marcar-conteudoAcessibilidade
Tamanho do texto: A+ | A-
Contraste
Cile Logotipo
Pequenos, Grandes Valores

Pequenos, Grandes Valores

Descobrir, desenvolver e lapidar os valores humanos é o foco das atividades promovidas pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Sem esses esforços, não há como concretizar o objetivo maior — a paz mundial. Se a humanidade almeja um futuro brilhante, deve, como primeiro passo, cuidar, com todo carinho e atenção, das crianças. Os excertos, a seguir, foram extraídos do artigo “Diálogo sobre mães e filhos no século XXI”, de autoria do presidente da SGI, Daisaku Ikeda, publicado, em série, na revista Daisanbunmei, entre 1999 e 2000.

download do ícone
ícone de compartilhamento

01/02/2008

Pequenos, Grandes Valores
As crianças gostam de ouvir palavras de elogio e apreço. Atualmente, isso é raro; estamos mais acostumados a manifestações de rancor e inveja. As pessoas estão se tornando cada vez mais intolerantes e superficiais; indivíduos assim não conseguem reconhecer qualidades nos outros.

Na SGI, por outro lado, as pessoas sempre são enaltecidas e incentivadas, o que lhes possibilita vencer na vida. Nesse ambiente, elas compartilham esperanças e alegrias, são encorajadas e revitalizadas.

Para uma criança, a mãe é a pessoa mais importante, o que tem de mais precioso no mundo. Por essa razão, é importante que a mãe abrace o filho com carinho. (...) Essa proximidade entre mãe e filho permite que ela o advirta sem hesitação, quando ele causar algum problema. Os filhos sempre sentirão o amor maternal envolvendo-os totalmente.

De que forma as crianças devem ser repreendidas ou censuradas? Essa é uma questão difícil. Na realidade, depende de como os pais conduzem a própria vida. O mais importante é fortalecerem a convicção, tornando-se exemplos para os filhos. É fundamental que cultivem valores positivos. Do contrário, poderão ser influenciados pelos muitos livros que existem sobre como criar os filhos, ou então, se deixarem levar pelas próprias crianças. No fim, os filhos sofrem.

Se a mãe participa das atividades da organização com sinceridade, os filhos, certamente, seguirão seu exemplo. Por outro lado, se ela reluta em participar nas reuniões, as crianças desdenharão da prática budista. Portanto, a mãe é quem determina tudo.

Interagir com os filhos não é apenas uma questão de quanto tempo se passa com eles. O principal é o sentimento da mãe. Daishonin diz: “O que importa é o coração”. (The Writings of Nichiren Daishonin, v. 1, p. 1.000.)

Sempre que sair de casa, avise as crianças sobre onde estará: “Vou para tal lugar...” ou “Voltarei tal hora...”. Se os filhos não estiverem, deixe-lhes um bilhete. Anote os números de telefone dos locais em que podem encontrá-la e a localização de tudo o que eles talvez precisem na casa. Use a criatividade em cada circunstância.

Depois, ao voltar, deixe as crianças notarem a sua presença. Se já estiverem dormindo, sussurre no ouvido de cada uma delas: “Muito obrigada por ficar em casa”, ou “Graças a você, pude fazer o melhor hoje”.

As crianças sentem-se inibidas quando os pais estão por perto. Há ocasiões em que a ausência dos pais cria um espaço para elas expandirem a mente. Se os filhos ficarem o tempo todo com os pais, sentirão a pressão e o desconforto de serem vigiados constantemente.

A palavra “resistência” parece ter perdido o significado, principalmente pelo fato de mais e mais crianças serem criadas em circunstâncias relativamente confortáveis — tudo o que desejam pode ser obtido com facilidade. (...) Porém, se os filhos continuarem a ser tratados dessa forma, mais tarde, vão se tornar pessoas fracas, derrotadas, que sempre se esquivam do que lhes é desagradável. O excessivo conforto na infância pode levar as crianças a caminhos tortuosos no futuro. Rousseau dizia que a melhor forma de conduzir os filhos para a desgraça é dando-lhes tudo o que desejam.

Minha mãe sempre se preocupava com a alimentação dos filhos. Ela não tinha conhecimento algum sobre nutrição. Quando penso naqueles tempos, sinto profunda gratidão por ela.

Nós não desfrutávamos boas condições financeiras; a família sobrevivia com o cultivo de algas marinhas e com o comércio dessas iguarias. Porém, tivemos prejuízos devido ao grande terremoto da era Taisho e perdemos tudo. Mesmo em situações como essa, minha mãe usava a criatividade para preparar refeições, que não custavam caro e, o mais importante, eram nutritivas. Ela nos servia peixe e dizia: “Comam! Faz bem para os ossos!” Nós sempre comíamos alga marinha em conserva, a “especialidade da casa”. Ela também nos dizia que podíamos evitar doenças contagiosas se comêssemos um umeboshi (ameixa japonesa curtida em sal) por dia. Nossas refeições não eram suntuosas, mas a atenção que minha mãe dava aos detalhes, sua meticulosidade, é um tesouro para minha vida até hoje.

Minha mãe desconhecia metodologias. Porém, ela era, para nós, uma fonte rica de sabedoria e benevolência.

As mulheres realizam várias tarefas ao mesmo tempo. Sei perfeitamente as dificuldades que vocês, mães, enfrentam. Mesmo que não possam estar sempre com os filhos durante as refeições, ou que não possam prepará-las pessoalmente, é importante procurar formas para fazer o melhor na situação em que se encontram.

Compartilhar nas