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Editorial

Por uma competição humanitária

(Uma proposta do presidente da SGI para a ONU)

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14/10/2006

Por uma competição humanitária
No final de agosto, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, encontrou-se com o subsecretário-geral das Nações Unidas, Anwarul K. Chowdhury, em Tóquio. Nessa ocasião, ele encaminhou uma proposta de reforma das Nações Unidas, a qual será publicada em encarte especial na edição de novembro da revista Terceira Civilização, em comemoração do aniversário de fundação da Soka Gakkai.

Um dos pontos que mais chamam a atenção nessa proposta é o conceito de competição humanitária, emprestado das idéias educacionais de Tsunessaburo Makiguti. Eis um trecho:

“A idéia de competição humanitária foi proposta pelo presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, em sua obra de 1903, Geografia da Vida Humana. Escrevendo em uma era em que as forças do imperialismo e do colonialismo eram dominantes em todo o mundo, Makiguti criticou a mentalidade da época na qual a questão crucial da felicidade humana individual era obscurecida pela intensa competição nas esferas militar, econômica e política. Revendo a evolução desse fato, ele clamou por uma transição dessas formas predatórias de competição para o que descreveu como sendo uma competição humanitária, na qual nos empenhamos baseados em nosso ethos de coexistência tanto para a nossa felicidade quanto para a de outros. (...)

“Esse processo de suplantar o exercício da autoridade com a conquista do sincero respeito pode ser expresso em termos contemporâneos como uma transição para longe da competição do hard power, em que as sociedades buscam dominar umas às outras por meio da força militar e política ou por um opressivo poder econômico. Em vez disso, cada país deveria competir no campo do soft power — competindo para acumular confiança e amizade, manifestando força diplomática e cultural e, por meio de contribuições no campo da cooperação internacional, que empreguem toda a gama de recursos humanos, tecnológicos e experiência. Esta, creio eu, é a essência da proposta de Makiguti.

“Se essa competição humanitária — uma competição por uma influência ampliada baseada no soft power — enraizar-se firmemente, veremos o fim da competição convencional que não leva a nada e em que os vitoriosos prevalecem pelo sacrifício e sofrimento dos perdedores. Ela descortinará o caminho de uma era em que todos ganhem, em que a dignidade de cada pessoa no globo seja honrada e em que cada país possa competir de forma construtiva para contribuir melhor com a humanidade.”1

Esse conceito, que o presidente da SGI propõe que seja aplicado no âmbito das nações, guarda fortes conotações com relação à própria visão budista da vida, que considera a existência humana como uma intensa batalha pela felicidade e realização individual. Não há nenhuma utopia nisso, e a realidade comprova este fato: a vida é uma grande luta, do início ao fim.

Para que ela seja realmente humanitária, Makiguti defendia que deveria ser interiormente orientada, de forma muito semelhante ao conceito de soft power, muitas vezes citado pelo presidente da SGI. Dessa forma, a competição humanitária de Makiguti seria aquela do indivíduo contra ele próprio, contra suas próprias tendências negativas, o que levaria a competição a se tornar cooperação, gerando sinergia.

São idéias realmente interessantes e que são vivenciadas no dia-a-dia pelos membros da SGI em todo o mundo. Se os indivíduos podem ser pautados por essa filosofia de cooperação, por que não as nações? É exatamente essa a proposta do presidente da SGI.

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