Especial
TC
O dia do Juramento de mestre e discípulo
Em 1954, Jossei Toda, já na condição de segundo presidente da Soka Gakkai, retorna à Vila Atsuta para apresentar sua terra natal ao jovem Daisaku Ikeda. Um sincero diálogo entre mestre e discípulo se desenrola, tendo como cenário a praia em frente à casa dos pais de Toda. Ali, o discípulo jura concretizar o Kossen-rufu Mundial
01/10/2010
– Aqui minha vida começou. Mais de trinta anos se passaram desde que deixei Atsuta. Foi há tanto tempo. E, no entanto, faz apenas três anos que comecei a verdadeira obra de minha vida, a partir do momento em que me tornei presidente. Existem muitas coisas que ainda tenho de fazer. A vida é curta...
O presidente Toda voltou-se para o jovem discípulo e disse:
– Daisaku, edificarei uma sólida base do Kossen-rufu no Japão, mas você pavimentará o caminho do Kossen-rufu Mundial. Criarei o projeto; você vai torná-lo realidade.
O jovem Ikeda, acatando profundamente essas palavras como um testamento de seu Mestre, respondeu-lhe:
– Eu o farei!
Jossei Toda sorriu e anuiu com a cabeça, voltando os olhos novamente para o mar.
– Você deve iluminar a Ásia e o mundo inteiro com a chama da Lei Mística. Deve fazer isso em meu lugar.
Essas palavras atingiram o jovem Daisaku com uma poderosa força.
Após o diálogo, mestre e discípulo retornaram à hospedaria mantida pelos parentes de Toda. Naquela noite, o jovem Daisaku foi apresentado aos familiares do Mestre.
– Este é Daisaku Ikeda, um jovem a quem deposito uma profunda confiança. Ele não é somente o meu braço direito, ele é os meus dois braços. É um homem inteligente e brilhante.
Logo ao amanhecer, o jovem Ikeda foi à praia onde havia caminhado com o Mestre no dia anterior. De lá, dirigiu-se ao farol pelo quebra-mar para avistar a Vila Atsuta. Tomado por uma profunda emoção, compôs o seguinte poema:
Vila Atsuta
Na Vila Atsuta, do gélido mar do norte
Em meio à interminável nevasca
Uma humilde casa prateada à beira-mar.
Eis o glorioso castelo do seu passado.
Rio Atsuta, no bailar poético
da primavera e do verão,
Cardumes de anchovas formam
ondas no mar do Japão,
Formando jardins da vila pesqueira
protegida por penhascos
Da terra desbravada pelo clã Matsumae.
O rapaz imóvel sob o esplendor da lua cheia,
lendo obras biográficas e de história,
sobre a face rósea cai tristemente uma lágrima,
música de um coração que pulsa com lealdade.
O casaco atsushi cosido pela mãe de cabelos brancos
com sua sofrida agulha dizendo:
“Vença a injustiça!”
Em resposta às suas preces
o jovem como uma fênix
voa pelo céu em busca de um arco-íris.
Conversa também o pai no aquecedor,
Consertando a rede, o rosto enrugado sorri.
Contra os ventos do autoritarismo, diz o bravo:
“Vá” — nesta única palavra, a canção de pai e filho.
Sem nunca se esquecer
de sua terra natal de Atsuta,
Sentindo os ventos do norte em suas costas,
Partiu da terra anônima
para o bem do mundo,
Embarcando em sua longa jornada.
Após compor o poema, o jovem Ikeda relembrou as palavras do Mestre: “Você pavimentará o caminho do Kossen-rufu Mundial!” Em seguida pensou: “Sensei, meu pai, clama a mim: ‘Marche adiante na jornada pelo Kossen-rufu’. Que assim seja! Marcharei adiante! Irei compor a canção de pai e filho”. Assim como o jovem Toda bradou diante do rio, seu discípulo gritou em direção ao oceano:
– Sensei! Eu, Daisaku, realizarei o Kossen-
-rufu do Oriente. Definitivamente, construirei uma ponte dourada do Kossen-rufu que unirá o mundo! — sua voz, se misturou com o som das ondas, ressoando pelos céus do Mar do Norte.
No caminho de volta, diante das montanhas e do rio Atsuta, pensou: “Estou determinado a escrever uma sequência do livro Revolução Humana como um registro das gloriosas realizações de meu mestre”.
“Naquele dia, eu estive sozinho
na costa de Atsuta. Observando
o mar, respirei os sonhos da jornada para a propagação mundial da
Lei Mística, em que se cruzam
alegria e dificuldades”
Daisaku Ikeda
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