Especial
BS
Manter firmes suas convicções
Aprender com a Nova Revolução Humana volume 5
23/11/2019
Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
O movimento da SGI pelo kosen-rufu continua a se desenvolver de forma dinâmica no mundo todo. Os membros da Europa, que realizaram seu encontro anual em prol do kosen-rufu em janeiro, estão fazendo grandes progressos sob o lema “Uma Europa com Sensei”, tomando a liderança do nosso movimento mundial do kosen-rufu com um ardente senso de sua missão como pioneiros.
Os capítulos “Abrindo Caminho” e “Alegria” do volume 5 da Nova Revolução Humana detalham a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Daisaku Ikeda no romance] à Europa, em outubro de 1961. Foi de fato uma jornada pioneira, abrindo o portal para a paz e plantando as sementes do humanismo.
Diante do Portão de Brandemburgo, durante a sua visita à Alemanha Ocidental, Shin’ichi havia firmado com determinação: “o Muro de Berlim não mais existirá daqui a trinta anos”. No capítulo “Abrindo Caminho”, um dos líderes da Soka Gakkai que o acompanhava pergunta se ele tinha em mente algum plano específico para que isso ocorresse. Em resposta, Shin’ichi fala sobre a importância de promover o diálogo e o intercâmbio cultural e compartilha sua determinação de fazer isso acontecer: “Sei que será uma longa e árdua jornada, mas abrirei o caminho com perseverança visando os próximos vinte ou trinta anos. (...) Esta é a minha convicção”. Em conformidade com essas palavras, o presidente Ikeda buscou ativamente oportunidades de diálogo e intercâmbios culturais no esforço para abrir o caminho do kosen-rufu na Europa.
Em Colônia, durante um jantar com alguns empresários alemães, Shin’ichi fala sobre o humanismo budista com base em Fausto, de Goethe. Todos os envolvidos desfrutam uma troca calorosa e amigável, conversando e cantando. Por meio dessa experiência, ele sentiu profundamente o anseio do povo alemão pelos ensinamentos budistas, confirmando sua convicção de que era realmente possível que as pessoas transcendessem as diferenças de nacionalidade ou de cultura, manifestando entendimento e empatia mútuos.
Na Itália, enquanto observa os prédios e ruas antigas de Roma, Shin’ichi reflete:
Ele [Shin’ichi] pensou então na realização do kosen-rufu, cujo objetivo é construir a “cidade eterna” no seio da humanidade. Esse grande empreendimento não pode ser realizado da noite para o dia. Serão precisos cem, duzentos, trezentos anos ou mais. Todavia, é uma tarefa que a Soka Gakkai deverá realizar a todo o custo.
Durante essa viagem, ele também visita a Holanda, a França, o Reino Unido, a Espanha, a Suíça e a Áustria. As perspectivas que ele compartilha sobre o kosen-rufu em cada país, sempre se referindo à história e à cultura específicas, tornaram-se inspiração e diretrizes motivadoras para os membros da Europa.
Em suas viagens, ele dedica sua energia para encorajar os líderes centrais. Eiji Kawasaki, que Shin’ichi acabara de nomear como um contato central da Europa, pergunta o que ele deve fazer e como deve cumprir com essa responsabilidade. Em resposta, Shin’ichi não sugere nenhuma ação específica, com o objetivo de cultivar a iniciativa própria e a independência de Kawasaki como líder:
É muito difícil ser pioneiro. Você tem que pensar em tudo sozinho e depois fazer tudo sozinho. Você não tem mais ninguém para quem confiar ou recorrer. Mas é isso que a torna tão gratificante e os benefícios tão bons.
O capítulo “Alegria” também traz as seguintes palavras: “O que forma a essência das atividades do kosen-rufu é a conscientização de cada indivíduo”. Naturalmente, o debate e o consenso são importantes na condução das atividades, mas vamos gravar em nosso coração que o kosen-rufu começa quando um único indivíduo decide fazer da paz e da felicidade, de si e dos outros, sua missão pessoal.
Partido Komei
O capítulo “Leão” descreve como foi formada a Aliança Política Komei, predecessora do atual Partido Komei no Japão. Shin’ichi esclarece que essa organização política deve ser um novo tipo de organismo político dedicado à felicidade de todo o povo japonês, que servirá às pessoas com um espírito de grande compaixão e que ele não deve existir em benefício da Soka Gakkai.
Ele também compartilha com os representantes [políticos] suas profundas expectativas para o novo partido:
Os senhores, como políticos, não precisam se preocupar em prestar algum favor para a Soka Gakkai. Pelo contrário, sejam grandes políticos que pensam seriamente na felicidade da população com planos para cem anos para o nosso país e de mil anos para o bem do mundo. Espero que prestem bons serviços para a população e sejam políticos exemplares e admirados pelas pessoas. Sejam leões que protegem o povo — esse é meu desejo e minha expectativa.
Sobre este ponto, gostaria de abordar dois importantes imperativos nos quais se baseiam o apoio da Soka Gakkai ao Partido Komei no Japão. O primeiro é vigiar de perto a política. Isso é algo que o presidente Josei Toda enfatizou, de forma rigorosa, com base em sua forte convicção como praticante do Budismo Nichiren e na obstinação de que as pessoas comuns não podem sofrer devido a políticas corruptas. O segundo imperativo consiste em permitir que todos os cidadãos do Japão desenvolvam o bom senso em relação ao julgamento político e à consciência política. Somente os políticos não determinam a qualidade de um governo — os eleitores que os apoiam e os elegem são o fator decisivo para influenciar o curso da governança.
No mesmo capítulo, Shin’ichi expande essa visão: “A verdadeira reforma política acontece paralelamente ao grau de conscientização do povo”. E ele continua: “A Soka Gakkai vem despertando e esclarecendo a cidadania no coração de seus associados para que visualizem o rumo da sociedade”.
De fato, os membros da Soka Gakkai no Japão mantiveram constante diálogo para despertar cada indivíduo a se tornar um protagonista na melhoria da sociedade. Este ano, novamente, os membros japoneses se orgulham de tais esforços enquanto trabalham para promover ainda mais o diálogo e demonstrar provas positivas em sua vida.
A fonte do humanismo
A última parte do capítulo “Leão” descreve os eventos de 25 de janeiro de 1962, o dia em que Shin’ichi foi inocentado de todas as acusações relacionadas ao Incidente de Osaka.
Em 3 de julho de 1957, ele foi preso sob a acusação de violação da lei eleitoral, o que, ao final, provou-se ser totalmente infundado. O julgamento se desdobrou num total de 84 sessões, arrastando-se mesmo após a sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Durante esse período, apesar de ter de comparecer 23 vezes ao tribunal, Shin’ichi manteve-se destemido, trabalhando firmemente para abrir o caminho para o kosen-rufu mundial e para construir as bases da Soka Gakkai de hoje.
Em uma mensagem para a conferência de representantes das divisões realizada em janeiro deste ano, o presidente Ikeda lembrou que, durante o julgamento, seus advogados lhe disseram para se preparar para um veredicto de culpado. No entanto, alguns membros que praticavam com ele desde a Divisão dos Jovens trabalhavam incessantemente para provar quão injusta havia sido a investigação.
Isso também está registrado em detalhes no capítulo “O Julgamento”, no volume 11, da Revolução Humana. Ele descreve como o juramento de dedicar a vida à luta pelos direitos humanos começou a se enraizar no coração de Shin’ichi como resultado dos desafios enfrentados em Osaka. Esse juramento, afirma, “acabaria por se tornar a fonte de uma nova correnteza do humanismo que se espalharia amplamente por todo o mundo na forma do movimento da SGI”. Ele é a base do movimento da SGI para a paz, cultura e educação, e acredito que herdar esse juramento é a missão e a responsabilidade de todos os discípulos de Ikeda sensei.
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