Cidadania Global
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A primavera da vida
À base de confiança e companheirismo, o desabrochar de vitórias de Yuji e Deborah no Japão
14/04/2022
Osaka é a terceira maior cidade do Japão, atrás apenas de Tóquio e de Yokohama. Nesta época do ano, seu principal marco histórico, o Castelo de Osaka, do século 16, ganha cor e destaque pelo parque que o rodeia, na florada das cerejeiras. É nesse ambiente que mistura história, arquitetura moderna e gastronomia boa e barata que residem, há três anos, Yuji Handa e sua esposa, Deborah Karine Chan Handa, vindos de São Paulo. “Grávidos” do herdeiro Haruki, que chega nesta primavera japonesa, são só esperança e comprovação.
Com 34 anos e com o orgulho de ser a terceira geração de praticantes budistas na família, Yuji atua desde cedo nas atividades da Divisão dos Estudantes (DE) e da Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI. A esposa, aos 31 anos, também é fukushi (quem nasce numa família budista). É nos jardins Soka que ambos se dedicam, materializando comprovações nos estudos e no trabalho. “Nós crescemos nesse ambiente de pleno desenvolvimento para os jovens. A gratidão é imensa”, afirma Yuji. Só na banda Taiyo Ongakutai, da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), participa por ininterruptos vinte anos. Deborah, por sua vez, passa 22 anos na banda Asas da Paz Kotekitai, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ). Ambos se destacam na liderança em vários níveis na juventude Soka do Brasil. O namoro começa em 2007.
Dois anos depois, a Convenção Cultural dos Jovens da Nova Era da BSGI sela “Um juramento para a vida toda”, enfatiza Yuji, que decide apresentar o budismo aos amigos. “Uma força e gratidão que não tinha sentido antes.” Ele se forma na faculdade e, como resultado de sua prática da fé e de seu esforço, emprega-se numa empresa de grande porte.
O interesse por diferentes culturas se soma ao seu empenho diário, e concretiza o objetivo de estudar na Universidade Soka, do Japão, criada pelo Mestre, Daisaku Ikeda, num curso para estrangeiros. “Fiz inúmeros amigos ao redor do mundo. E isso acalentou em mim o desejo de me aprofundar ainda mais em ser um cidadão global, assim como ouvi sensei incentivar sempre”, ressalta. E uma experiência inesquecível: participar do Soka Renaissance Vanguard (Marching Band do Ongakutai), do Japão. “Senti que o companheirismo que aprendi no Ongakutai do Brasil era exatamente o mesmo no Japão.”
No mesmo período, Deborah também realiza um intercâmbio, nos Estados Unidos. Após o retorno de ambos, decisão renovada: empenho ainda maior na organização e na empresa. “Refleti sobre a grande oportunidade que tive no estudo japonês e me esforcei para consolidar o palco de minha missão”, relata Yuji. Em 2017, duas gratas realizações. A primeira, o casamento com Deborah. A segunda, o retorno ao Japão, agora como um dos “200 Jovens da BSGI”, que seguiram ao encontro do Mestre, unindo-se aos jovens do mundo todo. Um trecho da mensagem encaminhada por Ikeda sensei fortalece o sonho:
Quão fortes e grandiosos se tornarão todos vocês, jovens de juramento seigan emergidos da terra! Quanto irão adornar o drama da felicidade chamado “revolução humana” de si próprio e de outras pessoas e irão expandir as fileiras da paz chamadas “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”! Por favor, gostaria que demonstrassem esse ponto ainda mais imponente para o mundo inteiro.¹
O casal se une numa vibrante expectativa e ora Nam-myoho-renge-kyo, convictos da vitória. No fim de 2018, Yuji recebe proposta de uma empresa que possui filiais no mundo inteiro. Japão como destino, ele deveria começar em janeiro seguinte, mas Deborah ainda cursa mestrado em engenharia civil numa universidade brasileira. O diálogo foi a chave, e Yuji vai primeiro, em janeiro de 2019. “No primeiro intercâmbio, ficamos mais de um ano separados, e agora neste período recente. Mas conseguimos criar um forte elo de confiança, seriedade e companheirismo”, atesta Deborah.
Mudar de país não é tarefa simples, porém a família Soka, como sempre, se faz presente. Ainda mais em se falando de Osaka, que integra a região de Kansai, local em que pulsa a fortaleza da relação de mestre e discípulo edificada pelas mãos de Ikeda sensei. A “Kansai de Contínuas Vitórias”! “Recebemos visitas dos nossos líderes da comunidade, ansiosos por nos conhecer. No início não tínhamos carro, e os membros se colocavam à disposição para nos apresentar a cidade”, relembra Yuji.
Passados três anos e diante dos desafios impostos pela pandemia do coronavírus, o casal se estabelece plenamente. No trabalho, ele atua no departamento de finanças e contabilidade para desenvolvimento das unidades no exterior. Ela, após um ano no Japão, retorna à área de formação, em um escritório de consultoria em pontes. E agora, embalada pela maternidade.
“Os membros japoneses ficam admirados quando compartilhamos nossa luta no Brasil, pois a batalha dos companheiros do nosso país é sempre mencionada por sensei na Nova Revolução Humana (NRH)”, relatam Yuji e Deborah, que, na organização, estão em três diferentes grupos: na comunidade japonesa, no departamento de membros internacionais de Kansai e no grupo de brasileiros de Osaka. Yuji também ingressou no Sokahan local.
“Após esse tempo vivendo aqui, reflito sobre as dificuldades e os desafios que meus avós, os quais migraram para o Brasil, viveram ao chegar a um país totalmente diferente, principalmente com relação à diferença de cultura e aos costumes.” Uma inspiração e um incentivo para os momentos em que poderão enfrentar e ensinar a Haruki. O casal completa cinco anos de união no próximo dia 3 de maio. Gratidão floresce em exuberância.
Yuji em seu ambiente de trabalho
Momento da formatura na Universidade Soka do Japão, em 2015. Ele está posicionado no alto da escadaria, terceiro da esq. para a dir. com jovens de diferentes países
Encontro do Grupo Progresso de Osaka
Yuji, à frente, com os integrantes do Soka Renaissance Vanguard, durante intercâmbio no Japão. Imagens feitas antes da Covid-19
No topo: o casal Yuji e Deborah
Nota:
1. Brasil Seikyo, ed. 2.384, 19 ago. 2017, p. A3.
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