marcar-conteudoAcessibilidade
Tamanho do texto: A+ | A-
Contraste
Cile Logotipo
Notícias

Linguagem do coração

A Comunicação Não Violenta e sua abordagem humanística em busca do diálogo pela paz

download do ícone
ícone de compartilhamento

17/08/2019

Linguagem do coração

REDAÇÃO

Em um trecho da sua Proposta de Paz 2016 — documento enviado anualmente à Organização das Nações Unidas com sugestões concretas para a paz mundial —, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Daisaku Ikeda, fala sobre o diálogo e a importância de ir ao encontro das pessoas como uma das formas de acabar com a violência. “O diálogo é essencial para a construção de um mundo no qual ninguém seja deixado para trás. (...) O diálogo conduz ao triunfo” (Terceira Civilização,         ed. 573, maio 2016, p. 36).

Na SGI, esses são atos valorizados como a própria essência de sua criação e atuação nos 192 países e territórios onde a organização está presente, levando uma abordagem humanística para as questões da vida. Entretanto, na sociedade esse movimento é recente, chamado Comunicação Não Violenta, desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg. Segundo o estudioso, precisamos exercitar a capacidade de nos expressar sem julgamentos, de ouvir opiniões, e em vez de acusarmos o outro por atos com os quais não concordamos, devemos dizer como nos sentimos perante eles.

Expressar sentimentos é difícil e uma grande barreira para muitos. Buscando dicas de como se aproximar das pessoas por meio da comunicação, BS conversou com a jornalista Ana Holanda, editora-chefe da revista Vida Simples, autora de livros e palestrante. Ana fala sobre o que denomina “comunicação afetuosa”, uma abordagem humanística da arte de se manifestar. “A comunicação, sendo ela escrita ou falada, precisa ser baseada em olho no olho. Precisamos nos preocupar em acolher e olhar o outro. A palavra é um encontro, mas a gente se esqueceu dessa função.”

“Hoje estamos tendo muito problema de escuta. A gente não está sabendo escutar e não está sabendo enxergar. A sensibilidade do olhar é essencial. Um bom observador é um bom comunicador. Isso é o que traz a empatia”, disse a jornalista. Ana compartilhou também ser um dos grandes anseios da sociedade hoje em dia uma conexão verdadeira com o outro, e que, com esse desejo, as técnicas acabam sobrepondo as relações. “O excesso da técnica acaba dificultando que possamos enxergar o outro. Muitas vezes não temos conhecimento da nossa história, do nosso potencial. Reconhecê-lo e reconhecer o potencial de outra pessoa é o diferencial para uma conexão verdadeira e afetuosa. Precisamos criar uma relação com a gente mesmo, com o outro e com o mundo.”

 

Comunicação Não Violenta em ação

Conduzido pela Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI na Coordenadoria Norte-Sul Paulistana (CNSP), a segunda edição do curso “Diálogos Humanistas, uma Vivência da CNV – Comunicação Não Violenta na Perspectiva Budista” teve início em 3 de agosto.  O curso é oferecido para líderes de RM e acima para que essa ferramenta possa auxiliar nas relações humanas da organização de base. Composto por aulas de três horas em quatro encontros de sábado, o minicurso é baseado na técnica de Marshall Rosenberg e teorias da educação Soka.

Carlos Mitsugui, coordenador da CNSP, e Regina Maria Teixeira dos Santos, orientadora de aprendizagem do curso, afirmam que o objetivo é unir estudos acadêmicos com a prática budista, proporcionando o aprimoramento de habilidades de comunicação. “Seguindo as orientações do presidente Ikeda, temos de ser pessoas que manifestam esse humanismo e que, mesmo que tenhamos dificuldades, através da prática da fé conseguimos transformar — esse é o processo da revolução humana”, afirmou Mitsugui.

“O curso oferece desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional, utilizando-se da CNV como ferramenta de resolução de conflitos pelo diálogo que cria valor”, compartilhou Regina. Mitsugui fala ainda a responsabilidade dos líderes na transformação da sociedade, sendo exemplos de suas próprias ações.

Segundo os responsáveis, a expectativa é de que o curso possa ser oferecido para os líderes de todos os níveis da organização, pois são eles que lidam diretamente com as pessoas de cada localidade. Para isso, a CEduc está treinando novos orientadores de aprendizagem para que possam multiplicar o curso dentro das regiões de São Paulo, SP.

Compartilhar nas