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Discurso do Presidente da SGI

O crescimento dos jovens é a chave da vitória (2)

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07/10/2006

O crescimento dos jovens é a chave da vitória (2)
Herdando o espírito corajoso dos presidentes fundadores

Outro dia, o Prof. Henry Koda, da Faculdade de Direito da Universidade Soka no Japão, deu-me de presente um antigo gramofone, um mecanismo de reprodução do som inventado por Thomas Edison (1847–1931). O Prof. Koda tem uma extensa carreira de advogado nos Estados Unidos e é autoridade em questões de direitos de propriedade intelectual nos Estados Unidos e no Japão. Ele também é conhecido como colecionador de invenções de Edison. Esse precioso gramofone (manufaturado pela empresa de Edison no ano de 1913) está em exposição no Museu Min-On de Música em Shinanomati, Tóquio.

Junto com o gramofone, o Prof. Koda deu-me também um exemplar de seu livro recentemente publicado, Tensai Ejison no Himitsu — Haha ga Oshieta Nanatsu no Ruru (O segredo da genialidade de Edison — sete regras ensinados por sua mãe).3 Gostaria de compartilhar com vocês algumas palavras de Edison apresentadas nesse livro.

Em primeiro lugar, o inventor disse achar seu trabalho divertido e que nunca, nem mesmo por um único dia, considerou-o como uma tarefa ou obrigação. Esta é uma atitude maravilhosa, uma postura que permite à pessoa alcançar coisas grandiosas.

Edison disse também que a maior fraqueza da pessoa está em desistir, acrescentando que o caminho mais seguro para o sucesso encontra-se em sempre tentar uma vez mais. A perseverança e a determinação de nunca desistir são importantes. As pessoas que têm esse espírito vencem no final.

Edison observou ainda que nosso cérebro, assim como os músculos, são fortalecidos com o exercício. Para dizer a verdade, não há limite para o quanto podemos aprender. Se somos ignorantes ou desinformados, não conseguimos liderar o Kossen-rufu de forma apropriada. Chuko K’ung-ming (também conhecido como Zhuge Liang), o brilhante estadista que foi a personagem principal do romance histórico chinês Romance dos Três Reinos, apresenta uma lista com as oito falhas de um líder — sendo que uma delas é a falta de sabedoria que resulta em não estar preparado para as situações imprevistas.4

O padrão imutável da perseguição

Já está chegando o mês de julho novamente — um mês repleto do espírito de mestre e discípulo. A história dos mestres e discípulos Soka enfrentando a perseguição pelo bem do budismo brilhará para sempre.

Como todos sabem, o Sr. Makiguti e o Sr. Toda, que combateram a opressão do governo militar japonês, foram presos no dia 6 de julho de 1943. O Sr. Makiguti morreu na prisão em 18 de novembro de 1944, e o Sr. Toda foi libertado no ano seguinte, em 3 de julho de 1945.

As pessoas que aceitam e praticam o Sutra de Lótus enfrentarão inevitavelmente a perseguição. Serão atacadas, caluniadas, odiadas e invejadas. (Cf. LS13, pág. 193.) Esse é o padrão imutável da perseguição conforme descrito no Sutra de Lótus, e é o inexorável destino de todos que procuram concretizar o Kossen-rufu. De acordo com esse padrão, tanto o Sr. Makiguti como o Sr. Toda foram perseguidos e presos.

Como terceiro presidente, também fui alvo de inimaginável rancor e inveja. Nem tenho como começar a contar o número de vezes em que fui importunado ou atacado nem as tantas histórias falsas e difamatórias que foram publicadas para acabar com minha reputação. Devido aos esforços que empreendi para propagar o Kossen-rufu, eu também fui perseguido pelas autoridades e preso assim como meus dois predecessores. Isso ocorreu no Incidente de Osaka.

Mas, da perspectiva do Sutra de Lótus, todas as perseguições que sofremos foram honrarias, a prova de que os esforços que empreendemos para concretizar o Kossen-rufu estão corretos.

O Incidente de Osaka refere-se à injusta prisão ocorrida no dia 3 de julho de 1957 e às duas semanas de detenção que o presidente Ikeda passou quando era responsável da Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, sob alegação de ter violado as leis eleitorais por ocasião da eleição parcial para a Câmara Alta de Osaka. Alguns membros da Soka Gakkai violaram a lei ao realizar a campanha de porta em porta para angariar votos, uma atividade considerada ilegal no Japão. A Promotoria de Osaka sustentou que o presidente Ikeda, então responsável por toda a campanha da Soka Gakkai, havia ordenado que essas atividades fossem realizadas. Acreditava-se que o rápido crescimento da Soka Gakkai, com seu comprometimento em dar poderes às pessoas comuns, era visto como uma ameaça pelas autoridades, o que levou ao Incidente de Osaka. No entanto, as acusações contra o presidente Ikeda foram consideradas como falsas no julgamento. Não apenas o pedido da promotoria de dez meses de prisão foi rejeitado como também no dia 25 de janeiro de 1962 o juiz presidente do tribunal Isao Tanaka declarou o presidente Ikeda inocente de todas as acusações.

Dedicação ao Kossen-rufu até o momento final

Hoje, como estamos prestando um tributo à memória do Sr. Makiguti e do Sr. Toda, gostaria de reconfirmar, para o bem da posteridade, os eventos que levaram à prisão deles.

No dia 2 de julho de 1943, o Sr. Makiguti viajou para a cidade de Shimoda, que fica na província de Izu, junto com dois membros para realizarem a propagação do Budismo de Daishonin. Ele participou de reuniões de palestra nos dias 2, 3 e 4 de julho. No dia 5, dirigiu-se para a localidade de Suzaki, em Shimoda, para apresentar o Budismo de Daishonin ao pai de um de seus acompanhantes.

Na manhã do dia 6 de julho, em Suzaki, dois oficiais da Polícia Especial — conhecida como “polícia de consciência” — pediram-lhe que os acompanhassem até a delegacia. Eles o fizeram caminhar 4,7 quilômetros até a Delegacia de Shimoda e lá o prenderam. Isso aconteceu no auge do verão e a longa caminhada deve ter sido extremamente exaustiva para o idoso Sr. Makiguti.

Atualmente, naquela mesma estrada está o Auditório Memorial Makiguti da Soka Gakkai de Shimoda, inaugurado em janeiro de 2004 — ano que marcou o 60o aniversário de falecimento de nosso presidente fundador. Um monumento em memória da perseguição que ele sofreu por causa do budismo adorna o local.

O Sr. Makiguti foi acusado de ter violado a famosa Lei de Preservação da Paz da época da guerra e de ter cometido crime de lesa-majestade — ou seja, de traição contra o Estado. Ele já havia sido alvo de perseguição alguns anos antes da prisão. Por volta do ano de 1941, as reuniões de palestra da Soka Gakkai e outras atividades começaram a ser objeto de vigilância regular por parte dos oficiais da Polícia Especial e, em maio de 1942, o jornal Kachi Sozo (Criação de Valor) da Soka Gakkai foi censurado. Em maio de 1943, o Sr. Makiguti passou por um interrogatório que durou uma semana na Delegacia de Polícia de Nakano, em Tóquio, pelo fato de a Soka Gakkai ter se recusado a aceitar o talismã xintoísta.

No entanto, apesar da contínua hostilidade da polícia, o Sr. Makiguti empreendeu uma longa jornada até Izu para propagar o Budismo de Daishonin e participar de reuniões de palestra nessa localidade. Ele se dedicou totalmente ao Kossen-rufu até o momento da prisão.

O Sr. Toda também foi preso na manhã do dia 6 de julho, pelas mesmas duas acusações que o Sr. Makiguti. A prisão ocorreu em sua casa em Shirokanedai, Tóquio, sendo que ele foi então levado e detido na Delegacia de Takanawa, que ficava ali perto.

Em 7 de julho, o Sr. Makiguti foi transferido da Delegacia de Shimoda para o Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio (DPM; que ficava em Kasumigaseki). Após a prisão, a polícia vasculhou a casa do Sr. Makiguti em Mejiro, a sede da Soka Kyoiku Gakkai (em Kanda; precursora da Soka Gakkai), e a Jishu Gakkan (em Osaki, Shinagawa; academia particular que o Sr. Toda fundou para implementar as teorias educacionais de seu mestre), confiscando exemplares do Gosho, os escritos do Sr. Makiguti e outros materiais.

Por volta de março do ano seguinte (1944), um total de 21 altos líderes da Soka Gakkai haviam sido presos. Porém, o Sr. Toda foi o único discípulo que permaneceu na prisão com o Sr. Makiguti até o fim. Somente ele manteve os ideais e o sonho de seu mestre martirizado e se levantou para vingá-lo.

É fácil falar sobre o conceito de mestre e discípulo, mas o Sr. Toda tinha o mais profundo comprometimento que pode existir para com o Sr. Makiguti. Sei disso mais do que ninguém. E eu servi ao Sr. Toda com a mesma inabalável determinação com a qual ele serviu ao Sr. Makiguti. Mantive viva a luta de importância fundamental de meus predecessores e fiz com que o nome deles ficasse conhecido no mundo inteiro. Eu protegi e cuidei de seus familiares com a máxima sinceridade. O espírito do budismo pulsa com todo vigor na vida dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai. Eles demonstraram a unicidade de mestre e discípulo com a própria vida. Creio que não há relacionamento humano mais sublime que o de mestres e discípulos cujo coração é um só.

A última despedida

Em setembro de 1943, dois meses após a prisão, o Sr. Makiguti e o Sr. Toda foram colocados juntos na sala de interrogatório do DPM da Polícia Especial.

Após a guerra, numa cerimônia pela passagem do sétimo ano do falecimento do Sr. Makiguti, o Sr. Toda recordou a tamanha ira que sentiu com um dos interrogadores que naquele dia gritou com seu mestre.

Num certo momento, o Sr. Makiguti pegou um barbeador, que lhe havia sido enviado num pacote por seus familiares, e olhou para ele com nostalgia. Ao ver aquilo, o oficial da polícia gritou: “Largue isso! Onde pensa que está?!” Posteriormente, o Sr. Toda recordou aquele incidente, dizendo: “O Sr. Makiguti largou o barbeador com uma expressão triste e resignada. No entanto, apesar de aparentemente ser forçado a se submeter às leis da nação, ele permaneceu firme em seu coração. Ele era, acima de tudo, o presidente da Soka Gakkai. Ao observar a maneira como foi tratado, senti profunda indignação”.

Alguns dias depois, naquele mesmo mês (setembro de 1943), o Sr. Makiguti foi transferido do DPM para a Casa de Detenção de Tóquio, em Sugamo, onde foi colocado na solitária, em uma minúscula cela (de 1,80 m por 2,70 m). O Sr. Toda encontrou o Sr. Makiguti no DPM quando este estava para ser levado para Sugamo. Ele bradou: “Sensei, por favor, cuide-se!” e o Sr. Makiguti meneou a cabeça afirmativamente e em silêncio. Essa foi a última despedida que tiveram nesta vida.

A partir daquele momento, os chamados promotores de consciência começaram o intenso interrogatório do Sr. Makiguti na Casa de Detenção de Tóquio.

Um claro registro de grandiosidade

O Boletim Mensal da Polícia Especial (edição de julho de 1943) descreve da seguinte forma as razões para a prisão do Sr. Makiguti: “Há vários elementos subversivos e sediciosos no pensamento e na crença do presidente Makiguti e outros integrantes da organização. (...) Eles professam doutrinas subversivas que declaram que ‘Qualquer pessoa que calunie o Sutra de Lótus ou Nitiren será punido’ e ‘Não há nenhuma necessidade de adorar o Relicário Ise [importante relicário dedicado à deusa Sol xintoísta, Amaterasu Omikami]’”. No Japão da época da guerra, quando toda a população foi forçada a se converter ao Estado Xintoísta, essas declarações feitas pela liderança da Soka Gakkai foram realmente muito corajosas.

Apesar do implacável tormento a que foi submetido, o Sr. Makiguti se recusou a atrair suas crenças. Ele tentou até mesmo apresentar o Budismo de Nitiren Daishonin aos seus guardas, e lia o Gosho constantemente. O fundador de nosso movimento Soka foi de fato um indivíduo altaneiro.

Outra edição do Boletim Mensal da Polícia Especial (edição de dezembro de 1943) inclui as acusações oficiais contra o Sr. Makiguti. A razão principal para a acusação foi que ele, no período aproximado de dois anos antes da prisão, realizou uma média de uma reunião de dirigentes por mês, e também quatro convenções e mais de 240 reuniões de palestra, e fez ainda dez viagens de orientação. O boletim apresenta um claro registro da grandiosidade do Sr. Makiguti.

Os atos covardes do clero

Enquanto o Sr. Makiguti e o Sr. Toda arriscavam a vida pelo Kossen-rufu lutando contra a opressão do governo, o que o clero fazia? É inacreditável, mas, em julho de 1943, quando os dois líderes da Soka Gakkai foram presos, a Nitiren Shoshu proibiu os dois e também outros altos líderes de realizarem a peregrinação ao Templo Principal e de visitar os templos locais. Além disso, o clero retirou o nome do Sr. Makiguti do registro de leigos. No mesmo mês, dois bonzos da Nitiren Shoshu visitaram a casa do presidente Makiguti e pressionaram seus familiares a pedirem a ele que deixasse suas opiniões de lado. Seus familiares se recusaram a fazer isso. Esses atos covardes da parte dos integrantes do clero foram todos motivados pelo medo que sentiam de atrair a cólera das autoridades.

Após ter aceitado o talismã xintoísta e ter cometido várias outras calúnias contra a Lei durante a guerra, o clero sofreu um grande incêndio no Templo Principal Taissekiji ocorrido no dia 17 de junho de 1945. Muitos dos importantes prédios — incluindo o salão Shoin, onde o talismã xintoísta foi consagrado — foram consumidos pelas chamas, e o então sumo-prelado Nikkyo morreu queimado.

Já naquela época, o sangue vital da fé dedicada à concretização do Kossen-rufu não mais existia no clero, permanecendo fluindo apenas na Soka Gakkai.

A importância do planejamento e dos preparativos

Gostaria de apresentar agora mais algumas orientações do presidente Toda.

Ele sempre dizia aos jovens: “Estejam sempre prontos para trabalhar com humildade e disposição em prol do Kossen-rufu”. Ele ensinou aos seus jovens sucessores a nunca se esquecer de serem pessoas modestas por toda a vida. Ele lhes mostrava qual deve ser a atitude apropriada para os discípulos. No momento em que perdemos o espírito de procura e deixamos a arrogância nos dominar, começamos imediatamente a afundar na derrota. Como é maravilhoso ter um mestre que nos mostra isso.

O Sr. Toda também disse: “Empreender uma batalha que leva a um resultado sem nenhum arrependimento depende de uma estratégia formulada antecipadamente. Esta é uma regra da qual devem sempre se lembrar nas batalhas pelo Kossen-rufu que estão para acontecer”. Ele salientava firmemente a importância do planejamento estratégico. E solicitava aos discípulos que pensassem, que usassem a cabeça e ficassem totalmente preparados, pois sabia que a maior parte da vitória seria decidida no estágio de planejamento estratégico. Pular a parte dos preparativos porque são um aborrecimento ou depreciar a necessidade de planejar nossa estratégia significa simplesmente criar a causa para a derrota. Tudo está sob a responsabilidade dos líderes.

O Sr. Toda também dizia que não podia depositar muita confiança em alguém que não fosse capaz de representar a Soka Gakkai de maneira eficaz em público. Ele ensinou especialmente aos jovens que lutar com todo furor para defender a Soka Gakkai contra as críticas e deixar tudo esclarecido é a forma de moldar a personalidade. Foi por isso que, quando trabalhei para o presidente Toda, atuei na vanguarda de todos os esforços no campo das relações públicas, seguindo seu direcionamento ao pé da letra.

A juventude se origina da energia vital

Gostaria agora de compartilhar algumas das orientações do Sr. Toda para as mulheres. Ele disse as seguintes palavras: “As mulheres devem ter sempre vitalidade para se esforçar ao máximo. (...) A juventude se origina da energia vital”.

Há jovens que aparentam surpreendentemente ser velhos, e há pessoas idosas que, não importando o quanto os anos passem, irradiam sempre o brilho da juventude. A diferença entre ambos está na energia vital, em sua força interior.

Gostaria de dedicar estas palavras do Sr. Toda especialmente para a Divisão Feminina de Jovens: “A felicidade da mulher não é decidida em sua juventude. A juventude é uma época de desafio e treinamento durante a qual vocês constroem a base para sua eterna felicidade”. O Sr. Toda desejava que todos os membros da Divisão Feminina de Jovens se tornassem felizes. Simplesmente se enfeitar exteriormente não leva à verdadeira felicidade. É somente com a Lei Mística que se consegue construir a base para uma felicidade absoluta que ninguém consegue destruir. Esse é o propósito da fé, da prática e do estudo do Budismo de Nitiren Daishonin. O Sr. Toda incentivou as jovens com rigorosidade, mas também carinho, dizendo: “Vocês devem acumular uma sólida boa sorte na vida esforçando-se na fé, na prática e no estudo”.

Ninguém consegue evitar os problemas

O Sr. Toda também orientou para as jovens: “Todos manifestam sentimentos negativos e ficam irritados quando enfrentam dificuldades, mas isso realmente não é bom. Por mais que sua situação seja difícil, mantenham um sentimento positivo e generoso”. Os problemas e sofrimentos fazem parte da vida. Ninguém consegue evitá-los. Especialmente por serem pessoas que possuem uma profunda missão, vocês estão destinadas a enfrentarem vários obstáculos e revezes. Mas não devem permitir serem derrotadas por eles.

As dificuldades cultivam e fortalecem o caráter. As mulheres que abraçam a Lei Mística com toda a certeza serão felizes. As pessoas que mais sofreram conquistam a maior felicidade. Assim é a Lei Mística.

O contínuo empenho para aprofundar a fé

Não podemos nos tornar fortes sem treinamento. O Sr. Toda disse: “Com um pouco de orientação e conselho rigorosos ao longo do caminho, qualquer pessoa consegue melhorar com o passar do tempo”.

Ao falar sobre como os jovens devem se comportar no mundo, ele declarou: “Realmente tenham satisfação em fazer o que fazem em cada emprego que tiverem. É importante para os jovens viverem com um senso de missão pessoal”. Ele também os incentivava, dizendo: “Sigam firmemente na vida! não vivam por objetivos fúteis, mas dediquem-se à verdade! Tenham paciência e persistência!”

Nunca me esquecerei também destas palavras proferidas por ele: “As pessoas não gostam de gente mesquinha e egoísta”. Ninguém gosta de quem se preocupa só consigo próprio, de pessoas maldosas e interesseiras. Estarão acabados como líderes se ninguém gostar de vocês.

Os líderes do Kossen-rufu devem ser justos e objetivos. As pessoas que sempre se preocupam primeiro com seus próprios compromissos ou interesses não conseguem enxergar os outros de forma objetiva. Para evitar isso, devemos nos esforçar constantemente para aprofundar a fé.

Gostaria também que nossos líderes gravassem as seguintes palavras do Sr. Toda no coração: “Em vez de considerar as pessoas do ponto de vista da posição que elas ocupam na organização, vocês devem olhar para elas do ponto de vista da fé. Há muitos membros que têm uma fé realmente sincera mesmo apesar de não terem uma alta função na organização. Nunca se esqueçam de que o espírito de respeitar e elogiar, incentivar e apoiar os membros com toda sinceridade é um testemunho de sua própria fé”.

Cuidado com o inimigo interior

Gostaria de citar a seguir algumas passagens dos escritos de Nitiren Daishonin. Ele declarou: “Nem os não-budistas nem os inimigos do budismo conseguem destruir o correto ensino d’Aquele que Trouxe a Verdade, mas os discípulos do Buda conseguem. Conforme diz o sutra, somente os vermes nascidos do corpo do leão alimentam-se dele”. (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], pág. 302.) Ele adverte para o fato de que nossos inimigos não são externos; o budismo somente pode ser destruído a partir de dentro. É uma verdade imutável que os traidores sempre aparecem internamente. Não devemos nunca aprovar o comportamento covarde das pessoas que traem a confiança de seus companheiros de fé.

O budismo enfatizava a importância da gratidão. Daishonin escreveu: “As pessoas dos dois veículos [Erudição e Absorção] não têm nenhuma gratidão [tal como a gratidão aos pais, aos mestres, ao governante da nação, ao seu lorde, aos seres vivos e ao Buda]. Portanto, despertar a mente dos dois veículos mesmo que seja por um instante é mais grave que cometer os dez maus atos5 ou cinco atos malignos”.6 (Gosho Zenshu [GZ], pág. 435.)

Por “a mente dos dois veículos”, Daishonin quer dizer a tendência a esquecer-se de beneficiar as outras pessoas e preocupar-se apenas com seu próprio benefício. Essa preocupação consigo próprio impede que a pessoa pague suas dívidas de gratidão e é portanto uma ofensa ainda mais grave que cometer os dez maus atos ou os cinco atos malignos. É também um impedimento à sua iluminação.

Aqueles que se vangloriam de sua educação superior, de ter fama mundial, poder e posição tendem a ser especialmente vulneráveis à ingratidão. As pessoas que não têm gratidão conseqüentemente afundam na miséria. O final da vida dessas pessoas é realmente lamentável. Observei muitas pessoas de minha época e posso confirmar a veracidade das palavras de Daishonin. É por isso que o budismo é tão rigoroso em nos advertir contra a ingratidão e a falta de consideração.

Estimem as pessoas que abraçam o ensino correto

Preocupado unicamente com o bem-estar do país e a felicidade do povo e indiferente a qualquer dificuldade que pudesse lhe ocorrer, Nitiren Daishonin foi adiante e indicou qual era o caminho correto para os líderes da nação. Mas, em vez de dar ouvidos ao seu conselho muito bem fundamentado, as autoridades se uniram com pessoas infames e pagaram a sincera preocupação de Daishonin com uma perseguição que colocou sua vida em risco.

Fazendo um comentário sobre essa questão, Daishonin escreveu: “Vemos assim que duas formas de mal apareceram lado a lado: o grave erro de dar atenção a pessoas de grande maldade e a grave ofensa de desonrar as pessoas de grande bem que abraçam o ensino correto” (GZ, pág. 357), e ele menciona isso como uma razão para “uma ocorrência de gravidade sem precedentes [ou seja, a calamidade das invasões dos mongóis] que cairia sobre a nação” (GZ, pág. 357.) A forma como a sociedade trata “as pessoas de grande bem que abraçam o ensino correto” decidirá o futuro.

Em outro escrito, ao falar de um dos benefícios provenientes do ato de oferecer alimento, ou sustento, a outras pessoas — em outras palavras, o benefício de “obter força”— Daishonin escreveu: “Como a pessoa ‘obtém força’, tendo nascido no mundo humano ou celestial, ela se torna uma pessoa de virtude e influência, atraindo muitos seguidores”. (WND, pág. 667.) Todos vocês também estão acumulando benefícios inimagináveis graças aos esforços empreendidos dia e noite para oferecer aos outros apoio na forma de esperança e encorajamento, dando-lhes força para continuarem vivendo. Com certeza, vocês irão se tornar líderes de todos os domínios existência após existência, atraindo muitas pessoas para seu lado.

Por fim, permitam-me apresentar estas inspiradoras palavras do escritor francês Romain Rolland (1866–1944): “É somente com a vitória na luta que consigo abrir meu caminho!”7 Vamos fazer deste o nosso lema também! Vamos abrir o caminho com a vitória! Vamos vencer pelo bem da Soka Gakkai!

Eu construirei uma firme base para o Kossen-rufu pelo bem de vocês, meus sucessores. Este é meu oferecimento a todos os que me seguirão. Encerro minhas palavras de hoje afirmando que estou dando todos os passos necessários para concretizar este objetivo.

Obrigado por me ouvirem com tanta paciência.

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