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Revolução Humana

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01/02/2003

Revolução Humana
De todos os tipos de revolução, a mais eficaz e a que traz resultados mais duradouros é a revolução humana. Embora a palavra “revolução” conote lutas, violência e radicalismo, a revolução defendida na SGI é pacífica e gradativa, uma mudança que se processa nas profundezas do ser humano.

O termo “revolução humana” (ninguen kakumei, em japonês) foi utilizado pela primeira vez por Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, para descrever o processo de mudança que ocorre quando uma pessoa inicia a prática budista e aprende a evidenciar seu potencial inerente do estado de Buda na vida diária. A palavra ninguen significa “ser humano” e kakumei quer dizer “revolução” ou “mudança”. Portanto, ninguen kakumei corresponde à reforma da vida de uma pessoa, assim como de sua maneira de viver. Fundamentalmente, significa estabelecer um “eu” forte e independente. Não se trata necessariamente de uma mudança drástica da personalidade ou das características individuais mas, ao contrário, é o enriquecimento do próprio caráter, ressaltando-se os pontos positivos e transformando os negativos. Em termos sociais, o bem-estar de uma sociedade provém do comportamento responsável e sábio dos indivíduos que a formam. É por essa razão que a concretização do Kossen-rufu (paz mundial) está ligada à realização da revolução humana de cada pessoa.

O princípio dos Dez Mundos ou Dez Estados da Vida também está relacionado ao processo da transformação da vida.

As manifestações e as funções da vida em sua essência estão classificadas em dez categorias, com base na sensação que o “eu” experimenta a cada instante. Os Dez Mundos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e estado de Buda) indicam a condição de vida a cada momento, sendo que pelo princípio de Possessão Mútua dos Dez Mundos, pode-se experimentar a transição de uma para outra. Nota-se também que a vida de uma pessoa durante um certo período possui uma tendência básica para permanecer em um ou mais estados. Essa tendência básica determina o nível de vida da pessoa — baixo, intermediário ou elevado. O termo “transformação da vida humana” significa uma mudança gradual na tendência básica que todos possuem, visando a condições de vida mais elevadas — os estados de Bodhisattva e Buda. O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, disse a respeito desse importante ponto: “A vida passa num instante. Muitos passam seus dias atarefados, completamente absorvidos por preocupações superficiais, comuns e pequenas. Muitos jamais ultrapassam os seis maus caminhos da vida — os estados de Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade e Alegria.

“Entretanto, no momento em que decidimos transpor esses baixos estados de vida e alcançar os estados de Bodhisattva e Buda, demonstrando uma grandiosa benevolência em nossa atuação e comportamento diários, estamos empreendendo uma revolução da ‘ação’ — a revolução humana.”1

Teoricamente todos sabem o significado de revolução humana, do conceito dos Dez Mundos e da existência da tendência básica de vida. Porém, por que a revolução humana é tão difícil de ser colocada em prática?

Talvez porque as pessoas em geral tendem a associá-la a uma transformação em termos materiais e de status devido à ênfase dada a esses aspectos principalmente no mundo contemporâneo. A aquisição de uma bela casa, de um carro do ano, a ascensão a um alto posto na empresa são apenas alguns exemplos. O grande perigo que ronda essas pessoas é que uma vez atingida essas condições, acreditam que já é o suficiente e que não há mais o que aprimorar ou mudar. Uma outra razão é o não reconhecimento das próprias falhas, ou seja, de achar que o erro sempre está nos outros.

Para muitos a idéia de revolução humana, ou de que uma única pessoa é capaz de mudar o destino de uma nação, é uma utopia. Porém, se observar atentamente as revoluções que se processaram ao longo da correnteza da história, encontrarão em sua fonte um pioneiro, um desbravador de forte determinação, coragem e iniciativa.

A revolução humana caracteriza-se pelo espírito resoluto e destemido de “levantar-se só”. “Se espera criar outras pessoas, desenvolva primeiro a si próprio. Se entrar em ação, as pessoas o seguirão. Elas aprendem observando o seu aspecto e comportamento. A excelência de sua personalidade é o que toca o coração dos outros; é o que os inspira ao autodesenvolvimento. A vida será prazerosa se houver o desenvolvimento pessoal.”2 Essas palavras do presidente Ikeda expressam perfeitamente essa idéia. É um erro pensar que a revolução humana é um fim a ser atingido. Da mesma forma que o Kossen-rufu, é um processo contínuo, para toda a vida, pois a existência humana é repleta de acontecimentos imprevisíveis.

É importante observar que os momentos de sofrimento mais intenso e insuportável são, na verdade, brilhantes oportunidades para a realização da revolução humana.

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