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Experiência & Comportamento
“Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado...”
Editorial
BS
Três avanços e um recuo
17/07/1999
Agora é justamente o momento para refletirmos e darmos uma nova partida, pois ainda temos dois meses para conseguir colocar em prática, antes da chegada da primavera, as três diretrizes eternas da Soka Gakkai, que são a base de nossa luta este ano:
Prática da fé para a harmonia familiar.
Prática da fé para vencer as dificuldades.
Prática da fé para a felicidade pessoal.
Nossa família está em harmonia? Estamos vencendo as dificuldades? Sou uma pessoa feliz?
Se estamos nos dedicando à recitação diária do Gongyo e do Daimoku, lendo as orientações do presidente Ikeda e as escrituras de Nitiren Daishonin e participando ativamente das atividades mas estamos vivendo em constante sofrimento, é momento de refletir. Conhecemos o princípio budista dos Quatro Poderes. Os Poderes do Buda e da Lei estão contidos no Gohonzon e não temos o que cogitar, mas os Poderes da Fé e da Prática existem em nossa vida. Esses sim devem ser analisados. Um dos dois — ou os dois juntos — está com falhas.
O presidente Ikeda diz que de acordo com a força de nossa fé e de nossa prática manifestamos a força do Buda e a força da Lei que estão incorporados no Gohonzon e que a fé é a “arte secreta” para fazer nossa vida transbordar com a mesma força que pulsa no Universo.
Como no Budismo de Nitiren Daishonin tudo reside na vida de cada um, vamos verificar como está o nosso espírito e a nossa atitude, pontos que ninguém pode ver a não ser nós mesmos. Isso é tão fundamental que Nitiren Daishonin escreveu a carta “A virtude invisível e a recompensa visível”. A “virtude invisível” ninguém pode ver. A “recompensa visível” é o resultado, ou efeito, dessa virtude.
Por ser uma escritura curta, vamos transcrevê-la para podermos entender mais profundamente:
Nada é mais terrível numa pessoa do que a deslealdade. Visto que seu irmão mais velho e seu irmão mais novo, por vontade própria, tornaram-se inimigos do Sutra de Lótus e o abandonaram, eles são os desleais, e o senhor não tem culpa.
Porém, se negligenciar cuidar das esposas deles, com certeza estará agindo de forma desleal. Se seu feudo for aumentado, proporcione-lhes o necessário a partir de seus próprios estoques, não poupando esforços para assegurar o bem-estar delas. Somente se fizer isso seus falecidos pais o protegerão sem falta, e as orações de Nitiren também serão respondidas.
Não obstante que falhas as esposas de seus irmãos possam exibir, não preste atenção.
Em vista dos fatos, acredito que se simplesmente agir como recomendo, suas terras serão ainda mais ampliadas e o senhor obterá a confiança dos outros.
Como tenho dito com freqüência, a virtude invisível gera recompensa visível.
Embora todos os seus colegas samurais tenham feito calúnia a seu respeito ao seu lorde, e ele próprio tenha acreditado que essas acusações fossem verdadeiras, pelo fato de o senhor ter, durante alguns anos, acalentado honestamente um forte desejo quanto à salvação de seu lorde em sua próxima vida, pôde receber esse benefício.
E isso é apenas o início, esteja convicto de que a sua grande recompensa ainda está por vir.
Além disso, o senhor deve manter um bom relacionamento com os outros praticantes, não vendo, ouvindo, nem apontando nada a respeito deles que possa desagradá-lo.
Deve permanecer calmo e continuar oferecendo orações. O que mencionei anteriormente não é meramente minha própria opinião. É o âmago dos mil volumes das escrituras externas e dos cinco mil volumes das escrituras internas. (END, vol. VI, págs. 61–62.)
No fundo de cena dessa escritura consta que provavelmente ela foi endereçada a Shijo Kingo.
Como sabemos, Shijo Kingo foi um leal discípulo de Nitiren Daishonin e devido à sua fé no budismo o governo trocou as terras que administrava por uma de valor bem inferior. Não obstante as dificuldades que enfrentou, Shijo Kingo perseverou em sua fé seguindo fielmente as orientações de Nitiren Daishonin, conseguindo assim recuperar a confiança de seu lorde e duplicar a extensão de suas terras.
Essa escritura é propícia para a época que estamos vivendo e nos direciona à forma correta de enfrentarmos qualquer situação para não sermos tragados por ela.
Ao mesmo tempo, alerta-nos a observar nossa postura no dia-a-dia e a não ficarmos apontando as atitudes dos outros a ponto de criarmos desavenças, principalmente na organização.
Tendo como base essa escritura, vamos analisar nossa vida, lembrando que no próximo mês já receberemos a programação das atividades da última etapa deste ano.
Outro princípio bem conhecido na prática budista é o de zensan goiti, que significa “três avanços e um recuo”. Diz-se que o leão quando vai atacar, avança três passos e recua um antes de saltar a fim de extrair o máximo de suas forças e dar um impulso maior ao ataque. E que ele ataca com a mesma ferocidade uma diminuta formiga e um grande animal.
Outra característica também citada do leão é que ele não procura companheiros, mas sua força e determinação fazem com que outros o sigam.
Por isso, o movimento pelo Kossen-rufu somente pode ser desenvolvido por alguém com o espírito de um leão.
Assim, independentemente das circunstâncias à nossa volta, vamos nos empenhar determinados a vencer custe o que custar.
Outro ponto fundamental do motivo pelo qual precisamos ser vitoriosos é que, conforme a diretriz lançada pelo presidente da BSGI, este ano devemos lutar por mil anos. Pelo princípio budista de “consistência do início ao fim”, tudo acaba bem quando começa bem. No final do próximo ano, terminaremos o segundo milênio. No ano 2001 iniciaremos um novo período de mil anos. Se formos derrotados este ano, certamente enfrentaremos um terceiro milênio de grandes dificuldades.
Por tudo isso, não podemos ser derrotados. Então, vamos desafiar, orar e agir, criando causas positivas para os próximos mil anos.
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