Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes
BS
Diálogo, a essência do Budismo
17/09/2011
O diálogo é a essência do Budismo Nitiren porque conduz as pessoas à iluminação assim como o Buda fez. Dialogar é um exercício do estado de Buda.
Vida a vida, coração a coração
Para o diálogo existir, deve-se partir do princípio de que o outro é um buda. E, ao se esforçar para isso, você também se torna um buda. Portanto, o diálogo de vida a vida ou de coração a coração é, na realidade, um diálogo de um buda com outro buda.
Dois pontos essenciais
O presidente Ikeda afirma: “Fé no Gohonzon significa viver de acordo com o espírito do Buda e dedicar a vida ao juramento do Buda de conduzir todas as pessoas à iluminação”.
Para funcionar
Para alcançar o objetivo do diálogo, é necessário que a pessoa tenha o mesmo espírito do Buda. Esse espírito é explicado no Sutra de Lótus por meio das três regras do Chakubuku: o manto, o assento e o recinto.
Conduza as pessoas à iluminação
O presidente Ikeda explica: “Sakyamuni usa a imagem do manto, do assento e do recinto para esclarecer o espírito do Buda ao expor o Sutra de Lótus. E clama às pessoas que exponham amplamente o ensino dizendo: ‘Se os senhores se basearem nesse espírito, então, mesmo que encontrem dificuldades, certamente conduzirão as pessoas à iluminação assim como o Buda fez”.
Manto, assento e recinto
No Sutra de Lótus consta: “O recinto do Enviado é o estado de mente que mostra grande empatia e benevolência para com todos os seres vivos. O manto do Enviado é o espírito de cortesia e tolerância. O assento do Enviado é o vazio de todos os fenômenos”(LS10, 166).
Aquecido, confortável e protegido
Por meio dessa imagem poética, Sakyamuni descreve o espírito do Buda ao dialogar. No diálogo ideal, a pessoa se sente aquecida com o manto, confortável com o assento e protegida pelo recinto.
Fundamentado no respeito
O presidente Ikeda orienta: “Uma atitude de benevolência não significa considerar uma pessoa de uma posição de superioridade. Não é um relacionamento vertical, mas horizontal. É um sentimento de solidariedade para com os outros como seres humanos companheiros. E é fundamentado no respeito. Eis por que é chamado recinto de benevolência. Nós convidamos um amigo para um benevolente espaço-vital e calorosamente o abraçamos, sentamos no mesmo recinto e discutimos a vida como iguais. Discutimos coisas e aprendemos uns com os outros como seres humanos companheiros. Criar esse espaço caloroso e acolhedor para o diálogo e o intercâmbio é em si o Chakubuku”.
Não se iluda
No diálogo, ouvir o que as outras pessoas têm a dizer é fundamental. Mesmo assim, há pessoas que falam sem parar, monopolizando a conversa, e supõem que tiveram um diálogo.
Abra os ouvidos
“Não pode ser chamado de diálogo quando uma pessoa constantemente interrompe enquanto a outra está tentando expressar sua opinião, e então formula conclusões radicais. Mesmo que vocês achem que o que alguém está dizendo é um pouco esquisito, em vez de fazer constantemente objeções, deveriam ter a mente ampla para tentar entender seus pontos de vista. Então, a pessoa se sentirá segura e poderá ouvir o que têm a dizer. Nesse sentido, um buda é realmente um mestre no diálogo. Sakyamuni e Daishonin tinham personalidades calorosas que apenas por encontrá-los já proporcionavam às pessoas um sentimento de imensa alegria. Provavelmente por isso, muitas pessoas tinham um imenso prazer em ouvir suas palavras.”
Dialogo entre o anfitrião e o viajante
A “Tese sobre o estabelecimento do ensino correto para a paz da nação” foi escrita por Nitiren Daishonin na forma de um diálogo entre o anfitrião e o viajante. Em uma determinada parte consta a frase: “O senhor uniu-se ao amigo na sala orquídea”. A frase é usada para descrever o momento em que o viajante é tocado pela benevolência do anfitrião.
Sala da orquídea
Sobre a frase acima, o presidente Ikeda comenta: “Quando alguém passa um tempo numa sala repleta de orquídeas, a fragrância das flores naturalmente impregna suas roupas. Assim, o diálogo deveria ser conduzido de tal forma que a outra pessoa é impregnada com a fragrância da benevolência”.
Diálogo é o “espírito de Chakubuku”
Ele continua: “Chakubuku não significa forçar alguém a alguma coisa, nem é algo em prol da Organização. É um ato de venerar a natureza de Buda na vida dos outros. Portanto, nossos esforços no Chakubuku deveriam ser motivados pelo máximo respeito pela outra pessoa. O presidente Toda dizia: ’A base para fazer o Chakubuku é um sentimento de solidariedade para com os sofrimentos dos outros. Benevolência é fundamental. Não se faz Chakubuku com um espírito de confrontação, tentando refutar as ideias de alguém e conquistar a pessoa para o seu lado’”.
O diálogo ilumina o futuro
“Sakyamuni passou toda a sua vida, conversando com as pessoas. Nitiren Daishonin, da mesma forma, além de seus esforços em manter diálogos, deixou para a posteridade uma ampla coleção de escritos maior que a de qualquer outra pessoa de sua época. Ele verdadeiramente escreveu e dialogou incansavelmente. Devido aos seus nobres esforços, as gerações posteriores podem aprender os ensinos que ele expôs. É uma batalha de palavras. As palavras iluminam não somente a época em que foram proferidas ou estabelecidas, mas também as épocas futuras. Na esperança de deixar algo de valor para as futuras gerações, discurso sobre o Budismo e dialogo com líderes mundiais.”
Conclusão
O presidente Ikeda conclui: “O diálogo é o eterno e imutável espírito do Budismo. Lançar diretrizes de cima não é diálogo. O diálogo surge quando abrimos o coração, percorremos juntos o caminho da vida e trabalhamos em conjunto. Durante a guerra, quando as autoridades militares fecharam seu cerco obscuro sobre o Sr. Makiguti, ele deu continuidade às suas atividades de Chakubuku e a seus diálogos para transmitir a grandiosidade do Budismo Nitiren até o fim. Ele foi preso em Shimoda, na Península de Izu, após ter realizado uma longa jornada de Tóquio até lá para encontrar-se com as pessoas e dialogar com elas. ‘A voz executa o trabalho do Buda.’ Como é importante conversarmos com as pessoas, engajarmo-nos em diálogos! Armados de paciência e trajando o ‘manto da cortesia e da tolerância’, vamos insistir em sempre falar com os outros com uma voz clara e vibrante. Vamos dialogar de forma calorosa e alegre. Vamos realizar diálogos que inspirem e incentivem; diálogos transbordantes de filosofia. São esses diálogos que abrirão o caminho para um mundo realmente mais humano. E vamos nos empenhar ao máximo para ligar esses diálogos à contínua vitória de nosso movimento”.
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