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Editorial

Um novo modo ver a vida

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28/11/2009

Um novo modo ver a vida
Em 18 de novembro, a Soka Gakkai completou 79 anos. Os fundadores Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda foram presos durante a Segunda Guerra Mundial por se oporem à política de unificação religiosa no Japão. Makiguti faleceu na prisão, em 18 de novembro de 1944, aos 73 anos.

Mas seu ideal não morreu com ele — foi herdado por seu discípulo e sucessor Jossei Toda. E Daisaku Ikeda, atual líder da SGI, tem difundido para o mundo o legado de Makiguti. Por meio desses dois homens, hoje conhecemos a extraordinária personalidade de Makiguti e seus pensamentos.

Makiguti defendia a Teoria de Criação de Valores, tendo como base o valor do belo, do benefício e do bem. Ele dizia que no campo do trabalho, o valor do belo significa encontrar um emprego de que gostem; o valor do benefício é ser bem remunerado por ele e o valor do bem, que esse emprego ajude os outros e contribua para a sociedade.

As pessoas querem encontrar esse tipo de emprego, mas poucas pessoas são capazes de encontrá-lo. Podemos ter um trabalho de que gostamos, porém, mal remunerados. Ou então, ter um ótimo salário e trabalhar com uma pessoa que detestamos. Quando nos deparamos com essa situação, tendemos a reagir de maneira negativa e pouco construtiva, ou seja, nos baseamos em valores negativos que impedem o nosso desenvolvimento. Mas quando, por meio da prática budista, encaramos isso como um desafio, buscando nos tornar indispensáveis e fazendo o melhor, criamos um novo valor em nossa vida. Esses esforços, essa mudança de pensamento se manifestará em benéficos na vida. E chegará o momento em que, sem que percebamos, estaremos fazendo algo de que gostamos, sustentando nossa vida e contribuindo positivamente para a sociedade. Esse é o grande benefício da Lei Mística, observava Makiguti.

As vívidas lições do Buda Sakyamuni

Comentando sobre a personalidade de Sakyamuni, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, cita a famosa: “Se desejar compreender as causas que existiram no passado, veja os resultados que são manifestados no presente. E se desejar compreender quais resultados serão manifestados no futuro, olhe as causas que existem no presente”. (END, vol. 2, pág. 164.)

Por meio dessa passagem, Sakyamuni ensina a não sermos reféns do passado nem temerosos com relação ao futuro. Seu intento é nos encorajar a “cavar a terra sobre a qual estamos”, pois a felicidade não se encontra em outro local — bonito e agradável —, ela é construída, aqui e agora, no local onde vivemos. E somente nós podemos fazer jorrar o manancial que tornará esse ambiente um oásis de boa sorte e felicidade.

Outro aspecto da personalidade do Buda é a sua atitude de ouvir atentamente as pessoas e encorajá-las. Por exemplo, quando uma mãe, em sua dor, pediu ao Buda que revivesse o filho, Sakyamuni concordou, contanto que ela lhe trouxesse algumas sementes de papoula. Mas essas sementes deveriam ser de um lar que a morte ainda não tivesse visitado. Desesperada, a mãe começou a buscar por uma casa nessas condições. Naturalmente, não encontrou nenhuma.

Então, ela começou a perceber que não era a única a experimentar essa tristeza, que cada lar abrigava o mesmo peso da privação e perda. Assim, ela determinou superar sua própria dor. Essa história, assim como muitas outras, ilustra a grande percepção do Buda com relação às profundezas do coração humano, e a sabedoria e benevolência que ele possuía para auxiliar as pessoas a elevarem sua condição de vida.

Essa empatia com o sofrimento alheio sempre deve ser cultivada na organização, onde as pessoas interagem entre si, incentivam-se mutuamente e superam suas vicissitudes por meio da prática budista.

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