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Educacional revive a importância do Projeto Makiguti

Tomoya Warashina, aluno de Makiguti em 1932, visita o Brasil para conhecer o Projeto Makiguti

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20/03/1999

Educacional revive a importância do Projeto Makiguti
Na semana passada, entre os dias 10 e 12 de março, a BSGI ganhou um valioso presente com a visita de Tomoya Warashina, 82 anos, ex-aluno do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti.

Durante a sua juventude, Warashina atuou como consultor empresarial, ligado principalmente à diretoria e à presidência de empresas.

Vindo sozinho do Japão exclusivamente para conhecer o Projeto Makiguti, permaneceu no Brasil somente por três dias.

Foi em abril de 1923 que Warashina ingressou na Escola Primária Shirogane, em Tóquio, encontrando-se com Makiguti pela primeira vez.

Conviveu com ele durante seis anos, recebendo ensinamentos que muito contribuíram para o seu desenvolvimento.

“A minha turma foi a primeira a estudar com o mestre Makiguti. Estudávamos das 8 horas até às 12h30. Depois, com a implementação do projeto do professor Makiguti, a carga horária foi aumentando e passamos a estudar até às 16 horas”, conta.

Na época, havia cerca de 230 alunos divididos em dois grupos: feminino e masculino. Atualmente, somente quinze alunos estão vivos, sendo que três são membros da Soka Gakkai.

As lembranças e recordações mais fortes de Makiguti que ficaram marcadas na vida de Warashina foram a fundação da Soka Kyoiku Gakkai e a publicação do livro Soka Kyoikugaku Taikei (Pedagogia para Criação de Valor), que apresenta o projeto de educação de Makiguti, ambos ocorridos no dia 18 de novembro de 1930.

Warashina conta que Makiguti esclareceu o objetivo da educação que até então o governo não havia deixado claro para o próprio país. Makiguti dizia que o objetivo da educação era a felicidade das pessoas, como também a criação de valores.

“Makiguti sempre solicitava aos professores que permanecessem após as aulas. E assim, fazia um planejamento das aulas seguintes. Ele visava a criação de valores humanos, preocupando-se muito com o aprimoramento dos alunos. Era um homem que se dedicava com afinco à pesquisa, pensando constantemente em como poderia descobrir novos métodos para que os alunos pudessem aprender cada vez mais.

“Uma das conclusões a que Makiguti chegou era que não adiantava reprimir ou obrigar os alunos a fazer algo, mas sim, que era extremamente importante elogiá-los”, conta Warashina. “Para ele, a palavra estudo tinha outro significado e uma abrangência bem maior, pois as crianças ficavam com receio dessa palavra. Então, em vez de usar a palavra ‘estudar’ ele utilizava ‘aprender’.

“Ele sempre dizia: ‘vamos aprender juntos.’ Makiguti também não usava a palavra ‘estudo de Gosho’ mas sim ‘aprendizado do Gosho’.

“O que também me impressionava era a postura que Makiguti mantinha de sempre avançar. Dizia que o ser humano não era perfeito e que somente por meio da reflexão é que seria capaz de corrigir seus erros, podendo se desenvolver e se aprimorar cada vez mais. Também costumava dizer que muitas pessoas confundiam reflexão com arrependimento.

“Hoje em dia as pessoas não sabem a diferença entre reflexão e arrependimento. Refletir inclui uma postura da pessoa de querer melhorar. Quanto ao arrependimento a pessoa coloca-se num plano de desapontamento, observando somente as falhas cometidas. Makiguti dizia que não adiantava ficar somente no arrependimento e sim refletir e procurar sempre melhorar”, contou.

Um fato também curioso e importante na vida de Makiguti é que somente depois de aplicar o seu projeto educacional, colhendo resultados totalmente positivos, é que ele lançou seu livro Pedagogia para Criação de Valor.

“Esse livro não foi escrito somente de forma teórica. Ele foi aplicado em sua escola. E, como resultado, recebeu uma homenagem como melhor projeto do munícipio de Tóquio. A sua escola foi considerada uma das melhores”, conta Warashina.

Atualmente Warashina está fazendo uma extensa pesquisa sobre a vida de Makiguti, sendo que 98% dela já está concluída. Todo material que conseguiu irá doar à Soka Gakkai.

Quando soube que o Projeto Makiguti já estava em pleno andamento no Brasil há seis anos, surgiu um forte interesse em conhecer de perto o trabalho realizado pelo Departamento Educacional da BSGI.

Para a coordenadora-geral do Departamento Educacional, Dirce Ivamoto, a visita de Warashina é uma grande comprovação de que o presidente Ikeda está ciente do desenvolvimento do Projeto Makiguti no Brasil e que existe a necessidade de dar continuidade a esse trabalho. “Temos de melhorar esse projeto para realmente corresponder ainda mais ao desejo do presidente Ikeda”, disse.

Durante o período de sua estada no Brasil, Warashina visitou as escolas EMEI “Brenno Ferraz do Amaral”, o Colégio Passo Seguro e a EEPG “Maria Aparecida Machado Julianelli”. Em todas as escolas foi recepcionado por alunos e professores, podendo dialogar e incentivar a todos.

Ao encontrar-se com as crianças sentiu uma grande alegria e ficou admirado pelo esforço e pela dedicação dos professores. “Isso certamente trará uma grande contribuição para o futuro do Brasil”, disse.

A coordendora pedagógica do Colégio Passo Seguro, Mara Custódio, sentiu-se honrada com a visita de Warashina. “Com a atitude do Sr. Tomoya Warashina sentimo-nos motivados a nos empenhar cada vez mais na divulgação dos ideais da SGI em prol da paz, educação e cultura. Suas palavras expressaram a grandiosidade da atuação de Makiguti enquanto diretor e professor. Elas confirmaram o que temos aprendido pelos livros e pelas orientações uma vez que ele pessoalmente conviveu com Makiguti na escola. Que todos nós possamos seguir este exemplo e conservar a saúde como ele tem feito e acima de tudo manter acesa a chama que impulsiona o movimento pelo Kossen-rufu”, disse Mara.

Dessa forma, no último dia 12 de março, Warashina retornou ao Japão para continuar seu trabalho, deixando no coração de vários educadores a importante tarefa de incentivar os jovens a aprenderem, tornando-se grandes valores na sociedade.

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