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Direitos humanos: a luz da esperança a iluminar o século 21
Sugestão de matéria para as atividades da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Jovens no mês de março visando o movimento dos 50 jovens por distrito
Divisão dos Universitários
27/02/2023
Todos têm o direito de desabrochar, de revelar seu pleno potencial como ser humano, de cumprir sua missão neste mundo. Vocês têm esse direito e todas as outras pessoas também. O desprezo pelos direitos humanos e a sua violação destroem a ordem natural das coisas. Devemos ser pessoas que prezam os direitos humanos e respeitam os outros.1
Essa frase do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, relembra-nos que, há 75 anos, mais precisamente em dezembro de 1948, foi proclamada a histórica e significativa Declaração Universal dos Direitos Humanos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU),2 trata-se do documento mais traduzido no mundo, disponível em mais de 500 idiomas!
A declaração representa o mais genuíno brado dos povos de jamais permitir que a humanidade experimente novamente as violências e os horrores que marcaram a 2a Guerra Mundial.
Seus artigos reconhecem direitos fundamentais na relação do Estado com o indivíduo e dos indivíduos entre si e partem da premissa da dignidade inerente a todos os seres humanos, tal como exposto no artigo 1o:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
O documento foi elaborado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, formada por representantes de dezenas de países. O Sr. Austregésilo de Athayde fez parte da delegação brasileira e desempenhou um papel decisivo. Ele ressaltou: “O povo brasileiro é um dos maiores da humanidade, é uma força de esperança, é com ele que devemos contar para transpor as dificuldades do século 21”.3
Quem foi Austregésilo de Athayde
Nascido em 1898, na cidade de Caruaru (PE), formou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do antigo Distrito Federal (RJ) e atuou como escritor e jornalista durante os anos 1930. No período da ditadura militar, foi preso e exilado por dois anos, participou da 3a Assembleia da ONU e presidiu a Academia Brasileira de Letras (ABL) de 1959 até o seu falecimento, em 1993.
Athayde conheceu os trabalhos de Daisaku Ikeda por meio de René Cassin, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1968 e com quem trabalhou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi Cassin quem lhe entregou o livro Escolha a Vida, um registro dos diálogos entre o pensador japonês Daisaku Ikeda e o renomado historiador britânico Arnold Toynbee.
O presidente da ABL ficou tão admirado com o pensamento e a postura de Daisaku Ikeda que o indicou para integrar a academia na qualidade de sócio-correspondente. Ao lado de pensadores imortais, o presidente Ikeda ocupa a cadeira de número 14, sendo, até o momento, o único representante asiático na ABL.
Diálogo que virou livro
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Daisaku Ikeda encontrou-se pessoalmente com o dr. Athayde4 e, desse diálogo, originou-se o livro Diálogo: Direitos Humanos no Século 21, publicado pela primeira vez em 1995 pela Editora Brasil Seikyo. Infelizmente, sete meses após esse encontro, Athayde faleceu.
Durante a conversa, Ikeda e Athayde discorreram sobre o papel que os direitos humanos teriam na sociedade do século 21. Ikeda ressaltou: “Acredito que as pessoas que mais sofreram, que mais experimentaram a crueldade, são as mais fortes e mais dignas do direito à felicidade. E os indivíduos que se devotam ao bem-estar dessas pessoas são dignos de respeito. Sua vida tem brilho e dela transborda elevado senso de plenitude”.5
Athayde concordou que a concretização desses direitos ocorreria por meio do protagonismo e da ação das pessoas comuns: “Quando as pessoas se conscientizarem, de forma objetiva e clara, por meio da educação, de que ‘as verdadeiras defensoras dos direitos humanos são elas próprias’, então a Declaração Universal dos Direitos Humanos demonstrará seu real mérito”.6
Para que os ideais humanistas desses dois pensadores se tornem vivos e práticos para cada um de nós, a Divisão dos Universitários quer propor um diálogo. Seguem algumas sugestões de temas:
- As perseguições enfrentadas pelos três mestres da Soka Gakkai representam uma grande busca pela defesa do direito à liberdade religiosa. No Brasil, a liberdade de religião, de consciência e crença é garantida pela Constituição Federal de 1988. Qual a importância de podermos exercer a liberdade religiosa atualmente? E qual o papel das pessoas comuns para a conquista e a continuidade desse direito?
- Hoje em dia, existem mais oportunidades de acesso à educação, desde o ensino básico até o superior. Caso alguém possua algum relato de experiência sobre essa ampliação do direito ao estudo na própria vida ou ao longo das gerações familiares, pode compartilhar. Quais benefícios podemos alcançar com o maior acesso à educação, seja na vida individual ou coletiva?
- Um dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “o indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade”, ou seja, a relação do indivíduo com a sua comunidade é essencial para o seu próprio desenvolvimento, o que torna o indivíduo responsável pela comunidade em que vive. Como um dos focos da Agenda 20-307 para 2023 é o desenvolvimento do objetivo “boas práticas sociais”, qual é o nosso papel em relação à nossa comunidade e às pessoas com quem convivemos? Quais ações podemos praticar para promover o bem-estar da nossa comunidade?
Conscientes da missão de vencer nossos dramas pessoais ao mesmo tempo em que apoiamos e encorajamos as pessoas a superarem os próprios desafios, vamos nos tornar jovens que levantam a bandeira humanística na sociedade brasileira!
Um forte e caloroso abraço! Que venha o que vier!
Saiba mais
Diálogo: Direitos Humanos no Século 21 : https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-direitos-humanos
Escolha a Vida: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-escolha-a-vida
Notas:
1. Brasil Seikyo, ed. 1.457, 18 abr. 1998, p. A3.
2. https://brasil.un.org/pt-br/91601-declaracao-universal-dos-direitos-humanos.
3. Terceira Civilização, ed. 534, fev. 2013, p. 32.
4. https://www.daisakuikeda.org/sub/audio-visual/videos/athayde-ikeda.html
5. ATHAYDE, Austregésilo de; IKEDA, Daisaku. Diálogo: Direitos Humanos no Século 21. Tradução: Masato Ninomiya. 4 ed. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018, p. 79-80.
6. Ibidem, p. 172.
7. https://agenda2030dj.wordpress.com/portfolio/boas-praticas-sociais/
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