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Caderno Especial

Capítulo “Juramento Seigan”

Volume 30, Partes 101 a 104

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27/10/2018

Capítulo “Juramento Seigan”

PARTE 101

Na noite de 18 de fevereiro, foi realizado radiantemente o 11º Festival Cultural dos Jovens para a Paz, sob o tema “Melodia da Esperança na Grande Terra da Harmonia Étnica” com 1.500 figurantes da Divisão dos Jovens no Teatro Coliseo, em Buenos Aires, capital da Argentina.

Para esse festival cultural, que se tornou evento oficial da cidade, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, enviou mensagem de congratulações. O festival contou com a presença de diversas personalidades da sociedade argentina, entre as quais o ex-presidente da Argentina Arturo Frondizi, o prefeito de Buenos Aires, os reitores da Universidade Nacional de Córdoba, da Universidade Nacional Lomas de Zamora e da Universidade Nacional de La Matanza. Representantes da SGI de dez países da América Latina também estiveram presentes.

Visivelmente emocionado com o evento, um dos convidados manifestou:

— A Argentina é um país onde a maioria das pessoas descende de diversas nações europeias, o que às vezes é causa de tensão. Muitos sentem forte apego ao seu país de origem, enfraquecendo a consciência de serem todos argentinos. O tema do festival cultural “Terra da Harmonia Étnica” expressa nosso desejo sincero.

Ele disse que ficou comovido e inspirado com o maravilhoso exemplo de harmonia no festival cultural. Outro convidado reconheceu que o foco da SGI em promover cidadãos globais é o que o mundo necessita atualmente.

O palco do teatro foi montado para representar um avião, expressando a ideia de decolar da grande terra chamada Argentina numa jornada rumo aos céus da paz do mundo e da humanidade.

O festival começou com um desfile de bandeiras, seguido de apresentações da Kotekitai, de corais, da Divisão dos Estudantes e da enérgica dança moderna dos jovens. E também, seis dançarinos do Teatro Colón de Buenos Aires, um dos três maiores teatros do mundo, apresentaram uma bela dança com incrível leveza.

O ponto alto do festival cultural foi uma apresentação conjunta de dois grandes mestres do tango argentino: Osvaldo Pugliese e Mariano Mores.

O público arregalava os olhos incapaz de acreditar na boa sorte de testemunhar um verdadeiro “evento do século” e “apresentação dos sonhos”. Em particular, após o espetáculo de encerramento da carreira artística de sete décadas de Pugliese, ocorrido em novembro de 1989, havia rumores de que ele nunca mais se apresentaria num palco.

Shin’ichi ficou profundamente grato pelo generoso gesto desses grandiosos mestres da arte.


PARTE 102

Em 15 de fevereiro, três dias antes do 11º Festival Cultural dos Jovens para a Paz, Mariano Mores visitou o Teatro Coliseo, local em que o festival seria realizado, ele disse aos membros da Argentina:

— O dia 18, data do festival cultural, é meu aniversário, mas não vou comemorar. Em vez disso, vou me apresentar ao presidente Yamamoto e a todos os senhores.

Quando Mores ouviu pela primeira vez sobre a realização do evento, expressou sua admiração e prometeu se apresentar no dia e apoiar no que fosse possível.

O primeiro encontro de Shin’ichi Yamamoto com Mores e sua esposa, Myrna, ocorreu em abril de 1988, ocasião em que o artista argentino visitou o Japão para uma turnê patrocinada pela Associação de Concertos Min-On, afiliada da Soka Gakkai. No encontro, Mores falou que desejava compor uma peça musical e oferecê-la a Shin’ichi. Em resposta, Shin’ichi disse que desejava plantar uma cerejeira, escolhendo um local em que pudesse avistar o Monte Fuji, em homenagem ao filho do casal que havia falecido quatro anos antes.

Algum tempo depois, Mores ofereceu a Shin’ichi uma nova composição musical intitulada Ahora [Agora].

Por outro lado, o encontro com Osvaldo Pugliese e sua esposa, Lidia, ocorreu em 1989, quando o artista veio ao Japão em sua turnê de despedida de carreira, também patrocinada pela Associação de Concertos Min-On. No diálogo, Pugliese disse que desejava oferecer a Shin’ichi uma composição de tango, cuja promessa foi cumprida mais tarde presenteando-o com a obra Tóquio Luminoso, de sua autoria. Por sugestão de Shin’ichi, foi acrescentado o subtítulo Ode à Amizade.

No dia seguinte à visita de Mores ao Teatro Coliseo, em 16 de fevereiro, Pugliese foi ao mesmo local com sua orquestra, levando todos os instrumentos, inclusive seu amado piano de cauda. O grande mestre, de 87 anos, tentou empurrar o piano sozinho para o lugar certo. Os membros da SGI-Argentina não puderam esconder o espanto e a surpresa ao observarem a presença do maior artista de tango da América do Sul especialmente para um ensaio, e ainda mais a sua tentativa de mover pessoalmente o piano.

Tanto Osvaldo Pugliese como Mariano Mores corresponderam à fiel amizade de Shin’ichi. Eles endossaram de coração aquele festival cultural dos jovens que acalentava a paz da humanidade, e ofereceram apoio e cooperação sem medir esforços.

A expansão do círculo de amizade une as pessoas. Paz é outro nome para amizade.


PARTE 103

A apresentação conjunta dos sonhos de Osvaldo Pugliese e Mariano Mores, dois gigantes do tango argentino, emocionou a todos os presentes ao evento.

Profundamente comovido com cada uma das apresentações, Shin’ichi Yamamoto enviou ininterruptos aplausos de incentivo e de louvor. E então, compôs um poema comemorativo ao festival:

Festival cultural que

o céu e a terra

regozijam-se.

As divindades celestiais

da Argentina

estão bailando.

Na tarde do dia seguinte, 19 de fevereiro, foi realizada a 1ª Convenção da SGI-Argentina num local dos subúrbios de Buenos Aires. Além de 2.500 membros de toda a Argentina, participaram representantes da Espanha e de três países da América Latina.

Na ocasião, a Universidade Nacional de Córdoba, a mais antiga instituição da Argentina, concedeu o título de doutor honoris causa a Shin’ichi.

O reitor Francisco Delich citou como justificativa pela concessão: os esforços de Shin’ichi para estabelecer e divulgar o “novo humanismo”, mostrando que é possível unir harmoniosamente o Ocidente e o Oriente.

O reitor disse:

— Ele nos ensinou que a raça humana é capaz de superar os conflitos decorrentes de diferenças culturais e religiosas, e que podemos fazer amizades que transcendem a geografia, a distância e a época. Esta grandiosa mensagem universal de paz e amizade ultrapassa as fronteiras nacionais, como também, as barreiras em nosso coração criadas pela ignorância humana que limita as pessoas. E, assim, pode unir toda a humanidade.

A convenção contou, inclusive, com diversas apresentações musicais do folclore argentino para recepcionar Shin’ichi no país. Ao som do dedilhar da guitarra e da batida dos pés, as músicas e as danças criaram uma atmosfera alegre e radiante. Os membros expressaram a alegria em realizar, finalmente, o tão aguardado encontro com Shin’ichi, 29 anos depois da fundação do distrito na Argentina.

Tanto antes como depois da convenção, Shin’ichi continuou a incentivar os membros, tirando fotos comemorativas com diversos grupos e comissões. Os jovens e as crianças que receberam incentivos de Shin’ichi nessa visita iriam se desenvolver como líderes desse país no século 21.

Incentivo é a força motriz para o crescimento e o desenvolvimento.


PARTE 104

A jornada de Shin’ichi Yamamoto pela paz continuou.

Em 20 de fevereiro de 1993, o palco das atividades de Shin’ichi pelo kosen-rufu mudou da Argentina para o Paraguai. Foi sua primeira visita a esse país sul-americano, que ele descobriu ser uma bela “terra de florestas e águas”, onde a grande correnteza do rio Paraguai e diversos outros rios alimentam os campos e a vida das pessoas.

O prefeito de Assunção, capital do Paraguai, recebeu Shin’ichi no aeroporto e entregou-lhe a placa de boas- -vindas com o emblema da cidade.

No dia seguinte, 21 de fevereiro, Shin’ichi participou da 1ª Convenção da SGI-Paraguai, realizada com a presença de setecentos membros no Centro Cultural do Paraguai, e da “Noite da Amizade” comemorando os 32 anos do kosen-rufu desse país. Nessa ocasião, Shin’ichi incentivou em primeiro lugar as crianças:

— Estou muito feliz em encontrá-los. Quando crescerem, venham ao Japão. Estarei esperando por vocês.

Na convenção, Shin’ichi citou os nomes dos membros pioneiros e louvou seus esforços. Ele também leu nomes das organizações locais – Comunidade Amambay,¹ Distritos Santa Rosa, Encarnação, Yguazu, Assunção –, manifestando seus agradecimentos pela árdua tarefa.

O movimento pelo kosen-rufu do Paraguai começou com os imigrantes japoneses que enfrentaram dificuldades inimagináveis.

Embora os membros da SGI-Paraguai fossem poucos em número, todos eles, a começar pelos imigrantes japoneses, se esforçaram diligentemente ao longo dos anos e criaram laços de confiança profundamente enraizados na sociedade.

Em 1990, quando foi realizada a exposição Desenhos das Crianças do Mundo (com patrocínio conjunto da SGI e do Ministério da Educação e Cultura do Paraguai) em Assunção, participou o presidente paraguaio Andrés Rodrigues.

E em homenagem à visita de Shin’ichi ao país, os Correios do Paraguai decidiram carimbar todas as correspondências com um carimbo especial “SGI” durante toda a sua estadia. Na resolução dessa medida constava: “A SGI é uma organização dedicada à criação de valor, uma ONG das Nações Unidas, cujas atividades concentram-se nos objetivos fundamentais de promover a paz do mundo, o entendimento entre os povos e o respeito pela cultura”. Afirmava ainda que recebia a visita do presidente da SGI com “expressão de estima e amizade do governo nacional e das instituições relacionadas”.

Esse reconhecimento à SGI era fruto dos esforços constantes dos membros em prol da contribuição social positiva.

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