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Encontro com o Mestre

Aprenda com os veteranos a arte do encorajamento

Presidente da SGI narra o desenvolvimento pessoal de uma integrante da DFJ desde o começo de sua prática na Soka Gakkai até ingressar na DF e aprimorar-se na difícil arte de encorajar as pessoas

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18/10/2014

Aprenda com os veteranos  a arte do encorajamento
A líder Saima Megumi, junto com as veteranas da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), passou a fazer visitas e shakubuku.

Ela foi de Sendai a Kiriyama e lá, com lágrimas nos olhos, falou sobre o budismo a uma jovem que estava acamada com tuberculose.

Apesar do esforço, acontecia de não ser compreendida e isso a fazia se sentir dolorosamente incapaz.

Num certo dia de temporal, ela saiu com uma veterana para ir à casa de uma amiga conversar sobre o budismo. Andou por um longo caminho montanhoso segurando o guarda-chuva quebrado. Ficou completamente suja de barro abaixo do joelho. A amiga, ao ver esse aspecto, emocionou-se: “Veio falar do budismo para mim passando por tudo isto!” — e decidiu ingressar na Gakkai.

Às vezes, acontecia de ficar revoltada nas atividades da organização. No entanto, a alegria que sentia no momento do ‘despertar da fé’ dos amigos era também infinitamente grande.

Essas experiências da época da juventude se tornam uma sólida base da fé que se estenderá por toda a vida.

Cerca de um ano após começar a prática budista, sua mãe apresentou problemas de saúde, sendo diagnosticada com câncer. Os médicos previram que viveria apenas mais um ano. Estava com a mesma idade de sua mãe quando esta faleceu e isso a fez sentir que era obra do destino. A filha, percebendo isto, disse-lhe:

— Mamãe, faça também a prática da fé. Vamos superar o destino por meio do poder do budismo.

A este forte apelo dela, sua mãe ingressou na Soka Gakkai.

Começava ali uma séria recitação de daimoku de mãe e filha. A mãe sentiu emergir a alegria e ficou repleta de energia vital. Seu estado de saúde foi melhorando e ela se tornava mais saudável a cada dia. Vendo uma mudança nos sintomas, o médico ‘torceu o nariz’ e, ao realizar um exame detalhado, não havia mais o câncer. Mãe e filha deram-se as mãos e choraram de emoção.

Houve erro no primeiro diagnóstico? Se estava correto, por que a saúde foi restabelecida? Por que não tinha mais câncer?

Elas não entendiam de medicina, mas o que importava era que tinham saído de uma situação-limite. Esse foi o benefício inicial.

Em setembro de 1955, no Encontro Esportivo da Divisão dos Jovens, Megumi se deparou com Shin’ichi Yamamoto.

Nesse evento, ela participou de uma competição na qual deveria correr, pegar um papel colocado no percurso, seguir as instruções escritas nele e então cruzar a linha de chegada.

Ela correu com todas as forças e no papel estava escrito: “Colocar um avental no secretário Ikeda, fazê-lo pôr uma bandana e segurar uma vassoura e um espanador”. Ao correr mais, Megumi encontrou diversas roupas e utensílios indicados. Segurando-os, correu apressada para a barraca onde estavam os líderes. Porém, não viu Shin’ichi.

— Que farei agora?

Ao ver o presidente Josei Toda sentado ao centro da barraca, perguntou-lhe:

— Por favor, o senhor saberia dizer onde se encontra o secretário Yamamoto?

Ela falara sem pensar muito e ele respondeu sorrindo:

— Está aqui atrás.

Seguindo a faixa vermelha e branca apontada por Toda, viu que Shin’ichi estava separando os prêmios com os jovens da comissão de preparativos.

Megumi pareceu gritar:

— Secretário, por favor, vista isto e vamos correr. Rápido, rápido!

— Entendi. Tudo bem.

Impaciente pelo fato de Shin’ichi permanecer calmo, colocou-lhe o avental e fez com que ele pusesse a bandana.

Shin’ichi, com sorriso, disse: “Bem, vamos!”, e começou a correr.

Foi uma corrida agradável. Para surpresa dela, ele cruzou a linha de chegada em primeiro lugar. E, ao se alinhar em frente à barraca para receber o prêmio, Shin’ichi disse:

— Sinto muito, mas eu vou retornar. Você veio de onde? E qual o seu nome?

Após Megumi informar que viera de Sendai e dizer seu nome, ele a incentivou: “Vou me lembrar de você. Esforce-se firmemente em prol do kosen-rufu de Tohoku”.

Desejando “ter contato com o pensamento central da Gakkai e absorver algo”, ela participou alegre e bravamente dos encontros esportivos do ano seguinte e do próximo, quando Josei Toda anunciou a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares.

Assim como as plantas se desenvolvem absorvendo com esforço os nutrientes da terra, o ardor da busca impulsiona um grande desenvolvimento da prática da fé. Onde há busca, há vitória.

Ao longo dos anos, Megumi seguiu se aprimorando e tornou-se líder central da DFJ de Tohoku.

Em maio de 1961, ano seguinte à posse de Shin’ichi Yamamoto como terceiro presidente, Megumi foi nomeada responsável pela DFJ da Área 1 de Tohoku. Mesmo sacudida no trem noturno, percorreu um vasto território.

“Tenho amigas me esperando!” — ao pensar assim, ela se irritava com a lentidão do trem a cada estação.

Por meio das atividades da Divisão Feminina de Jovens, mudou radicalmente sua visão sobre a fé, pois quando ingressou na organização devido à morte prematura do avô e avó, achava que este era o destino da família, e ela desejava mudá-lo.

Por seguidas vezes desejou a felicidade das pessoas. Ela sentiu que viver em prol do kosen-rufu era sua missão de vida, e que neste estilo de vida pulsam a alegria vital e a verdadeira felicidade. Esta foi a sublimação de uma fé egoísta que desejava somente a felicidade de si e da sua família, para uma fé que deseja a felicidade de si e dos outros. Foi também o estabelecimento de um firme objetivo na vida, ou seja, o entendimento completo de “para que viver”. Nesse ponto está o grande significado de se dedicar às atividades da Gakkai na fase da DFJ.

Após se casar, Megumi se formou na DFJ e, em 1965, se tornou responsável pela DF de distrito. Carregando os filhos de dois e três anos, dedicou-se todos os dias às atividades da Gakkai.

As pessoas do distrito tinham diversos problemas e preocupações — desarmonia familiar, doença, delinquência dos filhos etc; e para ela, saída da DFJ com apenas 30 anos e pouca experiência nestes problemas, esta era uma carga pesada. Não sabia nem sequer o que dizer. Aconteceu também de ficar tensa demais e falar de forma inadequada.

Aprendendo a forma correta de orientar

Ela teve medo de visitar as integrantes da DF e orientá-las individualmente. Foi quando Haruko Taoka, que tinha sido responsável pelo Distrito Bunkyo, foi nomeada líder da DF do Distrito Geral 1 de Sendai, e veio de Tóquio para orientá-la. Megumi a conduzia pelas ruas visitando e aprendendo as bases do incentivo e da orientação.

Taoka recitava intenso e dedicado daimoku antes de realizar orientação individual. Era uma recitação que continha a forte determinação de não sair da frente do oratório antes de a energia vital preencher e transbordar por todo o seu corpo.

Taoka, ao visitar a casa das integrantes da DF, iniciava uma conversa como se as envolvesse com o rosto radiante de sorriso, e gentilmente as fazia contar suas preocupações e sofrimentos. Ouvindo séria e atentamente, havia momentos em que acenava com a cabeça e até derramava lágrimas.

Então, falava de modo que a pessoa compreendesse a grandiosidade do budismo e o poder absoluto do Gohonzon. Quando havia equívocos na prática da fé, falava sem rodeios e de forma clara e direta. Suas palavras transbordavam com grande convicção em relação à prática da fé e o ichinen — forte desejo, sentimento e determinação — da benevolência que sentia pela pessoa.

Ao final, indicava de forma concreta as ações a serem realizadas, como a recitação do daimoku e shakubuku, e prometia o reencontro.

Taoka levava Megumi para visitar novamente as casas das pessoas a quem havia realizado orientação individual. Então, percebia que, de fato, elas apresentavam resultados magníficos. Quase sem falta, todas tinham superado seus sofrimentos e preocupações.

No início, Megumi sentia que era um mistério as pessoas que se encontravam com Taoka se abrirem com ela, contando-lhe problemas e sofrimentos profundos e complexos, inenarráveis. Mas, ao andarem juntas fazendo incentivos e orientações, notou que um forte sentimento vinha do coração: “Vou sentir o mesmo sofrimento desta pessoa”. Isso sensibilizava o outro e criava uma sintonia no coração das pessoas.

Ela sentia também que a orientação individual é um embate de vida a vida tão intenso que ‘solta faíscas’, uma grandiosa batalha do espírito que faz despertar a alegria e a convicção da prática da fé.

Ao atuar junto com os veteranos, os membros mais novos assimilam como agir, como fazer shakubuku, propagar e orientar individualmente as pessoas.

Sem a ação da luta conjunta não há a verdadeira capacitação de pessoas valorosas.

Megumi teve o forte desejo de tornar-se igual a Taoka. Ela se empenhou continuamente nas orientações individuais dando tudo de si e acumulando daimoku e mais daimoku, assim como ensinado por Taoka.

Determinou como juramento realizar visita familiar todos os dias e, com a ação e experiência, foi perdendo o medo e a sensação de dificuldade para orientar individualmente os amigos e os membros da Soka Gakkai.

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