Brasil Seikyo
Grupo Coração do Rei Leão
BS
Dedicação, encorajamento e assistência
Caros integrantes do Grupo Coração do Rei Leão da BSGI! Nosso desejo é que todos estejam desfrutando excelente saúde. Entramos no mês de junho e, logo mais, iniciaremos o segundo semestre do “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Na matéria deste mês, além de agradecermos por todo o empenho dedicado para a consolidação do Budismo Nichiren e dos ideais de Ikeda sensei, gostaríamos de propor uma reflexão individual e coletiva. Realizamos a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, no último dia 26 de maio. No mesmo local que recebemos nosso mestre, Daisaku Ikeda, há quarenta anos. Após a visita de Ikeda sensei, a BSGI se desenvolveu como um verdadeiro jardim, onde membros da Divisão Sênior e Divisão Feminina não pouparam esforços para o nosso crescimento. Com certeza, participamos de todos os ensaios, recebemos incentivos para não desistir e hoje usufruímos essa boa sorte. O primeiro ponto justamente é este: criar “valor humano”. Isso implica acompanhar, passo a passo, a pessoa e fazer com quem ela enxergue seu potencial ilimitado e o aplique no seu dia a dia. A palavra “Soka” significa “criação de valor”. Certa vez, o presidente Ikeda citou três pontos básicos para a criação de “valores humanos”: dedicação, encorajamento e assistência. Ele esclareceu: Se não houver dedicação, todas as palavras ditas serão em vão e jamais tocarão o coração das pessoas. Por outro lado, não há orientação ou forma de educação que supere o encorajamento. É por meio do encorajamento que as boas qualidades são descobertas, fazendo com que a pessoa evidencie todo o seu potencial. A assistência cria e fortalece os laços de confiança e de amizade. Sem assistência, não se pode esperar que as pessoas cresçam sozinhas e se tornem brilhantes valores humanos.1 Compartilhando vários exemplos que ouvimos sobre os preparativos que os jovens, e os estudantes, promoveram para a convenção, o segundo ponto de nossa reflexão é: atuar pelo exemplo. O ritmo dos ensaios para a convenção foi intenso. Alguns desses ensaios ocorreram em locais diferentes. Imagine uma família com um filho participando do ensaio na BSGI, em São Paulo, e outro no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP. Pelos olhos de mortal comum isso seria um problema, mas na órbita da atividade não havia “tempo” e “espaço” para a maldade. Sendo assim, muitos estudantes contaram com apoio de veteranos da organização, bem como de pais ou mães que não praticam, mas criaram a condição de apoiar esse movimento. Vimos manifestar esse aspecto em todos no Ginásio do Ibirapuera. Agora, imagine a alegria de um estudante ou jovem tendo seus pais nos ensaios e a felicidade desses pais ou outro familiar participando desse movimento único no qual temos a oportunidade de fazer parte. No livro Família Felizes, Crianças Felizes, nosso mestre, Daisaku Ikeda, escreve sobre o potencial de uma criança. Em um trecho, ele diz: Cada criança é um tesouro que abriga um potencial precioso. Todas são dotadas de esperança que irradia da própria vida. Se suas esperanças forem desencorajadas ou arruinadas, não seria falha dos adultos? (...). As crianças são espelhos que refletem o ambiente social adulto, e quando este se mostra perturbado, com a visão turva, as crianças também sofrem. Vamos enxugar as lágrimas de tristeza do rosto de cada criança! Devemos protegê-las e dar-lhes coragem, força e vitalidade. Elas são a esperança da humanidade; e os pais e mães são aqueles que as nutrem. Como são nobres e grandiosas a missão e a responsabilidade dos pais!2 Caros e nobres membros do Grupo Coração do Rei Leão, agora é o momento de cada qual, com a sua missão, se alegrar e decidir o avanço da Divisão dos Estudantes e da Divisão dos Jovens de cada localidade. Todos nós somos “pais e mães” do tesouro e futuro da organização. Vamos irradiar o mesmo brilho da Convenção da Juventude Soka Esperança do Mundo neste exato instante — o da vitória absoluta em todos os aspectos. Que as reflexões possam atingir e transformar nosso coração para iniciarmos, juntos, um grande movimento de vitórias no próximo semestre! Desejamos um carinhoso abraço! Grupo Coração do Rei Leão da BSGI Notas 1. Brasil Seikyo, ed. 2.011, 14 nov. 2009, p. A8. 2. IKEDA, Daisaku. Relacionamento Familiar. Família Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. No topo: Entusiamo dos integrantes da Divisão dos Estudantes em ensaio para a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo. Centro Cultural Campestre, SPFoto: BS
06/06/2024
Relato
BS
A alegria de incentivar os amigos
Em meio aos desafios decorrentes da pré-adolescência, a estudante Ana Takiguti, 12 anos, vem se dedicando a criar memórias de companheirismo com todos que encontra. É algo que aprendeu com os pais, Celso e Marcia, ambos de 47 anos, em uma família estabelecida no município de Americana, estado de São Paulo, e que atua unida na Soka Gakkai. “Desde que Ana nasceu, sempre fizemos questão de proporcionar a ela a vivência dentro da organização, pois sabemos que é o caminho para uma juventude saudável e com propósitos que desejamos que nossa filha siga”, enfatizam os pais. Eles também cresceram nos jardins Soka e atuaram na Divisão dos Jovens (DJ) da localidade até 2005, quando se casaram. Celso é auditor, e Marcia, farmacêutica. Ambos são responsáveis pela regional na organização local. O exemplo que oferecem à filha ganha contornos. De um lado, a filha se desenvolve na lapidação de suas habilidades por si mesma; do outro, experiencia o humanismo construído por laços de amizade sincera. “Eu tinha muita dificuldade em fazer novos amigos, mas dei o primeiro passo e não quero parar”, reforça Ana, que tem suas aventuras nessa área contadas com orgulho nesta edição. Com os pais, Celso e Marcia Carinho e atenção No ano passado, Ana mudou de colégio e teve dificuldade de adaptação no contraturno, às tardes, e onde não tinha por perto os amigos da turma. Incentivada pelos pais, aos poucos foi observando os colegas, dando o primeiro passo na aproximação. Por sorte já tinha a amiga Marina no período letivo normal, que conheceu no antigo colégio e estudavam juntas. Elas se uniram nas conversas e nos trabalhos, fortalecendo ainda mais a amizade. Marina, ao frequentar a casa de Ana, ouviu quando os pais dela recitavam Nam-myoho-renge-kyo e se encantou com o som, querendo saber o que significava, além das curiosidades típicas de meninas da idade. Dessa maneira, a família de Ana abraçou à de Marina. “Estamos dialogando sobre o budismo há cerca de um ano, e minha amiga já participou de algumas reuniões com a mãe. Fico tão feliz”, emociona-se Ana. Com a amiga Marina, a qual incentiva sobre a prática budista Outro fator de desenvolvimento tem sido a participação de Ana nos grupos horizontais da BSGI. Ela se espelha ainda em seus pais, que foram atuantes, quando jovens, nas bandas masculina e feminina da localidade, Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai, respectivamente. Lideraram esses dois grupos e Celso também fez parte do Sokahan (grupo de bastidor). Junto com Marcia, tornaram-se responsáveis pela Divisão dos Jovens da RM Americana. Ana formou-se recentemente do grupo de aprimoramento (GA) da banda Asas e agora integra o núcleo de dança. “Eu adoro os encontros e ensaios. Tenho aprendido muito sobre companheirismo”, frisa. Durante uma apresentação em desfile cívico pela Asas da Paz Kotekitai No mês da Divisão dos Estudantes, Ana compartilha suas expectativas. A primeira delas é a alegria de estar com a amiga Marina, e as outras colegas que ela vem incentivando, participando juntas nas comemorações da localidade. Aproveita para falar de sua vivência, sonhos que a motivam. Brasil Seikyo: Ana, o que mais gosta na organização? Ana: Das atividades da DE e da banda Asas da Paz Kotekitai, nas quais eu participo do coreográfico. BS: Por que gosta de incentivar os amigos? Ana: Quando incentivo as pessoas, eu me sinto mais solta e livre nas reuniões. Elas me incentivam também. É muito bom! BS: Um sonho a realizar Ana: Estudar na Universidade Soka do Japão. BS: Como vê o futuro? Ana: Eu vou me empenhar para estar bem financeiramente por meio dos estudos, viajar pelo mundo para ver culturas diferentes e provavelmente estudar moda ou psicologia. Se é da DE tem de sonhar alto, né? Ana Takiguti Gonçalves, 12 anos, estudante. Na BSGI, integra a Divisão dos Estudantes Esperança, na RM Americana, CGESP. Orientação de Ikeda sensei que guia a atuação dos pais Criando filhos que amem a SGI O mais importante é ajudá-los a aprender a respeitar e a gostar da Soka Gakkai Internacional (SGI) sem pressioná-los. Como a fé é algo para a vida inteira, já é o bastante o fato de eles compreenderem com o passar do tempo. Não é sábio ser inflexível e tentar forçá-los a praticar. Precisamos ensinar aos nossos filhos o espírito de acalentar e proteger a SGI. Espero que os pais criem os filhos de forma que eles realmente amem a SGI. Se os filhos tiverem esse espírito, com certeza serão pessoas excelentes. Fonte: Um Diálogo sobre a Religião no Século 21, publicado no Brasil Seikyo, ed. 1.569, 26 ago. 2000, p. 3. Ana, aos olhos da responsável pela Divisão dos Estudantes da localidade “Ana é uma menina muito meiga, dona de um coração enorme, muito dedicada a tudo o que faz. É gratificante ver seu desenvolvimento tanto na Gakkai quanto na sociedade. Sou afortunada em atuar com uma estudante tão fofa, realmente um grande ‘valor humano’. A família de Ana é maravilhosa. Os pais, Marcia e Celso, sempre acompanham a atuação dela na Gakkai e apoiam muito os jovens e estudantes de várias formas possíveis, com carona, kit lanche, incentivos, preparativos. Um orgulho só!” Bruna Adrieli Pereira Nagata, responsável pela DE da RM Americana Fotos: Arquivo pessoal
11/04/2024
Especial
BS
Juventude de valor
Brasil Seikyo prossegue com a série “Juventude de Valor”, destacando trechos de direcionamentos de Ikeda sensei para os jovens de todas as idades. Nesta edição, o conteúdo é voltado para o papel dos veteranos. No decorrer de nossa prática budista, em algum momento, fomos incentivados pela rigorosidade ou por aquele olhar carinhoso expresso por esses veteranos, atitudes que nos trazem de volta a coragem e a determinação. Aprendemos ainda sobre a grandiosidade do Mestre, a correta postura de vida, e encontramos um ombro amigo para nos ouvir sem prejulgamentos. Com o passar dos anos, conquistamos a chance de também nos tornar veterano de alguém, apoiando-o na caminhada da sua revolução humana. Essa rede sustentável é a força da criação de valor Soka. Inspire-se nas orientações do Mestre! A juventude não “desbota” “A vida dos jovens brilha mais radiantemente do que qualquer glória ou tesouro neste mundo. A juventude é a glória. A juventude é a esperança, a paixão e a liberdade. Espero que vocês vivam com um espírito vigoroso. Por favor, tornem-se mais jovens à medida que os anos passam — dia após dia, mês após mês, ardendo a chama da juventude em seu coração! Uma chama ardente purifica. Dessa forma, onde quer que exista a chama da juventude, não existirá qualquer impureza ou estagnação.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.278, 25 jun. 1994, p. 10. Ombro amigo “Mesmo que seja apenas um — é importante ter por perto pelo menos um bom amigo, com quem podem falar a respeito de qualquer assunto, ou mesmo um bom veterano, com quem podem se aconselhar em alguma situação adversa. Com um bom amigo ou um bom veterano, sem falta vocês poderão avançar em direção à felicidade e em direção à paz. Trilhem unicamente pelo caminho de vitórias e mais vitórias com alegria e entusiasmo ao lado dos bons amigos com quem compartilham de mútua confiança!” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, p. A2. Raízes da confiança “A presença de veteranos é, para cada membro, a ‘corda salva-vidas da prática da fé’; e para a Soka Gakkai, a ‘preciosa raiz que sustenta o kosen-rufu’. Para que todos os membros possam praticar alegremente e se tornarem felizes, é importante uma rede de pessoas que estendam as mãos e incentivem a todos, sem exceção. Os veteranos são o pivô dessa rede.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.320, 23 abr. 2016, p. B4. Educação para a vida “Construam uma história de esforços e uma juventude de vitórias. Para tanto, é importante que vocês aprendam o verdadeiro espírito de primeira categoria por intermédio de pessoas de primeira categoria. Assim como o ponto de partida da Gakkai foi a Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], a base, a fonte original, encontra-se na educação. Aqueles que possuem um bom mestre, um bom veterano, um bom amigo, conseguem aprender inúmeras coisas por intermédio deles e progridem em direção à vitória, à glória e à felicidade.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.243, 25 set. 1993, p. 5. Compromisso com a vitória “— O ponto fundamental para aumentar a boa sorte é promover pessoalmente o kosen-rufu. É em meio aos esforços e pensando ‘Vou me transformar de protegido em alguém que protege os companheiros’ e ‘Deixarei de ter um comportamento passivo e assumirei uma postura ativa’ que estabelecemos uma prática da fé que traz boa sorte, pois é dessa forma que se liga diretamente a Daishonin.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.138, 7 jul. 2012, p. B2. Palco da missão é para todos “(...) na Soka Gakkai existe amplo palco de atuação também para veteranos e idosos. No mundo da fé, onde as pessoas buscam um profundo aprendizado do caminho da vida, os conselhos dos veteranos, enriquecidos pela larga experiência adquirida enfrentando diversas provações, servem como exemplo e guia para todos. Muitos membros veteranos de idade avançada fazem da sua missão a tarefa de incentivar os demais companheiros como bons conselheiros, ajudando no desenvolvimento dos mais novos na prática budista. Nessa dedicação, irradia-se o brilho de sua vida.” Fonte: IKEDA, Daisaku. Abrindo Caminho. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 53. 2019. Energia inalterável “Johann Peter Eckermann, jovem discípulo de Goethe, escreveu que o seu mestre, mesmo nos últimos anos da sua vida, sempre pensava em avançar e estudar. Aos olhos do discípulo, o mestre foi uma pessoa de juventude eternamente inalterável. Nós também, que vivemos a ‘Lei Mística imortal’, avançamos com a condição de vida de ‘Juventude por toda a existência’ e de ‘Juventude por toda a eternidade’. E recitar o gongyo e daimoku é o potente motor para sustentar essa energia vital. Pela manhã, e à tarde, vamos vencer cada dia irradiando o sol da vida de kuon ganjo [o tempo sem fim] em nosso coração.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.294, 10 out. 2015, p. B2-B3. Juventude por toda a vida Por mais que os anos passem, não esqueçam a juventude em seu coração! O espírito jamais deverá envelhecer. Lembrem-se sempre de que aí está o segredo de manter a perene juventude sem nenhum remorso. O julgamento pela lei da causalidade será sempre justo e implacável. Vamos nos levantar. Devemos realmente nos levantar. Devemos avançar e lutar! E vencer! Fonte: Trecho de poema dedicado à Divisão Sênior pelo Mestre, em comemoração do dia 24 de agosto (2001). Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.618, 1º set. 2001, p. A3. Jardim de flores humanas “— O veterano é como o jardineiro, e os mais novos, o jardim. Se os mais novos, que passaram a compor o núcleo da organização, não forem capazes de manifestar seu potencial pleno, os culpados são os líderes veteranos deles. Deve-se ao fato de os veteranos não terem treinado os mais novos e não os terem apoiado com genuína sinceridade. Espero que vocês se levantem com a determinação de proteger aqueles que eram membros de vocês e agora são líderes. Quando forem nomeados novos líderes, sejam eles responsáveis pela província ou pelo bloco, tomem a iniciativa de mobilizar a todos a colaborar com eles, dizendo-lhes ‘O novo líder da província é jovem, mas maravilhoso!’ ou ‘Aquele novo líder de bloco é muito bem qualificado. Vamos prestar-lhe apoio total!’. E tente expressar ao novo líder: ‘Seja o que for, se estiver necessitando de algo, é só falar comigo. Farei tudo o que puder para ajudá-lo’. Se todos os membros pioneiros agirem dessa forma para apoiar os jovens, será muito mais fácil para eles realizar as atividades. Esse é o verdadeiro papel do líder veterano. É assim que deve ser no mundo da família Soka.” Fonte: IKEDA, Daisaku. Luta Conjunta. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p.131-132, 2019. União e companheirismo “Na Soka Gakkai, é nossa tradição os veteranos treinarem os mais novatos para que se tornem mais capazes que eles. É deplorável ver veteranos que sentem inveja do crescimento dos mais novos ou que se aproveitam para assumir os créditos pelo trabalho árduo dos novatos. Quando os veteranos oram com sinceridade pelo desenvolvimento dos novatos e fazem o que podem por eles, sua generosidade e coração grandioso inspirarão e incentivarão os mais novos, que por sua vez desejarão atender às expectativas dos veteranos e empenhar-se ainda mais arduamente para crescer e se aprimorar. Isso fará surgir a confiança e a união entre ambas as partes.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.766, 9 out. 2004, p. A3. Castelo indestrutível “É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com toda a sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018. Benevolência que inspira “Os nossos valores humanos representam força e esperança. Espero que os veteranos conduzam o desenvolvimento das pessoas mais jovens de forma gentil, sincera e tolerante. De certo aspecto, podemos dizer que ‘os veteranos são como mestres, e os mais novos, os discípulos’. O veterano deve dotar-se de bom caráter e competência. Os mais novos os seguirão respeitando essas qualidades.” Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.798, 4 jun. 2005, p. A2. Esperança — a idade não importa “Em certa ocasião, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, disse, encorajando seus companheiros a viver com grande esperança da mesma forma que ele: ‘Não importa se são jovens ou velhos, gostaria que nutrissem uma grande esperança e que vivessem comprometidos com essa esperança. É importante lembrar que essa força vital, que nos possibilita viver com esperança, é encontrada no Gohonzon, que é a entidade da unicidade de pessoa e Lei e a própria vida de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei’.” Fonte: Terceira Civilização, ed. 418, 1º jun. 2003, p. 7. Encontros de gerações unidas pelo ideal do kosen-rufu e pela unicidade de mestre e discípulo: Conferência de Líderes das Mulheres Soka com as Divisões Feminina e Feminina de Jovens (Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Encontros de gerações unidas pelo ideal do kosen-rufu e pela unicidade de mestre e discípulo: Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka com representantes das Divisões Sênior e Masculina de Jovens (Centro Cultural Campestre, Itapevi, SP, 4 jun. 2023) FOTOS: BS / Getty Images
11/04/2024
Relato
BS
A coragem é o tempero da vitória
O sangue (e sotaque) nordestino não foi deixado para trás, somando-se à simplicidade e à simpatia que compõem o modo de vida desse casal, destaque da edição. Juraci, 59 anos, e Josefa, 53, são de origem e de famílias ainda amigas de Aracaju, SE, e residem atualmente no município paulista de São Bernardo do Campo, SP. Eles se conheceram há doze anos, quando Juraci, em visita a parentes em sua região natal, reencontrou Josefa. Ao ouvir um pouco sobre a situação dela, ele logo lhe falou do Nam-myoho-renge-kyo, que praticava há quase quarenta anos e com grandes comprovações. Seis meses depois, após superar a separação do marido, Josefa veio para São Paulo e, junto com Juraci, iniciou “uma vida de muitas conquistas, vencendo um a um os desafios”, celebra a esposa com uma fala mansa e gentil, bem diferente do que era naquela época. “Nossa, nem consigo medir quanto mudei. Budismo é pra gente revolucionar mesmo. Eu era uma pessoa sofrida, meio casca grossa, não sabia como lidar com a vida nem com as pessoas. Mudei a mim, e meu ambiente se transformou da forma como sempre sonhei.” Das primeiras comprovações, o casal se viu em meio a desafios de saúde, questões financeiras e as incertezas de futuro. Juraci relembra que, quando recebeu seu Gohonzon, em 1987, por intermédio de uma tia, ela lhe deu de presente uma edição dos escritos de Nichiren Daishonin. “Uma frase me segue até hoje, e nunca deixo de ler: ‘A espada é inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra do Lótus deve ser manejada por alguém corajoso na fé’.1 E não tem outro jeito, com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, fortalecemos a determinação de vitória e encontramos saídas para tudo,” enfatiza Juraci. “Sempre há uma saída” Em meio a um beco aparentemente sem luz, essa frase se tornou ainda mais verdadeira. Abrimos um recorte para o primeiro ano da pandemia, 2020, período de dor e de incertezas generalizadas. Era hora de comprovar. Juntando economias com muito sacrífico, o casal havia conseguido abrir um pequeno restaurante, que vinha crescendo aos poucos e agora na iminência de ser fechado. “Determinamos vencer a todo custo, dedicando-nos ao sincero daimoku e às atividades da Gakkai”, frisa Josefa, relembrando as palavras de ordem que seu coração emitia todas as vezes que se sentava diante do Gohonzon: “Temos o daimoku, temos o Gohonzon, temos o Mestre. Vamos vencer!”. Ao empunhar, portanto, a espada da determinação e da coragem, logo o ambiente de vitória se formou. Em um dia de fevereiro, um engenheiro responsável por um projeto no bairro bateu à porta do restaurante do casal para encomendar marmitas destinadas aos funcionários da obra. “A gente não podia abrir o restaurante para o público, e aquela foi a oportunidade de continuarmos cozinhando e nos mantendo, o que se seguiu por dois anos. Como é maravilhosa essa prática da fé”, reforça Josefa. Na outra ponta, como líderes de comunidade, também foi o momento de avanço. O primeiro desafio, à frente da comunidade, era manter todos unidos, para, juntos, superar aquele período em que o distanciamento físico se mantinha como medida de proteção. “Tivemos muito apoio porque a gente entendia pouco de aplicativos e, com a união de todos, conseguimos superar com muita alegria aqueles dias”, comenta Juraci, destacando o momento do retorno das reuniões presenciais, “Repletas de humanismo, que a gente só tem na Soka Gakkai”. Castelo familiar Com o restaurante em plena atividade, era hora também de dar vida ao objetivo do casal: a casa própria. “Eu sonhava dia e noite em oferecer minha sala para as atividades da nossa comunidade”, relata Josefa, e para tanto envolveu-se no desafio de recitar duas horas de daimoku diárias em meio ao cansaço da jornada na cozinha do restaurante, nas atividades e na família. “A gente consegue tudo o que determina, mas não pode desistir. Daimoku e ação”, diz. Com a prática, ela lidou com uma negociação na qual tinha menos da metade do valor. “Com a boa sorte acumulada, consegui parcelar o restante e, em 2022, passamos o ano novo em nosso novo lar. Vitória.” Com os companheiros em atividade na organização de base Em maio de 2023, Juraci conseguiu um novo trabalho, e Josefa toca sozinha o restaurante da família, com seis funcionários e “Muita luta no fogão e na vida, com alegria e gratidão”. Assim mesmo, para rimar, brinca Josefa. Ela e Juraci se orgulham de vencer, etapa a etapa, na contribuição voluntária (Kofu), oportunidade proporcionada aos membros da organização. “Kofu é vitória ou derrota. E estamos comprovando essa conquista com muita felicidade no coração.” Eles também estão felizes com as pessoas a quem apresentaram à família Soka, todas desfrutando as comprovações da prática da fé. “A gente sempre tem aquela frase da escritura que diz: ‘O inverno nunca falha em se tornar primavera’.2 E é isso mesmo, não importa o sofrimento, a gente nasceu para ser feliz. O sofrimento não dura para sempre. É determinar, orar e agir. Assim estamos comprovando”, argumentam Juraci e Josefa, baseados no que vivenciam e ensinam a todos que conhecem. Para ambos, ter encontrado Ikeda sensei é razão de máxima alegria da vida. “Gratidão por esse ensinamento que ele nos legou e que nos fortalece dia a dia. O Mestre não está mais presente fisicamente com a gente, mas seu sentimento não morre. Nós não tivemos muita chance de estudar, porém aprendemos com ele como ter uma vida digna, superando a tudo. Somos muito felizes, imensamente gratos.” Juraci dos Santos, 59, e Josefa Delfina Santos, 53, donos de restaurante. Na BSGI, atuam como líderes da Comunidade Vianas, RM São Bernardo, Sub. Grande ABC, CGSP. No topo: Juraci e Josefa em frente ao restaurante da família. O casal superou o período desafiador da pandemia, comprovando os benefícios da prática da fé. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020.2. Ibidem, p. 560. Fotos: Arquivo pessoalAssista Ao vídeo do relato do casal Juraci e Josefa
24/01/2024
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Como perpetuar o sentimento de mestre e discípulo?
Um dos questionamentos comuns de líderes da Divisão dos Estudantes sempre foi como perpetuar o sentimento de mestre e discípulo entre as gerações de jovens e estudantes que viveriam numa época em que sensei não estaria mais em vida. Para nossa tristeza, essa época chegou. Nosso querido mestre, aos 95 anos, transcendeu sua nobre existência, deixando um legado inesquecível na história da humanidade. E, daqui em diante, qual o nosso papel e de que forma devemos atuar para que as próximas gerações vivam e sintam sensei no coração e nas ações? Considerando os fatos e as turbulências sociais que estão ocorrendo, torna-se ainda mais relevante nos empenhar ao máximo na criação de valor na Divisão dos Estudantes e na Divisão dos Jovens, visando um futuro de paz. Cabe aos que estão vivendo na órbita do Mestre se lançarem à missão de lutar, mais que nunca, pelo fim da miséria humana, tornando os jovens a força propulsora da Soka Gakkai na sociedade, tendo sempre como ponto primordial a relação de mestre e discípulo. Um jovem líder do Japão relatou durante um curso de aprimoramento da SGI que, no episódio do festival de 1990 no Brasil, Ikeda sensei não pôde participar, apesar da luta dos jovens para chamar o Mestre. Os jovens ficaram tristes, porém se levantaram para realizar um festival maravilhoso. Esse movimento tocou o coração do Mestre que ficou muito sentido por não poder ir ao festival, pois percebeu que os jovens estavam se esforçando para encontrá-lo. Naquele momento, pegou uma bandeirinha e ficou andando na sala fazendo o pique-pique e falando Banzai! [‘Viva!’] para os jovens do Brasil. Quase ninguém viu isso, mas percebi quanto o coração dos jovens do Brasil estava próximo ao de Ikeda sensei e, depois disso, senti quanto a Divisão dos Jovens do Brasil cresceu. Que magnífico relato! Mesmo não vivendo a mesma época que os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, conhecemos e lutamos pelos mesmos ideais de paz e de educação pelos quais eles tanto sonhavam devido à luta do discípulo de perpetuar o sentimento dos mestres. Agora chegou o nosso momento de, por meio da nossa postura e das vitórias, mostrar a grandiosidade de Ikeda sensei e fazer brotar na vida das pessoas o verdadeiro juramento do discípulo de corresponder eternamente ao Mestre. Nossa missão é ainda mais grandiosa por mantermos e transmitirmos fielmente os ideais e direcionamentos de sensei atuando com sinceridade e gratidão com o espírito de “O que o Mestre faria agora?” e “Como ele agiria nesta situação?”. O presidente Ikeda mencionou Johann Wolfgang von Goethe, o qual afirmou que “Um bom professor extrai o melhor dos seus alunos e as ações deles, por sua vez, ramificam-se infinitamente”.1 E o próprio sensei concluiu que “Expandir ilimitadamente novas vitórias e agregá-las às notáveis realizações do mestre constitui a honrosa luta do discípulo”.2 Portanto, cabe aos discípulos Ikeda dar continuidade à “história de vitórias e de conquistas na qual o drama de mestre e discípulo brilhará com intensidade cada vez maior pelo mundo e pelo futuro” em busca da concretização do kosen-rufu. Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Norte-Oeste Paulista (CNOP) Notas: 1. GOETHE, Johann Wolfgang von. Winckelmann and His Age. In: Essays on Art and Literature. GEAREY, John. (ed.). Tradução: Ellen von Nardroff e Ernest H. von Nardroff. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, v. 3, p. 114, 1994. Goethe’s Collected Works. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.413, 31 mar. 2018, p. B1- B4. Foto: GETTY IMAGES
09/12/2023
Relato
BS
Cultivar a boa sorte
A realização de um sonho exige que cultivemos, antes de tudo, a esperança no coração. Não é tarefa fácil. Meu nome é Eduardo Urakami, tenho 50 anos e moro no município paulista de Mogi das Cruzes, SP. Vivi a depressão, uma forma de a vida dizer que não existe saída. Introvertido e triste desde criança, já sabia do poder da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, ao ver minha mãe se curar de um grave quadro de saúde. Ela conheceu o budismo em 1992, e eu logo a segui, mas ainda sem reconhecer essa força dentro de mim. Levava uma vida no automático e, ao mesmo tempo, estudava física na Universidade de São Paulo (USP). Foi preciso uma forte crise me atingir para eu reagir. Os momentos depressivos foram evoluindo, a ponto de eu não desejar mais viver. No entanto, uma voz interna ecoou: deveria persistir. Dos cinco minutos de recitação do Nam-myoho-renge-kyo possíveis pelas minhas condições de tempo, passei a orar três horas por dia. Era hora de quebrar a concha do meu pequeno eu. Indescritível a sensação um tempo depois, ao me vir admirando a natureza local do campus. A determinação muda tudo. Decidi viver, ser feliz e assim parti para a concretização do sonho familiar, com a força e a coragem que brotaram da prática da fé. Dedicação e confiança Minha família se mudou de Goiás, GO, para Mogi das Cruzes em 1985. Três anos depois, iniciamos a produção de cogumelos. Minha mãe sonhava alto. com os pais Chuji e Taeko Urakami Recebi meu Gohonzon (objeto de devoção dos budistas) em 1994 e, por me manter na órbita da Soka Gakkai, mesmo em tempos mais desafiadores, os constantes incentivos de Ikeda sensei soaram sempre como aquela “voz interna”, dizendo: “Eu confio em você, não perca para si mesmo”. Terminei a faculdade e decidi empreender na empresa da família, que, aos poucos, foi conquistando lugar no mercado. Em 2004, participei do meu primeiro curso de aprimoramento dos jovens no Japão, vivendo momentos preciosos. Retornei em 2013, já na Divisão Sênior (DS), desta vez convidado a relatar minha comprovação numa atividade realizada em uma região fortemente atingida pelo tsunami de 2011. Senti que estava correspondendo ao Mestre, incentivando os que haviam perdido tudo e buscavam forças para recomeçar. Alguns anos mais tarde, em 2017, vivemos o período crítico do mercado brasileiro: crise econômica, entrada forte de concorrente e por pouco não fechamos a empresa. Renovei o ponto primordial, pois cada pessoa possui uma missão que só ela pode concretizar. Era minha vez! Cogumelos da boa sorte Encarei a produção dos cogumelos como objetivo de levar às pessoas alimentos nutritivos, saborosos e que façam bem à saúde, ajudando a prevenir doenças. No nosso sítio, cuido das tarefas administrativas e do monitoramento da fabricação, e oro constante daimoku para que os Cogumelos Urakami brotem com essa missão. Pode parecer algo místico, mas considero ser esse o “fazer acontecer”. Com a prática da fé, associamos novas pesquisas, dedicação redobrada e vencemos. Assim como o presidente Ikeda encoraja: O fato é que os momentos de sofrimento e de dificuldade são uma oportunidade para se conquistar um magnífico crescimento e acumular imensa boa sorte. Se vocês se levantarem e enfrentarem o desafio nessas horas, adornarão a vida com benefício imperecível.1 Voltei ao Japão mais duas vezes, em 2018 e 2019, para renovar meu juramento de luta conjunta com Ikeda sensei. E o mais incrível foi constatar que, no auge da pandemia, em 2020, época em que a produção no mercado praticamente parou, tivemos maior êxito. Superamos nosso principal concorrente, e hoje somos o primeiro na produção de cogumelos shimeji preto da América Latina, com uma produção mensal de 40 mil quilos. Ampliamos nossa carteira de produtos, oferecendo além de variedades como shiitake, eryngui e nameko, conhecido como juba de leão (Yamabushitake), considerado forte restaurador neural utilizado para auxiliar no combate ao mal de Alzheimer, por exemplo. Mantendo o mais elevado nível de qualidade, implantamos energia solar em parte de nossas instalações, os descartes do composto são usados como adubo orgânico e estamos avançando em outros projetos de sustentabilidade. Da nossa produção, 60% são comercializados na capital paulista e o restante distribuído em grandes capitais do Brasil. Tudo com muita boa sorte! em frente ao mural de fotos da empresa Gratidão é tudo! Com a firme convicção de não esperar os tempos bons, e sim não temer os ruins, encaro com rigorosidade minha participação no Kofu (contribuição voluntária). Lutamos pelo possível ou para comprovar o “impossível”? Mesmo com o rigor da crise, não hesitei. Conseguia sentir gratidão e a certeza de que sairia vitorioso em tudo. Se não recuarmos, os caminhos se abrirão. Dessa maneira, venho comprovando. Assim é na organização na qual atuo, em que nos reunimos no período de pandemia de forma on-line para orar pela saúde e felicidade de todos. Seguimos unidos. Eu me sinto plenamente realizado. Vejo meus pais, Chuji Urakami, 86 anos, e Taeko Urakami, 75 anos, acordando cedo e indo pessoalmente ao laboratório e às áreas de cultivo. Ambos venceram recentes questões de saúde e fazem desse trabalho a realização de sua vida. Minha irmã, Patrícia, é líder na organização local, e também desenvolve uma produção de cogumelos em seu sítio. Minha esposa, Angela, e nossos filhos Eduardo, 7 anos, Bernardo, 5 anos, e Kiara, 3, transformam meus dias em pura gratidão. Para quem viveu à sombra da infelicidade, atormentado pela depressão, vejo brotar em meu peito um orgulho danado de ser membro da Soka Gakkai e de ter encontrado um mestre que jamais desistiu de mim. Desejo que esse relato seja um broto de esperança na vida daqueles que o estiverem lendo. Muito obrigado! momentos com a esposa, Angela e, da esq. para a dir., os filhos Bernardo, Kiara e Eduardo Eduardo Urakami, 50 anos, empresário agrícola. Na BSGI, é vice-responsável pela Regional Braz Cubas, CGSP. Assista vídeo do relato do Eduardo Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 12, p. 113, 2020. Fotos: BS
09/11/2023
Notícias
BS
Informação também é autocuidado
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero. O movimento surgiu em 1990 quando houve a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York. No Brasil, a campanha de conscientização começou em 2002. Na Grande São Paulo, em Osasco, os membros dos Distritos Veloso e Quitaúna promoveram o encontro com a participação de membros das Divisões Feminina e Feminina de Jovens. Dividido em módulos, as participantes dialogaram sobre como ter uma vida saudável e sobre a importância de atividade física. Além disso, tiveram a oportunidade de assistir a palestras sobre os temas: câncer de mama, cuidados com a voz e a fase do ciclo menstrual na atividade física, com a participação de profissionais da saúde. “Esse encontro tem um significado muito importante para todos nós. Todas as participantes, após a atividade, têm a missão de ser agentes da transformação da sua própria vida e que essa ação também influencie nossa sociedade”, compartilha Anne Karenina, responsável pela Divisão Feminina do Distrito Veloso. No topo: membros dos Distritos Veloso e Quitaúna durante o evento com o tema Outubro Rosa Foto: Colaboração local
09/11/2023
Relato
BS
Quando brilha a joia do coração
Meu nome é Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, moro em Joinville, SC, sul do país. Sou formada em design de produto, optando por segmentar em joias finas, profissão construída a partir do momento em que aprendi a polir o brilho do meu coração e desejar viver. Falo do início da minha jornada na família Soka que no próximo ano completará quarenta anos. Isso foi no dia 6 de maio de 1984, data que considero meu renascimento. Como um encontro pode ser decisivo! Eu tinha 25 anos quando fui me encontrar com uma amiga pela última vez. Estava decidida a não viver mais, pois julgava ser a forma mais fácil de parar de sofrer. Seguiria o destino da família: meu pai não suportou a morte da mãe dele e cometeu suicídio. Eu, agora, estava sem meu pai, e minha mãe vivia imersa em tamanha dor que não respondia pelos seus atos. A mim caberia cuidar dela e ainda apoiar sete irmãos. Era demais para mim. Um olhar benevolente É incrível que, ao praticarmos o budismo, nos tornamos sensíveis à dor do outro. Ao me ver triste, sem pensar duas vezes nem entender a fundo o que me afligia internamente, minha amiga pediu para que eu recitasse Nam-myoho-renge-kyo junto com ela. Sem mesmo entender o significado, eu a segui na oração. Foi como um raio de luz entrando em uma caverna escura. Ficamos ali, meia hora ou mais, e os pensamentos sombrios deram lugar a uma voz interna, agora fortalecida: “Eu tenho tantos sonhos, não quero morrer”. Converti-me ao budismo meses depois, tornando-me o esteio de minha nova história. O sonho da faculdade, que nutri desde menina, consegui concretizar. Eu me casei e a alegria da família se completou com a chegada de meus dois filhos, José Jr. e Jessika, que cresceram nos jardins Soka. Meu marido, José Kostetzer, é médico anestesiologista, simpatizante e nos apoia em tudo. Abri minha empresa de semijoias finas em 2014, e a mantenho até hoje. Como é bom viver! Momentos em família: da esq. para a dir., o marido, José, a filha Jessika e o primogênito José Jr. Busca constante Em 1993, quando Ikeda sensei visitou o Brasil, eu era responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade. Nós nos unimos em forte oração para o pleno sucesso das atividades durante a permanência dele no país. Objetivei ir ao encontro do Mestre no Japão, meta que alcancei em outubro daquele mesmo ano, junto com dez companheiros de Santa Catarina. Foi inesquecível! “Estou orando para seu esforço cada vez maior.” Essas foram as palavras de Ikeda sensei, que soaram como força para que eu ultrapassasse nova investida do carma financeiro um ano depois. Vencemos uma questão jurídica desafiadora na empresa do meu marido em 1994, convictos na força da justiça. Dessa maneira, selei minha convicção de ter encontrado a joia mais rara, fruto de um coração que determina, ora e vence, sem sucumbir ao desespero. Isso foi graças ao estudo do budismo, dentro do esforço de materializar as frases douradas ditas pelo Buda: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 e “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido”.2 Em viagem ao Japão. Avancei em minha contribuição como líder Soka e hoje atuo como vice-responsável pela CRE Sul, com o sentimento gravado a partir do encontro com o Mestre: avançar e vencer, sendo feliz e levando felicidade às pessoas. Apresentei o budismo para muitas pessoas, e na organização local estamos em pleno movimento de expansão da base. Honra e gratidão Um orgulho imenso é ter meus filhos na mesma órbita desse nobre propósito. José Jr., 34 anos, é cardiologista e atua com a família na organização na capital, Florianópolis. A Jessika, 31, é parceira de todas as horas, tem sua profissão (engenheira civil) e me apoia na empresa. Na BSGI, recentemente, foi confiada para coordenar o núcleo de estudantes da CRE Sul. Que imensa alegria e gratidão! Este mês também considero bastante significativo, porque nos remete à reflexão de sermos braço e abraço das pessoas que sofrem em momentos de desespero, assim como vivenciei um dia, antes de conhecer a família Soka. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é realmente a maior das alegrias, essa é minha maior convicção. Agradeço a todos que fazem parte da lapidação dessa minha trajetória. Em especial, a Ikeda sensei, pois quem tem um mestre da vida jamais se sente sem saída. Muito obrigada! Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, empresária do segmento de semijoias finas. Na BSGI, é vice-coordenadora da CRE Sul. Pela filha, Jessika Já nasci com minha mãe praticante do Budismo Nichiren. Por observá-la e receber desde sempre muito incentivo e apoio, eu me espelhei nela e pus em prática o Nam-myoho-renge-kyo. Foi assim que venci a enorme dificuldade que tinha de me socializar com crianças e demais pessoas, passando a enxergar meu valor com a prática da fé. Bem, minha mãe é uma grandiosa mulher, a quem admiro demais por ter passado tudo o que passou e por ter seus desafios constantes que jamais a abalaram, ao contrário, só a fortaleceram. Ela sempre me transmitiu seu amor e carinho com rigorosidade e disciplina ao mesmo tempo. Isso me “forjou”, principalmente tendo como referência Ikeda sensei em nossa vida. Recentemente, fui nomeada para coordenar a Divisão dos Estudantes (DE) da CRE Sul. Agora poderei retribuir todo o aprendizado que tive nos jardins Soka desde a infância e que me trouxeram até aqui, realizada e plena para vencer ainda mais diariamente sejam quais forem as questões. Agradeço à minha mãe por ser inspiração e me lançar a caminhos tão nobres, ao lado do Mestre, dos quais muito me orgulho. Marilene e a filha Jessika. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Ibidem, p. 464. Fotos: Arquivo pessoal
06/09/2023
Terceira Civilização
Na prática
TC
Ressoar a mais bela melodia da harmonia
O passatempo favorito de Ikeda sensei na juventude era ouvir música, em especial, as do compositor e pianista alemão Ludwig van Beethoven. Quando escutou pela primeira vez as quatro notas iniciais da Quinta Sinfonia — tchan-tchan-tchan-tchaaaan — ficou emocionado e sentiu como se seu minúsculo apartamento tivesse se tornado um palácio. Todas as vezes que ouvia Beethoven era como se fosse incentivado a não ser derrotado e continuar fazendo o seu melhor.1 A combinação harmoniosa e expressiva dos sons tem mesmo esse poder. A composição mais conhecida de Beethoven e a que o consagrou no mundo inteiro também está entre as preferidas do Mestre, a Nona Sinfonia, que neste ano completa duzentos anos de sua estreia, que ocorreu em 1824. Quando apreciamos uma boa melodia, nem sempre percebemos seus diferentes instrumentos, a mistura das tonalidades e os momentos de silêncio. A música e seus elementos nos ajudarão a entender, com base na filosofia do Budismo de Nichiren Daishonin e no humanismo de Ikeda sensei, como pôr em prática a harmonia em um mundo onde “as pessoas estão repletas de queixas e insatisfações, e os conflitos e as divisões reinam de forma desenfreada”.2 Instrumentos que parecem conversar A Nona Sinfonia foi escrita a partir de um poema de Schiller que Beethoven apreciava profundamente, Ode à Alegria. Aos 22 anos, ele já tinha concebido a ideia da melodia. Entretanto, ele levou mais de trinta anos até conseguir dar forma de música ao texto. Quando nos concentramos em ouvir essa obra, percebemos várias nuanças: às vezes, o grave sobressai, em outras, o agudo. Os instrumentos parecem estar em uma conversa. O clarinete pergunta para a flauta e depois o oboé dá sua contribuição para o diálogo. Então, as cordas “pegam a palavra” e passam a vez para as trompas. Uma parte especialmente difícil nessa composição foi a inovação de incluir vozes na sinfonia. Isso nunca tinha sido feito antes. No quarto movimento entram solistas e, depois, um coro. Com brilhantismo, Ikeda sensei explica o que representam os recursos musicais utilizados e o que a música suscita: Num instante, ocorre um misterioso silêncio e, em seguida, vem uma suave melodia como murmúrios de um córrego ou como a voz de ninar de uma mãe. São os acordes da alegria. A melodia acalma o espírito dos ouvintes, enchendo o coração com vitalidade refrescante e despertando a alegria, e gradualmente o tom vai crescendo até que toda a orquestra junta-se a ele.3 Organizar o estado e as relações das coisas Em português, a palavra “harmonia” é utilizada tanto no contexto social com o significado de “paz e amizade” quanto no âmbito da música como “arte de ordenar os acordes musicais”. Em japonês, “harmonia” se diz chowa. O ideograma chinês para cho, de chowa, originou-se na China antiga como um termo para designar a harmonia da música. É derivado do significado de ajustar o som e passou a se referir a várias palavras, como afinado, ajuste, harmonia. Diz-se que esse kanji evoluiu de hieróglifos que indicavam ordem e equilíbrio. Além disso, significa “organizar o estado e as relações das coisas”. Comumente, Ikeda sensei utiliza essa expressão em suas explanações. Em perfeita sintonia com a sinfonia da paz, neste mês, a Editora Brasil Seikyo lança o livro Budismo de Harmonia e Esperança: Rumo à Era do Humanismo, de Daisaku Ikeda. A palavra “harmonia” no título é a tradução do seu original em japonês chowa. Profissionais da música ou não, podemos supor quão árdua foi a missão de compor a obra imortal Nona Sinfonia. Nessa e em outras ricas e complexas melodias, é grande o desafio de fazer com que os sons, cada qual com suas características, se sobreponham de maneira que criem a harmonia da música. Envolver o outro com um coração grandioso As relações humanas parecem uma verdadeira obra musical. Os indivíduos também enfrentam o desafio de criar, cada um deles com suas características, uma convivência harmoniosa. Nosso mestre Daisaku Ikeda conta uma antiga história da Coreia do Sul que revela o segredo da harmonia no núcleo no qual estabelecemos nossas primeiras relações: a família. Em uma casa humilde morava uma família que, apesar da pobreza, seus membros viviam dando risadas. Um rico viajante que passava por desarmonia em seu lar resolveu perguntar para eles qual o segredo para viver daquela forma. — Como é possível viver em perfeita harmonia como a sua família? — perguntou o viajante. — Imagine, eu não tenho nada que possa lhe ensinar — respondeu a mãe da família. Bem nesse momento, uma voz aflita pôde ser ouvida: — A vaca está solta destruindo a plantação! Era justamente a vaca que a família criava. Quando, enfim, conseguiram detê-la, a plantação estava totalmente destruída. O viajante pensou: “É agora que a discussão vai começar”. No entanto, cada integrante da família começou a justificar o motivo da confusão: — Isso aconteceu porque eu não amarrei a vaca direito. Outro disse: — Foi porque eu não a alimentei bem. E a outra filha disse: — Não, aconteceu porque eu estava ocupada lavando roupa. Dessa forma, um tentava proteger o outro. E, no final, sabiamente, todos deram boas risadas da repentina confusão. Observando esse episódio, o viajante compreendeu o segredo de uma família harmoniosa.4 Ikeda sensei compartilha essa história e nos traz o primeiro ensinamento prático para conquistar a harmonia: Vivemos numa sociedade em que inevitavelmente somos expostos ao estresse. Justamente por isso, desejo que em nosso lar, antes de qualquer atitude de culpar, de ficar irado, primeiro respire fundo e aja com serenidade a ponto de promover o incentivo mútuo. Quanto mais envolvemos o outro com um coração grandioso, mais uma ilimitada força se manifesta em nossa vida.5 Tomar a responsabilidade para si A Soka Gakkai também é diversa. Tal qual uma orquestra, cada integrante tem seu ritmo, sua voz. Assim como na composição de uma linda melodia, conseguir harmonizar as diferenças com maestria é desafiador. Ikeda sensei disse, certa vez, que é natural acontecerem situações de conflitos por diferença de opiniões e que a chave está em nosso comportamento nesses momentos: Seres humanos dificilmente olham para si próprios. Suponhamos que exista uma organização na qual as pessoas não conseguem se unir e o kosen-rufu da localidade segue vagarosamente. Ao questionarem alguns líderes “Onde está a causa disso?”, geralmente levantam várias razões como “A culpa é de fulano”; “A culpa é de sicrano”. Sem dúvida, pode ser que as pessoas apontadas sejam parte do problema, mas essas análises carecem de uma visão crítica a respeito de si mesmos. Não é porque o outro está errado que você está certo. Contudo, ninguém pensa: “A responsabilidade é minha. A culpa é toda minha”. Ou seja, seus olhos enxergam apenas o que está fora de si, e tanto os escritos de Nichiren Daishonin como as orientações da Soka Gakkai lhes servem apenas como critérios para avaliar e criticar os outros.6 No Estudo desta edição, como Ikeda sensei esclarece, justamente por sabermos que cada indivíduo possui suas preferências e antipatias é que devemos ser receptivos e tolerantes em relação ao próximo, “apoiar e ter consideração mútua, suprir as falhas uns dos outros e possibilitar que cada um tire o máximo proveito de suas habilidades, sempre visando ao grandioso e supremo objetivo do kosen-rufu”.7 Analisar o seu modo de vida Seja no lar, na organização ou qualquer outro ambiente, aprendemos na filosofia budista que qualquer transformação começa por avaliar o próprio modo de vida. Nas situações apresentadas, fica claro que o comportamento de cada pessoa é o que cria ou não ambientes harmoniosos. O que cria a harmonia é: Ser receptivo e tolerante. Agir com serenidade. Promover o incentivo mútuo. Envolver o outro com um coração grandioso. Suprir as falhas uns dos outros. Possibilitar que cada um tire o máximo proveito de suas habilidades. O que destrói a harmonia é: Apontar culpados. Ficar irado. Enxergar apenas seu exterior. Avaliar e criticar os outros. Compositores da sinfonia da paz Nossa missão é transformar a vida das pessoas, edificar a paz e a harmonia neste mundo conturbado. Ikeda sensei afirma: Como devem saber, em uma orquestra, muitos instrumentos diferentes — cada qual produzindo diversos sons e ritmos juntos — criam música. Se a orquestra carecer de apenas um deles, a sinfonia estaria incompleta. Cada instrumento tem sua missão preciosa. O mesmo se aplica às pessoas. O kosen-rufu é, especialmente, o esforço de unir o coração das pessoas (...), extraindo o que há de melhor em cada uma e criando uma grande sinfonia da paz.8 Como compositores da sinfonia da paz, a partir dos ensinamentos do nosso mestre, vamos repassar, de nota a nota musical, em todos os compassos, para fazer ressoar à nossa volta, com nosso comportamento, a mais bela melodia da harmonia. No topo: Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda apresenta Concerto para a Paz. A Sala São Paulo, renomado espaço, tem suas pilastras iluminadas pelas cores da bandeira da Soka Gakkai (São Paulo, out. 2019). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. Cf. RDez, ed. 176, 6 ago. 2016, p. 6-9. 2. Terceira Civilização, ed. 673, set. 2024, p. 60. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 88-90, 2019. 4. IKEDA, Daisaku. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 51-52. 5. Ibidem, p. 52. 6. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 29, p. 141-142, 2021. 7. Terceira Civilização, ed. 673, set. 2024, p. 59. 8. RDez, ed. 199, 7 jul. 2018, p. 6-10.
04/09/2024
Na prática
TC
A importância dos bons amigos
Como expressa uma famosa canção, “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração”.1 Esses belos versos traduzem musicalmente o significado de uma verdadeira amizade — um tesouro grandioso para a vida. Assim como Ikeda sensei afirma: Nada se compara aos diamantes em beleza e força. Como os diamantes são polidos? Por outros diamantes. Da mesma maneira, as pessoas são polidas por outras pessoas. Quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes. Elas irradiam a luz do bem. Encontrar pessoas boas nos ajuda a crescer.2 Nesta edição, apresentamos o conceito budista “bom amigo” ou “influência positiva”, zen-chishiki, em jap., e quanto essa relação pode resultar no despertar de uma vida de profundos significados. Somente um diamante pode polir outro diamante Como sabemos, o diamante é uma pedra preciosa fascinante. É considerado um dos materiais mais duros ou de maior resistência encontrado na natureza. O mineral suporta uma pressão de até 97 megapascals (cerca de 9 mil vezes a pressão atmosférica) antes de se romper. Além disso, o diamante só é lapidado por outro diamante.3 O processo de lapidação da pedra é feito de maneira artesanal, e a qualidade da lapidação é fundamental para determinar o valor da joia, além de dar brilho e beleza singular ao mineral. De forma similar, nosso mestre, Daisaku Ikeda, considera que as pessoas precisam umas das outras para revelar seu valor intrínseco, tal como o processo de lapidação de um diamante. “Somente um ser humano pode ajudar outro ser humano a evidenciar totalmente o seu potencial”.4 Por essa razão, o princípio de “bom amigo” ou “influência positiva” torna-se tão importante no budismo. Tenha sempre ao lado um “bom amigo” Essencialmente, “bom amigo” no budismo representa aquele que se lança a incentivar e a encorajar as pessoas ao redor, em especial, as que mais sofrem, a manifestar sabedoria e coragem para suplantar os desafios. Por isso, em todas as ocasiões, é essencial estar ao lado de pessoas que nos engrandecem e nos direcionam a uma rota de vida positiva. Como Nichiren Daishonin declara: “O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo”.5 Embora cultivar boas relações requer dedicação e estar propenso a aprender e a se inspirar com as pessoas, “É importante ter por perto pelo menos um bom amigo, mesmo que seja apenas um, com quem podem falar a respeito de qualquer assunto, ou mesmo um bom veterano, com quem podem se aconselhar em alguma situação adversa”,6 recomenda Ikeda sensei. Prezar as pessoas Além de ter pessoas com quem possa contar, sobretudo nos momentos mais desafiadores, oferecer, à sua maneira, ações que demonstrem afeição, cuidado e zelo aos outros exprimem essencialmente o coração genuíno de um praticante budista. Certa ocasião, Ikeda sensei retratou um conto de Tolstói para ilustrar essa asserção: Hoje, gostaria de lhes contar uma dessas histórias [de Tolstói], chamada Três Perguntas. É a respeito de um imperador que, ao conjecturar sobre os assuntos do estado, lhe veio à mente três questões. Primeira, “Qual é o melhor momento para iniciar uma tarefa?”; Como saber o tempo certo de cada ação para que não se tenha arrependimentos?”. Segunda, “De quem eu mais necessito?”; “Qual pessoa é a mais importante para mim?”. Terceira, “Quais assuntos e tarefas são mais essenciais?”. O imperador queria muito saber as respostas para essas perguntas, pois tinha a certeza de que assim teria êxito em tudo o que fizesse. Ele declarou que recompensaria quem lhe trouxesse as respostas e fez com que essa notícia se espalhasse por todo o reino. Muitas pessoas cultas e inteligentes foram até ele para lhe oferecer diversas respostas, mas nenhuma conseguiu convencê-lo. (...) O imperador obtém respostas convincentes para suas questões de um eremita que vivia junto com o povo. Esse sábio respondera que o tempo ideal de cada ação é “agora”, neste exato momento; a pessoa mais importante é a que se encontra à sua frente; e a tarefa essencial é fazer o bem aos outros, dando importância verdadeiramente à felicidade das pessoas. Este instante é fundamental, e não algum momento no futuro. O hoje é o que importa. Devemos dar tudo de nós no presente momento, pois a vitória no futuro se encontra no agora. Da mesma forma, não precisamos procurar por alguém especial num lugar distante. As pessoas não se tornam fundamentais simplesmente pelo seu poder, inteligência, fama ou riqueza; as mais importantes são aquelas que estão ao nosso redor neste exato instante; e são as que mais devemos valorizar. Indivíduos sábios prezam as características peculiares daqueles à sua volta e fazem com que manifestem seu máximo potencial. Essa é também a maneira de conquistar a confiança e o respeito de todos. Quando viajo [Daisaku Ikeda] para o exterior, sempre me esforço para cumprimentar e criar uma sincera ligação com a primeira pessoa que encontro assim que saio do avião. Faço o mesmo com todos com quem me encontro logo em seguida. Estes são meus esforços para cultivar a verdadeira amizade. Não interessa se você é desconhecido no mundo; o que importa é saber que fez o seu melhor de forma sincera para o bem-estar das pessoas, dos seus amigos e de toda a sociedade.7 Quando as ações oferecidas às pessoas no momento presente são repletas de sinceridade, o coração autêntico — comparável a um diamante — toca e lapida o coração do outro e, unidos, ambos trilham uma vida valorosa. Constituir profundas amizades A seguir, compartilhamos algumas indicações de Ikeda sensei a respeito da importância de constituir profundas amizades. Caudaloso rio A verdadeira amizade é um relacionamento no qual nos solidarizamos com o outro quando este está sofrendo e o incentivamos a não perder o ânimo, e ele, por sua vez, se solidariza conosco quando estamos na mesma situação e tenta nos animar. Uma amizade com essas qualidades corre pura e bela como um refrescante e caudaloso rio.8 Nobre caráter Vocês podem, mesmo sem intenção, acabar magoando um amigo, e causar o rompimento no relacionamento. De qualquer forma, não há necessidade de ficarem desanimados e tristes se uma amizade acabar. Não precisam ficar obcecados com isso, achando que uma amizade deveria durar para sempre. Jamais se esqueçam do significado da amizade e a transformem na base de suas interações com os outros. Daishonin fala sobre uma amizade na “sala de orquídeas”. Essa frase significa que assim como as orquídeas em uma sala emprestam sua delicada fragrância a todos os que entram no local, devemos nos empenhar para ser o tipo de amigo que tem sobre os outros um efeito positivo e enaltecedor.9 Criar valor positivo A verdadeira amizade contribui no crescimento pessoal e na criação de valor positivo na vida. Ligar-se a más influências, cujo único resultado é a estagnação e o negativismo é apenas escorar-se um no outro, não é amizade. É como o ditado: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. (...) Espero que não sejam dominados nem levados para o mau caminho por pessoas negativas e destrutivas.10 Recitar daimoku Aqueles que reconhecem as próprias limitações e recitam daimoku enquanto se empenham para se aprimorar com certeza verão mudanças na vida. Alguém que é quieto e introvertido pode, por exemplo, vir a brilhar como uma pessoa atenciosa e discreta. Em geral, no longo prazo, essas pessoas fazem amizades mais profundas. (...) É por isso que o caminho para a vitória se encontra em realizar contínuos esforços para desenvolver e fortalecer a nós próprios.11 Felicidade de toda a humanidade Com certeza não se encontram amigos mais maravilhosos do que os nossos companheiros da SGI que abraçam as mesmas crenças e os mesmos objetivos e ideais supremos que nós. Como membros da SGI, somos todos amigos que devotam a vida ao kosen-rufu, ou seja, à felicidade eterna de toda a humanidade.12 Tornar-se diamante Como mencionado, o exercício budista da fé, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, expande a energia vital interior, possibilitando que sejamos agente positivo na vida de outras pessoas, ou seja, um zen-chishiki para aqueles ao nosso redor. Ao mesmo tempo, “quando nos unimos com pessoas boas, nossa vida passa a brilhar como diamantes”.13 Nesse sentido, nas atividades da BSGI, em nossa organização local, encontramos amigos e veteranos com quem podemos lapidar juntos o coração. Além disso, temos Ikeda sensei como grande expressão de “boa influência” no budismo, pois, com sua conduta reluzente, ele inspirou e inspira pessoas de todas as esferas sociais e de todas as partes do mundo. Então, à nossa maneira, repletos de energia e de sabedoria provenientes da prática budista, vamos resplandecer o caminho de todos ao redor com o brilho do diamante — nosso coração genuíno de um “bom amigo”. Notas: 1. CANÇÃO da América (Unencounter). Intérprete: Milton Nascimento. Compositores: Fernando Brant e Milton Nascimento. In: Journey To Dawn. Intérprete: Milton Nascimento. Santa Mônica, Califórnia: A&M Records, 1979. 1 disco vinil, lado 1, faixa 5. 2. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 81. 3. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-material-mais-duro-do-mundo. Acesso em: 13 maio 2024. 4.Terceira Civilização, ed. 435, nov. 2004, p. 18. 5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.252, 22 nov. 2014, A2. 7. Ibidem, ed. 2.254, 6 dez. 2014, p. B1. 8. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperança, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 70-71. 9. Ibidem, p. 71-72. 10. Ibidem, p. 75-76. 11. Ibidem, p. 78-79. 12. Ibidem, p. 66. 13. IKEDA, Daisaku. Be Brave! — Voem pelos Céus da Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 8
03/06/2024
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O que é transtorno do espectro autista?
A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data foi firmada em 2007 com o objetivo de informar e combater o preconceito sobre o transtorno do espectro autista (TEA). No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas, ou seja, 1% da população,1 receberam o diagnóstico de TEA. Estima-se, no entanto, que este número pode ser maior, em torno de 5,9 milhões. Entenda melhor esta realidade e de que modo acolher as pessoas que fazem parte do espectro. Antes de tudo, o que é autismo? O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio nas habilidades de interação social, na comunicação ou na linguagem. Algumas características comuns são interesses específicos, reações incomuns às sensações e aos sentidos (como tato e audição) e dificuldade na transição de uma atividade para outra, mas elas variam de pessoa para pessoa, tanto na amplitude quanto na intensidade. O diagnóstico do autismo é feito por um neurologista ou um psiquiatra e realizado por meio da observação direta do comportamento da pessoa e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Respeitar e acolher Lidar com pessoas diferentes, especialmente aquelas com comportamentos únicos, pode ser um desafio. O primeiro passo é respeitar e acolher sinceramente, mostrando empatia e compreensão. Veja alguns exemplos: Tenha paciência ao interagir Muitas vezes, o autista quer iniciar uma conversa, mas não sabe como começar. Como se trata de algo que foge da rotina dele, é comum ficar nervoso, ansioso ou esquecer o que queria dizer. Nesses momentos, tenha paciência, seja gentil e aguarde seu amigo dizer o que pensa. Não espere por reações iguais as suas Quando alguém cita um assunto que gostamos, nossa primeira reação é mostrar, por meio de gestos ou expressões, nosso interesse. Já para quem tem autismo, as reações variam muito e pode até parecer que não está interessado. Mas não é isso! Às vezes, ele não corresponde a esses sinais porque não os interpreta com a mesma facilidade que um neurotípico interpretaria (pessoa considerada com desenvolvimento neurológico normal). Na prática, não espere que as pessoas ajam da mesma forma que você, afinal, todos são diferentes e pensam e funcionam de maneiras diferentes. Use frases curtas e simples Imagine que você esteja conversando com seu amigo e, ao falar de algo, você usa um termo difícil que tem vários significados. Isso pode causar confusão na comunicação. Com as pessoas com autismo, isso é bem comum, afinal, elas têm dificuldade para entender a linguagem figurada ou com duplo sentido.2 Para evitar confusão e frustração, use uma linguagem clara e fácil de compreender e evite ironia. Utilize frases curtas e objetivas, seja paciente e permita que a pessoa se expresse em seu próprio ritmo. Cuide do bem-estar Imagine-se em um lugar com música alta, luzes piscando e muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Para alguns, pode ser apenas um ambiente animado, mas para pessoas com autismo essa experiência pode ser muito desconfortável e até mesmo dolorida por causa da sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons, luzes, odores e texturas. Priorize espaços com baixos níveis de ruído, iluminação suave e odores neutros. Adapte as atividades e ofereça opções de texturas agradáveis e tranquilas. Agora que aprendemos algumas formas de ajudar a pessoa com TEA, que tal colocá-las em prática? A chave para ajudar pessoas com autismo reside na compreensão e no respeito às diferenças. Quando abraçamos essa ideia, contribuímos para a construção de um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos. Através da compreensão, do respeito e da colaboração, podemos garantir que pessoas com autismo tenham acesso a oportunidades de desenvolvimento, participação social e uma vida plena e feliz. O nosso mestre, Daisaku Ikeda, comentou sobre a dignidade da vida: A única maneira de o homem dar dignidade a todos os aspectos da sua vida no plano prático consiste em abandonar o ódio e a agressão e em esforçar-se para agir com beleza e amor. (Brasil Seikyo, ed. 2.183, 15 jun. 2013, p. A3) Juntos, podemos fazer a diferença! Você sabia? Já reparou que dentro dos transportes públicos há alguns símbolos nos assentos preferenciais? Esses bancos são destinados a idosos, gestantes, pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, necessidades especiais ou com transtorno do espectro autista (TEA). O símbolo para indicar o assento preferencial para quem tem TEA é a fita colorida. Ela é formada por peças de quebra-cabeça com cores vibrantes que representam a diversidade, a inclusão social, a esperança e a conscientização da sociedade. Este mesmo padrão aparece no cordão quebra-cabeça, também chamado de fita do autismo, utilizado no mundo todo para identificar pessoas com TEA. Dicas Passe para o lado para assistir os outros vídeos André e o transtorno do espectro autistaPlataforma: YouTubeClassificação: Livre Em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Instituto Mauricio de Sousa (IMS) lançou seis animações com a participação de André, personagem autista criado para introduzir os aspectos do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no universo da Turma da Mônica. Amor no EspectroPlataforma: NetflixClassificação: 12 anos Jovens com autismo embarcam em uma jornada emocionante em busca do amor e navegam pelo mar de encontros e relacionamentos. Ilustrações: Getty Images Notas:1. https://biton.uspnet.usp.br/espaber/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil#:~:text=Segundo%20dados%20do%20CDC%20(Center,de%202%20milh%C3%B5es%20de%20autistas. Acesso em: mar. 2024.2. Duplo sentido: ocorre quando frases ou palavras têm dois significados diferentes. Por exemplo, na frase "ela está com o pé na cova" pode significar que ela está com o pé num buraco ou que está prestes a falecer. As pessoas com autismo podem não entender que a frase tem dois significados e podem interpretar a frase literalmente.
01/04/2024
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