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Reflexões Sobre a NRH

[52] Reconhecimento àqueles que oferecem a casa para reuniões

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15/06/2019

[52]  Reconhecimento àqueles que oferecem a casa para reuniões

Este foi mais um ano de triunfos notáveis para a Soka Gakkai — uma etapa em que uma vez mais nos empenhamos arduamente para revitalizar a sociedade com a propagação dos ideais de um novo humanismo.

A fonte desses esforços é a reunião de palestra, um oásis onde as pessoas podem se revigorar. Gostaria de expressar meu mais profundo agradecimento a todos os que oferecem seu precioso lar para as atividades. É impossível enumerar as dificuldades que esses sinceros membros têm de enfrentar para ajeitar a casa, adequando-a para a realização desses eventos. Não é tarefa fácil conseguir espaço para estacionar carros e bicicletas, ou evitar que o som do gongyo e das canções da Soka Gakkai incomodem a vizinhança. Essas pessoas também precisam da compreensão e colaboração da família.

Os budas e as divindades budistas — as funções protetoras do universo — estão seguramente louvando essas pessoas generosas que recebem os companheiros e convidados com cálidos sorrisos e não poupam esforços para assegurar que todos estejam bem confortáveis.

No capítulo “Aceleração” do volume 6 da Nova Revolução Humana, escrevi sobre uma comovente história de revitalização protagonizada pelos moradores de uma favela conhecida como Dokan, em Fukuoka, Kyushu, uma das quatro ilhas principais do Japão localizada no extremo sul. A área era ocupada por um conjunto de barracos desmantelados e abarrotados. No entanto, ali se realizavam reu­niões de palestra tão animadas quanto em outras partes do Japão. Um responsável de bloco da Soka Gakkai e sua esposa, que ganhavam a vida administrando uma peixaria, ofereceram sua casa — um pequeno depósito reformado — para as reuniões. Como muitos dos participantes iam descalços, pois não podiam comprar sapatos, o tatame que cobria o piso logo se impregnava de barro e fuligem, tendo de ser trocado várias vezes durante o ano. Mas os donos da casa jamais pronunciaram uma única palavra de lamúria; somente se preocupavam em servir seus companheiros.

Muitos membros eram tão pobres que não podiam desfrutar três refeições diárias, de modo que o responsável de bloco e sua esposa lhes serviam uma simples sopa com as sobras dos peixes que vendiam.

O casal até mesmo os convidava para tomar banho de ofurô (tipo de banheira para imersão em água quente). O responsável de bloco e sua esposa foram os primeiros moradores de Dokan a ter uma verdadeira casa, e todos ficaram imensamente felizes pelo casal. “Conseguiram construir um palácio”, diziam com orgulho como se fosse a própria casa. Tempos depois, profundamente agradecidos, os membros lhes disseram que assistir àquelas reuniões os ajudaram a se empenhar na fé e a superar os momentos difíceis. Os generosos anfitriões jamais se esqueceram dessas palavras.

***

O capítulo “Os Benefícios por Responder com Alegria” (18º) do Sutra do Lótus, ensina que aqueles que durante um diálogo sobre o budismo oferecem um lugar para outros se sentarem receberão imensos benefícios. Então, maiores ainda serão os benefícios obtidos por aqueles que oferecem um local para as reuniões de palestra! Com certeza, serão infinitos e imensuráveis.

Tieko Nakagawa, integrante da Divisão Feminina que oferece um centro comunitário localizado às margens do rio Fuefuki, na cidade de lsawatyo, província de Yamanashi, região central do Japão, para a realização das atividades da Gakkai, é uma prova disso. Após a guerra, seu marido Kiminosuke, que hoje é falecido, começou a trabalhar como vendedor ambulante de roupas e logo estabeleceu o próprio negócio. Tudo ia bem até que adoeceu e seus dias passaram a ser extremamente difíceis. Em 1961, os Nakagawa ingressaram na Soka Gakkai. Desse momento em diante, abriram as portas da sua casa para a realização de reuniões de palestra e apresentaram o budismo para mais e mais pessoas.

O Sr. Nakagawa recuperou a saúde e seus negócios voltaram a prosperar. Eu os visitei em 1967 e disse na ocasião: “Quero que sejam as pessoas mais felizes do mundo”. Os olhos deles se encheram de lágrimas. Ambos expressaram a forte decisão de propagar os ensinamentos de Nichiren Daishonin em sua comunidade. Conforme soube mais tarde, nessa ocasião, o Sr. e a Sra. Nakagawa decidiram construir uma sala para que os membros pudessem usá-la livremente para expandir a correnteza do kosen-rufu na região.

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A determinação e a crença do casal não eram “o que a Gakkai pode fazer por nós” mas “o que podemos fazer pela Gakkai”. Eles trabalharam e oraram com todas as forças para realizar esse sonho. Em 1982, quinze anos depois da minha visita, o sonho se tornou realidade. Construíram um magnífico centro comunitário com capacidade para 350 pessoas.

Nakagawa continuou com sua luta para vencer a enfermidade e comprovar o poder da fé. Ele faleceu há oito anos, com 81 anos. Hoje, a Sra. Nakagawa tem 84, e continua cuidando do centro comunitário com todo o vigor. Desfruta uma existência feliz e plena e ainda encoraja e apoia ativamente os jovens na prática budista.

Em outubro deste ano, enviei um poema à Sra. Nakagawa como expressão da minha gratidão pelos longos anos de irrestrita dedicação:

Que a fragrância da felicidade

permeie o Castelo Nakagawa

às margens do rio Fuefuki.

Makiguchi sensei também oferecia a residência para a realização das atividades da Soka Gakkai. Para tanto, colocou à disposição dos membros dois pequenos cômodos contíguos no andar térreo, e Toda sensei, mesmo depois de ter se afastado da diretoria da Soka Gakkai quando seus negócios entraram em séria crise financeira, continuou a realizar reuniões em sua casa. As conversas sobre a teoria da vida permanecem gravadas em minha memória com perfeita clareza. Quando ainda era solteiro e morava numa quitinete, também realizava reuniões de palestra em minha residência. Quatro ou cinco pessoas bastavam para lotar o espaço por completo. Sentia muito pela má acomodação de todos naquela sala apertada, mas mesmo assim as atividades eram revigorantes e cheias de entusiasmo. Eu falava sobre os ensinamentos do budismo com todo o meu coração e me empenhava para conduzir os demais a abraçar a fé no Gohonzon. Acreditava firmemente que, embora minha casa fosse pequena e humilde, as reuniões que ali realizava eram uma moderna assembleia do Sutra do Lótus.

Depois de me casar, minha esposa eu e nos mudamos para uma pequena casa no bairro de Kobayashi, no distrito Ota, em Tóquio. Continuamos a oferecer nosso lar e, com a chegada dos nossos filhos, essas reuniões lhes proporcionaram excelente oportunidade para manter contato direto com o maravilhoso mundo da Gakkai.

***

O recinto que os membros oferecem para a realização das atividades da Gakkai é um precioso local da prática budista e um centro para nutrir o potencial humano. É como faróis para a ampla propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin na sociedade e como majestosas fortalezas da vitória do povo.

Todos os dias recito daimoku com o mais profundo sentimento de gratidão por todos aqueles que oferecem a casa ou outro local em prol do kosen-rufu. Expresso o seguinte desejo em minhas orações: “Que os locais que os senhores colocam à disposição do kosen-rufu perdurem eternamente como grandes palácios de benefícios e de boa sorte e que seus familiares prosperem. Muito, muito obrigado!”.

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