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Budismo na Vida Diária

(159) O Caminho do Meio

1a parte

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09/10/2004

(159) O Caminho do Meio
(A): É comum ouvir músicas, assistir filmes ou mesmo conversar com pessoas que estimulam a “viver intensamente cada momento da nossa vida”. Percebo que, às vezes, as pessoas ficam em dúvida sobre como analisar esse tipo de mensagem.

(B): Em um de seus discursos, o presidente Ikeda diz que o Sr. Toda ensinou que jamais devemos ter quaisquer arrependimentos na vida. Ele dizia: “Repita para si mesmo de manhã e à noite as palavras de Daishonin, ‘não passe a sua vida em vão para arrepender-se disto pelos dez mil anos futuros’ (END, vol. V, pág. 154.), e lute com uma fé que fortaleça dia após dia, mês após mês, ano após ano. Isto deve formar a base para seus planos para o ano vindouro e por toda a sua vida. Comece por decidir o que quer fazer. E uma vez decidido, avance em direção ao seu objetivo com coragem e vigor.” Em outras palavras, o mais importante é termos um foco na vida e, então, lutarmos intensamente para alcançá-lo. Outro conceito budista que nos ajuda a conduzir com sabedoria a nossa vida é o do Caminho do Meio.

(A): Embora a palavra “meio” denote moderação, o termo não deve ser interpretado como uma atitude passiva, não é mesmo?

(B): Correto. Neste caso, a palavra “meio” refere-se à conciliação e ao equilíbrio; não à falta de garra ou mesmo ao comodismo. Ter uma postura de ficar “em cima do muro” ou fazer as coisas pela metade não tem nenhuma relação com o conceito de Caminho do Meio.

(C): Em sua Proposta de Paz do ano de 2002 intitulada “O Humanismo do Caminho do Meio — O Alvorecer de uma Civilização Global”, o presidente Ikeda observa: “As formas de pensamento ideológico sempre vinculam um grau de rígida categorização. Porém, a filosofia da Soka Gakkai fundamentada no budismo não requer uniformidade. Em vez disso, ela focaliza a compreensão das reais condições dos tempos e, então, faz as opções mais favoráveis.” Esse é o Caminho do Meio. Isso não deve ser confundido com uma adaptação sem princípios morais ou simplesmente ‘seguir conforme a corrente’. Nós não tentamos “melhorar” o indivíduo ou a sociedade impondo-lhes ideais ou formas pré-existentes. A característica de nossa filosofia está na capacidade de abranger mesmo as entidades opostas e possibilitá-las a evidenciar potenciais positivos inerentes a elas. Isso, porém, de modo nenhum sugere a falta de um sistema de princípios básicos consistentes.”

Ele acrescenta: “Era isso que eu queria enfatizar em minha declaração de que a nossa filosofia tem como característica a capacidade de incluir até mesmo entidades contraditórias e trazer à tona potenciais positivos inerentes. Em outras palavras, impelir as pessoas a fazer uma escolha entre duas entidades aparentemente contraditórias estimula a discriminação onde não há motivo algum para existir.”

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