Relato
BS
Fórmula da vitória
Com o aprendizado nos jardins Soka, Thalita Galhardo constrói sólida carreira acadêmica e profissional e segue inspirando outros jovens
Redação
10/10/2024
Cultivar grandes sonhos foi o direcionamento que cresci ouvindo na Soka Gakkai, aprendendo a concretizá-los, um a um. Sou Thalita Soares Galhardo, resido no município paulista de Santo André, região do Grande ABC. Tenho a imensa boa sorte de ter nascido num lar budista, integrando uma família que hoje está na quarta geração de praticantes.
Crescer nos jardins Soka é o maior tesouro. Quando criança, na amada Divisão dos Estudantes, recebemos encorajamentos que nos estimulam a não pôr limites nos sonhos, que são como uma poderosa reação química agindo em nosso interior. Nós nos agigantamos, construindo um eu forte, capaz de persistir até conseguir. Aos 35 anos, isso é o que venho vivenciando na Juventude Soka do Brasil, com orgulho. Divido com vocês essa trajetória.
Seja qual for o desafio, esforce-se pacientemente até obter resultados. Jamais perca a esperança. Saiba perceber o tempo que está vivendo. Saiba quando tem de criá-lo e quando tem de esperar o momento adequado. Eis a chave da vitória certa.1
Começo com esse trecho dedicado pelo Dr. Daisaku Ikeda às mulheres, que me inspira sempre. Ele é meu mestre da vida, com quem aprendi a perseverar. Na adolescência, determinei cursar uma universidade pública, um sonho que foi se concretizando ao longo de dez anos (de 2007 a 2017). Fiz tudo e mais um pouco: concluí o bacharelado em ciência e tecnologia e o bacharelado em química; depois o mestrado e doutorado em ciência e tecnologia/química na Universidade Federal do ABC.
Foram anos de muitos desafios, daquela correria característica da Divisão dos Jovens: trabalhar, estudar, sair para o rolê, estar com a família e atuar na organização de base e no grupo horizontal. Faço parte da banda Asas da Paz Kotekitai do Brasil até hoje. Na Soka Gakkai, construí meu precioso universo de aprendizados e grandes amigos.
Novo voo
A vida pedia mais. Em 2017, finalizei meu doutorado e engatei um pós-doutorado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). Na BSGI, fui selecionada para integrar o grupo de jovens que foi para o Curso de Aprimoramento no Japão, chamado Kenshukai, mais um sonho realizado. Lá, em uma atividade de líderes, nosso mestre nos dedicou uma mensagem na qual cita a seguinte passagem do escrito O Kalpa de Diminuição: “Um grande mal prenuncia a chegada de um grande bem”.2 Essa frase se tornaria meu porto seguro.
Passado um ano da experiência no Japão, segui para a França, país onde morei por um ano, desenvolvendo meu segundo projeto de pós-doutorado. No retorno ao Brasil, no fim de 2019, comecei a entender o “grande mal” citado na mensagem do Mestre. Foi quando me vi sem apoio financeiro para continuar minhas pesquisas e sentindo os reflexos da pandemia do coronavírus. Enviava currículo para todas as vagas na área de química, minha formação. E nada.
Passei a duvidar da minha capacidade profissional e sentir que tudo o que eu havia feito até ali parecia ter sido em vão. No ápice dessa escuridão, desejava dormir e não mais acordar. Era o “grande mal” se manifestando.
Mas vem a Gakkai com uma “fórmula” para reverter tudo isso, chamada “entender a missão”. No meio daquele turbilhão, havia sido nomeada responsável pelo grupo Asas da Paz da Sub. Grande ABC e vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Sub. Essas duas oportunidades de atuar na organização foram a minha “tábua de salvação” (rs). Por mais que estivesse com uma tristeza profunda, em cada atividade e visitas que fazia, saía encorajada a não desistir. Encontrei abrigo nos incentivos do Mestre com uma chance especial de ser coordenadora de periódicos (CP) da minha localidade. Em casa, tinha meus pais, que me apoiavam com daimoku e encorajamento, sempre.
Depois de um ano e meio desempregada, consegui uma vaga como professora categoria O em uma escola pública estadual próxima à minha residência. Era algo jamais imaginado e foi surpreendentemente maravilhoso. Sinto que, ao recitar Nam-myoho-renge-kyo, entendemos o significado de cada vivência, o que nos faz seguir com confiança em direção à vitória.
O bem surge da fé
No fim de 2021, uma oportunidade se abriu: concorri a uma bolsa de pesquisa em uma empresa no Polo Petroquímico de Mauá, Grande ABC, fui aprovada e iniciei meu trabalho em março do ano seguinte na área de pesquisa e desenvolvimento de uma indústria química multinacional; ou seja, a experiência que faltava em minha jornada.
E mais vitórias. Em setembro, após cinco anos do Kenshukai e da mensagem que sensei nos dedicou, um artigo científico referente ao meu projeto desenvolvido na França foi publicado. Colei grau de licenciatura em química, comprei meu apartamento à vista e recebi um convite para participar do time de pesquisadores da empresa, na qual permaneço até agora. O “grande mal”, de fato, prenunciou a chegada do “grande bem”, e estou vivendo exatamente este momento.
Não tenho dúvidas de que tudo isso é resultado da boa sorte acumulada por praticar este budismo extraordinário e seguir os direcionamentos de um grandioso mestre, Daisaku Ikeda. Agradeço imensamente a ele; à minha família, que sempre esteve ao meu lado; e aos companheiros da Gakkai, que me permitiram lapidar a minha vida por intermédio da vida de cada um deles. Muito obrigada!
Acima, com a família, apoio em todos os momentos. Thalita, no centro da foto de vestido laranja, atrás da avó Yolanda; da esq. para dir. estão o irmão, Thiago e a cunhada, Aluap. Na direita da foto os pais da jovem, Francisco e Roseli, e o sobrinho, Arthur
Thalita Soares Galhardo, 35 anos. Pesquisadora científica. Na BSGI, é responsável pela DFJ da Sub. Grande ABC, supervisora local do Núcleo da Asas da Paz Kotekitai e coordenadora de periódicos da localidade. É também vice-responsável pelo Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da CGSP.
Notas:
1. IKEDA, Daisaku. 365 Dias: Frases para Mulheres. 2. ed. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 119. Conheça mais sobre o livro clicando aqui .
2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II p. 390, 2017. Conheça mais sobre o livro clicando aqui .
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