está exausto, não está? Como está sua saúde? Você tem uma longa batalha pela frente. Gostaria de tomar seu lugar se pudesse. Você arcou com toda a culpa. É realmente uma pessoa de bom coração. (...) Este julgamento não será uma batalha fácil. Poderá perturbá-lo por mais algum tempo pela frente. Porém, você vencerá no final. Pelo fato de o ouro ser ouro, jamais perde seu brilho, não importa quão enlameado possa estar. Definitivamente, a verdade aparecerá. Apenas lute como homem — com dignidade e coragem.1 Em 2 de abril daquele ano, o presidente Josei Toda falece e, em meio a esse turbilhão, as audiências prosseguiam. Mais que nunca, o juramento do presidente Ikeda de provar a justiça permanecia intacto. Depois de 1.670 dias após a prisão, em 25 de janeiro de 1962, o juiz proferiu sua decisão: “A corte declara o réu, Daisaku Ikeda, inocente”. Sobre o espírito contido nesta significativa data, o presidente Ikeda comenta: Três de julho é o Dia de Mestre e Discípulo — um dia em que os autênticos discípulos resolutamente se levantam sozinhos em prol da justiça. É o dia para os discípulos se dedicarem novamente à luta pela verdade, o dia em que eles dão mais um passo avante no caminho aberto com triunfo por seu mestre. (...) É quando somos confrontados com as maiores dificuldades que devemos desafiar a nós próprios com tenacidade e perseverança. Quando agimos assim, o sol da esperança nascerá em nosso coração e o alvorecer da vitória começará a irromper.2 No topo: Três Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, à esq.; Josei Toda, à dir.; e Daisaku Ikeda, ao centro — enfrentam diversos obstáculos para proteger o Budismo Nichiren e os membros da Soka Gakkai Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.521, 27 jun. 2020, p. 8 e 9. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 531, nov. 2012, p. 32. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.095, 13 ago. 2011, p. A3. Ilustração: Kenichiro Uchida
22/06/2023
Entrevista
BS
Nova era dos pilares de ouro e das rainhas da felicidade
Ricardo Miyamoto e Selma Inoguti, recém-nomeados coordenadores da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF) da BSGI, respectivamente, contam sobre as experiências vividas ao lado de Ikeda sensei e sobre suas expectativas e objetivos visando ao avanço do movimento pelo kosen-rufu do Brasil a partir da vitória de cada pessoa. Brasil Seikyo: Olá, Ricardo e Selma! Em primeiro lugar, parabéns pela nomeação de vocês. Desejamos que alcancem muitas vitórias e um grande desenvolvimento na nova função. Selma Inoguti: Muito obrigada! Gostaríamos de aproveitar para agradecer profundamente ao presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e à sua esposa, Kaneko; ao presidente da BSGI, Miguel Shiratori; e a todos os demais líderes e veteranos da SGI e da BSGI pela confiança e pelo apoio neste momento em que comemoramos os trinta anos da quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil; os trinta anos da instituição do Dia da Divisão Feminina da BSGI; e os 72 anos de fundação da DF da Soka Gakkai. Ricardo Miyamoto: Representando os novos líderes, também agradeço, do fundo do coração, a todos os que fizeram parte das lideranças anteriores, nossos eternos veteranos. Muitíssimo obrigado! BS: Poderiam contar algum episódio vivido com o Mestre que marcou sua vida e como foi sua trajetória a partir daí? Miyamoto: Durante a quarta visita, em 1993, tive meu primeiro encontro com o Mestre. Na época, com 16 anos, eu vivia muitas angústias e dificuldades. Meu pai estava trabalhando no Japão como dekassegui e, aqui no Brasil, minha mãe e minha irmã e eu nos desafiávamos para vencer as mais difíceis circunstâncias. Foi quando tive a grande boa sorte de ser convocado para atuar como membro do Sokahan (grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens [DMJ]) na recepção dos membros que chegavam ao Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI para se encontrar com o presidente Ikeda. Minha mãe também atuou nos bastidores dessa visita. Lembro-me de sua alegria ao relatar que havia se encontrado com Ikeda sensei quando ele percorria as ruas do CCCamp em um carrinho de golfe. Na ocasião, ela tirou uma foto que se tornou nosso grande tesouro. Durante essas três décadas, aquele encontro com o Mestre foi o ponto primordial da nossa vida, tornando-se a semente da transformação de um rigoroso inverno em uma bela e florida primavera familiar. Em janeiro do ano passado e em fevereiro deste ano, minha mãe e meu pai, respectivamente, encerraram sua existência dignamente. Hoje, minha família e eu desfrutamos boa sorte, harmonia e saúde. Ao lado da minha querida esposa, estou me empenhando para criar nossa filha como genuína herdeira da quinta geração de praticantes da nossa família. Selma: Nasci numa família budista e fiz parte do Grupo 2001 (precursor da atual Divisão dos Estudantes da BSGI). Participei da apresentação do Pompom-tai no festival cultural de 1984 e, pulando bem alto, falei: “Sensei, conte comigo!”. Pude também atuar nas Divisões dos Jovens e dos Estudantes. Em janeiro de 2005, num jantar comemorativo, bradei ao Mestre: “Ikeda sensei, nós, jovens do Brasil, lutaremos pelas três existências da vida!”. E ele respondeu: “Se estamos juntos nesta existência é porque nos encontraremos em todas as próximas!”. No amado grupo Zenshin, recebi todo o treinamento de minhas amigas da DF, estudando a Nova Revolução Humana, orando “muito mais daimoku”, realizando diálogos e visitas na luta conjunta de veteranas e novatas, dedicando-me à estimada organização de base e sempre apoiando os jovens. Estou aprendendo o que é ser rainha da felicidade, tendo como base de vida a relação de unicidade de mestre e discípulo (shitei-funi) e a recitação do daimoku. E estou aprendendo a ser uma pessoa que determina, ora, transforma e manifesta as vitórias e a alegria da prática da fé na vida diária. Como resultado da recitação de daimoku durante cem dias, de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, após trabalhar 27 anos numa empresa suíça, manifestei a determinação e a coragem de mudar de emprego. Tudo aconteceu conforme determinei, o emprego surgiu e consegui sair com a missão cumprida do trabalho anterior. No primeiro dia de março de 2023, iniciei uma nova jornada numa empresa multinacional indiana. Estou muito feliz e realizada! Minha decisão e meu sentimento são de eterna gratidão e vou dar o meu melhor, mesmo em meio a muitas responsabilidades e desafios. Também minha eterna gratidão aos meus queridos familiares por todo o apoio nesta luta em prol do kosen-rufu. BS: Que direcionamentos a DS e a DF da BSGI terão deste momento em diante? Miyamoto: Ikeda sensei cita [o poeta alemão Johann Wolfgang von] Goethe: “Um único momento é decisivo. Determina a existência do homem e estabelece seu destino”.1 Da mesma forma, ele afirma no capítulo “Aguardando o Tempo”, do volume 30-I, da Nova Revolução Humana: “A luta conjunta comigo significa trabalhar incansavelmente em prol dos nossos membros com todo o coração”.2 Marcando os trinta anos da visita do Mestre e dando a partida para os próximos trinta anos do kosen-rufu do Brasil, determinamos, junto com todos os pilares de ouro da Divisão Sênior, iniciar uma nova fase de luta, vitórias e avanço da DS da BSGI. Para isso, gostaria também de apresentar nosso espírito primordial, que são as diretrizes que Ikeda sensei ofereceu por ocasião da fundação da DS. São elas: Ter convicção no Gohonzon. Ser capaz de enfrentar e desafiar as dificuldades. Conhecer as questões da sociedade. Ter paixão para desenvolver sucessores. Ser uma pessoa humanista e magnânima. Ter senso de responsabilidade e planejamento. Baseados nessas seis diretrizes, vamos, a partir agora, criar um compromisso com todos os líderes da Divisão Sênior: em primeiro lugar, vencer na participação no Departamento de Contribuintes (Kofu), começando na etapa deste mês de junho. Não só individualmente, mas fazendo com que cada membro da nossa comunidade e do nosso bloco também vença no seu desafio no Kofu para elevar seu estado de vida e transformar a condição dos nossos companheiros da organização. Em julho, teremos a convenção da Juventude Soka. Vamos criar o melhor ambiente para que os jovens da nossa organização possam lutar e vencer. E, assim, todos nós selaremos o juramento ao Mestre com a vitória nas atividades comemorativas de julho em cada bloco e comunidade. E, por fim, no mês de agosto, será realizada nossa atividade comemorativa da Divisão Sênior. Junto com as demais divisões, iniciemos o movimento que consolide a base e a luta da DS a partir de hoje até agosto, criando um movimento ininterrupto de avanço em cada organização de base da BSGI. Selma: Nesta nova era da Divisão Feminina, vamos nos dedicar para corresponder às expectativas de todos nesta grandiosa missão, em união harmoniosa com as demais divisões. O mês de julho vem chegando e vamos apoiar os jovens da melhor forma. Falando em Juventude Soka, quero parabenizar às nossas amigas da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), pois, no dia 4 de junho, comemoraram os quinze anos do Ikeda Kayo Kai. Parabéns às nossas queridas princesas da Lei Mística! Contem sempre com a DF, como sua mãe ou irmã mais velha (risos). Estaremos sempre aqui torcendo pela sua felicidade e prontas para ouvi-las. Tive a grata alegria de fazer parte da primeira turma do Ikeda Kayo Kai e me lembro de Ikeda sensei nos incentivar para ser uma pessoa de primeira categoria e nunca esquecer o juramento Kayo de “Jamais ser derrotada e ter uma vida sem arrependimentos!”. Neste significativo mês de junho, celebramos os 72 anos de fundação da Divisão Feminina. E como estamos? A mil! Não por acaso, o tema dos nossos encontros comemorativos é “revolução humana”. Na matéria para essas atividades, publicada no BS, Ikeda sensei nos incentiva: Revolução humana consiste numa mudança em nossas ações e em nosso comportamento. (...) Quando a revolução humana se propaga à família, ao país e ao mundo, converte-se numa revolução não violenta em prol da paz.3 Dessa forma, baseadas na luta que estamos realizando para comemorar estes 72 anos, que tal lançarmos um desafio de recitação de “daimoku de cem dias da minha revolução humana, da minha mudança”?. Vamos finalizar em 12 de setembro, dia do hosshaku-kempon (“abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”),4 manifestando nosso verdadeiro aspecto. Vamos determinar que “se não existe um caminho, eu abrirei um!”,5 conforme Ikeda sensei nos incentiva no livro Que Venha o que Vier!. Podemos recitar quanto daimoku desejarmos. O importante é lançarmos nossos objetivos, determinarmos, orarmos, transformarmos nossa vida (realizando a revolução humana) e triunfarmos! Escrevamos uma história de vitórias, em união e luta conjunta de veteranas e novata. E sempre com “muito mais daimoku”! BS: Poderiam deixar uma mensagem para os companheiros da DS, da DF e de toda a BSGI? Miyamoto: Minha decisão como novo coordenador, junto com os demais líderes da divisão, é construir, com todos, a Divisão Sênior em que seus componentes se tornem o pilar de ouro da organização e seniores da mais elevada confiança do Mestre. No capítulo “Hino da Ampla Propagação”, do volume 28, do romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei declara: Os seniores são a viga mestra e o pilar de uma casa. Eles são o pilar de ouro da sociedade. No momento em que esses homens com rica experiência de vida que conquistaram a confiança na sociedade se levantam para a construção de sua localidade, o ritmo do avanço do kosen-rufu se intensifica de maneira grandiosa.6 Temos grandes desafios à frente. O mundo pós-pandemia passa por constantes transformações. Por isso, temos a missão de construir uma Divisão Sênior dinâmica, inclusiva, plural e que seus integrantes, principalmente, apliquem os valores e as diretrizes do Mestre em sua vida. Fazendo a diferença na vida das pessoas, especialmente no bloco e na comunidade, que formam a base da nossa organização, a partir de agora, em total união harmoniosa com as demais divisões e sob a liderança do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, vamos iniciar uma nova fase de avanços do kosen-rufu do Brasil com a Divisão Sênior na vanguarda. Contamos com todos os nossos companheiros da nossa divisão. E, às demais divisões, por favor, também contem com nosso esforço e dedicação para tornar a DS da BSGI a mais próxima do coração de Ikeda sensei! Muitíssimo obrigado! Selma: Diante dos nossos desafios do dia a dia, como trabalhar, cuidar da família e participar das atividades da nossa organização, vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o “sol do Brasil”. Façamos a diferença em nossa localidade e, com base no juramento seigan e nos pontos primordiais da fé, da prática e do estudo, desenvolvamos uma geração de mulheres felizes, fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço e triunfo! Rumo a 2030, vamos juntas em união harmoniosa (itai doshin), trilhar este maravilhoso e nobre caminho do kosen-rufu junto com Ikeda sensei e a Sra. Kaneko, bradando sempre em nosso coração: “Shitei-funi7 é minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!”. Muito obrigada! Os coordenadores Ricardo Miyamoto e Selma Inoguti dialogam nas dependências do Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 51, 2000. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 137, 2020. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.635, 27 maio 2023, p. 18. 4. O dia 12 de setembro marca a Perseguição de Tatsunokuchi, em 1271, quando Nichiren Daishonin revelou sua identidade de Buda dos Últimos Dias da Lei. 5. IKEDA, Daisaku. Que Venha o que Vier. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 138, 2019. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 37-38, 2019. 7. Shitei-funi: Relação de unicidade de mestre e discípulo. Fotos: BS
22/06/2023
Notícias
BS
O placar da vitória
Uma grandiosa conquista está sendo comemorada aos montes pelos integrantes de uma organização de base da BSGI, localizada na zona sul de São Paulo. Estamos falando do Distrito Monte Alegre, RM Jabaquara, que, exatamente no significativo 3 de maio, contabilizou o resultado de um movimento dedicado a integrar uma a uma as preciosas pessoas de sua estatística. A meta era audaciosa e foi abraçada por todos. Realizar 365 visitas no período de um ano. Mas eis que a contagiante iniciativa elevou o ponteiro para mais de quinhentas visitas concretizadas. Uma luta desenvolvida com muito diálogo e união entre líderes e membros. Tudo começou em 2022, quando a pandemia ainda restringia os encontros físicos, o que não foi empecilho para o calor humano que chegava pelas telinhas dos computadores ou dos celulares. Em abril, a marca era de 22% do objetivo lançado, número que foi subindo exponencialmente. A cada visita, a contagem era celebrada, graças à criatividade dos jovens de criar um controle próprio, o Visitômetro, uma ferramenta que vem auxiliando a todos a visualizar, de forma clara, onde estão e o que falta atingir. Algumas manifestações chegam para comprovar a força do incentivo. Uma delas vem de Flávia Constanzi, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Bloco Monte Alegre. Ela conta que, no ano passado, depois de receber uma visita, conseguiu renovar sua determinação e alcançar o trabalho desejado. Em outra oportunidade, com a visita das companheiras de comunidade e de distrito, ouviu em meio ao diálogo sobre a saúde da mulher. Na mesma semana, Flávia decidiu fazer exames de rotina. “Em um desses exames descobri uma pedra no rim, e, com rapidez, pude fazer cirurgia, evitando que sofresse as terríveis cólicas renais se tivesse demorado. Como foi importante aquela visita, aquele alerta; e, com daimoku ainda mais forte, desfruto uma vida saudável”. Jovens na vanguarda Com o espírito de um verdadeiro discípulo levando esperança e alegria aos membros, cada visita é realizada com muito carinho. O resultado reflete-se diretamente na indicação de novas lideranças, no aumento do número de assinaturas dos periódicos e na participação nos encontros da base. “As visitas são incríveis. Poder conversar com os membros é sempre muito inspirador. É muito importante ouvir esses incentivos e saber que consigo continuar seguindo em frente. E as reuniões sempre trazem grandes aprendizados com os relatos e as matérias”, afirma Roberta Ruiz, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Fagundes. Os encontros presenciais também foram retomados e os comparecimentos têm sido excelentes, reforça Ernesto Kurauchi, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito. Também pela Juventude Soka do distrito, foi realizado em março um encontro regado a lanches, reunindo mais de vinte participantes. “Essa confiança de futuro, na nobre missão de cada um, com certeza, é fruto das visitas realizadas, pois é quando abrimos nosso coração”, enfatiza Patricia Arikuma, responsável pela DFJ do distrito. Dessa forma, a vitória vem contagiando cada vez mais as duas comunidades, Imperial e Monte Alegre, formadas “Por membros sinceros e felizes, que, mesmo em meio às dificuldades do dia a dia, vêm se empenhando dignamente na luta pelo kosen-rufu, a almejada paz mundial”. A manifestação orgulhosa vem do responsável pelo distrito, Hamilton França, que, junto com a responsável pela DF, Livia Meire Lino, cria um ambiente para todos avançarem. “Orgulho maior é saber que os jovens estão retornando, com total força”, arremata Livia, citando a iniciativa de ambos de conduzir, nas duas comunidades do distrito, os encontros da rede da felicidade, em que são estudados trechos da Nova Revolução Humana (NRH), de autoria de Ikeda sensei. Pioneirismo mais que celebrado. “Os incentivos têm sido minha bateria diária, não me deixam desistir e me fazem prestar a atenção nas minhas ações”, frisa Gustavo Vinicius, responsável pela DMJ do Bloco Alcatraz. “Também me sinto revigorado sempre que leio os relatos do Brasil Seikyo, pois vejo a felicidade das pessoas ao vencerem seus desafios.” Dentro dessa fórmula de desenvolvimento experenciada por seus integrantes, as lideranças do Distrito Monte Alegre não perdem de vista o placar de conquistas. Como em todo resultado positivo, a união impera e é vital a importância dada à realização de daimoku e das reuniões de conselho. Diferentes ideias, unos em coração. O Daimoku da Vitória, realizado um domingo por mês, reúne em sintonia os membros, que escolhem o melhor horário do dia para seu desafio. “Aprendemos com nosso mestre que todo empreendimento deve começar com a oração”, ressalta o líder do distrito. Essa é a melhor definição para uma luta que tem marcado a vida de todos, afirmam. Sem esquecerem de agradecer aos veteranos pelo apoio, avançam na dianteira das quinhentas visitas já atingidas. E para comunicar a Ikeda sensei sobre a grandiosa conquista, os líderes do distrito enviaram uma carta a ele. Ao receberem a resposta com os dizeres “Obrigado pelos esforços”, o coração de todos se encheu de renovada esperança. “Com muita gratidão, renovamos nosso juramento rumo a 2030, com mais vitórias. Estamos ainda em junho. Até o fim do ano, é vencer e vencer”, determina Hamilton em nome de todos. Aspecto dos integrantes do Distrito Monte Alegre, em atividade da Juventude Soka Cenas de algumas das visitas realizadas, impulsionando a vida de todos No topo: integrantes do Distrito Monte Alegre marcando o dia da celebração do grandioso resultado, fruto da forte união. Fotos: Colaboração local
22/06/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista
É comum ouvirmos a expressão “budismo é a própria sociedade”. Nichiren Daishonin, por exemplo, escreveu que “o budismo é como o corpo, e a sociedade, como a sombra. Quando o corpo se inclina, a sombra faz o mesmo”.2 O princípio da “fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista” (obutsu myogo) relaciona esses dois mundos. “Lei secular” corresponde ao conjunto de normas, instituições, costumes e convenções que regem a sociedade, enquanto “Lei budista” refere-se à essência do ensinamento do Buda. No Japão da época de Daishonin, esse princípio era entendido de forma distorcida, pois se associava a lei secular à ordem e à autoridade, e ao poder do imperador e da classe política, enquanto a Lei budista era associada ao domínio dos grandes templos e dos monges e sacerdotes poderosos. Assim, a fusão da lei secular e da Lei budista era entendida como a relação harmoniosa entre o imperador e a classe política, de um lado, e os monges e sacerdotes, do outro. Nichiren Daishonin revolucionou esse entendimento ao colocar a amenização do sofrimento das pessoas comuns e sua felicidade como os elementos que definem a fusão da lei secular e da Lei budista. Ou seja, as leis seculares e a atuação dos governantes devem ser voltadas para a garantia do bem-estar das pessoas, assim como a Lei budista enfatiza a dignidade da vida de cada ser, porque todos possuem o estado de buda como condição inata. No escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, Daishonin explica como o sofrimento por que passava o povo japonês à época (lei secular) estava associado à crença nas seitas budistas que ignoravam o ensinamento do Sutra do Lótus (Lei budista). A amenização do sofrimento das pessoas só seria possível quando a filosofia de paz e a valorização da dignidade da vida exposta no Sutra do Lótus constituíssem a base para a sociedade. Tanto a atuação social de Daishonin como a dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda — aplicam esse princípio, pois eles dedicaram a vida ao propósito de enaltecer a dignidade da vida expressa nos ensinamentos do Sutra do Lótus e à busca pela paz mundial (kosen-rufu). Em resumo, ao encontro entre a felicidade individual e o bem-estar da sociedade. Daisaku Ikeda explica que as leis seculares abrangem dimensões amplas da sociedade, não se restringindo a relações de poder nem tampouco a interpretações restritas sobre a política: A lei secular refere-se às atividades dos homens como a arte, a educação, a economia, a política, as quais são necessárias para a manutenção da vida comunitária, na qual se inclui a contribuição para a paz e a cultura. E a lei budista é a que cultiva a dignidade da vida, que por sua vez serve como solo fértil de onde brota e floresce a cultura de uma sociedade. A “fusão” significa ter o budismo como base dessas atividades; não indica a incorporação do budismo nessas áreas nem a formação de um sistema próprio. Aplicando esse princípio na vida das pessoas, significa que cada uma atuará ativamente pela paz e pelo bem-estar social como resultado do seu despertar para a missão de criar uma nova era tendo como base o aprimoramento do caráter por meio da fé. Este é o significado de “fusão”. Portanto, o que liga o budismo à lei secular é o próprio ser humano, seu espírito. Em conclusão, a missão religiosa dos budistas é essencialmente cumprir essa missão social como seres humanos. Somente quando uma religião capacita as pessoas a realizar esse propósito pode ser chamada de “religião viva”. O budismo não é mero idealismo. Uma verdadeira religião é aquela que permite que o estandarte da vitória humana seja hasteado bem alto em meio à realidade do nosso mundo. É por isso que estou tentando diligentemente abrir a estrada da paz e da cultura.3 Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo no presidente Ikeda no romance Nova Revolução Humana) menciona, na sequência do trecho acima, a fundação do Instituto de Estudos Orientais (mais tarde, Instituto de Filosofia Oriental) e da Associação de Concertos Min-On como exemplos de aplicação do princípio de obutsu myogo. Essa lista poderia claramente ser ampliada para incluir a fundação e o desenvolvimento das escolas e universidades Soka; os corais, as orquestras e bandas musicais; o Museu de Arte Fuji; o Instituto Soka Amazônia; a elaboração das Propostas de Paz de Ikeda sensei e, na verdade, todas as iniciativas e ações da Soka Gakkai voltadas para a promoção da cultura, da educação e da paz, tendo como fundamento o Budismo de Nichiren Daishonin. Do ponto de vista individual, a aplicação do princípio budista da “fusão harmoniosa da lei secular com a Lei budista” ocorre em meio aos nossos esforços diários, quando temos a oportunidade de alicerçar nossas ações e nosso comportamento na sólida base de vida fundamentada nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin. Portanto, compreendendo que “budismo é a própria sociedade” e que “prática da fé é a própria vida diária”, podemos nos valer de nossas experiências, habilidades e virtudes lapidadas por meio da prática do budismo para criar relações ainda mais humanas e enriquecedoras com nossos familiares, amigos e colegas de trabalho. Dessa maneira, de forma reiterada e coletiva, acabamos por oferecer uma incontestável contribuição para a sociedade na construção de uma cultura de paz e de educação que valoriza a vida humana. Fonte: Terceira Civilização, ed. 415, mar. 2003. Notas: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 307, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 234, 2019. Ilustração: GETTY IMAGES
22/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Nobres damas, o caminho da felicidade se encontra a seus pés
Quão extraordinária é a força da jovem mulher! Quando uma pessoa que abraça a Lei Mística se levanta com real seriedade, ela consegue transformar enormemente o destino de um lar. Consegue transformar a localidade. Consegue propiciar coragem a todos como o “sol da esperança”. Deve-se tornar o sol. Não significa que todos os raios de sol incidirão sobre a estrela que reflete a própria luz. O sol envia seus raios mesmo na direção em que a luz dela pareça ser desperdiçada. Ainda assim, o sol continua brilhando com toda a calma. Você própria brilhará na medida em que enviar sua luz. Embora jovens, vocês são as pessoas que lançam as sementes do Buda que fazem desabrochar as flores da felicidade, absolutas e eternas, em seu coração e no coração de todos os amigos. Não há juventude com uma missão tão nobre. Quanto vocês falarem sobre a lei budista com coragem é quanto as relações com o budismo se conectam. As mulheres Soka são as extraordinárias atrizes famosas que adornam o drama da vida com a “maior das alegrias”. Não há absolutamente nada tão sublime e divino do que a mulher que luta com todas as forças, de forma honesta, pelo bem da felicidade e da paz da humanidade. O caminho da vitória e da felicidade está a seus pés, nobres damas. Ele se encontra debaixo dos pés que caminham no dia de hoje. Devem viver a juventude florida Soka, com bela coragem e resplandecente perseverança. No topo: Banhadas pelo sol do início de verão, as flores e as plantas verdes estão repletas de vida. A imagem é de Florença, Itália. É a Cidade das Flores, com a fragrância da arte e da história. Ikeda sensei registra esta foto em maio de 1994. Durante a sua estada na cidade, o Mestre participa de atividades, como a Convenção Comemorativa e o Festival Artístico, oferecendo raios solares de incentivo a cada nobre companheiro. Em junho [de 2023], no Japão, realiza-se, de forma alegre e animada, a Convenção da Divisão das Mulheres, que reúne amigas de todas as gerações. E 4 de junho é o Dia Mundial do Ikeda Kayo Kai. Nada é mais belo que o aspecto das companheiras que bailam uma juventude de grande alegria tal como a flor e o sol. É impossível deixar de orar para que esse límpido cordel de flores da paz se expanda para o mundo. Publicado no Seikyo Shimbun de 4 de junho de 2023.
22/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Brilho do respeito à dignidade da vida no mundo
Todos possuem o direito de viver e o direito de conquistar a felicidade. Esse direito à vida jamais deve ser violado. A liberdade de espírito dos seres humanos não deve ser arrebatada por ninguém. O estabelecimento dos direitos humanos são a base da democracia e a essência da paz. Não é a ausência de guerra que significa paz. Se não for uma sociedade que respeita ao máximo o direito e a dignidade do indivíduo, ela não merece o nome de verdadeira paz. É para isso que a Soka Gakkai está lutando. O que a Gakkai está construindo na sociedade, hoje, em todo o mundo, é a “grande torre do respeito à vida”. Não é só no aspecto ideológico. Em meio à realidade, está edificando uma pessoa após outra como a torre do “ser humano digno” que brilha com nobreza e felicidade. Não há tarefa mais sagrada que essa. Valorizar e respeitar, de coração, a vida do outro, acreditando em sua natureza de buda. Nesse momento, fundamentalmente, a natureza de buda do outro nos reverencia de volta. De forma ampla, quando nos aproximamos do outro com o coração realmente sincero, na maioria das vezes, o outro também passa a respeitar a nossa personalidade. Nas atividades da fé que dissipam a escuridão dos sofrimentos e da infelicidade, libertando as pessoas dos grilhões do destino, se encontra o modo de vida fundamental do humanismo. As ações devotadas em prol da Lei e das pessoas resplandecerão infalivelmente como infindável boa sorte a adornar a própria vida. No topo: Hortênsias azuis colorem a estação das chuvas [no Japão] junto com flores de variadas cores. Em junho de 2006, Ikeda sensei registra esta foto na cidade de Tóquio. A hortênsia é conhecida também como shitihenge (“sete mudanças”). Ela muda de cor em função das diferenças de solo e demais fatores, tingindo-se de rosa, de azul e de outros tons. O Sutra do Lótus prega a parábola das três plantas e duas árvores. Banhadas pelas chuvas benevolentes que caem dos céus de forma equalitária, as plantas e árvores fazem desabrochar cada qual suas flores. Da mesma forma, os seres humanos também conseguem resplandecer as próprias características ao serem iluminados pela grande sabedoria imparcial da Lei Mística. Vamos avançar com laços de união harmoniosa, valorizando sempre cada indivíduo e respeitando uns aos outros. Um dos significados da hortênsia é a união. Publicado no Seikyo Shimbun de 11 de junho de 2023.
22/06/2023
RDez no BS
BS
Orar nos enche de grande alegria!
Você já ouviu a Nona Sinfonia, de Beethoven? Ele compôs o famoso trecho Ode à Alegria enquanto sofria com a perda da audição. Beethoven se recusou a ser derrotado pelas dificuldades e pelo sofrimento. Nichiren Daishonin declarou que “Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1 Quando você recita Nam-myoho-renge-kyo, acredita profundamente que sua vida seja um tesouro precioso e cria coragem para superar qualquer adversidade. Você experimentará, com certeza, “a maior das alegrias”.2 Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos permite olhar através das nuvens de problemas e preocupações e trazer o sol para brilhar fortemente em nosso coração. Estou orando para cada um de vocês, meus jovens amigos, a fim de que sejam cheios de alegria e tenham ilimitada esperança. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de dezembro de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212. 2. Ibidem.
22/06/2023
Notícias
BS
Marco da vitória contagiante
Macapá foi a primeira cidade criada no estado do Amapá, norte do país. É a única capital brasileira cortada pela linha do Equador (que divide o planeta em dois hemisférios), e a mais próxima da foz do rio Amazonas. Concentra no mínimo dois cartões-postais: o monumento Marco Zero do Equador, onde foi construído um obelisco para a observação do fenômeno do Equinócio, que marca a mudança de estações; o outro ícone turístico é a Fortaleza de São José de Macapá, construída em 1782 para proteger a cidade de invasões. É dessa região que o Brasil Seikyo traz o destaque da edição, focalizando os bastidores de desafios e comprovações dos integrantes do Distrito Norte, Área Amapá. São 78 famílias e 124 membros na estatística, com duas comunidades, FAB e Novo Horizonte, cada uma com três blocos. “Todos os dias estamos em contato com nossos membros, por mensagens e ligações, buscando saber a realidade de cada um. Ao levarmos os incentivos do Mestre, sentimos uma forte correnteza de boa sorte unindo nossa vida”. A manifestação é do líder do distrito, Laércio Sousa, que, junto com a responsável pela Divisão Feminina (DF) do distrito, Rosângela Freitas, desafiam “muito mais daimoku” para realizar as visitas. No período de pandemia, os laços foram fortalecidos com os membros, apoiando-os para que superassem as dificuldades. E mais, nesse período desafiador, sete novas famílias chegaram à base, shakubuku concretizado por esses membros. Assim, veteranos e novos membros estão unidos pelo sentimento de gratidão, que se reflete nos resultados alcançados: aumento de assinantes dos periódicos em 70% e, da mesma forma, na participação no Kofu (contribuição voluntária). O fato de conseguirem integrar 85% de seus membros às atividades é resultado da força dessa dedicação e união, a marca da localidade. “Estamos cada vez mais empenhados em unir 100% de nossa base”, afirma o responsável pelo Distrito Norte. “Um membro incentivado já logo é convidado para fazer parte das programações nos blocos, e visitas a outros membros da base. Não deixamos ninguém para trás”, reforça. Pela Divisão Feminina intensificam esforços do jeito DF de ser, “com muito mais daimoku”. As integrantes da divisão criaram até uma marca para a atuação — Mulheres de Alto Valor (Mavs) — cuja base é a recitação de daimoku em sintonia, em formato on-line. “Embora ainda não estejamos com todos os blocos atuando, nosso objetivo é continuar ao lado do Mestre, pondo em prática tudo o que ele nos ensina. Por isso, nunca perdemos a esperança de podermos fazer com que todos despertem para a prática da fé e para as atividades pelo kosen-rufu da nossa localidade, declara a responsável pela DF do distrito. “Daimoku é a base da vitória.” Avanço contínuo O empoderamento flui, e quem nos conta sua experiência é Michely Dias, recém-nomeada responsável pela DF do Bloco Santa Rita. Polícia militar, está na família Soka há seis anos, apresentada à prática pelo marido. Com os filhos Thomas, de 3 anos, e Júlia, que nascerá em julho, comprova a força do Nam-myoho-renge-kyo, após turbulenta desarmonia familiar vivenciada no ano passado. “Foi quando percebi quanto eu estava deixando de lado a minha prática. Com incentivo, desafiei-me no daimoku, sentindo-me forte, convicta de que tudo ia se resolver, e assim eu venci. O que tirei de lição? Orar não somente nos momentos de dificuldades. Diariamente acumular boa sorte e ativar as energias protetoras do universo. Percebi, mais que nunca, a importância de assinar os periódicos para não perder nenhum incentivo e orientação do nosso mestre. Agora como responsável pelo bloco, determino de coração tornar-me uma pessoa de grande valor e propagar a Lei Mística para a felicidade dos membros e de todos ao redor”, enfatiza Michely. A boa nova que alegra a todos da organização local, e fruto dessa energia contagiante, é ter um representante aprovado para a próxima Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, programada para junho, em São Paulo. Hugo da Silva Rosa é responsável pela DMJ da Comunidade FAB, função que exerce há um ano, depois de se mudar de outra cidade. Tem sido o braço direito dos líderes de distrito, presença constante nas programações, realizadas em formato híbrido. Além do apoio aos membros para que não fiquem sem receber os periódicos. “Pela nossa experiência, por vezes as pessoas precisam apenas de um ‘Alô!’, uma orientação técnica, pois todos sabem quanto as publicações são importantes na vida”, considera Hugo, que, depois de ultrapassar fortes desafios financeiros e de desarmonia familiar, carimbou seu passaporte para a tão sonhada oportunidade. “Estou indo à academia com o intuito de aprender ao máximo para conduzir da melhor forma possível os jovens da minha localidade e que todos, sem exceção, sejam felizes e vitoriosos”, determina. Um marco de renovada esperança que reverbera em todos do Distrito Norte. Programação com estudantes do distrito Print de encontro on-line da DF No topo: membros do Distrito Norte posam para foto após reunião Fotos: Colaboração local
09/06/2023
Editorial
BS
Terra de juramento
A história da BSGI teve início com o corajoso passo de Ikeda sensei em 1960. Junto com ele, veteranos japoneses fizeram do solo brasileiro sua terra de missão. No “Ano dos Jovens e do Triunfo”, a BSGI recebe uma comitiva representando o presidente Ikeda, em comemoração dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil. Neste Brasil Seikyo, vamos acompanhar o reencontro dos membros da BSGI com Ikeda sensei, ocorrido no Centro Cultural Campestre, e, desta vez, unindo o país por transmissão. A convenção simboliza o momento ímpar vivido pelos membros de se reconectarem por meio dos encontros da organização. Em mensagem inédita para as atividades comemorativas, nosso mestre conclama: Avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz!1 Veja, nesta edição e na próxima, a programação da comitiva. Na seção Aprender com a Nova Revolução Humana, é descrito o resultado das nossas ações locais: A revitalização da comunidade nasce do amor que as pessoas sentem por sua terra natal; é estimulada pela consciência de cada um como protagonista desse esforço. Em outras palavras, a chave para a revitalização da comunidade consiste em revitalizar o coração das pessoas que nela residem. Nichiren Daishonin escreveu: “As montanhas, os vales e os campos onde Nichiren e seus discípulos vivem e recitam Nam-myoho-renge-kyo são a Terra da Luz Eternamente Tranquila”.2 Onde quer que estejamos realizando ativamente nossa prática budista, essa é a Terra da Luz Eternamente Tranquila onde o Buda habita.3 No poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! consta: Oh! Brasil! Terra natal do meu coração, amigo que me aquece a alma, chão celestial da minha vida! Oh! Brasil! És minha vida! Teu levantar impávido abriu o caminho glorioso do kosen-rufu mundial! A terra natal de juramento é onde nos encontramos agora. Tal como os veteranos se empenharam no início da organização, e como Ikeda sensei brada, renovemos juntos o juramento de promover o kosen-rufu, prezando cada vida com quem temos contato, sem deixar ninguém para trás! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 781. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 16.
09/06/2023
Incentivo do líder
BS
Brilho da juventude
Queridos companheiros, espero que todos estejam desfrutando saúde e disposição. Chegamos à metade do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, e como passou rápido. Retomamos as atividades presenciais e celebramos os trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil envoltos pela maravilhosa notícia sobre o fim da pandemia anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último mês. De fato, vivemos tempos desafiadores, o que me faz lembrar da passagem do Gosho Abertura dos Olhos que diz “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda”.1 Quando tenho um impasse na vida, uma das coisas que costumo fazer é aprofundar minha consciência por meio do estudo, seja lendo um Gosho, seja abrindo a Nova Revolução Humana. Sempre há algo incentivador que preenche meu coração e me oferece as respostas de que preciso. Além disso, relembro meu juramento Kayo, [transmitido pelo Grupo Ikeda Kayo Kai, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)] escrito no auge da minha juventude aos 17 anos. Neste ano, o Ikeda Kayo Kai completa quinze anos de fundação. Desde o meu ingresso na primeira turma, a extensão desse juramento e a consciência da minha missão se tornam cada vez mais cristalinas. O que me faz lembrar também é o juramento da menina-dragão: “Simplesmente vou me dedicar a ajudar as pessoas a se tornarem felizes por meio da Lei Mística que me salvou”.2 Quão nobre e poderoso é o juramento de um bodisatva da terra! Realmente, o juramento transcende a distância, o tempo e o espaço. Devo isso não só ao meu mestre, mas também aos veteranos da organização. Eles transmitiram esse sentimento para a geração futura, da qual faço parte, que não teve a chance de se encontrar presencialmente com Ikeda sensei. Como sou da terceira geração de praticantes da minha família, cresci em um ambiente em que meus pais constantemente me falavam sobre as oportunidades que tiveram de se encontrar com sensei, em especial, em sua terceira e quarta visitas ao Brasil. Minha mãe sempre compartilhava a seguinte frase: “Tudo o que vivi na minha juventude foi meu maior tesouro”. Meus pais são grandes incentivadores e, mesmo em meio aos desafios da terceira idade, vêm comprovando a veracidade da prática da fé e atuando ativamente na organização. Recentemente, meu pai me incentivou, dizendo: “Toda preocupação em prol do kosen-rufu é a manifestação de boa sorte”. Avaliando minha vida hoje, posso dizer que meus pais estão cobertos de razão. Ao longo desses anos, fortaleci meu caráter e minha personalidade por meio das diversas oportunidades de atuação nas atividades da Soka Gakkai, reconfirmando meu juramento, assim como meu mestre incentiva: Quando permanecemos fiéis a esse juramento, a ilimitada coragem, sabedoria e compaixão do Buda emanam de nossa vida. Quando nos empenhamos de corpo e alma para concretizar esse juramento, até mesmo o “veneno” do desafio mais difícil pode se transformar em “remédio”, e o carma, em missão.3 Imagino que a realidade de cada um seja desafiadora, mas, como jovens discípulos Ikeda, não há nada que não possa ser superado se tivermos a prática da fé, o estudo do budismo e o juramento de mestre e discípulo em nosso coração e incorporado em nossas ações diárias. Cabe a mim, jovem Soka, continuar o legado de todas as pessoas que viveram em prol da Lei de construir a nova era da Soka Gakkai no palco de minha missão. Vamos, juntos, renovar nosso juramento neste “Ano dos Jovens e do Triunfo” com muito mais vitórias! Naira Samezina Vice-coordenadora da Divisão Feminina de Jovens da BSGI Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 525, maio 2012, p. 42. 3. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História mais Maravilhosa do que a Sua. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 39. Ilustração: Getty Images
09/06/2023
Grupo Coração do Rei Leão
BS
A importância do diálogo e dos bons exemplos
Estamos vivendo um momento único, celebrando os trinta anos da última visita de Ikeda sensei ao Brasil. Muitos de nós tivemos a oportunidade de recebê-lo em 1993. Agora, junto com nossos filhos e até netos, renovamos nosso compromisso de impulsionar o kosen-rufu do nosso país. A alegria de pertencer à BSGI é indescritível, pois recebemos os direcionamentos do Mestre e fortalecemos os laços familiares para transformar nossa sociedade. Nichiren Daishonin afirma: Assim como a artemísia que cresce entre o cânhamo, ou uma cobra no interior de um tubo [naturalmente se endireitarão], aqueles que se associarem às pessoas de bom caráter também cultivarão sentimentos, comportamentos e palavras corretas.1 Recentemente, foi lançado o livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda. Em um dos trechos, ele menciona: Os pais devem discernir com sabedoria, desde cedo, as tendências dos filhos. Ao fazer isso, eles poderão encarar com serenidade qualquer fase de rebeldia. Os pais podem pressentir que algo está errado apenas observando sinais sutis no comportamento ou no tom de voz dos filhos.2 Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, certa vez orientou um senhor cujo filho estava com problemas e se recusava a voltar para casa: Com base na perspectiva budista, a questão fundamental reside no carma dos pais que sofrem com o filho. É importante que o senhor respeite seu filho e determine que ele se tornará uma pessoa admirável e que, por meio da transformação em sua vida, ele o conduzirá ao estado de buda.3 São diversas as questões que podem causar sofrimento aos jovens, como ansiedade e depressão, constantes discussões familiares, divórcio dos pais, mudança de escola, pressão nos estudos, problemas de amizade, perda de entes queridos ou de animais de estimação, alcoolismo ou dependência de drogas na família. Se os pais perderem a paciência, a criança poderá se sentir abandonada. Devemos nos esforçar para compreender as razões por trás da rebeldia dos nossos filhos e agir de acordo. No livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, encontramos outro trecho que diz: Existem muitos pais maravilhosos com experiências simples que criam filhos felizes. Por outro lado, há pais que detêm largo histórico acadêmico ou que se gabam de seu currículo, mas acabam arruinando a vida dos filhos.4 Um problema comum é o hábito de elogiar os estudantes apenas por suas boas notas, associando isso a ser bons filhos. Muitos pais se preocupam mais com as notas do que com o bem-estar dos filhos. Certamente desejam o melhor para eles, mas não devem permitir que essa obsessão desvie a atenção do que deve ser prioridade: aprimorar o coração e o espírito dos filhos. Existem também pais que esperam que seus filhos sigam a profissão que consideram ideal. Eles escolhem os amigos, o casamento e não permitem que seus filhos sejam independentes, mesmo quando já atingiram a fase adulta. Esses pais acreditam que amam seus filhos, porém, tudo o que fazem é projetar seu egoísmo neles. Devemos sempre avaliar nossos comportamentos. A violência aumenta a cada dia em nossa sociedade. Se os pais permitem ou até reforçam abertamente a agressão, é possível que as crianças se comportem de forma agressiva em casa ou em outros lugares. Quando as crianças ouvem falas depreciativas em relação às outras pessoas, entendem que existe um padrão e, por isso, aqueles que não se encaixam nele são inferiores. Quando as ofensas são verbalizadas repetidamente, a situação se torna “verdade” naquele contexto, e comportamentos agressivos, identificados como bullying, podem ocorrer. É um comportamento em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão por meio de “brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e de intimidar. O bullying também pode ocorrer de forma indireta, por meio de fofocas, boatos, intrigas e exclusão de grupos de amizade. As próprias vítimas começam a ver a si mesmas como inferiores. O bullying não deve ser tolerado. Cabe aos adultos orientar as crianças para que possam respeitar o próximo e as diferenças. Nosso mestre compartilha: Apesar de minha mãe não dizer nada sobre minhas notas, ela era rigorosa em relação a questões da vida diária. Quando eu era pequeno, ela sempre dizia: “Não cause problemas aos outros” e “nunca diga mentiras”. E quando eu já estava mais crescido, ela me orientou: “Seja o que for que você decida fazer, assuma a responsabilidade e cumpra seus compromissos”.5 Em conclusão, é fundamental abrir espaço para o diálogo, ajudar as crianças a ter sonhos, cultivar o desejo de estudar, aprender, desafiar-se e extrair o máximo de suas habilidades. Devemos ensinar valores espirituais por meio de nossas próprias ações no dia a dia. Forte abraço! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria das Regiões Estaduais Leste (CRE-Leste) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 396, 2017. 2. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo. Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 37, 2023. 3. Ibidem. p. 50. 4. Ibidem. p. 57. 5. Ibidem. p. 88. Foto: Getty Images
09/06/2023
Relato
BS
O brilho de uma decisão
Eu me chamo Soraia Cruz de Oliveira, tenho 47 anos e moro em Niterói, RJ. Alguns acontecimentos especiais selam a minha jornada, e um deles completa trinta anos neste 2023. Tinha apenas 16 anos quando me vi segurando um buquê de lírios-amarelos para recepcionar Ikeda sensei no Centro Cultural do Rio de Janeiro, em sua quarta visita ao Brasil, em 1993. Ao encontrá-lo, disse: “Sensei, seja bem-vindo! Seja muito bem-vindo”. Olhando nos meus olhos, ele respondeu: “Seja feliz... Seja muito feliz!”. Esses foram os incentivos do meu mestre, com olhar benevolente e profundo, como se soubesse (e sabia) da minha vida, das fraquezas e dificuldades. Na ocasião, decidi que lutaria para conquistar essa condição de felicidade. Aquelas palavras do Mestre soaram mais tarde como coragem e força para que eu pudesse vencer a tudo. A base familiar foi essencial. Quem iniciou a prática do budismo na família foi meu pai, Joel, em 1974. Atualmente, ele está com 80 anos. Com orgulho, oferece seu sítio em Magé para as atividades da Gakkai. Minha mãe, Zilma, é outro exemplo de prática da fé. Ela ficou internada por quatro meses e meio, prolongou a vida, e ensinou como passar por situações difíceis com sua serenidade. Encerrou sua existência no dia 28 de dezembro do ano passado. Voltando à fase da vinda de Ikeda sensei ao Brasil, passada a emoção, era hora de encarar os sucessivos desafios pessoais, de estudo, profissionais e de relacionamentos. Na minha família, ninguém tinha curso superior. Não foi fácil ingressar numa faculdade, quanto menos me manter, mas venci! Eu me formei em administração de empresas, em 2002. Também fui atrás de outro sonho. Pertenci ao Grupo 2001, precursor da nossa atual Divisão dos Estudantes (DE). Éramos incentivados a nos tornar pessoas de grande valor e, em gratidão, ir ao encontro de Ikeda sensei. Então, em 2001, viajei para o Japão como integrante do meu primeiro grupo de aprimoramento. Com a denominação Grupo Seigan, retornei ao Brasil trazendo o direcionamento do Mestre: “Coragem! Esperança! Não perca para nada nesta vida!”. De lá para cá, meus pais se separaram, casei-me, fiz pós-graduação, tive minha filha, Maria Eduarda, fiz uma cirurgia na mama para retirada de nódulos e outra na cabeça por conta de um cisto de 3 centímetros. Em meio aos desafios, o que me manteve inabalável foram os incentivos do Mestre e minha firme atuação na Gakkai. Expandir o coração Cresci nos jardins Soka ouvindo sobre a importância de abandonar nosso estado egoístico e nos empenhar pela felicidade de outras pessoas. Misticamente, concretizei trinta shakubuku, pessoas com quem compartilhei essa prática transformadora. Sinto que minha vida se abriu para essa verdadeira alegria, e estímulos não faltaram, por exemplo, quando conquistamos uma grandiosa vitória no movimento das 50 famílias felizes, em 2015. Hoje, atuo como responsável pela Divisão Feminina (DF) de distrito com o mesmo espírito. Durante aquela luta, eu, que trabalhava desde os 16 anos, em multinacionais, me via desempregada havia dois anos. Minha decisão era aproveitar cada minuto para me dedicar ao movimento pelo kosen-rufu, criando a verdadeira causa para a vitória profissional. Naquele mesmo dia em que o distrito conquistava seu objetivo, eu assinava um contrato de franquia no segmento de vestuário infantil. Não era carteira assinada, como havia pensado. Muito melhor. Eu me tornei empresária, abri uma loja em Icaraí, também em Niterói, em 16 de julho de 2016, e no dia seguinte parti novamente para o Japão, junto com os companheiros do Grupo Seigan e nossos familiares, a fim de celebrar os quinze anos do grupo. Costumo dizer que “é tudo junto e misturado”. Ao retornar ao país, fortes ondas de desafios surgiram, como meu divórcio em 2018. Comprovei, uma vez mais, os benefícios da prática e da minha dedicação: mais amigos que nunca, continuamos sócios e até abrimos outra loja juntos. Para mim, essa é a demonstração de continuar vencendo com base na “Prática da fé para criar a harmonia familiar”, a primeira das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”. Segui novamente para o Japão, em 2019, para reconfirmar o juramento de luta conjunta. Depois, veio a pandemia, que desafiador! Atualmente, a localidade na qual atuo retomou com toda a energia as atividades presenciais, em renovados encontros de estímulo à prática da fé. Tenho no coração um grande orgulho. Em 2016, levei minha filha comigo para o Japão, e me lembro dela, aos 8 anos, na época, correndo alegremente pelas alamedas da Universidade Soka. Em certo momento, ela disse: “Mamãe, foi Ikeda sensei que fez tudo isso, né? Ele é demais!”. Respondi-lhe: “Sim, filha, ele é o nosso mestre da vida”. Não há alegria maior para mim do que vê-la trilhar sua jornada de vida ciente da grandeza desse ideal de paz que abraçamos. Hoje, ela está com 15 anos, idade muito próxima da minha quando vivenciei aqueles momentos dourados com Ikeda sensei. Reconfirmo minha decisão de seguir superando e vencendo cada adversidade, aproveitando as oportunidades para me fortalecer como um ser humano melhor que ontem. E, com daimoku em primeiro lugar, sempre ligada ao coração de Ikeda sensei, continuar pelo caminho do kosen-rufu por todas as minhas existências. Muito obrigada! Assista ao relato da Soraia abaixo Soraia Cruz de Oliveira, 47 anos. Empresária. Atua na BSGI como responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Icaraí, RM Niterói, Rio de Janeiro. Preciosa lembrança de trinta anos, quando recepcionou o presidente Ikeda na chegada dele ao Centro Cultural do Rio de Janeiro Soraia em encontro na localidade Com o pai, Joel, e a filha, Maria Eduarda Fotos: Seikyo Press / Arquivo pessoal
09/06/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 12 (parte 3)
Conforme eu já havia lhe recomendado, seja milhões de vezes mais prudente do que antes. O Herói do Mundo1 O cuidado ao dirigir previne acidentes Eiji Kawasaki, pessoa central da Soka Gakkai na Europa, havia se envolvido num acidente de carro. Ao visitar o Japão pouco depois do incidente, recebeu orientação de Shin’ichi Yamamoto. Acidentes sempre dão avisos de antemão. Eiji Kawasaki já havia se envolvido num acidente uma vez quando perdeu o controle do veículo enquanto dirigia debaixo de chuva, bateu numa pedra e capotou. Ninguém morreu, mas o carro sofreu perda total. Ao visitar o Japão pouco depois desse primeiro acidente, Eiji relatou o ocorrido a Shin’ichi Yamamoto, que lhe disse: — Você deve considerar isso como um aviso de um acidente ainda mais grave. Os líderes devem estar sempre atentos, acatando um acidente como advertência e tomando medidas apropriadas para garantir que isso não aconteça novamente. Assim, situações críticas poderão ser evitadas. A partir de agora, espero que ore sinceramente com a determinação de jamais sofrer outro acidente, e que dirija com segurança, observando todas as regras de trânsito. Além do mais, como o esgotamento físico e mental ou a falta de sono podem se tornar uma séria causa de acidentes, é importante se certificar de só dirigir quando estiver em suas melhores condições físicas. Esse é o dever de um motorista. Se não tiver dormido o suficiente, pode ser melhor pedir para outra pessoa dirigir, ou então ir de trem ou de ônibus, mesmo que seja menos cômodo. Quando tiver de viajar longas distâncias, seria aconselhável parar para descansar de vez em quando para não se cansar excessivamente. (...). Os líderes não apenas devem tomar tais precauções, mas também lembrar aos membros de dirigir com cuidado ao retornarem para casa após as reuniões ou outras atividades. Esse simples gesto pode fazer com que todos se mantenham alertas e ajudar a evitar acidentes. (Trechos do capítulo “Esperança Renovada”) Agora, o lugar onde Nichiren e seus seguidores recitam Nam-myoho-renge-kyo, “seja... nos vales das montanhas ou numa vasta selva”, todos esses locais são a Terra da Luz Eternamente Tranquila. Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente2 O amor pela terra natal é a fonte de revitalização da comunidade Em agosto de 1967, Shin’ichi visitou Takayama, província de Gifu, onde os membros da Soka Gakkai vinham orando pelo desenvolvimento da comunidade e realizando grandes esforços nesse sentido.O desenvolvimento e a revitalização da comunidade são questões importantes seja qual for o lugar, mas podem ser uma questão de sobrevivência nas vilas despovoadas e nas regiões montanhosas. No entanto, se as pessoas perderem a fé na comunidade onde vivem e também a esperança, não poderá haver prosperidade. A revitalização da comunidade nasce do amor que as pessoas sentem por sua terra natal; é estimulada pela consciência de cada um como protagonista desse esforço. Em outras palavras, a chave para a revitalização da comunidade consiste em revitalizar o coração das pessoas que nela residem. Nichiren Daishonin escreveu: “As montanhas, os vales e os campos onde Nichiren e seus discípulos vivem e recitam Nam-myoho-renge-kyo são a Terra da Luz Eternamente Tranquila”.3 Onde quer que estejamos realizando ativamente nossa prática budista, essa é a Terra da Luz Eternamente Tranquila onde o Buda habita. Por isso, em vez de buscar um mundo ideal ou a felicidade em algum lugar isolado da realidade, os membros da Soka Gakkai desfrutam sua existência com a convicção de que o local em que se encontram é essencialmente uma terra preciosa. Eles têm como filosofia e missão pessoal na vida transformá-la num mundo ideal onde possam hastear as bandeiras da felicidade e da vitória, por mais dificuldades ou adversidades que possam enfrentar. A concretização da prosperidade de uma comunidade ou região começa com a transformação da mentalidade das pessoas que vivem lá e cultivando-se a terra do espírito humano. É por meio desses esforços que se fomenta um forte espírito comunitário, que ocasiona o crescimento das exuberantes árvores do progresso, o desabrochar das belas flores da sabedoria e o desenvolvimento de férteis planícies da felicidade. Esse é o propósito do movimento Soka. (Trechos do capítulo “Espírito Comunitário”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 16 de outubro de 2019.) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 99, 2017. 2. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 192. 3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 781. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 12, no BS+ ou no site www.brasilseikyo.com.br Ilustração: Kenichiro Uchida
09/06/2023
Notícias
BS
Uma nova era de vitórias para a DS e DMJ
Toda construção necessita de sólidos alicerces. E para vencer um grande desafio é preciso coragem, como a de um leão. Com esse espírito, representantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e da Divisão Sênior (DS) reuniram-se no Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, para a Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka. A atividade foi transmitida, via internet, para todo o Brasil. Edjan Santos, coordenador da DMJ, agradeceu a participação de todos e iniciou suas palavras citando um trecho do capítulo “Espírito de Procura”, da Nova Revolução Humana (NRH), volume 27, em que uma líder não media esforços para receber incentivos e compartilhar as orientações com os companheiros da organização. Nele, Ikeda sensei frisa: “Quando uma pessoa perde o espírito de procura, seu desenvolvimento na fé se interrompe e passa a ser influenciada pela arrogância e presunção. Um praticante budista deve ser uma pessoa de inesgotável espírito de procura. Aí se encontra o caminho da revolução humana”.1 Com isso, Edjan solicitou que cada integrante da Divisão Masculina de Jovens manifeste o espírito de procura para construir a sólida organização que transforma a vida dos jovens. “Nós, jovens leões Soka da DMJ, devemos assumir integralmente a postura voltada para a nossa revolução humana e para o avanço do kosen-rufu do Brasil, hasteando a bandeira do shakubuku”. Ricardo Miyamoto, novo coordenador da Divisão Sênior, agradeceu a todos pela presença e, em especial, a de Shinji Shimizu, vice-presidente da SGI. Miyamoto relembrou os momentos vividos por Ikeda sensei há trinta anos em sua quarta visita ao Brasil. Ele compartilhou que esses momentos estão solidificados nos dias atuais. Clamou aos membros que comprovem as diretrizes da Divisão Sênior e que, de agora em diante, os pilares de ouro iniciem uma nova fase de luta, vitória e avanço da divisão. “A partir de hoje, vamos vencer na participação no Kofu (contribuição voluntária) juntamente com os companheiros. Fazer com que cada membro vença seus desafios e eleve o seu estado de vida, transformando também o de todos os membros da nossa organização. Em julho, vamos criar o ambiente ideal para os encontros da Juventude Soka e, em agosto, comemoraremos o nosso mês. Vamos iniciar um movimento que consolide a base da DS, criando um grande avanço em cada comunidade. Vamos tornar a Divisão Sênior a mais próxima do coração de todos”. O vice-presidente Shinji Shimizu, de forma descontraída, parabenizou a todos pela realização do encontro, enaltecendo a BSGI, Monarca do Mundo. Ele comparou a união da DS e da DMJ com a união de Nanjo Tokimitsu e Shijo Kingo. Disse que a união dos dois representa a força da fé, da coragem e da união, e esse é o espírito das divisões. “Essa união e esse companheirismo fizeram com que Nichiren Daishonin fosse vitorioso.” Ele também enalteceu a importância de criar o ambiente ideal, com base na união, e solicitou: “Essa reunião é muito importante. Sejam e construam essa união de vanguarda visando o centenário da Soka Gakkai e construam no Brasil o modelo de união das divisões”. Ele respondeu a perguntas sobre as transformações da época e sobre como devemos atuar. Frisou que os pontos fundamentais para a mudança da nossa vida são a coragem e a união harmoniosa na organização, repleta de incentivo: “Ikeda sensei nos incentiva que é possível conquistar a vitória sem jamais esquecermos nossos objetivos; para tanto, precisamos manifestar força e coragem. A vitória da BSGI é a vitória do mundo. Vamos conquistar o coração das pessoas com forte orientação e oferecer incentivos transformadores”. vice-presidente da SGI Shinji Shimizu coordenador da DMJ, Edjan Santos coordenador da DS, Ricardo Miyamoto Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 27, 2020. Fotos: BS
09/06/2023
Notícias
BS
Prezar as pessoas é a essência do budismo
Membros representantes participaram da cerimônia em memória dos falecidos, realizada na tarde do dia 4 de junho, no Palácio Memorial da Paz Eterna, em Itapevi, SP. A solenidade foi conduzida pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, em suas palavras, agradeceu à comitiva da SGI, celebrando, junto com os membros do Brasil, o aniversário dos trinta anos da última visita do presidente Ikeda em nosso país. Shiratori citou incentivos de Ikeda sensei, nos quais ele revela que Nichiren Daishonin incentivava seus discípulos que passaram pela dor de perder um ente querido, afirmando que os budas das dez direções se reuniriam, acompanhariam e protegeriam os membros e entes falecidos por toda a eternidade. Finalizando, Shiratori pontuou: “Nossos entes queridos devem estar felizes. E nossa missão é herdar a missão do nosso ente falecido e alcançarmos uma vitória inigualável”. Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, compartilhou, em seus incentivos, uma orientação de Ikeda sensei, em que ele afirma: “A vida é livre e as três existências são eternas. Chegará um momento em que vocês se encontrarão com as pessoas [falecidas]. Chegou o momento em que devemos viver a vida com todo o poder agora”. O presidente Harada finalizou, expressando seu sentimento: “A iluminação de si próprio é também a vitória do seu ente querido, o kosen-rufu do Brasil será a vitória dos saudosos veteranos”. Encerrando a cerimônia, os participantes apreciaram a apresentação da Camerata Ikeda, da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda. No topo: participantes da cerimônia respeitosamente oferecem orações aos beneméritos da BSGI Foto: BS
09/06/2023
Matéria da Divisão Sênior
BS
Constituir uma força capaz de cultivar uma família reluzente
Caros amigos e amigas da Divisão Sênior, desejamos que estejam desfrutando excelente saúde, superando com sabedoria e coragem os desafios da época, fundamentados na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei. Diferentemente do Brasil, o Dia dos Pais no Japão é celebrado neste mês de junho. O país do sol nascente é a terra natal dos Três Mestres Soka: Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda. Em sua trajetória de vida, mesmo extremamente concentrado na grandiosa e desafiadora tarefa de edificar e conduzir a Soka Gakkai, ao lado de sua respectiva esposa, cada um deles instruiu seus filhos com todo o zelo. Dessa forma, refletiremos sobre um tema de extrema importância: a família. E o que é família? Nos dias de hoje, de forma clara, é possível perceber que não existe um modelo-padrão do que seja uma família ou de como ela deva ser. A família possui diversas formações e abrange um número imenso de características e relações. De acordo com os dicionários, de forma geral, “família” é um grupo de pessoas que partilha ou que já partilhou a mesma casa, normalmente elas possuem relações entre si de parentesco, de ancestralidade ou de afetividade. Com essa descrição, podemos entender que família é a base da nossa relação social, formada pelas pessoas com as quais somos mais próximos, íntimos e temos afinidade. Durante o pós-guerra, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, compreendeu em seu íntimo quão importante era uma base familiar sólida, para cada integrante desse núcleo superar as amarguras da vida. Por isso, em dezembro de 1957, ele estabeleceu as “Três diretrizes eternas da Soka Gakkai”, das quais a primeira é justamente a “Prática da fé para criar a harmonia familiar”. Referente a esse tema, nosso mestre, presidente Ikeda, reflete: A família é um ponto de segurança e esperança necessário na vida. É uma fortaleza de felicidade e de paz; um ambiente para se revitalizar, recarregar as baterias todos os dias. Contém um vínculo positivo, que nutre a alma e constrói o caminho para o autoaprimoramento e a realização; um castelo de harmonia e crescimento.1 Meu papel na harmonia familiar Como podemos construir e manter uma família harmoniosa? Ikeda sensei nos direciona da seguinte forma: Em primeiro lugar, devemos nos esforçar para sermos pessoas alegres e radiantes, cuja presença envolva todos os familiares com a luz da compaixão. Em segundo, precisamos nos respeitar mutuamente, reconhecendo que os vínculos familiares entre pais e filhos ou entre cônjuges e parceiros consistem em laços cármicos que se estendem pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Em terceiro, devemos prestar uma contribuição positiva à sociedade e trabalhar para desenvolver sucessores que também façam o mesmo.2 Dentre os inúmeros desafios da vida, podemos dizer que a construção de uma família harmoniosa está entre os maiores. Nesse contexto, diversos companheiros da Divisão Sênior e pessoas em geral podem enfrentar questões como dificuldades financeiras, choque de gerações, conflitos no lar causados por vários motivos, podendo ser até divergências devido à prática budista. Essas são algumas das possibilidades dessa maravilhosa missão que é conviver num ambiente familiar. Pois os familiares são os que mais nos conhecem: nossas virtudes e defeitos. No seio familiar, não há como se esconder. Nele, somos genuinamente nós mesmos, da forma mais pura e transparente possível. Sobre esse ponto, no capítulo “Longa Jornada”, da Nova Revolução Humana, Shin’ichi Yamamoto incentiva um membro da Divisão Sênior, que estava aflito por ter filhos que não praticavam o budismo, dizendo: Pensar que seus filhos aceitarão a prática budista porque o senhor está praticando é superestimar a condição de pai. Se eles são maiores de idade, já possuem seus próprios pensamentos e vivem com base neles. Cabe ao senhor, de um lado, respeitar a opinião deles; do outro, se deseja realmente que eles compreendam e aceitem a prática do budismo, o senhor próprio deve provar em sua vida diária quanto a prática budista é extraordinária. Em todo caso, deve se esforçar em se tornar alvo do orgulho e do respeito de seus filhos. (...) Se o senhor deseja a felicidade dos seus filhos e ora sinceramente para concretizá-la, esse sentimento atingirá o coração deles e certamente os despertará para a prática da fé. Além disso, essa oração produzirá benefícios e boa sorte para proteger seus familiares. Por isso, não há necessidade de ficar aflito, nem de impor a prática do budismo.3 Esses são incentivos acolhedores e extremamente adequados à época em que vivemos, na qual o intenso fluxo de informações pode nos distanciar do convívio familiar, por conta da relação estreita com as mídias sociais, entre outros problemas. Mas depende de cada um de nós pôr em prática essa vivência, mesmo nas questões mais simples, tais como jantar à mesa, brincadeira com as crianças, bate-papo descontraído ou assistir a um filme no sofá. O mais importante é o diálogo sincero e aberto, desarmado. Além disso, é fundamental buscar um desafio conjunto da prática da fé. Importante também levar em consideração a característica de cada indivíduo da família, ciente de que cada um tem suas características, e buscar utilizar as diferenças individuais como trampolim para a harmonia e o aprendizado mútuo. Não existe receita Cada família é única, e não existe uma receita pronta para cultivar e desenvolver a harmonia. Contudo, podemos afirmar com base nas orientações do presidente Ikeda que criar um ambiente alegre e respeitoso envolve — sobretudo dos pais — a sensibilidade em reconhecer virtudes, angústias, vulnerabilidades e sonhos de cada um. E a partir dessa “radiografia da alma”, implementar, com dinamismo e entusiasmo, ações de encorajamento, amor, correção e incentivo. Embora de fato não exista uma receita, temos a imensa boa sorte de desfrutar uma grandiosa filosofia de vida que possui sólidos e sábios ensinamentos para o cultivo da vida humana voltados para o humanismo, o respeito e a felicidade. DS que comprova Eu me chamo José Carlos Júnior, tenho 44 anos, e em maio de 2023 completei quarenta anos de prática deste maravilhoso Budismo Nichiren, que iniciei junto com minha mãe aos 4 anos. Nós sempre sofremos com problemas financeiros, e isso contribuiu para que eu não tivesse condições adequadas de estudar. Muitas foram as adversidades, ainda sim eu acalentava sonhos que pareciam ser impossíveis. Na juventude, esses obstáculos pareciam não ter fim. A desarmonia em nossa família era constante em razão de meu falecido pai ser alcoólatra e todos os dias chegar a casa bêbado, causando sofrimento a todos nós e, principalmente, à minha mãe, agredindo-a. Eu não suportava assistir àquela cena. Ia para frente do Gohonzon recitar daimoku até que a situação se acalmasse. Algum tempo depois, houve a separação dos meus pais e minha mãe nos criou sozinha ainda com mais dificuldades, mas sem desistir da sua fé de jamais abandonar o Gohonzon. Fui crescendo e compreendendo que o Gohonzon é a minha própria vida. Os anos se passaram, desafiei e venci nos estudos, formei-me em enfermagem no ensino superior e concluí dignamente minha atuação na Divisão dos Jovens. Já em 2020 trabalhava em duas grandes instituições no Rio de Janeiro. Estava tudo bem, até que em março do mesmo ano foi declarada oficialmente a pandemia da Covid-19. Com a pandemia, também veio uma crise financeira na família, pois todos os processos judiciais do meu companheiro, que é advogado, foram bloqueados em razão do fechamento do Fórum e do cancelamento das audiências, deixando-o sem nenhum valor para receber e para arcar com despesas e compromissos. Nossas dívidas aumentaram e chegamos a ponto de sentarmos e discutirmos a possibilidade de vender nosso apartamento para saldar as dívidas. Nesse meio-tempo, recebi uma promoção no hospital para assumir a coordenação interina de um complexo obstétrico, a qual melhorou ainda mais a minha remuneração. Mesmo assim, foi um período de muita dificuldade financeira. Após longos diálogos, decidimos alugar o apartamento, em vez de vendê-lo, e mudar para a cidade de Saquarema, RJ, uma vez que esse era um objetivo futuro e há tempos pensávamos nisso. O ano 2021 chegava com novos benefícios e desafios, visto que tudo estava a nosso favor. Meu companheiro recebeu todos os processos que estavam atrasados, achamos uma excelente casa na nova cidade, um emprego garantido que me foi prometido e, melhor, ao lado de casa. Então, resolvi pedir demissão do emprego maravilhoso que eu tinha. Enfim, mudança realizada! E agora, cadê o emprego prometido? Pois bem, o emprego não aconteceu. Intensifiquei meu daimoku todos os dias para transformar a causa do sofrimento em felicidade. Fiz algumas entrevistas, mas sem sucesso. Li uma orientação no Brasil Seikyo do dia 24 de julho de 2021 que falava da “teoria de valor” do presidente Makiguchi sobre o emprego dos princípios do “belo, do benefício e do bem”.4 Fiz um resumo sobre o emprego e coloquei no oratório para eu me lembrar toda vez que orasse. O fim do ano de 2021 se aproximava e o emprego não chegava. Quase sete meses sem trabalhar. Determinei que até o último dia do ano eu estaria empregado. Não poderia mais me permitir ser derrotado pela escuridão fundamental da minha vida. Em 3 de dezembro de 2021, foi publicada no Diário Oficial, da Cidade de Cabo Frio, uma chamada para duzentos enfermeiros para a Prefeitura e lá estava meu nome. Tomei posse no dia 16 de dezembro desse ano, e no dia 8 de janeiro de 2022, comecei meu primeiro plantão. Também me tornei professor de enfermagem na cidade de Saquarema e meu objetivo é formar profissionais que fazem a diferença na enfermagem e na vida de cada paciente. No início de 2023, fui convidado a assumir a coordenação-geral do centro cirúrgico do hospital em que atuo. Nesses primeiros meses, conseguimos implantar as primeiras cirurgias por videolaparoscopia dentro do município, o que nunca aconteceu em nenhum hospital da rede pública. Cada dia comprovo a grandiosidade de Ikeda sensei em meu local de trabalho. Comprovei nesses quarenta anos de Budismo de Nichiren Daishonin a grandiosidade do Gohonzon, a grandiosidade do meu mestre e me tornei daquele menininho com grandes sonhos um integrante da Divisão Sênior, um verdadeiro “pilar de ouro”. José Carlos Rocha Pereira Junior, CGERJ, RM Região dos Lagos. José Carlos, à dir., com seu companheiro, Lincoln Silva Reflexão sobre a matéria “Ao julgar os méritos relativos das doutrinas budistas, eu, Nichiren, acredito que os melhores critérios são aqueles da razão e da prova documental. E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real.”5 “A prova mais convincente para desenvolver o kosen-rufu é a felicidade que estabelecemos em casa. E é essa felicidade que sustentará a nossa convicção diante de qualquer pessoa.”6 Estimados companheiros, após lermos de forma atenciosa e cuidadosa os trechos da Nova Revolução Humana e do Gosho descritos acima, devemos refletir com honestidade e seriedade como está a harmonia e felicidade na minha família e que tipo de ação estou desenvolvendo para criar verdadeiramente a harmonia familiar em minha casa. Em meio à realidade cotidiana, certamente realizamos esforços redobrados para atender às demandas do trabalho, do aprimoramento contínuo em estudar mais e é comum apoiarmos os companheiros da nossa organização. Todos esses nossos empenhos são preciosos, louváveis e com certeza criam uma imensurável boa sorte em nossa vida, como também nos faz exercitar o cumprimento da nossa própria missão. Mas, se não voltarmos os olhos, a atenção, a dedicação para construir a felicidade dentro de casa, junto dos nossos familiares, estaríamos falhando em criar a prova mais importante para o desenvolvimento do kosen-rufu, nossa mais elevada missão. O presidente Ikeda nos orienta: “Nós falamos sobre o kosen-rufu como um movimento a ser promovido na sociedade, mas seu verdadeiro eixo encontra-se em nosso lar, na família”.7 Nós, pilares de ouro Soka, temos papel decisivo na criação da harmonia familiar, e o primeiro passo é cultivarmos esse forte desejo consciente da importância da comprovação familiar para o kosen-rufu. Luís Otávio Vieira Arcoverde da Silva, vice-coordenador da CGERJ Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Cinco Diretrizes Eternas da Soka Gakkai. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2017. p. 20. 2. Ibidem. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 6. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 4. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.573, 24 jul. 2021, p. 15. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 626, 2020. 6. IKEDA, Daisaku. Expansão. Nova Revolução Humana. v. 8. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 7. Ibidem. Ilustração: Getty Images Foto: Arquivo pessoal
09/06/2023
Mensagem
BS
“Promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo!”
Meus amados e preciosos companheiros da família Soka do Brasil! Efusivas felicitações pela realização da resplandecente convenção da nova partida! E também a todos os que estão participando em cada localidade do Brasil, nosso coração está ligado e é uno. Certamente os dois mestres devem estar observando com alegria este encontro do juramento que se realiza no Centro Cultural Campestre de magníficas árvores e flores exuberantes próximo à Estrada Tsunessaburo Makiguti e ao Viaduto Jossei Toda. Em meio aos incessantes desafios que o mundo enfrenta, os companheiros do Brasil, com a união harmoniosa de “diferentes em corpo, unos em mente” e com o desafio de transformar veneno em remédio, vieram transmitindo encorajamentos de grande esperança. Nichiren Daishonin afirmou a uma louvável discípula: A distância entre as províncias em que vivemos é grande, e meses e anos se passaram; por isso, estava preocupado que talvez sua determinação tivesse enfraquecido. No entanto, a senhora tem demonstrado uma fé cada vez mais profunda e suas boas ações aumentam sem cessar. Com certeza, este não é o resultado de ter praticado apenas em uma ou duas existências passadas.1 Verdadeiramente interpreto essas palavras como o louvor aos senhores de profundos laços cármicos que vieram acumulando grandiosos esforços lutando em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Não há dúvida nenhuma de que os senhores, envoltos pelas recompensas resultantes das ações nos bastidores, desfrutarão a gloriosa vitória. No capítulo 25, “Portal Universal”, do Sutra do Lótus, consta: “Contempla os seres vivos com olhar compassivo. / O mar de seus benefícios acumulados é imensurável”.2 Daishonin demonstra por meio desse trecho do sutra que, ao incorporar a benevolência da Lei Mística, imensuráveis boa sorte e sabedoria, tal como o vasto mar, se manifestam na própria vida e na vida dos outros, na sociedade e na nação. Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós. Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz! Rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai em 2030, com os jovens de altivo orgulho de genuínos emergidos da terra na vanguarda, conto com todos para que promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo! Estarei sempre orando sinceramente, junto com minha esposa, pela boa saúde e longevidade, segurança e tranquilidade, bem como pela boa sorte, harmonia, glória e triunfo de todos os senhores que reluzem no fundo do meu coração. Viva a família Soka do Brasil! Em 4 de junho de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 513, 2020. 2. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 25, p. 306. Foto: Seikyo Press
09/06/2023
Notícias
BS
Avanço contínuo das mulheres Soka
Com a especial presença da coordenadora das mulheres da Soka Gakkai Internacional (SGI), Yumiko Kasanuki, integrantes da Divisão Feminina (DF) e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) marcaram presença na Conferência de Líderes das Mulheres Soka, no domingo, 4. “O mais importante é trocar incentivos, ouvir atentamente o outro; orar”, incentivou a Sra. Kasanuki, entre vários direcionamentos para as participantes, que acompanharam a atividade de forma presencial (total de 760 pessoas no Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo) e por transmissão via YouTube (cerca de 5 mil acessos). A Sra. Kasanuki destacou um trecho do romance Nova Revolução Humana (NRH), falando da importância da sinceridade e carinho no trato com as pessoas, valorizando-as e reconhecendo suas aptidões nas atividades. Ela compartilhou, em especial, alguns movimentos que vêm sendo promovidos por províncias e organizações do Japão, como o estudo conjunto da NRH e diálogos em pequenos grupos, com resultados excepcionais da união entre veteranas e novatas. “É importante não temer as diferenças, mas entender e respeitar o ponto forte de cada pessoa”, afirmou. Disse que a própria prática budista é a esperança sublime para transformar em confiança e em esperança a escuridão que ainda encobre o mundo. “Vamos expandir o diálogo budista de esperança para o mundo” conclamou a Sra. Kasanuki. Pela Divisão Feminina de Jovens, Livia Endo falou da força e da sabedoria das mulheres, conquistadas por meio da filosofia do Budismo Nichiren, que sempre as valorizou, seguido pela atuação dos Mestres Soka, de total confiança no potencial das mulheres para o kosen-rufu. Marcando o mês em que se celebram os 72 anos da fundação da DF, 10 de junho, e o Dia do Ikeda Kayo Kai, dia 4, reconfirmou a decisão de luta para os próximos trinta anos de avanço das mulheres Soka, que se configura no próprio avanço da BSGI. Já pela Divisão Feminina, as participantes também conheceram as expectativas da nova coordenadora da DF, Selma Inoguti. Após receber a bandeira da divisão de Meiry Hirano, agora coordenadora-geral da DF e vice-presidente adjunta, Selma determinou: “Vamos realizar uma luta com muita leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade”. E bradou: “Shitei-funi é minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!” . Os lenços multicores da SGI agitavam-se a todo momento na plateia, em especial após a leitura da mensagem de Ikeda sensei (veja nesta edição). A programação teve ainda a exibição de vídeo e relato de comprovação feito em conjunto por Marilene e Jessika Kostetzer, de Joinville, SC. Mãe e filha, respectivamente, relataram a trajetória que as levou a ultrapassar os desafios do carma baseados no sentimento de ligar o coração ao do Mestre. Ao final, a mensagem levada por todas foi a de escrever uma nova história. Como estímulo, lançado pela nova coordenadora da DF, o desafio para que todas iniciassem o daimoku de cem dias, a começar daquele dia e finalizando em 12 de setembro, data em que é lembrado o dia do hosshaku-kempon (“abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”). “‘Manifestar toda a força. Um novo eu’, como a Sra. Kasunuki nos orienta”, fortaleceu Selma. A plateia aplaudiu vibrantemente. Participantes do encontro das Mulheres Soka A vibrante regência feita pelas líderes da DF e DFJ Líder das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki No topo: Cenas da contagiante alegria das mulheres Soka, que se repetem na passagem da bandeira da DF, segurada pela atual coordenadora, Selma Inoguti Fotos: BS
09/06/2023
Conheça o Budismo
BS
Descubra sua missão
Os sofrimentos e as dificuldades da vida são os mais variados. Há aqueles que aparecem em decorrência de ações e decisões que tomamos na vida presente, mas há outros para os quais não encontramos uma causa aparente. O Budismo de Nichiren Daishonin considera que esses tipos de sofrimento são manifestações, nesta existência, dos resultados de ações realizadas pela própria pessoa em vidas passadas (carma do passado). “Carma” é originalmente um termo que significa “ação”. Já as “ações em vidas passadas”, que possuem o poder de influenciar a felicidade ou a infelicidade nesta existência, são denominadas de “carma do passado”. O carma do passado engloba tanto o “bom carma” como o “mau carma”, mas ele é, na maioria das vezes, associado ao “mau carma” que acumulamos. O budismo ensina a lei de causa e efeito, que abrange as “três existências da vida” — passado, presente e futuro. As ações em existências passadas se tornaram a causa que se manifesta como efeitos na existência presente; e as ações na presente existência se tornam a causa que se manifestará como efeitos na existência futura. Más causas em vidas passadas se manifestam como maus efeitos nesta existência, trazendo sofrimentos e dificuldades. Boas causas resultam em bons efeitos, os quais proporcionam boa sorte e tranquilidade. Essa é a lei de causalidade adotada pelo budismo em geral. Todavia, seguindo essa lógica, mesmo descobrindo a causa dos sofrimentos no presente, não é possível transformá-la imediatamente nesta existência. Portanto, não haveria outro caminho a não ser liquidar cada causa do mau carma ao longo de sucessivos ciclos de vida e de morte em existências futuras. Assim, essa ideia de “carma do passado” é um conceito que leva facilmente ao pensamento fatalista de uma vida sem esperança. Em contrapartida, o Budismo de Nichiren Daishonin ensina o princípio da “transformação do destino”. No escrito Carta de Sado, Daishonin esclarece que as perseguições que vinha enfrentando não eram atribuídas à usual lei de causa e efeito difundida no budismo em geral, mas, sim, por ter caluniado o Sutra do Lótus em existências passadas.1 Dessa forma, ele ensina que a calúnia contra o Sutra do Lótus — a Lei correta que revelou por completo a iluminação de todas as pessoas, o respeito ao ser humano e a felicidade si e de outros — é a ofensa fundamental e o mal original que produzem todos os outros maus carmas. O princípio da transformação do destino do Budismo Nichiren significa transformar o mau carma fundamental da descrença e da calúnia contra a Lei correta, ainda nesta existência, por meio da prática de acreditar, proteger e propagar essa Lei. O âmago dessa prática é o daimoku, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Daishonin faz referência a uma citação do Sutra Mérito Universal, a qual salienta que as ofensas do passado se dissiparão instantaneamente como geada e gotas de orvalho sob a luz do sol da sabedoria eterna do Nam-myoho-renge-kyo: Nossas más ações seculares e nosso carma negativo podem ter se acumulado a uma altura tão elevada quanto a do Monte Sumeru, mas, quando acreditamos neste sutra, tudo isso se desvanece como a geada ou o orvalho sob o sol do Sutra do Lótus.2 Amenização do efeito cármico Mesmo nos empenhando na prática da fé, há ocasiões em que nos deparamos com sofrimentos e dificuldades na vida. Além disso, quando lutamos pelo kosen-rufu, surgem adversidades decorrentes de impedimentos e de maldades que aparecem para deter o nosso avanço. Daishonin ensina que o fato de encontrarmos tais dificuldades e de transformarmos o próprio destino é, na verdade, o benefício do princípio chamado de “amenização do efeito cármico”. Literalmente, o princípio de “amenização do efeito cármico” (tenju kyoju) significa “transformar o pesado e receber o leve”. Em virtude do “pesado” carma acumulado em existências passadas, estaríamos sujeitos a saldá-lo com “pesados” sofrimentos não apenas nesta, mas nas próximas existências. Entretanto, ao acreditarmos e propagarmos a Lei correta nesta existência, a força do benefício dessa prática faz com que a retribuição de carmas pesados seja recebida, instantaneamente, de forma leve, e conseguimos assim expiar todos os carmas acumulados. Os sofrimentos e as dificuldades são importantes oportunidades para apagar o carma do passado e fortalecer nossa determinação. Sobre isso, Daishonin afirma: O ferro, quando aquecido e forjado, torna-se uma excelente espada. Os reverenciáveis e os veneráveis são testados com calúnias. Meu atual exílio não é resultado de nenhum crime secular, mas serve somente para que eu possa expiar, nesta existência, as graves faltas que cometi no passado e me libertar dos três maus caminhos na próxima.3 Carma adotado por desejo próprio Uma pessoa que, apesar de enfrentar sofrimentos e dificuldades, transforma o seu destino perseverando na prática da fé observará uma grande mudança no sentido de sua vida. O Sutra do Lótus expõe o princípio de “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo). O ideograma gan significa “nascer com o desejo” e go quer dizer “nascer com carmas acumulados”. Os bodisatvas nascem em determinada existência pela força de seu desejo, e as pessoas comuns, por conta de seu carma. Esse princípio indica que bodisatvas, com grandiosa boa sorte e virtude acumuladas por meio de exercícios budistas, se voluntariaram a nascer nesta era maléfica, manifestando seu próprio desejo; abandonaram suas límpidas retribuições dos seus carmas, com o intuito de salvar as pessoas sofridas desta era maléfica. Como resultado, estes bodisatvas experimentam, da mesma forma que as pessoas com carmas negativos, os sofrimentos desta era maléfica. A partir da análise do sentido das adversidades deste ponto de vista, uma pessoa que supera as dificuldades por meio da fé entenderá que o fato de viver os sofrimentos nesta era maléfica não é de forma nenhuma o seu destino, mas, sim, o resultado do juramento seigan de bodisatva para salvar as pessoas, compartilhando sofrimentos e mostrando, com o seu exemplo, a forma de superá-los. O presidente Ikeda expressa essa forma de viver como “transformar o destino em missão”, e explica: Todos nós temos nosso próprio carma ou destino. Mas quando o olhamos de frente e compreendemos seu verdadeiro significado, todas as dificuldades podem servir para nos ajudar a construir uma vida mais rica e profunda. E nossas ações na batalha contra nosso destino tornam-se um exemplo e inspiração para inumeráveis pessoas. Em outras palavras, quando transformamos nosso carma em missão, transformamos nosso destino. Em vez de permitir que o carma desempenhe um papel negativo, atribuímos a ele uma função favorável. Aquele que consegue transformar seu carma em missão é alguém que “assumiu voluntariamente o carma apropriado”. Portanto, os que continuam avançando, considerando tudo como parte de sua missão, seguem em direção à transformação de seu destino.4 Fonte: Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 78. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 321, 2020. 2. Ibidem, p. 293. 3. Ibidem, p. 320. 4. Terceira Civilização, ed. 433, set. 2004, p. 18. Ilustração: Getty Images
09/06/2023
Notícias
BS
Triunfar junto com o Mestre
“Meu avanço triunfal rumo a 2030” — esse tema deu o tom à atividade que descerra o início de uma nova fase da BSGI em que o protagonismo de seus membros abrirá o caminho para a felicidade de toda a sociedade. A Convenção Comemorativa dos Trinta Anos da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil, realizada no auditório do Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, no dia 4 de junho, uniu mais de 6 mil participantes, presenciais e virtuais, para estabelecer um vigoroso impulso rumo ao centenário da Soka Gakkai e aos setenta anos da organização no país. À medida que os mais de 650 líderes representantes chegavam, sendo recebidos vibrantemente pelos grupos de apresentação e de apoio, foram criando um clima especial de calor humano e de comprometimento que contagiou os participantes de diversas localidades do Brasil que acompanhavam a atividade pela internet. O auge ocorreu com a entrada dos integrantes da comitiva da SGI, liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que vieram ao país especialmente para participar dos eventos comemorativos, os quais foram recepcionados efusivamente pelos participantes que agitavam lenços com as cores vermelha, amarela e azul. Além do presidente Harada, compuseram o grupo a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki; o vice-presidente da SGI Shinji Shimizu; diretor do departamento da América Latina da SGI, Yoshihide Taguchi; o secretário Masayuki Sakamoto; e os integrantes da equipe do Seikyo Shimbun, Ken-ichi Nishi e Masataka Kudo. Todos foram apresentados pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori. A recitação do gongyo deu início à convenção, seguida da apresentação de novos líderes da BSGI, realizada pelo vice-presidente Shimizu e pelo presidente Shiratori (veja lista completa nesta edição). O novo coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, Ricardo Miyamoto, proferiu suas palavras de decisão, relatando momentos marcantes de sua vida e de seus familiares durante a visita de Ikeda sensei ao país em 1993. Expressou seus agradecimentos à liderança anterior e, citando trecho do romance Nova Revolução Humana, discorreu sobre a missão dos pilares de ouro Soka. “Vamos iniciar uma nova fase de avanços!”, conclamou. Selma Inoguti, nova coordenadora da DF da BSGI, também relembrou sua trajetória na prática budista e como jovem membro da organização, enfatizando a gratidão ao Mestre, aos familiares e às veteranas da divisão. “Vamos realizar uma luta com leveza, alegria e sabedoria, esforçando-nos para ser o sol do Brasil, fazendo a diferença em nossa localidade e, por meio do juramento seigan e do ponto primordial de fé, prática e estudo, desenvolver uma geração de mulheres felizes, fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço e triunfo”, solicitou Selma. Pontuado por passagens do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, de autoria do presidente Ikeda, um vídeo comemorativo emocionou a todos ao trazer passagens da quarta visita e a expectativa do presidente Ikeda na atuação dos companheiros brasileiros, em especial dos jovens. Seguiram-se os relatos de comprovação de Vera Lobo, consultora da DF de Área, de Belém, PA, e de Ariana dos Santos, coordenadora da Juventude Soka da Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ), registrando a transformação de vida com base na prática budista e no desejo sincero de corresponder aos anseios de Ikeda sensei. Em suas palavras, o presidente Miguel Shiratori anunciou a participação dos convidados de honra, professor Amaral Vieira, e sua esposa, Yara, que vêm dedicando incansável apoio à BSGI e à Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), a qual, neste ano, comemorou três décadas de fundação. Em seguida, fez a apresentação da mensagem de congratulações do presidente Ikeda para as comemorações dos trinta anos (confira íntegra nesta edição), ressaltando que seus direcionamentos nortearão os esforços da organização doravante. A coordenadora das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, ressaltou, em suas palavras, a profunda expectativa do presidente Ikeda na atuação dos membros do Brasil. Relembrou aspectos dos encontros dele com Austregésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1993, o qual atuou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, lembrando que os esforços dos membros da Soka Gakkai e, em especial, das mulheres Soka, para dialogar e prezar cada pessoa representam essa luta pelos direitos humanos. Após conduzir a entrega de considerações a representantes, o presidente Minoru Harada proferiu suas palavras de cumprimento. Declarou que os membros brasileiros venceram as adversidades ao longo da história da BSGI por meio da prática da fé e da unicidade de mestre e discípulo. Ele disse que acompanhou o presidente Ikeda em sua última visita ao país há trinta anos e viu de perto a intensa dedicação do Mestre para impulsionar o kosen-rufu, vencendo os obstáculos, e citou seus árduos esforços para, em meio a inúmeros compromissos, escrever o romance Nova Revolução Humana cujo posfácio redigiu em terras brasileiras. Ao finalizar, solicitou a todos que se tornem pessoas de presença reluzente, iluminando a sociedade e mostrando ao mundo inteiro a grandiosidade do presidente Ikeda. A magnífica apresentação da OFBHI com a obra Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu do Século 21! e a canção Mais Um Dia Feliz desfechou com brilhantismo o encontro que marca uma nova etapa do movimento pelo kosen-rufu no Brasil. Presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, externa seus cumprimentos, incentivando os membros da BSGI. Miguel Shiratori, presidente da BSGI Fotos: BS
09/06/2023
Notícias
BS
Eternizar a relação de mestre e discípulo
Um dos eventos mais significativos das comemorações dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil foi a inauguração do Memorial dos Três Mestres, no dia 3 de junho, com a participação da comitiva da SGI. O memorial ocupa o quinto andar do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, SP, e, por meio de painéis, fotografias e objetos expostos, eterniza momentos da vida e da luta dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, bem como da relação de Ikeda sensei com os discípulos do Brasil. No topo: Cerimônia de corte da fita durante inauguração do memorial (São Paulo, SP, 3 jun. 2023) Foto: BS
09/06/2023
Encontro com o Mestre
BS
Agregar nova energia ao seu ambiente de trabalho e à sociedade
O budismo se preocupa primordialmente com vitória ou derrota, enquanto a autoridade secular baseia-se no princípio de recompensa e punição. Por essa razão, um buda é denominado o Herói do Mundo, ao passo que um soberano é chamado de “aquele que governa conforme sua vontade”.1 O Herói do Mundo Um buda é um “Herói do Mundo”, uma pessoa de coragem que vence na sociedade. Os indivíduos que prosperam no palco de sua missão como praticantes da Lei Mística são o epítome do kosen-rufu. A realidade é dura. Desafios e dificuldades são inevitáveis. Por isso, a energia vital e a sabedoria que revelamos por meio da nossa prática do Budismo Nichiren brilham ainda mais intensamente. Aqueles que se baseiam na recitação do Nam-myoho-renge-kyo conseguem triunfar sem falta. Espero que todos vocês recém-integrados ao mercado de trabalho avancem com resiliência e imbuídos do invencível espírito Soka. Agreguem nova energia ao seu ambiente de trabalho e à sociedade com otimismo e sinceridade. Publicado no Seikyo Shimbun de 1o de abril de 2020. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 95, 2017. Foto: Getty Images
09/06/2023
Notícias
BS
Castelo que respira “muito mais daimoku”
Um momento repleto de gratidão. “Protegendo a história do kosen-rufu do Brasil” foram os dizeres da faixa que adornava a Sede Social da Divisão Feminina da BSGI, que recebeu cerca de cinquenta participantes na cerimônia de reinauguração, no domingo, dia 4. Contando com a presença da coordenadora das mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, a recepção foi feita por lideranças e representantes da Divisão Feminina, e da Divisão Feminina de Jovens. O prédio foi adquirido em março de 1966, por ocasião da segunda visita do Mestre. Um marco na história de profunda relação de mestre e discípulo. Após a foto na entrada do prédio, a Sra. Kasanuki se dirigiu para o corte de fita no andar térreo, seguido pelo registro de dedicatória em livro. Depois da recitação do daimoku sansho, a coordenadora-geral da DF e vice-presidente adjunta da BSGI, Meiry Hirano, reforçou o fato de o local ter se eternizado como sede de toda a América do Sul, sendo a primeira adquirida pessoalmente por Ikeda sensei. Em 1993, por sugestão do Mestre, passou a ser sede das atividades da DF, destacando o essencial papel das veteranas na construção do sentimento de luta, que permanece até hoje, de “muito mais daimoku”. A coordenadora da Divisão Feminina, Selma Inoguti, agradeceu a todas pelo apoio e pela confiança recebidos, falando do aprendizado que recebeu da Sra. Kasanuki sobre a importância da luta conjunta com as veteranas. Em suas palavras, citando ensaio de Ikeda sensei da série “Viagens Inesquecíveis”, a líder das mulheres da SGI disse que a pessoa invencível é a rainha da vitória. E que a palavra esperança carrega esse sentido, de não ceder à derrota. Ao reforçar que a batalha conclusiva do Mestre é assegurar que os discípulos obtenham grandes vitórias, evidenciando provas concretas, solicitou que, baseadas na relação de mestre e discípulo, todas criassem a nova era das mulheres Soka do Brasil. “Vamos promover o avanço.” No topo: após reforma, reabertura da sede em cerimônia com representantes Foto: BS
09/06/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Preencher o mundo com alegria”
PARTE 17 Shin’ichi e a comitiva se dirigiram para a parte antiga da cidade de Plovdiv, um verdadeiro sítio arqueológico. Em um edifício de sólida construção do século 19, de estilo renascença da Bulgária, o prefeito Michev explicou a sua história e a situação atual. Em seguida, eles visitaram as ruas da cidade caminhando sobre antigos pisos de pedra. Quando foram conduzidos a um edifício histórico considerado patrimônio cultural nacional, um coral infantil formado por cerca de sessenta meninos os aguardava. Vestindo camisas brancas com babado sobre um traje escuro na cor mate, eles cantaram seguidamente com uma bela e límpida voz. Então, um dos meninos avançou um passo e disse: — Agora, vamos cantar em japonês para os visitantes do Japão. Será a canção Kusatsubushi [Canção de Kusatsu]. Era uma consideração para tranquilizar o coração de todos. Kusatsu, um belo lugar. Venha uma vez Ah, dokkoisho Dentro das águas termais Também nasce a flor O refrão Tchoina tchoina que se segue acaba sendo pronunciado como Tcheina tcheina. Mas esse erro de pronúncia transmitia um aspecto ainda mais amável. Quando terminou a música, Shin’ichi se levantou da cadeira e, enviando uma grande salva de palmas, manifestou seus agradecimentos: — Que coral límpido, belo e alegre! Fiquei emocionado. O sentimento sincero de vocês que vieram ensaiando arduamente, por longo tempo, para uma única apresentação do coral, me tocou profundamente. Esse breve encontro se tornou um tesouro para sempre. Obrigado! Fiquei com um sentimento caloroso como se estivéssemos banhando juntos nas águas termais no Japão. Por favor, venham ao Japão. Vamos estreitar a amizade. A criança é uma emissária do futuro. A mensagem que Shin’ichi quis confiar a esses emissários [do coral] enviando-a para o futuro era que “criassem a paz, unindo o mundo com a amizade”. “Criança! Em seu pequenino corpo está hospedada a grandiosa alma”1 — são as palavras da mãe da literatura da China Xie Bingxin, com quem Shin’ichi e sua esposa criaram laços de profunda amizade. PARTE 18 Ao final da tarde do dia 23, a convite da presidente do Comitê de Arte e Cultura, Lyudmila Zhivkova, Shin’ichi participou do encontro “Bandeira da Paz”, realizado à véspera do Dia da Cultura. Comemorando também os 1.300 anos de fundação da Bulgária, o evento foi promovido de forma magnífica no alto de uma colina de onde se avistava a famosa montanha Vitocha, na periferia de Sófia. Na colina, ergue-se soberba a Bandeira da Paz, uma torre comemorativa com mais de 30 metros de altura. Na torre estão gravadas caligrafias com o significado de “Harmonia”, “Criação” e “Beleza”. E sobre a entrada da torre, há uma gravura dos irmãos Cirilo e Metódio, os quais construíram o alicerce da cultura búlgara, inclusive a forma original do alfabeto cirílico. O encontro da “Bandeira da Paz” começou a ser realizado em 1979 comemorando o Ano Internacional da Criança. Nesse primeiro evento, 2.500 crianças de 79 países, incluindo a Bulgária, realizaram um intercâmbio e juraram a paz. Do Japão, também participaram crianças com deficiência física na Bulgária, e uma representante leu o poema Viver de sua própria autoria. Foi um encontro de profunda admiração de todo o mundo. A presidente Zhivkova havia sido a pessoa que ofereceu extraordinária força para a realização desse evento. Ela havia percorrido o mundo afirmando seguidamente sobre proteção à paz e ao futuro da criança. Pouco depois das 17 horas, quando Shin’ichi e Mineko estavam juntos com a presidente Zhivkova, crianças em trajes étnicos coloridos os recepcionaram com bandeirolas da Bulgária nas cores branca, verde e vermelha. Quando eles se sentaram, iniciou o coral. O significado da canção era: “Queremos preencher o mundo com a alegria e as risadas das crianças. Colocando as asas da amizade, vamos voar alto pelos céus rumo ao mundo a partir da montanha Vitocha”. Seguiram-se apresentações de canções e de danças típicas. Nas atrações musicais, viam-se flautas e tambores da antiguidade, e todas elas estavam repletas de orgulho da cultura do seu país. Em cada número, a presidente Zhivkova enviava uma grande salva de palmas e incentivava dizendo: “Foi uma ótima apresentação. Foi maravilhoso”. Era o aspecto de uma mãe, forte e carinhosa, tentando amar e proteger as crianças. PARTE 19 Em suas palavras de cumprimento, a presidente Zhivkova referiu-se ao significado do Dia da Cultura na Bulgária. Disse que aquela era uma data para comemorar louvando a eterna contribuição dos irmãos Cirilo e Metódio, que criaram o formato original do alfabeto cirílico. No início, não havia uma escrita representativa das línguas eslavas utilizadas na Bulgária. No século 9, os irmãos Cirilo, que eram missionários gregos, idealizaram o alfabeto glagolítico baseado no alfabeto grego com o propósito de traduzir a Bíblia para as línguas eslavas. Posteriormente, seus discípulos introduziram alguns ajustes criando o alfabeto cirílico na Bulgária; e este se expandiu amplamente pelos países de língua eslava, dentre os quais a Rússia. A presidente clamou o desejo de objetivar a paz do mundo a partir das três palavras “Harmonia”, “Criação” e “Beleza”, gravadas na torre da Bandeira da Paz. Na sequência, Shin’ichi se levantou para seus cumprimentos. Apesar dos chuviscos que começavam a cair, ele se dirigiu ao microfone sem guarda-chuvas. — Representando o Japão, quero cumprimentar a todos vocês, amáveis e tão importantes. Então, pediu para que suas palavras traduzidas para o búlgaro fossem lidas pelo intérprete. Ele queria diminuir o tempo em que as crianças ficassem sob a chuva. Nessas palavras constavam: — “Que se tornem pessoas corajosas e ao mesmo tempo carinhosas e compreensivas. Desejo que fortaleçam o corpo e a mente”. Ele disse também que a vida é sinônimo de luta, e, diante dos sonhos acalentados por todos, haveria de surgir numerosas dificuldades e provações. E manifestou sua expectativa: — “Nesses momentos, desenvolvam-se heroica e resolutamente, gravando em seu coração que os obstáculos e as dificuldades são oportunidades para fortalecer a própria capacidade”. Uma grande salva de palmas das crianças ecoou pela colina. E, finalmente, chegava à grande final. Ao som do badalar dos sinos da paz enviados pelos diversos países, foi acesa pelas mãos das crianças a chama da paz na pira que se levantou brilhantemente. Se a chama da paz for acesa no coração das crianças, o planeta Terra do século 21 se tornará um resplandecente astro repleto de brilho da paz. PARTE 20 No dia 24, foi realizado majestosamente na Praça 9 de Setembro o desfile do Dia da Cultura comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária. Como convidado, Shin’ichi também participou dessa festividade junto com o presidente Zhivkov da Assembleia Nacional da Bulgária e com as demais autoridades do gabinete de ministros da Bulgária. A chuva do dia anterior havia passado e brilhava o sol de início do verão. Diversos grupos de jovens e idosos, de homens e mulheres, formados por estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior, por profissionais de diversas áreas, por moradores de algumas localidades, entre outros, desfilavam elegantemente. Uma enorme gravura enaltecendo os irmãos Cirilo adornava o local do desfile. A banda de metais executou uma música suave e o grupo de baliza avançou exibindo uma dinâmica demonstração. Na vanguarda do desfile da Universidade de Sófia estava o reitor Dimitrov acompanhado de professores e alunos. Viam-se também pessoas conduzindo filhos pequenos pelas mãos e outros nos ombros, bem como gente que balançava cravos. Era uma grande marcha repleta de calor humano onde se observavam pessoas unidas em um só coração, desabrochando flores de sorriso. O vice-reitor da Universidade de Moscou, Vladimir Ivanovich Tropin, que participava como convidado, disse a Shin’ichi: — Aqui existe humanismo. Sua ideologia vai ao encontro do espírito da Soka Gakkai. Na tarde do dia seguinte, 25 de maio, a comitiva de Shin’ichi partiu da Bulgária. O vice-presidente do Comitê de Cultura do governo búlgaro, Emil Alexandrov, que veio ao aeroporto de Sófia para se despedir da comitiva, disse com o rosto corado: — Ficaremos imensamente felizes se puder nos considerar amigos do presidente Yamamoto, o qual desenvolve atividades em âmbito mundial. A presidente Zhivkova do Comitê de Arte e Cultura manifestou profunda gratidão pela visita do presidente Yamamoto e de sua esposa e pediu para lhes transmitir as melhores recomendações. A presidente Zhivkova faleceu repentinamente, dois meses depois, no dia 21 de julho, aos 38 anos. O mundo lamentou sua morte prematura. As pétalas da bela flor branca da Bulgária que trabalhou com todas as suas forças, sempre preparada para tudo, se espalharam vividamente. Relembrando sua nobre existência, vivendo pela sua convicção, Shin’ichi e Mineko oraram em sua memória. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Nota: 1. BINGXIN, Xie. Coletânea de Bingxin. v. 1. RU, Zhuo (ed.). Editora Kaikyou Bungei Shuppansha. Ilustrações: Kenichiro Uchida
09/06/2023
RDez no BS
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Cada um de vocês possui uma missão que somente vocês podem cumprir
Corredores da Justiça Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro Qual é o seu bem mais precioso? O Sutra do Lótus ensina que todas as pessoas possuem dentro de si uma joia inigualável, ou seja, a natureza de buda. Recitar Nam-myoho-renge-kyo permite despertar para esse precioso tesouro interno. Nichiren Daishonin escreveu: “O Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1 Como abraçaram a Lei Mística ainda jovens, cada um de vocês pode fazer a vida brilhar de forma radiante, repleta da “maior de todas as alegrias”. Nunca percam a fé ou menosprezem a si mesmos. Vocês são incrivelmente dignos de respeito da maneira como são. Então, por favor, sejam confiantes e se esforcem com um espírito positivo e otimista. Em japonês, a palavra “missão” (shimei) é escrita com dois ideogramas que significam “usar a própria vida”. Cada um de vocês é uma pessoa de missão que surgiu neste mundo para contribuir para a paz e a felicidade de toda a humanidade no século 21. Mesmo que ainda estejam inseguros sobre seus sonhos ou objetivos, por meio da recitação do daimoku e dos árduos estudos, abrirão o caminho para a nobre missão que apenas vocês podem cumprir. Meus jovens amigos, continuem polindo constantemente a preciosa joia da sua vida! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de setembro de 2020 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212. Confira alguns spoilers da edição de junho Eu faço, você faz, nós fazemos a diferença no meio ambiente! Descubra, na Matéria do Mês, como a revolução humana transforma e contribui positivamente para a natureza. Falando em revolução humana, aprenda o significado desse termo com o Bodhi Man e a Liga dos Sucessores Unidos no ABC do Budismo. No mês do Dia Mundial do Meio Ambiente, aprenda no DIY Dez a fazer um porta-objetos com um pote de sorvete e organize sua mesa de estudo. Esses e outros conteúdos da edição de junho estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
09/06/2023
Encontro com o Mestre
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Aqueles que propagam a Lei Mística são os mais nobres de todos
No ano 1278, nesta mesma data, 1o de maio, Nichiren Daishonin escreveu em uma carta endereçada a uma de suas discípulas [a monja leiga Myoho]: Mesmo que o sol e a lua caiam no chão, e o Monte Sumeru desmorone, é absolutamente certo que a mulher que abraça a Lei Mística atinja o estado de buda. Que fato promissor!1 Essa é uma promessa que Nichiren Daishonin faz a todas as mulheres, praticantes da Lei Mística, de que elas infalivelmente atingirão o estado de buda. Em um escrito encaminhado a outra discípula, a monja leiga Kubo, Daishonin declara: Neste mundo de intensas perseguições semelhantes a fortes ventanias que açoitam a grama e os relâmpagos atemorizam as pessoas, o fato de a senhora perseverar em sua fé até hoje é realmente algo maravilhoso. Dizem que, se as raízes de uma árvore são profundas, suas folhas não murcham, e que se houver uma joia preciosa na fonte, a água não para de jorrar. Da mesma forma, as raízes de sua fé são profundas e em seu coração brilha a joia preciosa da fé. Que nobre e admirável!2 Frequentemente, Daishonin louva a fé corajosa de suas seguidoras. Hoje, elas corresponderiam às nossas integrantes da Divisão Feminina. Espero que todas desfrutem um maravilhoso Dia das Mães da Soka Gakkai! A exposição Napoleão Bonaparte: O Homem está sendo apresentada, com grande aclamação, no Museu de Arte Fuji de Tóquio, em Hachioji. Como estamos prestes a entrar no novo século, creio que essa exibição proporcionará ao público uma pequena amostra do que um único indivíduo pode conquistar quando se levanta com inabalável comprometimento com um ideal e como é capaz de marcar a história e mudar a época quando decide agir assim. O que exatamente podemos aprender com a vida de Napoleão? O grande filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson declarou: “A lição que ele [Napoleão] ensina é a coragem. Tendo coragem, o caminho sempre se abre”.3 Estamos celebrando o glorioso 3 de maio, Dia da Soka Gakkai, e vocês se esforçaram com vigor e coragem para abrir o caminho do século 21 para o nosso movimento. Parabéns! Nosso sucesso é amplamente reconhecido e só poderia ser alcançado por uma organização de praticantes diretamente ligados a Nichiren Daishonin. É uma conquista milagrosa. Tenho certeza de que ele os está elogiando profundamente. Emerson também fez a seguinte observação sobre Napoleão: “Mesmo que a situação presente fosse de muita popularidade, em nenhum momento, Napoleão se esquecia do caminho que ele deveria seguir”.4 Quando Napoleão conquistava uma vitória, imediatamente visualizava a próxima. Não se satisfazia com o triunfo do momento; jamais se permitia relaxar, jamais desistiu de empreender um esforço ainda maior. Esse é o segredo para vencer uma batalha. O importante é fazer de uma vitória a causa para a próxima. Esse é o modo sagaz de lutar, bem como o caminho que conduz a sucessivas vitórias. Aqueles que se deleitam com seus triunfos acabarão se tornando arrogantes e, no final, serão derrotados. É no exato momento em que triunfamos que devemos iniciar mais esforços na direção de um novo e maior objetivo. É dessa maneira que asseguramos nossa próxima vitória. Esse espírito de avançar ininterruptamente é o “avanço diligente com espírito destemido” — yumyo shojin, em japonês — referido no capítulo “Meios Apropriados” do Sutra do Lótus.5 Se considerarmos cada um dos ideogramas chineses desse termo individualmente, yu significa “coragem”; myo, ou “vigoroso”, refere-se a “aplicar a própria sabedoria e energia ao máximo”; sho, ou “puro”, quer dizer “inalterável”, “concentrado” e “perfeito”; e jin, ou “esforço”, indica “avanço ininterrupto”. O “avanço diligente com espírito destemido” desenvolve uma pessoa que sempre triunfa. Assim, fortalece-nos de forma que nossa vida seja sempre vitoriosa. Há outra observação famosa feita por Napoleão: “Levante-se na vanguarda das ideologias de sua época. Tais ideologias vão segui-lo e haverão de apoiá-lo”.6 Uma furiosa disputa está em andamento neste momento para determinar que filosofia, que força conduzirá o século 21. Quem determinará esse desfecho? Os “valores humanos”. Será crucial o surgimento de pessoas com espírito resoluto, possuidoras de força e caráter — pessoas íntegras. O objetivo da SGI é criar exatamente esse tipo de pessoa. Essa integridade é a qualidade especial daqueles que praticam o Budismo de Nichiren Daishonin. Isso se deve ao fato de tudo estar contido no Nam-myoho-renge-kyo: virtude, energia vital, inteligência, boa sorte e filosofia. A filosofia de Napoleão era dar oportunidades para as pessoas talentosas. O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, nos ensinou a educar e a treinar nossos novatos de forma que eles nos superassem. Os “valores humanos” determinarão a vitória e criarão o futuro. É por essa razão que a Soka Gakkai se concentra em desenvolver “valores humanos” , e será vitoriosa porque enfatiza esse ponto. Em um editorial que Toda sensei redigiu para a edição do dia 1o de maio da revista de estudos da Soka Gakkai, Daibyakurenge, há 45 anos [1954], ele declarou que aqueles que conduziam o movimento pelo kosen-rufu são os emissários do Buda, os que conduzem o trabalho do Buda. Afirmou que eles eram infinitamente superiores a heróis, tais como Napoleão e Alexandre, o Grande. Aqueles que propagam a Lei Mística e participam das atividades da SGI são verdadeiros heróis, os mais nobres de todos. Em A Seleção do Tempo consta: A pessoa que pratica o Sutra do Lótus tal como este ensina deve ser superior a Brahma e mais sábia que Shakra. Se tiver a ajuda dos asura, poderá erguer e transportar até o Monte Sumeru. Com o auxílio dos dragões, poderá extrair toda a água do oceano até secá-lo.7 Embora possa haver várias maneiras de interpretar essa passagem, acredito que possa ser lida com o significado de que aqueles que praticam a Lei Mística, assim como o Buda ensina, podem livremente fazer aliada qualquer pessoa em qualquer estado de vida, mesmo asura e animalidade, para fazer avançar o grande empreendimento do kosen-rufu. De forma geral, a Soka Gakkai é uma reunião de grandes líderes da humanidade. Quanto mais nosso movimento crescer, mais o século 21 se tornará um século de esperança e de paz. Com essa convicção, vamos dar novos passos com orgulho e coragem a partir de 3 de maio! Estou orando sinceramente para que todos vocês desfrutem uma vida longa e saudável, repleta de boa sorte sem limites, e continuarei fazendo isso enquanto eu viver. Obrigado por ouvir tão pacientemente hoje. Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 23 de maio de 2023. Leia o discurso na íntegra no Brasil Seikyo, ed. 1.529, 30 out. 1999, p. A3. Estátua denominada “Travessia de Napoleão do Monte Saint Bernard”, na cidade de Hachioji, Tóquio Apresentação conjunta da Orquestra de Sopros Gloria Soka, da banda masculina Ongakutai e da Shining Spirit Soka, da banda feminina Kotekitai, na 13ª Reunião Nacional de Líderes (Tóquio, 3 maio 2023) Integrantes da SGI de países da Oceania e representantes da Divisão do Futuro (equivalente à Divisão dos Estudantes da BSGI) participam da13ª Reunião Nacional de Líderes (Tóquio, 3 maio 2023) No topo: Presidente Ikeda profere discurso durante a 33ª Reunião Nacional de Líderes, realizada no Auditório Memorial Makiguchi, em Hachioji (Tóquio, maio 1999).Notas: 1. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 752. 2. Cf. Ibidem, p. 755. 3. EMERSON, Ralph Waldo. Napoleon; Or, The Man of the Word [Napoleão ou O Homem do Mundo]. In: Representative Men [Homens Representativos]. Nova York: The Library of America, 1983. p. 739. 4. Ibidem, p. 732. 5. Cf. The Lotus Sutra [O Sutra do Lótus]. Tradução: Burton Watson. Nova York: Columbia University Press, 1993, cap. 2, p. 23. 6. Traduzido do francês. Les Pages Immostelles de Napoleón. AUBRY, Ocatave (ed.). Paris: Editions Corrês, 1941. p. 239. 7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 608, 2020. Fotos: Seikyo Press
09/06/2023
Notícias
BS
Participantes compartilham sua determinação
Participantes compartilham sua determinação “Foi grande a satisfação de ver o Sr. Harada e ouvir seus incentivos. Para mim, a relação de mestre e discípulo é ter sensei no coração, que nos guia para um caminho de paz. Daqui para a frente, determino que vou vencer, não importa o que aconteça, cada vez mais e propagar o kosen-rufu com a minha vida.” Giovanna Ramos Perrella, responsável pela DFJ de comunidade (CGSP) “Daqui eu saio determinado a levar para minha localidade o sentimento de Ikeda sensei, a missão e a confiança que ele tem nos brasileiros e transmitir a paixão pelo kosen-rufu para todas as pessoas, sem deixar ninguém para trás! Com esse espírito de cuidar de cada pessoa mais renovado e fortificado.” Leonardo Miranda Bela, responsável pela DMJ de distrito (CRE Leste) “Este encontro foi maravilhoso. A relação de mestre e discípulo para mim é justamente o que o Sr. Harada disse. Assim como o sensei determinou, nas piores circunstâncias, incentivar os companheiros. Essa é também nossa determinação que renovamos hoje, de encorajar as pessoas fazendo a nossa revolução humana, que é todo dia sermos pessoas melhores.” Renata Carrascoza Thomazelli, vice-responsável pela DF de comunidade (CNOP) “Todos os dias agradeço por tudo que o sensei fez por mim, por esse tempo de prática, pelos encontros que tive já duas vezes no Japão, pelo aprendizado. E, por estar junto com ele nesta existência, isso é algo muito gratificante. Minha decisão é a de avançar, transformar-me cada vez mais e fazer com que as pessoas sejam felizes. O daimoku é para isso!” Wilson Cardoso Mendes, vice-coordenador de coordenadoria (CCSF) “Um desafio enorme é o nosso bloco, pois somos poucas pessoas. Aprendi aqui hoje que, não obstante quantas pessoas existam na localidade, o importante é não deixar ninguém para trás.” Edson Rogério de Jesus Guerra, responsável pela DS de bloco, RM Litoral (CLP) “Antes da convenção, quando recebi uma mensagem de que havia sido selecionada para participar, a emoção foi enorme. Acabei tirando dinheiro de minha reserva e, depois de um tempo, entrou trabalhos freelance que eu não estava esperando. Poderia ter negado por questões financeiras, mas disse ‘Eu vou’. Alguns dias antes da convenção, veio uma onda de sentimentos de gratidão ao sensei. A gente sai desta convenção com o sentimento de mudar, colocar a mão na massa. Toda essa convicção de que tudo vai dar certo. Estou muito feliz de ter participado.” Cínthia Sayuri Saito, responsável pela DFJ de comunidade, RM Curitiba (CRE Sul) “O ponto que mais me marcou da atividade foram tanto os vídeos quanto os relatos da última visita do presidente Ikeda ao Brasil. Com a participação nesta atividade, digo: ‘Sensei, conte comigo!’”. Julio Cesar da Silva Correia, responsável pela DMJ de bloco, RM São Mateus (CCLP) “O que mais me marcou nesta atividade foram os dois relatos. Estou muito grata. Na minha organização, renovo minha decisão em atuar ao lado de Ikeda sensei.” Caroline Koiavinski Machado, vice-responsável pela DFJ de bloco, RM Pirituba (CNSP) “O que ficou marcado pra mim nesta atividade foi quando o presidente da Soka Gakkai, Sr. Harada, citou uma frase do presidente Ikeda na qual ele diz ‘Não tem nada mais forte que a verdade. A pessoa que detém a verdade, vence. Ela não vai conhecer a derrota’. E a coordenadora da DF da SGI [Yumiko Kasanuki], que enfatizou bastante sobre os direitos humanos e isso me marcou. O presidente da Harada disse que nos próximos trinta anos é vencer e vencer. Minha decisão é vencer e vencer e ser um jovem com postura que ilumine a sociedade.” Kelvin Franco Lima, responsável pela DMJ de distrito, RM Mirajá (CCSF) “A atividade foi maravilhosa. Deu para renovar meu juramento ouvindo as palavras dos membros da comitiva e, com certeza, renovar as decisões também, com esses maravilhosos relatos. Volto pra casa motivado a vencer em tudo, pois tenho meus objetivos profissionais, de emprego e da minha vida acadêmica, da qual estou prestes a me formar. Também, meu principal objetivo é fazer crescer a minha organização, que atualmente tem poucos jovens.” Gustavo Naoto Iwasa , DMJ, Mogi das Cruzes (CGSP) “O que mais me marcou foi a energia positiva das pessoas aqui no CCCamp. Eu me senti exatamente me encontrando com o mestre. Sensei, muito obrigada por ter vindo ao Brasil, mesmo nas condições que estava, e ter trazido o budismo para cá. O budismo salvou minha vida, meu casamento, pois eu tinha vontade de acabar com a minha vida. Mas, depois que conheci o budismo, conheci a vida. Sou muito feliz.” Maria de Fatima de Oliveira, responsável pela DF de distrito, RM Barão do Bom Retiro (CCSF) “Para mim, a relação de mestre e discípulo é a base de tudo. Acho que, se não fosse essa relação, não estaríamos aqui hoje lembrando esse momento e revivendo esse juramento. Eu consegui me reconectar com o coração do sensei, depois de tanto tempo de pandemia e tudo o que a gente vem passando. Acho que reencontrar com sensei, junto com a comitiva, é lembrar todos os momentos que a gente já pode viver com ele e renovar esse juramento.” Joji Handa, responsável pela regional da DS, Campinas (CLP) “A atividade foi maravilhosa, maravilhosa. Pude renovar meu juramento, há trinta anos eu estava aqui, recepcionando sensei pelo grupo Gajokai. Hoje, estou aqui renovando meu juramento visando o centenário da Soka Gakkai. Mais que nunca, minha determinação é cumprir a missão no lugar do sensei, aproximar o coração de meus membros ao coração dele, e construir uma organização onde o espírito de Ikeda sensei esteja presente. Esse é meu sentimento e minha decisão com que saio daqui hoje.” Marcelo Guimarães Reis, vice-responsável pela RM da Divisão Sênior, Litoral Sul, CGSP “‘Minha determinação hoje é, como a gente fala, né?’. Vim a essa atuação como ponto de partida, exatamente vencer cada dia, cada mês na minha localidade, trazer os membros que estão afastados por conta dessa pandemia. Concretizar meu shakubuku. ‘Sensei, conte comigo!’. ‘Conte comigo todos da organização!’.” Renan Gomes Massini, responsável pela DMJ de distrito, RM José Bonifácio (CCLP) “Os incentivos do Sr. Shinji Shimizu me emocionaram, principalmente em fortalecer a união entre a Divisão Sênior e Divisão Masculina de Jovens. Uma luta mais conjunta rumo a 2030. Renovei a decisão de atuar ainda mais em prol da felicidade dos membros da nossa RM, tornar a Alta Mogiana uma fonte de tesouros humanos, de grandiosos valores humanos, também fortalecer minha prática da fé diária, e ajudar minha esposa e minhas filhas a fazer o mesmo.” Wesklei Fabrício Lopes Soares, responsável pela DMJ da RM Alta Mogiana (CNOP) “Senti uma energia incrível durante toda a atividade, como se o próprio Mestre estivesse nos incentivando a todo momento por meio de cada item da programação e pude renovar a decisão novamente de incentivar cada pessoa com quem me encontro e relatar a transformação que o budismo e o humanismo Ikeda ensinam e evidenciam em nossa vida. Agradeço a oportunidade de fazer parte dessa história. Conte ainda mais com meu esforço e empenho, muito obrigado sensei!” Gustavo Massamitsu Teruya, vice – responsável DMJ RM, RM Santana (CNSP) “Foi uma atividade bastante alegre, com muita energia positiva. Estou saindo bastante inspirada, com muita esperança. O que me marcou foram a grande energia da DF e a fala de Nichiren Daishonin de que as mulheres são as que abrem os portais do mundo. Então, acho que essa é a nossa missão, de abrir os portais da esperança, da coragem, da solidariedade, da benevolência, levar para todas as pessoas. Minha decisão é vencer a cada dia e lutar cada vez mais e propagar o kosen-rufu na minha localidade.” Alice Fernandes Franco, vice-responsável pela DF de regional, RM Mooca (CCLP) “Hoje foi incrível. Sentimos a presença do sensei a todo momento, e estar com as companheiras da localidade e do Brasil inteiro é muito significante, principalmente com a comitiva, né? Então, foi realmente ótimo ouvir os incentivos que eu precisava ter ouvido. Foi muito maravilhoso. Minha decisão de hoje é poder fazer com que a Divisão dos Jovens da minha localidade seja cada vez mais forte, e que a gente consiga atuar em todos os quesitos e sempre fazer o nosso melhor.” Raissa de Oliveira Fogaça, responsável pela DFJ de Regional, RM Campinas Leste, (CLP) “A atividade foi maravilhosa, impecável. Tenho muita gratidão. E, pra mim, na mensagem de Ikeda sensei, quando ele fala que o nosso coração está ligado um ao outro, está uno, isso não tem preço. Então, tenho muita gratidão.” Valdirene da Silva Oliveira, responsável pela DF de regional (CNSP) “Vencer! Quero vencer, quero poder receber essa capacitação na minha trilha. Realmente, quero concluir essa etapa sendo uma jovem de primeira categoria pra poder representar e deixar esse legado e ser o exemplo pra essas joshibus que estão chegando. ‘Sensei, muito obrigada!’” Amanda Gelumbauskas, responsável pela DFJ de RM (CCLP) “Prático o budismo há 42 anos, e participar hoje pra mim foi muito importante. A Sra. Kasanuki tem um poder incrível e nossa atual responsável pela DF do Brasil foi treinada pelo grupo Zenshin. Fico muito feliz pelo Zenshin ter criado um valor tão grandioso. A relação de mestre e discípulo para mim é eu encontrar o Mestre e os companheiros todos os dias no meu gongyo e no meu daimoku e pôr os ensinamentos do estudo e da prática da fé no meu dia a dia, onde quer que eu esteja, como ser humano.” Maria Verônica de Brito Paiva Araújo, consultora da DF da RM Natal, (CRE Leste)
09/06/2023
Editorial
BS
A flor mais bela
Aos poucos, os encontros presenciais ganham novo ritmo e as pessoas voltam a se reunir para trocar sorrisos e incentivos face a face. Nas reuniões ou comemorações da organização, a maioria dos locais tem o cuidado de não apenas oferecer o melhor ambiente para a atividade, como também reserva uma atenção à decoração. Há 72 anos, no espaço escolhido para um jantar comemorativo, a mesa em que o então segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, se sentaria foi decorada com uma enorme flor de lírio-branco. Era junho de 1951. No jantar, Toda sensei disse: “Observando o aspecto de desenvolvimento da Soka Gakkai e de suas atividades, parece-me que as mulheres estão sempre um passo à frente dos homens”.1 Toda sensei estava muito feliz por aquele evento, que se tornou um marco para a Divisão Feminina (DF), o dia da fundação. Josei Toda, com sua perspicácia, logo que chegou ao local, notou a beleza da flor diante dele. Aproveitando o ambiente alegre formado naquela noite, apreciando cada lírio-branco sobre as mesas, ele ofereceu a todas este consagrado poema: São flores de lírios, brancas e perfumadas que aqui se reuniram; são corações sublimes num elo de amizade.2 Desde essa ocasião, as mulheres Soka aumentaram a atuação em prol das pessoas e continuam sendo a força da Soka Gakkai. Esse marco é mencionado no Especial, como também no livro lançamento do CILE do mês de junho da Editora Brasil Seikyo, Revolução Humana, volume 5. Leia neste BS. No poema do Encontro com o Mestre deste jornal, Ikeda sensei destaca e reforça o poder dessa rede de mulheres Soka: A força que nutre a vida. O coração que respeita a vida. Originalmente, na vida, em si, não há fronteiras nacionais, nem discriminações, nem disparidade. Nem deve haver. Quem realmente sente e conhece isso melhor que ninguém são as mulheres. As mulheres Soka hasteiam a grande filosofia do respeito à dignidade da vida, e acumulam, sem cessar, ações que valorizam cada pessoa. A importância disso no significado da criação da paz é incalculável.3 Nesta edição, publicamos texto inédito e foto recente tirada por Ikeda sensei. Ao final do ensaio da série “Irradie a Luz da Revolução Humana”, o presidente Ikeda clama para termos metas específicas e, de maneira alegre, desafiar para conquistá-las, avançando ao ritmo do triunfo Soka. Esperamos que você, leitor, também reafirme o orgulho de fazer parte da luta conjunta com sensei! Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 82, 2023. 2. Ibidem, p. 90. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.635, 27 maio 2023, p. 4.
25/05/2023
Incentivo do líder
BS
A melhor fase da vida
Olá, desejo que todos estejam muito bem. Hoje, gostaria de direcionar as palavras neste espaço para as pessoas da melhor idade. É, gente, já cheguei a essa fase da vida. Acabei de tirar o cartão para usufruir o direito de me locomover de ônibus, trem ou metrô gratuitamente. Olha que maravilha! O presidente Ikeda nos incentiva: “Diz-se que a vida se inicia aos 60 anos. O budismo elucida que podemos viver até 120 anos e, nesse sentido, os 60 anos são o ponto de virada, e podemos dizer que é a partida rumo à fase conclusiva da vida”.1 Quer dizer que estamos na flor da idade. Que coisa boa acordarmos todos os dias e termos a alegria de viver, de praticar o budismo e de compartilhar nossa história com os mais jovens! No mês de março, tive a oportunidade de participar de uma atividade da minha RM São Bernardo, onde me encontrei com as rainhas que fazem parte do grupo “Tesouros da Esperança”, criado para enaltecer as veteranas da organização. Que mulheres extraordinárias, com suas histórias de vida e de superação! Não há maior alegria que recitar Nam-myoho-renge-kyo. A recitação do daimoku produz energia vital, revitaliza nosso corpo e nossa mente. O daimoku, as atividades, o estudo, os exercícios físicos, uma boa alimentação, uma boa noite de sono, a ida ao médico regularmente e a realização de exames preventivos — tudo isso são meios para dispormos de uma vida feliz e mais saudável, envelhecermos com qualidade de vida e termos muita disposição, alegria e energia. “Ter um grande propósito pelo qual não se arrependerá em devotar a vida — isso certamente se transformara em uma força para viver até o fim com espírito jovem”,2 assim nos orienta Ikeda sensei. Exemplo desse grande propósito é o da minha mãe, Julia, que vai fazer 83 anos. Ela sempre teve como base a recitação de muito mais daimoku, nesses 54 anos de conversão. Ensinou sobre a importância da prática da fé para filhas, genros, netos e bisnetos. E para quem se aproxima dela, onde quer que seja, ela faz shakubuku. Possui muita alegria de viver, dança, faz pilates, caminha e participa ativamente das reuniões. Na época da pandemia, aprendeu a mexer no celular, e hoje navega nas redes sociais. Ikeda sensei, citando as palavras de Mikhail Sholokhov, escritor russo ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, nos incentiva: Quem não tem determinação de avançar em direção a um objetivo definido não alcança nada. Nós somos todos “ferreiros da felicidade”. Acredito que pessoas de fé, pessoas espiritualmente fortes, conseguem influenciar de modo constante sua maneira de viver mesmo no momento de uma virada do destino.3 Queridos amigos da melhor idade, tesouros da esperança, vamos juntos escrever uma linda história de vida, como diz a Sra. Kaneko Ikeda em sua mensagem: “Tal história, com certeza, aquecerá o coração e iluminará a vida de todos os que virão depois de nós”.4 Compartilho com vocês um trecho do poema de Cora Coralina, poetisa brasileira que escreveu seu primeiro livro aos 75 anos, que diz: O tempo passa, ninguém detém a passagem do tempo. Agora saiba viver para melhor envelhecer. [o que é viver bem?] Produzir. Não ser uma criatura inerte, parada. Ler. Estar atualizada com os fatos. [quer dizer que não é pra ter medo da velhice?] Não. Não tenha medo. Não tenha medo dos anos e não pense na velhice. Não pense. E nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, eu não digo estou ouvindo pouco — só quando preciso. Eu não digo nunca a palavra estou cansada. Nada disso, nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros também. Então, silêncio! Fique quieta! E não queixe doença também. Nunca diga para um visitante: “Como vai passando? Ah... ando com uma dor agora, não ando muito bem...” Nada disso. Diga: “muito bem, otimamente?” Não me queixo de nada. E quando tiver você uma queixa física, vá ao médico, ele é o único que tem que ouvir, ninguém mais. (...) Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado. Mas não sei se eu sou velha não. Você acha que eu sou velha?5 Um superabraço carinhoso! Magda Lombardi da Silva Vice-coordenadora da Divisão Feminina da BSGI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Arte da Longevidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 18. 2. Ibidem, p. 20. 3. Ibidem, p. 33. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.628, 11 fev. 2023, p. 8-9. 5. BRITTO, Clóvis Carvalho; SEDA, Rita Elisa. Cora Coralina: Raízes de Aninha: Editora Ideias & Letras, 2009. p. 342-343. Ilustração: GETTY IMAGES
25/05/2023
Encontro com o Mestre
BS
Toque e faça ecoar o sino da coragem rumo ao futuro de esperança
No dia 3 de maio [de 2023], demos uma partida animada para uma nova jornada do kosen-rufu com os preciosos companheiros de todo o mundo. Pensando bem, foi no mês de maio (quinto mês intercalado) de 750 anos atrás, em 1273, que Nichiren Daishonin redigiu o escrito A Profecia do Buda, em Sado, onde estava exilado. Nesse Gosho, Daishonin cita duas passagens do Sutra do Lótus que proclamam o kosen-rufu. A primeira é uma frase do capítulo “Rei dos Remédios”, um testamento do buda Shakyamuni: “Após eu ter entrado em extinção, no último período de quinhentos anos, deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente, em todo o Jambudvipa, e jamais permitir que ele deixe de existir”.1 A segunda frase é a do capítulo “Mérito Universal”, na qual o bodisatva Mérito Universal expressa seu juramento ao buda Shakyamuni: “Após Aquele que Assim Chega entrar em extinção, farei com que [o Sutra do Lótus] seja propagado amplamente, em todo o Jambudvipa, e jamais permitirei que ele deixe de existir”.2 A primeira dessas passagens refere-se às palavras nas quais o mestre confia o kosen-rufu ao discípulo. A segunda é uma frase de juramento do discípulo ao mestre em realizar amplamente a propagação. Realizar firmemente o kosen-rufu (ampla propagação) exatamente de acordo com o juramento seigan! É essa luta conjunta entre mestre e discípulo que eterniza o pulsar da vida da Lei Mística. Perseverando no grande desejo da “Ampla Propagação Benevolente da Grande Lei” no Jambudvipa (o mundo inteiro), mestres e discípulos Soka bailam imponentemente lançando a grande luz da canção triunfal do povo e do respeito à dignidade da vida ao mundo de vicissitudes que continuam do século 20 ao 21. Essa honra é mais elevada que os céus, e essa boa sorte é mais profunda que os mares. O futuro da perpetuação da Lei define-se com os jovens. A época chegou. Os Shin’ichis Yamamoto da nova era estão surgindo na linha de frente e criando uma grandiosa história. A missão do retorno do budismo para o oeste Ao ler A Profecia do Buda, Toda sensei disse: “A missão da Soka Gakkai é não permitir que o retorno do budismo para o oeste se torne falso”. No dia 5 do mês passado [abril de 2023], como discípulo de Toda sensei e representando os membros do mundo inteiro, recebi o título de doutor honoris causa em letras da Universidade Estadual Maharaja Surajmal Brij, da Índia. Recordo-me com saudades do encontro que tive com o vice-reitor Ramesh Chandra, proponente dessa homenagem. Relembrando a história, ele disse: “Infelizmente, o budismo acabou declinando na Índia. Porém, graças aos esforços da SGI, muitas pessoas no mundo se tornaram seguidoras do budismo, e estão pondo em prática os ensinamentos de Shakyamuni nos dias de hoje”. São, de fato, palavras de louvor à Soka Gakkai que veio realizando a profecia contida nos escritos: “A Lua surge no oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no leste e irradia seus raios para o oeste”.3 Eu as interpretei como “comprovação de muitos tesouros”. Hoje, tanto na Índia, “terra de origem do budismo”, como também na Coreia, a qual meu mestre a sentia como local de profundo relacionamento cármico do “retorno do budismo para o oeste”, o progresso do kosen-rufu é de saltar aos olhos. O sorriso de satisfação do venerado mestre paira sobre o meu coração. A visita do mestre predecessor a Kansai Há marcas do mestre predecessor, Tsunesaburo Makiguchi, a ser lembradas nos dias atuais, mais uma vez. Cem anos atrás, em maio de 1923, ele conheceu as escolas de ensino fundamental de Quioto, Osaka e Hyogo, junto com sete diretores de escolas de ensino básico de Tóquio. Cinquenta anos depois dessa visita, foi inaugurada a nossa Escola Soka de Kansai. Os talentosos estudantes que ingressaram este ano [2023] na Escola Soka de Kansai constituem sua 51ª turma. Os amados formandos dessa escola estão atuando como pessoas centrais na sociedade e na comunidade local. Como fundador, nada me deixa mais feliz. Em uma época em que dominava a educação do militarismo japonês, Makiguchi sensei bradou solenemente que o maior objetivo da educação era a “felicidade das crianças”. Toda sensei também acreditava até o fim no potencial das jovens vidas, afirmando: “Farei de qualquer criança o melhor aluno e a tornarei feliz!”. Aqui se encontra o ponto primordial da educação Soka que se expande para o mundo. Desejo sinceramente que continuemos criando, de forma esplêndida, cidadãos globais que contribuam para a humanidade e vivam pela coexistência da paz nos próximos cinquenta e cem anos, hasteando alto a bandeira do “aluno em primeiro lugar” e do “estudante em primeiro lugar”. Focalizando a força da resposta à batalha Já se passou meio século desde o meu encontro com o Dr. Toynbee para um diálogo. Ele dedicou muita atenção à Soka Gakkai como uma “religião mundial viva”. Durante a nossa conversa realizada em sua residência em Londres, o Dr. Toynbee expressou forte expectativa em relação à religião no fortalecimento da energia vital em meio aos desafios perante as questões da sociedade. Partindo da visão de história de Toynbee de que a civilização se desenvolve por meio da resposta aos desafios contra as provações, o mesmo acontece com a religião. Ao responder bravamente aos desafios da época, ela consegue alçar um novo voo. Em sua grande obra Um Estudo da História, o Dr. Toynbee focaliza a palavra “peripécia”,4 a qual tem origem na teoria literária do filósofo Aristóteles, e significa “inversão de papéis”. Toynbee enxergava um importante princípio de criação da história no drama da reversão que se repete na caminhada do homem. Talvez isso seja equivalente ao contra-ataque às dificuldades ou, ainda, à transformação de veneno em remédio. O próprio Dr. Toynbee viveu com a crença de que definitivamente conquistaria algo mesmo a partir dos sofrimentos e das angústias. Nós vamos transformar com todo o vigor quaisquer provações em esperança, felicidade e criação de valor, fazendo resplandecer ainda mais a “sabedoria do caminho do meio do budismo” que Toynbee a tinha como sua maior expectativa. Desabrochando as flores do sorriso No avanço do kosen-rufu, o que se torna sempre o alvorecer da contraofensiva e a força motriz da transformação de veneno em remédio nada mais são que a oração determinada das mulheres Soka e sua ação diligente. Foi em 1979, ano do término do primeiro ciclo dos “Sete Sinos”. A pedido de um companheiro em uma reunião de palestra, minha esposa registrou a seguinte dedicatória: “Sem jamais abandonar a fé. / Ano da conclusão / dos Sete Sinos”. Era a própria promessa das mães e das mulheres do Japão e do mundo. Exatamente com esse juramento ardente e profundo, elas encorajaram os membros com fé inabalável, os protegeram e derramaram suor pelo bem da comunidade local. É por isso que o grande castelo de mestre e discípulo não se abala. O próximo mês de junho [2023] é o “mês das mulheres Soka”. O dia 4 de junho é o Dia Mundial das Irmãs Kayo e o dia 10 de junho é a data de fundação da Divisão Feminina. No mês de junho deste ano [2023], será promovida, de forma diversificada, a Convenção da Divisão das Mulheres, tendo como palco centenas de milhares de grupos em todo o Japão que farão desabrochar as flores do diálogo, do sorriso e da amizade. Há muitas amigas que realizarão a convenção como novas líderes de grupo. Esses grupos promovem encontros de poucas pessoas que têm como base o diálogo de vida a vida. São encontros sem formalidades que acendem as chamas de sorriso no coração de todas pelo brilho natural da vida. Esse é o aspecto do jardim de “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” e da “iluminação e a manifestação dessa verdadeira natureza”, ambos pregados no budismo. Explanando o escrito A Profecia do Buda, Toda sensei explicou a passagem “O bodisatva Jamais Desprezar era um praticante no estágio inicial da alegria”5 de modo bem simples: “Com o aspecto de alguém que acabou de começar a praticar a budismo, o bodisatva Jamais Desprezar realizou a ampla propagação somente com sentimento de imensa alegria. Nós também, ao propagarmos o budismo com o aspecto de mortal comum, podemos obter a condição de buda. Por isso, basta agir livremente de forma autêntica, como você mesmo é”. Pode-se dizer que o encontro em que os membros do grupo, como também as amigas convidadas presentes, conversem francamente num ambiente em que todas se sintam felizes por participarem, é verdadeiramente a própria marcha da paz e da cultura. O venerado mestre e o Preceito às Senhoras Há setenta anos, em 16 de maio de 1953, logo após eu ter assumido como responsável substituto do Distrito Bunkyo, realizamos altivamente uma reunião de líderes do distrito, recebendo Toda sensei. Naquela ocasião, ouvindo a séria convicção na fé da responsável pela Divisão Feminina do distrito, o mestre se emocionou profundamente dizendo que ela havia captado a sua vontade. E, no dia seguinte, 17 de maio, ele acrescentou pessoalmente um prefácio àquelas palavras de convicção na fé e o anunciou como Preceito às Senhoras na Convenção do Distrito Adachi. Então, ele o ofereceu a todas as integrantes da Divisão Feminina. Nesse preceito consta: Chegou a hora em que nós, da Divisão Feminina, também precisamos incorporar verdadeiramente o estudo do budismo. Agora, sem deixar escapar esta época, vamos criar tempo livre em todas as oportunidades, e incorporarmos o estudo do budismo em nossa vida. (...) Tenho a convicção de que o espírito do estudo do budismo nasce a partir da plenitude na prática da fé. Em meio à alegria que se espalhava em torno do Preceito às Senhoras, Toda sensei clamou aos companheiros de Adachi de sua confiança: “Se aprofundarem a fé, a vida diária mudará completamente. Pode-se transformar o destino”. Hoje, também, nossos companheiros estão caminhando na linha de frente do kosen-rufu tal como consta nos escritos: “As pernas correspondem ao kyo”.6 Eles avançam, encorajando-se mutuamente, acumulando o diálogo da “pacificação da terra”. O nobre aspecto de cada pessoa da família Soka é o exemplo dos “dois caminhos da prática e do estudo”. Em uma sociedade e em ambientes diversificados, estou orando junto com minha esposa pelo grande sucesso da Convenção da Divisão das Mulheres, a qual abre o rico portal da felicidade, em diversos níveis, tal como Daishonin afirma em seus escritos: “Uma filha abre o portão de outra casa”.7 Oro também pela boa saúde, longevidade, paz, harmonia e boa sorte de todos. Avanço rumo ao centenário de fundação A atuação do Ongakutai e da Kotekitai, os melhores do Japão, salta aos olhos. Quero expressar sincera gratidão e admiração por desenvolverem maravilhosas apresentações e coreografias também nos desfiles de cada localidade. Nos tempos iniciais, ao dialogarmos sobre as características das marchas de cada país com os amigos do Ongakutai, um dos assuntos discutidos foi o do ponto forte das apresentações desse grupo. Eu lhes disse que talvez fosse a “coragem”. Recordo-me com saudades do brilho dos olhos dos jovens que orgulhosamente meneavam a cabeça em concordância. A marcha da união de “diferentes em corpo, unos em mente” continua com o som místico tocado pelos “músicos do kosen-rufu” e pelos “anjos da paz” junto com a ardente coragem suprema denominada “coração do rei leão”. Toda sensei afirmou: “Tal como os viajantes na antiguidade que caminhavam perseguindo uma milha de cada vez, vamos avançar na estrada do kosen-rufu, vencendo um marco de sete milhas a cada sete anos”. Atualmente, a Soka Gakkai está avançando com base no segundo ciclo dos “Sete Sinos” que se iniciou no ano 2001. Observando um futuro próximo, o ano 2030, daqui a sete anos, corresponde ao centenário de sua fundação. De quem é o papel principal de badalar o sino da vitória da vida e do kosen-rufu? Deve decidir que não seja ninguém mais a não ser você mesmo! Para começar, a questão é quanto cada um realizará sua revolução humana e fará progredir e prosperar seu lar, sua comunidade e sua localidade. Gostaria que enfrentassem cada desafio com alegria e perseverança, acalentando grande aspiração e levantando um objetivo concreto. O verdadeiro palco do segundo ciclo dos “Sete Sinos” a edificar o alicerce da paz mundial começa a partir deste instante. Agora é o momento de espalhar a filosofia do respeito à dignidade da vida para o mundo. Fazendo badalar o sino do alvorecer da esperança e da coragem em nossa vida junto com a Lei Mística, vamos, hoje também, registrar radiantemente o marco dos avanços sucessivos ao ritmo da canção triunfal Soka! Zínias elegantes e petúnias. Afinal, quantas cores estão presentes? De repente, diante delas, os olhos ficam mais brilhantes. Jardim colorido cheio de vida e de alegria. É como o jardim alegre de diálogo entre as mães e as mulheres Soka (foto tirada por Ikeda sensei, neste mês [maio de 2023], em Tóquio) No topo: Compartilhando o caminho da filosofia e da educação da vitória humana! Em junho de 2004, comemorando a outorga do 160º título acadêmico honorário, casal Ikeda posa em frente às rosas decorativas em quantidade igual a essas homenagens. Hoje, o número de coroas da sabedoria concedidas a Ikeda sensei por universidades e instituições acadêmicas do mundo ultrapassa 400 (Universidade Soka, em Hachioji, Tóquio, 2004) Publicado no Seikyo Shimbun de 18 de maio de 2023 Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 417, 2020. 2. Ibidem, p. 421. 3. Ibidem, p. 420. 4. A referência de Toynbee à “peripécia” consta em Um Estudo da História, v. 8, com tradução para o japonês da comissão de publicação, da editora Keizai Orai-sha. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 419, 2020. 6. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 28. 7. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 884.
25/05/2023
Relato
BS
A estrada que escolhi
Eu me chamo Péricles, tenho 45 anos. Resido com minha família em Tapejara, cidade com menos de 25 mil habitantes, distante 50 quilômetros de Passo Fundo, município do interior do Rio Grande do Sul. Para chegar à capital, Porto Alegre, são outros 350 quilômetros. Estamos longe dos grandes centros, mas a distância não mede sentimento. Minha esposa, Márcia, e eu apoiamos o bloco mais próximo, em Passo Fundo, com muitos desafios e uma satisfação gigante, buscando estar sempre próximos do coração de Ikeda sensei. Sou vice-responsável pelo bloco, e Márcia, na mesma atuação, pela Divisão Feminina (DF). Ao persistir na prática da fé, a gente vai desvendando os ensinamentos do budismo na vida real. Foi dentro da Soka Gakkai que ouvi pela primeira vez a expressão “revolução humana”. Acredito que hoje posso dizer que compreendo seu significado pelos resultados que vivencio desde 2001. Até então, eu só conhecia o mundo da violência e da escuridão que o ambiente das drogas me oferecia. Morava em Passo Fundo, com menos de 25 anos, já casado e com uma filha pequena para criar. Para completar, minha sogra tinha falecido meses antes, deixando órfãos uma menina de 9 meses e um garoto de 11 anos, os quais decidimos adotar. Foi nessas condições que um casal de amigos me apresentou o budismo. Na esperança de que sairia daquele clima de sofrimento, logo iniciei a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, trazendo, aos poucos, minha esposa comigo. Consagramos nosso objeto de devoção (Gohonzon) em casa e, então, eu me senti mais forte, não reclamei das condições e fui à luta com fé. Depois de dois anos, incentivados por um cunhado, nós nos mudamos para Tapejara, que tinha um custo de vida menor e mais ofertas de trabalho. Morávamos de aluguel, porém havia boas perspectivas na profissão de motorista, a qual exerço. Não deixamos de participar das reuniões em Passo Fundo, indo para lá nos fins de semana. Em época de exame do budismo, de carona ou não, nós nos deslocávamos para passar o dia e nos manter na sintonia com os direcionamentos da fé, da prática e do estudo. Hoje, sou Grau Médio do Departamento de Estudo do Budismo (DEB). Revolucionar o coração Com o tempo, compramos casa, carro. Nossos filhos cresceram, e todos estão bem. Contudo, grande alegria é constatar que a bebê que adotamos, Cassiane, hoje é uma assídua praticante, e também com seu Gohonzon em casa. Ela se casou e mora próximo de nós. Temos uma linda netinha, Sophia, alegria da família. Os benefícios nos fazem pensar muitas vezes que está tudo bem. Daí é que entra a revolução humana. Há um sentimento que mexia comigo desde jovem: o fato de ser introspectivo. Falo pouco e menos ainda interajo com as pessoas, creio que pelo ambiente a que fui exposto no passado. Mesmo na organização, eu me mantinha fazendo o possível. Logo depois do período crítico da pandemia, em 2021, eu estava insatisfeito com meu trabalho, passando as horas só para ter o salário no fim do mês. Na organização, participava como membro. Foi quando recebi a visita de um líder me convidando para apoiar os responsáveis pelo bloco. Eu atuaria como vice, junto com minha esposa. Na hora, confesso que não conseguia me imaginar incentivando alguém, mas disse sim. O primeiro desafio foi estudar e apresentar a matéria. O tema “Vitória Profissional” me pegou em cheio. No livro Nova Revolução Humana encontrei este direcionamento de Ikeda sensei: Quando você fizer do kosen-rufu o seu objetivo de vida, orar para vencer em seu trabalho e mostrar a prova da validade desse objetivo, o caminho para a sua própria vitória e boa sorte se abrirá naturalmente”.1 Conseguimos transmitir a matéria, orando daimoku sincero. Com os estudos, nossa prática se fortaleceu e a fé se renovou. Entendi que, primeiro, eu estava tendo a chance de fortalecer o coração. Agora me sentia pronto para desbravar um trabalho que me desse condições de realização, não só de sustentar melhor minha família, mas de avançar nos objetivos do Kofu (contribuição voluntária) e de tudo o que fosse necessário para o kosen-rufu. O caminho da vitória. O resultado foi tão intenso que, em meses, tive condições de chegar à empresa onde estou até hoje, trabalhando com alegria, sendo remunerado à altura. Eu me esforço para ser um líder sempre presente na vida dos membros. Encaro a necessidade de trabalhar em horários que, por vezes, me impedem de estar fisicamente em todas as reuniões. Aceito isso como condição de transformar mais essa circunstância, com a convicção de que poderei compartilhar novas comprovações com todos. Encerro agradecendo aos que me apoiaram e seguem acreditando em mim. O estudo tem me feito compreender a importância de ser budista 24 horas. Na pequena cidade de Tapejara, somos os únicos membros. Porém, nesse local, eu me esforço para levantar a bandeira da Soka Gakkai, sendo bom profissional, pai, esposo e líder que mereça a confiança de todos. Agradeço à BSGI, pela oportunidade; e ao meu mestre, pelas orientações e orações. Estou no caminho. Ikeda sensei, conte comigo! Péricles Miguel da Maia, 45 anos, motorista. Atua como vice-responsável pelo Bloco Bosque Lucas Araújo, Distrito Assis Brasil, RM Porto Alegre/Norte, Sub. Rio Grande do Sul. Com a esposa, Márcia. filha, Maria, a netinha Sophia e o genro, Gabriel. Print da atividade on-line promovida pela comunidade localNota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 60, 2021. Fotos: Arquivo pessoal
25/05/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Revolução humana — início de uma nova história
Matéria a ser utilizada nos encontros comemorativos de fundação da Divisão Feminina, em junho Olá, querida amiga! Que maravilha comemorarmos os 72 anos de fundação da nossa amada Divisão Feminina, sempre juntas com Ikeda sensei e Sra. Kaneko, os quais desfrutam excelente saúde e disposição! Esse nosso encontro será muito especial, porque vamos iniciar uma nova história em nossa vida, aplicando no dia a dia o conceito fundamental da “revolução humana”. Na sociedade, “revolução” é entendida comumente como uma transformação radical de determinada estrutura política, social, econômica, cultural ou tecnológica, mas, quando nos encontramos com o Budismo Nichiren, aprendemos que a revolução humana é a mudança da nossa condição de vida interior. Essa revolução humana é o maior benefício que podemos obter. A partir dessa mudança interior, nossa vida entra na órbita do próprio universo. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, diz: Revolução humana consiste numa mudança em nossas ações e em nosso comportamento. (...) Quando a revolução humana se propaga à família, ao país e ao mundo, converte-se numa revolução não violenta em prol da paz.1 Ele ainda frisa: O Budismo Nichiren (...) é a religião da revolução humana, a qual ensina que, quando nós mudamos, nosso ambiente muda.2 Muitas vezes, na correria do nosso dia, acabamos nos perdendo em meio às mais variadas situações, e temos a sensação de que essa revolução humana está muito distante. Para compreendermos melhor essa revolução humana, que pode ser conseguida com pequenos gestos, mudança de pensamento, a maneira como falamos, as palavras que usamos, enfim, com pequenas atitudes, Ikeda sensei explica sobre os sete indicadores,3 os quais podem ser observados diariamente em nossa vida. São eles: Saúde: Ter uma vida equilibrada. Jovialidade: Manter o coração eternamente jovem. Boa sorte: Adornar a vida de boa sorte com a alegria da prática da fé. Sabedoria: Lapidar a nossa vida e nos aperfeiçoar como seres humanos. Paixão: Ter como requisito importante para a felicidade, pois esse sentimento revigora a nossa vida. Convicção: Acreditar que tudo pode ser transformado. Vitória: Ser vitorioso é o caminho para comprovar a justiça e a vitória. Pois bem, querida amiga, vamos colocar esses pontos em prática na nossa vida e despertar para nossa missão como bodisatva da terra, fazendo emergir do nosso coração a coragem. Assim, manifestamos nossa mais pura compaixão e passamos a compartilhar com o maior número de pessoas a grandiosidade da filosofia de vida que praticamos — a filosofia da revolução humana. Então, vamos escrever a mais bela história de vida, repleta de muitas vitórias, coragem e esperança, como a Sra. Kaneko Ikeda declara em sua mensagem: Precisamente nesta época em que o coração de muitas pessoas se tornou frio e anestesiado, vamos escrever uma história sem paralelo que perdure pelo futuro — uma história na qual nos empenhamos pela revolução humana, auxiliamos outros a fazer o mesmo e realizamos o kosen-rufu com base na filosofia de vida do Budismo Nichiren, o qual ensina que “as pessoas (...), sem uma única exceção, atingirão o estado de buda”. Tal história, com certeza, aquecerá o coração e iluminará a vida de todos os que virão depois de nós.4 Um forte e caloroso abraço! Divisão Feminina da BSGI No topo: Ikeda sensei e sua esposa, Kaneko, colhem flores do campo à beira da estrada, no subúrbio de Paris, com o sentimento de oferecer um buquê aos companheiros (França, maio 1973) Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 22. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.625, 31 dez. 2022, p. A1. 3. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 22; cf. Brasil Seikyo, ed. 2.270, 4 abr. 2015, p. B4. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.628, 11 fev. 2023, p. 8-9. Foto: Seikyo Press
25/05/2023
Terceira Civilização
Entrevista
TC
O poder de ser a sua melhor versão (Parte final)
Lou Marinoff é professor e presidente do setor de filosofia da Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos. É também presidente e fundador da Associação Americana de Profissionais de Filosofia, além de editor do jornal da organização, Prática Filosófica. Marinoff escreveu best-sellers internacionais (incluindo Mais Platão, Menos Prozac, traduzido para 27 idiomas) que aplicam a filosofia à resolução de problemas cotidianos. Em outubro, Marinoff esteve no Brasil para participar da 9a edição do Horasis Global Meeting. Nesse evento, a Editora Brasil Seikyo expôs o livro O Filósofo Interior — Conversas sobre o Poder Transformador da Filosofia, fruto de um diálogo entre Lou Marinoff e Daisaku Ikeda, lançado no ano passado. Terceira Civilização publica a segunda parte da entrevista que Marinoff concedeu em diálogo com representantes da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo. Lou Marinoff, doutor em filosofia da ciência pela Universidade de Londres e criador do movimento de aconselhamento filosófico, durante a entrevista Terceira Civilização: Hoje, o senhor está com a idade próxima a que o presidente Ikeda tinha quando se encontraram pela primeira vez (sensei estava com 75 anos, em 2003, e Marinoff, atualmente, tem 73 anos). Há algo que tenha vivenciado nesses anos após o diálogo que possa adicionar ao seu pensamento da época? Lou Marinoff: Ok, estou rindo por causa dessa questão da idade. Algum de vocês já ouviu falar ou leu algo do grande poeta irlandês Oscar Wilde? Sim? Ótimo! Ele era um personagem muito interessante. Era talentoso, sabe, com a literatura e a poesia, na língua inglesa. Todos os tipos de pessoas repetem alguns de seus ditos, mas elas nem sabem necessariamente que vêm dele. Esse é o maior elogio. A língua inglesa está cheia de ditados de Shakespeare e as pessoas não percebem que Shakespeare disse isso quatrocentos, quinhentos anos atrás. Oscar Wilde disse uma vez que “a juventude é desperdiçada com os jovens”. Vocês entendem por que ele falou isso? Porque, quando somos jovens, temos energia, tempo e entusiasmo de sobra, mas nem sempre muita sabedoria. Em geral, à medida que as pessoas amadurecem — digamos que é uma palavra educada para se referir a “mais velho” —, elas adquirem mais sabedoria com experiência de vida, mas não têm tanta energia. O mesmo não aconteceu com o presidente Ikeda. Ele permaneceu tremendamente energético durante toda a sua vida, em razão de sua prática, certo? Por causa da prática e de seus dons, e assim por diante. Ele nunca envelheceu, na verdade. Sempre teve o entusiasmo e o otimismo da juventude, que, combinada com a sabedoria da vida, é muito forte! A condição de vida dele estava lá em cima. Mesmo depois, no fim de sua vida, a condição de vida dele estava aqui em cima. Então, isso também foi parte da influência dele sobre mim. Por me ajudar a não desperdiçar minha juventude, minha energia ou meu entusiasmo, mas focá-los. Essa é a chave. Vocês estão à frente do jogo, sabe. Já são experientes na vida. Embora sejam jovens, foram expostos a uma grande filosofia — ao Budismo Nichiren e ao Sutra do Lótus. Já são muito poderosos em termos de filosofia. Vocês têm a prática e a comunidade para continuar. É uma coisa maravilhosa! A transformação que senti foi igualmente poderosa vinda dele. Foi uma experiência transformadora conhecê-lo e dialogar com ele, sem dúvida. Então, a experiência — [respondendo] diretamente à pergunta — que moldou meu pensamento é exatamente a experiência que saiu do diálogo que tivemos e que levou a este livro, O Filósofo Interior (em inglês). O filósofo interior, o que isso significa? Ele me ensinou isso porque eu não sabia, em 2003, o que estava realmente fazendo em certo sentido — estávamos usando filosofia, e ainda a usamos, para ajudar as pessoas a resolver seus problemas, certo? Então, talvez algumas pessoas gostem de usar Descartes, Nietzsche ou Platão ou qualquer outro filósofo. Escolha um filósofo, ok? E esse filósofo pode ter uma ideia, a qual pode ser muito útil para vocês em determinada situação. Tudo bem? Sim, vocês entenderam. Mas o que o Dr. Ikeda me explicou é que, da perspectiva do Budismo Nichiren e do Sutra do Lótus, também estamos no caminho do bodisatva. Com os antigos filósofos gregos — e foi aí que a filosofia ocidental começou, certo? Na Ágora de Atenas, Sócrates falava com as pessoas comuns. Ele não era um professor, era mais que um professor: um bodisatva. Era como as pessoas que ajudam os outros a ter clareza na mente, em sua ética e nas ações — os estoicos, os epicuristas e os socráticos eram assim. Então, da perspectiva do Dr. Ikeda, essa é a prática do bodisatva! Essas foram as primeiras palavras que ele me disse no nosso primeiro encontro. Fui conduzido a um palácio, em Tóquio, e havia um público presente, com muitos estudantes. Ele estava lá com uma tradutora. Eu o encontrei pela primeira vez. Com uma voz estrondosa — como vocês sabem, a voz do Dr. Ikeda era muito poderosa —, ele me disse: “Você é um bodisatva!”. Fiquei chocado! Nem sabia, na verdade, o que isso significava. Respondi-lhe: “Ah, não sabia, desculpe-me! Nem percebi!”. Mas nosso diálogo deixou isso claro. O que realmente fazemos, quando oferecemos o que chamamos de aconselhamento filosófico, é uma prática do bodisatva. É, na verdade, uma revelação, para nós, na prática filosófica, pois, o que estamos tentando fazer, em outras palavras, não é somente instruir nossos clientes, aconselhá-los ou dizer a eles o que fazer. Não é isso que estamos realmente alcançando. Estamos tentando despertar seu filósofo interior! Esse é o caminho budista Mahayana, certo? Ajudar as outras pessoas a despertar, sim? E, uma vez que seu filósofo interior começa a acordar, sua vida muda e mudará a vida das demais pessoas ao seu redor. Essa foi uma experiência transformadora da vida. Reformular o que, na verdade, já estávamos praticando. Além de construir uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. Isso porque tudo o que o Dr. Ikeda fez foi abraçar outras pessoas. Quando falamos sobre o nosso livro, antes de ser essa obra, estávamos conversando: “Oh, o que deveríamos fazer?”, “Que tipo de diálogo deveríamos ter?”. Queria explorar algumas questões muito profundas sobre a filosofia budista. Lógico, é assim que eu sou, um filósofo, ok? Também porque é fascinante e profunda — a filosofia budista é muito interessante. Vocês sabem disso. Tinha algumas perguntas sobre ontologia e causalidade e sobre muitas coisas. E o Dr. Ikeda disse: “Sim, poderíamos fazer isso, com certeza! Definitivamente, poderíamos ter um diálogo muito interessante para mergulhar fundo em suas perguntas”. Ele ainda falou: “Que tal? Também há outra maneira de fazer isso”. E continuou: “Suponha que tenhamos uma conversa voltada para indivíduos que não sejam budistas nem filósofos. Então, alcançamos uma forma mais abrangente de abraçar mais pessoas”. Esse sempre foi o jeito dele. Abranger mais, incluir mais. Grande generosidade de espírito e [sem a necessidade de ficar] exibindo seu profundo conhecimento. Estou muito feliz que tenha acontecido dessa forma e isso também me ensinou uma grande lição sobre liderança, bem como sobre alcançar as pessoas. É isso que quero dizer com experiência transformadora da vida. Tenho a certeza de que cada um de vocês possui a própria experiência de transformação da vida como resultado do contato com o Budismo Nichiren e com a SGI do Dr. Ikeda, certo? Ótimo! Representantes da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo, CRE Leste, posam para foto com Lou Marinoff, segurando o livro fruto do diálogo do filósofo com Daisaku Ikeda [Representante da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo, CRE Leste] Com o avanço da inteligência artificial, as pessoas estão, mais que nunca, dependentes dessas ferramentas. Como o senhor vê o avanço da tecnologia em termos de as pessoas perderem a capacidade de pensar por si mesmas e como isso pode causar danos ao desenvolvimento da filosofia e ao interesse das pessoas por ela? LM: Ótima pergunta. Qual é seu nome? Joyce? Prazer em conhecê-la, Joyce. Aqui vai uma pergunta de volta, não estou apenas respondendo à pergunta com outra, mas deixe-me fazer uma pergunta para todos vocês, aliás, para todos nós: “Você é responsável pela sua IA ou sua IA é responsável por você?". Eu sou [a responsável]. Você é a responsável? Continue assim. Continue no comando. A IA é uma ferramenta, uma ajudante. Ela pode nos auxiliar de muitas maneiras, mas também pode, como você disse, nos fazer parar de pensar. Isso porque damos muito poder a ela, certo? Lembre-se disso: o modelo de linguagem IA é um programa. Ela não tem alma nem mente, nem coração. Ela possui uma fórmula para fazer as coisas e acesso mais rápido do que nós a todo o conhecimento do mundo. Ela pode lhe dizer algo, escrever algo para você, mas não é um ser humano pensante e vivo. É uma assistente, certo? Então, deixe que ela seja uma boa assistente. Porém, não deixe que ela comande sua vida. Esse é meu conselho. TC: Gostaria de deixar uma mensagem para nossos leitores/espectadores? LM: Claro! A mensagem que quero transmitir a vocês é a seguinte: acho que vou compartilhar uma citação de Sir Isaac Newton. Vocês conhecem o grande físico? O cientista que basicamente abriu muitas portas durante o que chamamos de Iluminismo. Em sua vida, ele descobriu as leis da cinética e da gravidade, além das leis fundamentais da física, das quais toda a disciplina moderna eventualmente emergiu. Uma vez lhe perguntaram: “Como você vê tanto? Com a mente de apenas uma pessoa, a vida de uma pessoa, como você teve uma visão tão grande do conjunto fundamental de leis que governam o universo?”. Ele era muito humilde, na verdade. Foi o maior gênio de sua época em termos de intelecto, certo? Então, ele respondeu: “Eu fui capaz de ver tanto porque estava nos ombros de gigantes!”. Ele deu crédito a todos os indivíduos que tinham dado passos antes dele para construir nosso entendimento. Ele também disse: “Eu estava nos ombros deles, então pude ver mais longe e pude ver mais”. É claro que outros poderiam ficar em seus ombros e continuar a jornada. Outra lição budista aqui, certo? Vocês já sabem, a conexão entre passado, presente e futuro é contínua. Tudo está conectado, não apenas no agora, mas através do tempo. Essa é minha resposta para vocês! Minha mensagem para vocês. Todos nós estamos nos ombros de um gigante, o presidente Ikeda. E porque pudemos ficar nesses ombros é que devemos levar a missão adiante. Esse é nosso dever, nossa responsabilidade. A melhor coisa que podemos fazer com nossa vida. Então, por favor, continue essa jornada partindo dessa ótima posição dos ombros dele. Vejam mais, façam mais e conquistem mais! Muito obrigado! Saiba mais Leia matéria no jornal Brasil Seikyo sobre a participação da Editora Brasil Seikyo na 9a edição do Horasis Global Meeting. Conheça o livro O Filósofo Interior no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) da EBS. No topo: Representantes da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo, CRE Leste, participam de entrevista com o coautor da obra O Filósofo Interior, Lou Marinoff
14/01/2025
Entrevista
TC
O poder de ser a sua melhor versão
Lou Marinoff é professor e presidente do setor de filosofia da Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos. É também presidente e fundador da Associação Americana de Profissionais de Filosofia, além de editor do jornal da organização, Prática Filosófica. Marinoff escreveu best-sellers internacionais (incluindo Mais Platão, Menos Prozac, traduzido para 27 idiomas) que aplicam a filosofia à resolução de problemas cotidianos. Em outubro, Marinoff esteve no Brasil para participar da 9a edição do Horasis Global Meeting. Nesse evento, a Editora Brasil Seikyo (EBS) expôs o livro O Filósofo Interior — Conversas sobre o Poder Transformador da Filosofia, fruto de um diálogo entre Lou Marinoff e Daisaku Ikeda, lançado neste ano. Terceira Civilização publica a primeira parte da entrevista que Marinoff concedeu em diálogo com representantes da Juventude Soka da Sub. Espírito Santo, CRE Leste. Terceira Civilização: Na sua juventude, Daisaku Ikeda, antes de conhecer o budismo, buscava na filosofia respostas para suas angústias, para os dramas da vida e, principalmente, para as questões que a população japonesa enfrentava com o fim da guerra. Quando foi convidado a participar de sua primeira reunião para conhecer o budismo, seus amigos lhe disseram que era uma atividade sobre filosofia de vida. Portanto, o jovem Ikeda perguntou a eles: “Filosofia? (...) É de Bergson?” [referindo-se ao filósofo francês]. Então, já sabíamos que filosofia estava na base da formação de Daisaku Ikeda. Ao termos contato com o livro O Filósofo Interior, ficamos curiosos para saber como se deu a oportunidade de um encontro entre ambos. Lou Marinoff: Olá, pessoal! É ótimo estar com vocês hoje! Estou muito feliz em vê-los! E obrigado também à BSGI por organizar este encontro. Nós nos conhecemos por causa de uma confluência de eventos. Eu estava na Holanda [atualmente conhecida como Países Baixos] em 2002 dando uma palestra para a Sociedade Holandesa de Prática Filosófica. Somos um grupo muito menor que a SGI de filósofos e cidadãos comuns, que também são filósofos no pensamento e nas artes, e usamos a filosofia na vida cotidiana. Fui um dos pioneiros desse movimento, de alcance global. Na plateia, estava um rapaz holandês chamado Sebastian, estudante da Universidade Soka no Japão. Enquanto almoçávamos todos juntos, ele veio até mim e disse: “Você já conheceu Daisaku Ikeda?”. Respondi: “Não, ainda não!”. Então, ele falou: “Bem, vocês dois precisam se encontrar!”. Ele voltou para o Japão e contou ao seu orientador, o professor Terasaki, sobre a nossa missão como praticantes filosóficos. Naquela época, eu também tinha um livro muito popular no Japão sobre filosofia para a vida cotidiana. Acredito que o Dr. Ikeda descobriu sobre isso — conforme relataram a ele — e combinamos de nos encontrar. Alguns meses depois, eu estava em Tóquio sendo apresentado ao sistema de educação Soka e à Associação de Concertos Min-On — e a todos os empreendimentos que o Dr. Ikeda construiu — e isso levou ao nosso diálogo. Creio que a moral da história é que se você está em um bom caminho, coisas boas podem acontecer muito rapidamente. Isso é para todos nós. Lou Marinoff, professor e presidente do setor de filosofia da Universidade da Cidade de Nova York, durante a entrevista TC: Lawrence Edward Carter, pastor da igreja batista e diretor da Capela Internacional, da Faculdade Morehouse, escreveu um livro em que buscou esclarecer, nas palavras dele, “Como a minha jornada inter-religiosa com Daisaku Ikeda fez de mim um cristão melhor”. Em uma entrevista, o senhor compartilhou que trabalhar no livro O Filósofo Interior contribuiu para a sua transformação de forma significativa. Gostaríamos de saber qual foi a influência provocada por Daisaku Ikeda em seu pensamento filosófico e, de maneira prática, em relação à vida em si? LM: Esta é uma pergunta muito importante. Obrigado por perguntar. Na verdade, há duas partes. A primeira parte tem a ver com [o fato de] Lawrence Carter ter mencionado como seu encontro com o presidente Ikeda aprofundou sua fé cristã. Esse é um dos poderes do budismo e da filosofia budista. Ela não disputa com você, não diz “Oh, nosso Deus é mais forte que o seu Deus!”. Não cria divisões entre as pessoas por causa de sua fé religiosa. Eu vi isso acontecer com [pessoas de] outras religiões também. Conheço muitos judeus que encontram no budismo o fortalecimento de suas [próprias] crenças. E muitos cristãos — e estou falando em todo o mundo agora — também viram o budismo como uma forma de se empoderarem e realmente fortalecerem sua fé. Encontro de Lou Marinoff, à esq., com o Dr. Daisaku Ikeda, Tóquio, Japão, fev. 2003 Uma das grandes esperanças para a paz mundial é que o budismo terá o mesmo efeito também na civilização islâmica. E tenho provas disso, não é apenas uma ideia. Leciono sobre budismo em City College, e temos alunos de 150 países, logo, é um microcosmo da comunidade global. E, é claro, temos vários estudantes [vindos] de culturas islâmicas. Eles ficam fascinados, muitas vezes esse é o primeiro contato deles com o budismo. Um aluno escreveu — ao término da aula, os estudantes tecem seus comentários de forma anônima, mas recebemos todos os feedbacks — “Vou parafraseá-lo, ok?”. Sempre vou me lembrar do que ele disse: “Sou muçulmano e continuarei muçulmano por toda a minha vida. Mas o budismo teve um efeito profundo em mim. Essa filosofia me ajudou a me tornar um muçulmano melhor. E essa é a lição que todas as religiões podem realmente absorver da filosofia budista. Ela faz de você a versão melhor de si mesmo. Quem quer que você seja. No que quer que acredite, se absorver apenas uma pequena parte da filosofia budista, você se tornará uma versão melhor [a partir dessa parte absorvida]. E, automaticamente, isso significa que aprendemos a respeitar uns aos outros, a dialogar e a viver juntos em paz e harmonia. Essa é a parte importante. Então, isso indica que religiões diferentes não precisam ser fonte de conflito. Essa é a mensagem, acredito, que o budismo traz. Com relação às pessoas que praticam o budismo — claro que sabemos disso —, não estamos tentando forçar ninguém a ser de certa maneira. Simplesmente, dizemos: “Gostaríamos que você fosse a melhor versão de si mesmo!”. E isso torna o mundo inteiro um lugar melhor! TC: Para a maioria das pessoas, a filosofia pode ser interpretada como um campo de conhecimento para reflexões. Mas o senhor defende a filosofia como ferramenta humana para enfrentar questões reais. A Soka Gakkai, a partir da visão e do esforço dos seus três presidentes, também se estabeleceu no mundo como uma organização que proporciona às pessoas porem em prática na vida diária a filosofia budista. A humanidade enfrenta desafios emergenciais, como guerras e mudanças climáticas, que têm um profundo impacto tanto no indivíduo como na sociedade. De que maneira a filosofia nos ajuda a lidar com essas questões reais? Na visão do senhor, como a transformação do indivíduo contribui para a transformação de uma sociedade? LM: Como a transformação individual leva à mudança social? Esse é um dos principais ensinamentos, acredito, do Dr. Ikeda. É a chave da revolução humana. Não é? Cada um de nós tem o poder de exercer a mudança no mundo. Sim. Nós não fomos feitos para nos sentir impotentes. Mas grandes governos e corporações, além da ideologia da mudança climática, nos fazem sentir pequenos. Vocês sabiam que algumas pessoas, não sei se isso é verdade no Brasil, digam-me, mas na América do Norte as pessoas agora estão com tanto medo que não terão filhos, porque dizem: “Ah, eu não quero ter filhos, o mundo vai acabar! E eu não quero trazer crianças ao mundo!”. Creio que esta seja uma ideia terrível. Vocês são o futuro e seus filhos são o futuro do futuro! Vocês vão manter o mundo e torná-lo um lugar melhor! Se cada um de nós parar de reproduzir, então não fará sentido ter nascido! Acredito que já saibam disso, pois vocês estão aqui nesta sala. A mudança social acontece com uma pessoa de cada vez. De certa forma, a sociedade nem existe de verdade, exceto por ser uma ideia. Toda sociedade, por definição, é composta de quê? De pessoas. Você, você, nós. Somos todos parte da sociedade. Quando falamos em sociedade, estamos falando de vocês. De cada indivíduo. É assim que se muda. Uma pessoa pode transformar tudo. Essa não é apenas uma ideia — como também é a ideia central da revolução humana, é lógico —, mas ela ecoa em outras partes da filosofia ocidental. Por exemplo, algum de vocês já ouviu o nome Karl Popper, Sir Karl Popper? Ok, bom. Deixe-me explicar isso brevemente, muito brevemente. Ele era originalmente da Áustria e deixou o país antes da Segunda Guerra Mundial; saiu de lá e foi para Londres. Estabeleceu uma maravilhosa escola de filosofia de ciência na London School of Economics (LSE). Já ouviram falar da LSE? É um lugar muito importante. Faz parte da Universidade de Londres, é uma das faculdades. Vocês sabem por que ela é famosa? É muito famosa, não porque ele estava lá, mas porque Mick Jagger estudou lá! Ah! Todo mundo conhece Mick Jagger, certo? Certo! Ele foi para a LSE, certo? É famosa porque ele estudou lá e políticos e estrelas do rock costumavam estudar lá também! Fico feliz que vocês conheçam Mick Jagger. Então, Popper olhava para a mudança social. Estudava esta ideia: “Como mudamos a sociedade?”. Ele chegou a uma conclusão muito importante — e a chamou de engenharia fragmentada. Em outras palavras, se você quiser mudar algo, projete a mudança; mas faça isso com pequenos passos, pequenos caminhos. Ele observou que, na história, a engenharia social em larga escala geralmente falha. Grandes revoluções de cima para baixo introduzem mudanças drásticas e, às vezes, catastróficas. Não se pode escalar isso para esse nível [tão amplo], simplesmente não funciona. O que funciona é uma pequena mudança. Muitas pequenas mudanças. Para mudar a sociedade, você muda a si mesmo, e aí muda seu ambiente e isso se espalha e muda mais ainda. Você e todos nós nos esforçamos por pequenas mudanças internas — primeiro, internamente — e então ao redor de nós, com nossos amigos, nossa família, nossos colegas de trabalho, e a mudança se propaga, mas isso acontece aos poucos. Para Popper, é a engenharia fragmentada, pequenas peças juntas, e eventualmente você tem uma mudança desejável. Ele não sabia sobre a filosofia budista. Não sabia que a filosofia budista reforça esse ponto de vista. Por quê? Porque, é claro, como sabemos — e temos a sorte de ter sido expostos ao budismo —, tudo está conectado. Quando você joga uma pedra na água, as ondas se propagam por toda parte, em todas as direções. Cada mudança que você faz em si mesmo e em seu ambiente imediato é uma pedra, e ela se propaga. É assim que transformamos a sociedade. Pacificamente e da base para cima. Não do controle de cima para baixo! Ok? Vou parar por aqui! Esse é um tópico muito importante. No topo: Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande com o livro O Filósofo Interior em mãos, entre o diretor-presidente da Editora Brasil Seikyo, Ricardo Miyamoto, à esq., e o professor Lou Marinoff, à dir., e demais autoridades. Foto: Brasil Seikyo. Saiba mais Leia matéria no jornal Brasil Seikyo sobre a participação da Editora Brasil Seikyo na 9a edição do Horasis Global Meeting. Clique aqui. Sobre o livro O Filósofo Interior no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) da EBS. Sobre o livro O Pastor Batista e seu Mestre Budista no site do CILE .
04/12/2024
Série
TC
Lu Xun
Antes de tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, Ikeda sensei escreveu as seguintes palavras em seu diário: “O que é um caminho? É algo aberto ao caminhar por onde não havia um caminho. É algo construído pelo desbravar de uma mata densa”.1 Essa é uma passagem do Caminho da Vida, escrito por Lu Xun, o escritor revolucionário da China. Este ano [2023] marca o 105o aniversário do surgimento do pseudônimo Lu Xun, guerreiro das palavras que lutou pelo futuro de seu país e sobreviveu ao período turbulento posterior à Revolução Xinhai e ao fim da dinastia Qing. Lu Xun [seu verdadeiro nome era Zhou Shuren] começou a aspirar ao caminho da literatura por volta dos 20 anos. Certo dia, quando estudava medicina no Japão, houve a projeção de uma sequência de slides sobre a vitória na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) depois da aula. Nessa apresentação, ele viu uma cena em que um chinês, suspeito de espionagem, é executado pelo exército japonês. Uma multidão de chineses estava em volta observando o ato. Lu Xun ficou furioso com a aparente insensibilidade demonstrada por seus compatriotas. Ele afirmou: “A primeira tarefa que tínhamos de fazer era transformar o espírito deles. E, em se tratando de transformação do espírito, a meu ver, na época, a literatura era o melhor caminho”. Mais que mudar a nação ou o sistema, para Lu Xun, antes de tudo, era preciso mudar realmente o ser humano. Erguendo-se com o poder da caneta, ele dedicou a vida para a construção da nova China, ansiando por uma era em que os corações acostumados à opressão mudassem e o povo chinês reconquistasse sua dignidade e felicidade. Ao retornar ao seu país, em 1909, ele se devotou ao árduo e intenso treinamento para lapidar a habilidade na arte de escrever e, em maio de 1918, estreou seu romance Kyojin Nikki [O Diário de um Louco] na revista Novo Jovem. O livro, que expõe de maneira brutal os males da velha sociedade chinesa por meio do diário do personagem principal, o qual sofre de paranoia, tornou-se muito popular entre os jovens por ser o primeiro romance em linguagem coloquial da literatura chinesa contemporânea. A obra abandonava a linguagem escrita de difícil entendimento pela linguagem falada. No livro seguinte, Ah Q Shoden [A Verdadeira História de AQ], Lu Xun apontou, por intermédio do personagem principal Ah Q, o estado das pessoas que estavam presas à jaula de ferro do coração, denominada “resignação”, diante das regras do controle do status social. Lu Xun na juventude (1909) Na mesma época, em outras partes do mundo, o povo oprimido começava a se levantar. Foram movimentos como o da não violência e da desobediência liderado por Gandhi, na Índia; e do anti-imperialismo, deflagrado na China, conhecido como Movimento 4 de Maio. Em meio a essa onda de lutas pelos direitos humanos, Lu Xun, que esperava a chegada de uma nova era, escreveu: “A vitória final não depende de quantas pessoas se contentam, mas, sim, de quantas lutaram até o fim”. Lu Xun nasceu em 1881, em Shaoxing, província de Zhejiang, na China. Seu avô foi um alto funcionário do governo, mas acabou preso por conta de um incidente. Já seu pai ficou doente. Ele passava os dias indo e vindo da casa de penhores e farmácias. Aos 20 anos, Lu Xun foi estudar no Japão e, depois de concluir os estudos no Kobungakuin, local em que o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, chegou a dar aulas, ingressou na Faculdade de Medicina de Sendai (atual Universidade de Medicina de Tohoku). Foi nessa instituição que ele conheceu aquele que viria a ser seu mestre da vida, o professor Genkuro Fujino. Ao longo de sua existência, Lu Xun nunca se esqueceu da gratidão ao mestre que cuidou dele, independentemente da sua nacionalidade. Ele mudou o palco da sua missão em medicina para literatura e, ao retornar para seu país, devotou-se à formação de jovens como educador. “Antes de tudo, é importante estabelecer o ser humano. Somente depois disso é que tudo começará a caminhar”, disse. Ele deu palestras sobre clássicos como Romance dos Três Reinos e Margem da Água em diversas escolas, inclusive na Universidade de Pequim. Argumentando com um aguçado senso histórico e crítica social, ele não mediu esforços para compartilhar seus conhecimentos com os jovens que assumiriam a responsabilidade pelo seu país natal. Na década de 1920, na Universidade Normal Feminina de Pequim, ocorreu um conflito entre o diretor da instituição, que planejava reviver a educação feudal com o apoio do governo militar, e os estudantes, que se opuseram a ele. Lu Xun, então professor conferencista, apoiou o lado estudantil e enfrentou o governo. A partir daí, a opressão do poder político e da mídia passaram a se intensificar sobre ele, mas Lu Xun jamais recuou. Uma revista divulgou uma notícia falsa na qual afirmava que Lu Xun estava “incitando os estudantes à sombra” e que estava “recebendo propina”. Mas, na verdade, era exatamente o contrário. Pessoas ligadas à revista é que estavam causando tumulto na sociedade com boatos e recebiam apoio financeiro do governo. Em sua primeira viagem à China, Ikeda sensei visita a antiga residência de Lu Xun em Xangai, último endereço do escritor antes de falecer (10 jun. 1974). Na sala onde permanecem escrivaninhas, pincéis e outros itens utilizados por Lu Xun, há os dizeres: “Se eu continuar vivendo, naturalmente, continuarei aprendendo” Lu Xun combateu veementemente essas informações distorcidas. Ele disse: “O boato é a verdade que o autor deseja do fundo do coração, por isso podemos ver a partir dele os pensamentos e as ações de algumas pessoas”. A perseguição se acentuou ainda mais. Enquanto se deslocava de um lugar para outro, ao mesmo tempo em que travava sua batalha por meio da caneta, a saúde de Lu Xun foi afetada e ele mal conseguia se alimentar direito. Em 1930, quando foi criada a Grande Aliança do Movimento pela Liberdade da China, sendo ele um dos fundadores, o governo o rotulou de “escritor corrupto” e emitiu um mandado de prisão contra ele. Seus escritos passaram a ser alvo de rigorosa censura e seus livros foram proibidos de ser publicados. Para contornar essa opressão absurda, Lu Xun usou mais de cem pseudônimos diferentes para prosseguir em sua batalha pelas palavras de variadas maneiras. A determinação de Lu Xun era: “Enquanto viver, pegarei minha caneta para enfrentar as armas deles”. Mantendo essa decisão até o fim, junto com a chama da revolução ardendo em seu coração, o herói faleceu aos 55 anos, em outubro de 1936. Dizem que mais de 10 mil cidadãos compareceram para prestar homenagens nos dias seguintes à sua morte. Dr. Daisaku Ikeda (à frente) feliz no reencontro com o filho de Lu Xun, Zhou Haiying (ao lado) na antiga sede do Seikyo Shimbun em Shinanomachi, Tóquio (10 mar. 2004). Na ocasião, Ikeda sensei é agraciado com o certificado de Conselheiro Permanente do Centro de Desenvolvimento Cultural Lu Xun de Xangai. Além disso, ele recebe de presente uma foto de Lu Xun com o pequeno Zhou no colo Reflexões do presidente Ikeda Admirador das obras literárias de Lu Xun, Ikeda sensei veio divulgando, sempre que possível, esse espírito invencível do escritor e sua literatura da revolução humana. Em reconhecimento a suas realizações e contribuições pioneiras pela amizade sino-japonesa, o Dr. Daisaku Ikeda foi agraciado com o título de conselheiro honorário dos três maiores salões memoriais Lu Xun (Pequim, Xangai e Shaoxing) como alguém que “herdou o espírito de Lu Xun de despertar as pessoas”. Ikeda sensei também fez amizade com o já falecido filho de Lu Xun, Zhou Haiying. Em março de 2005, atendendo à solicitação dos universitários e alunos que estudavam nas instituições Soka de ensino, o presidente Ikeda publicou sua segunda palestra cultural especial com o título Falando sobre o Escritor Revolucionário Lu Xun no Seikyo Shimbun. O Mestre desenvolveu a palestra associando o ser humano Lu Xun, sua filosofia e suas palavras. “Tanto a revolução humana de si mesmo como a revolução espiritual de um povo não podem ser alcançadas do dia para a noite. Por isso, Lu Xun diz: ‘Esforce-se incansavelmente. Avance com forte perseverança’”. Mesmo que aparentemente pareçam ter vencido por um tempo, sem falta as velhas forças reacionárias voltarão à cena. Por essa razão, Ikeda sensei adverte: Só existe uma maneira para curar a situação de entorpecimento deste país. E é a perseverança ou a ação incansável e constante. No decorrer da jornada de vocês, creio que haverá noites sombrias. Também haverá caminhos espinhosos. Contudo, não devem recuar jamais. Nesses momentos difíceis, deem um passo adiante. Porque é justamente esse passo que abrirá o caminho da vitória. Esperança é algo que vocês mesmos devem criar. Esperança é algo que vocês transmitem aos que virão depois de vocês, enquanto desbravam e abrem a trilha em meio aos espinhos. Essa é a “filosofia da esperança” que Lu Xun deixou por meio do próprio exemplo. Ikeda sensei afirma: Quando dizemos que “a revolução foi realizada”, estamos nos referindo apenas ao momento, mas, na realidade, a “revolução ainda não foi concretizada”. Não há um fim para a revolução. E se realmente existir algo neste mundo que possa ser considerado “supremo”, este mundo rapidamente acabaria se tornando imóvel. Se vocês pararem, a revolução se interromperá exatamente aí. Revolução só existe em meio à contínua e eterna transformação. É por isso que os jovens sucessores são tão importantes. Revolução é avanço eterno, desenvolvimento eterno, luta eterna. Revolução permanente — esse era o modo de vida de Lu Xun.2 O que abre o grande caminho do triunfo do povo são a perseverança, a esperança e o avanço. “A luz virá sem falta, assim como a chegada do alvorecer não pode ser evitada” — essa foi a convicção de Lu Xun apresentada por Ikeda sensei na conclusão de sua palestra. Adaptado da matéria publicada no Seikyo Shimbun, edição de 31 de março de 2023. No topo: Lu Xun (1881–1936), escritor revolucionário chinês. Autor de romances como O Diário de um Louco e A Verdadeira História de AQ. Ele instigou continuamente as pessoas a mudar a mente e o espírito. Foto: ©Roger -Violle t/ Aflo Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 552-553. 2. Ensaio publicado no Seikyo Shimbun dos dias 16, 19 e 24 de março de 2005. Materiais de pesquisa: Rojin Zenshu [Obras Completas de Lu Xun]. 20 v. Tradução: Toramaru Ito e outros. Gakushu Kenkyusha. Rojin Senshu [Textos Selecionados de Lu Xun]. 13 v. Tradução: Yoshi Takeuchi e outros. Iwanami Shoten. GU, Mingyuan. Rojin — Sono Kyouiku Shiso to Jissen [Lu Xun: Sua Filosofia Educacional e Prática]. Tradução: Hiroshi Yokoyama. Dodaisha. YIGE, Shi. Rojin no Shogai [A Vida de Lu Xun]. Tradução: Jiro Kaneko e Shinichi Ohara. Toho Shoten.
01/11/2024
Série
TC
Poesia que toca o espírito humano: Folhas de Relva, de Walt Whitman
Enfim um bardo americano Em 1855, aos 36 anos, Whitman publicou a primeira edição de Folhas de Relva à própria custa. Na segunda capa, antes da folha de título (que não trazia o nome do autor), havia um retrato de Whitman com roupas de operário. Não tinha sumário e, somente com doze poemas sem título, o livro era um volume fino de 95 páginas. Apenas 795 exemplares foram impressos. Ilustração de Walt Whitman aos 30 anos de idade Whitman estava plenamente confiante. Ele escreveu resenhas promovendo seu trabalho e as publicou de forma anônima em diversos jornais e revistas. Uma dessas resenhas dizia: “Enfim um bardo americano! Um bardo durão, grande, orgulhoso, afetuoso, que come, bebe e se reproduz, com trajes másculos e livres, pele queimada de sol, barbudo, postura ereta e forte”.1 A afirmação ecoa a seguinte passagem, um autorretrato, do seu famoso poema Canção de Mim Mesmo: Walt Whitman, americano, um bronco, um kosmos, Agitado corpulento e sensual... comendo e bebendo e procriando, Nada sentimental... alguém que não se põe acima de outros homens e mulheres nem deles se afasta... nem modesto nem imodesto.2 Folhas de Relva, porém, não foi tão bem recebido. Um crítico chamou o livro de “estranho e desnecessário”.3 Outro escreveu, de maneira depreciativa: “Walt Whitman entende tanto de arte quanto um porco de matemática”.4 Uma crítica redentora veio de Ralph Waldo Emerson, na época uma figura literária estimada no país. Duas semanas após a publicação de Folhas de Relva, Emerson enviou a Whitman uma carta de apoio. O famoso filósofo de Concord ofereceu a Whitman os mais altos elogios, escrevendo: “Considero a mais extraordinária obra de sagacidade e sabedoria vinda da América”.5 Emerson descreve o livro de Whitman como um “raio de sol”6 e “fortalecedor e encorajador”. Edição em inglês da obra Folhas de Relva Talvez animado pelas palavras de Emerson, no ano seguinte, Whitman acrescentou vinte poemas, formando um total de 32, e publicou uma segunda edição, também do próprio bolso. Esse novo volume excedia as trezentas páginas. Com letras douradas na lombada, o seguinte trecho da carta de Emerson foi gravado: “Eu o saúdo no começo de uma grande carreira”.8 Em Song of the Open Road [Canção da Estrada Aberta], o poeta nos pede para “conceber o universo como estrada, muitas estradas, estradas para almas viajantes”.9 Em 1955, gravei em meu diário a seguinte passagem desse poema: Para sempre vivas, para sempre adiante, Altivas, solenes, tristes, retiradas, confusas, loucas, turbulentas, frágeis, insatisfeitas, Desesperadas, orgulhosas, amorosas, doentes, aceitas pelos homens, rejeitadas pelos homens, Elas vão! Elas vão! Eu sei que elas vão! Mas não sei para onde vão, Mas eu sei que elas vão na direção do melhor — na direção de algo grandioso.10 Whitman continuou a declamar ao longo de toda a sua vida sobre “o progresso das almas de homens e mulheres pelas grandes estradas do universo”.11 Em 1860, cinco anos após a primeira edição de Folhas de Relva, ele publicou uma terceira, acrescentando mais 146 poemas, que transformaram a coleção num grosso livro de 456 páginas. A cada nova edição, Whitman aumentava o número de poemas, até que a edição final, ou Deathbed [Leito de Morte], 36 anos após a primeira publicação, incluiu quase quatrocentos. Whitman dedicou-se a essa coleção, tornando-a um monumento brilhante à sua vida. Ele cresceu pessoalmente junto com Folhas de Relva, sempre como o poeta que vivia entre o povo. A Guerra Civil estourou em abril de 1861, um ano após a publicação da terceira edição. Ao saber que seu irmão mais novo, George, havia sido ferido, Whitman correu para a frente de batalha. Felizmente, o ferimento do irmão não foi grave. Contudo, Whitman permaneceu no campo de batalha por vários dias, percorrendo a área e visitando os feridos. Posteriormente, estabeleceu-se em Washington, DC, onde continuou a ser voluntário em hospitais locais, atendendo e apoiando soldados feridos. A crueldade da guerra horrível se desenrolou diante dos seus olhos. Depois da guerra, veio o choque com o assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln. As experiências de Whitman durante a guerra, bem como seu luto por Lincoln, infundiram seus poemas dessa época, que entraram no cânone Folhas de Relva na quarta edição. Nesse período, o trabalho de Whitman começou a atrair a atenção de leitores de outras nacionalidades, como os ingleses. Ilustração da Nova Revolução Humana retrata a visita do casal Ikeda, na tarde de 20 de junho de 1981, à casa onde o grande poeta Walt Whitman nasceu. O episódio está retratado no volume 30-I Interesse de Whitman pelo Japão e pelo Oriente Muitos poemas de Whitman falam do seu desejo de compreender o reino do desconhecido, e os críticos mencionam frequentemente seu profundo interesse pelo Oriente. Em 1860, um ano antes da eclosão da Guerra Civil, uma missão diplomática japonesa visitou os Estados Unidos pela primeira vez. Na ocasião, Whitman escreveu: Sobre o mar ocidental do Niphon12 vêm Cortês, os enviados de duas espadas e bochechas escuras, Recostados em suas carruagens abertas, com a cabeça descoberta, impassíveis, Passeio hoje por Manhattan. Libertad!13 Não sei se outros veem o que eu vejo, Na procissão junto com os nobres do Niphon, os mensageiros, Na retaguarda, pairando acima, ao redor ou nas fileiras marchando, Mas vou cantar para você uma canção do que contemplo Libertad.14 Extraídas do extenso A Broadway Pageant [Um Desfile da Broadway], essas linhas descrevem as impressões de Whitman ao testemunhar o desfile da delegação japonesa em Nova York. O ano 1860 foi um dos últimos períodos do Japão sob a regência dos xóguns da família Tokugawa. A primeira missão diplomática do Japão na América tinha cruzado o oceano em busca da ratificação do Tratado Estados Unidos-Japão de Amizade e Comércio. O chefe da comitiva era Masaoki Shinmi, governador da província de Bungo, e o vice-chefe, Norimasa Muragaki, governador da província de Awaji. A delegação veio a bordo do navio Kanrin Maru, e é de conhecimento amplo que entre a tripulação estava Kaishu Katsu e Yukichi Fukuzawa, que viriam a desempenhar papéis de liderança na modernização japonesa. Porém, esses dois não estavam na procissão chamada “nobres do Niphon” por Whitman. Eles permaneceram em São Francisco, preparando a viagem de regresso. De todo modo, a missão foi uma grande empreitada: a primeira aparição do Japão no palco da diplomacia internacional. A visão da comitiva japonesa deve ter sido uma grande novidade para Whitman. Ele tinha 41 anos na época. Com muita animação, ele compôs esse poema, publicado no The New York Times com o título The Errand-Bearers [Os Mensageiros], que ele alterou posteriormente para A Broadway Pageant [Um Desfile da Broadway] e incluiu na quarta edição de Folhas de Relva. Relendo esse poema hoje, percebo que o poeta regozijava honestamente com esse encontro entre Ocidente e Oriente. Sua paixão pelo Oriente pode ser percebida em outros poemas também, por exemplo, na peça improvisada chamada Passage to India [Passagem para a Índia], um acréscimo em suplemento para a quinta edição, de 1871. Passagem para a Índia! Ares refrescantes do distante Cáucaso, berço calmante do homem, O rio Eufrates fluindo, o passado se iluminou novamente. Ó alma, o retrospecto apresentado, As terras mais antigas, mais populosas e mais ricas da Terra, As correntes do Indo e do Ganges e seus muitos afluentes.15 O poema comemora a abertura do Canal de Suez [no Egito], a conclusão da primeira Ferrovia Transcontinental e a colocação do cabo Atlântico. Ao mesmo tempo em que elogia essas brilhantes realizações tecnológicas, o poeta do povo proclama a necessidade de a humanidade voltar a atenção além da prosperidade material e embarcar numa viagem inspirada pela herança espiritual do Oriente. Whitman sofreu um derrame em janeiro de 1873, aos 53 anos. Ele nunca teve a oportunidade de viajar para a Índia. Em seus últimos anos, tornou-se cada vez mais difícil sair de casa. Na manhã de 26 de março de 1892, ele morreu de pneumonia aos 72 anos. No ano em que a tumultuada vida de Whitman chegou ao fim, o grande escritor japonês Natsume Soseki escreveu um ensaio sobre o poeta. Composto quando Natsume ainda era estudante na Universidade de Tóquio, intitulado Sobre os Poemas de Walt Whitman — Um Escritor Igualitário Representativo, foi publicado em um jornal de filosofia em outubro de 1892. Nele, o jovem Natsume discerne com perspicácia: “O autor é realmente um poeta maravilhoso. Daqui a cem anos, o seu lugar na história da literatura será certamente aceito por muitos”. Em 1992, para comemorar o centenário da morte de Walt Whitman, uma estátua de bronze foi inaugurada em sua homenagem no campus da Universidade Soka no Japão. No topo: Foto de Walt Whitman tirada em Nova York, Estados Unidos (set. 1872). Foto: Wikimedia Commons Notas: 1. WHITMAN, Walt [anônimo, no original]. Walt Whitman and His Poems. The Walt Whitman Archive. FOLSOM, Ed. PRICE, Kenneth M. (eds.), p. 116, 1855. Disponível em: http:// www.whitmanarchive.org. Acesso em: 10 nov. 2016. 2. WHITMAN, Walt. Folhas de Relva. São Paulo: Iluminuras, 2016, p. 77. 3. The North American Review 82, no. 172 (1856): 277. https://hdl.handle.net/2027/chi.78009320. 4. The Critic 15, no. 360 (April 1, 1856): 170–1. https://hdl. handle.net/2027/njp.32101065266767. 5. https://whitmanarchive.org/published/LG/1856/poems/34. 6. Ibidem. 7. Ibidem. 8. https://whitmanarchive.org/published/LG/1856/poems/34. 9. WHITMAN. Leaves of Grass, p. 157. 10. Ibidem. (Confira também em: IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, p. 283.) Para acessar mais detalhes do livro, clique aqui. 11. Ibidem. 12. Niphon: na língua japonesa, significa Japão, mas a forma mais comum é Nippon. 13. No vocabulário de Whitman, Libertad é a personificação dos Estados Unidos. 14. WHITMAN. Leaves of Grass, p. 242. 15. Ibidem, p. 416
03/10/2024
Série
TC
Helen Keller
Em 15 de junho de 1932, a renomada Universidade de Glasgow, na Inglaterra, concedeu sua maior honraria, o título de doutor honorário, a uma mulher. Quem recebeu essa homenagem foi a norte-americana Helen Keller, ativista do bem-estar social. No Bute Hall, construído no século 19 e local da solenidade de concessão desse título, o vigoroso pronunciamento proferido pelo reitor da universidade ecoou altivamente. Em um canto desse recinto estava a figura de Anne Sullivan, professora de Helen, zelando afetuosamente por sua pupila em seu momento tão significativo. “Nós expressamos nossa admiração por esta mulher que, com coragem e indomável perseverança, superou as limitações e fragilidades físicas humanas e conquistou uma vitória do intelecto sem precedentes e sem paralelos. Ao mesmo tempo, externamos nosso louvor à mulher que tornou possível essa vitória por meio de seu amor dedicado e de sua genialidade como sua amiga e professora.” Helen não sucumbiu ao triplo sofrimento das deficiências visual, auditiva e da fala. Anne, no entanto, continuou a treiná-la e a fortalecê-la incansavelmente. As palavras do reitor transbordavam de elogios à majestosa relação de mestre e discípulo. “Existe outra alegria comparável a de superar as barreiras que pareciam impossíveis e ampliar ainda mais o domínio dos resultados?”. Helen, que prosseguiu irradiando a luz da esperança para as pessoas ao longo de sua vida com base nessa crença, nasceu no estado do Alabama, Estados Unidos, em 27 de junho de 1880. Nascida em uma família rica, antes dos 2 anos, Helen foi assolada por uma terrível doença de causa desconhecida. Embora tenha se recuperado fisicamente, acabou ficando com sequelas, perdendo a capacidade de ver, ouvir e falar. Contudo, acreditando no potencial da filha, os pais lhe destinaram seu amor e foram atrás de opiniões de médicos e especialistas em busca de uma maneira para ela conseguir superar suas deficiências. Em meio a essa jornada, eles conheceram Graham Bell, famoso inventor do telefone. Por sugestão dele, que estava envolvido com a educação de pessoas com deficiência auditiva, a família solicitou a indicação de um tutor ao diretor de uma escola para pessoas com deficiência visual. Então, em 3 de março de 1887, quando Helen estava com 6 anos, Anne, formada em uma escola para pessoas com deficiência visual que obtiveram excelentes notas, foi até a casa dos Keller para ser tutora de Helen. A partir desse dia, que se tornou o “dia do nascimento da alma” de Helen, iniciou-se uma caminhada de meio século de parceria, entrega e comprometimento. Anne Sullivan ao lado de Helen Keller. Elas trilharam juntas uma existência de meio século desde que se conheceram em 1887 (foto da época, imagem cedida pela New England Historical Genealogy Association) Anne teve muito trabalho para lidar com a forte rebeldia de Helen. Mas, aos poucos, a menina foi aprendendo a confiar na professora, que cuidava dela com dedicação, paciência e determinação. “Tudo possui um nome.” Para fazê-la entender isso, Anne escrevia com o dedo o formato de cada letra do nome das coisas na palma da mão de Helen. No entanto, por mais que tentasse ensinar, a menina não compreendia o sentido de as coisas terem um nome. O ponto de virada veio mais ou menos um mês depois que elas se conheceram. Anne levou Helen até um poço no jardim e fez com que segurasse um copo enquanto despejava água nele. O copo se encheu e a água transbordou sobre a mão de Helen. Então, a professora escreveu várias vezes a palavra “água” com o dedo na outra mão da menina. Ao sentir a água, ela entendeu pela primeira vez que aquilo tinha um nome. “As palavras vivas despertaram minha alma, deram-me luz, esperança e alegria e me libertaram” — esse acontecimento incitou seu desejo de estudar e aprender. Helen abriu as portas do seu amplo potencial e aprendeu mais de trezentas palavras nas semanas seguintes. À medida que descobria a alegria de aprender, seu senso de realização foi sendo preenchido e seu coração, tornando-se mais calmo e sereno. Assim que conseguiu aprender a ler e escrever, concretizou o desejo de se expressar. Helen realizou também o sonho de cursar uma universidade. Depois de ingressar no colégio feminino de Cambridge aos 16 anos, ela frequentou a Faculdade Radcliffe, instituição feminina associada à Universidade Harvard, onde se formou com excelentes notas. Enquanto estudava, Helen tinha uma série publicada em uma revista e lançou um livro intitulado A História da minha Vida. A obra teve grande sucesso e posteriormente se tornou uma obra-prima lida no mundo inteiro. Ao lado de Helen, capaz de tornar possível o impossível, sempre estava a figura de Anne. A menina expressou sua gratidão por essa dedicação da seguinte maneira: “Sinto que sua existência é inseparável da minha e que meus passos ao longo da vida estão dentro de seus passos. Tudo o que possuo de melhor em mim pertence a você”. Helen abriu o caminho de sua missão ao ser conduzida por Anne, a qual pode ser considerada sua mestre da vida. Depois de se formar na universidade, a menina fez pleno uso da capacidade cultivada e desenvolvida. Ela se engajou ativamente em projetos assistenciais e movimentos sociais pelo bem-estar das pessoas com deficiência. Em 1936, Anne, que sempre acompanhou o desenvolvimento e a atuação de Helen, faleceu aos 70 anos. Embora tenha sido assolada por um profundo sentimento de perda e luto, para espantar a grande tristeza, Helen mergulhou em um novo desafio: atividades de palestra em larga escala pelo exterior. O Japão foi o país que visitou para dar o primeiro passo. A primeira viagem dela ao Japão ocorreu em abril de 1937. Depois de chegar ao porto de Yokohama de navio, levou quase três meses e meio para percorrer todo o país e realizar nada menos que 97 palestras em cidades como Tóquio, Kanagawa, Saitama, Aichi, Osaka, Hyogo e Fukuoka. Ela esteve no Japão por três vezes.1 Um dos locais em que ela palestrou foi o Auditório Cívico Central de Osaka, o mesmo lugar onde Ikeda sensei deu seu rugido do leão pela justiça durante a Convenção de Osaka anos mais tarde. Auditório Cívico Central de Osaka, em Nakanoshima, onde se realizou a Convenção de Osaka, ponto primordial da Kansai Invencível e de Contínuas Vitórias, em 17 de julho de 1957. Há 67 anos, Ikeda sensei declarou a justiça da Soka Gakkai nesse local. Helen Keller também proferiu palestra nesse auditório (foto registrada por Daisaku Ikeda, nov. 2007) Até o fim da vida, Helen defendeu a construção de um mundo de paz e a concretização de uma sociedade na qual pessoas com deficiência vivessem felizes. Ela dizia: “O caráter não pode ser desenvolvido com calma e tranquilidade. Somente por meio de tentativas e sofrimentos a alma se fortalece, a visão se torna mais clara, a ambição nos inspira e o sucesso é alcançado. Em vez de orar para que nos concedam um trabalho que seja compatível com nossas forças, devemos orar em busca de forças para avançar resolutamente e, com ardente aspiração, realizar nosso trabalho”. Alguns dos manuscritos deixados por Helen foram exibidos em mostras promovidas pela Soka Gakkai, tais como Exposição sobre Direitos Humanos e Esperança do Século 21 e Mulheres que Brilham em Sete Cores. Ambas tiveram grande repercussão. A compaixão, a paciência e a coragem de Helen, nutridas pela relação de mestre e discípulo, irradiam uma indestrutível luz sobre a história da humanidade. Exatamente 62 anos após a Universidade de Glasgow ter concedido o título de doutorado honorário a Helen Keller, no mesmo local em que ela participou da solenidade de concessão, no Bute Hall, Ikeda sensei estava lá, em 15 de junho de 1994. Nesse dia, ele também foi agraciado com o título de doutor honorário. Misticamente, a cerimônia foi realizada no mesmo dia 15 de junho. Cerimônia de outorga do título de doutor honorário ao Dr. Daisaku Ikeda no Bute Hall da Universidade de Glasgow, Inglaterra, em 15 de junho de 1994. Helen Keller recebeu um título de doutorado honorário no mesmo local e no mesmo dia exatamente 62 anos antes “O que determinou o curso da vida do Sr. Ikeda foi seu encontro com o Sr. Josei Toda, em 1947, e o fato de ter se tornado seu discípulo.” Na justificativa pela homenagem, foi proclamado para o mundo a relação de mestre e discípulo entre Ikeda sensei e Toda sensei, tal como tinha sido feito 62 anos antes, quando se louvou a ligação de mestre e discípulo de Helen e Anne. “É uma tradição de elevada honra da Universidade de Glasgow defender e exaltar pessoas de verdadeira justiça” — assim comentou emocionado um educador da instituição. “A vitória do discípulo é a vitória do mestre.” “A alegria do discípulo é dedicar sua vitória ao mestre.” Helen sabia disso. E citando as palavras dela, Ikeda sensei proferiu o seguinte em um discurso: Ela disse: “Não é o ambiente que altera o ser humano, mas sim as forças que se encontram dentro dele”. Isso ressoa com a nossa ideia de revolução humana. O mais importante, acima de tudo, é se está plenamente satisfeito consigo mesmo. Não importa o que digam ou quem o diga. “Eu fiz tudo o que pude!” “Eu venci!” — aquele que consegue dizer isso é um vencedor. E Helen Keller ainda disse: “Uma alegria duradoura e consistente nasce do propósito distante do egoísmo, como tentar servir ao outro ou construir uma nova vida em sociedade”. Nosso avanço é para o bem da sociedade. É pela esperança dos nossos amigos. É pela nossa própria missão. Não há como não se tornar uma existência de alegria e de realização.2 No dia 5 de junho de 2008, Ikeda sensei apresentou um artigo intitulado “Lembranças de Helen Keller”. Nele, sensei conclama fortemente no final: “Nossos amigos, a alvorada está logo ali. Vamos prosseguir por essa grande estrada que nós construímos. Unindo-nos, renovando o espírito, sem medo!” Esse é o brado acalentado por Helen Keller por toda a sua vida. Ó meus amados companheiros, lutem radiantemente e vençam brilhantemente! Com o espírito jovem, e junto com os jovens! Imponentes, tal como as cataratas! No topo: Helen Keller, ativista do bem-estar social (1880-1968) Notas: 1. Helen Keller visitou o Brasil e realizou palestras em São Paulo e no Rio de Janeiro em 1953. 2. Extraído de discurso proferido no Conselho Executivo Nacional em 5 de agosto de 2003. Materiais de pesquisa: KELLER, Helen. Watashi no Shogai [A História de minha Vida]. Tradução: Takeo Iwahashi. Kakugawa Shoten. Idem. Watashi no Seishun Jidai — Helen Keller Jiden [Minha Juventude — Autobiografia de Helen Keller]. Tradução: Susumu Kawanishi. Budo-sha. Idem Hikari no Nakae (Into the Light). Tradução: Megumi Torita. TAKAHASHI, Kazuo (sup.). Merukuma-ru. IWAHASHI, Hideyuki. Aoi Tori no Uta. Nihon Hoso Shuppan Kyokai. MCDONALD, Fiona; KELLER, Helen. Tradução: Ikuei Kikushima. Kyosei-sha. Nenpu de Yomu Helen Keller. YAMAZAKI, Kunio (ed.). Akashi Shoten. THE MIRACLE Worker (O Milagre de Anne Sullivan). Direção: Artha Penn. Roteiro: William Gibson. Elenco: Anne Bancroft, Victor Jory, Inga Swenson, Andrew Prine, Kathleen Comegys, Patty Duke. Estados Unidos, 1962 (106 min).
03/10/2024
Editorial
TC
Vida autônoma e harmoniosa
Um jovem de 22 anos, assim que se formou no ensino médio, começou a trabalhar numa companhia de distribuição de energia elétrica. Antes de praticar o budismo, era uma pessoa sem iniciativa e, por essa característica, tinha conflitos no local de trabalho. Quando se tornou membro da Soka Gakkai, conforme participava das atividades, sentiu mudanças perceptíveis no próprio comportamento, inclusive por seus colegas na empresa. Ele passou a receber elogios por ser prestativo e estar sempre com um aspecto radiante. Isso deu ao jovem mais confiança. Depois de pouco tempo, ele foi indicado por seus diretores, entre quinhentos funcionários, para atuar como gerente de manutenção de modernos computadores em uma empresa comercial de grande porte. A nova atividade exigia certo conhecimento da língua inglesa para acompanhar o curso oferecido pelo fabricante dos computadores. Não foi fácil para o jovem. Após participar das reuniões da Gakkai, ele voltava para casa e se debruçava nos livros até tarde. Nos momentos mais difíceis, recebia apoio e incentivo dos companheiros da organização. Sentia-se inspirado ao ler as orientações de Ikeda sensei dedicadas aos jovens. A prática do budismo e as orientações do Mestre fizeram com que ele transformasse aquela característica de passividade em pleno esforço e empenho. Com isso, cumpriu a grande responsabilidade que lhe havia sido confiada no trabalho e mudou o rumo da própria vida. A história desse jovem consta na Nova Revolução Humana, obra que Ikeda sensei concluiu em 8 de setembro de 2018 e reúne muitos dramas da transformação de vida dos membros da Soka Gakkai. Na matéria de Capa desta edição, veja como o Budismo de Nichiren Daishonin explica o conceito de atingir o estado de buda. No Estudo, confira explanação do presidente Ikeda sobre os escritos de Nichiren Daishonin, na qual ele nos incentiva a criar ondas de mudanças positivas a partir do nosso comportamento. Esperamos que essas e as demais matérias da TC inspirem você, leitor, a continuar a conduzir uma vida de valor dentro da Soka Gakkai, como a do jovem aqui citada. Ikeda sensei afirma: O movimento da Gakkai criou uma nova e grande comunidade em que os membros encontravam estímulos para evidenciar forças e conduzir uma vida autônoma e harmoniosa. Esse movimento tornou-se realmente o solo do desenvolvimento humano da população.1 Ótima leitura! No topo: Apresentação durante Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo (São Paulo, SP, 26 maio 2024). Foto: Brasil Sekyo Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 9, p. 206, 2019.
04/09/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Às 23 horas [mar. 1974], o avião pousou para reabastecer no Aeroporto Internacional da Cidade do México. Olhando pela janela, Shin’ichi avistou o prédio do aeroporto e um grande número de pessoas acenando efusivamente. — Aqueles ali não são membros da organização? — indagou ele. Kaoru Tahara, líder que viajava com Shin’ichi, desceu do avião depressa e foi verificar. Logo retornou quase sem fôlego pela correria. — O senhor tem razão. Cerca de cem associados estão esperando do lado de dentro — informou Tahara. — Eles vieram a esta hora da noite me cumprimentar? Devo ir até lá incentivá-los de todo o coração. Shin’ichi e Mineko dirigiram-se apressadamente para a área onde estavam os membros. Eles só tinham quarenta minutos até o horário previsto para o avião partir novamente. A história é construída ao darmos o máximo de nós a cada momento. O acúmulo desses esforços firmes e constantes com o tempo se torna um registro de uma epopeia de grandes realizações. (Nova Revolução Humana, v. 19, p. 152-153) No topo: Casal Ikeda posa para foto comemorativa com membros da SGI que os recebeu no aeroporto de Veracruz, México (jun. 1996) Foto: Seikyo Press / Ilustração: Kenichiro Uchida
01/08/2024
Pensamento
TC
Não são o destino ou o ambiente que definem a felicidade ou a infelicidade
Não são o destino ou o ambiente que definem a felicidade ou a infelicidade — elas são definidas pelo coração da própria pessoa. Alguém medroso tem sempre o coração inseguro; um bravo pode se manter sereno em qualquer ambiente. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 12 de abril de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Ikeda sensei direciona sua câmera ao rio e às montanhas que resplandecem diante dos seus olhos. A região de Hokuriku é o local de nascimento do venerado mestre, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai (Rio Shogawa, Hokuriku, ago. 1984). Foto: Seikyo Press
01/08/2024
Artigos
TC
Crie bons encontros a colorir sua vida
“Mística conexão” estabelecida por Ikeda sensei A vida se define a partir de um encontro Ikeda sensei era um líder do povo que valorizava, mais que ninguém, os vínculos que criava. Acima de tudo, a “mística conexão” com seu venerado mestre, Josei Toda, era o orgulho de sua vida. Em 14 de agosto de 1947, mestre e discípulo, de unicidade, se conheceram. Ikeda sensei costumava relatar suas lembranças: “Naquela ocasião, minha existência se definiu”. Um trecho do romance Nova Revolução Humana, cujo manuscrito data de 6 de agosto, retrata com frequência uma cena de setenta anos atrás, em agosto de 1954, quando lhe foi confiado o kosen-rufu mundial, enquanto apreciava o mar de Atsuta: “Você deve iluminar a Ásia e o mundo todo com a luz da Lei Mística. Deve fazer isto em meu lugar”.1 Gravando essas palavras do seu mestre em sua alma jovem, Ikeda sensei as tornou realidade. Expandir a legião dos emergidos da terra para o mundo, e para a próxima geração, é o caminho do discípulo a edificar o sólido alicerce da paz perene. Ikeda sensei sempre mencionava uma analogia do mestre com a agulha e do discípulo com a linha. Dizia que, ao costurar uma roupa, a agulha é a que avança à frente, mas a linha é a que continua depois. Ele nos ensinou com a própria vida o modo de vida do discípulo que cria valor, fazendo dos pensamentos e das ações do mestre seus próprios. Participantes da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo assistem ao vídeo alusivo à quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil (São Paulo, maio 2024). Foto: Brasil Seikyo Troca de cumprimentos do coração Em 20 de agosto de 1979, Ikeda sensei realizou sua primeira visita ao Centro de Treinamento de Nagano. Haviam se passado quatro meses desde a sua renúncia como presidente da Soka Gakkai. Em meio às restrições impostas pelo clero herético, dedicou-se a tirar fotos comemorativas com cerca de 3 mil membros. As suas ações tentando estreitar os vínculos eternos por meio do forte aperto de mão, de coração a coração, eram preparatórias para posterior contraofensiva. “Junto com o Mestre” — eis nosso juramento como discípulos Ikeda. São companheiros que fazem de uma única foto seu ponto primordial para toda a vida; outros que superam vários sofrimentos e dificuldades com o único encontro gravado em seu coração; jovens que desafiam a árdua realidade, abraçando uma única frase de orientação ao entrarem em contato com o espírito do mestre por meio das obras dele. Todos estão caminhando imponentemente pela jornada da luta conjunta, dialogando com o mestre no coração. Nichiren Daishonin afirma: “Pergunto-me se o senhor e eu não prometemos um ao outro nos tornarmos mestre e discípulo desde incontáveis kalpa no passado”.2 Quando nos comprometemos a lutar juntos no passado, presente e futuro, e baseamos nossa existência, repleta de drama, na perspectiva budista de mestre e discípulo, abre-se um insuperável caminho de vida. Vamos avançar, hoje também, junto com o mestre do kosen-rufu e com os nobres companheiros. Conhecendo novos amigos e conversando bastante, vamos ampliar a rede solidária da felicidade. Notas:1. IKEDA. Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 18. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 118.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 326, 2020. No topo: Em agosto de 1979, logo depois da renúncia como presidente da Soka Gakkai, Ikeda sensei fez sua primeira visita ao Centro de Treinamento de Nagano. Foram tiradas fotos comemorativas com cerca de 3 mil membros que correram para o local em busca do Mestre. Foto: Seikyo Press
01/08/2024
Especial
TC
Daibyakurenge comemora 75 anos
A edição de julho da Daibyakurenge, revista mensal de estudo da Soka Gakkai, comemora 75 anos de existência! A primeira edição foi publicada em julho de 1949. Com base na visão do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, de que “os líderes abandonaram a fé diante das opressões durante a Segunda Guerra Mundial por não estudarem o budismo” é que nasceu o periódico. A revista antecedeu à publicação de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin] e do jornal Seikyo Shimbun. Na primeira edição, foi veiculada a tese A Filosofia da Vida, escrita por Toda sensei e revisada pelo jovem Daisaku Ikeda. A emoção ao ler a tese na qual Josei Toda esclarece sobre a eternidade da vida, cuja percepção ele havia alcançado na prisão, foi registrada pelo jovem Ikeda na forma de um poema publicado na segunda edição da revista. Jovens, abram seus olhos! Jovens possuidores de força e paixão para avançar aceitando e abraçando esta grande filosofia.1 Desde o início, a Daibyakurenge se tornou a força motriz do kosen-rufu, pois debate ideias em que pulsam o espírito da unicidade de mestre e discípulo. Um dos pontos de inflexão para que a Soka Gakkai alçasse voo como religião mundial foi a edição de fevereiro de 1995. Com uma foto tirada por Ikeda sensei na capa, a revista iniciou a publicação da série “A Sabedoria do Sutra do Lótus”. A partir de então, quase todos os meses, o Mestre publicou explanações sobre o estudo do Budismo de Nichiren Daishonin. As explanações totalizaram mais de trezentas edições! “Chegou a hora de um número cada vez maior de bodisatvas da terra Soka surgirem bailando em todo o mundo, desabrochando as grandes flores perfumadas da vitória, tais como as enormes flores de lótus brancas”, bradou Ikeda sensei em seus textos. Hoje, enquanto a Soka Gakkai se desenvolve vigorosamente como religião mundial, a missão da revista Daibyakurenge, que continua transmitindo a filosofia do respeito a todas as pessoas, resplandece ainda mais. A edição de julho deste ano traz um editorial escrito pelo presidente Minoru Harada, Faça Arder com Fulgor as Chamas da Justiça!, também publicado na Terceira Civilização do mesmo mês, e o sétimo número da série “O Resplendor da Filosofia Humanista — Aprendendo com as Explanações de Ikeda Sensei”, intitulado “Esperança, Coragem e Incentivo para Cada Pessoa”. Fonte:Adaptado do Seikyo Shimbun de 25 jun. 2024. *** O Brasil na revista de estudo da Soka Gakkai A edição comemorativa dos 75 anos da Daibyakurenge publica um artigo do diretor-presidente da Editora Brasil Seikyo (EBS), Ricardo Miyamoto, que parabeniza esse veículo, referência para o jornal Brasil Seikyo (BS) e para a revista Terceira Civilização (TC), e enaltece a atuação dos nossos Mensageiros da Esperança. Artigo de Ricardo Miyamoto, diretor-presidente da Editora Brasil Seikyo, publicado na edição comemorativa dos 75 anos da revista Daibyakurenge Laços que conectam o Mestre e os companheiros Novos desafios para a próxima geração Por Ricardo Miyamoto, diretor-presidente da EBS Em nome de todos os companheiros do Brasil, gostaria de expressar minha sincera gratidão e respeito à revista Daibyakurenge que continuamente ilumina o coração dos companheiros transmitindo as palavras do Mestre por 75 anos. Suas numerosas serializações foram veiculadas no jornal semanal Brasil Seikyo e na revista mensal Terceira Civilização. Em particular, o Artigo sempre foi traduzido imediatamente após a sua divulgação no Japão, e os companheiros do vasto Brasil puderam promover, juntos, o kosen-rufu. No artigo da edição de novembro de 2018, intitulado Uma Juventude com Espírito de Procura, Descoberta, Desafio e Solidariedade, foi publicada uma foto de Ikeda sensei junto com todos nós, membros da SGI. Nessa época, inesperadamente, recebi um exemplar da Daibyakurenge com um carimbo da marca de leão. Esse é um tesouro insubstituível que guardarei comigo por toda a minha vida. Acredito que incentivos como os de Ikeda sensei sempre foram dedicados em nome dos companheiros de vários lugares que estão se esforçando incansavelmente. Exemplo vem de um companheiro da região amazônica que entrega os periódicos porta a porta num ambiente muito árduo e desafiador. Todas as vezes, ele percorre 30 quilômetros de bicicleta, somente de ida, e não se desanima nem mesmo diante de um pneu furado. A fim de não se molhar com o aguaceiro dos trópicos, ele persevera, reinventando-se, para concluir a missão de cada entrega dos periódicos. Para esse companheiro, Ikeda sensei enalteceu seus esforços em um de seus ensaios. De fato, toda vez que visito meus companheiros na região amazônica para incentivá-los, fico emocionado ao ver que os periódicos são cuidadosamente guardados. Ao maior número possível de amigos Em 2020, devido ao impacto da pandemia do coronavírus, o Brasil Seikyo foi obrigado a interromper a entrega porta a porta de suas publicações. Para os companheiros que estavam isolados, a versão eletrônica do BS+ se tornou um laço importante para eles se conectarem com Ikeda sensei. A revista TC e a RDez passaram a ser disponibilizadas para visualização, e os serviços de distribuição de vídeos e áudios foram aprimorados. Os livros de Ikeda sensei em formato digital também avançam grandiosamente. Em uma sociedade cada vez mais diversa, estamos promovendo iniciativas de olho na próxima geração, utilizando IA e outras tecnologias para que possamos fazer propostas que sejam mais adequadas a cada indivíduo. A entrega porta a porta dos periódicos foi retomada em 2022. Dando importância tanto ao papel como ao digital, assumiremos novos desafios para que o maior número possível de companheiros possa desbravar a vida junto com sensei. Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 586, jun. 2017, p. 44. No topo: Ikeda sensei faz explanação do budismo, utilizando a revista Daibyakurenge como matéria de estudo (Tóquio, Japão, jun. 1964) Fotos: Seikyo Shimbun
01/08/2024
Série
TC
Coudenhove-Kalergi
Há 55 anos, em outubro, Daisaku Ikeda iniciou um diálogo intercultural e inter-religioso com intelectuais e líderes do mundo. A primeira pessoa com quem conversou foi o conde Richard Coudenhove-Kalergi, considerado o “pai da unificação europeia”. O que impulsionou o conde a lançar o movimento Pan-Europa, que ele acreditava ser o caminho para a paz, foi a Primeira Guerra Mundial. O estopim foi o assassinato do príncipe herdeiro austríaco por um jovem de Sarajevo. Esse evento desencadeou a primeira guerra da humanidade em escala global que durou mais de quatro anos, começando em 1914, e transformou a Europa num campo de batalha. Após a guerra, a Europa, dividida em muitos pequenos países, estava em uma situação que, a qualquer momento, poderia surgir uma nova faísca e estourar a Segunda Guerra Mundial. A ideia da integração europeia já existia há muito tempo. No entanto, em uma sociedade na qual as divisões e os conflitos se intensificavam, torná-la realidade soava mais como uma fantasia. O conde Coudenhove-Kalergi, que foi reconhecido como pensador influente na Europa Central aos 20 e poucos anos, publicou há exatos cem anos, em 1922 [texto originalmente publicado em 16 de outubro de 2022], um artigo sobre o movimento pan-europeu. No ano seguinte, aos 28 anos, lançou o manifesto Pan-Europa, gerando grande repercussão. Além disso, formou a União Pan-Europeia e estabeleceu associações pan-europeias em cada país. Viajou e percorreu vigorosamente o mundo visualizando o ideal de uma única Europa. Ele havia adotado a palavra “pan”, que significa “todos”, com base em sua decisão de construir uma comunidade de nações soberanas. Mas esse sonho acabou frustrado, a princípio, pela ascensão da Alemanha nazista. Forçado ao exílio, ele teve sua sede em Viena, na Áustria, tomada pelos nazistas, que destruíram todos os documentos ligados à Pan-Europa. E, em 1939, eclodiu a temida Segunda Guerra Mundial. Mesmo assim, o conde Coudenhove-Kalergi não desistiu e foi para os Estados Unidos a fim de expandir o apoio pelo ideal da Pan-Europa. Com o término da guerra em 1945, ele retornou à Europa e recomeçou os trabalhos visando à concretização da unificação. O Conselho da Europa foi instituído em 1949, seguido da criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957, e da Comunidade Europeia (CE) em 1967, tornando o sonho realidade. Nas palavras de convicção do conde constam: “O reino da paz só pode ser conquistado um passo de cada vez, e dar um passo adiante na realidade vale muito mais do que dar milhares de passos na imaginação. Lutar pelo que é certo significa felicidade. A vida é uma luta e para sempre deve ser uma luta constante”. O conde Coudenhove-Kalergi nasceu no Japão como segundo filho de sete irmãos em 17 de novembro de 1894. Recebeu o nome japonês de Eijiro. Ikeda sensei recepciona o conde Coudenhove-Kalergi e sua esposa (Tóquio, Japão, out. 1970) Seu pai, Heinrich, era um poderoso aristocrata do Império Austro-Húngaro, e sua mãe, Mitsuko, filha de comerciantes japoneses. Os dois se conheceram e se casaram quando Heinrich estava no Japão como ministro interino. Quando o conde completou um ano no país, a família emigrou para a Áustria. De ascendência holandesa, alemã, russa, polonesa e grega, seu pai era fluente em dezoito idiomas e tinha profundo interesse pela Arábia, Índia e pelo Oriente. Em sua residência, recebia muitos visitantes do exterior, e o jovem conde cresceu vendo o trabalho do pai como um cosmopolita. Seu escritório era repleto de estátuas de filósofos e diversos livros e seu pai, às vezes, lhe contava a respeito do mundo enquanto girava o globo terrestre. Depois de emigrar, sua mãe enfrentou o preconceito dos que a cercavam e, para se tornar alguém à altura do título de condessa, ela se empenhou arduamente para criar os sete filhos enquanto estudava e aprendia o idioma e a cultura locais. Em 1906, dez anos após emigrarem para a Áustria, a família do conde, que até então desfrutava uma situação tranquila e harmoniosa, se viu diante de uma grande provação: o pai morreu repentinamente de infarto. As pessoas se opuseram a Mitsuko, de descendência japonesa, a herdar a propriedade e os bens do marido. Mas ela não cedeu às críticas e criou os filhos de maneira esplêndida, assumindo o papel de chefe da família. Anos mais tarde, o conde Coudenhove-Kalergi recordou-se: “Minha mãe herdou totalmente o espírito de nosso pai, seu marido, no que se refere à educação dos filhos. (...) Penso que, se não tivesse uma mãe como ela, eu jamais teria iniciado o movimento pan-europeu”. Pode-se dizer que o ponto de partida para a integração europeia, que depois se transformaria na União Europeia (UE), foram os pais do conde, que eram cidadãos do mundo. O conde disse ainda: “No entorno de uma única pessoa existe a família, os amigos, a sociedade, a nação etc. Como o primeiro dever dos seres humanos é consigo próprio, creio que, antes de tentarmos mudar os outros ou o ambiente, devemos primeiro nos esforçar para tentar mudar a nós mesmos. (...) No final, não há outra maneira de garantir realmente a paz mundial além da religião”. Ikeda sensei foi a pessoa para quem o conde transmitiu seus verdadeiros pensamentos. Em 1967, quando a Comunidade Europeia (CE), antecessora da União Europeia, foi estabelecida, o conde Coudenhove-Kalergi pisou novamente em solo japonês depois de 71 anos. Ele estava com 72 anos. Ele considerava a Soka Gakkai como um “novo movimento religioso embasado numa das religiões mais antigas e supremas [o budismo], uma religião de paz e amizade”. Uma das pessoas que expressou o desejo de encontrá-lo durante a visita dele ao Japão foi Ikeda sensei. O primeiro encontro se tornou realidade em 30 de outubro. “Fiquei imediatamente impressionado com essa pessoa chamada Ikeda. Fiquei maravilhado com o dinamismo e o entusiasmo que emanava desse homem de 39 anos.” Em um diálogo que relembrou esse encontro, o conde disse: “Foi um dos momentos mais agradáveis durante a minha estada em Tóquio”. O conde Coudenhove-Kalergi e o presidente Ikeda se reencontraram em outubro de 1970, três anos depois. No decorrer da segunda visita do conde ao Japão, eles se encontraram quatro vezes e dialogaram por mais de dez horas. O conteúdo desse diálogo deu origem à obra Civilização: Ocidente e Oriente. Esse foi o primeiro livro da coletânea de diálogos publicado por Ikeda sensei em parceria com intelectuais estrangeiros. Em julho de 1972, dois meses após o lançamento da edição, o conde faleceu aos 77 anos. O ideal de uma única Europa está aqui! Curso de Estudo de Budismo dos Jovens da Europa no qual todos estudam a filosofia de paz do budismo. Quinhentos amigos de trinta países participam do evento (subúrbio de Milão, Itália, ago. 2019) Reflexões do presidente Ikeda O conde Coudenhove-Kalergi, que também era um jovem líder, tinha grandes expectativas em relação aos jovens. Ikeda sensei, ciente desse sentimento dele, conclamou aos jovens, citando palavras do conde: Sempre me lembrarei da confiança que o Dr. Coudenhove-Kalergi depositava nos jovens. Em certo momento do nosso diálogo, ele disse estar convicto de que os indivíduos realmente sábios e perspicazes ocuparão posições de liderança no futuro. E ele enfatizou que os estudantes de hoje precisam desenvolver seu caráter e se preparar para o futuro com a consciência de que serão os líderes que criarão o mundo de amanhã. “Não negligenciem seu próprio desenvolvimento” — esse foi o brado do Dr. Coudenhove-Kalergi aos jovens do mundo. É importante que os jovens cultivem o espírito, o coração e o caráter. Se os jovens buscarem apenas o conhecimento e negligenciarem o desenvolvimento da própria sensibilidade, a sociedade seguirá rapidamente para a direção errada. É essencial criar indivíduos bem equilibrados com base no desenvolvimento de um sólido caráter.1 [Kalergi] Também fez a seguinte observação: “Somente o jovem possui paixão, vontade, esperança, convicção e força. (...) O jovem tem uma chama. Sem essa chama, um ideal não pode brilhar, tampouco triunfar”. A Soka Gakkai venceu por causa dos membros da nossa Divisão dos Jovens. Graças à sua paixão, conquistamos uma extraordinária vitória. (...) Os jovens que perdem a coragem não podem mais ser chamados de jovens. Os jovens são os maiores defensores da paz e da coragem. Ser jovem é ser um nobre defensor que possui ilimitada esperança. Gostaria que todos bradassem com essa convicção e força para fazer com que os outros se comovam e se inspirem.2 Já se passaram 55 anos desde o primeiro encontro entre o presidente Ikeda e o conde Coudenhove-Kalergi. A rede da juventude Soka está se expandindo amplamente pelo Japão, pela Europa e pelo mundo. Notas:1. Discurso proferido na 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Kansai, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.331, 12 ago. 1995.2. Discurso proferido na 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Tiba, veiculado no Brasil Seikyo, ed. 1.646, 6 abr. 2002. Materiais de pesquisa:Coudenhove-Kalergi Zenshu — 9 [Obras Completas de Coudenhove-Kalergi — 9]. Tradução: Morinosuke Kajima e outros. Kajima Kenkyusho Shuppankai.Koenshu — Tairiku Nippon [Coletânea de Discursos — Japão Continental]. Tradução: Toru Kagawa e outros. Ushio Shuppansha.Bunmei — Nishi to Higashi [Civilização: Ocidente e Oriente]. In: Obras Completas de Daisaku Ikeda, v. 102; e outros. No topo: Encontro entre Ikeda sensei e o conde Coudenhove-Kalergi (Tóquio, Japão, out. 1970). O diálogo deles foi publicado como coletânea intitulada Civilização: Ocidente e Oriente Fotos: Seikyo Press
01/08/2024
Editorial
TC
Faça a diferença na vida de alguém
Enquanto os primeiros raios de sol ainda estavam surgindo entre as nuvens, um homem caminhava pela praia. Avistou várias estrelas-do-mar que foram trazidas pela maré e deixadas sobre a areia. Ele sabia que, depois que amanhecesse, o sol ressecaria as estrelas-do-mar e elas morreriam. Então, apressou-se em apanhá-las e a arremessá-las, uma a uma, em direção ao mar. Assistindo àquela cena, um sujeito se aproximou, rindo: — O que está fazendo? — Estou tratando de salvar estas estrelas-do-mar. — Não há como salvar todas. É inútil. Você certamente deve saber disso. — Você até pode estar com a razão, mas ainda assim creio que para esta aqui isso faz uma grande diferença.1 Essa história, descrita por Ikeda sensei no Estudo desta edição, foi contada por Mahatma Gandhi ao seu neto, quando este era pequeno. A moral dessa parábola está diretamente relacionada ao que o budismo ensina e a Soka Gakkai põe em prática. Em 14 de agosto de 1947, um jovem de 19 anos assistiu a explanação de Josei Toda sobre o Budismo de Nichiren Daishonin e tomou conhecimento do profundo desejo do professor em eliminar a miséria do mundo. Converteu-se dez dias depois e abraçou para si aquela missão. Esse jovem era Daisaku Ikeda. Como o personagem da história que incansavelmente arremessava as estrelas-do-mar, uma a uma, Ikeda sensei partiu para o mundo, incentivando cada pessoa com quem se encontrava. Foram suas ações diligentes que edificaram a grandiosa Soka Gakkai que temos hoje. Os discípulos Ikeda, espalhados em mais de 192 países e territórios, são os que agora cumprem a missão de ensinar o Budismo de Nichiren Daishonin para as pessoas à sua volta, enquanto desafiam as circunstâncias e fazem a sua revolução humana. Esta edição da TC, celebrando os 77 anos do primeiro encontro entre Toda sensei e Ikeda sensei e sua conversão, explica o conceito de missão à luz da filosofia budista na matéria de Capa. A maneira de cumprir essa missão é começando a incentivar e a mudar a vida da pessoa que está à sua frente, como Arun Gandhi traduziu a moral da história do seu avô: “Se pudermos tocar a vida de uma única pessoa e salvá-la, essa será a grande mudança que podemos realizar”.2 Faça a diferença na vida de alguém e assim mudará mundo, como nosso mestre ensina: Nas profundezas do nosso ser, estamos todos conectados à ilimitada vida do universo. Portanto, por meio da recitação do daimoku com seriedade e do diálogo de pessoa a pessoa, individualmente, com aqueles ao nosso redor, podemos transformar sem falta a nossa família, o ambiente de trabalho, a comunidade local e, por extensão, o mundo inteiro”.3 Ótima leitura! Redação Notas:1. Terceira Civilização, ed. 607, mar. 2019, p. 46-49.2. Idem, ed. 672, ago. 2024, p. 61.3. Ibidem, p. 62.
01/08/2024
Pensamento
TC
Tornem-se vocês mesmos o sol
Tornem-se vocês mesmos o sol. Se houver uma única pessoa que seja o sol, todos ao redor serão iluminados. Tanto na família como na localidade, todos serão aquecidos. Ao final das ações empreendidas em prol do kosen-rufu, a vida de cada um resplandecerá como o sol. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 30 de outubro de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Aves executam um bailado no céu majestoso sobre um horizonte verde que continua até os confins. Foto registrada pelo presidente Ikeda em fevereiro de 1992, na cidade de Nova Délhi, Índia Foto: Seikyo Press
01/07/2024
Série
TC
Charles Chaplin
Este ano [2022] marca os 45 anos da morte do rei da comédia, Charles Chaplin. Neste mês, no Japão, acontece um festival de cinema que exibe as principais obras-primas do artista. Dentre os filmes apresentados, um deles é Luzes da Ribalta, lançado em 1952, considerado o ponto culminante da carreira cinematográfica de Chaplin. Nele, há uma cena em que um personagem incentiva uma bailarina desesperada que teve as pernas paralisadas: “Você não quer lutar. Você está constantemente pensando em doença e morte. A vida é tão inevitável quanto a morte. É vida, vida. Pense na força que existe no universo, capaz de fazer mover a Terra e crescer as árvores. Essa é a mesma força que existe em você. Deve ter a coragem e a vontade de usá-la”. Em muitas obras, Chaplin expôs o grande potencial inerente ao ser humano. Sua mensagem continua transmitindo coragem e esperança para o mundo inteiro como a luz que ilumina esta conturbada sociedade moderna. Charlie Chaplin nasceu em Londres, Inglaterra, em abril de 1889. Seus pais também atuavam no palco, mas se divorciaram um ano depois devido ao vício da bebida do pai. A mãe assumiu sozinha a criação de Charlie e do seu irmão mais velho. Quando estava com 5 anos, sua mãe, com problemas na garganta devido ao excesso de trabalho, ficou sem voz durante uma apresentação. Insultos e reclamações começaram a irromper em meio ao público. No ímpeto de conter os ânimos exaltados, o gerente do teatro fez o menino Charlie, que acompanhava a mãe, subir no palco. Apesar da tensão, Charlie cantou uma música popular da época e o público ficou encantado com sua doçura. A primeira aparição do menino no palco, que aconteceu de maneira inesperada, ficou gravada na memória dele como uma vívida lembrança. Ainda assim, sua mãe perdeu o emprego no final desse dia e a família passou a viver numa condição de extrema pobreza. Apesar disso, a mãe sempre se mostrava alegre e, às vezes, divertia as crianças com mímicas. Essa deve ter sido a força motriz para Chaplin afirmar: “Eu nunca perdi de vista meu objetivo final de me tornar um ator um dia”. Com um otimismo vigoroso, ele superou cada uma das dificuldades que o assolou, como a persistente dificuldade financeira e a doença da mãe. Apesar de sua aparência modesta, dentro do seu coração ardia a flamejante chama da paixão pelo seu sonho. Na adolescência, Charlie Chaplin passou por várias companhias de teatro enquanto também se promovia. Seu talento extraordinário foi sendo aprimorado em meio a isso e então surgiu a oportunidade de se apresentar nos Estados Unidos. Essa turnê teve um grande sucesso. Ele chamou a atenção do mundo do cinema, foi contratado por uma empresa de Hollywood e estreou nas telas aos 24 anos, em fevereiro de 1914. Depois disso, ele escalou rapidamente os degraus e se tornou o rei da comédia. Charlie Chaplin viveu numa época de terríveis turbulências em que ocorreram duas grandes guerras mundiais. Em meio ao som da marcha dos soldados que se intensificava lançou o filme O Grande Ditador, em 1940, proclamando: “Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror”. No final desse filme, um barbeiro judeu, que lembrava muito Adolf Hitler, é confundido com o ditador pela semelhança e, acidentalmente, se vê diante de uma multidão. Ele então faz um discurso e brada: Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo — não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. Vós, o povo, tendes o poder... O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de fazê-la uma aventura maravilhosa. Apesar de enfrentar sérias interferências durante a produção, Chaplin concluiu o filme e lutou incansavelmente pela paz e pela liberdade, fazendo do humor a sua arma. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, ao entrarem no período da Guerra Fria, foram atormentados pela tempestade do macarthismo, movimento político que visava expulsar os comunistas do país. Embora Chaplin tenha atuado nos Estados Unidos por muitos anos, ele se posicionava como cidadão do mundo e sua nacionalidade permanecia britânica. Isso o fez ser rotulado como comunista e ele foi deportado em 1952. Mesmo assim, seus valorosos feitos não foram esquecidos. Em 1954, ele recebeu o Prêmio Internacional da Paz, na Conferência Mundial da Paz, em Berlim. Posteriormente, foi agraciado com o título de doutor honorário da Universidade de Oxford, com a Ordem Nacional da França e, ainda, com o mais elevado título de cidadania honorária da cidade de Paris. Além disso, seu valor foi novamente reconhecido pelos Estados Unidos e ele voltou ao país vinte anos depois de sua expulsão. Também recebeu um Oscar especial em reconhecimento por suas preciosas contribuições para Hollywood. Foram mais de oitenta filmes produzidos em sua existência de 88 anos. Dois anos antes de falecer, em 1975, ele foi nomeado cavaleiro pela família real britânica. Reflexões do presidente Ikeda Ikeda sensei também era fascinado pelo rei da comédia desde a tenra idade e chegou a dizer: “Não consigo me esquecer das várias obras-primas dele que assisti na minha juventude”. E, sempre que podia, ele falava e escrevia sobre a vida de Chaplin para incentivar os companheiros. O presidente Ikeda também mantinha contato com a neta de Chaplin, a atriz Kiera Chaplin. Em uma carta que recebeu dela, constava: “Ouvi diversas vezes de um amigo da SGI-Inglaterra que o senhor tem incentivado muitas pessoas por meio das palavras do meu querido avô. Nada poderia me deixar mais feliz que saber que alguém como o senhor tem perpetuado as palavras dele. Tenho certeza que meu avô ficaria extremamente honrado ao saber disso”. Ikeda sensei falou bastante a respeito de Chaplin, em especial entre o fim de 1990 e o início de 1991. E foi no fim de 1990 que estourou a segunda problemática do clero, que arquitetou a destruição da Soka Gakkai. Sensei imitou Chaplin, encantou e emocionou a plateia e escarneceu do ditador do clero. Na 37ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em 6 de janeiro de 1991, ele declarou: Chaplin sempre dizia: “A vida é maravilhosa!”. Também afirmava: “Rir é maravilhoso! É saudável rir das coisas mais sinistras da vida, inclusive da morte. O riso é um tônico, um alívio, uma pausa que permite atenuar a dor. Independentemente do que aconteça, a saúde da vida está na força de conseguir rir na alegria e na riqueza da alma. Seriedade é diferente de severidade. Valente é diferente de sinistro. Uma pessoa de grande coragem é radiante. Uma pessoa com determinação tem serenidade. Pessoas inteligentes possuem leveza para sorrir. (...) O riso franco, de mente aberta, é a maior evidência de um indomável campeão do espírito”. Durante a 15ª Reunião de Líderes da Divisão Feminina, realizada em 23 de janeiro, o presidente Ikeda falou a respeito de uma cena de Luzes da Cidade, na qual Chaplin, no papel de um vagabundo, encoraja um milionário angustiado, colocando-se na mesma condição dele como ser humano. Sensei disse: Se visse alguém em sofrimento, Chaplin não conseguia deixar de estender uma palavra a essa pessoa. Isso é ser humano. E este é exatamente o mundo da nossa Soka Gakkai e o mundo do budismo. (...) Assim como Nichiren Daishonin ressalta repetidamente que todos somos iguais perante o Gohonzon. Não há nem pode haver nenhum tipo de discriminação. É um mundo de igualdade e de democracia embasado no budismo, um mundo de seres humanos exatamente como eles são. É por isso que as pessoas do mundo se simpatizaram com a Soka Gakkai, assim como o fez com Chaplin. A Lei verdadeira se espalhou de tal maneira porque houve essa empatia. O número de seguidores do budismo expandiu rapidamente pelo mundo justamente porque seu avanço foi legítimo. Em 9 de dezembro de 1990, nosso mestre externou sua imensa expectativa em relação aos integrantes da Divisão dos Jovens: Em relação à fé, quero lhes dizer: Mantenham uma forte fé por toda a vida. No fim, aquele que conquista a felicidade no final é quem ganha. Não sejam iludidos pelas vicissitudes ou pelos contentamentos ao longo do caminho, e não se confundam com a dura e decisiva batalha no capítulo final da vida. É o verdadeiro budismo que ensina isso. A batalha da fé neste mundo é para que juntos possamos fazer com que as grandes flores de benefícios de centenas, milhares, dezenas de milhares, milhões de kalpa resplandeçam brilhantemente. Por isso mesmo, não obstante o que aconteça, devem avançar como o rei da comédia, Chaplin. Vivam como o rei do otimismo até o fim.1 Um novo ato do drama do kosen-rufu se inicia rumo ao “Ano dos Jovens e do Triunfo”. E cada um de nós será o protagonista. No topo: Ikeda sensei realiza truques de mágica para os membros no Centro Cultural de Taplow Court, localizado nos subúrbios de Londres, em maio de 1989. Durante a sua estada na cidade, ele faz imitações de Chaplin e incentiva os companheiros que se dedicavam ao kosen-rufu na Inglaterra Foto: Seikyo Press Nota: 1. Discurso proferido durante a 3ª Reunião de Líderes da Divisão Masculina de Jovens e a Convenção dos Grupos Sokahan e Gajokai. Materiais de pesquisa: SADUR, G. Chaplin. Tradução: Rikie Suzuki e Kaoru Shimizu. Iwanami Shoten. BROWN, Pam. Denki — Sekai wo Kaeta Hitobito 12 — Chaplin [Biografia — Pessoas que Mudaram o Mundo 12 — Chaplin]. Tradução: Yumie Kittaka. [s.n.]. SAKRANY, Raj. Chaplin. Tradução: Masako Ueda. [s.n.]. OHNO, Hiroyuki. Chaplin Sainyumon [Reintrodução a Chaplin]. Nihon Hoso Shuppankyokai. Luzes da Cidade (City Lights). Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1931 (87 min). O Grande Ditador (The Great Dictator). Direção/produção: Charles Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1940 (125 min).
01/07/2024
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TC
Faça arder com fulgor as chamas da justiça!
No dia da libertação / e de encarceramento, / encontram-se os laços / de mestre e discípulo. Certa vez, Ikeda sensei registrou nesses versos a rigorosa história de mestre e discípulo que pulsa no dia 3 de julho. Josei Toda, que havia sido atirado à prisão pela opressão do governo militarista japonês, foi libertado no dia 3 de julho de 1945. Com a decisão de vingar a morte de seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, no cárcere, ele se levantou sozinho na luta pelo kosen-rufu para salvar o povo da infelicidade.1 No dia 3 de julho, doze anos depois [em 1957], Ikeda sensei foi para a prisão ao ser detido sob a acusação totalmente infundada de violação das leis eleitorais voltadas para a eleição de cargo público. No dia de sua libertação em 17 de julho [do mesmo ano], Ikeda sensei declarou no Encontro de Osaka que “No final, aquele que perseverar na fé vencerá infalivelmente” e provou sua inocência na batalha posterior nos tribunais. O kosen-rufu, que objetivamos, significa estabelecer a história da canção triunfal do povo, lutando persistentemente contra a natureza maligna do poder que faz as pessoas comuns sofrerem. Significa também criar, com a força de cada pessoa, o século da paz e da felicidade que resplandece em si e nos outros. Jovens, continuem com essa determinação resoluta pelo kosen-rufu de altivo orgulho! Esse era o sentimento do Mestre. De fato, na época em que eu atuava como coordenador da Divisão dos Universitários, foi para um representante dessa divisão que ele ofereceu uma dedicatória com o poema citado no início. Mostrando o exemplo a partir de si mesmo O Mestre dedicava todos os esforços para que o crescente grupo de jovens “valores humanos” se levantasse assumindo total responsabilidade pelo kosen-rufu. Lembro-me de que, no mês de julho, em pleno verão [japonês] de cinquenta anos atrás, ele participou de reuniões da Divisão dos Universitários, por quatro dias consecutivos, aproveitando os intervalos entre seus afazeres, tais como as atividades de escrita. Na ocasião, transpirando muito, ele ofereceu sucessivos incentivos, dialogou e tirou fotos comemorativas com representantes, e conversou com os jovens com quem se encontrava. E nas reuniões realizadas a cada dia, ele disse: “Tornem-se líderes do povo a construir o século da vida”. Coincidentemente, isso aconteceu logo após a sua primeira visita à China, e para o mês de setembro estava prevista a sua primeira viagem para a União Soviética. O Mestre havia se lançado à diplomacia humana. Sentia que, incentivando e desenvolvendo os jovens, ele ensinava, por meio das próprias ações, o exemplo de como deveria ser um líder do povo. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Nas batalhas, os soldados consideram o general como a alma deles”.2 Clamar pela justiça, tomando a iniciativa, e criar a história. Desenvolver “valores humanos”, mostrando o exemplo a partir de si mesmo. Eis o espírito de mestre e discípulo! É o mês de julho para renovar o juramento do triunfo do povo. Fazendo arder com fulgor as chamas do kosen-rufu, vamos provocar o grande turbilhão do diálogo a criar a esperança para humanidade! No topo: No mês de julho do verão [japonês] de cinquenta anos atrás, Ikeda sensei dialoga com os explanadores do Curso de Verão da Divisão dos Universitários em torno do presidente Minoru Harada (na época, coordenador da Divisão dos Universitários). O Mestre os incentiva: “Tornem-se líderes do povo a construir o século da vida” (Universidade Soka, em Hachioji, Tóquio, 25 jul. 1974) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram presos em julho de 1943 por defender a liberdade religiosa e não aceitar o talismã xintoísta. Em novembro de 1944, Makiguchi morreu na prisão de desnutrição e maus-tratos e Josei Toda foi libertado em julho de 1945. (N.R.) 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 642, 2020.
01/07/2024
Na prática
TC
A primavera da vida chegará sem falta
No século 13, o buda Nichiren Daishonin empregou a frase “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 para encorajar uma de suas discípulas que enfrentava severas adversidades. Essa citação rompeu as barreiras do tempo e se perpetua até hoje como um grande alento para as pessoas que enfrentam desafios, não importando o rigor das circunstâncias. Nesta edição, Na Prática apresenta detalhes de como essa expressão pode imprimir novo vigor para aqueles que se deparam com um rigoroso inverno de intempéries. Faça derreter a espessa camada de gelo do coração O Brasil é um país com grande diversidade climática. No Sul, por exemplo, em certas épocas do ano, o frio é bem intenso, mas, no geral, o clima é quente em quase todo o território nacional. No Japão, nos tempos do buda Nichiren Daishonin, o inverno era um período de temperatura glacial, e a superfície ficava encoberta por espessas camadas de gelo, de modo que tudo parecia estar em uma clausura de manta branca. Entretanto, o frio, aparentemente interminável, logo cessava assim que o inverno extenuante cedia lugar ao clima reconfortante da primavera, reavendo o aspecto vibrante da natureza, entre a vivacidade do brilho do sol e as cores exuberantes das flores e plantas. Sobre a expressão empregada por Nichiren Daishoin, o presidente Ikeda comenta: “O que torna genuína a alegria da primavera é o rigor do inverno que a precede. Somente quando superamos as provações do inverno por meio do poder da fé conseguimos desfrutar a primavera de triunfo”.2 Na sequência, falaremos sobre o exemplo das flores de cerejeira, que precisam do inverno para concentrar energia e florir majestosamente. O despertar das flores de cerejeira Entre o inverno e a primavera, as flores de cerejeira iniciam o decurso do desabrochar. Para que esse resultado ocorra, essa trajetória tem início no verão, quando os botões se formam, mas ficam em estado latente durante o inverno. Isso acontece para que os botões enfrentem o ar gélido, pois somente assim o processo de crescimento é ativado, o que resulta na etapa de floração, estágio conhecido como quebra da latência. Ou seja, o frio intenso é determinante para o desenvolvimento dos brotos. Ikeda sensei afirma: “Mesmo no caso das cerejeiras, se o clima frio, necessário para romper o ciclo de latência, for mais curto, a floração dos botões atrasará ou ocorrerá de modo irregular”.3 Após passarem o inverno em dormência, as árvores de cerejeira começam a despertar quando as temperaturas aumentam. É nesse momento que as primeiras flores de cerejeira começam a desabrochar transformando paisagens antes cinzentas em uma erupção de cores. Ausência de dificuldades não significa felicidade Certamente, todos nós enfrentaremos desafios ao longo de nossa jornada. Ikeda sensei destaca como cada adversidade se torna crucial para percebermos a vida de modo elevado. Ele incentiva: A ausência de dificuldades não significa felicidade. A felicidade genuína e a alegria na vida residem em não ser derrotados pelas adversidades, em nos levantar novamente quando caímos, em resistir e triunfar sobre adversidades. Vida é batalha. Vida é desafio. Vida é treinamento. Dificuldades são inevitáveis na vida. Nossa prática do Budismo Nichiren nos empodera para edificar um forte eu capaz de encarar com bravura todas as provações, possibilitando-nos desafiar a situação com espírito positivo e vê-la como oportunidade de crescimento. Aqueles que possuem esse espírito de luta vencem no final.4 Nichiren Daishonin, por sua vez, ao escrever a frase de encorajamento “O inverno nunca falha em se tornar primavera”, incentivou sua discípula, a monja leiga Myoichi, a não abrigar nenhuma dúvida. Isso porque a prática budista exerce a função dos raios de sol que derretem a densa camada de gelo da incerteza e da profunda angústia que pode dominar o coração e a mente das pessoas no momento do sofrimento. A dor que enfrentamos, quando os reveses da vida nos assolam — no exato instante que a adversidade emerge —, pode parecer uma angústia sem fim. Porém, mesmo que o inverno aparente estar longe de findar, a primavera com certeza chegará. Da mesma maneira, independentemente de quanto tempo demore para ultrapassar as dificuldades, se mantiver a fé e perseverar na prática budista com a recitação do daimoku, os diálogos encorajadores com os amigos da organização e as leituras das orientações de Ikeda sensei, com certeza a percepção daquele desafio será esperançosa e levará a um desfecho vitorioso. A seguir, conheça a história de uma integrante da Divisão Feminina (DF) da Bharat Soka Gakkai (SGI-Índia) e entenda como a prática budista provocou a mudança de uma realidade de incertezas para o cultivo da alegria e da felicidade. Reconheci o potencial dentro de mim Sou Arunima Sharma. Casei-me jovem. Logo fui afortunada com um filho e uma filha. Contudo, meu casamento não foi tão feliz. Morávamos com meus sogros e eu vivia chorando pelos cantos. Era introvertida, tinha dificuldades de me relacionar com as pessoas e lutava contra a depressão. Anos mais tarde, saí da casa de meus sogros, concluí os estudos e consegui um emprego como professora. Em seguida, meu marido deixou a mim e aos nossos filhos. Foi um período de muita dor. Além disso, a escola onde eu lecionava ficava a 100 quilômetros de distância da minha residência, e as crianças permaneciam sozinhas em casa enquanto eu estava no trabalho. Em 2006, comecei a praticar o budismo quando tive contato com uma revista da SGI-Índia durante uma visita a um amigo. Meu coração ficou repleto de emoção. Naquela época, havia apenas dois membros da Soka Gakkai na região. E, em curto período, após iniciar a prática budista, as pessoas diziam: “Você é sempre tão alegre!”. Então, eu compartilhava o budismo com todos dizendo que revelaria o segredo da felicidade. Em 2012, meu divórcio foi concretizado. Assim, pude comprar minha própria casa, algo que tanto desejava. Além do mais, fui transferida para uma escola pública de ensino fundamental bem próxima da minha residência. Minha nova escola estava em péssimas condições. Não tinha muro, água potável nem banheiros adequados. Certo dia, enquanto eu lecionava, uma garotinha espiou pela janela da sala de aula. Quando investiguei melhor a região, fiquei chocada, pois mais de cem crianças viviam em situações deploráveis. Algumas estavam empenhadas em mendicância, outras em recolher o lixo; várias eram viciadas em drogas. Elas não tinham sapatos nem roupas. Também careciam terrivelmente de higiene pessoal. Fui ao encontro dos pais dessas crianças e os convenci a mandá-las para a escola. No entanto, o diretor da instituição se recusou a admiti-las. De forma inesperada, alguns funcionários do governo fizeram uma visita à escola. Depois disso, todas as 103 crianças foram admitidas e começaram a frequentar as aulas regularmente. Em paralelo, as organizações avançavam no desenvolvimento da infraestrutura escolar, providenciando água potável, casas de banho, pavimentos, secretárias e cadeiras, construindo um muro e um portão, além de criar uma biblioteca. Eu me orgulho de todos esses avanços. Tenho imensa satisfação em dizer que meus filhos também são praticantes do Budismo Nichiren. Atualmente, eles trabalham em grandes empresas. Antes, eu não tinha amigos e me considerava uma pessoa infeliz. No entanto, com a prática budista, eu me transformei. Na Soka Gakkai, encontrei uma família amorosa e, em troca, eu me tornei uma pessoa amorosa. Reconheci dentro de mim um potencial que antes não conseguia enxergar. Transformei o veneno da minha vida em remédio. Publicado no Seikyo Shimbun. O inverno logo passará Como vimos ao longo do texto, as cerejeiras resistem ao rigoroso inverno para revelar a beleza das flores em tons suaves de branco e rosa. E mesmo após o término da florada, quando caem, elas formam um tapete de pétalas que brilham aos olhos. Isto é, quem resiste com coragem e firme fé faz surgir a felicidade extraída do inverno implacável das adversidades, assim como fez Arunima Sharma. “Aqueles que abraçam o correto ensinamento do budismo entram em harmonia com o ritmo da vida e do universo e estão garantidos a vivenciar uma primavera de vitória que brilhará por toda a eternidade”,5 ensina o presidente Ikeda. Dessa forma, mesmo em meio às profundas tormentas da vida, manifeste tenacidade, sabedoria e confiança provenientes da prática budista. A fragrância da primavera de vitórias chegará sem falta. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. 2.Terceira Civilização, ed. 487, mar. 2009, p. 58. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023, p. 132-133. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.247, 11 nov. 2014, p. B3.
01/07/2024
Série
TC
Os livros da minha juventude
Certo dia, em janeiro de 1951, meu mestre, Josei Toda, me entregou um livro. “É para você”, disse ele. “Se não se importar, que tal circular este livro entre cerca de dez membros dos quais seja próximo? Quando todos tiverem lido, podem se encontrar e compartilhar suas impressões.” A obra que ele me deu, encadernada em tecido vermelho, foi Cidade Eterna, de Hall Caine. Respeitosamente, agradeci e, pensando em vários jovens colegas, respondi: “Vou escrever o nome deles na folha de rosto e pedir que leiam em dois ou três dias e passem adiante para o próximo amigo”. Na época, os negócios de Toda sensei ainda enfrentavam grandes dificuldades. No entanto, ele fixou o olhar no horizonte distante do nosso movimento pelo kosen-rufu e pensou seriamente em nutrir as pessoas capazes de realizá-lo. Meu mestre já tinha mais de 50 anos. Embora alguns líderes da Soka Gakkai ao seu redor tivessem mantido a chama da fé acesa desde antes da Segunda Guerra Mundial, a vida deles tinha sido engolida pela maré da inflação no Japão pós-guerra. Muitos lutavam apenas para sobreviver. Era uma questão de necessidade urgente desenvolver os jovens para assumirem o novo movimento de reforma religiosa. Como se sentisse a chegada do momento certo, Toda sensei passou a treinar seriamente esses jovens. Selecionei treze membros da Soka Gakkai e Toda sensei começou a realizar sessões de estudo conosco. Lemos os escritos de Nichiren Daishonin e vários outros livros. Ele nos ensinou — muitas vezes com grande intensidade — sobre todos os aspectos da vida. Dessa forma, incutiu em nós uma forte base espiritual e intelectual. Entre os livros que lemos com ele, Cidade Eterna se destacou como excelente material de estudo para construirmos e fortalecermos laços de confiança como jovens revolucionários. CONSTRUINDO A REPÚBLICA DA HUMANIDADE A história se passa em Roma, em 1900. Repleta de ruínas antigas refulgindo sob o sol quente do Mediterrâneo, a Cidade Eterna celebra a chegada do novo século. O reino da Itália está sob forte influência das grandes potências europeias. Internamente, as pessoas comuns vivem na pobreza sob a opressão de um governo autocrático e da Igreja. David Rossi, protagonista do romance, é um jovem revolucionário e alvo de ataques persistentes do Barão Bonelli, primeiro-ministro e ditador da Itália. A heroína é Donna Roma, que leva o nome da cidade eterna. Um estranho destino une Rossi e Roma, cujo relacionamento é o fio condutor da história. Com o seu fervor revolucionário juvenil, Rossi desafia corajosamente o governo tirânico, erguendo bem alto a bandeira da República do Homem. Dificuldades e perseguições cruéis o aguardam. Rossi dirige-se ao Parlamento em nome do povo, que está faminto devido aos pesados impostos, e condena o governo. Mas o Parlamento rejeita o apelo. Imediatamente, o povo organiza um protesto no Coliseu e as tropas governamentais provocam um motim e o governo acusa Rossi de golpe. Ele escapa de Roma por pouco e recomeça a vida como exilado. Rossi tem um companheiro ímpar, Bruno Rocco. Ao contrário de Rossi, Bruno não é uma figura arrojada ou carismática, mas Rossi confia nele acima de tudo por conta da convicção, do senso de justiça e da amizade leal. As autoridades prendem Bruno. Apesar das repetidas torturas, ele permanece firme em sua convicção. O Barão Bonelli então trama um plano insidioso. Ele falsifica uma carta de Rossi para fazer Bruno pensar que o amigo está tendo um caso com sua esposa, Elena, na esperança de induzi-lo a trair o companheiro. Contudo, a confiança de Bruno em Rossi revela-se inquebrável. Ele é um verdadeiro revolucionário. Por fim, Bruno escolhe a morte em vez de trair o amigo. Até o último momento, ele permanece confiante no sucesso vindouro de seus esforços. Com as palavras “Vida longa a David Rossi”,1 Bruno dá seu último suspiro. A morte heroica do amigo choca Rossi. Nada traz mais tristeza para um revolucionário do que perder um camarada. Embora o corpo tenha morrido, o nobre espírito de Bruno vive no coração de Rossi e entre o povo. O sacrifício do amigo alimenta a chama revolucionária dentro de Rossi e acrescenta um novo impulso ao movimento. No final, o governo do Barão Bonelli entra em colapso. O rei nomeia Rossi para formar um novo governo e abre as portas para a nova República do Homem, a cidade eterna que ele e Bruno tanto desejavam. Esse é um resumo da história. Continua na próxima edição. No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, Kaneko, dialogam com membros da SGI-Itália na estação de trem da cidade de Bolonha (Itália, jun. 1994) Foto: Sekyo Press Nota: 1. CAINE, Hall. Cidade Eterna. Tradução: Carolina Caires Coelho e Petê Rissatti. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019, p. 371.
01/07/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Na manhã do dia 1o de junho, Shin’ichi Yamamoto manteve diálogo com o presidente do Clube de Roma, Aurelio Peccei, nas dependências do hotel onde estava hospedado. O presidente Peccei havia retornado de Londres para sua residência em Roma no dia anterior. E naquela manhã, partiu de Roma, dirigindo pessoalmente seu carro em uma viagem de quatro horas para aquele encontro. Shin’ichi ficou impressionado com a vigorosa disposição dele, sem demonstrar cansaço, apesar de seus 72 anos. Uma pessoa que age com convicção rumo a um ideal é sempre jovem. Os preparativos para a publicação do diálogo entre os dois já estavam adiantados. Nesse dia, dialogaram sobre temas como liderança, além de alguns aspectos de organização e composição do livro, resultado do diálogo realizado. (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 348-349) No topo: Encontro de Ikeda sensei com Aurelio Peccei, 21 de junho de 1983 Foto: Seikyo Press
01/07/2024
Pensamento
TC
Nossa suprema força é a prática da fé
Nossa suprema força é a prática da fé. E com ela, o importante é se dedicar sinceramente a tudo. No trabalho ou na propagação do budismo, é somente com sincera dedicação e diplomacia que conquistamos o coração das pessoas. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 15 de maio de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Colunas d’água se elevam vigorosamente na fonte inspirada na hélice de um navio. Foto tirada por Ikeda sensei em junho de 1986 durante uma visita de incentivos na província de Hyogo, Japão Foto: Seikyo Press
03/06/2024
Artigos
TC
Uma coroa de esperança para os mensageiros do futuro
Cultivar a Divisão dos Estudantes é a mais sagrada de todas as tarefas para determinar a próxima geração. Em 7 de junho de 1964, há sessenta anos, foi fundada a Divisão dos Colegiais (DE-Herdeiro). Ikeda sensei dedicou-se, concentrando esforços, à criação dessa divisão. Os líderes máximos da época questionaram abertamente: “Não haveria outros assuntos a priorizar?”. Porém, sensei respondeu, de forma resoluta: “O significado de minhas ações agora ficará bem claro daqui a trinta ou quarenta anos”. A convicção do Mestre era também a sua determinação. Isso se transformou em ações de incentivo aos jovens talentosos e promissores de cada localidade que ele visitava. Numerosos membros da Divisão dos Estudantes, que receberam o incentivo do Mestre, alçaram voo como líderes da organização e da sociedade. Esse aspecto era o sublime drama da vida que comprovava a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.1 O treinamento dos integrantes da Divisão dos Estudantes, realizado por Ikeda sensei, estava baseado na “confiança”. Com o máximo respeito como ser humano, ele se aproximava deles com total seriedade. Era, simultaneamente, uma cerimônia solene e alegre a conceder a “coroa da esperança” para cada pessoa. Palavras francas e honestas Em julho de 1966, ocorreu o Primeiro Treinamento ao Ar Livre da Divisão dos Colegiais, no Centro de Treinamento de Kanagawa. Na época, eu era repórter do Seikyo Shimbun e fiquei profundamente impactado com a postura do Mestre. Ele não deixava transparecer qualquer tipo de reserva ou de hesitação. Possuía um comportamento notável e fazia uso de palavras francas e honestas. “Será que os membros colegiais serão capazes de aceitá-las adequadamente?”. Essa era a minha preocupação desnecessária. Todos buscavam, de corpo e alma, o amor rigoroso do Mestre, e absorviam a sua compaixão. As palavras tecidas com o espírito de “este é o último momento da vida” ecoavam na vida desses integrantes da Divisão dos Estudantes em razão da forte convicção do Mestre no potencial deles. Ao mesmo tempo, era o próprio princípio místico da resposta sensível2 decorrente da ligação de mestre e discípulo. Entre maio e junho de 1974, por ocasião de sua primeira visita à China, Ikeda sensei se lançava naturalmente em meio a uma roda de crianças. Ele não tinha a menor pretensão de se destacar. Com quem fosse, não havia a menor mudança em sua sinceridade. Nas palavras “Eu vim me encontrar com você” dirigidas a uma menina, não havia nenhuma vaidade nem falsidade. Era uma expressão humana para expandir a amizade entre “você” e “eu”. Os chineses passaram a confiar na personalidade autêntica de Ikeda sensei. Que felicidade é ter um mestre que acredita plenamente em seu discípulo durante a juventude, período emocionalmente tão suscetível! Seguindo esse exemplo do Mestre, vamos desenvolver os tesouros do futuro. No topo: Neste ano, comemoram-se cinquenta anos desde a primeira visita de Ikeda sensei à China. Ele sempre valorizou o intercâmbio com as crianças que se encarregarão do futuro (Pequim, jun. 1984) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. 2. “Princípio místico da resposta sensível” (kan-nou-myo): Um dos dez princípios místicos que indica o surgimento do Buda em resposta ao desejo das pessoas de buscá-lo. [N.T.]
03/06/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Após o término da palestra comemorativa na Universidade de Sófia, Shin’ichi dirigiu-se ao Palácio Nacional da Cultura. Lá, seria realizado o encontro com Lyudmila Zhivkova, presidente do Comitê de Arte e Cultura (ministra da Cultura), órgão que havia lhe feito o convite oficial para essa visita à Bulgária. Ela era filha de Todor Zhivkov, presidente da Assembleia Nacional da Bulgária (chefe de Estado). Sua elegância demonstrava o símbolo da importância dada pela Bulgária à arte e à cultura. Em sua viagem para o México entre o fim de fevereiro e o início de março, soube que a presidente Zhivkova estava, coincidentemente, hospedada no mesmo hotel. Assim, junto com sua esposa, Mineko, Shin’ichi havia se encontrado com ela. Na ocasião, sua viagem à Bulgária já estava definida, e ela era a pessoa central do convite oficial para a visita àquele país. Ela estava no meio da viagem que fazia parte do seu vigoroso empenho de percorrer o mundo com a convicção de que o ato de promover intercâmbios culturais com diversos países abriria o caminho para a paz. Porém, ao saber que ela passava por problemas de saúde, Shin’ichi lhe enviou flores desejando sua breve recuperação. No dia 3 de março, depois do restabelecimento da saúde dela, Shin’ichi e Mineko realizaram um encontro com a presidente Zhivkova nas dependências do hotel. (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 323-324) No topo: Presidente Ikeda, à dir., dialoga com a ministra da Cultura, Ludmila Zhivkova, durante o evento comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária nos subúrbios da cidade de Sófia (maio 1981) Foto: Seikyo Press
03/06/2024
Série
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Os livros da minha juventude
Na segunda fase, como um ser prático, Emílio aprender a julgar, sozinho, o valor das ferramentas e das técnicas sociais, usando como padrão as próprias experiências da fase anterior. Rousseau imagina Emílio observando a dependência excessiva das pessoas pela tecnologia e pelas ferramentas, dizendo: “[...] todas essas pessoas são tolamente engenhosas. É como se tivessem medo de que seus braços e seus dedos não lhes servissem para nada, tanto inventam instrumentos para dispensá-los. Para exercerem uma única arte, sujeitam-se a mil outras [...]”.1 Aqui, Rousseau revela sua ideia de que não se deve encarar o uso da tecnologia e dos instrumentos como garantido. É necessário voltar à natureza, à fonte, e julgar por si próprio. Ao atingir a terceira fase, a do ser moral, Emílio encontra a elegante sociedade parisiense. Ele descobre, para sua decepção, que sob a fachada sofisticada da aristocracia residem a ilusão e o sofrimento. Agora Emílio está totalmente desenvolvido como ser humano e pronto para o casamento. Ele sai de Paris em busca de sua companheira ideal, de quem nada sabe além do nome, Sofia, que seu professor lhe contou. Sem um objetivo claro, ele se perde vagando por um vale profundo até chegar em uma casa de fazenda. A filha do fazendeiro não é outra senão Sofia. Emílio se casa com Sofia e leva a vida como um homem natural no interior. As páginas finais dessa obra são lidas com a doçura de um romance, um traço romântico que Rousseau evidencia com esplêndida imaginação e habilidade literária. Esse é o resumo da obra. Há também uma seção chamada “Profissão de Fé do Vigário Saboiano”, a qual muitos consideram a melhor parte. Nela, Rousseau apresenta suas opiniões religiosas. Aqui, no entanto, foco nas características únicas das teorias educacionais de Rousseau. EXÍLIO E ADVERSIDADE A publicação de Emílio provocou um furor. Rousseau fez 50 anos em 1762, seu ano mais produtivo e também o de maior adversidade. Em janeiro daquele ano, ele escreveu Cartas a Malesherbes. Embora curtas, essas quatro cartas são conhecidas pelo estilo extraordinário. Em abril, ele publicou O Contrato Social, na Holanda e, em maio, Emílio, simultaneamente na Holanda e na França. A controvérsia gerada por Emílio afetou a vida de Rousseau. Em junho, representantes do governo confiscaram e queimaram exemplares do livro, e o Parlamento de Paris, uma corte importante na época, ordenou a prisão do autor. Rousseau refugiou-se em Môtiers, na Suíça. A faculdade de teologia da Sorbonne condenou oficialmente o livro por conta de sua crítica afiada à Igreja. Além disso, as autoridades eclesiásticas consideraram séria ameaça a visão de Rousseau sobre a consciência humana e a bondade natural da humanidade, encaradas como verdadeiro Deus. E seu ataque à educação escolar e sua denúncia sobre a hipocrisia aristocrática incomodaram o establishment, tornando a situação mais precária ainda. Rousseau estava sendo caçado. Emílio, sua obra, no entanto, tocou muitos leitores e futuramente se tornou o evangelho da educação. Dizem que até alguns pais tentaram criar os filhos da forma como Emílio é criado no livro. Os opositores ideológicos de Rousseau, incluindo Voltaire, permaneciam críticos. Em 1755, quando Rousseau escreveu Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade, Voltaire lhe enviou uma carta, ridicularizando-o: “Ler seu livro dá vontade de andar de quatro. Como já se passaram sessenta anos desde que abandonei a prática, para mim é impossível retomá-la”.2 Enquanto críticos e entusiastas se dividiam a respeito de sua obra, Rousseau era obrigado a viver como andarilho. No verão de 1778, ele faleceu subitamente aos 66 anos, deixando para trás uma obra inacabada, Os Devaneios do Caminhante Solitário. Num contraste entre os primeiros anos apaixonados de Rousseau e suas dificuldades posteriores, sinto a luz e a sombra do destino neste gigante da filosofia. O BRILHANTISMO DA FILOSOFIA DE ROUSSEAU A filosofia de Rousseau já iluminava a Europa Ocidental enquanto ele estava vivo. O pensador era muito bem-visto na Alemanha. Kant reconheceu que foi por intermédio de Rousseau que ele percebeu o verdadeiro valor da humanidade. Goethe também concordou com as ideias de Rousseau e nelas sentiu o início de uma nova era. Após a morte de Rousseau, a filosofia dele cresceu em brilho e influência. É amplamente conhecido que a filosofia de Rousseau inspirou muitos e ajudou a acender o pavio da Revolução Francesa, que começou onze anos depois de sua morte. A filosofia de Rousseau também forneceu uma base teórica para a Revolução Americana e se espalhou pela China, Rússia e Japão. No Japão, o pensamento de Rousseau influenciou muitos intelectuais e figuras literárias, incluindo, Chomin Nakae3 e Toson Shimazaki.4 Algumas pessoas afirmam que foi por causa de Rousseau que Nakae adotou o nome Chomin, literalmente, “um trilhão de pessoas”, e que orgulhosamente se considerava um cidadão comum. Até hoje, a reputação de Rousseau como filósofo enigmático e gênio extraordinário permanece. Os estudos sobre ele são numerosos e diversos. Referi-me a Rousseau em diversas ocasiões em minhas palestras e também compartilhei minha limitada compreensão de seu pensamento em meus escritos. Sinto uma profunda afinidade com a ideia de pessoa natural, que constitui o núcleo da filosofia de Rousseau, e com a aspiração à restauração da humanidade. Josei Toda, meu mestre, costumava salientar que “A menos que levemos as crianças para o campo sempre que possível e as deixemos andar descalças, elas não crescerão fortes”. Mesmo agora, quando leio Rousseau, lembro-me vividamente das palavras de Toda sensei. No topo: Ikeda sensei interage com as crianças da Escola Soka de Educação Infantil de Sapporo (ago. 1992). Na terra de profundo relacionamento dos mestres Makiguchi e Josei Toda, as crianças crescem saudáveis em torno do lema “Fortes, Justos e Livres” Foto: Sekyo Press Notas: 1. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da Educação. Tradução: Laurent de Saes. São Paulo: Edipro, 2017, p. 22. 2. REDMAN, Ben Ray. The Portable Voltaire. (ed.). Nova York: Viking Penguin, 1977, p. 493 (tradução nossa). 3. Chomin Nakae (1847–1901), filósofo japonês conhecido por popularizar as ideias igualitárias de Rousseau. É considerado o fundador espiritual do liberalismo na política japonesa. 4. Toson Shimazaki (1872–1943), poeta e romancista japonês e uma das principais figuras do naturalismo na literatura japonesa.
03/06/2024
Editorial
TC
Vença a partir da oração
Desde os tempos remotos, os seres humanos juntam as palmas das mãos para rogar por segurança, abundância e felicidade. Logo, a oração é uma expressão de nossa reverência ao universo e exprime instintivamente os mais recônditos desejos e aspirações das pessoas. “‘Quero sair deste sofrimento’; ‘Quero ter uma vida melhor’; ‘Quero proteger minha família’ — desejar fortemente por essas coisas com certeza é algo natural e inerente a qualquer ser humano”,1 ressalta Ikeda sensei. No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração praticada pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) consiste na recitação do daimoku [Nam-myoho-renge-kyo]. O presidente Ikeda assegura que ao recitarmos daimoku com fé — reconhecendo sinceramente a grandiosidade da Lei Mística —, “nossa vida e o universo se unem como as engrenagens de uma máquina funcionando harmoniosamente com perfeita precisão e passamos a seguir na direção da felicidade e da realização”.2 Sobre o poder da oração, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava exemplificar: Quando tocamos um sino, podemos obter uma vastidão de diferentes sons. Isso depende do bastão que utilizamos para fazê-lo soar — um palito de dente, um lápis ou algo mais apropriado. O sino é o mesmo, porém, se batermos nele com força, obteremos um som alto, mas, se batermos de leve, o som será baixo. O mesmo ocorre com relação [à oração] ao Gohonzon. Os benefícios que recebemos dependem inteiramente do poder da nossa fé e prática.3 De modo magnificente, “A cada instante, 24 horas por dia, em algum lugar do planeta há membros recitando Nam-myoho-renge-kyo e compartilhando os ensinamentos humanísticos do Budismo Nichiren”,4 afirma o Mestre. São essas as ações das pessoas comuns, repletas de coragem e de benevolência, com o firme propósito de construir um mundo melhor, ao mesmo tempo em que se dedicam a se realizar como seres humanos. Dessa forma, a matéria de Capa da edição mostra como a oração no budismo abre as portas da vida, ilumina a escuridão do sofrimento e fortalece, no coração dos praticantes, o ímpeto de contribuir para a felicidade das pessoas. Leia também a seção Na Prática e compreenda o conceito budista “bom amigo” ou “influência positiva” e quanto essa relação pode resultar no despertar de uma vida de profundos significados. Veja ainda a parte final do Especial, intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei, com as realizações do presidente Ikeda a respeito da educação humanística. Esperamos que a leitura da Terceira Civilização de junho inspire você a avançar e a vencer sempre munido de sincera oração e ação diligente. Excelente leitura! Redação No topo: Membros da BSGI recitam daimoku no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, (São Paulo, 1o jan. 2024) Foto: BS Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.249, 25 out. 2014, p. A2. 2. Idem, ed. 1.484, 14 nov. 1998, p. 3. 3. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 163, 2020. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.426, 7 set. 2018, p. A2.
03/06/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Deixe o Sol Entrar com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Deixe o Sol Entrar No topo: Mural da edição de junho
03/06/2024
Na prática
TC
A importância dos bons amigos
Como expressa uma famosa canção, “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração”.1 Esses belos versos traduzem musicalmente o significado de uma verdadeira amizade — um tesouro grandioso para a vida. Assim como Ikeda sensei afirma: Nada se compara aos diamantes em beleza e força. Como os diamantes são polidos? Por outros diamantes. Da mesma maneira, as pessoas são polidas por outras pessoas. Quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes. Elas irradiam a luz do bem. Encontrar pessoas boas nos ajuda a crescer.2 Nesta edição, apresentamos o conceito budista “bom amigo” ou “influência positiva”, zen-chishiki, em jap., e quanto essa relação pode resultar no despertar de uma vida de profundos significados. Somente um diamante pode polir outro diamante Como sabemos, o diamante é uma pedra preciosa fascinante. É considerado um dos materiais mais duros ou de maior resistência encontrado na natureza. O mineral suporta uma pressão de até 97 megapascals (cerca de 9 mil vezes a pressão atmosférica) antes de se romper. Além disso, o diamante só é lapidado por outro diamante.3 O processo de lapidação da pedra é feito de maneira artesanal, e a qualidade da lapidação é fundamental para determinar o valor da joia, além de dar brilho e beleza singular ao mineral. De forma similar, nosso mestre, Daisaku Ikeda, considera que as pessoas precisam umas das outras para revelar seu valor intrínseco, tal como o processo de lapidação de um diamante. “Somente um ser humano pode ajudar outro ser humano a evidenciar totalmente o seu potencial”.4 Por essa razão, o princípio de “bom amigo” ou “influência positiva” torna-se tão importante no budismo. Tenha sempre ao lado um “bom amigo” Essencialmente, “bom amigo” no budismo representa aquele que se lança a incentivar e a encorajar as pessoas ao redor, em especial, as que mais sofrem, a manifestar sabedoria e coragem para suplantar os desafios. Por isso, em todas as ocasiões, é essencial estar ao lado de pessoas que nos engrandecem e nos direcionam a uma rota de vida positiva. Como Nichiren Daishonin declara: “O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo”.5 Embora cultivar boas relações requer dedicação e estar propenso a aprender e a se inspirar com as pessoas, “É importante ter por perto pelo menos um bom amigo, mesmo que seja apenas um, com quem podem falar a respeito de qualquer assunto, ou mesmo um bom veterano, com quem podem se aconselhar em alguma situação adversa”,6 recomenda Ikeda sensei. Prezar as pessoas Além de ter pessoas com quem possa contar, sobretudo nos momentos mais desafiadores, oferecer, à sua maneira, ações que demonstrem afeição, cuidado e zelo aos outros exprimem essencialmente o coração genuíno de um praticante budista. Certa ocasião, Ikeda sensei retratou um conto de Tolstói para ilustrar essa asserção: Hoje, gostaria de lhes contar uma dessas histórias [de Tolstói], chamada Três Perguntas. É a respeito de um imperador que, ao conjecturar sobre os assuntos do estado, lhe veio à mente três questões. Primeira, “Qual é o melhor momento para iniciar uma tarefa?”; Como saber o tempo certo de cada ação para que não se tenha arrependimentos?”. Segunda, “De quem eu mais necessito?”; “Qual pessoa é a mais importante para mim?”. Terceira, “Quais assuntos e tarefas são mais essenciais?”. O imperador queria muito saber as respostas para essas perguntas, pois tinha a certeza de que assim teria êxito em tudo o que fizesse. Ele declarou que recompensaria quem lhe trouxesse as respostas e fez com que essa notícia se espalhasse por todo o reino. Muitas pessoas cultas e inteligentes foram até ele para lhe oferecer diversas respostas, mas nenhuma conseguiu convencê-lo. (...) O imperador obtém respostas convincentes para suas questões de um eremita que vivia junto com o povo. Esse sábio respondera que o tempo ideal de cada ação é “agora”, neste exato momento; a pessoa mais importante é a que se encontra à sua frente; e a tarefa essencial é fazer o bem aos outros, dando importância verdadeiramente à felicidade das pessoas. Este instante é fundamental, e não algum momento no futuro. O hoje é o que importa. Devemos dar tudo de nós no presente momento, pois a vitória no futuro se encontra no agora. Da mesma forma, não precisamos procurar por alguém especial num lugar distante. As pessoas não se tornam fundamentais simplesmente pelo seu poder, inteligência, fama ou riqueza; as mais importantes são aquelas que estão ao nosso redor neste exato instante; e são as que mais devemos valorizar. Indivíduos sábios prezam as características peculiares daqueles à sua volta e fazem com que manifestem seu máximo potencial. Essa é também a maneira de conquistar a confiança e o respeito de todos. Quando viajo [Daisaku Ikeda] para o exterior, sempre me esforço para cumprimentar e criar uma sincera ligação com a primeira pessoa que encontro assim que saio do avião. Faço o mesmo com todos com quem me encontro logo em seguida. Estes são meus esforços para cultivar a verdadeira amizade. Não interessa se você é desconhecido no mundo; o que importa é saber que fez o seu melhor de forma sincera para o bem-estar das pessoas, dos seus amigos e de toda a sociedade.7 Quando as ações oferecidas às pessoas no momento presente são repletas de sinceridade, o coração autêntico — comparável a um diamante — toca e lapida o coração do outro e, unidos, ambos trilham uma vida valorosa. Constituir profundas amizades A seguir, compartilhamos algumas indicações de Ikeda sensei a respeito da importância de constituir profundas amizades. Caudaloso rio A verdadeira amizade é um relacionamento no qual nos solidarizamos com o outro quando este está sofrendo e o incentivamos a não perder o ânimo, e ele, por sua vez, se solidariza conosco quando estamos na mesma situação e tenta nos animar. Uma amizade com essas qualidades corre pura e bela como um refrescante e caudaloso rio.8 Nobre caráter Vocês podem, mesmo sem intenção, acabar magoando um amigo, e causar o rompimento no relacionamento. De qualquer forma, não há necessidade de ficarem desanimados e tristes se uma amizade acabar. Não precisam ficar obcecados com isso, achando que uma amizade deveria durar para sempre. Jamais se esqueçam do significado da amizade e a transformem na base de suas interações com os outros. Daishonin fala sobre uma amizade na “sala de orquídeas”. Essa frase significa que assim como as orquídeas em uma sala emprestam sua delicada fragrância a todos os que entram no local, devemos nos empenhar para ser o tipo de amigo que tem sobre os outros um efeito positivo e enaltecedor.9 Criar valor positivo A verdadeira amizade contribui no crescimento pessoal e na criação de valor positivo na vida. Ligar-se a más influências, cujo único resultado é a estagnação e o negativismo é apenas escorar-se um no outro, não é amizade. É como o ditado: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. (...) Espero que não sejam dominados nem levados para o mau caminho por pessoas negativas e destrutivas.10 Recitar daimoku Aqueles que reconhecem as próprias limitações e recitam daimoku enquanto se empenham para se aprimorar com certeza verão mudanças na vida. Alguém que é quieto e introvertido pode, por exemplo, vir a brilhar como uma pessoa atenciosa e discreta. Em geral, no longo prazo, essas pessoas fazem amizades mais profundas. (...) É por isso que o caminho para a vitória se encontra em realizar contínuos esforços para desenvolver e fortalecer a nós próprios.11 Felicidade de toda a humanidade Com certeza não se encontram amigos mais maravilhosos do que os nossos companheiros da SGI que abraçam as mesmas crenças e os mesmos objetivos e ideais supremos que nós. Como membros da SGI, somos todos amigos que devotam a vida ao kosen-rufu, ou seja, à felicidade eterna de toda a humanidade.12 Tornar-se diamante Como mencionado, o exercício budista da fé, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, expande a energia vital interior, possibilitando que sejamos agente positivo na vida de outras pessoas, ou seja, um zen-chishiki para aqueles ao nosso redor. Ao mesmo tempo, “quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes”.13 Nesse sentido, nas atividades da BSGI, em nossa organização local, encontramos amigos e veteranos com quem podemos lapidar juntos o coração. Além disso, temos Ikeda sensei como grande expressão de “boa influência” no budismo, pois, com sua conduta reluzente, ele inspirou e inspira pessoas de todas as esferas sociais e de todas as partes do mundo. Então, à nossa maneira, repletos de energia e de sabedoria provenientes da prática budista, vamos resplandecer o caminho de todos ao redor com o brilho do diamante — nosso coração genuíno de um “bom amigo”. Notas: 1. CANÇÃO da América (Unencounter). Intérprete: Milton Nascimento. Compositores: Fernando Brant e Milton Nascimento. In: Journey To Dawn. Intérprete: Milton Nascimento. Santa Mônica, Califórnia: A&M Records, 1979. 1 disco vinil, lado 1, faixa 5. 2. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 81. 3. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-material-mais-duro-do-mundo. Acesso em: 13 maio 2024. 4.Terceira Civilização, ed. 435, nov. 2004, p. 18. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, A2. 7. Ibidem, ed. 2.254, 6 dez. 2014, p. B1. 8. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 70-71. 9. Ibidem, p. 71-72. 10. Ibidem, p. 75-76. 11. Ibidem, p. 78-79. 12. Ibidem, p. 66. 13. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 8
03/06/2024
Editorial
TC
Memorável capítulo do kosen-rufu do Brasil
Em maio de 2009, a BSGI prestigiou uma atividade que mobilizou jovens de todo o Brasil para a capital de São Paulo. O Ginásio do Ibirapuera — complexo situado nessa cidade e o mesmo local do evento ocorrido em 1984 com a participação do presidente Ikeda — efervescia com a energia extasiante da juventude Soka e foi palco da Convenção dos Jovens da Nova Era. Em determinado momento da atividade, o assessor do presidente Ikeda ligou em nome do Mestre e transmitiu um recado aos jovens. Ikeda sensei disse: Parabéns por essa maravilhosa Convenção dos Jovens da BSGI. Estou muito feliz em assistir ao ânimo de todos vocês. Estou conseguindo enxergá-los [pelo vídeo] de maneira perfeita. Estou plenamente ciente de que estão aí presentes pessoas que enfrentaram muitas dificuldades. Estou plenamente ciente de tudo isso! É como se eu estivesse sentado no palco, junto com vocês! Ao retornarem para suas casas, transmitam minhas melhores recomendações aos familiares e companheiros.1 No decorrer dos anos desse memorável capítulo do kosen-rufu do país, muitos participantes da convenção desbravaram caminhos como pessoas notáveis na sociedade e vários outros se tornaram pessoas centrais do avanço do budismo em sua localidade. Neste mês de maio (de 2024), imbuído do espírito de mestre e discípulo, representantes da Divisão dos Jovens participam da Convenção Comemorativa da Juventude Soka, atividade transmitida em tempo real para todas as localidades da BSGI — no mesmo ginásio em que, há quinze anos, foi realizada a convenção dos jovens — com o firme propósito de os membros brasileiros darem continuidade ao legado edificado por Ikeda sensei. Sabemos que, no budismo, a unicidade de mestre e discípulo é um importante conceito que permite a ambos mestre e discípulo manifestarem vasta condição de vida interior. Dessa forma, a matéria de Capa da edição mostra como esse princípio possibilita aos praticantes budistas vencerem os mares tempestuosos da vida. Acompanhe também a quinta parte do Especial, intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei, e a declaração do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, em alusão ao Dia da SGI. Confira na seção Os Livros da Minha Juventude reflexões do presidente Ikeda sobre o filósofo, teórico político e escritor suíço Jean-Jacques Rousseau. Desejamos que a leitura da Terceira Civilização de maio o insufle a conduzir uma vida de mais significados ainda, sempre inspirados na existência do nosso eterno mestre da vida, Daisaku Ikeda. Excelente leitura! Redação No topo: Público da Convencão dos Jovens da Nova Era (São Paulo, maio 2009) Foto: BS Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.986, 9 maio 2009, p. B3.
02/05/2024
Artigos
TC
Com o juramento seigan de Ikeda sensei em nosso íntimo
O dia 3 de maio é o Dia da Soka Gakkai. É também o Dia das Mães da Soka Gakkai, ocasião que enaltece ao máximo as mulheres Soka. Foi no ano 1972, em Paris, França, que recebemos essa data. Referindo-se à história do kosen-rufu, Ikeda sensei nos disse: “É o ano-novo da Gakkai”. Sensei registrou solenemente o profundo significado dessas palavras na caligrafia Gogatsu Mikka (3 de maio), inscrita em Kansai no ano seguinte à sua renúncia como presidente da Soka Gakkai. Na lateral da caligrafia central, ele enumerou as datas “3 de maio”, que se tornaram o ponto de inflexão, tais como o 3 de maio de 1951, quando Toda sensei assumiu como segundo presidente; o 3 de maio de 1960, quando Ikeda sensei se levantou como terceiro presidente; e o 3 de maio de 1979. Ele acrescentou: “Esse é o dia do ponto primordial da nossa Soka Gakkai”. Nichiren Daishonin expressou sua decisão: “Declaro aqui: Não importa que os deuses me abandonem. Não importa que eu tenha de enfrentar todas as perseguições. Ainda assim, darei a vida em prol da Lei”.1 Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda] gravaram essa passagem dos escritos [do Buda] no fundo de sua vida, e viveram até o fim com a devoção abnegada pela propagação da Lei. A determinação de herdar diretamente o juramento seigan de Nichiren Daishonin, superando quaisquer grandes dificuldades, nada mais é que o ponto primordial da Soka Gakkai, o qual devemos gravar em nossa vida. Badalando o sino da relação de mestre e discípulo Foi Ikeda sensei, logo após o falecimento de Toda sensei, quem estabeleceu o 3 de maio como dia do eterno ponto de partida para todos os membros. O presidente Ikeda proporcionou um raio solar de esperança à Gakkai, que estava envolta por nuvens escuras, ao apresentar a concepção dos “Sete Sinos” que se tornaria um novo indicador do avanço do kosen rufu. Ele converteu em sua própria decisão as palavras de Toda sensei de que a Soka Gakkai registraria um grande passo de avanço a cada sete anos. Anos mais tarde, Ikeda sensei compartilhou com seus discípulos sua visão desde a primeira metade do século 21, da edificação do alicerce da paz, até o fim do século 23, da criação da cultura humana que valoriza a dignidade da vida como espírito global. É por essa razão que nós podemos receber o primeiro 3 de maio após o falecimento de Ikeda sensei com plena esperança e convicção. O ato de concretizar os ideais do Mestre deve ser a nossa decisão como discípulos para saldar as dívidas de gratidão com ele. No dia 3 de maio de sua posse como terceiro presidente, o Mestre registrou: “Ultrapassando a fronteira da vida e da morte, inicia-se a batalha da Lei por toda a vida na presente existência”. Vamos, nós também, badalar o sino da vitória da relação de mestre e discípulo, ultrapassando a barreira da vida e da morte, e abraçando o grande juramento de mestre e discípulo! No topo: Durante a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, comemorativa dos cinquenta anos de sua posse como terceiro presidente, Ikeda sensei apresenta a caligrafia Gogatsu Mikka (3 de maio) (Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, abr. 2010). No final da inscrição lateral, ele acrescentou: “Registrado no dia 3 de maio de 1980” e “Com o coração refrescante. Mãos postas” Foto: Seikyo Press Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 293, 2020.
02/05/2024
Pensamento
TC
Não se pode construir uma história vitoriosa e definitiva num único dia
Não se pode construir uma história vitoriosa e definitiva num único dia. A fonte da grande vitória está no vigoroso avanço, firme e constante, sem desmazelo. É justamente o acúmulo contínuo de cada uma das pequenas vitórias. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente Ikeda, publicado no dia 13 de novembro de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Além da cor violeta, vê-se o amarelo do malmequer e o vermelho da sálvia. Foto registrada por Ikeda sensei no Auditório Ikeda da Universidade Soka, em Tóquio (jul. 2008). Foto: Seikyo Press
02/05/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Rota da Esperança com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Rota da Esperança
02/05/2024
Especial
TC
Criar o futuro da humanidade construindo um mundo sem armas nucleares
Na significativa fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), em 1975, reuniram-se na ilha de Guam membros de 51 países e territórios. Atualmente, a rede solidária do movimento popular Soka que tem como base o Budismo de Nichiren Daishonin se estende para 192 países e territórios. Como presidente da SGI, em meio às ações visando ao fortalecimento das Nações Unidas e à paz do mundo, Ikeda sensei enviou à ONU suas Propostas de Paz por quarenta anos consecutivos a cada 26 de janeiro, Dia da SGI. Nesse significativo dia do ponto primordial, o jornal Seikyo Shimbun publicou a declaração do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada. O desafio de enfrentar assuntos globais, herdando o espírito dos três primeiros presidentes A Soka Gakkai Internacional foi fundada no dia 26 de janeiro de 1975 em Guam. Naquela ocasião histórica, na conclusão de seu discurso, Ikeda sensei clamou a todos: “Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo”.1 Então, levantando-se na vanguarda, Ikeda sensei continuou mantendo diálogo com líderes e intelectuais de cada país para evitar que tragédias como as duas grandes guerras mundiais voltassem a acontecer. Ao mesmo tempo em que lutava para interromper o aprofundamento dos conflitos e das divisões no mundo, o Mestre expandiu a correnteza para edificar a cultura de paz por meio da rede solidária do povo. Não permitir que ocorra uma terceira guerra mundial Nessa luta, o número de diálogos com os líderes e intelectuais do mundo realizados por Ikeda sensei alcançou mais de 1.600, dos quais mais de oitenta se transformaram em livros. A primeira dessas obras foi lançada em 1972 e é composta pelo diálogo com o “pai da integração europeia”, o conde Richard Coudenhove-Kalergi (1894–1972). Após o primeiro encontro com o presidente Ikeda, em 1967, época em que a Guerra do Vietnã se intensificava, o conde Coudenhove-Kalergi se engajou no diálogo com ele por diversas vezes. Certa ocasião, alertando a todos que se as divisões no mundo continuassem avançando, a Terceira Guerra Mundial poderia levar à destruição definitiva de todas as civilizações, o conde Coudenhove-Kalergi declarou: “Somente uma nova onda religiosa é capaz de mudar esta tendência e salvar a humanidade. Por isso, a Soka Gakkai é uma grande esperança”.2 Não posso deixar de pensar que essas palavras foram proferidas pelo fato de ele [conde Coudenhove-Kalergi] ter sentido fortemente a vigorosa disposição de Ikeda sensei de continuar percorrendo todas as partes para cumprir o ardente desejo do seu mestre, Josei Toda, de “acabar com a miséria da face da Terra”. Um episódio que ilustra a espinha dorsal dessa crença de Ikeda sensei está descrito no livro A Sabedoria do Sutra do Lótus. Houve um acontecimento durante a compilação das explanações do presidente Ikeda, em especial sobre o escrito A Seleção do Tempo (publicado em 1964), em meio à eclosão de crises intensas, como a de Berlim em 1961, um ano depois de sua posse como terceiro presidente, e a dos mísseis de Cuba em 1962. Ao se dedicar com todas as forças para captar o espírito de Nichiren Daishonin em cada passagem daquele escrito, considerando o mundo contemporâneo, o trabalho de compilação chegou à frase: “Com isso, grandes lutas e disputas sem precedentes tomarão conta de Jambudvipa”.3 Em relação a esse trecho, alguns membros do Departamento de Estudo do Budismo pensavam que ela poderia ser interpretada como a ocorrência da Terceira Guerra Mundial, porém, Ikeda sensei a rejeitou de maneira categórica: Se a Terceira Guerra Mundial ocorrer, toda a raça humana será dizimada pelas armas nucleares. Deve a humanidade ser sujeita ao sofrimento mais cruel e terrível que já houve? Deixar que isso aconteça demonstra uma falta de benevolência abominável como budista! Vamos decidir agora que é sobre a Segunda Guerra Mundial a que Daishonin estava se referindo quando falou em “grandes lutas e disputas sem precedentes”. Aconteça o que acontecer, não podemos permitir que ocorra outra guerra mundial. (...) Vamos alcançar definitivamente o kosen-rufu — o sonho da paz e da felicidade duradouras para a humanidade.4 Exatamente de acordo com essa convicção, em meio à intensificação dos conflitos da Guerra Fria, Ikeda sensei realizou sua primeira viagem para a China e a União Soviética em 1974, no ano anterior à fundação da SGI. Após a sua primeira viagem à China no mês de junho, começaram imediatamente os preparativos para a primeira visita à União Soviética. Houve vozes de preocupação e de críticas impiedosas em relação à sua visita a países comunistas, mas a convicção de Ikeda sensei continuou inabalável. O que me move a ir para a União Soviética é o desejo de fazer tudo o que estiver a meu alcance para impedir uma terceira guerra mundial. Por essa razão, seguirei para lá após a minha visita à China e, então, para os Estados Unidos. Como emissário de Nichiren Daishonin, vou munido de uma filosofia de paz e respeito pela vida, determinado a abrir as cortinas de uma nova era de paz mundial.5 Crença na concretização do Tratado de Proibição de Armas Nucleares Sem se intimidar com as tempestades de críticas, as quais tinham como cenário as crescentes tensões da Guerra Fria, Ikeda sensei realizou sua primeira visita à União Soviética (setembro de 1974) e, após a nova viagem à China (dezembro de 1974), rumou para os Estados Unidos logo no início do novo ano, em 6 de janeiro. Na época, ele entregou na sede das Nações Unidas um abaixo-assinado pela abolição das armas nucleares com 10 milhões de assinaturas coletadas pela Divisão dos Jovens. No dia 26 de janeiro, dirigiu-se à reunião de fundação da SGI na ilha de Guam, que foi palco de violentas batalhas durante a Guerra do Pacífico. Com o estabelecimento da SGI, em 1975, Ikeda sensei passou a enviar mensagens de paz com mais força para o mundo. No discurso proferido na Convenção da Soka Gakkai, realizada em Hiroshima em novembro daquele ano, ele anunciou o objetivo de alcançar a total abolição das armas nucleares. Para isso, enfatizou que cada nação deveria se recusar a ser a primeira a utilizar armas nucleares. Em maio de 1978, apresentou uma proposta para a Primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-I), na qual reiterou seu apelo de longa data para a proibição de fabricação, teste, armazenamento e uso de armas nucleares por qualquer nação e, por fim, para erradicá-las da face da Terra. Esse apelo de Ikeda sensei era algo que se alinhava totalmente com o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN), que entrou em vigor tempos depois, em janeiro de 2021. Em junho de 1982, ele apresentou uma proposta também para a Segunda Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-II). E, em janeiro de 1983, encaminhou sua primeira Proposta de Paz para a Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia da SGI. Desde essa ocasião até 2022, enviou anualmente à ONU suas Propostas de Paz, num total de quarenta edições. O pilar da primeira Proposta de Paz foi o problema das armas nucleares. Até a 40ª proposta, junto com as discussões sobre diversos temas globais, como interrupção de conflitos, direitos humanos, questões humanitárias e meio ambiente, o assunto recorrente em quase todos os debates foi a proibição das armas nucleares com sugestões concretas para abrir o caminho para a abolição de tais armas. Ikeda sensei defendeu consistentemente um tratado que proibisse as armas nucleares. E, finalmente, em 7 de julho de 2017, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares foi adotado pelas Nações Unidas. No mês seguinte, no dia em que completaram setenta anos do primeiro encontro com Toda sensei (14 de agosto), Ikeda sensei descreveu seu sentimento em relação a esse tratado: Nas minhas propostas concretas para a abolição das armas nucleares, vim atribuindo especial importância a estes quatro itens: A sociedade civil deve se unir em rede solidária e levantar sua voz contrária às armas nucleares. Colocar a natureza desumana das armas nucleares no centro das discussões sobre desarmamento. Avançar na criação do tratado no fórum das Nações Unidas. Garantir que a voz das vítimas sobreviventes da bomba atômica (hibakusha) seja gravada no espírito fundamental desses tratados. Desde o lançamento da Década do Povo pela Abolição Nuclear, em 2007, pela SGI, a organização vem colaborando com muitas entidades, tais como a Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares (Ican), e expandindo a rede solidária de cidadãos que atuam em prol da paz. No contexto dos esforços contínuos da sociedade internacional para promover atividades alinhadas com os quatro pontos acima, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN) foi finalmente adotado com a aprovação de 122 Estados. O fato de registrar a história do cumprimento da minha promessa com o Mestre, naquele dia, no Estádio de Mitsuzawa [onde Toda sensei anunciou sua Declaração pela Abolição de Armas Nucleares], é uma honra insuperável como discípulo. Misticamente, a assinatura de cada país no Tratado de Proibição de Armas Nucleares está programada para a mesma época do 60º aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas no próximo mês de setembro [de 2017].6 A convicção de Ikeda sensei em suas repetidas ações de luta conjunta de mestre e discípulo desde a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares de Toda sensei está condensada também na conclusão de sua última Proposta de Paz, publicada em 2022. Almejamos herdar essas palavras como base da missão social da Soka Gakkai e expandir nossas ações para cumprir, juntos, um compromisso com Ikeda sensei. A natureza desumana das armas de destruição em massa não se limita às consequências catastróficas de seu uso. Não importa quantas pessoas lutem por um mundo e por uma sociedade melhores nem por quanto tempo, uma vez que o intercâmbio de forças nucleares começar tudo será em vão. A realidade da era nuclear é que estamos obrigados a viver na constante companhia do pior — o mais incompreensível e absurdo — perigo imaginável. O compromisso da SGI pela abolição das armas nucleares vem desde a declaração do presidente Josei Toda em 1957. No meio da corrida armamentista entre os Estados com armas nucleares, a União Soviética havia testado com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM) no mês anterior [agosto], criando uma realidade na qual todas as partes do mundo estavam expostas à possibilidade de um ataque nuclear. Em face dessa aterradora realidade, Josei Toda frisou que o uso de armas nucleares por qualquer Estado deveria ser absolutamente condenado e expressou sua indignação pelo pensamento que justifica a posse delas: “Quero expor e extirpar as garras ocultas nas profundezas dessas armas”. Recordo-me, como se fosse ontem, da indignação do meu mestre com a natureza desumana dessas armas, que podem nos arrancar o significado e a dignidade da nossa vida e destruir o funcionamento da sociedade humana da raiz aos galhos. Como seu discípulo, determinado a tornar realidade a visão do meu mestre, senti sua ira justa nas profundezas do meu ser. Com a convicção de que o destino da humanidade não pode ser transformado sem que se resolva o desafio das armas nucleares, o mal fundamental da civilização moderna, vim consistentemente tratando dessa questão em minhas propostas de paz anuais desde 1983 e me empenhando pela proibição das armas nucleares. Muitas décadas depois, o TPAN, um tratado que ressoa o espírito da declaração de Josei Toda, entrou em vigor e seu primeiro encontro dos Estados-membros está para ser realizado. O estágio crucial dos esforços para abolir as armas nucleares foi enfim atingido, objetivo tão entusiasticamente perseguido por tantas pessoas no mundo, começando pelos hibakusha (as vítimas dos bombardeios de Hiroshima e de Nagasaki) e os impactados pelo desenvolvimento e pelos testes dessas armas ao redor do globo. Completar essa tarefa é a forma de cumprir nossa responsabilidade com o futuro. Firme nessa crença, a SGI continuará a avançar aumentando a solidariedade da sociedade civil, com especial foco nos jovens, rumo à criação de uma cultura de paz na qual todos desfrutem o direito de viver na mais autêntica segurança.7 Vamos transmitir essas palavras como os valores fundamentais da missão social da Soka Gakkai e como nosso compromisso com Ikeda sensei de trabalharmos juntos para cumpri-las. Divulgar propostas concretas Junto com o apelo de Ikeda sensei declarado na fundação da SGI, a defesa da “competição humanitária” de Makiguchi sensei e o espírito do Toda sensei que pulsa em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, façamos dessa passagem da última proposta de paz de Ikeda sensei a base do movimento pela paz da Soka Gakkai. E, trabalhando juntos com pessoas e entidades que pensam da mesma forma, vamos objetivar a concretização de um mundo sem armas nucleares e sem guerras. A SGI se compromete a continuar divulgando ideias e propostas para a solução de diversos desafios que a humanidade enfrenta, tais como proteção ao meio ambiente, direitos humanos, crise climática e vários problemas humanitários, além da abolição das armas nucleares e da prevenção de guerras. Certa vez, Ikeda sensei referiu-se às seguintes palavras de Toda sensei como a inspiração que sustentava seus esforços para continuar publicando as propostas de paz: Para a paz da humanidade, é importante apresentar propostas concretas e assumir a liderança para que sejam realizadas. Mesmo que tais propostas não sejam aceitas e realizadas de imediato, elas se tornam faíscas pelas quais se espalham as chamas da paz. Teorias abstratas são sempre vazias e fúteis. Mas propostas concretas se tornam pilares para sua realização e telhados para proteger a humanidade.8 Como discípulos de Ikeda sensei, devemos participar, por pouco que seja, da batalha pela paz e pelo humanismo dos três primeiros presidentes [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda]. Como portadores da cultura de paz, desejamos agir no palco de nossa missão e expandir uma vigorosa rede de solidariedade do povo para mudar a trágica história da miséria humana pelo ilimitado futuro. Traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun de 26 de janeiro de 2024. No topo: Às vésperas do 30o aniversário da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, foi realizada a Exposição sobre a Ameaça Nuclear. Na abertura da exibição, Ikeda sensei discorre sobre a sua crença de que o ato de continuar transmitindo sobre a tragédia das armas nucleares é sua “missão, responsabilidade e obrigação como japonês, pacifista e budista e, ao mesmo tempo, um direito extraordinário” (Moscou, Rússia, maio 1987) Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019. 2. SAITO, Koichi. Shashin: Ikeda Sensei o ou [Daisaku Ikeda: Um Diário Fotográfico]. Tóquio: Editora Kodansha, 1969, p. 97. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 566, 2020. 4. IKEDA, Daisaku. A Sabedoria do Sutra do Lótus. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 190, 2021. 5. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 20, p. 129-130, 2019. 6. IKEDA, Daisaku. Uketsugareru Heiwa no Kokoro: Gensuibaku Kinshi Sengen to Kanagawa [Herdando o Espírito da Paz — A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares e Kanagawa] publicada na edição de 8 set. 2017 do jornal Seikyo Shimbun. 7. Idem. Transformar a História Humana com a Luz da Paz e da Dignidade. In: Terceira Civilização, ed. 645, maio 2022. 8. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 169, 2022.
02/05/2024
Crônica
TC
Conduzir uma vida plena de realizações
Certa vez, ao participar do Curso de Aprimoramento da SGI, ouvi uma história que me marcou profundamente. Era 12 de novembro, considerado o Dia da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) no Japão, por isso seria realizada uma atividade comemorativa à noite. Nessa data, uma das participantes estava se sentindo triste e muito preocupada por razões pessoais, mas se desafiou a ir ao encontro das outras jovens. No caminho, ela levantou os olhos e se deparou com uma frondosa lua cheia e, quase instantaneamente, pensou: “Puxa, Ikeda sensei está me protegendo”. No dia seguinte, essa jovem e todas as participantes daquela atividade receberam um comunicado do presidente Ikeda que dizia: “Como hoje é o dia comemorativo da DFJ, tivemos a oportunidade de apreciar a lua. Por isso, tomei a liberdade de registrar esse momento e estou oferecendo esta foto a todas vocês”. Essa jovem não conseguiu acreditar no que estava ouvindo! Em lágrimas, ao receber a foto da magnífica lua, viu a coragem invadir seu coração. Ela compartilhou que essa consideração a fez experimentar uma genuína felicidade e, a partir de então, toda vez que avista a lua, sente-se protegida pelo Mestre. “Estamos sob a mesma lua que Ikeda sensei, neste mesmo universo, nesta mesma órbita”, afirmou. Depois desse episódio memorável, confesso que a minha vida nunca mais foi a mesma. A cada oportunidade que tenho de apreciar a lua cheia, meu sentimento é o de ser abraçada pelo Mestre e de estar conectada ao seu coração. É em meio ao caos do cotidiano, diante dos desafios e dilemas da juventude, que acontece esse encontro ideal. Nichiren Daishonin disse a uma discípula: “Sempre que sentir saudades de mim, olhe na direção do Sol que se levanta pela manhã e para a Lua que se ergue à noite. A qualquer hora, estarei refletido no Sol e na Lua. E em nossa próxima existência, vamos nos reencontrar na terra pura do Pico da Águia.”1 O ensinamento de Nichiren Daishonin nos assegura que vida e morte são funções da Lei Mística, portanto, se recitarmos daimoku, somos capazes de transcender qualquer barreira que existe no universo. Nesse sentido, a relação de mestre e discípulo não é definida pela distância nem se limita à brevidade de uma existência. Compreendemos que a juventude é marcada por incertezas, angústias e frustrações que nos fazem sentir vulneráveis perante o mundo. Contudo, ao buscarmos o coração de Ikeda sensei, mesmo sem jamais tê-lo encontrado fisicamente, descobrimos nosso próprio coração, ou seja, deparamo-nos com a coragem, a esperança e, absolutamente, tudo o que precisamos para trilhar o caminho da felicidade. É uma experiência que vai além disso. Sintonizar a vida à inabalável convicção do Mestre não é apenas superar o que nos aflige, mas assumir nossa verdadeira identidade de buda e nos tornar protagonistas da transformação da humanidade. É sair da condição de ser salvo e assumir a missão de salvar as pessoas. Assim como Ikeda sensei disse: “Sejam todos, sem exceção, igual à lua cheia a iluminar as terras de seu país. E conduzam uma vida plena de realizações e de alegrias sem arrependimentos”.2 Vamos viver dia a dia com esse brado do Mestre pulsando em nosso coração. E sempre que sentir saudades, experimente contemplar a impressionante lua cheia brilhando no céu. Monique Tiezzi Colaboração No topo: Desenho da Lua cheia Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 623, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.105, 29 out. 2011, p. A3.
02/05/2024
Editorial
TC
Cultivar para resplandecer
Nos lares dos brasileiros, o cultivo de plantas aumentou, principalmente no período da pandemia. Muitos, para diminuir a sensação de solidão, deram os primeiros passos nos cuidados com as plantas. Aprender sobre poda, rega adequada e tempo de exposição à luz se tornou indispensável para que as folhas e flores não perdessem vitalidade e estivessem sempre vistosas nos ambientes das casas. Quando as plantas enfraquecem, perdem a vivacidade e ficam ressequidas, a preocupação aumenta e a disposição em mantê-las firme é redobrada. Como vimos, para as plantas se desenvolverem fortes e saudáveis, é necessário muito zelo. Com cuidados essenciais, certamente elas vão florescer, deixar o ambiente bonito e agradável, e impactar positivamente os residentes. Igualmente, a vida de uma pessoa, em especial a dos jovens, também pode ser tocada com nossa sinceridade, dedicação e respeito, assim como as plantas requerem os cuidados necessários para se fortalecer. Nosso mestre, Daisaku Ikeda, garante: Estou certo de que muitas pessoas sentiram essa gratidão por outras pela ajuda e pelo direcionamento que receberam para que se tornassem o que são hoje. Para cultivar os jovens, é preciso conviver, dialogar e trabalhar com eles. Deve-se compartilhar experiências com eles. Se alguém tiver paixão para desenvolvê-los como seres humanos valiosos, então que ore e se dedique ao máximo por eles; assim cultivará uma semente no coração dessa juventude. Ainda que essa semeadura talvez não seja visível de imediato, com o tempo vai florescer com vigor.1 Seguramente, a Soka Gakkai em todo o mundo está se empenhando para que essa diretriz de Ikeda sensei — dos jovens expandirem ainda mais o vigor juvenil em prol da paz e felicidade de todas as pessoas — seja posta em ação. O Brasil é vanguardista no movimento da Juventude Soka. Em março, mês alusivo ao Dia do Kosen-rufu, a BSGI alcançou o objetivo de criar uma rede de 100 mil jovens humanistas que compreendem o humanismo budista compartilhado pela Soka Gakkai e por Ikeda sensei. A matéria de Capa da edição mostra como cultivar a energia jovial, a despeito da idade cronológica, e traz um artigo especial da coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI, Monique Tiezzi. Confira também a editoria Crônica sobre os bastidores do crescimento de um único jovem. Acompanhe a quarta parte do Especial, intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei. Veja ainda na seção Na Prática o conceito “budismo é a própria vida diária”, e quanto analisar os fatos cotidianos de uma perspectiva elevada é essencial para ultrapassar os desafios mais prementes. Excelente leitura! Redação Nota: 1. Terceira Civilização, ed. 625, set. 2020, p. 32-40.
01/04/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
O Centro de Treinamento de Nagano também recebeu muitos ilustres pensadores e estudiosos do mundo, servindo de palco para diálogo e o intercâmbio amistosos com foco na paz, cultura e educação. Entre eles, o escritor quirguiz Chinghiz Aitmatov; o Dr. David Lloyd Norton, professor de filosofia da Universidade de Delaware; o estudioso americano, Dayle Morgan Bethel; o Dr. Jim Garrison e o Dr. Larry Hickman, presidente e ex-presidente da John Dewey Society nos Estados Unidos; o Dr. Yan Zexian, reitor da Universidade Normal do Sul da China; e o Dr. N. Radhakrishnan, diretor do Museu Memorial Gandhi da Índia. Karuizawa [onde está localizado o centro de treinamento] era o local em que Shin’ichi havia jurado, como sucessor de Josei Toda, gravar e transmitir para a posteridade o espírito e as realizações do seu mestre. Agora, o lugar se tornara fonte de energia para um novo desenvolvimento e criatividade. Foi também no Centro de Treinamento de Nagano que ele começou a escrever o romance Nova Revolução Humana, em 6 de agosto de 1993. (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 142-143) Foto:Seikyo Press / Ilustração:Kenichiro Uchida No topo: Encontro do presidente Ikeda com o Dr. N. Radhakrishnan, à dir., renomado especialista indiano em Gandhi (Japão, 1994). Foto: Seikyo Press
01/04/2024
Na prática
TC
“Budismo é a própria vida diária”
Como reagir diante de qualquer evento Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin revela: “A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem plena compreensão dos princípios que regem o mundo”.1 Ou seja, os princípios budistas precisam ser empregados nas diversas atividades cotidianas — podemos considerar que esse comportamento é o próprio exercício budista. Assim, compreender que “budismo é a própria vida diária” tem importante impacto em como percebemos e reagimos diante de qualquer evento. Pois, aprendizados e oportunidades construtivas dessas situações, a expressão da “sabedoria budista” oriunda da prática da fé, seguramente serão alcançadas. Por essa razão, tudo pode ser convertido em felicidade, tal como afirma o presidente Ikeda: “O Myoho-renge-kyo é a Lei suprema da existência humana e a força original das atividades da vida que contempla todos os fenômenos do Universo. Na vida diária embasada nessa suprema Lei ocorrem indescritíveis e grandiosos benefícios”.2 À vista disso, vamos entender como alcançar uma condição de vida interior elevada. Realize a prática budista diariamente A Lei Mística é a força original de todas as atividades da vida, assegura o presidente Ikeda. Realizar a prática budista diariamente (recitar gongyo e daimoku com máxima seriedade; estar em contato com pessoas valorosas, como os membros da organização local; aprofundar-se no estudo dos princípios budistas; e absorver os direcionamentos do nosso mestre, Daisaku Ikeda), nos possibilita fortalecer a vida no sentido mais profundo, compreendendo os fatos frequentes com atitude mental positiva. Ikeda sensei diz: “Mantendo firmemente os pés no solo da vida diária, avancemos, de forma constante, vencendo dia a dia. Esse é um caminho repleto de esperança, que conduz a uma vida sólida, um tesouro consistente em contraste com devaneios”.3 Por isso, é fundamental conduzir as ações diárias tendo como força motriz os elementos da prática da fé citados. Ainda que as circunstâncias em determinado momento pouco avancem, o importante é jamais desistir, tampouco lamentar. Com o exercício budista, mesmo diante dos mais dolorosos dramas da vida, é possível enxergar todos os fatos cotidianos de uma perspectiva confiante. Rumo à revolução humana Incontáveis membros da Soka Gakkai, desde a sua formação em 1930, comprovaram que “budismo é a própria vida diária”. Em certa ocasião, o presidente Ikeda rememorou os incentivos do seu mestre a respeito desse conceito: Toda sensei também nos ensinou que mediante nossos esforços para aplicar a prática da fé na vida diária ao mesmo tempo que lidamos com todos os tipos de problemas, podemos estabelecer uma condição de felicidade absoluta na qual o próprio fato de estar vivo já é uma alegria. Nada o deixava mais satisfeito do que ouvir relatos de experiência de membros progredindo em sua revolução humana e transformando o carma.4 Nesse sentido, apresentamos brevemente a história de Hazel Williams, integrante da SGI-Reino Unido. Com uma condição rara, ela descreve como sua prática budista a ajuda a encontrar alegria todos os dias. Viver cada momento ao máximo Há cerca de [treze anos], fui apresentada ao Budismo Nichiren por um homem totalmente cego, que era verdadeira inspiração para os outros. Durante a nossa conversa, algo realmente ressoou dentro de mim. Desejava absorver um pouco de sua positividade, de sua atitude de busca alegre e do seu entusiasmo pela vida. Participar de reuniões de estudo e de diálogo, nas quais pude aprofundar minha compreensão da filosofia budista e falar sobre a vida, encheu-me de nova energia que não havia sentido antes. Nos anos seguintes, estive presente em quase todas as reuniões da SGI-Reino Unido. Os membros exalavam energia dinâmica, perseverança, coragem, força, além de verdadeira alegria e felicidade. Eles eram como minhas lanternas iluminando meu caminho. O apoio deles era como as raízes de uma árvore interligadas no solo. Foi gratificante participar de conversas sinceras e de profundos diálogos. As reuniões de incentivos me cativaram, revelando como os membros aplicavam a prática budista na vida diária para superar desafios difíceis e, ainda assim, se mantendo otimistas. Enfrentando uma doença incurável Ao longo da minha vida, eu tive alguns problemas de saúde. Há [sete anos], minha condição física se agravou rapidamente e, passados esses anos, o médico me disse que não havia cura. Tudo o que poderiam fazer era proporcionar o máximo de conforto possível para mim. Sofro com uma condição rara chamada síndrome da cabeça caída, que me impede de erguer a cabeça do peito. Apenas quinze centímetros da minha coluna podem se mover, e essa mobilidade está diminuindo de forma progressiva. Por [sete anos], tenho vivido confinada em casa, dependendo da ajuda de cuidadores que me assistem duas vezes por dia. Então, como posso comprovar os benefícios desta prática budista na vida diária? Assim que acordo, fico na porta de casa, agradeço por mais um dia e sorrio para o mundo. Meu espírito nunca foi tão positivo. Tenho grande entusiasmo pela vida. Afinal, meu nome do meio é Joy [Alegria]! A vida é maravilhosa, verdadeiramente alegre e feliz. Há tantas pequenas coisas para apreciar e pelas quais sentir gratidão. Muitas pessoas, incluindo meus cuidadores, me perguntam como consigo manter uma postura tão positiva. Com orgulho, respondo que é porque pratico o Budismo Nichiren.5 Com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados Como vimos ao longo do texto, “budismo é a própria vida diária”. Ou seja, os fundamentos essenciais da prática budista devem ser manifestados no próprio comportamento de quem o aplica. Como observamos no relato de Hazel Williams, mesmo diante de uma grave doença, ela não permite se sentir desencorajada. Levando isso em consideração, Ikeda sensei assevera: “O budismo é um ensinamento que está de acordo com o bom senso e a razão, e existe para que possamos ter uma vida mais sadia, feliz e produtiva”.6 Conforme mencionado nos tópicos anteriores, isso significa que o exercício diário da fé nos possibilita manifestar uma condição interior elevada, como se enxergássemos os desfios cotidianos com sabedoria e sensatez, tanto na maneira como nos relacionamos com as pessoas ao redor quanto no modo como cuidamos da saúde mental e física, e até como organizamos as finanças pessoais. A sabedoria budista deve ser aplicada em todos os aspectos do cotidiano. Ainda que não estejamos no topo do prédio (como ilustrado no início deste texto), o importante é jamais desistirmos e não lamentarmos. Certamente, com a nossa vitória, aqueles que enfrentam dramas parecidos se sentirão impelidos a vencer também. Não devemos nos esquecer de que, com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados, mas, indubitavelmente outros irromperão, e logo se desvanecerão. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.II, p. 389, 2017. 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 94. 3. Terceira Civilização , ed. 668, abr. 2024, pág. 52. 4. Ibidem, pág. 56. 5. Disponível em: https://www.sokaglobal.org/practicing-buddhism/personal- Experiences/living-every-moment-to-the-fullest.html. Acesso em: 14 mar. 2024. 6. Brasil Seikyo , ed. 1.727, 6 dez. 2003, pág. A2.
01/04/2024
Crônica
TC
Concretizar 100 mil jovens é criar um único jovem!
É lindo e emocionante ver os jovens se dedicando ao ideal do kosen-rufu. Meu coração é tomado por imensa alegria e esperança de que o futuro será glorioso. Cresci nos jardins da Soka Gakkai recebendo o carinho e os incentivos dos veteranos e dos companheiros da organização. Era um jovem muito tímido, de poucas palavras, sendo o mais velho de duas irmãs. Já sentia o peso da responsabilidade em apoiar meus pais a ultrapassar as dificuldades que assolavam a família naquele momento. Ao fechar os olhos por alguns minutos, vem um filme da primeira visita que recebi dos líderes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Na ocasião (1989), meus pais participaram do diálogo. Falei pouco, porém ouvi atentamente aqueles preciosos incentivos que até hoje guardo em meu coração. Foram diversas visitas e incentivos que minha família e eu recebemos. Nesses mais de 34 anos, desde aquele encontro, percebo quanto foram essenciais os incentivos e as orientações que recebemos de vários companheiros, pois preenchiam o nosso coração de coragem e de esperança. Só de me lembrar sou envolvido por grande emoção e gratidão. Prezar cada pessoa — acolhê-la, incentivá-la e cuidar dela —, com o desejo de que ela se torne um “valor humano” maravilhoso. Foi assim que esses preciosos companheiros e veteranos, mesmo em meio aos respectivos dramas e dificuldades pessoais, fizeram com que minha família e eu pudéssemos encontrar um mestre da vida e trilhar esse glorioso caminho da revolução humana em prol da felicidade das pessoas. Com o avanço cada vez maior da tecnologia, a comunicação se tornou mais ágil; entretanto, os laços de confiança e de amizade são construídos em âmbito presencial. As ferramentas de comunicação disponíveis são importantes. Enviar ou receber uma mensagem de alguém agiliza nossa comunicação, porém essa facilidade jamais substituirá a importância da convivência social para estabelecer laços de confiança. Tenho refletido sobre o grande potencial da Juventude Soka. Como garantir que o espírito dos Três Mestres e a grandiosidade dos ensinamentos do Budismo Nichiren sejam transmitidos às gerações futuras? Devemos usar a tecnologia e as ferramentas disponíveis, mas não podemos perder de vista o espírito de prezar cada pessoa e os encontros de vida a vida, os quais são fundamentais nesse processo de criação de “valor humano”. Conforme aprendemos com Ikeda sensei, na relação de veterano e novato, de mestre e discípulo, o mais importante é ação do discípulo. Portanto, dependerá desse jovem pôr ou não em prática tudo aquilo que lhe foi transmitido. Contudo, é de suma importância que nos esforcemos com o máximo de nossa capacidade para incentivar os jovens. Que a nossa Juventude Soka continue herdando a missão pelo kosen-rufu, atuando sempre com o mesmo espírito dos Três Mestres Soka! Reconhecemos o grande desafio de criar “valores humanos”. Sobre isso, Ikeda sensei escreveu: A capacidade de cultivar e treinar pessoas não é determinada pelo tempo de prática. Assim como um único pedaço de lenha serve para atear fogo em outros troncos, nossa ardente paixão de concretizar o kosen-rufu toca o coração dos companheiros e os ajuda a crescer.1 Luciano Gonçalves do Nascimento Colaboração Nota: IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 12. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 63.
01/04/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Jovem por Toda a Vida com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo QR Code abaixo. Acesse pelo link: Jovem por Toda a Vida No topo: Mural da edição de abril
01/04/2024
Capa
TC
Jovem por toda a vida
O que define a juventude? De acordo com o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, a principal característica entre ser e permanecer jovem por toda a vida tem a ver com a energia vital — isto é, a condição de quem encara as fases existenciais como processos de desenvolvimento —, assim como uma pedra preciosa em fase de lapidação. Desse modo, convidamos você a uma reflexão sobre como cultivar a energia jovial a despeito da idade cronológica. Cultive o tesouro do coração O Budismo Nichiren elucida que existe em todas as pessoas o precioso brilho do estado de buda. Não se refere a uma simbologia mística, mas a uma condição de vida adornada de coragem, sabedoria e esperança por toda a vida. Para ilustrar o valor da juventude [Soka], tomemos o diamante como exemplo. Considerado o rei das pedras preciosas, é o mais forte dos minerais e possui um brilho inigualável. Símbolo de pureza, seu nome origina da palavra grega adamas, que significa “inconquistável” e “invencível”. Como são produzidos? De conhecimento geral, os diamantes são feitos a partir do carbono, assim como a grafite. No subsolo, esse material é exposto a forte calor e pressão até o ponto em que se transforma na estrutura cristalina de um diamante. Ao complementar essa explicação, o presidente Ikeda enfatiza, em uma de suas obras, intitulada Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, que esse processo é semelhante à forma pela qual nos desenvolvemos. Ele reforça: Somente quando somos expostos à concentrada pressão das dificuldades e ao ardente calor das adversidades é que a essência de nossa vida, nosso eu mais profundo, se transforma no indestrutível estado de buda como um diamante. Em outras palavras, é por experimentar adversidades que adquirimos o “corpo de um diamante” ou o “corpo do buda”, que reluz com o brilho da felicidade absoluta — tão indestrutível como a solidez do diamante — que não pode ser destruída por nenhum sofrimento ou desilusão, seja qual for a sua intensidade.1 Com essa afirmação de Ikeda sensei, aprendemos sobre a conduta de não nos desviar dos problemas, e sim encará-los com força e sabedoria. Eis a essência de uma vida valorosa, em qualquer idade. Agora, abriremos espaço para aqueles que vivem dilemas característicos da juventude — período de “desenvolvimento e lapidação” — cuja realidade se apresenta laboriosa em nosso país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10,9 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos estão fora do mercado de trabalho e distantes das salas de aula, o que representa 22,3% — ou um em cada cinco dessa faixa etária.2 Diante dos desafios enfrentados pela juventude, encontramos nas orientações de Ikeda sensei importantes direcionamentos: Em meio à sensação de desconforto, não há outra forma senão se disciplinar e direcionar sua vida ao progresso. Somente com esse esforço é que se pode forjar um caráter diamantino. Para criar uma sociedade melhor, deve-se primeiro mudar a si próprio. Começar a partir daquilo que lhe é possível. Quanto mais profundas forem as trevas, mais você deve se tornar o sol e brilhar radiantemente.3 Ao encontrar a Soka Gakkai aos 19 anos e até o seu falecimento em novembro de 2023, aos 95 anos, Ikeda sensei nos ensinou a criar uma história de grande desenvolvimento com base na fé que sublinha o presente e o futuro. Do jeito que somos. Com ele, nós nos inspiramos a cultivar um caráter único, que não abre espaço para nos sentirmos menores diante de quaisquer circunstâncias. Falaremos, então, sobre o princípio budista da “iluminação e manifestação da verdadeira natureza de todos os fenômenos [da vida]” (jitai kensho).4 Isso significa dar expressão plena à individualidade intrínseca de cada ser humano. Conforme expressa Nichiren Daishonin: “Cada ser é tão único como as flores de cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”.5 Nessa analogia das flores de cada uma dessas árvores, que desabrocham plenamente evidenciando sua beleza e perfume peculiares, as pessoas se destacam umas das outras justamente pelas características que lhes são próprias. Para exemplificar as dores sentidas pelos jovens, em um diálogo com as lideranças dessa faixa etária, Ikeda sensei fala diretamente ao coração de cada um deles. Separamos em quatro tópicos:6 Todos têm talento: Minha esperança é que floresçam de um jeito que só vocês sejam capazes de tal realização. Sem dúvida, todos possuem uma joia, um talento inato na vida. Como descobrir esse talento? O único meio é desafiar a si próprios até o limite. Seu verdadeiro potencial surgirá ao se empenharem ao máximo nos estudos, nos esportes ou em qualquer coisa que façam. Individual e singular: Ao viver de maneira condizente com quem você realmente é, seu real valor como ser humano passa a brilhar. O budismo ensina o conceito de “revelar a natureza intrínseca”, que equivale a revelar o seu genuíno “eu” inato, seu verdadeiro potencial inerente, e fazê-lo resplandecer, iluminando tudo ao redor. Refere-se à sua mais primorosa individualidade e singularidade. Paciência e uma missão única: O importante é ter paciência e confiança e determinar que alcançarão algo significativo no futuro. Não sejam impacientes durante a juventude. Sua verdadeira força como seres humanos será definida daqui a dez, vinte ou trinta anos. É saber que tipo de pessoa se tornarão e se estarão ou não cumprindo sua missão. Cada um de vocês tem uma missão a ser concretizada unicamente por vocês. Se não possuíssem uma missão, não teriam nascido. Agir no momento presente: Vocês não descobrirão a sua missão se ficarem parados. Peço que desafiem algo, não importa o quê. Então, por meio da consistência nos esforços, a direção a tomar se abrirá naturalmente. Portanto, é essencial que tenham a coragem de perguntar a si o que deveriam estar fazendo agora, neste exato momento. Atributos indispensáveis Para fazer brilhar esse caráter único, capaz de iluminar o caminho de si e de todos ao redor, o presidente Ikeda constantemente frisava que coragem, convicção e esperança são qualidades vitais que os jovens devem possuir. Os esforços intrépidos dos jovens são uma fonte de surpreendente criatividade. E a coragem é sustentada pela convicção. Quando temos convicção, somos livres de dúvida e hesitação. A convicção, por sua vez, nasce de nosso empenho para cumprir nossa missão e responsabilidades. Os indivíduos mais extraordinários são aqueles que se mantêm firmemente aos ideais de sua juventude, aos sonhos que tinham quando eram jovens.7 Não seria essa uma forte inspiração para os jovens e as questões desafiadoras que os atingem nos dias atuais? O Brasil que sonhamos Esse ambiente de apoio e coexistência harmoniosa, em que todos os jovens brilham à sua maneira, é realidade nas atividades da Soka Gakkai, que prima pelo incentivo aos “valores humanos” que herdarão o futuro. Assim como no caso das pedras preciosas, sabe-se que, a princípio, elas ficam enterradas. Se ninguém as escavar, permanecerão lá. E se elas não forem lapidadas após a extração, continuarão imperfeitas e opacas. A missão abraçada pelos jovens Soka é a de lapidar a si mesmos e o coração dos amigos, para que encontrem coragem, esperança e convicção plena da vitória em todos os campos da vida e para fazer brilhar o melhor de cada um deles. À frente desse movimento estão os integrantes da Juventude Soka Brasileira, jovens que estão desafiando e vencendo seus dramas pessoais e que se dedicam a construir as bases da solidariedade conectando os amigos e familiares ao movimento pela paz. Desenvolveram a Agenda 20-30, visualizando o ano 2030, que reúne vinte objetivos a ser concretizados até lá. O objetivo da agenda é traduzido em ações, com o intuito de gerar resultados reais de avanço, mudança e transformação da geração de jovens, da organização e, consequentemente, da própria sociedade. Como ápice das ações de 2024, objetivam a realização da Convenção da Juventude Soka, em maio próximo, conectando 100 mil jovens humanistas. Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI, desenvolve abordagens sobre o sentimento que move os integrantes. Eu me levantarei Monique Tiezzi Coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI “Os jovens são o grande navio da nação. Por isso mesmo, o povo confia seu destino aos jovens.” Esse pequeno trecho final do ensaio “Jovens, Sejam Patriotas!” demonstra o ardente espírito do presidente Josei Toda em confiar à juventude a construção do futuro da Soka Gakkai. Na história da nossa organização, não apenas Toda sensei, mas os três eternos mestres do kosen-rufu depositaram sua grande expectativa nos jovens sucessores, pois, a partir de sua força e paixão características, seriam capazes de protagonizar um novo capítulo da história. O jovem Ikeda, na época com 29 anos, manifestou seu sincero sentimento diante do falecimento do seu mestre: “Orei para que o propósito de sensei continuasse fluindo como uma correnteza pura até que o kosen-rufu fosse concretizado. (...) A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!”1 O ideal compartilhado entre mestre e discípulo foi o ponto primordial do desenvolvimento da organização que conhecemos hoje e da criação de inúmeros “valores humanos” de diferentes gerações que vieram sustentando nosso movimento em prol do kosen-rufu. Atualmente, podemos afirmar que no Brasil existem inúmeras “juventudes”. Sim, “juventudes”, no plural. Isso porque, em um território tão extenso como o nosso, é possível encontrar diferentes características que tornam nossos jovens um símbolo da diversidade humana. Quando olhamos para os jovens, enxergamos um futuro a ser construído, ao mesmo tempo em que muitas incertezas, frustrações e realidades desfavoráveis fazem parte do cotidiano deles. O jovem da BSGI não é diferente. É difícil enxergar a si próprio como “valor humano”, muito mais como protagonista da mudança de uma época. É desafiador ter objetivos, cultivar esperança por um futuro melhor e manter a constância nesse caminho. No entanto, ao unir sua vida com a vida do Mestre, que possui inabalável convicção na prática da fé, na confiança infinita nos jovens e no propósito de construção da paz e da felicidade para todos, essas inúmeras barreiras vão, pouco a pouco, se dissipando do coração juvenil e dando lugar a um genuíno valor que acredita nas palavras dele e se empenha para torná-las realidade. É isso o que observamos nestas décadas em que a nossa organização existe e é assim que observaremos no futuro. Nesta era essencial, que vivemos desde o dia 18 de novembro, mais que tudo, é missão dos jovens se levantar no local em que se encontra, acreditar em seu potencial e assumir o compromisso com o kosen-rufu. Ao mesmo tempo, criar a juventude e confiar em cada novo “valor humano” são o compromisso de todos. Em cada bloco e em cada comunidade, vamos cultivar os jovens, criar um ambiente para que eles possam se encontrar com o Mestre e, assim, desenvolver a legião dos genuínos Shin’ichis Yamamoto de juramento seigan. Exatamente pelo ideal de mestre e discípulo ser eterno é que precisamos nos levantar agora. Vamos juntos!? 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 459. Juventude por toda a vida Os principais atributos referenciados aos jovens, citados anteriormente — coragem, convicção e esperança —, não são exclusivos desse público definido pela idade. Revelam-se, sim, como um modo de vida de plena felicidade, em qualquer idade. Assim como Ikeda sensei frisava, juventude não é algo que desbota com o tempo. “Nossa atitude com relação à vida nos faz jovens. Contanto que mantenhamos uma atitude positiva e o espírito de desafio, continuaremos a ganhar profundidade e riqueza e nossa existência adquirirá brilho reluzente (...). Creio que possamos afirmar que o mais importante desafio da terceira idade seja mantermo-nos fiéis a nós próprios até o último momento e mostrarmos isso aos que estão ao nosso redor.”8 É por essa razão que Ikeda sensei sempre enaltecia os integrantes do Grupo Muitos Tesouros, veteranos de prática com idade superior, em média, a 60 anos. Com a dedicação abnegada de jamais se afastarem da prática da fé, são reconhecidos pelo brilho dourado de sua eterna juventude. “Aqueles que mostram convicção ainda mais forte na fé e se empenham com mais alegria na prática budista certamente viverão como autênticos campeões adamantinos”,9 direcionava o presidente Ikeda. Em essência, somente a pessoa que desperta plenamente para a joia da dignidade da própria vida é capaz de respeitar verdadeiramente o tesouro dos outros. Daí se inicia o vigoroso ideal de “criar valores”. Desde o início desta matéria, são lançadas reflexões do brilho da “juventude por toda a vida” ou um modo de vida em que, independentemente da idade, nos permitimos lapidar o precioso tesouro do nosso coração. Sem temermos tempos difíceis, protagonizados pelos atuais cenários sociais, adquirimos coragem, convicção e esperança como fortaleza interior e avançamos na estrada da vida confiantes da vitória. Aprendemos com Ikeda sensei que se trata de uma condição de vida igual a um diamante, irradiando um brilho puro, belo e imperecível. É sólido e indestrutível, mesmo quando fustigado pelas turbulentas ondas da sociedade e pelos obstáculos causados por forças corruptas da maldade. Como atingimos essa condição de vida? “Por meio da sincera recitação do Nam-myoho-renge-kyo e da dedicação à causa do kosen-rufu”, sintetiza o Mestre. Isso porque o kosen-rufu — em outras palavras, compartilhar os ensinamentos de Nichiren Daishonin com os outros — ajuda as pessoas a fortalecer a condição de vida interior, proporcionando-lhes força para mudar a si mesmas. E unidas em suas diferenças, criam a sociedade de paz que a humanidade tanto anseia. Como estímulo às ações vigorosas que esperamos sejam despertadas nesta leitura, oferecemos trechos do poema dedicado pelo Dr. Daisaku Ikeda aos jovens, de todas as idades: Com o espírito jovem, leve uma vida de valor (...) O que constrói uma vida de valor, em especial, uma juventude de valor — não é “como ela foi até hoje”, mas “como vivê-la a partir de agora”. É essa forte determinação visando o futuro. Aí se encontra o caminho da vitória. É o desafio incessante nos árduos esforços para superar a si próprio no dia de hoje. Nesse espírito de constante aprimoramento, encontra-se a alma dos jovens. (...) O que comprova a juventude? não é a idade. Há pessoas que, mesmo com a idade avançada, possuem espírito jovem. A questão é se espiritualmente está vivo ou morto. E se, no íntimo, as chamas do espírito de luta estão acesas ou não.10 Assim, manter a cada dia a chama da juventude é a chave para dias melhores no presente, com senso de realização e uma felicidade indestrutível plenos e eterno. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz.v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 184. 2. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38542-um-em-cada-cinco-brasileiros-com-15-a-29-anos-nao-estudava-e-nem-estava-ocupado-em-2022. Acesso em: 3 mar. 2024. 3. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 33. 4. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 3, 2017. 5. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 200. 6. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.293, 26 set. 2015, p. B2. 7. RDez, ed. 187, jul. 2017, p. 5. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.297, 31 out. 2015, p. B2. 9. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 185. 10. Brasil Seikyo, ed. 2.522, 4 jul. 2020, p. 1.
01/04/2024
Artigos
TC
Profusão de flores de cerejeira! Castelo de mestre e discípulo Soka
“A Soka Gakkai se tornará o castelo por meio dos ‘valores humanos’.” Assim bradou Josei Toda, segundo presidente da organização, nas ruínas do Castelo de Aoba, em Sendai, no mês de abril de setenta anos atrás. Naquela ocasião, Ikeda sensei consultou Toda sensei sobre os “pontos a ter em mente para desenvolver os jovens como ‘valores humanos’”. A resposta de Toda sensei foi sintetizada em três itens: “consciência da missão”, “vontade de se aprimorar” e “perseverança”. Sem a consciência da missão, não surge a força do emergido da terra. Mas isso não é suficiente. As flores do potencial da pessoa só desabrocham quando ela tem vontade de se aprimorar e perseverança para se desafiar com paciência, as quais elevam a si mesma. Essa é uma diretriz que os jovens sucessores devem gravar no coração. Por outro lado, essa mesma postura é exigida das pessoas que se encontram na posição de criar esses “valores humanos”. Sem o empenho para avançar e buscar o próprio desenvolvimento, não será possível reconhecer os “valores humanos” nem adquirir a capacidade de inspirá-los. Esse é um ponto fundamental que podemos aprender com as ações de Ikeda sensei. Ele sempre travou uma árdua luta, levantando-se na vanguarda, com o pensamento voltado para o futuro do kosen-rufu mundial. Em meio às suas árduas batalhas do dia a dia, ele descobriu “valores humanos” e, mais que ninguém, os encorajou e os desenvolveu. “Levante-se, eu também me levantarei” Inesquecíveis são as ações de encorajamento empreendidas há cinquenta anos, no dia 28 de abril, que deram origem ao Dia de Ishikawa e ao Dia de Toyama. Nessa ocasião, ao chegar ao local da convenção na cidade de Kanazawa, Ikeda sensei aproximou-se dos jovens que estavam na recepção, oferecendo-lhes um sincero incentivo. Além disso, aos jovens companheiros com os quais não conseguiria se encontrar, ele escreveu sucessivos poemas, tais como “Levante-se, / eu também me levantarei, / na montanha do corcel branco”. “Como está tal companheiro? E aquele outro?” Ikeda sensei recordava-se não apenas dos membros da localidade visitada, mas também dos jovens que, a partir dali, tinham crescido e saído para o mundo. A Soka Gakkai de hoje foi edificada por esses árduos esforços de Ikeda sensei que continuou dedicando todas as suas forças na criação de jovens. É como consta nos escritos de Nichiren Daishonin: “Se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.1 As chamas do kosen-rufu estão ardendo em sua vida hoje? Você possui o espírito de se aprimorar junto com os jovens, demonstrando-lhes exemplos? Esses são os pontos que possibilitarão eternizar o castelo de mestre e discípulo Soka. Inicia-se o mês de abril da primavera [japonesa]. Tal qual a profusão das flores de cerejeira banhadas pelos raios do sol, vamos também fazer desabrochar as flores da amizade. Vamos, junto com os jovens da localidade, escrever o drama do desenvolvimento. No topo: “Companheiros de Ishikawa, esforcem-se.” “Companheiros de Toyama, esforcem-se.” Assim brada Ikeda sensei na Convenção Comemorativa dos Vinte Anos do Kosen-rufu da região de Hokuriku, realizada no Salão de Exposições Industriais da Província de Ishikawa, na cidade de Kanazawa, em 28 de abril de 1974. Ikeda sensei propõe que esse dia, justamente a data de fundação do Budismo Nichiren, ocorrida em 1253, seja estabelecido como Dia de Ishikawa e Dia de Toyama. Neste ano [2024], completam-se cinquenta anos desde essa ocasião. Foto: Seikyo Press Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.
01/04/2024
Especial
TC
Jornada de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei
Publicado no jornal Seikyo Shimbun em 23 de novembro de 2023. O caminho do diálogo humanístico que ultrapassou barreiras, transcendendo civilizações para transformar o “século das guerras” no “século sem guerras” Nesta quarta parte da série, apresentamos a trajetória de ações e de diálogos promovidos por Ikeda sensei pela paz do mundo, carregando a tocha do pacifismo herdada de Toda sensei, após ter vivido uma juventude em meio à guerra. Dr. Toynbee: diálogo pelo bem da posteridade “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.1 Essas palavras do prefácio do volume 1 do romance Revolução Humana constituem a essência da obra, assim como também de sua continuação, a Nova Revolução Humana. Ao mesmo tempo, o excerto é uma declaração do propósito ao qual Ikeda sensei dedicou a própria vida. “Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra!”.2 Ikeda sensei começou a escrever a Revolução Humana em 2 de dezembro de 1964 nas terras de Okinawa, região do Japão escolhida por ter sido o palco da mais terrível batalha terrestre durante a Segunda Guerra Mundial e um local em que inúmeras pessoas sofreram intensamente. Ikeda sensei também foi um jovem que sofreu com as consequências da guerra. Juventude sob a guerra Ikeda sensei nasceu em 1928, no atual distrito de Ota, em Tóquio, e viveu a infância no “período no qual o Japão todo se mostrava interessado, até demais, pelo rumo que a guerra tomava”.3 Quando ele tinha 9 anos, a Guerra Sino-Japonesa eclodiu e, às vésperas de completar 14 anos, a Guerra do Pacífico teve início. Por esse motivo, seus quatro irmãos mais velhos foram sucessivamente convocados para o serviço militar. Sua família teve de deixar a casa onde morava devido a uma evacuação forçada, e o local para onde se mudou também acabou sendo incendiado por ataques aéreos. Após a derrota do país na guerra, sensei e sua família receberam o comunicado da morte do irmão mais velho na frente de batalha, momento em que viu sua mãe chorando copiosamente. Nessa época, sofria também com a própria saúde, acometido de tuberculose e com a sombra da morte perseguindo-o constantemente, tanto em relação a seu corpo quanto ao ambiente ao redor. “Eu odiava a guerra. Eu odiava os líderes que levaram o povo à guerra”, declarou certa vez. No verão do ano em que completou 17 anos, a guerra terminou, com a derrota do Japão. Da mesma forma que muitos jovens, sensei se questionava: “O que devo fazer para que essa história nunca mais se repita?”. Em meio a essas circunstâncias, ele teve um encontro com um senhor de meia-idade na noite do dia 14 de agosto de 1947. Era uma reunião de palestra da Soka Gakkai para a qual havia sido convidado. Aquele senhor, chamado Josei Toda, realizava a explanação do escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra [de Nichiren Daishonin]. “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”; “Que tipo de pessoa pode ser considerada um verdadeiro patriota?”; “O que o senhor acha do imperador?”. A essas três perguntas, Josei Toda forneceu respostas claras e concisas. Além disso, como diziam, era alguém que enfrentou o cárcere por resistir aos militares naquela guerra. “Posso confiar nessa pessoa”, esse era o sentimento de Ikeda sensei e, assim, ele se converteu ao budismo dez dias depois desse encontro, tornando-se discípulo de Josei Toda. No escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra consta: “Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve primeiro orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade?”4 O início da caminhada do Mestre na prática budista se tornou também o primeiro passo rumo à paz mundial. Declaração à sociedade Às vésperas de completar 30 anos, Ikeda sensei escreveu em seu diário a própria jornada de vida de dez em dez anos, do passado ao futuro: Até os dez: Minha infância num lar de produtores de algas. Até os vinte: Cultivei meu senso de missão e lutei contra a maldade da doença. Até os trinta: Dedicação à prática da fé e ao estudo do budismo; lutar para eliminar a maldade da doença. Até os quarenta anos: Aperfeiçoarei o estudo do budismo e minha prática budista. Até os cinquenta anos: Farei minha declaração à sociedade. Até os sessenta anos: Consolidarei o alicerce do kosen-rufu no Japão.5 A saúde de Daisaku Ikeda era tão frágil que os médicos diziam que ele “não viveria até os trinta anos” e, na ocasião em que escreveu o diário, registrou somente até os sessenta anos. No dia 8 de setembro de 1968, sensei, que havia completado oito anos de sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, fez uma grandiosa “declaração à sociedade” direcionada ao mundo todo. Era a Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, apresentada na 11a Convenção da Divisão dos Universitários. Naquele dia, completavam-se onze anos desde que Josei Toda proferira sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. Com o agravamento da Guerra Fria e a grande revolução cultural da China, as relações sino-japonesas se arrefeciam mais que nunca. No passado, ocorreram incidentes nos quais políticos que se empenharam para restabelecer a amizade entre os dois países haviam sido assassinados. Em meio a essa difícil situação social, por que Ikeda sensei apresentou uma proposta pondo em risco a própria vida? “Eu não tenho escolha, eu sou budista. A missão social do praticante budista é trabalhar pela paz mundial e pela felicidade de todas as pessoas”.6 Esse era seu verdadeiro sentimento. Ao tomar conhecimento da proposta, o jornalista Liu Deyou do jornal Guang Ming Daily a transmitiu imediatamente para a China. Essa notícia chegou também ao primeiro-ministro Zhou Enlai, que tinha plenos poderes diplomáticos na época. A proposta despertou reações negativas tanto no Japão como em outros países, e começou a surgir um sentimento de revolta e de alerta, gerando até ameaças. No entanto, o estudioso da literatura chinesa Yoshimi Takeuchi demonstrou seu apoio comentando que “havia uma esperança”. Também Kenzo Matsumura, influente autoridade do mundo político, afirmou que a proposta “conquistou um milhão de aliados”. Dessa forma, houve grande apoio de pessoas que desejavam o avanço nas relações entre os dois países. Em setembro de 1972, o Partido Komei, fundado por Ikeda sensei, atuou como intermediário no processo de normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China em decorrência do apreço do governo chinês à proposta do presidente Ikeda e da confiança depositada nele pelo primeiro-ministro Zhou Enlai. Por ocasião do falecimento do presidente Ikeda [em 15 de novembro de 2023], o Ministério das Relações Exteriores da China comentou (por intermédio da secretária de imprensa Mao Ning) que “O velho e bom amigo de confiança e de respeito da China” havia falecido e que “Desejamos que a ‘ponte dourada’ criada por ele continue eternamente pelo futuro”. Esse comentário reflete um cenário histórico de mais de meio século de relações. No dia 30 de maio de 1974, Ikeda sensei pisou pela primeira vez em território chinês. Naquela ocasião, ainda não havia voo direto para esse país. Ele partiu de Hong Kong, na época uma colônia britânica, e viajou de trem até a fronteira, atravessando uma ponte férrea a pé em direção à China. A programação durou cerca de duas semanas e, em um desses dias, uma menina lhe perguntou: “O que o senhor veio fazer aqui na China?”. Sensei respondeu: “Eu vim me encontrar com você!”. Em meio ao seu desafio para mudar a época rumo à paz e à coexistência dos povos, os olhos de Ikeda sensei estavam sempre voltados para cada pessoa comum do povo. O bastão da amizade A oportunidade para a segunda visita à China surgiu ainda naquele ano. O encontro com o primeiro-ministro Zhou Enlai se concretizou no dia 5 de dezembro de 1974, na última noite do período da estada de Ikeda sensei no país. Na época, o primeiro-ministro estava em um leito de hospital, acometido de um câncer que se espalhou por todo o corpo. Apesar de os médicos e as pessoas à sua volta se oporem devido ao seu estado de saúde, o primeiro-ministro rejeitou tais recomendações e fez questão de participar do encontro. Zhou Enlai se aproximou caminhando lentamente e, segurando as mãos de Ikeda sensei, disse: “Eu queria encontrá-lo a todo o custo”; “O presidente Ikeda vem propondo diversas vezes que é imprescindível desenvolver a relação de amizade entre os povos da China e do Japão. Isso me deixa muito feliz”; “Os últimos 25 anos do século 20 serão um período extremamente importante para o mundo”, afirmou o primeiro-ministro. Em resposta à forte determinação de Zhou Enlai de construir a amizade, Ikeda sensei dedicou-se de corpo e alma para a realização de intercâmbios educacionais e culturais com os jovens. Recebeu, por exemplo, na Universidade Soka, o primeiro grupo chinês de estudantes bolsistas do governo japonês após a normalização das relações diplomáticas, custeando as despesas deles. Historiador de renome mundial Ficarei feliz se pudermos realizar uma significativa troca de opiniões”. No ano seguinte à apresentação da Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, uma carta chegou a Ikeda sensei. O remetente era o Dr. Arnold J. Toynbee, gigante dos estudos sobre a história do século 20. O encontro especial entre os dois se concretizou em maio de 1972 na residência do Dr. Toynbee, na Inglaterra. Na época, a Guerra do Vietnã se encontrava em uma situação delicada e crescia a ameaça do uso de armas nucleares. Naquele ano, um relatório do Clube de Roma, com o tema “Os Limites do Crescimento”, chocava o mundo indicando que o planeta atingiria seu limite de recursos em cem anos. O Dr. Toynbee já vinha mantendo forte interesse pelo budismo e considerando-o como uma religião de alto nível que indicava o caminho para superar as crises da civilização contemporânea. Ele concentrou sua atenção na figura de Ikeda sensei como um líder do “budismo vivo”. Mais um encontro foi realizado em maio do ano seguinte, em 1973, totalizando cerca de quarenta horas de diálogos nas duas ocasiões. Assim, os dois concluíram a obra Escolha a Vida, que já foi traduzida e publicada em 31 idiomas, tornando-se um “livro didático da humanidade”. No último dia do encontro, em 1973, a TV inglesa noticiou intensamente a reunião de cúpula entre a União Soviética e o primeiro-ministro da Alemanha Ocidental. Assistindo a tais reportagens, o Dr. Toynbee comentou: “Talvez o nosso diálogo seja modesto. Entretanto, a conversa entre nós dois é pelo bem da posteridade da humanidade. É esse tipo de diálogo que cria o eterno caminho da paz”. Ao término do encontro, ele afirmou: “O senhor, que é mais jovem, amplie ainda mais esse tipo de diálogo para unir a humanidade. Com os russos, com os americanos, com os chineses”. Além disso, solicitou a uma pessoa que entregasse a Ikeda sensei um pedaço de papel com nomes de alguns eminentes intelectuais, como o microbiologista dos Estados Unidos Dr. René Dubos e o fundador do Clube de Roma, Dr. Aurelio Peccei, expressando seu desejo de que, se possível, pudesse se encontrar com eles também. Mantendo diálogos sobre as perspectivas para o século 21 com essas pessoas e com outros intelectuais do mundo, Ikeda sensei foi construindo as pontes da paz com as próprias ações e não apenas com palavras. Vou me encontrar com as pessoas Em 8 de setembro de 1974, cinco meses depois de sua visita inicial à China, sensei fez sua primeira viagem à União Soviética. Era o país que liderava o movimento socialista, dividindo o mundo em dois com a “cortina de ferro”. Da mesma forma que em relação à Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, houve forte reação negativa à ida de Ikeda sensei a um país que “negava a religião”. Em resposta a isso, ele declarou o motivo pelo qual realizava aquela viagem: “É porque lá existem pessoas”. Além de personalidades proeminentes como o reitor da Universidade de Moscou Rem Khokhlov e o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Mikhail Sholokhov, sensei conversou com pessoas comuns da cidade, tais como uma senhora encarregada das chaves do hotel, um senhor e seu neto que pescavam, e com jovens estudantes da Universidade de Moscou, registrando muitas lembranças. Era como se derretesse o gelo no coração das pessoas. No último dia de sua estada, o primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin, com quem se encontrou no Kremlin, lhe questionou: “Qual é a sua ideologia básica?”. Sensei respondeu de imediato: “É a ideologia da paz, da cultura e da educação. A base fundamental disso é o humanismo”. O primeiro-ministro afirmou: “Valorizamos muito esse princípio. Nós, da União Soviética, também deveríamos pôr em prática esse pensamento”. Então, sensei fez a seguinte pergunta: “A União Soviética atacará a China?”. Na época, o confronto entre a China e a União Soviética se intensificava tanto quanto a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética. O primeiro-ministro respondeu: “Não temos intenção de atacá-la”. Quando sensei lhe perguntou se poderia transmitir essas palavras ao governo da China, o primeiro-ministro soviético respondeu afirmativamente. Essa declaração foi transmitida para a cúpula do governo chinês por ocasião da segunda visita de Ikeda sensei à China, realizada três meses depois. “O primeiro-ministro chinês Zhou Enlai deu grande importância a essa informação”, comentou Kong Fan Feng, ex-presidente do Centro de Pesquisas Zhou Enlai da Universidade de Nankai, da China. Em janeiro do ano seguinte, 1975, Ikeda sensei encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger para dialogar. Percorrendo os Estados Unidos, a China e a União Soviética, o Mestre desenvolveu a diplomacia de cidadão comum para a paz e a prevenção da guerra nuclear. Encontro com o líder do novo pensamento As atividades pela paz iniciadas concretamente por Ikeda sensei na década de 1970 começaram a se desenvolver ainda mais depois de sua renúncia como terceiro presidente da Soka Gakkai, tornando-se seu presidente honorário, em 24 de abril de 1979. Ikeda sensei, que já havia se tornado presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 26 de janeiro de 1975, apresentou uma proposta de abolição das armas nucleares por ocasião da 2a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas para o Desarmamento, realizada em junho de 1982. Em janeiro de 1983, comemorando o Dia da SGI, em 26 de janeiro, anunciou sua Proposta de Paz, intitulada Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. A partir de então, enviou propostas de paz anualmente até 2022. No fim do ano seguinte à queda do Muro de Berlim, ocorrida em novembro de 1989, ficaram claros os estratagemas do clero da Nichiren Shoshu. Apesar dessas artimanhas, as atividades de construção da paz de Ikeda sensei passaram a ser realizadas em escala ainda maior, criando pontes de diálogo entre civilizações e religiões. Entre as décadas de 1980 e de 1990, ele manteve encontros com líderes e chefes de Estado, como os presidentes Richard von Weizsäcker, da Alemanha; Nelson Mandela, da África do Sul; e Fidel Castro, de Cuba; além dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, da Índia; Lee Kuan Yew, de Singapura; e Mahathir bin Mohamad, da Malásia. Ele, ainda, estreitou laços de amizade com Rosa Parks, ativista do movimento pelos direitos humanos nos Estados Unidos; com o músico Yehudi Menuhin; o cientista Dr. Linus Pauling; e o economista Dr. John Kenneth Galbraith. Em especial, por ocasião do falecimento de Ikeda sensei, a mídia japonesa, bem como a de outros países, noticiou amplamente a amizade de Ikeda sensei com o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchev. O primeiro encontro de sensei com o líder soviético se deu em 27 de julho de 1990, no Kremlin, em Moscou. Gorbatchev punha em ação a perestroika (reforma) que visava reconstruir a sociedade dilapidada do país. Ele havia declarado o fim da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, durante a Conferência de Cúpula de Malta, realizada no mês de dezembro do ano anterior, e tinha tomado posse como primeiro presidente da União Soviética. As primeiras palavras ditas por Ikeda sensei nesse encontro foram: “Hoje, vim ‘brigar’ com o presidente. Vamos dialogar francamente sobre quaisquer assuntos, soltando faíscas! Pelo bem da humanidade, do Japão e da União Soviética!”. Diante dessas palavras inesperadas, Gorbatchev respondeu com um sorriso: “Entendi, vamos lá!”. O diálogo foi acalorado, com mais de uma hora de duração, sobre o significado e a situação da perestroika e a expectativa nos jovens, entre outros. No encontro, Gorbatchev declarou: “O novo pensamento da perestroika é como um único ramo da árvore da filosofia do presidente Ikeda”. O presidente Gorbatchev expressou ainda, de forma clara, sua intenção de visitar o Japão na primavera do ano seguinte. Na mesma noite, essa declaração foi noticiada no Japão como manchete principal. Conforme prometido, em abril de 1991, o presidente Gorbatchev cumpriu a primeira visita ao Japão como chefe de Estado da União Soviética e, reservando um tempo em sua agenda lotada, encontrou-se novamente com Ikeda sensei. Mesmo após a renúncia de Gorbatchev como presidente, deram continuidade ao intercâmbio envolvendo seus familiares e publicaram uma obra em forma de diálogo, intitulada Nijusseiki no Seishin no Kyokun [Lições do Espírito do Século 20]. Foram realizados dez encontros ao todo. Na Universidade Soka, ao lado dos pés de cerejeira, que simbolizam a amizade com o casal Zhou Enlai (“Cerejeira Zhou” e “Cerejeira Casal Zhou”), foi plantada a “Cerejeira Casal Gorbatchev” por Mikhail Gorbatchev e esposa, junto com Ikeda sensei e esposa. Hoje, a bela árvore encontra-se em plena floração [dezembro de 2023]. Alegria tanto em vida como na morte Além dos diálogos com líderes e intelectuais do mundo, Ikeda sensei dedicou esforços na realização de palestras em universidades e instituições acadêmicas. Ele justifica essa decisão: “A humanidade pode se unir e se fundir nas universidades. O estudo transcende as nações, os sistemas e os grupos étnicos”. Na mais renomada instituição de ensino superior norte-americana, Universidade Harvard, sensei foi palestrante convidado por duas vezes. A primeira palestra, em 1991, teve como tema “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada”. Em setembro de 1993, na segunda palestra, sensei discorreu sobre conceitos budistas a respeito da vida e da morte em seu discurso “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21”. Sensei afirmou que, na raiz do caos da civilização moderna, que gera as guerras, existe a arrogância do ser humano que evita e esquece a questão da morte. Citando a filosofia da “alegria tanto em vida como na morte” pregada no budismo Mahayana, apresentou a perspectiva da construção de uma civilização humana que tenha como base a dignidade da vida e o diálogo aberto. Ao término da palestra com duração de cerca de quarenta minutos, o local foi tomado por um profundo clima de admiração e forte salva de palmas. Depois desse evento, Ikeda sensei continuou transmitindo sua grandiosa visão humanística direcionada para a transformação do destino da humanidade, realizando palestras na Universidade de Moscou (pela segunda vez); na Universidade de Bolonha, na Itália; na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos; na Universidade de Havana, em Cuba; e no Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, da Índia; entre diversas outras. Trilhando eternamente o caminho da paz Em janeiro de 1998, quando Ikeda sensei completou 70 anos, ele registrou em um ensaio: Se fosse para registrar no papel tudo o que realizei desde os meus sessenta anos até os dias de hoje [janeiro de 1998], bem como o que almejo para a próxima década, escreveria: Até os setenta anos: O estabelecimento dos princípios de um novo humanismo. Até os oitenta anos: A conclusão da base do kosen-rufu mundial. A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu por toda a eternidade.7 Hoje, levantam-se, diante de nós, novos desafios, embora alguns deles sejam também antigos, tais como a questão das armas nucleares, os conflitos étnicos e a crise climática. Entretanto, os meios e os princípios para a solução dessas questões estão indicados na voz, nos diálogos e nas ações de Ikeda sensei. O restante depende somente das ações confiadas aos jovens sucessores. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 17, 2021. 2. Ibidem, p. 21. 3. IKEDA, Daisaku. Minhas Recordações. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 45. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 24, 2020. 5. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 423. 6. Idem. Ponte Dourada. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 36, 2019. 7. Terceira Civilização, ed. 355, mar. 1998, p. 20.
01/04/2024
Série
TC
Os livros da minha juventude
DISCURSO EM HARVARD Depois de se libertar das restrições da autoridade retrógrada, Emerson passou um ano viajando pela Europa. Na Inglaterra, ele conversou com figuras literárias notáveis como Samuel Taylor Coleridge, William Wordsworth e Thomas Carlyle, e este último se tornou um amigo para toda a vida. Foi uma experiência significativa, mas ele ficou desapontado com a situação da religião na Europa, ao vê-la como uma sombra do que já tinha sido, ainda mais do que na América. Depois de testemunhar uma cerimônia grandiosa em Roma, ele escreveu: “Não há majestade real em toda essa perfumaria e imbecilidade”.1 Emerson buscou uma nova espiritualidade para a humanidade e considerou sua missão descobri-la. Ao voltar para casa, mudou-se para a zona rural de Concord, Massachusetts, nos arredores de Boston, e se dedicou a escrever e a dar palestras. Ele lutou para transformar a sociedade e a humanidade por meio das palavras. As palestras dele, em especial, foram essenciais para esse trabalho. Até que a idade o impediu, mas continuou a viajar extensivamente para palestrar. Ele se esforçou ao máximo para escrever e falar. Na verdade, era um guerreiro das palavras. O presidente Josei Toda costumava dizer para nós, jovens: “Nosso movimento é uma luta de ideias e palavras para construir o futuro. Precisamos escrever e falar da melhor forma possível dentro da nossa capacidade”. Minhas atividades de escrita e palestras até hoje ocorrem em busca de, à minha própria maneira, aprofundar e espalhar os desejos e instruções do meu mestre. Em 1838, Emerson proferiu um discurso na cerimônia de graduação da Faculdade de Estudos Religiosos de Harvard. Posteriormente, ele ficou conhecido como “Discurso da Faculdade de Estudos Religiosos” e representou um resumo de sua filosofia religiosa. Nessa preleção, Emerson desafia veementemente a Igreja devido ao desprezo dessa instituição pela humanidade e por se encaixar em uma mentalidade que poderíamos descrever como religião pela religião. “A Igreja parece cambalear até à queda, quase completamente extinta de vida”.2 “Sempre que o púlpito é usurpado por um formalista, o adorador é defraudado e desconsolado. Encolhemo-nos assim que começam as orações, que não nos elevam, mas nos ferem e nos ofendem”.3 “Ai do homem infeliz que é chamado a subir no púlpito e não dar o pão da vida”.4 Para remover os males que permeiam a Igreja, Emerson conclui, suplicando: “Na alma, então, deixe-se buscar a redenção. Aonde quer que um homem vá, lá vem a revolução. O velho é para escravos”.5 “Ouse amar a Deus sem mediador ou véu.”6 “O remédio para sua deformidade é, primeiro, a alma, depois, a alma, e sempre, a alma.”7 Que declaração orgulhosa! Para começar, a vida humana conversa com o universo; sua expansividade a torna una com a natureza; abrange a eternidade do passado, presente e futuro; cheia de potencial ilimitado, está conectada a toda vida. O propósito original da religião é extrair esses poderes inerentes à vida. As palavras de Emerson foram um grito de sabedoria e de coragem anunciando a chegada da Renascença Americana. Os administradores da Faculdade de Estudos Religiosos de Harvard, que esperavam uma palestra normal, ficaram totalmente confusos. O reitor classificou o discurso como “loucura”, se não “absoluto ateísmo”.8 Muitos atacaram Emerson cruelmente, insultando-o como ímpio, herege e perigoso. Alguns até o chamaram de cachorro louco. Em razão dessa palestra, Emerson foi proibido de lecionar em Harvard por quase trinta anos. Ele também foi efetivamente excluído da igreja. No entanto, permaneceu imperturbável. Como ele escreveu: “A sociedade não tem suborno para mim”.9 A alma de Emerson, em comunhão direta com um espírito universal, brilhou intensamente. Nada poderia violá-la. A FILOSOFIA DA AUTOCONFIANÇA Um dos fundamentos ideológicos da filosofia de Emerson é a autossuficiência, uma ideia expressa no “Discurso da Faculdade de Estudos Religiosos”. Trata-se de uma grande declaração humanística, um chamado para que todos rejeitem qualquer coisa que tente ficar entre a alma e o espírito universal. A filosofia de autossuficiência de Emerson é explicada claramente em seu ensaio com o mesmo nome — uma das maiores obras dele pela elevação de suas ideias e pela excelência de sua expressão. Nesse ensaio, ele proclama: “Confie em si mesmo: todo coração vibra ao som dessa corda de ferro”.10 “Quem quiser ser um homem, deve ser um inconformista. (...) Nada é sagrado, exceto a integridade da sua própria mente. Absolva-se para si mesmo e terá o sufrágio do mundo”.11 Essas são passagens que eu adorava recitar na minha juventude. Um palácio de felicidade existe dentro do nosso coração. Uma fonte de esperança está bem diante de nós. O presidente Josei Toda dizia: “O importante para os jovens é confiar em seu próprio coração. É necessário viver fielmente consigo mesmo. Não há outra maneira”. As palavras do meu mestre estão gravadas em meu coração como seu último desejo. No “Acadêmico Americano”, considerado a “Declaração pela Independência Intelectual” americana, Emerson discute o acordo entre ideias e ações. Ele escreve: “Ação é subordinada ao acadêmico, mas é essencial. Sem ela, ele ainda não é homem. Sem ela, o pensamento não pode amadurecer em verdade”.12 Fiel a suas palavras, Emerson era um filósofo cujas ações faziam jus a suas ideias. Ele escreveu: “Um acadêmico que defende a escravidão, o governo arbitrário, o monopólio, o opressor é um traidor do ofício”.13 Emerson levantou a voz em oposição veemente à escravidão, que destrói a dignidade da alma humana. Apesar da crítica pesada, ele se esforçou na luta para abolir a escravidão. Em 1850, para satisfazer às exigências dos Estados escravagistas, o governo promulgou a controversa Lei do Escravo Fugitivo, que exigia que todos os cidadãos ajudassem a recapturar os escravizados fugidos. Emerson dedicou-se a estudar direito como se fosse um estudante de direito e travou uma guerra de palavras contra esse ato notório. Durante a Guerra Civil, apesar das dificuldades financeiras, ele escreveu e falou continuamente pela causa abolicionista. Em um concerto de jubileu realizado em 1º de janeiro de 1863, dia em que o presidente Lincoln emitiu a Proclamação de Emancipação, Emerson recitou seu poema abolicionista, intitulado Hino de Boston, acompanhado por uma apresentação musical. Hoje liberte o cativo, somente assim você está livre; levante um povo do pó, trunfo do seu resgate, salvos!14 Emerson sempre esteve cercado de amigos calorosos e solidários. Muitos admiradores visitaram Concord para vê-lo. Entre aqueles com quem compartilhou belas amizades estavam o ensaísta e filósofo que influenciou Mahatma Gandhi, Henry David Thoreau; o educador Amos Bronson Alcott; e o reformador religioso e social William Henry Channing. Emerson costumava passear na floresta com esses visitantes, discutindo filosofia e a vida. No fim da vida, Emerson perdeu a residência em um incêndio. No entanto, graças ao apoio dedicado dos amigos, a casa foi reconstruída em um ano. Quando ele voltou de uma viagem pela Europa, os habitantes da cidade o cumprimentaram com alegres vivas e ao som de sinos, como se dessem as boas-vindas a um general vitorioso da batalha. Emerson escreveu: “Apenas aquele bom lucro, que podemos saborear com todas as portas abertas e que serve a todos os homens”.15 Ele amava seu país, sua cidade, família e amigos. Também cultivava um amor profundo e duradouro pelas pessoas. Por essa razão, era amado por todos. Nele, podemos vislumbrar o caráter brilhante de um verdadeiro cidadão global. Certa vez, conversei sobre Emerson com o professor John Montgomery, da Universidade Harvard, que é meu amigo próximo e atuou como diretor do Centro de Pesquisa da Bacia do Pacífico, na Universidade Soka da América. Durante a nossa conversa, ele me contou sobre a modesta casa de Emerson, que hoje está preservada como na época, transmitindo a atmosfera daquela era. Ele acrescentou: “Como em muitas outras comunidades, alguns incorporadores tentaram construir grandes hotéis e shopping centers em Concord. Mas o desenvolvimento foi cerceado pelos esforços de cidadãos unidos”. Aqueles que vivem para o povo são fortes. Aqueles que são amados pelo povo vivem para sempre. A vida de Emerson, assim como um diamante, provê coragem eterna para todos nós. No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, faz sua segunda palestra na Universidade Harvard diante de uma plateia de cerca de 150 pessoas, incluindo estudiosos e estudantes desse instituto e de outras universidades (Cambridge, Massachusetts, set. 1993). Em 1838, Ralph Waldo Emerson também já fez discurso nessa instituição acadêmica. Foto: Sekyo Press Notas: 1. EMERSON. Journals, v. 3, p. 153. 2. EMERSON, Ralph Waldo. Nature, Addresses and Lectures [Natureza, Endereços e Palestras]. v. 1. The Complete Works of Ralph Waldo Emerson [Coletânea de Obras de Ralph Waldo Emerson]. Boston: Houghton Mifflin Company, 1903. p. 135. Tradução nossa. 3. EMERSON. Journals, v. 1, p. 137. 4. Ibidem, v. 1, p. 140. 5. Ibidem, p. 144. 6. Ibidem, p. 145. 7. Ibidem, p. 150. 8. WAYNE, Tiffany K. Encyclopedia of Transcendentalism [Enciclopédia do Transcendentalismo]. Nova York: Facts On File, Inc., 2006. p. 207. 9. The Journals and Miscellaneous Notebooks of Ralph Waldo Emerson [Os Diários e Cadernos Diversos de Ralph Waldo Emerson]. v. 7. PLUMSTEAD, A. W.; HAYFORD, Harrison (eds.). Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press, 1969. p. 60. 10. EMERSON, Ralph Waldo. Essays I [Ensaios 1]. v. 2. The Complete Works of Ralph Waldo Emerson [Coletânea de Obras de Ralph Waldo Emerson]. Boston: Houghton Mifflin Company, 1903. p. 47. 11. EMERSON. Essays I, p. 50. 12. Idem. Nature, p. 94. 13. Idem. Lectures, p. 247. 14. EMERSON, Ralph Waldo. Poems [Poemas]. v. 9. The Complete Works of Ralph Waldo Emerson [Coletânea de Obras de Ralph Waldo Emerson]. Boston: Houghton Mifflin Company, 1904. p. 293. 15. Idem. Homens Representativos: Sete Palestras. Tradução: Cesário Tomás Davies. Brasil: Edições História Magna, 2023.
01/04/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Shin’ichi também atuou como apresentador no último e importante evento com a presença do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, a cerimônia do dia 16 de março de 1958, na qual ele confiou o futuro do kosen-rufu aos jovens. A princípio, estava prevista a participação do primeiro-ministro da época, amigo do presidente Toda, na cerimônia. As 6 mil pessoas reunidas estavam ansiosas para demonstrar ao primeiro-ministro a sua determinação, como membros da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, de se tornar os pilares que sustentariam o futuro do Japão. Pouco antes da solenidade, porém, o político cancelou sua visita e enviou a esposa e o genro em seu lugar. Josei Toda estava decidido a converter aquele dia numa majestosa cerimônia na qual delegaria o futuro do kosen-rufu aos jovens, independentemente do fato de o primeiro-ministro comparecer ou não. Compreendendo a intenção do presidente Toda, Shin’ichi iniciou sua tarefa como mestre de cerimônia determinado a dissipar a frustração dos participantes e a despertar neles o eterno juramento, como bodisatvas da terra, de realizar o kosen-rufu nos Últimos Dias da Lei. Era um momento de desafio supremo. Somente com a sua voz seria capaz de erguer o ânimo dos 6 mil membros ali presentes? Também representava um ritual solene: o dia em que seu mestre, Josei Toda, passaria a seus sucessores o bastão da luta em prol do kosen-rufu. (Nova Revolução Humana, v. 25, p. 178-179) No topo: Cerimônia do dia 16 de março de 1958 ocorre com a participação de 6 mil jovens, Japão Foto: Seikyo Press
04/03/2024
Na prática
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Como suportar os “oito ventos”
Quanto mais alta a montanha, mais fortes serão os ventos no topo, afirmam especialistas. A Cordilheira do Himalaia, por exemplo, é uma das cadeias montanhosas mais extensas, concentrando alguns dos picos mais altos do mundo. Localiza-se no continente asiático, entre o planalto tibetano e o subcontinente indiano. Seus picos são constantemente golpeados por rajadas de ventos intensas. De acordo com dados meteorológicos, as temperaturas do inverno no Himalaia caem para 40 graus Celsius negativos e ventanias gélidas e implacáveis, às vezes, chegam à velocidade superior a 100 metros por segundo (224 milhas por hora).1 No entanto, mesmo suportando ventos impetuosos, o Himalaia se mantém imponente diante de todas as adversidades da natureza. Em consonância com essa postura do Himalaia, o budismo indica que é fundamental vivermos com serenidade. Com esse objetivo, a seção Na Prática apresenta o conceito budista dos “oito ventos” para que a vida seja conduzida com plena sabedoria, não sendo arrastada por nenhuma ventania. Incentivo ao discípulo Em 1277, Nichiren Daishonin escreveu a carta Os Oito Ventos para incentivar seu discípulo Shijo Kingo2 a não ser dominado pela ira diante das injustas penalidades impostas por seu lorde, Ema, devido à sua fé nos ensinamentos do Buda. Em um dos trechos do escrito referido consta: Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Não ficam exultantes pela prosperidade nem aflitas pelo declínio. As divindades celestiais certamente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.3 Com o desejo de que Shijo Kingo vencesse as circunstâncias exatamente no local em que se encontrava, Nichiren Daishonin ressaltou que uma pessoa sábia é aquela que não se deixa levar pelos oito ventos, e manifesta a capacidade de sempre distinguir o certo do errado, diante de quaisquer situações. A seguir, vamos entender cada um deles. Contínuo movimento Uma das acepções da palavra “vento” é “agitar”. As ventanias estão em contínuo movimento, e não cessam nem por um instante sequer. Assim como as grandes montanhas são arrebatadas constantemente por fortes ventos, a mente humana está a todo momento em sucessiva agitação. Um sutra budista explica que, num único dia, 804 mil pensamentos passam pela mente de um indivíduo.4 Ventos favoráveis Prosperidade — Condição em que a pessoa alça grandes conquistas no aspecto profissional, pessoal ou financeiro, e destina todos os seus esforços apenas a essas áreas da vida. Honra — Quando o indivíduo é homenageado ou laureado. Porém, uma interpretação distorcida pode levá-lo a se tornar arrogante e autoritário. Elogio — Situação em que a pessoa é elogiada por palavras e ações. No entanto, essas manifestações podem se tornar negativas quando a pessoa passa a regular seu comportamento, condicionando suas atitudes ao reconhecimento dos outros. Prazer — Quando a pessoa experimenta prazer físico ou mental. Contudo, a atividade prazerosa pode desviar a pessoa da prática correta. Ventos desfavoráveis Declínio — Situação de perda ou fracasso. Quando as pessoas se abalam pela condição de vida desfavorável, tendem a perder a energia e o entusiasmo. Desgraça — Por seu comportamento, o indivíduo perde o respeito e a confiança ou quando sofre difamações motivadas pela inveja ou pelo rancor. Censura — Quando alguém é repreendido ou ultrajado. Há aqueles que, ao serem advertidos, acabam desanimando ou se irritando com os demais, criando animosidade ou se afastando das pessoas. Sofrimento — Condição de dor física ou mental. O que faz a pessoa desanimar ou abandonar a prática budista. Manter a condição de vida interior elevada Certamente, em algum momento de sua trajetória, você tenha se deparado com uma dessas situações [ventos]. Por exemplo, pode ser revigorante para a disposição caminhar em dias ensolarados e receber uma lufada de vento refrescante. No entanto, realizar esse mesmo percurso em dias bem frios e sentir um gélido vento pode fazer o corpo estremecer por inteiro e, como consequência, baixar o estado de espírito. A jornada da vida de uma pessoa pode ser comparada a essa caminhada em que condições favoráveis ou desfavoráveis se manifestam regularmente. E todas elas são circunstâncias externas que enfrentamos a todo momento. Assim, o essencial é, mesmo diante dos cenários mais adversos, mantermos uma condição de vida interior elevada de forma que não sejamos atingidos pelos “oito ventos”. Para isso, devemos nos desafiar cotidianamente a realizar a prática budista; a ter um elevado propósito de vida [felicidade para si e para os demais]; a manter serenidade na prosperidade ou no declínio; a nos conectar com as diretrizes de vida do presidente Ikeda; e a estar rodeados de bons e inspiradores amigos e veteranos. Esses são aspectos indispensáveis para manter a mente e o coração sempre positivos. Importante ressaltar que as investidas das fortes ventanias, mesmo nos cumes das grandes cordilheiras, em sua maioria, são breves e passageiras. Isto é, os “ventos” que enfrentamos também são aspectos momentâneos e não duradouros. Em vista disso, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava incentivar: “Não devemos ficar eufóricos com os elogios nem apavorados com os insultos. É importante que nossa fé seja inabalável”.5 Dessa forma, desejar uma vida próspera faz parte do progresso individual, e isso precisa servir como balizador dos benefícios da prática budista. Contudo, o apego demasiado, ou seja, devotar a vida a questões externas, pode se tornar impeditivo para a pessoa se desenvolver como exímio ser humano, capaz de contribuir para o florescimento coletivo. Imperturbável como o Himalaia Exemplo de se manter imperturbável diante de fortes ventanias — assim como o Himalaia — é Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. Apresentamos breve descrição de Ikeda sensei sobre o grande defensor da justiça. As pessoas realmente fortes são aquelas que, não importa quantas vezes caiam, sempre se levantam e seguem em frente. Nelson Mandela (1918–2013), ex-presidente da África do Sul, que eu respeito e admiro profundamente, foi um indivíduo que demonstrou essa verdadeira força do ser humano. Por muitos anos, na África do Sul, onde Mandela cresceu, uma lei injusta decretava que pessoas brancas eram superiores às negras. Então ele se levantou como um jovem líder para transformar seu país em uma “nação arco‑íris”, na qual todas as pessoas fossem estimadas igualmente e pudessem viver com sonhos e objetivos. Ele foi maltratado repetidas vezes por cultivar esse ideal e teve sua liberdade tomada de si [Mandela ficou preso por mais de 27 anos], mas não se permitiu ser derrotado por nada. Como resultado de sua luta, obteve a liberdade e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, e realizou seu sonho. Muitas pessoas achavam impossível ou incrivelmente difícil eliminar a discriminação racial que existiu na África do Sul por décadas. Entretanto, Mandela determinou em seu coração que isso poderia definitivamente ser feito. Pessoas que se negam a desistir têm esperança, e por isso são capazes de continuar a realizar esforços. Tais indivíduos espalham a esperança para os que estão ao redor. Encontrei-me e dialoguei com Mandela em duas ocasiões. Ele faleceu em 2013, com 95 anos, mas seu sorriso continua a brilhar forte em nosso coração.6 Apesar das profundas injustiças, Mandela se manteve forte perante os ventos ferozes — como o declínio, a desgraça e o sofrimento — e, após ser libertado do cárcere, foi reconhecido pela população sul-africana como o construtor da igualdade e da paz da nação. Ainda que os novos ventos fossem diferentes de outrora, sua conduta se manteve íntegra em se empenhar pela felicidade do seu povo e das pessoas do mundo inteiro. Persistir e buscar continuamente a felicidade Como vimos ao longo da matéria, seremos diariamente atingidos pelos ventos — favoráveis ou adversos. No entanto, mesmo com profundas dores oriundas de reveses intensos ou sob as brisas refrescantes do elogio e da prosperidade, manter serenidade e seriedade em nosso comportamento, tanto pela nossa felicidade quanto pela felicidade das pessoas ao redor, terá como resultado o contínuo avanço. Esta é a resolução de Ikeda sensei: “As pessoas sábias não são levadas pelos oito ventos; persistem e buscam a felicidade absoluta com espírito indomável. Essa é a verdadeira conduta de um genuíno praticante do Budismo de Nichiren Daishonin”.7 Lembre-se, as fortes ventanias nas Cordilheiras do Himalaia são momentâneas. Assim, nessas condições, escore seu alicerce com a prática budista; agarre todas as oportunidades de avanço; imprima no coração o profundo propósito de vida; inspire-se com a grandiosidade da existência do Mestre e aprecie as brisas refrescantes da vitória. Por fim, aprume-se para um novo ciclo de oportunidades, pois os ventos são passageiros. Acesse o link e assista ao vídeo do encontro entre Ikeda sensei e Nelson Mandela. Nelson Mandela e Daisaku Ikeda Ilustração: Getty Images Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.301, 28 nov. 2015, p. B3. 2. Assim como muitos praticantes, Shijo Kingo fortaleceu a sua fé quando Daishonin, contrariando todas as expectativas, retornou ileso de Sado, em 1274. Shijo Kingo resolveu advertir seu lorde e sugerir-lhe que abraçasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. O lorde Ema ficou furioso por considerar uma presunção de seu vassalo tentar convencê-lo a abraçar os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Os outros guerreiros do clã, que invejavam a habilidade de Shijo Kingo e a confiança que o lorde, até então, depositava nele, aproveitaram-se para inventar notícias maldosas. Alguns até esperavam a ocasião para matá-lo. Em 1276, Ema reduziu o salário de Shijo Kingo e ameaçou privá-lo de seu feudo e transferi-lo para uma remota província se ele não desistisse de sua fé. Embora afirmasse sua lealdade inabalável ao seu lorde em todos os assuntos seculares, com relação à fé, Shijo Kingo não concordou e se recusou a deixar Kamakura. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 53, 2017. 4. Terceira Civilização, ed. 595, mar. 2018, p. 30. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.301, 28 nov. 2025, p. B3. 6. RDez, ed. 178, out. 2026. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.280, 20 jun. 2015, p. C4.
01/03/2024
Capa
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Doar é o verbo do coração
O comprometimento de olhar o mundo com lentes amplificadas é uma atitude cada vez mais apreciada na sociedade. Estamos falando do ato de “doar”, uma virtude associada diretamente a sentimentos sinceros nutridos no coração. Se essa ação for para salvar vidas, como no caso de doar órgãos, ou se for para criar uma história com iniciativas que nos fazem sentir bem e orgulhosos de nossas propostas, há sempre uma profusão de significados. O budismo milenar elucida as nuanças desse sentimento, que compartilhamos com os leitores nesta edição de março. Convidamos a todos para uma viagem no tempo e pela semântica, a que traduz o nobre espírito de doação da ótica budista e mostra como podemos adornar nossa vida com grata realização interior. No dicionário Michaelis,1 além de encontrarmos o significado literal do verbo “doar”, que é o de “transferir gratuitamente a outrem, de forma legal, bem, quantia etc.”, lemos o sentido figurativo de “entregar(-se) a uma obra, causa etc.; dedicar(-se)”. Para ilustrar, podemos citar os professores, exemplos de doação de uma vida inteira dedicada ao magistério, entre outros. Com relação a esse sentido figurativo do verbo “doar”, buscamos conhecimento nas raízes do Budismo de Shakyamuni, dos idos do século 6 a.E.C. O aprendizado extraído de várias parábolas baseia-se na acepção de que é dentro do coração humano que se encontra a chave de tudo. Este se configura como um divisor de águas entre uma vida egoísta e solitária e uma existência movida pela empatia, generosidade e seus consequentes benefícios tanto para o indivíduo quanto para a coletividade. Dedicação sincera Apresentamos uma das inúmeras parábolas empregadas pelo buda Shakyamuni na transmissão de seus ensinamentos em sua época. Sudatta foi um comerciante da cidade de Shravasti, na Índia antiga. Era considerado um protetor leigo do buda Shakyamuni e muito confiado por ele. Diz-se que foi o homem mais rico de seu reino. Mas a vida de Sudatta e de sua esposa não foi tranquila. Eles experimentaram dramáticas reviravoltas. Certo dia, Sudatta conseguiu cinco medidas de arroz, suficientes para manter o casal por cinco dias. Sua esposa preparou a refeição com a intenção de saboreá-la com o marido assim que ele retornasse. No entanto, naquele dia, bateram à porta alguns discípulos de Shakyamuni e o último era o próprio Buda. Sem se preocupar, a esposa ofereceu a cada um deles as tigelas de arroz cozido, com um gesto de extrema generosidade, uma expressão de sua fé em reverência ao Buda. Pouco depois, Sudatta retornou para casa. Ele parecia faminto. “Estou com muita fome. Você pode preparar a mesa?” Ao indagar o marido sobre a atitude dele caso viessem discípulos de Shakyamuni em busca de comida e contando-lhe sobre o que fez, prontamente Sudatta respondeu: — O que você fez foi maravilhoso! Com isso, tenho a certeza de que nossa circunstância será transformada e nos tornaremos felizes — respondeu Sudatta, sorrindo. Dizem que, por meio desse oferecimento, Sudatta tornou-se um homem virtuoso e muito respeitado.2 O aprendizado que tiramos de tudo isso verte-se da decisão sincera e sem hesitação da esposa e da alegria do marido, que exemplificam o “espírito de doação” nascido de uma fé pura e genuína. Depois de Sudatta se tornar um homem rico e virtuoso, construiu e doou o Monastério Jetavana para o budismo. Esse é um capítulo estimulante cujo desfecho pode ser acompanhado no volume 4 do romance Nova Revolução Humana, escrito por Daisaku Ikeda. Ao explorar suas páginas, encontrará mais detalhes da narrativa anterior. Devoção destemida À medida que avançamos no tempo, testemunhamos o budismo como expressão de uma vida de significado revelada por Nichiren Daishonin no século 13. Desde menino, imerso em escolas budistas, ele devotou a vida à busca de soluções para as questões vitais levantadas pelo buda Shakyamuni, as quais incluem entender os “quatro sofrimentos” — nascimento, envelhecimento, doença e morte. Por fim, desvendou o cerne do Sutra do Lótus, ensinamento máximo de Shakyamuni, revelando a Lei Mística (Nam-myoho-renge-kyo), capaz de evidenciar força, coragem e sabedoria nas pessoas comuns. Com a recitação sincera dessa oração, Nichiren Daishonin estabeleceu uma forma prática de compreendermos a raiz do sofrimento e, mais que isso, transformá-lo em potencial de avanço na vida. Por ser crítico voraz das crenças que tiravam do homem justamente essa liberdade de sonhar com a felicidade nesta existência, Daishonin despertou a ira de governantes da época e, por diversas vezes, foi exilado em locais inóspitos, para onde eram enviados os indivíduos jurados de morte. Como efeito de sua própria causa de uma vida devotada a proteger a humanidade, Daishonin atraiu a boa sorte de ter ao seu lado sinceros discípulos que lhe ofereceram apoio em várias situações de risco, inclusive de morte. “O que importa é o coração”.3 Eis uma das célebres frases de Nichiren Daishonin, que, ao lê-la hoje, nos damos conta de ser uma tradução real de duas assertivas. A primeira diz respeito ao sentimento que nutria o coração do Buda, determinado a não poupar a própria vida para deixar gravado o ensinamento capaz de salvar as pessoas do infortúnio e da ansiedade. A segunda refere-se ao sincero sentimento dos seus fiéis seguidores, que percorriam longas e desafiadoras jornadas, correndo o risco de não voltarem a salvo, com o desejo de proteger a vida de Daishonin. Posteriormente, eles se tornaram os mensageiros que transmitiam as cartas do Buda aos demais seguidores. Muitos tratados deixados por Nichiren Daishonin evidenciam essa dedicação daqueles que desejavam protegê-lo, como em O Oferecimento de um Manto sem Forro4 e O Presente de Arroz.5 Ao imaginarmos as circunstâncias difíceis vividas por Daishonin, indicadas pelo título desses escritos, compreendemos que esses itens eram essenciais para a sobrevivência na época. Alguns de seus seguidores levavam papéis e tinta para que o Buda registrasse suas palavras de incentivo. São leituras de profunda imersão nos bastidores do movimento budista que conhecemos atualmente e que poderiam não estar disponíveis neste momento, se não fosse pelo surgimento da Soka Gakkai. Devotar-se em perpetuar o ensinamento Ao prosseguirmos um pouco mais nessa viagem, percebemos que o século 19 despontou e que o Budismo Nichiren, com seus preciosos ensinamentos, permanecia limitado a pequenos templos do Japão. O nascimento da Soka Gakkai, em 1930, pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, trouxe à vida o coração do Buda para os ambientes das reuniões iniciais da organização. Assim como Daishonin, Makiguchi e Josei Toda dedicaram a existência para defender o humanismo como base da transformação social. Durante a guerra, ambos foram presos por se oporem ao militarismo do Japão e defenderem suas crenças. Makiguchi, literalmente, doou a vida e morreu no cárcere. Por sua vez, Josei Toda, após sair vivo da prisão, não se manteve distante do sonho do seu mestre e reconstruiu a Soka Gakkai. Neste período, havia escassez de trabalho, mantimentos e outros materiais de primeira necessidade. Foi nesse cenário de pós-guerra, de pessoas fragilizadas e com medo do futuro, que o sentimento do presidente Josei Toda, de “eliminar a miséria da face da Terra” — expressão asseverada no primeiro encontro [14 de agosto de 1947] entre mestre e discípulo —, foi posto em ação pelo jovem Daisaku Ikeda, que, aos 19 anos, decidiu seguir Toda sensei. O que vemos, a seguir, é como a devoção por uma nobre causa mudou o rumo da história, alicerçada na profunda relação entre ambos. A saga de mestre e discípulo Por sua sabedoria, Josei Toda certamente identificou a necessidade premente daquelas pessoas de encontrar uma saída no túnel sombrio da amargura e da falta de perspectivas. A determinação de Toda sensei imprimia uma força capaz de eliminar a raiz da desesperança que assolava as pessoas. Então, ele conferiu poder às mulheres e reconheceu o papel dos jovens, que, imbuídos de um grande ideal, poderiam criar uma sociedade de paz, distante da sombra das guerras. Dessa forma, vários núcleos foram criados na organização para que os direcionamentos a cada um deles mudassem a realidade da própria família e das futuras gerações. Somos o resultado dessa “doação” de convicção em um futuro de propósito, força empreendida pelos Mestres Soka. Visualizando o futuro promissor da organização, Josei Toda não media esforços, nem as próprias economias, para garantir locais de fácil acesso e conforto para os membros que vinham em busca de orientações de vida. Com o progresso cada vez mais presente na rotina deles, transformando desesperança em efetiva mudança para melhor, expressaram a Toda sensei o desejo de colaborar financeiramente com a organização. A princípio, ele pensou nas dificuldades cotidianas dos praticantes, ao mesmo tempo em que entendia o sincero sentimento desses voluntários. Assim surgia o Departamento de Contribuintes (Kofu), instituído em 3 de julho de 1951. Sobre esse marco, Ikeda sensei relembra: Ao pensar na expansão do kosen-rufu no futuro, seria inviável que ele continuasse sustentando sozinho aquela situação. Além disso, contribuir com o custeio das despesas era propriamente uma doação para o kosen-rufu. Diante da crescente insistência dos membros, Josei Toda sentiu que finalmente havia chegado a época para abrir as portas para esse desenvolvimento.6 A partir de então, o crescimento de participantes foi promovido de forma gradativa e firme, tornando-se mais tarde uma grande força na proteção de todas as atividades da Soka Gakkai. A respeito dessa contribuição voluntária, fruto do profundo sentimento de gratidão e oportunizada aos membros da Soka Gakkai, nosso mestre, Daisaku Ikeda, reforçava sempre que “O espírito de devoção em realizar a doação eleva o estado de vida e proporciona imensuráveis benefícios, e isso, por sua vez, aprofunda a convicção na prática da fé. Esta é a fórmula do budismo que coloca as pessoas na órbita da felicidade”.7 Órbita da felicidade Eis por que o sentimento de doação está diretamente ligado a quanto nossa vida se expande, elevando nosso eu maior. Trata-se do reflexo de converter sofrimento e — como Ikeda sensei sempre nos orientou — a adornar a vida com o tesouro do coração: Assim como uma brisa intensifica a fragrância do sândalo (incenso), a fé na Lei Mística nos possibilita, em meio aos ventos ferozes das adversidades, expandir nossa vida, lapidar um magnífico caráter e fazê-lo brilhar. A fragrância das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza — que adornam a torre de tesouro da nossa vida então se espalha ampla e longinquamente, levando alegria e coragem a muitos outros.8 Ambientes repletos de humanismo É com esse coração grandioso que os membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), nos 192 países e territórios em que a organização está presente, se dedicam a conjugar os vibrantes verbos do humanismo: “incentivar”, “encorajar”, “compartilhar” esperança. Não seria essa uma vida de propósito? No diálogo entre o Dr. Daisaku Ikeda, filósofo, pacifista e presidente da SGI, e Lou Marinoff, professor de filosofia que deu origem ao livro O Filósofo Interior, ambos demonstram o enorme potencial de uma filosofia aplicada de maneira prática e engajada. Em uma das passagens dessa obra, Ikeda sensei refere-se a uma das três formas de doação defendidas no budismo Mahayana, que ensina a doação como a prática do bodisatva. As duas primeiras correspondem à ajuda material e à concepção da Lei: (...) a terceira forma de doação é a oferta de destemor, isto é, o ato de ajudar alguém a eliminar o sentimento de pavor e alcançar a paz de espírito. É algo que dá às pessoas a coragem de enfrentar e superar, de preferência sem nenhum medo, as dificuldades na vida profissional, cotidiana ou em qualquer outra área.9 É assim que as reuniões de diálogo humanístico da Soka Gakkai têm ressignificado a vida de muitas pessoas. Com estímulo e incentivo à prática transformadora do Budismo Nichiren, elas encontram forças para se reerguer e avançar vitoriosamente. Além disso, nos jardins Soka encontram-se flores humanas, pessoas comuns orgulhosas de contribuir com esforço, dedicação para a expansão do movimento empreendido pela organização. Esse orgulho advém da consciência de que a construção da paz é de responsabilidade de todos, unindo o melhor do coração de cada uma delas, impulsionado pelo sentimento de “Eu faço parte! Eu promovo a paz”. Essa convicção é fortalecida pela prática da fé e pelo companheirismo reinante na Soka Gakkai. Isso faz sentido para muitos. Despertar de cada pessoa Elaboramos esta matéria como um convite aos leitores para embarcarmos juntos numa viagem pelas nuanças do verbo “doar”, o qual se reveste de profundos significados. Esperamos que cada leitor encontre o próprio significado ao longo desse percurso. Desde os primórdios do budismo milenar; das parábolas de Shakyamuni, que retratavam os benefícios da doação sincera, a exemplo de Sudatta; passando pelos discípulos de Nichiren Daishonin, que viajavam sem temor por montanhas e vales íngremes para levar roupas e mantimentos para ele; até as revelações mais recentes da filosofia humanística, mantida com rigor, responsabilidade e devoção pelos membros da organização Soka, essa dedicação tem como propósito perpetuar o ensinamento de Nichiren Daishonin e, ao mesmo tempo, abrir o coração para doar o melhor da vida em busca da felicidade de si e do outro. Nesse sentido, com a imprescindível apropriação da sabedoria que nos envolve na compreensão e na transformação dos sofrimentos em felicidade, vivendo sob a fragrância das “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza —, desenvolvemos uma expansão do coração além da nossa própria realidade. Essas virtudes se tornam, cada vez mais, símbolos de uma vida de realização. Ikeda sensei constantemente enfatizava que “O objetivo do budismo é a conquista de um estado de ser livre de todos os medos. Um estado no qual cada pessoa deve manifestar coragem suprema e sabedoria incomparável para lutar pela paz e pelo bem-estar dos outros”.10 O ato de doar algo precioso de sua vida em prol da propagação do budismo, principalmente o sentimento sincero e abnegado com que se pratica a doação, é o que proporciona benefícios imperceptíveis e enriquece a nossa vida. Que o texto desta edição o estimule a dar passos ainda com mais intensidade para a construção da paz que a humanidade tanto anseia! E tudo isso a partir do despertar de cada indivíduo para a riqueza do coração humano, como neste pensamento expresso por Ikeda sensei: A felicidade nasce no coração. A vitória se desenvolve no coração. O futuro é produzido pelo coração. Deixemos o sol da coragem se levantar em nosso coração e tornar cada dia vigoroso e único!11 SEM MEDO DE SER FELIZ Por Joel Bruno dos Santos, 90 anos Conselheiro de distrito na RM DF SUL, CGRE. Em dezembro de 2023, completei cinquenta anos de prática budista. Antes de conhecer o budismo, nem sabia direito quem eu era, vivia aéreo. Naquela época, eu tinha esposa e quatro filhos. Mudamos do Paraná para Brasília, DF, em busca de melhores condições. Apareceu uma oportunidade de trabalhar na construção de obras, mas o dinheiro faltava sempre. Exaurido de tanto sofrimento, minha atitude era brusca com todos em casa. Posteriormente, obtive um emprego na prefeitura. Na busca por uma religião para abraçar, um dia, observando meu colega de trabalho, também gari como eu, varrendo a rua, senti muita sinceridade em suas palavras. Pensei: “Ele tem uma religião”. Então, fui logo perguntar. Ele respondeu de pronto que era budista. Ensinou-me sobre o Nam-myoho-renge-kyo e disse que, se eu recitasse essa oração, conseguiria resolver meus problemas. Quando ele falou “resolver meus problemas”, logo já comecei a recitação. Ao chegar à casa, minha mulher achou que estava ficando doido. Iniciei minha jornada com fé e percebi que, a cada dia, as coisas estavam melhorando. Até meu salário rendia mais que antes. Na organização, participava das reuniões, assinava as publicações periódicas, dedicava-me ao estudo do budismo e contribuía com o Departamento de Contribuintes (Kofu). Minha convicção se fortaleceu. Aprendi a não colocar barreiras em nada. Como conquistei isso? Com o estudo do budismo. No começo, era tudo muito difícil, especialmente para quem é analfabeto. A gente pensa logo que não vai conseguir. O Budismo Nichiren nos ensina que tudo está na fé. Na época, eu era analfabeto. Por isso, eu me empenhei e aprendi a ler para poder estudar os escritos de Nichiren Daishonin e as orientações de Ikeda sensei nos nossos periódicos. Sentia que aquelas palavras eram para mim e chorava de emoção. Em 1984, durante a terceira visita do Mestre ao Brasil, tive a chance de me encontrar com ele em Brasília. Lembro-me bem de que ele falou sobre construirmos uma sede na cidade. Depois, soubemos que sensei havia comprado e doado o terreno onde atualmente está localizado nosso lindo centro cultural. Foi nesse momento que fortaleci meu espírito de doação, compreendi o significado do Kofu e, junto com minha esposa, tomei uma decisão: oferecer uma sede para acomodar melhor as pessoas nas reuniões do Distrito Gama, onde atuava, determinando que essa organização se transformaria em uma regional. Para isso, economizei e comprei o terreno. Neste período, recitei intenso daimoku. Cinco anos depois, em 2006, inauguramos nossa sonhada sede própria (Kaikan). Dois meses mais tarde, ouvi de minha esposa que nosso Kaikan já estava pequeno. Começamos a busca por um terreno e, no lugar que sonhávamos, encontramos um lote e o compramos. Em 2010, estava aberta a nossa sede, bem maior. Foi uma enorme alegria. Hoje, são feitas várias atividades nesse local. A convicção que adquirimos com a prática da fé e com o estudo do budismo é impressionante. Nestes últimos quatro anos, passei por alguns desafios, mas todos vencidos com base nos direcionamentos que recebemos na Soka Gakkai. Tenho sempre em mente o ensinamento de Nichiren Daishonin que diz que, quando as dificuldades surgem, “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”.12 Eu me mantenho sempre convicto de que o Nam-myoho-renge-kyo é mais forte que qualquer maldade. Nas últimas cinco décadas, aprendi a viver e a entender o porquê do sofrimento e a transformá-lo. Tenho uma família harmoniosa. Sinto minha idade, mas digo a todos aqui: dê-me algo para fazer, pois até morrer quero ser um verdadeiro discípulo de Ikeda sensei, que, como um pai, me ensinou tudo na vida. Quero concretizar todos os desejos dele, sem jamais recuar. Notas: 1. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/zmXq/doar/-. Acesso em: 31 jan. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 4. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 267, 2017. 4. Ibidem, v. I, p. 557, 2020. 5. Ibidem, v. II, p. 393, 2017. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 97-98, 2020. 7. Ibidem, p. 103. 8. IKEDA, Daisaku. Século da Saúde. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 39. 9. IKEDA, Daisaku; MARINOFF, Lou. O Filósofo Interior. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 26. 10. Ibidem. 11. Terceira Civilização, ed. 581, jan. 2017, p.3. 12. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666, 2020.
01/03/2024
Crônica
TC
Cultive diariamente o “espírito de doação”
Ao consultar meu BS+, constatei que o espírito de doação na SGI não se limita apenas às contribuições materiais, mas contempla todos os tipos de oferecimento em prol do avanço do movimento pelo kosen-rufu da organização e do desenvolvimento de seus membros. Para exemplificar, em relação à prática do gongyo e do daimoku diários, muitas vezes efetuamos, mesmo inconscientemente, diversos tipos de doação, tais como oferecimentos de incenso, velas, água, frutas, ramos verdes e outros. Além disso, encontrei ensinamentos budistas que apontam exemplos de doação: - Doação dos olhos: Diz respeito à importância de olhar as pessoas com benevolência e calor humano. - Doação do rosto gentil e sorridente: Refere-se à importância de manter um rosto sorridente, fazendo com que todo o ambiente se torne alegre. - Doação de palavras gentis: Ressalta a importância de proferir palavras gentis e respeitosas aos outros. - Doação do corpo: Significa agir de forma respeitosa em qualquer situação e lugar, dando importância à disciplina e à educação. - Doação do sentimento: Diz respeito a relacionar-se com outras pessoas com boa vontade e gentileza, sustentando sempre a fé, a benevolência e a consideração pelos outros. - Doação do lugar: Corresponde a ceder o local para propagar a Lei. - Doação da casa: Refere-se ao oferecimento do próprio lar para as atividades. Refletindo sobre os vários tipos de “doação”, gostaria de destacar a doação do nosso “tempo” e a doação da “nossa vida” em prol da nossa felicidade e da felicidade de outras pessoas. Ikeda sensei citou certa vez: “Para nós, não poupar a vida significa recitar constantemente Nam-myoho-renge-kyo, sem nenhum temor, e nos dedicar de corpo e alma para comprovar a fé — pelo bem do mundo, do futuro e de todas as pessoas”.1 Ao assistir a um filme, chamado O Preço do Amanhã,2 ele me fez refletir sobre a importância do tempo, da nossa existência, ao lado das pessoas que amamos, nossa família e nossos amigos. Não desperdiçar o tempo e doá-lo, utilizando-o da melhor forma, fazendo o bem, vivendo com propósito e aproveitando as oportunidades que a vida nos proporciona. O filme reforçou o incentivo de uma líder da Divisão Feminina (DF) com quem dialoguei em determinada ocasião. Naquele momento, comentei: “Não tenho tempo, mas tenho muita disposição!”. Sorrindo, ela me respondeu: “Fique tranquila, o mais importante é a sua” disposição e o sentimento de dar o seu melhor no que estiver fazendo”. Aliás, ela deixou uma orientação do Mestre que consta no volume 21 da Nova Revolução Humana3 sobre como conciliar a vida com tantas responsabilidades e ainda ter tempo de doar a vida pela felicidade das pessoas. O presidente Ikeda é para nós um grande exemplo de doação. Ele considera cada encontro com as pessoas como se fosse o último entre eles. Assim, Ikeda sensei se dedica ao máximo para oferecer nem que sejam algumas palavras de incentivo, com o forte desejo de que cada pessoa se torne realmente feliz e vitoriosa. Ele não desperdiça nenhuma oportunidade, perguntando a si mesmo se não existe mais alguém a quem possa encorajar. Dessa forma, tendo o Mestre como exemplo, convido você a viver uma vida aplicando o espírito de doação em todos os sentidos. E, com muita sabedoria da prática da fé, busque cultivar uma vida de vitórias e de realizações, junto com os familiares, a localidade e a sociedade. Selma Inoguti Colaboração Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 499, mar. 2010, p. 43. 2. O PREÇO do Amanhã. Direção/roteiro: Andrew Niccol. Produção: Andrew Niccol, Eric Newman, Marc Abraham. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2011 (1h49). 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 274, 2019.
01/03/2024
Especial
TC
Os ensaios de Ralph Waldo Emerson, um filósofo amado pelo povo
Boston, cidade da Renascença Americana, agraciada com uma luminosidade solar suave e pelo farfalhar agradável das árvores, estava envolta pelo vermelho vívido do outono. Em setembro de 1991, visitei essa capital da intelectualidade americana a convite da Universidade Harvard, onde apresentei uma palestra chamada “A Era do Soft Power”. Nela, comentei a tendência global do crescimento do soft power — conhecimento, informação, cultura e sistemas — e do distanciamento perante o hard power da força militar, da autoridade política e da riqueza. Afirmei que, para tornar essa tendência uma corrente irreversível do nosso tempo, era de extrema importância buscar nossa força na “automotivação”.1 Esse ponto de vista penetrante de que o verdadeiro poder é algo que brota de dentro é fundamentado no próprio ser humano e na vida; a espiritualidade cuja motivação é interior se torna uma filosofia robusta que nunca, nem por um instante sequer, se afasta dessa perspectiva. Na minha palestra, citei Emerson, praticante único dessa filosofia, que afirma: “Aquilo que mostra Deus em mim me fortifica. Aquilo que mostra Deus fora de mim me causa verruga e tumor”.2 Conhecido como o “sábio de Concord”, Ralph Waldo Emerson — pensador e filósofo de destaque, soberbo educador e poeta — foi porta-estandarte da Renascença Americana. Para mim, Emerson é um “amigo” inesquecível da juventude cujos escritos eu amava ler. Mantinha sua obra na prateleira mais próxima da minha mesa para poder lê-la a qualquer momento. Em meio às ruínas do Japão pós-guerra, folheava seus escritos repetidamente — como se mitigasse minha sede espiritual. Meu mestre, Josei Toda, me falou: “Você deveria ler Emerson minuciosamente”. O próprio nome “Emerson” traz à tona muitas lembranças da minha vida juvenil. CRESCENDO EM UMA ERA TURBULENTA Emerson nasceu em Boston no começo do século 19. Sua família descendia de uma linhagem renomada de ministros religiosos. Mas seu pai morreu quando Emerson tinha apenas 8 anos, deixando esposa e cinco meninos em dificuldades para se sustentar.3 Eram tempos turbulentos. A Revolução Industrial trouxe mudanças significativas para a sociedade, com progressos científicos constantes derrotando visões religiosas tradicionais. Emerson cresceu respirando nessa atmosfera de valores em mutação. Também influenciando o menino Emerson estavam o afeto maternal e a paixão de sua tia pela educação. A tia o encorajava: “Eleve seus objetivos”, e “Faça aquilo que teme”.4 Ela lhe ensinou que “a sublimidade do caráter deve vir da sublimidade da motivação”.5 Em seus anos derradeiros, Emerson descreveu a abordagem de sua tia para a educação como aquela pautada no respeito pela criança como pessoa independente, “uma benção que nada na educação poderia fornecer”.6 Aos 14 anos, Emerson ingressou na Universidade Harvard, onde se familiarizou com a filosofia tanto clássica quanto moderna. Posteriormente, ele entrou na Faculdade de Estudos Religiosos de Harvard [braço de estudos teológicos da instituição]. Com apenas 25 anos, ele se tornou pastor iniciante em uma famosa igreja do unitarismo de Boston. Unitarismo é uma escola cristã que rejeita a tradicional doutrina da Trindade7 e enxerga Deus como uma entidade única. A eloquência de Emerson atraía muita gente, e sua reputação cresceu rapidamente. Após o ministro principal adoecer e se aposentar, Emerson assume total responsabilidade pela igreja. Enquanto isso, ele se torna também capelão do Senado Estadual do Massachusetts e é eleito para o Comitê Escolar de Boston. No começo de sua vida adulta, foi abençoado com muitas oportunidades e boa sorte. Porém, se tivesse conhecido apenas águas calmas, Emerson o filósofo não teria emergido. Uma voz interna continuamente o incitava, uma voz que não era silenciada pelo status nem pelas honrarias. Seu objetivo não era uma carreira como ministro religioso, mas, sim, realizar seu propósito genuíno como um homem de religião. Sua voz interna deixou claro para ele que havia uma fenda profunda entre o ideal e a realidade. Emerson viu algo que descreveu como “formas mortas”8 de adoração impostas pela autoridade e enraizadas profundamente na igreja de sua época. Em algumas igrejas, pairava uma atmosfera de desprezo pelos pobres, que fielmente frequentavam a Igreja. Rituais desprovidos de vida, tradições embaciadas e teatrais; a fé espontânea e vibrante era reprimida. “RELIGIÃO..., NA PRÁTICA, NÃO É A FORMA” Autoridades religiosas desenvolvem e mantêm rituais e formalidades que mistificam a própria crença. Religiões, ao longo da história, tomaram esse caminho, uma tendência não limitada ao passado. A religião atual deve ser questionada nesse sentido. Arnold J. Toynbee, renomado historiador do século 20, com quem travei uma série de diálogos, fez uma observação profunda sobre a questão. Ele explicou que uma das maneiras amplamente relatadas de como as religiões de longa tradição caíram no declínio foi por terem permanecido atoladas em formalidades discordantes com os novos tempos. Emerson também era extremamente ciente desse padrão. Por esse motivo, ele não cedia às indolentes autoridades da Igreja. As conjecturas dele se tornaram mais lúcidas conforme seus agravos se multiplicavam — seu amado irmão mais novo sofreu um colapso mental aos 23 anos e sua esposa faleceu após um ano e meio de casamento feliz. Em seu diário, ele escreveu: “A religião é eficazmente destruída tanto pelo fanatismo quanto pela indiferença”;9 “O Deus em nós crê em Deus”;10 e “É o melhor do homem, penso, às vezes, sua parte que se revolta contra ser ministro”.11 Ele também registrou: “Já pensei por vezes que, para ser um bom ministro, é necessário deixar o ministério. A profissão é antiquada. Em uma era alterada, adoramos as formas mortas dos nossos antepassados”.12 Emerson solicitou que o conselho de administração da Igreja que abolisse o uso da hóstia e do vinho na Sagrada Comunhão e parasse de considerar esse rito como sacramento formal. A Igreja rejeitou sua proposta. Em meio ao intenso debate que se seguiu, ele fez uma viagem às montanhas para uma contemplação profunda. Devo obedecer à minha voz interna ou não? Depois de se debater com o questionamento, ele concluiu: “Religião, na mente, não é credulidade e, na prática, não é a forma. É a vida. É a ordem e a solidez de um homem. Não é algo mais a ser adquirido, a ser adicionado, mas é uma nova vida para as faculdades que já tem”.13 Ao expressar suas convicções, Emerson buscava uma religião que não poderia ser contida dentro dos limites da ideia religiosa estabelecida de devoção a um Deus antropomorfo. Mais de um século atrás, Tokoku Kitamura, crítico literário japonês, introduziu Emerson e sua obra no Japão. Ele chamava a religião de Emerson de naturalista e dizia que o autor era, de certo modo, ateu, pois, com a palavra “Deus” ele queria dizer algo diferente da divindade personificada. De acordo com Kitamura, o Deus de Emerson era simplesmente o todo, tudo. O Deus de Emerson poderia ser descrito como um princípio fundamental que, de maneira vibrante, permeia o universo. Isso também pode ser chamado de espiritualidade universal. Emerson retornou das montanhas e abandonou o ministério, com o objetivo de se tornar um praticante religioso genuíno. Tinha 29 anos. Ele comunica sua decisão por meio dos seguintes versos: Não viverei fora de mim. Não enxergarei pelos olhos de outrem. Meu bem é bom, e meu mal, ruim. Eu seria livre — não posso ser enquanto aceitar as coisas ditadas por outros. Ouso tentar pavimentar minha própria estrada.14 No topo: Sala de estudo de Ralph Waldo Emerson (1888) Foto: Wikimedia Commons Notas: 1. IKEDA, Daisaku. A New Humanism: The University Addresses of Daisaku Ikeda [Um Novo Humanismo: Discursos de Daisaku Ikeda em Universidades]. Nova York: I. B. Tauris, 2010. p. 189. 2. EMERSON, Ralph Waldo. The Complete Works of Ralph Waldo Emerson [Coletânea de Obras de Ralph Waldo Emerson]. Nova York: Wm. H. Wise & Co., v. 1, p. 41, 1930. 3. De oito crianças, apenas Ralph Waldo e quatro irmãos sobreviveram à infância. 4. Idem. Lectures and Biographical Sketches [Palestras e Esboços Biográficos]. v. 10. The Complete Works of Ralph Waldo Emerson [Coletânea de Obras de Ralph Waldo Emerson]. Boston: Houghton Mifflin Company, 1904. p. 406. Tradução nossa. 5. EMERSON. Lectures, 406. 6. Ibidem, p. 432. 7. A doutrina cristã da Trindade define Deus como três pessoas num só ser: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo; “um Deus em três pessoas”. 8. The Journals and Miscellaneous Notebooks of Ralph Waldo Emerson [Os Diários e Cadernos Diversos de Ralph Waldo Emerson]. v. 4. FERGUSON, Alfred R. (ed.). Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press, 1964. p. 27. Tradução nossa. 9. Idem. v. 3. GILMAN, William H.; FERGUSON, Alfred R. (eds.). Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press, 1963. p. 260. Tradução nossa. 10. EMERSON. Journals, v. 3, p. 273. 11. Ibidem, p. 318. 12. Ibidem, v. 4, p. 27. 13. Ibidem. 14. Ibidem, v. 4, p. 47. Tradução livre.
01/03/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Doar é o Verbo do Coração com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Doar é o Verbo do Coração No topo: Mural da edição de março
01/03/2024
Pensamento
TC
Não abandonem seja quem for
Não abandonem seja quem for. Não julguem arbitrariamente. Não descartem quem quer que seja. Continuem acreditando e estendam a mão, fazendo despertar sua natureza de buda. Esse é o humanismo do budismo. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 14 de fevereiro de 2016 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (jul. 2023) Foto: Seikyo Press
01/03/2024
Editorial
TC
Manifestar esperança e coragem
Ingressamos no mês conclusivo do primeiro trimestre do ano: março — período em que celebramos importantes datas para a sociedade e para a Soka Gakkai. Destacam-se o Dia Internacional da Mulher, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o estabelecimento da luta pela igualdade do gênero feminino, e o Dia do Kosen-rufu, ocasião em que Toda sensei transmitiu aos jovens a responsabilidade pela perenidade do Budismo de Nichiren Daishonin por todo o futuro. Como expressão da força jovial feminina, Ikeda sensei apresenta, em diversas ocasiões, a trajetória de Anne Frank. A jovem foi uma das vítimas entre os quase 6 milhões de judeus que perderam a vida no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. A adolescente faleceu aos 15 anos. Logo após a sua morte, suas anotações foram encontradas e publicadas, tornando-se um livro famoso conhecido mundialmente como O Diário de Anne Frank. Para se esquivar da perseguição nazista, a família de Anne, junto com mais um grupo de pessoas, se escondeu em um pequeno quarto nos fundos de uma casa, em Amsterdã [Holanda, hoje Países Baixos]. Eles se mantiveram por mais de dois anos no local sem saber quando poderiam sair. Apesar de todas as restrições, Anne se dedicava aos estudos. O presidente Ikeda rememora: A paixão de Anne Frank pelo estudo era mais forte do que a de muitos jovens de sua idade. Além disso, ela era extremamente ativa e vigorosa. Como aqueles dias devem ter sido dolorosos para alguém com o seu temperamento! Porém, no dia 16 de março de 1944, há exatamente [oitenta] anos, ela escreveu em seu diário: “Não quero lamentar, ao contrário, serei corajosa!”. À medida que o período no esconderijo se estendia, os adultos que também viviam com Anne começaram a ficar descontentes, e nada faziam a não ser lastimar pela sua situação. No entanto, Anne nunca perdeu seu brilhante sorriso. Ela havia determinado firmemente em seu coração jamais reclamar. Em seu diário, Anne escreveu que para as coisas se saírem bem ou mal depende totalmente da própria determinação. Todos precisam aprender a conquistar a própria determinação. Ela escreveu também que jamais seria derrotada porque tinha seus estudos; tinha esperança, amor e coragem.1 Com essa mesma esperança e coragem da jovem Anne Frank, os membros da Soka Gakkai por todo o mundo — empenhados na prática budista — incentivam as pessoas que sofrem árduos desafios a confrontar suas circunstâncias, ao mesmo tempo em que avançam e vencem os próprios dramas. Essas ações encorajadoras transmitidas por essas pessoas são reconhecidas no budismo como um dos aspectos do “espírito de doação”, tema que norteará a matéria de Capa de março e as atividades organizacionais da BSGI. Acompanhe também na edição a terceira parte do Especial, intitulado Jornada de Mestre e Discípulo — Os 95 Anos da Vida de Ikeda Sensei. Veja ainda na seção Na Prática o conceito budista dos “oito ventos” e entenda como conduzir a existência com plena sabedoria, independentemente dos desafios enfrentados. Ótima leitura! Redação Ilustração: Getty Images Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.277, 18 jun. 1994, p. 3.
01/03/2024
Artigos
TC
Jovens sucessores emergidos da terra, resplandeçam!
“A primavera finalmente chegou. A brisa suave, os brotos verdes, a bruma — tudo isso nutre minha vida”.1 Eis um trecho que Ikeda sensei registrou em seu diário no dia 1o de março de 1954. Como alter ego do seu mestre, trabalhava exaustivamente correndo por todos os lados. Seu estado febril não cessava. Porém, o jovem revolucionário de 26 anos dialogava com a natureza, imbuído do seu rico espírito poético e visualizava o futuro. Era a grande flor de um monarca da natureza humana que desabrochava sobre uma determinação esmagadora tal como descrita na passagem “Não nos preocupamos com nosso corpo nem com nossa existência; ansiamos somente pelo caminho insuperável”.2 Naquela época, Toda sensei dizia-lhe: “Daisaku, não se esqueça. Tudo se define na terceira geração. O importante é a terceira geração!”. Adicionalmente, ele nomeou Ikeda sensei como coordenador do staff da Divisão dos Jovens com o sentimento de “conto inteiramente com você”. Neste mês [março de 2024], recebemos os setenta anos desde essa nomeação. Ikeda sensei, que conhecia o real sentimento do seu mestre, ultrapassou a categoria de “líder da Divisão dos Jovens” e levantou-se com a consciência de “força motriz para a propulsão da Soka Gakkai”. Pode-se dizer que esse senso de responsabilidade é a origem do espírito a ser gravado pelos jovens sucessores emergidos da terra. “A Soka Gakkai se encontra no seu interior” Os incentivos de Ikeda sensei se resumiam sempre a “aproximar-se da pessoa”, a “conhecer a situação” e a “respeitar a individualidade”. Além disso, ele tinha o aspecto de uma pessoa em constante busca, que aprofundava os próprios pensamentos a partir do contato com os jovens. Na primavera, no mês de março, de 1974, Ikeda sensei deslocou-se para uma visita de orientações nas Américas do Norte e Central. Em uma sessão de perguntas e respostas, realizada na Flórida, Estados Unidos, um jovem questionou sobre uma característica do budismo. Sensei enfatizou que “O homem não existe em prol da religião, mas a religião é que existe pelo bem do ser humano”. Ele afirmou que o Budismo Nichiren realizou essa intenção. Desde essa ocasião, o presidente Ikeda passou a transmitir a visão de “religião pelo bem do homem” como o princípio essencial do budismo. Na verdade, após o término daquela sessão de perguntas e respostas, Ikeda sensei nos disse: “As perguntas e respostas do dia de hoje foram muito importantes. Lembrem-se disso”. Foi um momento em que seu próprio pensamento já existente se tornou ainda mais claro por meio daquela conversa com os jovens. Mesmo depois de meio século, revive uma vívida emoção. Em um ensaio escrito por ocasião da passagem do dia 16 de março, Ikeda sensei clamou a todos para a consciência como protagonista, afirmando: “A Soka Gakkai se encontra no seu interior”. Agora é o momento de brilhar com a disposição de que “Eu sou o Shin’ichi Yamamoto a criar a Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Assim, vamos iluminar calorosamente a comunidade local e o mundo, tal como as flores da primavera que desabrocham orgulhosamente ultrapassando o rigoroso inverno! No topo: O futuro de esperança se expande a partir do diálogo com os jovens. Durante uma visita de orientações nas Américas do Norte e Central há meio século, Ikeda sensei conversa informalmente sentando-se no meio dos estudantes (Estados Unidos, março de 1974). Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku: Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 191. 2. The Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 233.
01/03/2024
Editorial
TC
Seja o agente da prosperidade social
Fevereiro reveste-se de grande importância, pois está repleto de episódios marcantes na história do budismo e da Soka Gakkai: nascimento de Nichiren Daishonin, em 1222; terceira e quarta visitas do presidente Ikeda ao Brasil, respectivamente, em 1984 — neste mês, celebramos os quarenta anos desse fato histórico para a BSGI — e em 1993. Todos esses acontecimentos despertam nos praticantes do budismo o sentimento de gratidão pelos estimados mestres citados terem se doado para a consecução do kosen-rufu se tornar realidade. O Buda Nichiren não se poupou em deixar para as futuras gerações o dispositivo para alcançarem a plena felicidade [Nam-myoho-renge-kyo], mesmo enfrentando perseguições. Ao passo que Makiguchi sensei estabeleceu a Soka Gakkai como eixo da criação de pessoas de valor; e Ikeda sensei percorreu o Japão e o mundo despertando nas pessoas o potencial transformador — estado de buda — intrínseco a cada ser humano. Com ímpeto, coragem e o grande coração desses eternos mestres, o budismo se propagou, alcançando cada recanto do globo. Diariamente, milhares de membros da Soka Gakkai, fundamentados na prática budista, evidenciam a sabedoria para transformar condições adversas. Ao mesmo tempo, eles contribuem, de modo genuíno, para que outras pessoas sejam infinitamente felizes e, assim, impactam de forma positiva o ambiente em que se encontram. Sobre isso, Ikeda sensei tece os seguintes comentários: Uma vida que busca prosperidade em vão, num mundo destinado a desaparecer, é no mínimo vazia. É também sem sentido se preocupar com uma felicidade virtual facilmente mutável. Como Nichiren Daishonin diz, a condição máxima da própria vida é justamente o eternamente indestrutível palácio e o castelo da felicidade. Embora viva numa casa espetacular e rodeada de riquezas, se a pessoa for gananciosa e possuir uma condição de vida baixa, não poderá dizer que é feliz e se tornará a pessoa que mora no “castelo da infelicidade”. Em contraste, seja qual for a circunstância atual de vida, se a pessoa tiver a plenitude de um coração puro e uma condição de vida elevada, certamente poderá alcançar a felicidade material e espiritual ao mesmo tempo. Essa situação está de acordo com o princípio de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi) que, em poucas palavras, entendemos que são unos e inseparáveis. Quando a pessoa determina abrir o palácio da própria vida, desencadeará a abertura de palácios da felicidade de outras pessoas e de palácio da prosperidade de uma sociedade. Isso caracteriza a conectividade que existe entre vidas e fará com que outras pessoas também abram os palácios de sua vida.1 Conforme as palavras do Mestre, aprendemos que o ser humano é o agente da causa e do efeito para tudo. Para saber mais sobre o tema, leia a matéria de Capa da edição. Na seção Na Prática, entenda o conceito budista da “purificação dos seis órgãos dos sentidos” para perceber os fatos da vida com mais benevolência e humanidade, tanto em relação a nós próprios quanto ao ambiente que nos cerca. Confira a segunda parte do Especial da vida de Ikeda sensei preparado com dedicação e carinho. Ótima leitura! Redação Ilustração: Getty Images Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.227, 17 maio 2014, p. B1.
01/02/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Decida Ser Feliz com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Decida Ser Feliz No topo: Mural da edição de fevereiro
01/02/2024
Artigos
TC
Com espírito jovem! Em união e solidariedade com nossos jovens!
No mundo todo, nossos companheiros transbordam de ardente entusiasmo para compartilhar o Budismo Nichiren com seus amigos. Com certeza, a origem desse espírito remonta à histórica Campanha de Fevereiro,1 liderada pelo jovem Daisaku Ikeda. Ou seja, a campanha de 1952, na qual ele deu início a um avanço colossal, que conduziria à conquista do objetivo estabelecido pelo seu mestre, Josei Toda, de alcançar 750 mil famílias afiliadas à organização. Ele conclamou aos membros: “Assinalemos fevereiro, mês de nascimento do presidente Josei Toda, com um aumento significativo no número de membros!”. A paixão de um único jovem se alastrou para cada canto da organização e fez história. O jovem Daisaku Ikeda visitou uma casa após outra, ouvindo com atenção os problemas das pessoas, estreitando laços de coração a coração e despertando cada uma delas para a própria missão como bodisatva da terra. Trata-se de uma fórmula para a vitória que nós, como discípulos de Ikeda sensei, devemos determinar resolutamente continuar implementando no futuro. Em 11 fevereiro de 1993, aniversário natalício do presidente Josei Toda, Ikeda sensei redigiu o epílogo da Revolução Humana durante uma viagem ao Brasil, no qual registrou: “Minha missão como discípulo dele foi a de proclamar ao mundo as magníficas realizações de meu mestre”.2 Nesse mesmo dia, na solenidade de outorga de título de doutor honorário [conferida a ele pela Universidade Federal do Rio de Janeiro], num discurso proferido diante dos principais pensadores de vários campos, ele expressou o desejo de dedicar aquele laurel a Toda sensei. Foi, sem dúvida, uma declaração da vitória de mestre e discípulo. Fiquei profundamente emocionado ao ouvir tais palavras. *** Ao realizar atividades ao lado do presidente Ikeda, sempre sentia que seu espírito era o de um jovem cuja vida sempre esteve una com a do seu mestre. Certa vez, ele escreveu: “Até hoje, estou sempre dialogando o tempo todo com meu mestre. Em minha mente, posto-me diante dele como o jovem que eu era”.3 De modo semelhante, se buscarmos o Mestre em nosso coração e renovarmos nosso juramento pelo kosen-rufu, uma nova e poderosa energia vital passará a emanar abundantemente de nós. Isso, em si, é o espírito jovem, o espírito de saldar nossa dívida de gratidão. Abracemos e compartilhemos esse espírito com todos em nossa respectiva comunidade. Nichiren Daishonin expressa: “Para que as orações sejam eficazes e os desastres desapareçam da nação, três elementos são requeridos: um bom mestre, um bom praticante e um bom ensinamento”.4 Jamais devemos nos esquecer de que por termos encontrado um bom mestre é que conseguimos encontrar um bom ensinamento. É por estarmos nos empenhando para concretizar os ideais de nosso mestre que podemos romper a concha das nossas próprias limitações e manifestar nossa energia vital inerente. Este é o momento para todos nós nos levantar como bons discípulos em união e solidariedade com os jovens, com o objetivo de expandir amplamente o quadro de jovens da organização, convictos de que a vitória é o verdadeiro caminho dos discípulos, assim como ensinou o presidente Ikeda! No topo: Cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa ao presidente Ikeda pela renomada Universidade Federal do Rio de Janeiro. O certificado é entregue em mãos pelo reitor Nelson Maculan (segundo, à esq.). O reitor disse: “Receber (o senhor) como integrante de nossa instituição é para nós a máxima alegria e glorifica a universidade” (Rio de Janeiro, fev. 1993) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Campanha de Fevereiro: Em fevereiro de 1952, o presidente Ikeda, na época consultor do Distrito Kamata de Tóquio, iniciou uma dinâmica campanha de propagação. Ao lado dos membros de Kamata, ele quebrou os recordes anteriores de cerca de cem novas famílias, convertendo 201 novas famílias ao Budismo Nichiren. 2. SGI Newsletter, ed. 3.232. 3. The Wisdom for Creating Happiness and Peace [Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz], p. 27-28. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 143, 2017.
01/02/2024
Na prática
TC
Entenda o conceito budista da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”
Em dias de calor abrasador de verão, contemplar o céu azul e sentir a brisa refrescante do mar, de fato, podem se transformar numa sensação muito agradável. Do mesmo modo, ouvir o cantarolar de um belo pássaro ou saborear uma nova refeição resultam em experiências singulares. Sabe-se que as pessoas recebem referências sobre o ambiente exterior a partir dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. A mente como sexto elemento dos sentidos decodifica esses estímulos do ambiente interagindo com ele. O budismo é a filosofia que nos leva a perceber e compreender o mundo de maneira mais profunda, cristalina e transformadora. Para saber mais, a seção Na Prática apresenta o conceito da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”. Instrumentos de conhecimento de mundo Antes de explorarmos a importância da purificação dos sentidos, primeiro precisamos compreender a influência deles em nossa vida. Podemos considerá-los — visão, audição, olfato, paladar, tato e mente — como “portais” que nos conectam ao mundo e moldam nossa percepção. É possível que, ao nos deparar com as referências sensoriais logo no início do texto, a mente tenha remontado vivências passadas bem próximas das descritas. Esse é poder da mente.1 Nichiren Daishonin diz que o “benefício” surge da “purificação dos seis órgãos dos sentidos”. A purificação dos seis sentidos (...) é a purificação da própria vida. Em outras palavras, significa realizar nossa revolução humana e mudar o destino.2 Cada um dos seis órgãos dos sentidos (olhos, orelhas, nariz, língua e pele) possui suas respectivas características: cor e forma, som, odor, sabor, textura. Da mesma forma, diz-se que os seis órgãos dos sentidos são controlados pelas seis consciências (visão, audição, olfato, paladar, tato e pensamento).3 Marina Ramos Neves de Castro, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), estuda a antropologia dos sentidos e a etnografia sensorial. Ela explica que, em uma de suas definições, os sentidos podem ser vistos como “instrumentos de conhecimento de mundo”, mas que podem ser “precários e, por vezes, enganadores” sem “a mediação de uma operação de raciocínio”.4 Nesse sentido, observa-se a ideia de que nossa percepção é um método de produção de conhecimento e cultura por meio da qual interpretamos o mundo ao nosso redor. Ao nos permitir perceber e interagir com o mundo à nossa volta, esses sentidos, quando estão obstruídos pelas impurezas do coração e da mente, nos tornam vulneráveis aos impulsos negativos — os quais levam as pessoas a agir de maneira egoísta ou meramente passiva —, resultando em ações prejudiciais a nós próprios e aos outros. Como na figura ilustrativa do começo da matéria, mesmo com céu azulado e límpido, a pessoa presa a esses impulsos negativos poderia reclamar da falta de chuva para aliviar o calor intenso, e esse ruído seria capaz de interferir no “ânimo” daqueles ao seu redor. Portanto, conforme observado pela pesquisadora, os sentidos são instrumentos de conhecimentos de mundo, mas podem ser precários. A purificação se torna ainda mais importante, sendo requisito fundamental para alcançar a plena consciência da felicidade e a compreensão da vida ao perceber os eventos cotidianos com elevado estado interior. Entendendo cada um deles Como alcançar a purificação dos sentidos? O caminho está pavimentado nas práticas fundamentais do budismo, ou seja, na fé, na prática e no estudo. A recitação do daimoku nos permite acalmar a mente e observar nossos pensamentos e emoções, enquanto os escritos de Nichiren Daishonin e as orientações do presidente Ikeda proporcionam uma base teórica sólida para a compreensão da natureza da vida e para a conquista da felicidade genuína. Analisemos agora os sentidos individualmente. Ikeda sensei nos orienta que a “purificação da visão” é a capacidade de discernir o caminho para a felicidade para si e para os outros. Em um diálogo, ele diz: “Quando a pessoa possui um forte espírito de benevolência, é capaz de compreender as preocupações e dificuldades que outros experimentam, assim como um excelente médico pode diagnosticar imediatamente a causa de uma doença”.5 O budismo nos capacita a compreender o coração de outra pessoa e a entender por completo como ele age. Não é fácil, mas um líder budista deve ter a capacidade de perceber habilmente os princípios ocultos ou as funções do coração como se fosse um radar (...). Quando estamos entre as pessoas e propagamos o ensinamento com coragem, recebemos o benefício da purificação da visão e conseguimos desenvolver a visão da sabedoria. (...) Na vida diária, precisamos ter condições de ver com clareza a melhor direção a seguir. (...) Podemos discernir o supremo caminho para nossa vida. Desenvolvemos também o discernimento em relação ao futuro de nossa família, da comunidade e da sociedade.6 O presidente Ikeda explica que “purificar a audição” “é a capacidade de distinguir a condição de vida de uma pessoa com base nos sons de sua voz”, assim como purificar o olfato “se trata da capacidade de distinguir com clareza todos os aromas” para “detectar a fragrância do coração, que é única para cada pessoa”. A purificação do paladar pode ser ilustrada pelo desenvolvimento da capacidade de explanação dessa pessoa, “de tal forma que leve alegria aos ouvintes” a fim de “se tornar um mestre do diálogo”.7 Já o tato é “a capacidade de discernir a tendência de vida das pessoas no momento em que as encontra. Corresponde a uma presença que deixa as pessoas alegres e renovadas”. E a purificação da mente é “a capacidade de compreender ensinamentos infinitos e ilimitados a partir de um único verso ou frase”.8 Assim, no budismo, a purificação dos sentidos é vista como uma ferramenta essencial para alcançar essa plenitude, e a busca da felicidade é um objetivo universal que transcende fronteiras culturais e religiosas — em termos modernos, realizar a revolução humana. Podemos afirmar que esse processo é um empreendimento que demanda paciência e perseverança. No entanto, os benefícios são inestimáveis. Ao purificar os sentidos, é possível enxergar o belo, mesmo em meio às adversidades. Com isso, as pessoas se habilitam a tomar decisões sábias e a agir com compaixão e altruísmo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa. Princípio na prática Para ilustrar o conceito, consideremos o exemplo de uma pessoa que sempre foi impulsiva. No entanto, à medida que a recitação do daimoku se tornou frequente, bem como o aprimoramento nos caminhos da fé, da prática e do estudo, essa pessoa começou a enxergar as próprias fraquezas e limitações, a romper a concha do “egoísmo” e a compreender as demais pessoas com vasta condição de vida. Por isso, o processo demanda paciência e perseverança. Ao longo do seu desenvolvimento como ser humano, a visão de mundo dessa pessoa ficou mais clara, compassiva e altruísta. Ela se torna ativa em sua vida cotidiana, e sua influência positiva se espalha para aqueles ao seu redor, inspirando outros a seguir o mesmo caminho. Com esse exemplo, observamos que a purificação dos sentidos não se limita ao benefício individual. Ela tem um impacto profundo na sociedade, e indivíduos com essa visão contribuem para a edificação de um mundo melhor. Quando muitas pessoas exercitam esse aprimoramento, o qual também chamamos de revolução humana, o efeito cumulativo é poderoso. Uma sociedade composta por pessoas com essas qualidades é capaz de enfrentar desafios de forma ainda mais construtiva. Acolher o mundo exterior a partir da realidade interior Como vimos ao longo do texto, quando nossa vida esta na órbita da prática budista, isto é, na dedicação contínua à recitação de gongyo e daimoku, no contato constante com as pessoas da organização de sinceridade na fé, na aplicação da leitura e do estudo dos ensinamentos budistas, nossa aptidão mental e perceptual dos fatos da vida mudam radicalmente. Então, purificamos nossa própria vida, pois passamos a enxergar, ouvir, sentir e se comunicar com profunda benevolência e humanidade conosco e com as pessoas ao redor. Arrematamos a matéria com uma exposição do presidente Ikeda, que sintetiza os pontos apresentados sobre o conceito: O Budismo Nichiren é um ensinamento que propicia às pessoas a força para experimentar uma inacreditável energia surgindo em sua vida. Portanto, uma pessoa que possui uma sólida fé na Lei Mística é a mais forte e a mais feliz de todas. (...) A felicidade é determinada pela relação entre o ambiente, ou o mundo externo, e nossa energia vital. Uma pessoa controlada por um ambiente negativo está sofrendo. Ao contrário, uma pessoa que se encontra numa situação difícil, mas é capaz de controlar e modificar o ambiente, é feliz.9 Em última análise, a purificação dos sentidos é um lembrete de que todos nós temos o potencial de acolher o mundo exterior a partir da realidade interior, e, como praticantes budistas, sempre de modo elevado. Esse entendimento posto em execução é o benefício fundamental da prática da fé. Assim, desejamos que possa continuar a trilhar esse caminho com paciência e determinação, almejando não apenas a própria iluminação, mas também a iluminação do mundo à sua volta, ecoando sempre o olhar compassivo, o abraço afetuoso e a voz encorajadora. No topo: Abraço caloroso entre membros da BSGI (São Paulo, 1o jan. 2018) Foto: BS Notas: 1. Para saber mais sobre o tema, leia Terceira Civilização, ed. 662, out. 2023, p. 24. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.525, 25 set. 1999, p. A3. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3. 4. Disponível em: https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2021.186657. Acesso em: 16 jan. 2024. 5. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3. 6. Cf. Ibidem. 7. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.531, 13 nov. 1999, p. A3. 8. Ibidem. 9. Brasil Seikyo, ed. 1.530, 6 nov. 1999, p. A3.
01/02/2024
Especial
TC
Jornada de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei
Vínculos de luta conjunta com os companheiros, sempre pelo bem de uma única pessoa. Mergulhar no “mar de pessoas comuns”. Nesta segunda parte da série, são apresentados os esforços do Mestre para encorajar os membros em todos os cantos do Japão, desde Wakkanai, em Hokkaido, ao norte, até a ilha Ishigaki, em Okinawa, ao sul. Surgimento do jovem presidente Na manhã do dia 3 de maio de 1960, pouco depois das 10h30, Ikeda sensei descia do carro e se dirigia ao auditório da Universidade Nihon (na época) em Ryogoku, Tóquio. O fraque preto que utilizava era uma lembrança herdada do seu mestre, Josei Toda. A cerimônia de posse como terceiro presidente teve início ao meio-dia. Ikeda sensei entrou no recinto enquanto a banda masculina Ongakutai tocava canções da Soka Gakkai. No percurso, o Mestre fez uma pausa e fixou o olhar na foto de Toda sensei colocada no alto da parte frontal do palco. Após subir nele, em suas palavras, Ikeda sensei posicionou-se no púlpito e declarou vigorosamente: “Apesar de jovem, a partir de hoje assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com os senhores, um passo após outro, rumo à concretização do kosen-rufu”.1 O evento reuniu mais de 20 mil participantes, espalhados no recinto e nas áreas externas. Uma estrondosa salva de palmas envolveu o espaço. Era o surgimento do jovem presidente de 32 anos aguardado ansiosamente por todos os membros. Na ocasião, Ikeda sensei determinou com todos a concretização de 3 milhões de famílias, isto é, o testamento de Toda sensei, até a cerimônia de sétimo ano de falecimento de seu mestre, que seria realizada dali a quatro anos. Esse se tornou o objetivo concreto para o quinto período do ciclo de “Sete Sinos”. O conceito de “Sete Sinos” Para estabelecer o ritmo de avanço do kosen-rufu a cada sete anos, Ikeda sensei anunciou a concepção do conceito de “Sete Sinos” no dia 3 de maio de 1958, um mês após o falecimento de Toda sensei. Na época, uma parte da imprensa alardeava que a Soka Gakkai estaria à beira do colapso. Em meio a tais circunstâncias, como dar esperança aos membros mergulhados na tristeza? Ikeda sensei ponderava sobre essa questão em seu íntimo. Na época, ele registrou em seu diário: “Imaginei como a organização estará daqui a vinte anos. Estou preocupado e angustiado”.2 Assim, no dia 3 de maio, foram apresentados os ciclos dos “Sete Sinos”. Ikeda sensei concebeu essa ideia a partir de uma declaração de Toda sensei: “Vamos estabelecer cada período de sete anos como uma etapa e badalar o sino do kosen-rufu. Então, vamos tocar sete sinos!”. O “primeiro sino” é o período de sete anos desde a fundação da Soka Kyoiku Gakkai, em 1930, até a partida oficial da organização, em 1937. O “segundo sino” segue até o falecimento do presidente Tsunesaburo Makiguchi, em 1944. O “terceiro sino” vai até a posse de Toda sensei como segundo presidente, em 1951. O “quarto sino” se encerra com a concretização de 750 mil famílias, o empreendimento da vida de Toda sensei, e seu falecimento. Ikeda sensei fez essa declaração, clamando a todos para avançar com coragem e convicção em ciclos de sete em sete anos, visualizando o futuro de vitórias com a concretização do “quinto sino”, do “sexto sino” e, finalmente, do encerramento do ciclo com o “sétimo sino”, 21 anos a partir daquele momento. Esse majestoso objetivo criou a força para que os membros avançassem, vislumbrando tal futuro. Dessa forma, a Soka Gakkai concretizou o objetivo de 3 milhões de famílias, do “quinto sino”, no ano 1962. No período do “sexto sino”, ultrapassou 7,5 milhões de famílias; e, em 1979, ano do término do “sétimo sino”, estava concluído o alicerce do kosen-rufu do Japão. “Príncipes e princesas da Lei Mística, cresçam como extraordinários sucessores.” Ikeda sensei engaja-se em um cabo de guerra com um menino participante do Encontro da Divisão dos Estudantes Futuro. Ele se dedica a incentivar incessantemente os companheiros que se encarregarão do futuro da região de Hokuriku (Centro Cultural de Ishikawa, nov. 1976) Encorajamento a uma única vida “Por que a Soka Gakkai se desenvolveu até esse ponto?” Diante dessa pergunta de um intelectual, sensei respondeu: “É porque sempre valorizamos uma única pessoa”. Essa é a essência da própria existência de Ikeda sensei. Sensei não se limitou a estabelecer apenas um objetivo. Dedicou incentivos e encorajamento, com toda a sua força, para que os membros trilhassem uma existência vitoriosa e feliz. Criou vínculos de luta conjunta com cada pessoa a fim de desbravar a época da canção triunfal do povo. Em 22 de março de 1965, na cidade de Sendai, em Miyagi, ocorreu um episódio após o término de uma reunião de líderes de comunidade. Naquele dia, por duas horas consecutivas, sensei trocou cumprimentos com cerca de seiscentos participantes. Suas mãos ficaram vermelhas, inchadas e doloridas. Ele mal conseguia segurar uma caneta. Oito dias depois, estava prevista a realização da Reunião de Líderes de Comunidade da província de Nagano. “Quero criar um encontro que possa se tornar o ponto primordial da vida dos membros”, afirmou o Mestre. Com isso em mente, como forma de encorajamento, em vez dos cumprimentos, ele pensou em tirar uma foto comemorativa com eles. Mais tarde, sensei escreveu: “Se fosse possível, queria encorajar os líderes centrais da Divisão Sênior, da Divisão Feminina, da Divisão Masculina de Jovens, da Divisão Feminina de Jovens e da Divisão dos Estudantes, que se levantam como os pilares das comunidades de todo o Japão. Contudo, isso se tornava extremamente difícil, inclusive em termos de disponibilidade de tempo. Então, extraindo toda a sabedoria, surgiu essa ideia da foto, movida com o sentimento de ‘ao menos isso’”. Pesquisa feita pelo Seikyo Shimbun ao longo de oito anos e três meses, a partir de 1965, revela que sensei tirou fotos comemorativas com pelo menos 718.550 pessoas. Não eram simples poses para a câmera. Eram capturadas com o sentimento de que talvez fosse uma oportunidade única na vida, de que “nunca mais conseguiria encontrar” essas pessoas, dedicando-lhes sinceros incentivos nos intervalos entre as fotos. Além disso, sensei ouvia atentamente cada pessoa que lhe falava sobre suas dificuldades, mesmo nas ocasiões em que ele estava com febre alta. É provável que, em alguns momentos, os incessantes flashes da câmera fotográfica incomodassem seus olhos. Eram realmente ações de encorajamento sem poupar a própria vida. Em 14 de julho de 1972, num ginásio da província de Iwate, sensei participou de fotos comemorativas com 3.600 pessoas, que foram divididas em doze grupos. Com extrema exaustão, nem conseguia engolir a comida servida. Mesmo assim, quando chegava a hora, levantava-se com todo o vigor e se dirigia para perto dos membros. Naquele dia, após o término das fotos comemorativas, sensei foi até a sede regional de Morioka, cumprindo uma promessa feita no passado aos estudantes do ensino fundamental. O compromisso originou-se de uma carta enviada pelas crianças a Ikeda sensei na qual narravam seus sonhos para o futuro. Na ocasião, ele dedicou a elas a seguinte mensagem: “Vamos nos encontrar quando eu for para Iwate”. Sensei recebeu as crianças na sede dando-lhes boas-vindas e ofereceu livros nos quais dedicou palavras de incentivo na contracapa. Ao cair da neve, brado de vitória ecoa pelo céu. Membros de Tohoku não se esquecem da sinceridade do Mestre, que visita a região de Akita no inverno com o sentimento de incentivar os amigos em meio às circunstâncias adversas. O “tesouro do coração” é eternamente indestrutível (cidade de Akita, jan. 1982) “Não precisam mais se preocupar” No dia 24 de abril de 1979, em meio às tempestades da primeira problemática do clero, Ikeda sensei renunciou ao cargo de terceiro presidente, assumindo total responsabilidade para proteger os membros e para pôr fim aos ataques irracionais dos clérigos. Os maus clérigos e os traidores, que conspiraram para separar o mestre de seus discípulos, pressionaram sensei, obrigando-o a “não transmitir orientações em reuniões” e a “não aparecer no Seikyo Shimbun”. Ao mesmo tempo, eles atacavam a organização e atormentavam os membros. Certo dia, em 1979, realizava-se uma reunião no Centro Cultural de Kanagawa. Sensei, que ouvia a atividade do lado de fora, entrou silenciosamente por uma porta na parte da frente do salão para não atrapalhar o andamento do evento. Um companheiro, ao notar sua presença, levantou sua voz de júbilo. Sensei colocou o dedo indicador nos lábios dele, pedindo para ficar quieto, dizendo: “Está definido que eu não posso falar”. Então, ele se dirigiu ao piano colocado no salão. Depois de tocar algumas músicas, tais como Atsuhara no Sanresshi [Os Três Mártires de Atsuhara] e Atsutamura [Vila de Atsuta], deixou o local em silêncio. Esse fato ocorreu diversas vezes naquele centro cultural durante esse período. Na primeira problemática do clero, Oita foi uma das localidades que mais sofreram com a opressão dos clérigos. Sempre que os membros iam ao templo, eram obrigados a ouvir somente difamações em relação a Ikeda sensei e à Soka Gakkai. Cerrando os dentes, eles suportaram a irracionalidade. A partir do outono [japonês] de 1981, sensei iniciou plenamente a contraofensiva. No dia 12 de dezembro, visitou Okajoshi, cidade de Taketa, em Oita, com o sentimento de que era em prol dos membros que mais sofreram. “Não precisam mais se preocupar!”, afirmou o Mestre. Os membros se aproximaram de Ikeda sensei no momento em que ele descia do carro no estacionamento com fisionomia de alívio e até com lágrimas nos olhos. Estava presente ali um homem que ainda não havia se tornado membro da Soka Gakkai. Na época, ele tinha aversão pela organização. Mas acabou participando a contragosto, atendendo ao pedido de sua esposa, que lhe disse: “Só hoje!”. Ele havia pensado que, certamente, um líder religioso era alguém de extrema arrogância. No entanto, ao observar o comportamento de sensei de perto, iniciou a prática budista três meses depois. Esse companheiro relembra o aspecto de Ikeda sensei: “Parecia alguém mergulhando no mar de pessoas comuns”. Após esse encontro, sensei disse: “A pessoa com quem me encontrei é importante. Porém, ainda mais importante são as pessoas com quem não me encontrei. (...) São pessoas que continuaram recitando daimoku com seriedade, orando pela segurança da viagem. Eu me encontrei no coração com essas pessoas. Graças a elas, a Soka Gakkai venceu”. O coração do mestre voava sempre junto com os amigos que estavam sofrendo. Em 29 de fevereiro de 2000, ele visitou o Centro Cultural de Nagata, na província de Hyogo. Recitou gongyo com os companheiros que ali se reuniam. No local, encontrava-se também um companheiro que havia perdido os amados pai e filho no Grande Terremoto de Hanshin-Awaji (Terremoto de Kobe). Havia pessoas que escaparam por pouco da morte debaixo dos escombros. Nessa ocasião, sensei ofereceu um vigoroso encorajamento: “A vida é uma batalha. É a batalha para conquistar a felicidade. (...) Por favor, sejam alegres! Ninguém se compara a uma pessoa alegre. Gostaria que sobrevivessem persistentemente”. Até hoje, essas palavras são a força para o avanço dos membros e se tornaram o juramento ao mestre. O grande épico do kosen-rufu Ikeda sensei, que continuou acendendo a chama da esperança nos companheiros de todo o Japão, expressou, do fundo do coração, seu desejo de que fizessem badalar juntos o segundo ciclo dos “Sete Sinos” a partir do dia 3 de maio de 2001, que descortinou o século 21. Em maio de 1997, em Kansai, ele indicou o majestoso plano do novo ciclo dos “Sete Sinos” até meados do século 23: A primeira metade do século 21 irá marcar o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Acredito que essa será uma época em que deveremos nos dedicar à consolidação da base para a paz na Ásia e em todo o mundo. Olhando mais adiante, para a última metade do próximo século — o “século da vida” — minha esperança é de que o princípio da dignidade da vida se estabeleça como o espírito fundamental da era e do mundo. Oro para que, durante a primeira metade do século 22, seja construída uma base indestrutível para a paz mundial. E sobre essa base, na última metade do século 22, imagino o brilhante florescimento de uma era de humanismo. (...) Na metade do século 23, em 2253, alcançaremos o milênio do estabelecimento dos ensinamentos de Nichiren Daishonin. Creio que será o início de uma brilhante nova fase do nosso movimento.3 Atualmente, está em andamento o segundo ciclo dos “Sete Sinos”. Visualizando o 120o aniversário de fundação da Soka Gakkai (em 2050), quando termina esse ciclo, sensei escreveu: “Nessa ocasião, quanto a filosofia humanística do budismo brilhará como o sol que ilumina o mundo e quanto nossa grande rede solidária Soka será considerada o pilar da paz para a humanidade? Meu coração se aquece”. O grande épico do kosen-rufu só pode ser concretizado por ações contínuas de “encorajamento a uma única pessoa”, como demonstrado inteiramente por Ikeda sensei com suas próprias ações. Foto: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.609, 30 abr. 2022, p. 16. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 462. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.456, 11 abr. 1998, p. 3.
01/02/2024
Especial
TC
A Divina Comédia, de Dante Alighieri
UM POEMA ESCRITO NO EXÍLIO Dante Alighieri havia perdido tudo. Na juventude, viu desaparecer seu verdadeiro amor e, agora, sua reputação e seu status. Estava sozinho. Aos 37 anos, na meia-idade, tinha perdido sua bela cidade natal. Pelos dezenove anos seguintes, até a sua vida tumultuosa chegar ao fim aos 56 anos, Dante não teve escolha senão viver como andarilho. No começo do “Inferno”, parte de A Divina Comédia, Dante escreve: Da nossa vida, em meio da jornada, achei-me numa selva tenebrosa, tendo perdido a verdadeira estrada. Dizer qual era é cousa tão penosa, desta brava espessura a asperidade, que a memória a relembra inda cuidosa. Na morte há pouco mais de acerbidade; mas para o bem narrar lá deparado de outras cousas que vi, direi verdade.1 Nessa obra, Dante, o peregrino, se perde em uma floresta escura no meio da jornada de sua vida. Ali, encontra seu guia e professor Virgílio, grande poeta romano, que conduz Dante pelos reinos do além. O título original da obra de arte de Dante era Commedia, ou simplesmente “Comédia”. Consiste em três partes: “Inferno”, em que pecadores impenitentes são condenados; “Purgatorio”, ou Purgatório, no qual a alma daqueles que morreram em estado de graça expia e purifica seus pecados; e “Paradiso”, ou Paraíso, onde a alma que foi limpa dos pecados no purgatório goza do êxtase perfeito. O trabalho de Dante começa na escuridão do submundo, mas termina no êxtase celestial. Por esse motivo, ele o intitulou Commedia, termo para uma obra com final feliz. A palavra “divina” foi acrescentada à commedia pela posteridade para celebrar sua beleza e grandeza. A obra foi publicada pela primeira vez em 1472, cerca de 150 anos após a morte do autor. Embora seja chamada de “divina”, seu tema não se limita à divindade de Deus cristão. Dante incorpora vasta gama do conhecimento disponível à sua época, incluindo a literatura clássica dos antigos gregos e romanos, a ciência natural do mundo árabe e os sabores e as paisagens da Índia e do Oriente Médio. Alguns consideram a obra de Dante como um épico de escopo enciclopédico. Qual era a intenção de Dante ao escrever esse grande épico? Em uma carta ao seu patrono Cangrande della Scala, lorde de Verona, ele explica que seu propósito é “Levar aqueles que vivem esta vida em estado de tristeza para o estado de felicidade”.2 Ele ainda discute o título da obra: “A comédia traz uma complicação difícil, mas também leva a um final próspero. (...) E assim fica evidente que o título dessa obra deve ser ‘a Comédia’, pois se respeitarmos seu conteúdo, o começo terrível e putrefato, pois o inferno, depois temos o final próspero, desejável e gracioso, o Paraíso”.3 Considerando a linguagem e o estilo do trabalho, Dante comenta na mesma carta: “A tragédia é exaltada e sublime, a comédia, relaxada e humilde. (...) Se respeitamos o método do discurso, o método é relaxado e humilde, pois é o discurso vernacular”.4 Ele repelia a pretensão e escreveu sua grande obra em italiano coloquial para que as pessoas comuns pudessem entendê-la, um estilo de linguagem adequado ao título — Comédia. Como guiar os perturbados à felicidade? Como ajudar aqueles no inferno do sofrimento a ascender à alegria celestial da felicidade? Dante escreveu A Divina Comédia a partir dessas perspectivas lúcidas. Talvez seja por isso que seu trabalho continua a cativar o coração de inúmeros leitores ao longo do tempo. No “Inferno”, a primeira parte de A Divina Comédia, Dante descreve os chamados nove círculos do inferno. Em cada círculo, estão condenados aqueles que merecem as punições distribuídas ali — os luxuriosos, os glutões, os irados, os violentos, os fraudulentos, os traidores, e assim por diante. As descrições vívidas de Dante desses sofredores chocam os leitores ao longo das eras e ao redor do mundo. Dante não temia nem mesmo os papas, apontados como a maior autoridade sobre a Terra. Embora sua vocação fosse considerada sagrada, alguns papas abusavam da comida e da bebida ou desenvolviam esquemas maliciosos. Dante era intransigente em sua condenação dos clérigos corruptos, julgando-os com base no padrão da decência humana geral. O poema ilustra que, a partir da perspectiva da eternidade, o status e a posição de alguém neste mundo não passam de ilusões e que todas as pessoas precisam responder, no além, pelos atos do presente. Assim, A Divina Comédia condena até os papas ao inferno, e com imparcialidade, Dante assinala os malfeitores — tanto amigos quanto inimigos — a suas moradas eternas adequadas. Passando do círculo de ofensas mais leves para as mais graves, Dante e seu guia prosseguem para as profundezas. Desde aqueles que não têm autocontrole, culpados de coisas como luxúria e avareza, até indivíduos que cometem violência contra si mesmos com o suicídio, chegando aos culpados de suborno e a padres famintos por dinheiro — Dante cita nomes e crimes. Os mais culpados são aqueles que traíram seus benfeitores. Esses ficam congelados no frio terno do centro profundo do inferno e são arranhados e mordidos por Satã. Por que neste mundo os justos são condenados por crimes que não cometeram enquanto os maus prosperam? Dante devotou toda a sua energia para responder a tais questionamentos em A Divina Comédia. Escrevendo, falando e cantando em verso — tais eram as batalhas pelas quais Dante devotou a vida. Ele completou seu trabalho, fruto da sua labuta, pouco antes de falecer, ainda tragicamente exilado. No Canto XXX de “Purgatório”, a angélica Beatriz aparece através de uma nuvem de flores. Após mais de doze anos de superação, Beatriz conversa com Dante. O poeta descreve a cena da seguinte forma: Conquanto o véu, que lhe cingia a testa, que de Minerva fronde coroava, a face não deixasse manifesta, no régio continente que ostentava desta arte prosseguiu; porém dizendo o mais acerto para o fim guardava: — “Oh! Sou eu! Sim! Beatriz stás vendo! Pois te hás dignado de ascender ao monte ter aqui dita o homem já sabendo?5 Na minha juventude, adorava recitar essa parte. Alguns dizem que A Divina Comédia é a maior obra de poesia épica da Itália. Por fim, no “Paraíso”, Dante é alçado ao mais alto céu pela alma de seu amor eterno, Beatriz, a quem possuía afeto desde a infância. Assim, encontramos alívio no final feliz dessa história angustiante, por meio da qual Dante talvez quisesse expressar seu amor pela renovação humana e seu desejo de cantar louvores ao caminho do bem. A CIDADE NATAL DA RENASCENÇA Durante a vida de Dante, do fim do século 13 ao começo do século 14, os cidadãos de Florença passaram a tomar para si o aprendizado e as artes, retirando-os da exclusividade do clérigo, e assim desenvolveram uma cultura única. Havia principalmente poetas que lutavam por uma reforma no autoritarismo da Igreja — o que levou, por fim, à propagação do humanismo pela Itália (movimento cultural baseado na retomada dos estudos clássicos) e ao desenvolvimento da Renascença. No Canto XV de “Paraíso”, Dante exalta sua pacífica cidade natal: Florença dentro em sua cerca antiga, onde ressoa ainda a Terça e a Noa,6 vivia honesta e sóbria em paz amiga. Não tinha áureos colares, nem coroa, Chapins, cintos de damas em que havia mais que ver do que graças da pessoa. No pai, nascendo, a filha não movia, temor; em tempo azado se casava, e o dote as proporções nunca excedia. Cada qual do seu lar se contentava.7 Em junho de 1981, visitei essa bela e pacífica cidade, bem como o local de nascimento de Dante, refletindo sobre a grande vida do poeta. Pensando bem, desde a juventude, desejava conhecer Florença, pois ela foi o epicentro da Renascença. A partir dela, emergiu uma onda de brilhante restauração humana para iluminar as trevas da Idade Média, quando o coração e a mente das pessoas foram constrangidos pela teocracia da Igreja. A palavra francesa renaissance deriva da expressão italiana rinascita, que significa “renascimento”. Dante já havia usado termos semelhantes em Vita Nuova e em A Divina Comédia. Ele também é reconhecido como o primeiro humanista8 da Itália. Dessa maneira, pode ser descrito como fundador da Renascença. Na época de Dante, a maioria dos livros era redigida em latim, língua da Igreja e da educação. Embora as pessoas não usassem latim formal no dia a dia, não havia uma língua italiana padronizada. Vários dialetos eram falados por toda a Itália. Dante usou o toscano — dialeto de Florença e região, que se desenvolveu no italiano moderno — em A Divina Comédia e em muitos outros trabalhos. Ele nutria a esperança de que pessoas comuns entendessem sua obra. Recusou-se a ficar recluso na torre de marfim, afastando o mundo da autoridade e amando a humanidade das pessoas comuns. Dante desejava a união política do seu país, que só ocorreu em 1870. Nessa época, sugeriu-se que, como a semente da unificação havia sido lançada por Dante e, enfim, ela dera frutos, todas as cidades da Itália deveriam erigir uma estátua em sua homenagem. Hoje, a maioria das grandes cidades italianas possui essa estátua, e muitas outras têm uma rua com seu nome. De qualquer modo, para mim, Dante é inesquecível. Os livros que encontramos na juventude costumam permanecer no coração pelo resto da vida. Na minha juventude, li A Divina Comédia inúmeras vezes, e, ainda hoje, Dante permanece em meu coração. No topo: Ilustração da Nova Revolução Humana, v. 30-I, retrata a visita do presidente Ikeda ao Museu Casa de Dante (Florença, Itália, 1972) Foto: Seikyo Pres Notas: 1. ALIGHIERI, Dante. Inferno. A Divina Comédia. Tradução: José Pedro Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin Claret, 2023. Canto I. 2. http://sites.fas.harvard.edu/~chaucer/special/authors/dante/cangrand.html (tradução nossa) 3. http://sites.fas.harvard.edu/~chaucer/special/authors/dante/cangrand.html (tradução nossa) 4. http://sites.fas.harvard.edu/~chaucer/special/authors/dante/cangrand.html (tradução nossa) 5. ALIGHIERI, Dante. Purgatório. A Divina Comédia. Tradução: José Pedro Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin Claret, 2023. Canto XXX. 6. Terça e noa: Horários canônicos da Igreja Católica Romana, os quais marcam divisões do dia quando as preces são ditas. Terça é ao meio da manhã e noa ao meio da tarde. 7. ALIGHIERI, Dante. Paraíso. A Divina Comédia. Tradução: José Pedro Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin Claret, 2023. Canto XV. 8. Humanista: Seguidor do humanismo, movimento intelectual, literário e científico do final da Idade Média que procurou basear todo o aprendizado na literatura e na cultura da antiguidade clássica.
01/02/2024
Crônica
TC
Ser resiliente diante das turbulências da vida
Desde sempre, sou um profundo apreciador da natureza, encontrando paz e alegria incomparável na contemplação de suas maravilhas. As paisagens que mais me fascinam são o nascer e o pôr do sol, momentos em que o céu se pinta com cores vibrantes, anunciando o começo e o fim de mais um ciclo. Quando criança, passava horas olhando para o céu, procurando desenhos nas nuvens. Cada forma que encontrava era uma nova história, um novo universo a ser explorado. Esses momentos de imaginação moldaram a forma como vejo a vida, ensinando-me a buscar significados mais profundos por trás das aparências e a apreciar a constante transformação do mundo. Em nossa jornada, enfrentamos uma série de desafios e problemas tão variados e complexos quanto os padrões formados pelas nuvens no céu — elas se movem de maneira suave e seus desenhos são impulsionados por forças invisíveis e inexplicáveis —, ensinando-nos uma lição valiosa sobre a natureza da existência humana. Assim como as nuvens são delineadas pelos ventos, somos moldados pelas circunstâncias, especialmente pelos desafios inesperados que surgem quando decidimos viver por um grande ideal. Quanto maior for o objetivo, maiores serão os desafios e as dificuldades. Mas há algo mais profundo a ser compreendido nessa metáfora das nuvens. Conseguimos apreciar e perceber inúmeras formas quando analisamos além da compreensão habitual, ou seja, de ampla perspectiva. Além disso, nossas dificuldades e sofrimentos são transformados em experiências valiosas quando elevamos nossa condição de vida, alcançada com resoluta recitação de daimoku. Nessa condição interior, mudamos a percepção sobre todas as coisas e criamos a convicção de que não devemos ser derrotados por nada. Cada problema, cada dificuldade que enfrentamos, é uma oportunidade para que possamos crescer, fortalecer nosso espírito, e desenhar novos padrões na tela da vida. Com isso, transformamos sofrimento em felicidade, dor em alegria, desesperança em determinação. E, tal como as nuvens que se formam no ritmo dos ventos, aprendemos a nos mover com resiliência diante das turbulências. Assim como nosso mestre, Daisaku Ikeda, assegura, “Aqueles que possuem firme determinação em promover nosso movimento pelo kosen-rufu com certeza apreciarão o vasto céu azul de boa sorte que rapidamente surge em sua existência e se expande mais e mais, como se o vento dissipasse todas as nuvens cinzentas”.1 A essência da nossa vida é a mesma do Buda. Frequentemente, o sol se oculta atrás das nuvens. A fé atua como um forte vento que afasta essas nuvens. Nessa metáfora, a terra representa o ambiente constante, enquanto as nuvens, que se dispersam, simbolizam as dificuldades passageiras. Ao recitarmos daimoku com fé no Gohonzon, despertamos em nossa vida o estado iluminado de buda. Ricardo Shin-iti Miyamoto Diretor-presidente da EBS No topo: Foto registrada por Ricardo Miyamoto do nascer e o pôr do sol Nota: 1. IKEDA, Daisaku, Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2023. p. 183.
01/02/2024
Capa
TC
Decida ser feliz!
A esperança é sempre um ponto de partida e um eterno reinício Uma foto feita há mais de trinta anos pela sonda Voyager 1, a uma distância de cerca de 6 bilhões de quilômetros da Terra, mostra nosso planeta como um ponto azul brilhante na vastidão do espaço.1 Carl Sagan (1934–1996), um dos cientistas da missão, fez dessa imagem uma âncora de reflexões e de questionamentos. Em Pálido Ponto Azul, um de seus livros mais emblemáticos, ele revela parte de suas provocações aos seres humanos, em especial sobre quem somos e do lugar que ocupamos neste vasto universo. Ele enfatiza: Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em meio a toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (...) Tem-se dito que a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina a humildade. Talvez não exista melhor comprovação da loucura das vaidades humanas do que essa distante imagem de nosso mundo minúsculo. Para mim, ela sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.2 A observação de Sagan não poderia ser mais evidente, no confronto das inconcebíveis cenas que o mundo ainda assiste vindas de diversas regiões, em que a dignidade da vida vem sendo reduzida. A morte de inocentes, a desesperança dos que vivem sem lar, para ficar ou para onde buscar. E isso sem falar dos efeitos de mudanças climáticas, que podem ser sentidos diariamente com o aumento de secas, alagamentos, aumento do nível do mar e outros fatos que apontam para um desequilíbrio ambiental. O ano passado foi exemplo crítico dessas consequências. Estudo divulgado em janeiro indica que 2023 foi um ano de máxima temperatura nunca visto desde 1850.3 Como sabemos, o ser humano é o causador e, ao mesmo tempo, a solução de tudo. Nessa concepção, compreender e atuar pela mudança tornam-se urgentes. Não buscar culpados, mas serem os protagonistas da transformação que anseiam no âmbito individual e coletivo. O budismo é um ensinamento milenar, que procura o equilíbrio das relações humanas a partir do empoderamento de cada pessoa. Esse processo de conversão de uma vida presa aos grilhões do carma para uma disposição renovada de dar o primeiro passo e avançar, fazendo a diferença na sociedade, é denominado “revolução humana”. No cerne desse universo de possibilidades de ser feliz e de inspirar os demais ao redor, encontramos duas assertivas. A primeira é que a verdadeira filosofia não está restrita ao bem-estar dos seus seguidores. Ela estende os braços às pessoas e à sociedade, independentemente de qualquer fator que as separe ou as diferencie. A segunda é compreender que, em essência, não há separação entre a sociedade (ou o ambiente) e o ser humano. Ou seja, a forma como pensamos e nossas ações cotidianas contribuem diretamente para a realidade que aí está. O budismo conceitua essa interdependência pelo princípio de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Sho vem de shoho, a entidade de vida independente; e vem de eho, o ambiente que sustenta essa vida. Uma vez que a vida humana influencia e depende de seu ambiente, os dois — esho — são inseparáveis — funi. Em termos simples, a teoria de esho-funi afirma que, embora sejam duas entidades separadas no mundo fenomenal, a vida e o ambiente são essencialmente um. Essa é a abordagem oferecida pelo presidente Ikeda no livro Escolha a Vida, fruto de diálogo mantido com o historiador britânico Arnold J. Toynbee na década de 1980, em que ambos reforçavam a necessidade de uma visão humanística como forma de combater a ação humana danosa. “Agora reconhecemos que a poluição é uma ameaça à sobrevivência da humanidade e que não pode ser curada sem a restrição da ganância”,4 alertava o historiador. Para o Dr. Daisaku Ikeda, “Somente vivendo em harmonia com o ambiente natural, numa relação de dar e receber, é possível ao ser humano desenvolver a própria vida com criatividade”.5 O Dr. Toynbee arremata: “Espero ver esho-funi adotado em todo o mundo como uma crença religiosa envolvendo uma obrigação moral”.6 Quando eu mudo... O conceito de esho-funi tem a ver com a maneira de enxergamos a vida cotidiana. Há os que buscam soluções fora de si, sendo tragados pelo ambiente externo. No ambiente profissional e social, às vezes queremos mudar o outro à mercê da própria visão. É como se a sombra quisesse comandar o movimento do corpo. No entanto, o budismo elucida a forma de não sermos influenciados pelo ambiente externo, mas de estarmos convictos da vitória a partir de uma resoluta determinação. Se está em cada um de nós a mudança, tanto no aspecto pessoal quanto global, isso nos torna protagonistas plenos e poderosos. Há um palácio interior de esperança, força e sabedoria a ser despertado. Ser protagonista da própria história requer, portanto, essa coragem de buscar esperança onde nem mesmo exista. Se observarmos o desenrolar da história mundial, fica claro que o despertar para a mudança, a despeito das circunstâncias serem favoráveis ou não, é o que cria as condições de vitória. A Soka Gakkai, que alcançará seu centenário em 2030, é fruto da visão de futuro e da ação destemida de dois educadores: Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Apesar de serem perseguidos e presos e, de Makiguchi perder a vida no cárcere, não abriram mão de suas crenças de que a dignidade da vida deveria ser respeitada. Ou seja, a esperança de que a construção de uma sociedade saudável passa necessariamente pela edificação de um forte eu residindo no coração das pessoas comuns. Fundamentados nos ensinamentos de Nichiren Daishonin, Makiguchi e Josei Toda selaram as bases da Soka Gakkai, propiciando aos seus membros construírem uma vida automotivada e expansiva. Isso porque todos aprendem a desafiar limites, a cavar esperança no solo árido do sofrimento e a triunfar sobre a paralisia e o medo. A filosofia humanística da Soka Gakkai iniciada por Makiguchi foi herdada por Josei Toda e abraçada por Daisaku Ikeda, que por mais de setenta anos se dedicou a sedimentar e a expandir a filosofia da esperança pelo mundo, até o seu falecimento em novembro de 2023, aos 95 anos. Uma existência de sabedoria extraordinária. Não importando as diferenças culturais, econômicas e sociais de cada região, os membros Soka experenciam o que Makiguchi sensei referia-se como uma “forma holística de viver”. O presidente Ikeda esclarece: “Ele [Makiguchi] queria dizer uma harmonia criada entre o indivíduo e o todo. Portanto, ele falava de uma situação em que cada pessoa, ao mesmo tempo em que evidencia seu pleno potencial, empenha-se em contribuir para a paz e a prosperidade de toda a sociedade”.7 Essa é a consciência de que somos todos um só. E assim como o cientista Carl Sagan vislumbrava “esta é a nossa casa”, Makiguchi sensei sinalizava há quase cem anos para não termos uma “visão míope do mundo”, que, segundo ele, se referia ao egoísmo de pensar unicamente no ganho pessoal. Essa é a maneira de ser de um budista Soka, o qual estabelece para si um modo de vida em que batalha pela superação de seus dramas, enxerga significado em tudo, extrai valor de cada momento e gera oportunidades de avanço ininterrupto para si e para o outro. Talvez seja por isso que muitos pensam que budista é alguém que parece ser feliz mesmo em meio à mais dura realidade. Porém, em essência, ele transforma sofrimento em felicidade absoluta, pois reconhece sua missão como “bodisatva da terra” — representação elucidativa dos que despertaram para a consciência de que é possível romper as amarras do carma. A capacidade de romper limites O modo budista de ser nos direciona a enxergar os problemas como oportunidades, pois ressignificamos o passado e deixamos de ser apáticos diante da vida. Basta analisar as batalhas diárias que muitas vezes travamos entre avançar e recuar; colocar a mão na massa ou procrastinar, mais uma vez, sonhos e objetivos. Nós crescemos quando nos forçamos a ultrapassar nossos limites, quando desafiamos a nós mesmos a ir além do que julgamos ser capazes. Desse modo, conseguimos romper nossa concha, tornamo-nos fortes, expandimos nossa condição de vida e realizamos nossa revolução humana. Esse é o caminho da prática budista.8 Essa é a tradução de uma vida automotivada e expansiva, que começa com o “levantar-se” com renovada disposição, esperança e vigor na busca pelos objetivos pessoais, ao mesmo tempo em que exercitamos a compaixão em encorajar os que sofrem, com o puro sentimento de trazê-los para a órbita da felicidade. Sim, a felicidade é o que todos almejam, e nem sempre se tem a ideia certa do que significa. O Dr. Daisaku Ikeda constantemente ressaltava sobre as formas de buscar a felicidade, em que muitos perseguem “palácios da felicidade” como fortuna, posição social, fama e popularidade. Ele enfatizava serem como as luzes de vaga-lumes, de uma beleza cintilante, mas que rapidamente se desvanecem. Ele contextualiza: Uma pessoa pode viver numa casa espetacular e rodeada de riquezas, mas se for gananciosa e possuir uma condição de vida baixa, não será feliz no real sentido; na verdade, habitará um palácio da miséria. Em contraste, se a pessoa tem um coração belo, generoso e uma elevada condição de vida, seja qual for sua circunstância atual, com certeza alcançará tanto a felicidade material quanto a espiritual. Isso está de acordo com o princípio budista de “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi), ou seja, nossa vida e o ambiente em que vivemos são unos, inseparáveis. Quando a pessoa abre o palácio da própria vida, isso conduzirá ao descortinar do “palácio da felicidade” na vida de outras pessoas e do “palácio da prosperidade” na sociedade. Há uma continuidade que se processa entre aquela que abre o palácio da própria vida e as demais que fazem o mesmo. Este é um princípio maravilhoso do budismo.9 Dessa perspectiva, uma vez descoberta a força do nosso “palácio interior”, podemos avançar com segurança, fundamentados na sabedoria budista, da qual nos apropriamos livremente, sem depender de nada que venha de fora. Como conquistar essa condição? O Mestre orienta: “Acessamos esse palácio da nossa vida ao abraçarmos a fé na Lei Mística e recitarmos Nam-myoho-renge-kyo. Em outras palavras, Daishonin ensina que somos capazes de fazer o “palácio de si mesmo” brilhar com insuperável radiância”.10 Trata-se de um empoderamento que gera efeito imediato nas relações humanas, no ambiente familiar e profissional. Assim como a sombra acompanha o corpo, nosso ambiente externo responde pela determinação de uma vida elevada, de propósito, que assumimos. Como cada indivíduo pode exercitar esse modelo de vida compartilhado? Alguns pontos se evidenciam como resultado do teor apresentado até aqui, associados a seguir com trechos de incentivos de Ikeda sensei. São tópicos de ação prática para expandirmos a vida. Supere-se! Vença as vozes internas do negativismo, transpondo os limites de capacidade e força na superação dos objetivos. Qualquer um, a despeito de idade ou gênero, pode evidenciar coragem. Podemos vencer nossa fraqueza interior com o rugido do leão do Nam-myoho-renge-kyo e tomar atitudes para superar as limitações que impusemos a nós mesmos e que nos fazem desistir ou nos contentar com menos do que merecemos.11 Surpreenda-se! No budismo, oramos para manifestar a força do universo que existe dentro da nossa vida. É uma oração de decisão profunda, de aprimorar a vida e transformar qualquer circunstância. A Lei Mística é o maior dos tesouros do universo, portanto, recitar Nam-myoho-renge-kyo [daimoku] significa acumular diariamente tesouros em nossa própria vida. Por outro lado, o daimoku também age para limpar as causas negativas do passado, assim como a água suja e turva é lavada pela água pura e límpida.12 Socialize-se! Semeie esperança! Nada mais forte que todos juntos! Ao sermos ombro e braço dos que sofrem, nossa vida se expande. O humanismo budista é a prática da empatia. Orar para a segurança das pessoas, para a paz no mundo e construir uma sociedade saudável para todas. A paz mundial não é utopia, pois ela começa com as ações de cada pessoa que desafia e vence a própria realidade com base na prática da fé e se torna referência positiva em seu meio. Parece pouco, mas os esforços de uma única pessoa são capazes de motivar inúmeras outras.13 Tudo se resume ao ser humano Há pouco, o calendário virou ano. Ainda estamos sob o efeito do forte calor resultante das mudanças climáticas que o próprio ser humano tem contribuído contra. Nas questões individuais, nossa lista de objetivos não pode ficar na gaveta, esquecida ou propositadamente deixada de lado pelo medo de não darmos conta de concretizá-los. Em meio a essa sensação de impotência, que frequentemente nos convida à desistência, abrimos clarão com os ensinamentos do buda Nichiren Daishonin, cada vez mais atuais. Daishonin nos faz enxergar o caráter de interdependência que liga a teia da vida. Homem e meio ambiente são inseparáveis, assim como a sombra e o corpo. Tudo se resume ao ser humano. Portanto, para fazer frente ao desafio de terem uma sociedade saudável, os membros da Soka Gakkai se exercitam para uma vida automotivada e expansiva — ou “uma forma holística de viver”, não dependendo de fatores externos, desafiando os limites. Ao verem sempre oportunidades diante das dificuldades, fortalecem a convicção de que a vitória só depende de cada indivíduo, dentro de um processo de reforma interna chamado “revolução humana”. O presidente Ikeda deixou gravada essa assertiva nas obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, esta última com trinta volumes, escritos ininterruptamente durante 25 anos. Ele sedimentou esse compromisso com a vida dizendo que “O tema central dos romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana é “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.14 Quando eu mudo, tudo muda. Eis a perfeita sintonia do que o budismo nos alimenta, de protagonizar uma jornada de vitórias. Por meio da recitação da Lei Mística, Nam-myoho-renge-kyo, os problemas perdem sua intensidade diante da magnitude e força que o nosso coração evidencia com a prática da fé. Em vista disso, irradiamos essa alegria para todos ao redor, fazendo-os despertar para seu precioso palácio interior. Então, sem perder de vista que podemos criar histórias revigorantes neste significativo ano, façamos deste mês um ponto primordial para o estabelecimento um modo de vida automotivado e expansivo, cientes de que nas pequenas atitudes se encontram a causa para a vitória. E apostar firme na lista de objetivos para 2024, sem medo. Esta é uma boa oportunidade para conhecer alguns exemplos de membros da Soka Gakkai que transformaram sua realidade exterior a partir da transformação interior. Assista ao relato em vídeo do casal Juraci e Josefa Santos, e inspire-se com a emocionante história de vida. No topo: Representantes de todo o Brasil participam da visitação às edificações da BSGI (Itapevi, SP, nov. 2023) Foto: BS Notas: 1. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51497794#:~:text=Em%20seu%20livro%20de%201994,Somos%20n%C3%B3s%22. Acesso em: 10 fev. 2024. 2. Disponível em: https://www.google.com.br/books/edition/P%C3%A1lido_ponto_azul/-mGiDwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&printsec=frontcover. Acesso em: 10 fev. 2024. 3. Disponível em: https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2024/01/09/confirmado-2023-foi-o-ano-mais-quente-da-historia-e-2024-pode-ser-pior.ghtml / Acesso em: 10 fev. 2024. 4. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Ikeda. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 54 . 5. Ibidem, p. 49. 6. Ibidem, p. 54. 7. Terceira Civilização, ed. 420, ago. 2003, p. 19. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. v. 12. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 105. 9. Idem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 33-34. 10. Ibidem, p. 33. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. B4. 12. Idem, ed. 2.511, 11 abr. 2020, p. 4-5. 13. Idem, ed. 2.413, 31 mar. 2018, p. C2-C3. 14. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 17.
01/02/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
No dia 11 de fevereiro, Shin’ichi Yamamoto participou da cerimônia em que recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em seu discurso de agradecimento, mencionando que aquele era o dia do aniversário natalício do seu venerado mestre, Josei Toda, discorreu sobre sua filosofia. — Aprendi com meu mestre a filosofia que explica que todos, seja quem for, podem igualmente revelar o supremo tesouro inerente à vida. Ele também me confiou o nobre caminho da paz a ampliar a rede de solidariedade entre as pessoas por meio do acúmulo de sinceros diálogos. Herdei a filosofia humanística que prega o emanar de ilimitada sabedoria quando se dedica com firme determinação compassiva em prol do povo e do ser humano. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, meu mestre propôs aos jovens cultivar o ideal denominado “cidadania global”. Na época, sua visão não foi reconhecida, mas o mundo de hoje, atormentado pelo agravamento dos conflitos étnicos, está começando a buscar esse caminho da coexistência harmoniosa. Shin’ichi desejava transmitir a grandiosidade do seu mestre ao mundo. Ele também queria dedicar o título de doutor honoris causa que acabava de receber ao seu venerado mestre, que o havia treinado. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 282-283) No topo: Presidente Ikeda discursa durante a solenidade de outorga do título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (fev. 1993) Foto: Seikyo Press
01/02/2024
Editorial
TC
Início de uma nova etapa de vitórias!
Caro leitor, começamos uma nova trajetória, e ela certamente será repleta de crescimento pessoal, organizacional, profissional e em todas as áreas de nossa atuação. Deste lado, nós nos esforçaremos em contribuir — a partir das publicações mensais da Terceira Civilização — para que esse intento seja logrado com total êxito. Como diretriz de avanço para os membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) e para as atividades institucionais, anualmente, a organização estabelece um tema. Portanto, 2024 é o “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Foi aos jovens que nosso mestre, Daisaku Ikeda, depositou sua expectativa de progresso e de avanço do kosen-rufu em direção ao futuro. Assim como registrado na Mensagem de Ano-Novo pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada: No ano passado, na parte final de sua explanação de Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, publicada antes de seu falecimento, sensei expressou seus profundos sentimentos: “Agora, diante da nova partida da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial, gostaria de dedicar aos jovens emergidos da terra que compartilham meu espírito as palavras do meu venerado mestre: ‘Faça isso em meu lugar’”.1 Dessa forma, com disposição jovial, Ikeda sensei conduziu sua existência de 95 anos [janeiro é o mês de seu aniversário natalício] para corresponder às aspirações do seu mestre, Josei Toda. O Especial da edição mostra como se deu a relação de vida entre mestre e discípulo, e suas ações em prol do bem-estar do povo do Japão e do mundo. Aos 19 anos, Ikeda sensei encontrou-se, pela primeira vez, com Toda sensei em uma reunião de palestra no bairro de Ota, Japão, na noite de 14 de agosto de 1947. Ele se recorda: Quanta convicção ele transmitia em suas palavras! Como era lógica e coerente sua explanação de Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra (Rissho-ankoku Ron)! Decidi naquele mesmo instante tornar-me seu discípulo. Desse dia em diante, meu juramento e meus esforços para realizar o kosen-rufu com o mesmo espírito e a mesma dedicação de meu mestre tornaram-se uma paixão flamejante que me consumiu totalmente e que arde cada vez mais.2 Foi a partir dessa genuína relação que o presidente Ikeda pôde conhecer e se aprofundar nos ensinamentos budistas, e com intensa determinação contribuir de modo efetivo para a prosperidade da humanidade. Sobre a eterna e imutável relação de mestre e discípulo, leia Crônica, do presidente da BSGI, Miguel Shiratori. Nesta publicação também, a TC iniciará a série “Os Livros da Minha Juventude”, com anotações do presidente Ikeda sobre as obras de grandes autores da humanidade, além de outros conteúdos. Este é o primeiro ano após o falecimento do nosso eterno mestre, que partiu para renovar a energia da vida, em 15 de novembro de 2023. Sendo assim, vamos, com sincera atuação em prol da felicidade das pessoas, deixar registrada a grandiosidade de Ikeda sensei para a posteridade. Desejamos ótima leitura! Redação Foto: Getty Images Notas: 1. Leia íntegra da mensagem do presidente Harada no Brasil Seikyo, ed. 2.649, 31 dez. 2023. 2. Terceira Civilização, ed. 413, jan. 2003, p. 7.
08/01/2024
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
O evento estava previsto para dois dias, 21 e 22 de março. Porém, devido às intensas chuvas, a apresentação do dia 21 foi cancelada. Shin’ichi chegou a Osaka nesse dia, e imediatamente se dirigiu à reunião das comissões para incentivar os participantes que deveriam estar desapontados. (...) Um céu azul esperançoso surgia na “Kansai de Contínuas Vitórias”. Às 13h30 do dia 22, abriram-se as cortinas do Festival Cultural pela Paz dos Jovens de Kansai com a marcha pela paz de 10 mil jovens recém-convertidos ao budismo. (...) Por fim, chegou a ginástica montada da Divisão Masculina de Jovens. Quatro mil componentes da divisão preencheram o campo bradando fortemente. Ao som das músicas da Soka Gakkai, tais como Kurenai no Uta [Canção do Carmesim] e Gen-ya ni Idomu [Desafio a Novas Fronteiras], seguiram-se diversas formações, uma gigantesca onda humana, o lançamento do foguete humano e oito torres humanas de cinco andares. Então, ao centro, iniciou-se a formação da torre de seis andares. Eram sessenta jovens no primeiro andar, vinte no segundo, dez no terceiro, cinco no quarto, três no quinto e um no sexto. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 145-147) No topo: Sincronia, cores e perfeição nos movimentos realizados pelos membros da Ginástica Montada no 1o Festival Cultural pela Paz dos Jovens de Kansai (Estádio Nagai, Osaka, Japão, 1982) Foto: Seikyo Press
08/01/2024
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Jornada de Mestre e Discípulo com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Jornada de Mestre e Discípulo No topo: Mural da edição de janeiro
08/01/2024
Série
TC
A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Os livros da minha juventude Ler é um privilégio que temos durante a juventude. Os livros que lemos quando jovens se tornam carne e sangue de um espírito vital e ajudam a formar a estrutura espiritual que nos apoia ao longo de toda a vida. “Jovem, dedique um tempo para a leitura e para o pensamento sério a respeito das coisas!” Esse foi o conselho que meu mestre, Josei Toda, nos deixou. Os jovens, declarou ele, devem dedicar vinte a trinta minutos por dia para uma contemplação profunda e silenciosa para que possam desenvolver acuidade e refinamento cultural; e devem ler livros para se tornar pessoas de bom caráter. Lembro-me claramente do meu mestre nos incentivando incessantemente a fazer essas atividades. O próprio Toda sensei era um leitor ímpar, tendo devorado inúmeros livros desde a sua juventude. Como ele ficava contente ao conversar com adolescentes e jovens adultos sobre a opinião dele a respeito da leitura, a qual formou por meio de sua experiência. As anotações que fazíamos na época são tesouros guardados até hoje. Catorze anos atrás, publiquei uma série dessas anotações sobre livros que li antes de embarcar no caminho da prática budista. Elas foram publicadas por cerca de um semestre na revista Daisanbunmei. E agora, gravei neste volume lembranças inesquecíveis dos livros que li na juventude junto com as lições e instruções que recebi de Toda sensei, bem como trechos do meu próprio diário e de anotações. As impressões que compartilho são de obras que li vinte ou trinta anos atrás, e minha experiência com a leitura pode se diferenciar dos hábitos de leitura da juventude atual. Mas, em meus encontros diários com os jovens, ainda me perguntam quais livros aconselho que leiam. Em qualquer idade, a leitura permanece um assunto importante para os jovens. Espero que leiam mais livros, e é com este desejo em mente que publico esses relatos. Daisaku Ikeda Julho de 1978 Um Poema que Aclama a Renascença Na minha juventude, amava a poesia de Dante. A poesia expande o espírito humano, enriquecendo-o infinitamente. Alguns dizem que aquele que compreende Dante segura a chave para entender toda a literatura. Li-o pela primeira vez ainda na adolescência, logo após a Segunda Guerra Mundial. Eu tinha me associado a um clube do livro para jovens e buscava inspiração sobre qual direção o Japão deveria tomar enquanto se reinventava no pós-guerra. Meus amigos do clube e eu discutimos A Divina Comédia e o espírito da Renascença italiana. A tradução japonesa que lemos, de Heizaburo Yamakawa, foi publicada pela primeira vez no começo do século 20. Foi difícil, mas eu buscava por um modo de viver, e lembro-me de ler um pouco quase a noite inteira, impulsionado por esse desejo intenso de entender a obra. Nessa época, conheci Josei Toda, que viria a se tornar meu mestre por toda a vida. Foi em 14 de agosto de 1947, um dia antes do segundo aniversário do fim da guerra — um dia que jamais esqueceria. Eu tinha 19 anos. Três dias depois, em 17 de agosto, o tradutor Heizaburo Yamakawa faleceu subitamente. Uma vida de busca contínua Dante Alighieri, poeta mais famoso da Itália, nasceu em 1265, em Florença, Cidade das Flores. No Japão, era o segundo ano da era Bun’ei do período Kamakura. Nesse ano, Nichiren Daishonin havia retornado de seu exílio na península de Izu, voltando para sua província natal de Awa.1 Dante nasceu 43 anos depois de Daishonin. Quando penso na vida e na obra de Dante, não posso deixar de me lembrar do meu diálogo com Arnold J. Toynbee, renomado historiador britânico, que começamos em maio de 1972. Durante a nossa discussão, eu o questionei sobre seu autor favorito. Sem hesitar, ele respondeu: “Dante”; e comentou: “A experiência de sofrimento de Dante sem dúvida foi uma fonte de sua poesia. (...) [Dante] padeceu por amor e foi exilado de sua cidade-Estado natal. Se ele não tivesse vivenciado essas duas situações dolorosas, sua Vita Nuova e sua A Divina Comédia talvez nunca tivessem nascido”.2 Além disso, ele acrescentou que Dante, por meio de uma grande obra de arte, transformou sua infelicidade pessoal em sorte para muitas pessoas ao redor do mundo. O Dr. Toynbee descreveu para mim sua grande admiração pela força de caráter de Dante. Embora Dante tenha, de fato, sofrido essas duas desfortunas, ele usou a adversidade e a tristeza como catalisadoras para criar sua melhor obra, A Divina Comédia. O primeiro infortúnio de Dante envolveu o encontro e a perda do seu grande amor, Beatriz. Os dois se conheceram no festival de Calendimaggio em 1274, quando Dante estava com 9 anos. Ele e seu pai haviam sido convidados para o evento por um banqueiro proeminente cuja filha tinha a idade aproximada de Dante. O nome dela era Bice [de Beatrice], ou Beatriz [em português]. Uma menina de beleza e pureza angelicais, que “apareceu vestida de nobilíssima cor, humilde e honesta, sanguínea”,3 como Dante se recorda posteriormente. Nove anos depois, aos 18, Dante revê Beatriz, desta vez na Ponte Santa Trinità, que atravessa o rio Arno, “me apareceu vestida de cor branquíssima, no meio de duas gentis mulheres, as quais eram de mais longa idade”.4 Beatriz lhe ofereceu um “dulcíssimo saudar” que o deixou “como inebriado”.5 Extasiado, ele voltou para casa e escreveu uma poesia, que depois incorporou à sua Vita Nuova [Vida Nova]. Após esse segundo encontro, embora Dante escrevesse sempre sobre ela, seu amor permaneceu não correspondido. Mais tarde, Beatriz se casou com Simone de’ Bardi, de outra família banqueira. Mas ela faleceu após uma doença, com apenas 24 anos. A morte de sua amada arruinou o espírito de Dante. Para superar o luto, dizem que ele mergulhou na leitura de livros filosóficos. Durante esse período, outra mulher se apiedou do Dante enlutado. No Capítulo XXXV de Vita Nuova, Dante escreve: “Então, vi uma mulher gentil, muito bela e jovem, que me observava de uma janela, com aspecto tão piedoso (...)”.6 Essa mulher consolou Dante, o qual estava mergulhado nas profundezas do desespero. Dante acabou por fim superando sua dor. Ele estudou na Universidade de Bolonha e depois se tornou político em Florença e membro ativo dos Guelfos Brancos, partido apoiado por ricos mercadores e comerciantes. Ironicamente, a esposa de Dante, Gemma, com que se casou aos 30 anos, era oriunda da família Donati, associada aos Guelfos Negros, partido apoiado pela antiga aristocracia feudal. Os dois partidos eram inimigos ferrenhos. Aos 35 anos, Dante foi eleito um dos cinco priore (priorado), ou magistrados, o mais alto posto de liderança em Florença. No cargo, ele bateu de frente com o papa Bonifácio VIII. O ambicioso papa usava do poder de sua posição para planejar esquemas em busca do controle de Florença, e Dante se colocou em risco ao tentar obstruir o que considerou uma influência papal opressiva sobre a sua cidade natal. O poder da Igreja, no entanto, era imenso. Associados a Bonifácio, os Guelfos Negros ampliaram sua influência. Para resolver o conflito entre Guelfos Brancos e Negros, Florença enviou Dante e outros para Roma, com uma audiência marcada com o papa para discutir essas questões. Porém, depois que Dante deixou Florença, Bonifácio chamou o exército de Carlos de Valois, irmão do rei francês Filipe, o Belo, para invadir a cidade. Os Guelfos Brancos perderam toda a influência, e Dante foi julgado e sentenciado in absentia ao exílio por acusações forjadas por apropriação indébita de fundos públicos, intriga contra o papa, interferência relacionada a Carlos de Valois, e outras transgressões. Uma multa altíssima foi taxada, e ele, banido de Florença. Se retornasse à cidade, seria capturado e queimado vivo. Sua propriedade foi confiscada, e sua mulher e filhos se tornaram alvos de ataques. Essa foi a segunda desgraça de Dante. Continua na próxima edição. No topo: Estátua de Dante Alighieri, na Praça de Santa Croce, em Florença, Itália Foto: Getty Images Notas: 1. Awa: Região sul do atual Distrito de Chiba. 2. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 99. 3. ALIGHIERI, Dante. Da Monarquia. Vita Nuova [Vida Nova]. Tradução: Jean Melville. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 91. 4. Ibidem, p. 93. 5. Ibidem. 6. Ibidem, p. 139.
08/01/2024
Reflexões Sobre a NRH
TC
[109] A história da Perseguição de Atsuhara (Parte 2)
“Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo.”1 Durante a Perseguição de Atsuhara, Nikko Shonin enviou relatórios detalhados sobre o desenrolar dos acontecimentos a Nichiren Daishonin, que, na ocasião, se encontrava no Monte Minobu, e recebeu dele orientações e instruções práticas. Nikko Shonin enfrentou essa perseguição em total união com seu mestre, Daishonin. Em 1278, Gyochi, assistente do reverendo prior do templo Ryusen-ji, na vila de Atsuhara, e seus aliados falsificaram uma diretiva do governo, declarando ilegal a prática do Sutra do Lótus, numa tentativa ardilosa de impedir a propagação dos ensinamentos do budismo. Daishonin declarou que nem sequer precisava ler a diretiva para perceber que era falsa. E, como previsto, em pouco tempo, revelou-se que era uma invenção. Os conspiradores, entretanto, persistiram com suas trapaças. Eles planejaram destruir a união entre os adeptos de Daishonin, semeando a dúvida e a discórdia entre aqueles que nutriam hostilidade e inveja em relação aos seguidores, e astutamente os persuadiram a abandonar a fé e a trair seus companheiros. Seguidores como Ota Tikamasa e Nagasaki Tokitsuna [que abandonaram a fé durante a Perseguição de Atsuhara] guardavam rancor contra Takahashi Rokuro Hyoe, figura-chave entre os seguidores na área de Fuji. Sammi-bo [outro seguidor que abandonou a fé durante essa perseguição] tinha inveja de Nikko Shonin. Por ser veterano dele e por ter estudado no Monte Hiei [onde estava localizado o templo principal da escola Tendai, importante centro budista daqueles dias], ele era muito arrogante e vangloriava-se de seu limitado conhecimento. Sammi-bo não demonstrava nenhum entusiasmo em trabalhar com as pessoas. Apesar de Daishonin tê-lo enviado para a área de Fuji, ele se recusou a servir o novato, Nikko Shonin. Os praticantes podem claramente ser divididos em duas categorias: aqueles que colocam o budismo acima de tudo e os que colocam a si próprios em primeiro lugar. Em todas as épocas, encontramos aqueles que abandonam a fé colocando seus sentimentos e interesses acima do ensinamento budista. Agindo assim, esses indivíduos abrem uma brecha para que as funções da maldade invadam seu coração e sua mente. Daishonin percebia a natureza vil desses indivíduos, descrevendo-os como “covardes, irracionais, gananciosos e incrédulos”.2 Uns após os outros, esses traidores e ingratos, que apareceram entre os seguidores de Daishonin, morreram prematuramente — vários deles foram atirados de seus cavalos. No Gosho, Nichiren Daishonin declara que o destino desses indivíduos era de “punição por sua traição ao Sutra do Lótus”, a qual ele a identifica tanto uma “punição perceptível como individual”.3 Conforme muitos de vocês devem saber, aqueles que abandonam a fé e se esquecem da gratidão em relação à Soka Gakkai — organização que atua em exato acordo com o desejo e a ordem do Buda — encontram o fim mais lamentável. Vinte e um de setembro de 1279 — Gyochi escolheu esse dia porque sabia que muitos camponeses de Atsuhara, seguidores de Nichiren Daishonin, estavam reunidos para ajudar na colheita de arroz nos campos pertencentes a Nisshu (um dos sacerdotes do templo Ryusen-ji, que havia se convertido ao budismo por meio dos esforços de propagação de Nikko Shonin). Gyochi reuniu um grande número de homens, incluindo oficiais do gabinete administrativo do feudo Shimogata, e lançou um ataque surpresa quando todos estavam em plena colheita. Vinte camponeses seguidores de Daishonin foram presos injustamente no gabinete administrativo local. Além disso, ele também preparou uma lista com falsas acusações e a apresentou ao governo militar. E acusou Nisshu de liderar um grupo armado de camponeses, num ataque aos alojamentos dos reverendos priores no templo Ryusen-ji, e de roubar arroz dos campos pertencentes ao templo. Essas acusações não passavam de “um processo forjado designado a ocultar suas próprias ofensas”.4 Instaurar um processo judicial fraudulento contra inocentes a fim de encobrir os próprios crimes constitui um “abuso do direito de mover uma ação judicial”. Os planos malévolos contra a Soka Gakkai em anos recentes seguem esse exemplo. Assim que soube do teor do processo instaurado por Gyochi, Nikko Shonin rascunhou uma carta de petição para as autoridades e a enviou a Nichiren Daishonin. A carta de Nikko Shonin explicava claramente o que havia acontecido e revelava as ações perversas de Gyochi e seus cúmplices. Daishonin acrescentou à primeira metade da petição o fato de que as predições do seu tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra haviam se concretizado, junto com a refutação dos ensinamentos errôneos de Gyochi e de outros clérigos de Ryusen-ji. Com a primeira metade escrita por Nichiren Daishonin e a segunda por Nikko Shonin, esse documento, intitulado Ryusen-ji Moshijo [Petição de Ryusen-ji],5 era uma clara evidência da luta compartilhada por mestre e discípulo. Os vinte camponeses detidos foram imediatamente enviados para Kamakura, sede do governo militar, onde foram submetidos a um interrogatório pelo poderoso Hei no Saemon, subchefe do Posto de Comando Militar. Nenhum deles sucumbiu ao interrogatório desumano ao qual foram submetidos, e nenhum deles cedeu às ameaças, à intimidação e à tortura das autoridades. Por fim, Jinshiro e seus dois irmãos [Yagoro e Yarokuro] — os Três Mártires — deram a vida por sua crença. Esse foi um momento de profundo significado na história dos direitos humanos que jamais poderá ser apagado. Eles morreram como verdadeiros heróis. Como consta no Gosho A Prática dos Ensinamentos do Buda, mesmo que tenhamos de ser decapitados: Shakyamuni, Muitos Tesouros e os budas das dez direções virão imediatamente ao nosso encontro. (...) e as divindades celestiais e as divindades benevolentes erguerão um dossel sobre nossa cabeça e desfraldarão estandartes, elevando-os bem alto. Eles nos conduzirão em segurança até a preciosa Terra da Luz Tranquila.6 Certa ocasião, perguntei ao meu mestre e segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, sobre a morte dos Três Mártires de Atsuhara. Sua resposta foi clara e inequívoca: “Mesmo que sejamos mortos, se nossa morte foi em prol da Lei Mística, então atingiremos infalivelmente o estado de buda. Será como se estivéssemos tendo um sonho breve após nos deitar para dormir, e então caímos num sono profundo e tranquilo”. Não importa a forma como aqueles que dedicam a vida ao kosen-rufu venham a morrer, jamais será uma morte miserável ou infeliz. Conta-se também que, entre os camponeses presos, havia uma mulher, a qual declarou bravamente: “Não se neguem a executar-me só porque sou mulher. Matem-me agora!”. Assim que soube da morte dos Três Mártires, Nichiren Daishonin escreveu a carta Resposta aos Veneráveis (Shonin-to Gohenji), na qual ele clama aos seus seguidores: “Vocês não devem se amedrontar. Tenho certeza de que, se continuarem avançando firmemente, tudo será esclarecido”.7 Essa declaração foi seu rugido de leão. Nanjo Tokimitsu, jovem administrador da região de apenas 20 e poucos anos e um dos seguidores de Nichiren Daishonin, executou essa injunção à carta, unindo-se bravamente na luta por seus companheiros. Ele se tornou alvo da opressão do governo por defender e dar cobertura aos seguidores na região de Atsuhara. Porém, mesmo na pior das circunstâncias, defendeu resolutamente Daishonin e liderou o contra-ataque às autoridades pela causa da justiça. O fato de os seguidores locais terem emergido triunfantes da Perseguição de Atsuhara deveu-se aos esforços intrépidos e tenazes desse jovem que dedicou a vida ao caminho de mestre e discípulo. Durante a Perseguição de Atsuhara, Nichiren Daishonin observou: “No passado e na era atual dos Últimos Dias da Lei, os governantes, os altos ministros e as pessoas que desprezaram os devotos do Sutra do Lótus pareceram estar livres de punição no início, mas, no fim, todos se condenarão à queda”.8 Catorze anos depois, em abril de 1293, sob ordem do governo, guardas cercaram a residência de Hei no Saemon e a incendiaram. O próprio filho mais velho, Munetsuna, tinha denunciado secretamente o pai de conspirar contra o governo. Cercado pelas chamas e pelos guardas, Hei no Saemon não teve outra escolha senão tirar a própria vida, atormentado pela agonia do inferno de incessante sofrimento, na mesma casa onde havia torturado e matado os Três Mártires de Atsuhara. Ao seu lado estava o segundo filho, Sukemune, que havia torturado os camponeses de Atsuhara, alvejando-os com flechas com pontas cegas. Todos os membros da família, outrora tão ilustres e poderosos, pereceram nas chamas. O filho mais velho, que havia traído o pai, foi exilado na Ilha de Sado, e a linhagem de Hei no Saemon foi completamente extinta. O 26o sumo prelado Nichikan Shonin registrou em seu Comentário sobre “A Seleção do Tempo”: “A causa remota [da extinção de Hei no Saemon e sua família] é a ofensa de ter atacado Nichiren Daishonin, enquanto a causa próxima é a ofensa da execução dos Três Mártires na Perseguição de Atsuhara”.9 Em um dos versos da canção da Soka Gakkai Os Três Mártires de Atsuhara consta: Jinshiro, partindo de uma vida para a próxima, Como cerejeiras em flor dispersas pela brisa, Tornou-se célebre como um exemplo de devoção ao kosen-rufu — Como é nobre a vida Deste honrado mártir de Atsuhara. O fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, morreu na prisão com o mesmo espírito dos Três Mártires de Atsuhara. Toda sensei e eu também sustentamos esse espírito. Seguindo os passos do meu mestre, suportei todas as formas de perseguição. Lutar em meio às perseguições e dar a própria vida pela causa que defendemos é nossa fonte de maior orgulho. Os obstáculos conduzem à iluminação. A “devoção abnegada pela propagação da Lei Mística” para a realização do kosen-rufu mundial é a honra eterna dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda]. No topo: Tsunesaburo Makiguchi (na foto, sentado) e Josei Toda (em pé) publicaram o livro Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor], em 18 de novembro de 1930. A data desse lançamento é considerada o dia da fundação da Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], que mais tarde se tornou Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] Foto: Seikyo Press Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. 2. Ibidem, p. 264. 3. Ibidem, p. 263. 4. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 850. 5. Ibidem, p. 849-853. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 415, 2020. 7. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II, p. 831. 8. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 9. Nichikan Shonin Mondanshu (Comentários de Nichikan Shonin). Tóquio, Seikyo Shimbunsha, 1980. p. 306.
08/01/2024
Crônica
TC
Vínculo de mestre e discípulo é eterno
Estamos todos profundamente sentidos pelo falecimento do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda. Desde a juventude, Ikeda sensei, nosso mestre da vida, consagrou sua existência como grande herói da paz. Ele nos deixou um cristalino modelo de revolução humana, embasado no humanismo do Budismo de Nichiren Daishonin. Aos 19 anos, conheceu o seu mestre, Josei Toda. A partir desse momento, um vínculo inquebrantável de mestre e discípulo se formou. Ikeda sensei relembra com carinho aquele encontro: Naquela época, eu ainda não compreendia os profundos ensinamentos do budismo. Minha família também se opunha fortemente à minha decisão. Mas transcendendo esses problemas superficiais, fiquei profundamente impressionado com o caráter de Josei Toda. (...) Minha intuição de jovem dizia-me que podia seguir com segurança aquele homem que havia sido preso durante a guerra em defesa da paz e do budismo.1 Após esse episódio decisivo na vida de Ikeda sensei, ele se dedicou integralmente, ao longo de 76 anos, a materializar os sonhos dos Mestres Soka. Assim, Daisaku Ikeda, genuíno discípulo, consolidou a verdadeira essência da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi), que corresponde ao espírito de Nichiren Daishonin pelo kosen-rufu. E foi com esse ímpeto de dar vida aos sonhos do seu mestre que Ikeda sensei propagou os ensinamentos do humanismo budista para o mundo, percorrendo, no período de seis décadas, 54 países e territórios. Em cada oportunidade, ele semeava as sementes da esperança, da coragem e da confiança no coração daqueles com quem se encontrava. Atualmente, o fruto dessa sincera e intensa devoção é uma organização repleta de pessoas em cada canto do globo, empenhadas inteiramente no estabelecimento da paz, a começar pelo local em que se encontram. Mesmo em meio às grandes perseguições e adversidades que tentaram obstruir o avanço do kosen-rufu durante essa jornada, Ikeda sensei consolidou o Budismo Nichiren, na sua melhor e clara expressão, como um ensinamento da revolução humana — sempre conectado ao coração do seu mestre, Josei Toda. Em uma ocasião, o presidente Ikeda fez a seguinte afirmação: Praticamente tudo o que sou hoje devo ao meu mestre, Josei Toda. A relação de mestre e discípulo é uma relação que existe unicamente entre os seres humanos. Nela se encontra a essência da existência humana. É meu desejo legar tudo o que possuo aos meus jovens sucessores. Quero confiar o futuro a eles. Espero que vocês, meus discípulos, compreendam plenamente esse meu sentimento.2 A partir da relação firmada com o Mestre, todos nós compreendemos o real sentido da vida, e por isso podemos afirmar que essa ligação com a vida de Ikeda sensei é eterna e imutável! Dessa forma, com a assídua prática da fé fundamentada nas “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”, vamos juntos, cada qual construindo uma existência vitoriosa, realizar os sonhos do nosso mestre, Daisaku Ikeda — de um mundo de paz e coexistência harmoniosa. Miguel Shiratori Presidente da BSGI Ilustração: Getty Images Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 413, jan. 2003, p. 7. 2. Idem, ed. 412, dez. 2002, p. 7.
08/01/2024
Artigos
TC
Agora é hora de avançar com espírito de gratidão
Todo Ano-Novo me traz à mente uma recordação que tenho de Ikeda sensei. Há trinta anos [em 1994], ele participou das Cerimônias de Gongyo de Ano-Novo na sede da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, no dia 1o de janeiro, e no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji, no dia 2. Em ambas as ocasiões, ele não se limitou a conceder incentivos, mas também reservou um tempo antes e depois das reuniões para cumprimentar e falar com os membros, estabelecendo valiosos vínculos com eles. Lembro-me de que cerca de 2 mil pessoas participaram ao longo dos dois dias. Aquelas interações eram muito mais que simples conversas. O presidente Ikeda me disse certa vez: “Com o pensamento de que talvez eu jamais veja a pessoa novamente, trato cada encontro como se fosse o último momento de minha vida”. Fiel a essas palavras, ele empenhou esforços incondicionais para encorajar cada pessoa ali presente, determinado a inspirá-la a empreender ações e continuar a praticar o Budismo Nichiren por toda a vida. O presidente Ikeda compareceu às Cerimônias de Ano-Novo no ano seguinte e no outro também. Dando tudo de si a cada momento, interagia sinceramente e estreitava laços de coração a coração com tantas pessoas quanto pudesse. Ele nos mostrou, por meio da própria conduta desde o início do ano, que o diálogo de pessoa a pessoa é a força motriz para o progresso. *** Durante a juventude, o presidente Ikeda visitava a casa do seu mestre, Josei Toda, no Dia de Ano-Novo para transmitir seus cumprimentos e dar a partida do ano junto com ele. Esse espírito permaneceu imutável mesmo após a morte de Toda sensei. Na Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai, realizada no dia seguinte ao do falecimento do seu mestre, Ikeda sensei disse: “Acredito que Toda sensei continuará vivo eternamente na Soka Gakkai, no coração de cada um de nós, seus discípulos”. A melhor maneira de demonstrarmos gratidão ao nosso mestre, declarou ele, é travar uma luta sobre a qual possamos lhe relatar com orgulho: “Sensei! Veja quanto fizemos o kosen-rufu avançar!”. Hoje, mais uma vez, lutarei! Hoje, mais uma vez, vencerei! Sempre começando com esse juramento ao seu mestre, o presidente Ikeda construiu a Soka Gakkai, transformando-a na organização mundial que ela representa hoje. Ikeda sensei estreitou profundos laços de vida com cada um de nós — laços eternos. Ele continua vivo em nosso coração. Agora, ao darmos a partida neste “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, pavimentando o caminho para o triunfal centenário de fundação da Soka Gakkai, sigamos em frente com o espírito de demonstrar nossa gratidão ao mestre! O Sutra do Lótus afirma: “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres”.1 Gravando essas palavras no coração, registremos juntos um histórico de crescimento monumental, de modo que possamos declarar com orgulho ao nosso mestre: “Veja quanto fizemos o kosen-rufu avançar!”. No topo: Vista noturna do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, em Shinanomachi (Tóquio, Japão) Foto: Seikyo Press Nota: 1. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 7, p. 178.
08/01/2024
Série
TC
Alpinistas que escalaram o Everest
“Por que escalar a montanha?” “Porque ela está lá.” Essas são as famosas palavras creditadas ao alpinista britânico George Mallory, ditas durante uma entrevista com um jornalista. A “montanha” em questão é o Everest, a mais alta do mundo. Seu pico, que atinge a altitude de 8.848 metros, é chamado “terceiro polo do mundo”, depois do Ártico e da Antártida. Por muito tempo, essa importante elevação permaneceu inexplorada, considerada impossível de escalar. A epopeia de desafiar o Everest iniciou por volta de cem anos atrás. Após o término da Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha enviou a primeira expedição para a montanha em 1921, com George Mallory, então com 34 anos, entre os integrantes. Mallory, alpinista de primeira categoria, havia aprimorado suas habilidades no Winchester College e na Universidade de Cambridge. Contudo, mesmo para esse experiente montanhista, o Everest, erguendo-se diante de seus olhos, parecia ser “o senhor de todos, vasto em supremacia incontestada e isolada”. A dificuldade de escalar o Everest transcendia qualquer imaginação. Além da batalha terrível contra o mal ocasionado pela extrema altitude e pelo mau tempo, havia enormes picos rochosos que bloqueavam o caminho de maneira brusca. Em uma carta, Mallory descreve a realidade dessa situação: “Há pouca esperança de conseguir chegar ao pico. Mas é claro que continuaremos avançando como se estivéssemos prestes a alcançá-lo”. “Continuaremos com a máxima esperança até o fim.” O que impulsionava o alpinista a persistir, mesmo diante de um cenário desesperador? Era sua busca insaciável, a crença indomável de que “quanto mais difícil e perigoso o caminho, maior a vitória” a ser conquistada. Após semanas de reconhecimento da montanha, Mallory finalmente descobre uma rota para o cume. Na segunda expedição realizada no ano seguinte, em 1922, ele estabeleceu novo recorde de ponto mais alto alcançado. Todavia, durante a terceira expedição, em 1924, Mallory e seu companheiro, prestes a chegar ao topo, não retornaram da escalada. Após extensa busca, o corpo do alpinista foi encontrado 75 anos depois do seu desaparecimento (em 1999). Até hoje, permanece um mistério se ele conseguiu ou não atingir o cume do Everest. No entanto, o espírito pioneiro e corajoso dele continua a ser solenemente herdado pelos alpinistas das gerações seguintes. Em 1953, a Grã-Bretanha enviou sua nona expedição para o Himalaia. Os membros escolhidos para o desafio da montanha foram Edmund Hillary, da Nova Zelândia, e Tenzing Norgay, um xerpa (guia) local. O Everest, que vinha repelindo obstinadamente as investidas da humanidade, foi confrontado por dois jovens de nacionalidade e experiências distintas. Desde a primeira tentativa de Mallory, haviam se passado 32 anos. Aos 20 anos, Hillary ficou fascinado pelas montanhas da Ilha Sul da Nova Zelândia durante uma viagem, e começou a praticar alpinismo. Ele ganhou experiência escalando um famoso pico em seu país. A partir de 1951, engajou-se nas expedições inglesas para o Everest. Nesse ano, o desafio foi malogrado, mas ele não conhecia a palavra “desistir”. “Everest, você não vai mudar, mas eu vou melhorar... Vou conquistar você”, disse. Por outro lado, Tenzing era de uma aldeia montanhosa localizada no sopé sul do Everest. Para ajudar no sustento da humilde família, ele trabalhava como guia e transportador de cargas para as equipes de alpinistas que vinham da Europa e fez carreira como excelente xerpa. Eram 6h30 do dia 29 de maio de 1953. Os dois alpinistas deixaram o último acampamento em direção ao pico. Eles atravessaram a “Zona da Morte”, onde a concentração de oxigênio é apenas um terço do solo, assolados pelo frio extremo e pelas fortes ventanias. “Não é a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos”, afirma Edmund Hillary. Às 11h30, depois de superar uma batalha de vida ou morte de cinco horas desde a partida, Hillary e Tenzing finalmente alcançaram o topo do Everest. Eles trocaram apertos de mão e tapas nas costas, comemorando a alegria da conquista. Entre eles, havia um belo “laço de companheirismo” que cintilava com o brilho prateado. Tenzing disse posteriormente: “Na montanha existe amizade. Não existe nada que una mais os seres humanos que a montanha. Por mais difícil que seja o lugar, você pode segurar a mão do outro e interagir mutuamente”. A maior força para a escalada do Everest estava na “amizade” e na “união” entre eles. O mundo vibrava com esse feito histórico. Hillary foi agraciado com o título de “Sir” pela família real britânica, enquanto Tenzing era aclamado como herói tanto pelo Nepal como pela Índia. Mais tarde, surgiu um acalorado debate sobre “qual dos dois subiu primeiro no topo da montanha”, mas ambos sempre deram a mesma resposta: “Nós pisamos o topo juntos”. Reflexões do presidente Ikeda Anos mais tarde, em gratidão aos xerpas, que escalaram a montanha junto com os dois alpinistas, Hillary construiu escolas e instalações médicas no vilarejo onde os montanheses moravam. Além disso, até falecer em 2008, ele trabalhou para proteger o meio ambiente na Cordilheira do Himalaia. Em 2003, ele presenteou Ikeda sensei com um livro autografado. O presidente Ikeda visitou o Nepal pela primeira vez em 31 de outubro de 1995. Em meio aos seus muitos compromissos, ele conheceu o subúrbio de Katmandu, capital do Nepal, e tirou fotos do Himalaia, que se mostrou imponente diante de um magnífico pôr do sol. Nessa ocasião, ele conversou com crianças de uma aldeia próxima que se reuniram perto dele. Ele lhes disse: Este é o país onde o Buda (Shakyamuni) nasceu. O Buda cresceu observando o imponente Himalaia. Ele se esforçou para se tornar alguém majestoso como aquelas montanhas. E fez de si uma pessoa vitoriosa de altivo orgulho. Vocês são como ele. Vocês moram em um lugar extraordinário. Sem falta, poderão se tornar pessoas grandiosas. Essa cena pareceu uma bela obra-prima. Em uma orientação em que sensei compara a “montanha” ao kosen-rufu, citando as palavras de George Mallory, consta: “Como obter o melhor de tudo? É preciso conquistar, alcançar, chegar ao topo; é preciso conhecer o fim para se convencer de que consegue vencê-lo, para saber que não há sonho que não deva ser desafiado.” É por desafiar com coragem a montanha de árduas provações que consegue revelar a força oculta dentro de si. Escalar a montanha do kosen-rufu — esse é um grande empreendimento magnífico e majestoso do Buda, que eleva a condição de vida da humanidade ao nível mais sublime. Por mais difíceis e escarpados que sejam os penhascos que enfrente, a força ilimitada do Buda jamais deixará de ser evidenciada pelos mestres e discípulos de unicidade que devotam a vida pela Lei Mística.2 E, em relação ao sucesso de Hillary e de Tenzing na primeira chegada ao cume do Everest, sensei disse que os aspectos mais importantes foram “preparativos”, “abandono dos preconceitos”, “obsessão do líder” e “amizade incondicional”. Ele ressaltou: “A questão é que, em qualquer desafio, a pessoa que se prepara antes leva vantagem. Para vencer, devemos realizar os preparativos com toda a energia e da melhor forma. Ninguém consegue se igualar a uma pessoa preparada e determinada a vencer”.3 Vamos, agora, iniciar nossa escalada rumo ao topo da canção do triunfo do povo a partir do 3 de Maio do juramento! Nós continuaremos a avançar. Enquanto houver uma montanha que almejamos. Enquanto existir uma montanha para ultrapassar. Clique no linke e leia série de incentivos do presidente Ikeda sobre as montanhas do Himalaia. Monte Everest Foto: Getty Images Notas: 1. Discurso do presidente Ikeda. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 22 mar. 2003, p. A3. 2. Mensagem de Ikeda sensei enviada para a 54ª Reunião de Líderes da Nova Era, em 3 de dezembro de 2011. 3. Discurso de Ikeda sensei proferido na 25ª Reunião de Líderes. In: Brasil Seikyo, ed. 1.692, 5 fev. 2003. Materiais de pesquisa: ROBERTSON, David. George Mallory. Tradução: Michiko Natsukawa. Sanyosha. HILLARY, Sir Edmund. Hillary Autobiography. Tradução: Ichiro Yoshizawa. Kusashisha. HILLARY, Edmund. My Everest. Tradução: Saburo Matsukata e Tatsumi Shimada. Asahi Shimbun. HUNT, John. Everest Climbing. Tradução: Asahi Shimbun. Asahi Shimbun. YASUKAWA, Shigeo. Sekai no Yane ni Idonda Hitobito. Sa-e-ra Shobo. CLARK, Ronald W. Daitozanka no Rekizo. Tradução: Hiroshi Sugita. Gendai Ryoko Kenkyusho.
08/01/2024
Artigos
TC
O levantar dos discípulos com eterna gratidão ao Mestre
Expresso meus mais sinceros sentimentos de condolências à Sra. Kaneko Ikeda e aos demais familiares pelo falecimento do nosso mestre da vida, Daisaku Ikeda, bem como a todos os membros da SGI e da BSGI. Estimados companheiros, para nós, este é um momento bastante difícil e de muita tristeza. Juntos, estamos oferecendo sinceras orações em memória e em gratidão a Ikeda sensei por tudo o que ele nos proporcionou. Nas palavras da Sra. Kaneko, transmitidas pelo Sr. Hiromasa Ikeda, vice-presidente da SGI [em seu pronunciamento em vídeo apresentado na recente 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI] , ela ressaltou um ponto de muita importância para nós. Referindo-se a Ikeda sensei, ela afirma: “Há mais de dez anos, ele expressou que ‘doravante assumiria a liderança pelo eterno futuro, conforme o princípio da imortalidade da vida ensinado pela Lei Mística’, e felizmente ele pôde transferir completamente o bastão espiritual, sentindo assim plena segurança e tranquilidade”. Realmente, desde o momento em que deixou de participar presencialmente das atividades, em 2010, nosso mestre consolidou a base sólida para o futuro, criando inúmeras gerações de sucessores, motivo pelo qual somos eternamente gratos. O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada [também no pronunciamento em vídeo apresentado na RNL], destacou pontos relevantes sobre os quais é essencial refletirmos. Ele declara: “Todos nós, que herdamos o bastão espiritual do kosen-rufu, vamos suplantar a tristeza e dar início à nova caminhada, fortalecendo nossa fé ‘dia após dia, mês após mês’. Desde a sua conversão, por mais de 76 anos, Ikeda sensei dedicou-se integralmente a servir ao seu mestre, Josei Toda [segundo presidente da Soka Gakkai], e perseverou com abnegada devoção na grandiosa luta de jamais poupar a própria vida e oferecê-la em prol da propagação da Lei”. Ao finalizar, o presidente Harada nos convida: “Vamos avançar diariamente, fortalecendo ainda mais a união indestrutível rumo à conclusão do kosen-rufu do Japão e do mundo, e pela prosperidade duradoura da Soka Gakkai por todas as gerações futuras. Creio firmemente que este é o caminho do discípulo para saldar as imensuráveis dívidas de gratidão com o Mestre, Daisaku Ikeda, por tão longo período”. Nesse sentido, vamos fazer uma profunda reflexão sobre a nossa relação com nosso mestre desde o momento em que o conhecemos. Eu tive o privilégio de conhecê-lo há 57 anos. Tudo o que ele realizou é algo extraordinário. Ikeda sensei promoveu amplo desenvolvimento do kosen-rufu, sem precedentes na história, a mais elevada expressão do budismo para a atualidade, uma filosofia sem igual que hoje transcende qualquer ideologia. Se realizada corretamente, a prática do Budismo de Nichiren Daishonin infalivelmente torna as pessoas absolutamente felizes. Misticamente, os líderes de bloco e acima de todo o Brasil, participantes da recente RNL, unidos, realizaram uma cerimônia em que ofereceram orações ao presidente Ikeda. Acredito que esse aspecto não se deve a um acaso, mas represente a perfeita sintonia com Ikeda sensei que devemos evidenciar de agora em diante, conforme destacamos em nossas atividades, tais como no Encontro com o Mestre. Conto com a compreensão de todos neste momento fundamental da obra e da nobre existência do nosso mestre. Que todos nós manifestemos e transmitamos coragem e alegria por lutar ao lado de Ikeda sensei, sem jamais nos afastar ou desistir desse caminho! Além disso, gostaria de reforçar a importância de utilizarmos, como base das nossas ações, as comunicações oficiais fornecidas pela BSGI, evitando comunicados paralelos, que podem conter versões distorcidas ou não condizentes com os fatos. Os líderes da BSGI, junto com os da Soka Gakkai, estão estudando a respeito das cerimônias em memória de Ikeda sensei a ser realizadas doravante. Solicitamos que aguardem os comunicados oficiais de sua respectiva organização. Também, a partir deste momento, haverá publicações no Seikyo Shimbun, que serão veiculadas no jornal Brasil Seikyo, como importantes materiais que servirão para incentivar todos os membros. Na mensagem do presidente Ikeda, enviada para a 16a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada no dia 1o de novembro deste ano, ele expressou: Na conclusão da minha mensagem, gostaria de ler a passagem dos escritos: “A vida é limitada; não devemos poupá-la. O que, afinal, devemos aspirar é à terra do buda”.1 Interpretando esse último trecho como “Afinal, o que devemos aspirar é ao kosen-rufu e à paz mundial”, vamos gravar profundamente essa mensagem de Nichiren Daishonin em nosso coração! Por ocasião do falecimento de seu mestre, Josei Toda, há 65 anos, Ikeda sensei registrou no Diário da Juventude: A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim. Mas sensei deixou uma extensão de sua vida, e está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei!2 Acredito que essa deva ser também a nossa postura como discípulos que possuem essa profunda dívida de gratidão com o Mestre. Com seu amplo coração, recentemente, ele nos dedicou uma significativa mensagem3 alusiva ao dia 18 de novembro, Dia da Soka Gakkai. É a eterna diretriz para o avanço do kosen-rufu do Brasil. Mais que nunca, este é o momento de nos levantarmos. Se estamos enfrentando questões e dificuldades, agora é a hora de promovermos nossa própria transformação, de lutarmos em prol do kosen-rufu e de concretizarmos os sonhos do nosso mestre por meio de nossas ações. Façamos deste momento o início de uma nova era que construiremos como genuínos discípulos Ikeda. Vamos nos unir nas orações, confortar-nos mutuamente e compartilhar incentivos para que possamos ultrapassar os desafios com sabedoria, coragem e determinação. Como organização “Monarca do Mundo”, por meio do nosso levantar, vamos irradiar a esperança para o mundo inteiro. Muito obrigado a todos! Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 223, 2020. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 459.
01/12/2023
Editorial
TC
Propagar o ideal de Ikeda sensei
Querido leitor e familiares! A Editora Brasil Seikyo (EBS) manifesta o mais profundo sentimento de pesar pelo falecimento do grandioso mestre, Daisaku Ikeda. Em meio à tristeza com a notícia de sua partida, nosso coração se encontra junto com o dos senhores. Exercendo seu papel como veículos de comunicação, os periódicos da EBS têm a difícil tarefa de transmitir a notícia do falecimento de Ikeda sensei. Mas, justamente por termos um mestre da vida, essa missão se expande para o eterno compromisso de louvar a sua inigualável existência dedicada à felicidade das pessoas. Assim, nosso desejo é que cada leitor receba esta edição como o registro da nobre vida do Mestre para toda a eternidade. A origem do ideal da batalha das palavras para transmitir a verdade e a justiça que sustentam a Editora Brasil Seikyo começou com Ikeda sensei. São 58 anos protegidos e observados pelo Mestre, que fundou a EBS em 3 de maio de 1965. E neste ano (2023) marcado pela retomada das atividades presenciais, após os desafios globais, renovamos nosso objetivo e nossa missão de transformar vidas e inspirar o mundo. Tudo foi idealizado e acompanhado pelo Mestre, de forma que nossas publicações foram regularmente reportadas a ele, o qual enviou considerações a todos os comunicados. A edição 662 [outubro 2023] da Terceira Civilização foi enviada a Ikeda sensei e ele respondeu: “Entendido”. Essa resposta marca o ciclo, até o último momento, da relação do Mestre com os discípulos por intermédio dos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Que o coração de Ikeda sensei sempre percorra as comunidades e os blocos de toda a BSGI por meio dessa relação cristalizada! No início do capítulo “Gratidão”, volume 28, da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Por que componho? Para acender a chama da esperança no coração dos amigos imersos na dor e na tristeza e para fazer com que a coragem se transforme em labaredas flamejantes! Para fazer com que ecoem no coração desta e daquela pessoa a harmonia do hino ao ser humano e, juntos, trilharmos o grande caminho da justiça!1 Ikeda sensei sempre escreveu com esse desejo expresso na Nova Revolução Humana e nós, da equipe da editora, temos o compromisso de registrar e perpetuar esse legado em nossos veículos. Faremos desta publicação um verdadeiro marco do renovar da missão de levar esperança e coragem aos leitores. Essa missão só estará completa com seu papel, leitor e discípulo, de fazer o ideal do Mestre em prol do kosen-rufu se propagar amplamente. Que a leitura desta Terceira Civilização acalente seu coração e que a jornada do Mestre apresentada aqui o inspire diversas e diversas vezes a pôr em prática seus ideais para a edificação de glorioso futuro rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai e para a posteridade. Vamos juntos bradar nosso “Muito obrigado, Ikeda sensei”! No topo: Presidente Ikeda caminha pelos arredores do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 1993) Foto: Seikyo Press Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 107, 2020.
01/12/2023
Especial
TC
Um novo humanismo para o próximo século (Parte final)
Na sociedade humana, é o poder da humanidade, o humanismo, que exerce a força maior e mais profunda em longo prazo. Trata-se de algo mais que natural. O que, no entanto, vem a ser humanismo? Como podemos alcançar uma compreensão mais clara, mais profícua, desse conceito de importância tão fundamental? A evolução da ideia de humanismo pode ser analisada a partir de vários ângulos diferentes. Gostaria, aqui, de observar, em primeiro lugar, a tradição do humanismo individualista que se desenvolveu no Ocidente no curso da Renascença e da Reforma Protestante, tornando-se o arcabouço ético para a sociedade civil na era moderna. Na segunda metade do século 19, à medida que as contradições e limitações desse modo de humanismo foram se tornando mais evidentes, deu-se origem ao experimento do humanismo socialista. Embora essas diferentes formas de humanismo tenham conseguido libertar a humanidade de sua servidão ao Absoluto, a humanidade se viu presa à armadilha do próprio egoísmo, àquilo que o budismo denomina “eu menor”. A humanidade passou a obedecer aos ditames dos desejos e da satisfação deles. Então, os males decorrentes assumem a forma dos complexos problemas enfrentados pela humanidade já citados: o desatamento dos laços sociais e comunitários, a degradação ambiental, a crescente distância entre os ricos e os pobres. A profundidade da crise que prende nosso mundo pós-ideológico é fortemente simbolizada pelo surgimento de ampla gama de fundamentalismos. O que, então, pode prover a energia e a inspiração motivadoras para ultrapassar o atual impasse? Como podemos iniciar, com alegria e convicção, o trabalho de criar uma civilização global de paz? Quero propor agora um novo humanismo, que seja firmemente alicerçado numa acurada e compassiva cosmologia, como meio para transcender as limitações do humanismo até hoje e mostrar uma saída para o presente impasse. Minha razão para fazer tal asserção é: a ideologia. De um modo ou de outro, a ideologia reside no âmago do humanismo moderno e tende a dar ênfase ao dualismo e ao conflito, produzindo discriminação e rejeição aos demais. Cosmologias, em contraste, buscam incluir e abraçar os outros; a tolerância é inerente à cosmologia. O humanismo baseado no Darma que deu sustentação ao reinado de Ashoka é excelente exemplo de cosmologia abrangente. Ela é sucintamente expressa nos princípios fundamentais de seu governo: 1) não matar; e 2) respeito mútuo. Embora talvez seja apropriado discutir o princípio de não matar no que tange a todas as formas de vida além dos seres humanos, no momento, espero fazer valer a postura minimalista de que os humanos não devem, sob circunstância alguma, matar outros humanos. Esse, acredito, deve ser o parágrafo preambular de qualquer estatuto que a humanidade possa escolher adotar no século 21. A história foi manchada por muito sangue derramado em nome da “justiça”. A Revolução Francesa, por exemplo, é o evento que exerceu forte influência no desenvolvimento da tradição moderna do humanismo; no entanto, quantos inocentes perderam a vida para a justiça da guilhotina? Da mesma maneira, nos estágios experimentais do humanismo socialista, seu propósito original foi traído e dezenas de milhões de vidas foram sacrificadas. Esse, novamente, é um dos fatos históricos inalteráveis do nosso século. Tal sofrimento jamais deve se repetir. Portanto, a primeira prescrição de um novo humanismo deve ser uma injunção total contra o ato de tirar vidas humanas. Seja qual for a lógica ou fundamentação em que esteja camuflada, “justiça” acompanhada de violência é vazia e falsa. Como Rabindranath Tagore declarou ao longo de toda sua vida, qualquer deus que exija o sacrifício de vidas é um falso deus. Qual é, então, a fraqueza subjacente aos tipos de humanismo que prevaleceram até agora? Embora este não seja o momento ou o lugar para tentar uma análise completa e rigorosa, gostaria de afirmar simplesmente que o fracasso fundamental do humanismo até hoje reside na incapacidade de acreditar plenamente nas pessoas e de confiar nelas. Desse modo, compreendemos a relevância da segunda política de Ashoka: a do respeito mútuo. Quando a desconfiança na humanidade é dirigida contra si, o indivíduo experimenta a incapacidade. Quando dirigida aos outros, assume a forma de recusa ao diálogo e, por fim, à violência. Ódio gera mais ódio. Como esse ciclo mortal pode ser rompido? Nesse contexto, creio que precisamos evocar aquilo que poderia ser designado humanismo holístico ou mesmo cosmológico, que considera a vida do indivíduo como algo que se estende amplamente e abraça o cosmos inteiro e, portanto, merece a mais profunda reverência. Na Índia, essa visão prosperou de diferentes formas ao longo dos milênios, dos sábios dos Upanishads aos ensinamentos do buda Gautama. O Sutra do Lótus, que compõe o ápice dos ensinamentos do buda Gautama, representa a suprema cristalização dessa filosofia. Isso porque ensina as pessoas a abandonar o apego à diferença e as incentiva a despertar para a “grande terra da vida” que sustenta todos nós. Quando nos colocamos nesse terreno comum, as diferenças deixam de ser a causa de conflitos e, em vez disso, servem para enriquecer nossa experiência de vida. O capítulo “Parábola das Ervas Medicinais”, do Sutra do Lótus, descreve o exemplo de uma grande variedade de árvores e vegetação nutridas pela mesma chuva, crescendo de forma exuberante a partir da mesma terra. Não bastará, porém, simplesmente reivindicarmos um novo humanismo ou discutirmos em termos abstratos as possibilidades de um humanismo de base cosmológica. Devemos descobrir os meios para consolidar o respeito universal pela inviolabilidade da vida. Um dos principais pilares para tal esforço, acredito, deve ser buscado na educação. Sem aprimorar a influência da educação, crenças profundamente arraigadas, seja de caráter político, seja de natureza religiosa, podem sucumbir rapidamente às armadilhas do dogmatismo e do moralismo arrogante. A tendência da época é, sem dúvida, deixar as questões religiosas a critério dos indivíduos. Essa é mais uma razão pela qual a educação deve ajudar a assegurar que o sentimento religioso não se torne moralista ou intolerante e sempre seja direcionado para o resultado mais pacífico e valioso de todos. Afinal, foram a educação e o intelecto que forneceram à profunda religiosidade de Rabindranath Tagore um apelo universal acessível às pessoas do mundo ocidental. Ele tampouco se limitou à sua própria educação; estabeleceu uma universidade e, ao longo da vida, devotou-se à causa do desenvolvimento humano. A educação nos torna livres. O mundo do conhecimento e do intelecto é onde todas as pessoas podem se reunir e conversar. A educação liberta as pessoas do preconceito. Liberta o coração humano de suas paixões violentas. É a educação que corta os obscuros grilhões da ignorância sobre as leis que governam o Universo. Por fim, é com a educação que somos libertos da impotência e do fardo da desconfiança contra nós mesmos. Ela desperta nossas capacidades adormecidas. E estimula e amplifica a aspiração da alma para que se torne plena. Pode haver experiência mais sublime na vida? O indivíduo que se libertou da insegurança e aprendeu a confiar em si mesmo é capaz de crer naturalmente nas capacidades latentes dos outros. Possui a habilidade de olhar além da aparência atual do outro e de perceber e acreditar nos prodigiosos tesouros ocultos dentro dessa pessoa. A educação nos permite enxergar além da diferença superficial e perceber a grande terra, o grande mar da vida que sustenta a todos nós. Essas são as dádivas produzidas pela educação. Os esforços do buda Gautama podem ser descritos como essencialmente educacionais. O Sutra do Lótus contém a frase “abrir, mostrar, despertar e fazer entrar”. O propósito máximo do budismo, portanto, é abrir, mostrar, despertar e fazer as pessoas entrarem nos infinitos reinos da sabedoria que elas já possuem. Isso está perfeitamente de acordo com os métodos e os objetivos da educação. O budismo, nesse sentido, consiste em um esforço direcionado para a educação humana. Por sua vez, a educação, para concretizar seu valor pleno, deve ser sustentada pela espiritualidade que nos habilita a estender a fé e a confiança aos outros. O que o mundo mais necessita agora é de uma educação que cultive o amor pela humanidade e que desenvolva o caráter — isto é, proporcione uma base intelectual para a consolidação da paz e empodere os educandos para contribuir para a sociedade e aprimorá-la. As raízes da Soka Gakkai Internacional (SGI) remontam à Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], fundada no Japão em 1930. Tanto o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, quanto o segundo, Josei Toda, eram educadores. Motivados pela convicção de que o objetivo da educação é a felicidade dos estudantes pela vida inteira, eles buscaram compreender o real teor da felicidade. Foi essa diligência que, por fim, os conduziu à filosofia do budismo, o qual elucida os mecanismos da vida e como experimentamos a felicidade e a infelicidade. Na mesma época em que Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru travavam uma batalha contra o colonialismo, Toda sensei e Makiguchi sensei lutavam contra os males do militarismo japonês. Essa resistência acarretou a prisão de ambos e, por fim, a morte de Makiguchi no cárcere aos 73 anos. Erguendo-se da dor indescritível que sentiu pela perda de seu amado mestre, Josei Toda descobriu, no confinamento de sua cela solitária e guiado pelos ensinamentos do Sutra do Lótus e por outras escrituras, a base para o humanismo cósmico dentro da própria vida. Encontrei Josei Toda logo depois do fim da guerra. Incrivelmente, a data do nosso primeiro encontro foi 14 de agosto de 1947, véspera da independência indiana. Conhecemo-nos no dia em que Jawaharlal Nehru convocou a Assembleia Constituinte para realizar o sonho de Gandhi e “enxugar todas as lágrimas de todos os olhos”.A não ser que seja sustentada e temperada pela sabedoria da educação, a fé religiosa sempre correrá o risco de se tornar cega e sem direcionamento. Por outro lado, quando são iluminados pela luz da sabedoria que a educação suscita, os valores espirituais da religião intensificam seu brilho na mesma proporção. Em vista disso, considero extremamente natural, e até inevitável, que o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai tenham chegado ao término de sua busca pelo real significado e propósito da educação com a prática do budismo — realizada em prol das pessoas comuns e entre elas. De certo modo, portanto, nosso movimento completou o ciclo, conforme observamos agora, de promover uma rede solidária de paz, cultura e educação, em meio às pessoas do mundo com base nos discernimentos do budismo. Em curto intervalo no ano 1974, visitei a União Soviética e a República Popular da China, viajando duas vezes para a China naquele período. Ao mesmo tempo, as relações entre os dois países estavam extremamente tensas e, na posição de um cidadão comum preocupado, instei os líderes de ambos os países a trabalhar pela melhoria das relações. Precedendo minha viagem à União Soviética, em particular, vi-me sujeito a reiteradas críticas por parte daqueles que questionavam o motivo para eu visitar um país cuja ideologia negava fundamentalmente a religião. Em todas as ocasiões, respondi simplesmente que estava indo porque havia pessoas lá; pois a União Soviética é o lar dos meus semelhantes. No ano passado [1996], depois de visitar os Estados Unidos, viajei para Cuba, onde pude edificar fortes laços de confiança e de amizade com o presidente Fidel Castro. Acredito que, quando analisadas da perspectiva mais ampla de nossa humanidade comum, nem mesmo as barreiras impostas pela desconfiança e a tensão entre Estados são intransponíveis. Ao ponderar sobre esse assunto, o tom incisivo e corajoso do falecido primeiro-ministro Rajiv Gandhi reverbera dentro de mim: “A maior contribuição da Índia à civilização mundial consiste em demonstrar que não há nada antiético entre diversidade e nacionalidade. Com 5 mil anos de experiência de vida, demonstramos ao mundo que nossa união na diversidade constitui uma dinâmica realidade”.2 A tarefa diante do nosso planeta no limiar do século 21 é concretizar a união da diversidade. Agora, mais que nunca, é imperativo que a humanidade aprenda, com atenção e humildade, com as inestimáveis experiências e sabedoria da Índia. A Índia celebra este ano o 50º aniversário de sua independência como o primeiro país na história a nascer da não violência. Nesse sentido, a Índia é, ao mesmo tempo, o país mais velho do mundo e o mais novo. Situa-se na vanguarda do progresso humano. O grande experimento que é a Índia não ficou confinado em suas fronteiras, mas ofereceu inspiração para as pessoas do mundo todo. A luta de Martin Luther King Jr. contra o racismo e a discriminação é um exemplo, assim como a revolução não violenta que se alastrou pela Europa Oriental em 1989. Há um antigo aforismo que diz que, quanto mais profunda a fonte, mais longa a correnteza. Se quisermos ver um grande rio da paz fluindo pelo infinito futuro adentro, deveremos buscar os mais profundos mananciais do espírito humano. Se desejarmos uma paz inabalável, deveremos construir alicerces inabaláveis. Citando o exemplo de Ashoka, o Grande, tentei delinear aqui a mensagem de paz que, tenho certeza, a Índia continuará difundindo ao mundo dos séculos 21 e 22. Pode haver quem diga que minha visão é otimista demais. Contudo, não abandonarei, sob nenhuma circunstância, minha fé na humanidade. Dedico uma fé incondicional à grandeza interior da humanidade. Quando Rajiv Gandhi e eu nos encontramos em Tóquio, confirmamos nossa determinação comum de remover as barreiras do coração que separam a humanidade. Quando esses muros caírem, veremos diante de nós a vasta imensidão da própria vida. É sobre a grande terra da simbiose que os amplos rios da paz fluem, os jardins floridos da cultura vicejam e as frondosas árvores da educação se estendem em direção ao céu. Naquele momento, o primeiro-ministro e eu descobrimos a mesma melodia da paz ecoando em nosso coração. Sentimos uma conexão livre e desimpedida que transcendia qualquer diferença superficial. Rajiv Gandhi avançou sem medo em direção à realização do seu sonho. Ele mergulhou em meio a seus concidadãos. Doou-se ao seu sonho, deu tudo de si pela causa do humanismo. O exemplo dele continua brilhando intensamente até agora. A luz do magnífico drama de sua vida e morte ilumina o caminho ao longo do qual a humanidade deve progredir no século vindouro. A Fundação Rajiv Gandhi prossegue buscando, como herdeira do ideal de Rajiv, a concretização do nobre sonho dele. Gostaria de lhes assegurar que, nessa empreitada, juntam-se a vocês pessoas de boa vontade, não apenas da Índia, mas do mundo inteiro. Concluindo, permitam-me declamar um trecho dos Últimos Poemas de Tagore, que amo desde a época da juventude, pois creio que expressa de forma perfeita meus próprios sentimentos: “Humanidade! Siga o exemplo de Rajiv! Lá você encontrará paz!”. Eis que agora chega o Homem Supremo. O homem segundo o próprio coração de Deus! O mundo estremece de admiração e a grama se agita. No céu ressoa a concha, na terra toca o tambor da Vitória — o momento sagrado chegou, que traz o Grande Nascimento! Os portões que guardam a noite sem luar ruíram. A colina do nascer do sol ecoa o chamado “Não tema”, e anuncia o alvorecer de uma nova vida! Os céus retumbam a canção da Vitória: “O homem chegou!”3 No topo: Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional, profere palestra no Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, em Nova Délhi. O discurso teve grande repercussão com reportagens nos jornais nacionais (out. 1997) Foto: Seikyo Press Notas: 1. NEHRU, Jawaharlal. Selected Works of Jawaharlal Nehru Second Series [Coletânea de Obras de Jawaharlal Nehru]. Nova Délhi: Jawaharlal Nehru Memorial Fund, v. 3, p. 136, 1984-1994. Segunda série. 2. GANDHI, Rajiv. Secular India Alone Can Survive [Só a Índia Secular Pode Sobreviver]. Selected Speeches and Writings [Coletânea de Discursos e Textos], v. 5, p. 32. 3. TAGORE, Rabindranath. Wings of Death [Asas da Morte]. Tradução: Aurobindo Bose. Londres: John Murray, 1960. p. 88.
01/12/2023
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Noi no dia 5 do mês seguinte, dezembro, que Shin’ichi Yamamoto se encontrou com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai. Ele estava acamado, mas manteve o encontro com Shin’ichi mesmo contrariando a restrição médica. O primeiro-ministro disse: — A amizade sino-japonesa é nosso grande desejo em comum. Vamos continuar nos empenhando juntos. Ele continuou dizendo com uma voz transbordante de energia: — Quero que a assinatura do tratado de paz e de amizade sino-japonês se concretize em breve. Essas palavras ecoaram no coração de Shin’ichi como um testamento de Zhou. Ele sentiu como se lhe tivesse sido confiada a missão de tornar realidade o desejo pela amizade que perduraria por todo o futuro. Como um simples cidadão do povo, jurou de maneira profunda, firme e forte dentro do seu coração dedicar todas as suas forças pela concretização do tratado de paz e de amizade sino-japonês. (Nova Revolução Humana, v. 28, p. 208-209) Foto: Seikyo Press / Ilustração: Kenichiro Uchida No topo: Presidente Ikeda encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, à esq., que, mesmo enfermo, o recebe num hospital em Pequim. Momento que sensei considera como “o encontro da sua vida” (China, dez. 1974)
01/12/2023
Especial
TC
Com os incentivos de Ikeda sensei no coração, trilhemos juntos a eterna jornada de mestre e discípulo
Juventude de devoção abnegada em propagar a Lei, protegendo seu venerado mestre A longa expedição pelo kosen-rufu, ou seja, pela paz mundial, começa com o solene encontro entre mestre e discípulo. No dia 14 de agosto de 1947, Ikeda sensei, então com 19 anos, participa de uma reunião de palestra no distrito de Ota, em Tóquio, Japão. Movido pela convicção e pela personalidade de Toda sensei, converte-se ao budismo dez dias depois, em 24 de agosto. Em agosto de 1950, diante da difícil situação de seus negócios, em uma época conturbada do pós-guerra, Toda sensei anuncia sua decisão de renunciar ao cargo de diretor-geral da Soka Gakkai. Enquanto muitos membros se afastam de Josei Toda, Ikeda sensei registra seu juramento de jamais abandoná-lo em um poema waka: Servirei ao mestre como servi no passado por uma mística relação. Ainda que os outros mudem eu jamais mudarei.1 “Mesmo que existam muitos que, esquecendo-se da gratidão ao mestre, mudem, eu jamais mudarei” — em meio à árdua luta de devoção abnegada para propagar a Lei, mestre e discípulo sobrepujam dificuldades extremas. No dia 3 de maio de 1951, após superar difíceis circunstâncias, Toda sensei toma posse como segundo presidente da Soka Gakkai. Declara altivamente o objetivo de propagação do budismo para 750 mil famílias, fazendo com que a Soka Gakkai marque um inédito avanço. Na ocasião, o número de membros da organização era de 3 mil pessoas. Todos interpretaram tal objetivo como um sonho para um futuro distante, mas Ikeda sensei, fazendo arder em si a chama para concretizar o ideal do mestre, concretiza, ele próprio, seu shakubuku, marcando o primeiro passo rumo à concretização da meta lançada. Então, a partir de intensos esforços nos Distritos Kamata e Bunkyo, em Tóquio, em Sapporo, em Osaka, em Yamaguchi, entre outras localidades, Ikeda sensei ergue a torre dourada da expansão. Finalmente, em dezembro de 1957, a Soka Gakkai alcança as 750 mil famílias. Se houver um único discípulo verdadeiro, o kosen-rufu poderá ser realizado infalivelmente! Ikeda sensei proclamou: “Na minha época na Divisão dos Jovens, eu também lutei e lutei. Sempre protegi a Soka Gakkai e Toda sensei. Esse é o aspecto verdadeiro da relação de mestre e discípulo. (...) As três gerações de mestre e discípulo Soka batalharam devotando a vida e venceram. Não há glória afastando-se do caminho de mestre e discípulo”. Expansão das flores humanas emergidas da terra para 192 países e territórios Pouco antes de seu falecimento, Toda sensei disse ao jovem Daisaku Ikeda: “Como eu quero viajar para o mundo, para a jornada do kosen-rufu. (...) O mundo é seu desafio, seu verdadeiro palco”.2 No dia 2 de outubro de 1960, Ikeda sensei parte do Aeroporto de Haneda, em Tóquio, com o firme propósito de concretizar o sonho do kosen-rufu mundial confiado por seu venerado mestre. Esse momento assinala o primeiro passo de suas viagens pela paz. Em 24 dias, ele faz históricas visitas a nove cidades dos Estados Unidos, além do Canadá e do Brasil. Encorajando plenamente cada pessoa que estava diante de seus olhos, funda dois distritos e dezessete comunidades. Sensei relembra: “Se houvesse um único membro, eu queria incentivá-lo, mesmo que fosse em um lugar longínquo, e tivesse de encontrá-lo procurando por todas as partes. Tal como o rio se forma a partir de uma única nascente, a grande correnteza da paz mundial poderia ser criada a começar por essa única pessoa”. Por ocasião da conferência de fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI), realizada em Guam, no dia 26 de janeiro de 1975, Ikeda sensei clama: “Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística em todo o mundo. Farei o mesmo”.3 Ele visitou 54 países e territórios. Liderou o grande movimento popular pela paz, cultura e educação, embasado no pensamento budista do respeito pela dignidade da vida. A rede solidária Soka se expandiu para 192 países e territórios, e a legião de flores humanas emergidas da terra no exterior chegou a 3 milhões de pessoas. Recebemos a época em que o som do daimoku envolve todo o globo terrestre. Em 2 de dezembro de 1964, nosso mestre começa a escrever o romance Revolução Humana, com o desejo de “transmitir corretamente a verdade sobre Toda sensei para a posteridade”. Em 6 de agosto de 1993, inicia a escrita do romance em série Nova Revolução Humana, concluindo-o nesse mesmo dia, em 2018. Por mais de meio século, o presidente Ikeda escreveu sobre a essência da relação de mestre e discípulo Soka e, utilizando o poder da escrita, continuou encorajando os membros do mundo. “Quantas coisas se pode deixar para a posteridade? Quanto um ser humano consegue realizar? Esse é o meu desafio”. Este era o real sentimento de Ikeda sensei enquanto se dedicava às suas atividades de escrita, a começar pelo romance Nova Revolução Humana Ações pela paz, diálogos sobre humanismo Ikeda sensei declarou: “Eu o farei! Darei tudo de mim para iniciar uma grande onda de diálogo pelo mundo em prol da paz. Devo unir o mundo por meio da filosofia do humanismo budista”.4 Desde a sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, o presidente Ikeda percorreu o mundo e criou a rede solidária de bons cidadãos que desejam a paz. Com a convicção de que “o poder do diálogo se torna a força para a paz que cria a época”, promoveu sucessivos diálogos com líderes de nações, intelectuais e homens da cultura. Entre eles, destacam-se o historiador do século 20, Dr. Arnold J. Toynbee, o primeiro-ministro Zhou Enlai da China, o presidente Mikhail Gorbachev da União Soviética e o presidente Nelson Mandela da África do Sul, entre outros. Pelo bem da posteridade, Ikeda sensei travou cerca de oitenta diálogos com intelectuais e personalidades, compilados na forma de livros. Também proferiu 32 palestras em universidades e instituições acadêmicas do mundo, incluindo a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Em 1968, com a disposição de criar uma ponte de paz na Ásia e no mundo como um cidadão comum, o presidente Ikeda apresenta a Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, clamando pela mais breve restauração das relações entre China e Japão. Além disso, nos anos 1974 e 1975, durante a Guerra Fria, viaja sucessivamente para a China, a União Soviética e os Estados Unidos, conduzindo diálogos para aliviar as tensões existentes na época. Com o intuito de promover o espírito da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, elaborada por seu venerado mestre, Josei Toda, Ikeda sensei publica diversas propostas, em particular, as Propostas de Paz comemorativas a cada Dia da SGI, em 26 de janeiro, num total de quarenta edições a partir de 1983. Apoia consistentemente as atividades das Nações Unidas, o parlamento da humanidade, difundindo, de forma contínua, a filosofia da esperança, visando à abolição das armas nucleares, à prevenção do choque entre civilizações e à solução da crise climática. Adicionalmente, criou o Instituto Toda pela Paz; o Instituto de Filosofia Oriental; o Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, nos Estados Unidos; o Instituto Soka Amazônia, no Brasil; entre outros, apoiando a correnteza da criação da paz a partir das pesquisas acadêmicas. “Quero acabar com a miséria da face da Terra” — as chamas do juramento seigan confiadas por Toda sensei ao nosso mestre são agora herdadas pelos discípulos Ikeda do mundo inteiro. Consolidando as bases da educação e da cultura no mundo Com frequência, Ikeda sensei dizia que “a educação era o empreendimento final de sua vida”. Mantinha a inabalável crença de que, para construir uma sociedade pacífica, não havia outra forma a não ser por meio da criação de jovens que se encarregariam do futuro. A Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] foi fundada como Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, em 18 de novembro de 1930. Ambos os mestres desejavam criar, algum dia, uma instituição educacional Soka e foi Ikeda sensei quem realizou esse desejo. Em 1968, foi inaugurado o Colégio Soka, de ensinos fundamental 2 e médio, em Kodaira, Tóquio. Em 2 de abril de 1971, foi inaugurada a Universidade Soka, em Hachioji, Tóquio. Era o ano do centenário de nascimento de Makiguchi sensei e o dia do aniversário de falecimento de Toda sensei. Em 1973, Ikeda sensei funda o Colégio Feminino Soka, de ensinos fundamental 2 e médio (atual Colégio Soka de Kansai, de ensinos fundamental 2 e médio), em Katano, Osaka. Ele cria sucessivamente a Escola Soka de Educação Infantil de Sapporo, a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio, a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Kansai e a Faculdade Feminina Soka. Em 2001, funda a Universidade Soka da América. Também foram criadas escolas de educação infantil em Hong Kong, Singapura, Malásia e Coreia do Sul, além da escola de educação infantil de Sapporo. O Colégio Soka do Brasil abrange desde a educação infantil até o ensino de nível médio. Em agosto deste ano [2023], foi realizado o tão aguardado ingresso da primeira turma do Colégio Internacional Soka da Malásia. As escolas Soka continuam criando cidadãos do mundo que contribuem para a felicidade da humanidade. Ikeda sensei veio dedicando esforços também na promoção da cultura, com o sentimento de “somente a cultura pode criar a grande tendência para interromper os conflitos e elevar o coração das pessoas em direção à paz”. Em 1963, funda a Associação de Concertos Min-On e, em 1983, o Museu de Arte Fuji de Tóquio. A Min-On já realizou intercâmbios com 112 países e territórios, e um total de 120 milhões de pessoas assistiu às apresentações que organizou. O Museu de Arte Fuji de Tóquio orgulha-se de possuir um acervo de 30 mil itens e já realizou cinquenta exposições especiais de intercâmbio cultural internacional. Assim, essas instituições abriram para o povo a “melhor música” e o “esplendor da arte”, que são tesouros comuns de toda a humanidade, e vêm unindo os corações das pessoas com o poder da arte e da cultura. Cronologia da vida de Ikeda sensei 2 de janeiro de 1928 — Nascimento no atual distrito de Ota, em Tóquio. 14 de agosto de 1947 — Participação em reunião de palestra da Soka Gakkai. Encontro com seu mestre da vida, Josei Toda. 24 de agosto de 1947 — Conversão e ingresso na Soka Gakkai. Janeiro de 1952 — Nomeação como secretário executivo do Distrito Kamata. Liderança na propagação da Campanha de Fevereiro. 3 de maio de 1952 — Casamento com Kaneko 2 de janeiro de 1953 — Nomeação como responsável pelo Primeiro Distrito da Divisão Masculina de Jovens. 20 de abril de 1953 — Nomeação como responsável substituto pelo Distrito Bunkyo. 30 de março de 1954 — Nomeação como coordenador de staff da Divisão dos Jovens. Julho de 1956 — Vitória como responsável pela campanha para as eleições da Câmara Alta (distrito eleitoral regional de Osaka). Registra a histórica vitória da “realização do inacreditável”. 9 de outubro de 1956 — Início da orientação para o desenvolvimento de Yamaguchi. Liderança na campanha de propagação. 16 de março de 1958 — Cerimônia Comemorativa do Kosen-rufu. Toda sensei confia-lhe o bastão espiritual do movimento pelo kosen-rufu. 2 de abril de 1958 — Falecimento de Toda sensei, aos 58 anos. 30 de junho de 1958 — Nomeação para diretor. Liderança prática da Soka Gakkai. 3 de maio de 1960 — Posse como terceiro presidente da Soka Gakkai. 2 de outubro de 1960 — Partida rumo à sua primeira viagem ao exterior. 18 de outubro de 1963 — Fundação da Associação de Concertos Min-On. 17 de novembro de 1964 — Fundação do Partido Komei. 2 de dezembro de 1964 — Início da escrita do romance Revolução Humana. Abril de 1968 — Inauguração do Colégio Soka, de ensinos fundamental 2 e médio, em Kodaira, Tóquio. 8 de setembro de 1968 — Anúncio da Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas na Convenção da Divisão dos Universitários. 2 de abril de 1971 — Inauguração da Universidade Soka. 5 de maio de 1972 — Primeiro diálogo com o historiador Dr. Arnold J. Toynbee, na residência deste em Londres. 26 de janeiro de 1975 — Fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) e posse como seu presidente. 24 de abril de 1979 — Posse como presidente honorário da Soka Gakkai. 25 de janeiro de 1983 — Comemorando o dia 26 de janeiro, Dia da SGI, publica no Seikyo Shimbun sua Proposta de Paz, intitulada Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. 8 de agosto de 1983 — Recebe a Medalha da Paz das Nações Unidas. 3 de novembro de 1983 — Fundação do Museu de Arte Fuji de Tóquio. Abril de 1985 — Inauguração da Faculdade Feminina Soka. 6 de agosto de 1993 — Início da escrita do romance Nova Revolução Humana. 26 de junho de 1996 — Visita à Costa Rica, na América Central, 54o país ou território visitado. 3 de maio de 2001 — Inauguração da Universidade Soka da América. 23 de abril de 2008 — Na Reunião de Líderes da Soka Gakkai é feito o anúncio de que a SGI alcançou 192 países e territórios. 5 de novembro de 2013 — Consagração do Gohonzon no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu. 6 de agosto de 2018 — Término da escrita dos trinta volumes do romance Nova Revolução Humana (junto com o romance Revolução Humana, totaliza 7.978 publicações em série no jornal Seikyo Shimbun). 28 de abril de 2022 — Outorga do título de doutor honoris causa em pedagogia pela Universidade Nacional Chungbuk, da Coreia do Sul, seu 400o título acadêmico honorário. 15 de novembro de 2023 — Falecimento aos 95 anos. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 244, 2023. / 2. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 10, 2019. / 3. Ibidem, v. 21, p. 38, 2019. / 4. Ibidem, v. 16, p. 152, 2021.
01/12/2023
Crônica
TC
Nunca estaremos sozinhos
Ao longo dos anos, tenho ouvido falar que, à medida que envelhecemos, nossas amizades tendem a diminuir. Embora tenha observado isso acontecer, sempre achei um pouco estranho, pois sempre tive muitas amizades, dos mais variados níveis de intensidade. Este ano, li algumas reportagens e estudos falando que no Brasil e no mundo as pessoas têm se sentido mais sozinhas, inclusive com os jovens cultivando cada vez menos amizades. Um levantamento1 conduzido no Brasil mostrou que um em cada quatro brasileiros não se sente próximo de ninguém e o problema se estende para o mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de pessoas que não possuem nenhuma amizade aumentou em 400% nos últimos quatro anos. São várias as razões que podem explicar essas mudanças que vivemos, não é algo simples de definir e muito menos de resolver. Os ambientes sociais, como o trabalho, a escola, o bar da esquina, o futebol da segunda-feira ou a aula de dança na academia, sempre proporcionaram oportunidades de criar relacionamentos humanos. No entanto, sustentá-los ao longo do tempo, enquanto nossa vida sofre inúmeras transformações, ultrapassa a linha apenas dos interesses comuns. Certa vez, Ikeda sensei compartilhou o que aprendeu com seu mestre: O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer que existem três tipos de amizade: a inferior, a comum e a superior. A amizade inferior baseia-se no dinheiro ou no ganho material. A amizade comum diz respeito aos relacionamentos casuais em que as pessoas são amigas e se ajudam — por exemplo, recomendando um amigo para um emprego. Mas a amizade superior, aquela que realmente se preocupa com os amigos, significa que vocês estão tão preocupados com o bem-estar de seus amigos que anseiam por confrontá-los sobre os aspectos destrutivos e negativos da vida deles e tentam ajudá-los a eliminar as causas da infelicidade que estão cometendo. Espero que todos vocês façam amizades superiores — aquelas que transcendem os sentimentos de gostar ou não gostar. A amizade superior é desejar o melhor para os amigos com todo o coração e se empenhar para crescer e trilhar junto com eles pelo caminho da verdade e da justiça.2 É justamente nos locais das atividades da BSGI que essas amizades superiores florescem. Não porque tudo é perfeito, mas por compartilharmos, de forma sincera, o mesmo espírito de procura pelo Mestre e nossa revolução humana. Em uma época de relações frias, descartáveis e vazias, encontrar um ambiente com pessoas de diferentes gerações, com vivências distintas e sentir que dividimos o mesmo propósito de vida é um tesouro inestimável. Nos blocos e nas comunidades, nunca estamos sozinhos — novas pessoas chegam, algumas se mudam, jovens se tornam adultos ao longo dos anos, crianças nascem, alguns veteranos encerram sua existência —, mas esses são constantemente o refúgio seguro de incentivos e de esperança. Enquanto existirem os blocos e as comunidades da BSGI sempre teremos amizades superiores. Edjan Santos Colaboração Foto: Getty Images Notas: 1. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/12/1-em-cada-4-brasileiros-nao-se-sente-proximo-de-ninguem-diz-estudo.shtml. Acesso em: 16 out. 2023. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.588, 20 jan. 2001, p. A3.
01/11/2023
Editorial
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De que modo o diálogo transforma as relações humanas
Há 93 anos, em novembro de 1930, a Soka Gakkai [denominada no princípio de Soka Kyoiku Gakkai] era fundada no Japão pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, respectivamente, primeiro e segundo presidentes da organização. De início, as atividades da Soka Gakkai consistiam em reuniões de um pequeno grupo de educadores dedicados à reforma educacional. No entanto, após se converter ao Budismo Nichiren, por intermédio de Sokei Mitani (1878–1932), diretor da Escola Comercial Mejiro, Makiguchi sensei teve sua trajetória de vida fortemente impactada. Pouco tempo depois, Josei Toda também começa a prática budista por recomendação de Tsunesaburo Makiguchi. No budismo, eles encontraram fundamentos, princípios e valores que os possibilitariam instituir, de fato, um movimento pela reforma social, não somente pela educação, mas a partir da transformação de cada indivíduo alicerçada na prática budista. E uma das principais iniciativas de Makiguchi sensei e de Toda sensei foi estabelecer a reunião de palestra como foro de diálogo de encorajamentos mútuos. A respeito da importância de diálogos construtivos, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, discorre: Estou engajado em contínuos diálogos com muitos importantes pensadores e mentes criativas de todo o mundo porque acredito que o diálogo seja a chave para o futuro da humanidade. No diálogo, todas as partes são iguais. Não há superior ou inferior. O diálogo é o intercâmbio de ideias num nível humano e pessoal. Nem a posição social nem o título importam. Todos nós somos seres humanos. O diálogo é a expressão concreta de nossa humanidade.1 Em meio ao ritmo intenso da vida cotidiana, muitas vezes conflitantes com as demandas tecnológicas, imprimir o diálogo com as pessoas ao redor pode parecer custoso. Contudo, assim como dito por Ikeda sensei, “O diálogo é a expressão concreta de nossa humanidade”.2 E expandir as ondas da sinceridade, da empatia e do empoderamento humano, pelas forças das palavras, é o que os tempos presentes requerem para a edificação de um mundo melhor. Dessa forma, a matéria de Capa do mês apresenta o diálogo como importante instrumento para fortalecer as relações humanas. Leia também a editoria Na Prática e saiba como a prática budista nos ajuda a superar momentos de profundo sofrimento. Assim como as tormentas ultrapassadas por Marie Curie, protagonista da Série da edição — desde a tenra idade, ela enfrentou momentos de grande provação, mas sua valentia e coragem fizeram-na desbravar grandes feitos, sendo um deles a primeira mulher a ser laureada com o Nobel. Estimado leitor, com a expectativa de que cada página possa inspirá-lo a trilhar caminhos ainda mais edificantes, desejamos excelente leitura! Redação Ilustração: Getty Images Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.380, 31 ago. 1996, p. 4. Acesse o link e assista ao documentário do Dia da Soka Gakkai. Dia da Soka Gakkai
01/11/2023
Encarte Especial
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Nova Revolução Humana em fotos
Na tarde do dia 20 de janeiro, Shin’ichi Yamamoto manteve um diálogo com Bryan R. Wilson, professor de sociologia das religiões da Universidade de Oxford, que visitava o Japão, no Centro Internacional da Amizade de Shibuya (mais tarde, Centro Internacional da Amizade de Tóquio) em Tóquio. Era o segundo encontro, dando continuidade à conversa que tiveram no dia 25 de dezembro do ano anterior. Naquela ocasião, o tema principal era sobre como criar seres humanos valorosos. O Dr. Wilson havia apresentado o sistema de tutores introduzido na Universidade de Oxford cujo principal objetivo era a orientação educacional para cada aluno, eliminando o sistema de educação em massa. Ele disse que assim a universidade se empenhava em desabrochar as qualidades individuais, desenvolvendo alunos que possuíam grandes potenciais. (Nova Revolução Humana, v. 29, p. 262-263) No topo: Diálogo entre o presidente Ikeda, à dir., e o Dr. Bryan R. Wilson, no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio, Japão, nov. 1978 Foto: Seikyo Press
01/11/2023
Especial
TC
Um novo humanismo para o próximo século (Parte 1)
Pontos abordados nesta publicação • O século 20 diminuiu a “distância espacial” e o século 21 acabará com a “distância do coração” • Aprenda com a “revolução espiritual” de Ashoka, o Grande • Do “domínio pela força” ao “domínio pelo Darma (Lei)”. Cenário histórico e significado da palestra O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, palestrou a convite do Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, da Índia, em 21 de outubro de 1997. Naquela época, o mundo enfrentava vários desafios, incluindo questões como armas nucleares, conflitos étnicos crescentes, problemas ambientais como o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, bem como aumento das disparidades econômicas entre o Norte e o Sul. Além disso, a disseminação da Aids e dos narcóticos estava se tornando uma preocupação cada vez mais séria. O que pode curar um mundo tão violento? — sensei discutiu a respeito vislumbrando o século 21 vindouro com o tema “Rumo ao Século do ‘Novo Humanismo’”. No início, ressaltou que, embora a “distância espacial” tenha desaparecido com o desenvolvimento científico e tecnológico no século 20, a “distância do coração” não diminuiu em nada, referindo-se ao fato de ter sido um século de assassinatos em massa. Ressaltou a necessidade de uma “nova filosofia” que atendesse à “nova realidade”. Afirmando que era muito provável que os Estados Unidos, a China e a Índia desempenhassem papel central no século 21, externou sua expectativa de que a Índia prosperasse e crescesse principalmente devido à estabilidade global. Ele enfatizou que o espírito da “não violência” que pulsa na Índia, praticado pelo rei Ashoka e por Mahatma Gandhi, é o pensamento que conduzirá o mundo. Ele conclamou pelo estabelecimento do “humanismo universal” que tenha como regra de ouro “não matar” e declarou que é a força da “educação” que transformará isso em realidade. O Dr. Abid Hussain, vice-presidente do instituto, disse, após ouvir a palestra: “Shakyamuni, a ‘luz da Ásia’, de fato nasceu na Índia. Mas essa luz deslumbrante foi herdada pelo Japão, e o Dr. Ikeda a tornou ainda mais resplandecente”. Um novo humanismo para o próximo século (Parte 1) Discurso proferido no Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, Nova Délhi, 21 de outubro de 1997 É, de fato, uma honra e um privilégio falar diante deste público excepcional nesta ocasião com que fui agraciado hoje. Agradeço profundamente o convite estendido a mim pela Fundação Rajiv Gandhi, que busca dignificar e preservar a memória desse grande homem [Rajiv Gandhi] por meio das múltiplas e diversificadas iniciativas dele. Particularmente, nutro profundo respeito pelo falecido primeiro-ministro e isso intensifica de forma incomensurável meus sentimentos no dia de hoje. Quero expressar especial gratidão à presidente Sonia Gandhi, ao vice-presidente do Instituto Rajiv Gandhi para Estudos Contemporâneos, Dr. Abid Hussain, e a todos aqueles cujo apoio e compreensão tornaram possível este ensejo. Há doze anos, em 1985, tive a oportunidade de me encontrar com o primeiro-ministro Rajiv Gandhi no Japão. A recordação daquele radiante dia de outono permanece viva em meu coração até agora. As seguintes palavras de Rajiv Gandhi, proferidas perante o Congresso dos Estados Unidos, expressam o olhar claro e sereno que ele dirigia ao século 21: “Sou jovem, e eu também tenho um sonho. Sonho com uma Índia forte, independente, autoconfiante e na linha de frente das nações do mundo no serviço à humanidade”.1 Rajiv Gandhi, cujos olhos sempre estavam voltados para o século vindouro, tinha grande aversão ao que era antigo e ultrapassado. Isso não significa, obviamente, que ele desprezasse aquilo que se tornara defasado no contexto da civilização material. O antiquado que ele abominava tinha o sentido oposto a esse. Naturalmente, a tecnologia alcançou avanços extraordinários. Ela me permitiu chegar à Índia no mesmo dia em que parti do Japão, uma viagem que, no passado, demandaria meses ou até anos. O grande historiador Arnold J. Toynbee certa vez descreveu a característica saliente da era moderna como a “distância aniquiladora”.2 Ao longo deste século, o mundo se tornou cada vez mais próximo e “menor”. Hoje, as tecnologias da comunicação possibilitam uma conexão instantânea com o mundo inteiro. Apesar do grande aumento desse tipo de conectividade, o século 20 testemunhou um massacre sem precedentes da humanidade por parte dela mesma. Em outras palavras, a distância espiritual entre os seres humanos, longe de ser “aniquilada”, praticamente não teve redução alguma. A humanidade não correspondeu às novas realidades. Era isso, mais que tudo, que Rajiv Gandhi considerava obsoleto. Possuímos recursos e capacidades essenciais para eliminar a pobreza e a fome da face da Terra. No entanto, persistimos em desperdiçar vastos recursos no desenvolvimento nuclear e em outras armas de destruição em massa. Tal comportamento também é antiquado. A humanidade se encontra num impasse. Deparamo-nos com uma realidade inteiramente nova, sem comparações, intransigente. Num mundo de mudanças vertiginosamente rápidas, ainda temos de desenvolver novos estilos de vida, novas maneiras de pensar e novas formas de nos relacionar uns com os outros que atendam às necessidades da nova era. Esse é o principal desafio diante do mundo atual; uma conjuntura que poderia ser interpretada como uma demanda, um chamado para a ação, ecoando de volta para nós a partir do século 21. Ninguém ouviu com tanta atenção esse toque dos clarins do futuro quanto Rajiv Gandhi. Hoje, enquanto honramos a preciosa memória desse visionário primeiro-ministro, desejo compartilhar alguns pensamentos sobre a concepção de um novo humanismo para o próximo século. Da perspectiva do presente, o futuro parece obscuro e incerto. No entanto, se nos distanciarmos um pouco e adotarmos uma visão mais macroscópica, poderemos postular o surgimento de três países importantíssimos — China, Estados Unidos e Índia — que desempenharão papéis fundamentais no mundo no século 21. Essa dinâmica poderia ser comparada ao design do antigo bule de três pés, que não pode permanecer de pé sobre dois pés, mas adquire estabilidade sobre três. Um dos clássicos da literatura chinesa é o Romance dos Três Reinos. A obra descreve a tentativa de estabelecer a paz em meio a um conflito entre dois poderes. Isso ocorre ao se instituir um terceiro país para criar um novo e pacífico equilíbrio. Aprofundando-nos nessa lição da antiguidade, podemos observar que um mundo dominado por duas grandes potências tenderá inevitavelmente ao conflito, ao passo que o surgimento de uma terceira poderá abrir o caminho para o diálogo e o contato contínuos, movendo o mundo inteiro em direção à paz. Essa espécie de ordem pode ser entendida como ideal ou visão de paz mundial. Também pode abrir o caminho para uma federação mundial que efetivamente garanta a paz e previna conflitos. Nesse sentido, a contínua prosperidade e o desenvolvimento da Índia possuem uma importância indiscutivelmente vital para a estabilidade do mundo. É por essa razão que muitas pessoas — incluo-me aí — observam com grande esperança a Índia pronta para dar um dramático salto no século 21, apoiada pelo mercado econômico e pela tecnologia avançada. Há uma forte expectativa por uma nova e brilhante “Renascença Indiana”. Ao mesmo tempo, acredito que a mensagem de não violência da Índia contém um significado primordial agora e no futuro. A Índia já está demonstrando a direção para a qual o mundo deve se mover. Um pensador japonês descreveu o século 21 como um século de arrependimentos. Na verdade, a humanidade iniciou este século com passos garbosos e repleta de confiança na certeza do progresso. O que na realidade a aguardava era um período de megadeath nunca antes visto, de destruição do meio ambiente e de crescente e vergonhosa disparidade entre os ricos e os pobres do planeta. “Onde foi que erramos?”, há que se perguntar. “Em que rotatória nos desviamos tão fatalmente?” Quando consideramos o panorama psíquico da humanidade no fim do século, a imagem de Ashoka, o Grande (c. 273 a.E.C.), extraordinário soberano da Índia antiga, inevitavelmente vem à lembrança. Entre os incalculáveis monarcas que o mundo conheceu, ele foi de fato um rei sem igual. Recordo-me dos elogios irrestritos despejados sobre esse rei e suas conquistas pelo Prof. Toynbee e pelo conde Coudenhove-Kalergi, um dos primeiros proponentes da União Europeia. Também tive o prazer de discutir o reinado de Ashoka com importantes pensadores como André Malraux, Linus Pauling e Henry Kissinger. Entre os éditos do rei Ashoka, existe um que expressa seu profundo remorso e contrição: “Esse é um assunto de profunda tristeza e arrependimento (...)”.3 Qual a razão de seu remorso? Que motivos teria esse rei tão poderoso, que uniu a Índia, para se arrepender? É desnecessário dizer que se tratava da conquista de Kalinga. Esse estado vizinho estava se desenvolvendo rapidamente, emergindo como uma potência por mérito próprio, quando Ashoka o invadiu. Suas tropas obtiveram uma vitória avassaladora; a conquista foi total. Entretanto, o sofrimento que acompanhou essa vitória também foi avassalador; um preço demasiadamente alto pago com vida e derramamento de sangue. Estima-se que 100 mil indivíduos morreram em combate em Kalinga e 150 mil foram feitos prisioneiros. Vítimas civis ultrapassaram várias vezes essa quantidade. Um número indescritível de pessoas foi forçado a abandonar sua terra natal para ser relegado a uma vida errante e incerta como refugiado. É quase possível ouvir o choro e o lamento dilacerantes que preenchiam a terra quando as pessoas eram arrancadas de perto umas das outras, pais separados dos filhos para sempre, esposas dos maridos, professores dos alunos, amigos dos amigos. Diante desse quadro sombrio, o rei Ashoka experimentou um remorso insuportável que o atormentou profundamente. “Qual o objetivo dessa conquista?”, deve ter se perguntado. “Qual a finalidade de expandir o território sob meu controle? Por que fazer uso de tanta força? O propósito da vida não é ser feliz? A vida não é preciosa e insubstituível? Qual o significado da guerra, que provoca tamanha devastação e destruição? Por que as pessoas têm de matar umas às outras?” De tempos longínquos, quase posso ouvir o pranto da alma do rei Ashoka. Entretanto, nosso século testemunhou tragédias iguais a que comoveu tão profundamente o rei Ashoka se repetirem centenas e milhares de vezes. É por essa razão, acima de todas as outras, que devemos aprender as lições sobre a mudança processada no coração dele. O remorso de Ashoka não foi marcado por meias medidas. Ele se repreendeu implacavelmente. Então, num lampejo de compreensão, percebeu que a vitória da força não é a vitória verdadeira. O que ela, de fato, assinala é a derrota como ser humano. É inteiramente vazia e desprovida de valor. O grande rei entendeu que não é a conquista pela força, mas a conquista pelo Darma que representa a vitória genuína. Permitam-me observar que, quando falo de força, não estou me referindo somente à força militar, mas também ao peso do poder econômico superior. A palavra “Darma” naturalmente tem vários significados, entre os quais “verdade”, “justiça” e “virtude”. O poeta sábio Rabindranath Tagore afirmou que Darma era a palavra mais próxima do real sentido de civilização. Mahatma Gandhi, pai da independência da Índia, usava o termo gujuráti sudharo, que significa “boa conduta”, como sugestão do sentido original de civilização. Pautando-me por esses insights, gostaria de apresentar minha visão de que o Darma pode ser mais bem entendido como genuína civilização, como caminho da humanidade, o verdadeiro humanismo. Dessa forma, a revolucionária mudança que ocorreu no coração de Ashoka, o Grande, transformou a batida dos tambores de guerra numa sinfonia de humanismo baseada no Darma. O tema central da minha vida é este: “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa, um dia, impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”. O rei Ashoka é realmente um modelo desse princípio em ação. O rei Ashoka não era um sonhador, mas um homem de ação. “Humanismo passivo” é, em si, uma contradição. O grande rei instaurou um experimento inédito com base numa filosofia inteiramente nova, uma visão completamente nova. As políticas do rei se concentravam no bem-estar dos cidadãos. Por intermédio delas, ele buscou implementar o espírito de prezar a vida acima de tudo, de atribuir à vida o mais alto valor. Ele construiu instalações de tratamento médico não apenas para pessoas, mas também para animais. Promoveu o cultivo de ervas medicinais benéficas e o plantio de árvores à beira das estradas, preservando e protegendo, assim, o meio ambiente natural. Incentivou a escavação de poços e a construção de casas de repouso para viajantes. Instituiu o posto de ministro de assuntos referentes às mulheres para atender às necessidades e às solicitações específicas delas. Apesar de ele próprio ser um devotado seguidor do budismo, nunca negou e sempre respeitou os valores espirituais de todas as religiões. O reinado dele foi um exemplo raro no mundo antigo que garantia a liberdade religiosa. Para sustentar tais políticas humanísticas, é necessária uma forte base econômica. Com esse intuito, Ashoka aprimorou a rede de transporte e expandiu o comércio com as regiões hoje conhecidas como Grécia e Oriente Médio. Ao mesmo tempo, empenhou-se para reduzir a disparidade econômica praticando a ética econômica de distribuição equitativa, a qual havia sido demonstrada pelo buda Gautama. Ao obter a sabedoria para discernir os fins apropriados para os quais o poder deve ser exercido, Ashoka passou a agir sem hesitação. Ele tomou medidas positivas para promover o intercâmbio cultural com outros países. Adotou uma política de diplomacia pacífica, enviando emissários da paz ao Oeste, para a Síria, o Egito e a Macedônia. Afirma-se que, em cada país que esses emissários visitaram, a postura e a conduta compassiva deles os habilitaram a transcender diferenças de idioma e de costumes. Um erudito descreveu as atividades deles como “corpo da paz do mundo antigo”. Mediante esses e outros atos, o humanismo do grande rei ligou as pessoas do mundo num laço de amizade e de compreensão mútua. Suas conquistas se mantêm inquestionáveis nos anais da história. Os esforços de Rajiv Gandhi, primeiro-ministro indiano a visitar a China em 34 anos e a buscar a amizade com o Paquistão, são um exemplo similarmente insigne de inspirada diplomacia da paz. Por diversas vezes, tive o prazer de conversar com Mikhail Gorbachev, ex-presidente da União Soviética. O presidente Gorbachev revelou-me os sentimentos por trás da Declaração de Nova Délhi, que Rajiv Gandhi emitiu em novembro de 1986, delineando princípios para um mundo livre de violência e de armas nucleares. Ele relembrou a oposição incondicional ao terrorismo que manifestaram em sua coletiva de imprensa conjunta após a declaração e disse que considerava Rajiv excelente e querido amigo. O presidente Gorbachev também expressou seu profundo respeito pela Índia, descrevendo o povo de lá como possuidor de poderosa empatia pelo sofrimento do próximo e forte aspiração pela paz, liberdade e justiça. Considero o rei Ashoka, Mahatma Gandhi, Pandit Jawaharlal Nehru e Rajiv Gandhi líderes que procuraram implementar essa aspiração, esse anseio pela paz, liberdade e justiça, em meio às realidades políticas do nosso mundo. Eles, contudo, jamais adaptaram seus ideais de não violência para se ajustar às realidades que tinham diante de si. Pelo contrário, os esforços deles se baseavam na compreensão de que a violência não resolve nada, ela só piora e torna qualquer problema ainda mais irremediável. Baseavam-se na compreensão de que a não violência constitui, de fato, a política mais realista. No topo: Nova Délhi, Índia Foto: Getty Images Notas: 1. GANDHI, Rajiv. Friends in Human Causes [Amigos em Causas Humanas]. In: Rajiv Gandhi: Selected Speeches and Writings [Rajiv Gandhi: Coletânea de Discursos e Textos]. Nova Délhi: Departamento de Publicações, Ministério da Informação e Radiodifusão, Governo da Índia, v. 1, p. 335, 1987-1991. 2. TOYNBEE, Arnold J. A Study of History [Um Estudo da História]. Londres: Oxford University Press, v. 12, p. 109, 1954-1961. 3. Rock Edict XIII. In: The Edicts of Ashoka [Os Éditos de Ashoka]. SMITH, Vincent A. (ed.). Nova Délhi: Munshiram Manoharlal Publishers Pvt. Ltd., 1992. p. 18-19. Acesse o link e ouça, no podcast do BS+, o capítulo “Índia” do volume 3, da Nova Revolução Humana, no qual encontrará detalhes da vida do rei Ashoka. Capítulo "Índia"
01/11/2023
Série
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Marie Curie
O grande cientista Albert Einstein disse: “De todas as celebridades, Marie Curie foi a única que não foi corrompida pela sua fama”. Marie Curie descobriu um novo elemento químico radioativo junto com seu marido Pierre e ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1903, cinco anos mais tarde [como a primeira mulher a ser agraciada com tal premiação]. Em 1911, ela foi a vencedora do Prêmio Nobel de Química, tornando-se a única mulher a conquistar essa honraria por duas vezes. Ela possuía uma forte crença: “Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade”. Continuar a estudar e a aprender pelo bem do mundo e pelo futuro, não por posição ou fama. Deve ser por isso que Einstein não poupava elogios a Marie Curie: “Ela sempre se considerava um instrumento a serviço da sociedade e sua humildade a impedia de almejar simplesmente uma satisfação pessoal”. Em 2018, a revista britânica BBC History, especializada em história, elegeu Marie Curie como a número 1 dentre as mulheres mais influentes de todos os tempos, em sua matéria intitulada As Mulheres da História que Mais Influenciaram o Mundo. Ela é amplamente respeitada e admirada, ultrapassando as barreiras do tempo e das nações. Uma estátua de Marie foi erigida na Universidade Feminina Soka (em Hachioji, Tóquio) como “símbolo do desejo de aprender”, e na Universidade Soka da América existe um edifício de ciências denominado Prédio Curie. Marie nasceu em novembro de 1867, em Varsóvia, Polônia, que estava sob domínio russo, como a caçula de cinco irmãos. Seu pai era professor de física e de matemática do ensino fundamental 2, e sua mãe, diretora de uma escola para meninas. Desde cedo, ela aprendeu o gosto pela leitura e pelos estudos. Aos 8 anos, ela enfrentou uma grande provação ao perder a irmã mais velha devido a uma doença. Dois anos depois, sua mãe também faleceu, acometida de tuberculose. Essas perdas consecutivas despedaçaram a família, mas Marie ergueu a cabeça e seguiu em frente. Ela se formou com as melhores notas no colégio para meninas aos 15 anos. No entanto, na Polônia daquela época, não importando quão capacitadas e talentosas fossem as mulheres, não lhes era permitido continuar em seus estudos depois disso. Para ajudar no orçamento familiar, Marie começa a dar aulas particulares aos 16 anos. Na mesma época, passa a estudar numa “faculdade itinerante”. Era uma “faculdade secreta” irregular, na qual as pessoas estudavam burlando a rigorosa supervisão da polícia. Havia sido criada por jovens que visavam ao renascimento de seu país, e eles ensinavam uns aos outros e estudavam juntos para lapidar seus conhecimentos e o intelecto. Na juventude, Marie escreveu para um amigo: “Regra número um: não ser derrotada por ninguém e por nada”. Jamais ser derrotada, não recuar nem um passo sequer — foi esse coração forte que deu origem à grande Marie Curie. Entusiasmada por estudar no exterior, Marie sonhava ir para a França e frequentar a Universidade de Paris. Contudo, a difícil situação financeira da família tornava isso impossível. Então, ela vai para o interior da Polônia e trabalha arduamente durante três anos como professora particular que mora no local de trabalho. Aos 24 anos, finalmente, consegue ir para Paris, onde sua irmã vivia com o marido. Na Universidade de Paris, que admitia mulheres, com muito esforço e dedicação, obteve diploma de bacharel em física e em matemática. Nesse período, ela conhece o físico francês Pierre e se casa com ele em 1895. Dois anos depois, dá à luz a filha mais velha. O objetivo seguinte ao qual Marie, agora mãe, se lançou foi a obtenção de um doutorado. Ela escolheu como tema de sua pesquisa investigar o fenômeno dos “compostos de urânio que emitiam raios misteriosos”, relatado pelo físico francês Henry Becquerel. Após vários experimentos, o casal Curie, que batizou esse fenômeno de “radioatividade”, descobre um elemento ainda desconhecido pela humanidade. Então, denominou os novos elementos de “polônio” e “rádio”. Para provar a existência deles, solicita permissão à Universidade de Paris para trabalhar no grande laboratório da instituição. A esperança de conseguir um espaço não se concretizou. O que se obteve a muito custo foi uma cabana utilizada anteriormente como sala de dissecação pelos alunos de medicina da Faculdade de Física e Química. Mesmo assim, Marie, que já havia suportado e superado muitas adversidades, possuía a convicção de que “Não importa quão inadequado seja o local em que estamos; dependendo de como o utilizamos e da criatividade, podemos realizar um grandioso trabalho”. O laboratório do casal enfrentava condições climáticas extremas, esquentava muito com o calor do verão e congelava no inverno, além de apresentar goteiras. Apesar desse ambiente excessivamente desafiador, os Curies continuaram a trabalhar de forma diligente. Então, em 1902, quatro anos após iniciarem as pesquisas, eles alcançam um grande feito inédito no mundo: isolar sais de rádio. Em 1903, o mérito das pesquisas sobre radioatividade foi reconhecido e o casal ganhou o Prêmio Nobel de Física. Marie também obteve o título de doutorado e deu à luz a sua segunda filha no ano seguinte. Quando tudo parecia estar indo bem, Marie sofre o pior e mais triste golpe do destino. Pierre, professor da Universidade de Paris, é atropelado por uma carroça e acaba morto. Na época, Marie estava com 38 anos, e suas filhas tinham 8 e 1 ano. Foi uma despedida repentina e triste demais. O que impediu Marie de se afundar no desespero foi o juramento feito a Pierre: “Independentemente do que ocorra, nós cumpriremos nossa missão”. Para contribuir com a humanidade, Marie enxuga as lágrimas, torna-se professora e passa a ministrar aulas na Universidade de Paris como sucessora do marido. Embora fosse alvo de discriminação por ser mulher e estrangeira e pelo ciúme dos colegas por seu grande trabalho, Marie não desistiu. Ela herdou as aspirações do marido e prosseguiu em seus esforços nas pesquisas, o que a levou a conquistar o segundo Prêmio Nobel (de Química) aos 44 anos. Mais tarde, ela escreveu em uma carta destinada à sua filha: “Vamos precisar de muita coragem, e espero que não a percamos. Devemos manter a convicção de que, depois dos dias ruins, os bons tempos virão novamente. É com essa esperança que eu as abraço em meu coração”. Marie abriu o caminho para as mulheres cientistas e estabeleceu as bases para tratamentos por meio da radiação. Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, ela e a filha mais velha, Irene, percorreram os hospitais de campanha para ajudar as vítimas e os feridos. No fim de sua vida, ela concentrou seus esforços para desenvolver as gerações mais novas e continuou a trabalhar no instituto de pesquisas até poucos meses antes de falecer. Irene também recebeu o Prêmio Nobel de Química com o marido, justamente no mesmo ano em que Marie encerrou sua nobre existência, em 1935. Reflexões do presidente Ikeda sobre Marie Curie Há cinquenta anos, em 30 de abril de 1972, quando Ikeda sensei visitava a França, ele foi até a casa onde Marie Curie morou, nos subúrbios de Paris. Na ocasião, ele disse a uma amiga que caminhava ao lado de sua esposa, Kaneko: Creio que a grandiosidade de Madame Curie não esteja tanto no fato de ela ter recebido dois Prêmios Nobel, mas, sim, na força de seu caráter, que lhe permitiu vencer uma grande tragédia pessoal. Nenhuma existência é totalmente fácil de viver. Na realidade, a vida é uma série de dificuldades. Nós as superamos despertando para nossa verdadeira missão, e esse despertar faz nascer a esperança.5 Posteriormente, ele continuou a incentivar muitos companheiros por meio das palavras e do exemplo de vida de Marie Curie, citando-os em seus ensaios e discursos. A cientista polonesa Marie Curie (1867–1934) fez a famosa observação de que a única forma de construir uma sociedade melhor é realizar progressos no destino de cada indivíduo. Sob os regimes totalitários do passado, o indivíduo não era valorizado e por muito tempo as dimensões espirituais e pessoais da vida foram ignoradas. Por essa razão, é muito natural que o budismo, que ensina o respeito pela dignidade da vida e que todas as pessoas são torres de tesouro e budas, brilhe tão radiantemente nessas regiões onde imperava esse tipo de sistema. (...) Todas as pessoas têm o direito de ser felizes e de vencer na vida.6 Ela escreveu em uma carta: “Um bom ano é um ano com saúde, com boa disposição, bons trabalhos; um ano em que se sente a alegria de viver todos os dias e em que não deixamos os dias passarem em vão, sem propósito, ligando sempre a esperança para o futuro”. Não desperdice o tempo em vão. Cada dia é importante. Cada ano é precioso.7 Em fevereiro de 2008, foi publicado em série no Seikyo Shimbun o especial “Marie Curie: Uma Vida Dedicada à Ciência”, com base numa palestra promovida na Universidade Feminina Soka. Por meio dele, sensei incentivou não apenas as universitárias, mas também todas as mulheres Soka. Ikeda sensei conclamou, expressando sua expectativa: Qualquer que seja a época em que viva, cada pessoa possui uma missão que somente ela pode realizar. Não importa que seja algo simples. Quero que resplandeçam cada qual à sua maneira. O importante é se poderá ou não dizer: “Eu fiz o meu melhor!”. Os seres humanos não conseguem evidenciar a sua verdadeira força em meio a circunstâncias favoráveis. É no momento em que encaram as adversidades que conseguem extraí-la. É por lutarmos contra as circunstâncias desfavoráveis que podemos concretizar nossos grandes ideais.8 No topo: Cerimônia de inauguração da “estátua de Marie Curie” é realizada na Universidade Feminina Soka, em Hachioji, Tóquio, em 4 de abril de 1994, com a presença do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e de sua esposa, Kaneko Foto: Seikyo Press Materiais de pesquisa: 1. QUINN, Susan. Marie Curie. Tradução: Kyoko Tanaka. Misuzu Shobo. 2. CURIE, Eve. Biografia de Marie Curie. Tradução: Asushi Kawagushi e outros. Hakusuisha. 3. BIRCH, Biverley. Biografia — Pessoas que Mudaram o Mundo 1 — Marie Curie. Tradução: Yumiko Inui. Kaiseisha. 4. CURIE, Marie; CURIE, Irene. Cartas entre Mãe e Filha. Tradução: Yuko Nishikawa. Jimbunshoin. 5. IKEDA, Daisaku. Shin-Watashi no Jinbutsukan. Daisanbunmei-sha. 6. Do especial “Marie Curie: Uma Vida em prol da Ciência”, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.971, 17 jan. 2009. 7. Do ensaio “Resplendor do Século da Humanidade”, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.800, 18 jun. 2005. 8. Trecho de discurso proferido durante o Conselho de Representantes da Universidade Soka, em 2 de janeiro de 2005. Acesse o link e assista ao vídeo sobre a vida de Marie Curie: Marie Curie
01/11/2023
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada A Voz que Vem do Coração com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: A Voz que Vem do Coração No topo: Mural da edição de novembro
01/11/2023
Reflexões Sobre a NRH
TC
[108] A história da Perseguição de Atsuhara (Parte 1)
Em 1979, ano em que se encerrou o primeiro ciclo dos “Sete Sinos”, recebemos o Dia 3 de Maio — data que deveria ser comemorada com grande alegria — com a Soka Gakkai enfrentando uma perseguição em prol da Lei. Essa perseguição foi perpetrada por clérigos corruptos, conforme Nichiren Daishonin havia predito: Uma imensurável multidão de sacerdotes, que, usando todos os demais sutras, tratarão de derrubar o devoto [do Sutra do Lótus]. Se ainda assim não der resultado, possuirá um eminente sacerdote que observa os duzentos e cinquenta preceitos e as três mil regras de conduta e, por essa via, irá persuadir o soberano e enganar a consorte real para conseguir que o devoto seja exilado ou que atente contra sua vida.1 Essa foi uma luta entre uma autoridade religiosa corrupta, presa a tradições e aliada a políticos, e uma nova e revigorante força pela verdade e justiça enraizada na vida das pessoas. Em todas as revoluções religiosas da história, isso sempre ficou evidente. As forças retrógradas, não tolerando nenhum movimento popular em ascensão, arquitetam inúmeros planos e esquemas para reprimi-lo. Foi assim nos dias de Shakyamuni e, de forma ainda mais acentuada, nos tempos de Nichiren Daishonin. A época tumultuada antes e depois da minha renúncia como presidente da Soka Gakkai mergulhou muitos de nossos membros na confusão e na dúvida. Nessas circunstâncias, a história da Perseguição de Atsuhara serviu como um guia para mim. Os Três Mártires de Atsuhara foram decapitados em 1279. Então, realmente foi uma coincidência mística que a perseguição cruel do clero contra a Soka Gakkai, uma espécie de “decapitação espiritual”, tenha ocorrido exatamente setecentos anos após esse período. No escrito A Seleção do Tempo, Nichiren Daishonin adverte: “Os monges corruptos que se desenvolvem no corpo de meus ensinamentos são os únicos capazes de destruir as doutrinas que o Buda tanto se empenhou em estabelecer ao longo de três grandes asamkhya de kalpa”.2 A Perseguição de Atsuhara também foi causada por clérigos corruptos. Os templos da escola Tendai da época, que deveriam fazer o máximo para proteger e transmitir os verdadeiros ensinamentos do budismo, transformaram-se em focos de intriga. O espírito do grande mestre Tiantai, fundador da escola Tiantai da China, e o do grande mestre Dengyo, fundador da escola Tendai no Japão, haviam sido perdidos, e os postos mais elevados nos principais templos foram ocupados por descendentes da aristocracia. Os templos deixaram de ser locais de pura prática religiosa, degenerando-se em instituições vazias nas quais a autoridade do manto clerical era usada para controlar e dominar as pessoas. Os clérigos de elevada posição dos mais importantes templos da escola Tendai no distrito Fuji, província de Suruga [que atualmente faz parte da província de Shizuoka, onde a vila de Atsuhara estava localizada] eram todos corruptos incorrigíveis. Assim eram em templos como o Jisso-ji, que Nichiren Daishonin visitou para pesquisar em sua biblioteca de sutras; o Shijuku-in, em que Nikko Shonin estudou e praticou [os ensinamentos do budismo] quando menino; e o Ryusen-ji [na própria vila de Atsuhara, onde ocorreu a perseguição aos seguidores de Nichiren]. O jovem Nikko Shonin criticava rigorosamente as transgressões desses clérigos. Esse é o espírito de Nikko Shonin, que fundou o templo principal Taiseki-ji, e o espírito da Soka Gakkai. Por esse motivo, durante a Segunda Guerra Mundial [apenas uma década após a fundação da Soka Gakkai], nosso primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, advertiu severamente o clero por sua traição aos ensinamentos de Nichiren Daishonin. Makiguchi sensei declarou: “De todas as escolas Nichiren de hoje, a Nichiren Shoshu é a que mais se assemelha à escola Tendai da época de Nichiren Daishonin”. Enquanto Nikko Shonin servia e apoiava Nichiren Daishonin em Izu e em Kamakura com devoção, ele permaneceu registrado como clérigo do templo Shijuku-in e o utilizava como uma base para converter outros clérigos da Tendai. Em 1268, quando estava com 23 anos, Nikko Shonin, em um ato de coragem, apresentou uma petição de 51 artigos ao governo militar, denunciando as transgressões do reverendo prior da Jisso-ji. De acordo com a petição de Nikko Shonin, o reverendo prior negou-se a fazer reparos nos templos, dentre eles o salão principal e a biblioteca de sutras, mesmo quando esses recintos foram seriamente danificados. As ações da seita Nikken, que por capricho destruiu obras arquitetônicas inestimáveis construídas com as sinceras doações de adeptos de coração puro, são ainda mais repreensíveis. Outro artigo da petição acusava o reverendo prior de derrubar uma venerável cerejeira nos terrenos do templo. Nikko Shonin criticava o reverendo prior por cortar cruelmente uma única árvore. Quando soube desse episódio, percebi quanto Nikko Shonin amava cerejeiras, e então doei várias mudas da árvore para ser plantadas no templo principal e para embelezar assim seus terrenos. A seita Nikken, por sua vez, cortou impiedosamente centenas de cerejeiras. Nikko Shonin também advertiu rigorosamente o reverendo prior do templo Jisso-ji por seu comportamento licencioso, mencionando que ele se divertia com prostitutas em seus aposentos e conduzia uma vida devassa. Para piorar: houve a confirmação pela corte de justiça de que o sumo prelado de toda uma escola budista contratou os serviços de uma prostituta! Essa situação deplorável não tem precedentes na história do budismo. Gyochi, assistente do reverendo prior do templo Ryusen-ji e figura central por trás da Perseguição de Atsuhara, era membro da poderosa família Hojo e exerceu sua autoridade impunemente. Ele foi culpado de todas as formas de atos ilícitos e transgressões contra o código clerical da época: apropriou-se do valioso patrimônio do templo em benefício próprio, caçou cervos e outros animais selvagens e envenenou os peixes do lago do templo para vendê-los. Ele se tornou assistente do reverendo prior devido à sua relação com uma família de poder, mas, na verdade, era um vilão cujo comportamento ia além dos limites da decência e do bom senso. Ryusen-ji, como Nichiren Daishonin adequadamente descreveu, estava sob o domínio de “um animal vestido com manto clerical”.3 Após Daishonin retirar-se para o Monte Minobu, Nikko Shonin desempenhou um papel cada vez mais ativo na propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin no distrito Fuji. Então, gradativamente, ele formou um grupo sólido de seguidores da Lei Mística. Não apenas os três reverendos em Ryusen-ji — Nisshu, Nichiben e Nichizen — se converteram aos ensinamentos de Nichiren Daishonin, um após outro, como também muitos camponeses da vila de Atsuhara, onde Ryusen-ji estava localizado, seguiram o mesmo caminho. Gyochi e outros reverendos de alta posição na área interpretaram isso como uma séria ameaça ao seu poder. Explorando sua autoridade religiosa, eles viviam de forma extravagante com os oferecimentos que recebiam das famílias de samurais da localidade. O aumento do número de seguido- res de Nichiren Daishonin, o qual manteve a supremacia do Sutra do Lótus, ameaçou a autoridade e a sobrevivência daqueles “espíritos famintos devoradores da Lei”.4 Gyochi respondeu formando uma “aliança antilótus” na área para restringir as atividades dos seguidores de Nichiren Daishonin. Juntando forças com os representantes do clã governante Hojo da localidade, as autoridades do gabinete administrativo do feudo Shimogata iniciaram sua perseguição. Juntos, Gyochi e seus comparsas denunciaram os seguidores de Nichiren Daishonin locais, que defendiam o Sutra do Lótus, chamando-os de “não budistas” e de “heréticos”. Eles exigiam que recitassem a Nembutsu [ou seja, o nome do buda Amida, a prática da escola da Terra Pura] — uma contradição incrível, considerando que Gyochi e outros clérigos deveriam sustentar os ensinamentos da escola Tendai, que tinham como base o Sutra do Lótus. A canção da Soka Gakkai Os Três Mártires de Atsuhara (Atsuhara no Sanreshi) diz: Nesses últimos dias, a água é lamacenta: A confusão no budismo é como cordões de cânhamo entrelaçados, O rancor e a futilidade enchem o coração das pessoas Entre os camponeses da vila de Atsuhara Havia bravos jovens que deploravam isso Seus nomes eram Jinshiro de Atsuhara E seus jovens irmãos Yagoro e Yarokuro Embora pouco tempo havia se passado desde que entraram no caminho da fé, Eles avançaram com ardor juvenil e coração puro para propagar os ensinamentos Sua vida é um glorioso hino à Lei Esses três irmãos [Jinshiro, Yagoro e Yarokuro], líderes dos camponeses de Atsuhara que abraçaram a Lei Mística, somente haviam se tornado seguidores de Nichiren Daishonin por volta de 1278. Hoje, na região antes conhecida como Atsuhara, nossos nobres e valentes membros da subprovíncia da Soka Gakkai, Fuji Seigi (Justiça), na província de Shizuoka, empenham-se ativamente em prol do kosen-rufu. Afirma-se que Jinshiro e seus irmãos eram homens de certa cultura e proficientes nas artes militares. Além disso, eram corajosos e íntegros e possuíam um espírito intrépido a quem as pessoas de sua comunidade confiavam e procuravam. A conversão deles exerceu enorme influência sobre os seus conhecidos. “Não tema os poderosos.”5 “Cada um dos senhores deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém”.6 “Digam a elas que se preparem para o pior; que não esperem bons tempos, mas tenham os maus como certos”.7 Por fim, entre as pessoas comuns, surgiram discípulos genuínos que corresponderam às palavras de Nichiren Daishonin, mesmo arriscando a própria vida. Esses heróis do povo corajosamente demonstraram o espírito de “não poupar a própria vida” ensinado no Sutra do Lótus. Esse fato levou o buda Nichiren Daishonin a perceber que havia chegado a época para inscrever o Gohonzon em prol de toda a humanidade para o infinito futuro. A Perseguição de Atsuhara é a história de grandiosos discípulos que apareceram para lutar com o espírito de unicidade de mestre e discípulo. Até aquela ocasião, somente Nichiren Daishonin havia sofrido perseguições. No Gosho, ele escreve: “Se sentissem e compreendessem suas dívidas de gratidão, então, de dois golpes que desferissem em mim, receberiam um em meu lugar”.8 Portanto, a Perseguição de Atsuhara foi uma grande luta na qual os discípulos de Nichiren Daishonin se levantaram pela primeira vez para receber esses golpes. Foto: Getty Images Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 361-362, 2017. 2. Ibidem, v. I, p. 603. 3. Ibidem, v. II, p. 17. 4. Ibidem, v. I, p. 199. 5. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 177. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 7. Ibidem, p. 264. 8. Ibidem, p. 88.
01/11/2023
Capa
TC
A voz que vem do coração
Não seja refém das circunstâncias A comunicação humana se dá em especial pela voz, e é por meio dela que conseguimos expressar nossos sentimentos mais íntimos. Entre algumas curiosidades reveladas pela ciência comportamental, uma diz que não importa quanto treine ou faça aulas de canto, você jamais conseguirá reproduzir a exata voz de outra pessoa. Isso acontece porque a voz varia entre 50 Hz e 3.400 Hz, sendo diversificada conforme as cordas vocais, os lábios, a língua e diversas outras partes do corpo.1 Somos seres únicos e, assim como uma “impressão digital”, a voz revela muito sobre nós. Quando estamos tristes, a voz carrega toda a amargura; bravos, ela grita; e apaixonados, soa como sussurros. Isso é parte do que sabemos sobre os mecanismos físicos e comportamentais a que estamos suscetíveis diariamente. Mas o Budismo Nichiren elucida quanto podemos deixar de ser reféns das circunstâncias e gerar renovada força em nosso dia a dia. Estamos falando das vozes interiores e de como não permitir que elas tinjam a vida de cinza. Alguns crescem com palavras que, por vezes, arrebatam as expectativas na fase adulta. Outros são incentivados por mensagens que os impulsionam a fazer escolhas extraordinárias. O que se observa, em grande parte, é a primeira hipótese, o som da crítica, do “você não vai conseguir”. O resultado é a paralisia diante dos sonhos, como se estivesse acorrentado a crenças limitantes. Há um estudo que aprofunda esse cotidiano marcado pelas vozes interiores de negatividade, apontando para uma função cognitiva do cérebro: a de multiplicar problemas. Várias pessoas reclamam de que “os problemas nunca chegam sozinhos” ou de que “quando os problemas começam, nunca mais terminam”. De alguma forma, elas estão certas, mas isso provavelmente não se deve a um desígnio da fatalidade, e sim a um viés cognitivo: o cérebro multiplica os problemas, elucida estudo do psicólogo David Levari, da Universidade Harvard.2 Essa asseveração se traduz num exemplo diário “no trabalho”, com as chateações após uma conversa com os superiores e outras ocorrências que tiram da boca de algumas pessoas a expressão “hoje está dando tudo errado”, quando, na realidade, pode não ser exatamente assim.3 O fator comum nesse hábito continuado é cair na lamentação, o que sem perceber influencia no modo de agir e de se relacionar e, consequentemente, evidencia-se a fraqueza. A voz certamente vai denunciar a condição de vida interior. Dessa forma, podemos entrar numa espiral em que alimentamos o carma negativo, formado, tal como o bom carma, por “pensamentos, palavras e ações”. Temos, então, a escolha de nutrir a mente e o coração, optando entre permanecermos nessa condição ou nos libertar. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, pondera: As pessoas que deixam a mente ser dominada pelos vários compromissos acabam caindo na lamentação. Portanto, esse tipo de indisposição mental só as levará a depreciar tudo o que fizerem, e acabarão se sentindo sufocadas e oprimidas. Em consequência, seus pensamentos se acumularão e vocês não conseguirão sentir alegria, por mais que tentem. Isso se converterá num círculo vicioso. Por outro lado, se nutrirem uma atitude positiva e se conduzirem com satisfação, sua vida avançará. A postura de lidar com tudo com alegria e sinceridade capacitará sua vida a progredir com serenidade. Poderíamos dizer que a alegria “lubrifica” o coração, ao passo que a lamentação o “enferruja”, causando-lhe estagnação e enfraquecimento, e se isso acontecer, o objetivo que poderiam alcançar se tornará inalcançável.4 Assumir o comando do triunfo Qual força nos permite sentir alegria diante de tudo, saindo da espiral de desânimo? O budismo é um ensinamento milenar e, por intermédio do buda Nichiren Daishonin, sábio que viveu no século 13, encontramos alguns conceitos e princípios totalmente aplicáveis em nossos dias. Aprendemos o real significado de “ser senhor de sua mente”5 e em especial de que “A voz executa o trabalho do Buda”.6 Engana-se quem pensa que buda é um ser extraordinário, místico e de aparência reluzente. Um buda é aquele que se esforça continuamente, e manifesta esperança, coragem e sabedoria, mesmo enfrentando os dramas pessoais. Ao fazer dos desafios trampolim para o avanço — com alegria e disposição —, é capaz de influenciar positivamente todos ao redor. Dessa maneira, a voz é a força que converte amarguras interiores em esperança de vida. “‘A voz executa o trabalho do Buda’.7 A nobre missão do Buda é conduzida pelas pessoas que usam a voz para a felicidade de outros. É por meio da voz que podemos influenciar melhor alguém. Com a ‘voz da convicção’ e a ‘voz da confiança’, podemos criar sucessores do kosen-rufu”.8 Ou seja, estabelecer a paz como um direito para todos. Para chegar a essa condição, podemos usufruir o benefício de vibrar essa energia da vida. Foi em 28 de abril de 1253 que a sonora voz de Nichiren Daishonin ecoou com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo9 pela primeira vez, favorecendo às pessoas comuns um meio pragmático para concentrar o coração e a mente na oração e manifestar o poder transformador desta em realidade. A oportunidade de desvendar o tesouro da iluminação oculto no próprio coração. Com a prática diária do Nam-myoho-renge-kyo, utilizando nossa voz, transformamos os males que nos afligem. É assim que os mais de 12 milhões de membros da Soka Gakkai Internacional vivem seus dias, com Ikeda sensei à frente desse movimento de conectar pessoas em torno do elo inquebrantável do humanismo. Ele ressalta: “A voz é a vibração de toda entidade viva; revela seu ser e seu caráter, o Nam-myoho-renge-kyo é o ritmo fundamental do universo, a maior voz de todas”.10 Sendo assim, reforça que “A recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a chave para a eterna vitória. Não há como a vida das pessoas que abraçam e recitam o Nam-myoho-renge-kyo terminar em tristeza, derrota ou miséria”.11 Encontramos dessa maneira o antídoto para a situação de deixar os problemas dominarem nossos dias. Por vezes, vivemos de fantasmas do passado, como se nos sentíssemos acorrentados, desistindo dos nossos sonhos. A questão que se abre é como permitimos que algo ocorrido anos atrás ocupe um espaço tão grande em nossa mente e impeça nossa felicidade. Ikeda sensei encoraja: Nós só nos tornamos impotentes quando desistimos e decidimos, por conta própria, que não podemos continuar. Isso é comparável a trancar a porta do nosso potencial interior ou represar nosso espírito com as próprias mãos. A desistência é a causa da derrota. A fé no Budismo Nichiren nos fornece o poder para romper a escuridão do desespero e fazer o sol da vida nascer em nosso coração.12 O que move essa mudança tem nome. “Determinação”, ou ichinen, em japonês. Vamos conferir no trecho a seguir. Como sair da espiral da lamentação * Agradeça às conquistas, mesmo as menores. * Aproxime-se de pessoas de energia construtiva. * Substitua a palavra “problema” pelo termo “oportunidade”. * Aprenda com as lições do que (ainda) não deu certo. * Enxergue o objetivo concretizado, em vez de só medir a distância até ele. * Não guarde rancores, guarde memórias de felicidade. A determinação é a causa da vitória “Determinação” (ichinen) é a atitude mental corajosa naquele momento em que decidimos romper as amarras do que nos prende e utilizar o presente para gerar um futuro de valor. É construir nossa própria história, criando uma causa focada na vitória, iluminando a escuridão da lamentação e da dúvida do caminho a seguir. Na essência do Nam-myoho-renge-kyo está o renge, a “simultaneidade de causa e efeito” [causalidade da Lei Mística]. A causa e o efeito ocorrem juntos. “Recitar daimoku (orar Nam-myoho-renge-kyo) é a causa e sentir alegria é o efeito. Ambos acontecem sem espaço de tempo entre eles. O requisito para que a Lei Mística seja ativada é a fé. Quando estamos convencidos de que o daimoku é a fonte da felicidade humana, então a prática provoca efeito imediato. Não importa em que situação estejamos ou o que tenhamos feito, o poder do daimoku é infinito e, com a fé correta, a recitação varre toda a negatividade e experimentamos ‘a maior das alegrias’”.13 “Nascemos para ser feliz e vencer em tudo.”14 É uma felicidade que não depende das circunstâncias externas nem é um sentimento egoísta. Ampliamos nossa condição de vida e alçamos o “mundo dos bodisatvas” no qual a compaixão e a benevolência nos impulsionam a ajudar as pessoas a encontrar esse caminho. É quando exercitamos a empatia, expressando nossa melhor voz, a que vem do coração. Na forte crença do poder do diálogo na construção de um mundo de coexistência pacífica é que foi criada a Soka Gakkai, em 18 de novembro de 1930, pelos educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. A organização, formada inicialmente para abrigar professores e seus temas de abordagem, logo se estendeu para os cidadãos comuns, em especial para os sobreviventes do pós-guerra do Japão, que haviam perdido o sentido de vida, tamanho o sofrimento. Passados mais de noventa anos, o princípio é o mesmo. Tudo começa com um único indivíduo decidido a ser o ombro que acolhe e a voz que atenua o sofrimento, incentiva à renovada ação ou simplesmente acalma a alma. A história quase centenária da Soka Gakkai está repleta de exemplos que retratam essa poderosa força do diálogo. Na Nova Revolução Humana, escrita ininterruptamente por longos 25 anos por Ikeda sensei, podemos acompanhar inúmeras jornadas de vitórias de pessoas comuns que transpuseram seus limites. Exemplo vem de um jovem que foi para a Holanda [atualmente, Países Baixos] desbravar caminhos profissionais, relatado no volume 12. Seizo Onodera, como é denominado na publicação, funcionário de um hotel, pede demissão após uma discussão com seu chefe. Está arrependido por não conseguir controlar uma questão de conflito. Ao ver seu aspecto em um encontro que teve com ele naquele país, o presidente Ikeda (pseudônimo de Shin’ichi no romance) o orienta de forma calorosa: — Onodera, não lhe fará bem algum ficar arrependido por coisas do passado. Precisamos viver pelo amanhã, pelo futuro. Você ainda é jovem. Ser jovem significa ter um potencial ilimitado. E não é nos desvalorizando nem duvidando de nós mesmos por causa de uma falha ou erro que conseguiremos manifestar esse potencial. Espero que continue a avançar, jamais se prendendo às falhas. Tudo se decide a partir de agora. Vença amanhã! Não seja derrotado!15 E não parou por aí. O diálogo se estendeu com a preocupação do Mestre em saber como estava a situação financeira de Onodera, quais planos pretendia e para que ele identificasse o propósito de vida (e lutasse por este) de sair do Japão para aquele país. Onodera desperta para sua missão. Ele renovou a determinação e construiu sua jornada de vitória. Passados 21 anos daquele encontro, estava Onodera em outro hotel, agora como proprietário. Os bastidores dessa história podem ser conferidos no inspirador capítulo “Esperança Renovada”, do volume 12, da Nova Revolução Humana.16 A atitude que emerge de um sincero diálogo é a principal crença do modo budista de ser. E tudo começa na família, nos pequenos núcleos de bairro onde são realizados os encontros humanísticos Soka — células de vozes humanas que reverberam pela sociedade. “Não seria exagero dizer que a prática de recitar Nam-myoho-renge-kyo no Budismo Nichiren deu origem ao budismo do povo, aberto a todos. Essa prática budista é realmente insuperável, possibilita-nos transformar a vida a partir no nível mais profundo”, enfatiza o presidente Ikeda.17 O exercício que se aprofunda nesse contexto tem raízes no nosso lar. Muitas vezes, bastando simples gestos. Ikeda sensei contextualiza: A sociedade atual está impregnada de estresse, como um campo selvagem grotesco e austero. Também não faltam relacionamentos ruins que deixam o coração miserável e tentam nos arrastar para a infelicidade. Por isso mesmo é importante que o lar — nosso ambiente mais próximo — se transforme em um fértil e grande solo, onde todos se protejam mutuamente por meio da união do coração de cada membro da família. É justamente por esta era estar inundada com palavras insensíveis que machucam as pessoas, que busco valorizar uma troca de palavras repletas de consideração. O primeiro passo é o “cumprimento”. Mesmo que no princípio a expressão facial se mostre rígida, por meio de um cumprimento nasce o sorriso e, a partir daí, um diálogo de vida a vida se expande.18 Seja a voz que une, acolhe e cria a história A voz é o espelho da personalidade humana, sofrendo alterações conforme nossas emoções. É ela que nos apresenta ao mundo e por meio dela podemos influenciar a vida dos que nos rodeiam. E se cada voz é única, assim também é a oportunidade que temos de ouvir nosso coração; e se não gostamos do que está vibrando lá dentro, podemos gerar a mudança necessária. E um dos passos para essa mudança é parar de viver do passado ou de se lamentar por dias melhores que não chegam logo. Iluminação e escuridão são faces de uma mesma moeda chamada vida. A prática do Nam-myoho-renge-kyo nos permite encontrar a raiz dos sentimentos negativos, que são as vozes mais altas de nossa mente, transformando-os em atitudes proativas, corajosas e sábias, por meio de um processo de reforma interior que chamamos “revolução humana”. O presidente Ikeda afirma que “Ao recitarmos Nam-myoho-renge-kyo uma única vez, nós, seres comuns, não iluminados — atormentados por problemas, dúvidas e sofrimentos —, podemos transformar positivamente nossas circunstâncias de acordo com o princípio da ‘transformação de veneno em remédio’19 e atingir uma condição de vida repleta de esperança, coragem e paz de espírito”.20 Essa abundante alegria nos impulsiona a enfrentar os desafios diários, a construir relações humanas saudáveis no trabalho e no lar e a expandir essa consciência na sociedade. Nós nos tornamos seguros e potentes também para ser a voz de esperança na vida dos que sofrem. Ikeda sensei expressa seu sentimento em um poema que materializa o propósito da Soka Gakkai, celebrando 93 anos de fundação neste mês novembro. Vozes que unem, acolhem e criam a história. Não abandonem seja quem for. Não julguem arbitrariamente. Não descartem quem quer que seja. Continuem acreditando e estendam a mão, fazendo despertar sua natureza de buda. Esse é o humanismo do budismo. (...) No momento em que agirem em prol dos outros, farão também revivescer os mananciais da própria vida. Encontrem-se com as pessoas, dialoguem com elas e plantem as sementes da esperança. É nessa ação que existe o caminho correto para a construção de uma grandiosa história.21 No topo: Presidente da BSGI, Miguel Shiratori, primeiro à dir., dialoga durante almoço com jovens participantes da quarta edição da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (Itapevi, SP, set. 2023) Foto: BS Notas: 1. Disponível em: https://museuweg.net/blog/10-curiosidades-sobre-a-voz-humana/. Acesso em: 28 set. 2023. 2. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/o-cerebro-multiplica-os-problemas/. Acesso em: 28 set. 2023. 3. Ibidem. 4. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes — Educação para a Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 70-71. 5. Para saber mais, leia a matéria Observar a mente através da prática budista, na Terceira Civilização, ed. 662, out. 2023. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 196, 2020. 7. Ibidem. 8. Brasil Seikyo, ed. 1.668, 21 set. 2002, p. A2. 9. Terceira Civilização, ed. 602, out. 2018, p. 32-38. 10. Para entender os benefícios da oração budista, veja a seção Na Prática, na Terceira Civilização, ed. 661, set. 2023. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.330, 9 jul. 2016, p. C2/C3. 12. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 317-318, 2019. 13. Brasil Seikyo, ed. 2.330, 9 jul. 2016, p. C2-C3. 14. Ibidem. 15. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 12, p. 75-76, 2020. 16. Ibidem. 17. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 101, 2023. 18. Ibidem. Dedico às Mulheres Palavras do Coração. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 59. 19. “Transformação de veneno em remédio”: O princípio de que desejos e sofrimentos mundanos podem ser convertidos em benefício e em iluminação pelo poder da Lei. Tal expressão é frequentemente citada para mostrar que qualquer problema ou sofrimento pode ser transformado na máxima felicidade e satisfação na vida. 20. Terceira Civilização, ed. 586, jun. 2017, p. 44 21. Brasil Seikyo, ed. 2.440, 20 out. 2108, p. B1.
01/11/2023
Estudo
TC
[64] A Profecia do Buda — jovens fênix, alcem voo para uma nova era!
Explanação “Aos meus jovens amigos, membros da Divisão dos Estudantes (DE) Herdeiro, que almejam herdar e herdarão o futuro! Vocês são as jovens fênix que realizarão o kosen-rufu. Seu crescimento, portanto, é a esperança da Soka Gakkai e o prenúncio de um radiante novo amanhecer para o Japão e para o mundo.” Esse é um trecho de um editorial intitulado Jovens Fênix, Alcem Voo para o Futuro! com o qual contribuí para a revista de estudos da Soka Gakkai, Daibyakurenge, em novembro de 1965. Acredito convictamente que os integrantes da Divisão dos Estudantes1 possuem a grandiosa missão de arcar com o desenvolvimento futuro da Soka Gakkai. Desejo que assumam a responsabilidade por assegurar a consolidação dos alicerces do kosen-rufu. É por essa razão que abri o caminho para eles e continuarei a fazer isso com todas as minhas forças enquanto viver. O prenúncio de um radiante novo amanhecer Hoje, 55 anos depois [explanação originalmente publicada em 2020], gostaria de declarar novamente a vocês — atuais membros da DE-Herdeiro (ensino médio), DE-Esperança (fundamental 2) e DE-Futuro (fundamental 1) — que seu crescimento representa o prenúncio de um radiante novo amanhecer para o mundo inteiro. Isso porque, nesta época em que a humanidade se vê às voltas com o desafio de uma pandemia global, a presença de vocês e seu sólido desenvolvimento inspiram uma nova esperança às pessoas de todos os lugares. Não cedam à derrota, avancem com total confiança! Com certeza, muitos de vocês se sentiram desapontados por não passarem o verão do modo como geralmente fazem devido às restrições impostas pela Covid-19. E sei que alguns estão lidando com situações difíceis todos os dias pelo fato de sua família enfrentar interrupções nos negócios ou no trabalho relacionadas à pandemia. Por isso, peço-lhes: “Jovens fênix, não cedam à derrota!”; “Com o peito estufado, avancem com total confiança!”; “É em momentos desafiadores como estes que se pode alçar voo bravamente em direção ao futuro!”. Ao mesmo tempo em que envio orações pelo seu sucesso nesse sentido, gostaria de estudar algumas passagens dos escritos de Nichiren Daishonin com vocês, meus preciosos jovens amigos que produzirão um futuro mais promissor. Vamos fazer isso como se estivéssemos desfrutando uma conversa descontraída à sombra das árvores. Trecho do escrito 1 A Profecia do Buda2 O sétimo volume do Sutra do Lótus afirma: “Após eu ter entrado em extinção, no último período de quinhentos anos,3 deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], e jamais permitir que ele deixe de existir” [LSOC, cap. 23, p. 330]. Por um lado, é para mim lamentável que mais de 2.220 anos já tenham se passado desde a morte do Buda. Que mau carma é este que me impediu de nascer na mesma época dele? Por que não pude testemunhar o advento das quatro categorias de veneráveis,4 nos Primeiros Dias da Lei, ou de Tiantai e Dengyo5 nos Médios Dias da Lei? Por outro lado, alegro-me com a boa sorte que me permitiu nascer no último período de quinhentos anos e ler estas palavras verdadeiras do sutra. (CEND, v. I, p. 417) A nobre missão daqueles que nasceram nos Últimos Dias da Lei Nesta edição, estudaremos o escrito de Nichiren Daishonin A Profecia do Buda, no qual ele discute a visão do Buda em relação ao futuro. Basicamente, a profecia do Buda é a concretização do kosen-rufu, a ampla propagação da Lei Mística; equivale ao desejo do Buda de trazer paz à humanidade e conduzir as pessoas à felicidade eterna. O budismo originou-se do desejo de aliviar o sofrimento humano no âmbito mais fundamental. Ensina que todos possuem a condição de vida supremamente nobre do estado de buda e podem superar os desafios máximos da vida: os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte.6 Indivíduos que despertaram para a dignidade da própria vida, assim como para a dignidade da vida dos outros, levantam-se para eliminar a miséria e o infortúnio do mundo. Kosen-rufu consiste no esforço para construir uma sólida rede de pessoas comuns empoderadas e dedicadas a promover um movimento em prol da felicidade e da paz. Shakyamuni7 expôs o Sutra do Lótus para elevar todas as pessoas à mesma condição de vida iluminada que ele havia alcançado. Ele também instruiu que, na era maléfica e impura posterior à sua morte, seus discípulos deveriam propagar o Sutra do Lótus e jamais permitir que deixasse de ser transmitido. Os bodisatvas da terra8 foram os discípulos incumbidos da nobre missão de cumprir fielmente esse desejo do Buda. Em exata conformidade com os ensinamentos do Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin surgiu nos Últimos Dias da Lei,9 era assolada pelo mais terrível sofrimento, e ensinou e propagou a grande Lei do Nam-myoho-renge-kyo, a essência do Sutra do Lótus. Suportando perseguições que representavam risco à própria vida, ele abriu o caminho para a iluminação da humanidade pelo futuro eterno. Essa é a razão pela qual nós o reverenciamos como Buda dos Últimos Dias da Lei. Budismo que constrói a era da vitória do povo Nos tempos atuais, os três primeiros presidentes da Soka Gakkai,10 ligados por profundos laços de mestre e discípulo, herdaram esse nobre espírito de Daishonin. Unidos a eles, nossos dedicados membros do mundo inteiro dão tudo de si, dia após dia, em prol da felicidade das pessoas e da paz e para edificar uma sociedade segura e protegida. Essa extraordinária linhagem de humanismo budista consagrada à construção da era da vitória do povo iniciou-se com Shakyamuni e o Sutra do Lótus na Índia e manteve sua continuidade com Nichiren Daishonin e a Soka Gakkai. Nesse sentido, ao estudarmos A Profecia do Buda, aprenderemos sobre a origem do espírito da Soka Gakkai, o qual está diretamente ligado a Daishonin. Estudei esse escrito com meu mestre, Josei Toda, e posteriormente com os membros da Divisão dos Jovens várias vezes ao longo dos anos. Sempre que o leio, fico profundamente emocionado com a infinita condição de vida de Daishonin e seu ardente desejo de aliviar o sofrimento das pessoas. Espero que todos vocês, meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes, também gravem esse espírito em seu coração. Espírito de Daishonin contido no título de A Profecia do Buda Daishonin escreveu A Profecia do Buda no quinto mês intercalado11 de 1273, enquanto residia em Ichinosawa durante o seu exílio na Ilha de Sado.12 O título em japonês, Kembutsu Mirai Ki, literalmente significa tornar realidade o que o Buda predisse e deixou como mensagem para o futuro. De um lado, a “profecia”, no título, refere-se à profecia de Shakyamuni, mas, do outro, a verdadeira intenção de Daishonin era revelar a própria profecia. Em primeiro lugar, qual a profecia de Shakyamuni? Não é outra senão a concretização da passagem do capítulo “Os Feitos Iniciais do Bodisatva Rei dos Remédios”, do Sutra do Lótus, citada no início desse escrito: “Após eu ter entrado em extinção, no último período de quinhentos anos, deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], e jamais permitir que ele deixe de existir” [LSOC, cap. 23, p. 330] (CEND, v. I, p. 417). Esta foi a instrução testamental do Buda para que o Sutra do Lótus fosse propagado no mundo inteiro nos Últimos Dias da Lei e para que jamais se permitisse que sua transmissão cessasse. Fazendo alusão a essa passagem, Daishonin, a princípio, afirma que “por um lado, é para mim lamentável” ter nascido nos Últimos Dias da Lei, depois da morte do Buda, pois significava que não poderia se encontrar diretamente com Shakyamuni, que pregou o Sutra do Lótus, ou com os outros grandes mestres que propagaram o ensinamento do Sutra do Lótus (cf. CEND, v. I, p. 417). Mudança de postura de se lamentar para a de se alegrar No entanto, Daishonin observa: “Por outro lado, alegro-me” referindo-se à imensa boa sorte de ter nascido nos Últimos Dias da Lei e testemunhar essas palavras da profecia do Buda sendo concretizadas (cf. Ibidem). À primeira vista, pode parecer que os Últimos Dias da Lei seja uma era deplorável. Daishonin, porém, tem uma opinião diferente. Ele os vê como uma era para se alegrar, na qual o ensinamento do Sutra do Lótus — Nam-myoho-renge-kyo — será propagado, obstáculos serão sobrepujados e o kosen-rufu será realizado. Essa grande mudança de postura de se lamentar para a de se alegrar é muito importante. Decorre da poderosa determinação de Daishonin de propagar resolutamente o ensinamento da Lei Mística [Nam-myoho-renge-kyo] em meio a implacáveis perseguições com o intuito de conduzir aqueles que estão sofrendo à felicidade genuína. Isso nos oferece uma profunda lição. Por exemplo, em vez de simplesmente lamentar quando nos encontramos num ambiente complicado ou em circunstâncias desafiadoras, se mudarmos nossa determinação (ichinen) e assumirmos uma atitude proativa, poderemos transformar a situação. Além disso, quando empreendemos ações não apenas para nós mesmos, mas também para a felicidade de outras pessoas e da melhoria da sociedade, brota dentro de nós a verdadeira alegria. Esse é o significado de desfrutar uma vida de revolução humana. O que torna os membros da Soka Gakkai tão fortes? O que os faz ser tão radiantes e alegres? É seu modo de vida de nobre dedicação ao incomparável objetivo de alcançar a paz mundial, que é em si o kosen-rufu, e não somente à busca da própria felicidade. Hoje, membros de cada país e região, apesar de eles próprios enfrentarem muitos desafios, estendem a mão para incentivar os amigos e companheiros. Algumas pessoas talvez almejem apenas que seus desejos pessoais se concretizem e, passivamente, esperem se tornar felizes. Mas elas podem mudar e se transformar em pessoas que se empenhem de forma alegre e corajosa pela felicidade e pelo bem-estar de outras, com o mesmo espírito do Buda. Esse é o sublime drama da revolução humana, da transformação interior, protagonizado por aqueles que despertam para sua missão como bodisatvas da terra. É o drama que pulsa com o nobre espírito de respeito pela dignidade da nossa vida, bem como pela dignidade da vida dos outros. Sejam sucessores que avançam corajosamente Nichiren Daishonin estava determinado a aliviar o sofrimento de todas as pessoas, sem exceção. Tamanha era a amplitude de sua compaixão. Esse espírito de ilimitada compaixão e tolerância constitui a essência do Budismo Nichiren. Contudo, por mais excelente que seja um ensinamento, sem sucessores para herdá-lo, ele não poderá ser transmitido a muitas pessoas. Em outro trecho de A Profecia do Buda, Daishonin escreve: “Mesmo quando (...) sacerdotes [budistas] partiram do Japão levando alguns sutras para a China, não houve ninguém dessa nação que pudesse abraçar esses escritos e ensiná-los aos demais. Era como se houvesse somente estátuas de pedra ou de madeira vestidas com mantos clericais e carregando uma tigela de mendicância” (CEND, v. I, p. 420). Vocês, meus jovens amigos da DE, são os sucessores, aqueles que “abraçarão e ensinarão” nossos ideais aos demais. Espero que levem adiante o nobre espírito da Soka Gakkai e prossigam avançando intrepidamente no século 21, comprometidos em cumprir a profecia dos dias atuais de concretização do kosen-rufu e de propagação mundial do Budismo Nichiren como religião para o bem do ser humano. Trecho do escrito 2 A Profecia do Buda A Lua surge no oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no leste e irradia seus raios para o oeste. O mesmo se aplica ao budismo. Nos Primeiros e nos Médios Dias da Lei, o budismo propagou-se do oeste para o leste, mas, nos Últimos Dias da Lei, percorrerá do leste para o oeste.13 (CEND, v. I, p. 420) Daishonin tornou realidade a profecia de Shakyamuni Em um trecho anterior a essa passagem, Daishonin enfatiza: “Se não fosse por Nichiren, as palavras do Buda se revelariam falsas” (CEND, v. I, p. 420), e “Em todo o Japão, quem exceto Nichiren pode ser chamado de devoto [praticante] do Sutra do Lótus?” (Ibidem). Com essas palavras, Daishonin declara que só ele tornou a profecia de Shakyamuni realidade. Assegura também que o grandioso ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo, o âmago do Sutra do Lótus, se propagará pelo mundo todo, concretizando a profecia que não pôde ser cumprida ao longo da história do Budismo de Shakyamuni. A propagação do Budismo de Shakyamuni é comparada aqui à Lua, e a do Budismo de Nichiren Daishonin, ao Sol. Daishonin escreve: “A Lua surge no oeste e ilumina o lado leste, enquanto o Sol nasce no leste e irradia seus raios para o oeste” (CEND, v. I, p. 420). Talvez vocês estejam pensando: “Tanto a Lua como o Sol não nascem no leste e se põem no oeste?” Embora isso seja verdade, a afirmação de Daishonin reflete as ideias do seu tempo. Uma teoria diz que, como a lua parece se mover para o leste pouco a pouco a cada dia, a partir de onde ela surge no céu inicialmente, considerava-se que ela nascesse no oeste e iluminasse o leste. Outra teoria é que se trata de uma metáfora para o fato de a lua nova surgir baixa no lado oeste do céu logo após o pôr do sol e iluminar o leste antes de se esconder rapidamente. Do mesmo modo que a lua aparenta se mover do oeste para o leste, o Budismo de Shakyamuni se propagou do oeste, Índia, conhecida como a terra da lua, para o Japão, no leste. Esse acontecimento é chamado transmissão do budismo para o leste. E assim como o sol nasce no lado leste do céu e se move para o oeste, o grandioso ensinamento de Nichiren Daishonin, Nam-myoho-renge-kyo, se propagará a partir do Japão, país localizado no leste em direção a oeste. Em A Profecia do Buda, Daishonin apresenta a própria profecia: “Digo que o budismo infalivelmente se levantará e se propagará a partir do leste, das terras do Japão” (CEND, v. I, p. 421). Esse fato é denominado retorno do budismo para o oeste. Significa concretizar o kosen-rufu na Ásia e no mundo inteiro, conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à felicidade por meio dos ensinamentos universais do Budismo Nichiren. A Soka Gakkai concretiza o retorno do budismo para o oeste No verão de 1951, pouco depois da posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda publicou um artigo na revista Daibyakurenge, intitulado “História e Convicção da Soka Gakkai”, no qual cita a passagem anterior, referente ao retorno do budismo para o oeste, dizendo: “A Soka Gakkai demonstra fé absoluta nessas palavras e age para torná-las realidade”.14 E foi a Soka Gakkai que propagou os ensinamentos humanísticos de Nichiren Daishonin para o mundo e concretizou a profecia do Buda de retorno do budismo para o oeste. Dirigindo-se a um grupo de jovens [em 1957, antes da fundação da Divisão dos Estudantes], Toda sensei expressou: “No futuro, devemos construir um mundo pacífico, de cidadania global,15 livre de divisões nacionais ou étnicas — um mundo no qual todos possam experimentar a verdadeira felicidade. Espero que se lembrem do que eu disse aqui hoje e contribuam para alcançar esse sonho, um pouco que seja”. Com essa passagem sobre o retorno do budismo para o oeste de A Profecia do Buda gravada no coração e Toda sensei sempre em meu pensamento, plantei as sementes da Lei Mística e incentivei as pessoas em diversos países. Também falei aos membros da DE sobre a questão do retorno do budismo para o oeste. Na primeira convenção da DE-Herdeiro, realizada em agosto de 1968, com a participação de representantes de todo o Japão, mencionei essa passagem de A Profecia do Buda. Então, instei-os a tentar, em primeiro lugar, dominar um idioma estrangeiro. Estava convicto de que a proficiência em língua estrangeira seria essencial para cultivar líderes para assumir a responsabilidade pela nova era e cidadãos do mundo para edificar a paz na sociedade global. Os jovens presentes naquele dia hoje são atuantes em muitas áreas em vários países. Meu maior desejo é que todos vocês, jovens que estão vivendo nesta nova era global, tenham sonhos, esperanças e ideais ainda mais grandiosos; que façam do estudo prioridade máxima e aprendam tudo o que puderem; e que desenvolvam seu potencial, alçando voo livremente na sociedade e no mundo. Sejam pessoas de coragem, com uma vida profunda Na parte final de A Profecia do Buda, Daishonin menciona as palavras do grande mestre Dengyo: “Descartar o superficial e buscar o profundo é próprio de uma pessoa de coragem” (CEND, v. I, p. 422). Certa ocasião, também dediquei essa passagem, como um princípio norteador, aos membros do Grupo Jovens Fênix16 da Divisão dos Estudantes. Essas palavras nos exortam a rejeitar uma vida superficial, dominada pelas circunstâncias e preocupada somente em buscar prazer pessoal, e, em vez disso, a escolher uma vida nobre e profunda dedicada ao sublime ideal do kosen-rufu e da paz mundial. Essa é a conduta “própria de uma pessoa de coragem”. Além de ser praticante que permanece firme no caminho correto, a pessoa de coragem possui um caráter extraordinário. Seu coração é munido do espírito intrépido e desafiador de um leão de devotar a vida a cumprir o grande juramento pelo kosen-rufu. Rede solidária de pessoas comuns dedicada à construção de uma era de coexistência pacífica Neste momento em que a humanidade continua enfrentando desafios do contexto global, pessoas de todas as esferas expressam esperança e louvor à rede do bem da SGI em 192 países e territórios. O Dr. N. Radhakrishnan, notável ativista indiano dos direitos humanos, disse no passado que a SGI se tornou um maravilhoso movimento com mais de 10 milhões de ardorosos membros. Acrescentou também que ela envia ondas de paz para um mundo no qual muitos países ainda se encontram dilacerados por contendas e serve como excelente exemplo da força de pessoas que se unem por uma causa grandiosa e positiva.17 Hoje, mais que nunca, o mundo necessita intensamente de uma rede solidária de pessoas comuns dedicada à construção de uma era de coexistência pacífica. De fato, a palavra “Soka”, de Soka Gakkai, significa “criar valor”. Nosso desafio como pessoas que abraçam os ideais do humanismo Soka é conseguir empregar nossa sabedoria e criatividade para estabelecer laços de coração a coração entre os indivíduos, não importando quais sejam nossas circunstâncias ou a distância que possa nos separar, e criar novos valores da paz, da dignidade humana e da felicidade. Como jovens fênix de uma nova era, alcem voo repletos de alegria e de dinamismo, numa magnífica jornada pela concretização da paz mundial. Voo excelente e bailar alegre como bodisatvas da terra Gostaria agora de oferecer, mais uma vez, aos integrantes da Divisão dos Estudantes de todos os lugares as palavras com as quais encerrei meu editorial de 1965, Jovens Fênix, Alcem Voo para o Futuro!: “Meus jovens amigos, que vocês sempre mantenham a fé com a pureza de coração, levem avante o verdadeiro espírito da Soka Gakkai e voem e bailem livremente sobre o alicerce construído por seus predecessores com sinceros esforços. Vivam cada dia com alegria, confiantes de que, à medida que vocês crescerem esplendidamente e se levantarem juntos como um único corpo, chegará a época para a concretização do grande juramento pelo kosen-rufu. Oro pelo desenvolvimento de vocês de forma magnífica como jovens bodisatvas da terra que se empenham pelo bem da sociedade, da Lei Mística e de si próprios”. (Daibyakurenge, edição de agosto de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI No topo: Jovens do continente africano interagem com membros da Divisão dos Estudantes no Auditório Memorial Toda (Tóquio, Japão, set. 2023) Foto: Seikyo Press Notas: 1. A Divisão dos Estudantes (ensino médio) [DE-Herdeiro] foi estabelecida em 7 de junho de 1964; a Divisão dos Estudantes (ensino fundamental 2) [DE-Esperança], em 15 de janeiro de 1965; e a Divisão dos Estudantes (ensino fundamental 1) [DE-Futuro], em 23 de setembro de 1965. As três juntas compreendem a Divisão dos Estudantes. 2. A Profecia do Buda foi escrita no décimo primeiro dia do quinto mês intercalado de 1273, enquanto Nichiren Daishonin residia em Ichinosawa, na Ilha de Sado, onde ficou exilado. Não é endereçada a nenhuma pessoa em particular e pode ser considerada como uma mensagem para todos os discípulos de Daishonin. 3. Último período de quinhentos anos: Indica o último dos três períodos após a morte do buda Shakyamuni. Os primeiros mil anos após a morte dele correspondem aos Primeiros Dias da Lei, os mil anos seguintes, aos Médios Dias da Lei, e o último período de quinhentos anos, ao início dos Últimos Dias da Lei. 4. “Quatro categorias de veneráveis”: Mestres budistas em quem as outras pessoas podem confiar. Apesar de o termo “quatro categorias” referir-se aos quatro níveis de compreensão, a denominação “quatro categorias de veneráveis” é, com frequência, empregada como um termo genérico para esses mestres budistas, independentemente do nível de compreensão. 5. Tiantai (538–597), também conhecido como Zhiyi, Tiantai Zhizhe, grande mestre Tiantai e grande mestre Zhizhe. Propagou o Sutra do Lótus na China e estabeleceu a doutrina dos “três mil mundos num único momento da vida”. Dengyo (767–822), também conhecido como Saicho, foi o fundador da escola Tendai (Tiantai) no Japão. Ele viajou para a China, onde dominou os ensinamentos de Tiantai. 6. Nascimento, envelhecimento, doença e morte são os “quatro sofrimentos fundamentais”, dos quais nenhum de nós consegue escapar. Os ensinamentos do budismo foram expostos para habilitar as pessoas a ultrapassar esses sofrimentos. 7. Shakyamuni: Também conhecido como buda Gautama, é o fundador do budismo. 8. Bodisatvas da terra: A imensa multidão de bodisatvas que o buda Shakyamuni convoca para propagar o Sutra do Lótus na era maléfica após a sua morte e guiar eternamente todas as pessoas à felicidade. Eles emergem da terra no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, daí o referido título. Cada um deles é um grande bodisatva — de brilho dourado, magnífico e firme em seu propósito — acompanhado por um séquito de amigos e companheiros em número igual às areias de sessenta mil rios Ganges. 9. Os Últimos Dias da Lei indicam o período após a morte de Shakyamuni em que seus ensinamentos perderiam a eficácia e se fossilizariam, e o mundo seria atormentado por disputas e conflito. Nichiren Daishonin surgiu durante essa época e expôs o grandioso ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo para aliviar os sofrimentos das pessoas dos Últimos Dias da Lei por toda a eternidade. 10. Três primeiros presidentes da Soka Gakkai: Primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi; segundo, Josei Toda; e terceiro, Daisaku Ikeda. Eles também são conhecidos como os três presidentes fundadores da Soka Gakkai. 11. Mês intercalado: No período pré-moderno, o Japão, assim como a China, registrava datas com base no calendário lunar. O Dia de Ano-Novo no calendário lunar, considerado o início do primeiro mês e da primavera, variava de ano para ano, mas sempre incidia em alguma data entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro do calendário solar, ou gregoriano. Como os meses do calendário lunar eram mais curtos que os do solar, era necessário acrescentar um mês extra a certos intervalos, para que o ano lunar correspondesse com precisão às estações. Esse mês é conhecido como mês intercalado e ocorria regularmente cerca de uma vez a cada 33 meses. Nas traduções, esses meses são indicados pela palavra “intercalado”, como em “quinto mês intercalado”. 12. Exílio em Sado: Exílio de Daishonin na Ilha de Sado, na costa oeste do Japão, desde o décimo mês de 1271, após a Perseguição de Tatsunokuchi, ocorrida no décimo segundo dia do nono mês de 1271, até o terceiro mês de 1274. Nos dois anos e cinco meses em que Daishonin permaneceu em Sado, não tinha alimento e vestimentas suficientes e sua vida permaneceu sob constante ameaça dos seguidores do Nembutsu. Durante esse período sombrio, porém, ele redigiu várias importantes obras, dentre as quais Abertura dos Olhos e O Objeto de Devoção para Observar a Mente, e proporcionou incentivos aos seus seguidores. 13. Refere-se ao “retorno do budismo para o oeste”. 14. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu, [Obras Completas de Josei Toda]. v. 3, Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1983. p. 127. 15. O presidente Josei Toda enunciou pela primeira vez seu conceito de cidadania global num seminário de estudo da Divisão dos Jovens em 1952. Trata-se da ideia de que todas as pessoas do mundo fazem parte de uma família global e devem buscar a prosperidade mediante a cooperação mútua e a harmonia, em vez de se envolverem em conflitos e discriminação. 16. Grupo Jovens Fênix: Grupo de Aprimoramento para membros da Divisão dos Estudantes Herdeiro estabelecido em 1966. 17. Traduzido do japonês. RADHAKRISHNAN, N. Ganji Kingu Ikeda; Hiboryoku to Taiwa no Keifu [Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Daisaku Ikeda como Defensores da Não Violência]. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 2002. p. 127.
01/11/2023
Na prática
TC
Como o budismo nos ajuda a superar momentos de profundo sofrimento
Todos passam por desafios A dor e o sofrimento são sensações [desconfortáveis] das quais os seres humanos certamente vão enfrentar. Como apresentado anteriormente, todos podem, a partir desses eventos, absorver, ponderar e transformar essa condição. E o desconforto pode despertar nas pessoas o senso da perseverança, a capacidade para lidar com determinadas circunstâncias e também a resiliência (habilidade de se adaptar aos dramas da vida). Para a psicóloga e pós-graduanda em Atendimento de Casal e Família na Abordagem Sistêmica, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ana Paula Dias, é essencial que as pessoas que passam por uma situação difícil encarem o sofrimento. “Precisamos perceber que isso faz parte do mundo e vai acontecer com qualquer um. Então, devemos enfrentar e viver essa dor, porque, a partir disso, conseguimos entender o que está acontecendo. ‘Para mim, são os melhores professores da existência’”,1 revela. Ou seja, podemos, diante de uma circunstância, adquirir sabedoria emocional e espiritual, pôr em prática essa sapiência, e converter tudo em aprendizado. Por esse motivo, o budismo praticado pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) se torna um notável instrumento para reunir a sabedoria necessária para os momentos de desventura. Na sequência, vamos entender mais essa afirmação. Direcionar o coração a algo grandioso No século 13, o coração de Nichiren Daishonin se angustiava com o sofrimento do povo japonês em um período de extremas calamidades que assolavam o país — grande terremoto, peste, inundação, fome, clima anormal, e iminente guerra civil. Para imprimir esperança naquelas pessoas, Daishonin propagou o Nam-myoho-renge-kyo, com o propósito de despertar nelas força, sabedoria e coragem para que superassem tempos de grandes provações. No romance Nova Revolução Humana, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, retrata o espírito combativo e abnegado de Daishonin: — Nichiren foi um líder budista que se levantou com o propósito de salvar o Japão numa época em que a população sofria com desastres naturais e estava atemorizada sob a ameaça de uma iminente revolta interna e invasão estrangeira. Ele defendia a ideia de que os homens são a base de uma sociedade e de uma nação, e ensinou o princípio filosófico que faz com que o coração humano passe da destruição para a construção, do egoísmo para o altruísmo, da passividade para a ação, a fim de transformar o povo no protagonista da sociedade e do estabelecimento da paz perene.2 Guardada as devidas diferenças de época, atualmente, a humanidade vivencia dramas igualmente profundos. Conflitos de décadas se acentuando, mudanças climáticas e incertezas econômicas, além de eventos cotidianos enfrentados pelas pessoas como o desemprego, fragilidade na saúde física e mental, desarmonia nas relações, entre outras situações complexas. Por essa razão, os ensinamentos budistas apresentam o princípio de “transformação da fé em sabedoria” (ishin-daie, em jap.). Conforme o conceito, sabedoria é muito mais ampla e profunda que “inteligência” ou “conhecimento”. Sobre isso, o presidente Ikeda diz: “No budismo, fé significa ter um coração límpido, flexível e aberto. Fé é a função da vida humana que dispersa as nuvens escuras da dúvida, da angústia e do arrependimento e direciona o coração a algo grandioso”.Isto é, uma pessoa de fé é aquela que cultiva uma verdadeira personalidade e se mantém emocionalmente equilibrada em todos os momentos da vida, mesmo diante de uma grande dificuldade. E a fé é convertida em sabedoria quando buscamos soluções para esses impasses, não importando quantas vezes tenhamos tentado. Portanto, a fé nos torna pessoas radiantes e determinadas, e a sabedoria nos conduz à melhor resolução com a convicção de que a vitória é certeira. A seguir, vamos compreender o princípio pela perspectiva do presidente Ikeda. Emanar inabalável energia da vida Ao suportamos as adversidades, aparentemente intransponíveis, especialmente nos momentos de grande apreensão, e recitarmos daimoku com fé [acreditar no potencial inerente para transformar a situação], uma inabalável energia da vida é emanada, e manifestamos a sabedoria capaz de traçar caminho que conduz a soluções para os impasses enfrentados. Além disso, com sabedoria, tornamos essa experiência adversa em rico aprendizado. A esse respeito, Ikeda sensei afirma: O budismo ensina o princípio de “transformar fé em sabedoria”. Uma oração poderosa faz emergir sabedoria. Por favor, avance com a recitação de daimoku em primeiro lugar, acreditando em si mesma e com fé no Gohonzon mais que qualquer outra pessoa.4 Como Ikeda sensei menciona, a energia vital é importante para a transformação da fé em sabedoria. E ele vai além: O grande poeta romano Virgílio (70–19 a.E.C.) escreveu: “Não se deve dar lugar a essas adversidades, mas sim enfrentá-las ainda mais corajosamente onde quer que sua boa sorte o permitir.” Este é o segredo para afugentar a infelicidade, disse Virgílio. (...) Jean-Christophe, herói do romance de mesmo nome de Romain Rolland (1866–1944), brada: “Como é bom ser forte! Como é bom sofrer quando se é forte!” Ele também diz: “Deixe que me façam sofrer!... O sofrimento também é vida!” Uma pessoa forte, que tem uma forte energia vital, transforma todos os sofrimentos e tristezas em um elemento essencial para a felicidade. (...) Não há vida livre de sofrimentos. Em nossas atividades da SGI, em nosso trabalho e em nossa vida em geral, somos confrontados, em certo sentido, por uma contínua série de problemas e sofrimentos. Mas a Lei Mística é a Lei maravilhosa que transforma todos esses sofrimentos em elementos e causas essenciais para a felicidade. (...) Consequentemente, é importante passar por amargas dificuldades. A tristeza, a dor e as batalhas são algo que ninguém pode evitar. A única maneira de atingir a felicidade é marchar inflexivelmente. (...) O objetivo da fé é nos tornar ainda mais fortes.5 Conheceremos no trecho seguinte, a história da Cristina Serravalle, uma carioca guerreira, que extrai sabedoria do daimoku há quarenta anos. Converter fé em sabedoria e coragem Meu nome é Cristina Serravalle, mas alguns me chamam de Tina, e moro no Flamengo, bairro do Rio de Janeiro. Às vezes, perguntam-me como cheguei a essa condição de enxergar o mundo com lentes coloridas. Logo eu, que nasci de cesariana, saindo da maternidade com 900 gramas, frágil demais e com a formação dos olhos incompleta. Tinha dificuldade para engolir (disfagia) e outras sequelas. Eu me considero uma pessoa irreverente, feliz com o que a vida me proporciona. Aprendi tudo isso no budismo. Minha mãe foi a primeira a encontrar a Soka Gakkai no período em que eu estava com 26 anos e cursava letras. Isso aconteceu em 1982, e só depois de dois anos decidi me converter ao budismo, em uma data para ficar na história: 24 de agosto, a mesma data de conversão do presidente Ikeda. Na adolescência, por consequência do glaucoma, fiquei cega. No meio desse caminho, a música surgiu em minha vida. E hoje, o violão se tornou meu fiel companheiro. Nessa época, eu era muito tímida. No entanto, aos poucos, a voz quase inaudível foi ganhando força, sempre à base de muito incentivo e daimoku. A partir de então, o Nam-myoho-renge-kyo passou a ser meu canto da vitória. Nunca vi a deficiência como barreira, pois a prática budista sempre me proporcionou força e sabedoria. Por isso, após cursar letras, eu me formei também em direito. Hoje, ainda trabalho, e na área de administração de imóveis. Além disso, com o coração alegre, falo com muita naturalidade sobre o Budismo Nichiren para as pessoas. Por fim, no ano que vem completo quarenta anos de Soka Gakkai. Sigo confiante, visualizando 2030. Quero chegar lá radiante e feliz. Diante da perda da visão na juventude, praticar o Budismo Nichiren foi determinante para Cristina converter fé em sabedoria, e enfrentar com muita coragem uma nova e desafiadora circunstância de vida. No próximo trecho, Ikeda sensei apresenta diretrizes para que as pessoas manifestem plena determinação em momentos de sofrimento, tanto pela felicidade de si como das pessoas ao redor. Indicação para a vitória Oração em primeiro lugar O primeiro ponto é “toda vitória começa com a oração”. No salão principal do auditório, o qual pode ser observado pelo retrato de Makiguchi sensei e de Toda sensei, minha esposa e eu recitamos gongyo e daimoku de forma solene, manifestando gratidão à virtude da “devoção abnegada pela propagação da Lei” dos primeiros presidentes. Ao mesmo tempo, oramos sinceramente pela concretização do grande desejo do kosen-rufu mundial e pela felicidade e vitória dos precisos amigos (...) de todo o país e do mundo inteiro. Nichiren Daishonin declara: “Os benefícios do Sutra do Lótus, que venho recitando durante estes vários anos, têm de ser mais vastos que o céu”.6 É imensurável o daimoku para si e para os outros que nós, mestre e discípulos Soka, recitamos com o mesmo juramento do desejo de Daishonin, que visa o kosen-rufu e “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Esses benefícios são equivalentes a abraçar grandiosamente este planeta azul. Empenhar-se na prática e no estudo do budismo O segundo ponto é que toda luta pelo kosen-rufu é para a própria revolução humana. (...) Em agosto [1957], sessenta anos atrás, (...) [Toda sensei] incentivou os amigos recém-convertidos e orou para que todos pudessem experimentar a alegria da prática da fé. Na diretriz para cada um realizar sua prática da fé para conquistar a felicidade se encontra o foco perspicaz de Toda sensei. Para isso, ele nos ensinou a agir como bodisatvas da terra e a enfrentar as dificuldades. Tal como a rotação do nosso planeta Terra e da translação em volta do Sol, a revolução humana e o kosen-rufu em conjunto magnífico criam ilimitados seres humanos de valor. (...) Empenhar-se com coragem diariamente nos dois caminhos da prática e do estudo, pela ampla propagação da Lei e para “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” — são as dinâmicas atividades da Soka Gakkai que conduzem todos a transformar o destino e a alcançar a condição de felicidade absoluta.7 Experimentar uma incrível sensação de paz e de satisfação Como vimos no decorrer da matéria, impreterivelmente todos enfrentarão desafios ao longo da jornada. Defrontá-los com resoluta determinação e ainda assim extrair importantes aprendizados — tal como mencionado pela psicóloga Ana Paula Dias — serão em decorrência de vasta condição de vida. E a prática budista é uma aliada poderosa para converter fé em sabedoria em momentos de profunda dor —, assim como a Tina fez para transformar o sabor amargo da notícia da perda da visão, em oportunidades de autoconhecimento para enfrentar e superar aquele drama. Ikeda sensei reitera que a oração em primeiro lugar, a prática e o estudo do budismo são fundamentais para que se extraia energia e sabedoria do âmago da vida: “Quando conseguimos superar um obstáculo, podemos experimentar uma incrível sensação de paz e de satisfação. Em contrapartida, essa condição de vida não chega nunca para aqueles que se esquivam das dificuldades, tentando evitar os desafios”.8 Ele diz ainda: “Em meu interior, cultivo romantismo e emoções. Com a minha sabedoria de mortal comum, não conseguirei grandes feitos. Mas, convencido de que a fé se transforma em sabedoria, recito daimoku com o coração sincero e compenetrado, e eu me esforço ao máximo pela causa da reconstrução”.9 Dessa forma, com a recitação constante do daimoku repleta de intensa fé, o estudo do budismo para compreender com profundidade a dinâmica insondável da vida e o contato com as orientações de Ikeda sensei para acalentar o coração e a mente inquietos, transforme desespero (sofrimento) em esperança, esperança em sabedoria, sabedoria em ação — e o resultado certamente será de grande progresso e importantes aprendizados. No topo: "Não há vida livre de sofrimentos. Em nossas atividades da SGI, em nosso trabalho e em nossa vida em geral, somos confrontados, em certo sentido, por uma contínua série de problemas e sofrimentos. Mas a Lei Mística é a Lei maravilhosa que transforma todos esses sofrimentos em elementos e causas essenciais para a felicidade" Foto: Getty Images Notas: 1. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/especialistas-indicam-que-possivel-aprender-com-sofrimento-22815802.html. Acesso em: 13 out. 2023. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 6, p. 88, 2019. 3. Idem. Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2001. p. 60. 4. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 29, p. 328, 2020. 5. Brasil Seikyo, ed. 1.276, 11 jun. 1994, p. 3. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 338, 2017. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.371, 13 maio 2017, p. B2-B3. 8. Terceira Civilização, ed. 491, jul. 2009, p. 42. 9. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 74.
01/11/2023
Mural
TC
Seja bem-vindo ao Mural da TC!
Nada melhor que uma seleção especial de músicas para acompanhar uma boa leitura. A TC prepara uma playlist chamada Propagar a Cultura do Humanismo com recomendações de trilha sonora para você. Acesse pelo link: Propagar a Cultura do Humanismo No topo: Mural da edição de outubro.
02/10/2023
Editorial
TC
Conexões que transformam o mundo
Em setembro [2023], ocorreu o Curso de Aprimoramento dos Jovens da Soka Gakkai Internacional (SGI), no Japão, com a participação de mais de cem representantes de 44 países e territórios. Essa edição foi a primeira a acontecer após a interrupção desses eventos, em razão da pandemia do coronavírus. Por esse motivo, o encontro foi permeado de alegria, emoção e decisão dos componentes de expandirem — junto com os membros da SGI de seu respectivo país — os ideais de paz, cultura e educação fomentados pela organização. O curso de aprimoramento dos jovens no Japão é um retrato da determinação do presidente Ikeda em outubro de 1960, quando se deu a primeira viagem dele para o exterior, com o propósito de semear os princípios humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin pelo mundo. Após mais de seis décadas, a organização se desenvolveu amplamente, e os membros da SGI têm se dedicado a ser excelentes cidadãos, enquanto continuam a realizar a prática budista para superar os desafios pessoais. É como o exemplo de empenho e superação de Grady Tesh,1 integrante da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da SGI-Estados Unidos, participante do curso de aprimoramento. Como músico de jazz que percorre o mundo, Grady diz que chegou a enfrentar problemas de saúde mental. Em 2012, ele deixou sua terra natal, Utah, para estudar na Faculdade de Música da Universidade de Nova York. Grady ficou perplexo com sua vida na cidade, onde as relações humanas eram escassas, e, no final do primeiro semestre de estudos, foi diagnosticado com depressão. Não queria ver ninguém. Foi nesse momento que ele pegou um CD aleatoriamente. Era um álbum do lendário músico de jazz Wayne Shorter. Ele ficou fascinado com a performance do músico, repleta de energia e vitalidade, que transbordava uma rica humanidade. Ao ler a autobiografia de Shorter, nela constava o relato de experiência da fé do artista, no qual narrava a luta dele contra as adversidades como membro da SGI. Então, Grazy pesquisou o site da SGI-Estados Unidos e descobriu como recitar Nam-myoho-renge-kyo. “Senti uma esperança e energia brotando de dentro de mim”, diz. Foi o tema cultura humanística da SGI que cativou o jovem estadunidense e que também encanta milhares de pessoas ao redor do mundo. Para saber mais sobre o tema, leia a matéria de Capa da edição. E veja ainda a seção Na Prática e compreenda como ressignificar as experiências do passado, criando um novo estímulo para aprimorar e elevar a vida neste momento, promovendo a construção de um futuro mais humano e compassivo, assim como fez o jovem Grady Tesh. Essa é nossa expectativa e nosso desejo, estimado leitor. Ótima leitura! Redação Nota: 1. Cf. publicado no Seikyo Shimbun, 15 set. 2023. Acesse o link e assista ao resumo do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI. Curso de Aprimoramento
02/10/2023
Reflexões Sobre a NRH
TC
[107] Malásia — irradiando o brilho dourado da esperança
Pela manhã, minha esposa e eu nos sentamos diante do Gohonzon que consagramos em nosso apartamento no hotel e oramos sinceramente pela saúde, longevidade e boa sorte dos nossos companheiros da Malásia. Também oramos pela saúde e pelo bem-estar de nossos amigos da Soka Gakkai Internacional (SGI), para que sejam felizes e desfrutem grandes benefícios. Após terminarmos o gongyo, peguei o título de doutor honoris causa em letras que havia recebido da Universidade Putra Malásia e o coloquei diante de uma fotografia do meu mestre, Josei Toda, oferecendo-lhe humildemente a homenagem. Então, abri e olhei o diploma junto com minha esposa. Recordei-me com afeto das muitas conversas que tive com Toda sensei sobre questões educacionais. O grande filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712–1778) disse: “Homens, sejam humanos. Esse é seu primeiro dever. Sejam humanos com todos, independentemente de sua condição social ou idade… Que sabedoria há para vocês além da humanidade?”.1 Devemos sempre ser humanos e servir à humanidade. Esse é o espírito da SGI. A estonteante visão do Petronas Twin Towers, edifício mais alto do mundo.2 Fileiras de novos arranha-céus em construção, competindo uns com os outros para alcançar o céu. Um verde exuberante que parecia mais viçoso a cada nova chuva. Cada vez mais a Malásia reluz de esperança, resplandecendo com um indestrutível brilho dourado. Essas são as minhas impressões sobre o país em curta estada em Kuala Lumpur, capital da Malásia, após a minha chegada em 27 de novembro (de 2000). Foi minha primeira visita à “península dourada” da Malásia depois de doze anos. A SGI-Malásia também teve um impressionante progresso. No próximo ano, o tão aguardado Grande Centro Cultural da SGI-Malásia será concluído em Bukit Bintang (um lugar cujo nome significa “Colina das Estrelas”), próximo ao centro de Kuala Lumpur. Fico profundamente emocionado ao pensar na infinidade de talentosos defensores da cultura e da contribuição social que essa nova “fortaleza da cultura” produzirá no século 21. Relembro-me de um dos nossos membros pioneiros nos primeiros dias do nosso movimento na Malásia: Koe Teng Leng. Ele era irmão mais velho do atual diretor-geral da SGI-Malásia, Koe Teng Hong. Como primeiro responsável pela Regional Malásia, trabalhou incansavelmente pela felicidade e pelo bem-estar dos demais. Infelizmente, faleceu repentinamente em 1982 devido a uma doença. Tinha na época apenas 58 anos. Teng Leng era mais que um irmão mais velho para Teng Hong; era também, em muitos sentidos, um pai. Quando o pai deles faleceu, Teng Leng começou a trabalhar para sustentar a família, e Teng Hong ainda era uma criança na época. Posteriormente, Teng Leng decidiu emigrar da China para Penang, na península da Malásia, pois acreditava que ganharia mais para sustentar a família. Ele enviava todo o seu salário para a família, possibilitando que Teng Hong estudasse. Aos 16 anos, graças novamente ao apoio do irmão, Teng Hong juntou-se a Teng Leng na Malásia. Ele também conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin com Teng Leng. Essa é realmente uma bela história de amor fraternal. Quando Teng Hong perdeu seu querido irmão, que havia sido como um pilar de sua existência, sentiu uma profunda tristeza, mas se levantou com a firme determinação de conduzir a missão do irmão. Teng Hong se tornou mais tarde segundo responsável pela Regional Malásia. Quando a SGI-Malásia foi legalmente instituída, em junho de 1984, Teng Hong atuou como primeiro diretor-geral. Ele é um homem de integridade e senso de propósito que continua a trabalhar vigorosamente pelo kosen-rufu até os dias de hoje. No dia 28 de novembro, um dia após chegar a Kuala Lumpur, minha esposa e eu participamos da cerimônia em memória de Koe Teng Leng e de Teh Goik Dee, sua esposa, que falecera depois dele, e de outros membros que trabalharam arduamente nos primeiros dias do nosso movimento na Malásia. Teng Hong continua profundamente grato a seu irmão, que o educou e cuidou dele. Como diretor-geral, empenha-se para ser como um irmão mais velho e como um pai para os jovens membros, fazendo o máximo para apoiá-los e criá-los. O futuro repousa nas mãos dos jovens. Quando criamos os jovens como nosso tesouro mais precioso, o sol da esperança brilha radiantemente. Elevando ao alto o estandarte da paz, cultura e educação, a SGI-Malásia vem se empenhando ativamente a fim de contribuir para a sociedade e ajudar a moldar o século 21. O termo “Soka”, de Soka Gakkai, significa “criação de valor”. A guerra, que destrói tudo em seu caminho e rouba a preciosa vida das pessoas, é o mais bárbaro dos atos e a maior mostra de “antivalor”. Por isso, o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, lutou contra o movimento militarista do Japão, foi preso e morreu no cárcere por suas crenças. Nós, seus sucessores, herdamos esse espírito e aspiramos a criar uma paz duradoura. Uma educação que desenvolve os indivíduos é a base da criação de valor. Essa foi uma das razões pelas quais a Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] originalmente se iniciou como Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] e por que seus membros eram na maioria educadores. Quando se cria valor, ele floresce como cultura, que, por sua vez, nutre e enriquece a sociedade. Nesse sentido, promover atividades voltadas para a paz, educação e cultura é a missão social da Soka Gakkai, a qual se baseia na filosofia humanística do budismo. Durante essa visita, encontrei-me com o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad, após doze anos. Nessa ocasião, ele falou de sua crença de conduzir uma vida que contribua para a sociedade. A SGI-Malásia vem cultivando belas flores de cultura humanística que estão desabrochando na sociedade malaia e, em consequência, vem conquistando ampla confiança e louvor. Em especial, a participação dos membros da SGI-Malásia na cerimônia de abertura da 16ª edição dos Jogos da Comunidade Britânica em Kuala Lumpur, ocorridos em setembro de 1998, conquistou grandes elogios. Atletas de setenta países e regiões reuniram-se para tomar parte nos jogos e 5 mil membros da SGI-Malásia apresentaram um magnífico espetáculo de painel humano durante a cerimônia de abertura no Estádio Nacional — uma celebração do ideal de paz. Entre os aproximadamente 100 mil espectadores estavam o rei da Malásia, Tuanku Ja’afar, e o primeiro-ministro Mahathir. Com a mensagem Malaysia Boleh! (“Malásia Consegue!”), essa bela mostra de perfeita união infundiu coragem, confiança e alegria não somente aos companheiros da SGI-Malásia, mas a todo o povo malaio. O ministro da Juventude e dos Esportes, responsável pelos jogos, elogiou a apresentação, afirmando que os membros da nossa organização no país possuíam o nobre espírito da Malásia. A cerimônia de abertura foi transmitida via satélite para cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Isso deve ter proporcionado um grande encorajamento e inspiração aos integrantes da SGI! A SGI-Malásia tornou-se uma luz que ilumina o mundo! Há um antigo provérbio malaio que diz: “O mar acolhe todos os rios que afluem a ele, e a floresta aceita toda folha que cai”. Que sabedoria generosa e abrangente! Com base nesse espírito tolerante, nossos companheiros da SGI-Malásia vêm ampliando o círculo de confiança e de amizade nesse país de cultura multiétnica sem divergências ou conflitos. Fico profundamente comovido com a sabedoria que os membros malaios têm demonstrado, usando o diálogo para expressar seus sentimentos sinceros e verdadeiros, conquistando assim o coração das pessoas. Um diálogo sincero é a chave para fortalecer os laços de compreensão e de coração a coração entre as pessoas. Lembro-me novamente das palavras de Rousseau: “A habilidade para falar ocupa o primeiro lugar na arte de agradar”.3 Meus queridos amigos da primeira turma da Universidade Soka da América, todos aguardam ansiosamente o crescimento, a vitória e o êxito de vocês! No topo: Presidente Ikeda participa de uma reunião com representantes da SGI-Malásia no dia 1o de dezembro de 2000 Notas: 1. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emile, or On Education [Emílio, ou A Educação]. Tradução: Allan Bloom. Londres: Penguin Books, 1979. p. 79. 2. Atualmente (2023), o edifício mais alto do mundo é Burj Khalifa, em Dubai, Emirados Árabes. 3. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emile, or On Education [Emílio, ou A Educação]. Tradução: Allan Bloom. Londres: Penguin Books, 1979. p. 375.
02/10/2023
Estudo
TC
[63] A Herança da Suprema Lei da Vida — a humanidade aguarda o crescimento de vocês
Explanação Cada um de vocês, integrantes da nossa Divisão dos Estudantes (DE), é a luz de esperança para a humanidade e um tesouro do mundo. Vocês são os protagonistas do século 21 que abrirão o caminho para um futuro mais auspicioso. São os Corredores da Justiça que contribuirão para a construção da era da vitória do povo que chamamos de kosen-rufu e paz mundial. Existem três razões que me fazem ter a certeza disso. A primeira é que a Lei Mística que vocês abraçam desde tão jovens é a Lei fundamental do universo por meio da qual todas as pessoas podem se tornar felizes. É a fonte para criar ilimitado valor. Como praticantes do Budismo Nichiren, vocês podem manifestar livremente o potencial colossal da vida. A segunda é que vocês todos são bodisatvas da terra1 que emergiram bailando neste mundo, com a missão de propagar a Lei Mística e construir uma rede de felicidade. A terceira é que pessoas ao redor do mundo, inclusive seus familiares e membros da localidade, depositam fé no potencial de vocês; elas estão orando por vocês e aguardando ansiosamente pelo seu crescimento. “Oh, sejam os pilares da nossa era!” Quero que todos vocês se tornem extraordinários líderes do kosen-rufu e da sociedade, corajosos defensores das nobres pessoas comuns. Com esse desejo em mente, compus a canção da Divisão dos Estudantes Corredores da Justiça.2 O verso “Oh, sejam os pilares da nossa era!” expressa minha confiança no brilhante sucesso e na vitória de vocês. Isso porque o futuro do kosen-rufu depende inteiramente de vocês, nossos jovens sucessores. Dar um intrépido passo avante, valorizando o momento presente A juventude é o maior de todos os tesouros. Também é um período de muitos problemas e de dificuldades. Mas, não importando qual seja a sua situação ou mesmo que as coisas não saiam como esperavam, como estão praticando o Budismo Nichiren agora, o caminho diante de vocês é radiante e repleto de possibilidades. Com certeza, no futuro, vocês poderão abrir as asas e voar livremente. Do contrário, os ensinamentos do budismo seriam mentira. Portanto, com espírito invencível, tentem aproveitar ao máximo o presente e dar um intrépido passo avante. Recitem Nam-myoho-renge-kyo com seriedade, estudem com afinco e fortaleçam a si próprios. A fé na Lei Mística lhes fornece o poder para vencer na vida. Uma promessa do infinito passado para surgir na era de dificuldades É profundamente significativo o fato de vocês estarem praticando o Budismo Nichiren numa época em que a humanidade enfrenta grandes crises. Shakyamuni, fundador do budismo, deixou isso claro no remoto passado, ao declarar que seus discípulos “assegurarão que a Lei perdure por muito tempo” (LSOC, cap. 11, p. 216). No Sutra do Lótus, ele promete que a Lei Mística será transmitida eternamente no futuro por pessoas como vocês, meus jovens amigos, que surgirão numa era conturbada — quando a mente das pessoas estiver distorcida e confusa — para permanecer ao lado das pessoas e trabalhar pela felicidade delas. Nesta oportunidade, estudaremos a carta A Herança da Suprema Lei da Vida, que se aprofunda nesse princípio. Trata-se de um escrito de Nichiren Daishonin muito importante, que estudei com brilhantes integrantes da DE no passado [março de 1966]. Vamos aprender juntos sobre a missão daqueles que abraçam a Lei Mística, o laço de mestre e discípulo e a relevância da organização Soka Gakkai. Trecho do escrito 1 A Herança da Suprema Lei da Vida3 Todos os discípulos e seguidores leigos de Nichiren devem recitar Nam-myoho-renge-kyo com o espírito de diferentes em corpo, unos em mente, transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si,4 tornando-se inseparáveis como o peixe e a água.5 Esse laço espiritual é a base para a transmissão universal da Lei suprema da vida e da morte. Aqui reside o verdadeiro objetivo da propagação de Nichiren. Quando estiverem unidos assim, até o grande desejo da ampla propagação [ou o grande juramento pelo kosen-rufu] poderá ser concretizado. (CEND, v. I, p. 226) Sairen-bo, que se tornou discípulo de Nichiren Daishonin na Ilha de Sado Daishonin escreveu essa carta para Sairen-bo,6 sacerdote que se tornou seu discípulo no período em que ambos viviam em exílio na Ilha de Sado. Em meio a essas circunstâncias adversas, Sairen-bo também suportou grandes dificuldades ao lado de Daishonin. Essa carta representa a resposta de Nichiren Daishonin à pergunta de Sairen-bo sobre o significado do ensinamento extremamente importante da “herança da suprema Lei da vida e da morte”. A “herança da suprema Lei da vida e da morte” é o ensinamento para a iluminação de todas as pessoas A “suprema Lei da vida e da morte” refere-se à verdade fundamental relativa à nossa existência, que passa pelo infinito ciclo de nascimento e de morte.7 “Herança” indica a essência do budismo transmitida do Buda para todas as pessoas do futuro, assim como a linhagem familiar é passada dos pais para os filhos. Em outras palavras, a “herança da suprema Lei da vida e da morte” é a transmissão, do Buda para a humanidade, da Lei ou ensinamento supremo que habilita as pessoas a atingir o estado de buda. Daishonin começa essa carta afirmando que a “suprema Lei da vida e da morte” — o ensinamento supremo para aliviar os sofrimentos de nascimento e de morte — é o Nam-myoho-renge-kyo. Ele declara que os cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo8 constituem a Lei fundamental e eterna e o ensinamento para a iluminação de todas as pessoas transferida de Shakyamuni para os bodisatvas da terra durante a magnífica Cerimônia no Ar na assembleia do Sutra do Lótus.9 Sem dúvida, quando Sairen-bo tomou conhecimento dessa verdade essencial do budismo, deve ter ficado impressionado e profundamente emocionado. O Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo O daimoku do Nam-myoho-renge-kyo que recitamos todos os dias não é outro senão a Lei suprema da vida e a Lei fundamental do universo. O Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo que recitamos não é outro senão a sublime condição de vida do estado de buda que Nichiren Daishonin personificou. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon, o som da Lei Mística alcança o estado de buda do universo, assim como a natureza de buda dentro de nós, fazendo emergir a compaixão, a sabedoria e a coragem inatas. Ela nos enche de força para enfrentar as dificuldades, fortalece nossa energia vital e nos torna imbatíveis. Capacita-nos a empregar nossa sabedoria e nosso intelecto, coloca-nos no caminho certo para a boa sorte e o benefício, e permite que avancemos rumo à vitória. O verdadeiro propósito da nossa prática budista é elevar nossa condição de vida. Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo — a suprema Lei da vida e da morte — para que todas as pessoas que vivessem nos Últimos Dias da Lei10 atingissem uma felicidade indestrutível. A Soka Gakkai é a única organização que está propagando amplamente os grandiosos ensinamentos humanísticos do Budismo Nichiren no mundo atual. O desenvolvimento sem precedentes do kosen-rufu mundial foi concretizado por meio das orações e dos esforços incansáveis no diálogo dos avós e pais de muitos de vocês, unidos em espírito com os três primeiros presidentes da Soka Gakkai. Quão admirável e digna de respeito é uma vida dedicada a recitar Nam-myoho-renge-kyo e a trabalhar pelo kosen-rufu! Vocês, jovens bodisatvas da terra, estão levando avante essa nobre tradição Soka. Cada um de vocês possui a missão de ajudar os outros a se tornar felizes. Semear as sementes da felicidade e da paz no nosso mundo é a maneira pela qual vocês transmitirão a “herança da Lei suprema da vida e da morte”. Fé para herdar a Lei Nessa carta, Nichiren Daishonin apresenta três pontos fundamentais em nossa prática budista para herdar a “herança da suprema Lei da vida e da morte”. Primeiro, ter convicção na verdade de que nossa vida é una com a Lei Mística. Segundo, manter uma firme e inabalável fé que jamais abandone a Lei Mística em nenhuma existência por toda a eternidade (cf. CEND, v. I, p. 226). E o terceiro é a união de “diferentes em corpo, unos em mente”. As palavras “todos os discípulos e seguidores leigos de Nichiren” (Ibidem) podem ser interpretadas como uma referência à verdadeira relação de mestre e discípulo e à organização comprometida em concretizar o kosen-rufu. Pois, sem a luta conjunta de mestre e discípulo, a “herança da suprema Lei da vida e da morte não pode ser transmitida corretamente. Além disso, somente uma organização de indivíduos unidos no espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” e imbuídos do espírito de mestre e discípulo pode assegurar a vitória na luta entre o Buda e as funções da maldade e abrir o caminho do kosen-rufu. A atitude apropriada para os discípulos que se empenham pelo kosen-rufu Na passagem que estamos estudando, Daishonin esclarece o espírito de que seus discípulos necessitam ao se empenharem pelo kosen-rufu. Ele diz que eles devem “transcender todas as diferenças que possam haver entre si”, tornando-se “inseparáveis como o peixe e a água” e trabalhar juntos “com o espírito de diferentes em corpo, unos em mente” (cf. CEND, v. I, p. 226). “Transcender todas as diferenças que possam haver entre si” quer dizer eliminar qualquer sentimento de discriminação ou antagonismo. Também consiste no desafio de realizar um esforço constante para superar a tendência humana para o egocentrismo. “Inseparáveis como o peixe e a água” significa que podemos alcançar grandes feitos juntos, respeitando-nos como seres humanos preciosos e insubstituíveis e apoiando-nos e confiando uns nos outros. Na frase “com o espírito de diferentes em corpo, unos em mente”, “diferentes em corpo” denotam que todos possuem personalidade, qualidade e circunstâncias singulares. “Unos em mente” significam que compartilhamos um senso de propósito e de valores. Aproveitando ao máximo nossas diferentes características e habilidades, encorajamo-nos mutuamente e trabalhamos juntos para nosso objetivo comum — o kosen-rufu. Uma organização ideal de “diferentes em corpo, unos em mente” Nossa maravilhosa união de “diferentes em corpo, unos em mente” em prol do kosen-rufu ilustra o ideal da harmonia e da cooperação humana. Porque somos uma organização de diversos indivíduos que transcendem diferenças de etnia, idioma e cultura para se unir com base em sua humanidade comum. Respeitamos, aprendemos e ajudamos uns aos outros. Não toleramos nenhuma forma de bullying ou discriminação que menospreze o valor ou a dignidade de uma pessoa. A Soka Gakkai criou uma organização ideal de “diferentes em corpo, unos em mente”. Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, também a concebia como uma organização que detinha a chave para a felicidade da humanidade. Para alguns de vocês, a palavra “organização” talvez evoque uma sensação de restrição. No entanto, nem mesmo o aprendizado e a prática de esportes podem ser feitos sozinhos. Exigem algum tipo de organização, como uma escola ou um clube. Organizações são indispensáveis para a vida humana. A organização Soka Gakkai existe para nos ajudar a praticar o Budismo Nichiren e alcançar a felicidade. Por outro lado, organizações que perdem o senso de propósito ou de direção podem levar as pessoas a sofrer. Os objetivos de uma organização ou a maneira como ela tenta alcançá-los são cruciais. A Soka Gakkai é uma organização que valoriza o indivíduo e almeja habilitar cada pessoa a se tornar feliz. A Soka Gakkai implementa um movimento para concretizar a paz mundial e a felicidade de todos, propagando a filosofia de respeito à dignidade da vida no mundo inteiro. Encontra-se em perfeita sintonia com o desígnio do Buda, cumprindo o desejo de Nichiren Daishonin de realizar o kosen-rufu mundial. Nesse sentido, ela se originou com Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei. O presidente Josei Toda costumava dizer que a Soka Gakkai, organização do kosen-rufu, era mais importante que sua própria vida. Temos a missão de servir como um modelo de solidariedade para a sociedade global. Uma religião que une as pessoas Como a pandemia da Covid-19 ainda continua, posso imaginar a frustração que vocês, meus jovens amigos, devem estar sentindo por terem de suportar várias restrições à sua liberdade. Entretanto, a escuridão é mais profunda pouco antes do amanhecer. E assim como Daishonin nos assegura, “O inverno nunca falha em se tornar primavera” (CEND, v. I, p. 559). Vocês poderão ultrapassar qualquer problema ou dificuldade sem falta. Quanto mais árduo o desafio, mais poderão crescer e desenvolver suas habilidades. Concentrar o foco em sobrepujar divisões, unir pessoas e edificar a solidariedade com certeza se tornará uma atitude essencial na sociedade a partir de agora. O Dr. Bryan Wilson (1926–2004), eminente estudioso da sociologia da religião com quem tive a satisfação de realizar vários diálogos, descreveu a Soka Gakkai como um movimento que está fortalecendo os laços entre as pessoas no momento em que o tecido da sociedade se encontra ameaçado e esgarçado. Também conversei com o renomado cientista Linus Pauling (1901–1994) em diversas ocasiões. Ele louvou calorosamente nosso movimento de diálogo voltado a proporcionar encorajamento para as pessoas com base no respeito à dignidade da vida. E disse que o mundo tinha a sorte de ter a Soka Gakkai. Vivemos num período em que nosso movimento Soka ilumina o mundo cada vez mais intensamente com a luz da esperança e da coragem. Trecho do escrito 2 A Herança da Suprema Lei da Vida O ouro não pode ser queimado pelo fogo nem corroído pelas águas, mas o ferro é vulnerável a ambos. O sábio é como o ouro, enquanto o tolo é como o ferro. O senhor é como o ouro puro porque abraça o “ouro” do Sutra do Lótus. (...) Devem ter sido os laços cármicos do distante passado que o levaram a se tornar meu discípulo numa época como esta. Shakyamuni e Muitos Tesouros,11 com certeza, compreenderam esta verdade. A declaração do sutra de que “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres” [LSOC, cap. 7, p. 178], não pode, de maneira alguma, ser falsa. (CEND, v. I, p. 226) “O senhor é como o ouro puro” Ao se tornar discípulo de Nichiren Daishonin, que, na época, enfrentava duras perseguições, Sairen-bo estava se enveredando por um caminho difícil. Por essa razão, Daishonin demonstra sua calorosa preocupação, escrevendo: “O senhor tem seguido Nichiren e, como resultado, passa por sofrimentos. Aflijo-me profundamente ao pensar em sua angústia” (CEND, v. I, p. 226). Correspondendo ao compassivo incentivo de seu mestre, Sairen-bo se manteve inabalável e perseverou como discípulo. Esse é o motivo pelo qual Daishonin o louva, afirmando: “O senhor é como o ouro puro” (Ibidem). Mestre e discípulo nascem juntos A relação de mestre e discípulo constitui um laço espiritual formado a partir da decisão do discípulo. É uma relação que enriquece e aprofunda a vida das pessoas em todos os sentidos. Trata-se de algo com o qual muitos líderes com quem dialoguei ao longo dos anos manifestaram total concordância. Toda sensei comentou: “Daishonin diz que mestre e discípulos sempre nascem juntos sem falta. À luz dessas palavras, sinto imensa gratidão por todos vocês. Nascemos juntos neste mundo por causa da promessa que fizemos no passado”.12 Seguir o caminho de mestre e discípulo no budismo é solene, profundo, infinito e eterno. O laço de mestre e discípulo é eterno Para ilustrar o laço cármico de mestre e discípulo, Daishonin cita para seu leal discípulo Sairen-bo uma passagem do Sutra do Lótus: “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres” (LSOC, cap. 7, p. 178). Essa passagem destaca a sublime essência do Sutra do Lótus — de que o laço de mestre e discípulo não se limita a esta existência, de que mestre e discípulo sempre nascem juntos, existência após existência, e empreendem, incessantemente, ações para conduzir as pessoas à felicidade. Juntos, empenham-se para transformar o lugar onde quer que estejam numa terra do buda e auxiliar todas as pessoas a mudar o destino. Essa é a promessa e o juramento seigan deles do infinito passado. O laço de mestre e discípulo baseado na Lei Mística transcende os limites da vida e da morte e é eterno, perdurando pelo passado, presente e futuro. Toda sensei fez alusão a esse mesmo trecho do Sutra do Lótus para descrever o vínculo com seu mestre Tsunesaburo Makiguchi.13 Hoje, membros da SGI no mundo todo estudam e dão continuidade a esse espírito de mestre e discípulo. Uma maravilhosa ligação de alegrias e de sofrimentos compartilhados Para celebrar o ensejo de sua posse como segundo presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1951, Toda sensei dedicou a mim o seguinte poema: Agora e no futuro também, juntos, compartilhando alegrias e sofrimentos. Que mística relação! Seis décadas se passaram desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai como discípulo direto de Toda sensei [em 3 de maio de 1960]. Todos vocês, membros da Divisão dos Estudantes que surgiram na época atual, são jovens de profunda missão, ligados por uma profunda relação cármica, a quem confio tudo. Bodisatvas da terra escolhem o tempo apropriado para nascer, com o intuito de demonstrar a grandiosidade da Lei Mística. Conscientes do laço de mestre e discípulo, seus veteranos na fé são guiados por forte senso de missão. Em virtude disso, mantiveram-se invencíveis diante das adversidades da vida. Eles ultrapassaram sofrimentos cármicos como dificuldades financeiras e doenças, conduziram vidas de supremo valor e abriram caminhos para o magnífico desenvolvimento do kosen-rufu que presenciamos atualmente. Meus jovens amigos, bailem nesse palco brilhante com ousadia. O ato de vocês se levantarem e entrarem em ação contribuirá para que nossa rede de esperança ilumine o futuro da humanidade e se expanda ainda mais ao redor do mundo. Valorizar cada indivíduo diante dos nossos olhos O Budismo Nichiren é uma religião viva de transformação da realidade. Valorizando a pessoa que está diante de nós, acreditamos no potencial de cada indivíduo. A Soka Gakkai é o mundo do incentivo e da confiança. Nossos esforços com esse espírito fortalecem e aprofundam os laços entre cidadãos globais. O verdadeiro valor do Budismo Nichiren como religião humanística evidencia ainda mais intensamente seu brilho quando a sociedade enfrenta turbulências. O esperançoso movimento Soka continuará enriquecendo o século 21 para que ele se torne verdadeiramente o século da vida. Vocês, meus jovens amigos, desempenharão papel vital e admirável na edificação da “nossa era”, na qual ressoe a canção do triunfo do humanismo. (Daibyakurenge, edição de julho de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI No topo: Ikeda sensei agradece a todos os membros e integrantes dos grupos horizontais o sincero apoio durante a estada na capital do Brasil (Brasília, DF, fev. 1984) Foto: Seikyo Press Notas: 1. Bodisatvas da terra: Referência aos inumeráveis bodisatvas que o buda Shakyamuni convoca para propagar o Sutra do Lótus na era maléfica após a sua morte e para guiar eternamente todas as pessoas à felicidade. Eles emergem da terra no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, daí o referido título. Cada um deles é um grande bodisatva — de brilho dourado, magnífico e firme em seu propósito — acompanhado por um séquito de amigos e companheiros em número igual às areias de sessenta mil rios Ganges. 2. Corredores da Justiça: O presidente Ikeda compôs essa canção em 1978 para a Divisão dos Estudantes Herdeiro, e revisou a letra em 2010, que posteriormente se tornou a canção da Divisão dos Estudantes. A terceira estrofe diz o seguinte: “Com a missão e o orgulho desta era, / Vocês, de ardente paixão, / São os corredores do estandarte da vitória, / São os corredores que expandem os círculos das flores / Oh, sejam os pilares da nossa era!”. 3. A frase “transcendendo todas as diferenças que possam haver entre si” poderia ser traduzida literalmente como “sem nenhum pensamento sobre si ou o outro, sobre isto ou aquilo”. Não se trata de uma negação da individualidade, mas de um apelo para que se transponham as lacunas entre as pessoas originadas do egocentrismo. 4. A frase “inseparáveis como o peixe e a água” deriva-se de uma famosa passagem do clássico chinês San Kuo Chih (História dos Três Reinos) sobre um incidente histórico no qual o governante Liu Bei, tendo obtido os préstimos do hábil ministro Zhuge Liang (Kongming) realiza importantes atividades possibilitando, ao mesmo tempo, que Kongming manifeste plenamente suas habilidades. 5. A Herança da Suprema Lei da Vida foi escrita por Nichiren Daishonin em 1272, em Tsukahara, durante o seu exílio na Ilha de Sado, e endereçada a Sairen-bo, que também estava exilado lá. 6. Sairen-bo: Ex-sacerdote da escola budista Tendai que, por razões desconhecidas, havia sido exilado na Ilha de Sado. Lá, ele encontrou Nichiren Daishonin e se converteu aos ensinamentos dele. 7. O budismo ensina que nossa vida passa por um ciclo contínuo de nascimento e de morte. No Sutra do Lótus, porém, esse ciclo não é caracterizado pela ilusão e pelo sofrimento, mas por um permanente estado de felicidade. 8. Myoho-renge-kyo é escrito com cinco ideogramas chineses, ao passo que Nam-myoho-renge-kyo se escreve com sete (nam, ou namu, compreendendo dois ideogramas). Daishonin muitas vezes emprega Myoho-renge-kyo como sinônimo de Nam-myoho-renge-kyo em seus escritos. 9. Cerimônia no Ar: Uma das três assembleias descritas no Sutra do Lótus, na qual toda a multidão é suspensa no espaço, acima do mundo saha. Ela se estende do capítulo 11, “Torre de Tesouro”, ao capítulo 22, “Transferência”. Os pontos centrais dessa cerimônia são revelar a iluminação original do Buda [Shakyamuni] no remoto passado e transferir a essência do sutra aos bodisatvas da terra, que são liderados pelo bodisatva Práticas Superiores. 10. Os Últimos Dias da Lei são o período após a morte de Shakyamuni no qual os ensinamentos dele perdem seu poder benéfico. Trata-se de uma era de incessantes conflitos. Nichiren Daishonin surgiu nesse período e revelou o grandioso ensinamento do Nam-myoho-renge-kyo, que conduz as pessoas dos Últimos Dias da Lei à felicidade por toda a eternidade. 11. Muitos Tesouros: Buda descrito no Sutra do Lótus. O buda Muitos Tesouros aparece na Cerimônia no Ar, sentado dentro de sua torre de tesouro, para atestar a veracidade dos ensinamentos de Shakyamuni no sutra. 12. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 7. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1987. p. 472. 13. Para dar um exemplo, na cerimônia em memória do presidente Makiguchi, Toda sensei disse: “Com sua vasta e ilimitada benevolência, o senhor permitiu-me acompanhá-lo até na prisão. Graças a isso, li com minha própria vida a passagem do Sutra do Lótus: ‘habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres’. Como resultado desse benefício, entendi o verdadeiro significado do ensinamento dos bodisatvas da terra e, ainda que fosse uma pequena parte, compreendi o significado do Sutra do Lótus com minha vida. Poderia existir felicidade maior que esta?”.
02/10/2023
Capa
TC
Propagar a cultura do humanismo
A cultura é um bem da humanidade que não conhece fronteiras. Ela cria renovadas cores e tons na forma como as pessoas se comunicam, se relacionam e se comportam em sociedade. Alvo de intensos estudos, o termo “cultura” pode indicar tanto a produção artística quanto o modo de vida, o conjunto de saberes, a religião e outras expressões de um povo — o fato é que a todo o momento somos impactados pela culinária, moda, dança desses povos. Cada cultura tem suas próprias nuanças e vão sendo absorvidas, estabelecendo um precioso ritmo na evolução humana. Como uma das mais acessíveis artes, a música ganha contornos nesta edição, com sua força impactante na saúde e no bem-estar, e na criação e no fortalecimento das relações de amizade e de paz. É um espaço para reflexões que contribuam para uma vida criativa, na qual deixamos de executar um ritmo de vida marcado por dissabores e compomos nossa própria partitura, vibrante de coragem e de esperança para encarar os desafios. Ao nos apropriar da força vital que existe em nós, aprendemos a extrair da vida o que ela tem de melhor. A edição está repleta de estímulos. A música é tema. E quem cria a melodia da felicidade é você! Acompanhe! Processo transformador Há pelo menos 34 definições para o termo “cultura”, tamanha sua abrangência e latitude de pensamentos. Para o historiador e crítico literário Alfredoe Bosi, antes mesmo de tentarmos definir concretamente seu significado, vale a máxima de que ela pode ser entendida por meio de nossas experiências, do cotidiano e da apropriação das reflexões surgidas. Cultura está ligada à experiência. Só existe cultura, realmente, quando vivemos estas determinadas experiências, quando nosso cotidiano é pensado. Então cultura de uma maneira genérica seria a experiência pensada, a vida pensada. Tudo aquilo que fazemos de maneira espontânea, por herança biológica ou por fatalidade social e que não é objeto da nossa reflexão, fica aquém da cultura.1 Por trás disso, há um ritmo dinâmico. Fazer das experiências vividas a força de propulsão para um processo transformador interno, denominado “revolução humana”, foi o objetivo da criação da Soka Gakkai, em 1930. À frente do seu tempo, o educador Tsunesaburo Makiguchi cunhou o termo “Soka”, reunindo em um vocábulo as palavras “criação” (sozo, em jap.) e “valor” (kachi, em jap.). Ou seja, a capacidade humana de dar sentido e valor a todas as ocorrências da vida, transformando-as em composições douradas da existência. E como as experiências nos auxiliam nessa evolução? Uma das cenas que ganharam destaque no período da pandemia foi a manifestação de moradores de condomínios, vistos de janelas e sacadas tocando piano, violão, sax etc. Era o som da solidariedade nos fazendo experienciar a amenização da solidão e do medo que pairavam no coração de todos. Aplausos seguidos da sensação de quietude, consolo e o que mais coubesse no coração. Essas recentes memórias demonstram quanto a música exerce poder na consciência coletiva e individual. O benefício se estende sobremaneira na saúde, e é científico. “Além de proporcionar diversão e prazer, a música tem a vantagem de melhorar a saúde de uma forma segura e econômica”, é o que destaca um relatório de 2020, intitulado Música em Nossas Mentes: O Grande Potencial da Música para Promover a Saúde Cerebral e o Bem-estar Mental, feito pelo Conselho Global de Saúde Cerebral (GCBH, na sigla em inglês). No documento, lê-se também que “ouvir, tocar ou compor uma melodia pode gerar uma sensação de bem-estar, reduzir o estresse, facilitar as relações interpessoais, modular o sistema cardiovascular, melhorar o equilíbrio e fortalecer o sistema imunológico sem nenhum efeito adverso”.2 Isso nos dá referências estimulantes de que um dos principais benefícios da música é a quebra de barreiras. Então, passamos a entender que ela pode expressar nossa individualidade, ao mesmo tempo em que nos exercitamos na convivência com pessoas diferentes de nossas crenças e gostos. A música tem o dom de unir na diversidade; e, no momento da vida de cada indivíduo, isso vale como um grandioso aprendizado para tudo. A seguir, conheceremos um importante empreendimento do presidente Ikeda para o despertar da cultura do povo. Alimento da alma Para as pessoas nutrirem a vida com o que o mundo das artes tem de melhor, foi criada a Associação de Concertos Min-On,3 no Japão, que completa seis décadas de existência neste mês de outubro. Haviam se passado apenas três anos da posse de Daisaku Ikeda como terceiro presidente da Soka Gakkai, ocorrida em 1960, assumindo o legado de seus mestres antecessores, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Trata-se de uma visão de futuro baseada na força da cultura e da educação como caminhos vitais para a consecução de um mundo de paz. O presidente Ikeda pondera sobre seu intento na criação da Min-On em denso poema: A música evoca o coração e faz ecoar a harmoniosa ressonância da amizade nas “cordas musicais da alma”, na vida de todas as pessoas. Esta melodia faz despertar ora a coragem de viver, ora a oração à paz, e ora o orgulho humano. A música possui a força da virtude. Desejo unir as pessoas através da música e então tocar para o mundo a melodia do arco-íris de cultura e paz. Esse foi o meu sonho desde os dias da minha juventude.4 Ao longo dos anos, a Min-On consagrou-se como o próprio nome é traduzido: “música do povo”, oferecendo às pessoas o melhor da música e das artes cênicas do mundo a preços acessíveis. As apresentações realizadas, como orquestra, música de câmara, ópera, balé, música popular, tango e dança folclórica, superaram muito mais de 60 mil exibições [até 2017, foram mais de 78 mil apresentações].5 No Centro Cultural Min-On, localizado no bairro de Shinjuku, Tóquio, está instalado o Museu de Música Min-On, com uma biblioteca contendo mais de 120 mil LPs e CDs, 45 mil partituras musicais e cerca de 30 mil livros de referência. O museu também exibe uma coleção de pianos antigos, caixas de música e instrumentos folclóricos de todo o mundo, conforme informações do site da instituição.6 Paz, cultura e educação formam a base de atuação na Soka Gakkai Internacional (SGI), nos mais de 192 países e territórios nos quais a organização mantém representação, unindo mais de 12 milhões de membros. Ao segurar firme a batuta, Ikeda sensei, hoje aos 95 anos, faz da regência do incentivo sua dedicação diária. Música para os ouvidos de pessoas de todas as idades, em especial as que sofrem. A seguir, vamos conhecer o exemplo de Beethoven e aprofundar nosso entendimento sobre o som da Lei Mística — Nam-myoho-renge-kyo —, recitado pelos membros da Soka Gakkai do mundo inteiro. A força do som interior Como é possível criar uma música que fale de alegria em meio a situações tristes e adversas? Essa é a fabulosa arte preconizada por Beethoven (1700–1827). É dele a imortal obra Nona Sinfonia, e seu famoso quarto movimento Ode à Alegria. Beethoven tinha menos de 30 anos quando ficou completamente surdo. Sem se abater, provou com sua obstinação que ouviria apenas o propósito que ardia em sua alma. Existe somente um Beethoven, mas pessoas comuns também podem exercitar essa força interior, inata na vida de todos, identificada como “natureza de buda” por Nichiren Daishonin, que viveu no século 13. A angústia poderá ser transformada em esperança, o mesmo acontecerá com a covardia dando lugar à coragem de encarar as dificuldades e gerar renovada disposição de avançar. “Recitar Nam-myoho-renge-kyo é a maior de todas as alegrias”8 — é o que assegura Daishonin ao denominá-lo de som da esperança incontida no coração de todos. Uma vez recitado, é possível compor uma sinfonia de felicidade, que expanda seus sons para as pessoas ao redor. Quando se abre para esta condição de buda, pessoas comuns assumem seu lugar no palco da vida. Assim como nas notas musicais, em que cada uma tem seu valor e sua característica, o estímulo dado pela Soka Gakkai é para que cada indivíduo cresça e se desenvolva, com respeito mútuo e livre do egocentrismo. Essa é a força do movimento Soka, que encontra eco nas atuações de seus membros espalhados pelo mundo. Ao absorver a essência do ensinamento budista na vida diária, aplicam-na em suas ações cotidianas e fazem da cultura de paz seu modo de vida. Nessa bem construída partitura, fundamenta-se a importância do diálogo na construção de relações humanas. “A paz é gerada apenas acreditando no bem que reside nos outros e na busca não por nossas diferenças, mas por nossas semelhanças”,9 enfatiza o presidente Ikeda. Ele reforça: “O diálogo é um tipo de criação musical produzida em meio aos sentimentos humanos”.10 Assim, ao buscar entender o coração do outro, os muros da desconfiança e da apatia são derrubados. O movimento de unir as pessoas, acolhendo-as de suas tristes melodias e oferecendo a elas a canção triunfal da esperança, coragem e felicidade plena é chamado kosen-rufu. Como então criar essa melodia? O budismo elucida que é possível estabelecer um modo de vida criativo, no qual encontramos sentido em nossos dias e podemos avançar sem mudar quem somos, apropriando-nos da força criativa que está dentro de nós. Elencamos três pontos de reflexão e ação para essa conquista essencial: Notas da felicidade Há dias em que nem uma música alegre é capaz de nos devolver o ânimo. Ou cultuamos as lembranças amargas, mergulhando na escuridão. O budismo expõe, em contrapartida, que a pessoa na condição de vida iluminada de buda transforma aflições em alegrias, sofrimentos em satisfações, insegurança em esperança, preocupações em tranquilidade, e prossegue a vida transformando tudo. Jamais terá uma situação de estagnação. Como elucidada por Nichiren Daishonin, a fonte dessa energia é a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, que desperta para a mais elevada condição de vida. Ikeda sensei ressalta: “Recitar o sutra é como declamar um poema. E recitar daimoku é como cantar uma obra musical. Nossa prática budista diária é a atividade mais cultural de todas”.11 Escreva a sua partitura Passado e futuro são notas que não combinam com a partitura da revolução humana proposta na Soka Gakkai. O presente é o que importa, e estarmos cientes de que sofrimentos e dificuldades fazem parte e são naturais na vida de qualquer ser humano. Vida, filhos, trabalho. As pessoas que conseguem encontrar (e valorizar) seus esforços diários, firmam metas, desafiando-as com disposição e vivendo cada instante plenamente, criam a verdadeira sinfonia da felicidade. Em última instância, a felicidade não é algo que existe fora das pessoas. Ela existe dentro de nosso coração. É isso o que o budismo nos ensina. Expanda o som da esperança Assim como o som se propaga e atravessa tempo e espaço, a melodia da paz obtida em seu coração será capaz de alcançar a vida de todos ao redor. A arte de viver Viver de arte é um desafio grandioso, mas pude comprovar a força da prática da fé e da minha persistência em conseguir me destacar. Um dos meus maiores benefícios é a vaga que conquistei para trabalhar em uma companhia internacional, na qual me encontro há treze anos. É uma companhia francesa, chamada Kafig, que criou, em 2009, uma vertente brasileira, a Kafig Brasil. Por intermédio dela, tive a oportunidade de viajar para mais de 27 países. Sou Diego Alves dos Santos, tenho 34 anos e comecei a dançar aos 9, cinco anos depois de minha família ingressar na Soka Gakkai. No início, era uma tia (Tia Paula) praticante que me acompanhava nas reuniões. Depois, eram meus pais que me levavam, e assim fui sendo inserido nas programações e, mais tarde, nos grupos horizontais dos jovens da BSGI. Integrei a banda Ongakutai e os grupos de bastidores Sokahan e Ohrinkai. Tenho plena convicção de que essas vivências foram primordiais para me preparar como valor para a sociedade e como líder. O que me motiva é que, por meio da dança, consigo me conectar com as pessoas, tocar o coração delas, mesmo de forma inconsciente. O budismo nos eleva a essa sensibilidade aguçada, acredito. Aprendi a fazer do tempo um aliado, e busco atuar em todas as frentes. Há momentos em que precisamos retomar a fé com força, e isso ocorreu em 2019. Uma importante turnê estava prestes a ser cancelada, em meio à fragilidade das relações com a companhia se acentuando. Minha prática não estava legal, minha luta já estava meio “água de salsicha” e, consequentemente, meus benefícios também. Tinha receio de que a companhia acabasse e eu perdesse meu laço com o mundo da arte internacional. Após enfrentar muitos desafios, físicos e psicológicos, resolvi que não poderia mais passar por aquilo e simplesmente só aceitar a derrota. Voltei a me alinhar com minha prática da fé, com participação nas atividades e a ter maior interação com os membros. Foi então que obtive meu primeiro benefício rumo à vitória: a turnê não foi cancelada, somente parte dela. Assim, depois de mais de dois anos batalhando, por fim consegui subir num palco para dançar com meus amigos como verdadeiro vencedor. Eu me sinto encorajado a cada dia, e minha alegria maior é ter conduzido doze pessoas a essa formidável filosofia, e do jeito mais simples. Se alguém me conta sobre alguma dificuldade, tento sempre mostrar como lidamos com essas situações. Sou budista Soka, com muito orgulho. Minha gratidão é gigante. Cultivar o espírito humano A cultura é viva e somos fruto dessa dinâmica interação com outras origens, costumes e práticas. É do aprendizado diário que a cultura se substância, no solo diário das intervenções humanas tão preciosas. Se o “barulho” das dificuldades soa alto aos ouvidos, é hora de ouvir o coração. E transformar todas as dificuldades numa inspiradora melodia de vitórias. Como vimos, tal como as notas musicais, cada pessoa tem seu modo e estilo próprios. E como expõe o conceito budista da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”,12 cada indivíduo pode manifestar tons vibrantes de sua personalidade, sem precisar ser outra pessoa. Na base dessa construção de uma vida afinada com coragem, sabedoria e esperança, o budismo revelado por Nichiren Daishonin permite que elevemos nossa condição de vida. Por isso, não há razão para pessimismo. O momento é de cada pessoa assumir a batuta do seu carma e gerar valor para si e para as demais. Com essa visão de presente e futuro compartilhado, baseado no diálogo sincero e caloroso, deve ser voz que acalma e abraça o coração de quem sofre. É com o sentimento de acolher o coração do outro que a grandiosa melodia da paz ganha vida. Cultivar o espírito humano, no local em que se vive neste exato momento. No topo: Acima, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, cumprimenta Herbie Hancock, primeiro à esq., e Wayne Shorter no Auditório Memorial Makiguchi de Tóquio (Japão, out. 2007). Foto: Seikyo Press Notas: 1. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/966185/alfredo-bosi-cultura-ou-culturas-brasileiras. Acesso em: 7 set. 2023. 2. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/01/qual-o-efeito-da-musica-no-cerebro-das-pessoas. Acesso em: 3 set. 2023. 3. Para saber mais, acesse: https://museum.min-on.or.jp/ 4. Brasil Seikyo, ed. 2.450, 12 jan. 2019, p. B2. 5. Ibidem. 6. Disponível em: https://www.min-on.org/music-museum/. Acesso em: 15 set. 2023. 7. CILE Digital. https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/livro/63. Acesso em: 2 set. 2023. 8. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 788. 9. CILE Digital. Disponível em: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/livro/63. Acesso em: 2 set. 2023. 10. Ibidem. 11. Brasil Seikyo, ed. 1.555, 13 maio 2000, p. A3. 12. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 220.
02/10/2023
Crônica
TC
Manter viva a chama do kosen-rufu em meu coração
Numa bucólica manhã de inverno, embarquei em uma jornada para conhecer as enigmáticas ruínas do Castelo de Oka, localizado na pitoresca cidade de Taketa, província de Oita. A história da fortaleza erguida séculos atrás por Ogata Koreyoshi ecoava em minha mente, enquanto eu me aproximava do majestoso platô marcado por profundos vales acidentados. Ao chegar ao castelo em ruínas, uma sensação de reverência tomou conta de mim. Ali repousava a prova da fidelidade de Koreyoshi ao comandante militar Yoshitsune,1 e suas paredes de pedra cobertas de musgos reverberavam a história de tempos passados. Lembrei-me da famosa canção Kojo no Tsuki [Luar sobre o Castelo em Ruínas]2 cuja melodia fora criada pelo compositor Rentaro Taki e inspirada neste místico lugar. Enquanto explorava cada rincão do castelo, era impossível não lembrar da emocionante visita de Ikeda sensei ao local em 1982,3 e como ele encorajou e inspirou os bravos membros locais, que enfrentavam desafios e perseguições, e os parabenizou por resistir às tempestades de obstáculos, desbravando a era da religião em prol do povo. Os versos de Kojo no Tsuki, entoados por Ikeda sensei e por todos ali presente, ressoavam em minha mente, e, enquanto eu caminhava pelas ruínas, senti uma conexão com aqueles que ali estiveram antes de mim. E assim, inspirado pela emocionante visita do Mestre àquele local há mais de quarenta anos, saí do Castelo de Oka com o coração repleto de gratidão e de determinação, prometendo sempre manter viva a chama do kosen-rufu em meu coração. Luiz Mormille Colaboração Foto: Getty Images Nota: 1. Para saber mais, acesse: https://www.britannica.com/biography/Minamoto-Yoshitsune 2. Para ouvir a música Kojo no Tsuki acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=y3hzdx1HhO4 3. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, 2020.
02/10/2023
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
No dia (...) 20 de outubro, foi realizada uma reunião de palestra. O local escolhido foi um salão no segundo andar do restaurante Chá Flora, localizado num bairro oriental de São Paulo, utilizado frequentemente para eventos da colônia japonesa. Embora o início da reunião estivesse marcado para as 13 horas, os membros começaram a chegar de várias localidades muito antes do meio-dia. O semblante de todos estava radiante de alegria. Entre os participantes havia uma pessoa que viera de uma localidade distante 1.500 quilômetros, que teve de viajar de trem e de ônibus por três dias e três noites até chegar a São Paulo. Trinta minutos antes do início, as dezenas de cadeiras perfiladas para a ocasião já estavam todas tomadas e as pessoas que chegavam depois tinham de ficar de pé no fundo do salão. Quando Shin’ichi Yamamoto e os demais líderes da comitiva entraram no recinto, irrompeu uma salva de palmas. (Nova Revolução Humana, v. 1, p. 234) No topo: Na foto, presidente Ikeda incentiva participantes da reunião de fundação do Distrito Brasil, primeiro fora do Japão, no restaurante Chá Flora, bairro da Liberdade (São Paulo, SP, out. 1960) Foto: Seikyo Press / Ilustração: Kenichiro Uchida
02/10/2023
Série
TC
Takasugi Shinsaku
“Apenas não diga que está perdido.” Essa era sua crença. Ficar parado lamentando que está em apuros não resolve nada. Somente quando damos um passo adiante, tanto a vida como a época começam a se mover. “É bom as pessoas se encontrarem num beco, pois, assim, conseguem visualizar uma saída numa direção inesperada.” “O que sei é que a verdadeira satisfação se encontra em meio ao sofrimento.” Shinsaku disse certa vez: “Numa batalha, se você iniciá-la um dia antes, terá a vantagem de um dia. Antes de tudo, deve lançar-se a ela. As ideias podem vir depois disso”. Seu nome é Takasugi Shinsaku. Patriota de destaque, nascido em Choshu (atual província de Yamaguchi) durante um período turbulento da história do Japão, foi também discípulo de Yoshida Shoin, pensador do fim do xogunato Tokugawa. A vida de Shinsaku, o qual passou rápido por um mundo agitado, mas o marcou com suas ideias excêntricas e ações ousadas, ainda fascina as pessoas. Aos 19 anos, ele entrou para a academia Shokason-juku. Aplicado, empenhou-se arduamente e acabou se destacando entre seus companheiros. Estudou com seu mestre apenas por um ano. Não chegava a cem a quantidade de alunos na academia, e a sala de aula, no início, era apertada, de oito tatames [aproximadamente 13 m2]. Contudo, foi a partir dali que surgiram muitos jovens talentosos que se lançaram ao palco da mudança da história. Em outubro de 1859, seu mestre Shoin foi alvo da Purga Ansei [1858~1860] e condenado à morte, tendo seus propósitos interrompidos. Shinsaku registrou sua ira e sua dor dilacerante enxugando lágrimas de sangue: “Dia e noite, apenas choro copiosamente, lembrando-me de meu mestre”. Quatro anos depois, no Dia de Ano-Novo, os restos mortais de Shoin, o qual havia sido enterrado como um criminoso, seriam removidos e enterrados em outro local. No trajeto, um guarda parou o grupo que o carregavam. Disse que a ponte por onde atravessaria servia aos generais, portanto não poderia permitir que algo impuro passasse por ali. Shinsaku bradou, furioso: “O que ousa dizer!? Estamos transportando os restos mortais de um leal súdito para ser enterrados! Mesmo que eu morra, jamais perdoarei alguém que insulta o grandioso mestre!” Diante do fervoroso espírito de Shinsaku, o guarda recuou imediatamente. Shinsaku declamou perante o túmulo do seu mestre: “Estou envergonhado porque ainda não consegui vingar meu mestre. E, definitivamente, farei isso!”. Numa vida devotada à relação de mestre e discípulo, não existe medo nem hesitação. No coração do discípulo de unicidade flamejava ardentemente o espírito de luta para “vingar o mestre”. “Se for se mover, seja como o raio e o trovão; se for se lançar, seja como uma tempestade.” Não perder tempo e agir com a velocidade da luz — esse era o verdadeiro valor do herói dos tempos difíceis Takasugi Shinsaku, que criou a fama de ser “imbatível em qualquer batalha”. Seu mestre, Yoshida Shoin, defendeu o So-mo-kukki cujo significado indica que, quando o povo se levanta, manifesta uma força descomunal. Shoin dizia que a origem disso estava em Nichiren Daishonin. Shinsaku, que herdou esse conceito, fundou em junho de 1863 o Kiheitai [milícia irregular]. A condição para ingressar nele não era o status nem a experiência, mas se a pessoa possuía ou não a “aspiração”. Em março de 1864, Shinsaku é preso pelo crime de se tornar um samurai sem um senhor. Ele foi enviado, misticamente, para Noyamagoku, a mesma prisão em que Shoin ficou. No jovem espírito de Shinsaku não havia um pingo de pessimismo ou de tristeza, conforme se percebe pelas suas palavras: “Seguindo meu mestre, finalmente estou em Noyamagoku”. Mesmo estando na prisão, em seu coração brilhava a confiança e o orgulho de que estava sucedendo seu mestre, concretizando as aspirações dele. Após suportar três meses no cárcere, ele foi finalmente libertado. Pouco tempo depois, quando da primeira expedição de Choshu [expedição militar punitiva do xogunato Tokugawa contra o domínio Choshu], preocupado com a trágica situação de sua terra natal, que sucumbira ao xogunato, ele se muda de Kyushu, onde estava exilado, para Shimonoseki. Shinsaku se levantou sozinho, bradando: “Vamos salvar nossa terra e lutar pela justiça!”. De início, oitenta pessoas responderam ao seu chamado, e a legião de pessoas que se juntou a eles chegou a 3 mil integrantes. A situação mudou completamente, e o processo para a derrubada do xogunato se acelerou. Em 1866, irrompeu a segunda expedição Choshu. Nessa ocasião, apesar de bem menor, o exército de Choshu derrotou as forças do xogunato, compostas por cerca de 150 mil homens, com o poder da união. O fascinante drama de reviravolta que “tornou possível o impossível” se transformou em um sino do alvorecer que anunciava a grande mudança rumo à Restauração Meiji. No entanto, enquanto todos transbordavam de euforia, uma nova provação assolava Shinsaku. Ele cai enfermo com tuberculose, doença incurável na época. É nesse período que Shinsaku compõe em seu leito o famoso poema: Tornar divertido o mundo que nada tem de divertido. Um poeta que fora visitá-lo, respondeu, então, com outro poema: Aonde chegar, tudo depende do coração. De nada adianta ficar lamentando as circunstâncias que cercam sua vida. Onde a vida encontrar impasse — tudo se definirá da maneira como conduz seu coração. Shinsaku faleceu aos 27 anos, em abril de 1867, sem ter visto o alvorecer do Japão moderno. Dizem que ele, que realizou os ideais do seu mestre e o vingou, repetiu várias vezes a um companheiro que foi visitá-lo pouco antes de ele morrer: “Chegamos até aqui, por isso o importante é a partir de agora. Continuem firmes na luta, continuem firmes na luta”. Reflexões do presidente Ikeda sobre Takasugi Shinsaku O mestre de Daisaku Ikeda, professor Josei Toda, colocou Takasugi Shinsaku no topo da lista das “pessoas da história com quem gostaria de se encontrar e de dialogar”. Ele espelhou, no aspecto real da relação de mestre e discípulo de Shinsaku com Yoshida Shoin, sua relação com o professor Tsunesaburo Makiguchi e também a ligação dele com Ikeda sensei. Em outubro de 1956, cem anos após Shoin iniciar suas palestras no Shokason-juku, o jovem Daisaku Ikeda dá seu primeiro passo na campanha de propagação em Yamaguchi, a pedido de Toda sensei. Na época, Ikeda sensei estava com 28 anos. Em seu diário, registrou sua determinação de realizar uma feroz batalha para conquistar resultados de grandes proporções: “[Sensei] disse-me também que no próximo mês deveríamos realizar uma campanha de propagação intensa na prefeitura de Yamaguchi. Assumirei total responsabilidade… Lutarei como Yoshitsune ou Shinsaku. Será uma batalha pela Lei que ficará na história” (em 5 de setembro de 1956).1 Anos depois, sensei relembrou: Quando Toda sensei me pediu para que eu liderasse a “campanha de propagação de Yamaguchi”, antes de tudo, corri para Shimonoseki, em Okayama. (...) Lá, conclamei todos a lutar como “Shinsaku”, que se ergueu em Shimonoseki. Vamos salvar o povo! Vamos derrotar os inimigos. Vamos aumentar os aliados! Em quatro meses, a partir de então, nessa Yamaguchi, estabeleci uma história de criação e de expansão de dez vezes mais “valores humanos” da justiça. O verdadeiro discípulo é aquele que supera todas as mais árduas batalhas e reverbera seu grito de vitória para o mundo.2 E sensei veio transmitindo aos companheiros o modo de viver do discípulo que pode ser aprendido com Shinsaku: [Shinsaku] Venceu o exército do xogunato um ano antes de sua morte e abriu o caminho para a mudança total da história com o fim do xogunato e a restauração. O importante é o discípulo. Tudo se define com os discípulos. (...) A legião de união de diferentes em corpo, unos em mente que tem como cerne a “relação de mestre e discípulo” é a mais poderosa de todas. Se seguirmos com essa regra básica, em cem batalhas conquistaremos cem vitórias.3 Shinsaku conseguiu vingar seu mestre. Josei Toda também jurou vingar seu mestre, Makiguchi, que morreu atrás das grades após ter sido preso pelas autoridades militares japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, e ele depois estabeleceu os alicerces para o kosen-rufu do Japão. De minha parte, vinguei Toda sensei propagando a suprema filosofia de paz da Lei Mística no mundo inteiro. Comprovar a integridade do mestre — essa é a nobre tradição dos discípulos Soka.4 Enquanto houver mestre e discípulo, não haverá batalha invencível! Não haverá montanha intransponível! O aspecto de um herói que não sucumbiu diante das muitas adversidades inspira continuamente o espírito daqueles que, como nós, desafiam o cume de íngremes montanhas. No topo: Ikeda sensei visita o local histórico em que ficava a academia Shokason-juku na cidade de Hagi, província de Yamaguchi (ago. 1964). Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. p. 355. 2. Do artigo “O Resplendor do Século da Humanidade”, publicado no Seikyo Shimbun, em 19 de dezembro de 2007. 3. Do discurso proferido durante a 3ª Reunião de Líderes da Divisão dos Jovens da 2ª Etapa do Kosen-rufu, em 28 de novembro de 2007. 4. Do discurso proferido durante a 20ª Reunião de Líderes, publicado no Brasil Seikyo, edição 1.956, de 20 de setembro de 2008. Materiais de pesquisa: TOYAMA, Mitsuru; ITO, Chiyu; TANAKA, Mitsuaki. Yoshida Shoin to Choshu Goketsu. Kokusho Kankokai. IKEDA, Satoshi. Takasugi Shinsaku to Gensui Kusaka. Yamato Shobo. ICHISAKA, Taro. Shinsaku Goroku. Daisanbunmei-sha. Idem. Yoshida Shoin to Shinsaku Takasugi no Kokorozashi. Best-sellers KK.
02/10/2023
Na prática
TC
Observar a mente através da prática budista
Sigmund Freud (1856–1939), médico neurologista austríaco, é conhecido como instituidor da psicanálise. Em uma de suas investigações, Freud passou a inquirir se as pequenas ações que as pessoas afirmavam praticar, aparentemente ao acaso, eram de fato acidentais. “Ele se perguntava se não havia uma causa para lapsos como esquecer promessas, escrever uma palavra errada ou deixar o guarda-chuva em algum lugar por distração.”1 Freud concluiu que, por trás dos evidentes lapsos no comportamento humano, sempre havia causas psicológicas. Por exemplo, “Uma pessoa que quebra uma promessa talvez não tenha consciência do que está fazendo, mas, em algum lugar remoto de sua mente, o desejo de quebrar essa promessa está presente com tamanha intensidade que obscurece sua memória”.2 No livro Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, destaca o feito de Freud: A descoberta que ele fez de uma mente subconsciente que se oculta por trás da consciente (...) tornou-se um marco para as pesquisas posteriores sobre a mente humana. Na analogia de Freud, a mente é como um iceberg flutuando no oceano. O oceano representa a vida em si. E assim como a maior parte do iceberg fica submersa e imperceptível, a maioria das atividades mentais reside no inconsciente.3 Dada as informações apresentadas, podemos compreender ainda que a mente exerce incontáveis funções, tais como pensar, perceber, aprender, tomar decisões, resolver problemas, comunicar-se, amar, criar e construir. Essas atividades se processam no cérebro, e sua expressão, no comportamento. Assim sendo, Na Prática apresentará os mecanismos para a observação da mente, e como essa aplicação permite às pessoas estabelecer atitudes para uma vida permeada de alegria e de realização. “Como ela [a mente] funciona?” A busca pelo conhecimento da mente humana remonta à antiguidade. Entretanto, o estudo como ciência aplicada data do fim do século 19. Como dito no início, a mente tem papel essencial para a percepção e significação do mundo exterior. A especialista em neurociências e doutora em ciências da saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lidia Cardoso, explica de maneira simples o funcionamento da mente: Como ela funciona [a mente]? Primeiro, existe o cérebro, uma parte do nosso corpo que é essencial para a vida, para que o corpo funcione. O cérebro é algo físico, concreto, biológico. Ele tem peso, tem aquela aparência enrugada que todos conhecem. A mente é tudo aquilo que se passa dentro dessa estrutura física. A mente é o resultado do funcionamento do cérebro: os pensamentos, os sentimentos e as emoções. E os dois não podem ser entendidos de forma separada. Por quê? Porque tudo o que pensamos e sentimos desde o nosso nascimento vai “formando e moldando” nosso cérebro. Não existe mente sem o cérebro e o cérebro não serviria para nada do que fazemos se não houvesse a mente.4 O buda Nichiren Daishonin, lá no século 13, já descrevia essa asseveração dizendo que “Se observarmos nossa mente em qualquer momento, perceberemos que ela não apresenta cor nem forma para comprovar sua existência. No entanto, não podemos dizer que ela não existe pelo fato de incessantes pensamentos nos ocorrerem”.5 A seguir, para compreender ainda mais sobre o tema, compartilharemos algumas reflexões do presidente Ikeda. Fazer das adversidades grandes oportunidades Conforme a ilustração do oceano da vida mencionada, Ikeda sensei diz que nesse lugar há muitas atividades ocultas, as quais impulsionam a todos a realizar ações conscientes ou inconscientes e, de outras maneiras, sustentam também as atividades do corpo. “Existe uma galáxia de forças que constituem uma entidade, independentemente de a percebermos ou não, que é a substância de nossa vida interior. Na filosofia budista, isso é chamado de aspecto espiritual. É esse elemento interior que se manifesta de forma constante nas ações do aspecto físico e que dá origem à vida tal como a conhecemos.”6 Ou seja, as infinitas experiências, entre elas as vivências dolorosas, ficam alocadas em diferentes áreas do cérebro, como o córtex (camada externa) e regiões mais profundas (subcórtex), dependendo do tipo de lembrança. Isso significa que a compreensão do indivíduo se baseia em pressuposições desenvolvidas a partir de vulnerabilidade física, biológica e experiências que a pessoa teve ao longo da vida. Para explicar o conceito citado, apresentamos o relato de um médico. Ele deu um exemplo marcante de como o estímulo mental pode afetar não apenas as ações de uma pessoa, mas também seu estado físico. Em um hospital, duas mulheres tomavam conta de uma criança. Uma era sua mãe; a outra era uma enfermeira contratada. Após uma série de testes sanguíneos realizados com as duas mulheres, o médico chegou à conclusão de que, quando a criança reagia melhor, as duas mulheres apresentavam um nível de pH normal. Porém, quando a doença da criança se aproximava de um estado crítico, o sangue da mãe apresentava um nível de acidez muito mais alto. Em outras palavras, sua ansiedade afetava até o conteúdo de seu sangue. Isso não ocorria no caso da enfermeira, apesar de que não havia razão para dizer que ela era insensível, ou que não estava fazendo o melhor que podia para ajudar a criança a se recuperar. É claro que é natural para a mãe ser afetada num nível mais profundo pela doença dos filhos, mas o que realmente chama a atenção é seu estado mental ter causado tamanha alteração em seu estado físico. Esse exemplo certamente ilustra como a ação da mente pode se manifestar no mundo do aspecto físico.7 Assim como Freud estudou e desenvolveu a psicanálise, fundamentado no comportamento humano, outros campos da ciência estudam continuamente os meios para entender cada vez mais os mistérios relacionados à mente. Não obstante, os ensinamentos do Budismo Nichiren são ferramentas para que os praticantes examinem, por vezes com o auxílio profissional, suas dores, transformando essas adversidades em oportunidades. Ou seja, ressignificar os momentos desfavoráveis criando uma causa, um novo estímulo para aprimorar e elevar a vida. Na sequência, aprenderemos sobre os principais mecanismos para a observação de mente. Mecanismos para observação da mente No trecho anterior, compreendemos que, quando uma pessoa passa por um sofrimento ou uma intensa angústia, e não tem condições para superá-los, sendo dominada pela situação adversa, sua força vital enfraquece e o corpo apresenta sinais de perda da vitalidade. Alterações no estado mental e emocional são refletidas no comportamento e até no funcionamento do corpo — autossabotagem diante de uma tarefa importante, ou sintomas como taquicardia, falta de ar, suor excessivo e tremores podem ser algumas delas. Ao considerar as questões relacionadas à mente, Nichiren Daishonin pondera: “Devemos ser mestres de nossa mente em vez de permitir que ela nos domine”.8 Essa sábia frase do Buda é a chave para constituir uma vida saudável e, acima de tudo, valorosa. Observar a mente possibilita ao indivíduo revelar um ilimitado potencial, em que qualquer sofrimento pode ser enfrentado com coragem, isto é, ressignificar os eventos passados. Daishonin propõe os recursos para ativar essa observação. Ele diz que o budismo reconhece o potencial para todos transformarem as questões inerentes à vida. Com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, “Qualquer um — por mais que esteja mergulhado na ignorância ou ilusão — pode revelar seu estado de buda e transformar numa terra pura até mesmo o local mais maléfico e maculado”.9 É por isso que, por meio da recitação do daimoku, podemos “lustrar” o espelho embaçado da “mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão da vida”, tornando-o um espelho límpido, que refletirá a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. De fato, quando recitamos daimoku de maneira compenetrada diante do Gohonzon,10 uma intensa energia vital interior é concebida e, assim, podemos ponderar e refletir de forma honesta quais aspectos da vida serão necessários regular. Em seguida, será preciso efetivar a resolução da reflexão com ajustes na conduta diária para que aquela dor seja transformada em oportunidade de avanço e de crescimento — esse é um claro exemplo de observar a mente. Vejamos uma história que atesta essa proposição. Converter tristeza em resoluta coragem Apresentamos um breve relato do jovem Guilherme Matos, 34 anos, responsável pela DMJ da Sub. Penha-Ermelino (CCLP), que alcançou a vitória com uma mudança de postura mental a partir da recitação do daimoku e estudo do budismo:11 “Eu tinha 10 anos quando fui diagnosticado com escoliose congênita, uma deficiência que, conforme eu crescia, foi formando uma gibosidade [curvatura da coluna vertebral com elevação exterior] nas minhas costas, deixando-me corcunda. “Ganhei” apelidos [por isso], eu era um menino nervoso e revoltado na escola, envolvendo-me em brigas constantes. Em janeiro de 2022, conheci um médico que, com suas explicações, me deu confiança para fazer a cirurgia com ele. Planejei a cirurgia para ser realizada em dezembro. Antes da data, amigos Soka me deram uma dica para ler o escrito de Nichiren Daishonin, Resposta a Kyo’o. Eu já o conhecia, mas, desta vez, li com minha própria vida: ‘O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?’. Selei minha convicção. No dia 13 de dezembro, a cirurgia, apesar de durar treze horas, não foi finalizada por ser de alta complexidade. [E] no dia 16 de janeiro de 2023, fiz a segunda etapa da cirurgia, que durou mais de oito horas, desta vez, concluída com sucesso. Na Soka Gakkai encontrei um mestre da vida e companheiros que todos os dias me fazem lembrar a tamanha alegria de poder assumir as rédeas da minha vida e de ser absolutamente feliz. Apostei certo no tesouro do coração, dediquei-me ao kosen-rufu e a tudo o que me foi necessário para realizá-lo. Eis o caminho da vitória.” Como vimos, Guilherme converteu o sentimento de tristeza, causado na infância, em resoluta coragem. E foi com essa determinação, constituída com a prática budista, que ele conquistou vários benefícios. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo; a dedicação ao estudo do budismo para entender com profundidade como acessar e usufruir esses ensinamentos; e a relação estabelecida com pessoas inspiradoras, assim como Ikeda sensei e os membros da BSGI, foram determinantes para o avanço e progresso do jovem Guilherme. Transformação interna de momento a momento Como explicado no início da matéria, as resoluções de Sigmund Freud e as reflexões de Ikeda sensei indicam que sempre há causas psicológicas nos lapsos ou nas imprecisões do comportamento humano. Dessa maneira, quando uma pessoa não consegue superar os sofrimentos, isso pode levar a alterações no estado mental e emocional refletidas no comportamento e até no funcionamento do corpo, sendo estas as imprecisões já citadas. O buda Nichiren Daishonin preconiza a importância de observar a mente para transformar os sofrimentos em oportunidades de avanços. As ações de Guilherme Matos mencionadas em seu depoimento, dentre elas, a recitação do daimoku, o estudo do budismo e a relação firmada com os membros da BSGI, são mecanismos para observar a mente e lapidar o coração, sempre de modo ativo e constante, para que a vida seja permeada de inúmeras possiblidades de progressos. Nesse sentido, Ikeda sensei diz: Myoho-renge-kyo é a Lei inerente à nossa vida. A transformação interna de momento a momento que efetuamos mediante a recitação do Nam-myoho-renge-kyo acarreta não somente uma mudança fundamental em nossa mentalidade, mas no nosso modo de vida como um todo, colocando-nos no rumo da consecução do estado de buda nesta existência. Além disso, gera uma onda de grande transformação de toda a humanidade chamada kosen-rufu. Myoho-renge-kyo é o pulsar dinâmico da mudança em todas as esferas.12 Portanto, a prática budista é a maneira mais sublime de observar a mente, isto é, ressignificar as experiências do passado, criando uma causa, um novo estímulo para aprimorar e elevar a vida no presente, em direção a um glorioso futuro. No topo: Membros da Divisão dos Estudantes participam da Academia dos Sucessores Ikeda 2030 (São José dos Campos, SP, fev. 2019) Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 27. 2. Ibidem. 3. Ibidem, p. 28. 4. Disponível em: https://www.universidadedascriancas.fae.ufmg.br/perguntas/como-funciona-nossa-mente/#:~:text=Primeiro%20vou%20dizer%20que%20existe,passa%20dentro%20dessa%20estrutura%20f%C3%ADsica. Acesso em: 14 set. 2023. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. 6. IKEDA, Daisaku. Vida, Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 28. 7. Ibidem, p. 29. 8. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 525, 2020. 9. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 59. 10. Para entender os benefícios da oração budista, leia a seção Na Prática, na Terceira Civilização, ed. 661, set. 2023, ou acesse ao QR Code. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 10. 12. IKEDA, Daisaku. Coragem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 60. Para entender os benefícios da oração budista, leia a seção Na Prática, na Terceira Civilização, ed. 661, set. 2023, ou acesse o link. Na Prática
02/10/2023
Especial
TC
Tributo ao Sagarmatha do Humanismo: Lições Vivas do Buda Gautama - Parte final
O primeiro presidente da nossa organização, Tsunesaburo Makiguchi, também foi autor de Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. A oposição dele aos militaristas japoneses durante a Segunda Guerra Mundial o levou a prisão e morte numa cela aos 73 anos. Ele foi diretor de escola de ensino fundamental e, estivesse falando com um de seus alunos, com carcereiros ou com ríspidos interrogadores, sempre realizava diálogos pautados por um profundo senso de respeito à humanidade de seu interlocutor. A sabedoria inovadora que brilha em suas propostas de educação vitalícia, educação ambiental de base comunitária e em seus esforços para refletir a voz das mães no processo da educação nasceu de seus inabaláveis esforços de ouvir as pessoas constantemente e manter um diálogo aberto com elas. O terceiro aspecto da sabedoria do buda Gautama refere-se à questão da criação de valor, pois é a sabedoria que nos habilita a fazer o uso do conhecimento da forma mais plena possível. Aqueles que estão se graduando no dia de hoje, beneficiando-se dos estudos acadêmicos de ponta oferecidos aqui na Universidade de Tribhuvan, muito me lembram a juventude de Gautama e seus rigorosos estudos em Kapilavastu. Como um jovem príncipe que estava sendo preparado para governar, Gautama estudou ampla gama de assuntos, como astronomia, medicina, direito, economia, literatura e arte. “Ele não aprendeu ciências para causar sofrimentos aos outros, mas estudou somente o conhecimento benéfico (...).”1 Esta, aparentemente, era a tradição da formação ministrada aos reis do clã Shakya. O que mais me impressiona profundamente em relação à educação de Gautama é o fato de ele ter sido capaz de fazer pleno uso de tudo o que aprendera na juventude ao se lançar, mais tarde, ao empenho de salvar as pessoas do sofrimento. É por esse motivo que, quer estivesse se dirigindo a reis, a camponeses, quer dialogando com membros da classe emergente dos comerciantes, ele sempre encontrava parábolas e linhas de raciocínio mais adequadas para expor o Darma. Conseguia despertar a sabedoria do ouvinte ensinando de acordo com a capacidade daquele indivíduo. Além disso, ele prescrevia, por assim dizer, o remédio certo para a doença em questão. Hoje, encontramo-nos diante da questão primordial: nosso conhecimento científico em rápido desenvolvimento — simbolizado de forma contundente pela energia atômica e pela engenharia genética — será utilizado para a felicidade da humanidade ou para satisfazer o egoísmo de certos indivíduos, povos e Estados? O mundo hoje, no qual as armas nucleares ainda não foram abolidas e permanecemos reféns do equilíbrio do terror da dissuasão nuclear, é, aos meus olhos, a imagem triste e patética da humanidade incapaz de suplantar sua natureza egoística e, portanto, presa das forças da violência e do militarismo. Em outro ensinamento do Buda, constatamos a admoestação de que “Devemos ser mestres de nossa mente em vez de permitir que ela nos domine”.2 A partir disso, subentende-se que não devemos ser controlado pelos impulsos negativos da ganância nem tentar extinguir insensatamente os desejos naturais. Significa, sobretudo, como mestres de nossa mente, guiar e redirecionar essas tendências potencialmente destrutivas para a criação de valor. Ser mestres de nossa mente quer dizer cultivar a sabedoria que reside nos recônditos da nossa vida e jorra de forma inexaurível e profusa quando somos movidos pela determinação compassiva de servir à humanidade, às pessoas. Além da sabedoria, a compaixão abrangente e oceânica do buda Gautama merece nossa atenção. O primeiro aspecto referente a esse ponto que gostaria de discutir é a ideia de que a missão coletiva da humanidade no cosmos reside na prática da compaixão. Em minha opinião, é evidente que, para Gautama, o universo em si consistia na genuína personificação da compaixão. O próprio comportamento do Buda constituía uma consistente manifestação dessa compaixão fundamental. Todos os fenômenos do universo existem dentro do contexto de relações de apoio mútuo, que o budismo denomina “origem dependente”. Nessa perspectiva, nada existe sem significado e nada é desperdiçado. Entrelaçando esses “fios” de interdependência, o universo produziu e alimentou a vida, inclusive a humana, neste planeta. As visões do budismo a esse respeito concordam com as da astronomia moderna, na medida em que sugerem a existência de vida ativa e inteligente em outros lugares do universo. Por esse prisma, podemos considerar o cosmos como uma forma de vida criativa, a personificação de uma compaixão inconcebivelmente vasta. Desse modo, observamos Gautama em sua derradeira jornada, que provavelmente tinha como destino seu local de nascimento, expressando reiteradamente seu senso de beleza e de alegria com a vista das vilas e verdejantes florestas ao longo do caminho. A compaixão do Buda, que percorreu vastas regiões em sua permanente busca pela paz e pela felicidade humana, reverbera o eterno ritmo da compaixão inerente à própria vida do universo. Na época atual, uma crise fulcral diante da humanidade é aquilo que poderia ser denominado perda de significado. Estamos sem respostas para perguntas essenciais, tais como: “O que é o ser humano?”; “Pelo que vivemos?”. Consumidos por nossa sede de significado, seguimos sem rumo, alienados da sociedade, da natureza e do cosmos. O budismo nos ensina que o propósito do advento da humanidade no mundo é participar ativamente dos mecanismos compassivos do universo, enriquecendo e reforçando seu dinamismo criativo à medida que desfrutamos nossa existência com plenitude. Em outras palavras, a mensagem do buda Gautama é a de que a ação compassiva — nutrindo e conduzindo todas as formas de vida à felicidade e à evolução criativa — constitui a missão que nos foi confiada pelo cosmos. Tomando consciência dessa missão e nos empenhando para cumpri-la, podemos usufruir a experiência do significado genuíno. Estou convicto de que a compreensão budista da compaixão pode servir para desenvolver uma nova cultura de simbiose pautada pelo respeito à pessoa humana e uma nova relação com a natureza — de prosperidade mútua para a humanidade e para o meio ambiente global. Além disso, estimula a ação altruística, ou prática do bodisatva, que, por si só, pode redirecionar a história humana da divisão para a união, do confronto para a harmonia, da guerra para a paz. O segundo aspecto da compaixão do buda Gautama que gostaria de analisar reside em sua admoestação para mantermos a todo momento a compostura e a confiança himalaicas. O estabelecimento de um firme e inabalável senso de identidade é a base necessária para a verdadeira compaixão. A vasta e compassiva condição de vida do Buda, direcionada para a felicidade dos seres vivos, me lembra muito os magníficos picos do Himalaia, que não se abalam diante das mais ferozes tempestades. Em um de seus ensinamentos, o Buda afirma: “Mesmo de longe, os bons se revelam como a Cordilheira do Himalaia; os perversos, ainda que próximos, são invisíveis como flechas atiradas à noite”.3 Para mim, isso demonstra que, ao conceberem o próprio ideal humano, essas montanhas colossais, com picos cobertos por um manto cintilante de neve, estavam claramente presentes na mente de Gautama. Assim como muitos pensadores apontaram, quanto maior o vigor aplicado à defesa da liberdade e da igualdade, mais fluidas e mutáveis — para o bem ou o para mal — as sociedades se tornam. Desse modo, o trabalho de consolidar um firme senso de identidade e de propósito é ainda mais crucial. Sem isso, é muito fácil se perder em comparações com os outros sem sentido e ficar preso a hábitos como inveja e animosidade. Seja qual for a época, a paz e a estabilidade das sociedades, em última análise, derivam das ações de indivíduos capazes de manter uma identidade consistente e inabalável em meio a circunstâncias mutáveis. Creio que talvez jamais tenha havido um período que demandasse isso com tanta urgência como o de agora. Portanto, sinto que a advertência de despedida do buda Gautama aos seus discípulos, “Confie em si, confie na Lei”,4 consista ao mesmo tempo numa mensagem para a humanidade, encorajando-nos a estabelecer um inabalável “eu maior” que está em fusão com o Darma cósmico. Por fim, quero discorrer sobre algumas diretrizes de ação que o buda Gautama nos ofereceu e que julgo ser expressas pela frase “busque a felicidade para si e para os outros”. Nem é preciso dizer que a maior conquista da lógica dos direitos humanos atualmente foi exigir que a dignidade do indivíduo seja respeitada. O problema dos direitos humanos, contudo, não pode ser solucionado mediante medidas institucionais apenas; ao contrário, o foco obstinado da humanidade contemporânea nos direitos pessoais nos levou a esquecer a existência dos outros. Ironicamente, isso solapa a base do nosso próprio ser. O buda Gautama descreveu a relação entre si e os outros com as seguintes palavras: As pessoas não podem encontrar nada mais precioso do que a si próprias. Igualmente, os outros também valorizam a si mesmos. Portanto, aquele que valoriza a si, a partir do conhecimento do amor próprio, abstém-se de prejudicar os outros.5 Ele reconheceu que, para os seres humanos, nada é mais importante do que a si próprios. Portanto, se formos capazes de nos colocar de verdade na situação dos outros, compreenderemos naturalmente o valor e a relevância deles. O primeiro passo para a compaixão é nos colocar no lugar dos outros, com empatia, reconhecendo a realidade da existência deles. Não creio que eu seja o único a sentir que aí se encontra, de fato, o “bom remédio” capaz de aliviar a profunda sensação de isolamento que aflige hoje a humanidade. Depois de atingir a iluminação, o Buda passou por um doloroso processo de conflito interior e de dúvida quanto a expor ou não o Darma aos outros. Ele sabia que, se o fizesse, certamente enfrentaria críticas e perseguições provenientes da incapacidade das pessoas de compreender sua mensagem. E cogitou a possibilidade de permanecer em silêncio, de desfrutar, na paz e tranquilidade, o júbilo de sua condição iluminada. De acordo com a tradição budista, Brahmadeva6 apareceu diante de Gautama e suplicou-lhe que pregasse o Darma em benefício de todas aquelas pessoas se equilibrando entre o avanço e o retrocesso, a felicidade e a tristeza, a vitória e a derrota na vida. Esse “apelo de Brahmadeva” reavivou a noção do “outro” dentro de Gautama e ocasionou o nascimento de um genuíno Buda, totalmente devotado a edificar a felicidade indestrutível para si e para os demais. Em outra parte, encontramos a afirmação: “Como todos os seres vivos estão sujeitos à doença, eu também estou doente”.7 O lamento das pessoas — suportando os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte — sempre ressoou nos ouvidos do buda Gautama. Sua mensagem para nós, transcendendo o tempo e o espaço, é: “Reavivam o outro dentro de vocês e, juntos, desfrutem a felicidade máxima!”. Em sua exegese sobre o Sutra do Lótus, o mestre budista do século 13, Nichiren Daishonin, nos oferece esta resposta: “Alegria consiste em compartilhar sabedoria e compaixão consigo e com os outros”.8 Essa mensagem também transmite a ideia de terceira geração dos direitos humanos ou direitos solidários, entre os quais estão o direito a uma ordem internacional pacífica e a um meio ambiente natural saudável. Estou certo de que esse humanismo solidário compõe o fator fundamental para a prosperidade geral da humanidade, concretizada mediante o desenvolvimento e o progresso das sociedades humanas ricamente diversas e únicas que adornam o nosso planeta. Cada um de vocês possui uma profunda missão. Tenho a esperança e a convicção de que, abrindo as asas da sabedoria e da compaixão, vocês se elevarão aos céus do século 21 cujos grandes atributos sejam a paz e a reverência à vida. Finalmente, como expressão do meu sincero desejo de que o futuro de vocês seja repleto de esperança, saúde e felicidade, cito um de seus poetas, Madhav Prasad Ghimire, a quem admiro imensamente. Seu poema intitula-se Juventude. Os primeiros raios de luz sobre os picos nevados, e o novo e fresco vigor brotando nos braços do herói. Lancem para o alto, ó jovens, as flechas dos novos raios. Iniciem, com seu toque, uma nova onda, e, com seus dedos, acordem o mundo para uma nova e pulsante vida!9 No topo: Presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, recebe título de doutor honorário em letras da Universidade Tribhuvan, nov. 1995. Foto: Seikyo Press Notas: 1. ASHVAGHOSHA, The Buddhacarita; ou, Atos do Buda. Tradução: E. H. Johnston. Délhi: Motilal Banarsidass Publishers, 1992. p. 27. 2. Carta para os Irmãos. In: Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 525, 2020. 3.The Dhammapada. Tradução: Narada Thera. Londres: John Murray, 1959. p. 72. 4. The Long Discourses of the Buddha [Os Longos Discursos do Buda]. Tradução: Maurice Walshe. Boston: Wisdom Publications, 1995. p. 245. 5. MASUTANI, Fumio. Budda no Kotoba. Tóquio: Kadokawa Shoten, 1988. p. 79. 6. Brahmadeva: Brahma (Bonten, em jap.). 7. The Vimalakirti Nirdesa Sutra [O Sutra Vimalakirti Nirdesa]. Tradução: Lu K’uan Yü. Berkeley: Shambala, 1972. p. 50. 8. DAISHONIN, Nichiren. Ongi Kuden. In: Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, 1952. p. 761. 9. GHIMIRE, Madhav Prasad. Youth [Juventude]. In: Modern Nepali Poems [Poemas Nepaleses Modernos]. Katmandu: Royal Nepal Academy, 1972. p. 229.
02/10/2023
Artigos
TC
Emanar nossa luz como bodisatvas da terra pela felicidadedas pessoas
“Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo”1 — essa é uma das diretrizes eternas da Soka Gakkai. Quão grandiosos seriam os louvores de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, aos nobres esforços de todos vocês, meus amigos ao redor do mundo, que estão se preparando para os exames de budismo2 ou participando das reuniões de estudo, com ardente espírito de procura. Tudo o que estão aprendendo, ao estudarem o Budismo Nichiren junto com os companheiros da organização — cada qual reservando um precioso tempo de sua atarefada agenda, enquanto lida com todos os tipos de desafio — ficará gravado profundamente na vida de vocês e se tornará fonte de imensa alegria, boa sorte e benefício. Em setembro de 1950, período em que trabalhava freneticamente para transformar a situação desesperadora em que se encontravam os negócios do meu mestre, Josei Toda, copiei em meu diário uma passagem do capítulo 23, “Os Feitos Iniciais do Bodisatva Rei dos Remédios”, do Sutra do Lótus: “Este sutra pode fazer com que todos os seres vivos se livrem do sofrimento e da angústia. Este sutra pode trazer grandes benefícios a todos os seres vivos e satisfazer seus desejos”.3 Essas palavras constituem uma declaração de que a Lei Mística é o supremo e definitivo ensinamento para aliviar os sofrimentos de todos os seres vivos. Sinto como se pudesse ouvir o brado retumbante emitido pela magnífica assembleia do Sutra do Lótus: “Deve propagá-lo [o Sutra do Lótus] amplamente, em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], e jamais permitir que ele deixe de existir”.4 Recuar, nem pensar! Essa opção não existia. Decidi apoiar meu mestre, que liderava a propagação da grande Lei, e, em primeiro lugar, fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para romper os obstáculos imediatos que se interpunham em nosso caminho. Como membros da Soka Gakkai, lemos os escritos de Nichiren Daishonin e o Sutra do Lótus, e recitamos Nam-myoho-renge-kyo tanto pela nossa felicidade como pela felicidade dos outros. Baseamos a vida na suprema verdade do universo. Quando analisamos nossos problemas da vasta perspectiva de vida que abarca o passado, o presente e o futuro e os mundos das dez direções, que incríveis coragem e sabedoria e poderosa energia vital brotam de dentro de nós para acolhê-los e superá-los! Daishonin escreve em A Entidade da Lei Mística, redigida há 750 anos [em 1273], enquanto se encontrava exilado na Ilha de Sado, que o Myoho-renge-kyo é a “Lei única e maravilhosa [myoho] que possui simultaneamente a causa e o efeito [renge]”, e “qualquer um que praticar essa Lei obterá, simultaneamente, tanto a causa como o efeito do estado de buda”.5 Quão profundas são “a causa e o efeito do estado de buda” que acumulamos ao nos empenhar incansavelmente nos “dois caminhos da prática e do estudo”, intrépidos diante das dificuldades! Durante o rigoroso inverno de 1979, eu disse aos preciosos amigos de Tohoku que as épocas mudam, ou melhor, que podemos mudá-las. Exortei-os a desenvolver uma visão clara de como abrir caminhos para o kosen-rufu, a estabelecer objetivos sólidos e, então, a se esforçar para concretizá-los. Quanto mais oramos, imbuídos de determinação, e nos empenhamos, disse-lhes, mais expandimos nossa rede de amizade, solidariedade e kosen-rufu. Os membros de nossa família Soka, com Tohoku na vanguarda, possuem o “pulsar do coração dos campeões” e são os “porta-estandartes da nobre causa dos bodisatvas da terra”.6 Como bodisatvas da terra, brilhando como o sol, empreendamos esforços ainda maiores para levar a triunfal luz da felicidade a todas as pessoas! Com o desejo de permitir que todos ouçam o ensinamento da Lei Mística — nossos diálogos como bodisatvas da terra levam a luz da felicidade às pessoas. No topo: Participantes da 3ª edição da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil caminham pelos arredores do Centro Cultural Campestre (Itapevi, SP, jun. 2023). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. 2. No Japão, o Exame de Primeiro Grau do Departamento de Estudo de Budismo será ministrado no dia 1o de outubro. 3. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 23, p. 327-328. 4. Ibidem, p. 330; Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 417, 2020. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 441, 2020. 6. Letra da canção Juramento de Aoba da Soka Gakkai de Tohoku. Este ano [2023] assinala o 45º aniversário da estreia da canção.
01/09/2023
Pensamento
TC
Ao agir para conquistar um grande objetivo,
Ao agir para conquistar um grande objetivo, expande-se na mesma proporção o próprio sonho e faz-se resplandecer uma grande história. Assim, ao vivermos pelo grande desejo do kosen-rufu, nosso “eu menor” se transforma no “eu maior”. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 8 de julho de 2018 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Céu azul se estende ilimitadamente e montanhas verdejantes. À esquerda, vê-se a majestosa ilha de Sakurajima, Japão. Foto tirada por Ikeda sensei em sua visita a Kirishima, em Kagoshima, em outubro de 1990. Foto: Seikyo Press
01/09/2023
Encarte Especial
TC
Nova Revolução Humana em fotos
Logo após esse encontro, o treinamento ao ar livre prosseguiu com uma competição de voleibol entre vários times formados na hora. Shin’ichi sugeriu: — Cada time poderia formar uma roda e competir em número de passes. Iniciada a competição, nenhum time conseguiu deixar a bola em jogo por mais de três ou quatro toques, derrubando-a em seguida. O presidente Yamamoto uniu-se a um time e disse: — Como ninguém conseguiu manter os passes por muito tempo, este time irá desafiar cem passes. — Cem?! – exclamaram meio assustadas. — Isso mesmo. Serão cem passes. Vamos nos unir com a determinação de que conseguiremos infalivelmente. Seremos então capazes de realizar o desafio. Uma vez definido o objetivo, o importante é persistir até alcançá-lo. Está bem? Então, lá vai! (Nova Revolução Humana, v. 4, p. 196-197) Foto: Seikyo Press / Ilustração: Kenichiro Uchida No topo: Presidente Ikeda em competição de passes de vôlei junto com participantes do Grupo Kayo (Kirigamine, Nagano, Japão, 30 jul. 1961)
01/09/2023
Especial
TC
Tributo ao Sagarmatha do Humanismo: Lições Vivas do Buda Gautama
Recebo com grande honra e alegria a oportunidade que me concederam de proferir algumas palavras na Cerimônia de Formatura da Universidade de Tribhuvan neste lindo país, Nepal, terra natal do buda Gautama.1 Sinto-me profundamente grato e expresso-lhes meus sinceros agradecimentos. Permitam-me também manifestar minhas sinceras congratulações a todos vocês que estão se graduando hoje nesta universidade, uma das instituições de ensino superior mais respeitadas da Ásia. Fiquei profundamente impressionado ao tomar conhecimento do solene juramento que realizaram durante a cerimônia de formatura. Meu coração se enche de infinita esperança e expectativa ao imaginá-los no futuro escalando as cordilheiras do século 21, e mantendo sempre em mente a nobreza e dignidade do juramento que firmaram na presente data. O título de meu discurso de hoje é “Tributo ao Sagarmatha2 do Humanismo: Lições Vivas do Buda Gautama”. Aproveito este ensejo para ponderar com os senhores sobre o legado espiritual desse grande mestre da humanidade, concentrando-me em dois temas centrais pertinentes a sua filosofia e caráter: a penetrante luz de sua sabedoria e a vasta dimensão de sua compaixão. Ao considerarmos a condição da humanidade contemporânea, que poderia ser comparada a uma passagem forçada por um mar desconhecido e tempestuoso, vêm-me à lembrança as seguintes estrofes de um dos grandes poetas nepaleses, Bala Krishna Sama: Afasta-te de todas as altercações, como se viessem de um menino tolo. Desaloja a desunião, prospera e abandona a fé cega! Tenha fé no humanismo, viva e deixa os outros viverem! Disputai sempre para se exceler na verdade e na decisão de fazer o bem. Rogo a ti, Oh Mundo! Quebra o arco do átomo antes que eu dê meu último suspiro. Apaga o nome da guerra com a canção da paz perene!3 Esse poema expressa um contundente anseio pela paz neste nosso século devastado pela guerra, assim como alguém no deserto deseja água. E esses sentimentos nobres e belos, tenho certeza, são compartilhados pelo povo do Nepal. Nossa aspiração e anseio encontram resposta na visão do buda Gautama, que, em sua colossal sabedoria e compaixão, se destacacomo Sagarmatha do humanismo; sua vida foi de magnânimos e incessantes esforços para habilitar a humanidade a desfrutar paz e segurança. O primeiro aspecto da sabedoria de Gautama que quero discutir é seu premente apelo para que evidenciemos o brilho máximo da torre de tesouro da nossa vida interior. Desde o alvorecer da era moderna, as atividades da sociedade humana — tais como o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, e o crescimento industrial e econômico — foram sustentadas pela forte fé no “culto ao progresso”, na qual o parâmetro do avanço sempre foi a expansão quantitativa. Isso, porém, continha uma armadilha imprevista. Enquanto a humanidade buscava o progresso, embriagada pela promessa de realizar seus sonhos, vimos a realidade sacrificada no altar dos projetos sociais; o presente, no do futuro; o ambiente, no do crescimento; a pessoa humana, no da teoria vazia. Aí se encontra a causa primordial dos trágicos horrores do nosso século. Em resposta aos nossos dilemas atuais, a sabedoria do buda Gautama nos insta a direcionar o olhar novamente para a dimensão mais profunda, mais fundamental da vida humana. Um ponto de máxima relevância no Saddharma-pundarika-sutra, ou Sutra do Lótus — considerado o âmago dos ensinamentos do Buda —, é o surgimento de uma magnífica torre de tesouro adornada com preciosidades. Ela simboliza a vasta vida cósmica existente no ser humano, e foi à tarefa de habilitar cada indivíduo a cultivar essa dimensão de vida abundantemente fértil — o microcosmo que compõe o universo dentro do indivíduo — que o buda Gautama devotou seus esforços ao longo da vida. Quando observamos a crescente atenção e ênfase atribuídas aos objetivos voltados para o desenvolvimento humano em anos recentes, não podemos deixar de sentir que a visão e o discernimento de Gautama reluzem de forma ainda mais intensa. Há cerca de dez anos, mantive um diálogo com o cofundador do Clube de Roma, Aurelio Peccei, no decorrer do qual ele ofereceu o seguinte conselho às futuras gerações: Dentro de nós reside uma prodigiosa riqueza de capacidades não desenvolvidas e não utilizadas que nunca foram sequer exploradas (...); uma fonte de aptidões de fato extraordinária, renovável e, ao mesmo tempo, expansível.4 A expressão que o Dr. Peccei e eu empregamos para descrever o processo de desenvolver o potencial inerente à vida humana foi “revolução humana”. Nem é necessário dizer que o fator essencial para esse tipo de desenvolvimento é a educação, uma área em que o Nepal vem configurando continuamente um importante exemplo. Do mesmo modo, a educação mostra-se indispensável para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e para cumprirmos nossas responsabilidades em relação às gerações futuras. Os ensinamentos do Buda também contêm a seguinte passagem: Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente.5 Essa passagem indica um modo de vida que não se prende aos acontecimentos do passado nem é dominado pelo medo excessivo nem com a incerteza em relação ao futuro. Ou melhor, sublinha a importância da nossa integridade e das realizações no momento presente. O propósito dessa passagem é nos incentivar a “cavar a terra sobre a qual estamos pisando”, sabendo que, com certeza, encontraremos um rico manancial nas profundezas do instante eterno. O buda Gautama nos exorta a evidenciar o brilho da torre de tesouro existente dentro de nós, neste exato momento e, com essa luz, iluminar o futuro, assentando o caminho para o genuíno progresso e avanço da humanidade. As palavras dele são de um gigante espiritual, um autêntico vitorioso na vida. O segundo aspecto da sabedoria do buda Gautama que quero abordar é sua atitude de ouvir atentamente a voz das pessoas comuns. E mais ainda que a verdade eterna e imutável, o budismo salienta a importância da sabedoria adaptativa adquirida por meio da fusão da vida com essa verdade. Em outras palavras, somos estimulados a despertar para a verdade que é válida e imutável em qualquer época ou circunstância e, desse modo, trazer à tona a sabedoria que flui livremente e pode responder à realidade em constante evolução que nos cerca. Eu, particularmente, sinto que a fonte da sabedoria irrestrita de Gautama se encontra em sua atitude de ouvir com atenção e carinho as sinceras expressões dos cidadãos comuns. O Buda encorajava constantemente as pessoas em volta dele a perguntar o que desejassem, a expor o que estivessem guardando no coração. Realmente, Gautama merece figurar ao lado de Sócrates como um dos grandes mestres do diálogo. Ele foi um inigualável gigante da educação humanística que guiou as pessoas mediante um contínuo processo de diálogo. Quando, por exemplo, uma mãe que perdera seu amado filho implorou a Gautama que salvasse a criança, ele disse que poderia preparar um remédio para curá-la se ela lhe trouxesse algumas sementes de mostarda. No entanto, acrescentou, estas teriam de vir de uma casa que a morte nunca tivesse visitado. A mãe iniciou sua busca desesperada de casa em casa, mas, obviamente, não conseguiu encontrar casa alguma na qual ninguém jamais houvesse morrido. Aos poucos, a mãe, devastada pela dor, passou a compreender que não estava sozinha em sua tristeza, mas que todos os lares carregavam o mesmo fardo de luto e perda. Portanto, ela determinou superar seu pesar e despertou para a missão de solucionar os sofrimentos humanos fundamentais de nascimento, envelhecimento, doença e morte. Essa história, como várias outras semelhantes, ilustram a profundidade da compreensão que o buda Gautama tinha do coração das pessoas e a sabedoria e a compaixão que ele aplicava ao trabalho de ajudá-las a elevar sua condição de vida. No Sutra do Lótus, a virtude de ouvir a voz de todas as pessoas é indicada na descrição do praticante ideal do sutra: As incalculáveis variedades de vozes humanas — ele pode ouvir e compreender todas elas. Novamente, pode ouvir as vozes dos seres celestiais, sons de maravilhosas e delicadas canções, e pode ouvir as vozes de homens e mulheres, vozes de meninos e meninas. No meio das colinas, rios e vales íngremes, as vozes do kalavinka, do jivakajivaka e outros pássaros — Todos esses sons ele ouvirá. Das multidões atormentadas do inferno os sons de vários tipos de sofrimentos e angústias, sons dos espíritos famintos incitados pela fome e sede [as vozes dos bodisatvas e budas do inferno Avichi ao céu de Akanishta,] ele pode ouvir todos esses sons sem jamais prejudicar suas faculdades auditivas.6 Tenho a impressão de que isso proporciona um paradigma de liderança que se estende além dos limites da prática religiosa e abarca todos os campos da atividade humana, incluindo a política, a economia, a cultura e a educação. No topo: Ikeda sensei profere sua palestra na Universidade de Tribhuvan, a mais renomada instituição acadêmica do Nepal, terra natal de Shakyamuni. Foto: Seikyo Press Notas: 1. Buda Gautama: Nome pelo qual o buda Shakyamuni é conhecido no Nepal. Gautama é o sobrenome da família de Shakyamuni. 2. Sagarmatha: Nome do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, em nepalês. Também conhecido como Chomolungma, em tibetano, localiza-se na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre o Nepal e a China. 3. SAMA, Bala Krishna. Adieu, Adieu, O World. In: Modern Nepali Poems. Katmandu: Royal Nepal Academy, 1972. p. 70. 4. GAGE, Richard L. (ed.); PECCEI, Aurelio; IKEDA, Daisaku. Before it Is Too Late [Antes que Seja Tarde Demais]. Tóquio: Kodansha International, 1984. p. 116. 5. Abertura dos Olhos. In: Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020. 6. The Lotus Sutra [Sutra do Lótus]. Tradução: Burton Watson. Nova York: Columbia University Press, 1993. p. 253-255.
01/09/2023
Reflexões Sobre a NRH
TC
[106] Primeira cerimônia de ingresso na Universidade Soka da América, em Aliso Viejo
Quero dedicar as seguintes palavras do grande filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson [1803–1882] aos meus jovens amigos que estão iniciando uma nova jornada: “O dia é sempre daquele que trabalha com serenidade e grandes metas”.1 No dia 24 de agosto, a Universidade Soka da América [SUA, sigla em inglês], em Aliso Viejo, no Condado de Orange, Califórnia, realizou sua primeira cerimônia de ingresso, momento em que os companheiros do mundo inteiro e eu há muito aguardávamos. Fiquei imensamente feliz em receber esse dia. Um total de 120 estudantes minuciosamente escolhidos de dezoito países e de dezoito estados norte-americanos formou a histórica primeira turma de calouros. O futuro pertence a vocês, jovens. A construção do futuro está em suas mãos. Com o desejo de participarem da criação de um novo valor, vocês abriram mão de tradição e prestígio para se juntar à Universidade Soka da América. Gostaria de cumprimentar cada um e dizer de coração: “Parabéns! Façam o máximo!”. *** Disseram-me que, na manhã da data da cerimônia, a névoa tênue que cobria o campus dissipou-se para revelar um brilhante céu azul. No significativo dia da inauguração, 3 de maio, o sul da Califórnia também foi agraciado com um reluzente e límpido céu azul. Sem dúvida, as forças protetoras do universo estavam exultantes com aquela magnífica ocasião. Infelizmente, minha atarefada agenda não me permitiu participar de ambas as ocasiões, mas, do Japão, orei sinceramente pelo sucesso desses eventos tão importantes. Recebemos telegramas e mensagens de felicitações de setenta países, do presidente dos Estados Unidos, George Bush, e de diversas personalidades. A Universidade Soka da América iniciou sua história em uma data de elevadas expectativas de inúmeros apoiadores do mundo inteiro. Jamais esquecerei as calorosas palavras de encorajamento do Dr. Joseph Rotblat [1908–2005], físico mundialmente renomado e laureado Prêmio Nobel da Paz, enviadas para a inauguração da instituição: “Seu sonho se realizou”. Construir uma universidade dedicada à educação Soka era o grande sonho de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda, primeiro e segundo presidentes da Soka Gakkai, e o meu também, como sucessor espiritual deles. Além disso, estabelecer uma instituição de ensino superior fora do Japão é o sonho que mais tenho acalentado desde a inauguração da Universidade Soka em Hachioji, Tóquio, há trinta anos [em 1971].2 Na realidade, pensando bem, essa determinação já ardia em meu peito três anos antes, quando fundei as escolas Soka de ensino fundamental 1 e 2, em Kodaira, Tóquio. Como discípulo, estava decidido a concretizar os sonhos dos meus mestres e aguardei pacientemente o tempo propício. Agora, demos o primeiro passo para realizar a grandiosa revolução educacional, com a qual o presidente Makiguchi, o presidente Josei Toda e eu tanto sonhamos e pela qual viemos nos empenhando ao longo de três gerações. A emoção que sinto é muito forte. Recentemente [em 25 de julho], o New York Times, um dos maiores jornais do mundo, publicou na primeira página um artigo sobre a Universidade Soka da América. A matéria intitulava-se: Uma Nova Universidade na Costa Oeste, Nascida no Extremo Oriente. A Associated Press (AP), maior órgão de notícias do mundo, produziu um artigo sobre a SUA, veiculado por aproximadamente quarenta jornais norte-americanos. Isso é uma evidência de que muitas pessoas estão seriamente interessadas no rumo do ensino superior no século 21. O campus da Universidade Soka da América, rodeado pela natureza, localiza-se no alto de uma colina cercada por vales em três direções. Ele se ergue majestosamente a sudoeste do ginásio onde foi realizada a cerimônia de ingresso. Um pouco além de uma montanha baixa, a oeste, estende-se o vasto Oceano Pacífico, com suas águas azuis cintilantes. Um dos jornais locais [Orange County Register] o chamou de “escola da colina”. Uma “colina” pode ser considerada como um símbolo de luta e de trabalho de um indivíduo para desenvolver a si próprio e realizar os mais elevados ideais. O principal edifício do campus é o Prédio dos Fundadores. A forma plural “fundadores” é uma homenagem àqueles que trabalharam comigo, de todas as formas possíveis, enquanto eu me dedicava aos ideais educacionais de Makiguchi sensei e de Toda sensei. A Universidade Soka da América foi fundada pelo povo e para o povo. Cada indivíduo que contribuiu com seu esforço para alcançar essa meta é um de seus heroicos fundadores. E para meus queridos estudantes da primeira turma, espero que, como “jovens fundadores”, canalizem seu intelecto e entusiasmo para o desenvolvimento da nossa universidade e a formação de um magnífico eu. *** As aulas terão lugar na Sala Linus Pauling e Ava Helen Pauling e na Sala Mohandas e Kasturba Gandhi, assim chamadas obviamente em homenagem ao famoso Prêmio Nobel e sua esposa e ao líder indiano da não violência e sua esposa. A Sala Linus e Ava Helen Pauling foi inaugurada em maio, e a Sala Mohandas e Kasturba Gandhi, em 23 de agosto, um dia antes da cerimônia de ingresso, com a participação de Arun Gandhi, neto daqueles que deram nome à sala, e sua esposa, Sunanda. Algumas pessoas ficaram surpresas pelo fato de essas salas receberem o nome de pessoas que não são budistas nem japonesas. Mas isso é natural pelos princípios que formam a base da SUA. Nós estamos livres do encanto da ideologia estreita. Valorizamos o pluralismo, respeitamos as diferenças de etnia e cultura, e dedicamo-nos a trabalhar pelo povo e pela dignidade da vida. Neste mundo repleto de miséria e sofrimento, temos o compromisso de conduzir uma luta humanística, uma batalha espiritual para erradicar as causas da infelicidade, e continuaremos avançando junto com as pessoas que compartem esse sentimento. O fato de essas salas receberem o nome de dois gigantes imponentes do Oriente e do Ocidente na luta pela justiça e pela paz no século 20 é uma expressão do nosso elevado compromisso de criar cidadãos do mundo, unidos pela causa da paz mundial. *** Para o grande Dr. Linus Pauling, a época de estudante não foi fácil. Depois de finalmente ser aceito no Instituto Superior de Agricultura do Oregon (atual Universidade Estatal do Oregon), foi obrigado a abandonar os estudos por um tempo para trabalhar, a fim de juntar o dinheiro necessário para trancar a matrícula e cobrir os gastos cotidianos. Ele pôde prosseguir com os estudos graças ao apoio dos seus professores, que desejavam que o brilhante jovem desenvolvesse ao máximo seu talento. O Dr. Pauling sempre foi muito grato pelo encorajamento e apoio da universidade. A Universidade Soka da América também está totalmente centrada nos estudantes. Cuidar deles é cuidar do futuro. Com suas excelentes notas, o Dr. Pauling poderia ter frequentado uma universidade de prestígio, mas ele escolheu o recém-estabelecido Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). As muitas honras acadêmicas e os louvores dele como um grande cientista, incluindo o Prêmio Nobel de Química, converteram-se também em honras para sua escola. Vocês, integrantes da primeira turma da SUA, tiveram a oportunidade de estudar em outras instituições, mas, sem hesitar, decidiram unir-se à criação de uma nova universidade. Tenho profunda gratidão por vocês, jovens pioneiros, e tenho a convicção de que, de suas fileiras, surgirão líderes de destaque em todos os campos do empreendimento humano. Em minha mensagem para a primeira cerimônia de ingresso, referi-me à escola fundada pelo grande poeta indiano Rabindranath Tagore. É também um fato muito conhecido que Mahatma Gandhi [1869–1948], desejando que a educação fosse independente do domínio colonial, fundou algumas escolas, sendo uma delas Gujarat Vidyapith, uma academia nacional em Ahmedabad, Gujarat, em 1920. Gandhi estava ansioso por construir um novo espírito indiano, uma nova nação. O escritor francês Romain Rolland [1866–1944], louvando o enorme significado do empreendimento de Gandhi, escreveu: “Ele é o construtor de uma nova humanidade”.3 A Universidade Soka da América também visa construir uma nova humanidade. Nossa meta é criar pioneiros de uma civilização genuinamente global! Os alunos de Gujarat Vidyapith ajudaram Gandhi nos preparativos para a famosa Marcha do Sal de 1930, um dos acontecimentos que deram vida ao movimento pela independência da Índia. Visitaram os povoados de Gujarati e reuniram dados, desempenhando papel fundamental no êxito do manifesto. No ano seguinte, Gandhi visitou a escola e elogiou os esforços dos estudantes: “Quando a história da batalha [a Marcha do Sal] for escrita, a contribuição de nossas vidyapiths [escolas] para essa luta ocupará um grande espaço nela. Mesmo o mundo se orgulhará de seu registro glorioso”.4 Estou plenamente convicto de que os esforços pioneiros dos nossos maravilhosos estudantes da Universidade Soka da América, instituição que é minha própria vida, brilhará nos anais da história também. O grande poeta do povo norte-americano Walt Whitman [1819–1892] dedicou um poema a um discípulo, chamando-o de “querido amigo” e encorajando-o dizendo: “... e comece hoje a avançar com audácia à realidade, ao amor próprio, ao concreto, ao elevado. Não dês trégua a ti mesmo até que tenhas proclamado tua própria Individualidade”.5 Meus queridos amigos da primeira turma da Universidade Soka da América, todos aguardam ansiosamente o crescimento, a vitória e o êxito de vocês! No topo: Vista aérea da Universidade Soka da América (SUA), Califórnia, Estados Unidos. Foto: Seikyo Press Notas: 1. PORTE, Joel (ed.). The American Scholar [O Erudito Norte-americano]. In: Ralph Waldo Emerson: Essays and Lectures [Ralph Waldo Emerson: Ensaios e Dissertações]. Nova York: The Library of America, 1983. p. 66. 2. Artigo publicado originalmente no Seikyo Shimbun, edição de 29 de agosto de 2001. 3. ROLLAND, Romain. Mahatma Gandhi: The Man Who Became One with the Universal Being [Mahatma Gandhi: O Homem que se Tornou Uno com o Ser Universal). Tradução: Catherine D. Groth. Nova Délhi: Divisão de Publicações, Ministério de Informação e Radiodifusão do Governo da Índia, 1990. p. 61. 4. KRIPALANI, J. B. Gandhi: His Life and Thought [Gandhi: Sua Vida e seu Pensamento]. Nova Délhi: Divisão de Publicações, Ministério de Informação e Radiodifusão do Governo da Índia, 1975. p. 110. 5. WHITMAN, Walt. To a Pupil [A Um Aluno]. In: Leaves of Grass [Folhas de Relva]. Nova York: Dutton, 1968. p. 326.
01/09/2023
Estudo
TC
[62] O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos — assumam a liderança na propagação da filosofia do respeito à dignidade da vida!
Explanação Nestes tempos turbulentos, as pessoas estão buscando uma nova filosofia de esperança. Em nosso mundo repleto de adversidades, há a necessidade urgente de que surjam mais “valores humanos” dedicados à criação de valor. A humanidade atualmente está engajada numa luta feroz contra um inimigo invisível, o coronavírus. Ao juntarmos nossa sabedoria para responder a esse desafio sem precedentes, todos desejam ardentemente o fim da pandemia. Onde podemos encontrar a força para dissipar as nuvens escuras que envolvem o coração das pessoas e ajudá-las a se tornar mais fortes, mais sábias e melhores? Originalmente, a religião começou com pessoas dando expressão a seus desejos mais intensos e prementes em forma de oração. Não seria exagero afirmar que pessoas do mundo todo hoje, mais uma vez, estão reexaminando o verdadeiro valor da religião. O Sutra do Lótus possibilita que todas as pessoas atinjam o estado de buda Todos vocês, membros da Divisão dos Estudantes (DE) de várias partes do mundo, que estão crescendo em meio a esta época conturbada, possuem a profunda missão de ensejar uma nova era de respeito pela dignidade da vida mantendo firmemente os ensinamentos do Budismo do Sol de Nichiren Daishonin. O Sutra do Lótus descreve como a filha de 8 anos do rei dragão1 se tornou um buda, demonstrando que todos os seres vivos podem atingir a iluminação, independentemente do gênero. A tradição da Soka Gakkai de valorizar a Divisão dos Estudantes é admiravelmente significativa. Esperança para a sociedade Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, sempre dizia que as crianças são emissárias do passado do “tempo sem início” (kuon ganjo), que nasceram neste mundo para possibilitar que os pais e outros ao seu redor atinjam o estado de buda. Ele também as chamava de tesouros do futuro, observando que devemos considerá-las emissárias do futuro e cuidar delas da melhor forma possível. As esperanças e as expectativas em relação a vocês, membros da DE, nunca foram tão altas quanto hoje. Por quê? Porque sua geração adornará o centenário de fundação da Soka Gakkai (em 2030) e determinará o curso do século 21, fazendo dos desafios atuais o palco principal para seu crescimento. Vocês são tesouros preciosos insubstituíveis que possuem a missão de edificar um futuro mais auspicioso para a humanidade. Cada um de vocês é uma grande fonte de esperança para a sociedade global. Em prol do seu futuro Nas três próximas edições, gostaria de estudar com vocês, corredores da justiça, que levarão avante o bastão do kosen-rufu mundial, algumas passagens dos escritos de Nichiren Daishonin. Analisemos, juntos, tópicos como o significado da fé, o modo de vida correto e a relevância de se ter esperanças e sonhos. Os ensinamentos do Budismo Nichiren são profundos e, mesmo que a princípio não os compreendam totalmente, chegará o dia em que reconhecerão o verdadeiro significado do que estudamos aqui. Talvez sintam dificuldade, mas espero que absorvam algo do que eu disser nessas explanações que os ajude mais tarde na vida. Nesta primeira parte, examinemos O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos. Certa ocasião, dei uma palestra sobre esse escrito para alguns de seus pioneiros predecessores da DE-Herdeiro (em 1966). Nele, Daishonin nos ensina que, como discípulos diretamente ligados a ele, temos a missão de realizar o kosen-rufu em prol da humanidade, do mundo e do futuro. Trecho do escrito 1 O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos Agora, não obstante o que aconteça, empenhe-se na fé, torne-se um devoto [praticante] do Sutra do Lótus e continue sendo meu discípulo pelo resto de sua vida. Se tiver a mesma mente de Nichiren, o senhor deve ser um bodisatva da terra. (CEND, v. I, p. 404) O ensinamento que recitamos durante o gongyo da manhã e da noite Acredita-se que Daishonin tenha enviado esse escrito para um discípulo sacerdote chamado Sairen-bo, no quinto mês de 1273, há aproximadamente 750 anos. Daishonin estava com 52 anos na época e vivia na Ilha de Sado.2 O título desse escrito é O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos. Durante o nosso gongyo da manhã e da noite, recitamos três vezes o ensinamento do “verdadeiro aspecto de todos os fenômenos” (shoho jisso, em jap.)3 do capítulo “Meios Apropriados”, do Sutra do Lótus (cf. LSOC, cap. 2, p. 57) — Sho ho jis-so. Sho i sho ho. Nyo ze so. Nyo ze sho. (…) Nyo ze hon mak-ku kyo to —; isso demonstra quão fundamental é esse ensinamento. Essa carta foi escrita em resposta a uma pergunta de Sairen-bo sobre o significado de “o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos”. Fazer perguntas é muito importante no processo de aprendizado. Reunir a coragem em busca de respostas é a maneira que temos para fazer novas descobertas e experimentar a alegria de compreender coisas novas. Daishonin responde claramente que o verdadeiro aspecto (essência) de todos os fenômenos (coisas, realidade) é o Nam-myoho-renge-kyo. Ele diz: “Verdadeiro aspecto” é outra designação de Myoho-renge-kyo”4 (CEND, v. I, p. 403). O daimoku do Nam-myoho-renge-kyo que recitamos é o nome da verdade suprema, o princípio fundamental subjacente ao universo e à vida. É o meio pelo qual todas as pessoas podem atingir o estado de buda; e é também a fonte de revitalização, harmonia e felicidade que nos mune de ilimitada energia vital e de boa sorte. Todos vocês que abraçam esta Lei Mística possuem força e potencial extraordinários. Recitar Nam-myoho-renge-kyo com fé na Lei Mística é a “chave” que permite a você ativar essas qualidades ilimitadas no mundo real. Nossas persistentes orações sempre são respondidas A juventude é uma época repleta de preocupações e de ansiedade para qualquer pessoa. Aposto que os desafios que vocês enfrentam parecem intermináveis, seja no âmbito dos estudos, no tocante à decisão de que carreira seguir no futuro, seja com relação aos amigos, questões familiares, e assim por diante. No entanto, em última análise, sua prática budista constitui a força propulsora para lidar com cada uma dessas questões e ultrapassá-las. A oração é um ato sublime unicamente humano. É a expressão do recôndito do seu ser, do seu profundo e incomensurável poder. O Sutra do Lótus afirma: “Eles [praticantes] desfrutarão paz e segurança na presente existência e boas circunstâncias nas existências futuras” (LSOC, cap. 5, p. 136). Isso significa que nossa situação atual melhorará e alcançaremos a felicidade perene sem falta. Nossas orações não apenas nos empoderam a solucionar nossos problemas imediatos, mas também estimulam nosso crescimento e nos ajudam a ter uma existência dedicada à felicidade dos outros. Esse é o poder fundamental do Nam-myoho-renge-kyo. E é o propósito da nossa prática diária do gongyo e da recitação do daimoku. A verdadeira fé no Budismo Nichiren não ensina uma dependência passiva de algum poder externo. Ao contrário, por meio da oração sincera e do esforço sério, podemos evidenciar nossa verdadeira força interior, nosso potencial inerente único. Desse modo, conseguimos nos aprimorar e nos desenvolver ainda mais. Naturalmente, na realidade, as coisas nem sempre ocorrem como você gostaria, e suas orações nem sempre são respondidas de imediato. Pode-se comparar isso a cavar incansavelmente para desenterrar um tesouro valiosíssimo escondido bem fundo debaixo da terra e atingir uma pedra que o impeça de alcançá-lo. Se desistir nesse ponto, nunca conquistará o tesouro. Do mesmo modo, para alcançar o tesouro infinitamente precioso nas profundezas da terra da própria vida, você precisa cavar de maneira correta — isto é, perseverar com paciência na prática budista correta. Desde que continue cavando, obterá força e sabedoria, consolidando dinamicamente sua energia vital, e viverá de forma positiva e produtiva. Referindo-se aos infinitos e imensuráveis benefícios que recebemos por meio da nossa fé no Gohonzon, Toda sensei costumava dizer que nossas experiências têm significado no mundo da fé. Com o tempo, perceberemos, com profunda gratidão, que nada foi desperdiçado e tudo teve um propósito. Desde os primórdios da nossa organização até hoje, inumeráveis membros vivenciaram isso pessoalmente e podem atestar esse fato. Tais provas reais demonstradas pelos membros do mundo inteiro diz muito sobre a validade e profundidade do Budismo Nichiren. Por isso, é tão importante manter a fé. No longo prazo, verificaremos que todas as nossas orações sempre são respondidas. Quando olharmos para trás, poderemos apreciar plenamente as experiências que tivemos, percebendo que alcançamos mais do que almejávamos e que as dificuldades que enfrentamos nos ajudaram a compreender o sofrimento dos outros. Ao nos empenhar na prática budista, podemos converter os desafios em estímulo para nosso crescimento pessoal e em oportunidades para grandes progressos. Não há a menor sombra de dúvida de que, no fim, nossa vida superará nossas expectativas. Portanto, é crucial que perseveremos com firme fé até o último momento. Daishonin expressa: “Agora, não obstante o que aconteça, empenhe-se na fé, torne-se um devoto do Sutra do Lótus e continue sendo meu discípulo pelo resto de sua vida” (CEND, v. I, p. 404). Agora é hora de vocês, meus jovens sucessores da Soka Gakkai, se concentrarem em seu desenvolvimento, colocando os estudos e a saúde em primeiro lugar. Desejo que se tornem pessoas capazes de realizar extraordinárias contribuições para o kosen-rufu, para a felicidade do próximo e para o bem-estar da sociedade. Construir um mundo onde sinta que vale a pena ter nascido Daishonin escreve: “Se tiver a mesma mente que Nichiren, o senhor deve ser um bodisatva da terra”5 (CEND, v. I, p. 404). Os bodisatvas da terra são profundamente nobres. Incumbidos de propagar a Lei Mística na era maléfica dos Últimos Dias, eles surgem neste mundo de acordo com seu juramento seigan de concretizar o kosen-rufu. Os membros da Soka Gakkai são, todos, bodisatvas da terra. De forma simples, kosen-rufu significa construir um mundo feliz e pacífico, no qual todos sintam alegria por terem nascido, apreciem a vida e possam conduzir uma existência prazerosa e realizada em harmonia com os outros. É exatamente como expressamos nas orações silenciosas no fim do gongyo todas as manhãs e noites: “Oro pela paz mundial e felicidade de todas as pessoas (ou melhor, de todos os seres vivos)”. Essa é a razão pela qual seus pais e avós e os demais membros da Soka Gakkai em sua localidade se dedicam com tanta intensidade a compartilhar o Budismo de Daishonin com os outros. O foco de suas orações e ações vão muito além de si mesmos e de suas famílias, abarcando amigos, vizinhos e todos de sua coletividade. Quando expandimos a esfera de nossa preocupação, evidenciamos ainda mais coragem, sabedoria e compaixão e nos imbuímos de profundo senso de significado e propósito na vida. Os membros da Soka Gakkai de todos os lugares se empenham dia após dia para elevar a própria condição de vida e, ao mesmo tempo, contribuir para a felicidade do próximo e para a sociedade. Esse é o caminho para atingir o estado de buda nesta existência, e é a prática da nossa revolução humana. A fé com “a mesma mente que Nichiren” O essencial é ter “a mesma mente que Nichiren” (CEND, v. I, p. 404). Em meio a numerosas árduas perseguições, Daishonin abriu o grande caminho do kosen-rufu que se estende pela eternidade, movido pelo desejo de que a humanidade conquiste a felicidade. A Soka Gakkai vem atuando em perfeita consonância com essas palavras de Daishonin. O fato de vocês hoje estarem praticando o Budismo Nichiren é realmente admirável. A Soka Gakkai está se empenhando na fé com “a mesma mente que Nichiren”. Com um coração vasto, capaz de abraçar o mundo inteiro, espero que continuem vivendo junto com a Soka Gakkai. Não permitam que nada os detenha. Continuem seguindo avante com grandes sonhos. Uma vida dedicada às pessoas Daishonin afirma que somos, sem dúvida, bodisatvas da terra. Somos nobres bodisatvas que surgiram corajosamente neste mundo com uma missão pelo kosen-rufu. Bodisatvas são pessoas que trabalham ativamente pela paz mundial pela felicidade dos outros, ativando, nesse processo, o brilho e a radiância da própria vida. Bodisatvas da terra são grandes bodisatvas comparáveis ao Buda que escolheram nascer nesta era maléfica repleta de problemas e sofrimento. Consequentemente, vivenciam os mesmos problemas e sofrimentos que todos. Mas a condição de vida dos bodisatvas da terra é diferente, pois eles têm consciência e orgulho de sua importante missão. Os bodisatvas da terra jamais se entregam diante das adversidades. Apesar de eles próprios estarem passando por provações, encorajam e apoiam aqueles que estão enfrentando dificuldades e vivem de uma maneira que inspira esperança nos outros. Estendendo a mão para as pessoas à sua volta, transmitem, por meio de seu exemplo, a verdade de que podemos superar os infortúnios e nos tornar felizes. Tudo na vida tem significado. Se nossa vida fosse perfeita desde o começo, não poderíamos demonstrar a grandiosidade do budismo nem o poder subjacente à vida. Os bodisatvas da terra ilustram o princípio de “carma adotado por desejo próprio”.6 Os membros da Soka Gakkai ao redor do mundo abraçam o juramento dos bodisatvas da terra, que escolhem deliberadamente lutar em meio às adversidades. Eles encaram seus desafios com bravura, determinados a transformar destino em missão. Por mais árduas sejam nossas atuais circunstâncias ou as dificuldades que enfrentemos, avançamos com otimismo e espírito invencível. Cada um de vocês, sem exceção, possui uma grande missão. Minha expectativa é que cresçam e se tornem líderes a quem as pessoas agradeçam por tê-las ajudado a se tornar felizes. Mesmo que seus esforços sejam silenciosos e passem despercebidos, gostaria que permanecessem fiéis a si próprios e dediquem a vida ao caminho Soka de mestre e discípulo, trabalhando para contribuir para a felicidade das pessoas e para a sociedade. Esse é meu desejo. Trecho do escrito 2 O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos Não deve haver discriminação entre os que propagam os cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo nos Últimos Dias da Lei, sejam homens, sejam mulheres. Se não fossem bodisatvas da terra, não seriam capazes de recitar daimoku [Nam-myoho-renge-kyo]. No início, somente Nichiren recitou o Nam-myoho-renge-kyo, mas depois, duas, três, cem pessoas o seguiram, recitando e ensinando aos outros. Assim também será a propagação no futuro. (CEND, v. I, p. 404) Igualdade entre as pessoas, apropriada para uma religião mundial Nichiren Daishonin prescreve que “não deve haver discriminação (...) sejam homens, sejam mulheres” (CEND, v. I, p. 404). Essa declaração de igualdade de gênero no Japão do século 13 reluz como um farol nos anais da história da humanidade. Em outras palavras, cada pessoa que abraça o Gohonzon e recita Nam-myoho-renge-kyo, independentemente de gênero, identidade ou expressão, pode se tornar plenamente feliz. Por essa razão, é importante que não apenas recitemos Nam-myoho-renge-kyo, mas também ensinemos os demais a fazer o mesmo. Isso é o que se entende por prática para si e prática para os outros. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é uma prática aberta a todas as pessoas, independentemente de gênero, idade ou etnia, não obstante quem elas sejam, qual o histórico delas ou de onde venham. De fato, hoje, o Budismo Nichiren difundiu-se por 192 países e territórios, transcendendo diferenças de idiomas e culturais. O Budismo de Nichiren Daishonin lança luz como religião mundial capaz de conduzir as pessoas à felicidade, brilhando verdadeiramente como o sol. E foi a Soka Gakkai que o propagou ao redor do globo, exatamente como Daishonin proclamou: “Se não fossem bodisatvas da terra, não seriam capazes de recitar daimoku” (Ibidem). Toda sensei declarou: “Devemos cultivar excelentes ‘valores humanos’ jovens, que possam trabalhar para beneficiar a sociedade e a humanidade. Esse é o propósito da Soka Gakkai”. O kosen-rufu começa com a transformação interior de uma única pessoa Daishonin escreve: “No início, somente Nichiren recitou o Nam-myoho-renge-kyo, mas depois, duas, três, cem pessoas o seguiram, recitando e ensinando aos outros. Assim também será a propagação no futuro” (CEND, v. I, p. 404). Nesse trecho, ele nos assegura que o kosen-rufu poderá ser alcançado e indica como isso se desdobrará. A sociedade, em última análise, é um conjunto de indivíduos. Por essa razão, toda mudança começa com a transformação interior de uma única pessoa. Portanto, é essencial edificar progressivamente laços de confiança, primeiro com uma pessoa, depois com outra e mais outra, promovendo a compreensão e consolidando a decisão compartilhada. Para vocês, membros da Divisão dos Estudantes, significa tentar sinceramente construir amizades. Embora a princípio isso possa parecer comparável a pegar o caminho mais longo, quando mais e mais pessoas transformarem a vida, elas formarão amplo movimento de pessoas comuns. O renomado físico Albert Einstein (1879–1955) disse: “Confiança gera confiança, e sem confiança, não será possível haver cooperação frutífera”.7 Estimulando sinceros laços ligando uma pessoa a outra, nossa rede do bem se fortalece cada vez mais. Orar com sinceridade No fim desse escrito, Daishonin destaca a base da nossa prática: “Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase” (CEND, v. I, p. 405-406). Orar com um coração sincero e aberto produz forte energia vital. Estudar o budismo nos enche de convicção e faz nossa sabedoria inerente brilhar. Espero que vocês se empenhem nos “dois caminhos da prática e do estudo”, fazendo sua vida reluzir com intensidade e iluminando todos à sua volta com esperança e coragem. Abri o caminho para vocês Como discípulo de Toda sensei, tornei realidade todos os projetos e sonhos dele. Hoje, não há lugar na Terra ao qual a resplandecente luz do Budismo de Daishonin não tenha chegado. Demonstrei a grandiosidade do caminho de mestre e discípulo com minha própria vida. Abri o caminho para vocês. Por essa razão, conclamo-os a trilhar confiantemente o caminho dos sucessores, e a abrir o caminho para o desenvolvimento futuro do kosen-rufu, para um século de paz e por um mundo seguro para todos. Uma forte emoção toma conta de mim quando penso sobre o que vocês realizarão nos anos que virão. Com o mesmo espírito, os companheiros de todas as partes do mundo também estão orando pelo crescimento de vocês. Recito daimoku ardentemente todos os dias para que cada um de vocês, sem exceção, cumpra sua missão. A trajetória de mestre e discípulo é o curso da vitória na vida Todos vocês são leões, são o sol. Não importando as situações desagradáveis, duras ou desafiadoras que possam enfrentar, mantenham a cabeça erguida e avancem com confiança e orgulho na estrada de sua missão. O caminho Soka de mestre e discípulo é o caminho da vitória na vida e da felicidade e paz para a humanidade. Esse caminho se estende vastamente diante de vocês! (Daibyakurenge, edição de junho de 2020) Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI No topo: Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu sob a lua cheia de outono (Tóquio, Japão, set. 2015). Foto: Seikyo Press Notas: 1. Filha do rei dragão: A filha de 8 anos de Sagara, um dos oito grandes reis dragões que, segundo a crença, habitavam um palácio no fundo do mar. De acordo com o capítulo “Devadatta”, do Sutra do Lótus, a menina-dragão atinge o estado de buda e firma o juramento de resgatar todos os seres vivos do sofrimento. 2. Exílio em Sado: O exílio de Daishonin na Ilha de Sado, no Japão, do décimo mês de 1271, imediatamente após a Perseguição de Tatsunokuchi, ocorrida do décimo segundo dia do nono mês de 1271 ao terceiro mês de 1274. Sairen-bo, recebedor de O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, também estava exilado lá. Inspirado por Daishonin, ele se torna discípulo dele. 3. No gongyo, recitamos três vezes: Sho i sho ho. Nyo ze so. Nyo ze sho. Nyo ze tai. Nyo ze riki. Nyo ze sa. Nyo ze in. Nyo ze en. Nyo ze ka. Nyo ze ho. Nyo ze hon mak-ku kyo to. A tradução é a seguinte: “Essa realidade consiste em aparência, natureza, entidade, poder, influência, causa interna, relação, efeito latente, efeito manifesto e sua consistência do início ao fim” (LSOC, cap. 2, p. 57). 4. Myoho-renge-kyo é escrito com cinco ideogramas chineses, ao passo que Nam-myoho-renge-kyo, com sete (nam, ou namu, compreendendo dois ideogramas). Daishonin muitas vezes emprega Myoho-renge-kyo como sinônimo de Nam-myoho-renge-kyo em seus escritos. 5. Bodisatvas da terra: Referência aos inumeráveis bodisatvas descritos no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, aos quais Shakyamuni confia a tarefa de propagar a Lei após a morte dele. No capítulo 21, “Os Poderes Sobrenaturais”, Shakyamuni incumbe o bodisatva Práticas Superiores, líder dos bodisatvas da Terra, de propagar a Lei no mundo saha na era maléfica dos Últimos Dias da Lei. 6. “Carma adotado por desejo próprio”: Refere-se aos bodisatvas que, apesar de qualificados a receber as puras recompensas da prática budista, abrem mão delas e selam o juramento de renascer num mundo impuro para salvar os seres vivos. 7. EINSTEIN, Albert. Einstein on Peace [Einstein sobre a Paz]. NATHAN, Otto; NORDEN, Heinz (eds.). Nova York: Avenal Books, 1981. p. 71.
01/09/2023
Na prática
TC
Descubra como as orações budistas são respondidas
Diante de uma situação adversa, ou quando torcemos muito para que algo aconteça, intuitivamente juntamos as palmas das mãos, franzimos a testa e até fechamos os olhos orando ou mentalizando, de maneira positiva, o desfecho vitorioso — independentemente da prática religiosa. “Mesmo aqueles que se dizem ateus oram por algo. ‘Quero sair deste sofrimento’; ‘Quero ter uma vida melhor’; ‘Quero proteger minha família’ — desejar fortemente por essas coisas com certeza é algo natural e inerente a qualquer ser humano.”1 Não somente como parte do instinto humano; a fé tem impacto importante para a mente e saúde das pessoas. O neurocirurgião Fernando Gomes comentou o assunto. Segundo Gomes, em um momento de oração, por exemplo, o lobo parietal, área relacionada à percepção do meio ambiente e da própria pessoa, acaba sendo inativada; enquanto o lobo frontal, que trata da concentração e do foco, e o giro do cíngulo e tálamo, relacionados ao gerenciamento das emoções, são os mais acionados. “Quando isso acontece, o cérebro da pessoa funciona de uma forma diferente. Com isso, ela consegue suportar muito mais as coisas e adversidades da vida e também consegue desenvolver um olhar com mais esperança para o futuro”, ressaltou.2 Em vista dessas informações, Na Prática da edição elucidará como as orações [do Budismo de Nichiren Daishonin] são respondidas. Acompanhe nas páginas seguintes. A base da fé são gongyo e daimoku A oração no Budismo de Nichiren Daishonin, praticada pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), consiste na recitação do daimoku [Nam-myoho-renge-kyo] e do gongyo ao Gohonzon. O gongyo e o daimoku representam a cerimônia na qual nossa vida entra em harmonia com o universo. “O gongyo é uma atividade em que, por meio de nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo, de todo o Universo. Se realizamos isso regularmente a cada manhã e noite, nossa energia vital — nossa máquina — é fortalecida.”3 O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, diz que “Quando recitamos o Nam-myoho-renge-kyo e focalizamos nossa atenção no Gohonzon, nossa vida e o Universo se unem como as engrenagens de uma máquina funcionando harmoniosamente com perfeita precisão, e passamos a seguir na direção da felicidade e da realização”.4 Podemos dizer então que a oração é o nutriente da mente e do coração que possibilita às pessoas energizar a vida, refletir com sabedoria e se munir de vitalidade para entrar em ação. Não obstante tenhamos citado como se dão os mecanismos internos a partir das observações do neurocirurgião, apresentamos a ilustração do leite materno para aludir os impactos da oração com fé. O mais completo nutriente da vida O leite materno é o melhor e o mais completo alimento para o bebê, pois contém os nutrientes essenciais que o recém-nascido precisa para se nutrir, crescer e se desenvolver com saúde. E ao ser amamentado, mesmo intuitivamente, o bebê se apropria das substâncias necessárias para seu pleno desenvolvimento motor e neurológico. Com relação à oração, Nichiren Daishonin ensina também que, mesmo não compreendendo o profundo significado do Nam-myoho-renge-kyo, recebemos benefícios ao recitá-lo. É como o caso de um bebê alimentado com leite materno. Embora ainda não entenda o sabor, esse alimento naturalmente nutrirá seu corpo. Assim como um recém-nascido se nutre com leite, o simples fato de recitarmos daimoku sem duvidar faz nossa vida ser permeada e impregnada com a grande força do Nam-myoho-renge-kyo. E o mais encantador nessa prática é que nossas orações não apenas nos empoderam a solucionar os problemas imediatos, mas também estimulam nosso crescimento e nos ajudam a ter uma existência dedicada à felicidade dos outros. Relação entre a oração e seus benefícios Conforme vimos, pode ser que não compreendamos o profundo “significado” do daimoku; contudo, o buda Nichiren Daishonin esclareceu, em uma carta enviada a um de seus discípulos, a relação entre a oração e seus benefícios. Daishonin afirma: Com respeito à oração, existem orações perceptíveis e respostas perceptíveis; orações perceptíveis e respostas imperceptíveis; orações imperceptíveis e respostas imperceptíveis, e orações imperceptíveis e respostas perceptíveis. Porém, o único ponto importante é saber que, se crer neste sutra, todos os seus desejos se realizarão, seja no presente, seja no futuro.5 Conforme a essência dessa declaração de Nichiren Daishonin: – A “oração perceptível” é aquela que se faz com um objetivo ou propósito claro. – A “oração imperceptível” é aquela que se realiza sem uma necessidade urgente, ou seja, é a prática de recitar daimoku de forma contínua. – A “resposta perceptível” indica a concretização visível e imediata das orações. – A “resposta imperceptível” refere-se aos benefícios que não se manifestam de imediato, mas se tornam evidentes no transcorrer do tempo, como a purificação gradativa da própria vida. Daishonin enfatiza ainda que o mais importante é manter uma firme fé no Gohonzon, pois assim se obtém a resposta da oração, seja ela perceptível, seja imperceptível. O Mestre responde A explicação de Nichiren Daishonin ao discípulo sobre a oração e os benefícios é realmente esclarecedora. E, de maneira prática, apresentamos trechos de um diálogo do presidente Ikeda6 com os líderes dos jovens do Japão a respeito de temas importantes, entre eles como as orações são efetivamente respondidas. Podemos orar por qualquer coisa que desejarmos? Daisaku Ikeda: Vocês podem orar por qualquer coisa que acreditam que contribuirá para a sua felicidade. Por exemplo, podem orar para se desenvolverem ou para se tornarem certo tipo de pessoa. Podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará o seu progresso ou o de outras pessoas, somente causarão um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em sintonia com o ritmo do Universo. O importante é sempre desafiar a realização do gongyo tanto de manhã como à noite, não é mesmo? Ikeda: Naturalmente é preferível que realizem o gongyo da manhã e o da noite diariamente. O gongyo é importante; no entanto, o mais importante é abraçar o Gohonzon por toda sua vida e jamais, em nenhum momento, abandonar essa prática. Será uma completa derrota pessoal se praticarem fervorosamente por apenas algum tempo, com uma fé de “chama ardente”, e, mais tarde, acabarem abandonando a fé. Pode ser de pouco em pouco, mas o importante é que desenvolvam uma fé de “água corrente” que flui incessantemente como um rio que aumenta de tamanho até desembocar no vasto oceano. Algumas pessoas ficam com a consciência pesada quando não podem realizar o gongyo da manhã ou da noite. Ikeda: Enquanto possuirmos fé no Gohonzon, jamais sofreremos punição ou consequências negativas por causa disso. Assim, por favor, fiquem tranquilos. Nichiren Daishonin afirma que um único daimoku contém ilimitados benefícios. Então, uma dúzia de daimoku deve conter benefícios incríveis! Ikeda: Exatamente. Imaginem como serão imensos seus benefícios se continuarem a realizar o gongyo e o daimoku com toda sinceridade. Basicamente, a prática do gongyo e do daimoku depende da sua própria vontade. Essa prática não é uma obrigação, é um direito. O Gohonzon jamais irá obrigá-los a orar. A atitude de gratidão em poder orar ao Gohonzon é a essência da fé. Quanto mais se esforçarem na fé — realizando o gongyo e o daimoku —, maiores serão os benefícios. Daishonin também não faz nenhuma menção no Gosho sobre a quantidade de daimoku que devemos recitar. Isso depende totalmente da consciência e da responsabilidade de cada um. A fé é uma longa busca, por isso, não há necessidade de ficarem nervosos ou ansiosos em relação à quantidade de daimoku que recitam. Não há necessidade de ficarem ansiosos ou de pressionarem a si próprios. O budismo existe para libertar as pessoas, não para restringi-las. O importante é se dedicarem, mesmo um pouco, todos os dias. O alimento que ingerimos diariamente se transforma em energia para o nosso corpo. Nossos estudos, também, tornam-se um bem valioso quando dedicamos firmes esforços a isso, dia após dia. Nossa vida é formada pelas nossas realizações de acordo com o modo como vivemos cada dia. Por essa razão, devemos nos desenvolver continuamente. E uma força propulsora para isso é o gongyo [e daimoku]. A atitude de nos esforçarmos em realizar o gongyo [e daimoku] todos os dias equivale ao que poderíamos chamar de exercício espiritual, que purifica a vida, coloca nosso “motor” em funcionamento e nos posiciona no curso correto a cada dia. Além disso, faz nosso corpo e nossa mente funcionarem tranquilamente, colocando-nos na sintonia do Universo. [Como] o gongyo e o daimoku iriam realmente ajudá-las [as pessoas] a solucionar seus problemas? Ikeda: No Budismo Nichiren, nenhuma oração fica sem ser respondida. Mas isso é muito diferente de ter todos os desejos satisfeitos instantaneamente, como se fosse mágica. Se orarem para ganhar na loteria amanhã, ou para tirarem dez na prova sem terem estudado, as probabilidades de isso acontecer são bem pequenas. De uma perspectiva mais profunda e de longo prazo, todas as suas orações servirão para impulsioná-los na direção da felicidade. Algumas vezes, nossas orações imediatas são concretizadas, outras vezes, não. Porém, ao fazermos uma retrospectiva, poderemos dizer com absoluta convicção que tudo seguiu para o melhor caminho. O budismo está de acordo com a razão. A fé reflete-se na vida diária e na condição atual. Nossas orações não serão respondidas se não realizarmos os esforços adequados. Além disso, leva muito tempo e esforço para superar os sofrimentos de natureza cármica, cujas raízes estão bem arraigadas em causas do passado. Por exemplo, há uma grande diferença entre o período necessário para curar um arranhão e para se recuperar de uma grave doença. Algumas doenças são tratadas com medicamento, outras requerem cirurgia. O mesmo se aplica à transformação do carma por meio da fé e da prática. O nível da fé e o carma de cada pessoa também são diferentes. Entretanto, com o daimoku extrairemos de nosso interior uma poderosa esperança e direcionaremos nossa vida sempre para o lado positivo e muito mais benéfico. Nossas orações são respondidas, sempre! Como apresentado pelo neurocirurgião no início da matéria, a oração com fé possibilita com que as pessoas desenvolvam um olhar com mais esperança para o futuro. A partir disso, ao recitar gongyo e daimoku com a certeza do êxito diante de uma situação, seja ela qual for, a resposta certamente virá, tanto perceptível — concretização visível do objetivo — como imperceptível — preparar o coração e a mente para enfrentar com sabedoria uma adversidade, e auxiliar as pessoas ao redor a superar também seus dramas pessoais. A oração perceptível e a imperceptível, assim como apresentada pelo buda Nichiren Daishonin, desenvolvem nossa condição de vida interior. Quando nossa condição se transforma, somos revitalizados. Se tomarmos o cuidado de nutrir [carregar] a vida com frequência, ficaremos sempre cheios de vitalidade. “Se não fizermos isso, não teremos energia no momento em que mais precisarmos e poderemos ser derrotados pelo ambiente.”7 Por isso, a recitação do gongyo e do daimoku com fé não apenas nos habilita a solucionar as situações mais urgentes, como também impulsiona nosso desenvolvimento como seres humanos e nos motiva a contribuir para a felicidade de outas pessoas. Lembrem-se, nossas orações são respondidas, sempre! No topo: Membros da Divisão dos Estudantes (DE) recitam daimoku (Itapevi, SP, 2018). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.249, 25 out. 2024, p. A2. 2. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/fe-pode-interferir-no-funcionamento-do-cerebro-e-regular-estado-de-animo/#:~:text=%E2%80%9CQuando%20isso%2acontece%2C%20o%20c%C3%A9rebro,para%20o%20futuro%E2%80%9D%2C%20ressaltou. Acesso em: 14 ago. 2023. 3. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 122, 2020. 4. Ibidem, p. 126. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo, Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 7, 2017. 6. Cf. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, 2020. 7. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 142, 2020.
01/09/2023
Editorial
TC
Objetivos claros, grandiosas conquistas
Entramos no último trimestre do ano. Foram quase 250 dias desde o brinde comemorativo de 1º de janeiro para selar a chegada de uma época vindoura, ocasião comumente acompanhada de aspirações e expectativas de um período repleto de vitórias. Possivelmente, nesse momento festivo, você tenha listado metas e objetivos do ano para que o novo ciclo fosse arrematado com grande êxito. Dentre os tópicos da lista, é possível identificar quais foram alcançados e os que faltam um bom tanto para ser concretizados? A resposta para a pergunta pode ser encontrada na palavra “clareza” — a de “O que você quer?” e “Para que você quer?”. Sobre isso, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, diz: “Faz parte da natureza humana tentar entender o significado dos fatos. Quando o propósito de uma tarefa não é claro, as pessoas não conseguem dar o máximo de si”.1 Isto é, quando compreendemos “para quê”, o propósito da nossa dedicação se torna ainda mais intenso. Trazemos como exemplo a primeira nadadora brasileira a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos, a paulistana Poliana Okimoto. O que a encorajava a buscar o triunfo como atleta era ter objetivos bem traçados. “O objetivo tinha que estar muito claro na minha mente. Ter uma meta e um plano definido sempre foi o que me motivou para chegar até lá e me ajudou a entender todos os porquês”, comenta Poliana.2 Como vimos, ter objetivos claros e compreender “o que” e “para que” é como desenhar um mapa que guiará nossos passos em direção ao sucesso. Para saber mais, leia matéria de Capa da edição com indicações do presidente Ikeda para obter êxito nos objetivos lançados. Todavia, não basta apenas sonhar com esses objetivos. É preciso pôr o que foi projetado em prática. Para isso, a oração — recitação do gongyo e do daimoku — é primordial para dar clareza e direcionamento dos passos a ser seguidos. [E não deixe de ler a seção Na Prática que mostra como as orações no Budismo de Nichiren Daishonin são respondidas.] Além disso, a execução do que foi traçado, ou seja, a ação, é a que, de fato, materializará nossos sonhos. E o resultado de todos os esforços é a cristalização do objetivo — o que faz brotar o sentimento de superação e de realização. Portanto, não tenha receio de sonhar e de estabelecer objetivos inspiradores. Tenha clareza, recite daimoku com fé e confiança, e execute a ação necessária para celebrar cada conquista. Desejamos excelente leitura! Redação
01/09/2023
Série
TC
Rachel Carson
Rachel Louise Carson nasceu no início do século 20, em maio de 1907, na Pensilvânia, Estados Unidos. Carson foi bióloga marinha, ecologista e escritora norte-americana; e sua obra Primavera Silenciosa é considerada o princípio do movimento ambientalista moderno. A dedicação íntegra dela às pesquisas dos problemas ambientais decorrentes do uso de pesticidas sintéticos (especialmente, o DDT) é um legado não apenas para as questões do meio ambiente, mas um brado em defesa do futuro da vida no planeta. Existe um livro consagrado como “aquele que mudou o mundo”. Chama-se Primavera Silenciosa. Essa obra denuncia a poluição ambiental provocada por substâncias químicas contidas em pesticidas e alerta sobre o perigo para a vida provocado pela destruição da natureza. A autora desse livro é Rachel Carson, bióloga marinha e escritora norte-americana. Uma mulher aclamada como uma das grandes intelectuais do século 20. Ela começou a escrever em 1958. Nessa época, o inseticida DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), utilizado no cotidiano nos Estados Unidos, era chamado pelas pessoas de “droga milagrosa”, porque era barato, exterminava quase completamente as pragas e tinha efeito duradouro, mesmo em pequenas doses. Alguns especialistas alertavam para o perigo do desequilíbrio nos ecossistemas. Contudo, numa era de intensificação da competição científica e tecnológica, a “ciência era justiça”. A sociedade, que seguia o princípio da supremacia econômica, fechou os olhos para os alertas, dizendo: “Não há como evitar esses danos colaterais”. Certo dia, Rachel Carson recebeu uma carta de um amigo. Nela, ele relatava a tragédia provocada pelos pesticidas, que estavam matando muitas criaturas inocentes. Carson então se decidiu: “Não tenho escolha a não ser escrever”. Na época, ela era uma autora conhecida por best-sellers que retratavam os mistérios do mar e os encantos da vida marinha, como O Mar que nos Cerca e Sob o Mar-Vento. Lançar obras que vão contra a corrente do tempo certamente a tornaria alvo de críticas injustas e infundadas. Foi uma decisão tomada por ela com a consciência do que estava por vir. “Se eu continuar calada, não haverá paz em meu coração”, disse. O livro Primavera Silenciosa foi publicado quatro anos depois de sua decisão. Ela não queria negar a ciência ou a tecnologia. Alertava contra a arrogância do ser humano, que tentava domar a natureza, priorizando a sua conveniência, mesmo sabendo dos riscos para as vidas. Embora ela fosse criticada seguidamente pelas empresas, o público em geral ficou surpreso com aquelas denúncias embasadas em fundamentos científicos. “Sempre acreditei que todos devem ter sonhos grandes para conseguir alcançar seus objetivos. Não podemos ter medo de possuir grandes aspirações.” A coragem de uma mulher se tornou a causa para o estabelecimento da Agência Nacional de Proteção Ambiental nos Estados Unidos e também ajudou a abrir uma nova era. Rachel Carson nasceu em 1907, numa pequena cidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Desde a infância, passava a maior parte do dia às margens dos riachos e em meio à floresta. Cresceu observando os pássaros, os insetos e as flores, sentindo de perto as relações de vida a vida. Amante da leitura, ela estava com 10 anos quando desejou se tornar escritora. Contudo, por ter uma saúde frágil e ser de uma família sem muitos recursos, as condições não eram favoráveis para a concretização do seu sonho. De fato, para que pudesse frequentar a faculdade, seus pais hipotecaram as terras que possuíam e venderam os móveis da casa para pagar as mensalidades. Ela também se esforçou arduamente nos estudos ao mesmo tempo em que fazia bicos, como no refeitório. O encontro com seu mestre a fez aspirar à biologia e à pós-graduação na Universidade Johns Hopkins. Ela obteve o título de mestrado e continuou com suas pesquisas enquanto dava aulas na faculdade até que seu pai faleceu repentinamente. Então, desistiu do doutorado para sustentar a família. Rachel começou a escrever roteiros para um programa de rádio que transmitia os encantos da vida marinha. Esse trabalho de meio período recomendado por seu mestre foi o que abriu o caminho para que se tornasse escritora. Ela continuou a avançar com forte convicção, apesar de as angústias e dificuldades não cessarem mesmo após seu sonho virar realidade. “Quando pensamos nos milhões e bilhões de anos pelos quais a Terra e os mares passaram e, em comparação a isso, quando nos conscientizamos de que é como se os seres humanos tivessem acabado de nascer sobre a face da Terra, percebemos que algumas das inseguranças e dificuldades em que estamos presos são coisas simplesmente insignificantes.” O período de quatro anos nos quais Rachel se empenhou para escrever a obra Primavera Silenciosa também não foi diferente: o falecimento da mãe, a luta pessoal contra as doenças (reumatismo, AVC, irite, câncer). Ela não se deixou derrotar nem mesmo numa situação em que parecia um “catálogo de doenças”. Houve época em que ficou totalmente acamada. Ainda assim, foi concluindo página por página, de corpo e alma, dizendo: “Preciso ver pessoalmente o original”. De onde vem a força motriz de sua invencibilidade? Com frequência, Rachel dizia que os mistérios e a beleza da natureza transmitiam paz e coragem para o seu coração. Ela registrou também em um de seus livros: “Depois de uma noite sempre chega a alvorada, e depois do inverno sempre chega a primavera”. Essa convicção sobre a transformação das circunstâncias embasada nessa regra básica imutável deve ter se tornado sua esperança de viver. Dois anos após a publicação de Primavera Silenciosa, Rachel deixou este mundo, aos 56 anos, em 1964. As palavras que teceu dedicando-se ao máximo atravessaram os tempos e edificaram a solidariedade que protege a vida e o meio ambiente. E elas continuam a mostrar os caminhos para abrir um futuro de coexistência e simbiose para a humanidade que conhece os benefícios e as ameaças da natureza. Reflexões do presidente Ikeda sobre Rachel Carson As crenças de Rachel Carson inspiraram a consciência ambiental de muitas pessoas. Uma delas é a Dra. Hazel Henderson, futuróloga norte-americana, que publicou uma coletânea de diálogos com Ikeda sensei intitulada Cidadania Planetária. A Dra. Hazel leu Primavera Silenciosa pouco antes de iniciar a campanha de controle da poluição do ar. “Isso me encorajou e se tornou um dos motivos para me levantar”, lembra ela. Em meio ao diálogo, Ikeda sensei disse: “Precisamos almejar uma época em que tanto a política como a economia coloquem o valor da vida como base fundamental de tudo. Tenho defendido tornar o século 21 no ‘século da vida’ embasado nesse pensamento”. A Dra. Hazel concordou com a visão do “século da vida” e ressaltou: “Para embarcar rumo a essa nova era, é importante que cada um de nós reconsidere o senso comum, os valores e a autoridade que são considerados naturais hoje”. Sob a liderança do presidente Ikeda, a Soka Gakkai Internacional (SGI) tem se engajado em movimentos de base a respeito das questões ambientais. Em 2002, fundamentada na proposta ambiental de sensei, defende o estabelecimento da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU). Isso foi proposto pelo governo do Japão e adotado por unanimidade pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Além disso, a SGI vem promovendo exposições sobre o meio ambiente no Japão e pelo mundo em apoio a essa causa. Nos últimos anos, ela tem concentrado esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU e em movimentos por medidas para conter as mudanças climáticas. Sensei visitou o Havaí em janeiro de 1995. Nessa ocasião, ele proferiu uma palestra com o tema “Paz e Segurança em prol das Pessoas”, no Centro Oriente-Ocidente do Havaí. Ele citou palavras de Rachel Carson e afirmou que reconhecer a diversidade cultural e o senso heterogêneo de valor era um caminho para a coexistência da humanidade. Em outra ocasião, ele incentivou os companheiros citando o modo de viver de Rachel. E aos líderes do kosen-rufu, declarou: “Rachel Carson dizia: ‘Qual é o sentido de uma vida que não avança em busca de um potencial ainda maior?’ Concordo plenamente com ela. ‘Hoje, também, vou me esforçar!’; ‘Vou me encontrar com aquela pessoa!’; ‘Vou lutar com esta pessoa!’ — não importando a idade, quero iniciar cada dia com a vivacidade e de um coração de jovem. Esse é o modo de viver do budismo da verdadeira causa. Pessoas que lutam pelo kosen-rufu possuem algo que brilha nelas. A vida delas pulsa vibrantemente”.1 Para os amigos sucessores, sensei disse: “[Rachel Carson] foi alvo de terríveis calúnias e difamações, apesar de ter anunciado somente a verdade. Mas ela tinha confiança na exatidão de suas crenças. Por isso, independentemente do que dissessem dela, ela não temia a nada. (...) Seja qual for o obstáculo que encontrarem pela frente, desafiem-no com coragem e com ‘espírito invencível’. Isso porque o coração de vocês se engrandecerá e se fortalecerá na exata medida do quanto o desafiar”. E para as mulheres Soka, ele dedicou as seguintes palavras de Rachel Carson: “Estou sempre mais interessada naquilo que estou prestes a fazer do que naquilo que eu já fiz”. Amanhã, mais do que hoje. Ano que vem, mais do que este ano — agora é a hora de todos alçarem voo cada vez mais para o alto com o coração de um jovem. No topo: Encontro do presidente Ikeda com a Dra. Hazel Henderson. Ela se levantou para o movimento cívico pela proteção ambiental inspirada nas realizações de Rachel Carson (Tóquio, Japão, out. 2000). Foto: Seikyo Press Notas: 1. Discurso proferido durante o Conselho Diretivo Nacional em 3 de agosto de 2003. 2. Mensagem de Ano-Novo publicada no jornal Shonen Shojo Kibo Shimbun de janeiro de 2002. Materiais de pesquisa: CARSON, Rachel. Lost Forest: Rachel Carson’s Manuscripts. Tradução: Hideko Furukusa. Shueisha. LEAR, Linda. Rachel — Rachel Carson, Chinmoku no Haru no Shogai. Tradução: Keiko Kamito. Tokyo Shoseki. TADA, Mitsuru. Rachel Carson ni Manabu Kankyo Mondai. Tokyo Daigaku Shuppankai. Idem. Sense of Wonders, Rachel Carson’s Sensivity. Tokyo Daigaku Shuppankai.
01/09/2023
Capa
TC
Da semente à árvore
A Amazônia é uma das regiões mais ricas do planeta em biodiversidade e é considerada patrimônio da humanidade. A Floresta Amazônica — parte do bioma amazônico — abriga 2.500 espécies de árvores, um terço da madeira tropical do planeta, e cada exemplar passou pelo ciclo da vida de uma pequena semente até a fase adulta com sua imensa copa. Podemos relacionar as etapas da vida de uma árvore com nossos objetivos. Ou seja, cada semente possui o potencial de se tornar uma frondosa árvore. Mas, para que isso ocorra, são necessários águas da chuva, raios solares, solo fértil etc. Assim como cada objetivo reserva infinita potencialidade para ser materializado. Para ser concretizado, é fundamental ter a determinação e a clareza de onde quer chegar. Em uma orientação, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, assegura: Uma forte determinação é a causa para um grande crescimento. Ter essa determinação é como plantar uma semente. Enquanto ainda é semente, ela é invisível aos outros. Mas, na época apropriada, ela brotará, fincará raízes e nascerão muitos galhos e folhas até se tornar uma grande árvore. A “semente” de uma determinação realmente profunda produzirá uma “grande árvore” que será admirada por muitos séculos pelas pessoas. Nós precisamos manifestar essa determinação agora, e não em alguma ocasião no futuro. O momento presente é a época para iniciarmos nossa batalha.1 Como Ikeda sensei enfatizou, por meio de simbologias, a natureza nos ajuda a refletir sobre os nossos sonhos e como transformá-los em realidade. Por exemplo, não se pode construir um belo jardim sem escolher o local, arar a terra, verificar as sementes certas, semear, adubar e cultivar com cuidado e atenção. O mesmo acontece com nossos objetivos. Para atingi-los, é necessário pensar nos detalhes práticos que auxiliarão a priorizar tarefas e otimizar as ações. Assim sendo, matéria de Capa discorre sobre a importância de se ter o senso de progresso constante em todas as áreas da vida. A definição de objetivos desenvolve a iniciativa, a imaginação, o entusiasmo, a autodisciplina e o esforço concentrado, qualidades fundamentais para o sucesso. Teoria da definição de metas Especialistas se debruçam sobre esse entendimento. Na área profissional, por exemplo, é conhecida a teoria da definição de metas, denominação dada pelo psicólogo americano, Dr. Edwin A. Locke e publicada pela primeira vez em 1968. A teoria parte do princípio de que estabelecer metas claras, bem-definidas e mensuráveis melhoram bem mais o desempenho que objetivos indefinidos. De fato, os objetivos devem ser relevantes para ser motivadores, porém realistas. Para que funcionem como esperado, é preciso identificá-los e defini-los de maneira sistemática. Objetivos difíceis nos fazem dar o melhor de nós, mas os impossíveis só nos desanimam e nos estressam. Talvez isso já seja de conhecimento de muitos, contudo, nem sempre é fácil persistir. Às vezes, nem bem plantamos a semente do objetivo e já queremos logo obter a colheita; outras vezes, paramos no meio do caminho ao sinal da primeira praga que tenta correr em nosso jardim. E, assim, perdemos para as dificuldades. O presidente Ikeda contextualiza o papel essencial de pensarmos grande. Ele enfatiza que ter grandiosos sonhos nos auxilia a não tropeçar nos pequenos buracos da vida. Diz que o genuíno sucesso é garantido na batalha contra a si. Um vencedor persegue seus sonhos sem cessar, mesmo que encontre obstáculos. E para isso, Ikeda sensei recomenda pontos essenciais, vejamos a seguir. Quatro pontos para a vitória Como percebemos até aqui, somos motivados a não abrir mão dos nossos objetivos, seja eles impossíveis aos olhos dos outros. Ikeda sensei apresenta quatro pontos essenciais para concretizá-los: decisão e oração, esforço e planejamento. Vamos então arar nossa mente. No Budismo Nichiren, praticado na Soka Gakkai, a decisão vem revestida de forte energia capaz de fazer acontecer. E no momento exato em que determinamos a vitória, a causa para conquistá-la já está registrada. Dessa forma, não importando se as raízes de um objetivo lançado há tempos andam enfraquecidas ou se há uma nova semente em mãos, a decisão de dar o primeiro passo e avançar com nova disposição ressignificará o resultado. Não podemos perder de vista que “O budismo está de acordo com a razão. A fé reflete-se na vida diária e na condição atual. Nossas orações não serão respondidas se não realizarmos os esforços adequados”.2 Daí entram planejamento e esforço. Exemplificamos com uma experiência real. Um trecho do romance Nova Revolução Humana retrata um episódio vivenciado aqui no Brasil, quando um agricultor se dirige ao presidente Ikeda lamentando a falta de sorte em sua produção de hortaliças. Questões como a utilização certa do adubo, o tempo de cultivo, a escolha das sementes e trato da terra foram perguntadas ao agricultor. Hesitante em todas, ouviu do Mestre: Antes de tudo, para não repetir o erro, deve avaliar o que causou o insucesso na colheita. O senhor pode consultar os agricultores que tiveram êxito na colheita e anotar o que eles têm para dizer. Procure também tomar as devidas providências para evitar outros fracassos. As pessoas que levam realmente a sério o que fazem, constantemente estudam e empregam a criatividade para resolver os problemas. Se negligenciar tudo isso, não obterá sucesso. É um grande erro pensar que terá uma colheita farta só porque está se empenhando na prática da fé. O budismo é um ensinamento da mais suprema razão. Portanto, a força de sua fé deve se manifestar no estudo, no planejamento, na criatividade e nos esforços redobrados. A recitação do daimoku com toda a seriedade é a fonte da energia para enfrentar esses desafios.3 É um sinal de alerta, explicitando a necessidade de um bom planejamento e esforço concentrado com visão do todo. Na conclusão das palavras do Mestre dirigidas aos membros com os quais se encontrou, eles demonstraram um novo vigor, ao ouvirem sobre a importância da oração, que, no Budismo Nichiren, tem sentido de forte juramento. Mais que um simples compromisso de vitória, a oração de juramento se configura no levantar baseado em nobre propósito, de ser feliz e também de guiar os outros à felicidade, ou ao kosen-rufu, movimento empreendido pelos membros da Soka Gakkai em 192 países e territórios. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo com esse sentimento é o que proporciona a edificação de objetivos essenciais na vida. O todo em partes Por vezes, é difícil olhar para uma diminuta semente e enxergá-la formada. Antes de atravessar o nível visível da terra, concentra-se toda a energia para se tornar pequenos brotos. Assim como na vida, sonhos grandiosos se formam de pequenas conquistas, atitudes diárias que criam os contornos reais do que se deseja alcançar. Vamos exemplificar por meio de dois termos japoneses: mokuhyo e mokuteki. Mokuhyo pode ser traduzido como “meta”, alvo a ser atingido. Essa palavra é dividida em: moku: “olho”; hyo: “rápido”, “imediato”. Ou seja, é o objetivo aparente ou imediato. Mokuteki, por sua vez, é composta por: moku: “olho”; teki: “claro”, “nítido”. Portanto, pode ser traduzida como “objetivo fundamental” ou “propósito essencial”.4 Com essa visão de que dentro do grande objetivo há fatias de pequenas conquistas que lhe dão vida, é vital valorizar cada uma delas e partir para o planejamento das próximas fases. Além disso, promover um esforço concentrado, ao mesmo tempo, em que se exercita a olhar para o seu interior e obter a resposta da pergunta “Para que desejo tal objetivo?”. Esse, sim, se torna um divisor de águas. Lançamos mão de mais um exemplo da natureza. Há uma árvore, nativa da Amazônia e de outras regiões, chamada sumaúma. É gigante, podendo chegar a 70 metros, o que equivale a um edifício de 24 andares. Vital para a natureza, leva alguns nomes e o especial deles é “árvore da vida”. Em alguns estudos, essa espécie pode ser considerada como o GPS da floresta pela forma com que sua copa é projetada. Lê-se que “Das sementes também pode se extrair o óleo que, além do uso alimentar, é usado na produção de sabões, lubrificantes e em iluminação, e é ainda bastante eficiente no combate à ferrugem. Rica em proteínas, óleo e carboidratos, a torta das sementes serve de ração para animais e como adubo”.5 Há um fato curioso, que chama a atenção na abordagem “Para que desejamos tanto nossos objetivos”. A sumaúma consegue retirar a água das profundezas do solo e trazê-la não apenas para abastecer a si mesma, mas também para repartir com outras espécies, pois suas raízes, conhecidas como sapopemba, arrebentam em determinadas épocas do ano irrigando toda a área em torno dela.6 Portanto, uma reflexão oportunizada por essa “árvore da vida” dá conta de quanto nossos objetivos estão ligados a um nobre propósito. Como praticantes do Budismo Nichiren, somos estimulados a não perder de vista essa conduta. Em Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz, lemos este trecho revelador: Uma vida dedicada a buscar o efêmero e as glórias transitórias do mundo também é efêmera e transitória. Perseguir ansiosamente formas de felicidade que são insubstanciais e impermanentes é uma maneira triste e vazia de se viver. Como Daishonin afirma, nosso próprio estado de vida elevado é o eterno e indestrutível palácio, a verdadeira fortaleza da felicidade.7 Quando a pessoa abre o palácio da própria vida, reforça Ikeda sensei, isso a conduzirá ao descortinar do “palácio da felicidade” na vida de outras pessoas e do “palácio da prosperidade” na sociedade. Agenda 2030 e nosso compromisso Estão aí como exemplo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas, criando uma perspectiva global, permeada pela ação individual, no local em que cada um se encontre. Implementadas pela anuência de 193 países-membros da ONU, a Agenda 2030, como ficou conhecida, segue ancorada em dezessete grandes objetivos, desmembrados em 169 metas. Ou seja, cada objetivo tem suas bases de alcance em partes. Buscam cercar os desafios da humanidade, constituindo-se num plano de ação global para eliminar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade ao longo da vida para todos, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030. Esse ano (2030) é bastante simbólico, quando será celebrado o centenário da Soka Gakkai. Nosso mestre, o pacifista Dr. Daisaku Ikeda, nos faz ampliar a visão de cidadania e de comunhão com as pessoas ao redor, promovendo o contato de coração a coração, extraindo a angústia e levando felicidade a todos, o kosen-rufu. Como praticantes budistas, tendo como base o respeito máximo pela dignidade da vida, nós nos esforçamos para cumprir as metas de desenvolvimento social a nosso alcance. As atitudes diárias de diminuir o consumo, proteger a natureza e a biodiversidade vão ao encontro do que defende nossa crença. Na obra Revolução Humana, o presidente Ikeda enfatiza: De acordo com os princípios budistas que pregam a unicidade de pessoa e ambiente (esho-funi) e os três mil mundos num único momento da vida (ichinen-sanzen), a desordem na vida e na sociedade estão inter-relacionadas e afetam também o meio ambiente natural. O budismo ensina que o universo é um corpo vivo em que os seres humanos e a natureza encontram-se numa relação de interdependência.8 A Agenda 2030 tem sido foco, portanto, de várias iniciativas abraçadas pelos integrantes da Soka Gakkai em âmbito mundial, assim como no Brasil, com movimentos de educação ambiental. Visão sustentável A Amazônia é a “terra dos sonhos” de Ikeda sensei. Há trinta anos, por iniciativa dele, da área que margeia o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, ergueu-se o Instituto Soka Amazônia. Uma semente de esperança, que hoje se frutifica em motivação e inspiração para vários projetos, ancorados no tripé da educação ambiental, proteção à natureza e pesquisa científica. Jovens e crianças, em especial, exercitam-se na educação em meio à natureza, aprendendo com os pássaros, as plantas e o convívio harmônico. Pesquisadores lançam-se a novos estudos, e renovadas fronteiras do saber e inspiração se abrem para um futuro sustentável. Em junho, comemorando o Dia do Meio Ambiente, ocorreu uma parceria inédita: a afiliação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional, a primeira assinalada na Amazônia, com a presença da diretora executiva Mirian Vilela. Diferentemente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que se ocupam dos desafios globais, a Carta da Terra trabalha com fundamentos éticos. Trata-se de documento, um movimento que convida instituições e pessoas comuns a se empoderar da consciência de interdependência e do cuidado para a proteção da vida — o planeta para as futuras gerações. “Transformar consciência em ação”, frisou Mirian Vilela. “Devemos trabalhar nossa capacidade de enxergar além do que realmente vemos.”9 Em suas palavras no evento, o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, fez uso do exemplo da árvore sumaúma para reforçar o papel da instituição, simbologia viva da semente de futuro plantada pelo presidente Ikeda. “As raízes dessa sumaúma do instituto estão se tornando essa grande fonte que nutre nossa vida de coragem, esperança e se tornará o grande castelo de proteção de Amazônia.”10 E os nossos objetivos? Tendo como pano de fundo nuanças da vida natural, procuramos trazer inspiração para que você ilumine seus pensamentos e suas ações diante dos desafios diários, da conquista dos grandes sonhos que passam, necessariamente, pelas pequenas vitórias. O budismo esclarece que ter um propósito fundamental na vida impede que as pessoas sejam levadas a uma existência superficial e vazia. Traz também o ensinamento para aflorar a determinação daquelas que desistem no meio do caminho, achando brechas e respostas para a derrota. Decisão, oração, esforço e planejamento são o objetivo para a consecução do que se deseja atingir. Aliado às metas claras, bem-definidas e mensuráveis, assim como constam na teoria do Dr. Edwin A. Locke. A base dessa concentração elevada de energia vital para fazer florir a vida encontra-se no resoluto daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo). Recitar daimoku não é pedir ajuda a um ser superior. É uma oração suprema que nos permite fortalecer nosso espírito para que possamos fazer o nosso melhor. Depois de nos esforçar até o máximo de nossas habilidades, devemos recitar novamente e nos dedicar ainda mais para romper nosso próprio limite. A chave é orar com objetivos claros e empenhar todas as forças para conquistá-los. No movimento de expansão dessa consciência, nós nos tornamos sensíveis a encontrar formas de exercer nosso papel como cidadãos, esforçando-nos a pôr em prática atitudes de impacto positivo na natureza, na sociedade e para um futuro sustentável. Aqui, temos referências nítidas de como uma semente plantada com visão de futuro frutifica-se inevitavelmente, e a partir de metas bem estabelecidas. O Mestre diz: Nossa prática do Budismo Nichiren é um eterno desafio. É uma incessante luta para vencermos a nós mesmos. “O que devo fazer hoje?”, “Quais meus objetivos para este mês?” — é importante definirmos metas claras e orarmos especificamente para cada uma delas. Avançar um passo à frente de onde nos encontrávamos no ano anterior ou mesmo ontem — nisso reside a alegria da revolução humana.11 Vamos, portanto, avançar com consciência revigorada, pois “Não há barreiras intransponíveis para quem coloca o budismo em ação. Com a renovada decisão de “é a partir de agora” e com objetivos claros a cada dia, desafie com transbordante coragem!”.12 Ações pelo mundo No Japão, alunos da Universidade Soka promovem a campanha “Diga Sim para Sustentabilidade, Não para Plásticos”, entre outras iniciativas em prol do meio ambiente, como o Encontro para Ação Climática, realizado no campus da instituição, em setembro. Conheça: https://www.soka.edu/about/sustainability No topo: Getty Images Notas:1. Terceira Civilização, ed. 421, nov. 2003, p. 36. 2. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 146, 2020. 3. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 237, 2021. 4. Terceira Civilização, ed. 483, nov. 2008, p. 66. 5. Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/sumauma-a-gigante-da-amazonia/. Acesso em: 2 ago. 2023. 6. Disponível em https://www.iguiecologia.com/samauma/. Acesso em: 2 ago. 2023.7 7. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 33. 8. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 207, 2018. 9. Brasil Seikyo, ed. 2.637, 24 jun. 2023, p. 8-9. 10. Ibidem. 11. Brasil Seikyo, ed. 2.424, 23 jun. 2018, p. B4. 12. Idem, ed. 2.539, 14 nov. 2020, p. 2.
01/09/2023
Pensamento
TC
O importante é a decisão de “daqui para a frente”
O importante é a decisão de “daqui para a frente” É a ação “a partir de agora”. Essa é a contínua batalha, a força motriz que edificará uma grande história. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 2 de junho de 2018 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: O lótus Oga, que floresce com força e beleza, é cultivado dedicadamente pelos membros do grupo Mamorukai do Centro Cultural de Mobara, em Chiba, Japão. Foto registrada por Daisaku Ikeda, em julho de 2007, nessa área metropolitana. Foto: Seikyo Press
03/07/2023
Especial
TC
“A Visão Universal de Leonardo e o Parlamento da Humanidade” (Parte final)
Leonardo “Conhecia o Oriente” — Nietzsche A transcendência das convenções de Leonardo é bastante semelhante ao ensinamento budista de “transcender o mundo” (jap. shusseken). O “mundo” refere-se ao reino das distinções, das diferenças — diferenças entre benefício e prejuízo, amor e ódio, beleza e feiura, bem e mal. “Transcender o mundo” significa libertar-se dos apegos a essas distinções. O Sutra do Lótus, o mais elevado ensinamento budista, fala da necessidade de “guiar os seres vivos e fazê-los renunciar a seus apegos”.1 O comentário mais profundo sobre o Sutra do Lótus instrui: “A palavra ‘renunciar’ deve ser lida como ‘perceber’”,2 significando que não é suficiente simplesmente libertar-se dos apegos. Depois de transcendê-los, devemos olhar claramente para esses apegos, vê-los pelo que realmente são e aprender a fazer uso adequado deles. “Transcender o mundo”, então, indica o estabelecimento de um forte eu que nos capacita a fazê-lo. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, outro indivíduo que transcendeu as convenções do bem e do mal, declarou que Leonardo “Conhecia o Oriente”.3 Isso se relaciona, penso eu, com a semelhança entre o espírito de Leonardo e a filosofia oriental. A semelhança também é sugerida pelo fato de que tanto Leonardo quanto o budismo comparam a mente que transcende as convenções, transcende o mundo, com um espelho. A biografia de Leonardo, elaborada pelo escritor russo Dmitri Merejcovski, O Romance de Leonardo da Vinci, contém uma passagem inesquecível que demonstra o autodomínio ao qual me refiro. Sem dúvida, a biografia dramatiza de forma imaginativa a vida de Leonardo, mas a cena que cito é extremamente poderosa e comovente e dá vida a uma imagem muito real e convincente do artista. Leonardo está em uma colina com seu discípulo favorito [Francesco Melzi], observando a batalha abaixo na qual as forças de seu patrono Sforza são derrotadas pelo Exército francês: “Tudo o que você vê aqui, Francesco, já foi o leito de um oceano, cobrindo grande parte da Europa, da África e da Ásia.” Olhou novamente para a nuvem distante de fumaça, com suas faíscas de tiros de canhão. A essa altura, parecia-lhe tão pequena na distância infinita, tão tranquila e rosada ao sol da tarde, brilhando como uma lâmpada sagrada, que era difícil acreditar que um combate acontecia lá, e homens massacravam uns aos outros. (...) Que importava qual venceria (...). A pátria, a política, a glória, a guerra, a queda dos reinos, a revolta das nações — tudo o que parece grande ou terrível aos homens —, não se parece, em meio à eterna serenidade da natureza, com aquela nuvem, derretendo-se na luz do entardecer?4 A realidade da guerra é mesquinha e pequena quando refletida no espelho da mente de quem alcançou o autodomínio. Aqui, Merejcovski captura habilmente o que eu imagino ser o humanismo em uma escala cósmica. A SGI, baseada na filosofia do budismo, não apenas apoia as Nações Unidas, mas realiza muitas outras atividades para a promoção da paz e da cultura. Por meio dessas atividades, aspiramos contribuir para a sociedade, ao mesmo tempo em que enfatizamos a importância da reforma interior do indivíduo. Eu considero que a nossa filosofia de revolução humana se aproxima muito do espírito de autodomínio de Leonardo. À medida que nos aproximamos do final deste século conturbado [século 20], abalado nos últimos anos pela tragédia dos explosivos conflitos étnicos, nosso foco único no exterior, nos sistemas e nas circunstâncias não está nos servindo bem. Acredito que uma abordagem semelhante à de Leonardo, com ênfase no interno, no autodomínio, se tornará cada vez mais importante para a resolução dos problemas que enfrentamos. O voo contínuo da criatividade O segundo tema que gostaria de discutir em relação a Leonardo da Vinci é o contínuo voo de sua criatividade. O sonho de Leonardo de que os seres humanos um dia voariam como pássaros é bem conhecido, mas podemos dizer que seu próprio espírito se elevou em um voo criativo ao longo de sua vida. Leonardo escreveu: “Você vai se esforçar muito na juventude”; “O ferro enferruja por desuso; a água estagnada perde sua pureza e no frio congela; da mesma forma, a inação enfraquece o vigor da mente”; “Morte em vez de cansaço”; “Nenhum trabalho é suficiente para me cansar”.5 Ele era uma pessoa de extraordinária energia e perseverança. Enquanto pintava A Última Ceia, Leonardo por vezes trabalhava do amanhecer à meia-noite sem parar para comer ou beber. Então, por três ou quatro dias, ele não tocava na pintura, andando de um lado para o outro, totalmente perdido em pensamentos. Apesar dessa incrível concentração, dessa devoção total ao ato de criação, Leonardo completou relativamente poucas de suas obras. A maioria de suas pinturas, embora cuidadosamente planejada e esboçada, permanece incompleta. Gênio multitalentoso, Leonardo, além da pintura, dedicou-se à escultura, às invenções mecânicas, às armas militares e à engenharia civil, exibindo sua incrível versatilidade e amplitude de interesses. Mas como simbolizado por sua máquina voadora, que permaneceu um sonho, a maior parte do seu trabalho ficou no plano das ideias e nunca foi realizada. Curiosamente, isso não perturbou Leonardo. Ele não via essas criações incompletas como fracassos ou fontes de frustração; sem apego, ele passava para o próximo projeto. Coisas que podem ter parecido incompletas para outros talvez tenham sido para ele acabadas em certo sentido, e, de fato, podem ter tido uma sinergia como a completude da incompletude. A menos que isso fosse verdade, seria muito difícil conciliar a paixão de Leonardo pela criação com o enorme número de suas obras incompletas. A completude da incompletude é, ao mesmo tempo, a incompletude da completude. Incorporar o universal no particular O espírito do Renascimento é frequentemente descrito como do todo, da totalidade, do universal. Leonardo também, sem dúvida, percebeu um mundo de criatividade infinita, a totalidade e o universalismo que poderíamos chamar de vida do cosmos — um reino abrangente ao qual Jaspers se refere quando diz: “Ele [Leonardo] considerava seu trabalho como uma totalidade e sustentou que tudo o que ele fez deve ser subordinado a essa totalidade”.6 A criatividade de Leonardo — seja na pintura ou escultura, seja na invenção, arquitetura ou engenharia — foi um processo no qual ele recorreu livremente ao seu talento monumental para incorporar o mundo da totalidade, do universal, ao particular. Foi, em outras palavras, um processo de tornar visível o mundo invisível. Como resultado, por mais perfeita que fosse uma obra-prima que ele criasse, ela não poderia escapar ao destino de ser incompleta, desde que permanecesse um evento no plano do particular. Não devemos descansar pacificamente nesse plano; nosso destino é permanecer em voo contínuo, sempre avançando para a próxima criação. As últimas palavras do buda Shakyamuni foram: “Todos os fenômenos são fugazes. Aperfeiçoe sua prática, nunca ficando negligente”. O ensinamento essencial do budismo Mahayana também exorta: “Fortaleça sua fé dia após dia e mês após mês. Se enfraquecerem em sua determinação, por pouco que seja os demônios se aproveitarão”.7 Outra passagem afirma: “Mesmo um espelho embaçado brilhará como uma joia se for polido. Uma mente que atualmente está obscurecida por ilusões originadas da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado, mas, uma vez polido, ficará claro, refletindo a iluminação da verdade imutável”.8 Essas palavras expressam a verdade mais profunda da vida. Da completude da incompletude à incompletude da completude — a sinergia dessas duas perspectivas é a atividade dinâmica da criatividade infinita da vida, o dinamismo da existência. Perigos inerentes à função reificadora da linguagem Denominando-se a si mesmo de discípulo da experiência e procurando observar sem preconceitos a realidade exatamente como ela é, Leonardo desconfiava e até hostilizava a função reificadora da linguagem para capturar a experiência e torná-la fixa. A ênfase de Leonardo na imagem visual e sua crítica à linguagem me lembram os pensamentos de Nagarjuna, o grande pensador budista Mahayana do século 2 ou 3. Em seu Mulamadhyamakakarika [A Doutrina Média], Nagarjuna criticou a linguagem por suas tendências de reificar nossas experiências e dar substância ao que é essencialmente carente de substância. Citando a origem dependente (jp. engi), verdade essencial do budismo, e o conceito da não substancialidade (jp. ku), Nagarjuna declarou: O Buda ensinou que a natureza da origem dependente não se extingue ou se produz, não existe momentânea ou eternamente, não é única ou composta, não vem e não vai; transcende a vaidade das palavras e é a verdadeira felicidade.9 A qualidade reificadora da linguagem destrói a sinergia dinâmica de completude e incompletude, e cria a ilusão de que um estado temporário de estabilidade é eterno. Tanto Leonardo quanto Nagarjuna alertaram que essa falsa estabilidade ou segurança encoraja uma complacência que busca o caminho da menor resistência. A advertência sucinta de Leonardo da Vinci de que “a impaciência [é] a mãe da loucura”.10 resplandece cores verdadeiras e gloriosas quando considerada nesse contexto; e também ilumina o perigo do radicalismo que resulta do ato de confundir ideais articulados com substância e do apressar-se a realizar esses ideais sem a devida consideração. Como acontece com todas as questões políticas e sociais, o radicalismo deve ser evitado em nossos esforços para revitalizar as Nações Unidas. Esperanças excessivas para o papel das Nações Unidas podem facilmente se transformar em desconfiança quando os eventos vão contra as expectativas, e há o perigo de que isso leve a “jogar fora o bebê junto com a água do banho”. Para evitar cometer esse erro, devemos proceder como Leonardo faria. Desenvolver uma corrente de humanismo Tentei discutir o significado do legado espiritual de Leonardo para nós, relacionando-o com os ensinamentos do budismo e organizando-o em torno dos temas do autodomínio e do voo contínuo rumo a sempre nova criação. O renomado estudioso suíço da arte e cultura renascentista do século 19, Jacob Burckhardt, escreveu: “O grande homem é (...) um homem sem o qual o mundo nos pareceria incompleto”.11 Isso descreve adequadamente Leonardo da Vinci, que ilumina o Renascimento italiano com uma luz eterna. Enquanto estamos em meio ao caos do fin de sièle [fim do século], não consigo pensar em nenhum outro período mais necessitado de pessoas tão elevadas e independentes quanto Leonardo do que o tempo atual. A criação de uma nova ordem mundial, centrada nas Nações Unidas, dependerá finalmente de quantos desses verdadeiros cosmopolitas pudermos convocar para realizar essa tarefa gigantesca. Como as linhas iniciais da Carta das Nações Unidas declaram: “Nós, os povos das Nações Unidas”, o povo é o mais importante; tudo, em última análise, depende das pessoas. É por isso que as Nações Unidas devem desenvolver ainda mais seu papel, com maior apoio e esforços de todos os cidadãos do mundo, para se tornar o parlamento da humanidade, onde a voz dos povos, sem exceção, é ouvida. O que põe em prova a vida? Qual é o valor de um ser humano? O que é importante na construção de amizades entre nações e povos? Para analisar essas questões se faz essencial um novo pulso de humanismo fluindo na base de todas as nossas relações, um que nutra o desenvolvimento da cultura e aprofunde as trocas entre elas, reconhecendo suas diferenças únicas. Este é o ideal proclamado triunfalmente na Magna Carta das Universidades Europeias, assinada por institutos de ensino superior de todo o mundo, incluindo a nossa Universidade Soka, por ocasião do 900o aniversário da sua orgulhosa universidade. Como budista, estou determinado a continuar o legado de Leonardo e a avançar, junto com os senhores, para o novo amanhecer da história humana que se ergue diante de nós. Para encerrar, enquanto oro pela eterna glória de sua bela instituição, mãe da erudição e do aprendizado, gostaria de recitar um verso do grande poeta Dante, que tinha fortes laços com sua universidade: “Você não deve ter medo”, disse meu líder, “acalme-se, pois estamos bem no caminho; não se detenha, avance com todas as suas forças”.12 Obrigado pela atenção. No topo: Universidade de Bolonha, Itália, uma das instituições acadêmicas mais antigas do mundo Foto: Getty Images Notas:1. The Lotus Sutra [Sutra do Lótus]. Tradução: Burton Watson. Nova York: Columbia University Press, 1993. p. 24.2. Traduzido de HORI, Nichiko (ed.). Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin] Tóquio: Soka Gakkai, 1952. p. 773.3. JASPERS, p. 53.4. MEREJCOVSKI, Dmitri. The Romance of Leonardo da Vinci [O Romance de Leonardo da Vinci]. Tradução: Bernard Guilbert Guerney. Nova York: The Heritage Press, 1938. p. 356.5. The Notebooks of Leonardo da Vinci [Os Cadernos de Leonardo da Vinci], p. 64, 89, 92.6. JASPERS, p. 49.7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017.8. The Major Writings of Nichiren Daishonin [Os Principais Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: NSIC, v. I, p. 5, 1980.9. Traduzido do Mulamadhyamakakarika [A Doutrina do Meio] de Nagarjuna.10. The Notebooks of Leonardo da Vinci [Os Cadernos de Leonardo da Vinci], p. 83.11. BURCKHARDT, Jacob. Reflections on History [Reflexões sobre a História]. Tradução: M. D. Hottinger. Indianápolis: Liberty Fund, 1979. p. 271.12. ALIGHIERI, Dante. The Divine Comedy [A Divina Comédia]. v. 2. Tradução: Mark Musa. Nova York: Penguin Books USA Inc., 1985. Purgatory [Purgatório], canto 9, linhas 46-48, p. 97.
01/06/2023
Crônica
TC
Enxergar com sabedoria
Sempre que me interesso por algum tema, acabo encontrando-o, por vezes sem procurar, em diferentes plataformas e diálogos. Essa busca me possibilita esclarecer dúvidas que, ocasionalmente, nem sabia que tinha — ou sabia, mas não havia me dedicado a ir atrás das respostas. Isso aconteceu recentemente com o tema contradições. O primeiro estalo ocorreu enquanto ouvia uma música que fala sobre tais situações, o que me fez refletir a respeito da nossa realidade estar permeada por elas. Contudo, não fui muito além. Na mesma semana, ouvindo o podcast do BS+ da Nova Revolução Humana, deparei-me com uma reflexão de Ikeda sensei sobre a nossa a vida ter muitas contradições, desde situações no trabalho até provérbios populares.1 E o áudio foi ficando cada vez mais interessante, pois, nele, o presidente Ikeda identifica aparentes contradições, inclusive nos escritos de Nichiren Daishonin: Numa passagem consta que podemos atingir o estado de buda recitando daimoku apenas uma única vez. Entretanto, numa outra parte, adverte que, se cometermos heresias, não poderemos obter um único benefício por mais que recitemos daimoku.2 Totalmente imersa nessas considerações, nos dias que se passaram eu me encontrei buscando ativamente mais sobre o tema até finalmente chegar aos pontos da profundidade e do contexto. Ou seja, a contradição geralmente existe se olhamos para as situações de forma superficial e sem considerar a condição na qual elas estão inseridas. No caso dos ensinamentos de Nichiren Daishonin, por exemplo, ao escrevê-los, o Buda sempre considera o contexto vivido por ele e pelo destinatário de suas mensagens, e principalmente a necessidade específica daquela pessoa no momento do envio. Da mesma maneira, as informações, notícias e nossa própria vida adquirem outros significados quando levamos em conta suas complexidades. O Mestre orienta, com sua visão elevada: O importante é saber que existem duas facetas em tudo e que sempre temos um outro modo de ver as coisas, isso é característico dos seres humanos. Viver significa fortalecer a si próprio e avançar sempre, criando equilíbrio dentro das tensões provocadas por situações conflitantes.3 Nesta época em que temos muitas informações e pontos de vista contraditórios, ao nosso redor, podemos nos perder nas indagações rasas caso não tomemos cuidado. Porém, se considerarmos a situação em profundidade e o contexto correto, tendo como base a orientação do Mestre, conseguimos enxergar as contradições, transformando-as em aprendizado e formas de não só compreender melhor a sociedade e as pessoas, como também iluminar o caminho de outros que estejam sofrendo com isso. Não quer dizer que tudo passe a fazer completo sentido, mas, como o Mestre diz, nos preparamos para criar equilíbrio dentro das tensões cotidianas. Acredito sinceramente que isso faz parte do nosso triunfo neste ano. Mariana Travieso Bassi Colaboração Foto: Getty Images Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 134, 2018.2. Ibidem.3. Ibidem.
01/06/2023
Pensamento
TC
O coração que “sente e compartilha do sofrimento dos outros”
O coração que “sente e compartilha do sofrimento dos outros” se preocupa com a dor dos outros. O coração que deseja a felicidade dos outros não consegue ficar sem orar. Dr. Daisaku Ikeda Trecho da série de poemas, ensaios, orientações e fotos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicada dia 1o de abril de 2018 na capa do jornal Seikyo Shimbun. No topo: Flores de cores vívidas desabrocham exalando seu aroma, e até parecem compartilhar a alegria da chegada da primavera. Assim também é a beleza das mulheres que vivem por seu ideal e convicção. Imagem registrada pelo presidente Ikeda no Jardim Memorial Makiguchi (Hachioji, Tóquio, abr. 2009). Foto: Seikyo Press
01/06/2023
RDez
Faróis da Esperança
RD
Cantem sobre a amizade e a paz com um coração corajoso!
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei O canto animado dos corais da Divisão dos Estudantes começou a ressoar mais uma vez por todo o Japão. Esta é uma fonte incrível de esperança! Suas músicas sinceras tocam o coração das pessoas. Lembrem-se: “O que importa é o coração”.1 Nichiren Daishonin diz que, quando um rei leão ruge, isso dá coragem e força a incontáveis jovens leões.2 O canto alegre de vocês, meus queridos amigos da Divisão do Futuro que recitam Nam-myoho-renge-kyo e se desafiam nos estudos, é como o rugido vibrante de um rei leão. Com um espírito corajoso e imbatível, vocês podem encorajar e iluminar o coração de outras pessoas. Ao cantar, vocês ganham asas para voar além das fronteiras e se conectam com pessoas de todos os lugares. Meus jovens cidadãos globais, espero que, com um coração grande e aberto, vocês cantem alegremente e em harmonia as canções de amizade e paz que vão unir o mundo! Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de junho de 2023 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Notas:1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017.2. Ibidem.
01/07/2024
Trending Topics
RD
O que é transtorno do espectro autista?
A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data foi firmada em 2007 com o objetivo de informar e combater o preconceito sobre o transtorno do espectro autista (TEA). No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas, ou seja, 1% da população,1 receberam o diagnóstico de TEA. Estima-se, no entanto, que este número pode ser maior, em torno de 5,9 milhões. Entenda melhor esta realidade e de que modo acolher as pessoas que fazem parte do espectro. Antes de tudo, o que é autismo? O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio nas habilidades de interação social, na comunicação ou na linguagem. Algumas características comuns são interesses específicos, reações incomuns às sensações e aos sentidos (como tato e audição) e dificuldade na transição de uma atividade para outra, mas elas variam de pessoa para pessoa, tanto na amplitude quanto na intensidade. O diagnóstico do autismo é feito por um neurologista ou um psiquiatra e realizado por meio da observação direta do comportamento da pessoa e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Respeitar e acolher Lidar com pessoas diferentes, especialmente aquelas com comportamentos únicos, pode ser um desafio. O primeiro passo é respeitar e acolher sinceramente, mostrando empatia e compreensão. Veja alguns exemplos: Tenha paciência ao interagir Muitas vezes, o autista quer iniciar uma conversa, mas não sabe como começar. Como se trata de algo que foge da rotina dele, é comum ficar nervoso, ansioso ou esquecer o que queria dizer. Nesses momentos, tenha paciência, seja gentil e aguarde seu amigo dizer o que pensa. Não espere por reações iguais as suas Quando alguém cita um assunto que gostamos, nossa primeira reação é mostrar, por meio de gestos ou expressões, nosso interesse. Já para quem tem autismo, as reações variam muito e pode até parecer que não está interessado. Mas não é isso! Às vezes, ele não corresponde a esses sinais porque não os interpreta com a mesma facilidade que um neurotípico interpretaria (pessoa considerada com desenvolvimento neurológico normal). Na prática, não espere que as pessoas ajam da mesma forma que você, afinal, todos são diferentes e pensam e funcionam de maneiras diferentes. Use frases curtas e simples Imagine que você esteja conversando com seu amigo e, ao falar de algo, você usa um termo difícil que tem vários significados. Isso pode causar confusão na comunicação. Com as pessoas com autismo, isso é bem comum, afinal, elas têm dificuldade para entender a linguagem figurada ou com duplo sentido.2 Para evitar confusão e frustração, use uma linguagem clara e fácil de compreender e evite ironia. Utilize frases curtas e objetivas, seja paciente e permita que a pessoa se expresse em seu próprio ritmo. Cuide do bem-estar Imagine-se em um lugar com música alta, luzes piscando e muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Para alguns, pode ser apenas um ambiente animado, mas para pessoas com autismo essa experiência pode ser muito desconfortável e até mesmo dolorida por causa da sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons, luzes, odores e texturas. Priorize espaços com baixos níveis de ruído, iluminação suave e odores neutros. Adapte as atividades e ofereça opções de texturas agradáveis e tranquilas. Agora que aprendemos algumas formas de ajudar a pessoa com TEA, que tal colocá-las em prática? A chave para ajudar pessoas com autismo reside na compreensão e no respeito às diferenças. Quando abraçamos essa ideia, contribuímos para a construção de um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos. Através da compreensão, do respeito e da colaboração, podemos garantir que pessoas com autismo tenham acesso a oportunidades de desenvolvimento, participação social e uma vida plena e feliz. O nosso mestre, Daisaku Ikeda, comentou sobre a dignidade da vida: A única maneira de o homem dar dignidade a todos os aspectos da sua vida no plano prático consiste em abandonar o ódio e a agressão e em esforçar-se para agir com beleza e amor. (Brasil Seikyo, ed. 2.183, 15 jun. 2013, p. A3) Juntos, podemos fazer a diferença! Você sabia? Já reparou que dentro dos transportes públicos há alguns símbolos nos assentos preferenciais? Esses bancos são destinados a idosos, gestantes, pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, necessidades especiais ou com transtorno do espectro autista (TEA). O símbolo para indicar o assento preferencial para quem tem TEA é a fita colorida. Ela é formada por peças de quebra-cabeça com cores vibrantes que representam a diversidade, a inclusão social, a esperança e a conscientização da sociedade. Este mesmo padrão aparece no cordão quebra-cabeça, também chamado de fita do autismo, utilizado no mundo todo para identificar pessoas com TEA. Dicas Passe para o lado para assistir os outros vídeos André e o transtorno do espectro autistaPlataforma: YouTubeClassificação: Livre Em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Instituto Mauricio de Sousa (IMS) lançou seis animações com a participação de André, personagem autista criado para introduzir os aspectos do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no universo da Turma da Mônica. Amor no EspectroPlataforma: NetflixClassificação: 12 anos Jovens com autismo embarcam em uma jornada emocionante em busca do amor e navegam pelo mar de encontros e relacionamentos. Ilustrações: Getty Images Notas:1. https://biton.uspnet.usp.br/espaber/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil#:~:text=Segundo%20dados%20do%20CDC%20(Center,de%202%20milh%C3%B5es%20de%20autistas. Acesso em: mar. 2024.2. Duplo sentido: ocorre quando frases ou palavras têm dois significados diferentes. Por exemplo, na frase "ela está com o pé na cova" pode significar que ela está com o pé num buraco ou que está prestes a falecer. As pessoas com autismo podem não entender que a frase tem dois significados e podem interpretar a frase literalmente.
01/04/2024
O que rolou
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Estudantes que se desafiam e se divertem
Ciranda de livro No Bloco Jardim das Oliveiras, CLP, os Estudantes e os demais membros estão promovendo uma ciranda de livros. Eles escolhem uma obra escrita pelo presidente Ikeda, se desafiam na leitura de um capítulo e, nos encontros, compartilham suas reflexões. Assista aos depoimentos de Dani Fumie, responsável pela Divisão Feminina do bloco, e de Gustavo da Cruz, que leu o livro Be Brave. *** Passe para o lado e veja mais Diversão e inspiração Os Estudantes do Distrito Nilo Máximo, CLP, se divertem de montão nas atividades da DE. Já desafiaram montar cartões de objetivos e apresentações com temas retirados da RDez. Nas atividades, sempre têm brincadeiras e muito diálogo. Todos saem inspirados e animados das reuniões. *Dica RDez Que tal montar uma ciranda de livro na sua localidade? Escolham os livros que gostariam de ler e organizem encontros para compartilhar suas opiniões sobre a obra. Depois, conte para a gente como foi pelo e-mail rdez@brseikyo.com.br, juntamente com seu nome e algumas fotos. Ou então compartilhe no @revista_rdez do Instagram e do TikTok. Fotos: Colaboração local
01/04/2024
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Mês de fevereiro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de fevereiro: Do Mestre para você Corredores da Justiça Por que é importante criar raízes sólidas na juventude? Descubra aqui. Faróis da Esperança Saiba como manter um bom ritmo matinal com as orientações do sensei. Matéria do mês Eu transformo meu ambiente! Entenda a profunda relação que existe entre a vida e o ambiente e como influenciá-la positivamente. Quentinhas O que rolou Veja o que os Estudantes realizaram nas reuniões de palestra das suas localidades. DIY Dez Aprenda a fazer um cronograma de estudo e se organize para a volta às aulas. Relato Dez Conheça os desafios e os esforços de Laura para sua localidade alcançar os 100 jovens por distrito. Aprenda mais sobre o budismo Contos e Parábolas O que podemos aprender com a flor de lótus, a coruja e as abelhas? Quero saber! Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. ABC do Budismo Confira a jornada do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos interativos deste mês aqui. Teatro com recortes Corte os personagens do conto desta edição e monte um teatro na atividade! Encarte KIDS Acesse o suplemento do jornal Brasil Seikyo de fevereiro.
01/02/2024
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Mês de janeiro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de janeiro: Mensagens Recado de Ano-Novo do presidente da BSGI Assista ao vídeo que o Sr. Miguel Shiratori gravou com alguns Estudantes para incentivá-los em 2024. Recado de Ano-Novo da Juventude Soka do Brasil Veja o que os líderes da Divisão dos Jovens da BSGI prepararam para os Estudantes. Mensagem do presidente da Soka Gakkai Leia a mensagem enviada pelo presidente Harada. Do Mestre para você Corredores da Justiça O que existe em comum entre o bambu e a amizade verdadeira? Descubra aqui. Faróis da Esperança Inicie o ano novo no ritmo do universo com estas orientações do Mestre. Matéria do mês Avançar com determinação Saiba o que fazer para persistir o ano todo e conquistar seus objetivos. Quentinhas O que rolou Veja a criatividade nas reuniões da DE das localidades. Trending Topics Fique por dentro dos principais eventos de 2024. Relato Dez Inspire-se na vitória de Marianna, que passou pelos desafios no vestibular. Aprenda mais sobre o budismo Contos e parábolas Conheça a história do general que realizou algo impossível! Cápsula do Tempo Saiba mais sobre o nascimento do presidente Daisaku Ikeda. ABC do Budismo Entenda o significado de “unicidade de mestre e discípulo” e como levar adiante a luta do Mestre. Diversão Passatempo Chegaram os jogos interativos! Divirta-se com esta novidade. Teatro com Recortes Corte os personagens da parábola deste mês e monte um teatro na atividade! Encarte KIDS Veja o novo suplemento do jornal Brasil Seikyo.
08/01/2024
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Mês de dezembro
Editorial Propagar o ideal de Ikeda sensei. Nota oficial Nosso eterno mestre da vida. Do Mestre para você Corredores da Justiça Saiba como avançar com o otimismo de um verdadeiro campeão. Faróis da Esperança Por que é importante desafiar a si mesmo? Descubra aqui. Matérias dos níveis DE-Futuro Vamos compartilhar com as outras pessoas o que aprendemos com o Mestre? Sim! DE-Esperança Chegou a hora de os discípulos se levantarem! DE-Herdeiro Veja como dar continuidade aos sonhos do sensei. Quentinhas O que Rolou Inspire-se nas ideias dos encontros da DE nas localidades. DIY Dez Ensinamos a preparar deliciosos canapés para as confraternizações. Quero aprender! Mural de Vitórias Por meio de daimoku e esforço, Rodrigo conta que foi bem-sucedido nos estudos e no futebol. Especial A novidade do CILE vai emocionar adultos e crianças. Quero ver! Matéria do mês Ikeda sensei, eu me esforçarei! Entenda como levar adiante o legado do Mestre e criar uma nova história do kosen-rufu. Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os assuntos publicados na RDez deste ano. ABC do Budismo Oli explica o princípio “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Quero saber! Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos da edição.
01/12/2023
Matéria da Divisão do Futuro
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Compartilhar o que aprendemos com o Mestre
Você já percebeu que carregamos algumas características das pessoas que amamos? Apesar de sermos únicos, podemos ser parecidos com nossos pais, ter o jeitinho dos nossos avós, brincar da mesma forma que os nossos irmãos ou até mesmo falar como nossos amigos. Isso acontece porque, quando incentivamos ou compartilhamos com os outros o que aprendemos ou vivenciamos, passamos um pouquinho da nossa característica adiante. Da mesma forma são os incentivos do nosso mestre Daisaku Ikeda. Tudo o que ele nos ensinou e nos orientou está gravado para sempre em nós. Então, ao conversar com os amigos e ajudar os outros com otimismo e esperança, levamos um pouco do sensei para essa pessoa que, por sua vez, irá aprender e passar adiante esse aprendizado. É dessa forma que nós, Sucessores Ikeda 2030, vamos criar uma rede de esperança capaz de transformar o mundo! *** Ikeda sensei escreve a Nova Revolução Humana para incentivar as pessoas (Tóquio, ago. 2009). Foto: Seikyo Press Frase do sensei: Que se tornem “corredores da justiça” fortes, alegres e perspicazes que, unindo forças com os bons amigos da Divisão dos Estudantes, espantem os acontecimentos desagradáveis e angustiantes com alegria e sigam adiante vitoriosos! (Brasil Seikyo, ed. 2.560, 17 abr. 2021, p. 3)
01/12/2023
Matéria da Divisão da Esperança
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Muito obrigado, sensei!
Na juventude, Daisaku Ikeda sofreu de graves problemas pulmonares e, de acordo com os médicos, viveria, no máximo, até os 30 anos. Por causa da sua forte determinação, dos constantes esforços e da prática da fé, ele prolongou sua vida até os 95 anos. Essa foi uma das muitas comprovações que nosso mestre teve no decorrer da sua nobre existência. Apesar do momento difícil, que pegou a todos de surpresa, Ikeda sensei veio nos preparando para sua partida. Por meio de diversas orientações, canções e poemas, ele nos incentivou constantemente e agora chegou a hora de os discípulos herdarem esse aprendizado e compartilharem com todas as pessoas. Mais do que nunca, precisamos avançar, assumir todas as oportunidades e fazer delas um trampolim para a vitória em nossas vidas e na história do kosen-rufu. Ikeda sensei encontra-se com o historiador Dr. Arnold J. Toynbee (Londres, maio 1973). Foto: Seikyo Press O levantar do discípulo Somos a última geração que atuou com o Mestre em vida. Mas como mantê-lo vivo em nosso coração e compartilhar o legado dele no futuro? Uma boa forma de iniciar é ler os livros, os discursos e as mensagens escritos por Ikeda sensei a fim de resgatar os sonhos dele e aprender sobre o humanismo que ele ensinava. É fundamental também colocar tudo em prática em todas as áreas da nossa vida. Com isso, todos irão conhecer a grandiosidade do sensei por meio de nossas ações. O presidente Ikeda também enfrentou a perda do seu mestre. Apesar da tristeza, ele fez disso uma oportunidade para eternizar os sonhos de Josei Toda. No romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei relembrou esse momento e orientou: Quando o presidente Josei Toda faleceu, jurei em meu coração que solidificaria o kosen-rufu do Japão e, sem falta, abriria a correnteza do kosen-rufu mundial. E assim, o Budismo de Nichiren Daishonin se expandiu para o mundo. Tudo possui, sem falta, um fim, um marco separador. E um fim é um novo início. Para a nova partida, é necessária uma decisão sólida e resoluta; uma chama rubra e ardente de juramento. Levantem-se. Todos devem se levantar como leões sucessores. Está bem? Conto com vocês! (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 70) Vamos nos levantar como verdadeiros Sucessores Ikeda 2030 e entrar em ação compartilhando os ideais do Mestre para o eterno futuro! O desafio deste mês é ler um livro do presidente Ikeda. Seguem algumas sugestões: Pé de Romã O livro conta alguns episódios da infância de Daisaku Ikeda. Com uma linguagem simples e lindas ilustrações, a obra é perfeita para conhecer o coração do Mestre. O Menino e a Cerejeira Um dos primeiros livros infantis escrito pelo sensei. O conto aborda a importância de não desistir. Be Brave A obra contém várias orientações direcionadas aos Estudantes. Além disso, é bilíngue, o que permite treinar outro idioma. A cada página é como se o Mestre falasse com o leitor. Nova Revolução Humana O romance de 30 volumes foi publicado em 31 livros (o volume 30 possui duas partes) e conta a trajetória do presidente Ikeda a partir da sua primeira viagem para o exterior. É um manual da prática da fé para vencer infalivelmente.
01/12/2023
Matéria da Divisão dos Herdeiros
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Eu sou Sucessor Ikeda, eu me esforçarei pelo Mestre
Em 15 de novembro de 2023, nosso mestre Daisaku Ikeda encerrou sua nobre existência. Como Sucessores Ikeda 2030, chegou o momento de nos levantarmos no lugar dele! Agora, mais do que nunca, nós, da DE-Herdeiro do Brasil, precisamos proteger nossos irmãos mais novos da DE-Esperança e da DE-Futuro, apoiar os irmãos mais velhos da Juventude Soka e zelar pelos pais da Divisão Feminina e da Divisão Sênior. No romance Nova Revolução Humana, consta: Se perdermos de vista o avanço do kosen-rufu, temo profundamente que trairemos o espírito de Nichiren Daishonin e de seu sucessor Nikko Shonin. Façamos novos progressos em nossos esforços em prol do kosen-rufu para ajudar todas as pessoas a se tornarem felizes! (Nova Revolução Humana, v. 30-I, p. 206) Ikeda sensei incentiva o membro: “Esforce-se! Não seja derrotado!” (Japão, set. 2002) Em sua última mensagem para a fundação da Soka Gakkai, Ikeda sensei nos incentivou a orar intensamente pela expansão da rede de paz e devotar nossa vida em prol do grande juramento. Com essa orientação em mente, vamos transformar a tristeza em gratidão e decisão. Assim, o coração do Mestre sempre estará conosco. Ikeda sensei nos preparou a vida inteira para este momento. Nossa missão como DE-Herdeiro é nos esforçarmos ao máximo para o avanço do kosen-rufu! Vamos bradar “Eu sou Sucessor Ikeda, eu me esforçarei pelo Mestre” e avançar juntos em 2024!
01/12/2023
Matéria do mês
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Ikeda sensei, conte comigo!
Em 15 de novembro de 2023, aos 95 anos, nosso mestre Daisaku Ikeda finalizou sua nobre existência. Em uma orientação, ele afirmou: “A vida e a morte são unas. Os entes queridos e os familiares falecidos estão sempre juntos de nós, dentro do nosso coração”.1 Da mesma forma, sensei estará para sempre em nosso coração e viverá por meio de nossas orações, ações e vitórias. Foram 76 anos dedicados à paz e à felicidade da humanidade. Agora, chegou a vez de os Sucessores Ikeda 2030, a divisão que carrega o nome do Mestre, levantarem-se unidos para assumir esse legado. Para entender como dar continuidade aos esforços do presidente Ikeda, primeiro, temos que conhecer a trajetória de vida dele. Daisaku Ikeda conversa com Josei Toda um mês antes do falecimento de seu mestre (Japão, mar. 1958) Início da valorosa jornada Daisaku Ikeda nasceu em 2 de janeiro de 1928, em Tóquio, num Japão envolto pelo pós-guerra e pela distorção do que era certo e errado. Mesmo assim, ele tinha muitos sonhos e, graças às diversas experiências da infância, construiu um caráter correto. Ao ver o povo japonês sofrendo por causa dos bombardeios atômicos, começou a procurar um caminho que o conduzisse a uma vida valorosa. Estudava grandes clássicos da literatura e lia obras de diversos filósofos, mas, em seu coração, ele ainda sentia um vazio. Foi quando seus amigos o convidaram para participar de uma palestra sobre filosofia. Nessa ocasião, em 14 de agosto de 1947, conheceu seu mestre da vida Josei Toda. A postura e as palavras daquele senhor o impressionaram: “É isso! O que essa pessoa está dizendo é verdade! Eu consigo confiar nela!”.2 A partir desse dia, o jovem Ikeda decidiu ser discípulo de Josei Toda e, dez dias depois, em 24 de agosto, recebeu seu Gohonzon. Assim, sua jornada na “Universidade Toda” iniciou. A rigorosidade de Toda sensei era encarada como um grande treinamento por Daisaku Ikeda. Cada orientação o incentivava a polir e avançar como um grande líder. Foram dez anos de intensa instrução sobre budismo, desafios da vida diária, liderança, política, economia, direito, ciências e outras disciplinas. No livro Vozes para um Futuro Brilhante, Ikeda sensei disse: Por meio do meu venerado mestre, pude evidenciar o meu melhor e o máximo de minhas forças. Para saldar as grandes dívidas de gratidão para com o meu mestre, enquanto ele viveu, eu o apoiei e o protegi com o sentimento de devotar minha vida a ele. (Vozes para um Futuro Brilhante, p. 320) Nessa época, a saúde de Ikeda sensei era debilitada devido a graves problemas pulmonares. Os médicos diziam que ele não chegaria aos 30 anos. Mas isso não o impediu de cumprir suas responsabilidades e proteger seu mestre. Cerimônia de posse de Daisaku Ikeda como terceiro presidente da Soka Gakkai realizada no auditório da Universidade Nihon (Tóquio, maio 1960). A partida do Mestre e a grande decisão Um grande elo de confiança foi criado entre o mestre e o discípulo, mas, em 2 de abril de 1958, Daisaku Ikeda herdou por completo a luta de Josei Toda. Ao saber da notícia do falecimento de Toda sensei, uma grande tristeza e um vazio tomaram conta do coração do jovem Ikeda. Porém, mesmo arrasado, ele manifestou: A vida de um grande herói da Lei Mística, uma figura monumental do kosen-rufu, chegou ao fim, mas sensei deixou uma extensão da sua vida. Está para começar o segundo ato da batalha decisiva para tornar realidade os princípios budistas na sociedade. Eu me levantarei! (Diário da Juventude, p. 459) O juramento de concretizar sem falta o majestoso ideal do Mestre o levou a tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 3 de maio de 1960, e a expandir a filosofia da dignidade da vida para o mundo. No dia 2 de outubro do mesmo ano, Ikeda sensei embarcou para sua primeira viagem internacional. Foi nessa ocasião que ele conheceu o Brasil. A cada passo, sua gratidão pelo Mestre aumentava e uma rede de amizade e esperança crescia por meio de diálogos em prol da paz. No decorrer dos anos, Daisaku Ikeda expandiu a Soka Gakkai para 192 países e territórios, criou instituições educacionais, estabeleceu importantes empreendimentos, dialogou com diversas personalidades, palestrou em renomadas universidades e escreveu várias obras e propostas de paz que foram reconhecidas mundialmente. Como resultado de seus esforços, honrou o juramento feito ao Mestre e hoje milhões de discípulos têm a oportunidade de desfrutar os benefícios da prática da fé. Daisaku Ikeda cumprimenta aluno do Colégio Soka na cerimônia de formatura (Japão, mar. 2003). Agora é a nossa vez! Cientes do grandioso legado deixado pelo sensei, chegou a hora de nos levantarmos, assim como o jovem Ikeda fez após o falecimento de seu mestre. No romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda orientou: “Se houver um núcleo de jovens, ou melhor, se houver um único discípulo verdadeiro, o kosen-rufu poderá ser realizado infalivelmente”.3 A ação agora é se esforçar em prol dos objetivos sem jamais permitir que sentimentos contrários bloqueiem o trilhar do caminho de mestre e discípulo. É encarar e vencer os desafios com alegria e levar esperança por meio do diálogo com os amigos, conforme fez o Mestre. Dessa forma, acumularemos boa sorte e o legado do Mestre viverá para sempre. Vamos, juntos, como se estivéssemos de mãos dadas, nos esforçar para levar adiante o nobre empenho do presidente Ikeda e criar uma nova história do kosen-rufu. Dicas de livros Para conhecer a grandiosa trajetória do Mestre, acesse os livros Pé de Romã, Diário da Juventude ou os trinta volumes da Nova Revolução Humana no CILE. Por favor, desejo que vocês, da Divisão dos Jovens, herdem e sucedam sem falta o solene espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai. As pessoas que assim o fizerem serão vitoriosas no final. Esse é o caminho fundamental para a vitória da Soka Gakkai no século 21, bem como o caminho para cumprir o juramento seigan pelo kosen-rufu. E é o grande caminho para a construção da paz mundial duradoura. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 348) Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 2.173, 29 mar. 2013, p. B2.2. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, p. 109.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, v. 30-II, p. 347. Fotos: Seikyo Press
01/12/2023
Cápsula do tempo
RD
Teste seus conhecimentos sobre o dia 23 de novembro de 2008
Reunião de fundação do grupo Ikeda Kayo Kai do Brasil no Centro Cultural Campestre (Itapevi, nov. 2008) O Ikeda Kayo Kai (Ka, flor; yo, sol; kai, grupo) é um grupo de aprimoramento da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) que tem como objetivo preparar as jovens discípulas para que se tornem pessoas de primeira categoria e desenvolvam o espírito do juramento eterno de mestre e discípulo. As diretrizes eternas do grupo são: 1 - Flores da Felicidade e da Vitória – de harmonia fraterna e que jamais abandona a fé. 2 - Brilho da Justiça – que tem como base o Gosho e que ama e protege a Gakkai. 3 - Sol do Kosen-rufu do Mundo – sempre junto com sensei e sua esposa. No Brasil, a cerimônia de fundação do grupo ocorreu em 23 de novembro de 2008 no Centro Cultural Campestre e reuniu 292 líderes de RM e acima de todo o Brasil. Na mensagem enviada para a ocasião, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, orientou: Por favor, com radiância e altivez, cultivem um “forte eu” e um “invencível eu” por meio da vibrante recitação do daimoku com base na genuína fé e na forte decisão de que realizarão infalivelmente a transformação do destino para o bem de si mesmas e de suas amigas. (Brasil Seikyo, ed. 1.965, 29 nov. 2008, p. A2) Atualmente, as integrantes do Ikeda Kayo Kai vêm se dedicando com base no estudo do Gosho e no juramento ao Ikeda sensei de incentivar mais moças a se tornarem sábias, fortes e alegres. Saiba mais: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1965/artigo/novo-grupo-da-dfj-quer-formar-mulheres-de-1-qualidade-discipulas-do-presidente-ikeda/29413 IKEDA, Daisaku. Juramento Kayo: Coletânea de Orientações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2011. Para saber mais sobre o livro do Ikeda Kayo Kai, clique aqui. Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de novembro Dia 11 • 1264 (759 anos) Perseguição de Komatsubara Dia 18 • 1930 (93 anos) Fundação da Soka Gakkai Dia 18 • 1944 (79 anos) Falecimento de Tsunesaburo Makiguchi Dia 18 • 2013 (10 anos) Inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido) Dia 28 • 2010 (13 anos) Convenção Brasil Monarca do Mundo
01/11/2023
Trending Topics
RD
Você conhece o Día de los Muertos?
Realizado nos dias 1 e 2 de novembro, o Día de los Muertos (Dia dos Mortos, em português) é uma festa tradicional mexicana conhecida pelas roupas coloridas, pelas músicas e pela fartura de comida. Sua origem vem dos povos astecas e maias e tem como objetivo homenagear os entes falecidos. A data, que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2008 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),1 tem como símbolos as caveiras e os cravos amarelos. Enquanto a caveira é moldada em açúcar ou pintada com tinta no rosto das pessoas, os cravos são usados na decoração. Nas cidades e nas vilas, os mexicanos usam maquiagem e fantasias e realizam desfiles e festas. Para aumentar a emoção, usam conchas ou outros artefatos barulhentos. Agora que entendeu mais sobre a data, fica a dica para as festas temáticas!😉 *Dicas RDez Inteire-se sobre o Día de los Muertos por meio destes filmes e animações: Viva – A Vida é uma FestaClassificação: LivreProdutora: Disney Lançado em 2017, o filme conta a história de Miguel, um garoto mexicano que sonha em se tornar músico, apesar da desaprovação da família. Convicto em realizar seu sonho, Miguel acidentalmente entra no mundo dos mortos e embarca em uma jornada cheia de aventura. O desenho celebra a cultura mexicana com uma bela animação, música cativante e uma mensagem poderosa sobre família e memória. Festa no CéuClassificação: LivreProdutora: 20th Century Animation O filme acompanha a história de Manolo, um toureiro relutante que é apaixonado por música e embarca em uma jornada através de três mundos fantásticos para provar seu amor e sua coragem. Com sua vibrante animação, a narrativa explora temas da cultura mexicana, como a tradição do Dia dos Mortos, o amor e a memória dos entes queridos. Como é esta data no Brasil? No calendário brasileiro, há o Dia de Finados, realizado em 2 de novembro. De origem cristã, tradicionalmente as pessoas relembram e oram para aqueles que já se foram. Na data, os membros da BSGI realizam suas cerimônias em memória dos entes falecidos em suas casas, nas sedes ou no Palácio Memorial da Paz Eterna, que faz parte do Centro Cultural Campestre, em Itapevi (SP). No topo: Getty Images Nota:1. https://ich.unesco.org/en/RL/indigenous-festivity-dedicated-to-the-dead-00054. Acesso em: out. 2023. Referências:https://www.adorocinema.com/filmes/filme-206775/https://www.adorocinema.com/filmes/filme-203878/
01/11/2023
Faróis da Esperança
RD
A alegria de aprender
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei O dia 18 de novembro1 é o aniversário da Soka Gakkai. A palavra soka significa “criar valor” e gakkai significa “sociedade para o aprendizado”. A Soka Gakkai é uma organização em que as pessoas aprendem e se esforçam juntas para criar valor pela felicidade de cada indivíduo e pela paz mundial. Mesmo quando estava preso por acreditar em seus ideais, durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, continuou a ler livros e aprender com afinco até o último momento da sua vida. Dessa forma, ele nos ensinou que o aprendizado é como a luz de um farol. Espero que vocês, meus jovens amigos, desenvolvam a mesma alegria em aprender e orgulhem-se de realizar contínuos esforços. O conhecimento e a sabedoria que vocês adquirirem iluminarão o futuro como um farol da esperança. Girem a chave da coragem recitando Nam-myoho-renge-kyo e, alegremente, desafiem-se nos estudos e na leitura de livros. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de novembro de 2021 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Nota:1. A Soka Gakkai foi fundada em 18 de novembro de 1930.
01/11/2023
Corredores da Justiça
RD
Aprender é uma oportunidade maravilhosa!
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei em inglês Várias vezes, meu mestre Josei Toda compartilhou comigo esta lembrança gloriosa: em novembro de 1922, ele e o presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, assistiram a uma palestra do grande cientista Albert Einstein no Japão. Einstein disse: “Nunca considere seu estudo como um dever, mas como uma oportunidade invejável de aprender”.1 Aprender é uma oportunidade maravilhosa que lhes permite desenvolver um espírito elevado e uma capacidade de contribuir para a sociedade. Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda ensinaram que o propósito do aprendizado é ajudar todas as pessoas a ser felizes. O esforço para aprender cria a esperança de que vocês podem construir uma vida feliz e auxiliar os amigos e os familiares a fazer o mesmo. Por favor, orem e divirtam-se aprendendo enquanto valorizam o nobre objetivo de trabalhar pelo bem-estar das pessoas e pela melhoria da sociedade e do mundo. As alegrias da juventude e as oportunidades rumo ao futuro certamente se abrirão diante de vocês! Sempre perguntem a si mesmos: “Com que propósito devo cultivar a sabedoria?”.2 Enfrentem o emocionante desafio de aprender! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de novembro de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas:1. EINSTEIN, Albert. The Quotable Einstein. Tradução: Alice Calaprice. New Jersey: Princeton University Press, 1996, p. 38.2. Essas palavras foram extraídas de uma diretriz que o presidente Ikeda apresentou na inauguração da Universidade Soka: “Com que propósito se deve cultivar a sabedoria? Faça sempre essa pergunta a si mesmo!” A citação está inscrita na base de uma estátua de bronze no campus da universidade, em Hachioji, Tóquio. Tradução livre.
01/11/2023
Matéria da Divisão dos Herdeiros
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Diferença entre razão e sentimento
Você já ouviu falar em inteligência emocional? Trata-se da capacidade de identificar e gerenciar nossas emoções. Mas, antes de entrarmos nesse assunto, é importante explicar a diferença entre emoção e sentimento. A emoção é uma reação imediata a um estímulo, algo que não envolve o pensamento. Quando fazemos um corte pequeno no dedo, por exemplo, sentimos dor, porém, rapidamente nos esquecemos dele. Já o sentimento envolve componentes cognitivos e de percepção. Pensando no exemplo anterior, imagine um corte maior que impeça você de fazer uma atividade que gosta. Isso pode gerar vários sentimentos, dentre eles, a tristeza. Resumindo, podemos dizer que emoção é reação e sentimento é construção.1 Entender isso nos ajuda a reconhecer melhor o que nós e as outras pessoas estão sentindo e a gerenciar, de forma construtiva e apropriada, nosso comportamento em diferentes situações. Foto: Getty Images Autoconhecimento para transformar Uma boa forma de exercitar a inteligência emocional é por meio da prática da fé diária. Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, adquirimos sabedoria para agir da melhor forma em qualquer situação. O daimoku ainda contribui para o autoconhecimento, pois nos ajuda a perceber nossas emoções e nossos sentimentos, raciocinar sobre eles, entendê-los e, com isso, controlá-los. Parece ser difícil, mas no romance Nova Revolução Humana, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, orienta: Pode haver ocasiões em que experimentam emoções extremas que os leva a perder o chão e cair. Mas sempre haverá, nas profundezas do seu ser, a força para se levantar e vencer o desespero. Essa, eu declaro, é o verdadeiro significado, bem como privilégio especial, da juventude. [...] a juventude é uma época de ilimitada alegria, mas também de dificuldades emocionais. Com certeza, vocês lutarão contra adversidades. Desejo que nunca se esqueçam de que existem dois lados na mesma moeda. Se continuarem dando o melhor de si com essa consciência, desfrutarão uma juventude maravilhosa e brilhante. (Nova Revolução Humana, v. 17, p. 102-103) Com base nessas orientações do Mestre, vamos desafiar as dificuldades emocionais por meio da prática da fé e do autoconhecimento e dar o nosso melhor para desenvolvermos a inteligência emocional e nos relacionarmos positivamente com os outros. Nota:1. http://www.ce.ufpb.br/neemoc/contents/videos/emocao-x-sentimento#%3A~%3Atext%3DA%20emo%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20uma%20rea%C3%A7%C3%A3o%2Cenquanto%20que%20sentimento%20%C3%A9%20constru%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: set. 2023.
02/10/2023
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RD
Mês de outubro
Saiba, em um minuto, o que você encontrará na edição de outubro: Do Mestre para você Corredores da Justiça Aqui, Sensei nos incentiva a nos desafiarmos sem temer o fracasso. Faróis da Esperança Veja nesta matéria como fazer desabrochar o espírito invencível dentro de você. Matérias dos níveis DE-Futuro Saiba por que o diálogo é uma melodia entre os corações. DE-Esperança Uma boa conversa supera a diferença entre as gerações. Quero aprender! DE-Herdeiro Entenda o que é inteligência emocional e como ela pode ajudar nos relacionamentos pessoais. Quentinhas O que Rolou Confira os movimentos promovidos pela DE. DIY Dez Aprenda como escrever uma carta para uma pessoa especial. Mural de Vitórias Conheça o relato de vitória da Gabriella, que concretizou o sonho de jogar na seleção brasileira de basquete 3x3! Matéria do mês Harmonia entre gerações Transformar os conflitos familiares em verdadeiras trocas humanistas é possível! Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre a fundação da Associação de Concertos Min-On. ABC do Budismo O Soundtrack está na área para ensinar sobre a unicidade de mestre e discípulo. Quero saber! Diversão Passatempo Divirta-se com as brincadeiras desta edição.
02/10/2023
Matéria da Divisão do Futuro
RD
Diálogo: a melodia entre os corações
Numa conversa, podemos manifestar emoções, pensamentos ou opiniões. Por exemplo: quando alguém nos diz “eu te amo”, sentimos amor e alegria, e quando alguém nos conta uma piada, damos aquela gargalhada. Isso acontece porque, por meio do diálogo, nós nos conectamos com o outro. Nosso mestre Daisaku Ikeda afirma que o diálogo é uma melodia criada entre os corações, ou seja, quando a conversa é baseada no respeito e flui de forma harmoniosa, ela consegue unir os corações. Todos os dias, encontramos várias pessoas e temos a oportunidade de saber como elas estão e dialogar com o coração aberto. Isso também se aplica a nós: quando conversamos com uma pessoa de confiança e compartilhamos nossos sentimentos, aliviamos nosso coração. Por isso, vamos aproveitar esses encontros para estabelecer novas conexões e expressar o que sentimos de forma respeitosa. Desse modo, criaremos uma belíssima melodia entre os corações. *** Presidente Ikeda se reúne com crianças (Japão, maio 1963). Foto: Seikyo Press Frase do sensei: O kosen-rufu significa nos relacionarmos por meio do diálogo e da amizade sinceros e, juntos, nos esforçarmos para sermos pessoas melhores e mais felizes. Essa união de indivíduos que lutam em prol da felicidade de todos constitui o kosen-rufu. (Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 2, p. 220) *** Dica de filme Red: Crescer é uma FeraProdutora: DisneyClassificação: Livre Mei Lee é uma menina de 13 anos que se transforma em um panda vermelho toda vez que fica agitada. Para piorar a situação, na adolescência, ela entra em desarmonia com a mãe. Mas, no decorrer do filme, Mei entende o passado de sua mãe e consegue dialogar com ela de forma sincera, o que as mantêm unidas para resolver os problemas. *** Quiz 1. O que manifestamos quando conversamos com alguém? a. Nossos pensamentos b. Nossos sentimentos c. As duas alternativas anteriores 2. Sensei afirma que o diálogo é uma melodia criada entre... a. as vidas b. os corações c. as cabeças 3. Quando nos encontramos com outras pessoas, o que podemos fazer? a. Dialogar com o coração aberto e saber como elas estão b. Ignorá-las c. Nenhuma das alternativas anteriores Respostas 1. C 2. B 3. A
02/10/2023
Matéria da Divisão da Esperança
RD
Conversa que supera as diferenças
No dia a dia, temos contato com pessoas mais velhas, experientes e com diferentes perspectivas e valores. Às vezes, por sermos de gerações diferentes, entramos em conflito, mas, por meio do diálogo, temos a chance de conhecer e aprender uns com os outros. Quando conversamos, entendemos as histórias, as tradições e os valores que moldaram a vida de cada pessoa. Também aprendemos de que modo elas superaram os obstáculos. A partir daí, fortalecemos nossa relação e enriquecemos nosso entendimento de mundo. Foto: Getty Images Veteranos da organização Zenchishiki é um termo budista que significa “bons amigos”. Eles nos direcionam para a prática da fé e o caminho de mestre e discípulo. Dentro da organização, há muitos veteranos que podem ser esses bons amigos, mas, para isso, é necessário que nosso coração e nossa mente estejam abertos e que estejamos dispostos a aprender com eles. Os veteranos da organização possuem experiência de vida tanto na sociedade quanto dentro da Soka Gakkai e estão sempre ao nosso lado nos incentivando. Quando nos permitimos aprender com eles, por meio da escuta ativa e do respeito, iniciamos uma troca de vivências na qual aprendemos e ensinamos e fortalecemos a prática e a ligação com o Mestre. Em uma mensagem, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, solicitou aos jovens: Solicito que os membros da Divisão dos Jovens da BSGI avancem na vanguarda da nova era do kosen-rufu mundial com harmonia e alegria, incentivando uns aos outros, consultando sobre quaisquer assuntos os companheiros e os bons veteranos, que são os melhores “bons amigos”! Desejo que cada um crie uma história dourada da juventude sem arrependimentos. (Brasil Seikyo, ed. 2.474, 6 jul. 2019, p. 6-7) Portanto, vamos manifestar nosso espírito de procura pelos veteranos e, por meio do diálogo, fortalecer nossa relação com as gerações mais velhas. Dica de filme ElementosProdutora: DisneyClassificação indicativa: Livre A animação se passa em uma sociedade em que os quatro elementos da natureza (ar, terra, fogo e ar) vivem em harmonia. Ember (fogo) é uma jovem com um grande senso de humor e apaixonada pela família, mas tem um temperamento um pouco quente; e Wade (água) é empático e extrovertido e não tem medo de demonstrar suas emoções. No decorrer do longa-metragem, os dois aprenderão que, mesmo sendo tão diferentes, é possível se conectar e criar uma grande amizade por meio do diálogo e do aprendizado. Na organização, há muitos veteranos que inspiram e orientam. No desafio deste mês, propomos que você procure um veterano ou uma veterana para dialogar sobre algum tema. O objetivo é criar um laço de confiança e ter bons amigos que possam te incentivar em todos os momentos. Que tal testar?
02/10/2023
Cápsula do tempo
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Teste seus conhecimentos sobre o dia 18 de outubro de 1963
Sede da Associação de Concertos Min-On (Tóquio, Japão). Foto: Seikyo Press Certa vez, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, expressou: “O kosen-rufu é um grande movimento cultural. Significa ‘estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra’”.1 Por herdar esse ideal do Mestre, o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, fundou a Associação de Concertos Min-On em 18 de outubro de 1963. Pouco tempo depois, em 9 de janeiro de 1965, a associação foi reconhecida com uma fundação e, em 1º de setembro de 1997, passou a ter uma sede corporativa. Localizada próxima aos prédios da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, a associação tem como objetivo promover o intercâmbio cultural por meio de atividades artísticas e tornar as artes cênicas e a música acessíveis ao público em geral. Min-On é uma abreviação de Minshu Ongaku Kyokai e significa, literalmente, “música do povo”. A palavra minshu foi escrita com os ideogramas de “povo” ou “popular”, no sentido de que o povo é o ator principal de uma nação ou de uma sociedade e também peça-chave para o desenvolvimento da arte e da música para o bem da humanidade. A palavra ongaku significa “música” ou “concerto” e kyo-kai quer dizer “associação”.2 Desde a fundação, a Associação de Concertos Min-On promoveu intercâmbios com grupos artísticos de mais de 100 países e já realizou concertos em mais de 300 cidades japonesas. Também oferece variadas opções de entretenimento musical, cultural e educativo, como óperas, concertos, competições, festivais, simpósios, palestras, oficinas e workshops. A Ópera do Estado Bávaro, da Alemanha, a Ópera Estatal de Viena, da Áustria, o Teatro alla Scala, da Itália, e o The Royal Opera, da Inglaterra, já se apresentaram no Japão a convite da Min-On. Na sede da associação, há o Museu da Música, criado em 1974, que conta com uma grande coleção de instrumentos de todos os cantos do mundo, bem como caixas de música, pianolas,3 fonógrafos4 e outros materiais. Mesmo em exibição, os instrumentos antigos são tocados para que os visitantes apreciem os sons. A associação ainda possui a Biblioteca Musical, criada em 1974, com cerca de 45 mil partituras e 33 mil livros, além de revistas, jornais e publicações relacionadas à música. Saiba mais: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/417/artigo/musica-e-vida-a-sinfonia-dos-sons-universais/6023 https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/1744/artigo/voce-sabia-que-o-pianista-amaral-vieira-e-a-cantora-gal-costa-ja-se-apresentaram-a-convite-da-min-on-no-japao/11400 https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/423/artigo/japao/5839 https://www.min-on.org/ *** Teste seus conhecimentos com o vídeo Cápsula do Tempo Quiz Show Datas marcantes do mês de outubro Dia 2 • 1960 (63 anos) Conhecido como o Dia da Paz Mundial, marca a primeira vez em que o presidente Ikeda viajou para o exterior a fim de propagar o Budismo Nichiren e os ideais da Soka Gakkai para o mundo Dia 4 • 1970 (53 anos) Fundação do grupo Cerejeira Dia 13 • 1282 (741 anos) Falecimento de Nichiren Daishonin Dia 17 • 1999 (24 anos) Convenção Cultural dos Jovens (“Convenção da Chuva”) Dia 19 • 1960 (63 anos) Fundação da BSGI Dia 19 • 1982 (41 anos) Fundação do grupo Sokahan Dia 20 • 1960 (63 anos) Fundação do Distrito Brasil Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 2.557, 27 mar. 2021, p. 3-5.2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 8, p. 159-160, 2019.3. A pianola é um piano mecânico que, por meio de rolos de papel ou de metal perfurados, executa músicas sem a necessidade de tocar as teclas.4. O fonógrafo foi o primeiro aparelho criado para gravar e emitir sons. Ele possui formato cilíndrico.
02/10/2023
Corredores da Justiça
RD
Banhados pela luz da lua, esforcem-se com um coração tão vasto quanto o universo!
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei em inglês A lua é o espelho brilhante dos céus. Reflete e une o coração das pessoas transcendendo o tempo e o espaço. Sua luz irradia a brilhante sabedoria do cosmos. A Lua da Colheita,1 em particular, é considerada a mais bela — este ano, ela surgirá no dia 10 de setembro [texto originalmente publicado em 2022]. Dirigindo-se aos jovens, Toda sensei disse uma vez: “Liderem uma juventude repleta de paixão e de sonhos enquanto dialogam e debatem sobre a vida, a filosofia e o futuro juntos e sob a luz da lua.”2 Nichiren Daishonin declarou: “[...] para aqueles que possuem profunda fé [na Lei Mística], é como se a lua cheia iluminasse a noite”.3 Não importa quão escuros sejam os tempos, enquanto recitarem Nam-myoho-renge-kyo e desafiarem a si mesmos nos estudos, a lua cheia da coragem e da sabedoria brilhará em seu coração sem falta! Aprender é luz. Por favor, sejam positivos e confiem que a luz que vocês estão acumulando agora por meio de árduos esforços, um dia, iluminará sua vida, bem como as de seus familiares, amigos e das pessoas ao redor do mundo. Olhando para a bela lua, mirem o futuro e aprendam com um coração tão vasto quanto o universo! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de setembro de 2022 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas:1. O fenômeno chamado Lua da Colheita é uma fase específica que marca, no hemisfério sul, a entrada da primavera e, no hemisfério norte, a chegada do outono. O nome se deve a um antigo costume de fazendeiros que, séculos atrás, utilizavam a luz da lua para trabalhar nas colheitas ao longo da noite.2. Tradução não oficial.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 96, 2020.
30/08/2023
Matéria da Divisão dos Herdeiros
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Solidariedade em prol da paz
Solidariedade é muito mais do que possuir o espírito de apoiar as pessoas. A verdadeira solidariedade implica em ajudar quem está passando por dificuldade a criar condições para encarar os desafios e vencê-los. A solidariedade é facilmente observada dentro do âmbito familiar, com nossos amigos e, principalmente, na Soka Gakkai. Um bom exemplo são as visitas feitas aos companheiros da organização. Nesses momentos, escutamos as dificuldades, oferecemos incentivos e orientações do Mestre e damos suporte para que a pessoa se levante e vença as adversidades. Em uma de suas cartas, o buda Nichiren Daishonin afirmou: “Ao acender uma chama para os outros, a pessoa iluminará seu próprio caminho”.1 Ou seja, quando nos preocupamos com o bem-estar do outro e estendemos uma mão amiga de coração aberto, estamos criando boa sorte e causas positivas para nós mesmos. Na Proposta de Paz de 2017, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, citou a missão dos jovens em estabelecer uma coexistência pacífica por meio da solidariedade: Tenho fé nos jovens do mundo todo, que personificam, cada um deles, a esperança e a possibilidade de um futuro melhor. (Terceira Civilização, ed. 585, maio 2017, p. 21) Correspondendo ao sentimento do sensei, vamos juntos aplicar a solidariedade no nosso dia a dia e construir um futuro de esperança para toda a humanidade! Foto: Getty Images Conheça os ODS Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram lançados em setembro de 2015 durante a Cúpula das Nações Unidas. Compostos por 17 objetivos a serem alcançados até 2030, eles representam prioridades globais para construir um futuro melhor para todos, inclusive você! Este futuro busca um equilíbrio sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental. A visão dos ODS de solidariedade é a de não deixar ninguém para trás. Esses objetivos refletem a necessidade de vivermos de forma harmoniosa com nossos semelhantes. É um modo de vida que exige esforço diário para construir uma sociedade unida pela alegria de viver. Como citado anteriormente, o Mestre confia em nós, jovens: Os jovens são agraciados com uma renovada sensibilidade e a procura apaixonada por ideais. Sua energia estimula uma mudança positiva em cadeia enquanto criam laços de confiança entre as pessoas. (Ibidem) Por meio de uma renovada sensibilidade e energia positiva, vamos nos esforçar para aplicar os 17 ODS e criar uma rede de confiança e solidariedade entre as pessoas. Você sabia? Nosso mestre é um grande exemplo de pessoa solidária. Ele doa a sua vida para levar felicidade e esperança a todos com quem se encontra. Desde 1983, ele envia Propostas de Paz à Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de convocar a todos, especialmente os jovens, para enfrentar o desafio de eliminar a maldade e a destruição presentes nas justificativas das armas nucleares. Recentemente, sensei enviou a proposta emergencial para a crise da Ucrânia e a proposta para a Conferência de Cúpula do G7, que aconteceu em Hiroshima, no Japão, com sugestões para encerrar a guerra e acabar com a ameaça e o uso de armas nucleares. Para saber mais sobre as Propostas de Paz, clique aqui. Nota:1. WND, v. II, p. 1.060.
30/08/2023
O que rolou
RD
Arte, brincadeira e aprendizado
100% envolvidos Na Comunidade Vila Virgínia, CGSP, os Estudantes se reuniram para planejar a atividade da DE e preparar um convite em formato de vídeo para compartilhar com toda a localidade. No dia da reunião, que ocorreu no Parque Ecológico de Itaquaquecetuba, em São Paulo, teve corrida, futebol, ciranda e outras brincadeiras. Ao final, todos ganharam um kit lanche muito saboroso. Energia, inspiração e muita arte Com o tema "Cultivando os Herdeiros Soka", a RM Campo Grande Centro Norte, CRE Oeste, organizou uma divertida atividade voltada aos Estudantes. O encontro contou com um café da manhã energizante, uma matéria sobre os três tipos de tesouro, um relato inspirador com uma participante da Academia Índigo, uma oficina de artesanato e várias gincanas. Todos saíram inspirados! *Dica RDez Já pensou em organizar uma oficina de artesanato numa atividade da DE? Uma dica é o DIY Dez de junho, que ensina a fazer um porta-objeto reciclado. Depois, compartilhe conosco as fotos e tudo o que rolou, junto com o seu nome, pelo e-mail rdez@brseikyo.com.br ou pelo Instagram ou TikTok @revista_rdez. Fotos: Colaboração local.
30/08/2023
Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento
RD
A esperança está dentro de você
Abutsu-bo e a monja leiga Sennichi — parte 1 “Aonde podemos encontrar a esperança?” Quando eu estava com 19 anos, procurava ardentemente uma resposta para essa pergunta. Depois que a 2ª Guerra Mundial terminou, um grande tumulto tomou conta do Japão e não se via esperança em lugar algum. Foi nesse contexto que conheci meu mestre Josei Toda. Nosso primeiro encontro ocorreu em 14 de agosto de 1947 em uma reunião de palestra da Soka Gakkai realizada no bairro de Ota, em Tóquio. Reuni coragem e perguntei a ele: — Que tipo de vida é o modo correto de viver?1 Toda sensei respondeu com sinceridade e clareza: — É bom pensar sobre qual é o modo correto de viver. Porém, procure usar esse tempo para pensar enquanto pratica o Budismo de Nichiren Daishonin. Afinal, você é jovem. Com certeza, algum dia, mesmo que não queira, descobrirá naturalmente que está trilhando o caminho correto da vida.2 Eu era apenas um jovem como outro qualquer, pobre e doente, mas Toda sensei demonstrou grande confiança em mim e me incentivou calorosamente. Decidi seguir aquele homem como meu mestre e, dez dias depois, em 24 de agosto, comecei a praticar o Budismo Nichiren. Senti a esperança brotar forte dentro de mim. Toda sensei me disse certa vez: — Nem a esperança nem o desespero vêm dos outros. Essas emoções não dependem da situação em que nos encontramos. Elas vêm de dentro de nós. É por isso que vocês precisam assumir a vida e viverem-na plenamente!3 O Budismo Nichiren ensina que cada um de nós possui dentro de si um inigualável tesouro e uma fonte de esperança. A fé na Lei Mística nos habilita a fazer uso dessa fonte ilimitadamente. Falando com base em meus 72 anos de experiência na prática do Budismo Nichiren [texto originalmente publicado em 2019],4 posso afirmar, sem dúvida, que esse é o modo de vida correto. *** Enquanto esteve exilado na Ilha de Sado, Nichiren Daishonin escreveu muitas obras importantes, tais como Abertura dos Olhos e O Objeto de Devoção para Observar a Mente, para oferecer a suprema esperança para toda a humanidade. Dois discípulos exemplares que apoiaram Daishonin durante o exílio foram Abutsu-bo e sua esposa, a monja leiga Sennichi, que moravam na Ilha de Sado. Dizem que, inicialmente, Abutsu-bo era seguidor dos ensinamentos da Terra Pura (Nembutsu). Mais tarde, converteu-se aos ensinamentos de Daishonin, juntamente com a esposa, a monja leiga Sennichi, por ter ficado impressionado com o caráter dele. A primeira residência de Daishonin em Sado foi um templo em ruínas. Durante o inverno, a neve entrava implacavelmente pelas fendas do telhado e das paredes. Além disso, não tinha comida suficiente nem agasalho. Ele ainda era mantido sob vigilância e havia pessoas que o ameaçavam. Apesar disso, Abutsu-bo ia, na calada da noite, supri-lo de alimento e outros itens de primeira necessidade. Após Daishonin receber o indulto e se mudar para o Monte Minobu (a sudoeste da atual província de Yamanashi), Abutsu-bo, mesmo com idade avançada, enfrentou a longa e árdua viagem para visitá-lo pelo menos três vezes. Sennichi preparava os oferecimentos e o marido ia entregá-los. Certa ocasião, Abutsu-bo perguntou a Daishonin sobre o significado da Torre de Tesouro que aparece no Sutra do Lótus. No 11º capítulo, “Surgimento da Torre de Tesouro”, uma enorme torre emerge repentinamente da terra e fica suspensa no ar. Afirma-se que sua altura seja de, no mínimo, um terço do diâmetro da Terra. Adornada com sete tipo de preciosidades, como ouro, prata e lápis-lazúli, a torre brilha intensamente. Abutsu-bo indaga o que significa a Torre de Tesouro e Daishonin responde: Nos Últimos Dias da Lei, não há outra Torre de Tesouro senão a figura de homens e mulheres que abraçam o Sutra do Lótus. Nesse sentido, as pessoas que recitam o Nam-myoho-renge-kyo [...] são a própria Torre de Tesouro. (CEND, v. I, p. 314) Além disso, Daishonin elogia Abutsu-bo dizendo: “Por isso, Abutsu-bo é a Torre de Tesouro e a Torre de Tesouro é Abutsu-bo,”.5 Nesse trecho, ele assinala que pessoas comuns e anônimas são a Torre de Tesouro exatamente como elas são. O Budismo Nichiren ensina o infinito valor e a nobreza de cada indivíduo de maneira acessível a todos. Alguns de vocês podem estar preocupados com o fato de não estarem indo tão bem na escola ou nas atividades extracurriculares como gostariam ou podem ter perdido a autoconfiança pensando “como eu queria ser mais talentoso ou habilidoso”. Entretanto, vocês jamais devem se deixar influenciar por comparações com os outros. O verdadeiro valor não é decidido pela avaliação dos outros. Cada um de vocês é a Torre de Tesouro, ou seja, sua vida em si é um tesouro incrivelmente precioso. É importante viver sendo fiel a você mesmo. Outras pessoas são outras pessoas; você é você. Seja dono de si mesmo. Aconteça o que for, contanto que continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, poderá fazer a sua vida brilhar ilimitadamente de uma maneira só sua, como uma magnífica Torre de Tesouro tão vasta quanto o universo e una com a Lei Mística. *** Encontro do presidente Ikeda com o jornalista americano Norman Cousins (Los Angeles, Estados Unidos, fev. 1987). Foto: Seikyo Press Agosto é o mês em que as bombas atômicas foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki (6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente). O jornalista americano Norman Cousins (1915–1990), um querido amigo, visitou Hiroshima quatro anos depois do fim da 2ª Guerra Mundial. Posteriormente, ele disse que, por meio daquela experiência, aprendeu sobre a monstruosa desumanidade das armas nucleares. O exemplo daqueles que sobreviveram aos bombardeios e reconstruíram a vida no rescaldo da guerra também lhe ensinaram sobre a resiliência do espírito humano. O Dr. Cousins canalizou esforços para possibilitar às jovens conhecidas como “donzelas de Hiroshima” (por causa das queimaduras que sofreram decorrentes da explosão atômica e que as deixaram desfiguradas) que fizessem cirurgias reconstrutivas nos Estados Unidos. Ele próprio se recuperou de uma doença de pele que oferecia risco à vida e, mais tarde, de um ataque cardíaco. Afirmando que a esperança era a sua arma secreta, ele disse que nada podia ultrapassar o poder dela. Esperança é sinônimo de vontade de continuar acreditando nas possibilidades e no seu potencial inerente, haja o que houver. O pior inimigo da esperança é a negatividade e a falta de confiança em si mesmo que o faz pensar: “Eu não sou capaz” ou “não sirvo para nada”. Portanto, quando se deparar com um obstáculo, em vez de pensar que ele é intransponível, enfrente-o de cabeça erguida e veja o que acontece. Em vez de contabilizar todas as coisas que não consegue fazer, busque as que você consegue. Fé é a luta para continuar acreditando em nosso potencial e em nossas possibilidades até o fim. Recitar Nam-myoho-renge-kyo fortalece o poder da esperança que reside em nós. Aqueles que vivem com esse espírito de desafio brilharão, sem falta, como torres de tesouro de felicidade e vitória. [Continua na próxima edição] Fonte: Traduzido da série de incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre os discípulos de Nichiren Daishonin da edição de agosto de 2019 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas:1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 2, p. 197, 2022.2. Ibidem, p. 199-200.3. Brasil Seikyo, ed. 1.930, 8 mar. 2008, p. A3.4. O presidente Ikeda atualmente está com 95 anos.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 314, 2020. No topo: Presidente Ikeda caminha com Estudantes austríacos (Áustria, jun. 1992). Foto: Seikyo Press
01/08/2023
Corredores da Justiça
RD
O verão é a estação do crescimento dinâmico — Trilhe o caminho do desenvolvimento e do desafio
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei em inglês “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”,1 perguntei ao meu futuro mestre, Josei Toda, na reunião em que o encontrei pela primeira vez em 14 de agosto de 1947, quando tinha 19 anos. Sua resposta foi clara e direta. Ele me disse para praticar o Budismo Nichiren e, se assim o fizesse, naturalmente me encontraria no caminho correto. Da mesma forma que os pássaros seguem uma rota no céu e os peixes, um trajeto no mar, nós também temos um caminho que leva à felicidade genuína. Esse caminho é o Budismo Nichiren, o caminho do kosen-rufu e o de "estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra". Em outras palavras, o caminho da criação da paz mundial. Agora, para vocês, membros da Divisão dos Estudantes, o caminho correto na juventude é avançar por meio do estudo, da amizade e da demonstração de gratidão aos seus pais e familiares com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando eu era jovem, estava engajado em uma batalha contínua contra a doença e tinha muitas preocupações. Mas, precisamente por ter essas lutas, consegui recitar Nam-myoho-renge-kyo, superar cada uma delas e experimentar verdadeiramente o poder da fé. O verão,2 estação em que os membros da Divisão dos Estudantes buscam crescimento dinâmico, chegou! Espero que trilhem juntos o caminho do desenvolvimento e do desafio com coragem vibrante! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de agosto de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas:1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v .2, p. 197, 2022.2. No Japão, o verão inicia em junho e encerra em agosto.
01/08/2023
Matéria da Divisão do Futuro
RD
Sonhar e agir
Quando era jovem, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, enfrentou o terror da guerra. Mesmo naqueles tempos sombrios e dolorosos, ele decidiu que iria plantar cerejeiras em todo o Japão e escrever um romance que ficasse registrado no coração das pessoas.1 Ele jamais se esqueceu desses sonhos e, no decorrer da sua jornada pelo kosen-rufu, esforçou-se para concretizá-los. Hoje as cerejeiras desabrocharam e a Nova Revolução Humana foi finalizada com o total de trinta volumes. Tanto as árvores quanto os livros aquecem o coração das pessoas com esperança! Assim como o Mestre, também devemos cultivar grandiosos objetivos e entrar em ação. A dedicação no dia a dia é que determinará se eles serão realizados ou não. Uma sugestão é desenhar ou escrever seus sonhos em um papel e orar enquanto se esforça em prol deles. Vamos aproveitar para incentivar os amigos e os familiares a fazerem o mesmo. Dessa forma, todos conquistarão seus sonhos! Dica de filme SoulProdutora: DisneyClassificação: Livre A animação retrata a vida de Joe, um professor de música do ensino médio que sonha tocar em uma banda de jazz. No decorrer da história, ele se depara com um grande desafio que coloca esse objetivo em risco. Soul mostra que devemos lutar por nossos sonhos enquanto incentivamos as pessoas ao redor. *** Presidente Ikeda cumprimenta aluna da Escola Soka (Hong Kong, maio 1993). Foto: Seikyo Press Frase de sensei: Mesmo que nem todos os seus sonhos se tornem realidade, espero que vivam sempre com algum sonho no coração. É isso o que significa a juventude. E ter sonhos é a marca de uma pessoa que continuará a crescer durante toda a vida. Qualquer sonho é bom. Por favor, tenham seu próprio sonho, um sonho que corresponda ao seu caráter único. (Brasil Seikyo, ed. 1.554, 6 maio 2000, p. A4) *** Quiz 1. Na juventude, qual era o sonho de Ikeda sensei? a. Comprar brinquedos b. Plantar cerejeiras e escrever um romance c. Plantar maçãs e escrever um livro de terror 2. Ao concretizar seus sonhos, o que o Mestre cultivou no coração das pessoas? a. Esperança b. Tristeza c. Nenhuma das anteriores 3. O que determina se os sonhos serão concretizados ou não? a. Ficar com preguiça de agir b. Deixar de orar c. Se dedicar todos os dias em prol dos sonhos Respostas 1. B 2. A 3. C Nota:1. RDez, ed. 142, out. 2013, p. 6-7.
01/08/2023
Matéria da Divisão da Esperança
RD
O volume 31 começa agora!
Este mês comemoramos os 30 anos do início da obra Nova Revolução Humana, coletânea composta por 30 volumes, sendo que o último é dividido em duas partes. O livro conta toda a luta de Shin’ichi Yamamoto (personagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda): suas viagens para propagar o budismo, incentivos aos membros que passavam por dificuldades, diálogos com grandes personalidades e contextos históricos. No posfácio, Ikeda sensei incentiva a todos para que façam da conclusão do romance um novo ponto de partida e que escrevam a própria história brilhante da revolução humana.1 Agora vocês podem estar se perguntando: por onde começar? O primeiro passo é desafiar-se na leitura. Esse exercício amplia o conhecimento e nos apresenta realidades diferentes da nossa. Ele também estimula o raciocínio, aprimora a capacidade de interpretação e desenvolve a criatividade e a imaginação. Com o estudo da Nova Revolução Humana, nós ainda temos a vantagem de nos conectarmos ao coração do Mestre e conhecermos toda a sua jornada em prol da felicidade das pessoas. Foto: Getty Images Eu sou Shin’ichi Yamamoto! O segundo passo é aplicar tudo o que está contido na Nova Revolução Humana no dia a dia, desejar que todas as pessoas sejam felizes e respeitadas como elas são e nos esforçar para concretizar nossos sonhos. Dessa forma, todos nós seremos o Shin’ichi Yamamoto da localidade, da escola, da família e do grupo de amigos. Assim como o Mestre liderou a Soka Gakkai na juventude, nós é que estaremos à frente da organização em 2030. Daí a importância de começarmos a treinar desde já a escrita do 31º volume da Nova Revolução Humana. Para isso, sugerimos que escreva uma carta (hokokusho) para Ikeda sensei confirmando seu compromisso com a felicidade de todos. Esse é o desafio deste mês! Se precisar de ajuda, procure algum responsável da Divisão dos Estudantes da sua localidade. Momentos com o Mestre Como vimos na matéria, a Nova Revolução Humana está recheada de incentivos de Ikeda sensei. Houve momentos em que a DE-Esperança também foi diretamente incentivada. Dá só uma olhada: Diretrizes da DE-Esperança 1. Vamos praticar firmemente o gongyo. 2. Vamos estudar com afinco. 3. Vamos frequentar a escola todos os dias. 4. Vamos evitar dar preocupações aos nossos pais. 5. Vamos viver cada dia de forma correta e saudável. (Nova Revolução Humana, v. 9, p. 84) O Mestre confia em nós Por favor, solicito a cada um que estude com afinco durante os próximos dez anos e que construam uma sólida base. Espero que vocês sejam, no futuro, o alicerce da Gakkai e sustentem o movimento pelo kosen-rufu para o bem da paz e da felicidade de toda a humanidade. Quando consideramos os grandes líderes mundiais, notamos que eles abraçaram a convicção na filosofia e nos ideais da vida durante a juventude e realizaram nobres empreendimentos na maioridade. Portanto, a juventude é uma preciosa época para criar e cultivar o correto caminho da vida. Nesse sentido, espero que vocês se empenhem na prática da fé e na recitação do daimoku para abraçar o budismo com a convicção de que é a suprema filosofia de vida. (Ibidem, p. 75) Nota:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 30-II, p. 359, 2020.
01/08/2023
Matéria da Divisão dos Herdeiros
RD
Aplicar os ideais do Mestre
Na vida, passamos por diversas etapas. Hoje, como membros da DE-Herdeiros, já não somos mais os mesmos de quando éramos da DE-Futuro. Isso porque aprendemos muitas coisas ao longo do tempo e mudamos. Há um outro processo de transformação que ocorre de forma mais dinâmica e positiva. Ela se inicia quando nos desafiamos a fazer pequenas coisas no dia a dia, como concluir uma tarefa que achávamos difícil, alteramos o jeito rude de falar, enfrentamos nossa insegurança, nos esforçamos na prática da fé ou dialogamos com aquele amigo que não apareceu na atividade da DE. No Budismo Nichiren, todas essas mudanças, quando ocorrem dentro da gente, são chamadas de revolução humana. Esse processo se reflete no ambiente que vivemos e pode ser potencializado quando possuímos um nobre e elevado ideal, como corresponder aos ideais do Mestre de contribuir para a felicidade de todas as pessoas. No posfácio da obra Nova Revolução Humana, que agora em agosto comemora 30 anos desde que o presidente Daisaku Ikeda começou a escrevê-la, consta: Seja como for, a grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 356) Como verdadeiros membros da DE-Herdeiro, que sucedem e aplicam os ideais do Mestre, vamos realizar a revolução humana, nos desafiar em todos os aspectos da nossa vida e nos tornar grandes exemplos em nosso local de atuação. Foto: Getty Images Valorizar as características de cada um Quando realizamos a revolução humana, começamos a perceber que, dentro de nós, há um enorme potencial que é expandido a cada desafio vencido e que o mesmo ocorre nas demais pessoas. Porém, cada qual no seu tempo e a seu modo. No Budismo de Nichiren Daishonin, há o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro” que, por meio da analogia com a natureza, ensina o respeito mútuo e a valorização das características de cada pessoa. Vamos imaginar uma sala de aula cheia de alunos. Enquanto há aqueles que são mais tímidos, há os extrovertidos, os tranquilos, os gentis, entre outros. Ou seja, cada qual com sua personalidade, seus gostos e seus aspectos físicos. Ao aplicarmos esse princípio em conjunto com a prática da fé, passamos a prezar cada um de acordo com sua particularidade e enxergamos o potencial em todos. O presidente Ikeda afirma: O ato de pensar nos outros corresponde à consideração com os demais, oferecendo-lhes carinho e afeto. Quanto mais se pensa nos outros, mais o coração se expande. E quanto mais o coração se expande, maior é a felicidade que ele consegue abrigar. (Seja a Esperança, p. 29) Portanto, para sermos felizes e contribuirmos para um mundo de paz, vamos aplicar esse princípio de prezar cada pessoa ao mesmo tempo que fazemos nossa revolução humana e ampliamos nosso potencial!
01/08/2023
Matéria do mês
RD
Geração Nova Revolução Humana
Existem diversos tipos de livro: aventura, suspense, poesia, romance, história, entre outros. Há também os livros didáticos, como os da escola, que explicam detalhadamente uma disciplina. Dentre esses, você sabia que tem um que esclarece sobre a fé? Sim! Entre todos os livros que discorrem sobre os princípios budistas, tem um que registra o espírito da Soka Gakkai e a história do kosen-rufu. Essa obra contém orientações do Mestre sobre diversas áreas da vida, relatos de pessoas que transformaram e venceram os obstáculos com base no Budismo Nichiren, momentos históricos da organização e direcionamentos para o futuro, além de conter fortemente a relação de mestre e discípulo. Se você pensou na Nova Revolução Humana, acertou! Esse romance é composto por 30 volumes, sendo que o último está dividido em duas partes. Ao lê-los, você consegue acompanhar todos os passos do presidente Daisaku Ikeda que, na obra, é chamado de Shin'ichi Yamamoto. Volumes da obra Nova Revolução Humana. Foto: Editora Brasil Seikyo O início de tudo Era dia 6 de agosto de 1993 quando Daisaku Ikeda começou a escrever a Nova Revolução Humana no Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. Tanto o local quanto o dia contêm profundos significados: Karuizawa foi o lugar em que jovem Daisaku passou o último verão com Josei Toda. Também foi onde decidiu escrever o romance biográfico Revolução Humana sobre seu mestre [agosto de 1957]. Já o dia coincide com o lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Com o objetivo de eternizar o juramento de transformar a história e criar o século da paz, sucedendo o espírito e os ideais dos dois primeiros presidentes da Soka Gakkai, Ikeda sensei iniciou a obra com a seguinte frase: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade”.1 Presidente Ikeda escreve a Nova Revolução Humana como forma de incentivar os membros (Japão, 1971). Foto: Seikyo press Grande batalha das palavras Antes de virar livro, a Nova Revolução Humana foi publicada em capítulos no jornal Seikyo Shimbun. O primeiro trecho saiu no dia 18 de novembro de 1993. Por ser um jornal diário, cada dia se tornou uma “batalha das palavras” em que sensei dedicava todas as forças para escrever e incentivar os membros. No prefácio do primeiro volume, o Mestre afirma: Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente meu maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão. (Nova Revolução Humana, v. I, p. 7) Em meio às constantes atividades e à liderança da organização, ele escrevia sem cessar, relatando cada etapa do seu incansável esforço para propagar o budismo e retratando histórias de pessoas reais que ele conheceu nessa trajetória. Houve diversos momentos que sua saúde ficou debilitada. Com os ombros e o pescoço enrijecidos, ele tinha dificuldade para escrever. Então, ditava o romance para a sua esposa Kaneko ou falava num gravador para que depois alguém fizesse a transcrição para o papel. Com esse precioso apoio, o Mestre prosseguiu com a publicação da série. No posfácio, consta: Lembrando-me dos preciosos companheiros que se empenham bravamente na fé no Japão e no mundo, extraía as palavras do fundo da minha vida e me dedicava à elaboração e à revisão do texto com o sincero sentimento de enviar uma carta de incentivo a cada pessoa. Era também uma tarefa que realizava dialogando em meu íntimo com o mestre. A voz do Mestre ecoava em minha mente: “Transmita o espírito Soka para a posteridade! Cumpra a sua missão nesta existência!”. O cansaço se dissipava e emanava a coragem. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 353-354) No dia 6 de agosto de 2018, vinte e cinco anos após o início do romance, sensei concluiu o último texto da Nova Revolução Humana. Hoje, essa obra se tornou a torre dourada na qual pessoas do mundo inteiro sentem pulsar o coração do Mestre e escrevem uma nova história da revolução humana. Jovens de todo o Brasil renovam o juramento seigan na 3ª Academia Índigo realizada no Centro Cultural Campestre (São Paulo, jun. 2023). Foto: Brasil Seikyo Geração que escreverá o 31º volume “Abrir um livro é como abrir uma porta para o futuro”,2 afirma o presidente Ikeda. Isso porque a leitura proporciona uma nova perspectiva de vida e contribui para o desenvolvimento pessoal. É por isso que, ao lermos a Nova Revolução Humana, contemplamos a visão e o ideal do Mestre e temos condições de construir os pilares do desenvolvimento do potencial ilimitado em prol da felicidade da humanidade. Em um artigo, Ikeda sensei reafirmou seu sentimento em relação a essa obra: Meu profundo desejo é dialogar de vida a vida, por meio da obra Nova Revolução Humana, com os jovens do Japão e do mundo, da mesma maneira que fui treinado na “Universidade Toda”. (Brasil Seikyo, ed. 2.437, 29 set. 2018, p. B3) Ao dialogarmos com Ikeda sensei por meio da leitura da Nova Revolução Humana, entendemos não só a história da organização mas também como trilhar o caminho de mestre e discípulo em meio aos obstáculos do dia a dia. Além disso, nós nos inspiramos nas vitórias reais de muitos veteranos, refletimos sobre a brilhante postura do Mestre diante de qualquer ocasião, aprendemos novas perspectivas sobre os cenários mundiais e criamos um olhar de esperança para o futuro. Mas muito mais do que apenas ler, o presidente Ikeda também afirma: Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e escrevam sua própria história brilhante da revolução humana, empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de ininterruptas ações indomáveis. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 359) Portanto, como Sucessores Ikeda 2030, temos como missão ler e aplicar as palavras do Mestre, assumir o papel como protagonistas – os verdadeiros "Shin’ichi Yamamoto" –, escrever os próximos capítulos dourados de vitórias e perpetuar os ideais do Mestre enquanto incentivamos os amigos. Fazer parte da geração Nova Revolução Humana é isso! Vamos juntos continuar a escrever com espírito renovado a história Soka de mestre e discípulo. *Dicas RDez Para saber como se tornar um especialista na Nova Revolução Humana, assista ao vídeo: Enquanto houver infortúnios e tristezas no mundo, devemos desenvolver ainda com mais bravura e brilhantismo a magnífica ilustração da vitória do ser humano chamada kosen-rufu. Isso quer dizer que nossa jornada de mestre e discípulo do juramento seigan prosseguirá. (Nova Revolução Humana, v. 30-II, p. 359) Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 1, p. 9, 2019.2. RDez, ed. 185, maio 2017, p. 16.
01/08/2023
Faróis da Esperança
RD
Vamos criar belos arcos-íris de amizade e de paz
Aperte o play e acompanhe a leitura do texto escrito por Ikeda sensei Vocês já se perguntaram por que o arco-íris que aparece depois da chuva é tão bonito? Talvez seja porque várias cores estão brilhando juntas e em harmonia. Eu tenho a certeza de que seus amigos são especiais e únicos. Eles possuem aparências e personalidades diferentes. Os interesses e os talentos deles são variados também. Mas é exatamente isso que torna a amizade de vocês tão interessante! Todos são diferentes e maravilhosos! Recitar Nam-myoho-renge-kyo ilumina a vida de vocês como o sol e traz à tona suas melhores qualidades. Vocês também podem trazer o melhor de seus amigos. Espero que vocês e seus amigos aprendam uns com os outros com um grande coração e cresçam para ser pessoas que criam arcos-íris de amizade e de paz no futuro e em todo o mundo. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de junho de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro.
19/06/2023
Construindo um Futuro Brilhante Baseado no Juramento
RD
Criando juntos inspiradoras histórias para as futuras gerações
Os irmãos Ikegami — parte 2 (final) Há um bastão que desejo passar para vocês, meus jovens sucessores da Divisão dos Estudantes, corredores da justiça: o bastão da paz e dos direitos humanos que foi transferido do Mestre para o discípulo no mês de julho. Às 19 horas, no dia 3 de julho de 1945, meu mestre, Josei Toda, foi libertado da prisão após dois anos. Ele e seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, foram presos pelas autoridades militares japonesas durante a 2ª Guerra Mundial. Herdando o espírito de Makiguchi, que faleceu na prisão em defesa de suas convicções, Toda sensei levantou-se só com o intuito de lançar um movimento popular de revolução humana. Em Osaka, na mesma data e por volta do mesmo horário, doze anos mais tarde (1957), eu também fui preso sob falsas acusações [esse episódio ficou conhecido como Incidente de Osaka].1 Foi uma tentativa da natureza maligna do poder de obstruir o progresso da Soka Gakkai, que estava avançando a passos largos rumo à concretização do ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Quando fui libertado, em 17 de julho, depois de duas semanas de intensos interrogatórios, Toda sensei e vários companheiros da organização me recepcionaram no ginásio municipal de Nakanoshima. O prédio de tijolos vermelhos foi o local do Encontro de Osaka, onde nos reunimos para nos pronunciar em defesa da verdade e da justiça. Uma faixa em frente ao recinto proclamava os ditos de Daishonin contidos na Carta para os Irmãos, que compartilhei com vocês na edição anterior: “Se a propagarem [esse ensinamento], demônios surgirão sem falta. Se isso não acontecesse, não haveria maneira de saber que esse é o ensinamento correto”.2 O budismo consiste em vencer. A gloriosa história da Soka Gakkai tem sido uma epopeia de intrépida superação de tempestades de adversidades e de pavimentação do caminho da paz e da felicidade para todas as pessoas. *** Os irmãos Ikegami, Munenaka e Munenaga, enfrentaram forte oposição do pai, Yasumitsu, que deserdou duas vezes o primogênito Munenaka. Foi em meio a esses desafios que eles receberam de Nichiren Daishonin a Carta para os Irmãos, que os encorajava para que não fossem derrotados. Os irmãos, juntamente com suas esposas, uniram-se solidamente e ultrapassaram todos os obstáculos, conseguindo, finalmente, levar o pai a abraçar os ensinamentos de Daishonin. Funções da maldade infalivelmente surgem quando progredimos no caminho da fé. Elas buscam dividir as pessoas, como no caso dos irmãos Ikegami, semeando a desunião. Makiguchi sensei advertiu que indivíduos corruptos e inescrupulosos tendem a se unir e possuem uma capacidade astuta de se fortalecer cada vez mais. Alertou também que, se as pessoas boas e honestas permanecerem isoladas e desconectadas, a sociedade se tornará um lugar obscuro e perigoso. Por essa razão, reiterou ele, aqueles que defendem o bem devem se unir.3 A união dos bons e justos vencerá o mal e a injustiça. Desejando que os irmãos Ikegami e suas respectivas esposas se mantivessem fortemente unidos, Daishonin continuou lhes oferecendo palavras de encorajamento e orientação, como “[…] devemos ser mestres da nossa mente em vez de permitir que ela nos domine”.4 Permitir que nossa mente nos domine significa ter uma mente fraca, que muda constantemente e que nos governa e influencia. Em contrapartida, “ser mestre da nossa mente” significa prevalecer sobre nossa fraqueza interior fazendo da Lei Mística a nossa base. O Budismo Nichiren e nossos mestres da fé nos mostram o caminho para nos tornarmos mestres da nossa mente e triunfarmos na vida. Os membros da Soka Gakkai estão seguindo em frente nesta nobre estrada, encorajando-se mutuamente. Por isso, em vez de ficarem preocupados e sofrerem sozinhos, quando se depararem com obstáculos, sentem-se diante do Gohonzon e recitem Nam-myoho-renge-kyo resolutamente. Iniciem seus esforços a partir da sincera oração. E então, vão ao encontro de seus companheiros e, apoiando uns aos outros, empenhem-se para superar seus problemas com coragem, sabedoria e otimismo. Daishonin também expressou: “Não importando que problema ocorra, considere-o simplesmente como um sonho e concentre-se no Sutra do Lótus [Nam-myoho-renge-kyo]”.5 Em outras palavras, aconteça o que acontecer, pensem nisso apenas como um sonho, abracem a Lei Mística e prossigam em seus esforços em prol do kosen-rufu. Uma árvore robusta com raízes sólidas não tombará, mesmo em face da tempestade mais furiosa. De modo semelhante, aqueles que desenvolvem fortes e profundas raízes da fé ficarão bem, mesmo que, às vezes, fiquem ansiosos ou percam a confiança. Jovens que recitam Nam-myoho-renge-kyo em todas as situações sempre acham um caminho para seguir. Vencer é tão importante quanto não ser derrotado por sua fraqueza interior. A melhor forma de lapidar o caráter e extrair o seu potencial é encarar a derrota com a renovada determinação de ser bem-sucedido na próxima vez. *** Ao centro, Lawrence Carter e Daisaku Ikeda apreciam a vista do alto do Auditório Memorial Makiguchi (Japão, set. 2000). Foto: Seikyo Press O líder dos direitos civis americano, Dr. Martin Luther King Jr. (1929–1968), dedicou sua vida para combater o mal da segregação e concretizar o sonho de consolidar a união solidária do bem devotada em promover a paz e a harmonia. O Dr. King foi fortemente influenciado por seu mestre, Benjamin E. Mays, que exerceu a presidência da sua alma mater, a Faculdade Morehouse (Atlanta, nos Estados Unidos). O Dr. Lawrence E. Carter, decano da Capela Internacional Martin Luther King Jr., herdou o espírito desses dois grandes homens, mestre e discípulo, e disseminou a mensagem deles no mundo todo. Ele também é membro do Conselho de Administração da Universidade Soka da América. Certa vez, o Dr. Carter compartilhou os seguintes versos de um poema [O Homem que Pensa que Pode, de Walter D. Wintle] com os alunos das escolas Soka do Japão do ensino fundamental II e médio: Se pensar que será derrotado, você será; se pensar que não se atreverá a fazer, não o fará; se tiver o desejo de vencer, mas pensa que não pode, é quase certo que não conseguirá. Se pensar que perderá, perdido está, pois, neste mundo afora, descobrimos que o sucesso começa com a intenção; tudo está contido na disposição do espírito.6 Vocês, meus queridos membros da Divisão dos Estudantes que abraçaram a Lei Mística ainda muito jovens, têm o Nam-myoho-renge-kyo, a espada preciosa que lhes assegura a vitória absoluta! Daishonin louvou os irmãos Ikegami por sua união e fé resolutas dizendo: “Poderia haver uma história mais maravilhosa do que a de vocês [que será narrada pelas futuras gerações]?”.7 Haja o que houver, nunca devem abandonar o Gohonzon ou se afastar da Soka Gakkai. Espero que se mantenham conectados à família Soka, participando das reuniões de palestra, das atividades da Divisão dos Estudantes e de outras maneiras. Pensando em seus maravilhosos companheiros ao redor do mundo, enquanto recitam daimoku imbuídos do juramento de alcançar a vitória suprema, enfrentem com coragem as tarefas diante de vocês, uma a uma. Os esforços constantes e tenazes de continuar avançando durante a juventude como corredores da justiça iluminarão o caminho para si e para os outros e servirão de inspiração para as gerações futuras. Fonte: Traduzido da série de incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre os discípulos de Nichiren Daishonin da edição de julho de 2019 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. No topo: Presidente Ikeda recebe flores de um Estudante (Japão, mar. 1977). Foto: Seikyo Press. Notas:1. Episódio ocorrido em junho de 1957, no qual o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, na época coordenador da secretaria da Divisão dos Jovens, foi preso e acusado falsamente de violar a lei eleitoral no pleito suplementar da Câmara de Vereadores de Osaka. No fim do processo judicial (25 de janeiro de 1962), que se arrastou por mais de quatro anos, ele foi inocentado de todas as acusações.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 524, 2020.3. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu (Coletânea de Obras de Tsunesaburo Makiguchi). Tóquio: Daisanbunmei-sha, v. 6, p. 69, 1983.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 525, 2020.5. Ibidem.6. WINTLE, Walter D. Poems that Live Forever (Poemas que Vivem para Sempre). Nova York: Doubleday, p. 310, 1965.7. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2020.
19/06/2023
ABC do Budismo
RD
Respeito à dignidade da vida
Missão dos Sucessores Unidos Operação S.V.M.E.B. - Seja você mesmo e brilhe Fala, minha gente! Aqui é o poderoso Soundtrack. Você pode estar pensando: “Nossa, ele se acha poderoso mesmo. Que coisa!”. Sei que pode soar estranho, mas esse é o jeito que eu me vejo: poderoso e determinado. Cada pessoa enxerga a outra de maneira diferente, mas é como cada uma se vê que faz toda a diferença. Qual é a desse papo? Relaxa, my friend, e bora entender. Diversos e unidos Neste momento, os Sucessores Unidos estão em missões solo, cada um em um canto do país se esforçando ao máximo. Mesmo não unidos fisicamente, eu nunca deixo de pensar na determinação da Namy, na força do Bodhi Man, nas belas palavras da Oli, na inteligência do Dexter, na sinceridade do Dai, na tranquilidade do Duke e no jeito de se adaptar e superar tudo com muita elegância da Tekiô. Não esqueço também quando conheci esse pessoal. Tantos sotaques, estilos de cabelo, roupas e jeitos diferentes. Nossa diversidade é o que nos completa e nos une. Existem muitas singularidades entre as pessoas ao redor do mundo, mas, diferentemente dos Sucessores Unidos, nem sempre essas diferenças aproximam (às vezes, acabam servindo de barreira!). Um dos motivos que impede essa conexão entre as pessoas é conhecido como preconceito. O que é preconceito? Segundo o dicionário, preconceito é uma opinião formada sem a devida reflexão ou exame crítico. Geralmente, é desprovida de qualquer fundamento e influencia modos de pensar e de agir que levam a atos de intolerância contra pessoas ou grupos sociais. Ou seja, a pessoa cria uma barreira antes mesmo de conhecer ou se aprofundar sobre algo ou alguém. O preconceito pode ser observado de várias formas: em relação à cor da pele, da etnia, do gênero, da idade etc. Existe também preconceito simplesmente por alguém gostar de algo que você não gosta, seja uma fruta, um desenho ou um programa de televisão. Como podemos combater isso? Com um sentimento positivo incrível chamado respeito. Respeitar a dignidade da vida do outro Respeito é um sentimento positivo de consideração pelas qualidades reais de uma pessoa ou de uma entidade. Ele também é observado em ações específicas, como falar e ouvir, e em condutas do dia a dia, como ceder lugar para um idoso no ônibus e não jogar lixo na rua. O Budismo Nichiren preza pelo respeito à dignidade da vida. Esse é o maior tipo de respeito que pode existir, pois ultrapassa todo tipo de barreira. Sobre isso, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: [...] a missão primordial do budismo é possibilitar que cada um, sem exceção, floresça à plenitude de seu potencial. Entretanto, a realização do indivíduo não pode ser obtida em conflito com os demais ou à custa deles, mas somente por meio do apreço afetivo das singularidades e das diferenças [...]. (Brasil Seikyo, ed. 2.293, 26 set. 2015, p. B4) Colocar em ação Agora que já entendemos a teoria, precisamos colocar o respeito em prática e eliminar o preconceito. Para isso, o primeiro passo é entender que todos nós somos dignos de sermos felizes e respeitados e que o mesmo potencial que há dentro de nós existe em todos ao nosso redor. Portanto, começando pelo local onde estamos, vamos despertar para esse potencial e ajudar os outros a fazerem o mesmo. Dessa forma, contribuiremos para uma sociedade que respeita a todos sem exceção. Um abraço do poderoso Soundtrack e até a próxima missão.
19/06/2023
Podcasts
Em dia com sensei
Realizem uma corajosa prática da fé neste momento
120 min.
Em dia com sensei
Vivam como vitoriosos monarcas da saúde
154 min.
Conheça o Budismo
#7 - Consistência do início ao fim
290 min.
Em dia com sensei
#7 - Coração aberto e radiante
248 min.
Incentivo do dia
#4 - Budismo e sociedade
61 min.
Vídeos
Documentário
05:32
Romance Nova Revolução Humana
Entrevistas
02:33
#2 Desafio dos profissionais de serviços essenciais
Você Pediu
20:50