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Fui - Leonardo Akihiro Saito

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01/08/2010

Fui - Leonardo Akihiro Saito

Em busca de um sonho!

Muitos jovens brasileiros anseiam por cursar uma universidade. Imagine, então, estudar numa instituição fora do país, idealizada e fundada pelo mestre da vida... Nesta edição, Fui! traz aos leitores a trajetória de um jovem que persistiu até conseguir realizar um grande sonho — estudar na Universidade Soka da América (SUA, sigla em inglês), Califórnia, Estados Unidos

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Por Fernando Otsubo, amigo

Akihiro é uma pessoa sensacional, de muita paixão e determinação!

Desde a Divisão dos Estudantes, estamos juntos. Atuamos pelo Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO) e mais tarde ingressamos na própria Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI).

Além da OFBHI, tive o prazer de estudar com o Akihiro da 7ª série do Ensino Fundamental ao 1º ano do Ensino Médio. Isso contribuiu ainda mais para cultivarmos uma grandiosa amizade.

Com o passar do tempo, ele foi se tornando mais do que amigo, um exemplo para mim. A perseverança em conquistar a vitória possibilitou a Akihiro chegar onde está.

Esquentando as turbinas

Nascido numa família budista, Leonardo, ou melhor, Akihiro — como é chamado pela família e pelos amigos — confessa que, desde pequeno, dividia o tempo entre as atividades da Organização e os estudos. “Gostava de ir às reuniões com a minha mãe para poder brincar com os outros estudantes, mas me empolgava com os estudos da mesma forma”, diz ele.

Aos 9 anos, por incentivo de um primo, Akihiro ingressou no Grupo de Treinamento para a Orquestra (GTO, atualmente NDO). E comenta: “No início, não havia interesse em aprender música, mas como meus primos estavam sempre ocupados nos fins de semana com ensaios, pensei: ‘Por que não ir também?’” Com isso, em 2003, ele já estava na OFBHI, participando de diversas apresentações e viagens pelo Brasil.

E o sonho de cursar a SUA, quando surgiu? Akihiro conta que, em janeiro de 2001, aos 15 anos, viajou ao Japão por um mês como intercambista da Japan International Cooperation Agency (Jica).1

Nesse período, foi conhecer a Sede da Soka Gakkai. Na ocasião, depois de dialogar com o coordenador da Divisão dos Estudantes Herdeiro, este lhe presenteou com um distintivo da SUA que ganhara do mestre, Daisaku

Ikeda. “A Universidade estava prestes a ser inaugurada em maio daquele ano”, explica Akihiro. “O coordenador pediu que me esforçasse ao máximo nos estudos. Porém, durante os três anos do Ensino Médio não levei o incentivo a sério e tampouco desconfiava que aquele episódio seria o fator marcante na minha vida e o início da missão na SUA.”

Concluído o Ensino Médio, e a possibilidade de estudar na SUA nem passava pela cabeça do jovem. “Pelo contrário, meu pensamento era cursar uma faculdade e permanecer no Brasil. Afinal, não me imaginava distante da atuação na BSGI.”

Na realidade, Akihiro estava completamente desmotivado com os estudos. Embora frequentasse curso preparatório para vestibular, um grande vazio tomava conta de seu coração por não saber qual ramo profissional seguir.

Foi então que em meados de março de 2004 a semente de 2001 — aquela do episódio no Japão — começava a exibir as primeiras folhas. Outro diálogo, esse em terras brasileiras, com um veterano da DMJ, fez florescer o desejo de estudar na SUA — uma das universidades mais diversificadas do mundo, com alunos vindos de 44 países, fundada pelo presidente Ikeda para forjar líderes e cidadãos globais que lutam pela paz mundial e pela justiça.

“SUA, aí vou eu!”

Pronto! Akihiro se decidira. Estudaria na instituição desenvolvida pelo mestre.

Com a forte decisão, porém, vieram obstáculos. Os carros-chefe foram a barreira do idioma e a condição financeira. O jovem enfrentou quatro anos de frustração e dúvida. Frustração pelo insucesso nos exames e recebimento da carta de reprovação da SUA por dois anos consecutivos — 2005 e 2006. Quanto às dúvidas, chegou a questionar se a sua missão era realmente tornar-se aluno da SUA. “Em alguns momentos pensei em desistir, mas sabia que esse seria o caminho mais fácil, deixando de cumprir o juramento feito ao mestre.”

Como decisão é decisão, de agosto de 2007 a março de 2008, Akihiro deu início à terceira e última tentativa de ingressar na SUA. Não poderia falhar, três reprovações impediam o candidato de se inscrever novamente. “Encarei o novo desafio como uma batalha entre a vida e a morte, afinal aqueles sete meses decidiriam meu futuro e o resto de minha vida!”, desabafa.

Segundo ele, foi difícil conciliar trabalho, estudo (estava cursando faculdade no Brasil), atividades da Organização (atuava como responsável pela DMJ de regional), e ainda concluir o application2 para a SUA. “Tudo se tornou motivo para uma grande onda de Daimoku. Intensifiquei a oração convicto de que conquistaria a vitória.” Estudar na SUA não era questão de ser reconhecido ou ter prestígios. A única razão consistia em corresponder às expectativas do mestre e dignamente representá-lo na comunidade acadêmica.

De 15 de janeiro até a semana de 16 de março foram os dias mais tensos da vida do aspirante à SUA. O nervosismo, a ansiedade e a preocupação tentavam lhe desviar o foco. Então, mais Daimoku! E só para contribuir com o disparo da ansiedade, constava no formulário da Universidade americana a informação de que os candidatos receberiam a resposta até o dia 16 de março! Isso mesmo — Dia do Kossen-rufu, um marco para os jovens da SGI.

Uma semana antes do 50º aniversário do Dia 16 de Março, tocaram a campainha da casa de Akihiro. Um dos irmãos gritou: “É o correio!” Ao pegar a correspondência, o candidato já não sentia as mãos. “O tempo para abrir o envelope parecia durar uma eternidade”, relembra. Dentre vários papéis, havia uma carta do reitor. O conteúdo das primeiras linhas salta da memória de Akihiro: “Caro Leonardo, parabéns! Estou muito feliz em informá-lo que você foi aceito na Universidade Soka da América”.

O jovem revive toda a emoção e alegria daquele instante, dizendo que havia vencido e que na mesma hora escreveu ao mestre relatando a vitória do discípulo!

“Garota, eu vou pra Califórnia...” assim já dizia a música; assim ocorreu com Akihiro, que arrumou as malas e partiu para o Condado de Orange no início de agosto de 2008.

Hora de ‘arregaçar as mangas’

O primeiro semestre na SUA foi desafiador pelo ajuste ao novo ambiente, às novas pessoas, à nova cultura. Nessas circunstâncias, a solução mais certeira era, além de estudar, intensificar o Daimoku. “No fim do primeiro semestre, já não sofria muito com estudos como no começo. Estava apto a acompanhar as aulas e leituras e pronto para aulas mais difíceis.”

Na Organização americana, o jovem recebeu por e-mail um convite para se juntar ao grupo Sokahan. No Brasil,

OFBHI. Neste outro país, vestia a camisa do Sokahan! “Decidi ingressar no grupo. Naquele momento era a forma de participar das atividades e me dedicar ao Kossen-

-rufu.” Alguns meses depois, vieram as nomeações: vice--responsável pela DMJ de comunidade e responsável pelo grupo Sokahan da RM.

A BSGI, no mesmo período, se preparava para a Convenção Cultural dos Jovens Monarcas da Nova Era, o inesquecível “3 de Maio”. “Eu estava longe fisicamente, mas o coração ligado aos companheiros do Brasil.” Isso porque ele recebia todos os dias o Informativo da DJ — um material on-line que relatava a atuação e os desafios enfrentados pelos jovens brasileiros nas organizações de base para chegarem vitoriosos até o “3 de Maio”.

Akihiro afirma que graças àquele informativo com fotos, relatos e contagem regressiva para o evento, continuou desafiando as circunstâncias. E mais, passava o conteúdo de cada material para o inglês, encaminhando a outros alunos que também precisavam de incentivos.

Com isso, ele se sentia responsável em se fortalecer mais e mais para poder encorajar os companheiros da SUA. “Posso dizer que, em sintonia com o mestre, a BSGI coroou a vitória dos jovens por meio da realização da Convenção Cultural e eu concluí o primeiro ano vitorioso e sem arrependimentos.”

O segundo ano na SUA foi mais desafiador. Além das aulas, os alunos precisam se organizar para atribuições diversas como grêmios, grupos, departamentos e comissões de eventos. “No meu caso, havia me tornado presidente do grupo de taiko,3 o Josho Daiko. Todo ano há a troca de responsável. Eu liderei o grupo de setembro de 2009 a maio de 2010.” Akihiro afirma que a responsabilidade era grande, pois o grupo é o mais popular e o único nomeado pelo próprio presidente Ikeda.

As oportunidades se multiplicam

Em janeiro de 2010, o jovem pôde participar do “Learning Cluster” — proposta em que grupos de alunos desenvolvem projetos de aula, escolhendo algum país para aplicação. “Meu grupo e eu decidimos estudar a importância da imigração japonesa no Brasil. Após semanas de trabalho, tivemos não só a aprovação do plano como também uma verba de US$ 10 mil para passagens de avião, estada e compra de material necessário.” A satisfação por desembarcar em São Paulo, cidade natal, tinha duas razões: ser brasileiro e estar aqui como estudante da SUA. De volta à Universidade, o projeto foi bem reconhecido e acabou ganhando um pequeno, mas significativo espaço no jornal Los Angeles Times.

Futuro — a busca por outras oportunidades

Ainda em dúvida sobre o futuro, Akihiro pensa em seguir carreira diplomática. “Na SUA, tenho focado os estudos nos aspectos de relações internacionais, principalmente em questões e problemas diplomáticos.”

Nesse sentido, já está quase certo, em janeiro de 2011, a viagem para a China a fim de estudar por um semestre na Universidade de Nanquim. Na SUA, todos os alunos devem estudar um segundo idioma (chinês, japonês ou espanhol) como parte do currículo acadêmico. No terceiro ano, o aluno tem a oportunidade de passar um dos semestres no país em que o idioma é falado. Isso faz parte de outro projeto da SUA, o “Study Abroad”, que visa ao aprimoramento da língua escolhida e também à formação de um cidadão global. “Ikeda Sensei constantemente fala da importância da China na atual sociedade. Essa será a chance de aprofundar meu entendimento sobre o assunto, além de vivenciar o idioma que estudo.”

Um ‘muito obrigado’ e o juramento de

percorrer o ‘caminho dos campeões’

“Apesar da longa estrada repleta de pedras e tombos até chegar à SUA, posso afirmar com convicção que valeu a pena!” Essa é a conclusão à qual Akihiro chega. Mas tem a certeza de que só ‘valeu a pena’ porque pessoas estiveram sempre presentes.

Agradece aos irmãos pela torcida e deixa claro que os pais foram decisivos durante a jornada. “A rigorosidade de meu pai me fez não desistir no meio do caminho e ir em busca de meu sonho. Acredito que o Daimoku de minha mãe veio me protegendo e me direcionando no caminho certo até a vitória.”

Aos companheiros das cinco divisões da BSGI, o reconhecimento de que são pessoas maravilhosas.

Ao mestre, a consideração especial: “Agradeço-o por me permitir viver essa época em que são comemorados os 80 anos da Soka Gakkai e os 50 anos desde a primeira visita dele à América. Minha eterna gratidão por me oferecer a SUA, por me oferecer o mundo”.

E Akihiro promete viver de acordo com a seguinte diretriz do mestre: “Aprender é crescer e se desenvolver ilimitadamente. É percorrer o nobre caminho dos campeões. É coroar a própria vida com vitórias. É meu sincero desejo que todos os alunos da Universidade Soka da América — que são minha própria vida e a esperança de toda a humanidade — brilhem sem exceção como sábios vitoriosos na vida e que se tornem grandes líderes da paz mundial”.4

Momento Inesquecível

Até o mês passado, a SGI-USA estava envolvida nos preparativos do tão esperado “Rock the Era” — festival da Divisão dos Jovens, que ocorreu em 10 de julho. O evento foi inspirado na Convenção Cultural dos Jovens da Nova Era, promovida pela BSGI em maio de 2009.

Lembro-me desde o início, quando a atividade foi lançada em setembro de 2009. Os líderes da DJ da SGI-USA só falavam do “3 de Maio” do Brasil. E ainda exibiam trechos do DVD, fruto dessa atividade, como forma de incentivo e exemplo do que queriam realizar.

Há duas décadas, a SGI-USA não promovia uma atividade desse porte. Por isso,

os jovens, que nunca haviam vivenciado um festival, empenharam-se

incondicionalmente.

Pensei comigo: “Não posso ficar apenas como um mero espectador. Devo me lançar nessa luta com os jovens da SGI-USA, afinal eles estão se espelhando nos jovens da BSGI!”

Fui indicado como responsável por toda a movimentação externa do evento. Durante os dez meses de reuniões, ensaios e preparativos, acompanhei de perto o desenvolvimento dos jovens americanos.

Semanas antes do festival, a rotina se intensificou. Todos os dias após o trabalho, eu ia para a Sede da SGI-USA em Santa Mônica (100 km do Condado de Orange) e retornava por volta da uma da madrugada. Sabia, porém, que esses momentos ficariam gravados em minha vida.

Tenho a certeza de que em 2030 — ano em que comemoraremos o Centenário da Soka Gakkai — tanto o “3 de Maio” como o “Rock the Era” serão lembrados como grandes marcos históricos!

Aprendizado

"Fortaleça a fé e empenhe-se

diligentemente até o último instante da vida. Caso contrário, só terá arrependimentos. Por exemplo,

a viagem de Kamakura a Kyoto leva doze dias.

Se parar no décimo primeiro dia, como poderá

admirar a lua da capital?"

"Be diligent in developing your faith until the last

moment of your life. Otherwise you will have regrets.

For example, the journey from Kamakura to Kyoto takes twelve days. If you travel for eleven but stop with only one day remaining, how can you admire

the moon over the capital?"

(The Writings of Nichiren Daishonin, v. 1, p. 1.027.)

Conheça a Califórnia

Localizada na região do Pacífico, a Califórnia é um dos 50 estados norte-americanos.

Das vinte maiores cidades dos Estados Unidos, quatro estão situadas na Califórnia: Los Angeles, São José, San Diego e São Francisco.

Como estado mais habitado do país, a Califórnia concentra sozinha 12% da população nacional.

Está dividida num total de 58 condados. O maior deles é o Condado de Los Angeles, que possui aproximadamente 10,5 milhões de habitantes, ou um terço da população do estado.

SGI–USA

A Sede da SGI-USA situa-se em Los Angeles, Califórnia. Há também outros prédios ao redor, como o Youth Center, Friendship Center e o World Peace Ikeda Auditorium.

A SUA fica localizada dentro do Condado de Orange e os estudantes-membros pertencem à região Sul desse condado. Além do “Encontro com o Mestre”, promovido mensalmente, o principal encontro dos jovens é o “Rock the Era” — uma atividade em continuidade ao Festival de mesmo nome realizado no último dia 11 de julho.

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