O verdadeiro aspecto do discípulo

Tatsunokuti: o momento crucial do Buda Original

A perseguição de Tatsu­nokuti ocorreu no dia 12 de setembro de 1271. Naquele dia, centenas de soldados fortemente armados cercaram a casa de Daishonin em Matsubagayatsu, em Kamakura. Hei no Saemon, a figura mais poderosa do xogunato, invadiu o local com seus soldados. Nitiren foi preso e, no meio da noite, levado para Tatsunokuti com a intenção de executá-lo, sem um julgamento prévio.

Ao chegarem à praia de Yui, Nitiren Daishonin enviou um jovem chamado Kumao para informar Shijo Kingo sobre sua iminente execução. Ao receber a notícia, Shijo Kingo deixou sua casa em disparada sem ao menos calçar os sapatos para ficar, juntamente com seus três irmãos, ao lado do mestre. Nitiren Daishonin havia chamado seu discípulo mais fiel para que testemunhasse aquele momento crucial.

Apesar de Tatsunokuti ser chamada de “campo de execução”, parece que não havia ali nenhuma instalação especial.

Apenas foi colocada uma esteira sobre a areia para a decapitação. Quando o executor ergueu a espada, pronto para desferir o golpe, subitamente um objeto esférico tão brilhante quanto a Lua cruzou velozmente o céu. A escuridão desapareceu num instante. O executor que brandia a espada ficou cego pelo intenso brilho do objeto e caiu ao chão. Os demais correram para longe apavorados.

Daishonin declarou ter nascido de novo, deixando sua condição provisória e revelando sua verdadeira identidade como o Buda dos Últimos Dias da Lei. Ele triunfou corajosamente sobre os que tentavam impedi-lo de cumprir o seu juramento de concretizar infalivelmente a paz e a felicidade dos povos do mundo.

A vitória do Buda foi a vitória do humanismo sobre a truculência dos detentores do poder.

Sobre a perseguição de Tatsunokuti, o presidente Ikeda diz: “Não sejam derrotados pelas perseguições, pelos inimigos, pela doença ou pela própria fraqueza. O sol da felicidade se eleva somente para aqueles que aceitam os desafios e conquistam a vitória. O sol do Kossen-rufu desponta somente quando vencemos”.

Atsuhara: discípulos leais assumem e criam a nova era

Desde que Daishonin se retirou no Monte Minobu por volta de 1275, uma ampla campanha de Chakubuku vinha se desenvolvendo na região da Vila de Atsuhara sob a liderança do discípulo Nikko Shonin.

Assim, um grande número de camponeses, além de diversos jovens tornaram-se discípulos de Daishonin. A partir de então, uma onda de amea­ças e de atos de violência passaram a ser praticados pelas autoridades religiosas e governamentais de Kamakura sobre esses discípulos de Daishonin.

Em 21 de setembro de 1279, vinte camponeses foram aprisionados sob falsas alegações de roubo, culminando com a execução dos três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro.

Esse três irmãos, líderes dos camponeses de Atsuhara que abraçaram a Lei Mística, haviam se tornado verdadeiros discípulos de Daishonin por volta de 1278.

Jinshiro e seus irmãos eram homens de certa cultura e que conheciam artes militares.

Eram corajosos, íntegros e pos­suíam um espírito intrépido a quem as pessoas da comunidade confiavam e procuravam. Sua conversão influenciou seus amigos e familiares.

Esta era a primeira vez em que uma perseguição religiosa de tamanha dimensão ocorria sobre os discípulos de Daishonin e ficou conhecida como Perseguição de Atsuhara.

O líder da SGI afirma: “A Perseguição de Atsuhara é a história de grandes discípulos que apareceram para lutar com o espírito de unicidade de mestre e discípulo. Até aquela época, somente Daishonin havia sofrido perseguições”.

No Budismo, mestre e discípulo devem vencer sempre, e juntos, o poder autoritário. Essa é a prova real da grandiosidade da Lei Mística.