Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes
BS
Chakubuku - Parte 2
a estrada que conduz
11/12/2010
Primeira história
O drama de incentivar uma mãe e sua filha
A primeira história é uma adaptação de um trecho da explanação do presidente Ikeda sobre as cartas de condolências enviadas por Nitiren Daishonin à família de Nanjo Tokimitsu.
O incentivo de um buda a uma mãe
Uma mãe sentada à beira da estrada chora após o falecimento de seu filho. Provavelmente, nenhuma palavra poderia tocar o coração dela. Aqueles que passam, são incapazes de fazer algo por ela. Sem outra escolha, continuam caminhando apressadamente. Ocasionalmente, um clérigo pode parar diante dela e tentar instruí-la aparentando uma falsa iluminação. Mas, de fato, ninguém pode compartilhar a dor de uma mãe. Apesar de enviar o homem ao espaço, a ciência não pode atenuar a tristeza de uma mãe. Talvez apenas as palavras de uma outra mãe que tenha passado pela mesma situação podem confortá-la.
O que o Buda faria numa ocasião como essa?
Provavelmente, ele se sentaria ao lado da mãe e simplesmente ficaria ali, sem dizer uma única palavra. Mesmo que nenhuma palavra fosse trocada, a mãe sentiria a calorosa preocupação do Buda. Consequentemente, a mãe levantaria o rosto e, ali, diante de seus olhos, estaria o rosto do Buda, que compreende todas as suas tristezas. O Buda inclinaria a cabeça e a mãe também faria o mesmo.
Mesmo sem palavras, não há encorajamento maior do que esse sincero intercâmbio. Por outro lado, mesmo que um milhão de palavras fossem ditas, nada seria comunicado sem esse intercâmbio sincero. Por fim, o Buda se levantaria, e a mãe, seguindo seu exemplo, provavelmente faria o mesmo. E então, juntos, avançariam um passo após o outro com seu caminho suavemente iluminado pela luz da Lua.
O Buda continuaria a encorajá-la até que a mãe erguesse a cabeça mais alto e determinasse conduzir uma vida de grande valor em prol de seu filho falecido. (Brasil Seikyo, edição no 1.391, 13 de novembro de 1996, pág. 3.)
Segunda história
O juramento de Purna
A segunda história relata o juramento Seigan de um discípulo de Sakyamuni chamado Purna. No capítulo “Profecia de Iluminação para Quinhentos Discípulos”, Sakyamuni profetiza a Iluminação de Purna. Dentre os discípulos de Sakyamuni, Purna era conhecido como o melhor em propagar a Lei e também em eloquência. Na época, Purna empreendeu uma jornada para propagar o ensino de Sakyamuni entre as pessoas numa outra terra. Um texto budista registra um episódio que ocorreu antes dessa partida que esclarece a personalidade de Purna como o melhor discípulo em propagar a Lei.
Quando Purna conta ao Buda que está embarcando numa jornada de propagação, Sakyamuni pergunta-lhe:
— Purna, as pessoas daquela terra são conhecidas como de temperamento rude. Sem compreender as razões das coisas, elas constantemente falam mal dos outros. Provavelmente, irão ridicularizá-lo e maltratá-lo. Quando isso acontecer, o que fará?
Purna responde:
— Se isso acontecer, direi a mim mesmo: “Como não me golpeiam com seus punhos, as pessoas desta terra são boas”.
— Se baterem em você com bastões, o que fará?
— Direi a mim mesmo: “Como não me chicoteiam, são pessoas boas”.
— E se o chicotearem?
— Direi a mim mesmo: “Como elas não me ferem com espadas, são pessoas boas”.
— E se elas o ferirem com espadas?
— Direi a mim mesmo: “Uma vez que não me matam, são pessoas boas”.
— O que, então, dirá você, Purna, se for morto pelas pessoas daquele país?
O discípulo respondeu sem hesitar:
— Há alguns que procuram a morte. Uma vez que, ao ser morto, sem procurar a morte, poderei descartar este corpo pobre e impuro em prol da lei budista, isso me trará a maior alegria.
Sakyamuni tranquilizou-se.
— Muito bem! — disse ele — Se você possui essa determinação, tudo estará bem. Vá e seja vitorioso.
Purna, como é relatado, foi àquela terra e converteu muitas pessoas ao budismo. Ele concretizou seu desejo.(Brasil Seikyo, edição no 1.406, 15 de março de 1997, pág. 3.)
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