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Vida e Sociedade

RELATO - Quem tem um juramento é forte!

QUANDO O CORAÇÃO de mestre e discípulo é uno, não existe espaço para a derrota. Essa sintonia permite André de Lira, responsável pela DMJ da RM Vila Maria, CCSP, e sua mãe, Maria José, realizar uma grandiosa revolução humana e avançar alegremente por meio da prática budista. Eles afirmam conseguir tornar o impossível em possível.

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19/11/2011

RELATO - Quem tem um juramento é forte!
“Eu e meus discípulos, mesmo que ocorram vários obstáculos e maldades, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de Buda” (END, v. 2, p. 171).

Essas palavras do Buda Nitiren Daishonin sempre nortearam meus passos e me inspiram a PERSISTIR, avançar e vencer não importando o que aconteça.

Tive uma infância difícil, na qual muitas vezes observava minha mãe, Maria José, chorando por não conseguir pagar as contas. Ela era pai e mãe. Morávamos em um cortiço, a comida era pouca, quando chovia molhava mais dentro do que fora do quarto. Cresci achando que jamais poderia ser feliz. Sequer tinha ideia do quanto é fundamental ter uma filosofia de vida que nos traz tanta ESPERANÇA e coragem.

Quando a dona do restaurante em que minha mãe trabalhava perguntou se ela queria ser feliz, prontamente respondeu que sim. Então, disse: “Recite o Nam-myoho-rengue-kyo que tudo será possível”. Uma luz se acendeu. Em pouco tempo de prática budista, saímos daquele cortiço e fomos para uma casa. Era uma novidade ter um banheiro só nosso, pois o dividíamos com mais de cinquenta pessoas. Esse foi o nosso primeiro benefício.

Fortalecendo a fé

Fortalecemos a fé por meio da prática diária, do estudo do Budismo e da relação de mestre e discípulo. Com muita alegria dizia “sim” às oportunidades que surgiam de me empenhar pelos companheiros a cada função que me confiavam.

Viemos rompendo todas as barreiras com base nos escritos de Nitiren Daishonin. Chegamos em 2001 e tivemos a chance de iniciar uma grande revolução humana. Minha amada mãe descobriu um câncer de mama. Nesse momento seria a mudança de um adolescente que não sabia esquentar o leite para um homem que teve de assumir todas as responsabilidades.

“Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue a recitar o Nam-myoho-rengue-kyo” (END, v. 1, p. 279). Esse incentivo de Nitiren Daishonin e o apoio dos companheiros foram fundamentais para não nos abalarmos. Minha querida mãe e eu recitávamos 5 horas de Daimoku todos os dias. E às quartas, dez horas com os companheiros. A cirurgia foi um sucesso, passou a fase da quimioterapia e das consultas periódicas. Ela estava curada! Porém, dois anos depois, ela teve uma profunda depressão e foi internada. Ao abrir a porta de casa e ver que minha mãe não estava mais lá, chorei muito e decidi que o Gohonzon direcionaria minha vida e que as orientações do meu mestre, Dr. Daisaku Ikeda, seriam a estrada a seguir. Quando o coração do mestre e do discípulo são unos, não existe derrota. Passei a realizar uma prática grandiosa com base nessa unicidade.

Momento da transformação total

A depressão também me pegou. Passava noites sem dormir e, quando conseguia adormecer, acordava chorando e com medo de sair de casa. Eu era coordenador em uma grande empresa e muitas vezes não ia trabalhar. Sensei diz que em momentos cada vez mais problemáticos devemos nos empenhar ainda mais para fazer que nossa vida fique transbordante do poder transformador, revitalizador e harmonizador da Lei Mística.

Minha mãe com depressão e agora eu?! Era o momento da transformação total. Procurei ajuda médica. Recitava Daimoku aliado ao tratamento e dois meses depois superei essa fase.

Nesse mesmo ano participei da cerimônia do Dia 3 de Maio, em 2009, em SP, e firmei meu juramento ao mestre de que moveria meu corpo eternamente pela paz e felicidade das pessoas. Participei também do intercâmbio da DJ em Belém, e fui demitido. Porém, o que mais me fazia sofrer era minha amada mãe estar internada há cinco anos com distúrbios psiquiátricos.

Iniciei 2010 decidido a mudar essa situação e que seria o ano da minha REVOLUÇÃO HUMANA. Dediquei-me integralmente à luta do Bloco Monarca e do juramento Seigan, porém as contas de aluguel, água, luz, telefone só iam aumentando. Dizia na RM que o meu telefone estaria 24 horas à disposição e, no meio dessa grandiosa luta, ele foi cortado por falta de pagamento. Várias vezes ia a pé às atividades, pois não tinha o dinheiro da condução. Em meu coração não importava as condições que estava passando, eu tinha um JURAMENTO.

No dia em que a RM se tornou 100% Monarca, abri a minha geladeira e tinha apenas metade de um tomate estragado, mas era impressionante COMO EU ESTAVA FELIZ, pois sabia que todos os membros estavam felizes com o objetivo alcançado. Nesse dia virei a noite recitando Daimoku, pois era o momento de TRANSFORMAR ABSOLUTAMENTE TUDO. Em meio a essas dificuldades, realizei o meu Chakubuku. Uma pessoa recebeu o Gohonzon. Que dia maravilhoso!

Convicção e sinceridade

Acalentava o desejo de ter minha mãe em casa, pois agora ela já estava internada há seis anos. Como as mães do Kossen-rufu são extraordinárias! Sempre preparavam um café saboroso após o término das atividades e me diziam para levar. Muitas vezes, essa era a minha alimentação da semana. Não desanimava, lia e relia o meu BS e as orientações do Sensei acalmavam meu coração e me davam cada vez mais certeza de que estou no melhor caminho.

Veio a Convenção de Manaus. Um sênior me cedeu a vaga dele e uma DF, muito emocionada, fez questão de pagar a despesa. São pessoas a quem tenho imensa gratidão. Lá fui eu com minhas roupas velhas e sem dinheiro no bolso, mas não importava. Solicitamos às famílias que escrevessem uma carta para que os companheiros que fossem a Manaus lessem no avião. Uma DF se aproximou de mim e disse: “André, como sua mãe está internada e não poderá escrever uma carta para você, eu escrevi!”. Quando abri o envelope, tinha o dinheiro para que eu pudesse me manter na cidade.

A mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a data fortaleceu ainda mais minha determinação: “Por favor, peço-lhes que sejam, para sempre, pessoas de coragem que desbravam uma vida de vitórias por meio da espada da convicção e da sinceridade” (Brasil Seikyo, edição no 2.062, 4 de dezembro de 2010, p. A1).

O discípulo venceu

Voltei decidido a recitar muito mais Daimoku e a me dedicar mais e mais às atividades. Sem me importar com as provações da sociedade, jamais seria derrotado! Depois de sete anos internada, minha mãe teve alta e já está cantando no coral da RM. Como é maravilhoso praticar o Budismo Nitiren e transformar o impossível em possível. Ela está maravilhosamente bem, recitando duas horas de Daimoku diárias e se dedicando muito na organização.

Consegui um emprego que me proporcionou voltar para a faculdade, realizar cursos, assinar o meu BS, participar no departamento de Kofu contribuindo trinta vezes mais. Só tenho a dizer “Obrigado, mãe, por tudo que vivemos juntos, pela chance de realizar a minha revolução humana e me desenvolver como ser humano”. Ao meu mestre: “O seu discípulo venceu! Fique tranquilo, pois dedicarei minha vida eternamente à felicidade da humanidade”.

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