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Estudo

[6] A natureza mística da vida: “Torne-se mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”

por Daisaku Ikeda

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01/06/2007

[6] A natureza mística da vida: “Torne-se mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”
“O coração é o que importa” (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], vol. I, pág. 1000), declara Nitiren Daishonin. Nossa mente ou nosso coração é realmente prodigioso e inescrutável. Podemos expandir e aprofundar o domínio de nosso espírito de forma ilimitada.

O coração pode experimentar uma alegria infinita, uma sensação de liberdade absoluta, como um vôo pelo imenso céu azul. Ele pode envolver com calor e benevolência todos os que sofrem, como a luz brilhante do Sol, que a tudo ilumina. O coração pode, muitas vezes, estremecer de ira justificada e vencer o mal como um leão justiceiro. De fato, nossa mente ou coração muda a cada instante, como a paisagem vista quando estamos em movimento ou como as cenas de uma peça teatral. No entanto, nada é mais surpreendente que sua capacidade de manifestar o estado de Buda. Mesmo as pessoas oprimidas pelo sofrimento e a ilusão podem fazer surgir das profundezas da vida o estado de Buda e experimentar a unicidade com o Universo. Esse comovente drama de transformação é o maior prodígio do ser humano.

O budismo afirma que todas as pessoas possuem a suprema nobreza e o potencial para essa grande e profunda mudança. Em ”Sobre atingir o estado de Buda nesta existência”, Daishonin conclui que, quando aprimoramos nossa vida recitando o Myoho-rengue-kyo, podemos evidenciar nosso estado de Buda, por mais envolvidos que estejamos por nossas ilusões, e converter a terra mais impura numa terra pura.

Myoho-rengue-kyo é o nome da “verdade mística que sempre existiu inerentemente em todos os seres vivos” (Os Escritos de Nitiren Daishonin [END], vol. I, pág. 1). Conseqüentemente, com a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo podemos revelar nosso estado de Buda, ou seja, polir o “espelho embaçado” de uma “mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida” e transformá-lo num “espelho límpido, que reflete a natureza essencial dos fenômenos e da realidade” (cf. END, vol. I, pág. 4). Em outras palavras, manifestando a verdade mística que reside em nós, podemos ativar nosso infinito potencial interior. O estado de Buda é uma condição de vida idêntica ao Myoho-rengue-kyo, a verdade mística primordial. Esse estado de vida supremo também é chamado de Nam-myoho-rengue-kyo.

A passagem que analisarei desta vez explica a relação entre Myoho-rengue-kyo e a mente ou o coração dos seres vivos, em termos dos elementos myo, ho, rengue e kyo. Esta explicação pode servir para descrever de que maneira nossa vida se funde com o Myoho-rengue-kyo e manifesta o estado de Buda. Consideremos, então, o profundo significado desta passagem.

A mente é a entidade mística do Caminho do Meio, que representa a realidade fundamental

Logo no início, Daishonin diz que myo, de Myoho-rengue-kyo, significa a natureza mística de nossa vida, a cada instante. Para descrever essa natureza prodigiosa e insondável, ele utiliza os conceitos da existência e não-existência.

Nossa mente se encontra num fluxo constante; muda como a maré, num vai-e-vem de incontáveis pensamentos e emoções. Daishonin diz: “Quando observamos nossa própria mente em qualquer momento, não percebemos cor nem forma para comprovar sua existência. No entanto, não podemos dizer que ela não existe pelo fato de incessantes pensamentos nos ocorrer. A mente não pode ser considerada como algo existente nem inexistente. A vida é, de fato, uma realidade que transcende tanto as palavras como os conceitos de existência e inexistência. Ela não é existência nem inexistência, no entanto mostra características de ambas”. (END, vol. I, pág. 4.)

Daishonin descreve a forma mística que a mente adota chamando-a de “entidade mística do Caminho do Meio, ou seja, a realidade fundamental” (END, vol. I, pág. 4). O Caminho do Meio não se refere simplesmente a um ponto médio entre dois extremos, mas a uma perspectiva mais elevada que não se deixa oscilar, por abarcar ambos. Sakyamuni estabeleceu uma sólida filosofia e uma prática transcendente às duas posturas extremas dominantes em sua época: o hedonismo e o ascetismo. Ele as chamou de “Caminho do Meio”. Em “Sobre atingir o estado de Buda nesta existência”, Daishonin diz que a verdade suprema, que transcende os dois extremos da existência e não-existência e, ao mesmo tempo, manifesta ambos, é o Caminho do Meio e, como isso constitui o epítome da verdade, também a chama de “realidade fundamental”.

Transcender a existência e a não-existência também pode significar transcender os fenômenos transitórios que se alternam sem cessar entre existência e não-existência. Além disso, o fato de exibir as características de ambas e, ao mesmo tempo, transcendê-las não diz respeito a um ser absoluto ou transcendental, separado dos fenômenos transitórios, mas indica a verdade eterna que incorpora os fenômenos impermanentes.

Embora neste escrito Daishonin explique a natureza mística de nossa vida ou mente em termos de conceitos de existência e não-existência, o que ele diz nesses trechos é similar ao conceito da não-substancialidade, postulado por Nagarjuna,1 e aos conceitos da unificação das três verdades2 e da contemplação tríplice numa única mente, expostos por Tient’ai.3 Em essência, a “entidade mística do Caminho do Meio, ou seja, a realidade fundamental” mencionada por Daishonin, refere-se à nossa vida ou mente, que é una com a realidade fundamental — um conceito que pode ser expresso de diversas formas: não-substancialidade, unificação das três verdades ou contemplação tríplice numa única mente.

Rengue refere-se ao princípio da simultaneidade de causa e efeito

Daishonin declara a seguir que ho, “Lei” ou “fenômeno”, é o nome dado às manifestações da natureza mística de nossa vida ou mente — um termo que também é expresso como “mente prodigiosa” ou “mente de myo”. A “mente de myo” é a própria Lei Mística. O termo “Lei Mística” não pode ser aplicado a palavras e teorias abstratas, mesmo que se trate de conceitos como a não-substancialidade ou a unificação das três verdades. A Lei Mística somente pode ser propagada como guia ou bússola e como ensino ou Lei (ho) para as pessoas seguirem quando expressa na mais elevada sabedoria humana fundamentada no Caminho do Meio.

Daishonin ainda afirma: “Rengue, que significa flor de lótus, simboliza as maravilhas da Lei” (END, vol. I, págs. 4–5). A Lei Mística é invisível aos olhos humanos. Por isso, o Buda vale-se de uma metáfora para ajudar as pessoas a compreender a natureza prodigiosa e mística da Lei. Esse é o significado de rengue, “flor de lótus”.

Por que ele emprega a flor de lótus como analogia? Normalmente, as plantas dão primeiro flores e depois, os frutos. Essa relação costuma ser usada para ilustrar a causalidade linear ou seqüencial, em que as flores representam a causa e os frutos, o efeito. No budismo, essa relação é chamada de “não-simultaneidade de causa e efeito”. Em contraste, no caso da flor de lótus, suas pétalas e seu receptáculo (que contém o fruto) se abrem ao mesmo tempo. Em outras palavras, o fruto é produzido no mesmo instante em que a flor desabrocha. Por essa razão, o lótus simboliza o princípio da simultaneidade de causa e efeito.

Os ensinos provisórios, pré-Sutra de Lótus, não expunham que a causa para atingir o estado de Buda é inerente à vida de todas as pessoas. Em vez disso, ensinavam que somente se podia atingir o estado de vida de um buda depois de incontáveis aeons de dedicação à prática budista. Neste caso, a causa e o efeito não são simultâneos. Porém, os ensinos do Sutra de Lótus esclarecem que todas as pessoas estão dotadas do estado de Buda e que podem revelá-lo instantaneamente. Em outras palavras, a mente de uma pessoa comum, sujeita a ilusões enganosas, pode se transformar instantaneamente numa mente de myo (a iluminação suprema) de um buda. A flor de lótus simboliza essa simultaneidade de causa e efeito.

Manter a mente de myo é o kyo místico

Daishonin explica que kyo, de Myoho-rengue-kyo, significa “sutra” e refere-se à compreensão da natureza mística da vida. Ele afirma: “Se compreendermos que nossa vida neste momento é myo, então também compreenderemos que nossa vida em outros momentos é a Lei Mística” (END, vol. I, pág. 5).

Kyo é escrito com um ideograma chinês que representa os fios verticais de um tear ou de um tecido; também é empregado para descrever a passagem do tempo. É nesse sentido que Daishonin fala de nossa vida ou mente “neste momento” e de nossa vida ou mente “em outros momentos”. Nossa vida ou mente está sempre mudando, mas quando vencemos nossa escuridão ou ignorância fundamental com a recitação de Daimoku com firme fé, a verdade mística inata se manifesta em nós, e a vida de Myoho-rengue (literalmente, o lótus da Lei Mística) floresce em nosso coração.

Dia após dia, por meio da prática da recitação do Daimoku, podemos acumular as causas e os efeitos para atingir o estado de Buda, que nos permite transformar a mente encoberta pela escuridão inata na mente que reflete a natureza essencial dos fenômenos e o verdadeiro aspecto da realidade (cf. END, vol. I, pág. 4). As virtudes dessas causas e efeitos tornam-se, ao longo do tempo, a medula e o esqueleto de nosso ser, e nossa vida e personalidade são adornadas com as flores de inúmeros benefícios. Este é o kyo místico em termos de nossa vida individual.

Podemos também considerar o kyo místico como a propagação da Lei Mística de nós para outras pessoas. Se considerarmos que nossa vida “neste momento” é a mente ou a vida do Buda, e que nossa vida “em outros momentos” é a mente de todos os seres vivos, então kyo se refere aos ensinos do Buda, que expõem aspectos de sua iluminação no tocante à natureza mística da vida, ou seja, à mente de myo. O rei dos sutras, que esclarece diretamente o coração ou mente de myo, é o Sutra de Lótus, cuja essência é Myoho-rengue-kyo. Nesse sentido, poderíamos dizer que o kyo místico corresponde ao desenvolvimento do Kossen-rufu, sustentado pela atuação abnegada das pessoas que propagam a Lei Mística e recitam Nam-myoho-rengue-kyo por sua felicidade e a de seus semelhantes e que ensinam os outros a fazerem o mesmo.

Como já vimos, Myoho-rengue-kyo é a Lei inerente à nossa vida. A transformação contínua de nosso coração e nossa mente que se produz com a recitação do Daimoku resulta não só na mudança interior profunda como também na transformação de todo o nosso modo de vida, colocando-nos na rota para atingirmos o estado de Buda nesta existência, e gera um grande movimento em direção ao Kossen-rufu, ou seja, a transformação de toda a humanidade. A força dinâmica da mudança, em todos os níveis, é Myoho-rengue-kyo.

Sejamos o mestre de nossa mente

Como Myoho-rengue-kyo é a Lei inerente à nossa vida, há outro tópico que devo mencionar: a relação entre a mente repleta de ilusão, encoberta pela escuridão inata, e a mente de myo, iluminada pela natureza essencial dos fenômenos e o verdadeiro aspecto da realidade.

Se seguimos a mente repleta de ilusão das pessoas comuns, que tende a ser fraca e facilmente influenciada, nosso potencial interior pode definhar em pouco tempo ou, pior, nossa vida pode sucumbir aos impulsos negativos e destrutivos. Este é um problema que provém da sutileza da mente. Pelo fato de a mente ou o coração ser a chave para atingir o estado de Buda nesta existência, não devemos ser derrotados por nossa fraqueza intrínseca. Esse é o propósito da prática budista. A mente das pessoas comuns, sujeita à ilusão, oscila a todo o momento. Por isso, não devemos deixar que essa mente instável seja nosso guia ou mestre.

Daishonin ressalta esse ponto nesta famosa passagem: “Torne-se mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”. (WND, vol. I, pág. 502.) Trata-se de uma citação do Sutra dos Seis Paramitas, cujo texto original diz: “Nossa mente pode, subitamente, escapar de nosso controle. Por isso, devemos domá-la como se fosse um elefante selvagem, e não permitir que ela se torne nosso mestre. Em vez disso, nós é quem devemos ser seu mestre”.4 O Sutra do Nirvana contém um trecho similar: “Oro para que venha a se tornar mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”. (Gosho Zenshu, pág. 152.) Daishonin cita essa advertência muitas vezes e a apresenta como diretriz para todos os seus seguidores.

Para nos tornar mestre de nossa mente, precisamos ter uma excelente bússola na vida e um brilhante farol na fé. Não podemos nos permitir governar pela natureza inconstante, fraca e mutável da mente sujeita a ilusões de uma pessoa comum. Para sermos mestres de nossa mente, devemos conduzi-la na direção correta. Dessa forma, o verdadeiro mestre da mente é a Lei e os ensinos do Buda. Sakyamuni proferiu o juramento de que o mestre de sua mente seria a Lei para a qual havia se iluminado; seu orgulho era viver fiel a esse juramento. Esse modo de vida corresponde à frase “procurar refúgio na Lei”, proferida por Sakyamuni como instrução final aos seus discípulos antes de morrer.5

Os sacerdotes das várias escolas budistas, da época de Daishonin, esqueceram-se desse espírito de Sakyamuni. Seguindo seu próprio pensamento ou idéias arbitrárias, perderam de vista os ensinamentos do Buda, denegriram o Sutra de Lótus e sucumbiram à própria arrogância. Em contraste, Nitiren Daishonin ensinou que o verdadeiro mestre da mente é Myoho-rengue-kyo — o coração do Sutra de Lótus e a Lei fundamental de todos os budas —, e estabeleceu a prática concreta da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo para dominar a mente. Ele também enfatizava freqüentemente a seus discípulos a postura primordial na fé, o espírito de procura, a cada instante, do verdadeiro mestre da mente: a Lei Mística.

Por exemplo, quando um dos irmãos Ikegami6 foi deserdado por seu pai por causa de sua fé, Daishonin encorajou a ambos dizendo-lhes que esse, precisamente, era o momento para se unirem e superar a situação com base na fé. Ele lhes oferece a seguinte orientação: “Uma passagem do Sutra dos Seis Paramitas nos exorta a sermos mestres de nossa mente, em vez de permitirmos que ela nos domine. Seja qual for o problema, considerem-no não mais que um sonho e pensem somente no Sutra de Lótus”. (WND, vol. I, pág. 502.)

Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que tenhamos de enfrentar, poderemos infalivelmente transformá-las se não vacilarmos na fé. A fé é uma batalha contra nossa própria fraqueza. Daishonin nos ensina que, para triunfar nessa batalha, devemos basear nossa vida com toda a sinceridade no Sutra de Lótus — a Lei Mística —, sem nos deixar influenciar por nossa fraqueza interior.

O caminho de mestre e discípulo fundamentado na Lei

O triunfo que os irmãos Ikegami conquistaram também nos exorta a aprendermos o espírito da inseparabilidade de mestre e discípulo. Estes dois seguidores conseguiram superar a difícil provação, ou seja, enxergar a manipulação de Ryokan, do templo Gokuraku-ji, por trás dos atos de seu pai e, no fim, conquistaram a vitória mais surpreendente — fazer com que seu pai abraçasse a fé — precisamente porque seguiram à risca a orientação dada por Daishonin.

Deixarmo-nos dominar por nossa mente é viver de maneira egocêntrica. Em última análise, arrastados a todo momento por nossos pensamentos mutáveis, sucumbimos ao egoísmo e mergulhamos na ignorância e escuridão mais profundas. Do contrário, ser mestre de nossa mente é viver com base na Lei.

Mestre, no budismo, é aquele que conduz as pessoas à Lei e as coloca em contato com ela; que lhes ensina que a Lei na qual devem confiar existe dentro de sua própria vida. Os discípulos, por sua vez, buscam o mestre, que incorpora essa Lei em suas ações e vive em unicidade com ela. Os discípulos se empenham na prática budista tendo seu mestre como exemplo e modelo. Seu modo de vida lhes permite ser mestre de sua mente.

Em outras palavras, para atingir o estado de Buda nesta existência, é imprescindível ter um mestre que incorpore a Lei e viva totalmente de acordo com ela, e que ensine às pessoas o imenso potencial que possuem.

Eu tive um mestre que praticou em exata conformidade com o que o Buda ensinou: o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, que dedicou sua existência à ampla propagação do Budismo de Nitiren Daishonin na era moderna. Ele fez de mim o que sou hoje. O presidente Toda sempre está ao meu lado, como mestre espiritual. Ainda hoje, dia a dia e minuto a minuto, converso com meu mestre em meu coração. Este é o espírito de inseparabilidade entre mestre e discípulo. Os que têm o mestre como sua bússola e se empenham em conformidade com o que ele ensina são pessoas que vivem com base na Lei. O Budismo de Nitiren Daishonin é um ensino fundamentado na unicidade ou inseparabilidade de mestre e discípulo. Da mesma maneira, o Sutra de Lótus é um ensino de inseparabilidade entre o mestre e seus sucessores.

Na última parte deste escrito, para destacar a importância da relação de mestre e discípulo para atingir o estado de Buda nesta existência, Daishonin cita uma passagem do 21º capítulo do Sutra de Lótus, “Os Poderes Místicos do Buda”.7 Deixarei para a próxima ocasião a análise detalhada do significado dessa passagem. Por ora, gostaria de ressaltar que o caminho para atingir o estado de Buda nesta existência se encontra na prática dos Bodhisattvas da Terra que recitam Nam-myoho-rengue-kyo — a Lei inerente à vida — para sua felicidade pessoal e a de seus semelhantes, e ensinam outros a realizar a mesma prática.

Antes de mais nada, o grande caminho que nos conduz ao estado de Buda nesta existência encontra-se na prática da fé embasada no espírito de inseparabilidade de mestre e discípulo, na unicidade de nosso coração e o nobre coração do Buda, sem deixarmos nos influenciar pela escuridão inerente nem pelos três venenos da avareza, ira e estupidez. A fé embasada no espírito de mestre e discípulo é a chave para abrir a arca do tesouro que existe em nossa vida, imensurável como o Universo. Em síntese, o empenho corajoso na recitação do Daimoku e nas ações pelo Kossen-rufu é o caminho direto para atingir a iluminação nesta existência.

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