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Experiência & Comportamento
“Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado...”
Mensagem
BS
O que é felicidade
Mensagem enviada ao um milhão de membros da Divisão das Moças da Soka Gakkai que estão avançando rumo ao século XXI
17/07/1999
E nesse país pioneiro na igualdade entre homens e mulheres, figura também a cidade de Rotorua, a primeira a declarar a abolição total das armas nucleares. Ontem (dia 16 de junho), essa cidade, que possui belos lagos e florestas, concedeu à minha esposa o título de Cidadã Honorária, tornando-se a primeira mulher a receber essa homenagem dessa cidade. Somos também o primeiro casal a receber esse título.
O presidente Ikeda foi homenageado por essa cidade em novembro de 1998.
Esse título foi entregue à minha esposa em comemoração do dia 10 de junho, “Dia da Divisão das Senhoras”. Eu e ela consideramos que essa homenagem foi-lhe concedida como representante de todas as mulheres da SGI e sentimo-nos profundamente honrados com isso.
Minha esposa encontrou-se com o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, com a idade aproximada de um membro da Divisão do Futuro ou de uma garota bem jovem da Divisão das Moças de hoje. Portanto, desde tenra idade ela recebia incentivos do Sr. Makiguti. Depois da guerra, ela se empenhou arduamente, já sob a liderança do segundo presidente Jossei Toda, como membro da Divisão das Moças e, posteriormente, como membro do que seria hoje o “grupo de jovens mães” da Divisão das Senhoras. Como deve ter sido maravilhoso encontrar o Sr. Toda e o Sr. Makiguti!
Que sublime e incomparável história deixamos registrada em nossa vida dedicando-nos às atividades da Gakkai desde a juventude! Todas vocês, membros da Divisão das Moças que estão se devotando à sua missão, são muito importantes. Tenho a convicção de que daqui a trinta ou cinqüenta anos vocês serão admiradas e consideradas como brilhantes exemplos de cidadãs do mundo e pioneiras do novo século das mulheres, e que seguramente desfrutarão uma vida de insuperável boa sorte, confiança e vitórias.
Gostaria de fazer uma reflexão sobre o significado de felicidade. O objetivo principal de nossa vida e de nossa prática é a felicidade. O objetivo principal do budismo é também a felicidade. Por isso, é extremamente importante compreender qual o significado de felicidade. Desde o remoto passado até o presente, do Oriente ao Ocidente, muitas pessoas buscam a resposta para a questão “O que é felicidade?”, mas ela permanece sem ser respondida.
Há muitas pessoas infelizes mesmo tendo muito dinheiro. E há pessoas egoístas que nada fazem senão brigar com os outros ou queixar-se dos demais. Da mesma forma, há pessoas humildes mas com o coração límpido e que conseguem ver o belo em tudo com um espírito poético, e que desfrutam uma grande felicidade.
A felicidade é algo muito pessoal. Mesmo que haja duas pessoas com as mesmas condições de vida, uma pode ser feliz e a outra, infeliz. As pessoas são diferentes, e da mesma forma percebem as coisas de formas distintas. A realidade de nossa vida toma formas infinitas.
Por exemplo, há muitas mulheres que apesar de terem boa sorte na época em que são solteiras — com juventude, beleza e riqueza — acabam em grande tristeza e infelicidade após o casamento. Viver como uma princesa num palácio, comer em pratos de ouro e vestir-se de forma luxuosa não é sinônimo de felicidade. De fato, isso é sufocante e aborrecedor, é tudo fantasia. Apesar de a pessoa que vive assim parecer muito feliz, isso não passa de ostentação; na realidade, essa felicidade é extremamente frágil e efêmera.
No entanto, há também muitas pessoas que aparentam estar sofrendo mas que, com forte determinação e dignidade, estão criando uma condição de vida de imensa felicidade, como se fosse uma magnífica pintura. Para comemorar o qüinquagésimo aniversário de fundação da República Popular da China, foi aberta no Centro Cultural da SGI de Hong Kong uma exposição de pinturas e trabalhos de caligrafia da artista chinesa Fang Zhaoling. A Sra. Fang, nobre mãe da arte, está completando oitenta e cinco anos. As obras realizadas nos últimos três anos estão sendo consideradas como inovadoras, tendo atingido um novo nível de beleza e vigor.
O marido da Sra. Fang morreu muito cedo, deixando-a com oito filhos pequenos para criar. Mas ela continuou a produzir belas obras de arte, como se fosse uma fonte límpida e pura. Sua vida resume um drama de dourado triunfo — mostrando-nos que ao viver trágicas desventuras na juventude, sofrendo em muitas ocasiões as dificuldades dos outros, podemos conduzir uma vida muito mais valiosa. Ela também nos mostra que, no último capítulo da vida, podemos viver com extraordinária vitalidade e disposição.
Se tudo sempre sai da maneira como queremos, nunca conseguiremos experimentar plenamente o sabor da verdadeira felicidade. Nem é preciso dizer que o tesouro da felicidade não se encontra em uma vida tranqüila e ociosa. O diamante da felicidade somente pode ser encontrado nos profundos recônditos da montanha da vida com grande empenho e esforço. Ele não se encontra na busca do divertimento e do prazer em meio à animação e às luzes da cidade ou numa vida ociosa.
O famoso poeta escocês Robert Burns escreveu sobre a felicidade:
“Se não há felicidade
No fundo do seu coração,
Sejamos sábios, ricos ou nobres,
Nunca haverá glorificação!
Nem tesouros nem prazeres
Podem nos dar a felicidade
duradoura:
Sim, é o coração
Que nos torna certos ou
errados.”¹
Ou seja, tanto a felicidade como a infelicidade encontram-se dentro de nós mesmos. Assim como disse Nitiren Daishonin, o que mais importa é o coração (cf. The Major Writings of Nichiren Daishonin, vol. I, pág. 246.).
Daishonin também disse: “Não há maior felicidade para os seres humanos do que orar o Nam-myoho-rengue-kyo.” (END, vol. III, pág. 199.) A recitação do Daimoku é o caminho para a suprema felicidade. Em que baseamos nossa vida diária e os ideais fundamentais aos quais dedicamos nossa vida são os fatores que determinarão a felicidade pelas três existências do passado, presente e futuro. Com o ato de recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, realizamos nossa revolução humana e acumulamos boa sorte e benefícios. Podemos também orar pela eterna felicidade dos falecidos.
Na escritura “O Verdadeiro Objeto de Adoração”, Nitiren Daishonin escreveu: “O estado de Buda é o mais difícil de demonstrar.” (END, vol. I, pág. 58.) A única forma de alcançar o estado de verdadeira felicidade, o estado de Buda, é recitar o Nam-myoho-rengue-kyo e se empenhar pela Lei, pelas pessoas e pela sociedade. A essência do Budismo de Sakyamuni e do Budismo de Tient’ai é a mesma do Budismo de Nitiren Daishonin.
No budismo, as pessoas que têm benevolência são felizes. E as que propagam a Lei são as mais dignas de respeito. Em outras palavras, benevolência é o mesmo que coragem. Recitar o Daimoku e ensinar o budismo com coragem significa benevolência e também felicidade.
Não existem impasses no budismo. Como praticantes, possuímos o caminho eterno da infinita esperança, um jardim de eterna juventude. Jamais devemos nos esquecer de que nós abraçamos o Budismo de Nitiren Daishonin, que ensina que a verdadeira felicidade interior é a fonte de uma inesgotável esperança.
A realidade muitas vezes não é nada bela. Existem muitas pessoas mesquinhas e covardes. Isso já era de esperar, pois vivemos na época maligna dos Últimos Dias da Lei. O fato de nós, da SGI, sermos sempre atacados e difamados e de haver muito ódio e inveja contra nós está exatamente de acordo com o Sutra de Lótus e com as escrituras de Daishonin, que advertem sobre as perseguições que ocorrerão aos praticantes da Lei Mística.
A SGI, que conquistou uma vitória retumbante após a outra apesar das perseguições por causa de nossos esforços para propagar os verdadeiros ensinos do budismo, é uma defensora da mais nobre verdade e justiça. Vocês, membros da Divisão das Moças, que estão vivendo uma existência de felicidade incomparável e uma juventude sadia e produtiva junto com a SGI, devem ter sabedoria e discernimento para compreender a essência dos fatos e jamais serem influenciadas nem amedrontadas por nada.
Na escritura “Retribuição aos Débitos de Gratidão”, Daishonin escreveu: “Cem anos de prática na Terra da Perfeita Felicidade não podem se comparar ao benefício obtido por meio da prática de um dia neste mundo impuro.” (END, vol. IV, pág. 91.) Espero que reflitam sobre essa passagem e gravem-na em sua vida.
Para finalizar, permitam-me citar as palavras de Katherine Mansfield (1888–1923), famosa escritora neozelandesa: “Nesta longa jornada, tornamo-nos nossos próprios mestres. Não há como fugir disso. Temos de vencer por nós próprios.”²
A todas, minhas queridas integrantes da Divisão das Moças, ofereço estas palavras: Que desfrutem boa saúde! Sejam pessoas cheias de esperança! Sejam alegres e radiantes! E sejam vitoriosas!
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