Brasil Seikyo
Novo livro
BS
As pessoas são a chave para a transformação da sociedade
No romance, o autor, Daisaku Ikeda, se dedica a narrar em detalhes as origens da história da Soka Gakkai e a luta conjunta de mestre e discípulo que empreendeu ao lado de Josei Toda. Os eventos do volume 9 da obra Revolução Humana abrangem o ano 1955, um período de intensa movimentação da organização no Japão. Iniciamos numa distante localidade, em Hokkaido, onde os membros, apesar de serem recém-praticantes, têm uma fé sincera e profunda, a ponto de se disporem a entrar em debate com clérigos de outra linhagem do budismo para defender o ensinamento de Nichiren Daishonin. Acompanhamos o amplo desenvolvimento da Soka Gakkai impulsionado pela alegria da comprovação, assim como o envolvimento crescente da organização com a sociedade, inclusive no campo da política. Aliás, nesse volume, conhecemos mais a fundo a visão do presidente Josei Toda a respeito das questões sociais, das revoluções e da função da política e da religião na sociedade. A leitura também nos oferece a chance de participar, como expectadores, do último treinamento ao ar livre realizado por Josei Toda para os integrantes do Suikokai, contando com atividades esportivas, diálogos e momento de perguntas e respostas. Esse episódio é um exemplo da dedicação de Josei Toda ao treinar os jovens em todas as oportunidades. A rica narrativa na qual se constrói o enredo vai muito além da descrição dos acontecimentos: por meio dela, o leitor entra em contato com os sentimentos e as motivações mais profundas das personagens, seus questionamentos, decisões, dores e alegrias; a impressão é de estar diante de pessoas reais — como de fato são as pessoas presentes no texto. Além disso, os eventos se desencadeiam de forma a deixar clara a base filosófica sobre a qual se apoiam. Em outras palavras, a série Revolução Humana não é somente um registro da história da Soka Gakkai, mas também um material de estudo do budismo repleto de exemplos práticos que permitem ao leitor relacioná-los com os acontecimentos da própria vida. Conhecer a Revolução Humana — obra que Daisaku Ikeda escreveu para deixar gravada para a posteridade a grandiosidade do seu mestre — possibilita compreender mais a fundo não só o que a Soka Gakkai é hoje, como também a visão do presidente Josei Toda, ponto primordial e base das ações de Ikeda sensei. Os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, recebem a obra antecipadamente, no mês de outubro. Para os demais leitores, o livro ficará disponível a partir de novembro. Veja aqui os kits de outubro para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência ompleta de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: • 1 livro lançamento • 1 card colecionável • 1 brinde especial • 1 marcador de página • Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: • 1 livro lançamento • 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber essa obra no mês de outubro, assine o CILE até 30/09/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/10/2024 em www.ciledigital.com.br Vídeo sobre o livro Revolução Humana, vol. 9 Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de outubro clicando aqui.
13/09/2024
Notícias
BS
Comprovação e avanço
Em julho, os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo, recebem, em primeira mão, o volume 8 do romance Revolução Humana, de autoria do pacifista Daisaku Ikeda. A narrativa segue acompanhando a jornada da Soka Gakkai, retratando o período após 1953, época em que os membros da organização experimentam os benefícios concretos da prática da fé. Eles demonstram, de forma prática, a validade do Budismo de Nichiren Daishonin, abraçado pela organização. São relatos de pessoas que superaram doenças, resolveram problemas financeiros e familiares. Verdadeiras histórias de transformação da vida por meio da fé. É também uma fase de construção do futuro e defesa da lisura do Budismo Nichiren e do humanismo Soka. A partir de 1954, Josei Toda, grande propulsor desse avanço, promove uma série de mudanças estruturais relevantes, como o estabelecimento de uma sede maior, que melhor se adapte ao crescimento constante da organização. Os acontecimentos do ano demonstram que a Soka Gakkai está em rápida ascensão e que seu segundo presidente toma medidas necessárias e objetivas para gerir esse crescimento, preparando sucessores e renovando lideranças, além de expandir a estrutura física da organização. Nesse volume é também contextualizado o ambiente social e político da época, bastante conturbado. Experimentos com a bomba de hidrogênio, conduzidos pelo governo norte-americano no Atol de Bikini (localizado no centro-oeste do Oceano Pacífico), contaminaram com sua radiação um navio pesqueiro japonês de atum, seus tripulantes e toneladas de peixes. As atitudes governamentais dos dois países tomadas a partir desse fato chocam pela falta de humanismo. Na organização, destacam-se, entre as grandes atividades ocorridas, a peregrinação de 10 mil jovens ao templo principal Taiseki-ji e a 11ª Convenção Nacional, que enfatizaram a missão dos membros pelo kosen-rufu — um futuro desenhado no coração de Josei Toda, tendo os jovens na vanguarda desse movimento. Com a expansão acelerada da Soka Gakkai, outras entidades religiosas começam a criticar o movimento de propagação promovido por ela. Estamos no início de 1955 e, além dos embates com outras religiões, alguns jornais do Japão publicam matérias difamatórias contra a organização. Josei Toda lidava com firmeza com tais acontecimentos, mostrando seu espírito de luta pelo kosen-rufu. O último capítulo do volume marca o início de uma fase em que a organização se defrontará com a incompreensão da sociedade. O glorioso triunfo da Soka Gakkai é construído nessa saga do romance Revolução Humana, coleção de doze volumes. O presente volume (8) chega aos Cileiros em julho e estará disponível nas versões impressa e digital para quem desejar adquiri-lo. Acompanhe. Veja aqui os kits de julho para cada plano do CILE ao lado PLANO DIAMANTELivros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Revolução Humana, v. 8. Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de julho Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de julho, assine o CILE até 30/06/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/07/2024 em www.ciledigital.com.br Foto: BS
06/06/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Na sequência desta série que celebra as quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, Brasil Seikyo traz os bastidores da agenda de encontros programada em Brasília, DF, de 21 a 23 de fevereiro daquele ano. Foi um marco na trajetória do desenvolvimento da nossa organização, com o reconhecimento da sociedade brasileira aos esforços da Soka Gakkai e com a transformação das circunstâncias em relação a dez anos antes, 1974, ocasião em que a visita de nosso mestre ao país foi cancelada. Para os membros da localidade, um encontro inesperado se tornou ponto primordial na vida de todos. Acompanhe! O tempo amadureceu Com uma sólida comprovação de “transformar veneno em remédio”, os membros da BSGI viveram em 1984 os resultados da luta de dez anos — um período de muita recitação de daimoku e de intensa dedicação dos veteranos na organização e na sociedade. Assim, dois anos antes, em 1982, Ikeda sensei recebeu uma carta do então presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo, convidando-o para visitar o Brasil. O Mestre desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 9h40, em 19 de fevereiro. No dia seguinte, visitou o centro cultural da BSGI e chegou a Brasília em 21 de fevereiro. Ele não perdeu nenhuma oportunidade de se aproximar de todos, com o sentimento de cobrir a ausência de dezoito anos desde a sua segunda visita ao Brasil, em 1966. Em Brasília, uma das ações de Ikeda sensei foi a audiência com o presidente Figueiredo e demais autoridades. Nesse primeiro encontro, temas como as armas nucleares e a importância do diálogo entre os dois países para promover a paz foram tratados com muita seriedade. Na época, a matéria foi noticiada como manchete numa rede de televisão japonesa. Depois do encontro com o presidente da República do Brasil, às 18 horas estava programada uma reunião do presidente Ikeda com o então ministro da Casa Civil João Leitão de Abreu, também no Palácio do Planalto. Após deixar o Gabinete da Presidência, Ikeda sensei dirigiu-se para o terceiro andar. Lá, o ministro Leitão de Abreu recepcionou-o sorridente. De início, o assunto tratado foi a respeito da obra Escolha a Vida,1 publicada pelo presidente Ikeda e pelo historiador Arnold J. Toynbee. O ministro disse que era uma grande alegria poder trocar opiniões com um dos autores do livro e que para ele seria uma recordação memorável para toda a vida. E revelou que ele próprio era quem estava mais interessado naquele encontro. Leitão de Abreu tomou conhecimento da vinda do presidente Ikeda ao Brasil durante a visita de representantes da SGI, que lhe apresentaram um álbum de fotos. Quando ele viu a imagem de Ikeda sensei dialogando com o Dr. Toynbee, disse repentinamente, surpreendendo a todos: “— Ah, é essa pessoa que virá ao Brasil? Se for, é justamente a pessoa que está no livro que li”. Assim dizendo, levantou-se e trouxe de sua estante um exemplar de Escolha a Vida, que ele mesmo havia comprado quase por acaso em Nova York. Disse que, ao ler o livro, ficou impressionado e queria impreterivelmente se encontrar com o Dr. Daisaku Ikeda. Assim, o encontro com o ministro da Casa Civil, que também havia sido ministro do Superior Tribunal Federal, uma autoridade em direito constitucional, tornou-se um diálogo de profundo conteúdo. Conversaram sobre as diferenças do pensamento ocidental e do oriental, e como deveria ser o futuro da civilização. Houve ainda reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro; com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz; e com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal; no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat. Também houve um encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. Após essa intensa agenda, o presidente Ikeda retornaria a São Paulo, mas uma surpresa aguardava os membros de Brasília e região. Convocação inesperada Enquanto o presidente Ikeda cumpria a agenda oficial com as autoridades brasileiras, os membros da BSGI local mantinham-se firmes na recitação de daimoku para o sucesso das atividades, cultivando o desejo de reencontrar o Mestre. Por dez anos seguidos, o “daimoku das terças-feiras” uniu o coração de todos e agora viam o sonho se materializar. No segundo dia na capital federal, um vice-presidente da Soka Gakkai que compunha a comitiva da SGI transmitiu uma notícia inesperada e maravilhosa: a oportunidade de um possível encontro para uma foto comemorativa com Ikeda sensei. Dessa forma, aos poucos, os membros foram sendo avisados e se dirigindo ao Parque Rogério Pithon Farias [atualmente denominado Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek], situado no lado leste da área urbana, a Asa Sul. No dia seguinte, 23 de fevereiro, às 14h50, sob sol escaldante, o reencontro mais aguardado. A pureza e a sinceridade do sentimento dos membros estavam na frase “Obrigado, sensei! Conte sempre conosco” estampada na faixa atrás deles. O presidente Ikeda notou a presença de representantes das bandas masculina e feminina (Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai, respectivamente), posicionados atrás dos membros durante a foto comemorativa. Ele pediu então: “— Ponha-os à frente”. Duas integrantes da época do Pompom-tai, núcleo infantil da banda Asas, falam sobre a emoção desse momento. São as irmãs Reiko e Keiko Nakayoshi (veja abaixo). Agora, no lugar do Mestre! Passados quarenta anos, a organização de Brasília demonstra resultados em sua estrutura e desenvolvimento. Em 2018, o Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori, recebeu das mãos do então ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo Grau Oficial, no dia 14 de dezembro, no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília, DF. Niéliton Gomes, responsável pela Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, compartilhou que essa homenagem era um momento de muita expectativa para os membros da Sub. “Estamos muito orgulhosos. Essa condecoração veio às vésperas do aniversário de 35 anos da visita do presidente Ikeda a Brasília.”2 Em fevereiro último, Brasília sediou a 10ª Reunião Nacional de Líderes (RNL), realizada no centro cultural local. Esse centro foi erigido em um terreno comprado e doado por Ikeda sensei durante a sua visita em 1984. Com os jovens na vanguarda, os membros da Sub. assumem imponentemente o legado deixado por ele. Fontes: Terceira Civilização, ed. 559, mar. 2015, p.32. Idem, ed. 560, abr. 2015, p. 34. RDez, ed. 106, out. 2010, p. 14. Notas: 1. TOYNBEE, Arnold. J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. Disponível em: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-escolha-a-vida. Acesso em: 2 abr. 2024. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018, p. A14. Fotos: Seikyo Press | Arquivo pessoal Um juramento para toda a vida Reiko, 50 anos, e Keiko, 48, são as filhas mais velhas do casal Nakayoshi, junto com os irmãos Takato e Kiyoto. Veteranos com preciosa jornada no desenvolvimento da organização local, Kiyomori Nakayoshi (pai, falecido em 2020) e Ritsuko Nakayoshi (mãe) eram líderes centrais na época da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Naquele encontro inesperado no parque, Reiko, às vésperas de completar 10 anos, e Keiko com 8 anos, estavam felizes, com seus vestidos amarelos, participando do Pompom-tai, núcleo infantil da banda feminina de jovens Asas da Paz Kotekitai. Mesmo sem entender o significado daquele momento, foram abraçadas pelo carinho de Ikeda sensei e da Sra. Kaneko. A partir de então, um caminho promissor a ser trilhado se abriu diante delas. Elas nos contam como tudo aconteceu. as irmãs Reiko, no círculo à esq., e Keiko, à dir., na foto com Ikeda sensei. Reiko Nakayoshi Com meus pais, cresci nesse ritmo do kosen-rufu junto com sensei. Esse é meu ponto primordial e meu eterno tesouro. Eu tinha 9 anos na época. Com o passar do tempo e até hoje, tento corresponder às expectativas do Mestre, que nos deu tanto carinho. Participei do Grupo 2001, precursor da Divisão dos Estudantes, e, quando chegou o ano 2001, eu era líder da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília. Segui nos grupos horizontais com preciosas chances de desenvolvimento. Após dezoito anos do meu primeiro encontro com sensei, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens, realizado no Japão, em 2002, e tive a imensa boa sorte de reencontrar sensei. Recebi um certificado de aluna honorária e um bóton da Universidade Soka da América (SUA), que havia sido inaugurada um ano antes. Naquele encontro, jurei cumprir minha missão. Formei-me em administração de empresas. Sou concursada, trabalho na Infraero há quase 25 anos e, graças ao meu treinamento como jovem na Gakkai, conquistei uma carreira segura. Na vida pessoal, casei-me, tive três filhos, meus inestimáveis tesouros, César Hideo, 18 anos; Ana Kiyomi, 16; e Rosa Satie, 12. Sou divorciada e, apesar dos desafios, tenho conseguido direcionar meus filhos no caminho aberto por sensei. Hideo fez o ensino médio no Colégio Soka e Kiyomi termina o ensino médio neste ano. Eles participaram do programa HomeStay, que oferece a alunos de outras localidades a oportunidade de obter acesso à educação Soka, em São Paulo. Sou imensamente grata a todos os que fazem parte do sonho idealizado por sensei. Comecei o ano ajudando minha irmã Keiko com a mudança para São Paulo, apoiando minha sobrinha Amanda Hiromi, que iniciou o ensino médio no Colégio Soka. Assim como aprendi com minha mãe, a luta na organização junto com o Mestre é fonte dos reais benefícios. Fui também líder do Zenshin e o treinamento nesse grupo me possibilitou avançar e jamais desistir. Em novembro do ano passado, fui para o Japão recitar meu gongyo e daimoku de juramento e agradecer ao sensei e à Sra. Kaneko por todos os benefícios recebidos. Na volta, visitei a Universidade Soka da América. Dias após retornar ao Brasil, tivemos a notícia do falecimento do nosso mestre. Este ano, 2024, de profundos significados para nós e sem a presença física de sensei, entendo a importância do discípulo. Agradeço a oportunidade por tê-lo encontrado e, a cada dia, eu me esforço para retribuir e corresponder à altura a suas expectativas. Recentemente, completei 50 anos, e com muito orgulho, renovo minha decisão de estar sempre junto com sensei, rumo a 2030 e pela eternidade, atuando e incentivando as pessoas em seu lugar. Muito obrigada! Reiko e os filhos (a partir da esq., Ana Kiyomi, Rosa Satie e César Hideo) *** Keiko Nakayoshi Eu tinha 8 anos e aquele dia ficou marcado pela forte emoção das pessoas. Somente com o tempo, fui absorvendo o real privilégio que tive, ao continuar participando das atividades e estudando o budismo. Na juventude, atuei como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de comunidade, de distrito e de área e, ainda, como primeira responsável pela Divisão dos Universitários (DUni) de Brasília. Em 1992, com 16 anos, tive a oportunidade de viajar para o Japão com minha mãe e irmã. Nessa ocasião, participamos, minha irmã e eu, de reunião com sensei por transmissão simultânea, enquanto minha mãe participou presencialmente. Além disso, conhecemos vários prédios do complexo Soka. Prestei vestibular para direito e estudei enfrentando várias adversidades. Foi uma fase bastante difícil. Nessa época, aos 19 anos, passei também em um concurso público, trabalhava o dia todo e estudava à noite. Entretanto, consegui me formar e, em seguida, passei no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na organização, um marco em minha jornada foi a participação no 3º Curso de Aprimoramento para Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp), em 2001, ocasião em que nosso grupo foi denominado por Ikeda sensei de Grupo Shitei do Brasil. No ano seguinte, passei por um problema de saúde, em que foi constatado um pequeno adenoma em minha hipófise (cabeça). Precisei fazer uma cirurgia e tudo ocorreu bem, pois ne baseei na recitação do daimoku. Em 2004, casei-me, e cinco anos depois nasceu Amanda Hiromi Nakayoshi, meu tesouro. Embora tenha enfrentado uma pequena complicação na hora do parto, ela foi salva por mais um benefício dessa maravilhosa prática budista. Em 2010, concretizei mais um objetivo, o de participar da Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, em Manaus. De lá, lancei objetivos para 2012 e 2013, anos da era essencial. Concretizei mais três shakubuku, inclusive, duas do local de trabalho, comprovando na sociedade a atuação de cidadã confiável pelas pessoas. Hoje, passados quarenta anos da visita de sensei a Brasília, numa retrospectiva, só tenho a agradecer-lhe. Sou servidora do governo federal há 29 anos. Atuo nas atividades da Soka Gakkai com alegria. Minha maior vitória é poder ver minha filha, Amanda Hiromi, aprendendo e vivendo o que é a Gakkai, fortalecendo a amizade com os companheiros e nos grupos horizontais, construindo a própria vida, sendo da quarta geração de uma família de praticantes. Há cerca de dois meses, mudamos de Brasília para São Paulo, repletos de alegria por sua aprovação no processo seletivo do Colégio Soka. Não posso deixar de agradecer a todos os que fazem parte dessa incrível rede. Para nossa família, é um orgulho gigante nos dedicar à Gakkai, eternamente ao lado do Mestre. Muito obrigada! Keiko e a filha Amanda Hiromi No topo: Histórica foto comemorativa dos membros do Distrito Federal com Ikeda sensei em um parque de Brasília durante a terceira visita do Mestre ao Brasil (fev. 1984)
11/04/2024
Encontro com o Mestre
BS
Ouvem-se os passos da chegada da primavera [japonesa] da esperança
As flores que desabrocham sob ventos gélidos, mesmo em seu florescer solitário, anunciam que a primavera não está distante. Quanta oração, mesmo enfrentando adversidades, minha amada família Soka está dedicando, para fazer desabrochar, uma após outra, as flores do diálogo, da amizade e da confiança! O acúmulo dessas ações faz surgir uma primavera repleta de benefícios que desabrocham. * * * A pessoa que se esforça em prol do budismo, certamente, se torna um buda. O Buda afirma que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Mesmo diante de muitas dificuldades, hoje, os amigos da SGI, que abraçam a Lei Mística, jamais são derrotados. Jamais se tornam infelizes. Para eles, a primavera da felicidade e a primavera da esperança chegam infalivelmente. * * * Na causa da determinação atual de orar e lutar pelo kosen-rufu já resplandece solenemente o efeito da vitória e da felicidade. Por isso, deve-se agir. Em prol do grandioso objetivo. Deve-se caminhar pelo bem das pessoas. Deve-se ir ao encontro dos membros. Para a pessoa, que recita e propaga a Lei Mística, emerge a mais nobre vida de um buda. Vocês, as pessoas mais preciosas, são a entidade do Myoho-renge-kyo. Abrindo sua vida esplendorosa, gostaria que exalassem o perfume da grande flor da missão, tal como uma bela flor. Sejamos radiantes! Vamos nos movimentar com alegria, encontrando-nos e dialogando com os amigos! O intercâmbio prazeroso com os amigos é um tesouro insubstituível. Os passos da chegada da primavera se aproximam em toda a ilha japonesa. Plantas e árvores germinam, e as flores já estão com seus botões estufados. É a chegada da primavera do avanço, da vida e do dinamismo! No topo: Flores amarelas de amor-perfeito, ranúnculos brancos e rosas... Um banquete de flores anuncia a chegada da primavera. Foto tirada por Ikeda sensei em março do ano passado [2023], em Shinjuku, Tóquio. Cada flor, que manifesta a vida com máximo esforço, tem a própria beleza. Da mesma forma, o aspecto das pessoas que se desafiam a alcançar os objetivos que elas mesmas definiram, de forma autêntica, também brilha como esperança para aqueles à sua volta. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “... a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro possuem cada qual sua própria entidade, sem nenhuma alteração...”.2 Agora é a primavera do diálogo! É a primavera do brilho da vida! Com coração leve, vamos expandir o jardim florido da esperança e da felicidade. Foto: Dr. Daisaku Ikeda Publicado no Seikyo Shimbun do dia 3 de março de 2024. Fonte: Este texto tem como base as palavras de Ikeda sensei extraídas, respectivamente, dos seguintes trechos: do ensaio “Seja Eterno, o Grande Castelo Soka — Rumo à Primavera com a Vitalidade dos Jovens”; das Obras Completas de Daisaku Ikeda, volume 78; do discurso proferido na Conferência Superior das Divisões Feminina e Feminina de Jovens, publicado no jornal Seikyo Shimbun, edição de 23 de fevereiro de 2009; e das Obras Completas de Daisaku Ikeda, volume 100. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 200.
11/04/2024
Relato
BS
Na órbita da felicidade
O nordestino Fernando Freitas, 51 anos, é de origem indígena, raízes das quais se apropriou de força para não rejeitar o trabalho aguerrido. Desde menino, postou-se na “lida”, ou seja, esforçou-se muito para ajudar a mãe nas despesas de casa. No bairro onde morava, oferecia para venda picolé, cocada, caranguejo, e um tanto de coisas. Depois, com 16 anos, já viajava para buscar roupas e revendê-las nas cidades do interior da Bahia. Aos 18 anos, obteve o primeiro registro em carteira, retornou aos bancos escolares incentivado pela mãe e embarcou em busca por uma religião que desse “uma resposta para a causa do sofrimento e para onde minha vida estava se encaminhando”. Jovem também sofre? “Ah, e como. Parece que a gente entra em uma espiral de ansiedade sem fim.” Nesta edição, vamos conhecer um pouco da trajetória de Fernando Freitas, que, em abril próximo, completará 28 anos de família Soka. Da espiral de sofrimento, ele passa para uma órbita diferente, iluminada de esperança, na qual aprendeu a romper limites e a se encontrar profissionalmente. Bem, ele se deparou com tantas frentes de trabalho que optamos por designá-lo empresário multissetorial. Para Fernando, tudo foi exponenciado à felicidade plena, a partir do momento em que agarrou firme a oportunidade de criar por si a esperança de dias melhores. Acompanhe! Acredito que a vida sempre nos dá chance de mudar o rumo do sofrimento que sentimos. Dar uma guinada. Eu tinha 23 anos quando encontrei a Soka Gakkai, depois de rodar bastante sem nem sentir o cheiro da tal felicidade. Em uma cidade de raízes tradicionais religiosas, era tudo muito diferente. Mas eu queria ser feliz a todo custo, então me dediquei a aprender. Ouvi sobre os ensinamentos do buda Nichiren Daishonin por meio das explanações do então presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, que todos chamavam carinhosamente de Ikeda sensei. Aos poucos, tudo fazia sentido. Eu me dediquei a pôr em prática as orientações que lia no Brasil Seikyo. Sentia-me fortalecido. Devoção na doação sincera Ikeda sensei comenta na obra Nova Revolução Humana (NRH), de sua autoria: “O espírito de devoção em realizar a doação eleva o estado de vida e proporciona imensuráveis benefícios, e isso, por sua vez, aprofunda a convicção na prática budista. Essa é a fórmula do budismo que coloca as pessoas na órbita da felicidade”.1 Dois meses depois da minha conversão, eu me tornei membro do Departamento de Contribuintes (Kofu), participando com uma única cota. O importante, conforme me foi orientado pelos veteranos, é a contribuição voluntária, feita com sincero sentimento e gratidão. Trouxe isso para mim. Determinei então que dobraria a quantidade de cotas a cada etapa. O efeito dessa “órbita da felicidade”, citada pelo Mestre, é o que venho vivenciado nesses anos de prática budista. Isso porque compreendi que possuímos a natureza de buda inerente — fonte de coragem, sabedoria, esperança —, condição básica de vida, e criar causa para evidenciá-la. Expandir a vida É extraordinário quando rompemos nossos limites. No início da minha prática, ouvi sobre a força contida na recitação de um único Nam-myoho-renge-kyo (daimoku). Pensei: “Se recitar uma vez já produz benefícios, imagine dobrar e dobrar?” Por vários dias, recitei dez horas de daimoku. Nesse período, trabalhava na fabricação de toldo, avental e forro de mesa, mas desejava avançar, ter mais tempo de estudo e desenvolvimento pessoal. Como efeito da intensa recitação de daimoku, veio o grande benefício: um trabalho como educador de jovens na Casa da Criança e do Adolescente de Camaçari, na Bahia, com uma carga horária de vinte horas semanais, boa remuneração e tempo para me dedicar aos estudos e às atividades da organização. No período de oito anos, fiz mais de vinte cursos: teatro, dança, iluminação cênica, maquiagem cênica, inglês, espanhol, superior em gestão de negócios e marketing. Finalmente, aos 28 anos, defini minha profissão, lendo nos nossos periódicos um poema do nosso mestre, no qual ele estimulava a descobrir nossos talentos. Percebi que tinha vocação para trabalhar com a voz Comecei como locutor de porta de loja e cantor; em seguida, evolui para um serviço de som. Em 2004, atuei como locutor folguista em uma rádio na cidade Dias D’Ávila — meu primeiro emprego oficial nessa área. Exercitei-me a pôr em prática o que aprendia nos grupos horizontais da Gakkai, isto é, a postura de ser um farol de coragem e sabedoria em todos os ambientes. Em quatro anos na emissora, cheguei a ser coordenador de programação, logo em seguida, gerente. Em 2007, conheci minha esposa, Verônica, que me incentivou a criar a minha própria rádio. Solo da boa sorte E dessa maneira avançamos. Mesmo com a pandemia da Covid-19, junto com minha esposa e os filhos Saulo Fernando, 12 anos, e Joaquim, 4, tudo fluiu, e seguimos colhendo os frutos dos benefícios e da boa sorte acumulados ao longo desses anos. Vivemos na órbita da felicidade que a prática da fé nos tem oferecido, seguindo as orientações do nosso eterno mestre. Temos, entre outros negócios: espaço para eventos; restaurante e churrascaria; creche e berçário; escola; rádio comunitária; estúdio para gravação de voz, carro de som e ações de marketing promocional, executando serviços para as principais empresas do país. Graças aos incentivos dos companheiros da organização, de familiares e amigos, sigo vencendo a cada dia. Posso atribuir essa trajetória ao fato de jamais falhar na participação do Kofu, cumprindo a minha determinação. Sempre fiz minha contribuição com sincero sentimento de gratidão e, assim, as comprovações vieram no mesmo ritmo. Trago em meu coração o que dizia Nichiren Daishonin aos discípulos que faziam oferecimentos: “Com toda a certeza, o senhor plantou sementes de boas causas no solo da boa sorte. Minhas lágrimas não cessam quando penso nisso [na sua calorosa dedicação]”.2 Cenas de atividades no Distrito Alvorada, do qual é responsável. Com os membros da Divisão Sênior Orando junto com os companheiros locais Tenho 51 anos e quero seguir nesse avanço contínuo. Nós podemos tudo! Muito obrigado, Ikeda sensei, por ter trazido este maravilhoso budismo ao nosso país, oferecendo essa órbita da felicidade a tantos que necessitam. Fernando José Silva de Freitas, 51 anos. Empresário multissetorial. Reside com a família em Vila de Abrantes, município de Camaçari, Bahia. Na BSGI, é responsável pelo Distrito Aeroporto, RM Salvador Norte, CRE Leste. No topo: Fernando posa com os filhos Saulo Fernando e o caçula Joaquim, e a esposa, Verônica, na formatura do colégio que dirigem juntos Notas:1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, 2018. p. 106. 2. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 1595.Fotos: Arquivo pessoal
22/02/2024
Relato
BS
As bases da vitória na juventude
O que mais me encanta na prática budista é o fato de aprendermos que tudo está dentro de nós, conquistando a sabedoria por meio da prática da fé para não culpar as questões externas nem os outros, nem mesmo desistir diante dos impasses da vida. E olha que são muitos. Sou Luciana, tenho 29 anos, moro com meu pai no bairro Vila Natalia, zona sul de São Paulo, SP. Quero dividir com vocês alguns marcos da minha trajetória até aqui. Para começar, vou direto a uma orientação de Ikeda sensei que faz todo sentido para mim: As pessoas que mais sofrem serão as mais felizes — este é o grande benefício da prática da fé. As divindades protetoras do universo agirão onde ressoa o som intermitente do daimoku. Quaisquer que sejam os infortúnios serão transformados em remédio que infalivelmente abrirá a saída para a conquista da vitória.1 Venho comprovando essa máxima depois de passar por duras perdas. Uma delas foi a partida de duas pessoas muito importantes para mim: minha amada avó e minha grandiosa mãe. Isso foi em 2016. Minha avó tinha 97 anos, mas, apesar da idade avançada, ela frequentava firmemente as atividades da BSGI. Era muito querida e conhecida por todos, a eterna Maria Gatto. Ela faleceu serenamente, e até esse dia minha mãe, Denise Gatto, era a pessoa mais dedicada aos cuidados de minha avó, já que meu pai, Jorge, e eu trabalhávamos fora. Um mês depois minha mãe também faleceu. Em menos de dois meses, portanto, não tinha minha avó nem minha mãe por perto, minha relação com meu pai não era bem resolvida e ainda estava em um relacionamento tóxico. Daí veio o segundo baque: perdi a confiança em mim mesma, desenvolvi depressão severa, sem forças até para me levantar da cama. Nasci numa família budista e, sendo da terceira geração de praticantes, sempre tive a oportunidade de conviver no ambiente Soka. Muitas vezes não nos damos conta, mas confesso que meu refúgio era justamente esse, pois só a recitação do Nam-myoho-renge-kyo me dava energia para encarar esse período. Também busquei ajuda de profissionais da saúde mental. Até que, na metade daquele ano, já estava exausta de sofrer e decidi me reerguer. O incentivo do Mestre Desde os meus 23 anos, passei a integrar a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), criada pelas próprias mãos do Mestre. Precisava então fazer valer os acordes da esperança em meu coração. Voltei aos ensaios com toda a força. Assumi também meu papel de jovem protagonista na organização de base. Em casa, desafiava-me na recitação de quatro horas de Nam-myoho-renge-kyo por dia, porque queria ter a minha alegria de volta. Luciana posa com os companheiros da OFBHI após uma apresentação Estava num momento desafiador, e decidi escrever uma carta para nosso mestre, convicta de mudar aquele ambiente: superar os medos, passar na faculdade e ir agradecer-lhe no próximo ano no Japão. Para minha surpresa, ele respondeu com palavras de incentivo que me fortaleceram a não ceder à derrota. Ambiente da vitória Terminei o relacionamento tóxico, recuperei minha saúde com o tratamento, passei de ano na faculdade, consegui um estágio com o dobro do salário anterior e meu pai e eu até os dias de hoje somos muito amigos. Conforme havia determinado, em abril de 2017, fui ao Japão e fiz meu juramento no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido) de jamais abandonar a organização e de incentivar e apoiar a todos ao redor, dando continuidade ao legado das minhas queridas avó e mãe. Profissão expande Na época da viagem, eu estagiava em uma empresa bem-conceituada e com ótima remuneração. Fiz entrevistas para efetivação, falhando em todas e ainda fiquei desempregada pela primeira vez na vida. A recolocação não acontecia e foi quando decidi quebrar aquele ciclo de duvidar das minhas habilidades. Realinhei minha postura na prática da fé e listei os objetivos que desejava numa empresa. Estabeleci valor mínimo de salário, ambiente harmonioso, benefícios, localização e tudo o mais. Com a lista definida, resolvi me dedicar como nunca às atividades da BSGI e à orquestra. Eu me preparei muito para cada uma das entrevistas, mas principalmente fui criando um “eu” que não fosse abalado pelos “nãos”. Finalmente, encontrei uma empresa, onde trabalho hoje, que oferece absolutamente todos os benefícios que pontuei e outros, tais como o antigo sonho de poder viajar pela empresa. Vitória! Simbologia de um juramento Como jovem Soka, aprendi a valorizar cada significado na relação com Ikeda sensei, que sempre confiou em nossas potencialidades. Em 2022, um marco despertou ainda mais minha gratidão. Desde 2019, estava estudando muito espanhol e inglês e me dedicando ao trabalho. Com isso, recebi duas promoções. Também segui pela primeira vez em uma viagem internacional, indicada a fazer parte de um projeto no México. Em agosto desse mesmo ano, fui até aquele país e tive a oportunidade de conhecer o Anjo da Independência, símbolo narrado por Ikeda sensei na Nova Revolução Humana, referindo-se a um sonho do seu mestre, Josei Toda, visualizando ter viajado ao México. Foi muito místico. Luciana em viagem ao México No ano passado (2023), recebi mais duas promoções e, atualmente, sou gerente de projetos na empresa. Realizei ainda viagens incríveis para a América do Sul e a Europa, enriquecendo minha vida de cultura e novas amizades. Na organização de base, estamos agora envolvidos em conectar mais e mais jovens pela paz, unidos no movimento da Juventude Soka. No lugar do Mestre e pela eternidade, abraçar o legado do kosen-rufu deixado por ele. Agradeço por todas as oportunidades na Gakkai, na organização de base e na Orquestra, e pelos direcionamentos e incentivos do Mestre, que me permitem seguir em frente com confiança. Muito obrigada! Luciana em visita com algumas das jovens de sua localidade Luciana Yoko Gatto Katecare, 29 anos, gestora de projetos. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens da RM Ipiranga, CNSP. Assista vídeo do relato da Luciana No topo: Luciana com o pai, Jorge, por ocasião de formatura Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.430, 4 ago. 2018, p. A2. Fotos: Colaboração local
10/02/2024
Notícias
BS
Avanço corajoso
Cada localidade da BSGI tem sua característica, o que influencia diretamente na formação das organizações de base. O Distrito Pioneiros, da RM Campo Grande Sul, recebe muitos jovens que vêm em busca do sonho universitário, residindo temporariamente na região. “A nossa luta foi sempre para formar valores e criar profundos laços de amizade”, afirma o líder do distrito, José Aparecido Ferreira. Dessa maneira, os jovens da localidade encontram ambiente de acolhimento e de desenvolvimento, no qual podem contribuir com suas ideias. São três comunidades: Cohab, Cafezais e Pioneiros, sendo esta última a que possui maior número de jovens devido à localização. O comparecimento nas reuniões de palestra, porém, até o ano passado, ainda era pequeno. Herlon Arakaki Gazola, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ), relata que em uma atividade estavam praticamente ele e a responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Maria Eduarda Miranda. Ela que se mudou de Penápolis, SP, para Campo Grande a fim de cursar faculdade de fisioterapia se uniu a Herlon e, com apoio dos papais e das mamães, integrantes das Divisões Sênior (DS) e Feminina (DF), decidiram se levantar e fazer reuniões mais animadas com quizzes e Kahoot! (jogo de perguntas e respostas) envolvendo a todos. “Mostramos aos jovens que nós podemos trazer a nossa tecnologia e o nosso mundo para as RP”, frisa Maria Eduarda. Isso, atrelado às sinceras orações para que os jovens viessem e ficassem. Herlon também faz faculdade à noite e trabalha de dia. Ele comenta que, a despeito do tempo curto e dos membros inativos, essas dinâmicas construídas com base nos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS), além das visitas e de muita interação, com o total apoio das demais divisões, resultaram no aumento do número de jovens. Uma forte corrente de daimoku envolvendo a Divisão Feminina fortalece a estrutura da organização, relata a responsável pela DF da Comunidade Pioneiros, Maria Aparecida Cândido da Cunha, conhecida na localidade por Nita. O impulso maior veio com o festival promovido pela Sub. MS, em julho deste ano [2023], no qual participaram 24 jovens levados pelo Distrito Pioneiros. “Certamente, esse foi um marco para o distrito, e rumo à concretização dos cem jovens, estamos agora trazendo todos eles para essa órbita humanística maravilhosa”, enfatizam Herlon e Maria Eduarda. “Sensei sempre diz que somos seus sucessores, então, que a nossa luta comece a partir de hoje, aqui e agora. Vamos vencer!” Foto comemorativa do festival dos jovens da Sub. MS promovido em julho, impulsionando os resultados do Distrito Pioneiros O líder do distrito, José Aparecido, reforça o estímulo dado aos membros para que se integrem às programações e aos grupos horizontais. Pela Divisão Sênior, por exemplo, são três os que fazem parte do Ohjohkai, grupo de apoio às atividades. No topo: aspecto dos integrantes da Comunidade Pioneiros na reunião de palestra de outubro Fotos: Colaboração local
09/11/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
A saúde vem da sabedoria
Querida amiga, Desejamos fortemente que esteja bem, desfrutando plena saúde e ótima disposição. Em outubro, celebramos a primeira viagem de Ikeda sensei ao exterior, marco de sua grandiosa jornada em prol da paz mundial, que ocorreu em 2 de outubro de 1960. Nós, líderes de coordenadoria e acima da Divisão Feminina (DF) de todo o país, nos reunimos no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, para um curso de aprimoramento. Na ocasião, renovamos nosso juramento seigan e carimbamos o nosso passaporte, decolando rumo à construção de uma nova era com todas as integrantes da Divisão Feminina do Brasil, sob a liderança da nossa coordenadora Selma Inoguti. Para nossa imensa alegria, recebemos uma significativa mensagem de Ikeda sensei e da sra. Kaneko, a qual compartilhamos na íntegra com você, com o sentimento de que receba este precioso direcionamento. Cada parágrafo contém um profundo significado que poderemos reler, estudar e refletir para melhor compreensão e aplicação em nossa vida. Por exemplo, ao lermos “Saibam que a árdua e sincera luta diária de vocês da Divisão Feminina, sol do kosen-rufu do Brasil, está sendo observada e louvada pelo Buda Nichiren”. Podemos sentir a profunda consideração e o enorme carinho deles, lembrando-nos de que somos o sol que ilumina e aquece a vida dos familiares, amigos e das pessoas ao nosso redor. Gostaríamos de tecer algumas reflexões sobre as palavras contidas num dos últimos parágrafos da mensagem: “Por favor, coloquem, com sabedoria, a saúde em primeiro lugar!” Você já realizou seus exames médicos? Caso não tenha feito, por favor, não deixe para depois. Sabemos da vida agitada que todas temos, porém, a saúde é essencial para que possamos cumprir nossa missão em todos os campos de atuação. Não por acaso, Ikeda sensei incluiu a “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade” nas diretrizes eternas da Soka Gakkai. Algumas de nós estão enfrentando doenças ou têm alguém por perto na batalha pela saúde. Seja qual for a enfermidade, é fundamental buscar tratamento médico e recitar daimoku para a vitória sobre a maldade da doença. Aprendemos que ficar doente não é o problema. O mais importante é não sermos derrotados pela maldade da doença, empenhando-nos pela recuperação e determinando transformar a situação. Aqui fica um convite. Vamos adquirir novos hábitos? Por exemplo, começar a caminhar, beber mais água, reduzir o açúcar, aumentar atividade física. Não precisa ser tudo ao mesmo tempo. Podemos começar com um novo hábito saudável. Para finalizar, veja este incentivo de Ikeda sensei: Uma vida saudável e longa é aquela que obtemos mediante o exercício da sabedoria. Recitar daimoku é a base para isso, pois consiste no grande remédio benéfico para os males da vida. A saúde vem da sabedoria. Dormir o suficiente é crucial para manter a saúde. Realizar sabiamente o que for necessário na vida diária para ter boa noite de sono é essencial para manter a saúde. Deitar-se o mais cedo possível e não se esgotar demasiadamente são uma expressão da sabedoria proveniente da sua determinação na fé. Também é importante orar efetivamente para ter saúde e longevidade. Orem para preservar boas condições de saúde e não permitir que a maldade da doença se aproxime de modo que possam concretizar o grande desejo que prometeram cumprir nesta existência. Orem com a determinação de permanecer saudáveis e obter vida longa em prol dos entes queridos, dos membros e do kosen-rufu. A vasta e abrangente oração para conduzir os outros à felicidade é transmitida diretamente ao Gohonzon e ativa as funções protetoras do Universo.1 Com esse poderoso incentivo do nosso mestre da vida, nós nos despedimos com a renovada determinação de alçar um grandioso voo de triunfos e vitórias! Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI Nota: 1. IKEDA. Daisaku. Século da Saúde: Sabedoria para Conquistar Boa Sorte e Longevidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 65. Florescer das cerejeiras no Centro Cultural Campestre da BSGI (jul. 2023) Mensagem do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, e sua esposa, KanekoPara o Curso de Aprimoramento da Nova Era da Divisão Feminina da BSGI, realizado nos dias 30 de setembro e 1o de outubro de 2023, no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP1 Queridas companheiras da Divisão Feminina da BSGI, a quem estimo do fundo do meu coração! Muito obrigado pelos dedicados esforços para a realização deste curso de aprimoramento reunindo integrantes de diversas partes do país! Saibam que a árdua e sincera luta diária de vocês da Divisão Feminina, sol do kosen-rufu do Brasil, está sendo observada e louvada pelo buda Nichiren. Daishonin afirma: No caso do Sutra do Lótus, quando uma mão o segura, esta mão de imediato atinge o estado de buda, e quando uma boca o recita, esta boca é, em si, um buda. (...) Se houver cem ou mil pessoas que mantenham este sutra, todas elas, sem exceção, irão se tornar budas”.2 Haja o que houver, imbuídas de ardente coragem e de profunda esperança, avancem em prol da Lei Mística como dignas componentes da Soka Gakkai. E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local. Minha esposa e eu nos empenharemos ainda mais na recitação do daimoku pelos seus preciosos familiares e também pelos nobres companheiros. Por favor, coloquem, com sabedoria, a saúde em primeiro lugar! Viva a rede de solidariedade da Divisão Feminina do Brasil, a mais bela e harmoniosa que existe! Em 30 de setembro de 2023 Daisaku e Kaneko Ikeda Notas: 1. Veja matéria no Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 13. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 366, 2019. Relato Fazendo a diferença com alegria e gratidão Com desejo de oferecer a minha melhor versão como profissional e estar sempre conectada com as inovações da área, estou finalizando meu mestrado profissional de enfermagem, e no mês de novembro farei a defesa do meu trabalho científico com muita alegria e gratidão! Baseada nas orientações do Ikeda sensei em ser a pessoa que mais se esforça no ambiente de trabalho, recebi o comunicado que um projeto de liderança para enfermeiros que elaborei e pus em prática em meu emprego anterior foi escolhido para ser exposto durante o Congresso Brasileiro de Enfermagem em Florianópolis, evento que ocorreu no mesmo fim de semana do curso de aprimoramento em que recebemos a extraordinária mensagem do Ikeda sensei. Durante esse curso de aprimoramento, recebi a notícia de que o projeto foi apresentado por meus colegas e premiado com uma publicação. Renovei a minha decisão de contribuir ainda mais como uma cidadã e profissional exemplar, sempre em busca do aprimoramento. Muito obrigada! Renata Santoro Nakamatsu, secretária da Divisão Feminina da BSGI e responsável pela DF de regional RM Saúde, CNSP Dica de leitura Livro Século da Saúde : Sabedoria para Conquistar Boa Sorte e Longevidade. Fotos: GETTY IMAGES | BS
26/10/2023
Minha Localidade
BS
Capital da esperança
Brasília é a capital federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. Localizada no Planalto Central, foi concebida com os objetivos de ser uma cidade planejada e de “interiorizar” a capital, atraindo pessoas de todo o país. Por isso, ficou conhecida como a “capital da esperança”, reunindo indivíduos de diversas etnias, culturas e classes sociais, que foram para lá em busca de uma vida melhor. Fundada em 21 de abril de 1960, é uma metrópole jovem, considerada a maior cidade do mundo construída no século 20. Sob um céu azul na maior parte do ano, estendem-se largas ruas e prédios brancos inseridos em um desenho inspirado na forma de um avião. Passos constantes O movimento pelo kosen-rufu em Brasília remonta os anos 1970, com os esforços dos primeiros praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin resultando na criação de um distrito com três comunidades. Em 1974, o cancelamento de uma visita do presidente Ikeda ao Brasil trouxe grande tristeza aos membros da BSGI, que juraram transformar as circunstâncias e receber novamente o Mestre em terras brasileiras. Um marco decisivo foi estabelecido quando a organização foi convidada a participar das comemorações dos 15 anos de fundação da cidade, em 1975. Deslocaram-se para a capital federal cerca de 137 ônibus com mais de mil membros provenientes de São Paulo para participar do evento realizado no Ginásio de Esportes, com apresentações como painel humano, ginástica e dança. O sucesso estrondoso do festival contribuiu para que a BSGI conquistasse a confiança na sociedade. Enquanto isso, seus integrantes se empenhavam na recitação do daimoku para a concretização da visita de Ikeda sensei. Em Brasília, não foi diferente, e todos se reuniam às terças-feiras para orar com esse objetivo e também o da aquisição de uma sede própria para as atividades. Em 1984, finalmente o sonho de receber Ikeda sensei no Brasil se tornou realidade, após dezoito longos anos de ausência. A visita à capital federal trouxe incontida alegria aos membros, que recepcionaram o Mestre e sua esposa, Kaneko, com carinho e entusiasmo. Na agenda oficial, uma audiência com o presidente da República, João Figueiredo, com os ministros das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, bem como a doação de livros para a Universidade de Brasília. Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). O ponto primordial da relação de mestre e discípulo para os membros do Distrito Federal foi o encontro com o presidente Ikeda no Parque Rogério Pithon Farias (atual Parque da Cidade). Na ocasião, o Mestre assistiu às apresentações musicais dos grupos horizontais e incentivou calorosamente os companheiros. Ele também manifestou o desejo de que fosse construído um centro cultural da BSGI na cidade, objetivo recebido efusivamente por todos. Daí em diante, os companheiros brasilienses vieram se dedicando incansavelmente à propagação do Budismo Nichiren na sociedade, ao fortalecimento da organização e à comprovação da prática budista na sociedade, culminando com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em dezembro de 1996. Inauguração do Centro Cultural de Brasília (dez. 1996) Olhar para o futuro A partir de então, a organização na região se desenvolveu amplamente, recebendo exposições, simpósios e conferências promovidos pela SGI e pela BSGI. O presidente Ikeda e sua esposa receberam a cidadania honorária de Brasília em 3 de maio de 1998, entre outras homenagens concedidas ao longo dos anos em reconhecimento à sua inestimável contribuição para a paz, a educação e a cultura. Hoje, a Subcoordenadoria Distrito Federal avança a passos largos e seus integrantes esforçam-se para vencer os desafios da época atual e criar sucessivas ondas de novos “valores humanos” que sucederão o movimento pelo kosen-rufu. Representantes da BSGI do Distrito Federal compartilham suas comprovações Caminho para a vitória Meu nome é Vitor Brasil, tenho 40 anos e minha família recebeu o Gohonzon em 1985, em Brasília, quando eu tinha 2 anos. Aos 8 anos, ingressei na banda masculina Taiyo Ongakutai, na qual tive a oportunidade de participar por 24 anos, recebendo um rigoroso e precioso treinamento. Na época em que entrei nesse grupo musical, tínhamos nos mudado para o Rio de Janeiro, e minha primeira apresentação foi durante o Festival Eco-Cultural, realizado em 1992, no Ginásio do Maracanãzinho. Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Ikeda sensei veio à cidade do Rio de Janeiro, e tive a honra de me apresentar para ele. Mesmo sendo apenas uma criança, desenvolvi nos ensaios o espírito de corresponder ao Mestre. Em 1994, retornamos a Brasília, onde busquei imediatamente continuar participando das atividades do Ongakutai. Com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em 1996, passei lá grande parte do meu tempo na juventude, realizando ensaios, aulas de música, reuniões de shakubuku e muitos diálogos. Também me esforcei para me desenvolver na organização de base, criando paixão pelo estudo do budismo, principalmente pela leitura da Nova Revolução Humana. Por meio dessa luta e de muito daimoku, fui vencendo meus desafios da juventude e conquistando resultados concretos. Cada grande vitória nas atividades da organização também vinha acompanhada de comprovações em minha vida pessoal. Assim, após o festival dos jovens de Brasília, em 2001, alcancei o sonho de cursar uma universidade federal. Conquistei meu primeiro emprego após uma grande batalha para a realização do festival comemorativo dos cem anos da imigração japonesa no Brasil, em 2008. Também passei em um ótimo concurso público na minha área de atuação depois de superar vários desafios pessoais, em meio à luta para a Convenção do Cinquentenário da BSGI, em Manaus, em 2010. Em 2007, criei em meu coração um forte desejo de ir ao encontro do Mestre no Japão. Refletindo sobre como criar a causa para essa vitória, percebi que precisava vencer no shakubuku (propagação do budismo), que até então não havia concretizado. Assim, lancei-me a esse desafio e logo minha namorada Cris (hoje minha esposa) e um colega de curso receberam o Gohonzon. Foi o começo da minha jornada em prol do shakubuku, e atualmente apresentei o budismo para 23 pessoas. Conquistei meu sonho de participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão, em 2017, conhecido como “Kenshukai dos 200”, após obter a vitória do meu distrito na luta das 50 novas famílias. Em meio à dedicação para participar do curso, concretizei seis conversões. Foram intensos preparativos e, principalmente, muito daimoku, mas consegui selar meu juramento nas terras do Mestre. Desde 2014, quando recitamos nosso gongyo do juramento no Japão, minha esposa e eu tentávamos engravidar. Mas não conseguíamos encontrar o motivo de isso não acontecer. Em meio a essa grandiosa batalha, encontramos um médico que finalmente nos deu o diagnóstico correto. Assim, após voltar do Japão, minha esposa realizou uma cirurgia, possibilitando que, em 2018, nascesse nossa princesa, Maria Flor, uma garotinha linda que encanta a todos. Acredito que o caminho para a vitória reside na vida que desafia as dificuldades, dentro da Soka Gakkai e buscando a todo momento corresponder ao Mestre. Vitor com a esposa, Cris, e a filha, Maria Flor Vitor Brasil Paixão da Costa Vice-responsável pelo Distrito Águas Claras, Sub. Distrito Federal. Servidor público *** Agora é a nossa vez! Dois sentimentos movem minha luta diária. O primeiro é honrar a atuação dos veteranos, pois nossa organização foi construída pelas pessoas que, com o coração ligado ao de Ikeda sensei, desbravaram caminhos superando questões de idioma e dos desafios de vencer em terras brasileiras. As famílias Miura e Okamoto são algumas delas, e tenho a honra de ter crescido vendo nossos familiares e líderes da época expandirem a prática da fé em Brasília. Em 1984, quando recebemos a visita de Ikeda sensei ao Brasil, eu estava grávida, na ocasião, e não pude participar nos grupos de recepção. Atuei nos bastidores dentro da comunidade, levando aos membros notícias que vinham constantemente do Mestre. Tirei foto no parque da cidade junto com ele, sendo essa uma recordação que jamais esquecerei. Naquele encontro, fiz meu juramento de jamais me afastar da Soka Gakkai, haja o que houver, e de sempre pôr em prática os ideais do Mestre. Morei 21 anos no Japão, atuando firmemente também lá. Em 2018, retornei ao Brasil com minha família e, a partir de então, tenho me dedicado a cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Assim, o segundo sentimento que me motiva é apoiar a geração jovem, encorajando-a para que herde o sentimento de luta de Ikeda sensei. Nós nos unimos ainda mais na pandemia, por meio dos incentivos e das visitas on-line, e depois disso passei a abrir minha chácara para receber e dialogar com os jovens, apoiando a Divisão Feminina de Jovens e também o fortalecimento do Zenshin. Temos de criar e de expandir laços de amizade com os jovens, por isso abraço, de coração, cada um deles. Em julho último, em encontro promovido na RM, pude convidar componentes de um grupo de taiko na região, para apresentação cultural e, ao mesmo tempo, para eles terem contato com nossa organização. Meu neto, simpatizante, faz parte desse grupo cujos integrantes gostaram bastante e passaram a perguntar sobre o budismo. Agora, estamos programando pequenos encontros de diálogo com eles. No distrito, todos os líderes se unem, e o estudo de budismo tem sido a base para cada membro fortalecer sua prática da fé e ser feliz. Na região onde eu moro, os blocos são localizados na área urbana e boa parte das pessoas reside em chácaras. Mas sinto que isso nem se compara às dificuldades vividas pelos veteranos, e temos vencido a distância e os desafios de tempo e de trabalho com muita disposição. Tem sido gratificante a parceria com os jovens, e nos encontramos sempre para estudar e dialogar. Na última semana, realizamos um encontro conjunto DF e DFJ, falando sobre como cultivar um coração que jamais é derrotado. Tenho a convicção de que cada encontro se torna uma preciosa oportunidade de mostrar a grandiosidade da Gakkai e de cada encorajamento do Mestre ser a razão da mudança para melhor na vida de cada um, principalmente, da futura geração. Então, Ikeda sensei pode ficar tranquilo. Agora é a nossa vez, a dos discípulos. Muito obrigada! Aiko, primeira à dir., de rosa, com as companheiras da DF e da DFJ Aiko Miura Responsável pela Divisão Feminina do Distrito Brazlândia No topo: presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Fotos: Seikyo Press / BS / Arquivo pessoal
06/09/2023
Relato
BS
Quando brilha a joia do coração
Meu nome é Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, moro em Joinville, SC, sul do país. Sou formada em design de produto, optando por segmentar em joias finas, profissão construída a partir do momento em que aprendi a polir o brilho do meu coração e desejar viver. Falo do início da minha jornada na família Soka que no próximo ano completará quarenta anos. Isso foi no dia 6 de maio de 1984, data que considero meu renascimento. Como um encontro pode ser decisivo! Eu tinha 25 anos quando fui me encontrar com uma amiga pela última vez. Estava decidida a não viver mais, pois julgava ser a forma mais fácil de parar de sofrer. Seguiria o destino da família: meu pai não suportou a morte da mãe dele e cometeu suicídio. Eu, agora, estava sem meu pai, e minha mãe vivia imersa em tamanha dor que não respondia pelos seus atos. A mim caberia cuidar dela e ainda apoiar sete irmãos. Era demais para mim. Um olhar benevolente É incrível que, ao praticarmos o budismo, nos tornamos sensíveis à dor do outro. Ao me ver triste, sem pensar duas vezes nem entender a fundo o que me afligia internamente, minha amiga pediu para que eu recitasse Nam-myoho-renge-kyo junto com ela. Sem mesmo entender o significado, eu a segui na oração. Foi como um raio de luz entrando em uma caverna escura. Ficamos ali, meia hora ou mais, e os pensamentos sombrios deram lugar a uma voz interna, agora fortalecida: “Eu tenho tantos sonhos, não quero morrer”. Converti-me ao budismo meses depois, tornando-me o esteio de minha nova história. O sonho da faculdade, que nutri desde menina, consegui concretizar. Eu me casei e a alegria da família se completou com a chegada de meus dois filhos, José Jr. e Jessika, que cresceram nos jardins Soka. Meu marido, José Kostetzer, é médico anestesiologista, simpatizante e nos apoia em tudo. Abri minha empresa de semijoias finas em 2014, e a mantenho até hoje. Como é bom viver! Momentos em família: da esq. para a dir., o marido, José, a filha Jessika e o primogênito José Jr. Busca constante Em 1993, quando Ikeda sensei visitou o Brasil, eu era responsável pela Divisão Feminina (DF) de comunidade. Nós nos unimos em forte oração para o pleno sucesso das atividades durante a permanência dele no país. Objetivei ir ao encontro do Mestre no Japão, meta que alcancei em outubro daquele mesmo ano, junto com dez companheiros de Santa Catarina. Foi inesquecível! “Estou orando para seu esforço cada vez maior.” Essas foram as palavras de Ikeda sensei, que soaram como força para que eu ultrapassasse nova investida do carma financeiro um ano depois. Vencemos uma questão jurídica desafiadora na empresa do meu marido em 1994, convictos na força da justiça. Dessa maneira, selei minha convicção de ter encontrado a joia mais rara, fruto de um coração que determina, ora e vence, sem sucumbir ao desespero. Isso foi graças ao estudo do budismo, dentro do esforço de materializar as frases douradas ditas pelo Buda: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 e “Oro com forte convicção, capaz de produzir fogo com lenha encharcada ou obter água do chão ressequido”.2 Em viagem ao Japão. Avancei em minha contribuição como líder Soka e hoje atuo como vice-responsável pela CRE Sul, com o sentimento gravado a partir do encontro com o Mestre: avançar e vencer, sendo feliz e levando felicidade às pessoas. Apresentei o budismo para muitas pessoas, e na organização local estamos em pleno movimento de expansão da base. Honra e gratidão Um orgulho imenso é ter meus filhos na mesma órbita desse nobre propósito. José Jr., 34 anos, é cardiologista e atua com a família na organização na capital, Florianópolis. A Jessika, 31, é parceira de todas as horas, tem sua profissão (engenheira civil) e me apoia na empresa. Na BSGI, recentemente, foi confiada para coordenar o núcleo de estudantes da CRE Sul. Que imensa alegria e gratidão! Este mês também considero bastante significativo, porque nos remete à reflexão de sermos braço e abraço das pessoas que sofrem em momentos de desespero, assim como vivenciei um dia, antes de conhecer a família Soka. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é realmente a maior das alegrias, essa é minha maior convicção. Agradeço a todos que fazem parte da lapidação dessa minha trajetória. Em especial, a Ikeda sensei, pois quem tem um mestre da vida jamais se sente sem saída. Muito obrigada! Marilene Barbosa Kostetzer, 65 anos, empresária do segmento de semijoias finas. Na BSGI, é vice-coordenadora da CRE Sul. Pela filha, Jessika Já nasci com minha mãe praticante do Budismo Nichiren. Por observá-la e receber desde sempre muito incentivo e apoio, eu me espelhei nela e pus em prática o Nam-myoho-renge-kyo. Foi assim que venci a enorme dificuldade que tinha de me socializar com crianças e demais pessoas, passando a enxergar meu valor com a prática da fé. Bem, minha mãe é uma grandiosa mulher, a quem admiro demais por ter passado tudo o que passou e por ter seus desafios constantes que jamais a abalaram, ao contrário, só a fortaleceram. Ela sempre me transmitiu seu amor e carinho com rigorosidade e disciplina ao mesmo tempo. Isso me “forjou”, principalmente tendo como referência Ikeda sensei em nossa vida. Recentemente, fui nomeada para coordenar a Divisão dos Estudantes (DE) da CRE Sul. Agora poderei retribuir todo o aprendizado que tive nos jardins Soka desde a infância e que me trouxeram até aqui, realizada e plena para vencer ainda mais diariamente sejam quais forem as questões. Agradeço à minha mãe por ser inspiração e me lançar a caminhos tão nobres, ao lado do Mestre, dos quais muito me orgulho. Marilene e a filha Jessika. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Ibidem, p. 464. Fotos: Arquivo pessoal
06/09/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Tornem pessoas de bom senso”
PARTE 41 No dia seguinte, 7 de junho, como parte do curso de verão, foi realizada a convenção comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da Europa. Nessa ocasião também, Shin’ichi Yamamoto estudou os princípios do budismo junto com os participantes, apresentando trechos dos escritos de Nichiren Daishonin. Em um dos pontos, citando que todos os seres vivos possuem inerentemente a condição de buda, enfatizou que o budismo prega o respeito à vida e sempre foi pacifista. E declarou que a história da Soka Gakkai comprova esse fato. Na época da Segunda Guerra Mundial, no Japão, a Soka Gakkai lutou contra a opressão do governo militarista, que se envolveu na guerra tendo como pilar espiritual o xintoísmo do Estado. Na sequência, referiu-se à postura na sociedade de um budista que faz da paz a sua crença: — Incorporando profundamente a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin — “Todos os fenômenos são manifestações da Lei budista”1 — no coração dos senhores, peço que se tornem pessoas de bom senso, que são um exemplo para os demais como bons cidadãos e bons trabalhadores na sociedade em seu respectivo país. Nós repudiamos absolutamente a violência. Com base nessa convicção, desejo que estendam as raízes da confiança na sociedade, respeitando ao máximo os costumes e as tradições de seu país e localidade. E assim, gostaria que objetivassem a paz, unindo seu coração com o coração dos amigos do mundo. Shin’ichi falou ainda sobre o poder do Gohonzon que incorpora a Lei Mística, a lei fundamental do universo. — Não há nada mais complexo que o coração humano que muda sutilmente de momento a momento. A plenitude e a felicidade da vida se definem a partir do quanto se conseguiu fortalecer esse coração, tornando-o inabalável. Na vida, podemos nos defrontar com as tempestades do destino e do carma pelas quais sentimos: “Por que tenho de passar por uma situação tão terrível?”. O objetivo da prática do budismo é fortalecer o coração para que não seja derrotado por nada, superando todas essas adversidades. O Gohonzon é o objeto que incorpora a lei fundamental do universo chamada de Lei Mística. Por meio do nosso “poder da fé” e do “poder da prática”, podemos inspirar a nossa vida com o “poder do Buda” e o “poder da Lei” contidos no Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo. Dessa forma, conseguimos manifestar uma extraordinária energia vital e abrir, infalivelmente, o espesso portal de ferro das dificuldades e dos sofrimentos. O filósofo francês Michel de Montaigne afirma: “A bravura não significa que os braços e as pernas são fortes, mas depende da firmeza do coração e da alma”.2 PARTE 42 Aqui, Shin’ichi passou a discorrer sobre a expressão “despertar espiritual” citada no budismo: — O “despertar espiritual” possui o significado de “despertar de uma aspiração à iluminação”. De forma simples, significa manifestar o espírito de buscar a iluminação, isto é, a decisão de se tornar Buda ou de alcançar o estado de buda. Para que se tenha uma existência plena, não há como deixar de enfrentar questões básicas como “Quem sou eu?”; “Qual é a minha missão nesse mundo?”; “O que é a minha vida?”; “Que tipo de valor devo criar para a sociedade e como contribuir para ela?”. Buscar e desafiar sempre a solução dessas questões, dedicando-se ao exercício budista que é, em si, o exercício do ser humano, correspondem ao “despertar espiritual”, ou seja, a expressão do espírito de se desenvolver. Shin’ichi vinha se preocupando em como transmitir os princípios e termos budistas aos companheiros da Europa de uma forma compreensível. Por mais que um princípio filosófico seja profundo, se as pessoas não o compreenderem, no final, não lhes acrescentará nenhum valor. É no desenvolvimento do budismo para a atualidade que se encontra o caminho para tornar a suprema sabedoria do homem o mais valioso tesouro espiritual comum a todo o mundo. Em 8 de junho, abrilhantando o encerramento do curso de verão, foi realizado um festival cultural da amizade. Os membros da Inglaterra cantaram com ardente paixão: Unidos por forte laço De coração a coração, Vamos desbravar o caminho da liberdade Por mais que esse caminho seja longo, Hasteando a luz da esperança Os membros da Dinamarca, da Noruega e da Suécia dançaram fazendo esvoaçar lenços floridos; os da Espanha bailaram com jovialidade e atiraram os chapéus pretos à plateia; os da Bélgica apresentaram uma coreografia própria com a música Doshi no Uta [Canção dos Companheiros] ao fundo; e seguiram-se as apresentações da Alemanha Ocidental, da Suíça, da Grécia e de outros países. O coração de todos se fundiu num só: “Não serei derrotado! Vencerei infalivelmente!”. O som das músicas ecoava na montanha da vitória, Sainte-Victoire. A Europa se tornava uma só. Era uma aliança de espírito a espírito dos seres humanos, que visam à paz do mundo. PARTE 43 No dia 9, após o meio-dia, Shin’ichi Yamamoto e comitiva visitaram Marselha. Sobre uma suave colina, via-se um campanário de formato quadrangular. Era a Basílica de Notre-Dame de la Garde. Do alto da colina, avistava-se uma pequena ilha cercada por sólidos muros de pedra no meio do Mar Mediterrâneo de águas da cor de cobalto. Era o Château d’If (Castelo de If), palco do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Originalmente, o Château d’If havia sido construído como um forte, mas pela dificuldade de alguém sair de lá, acabou sendo utilizado como uma prisão, onde foram encarcerados criminosos políticos e outros. O personagem Edmond Dantès (posterior conde de Monte Cristo) é descrito como alguém que ficou preso por catorze anos nesse local. Meu mestre, Josei Toda, que foi aprisionado durante dois anos na época da Segunda Guerra Mundial, prometeu firmemente em seu íntimo: “Vou vingar a morte de Makiguchi sensei, que faleceu na prisão suportando todos os tipos de sofrimento, tal como o conde de Monte Cristo! Vou abrir o caminho do kosen-rufu e comprovar resolutamente a retidão do meu mestre!”. E assim, iniciou a jornada da reconstrução da Soka Gakkai após o término da guerra. Shin’ichi sentia que o espírito do conde de Monte Cristo pulsava também na Resistência Francesa (La Résistance) que conquistou a vitória, suportando a violenta opressão dos nazistas. O conde de Monte Cristo simboliza uma pessoa indomável, de coragem, de convicção e de persistência. O kosen-rufu só se torna possível com a presença desse tipo de pessoas. Portanto, deve-se continuar avançando com obsessão e forte perseverança até concretizar o objetivo, sem retroceder diante de quaisquer dificuldades. O que se levanta para obstruir esse caminho é a barreira no coração, por exemplo, “Já deve ser suficiente” ou “Mais que isso é impossível. Já chegamos ao limite”. Somente quando se rompe esse sentimento, extraindo todas as suas forças, e inicia-se a caminhada da obstinação, o sol da vitória resplandece. Observando o aspecto dos jovens da França e da Europa, e visualizando o século 21, Shin’ichi orava: “Surjam muitos e muitos como o ‘conde de Monte Cristo’ da Soka Gakkai! Com as mãos, façam badalar o sino do alvorecer da cooperação humana da nova era”. O mar reluzia prateado, banhado pelos raios do sol. PARTE 44 Kosen-rufu é uma constante nova partida. É uma jornada de desafio repleta de esperança. Pouco depois das 15h30 do dia 10, a comitiva de Shin’ichi Yamamoto partiu de Marselha, despedindo-se de cerca de cinquenta membros locais, em uma viagem ferroviária que levaria umas sete horas rumo a Paris. O palco de luta ininterrupta de Shin’ichi transferiu-se para Paris, a Cidade Luz. Durante a estada em Paris, no dia 11, participou de uma recepção comemorando a publicação do diálogo Escolha a Vida com o falecido historiador Arnold J. Toynbee, em língua francesa. No dia seguinte, 12 de junho, dialogou com René Huyghe, artista e escritor, membro da Academia Francesa. Conversaram e trocaram opiniões sobre o diálogo entre os dois A Noite Clama pela Alvorada, publicado no ano anterior em língua francesa, como também sobre Victor Hugo. E no dia 15, visitou o presidente do Senado francês, Alain Poher, com quem manteve o primeiro encontro na residência oficial dele. Antes do encontro, por cortesia do presidente, conheceu as dependências do Senado. Era o histórico Palácio de Luxemburgo, onde havia também a sala de Victor Hugo, que chegou a atuar como senador. Ali, o que chamava atenção era uma gravura de Victor Hugo na parede. Estava estampado o rosto dele com barba, demonstrando sua firmeza de caráter. Na majestosa sala principal, havia o lugar que foi ocupado por Victor Hugo. Uma placa comemorativa afixada ali e também uma placa dourada gravada com o rosto dele colocada em sua mesa louvavam a indestrutível contribuição prestada por ele. Shin’ichi foi conduzido até esse lugar. Parecia ressoar seu apaixonado discurso pela eliminação da pobreza, pela reforma da educação e contra a pena de morte. Abençoado por sua rara habilidade em literatura, Victor Hugo foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais elevada honraria da França, aos 23 anos. Ele ingressou no mundo da política em 1845, aos 43 anos. Não conseguia fechar os olhos à realidade, por exemplo, da extrema miséria das pessoas. Era uma pessoa da literatura e, ao mesmo tempo, de ação. Sem dúvida, um grande ser humano. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 843.2. MONTAIGNE. Renomadas Obras do Mundo. v. 19. Tradução: Shotaro Araki. Editora Chuo Koron Sha.
06/09/2023
Encontro com o Mestre
BS
A vitória no futuro se encontra no presente
Visualizando o futuro daqui a cem ou duzentos anos, o suor dourado do novo desafio na criação de “valores humanos” Neste verão, tanto no Japão como em diversas partes do mundo, o calor recorde é intenso, e parece que o clima vai entrar em ebulição. Por outro lado, vêm ocorrendo desastres frequentes provocados por chuvas torrenciais e fortes ventanias. Em particular, as regiões de Okinawa e Amami vêm sofrendo sérios danos causados pelo tufão número 6, que ainda hoje traz enormes consequências para o oeste japonês, a começar por Kyushu. O tufão número 7, que está em formação, também requer atenção especial. Orando acima de tudo pela paz e segurança das pessoas das áreas afetadas, desejo sinceramente que os danos sejam mínimos e que a situação seja restabelecida quanto antes. Continuo a enviar daimoku para que, debaixo desse calor severo, ninguém sofra com insolação e as colheitas agrícolas sejam protegidas. Nichiren Daishonin deplorava a situação afirmando: “Vivemos atualmente numa época de desordem, que não permite às pessoas comuns fazer muito”.1 Hoje, queremos fortalecer a conexão das “pessoas comuns” para “fazer muito” a fim de contribuir para a “pacificação da terra”.Prática da fé para o presente e para o futuro Quando lemos o Gosho, encontramos diversas vezes expressões que se referem ao futuro. Em Saldar as Dívidas de Gratidão consta: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.2 O escrito Abertura dos Olhos declara: “Shakyamuni, Muitos Tesouros e os demais budas desejam assegurar a propagação do Sutra do Lótus para todos os filhos do Buda das existências futuras”.3 Em A Profecia do Buda consta: “Percebo que a profecia do Buda se refere ao senhor. Então, qual seria a ‘sua’ predição?”.4 Na nova edição de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin], o ideograma que se refere ao “futuro” aparece 175 vezes. Na verdade, o tema principal que atravessa o Sutra do Lótus é o futuro, pois elucida sobre qual é a lei a ser propagada na era maléfica dos Últimos Dias da Lei após a morte do Buda, e quem deveria propagá-la. Com o propósito de tornar felizes todos os seres vivos pelos dez mil anos dos Últimos Dias da Lei e mais, por toda a eternidade, Nichiren Daishonin superou grandes perseguições, revelou e deixou o Gohonzon como a essência do Sutra do Lótus. A prática da fé é para o presente e para o futuro. No Gosho consta: “Se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.5 Conforme essa passagem dos sutras, devem-se criar grandiosas causas no momento presente em prol dos resultados de majestosas vitórias no futuro. Os mais nobres corredores ligados diretamente a esse magnífico trabalho do Buda não são outros senão os responsáveis pela Divisão dos Estudantes Soka. Gratidão pelo verão de dinâmico avanço Já se passou um mês desde o início do Período do Dinâmico Avanço da Divisão dos Estudantes [no Japão] no dia 8 do mês passado [julho de 2023].Não há palavras que expressem minha gratidão aos preciosos amigos que derramam o suor dourado, dia após dia, para enviar uma brisa refrescante de coragem e esperança às princesas e aos príncipes sucessores, oram pela felicidade das crianças, em meio ao contínuo calor escaldante. Além disso, o “Desafio de Verão da Divisão dos Estudantes”, que desenvolve os tradicionais concursos em várias áreas, é uma iniciativa maravilhosa. Quero também manifestar meu profundo respeito aos professores da Coordenadoria Educacional que criam e expandem lugares de paz e de simpatia aos pais, por exemplo, por meio de diálogos sobre a educação familiar, e às pessoas que se dedicam à criação de filhos ou netos, como também à família Soka da comunidade local que apoia as famílias. Herdando o bastão No dia 30 do mês passado [julho de 2023], foi realizado, radiantemente, o Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [no Japão], interligando a Fortaleza da Paz, que é a Universidade Soka, com os centros culturais de todo o território japonês por transmissão simultânea. A melodia da canção da Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça, entoada por 25 mil representantes da DE-Esperança e da DE-Herdeiro, continua reverberando em minha vida de forma profunda e intensa. Rumo ao futuro com os “Corredores da Justiça”! Amigos que se reúnem animadamente no Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [do Japão], na Universidade Soka, em Hachioji (Tóquio, jul. 2023) Uma integrante da DE-Herdeiro da província de Kanagawa, que se levantou para relatar sua experiência, falou sobre a sua trajetória de não ser derrotada graças aos encorajamentos da família Soka nos seus dias difíceis em que não conseguia frequentar a escola de forma desejável durante a fase do ensino fundamental. Agora, seus dias são repletos de plenitude em uma escola de ensino médio por correspondência, e ela acumula nobres esforços rumo ao seu sonho do futuro. Em sua família, a pessoa que acendeu as chamas da fé pela primeira vez foi seu bisavô, que para mim também é um estimado velho amigo, o qual jamais esquecerei. Nosso primeiro encontro foi no ano 1952 em uma reunião de palestra em Kawasaki, província de Kanagawa, da qual eu estava encarregado. Era um jovem que participava pela primeira vez, convidado por um amigo, depois de ter vindo da província de Saga, em Kyushu, para Tóquio, visando tornar-se um pintor de estilo ocidental. O jovem demonstrava ansiedade e insegurança ao pensar se conseguiria vencer ou não trilhando o caminho da arte. Disse-lhe, prontamente: “Não quer se tornar o melhor pintor japonês por meio desta prática budista?”. Ele assentiu profundamente e se converteu. Sempre que havia oportunidade, procurava enviar-lhe incentivos. Como pintor de estilo ocidental, ele conquistou imponentes realizações, e atuou na primeira turma do Departamento de Artistas da nossa organização. Nos últimos anos de sua vida, ele atuou como diretor honorário do Museu de Arte Fuji de Shizuoka (da época). Sua pintura está exposta também na Universidade Soka da América. O jovem com quem conversei na reunião de palestra daquele dia, naquele momento, abraçou a Lei Mística e pintou vividamente uma obra-prima da arte e da vida. E a canção triunfal do bastão de revezamento da prática da fé reverbera por quatro gerações na família. Em meio a esses vales e montanhas, quantos encorajamentos e apoios mútuos dos companheiros da organização devem ter acontecido! “Transformará em boa sorte” No oitavo mês de 1273, de Sado, em meio a uma grande perseguição, Nichiren Daishonin enviou uma carta à família de um discípulo em Kamakura que lutava contra a doença de sua pequena filha. Orando pela mais breve recuperação dela “às divindades do Sol e da Lua a cada minuto do dia”,6 Daishonin afirmou: “O infortúnio de Kyo’o se transformará em boa sorte. Reúnam sua fé e orem a esse Gohonzon. Então, o que não poderá ser concretizado?”.7 Em qualquer família, há problemas, como também há árduos esforços para a criação de filhos. Poderá haver momentos em que uma calamidade inesperada atinja nossa família e nossos filhos. No entanto, possuímos o rugido do leão denominado Nam-myoho-renge-kyo. Nós temos o Gohonzon que Daishonin descreve: “Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi; assim, creiam no Gohonzon com todo o coração”.8 Se reunir uma fé corajosa, com certeza, podem-se transformar os infortúnios em boa sorte. Diante de quaisquer dificuldades, devemos comprovar infalivelmente a transformação delas [dificuldades] em boa sorte da família e do futuro dos filhos. Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (Jul. 2023) Esse é o poder da fé e o poder da prática capazes de transformar veneno em remédio que o buda Nichiren Daishonin nos ensinou ao longo de 750 anos. A vitória decisiva da minha existência No verão [japonês] da criação de “valores humanos”, eu também tenho inúmeras recordações de aprendizado e de aprimoramento junto com os amigos da Divisão dos Estudantes. Em agosto de 1982, foi realizado na província de Miyagi o Festival da Paz e da Esperança cujos figurantes eram exclusivamente os membros da Divisão dos Estudantes. Relembro-me do cenário em que cantei e dancei prazerosamente em um só coração com os 4 mil mensageiros do futuro, que eram os tesouros do castelo de “valores humanos” da região de Tohoku, como também do sorriso resplandecente de cada um deles, em meio ao calor intenso. Enviando forte salva de palmas para a entusiasmada apresentação de todos, disse-lhes: “A vitória decisiva da minha existência se encontra em observar o aspecto da luta digna e heroica de cada um de vocês em prol da paz no palco da sociedade e do mundo no século 21. Quando penso nisso, meus árduos esforços não são nada”. Exatamente dessa forma, eles se desenvolveram magnificamente. Esses amigos da Divisão dos Estudantes empenharam todos os esforços para a recuperação da região onde ocorreu o Grande Terremoto do Leste Japonês, sem precedentes, e até hoje, devotam-se com bravura. O futuro de esperança não é algo que chega repentinamente. Surge do acúmulo da determinação de viver e de sobreviver no presente momento. É por isso que se deve incentivar a pessoa diante dos seus olhos com sinceridade. E, unindo a força de todos, deve-se continuar avançando, juntos, envolvendo-se hoje e amanhã. Nesta continuidade, cria-se um majestoso futuro. A partitura da luta conjunta imponentemente “Que tipo de vida pode ser considerado uma existência correta?” É a pergunta que fiz aos 19 anos para o venerado mestre, Josei Toda, por ocasião do meu primeiro encontro com ele em agosto de 76 anos atrás (1947). O mestre respondeu claramente: “É bom pensar no que significa viver uma existência correta. Porém, enquanto estiver pensando, experimente praticar a filosofia de Nichiren Daishonin. Afinal, você é jovem. Com certeza, algum dia, descobrirá, de forma natural, que está trilhando uma existência correta”. De fato, foi exatamente como disse o mestre. Vim trilhando o caminho junto com a Lei Mística, o mestre, os companheiros e a Gakkai. Para registrar esse caminho da “existência correta”, escrevi os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana com coração repleto de sentimento de retribuir com gratidão. Foi no dia 6 de agosto de trinta anos atrás (1993) que comecei a escrever o manuscrito do romance Nova Revolução Humana nas terras de Nagano. Escolhi a data em que foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima, a primeira na história da humanidade, escrevendo as seguintes palavras iniciais: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz”.9 A partitura da luta conjunta da “revolução humana” dos amigos emergidos da terra do Japão e do mundo, que estão contribuindo para a obra sagrada sem precedentes denominada kosen-rufu, pelo bem da felicidade das pessoas e da paz perene, com o coração igual ao meu, é a “história mais maravilhosa [para o futuro]”10 observada por Nichiren Daishonin. Assim, concluí o total de trinta volumes. Estou convicto de que, por meio dessa obra, poderei continuar o diálogo eternamente, por todo o futuro, com os jovens sucessores do “espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai”, em qualquer época, onde quer que seja. A história comprovará infalivelmente Pensando bem, Shakyamuni treinou as vidas jovens observando o pico mais alto do mundo, o Himalaia. Nichiren Daishonin o fez observando o grande Oceano Pacífico, o maior do mundo. Hoje, nós temos o sol do budismo do povo, o maior do universo, e o grande solo dos emergidos da terra da canção triunfal do povo a ser oferecidos aos amigos da Divisão dos Estudantes. Façamos desse fato nosso maior orgulho e a infindável esperança. Certa vez, em meio às tempestades de críticas, o venerado mestre disse: “Deve-se lutar agora em prol do futuro daqui a cem ou duzentos anos”. Mesmo que naquele momento não houvesse ninguém que o compreendesse, ele estava com uma postura calma de que a história haveria de comprovar infalivelmente a retidão. Lembro-me com saudades de que, ao falar sobre isso com Mikhail Gorbachev e sua esposa, Raisa, durante um diálogo, o casal assentiu com sorriso no rosto. Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”. Publicado no jornal Seikyo Shimbun de 10 de agosto de 2023. No topo: Vocês são o tesouro da esperança do mundo! Casal Ikeda com membros da Divisão dos Estudantes e a família Soka dos Estados Unidos (Flórida, jun. 1996) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 402, 2017. 2. Ibidem, v. I, p.770, 2020. 3. Ibidem, p. 300. 4. Ibidem, p. 421. 5. Ibidem, p. 292. 6. Ibidem, p. 431. 7. Ibidem. 8. Ibidem. 9. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, 2022. 10. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2020.
06/09/2023
Notícias
BS
“Os laços baseados na Lei Mística são eternos”
Envolto pela florada das cerejeiras, o Palácio Memorial da Paz Eterna, localizado no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, foi palco da cerimônia realizada em memória dos pais com transmissão ao vivo pela internet, no dia 13 de agosto. A cerimônia teve o profundo significado de dignificar a nobre vida dos pilares de ouro, que dedicaram esforços em prol do kosen-rufu, bem como o de aprofundar a convicção dos participantes na Lei Mística. Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, em suas palavras de cumprimento, reforçou a importância da oração e de manifestarmos o sentimento de gratidão: “Não estamos sozinhos em nossa jornada. Nesse sentido, vamos reforçar a união e o humanismo”. Miyamoto também compartilhou um trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila, que diz: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”,1 e solicitou “Vamos, a cada dia, manter viva a memória do ente querido e manifestar gratidão, coragem e sabedoria, pois os laços baseados na Lei Mística são eternos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, enalteceu a participação de todos os membros na cerimônia e transmitiu incentivos de Ikeda sensei: “A Lei Mística tem o poder de transformar a vida de qualquer pessoa, mesmo a mais infeliz, a qualquer momento e em qualquer circunstância, em uma vida de suprema felicidade”.2 Isso significa que devemos ter plena convicção em nossas orações. Jamais devemos ter a sensação de solidão. Ele ainda compartilhou o incentivo de Ikeda sensei publicado no aplicativo BS+ em 13 de agosto, no qual ele frisa: “Este é o daimoku que ilumina a escuridão [dos sofrimentos] de nascimento e morte”.3 Orar pela iluminação do precioso ente falecido e pela felicidade e pelo avanço da família sucessora também se dá a partir do gongyo e daimoku diários. Por fim, o presidente Miguel Shiratori reforçou que nossas ações são importantes para desfrutarmos uma vida de ilimitada alegria. O Coral Filarmônico Ikeda do Brasil enalteceu a cerimônia com a apresentação de três canções ao público presente, abrilhantando significativamente o encontro. Manifestar alegria em todos os momentos Brasil Seikyo conversou com duas famílias que participaram presencialmente da cerimônia e o sentimento é de gratidão. Para José Barreto de Matos, integrante da Divisão Sênior, e seu filho, Renato Oliveira Barreto de Matos, membro da DMJ, participar da solenidade é entender a relação entre a vida e a morte. “Hoje, reuni minha família para prestar homenagem ao meu pai. É uma forma de agradecer por todo o empenho durante a sua vida. Essa cerimônia, que homenageia os entes queridos, é uma forma de renovar esse elo”, compartilha José. Já para Renato, o principal sentimento é aplicar tudo o que ouviu na atividade. “O que mais gostei foi o primeiro incentivo sobre a visão budista da morte. Isso mexeu muito comigo e, para mim, é uma renovada partida para entender o momento presente e olhar a vida de uma forma diferente”. Rosalia Caetano, integrante da Divisão Feminina, afirmou que estar com a família e homenagear os entes falecidos é uma forma de se reconectar: “Essa cerimônia é de imensa gratidão por pertencer à BSGI. O carinho e o zelo são imensos, e isso faz toda a diferença. A cerimônia foi maravilhosa. Saio daqui renovada por saber que temos esse carinho e receptividade. Isso é incrível”. Momento do encontro realizado no Palácio Memorial da Paz Eterna (Itapevi, SP, 13 ago. 2023) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. A3. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 10. Fotos: BS
24/08/2023
Especial
BS
Escreva sua revolução humana
Quando o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, repousou a caneta sobre a mesa após terminar de redigir o último capítulo do volume 30, “Juramento Seigan”, do romance Nova Revolução Humana (NRH), haviam se passado 25 anos desde que ele iniciara essa verdadeira batalha de palavras. Era 6 de agosto de 2018, e o local, o mesmo do início da obra, o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. Alguns dias depois, em 8 de setembro, foi veiculada, no jornal Seikyo Shimbun, a parte final da grande obra literária da vida de Ikeda sensei. Conforme Brasil Seikyo publicou na matéria sobre as três décadas desde que o Mestre começou a escrever a NRH (ed. 2.639, 15 jul. 2023), o dia 6 de agosto de 1993 marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Era a expressão do profundo desejo de Ikeda sensei de que o destino trágico de guerras da humanidade fosse transformado em um futuro de paz e de respeito à dignidade da vida. Em meio à sua intensa agenda de atividades e de compromissos, dedicando cada momento a incentivar os companheiros e a impulsionar o avanço do kosen-rufu, ele ultrapassou os desafios, triunfando até sobre o próprio limite do tempo para completar o romance. Escreveu as primeiras linhas aos 65 anos e concluiu a obra com 90 anos. A força para cumprir essa tarefa monumental nasceu do solene juramento de registrar a grandiosidade e os ideais de seu mestre, Josei Toda, para as futuras gerações. Em 14 de agosto de 1957, exatamente dez anos após conhecer Toda sensei em uma reunião de palestra, Ikeda sensei decidiu dar continuidade à escrita do romance Revolução Humana, iniciada por seu mestre, missão finalizada em novembro de 1992. No posfácio do volume 30-II da NRH, o presidente Ikeda declara: Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e escrevam sua própria história brilhante da revolução humana, empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de ininterruptas ações indomáveis.1 Sobre esse sentimento do Mestre, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, salienta: Para nós, discípulos, não é exagero dizer que este momento de solene registro histórico da conclusão do romance Nova Revolução Humana é o ponto de partida do juramento seigan para iniciarmos a continuidade de sua narrativa com nosso próprio comportamento e ação. (...) Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o límpido espelho a iluminar o futuro. Com seus próprios passos, sensei indicou o rumo para que os discípulos continuassem vencendo na vida pessoal e no movimento pelo kosen-rufu por todo o eterno futuro. Além disso, Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o portal do diálogo com o Mestre.2 A fim de corresponder sinceramente aos anseios de Ikeda sensei, os integrantes da Soka Gakkai pelo mundo dedicam-se a escrever uma nova história de vitórias em sua vida com base nos direcionamentos do Mestre contidos nas duas obras. No Brasil também, os membros da BSGI têm se empenhado em seu estudo, tanto individualmente como nas organizações de base e em outras atividades, e aplicado o precioso conteúdo na vida para vencer os desafios pessoais, comprovar a prática budista na sociedade e triunfar como discípulos. Membros do Distrito Independência em encontro virtual de estudo da obra de Ikeda senseiOs componentes do Distrito Independência, em São Paulo, por exemplo, adotaram o estudo da Nova Revolução Humana como uma de suas principais atividades. No início da pandemia da Covid-19, promoveram os encontros de forma virtual, utilizando os volumes 30-I e 30-II da NRH, e encontraram nessa iniciativa a força, a coragem e a determinação para avançar em meio à realidade diária. Além disso, os participantes enriqueceram o diálogo revezando-se na apresentação de interessantes pesquisas sobre as personalidades, os lugares e outros aspectos dos trechos abordados. Recentemente, concluíram o estudo dos dois volumes. Uma das participantes mais assíduas, Andreia Jacob Oliveira, integrante da Divisão Feminina (DF), comenta: “Os encontros de estudo da NRH são ótimas oportunidades para compreendermos a luta de Ikeda sensei e para trocarmos ideias, contribuindo com nosso ponto de vista e aplicando o que aprendemos em nosso dia a dia”. Da mesma forma, por todo o país, vêm sendo realizadas atividades semelhantes e, em especial, a Juventude Soka adotou como alicerce de sua atuação o estudo da Nova Revolução Humana. A geração atual é a primeira a ter contato com a versão completa dessa obra de Ikeda sensei e, portanto, possui não somente a oportunidade de se aprofundar no estudo dela e de pôr em prática esse aprendizado, como também carrega a missão de transmitir às demais gerações a importância desse inestimável romance para o bem da humanidade. Leia mais Sobre a jornada empreendida por Ikeda sensei para escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana no Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023. No topo: Capas de volumes da Nova Revolução Humana em português. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Posfácio. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359. 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. A3.Foto: Colaboração local / BS
24/08/2023
Notícias
BS
Coragem perene
Chega em setembro o volume 6 da coleção Revolução Humana para os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), e para quem deseja adquiri-lo. A narrativa acompanha os principais fatos que marcaram o ano 1952 no Japão. A população comemorava com alívio a entrada em vigor do Tratado de Paz com o Japão, depois de sete anos do término da Guerra do Pacífico, deflagrada na Segunda Guerra Mundial. A Soka Gakkai desenvolvia-se a pleno vapor, tendo à frente o segundo presidente Josei Toda, vigoroso na defesa da filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin, que, naquele ano, assinalava o 700º aniversário de seu estabelecimento. A saga é escrita pelo filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda, na época com 24 anos. Fiel discípulo de Josei Toda, vivenciou a sequência de acontecimentos, e, mais tarde, sucedeu-o na presidência da Soka Gakkai, tornando-se o líder máximo da organização. Hoje, aos 95 anos, mantém-se em seu esforço de edificar um mundo de paz por meio do diálogo sem fronteiras. Atualmente, preside a Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, com cerca de 12 milhões de membros. Na obra, com a riqueza de apropriação da real situação vivida em 1952, o autor descreve os bastidores protagonizados pelos clérigos da Nichiren Shoshu e como a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai firmou-se diante da injustiça. Para a Soka Gakkai, a efeméride principal era, sem dúvida, o aniversário do levantar-se só de Nichiren Daishonin para estabelecer seu budismo. A história do menino Zennichi-maro que, aos 12 anos, ingressara no templo Seicho-ji e determinado a ser “a pessoa mais sábia do Japão” nos é contada com encantamento e riqueza de detalhes. Posteriormente, passou a se chamar Nichiren Daishonin, conduzindo a vida com o ardente desejo de abrir o coração das pessoas para a verdade pela qual se iluminara, recitando Nam-myoho-renge-kyo, pela primeira vez, aos 32 anos, em 28 de abril de 1253. A partir daí, não teve um dia sequer de sossego na propagação do Nam-myoho-renge-kyo, sendo torturado e exilado. Mas ele venceu. Ao deixar para a posteridade seu legado de força e coragem, celebrar os setecentos anos do chamado Budismo do Sol por ele se revestia de profundo significado para os membros da Soka Gakkai, que herdaram a linhagem correta desse ensinamento. O presidente Josei Toda liderava a Soka Gakkai com ânimo renovado. Havia tornado a organização independente do clero da Nichiren Shoshu, colocado seu discípulo direto Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda na obra) à frente da organização de base e publicado uma coletânea com os escritos de Nichiren Daishonin. Nas 280 páginas do volume 6 da Revolução Humana, encontram-se também episódios que alinham a postura da organização à defesa do ensinamento do Buda. No Japão, o budismo tradicionalmente praticado, inclusive com o apoio das autoridades militaristas do Japão, se tornara mera formalidade. Era considerado pelo povo como uma religião para proteger cemitérios e realizar cerimônias em memória dos falecidos. Em outra passagem, o livro trata de um episódio conhecido como Incidente Kasahara, identidade de um clérigo da Nichiren Shoshu, Jiko Kasahara. Ele não só colaborou com a prisão do educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai que anos depois morreu no cárcere, como também propagou infâmias e discórdias. Era alguém a ser confrontado por ordem da justiça, em especial pela dinâmica juventude preparada por Toda sensei para que se mantivessem atentos a qualquer ranhura dos clérigos no ensinamento do Buda. São fatos essenciais, narrados para a profunda compreensão da importância da retidão e da verdade, atributos dos quais não se pode abrir mão. O ano de 1952 também foi o marco do casamento do presidente Ikeda, em 3 de maio, e dos bons resultados alcançados pela organização, cenários de vitória trazidos aos leitores na obra. Excelente leitura! Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em setembro o livro Revolução Humana, volume 6. Garanta o seu! Assine até 31/08/2023 e receba o kit em sua casa! Plano Diamante 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas Plano Esmeralda 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas Plano Ouro 1 livro lançamento1 marcador de páginas Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/
24/08/2023
Terceira Civilização
Crônica
TC
Praticamos a filosofia que faz nossa vida brilhar nas dificuldades
Em outubro de 1960, o presidente Ikeda partiu do Japão para a primeira viagem às Américas do Norte e do Sul. Com a fundação da BSGI há 64 anos, Ikeda sensei criou uma base sólida para praticarmos o Budismo de Nichiren Daishonin. Embora passemos por sofrimentos, temos a chave para fazer nossa vida brilhar. Que tipo de filosofia e ideologia possuímos? A partir delas, nossa consciência e ações são moldadas, e isso influencia nossa realidade do presente para o futuro. Como membros da BSGI, praticamos os ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin e pomos em ação a disciplina diária de fazer as orações e nos aprofundar no estudo da filosofia budista; ou seja, a prática da fé para nos tornar pessoas felizes e tranquilas mediante a superação e transformação das ilusões da vida. A esse processo de transformação da vida denominamos “revolução humana”. Quando conquistamos esse elevado estágio de vida, podemos estender esse direito à felicidade a todas as pessoas com as quais convivemos, proporcionando-lhes uma condição de vida absoluta. Assim, elas avançam superando as adversidades e conquistando uma vida plena de felicidade. Com relação à importância dessa prática da fé, Ikeda sensei nos dedicou as seguintes palavras: Hoje, valorizando, mais uma vez, a recitação do gongyo e do daimoku, a base fundamental, vamos fazer brilhar vitoriosamente o castelo da boa saúde, o castelo da felicidade e o castelo da paz, de contínuas vitórias, bailando a dança da revolução humana cada vez mais radiantemente.1 A Soka Gakkai, ao longo de sua história de 94 anos, com base nos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin, veio promovendo a religião da revolução humana em prol da felicidade de todos e pela paz no mundo. Como membros da organização, nossas atividades, que promovemos em nossa respectiva localidade e comunidade, são ações solidárias de pessoas comuns e voluntárias. Movidas pelo sentimento de conquistar a felicidade de si e dos outros, essas pessoas concentram seus esforços incansavelmente no exercício da prática da fé visando à sua revolução humana. Ao tratar desse tema “revolução humana”, o presidente Ikeda disse: Empenhar-nos sinceramente para solucionar os problemas da vida, conquistar nossa própria felicidade e conduzir outros à felicidade — esse, afirmou Toda sensei, é o resplandecente caminho da revolução humana e a essência da nossa revolução religiosa.2 Com o orgulho de sermos os protagonistas de uma revolução religiosa histórica que contribuirá para transformação do destino da humanidade, vamos, com coragem e esperança, nos empenhar ainda mais na prática da fé e construir nossa revolução humana. Nossa vida é maravilhosa no exato local em que nos encontramos, independentemente das circunstâncias. Quando despertamos a vida para o nível do estado de buda por meio da contínua recitação do Nam-myoho-renge-kyo, transformamos esse local na Terra da Luz Eternamente Tranquila e de plena felicidade. Nossa prática da fé é a ação mais efetiva para evidenciar o estado de buda — uma força ilimitada que nos possibilita transformar quaisquer sofrimento e dificuldades. Vamos lutar e vencer sempre! Miguel Shiratori Presidente da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.645, 28 out. 2023, p. 4-5. 2. Idem, ed. 2.431, 11 ago. 2018, p. B1.
03/10/2024
Capa
TC
Buda é outro nome para vencedor absoluto
O budismo é uma filosofia milenar que se debruça a revelar um modo de vida que nos permita conquistar a felicidade plena. No centro desse objetivo está a compreensão sobre o estado de buda, que nada tem a ver com o conceito de um ser extraordinário. Buda é outro nome de uma pessoa determinada a vencer, da forma como ela é. Alguém que conquista uma condição de vida livre das amarras do destino por fortalecer a crença de que tudo está dentro de si: força, coragem e esperança, entre tantas qualidades que potencializamos aqui e agora. Esta edição trata desse assunto e convidamos os leitores a percorrer essa jornada de conhecimento e a refletir à luz da sabedoria budista. Autodomínio “A meu ver, o domínio de si mesmo é a essência da religião, (...) [nesse ponto] se encontra a resposta eficaz ao problema da existência humana.”1 Foi assim que o historiador britânico Arnold J. Toynbee definiu o papel da religião e a razão pela qual passou a admirar o budismo que propõe uma prática para o autodomínio. Ikeda sensei descreve o autodomínio como “desenvolver sabedoria e força para responder corajosamente aos desafios impostos por desejos desenfreados e emoções negativas”.2 A questão agora é como acontece a transformação das emoções negativas em sabedoria e força. Manifestar o estado de buda Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin fez uma analogia e a enviou a uma discípula. Por meio dela, Daishonin nos explica como fazer surgir em si o estado de buda. O ovo de um pássaro possui apenas líquido em seu interior, mas, ao ser aquecido pelo corpo da mãe, desenvolve-se o bico, os olhos e as penas. Com o tempo, o filhote rompe a casca, sai dela e não tarda a voar pelo céu como sua mãe. Nessa analogia, a substância que o ovo contém representa a natureza de buda dos seres vivos, e Daishonin compara a recitação do Nam-myoho-renge-kyo com o “calor do corpo da ave mãe”. Nessa assertiva, ele apresenta uma clara visão de que todas as pessoas possuem inerentemente a natureza de buda, que pode ser evidenciada sem falta com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Ainda sobre a analogia da ave e do ovo descrita, o Buda adverte que os seres humanos estão envoltos pela casca da ignorância, faltando-lhe o bico da sabedoria. O primeiro passo é, portanto, acreditar em si próprio, por meio da sabedoria adquirida pelo sério e sincero daimoku, e romper com as crenças limitantes que nos prendem ao passado ou com os fatores externos que tentam enfraquecer nossa disposição de viver e ser absolutamente felizes. Nada está fora de nós, assim como adverte Nichiren Daishonin: “Se pensarmos que a Lei existe externamente, então estaremos retrocedendo aos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus, que pregavam a separação entre os budas e os seres humanos”.3 Buda é um ser humano O budismo surgiu na Índia no século 6 a.E.C com Shakyamuni, príncipe que abandonou seu status para se dedicar à compreensão da dor humana, que ele atribuiu como os “quatro sofrimentos” pelos quais ninguém está livre: nascimento, envelhecimento, doença e morte. A evolução da doutrina seguiu pela China e depois pelo Japão, no século 13, com o buda Nichiren Daishonin, que deu origem ao “budismo do povo”, apresentando uma maneira acessível para que todos, sem exceção, despertem para seu mais elevado potencial interior. Como forma prática para atingir essa condição, estabeleceu o Nam-myoho-renge-kyo, que pode ser entoado livremente por todos. Nem Shakyamuni tampouco Nichiren Daishonin se converteram em alguém diferente do que somos. Não passaram a ter poderes sobre-humanos ao se tornarem budas. A quebra de paradigmas para tudo o que se ouvia até então era que buda é uma condição de vida, alcançada pelas pessoas comuns, como nós. Daishonin declara que não é em nenhum lugar fora, mas dentro de nós, que reside essa força capaz de mudar o destino e fazer florescer uma existência de valor. Modo de vida Assim como o líquido dentro do ovo quando aquecido pelo corpo da mãe ave faz surgir o bico, os olhos e as penas, é por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo que manifestamos o que Toynbee chamou de uma condição interior de autodomínio e no Budismo de Nichiren Daishonin conhecemos como estado de buda. Esse é o conceito. Porém, como foi dito no início, essa filosofia propõe um modo de vida. “A conduta é um espelho no qual todos exibem sua imagem”, disse Goethe. Por esse raciocínio, segue-se que, por mais correta e maravilhosa que seja uma religião ou filosofia, de nada valerá se seus praticantes não demonstrarem uma conduta condizente. Ao compreender que é por meio do comportamento que se constrói uma existência de valor, o budismo reconhece que cada pessoa possui o grande potencial interior do estado de buda na própria vida e na vida dos outros. E estabelece um modelo de vida criativo. Isso porque atua na raiz da causa dos sofrimentos. Ikeda sensei esclarece: O budismo ensina que os três venenos da avareza, ira e estupidez inerentes na vida humana constituem as causas básicas de nossa infelicidade. O estado de buda é a força fundamental do Universo que nos permite vencer esses três venenos; é o mais elevado e mais nobre estado de vida. E o budismo explica que essa condição de vida existe em todas as pessoas. O estado de buda é uma função de suprema benevolência, compaixão e sabedoria e constitui também a fonte de toda a atividade da vida. A manifestação do estado de buda nos capacita a transcender a personalidade que é dominada e motivada pelo sofrimento e pelo desejo, possibilitando-nos estabelecer nossa verdadeira personalidade. Convocar e estabelecer esse estado em nossa vida — o caminho para atingir o estado de buda nesta existência, ou o caminho para concretizar a felicidade absoluta — é o supremo objetivo da revolução humana.4 Exercite o estado de buda A partir da explanação de Ikeda sensei do escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, separamos alguns comportamentos que indicam se, de fato, praticamos com base na crença de que a Lei está dentro de nós. Vamos exercitá-los: Deixar de culpar os outros “(...) se recitamos daimoku, mas sempre culpamos outras pessoas ou as circunstâncias, estamos evitando o desafio de enfrentar nossa própria ignorância ou escuridão. Desse modo, estamos buscando a iluminação fora de nós mesmos. Ao mudarmos a nós próprios num nível fundamental, começamos a melhorar nossa situação.”5 Cultivar uma fé independente “(...) não cairmos na armadilha de desenvolver uma ‘fé dependente’, depositando a esperança de que nossas orações serão respondidas graças a poderes divinos ou transcendentais de deuses e budas. Esse é um exemplo típico de uma pessoa que vê a Lei fora de si mesma. Se evitarmos desafiar nossos próprios problemas e tendências, desenvolver e não atingiremos o estado de buda nesta existência.”6 Dizer não às dúvidas e às lamentações “Também é importante o esforço consciente para nos livrar da dúvida e descrença em geral, e das queixas e lamentações. A crença errônea de que o Myoho-renge-kyo existe fora de nós deriva da incapacidade de reconhecer que todas as pessoas, nós e as demais, também possuímos a natureza de buda. E essa incredulidade, por sua vez, origina-se da ignorância ou escuridão fundamental.”7 Considerar mais que um ideal bonito “Em termos de postura na fé, essa tendência ao ceticismo de considerar a natureza de buda como “um ideal muito bonito, mas que não muda a realidade” se manifestará como uma oração fraca, vaga e sem convicção. Se nossa fé for desprovida de ânimo ou entusiasmo, não seremos capazes de (...) transformar fundamentalmente nossa vida.”8 Fazer uma oração convicta e concreta “‘Deve ter a profunda fé.’ Com base nessas palavras, se desejamos atingir o estado de buda nesta existência, precisamos dar continuidade aos nossos esforços, aprofundar nossa fé e intensificar nossas orações.”9 A felicidade do outro Os pássaros sabem distinguir o caminho no ar; os peixes conseguem reconhecer o rumo que devem seguir nas águas. Do mesmo modo, há um caminho que conduz os seres humanos para a felicidade. As pessoas comuns não enxergam esse caminho, mas os olhos de buda o veem tão claro quanto o dia. Nichiren Daishonin revelou essa trilha indestrutível para a felicidade de todos os seres humanos — o grande caminho para atingir o estado de buda nesta existência, que não é outro senão a recitação do daimoku. Assim como as trilhas dos pássaros e dos peixes, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é o caminho mais natural para os seres humanos atingirem a iluminação.10 Como nessa explicação de Ikeda sensei, aquele que manifesta o estado de buda percorre as montanhas e os vales da vida plenamente convicto de que está trilhando o caminho da felicidade. Além disso, reconhece esse potencial nas pessoas à sua volta e as ajuda a caminhar pela mesma estrada. O daimoku daquele que se encontra no estado de buda não se limita a desejar apenas realização pessoal, mas ora pela iluminação do outro e o ensina esta maravilhosa filosofia, uma prática orientada, ao mesmo tempo, para a felicidade de si e dos demais. Assentar a estrada da felicidade Do século 13 aos dias atuais, a transmissão dos ensinamentos de Nichiren Daishonin só foi possível pela existência dos Três Mestres — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, que promoveram a expansão do Budismo de Nichiren Daishonin praticado na Soka Gakkai. Conquistar uma vida de sabedoria é o anseio de todos. Esse é o caminho da revolução humana que a Soka Gakkai oportuniza às pessoas. Ao nos dedicar à prática do Nam-myoho-renge-kyo, estabelecemos nossa fortaleza interior, triunfando sobre as angústias e os sofrimentos de todas as naturezas. Essa é a condição de iluminação que não se refere a um lugar a chegar, mas adornar o caminho a seguir com o tesouro da confiança da vitória. Ikeda sensei alerta: Embora brademos que a recitação da Lei Mística é o caminho mais natural, não significa que não precisamos fazer nenhum esforço. Como acontece com qualquer caminho, para que as pessoas possam usá-lo, é necessário, antes, abrir uma passagem, remover obstruções e assentar uma trilha livre e transitável. Da mesma forma, o caminho da recitação do daimoku requer empenho para manter a convicção de que o Myoho-renge-kyo existe em nosso interior e para vencer a escuridão fundamental inerente em nós.11 É na relação com os companheiros dentro da Soka Gakkai, ao ouvirmos relatos, trocarmos incentivos, acompanharmos o desenvolvimento das crianças e dos jovens, que removemos as obstruções e conseguimos assentar com mais segurança e apoio a estrada da felicidade. Além disso, é nas reuniões de estudo e de diálogos em pequenos grupos que fortalecemos a semente da esperança e da determinação no coração. Trata-se de uma prática que produz comprovações claras e concretas. Quando avançamos junto com a Soka Gakkai, naturalmente, incorporamos a prática da fé ensinada por Nichiren Daishonin. Libertar-se do sofrimento É comum buscar uma religião para se livrar dos problemas. A resposta do budismo para essa busca é proporcionar meios para que o indivíduo atinja a iluminação, o estado de buda, isto é, desperte para o potencial que existe dentro da própria vida. A maneira de fazer isso começa com a recitação do daimoku aspirando à felicidade de todas as pessoas. Além do mais, o comportamento da pessoa deve espelhar a mesma natureza iluminada. Os Três Mestres são os mais sublimes exemplos dessa elevada condição de vida plenamente dedicada à felicidade do próximo enquanto desafia as intempéries que surgem. Orientados pelas palavras de Ikeda sensei, confirmemos, uma vez mais, também percorrer este caminho para atingir o estado de buda e assim vencer a tudo. Dessa forma, aqueles que recitam sinceramente o Nam-myoho-reng-kyo ao Gohonzon e participam nas atividades da Soka Gakkai não falharão em se tornar budas. O propósito da fé é possibilitar-nos manifestar livremente nosso pleno potencial e resplandecer de forma autêntica. Por isso, é importante sempre nos desafiarmos e avançarmos, imbuídos do espírito: “Vou me empenhar na prática diária!”, “Aprofundarei minha fé”, “Farei o máximo como um membro da Soka Gakkai!”. Esse é o caminho infalível para atingir o estado de buda nesta existência.12 Ouça o podcast sobre o escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência. Leia a explanação de Ikeda sensei sobre o escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência na íntegra. No topo: Companheiros de diversas localidades recitam daimoku durante a Reunião Nacional de Líderes (São Paulo, SP, ago. 2024). Foto: Brasil Seikyo Notas: 1. IKEDA, Daisaku; TOYNBEE, Arnold J. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 339. 2. Terceira Civilização, ed. 592, dez. 2017, p. 44 . 3. IKEDA, Daisaku. Atingir o Estado de Buda nesta Existência. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022 . p. 45. 4. Idem. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. Parte 2: Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023 . p. 26-27. 5. Idem. Atingir o Estado de Buda nesta Existência. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022 . p. 55. 6. Ibidem, p. 55-56. 7. Ibidem, p. 56. 8. Ibidem. 9. Ibidem. 10. Idem, p. 87-88. 11. Idem, p. 89. 12. Idem, p. 54-55.
04/09/2024
Na prática
TC
“Budismo é a própria vida diária”
Como reagir diante de qualquer evento Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin revela: “A pessoa de sabedoria não é a que pratica o budismo à parte dos assuntos seculares; em vez disso, ela tem plena compreensão dos princípios que regem o mundo”.1 Ou seja, os princípios budistas precisam ser empregados nas diversas atividades cotidianas — podemos considerar que esse comportamento é o próprio exercício budista. Assim, compreender que “budismo é a própria vida diária” tem importante impacto em como percebemos e reagimos diante de qualquer evento. Pois, aprendizados e oportunidades construtivas dessas situações, a expressão da “sabedoria budista” oriunda da prática da fé, seguramente serão alcançadas. Por essa razão, tudo pode ser convertido em felicidade, tal como afirma o presidente Ikeda: “O Myoho-renge-kyo é a Lei suprema da existência humana e a força original das atividades da vida que contempla todos os fenômenos do Universo. Na vida diária embasada nessa suprema Lei ocorrem indescritíveis e grandiosos benefícios”.2 À vista disso, vamos entender como alcançar uma condição de vida interior elevada. Realize a prática budista diariamente A Lei Mística é a força original de todas as atividades da vida, assegura o presidente Ikeda. Realizar a prática budista diariamente (recitar gongyo e daimoku com máxima seriedade; estar em contato com pessoas valorosas, como os membros da organização local; aprofundar-se no estudo dos princípios budistas; e absorver os direcionamentos do nosso mestre, Daisaku Ikeda), nos possibilita fortalecer a vida no sentido mais profundo, compreendendo os fatos frequentes com atitude mental positiva. Ikeda sensei diz: “Mantendo firmemente os pés no solo da vida diária, avancemos, de forma constante, vencendo dia a dia. Esse é um caminho repleto de esperança, que conduz a uma vida sólida, um tesouro consistente em contraste com devaneios”.3 Por isso, é fundamental conduzir as ações diárias tendo como força motriz os elementos da prática da fé citados. Ainda que as circunstâncias em determinado momento pouco avancem, o importante é jamais desistir, tampouco lamentar. Com o exercício budista, mesmo diante dos mais dolorosos dramas da vida, é possível enxergar todos os fatos cotidianos de uma perspectiva confiante. Rumo à revolução humana Incontáveis membros da Soka Gakkai, desde a sua formação em 1930, comprovaram que “budismo é a própria vida diária”. Em certa ocasião, o presidente Ikeda rememorou os incentivos do seu mestre a respeito desse conceito: Toda sensei também nos ensinou que mediante nossos esforços para aplicar a prática da fé na vida diária ao mesmo tempo que lidamos com todos os tipos de problemas, podemos estabelecer uma condição de felicidade absoluta na qual o próprio fato de estar vivo já é uma alegria. Nada o deixava mais satisfeito do que ouvir relatos de experiência de membros progredindo em sua revolução humana e transformando o carma.4 Nesse sentido, apresentamos brevemente a história de Hazel Williams, integrante da SGI-Reino Unido. Com uma condição rara, ela descreve como sua prática budista a ajuda a encontrar alegria todos os dias. Viver cada momento ao máximo Há cerca de [treze anos], fui apresentada ao Budismo Nichiren por um homem totalmente cego, que era verdadeira inspiração para os outros. Durante a nossa conversa, algo realmente ressoou dentro de mim. Desejava absorver um pouco de sua positividade, de sua atitude de busca alegre e do seu entusiasmo pela vida. Participar de reuniões de estudo e de diálogo, nas quais pude aprofundar minha compreensão da filosofia budista e falar sobre a vida, encheu-me de nova energia que não havia sentido antes. Nos anos seguintes, estive presente em quase todas as reuniões da SGI-Reino Unido. Os membros exalavam energia dinâmica, perseverança, coragem, força, além de verdadeira alegria e felicidade. Eles eram como minhas lanternas iluminando meu caminho. O apoio deles era como as raízes de uma árvore interligadas no solo. Foi gratificante participar de conversas sinceras e de profundos diálogos. As reuniões de incentivos me cativaram, revelando como os membros aplicavam a prática budista na vida diária para superar desafios difíceis e, ainda assim, se mantendo otimistas. Enfrentando uma doença incurável Ao longo da minha vida, eu tive alguns problemas de saúde. Há [sete anos], minha condição física se agravou rapidamente e, passados esses anos, o médico me disse que não havia cura. Tudo o que poderiam fazer era proporcionar o máximo de conforto possível para mim. Sofro com uma condição rara chamada síndrome da cabeça caída, que me impede de erguer a cabeça do peito. Apenas quinze centímetros da minha coluna podem se mover, e essa mobilidade está diminuindo de forma progressiva. Por [sete anos], tenho vivido confinada em casa, dependendo da ajuda de cuidadores que me assistem duas vezes por dia. Então, como posso comprovar os benefícios desta prática budista na vida diária? Assim que acordo, fico na porta de casa, agradeço por mais um dia e sorrio para o mundo. Meu espírito nunca foi tão positivo. Tenho grande entusiasmo pela vida. Afinal, meu nome do meio é Joy [Alegria]! A vida é maravilhosa, verdadeiramente alegre e feliz. Há tantas pequenas coisas para apreciar e pelas quais sentir gratidão. Muitas pessoas, incluindo meus cuidadores, me perguntam como consigo manter uma postura tão positiva. Com orgulho, respondo que é porque pratico o Budismo Nichiren.5 Com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados Como vimos ao longo do texto, “budismo é a própria vida diária”. Ou seja, os fundamentos essenciais da prática budista devem ser manifestados no próprio comportamento de quem o aplica. Como observamos no relato de Hazel Williams, mesmo diante de uma grave doença, ela não permite se sentir desencorajada. Levando isso em consideração, Ikeda sensei assevera: “O budismo é um ensinamento que está de acordo com o bom senso e a razão, e existe para que possamos ter uma vida mais sadia, feliz e produtiva”.6 Conforme mencionado nos tópicos anteriores, isso significa que o exercício diário da fé nos possibilita manifestar uma condição interior elevada, como se enxergássemos os desfios cotidianos com sabedoria e sensatez, tanto na maneira como nos relacionamos com as pessoas ao redor quanto no modo como cuidamos da saúde mental e física, e até como organizamos as finanças pessoais. A sabedoria budista deve ser aplicada em todos os aspectos do cotidiano. Ainda que não estejamos no topo do prédio (como ilustrado no início deste texto), o importante é jamais desistirmos e não lamentarmos. Certamente, com a nossa vitória, aqueles que enfrentam dramas parecidos se sentirão impelidos a vencer também. Não devemos nos esquecer de que, com a prática budista, os desafios imediatos serão ultrapassados, mas, indubitavelmente outros irromperão, e logo se desvanecerão. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v.II, p. 389, 2017. 2. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana . São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 94. 3. Terceira Civilização , ed. 668, abr. 2024, pág. 52. 4. Ibidem, pág. 56. 5. Disponível em: https://www.sokaglobal.org/practicing-buddhism/personal- Experiences/living-every-moment-to-the-fullest.html. Acesso em: 14 mar. 2024. 6. Brasil Seikyo , ed. 1.727, 6 dez. 2003, pág. A2.
01/04/2024
Editorial
TC
Propagar o ideal de Ikeda sensei
Querido leitor e familiares! A Editora Brasil Seikyo (EBS) manifesta o mais profundo sentimento de pesar pelo falecimento do grandioso mestre, Daisaku Ikeda. Em meio à tristeza com a notícia de sua partida, nosso coração se encontra junto com o dos senhores. Exercendo seu papel como veículos de comunicação, os periódicos da EBS têm a difícil tarefa de transmitir a notícia do falecimento de Ikeda sensei. Mas, justamente por termos um mestre da vida, essa missão se expande para o eterno compromisso de louvar a sua inigualável existência dedicada à felicidade das pessoas. Assim, nosso desejo é que cada leitor receba esta edição como o registro da nobre vida do Mestre para toda a eternidade. A origem do ideal da batalha das palavras para transmitir a verdade e a justiça que sustentam a Editora Brasil Seikyo começou com Ikeda sensei. São 58 anos protegidos e observados pelo Mestre, que fundou a EBS em 3 de maio de 1965. E neste ano (2023) marcado pela retomada das atividades presenciais, após os desafios globais, renovamos nosso objetivo e nossa missão de transformar vidas e inspirar o mundo. Tudo foi idealizado e acompanhado pelo Mestre, de forma que nossas publicações foram regularmente reportadas a ele, o qual enviou considerações a todos os comunicados. A edição 662 [outubro 2023] da Terceira Civilização foi enviada a Ikeda sensei e ele respondeu: “Entendido”. Essa resposta marca o ciclo, até o último momento, da relação do Mestre com os discípulos por intermédio dos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Que o coração de Ikeda sensei sempre percorra as comunidades e os blocos de toda a BSGI por meio dessa relação cristalizada! No início do capítulo “Gratidão”, volume 28, da Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Por que componho? Para acender a chama da esperança no coração dos amigos imersos na dor e na tristeza e para fazer com que a coragem se transforme em labaredas flamejantes! Para fazer com que ecoem no coração desta e daquela pessoa a harmonia do hino ao ser humano e, juntos, trilharmos o grande caminho da justiça!1 Ikeda sensei sempre escreveu com esse desejo expresso na Nova Revolução Humana e nós, da equipe da editora, temos o compromisso de registrar e perpetuar esse legado em nossos veículos. Faremos desta publicação um verdadeiro marco do renovar da missão de levar esperança e coragem aos leitores. Essa missão só estará completa com seu papel, leitor e discípulo, de fazer o ideal do Mestre em prol do kosen-rufu se propagar amplamente. Que a leitura desta Terceira Civilização acalente seu coração e que a jornada do Mestre apresentada aqui o inspire diversas e diversas vezes a pôr em prática seus ideais para a edificação de glorioso futuro rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai e para a posteridade. Vamos juntos bradar nosso “Muito obrigado, Ikeda sensei”! No topo: Presidente Ikeda caminha pelos arredores do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 1993) Foto: Seikyo Press Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 28, p. 107, 2020.
01/12/2023
Artigos
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Comprovemos convictamente a força do Budismo Nichiren
A compaixão de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, era infinitamente profunda e amável. Recordo-me claramente das comoventes palavras que ele escreveu para um discípulo que enfrentava uma doença: Quando me contaram (...) que fora acometido dessa doença, dia e noite, de manhã e à noite, reportei o assunto ao Sutra do Lótus, de manhã e à noite implorei às divindades do céu azul. E hoje recebo a informação de que se curou da doença. Poderia haver notícia mais feliz do que essa?1 A Soka Gakkai é o reino onde esse espírito de grande compaixão e carinho pulsa forte e calorosamente. Nosso primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, afirmou que, ao comprovar o benefício de praticar o Budismo Nichiren, nós, da Soka Gakkai, possibilitamos que qualquer um entenda facilmente a Lei suprema pela qual a humanidade tanto anseia para viver plenamente — ou seja, a Lei Mística para atingir o estado de buda nesta existência. Declarou também que nunca devemos parar de efetuar esforços até que tenhamos compartilhado esse benefício com todos e os ajudado a alcançar uma felicidade inigualável.2 Em consonância com a poderosa convicção de Makiguchi sensei, nossos membros, desde a fundação da organização,3 acumularam infindáveis provas de realização de revolução humana e de transformação do carma. Essas conquistas foram obtidas enfrentando e superando com bravura todos os tipos de sofrimento e de adversidade — tais como doenças, dificuldades financeiras e discórdias interpessoais — com base na prática firme e constante de recitar Nam-myoho-renge-kyo e ensinar os outros a fazer o mesmo. Os membros compartilham suas experiências repletas de alegria nas reuniões de palestra ao redor do globo. Hoje, esses relatos de comprovação não só aparecem estampados nas páginas do Seikyo Shimbun e de outras publicações impressas, mas também são disponibilizados instantaneamente para o mundo por várias plataformas on-line. Certa ocasião, numa reunião de palestra, um jovem que tinha acabado de iniciar a prática perguntou a Toda sensei sobre a atitude correta na fé. A resposta do meu mestre foi simples: “Você precisa ter a convicção de alguém que comprova”. Incentivando calorosamente o rapaz, prosseguiu explicando: “Isso significa ter convicção de que comprovará a grandiosidade da Lei Mística com seu corpo, sua vida e todo o seu ser”. O budismo ensina que os problemas e as dificuldades que enfrentamos em nossa vida se devem ao princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado”.4 São provações que assumimos de bom grado como bodisatvas da terra para ajudar e conduzir à iluminação aqueles com quem possuímos laços cármicos. Com essa profunda consciência, uma força ilimitada emana de dentro de nós, permitindo que ultrapassemos qualquer obstáculo. O mês seguinte ao do Incidente de Osaka5 [agosto de 1957], lancei-me a uma nova campanha pela vitória do povo, ao lado dos meus queridos e dedicados membros do bairro de Arakawa,6 em Tóquio. Do começo ao fim, proclamei meu desejo de que cada um deles se tornasse feliz sem falta e minha firme convicção de que realizar grandes esforços em prol do kosen-rufu é a única maneira de conseguir isso. Nenhuma atividade da Soka Gakkai jamais é desperdiçada. Todas são para nosso próprio benefício e, ao mesmo tempo, contribuem para a felicidade das outras pessoas, para a prosperidade da sociedade e, em última análise, para a paz mundial. Prontos para assumir os desafios com o coração de um rei leão, sigamos em frente com confiança e dignidade! Juntos com a Soka Gakkai, que se encontra em perfeita sintonia com os ditos dourados de Daishonin, vamos abrir caminhos por meio da oração e converter tudo em vitória. No topo: Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, inaugurado em novembro de 2013, completa dez anos de estabelecimento (Tóquio, Japão) Foto: Seikyo Press Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1034. 2. Traduzido do japonês. Consulte MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de Tsunesaburo Makiguchi], v. 10, Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 27. 3. A Soka Gakkai foi fundada em 18 de novembro de 1930. 4. “Adotar voluntariamente o carma apropriado”: Refere-se aos bodisatvas que, apesar de qualificados a receber as puras recompensas da prática budista, abrem mão delas e selam o juramento de renascer num mundo impuro para salvar seres vivos. Eles propagam a Lei Mística enquanto passam pelos mesmos sofrimentos daqueles que nasceram no mundo maléfico devido ao carma. O termo deriva da interpretação de Miaole sobre relevantes passagens do capítulo 10, “O Mestre da Lei”, do Sutra do Lótus. 5. Incidente de Osaka: Episódio em que o presidente Ikeda, na época coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens, foi detido e indevidamente acusado de violação da lei eleitoral num pleito complementar da Câmara Alta em Osaka, em 1957. Ao final do processo judicial, que se arrastou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado de todas as acusações em 25 de janeiro de 1962. 6. Numa campanha de aproximadamente uma semana no bairro de Arakawa, em agosto de 1957, o presidente Ikeda liderou os integrantes de lá na obtenção de um aumento de 10% de membros, com o acréscimo de mais de duzentas novas famílias.
01/11/2023
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Mês de dezembro
Editorial Propagar o ideal de Ikeda sensei. Nota oficial Nosso eterno mestre da vida. Do Mestre para você Corredores da Justiça Saiba como avançar com o otimismo de um verdadeiro campeão. Faróis da Esperança Por que é importante desafiar a si mesmo? Descubra aqui. Matérias dos níveis DE-Futuro Vamos compartilhar com as outras pessoas o que aprendemos com o Mestre? Sim! DE-Esperança Chegou a hora de os discípulos se levantarem! DE-Herdeiro Veja como dar continuidade aos sonhos do sensei. Quentinhas O que Rolou Inspire-se nas ideias dos encontros da DE nas localidades. DIY Dez Ensinamos a preparar deliciosos canapés para as confraternizações. Quero aprender! Mural de Vitórias Por meio de daimoku e esforço, Rodrigo conta que foi bem-sucedido nos estudos e no futebol. Especial A novidade do CILE vai emocionar adultos e crianças. Quero ver! Matéria do mês Ikeda sensei, eu me esforçarei! Entenda como levar adiante o legado do Mestre e criar uma nova história do kosen-rufu. Aprenda mais sobre o budismo Cápsula do Tempo Teste seus conhecimentos sobre os assuntos publicados na RDez deste ano. ABC do Budismo Oli explica o princípio “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Quero saber! Diversão Passatempo Divirta-se com os jogos da edição.
01/12/2023
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